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Direito Constitucional p/ TRT-SC - AJAA Prof a . Nádia Carolina – Aula 00 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 121 Aula 00: Constituição: princípios fundamentais. Da aplicabilidade e interpretação das normas constitucionais; vigência e eficácia das normas constitucionais. Direitos e deveres individuais e coletivos (Parte I). SUMÁRIO PÁGINA 1-Teoria e Questões Comentadas 1-97 2-Lista de Questões 98-119 3-Gabarito 120-121 Olá, meu amigo (a) concurseiro(a)! Meu nome é Nádia Carolina. Fui aprovada em vários concursos, dentre os quais se destacam os de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2010), tendo obtido o 14 o lugar nacional e de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil (2010), em que obtive o 16 o lugar nacional. Atualmente ocupo o cargo de Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil. A proposta deste curso é dar a você o melhor suporte teórico, para a resolução das questões objetivas do concurso do Tribunal de Justiça do Paraná, cujo edital acaba de ser publicado. Tudo isso em linguagem fácil e com muitos esquemas, para facilitar a fixação. A jurisprudência mais recente também será objeto deste curso. Sabemos que as bancas adoram cobrar os entendimentos mais recentes do STF e do STJ, que, na maioria das vezes, não constam dos livros nem de questões anteriores. Por isso mesmo, deixaremos você “por dentro” de tudo que for relevante nos informativos mais recentes desses tribunais. Além disso, resolveremos centenas de questões em nossas aulas. Veja que, só nesta aula demonstrativa, são cento e quarenta questões comentada. A FCC (Fundação Carlos Chagas) foi a banca que escolhemos para complementar o seu material, já que há poucas questões disponíveis do Tribunal de Justiça do Paraná. O quadro a seguir resume nosso cronograma de aulas: Aulas Tópicos abordados Data Aula 00 Constituição: princípios fundamentais. Da aplicabilidade e interpretação das normas constitucionais; vigência e eficácia das normas constitucionais. Direitos e deveres individuais e coletivos (Parte I). - Aula 01 Direitos e deveres individuais e coletivos (Parte II). 23/07

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Direito Constitucional p/ TRT-SC - AJAA Profa. Nádia Carolina – Aula 00

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Aula 00: Constituição: princípios fundamentais. Da aplicabilidade e interpretação das normas constitucionais;

vigência e eficácia das normas constitucionais. Direitos e deveres individuais e coletivos (Parte I).

SUMÁRIO PÁGINA

1-Teoria e Questões Comentadas 1-97

2-Lista de Questões 98-119

3-Gabarito 120-121

Olá, meu amigo (a) concurseiro(a)!

Meu nome é Nádia Carolina. Fui aprovada em vários concursos, dentre os quais se destacam os de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2010),

tendo obtido o 14o lugar nacional e de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil (2010), em que obtive o 16o lugar nacional. Atualmente ocupo o cargo

de Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil.

A proposta deste curso é dar a você o melhor suporte teórico, para a

resolução das questões objetivas do concurso do Tribunal de Justiça do Paraná, cujo edital acaba de ser publicado. Tudo isso em linguagem fácil e com

muitos esquemas, para facilitar a fixação.

A jurisprudência mais recente também será objeto deste curso. Sabemos que as bancas adoram cobrar os entendimentos mais recentes do

STF e do STJ, que, na maioria das vezes, não constam dos livros nem de questões anteriores. Por isso mesmo, deixaremos você “por dentro” de tudo

que for relevante nos informativos mais recentes desses tribunais.

Além disso, resolveremos centenas de questões em nossas aulas.

Veja que, só nesta aula demonstrativa, são cento e quarenta questões comentada. A FCC (Fundação Carlos Chagas) foi a banca que escolhemos para

complementar o seu material, já que há poucas questões disponíveis do Tribunal de Justiça do Paraná. O quadro a seguir resume nosso cronograma de

aulas:

Aulas Tópicos abordados Data

Aula 00 Constituição: princípios fundamentais. Da aplicabilidade e

interpretação das normas constitucionais; vigência e

eficácia das normas constitucionais. Direitos e deveres individuais e coletivos (Parte I).

-

Aula 01 Direitos e deveres individuais e coletivos (Parte II). 23/07

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Aula 02 Dos direitos sociais; dos direitos de nacionalidade; dos direitos políticos. Emenda constitucional 77/13.

27/07

Aula 03 Da organização político-administrativa: das competências

da União, Estados e Municípios.

30/07

Aula 04 Administração Pública: disposições gerais; dos servidores públicos.

03/08

Aula 05 Do Poder Executivo: das atribuições e responsabilidades

do Presidente da República.

06/08

Aula 06 Do Poder Legislativo: da fiscalização contábil, financeira e

orçamentária.

10/08

Aula 07 Do Poder Judiciário:disposições gerais; do Supremo Tribunal Federal; do Superior Tribunal de Justiça; dos

Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais; dos Tribunais e Juízes do Trabalho. Emenda constitucional

45/04.

13/08

Aula 08 Das funções essenciais à Justiça: do Ministério Público; da Advocacia Pública; da Advocacia e da Defensoria Públicas.

17/08

Aula 09 Constituição do Paraná (Parte I). 24/08

Aula 10 Constituição do Paraná (Parte II). 07/09

As questões utilizadas em cada aula serão colocadas ao final do arquivo, de modo que você possa tentar resolvê-las antes de ler o comentário a elas

referente ou utilizá-las como ferramentas de revisão rápida na “reta final” de preparação para o concurso.

Finalmente, gostaria de convidá-lo, caro (a) aluno(a) a participar

ativamente do curso. Sinta-se à vontade para enviar seus questionamentos por meio do Fórum de Dúvidas.

Após esta breve explicação sobre o curso, vamos à aula 00...

Observação importante: este curso é protegido por direitos

autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os

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Conceito de Constituição

Começaremos nossa aula apresentando o conceito de Constituição. Mas

o que se entende por Constituição?

Objeto de estudo do Direito Constitucional, a Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, criada pela vontade soberana do

povo. É ela que determina a organização político-jurídica do Estado, dispondo sobre a sua forma, os órgãos que o integram e as competências destes e,

finalmente, a aquisição e o exercício do poder. Cabe também a ela estabelecer as limitações ao poder do Estado e enumerar os direitos e garantias

fundamentais.

A Pirâmide de Kelsen

Para compreender bem o Direito Constitucional, é fundamental que estudemos a hierarquia das normas, através do que a doutrina denomina

“pirâmide de Kelsen”.

A pirâmide de Kelsen tem a Constituição e as emendas constitucionais como seu vértice (topo), por serem fundamento de validade de todas as

demais normas do sistema. Assim, nenhuma norma do ordenamento jurídico pode se opor à Constituição: ela é superior a todas as demais normas

jurídicas, que são, por isso mesmo, denominadas infraconstitucionais.

É importante observar que, a partir da Emenda Constitucional no 45 de

2004, os tratados e convenções internacionais aprovados em cada Casa do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois

turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, passaram a ser equivalentes às emendas constitucionais. Situam-se, portanto, no topo da

pirâmide de Kelsen, tendo “status” de emenda constitucional.

Os demais tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados

pelo rito ordinário, têm, segundo o STF, “status” supralegal. Isso significa que se situam logo abaixo da Constituição e acima das demais normas do

ordenamento jurídico.

As normas imediatamente abaixo da Constituição (infraconstitucionais) e dos tratados internacionais sobre direitos humanos são

as leis (complementares, ordinárias e delegadas), as medidas provisórias, os decretos legislativos, as resoluções legislativas, os tratados internacionais em

geral incorporados ao ordenamento jurídico e os decretos autônomos. Todas

essas normas serão estudadas em detalhes em aula futura, não se preocupe! Neste momento, quero apenas que você guarde quais são as normas

infraconstitucionais e que elas não possuem hierarquia entre si, segundo doutrina majoritária. Essas normas são primárias, sendo capazes de gerar

direitos e criar obrigações, desde que não contrariem a Constituição.

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Nesse sentido, tem-se o entendimento do Supremo de que a lei complementar não é hierarquicamente superior à lei ordinária. Ambas têm

campos de atuação diversos, a matéria (conteúdo) é diferente. No caso de matéria disciplinada por lei formalmente complementar, mas não submetida à

reserva constitucional de lei complementar, eventuais alterações desse diploma legislativo podem ocorrer mediante simples lei ordinária. Isso porque

a lei complementar será, materialmente, ordinária, subsumindo-se ao regime constitucional dessa lei1.

Finalmente, abaixo das leis encontram-se as normas infralegais. Elas

são normas secundárias, não tendo poder de gerar direitos, nem, tampouco, de impor obrigações. Não podem contrariar as normas primárias, sob

pena de invalidade. É o caso das portarias, das instruções normativas, dentre outras.

O Direito Constitucional e os Demais Ramos do Direito

Como vimos, a Constituição é fundamento de validade de todas as

demais normas do ordenamento jurídico. Por esse motivo, o Direito Constitucional é um tronco de onde partem todas as ramificações que

constituem os demais campos do Direito. Desse modo, é o Direito Constitucional que confere unidade ao Direito como um todo, seja ele público

ou privado. Veja como a nossa disciplina se relaciona com os demais ramos do Direito:

1 AI 467822 RS, p. 04-10-2011.

CONSTITUIÇÃO, EMENDAS CONSTITUCIONAIS E TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS

HUMANOS APROVADOS COMO EMENDAS CONSTITUCIONAIS

OUTROS TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS

LEIS COMPLEMENTARES, ORDINÁRIAS E DELEGADAS, MEDIDAS PROVISÓRIAS, DECRETOS LEGISLATIVOS,

RESOLUÇÕES LEGISLATIVAS, TRATADOS INTERNACIONAIS EM GERAL E DECRETOS

AUTÔNOMOS

NORMAS INFRALEGAIS

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Direito Constitucional e Direito Administrativo - o Direito Constitucional determina os princípios gerais e os fundamentos da Administração Pública,

bem como estabelece normas para os servidores públicos. Direito Constitucional e Direito Penal - é o Direito Constitucional que fixa

os fundamentos e determina os limites da pretensão punitiva do Estado, bem como garante o direito de defesa do acusado. Os limites à atuação do Estado

se encontram nos direitos e garantias fundamentais estabelecidos pela Constituição, estando insertos implícita ou explicitamente no art. 5º da Carta

Magna, que estudaremos adiante neste curso. Direito Constitucional e Direito Processual - o Direito Constitucional está

intimamente ligado ao Direito Processual, uma vez que:

i. Garante o acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, CF);

ii. Estabelece o devido processo legal (art. 5º, LIV, CF), bem como o contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV);

iii. Determina a inadmissibilidade, no processo, de provas obtidas por meios ilícitos (art. 5º, LVI, CF);

iv. Prevê remédios constitucionais como o mandado de segurança individual e coletivo (art. 5º, LXIX e LXX, CF), o habeas data (art. 5º, LXXII, CF) e a ação

popular (art. 5º, LXXIIII, CF); v. Garante a assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem

insuficiência de recursos (art. 5º, LXXIV, CF), bem como a razoável duração do processo, no âmbito judicial e administrativo, e os meios que garantam a

celeridade de sua tramitação (art. 5º, LXXVIII, CF); vi. Regula a ação direta de inconstitucionalidade, a ação declaratória de

constitucionalidade, a arguição de descumprimento de preceito fundamental e

a ação direta de inconstitucionalidade por omissão.

Direito Constitucional e Direito do Trabalho: é a Constituição que prevê os principais direitos sociais do empregado (arts. 7º a 10, CF), o que torna o

Direito Constitucional intrinsecamente relacionado ao Direito do Trabalho. Direito Constitucional e Direito Civil: a partir da Constituição de 1988,

houve o fenômeno da constitucionalização do Direito Civil, que passou a ter suas normas sujeitas aos princípios e regras constitucionais. Valores

constitucionais como a dignidade da pessoa humana, a solidariedade social e a igualdade substancial, previstos na Constituição, conferiram ao Direito Civil um

caráter mais humanista, em oposição à base patrimonial que se verificava

outrora. Uma das consequências desse fenômeno é a aplicabilidade dos direitos fundamentais às relações privadas e não apenas às relações com o

Poder Público. Assim, pode o particular opor um direito ou garantia fundamental a outro particular, o que reduz a autonomia privada.

Direito Constitucional e Direito Tributário: o Direito Constitucional delineia o sistema tributário nacional, estabelece o conceito de tributo 2 ,

discrimina a competência tributária e fixa limites ao poder de tributar.

2 Segundo Geraldo Ataliba, o conceito de tributo tem origem na Constituição, não podendo ser

alargado, reduzido ou modificado pelo legislador constitucional. Isso por ser ele um conceito-

chave para demarcação das competências legislativas e balizador do regime tributário,

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Estrutura das Constituições

As Constituições, de forma geral, dividem-se em três partes:

preâmbulo, parte dogmática e disposições transitórias.

O preâmbulo é a parte que antecede o texto constitucional propriamente dito. Serve para sintetizar a ideologia do poder constituinte

originário, expondo os valores por ele adotados e os objetivos por ele perseguidos. Segundo o STF, ele não dispõe de força normativa, não tendo

caráter vinculante3.

A parte dogmática da Constituição é o texto constitucional

propriamente dito, que prevê os direitos e deveres criados pelo poder constituinte. Trata-se do corpo permanente da Carta Magna, que, na CF/88,

vai do art. 1º ao 250. Destaca-se que falamos em “corpo permanente” porque, a princípio, essas normas não têm caráter transitório, embora possam ser

modificadas pelo poder constituinte derivado, mediante emenda constitucional.

Por fim, a parte transitória da Constituição visa a integrar a ordem jurídica antiga à nova, quando do advento de uma nova Constituição,

garantindo a segurança jurídica e evitando o colapso entre um ordenamento

jurídico e outro. Suas normas são formalmente constitucionais, embora, no texto da CF/88, apresente numeração própria (veja o ADCT – Ato das

Disposições Constitucionais Transitórias). Assim como a parte dogmática, pode ser modificado por reforma constitucional.

Elementos das Constituições

Embora as Constituições formem um todo sistematizado, suas normas estão agrupadas em títulos, capítulos e seções, com conteúdo, origem e

finalidade diferentes. Diz-se, por isso, que a Constituição tem caráter polifacético, ou seja, que possui “muitas faces”.

A fim de melhor compreender cada uma dessas faces, a doutrina agrupa as normas constitucionais conforme suas finalidades, no que se denominam

elementos da constituição. Segundo José Afonso da Silva, esses elementos formam cinco categorias:

Elementos orgânicos: compreendem as normas que regulam a

estrutura do Estado e do Poder. Exemplos: Título III (Da Organização do Estado) e IV (Da Organização dos Poderes e do Sistema de Governo).

Elementos limitativos: compreendem as normas que compõem os

direitos e garantias fundamentais, limitando a atuação do poder estatal. conjunto de princípios e regras constitucionais de proteção do contribuinte contra o chamado

poder tributário, exercido, nas respectivas faixas delimitadas de competências, por União,

Estados e Municípios (Hipótese de Incidência Tributária, São Paulo: Malheiros).

3 ADI 2.076-AC, Rel. Min. Carlos Velloso, DJU de 23.08.2002.

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Exemplo: Título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), exceto Capítulo II (Dos Direitos Sociais).

Elementos socioideológicos: traduzem o compromisso da Constituição entre o Estado individualista e o Estado social, intervencionista. Exemplo:

Capítulo II do Título II (Dos Direitos Sociais). Elementos de estabilização constitucional: compreendem as normas

destinadas a prover solução de conflitos constitucionais, bem como a defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas. São instrumentos de

defesa do Estado, com vistas a promover a paz social. Exemplos: art. 102, I, “a” (ação de inconstitucionalidade) e arts. 34 a 36 (intervenção).

Elementos formais de aplicabilidade: compreendem as normas que estabelecem regras de aplicação da constituição. Exemplos: disposições

constitucionais transitórias e art. 5º, § 1º, que estabelece que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

1. (FCC/2012/TRE-SP) Em reconhecimento à internacionalização da

matéria relativa a direitos e garantias fundamentais, a Constituição da

República estabelece que tratados internacionais, em matéria de direitos humanos, serão equivalentes a emendas constitucionais se

forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

Comentários:

É o que determina o art. 5º, § 3º, da Constituição Federal. Questão correta.

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Classificação das normas constitucionais

Considerando que a Constituição Federal de 1988 é do tipo formal,

entende-se por normas constitucionais quaisquer disposições nela inseridas, independentemente de seu conteúdo. Assim, a distinção entre normas

formalmente materiais (todas as normas da CF/88) e normas materialmente constitucionais (aquelas que regulam a estrutura do Estado, a organização do Poder e os direitos fundamentais) é irrelevante, à luz da Constituição atual4.

A aplicabilidade das normas, ou seja, sua capacidade de produzir efeitos,

leva em consideração sua vigência, sua validade ou legitimidade e sua eficácia.

Veja o que significa cada um desses conceitos:

Vigência: compreende o período compreendido entre a entrada em vigor da norma e sua revogação, durante o qual a norma existe juridicamente e tem

observância obrigatória. Validade e legitimidade: é a compatibilidade da norma com o

ordenamento jurídico. No caso da Constituição, tendo em vista ela situar-se no topo do ordenamento jurídico (Pirâmide de Kelsen), sua validade não depende

de qualquer outra norma. Seu fundamento advém do poder constituinte originário, cujo titular é o povo. Falaremos mais desse poder adiante, ainda

nesta aula.

Eficácia5: é a qualidade de a norma ser hábil a produzir efeitos jurídicos.

Todas as normas constitucionais apresentam juridicidade. Assim, todas surtem efeitos jurídicos: o que varia é o grau de eficácia.

A partir da aplicabilidade das normas constitucionais, José Afonso da

Silva classifica as normas constitucionais em normas de eficácia plena, normas

de eficácia contida e normas de eficácia limitada.

Normas de eficácia plena

São aquelas que, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem, ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos que o legislador constituinte

quis regular. É o caso do art 2º da CF/88, que diz: “são Poderes da União,

independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. São normas de aplicabilidade direta, imediata e integral: produzem todos

os efeitos de imediato, independentemente de lei posterior que lhes complete o alcance e o sentido.

4 Michel Temer, Elementos de Direito Constitucional.

5 Aplicabilidade e eficácia são fenômenos distintos, embora intimamente relacionados. A

aplicabilidade é a capacidade de aplicação da norma, enquanto a eficácia é sua capacidade de

produzir efeitos. A aplicabilidade depende da eficácia, só sendo aplicável a norma eficaz.

Enquanto a eficácia se dá quanto à produção potencial de efeitos, a aplicabilidade exige

realizabilidade, praticidade.

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Normas constitucionais de eficácia contida

São aquelas em que a Constituição regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas permitiu a atuação restritiva por parte

do Poder Público. Um exemplo é o art. 5º, LVIII, que estabelece que “o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas

hipóteses previstas em lei”. O dispositivo é de aplicabilidade imediata, produzindo todos os efeitos imediatamente. Entretanto, pode ter sua eficácia

restringida por lei ordinária. É importante ressaltar que, enquanto tal lei ordinária não for criada, sua eficácia é plena.

A aplicabilidade das normas de eficácia contida é direta e imediata, mas não é integral, já que podem ter sua eficácia restringida por

lei, por outras normas constitucionais ou por conceitos jurídicos indeterminados nelas presentes (ao fixar esses conceitos, o Poder Público

poderá limitar seu alcance, como é o caso do art. 5º, XXIV e XXV, que restringem o direito de propriedade estabelecido no art. 5º, XXII da CF/88).

Normas constitucionais de eficácia limitada

São aquelas que dependem de regulamentação futura para produzirem todos os seus efeitos. Sua aplicabilidade é indireta, mediata e reduzida,

pois somente produzem integralmente seus efeitos quando regulamentadas por lei posterior que lhes amplia a eficácia.

José Afonso da Silva as subdivide em normas declaratórias de princípios institutivos ou organizativos e normas declaratórias de princípios

programáticos. As primeiras são aquelas que dependem de lei para estruturar e organizar as atribuições de instituições, pessoas e órgãos previstos na

Constituição. É o caso do art. 18, §3º, CF/88 (“ os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou

formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso

Nacional, por lei complementar”). Já as segundas estabelecem programas a serem desenvolvidos pelo legislador infraconstitucional. Um exemplo é o art.

196 da Carta Magna (“a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de

doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”).

É importante destacar que, embora as normas de eficácia limitada não produzam todos os efeitos tão-somente com sua promulgação, não é verdade

que estas sejam completamente desprovidas de eficácia jurídica. Sua eficácia é limitada, não inexistente! Isso porque, independentemente de regulação pelo

legislador infraconstitucional, produzem alguns efeitos: revogam disposições anteriores em sentido contrário e impedem a validade de leis posteriores que

se oponham a seus comandos.

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Questão de prova:

2. (FCC/2013/TRT-PR) O inciso XIII do artigo 5º da Constituição

Federal brasileira estabelece que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais

que a lei estabelecer e o inciso LXVIII afirma que conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de

sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Estes casos, são, respectivamente,

exemplos de norma constitucional de eficácia

a) Plena e limitada.

b) Plena e contida. c) Limitada e contida.

d) Contida e plena. e) Contida e limitada.

Comentários:

No primeiro caso, a lei poderá restringir a liberdade de exercício do trabalho, ofício ou profissão, por meio de exigência de cumprimento de determinadas

qualificações profissionais. Trata-se, portanto, de norma de eficácia contida. No segundo, o direito é plenamente exercível desde logo, sem qualquer

exigência de lei para tanto. Tem-se uma norma de eficácia plena. A letra D é o gabarito da questão.

Outra classificação das normas constitucionais bastante cobrada em concursos públicos é aquela proposta por Maria Helena Diniz, explanada a

seguir.

• PRODUZEM OU ESTÃO APTAS A PRODUZIR, DESDE SUA ENTRADA EM VIGOR, TODOS OS EFEITOS

• APLICABILIDADE DIRETA, IMEDIATA E INTEGRAL

NORMAS DE EFICÁCIA PLENA

• PODEM SOFRER RESTRIÇÕES

• APLICABILIDADE DIRETA E IMEDIATA, MAS NÃO INTEGRAL

NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA

• NECESSITAM DE REGULAMENTAÇÃO PARA PRODUZIREM TODOS OS SEUS EFEITOS

• APLICABILIDADE INDIRETA, MEDIATA E REDUZIDA

NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA

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Normas com eficácia absoluta

São aquelas que não podem ser suprimidas por meio de emenda constitucional. Na CF/88, são exemplos aquelas enumeradas no art. 60, §4º,

que determina que “não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto,

universal e periódico; a separação dos Poderes e, finalmente, os direitos e garantias individuais. São as denominadas cláusulas pétreas expressas.

Normas com eficácia plena

O conceito utilizado pela autora é o mesmo aplicado por José Afonso da Silva para normas de eficácia plena. Destaca-se que essas normas se

assemelham às de eficácia absoluta por possuírem, como estas, aplicabilidade imediata, independendo de regulamentação para produzirem todos os seus

efeitos. A distinção entre elas se dá pelo fato de as normas com eficácia plena poderem sofrer emendas tendentes a suprimi-las.

Normas com eficácia relativa restringível

Correspondem às normas de eficácia contida de José Afonso da Silva, referidas anteriormente. Essas normas possuem cláusula de redutibilidade,

possibilitando que atos infraconstitucionais lhes componham o significado. Além disso, sua eficácia poderá ser restringida ou suspensa pela própria

Constituição.

Normas com eficácia relativa complementável ou dependentes de

complementação

São equivalentes às normas de eficácia limitada de José Afonso da Silva, ou seja, dependem de legislação infraconstitucional para produzirem todos os

seus efeitos.

Alguns autores consideram, ainda, a existência de normas

constitucionais de eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada. São normas cujos efeitos cessaram, não mais apresentando eficácia jurídica. É o

caso de vários preceitos do ADCT da CF/88.

3. (FCC/2010/TRT 22ª Região) No tocante à aplicabilidade, as normas constitucionais que não regulam diretamente interesses ou

direitos nelas consagrados, mas que se limitam a traçar alguns preceitos a serem cumpridos pelo Poder Público, como programas das

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respectivas atividades, pretendendo unicamente a consecução dos fins sociais pelo Estado, são classificadas como:

a) análogas.

b) hermenêuticas. c) andrógenas.

d) programáticas. e) satisfativas.

Comentários:

As normas que estabelecem preceitos a serem cumpridos pelo Poder Público sem, no entanto, regulá-los diretamente são denominadas normas

programáticas. Um exemplo é o art. 196 da Carta Magna (“a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas

que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e

recuperação”). A letra D é o gabarito da questão.

