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Construção, equipamento e início do funcionamento do Centro de Saúde na Área B dos Quilômetros, Município de Viana, Luanda SUBVENÇÃO DE ESTADO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 2472/07 Relatório da Avaliação Final Por: Mary Daly Consultores JMJ Angola, Lda. Rua 5 de Outubro, 55 Luanda [email protected]

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Construção, equipamento e início do funcionamento do Centro de

Saúde na Área B dos Quilômetros, Município de Viana, Luanda

SUBVENÇÃO DE ESTADO DE COOPERAÇÃO

INTERNACIONAL 2472/07

Relatório da Avaliação Final

Por: Mary Daly

Consultores JMJ Angola, Lda. Rua 5 de Outubro, 55 – 6º Luanda [email protected]

2

Conteudo 1. EXECUÇÃO DO PROJECTO ..................................................................................................................... 5

Metodologia de Avaliação .................................................................................................................... 5

1.1 Preparação e Desenho do Projecto ...................................................................................................... 6

Dono da Obra ........................................................................................................................................ 6

Análise de suposições e riscos .............................................................................................................. 7

Modelo de Gestão ................................................................................................................................. 7

1.2 Execução do Projecto .......................................................................................................................... 9

Preparação para Construção .................................................................................................................. 9

Gestão do Orçamento ............................................................................................................................ 9

Assistência Técnica ............................................................................................................................. 10

Documentação do Projecto ................................................................................................................. 11

2. RESULTADOS ALCANÇADOS ...................................................................................................... 11

2.1 Contexto no Sector Saúde ................................................................................................................. 11

2.2 Contexto Socio-económico ......................................................................................................... 12

2.3 Objectivo 1: Construção e Equipamento de um Centro de Saúde .............................................. 12

2.4 Objectivo 2: Pôr o Centro de Saúde a Funcionar ........................................................................ 13

2.5 Sustentabilidade ................................................................................................................................ 14

3 ALINHAMENTO COM O CONTEXTO INSTITUCIONAL ........................................................... 15

3.1 Qual a entidade apropriada para ser o dono de uma obra de construção civil? ................................ 15

3.2 Fiscalização de uma Empreitada Pública .......................................................................................... 16

3.3 Assistência Técnica ........................................................................................................................... 16

4 CONCLUSÕES....................................................................................................................................... 17

Pertinência .......................................................................................................................................... 17

3

Eficiência ............................................................................................................................................. 18

Eficácia ................................................................................................................................................ 18

Viabilidade .......................................................................................................................................... 19

Coerência ............................................................................................................................................ 19

Alinhamento ........................................................................................................................................ 20

5 RECOMENDAÇÕES ......................................................................................................................... 20

5.1 Recomendações para a AECID ......................................................................................................... 20

5.2 Recomendações para Administração Municipal de Viana ................................................................ 21

Anexo I: Termos de Referencia ................................................................................................................... 22

“Construção, equipamento e início do funcionamento do Centro de Saúde na Área B dos Quilômetros,

Município de Viana, Luanda” ...................................................................................................................... 22

ANEXO II: Entrevistas Feitas ....................................................................................................................... 32

4

ACRONIMOS

AECID: Agencia Espanhola de Cooperacion Internacional para El Desarollo

AMV: Administração Municipal de Viana

AS: Área de Saúde

AT:Assistência Técnica

CS: Centro de Saúde

CSR: Centro de Saúde de Referencia

DPSL: Direção Provincial de Saúde Luanda

MMC: Medicus Mundi Catalunya

RMSV: Repartição Municipal de Saúde Viana

5

1. EXECUÇÃO DO PROJECTO

Esta secção analisa o desenho do projecto, as suposições inerentes ao desenho e o modelo de

gestão da subvenção. A Subvenção do Estado de Cooperação Internacional 2007 (exp. No.

2472/07) financiou a Administração Municipal de Viana, Luanda para a Construção,

Equipamento e Por em Funcionamento de um Centro de Saúde na Área B dos Quilômetros. O

valor do financiamento foi Euros 917.702 e o prazo de execução foi de 18 meses a partir de

entrega de dinheiro que foi em Junho 2008. A repartição do orçamento foi prevista da seguinte

maneira;

ITEM VALOR EURO

Desenho do projecto de base e do Projecto

de Execução

11.000

Construção do Centro 594.000

Equipamento 168.000

Assistência Técnica MMC 124.702

Avaliação Final 20.000

TOTAL 917.702

Adjudicou-se um centro de saúde equipado numa solução “chave na mão”. Na altura da

avaliação final, dois anos e três meses após o inicio do projecto, a obra de construção do centro

de saúde não tinha sido executada na sua totalidade e o equipamento não tinha sido entregue ao

dono de obra. O dinheiro para a construção e equipamento foi pago na totalidade à empresa

Panexport. O avaliador não encontrou uma medição já elaborada, do estado actual da obra.

Assim não é possível opinar sobre o valor da construção executada até Setembro 2010.

Metodologia de Avaliação

A metodologia de avaliação foi adaptada a realidade encontrada no sentido que as actividades do

projecto não foram executadas como previsto. Assim, a avaliação procurou

a. Analisar a intenção e o desenho do projecto no contexto de Angola.

b. Analisar a execução do projecto com base nas estratégias de intervenção e o modelo de

gestão aplicada.

6

A abordagem de recolha de dados foi de entrevistar representantes das partes principais sendo

eles a Agência Espanhola para Cooperação e Desenvolvimento Internacional e a Repartição

Municipal de Saúde, analisar as informações contidas nos arquivos do projecto, entrevistar

intervenientes no projecto, visitar o local de construção e voltar a entrevistar intervenientes no

projecto quando surgir duvidas ou diferenças entre a informação encontrada nos arquivos e a

informação nos narrativos das entrevistas. A consultora visitou o centro de saúde Ana Paula, em

Viana, para analisar a vertente de referência e contra referência no contexto de uma Área de

Saúde.

1.1 Preparação e Desenho do Projecto

A fase de preparação do projecto não está documentada. O Chefe da Repartição de Saúde iniciou

a trabalhar neste posto em Fevereiro 2008 e encontrou o processo já em andamento. Os

proponentes principais da iniciativa foram Medicus Mundi Catalunya (MMC) e a Agência

Espanhola de Cooperação Internacional e Desenvolvimento (AECID). Uma das pessoas

entrevistadas lembrou-se de ter participado em encontros com o anterior Administrador

Municipal de Viana e com o Dr. Leitão do Gabinete de Estudos, Planejamento e Estatística no

Governo da Província em Luanda. Houve nesta altura troca de opiniões sobre as vantagens e

desvantagens de gerir o projecto ao nível do município ou a partir do Gabinete do Plano no

Governo da Província.

Dono da Obra

A opção para financiar direitamente a Administração Municipal está justificada no Notificacion

de Concesion, sendo uma estratégia de reforçar o processo de descentralização em curso em

Angola. Optou-se para delegar os poderes de dono de obra no Chefe de Repartição Municipal de

Saúde; esta decisão não está justificada nem explicada. Em entrevistas, tanto a parte Angolana

como a AECID explicam esta decisão como uma estratégia para evitar burocracias e lentidão na

execução. Não parece ser uma boa opção pois os processos legais inerentes a qualquer projecto

de construção passam sempre pelos mesmos canais, seja qual for a entidade intitulada como

dono da obra. Porém, a opção teve dois efeitos. Um foi que o Assistente Técnico Arquiteto

apoiasse uma médica para gerir a construção do Centro de Saúde; o perfil profissional da médica

fez com que ela não tivesse a experiência nem os conhecimentos para opinar com segurança

sobre os aspectos técnicos do projecto. O segundo efeito foi que a Secção Municipal de

Planejamento e Estatística da Administração Municipal que normalmente lidera os projectos de

construção, apoiando-se na acessoria dos Serviços Técnicos da Administração, não fosse

devidamente envolvida e quando começarem a surgir problemas não se sentiu responsável para

contribuir para encontrar soluções para os problemas emergentes.

