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MBA Gestão de Tributos Federais LEGISLAÇÃO DO IPI Professor RODOLFO CASTRO

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  • MBA Gestão de Tributos Federais

    LEGISLAÇÃO DO IPI

    Professor RODOLFO CASTRO

  • ÍNDICE

    IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

    UNIDADE I -O IPI no Sistema Tributário Nacional ................................ 03

    UNIDADE II -Incidência do IPI / Produtos Industrializados / Operação

    de Industrialização ............................................ ................. 10

    UNIDADE III - Exclusões do Conceito de Industrialização .................... 14

    UNIDADE IV - Classificação Fiscal ......................................................... 15

    UNIDADE V -Estabelecimento Industrial e Equiparado a Industrial ...... 27

    UNIDADE VI - Sujeito Passivo ............................................................... 30

    UNIDADE VII - Fato Gerador ................................................................. 35

    UNIDADE VIII- Suspensão .................................................................... 43

    UNIDADE IX - Isenção .......................................................................... 46

    UNIDADE X - Lançamento..................................................................... 50

    UNIDADE XI - Cálculo ............................................................................. 56

    UNIDADE XII - Créditos ........................................................................ 66

    UNIDADE XIII- Recolhimento do Imposto ............................................ 75

    UNIDADE XIV- Obrigações Acessórias .................................................. 76

    UNIDADE XV - Conceitos e Definições.................................................. 85

    Apêndice

    1. Campo de

    Incidência................................................................................. 87

    Ementa de Pareceres Normativos............................................. 94

    Bibliografia ............................................................................................ 102

  • APRESENTAÇÃO

    Este livro tem origem na experiência cotidiana do meu trabalho, nas auditorias

    externas realizadas, nos debates com outros colegas de profissão e, principalmente, no

    aprendizado conjunto nos cursos que venho ministrando na Escola Superior de

    Administração Fazendária – ESAF, nos cursos de MBA em renomadas instituições de

    ensino, além de preparatórios para os concursos da Receita Federal.

    Havia uma carência de material didático nos primeiros cursos realizados, há mais

    de dez anos. Surgiu, então, a ideia de elaborar um texto que abrangesse todo o

    conteúdo do Regulamento do IPI, mas que fugisse da letra pura e árida da lei. Era

    preciso decodificá-la para uma linguagem mais acessível para aqueles que estavam

    iniciando seu aprendizado de Legislação Tributária.

    Assim, surgiu a primeira apostila sobre o assunto, a circular em vários cursos do

    Rio de Janeiro. Naquela oportunidade, o trabalho foi concretizado em parceria com o

    colega, e também professor, Eduardo Torreão da Costa, a quem agradeço as

    colaborações realizadas ao longo deste trabalho.

    Posteriormente, passei a considerar a proposta de elaborar um livro acerca do

    assunto. Outros compromissos, no entanto, iam impondo o adiamento sucessivo desse

    projeto, até que observei que a apostila estava sendo ativamente reproduzida por uma

    parcela significativa dos candidatos e, também, servindo de fonte de consulta para

    aqueles que militam na área fiscal das empresas.

    Havia evidentemente uma lacuna que este material estava preenchendo, pelo fato

    de ter a vantagem, em relação a outros textos, de conseguir sistematizar as informações

    daqueles pontos obscuros no Regulamento do IPI, a partir da ementa dos Pareceres

    Normativos, citados nas Normas Complementares ao final de cada unidade.

    Devo agradecimento aos que me estimularam a me empenhar nessa tarefa, desde

    os colegas auditores, a todos que assistiram os cursos, mediante suas indagações e

    objeções que me levaram a rever alguns conceitos e aprofundar outros.

    Os erros e lacunas, porventura encontrados, são de minha responsabilidade.

    O autor.

  • UNIDADE I

    O IPI NO SISTEMA

    TRIBUTÁRIO NACIONAL

    1.1 - O IPI NO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

    O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) situa-se no Grupo PRODUÇÃO E

    CIRCULAÇÃO, juntamente com o ICMS, IOF e ISS, conforme dispõe a Lei nº 5.172, de

    25/10/66 (Código Tributário Nacional), em seu Título III, Capítulo IV.

    O Imposto Sobre Produtos Industrializados adotou esse nome a partir de

    18 de novembro de 1966, por intermédio do Decreto-Lei nº 34, desta data.

    O IPI nasceu como Imposto de Consumo, conforme ementa da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, sua Lei-Matriz:

    “Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964

    Dispõe sobre o Imposto de Consumo e reorganiza a Diretoria de Rendas

    Internas

    Art . 1º O Imposto de Consumo incide sobre os produtos industrializados

    compreendidos na Tabela anexa”

    A redação do art. 1º da Lei 4.502/64 e a classificação adotada pelo CTN

    pode levar alguém desavisado a concluir que o IPI é um imposto que incide sobre a

    produção e que, portanto, onera a atividade industrial.

    Esta é uma verdade apenas parcial, que ocorre somente nas hipóteses de

    aquisições pelas indústrias de produtos tributados pelo IPI não utilizados no processo

    produtivo do estabelecimento sendo, portanto, custo da empresa o IPI pago nessas aquisições.

    Nas aquisições de insumos aplicados no processo produtivo, o IPI pago nas

    aquisições são registrados à parte, como crédito a recuperar, não onerando a produção do estabelecimento.

    Como ficará demonstrado ao longo deste trabalho, o IPI não incide sobre a produção, mas sim sobre o resultado desta: o produto industrializado.

    Aliás, incidisse o IPI sobre a produção este não poderia, pelo Princípio da

    Territorialidade, alcançar fatos ocorridos no exterior, vale dizer: os produtos

    industrializados no exterior estariam fora do campo de incidência do imposto.

  • Esta conclusão estaria em total desacordo com o previsto no art. 2º da Lei nº 4.502/64, a seguir transcrito:

    “Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964

    Art. 2º Constitui fato gerador do imposto:

    I - quanto aos produtos de procedência estrangeira o respectivo desembaraço aduaneiro;

    II - quanto aos de produção nacional, a saída do respectivo estabelecimento

    produtor”

    A tese de que o IPI incide sobre a produção é abraçada por pequena

    parcela doutrinária, que pleiteia como corolário a não incidência do imposto sobre produtos importados.

    Ora, se a tese fosse verdadeira incidiria o imposto tão logo fosse concluída

    a industrialização mesmo que não houvesse posteriormente nenhum negócio (operação)

    jurídico com o produto acabado.

    Essa tese revela-se absurda uma vez que a industrialização é necessária para que

    haja incidência do IPI, mas não é suficiente.

    Para que haja incidência do IPI é necessário que à industrialização se sobreponha

    um negócio jurídico com o produto, a exemplo de venda, doação, transferência, locação, etc.

    Os tributos são criados de acordo com a competência tributária conferida pela

    Constituição Federal à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Contudo,

    essa competência tributária conferida aos sujeitos ativos não é ilimitada, mas delimitada pelas chamadas limitações ao poder de tributar.

    As limitações ao poder de tributar desdobram-se em princípios constitucionais

    (normas gerais) e imunidades tributárias. Essas limitações ao poder de tributar vinculam

    os legisladores, sejam eles federais, estaduais ou municipais, e lhes impõe limites na

    elaboração das normas tributárias.

    Compete à União instituir o Imposto sobre Produtos Industrializados, sendo

    facultado ao Poder Executivo, nas condições e nos limites estabelecidos em lei, alterar-lhe as alíquotas (CF, art. 153, IV e § 1º).

    Norma Complementar:

    IPI DECISÕES DO CARF RELATIVAS A CLASSIFICAÇÃO FISCAL OU OUTRAS MATÉRIAS

    TRIBUTÁRIAS. NÃO CARACTERIZAÇÃO COMO NORMA COMPLEMENTAR Ementa:

    Acórdãos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF não constituem normas

    complementares da legislação tributária, porquanto não possuem caráter normativo nem

    vinculante.

  • Dispositivos Legais: Código Tributário Nacional, Lei nº 5.172/1966, art. 100, incisos I e

    II; Lei nº 9.430/1996, art. 48 a 50; Lei nº 4.502/1964, art. 76, inciso II, alínea “a”;

    Decreto nº 70.235/1972, art. 46 a 53; Regimento Interno da Secretaria da Receita

    Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 203/2012, art. 1º, inciso III, e art. 82,

    inciso III. (PN 23/2013)

    Revogado o Parecer Normativo 390/1971

    1.2 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

    a) Princípio da Legalidade (CF, art. 150, I)

    “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é

    vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

    I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;”

    Este princípio aplica-se parcialmente ao IPI, porque é facultado ao Poder

    Executivo alterar suas alíquotas, podendo acrescentar ao percentual fixado em lei até 30

    (trinta) unidades ou reduzir a zero, (CF, art. 153, IV combinado com art. 4º do

    Decreto-Lei nº 1.199/71).

    Para esse fim, os percentuais-base considerados são aqueles

    previstos na Tabela de Incidência do Imposto Sobre Produtos

    Industrializados - TIPI aprovada pelo Decreto nº 4.070, de 28/12/01,

    conforme dispõe o art. 7º, da Lei nº 10.451/02.

    b) Princípio da Anterioridade (CF, art. 150, III, b)

    “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é

    vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

    III - cobrar tributos:

    b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

    c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;”

    A vedação da letra b não alcança o IPI, ou seja, uma lei que venha a alterar a

    base de cálculo do IPI entra em vigor no mesmo exercício financeiro em que haja sido

    publicada a lei. Contudo, a Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/03 acrescentou a

    alínea “c” ao artigo 150, inciso III da Constituição Federal, determinando a observância

    de um prazo mínimo de 90 dias para a entrada em vigor da lei, mesmo que esta entre

    em vigor no mesmo exercício financeiro.

    http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Leis/Ant2001/lei450264.htmhttp://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Portarias/2012/MinisteriodaFazenda/portmf203.htm

  • c) Princípio da Irretroatividade (CF, art. 150, III, a)

    Em matéria tributária, a irretroatividade está disciplinada no artigo 150,

    inciso III da Constituição Federal:

    Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado

    à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

    III - cobrar tributos:

    a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que

    os houver instituído ou aumentado.”

