construindo ou reformando as unidades 18032005

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CONSTRUINDO OU REFORMANDO AS UNIDADES BSICAS DE SADE

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Governador Acio Neves da Cunha SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DE MINAS GERAIS Secretrio Marcus Vincius Caetano Pestana da Silva SUPERINTENDNCIA DE ATENO SADE SAS Superintendente Benedito Scaranci Fernandes DIRETORIA DA ATENO BSICA/PSF Diretoria

Maria Rizoneide Negreiros de Arajo

Produo, distribuio e informaes: SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DE MINAS GERAIS Endereo: Av. Afonso Pena, 2.300 Funcionrios CEP 30130 007 Telefone (31) 3261-7742 FAX (31) 3261-6192 E-mail: [email protected] www.saude.mg.br

MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Sade. WX Construindo ou reformando Unidades Bsicas de Sade. 140 Maria Rizoneide Negreiros de Arajo et al. Belo Horizonte, 2004. MI CO 36 p. 1. rea fsica. 2. construo de unidade bsica. 3. projeto fsico UBS. I. Ttulo.

EQUIPE TCNICA

DIRETORIA DE ATENO BSICA/PSF Maria Rizoneide Negreiros de Arajo (Coordenadora) E-mail: [email protected] Rosa Maria Fascoli Pereira E-mail: [email protected]

COORDENAO DE SADE BUCAL Wanda Taulois Braga E-mail: [email protected]

DIRETORIA DE INFRA-ESTRUTURA FSICA Afonso De Filippo E-mail: [email protected]

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SUMRIO

APRESENTAO .................................................................... 1 INTRODUO ......................................................................

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2 JUSTIFICATIVA .................................................................... 13 3 METODOLOGIA .................................................................... 17 4 ESTRUTURA FSICA E EQUIPAMENTOS MNIMOS PARA AS UNIDADES BSICAS DE SADE UBS PARA MINAS GERAIS ..................................................................... 19 5 CONSIDERAES FINAIS...................................................... 21 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................ 23 ANEXO A ................................................................................ 25

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APRESENTAO

Os ambientes destinados prestao dos servios de sade de diferentes naturezas retratam, de certa forma, os diversos caminhos percorridos pela sade pblica no Brasil. As representaes sociais desses ambientes, vindas da sociedade e, em especial, das Unidades Bsicas de Sade, evidenciam, tambm, os vrios modelos assistenciais que predominaram ao longo do Sistema de Sade brasileiro. A busca de atendimento para cura ainda predomina. Essa busca se d, mais especificamente, por consulta mdica, reforando a arquitetura desses ambientes, marcada pela presena de consultrios mdicos em detrimento de espaos para aes de promoo sade e de preveno. Vrias contribuies foram feitas pela esfera federal para intervir na organizao desses espaos de prestao de servios: foram publicados manuais descritivos; porm, verifica-se que pouco foi absorvido e mesmo implementado nas edificaes das Unidades Bsicas de Sade, tratando-se da esfera municipal. A implantao do Programa Sade da Famlia PSF , como estratgia de reordenao da ateno primria sade em Minas Gerais, trouxe expressivo crescimento de natureza quantitativo dos estabelecimentos de sade, repensados para

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abrigar a equipe do referido programa; sem, contudo, permitir que essa interveno repercutisse na concepo estruturante, concebida pela estratgia cujo trip de sustentao pressupe um ambiente compatvel com as atividades a serem ofertadas ou seja - espaos para reunies de grupos, encontros com a comunidade, realizao de atividades preventivas como vacinao, consultas mdicas e de enfermagem. O Governo do Estado de Minas Gerais, com base nas atividades dos Projetos Estruturadores, em especial o Sade em Casa, chamou a si a responsabilidade de negociar amplamente a transformao desses ambientes fsicos, por entender a sade como um dos componentes de qualidade de vida e, ao mesmo tempo, de credibilidade dos servios de sade prestados ao cidado mineiro.

