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- 1 - Matéria - Trabalhista CONSTRUÇÃO CIVIL – AFERIÇÃO INDIRETA – APURAÇÃO DA REMUNERAÇÃO DA MÃO DE OBRA SUMÁRIO 1. Introdução 2. Conceitos 3. Matrícula 3.1. Matrícula – Fracionamento 4. Matrícula – Dispensa 5. Cadastramento Automático 6. Campo “Nome” do Cadastro – Preenchimento 6.1. Repasse integral do contrato ou da obra 6.2. Consórcio 6.3. Matrícula única 6.4. Obras executadas no exterior 7. Responsável pela Matrícula CEI – Obra 7.1. Alterações e encerramento da matrícula CEI 8. Obrigações Previdenciárias – Responsabilidades 9. Obrigações Previdenciárias na Construção Civil 9.1. Preenchimento da Guia da Previdência Social (GPS) e Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) 9.2. Escrituração contábil 10. Retenção de 11% para a Seguridade Social 10.1. Elaboração de demonstrativo mensal 10.2. Empresa contratada – Obrigações 10.3. Atividades ou serviços não incluídos na composição do CUB – Anexo VIII 11. Empreiteira e Subempreiteira – Preenchimento de GPS 12. Aferição Indireta 12.1. Apuração da remuneração da mão de obra com base na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços 12.2. Construção civil – Serviços específicos 13. Construção Civil sem Mão de Obra Remunerada 13.1. Regularização da obra 13.2. Comprovação da não ocorrência de fato gerador das contribuições sociais 14. Solidariedade na Construção Civil 14.1. Repasse integral do contrato 14.2. Empreitada total de obra a ser realizada por consórcio 14.3. Entidade beneficente 15. Exclusão da Responsabilidade Solidária 16. Contratante – Documentos Exigidos 17. Elisão da Responsabilidade Solidária 17.1. Empreitada total

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Matéria - Trabalhista

CONSTRUÇÃO CIVIL – AFERIÇÃO INDIRETA – APURAÇÃO DA REMUNERAÇÃODA MÃO DE OBRA

SUMÁRIO1. Introdução2. Conceitos3. Matrícula3.1. Matrícula – Fracionamento4. Matrícula – Dispensa5. Cadastramento Automático6. Campo “Nome” do Cadastro – Preenchimento6.1. Repasse integral do contrato ou da obra6.2. Consórcio6.3. Matrícula única6.4. Obras executadas no exterior7. Responsável pela Matrícula CEI – Obra7.1. Alterações e encerramento da matrícula CEI8. Obrigações Previdenciárias – Responsabilidades9. Obrigações Previdenciárias na Construção Civil9.1. Preenchimento da Guia da Previdência Social (GPS) e Guia de Recolhimento do Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP)9.2. Escrituração contábil10. Retenção de 11% para a Seguridade Social10.1. Elaboração de demonstrativo mensal10.2. Empresa contratada – Obrigações10.3. Atividades ou serviços não incluídos na composição do CUB – Anexo VIII11. Empreiteira e Subempreiteira – Preenchimento de GPS12. Aferição Indireta12.1. Apuração da remuneração da mão de obra com base na nota fiscal, na fatura ou no recibo de

prestação de serviços12.2. Construção civil – Serviços específicos13. Construção Civil sem Mão de Obra Remunerada13.1. Regularização da obra13.2. Comprovação da não ocorrência de fato gerador das contribuições sociais14. Solidariedade na Construção Civil14.1. Repasse integral do contrato14.2. Empreitada total de obra a ser realizada por consórcio14.3. Entidade beneficente15. Exclusão da Responsabilidade Solidária16. Contratante – Documentos Exigidos17. Elisão da Responsabilidade Solidária17.1. Empreitada total

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1. Introdução

Neste trabalho, abordaremos alguns aspectos previdenciários, relacionados a construção civil e apuraçãoda remuneração da mão de obra com base na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços.

Tendo em vista a complexidade do assunto, estaremos publicando neste e nos próximos Manuais deProcedimentos os pontos relacionados ao tema que julgamos importante.

Todas as orientações contidas nesta matéria, tem como fundamento legal a Instrução Normativa RFB nº971/09 e suas alterações posteriores.

2. Conceitos

Entende-se, entre outras, como:

– Obra de construção civil: a construção, a demolição, a reforma ou a ampliação de edificação, dainstalação ou de qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou subsolo.

– Empresa construtora: a pessoa jurídica legalmente constituída, cujo objeto social seja a indústria deconstrução civil com registro no CREA, na forma do art. 59 da Lei nº 5.194/66.

– Contrato de construção civil ou contrato de empreitada (também conhecido como contrato de execuçãode obra, contrato de obra ou contrato de edificação): aquele celebrado entre o proprietário do imóvel, oincorporador, o dono da obra ou o condômino e uma empresa, para a execução de obra ou serviço deconstrução civil, no todo ou em parte, podendo ser:

a) total – quando celebrado exclusivamente com empresa construtora, que assume a responsabilidadedireta pela execução de todos os serviços necessários à realização da obra, compreendidos em todos osprojetos a ela inerentes, com ou sem fornecimento de material;

b) parcial – quando celebrado com empresa construtora ou prestadora de serviços na área de construçãocivil, para execução de parte da obra, com ou sem fornecimento de material.

– Contrato de subempreitada – aquele celebrado entre a empreiteira ou qualquer empresa subcontratadae outra empresa, para executar obra ou serviço de construção civil, no todo ou em parte, com ou semfornecimento de material.

– Cadastro: o banco de dados contendo as informações de identificação dos sujeitos passivos naPrevidência Social.

– Matrícula: a identificação dos sujeitos passivos perante a Previdência Social, podendo ser o número doCadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para as empresas ou o do Cadastro Específico do INSS (CEI)para as equiparadas ou empresas desobrigadas da inscrição no CNPJ.

– nscrição: a inserção de informações junto ao sistema de cadastros da Previdência Social, recebendoum número de identificação.

3. Matrícula

Toda obra de construção civil está sujeita à matrícula, a qual deve ser formalizada junto ao INSS, noSetor de Arrecadação, no prazo de 30 dias, contado do início de suas atividades.

De acordo com o art. 24 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 a matrícula de obra de construção civildeverá ser efetuada por projeto, devendo incluir todas as obras nele previstas.

3.1. Matrícula – Fracionamento

Será admitido o fracionamento do projeto e a matrícula por contrato, quando a obra for realizada por maisde uma empresa construtora, desde que a contratação tenha sido feita diretamente pelo proprietário ou dono daobra, sendo que cada contrato será considerado como de empreitada total, nos seguintes casos:

a) contratos com órgão público, vinculados aos procedimentos licitatórios previstos na Lei nº 8.666/93;

b) construção e ampliação de estações e de redes de distribuição de energia elétrica (CNAE 4221-9/02);

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c) construção e ampliação de estações e redes de telecomunicações (CNAE 4221-9/04);

d) construção e ampliação de redes de abastecimento de água, coleta de esgotos e construçõescorrelatas, exceto obras de irrigação (CNAE 4222-7/01);

e) construção e ampliação de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto (CNAE 4223-5/00);

f) construção e ampliação de rodovias e ferrovias, exceto pistas de aeroportos (CNAE 4211-1/01).

O fracionamento do projeto, para fins de matrícula e de regularização, será ainda admitido quandoenvolver:

a) a construção de mais de um bloco, conforme projeto e o proprietário do imóvel, o dono da obra ou oincorporador contratar a execução com mais de uma empresa construtora, ficando cada contratada responsávelpela execução integral e pela regularização da obra cuja matrícula seja de sua responsabilidade, sendoconsiderado cada contrato como de empreitada total;

b) a construção de casas geminadas em terreno cujos proprietários sejam cada um responsável pelaexecução de sua unidade;

c) a construção de conjunto habitacional horizontal em que cada adquirente ou condômino sejaresponsável pela execução de sua unidade, desde que as áreas comuns constem em projeto com matrículaprópria.

3.1.1. Construção em condomínio ou em nome coletivo

Na regularização de unidade imobiliária por co-proprietário de construção em condomínio ou construçãoem nome coletivo ou por adquirente de imóvel incorporado, será atribuída uma matrícula CEI em nome do co-proprietário ou adquirente, com informação da área e do endereço específicos da sua unidade, distinta damatrícula efetuada para o projeto da edificação.

3.1.2. Obras de urbanização

As obras de urbanização, inclusive as necessárias para a implantação de loteamento e de condomínio deedificações residenciais, deverão receber matrículas próprias, distintas da matrícula das edificações queporventura constem do mesmo projeto, exceto quando a mão de obra utilizada for de responsabilidade damesma empresa ou de pessoa física, observado o disposto no item 6 deste trabalho.