    Esse dispositivo constitucional assegura ao sujeito passivo o direito de

    pagar o tributo em consonância com as normas legais vigentes à época da ocorrência do

    fato gerador. Em outras palavras, a lei não pode retroagir para atingir fatos geradores

    anteriores a ela.

    A aplicação retroativa da lei tributária fica adstrita às hipóteses previstas

    no art. 106 da Lei 5.172/66 (Código Tributário Nacional), na forma abaixo:

    “Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:

    I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a

    aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;

    II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

    a) quando deixe de defini-lo como infração;

    b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou

    omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de

    pagamento de tributo;

    c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.”

    d) Princípio da Isonomia ou Igualdade Tributária (CF, art. 150, II)

    A isonomia ou igualdade de todos perante a lei está inscrito no capítulo

    concernente aos direitos e deveres individuais e coletivos na Constituição, cujo artigo 5o,

    caput, assegura que todos são iguais e garante a todos o direito à igualdade. O mesmo

    princípio volta a ser lembrado no artigo 19, III, que veda a discriminação entre

    brasileiros. No campo tributário, o artigo 150 assim o descreve:

  • “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é

    vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

    II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em

    situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou

    função por eles exercida, independente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos

    ou direitos.”

    e) Princípio da Capacidade Contributiva (CF, art. 145, §1º)

    “Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir

    os seguintes tributos:

    I - impostos;

    § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados

    segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,

    especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os

    direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”

    Depreende-se do enunciado do Princípio que é inconstitucional o imposto que

    exija mais do que o contribuinte possa pagar. Outro entendimento expresso no texto é o

    caráter pessoal da tributação, na medida em que o legislador ordinário deve considerar

    as características pessoais e específicas dos contribuintes.

    O Princípio da Seletividade visa ao atendimento do Princípio da Capacidade

    Contributiva ao estabelecer a diferenciação de alíquotas para os produtos, sendo o

    gravame inversamente proporcional à essencialidade do bem.

    f) Princípio da Vedação ao Confisco (CF, art. 150, IV)

    A Constituição coíbe desapossar alguém em proveito do Estado. O artigo

    150, IV, veda a utilização de tributo com efeito de confisco.

    “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é

    vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

    IV - utilizar tributo com efeito de confisco;”

    Do ponto de vista tributário, a Constituição garante o direito de propriedade (art.

    5o., XXII e art. 170, II) e coíbe o confisco, ao estabelecer a prévia e justa indenização

    nos casos em que se autoriza a desapropriação (art. 5o, XXIV; art. 182, parágrafo 3o;

    art. 184).

  • g) Princípio da Liberdade de Tráfego (CF, art. 150, V).

    “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é

    vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

    V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos

    interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de

    vias conservadas pelo Poder Público;”

    Aqui, o bem tutelado é a liberdade de locomoção de pessoas e bens, bem mais do

    que a não-discriminação de pessoas ou bens. Esse princípio não guarda nenhuma relação

    com o tráfego internacional, mas somente com o interestadual ou intermunicipal.

    Contudo, esse princípio convive com o novo imposto criado a partir da Carta Magna sob a

    denominação de Imposto Estadual sobre Operações Relativas à Circulação de

    Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal

    e de Comunicação (ICMS), por tratar-se de autorização Constitucional.

    h) Princípio da Seletividade/Essencialidade (CF, art. 153, IV e § 1º, I)

    O IPI será seletivo em função da essencialidade do produto.

    “Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

    IV - produtos industrializados;

    § 3º - O imposto previsto no inciso IV:

    I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;”

    Este princípio indica que o IPI deve estabelecer diferenciação entre produtos mais

    ou menos essenciais. O Poder Executivo atende à Constituição pelo uso de alíquotas

    diferenciadas em função da essencialidade do produto, consignadas na Tabela de

    Incidência do IPI (TIPI), aprovada por Decreto.

    i) Princípio da Não-Cumulatividade (CF, art. 153, IV e § 3º, II) (ver “Não-

    Cumulatividade” no apêndice)

    A não cumulatividade do IPI está prevista no art. 153, § 3º, II da CF/88:

    “Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

    IV - produtos industrializados;

    § 3º - O imposto previsto no inciso IV:

  • II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;”

    Nas diversas etapas de uma cadeia produtiva são obtidos produtos

    industrializados que serão insumos noutras etapas. Como há tributação em cada fase da

    cadeia produtiva, a Constituição Federal estabeleceu, para o IPI, a não-cumulatividade,

    que é atendida na legislação ordinária pelo sistema de crédito fiscal, cujo exemplo prático

    é apresentado no quadro demonstrativo abaixo:

    Madeira Madeira Madeira Armários

    em bruto Entalhada Compensada Embutidos

    ETAPAS VALOR

    AQUIS.

    VALOR

    AGREG.

    VALOR

    VENDA

    MÉTODO DE CRÉDITO FISCAL

    IMPOSTO

    ALÍGUOTA CALCULADO DEDUZIDO RECOLHIDO

    A MADEIRA EM

    BRUTO 2.000 2.000 4.000 N/

    T

    - - -

    B MADEIRA

    ENTALHADA 4.000 4.000 8.000 4

    %

    320 - 320

    C MADEIRA

    COMPENSADA 8.000 4.000 12.000 4

    %

    480 320 160

    D ARMÁRIOS

    EMBUTIDOS 12.000 8.000 20.000 10

    %

    2.000 480 1.520

    VALORES

    FINAIS 20.000 2.800 800 2.000

    1.3 - LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

    Imunidade Tributária

    É vedado à União instituir IPI sobre:

    livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (CF, art.

    150 VI, d);

    a energia elétrica, os derivados de petróleo, os combustíveis, os minerais e

    os serviços de telecomunicações (CF, art. 155, § 3º);

    ouro, quando definido como ativo financeiro ou instrumento de política

    cambial (CF, art. 153, IV e § 5º); e

    os produtos industrializados destinados ao exterior (CF, art. 153, IV e §

    3º, III).

  • UNIDADE II

    INCIDÊNCIA DO IPI

    PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

    OPERAÇÃO DE INDUSTRIALIZAÇÃO

    2.1 - INCIDÊNCIA DO IPI (ver “Campo de Incidência” no apêndice)

    O IPI incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros,

    obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do IPI –TIPI (RIPI, art.

    2º).

    A incidência do IPI terá que obedecer duas condições cumulativas básicas:

    a)que o produto seja industrializado;

    b)que o produto conste de código da TIPI ao qual corresponda uma alíquota,

    ainda que zero.

    Norma Complementar

    1) É irrelevante para excluir a incidência do tributo ou a responsabilidade pelo

    cumprimento da obrigação:

    a) o título jurídico a que se faça a operação;

    b) a finalidade a que a mesma se destine;

    c) a inabitualidade no exercício da atividade que dê origem à tributação (PN CST

    367/71).

    2) SERVIÇOS CONSTANTES DA LISTA ANEXA À LEI COMPLEMENTAR Nº 116, DE 2003.

    INCIDÊNCIA DO IPI.

    Ementa: O fato de serviços constarem da lista anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de

    dezembro de 1968, ou à Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, é irrelevante

    para determinar a não incidência do IPI, caso tais serviços se caracterizem como

    operações de industrialização.

    Dispositivos Legais: Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, art. 1º, § 2º,

    Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968, art. 8º, Decreto nº 7.212, de 15 de

    junho de 2010, Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados – RIPI/2010,

    art. 2º e 4º. (PN 18/2013).

    Revogado o Parecer Normativo 83/1977

    2.2. NÃO-INCIDÊNCIA DO IPI

    Não estão incluídos no campo de incidência do IPI os produtos discriminados na

    TIPI em códigos do qual conste a sigla N/T, que significa não tributado, nada importando

    que tais produtos possam ser considerados, para outros efeitos não relacionados com o

    IPI, como industrializados, ou então tenham sofrido processo de industrialização.

    As operações realizadas com produtos não tributados não geram obrigações

    tributárias, ainda que acessórias, relacionadas com a legislação do IPI (ressalvada a

    emissão de Nota Fiscal).

    A não incidência alcança, além dos produtos não industrializados (naturalmente não tributados – NT), os listados abaixo:

    - os produtos beneficiados com imunidade objetiva, a exemplo de livros, jornais, periódicos, combustíveis e derivados de petróleo;

  • - alguns produtos industrializados que o Estado decidiu excluir do campo de

    incidência, não concedendo-lhes imunidade mas alocando-os diretamente na tabela de Incidência do IPI sob o manto da notação NT (não tributado).

    Observe-se que tanto os produtos beneficiados com imunidade condicional, a

    exemplo dos produtos exportados e do papel destinado à impressão de livros, jornais e

    periódicos quanto os produtos resultantes das operações excluídas do conceito de

    industrialização (Unidade III) estão originariamente no campo de incidência do IPI sendo,

    portanto, produtos originariamente tributados. Somente quando implementadas as

    condições previstas em cada hipótese é que os produtos sairão do campo de incidência do IPI.

    2.3. PRODUTO INDUSTRIALIZADO

    Produto industrializado é o resultante de qualquer das operações relacionadas a seguir

    mesmo incompleta, parcial ou intermediária (RIPI, art. 3º) .