Marcus Vincius Caetano Pestana da SilvaSecretrio de Estado de Sade de Minas Gerais

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1 INTRODUO

Este trabalho integra um projeto maior de estruturao da Ateno Primria Sade no Estado de Minas Gerais pela estratgia sade da famlia, em consonncia com a poltica do Governo do Estado. Apesar dos avanos j alcanados com a implantao de grande nmero de equipes de sade da famlia, no podemos dizer que a sade do povo mineiro melhorou. No houve a preparao de recursos humanos para fazer mudana. necessria a participao das instituies acadmicas (rgos formadores de recursos humanos) para ajudar nesse processo de transformao da prtica de sade. tambm importante a contribuio efetiva dos gestores municipais de sade no processo de educao permanente dos profissionais das equipes do Programa Sade da Famlia PSF. Estamos vivendo numa sociedade em que sade no um bem social; sade um bem poltico regido pelo desejo dos prefeitos. Machado (1996), analisando o mundo do trabalho e os processos de transformao ocorridos, diz que, nos tempos da municipalizao, h a exigncia de nova agenda poltica no campo dos recursos humanos. Essa autora ressalta ainda quea idia de se conceder ao profissional de sade um passaporte profissional definitivo para atuar no mercado de trabalho no corresponde a uma real preocupao com a

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qualidade. A recapacitao daqueles que lidam com a vida de seres humanos com responsabilidade civil sobre seus atos, no pode ser fruto da vontade pessoal, mas sim deciso poltica dos gestores com o apoio da academia.

A simples disponibilizao dos profissionais de sade nos espaos de prestao de servios de sade no possibilita a transformao que o SUS necessita para o atendimento do princpio da universalizao. A capacitao desses condio fundamental para a incorporao de tecnologias que possam subsidiar a transformao das prticas de sade. No resta dvida de que as questes relacionadas rea fsica contribuem para a melhoria da qualidade da ateno prestada. O PSF uma estratgia de converso de modelo que envolve um conjunto de aes de natureza individual e coletiva, que se tem mostrado eficaz para a resoluo de problemas de sade da populao e, ao mesmo tempo, tem propiciado um novo pensar e fazer sade. Muitos bices necessitam ser vencidos para a efetivao da mudana na concepo do processo sade-doena por parte da sociedade e para a construo de uma nova prtica social valendo-se de um novo patamar da gerncia da assistncia. A desvalorizao das aes de sade histrica. A precariedade dos espaos fsicos destinados realizao das atividades de sade a serem oferecidas aos cidados tambm histrica. A precariedade da infra-estrutura fsica dos estabelecimentos de sade tem vrias causas. A histria da sade pblica brasileira teve vrios caminhos que podem ser retratados tambm na anlise da arquitetura dos ambientes destinados oferta dos servios de sade. As Unidades Bsicas de Sade UBS so o retrato comprobatrio dessa historicidade do descaso do poder pblico na relao entre espao fsico e oferta de

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servio de sade. A construo desses espaos tambm vem acompanhando os modelos de prestao de servios apregoados ao longo da histria da sade pblica brasileira. Pressupe ainda que qualquer espao adequado, bastando apenas contratar os profissionais e coloc-los disposio das comunidades. Pelas caractersticas do processo de trabalho das equipes do PSF, necessria a projeo de espaos fsicos compatveis com as atividades que sero realizadas. A construo ou ampliao desses espaos um grande desafio para os gestores municipais, na implantao das equipes do PSF. A converso do modelo da doena para o da produo social da sade exige nova concepo do fazer sade, em que a infra-estrutura fsica adequada fundamental para acolher o cidado com dignidade e respeito e com condies de salubridade e de biossegurana para os trabalhadores da sade. No resta dvida de que teremos um campo de negociao muito amplo para transformar as estruturas destinadas doena e avanar para aquelas que iro receber o cidado que almeja preservar ou melhorar a sua qualidade de vida.