7

Análise de suposições e riscos

O documento de Notificacion de Concesion é o primeiro documento que descreve a intenção do

projecto. Não há um documento técnico de formulação de projecto que analisa os riscos e

suposições relacionados com a intervenção pretendida. Assim não foi prevista a possibilidade do

empreiteiro não cumprir com o contrato assinado e o modelo de gestão que será discutido em

diante não facilitou a tomada de decisão quando surgirem problemas na execução do Contrato de

Empreitada. O único documento que faz uma referência específica à função de fiscalização é o

Contrato de Empreitada, mas a função de fiscalização não foi prevista no orçamento do projecto.

Também não há uma análise da capacidade institucional da Administração Municipal de Viana.

É verdade que em 2007, na altura em que o projecto foi desenhado, o processo de

descentralização estava no seu início. No entanto, teria sido possível entender a evolução

prevista para os serviços técnicos da Administração e abria a possibilidade de conceber um

modelo de gestão alinhado com funções atribuídas às secções distintas da administração.

Modelo de Gestão

O modelo de gestão previa que o dono institucional de obra fosse a Repartição Municipal de

Saúde. Esta figura seria assessorada por um assistente técnico e a assistência técnica seria da

responsabilidade de MMC. O órgão constituído para assegurar a gestão transparente dos fundos

foi um Comitê de Seguimento. O Notificacion de Concesion definiu como membros obrigatórios

do Comitê, com voto, o Chefe da Repartição de Saúde, o Administrador (ou alguém indicada por

ele), uma pessoa com função administrativa ou económica da parte da Administração Municipal,

o representante em Angola de MMC, um representante de AECID e o assistente técnico que

assumira a responsabilidade de secretário do Comitê. A tomada de decisão foi por meio de

votação e consensual. As atribuições do Comitê1 foram

a. Trocar impressões e realizar propostas para melhorar a

gestão que será consensual.

b. Identificar os possíveis dificuldades e minimizar os riscos.

c. Realizar o seguimento do orçamento do projecto.

A figura de Presidente não teve poderes diferentes dos outros membros e ficou sujeita à opinião

da maioria em todos os casos. O posto de Presidente foi atribuído à Chefe da RMSV, ao qual

foram outorgados os poderes de administrador, como dono da obra. De novo, um chefe de

1Regulamento de Comitê

8

repartição municipal de saúde raramente terá o perfil para oferecer opiniões informadas sobre um

projecto de construção civil e a maior parte de orçamento foi atribuída à componente de

construção. A posição de Secretário foi atribuída ao posto de Assistente Técnico. Ponto 8 do

documento Notificacion de Concesion disse,

La Consultora encargada da La Assistencia Tecnica

tendra responsabilidad em apoyar a La Unidad de

Gestion de La Administracion Municipal para El

cumplimiento em plazo de las obligaciones de

Justificacion.

Assim este consultor empenhou-se a resolver todo e qualquer problema que surgiu, com o

propósito de ”apoiar o dono da obra no cumprimento das suas obrigações”. Ele, em colaboração

com um jovem administrativo da RMSV, acompanhava o dia-a-dia da obra, em representação do

dono da obra, geria as finanças e os arquivos, empurrou a obtenção de uma garantia bancária da

parte da empresa construtora, ajudou na fiscalização da obra, prestou assistência técnica a

empresa construtora, convocava e secretariava as reuniões do Comitê.

As implicações deste modelo para a tomada de decisão foram:

a. Os membros do Comitê de Seguimento da parte de ADMV opinarem que “o assistente

técnico controlava tudo” e eles não se preocuparem com os detalhes do projecto. Na

práctica, o Assistente Técnico podia realizar tarefas em apoio ao dono da obra mas não

teve poderes para unilateralmente fazer respeitar o Contrato de Empreitada.

b. Quando surgiram problemas graves não existia um mecanismo eficaz para responder à

crise emergente. O coletivo optou repetidas vezes por ser “flexível” com a empresa

construtora, com apenas uma voz dissonante, e nenhuma entidade assumia a defesa de

uma aplicação rigorosa do Contrato de Empreitada.

c. O modelo não previu como resolver um problema que ultrapassasse a competência do

Comitê de Seguimento. Neste caso, a falta de cumprimento por parte da empresa exigia

que as respostas previstas no Contrato de Empreitada fossem aplicadas. O dono de obra

teria provavelmente de mover um processo judicial para rescindir o contrato e procurar

ser ressarcido pelos prejuízos sofridos. Para que a Repartição Municipal de Saúde

procedesse com a opção de rescindir o contrato, na prática seria preciso uma autorização

do Administrador Municipal e esta autorização nunca foi solicitada.

O Presidente da Comissão de Moradores da zona Mulenvos de Cima foi convidado para ser

membro do Comitê de Seguimento. Acontece que o Presidente da Comissão de Moradores é

9

também Secretário do Partido MPLA no mesmo bairro. Por razões que não foram

esclarecidas, os membros da Comissão de Moradores, em vez de levar as suas preocupações

ao Comitê de Seguimento, optarem por realizar visitas de surpresa ao estaleiro. Estas visitas

foram sentidas como ameaçadoras pela empresa de construção e pelo Assistente Técnico.

1.2 Execução do Projecto

Preparação para Construção

Todas as actividades para o período Junho a Dezembro 2008 foram executadas dentro do prazo,

sendo elas

Constituição do Comitê de Seguimento

Legalização da propriedade do terreno obtido para construção.

Elaboração do Documento de Início do Projecto incluindo um plano operativo para 18

meses.

Revisão arquitetónica e adaptação do desenho da planta protótipo de Centro de Saúde

para corresponder aos serviços previstos.

Obtenção da licença de construção.

Realização do concurso público para a realização da obra e a compra de equipamento,

adjudicação de empresa e celebração do Contrato de Empreitada.

De salientar que foi opinião de todos que foram entrevistados que o papel de assistência técnica

foi fundamental e uma contribuição essencial para a realização das tarefas para este período.

Gestão do Orçamento

As cópias dos extratos bancários encontrados nos arquivos estão completas e apresentam um

saldo final de 14,434.11 €. Foram feitos sete pagamentos à empresa Panexport e autorizado um

levantamento em cash para pagar um engenheiro que foi subcontratado para fazer o desenho das

redes. O total pago foi de 792,688.98 €. Os pagamentos foram feitos num período entre

Fevereiro 2009 a Dezembro 2009. O valor total corresponde ao valor da obra no contrato da

empreitada mais um valor de 20,000 € que foi transferido do orçamento para assistência técnica

ao orçamento para construção e o equipamento. Os pagamentos feitos à Panexport, a empresa de

construção, foram feitos com base em facturas ou pedidos feitos pela empresa. Panexport juntava

uma carta descritiva às facturas para obras concluídas. Estas cartas serviam de medição do

progresso, o que parece ser um claro conflito de interesse. A medição do progresso é

normalmente feita por um fiscal independente da empresa construtora que é nomeado e

contratado pelo dono de obra para salvaguardar os seus interesses. Em menos de quatro meses a

10

partir do início da obra, a empresa Panexport já tinha recebido pagamentos equivalentes a 81%

do valor total da obra de construção.