    2.4. OPERAÇÃO DE INDUSTRIALIZAÇÃO

    Industrialização é qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o

    acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo

    (RIPI, art. 4º)

    2.5. MODALIDADES DE INDUSTRIALIZAÇÃO

    MODALIDADE AÇÃO SOBRE RESULTADO

    TRANSFORMAÇÃO MATÉRIA-PRIMA PRODUTO

    INTERMEDIÁRIO

    ESPÉCIE NOVA CLASSIFICAÇÃO

    FISCAL DIVERSA

    BENEFICIAMENTO PRODUTO NOVO MESMO PRODUTO APERFEIÇOADO

    RECONDICIONAMEN

    TO

    PRODUTO USADO MESMO PRODUTO RENOVADO

    MONTAGEM PRODUTOS, PARTES E PEÇAS

    (REUNIÃO)

    NOVO PRODUTO OU UNIDADE

    AUTÔNOMA

    ACONDICIONAMENT

    O/REACONDICIONA

    MENTO

    PRODUTOS MESMO PRODUTO COM NOVA

    APRESENTAÇÃO

    2.5.1 - Transformação (RIPI, art. 4º, I)

    É qualquer operação que, exercida sobre matéria-prima ou produto intermediário,

    importe na obtenção de espécie nova.

  • Normas Complementares

    Constituem operação de transformação:

    a) A obtenção de madeira serrada ou aparelhada, a partir de madeira em bruto (PN

    CST 398/71).

    b) A obtenção de tijolos, telhas e manilhas (produtos de cerâmica vermelha) a

    partir da argila (PN CST 781/71).

    c) A confecção de maquetes com matéria prima fornecida pelo confeccionador

    (PN CST 334/70).

    d) Os produtos resultantes da mistura de areia, cal, cimento, pigmentos e

    impermeabilizantes, destinados à construção civil (PN CST 115/72).

    e) O preparo de tintas para sinalização de estradas, com utilização de matérias

    primas e/ou produtos intermediários mesmo quando realizado no local de sua aplicação

    (PN CST 93/75).

    2.5.2 – Beneficiamento (RIPI, art. 4º, II)

    É a operação que importa em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar

    o funcionamento, a utilização, o acabamento ou aparência do produto.

    No beneficiamento o produto apenas sofre um “melhoramento”, conservando a

    classificação fiscal original.

    Somente em produto novo há sentido em falar-se em beneficiamento.

    Constituem operação de beneficiamento:

    Normas Complementares

    a) INDUSTRIALIZAÇÃO. HIPÓTESES DE OCORRÊNCIA. BENEFICIAMENTO.

    Ementa: Ressalvadas as exclusões legais do conceito de industrialização, são

    consideradas operações de industrialização, na modalidade beneficiamento: filtragem de

    azeite; gravação (em vidros, tecidos, etc.) pelo processo de serigrafia (silkscreen);

    confecção de visores panorâmicos, com utilização de chapas de acrílico, as quais são

    cortadas e curvadas segundo determinados moldes; operações executadas sobre chapas

    de ferro, aço, ou vidro, que lhes modifiquem a espessura ou a curvatura, que lhes deem

    formas diferentes da retangular ou da quadrada, ou que as tornem onduladas,

    corrugadas, perfuradas, estriadas ou laminadas.

    Por outro lado, não são consideradas operações de industrialização: o corte de chapas de

    ferro, aço, ou vidro, para simples redução de tamanho em forma retangular ou quadrada,

    sem modificação da espessura, assim como a adição de mínima quantidade de dope ao

    asfalto, desde que mantidas as características do asfalto antes e depois da mistura.

    Dispositivos Legais: Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional,

    art. 46, parágrafo único; Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 3º, parágrafo

    único; Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010, Regulamento do IPI – RIPI/2010, arts.

    4º, 5º e 7º. (PN 19/2013)

    Revogados os Pareceres Normativos CST 16/1970, 17/1970, 300/1970, 157/1971, e

    641/1971

    b) Os processos de gravação de fita virgem, bem como a reprodução de fita

    gravada para o acetato (disco) (PN CST 421/70).

    c) A colocação do terceiro eixo (TRUCK) em veículos de carga (PN CST 102/71).

    d) A plastificação de impressos em geral (PN CST 170/73).

  • e) A colocação de fechaduras, puxadores e porta-etiquetas, de fabricação do

    próprio estabelecimento industrial, em produtos semi-acabados que adquire de terceiro

    (PN CST 154/71).

    2.5.3 – Operação de Montagem (RIPI, art. 4º, III)

    Montagem é a operação que consiste na reunião de produtos, peças ou partes e

    de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma

    classificação fiscal.

    Constituem operação de montagem:

    Normas Complementares

    a) A reunião de lentes e armação para formar óculos (PN 203/70).

    b) A colocação de carrocerias sobre chassis, para formar um veículo completo

    (caminhão, ônibus, furgão etc.) (PN CST 206/70 e PN CST 102/71).

    c) Na montagem, o produto final, embora possa manter a mesma classificação

    das partes, deverá poder ser classificado autonomamente. Em outras palavras, se o bem

    resultante de montagem, em face das regras de classificação vigentes não puder ser

    classificado como um todo, para efeitos da legislação do IPI, inexistirá industrialização

    (PN CST 446 e PN CST 526/71).

    1.5.4 – Operação de Acondicionamento ou Reacondicionamento (RIPI, art. 4º,IV)

    Acondicionamento ou Reacondicionamento é a operação que importa em

    alterar a apresentação do produto, pela colocação de embalagem, ainda que em

    substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine ao transporte de

    mercadoria.

    No que diz respeito a acondicionamento e reacondicionamento, a industrialização

    fica caracterizada sempre que se engarrafar, embalar etc., quaisquer produtos

    tributados. Excetuam-se, contudo, conforme a parte final do dispositivo regulamentar, os

    casos em que a embalagem se destine apenas ao transporte da mercadoria, por

    exemplo: caixas, caixotes, tambores e latas.

    O recipiente, envoltório ou embalagem segue o regime do produto que

    acondicionar: não tributado o produto, também não o será a embalagem.

    - Incidência condicionada à embalagem dos produtos (art. 4º, IV, art. 5º, I

    e art. 6º, do RIPI)

    Quando a incidência do imposto estiver condicionada à forma de embalagem do

    produto, entende-se:

    a) Como acondicionamento para transporte, o que se destinar precipuamente a tal

    fim e atender, cumulativamente, às seguintes condições:

    for feito em caixa, caixotes, engradados, barricas, latas, tambores, sacos,

    embrulhos e semelhantes, sem acabamento, rotulagem de função

    promocional e que não objetive valorizar o produto em razão da qualidade do

    material nele empregado, da perfeição do seu acabamento ou da sua utilidade

    adicional;

    tiver capacidade acima de 20 quilos ou superior àquela em que o produto é

    comumente vendido, no varejo, aos consumidores;

  • b) O não-atendimento de qualquer uma das condições estabelecidas na letra

    anterior, configura embalagem de apresentação.

    Não se considera embalagem de apresentação aquela em que a natureza do

    acondicionamento e as características do rótulo atendam, apenas, a exigências técnicas

    ou outras constantes de leis e atos normativos (art. 5º, §1º).

    - Perfeita conceituação de embalagem

    Norma Complementar

    A perfeita conceituação de embalagem, seja para transporte ou de apresentação,

    sempre se constituiu em fonte de litígio na área fiscal. Assim, de forma objetiva, torna-se

    evidente que quaisquer embalagens, desde que excluídas de uma das condições a serem

    cumpridas cumulativamente, deixam de ser transporte para se enquadrar como de

    apresentação (PN CST 66/75).

    Constituem operação de acondicionamento:

    Normas Complementares

    a) A substituição de embalagem original, de transporte, por uma promocional

    (objetivando revenda) em produto acabado adquirido de outro fabricante (PN

    CST 100/71).

    b) ENGARRAFAMENTO. ACONDICIONAMENTO. MODALIDADE DE INDUSTRIALIZAÇÃO.

    NECESSIDADADE DE ENQUADRAMENTO DO PRODUTO.

    Ementa: O engarrafamento é modalidade de acondicionamento prevista na legislação do

    IPI. Portanto, os engarrafadores de vinho são, face ao Regulamento, estabelecimentos

    industriais contribuintes do IPI, sujeitando-se a todas as obrigações previstas na

    legislação, entre elas a necessidade de requerer o registro especial de engarrafador, de

    selar seus produtos, bem como de solicitar o enquadramento destes. Caso tenha

    adquirido o vinho com suspensão do imposto, não poderá o estabelecimento

    engarrafador se creditar do IPI, em face de não ter havido recolhimento na etapa

    anterior, além de não haver previsão legal para tal creditamento.

    Dispositivos Legais: Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010, Regulamento do Imposto

    sobre Produtos Industrializados – RIPI/2010, arts. 4º, IV, 9º, VII, 24, II, 35, II, 44 e

    339, § 3º; Decreto nº 99.066, de 8 de março de 1990, art. 124; Instrução Normativa

    SRF nº 504, de 3 de fevereiro de 2005; e Instrução Normativa RFB nº 866, de 6 de

    agosto de 2008. (PN15/2013)

    Revogado o Parecer Normativo CST 160/1971

    c) O acondicionamento de álcool em embalagem que não seja de simples

    transporte (PN CST 306/71).

    2.5.5 - Operação de Renovação ou Recondicionamento (RIPI, art. 4º,V)

    Renovação ou Recondicionamento é a operação que, exercida sobre produto

    usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o

    produto para utilização.

    A renovação só se processa sobre produtos usados, diferentemente do

    beneficiamento, que tem por objeto bens sem uso ou semi-acabados.

  • Normas Complementares

    No recondicionamento ou renovação não basta que sejam efetuados pequenos

    consertos, mesmo em substituição das peças, mas é necessário que a operação restitua

    ao produto condições de funcionamento, como se fosse novo (PN CST 214/72).

    Automóveis usados: somente se configura renovação nos casos que exijam

    alternada ou conjuntamente troca de motor, retificação completa do motor, substituição

    do sistema de transmissão, reforma ou substituição completa do chassis ou da

    carroceria, reforma ou substituição de parte da carroceria ou do chassis cujo efeito

    impeça uso do veículo em condições de segurança (PN CST 437/70).