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2 JUSTIFICATIVA

Os espaos fsicos destinados s instituies prestadoras de servios de sade, em especial quelas destinadas ao atendimento ambulatorial, sempre foram construdos ou adaptados para atender ao modelo sanitrio dominante, focado na doena, em detrimento das aes de promoo sade. Historicamente, a maioria dos Centros de Sade possui infra-estrutura deficiente e funciona em prdios adaptados. A Fundao Joo Pinheiro, em estudo realizado sobre a Ateno Bsica Sade em Minas Gerais, que analisa a questo das desigualdades de recursos financeiros e a prestao de servios bsicos aps a introduo do Piso da Ateno Bsica PAB em Minas Gerais, faz meno ao modelo de organizao da ateno bsica, destacando que, no final da dcada de 80, em geral, os Centros de Sade localizavam-se na sede dos municpios e tinham a sua capacidade mais voltada para a prestao de assistncia mdica nas clnicas bsicas (clnica geral pediatria e ginecologia), ou seja, por especialidades. Ressalta ainda que, com a municipalizao, preconizada pela Lei n 8.080/90 (BRASIL, 1990), ocorreu aumento significativo no nmero de Unidades Bsicas de Sade que atendem dentro do modelo convencional (MINAS GERAIS, 2003).

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Mendes (2002), referindo-se s questes ligadas infraestrutura das Unidades Bsicas de Sade, em que os profissionais da sade da famlia atuam, destaca que a deficincia tem vrias causas, mas que, geralmente, decorre do entendimento de que o PSF um programa para atender aos pobres e, ainda, a associao de que ateno primria sade algo que se faz com baixa complexidade tecnolgica. Tal concepo tem levado a oferta de servios de sade a ser realizada em qualquer ambiente. Esse mesmo autor comenta tambm que as Unidades Bsicas de Sade destinadas ao PSFno tiveram, ainda, uma expresso arquitetnica adequada de seus processos de trabalho [...] a superao desse obstculo h de passar pela concepo estratgica da ateno primria sade, e essa deve incorporar-se no desenho arquitetnico das unidades bsicas de sade e na padronizao dos equipamentos e materiais permanentes (MENDES, 2002, p. 62).

Com a implantao do PSF, em 1994, houve de fato expanso muito grande e rpida da rede ambulatorial nos municpios mineiros, sem, muitas vezes, ter a preocupao com a definio dos espaos fsicos necessrios prestao das atividades de promoo, preveno e mesmo das assistenciais. A maioria dos municpios ainda aluga casas e faz algumas adaptaes, mas so essas insuficientes para atender s aes que sero realizadas a partir da mudana do modelo assistencial. No intuito de contribuir e orientar os municpios na construo, reforma ou ampliao de Unidades Bsicas de Sade que tratam das atividades a serem realizadas pelos profissionais dentro de uma nova organizao do processo de trabalho em

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sade, a Diretoria da Ateno Bsica/PSF da Superintendncia de Ateno Sade, juntamente com a Diretoria de InfraEstrutura Fsica da Superintendncia de Vigilncia Sanitria, elaborou um Projeto Fsico para Unidade Bsica de Sade-UBS, com vistas a uniformizar e a valorizar o espao fsico e, ao mesmo tempo, a ter um padro mais uniforme de projetos arquitetnicos para as referidas UBS.

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3 METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado com base nos levantamentos bibliogrficos sobre o tema e na legislao em vigor que rege a matria. O Manual sobre Normas e Padres de Construes e Instalaes de Servios de Sade, elaborado pelo Ministrio da Sade, menciona a Portaria que faz as modificaes nas normas vigentes, de construo e instalao de servios de sade. O referido Manual preconiza diferentes modelos de estabelecimentos, destinados a prestar assistncia mdico-sanitria e, j naquela poca, demonstrava a preocupao com os estabelecimentos de sade, reafirmando que muitos dos edifcios destinados realizao de aes de sade carecem de condies mnimas para o desenvolvimento das atividades que possam assegurar o atendimento eficiente para o usurio, bem como para os profissionais de sade (BRASIL, 1983). O Departamento de Ateno Bsica do Ministrio da Sade publicou, em 2001, o Guia Prtico do Programa Sade da Famlia, no qual faz sugesto para estrutura fsica e equipamentos das Unidades de Sade da Famlia, sem, contudo, caracterizar os espaos j dentro da lgica de converso do modelo assistencial e que venha justificar as dimenses de cada ambiente. Nesse documento, esto sendo sugeridos 11 (onze)

