contabilidade de custos 5

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Contabilidade Gerencial Tema: Custeio ABC Profa. Me. Tatiane Antonovz

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Contabilidade de Custos na Controladoria tema 5

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Page 1: Contabilidade de Custos 5

Contabilidade Gerencial

Tema: Custeio ABC

Profa. Me. Tatiane Antonovz

Page 2: Contabilidade de Custos 5

Contabilidade Gerencial | Custeio ABC 2

Olá! Seja bem-vindo!

Assista ao vídeo a seguir para conhecer os assuntos que serão

trabalhados nesta aula.

Introdução

Neste encontro tentaremos entender a evolução que houve dentro da

Contabilidade de Custos, o que consequentemente permitiu um grande avanço

na Contabilidade Gerencial.

Bons estudos!

Custeio ABC

Desde os anos 1980 as empresas, graças à competição, vêm modificando

a sua estrutura operacional para melhor adequação às constantes mudanças.

Megliorini (2011) cita que, para essa melhoria, foram desenvolvidas novas

tecnologias de produção e de gestão.

Até a década de 1980, os principais fatores de produção eram somente

a matéria-prima e a mão de obra direta. Esse raciocínio era válido até o momento

em que os custos indiretos de produção não afetavam de forma significativa o

custo dos produtos, sendo rateados e atribuídos de forma mais simples por serem

menos representativos em comparação com os custos diretos de produção.

Além disso, a grande diversidade de produtos e modelos fabricados na

mesma planta também é um fator que exige melhor alocação dos custos indiretos

de fabricação.

Page 3: Contabilidade de Custos 5

Contabilidade Gerencial | Custeio ABC 3

Entretanto, com a utilização da tecnologia e a diversificação das técnicas

de produção, houve um aumento dos custos indiretos de produção e

diminuição da mão de obra direta, fazendo com que esses custos indiretos de

produção passassem a ter participação cada vez maior nos produtos.

A inversão da representatividade dos custos indiretos de fabricação, se

comparados aos custos diretos de fabricação, tem impacto no custo dos

produtos, quando se considera que os custos indiretos de fabricação são

apropriados aos produtos por meio de rateios que carregam a subjetividade da

escolha do critério para a alocação dos custos. Assim, os métodos mais

tradicionais de custeio já não atendem às necessidades de informação dos

gestores (MEGLIORINI, 2011). Desse modo, foram desenvolvidos novos

métodos de apuração dos custos.

Para saber mais sobre o custeio ABC e o seu surgimento, assista ao vídeo

a seguir. Confira!

Martins (2003) afirma que o custeio baseado em atividade, conhecido

como ABC (activity-based costing), é uma metodologia de custeio criada para

reduzir de forma sensível as distorções provocadas pelos rateios feitos de

forma arbitrária pela subjetividade dos critérios estabelecidos.

Já Megliorini (2011) afirma que o ABC permite a apuração dos custos

partindo da filosofia de que os recursos utilizados pelas empresas são

consumidos pelas atividades executadas e os produtos ou serviços resultam das

atividades que requerem esses recursos. Dessa forma, os custos indiretos de

fabricação são apropriados, inicialmente, às atividades e, em uma etapa

seguinte, aos produtos e serviços ou a outros objetos de custeio que

demandaram tais atividades.

Page 4: Contabilidade de Custos 5

Contabilidade Gerencial | Custeio ABC 4

O ABC pode ser definido como um método de custeamento que

identifica um conjunto de eventos para cada acontecimento ou transação

dentro da atividade. Essas transações podem ser definidas por atividades que

ocorrem dentro da empresa, com os custos indiretos sendo alocados aos

produtos e serviços na base do número desses eventos ou transações que o

produto ou serviço gera ou consome com recurso (PADOVEZE, 2004).

Entenda um pouco mais sobre o custeio ABC assistindo ao vídeo a seguir.

Não deixe de conferir!

Etapas do Custeio ABC

A base utilizada para o ABC é apropriar os custos indiretos às

atividades, uma vez que estas são as geradoras dos custos. Dessa forma,

cada um dos custos indiretos de fabricação deverá ser relacionado às suas

respectivas atividades, por meio de direcionadores de custos que melhor

representam as formas de consumo desses recursos, e depois apropriados aos

produtos, de acordo com os direcionadores de atividade adequados.