    2.6. FATORES IRRELEVANTES PARA CARACTERIZAR INDUSTRIALIZAÇÃO

    (RIPI, art. 4º, § único).

    São irrelevantes para caracterizar a operação como industrialização, não só o

    processo utilizado para obtenção do produto, como também a localização e condições das

    instalações ou equipamentos empregados.

  • UNIDADE III

    EXCLUSÕES DO CONCEITO

    DE INDUSTRIALIZAÇÃO

    A não incidência é a ocorrência de um fato econômico ou jurídico que não se

    constitui em gerador da obrigação de pagar determinado tributo, uma vez que tal fato,

    ou situação jurídica não fora prevista anteriormente como passível de gerar obrigação de

    pagar aquele tributo.

    Cada tributo tem seu campo de incidência. O que está fora desse campo é o caso

    da não incidência. Nessa categoria de análise encontra-se a imunidade tributária, a qual

    consiste em exclusão constitucional ao poder de tributar. Não trataremos neste capítulo

    das imunidades, por ter sido objeto de estudo na Unidade 1.

    Ocorre a incidência quando é realizado ou efetivado um fato, ou um ato ou uma

    situação jurídica previamente descrita como gerador da obrigação de pagar um dado

    tributo. Em outras palavras, no campo de incidência de um tributo estão os fatos

    geradores desse tributo. Nesse sentido, não basta a existência de um fato econômico, ou

    situação jurídica, é imprescindível a previsão legal anterior ao surgimento de tal fato

    como passível de gerar a obrigação de pagar esse tributo.

    3.1 - ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL

    Estabelecimento industrial é o que executa qualquer operação de industrialização,

    de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento (RIPI, art.

    8º).

    Os estabelecimentos que apenas executarem as operações mencionadas no item

    a seguir, não são industriais para efeitos da legislação do IPI, pois não incide o IPI nos

    produtos resultantes de tais operações.

    3.2 - NÃO SE CONSIDERA INDUSTRIALIZAÇÃO

    3.2.1 - O preparo de produtos alimentares, não acondicionados em

    embalagem de apresentação (RIPI - art. 5º, I):

    a) Na residência do preparador ou em restaurantes, bares, sorveterias, confeitarias,

    padarias, quitandas e semelhantes, desde que os produtos se destinem à venda

    direta a consumidor.

    b) Em cozinhas industriais, quando destinados à venda direta a corporações,

    empresas e outras entidades, para consumo de seus funcionários, empregados

    ou dirigentes.

    Norma Complementar:

    PRODUTOS ALIMENTARES. SAÍDA DO EXTABELECIMENTO. FATO GERADOR.

    OCORRÊNCIA.

    Ementa: Dá-se o fato gerador do IPI na saída de produtos alimentares do

    estabelecimento industrial, salvo quando o produto for vendido diretamente a

    consumidor (no próprio estabelecimento) e não esteja acondicionado em embalagem de

    apresentação.

  • Dispositivos Legais: Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 2º, II; Decreto nº

    7.212, de 15 de junho de 2010, Regulamento do IPI – RIPI/2010, art. 5º, I, (PN

    08/2013)

    Revogado o PN 326/1970

    3.2.2 - O preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por

    meio de máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e

    estabelecimentos similares, para venda direta a consumidor. (RIPI - art. 5º, II).

    3.2.3 - A confecção ou preparo de produto de artesanato (RIPI - art. 5º,

    III)

    Produto de artesanato é o proveniente de trabalho manual realizado por pessoa

    natural, nas seguintes condições: (RIPI - art. 7º)

    I - Quando o trabalho não conte com o auxílio ou participação de terceiros

    assalariados;

    II - Quando o produto seja vendido a consumidor, diretamente ou por intermédio

    de entidade de que o artesão faça parte ou seja assistido.

    Norma Complementar:

    Só se entendem como produtos de artesanato, para efeito da exclusão do conceito

    de industrialização, aqueles que, além de resultantes de trabalho preponderantemente

    manual, revelem nitidamente em cada exemplar traços individualizados da criatividade e

    da destreza de seus especificadores (PN CST 94/77).

    3.2.4 - A confecção de vestuário, por encomenda direta do consumidor ou

    usuário, em oficina ou na residência do confeccionador (RIPI - art. 5º, IV).

    Normas Complementares:

    Havendo fornecimento do tecido pelo confeccionador, a confecção de roupas

    exteriores para homem constitui industrialização (PN CST 152/70).

    3.2.5 - O preparo de produto, por encomenda direta do consumidor ou

    usuário, na residência do preparador ou em oficina, desde que, em qualquer

    caso, seja preponderante o trabalho profissional (RIPI - art. 5º, V).

    Normas Complementares:

    1) Quando houver fornecimento de material pelo executor do preparo e o valor

    deste não for de reduzida monta em relação ao preço final do produto, o preparo é

    industrialização (PN CST 295/70).

    2) O preparo de material gráfico tributado, por oficina, somente não caracteriza

    industrialização quando:

    - seja encomenda direta do consumidor ou usuário com fornecimento por parte

    deste, a matéria-prima;

    - seja o produto confeccionado em oficina ou residência do preparador que fornece,

    preponderantemente, trabalho profissional (PN CST 450/71).

    3) OFICINA é o estabelecimento que empregar, no máximo, cinco operários e,

    caso utilize força motriz, não dispuser de capacidade superior a cinco CV (cavalos-vapor).

    4) TRABALHO PREPONDERANTE é o que contribui no preparo do produto para

    formação de seu valor, a título de mão-de-obra, no mínimo com 60% (demais fatores -

    material consumido - correspondem no máximo a 40%).

    http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Leis/Ant2001/lei450264.htm

  • 5) Não se enquadram no conceito de oficina, departamentos ou seções de

    estabelecimentos, ainda que referidos departamentos ou secções, isoladamente

    considerados, satisfaçam as condições prescritas pelo regulamento (PN CST 142/75).

    3.2.6 - A operação efetuada fora do estabelecimento industrial,

    consistente na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte (RIPI -

    art. 5º, VIII):

    a) Edificações (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e semelhantes, e suas

    coberturas).

    b) Instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas, torres de refrigeração, estações e

    centrais telefônicas ou outros sistemas de telecomunicação e telefonia, estações,

    usinas e redes de distribuição de energia elétrica e semelhantes.

    c) Fixação de unidades ou complexos industriais ao solo.

    3.2.7 - A montagem de óculos, mediante receita médica (RIPI - art. 5º, IX)

    Normas Complementares:

    1) O texto abrange unicamente as prescrições individualizadas expressas em

    receita escrita pessoalmente por médico como indicação terapêutica (PN CST 60/73).

    2) A exclusão do conceito de industrialização deve ser considerada unicamente no

    sentido estrito, não se estendendo a produtos diferentes dos identificados no texto legal,

    como por exemplo a lente de contato (PN CST 90/75).

    3) A dispensa de retenção da receita não prejudica o controle fiscal, desde que o

    estabelecimento montador escriture regularmente o livro registro de receitas (PN CST

    127/74).

    3.2.8 - O conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos

    usados, quando (RIPI - art. 5º, XI, Parte):

    a) Se destinam ao uso da própria empresa executora; ou

    b) Sejam executados por encomenda de terceiros, não estabelecidos como o

    comércio dos referidos produtos;

    3.2.9 - O preparo, pelo consertador, restaurador ou recondicionador, de

    partes ou peças empregadas exclusiva e especificamente nas operações de

    conserto, restauração ou recondicionamento mencionados em 3.2.8 (RIPI - art.

    5º, XI, Parte).

    Norma Complementar:

    A restauração para utilização de produtos usados constitui operação de

    recondicionamento: Tratando-se de terceiros não estabelecidos com o comércio dos

    produtos restaurados, a operação não o é (PN CST 564/71).

    3.2.10 - O reparo de produtos com defeito de fabricação, inclusive

    mediante substituição de partes e peças, quando a operação for executada

    gratuitamente, ainda que por concessionários ou representantes, em virtude de

    garantia dada pelo fabricante (RIPI - art. 5º, XII):

  • Normas Complementares:

    1) Os produtos a reparar devem estar acobertados com certificado de garantia ou

    documento equivalente, fornecido pelo vendedor, valendo como certificado a declaração

    formal de garantia impressa no documento de venda e completada, se for o caso, com a

    indicação precisa do produto a que se refere (IN 3/69 Item 14).

    2) Produtos industrializados saídos a título de locação ou comodato retornando

    para reparos ou restauração se, em seguida, forem devolvidos ao mesmo usuário: não é

    considerada industrialização (PN CST 539/70).

    3.2.11 - A manipulação em farmácia, para venda direta a consumidor,

    de medicamentos oficinais e magistrais, mediante receita médica (RIPI - art.

    5º, VI):

    Norma Complementar:

    Entende-se por medicamento magistral “aquele preparado à vista da receita do

    médico, cuja fórmula não está no códex e que por isso não pode estar antecipadamente

    preparado como sucede aos medicamentos oficinais e especialidades farmacêuticas”.

    Nessa definição está implícita também a de medicamentos oficinais (exemplo de

    medicamentos oficinais: mercúrio-cromo e iodo) (PN CST 165/73) O RIPI/98 incluiu a

    necessidade de receita médica.

    3.2.12 - A moagem de café torrado, realizada por comerciante

    varejista com atividade acessória de moagem, desde que respeitado o preço de

    venda no varejo, fixado pelo órgão competente (RIPI - art. 5º, VII).

    3.2.13 - Formação da “Cesta de Natal” (RIPI - art. 5º, X).

    3.2.14 - A restauração de sacos usados, executada por processo

    rudimentar, ainda que com empresa de máquina de costura ((RIPI - art. 5º,

    XIII).