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espaos, perfazendo 132m de rea de destinao (BRASIL, 2001). Considerando que o trabalho do PSF preconiza o trabalho em equipe, , portanto necessrio prever espao para as atividades de enfermagem, para as reunies e atividades com a comunidade e para aquelas a serem realizadas em grupo, entre outras. Para a elaborao do projeto de UBS, inicialmente os pesquisadores levantaram as atividades que devem ser realizadas em uma UBS, tendo como referencial aquelas preconizadas para atender aos princpios e s diretrizes do Programa Sade da Famlia e, com base nessas, definiram os espaos fsicos, os equipamentos e mobilirios mnimos necessrios execuo das referidas atividades. Todo o processo de construo dos espaos fsico foi definido valendo-se da Resoluo de Diretoria Colegiada - RDC n 50, de 21 de fevereiro de 20/2/02, da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria-ANVISA. As denominaes dos espaos fazem parte da nomenclatura sanitria contida na referida Resoluo, com as adaptaes feitas baseando-se na vivncia dos pesquisadores. O produto deste trabalho no uma planta fsica, mas apenas espaos geogrficos que se articulam e se interagem para a efetivao das aes a serem ofertadas aos usurios do SUS e que tambm propiciem condies de salubridade para os trabalhadores da sade.

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4 ESTRUTURA FSICA E EQUIPAMENTOS MNIMOS PARA AS UNIDADES BSICAS DE SADE UBS PARA MINAS GERAIS

A estrutura fsica est constituda de 20 espaos fsicos, perfazendo um total de 176,2m, sem, contudo, estar inserindo os espaos de circulao. Os equipamentos so os mnimos necessrios realizao das atividades em cada espao (Anexo 1). Preconiza-se o essencial, e cabe ao municpio fazer os ajustes necessrios, atendendo tambm evoluo tecnolgica da rea.

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5 CONSIDERAES FINAIS

A construo de infra-estrutura fsica para o desenvolvimento de aes de sade para os cidados mineiros representa o resgate de um direito de cidadania do ponto de vista de uma conquista poltica. Partindo dessa premissa, possvel vislumbrar a possibilidade de reconstruo de um novo conceito de espao fsico para a realizao de aes de sade, que busque a qualidade na oferta dos servios e, ao mesmo tempo, a eqidade do acesso. A proposta que se apresenta no desconhece a realidade das Unidades Bsicas de Sade hoje existentes em nosso Estado. No estamos partindo do ponto zero, mas, sim, da possibilidade de haver melhorias nas Unidades Bsicas de Sade j existentes, por meio de reformas ou ampliaes que visam atender aos preceitos legais que regem a matria. Recomendamos, ainda, que as novas construes sejam projetadas dentro dessa formalizao de espao versus aes realizadas/utilidade, na busca da qualidade da assistncia prestada e alijada dos fatores de riscos ocupacionais. No podemos mais conceber oferta de servios de sade sem a valorizao do espao fsico onde esses so realizados. O Estado precisa participar da regulao da rede fsica responsvel pela oferta de servios de sade dentro da lgica da

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negociao, sem, contudo, perder o direito e as prerrogativas legais de aprovao para o credenciamento necessrio ao funcionamento de estabelecimentos de sade. Portanto, o fruto deste trabalho culminou com a publicao da Resoluo n. 604 do Secretrio de Estado de Sade de Minas Gerais que rege esta matria (Anexo A).

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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria Nacional de Aes Bsicas de Sade. Diviso Nacional de Organizao de Servios de Sade. Normas e padres de construes e instalaes de servios de sade. 2. ed. Braslia: Centro de Documentao do Ministrio da Sade, 1983. BRASIL. Ministrio da Sade. Departamento de Ateno Bsica. Guia prtica do programa sade da famlia. Braslia: Ministrio da Sade, 2001. BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. DOU, Braslia, 20 set. 1990. BRASIL. Resoluo etc. Resoluo de Diretoria colegiada, RDC n 50 de 21 de fevereiro de 2002. Dispe sobre o Regulamento tcnico para planejamento, programao, elaborao e avaliao de projetos fsicos de estabelecimentos assistenciais de sade. Braslia. DOU de 21/02/02. MACHADO, M. H. Gesto do trabalho em sade: consideraes estratgicas. In: XIV Congresso Nacional de Secretrios Municipais de Sade. Descentralizao, gesto local construindo municpios saudveis. Braslia. CONASEMS. 1996.p. 93-104. MENDES, E. V. A ateno primria sade no SUS. Fortaleza: Escola de Sade Pblica do Cear, 2002. MINAS GERAIS. Fundao Joo Pinheiro. Centro de Estudos Econmicos e Sociais. Ateno bsica sade em Minas Gerais: desigualdades na distribuio de recursos financeiros e na prestao de servios bsicos aps a introduo do piso da ateno bsica (PAB). Belo Horizonte: Fundao Joo Pinheiro, 2003.