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Aplicação das normas constitucionais no tempo

Com o advento de uma nova Constituição, continuam válidos todos os

atos normativos com ela compatíveis, sendo eles por ela recepcionados no “status” previsto para o instrumento normativo que tratará daquela matéria.

Trata-se do chamado princípio da recepção. É o caso do Código Tributário Nacional, por exemplo, que, embora tenha sido criado como lei ordinária, foi

recepcionado como lei complementar.

No caso de lei editada por ente federativo diverso daquele ao qual a nova Constituição atribuiu competência para dispor sobre a matéria, esta também

será recepcionada, se houver compatibilidade material com o novo texto constitucional. A lei será, então, recebida como se tivesse sido editada pelo

ente competente para tratar da matéria. Exemplo: uma lei federal vigente sob

a égide da Constituição pregressa poderá ser recepcionada como estadual pela nova Carta, se esta estabelecer que os Estados são competentes para

disciplinar a matéria.

Outra possibilidade de recepção se dá quando a nova Constituição determina, expressamente, a continuidade de dispositivos daquela que lhe

precedeu. Como exemplo, a CF/88 estabeleceu que o sistema tributário nacional vigoraria a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao da sua

promulgação, mantendo-se, até essa data, a vigência dos dispositivos da Constituição de 1967.

Ao contrário do que se poderia supor, entretanto. O princípio da recepção não ocorre no caso de emenda constitucional. Isso porque o poder de

reforma encontra limites na própria Constituição. Assim, o que se dá, no caso de edição de emenda constitucional, é a revogação do direito ordinário

anterior, se desconforme com ela, ou a manutenção de sua validade, caso ele seja com ela compatível.

Alguns autores entendem que, no caso de entrada em vigor de uma nova Constituição, as normas legais com ela incompatíveis se tornam

inconstitucionais, pelo fenômeno da inconstitucionalidade superveniente. Essa não é a posição do STF. Para a Corte, trata-se de simples conflito de

normas no tempo, em que a norma posterior revoga a anterior. Nesse caso, portanto, haveria simples revogação, e não inconstitucionalidade.

Outro ponto interessante é o que ocorre com os atos revogados pelas

Constituições pretéritas. Podem eles ser revalidados pela nova Constituição?

Sim. Trata-se do fenômeno da repristinação, pelo qual se “ressuscitam”

as normas anteriormente revogadas. Essa prática, contudo, só é admitida excepcionalmente e quando há disposição expressa nesse sentido, em virtude

da necessidade de se resguardar a segurança jurídica. Por esse motivo, em regra, só ocorre recepção de dispositivos legais em vigor no momento da

promulgação da nova Constituição.

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Por fim, resta a pergunta: pode uma norma constitucional revogada na vigência da Constituição pretérita adquirir “status” de lei com a promulgação

da nova Constituição?

Tem-se, aí, o princípio da desconstitucionalização, em que a nova Constituição recepciona as normas da pretérita, conferindo-lhes “status” legal,

infraconstitucional. Embora não houvesse óbice para que a CF/88 adotasse a desconstitucionalização, ela não o fez, nem de forma genérica, nem quanto a

algum dispositivo específico.

4. (FCC/2009/PGE-SP) A nova Constituição revoga as normas da Constituição anterior com ela incompatíveis e as que digam respeito a

matéria por ela inteiramente regulada (normas materialmente

constitucionais). Quanto às demais normas inseridas na Constituição pretérita (normas apenas formalmente constitucionais, compatíveis

com a nova Constituição), entende-se que continuam a vigorar, porém em nível ordinário, dando ensejo ao fenômeno:

a) da recepção.

b) da desconstitucionalização. c) da supremacia da Constituição.

d) da mutação constitucional. e) das normas apenas materialmente constitucionais.

Comentários:

Trata-se do fenômeno da desconstitucionalização, pelo qual normas da Constituição pretérita são recepcionadas pela nova com “status” de lei

ordinária. A letra B é o gabarito.

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Interpretação da Constituição

Interpretar a Constituição significa compreender, investigar o significado

do texto constitucional. A Hermenêutica (Interpretação) Constitucional serve para solucionar, no caso concreto, conflitos entre bens jurídicos protegidos

pela Carta Magna, bem como para dar eficácia e aplicabilidade às normas constitucionais.

A quem cabe a tarefa de interpretar a Constituição? Só ao Judiciário?

Não caia nessa pegadinha, comum nas provas de concursos! Tanto o Judiciário quanto o Executivo e o Legislativo interpretam a Constituição.

À Hermenêutica Constitucional são aplicáveis todas as técnicas de interpretação das demais normas jurídicas (gramatical, histórica, teleológica,

dentre outras). Entretanto, ela apresenta também métodos próprios, devido à supremacia da Constituição.

A interpretação da Constituição envolve um conjunto de métodos,

desenvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência. São eles:

Método jurídico (hermenêutico clássico)

Este método considera que a Constituição é uma lei, devendo ser

interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional, ou seja, os elementos literal (textual), lógico (sistemático), histórico, teleológico e

genético. O elemento literal, como o nome diz, busca analisar o texto da norma em sua literalidade. O lógico, por sua vez, busca avaliar a relação de

cada norma com o restante da Constituição. O histórico avalia o momento de

elaboração da norma (ideologia então vigente), enquanto o teleológico busca a sua finalidade. Por fim, o genético investiga a origem dos conceitos

empregados na Constituição.

O método jurídico valoriza o texto constitucional. Cabe ao intérprete descobrir o sentido deste texto, sem extrapolar a literalidade da lei.

Método tópico-problemático

Neste método, há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se solucionar determinado problema por meio da interpretação de

norma constitucional. Este método parte das premissas seguintes: a interpretação constitucional tem caráter prático, pois busca resolver problemas

concretos e a norma constitucional é aberta, de significado indeterminado (por isso, deve-se dar preferência à discussão do problema).

Método hermenêutico-concretizador

Este método foi criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Constituição inicia-se pela pré-compreensão do seu sentido pelo intérprete, a

quem cabe aplicar a norma para a resolução de uma situação concreta.

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Valoriza a atividade interpretativa e as circunstâncias nas quais esta se desenvolve, promovendo uma relação entre texto e contexto, transformando a

interpretação em “movimento de ir e vir” (círculo hermenêutico). O método hermenêutico-concretizador diferencia-se do método tópico-problemático

porque enquanto este pressupõe a primazia do problema sobre a norma, aquele se baseia na prevalência do texto constitucional sobre o problema.

Método integrativo ou científico-espiritual

Segundo este método, preconizado por Rudolf Smend, a interpretação da Constituição deve considerar a ordem ou o sistema de valores subjacentes

ao texto constitucional. A Constituição deve ser interpretada como um todo, dentro da realidade do Estado.

Método normativo-estruturante

Este método considera que a norma jurídica é diferente do texto normativo: esta é mais ampla que aquele, pois resulta não só da atividade

legislativa, mas igualmente da jurisdicional e da administrativa. Assim, para se interpretar a norma, deve-se utilizar tanto seu texto quanto a verificação de

como se dá sua aplicação à realidade social. A norma seria o resultado da interpretação do texto.

Para auxiliar a entender o significado das normas constitucionais, a doutrina criou vários enunciados, os chamados princípios de interpretação

constitucional. Esses princípios são aplicados facultativamente pelo intérprete, não tendo qualquer valor normativo. São eles:

O princípio da unidade da Constituição

Esse princípio determina que o texto da Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições entre suas normas ou entre os

princípios constitucionais. Assim, não há contradição verdadeira entre as normas constitucionais: o conflito entre estas é apenas aparente.

Segundo esse princípio, na interpretação deve-se considerar a

Constituição como um todo, e não se interpretarem as normas de maneira isolada. Um exemplo de sua aplicação é a interpretação do aparente conflito

entre o art. 61, §1º, II, “d” e o art. 128, §5º, da Constituição. Utilizando-se o

Método tópico-problemático

• Primazia do problema sobre a norma

Método hermenêutico-concretizador

• Primazia da norma sobre o problema

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princípio da unidade da Constituição, percebe-se que não se trata de um conflito real (antinomia) entre as normas, mas de uma iniciativa legislativa

concorrente do Procurador Geral da República e do Presidente da República para dispor sobre a organização do Ministério Público da União, do Distrito

Federal e dos Territórios.

O STF aplica, em vários de seus julgados, o princípio da unidade da Constituição. Segundo a Corte, “os postulados que informam a teoria do

ordenamento jurídico e lhe dão o substrato doutrinário assentam-se na premissa fundamental de que o sistema de direito positivo, além de

caracterizar uma unidade institucional, constitui um complexo de normas que

devem manter entre si um vínculo de essencial coerência (STF, RE 159.103-0/SP, DJU de 4.8.1995)

Princípio da máxima efetividade (da eficiência ou da

interpretação efetiva)

Esse princípio estabelece que o intérprete deve atribuir à norma

constitucional o sentido que lhe dê maior efetividade social. Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de extrair dela todas as suas potencialidades. Sua

utilização se dá principalmente na aplicação dos direitos fundamentais, embora possa ser usado na interpretação de todas as normas constitucionais.

Princípio da justeza ou da conformidade funcional ou, ainda, da

correção funcional

Esse princípio determina que o órgão encarregado de interpretar a

Constituição não pode chegar a uma conclusão que subverta o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo constituinte. Assim,

este órgão não poderia alterar, pela interpretação, as competências estabelecidas pela Constituição para a União, por exemplo.

Princípio da concordância prática ou da harmonização

Esse princípio impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos

outros. É geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos fundamentais. Assim, apesar de a Constituição, por exemplo, garantir

a livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este direito não é absoluto. Ele encontra limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88),

outro direito protegido constitucionalmente.

Princípio do efeito integrador

Esse princípio busca que, na interpretação da Constituição, seja dada

preferência às determinações que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política.

Princípio da força normativa da Constituição

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Esse princípio determina que toda norma jurídica precisa de um mínimo de eficácia, sob pena de não ser aplicada. Estabelece, portanto, que, na

interpretação constitucional, deve-se dar preferência às soluções que possibilitem a atualização de suas normas, garantindo-lhes eficácia e

permanência.

Para Konrad Hesse, seu idealizador, as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma

constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Desse modo, a Constituição, para ser aplicável, deve ser conexa à realidade jurídica,

social e política.

Aprofundando ainda mais no estudo do tema, trazemos a posição do

Supremo Tribunal Federal (STF) de que a manutenção de decisões divergentes da interpretação constitucional revela-se afrontosa à força normativa da

Constituição e ao princípio da máxima efetividade da norma constitucional. Isso porque a postura atual do Supremo é a de valorizar cada vez mais suas

decisões, com vistas a criar um ambiente de maior segurança jurídica. Visa-se, enfim, conferir maior uniformidade ás decisões do Judiciário brasileiro.

Interpretação conforme a Constituição

Esse princípio foi criado pela jurisprudência alemã, tendo como objetivo

preservar as normas. Em vez de se declarar a norma inconstitucional, o Tribunal busca dar-lhe uma interpretação que a conduza à constitucionalidade.

Assim, no caso de normas com várias interpretações possíveis, deve-se

priorizar aquela que lhes compatibilize o sentido com o conteúdo constitucional. A partir deste princípio, tem-se que a regra é a manutenção

da validade da lei, e não a declaração de sua inconstitucionalidade. Isso desde que, obviamente, a interpretação dada à norma não contrarie sua

literalidade ou sentido a fim de harmonizá-la com a Constituição.

Por seu caráter extremamente didático, reproduzimos julgado do STF em

que se discorre sobre a técnica de interpretação conforme a Constituição:

“A interpretação conforme é uma técnica de eliminação de uma interpretação desconforme. O saque desse modo especial da interpretação não

é feito para conformar um dispositivo subconstitucional aos termos da

Constituição Positiva. Absolutamente! Ele é feito para descartar aquela particularizada interpretação que, incidindo sobre um dado texto normativo de

menor hierarquia impositiva, torna esse texto desconforme à Constituição. Logo, trata-se de uma técnica de controle de constitucionalidade que só pode

começar ali onde a interpretação do texto normativo inferior termina.” (STF, ADPF 54-QO, 27.04.2005).

Destaca-se que quando a norma só tem um sentido possível (sentido

unívoco), não é possível a aplicação da interpretação conforme. Nesse caso, ou

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a norma será declarada totalmente constitucional ou totalmente inconstitucional (STF, ADI 1.344-1/ES, DJ de 19.04.1996).

Outro ponto importante é que a interpretação conforme não pode

deturpar o sentido originário das leis ou atos normativos. Não é possível ao intérprete “salvar” uma lei inconstitucional, dando-lhe uma significação “contra

legem”. A interpretação conforme a Constituição tem como limite a razoabilidade, não podendo ser usada como ferramenta para tornar o juiz um

legislador, ferindo o princípio da separação dos Poderes. Veja o que o Supremo decidiu a respeito:

“Por isso, se a única interpretação possível contrariar o sentido inequívoco que o Poder Legislativo lhe pretendeu dar, não se pode aplicar o

princípio da interpretação conforme a Constituição, que implicaria, em verdade, criação de norma jurídica, o que é privativo do legislador positivo”

(STF, Repr. 1.417-7, em 09.12.1987).

A interpretação conforme pode ser de dois tipos: com ou sem redução do

texto.

Interpretação conforme com redução do texto:

Nesse caso, a parte viciada é considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa. Como exemplo, tem-se que na ADI 1.127-8, o STF

suspendeu liminarmente a expressão “ou desacato”, presente no art. 7o, § 7o,

do Estatuto da OAB.

Interpretação conforme sem redução do texto:

Nesse caso, exclui-se ou se atribui à norma um sentido, de modo a torná-la compatível com a Constituição. Pode ser concessiva (quando se

concede à noma uma interpretação que lhe preserve a constitucionalidade) ou

excludente (quando se exclua uma interpretação que poderia torná-la inconstitucional).

5. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Unidade da

Constituição" permite ao intérprete dar coesão ao texto constitucional ao definir princípios como standards juridicamente relevantes,

abertos, apartado das regras.

Comentários:

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O Princípio da Unidade da Constituição não pretende apartar (separar) os princípios das regras. Pelo contrário: busca-se considerar a Constituição como

um todo, para dar coesão ao texto constitucional. Questão incorreta.

6. (FCC/2010/TRE-AM) Com relação aos princípios interpretativos das normas constitucionais, aquele segundo o qual a interpretação

deve ser realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas é denominado de:

a) Conformidade funcional. b) Máxima efetividade.

c) Unidade da constituição. d) Harmonização.

e) Força normativa da constituição.

Comentários:

O princípio segundo o qual a interpretação da constituição deve ser

realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas é o da “unidade da constituição”. A letra C é o gabarito da questão.

7. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Máxima Efetividade"

autoriza a alteração do conteúdo dos direitos fundamentais da norma com o fim de garantir o sentido que lhe dê a maior eficácia possível.

Comentários:

O enunciado da questão é absurdo! Não pode o princípio da máxima efetividade alterar o conteúdo dos direitos fundamentais. Só o legislador pode

fazê-lo! Cabe ao princípio conferir à norma o sentido que lhe dê maior efetividade social, sem lhe modificar o conteúdo. Questão incorreta.

8. (FCC/2010/TRE-AC) Sobre a interpretação das normas constitucionais, analise:

I. O órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar

a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte.

II. O texto de uma Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições (antinomias) entre suas normas, e sobretudo,

entre os princípios constitucionais estabelecidos.

Os referidos princípios, conforme doutrina dominante, são denominados, respectivamente, como:

a) Da força normativa e da justeza. b) Do efeito integrador e da harmonização.

c) Da justeza e da unidade.

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d) Da máxima efetividade e da unidade. e) Do efeito integrador e da forma normativa.

Comentários:

O conceito I se refere ao princípio da justeza, que acabamos de ver,

enquanto o II se refere ao da unidade da Constituição. Portanto, o gabarito é a

letra C.

9. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Concordância Prática" indica que diante de um conflito entre bens constitucionalmente

protegidos, deve-se optar por um deles em nome da coerência lógica e segurança jurídica.

Comentários:

Segundo o princípio da concordância prática, deve-se evitar o sacrifício de um bem constitucionalmente protegido em detrimento de outros, no caso

de um conflito entre eles. O que se tem é uma harmonização entre esses bens, de modo que cada um “cede um pouco” e nenhum é sacrificado. Questão

incorreta.

10. (FCC/2011/DPE-RS) No Direito Constitucional brasileiro fala-se

de uma certa relatividade dos direitos e garantias individuais e coletivos, bem como da possibilidade de haver conflito entre dois ou

mais deles, oportunidade em que o intérprete deverá se utilizar do princípio da concordância prática ou da harmonização para coordenar

e combinar os bens tutelados, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros, sempre visando ao verdadeiro significado do texto

constitucional.

Comentários:

O enunciado está perfeito! Leia-o atentamente, para fixar bem o conceito

de princípio da harmonização! Questão correta.

11. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Força Normativa da Constituição" alude para a priorização de soluções hermenêuticas que

possibilitem a atualização normativa e, ao mesmo tempo, edifique sua

eficácia e permanência.

Comentários:

O enunciado está perfeito. Questão correta.

12. (FCC/2010/Pref. de Teresina) O "Princípio da Interpretação

Conforme a Constituição" é uma diretriz para aplicação dos princípios constitucionais fundamentais que devem ser interpretados no sentido

de chegar a uma integração política e social.

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Comentários:

É o princípio do efeito integrador que busca que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência às determinações que favoreçam a

integração política e social e o reforço da unidade política. Questão incorreta.

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Poder Constituinte

É hora de aprendermos tudo sobre Poder Constituinte. Vamos lá?

A teoria do poder constituinte foi criada por Sieyès, abade francês, no

século XVIII. Esta teoria, que se aplica somente aos Estados com Constituição escrita e rígida, distingue poder constituinte de poderes constituídos.

Poder constituinte é aquele que cria a Constituição, enquanto os

constituídos são aqueles estabelecidos por ela, ou seja, são aqueles que

resultam de sua criação. O titular do poder constituinte é o povo, pois só este pode determinar a criação ou modificação de uma Constituição. Sieyès

rompeu, portanto, com teorias anteriores ao Iluminismo, que determinavam que a origem do poder era divina. Quanta coragem para um clérigo, não é

mesmo?

O poder constituinte pode ser de dois tipos: originário ou derivado.

Poder constituinte originário (poder constituinte de primeiro grau ou

genuíno) é o poder de criar uma nova Constituição. Apresenta cinco características que o distinguem do derivado: é político, inicial, incondicionado,

permanente e ilimitado.

Político: dá origem ao ordenamento jurídico (é extrajurídico), não se deriva dele.

Inicial: dá início a uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior.

Incondicionado: não se sujeita a qualquer forma ou procedimento

predeterminado em sua manifestação

Permanente: pode se manifestar a qualquer tempo, mesmo depois de elaborada uma Constituição.

Ilimitado ou autônomo: não se submete a limites determinados pelo direito anterior. Pode mudar completamente a estrutura do Estado ou os

direitos dos cidadãos, por exemplo, sem ter sua validade contestada com base no ordenamento jurídico anterior.

Embora o povo seja o titular do poder constituinte, seu exercício

nem sempre é democrático. Muitas vezes, a Constituição é criada por ditadores ou grupos que conquistam o poder autocraticamente.

Assim, diz-se que a forma do exercício do poder constituinte pode ser democrática ou por convenção (quando se dá pelo povo) ou autocrática ou por

outorga (quando se dá pela ação de usurpadores do poder). Note que em ambas as formas a titularidade do poder constituinte é do povo, o que muda é

a forma de exercício deste poder!

A forma democrática de exercício pode se dar tanto diretamente quanto

indiretamente. Na primeira, o povo participa diretamente do processo de elaboração da Constituição, por meio de plebiscito, referendo ou proposta de

criação de determinados dispositivos constitucionais. Na segunda, mais

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frequente, a participação popular se dá indiretamente, por meio de assembleia constituinte, composta por representantes eleitos pelo povo.

No que se refere à Assembleia Constituinte, esta é considerada soberana

quando tem o poder de elaborar e promulgar, sem consulta ou ratificação popular, uma constituição. Isso se dá por ela representar a vontade do povo.

Por isso mesmo, seu poder independe de consulta ou ratificação popular.

Diz-se, ainda, que ela é exclusiva quando é composta por pessoas que

não pertençam a qualquer partido político. Seus representantes seriam professores, cientistas políticos e estudiosos do Direito, que representariam a

nação.

A Assembleia Constituinte de 1988 era soberana, mas não exclusiva. Guarde isso!

Trataremos, agora, da segunda forma de Poder Constituinte: o Derivado.

O Poder constituinte derivado (poder constituinte de segundo grau) é o poder de modificar a Constituição Federal bem como de elaborar as

Constituições Estaduais. É fruto do poder constituinte originário, estando previsto na própria Constituição. Tem como características ser jurídico,

derivado, limitado (ou subordinado) e condicionado.

Jurídico: é regulado pela Constituição, estando, portanto, previsto no

ordenamento jurídico vigente. Derivado: é fruto do poder constituinte originário

Limitado ou subordinado: é limitado pela Constituição, não podendo desrespeitá-la, sob pena de inconstitucionalidade.

Condicionado: a forma de seu exercício é determinada pela Constituição. Assim, a aprovação de emendas constitucionais, por exemplo,

deve obedecer ao procedimento estabelecido no artigo 60 da Constituição Federal (CF/88)

O poder constituinte derivado subdivide-se em poder constituinte reformador e poder constituinte decorrente. O primeiro consiste no poder de

modificar a Constituição. Já o segundo é aquele que a CF/88 confere aos Estados de se auto-organizarem, por meio da elaboração de suas próprias

Constituições. Ambos devem respeitar as limitações e condições impostas pela Constituição Federal.

Uma informação adicional faz-se necessária para sua prova. Em nosso

mundo globalizado, fala-se hoje em um poder constituinte supranacional.

Atualmente, tal modalidade de poder constituinte existe na União Europeia, onde vários Estados abriram mão de parte de sua soberania em prol de um

poder central. É a manifestação máxima daquilo que se chama direito comunitário, reconhecido como hierarquicamente superior aos direitos internos

de cada Estado.

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13. (FCC/2011/DPE-RS) O Poder Constituinte genuíno estabelece a

Constituição de um novo Estado, organizando-o e criando os poderes que o regerão.

Comentários:

Com certeza! Por isso mesmo, ele é inicial. Questão correta.

14. (FCC/2011/DPE-RS) Existe Poder Constituinte na elaboração de

qualquer Constituição, seja ela a primeira Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer Constituição posterior.

Comentários:

De fato, sempre que uma Constituição é elaborada, isso ocorre por meio

de um Poder Constituinte. Isso se aplica, inclusive, às Constituições dos

Estados-membros. Questão correta.

15. (FCC/ 2009/ TRT – 16ª Região) Em tema de Poder Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que:

a) É limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional

vigente, sob pena de inconstitucionalidade.

b) É incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento determinado para realizar sua obra de constitucionalização.

c) É autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada para manifestar sua vontade.

d) Caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado. e) Se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem

jurídica.

Comentários:

A letra A é incorreta, sendo o gabarito da questão. Lembre-se de que o

poder constituinte originário é ilimitado, não se submete às normas da constituição anterior ao seu exercício. Todas as demais letras estão corretas,

leia-as com atenção, para fixar bem o que aprendeu!

16. (FCC/2009/ Especialista em Políticas Públicas-SP) O Poder Constituinte denominado originário somente se manifesta por meio de

Assembleia Constituinte, eleita de acordo com os princípios

democráticos.

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Comentários:

Como vimos, nem sempre o exercício do Poder Constituinte originário é democrático. Questão incorreta.

17. (FCC/2011/DPE-RS) O Poder Constituinte derivado decorre de

uma regra jurídica constitucional, é ilimitado, subordinado e

condicionado.

Comentários:

O Poder Constituinte derivado é, de fato, subordinado e condicionado, decorrendo de uma regra jurídica constitucional. Entretanto, diferentemente do

que diz o enunciado, ele é limitado. Questão incorreta.

18. (FCC/2011/TRE-PE) Poder Constituinte derivado decorrente

consiste no estabelecimento da primeira Constituição de um novo país.

Comentários:

Compete ao poder constituinte originário estabelecer a primeira

Constituição de um novo país. Questão incorreta.

19. (FCC/2011/TRE-PE) O Poder Constituinte derivado decorrente consiste na possibilidade dos Estados membros de se auto

organizarem através de suas Constituições Estaduais próprias, respeitando as regras limitativas da Constituição Federal.

