constituição paraná

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1 ALFA CONCURSOS PÚBLICOS TÉCNICO JUDICIÁRIO TJ/PR CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ Prof. Adriano Marcon 1. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E DOS MUNICÍPIOS 1.1 Nos termos do que dispõe o art. 1º, da Constituição Federal (CF) a nossa forma de Estado é a federal. A República Federativa do Brasil compreende, assim, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos dotados de autonomia (art. 18, da CF). A autonomia que possuem os entes federativos lhes confere a possibilidade de auto-organização, autogoverno, autolegislação e auto-administração. No exercício de sua capacidade de auto-organização os Estados membros vão adotar suas próprias Constituições através do exercício do Poder Constituinte Derivado Decorrente (art. 25, da CF). O Poder Constituinte Derivado Decorrente será exercido pela Assembleia Legislativa, que elaborará a Constituição do Estado, obedecidos, contudo, os princípios previstos na Constituição Federal (art. 11, do ADCT/CF e art. 25, da CF). Desta forma, o chamado princípio da simetria impõe a observância, nas Constituições Estaduais, de certos princípios constitucionais que estruturam e organizam o Estado brasileiro, tais como aqueles previstos nos arts. 1º, 2º e 18, da CF. 1.2 No Título I, nos arts. 1º a 26, a Constituição do Estado do Paraná (CEPR) dispõe dos elementos essenciais para a organização do Estado e dos Municípios, reproduzindo, em grande parte, as disposições da CF. 1.2.1 Assim, no Capítulo I Da Organização do Estado, art. 1º, da CEPR está posto que o Estado do Paraná, integrado de forma indissolúvel à República Federativa do Brasil, proclama e assegura o Estado democrático, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político. Ainda, no art. 1º, da CEPR estão previstos os princípios e objetivos fundamentais do Estado, ou seja: (a) o respeito à unidade da Federação, à CEPR, à Constituição Federal e à inviolabilidade dos direitos e garantias fundamentais por ela estabelecidos; (b) a defesa dos direitos humanos; (c) a defesa da igualdade e o consequente combate a qualquer forma de discriminação; (d) a garantia da aplicação da justiça, devendo prover diretamente o custeio da gratuidade processual aos reconhecidamente pobres, nos termos da lei; (e) a busca permanente do desenvolvimento e da justiça social;

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constituição do paraná

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  • 1

    ALFA CONCURSOS PBLICOS

    TCNICO JUDICIRIO TJ/PR

    CONSTITUIO DO ESTADO DO PARAN

    Prof. Adriano Marcon

    1. ORGANIZAO DO ESTADO E DOS MUNICPIOS

    1.1 Nos termos do que dispe o art. 1, da Constituio Federal (CF) a nossa forma de Estado a

    federal. A Repblica Federativa do Brasil compreende, assim, a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os

    Municpios, todos dotados de autonomia (art. 18, da CF).

    A autonomia que possuem os entes federativos lhes confere a possibilidade de auto-organizao,

    autogoverno, autolegislao e auto-administrao. No exerccio de sua capacidade de auto-organizao

    os Estados membros vo adotar suas prprias Constituies atravs do exerccio do Poder Constituinte

    Derivado Decorrente (art. 25, da CF).

    O Poder Constituinte Derivado Decorrente ser exercido pela Assembleia Legislativa, que elaborar a

    Constituio do Estado, obedecidos, contudo, os princpios previstos na Constituio Federal (art. 11, do

    ADCT/CF e art. 25, da CF).

    Desta forma, o chamado princpio da simetria impe a observncia, nas Constituies Estaduais, de

    certos princpios constitucionais que estruturam e organizam o Estado brasileiro, tais como aqueles

    previstos nos arts. 1, 2 e 18, da CF.

    1.2 No Ttulo I, nos arts. 1 a 26, a Constituio do Estado do Paran (CEPR) dispe dos elementos

    essenciais para a organizao do Estado e dos Municpios, reproduzindo, em grande parte, as

    disposies da CF.

    1.2.1 Assim, no Captulo I Da Organizao do Estado, art. 1, da CEPR est posto que o Estado do

    Paran, integrado de forma indissolvel Repblica Federativa do Brasil, proclama e assegura o Estado

    democrtico, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre

    iniciativa e o pluralismo poltico.

    Ainda, no art. 1, da CEPR esto previstos os princpios e objetivos fundamentais do Estado, ou

    seja:

    (a) o respeito unidade da Federao, CEPR, Constituio Federal e inviolabilidade dos direitos e

    garantias fundamentais por ela estabelecidos;

    (b) a defesa dos direitos humanos;

    (c) a defesa da igualdade e o consequente combate a qualquer forma de discriminao;

    (d) a garantia da aplicao da justia, devendo prover diretamente o custeio da gratuidade processual

    aos reconhecidamente pobres, nos termos da lei;

    (e) a busca permanente do desenvolvimento e da justia social;

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    (f) a prestao eficiente dos servios pblicos, garantida a modicidade das tarifas;

    (g) o respeito incondicional moralidade e probidade administrativas;

    (h) a colaborao e a cooperao com os demais entes que integram a Federao;

    (i) a defesa do meio ambiente e da qualidade de vida.

    Na sequncia, a CEPR informa que a cidade de Curitiba a Capital do Estado e nela os Poderes tm

    sua sede. A Capital do Estado somente poder ser mudada mediante lei complementar estadual e aps

    consulta plebiscitria (art. 5, da CEPR).

    O art. 13, da CF prev que so smbolos da Repblica Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as

    armas e o selo nacionais, mas que os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero ter smbolos

    prprios.

    Assim, conforme dispe o art. 6, da CEPR, o Estado do Paran adota como smbolos, alm dos

    nacionais, a Bandeira, o Hino, o Braso de Armas e o Sinete:

    BANDEIRA

    BRASO DE ARMAS

    SINETE

    O art. 8, da CEPR relaciona os bens do Estado, repetindo o quanto disposto no art. 26, da CF,

    acrescentando como seus, especialmente os rendimentos decorrentes das atividades e servios de sua

    competncia e da explorao dos bens imveis de seu domnio.

    1.2.2 Ao tratar das competncias legislativas e materiais do Estado, a CEPR vai reproduzir aquilo

    que j vem estabelecido na CF.