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ANEXO A

Resoluo SES n. 604, de 19 de novembro de 2004.Dispe sobre o Projeto Fsico das Unidades Bsicas de Sade e estabelece outras providncias. O Secretrio de Estado de Sade Gestor do Sistema nico de Sade de Minas Gerais , no uso de suas atribuies legais que lhe confere o art. 93, 1, da Constituio Estadual e a Lei Estadual n. 13.317, de 24 de setembro de 1999, e, considerando: - A Lei Federal n. 8.080, de 19 de setembro de 1990; O disposto na Norma Operacional de Assistncia Sade NOAS/02 e normas complementares emanadas pelo Ministrio da Sade; - Os princpios norteadores do Governo do Estado de Minas Gerais para o Programa Sade da Famlia; - Os princpios da eficincia, da transparncia e da austeridade na Administrao Pblica; - Resoluo ANVISA/RDC n. 50/2002; - A Consulta Pblica n. 005/2204, publicada no Dirio Oficial do Estado de Minas Gerais, em 10/02/2004; - E a precariedade da infra-estrutura fsica dos estabelecimentos de sade;

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RESOLVE: Art. 1 - Ficam aprovados os critrios que definem a infraestrutura fsica mnima das Unidades Bsicas de Sade/UBS, no mbito do Estado de Minas Gerais, nos termos do Anexo I desta Resoluo. 1 - As Unidades Bsicas de Sade/UBS, a serem construdas no Estado de Minas Gerias, para cadastro no SUS-MG, devero atender ao disposto nesta Resoluo. 2 - As Unidades Bsicas de Sade/UBS, a serem reformadas e/ou ampliadas, devero atender ao disposto no Anexo I desta Resoluo, no que couber, respeitando-se a estrutura fsica j existente, a fim de garantir que as especificaes sugeridas por esta SES-MG no coloquem em perigo a segurana dos trabalhadores, bem como a dos usurios que freqentarem as Unidades. Art. 2- O Projeto Fsico das Unidades Bsicas de Sade/ UBS, constante no Anexo I, visa garantir maior estruturao da Ateno Primria Sade no Estado de Minas Gerais pela estratgia do Programa Sade da Famlia. Art. 3 - O Projeto Fsico estabelecido no artigo 2 desta Resoluo trata apenas das definies dos espaos geogrficos, no sendo, portanto, um projeto arquitetnico. Art. 4 - Os Projetos Arquitetnicos das Unidades Bsicas de Sade sero elaborados por engenheiros/arquitetos

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habilitados pelo CREA/CONFEA e devero obedecer s normas da Resoluo ANVISA/RDC n. 50/2002. Art. 5 Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao. Belo Horizonte, 19 de novembro de 2004.

Marcus Vincius Caetano Pestana da Silva Secretrio de Estado de Sade e Gestor do SUS MG

ANEXO I (da Resoluo SES n. 604, de 19 de novembro de 2004) ESTRUTURA FSICA E EQUIPAMENTOS DAS UNIDADES DE SADE DA FAMLIAElemento Destinaes Ambiente destinado espera de usurios para as diferentes atividades da unidade. Pode ser utilizada tambm para pequenas 1 reunies educativas . Ambiente destinado recepo, registro de pacientes, preenchimento de pronturios e aferio de dados vitais e antropomtricos. Instrumentais e Equipamentos rea mnima

Sala de espera para pacientes e acompanhantes Recepo / registro de pacientes / administrao (anexa sala de espera)

- 2 bancos - 1 quadro - 0,40 x 2m para murais; bebedouro com filtro. - 1 mesa tipo escritrio com gavetas; - 4 arquivos de ao p/ pasta suspensa; - 2 cadeiras; - 1 armrio de ao fechado com 2 portas; - 1 computador com impressora; - 1 mesa/computador e impressora.