Consideram-se obras de urbanização, a execução de obras e serviços de infraestrutura próprios da zonaurbana, entre os quais se incluem arruamento, calçamento, asfaltamento, instalação de rede de iluminaçãopública, canalização de águas pluviais, abastecimento de água, instalação de sistemas de esgoto sanitário,jardinagem, entre outras.

3.1.3. Cooperativa de trabalho

Na hipótese de contratação de cooperativa de trabalho para a execução de toda a obra, o responsávelpela matrícula e pela regularização da obra será o contratante da cooperativa.

3.1.4. Fracionamento – Não aplicação

Nos termos do § 6º do art. 24 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 não se aplica o fracionamento nocaso de construção de conjunto horizontal, devendo permanecer na matrícula das áreas comuns do conjuntohabitacional horizontal, as áreas relativas às unidades executadas:

a) pelo responsável pelo empreendimento, conforme definido nas alíneas “b”, “c” e “d” do inciso II do art.19 da Instrução Normativa RFB nº 971/09; e

b) por adquirente pessoa jurídica que tenha por objeto social a construção, a incorporação ou acomercialização de imóveis.

Nota Cenofisco:

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Transcrevemos, a seguir, as alíneas “b”, “c” e “d” do inciso II do art. 19 da Instrução Normativa RFB nº971/09

“Art. 19 – A inscrição ou a matrícula serão efetuadas, conforme o caso:

...................................................................

II – no CEI, no prazo de 30 (trinta) dias contados do início de suas atividades, para o equiparado àempresa, quando for o caso, e obra de construção civil, sendo responsável pela matrícula:

a) o equiparado à empresa isenta de registro no CNPJ;

b) o proprietário do imóvel, o dono da obra ou o incorporador de construção civil, pessoa física ou pessoajurídica;

c) a empresa construtora, quando contratada para execução de obra por empreitada total, observado odisposto no art. 27;

d) a empresa líder, na contratação de obra de construção civil a ser realizada por consórcio medianteempreitada total de obra de construção civil;

................................................................................................”

4. Matrícula – Dispensa

O art. 25 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 estabelece que estão dispensados de matrícula no CEI:

a) os serviços de construção civil tais como os destacados no Anexo VII da citada Instrução Normativacom a expressão “Serviço” ou “Serviços”, independentemente da forma de contratação;

b) a construção sem mão de obra remunerada;

c) a reforma de pequeno valor.

Considera-se reforma de pequeno valor, aquela de responsabilidade de pessoa jurídica, que possuiescrituração contábil regular, em que não há alteração de área construída, cujo custo estimado total, incluindomaterial e mão de obra, não ultrapasse o valor de 20 vezes o limite máximo do salário-de-contribuição vigentena data de início da obra.

5. Cadastramento Automático

O responsável por obra de construção civil fica dispensado de efetuar a matrícula no CEI, caso tenharecebido comunicação da Receita Federal do Brasil informando o cadastramento automático de sua obra deconstrução civil, a partir das informações enviadas pelo órgão competente do município de sua jurisdição.

Neste caso, os dados referentes ao responsável ou à obra matriculada poderão ser alterados ouatualizados, se for o caso, pelo responsável, na Agência da Receita Federal do Brasil (ARF) ou no Centro deAtendimento ao Contribuinte (CAC) da jurisdição do endereço da obra, se a obra for de pessoa física ou doestabelecimento matriz, se a obra for de pessoa jurídica.

6. Campo “Nome” do Cadastro – Preenchimento

No ato do cadastramento da obra, de acordo com o art. 26 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 nocampo “Nome” do cadastro, será inserida a denominação social ou o nome do proprietário do imóvel, do donoda obra ou do incorporador, devendo ser observado que:

a) na contratação de empreitada total, a matrícula será de responsabilidade da contratada e no campo“Nome” do cadastro constará a denominação social da empresa construtora contratada, seguida dadenominação social ou do nome do contratante proprietário do imóvel, dono da obra ou incorporador;

b) na contratação de empreitada parcial a matrícula será de responsabilidade da contratante e no campo“Nome” do cadastro constará a denominação social ou o nome do proprietário do imóvel, do dono da obra ou doincorporador;

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c) nos contratos em que a empresa contratada não seja construtora, ainda que execute toda a obra, amatrícula será de responsabilidade da contratante e, no campo “Nome” do cadastro constará a denominaçãosocial ou o nome do proprietário do imóvel, dono da obra ou incorporador;

d) para a edificação de construção em condomínio, no campo “Nome” do cadastro constará adenominação social ou o nome de um dos condôminos, seguido da expressão “e outros” e a denominaçãoatribuída ao condomínio;

e) para a obra objeto de incorporação imobiliária, no campo “Nome” do cadastro constará a denominaçãosocial ou o nome do incorporador, seguido da denominação atribuída ao condomínio;

f) para a construção em nome coletivo, no campo “Nome” do cadastro, deverá constar a denominaçãosocial ou o nome de um dos proprietários ou dos donos da obra, seguido da expressão “e outros”.

No ato da matrícula todos os co-proprietários da obra deverão ser cadastrados.

O campo “Logradouro” do cadastro deverá ser preenchido com o endereço da obra.

6.1. Repasse integral do contrato ou da obra

Ocorrendo o repasse integral do contrato ou da obra, manter-se-á a matrícula CEI básica, nos termos doart. 27 da Instrução Normativa RFB nº 971/09, acrescentando-se no campo “Nome” do cadastro a denominaçãosocial da empresa construtora para a qual foi repassado o contrato, sendo que deverão constar nos campospróprios os demais dados cadastrais dessa empresa, a qual passará à condição de responsável pela matrículae pelo recolhimento das contribuições sociais.

Considera-se repasse integral, o ato pelo qual a construtora originalmente contratada para execução deobra de construção civil, não tendo empregado nessa obra qualquer material ou serviço, repassa o contratopara outra construtora, que assume a responsabilidade pela execução integral da obra prevista no contratooriginal.

6.2. Consórcio

Tratando-se de contrato de empreitada total de obra a ser realizada por empresas em consórcio, amatrícula da obra será efetuada no prazo de 30 dias do início da execução, na ARF ou no CAC jurisdicionantedo estabelecimento matriz da empresa líder e será expedida com a identificação de todas as empresasconsorciadas e do próprio consórcio, observados os seguintes procedimentos:

I – A matrícula de obra executada por empresas em consórcio será feita mediante a apresentação derequerimento subscrito pelo seu representante legal, em que constem:

a) os dados cadastrais de todas as empresas consorciadas;

b) a indicação da empresa responsável ou da administradora do consórcio, denominada empresa líder;

c) a designação e o objeto do consórcio;

d) a duração, o endereço do consórcio e o foro eleito para dirimir questões legais;

e) as obrigações, as responsabilidades e as prestações específicas de cada uma das empresasconsorciadas;

f) as disposições sobre o recebimento de receitas, a partilha de resultados, a administração do consórcio,os procedimentos contábeis e a representação legal das empresas consorciadas;

g) a identificação da obra.

II – O requerimento de que trata o item I deverá vir acompanhado de cópia dos seguintes documentos:

a) compromisso público ou particular de constituição do consórcio, arquivado no Registro do Comércio;

b) instrumento de constituição de todas as empresas consorciadas e respectivas alterações;

c) instrumento que identifique o representante legal de cada uma das empresas consorciadas;

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d) comprovante de inscrição no CNPJ do consórcio e das empresas consorciadas;

e) contrato celebrado com a contratante;

f) projeto da obra a ser executada;

g) Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura eAgronomia (CREA);

h) alvará de concessão de licença para construção, sempre que exigível pelos órgãos competentes.

No ato da matrícula dispensa-se a apresentação dos documentos previstos nas alíneas “c” a “f” do item IIanterior, se apresentado o contrato de constituição do consórcio que contenha todas as informações dosdocumentos cuja apresentação foi dispensada, devendo cópia deste ficar arquivada na ARF ou no CACjurisdicionante do local do estabelecimento matriz da em-presa líder.

No campo “Nome” do cadastro da matrícula deverão constar a denominação social da empresa líder,seguida das expressões “e outros” e “Consórcio” e o seu respectivo número de inscrição no CNPJ.

Quando houver alteração de um ou mais participantes do consórcio este fato deverá ser comunicado àReceita Federal do Brasil no prazo de 30 dias.

A matrícula de obra executada por empresas em consórcio ficará vinculada ao CNPJ de todas asconsorciadas.

6.3. Matrícula única

A matrícula será única quando se referir à edificação precedida de demolição, desde que a demolição e aedificação sejam de responsabilidade da mesma pessoa física ou jurídica.

Para cada obra de construção civil no mesmo endereço será emitida nova matrícula, não se admitindo areutilização da anterior, exceto se a obra já executada, inclusive a constante de um outro projeto, não tiver sidoregularizada na Receita Federal do Brasil.