Para que seja possível o entendimento de como funciona o ABC,

inicialmente é preciso entender alguns conceitos envolvidos com esse tipo de

custeio.

Martins (2003) afirma que o primeiro conceito é o de direcionador de

custos, que é o fator responsável por determinar o custo de uma atividade. Como

as atividades exigem recursos para serem realizadas, pode-se afirmar que

direcionador é a verdadeira causa dos seus custos.

Assim, para o custeio de produtos, um direcionador deve ser o fator que

irá determinar ou ainda influenciar a maneira como os produtos “consomem” as

atividades. Dessa forma, um direcionador é uma base utilizada para atribuir

Page 5: Contabilidade de Custos 5

Contabilidade Gerencial | Custeio ABC 5

custos das atividades aos produtos. Em um segundo momento, é preciso

definir como os produtos “consomem” as atividades, o que serve para custeá-

los, indicando a relação entre as atividades e os produtos (MARTINS, 2003).

Veja, no vídeo a seguir, as atividades relacionadas aos custos indiretos.

Não deixe de assistir!

Alguns exemplos de direcionadores podem ser vistos a seguir:

Departamentos Atividades Direcionadores

Compras Comprar materiais Número de pedidos

Desenvolver fornecedores Número de fornecedores

Almoxarifado Receber materiais Número de recebimentos

Movimentar materiais Número de requisições

Montagem Preparar máquinas Tempo de preparação

Montar conjuntos Tempo de montagem

Pintura Preparar máquinas Tempo de preparação

Pintar conjuntos montados Tempo de pintura

Fonte: Adaptado de Megliorini (2011).

O Departamento de Compras, por exemplo, é responsável pela compra de

materiais e o desenvolvimento de fornecedores, ou seja, pesquisa de melhores

preços, prazos, descontos entre outros, e essas atividades deverão ser valoradas

– seu custo deverá ser reconhecido, por exemplo, pelo número de pedidos que

o departamento de compras faz e o número de fornecedores pesquisados e

cadastrados.

O ABC tenta, dentro dos departamentos, alocar os valores e, dentro disso,

mostrar uma forma de como esses valores podem ser mensurados de forma

concreta. O almoxarifado, por sua vez, recebe e movimenta os materiais, e isso

gera custos que podem ser mensurados pelo número de recebimentos de

materiais e requisições de materiais pelos outros departamentos das empresas.

Esse raciocínio pode ser empregado em todos os departamentos,

Page 6: Contabilidade de Custos 5

Contabilidade Gerencial | Custeio ABC 6

sempre lembrando que os custos deverão ser baseados em atividades e essas

atividades em direcionadores.

Na montagem, por sua vez, as principais atividades são as de preparar

as máquinas para o trabalho e de montar os conjuntos de produtos. Dessa forma,

possíveis direcionadores podem ser o tempo de preparação e o tempo de

montagem dos produtos que passam por esse departamento. O departamento

de pintura, por exemplo, congrega a preparação das máquinas e a pintura dos

conjuntos montados, medidos pela preparação dessas máquinas em horas e pelo

tempo de pintura que levam.

Megliorini (2011, p. 190) afirma que o ABC deve ser realizado na

seguinte ordem:

1. Apropriação direta, quando é possível identificar o recurso como uma atividade

específica;

2. Rastreamento por meio de direcionadores que melhor representam a

relação entre o recurso e a atividade;

3. Rateio quando não houver condições de apropriação direta nem por

rastreamento. Efetua-se o rateio considerando uma base que seja

adequada.

O autor ainda evidencia de forma gráfica um modelo de custeio ABC de

dois estágios para a determinação do custo dos produtos:

Fonte: Adaptado de Megliorini (2011).

Page 7: Contabilidade de Custos 5

Contabilidade Gerencial | Custeio ABC 7

Nota-se, com a figura, que é possível entender que tanto os materiais

diretos quanto a mão de obra direta deverão ser apropriados de forma direta

pelos produtos. Já um custo indireto que já esteja identificado e outro possível

custo indireto deverão ser apropriados por meio de direcionadores de

atividades, que serão medidos por meio de direcionadores de recursos e, após

essa identificação e distribuição, é necessário alocar os valores aos produtos.