20 m

9 m

1

A varanda, quando prevista, poder ser utilizada como sala de espera.

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Elemento Sala de cuidados bsicos e observao

Destinaes Ambiente destinado a procedimentos de enfermagem, tais como: micronebulizaes, injees, testes capilares, etc. Destinada tambm manuteno de usurios em observao, infuses venosas e outras.

Instrumentais e Equipamentos - 2 cubas rim; - 1 bandeja inox retangular; bacia inox com dimetro de 30 cm; - 1 mesa para exame clnico; - 1 escada 2 degraus; - 1 suporte para soro; - 1 braadeira; - 1 armrio vitrine; - 2 cadeiras; - 1 biombo duplo; - 1 mesa Mayo (auxiliar com bandeja inox); - 3 micronebulizadores; - 2 espaadores; - 1 balde cilndrico portadetrito c/pedal; - bancada com pia; - 1 foco com haste flexvel; - 1 glicosmetro.

rea mnima

16 m

Sala de reunies

- 1 quadro para murais; - 10 cadeiras; Ambiente utilizado para - 1 suporte para lbum seriado; reunies de grupos e equipe destinado reali- - 1 quadro branco; zao de grupos opera- - 1 mesa tipo escritrio ou tivos de acordo com a - 1 mesa redonda; 2 agenda da Unidade . - 1 televisor (facultativo). -1 vdeo (facultativo). Ambiente destinado a consultas na rea de ateno mulher, realizadas por mdicos e enfermeiros, provido de sanitrio anexo com rea -10 espculos Collin n 1; - 8 espculos Collin n 2; - 2 espculos Collin n 3; -20 pinas Cheron 25 cm; - 5 pinas Pozzi ou Museaux 25 cm;

20 m

Consultrio ginecolgico

9 m

2

A sala de reunies pode ser localizada fora da unidade, desde que em local prximo.

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Elemento

Destinaes

Instrumentais e Equipamentos

rea mnima

e dimenses mnimas de - 1 fita mtrica comum (inelstica); 1,6 m e 1,2 m, dispondo de lavatrio e bacia sa- - 1 mesa tipo escritrio com gavetas nitria. - 2 cadeiras; - 1 banqueta giratria cromada; - 1 mesa ginecolgica; - 1 escada com dois degraus; - 1 biombo duplo; - 2 balde cilndrico com pedal; - 1 foco com haste flexvel; -1 mesa auxiliar com bandeja, inox; - 1 armrio vitrine; - 1 esfignomanmetro com estetoscpio adulto; - 1 esfignomanmetro com estetoscpio infantil; - 1 estetoscpio de Pinard; - 1 detector ultrassnico (fetal); - 1 lanterna clinica; - 1 otoscpio; - 1 pina (jacar) p/ retirada de DIU; - 5 histermetros; - 5 tesouras (1 ponta fina e 1 ponta romba). - 1 mesa tipo escritrio com gavetas; Ambiente destinado a - 2 cadeiras; consultas mdicas e de - 1 mesa clinica ou ginecolgica; enfermagem nas diferentes reas de ateno - 1 escada com dois degraus; sade. - 1 armrio fechado de ao com duas portas;

Consultrio clnico

9 m

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Elemento

Destinaes

Instrumentais e Equipamentos - 1 negatoscpio; - 1 oftalmoscpio com otoscpio; - 1 lanterna clinica; - 1 esfignomanmetro com estetoscpio adulto; - 1 esfignomanmetro com estetoscpio infantil; - 1 esfignomanmetro para adolescentes; - 1 lavatrio; - 1 kit de espculos auriculares para reposio; - 1 toesa (rgua antropomtrica); - 1 balana adulto; - 1 balana peditrica.

rea mnima

Ambiente destinado Banheiros para troca de roupas, guarda funcionrios de pertences e realizao de necessidades fi3 siolgicas .

Diferenciados por sexo providos de lavatrio, chuveiro, bacia sanitria e escaninhos para a guarda de pertences; Diferenciados por sexo providos de lavatrio, bacia sanitria e porta com abertura no sentido de fuga, devendo um dos sanitrios dispor de rea e dimenso mnimas de 3,2 m e 1,7m, respectivamente, para permitir o acesso de pacientes com dificuldades de deambulao e de deficientes fsicos.