    3.2.1.5 A mistura de tintas entre si, ou com concentrados de pigmentos,

    sob encomenda do consumidor ou usuário, realizado em estabelecimento

    varejista, efetuada por máquina automática ou manual, desde que fabricante e

    varejista não sejam empresas interdependentes, controladora, controlada ou

    coligadas ((RIPI - art. 5, XIV).

  • UNIDADE IV

    CLASSIFICAÇÃO FISCAL

    4.1. A TABELA DE INCIDÊNCIA DO IPI - TIPI

    4.1.2 - O Sistema Harmonizado

    O Sistema Harmonizado de Designação e Classificação Fiscal de Mercadorias surgiu

    da necessidade dos países membros do GATT agilizarem e oferecerem maior

    confiabilidade nas informações de dados comparativos de comércio internacional.

    Cada país utilizava o sistema mais conveniente para si e, portanto, estabelecia

    formalidades aduaneiras distintas ou para os efeitos de transporte, seguro e câmbio. Esta

    diversidade de designação tornava inexeqüível a sistematização das informações.

    É, a partir da década de 70, que o Conselho de Cooperação Aduaneira (C.C.A.) —

    Órgão do GATT — procura harmonizar os sistemas de tarifas aduaneiras dos países

    intervenientes do comércio internacional. Vários estudos foram realizados no decorrer

    dos anos 70 e 80, até que em 1983, foi firmada a Convenção Internacional sobre

    Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, mais conhecido

    como “Sistema Harmonizado”.

    Surge um novo sistema de designação e classificação de mercadorias que tem por

    objeto dar maior facilidade ao comércio entre as nações, aperfeiçoando a coleta e a

    análise de dados estatísticos e buscando uma diminuição de gastos e encargos, através

    da adoção de um sistema único de codificação de mercadorias.

    4.1.3 - A TIPI

    A TIPI é uma tabela estruturada em Seções (21 seções), Capítulos (97 capítulos),

    Posições e Subposições e tem por base a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM)

    que, por sua vez, é baseada no Sistema Harmonizado (NCM/SH).

    As Seções da TIPI são ordenadas de forma crescente em conformidade com o grau

    de complexidade dos produtos.

    Note-se que a classificação dos produtos na TIPI é incumbência do sujeito passivo

    que para tanto deverá socorrer-se das regras consignadas na própria TIPI para uma

    correta classificação.

    No caso de dúvida sobre a correta classificação do produto o sujeito passivo devera

    formular consulta à Secretaria da Receita Federal.

    O processo de consulta é disciplinado pela Instrução Normativa RFB nº 740, de 2

    de maio de 2007.

    O texto das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de

    Codificação de Mercadorias foi consolidado pelas Instruções Normativas RFB nº 807/

    2008 e 1072/2010.

  • 4.1.4 - REGRAS GERAIS PARA INTERPRETAÇÃO DO SISTEMA HARMONIZADO

    A classificação das mercadorias na Nomenclatura rege-se pelas seguintes

    regras:

    1. Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para

    os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de

    Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições

    e Notas, pelas Regras seguintes:

    2. a) Qualquer referência a um artigo em determinada posição abrange esse

    artigo mesmo incompleto ou inacabado, desde que apresente, no estado em que

    se encontra, as características essenciais do artigo completo ou acabado. Abrange

    igualmente o artigo completo ou acabado, ou como tal considerado nos termos

    das disposições precedentes, mesmo que se apresente desmontado ou por

    montar.

    b) Qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa

    matéria, quer em estado puro, quer misturada ou associada a outras matérias. Da

    mesma forma, qualquer referência a obras de uma matéria determinada abrange

    as obras constituídas inteira ou parcialmente por essa matéria. A classificação

    destes produtos misturados ou artigos compostos efetua-se conforme os

    princípios enunciados na Regra 3.

    3. Quando pareça que a mercadoria pode classificar-se em duas ou mais posições

    por aplicação da Regra 2 b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuar-se

    da forma seguinte:

    a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. Todavia, quando

    duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das

    matérias constitutivas de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a

    apenas um dos componentes de sortidos acondicionados para venda a retalho,

    tais posições devem considerar-se, em relação a esses produtos ou artigos, como

    igualmente específicas, ainda que uma delas apresente uma descrição mais

    precisa ou completa da mercadoria.

    b) Os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou

    constituídas pela reunião de artigos diferentes e as mercadorias apresentadas em

    sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja classificação não se possa

    efetuar pela aplicação da Regra 3 a), classificam-se pela matéria ou artigo que

    lhes confira a característica essencial, quando for possível realizar esta

    determinação.

    c) Nos casos em que as Regras 3 a) e 3 b) não permitam efetuar a classificação, a

    mercadoria classifica-se na posição situada em último lugar na ordem numérica,

    dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração.

    4. As mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação das Regras acima

    enunciadas classificam-se na posição correspondente aos artigos mais semelhantes.

    5. Além das disposições precedentes, as mercadorias abaixo mencionadas estão

    sujeitas às Regras seguintes:

  • a) Os estojos para aparelhos fotográficos, para instrumentos musicais, para armas,

    para instrumentos de desenho, para jóias e receptáculos semelhantes,

    especialmente fabricados para conterem um artigo determinado ou um sortido, e

    suscetíveis de um uso prolongado, quando apresentados com os artigos a que se

    destinam, classificam-se com estes últimos, desde que sejam do tipo

    normalmente vendido com tais artigos. Esta Regra, todavia, não diz respeito aos

    receptáculos que confiram ao conjunto a sua característica essencial.

    b) Sem prejuízo do disposto na Regra 5 a), as embalagens contendo mercadorias

    classificam-se com estas últimas quando sejam do tipo normalmente utilizado

    para o seu acondicionamento. Todavia, esta disposição não é obrigatória quando

    as embalagens sejam claramente suscetíveis de utilização repetida.

    6. A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é

    determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das Notas de

    Subposição respectivas, assim como, mutatis mutandis, pelas Regras precedentes,

    entendendo-se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Para os fins da

    presente Regra, as Notas de Seção e de Capítulo são também aplicáveis, salvo

    disposições em contrário.

    REGRAS GERAIS COMPLEMENTARES (RGC)

    1. (RGC-1) As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se aplicarão,

    "mutatis mutandis", para determinar dentro de cada posição ou subposição, o item

    aplicável e, dentro deste último, o subitem correspondente, entendendo-se que apenas

    são comparáveis desdobramentos regionais (itens e subitens) do mesmo nível.

    2. (RGC-2) As embalagens contendo mercadorias e que sejam claramente suscetíveis

    de utilização repetida, mencionadas na Regra 5 b), seguirão seu próprio regime de

    classificação sempre que estejam submetidas aos regimes aduaneiros especiais de

    admissão temporária ou de exportação temporária. Caso contrário, seguirão o regime de

    classificação das mercadorias.

    REGRA GERAL COMPLEMENTAR DA TIPI (RGC/TIPI)

    1. (RGC/TIPI-1) As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se

    aplicarão, "mutatis mutandis", para determinar, no âmbito de cada código, quando for o

    caso, o "Ex" aplicável, entendendo-se que apenas são comparáveis "Ex" de um mesmo

    código.

  • 4.1.5 - S U M Á R I O

    SEÇÃO I

    ANIMAIS VIVOS E PRODUTOS DO REINO ANIMAL

    1 - Animais vivos.

    2 - Carnes e miudezas, comestíveis.

    3 - Peixes e crustáceos, moluscos e os outros invertebrados aquáticos.

    4 - Leite e laticínios; ovos de aves; mel natural; produtos comestíveis de origem animal,

    não especificados nem compreendidos em outros Capítulos.

    5 - Outros produtos de origem animal, não especificados nem compreendidos em outros Capítulos.

    SEÇÃO II PRODUTOS DO REINO VEGETAL

    6 - Plantas vivas e produtos de floricultura.

    7 - Produtos hortícolas, plantas, raízes e tubérculos, comestíveis.

    8 - Frutas; cascas de cítricos e de melões.

    9 - Café, chá, mate e especiarias.

    10 - Cereais.

    11 - Produtos da indústria de moagem; malte; amidos e féculas; inulina; glúten de trigo.

    12 - Sementes e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos diversos; plantas industriais ou medicinais; palhas e forragens.

    13 - Gomas, resinas e outros sucos e extratos vegetais.

    14 - Matérias para entrançar e outros produtos de origem vegetal, não especificados nem compreendidos em outros Capítulos.

    SEÇÃO III

    GORDURAS E ÓLEOS ANIMAIS OU VEGETAIS; PRODUTOS DA SUA DISSOCIAÇÃO;

    GORDURAS ALIMENTARES ELABORADAS; CERAS DE ORIGEM ANIMAL OU VEGETAL

    15 - Gorduras e óleos animais ou vegetais; produtos da sua dissociação; gorduras alimentares elaboradas; ceras de origem animal ou vegetal.

    SEÇÃO IV

    PRODUTOS DAS INDÚSTRIAS ALIMENTARES; BEBIDAS, LÍQUIDOS ALCOÓLICOS

    E VINAGRES; TABACO E SEUS SUCEDÂNEOS MANUFATURADOS

    16 - Preparações de carne, de peixes ou de crustáceos, de moluscos ou de outros invertebrados aquáticos.

    17 - Açúcares e produtos de confeitaria.

    18 - Cacau e suas preparações.

    19 - Preparações à base de cereais, farinhas, amidos, féculas ou de leite; produtos de pastelaria.

    20 - Preparações de produtos hortícolas, de frutas ou de outras partes de plantas.

    21 - Preparações alimentícias diversas.

    22 - Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres.

    23 - Resíduos e desperdícios das indústrias alimentares; alimentos preparados para animais.

  • 24 - Tabaco e seus sucedâneos manufaturados.

    SEÇÃO V PRODUTOS MINERAIS

    25 - Sal; enxofre; terras e pedras; gesso, cal e cimento.

    26 - Minérios, escórias e cinzas.