  • 3

    Assim, em princpio, o Estado do Paran exercer toda a competncia legislativa e material que no

    esteja prevista expressamente Unio e aos Municpios, pela CF (art. 11, da CEPR). a competncia

    residual ou remanescente.

    A competncia material comum (ou paralela) do Estado, com a Unio e os Municpios, est

    relacionada no art. 12, da CEPR; por exemplo: (a) cuidar da sade e assistncia pblica, da proteo e

    garantia das pessoas portadoras de deficincia; (b) proporcionar os meios de acesso cultura,

    educao e cincia; (c) combater as causas da pobreza e os fatores de marginalizao, promovendo a

    integrao social dos setores desfavorecidos.

    Ainda, cabe exclusivamente ao Estado explorar, diretamente ou mediante concesso, a ser outorgada

    aps licitao pblica, os servios locais de gs canalizado na forma da Lei (art. 9, da CEPR).

    No art. 13, da CEPR encontramos as matrias de competncia legislativa concorrente entre o

    Estado e a Unio, dentre as quais citamos a incumbncia para legislar sobre: (a) direito tributrio,

    financeiro, penitencirio, econmico e urbanstico; (b) oramento; (c) custas dos servios forenses; (d)

    procedimentos em matria processual; (e) previdncia social, proteo e defesa da sade; (f) assistncia

    jurdica e defensoria pblica.

    No mbito desta competncia o Estado se encarrega de editar as normas suplementares s gerais,

    estabelecidas pela Unio.

    Inexistindo lei federal sobre as normas gerais, o Estado poder exercer competncia legislativa plena

    para atender s suas peculiaridades. Contudo, a supervenincia de lei federal sobre normas gerais

    suspende a eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.

    1.3 Segundo dispe o art. 4, da CEPR, a organizao poltico-administrativa do Estado do Paran

    compreende os Municpios, regidos por leis orgnicas prprias, observados os princpios da Constituio

    Federal e da CEPR.

    Ao tratar da Organizao Municipal, no Captulo II, do Ttulo II, arts. 15 a 20, a CEPR refora que os

    Municpios so entes federativos que gozam de autonomia, nos limites estabelecidos na CF e na CEPR.

    Ali esto dispostas as regras sobre a organizao e as competncias dos Municpios, em tudo muito

    parecidas com aquelas previstas na Carta Magna.

    H tambm, no art. 19, da CEPR regras mais claras e precisas do que aquelas constantes na CF, sobre

    a criao, a incorporao, a fuso e o desmembramento de Municpios.

    1.3.1 Enquanto entes federativos, os Municpios gozam, como vimos, de autonomia, no podendo

    sofrer a interveno da Unio ou do Estado. No entanto, em situaes excepcionais, previstas na CEPR,

    art. 20, possvel que o Estado intervenha nos Municpios.

    A decretao e a execuo da interveno so sempre promovidas pelo Governador do Estado.

    Existem situaes em que a interveno dar-se- de ofcio por parte do Governador do Estado; em

    outras situaes esta ser provocada por outras autoridades.

    O decreto de interveno, que especificar a amplitude, o prazo e as condies de execuo e que, se

    couber, nomear o interventor, ser submetido apreciao da Assembleia Legislativa no prazo de 24

  • 4

    (vinte e quatro) horas. Em determinadas situaes previstas na CEPR, no entanto, no h a necessidade

    de apreciao pelo Poder Legislativo.

    Cessados os motivos da interveno, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltaro, salvo

    impedimento legal.

    As hipteses de interveno do Estado nos Municpios, previstas no art. 20, da CEPR devem ser

    compatibilizadas com o previsto na CF, art. 35.

    Assim, a interveno ocorrer quando:

    (a) deixar de ser paga, sem motivo de fora maior, por dois anos consecutivos, a dvida fundada. {A

    dvida fundada ou consolidada compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12 (doze) meses

    contrados mediante emisso de ttulos ou celebrao de contratos para atender a desequilbrio

    oramentrio, ou a financiamento de obras e servios pblicos, e que dependam de autorizao legislativa

    para amortizao ou resgate. Art. 115, 2, do Decreto n. 93.872, de 1986}.

    (b) no forem prestadas contas devidas, na forma da lei.

    (c) no tiver sido aplicado o mnimo exigido da receita municipal na manuteno e desenvolvimento do

    ensino e nas aes e servios pblicos de sade.

    (d) o Tribunal de Justia der provimento a representao para assegurar a observncia de princpios

    indicados na Constituio do Estado, ou para prover a execuo de lei, de ordem ou de deciso judicial.

    Relacionado ao tema vejamos o contedo da Smula 637, do Supremo Tribunal Federal (STF), que diz:

    No cabe recurso extraordinrio contra acrdo de Tribunal de Justia que defere pedido de interveno

    estadual em Municpio.

    1.4 Exerccios

    1.4.1 A Constituio do Estado do Paran no dotada de prembulo, visto que apenas a Constituio

    Federal, por ser fruto de um Poder Constituinte Originrio, pode conter um dispositivo para a abertura

    da ordem constitucional.

    1.4.2 (Promotor de Justia MPE/PR-2012) Assinale a alternativa correta. So smbolos do Estado do

    Paran, expressos na Constituio:

    a) Alm dos smbolos nacionais, somente a Bandeira, o Hino e o Braso de Armas;

    b) A Bandeira, o Hino, o Braso de Armas, o Sinete e a Araucria;

    c) A Bandeira, o Hino, a Araucria e o Sinete;

    d) Alm dos smbolos nacionais, a Bandeira, o Hino, o Braso de Armas e a Araucria;

    e) Alm dos smbolos nacionais, a Bandeira, o Hino, o Braso de Armas e o Sinete.

    1.4.3 A Capital do Estado do Paran a cidade de Curitiba, onde os Poderes tm sua sede. A capital

    do Estado somente poder ser mudada mediante lei complementar e aps consulta plebiscitria.