Será efetuada uma única matrícula CEI para a obra que envolver, concomitantemente, obra nova,reforma, demolição ou acréscimo.

6.4. Obras executadas no exterior

O art. 31 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 estabelece que as obras executadas no exterior porempresas nacionais, das quais participem trabalhadores brasileiros vinculados ao RGPS, serão matriculadas naReceita Federal do Brasil na forma prevista na Instrução Normativa objeto desse trabalho.

No campo “Endereço” do cadastro da obra será informado o endereço completo da empresa construtora,acrescido do nome do país e da cidade de localização da obra.

7. Responsável pela Matrícula CEI – Obra

São responsáveis pela matrícula da construção civil:

a) o equiparado à empresa isenta de registro no CNPJ;

b) o proprietário do imóvel, o dono da obra ou o incorporador de construção civil, pessoa física ou pessoajurídica;

c) a empresa construtora, quando contratada para execução de obra por empreitada total, observado odisposto no subitem 6.2.

d) a empresa líder, na contratação de obra de construção civil a ser realizada por consórcio medianteempreitada total de obra de construção civil;

Nos termos do art. 22 da Instrução Normativa RFB nº 971/09, a inclusão no CEI será efetuada daseguinte forma:

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a) verbalmente, pelo sujeito passivo, no CAC ou na ARF, independente da jurisdição, exceto obrarealizada por empresas em consórcio;

b) no sítio da Receita Federal do Brasil na internet, no endereço www.receita.fazenda. gov. br;

c) de ofício, por servidor da Receita Federal do Brasil.

Os dados identificadores de co-responsáveis deverão ser informados no ato do cadastramento.

O profissional liberal responsável por mais de um estabelecimento deverá cadastrar uma matrícula CEIpara cada estabe-lecimento em que tenha segurados empregados a seu serviço.

A obra de construção civil, executada por empresas em consórcio, deverá ser matriculadaexclusivamente na unidade da Receita Federal do Brasil jurisdicionante do estabelecimento matriz da empresalíder, no prazo de 30 dias do início da execução.

A matrícula de ofício será emitida nos casos em que for constatada a não existência de matrícula deestabelecimento ou de obra de construção civil no prazo de 30 dias contado do início de sua atividade, semprejuízo da autuação cabível.

7.1. Alterações e encerramento da matrícula CEI

As alterações no CEI serão efetuadas da seguinte forma:

a) por meio do sítio da Receita Federal do Brasil na internet, no endereço www.receita.fazenda.gov.br, noprazo de 24 horas após o seu cadastramento;

b) nas ARF ou nos CAC mediante documentação; e

c) de ofício.

É de responsabilidade do sujeito passivo prestar informações sobre alterações cadastrais no prazo de 30dias após a sua ocorrência.

A empresa construtora contratada mediante empreitada total para execução de obra de construção civil,deverá providenciar, no prazo de 30 dias contado do início de execução da obra, diretamente na unidade daReceita Federal do Brasil, a alteração da matrícula cadastrada indevidamente em nome do contratante,transferindo para si a responsabilidade pela execução total da obra ou solicitar o cancelamento da mesma eefetivar nova matrícula da obra, sob sua responsabilidade, mediante apresentação do contrato de empreitadatotal.

Quanto ao encerramento de atividade de empresa e dos equiparados poderá ser requerido por meio dosítio da Receita Federal do Brasil na internet, no endereço www.receita.fazenda.gov.br, na ARF ou no CACcompetente e será efetivado após os procedimentos relativos à confirmação da regularidade de sua situação.

O encerramento de matrícula de obra de construção civil de responsabilidade de pessoa física será feitopela unidade da Receita Federal do Brasil competente jurisdicionante da localidade da obra, após a quitação doAviso para Regularização de Obra (ARO), e o de responsabilidade de pessoa jurídica será feito medianteprocedimento fiscal.

Ocorrendo matrícula indevida, deverá ser providenciado seu cancelamento na ARF ou no CACjurisdicionante da localidade da obra de responsabilidade de pessoa física ou do estabelecimento matriz dapessoa jurídica responsável pela obra, mediante requerimento do interessado justificando o motivo e comapresentação de documentação que comprove suas alegações.

A matrícula em cuja conta-corrente constem recolhimentos ou para a qual foi entregue Guia deRecolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) cominformação de fatos geradores de contribuições, poderá ser cancelada pela unidade da Receita Federal doBrasil competente somente após verificação pela fiscalização.

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8. Obrigações Previdenciárias – Responsabilidades

O art. 325 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 estabelece que são responsáveis pelas obrigaçõesprevidenciárias decorrentes de execução de obra de construção civil:

a) o proprietário do imóvel;

b) o dono da obra;

c) o incorporador;

d) o condômino da unidade imobiliária não incorporada na forma da Lei nº 4.591/64; e

e) a empresa construtora.

A pessoa física, dona da obra ou executora da obra de construção civil, é responsável pelo pagamentode contribuições em relação à remuneração paga, devida ou creditada aos segurados que lhe prestam serviçosna obra, na mesma forma e prazos aplicados às empresas em geral.

9. Obrigações Previdenciárias na Construção Civil

Nos termos do art. 326 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 o responsável pela obra de construçãocivil, em relação à mão de obra diretamente por ele contratada, está obrigado ao cumprimento das obrigaçõesacessórias previstas no art. 47 da citada Instrução Normativa, no que couber, como por exemplo:

I – Inscrever no RGPS os segurados empregados e os trabalhadores avulsos a seu serviço.

II – Inscrever, quando pessoa jurídica, como contribuintes individuais no RGPS, a partir de 01/04/2003,as pessoas físicas contratadas sem vínculo empregatício e os sócios cooperados, no caso de cooperativas detrabalho e de produção, se ainda não inscritos.

III – Elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga, devida ou creditada a todos ossegurados a seu serviço, de forma coletiva por estabelecimento, por obra de construção civil e por tomador deserviços, com a correspondente totalização e resumo geral, nela constando:

a) discriminados o nome de cada segurado e respectivo cargo, função ou serviço prestado;

b) agrupados por categoria os segurados empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual;

c) identificados os nomes das seguradas em gozo de salário-maternidade;

d) destacadas as parcelas integrantes e as não integrantes da remuneração e os descontos legais;

e) indicado o número de cotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhadoravulso.

IV – Lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatosgeradores de todas as contribuições sociais a cargo da empresa, as contribuições sociais previdenciáriasdescontadas dos segurados, as decorrentes de sub-rogação, as retenções e os totais recolhidos.

V – Fornecer ao contribuinte individual que lhes presta serviços, comprovante do pagamento deremuneração, consignando a identificação completa da empresa, inclusive com o seu número no CNPJ, onúmero de inscrição do segurado no RGPS, o valor da remuneração paga, o desconto da contribuição efetuadoe o compromisso de que a remuneração paga será informada na GFIP e a contribuição correspondente serárecolhida.

VI – Prestar à Receita Federal do Brasil todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis deinteresse desta, na forma por esta estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização.

VII – Exibir à fiscalização da Receita Federal do Brasil, quando intimada para tal, todos os documentos elivros com as formalidades legais intrínsecas e extrínsecas, relacionados com as contribuições sociais.

VIII – informar mensalmente, à Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do FGTS, em GFIPemitida por estabelecimento da empresa, com informações distintas por tomador de serviço e por obra deconstrução civil, os dados cadastrais, os fatos geradores, a base de cálculo e os valores devidos das

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contribuições sociais e outras informações de interesse da Receita Federal do Brasil e do INSS ou do ConselhoCurador do FGTS, na forma estabelecida no Manual da GFIP.

9.1. Preenchimento da Guia da Previdência Social (GPS) e Guia de Recolhimento do Fundo deGarantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP)

O responsável por obra de construção civil está obrigado a recolher as contribuições arrecadadas dossegurados e as contribuições a seu cargo, incidentes sobre a remuneração dos segurados utilizados na obra epor ele diretamente contratados, de forma individualizada por obra e, se for o caso, a contribuição socialprevidenciária incidente sobre o valor pago à cooperativa de trabalho, em documento de arrecadaçãoidentificado com o número da matrícula CEI.

Se a obra for executada exclusivamente mediante contratos de empreitada parcial e subempreitada, oresponsável por ela deverá emitir uma GFIP identificada com a matrícula CEI, com a informação de ausência defato gerador (GFIP sem movimento), conforme disposto no Manual da GFIP.

Sendo o responsável uma pessoa jurídica, o recolhimento das contribuições incidentes sobre aremuneração dos segurados do setor administrativo deverá ser feito em documento de arrecadação identificadocom o número do CNPJ do estabelecimento em que esses segurados exercem sua atividade.

