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CONSTRUINDO SOLUÇÕES

SUSTENTÁVEIS: UMA ANÁLISE SOBRE

O PROCESSO DE GESTÃO

SUSTENTÁVEL REALIZADO EM UM

HOSPITAL DA CIDADE DE

CARUARU/PE.

KARIELLY MERCES DE FRANCA CARVALHO (UFPE )

[email protected]

Gilson Lima da Silva (UFPE )

[email protected]

Jose Andro de Souza (UFPE )

[email protected]

O presente trabalho tem como objetivo principal abordar o processo

de gestão sustentável realizado em um hospital da cidade de

Caruaru/PE, cuja perspectiva é proporcionar melhoria na organização

em questão, através de intervenções na área de gestão sustentável, bem

como discutir algumas práticas empreendidas por esta organização e

sua relação com os indicadores sustentáveis. Com essa preocupação

em obter uma melhor gestão ambiental por parte do hospital, foi

realizada uma caracterização, ou seja, um levantamento de dados

através da aplicação de um questionário, onde se percebeu a

necessidade de fazer a implantação de uma intervenção para os

funcionários do hospital sobre educação ambiental através de uma

palestra interativa. A administração do hospital considerou a

experiência extremamente importante e relevante para que de fato a

consciência ambiental seja disseminada em todo o hospital. Também

foi proposta a realização de ciclos de palestras sobre o tema

constantemente, para que todos os colaboradores, sobretudo os que

forem recém-contratados possam usufruir de um ambiente sustentável

e consciente. A relevância do tema se dá pela mudança de

comportamento que as organizações vêm passando, não apenas pelas

exigências legais, mas por compreenderem que a preocupação com

seus stakeholders traz um ganho não só econômico, mas social e

ambiental.

Palavras-chaves: gestão sustentável, intervenção, hospital, consciência

ambiental

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.



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1. Introdução

O desenvolvimento da consciência ambiental em diferentes camadas e setores da sociedade

mundial tem envolvido também o setor de saúde. Para atender aos desafios do

desenvolvimento sustentável, uma infinidade de ações e iniciativas vieram à tona favorecendo

o incremento de certificações ambientais e selos verdes. Dentro desta nova configuração, as

organizações estão respondendo às pressões ambientais com práticas gerenciais e

investimentos em tecnologias mais limpas (ESTEVES, 2007).

Atualmente, os hospitais estão entre os organismos mais complexos de serem administrados.

Neles estão reunidos vários serviços e situações simultâneas: hospital é hotel, lavanderia,

serviços médicos, limpeza, vigilância, restaurante, recursos humanos e relacionamento com o

consumidor. De certa forma, é natural que todo esse organismo fosse cada vez mais regido

por leis, normas, regulamentações e portarias, vindas de diversos órgãos e instituições

(CELESTINO, 2002).

Gonçalves (2002) considera que esse contexto, aliado à própria natureza e complexidade das

atividades do hospital contribui para uma cultura conservadora, com dificuldade de

implementar processos de mudança. No entanto, tem-se verificado que essas organizações

têm reagido de forma positiva, a fim de alterar tal situação, por meio da concepção de que o

hospital é um negócio que precisa como outro qualquer se adequar aos moldes da

administração empresarial, com vistas à sua própria manutenção e sobrevivência.

Nos países desenvolvidos, o setor hospitalar exerce uma importância econômica cada vez

maior. Segundo Davies e Lowe (1999), além de sua importância econômica, o modo

particular de funcionamento dos hospitais envolve uma série de atividades que apresentam

grande potencial para a geração de impactos ambientais. Estas organizações operam 24 horas

por dia, 365 dias ao ano, possuem equipamentos diversos para a produção de alimentos,

consomem grande quantidade de energia e demandam também uma variedade de outros

recursos comuns em quantidades consideráveis, incluindo borracha, plásticos e papel.

O objetivo principal deste trabalho foi abordar o processo de gestão sustentável realizado em

um hospital da cidade de Caruaru/PE, com o intuito de apresentar uma pesquisa de análise

organizacional como modelo de ferramenta utilizada na coleta de dados neste processo. Desta



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forma, o presente artigo tratou de explanar os conceitos de sustentabilidade com a finalidade

de justificar as práticas apontadas na organização.