Comentários:

É esse o conceito de poder constituinte derivado decorrente. Questão correta.

20. (FCC/2010/TCE-RO) O Poder Constituinte Reformador, no Brasil, é fundamento de validade para que os Estados- Membros da Federação

promulguem Constituições próprias com a aprovação das respectivas Assembleias Legislativas.

Comentários:

O fundamento para que os Estados-membros elaborem suas próprias Constituições é o poder constituinte derivado decorrente. Questão incorreta.

21. (FCC/2010/TRE-RS) Em matéria de Poder Constituinte analise:

I. O poder que a Constituição da República Federativa do Brasil vigente atribui aos estados-membros para se auto organizarem, por meio da

elaboração de suas próprias Constituições.

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II. O poder que tem como característica, dentre outras, a de ser ilimitado, autônomo e incondicionado.

Esses poderes dizem respeito, respectivamente, às espécies de

poder constituinte:

a) decorrente e originário. b) derivado e reformador. c) reformador e revisor.

d) originário e revisor.

e) decorrente e derivado.

Comentários:

O item I traz o conceito de poder constituinte derivado decorrente, enquanto o II traduz o conceito de poder constituinte originário. A letra A é o

gabarito da questão.

22. (FCC/2010/Metrô) O Poder Constituinte, que consiste na

possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto-organizarem por meio

de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal, é

classificado por:

a) ilimitado.

b) derivado reformador. c) originário.

d) derivado decorrente. e) Inicial.

Comentários:

O enunciado traz o conceito de poder constituinte derivado decorrente. A letra D é o gabarito da questão.

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O Preâmbulo da Constituição

O preâmbulo é o prefácio da Constituição, ou seja, é o texto que precede

seus artigos. Na Constituição de 1988, seu texto é o que se segue:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado

Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar,

o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem

preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das

controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a

seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.

O preâmbulo serve para definir as intenções do legislador constituinte, proclamando os princípios da nova constituição e rompendo com a ordem

jurídica anterior. Sua função é servir de elemento de integração dos artigos que lhe seguem, bem como orientar a sua interpretação.

Apesar desse importante papel, o preâmbulo não tem função normativa. Segundo o Supremo Tribunal Federal, ele não é norma constitucional.

Portanto, não serve de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade e não estabelece limites para o Poder Constituinte Derivado, seja ele Reformador

ou Decorrente. Por isso, o STF entende que suas disposições não são de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais.

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Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil

Antes de tratarmos dos princípios fundamentais, é necessário que

compreendamos dois conceitos: o de regras e o de princípios.

As regras e os princípios são espécies de normas constitucionais. As primeiras são mais concretas, servindo para definir condutas. Já os segundos

são mais abstratos. Não definem condutas, mas sim diretrizes para que se alcance a máxima concretização da norma. Por esse motivo, as regras não

admitem o cumprimento ou o descumprimento parcial, mas apenas total, enquanto os princípios podem ser cumpridos apenas parcialmente.

Desse modo, quando duas regras entram em conflito, cabe ao aplicador do direito determinar qual delas foi suprimida pela outra. Já no caso de colisão

entre princípios, o conflito é apenas aparente, ou seja, um não será excluído pelo outro. Assim, apesar de a Constituição, por exemplo, garantir a livre

manifestação do pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este direito não é absoluto. Ele encontra limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88), outro

direito protegido constitucionalmente.

Os princípios fundamentais são as características essenciais de um

Estado. Representam os valores que orientaram o constituinte na elaboração da Constituição, suas escolhas políticas fundamentais. Segundo Canotilho, são

os princípios constitucionais politicamente conformadores do Estado, que explicitam as valorações políticas fundamentais do legislador constituinte,

revelando as concepções políticas triunfantes numa Assembleia Constituinte, constituindo-se, assim, no cerne político de uma Constituição política6.

Na Constituição Federal, estão dispostos no Título I, composto por quatro

artigos. Iniciemos seu estudo pelo art. 1º da CF/88:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,

constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;

II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V - o pluralismo político.

6 CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição, p. 1091-92.

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Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos

termos desta Constituição.

No “caput”, observa-se que a forma de estado adotada pelo Brasil é a federação. Dá-se o nome de Federação ou Estado federal a um Estado

composto por diversas entidades territoriais autônomas, dotadas de governo próprio. Por autonomia compreende-se um conjunto de competências ou

prerrogativas garantidas pela Constituição que não podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelo governo central. A palavra federação vem de

“foedus, foederis” e significa aliança, pacto, união.

Do ”caput”, depreende-se, ainda, que a Federação brasileira é composta

por União, estados-membros, Distrito Federal e Municípios. Todos são pessoas jurídicas de direito público, com vínculo indissolúvel (não há direito de

secessão em nosso ordenamento jurídico). Na CF/88 os Municípios foram incluídos, pela primeira vez, como entidades federativas. Observe que os

Territórios não fazem parte da Federação. Por isso, nosso federalismo é de terceiro grau: temos uma federação composta por União, Estados e Municípios.

Em outros Estados, o federalismo é de segundo grau, composto apenas pelas esferas federal e estadual.

O Estado federal, segundo a doutrina, apresenta duas características: autonomia e participação. A autonomia traduz-se na possibilidade de os

Estados e Municípios terem sua própria estrutura governamental e competências, distintas daquelas da União. A participação, por sua vez,

consiste em dar aos Estados a possibilidade de interferir na formação das leis. Ela é garantida, em nosso ordenamento jurídico, pelo Senado, órgão legislativo

que representa os Estados.

Entretanto, autonomia difere de soberania. No Brasil, apenas a

República Federativa do Brasil (RFB) é considerada soberana, inclusive para fins de direito internacional. Só ela possui personalidade internacional. Os Estados federados são reconhecidos pelo direito

internacional apenas na medida em que o a RFB autoriza.

Isso porque na Federação os entes reunidos, apesar de não perderem

suas personalidades jurídicas, abrem mão de algumas prerrogativas, em benefício do todo (Estado Federal). Dessas, a principal é a soberania. Apenas o

Estado Federal (no Brasil, a RFB) é soberano para o Direito Internacional. Os

membros da Federação são apenas autônomos para o Direito interno.

A federação pressupõe um território, dentro do qual o Estado federal exerce a soberania e a descentralização política dentro desse mesmo território.

Isso significa que os membros da federação têm capacidade política assegurada pela Constituição.

Além disso, pressupõe a existência de uma entidade central e de várias parciais, dotadas de capacidade política concedida diretamente pela

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Constituição. Essa capacidade implica a possibilidade de produção de normas de sua competência.

No Brasil, a União, os Estados-membros e os Municípios, todos

igualmente autônomos, têm o mesmo “status” hierárquico, recebendo tratamento jurídico isonômico. O governo de qualquer um deles não pode

determinar o que o governo do outro pode ou não fazer. Cada um exerce suas competências dentro dos limites reservados pela Constituição.

A federação brasileira tem, ainda, como característica, a indissolubilidade. Os entes federativos não têm direito a secessão (art. 1º,

“caput”, CF). Além disso, é cláusula pétrea (art. 60, § 4º, I, CF), não podendo sofrer emenda tendente a aboli-la.

Nossa federação também tem como característica ter resultado de um

movimento centrífugo, sendo formada por segregação. Isso porque no Brasil o Estado era centralizado, tendo se desmembrado para a formação dos Estados-

membros. Já nos Estados Unidos, por exemplo, os Estados se agregaram, num

movimento centrípeto, para formar o Estado federal.

Outra característica de nosso federalismo é que ele é cooperativo. A repartição de competências entre os entes da federação se dá de forma que

todos eles contribuam para que o Estado alcance seus objetivos. Algumas competências são comuns a todos, havendo, ainda, a colaboração técnica e

financeira entre eles para a prestação de alguns serviços públicos, bem como repartição das receitas tributárias.

Voltando à análise do texto constitucional, outra informação importante trazida pelo “caput” do art. 1º da CF/88 é que a forma de governo do Brasil

é a república. Entende-se por forma de governo o modo como se dá a instituição do poder na sociedade e a relação entre governantes e governados.

São características da República: caráter eletivo, representativo e

transitório dos detentores do poder político e responsabilidade dos governantes. Os governantes, na República, são eleitos pelo povo, o que

vincula essa forma de governo à democracia. Além disso, na República, o

governo é limitado e responsável, surgindo a ideia de responsabilidade da Administração Pública. Finalmente, o caráter transitório dos detentores do

poder político é inerente ao governo republicano, sendo ressaltada, por exemplo, no art. 60, §4º da CF/88, que impede que seja objeto de deliberação

a proposta de emenda constitucional tendente a abolir o “voto direto, secreto, universal e periódico”.

Outra importante característica da República é que ela é fundada na

igualdade formal das pessoas. Nessa forma de governo é intolerável a discriminação, sendo todos formalmente iguais, ou seja, iguais perante o

Direito.

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No art. 1º, “caput”, CF/88, determina-se ainda que o regime político do Brasil é o democrático. A expressão “Estado Democrático de Direito” não

implica uma mera reunião dos princípios do Estado de Direito e do Estado Democrático, uma vez que os supera, trazendo em si um conceito novo.

Trata-se, na verdade, da garantia de uma sociedade pluralista, em que

todas as pessoas se submetem às leis e ao Direito, que, por sua vez, são criados pelo povo, por meio de seus representantes. A lei e o Direito, nesse

Estado, visam a garantir o respeito aos direitos fundamentais, assegurando a todos uma igualdade material, ou seja, condições materiais mínimas a uma

existência digna. Nos dizeres de Dirley da Cunha Jr, “o Estado Democrático de

Direito, portanto, é o Estado Constitucional submetido à Constituição e aos valores humanos nela consagrados7”.

O princípio democrático é reforçado pelo parágrafo único do art.1º da Constituição Federal. Por ele conclui-se que em nosso Estado vigora a

democracia semidireta ou participativa. Nela há uma combinação de representação política com formas de democracia direta – plebiscito, referendo

e iniciativa popular.

“Qual a diferença entre plebiscito e referendo, Nádia?” É simples: o plebiscito é convocado antes da criação da norma (ato legislativo ou

administrativo) para que os cidadãos, por meio do voto, aprovem ou não a

questão que lhes foi submetida. Já o referendo é convocado após a edição da norma, devendo esta ser ratificada pelos cidadãos para ter validade.

Nos incisos do art. 1º da Carta Magna estão expressos os fundamentos

da República Federativa do Brasil, que são os pilares, a base de nosso ordenamento jurídico. Eles formam a famosa sigla “SOCIDIVAPLU”, usada

7 Dirley da Cunha Jr. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição, p. 543.

Regime Político =

Democrático

Forma de Estado =

Federação

Forma de Governo = República

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pelos concurseiros para decorá-los: soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político.

A soberania é um poder supremo e independente. Supremo na ordem

interna, por ser o Estado brasileiro é superior a todas as outras pessoas no âmbito interno: as normas e decisões elaboradas pelo Estado prevalecem

sobre as emanadas de grupos sociais intermediários como família, escola e igreja, por exemplo. E independente na ordem externa, em que é igual aos

poderes soberanos dos demais Estados no âmbito internacional. Como você

verá adiante, a igualdade entre os Estados é um dos princípios adotados pela República Federativa do Brasil em suas relações internacionais (art. 4º, V,

CF/88).

Já a cidadania exige que o Poder Público incentive a participação popular nas decisões políticas do Estado. Nesse sentido, está intimamente

ligada ao conceito de democracia, pois supõe que o cidadão se sinta responsável pela construção de seu Estado, pelo bom funcionamento das

instituições. Veja como isso foi cobrado em prova:

23. (FCC/2012/TRT 6ª Região) O voto é uma das principais armas

da Democracia, pois permite ao povo escolher os responsáveis pela

condução das decisões políticas de um Estado. Quem faz mau uso do voto deixa de zelar pela boa condução da política e põe em risco seus

próprios direitos e deveres, o que afeta a essência do Estado Democrático de Direito. Dentre os fundamentos da República

Federativa do Brasil, expressamente previstos na Constituição, aquele que mais adequadamente se relaciona à ideia acima exposta é a:

SOCIDIVAPLU Soberania

Cidadania

Dignidade da pessoa humana Valores

sociais do trabalho e da

livre iniciativa

Pluralismo político

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a) soberania. b) prevalência dos direitos humanos.

c) cidadania. d) independência nacional.

e) dignidade da pessoa humana.

Comentários:

Os fundamentos da República Federativa do Brasil (RFB) são: soberania,

cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político. Apenas com essa informação, já era possível

eliminar as alternativas B e D, que são princípios que regem a RFB em suas

relações internacionais, assunto que estudaremos mais adiante, nesta aula.

Como vimos, é a cidadania o fundamento que exige a participação popular nas decisões políticas do Estado. A letra C é o gabarito da questão.

Na Constituição federal de 1988, a dignidade da pessoa humana é a base de todos os direitos fundamentais. Coloca o ser humano a uma

preocupação central para o Estado brasileiro. Determina que a pessoa humana deve ser tratada como um fim em si mesma, e não como meio para se obter

um resultado.

Trata-se de uma limitação ao poder do Estado, que não tem a

possibilidade de impor restrições à consciência humana. Mas não é, por isso, apenas uma liberdade negativa (ausência de constrangimento pelo Estado). É,

também, liberdade positiva, ou seja, de não sofrer impedimentos econômicos, sociais ou políticos que obstem a plena realização da personalidade humana.

Segundo o STF, a dignidade da pessoa humana é princípio supremo,

“significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e

inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso País e que traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre nós, a

ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de direito constitucional positivo.8”

Por isso, com base nesse princípio, a Corte decidiu “assistir, a qualquer pessoa, o direito fundamental à orientação sexual, havendo proclamado, por

isso mesmo, a plena legitimidade ético-jurídica da união homoafetiva como

entidade familiar, atribuindo-lhe, em consequência, verdadeiro estatuto de cidadania, em ordem a permitir que se extraiam, em favor de parceiros

homossexuais, relevantes consequências no plano do Direito, notadamente no campo previdenciário, e, também, na esfera das relações sociais e familiares”.

Considerou que “a extensão, às uniões homoafetivas, do mesmo regime jurídico aplicável à união estável entre pessoas de gênero distinto justifica-

se e legitima-se pela direta incidência, dentre outros, dos princípios

8 STF, HC 85.237, Rel. Min. Celso de Mello, j. 17.03.05, DJ de 29.04.05.

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constitucionais da igualdade, da liberdade, da dignidade, da segurança jurídica e do postulado constitucional implícito que consagra o direito

à busca da felicidade, os quais configuram, numa estrita dimensão que privilegia o sentido de inclusão decorrente da própria Constituição da

República (art. 1º, III, e art. 3º, IV), fundamentos autônomos e suficientes aptos a conferir suporte legitimador à qualificação das conjugalidades entre

pessoas do mesmo sexo como espécie do gênero entidade familiar”9. Além disso, entendeu ser impossível a coação do pai no sentido da realização do exame de DNA10.

Voltando à análise dos fundamentos da República Federativa do Brasil, a elevação dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa a essa

condição visa a determinar que nosso Estado é capitalista, e, simultaneamente, demonstrar que o trabalho tem um valor social. Observe

que o art. 170 da CF/88 reforça esse fundamento, ao determinar que “a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,

tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social”.

Finalmente, o Estado brasileiro tem como fundamento o pluralismo político. Esse princípio visa a garantir a inclusão dos diferentes grupos sociais

no processo político nacional.

24. (FCC/2011/DPE-RS) São fundamentos da República Federativa do Brasil a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a

livre concorrência, o voto direto e secreto e o pluralismo político.

Comentários:

São fundamentos da República Federativa do Brasil:

9 RE 477554 MG, DJe-164 DIVULG 25-08-2011 PUBLIC 26-08-2011 EMENT VOL-02574-02 PP-00287.

10 STF, Pleno, HC 71.373/RS, rel. Min. Francisco Rezek, Diário da Justiça, Seção I, 22.11.1996.

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Questão incorreta.

25. (FCC/2010/Assembleia Legislativa – SP) Constitui um dos

fundamentos da República Federativa do Brasil, de acordo com a Constituição Federal de 1988,

a) A garantia do desenvolvimento nacional.

b) A não intervenção.

c) A defesa da paz. d) A igualdade entre os Estados.

e) O pluralismo político.

Comentários:

Dentre as alternativas, apenas o pluralismo político é fundamento da RFB

(art. 1º, V, CF). A letra E é o gabarito da questão.

26. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). A República Federativa do Brasil tem como fundamento o pluralismo político.

Comentários:

O pluralismo político é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Não há nem o que comentar! Pura “decoreba”. Questão correta.

27. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). Todo o poder emana

do Congresso Nacional, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição Federal.

SO

CID

IV

AP

LU

SOBERANIA

CIDADANIA

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA

PLURALISMO POLÍTICO

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Comentários:

Juro que essa questão me fez dar um sorrisinho, de tão fácil que é. Todo poder emana do POVO! É o que diz o parágrafo único do art.1º da CF/88.

Questão incorreta.

28. (FCC/2009/TRT 3ª Região/Juiz Substituto) Na forma de redação

do texto constitucional, a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,

constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como princípios fundamentais, exceto:

a) A soberania

b) A cidadania c) A dignidade da pessoa humana

d) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e) A saúde e a segurança

Comentários:

Eu sei... Difícil acreditar que uma questão fácil dessas foi cobrada num concurso de Juiz! Entretanto, devemos nos lembrar que todos os concursos

têm questões fáceis, médias e difíceis. Isso também ocorrerá na sua prova, com certeza.

Vamos ao comentário? Os fundamentos da RFB são aqueles do art. 1º da Constituição, que formam “SOCIDIVAPLU”. A questão é tão fácil que nem

trocou a ordem em que eles aparecem na Lei Maior. Apenas substituiu o pluralismo político (o último dos fundamentos) por saúde e segurança. O

gabarito é a letra E.

29. (FCC/2009/TCE-TO) A República Federativa do Brasil é formada

pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

Comentários:

Literalidade do “caput” do art. 1O da CF/88. Questão correta.

30. (FCC/2009/TCE-TO) Todo o poder emana do povo, que o exerce

por meio de representantes ou diretamente, nos termos da Constituição.

Comentários:

Literalidade do parágrafo único do art. 1O da CF/88. Questão correta.

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A Harmonia e a Independência entre os Poderes

Antes de falarmos do art. 2º da Constituição, faz-se necessário

apresentarmos o conceito de poder político.

O poder político, do qual o povo é titular, é soberano. Esse fato é expresso no art. 1º, parágrafo único, da CF/88, segundo o qual “todo poder

emana do povo”.

São características do poder político:

Unicidade: trata-se de um poder uno e indivisível. Isso significa que não

se permitem conflitos ou fracionamentos, apenas se considera o real interesse do povo.

Titularidade do povo: é o povo o titular da soberania. O conceito de povo abrange todos os indivíduos vinculados ao Estado por meio da nacionalidade

ou da cidadania. É importante não confundir esse conceito com o de população, que compreende todas as pessoas presentes no território do Estado

num determinado momento, inclusive estrangeiros e apátridas. Imprescritibilidade: trata-se de um poder permanente, que não se

extingue com o tempo.

Indelegabilidade: o titular do poder político (povo) não pode abrir mão dele. Mesmo quando há representantes, este age em seu nome.

Uma vez entendido o conceito de poder político, passemos à análise do

art. 2º da CF/88?

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos

entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário

Esse artigo trata da teoria da tripartição dos Poderes, que surgiu com a publicação de “A Política”, por Aristóteles e foi, posteriormente, trabalhada por

Monstesquieu na obra “O Espírito das Leis”.

Veja que ele fala em harmonia e independência entre os Poderes. A

primeira significa cooperação, colaboração entre os Poderes. Visa a garantir que estes expressem uniformemente a vontade da União. Já a segunda traduz-

se na ausência de subordinação de um Poder a outro. Todos eles têm, portanto, a mesma hierarquia.

Nossa Constituição adotou a separação de Poderes flexível. Isso significa

que eles não exercem exclusivamente suas funções típicas, mas também outras, denominadas atípicas. Um exemplo disso é o exercício da função

administrativa – típica do Executivo – pelo Judiciário e pelo Legislativo, quando dispõem sobre sua organização interna e sobre seus servidores, nomeando-os

ou exonerando-os.

A independência entre os Poderes é limitada pelo sistema de freios e

contrapesos, de origem norte-americana. Esse sistema prevê a interferência

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legítima de um Poder sobre o outro, nos limites estabelecidos constitucionalmente. É o que acontece, por exemplo, quando o Congresso

Nacional (Poder Legislativo) fiscaliza os atos do Poder Executivo (art. 49, X, CF/88).

Segundo o STF, os mecanismos de freios e contrapesos estão previstos na Constituição Federal,

sendo vedado à Constituição Estadual criar outras formas de interferência de um Poder sobre o outro

(ADI 3046). Além disso, a Corte considera inconstitucional, por ofensa ao princípio da

independência e harmonia entre os Poderes, norma que subordina acordos, convênios, contratos e atos

de Secretários de Estado à aprovação da Assembleia Legislativa (ADI 476).

Por fim, é importante destacar que, tendo em vista a teoria sobre o

poder político, entendemos que, apesar de a Constituição falar em três Poderes, na verdade ela se refere a funções distintas de um mesmo Poder: a

legislativa, a executiva e a judiciária. Isso porque o poder político, como vimos, é uno e indivisível.

31. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) São Poderes da

União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público.

Comentários:

O Ministério Público não é um dos três Poderes da União. Questão incorreta.

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Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil

Que tal analisarmos o art. 3º da Carta Magna?

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República

Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as

desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,

raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

A promoção do bem de todos, sem preconceitos, alçada pela Carta

Magna à condição de objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, consagra a igualdade formal como um dos objetivos da República Federativa

do Brasil. Um exemplo de sua aplicação é a reserva de vagas nas Universidades Federais, a serem ocupadas exclusivamente por alunos egressos

de escolas públicas. Busca-se tornar o sistema educacional mais justo, mais

igual. Não se trata de preconceito, mas de uma ação afirmativa do Estado.

Elucidando esse conceito, o STF dispôs que “ações afirmativas são medidas especiais tomadas com o objetivo de assegurar progresso adequado

de certos grupos raciais, sociais ou étnicos ou indivíduos que necessitem de proteção, e que possam ser necessárias e úteis para proporcionar a tais grupos

ou indivíduos igual gozo ou exercício de direitos humanos e liberdades fundamentais, contanto que, tais medidas não conduzam, em consequência, à

manutenção de direitos separados para diferentes grupos raciais, e não prossigam após terem sido alcançados os seus objetivos” (REsp 1132476/PR,

Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/10/2009,

DJe 21/10/2009)

Como se lembrar do rol de objetivos da República Federativa do Brasil, uma vez que o art. 3º da CF/88 costuma ser cobrado em sua literalidade?

Leia-o e releia-o até decorá-lo! Para ajudá-lo na memorização do mesmo, peço que preste atenção nos verbos, sempre no infinitivo: construir, garantir,

erradicar e promover.

Calma, o curso não descambou para o Português! É que apenas com

essa observação, você poderá resolver a questão de sua prova, mesmo se não se lembrar de nada que esteja escrito no art. 3º, CF/88.

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Outra dica é que esses verbos formam a sigla “Conga Erra Pro”, que serve de memorização. Pense em um rapaz, de apelido CONGA, que tem

como OBJETIVO não ERRAr na PROva:

32. (FCC/2011/DPE-RS) São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil previstos e assim descritos no artigo 3º da

Constituição Federal, construir uma sociedade livre, justa e pluralista, garantir o desenvolvimento regional, erradicar a pobreza e a

marginalização e reduzir as desigualdades sociais e locais, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e

quaisquer outras formas de discriminação.

Comentários:

São objetivos fundamentais da RFB: construir uma sociedade livre, justa

e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais e, finalmente,

promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade

e quaisquer outras formas de discriminação. Os grifos destacam as palavras que foram substituídas pelo examinador, gerando o erro. Questão incorreta.

OB

JET

IV

OS

FU

ND

AM

EN

TA

IS

DA

R

FB

(“C

ON

GA

ER

RA

PR

O”) CONSTRUIR UMA SOCIEDADE LIVRE, JUSTA E

SOLIDÁRIA

GARANTIR O DESENVOLVIMENTO NACIONAL

ERRADICAR A POBREZA E A MARGINALIZAÇÃO E REDUZIR AS DESIGUALDADES SOCIAIS E REGIONAIS

PROMOVER O BEM DE TODOS, SEM PRECONCEITOS DE ORIGEM, RAÇA, SEXO, COR, IDADE E QUAISQUER

OUTRAS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO

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33. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil erradicar a pobreza e a

marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

Comentários:

Viu como o inciso III do art. 2º da CF/88 foi cobrado em sua literalidade?