No vídeo a seguir, a professora Tatiane falará sobre a ordem do custeio

ABC. Confira!

A seguir, veja um exemplo de uma empresa que possui dois produtos X

e Y e faz a aplicação do custeio ABC demonstrando como funcionam os

direcionadores para a alocação dos custos:

Fonte: Adaptado de Megliorini (2011).

A matéria-prima, assim como a mão de obra direta, é alocada aos produtos

diretamente. Já os custos indiretos de produção são apropriados aos

departamentos, depois às atividades e, por fim, aos produtos. Desse modo, a

apropriação dos custos indiretos de produção pelos departamentos ocorre da

seguinte forma:

Page 8: Contabilidade de Custos 5

Contabilidade Gerencial | Custeio ABC 8

COMPRAS ALMOXARIFADO MONTAGEM PINTURA TOTAL

DEPRECIAÇÃO 20.000,00 15.000,00 85.000,00 30.000,00 150.000,00 ALUGUEL 5.000,00 10.000,00 50.000,00 25.000,00 90.000,00

MÃO-DE-OBRA 40.000,00 25.000,00 105.000,00 30.000,00 200.000,00

MATERIAIS DIVERSOS 5.000,00 5.000,00 70.000,00 40.000,00 120.000,00

MANUTENÇÃO - - 40.000,00 40.000,00 80.000,00

TOTAL 70.000,00 55.000,00 350.000,00 165.000,00 640.000,00

Seguindo ainda o raciocínio do ABC, é preciso que sejam identificadas

atividades dentro dos departamentos que possuem os custos elencados.

Departamento de compras: comprar materiais e desenvolver fornecedores;

Almoxarifado: receber materiais, movimentar materiais;

Montagem: preparar máquinas, montar conjuntos;

Pintura: preparar máquinas, pintar conjuntos montados.

O primeiro passo nesse caso foi atribuir os custos de cada departamento

às respectivas atividades, rastreadas por meio de direcionadores ou rateios.

Dessa forma, os consumos foram assim identificados:

COMPRAS ALMOXARI FADO MONTAGEM PI NTURA

RECURSOS COMPRAR

MATERI AI S

DESENVOLVER

FORNECEDORES

RECEBER

MATERI AI S

DESENVOLVER

MATERI AI S

PREPARAR

MÁQUI NAS

MONTAR

CONJUNTOS

PREPARAR

MÁQUI NAS

PI NTAR

CONJUNTOS

DEPRECI AÇÃO 0,90 0,10 0,30 0,70 0,10 0,90 0,10 0,90

ALUGUEL 0,50 0,50 0,80 0,20 - 1,00 - 1,00

MÃO-DE-OBRA 0,70 0,30 0,40 0,60 0,50 0,50 0,50 0,50

MATERI AI S DIVERSOS 0,60 0,40 0,50 0,50 0,20 0,80 0,30 0,70

MANUTENÇÃO 0,20 0,80 0,20 0,80

Fonte: Adaptado de Megliorini (2011).

Assim, os custos dos departamentos foram apropriados de acordo com

as atividades. Desse modo, no departamento de compras a depreciação foi

atribuída, com taxa de 90%, à atividade de comprar materiais; e, com 10%,

para o desenvolvimento de fornecedores.

COMPRAS ALMOXARI FADO MONTAGEM PI NTURA

ATI VI DADES/RECURSOS COMPRAR

MATERI AI S

DESENVOLVER

FORNECEDORES

RECEBER

MATERI AI S

DESENVOLVER

MATERI AI S

PREPARAR

MÁQUI NAS

MONTAR

CONJUNTOS

PREPARAR

MÁQUI NAS

PI NTAR

CONJUNTOS

DEPRECI AÇÃO 18.000,00 2.000,00 4.500,00 10.500,00 8.500,00 76.500,00 3.000,00 27.000,00

ALUGUEL 2.500,00 2.500,00 8.000,00 2.000,00 - 50.000,00 - 25.000,00

MÃO-DE-OBRA 28.000,00 12.000,00 10.000,00 15.000,00 52.500,00 52.500,00 15.000,00 15.000,00

MATERI AI S DI VERSOS 3.000,00 2.000,00 2.500,00 2.500,00 14.000,00 56.000,00 12.000,00 28.000,00

MANUTENÇÃO - - - - 8.000,00 32.000,00 8.000,00 32.000,00

TOTAL 51.500,00 18.500,00 25.000,00 30.000,00 83.000,00 267.000,00 38.000,00 127.000,00

Fonte: Adaptado de Megliorini (2011).