2. Referencial teórico

Nas últimas décadas tem ocorrido uma mudança muito grande no ambiente em que as

empresas operam: as empresas que eram vistas apenas como instituições econômicas com

responsabilidades referentes a resolver os problemas econômicos fundamentais (o que

produzir, como produzir e para quem produzir) têm presenciado o surgimento de novos papéis

que devem ser desempenhados, como resultado das alterações no ambiente em que operam

(DONAIRE, 2009).

Segundo Bulos (2003), isto também é ratificado pela Lei n. 6.938/81, pois conforme o art. 225

da Constituição Federal Brasileira de 1988, “todos têm o direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de

vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para

as presentes e futuras gerações”.

Como resultado da ampliação desse contexto tem ocorrido uma proliferação de novas

pressões por parte da sociedade, através de movimentos sociais reinvidicatórios, pela atuação

de grupos organizados ou de indivíduos, que resultam em novas leis e regulamentações que

acabam, sobremaneira, provocando modificações nas regras do jogo. Essas mudanças afetam

de forma intensa o ambiente social e político em que a empresa atua, criando novas diretrizes

e limitações para que a empresa possa operar de forma eficaz, segundo uma ótica que leve em

conta apenas a maximização do retorno financeiro e seus proprietários (CALLENBACH,

1993; MAIMON, 1996).

Donaire (2009) afirma que a visão moderna da empresa em relação a seu ambiente é muito

mais complexa, pois ela é vista como uma instituição sociopolítica. A linha de demarcação

entre empresa e seu ambiente é vaga e ambígua. Não há um consenso de quais seriam as

verdadeiras responsabilidades sociais de uma empresa. Muitos conceitos sociais, os quais

eram comuns nas décadas de 60 e 70, foram reformulados nos últimos anos e deram origem a

novas regulamentações e leis emanadas do poder público. Este estado de coisas tem tornado o

atual ambiente dos negócios imprevisíveis e mutável.



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Essa nova visão é o resultado de uma mudança de enfoque que está ocorrendo no pensamento

da sociedade e mudando sua ênfase do econômico para o social, valorizando aspectos sociais

que incluem distribuição mais justa de renda, qualidade de vida, relacionamento humano,

realização pessoal etc.

Portanto, muitas das decisões internas da organização hoje requerem considerações explícitas

das influências provindas do ambiente externo, e seu contexto inclui considerações de caráter

social e político que se somam às tradicionais considerações econômicas. Hoje, a sociedade

tem preocupações ecológicas, de segurança, de proteção e defesa do consumidor, de qualidade

de produtos. Isso tem pressionado as organizações a incorporar esses valores em seus

procedimentos administrativos e operacionais (DONAIRE, 2009).

Além disso, a sociedade tem ficado mais atenta ao comportamento ético das empresas, o que

resulta na veiculação da comunicação de massa acerca da vigilância destes comportamentos,

sejam por entidades públicas ou privadas, o que tem sujeitado as empresas a um maior

comprometimento e responsabilidade social e ambiental em sua atuação.

Cada vez mais a questão ambiental está se tornando matéria obrigatória das agendas dos

executivos da empresa. A globalização dos negócios, a internacionalização dos padrões de

qualidade ambiental descritos na série ISO 14000, a conscientização crescente dos atuais

consumidores e a disseminação da educação ambiental nas escolas. Diante disto, as

organizações deverão, de maneira acentuada, incorporar a variável ambiental na prospecção

de seus cenários e na tomada de decisão, além de manter uma postura responsável de respeito

à questão ambiental (DONAIRE, 2010, p. 49).

Todo este processo criou um circulo virtuoso, onde empresas que adotam modelos de gestão

ambiental desenvolvidos, para garantir seus padrões de excelência acabam por exigir também

o mesmo de seus fornecedores, a fim de construir uma cadeia produtiva segura e

ambientalmente correta, que atenda a legislação local, a corporativa e esteja em conformidade

com as políticas ambientais (LAVORATO, 2003).