Como a lei em Angola permita o pagamento de um adiantamento (downpayment) de 30% do

valor global do contrato, o Assistente Técnico insistiu que a empresa construtora obtivesse uma

garantia bancária para este valor (231 803.84 €). A primeira garantia foi assinada a 09/02/2009

pelo BAI, com validade de 90 dias. A mesma foi renovada duas vezes para a mesma duração de

90 dias. A última garantia bancária, emitida no dia 08/12/2009, reduziu o valor garantido para

80,000 € e expirou no dia 8 de Março 2010. O Banco BAI não renovou a garantia porque a

Panexport vendeu o terreno que cobria a garantia. O Banco não notificou a beneficiária que a

garantia não tinha sido renovada, mais não tem realmente uma obrigação legal de fazê-lo.

Assistência Técnica

A Notificacion de Concesion, especifica o apoio técnico para construir o centro de saúde, realizar

o desenho funcional, o plano de empresa e formação do pessoal sanitário. Porém, o orçamento

atribuído para assistência técnica ao mesmo projecto contempla somente a parte de assistência à

construção do centro de saúde.

O convênio assinado entre MMC e a RMSV cobre o período de Dezembro 2007 a Novembro

2011. Este convênio refere-se a outras responsabilidades assumidas pela MMC que não fazem

parte deste projecto. As actividades listadas neste convênio foram também financiadas pela

Cooperação Espanhola e poderão ser consideradas como complementares a esta ação, como as

de formação contínua de pessoal de saúde e o reforço institucional da Repartição Municipal de

Saúde.

O assistente técnico trabalhou no projecto de Julho 2008 até Dezembro 2009. Na mesma altura

que terminou o contrato para assistência técnica, AECID autorizou uma prorrogação no tempo de

execução do projecto até Setembro 2010. Na falta de assistência técnica qualificada, o Comitê de

Seguimento indicou o chefe da secção de administração na RMSV para acompanhar os trabalhos

quotidianos e a AECID solicitou informalmente a representante de MMC para os manterem

informados do progresso nas obras. A partir de Fevereiro 2010, o arquiteto que desempenhou o

papel de assistente técnico para o projecto foi contratado pelo AECID para acompanhar este e

outros projectos que beneficiaram de subvenções diretos da parte do Estado Espanhol, dado o

conhecimento que este técnico tem do contexto do país. Na realidade, num período de dois anos,

a mesma pessoa encontrou-se, em alturas diferentes e por vezes concorrentemente, a representar

ou a apoiar tecnicamente todos os actores envolvidos neste projecto, desde o dono da obra, o

financiador, a entidade fiscalizadora e a empresa construtora. Não se considera esta situação

saudável para o projecto porque afecta a objetividade do profissional como conseqüência de

conflito de interesses. Também não parece um ambiente saudável de trabalho para o individuo

que se encontre nesta situação, expondo-o a demasiadas pressões contraditórias.

11

Documentação do Projecto

A documentação do projecto foi encontrada organizada em arquivos de acesso fácil. As actas do

Comitê de Seguimento descrevem os detalhes pertinentes dos assuntos discutidos e as decisões

tomadas pelo colectivo. Os relatórios para a AECID estão também completos. Todos os acordos,

convênios e contratos estão arquivados. Os documentos de finanças arquivados iniciam no dia de

transferência do financiamento para a conta da Administração Municipal de Viana, dia 20 Junho

2008 e terminam no dia 21 de Setembro 2010.

2. RESULTADOS ALCANÇADOS

Este secção aborda brevemente o contexto de Viana em termos de saúde e a actual situação

socioeconômica. Os resultados serão analisados em duas partes

a. A actividade principal de construção do centro de saúde.

b. As actividades de suporte para pôr o centro de saúde a funcionar.

A sustentabilidade da intervenção será abordada nas vertentes das opções para terminar a

construção do centro de saúde e as previsões para a gestão sustentável dos custos correntes de

operação do centro.

2.1 Contexto no Sector Saúde

Viana2 é actualmente um de nove municípios em Luanda com previsões anunciadas de realizar

uma reorganização de território que afetará este município. Viana tem uma população estimada

em 919.525 habitantes. Estima-se a população do município mais populoso, Cazenga, em

1.287.500 e do município menos populoso, Samba, em 600.480. Viana tem 2.053

habitantes/técnico de saúde e Kilamba Kiaxa, como uma população semelhante tem

691/habitantes por técnico de saúde. Viana tem 229,881 habitantes por cama maternidade; em

comparação o município de Sambizanga tem 819,236 habitantes por cama maternidade. Porém,

o raio médio teórico sem acesso a serviços de partos é de 10km em Viana e 2km no Sambizanga.

Viana tem dois centros de saúde de referência (CSR) e um hospital municipal está em

construção. O centro de saúde de referência e o hospital municipal são previstos terem a mesma

capacidade de atender os doentes vindos das unidades sanitárias com serviços diagnósticos e

terapêuticos menos diferenciados na Área de Saúde servida. Neste caso o centro de saúde

planejado neste projecto iria enviar os seus utentes a CSR Ana Paula que actualmente não tem

um serviço de radiologia a funcionar e não tem serviços de saúde oral ou saúde mental, que estão

previstos para um centro de saúde de referência.

2 Os dados para o sector de saúde são do Plano de Desenvolvimento Sanitário de Luanda 2008.

12

Porém, considera-se que a seleção do local para o centro de saúde e o nível de serviço previsto

(centro de saúde simples com assistência a partos) fossem decisões apropriadas no contexto do

actual Plano de Desenvolvimento Sanitário para Luanda. O facto de que não estejam garantidos

os serviços apropriados de referência está fora da competência da intervenção a ser avaliada.

2.2 Contexto Socio-económico3

O acesso a água potável está limitado à sede do município. Somente 10% das 20 unidades de

saúde no município têm acesso a água da rede. A limpeza pública e a recolha de lixo está restrita

à sede do município. A energia é abastecida, na maioria das áreas servidas, por postos de

transformação privados adquiridos à ENE. Viana situa-se numa das vias principais de saída de

Luanda, ligada com estradas para o centro, o norte e o leste do país. Os bairros periféricos não

são urbanizados, como é o caso da zona a ser servida pelo centro de saúde objeto desta avaliação.

O plano de desenvolvimento para Viana inclui um Polo de Desenvolvimento Industrial destinado

a pequenas e médias empresas com base na indústria ligeira. Conta ainda com dois perímetros

irrigados com um total de 1.100 hectares. Os pequenos agricultores operam principalmente na

comuna de Calumbo mas resistem cada vez menos a múltiplas pressões para abandonarem a terra

em favor de fins industriais e residenciais.

2.3 Objectivo 1: Construção e Equipamento de um Centro de Saúde

O trabalho preparativo da construção, como referido na seção 1.2, correu bem e foi completado

com êxito dentro dos prazos estipulados. O Contrato de Empreitada foi celebrado no dia 30 de

Dezembro de 2008. O formato de contrato usado foi fornecido pelo Departamento de Obras

Públicas da Província de Luanda. Nesta altura houve um acordo verbal com a Área Técnica da

Administração Municipal para assumir a responsabilidade de fiscalização da obra. Porém, a

função de fiscalização foi discutida várias vezes nas reuniões do Comitê de Seguimento. A obra

foi formalmente inaugurada no dia 24 de Janeiro 2009. A primeira transferência de 30% do valor

da obra foi feita no dia 2 de Fevereiro. No fim de Fevereiro, os Serviços Técnicos enviarem um

informe detalhado à RMSV, indicando a sua insatisfação com o cumprimento da parte de

empresa construtora com as cláusulas do contrato, no que diz respeito às condições exigidas para

um estaleiro de obra. Nesta altura o Projecto de Execução de Obra não tinha sido aprovado. O

primeiro Engenheiro Coordenador da obra da empresa construtora demitiu-se em Fevereiro 09.