    1.4.4 Conforme dispe a Constituio Estadual Paranaense,

  • 5

    a) o Estado do Paran assegura o Estado democrtico, a cidadania, a soberania, a dignidade da

    pessoa humana, os valores sociais, do trabalho e da livre iniciativa, e o pluralismo poltico.

    b) princpio do Estado do Paran a garantia da aplicao da justia, devendo prover diretamente o

    custeio da gratuidade processual aos reconhecidamente pobres, nos termos da lei.

    c) mantida a integridade territorial do Estado, que s poder ser alterada mediante aprovao de sua

    populao, por meio de referendo, e por lei complementar estadual.

    d) os bens imveis do Estado no podem ser objeto de doao ou de utilizao gratuita, salvo, e

    mediante lei, se o beneficirio for pessoa jurdica de direito privado ou de direito pblico interno, rgo

    ou fundao de sua administrao indireta ou entidade de assistncia social sem fins lucrativos,

    declarada de utilidade pblica, ou para fins de assentamentos de carter social.

    1.4.5 (Delegado de Polcia PC/PR-COPS/UEL-2013) Com relao s competncias comuns entre a

    Unio Federal e o Estado do Paran, previstas constitucionalmente, considere as afirmativas a seguir.

    I. Estabelecer e implantar poltica de educao para a segurana do trnsito.

    II. Fomentar a produo agropecuria e organizar o abastecimento alimentar.

    III. Proporcionar os meios de acesso cultura, educao e cincia.

    IV. Explorar, mediante concesso, os servios locais de gs canalizado.

    Assinale a alternativa correta.

    a) Somente as afirmativas I e II so corretas.

    b) Somente as afirmativas I e IV so corretas.

    c) Somente as afirmativas III e IV so corretas.

    d) Somente as afirmativas I, II e III so corretas.

    e) Somente as afirmativas II, III e IV so corretas.

    1.4.6 Acerca das competncias administrativas e legislativas do Estado do Paran incorreto afirmar

    que:

    a) O Estado exerce em seu territrio toda a competncia que no lhe seja vedada pela Constituio

    Federal.

    b) competncia do Estado, concorrentemente com a Unio e os Municpios legislar sobre oramento,

    juntas comerciais e custas dos servios forenses.

    c) O Estado, no exerccio de sua competncia concorrente suplementar, observar as normas gerais

    estabelecidas pela Unio.

    d) A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia da lei estadual, no que lhe

    for contrrio, mas no lhe revoga.

    1.4.7 (Delegado de Polcia PC/PR-COPS/UEL-2013) Conforme disciplinado na Constituio do Estado

    do Paran, a interveno do Estado no Municpio, quando decretada pelo Governador, ter sua

    execuo dependente de prvia apreciao e aprovao

    a) da Assembleia Legislativa.

  • 6

    b) da Cmara Municipal.

    c) do Senado Federal.

    d) do Tribunal de Contas.

    e) do Tribunal de Justia.

    GABARITO

    1.4.1 Errado

    1.4.2 E

    1.4.3 Certo

    1.4.4 B

    1.4.5 D

    1.4.6 B

    1.4.7 A

    2. DA ADMINISTRAO PBLICA

    2.1 A CEPR, no Ttulo II, arts. 27 a 51 vai dispor acerca das normas gerais sobre a administrao

    pblica, servidores pblicos e, tambm, sobre a segurana pblica.

    Logo no caput, do art. 27, a CEPR dispe que a administrao pblica direta, indireta e fundacional, de

    qualquer dos Poderes do Estado e dos Municpios obedecer aos princpios da legalidade,

    impessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade (o meio escolhido pela administrao deve se

    prestar para alcanar o fim estabelecido), eficincia, motivao (a administrao deve indicar os

    fundamentos de fato e de direito de suas decises) e economicidade (a administrao deve buscar a

    melhor relao custo/benefcio no desempenho de sua atividade).

    A maioria das disposies seguintes, relacionadas administrao e aos servidores, repete o que j

    havia disposto a Constituio Federal acerca do acesso aos cargos, empregos e funes pblicas,

    concurso pblico, direitos dos servidores, etc.

    Ressaltamos, contudo, as seguintes especificidades:

    (a) nos termos do art. 27, inciso IX, da CEPR, lei complementar estabelecer os casos de contratao,

    por tempo determinado, para atender necessidade temporria de excepcional interesse pblico,

    atendidos os seguintes princpios: realizao de teste seletivo, ressalvados os casos de calamidade

    pblica e contrato com prazo mximo de 2 (dois) anos;

    (b) nenhum servidor poder ser diretor ou integrar conselho de empresa fornecedora, ou que realize

    qualquer modalidade de contrato com o Estado, sob pena de demisso do servio pblico (art. 29, da

    CEPR);

    (c) as empresas, sob controle do Estado, as autarquias e as fundaes por ele constitudas tero, no

    mnimo, um representante dos seus servidores na diretoria, na forma que a lei estabelecer (art. 30, da

    CEPR);

  • 7

    (d) ao Estado vedado celebrar contrato com empresas que comprovadamente desrespeitarem

    normas de segurana, de medicina do trabalho e de preservao do meio ambiente (art. 31, da CEPR);

    (e) a lei instituir o registro obrigatrio de bens e valores pertencentes ao patrimnio das pessoas que

    assumirem cargo, funo ou emprego na administrao direta, indireta e fundacional (art. 32, da CEPR);

    (f) no art. 34, a CEPR vai relacionar expressamente alguns dos direitos dos servidores pblicos, dentre

    os quais encontramos a garantia do salrio mnimo e sua irredutibilidade, ao dcimo terceiro vencimento,

    ao repouso semanal remunerado, licena gestante, licena-paternidade.

    (g) ao servidor pblico eleito para cargo de direo sindical so assegurados todos os direitos inerentes

    ao cargo, a partir do registro da candidatura e at um ano aps o trmino do mandato, ainda que na

    condio de suplente, salvo se ocorrer exonerao nos termos da lei. Ainda, so assegurados os mesmos

    direitos, at um ano aps a eleio, aos candidatos no eleitos. Tambm facultado ao servidor pblico,

    eleito para a direo de sindicato ou associao de classe, o afastamento do seu cargo, sem prejuzo dos

    vencimentos, vantagens e ascenso funcional, na forma que a lei estabelecer (art. 37, da CEPR);

    (h) ao servidor ser assegurada remoo para o domiclio da famlia, se o cnjuge tambm for servidor

    pblico, ou se a natureza do seu emprego assim o exigir, na forma da lei (art. 38, da CEPR);

    (i) vedada a contratao de servios de terceiros para a realizao de atividades que possam ser

    regularmente exercidas por servidores pblicos, bem como para cobrana de dbitos tributrios do Estado

    e dos Municpios (art. 39, da CEPR);

    (j) vedada a participao de servidores pblicos no produto da arrecadao de tributos e multas,

    inclusive da dvida ativa (art. 40, da CEPR).