A experiência das empresas pioneiras permite identificar resultados econômicos e resultados

estratégicos do engajamento da organização na causa ambiental. Estes resultados, porém, não

se viabilizam de imediato, há necessidade de que sejam corretamente planejados e

organizados todos os passos para a interiorização da variável ambiental na organização para



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que ela possa atingir, no menor prazo possível, o conceito de excelência ambiental, que lhe

trará importante vantagem competitiva (DONAIRE, 2009).

Tradicionalmente o setor de saúde sempre andou a passos lentos, seja pela escassez de

recursos financeiros, pelo descaso com que o assunto foi conduzido pelas autoridades

competentes ou pela ínfima fiscalização dos organismos de saúde. A gestão de resíduos e seu

posterior abandono no meio ambiente podem originar sérios problemas ambientais,

favorecendo a incorporação de agentes contaminantes na cadeia trófica, interagindo em

processos físico-químicos naturais, dando lugar a sua dispersão e, portanto, ao aumento do

problema (ESTEVES et al., 2007).

As preocupações da sociedade com o meio ambiente e o rápido avanço da legislação

ambiental brasileira ampliam as pressões dos organismos governamentais no setor hospitalar

(ESTEVES; SAUTTER; AZEVEDO, 2007). O maior desafio para esse setor é a manutenção

do equilíbrio de uma difícil equação que envolve a melhoria da qualidade dos serviços

prestados com o menor custo econômico, ambiental e social, presente em todas as etapas, por

menos complexas que sejam.

O Quadro 1, adaptado de North (1992) e Donaire (2009), ilustra algumas vantagens que as

organizações passam a obter ao adotarem uma gestão ambiental voltada ao processo de suas

atividades. Tais benefícios se dividem em econômicos e estratégicos.

Quadro 1 - Benefícios da Gestão Ambiental

Benefícios Econômicos

Economia de custos

Economias devido à redução do consumo de água energia e outros insumos.

Economias devido à reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes.

Redução de multas e penalidades por poluição.

Incremento de receitas

Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes” que podem ser vendidos a preços mais

altos.

Aumento da participação no mercado devido a inovação dos produtos e menos concorrência.

Linhas de novos produtos para novos mercados.

Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição.

Benefícios Estratégicos

Melhoria da imagem institucional.

Renovação do portfólio de produtos.

Aumento da produtividade.

Alto comprometimento do pessoal.

Melhoria nas relações de trabalho.



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Melhoria e criatividade para novos desafios.

Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas.

Acesso assegurado ao mercado externo.

Melhor adequação aos padrões ambientais.

Fonte: Adaptado de North (1992) e Donaire (2009)

Epelbaum (2004) adverte que esses benefícios nem sempre são homogêneos para todas as

organizações. Vale ressaltar que os ganhos serão maiores em casos de organizações que

possuem um poder de poluição maior, pois estas podem alterar seus sistemas produtivos,

contribuindo para o aumento da produtividade.

O objetivo de qualquer organização é obter uma maior lucratividade sobre o capital investido,

utilizando-se para isso, de estratégias para estar à frente dos concorrentes, obtendo maiores

margens e fatias de mercado (VASCONCELOS, 2011). Uma destas formas é abraçando a

causa sustentável visualizando-a pela ótica descrita acima, com benefícios econômicos e

estratégicos, além de da contribuição social para com a comunidade na qual se insere.

Nesse sentido, as organizações que pretendem sobreviver no futuro não poderão levar em

consideração apenas fatores econômicos, mas terão de planejar o futuro assumindo seu papel

no desenvolvimento sustentável do planeta, utilizando-se de ferramentas de gestão que

contribuam para a análise de dados e a tomada de decisões direcionadas para esse fim

(VASCONCELOS, 2011).

Isto implica a modificação de seus processos produtivos, a construção de sistemas de

produção que não causem impactos negativos, o tratamento de seus efluentes e resíduos, a

utilização de tecnologias limpas ou oferecendo produtos e serviços que contribuam para a

melhoria da performance ambiental dos consumidores e clientes de uma indústria (CORAL,

2002).