9.2. Escrituração contábil

De acordo com o art. 328 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 o responsável pela obra de construçãocivil, pessoa jurídica, está obrigado a efetuar escrituração contábil relativa a obra, mediante lançamentos emcentros de custo distintos para cada obra própria ou obra que executar mediante contrato de empreitada total,observado que os lançamentos escriturados nos Livros Diário e Razão são exigidos pela fiscalização após 90dias contados da ocorrência dos fatos geradores das contribuições sociais, devendo:

a) atender ao princípio contábil do regime de competência;

b) registrar, em contas individualizadas, todos os fatos geradores de contribuições sociais de forma aidentificar, clara e precisamente, as rubricas integrantes e as não integrantes do salário-de-contribuição, bemcomo as contribuições sociais previdenciárias descontadas dos segurados, as contribuições sociais a cargo daempresa, os valores retidos de empresas prestadoras de serviços, os valores pagos a cooperativas de trabalhoe os totais recolhidos, por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços.

As exigências de lançamento contábil e preparação de folha de pagamento não desobrigam a empresado cumprimento das demais normas legais e regulamentares referentes à escrituração contábil.

Estão desobrigados da apresentação de escrituração contábil, inclusive quanto à obrigatoriedade de oincorporador manter escrituração contábil segregada para cada incorporação submetida ao regime especialtributário do patrimônio de afetação, de acordo com o art. 7º da Lei nº 10.931/04:

a) as pessoas físicas equiparadas a empresa, matriculadas no CEI;

b) o pequeno comerciante, nas condições estabelecidas pelo Decreto-Lei nº 486, de 03/03/1969, e noDecreto nº 64.567, de 22/05/1969;

c) a pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, de acordo com a Legislação TributáriaFederal e a pessoa jurídica optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições dasMicroempresas e Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES) ou pelo Regime Especial Unificado de Arrecadaçãode Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES Nacional),desde que escriturem Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário.

Para esses fins, entende-se por responsáveis pela obra as pessoas jurídicas relacionadas no item 8deste trabalho.

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10. Retenção de 11% para a Seguridade Social

Na contratação de empreitada sujeita à retenção de 11% para a Seguridade Social, de acordo com o art.329 da Instrução Normativa RFB nº 971/09, a contratada deve destacar na nota fiscal, na fatura ou no recibo deprestação de serviços o valor dessa retenção.

Na hipótese de subcontratação, os valores retidos da subcontratada e comprovadamente recolhidos pelacontratada poderão ser deduzidos do valor da retenção a ser efetuada pela contratante, desde que todos osdocumentos envolvidos se refiram à mesma competência e ao mesmo serviço.

Para esse efeito, a contratada deverá destacar na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação deserviços as retenções da seguinte forma:

a) retenção para a Previdência Social: informar o valor correspondente a 11% do valor bruto dos serviços;

b) dedução de valores retidos de subcontratadas: informar o valor total correspondente aos valoresretidos e recolhidos relativos aos serviços subcontratados;

c) valor retido para a Previdência Social: informar o valor correspondente à diferença entre a retenção,apurada na forma da letra “a”, e a dedução efetuada conforme disposto na letra “b”, que indicará o valor a serefetivamente retido pela contratante.

A contratada, juntamente com a sua nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, deveráencaminhar à contratante, exceto em relação aos serviços subcontratados em que tenha ocorrido a dispensa daretenção no caso da GPS ficar em valor inferior ao limite mínimo estabelecido pela Receita Federal do Brasil,cópia:

a) das notas fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços das subcontratadas com odestaque da retenção;

b) dos comprovantes de arrecadação dos valores retidos das subcontratadas;

c) das GFIPs elaboradas pelas subcontratadas, onde conste no campo “CNPJ/CEI do tomador/obra”, oCNPJ da contratada ou a matrícula CEI da obra e, no campo “Denominação Social do Tomador/Obra”, adenominação social da empresa contratada.

Na hipótese de prestação de serviços por meio de consórcio e caso a empresa responsável pela suaadministração tenha efetuado retenção sobre os valores brutos das notas fiscais, das faturas ou dos recibos deprestação de serviços de empresas consorciadas que prestaram serviços por intermédio do consórcio eprocedido ao recolhimento no CNPJ das consorciadas, esses valores poderão ser deduzidos, do valor a serretido na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, emitidos pelo consórcio para acontratante, por ocasião do faturamento dos serviços prestados pelas consorciadas.

O lançamento contábil da retenção, pela contratada e contratante, incidente sobre o valor da nota fiscal,da fatura ou do recibo de prestação de serviços deverá registrar, mensalmente, em contas individualizadas,todos os fatos geradores de contribuições sociais, inclusive a retenção sobre o valor da prestação de serviços.

O lançamento da retenção na escrituração contábil deverá discriminar:

a) o valor bruto dos serviços;

b) o valor da retenção; e

c) o valor líquido a receber.

Na contabilidade em que houver lançamento pela soma total das notas fiscais, das faturas ou dos recibosde prestação de serviços e pela soma total da retenção, por mês, por contratante, a empresa contratada deverámanter em registros auxiliares a discriminação desses valores, por contratante.

Na escrituração contábil em que houver lançamento pela soma total das notas fiscais, das faturas ou dosrecibos de prestação de serviços e pela soma total da retenção, por mês, por prestador de serviços ou portomador, a empresa responsável pela obra ou a empresa contratada deverá manter em registros auxiliares adiscriminação desses valores, individualizados por prestador de serviços ou por tomador, conforme o caso.

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10.1. Elaboração de demonstrativo mensal

A empresa contratada e a empresa contratante legalmente dispensadas da escrituração contábil deverãoelaborar demonstrativo mensal, assinado pelo seu representante legal, relativo a cada contrato, contendo asseguintes informações:

a) o valor bruto dos serviços;

b) o valor da retenção;

c) o valor líquido a pagar.

10.2. Empresa contratada – Obrigações

A Receita Federal do Brasil por meio do art. 331 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 estabelece que aempresa contratada, quando da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, devefazer a vinculação desses documentos à obra, neles consignando a identificação do destinatário e, juntamentecom a descrição dos serviços, a matrícula CEI e o endereço da obra na qual foram prestados.

A empresa contratada deverá elaborar folha de pagamento específica para a obra de responsabilidadeda empresa contratante e o respectivo resumo geral, bem como a GFIP com as informações específicas para aobra, relacionando todos os segurados alocados na prestação de serviços.

Contudo, nos termos do art. 135 da citada Instrução Normativa a empresa contratada fica dispensada deelaborar folha de pagamento e GFIP com informações distintas por estabelecimento ou obra de construção civilem que realizar tarefa ou prestar serviços, quando, comprovadamente, utilizar os mesmos segurados paraatender a várias empresas contratantes, alternadamente, no mesmo período, inviabilizando a individualizaçãoda remuneração desses segurados por tarefa ou por serviço contratado.

São considerados serviços prestados alternadamente aqueles em que a tarefa ou o serviço contratadoseja executado por trabalhador ou equipe de trabalho em vários estabelecimentos ou várias obras de umamesma contratante ou de vários contratantes, por etapas, numa mesma competência, e que envolvam osserviços que não compõem o Custo Unitário Básico (CUB), relacionados no Anexo VIII da citada InstruçãoNormativa.

10.3. Atividades ou serviços não incluídos na composição do CUB – Anexo VIII

Transcrevemos, a seguir, o Anexo VIII que traz a relação de atividades ou serviços que não são incluídosno CUB e estão ou não sujeitos a retenção de 11%.

“I – Atividades ou serviços não-incluídos na composição do CUB, sujeitos à retenção de 11%

01 – instalação de estruturas metálica;

02 – instalação de estrutura de concreto armado (pré-moldada);

03 – obras complementares na construção civil: ajardinamento, recreação, terraplenagem, urbanização;

04 – lajes de fundação radiers;

05 – instalação de aquecedor, bomba de recalque, incineração, playground, equipamento de garagem,equipamento de segurança, equipamento contra incêndio e de sistema de aquecimento a energia solar;

06 – instalação de elevador, quando houver emissão de Nota Fiscal – Fatura de Serviço (NFFS);

07 – instalação de esquadrias metálicas;

08 – colocação de gradis;

09 – montagem de torres;

10 – locação de equipamentos com operador;

11 – impermeabilização contratada com empresa especia-lizada.

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II – Atividades ou serviços não incluídos na composição do CUB, não sujeitos à retenção de 11%

Serviços exclusivos de:

01 – instalação de antena coletiva;

02 – instalação de aparelhos de ar-condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, decalefação ou de exaustão;

03 – instalação de sistemas de ar-condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, decalefação ou de exaustão, quando a venda for realizada com emissão apenas da nota fiscal de venda mercantil;

04 – instalação de estruturas e de esquadrias metálicas, de equipamento ou de material, quando a vendafor realizada com emissão apenas da nota fiscal de venda mercantil;

05 – jateamento ou hidrojateamento;

06 – perfuração de poço artesiano;

07 – sondagem de solo;

08 – controle de qualidade de materiais;

09 – locação de equipamentos sem operador;

10 – serviços de topografia;

11 – administração, fiscalização e gerenciamento de obras;

12 – elaboração de projeto arquitetônico e estrutural;

13 – assessorias ou consultorias técnicas;

14 – locação de caçambas;

15 – fundações especiais (exceto lajes de fundação radiers).