Durante o decorrer dos trabalhos na obra foram admitidos e demitiram-se um mínimo de quatro

técnicos condutores da obra. Tanto o engenheiro fiscal, funcionário dos Serviços Técnicos da

Administração Municipal como o Arquiteto Assistente Técnico ajudaram os técnicos da empresa

construtora a elaborar o Projecto de Execução da Obra que foi finalmente aprovado em Abril de

2009. O fiscal justificou 25 dias de trabalho perdido por motivo das chuvas em Março e Abril de

3 Perfil do Município de Viana 2006

13

2009. Em Junho 2009, solicitou-se à empresa um novo cronograma para a realização do trabalho,

em vista dos atrasos já acumulados. No período de Junho a Outubro 2009, todos os relatos

diziam que era possível recuperar os atrasos verificados e que seria possível entregar a obra até

Dezembro de 2009. Retrospectivamente, parece que pouco ou nada avançou na obra a partir de

Novembro 2009. Os relatos faziam várias referências a ausência de trabalhadores na obra. Esta

situação foi piorando em 2010 e quando a consultora que conduziu a avaliação visitou a obra em

Setembro 2010, não havia trabalhadores no local e os seguranças ameaçavam abandonar a obra

por não terem sido pagos.

Deitando um olhar retrospectivo, a empresa construtora teve dificuldades para executar a obra

desde o início, mas os problemas foram sendo superados com a assistência técnica do engenheiro

fiscal e do assistente arquitecto. Todavia foram feitos sete pagamentos à Panexport no período

Fevereiro 2009 a Dezembro 2010, totalizando 789,168.98 €. O contrato de empreitada previu

pagamentos mensais com base em acta de medição do progresso do trabalho concluído

apresentado pelo fiscal. Na prática, a empresa solicitava dinheiro de três em três meses, o Comitê

de Seguimento analisava duma maneira geral os trabalhos realizados e aprovava os pagamentos

sem que estes fossem condicionados rigorosamente a uma medição feita pelo fiscal. A aplicação

rigorosa da função do fiscal poderia não ter resultado na construção do centro, mas teria evitado

que todo o orçamento fosse pago à empresa construtora em forma de adiamento.

Foram feitos dois pagamentos à empresa Panexport em Setembro e Outubro de 2009, num valor

total de 175.043 €, com fim de se importar equipamento medico hospitalar. No decorrer desta

avaliação, a empresa Panexport forneceu uma factura proforma, com data de Janeiro 2009 para

um valor de 90.000 €. No contexto desta avaliação, a empresa não forneceu nenhum

comprovativo para pagamentos efectuados a outras empresas para a aquisição do equipamento

hospitalar aprovado.

Paralelamente ao decorrer dos trabalhos realizados pela empresa Panexport em Viana, os

funcionários do Departamento de Obras Públicas4 no Governo da Província verificaram

problemas com a execução de trabalhos pela mesma empresa que concluíam trabalhos num

centro de saúde no Kilamba Kiaxi. Parece não existir nenhum sistema formal de lista negra de

empresas que fornecem serviços ao sector publico que não respeitem as cláusulas contratuais.

2.4 Objectivo 2: Pôr o Centro de Saúde a Funcionar

O Plano Operativo do Projecto no documento de Início de Execução previa, num período de 18

meses, as seguintes actividades.

4 Arq. Camundo, Obras Públicas entrevistado por telefone.

14

1. Plano de Gestão Interna do Centro de Saúde, integrado no conceito da Sub Área de

Saúde no Município de Viana.

2. Formação do pessoal com base nas tarefas a realizar e nas competências requeridas.

3. Campanha de informação à comunidade.

4. Recepção e inauguração do novo centro.

O orçamento do projecto não tem rubricas dedicadas às actividades relacionadas com o

Objectivo 2. É possível que a AECID e MMC tivessem informalmente concordado que o

trabalho seria feito, utilizando recursos de outros projectos com objectivos semelhantes, também

financiado pela AECID. Porém, no decorrer da avaliação não foi possível esclarecer como foi

previsto custear as actividades relacionadas com a realização do Objectivo 2 da Notificacion de

Concesion.

Na prática, as actividades 3 e 4 não foram relevantes enquanto a obra não estivesse terminada. O

pessoal destacado para o novo centro de saúde iniciou o trabalho em Viana, em 2010. O contrato

de MMC para assistência técnica a este projecto expirou em Dezembro 2009 e nenhum

documento aborda as implicações em termos da realização da formação que não foi feita.

Em cumprimento com as primeiras duas actividades, o plano de recursos humanos foi baseado

no plano tipo da Direção Provincial de Saúde. O Departamento de Saúde cumpriu com o

compromisso assumido e destacou técnicos de saúde para trabalhar no novo centro médico.

Actualmente, estes técnicos estão a trabalhar em outras unidades sanitárias em Viana. Não foram

feitas descrições de trabalho para os postos chaves. Não existe Plano de Gestão Interno do

Centro de Saúde. A consultora é da opinião que o exercício de realizar um plano de gestão para o

centro teria sido útil, no contexto de reforçar a capacidade de gestão da Repartição Municipal de

Saúde. A análise de produtividade no Plano de Desenvolvimento Sanitário de Luanda5, 2008-

2018, indica que o rendimento do pessoal de saúde no Município de Viana é baixo. Assim,

assegurar que haja mais técnicos de saúde a trabalhar, não vai por si, melhorar a qualidade de

prestação de serviço ao utente. Adicionalmente, a realização do exercício de elaborar um plano

de gestão poderá ter reforçado as competências adquiridas no processo de planejamento feito no

contexto do Programa de Apoio ao Sector Saúde (PASS) da União Européia.

2.5 Sustentabilidade

A sustentabilidade da intervenção requer que a construção do centro esteja acabada. Quando a

avaliadora visitou a obra, foi evidente que a mesma está parada desde há algum tempo. A

5 Plano de Desenvolvimento Sanitário Luanda 2008-2018, PASS, União Européia

15

paragem da execução de trabalhos na obra por parte do empreiteiro por um período superior a 15

dias é motivo suficiente para rescindir o contrato de empreitada. Assim é necessário realizar um

trabalho técnico de

a. Efectuar uma medição completa e concreta que defina exactamente aquilo que foi

construído pela Panexport e o valor correspondente.

b. Revisar o Projecto de Execução, elaborando um novo cronograma com custos específicos

para os trabalhos que faltam realizar.

Os mecanismos de financiamento para os serviços essenciais de saúde no município não estão

ainda definidos. A Administração Municipal de Viana é uma unidade orçamental. Em princípio,

a Repartição de Saúde dependerá do orçamento do Município. Actualmente, a RMSV recebe um

fundo mensal da Direção Provincial de Saúde de Luanda para cobrir os custos correntes dos

centros e postos de saúde. O montante disponível não se baseia em planos ou orçamentos

elaborados nas unidades sanitárias. O dinheiro disponível é distribuído com base nas prioridades

do momento. A operação do centro, quando for construído, estará garantida dentro dos limites

do dinheiro disponível. O que não está previsto ou garantido é um valor anual equivalente a um

mínimo de 15% da obra para assegurar a manutenção da infra-estrutura e equipamentos.