O tema poderá aparecer assim na sua prova. Questão correta.

34. (FCC/2011/TRT 14a Região) NÃO constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, previsto expressamente na

Constituição Federal,

a) construir uma sociedade livre, justa e solidária.

b) garantir o desenvolvimento nacional. c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais

e regionais. d) captar tributos mediante fiscalização da Receita Federal.

e) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Comentários:

Como Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil, eu bem que gostaria que a letra D fosse um dos objetivos fundamentais da RFB! Brincadeiras à

parte, a letra D está incorreta. Todas as demais alternativas estão arroladas no art. 3O da CF/88.

35. (FCC/2009/TCE-TO) Constituem objetivos fundamentais da

República Federativa do Brasil, dentre outros, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento

nacional.

Comentários:

Veja como o examinador é malandro: retirou os verbos do infinitivo só

para complicar sua vida. Ainda bem que você é mais esperto ainda e não caiu no “peguinha”. Questão correta.

36. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil erradicar as

desigualdades econômicas, sociais e culturais.

Comentários:

É objetivo da RFB reduzir (e não erradicar!) as desigualdades sociais e

regionais. Isso não se estende às desigualdades econômicas e culturais, como diz, erroneamente, o enunciado. Questão incorreta.

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Princípios que Regem a República Federativa do Brasil em suas Relações Internacionais

Já que estamos “craques” no art. 3º, que tal estudarmos, agora, o art. 4º da CF?

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da

América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Como costuma ser cobrado esse artigo? Geralmente o examinador tenta confundir esses princípios com os objetivos expostos no art. 3º e os princípios

fundamentais da RFB, apresentados no art. 1º da Carta Magna

O legislador constituinte se inspirou na Carta da ONU, assinada em 1945, ao escrever o art. 4º da CF/88. Naquela Carta, expressou-se o maior

sentimento da humanidade após o início da II Guerra Mundial: busca da paz. Em nossa Constituição, tal sentimento foi registrado nos incisos III, IV, VI, VII

e IX. Observe que nela determina-se que a RFB buscará a autodeterminação

dos povos, ou seja, respeitar a sua soberania, não intervindo em suas decisões. Isso porque defende a paz e, para tal, a solução pacífica dos

conflitos, assumindo que as relações entre os povos deve ser de cooperação.

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Uma das consequências da II Guerra Mundial foi a independência das colônias. Percebeu-se que, para haver paz, é necessário independência

nacional, ou seja, ter sua soberania respeitada pelas outras nações. Além disso, verificou-se que a paz somente é possível com a igualdade entre os

Estados, pois a existência de colônias e as sanções impostas à Alemanha após a Primeira Guerra Mundial foram as principais causas para a eclosão da

Segunda. A igualdade entre os Estados é uma contrapartida à independência nacional: é o compromisso de que uns respeitem a soberania dos outros. Esses

são os motivos pelos quais os incisos I e V do art. 4º foram escolhidos por nosso constituinte como princípios das relações internacionais do Brasil.

Finalmente, qual a imagem mais forte da II Guerra Mundial? O massacre dos judeus, nos campos de concentração, promovido pelos nazistas. Uma

vergonha para a Humanidade. A Carta da ONU, em consequência, assume como princípio o estímulo aos direitos humanos. Inspirado naquela Carta,

nosso constituinte elevou à condição de princípios a serem buscados pela RFB em suas relações internacionais a prevalência dos direitos humanos e o

repúdio ao terrorismo e ao racismo.

O parágrafo único do art. 4º da Constituição traz um objetivo a ser buscado pelo Brasil em suas relações internacionais: a integração econômica,

política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de

uma comunidade latino-americana de nações. Quando é cobrado, o examinador geralmente troca América Latina por América do Sul, para

confundi-lo(a). Portanto, fique atento!

37. (FCC/2009/TRT 15ª Região/Técnico Judiciário) Sobre os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil, é correto

afirmar que:

a) Foi acolhido, além de outros, o princípio da intervenção para os conscritos.

b) Dentre seus objetivos está o de reduzir as desigualdades regionais. c) Um dos seus fundamentos é a vedação ao pluralismo político.

d) O Brasil rege-se nas suas relações internacionais, pela dependência nacional.

e) A política internacional brasileira veda a integração política que vise à

formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Comentários:

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A letra “a” é absurda. Não dá nem para imaginar o que seja intervenção para conscritos. Viagem do examinador.

A letra “b” está correta. Fundamento: art. 3º, III, CF/88.

A letra “c” também é absurda. O pluralismo político é um dos

fundamentos de nossa República. Nem precisava saber Direito Constitucional

para “matar” esse item. Imagine nossa Carta vedando o pluralismo político: provavelmente viveríamos numa ditadura! Para resolver a questão, bastava

que o candidato se lembrasse da quantidade de partidos políticos existentes, hoje, no país...

A letra “d” deveria ser proibida pelo Ministério da Saúde: pode causar

dores abdominais, de tanto rir! Um dos fundamentos da RFB em suas relações internacionais é a independência nacional. Absurdo pensar que nosso

constituinte defenderia a dependência...

A letra “e” também é ridícula. Se nossa Carta vedasse a formação de

uma comunidade latino-americana de nações, os blocos regionais de que fazemos parte (MERCOSUL, ALADI...) seriam inconstitucionais. Incorreta,

tendo como fundamento o parágrafo único do art. 4º da CF/88. O gabarito, portanto, é a letra B.

38. (FCC/2009/Analista Judiciário-Taquigrafia). A República

Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internas pelo princípio

da não intervenção.

Comentários:

Que fácil, não? O examinador apenas trocou a palavra internacionais por internas, o que tornou o item errado. Questão incorreta.

39. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política e

cultural dos povos da América Latina, da Europa e da África, visando à formação de uma comunidade de nações.

Comentários:

De acordo com o parágrafo único do art. 4º da Constituição, a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural

dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. A Carta Magna não estende essa integração aos povos

da Europa e da África. Questão incorreta.

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Direitos e garantias Fundamentais

Qual a diferença entre direitos e garantias fundamentais?

Os direitos fundamentais são os bens protegidos pela Constituição. É o

caso da vida, da liberdade, da propriedade... Já as garantias são formas de se protegerem esses bens, ou seja, instrumentos constitucionais. Um exemplo é

o habeas corpus, que protege o direito à liberdade de locomoção.

Os direitos fundamentais são tradicionalmente classificados em gerações. Veja as principais características de cada uma delas a seguir:

Primeira geração: abrange os direitos relativos à liberdade, isto é, os

civis e políticos, reconhecidos no final do século XVIII, com as Revoluções

Francesa e Americana. Restringem a ação do Estado sobre o indivíduo, impedindo que este se intrometa de forma abusiva na vida privada das

pessoas. São, por isso também chamados liberdades negativas: traduzem a liberdade de não sofrer ingerência abusiva por parte do Estado. Exemplo:

direito de propriedade. Segunda geração: abarca os direitos referentes à

igualdade: econômicos, sociais e culturais. Em sua maioria, são representados por liberdades positivas, isto é, direitos de se receberem

prestações do Estado (políticas e serviços públicos). É o caso do direito à educação, por exemplo. Alguns, contudo, consubstanciam liberdades

negativas. Exemplo: liberdade de greve. Terceira geração: refere-se ao princípio da solidariedade

(fraternidade). Compreende os direitos difusos e os coletivos

(supraindividuais). Citam-se, como exemplos, o direito do consumidor e o direito ao desenvolvimento.

Parte da doutrina considera, ainda, a existência de direitos de quarta

geração. Esses incluiriam: o direito à democracia, o direito à informação e o direito ao pluralismo. Desses direitos dependeria a concretização de uma

“civitas máxima”, uma sociedade sem fronteiras e universal.

“Puxa, Nádia... Você falou em direitos difusos e direitos coletivos... O

que são esses direitos?” Veja o quadro:

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Percebeu como as três primeiras gerações seguem a sequência do lema

da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade? Guarde isso para a prova!

Hodiernamente, fala-se em direitos de quarta e quinta geração. Entretanto, como essas classificações não são cobradas em prova, por não

haver consenso doutrinário a respeito delas, não discutiremos esse assunto.

Um tópico bastante cobrado sobre os direitos fundamentais é sua natureza relativa. Memorize esta informação: não há direito fundamental

absoluto! Todo direito sempre encontra limites em outros, também protegidos pela Constituição. É por isso que, em caso de conflito entre dois direitos, não

haverá o sacrifício total de um em relação ao outro, mas redução proporcional

de ambos, buscando-se, com isso, alcançar a finalidade da norma.

Também é importante destacar que os direitos fundamentais cumprem a função de direito de defesa dos cidadãos, sob dupla perspectiva: não permitem

aos Poderes Públicos a ingerência na esfera jurídica individual, bem como conferem ao indivíduo, poder para exercê-los e exigir do Estado a correção das

omissões a eles relativas.

Os Direitos Fundamentais e a Reserva do Possível

A teoria da reserva do possível serve para determinar os limites em que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais.

Segundo ela, a efetivação dos direitos sociais encontra dois limites: a suficiência de recursos públicos e a previsão orçamentária da respectiva

despesa.

Direitos difusos

•Apresentam indivisibilidade, ou seja, é impossível satisfazer-se um de seus titulares individualmente. Isso porque seus sujeitos são indeterminados.

•Exemplo: direito ao ar puro.

Direitos coletivos

•Também têm natureza indivisível, mas têm como titulares um grupo, uma categoria ou uma classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica.

•Exemplo: direitos de determinadas categorias sindicais que agem coletivamente por meio de seus sindicatos.

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Assim, trata-se de uma teoria que afasta a aptidão do Poder Judiciário de intervir na garantia da efetivação de direitos sociais. Para que esse limite à

ação do Judiciário seja válido, entretanto, é necessária a comprovação da ausência de recursos orçamentários suficientes para a implementação da ação

estatal. Nesse sentido, entende a Corte que:

“(...) a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais - além de caracterizar-se pela gradualidade de seu processo de

concretização - depende, em grande medida, de um inescapável vínculo financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do

Estado, de tal modo que, comprovada, objetivamente, a

incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, desta não se poderá razoavelmente exigir, considerada a limitação

material referida, a imediata efetivação do comando fundado no texto da Carta Política. Não se mostrará lícito, no entanto, ao

Poder Público, em tal hipótese - mediante indevida manipulação de sua atividade financeira e/ou político-administrativa - criar

obstáculo artificial que revele o ilegítimo, arbitrário e censurável propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar o estabelecimento

e a preservação, em favor da pessoa e dos cidadãos, de condições materiais mínimas de existência.11”

É importante destacar que a reserva do possível tem sido

paulatinamente abandonada pelo STF, em seus julgados. A Corte Suprema, quando da análise de situações em que o Estado descumpriu uma obrigação de

efetivar uma prestação positiva, tem exigido, para fazer uso da reserva do possível, não só a confirmação da inexistência de recursos, mas também a

denominada exaustão orçamentária.

E o que é exaustão orçamentária? É a situação em que inexistem

recursos suficientes para que a Administração cumpra determinada decisão judicial. É a famosa “falta de verbas”.

Outra limitação à reserva do possível é o dever do Poder Público de

garantir condições mínimas materiais de existência ao ser humano. Isso porque “a meta central das Constituições modernas, e da Carta de 1988 em

particular, pode ser resumida, como já exposto, na promoção do bem-estar do homem, cujo ponto de partida está em assegurar as condições de sua própria

dignidade, que inclui, além da proteção dos direitos individuais, condições materiais mínimas de existência. Ao apurar os elementos fundamentais dessa

dignidade (o mínimo existencial), estar-se-ão estabelecendo exatamente os

alvos prioritários dos gastos públicos. Apenas depois de atingi-los é que se poderá discutir, relativamente aos recursos remanescentes, em que outros

projetos se deverá investir. O mínimo existencial, como se vê, associado ao

11 ADPF 45 MC/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 29.04.2004, DJ 04.05.2004.

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estabelecimento de prioridades orçamentárias, é capaz de conviver produtivamente com a reserva do possível”12.

Limites aos direitos fundamentais

Os direitos fundamentais apresentam limites. Nenhum direito

fundamental é absoluto. Para tratar dessas limitações, foram criadas duas teorias: a externa e a interna.

A primeira delas (externa) entende que as limitações aos direitos fundamentais encontram-se externamente a seu conceito. Esses direitos são

restringíveis, observado o princípio da proporcionalidade e/ou a proteção de seu núcleo essencial. Exemplo: o direito à vida pode sofrer restrições no caso

concreto.

A segunda (interna) entende que o conteúdo de um direito só pode ser definido após seu confronto com os demais. Não há restrições a um direito,

mas uma simples definição de seus contornos. Os limites do direito lhe são

imanentes, intrínsecos.

A Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais

Até o século XX, acreditava-se que os direitos fundamentais se

aplicavam apenas à relação entre o indivíduo e o Estado. Como essa relação é de um ente superior (Estado) com um inferior (indivíduo), esta era a chamada

“eficácia vertical” dos direitos fundamentais.

A partir do século XX, entretanto, surgiu a teoria da eficácia horizontal

dos direitos fundamentais, que estendeu sua aplicação também às relações entre particulares. Tem-se a chamada “eficácia horizontal” ou “efeito externo”

dos direitos fundamentais.

A aplicação de direitos fundamentais nas relações entre particulares tem diferente aceitação pelo mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, só se aceita

a eficácia vertical dos direitos fundamentais.

Existem duas teorias para a aplicação dos direitos fundamentais: a da

eficácia indireta e mediata e a da eficácia direta e imediata.

Para a primeira (teoria da eficácia indireta e mediata), os direitos fundamentais só se aplicam nas relações jurídicas entre particulares de forma

indireta, excepcionalmente, por meio das cláusulas gerais de direito privado (ordem pública, liberdade contratual, e outras). Essa teoria é incompatível com

a Constituição Federal, que, em seu art. 5º, § 1º, prevê que as normas definidoras de direitos fundamentais possuem aplicabilidade imediata.

12 Barcellos, Ana Paula. A Eficácia Jurídica dos Princípios Constitucionais, p. 245-246,

2002, Renovar.

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Já para a segunda (teoria da eficácia direta e imediata), os direitos fundamentais incidem diretamente nas relações entre particulares. Estes

estariam tão obrigados a cumpri-los quanto o Poder Público. Esta é a tese que prevalece no Brasil, tendo sido adotada pelo Supremo Tribunal Federal.

Características dos direitos fundamentais

De acordo com a doutrina, os direitos fundamentais apresentam as seguintes características:

Historicidade: os direitos fundamentais não resultam de um acontecimento histórico determinado, mas de todo um processo de afirmação.

Surgem a partir das lutas do homem, em que há conquistas progressivas. Por isso mesmo, são mutáveis e sujeitos a ampliações, o que explica as diferentes

gerações de direitos fundamentais que estudamos.

Universalidade: os direitos fundamentais são comuns a todos os seres

humanos, respeitadas suas particularidades. Isso porque existem direitos comuns a todos (como o direito à vida, por exemplo) e direitos próprios de um

grupo (como os direitos dos trabalhadores).

Inalienabilidade: os direitos fundamentais são intransferíveis e

inegociáveis, não podendo ser abolidos por vontade de seu titular. Além disso, não possuem conteúdo econômico-patrimonial.

Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não se perdem com o tempo, sendo sempre exigíveis.

Irrenunciabilidade: o titular dos direitos fundamentais não pode deles

dispor, embora possa deixar de exercê-los. É admissível, entretanto, em algumas situações, a autolimitação voluntária de seu exercício, num caso

concreto.

Limitabilidade: não há direitos fundamentais absolutos. Trata-se de

direitos relativos, limitáveis, no caso concreto, por outros direitos fundamentais. No caso de conflito entre eles, há uma concordância prática ou

harmonização: nenhum deles é sacrificado definitivamente.

Concorrência: os direitos fundamentais podem ser exercidos

cumulativamente, podendo um mesmo titular possuir vários direitos ao mesmo tempo.

Proibição do retrocesso: por serem os direitos fundamentais o resultado de um processo evolutivo, de conquistas graduais da Humanidade,

não podem ser enfraquecidos ou suprimidos. Isso significa que as normas que os instituem não podem ser revogadas ou substituídas por outras que os

diminuam, restrinjam ou suprimam.

Nesse sentido, para Canotilho, existe o princípio do não retrocesso social, com base no qual, os direitos sociais, uma vez tendo sido previstos, passam a

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constituir tanto uma garantia institucional quanto um direito subjetivo. Isso limita o legislador e exige a realização de uma política condizente com esses

direitos, sendo inconstitucionais quaisquer medidas estatais que, sem a criação de outros esquemas alternativos ou compensatórios, anulem, revoguem ou

aniquilem o núcleo essencial desses direitos.

40. (FCC/2010/DP-SP) São insindicáveis as políticas públicas no que se refere aos meios necessários para atingi-las, pois é nesse aspecto

que reside a discricionariedade do Governante.

Comentários:

Pode, sim, haver controle, pelo Judiciário, das políticas públicas. O

mínimo existencial deverá ser garantido pelo Poder Público, respeitada a reserva do possível. Questão incorreta.

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O art. 5º da Constituição

Iniciaremos o estudo do artigo da Constituição mais cobrado em provas

de concursos: o art. 5º. Vamos lá?

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,

nos termos seguintes: (...)

O dispositivo constitucional enumera cinco direitos fundamentais – os

direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Apesar de referir-se apenas a “brasileiros e estrangeiros residentes no país”, há

consenso na doutrina de que eles abrangem qualquer pessoa que se encontre em território nacional, mesmo que seja estrangeira residente no exterior.

Nesse sentido, entende o STF que o súdito estrangeiro, mesmo aquele

sem domicílio no Brasil, tem direito a todas as prerrogativas básicas que lhe assegurem a preservação do status libertatis e a observância, pelo Poder

Público, da cláusula constitucional do due process13.

No que se refere ao direito à vida, é importante estar atento(a) à

posição do STF de que é legítima e não ofende o direito a vida nem, tampouco, a dignidade da pessoa humana, a realização de pesquisas com

células-tronco embrionárias, obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização “in vitro” e não utilizados neste procedimento.

Uma vez decifrado o “caput” do artigo 5º da Carta Magna, passaremos a análise dos seus incisos:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações,

nos termos desta Constituição;

Esse inciso traduz o princípio da igualdade, que determina que se dê

tratamento igual aos que estão em condições equivalentes e desigual aos que estão em condições diversas, dentro de suas desigualdades. Obriga tanto o

legislador quanto o aplicador da lei.

O legislador fica, portanto, obrigado a obedecer à “igualdade na lei”, não podendo criar leis que discriminem pessoas que se encontram em situação

equivalente, exceto quando houver razoabilidade para tal. Exemplo: a lei, em regra, não pode criar discriminações nos concursos públicos. Entretanto, se

houver razoabilidade, em razão do cargo, tais discriminações tornam-se possíveis. Seria o caso de um concurso para agente penitenciário de prisão

feminina restrito a mulheres. Bastante razoável, não? O mesmo vale para

13

HC 94.016, Rel. Min. Celso de Mello, j. 16-9-2008, Segunda Turma, DJE de 27-2-2009.

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limites de idade em concursos públicos: o STF considera a previsão legítima quando justificada pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido

(súmula 683).

Nesse sentindo, entende o STF que não afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino

e masculino da Aeronáutica14. Trata-se de uma hipótese em que a distinção entre homens e mulheres visa a atingir a igualdade material, sendo, portanto,

razoável.

Também entende a Corte Suprema que o foro especial para a mulher nas

ações de separação judicial e de conversão da separação judicial em divórcio não ofende o princípio da isonomia entre homens e mulheres ou da igualdade

entre os cônjuges. Isso porque não se trata de um privilégio estabelecido em favor das mulheres, mas de uma norma que visa a dar um tratamento menos

gravoso à parte que, em regra, se encontrava e, ainda se encontra, em situação menos favorável econômica e financeiramente15.

Note, todavia, que só a lei ou a própria Constituição podem determinar discriminações entre as pessoas, nos casos acima. Os atos infralegais (como

edital de concurso, por exemplo) não podem determinar tais limitações sem que haja previsão legal.

Questão da FCC:

41. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Considere o relato a seguir:

O Congresso Nacional promulgou, em agosto de 2006, a Lei nº 11.340,

conhecida por "Lei Maria da Penha", a qual criou mecanismos para proteger a mulher que é vítima de violência doméstica e familiar. Em

fevereiro de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Ação Declaratória de Constitucionalidade no 19 (ADC-

19) para declarar a constitucionalidade de dispositivos da referida lei, o que trouxe ainda mais força para sua aplicação.

O princípio constitucional, relacionado aos direitos fundamentais, que

embasa a "Lei Maria da Penha", permitindo que a mulher receba um

tratamento jurídico preferencial em relação ao homem nas situações de violência doméstica e familiar, é o da:

a) função social da propriedade.

b) liberdade individual. c) igualdade material.

d) inviolabilidade domiciliar.

14

RE 498.900-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 23-10-2007, Primeira Turma, DJ de 7-12-2007.

15 RE 227.114/SP, DJE 12.02.2012, Segunda Turma.

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e) segurança jurídica.

Comentários:

A Lei Maria da Penha tem como fundamento a igualdade material, no sentido

em que visa a oferecer uma proteção especial as mulheres, que figuram histórica e culturalmente em posição de desvantagem em relação aos

homens. A letra C é o gabarito da questão.

Outra decorrência do princípio da igualdade é que os intérpretes e aplicadores da lei ficam limitados pela “igualdade perante a lei”, não podendo diferenciar, quando da aplicação do Direito, aqueles a quem a lei

concedeu tratamento igual. Isso visa a resguardar a própria igualdade na lei.

De nada adiantaria ao constituinte estabelecer um direito a todos e permitir que os juízes e demais autoridades tratassem as pessoas desigualmente,

reconhecendo aquele direito a alguns e negando-os a outros, não é mesmo? Veja o interessante julgado do STF16 a respeito do assunto:

O princípio da isonomia, que se reveste de auto-aplicabilidade, não

é – enquanto postulado fundamental de nossa ordem político-jurídica – suscetível de regulamentação ou de complementação

normativa. Esse princípio – cuja observância vincula, incondicionalmente, todas as manifestações do Poder Público –

deve ser considerado, em sua precípua função de obstar

discriminações e de extinguir privilégios (RDA 55/114), sob duplo aspecto: (a) o da igualdade na lei; e (b) o da igualdade perante a

lei. A igualdade na lei – que opera numa fase de generalidade puramente abstrata – constitui exigência destinada ao legislador

que, no processo de sua formação, nela não poderá incluir fatores de discriminação, responsáveis pela ruptura da ordem isonômica. A

igualdade perante a lei, contudo, pressupondo lei já elaborada, traduz imposição destinada aos demais poderes estatais, que, na

aplicação da norma legal, não poderão subordiná-la a critérios que ensejem tratamento seletivo ou discriminatório.

Do princípio da igualdade se originam vários outros princípios da

Constituição, como, por exemplo, a vedação ao racismo (art. 5º, XLII, CF), o

princípio da isonomia tributária (art. 150, II, CF), dentre outros.

Finalizando o estudo desse inciso, guarde jurisprudência cobrada em concursos. O STF entende que o princípio da isonomia não autoriza ao Poder

Judiciário estender a alguns grupos vantagens estabelecidas por lei a outros. Isso porque se assim fosse possível, o Judiciário estaria “legislando”, não é

mesmo? O STF considera que, em tal situação, haveria ofensa ao princípio da separação dos Poderes.

16 MI 58, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, j.14-12-1990, DJ de 19-4-1991.

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Revisemos o inciso II do art. 5º da Carta Magna:

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Trata-se do princípio da legalidade, que traz, para os particulares, a

garantia de que só podem ser obrigados a agirem ou a se omitirem por lei.

Tudo é permitido a eles, portanto, na falta de norma legal proibitiva.

Já para o Poder Público, o princípio da legalidade consagra a ideia de que este só pode fazer o que é permitido pela lei. Esse conceito será mais bem

explorado na aula referente à Administração Pública.

Completando o estudo do inciso, quero que você compreenda a diferença

entre legalidade e reserva legal.

Tem-se a legalidade quando a Carta Magna determina a submissão e o respeito à lei, ou a atuação dentro dos limites legais. Neste caso, a palavra lei

adquire sentido mais amplo que o apresentado na reserva legal, como se verá a seguir. Isso porque aqui consideram-se “lei” também os atos

infralegais, desde que expedidos nos limites da norma legal. Trata-se da lei em sentido material, ou seja, todo ato normativo do Estado que obedeça às

formalidades que lhe são próprias e contenha uma regra jurídica.