    2.2 Exerccios

    2.2.1 Assinale a alternativa correta.

    a) Ao servidor assegurada remoo para o domiclio da famlia, se o cnjuge tambm for servidor

    pblico, ou se a natureza do seu emprego assim o exigir.

    b) Ao servidor pblico assegurada, nos termos da lei, a participao no produto da arrecadao de

    tributos e multas, inclusive da dvida ativa.

    c) vedada a participao de servidores na gerncia de fundos e entidades para as quais contribuem.

    d) Pode o Estado do Paran contratar servios de terceiros para a realizao de atividades que possam

    ser regularmente exercidas por servidores pblicos, desde que em carter temporrio, mediante

    procedimento licitatrio.

    2.2.2 Conforme dispe a Constituio do Estado do Paran incorreto afirmar que:

    a) Nenhum servidor poder ser diretor ou integrar conselho de empresa fornecedora, ou que realize

    qualquer modalidade de contrato com o Estado, sob pena de demisso do servio pblico.

    b) Ao Estado vedado celebrar contrato com empresas que comprovadamente desrespeitarem normas

    de segurana, de medicina do trabalho e de preservao do meio ambiente.

  • 8

    c) direito dos servidores pblicos, dentre outros, gozo de frias anuais remuneradas com, pelo

    menos, um tero a mais do que a remunerao normal, vedada a transformao do perodo de frias

    em tempo de servio.

    d) So estveis, aps trs anos de efetivo exerccio os servidores nomeados para cargo de provimento

    efetivo ou em comisso, em virtude de concurso pblico.

    2.2.3 A respeito da Administrao Pblica, nos termos da Constituio Estadual Paranaense correto

    afirmar,

    a) obedecer aos princpios da legalidade, pessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade,

    eficincia, motivao, economicidade.

    b) os cargos, empregos e funes pblicas so acessveis apenas aos brasileiros que preencham os

    requisitos estabelecidos em lei.

    c) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judicirio no podero ser superiores

    aos pagos pelo Poder Executivo.

    d) a admisso nas empresas pblicas - mas no nas sociedades de economia mista - nas fundaes e

    nas autarquias da administrao indireta estadual depende de aprovao prvia em concurso pblico

    de provas ou de provas e ttulos.

    2.2.4 Ao servidor pblico da administrao direta, autrquica e fundacional do Estado do Paran, no

    exerccio de mandato eletivo, aplica-se a seguinte disposio:

    a) tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou municipal ficar afastado de seu cargo, emprego

    ou funo.

    b) investido no mandato de Prefeito ser afastado do cargo, emprego ou funo, sendo-lhe facultado

    optar pela sua remunerao.

    c) em qualquer caso que exija o afastamento para o exerccio de mandato eletivo, seu tempo de servio

    ser contado para todos os efeitos legais, exceto para promoo por antiguidade.

    d) para efeito de benefcios previdencirios, no caso de afastamento, os valores sero determinados de

    acordo com a remunerao do cargo eletivo.

    GABARITO

    2.2.1 A

    2.2.2 D

    2.2.3 C

    2.2.4 B

    3. PODERES DO ESTADO DO PARAN

    3.1 O princpio da separao dos poderes, previsto no art. 2, da Constituio Federal (CF) de

    observncia obrigatria pelo Poder Constituinte Derivado Decorrente dos Estados.

  • 9

    Neste sentido, a Constituio do Estado do Paran (CEPR), em seu art. 7, prev que So Poderes do

    Estado, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio. Em seu pargrafo

    nico est dito, ainda, que, salvo as excees previstas na CEPR, vedado a qualquer dos Poderes

    delegar atribuies, sendo que quem for investido na funo de um deles no poder exercer a de outro.

    3.2 Diferentemente do que ocorre na Unio, o PODER LEGISLATIVO do Estado unicameral e

    exercido pela Assembleia Legislativa, constituda de representantes do povo, eleitos pelo sistema

    proporcional, por voto direto e secreto (art. 52, da CEPR).

    O Poder Legislativo possui, como funes tpicas, legislar e fiscalizar as contas pblicas. Como

    funes atpicas, desempenha o Poder Legislativo Estadual, atribuies jurisdicionais e administrativas.

    Nos termos do art. 53, da CEPR cabe Assembleia Legislativa do Estado do Paran, com a sano do

    Governador do Estado dispe sobre diversas matrias, das quais ressaltamos, (a) plano plurianual e

    oramentos anuais, (b) diretrizes oramentrias, (c) organizao do Ministrio Pblico, da Procuradoria-

    Geral do Estado, da Defensoria Pblica, do Tribunal de Contas, da Polcia Militar, da Polcia Civil e demais

    rgos da administrao pblica, (d) organizao e diviso judicirias.

    No art. 54, da CEPR esto dispostas as matrias de competncia da Assembleia Legislativa que no

    dependem de sano do Governador do Estado, do que podemos citar (a) dispor sobre sua organizao,

    funcionamento, polcia, criao, transformao ou extino dos cargos, empregos e funes de seus

    servios, e a iniciativa de lei para fixao da respectiva remunerao, observados os parmetros

    estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias, (b) proceder tomada de contas do Governador do

    Estado, quando no apresentadas dentro de sessenta dias aps a abertura da sesso legislativa, (c)

    autorizar plebiscito e referendo, na forma da lei.

    3.2.1 O processo legislativo em mbito estadual compreende, segundo o art. 63, da CEPR, a

    elaborao de (a) emendas Constituio Estadual, (b) leis complementares, (c) leis ordinrias, (d)

    decretos legislativos, (e) resolues e (f) leis delegadas.

    Nos termos do art. 64, da CEPR, a proposta de Emenda ser formulada (a) por um tero, no mnimo,

    dos membros da Assembleia Legislativa, (b) pelo Governador do Estado ou (c) por um tero das Cmaras

    Municipais do Estado, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

    A proposta de Emenda Constituio Estadual ser discutida e votada em dois turnos,

    considerando-se a mesma aprovada quando obtiver, em ambas as votaes, o voto favorvel de trs

    quintos dos membros da Assembleia Legislativa.