3 ALINHAMENTO COM O CONTEXTO INSTITUCIONAL

3.1 Qual a entidade apropriada para ser o dono de uma obra de construção civil?

O financiamento directo a um município é possível desde que foi produzida legislação para esse

efeito em 2007 que defina a estrutura e poder das administrações municipais6. Os municípios

receberem a sua primeira dotação orçamental em 2008. A Administração Municipal de Viana e

os seus serviços administrativos e técnicos têm alguma experiência na gestão de pequenas obras

de construção. Porém, a repartição municipal de saúde não é uma unidade orçamental, e

normalmente não lhe é incumbida a tarefa de gerir obras de construção, nunca as geriu antes e

provavelmente não virá a gerir outras obras no futuro.

Assim, a atribuição da responsabilidade de gestão da obra de construção à Repartição Municipal

de Saúde foi fora de comum e acabou criando um sistema paralelo ao sistema normal para gestão

de obras de construção nas repartições públicas. Esta decisão poderá também ter contribuído para

o isolamento do Chefe de Repartição de Saúde quando a execução da obra entrou em crise.

6 Decreto Lei 02/07

16

3.2 Fiscalização de uma Empreitada Pública

O apoio aportado pela assistência técnica no período de preparação para a construção foi

fundamental. Após a celebração do Contrato de Empreitada, o documento que rege o

relacionamento entre o dono da obra e o empreiteiro é o Contrato de Empreitada. O elemento

chave para assegurar a boa condução deste processo, e para defender os interesses do dono da

obra, é ter um fiscal independente. Esta figura não foi prevista no orçamento do projecto e não

foi definida com clareza como sendo uma actividade crítica para assegurar a execução exitosa da

construção. No processo de execução da obra, a voz de fiscal acabou sendo um voto no meio de

outros votos no Comitê de Seguimento. O decreto 40/05, de Junho: Regime de Empreitadas

Públicas defina a responsabilidade sendo,

À fiscalização incumbe vigiar e verificar o exacto

cumprimento do projecto e as suas alterações, do contrato, do

caderno de encargos e do plano de trabalhos em vigor.

Os mecanismos e processos de gestão no projecto sob avaliação, mesmo sem que isso tivesse

necessariamente sido intenção de nenhuma das partes, resultou numa minimização da

responsabilidade e do estatuto independente do fiscal. O resultado foi que o Contrato de

Empreitada não foi aplicado com rigor resultando em prejuízo para o dono da obra.

O sistema de gestão de finanças foi concebido para garantir que o beneficiário da subvenção

concedida tivesse o devido apoio para gerir corretamente o dinheiro. E neste sentido o sistema

foi bem sucedido. Porém, a partir do momento que o dono de obra e beneficiário da subvenção

fizesse pagamentos ao empreiteiro, os sistemas de gestão de dinheiro concebido na Notificacion

de Concesion deixaram de ser pertinentes. O documento legal que rege a gestão de dinheiro pelo

empreiteiro e o Contrato de Empreitada e a aplicação rigorosa das cláusulas deste contrato

necessita a prestação contínua e rigorosa de serviços independentes de fiscalização, o que não foi

o caso. Concretamente, a falta de condicionar os pagamentos ao empreiteiro às actas de medição

do progresso da obra a realizar mensalmente pelo fiscal, como previsto no Contrato de

Empreitada, prejudicou os interesses tanto de dono de obra como do financiador da subvenção.

3.3 Assistência Técnica

A Notificacion de Concesion define as seguintes necessidades para a assistência técnica,

Apoio ao desenho do Plano de Saúde Municipal, no contexto dos trabalhos efectuados no

Programa da União Europeia. Isto não foi previsto no orçamento do projecto e não parece

ter sido uma actividade do projecto.

17

Uma campanha de informação à população para conhecer os serviços de saúde

disponíveis no município. Iste também não foi previsto no orçamento e não foi incluído

no plano de trabalho.

Apoio a RMSV para organizar o concurso publico para a adjudicação da obra de

construção e equipamento do centro de saúde. Isto foi previsto no orçamento e foi

concluído com êxito.

Apoio a RMSV para efectuar a gestão financeira da subvenção de acordo com os

regulamentos da AECID. O assistente técnico desempenhou este papel até ao fim do

acordo entre MMC e a RMSV que durou 18 meses, terminando em Dezembro de 2009.

Não poderá existir um padrão uniforme para a assistência técnica atribuível a projectos

financiados com Subvenções de Estado a entidades públicas. Com a vantagem de um olhar

retrospectivo, a assistência técnica necessária para este tipo de projecto poderá ser analisada em

quatro vertentes,

a. Preparação para Construção: aquilo que foi previsto e efectuado foi adequado e

apropriado para o contexto. As Administrações Municipais começam a assumir as

responsabilidades para conduzir concursos públicos para construção de infra-estrutura e

precisam de assistência técnica na preparação e execução de concursos.

b. Execução da obra após adjudicação do contrato da empreitada: Nesta fase parece que a

necessidade prioritária é de uma fiscalização independente que reforça ao mesmo tempo

as capacidades dos Serviços Técnicos de uma Administração Municipal.

c. Preparação para uma gestão sustentável da unidade sanitária; o processo de

descentralização das responsabilidades para gestão de serviços de saúde municipais está

em curso sem que haja até agora definições claras sobre responsabilidades orçamentais.

Porém, com base nos trabalhos realizados no Programa de Apoio ao Sector de Saúde,

financiado pela União Europeia e os trabalhos enquadrados no processo de Revitalização

dos Serviços Essenciais de Saúde, há normas e instrumentos disponíveis para ajudar as

Repartições Municipais de Saúde a melhorarem a gestão de unidades sanitárias.

d. Gestão Financeira: As transações monetárias foram menos de 15 para o projecto no seu

total. Foram todas feitas como movimentos bancários e houve somente um movimento de

levantamento de cash que foi justificado. Assim, o acompanhamento de gestão de

finanças não requeria uma assistência técnica em tempo integral.

4 CONCLUSÕES

Pertinência

A selecção do local para o centro de saúde e a decisão sobre os serviços de saúde previstos está

amplamente justificada com base no trabalho do Programa de Apoio ao Sector de Saúde da

18

União Européia. Porém, o centro de saúde não foi construído no prazo previsto. Verifica-se que a

obra de construção está parada por um período superior a 15 dias sem que o dono da obra

aplicasse as cláusulas do Contrato de Empreitada. Os obstáculos encontrados na execução do

projecto derivam em parte da falta de análise prévia dos riscos e suposições, tal como é analisado

na Secção 1.1 deste documento.

A falta de uma devida análise integrada das capacidades e competências existentes na

Administração Municipal de Viana pode ter contribuído para a seleção, inapropriada, da

Repartição Municipal de Saúde para ser a contra parte e dono de obra para uma intervenção de

construção civil, que não corresponde às responsabilidades normalmente atribuídas a uma

Repartição Municipal de Saúde. (Ver Secção 1.1, Dono de Obra)

O projecto não previu recursos para formação. Assim, neste domínio não se viveu uma falta de

utilização de recursos atribuídos, mas sim uma falta de atribuição de recursos para as actividades

desenhadas, no momento da concepção do projecto.

Eficiência

Para opinar sobre o trabalho de construção efectuado comparado como os recursos utilizados, é

necessária uma medição da obra actual, uma avaliação dos trabalhos que faltam para completar a

obra e uma projeção de custos para a execução dos mesmos trabalhos.