    27 - Combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais.

    SEÇÃO VI PRODUTOS DAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS OU DAS INDÚSTRIAS CONEXAS

    28 - Produtos químicos inorgânicos; compostos inorgânicos ou orgânicos de metais preciosos, de elementos radioativos, de metais das terras raras ou de isótopos.

    29 - Produtos químicos orgânicos.

    30 - Produtos farmacêuticos.

    31 - Adubos (fertilizantes).

    32 - Extratos tanantes e tintoriais; taninos e seus derivados; pigmentos e outras matérias corantes; tintas e vernizes; mástiques; tintas de escrever.

    33 - Óleos essenciais e resinóides; produtos de perfumaria ou de toucador

    preparados e preparações cosméticas.

    34 - Sabões, agentes orgânicos de superfície, preparações para lavagem,

    preparações lubrificantes, ceras artificiais, ceras preparadas, produtos de conservação e

    limpeza, velas e artigos semelhantes, massas ou pastas para modelar, “ceras” para dentistas e composições para dentistas à base de gesso.

    35 - Matérias albuminóides; produtos à base de amidos ou de féculas modificados;

    colas; enzimas.

    36 - Pólvoras e explosivos; artigos de pirotecnia; fósforos; ligas pirofóricas; matérias inflamáveis.

    37 - Produtos para fotografia e cinematografia.

    38 - Produtos diversos das indústrias químicas.

    SEÇÃO VII PLÁSTICOS E SUAS OBRAS; BORRACHA E SUAS OBRAS

    39 - Plásticos e suas obras.

    40 - Borracha e suas obras.

    SEÇÃO VIII

    PELES, COUROS, PELETERIA (PELES COM PÊLO) E OBRAS DESTAS MATÉRIAS;

    ARTIGOS DE CORREEIRO OU DE SELEIRO; ARTIGOS DE VIAGEM, BOLSAS

    E ARTEFATOS SEMELHANTES; OBRAS DE TRIPA

    41 - Peles, exceto peleteria (peles com pêlo), e couros.

    42 - Obras de couro; artigos de correeiro ou de seleiro; artigos de viagem, bolsas e artefatos semelhantes; obras de tripa.

    43 - Peleteria (peles com pêlo) e suas obras; peleteria artificial.

    SEÇÃO IX

    MADEIRA, CARVÃO VEGETAL E OBRAS DE MADEIRA; CORTIÇA E SUAS OBRAS; OBRAS DE ESPARTARIA OU DE CESTARIA

    44 - Madeira, carvão vegetal e obras de madeira.

  • 45 - Cortiça e suas obras.

    46 - Obras de espartaria ou de cestaria.

    SEÇÃO X

    PASTAS DE MADEIRA OU DE OUTRAS MATÉRIAS FIBROSAS CELULÓSICAS;

    PAPEL OU CARTÃO PARA RECICLAR (DESPERDÍCIOS E APARAS); PAPEL OU CARTÃO E SUAS OBRAS

    47 - Pastas de madeira ou de outras matérias fibrosas celulósicas; papel ou cartão

    para reciclar (desperdícios e aparas).

    48 - Papel e cartão; obras de pasta de celulose, de papel ou de cartão.

    49 - Livros, jornais, gravuras e outros produtos das indústrias gráficas; textos

    manuscritos ou datilografados, planos e plantas.

    SEÇÃO XI MATÉRIAS TÊXTEIS E SUAS OBRAS

    50 - Seda.

    51 - Lã, pêlos finos ou grosseiros; fios e tecidos de crina.

    52 - Algodão.

    53 - Outras fibras têxteis vegetais; fios de papel e tecidos de fios de papel.

    54 Filamentos sintéticos ou artificiais; lâminas e formas semelhantes de matérias têxteis sintéticas ou artificiais.

    55 - Fibras sintéticas ou artificiais, descontínuas.

    56 - Pastas (“ouates”), feltros e falsos tecidos; fios especiais; cordéis, cordas e cabos; artigos de cordoaria.

    57 - Tapetes e outros revestimentos para pavimentos (pisos), de matérias têxteis.

    58 - Tecidos especiais; tecidos tufados; rendas; tapeçarias; passamanarias; bordados.

    59 - Tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados; artigos para

    usos técnicos de matérias têxteis.

    60 - Tecidos de malha.

    61 - Vestuário e seus acessórios, de malha.

    62 - Vestuário e seus acessórios, exceto de malha.

    63 - Outros artefatos têxteis confeccionados; sortidos; artefatos de matérias

    têxteis, calçados, chapéus e artefatos de uso semelhante, usados; trapos.

    SEÇÃO XII

    CALÇADOS, CHAPÉUS E ARTEFATOS DE USO SEMELHANTE, GUARDA-CHUVAS,

    GUARDA-SÓIS,

    BENGALAS, CHICOTES, E SUAS PARTES; PENAS PREPARADAS E SUAS OBRAS;

    FLORES ARTIFICIAIS; OBRAS DE CABELO

    64 - Calçados, polainas e artefatos semelhantes, e suas partes.

    65 - Chapéus e artefatos de uso semelhante, e suas partes.

    66 - Guarda-chuvas, sombrinhas, guarda-sóis, bengalas, bengalas-assentos,

    chicotes, rebenques e suas partes.

    67 - Penas e penugem preparadas, e suas obras; flores artificiais; obras de cabelo.

  • SEÇÃO XIII

    OBRAS DE PEDRA, GESSO, CIMENTO, AMIANTO, MICA OU DE MATÉRIAS

    SEMELHANTES; PRODUTOS CERÂMICOS; VIDRO E SUAS OBRAS

    68 - Obras de pedra, gesso, cimento, amianto, mica ou de matérias semelhantes.

    69 - Produtos cerâmicos.

    70 - Vidro e suas obras.

    SEÇÃO XIV

    PÉROLAS NATURAIS OU CULTIVADAS, PEDRAS PRECIOSAS OU SEMIPRECIOSAS

    E

    SEMELHANTES, METAIS PRECIOSOS, METAIS FOLHEADOS OU CHAPEADOS DE METAIS PRECIOSOS, E SUAS OBRAS; BIJUTERIAS; MOEDAS

    71 - Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas ou semipreciosas e

    semelhantes, metais preciosos, metais folheados ou chapeados de metais preciosos, e suas obras; bijuterias; moedas.

    SEÇÃO XV METAIS COMUNS E SUAS OBRAS

    72 - Ferro fundido, ferro e aço.

    73 - Obras de ferro fundido, ferro ou aço.

    74 - Cobre e suas obras.

    75 - Níquel e suas obras.

    76 - Alumínio e suas obras.

    77 - (Reservado para uma eventual utilização futura no Sistema Harmonizado)

    78 - Chumbo e suas obras.

    79 - Zinco e suas obras.

    80 - Estanho e suas obras.

    81 - Outros metais comuns; ceramais (“cermets”); obras dessas matérias.

    82 - Ferramentas, artefatos de cutelaria e talheres, e suas partes, de metais

    comuns.

    83 - Obras diversas de metais comuns.

    SEÇÃO XVI

    MÁQUINAS E APARELHOS, MATERIAL ELÉTRICO, E SUAS PARTES; APARELHOS

    DE

    GRAVAÇÃO OU DE REPRODUÇÃO DE SOM, APARELHOS DE GRAVAÇÃO

    OU DE REPRODUÇÃO DE IMAGENS E DE SOM EM TELEVISÃO, E SUAS PARTES E ACESSÓRIOS

    84 - Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes.

    85 - Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes; aparelhos de

    gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens

    e de som em televisão, e suas partes e acessórios.

  • SEÇÃO XVII MATERIAL DE TRANSPORTE

    86 - Veículos e material para vias férreas ou semelhantes, e suas partes; aparelhos mecânicos (incluídos os eletromecânicos) de sinalização para vias de comunicação.

    87 - Veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios.

    88 - Aeronaves e aparelhos espaciais, e suas partes.

    89 - Embarcações e estruturas flutuantes.

    SEÇÃO XVIII

    INSTRUMENTOS E APARELHOS DE ÓPTICA, de FOTOGRAFIA, DE

    CINEMATOGRAFIA,

    DE MEDIDA, DE CONTROLE OU DE PRECISÃO; INSTRUMENTOS E APARELHOS

    MÉDICO-CIRÚRGICOS; APARELHOS DE RELOJOARIA; INSTRUMENTOS

    MUSICAIS; SUAS PARTES E ACESSÓRIOS

    90 - Instrumentos e aparelhos de óptica, de fotografia, de cinematografia, de

    medida, de controle ou de precisão; instrumentos e aparelhos médico-cirúrgicos; suas partes e acessórios.

    91 - Aparelhos de relojoaria e suas partes.

    92 - Instrumentos musicais; suas partes e acessórios.

    SEÇÃO XIX ARMAS E MUNIÇÕES; SUAS PARTES E ACESSÓRIOS

    93 - Armas e munições; suas partes e acessórios.

    SEÇÃO XX

    MERCADORIAS E PRODUTOS DIVERSOS

    94 - Móveis; mobiliário médico-cirúrgico; colchões, almofadas e semelhantes;

    aparelhos de iluminação não especificados nem compreendidos em outros Capítulos;

    anúncios, cartazes ou tabuletas e placas indicadoras, luminosos, e artigos semelhantes; construções pré-fabricadas.

    95 - Brinquedos, jogos, artigos para divertimento ou para esporte; suas partes e

    acessórios.

    96 - Obras diversas.

    SEÇÃO XXI OBJETOS DE ARTE, DE COLEÇÃO E ANTIGÜIDADES

    97 - Objetos de arte, de coleção e antiguidades.