Sendo que o desenvolvimento sustentável engloba três princípios básicos, equidade social,

crescimento econômico e equilíbrio ambiental, o conceito amplo de sustentabilidade

empresarial deverá considerar essas três variáveis. Conforme apresenta Coral (2002) a seguir:



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Figura 1 - Princípios básicos da sustentabilidade

Fonte: Adaptado de Coral (2002)

Dentro dos princípios de sustentabilidade apresentados, uma organização passa a ser

considerada socialmente sustentável se atender aos critérios de ser economicamente viável,

ocupar uma posição competitiva no mercado, produzir de forma que não agrida ao meio

ambiente e contribua para o desenvolvimento de todos os stakeholders (governo, sociedade,

fornecedores, concorrentes) envolvidos na atividade seja de forma direta ou indireta

(VASCONCELOS, 2011).

3. Caracterização da empresa

O Hospital Alfa, assim chamado por questão de sigilo, é resultado da fusão de dois

empreendimentos de sucesso na área de saúde privada. A organização foi fundada por uma

sociedade de 16 médicos, em 2007, e localiza-se na cidade de Caruaru-PE.

Atualmente emprega aproximadamente 67 funcionários, e tem como especialidades a

anestesiologia, cirurgia geral, mastologia, oftalmologia, ortopedia e traumatologia. Possui

ainda uma infra-estrutura que se divide em oito departamentos: Farmácia, Hotelaria,



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Higienização, Nutrição, Radiologia, Enfermagem, Administrativo e Recepção, embora sua

oferta de leitos seja reduzida, com 22 locações.

4. Análise do ambiente

4.1. Dados de entrada

A primeira fase do processo de intervenção caracteriza-se pelo primeiro contato com o

sistema-cliente. Devido à disponibilidade e receptividade do Diretor Administrativo, a

organização pôde proporcionar um ambiente favorável a sua análise interna. Nesta etapa,

estabeleceu-se previamente um contrato tácito ou informal com o mesmo, no qual foi firmado

um comprometimento de ambas as partes envolvidas (equipe e cliente) no decorrer de todo o

processo.

Desta forma, o primeiro encontro com a finalidade de obter dados primários acerca das

particularidades da organização, necessários para um maior entendimento do seu contexto.

Além disso, objetivou-se estabelecer uma relação de cooperação e confiança com o

administrador, principalmente no que se refere à disponibilidade e oferta de dados e

informações relevantes para análise eficaz.

Para tal, foi realizada uma entrevista semi-estruturada (anexo 1) contendo perguntas a respeito

de práticas sustentáveis que estejam ligadas à organização estudada. O objetivo principal

deste encontro foi reunir dados e informações relevantes para uma análise e identificação

prévia das áreas carentes, de forma a apontar o foco do objeto de estudo.

4.2. Coleta de dados e diagnóstico

A partir dos dados coletados através dos vários instrumentos, é possível relacionar os indicadores

de sustentabilidade tendo em vista as três dimensões: ambiental, econômica e social, conforme o

quadro a seguir:

Quadro 2 – Indicadores de Sustentabilidade encontrados no Hospital Alfa

ECONÔMICA AMBIENTAL SOCIAL

Máquinas, equipamentos e

insumos

Efluentes e resíduos Responsabilidade Social

Fornecedores Reciclagem Práticas trabalhistas

Tributos Conformidade ambiental Treinamento e valorização

funcional

Valorização da marca Consciência ecológica Diversidade



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Investimentos Energia Segurança e Saúde

Inovação tecnológica Materiais Consciência social

Fonte: Os autores (2013)

Para uma melhor compreensão dos termos utilizados no quadro acima, faz-se necessário um

detalhamento das ações praticadas pelo hospital:

a) Efluentes e resíduos: controle/tratamento dos efluentes líquidos (há uma máquina

específica de tratamento de toda a água utilizada) e resíduos sólidos, como a separação

do lixo hospitalar, entre resíduos infectantes e lixo comum (usado pelos setores

administrativos).

b) Reciclagem: reaproveitamento de papel usado nos setores administrativos, para a

impressão de relatórios, guias, documentos exclusivos para circulação externa,

ocasionando uma economia considerável. Além do reaproveitamento da prata residual

da radiografia através da separação por decantação com máquina especializada.

c) Responsabilidade social: Parcerias com grupos que vendem/reciclam embalagens de

papel (papelão).