    Se aprovada, a Emenda ser promulgada pela Mesa da Assembleia Legislativa, com o respectivo

    nmero de ordem.

    ATENO! Atente para uma diferena em relao ao procedimento de aprovao das Emendas CF.

    Aqui, ser nominal a votao da proposta de emenda Constituio Estadual.

    Assim como previsto na CF, a CEPR tambm no pode ser emendada na vigncia de interveno

    federal no Estado, estado de defesa ou estado de stio (limites circunstanciais).

  • 10

    No que tange s leis ordinrias e complementares, a iniciativa cabe a qualquer membro ou comisso

    da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Presidente do Tribunal de Justia, ao

    Procurador-Geral de Justia e aos cidados (art. 65, da CEPR).

    A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentao Assembleia Legislativa do projeto de lei,

    subscrito por, no mnimo, um por cento do eleitorado estadual, distribudo em pelo menos cinquenta

    Municpios, com um por cento de eleitores inscritos em cada um deles (art. 67, da CEPR).

    3.2.2 exerccio de funo tpica do Poder Legislativo a fiscalizao contbil, financeira,

    oramentria, operacional e patrimonial do Estado e das entidades da administrao direta e indireta,

    quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas (art.

    74, da CEPR).

    Esse controle externo, a cargo da Assembleia Legislativa, no exclui o sistema de controle interno de

    cada poder e, ainda, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Constas do Estado (art. 75, da CEPR).

    3.2.3 No exerccio de suas funes atpicas jurisdicionais, compete Assembleia Legislativa

    Paranaense, dentre outras:

    (a) processar e julgar o Governador e o Vice-Governador, nos crimes de responsabilidade, e os

    Secretrios de Estado, nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles (art. 54, inciso XI, da CEPR);

    (b) processar e julgar o Procurador-Geral de Justia, o Procurador-Geral do Estado e o Defensor-Geral

    da Defensoria Pblica nos crimes de responsabilidade (art. 54, inciso XII, da CEPR).

    3.3 O PODER EXECUTIVO Estadual exercido pelo Governador do Estado, com o auxlio dos

    Secretrios de Estado (art. 79, da CEPR).

    A eleio do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-

    se- no primeiro domingo de outubro, e no ltimo domingo de outubro em segundo turno, se houver, do

    ano anterior ao trmino do mandato de seus antecessores e a posse ocorrer em primeiro de janeiro de

    ano subsequente.

    Observa-se, quanto ao mais, as disposies constantes do art. 77, da CF, em relao eleio do

    Presidente da Repblica e do Vice-Presidente da Repblica.

    3.3.1 O Governador do Estado possui um rol de competncias privativas elencadas no art. 87, da

    CEPR, dentre as quais citamos: (a) representar o Estado nas suas relaes jurdicas, polticas e

    administrativas, (b) nomear e exonerar os Secretrios de Estado, (c) exercer, com o auxlio dos

    Secretrios de Estado, a direo superior da administrao estadual, (d) iniciar o processo legislativo, na

    forma e nos casos previstos na Constituio Estadual, (e) sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e

    expedir decretos e regulamentos para a sua fiel execuo, (f) dispor sobre a organizao e o

    funcionamento da administrao estadual, na forma da lei, (g) vetar projeto de lei, total ou parcialmente.

    Dentre todas elas, o Governador pode delegar aos Secretrios de Estado, ao Procurador-Geral de

    Justia e ao Procurador-Geral do Estado as atribuies para (a) dispor sobre a organizao e o

  • 11

    funcionamento da administrao estadual, na forma da lei (art. 87, inciso VI, da CEPR) e (b) prover os

    cargos pblicos estaduais, na forma da lei e com as restries previstas na CEPR (art. 87, inciso XVI,

    primeira parte, da CEPR).

    3.3.2 No curso do mandato o Governador do Estado pode ser responsabilizado pelos crimes comuns

    e de responsabilidade que eventualmente cometa.

    Nos termos do art. 88, da CEPR, so considerados crimes de responsabilidade os atos do

    Governador que atentem contra: (a) a Constituio Federal e a Constituio do Estado; (b) a existncia da

    Unio, (c) o livre exerccio do Poder Legislativo, do Poder Judicirio, do Ministrio Pblico e dos poderes

    constitucionais, (d) o exerccio dos direitos polticos, individuais e sociais, (e) a lei oramentria, (f) a

    segurana interna do Pas, (g) a probidade na administrao e (h) o cumprimento das leis e das decises

    judiciais.

    Para que o Governador do Estado possa ser processado necessrio juzo de admissibilidade da

    Assembleia Legislativa, pelo voto de 2/3 (dois teros) de seus membros.

    Admitida a acusao contra o Governador do Estado, pela Assembleia Legislativa, ser ele submetido a

    julgamento perante o Superior Tribunal de Justia (STJ), nas infraes penais comuns, ou perante a

    prpria Assembleia Legislativa, nos crimes de responsabilidade (foro privilegiado) (art. 89, da CEPR).

    ATENO! entendimento pacfico no mbito do Supremo Tribunal Federal (STF) que, as

    prerrogativas processuais do Presidente da Repblica, constantes do art. 86, 3 (priso somente aps

    sentena penal condenatria) e 4 (imunidade temporria persecuo penal), da CF, no se

    estendem aos Governadores dos Estados.

    3.4 O PODER JUDICIRIO possui como funo tpica o exerccio da jurisdico, ou seja, dizer o direito

    ao caso concreto, diante de um conflito de interesses.

    O Poder Judicirio do Estado do Paran composto dos seguintes rgos, conforme o art. 93, da

    Constituio do Estado do Paran (CEPR): o Tribunal de Justia, os Tribunais do Jri, os Juzes de

    Direito, os Juzes Substitutos, os Juizados Especiais e os Juzes de Paz.

    A CEPR, em seu art. 108 ainda prev a criao da Justia Militar Estadual, constituda, em primeiro

    grau, pelos Conselhos de Justia e, em segundo, pelo Tribunal de Justia ou por Tribunal de Justia

    Militar, sendo que este poder ser criado mediante proposta daquele o que ainda no ocorreu.