Page 9: Contabilidade de Custos 5

Contabilidade Gerencial | Custeio ABC 9

Agora, em um segundo momento, é necessário estabelecer os custos

aos produtos conforme o consumo de atividades requerido por eles. Dessa

forma, os direcionadores foram apresentados da seguinte forma:

ATI VI DADES PRODUTO X PRODUTO Y TOTAL

COMPRAR MATERI AI S 33.475,00 18.025,00 51.500,00

DESENVOLVER FORNECEDORES 7.400,00 11.100,00 18.500,00

RECEBER MATERI AI S 15.625,00 9.375,00 25.000,00

DESENVOLVER MATERI AI S 18.750,00 11.250,00 30.000,00

PREPARAR MÁQUI NAS 49.800,00 33.200,00 83.000,00

MONTAR CONJUNTOS 149.520,00 117.480,00 267.000,00

PREPARAR MÁQUI NAS 21.375,00 16.625,00 38.000,00

127.000,00 PI NTAR CONJUNTOS 80.000,00 47.000,00

TOTAL 375.945,00 264.055,00 640.000,00

Fonte: Adaptado de Megliorini (2011).

Sendo assim, os custos que, inicialmente, foram distribuídos por

departamento, depois passaram pela distribuição por nível de atividade nesses

departamentos e, por fim, foram distribuídos aos produtos. No entanto, ainda é

preciso demonstrar o valor final do custo total dos dois produtos, lembrando

que ele é formado por custos diretos e indiretos.

CUSTOS PRODUTO X PRODUTO Y TOTAL DIRETOS 95.000,00 120.000,00 215.000,00

INDIRETOS 375.945,00 264.055,00 640.000,00

TOTAL 470.945,00 384.055,00 855.000,00

Fonte: Adaptado de Megliorini (2011).

Desse modo, os custos identificados ou diretos de A montam um total de

R$ 95.000,00, e os indiretos encontrados pelo custeio ABC totalizam R$

375.945,00. Isso faz com que o custo total do produto A seja de R$ 470.945,00,

já o produto B consumiu R$120.000,00 de custos diretos e R$ 264.055,00 de

custos indiretos atribuídos pelo custeio ABC, totalizando um montante de R$

384.055,00.

O ABC apresenta, como uma de suas principais vantagens, uma

distribuição dos custos indiretos de fabricação de forma mais acurada

(PADOVEZE, 2004). O autor citado ainda evidencia que outra vantagem é

auxiliar no processo de controle de custos.

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Contabilidade Gerencial | Custeio ABC 10

Você pode entender mais sobre o custeio ABC lendo o artigo disponível no link a

seguir:

<http://www.iepg.unifei.edu.br/edson/download/Artguilacongbra02.pdf>

Síntese

No vídeo a seguir, a professora Tatiane fará uma retomada dos pontos

mais importantes estudados nesta aula. Não perca!

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Contabilidade Gerencial | Custeio ABC 11

1. Megliorini (2011) afirma que o ABC tem uma ordem para ser realizado.

Marque a seguir a ordem correta:

a. Apropriação indireta e rateio.

b. Rastreamento e rateio.

c. Apropriação direta, rastreamento por meio de direcionadores e rateio.

d. Rastreamento com direcionadores e apropriação indireta.

2. Partindo da seguinte afirmação: “um direcionador é uma base utilizada para

atribuir custos das atividades aos produtos”, localize a atividade que está

corretamente alinhada com um direcionador:

a. Compras – horas máquina.

b. Energia – ordens de compra.

c. Manutenção – quantidade de itens estocados.

d. Depreciação – horas máquina.

Page 12: Contabilidade de Custos 5

Referências

MARTINS, E. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2011.

PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de

informação contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.