4 m

Ambiente destinado aos Sanitrios para usurios, inclusive deficientes fsicos temporusurios 4 rios e ou permanentes .

1,6 m e dimenso mnima de 1,2m

3

Em Unidades de pequeno porte com at dois consultrios (mdico e de enfermagem), o sanitrio poder ser nico para ambos os sexos. Em Unidades de pequeno porte com at dois consultrios (mdico e de enfermagem), o sanitrio poder ser nico para ambos os sexos.

4

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Elemento Sala de utilidades / expurgo Sala de esterilizao (Interligada por guich sala de utilidades)

Destinaes

Instrumentais e Equipamentos

rea mnima 4,8 m e dimenso mnima de 1,5 m 4,8 m e dimenso mnima de 1,5 m 2 m e dimenso mnima de 1,0 m 2 m

Ambiente destinado - Bancada com pia; lavagem e desinfeco - Pia de despejo. de material usado na Unidade. Ambiente destinado ao - Lavatrio; empacotamento, esteri- - Bancada seca; lizao, armazenamento - 1 Autoclave horizontal. e dispensao de mate(75 litros) 5 rial .

DML Depsito Destinado guarda de - 1 tanque de Material materiais e produtos de 6 de Limpeza limpeza . Rouparia ou armrio Destinado guarda de roupas limpas utilizadas na unidade. - Prateleiras e armrio com chave 3 cubas rim; 4 cubas redondas; 2 bacias inox 30 cm; 3 cabos de bisturi; 2 tesouras pontas finas 10 cm; - 12 pinas anatmicas 16 cm; - 12 pinas hemostticas 16 cm; - 6 pinas disseco dente-de-rato 14 cm; - 3 tesouras retas 14 cm (1 ponta fina 1 ponta romba); - 3 tesouras curvas 14 cm (1 ponta fina 1 romba);

Local para Destinado guarda de guarda de medicamentos. medicamentos Ambiente destinado realizao de curativos, retirada de pontos e a Sala de orientaes concernencurativos tes a esses procedimentos, de preferncia, com acesso externo alternativo.

Entre 4 a 6 m

9 m

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Esta sala dispensvel quando a esterilizao de material for realizada fora da Unidade. Quando a Unidade for instalada em casa adaptada, o Depsito de Material de Limpeza (DML) poder ser localizado na rea de servio, dispondo de armrio para guarda de material e extensivo de limpeza.

6

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Elemento

Destinaes -

Instrumentais e Equipamentos 2 tambores mdios; 1 mesa clnica; 1 escada de 2 degraus; 1 mesa tipo escritrio com gavetas; - 3 cadeiras; - 1 mesa auxiliar com bandeja inox; -1 foco com haste flexvel; -1 armrio de ao com 2 portas; -1 suporte para membros (tipo pedicure); - 1 bancada com pia; - 2 baldes cilndricos com tampa e pedal. - 2 refrigeradores 260 litros; - 1 termmetro de registro de temperatura mxima e mnima (controle de temperatura de geladeira); - 2 caixas trmicas 12 litros; - 2 termmetros com cabo extensor; -1 mesa tipo escritrio com gavetas; - 4 cadeiras; - 1 mesa clinica; - 1 bancada com pia e armrio; - 2 armrios de mesa (20 cm x 30 cm); - 1 balana peditrica; - 1 toesa.

rea mnima

Sala de vacinao

Ambiente destinado ao servio de imunizaes (esquema bsico e vacinas especiais como antirbica e outras) localizado prximo sala de espera e, preferencialmente, com acesso externo alternativo.

9 m

Sala de resduos slidos (lixo)

Ambiente reservado para armazenamento de -2 recipientes coletores. lixo, provido de ponto de gua, ralo sifonado, com vo de ventilao telado

2 m

33

Elemento

Destinaes e porta com abertura no sentido de fuga e com largura mnima de 1,0 m. Destinada lavagem, desinfeco e preparo de roupas usadas na Unidade, de acordo com a RDC 7 50/02, da ANVISA .

Instrumentais e Equipamentos

rea mnima

Lavanderia

26 m

Copa

Destinada ao uso dos funcionrios da Unidade.