Todavia, até Dezembro 2009, o empreiteiro já tinha recebido dinheiro equivalente ao valor

definido no Contrato de Empreitada com um valor adicional de 20,000 € que foi transferido do

orçamento para assistência técnica ao orçamento para construção e o equipamento. A impressão

de um leigo em matéria de construção, na altura de visita a obra em Setembro 2010, é que as

estruturas de betão armado, alvenarias e rede elétrica são completadas. A cobertura,

revestimentos, carpintarias, pinturas, equipamento sanitário, rede de água e esgoto, climatização,

arranjos exteriores não estão terminados. Não foi possível verificar a compra de equipamento

médico ou outro equipamento em posse do empreiteiro. Os arranjos inadequados no domínio da

fiscalização resultam normalmente em ineficiência na utilização de recursos alocados a obras de

construção civil, como parece ter sido o caso.

Este projecto em si não contribuiu para reforçar as capacidades do pessoal da Repartição

Municipal no desenho de planos de gestão para unidades sanitárias e o pessoal destacado para o

novo centro não foi formados.

Eficácia

Os resultados não foram alcançados por uma série de factores que se conjugaram para prejudicar

a execução do projecto.

19

a. A seleção da Repartição de Saúde como contraparte e dono de obra não foi o mais

indicado no contexto institucional de uma administração municipal.

b. O modelo de gestão colectiva e consensual não foi adequado para gerir problemas com

terceiros como foi o caso dos problemas que surgiram com o empreiteiro.

A percentagem do alcance dos objectivos apenas poderá ser claramente definida após a medição

da obra feita e a estimativa do que será necessário para a concluir.

Viabilidade

A viabilidade do projecto está em causa porque o financiamento foi utilizado sem que o centro

fosse construído e equipado. É possível que a parte Angolana tenha sido lenta em apropriar-se da

obra, deixando, numa primeira fase, a liderança do processo aos representantes do doador no

Comitê de Seguimento. Quando terminou o prazo da assistência técnica de MMC em Dezembro

2009, a parte Angolana não acompanhou o processo de renovação da garantia bancária que

parece ter expirado em Março de 2010. É também possível que os demais interessados da parte

Angolana não tivessem entendido a importância de tomarem decisões antes da garantia bancária

expirar. Agora, o dono da obra está provavelmente obrigado a recorrer a financiamento público

para terminar a obra no curto prazo e procurar recuperar os prejuízos sofridos através de um

processo judicial que poderá eventualmente resultar somente em médio prazo.

Coerência

A intenção do projecto é perfeitamente compatível com as Metas de Milénio, sendo a Meta 4 a

redução da mortalidade infantil e a Meta 5, a redução da mortalidade materna. O Plano Director

da Cooperação Espanhola 2004-2008, que corresponde à altura em que foi elaborado o desenho

do projecto, delineia as intervenções prioritárias no sector de saúde como sendo a melhoria de

saúde sexual e reprodutiva e a saúde infantil como reduzir a mortalidade materna. O Programa

Vita da Cooperação Espanhola para o Desenvolvimento de Saúde em África realça também as

mesmas linhas estratégicas. E finalmente, o documento “Estratégia País da Cooperação

Espanhola para Angola” inclui o seguinte objectivo específico, “Reforçar os Sistemas

Municipais de Saúde na periferia de Luanda, incluindo saúde materna infantil, gestão e

vigilância epidemiológica”.

Assim, a construção de um centro de saúde num bairro populoso sem acesso a serviços de saúde,

onde foram previstos serviços integrados de atendimento materno infantil, incluindo serviços de

prevenção de transmissão vertical de VIH, é compatível com as políticas de saúde dos

organismos internacionais e com as da AECID em particular.

20

Alinhamento

O alinhamento do modelo e instrumentos de gestão com as estruturas e capacidades encontradas

na Administração Municipal de Viana foi abordado em detalhe na Secção 3 deste relatório.

A intenção de aplicar uma subvenção de Estado para reforçar as competências de gestão numa

administração municipal está alinhada com a política de descentralização em vigor em Angola.

Porém a decisão de indicar a Repartição Municipal de Saúde para representar o dono da obra, a

Administração Municipal, não se alinhou como as prácticas de gestão e actuação técnica dentro

da Administração Municipal de Viana. É provável que esta opção tenha contribuído,

indirectamente, para um atraso significativo na apropriação da obra pelas entidades que

poderiam tomar decisões eficazes face à falta de cumprimento por parte do empreiteiro em

relação ao Contrato de Empreitada.

A intenção original de usar o veiculo do projecto para reforçar as capacidades de gestão da

Repartição Municipal de Saúde também está alinhada com o processo de Revitalização de

Serviços Essenciais de Saúde ao nível do Município. Porém na práctica parece que as actividades

previstas para formação de pessoal de saúde e para reforçar a gestão de serviços de saúde foram

desviadas pela ênfase atribuída nas actividades de construção.

5 RECOMENDAÇÕES

5.1 Recomendações para a AECID

1. O processo de desenho de um projecto, seja qual for o sector, deverá incluir um processo

rigoroso de análise de riscos e das suposições. Uma suposição é entendida com um factor

externo ao controlo dos executores do projecto mas que seja importante para a execução

da intervenção. Neste caso, um factor externo que não foi previsto foi que o empreiteiro

pudesse não cumprir com o Contrato de Empreitada.

2. O processo de desenho deverá também incluir uma análise institucional dos parceiros em

termos de estrutura orgânica, prácticas de atuação e perfil e competências dos

profissionais chaves que servirão de contraparte para a execução do projecto. Esta análise

servirá para desenhar estratégias de execução e modelos de gestão adequados ao contexto

institucional. A mesma análise ajuda a definir o perfil e necessidade temporal de

assistência técnica.

3. Os mecanismos de gestão, desenhados para garantir a gestão transparente do dinheiro,

deverão antecipar os problemas que poderão advir quando determinados serviços são

subcontratados a terceiros que não estão sujeitos aos acordos da subvenção.

21

4. A atribuição de responsabilidade à assistência técnica deverá evitar substituir a contra

parte na execução de tarefas que são recorrentes. Neste caso, uma possível conseqüência

de não se ter acautelado suficientemente este potencial problema, foi que após a saída do

assistente técnico, a garantia bancária não foi renovada e a documentação rigorosa das

transações financeiras cessou.

5.2 Recomendações para Administração Municipal de Viana

Excepto em relação à primeira, as recomendações não são específicas da Administração

Municipal de Viana mas genéricas para entidades do Estado.

1. Deverá proceder-se à medição da obra feita, verificar se os equipamentos foram ou não

adquiridos e orçamentar a conclusão da obra. Caso se verifique ter havido pagamentos

indevidos e/ou má fé no incumprimento do contrato, deverá desencadear o devido

procedimento judicial

2. Quando negaceiam financiamentos, deverão procurar que o sistema de gestão acordada se

alinhe tanto quanto possível com o sistema e as prácticas em vigor.

3. Deverão participar activamente no processo de análise institucional para identificar as

suas necessidades em termos de assistência técnica. O dinheiro para assistência técnica é

parte do financiamento total e se não resultar em capacidades e competências adquiridas,

é dinheiro parcialmente perdido.

4. No contexto de descentralização, muitas entidades públicas que funcionam com dinheiro

do Estado, entrarão em contratos com empresas privadas. Convém criar um sistema de

alerta para comunicar rapidamente a todos as unidades orçamentais quando surgem

situações de falta de cumprimento de contratos por parte de empresas de prestação de

serviços. Neste caso é provável que o dono desta obra tivesse tomado mais cedo a decisão

de rescindir o contrato com o empreiteiro se soubesse que o mesmo não terminou o

trabalho previsto no contrato para a execução da obra no Centro de Saúde do Kilamba

Kiaxi.