Já a reserva legal ocorre quando a Constituição exige expressamente

que determinada matéria seja regulada por lei formal ou atos com força de lei (como decretos autônomos, por exemplo). É o caso do art. 173, §1º,

CF/88, que determina que lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem

atividade econômica. Lei formal é aquela necessariamente emanada do Poder Legislativo, podendo conter ou não uma regra jurídica.

Revisemos os incisos III e IV do art. 5º da Constituição:

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

Esse inciso costuma ser cobrado em sua literalidade. Memorize-o!

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Trata-se da liberdade de expressão. Todos podem manifestar, oralmente

ou por escrito, o que pensam, desde que isso não seja feito anonimamente. A vedação ao anonimato visa a garantir a responsabilização de quem utilizar tal

liberdade para causar danos a terceiros.

Com base na vedação ao anonimato, o STF veda, em regra, o

acolhimento a denúncias anônimas. Essas poderão servir de base para gerar

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investigação pelo Poder Público, mas jamais poderão ser causa única de exercício de atividade punitiva pelo Estado.

Segundo a Corte, as autoridades públicas não podem iniciar qualquer

medida de persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se apenas em peças apócrifas ou em escritos anônimos. As peças apócrifas não podem ser

incorporadas, formalmente, ao processo, salvo quanto tais documentos forem produzidos pelo acusado, ou, ainda, quando constituírem, eles próprios, o

corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no delito de extorsão mediante sequestro, por exemplo). É por isso que o escrito anônimo não

autoriza, isoladamente considerado, a imediata instauração de "persecutio

criminis".

Entretanto, pode o Poder Público, provocado por delação anônima ("disque-denúncia", p. ex.), adotar medidas informais destinadas a apurar,

previamente, em averiguação sumária, a possível ocorrência de ilicitude, desde que o faça com o objetivo de conferir a verossimilhança dos fatos nela

denunciados. Em caso positivo, poderá, então, ser promovida a formal instauração da "persecutio criminis", mantendo-se completa desvinculação

desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas.

Por fim, concluindo a análise do inciso IV, é importante saber que, que

tendo como fundamento a liberdade de expressão, o STF considerou que a exigência de diploma de jornalismo e de registro profissional no Ministério do

Trabalho não são condição para o exercício da profissão de jornalista. Nas palavras de Gilmar Mendes, relator do processo, “o jornalismo e a liberdade de

expressão são atividades que estão imbricadas por sua própria natureza e não podem ser pensados e tratados de forma separada”.

Estudemos o próximo inciso do art. 5º da Carta Magna:

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à

imagem;

Essa norma traduz o direito de resposta à manifestação do pensamento

de outrem. Essa resposta deverá ser sempre proporcional, ou seja, veiculada no mesmo meio de comunicação utilizado pelo agravo, com mesmo

destaque, tamanho e duração. Salienta-se, ainda, que o direito de resposta se aplica tanto a pessoas físicas quanto a jurídicas ofendidas pela expressão

indevida de opiniões.

Outro aspecto importante a se considerar sobre o inciso acima é que as indenizações material, moral e à imagem são cumuláveis (podem ser

aplicadas conjuntamente), e, da mesma forma que o direito à resposta, aplicam-se tanto a pessoas físicas (indivíduos) quanto a jurídicas (“empresas”)

e são proporcionais (quanto maior o dano, maior a indenização). O direito á

indenização independe de o direito à resposta ter sido, ou não, exercido, bem como de a o dano caracterizar, ou não, infração penal.

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Relacionada a esse inciso, há jurisprudência que pode ser cobrada em seu concurso. O STF entende que o Tribunal de Contas da União (TCU)17 não

pode manter em sigilo a autoria de denúncia contra administrador público a ele

apresentada. Isso porque tal sigilo impediria que o denunciado se defendesse perante aquele Tribunal.

Também é importante ressaltar que, segundo a doutrina e a

jurisprudência, o direito à honra se estende às pessoas jurídicas, que podem,

inclusive, sofrer dano moral. É o que determina a Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça.

Por fim, no que diz respeito a servidor público objeto de à sua honra ou

imagem no exercício de suas funções, o STF entende que a indenização está sujeita a uma cláusula de modicidade. Isso porque todo agente público está

sob permanente vigília da cidadania. E quando o agente estatal não prima por todas as aparências de legalidade e legitimidade no seu atuar oficial, atrai

contra si mais fortes suspeitas de um comportamento antijurídico francamente sindicável pelos cidadãos18. Assim, no caso de eu, Auditora-Fiscal, sofrer um

dano à minha honra por uma reportagem na TV, a indenização a mim devida será menor do que aquela que seria paga a um cidadão comum.

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo

assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas

liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de

assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

Consagra-se, nesses incisos, a liberdade religiosa.

No que se refere ao inciso VII, observe que não é Poder Público o responsável pela prestação religiosa, pois o Brasil é um Estado laico, portanto

a administração pública está impedida de exercer tal função. Essa assistência tem caráter privado e incumbe aos representantes habilitados de cada religião.

17 O TCU é um órgão auxiliar do Poder Legislativo (do Congresso Nacional),

cujas principais funções são acompanhar a execução do orçamento (dos gastos

públicos) e julgar as contas dos responsáveis por dinheiro ou bens públicos.

Suas atribuições estão discriminadas no art. 71 da CF/88, que você pode ler, para sanar sua curiosidade. Entretanto, não se preocupe em aprendê-las

agora: teremos aula específica para isso.

18 ADPF 130, DJE de 6-11-2009.

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42. (FCC/2012/TCE-AP) As igrejas, para professarem seus cultos, dependem de autorização administrativa, a qual será negada a

instituições que utilizam práticas de curandeirismo.

Comentários:

É livre o exercício dos cultos religiosos, não podendo o Estado brasileiro

embaraçar-lhes o funcionamento (art. 5º, VI c/c art. 19, I, CF). Questão incorreta.

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as

invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e

recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Esse dispositivo consagra a denominada “escusa de consciência”. Isso significa que, em regra, ninguém será privado de direitos por não cumprir

obrigação legal imposta a todos devido a suas crenças religiosas ou convicções filosóficas ou políticas. Entretanto, caso isso aconteça, o Estado poderá impor,

à pessoa que recorrer a esse direito, prestação alternativa fixada em lei.

E o que acontecerá se essa pessoa recusar-se, também, a cumprir a

prestação alternativa? Nesse caso, poderá excepcionalmente sofrer restrição de direitos. Veja que para isso, são necessárias, cumulativamente, duas

condições: recusar-se a cumprir obrigação legal alegando escusa de consciência e, ainda, a cumprir a prestação alternativa fixada pela lei. Nesse

caso, poderá haver a perda de direitos políticos, na forma do art. 15, IV, da Constituição.

Questões de prova:

43. (FCC/2012/TCE-AP) Uma pessoa perderá direitos políticos caso

alegue motivo de crença religiosa para se livrar do cumprimento de obrigação a todos imposta e se oponha a cumprir prestação

alternativa.

Comentários:

Caso a pessoa alegue motivo de crença religiosa para se livrar do

cumprimento de obrigação a todos imposta e se oponha a cumprir prestação alternativa, poderá, sim, sofrer a perda dos direitos políticos. É o que

determina o art. 5º, VIII, c/c art. 15, IV, da Constituição. Questão correta.

44. (FCC/2012/TRF 2ª Região) Jean Luke, integrante de determinado grupo armado fardado de pessoas civis, que, sem

autorização governamental, por conta própria combate com violência as queimadas e o desmatamento na Amazônia, bem como protege os

índios, invocou convicção política para se eximir de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em

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lei. Conforme o disposto na Constituição Federal brasileira, Jean Luke poderá ser privado de direitos.

Comentários:

Jean Luke poderá, sim, ser privado de direitos, uma vez que, além de não cumprir obrigação legal a todos imposta, recusou-se, também, a cumprir

prestação alternativa fixada em lei. Questão correta.

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

O que você não pode esquecer sobre esse inciso? É vedada a censura. Entretanto, a liberdade de expressão, como qualquer direito fundamental, é

relativa. Isso porque é limitada por outros direitos protegidos pela Carta Magna, como a inviolabilidade da privacidade e da intimidade do indivíduo, por

exemplo. Veja como isso foi cobrado em prova recente da FCC:

45. (FCC/2012/TRE-CE) Roberto, artista plástico, retratou em

quadro a realidade de determinada comunidade carente do país. Segundo a Constituição Federal, Roberto poderá exibir sua obra de

arte:

a) mediante prévia autorização do Poder Judiciário de onde estiver

localizada a comunidade retratada. b) mediante prévio preenchimento de requerimento de inscrição e de

exibição no cadastro nacional de obras de arte. c) mediante prévia autorização do Poder Executivo de onde estiver

localizada a comunidade retratada. d) mediante prévia autorização do Poder Legislativo de onde estiver

localizada a comunidade retratada. e) independentemente de censura e de licença da autoridade pública.

Comentários:

A exibição da obra de arte de Roberto independe de censura ou licença, conforme dispõe o art. 5º, inciso IX, da Constituição Federal. A letra E é o

gabarito da questão.

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a

imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

“Dissecando-se” esse inciso, percebe-se que ele protege o direito:

À intimidade e à vida privada. Resguarda, portanto, a esfera mais secreta da vida de uma pessoa, tudo que diz respeito a seu modo de

pensar e de agir.

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À honra. Blinda, desse modo, o sentimento de dignidade e a reputação dos indivíduos, o “bom nome” que os diferencia na sociedade.

O direito à imagem. Defende a representação que as pessoas possuem perante si mesmas e os outros.

É importante que você saiba que o STF considera que para que haja

condenação por dano moral, não é necessário ofensa à reputação do indivíduo. Assim, a dor de se perder um membro da família, por exemplo, pode ensejar

indenização por danos morais.

Além disso, com base nesse inciso o STF entende que não se pode coagir

suposto pai a realizar exame de DNA. Essa medida feriria, também, outros direitos humanos, como, por exemplo, a dignidade da pessoa humana, a

intangibilidade do corpo humano. Nesse caso, a paternidade só poderá ser comprovada mediante outros elementos constantes do processo.

Sobre esse tema, é importante, ainda, destacar que o Supremo Tribunal

Federal (STF) entende que é válida decisão judicial proibindo a publicação de

fatos relativos a um indivíduo por empresa jornalística. O fundamento da decisão é a inviolabilidade constitucional dos direitos da personalidade,

notadamente o da privacidade.

Outra importante decisão do STF diz respeito à privacidade dos agentes políticos. Segundo a Corte, esta é relativa, uma vez que estes devem à

sociedade as contas da atuação desenvolvida19. Mas isso não significa que quem se dedica à vida pública não tem direito à privacidade. O direito se

mantém no que diz respeito a fatos íntimos e da vida familiar, embora nunca naquilo que se refira à sua atividade pública20.

Destaque-se também que, segundo Alexandre de Moraes, a inviolabilidade do sigilo de dados (art.5º, XII) complementa a previsão do

direito à intimidade e vida privada (art. 5º, X), sendo ambas as previsões uma defesa da privacidade e regidas pelo princípio da exclusividade. Esse princípio

pretende assegurar ao indivíduo, como ressalta Tercio Ferraz a "sua identidade diante dos riscos proporcionados pela niveladora pressão social e pela

incontrastável impositividade do poder político."

O STF considera que para que haja

condenação por dano moral, não é necessário ofensa à reputação do indivíduo.

Assim, a dor de se perder um membro da família, por exemplo, pode ensejar

indenização por danos morais.

19 Inq 2589 MS, Min. Marco Aurélio, j. 02.11.2009, p. 20.11.2009.

20 RE 577785 RJ, Min. Ricardo Lewandowski, j. 20.05.2008, p. 30.05.2008.

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XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em

caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Trata-se do princípio da inviolabilidade domiciliar. Esta alcança não só a

residência do indivíduo, mas também o local onde este exerce sua profissão.

A partir da leitura do artigo, em quais hipóteses se pode penetrar na

casa de um indivíduo?

Com seu consentimento; Sem seu consentimento, sob ordem judicial, apenas durante o dia;

A qualquer hora, sem consentimento do indivíduo, em caso de flagrante delito ou desastre, ou, ainda, para prestar socorro.

Para o STF, o conceito de “casa” revela-se abrangente, estendendo-se a qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce

profissão ou atividade (Código Penal, art. 150, § 4º, III). É o caso dos escritórios profissionais, por exemplo (HC 93.050, Rel. Min. Celso de Mello,

julgamento em 10-6-2008, Segunda Turma, DJE de 1º-8-2008).

Entretanto, embora o escritório esteja abrangido pelo conceito de “casa”, o STF entende que não se pode invocar a inviolabilidade de domicílio como

escudo para a prática de atos ilícitos em seu interior. Com base nisso, a Corte

autorizou a instalação de escuta em um escritório de advogados, por ordem judicial.

A Corte também considerou válida ordem judicial que autorizava o

ingresso de autoridade policial no estabelecimento profissional inclusive durante a noite para instalar equipamentos de captação de som (“escuta”).

Entendeu-se que tais medidas precisavam ser executadas sem o conhecimento do investigado, o que seria impossível durante o dia.

É importante destacar que a inviolabilidade domiciliar também se aplica ao fisco e à polícia judiciária. Segundo o STF, “nem a Polícia Judiciária e nem a

administração tributária podem, afrontando direitos assegurados pela Constituição da República, invadir domicílio alheio com o objetivo de

apreender, durante o período diurno, e sem ordem judicial, quaisquer objetos que possam interessar ao Poder Público” (AP 370-3/DF, RTJ, 162:249-250).

Questões de prova:

46. (FCC/2012/TCE-AP) Estabelece a Constituição Federal que a

casa é asilo inviolável do indivíduo e nela pode entrar, sem o consentimento do morador,

a) Qualquer pessoa em estado de miserabilidade.

b) Oficial de justiça, munido de autorização do juiz, a qualquer hora.

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c) Qualquer pessoa para prestar socorro. d) oficial de justiça, munido de autorização administrativa, apenas durante

o dia. e) Policial militar munido de ofício de delegado de polícia.

Comentários:

Determina o art. 5o, XI, da Constituição que a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,

salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. A letra C é o gabarito da questão.

47. (FCC/2012/DP-SP) Para efeitos do disposto no artigo 5o, XI, da Constituição Federal de 1988, o conceito normativo de “casa” deve ser

entendido de forma abrangente, de forma a alcançar qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce

profissão ou atividade, mas não deve ser estendido a “barracos” construídos irregularmente, por exemplo, em áreas públicas.

Comentários:

Os barracos são habitados e considerados o lar de várias pessoas, sendo, portanto, “casa” em sentido normativo. Se não fossem abrangidos pelo

conceito de casa, estaríamos expondo a parcela mais pobre da sociedade ao arbítrio estatal. Questão incorreta.

XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações

telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de

investigação criminal ou instrução processual penal;

O dispositivo constitucional trata da inviolabilidade das comunicações.

Assim como fez com a inviolabilidade domiciliar, a Carta Magna estabeleceu uma exceção a esse direito, ao possibilitar a quebra do sigilo das comunicações

telefônicas quando atendidos três requisitos: lei que preveja as hipóteses e na forma com que esta deva acontecer; existência de investigação criminal ou

instrução processual penal e, finalmente, ordem judicial.

Como não há direito absoluto, admite-se, mesmo sem previsão expressa

na Constituição, a interceptação das correspondências e das comunicações telegráficas e de dados, sempre que a norma constitucional esteja sendo usada

para acobertar a prática de ilícitos. Isso porque a Constituição não pode servir como manto protetor para a ilicitude.

Outra jurisprudência importante para suas provas de concurso é que o

STF entende que, uma vez obtidas provas mediante quebra do sigilo das comunicações telefônicas com base no dispositivo constitucional acima, estas

podem ser usadas, também, em processos de natureza administrativa. Trata-

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se da denominada “prova emprestada”. Assim, caso uma “escuta telefônica” resulte em prova de que um Auditor-Fiscal da Receita Federal esteja recebendo

dinheiro para despachar mercadoria, por exemplo, além de essa prova ser usada no processo penal do crime referente a essa prática, poderá ser usada

pela Corregedoria da Receita Federal quando do processo administrativo destinado a apurar o ilícito e determinar a correspondente penalidade

administrativa.

Outra importante orientação do STF é de que “é válida a prova de um crime descoberta acidentalmente durante a escuta telefônica autorizada

judicialmente para apuração de crime diverso” 21 . Assim, se o juiz havia

autorizado uma escuta telefônica para apurar um crime de homicídio e descobre-se que um dos interlocutores cometeu o crime de sequestro, a prova

será válida no processo referente a este crime (sequestro).

Destaca-se, ainda, que o STF entende que, havendo a necessidade de coleta de prova via escuta ambiental (sendo impossível a apuração do crime

por outros meios) e havendo ordem judicial nesse sentido, é lícita a interceptação telefônica. Para a Corte, também não opera a inviolabilidade do

escritório de advocacia, quando o próprio advogado seja suspeito da prática de crime, sobretudo concebido e consumado no âmbito desse local de trabalho,

sob pretexto de exercício da profissão.

Importa, também, saber, que é possível a gravação telefônica por um

dos interlocutores sem a autorização judicial, caso haja investida criminosa daquele que desconhece que a gravação está sendo feita. De acordo com o

STF, é “inconsistente e fere o senso comum falar-se em violação do direito à privacidade quando interlocutor grava diálogo com sequestradores, estelionatários ou qualquer tipo de chantagista”.22

No que se refere à gravação ambiental, ou seja, de conversa entre presentes, também entende a corte ser esta admissível quando autorizada por um dos interlocutores, no caso de legítima defesa de quem a produziu. 23

Outra exceção à regra do sigilo prevista pelo STF é a admissão da interceptação da comunicação telefônica entre o acusado em processo penal e

seu defensor. Isso porque, apesar de o advogado ter seu sigilo profissional resguardado para o exercício de suas funções, tal direito não pode servir como

escudo para a prática de atividades ilícitas, pois nenhum direito é absoluto. O

21 HC 78098/SC, Rel. Min. Moreira Alves, j. 01.12.98.

22 HC 75.338/RJ, Rel. Min. Nelson Jobim, j. 11.03.98, DJ de 25.09.98.

23 RE 212.081/RO, Min. Octavio Galloti; precedentes: HC 74.678, DJ de 15.08.97 e HC 75.261,

sessão de 24.06.97.

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simples fato de ser advogado não pode conferir, ao indivíduo, imunidade na prática de delitos no exercício de sua profissão24.

Admite-se, também, que o sigilo de correspondência sofra limitações, no caso de conflito com outros bens jurídicos. Nesse sentido, entende o STF que a

administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre

excepcionalmente, e desde que respeitada a norma inscrita no art. 41,

parágrafo único, da Lei 7.210/1984, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a cláusula tutelar da

inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas (HC 70.814. Primeira Turma, DJ de

24/06/1994).

Por fim, destaca-se que o STF entende que a apreensão do disco rígido do computador no qual estão armazenados os e-mails recebidos pelo

investigado não viola o sigilo das comunicações de dados. Isso porque, nesse caso, não há quebra do sigilo das comunicações de dados (interceptação das

comunicações), mas sim apreensão de base física na qual se encontram os

dados. Em outras palavras, a proteção constitucional é da comunicação 'de dados' e não dos 'dados', o que tornaria impossível qualquer investigação.25

Aspecto importante a ser discutido, quando da análise do art. 5º, XII, CF, é o direito ao sigilo bancário. Esse direito, como todos os demais direitos

fundamentais, não é absoluto. Nesse sentido, tem-se o entendimento do STJ

de que “havendo satisfatória fundamentação judicial a ensejar a quebra do sigilo, não há violação a nenhuma cláusula pétrea constitucional.” (STJ, DJ de

23.05.2005).

Segundo a jurisprudência, podem determinar a quebra do sigilo bancário os juízes e as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Entretanto, isso

se dará em situações excepcionais, sendo fundamental demonstrar a necessidade das informações solicitadas e cumprir as condições legais.

Nesse sentido, não pode o Banco Central (Bacen), por exemplo, violar esse sigilo, mesmo se o envio dos dados bancários se desse para o Ministério

Público da União. Segundo o Min. Marco Aurélio, se, de um lado, a notícia da prática de crime é dever de todo cidadão e, com base maior, de entidade como

o Bacen, de outro, o afastamento do sigilo de dados, consoante disposto no inciso XII do art. 5º da CF (“é inviolável o sigilo da correspondência e das

comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer

24 HC 96.909/MT, j.10.12.2009, p. 11.12.2009.

25 STF, RE 418416/SC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 10.05.2006, DJ em 19.12.2006.

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para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”), somente se faria possível mediante ato de órgão judicial26.

A LC no 105/01 também permite às autoridades fiscais a quebra do sigilo bancário. Apesar de essa prerrogativa ter sido considerada inconstitucional

pelo STF no RE 389.808/PR, em 2010, a decisão produziu efeitos apenas no caso concreto, portanto a lei continua válida. Esse entendimento é corroborado

pelo STJ, segundo o qual a quebra do sigilo bancário (REsp 121.642/DF,

22.09.1997) não pode se dar por meio de requisição fiscal.

Também entende o STF que os dados bancários somente podem ser usados para os fins da investigação que lhes deu origem, não sendo possível

seu uso quanto a terceiros estranhos à causa (STF, INq. 923/DF, 18.04.1996).

Além disso, para que a quebra do sigilo bancário ou do sigilo fiscal seja

admissível é necessário que haja individualização do investigado e do objeto da investigação. Não é possível, portanto, a determinação dessa medida para

apuração de fatos genéricos.

Por fim, destaca-se que, para o STF, não é necessária a oitiva do investigado para a determinação da quebra do sigilo bancário. Isso porque o

princípio do contraditório não prevalece na fase inquisitorial (STF, HC 55.447 e 69.372, RE 136.239, DJ de 24.03.1995).

Outro aspecto importante a ser estudado, quando da análise da inviolabilidade das comunicações telefônicas, diz respeito às hipóteses em que

é cabível interceptação telefônica. Esse termo se refere à captação de uma comunicação telefônica por terceiro, sem que haja conhecimento das pessoas

que dela participam. Esse conceito difere do de escuta telefônica, em que um dos participantes da conversa sabe de sua captação.

A interceptação telefônica só pode ser autorizada por decisão judicial (de

ofício ou a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público) e para

fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

De acordo com a Lei 9.296, as interceptações telefônicas só podem ocorrer desde que haja a observância conjunta de três requisitos:

Se existirem razoáveis indícios de autoria ou participação na infração

penal;

Se a prova não puder ser obtida por outros meios disponíveis; Se o fato investigado não constituir infração penal punida, no máximo,

com pena de detenção (só pode haver interceptação em crime punível com reclusão).

26

HC 99223/PR, rel. Min. Marco Aurélio, 6.11.2012. (HC-99223).

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A decisão judicial deverá ser fundamentada, devendo o magistrado indicar a forma de sua execução, que não poderá ter prazo maior que quinze

dias, renovável por igual período. O STF entende que pode haver renovações sucessivas desse prazo, e não apenas uma única renovação da medida, pois há

situações extremas que o exigem (STF, HC 106.129, DJE de 23.11.2010).

Mais um inciso do art. 5º a ser revisado. Vamos lá?

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou

profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Trata-se de norma constitucional de eficácia contida que trata da

liberdade de atividade profissional. Esta dispõe que, na inexistência de lei que exija qualificações para o exercício de determinada profissão, qualquer pessoa

poderá exercê-la. Entretanto, existente a lei, a profissão só poderá ser exercida por quem atender às qualificações legais.

Em outras palavras, temos o entendimento do STF de que nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições

legais para o seu exercício. A regra é a liberdade. Apenas quando houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em conselho de

fiscalização profissional. A atividade de músico, por exemplo, prescinde de controle. Constitui, ademais, manifestação artística protegida pela garantia da

liberdade de expressão27.

Importante jurisprudência é a de que não é dado à Fazenda Pública

obstaculizar a atividade empresarial com a imposição de penalidades no intuito de receber imposto atrasado (RE 413.782, 17.03.2005, Março Aurélio). Nesse

sentido, o STF editou a Súmula no 323, segundo a qual é inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.