    Compete Justia Militar Estadual processar e julgar os militares do Estado, nos crimes militares

    definidos em lei e as aes judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competncia do

    Tribunal do Jri quando a vtima for civil.

    3.4.1 O Tribunal de Justia tem sede na Capital e jurisdio em todo o territrio do Estado. Compe-

    se de desembargadores, em nmero fixado em lei hoje, so 145 (cento e quarenta e cinco), conforme a

    Lei Estadual n. 14.277, de 2003 (CODJ) -, sendo que 4/5 (quatro quintos) so nomeados entre os juzes

    de ltima entrncia, promovidos por antiguidade e merecimento, alternadamente (art. 96, inciso V, da

    CEPR).

  • 12

    O 1/5 (um quinto) restante ser composto de membros do Ministrio Pblico Estadual, com mais de 10

    (dez) anos de carreira, e de advogados inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, Seo do Paran, de

    notrio saber jurdico e de reputao ilibada, com mais de 10 (dez) anos de efetiva atividade profissional

    (art. 95, da CEPR).

    No Tribunal de Justia haver um rgo Especial, integrado por 25 (vinte e cinco) desembargadores,

    para o exerccio de atribuies administrativas e jurisdicionais, delegadas da competncia do Tribunal

    Pleno, provendo-se a metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleio pelo Tribunal Pleno

    (art. 94, pargrafo nico, da CEPR).

    de competncia do TJPR a iniciativa da Lei de Organizao e Diviso Judicirias, a qual dispor

    sobre a estrutura e funcionamento do Poder Judicirio do Estado do Paran e a carreira da magistratura,

    devendo observar os seguintes princpios, dentre outros (art. 96, da CEPR):

    (a) o ingresso na carreira da magistratura estadual, cujo cargo inicial ser o de juiz substituto, mediante

    concurso pblico de provas e ttulos, com a participao da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as

    fases, exigindo-se do bacharel em Direito, no mnimo, trs anos de atividade jurdica e obedecendo-se,

    nas nomeaes, ordem de classificao;

    (b) promoo de entrncia para entrncia, alternadamente, por antiguidade e merecimento;

    (c) o juiz titular residir na respectiva comarca, salvo autorizao do TJPR;

    (d) todos os julgamentos dos rgos do Poder Judicirio do Estado do Paran sero pblicos, e

    fundamentadas todas as decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presena, em

    determinados atos, s prprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos em que a

    preservao do direito intimidade do interessado no sigilo no prejudique o interesse informao;

    (e) as decises administrativas do TJPR sero motivadas e em sesso pblica, sendo as disciplinares

    tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;

    (f) a atividade jurisdicional ser ininterrupta, sendo vedadas as frias coletivas nos juzos e no Tribunal

    de Justia, funcionando, nos dias em que no houver expediente forense normal, juzes em planto

    permanente;

    (g) os servidores recebero delegao para prtica de atos de administrao e de atos de mero

    expediente sem carter decisrio;

    (h) o TJPR poder funcionar descentralizadamente, constituindo Cmaras regionais, a fim de assegurar

    o pleno acesso do jurisdicionado Justia em todas as fases do processo;

    (i) o TJPR instalar a justia itinerante, com a realizao de audincias e demais funes da atividade

    jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdio, servindo-se de equipamentos pblicos e

    comunitrios.

    Ao Tribunal de Justia cabe, dentre outras atribuies, processar e julgar, originariamente, (a) nos

    crimes comuns e de responsabilidade, os deputados estaduais, os juzes de direito e juzes substitutos, os

    secretrios de Estado, os membros do Ministrio Pblico e os prefeitos municipais, ressalvada a

    competncia da Justia Eleitoral, e, nos crimes comuns, o vice-governador do Estado (art. 101, inciso VII,

    alnea a, da CEPR); (b) as aes diretas de inconstitucionalidade e de constitucionalidade de leis ou atos

  • 13

    normativos estaduais e municipais contestados em face da Constituio Estadual e a inconstitucionalidade

    por omisso de medida para tornar efetiva norma constitucional (art. 101, inciso VII, alnea f, da CEPR).

    Ainda, compete ao Tribunal de Justia julgar, em grau de recurso, os feitos de competncia da justia

    estadual, salvo os atribudos, por lei, aos rgos recursais dos juizados especiais (art. 101, inciso VIII, da

    CEPR).

    No exerccio de funes atpicas, legislativas e administrativas, CEPR atribui ao TJPR, em seu art. 99,

    a competncia para:

    (a) eleger seus rgos diretivos na forma da lei complementar que dispe sobre o Estatuto da

    Magistratura;

    (b) elaborar seu regimento interno, com observncia das normas de processo e das garantias

    processuais das partes, dispondo sobre a competncia e o funcionamento dos rgos jurisdicionais e

    administrativos;

    (c) organizar sua Secretaria e servios auxiliares;

    (d) prover, por concursos pblicos de provas, ou de provas e ttulos, vedado concurso interno, os

    cargos necessrios administrao da Justia, exceto os de confiana, assim definidos em lei, que

    podero ser providos sem concurso;

    (e) conceder frias, que no podero ser coletivas, licenas e outros afastamentos a seus membros e

    servidores.

    3.4.1.1 A Ao Direta de Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal, em

    face da CEPR pode ser intentada (a) pelo Governador do Estado e (b) pela Mesa da Assembleia

    Legislativa, (b) pelo Procurador-Geral de Justia e (c) pelo Procurador Geral do Estado, (d) pelo Prefeito e

    (e) pela Mesa da Cmara do respectivo Municpio, quando se tratar de lei ou ato normativo local, (f) pelo

    Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, (g) pelos partidos polticos com representao na

    Assembleia Legislativa, (h) pelas federaes sindicais e (i) pelas entidades de classe de mbito estadual

    e, (j) por Deputado Estadual (art. 111, da CEPR).

    ATENO! Quando se trata de controle de constitucionalidade em face da Constituio Federal, o seu

    art. 103 no autoriza a propositura das aes respectivas pelos membros das Casas do Congresso

    Nacional, como ocorre no controle de constitucionalidade em face da CEPR, onde esta atribui tal

    competncia aos Deputados Estaduais.