22

Anexo I: Termos de Referencia

República de Angola

Governo Provincial de Luanda

Administração Municipal de Viana

Repartição Municipal de Saúde de Viana

TERMOS DE REFERÊNCIA PARA A AVALIAÇÃO FINAL EXTERNA DA

SUBVENÇÃO DE ESTADO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 2472/07

“Construção, equipamento e início do funcionamento do Centro de

Saúde na Área B dos Quilômetros, Município de Viana, Luanda”

23

CONTEÚDO

1. INFORMAÇÃO GERAL

2. DESCRIÇÃO DO CONTEXTO

3. LOGICA DE INTERVENÇÃO

4. DESCRIPÇÃO DA AVALIAÇAO FINAL

5. ACTORES ENVOLVIDOS.

6. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

7. CRONOGRAMA

8. DOCUMENTOS OFICIAIS E FONTES DE INFORMAÇÃO

9. PERFIL DO/A AVALIADOR/A.

10. APRESENTAÇÃO DE PROPOSTA TÉCNICA

11. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

24

1. INFORMAÇÃO GERAL

Título: Avaliação final do Projecto de “Construção, equipamento e início do funcionamento de

um Centro de Saúde na área B dos Quilômetros”, no Município de Viana, Província de Luanda. ”

Localização: Município de Viana, Luanda, Angola.

Duração: 20 de Junho de 2008 até os 20 de Dezembro de 2009. O referido projeto prorrogou-se

de nove (9) meses, até os 20 de Agosto de 2010.

Orçamento total: € 917.702.

2. DESCRIÇÃO DO CONTEXTO

O município de Viana, de acordo com o Mapa Sanitário do Programa PASS (MINSA/UE), tem

uma população estimada de 710.000 habitantes. Divide-se em três Comunas: Viana Sede,

Calumbo e Barra de Kwanza. Entre as duas primeiras albergam o 85% da população.

A população do Município de Viana, como a nível nacional, é uma população majoritariamente

jovem: mais dos 45% da população é menor de 15 anos.

Trata-se de una população de assentamento recente. A falta de políticas urbanísticas provocou

uma construção e um crescimento desorganizado, sem garantias de água e saneamento. O rápido

crescimento da população sobre passou as capacidades dos serviços sanitários existentes,

aumentando assim a prevalência das enfermidades transmissíveis.

Independentemente do número total de habitantes do Município, o número das Unidades

Sanitárias (U.S) do sistema público de saúde é, em quanto á cobertura, qualidade e eficiência dos

serviços que oferecem, insuficiente.

Conforme ao Mapa Sanitário, o Município de Viana contava em Agosto de 2008 com 20 U.S

dependentes do sistema público de saúde:

- 2 Hospitais;

- 4 Centros de Saúde;

- 2 Centros de Saúde de Referencia;

- 5 Postos de Saúde tipo I;

- 7 Postos de Saúde tipo II;

- 1 Hospital Municipal (em construcção).

Podemos ver que no Município de Viana há 3 CS com sala de partos, dos quais só 2 com

possibilidade de internamento, que atendem mais de 9.000 partos ao ano, contando com só 29

camas (0,17 camas por cada 1000 mulheres em idade fértil).

25

Relativo aos cuidados básicos de saúde infantil, salvando a insuficiência numérica das U.S no

município, pode-se dizer que estão bastante bem distribuídos por U.S. Questão diferente é

quando se procuram serviços especializados, área na que há una importante carência. A

especialização dos serviços está directamente relacionada com a categorização que tem cada U.S.

Em relação ao atendimento curativo, nenhuma das U.S do Município tem módulo de cirurgia e

só 6 contêm módulo de internamento.

O município de Viana conta com só um Centro de Aconselhamento e Testagem Voluntário de

HIV (CATV).

No nível provincial, de todo o pessoal sanitário só o 3% são médicos/as, sendo o Município de

Viana especialmente desfavorecido nessa falta de médicos/as, contando apenas com 4

médicos/as para um total de quase 600 trabalhadores/as no sistema municipal de saúde.

Realizando um exercício rápido encontraríamos que a ratio de médicos/as /habitantes seria de

aproximadamente 177.000 habitantes por médico/a.

O perfil sanitário do Município está caracterizado pelo predomínio das enfermidades infecciosas

e parasitarias. Também há elevadas taxas de mortalidade materna, infantil e infanto-juvenil e

freqüentes eclosões de epidemias. Por exemplo, tanto no ano 2005 como no ano 2006, houve

uma forte epidemia de cólera.

Mais recentemente, no brote de Cólera registrado em Luanda durante os meses de Janeiro a Abril

de 2007, Viana foi um dos nove Municípios desta cidade mais afetados. De acordo ao Sistema de

Vigilância Epidemiológico estabelecido pela Medicus Mundi Catalunya em coordenação com a

Secção Municipal de Saúde, foi o bairro de CAOP seguido pela área denominada dos

Quilômetros onde se registrou uma maior incidência e onde se produziu maior letalidade; o que

nos da uma idéia fidedigna das péssimas condições higiênico-sanitárias e a falta de protecção em

quanto a serviços assistenciais primários em Viana.

O VIH/SIDA ainda que sem ser uma epidemia em Angola da magnitude de países limítrofes,

constitui um risco potencial de máxima prioridade e sobre todo, naquelas áreas peri urbanas das

grandes cidades onde o movimento da população é constante.

26

Fig. 1 Mapa sanitário do Município de Viana (según dados actualizados do PASS).

27

3. LOGICA DA INTERVENÇÃO

Objetivo Geral: Contribuir á diminuição da mortalidade materna infantil na zona denominada

dos Quilômetros do Município de Viana, Luanda.

Objetivos Específicos: Aumentar a acessibilidade á rede de centros de atenção primária de

saúde para a população materna infantil da denominada área dos Quilômetros do Município de

Viana, Luanda e melhorar a capacitação da equipa diretora da Repartição Municipal de Saúde de

Viana para a gestão e planificação dá suas necessidades em saúde.

Resultados:

R1. Construído e equipado um Centro de Saúde que inclui consulta de assessoria e Testagem

voluntário VIH e SIDA (CATV) e Maternidade na zona dos Quilômetros do Município de

Viana.

R2. Realizado o desenho funcional do Centro, o plano de empresa e a formação do pessoal

sanitário para uma adequada inclusão dentro da rede pública de centros que conformam o

sistema local de saúde.

4. DESCRIPÇÃO DA AVALIAÇAO FINAL

Os objectivos da avaliação são:

1) Avaliar a execução do projecto

A avaliação incidirá sobre o desenvolvimento das acções enquadradas nos Acordos assinados

pelas diferentes partes. O avaliador/a irá recolher informações sobre as actividades propostas que

foram realizadas, e sobre a execução orçamental no âmbito definido inicialmente nos Acordos.

Nesta fase, tratar-se-á também de recolher informações sobre os factores que condicionaram a

implementação das acções e analisar as estratégias adoptadas pela ADMV (RMSV) e os

parceiros para enfrentar esses factores e redirecionar o desenvolvimento do processo.

2) Avaliar os resultados

A avaliação analisará os resultados em termos de objectivos fixados, os recursos utilizados e os

factores contextuais e socioeconómicos. A avaliação irá ainda analisar os factores que

determinam a sustentabilidade do desempenho no futuro.