III – Relação de profissionais não incluídos no CUB, segundo NBR 12721/2006

01 – engenheiro e arquiteto projetistas;

02 – encarregado;

03 – almoxarife;

04 – auxiliar de almoxarife;

05 – apontador;

06 – demais administrativos da obra.”

11. Empreiteira e Subempreiteira – Preenchimento de GPS

De acordo com o art. 333 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 a empreiteira e a subempreiteira nãoresponsáveis pela obra deverão consolidar e recolher, em um único documento de arrecadação, porcompetência e por estabelecimento identificado com seu CNPJ, as contribuições incidentes sobre aremuneração de todos os segurados, tanto os da administração quanto os da obra, e, se for o caso, acontribuição social previdenciária incidente sobre o valor pago à cooperativa de trabalho relativa à prestação deserviços de cooperados, podendo compensar, no pagamento destas contribuições, as retenções de 11%sofridas sobre a nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviço.

Por sua vez, a empresa contratante é obrigada a manter em arquivo, por empresa contratada, em ordemcronológica, à disposição da Receita Federal do Brasil, pelo prazo decadencial previsto na legislação tributária,as notas fiscais, as faturas ou os recibos de prestação de serviços e as correspondentes GFIP e, se for o caso,as cópias das notas fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços das subcontratadas com odestaque da retenção, bem como os comprovantes de arrecadação desses valores retidos, por disposiçãoexpressa no § 6º do art. 219 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048/99.

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Para tanto, a empresa contratante deverá exigir as cópias das GFIPs emitidas pelas empresascontratadas, com informações específicas para a obra e identificação de todos os segu-rados que executaramserviços na obra e suas respectivas remunerações.

Nota Cenofisco:

O § 6º do art. 219 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 estabelece o seguinte:

“..............................................................

Art.219 – A empresa contratante de serviços executados me-diante cessão ou empreitada de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal,fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada,observado o disposto no § 5º do art. 216. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/2003)

..............................................................................................................................

§ 6º – A empresa contratante do serviço deverá manter em boa guarda, em ordem cronológica e porcontratada, as correspondentes notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços, Guias da PrevidênciaSocial e Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à PrevidênciaSocial com comprovante de entrega”.

12. Aferição Indireta

Nos termos dos §§ 4º e 6º do art. 33 da Lei nº 8.212/91, na falta de prova regular e formalizada pelosujeito passivo, o montante dos salários pagos pela execução de obra de construção civil pode ser obtidomediante cálculo da mão de obra empregada, propor-cional à área construída, de acordo com critériosestabelecidos pela Receita Federal do Brasil, cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da unidadeimobiliária ou empresa co-responsável o ônus da prova em contrário.

Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalizaçãoconstatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, dofaturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo àempresa, também, neste caso, o ônus da prova em contrário.

De acordo com o art. 335 da Instrução Normativa RFB nº 971/09, a escolha do indicador mais apropriadopara a avaliação do custo da construção civil e a regulamentação da sua utilização para fins da apuração daremuneração da mão de obra, por aferição indireta, competem exclusivamente à Receita Federal do Brasil.

Assim, o art. 446 da citada Instrução Normativa conceitua aferição indireta como sendo o procedimentode que dispõe a Receita Federal do Brasil para apuração indireta da base de cálculo das contribuições sociais.

Salientamos que será utilizada a aferição indireta se:

I – no exame da escrituração contábil ou de qualquer outro documento do sujeito passivo, a fiscalizaçãoconstatar que a contabilidade não registra o movimento real da remuneração dos segurados a seu serviço, dareceita ou do faturamento e do lucro;

II – A empresa, o empregador doméstico, ou o segurado recusar-se a apresentar qualquer documento,ou sonegar informação, ou apresentá-los deficientemente.

III – Faltar prova regular e formalizada do montante dos salários pagos pela execução de obra deconstrução civil.

IV – As informações prestadas ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo não merecerem fé emface de outras informações, ou outros documentos de que disponha a fiscalização, como por exemplo:

a) omissão de receita ou de faturamento verificada por intermédio de subsídio à fiscalização;

b) dados coletados na Justiça do Trabalho, Delegacia Regional do Trabalho ou em outros órgãos, emconfronto com a escrituração contábil, livro de registro de empregados ou outros elementos em poder do sujeitopassivo;

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c) constatação da impossibilidade de execução do serviço contratado, tendo em vista o número desegurados constantes em GFIP ou folha de pagamento específicas, mediante confronto desses documentoscom as respectivas notas fiscais, faturas, recibos ou contratos.

Considera-se deficiente o documento apresentado ou a informação prestada que não preencha asformalidades legais, bem como aquele documento que contenha informação diversa da realidade ou, ainda, queomita informação verdadeira.

Uma das formas de aferição indireta utilizadas pela Receita Federal do Brasil é a de apuração daremuneração da mão de obra com base na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços comoveremos a seguir.

12.1. Apuração da remuneração da mão de obra com base na nota fiscal, na fatura ou no recibo deprestação de serviços

O valor da remuneração da mão de obra utilizada na execução dos serviços contratados, aferidoindiretamente, corresponde no mínimo a 40% do valor dos serviços contidos na nota fiscal, na fatura ou norecibo de prestação de serviços, conforme estabelece o art. 336 e seguintes da Instrução Normativa RFB nº971/09.

No cálculo da contribuição social previdenciária do segurado empregado incidente sobre a remuneraçãoda mão de obra indiretamente aferida, aplica-se a alíquota mínima, sem limite e, para os fatos geradoresocorridos até 31/12/2007, sem compensação da CPMF.

12.1.1. Previsão contratual ou não de fornecimento de material ou de utilização de equipamentopróprio ou de terceiros

Caso haja previsão contratual de fornecimento de material ou de utilização de equipamento próprio ou deterceiros, exceto os equipamentos manuais, para a execução dos serviços, se os valores de material ouequipamento estiverem estabelecidos no contrato, ainda que não discriminados na nota fiscal, na fatura ou norecibo de prestação de serviços, o valor da remuneração da mão de obra utilizada na prestação de serviçosserá apurado na base de 40% do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura ou do recibo deprestação de serviços.

Após a apuração do valor da mão de obra, devem ser aplicadas as seguintes alíquotas: segurados – 8%,FPAS – 20%, Outras Entidades – 5,8%, RAT – 3%, totalizando 36,8%.

Diante do todo exposto, podemos concluir que, sobre o valor da nota fiscal, da fatura ou do recibo deprestação de serviços, a contribuição previdenciária corresponde a 14,72%, sendo:

36,8% x 40% = 0,368 x 0,4 = 0,1472 x 100 = 14,72%

Exemplo:

Em uma prestação de serviço, foi emitida nota fiscal de R$ 350.000,00 onde:

Valor dos materiais contidos em contrato: R$ 300.000,00

Valor dos serviços: R$ 50.000,00

Base de cálculo da contribuição previdenciária: R$ 50.000,00 x x 40% = R$ 20.000,00

Valor da contribuição previdenciária: R$ 20.000,00 x 36,8% = = R$ 7.360,00

Contudo, se aplicarmos a alíquota de 14,72% sobre o valor do serviço contido na nota fiscal, obteremos omesmo valor. Assim, temos:

Nota fiscal de R$ 350.000,00 onde:

Valor dos materiais contidos em contrato: R$ 300.000,00

Valor dos serviços: R$ 50.000,00

Valor da contribuição previdenciária: R$ 50.000,00 x 14,72% = = R$ 7.360,00

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12.1.2. Falta de previsão contratual e sem discriminação na nota fiscal, fatura ou recibo deprestação de serviços

Contudo, se os valores de material ou de utilização de equipamento não estiverem estabelecidos nocontrato, nem discriminados na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, o valor do serviçocorresponde, no mínimo, a 50% do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo, aplicando-se para fins de aferiçãoda remuneração da mão de obra utilizada também 40% do valor dos serviços constantes da nota fiscal, dafatura ou do recibo de prestação de serviços.