    98 - (Reservado para usos especiais pelas Partes Contratantes)

    99 - (Reservado para usos especiais pelas Partes Contratantes)

  • UNIDADE V

    ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL E

    EQUIPARADO A INDUSTRIAL

    5.1 - ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL (RIPI - art. 8º)

    É o que industrializa produtos sujeitos à incidência do imposto, ou seja, aquele que

    executa operações definidas na legislação do IPI como de industrialização e da qual

    resulta em produto tributado (ainda que de alíquota zero ou isento).

    Norma Complementar:

    Os produtos com alíquota reduzida a zero são produtos tributados, isto é, incluídos

    no campo de incidência do IPI. Os estabelecimentos que industrializam tais produtos

    sujeitam-se às obrigações constantes do RIPI para os produtos tributados (PN CST

    149/74).

    5.2 - ESTABELECIMENTO NÃO-INDUSTRIAL

    Não é estabelecimento industrial, para fins do IPI, aquele que elabora produtos

    classificados na TIPI como N/T (Não-Tributado) bem como os resultantes de operações

    excluídas do conceito da industrialização pelo art. 4º do RIPI.

    5.3 - ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL (RIPI - art. 9º)

    Com o intuito de evitar elisão fiscal, a legislação do IPI criou esta figura, por meio

    da qual, estabelecimentos que não realizam qualquer operação de industrialização são,

    não obstante, vistos como se a tivessem realizado. Devem, por conseqüência, cumprir

    todas as obrigações atribuídas a um industrial. A maioria dos casos é de equiparação

    obrigatória, havendo também equiparação por opção.

    A implicação da condição de equiparado é que nas saídas de produtos desses

    estabelecimentos haverá fato gerador do imposto. Analogamente aos estabelecimentos

    industriais, a caracterização como estabelecimento equiparado a industrial requer que os

    produtos manipulados estejam no campo de incidência do IPI.

    O RIPI engloba sob o título de equiparados a industrial diversos tipos de

    estabelecimentos (importadores, comerciantes, armazéns-gerais e cooperativas) que,

    embora não executando operações de industrialização, exercem atividades que os

    sujeitam ao pagamento do imposto (obrigação principal) e/ou cumprimento de

    obrigações acessórias.

    Equiparam-se a Estabelecimento Industrial (- art. 9º):

    5.3.1 - Importador - os estabelecimentos importadores de produtos de

    procedência estrangeira, que derem saídas a esses produtos (RIPI, art. 9º, I).

    5.3.2 - Comerciante de produtos importados por estabelecimento da

    mesma firma - os estabelecimentos, ainda que varejistas, que receberem, para

    comercialização, diretamente da repartição que os liberou, produtos importados por

    outro estabelecimento da mesma firma (RIPI - art. 9º, II).

  • 5.3.3 - Filiais atacadistas – as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o

    comércio de produtos importados, industrializados ou mandados industrializar por outro

    estabelecimento do mesmo contribuinte. (RIPI - art. 9º, III).

    Norma Complementar:

    Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI.

    Ementa: PRODUTOS REVENDIDOS POR ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL. FATO GERADOR.

    INOCORRÊNCIA.

    Regra geral, não ocorre fato gerador do IPI na saída de estabelecimento industrial de

    produto fabricado por terceiro e por ele revendido. Todavia, essa regra é excetuada -

    caracterizando, portanto, a ocorrência do fato gerador - em duas hipóteses: i) quando

    houver nova operação de industrialização ou ii) quando o estabelecimento revendedor

    pertencer à mesma firma do estabelecimento fabricante. Nessa última hipótese, se o

    revendedor operar exclusivamente na venda a varejo e não estiver enquadrado na

    hipótese do inciso II do art. 9º do RIPI/2010 não haverá fato gerador, pois, nesse caso, o

    estabelecimento revendedor não será equiparado a industrial.

    Dispositivos Legais: Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010 - RIPI/2010, arts. 4º, 9º, II

    e III, 35, II (PN 13/2013).

    Revogado o Parecer Normativo 459/1970

    5.3.4 - Comerciantes de produtos industrializados por encomenda (RIPI -

    art. 9º IV)

    Os estabelecimentos comerciais de produtos cuja industrialização haja sido

    realizada por outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa,

    por eles efetuada, de matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes,

    moldes, matrizes ou modelos (Lei nº 4.502/64, art. 4º, III, e Decreto-Lei nº 34/66, art.

    2º, art. 33).

    5.3.5 - Estabelecimentos comerciais de bebidas líquidas, alcoólicas e

    vinagre (produtos do Capítulo 22 da TIPI), cuja industrialização tenha sido

    encomendada a estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia de

    propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprio executor da encomenda (RIPI -

    art. 9º, V).

    5.3.6 - Estabelecimentos comerciais atacadistas dos produtos classificados

    nas posições 71.01 a 71.15 (pérolas naturais, pedras preciosas e semelhantes, metais

    preciosos, folheados de metais preciosos e obras destas matérias) (RIPI - art. 9º VI).

    5.3.7 - Atacadistas de bebidas alcoólicas - Os estabelecimentos atacadistas e

    cooperativas de produtores que derem saída a bebidas alcoólicas e demais produtos, de

    produção nacional, classificados nas posições 2204, 2205, 2206 e 2208 da TIPI (vinhos,

    vermutes, misturas de fermentados e aguardentes) e acondicionados em recipientes de

    capacidade superior ao limite máximo permitido para venda a varejo, com destino aos

    seguintes estabelecimentos (RIPI - art. 9º, VII):

    a) industriais que utilizarem os produtos mencionados como insumo na fabricação de bebidas;

    b) atacadistas e cooperativas de produtores; c) engarrafadores dos mesmos produtos.

  • 5.3.8 - Os Estabelecimentos Comerciais Atacadistas que adquirirem no

    mercado interno ou de estabelecimentos importadores produtos de procedência

    estrangeira, classificados nas posições 3303 a 3307 (perfumes, produtos de maquilagem,

    cremes para barbear, desodorantes, etc.) (RIPI - art. 9º, VIII, com a redação dada

    pelo Decreto 8393/2015).

    5.3.9 - Os Estabelecimentos Atacadistas da posição 8703 da TIPI (automóveis

    de passageiros). A equiparação aplica-se, também, aos estabelecimentos fabricantes de

    produtos da posição 8703 da TIPI, em relação aos produtos da mesma posição,

    produzidos por outro fabricante, ainda que domiciliado no exterior, que os revender.

    (RIPI - art 9º, X).

    5.3.10 – Os Estabelecimentos Atacadistas ou varejistas que adquirirem

    produtos de procedência estrangeira, importados por sua conta e ordem, por intermédio

    de pessoa jurídica importadora. A operação de comércio realizada nessas condições,

    quando utilizados recursos de terceiros, presume-se por conta e ordem deste terceiro

    (RIPI - art 9º, IX).

    5.3.11 – Relativamente aos produtos classificados nos seguintes códigos

    da TIPI: 21.06.90.10, ex 02; 22.01; 22.02, exceto ex 01 e ex 02 do código 22.02.90.00; 22.03 (art. 58-E, Lei nº 10.833/03):

    I - o estabelecimento comercial atacadista dos produtos mencionados;

    II - o estabelecimento varejista que adquirir os produtos mencionados diretamente

    de estabelecimento industrial, de importador ou diretamente de encomendante equiparado na forma do inciso seguinte;

    III - o estabelecimento comercial dos produtos mencionados cuja industrialização

    tenha sido encomendada a estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia de propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprio executor da encomenda

    5.4 - ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL POR OPÇÃO –

    COMERCIANTES DE BENS DE PRODUÇÃO (RIPI - art. 10)

    Equiparam-se a Estabelecimento Industrial por opção:

    5.4.1 - Comerciantes de bens de produção

    Os estabelecimentos que derem saída a bens de produção, para estabelecimentos

    industriais ou revendedores (RIPI - art. 11, I).

    5.4.2 - Cooperativas

    As cooperativas de produtos de álcool que vendem o produto recebido,

    simbolicamente, dos seus associados (RIPI - art. 11, II).

  • 5.4.3 - Consideram-se estabelecimentos comerciais de bens de produção,

    para fins de equiparação, independentemente de opção

    Os estabelecimentos industriais quando derem saída a matérias-primas, produtos

    intermediários e material de embalagem, adquiridos de terceiros, com destino a outros

    estabelecimentos, para industrialização ou revenda, serão considerados estabelecimentos

    comerciais de bens de produção e obrigatoriamente equiparados a estabelecimento

    industrial em relação a essa operação (RIPI, art. 9o, § 6º)

    Norma Complementar:

    IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI. SAÍDA DE MATERIAL DE

    ACONDICIONAMENTO. FATO GERADOR. OCORRÊNCIA.

    Ementa: A saída de material de acondicionamento de estabelecimento industrial constitui

    fato gerador do IPI, ainda que esse material se destine ao acondicionamento de produtos

    não tributados fabricados por outro estabelecimento da mesma empresa.

    Dispositivos Legais: Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional,

    art. 51 parágrafo único; Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 2º; Decreto nº

    7.212, de 15 de junho de 2010 - RIPI/2010, art. 609, IV. (PN 09/2013)

    Revogado PN 327/1970

    http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Leis/Ant2001/lei450264.htm

  • UNIDADE VI

    SUJEITO PASSIVO

    6.1 - OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS (CTN, art. 113)

    São duas as obrigações tributárias: principal e acessória.

    - A Obrigação Principal surge com a ocorrência do fato gerador, tendo por objeto

    o pagamento do imposto ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o

    crédito dela decorrente.

    - A Obrigação Acessória decorre da legislação tributária do IPI e tem por objeto

    as prestações positivas ou negativas, nelas previstas no interesse da arrecadação ou

    fiscalização do IPI.

    A obrigação acessória, pelo simples fato de sua inobservância, converte-se em

    obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (CTN, art. 113, § 3º).

    6.2 - DEFINIÇÃO DE FATO GERADOR (CTN, art. 114)

    Fato Gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e

    suficiente a sua ocorrência.