d) Máquinas, equipamentos e insumos: implantação de equipamentos que consomem

menos energia, como os condicionadores de ar, lâmpadas incandescentes, etc; e

aquisição de matérias-primas ambientalmente corretas, bem como o uso racional delas.

e) Inovação tecnológica: aquisição de equipamentos modernos capazes de realizar

exames com maior precisão em seus resultados e com custos mais acessíveis.

f) Investimento: aplicação em dinheiro com o propósito de obtenção de lucro.

g) Consciência ecológica: precursora na substituição de sacolas plásticas tradicionais por

sacolas oxio-biodegradáveis, não por exigência legal, mas pensando na

sustentabilidade do planeta. Implantação na revelação de filmes radiológicos por

folhas de papel, o que tem um valor aquisitivo bem menor e uma decomposição pela

natureza bem mais rápida.

h) Práticas trabalhistas: cumprimento dos direitos e deveres do funcionário,

oferecimento de benefícios como plano de saúde.

i) Treinamento e valorização funcional: implantação de programas de treinamento e

desenvolvimento do colaborador para torná-los aptos na realização de suas atividades,



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como capacitações nas áreas de informática, relacionamento interpessoal, motivação,

marketing pessoal; programas de avaliação de desempenho e promoção de pessoal;

técnicas de socialização e bem-estar dos funcionários, como eventos culturais.

j) Diversidade: contratação de pessoal levando em conta as diferenças culturais, visando

dar oportunidade a segmentos da sociedade discriminados, como a admissão de

idosos, de negros, deficientes físicos, etc.

k) Fornecedores: os contratos estabelecidos com fornecedores devem privilegiar

também as questões ambientais e sociais e exigências pertinentes a legislação

trabalhista.

l) Tributos: recolhimento de taxas, impostos, contribuições aos órgãos governamentais

nos prazos e especificações legais como forma de desenvolvimento do Estado e

cumprimento de suas obrigações fiscais.

m) Segurança e saúde: adoção de programas voltados à qualidade de vida dos

colaboradores em parcerias com médicos do trabalho (através das avaliações

periódicas de saúde), técnicos e engenheiros em segurança do trabalho (através do

mapeamento das áreas de risco).

n) Consciência social: todo o material que apresenta algum risco à saúde ou as pessoas

apresenta-se devidamente identificado, orientando tanto as pessoas que trabalham na

empresa quanto a pacientes e visitantes. Além de identificar as forma de descarte ideal

e lembretes para o público em geral.

o) Valorização da marca: a adoção de práticas sustentáveis, como a substituição de

sacolas, contratação de idosos, valorização dos funcionários, traz um ganho de

imagem para a organização e uma satisfação por parte dos funcionários.

5. Processo de intervenção

5.1. Feedback e decisão de agir

Conforme observado, o Hospital Alfa destina sua atenção não somente aos aspectos

econômicos, mas também aos sociais e ambientais.

O tratamento de questões ambientais e sociais como estratégicas, trazem uma vantagem

competitiva às organizações que a implementam e aos poucos passam a serem percebidas



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pelos concorrentes, pela sociedade, pelo governo, gerando um ganho de imagem a empresa

idealizadora e conseqüentemente a valorização da marca, capaz de ser traduzida em ganhos

financeiros.

No entanto, há ainda muito o que ser implementando em prol da gestão sustentável, pois a

sustentabilidade exige um planejamento detalhado, um orçamento específico e não ações

esporádicas disfarçadas para promover a empresa.

Conforme pôde ser observado na análise das entrevistas, percebe-se uma preocupação por

parte da unidade de saúde em estudo em conscientizar o pessoal que trabalha diretamente com

o lixo (coleta, separação e descarte). Contudo, também é necessário que seja conscientizado e

educado o público em geral, sobretudo os funcionários da empresa.

A educação ambiental vem assumindo novas dimensões a cada ano, principalmente pela

urgência de reversão do quadro de deterioração ambiental em que vivemos, efetivando

práticas de desenvolvimento sustentado e melhor qualidade de vida para todos e

aperfeiçoando sistemas de códigos que orientam a nossa relação com o meio natural. Trata-se

de compreender e buscar novos padrões, construídos coletivamente, de relação da sociedade

com o meio natural (TAVARES; MARTINS, GUIMARÃES, 2008).