Exemplo 1:

Nota fiscal de R$ 350.000,00 onde:

Valor dos serviços: R$ 350.000,00 x 50% = R$ 175.000,00

Base de cálculo da contribuição previdenciária: R$ 175.000,00 x x 40% = R$ 70.000,00

Valor da contribuição previdenciária: R$ 70.000,00 x 36,8% = = R$ 25.760,00

Exemplo 2:

Nota fiscal de R$ 350.000,00 onde:

Valor dos serviços: R$ 350.000,00 x 50% = R$ 175.000,00

Valor da contribuição previdenciária: R$ 175.000,00 x 14,72% = = R$ 25.760,00

12.1.3. Falta de previsão contratual com discriminação na nota fiscal, fatura ou recibo deprestação de serviços

Caso não exista previsão contratual do fornecimento de material ou de utilização de equipamento, aindaque haja discriminação na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, o valor dos serviços será ovalor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo, aplicando-se, para fins de aferição da remuneração da mão deobra também 40% do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação deserviços.

Exemplo 1:

Nota fiscal de R$ 350.000,00 onde:

Base de cálculo da contribuição previdenciária: R$ 350.000,00 x x 40% = R$ 140.000,00

Valor da contribuição previdenciária: R$ 140.000,00 x 36,8% = = R$ 51.520,00

Exemplo 2:

Nota fiscal de R$ 350.000,00

Valor da contribuição previdenciária: R$ 350.000,00 x 14,72% = = R$ 51.520,00

12.1.4. Utilização de equipamento inerente à execução dos serviços contratados

Se a utilização de equipamento for inerente à execução dos serviços contratados, ainda que não estejaprevisto em contrato, o valor do serviço corresponderá a 50% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou dorecibo de prestação de serviços, aplicando-se, para fins de aferição da remuneração da mão de obra utilizadana prestação de serviços, 40% do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura ou do recibo deprestação de serviços, conforme exemplos do subitem 12.1.2.

12.2. Construção civil – Serviços específicos

De acordo com o art. 455 da Instrução Normativa RFB nº 971/09, na prestação dos serviços deconstrução civil a seguir relacionados, havendo ou não previsão contratual de utilização de equipamento próprioou de terceiros, o valor da remuneração da mão de obra utilizada na execução dos serviços não poderá ser

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inferior ao percentual, respectivamente estabelecido para cada um desses serviços, aplicado sobre o valorbruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços:

a) pavimentação asfáltica: 4%;

b) terraplenagem, aterro sanitário e dragagem: 6%;

c) obras de arte (pontes ou viadutos): 18%;

d) drenagem: 20%;

e) demais serviços realizados com a utilização de equipamentos, exceto manuais, desde que inerentes àprestação dos serviços: 14%.

Quando na mesma nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços constar a execução de mais deum dos serviços relacionados nas letras anteriormente citadas, e não houver discriminação individual do valorde cada serviço, deverá ser aplicado o percentual correspondente a cada tipo de serviço conforme disposto emcontrato, ou o percentual maior, se o contrato não permitir identificar o valor de cada serviço.

Nesta situação, também será aplicada apuração do valor da mão de obra, aplicando as seguintesalíquotas: segurados – 8%, FPAS – 20%, Outras Entidades – 5,8%, RAT – 3%, totalizando 36,8%.

Exemplo:

Serviço de pavimentação asfáltica, cujo valor do serviço prestado foi de R$ 450.000,00.

Base de cálculo da contribuição previdenciária: R$ 450.000,00 x x 4% = R$ 18.000,00

Valor da contribuição previdenciária: R$ 18.000,00 x 36,8% = = R$ 6.624,00

O valor do material fornecido ao contratante, bem como o valor da locação do equipamento de terceirosutilizado no serviço, discriminado na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não poderá sersuperior ao valor de aquisição ou de locação, respectivamente.

A empresa deverá, quando exigido pela fiscalização da Receita Federal do Brasil comprovar averacidade dos valores dos materiais utilizados na prestação de serviços, mediante apresentação dosdocumentos fiscais de aquisição dos materiais.

13. Construção Civil sem Mão de Obra Remunerada

Nos termos do art. 370 da Instrução Normativa RFB nº 971/09, nenhuma contribuição social é devida emrelação à obra de construção civil que atenda às seguintes condições:

I – O proprietário do imóvel ou dono da obra seja pessoa física, não possua outro imóvel e a construçãoseja:

a) residencial e unifamiliar;

b) com área total não superior a 70m²;

c) destinada a uso próprio;

d) do tipo econômico ou popular; e

e) executada sem mão de obra remunerada.

II – Seja destinada a uso próprio e tenha sido realizada por intermédio de trabalho voluntário, nãoremunerado, prestado por pessoa física à entidade pública de qualquer natureza, ou à instituição privada de finsnão lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistênciasocial, inclusive mutualidade, nos termos da Lei nº 9.608/98, observado o disposto no item 13.1.

III – A obra destine-se à edificação de conjunto habitacional popular, e não seja utilizada mão de obraremunerada, observado que o acompanhamento e a supervisão da execução do conjunto habitacional por partede profissionais especializados, na qualidade de engenheiro, arquiteto, assistente social ou mestre de obras,mesmo que remunerado, não descaracterizará a sua forma de execução, cabendo apenas a comprovação do

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recolhimento das contribuições para a Previdência Social e das destinadas a outras entidades ou fundos,incidentes sobre a remuneração dos profissionais.

IV – seja executada por entidade beneficente ou religiosa, destinada a uso próprio, realizada porintermédio de trabalho voluntário não remunerado, observado o disposto no item 13.1;

Verificado o descumprimento de qualquer das condições previstas nos incisos I a IV anteriores, tornam-se exigíveis as contribuições relativas à remuneração da mão de obra empregada na obra, sem prejuízo dascominações legais cabíveis.

O disposto neste item não se aplica aos incorporadores.

13.1. Regularização da obra

A regularização de obra executada sem a utilização de mão de obra remunerada, na forma dos incisos IIa IV do item 13, deverá ser feita de acordo com a escrituração contábil formalizada.

Para a regularização das obras, o interessado deverá apresentar os seguintes documentos, conforme ocaso:

a) Declaração de Informação sobre a Obra (DISO): conforme modelo previsto no Anexo V, preenchida eassinada pelo responsável pela obra ou representante legal da empresa, em duas vias, destinadas ao CAC ouà ARF e ao declarante;

b) alvará de concessão de licença para construção ou projeto aprovado pela prefeitura municipal: estequando exigido pela prefeitura ou, na hipótese de obra contratada com a Administração Pública, não sujeita àfiscalização municipal, o contrato e a ordem de serviço ou a autorização para o início de execução da obra;

c) habite-se: certidão da prefeitura municipal ou projeto aprovado ou, na hipótese de obra contratada coma Administração Pública, termo de recebimento da obra ou outro documento oficial expedido por órgãocompetente, para fins de verificação da área a regularizar;

d) quando houver mão de obra própria, documento de arrecadação comprovando o recolhimento decontribuições sociais, com vinculação inequívoca à matrícula CEI da obra, a respectiva GFIP relativa àmatrícula CEI da obra e, quando não houver mão de obra própria, a GFIP com declaração de ausência de fatogerador (GFIP sem movimento);

O responsável pessoa jurídica, além dos documentos previstos no caput do art. 383 da InstruçãoNormativa RFB nº 971/09 deverá, conforme o caso, apresentar:

a) contrato social e suas alterações, original ou cópia autenticada, para comprovação das assinaturasdos responsáveis legais constantes da DISO e, no caso de sociedade anônima, de sociedade civil, decooperativa, de associação ou de entidade de qualquer natureza ou finalidade, apresentar o estatuto, a ata deeleição dos diretores e a cópia dos respectivos documentos de identidade;

b) cópia do último balanço patrimonial acompanhado de declaração da empresa, sob as penas da lei,firmada pelo representante legal e pelo contador responsável com identificação de seu registro no ConselhoRegional de Contabilidade (CRC), de que a empresa possui escrituração contábil regular ou EscrituraçãoContábil Digital (ECD) do período da obra.

13.2. Comprovação da não ocorrência de fato gerador das contribuições sociais

Para comprovar a não ocorrência de fato gerador das contribuições sociais, o responsável deverá manterna obra durante a sua execução e, após o seu término, arquivados à disposição da Receita Federal do Brasil,pelo prazo decadencial previsto na legislação tributária, os seguintes documentos:

a) termo de adesão de serviço voluntário previsto na Lei nº 9.608/98, relativo a cada colaborador quepreste serviços sem remuneração, na obra executada na forma da letra “b” do item 13 deste trabalho, devendodele constar o endereço e a matrícula CEI da obra, o nome, o número do Registro Geral (RG), o número doCPF ou do NIT, o endereço residencial completo, a função e as condições de exercício nessa obra;

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b) relação de colaboradores, devendo dela constar o endereço e a matrícula CEI da obra, o nome, onúmero do RG, o número do CPF ou do NIT, o endereço residencial completo, a função e as condições deexercício nessa obra, de cada colaborador que tenha, voluntariamente e sem remuneração, nela prestadoserviços, no caso de obra executada na forma das letras “c” e “d” do item 13.