3) Avaliar a concepção dos Acordos.

A avaliação irá analisar até que ponto a concepção do projecto abrange as necessidades e as

condições institucionais e políticas existentes.

28

4) Desenvolver as conclusões e recomendações sobre a direcção e gestão de projectos

futuros.

Com base nas conclusões formuladas, a avaliação deve fornecer as recomendações que possam

ser úteis para a AECID, a ADMV (RMSV), e os seus parceiros. As conclusões devem analisar se

os objectivos abordados na formulação foram alcançados. A avaliação deve ser uma fonte de

informação sobre as lições aprendidas que podem ser úteis para outras intervenções semelhantes.

Os destinatários do relatório de avaliação serão:

a) A Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e,

especialmente, o seu Gabinete de Cooperação Técnica;

b) As instituições superiores (MINSA, DPSL, ADMV, INLS);

c) A Medicus Mundi Catalunya em Angola e Barcelona (sede).

5. ACTORES ENVOLVIDOS.

Instituições estatais:

- MINSA (Programa de Apoio ao Sector Saúde da União Européia – PASS);

- Direcção Provincial de Saúde de Luanda (DPSL);

- Direcção Provincial de Obras Públicas;

- Administração Municipal de Viana (Repartição Municipal dos Serviços Técnicos de Viana);

- Repartição Municipal de Saúde de Viana (RMSV).

AECID: Gabinete Técnico de Cooperação da AECID em Angola (OTC).

Assistência Técnica: ONG Medicus Mundi Catalunya.

Beneficiários: A selecção dos grupos de discussão de beneficiários basear-se-á em critérios de

relevância e representatividade.

5. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Os critérios de avaliação da intervenção serão: pertinência, eficiência, eficácia e viabilidade,

coerência e alinhamento. Usamos as definições dos critérios propostos pelo Manual de Gestão

de Avaliações da Cooperação Espanhola.

29

a) Pertinência: A avaliação da pertinência consiste em apreciar a adequação dos resultados e

objectivos da intervenção ao contexto em que se realiza. Através desta análise aprecia-se a

qualidade do diagnóstico subjacente à intervenção, avaliando a sua correspondência com as

necessidades identificadas na população beneficiária.

b) Eficiência: A análise da eficiência do projecto e das actividades refere-se ao estudo e à

avaliação dos resultados alcançados em comparação com os recursos utilizados.

c) Eficácia: A avaliação da eficácia da ajuda ao desenvolvimento visa medir e avaliar o grau de

concretização dos objectivos inicialmente fixados, ou seja, visa avaliar a intervenção em termos

de sua orientação para os resultados.

d) Viabilidade: A avaliação da viabilidade baseia-se na avaliação da continuidade no tempo dos

efeitos positivos gerados pela intervenção após a retirada da ajuda. No domínio de cooperação,

este conceito está intimamente ligado à capacitação dos factores-chave do desenvolvimento, bem

como à apropriação da intervenção pelos beneficiários da ajuda e pode-se dizer que está

directamente relacionada com as avaliações favoráveis dos critérios acima descritos.

e) Coerência: Análise da compatibilidade entre os objetivos, actividades e resultados previstos

com as políticas públicas e recomendações dos organismos internacionais.

f) Alinhamento: A sua análise deve reflectir o compromisso dos doadores com o fornecimento

da assistência, tomando em conta e participando na elaboração das estratégias de

desenvolvimento, os sistemas e procedimentos de gestão nos países beneficiários.

A equipa de avaliação irá seleccionar na sua proposta a abordagem metodológica e as técnicas

mais adequadas, com a devida justificação.

6. CRONOGRAMA.

A avaliação irá iniciar aos 15 de Agosto 2010.

O Prazo estimado é de 2 semanas a contar do início da avaliação até a entrega do relatório final.

A avaliação contará com 3 fases principais:

1. Trabalho de gabinete: 2 dias

2. Trabalho de campo (Luanda e Viana): 5 dias

3. Trabalho de análise e redação: 3 dias

DOCUMENTOS OFICIAIS E FONTES DE INFORMAÇÃO

Notificação da Subvenção de Estado de Cooperação Internacional 2007 Exp.n º (2472- 07);

30

1. Termos de Referencia pela Assistência Técnica da Medicus Mundi Catalunya;

2. Acordo de Colaboração entre a Repartição Municipal de Saúde de Viana e a Medicus Mundi

Catalunya;

3. Documentos de planificação da cooperação espanhola (Plano Director da Cooperação

Espanhola; Documento de Estratégia País 2005-2008 Angola);

4. Relatórios trimestrais elaborados e apresentados pela Assistência Técnica Medicus Mundi

Catalunya à Repartição Municipal de Saúde de Viana;

5. Plano operativo anual elaborado pelo Comitê de Seguimento do Projecto;

6. Actas das reuniões do Comitê de Seguimento;

7. Publicações ou productos derivados do projecto (cartilhas, cartazes, programas de rádio, etc.);

8. Entrevistas e reuniões com pessoas envolvidas no projecto e outros actores que têm que ver

com a execução do mesmo.

9. Documento oficial de prorrogação.

9. PERFIL DO/A AVALIADOR/A.

Para a seleção do/s avaliador/es considerar-se-á as seguintes características:

- Título universitário com cursos de especialização e pos-graduação em áreas relacionadas com

Desenvolvimento humano sustentável;

- Experiência de 4 anos em coordenação de projectos de Cooperação ao desenvolvimento na área

de Saúde e construção de infraestruturas sociais;

- Conhecimento da língua portuguesa;

- Experiencia previa de trabalho em Angola.

10. APRESENTAÇÃO DA CANDIDATURA

A apresentação do CV e de uma breve proposta tecnica deve ser feita por correio electrónico

para a Repartição Municipal de Saúde de Viana e a OTC AECID de Angola, indicando o título e

código do Acordo cuja avaliação é objecto de concurso:

Endereços de correio eletrônico:

- [email protected]

- [email protected]

- [email protected]

11. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

As propostas recebidas serão avaliadas de acordo com os seguintes critérios:

31

a) Qualidade da proposta técnica com descrição da metodologia em base aos critérios de

avaliação: 5 pontos.

b) CV dos avaliadores: 3 pontos.

c) Proposta orçamental detalhada (com todos os custos incluídos): 2 pontos.

O orçamento total para a avaliação fica aberto, segundo a proposta do avaliador.

O prazo de recepção das propostas é 30/06/2010.

32

ANEXO II: Entrevistas Feitas

1. Jerónimo António Franciso Miguel, Engenheiro, Serviços Técnicos, AMV. 2. Crisóstmo Martinho, Arquiteto, Chefe de Repartição dos Serviços Técnicos, AMV 3. Dra. Elsa Palma Mendes, Chefe de Repartição de Saúde, Viana 4. Sr.Augusto Zacarias, Chefe de Saúde Publica, RMSV 5. António Simão, Funcionário da Administração, RMSV. 6. Arq. Camundu, Direcao Provincial de Obras Publicas, entrevistado por telefone. 7. Sr. António Queixas, Presidente de Comissão de Moradores. 8. Sr. César Rodrigues, PanExport 9. Dona Paulina Rodrigues, PanExport, contatada por correio eletrônico 10. Dra. Valentina Stirling, MMC contatada via correio eletrônico 11. Dr. Vita Vemba, Director Provincial de Saúde, Luanda 12. Arq. Filippo Cavallari, Assistente Técnico, MMC e posteriormente funcionário de AECID em

Luanda. 13. Sr. Juan Ovejero Dohn, Director de Programas, AECID, Luanda.