Exatamente pela importância da educação ambiental, especialmente no aspecto

conscientização, optou-se por intervir neste aspecto da referida empresa a partir de uma

palestra sobre Educação Ambiental e o Papel do Coletivo na Sustentabilidade Planetária,

realizada no dia 17 de dezembro de 2013, na própria instituição, com a presença de todos os

colaboradores e a utilização da cartilha verde proposta por Rocha, 2009.

5.2. Implementação e avaliação da intervenção

Realizou-se, então a palestra sobre Educação Ambiental e o Papel do Coletivo na

Sustentabilidade Planetária, enfocando aspectos como: responsabilidade do consumidor,

atitudes que cada um pode tomar e que faz a diferença, aspectos diferenciais da

sustentabilidade nos produtos, uso racional da água e da energia, descarte adequado do lixo,

postura sustentável no trabalho, a sustentabilidade nos produtos, no turismo, no sexo, na

hotelaria, na construção civil, aspectos econômicos da sustentabilidade e a politização do

aquecimento global.



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Esta fase envolveu a avaliação da intervenção propriamente dita e implicou na decisão sobre o

destino do processo: se deve ser estendido a outros setores da organização, se deve ser

incrementado em virtude do aparecimento de novos dados, ou se deve ser encerrado.

A partir da implementação da intervenção sobre educação ambiental através de uma palestra

interativa a administração do hospital considerou a experiência extremamente importante e

relevante para que de fato a consciência ambiental seja disseminada em todo o hospital.

Também foi proposta a realização de ciclos de palestras sobre o tema constantemente, para

que todos os colaboradores, sobretudo os que forem recém-contratados possam usufruir de um

ambiente sustentável e consciente.

6. Considerações finais

O papel das organizações tem se expandido para maior abrangência e valorização das

questões de caráter social, político e, sobretudo ambiental. Essa preocupação da influência do

ambiente não é nova: vários autores procuraram estudar o processo e as reações que ocorrem

no ambiente como um todo, o sentido de classificar a natureza e características do ambiente

que circunda a empresa e as conseqüências disso sobre a estrutura e o comportamento da

organização.

O tratamento de questões ambientais e sociais como estratégicas, trazem uma vantagem

competitiva às organizações que as implementam e aos poucos passam a serem percebidas pelos

concorrentes, pela sociedade, pelo governo, gerando um ganho de imagem a empresa idealizadora

e conseqüentemente a valorização da marca, capaz de ser traduzida em ganhos financeiros.

Exatamente pela importância da questão ambiental é primordial que ela seja disseminada por

toda a empresa. Diante disso, a intervenção sobre consciência coletiva na educação ambiental

realizada no Hospital Alfa foi muito importante, pois permitiu aos colaboradores conhecer e

clarificar aspectos primordiais sobre sustentabilidade e o seu papel neste novo cenário.

Espera-se que a organização possa desfrutar a partir disto de um ambiente mais responsável e

ecologicamente correto dada a participação de cada funcionário engajado na causa ambiental.

REFERÊNCIAS

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CALLENBACH, Ernest et al. Gerenciamento Ecológico:. guia do Instituto Elmwood de Auditoria Ecológica e

Negócios Sustentáveis. São Paulo: Cultrix, 1993.



13

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2002. Disponível em: http://noticiashospitalares.cviewer.com.br/prnh/cviewer/index.asp. Acesso em: 3 de

dezembro de 2013.

CORAL, Elisa. Modelo de Planejamento Estratégico para a Sustentabilidade Empresarial. Florianopólis,

UFSC, 2002. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Florianópolis, UFSC,

2002.

DAVIES, Terry, LOWE, Adam I. Environmental Implications of the Health Care Service Sector. Discussion

Paper 00-01. October. 1999.

DONAIRE, Denis.Gestão Ambiental na Empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. 2. ed. 13. reimpr. São Paulo: Atlas, 2010.

EPELBAUM, Michel. A influência da Gestão Ambiental na Competitividade e no Sucesso Empresarial.

2004, 190p. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) Escola Politécnica da Universidade de São

Paulo. São Paulo, 2004.