Constatada a utilização de mão de obra remunerada, serão devidas as contribuições sociaiscorrespondentes à remuneração da mesma.

A entidade beneficente em gozo da isenção, que executar obra de construção civil para uso próprio coma utilização de mão de obra por ela remunerada, deverá observar o cumprimentos das seguinte obrigaçõesacessórias:

a) arrecadar, mediante desconto na remuneração paga, devida ou creditada, as contribuições sociaisprevidenciárias dos segurados empregado e trabalhador avulso a seu serviço e recolher o produto arrecadadona forma e no prazo estabelecidos em lei;

b) arrecadar, mediante desconto no respectivo salário-de-contribuição do segurado contribuinte individualque lhe presta serviços e recolher essa contribuição;

c) arrecadar, mediante desconto no respectivo salário-de-contribuição e recolher a contribuição devida aoSEST e ao SENAT, pelo segurado contribuinte individual transportador autônomo de veículo rodoviário(inclusive o taxista) que lhe presta serviços;

d) arrecadar, mediante desconto, e recolher a contribuição do produtor rural pessoa física e do seguradoespecial incidente sobre o valor bruto da comercialização da produção, na condição de subrogada quandoadquirir produto rural;

e) efetuar a retenção de 11% para a Seguridade Social, se for o caso, quando da contratação de serviçosmediante cessão de mão de obra ou empreitada e recolher o valor retido em nome da empresa contratada.

14. Solidariedade na Construção Civil

Nos termos do art. 154 da Instrução Normativa RFB nº 971/09, são responsáveis solidários pelocumprimento da obrigação previdenciária principal na construção civil:

I – o proprietário do imóvel, o dono da obra, o incorporador, o condômino de unidade imobiliária, pessoajurídica ou física, quando contratar a execução da obra mediante empreitada total com empresa construtora,cujo objeto social seja a indústria da construção civil, com registro no CREA;

II – até a competência janeiro de 1999, o proprietário do imóvel, o dono da obra, o incorporador, ocondômino de unidade imobiliária, pessoa jurídica ou física, e a empresa construtora, com a empreiteira e asubempreiteira, conforme definida no item 2 deste trabalho, na contratação, respectivamente, de empreitada oude subempreitada de obra ou serviço;

III – os adquirentes que assumam a administração da obra, no caso de falência ou insolvência civil doincorporador, observado que cada adquirente responderá individualmente pelos fatos geradores porventuraocorridos resultantes da diferença do custo orçado e o custo efetivo verificado até a data da quebra, da seguinteforma:

a) na proporção dos coeficientes de construção atribuíveis às respectivas unidades; ou

b) por outro critério de rateio, deliberado em assembleia geral por 2/3 dos votos dos adquirentes, deacordo com o disposto na Lei nº 4.591/64, com a redação dada pela Lei nº 10.931/04.

Salientamos que, ao contratante, responsável solidário, é ressalvado o direito regressivo contra ocontratado e admitida a retenção de importância devida a este último para garantia do cumprimento dasobrigações previdenciárias.

Exclui-se da responsabilidade solidária o adquirente de prédio ou unidade imobiliária que realizar aoperação com empresa de comercialização ou incorporador de imóveis, ficando estes solida-riamenteresponsáveis com a empresa construtora.

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14.1. Repasse integral do contrato

No caso de repasse integral do contrato, fica estabelecida a responsabilidade solidária entre a empresaconstrutora originalmente contratada e a empresa construtora para a qual foi repassada a responsabilidade pelaexecução integral da obra, além da solidariedade entre o proprietário, o dono da obra ou o incorporador eaquelas.

Salientamos que será considerado repasse integral do contrato o ato pelo qual a construtoraoriginalmente contratada para execução de obra de construção civil, não tendo empregado nessa obra qualquermaterial ou serviço, repasse o contrato para outra construtora, que irá assumir a responsabilidade pelaexecução integral da obra prevista no contrato original.

14.2. Empreitada total de obra a ser realizada por consórcio

No contrato de empreitada total de obra a ser realizada por consórcio, assume a responsabilidade diretapela execução de todos os serviços necessários à realização da obra, compreendidos em todos os projetos aela inerentes, com ou sem fornecimento de material, o contratante responde solidariamente com as empresasconsorciadas pelo cumprimento das obrigações perante a Previdência Social, ressalvado quando efetuada porórgão público, autarquia ou fundação de direito público.

Não desfigura a responsabilidade solidária, o fato de cada uma das consorciadas executar partesdistintas do projeto total, bem como realizar faturamento direto e isoladamente para a contratante, observadoque receberá tratamento de empreitada parcial aquela realizada por empresa construtora em que tenhaocorrido faturamento de subempreiteira diretamente para o proprietário, dono da obra ou incorporador, aindaque a subempreiteira tenha sido contratada pela construtora.

As consorciadas somente se obrigam as condições previstas no respectivo contrato, respondendo cadauma por suas obrigações, sem presunção de solidariedade.

A responsabilidade solidária poderá ser elidida pela retenção de 11% para a Seguridade Social.

Contudo, há responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, quando dacontratação com a Administração Pública, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.

14.3. Entidade beneficente

A entidade beneficente de assistência social que usufrua da isenção das contribuições sociais, nacontratação de obra de construção civil, responde solidariamente apenas pelas contribuições sociaisprevidenciárias a cargo dos segurados que laboram na execução da obra, de acordo com o art. 159 daInstrução Normativa RFB nº 971/09.

A isenção das contribuições outorgada à entidade beneficente de assistência social é extensiva à obra deconstrução civil, quando executada diretamente pela entidade e destinada a uso próprio.

O disposto anteriormente não implica isenção das contribuições sociais devidas pela empresaconstrutora.

15. Exclusão da Responsabilidade Solidária

O art. 160 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 estabelece que, excluem-se da responsabilidadesolidária, sujeitando-se à retenção de 11% para a Seguridade Social:

a) as demais formas de contratação de empreitada de obra de construção civil não enquadradas noinciso I do item 14 deste trabalho, observado o disposto no inciso IV do § 2º do art. 151 da Instrução NormativaRFB nº 971/09;

b) os serviços de construção civil tais como os discriminados no Anexo VII da citada Instrução Normativa,que traz a discriminação de obras e serviços de construção civil, conforme Classificação Nacional de AtividadesEconômicas (CNAE) observado o disposto no inciso III do § 2º do art. 151 Instrução Normativa RFB nº 971/09.

Nota Cenofisco:

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O art. 151 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 estabelece:

“............................................................................................

Art. 151 – São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação queconstitua o fato gerador da obrigação previdenciária principal e as expressamente designadas por lei como tal.

§ 1º – A solidariedade prevista no caput não comporta benefício de ordem.

§ 2º – Excluem-se da responsabilidade solidária:

I – as contribuições destinadas a outras entidades ou fundos;

II – as contribuições sociais previdenciárias decorrentes de serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada sujeitos à retenção de que trata o art. 112;

III – no período de 21 de novembro de 1986 a 28 de abril de 1995, as contribuições sociaisprevidenciárias decorrentes de serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, a órgãopúblico da administração direta, a autarquia, e a fundação de direito público; e

IV – a partir de 21 de novembro de 1986, as contribuições sociais previdenciárias decorrentes dacontratação, qualquer que seja a forma, de execução de obra de construção civil, reforma ou acréscimo,efetuadas por órgão público da administração direta, por autarquia e por fundação de direito público.

§ 3º – A responsabilidade solidária em relação à multa moratória, aplica-se, a partir de 11 de fevereiro de2007, a toda a Administração Pública, inclusive aos órgãos da Administração Direta, às autarquias e àsfundações de direito público.

..............................................................................”

Vale a pena ressaltar que não se sujeita à retenção a prestação de serviços de:

a) administração, fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras;

b) assessoria ou consultoria técnicas;

c) controle de qualidade de materiais;

d) fornecimento de concreto usinado, de massa asfáltica ou de argamassa usinada ou preparada;

e) jateamento ou hidrojateamento;

f) perfuração de poço artesiano;

g) elaboração de projeto da construção civil;

h) ensaios geotécnicos de campo ou de laboratório (sondagens de solo, provas de carga, ensaios deresistência, amostragens, testes em laboratório de solos ou outros serviços afins);

i) serviços de topografia;

j) instalação de antena coletiva;

k) instalação de aparelhos de ar-condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, decalefação ou de exaustão;

l) instalação de sistemas de ar-condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, decalefação ou de exaustão, quando a venda for realizada com emissão apenas da nota fiscal de venda mercantil;

m) instalação de estruturas e esquadrias metálicas, de equipamento ou de material, quando for emitidaapenas a nota fiscal de venda mercantil;

n) locação de caçamba;

o) locação de máquinas, de ferramentas, de equipamentos ou de outros utensílios sem fornecimento demão de obra; e

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p) fundações especiais.