Cabe destacar ainda que o STF considerou constitucional o exame da

Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Para a Corte, o exercício da advocacia traz um risco coletivo, cabendo ao Estado limitar o acesso à profissão e o

respectivo exercício. Nesse sentido, o exame de suficiência discutido seria

compatível com o juízo de proporcionalidade e não alcançaria o núcleo essencial da liberdade de ofício. No concernente à adequação do exame à

finalidade prevista na Constituição – assegurar que as atividades de risco sejam desempenhadas por pessoas com conhecimento técnico suficiente, de

modo a evitar danos à coletividade – aduziu-se que a aprovação do candidato seria elemento a qualificá-lo para o exercício profissional28.

27 RE 414.426, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 1º-8-2011, Plenário, DJE de 10-10-2011.

28 RE 603.583, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26-10-2011, Plenário, Informativo 646, com repercussão

geral.

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Dando sequência à nossa revisão, veja o que determina o inciso XIV do art. 5º da Carta Magna:

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e

resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Esse inciso tem dois desdobramentos: assegura o direito de acesso à informação (desde que esta não fira outros direitos fundamentais) e resguarda

os jornalistas, possibilitando que estes obtenham informações sem terem que revelar sua fonte. Não há conflito, todavia, com a vedação ao anonimato. Caso

alguém seja lesado pela informação, o jornalista responderá por isso.

Analisemos, agora, as disposições constitucionais referentes ao direito de reunião:

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de

autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas

exigido prévio aviso à autoridade competente;

Esse inciso é bastante cobrado em provas. Do que você precisará se lembrar? Inicialmente, das características do direito de reunião:

Esta deverá ter fins pacíficos, e apresentar ausência de armas; Deverá ser realizada em locais abertos ao público;

Não poderá haver frustração de outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local;

Desnecessidade de autorização; Necessidade de prévio aviso à autoridade competente.

É importante destacar, também, que o direito de reunião é protegido por mandado de segurança, não por habeas corpus. Cuidado com “peguinhas”

nesse sentido!

Questões de prova:

48. (FCC/2012/TRF 2ª Região) O sindicato dos aeroviários realizou

passeata pacífica e sem armas na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Cidade Rio de Janeiro. Essa reunião será considerada lícita desde que tenha

sido previamente autorizada pela autoridade competente e não seja vinculada a greve ilegal.

Comentários:

A Constituição determina que o direito de reunião independe de autorização, sendo apenas exigido o prévio aviso à autoridade competente (art. 5º, XVI,

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CF). Questão incorreta.

49. (FCC/2012/TRF 2ª Região) O sindicato dos aeroviários realizou

passeata pacífica e sem armas na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Cidade Rio de Janeiro. Essa reunião será considerada lícita desde que tenha

sido previamente autorizada pela autoridade competente, apenas.

Comentários:

Segundo a Carta Magna, o direito de reunião independe de autorização, sendo

apenas exigido o prévio aviso à autoridade competente (art. 5º, XVI, CF). Questão incorreta.

50. (FCC/2012/TRF 2ª Região) O sindicato dos aeroviários realizou

passeata pacífica e sem armas na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Cidade Rio de Janeiro. Essa reunião será considerada lícita desde que não

tenha frustrado outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

Comentários:

É o que versa o art. 5º, XVI, da Constituição. Questão correta.

Passemos à análise dos incisos XVII a XIX do art. 5º, dando continuidade a nossos estudos...

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,

vedada a de caráter paramilitar;

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a

interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente

dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em

julgado;

O que é associação? É uma sociedade (organização), uma união de pessoas com um fim determinado. Diferencia-se da reunião por ter caráter

permanente, enquanto a reunião tem caráter transitório.

E o que a Constituição determina nos incisos acima? As seguintes regras:

A liberdade de associação é ampla, independe de autorização dos

Poderes Públicos, que também não podem interferir em seu funcionamento. As associações só podem ser dissolvidas por decisão judicial transitada

em julgado. Além disso, suas atividades só podem ser suspensas por decisão

judicial (neste caso, não há necessidade de trânsito em julgado).

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A criação de cooperativas poderá depender de autorização, na forma da lei. A de associações, por sua vez, é livre.

Sobre esse assunto, é importante que destaquemos a vedação às

associações de caráter paramilitar. Para defini-las, usamos a definição de Alexandre de Moraes, segundo o qual, na análise do caráter paramilitar,

deverá ser observado se as associações, com ou sem armas, se destinam ao treinamento de seus membros a finalidades bélicas. Para o autor, a

nomenclatura de seus postos e a utilização ou não de uniformes, por si só, não afastam de forma absoluta o caráter paramilitar de uma associação, devendo-

se observar a existência de organização hierárquica e o princípio da

obediência.

Por fim, como nenhum direito fundamental é absoluto, nem mesmo a autonomia privada das fundações, entende o STF que29:

A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a qualquer

associação civil a possibilidade de agir à revelia dos princípios inscritos

nas leis e, em especial, dos postulados que têm por fundamento direto o próprio texto da Constituição da República, notadamente em tema de

proteção às liberdades e garantias fundamentais. O espaço de autonomia privada garantido pela Constituição às associações não está

imune à incidência dos princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos fundamentais de seus associados. A autonomia

privada, que encontra claras limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de

terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio

de sua incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja eficácia e

força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais.

Questões de prova:

51. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de

associação, determina a Constituição Federal que as associações podem ter natureza paramilitar, em casos excepcionais, para a

proteção da segurança pública.

Comentários:

A Constituição veda a criação de associações de caráter paramilitar (art. 5º,

XVII, CF). Questão incorreta.

52. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de

29

STF – RE 201819 / RJ – 2ª Turma – Relª. Minª. Ellen Gracie – DJ 27/10/2006.

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associação, determina a Constituição Federal que as associações dependem de autorização judicial para serem criadas, embora seja

vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

Comentários:

Segundo a Constituição (art. 5º, XVIII) a criação de associações e, na forma

da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. Questão incorreta.

53. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de associação, determina a Constituição Federal que as associações só

podem ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado.

Comentários:

É o que dispõe o art. 5º, XIX, da Carta Magna. Questão correta.

54. (FCC/2012/TRE-CE) Cassio é corredor de maratona e obteve informações de que a Diretoria da Associação dos Maratonistas

desviou verbas, desfalcando o caixa e prejudicando as atividades da Associação, que não teve recursos para honrar os compromissos junto

aos fornecedores e funcionários. Cassio denunciou tal ilícito a Mário, delegado de polícia, que, por sua vez, relatou os fatos a Plínio,

promotor de justiça, que concluiu que seria o caso de dissolver a Associação. Segundo a Constituição Federal, a dissolução compulsória

da Associação deve ser decidida por Plínio e executada por Cassio, independentemente de ordem judicial.

Comentários:

Segundo o art. 5º, XIX, da Constituição, as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão

judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado. Assim, a associação não poderá ser dissolvida por decisão do promotor de justiça,

sendo necessária decisão judicial transitada em julgado. Questão incorreta.

55. (FCC/2012/TRE-CE) Cassio é corredor de maratona e obteve

informações de que a Diretoria da Associação dos Maratonistas desviou verbas, desfalcando o caixa e prejudicando as atividades da

Associação, que não teve recursos para honrar os compromissos junto aos fornecedores e funcionários. Cassio denunciou tal ilícito a Mário,

delegado de polícia, que, por sua vez, relatou os fatos a Plínio, promotor de justiça, que concluiu que seria o caso de dissolver a

Associação. Segundo a Constituição Federal, a dissolução compulsória da Associação só poderá ocorrer por decisão judicial, exigindo-se o

trânsito em julgado.

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Comentários:

É o que determina o art. 5º, XIX, da Constituição Federal. Questão correta.

56. (FCC/2012/SPPrev) A liberdade de associação é plena e

ilimitada.

Comentários:

A liberdade de associação é plena apenas quando esta tem fins lícitos. Além

disso, há limites à liberdade de associação, sendo vedada a criação de associações de caráter paramilitar. Questão incorreta.

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

Não há muito a se falar sobre esse inciso: apenas que ninguém pode ser obrigado se associar (filiar-se a um partido político, por exemplo) ou

permanecer associado. Caso cobrado o inciso, isso acontecerá em sua literalidade.

Questões de prova:

Enunciado comum às quatro questões seguintes

Cinco amigos, moradores de uma favela, decidem criar uma

associação para lutar por melhorias nas condições de saneamento básico do local. Um político da região, sabendo da iniciativa, informa-

lhes que, para tanto, será necessário obter, junto à Prefeitura, uma autorização para sua criação e funcionamento. Nesta hipótese,

57. (FCC/2012/Técnico do Seguro Social) Os cinco amigos não

conseguirão criar a associação, pois a Constituição Federal exige um número mínimo de dez integrantes para essa iniciativa.

Comentários:

A Constituição Federal não exige um número mínimo de integrantes para a criação de uma associação. Questão incorreta.

58. (FCC/2012/Técnico do Seguro Social) A informação que receberam está errada, pois a Constituição Federal estabelece que a

criação de associações independe de autorização.

Comentários:

Segundo o art. 5o, XVIII, da Constituição, a criação de associações e, na

forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada

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a interferência estatal em seu funcionamento. Questão correta.

59. (FCC/2012/Técnico do Seguro Social) O estatuto da associação

poderá prever atividades paramilitares, caso essa medida seja necessária para a proteção de seus integrantes.

Comentários:

A Constituição veda que as associações tenham caráter paramilitar (art. 5o, XVII). Questão incorreta.

60. (FCC/2012/Técnico do Seguro Social) Para iniciar suas

atividades, a associação precisará, além da autorização da prefeitura, de um alvará judicial.

Comentários:

Segundo o art. 5o, XVIII, da Constituição, a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada

a interferência estatal em seu funcionamento. Questão incorreta.

XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Tem-se, aqui, o instituto da representação processual. Trata-se de instrumento pelo qual a associação, quando autorizada expressamente, pode

representar seus filiados, atuando em nome destes e na defesa dos direitos deles. O representante processual não age como parte do processo, apenas em

nome da parte, a pessoa representada.

Nesse sentido, a representação processual difere da substituição processual. Nesta, o substituto é parte do processo, agindo em nome próprio

na salvaguarda de direito alheio. O substituído, por sua vez, deixa de sê-lo:

sofre apenas os efeitos da sentença. Não está no processo. A sentença, todavia, faz coisa julgada tanto para o substituto quanto para o substituído.

Questão de prova:

61. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de associação, determina a Constituição Federal que as associações

podem representar seus filiados apenas extrajudicialmente, pois, mesmo que autorizadas, não têm legitimidade para representá-los

judicialmente.

Comentários:

Segundo a Carta Magna, as associações, quando expressamente autorizadas,

podem representar seus filiados tanto judicial quanto extrajudicialmente.

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Questão incorreta.

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,

mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

Estudaremos esses três incisos em conjunto. Eles tratam do direito de propriedade, norma constitucional de eficácia contida. Isso significa que ele

está à atuação restritiva, por parte do Poder Público. Como todos os direitos fundamentais, não é absoluto: é necessário que o proprietário dê à

propriedade sua função social.

Entretanto, mesmo sendo relativo, a Constituição não poderia deixar de estabelecer certas proteções a esse direito. Desse modo, no inciso XXIV do art.

5o da CF/88, garante-se que, se a propriedade estiver cumprindo a sua função

social, só poderá haver desapropriação com base na tutela do interesse público, em três hipóteses: necessidade pública, utilidade pública, ou

interesse social. A indenização, nesses casos, ressalvadas algumas exceções determinadas constitucionalmente, dar-se-á mediante prévia e justa

indenização em dinheiro.

Uma dessas exceções se dá no caso de descumprimento da função social da propriedade, em que a intervenção estatal representará uma sanção ao

proprietário. Nesse caso, a indenização dar-se-á por meio de títulos da dívida pública.

A desapropriação para fins de reforma agrária obedece ao disposto no art. 184 da Carta Magna. É de competência da União e tem por objeto o imóvel

rural que não esteja cumprindo sua função social. Dar-se-á mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação

do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. O § 1o do mesmo

artigo, entretanto, faz uma ressalva: a de que as benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.

No que se refere à desapropriação de imóvel urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, ou seja, que descumpriu sua função social,

determina a CF/88 (art. 182, § 4o), III, que esta se dará mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com

prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Existe, ainda, a possibilidade de que haja desapropriação sem

indenização. É o que ocorre na expropriação de terras usadas para cultivo de

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plantas psicotrópicas. Tem-se, então, a chamada “desapropriação confiscatória”, prevista no art. 243 da Constituição.

Recordemos o inciso XXV do art. 5º da Carta Magna, um dos mais

cobrados em concurso:

XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade

competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;

Esse inciso trata da requisição administrativa, que ocorre quando o Poder

Público, diante de perigo público iminente, utiliza seu poder de império (de coação) para usar bens ou serviços de particulares... Fatiando-se o artigo, para

melhor compreensão, temos que:

Em caso de iminente perigo público, o Estado pode requisitar a

propriedade particular. Exemplo: no caso de uma enchente que destrua várias casas de uma cidade, a Prefeitura pode requisitar o uso de uma casa que

tenha permanecido intacta, para abrigar aqueles que não têm onde ficar. Qual o perigo público iminente que justifica tal ato estatal? No exemplo dado, a

possibilidade de a população atingida adoecer ou morrer por falta de abrigo. A requisição é compulsória para o particular, devido ao poder de

império do Estado. Veja que o interesse público (socorro às pessoas desabrigadas) é maior que o particular (inconveniente de ter a casa cedida ao

Poder Público gratuitamente). Por isso, o último cede lugar ao primeiro. A propriedade continua sendo do particular: é apenas cedida

gratuitamente ao Poder Público. O titular do bem só é indenizado em caso de dano. No exemplo acima, o Estado não teria que pagar aluguel ao

proprietário pelo uso do imóvel.

O perigo público deve ser iminente, ou seja, deve ser algo que acontecerá em breve. No exemplo dado, o Estado não poderia requisitar a casa

já na estação da seca baseado na possibilidade de uma enchente ocorrer vários meses depois.

Concluindo-se a análise desse inciso, destaca-se que segundo o STF, não

é possível, devido ao modelo federativo adotado pelo Brasil, que um ente político requisite administrativamente bens, serviços e pessoal de outro. Tal

prática ofenderia o pacto federativo, e, além disso, o art, 5o, XXV da Constituição limita o alcance da requisição administrativa à propriedade

privada, não cabendo extrapolação para bens e serviços públicos.

XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei,

desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua

atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

Por meio desse inciso, o legislador constituinte deu, à pequena propriedade rural trabalhada pela família, a garantia de impenhorabilidade.

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Com isso, visou à proteção dos pequenos trabalhadores rurais, que, desprovidos de seus meios de produção, não teriam condições de subsistência.

Entretanto, a impenhorabilidade depende da cumulação de dois requisitos: a) exploração econômica do bem pela família; b) origem na atividade produtiva

do débito que causou a penhora.

Note, também, a exigência, pela Carta Magna, de lei que defina quais propriedades rurais poderão ser consideradas pequenas e como será financiado

o desenvolvimento das mesmas. Tem-se, aqui, reserva legal.

Questão de prova:

62. (FCC/2012/SPPrev) Toda e qualquer propriedade rural não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua

atividade produtiva.

Comentários:

A Constituição Federal faz essa previsão apenas para a pequena propriedade

rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família (art. 5º, XXVI, CF). Questão incorreta.

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos

herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e

à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das

obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos

intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

Protege-se, por meio desses incisos, o direito do autor. Perceba que,

enquanto viver, este terá total controle sobre a utilização, publicação ou reprodução de suas obras. Só após sua morte é que haverá limitação temporal

do direito. Isso porque o inciso XXVII do at. 5o da CF reza que a lei fixará o tempo durante o qual esse direito será transmissível aos herdeiros. Nesse

sentido, como se verá adiante, o direito ao autor diferencia-se do direito à propriedade industrial, presente no inciso XXIX do mesmo artigo.

Vejamos o que dispõe o inciso XXXIX do art. 5º, da CF/88:

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção

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às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o

interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

Nesse inciso, a Constituição enumera expressamente a propriedade

industrial como direito fundamental. Chamo sua atenção para o fato de que, diferentemente dos direitos autorais, que pertencem ao autor até sua morte, o

criador de inventos industriais têm, sobre estes, privilégio apenas temporário sobre sua utilização.

XXX - é garantido o direito de herança;

XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou

dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

Revisaremos os incisos XXX e XXXI do art. 5o da Constituição em conjunto. O direito de herança foi elevado à condição de norma

constitucional pela primeira vez na CF/88.

Como se depreende do inciso XXXI, a fim de resguardar mais ainda esse direito, a Carta Magna garantiu que, no caso de bens de estrangeiros

localizados no País, seria aplicada a norma sucessória que mais beneficiasse os

brasileiros sucessores. Portanto, havendo conflito entre norma que beneficie sucessores estrangeiros em detrimento dos brasileiros e outra que beneficie os

brasileiros, prevalecerá a última.

Só para facilitar a leitura do inciso em análise, explico que “de cujus” é a pessoa que morreu, o defunto! Eu sei, também acho a expressão bastante

engraçada...

Que tal resolvermos questões, para fixarmos o conteúdo da aula de

hoje?

63. (FCC/2010/TRF 4ª Região/Analista Judiciário) A inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade

são garantias previstas na Constituição Federal:

a) aos brasileiros, não estendidas às pessoas jurídicas. b) aos brasileiros natos, apenas.

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c) aos brasileiros natos e aos estrangeiros com residência fixa no País.

d) aos brasileiros, natos ou naturalizados.

e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.

Comentários:

A questão cobra a literalidade do “caput” do art. 1º da CF/88. Logo, a

resposta é a letra E.

64. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A lei deve tratar todos os brasileiros e estrangeiros residentes no País, sem distinção de qualquer natureza.

Comentários:

É isso mesmo! Determina a Constituição que todos são iguais perante a lei, sem distinções de qualquer natureza. Apesar de o “caput” do art. 5º da

CF/88 fazer referência expressa somente aos estrangeiros residentes no país, a doutrina entende que os direitos fundamentais são assegurados a qualquer

pessoa que se encontre em território nacional, inclusive a estrangeiros residentes no exterior. Questão correta.

65. (TRT 8ª Região/Juiz Federal) O princípio de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, é a norma de

garantia prevista no caput do artigo 5° da CF. Seu conteúdo material admite a diferenciação entre os desiguais para aplicação da norma

jurídica, pois é na busca da isonomia que se faz necessário tratamento diferenciado, em decorrência de situações que exigem tratamento

distinto, como forma de realização da igualdade. Assim, é constitucionalmente possível o estabelecimento pontual de critério de

promoção diferenciada para homens e mulheres.

Comentários:

De acordo com o inciso II, do art. 5º da CF/88, homens e mulheres são

iguais em direitos e obrigações, nos termos da Constituição. A lei não pode criar discriminação entre pessoas que estão em posição equivalente, exceto

quando há razoabilidade para tal. Há, portanto, exceções, casos em que a lei pode criar distinções. É o caso, por exemplo, do estabelecimento pontual de

critério de promoção diferenciada para homens e mulheres. Questão correta.

66. (TRT 8ª Região/Juiz Federal) A correta interpretação do

princípio da igualdade torna inaceitável discriminar uma pessoa em função do sexo, sempre que o mesmo seja eleito com o propósito de

desnivelar materialmente o homem da mulher; aceitando-o, porém, quando a finalidade pretendida for atenuar os desníveis de tratamento,

não permitindo, porém, que normas infraconstitucionais tenham essa finalidade, ainda que em benefício da parte discriminada.

Comentários:

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A questão começa correta e termina errada... De fato, a correta interpretação do princípio da igualdade torna inaceitável discriminar uma

pessoa em função do sexo, sempre que o mesmo seja eleito com o propósito de desnivelar materialmente o homem da mulher; aceitando-o, porém, quando

a finalidade pretendida for atenuar os desníveis de tratamento. Por isso mesmo, pode a lei infraconstitucional ter a finalidade de atuar em prol de

suavizar os desníveis de tratamento entre homens e mulheres, em benefício da parte discriminada. Questão incorreta.

67. (TRT 8ª Região/Juiz Substituto) Ninguém será obrigado a fazer

ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, exceto se a

exigência, ainda que contrária à lei, decorra de previsão constante de contrato privado.

Comentários:

Qualquer exigência só é possível se condizente com a lei. Contrato

privado contrário a lei é inválido, não podendo, portanto, gerar a obrigação de

fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Questão incorreta.

68. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) O anonimato é garantido de forma ampla com o fim de assegurar a livre manifestação do

pensamento.

Comentários:

O anonimato é vedado. Questão incorreta.

69. (FCC/2009/TRE-PI) É livre a manifestação do pensamento,

sendo vedado o anonimato.

Comentários:

Cobrou-se, na questão, a literalidade da norma. Questão correta.

70. (FCC/2009/TJ-PA) É livre a manifestação do pensamento, permitido o anonimato.

Comentários:

O anonimato é vedado pela CF/88. Questão incorreta.

71. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A manifestação do pensamento é livre, garantido em qualquer hipótese o anonimato.

Comentários:

Nada disso! O anonimato é vedado. Questão incorreta.

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72. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) Há o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral

ou à imagem, fato que deverá ser sopesado pelo juiz na análise do caso concreto.

Comentários:

A questão pediu o conhecimento da literalidade do dispositivo constitucional. Destaca-se que, de fato, caberá ao juiz determinar a extensão

da indenização, no caso concreto. Questão correta.

73. (FCC/2010/MPE-RS) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis, vedada nas militares, de

internação coletiva.

Comentários:

É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa

tanto nas entidades civis quanto nas militares de internação coletiva. Questão incorreta.

74. (FCC/2007/TRE-PB) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis, vedada nas

militares de internação individual ou coletiva.

Comentários:

A prestação de assistência religiosa é assegurada tanto nas entidades

civis quanto nas militares de internação coletiva. O texto constitucional nada fala sobre internação individual. Questão incorreta.

75. (FCC/2006/TRF 1ª Região) É assegurada, nos termos da lei, a

prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação coletiva, salvo nas militares e federais sob regime disciplinar

diferenciado.

Comentários:

O examinador fez a maior bagunça! É assegurada, nos termos da lei, a

prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. Isso inclui pessoas jurídicas de todos os entes da

Federação. Questão incorreta.

76. (FCC/2007/TRF 2ª Região) É assegurada, nos termos da lei, a

prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.

Comentários:

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Trata-se da literalidade do art. 5o, VII, da Constituição. Questão correta.

77. (FCC/2011/PGE-MT/Procurador) Por força de previsão expressa na Lei Federal no 8.239, de 1991, será atribuído serviço alternativo ao

serviço militar obrigatório aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência decorrente de crença religiosa ou

de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. O mesmo diploma legal define,

ademais, o que se entende por serviço alternativo, a ser prestado em substituição às atividades de caráter essencialmente militar.

As previsões legais em questão são:

a) Compatíveis com a Constituição da República, que admite, nessas condições, a possibilidade de exercício de objeção de consciência em relação a

atividades de caráter essencialmente militar.

b) Compatíveis com a Constituição da República apenas no que se refere à

possibilidade de exercício de objeção de consciência por motivo de convicção filosófica ou política.

c) Incompatíveis com a Constituição da República, que não prevê a

possibilidade de atribuição de serviço alternativo na hipótese em tela, estabelecendo a suspensão de direitos políticos como consequência à recusa ao

cumprimento de serviço militar.

d) Incompatíveis com a Constituição da República, que admite o exercício de

objeção de consciência para recusa a obrigação imposta por lei a todos, mas não a admite em relação ao serviço militar obrigatório, por ser este previsto

em sede constitucional.

e) Incompatíveis com a Constituição da República, que não admite a

possibilidade de recusa ao cumprimento de obrigação legal a todos imposta.

Comentários:

As previsões legais são compatíveis com o inciso VIII do art. 5O da CF/88, que prevê a possibilidade de alegação de imperativo de consciência

para se eximir de obrigação legal a todos imposta (no caso, o serviço militar),

sem que, por isso, haja provação de qualquer direito. A condição para o exercício da “escusa de consciência”, entretanto, é que haja o cumprimento de

prestação alternativa, fixada em lei, que, no caso em questão, é definido pela Lei 8.239/91. Logo, a letra correta é a A.

78. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) A liberdade de informação

jornalística deve ser ampla e irrestrita e prevalece sobre a proteção da intimidade e da honra, que se torna um verdadeiro limite ao acesso à

informação.

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Comentários:

O enunciado é absurdo. A liberdade de informação jornalística encontra limites na proteção da intimidade e da honra. Questão incorreta.

79. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) É vedada toda e qualquer

censura de natureza política, ideológica e artística, sendo livre a

informação, que não poderá sofrer restrições de qualquer natureza.