ESTEVES, Vladimir A.; SAUTTER, Klaus D.; AZEVEDO, Jayme A. M. Percepção do Impacto de Sistemas

de Gestão Ambiental em Hospitais. IX ENGEMA - Encontro Nacional sobre Gestão Empresarial e Meio

Ambiente, 2007.

GONÇALVES, Ernesto Lima. Condicionantes Internos e Externos da Atividade do Hospital – Empresa. RAE

Eletrônica. v.1, n.2. jul/dez.2002.

LAVORATO, Marilena Lino de Almeida. A Importância dos Indicadores de Desempenho Ambiental para a

Competitividade das Empresas. 2003. Disponível em:

http://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php?pg=temas&cd=929. Acesso em: 11 de dezembro de 2013.

MAIMON, D. Passaporte Verde: gestão ambiental e competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1996.

NORTH, Klaus. Environmental Business Management. Genebra: ILO, 1. In:CAGNIM.1992.

TAVARES, Maria Gizelda de Oliveira; MARTINS, Eliecilia de Fátima; GUIMARÃES, Gislene Margaret

Avelar. A Educação Ambiental, Estudo e Intervenção do meio. OEI-Revista Iberoamericana de Educación,

2008. Disponível em: http://www.rieoei.org/deloslectores/381Oliveira.pdf. Acesso em: 7 de dezembro de 2013.

VASCONCELOS, Cleiton Rodrigues. Estratégia e Sustentabilidade: um estudo dos indicadores social,

econômico e ambiental em uma organização hospitalar. Revista FSA, n. 8, Teresina, 2011.

ANEXOS

Anexo 1 - Roteiro da entrevista

1. O hospital em questão enfrenta algum problema ambiental?

2. Como é feita a coleta interna dos resíduos hospitalares? Além de separar os materiais

hospitalares dos demais, existe a separação dos outros tipos de lixo? Qual o custo

dessa ação?

3. Qual o impacto dessa ação na sociedade?

4. Quanto ao lixo de resíduos biológicos, quais os malefícios que uma coleta mal

realizada pode acarretar para a sociedade?

http://www.ecoterrabrasil.com.br/home/index.php?pg=temas&cd=929

http://www.rieoei.org/deloslectores/381Oliveira.pdf



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5. O que fazer para amenizar os danos ocasionados por uma coleta de resíduo biológica

inadequada?

6. Quais são os prejuízos econômicos decorrentes da não conformidade na coleta de

resíduo biológico num hospital?

7. Existe alguma sala em que esses resíduos são armazenados temporariamente? Se sim,

por quanto tempo esse lixo fica armazenado?

8. O que é feito com o lixo após a coleta? Para onde o lixo hospitalar é enviado? De que

forma isso é feito?

9. A coleta do lixo hospitalar é realizada pelo próprio hospital ou por alguma empresa

terceirizada?

10. Há coleta seletiva?

11. Os funcionários da limpeza utilizam algum EPI? Quais?

12. Já ocorreu algum acidente de trabalho aos funcionários da limpeza por não saber

manusear o lixo adequadamente?

13. Existem programas de capacitação ou educação continuada sobre os resíduos sólidos

para os funcionários desse hospital? Quais?

14. Todos os funcionários da limpeza conhecem e põe em prática as normas e

procedimentos da ABNT acerca de resíduos sólidos do serviço de saúde?

15. O que a organização entende por sustentabilidade?

16. Caso a organização se sinta sustentavelmente administrada, quais as ações que assim

dizem ser?

17. Admitindo que os consumidores estejam mais exigentes em relação a produtos e

serviços "responsáveis socialmente", qual a postura da organização para se ganhar a

confiança destes clientes?

18. No âmbito econômico, quais seriam as atitudes tomadas por parte da adm. do hospital,

que esboçam um comprometimento financeiro da organização para com atitudes

sustentáveis ?

19. No contexto social, quais as medidas que o Hosp. Memorial adota para contribuir com

a sociedade caruaruense?

20. Sabendo que em organizações de saúde é comum os altos gastos com materiais de

expediente (ex: gases, algodão etc), existe alguma atitude que a alta cúpula da empresa

já adota ou pensa em adotar com relação a isto ?

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