Quando na prestação dos serviços relacionados nas letras “l” e “m”, deste item, houver emissão de notafiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços relativa à mão de obra utilizada na instalação do material ou doequipamento vendido, os valores desses serviços integrarão a base de cálculo da retenção.

16. Contratante – Documentos Exigidos

Em decorrência da responsabilidade solidária ao contratante quando da quitação da nota fiscal, da faturaou do recibo de prestação de serviços, cabe exigir:

I – Até a competência janeiro de 1999, inclusive, da empresa contratada:

a) para prestação de serviços mediante cessão de mão de obra, cópia das folhas de pagamento e dosdocumentos de arrecadação;

b) para execução de obra de construção civil por empreitada total ou parcial ou subempreitada, cópia dasfolhas de pagamento e dos documentos de arrecadação com vinculação inequívoca à obra.

II – Da empresa construtora contratada por empreitada total:

a) a partir da competência janeiro de 1999, cópia da GFIP com as informações referentes à obra, da folhade pagamento específica para a obra e do documento de arrecadação identificado com a matrícula CEI daobra, relativos à mão de obra própria utilizada pela contratada;

b) a partir da competência janeiro de 1999, cópia da GFIP identificada com a matrícula CEI da obra,informando a ausência de fato gerador de obrigações previdenciárias, quando a construtora não utilizar mão deobra própria e a obra for completamente realizada mediante contratos de subempreitada;

c) a partir da competência fevereiro de 1999 até a competência setembro de 2002, cópia das notasfiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços emitidos por subempreiteiras, com vinculaçãoinequívoca à obra, e dos correspondentes documentos de arrecadação de retenção;

d) a partir da competência outubro de 2002, cópia das notas fiscais, das faturas ou dos recibos emitidospor subempreiteiras, com vinculação inequívoca à obra, dos correspondentes documentos de arrecadação daretenção e da GFIP das subempreiteiras com comprovante de entrega, com informações específicas dotomador da obra;

e) a partir da competência outubro de 2002, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA),Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT), Programa de Condições e Meio Ambiente deTrabalho na Indústria da Construção (PCMAT), para empresas com 20 trabalhadores ou mais porestabelecimento ou obra de construção civil, e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO),que demonstrem o gerenciamento de riscos ambientais por parte da construtora, bem como a necessidade ounão da contribuição adicional em razão da expo-sição a agentes nocivos a saúde e integridade física.

Nas hipóteses da alínea “b” do inciso I e do inciso II deste item, o contratante deverá exigir da contratadacomprovação de escrituração contábil regular para o período de prestação de serviços na obra, se osrecolhimentos apresentados forem inferiores aos calculados de acordo com as normas de aferição indireta daremuneração.

A comprovação de escrituração contábil será efetuada me-diante cópia do balanço extraído do livroDiário formalizado, para os exercícios encerrados e para o exercício em curso, por meio de declaração firmadapelo representante legal da empresa, sob as penas da lei, de que os valores apresentados estãocontabilizados.

É importante observarmos que, de acordo com o § 5º do art. 47 da Instrução Normativa RFB nº 971/09,os lançamentos contábeis, escriturados nos Livros Diário e Razão, são exigidos pela fiscalização após 90 diascontados da ocorrência dos fatos geradores das contribuições sociais, devendo:

a) atender ao princípio contábil do regime de competência;

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b) registrar, em contas individualizadas, todos os fatos geradores de contribuições sociais de forma aidentificar, clara e precisamente, as rubricas integrantes e as não integrantes do salário-de-contribuição, bemcomo as contribuições sociais previdenciárias descontadas dos segurados, as contribuições sociais a cargo daempresa, os valores retidos de empresas prestadoras de serviços, os valores pagos a cooperativas de trabalhoe os totais recolhidos, por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços.

Aplica-se o disposto neste item, no que couber, à empresa construtora contratada por empreitada totalque efetuar o repasse integral do contrato, bem como à empresa construtora que assumir a execução docontrato transferido.

Ao órgão público da administração direta, à autarquia e à fundação de direito público contratantes deserviços mediante cessão de mão de obra ou de execução de obras ou serviços de construção civil, cabe exigircópia dos documentos referidos na alínea “a” do inciso I deste item, no período de 29/04/1995 até acompetência janeiro de 1999.

17. Elisão da Responsabilidade Solidária

O art. 162 da Instrução Normativa RFB nº 971/09 estabelece que a contratação de serviços mediantecessão de mão de obra ou de obra ou serviço de construção civil, até a competência janeiro de 1999,observado quanto ao órgão público da administração direta, a autarquia e a fundação de direito público,disposto no inciso VIII do art. 152 da citada Instrução Normativa, a responsabilidade solidária do contratantecom a contratada, será elidida com a comprovação do recolhimento das contribuições sociais devidas pelacontratada:

I – Quando se tratar de obra ou serviço de construção civil:

a) incidentes sobre a remuneração constante da folha de pagamento dos segurados utilizados naprestação de serviços, corroborada por escrituração contábil se o valor recolhido for inferior ao indiretamenteaferido com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos de prestação de serviços; ou

b) incidentes sobre o valor indiretamente aferido, quando não for apresentada a escrituração contábil.

II – Quando se tratar de serviços prestados mediante cessão de mão de obra:

a) incidentes sobre a remuneração constante da folha de pagamento dos segurados utilizados naprestação de serviços, quando se tratar de serviços prestados mediante cessão de mão de obra; ou

b) incidentes sobre o valor indiretamente aferido com base na nota fiscal, fatura ou recibo de prestaçãode serviço na forma prevista nos arts. 450 e 451 da Instrução Normativa RFB nº 971/09, quando não forapresentada a folha de pagamento.

17.1. Empreitada total

Na contratação de obra de construção civil mediante empreitada total, a partir de fevereiro de 1999, aresponsabilidade solidária do proprietário do imóvel, do dono da obra, do incorporador ou do condômino daunidade imobiliária, com a empresa construtora, será elidida com a comprovação do recolhimento, conforme ocaso:

a) das contribuições sociais incidentes sobre a remuneração contida na folha de pagamento dossegurados utilizados na prestação de serviços e respectiva GFIP, corroborada por escrituração contábil, se ovalor recolhido for inferior ao indiretamente aferido com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos deprestação de serviços, na forma estabelecida para apuração da remuneração da mão de obra por aferiçãoindireta;

b) das contribuições sociais incidentes sobre a remuneração da mão de obra contida em nota fiscal oufatura correspondente aos serviços executados, aferidas indiretamente na forma estabelecida para apuração daremuneração da mão de obra por aferição indireta, caso a contratada não apresente a escrituração contábilformalizada na época da regularização da obra;

c) das retenções de 11% efetuadas pela empresa contratante, com base nas notas fiscais, nas faturas ounos recibos de prestação de serviços emitidos pela construtora contratada mediante empreitada total;

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d) das retenções efetuadas com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos de prestação deserviços emitidos pelas subempreiteiras, que tenham vinculação inequívoca à obra.

Em relação às alíquotas adicionais para o financiamento das aposentadorias especiais previstas no art.57 da Lei nº 8.213/91, a responsabilidade solidária poderá ser elidida com a apresentação da documentaçãocomprobatória do gerenciamento e do controle dos agentes nocivos à saúde ou à integridade física dostrabalhadores, emitida pela empresa construtora.

17.1.1. Retenção de 11% – Possibilidade

De acordo com o art. 164 da Instrução Normativa RFB nº 971/09, a contratante de empreitada totalpoderá elidir-se da responsabilidade solidária mediante a retenção de 11% do valor bruto da nota fiscal, dafatura ou do recibo de prestação de serviços contra ela emitido pela contratada, inclusive o consórcio, acomprovação do recolhimento do valor retido, e a apresentação da documentação comprobatória dogerenciamento dos riscos ocupa-cionais, na forma prevista no na letra “e” do item 16 deste trabalho.

Ressaltamos que, quando a atividade dos segurados na empresa contratante for exercida em condiçõesespeciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física destes, de forma a possibilitar a concessão deaposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de trabalho, o percentual da retenção aplicado sobre o valordos serviços prestados por estes segurados, a partir de 01/04/2003, deve ser acrescido de 4%, 3% ou 2%,respectivamente, perfazendo o total de 15%, 14% ou 13%.

A contratante efetuará o recolhimento do valor retido em documento de arrecadação identificado com amatrícula CEI da obra de construção civil e a denominação social da contratada.

O valor retido poderá ser compensado pela empresa contratada, ou ser objeto de restituição, observadasas regras definidas em ato próprio da Receita Federal do Brasil.

A partir de 21/11/1986, não existe responsabilidade solidária dos órgãos públicos da administração direta,autarquias e fundações de direito público, portanto, a esses não se aplica a retenção prevista no mencionadoartigo quando forem contratantes de obra de construção civil mediante empreitada total.