Consultrio odontolgico

Destinado a consultas e procedimentos odontolgicos

Posto de coleta

Destinado realizao de procedimentos de auxlio de diagnstico .

-1 bancada com pia; -1 geladeira para uso domstico; -1 fogo 2 bocas (tipo fogareiro); -1 botijo de gs; -1 bancada dobrvel com banquetas. -1 aparelho fotopolimerizador -1 amalgador -1 compressor -1 cadeira odontolgica -1 equipo odontolgico -1 autoclave -1 mocho -1 refletor -1 unidade auxiliar -1 bancada com pia e lavatrio. -1 geladeira -1 cadeira -1 braadeira -1 armrio com prateleiras - bancada com pia -1 mesa clnica

4 m

9 m

9 m

7

Dispensvel quando a lavagem de roupa for realizada fora da Unidade, em estabelecimento obrigatoriamente legalizado na VISA.

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OBSERVAES I) A largura mnima de portas de ambientes com acesso de paciente, inclusive sanitrios, dever ser de 0,8m; II) Nenhum imvel destinado a estabelecimentos de sade deve ser construdo ou adequado, sem que seu projeto tenha sido previamente avaliado pela DIEF/SVS; III) O projeto bsico de arquitetura dever ser encaminhado DIEF acompanhado de Requerimento de Aprovao de Projeto Arquitetnico RAPA , protocolado na Coordenadoria de Vigilncia Sanitria da Diretoria de Aes Descentralizadas de Sade, qual o municpio est adstrito, bem como dos documentos mencionados no verso desse requerimento, tais como, ART do responsvel tcnico pelo projeto, relatrio tcnico que contm memorial do projeto de arquitetura, listagem de atividades, especificaes de material de acabamento de teto, pisos e paredes, alm de informaes sobre o manuseio e a destinao dos resduos slidos e dos sistemas de gua, esgoto e fornecimento de energia eltrica; IV) Os equipamentos devem ser de material adequado desinfeco; V) Caso seja previsto um consultrio especfico para o THD, suas dimenses devero atender s especificaes padronizadas para o consultrio odontolgico; VI) So instrumentos odontolgicos necessrios montagem do consultrio: alveoltomo, aplicador para cimento (duplo), bandeja de ao, brunidor, colher de dentina, cabo para bisturi, cabo para espelho, caixa inox com tampa, condensador para amlgama, cureta alveolar, destaca peristeo, elevadores (alavancas) para raiz (2 curvas

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e 1 reta), extirpa nervo, esculpidor para resina, esculpidor Hollemback, esptula metal, extratores de trtaro, espelho odontolgico, frceps infantis e adultos (1, 150, 18R, 18L, 151, 17, 69), lima para canal (lima tipo Kerr, 1 srie, 21 e 25 mm), lima ssea, pina Halstead (mosquito) curva e reta, pina para algodo, porta dycal, portaagulha, prendedor de guardanapo, porta-detritos, portaalgodo, pote dapen, placa de vidro, pina dente-de-rato, porta-amlgama, porta-matriz, recepiente plstico para desinfeco e/ou pr-desinfeco qumica, seringa carpule, sindesmtomo, sonda exploradora, sonda perindontal milimetrada e tesoura cirrgica. VII) Os municpios que forem incorporar a equipe de Sade Bucal ao PSF devero acoplar s Unidades Bsicas de Sade o consultrio de Odontologia. VIII) Postos de Sade a serem adequados ou construdos em reas rurais devero dispor de: consultrio mdico sanitrio anexo, consultrio de enfermagem, banheiro/ vestirio para funcionrios, sanitrios para usurios adequados para deficientes fsicos permanentes ou temporrios, sala de espera, sala de reunio, sala de cuidados bsicos, sala de vacinao, depsito de material de limpeza, sala de utilidades, sala de curativos, copa e depsito de lixo. IX) O material de acabamento de tetos, pisos e paredes dever ser impermevel, de fcil limpeza e resistente a processo de limpeza e de desinfeco. X) A rea estimada da Unidade Bsica de Sade de 176,2 m2, no incluindo reas de circulao e de paredes, devendo o custo do m2 ser baseado no CUB atualizado.

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