Comentários:

De fato, é vedada a censura. Entretanto, a informação poderá, sim, como vimos, sofrer restrições. Questão incorreta.

80. (FCC/2010/TRT 8ª Região) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo

se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

Comentários:

Literalidade do inciso VIII do art. 5º da Constituição. Questão correta.

81. (FCC/2011/TCE-SP) Por força de previsão expressa no Código de Processo Penal (CPP), o serviço do júri é obrigatório, sujeitando-se ao

alistamento os cidadãos maiores de 18 anos de notória idoneidade. O artigo 438 do mesmo diploma legal, a seu turno, estabelece que “a

recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou

política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço

imposto”. A previsão contida no artigo 438 do CPP é:

a) Compatível com a Constituição da República. b) Parcialmente compatível com a Constituição da República, no que se

refere à possibilidade de exercício de objeção de consciência, que somente se admite por motivo de convicção filosófica ou política.

c) Incompatível com a Constituição da República, que considera o júri um órgão que emite decisões soberanas, sendo por essa razão vedada a recusa ao

serviço.

d) Incompatível com a Constituição da República, que não admite a suspensão de direitos políticos nessa hipótese.

e) Incompatível com a Constituição da República, que não admite a possibilidade de recusa ao cumprimento de obrigação legal a todos imposta.

Comentários:

Segundo o art. 5º, VIII, da Constituição Federal, ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,

salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e

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recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. Desse modo, o art. 438 do CPP e a CF/88 não são incompatíveis. A letra A é o gabarito da

questão.

82. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A expressão da atividade científica e de comunicação depende de censura ou licença para o seu exercício.

Comentários:

É o oposto disso! A expressão da atividade científica e de comunicação independe de censura ou licença para o seu exercício. Questão incorreta.

83. (FCC/2006/TRE-SP) É livre a expressão da atividade intelectual,

artística, científica e de comunicação, independentemente de censura

ou licença.

Comentários:

O examinador “copiou e colou” o texto constitucional. Questão correta.

84. (FCC/2010/SEFAZ SP - adaptada) A dor sofrida com a perda de

ente familiar não é indenizável por danos morais, porque esta se restringe aos casos de violação à honra e à imagem.

Comentários:

A dor sofrida com a perda de ente familiar é, sim, indenizável por danos morais. Questão incorreta.

85. (FCC/2011/TRT 1ª Região) A inviolabilidade do sigilo de dados

complementa a previsão ao direito à intimidade e à vida privada, sendo ambas as previsões regidas pelo princípio da:

a) Igualdade. b) Eficiência.

c) Impessoalidade. d) Exclusividade.

e) Reserva legal.

Comentários:

Como vimos, o sigilo de dados e o direito à intimidade e à vida privada

são previsões regidas pelo princípio da exclusividade. Portanto, o gabarito é a letra D.

86. (FCC/2008/TRF 5ª Região) É garantido o direito à indenização

pelo dano moral decorrente da violação da intimidade e da vida privada das pessoas.

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Comentários:

É isso mesmo que determina a Constituição! O mesmo se aplica aos casos de violação da honra ou da imagem das pessoas. Questão correta.

87. (FCC/2009/TCE GO) Nos termos da Constituição, admite-se

excepcionalmente a entrada na casa de um indivíduo sem

consentimento do morador:

a) Por determinação judicial, a qualquer hora. b) Em caso de desastre, somente no período diurno.

c) Para prestar socorro, desde que a vítima seja criança ou adolescente. d) Em caso de flagrante delito, sem restrição de horário.

e) Por determinação da autoridade policial, inclusive no período noturno.

Comentários:

A letra “a” está errada. Na hipótese de entrada na casa de alguém por

determinação judicial, sem consentimento do morador, esta só poderá ocorrer durante o dia.

O erro da letra “b”, por sua vez, é dizer que se isso acontecer em caso de desastre só poderá ser no período diurno. Não há, nessa hipótese, restrição

quanto ao horário. A lógica é que desastre pode acontecer a qualquer hora! Seria absurdo os bombeiros não poderem entrar numa residência para salvar

vítima de incêndio sozinha e inconsciente se o desastre se desse à meia-noite, por exemplo!

A letra “c” restringe, incorretamente, a prestação de socorro às crianças

e adolescentes. Coitadas das velhinhas, não? É cada uma que o examinador apronta!...Não há qualquer restrição desse tipo no texto constitucional.

Alternativa incorreta, claro.

A alternativa “d” é correta. Gabarito da questão.

A letra “e” apresenta dois erros. Quem pode determinar que se entre na

casa de alguém é a autoridade judicial, fora os casos de prestação de socorro, flagrante delito ou desastre, obviamente. Além disso, no caso de ordem

judicial, a entrada só pode ser durante o dia. A letra D é o gabarito.

88. (TRT 23a Região/Juiz) A casa é asilo inviolável do indivíduo,

ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo, durante o dia, em caso de flagrante delito, ou desastre, ou para

prestar socorro, ou, em qualquer caso, por determinação judicial.

Comentários:

A casa é asilo inviolável do indivíduo e, em regra, ninguém nela pode

penetrar sem consentimento do morador. Entretanto, em caso de flagrante

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delito, desastre ou para prestar socorro, é permitida a penetração em qualquer horário, independentemente de consentimento. Já no caso de determinação

judicial, a entrada na casa sem consentimento do morador só poderá ocorrer durante o dia. Questão incorreta.

89. (FCC/2006/TRF 1ª Região) A casa é asilo inviolável do indivíduo,

ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,

durante o dia, por determinação judicial.

Comentários:

O examinador apenas copiou o texto da Constituição. Questão correta.

90. (FCC/2003/TRE-AC) Edilson é responsável exclusivo por um banco de dados, contendo relevantes informações confidenciais.

Ocorre que está sendo feita uma investigação criminal contra Edilson tendo por objeto as referidas informações. Nesse caso,

a) É possível a quebra do sigilo do registro de dados por ordem judicial,

desde que sejam respeitados certos parâmetros e as liberdades públicas estejam sendo utilizadas como instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.

b) Não será possível violar o sigilo de dados visto que essa liberdade individual, sendo absoluta, está sob o crivo do Judiciário ou da Comissão

Parlamentar de Inquérito.

c) Os dados contemplados pela Constituição Federal se referem tão somente ao sigilo bancário e fiscal, motivo pelo qual não está protegida pelo

sigilo qualquer outra espécie de dados. d) O Ministério Público é o órgão competente para quebrar o sigilo de

dados, uma vez que, estando no comando da investigação criminal, decidirá a respeito da denúncia ou do arquivamento do processo.

e) O Delegado de Polícia que presidir o inquérito policial estará legitimado a quebrar o sigilo de dados, porém deverá comunicá-la dentro de 24 horas ao

Juiz e ao Secretário de Segurança Pública.

Comentários:

O sigilo de dados é possível, sim, por ordem judicial. O STF entende que

a garantia de inviolabilidade do sigilo de dados não pode ser usada como instrumento de salvaguarda para a prática de atividades ilícitas. Portanto, a

letra A é o gabarito.

91. (FCC/2003/TRE-AC) É possível a quebra do sigilo do registro de

dados por ordem judicial, desde que sejam respeitados certos parâmetros e as liberdades públicas estejam sendo utilizadas como

instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.

Comentários:

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O enunciado está perfeito. Questão correta.

92. (FCC/2003/TRE-AC) Não será possível violar o sigilo de dados visto que essa liberdade individual, sendo absoluta, está sob o crivo do

Judiciário ou da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Comentários:

De fato, a competência para determinar a quebra do sigilo bancário é do

Judiciário e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Contudo, esse direito, diferentemente do que diz o enunciado, não é absoluto. Todos os direitos

fundamentais, aliás, são relativos. Questão incorreta.

93. (FCC/2004/TRT 22ª Região) Perseu, analista judiciário do

Tribunal Regional do Trabalho, vinha cometendo sucessivas faltas disciplinares no exercício de seu cargo. Entretanto, a Comissão Interna

Processante não conseguia obter prova concreta de sua responsabilidade administrativa. Diante disso, Orfeu, como Presidente

do respectivo Tribunal Regional do Trabalho, determinou a violação do sigilo das comunicações telefônicas de Perseu. Nesse caso, essa

interceptação telefônica:

a) é ilegal, porque a determinação judicial foi dada por autoridade incompetente para o processo administrativo.

b) é regular, porque determinada pela autoridade máxima do Tribunal

Regional do Trabalho. c) viola os princípios constitucionais, e a prova daí resultante estará

contaminada pela ilicitude. d) apresenta-se como irregular, por ser ordem de natureza judicial, não

contaminando a prova decorrente. e) é sempre cabível, visto que prevalece o interesse público e da

Administração sobre a conduta do servidor.

Comentários:

O fato investigado, no caso em análise, não configurava crimepunível

com a pena de reclusão. Por isso, a medida viola as normas constitucionais, sendo a prova dela resultante, ilícita. A letra C é o gabarito.

94. (FCC/2008/TRT 18ª Região) É inviolável o sigilo da

correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial,

nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

Comentários:

Cobra-se a literalidade da CF/88. Questão correta.

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95. (FCC/2010/TRE-AC) É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão, independentemente das qualificações legais.

Comentários:

O exercício de qualquer trabalho ou profissão, de fato, é livre. Porém, é

necessário atender as qualificações que a lei estabelecer. Questão incorreta.

96. (FCC/2007/TRE-PB) É livre o exercício de qualquer trabalho,

ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Comentários:

O examinador apenas copiou o texto constitucional. Fácil, fácil! Questão correta.

97. (FCC/2010/MPE-RS) É assegurado a todos e de forma plena o

acesso à informação, vedado, porém o sigilo da fonte, ainda quando necessário ao exercício profissional.

Comentários:

O sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional, é resguardado pela Constituição. Questão incorreta.

98. (FCC/2008/TRF 5ª Região) É assegurado a todos o acesso à informação, vedado em qualquer caso o sigilo da fonte.

Comentários:

Pelo contrário: assegura-se o sigilo da fonte! Questão incorreta.

99. (FCC/2006/TRF 1ª Região) É assegurado a todos o acesso à informação, vedado o sigilo da fonte quando para o exercício da

atividade profissional.

Comentários:

A FCC repetiu o “peguinha”: o sigilo da fonte, ao contrário do que diz a

questão, é assegurado, quando necessário ao exercício profissional. Questão incorreta.

100. (FCC/2010/TRT 8ª região) Todos podem reunir-se pacificamente,

sem armas, em locais abertos ao público, dependentemente de

autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à

autoridade competente.

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Comentários:

Questão incorreta. O exercício do direito de reunião independe de autorização.

101. (FCC/2010/TRE-AC) As reuniões pacíficas, sem armas, em locais

abertos ao público sempre dependem de autorização do órgão

competente.

Comentários:

Essas reuniões, ao contrário do que diz o enunciado, independem de autorização do órgão competente. Questão incorreta.

102. (FCC/2008/TRT 18ª região) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,

independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas

exigido prévio aviso à autoridade competente.

Comentários:

Cobrança da literalidade do texto constitucional. Questão correta.

103. (FCC/2007/TRF 2ª Região) Todos podem reunir-se

pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização ou de aviso prévio à autoridade

competente.

Comentários:

De acordo com o art. 5o, XVI, da Constituição Federal, todos podem

reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião

anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio

aviso à autoridade competente. Questão incorreta.

104. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação

aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas

atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

Comentários:

Cobra-se a literalidade do art. 5º, XIX, da Constituição. Questão correta.

105. (FCC/2011/TRT 23ª Região) As associações:

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a) Poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa de autoridade competente, desde que tenha sido exercido o direito de defesa.

b) Não poderão ser compulsoriamente dissolvidas em nenhuma hipótese tratando-se de garantia constitucional indisponível.

c) Só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial que haja transitado em julgado.

d) Só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial não sendo o trânsito em julgado requisito indispensável para a sua dissolução.

e) Poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa desde que proferida em segunda instância por órgão colegiado.

Comentários:

Como vimos, as associações apenas poderão ser dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado. Logo, a letra C é o gabarito.

106. (FCC/2007/TRF 2ª Região) A dissolução compulsória de

associações depende de decisão judicial transitada em julgado.

Comentários:

Segundo o art. 5o, XIX, da Constituição, as associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado. Questão

correta.

107. (FCC/2011/TJ-AP) É plena a liberdade de associação para fins

lícitos, vedada a de caráter paramilitar.

Comentários:

Literalidade do dispositivo constitucional. Questão correta.

108. (FCC/2011/TJ-AP) As associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se para tanto o trânsito em julgado desta.

Comentários:

O trânsito em julgado da decisão judicial é exigido somente no caso de dissolução de associação. Questão incorreta.

109. (FCC/2011/TRE-RN) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo lícita a

interferência estatal em seu funcionamento.

De fato, a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas, independem de autorização. Todavia, ao contrário do que diz o enunciado, é

vedada a interferência estatal em seu funcionamento. Questão incorreta.

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110. (FCC/2011/TRE-RN) As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa, desde que

devidamente fundamentada.

Comentários:

As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão

judicial transitada em julgado. Questão incorreta.

111. (FCC/2011/TRT 1a Região) João, Carlos, Tício, Libero e Tibério se uniram e fundaram uma associação de vigilantes de bairro, todos

armados e uniformizados, sob a alegação que não treinavam com finalidade bélica. Porém, para se afastar de forma absoluta o caráter

paramilitar dessa associação não poderão estar presentes os seguintes requisitos:

a) Tempo e princípio da impessoalidade. b) Tempo e lugar.

c) Pluralidade de participantes e lugar.

d) Lugar e princípio da eficiência.

e) Organização hierárquica e princípio da obediência.

Comentários:

A banca cobra o conhecimento das características de uma organização

paramilitar, segundo Alexandre de Moraes. Como vimos, essas características são a existência de organização hierárquica e o princípio da obediência. O

gabarito é a letra E.

112. (FCC/2010/MPE-RS) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização, não sendo vedada a

interferência estatal em seu funcionamento.

Comentários:

Questão com erro duplo. Tanto a criação de associações quanto a de

cooperativas independem de autorização. Além disso, é vedada a interferência estatal em seu funcionamento. Questão incorreta.

113. (FCC/2010/TRT 8ª Região) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização, sendo permitida a

interferência estatal em seu funcionamento.

Comentários:

Novamente, questão com erro duplo. Tanto a criação de associações

quanto a de cooperativas independem de autorização e, além disso, é vedada a interferência estatal em seu funcionamento. Questão incorreta.

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114. (FCC/2007/TRF 2ª Região) A criação de cooperativas, na forma da lei, depende de autorização do Poder Público, que poderá fiscalizar

o seu funcionamento.

Comentários:

Reza a Carta da República (art. 5o, XVIII) que a criação de associações

e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. Questão incorreta.

115. (FCC/2008/TRT 18ª Região) As associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

Comentários:

Tem-se, aqui, um “CTRL+C, CTRL+V” do texto da Constituição. Questão correta.

116. (FCC/2006/TRE-SP) É plena a liberdade de associação para fins

lícitos, inclusive a de caráter paramilitar.

Comentários:

A associação de caráter paramilitar é vedada pela Constituição. Questão

incorreta.

117. (FCC/2006/TRT 24ª Região) A criação de associações e, na

forma da lei, a de cooperativas, depende de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

Comentários:

A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas, INDEPENDE de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu

funcionamento. Questão incorreta.

118. (FCC/2011/TJ-AP) Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado, salvo disposição prévia em contrário do

estatuto social.

Comentários:

Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.

Nem mesmo o estatuto social poderá fazê-lo, sob pena de invalidade. Questão incorreta.

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119. (TRT 23a Região/Juiz) As entidades associativas têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou

extrajudicialmente, independentemente de expressa autorização.

Comentários:

Para que as entidades associativas tenham legitimidade para representar

seus filiados, judicial ou extrajudicialmente, é necessário expressa autorização. Fique atento a esse detalhe! Questão incorreta.

120. (FCC/2010/TRT 8ª Região) As entidades associativas,

independentemente de expressa autorização, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

Comentários:

Para representarem seus filiados, é necessário que as entidades associativas tenham sua expressa autorização. Questão incorreta.

121. (FCC/2006/TRF 1ª Região) As entidades sindicais e associativas,

mesmo que não expressamente autorizadas, têm legitimidade para

representar seus associados em qualquer instância judicial ou administrativa.

Comentários:

Vale o comentário da questão anterior. Para representarem seus filiados,

é necessário que as entidades associativas tenham sua expressa autorização.

Questão incorreta.

122. (FCC/2007/TRF 2ª Região) As entidades associativas, ainda que não expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar

seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

Comentários:

Veja o que determina o art. 5º, XXI, da Constituição:

XXI - as entidades associativas, quando expressamente

autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

Questão incorreta.

123. (FCC/2009/TCE-TO) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, mediante justa e

prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos em lei complementar.

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Comentários:

O erro está no finalzinho da questão...Os casos excepcionais em que a indenização pela desapropriação por necessidade ou utilidade pública não se

dá mediante justa e prévia indenização em dinheiro são previstos pela Constituição, não por lei complementar. Questão incorreta.

124. (FCC/2011/TRE-AP) Ulisses foi obrigado a desocupar sua residência porque o Corpo de Bombeiros a requisitou para acessar e

apagar um incêndio no imóvel dos fundos que se alastrava com rapidez e tomava enormes proporções, e que poderia queimar o

referido imóvel, aniquilar todo o restante do quarteirão, causar a morte de um grupo indeterminado de pessoas e danos à comunidade.

Porém, os bombeiros no manuseio das mangueiras de água danificaram todos os móveis e eletrodomésticos que se encontravam

no interior do imóvel. Segundo a Constituição Federal, ao Ulisses:

a) Está assegurada indenização ulterior de todos os danos causados pelo

Corpo de Bombeiros no combate ao incêndio.

b) Não está assegurada indenização ulterior em hipótese alguma, posto que

o caso se tratava de iminente perigo público. c) Está assegurada indenização dos danos, limitada de até vinte salários

mínimos. d) Está assegurada indenização dos danos, limitada de até quarenta

salários mínimos. e) Não está assegurada indenização, posto que o caso se tratava de força

maior, salvo se Ulisses provar que a requisição de sua casa era dispensável ao combate do incêndio.

Comentários:

No caso de requisição de propriedade particular devido a iminente perigo público, como no caso em questão, é assegurada ao proprietário indenização

posterior, se houver dano. Considerando que houve, no caso, dano a todos os móveis e eletrodomésticos de Ulisses, este terá direito à indenização. Portanto,

o gabarito é a letra A.

125. (FCC/TRT 8ª Região/2010) No caso de iminente perigo público, a

autoridade competente poderá usar de propriedade particular, sem que o proprietário tenha direito a indenização ulterior se houver dano.

Comentários:

O proprietário tem, sim, direito à indenização ulterior, em caso de dano. Questão incorreta.

126. (FCC/TRE-AM/2010) No caso de iminente perigo público, a

autoridade competente poderá usar de propriedade particular, vedada ao proprietário indenização ulterior na ocorrência de dano.

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Comentários:

É garantida, no caso de requisição administrativa, a indenização posterior ao proprietário, no caso de dano. Questão incorreta.

127. (FCC/2009/TCE-TO) No caso de iminente perigo público, a

autoridade competente poderá usar de propriedade particular, desde

que mediante indenização prévia em dinheiro.

Comentários:

A indenização, no caso de requisição administrativa, é ulterior, se houver dano. Questão incorreta.

128. (FCC/2009/TCE-TO) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, não será objeto de penhora para pagamento de débitos

decorrentes de sua atividade produtiva, salvo se não existirem outros bens penhoráveis.

Comentários:

Não existe a condição de existirem outros bens penhoráveis para que a pequena propriedade rural, definida em lei e trabalhada pela família, não seja

objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva. Questão incorreta.

129. (FCC/2010/TRE-AM) A pequena propriedade rural, assim definida

em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora

para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.

Comentários:

Cobra-se a literalidade do texto constitucional. Questão correta.

130. (FCC/2008/TRT 18ª Região) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, trabalhada pela família, será objeto de penhora para

pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.

Comentários:

É o contrário! A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, NÃO será objeto de penhora para pagamento de

débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento. Questão incorreta.

131. (FCC/2006/TRF 1ª Região) A pequena propriedade rural, mesmo

a trabalhada pela família, poderá ser objeto de penhora para o

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pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, garantido porém, ao proprietário, prazo em dobro para saldar o débito,

sob pena de sua perda.

Comentários:

A questão está cheia de erros. Para ter direito à impenhorabilidade no

que se refere ao pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, a pequena propriedade rural deverá ser, necessariamente,

trabalhada pela família. Além disso, o que a CF/88 garante é que a lei disporá sobre os meios de financiar seu desenvolvimento. Essa história de “prazo em

dobro” é invenção do examinador! Questão incorreta.

132. (FCC/2011/TRT 20a Região) É assegurado, nos termos da Resolução do Presidente da República, o direito de fiscalização do

aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas

representações sindicais e associativas.

Comentários:

O direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que

criarem ou de que participarem é assegurado, nos termos da lei, aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.

Questão incorreta.

133. (FCC/2011/TRT 14ª Região) É assegurado, nos termos da lei, o

direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às

respectivas representações sindicais e associativas.

Comentários:

Literalidade do texto constitucional. Questão correta.

134. (FCC/2011/TRT 14ª Região) É assegurado, nos termos da lei, a

proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, exceto nas atividades

desportivas ligadas ao futebol, tendo em vista ser este um esporte do

povo.

Comentários:

A primeira parte da questão está correta. De fato, é assegurada a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução de

imagem e voz humanas. A segunda parte da questão, contudo, está errada. Ao

contrário do que diz o enunciado, a proteção constitucional inclui as atividades desportivas em geral. Questão incorreta.

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135. (FCC/2006/TRF 24ª Região) Os artistas que participaram de um filme rodado e exibido no Brasil, e que será apresentado no México e

em países da Europa, têm os lucros e dividendos assegurados e protegidos em virtude da garantia constitucional:

a) De proteção à reprodução da imagem e voz.

b) Da inviolabilidade das comunicações. c) Do direito adquirido.

d) Do direito à liberdade de expressão da atividade artística. e) Do direito autoral.

Comentários:

É a proteção à reprodução de imagem e voz humanas que assegura, aos artistas que participaram de filme, direito aos lucros e dividendos resultantes

da obra. Portanto, a letra A é o gabarito.

136. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com

a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que aos

autores pertence o direito e exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, sendo intransmissível aos herdeiros em

razão da pessoalidade existente.

Comentários:

O direito autoral é transmissível, sim, aos herdeiros, pelo tempo que a lei

determinar. Fundamento: art. 5º, XXVII, da Constituição. Questão incorreta.

137. (FCC/2011/TRT 20a Região) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem

como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos

nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

Comentários:

É a literalidade do inciso XXIX do art. 5O da Carta Magna Questão

correta.

138. (FCC/2010/TRE-AM) A lei assegurará aos autores de inventos

industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes

de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

Comentários:

Literalidade da norma constitucional. Questão correta.

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139. (FCC/2009/TCE-TO) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio permanente para sua utilização.

Comentários:

O privilégio para a utilização dos inventos industriais, por seus autores, é

TEMPORÁRIO. Questão incorreta.

140. (FCC/2010/TRE-AC) A lei assegurará aos autores de inventos

industriais privilégio permanente para sua utilização.

Comentários:

O privilégio para a utilização dos inventos industriais, por seus autores, é

temporário. Questão incorreta.

141. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação

aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela

lei do país de origem, sempre que não lhes seja mais favorável a lei do

último domicílio do de cujus.

Comentários:

A regra é que a sucessão seja regulada pela lei brasileira. A exceção é quando a lei do país do “de cujus” for mais favorável ao cônjuge ou filhos

brasileiros. Questão incorreta.

142. (FCC/2011/TRT 20a Região) A sucessão de bens de estrangeiros

situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais

favorável a lei pessoal do de cujus.

Comentários:

É a literalidade do inciso XXXI do art. 5O da Carta Magna. Questão

correta.

143. (FCC/2011/TRT 14ª Região) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País sempre será regulada pela lei brasileira em benefício

do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ainda que lhes seja mais favorável

a lei pessoal do país de origem do "de cujus".

Comentários:

Em regra, a sucessão de bens de estrangeiros situados no País sempre será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos

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brasileiros. Entretanto, caso lhes seja mais favorável a lei pessoal do país de origem do “de cujus”, será esta a regular a sucessão. Questão incorreta.