    Somente pelo voto da maioria absoluta dos seus membros ou dos membros do rgo especial, poder

    o Tribunal de Justia declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Pblico (at. 112, da

    CEPR).

    Em todas as Aes Diretas de Inconstitucionalidade o Procurador-Geral de Justia ser ouvido. Nela,

    tambm, incumbir Procuradoria Geral do Estado atuar na curadoria de presuno de legitimidade do

    ato impugnado, estadual ou municipal.

    Uma vez declarada a inconstitucionalidade, a deciso ser comunicada Assembleia Legislativa ou

    Cmara Municipal para suspenso da execuo da lei ou ato impugnado (art. 113, da CEPR).

  • 14

    3.4.2 Os Juzes de Direito e Juzes Substitutos atuam no primeiro grau de jurisdio da Justia

    Estadual, nas diversas entrncias (art. 105, da CEPR).

    As entrncias representam os nveis na carreira da magistratura de primeiro grau, servindo, tambm,

    para classificar as comarcas de acordo, principalmente, com seu movimento. Assim, teremos a entrncia

    inicial, intermediria e final (art. 25, da LE n. 14.277, de 2003-CODJ).

    Especificadamente para dirimir conflitos fundirios, o Tribunal de Justia propor a criao de varas

    especializadas, com competncia exclusiva para questes agrrias (art. 107, da CEPR).

    3.4.3 Os Juizados Especiais Cveis e Criminais possuem competncia para o julgamento de causas

    cveis de menor complexidade e de infraes penais de menor potencial ofensivo.

    A competncia, a composio e o funcionamento dos Juizados Especiais ser determinada pela Lei de

    Organizao e Diviso Judicirias (art. 109, da CEPR).

    Lembremos que o rgo recursal das decises proferidas pelos juizados especiais no o Tribunal de

    Justia, mas turmas compostas de juzes de primeiro grau de entrncia final, as chamadas Turmas

    Recursais.

    J a Justia de Paz ser composta de cidados eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com

    mandato de 4 (quatro) anos e competncia para celebrar casamentos, verificar, de ofcio ou em face de

    impugnao apresentada, o processo de habilitao, exercer atribuies conciliatrias e outras, sem

    carter jurisdicional, conforme dispuser a Lei de Organizao e Diviso Judicirias (art. 110, da CEPR).

    3.4.4 Aos Tribunais do Jri, segundo dispe a Constituio Federal (CF), em seu art. 5, inciso

    XXXVIII, atribuda a competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Nele so

    assegurados a plenitude de defesa, o sigilo das votaes e a soberania dos veredictos.

    O Tribunal do Jri ser instalado nas sedes das comarcas e obedecer, em sua composio e

    funcionamento, s normas do Cdigo de Processo Penal (CPP).

    3.4.5 Aos magistrados estaduais so asseguradas as mesmas garantias de independncia e de

    imparcialidade constantes da CF.

    Assim, so garantias de sua independncia, segundo o art. 97, da CEPR:

    (a) a vitaliciedade, que, no primeiro grau, s ser adquirida aps dois anos de exerccio, dependendo a

    perda do cargo, nesse perodo, de deliberao do Tribunal de Justia e, nos demais casos, de sentena

    judicial transitada em julgado, assegurado, em qualquer hiptese, o direito a ampla defesa;

    (b) a inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pblico, na forma estabelecida na Constituio

    Federal;

    (c) a irredutibilidade de subsdios, ressalvado o disposto nos arts. 37, incisos X e XI, 38, 4, 150,

    inciso II, 153, inciso III e 153, 2 e inciso I, da Constituio Federal.

    Por sua vez, as garantias de imparcialidade so verdadeiras proibies. Assim, aos magistrados

    estaduais vedado (art. 97, pargrafo nico, da CEPR):

  • 15

    (a) exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou funo, salvo uma de magistrio;

    (b) receber, a qualquer ttulo ou pretexto, custas ou participao em processo;

    (c) dedicar-se atividade poltico-partidria.

    (d) receber, a qualquer ttulo ou pretexto, auxlios ou contribuies de pessoas fsicas, entidades

    pblicas ou privadas, ressalvadas as excees previstas em lei;

    (e) exercer a advocacia no juzo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos trs anos do

    afastamento do cargo por aposentadoria ou exonerao. Esta a conhecida quarentena.

    3.5 Exerccios

    3.5.1 (Promotor de Justia MPE/PR-2011) Relativamente s emendas Constituio do Estado do

    Paran, incorreto afirmar:

    a) A proposta pode ser de iniciativa do Governador do Estado.

    b) A emenda Constituio ser promulgada pela Mesa da Assembleia Legislativa.

    c) A proposta pode ser de iniciativa de um tero das Cmaras Municipais do Estado, manifestando-se

    cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

    d) Ser secreta a votao de emenda Constituio.

    e) A proposta ser discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada quando obtiver, em

    ambas as votaes, o voto favorvel de trs quintos dos membros da Assembleia Legislativa.

    3.5.2 (Engenheiro Civil SEAP/PR-COPS/UEL-2012) Com o auxlio do Tribunal de Contas do Estado, o

    controle externo relativo fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial do

    Estado do Paran, exercido

    (a) pelo Tribunal de Justia do Estado.

    (b) pela Assembleia Legislativa do Estado.

    (c) pelo Governador do Estado.

    (d) pelo Superior Tribunal de Justia.

    (e) pelo Congresso Nacional.

    3.5.3 Sobre o Poder Executivo paranaense e nos termos do que dispe a CEPR, assinale a opo

    incorreta.

    a) exercido pelo Governador do Estado, com o auxlio dos Secretrios de Estado.

    b) Governador e o Vice-Governador do Estado exercero o cargo por quatro anos, no podendo ser

    reeleitos para o mesmo cargo no perodo imediato.

    c) Cessada a investidura no cargo de Governador do Estado, quem o tiver exercido em carter

    permanente far jus, a ttulo de representao, desde que no tenha sofrido suspenso dos direitos

    polticos, a um subsdio mensal e vitalcio, igual ao vencimento do cargo de desembargador do Tribunal

    de Justia do Estado.

    d) Compete privativamente ao Governador do Estado prover e extinguir os cargos pblicos estaduais

    por meio de decreto.