    6.3 - SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL (CTN, art. 121)

    É a pessoa obrigada ao pagamento do imposto ou penalidade pecuniária, e diz-se:

    a) Contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que

    constitua o respectivo fato gerador.

    b) Responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação

    decorra de expressa disposição de lei.

    6.4 - SÃO CONTRIBUINTES DO IPI (RIPI - art. 24)

    I - O importador, em relação ao desembaraço aduaneiro de produto, de

    procedência estrangeira (RIPI - art. 24, I)

    II - O industrial, em relação a saída de produto que industrializar em seu

    estabelecimento, bem como quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que

    praticar (RIPI - art. 24, II)

    III - O estabelecimento equiparado a industrial, relativo aos produtos que dele

    saírem, bem como quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar

    (RIPI - art. 24, III)

    IV - Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas

    que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de

    livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade prevista no inciso I do

    artigo 18 do RIPI/98 (RIPI - art. 24, IV).

    Ao nosso ver o inciso IV não está bem redigido e poderia ser excluído sem

    qualquer prejuízo distribuindo-se a previsão legal entre os incisos II e III deste

    artigo e o inciso VI do art. 25.

  • Dispoe o artigo 40 da Lei nº 9.532/97:

    “Art. 40. Considera-se ocorrido o fato gerador e devido o IPI, no início do consumo ou da

    utilização do papel destinado a impressão de livros, jornais e periódicos a que se refere a

    alínea "d" do inciso VI do art. 150 da Constituição, em finalidade diferente destas ou na

    sua saída do fabricante, do importador ou de seus estabelecimentos distribuidores, para

    pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras.

    Parágrafo único. Responde solidariamente pelo imposto e acréscimos legais a

    pessoa física ou jurídica que não seja empresa jornalística ou editora, em cuja posse for encontrado o papel a que se refere este artigo.”

    6.5 - SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA (CTN, art.

    122)

    É a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.

    Observação: As convenções particulares, relativas a responsabilidade pelo

    pagamento do imposto, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a

    definição do sujeito passivo das obrigações correspondentes (CTN, art. 123).

    6.6 - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA (CTN, art. 128)

    A regra é de que a responsabilidade pelo pagamento do tributo cabe ao

    contribuinte. No entanto, a lei pode atribuir, de modo expresso, a responsabilidade pelo

    crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação,

    excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo a este caráter supletivo do

    cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

    6.7 - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DOS SUCESSORES (CTN, art. 129 a 133)

    - Pessoa Jurídica de Direito Privado que resultar de fusão, transformação ou

    incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do

    ato, pelas pessoas jurídicas de direito privado, fusionadas, transformadas ou

    incorporadas.

    Aplica-se igualmente esta responsabilidade aos casos de extinção de pessoas

    jurídicas, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio

    remanescente, ou seu espólio, sob a mesma denominação social, ou sob firma individual.

    - Pessoa Natural ou Jurídica de Direito Privado, que adquirir de outra, por

    qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou

    profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou

    sob firma ou nome individual, responde pelos tributos relativos ao fundo ou

    estabelecimento adquirido, devidos até a data do fato:

    a) Integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou

    atividade.

    b) Subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar de

    seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro

    ramo de comércio, indústria ou profissão.

    6.8 - CONCEITUAÇÃO DE RESPONSÁVEIS

    Responsável pelo IPI é a pessoa cuja obrigação, sem revestir a condição de

    contribuinte, decorre de disposição expressa na lei (RIPI – art. 21, II).

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm#art150vid

  • São responsáveis:

    I - O transportador, em relação aos produtos tributados que transportar,

    desacompanhados da documentação comprobatória de sua procedência (RIPI – art. 25,

    I).

    II - O possuidor ou detentor, em relação aos produtos tributados que possuir ou

    mantiver para fins de venda ou industrialização, nas mesmas condições de inciso anterior

    (RIPI – art. 25, II).

    III - O estabelecimento adquirente de produtos usados cuja origem não possa ser

    provada, pela falta de marcação, de Nota Fiscal ou, no caso de aquisição de produtos

    usados, de recibo emitido pelo vendedor ou transmitente onde conste sua qualificação

    (RIPI – art. 25, III).

    IV - O proprietário, o possuidor, o transportador ou qualquer outro detentor de

    bebidas e cigarros, saídos do estabelecimentos industrial com imunidade ou suspensão

    do imposto, para exportação, encontrados no País em situação diversa, salvo se em

    trânsito, quando: (RIPI – art. 25, IV).

    a) destinados a uso ou consumo de bordo em embarcações ou aeronaves de

    tráfego internacional, com pagamento em moeda conversível;

    b) destinados a Lojas Francas, em operação de venda direta;

    c) adquiridos por empresa comercial exportadora, com o fim específico de

    importação;

    d) remetidos a recintos alfandegados ou a outros locais onde se processe o

    despacho aduaneiro de exportação.

    V - os estabelecimentos que possuírem produtos nacionais tributados ou isentos,

    sujeitos ao selo de controle, quando não estiverem selados, rotulados ou marcados (RIPI

    – art. 25, V).

    VI - os que desatenderem as normas e requisitos a que estiver condicionada a

    imunidade, a isenção ou a suspensão do imposto (RIPI – art. 25, VI).

    Obs.: o art. 9º , § 1º, da Lei nº 4.502/64, com a redação do art. 37 da Lei

    nº 9.532/97 refere-se à imunidade, isenção e suspensão condicionadas à

    destinação do produto.

    VII - A empresa comercial exportadora, em relação ao imposto que deixou de

    ser pago, na saída do estabelecimento industrial, referente aos produtos por ela

    adquiridos com o fim específico de exportação, nas hipóteses em que: (RIPI – art. 25,

    VII)

    a) Não se efetivar a exportação após decorrido o prazo de 180 dias, após a data da

    emissão da nota fiscal;

    b) Revenda das mercadorias no mercado interno;

    c) ocorrer a destruição, o furto ou roubo das mercadorias.

    VIII - a pessoa física ou jurídica que não seja empresa jornalística ou editora, em

    cuja posse for encontrado o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos

    (RIPI – art. 25, VIII).

    IX – o estabelecimento comercial atacadista de produtos sujeitos ao regime de que

    trata a Lei nº 7.798/89, que possuir ou mantiver produtos desacompanhados da

    documentação comprobatória de sua procedência, ou que deles der saída (RIPI – art. 25,

    IX)

  • X – Relativamente aos produtos classificados nos códigos 21.06.90.10 Ex 02,

    22.01, 22.02, exceto os Ex 01 e Ex 02 do código 22.02.90.00, e 22.03, da Tabela de

    Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – Tipi, aprovada pelo Decreto no

    6.006, de 28 de dezembro de 2006 (arts. 58-A e 58-E da Lei nº 10.833/03, incluídos

    pela Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008) (relação dos produtos na página 51):

    a) o estabelecimento comercial atacadista dos produtos mencionados;

    b) o estabelecimento varejista que adquirir os produtos mencionados

    diretamente de estabelecimento industrial, de importador ou diretamente de

    encomendante equiparado na forma da letra “c” seguinte;

    c) estabelecimento comercial dos produtos mencionados cuja industrialização

    tenha sido encomendada a estabelecimento industrial, sob marca ou nome de

    fantasia de propriedade do encomendante, de terceiro ou do próprio executor

    da encomenda;

    6.9 - RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES (RIPI - art. 28)

    São solidariamente responsáveis com o sujeito passivo, no período de sua

    administração, gestão ou representação, os acionistas controladores e os diretores,

    gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, pelos créditos

    tributários decorrentes do não-recolhimento do imposto no prazo legal.

    6.10 - CAPACIDADE TRIBUTÁRIA (RIPI - art. 31)

    A capacidade jurídica para ser sujeito passivo da obrigação tributária, decorre

    exclusivamente do fato de se encontrar a pessoa nas condições previstas no RIPI ou nos

    atos administrativos de caráter normativo destinados a completá-lo, como dando lugar à

    referida obrigação (Leis nos 4.502/64, art. 40 e 5.172/66, art. 126).

    6.10.1 - Fatores irrelevantes para exclusão da responsabilidade (RIPI - art.

    31, § único)

    São irrelevantes, para excluir a responsabilidade do cumprimento da obrigação ou a

    decorrente de sua inobservância:

    a) As causas que, de acordo com o direito privado, excluam a capacidade civil das

    pessoas naturais.

    b) O fato de achar-se a pessoa natural, sujeita a medidas que importem privação

    ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da

    administração direta de seus bens ou negócios.

    c) A irregularidade formal na constituição das pessoas jurídicas de direito privado e

    das firmas individuais, bastando que configurem uma unidade econômica ou

    profissional.

    d) A inexistência de estabelecimento fixo, e a sua clandestinidade ou a

    precariedade de suas instalações.

    e) A inabitualidade no exercício da atividade ou na prática dos atos que dêem

    origem à tributação ou à imposição da pena.

    http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Leis/2008/lei11727.htmhttp://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Leis/2008/lei11727.htm

  • 6.11 SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

    O Instituto da substituição tributária está previsto no art. 35 da Lei nº 4.502, de

    20 de novembro de 1964, a seguir transcrito:

    Art . 35. São obrigados ao pagamento do imposto

    (...)

    II - Como contribuinte substituto:

    a) o transportador com relação aos produtos tributados que transportar

    desacompanhados da documentação comprobatória de sua procedência;

    b) qualquer possuidor - com relação aos produtos tributados cuja posse

    mantiver para fins de venda ou industrialização, nas mesmas condições

    da alínea anterior.

    c) o industrial ou equiparado, mediante requerimento, nas operações

    anteriores, concomitantes ou posteriores às saídas que promover, nas

    hipóteses e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal.

    § 1º Nos casos das alíneas a e b do inciso II deste artigo, o pagamento do

    imposto não exclui a responsabilidade por infração do contribuinte originário

    quando este for identificado, e ser