  • 16

    3.5.4 considerada atribuio privativa do Governador do Estado do Paran, segundo a Constituio

    Estadual,

    a) celebrar ou autorizar convnios ou acordos com entidades pblicas ou particulares.

    b) nomear e exonerar os Secretrios de Estado, aps aprovao da Assembleia Legislativa.

    c) prestar contas, anualmente, Assembleia Legislativa, dentro de trinta dias aps a abertura da

    sesso legislativa, relativamente ao ano anterior.

    d) realizar as operaes de crdito previamente autorizadas pelo Congresso Nacional.

    3.5.5 Nos termos da Constituio do Estado do Paran, o Governador poder delegar ao Procurador-

    Geral de Justia a atribuio de vetar projeto de lei, total ou parcialmente.

    3.5.6 A Constituio do Estado do Paran,

    a) dispe que o Governador perder o mandato ao assumir outro cargo ou funo na administrao

    pblica direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso pblico e observado o disposto no

    art. 38, I, IV, e V, da Constituio Federal.

    b) prev a possibilidade de o governador do Estado editar medidas provisrias, em respeito ao princpio

    da simetria relacionado s regras do processo legislativo estadual.

    c) determina que as leis complementares estaduais so aprovadas por maioria simples dos integrantes

    da Assembleia Legislativa.

    d) estabelece que o controle externo das contas pblicas estaduais, a cargo do Poder Executivo, ser

    exercido com o auxlio do Tribunal de Contas do Estado.

    3.5.7 (Delegado de Polcia PC/PR-COPS/UEL-2013) Assinale a alternativa que indica, corretamente,

    rgo do Poder Judicirio no Estado do Paran.

    a) Cmara Arbitral de Justia.

    b) Conselho da Polcia Judiciria.

    c) Conselho do Ministrio Pblico.

    d) Tribunal do Jri

    e) Tribunal de Alada.

    3.5.8 Acerca do Poder Judicirio do Estado do Paran, nos termos da Constituio Estadual, no est

    correto afirmar que,

    a) no Tribunal de Justia haver um rgo especial, integrado por vinte e cinco desembargadores, para

    o exerccio de atribuies administrativas e jurisdicionais, delegadas da competncia do tribunal pleno,

    provendo-se a metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleio pelo tribunal pleno.

    b) um quinto dos lugares do Tribunal de Justia ser composto de membros do Ministrio Pblico, com

  • 17

    mais de dez anos de carreira, e de advogados inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, Seo do

    Paran, de notrio saber jurdico e de reputao ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade

    profissional.

    c) Lei de Organizao e Diviso Judicirias, de iniciativa do Tribunal de Justia, dispor sobre a

    estrutura e funcionamento do Poder Judicirio do Estado e a carreira de magistratura, observados,

    dentre outros que, a atividade jurisdicional ser ininterrupta, sendo vedadas as frias coletivas nos

    juzos de primeiro grau apenas, funcionando, nos dias em que no houver expediente forense normal,

    juzes em planto permanente.

    d) os juzes gozam da garantia da vitaliciedade que, no primeiro grau, s ser adquirida aps dois anos

    de exerccio, dependendo a perda do cargo, nesse perodo, de deliberao do Tribunal de Justia; e,

    nos demais casos, de sentena judicial transitada em julgado, assegurado, em qualquer hiptese, o

    direito a ampla defesa.

    3.5.9 No Estado do Paran, o Procurador Geral do Estado e o Deputado Estadual so partes ilegtimas

    para propor a ao direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal.

    3.5.10 Lei de Organizao e Diviso Judicirias, de iniciativa do Tribunal de Justia, dispor sobre a

    estrutura e funcionamento do Poder Judicirio do Estado do Paran e a carreira de magistratura,

    observadas, dentre outras, a regra de que o ingresso na carreira, cujo cargo inicial ser o de juiz

    substituto, dar-se- atravs de concurso pblico de provas e ttulos, com a participao da Ordem dos

    Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mnimo, dois anos de

    atividade jurdica e obedecendo-se, nas nomeaes, ordem de classificao.

    3.5.11 Compete privativamente ao Tribunal de Justia do Estado do Paran, segundo a Constituio

    Estadual, exceto,

    a) aposentar os magistrados e os servidores da justia.

    b) decretar e executar, quando cabvel, a interveno federal no Estado.

    c) processar e julgar, originariamente, nos crimes comuns e de responsabilidade, os deputados

    estaduais, os juzes de direito e juzes substitutos, os secretrios de Estado, os membros do Ministrio

    Pblico e os prefeitos municipais, ressalvada a competncia da Justia Eleitoral, e, nos crimes comuns,

    o vice-governador do Estado.

    d) processar e julgar, originariamente, a execuo de sentena nas causas de sua competncia

    originria, facultada a delegao de atribuies para a prtica de atos processuais.

    3.5.12 Relativamente ao Poder Judicirio paranaense correto afirmar que,

    a) em primeiro e segundo grau de jurisdio, a carreira da magistratura compreende as entrncias,

    definidas na Lei de Organizao e Diviso Judicirias.

    b) a Justia Militar constituda, em primeiro grau, pelos Conselhos de Justia e, em segundo, pelo

    Tribunal de Justia ou por Tribunal de Justia Militar.

  • 18

    c) a Justia de Paz, remunerada, ser composta de cidados eleitos pelo voto direto, universal e

    secreto, com mandato de quatro anos e competncia para celebrar casamentos, verificar, de ofcio ou

    em face de impugnao apresentada, o processo de habilitao, exercer atribuies conciliatrias e

    outras, carter jurisdicional, conforme dispuser a Lei de Organizao e Diviso Judicirias.

    d) Haver trs Tribunais de Alada, com sede em Curitiba, Londrina e Cascavel, com jurisdio

    territorial definida pela Lei de Organizao e Diviso Judicirias, sendo que o da Capital ser composto

    por um mnimo de vinte e cinco Juzes e os de Londrina e Cascavel por um mnimo de dezessete

    Juzes.

    GABARITO

    3.5.1 D

    3.5.2 B

    3.5.3 D

    3.5.4 A

    3.5.5 Errado

    3.5.6 A

    3.5.7 D

    3.5.8 C

    3.5.9 Errado

    3.5.10 Errado

    3.5.11 B

    3.5.12 B