144. (FCC/2010/TRE-AM) A sucessão de bens de estrangeiros

situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais

favorável a lei pessoal do de cujus.

Comentários:

Literalidade da norma constitucional. Questão correta.

145. (FCC/2009/TCE-TO) A sucessão de bens de estrangeiros situados

no País será sempre regulada pela lei brasileira, em benefício do

cônjuge ou dos filhos brasileiros.

Comentários:

A regra é, de fato, a sucessão de bens de estrangeiros situados no País pela lei brasileira. Contudo, caso a lei do país de origem do “de cujus” seja

mais favorável ao seu cônjuge ou filhos brasileiros, aplicar-se-á a lei

estrangeira. Questão incorreta.

O estudo do art. 5o continuará, em nossa próxima aula. Até lá!

Abraços,

Nádia

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Lista de Questões

1. (FCC/2012/TRE-SP) Em reconhecimento à internacionalização da

matéria relativa a direitos e garantias fundamentais, a Constituição da República estabelece que tratados internacionais, em matéria de

direitos humanos, serão equivalentes a emendas constitucionais se forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois

turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.

2. (FCC/2013/TRT-PR) O inciso XIII do artigo 5º da Constituição Federal brasileira estabelece que é livre o exercício de qualquer

trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer e o inciso LXVIII afirma que conceder-se-á

habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por

ilegalidade ou abuso de poder. Estes casos, são, respectivamente, exemplos de norma constitucional de eficácia

a) Plena e limitada. b) Plena e contida.

c) Limitada e contida. d) Contida e plena.

e) Contida e limitada.

3. (FCC/2010/TRT 22ª Região) No tocante à aplicabilidade, as

normas constitucionais que não regulam diretamente interesses ou direitos nelas consagrados, mas que se limitam a traçar alguns

preceitos a serem cumpridos pelo Poder Público, como programas das respectivas atividades, pretendendo unicamente a consecução dos fins

sociais pelo Estado, são classificadas como:

a) análogas.

b) hermenêuticas.

c) andrógenas. d) programáticas.

e) satisfativas.

4. (FCC/2009/PGE-SP) A nova Constituição revoga as normas da

Constituição anterior com ela incompatíveis e as que digam respeito a matéria por ela inteiramente regulada (normas materialmente

constitucionais). Quanto às demais normas inseridas na Constituição pretérita (normas apenas formalmente constitucionais, compatíveis

com a nova Constituição), entende-se que continuam a vigorar, porém em nível ordinário, dando ensejo ao fenômeno:

a) da recepção. b) da desconstitucionalização.

c) da supremacia da Constituição. d) da mutação constitucional.

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e) das normas apenas materialmente constitucionais.

5. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Unidade da Constituição" permite ao intérprete dar coesão ao texto constitucional

ao definir princípios como standards juridicamente relevantes, abertos, apartado das regras.

6. (FCC/2010/TRE-AM) Com relação aos princípios interpretativos das normas constitucionais, aquele segundo o qual a interpretação

deve ser realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas é denominado de:

a) Conformidade funcional. b) Máxima efetividade.

c) Unidade da constituição. d) Harmonização.

e) Força normativa da constituição.

7. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Máxima Efetividade"

autoriza a alteração do conteúdo dos direitos fundamentais da norma com o fim de garantir o sentido que lhe dê a maior eficácia possível.

8. (FCC/2010/TRE-AC) Sobre a interpretação das normas constitucionais, analise:

I. O órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte.

II. O texto de uma Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições (antinomias) entre suas normas, e sobretudo,

entre os princípios constitucionais estabelecidos.

Os referidos princípios, conforme doutrina dominante, são denominados, respectivamente, como:

a) Da força normativa e da justeza. b) Do efeito integrador e da harmonização.

c) Da justeza e da unidade. d) Da máxima efetividade e da unidade.

e) Do efeito integrador e da forma normativa.

9. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Concordância Prática" indica que diante de um conflito entre bens constitucionalmente

protegidos, deve-se optar por um deles em nome da coerência lógica e

segurança jurídica.

10. (FCC/2011/DPE-RS) No Direito Constitucional brasileiro fala-se

de uma certa relatividade dos direitos e garantias individuais e coletivos, bem como da possibilidade de haver conflito entre dois ou

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mais deles, oportunidade em que o intérprete deverá se utilizar do princípio da concordância prática ou da harmonização para coordenar

e combinar os bens tutelados, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros, sempre visando ao verdadeiro significado do texto

constitucional.

11. (FCC/2010/Pref. Teresina) O "Princípio da Força Normativa da

Constituição" alude para a priorização de soluções hermenêuticas que possibilitem a atualização normativa e, ao mesmo tempo, edifique sua

eficácia e permanência.

12. (FCC/2010/Pref. de Teresina) O "Princípio da Interpretação

Conforme a Constituição" é uma diretriz para aplicação dos princípios constitucionais fundamentais que devem ser interpretados no sentido

de chegar a uma integração política e social.

13. (FCC/2011/DPE-RS) O Poder Constituinte genuíno estabelece a

Constituição de um novo Estado, organizando-o e criando os poderes

que o regerão.

14. (FCC/2011/DPE-RS) Existe Poder Constituinte na elaboração de

qualquer Constituição, seja ela a primeira Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer Constituição posterior.

15. (FCC/ 2009/ TRT – 16ª Região) Em tema de Poder Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que:

a) É limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional vigente, sob pena de inconstitucionalidade.

b) É incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento

determinado para realizar sua obra de constitucionalização.

c) É autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada para manifestar sua vontade.

d) Caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado. e) Se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem

jurídica.

16. (FCC/2009/ Especialista em Políticas Públicas-SP) O Poder Constituinte denominado originário somente se manifesta por meio de

Assembleia Constituinte, eleita de acordo com os princípios democráticos.

17. (FCC/2011/DPE-RS) O Poder Constituinte derivado decorre de

uma regra jurídica constitucional, é ilimitado, subordinado e condicionado.

18. (FCC/2011/TRE-PE) Poder Constituinte derivado decorrente consiste no estabelecimento da primeira Constituição de um novo país.

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19. (FCC/2011/TRE-PE) O Poder Constituinte derivado decorrente consiste na possibilidade dos Estados membros de se auto

organizarem através de suas Constituições Estaduais próprias, respeitando as regras limitativas da Constituição Federal.

20. (FCC/2010/TCE-RO) O Poder Constituinte Reformador, no Brasil, é fundamento de validade para que os Estados- Membros da Federação

promulguem Constituições próprias com a aprovação das respectivas Assembleias Legislativas.

21. (FCC/2010/TRE-RS) Em matéria de Poder Constituinte analise:

I. O poder que a Constituição da República Federativa do Brasil vigente

atribui aos estados-membros para se auto organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições.

II. O poder que tem como característica, dentre outras, a de ser ilimitado, autônomo e incondicionado.

Esses poderes dizem respeito, respectivamente, às espécies de poder constituinte:

a) decorrente e originário.

b) derivado e reformador. c) reformador e revisor.

d) originário e revisor. e) decorrente e derivado

22. (FCC/2010/Metrô) O Poder Constituinte, que consiste na possibilidade que os Estados-membros têm, em virtude de sua

autonomia político-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as

regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal, é classificado por:

a) ilimitado. b) derivado reformador.

c) originário. d) derivado decorrente.

e) Inicial.

23. (FCC/2012/TRT 6ª Região) O voto é uma das principais armas da

Democracia, pois permite ao povo escolher os responsáveis pela condução das decisões políticas de um Estado. Quem faz mau uso do

voto deixa de zelar pela boa condução da política e põe em risco seus próprios direitos e deveres, o que afeta a essência do Estado

Democrático de Direito. Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil, expressamente previstos na Constituição, aquele

que mais adequadamente se relaciona à ideia acima exposta é a:

a) soberania.

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b) prevalência dos direitos humanos. c) cidadania.

d) independência nacional. e) dignidade da pessoa humana.

24. (FCC/2011/DPE-RS) São fundamentos da República Federativa

do Brasil a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a livre concorrência, o voto direto e secreto e o pluralismo político.

25. (FCC/2010/Assembleia Legislativa – SP) Constitui um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, de acordo com a

Constituição Federal de 1988,

a) A garantia do desenvolvimento nacional. b) A não intervenção. c) A defesa da paz.

d) A igualdade entre os Estados. e) O pluralismo político.

26. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). A República Federativa do Brasil tem como fundamento o pluralismo político.

27. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). Todo o poder emana do Congresso Nacional, que o exerce por meio de

representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição Federal.

28. (FCC/2009/TRT 3ª Região/Juiz Substituto) Na forma de redação do texto constitucional, a República Federativa do Brasil, formada pela

união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como princípios

fundamentais, exceto:

a) A soberania

b) A cidadania c) A dignidade da pessoa humana

d) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e) A saúde e a segurança

29. (FCC/2009/TCE-TO) A República Federativa do Brasil é formada

pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

30. (FCC/2009/TCE-TO) Todo o poder emana do povo, que o exerce

por meio de representantes ou diretamente, nos termos da

Constituição.

31. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) São Poderes da

União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público.

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32. (FCC/2011/DPE-RS) São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil previstos e assim descritos no artigo 3º da

Constituição Federal, construir uma sociedade livre, justa e pluralista, garantir o desenvolvimento regional, erradicar a pobreza e a

marginalização e reduzir as desigualdades sociais e locais, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e

quaisquer outras formas de discriminação.

33. (FCC/2009/Analista Judiciário/Taquigrafia). Constitui objetivo

fundamental da República Federativa do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

34. (FCC/2011/TRT 14a Região) NÃO constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, previsto expressamente na

Constituição Federal,

a) Construir uma sociedade livre, justa e solidária.

b) Garantir o desenvolvimento nacional. c) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais

e regionais. d) Captar tributos mediante fiscalização da Receita Federal.

e) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

35. (FCC/2009/TCE-TO) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, dentre outros, a construção de uma

sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento nacional.

36. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil erradicar as

desigualdades econômicas, sociais e culturais.

37. (FCC/2009/TRT 15ª Região/Técnico Judiciário) Sobre os

princípios fundamentais da República Federativa do Brasil, é correto afirmar que:

a) Foi acolhido, além de outros, o princípio da intervenção para os conscritos.

b) Dentre seus objetivos está o de reduzir as desigualdades regionais. c) Um dos seus fundamentos é a vedação ao pluralismo político.

d) O Brasil rege-se nas suas relações internacionais, pela dependência nacional.

e) A política internacional brasileira veda a integração política que vise à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

38. (FCC/2009/Analista Judiciário-Taquigrafia). A República

Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internas pelo princípio

da não intervenção.

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39. (FCC/2010/Assembleia Legislativa de São Paulo) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política e

cultural dos povos da América Latina, da Europa e da África, visando à formação de uma comunidade de nações.

40. (FCC/2010/DP-SP) São insindicáveis as políticas públicas no que se refere aos meios necessários para atingi-las, pois é nesse aspecto

que reside a discricionariedade do Governante.

41. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Considere o relato a seguir:

O Congresso Nacional promulgou, em agosto de 2006, a Lei nº 11.340, conhecida por "Lei Maria da Penha", a qual criou mecanismos para

proteger a mulher que é vítima de violência doméstica e familiar. Em fevereiro de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou

procedente a Ação Declaratória de Constitucionalidade no 19 (ADC-19) para declarar a constitucionalidade de dispositivos da referida lei, o

que trouxe ainda mais força para sua aplicação.

O princípio constitucional, relacionado aos direitos fundamentais, que

embasa a "Lei Maria da Penha", permitindo que a mulher receba um

tratamento jurídico preferencial em relação ao homem nas situações

de violência doméstica e familiar, é o da:

a) função social da propriedade. b) liberdade individual.

c) igualdade material. d) inviolabilidade domiciliar.

e) segurança jurídica.

42. (FCC/2012/TCE-AP) As igrejas, para professarem seus cultos, dependem de autorização administrativa, a qual será negada a

instituições que utilizam práticas de curandeirismo.

43. (FCC/2012/TCE-AP) Uma pessoa perderá direitos políticos caso alegue motivo de crença religiosa para se livrar do cumprimento de

obrigação a todos imposta e se oponha a cumprir prestação alternativa.

44. (FCC/2012/TRF 2ª Região) Jean Luke, integrante de determinado grupo armado fardado de pessoas civis, que, sem autorização

governamental, por conta própria combate com violência as queimadas e o desmatamento na Amazônia, bem como protege os

índios, invocou convicção política para se eximir de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em

lei. Conforme o disposto na Constituição Federal brasileira, Jean Luke poderá ser privado de direitos.

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45. (FCC/2012/TRE-CE) Roberto, artista plástico, retratou em quadro a realidade de determinada comunidade carente do país. Segundo a

Constituição Federal, Roberto poderá exibir sua obra de arte:

a) mediante prévia autorização do Poder Judiciário de onde estiver

localizada a comunidade retratada. b) mediante prévio preenchimento de requerimento de inscrição e de

exibição no cadastro nacional de obras de arte. c) mediante prévia autorização do Poder Executivo de onde estiver

localizada a comunidade retratada. d) mediante prévia autorização do Poder Legislativo de onde estiver

localizada a comunidade retratada. e) independentemente de censura e de licença da autoridade pública.

46. (FCC/2012/TCE-AP) Estabelece a Constituição Federal que a casa é asilo inviolável do indivíduo e nela pode entrar, sem o consentimento

do morador,

a) Qualquer pessoa em estado de miserabilidade. b) Oficial de justiça, munido de autorização do juiz, a qualquer hora. c) Qualquer pessoa para prestar socorro.

d) Oficial de justiça, munido de autorização administrativa, apenas durante o dia.

e) Policial militar munido de ofício de delegado de polícia.

47. (FCC/2012/DP-SP) Para efeitos do disposto no artigo 5o, XI, da

Constituição Federal de 1988, o conceito normativo de “casa” deve ser entendido de forma abrangente, de forma a alcançar qualquer

compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade, mas não deve ser estendido a “barracos”

construídos irregularmente, por exemplo, em áreas públicas.

48. (FCC/2012/TRF 2ª Região) O sindicato dos aeroviários realizou

passeata pacífica e sem armas na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Cidade Rio de Janeiro. Essa reunião será considerada lícita desde que tenha

sido previamente autorizada pela autoridade competente e não seja vinculada a greve ilegal.

49. (FCC/2012/TRF 2ª Região) O sindicato dos aeroviários realizou passeata pacífica e sem armas na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Cidade

Rio de Janeiro. Essa reunião será considerada lícita desde que tenha

sido previamente autorizada pela autoridade competente, apenas.

50. (FCC/2012/TRF 2ª Região) O sindicato dos aeroviários realizou

passeata pacífica e sem armas na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Cidade Rio de Janeiro. Essa reunião será considerada lícita desde que não

tenha frustrado outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

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51. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de associação, determina a Constituição Federal que as associações

podem ter natureza paramilitar, em casos excepcionais, para a proteção da segurança pública.

52. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de associação, determina a Constituição Federal que as associações

dependem de autorização judicial para serem criadas, embora seja vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

53. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de associação, determina a Constituição Federal que as associações só

podem ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial transitada em julgado.

54. (FCC/2012/TRE-CE) Cassio é corredor de maratona e obteve informações de que a Diretoria da Associação dos Maratonistas

desviou verbas, desfalcando o caixa e prejudicando as atividades da

Associação, que não teve recursos para honrar os compromissos junto aos fornecedores e funcionários. Cassio denunciou tal ilícito a Mário,

delegado de polícia, que, por sua vez, relatou os fatos a Plínio, promotor de justiça, que concluiu que seria o caso de dissolver a

Associação. Segundo a Constituição Federal, a dissolução compulsória da Associação deve ser decidida por Plínio e executada por Cassio,

independentemente de ordem judicial.

55. (FCC/2012/TRE-CE) Cassio é corredor de maratona e obteve

informações de que a Diretoria da Associação dos Maratonistas desviou verbas, desfalcando o caixa e prejudicando as atividades da

Associação, que não teve recursos para honrar os compromissos junto aos fornecedores e funcionários. Cassio denunciou tal ilícito a Mário,

delegado de polícia, que, por sua vez, relatou os fatos a Plínio, promotor de justiça, que concluiu que seria o caso de dissolver a

Associação. Segundo a Constituição Federal, a dissolução compulsória

da Associação só poderá ocorrer por decisão judicial, exigindo-se o trânsito em julgado.

56. (FCC/2012/SPPrev) A liberdade de associação é plena e ilimitada.

Enunciado comum às quatro questões seguintes

Cinco amigos, moradores de uma favela, decidem criar uma associação para lutar por melhorias nas condições de saneamento básico do local.

Um político da região, sabendo da iniciativa, informa-lhes que, para tanto, será necessário obter, junto à Prefeitura, uma autorização para

sua criação e funcionamento. Nesta hipótese,

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57. (FCC/2012/Técnico do Seguro Social) Os cinco amigos não conseguirão criar a associação, pois a Constituição Federal exige um

número mínimo de dez integrantes para essa iniciativa.

58. (FCC/2012/Técnico do Seguro Social) A informação que

receberam está errada, pois a Constituição Federal estabelece que a criação de associações independe de autorização.

59. (FCC/2012/Técnico do Seguro Social) O estatuto da associação poderá prever atividades paramilitares, caso essa medida seja

necessária para a proteção de seus integrantes.

60. (FCC/2012/Técnico do Seguro Social) Para iniciar suas

atividades, a associação precisará, além da autorização da prefeitura, de um alvará judicial.

61. (FCC/2012/TRT 6ª Região) Em relação à liberdade de associação, determina a Constituição Federal que as associações podem

representar seus filiados apenas extrajudicialmente, pois, mesmo que

autorizadas, não têm legitimidade para representá-los judicialmente.

62. (FCC/2012/SPPrev) Toda e qualquer propriedade rural não será

objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva.

63. (FCC/2010/TRF 4ª Região/Analista Judiciário) A inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade

são garantias previstas na Constituição Federal:

a) aos brasileiros, não estendidas às pessoas jurídicas. b) aos brasileiros natos, apenas.

c) aos brasileiros natos e aos estrangeiros com residência fixa no País.

d) aos brasileiros, natos ou naturalizados.

e) aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País.

64. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A lei deve tratar todos os brasileiros

e estrangeiros residentes no País, sem distinção de qualquer natureza.

65. (TRT 8ª Região/Juiz Federal) O princípio de que todos são iguais

perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, é a norma de garantia prevista no caput do artigo 5° da CF. Seu conteúdo material

admite a diferenciação entre os desiguais para aplicação da norma jurídica, pois é na busca da isonomia que se faz necessário tratamento

diferenciado, em decorrência de situações que exigem tratamento

distinto, como forma de realização da igualdade. Assim, é constitucionalmente possível o estabelecimento pontual de critério de

promoção diferenciada para homens e mulheres.

66. (TRT 8ª Região/Juiz Federal) A correta interpretação do princípio

da igualdade torna inaceitável discriminar uma pessoa em função do

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sexo, sempre que o mesmo seja eleito com o propósito de desnivelar materialmente o homem da mulher; aceitando-o, porém, quando a

finalidade pretendida for atenuar os desníveis de tratamento, não permitindo, porém, que normas infraconstitucionais tenham essa

finalidade, ainda que em benefício da parte discriminada.

67. (TRT 8ª Região/Juiz Substituto) Ninguém será obrigado a fazer

ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, exceto se a exigência, ainda que contrária à lei, decorra de previsão constante de

contrato privado.

68. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) O anonimato é garantido de

forma ampla com o fim de assegurar a livre manifestação do pensamento.

69. (FCC/2009/TRE-PI) É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

70. (FCC/2009/TJ-PA) É livre a manifestação do pensamento,

permitido o anonimato.

71. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A manifestação do pensamento é

livre, garantido em qualquer hipótese o anonimato.

72. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) Há o direito de resposta,

proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem, fato que deverá ser sopesado pelo juiz na análise do

caso concreto.

73. (FCC/2010/MPE-RS) É assegurada, nos termos da lei, a

prestação de assistência religiosa nas entidades civis, vedada nas militares, de internação coletiva.

74. (FCC/2007/TRE-PB) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis, vedada nas militares de

internação individual ou coletiva.

75. (FCC/2006/TRF 1ª Região) É assegurada, nos termos da lei, a

prestação de assistência religiosa nas entidades civis de internação

coletiva, salvo nas militares e federais sob regime disciplinar diferenciado.

76. (FCC/2007/TRF 2ª Região) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de

internação coletiva.

77. (FCC/2011/PGE-MT/Procurador) Por força de previsão expressa

na Lei Federal no 8.239, de 1991, será atribuído serviço alternativo ao serviço militar obrigatório aos que, em tempo de paz, após alistados,

alegarem imperativo de consciência decorrente de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de

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caráter essencialmente militar. O mesmo diploma legal define, ademais, o que se entende por serviço alternativo, a ser prestado em

substituição às atividades de caráter essencialmente militar.

As previsões legais em questão são:

a) Compatíveis com a Constituição da República, que admite, nessas

condições, a possibilidade de exercício de objeção de consciência em relação a atividades de caráter essencialmente militar.

b) Compatíveis com a Constituição da República apenas no que se refere à

possibilidade de exercício de objeção de consciência por motivo de convicção filosófica ou política.

c) Incompatíveis com a Constituição da República, que não prevê a possibilidade de atribuição de serviço alternativo na hipótese em tela,

estabelecendo a suspensão de direitos políticos como consequência à recusa ao cumprimento de serviço militar.

d) Incompatíveis com a Constituição da República, que admite o exercício de

objeção de consciência para recusa a obrigação imposta por lei a todos, mas não a admite em relação ao serviço militar obrigatório, por ser este previsto

em sede constitucional.

e) Incompatíveis com a Constituição da República, que não admite a

possibilidade de recusa ao cumprimento de obrigação legal a todos imposta.

78. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) A liberdade de informação jornalística deve ser ampla e irrestrita e prevalece sobre a proteção da

intimidade e da honra, que se torna um verdadeiro limite ao acesso à informação.

79. (FCC/2010/Prefeitura de Teresina) É vedada toda e qualquer

censura de natureza política, ideológica e artística, sendo livre a informação, que não poderá sofrer restrições de qualquer natureza.

80. (FCC/2010/TRT 8ª Região) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo

se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

81. (FCC/2011/TCE-SP) Por força de previsão expressa no Código de Processo Penal (CPP), o serviço do júri é obrigatório, sujeitando-se ao

alistamento os cidadãos maiores de 18 anos de notória idoneidade. O artigo 438 do mesmo diploma legal, a seu turno, estabelece que “a

recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de

suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto”. A previsão contida no artigo 438 do CPP é:

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a) Compatível com a Constituição da República. b) Parcialmente compatível com a Constituição da República, no que se

refere à possibilidade de exercício de objeção de consciência, que somente se admite por motivo de convicção filosófica ou política.

c) Incompatível com a Constituição da República, que considera o júri um órgão que emite decisões soberanas, sendo por essa razão vedada a recusa ao

serviço. d) Incompatível com a Constituição da República, que não admite a

suspensão de direitos políticos nessa hipótese. e) Incompatível com a Constituição da República, que não admite a

possibilidade de recusa ao cumprimento de obrigação legal a todos imposta.

82. (FCC/2008/TRF 5ª Região) A expressão da atividade científica e

de comunicação depende de censura ou licença para o seu exercício.

83. (FCC/2006/TRE-SP) É livre a expressão da atividade intelectual,

artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

84. (FCC/2010/SEFAZ SP - adaptada) A dor sofrida com a perda de ente familiar não é indenizável por danos morais, porque esta se

restringe aos casos de violação à honra e à imagem.

85. (FCC/2011/TRT 1ª Região) A inviolabilidade do sigilo de dados

complementa a previsão ao direito à intimidade e à vida privada, sendo ambas as previsões regidas pelo princípio da:

a) Igualdade. b) Eficiência.

c) Impessoalidade. d) Exclusividade.

e) Reserva legal.

86. (FCC/2008/TRF 5ª Região) É garantido o direito à indenização pelo dano moral decorrente da violação da intimidade e da vida

privada das pessoas.

87. (FCC/2009/TCE GO) Nos termos da Constituição, admite-se excepcionalmente a entrada na casa de um indivíduo sem

consentimento do morador:

a) Por determinação judicial, a qualquer hora. b) Em caso de desastre, somente no período diurno.

c) Para prestar socorro, desde que a vítima seja criança ou adolescente. d) Em caso de flagrante delito, sem restrição de horário.

e) Por determinação da autoridade policial, inclusive no período noturno.

88. (TRT 23a Região/Juiz) A casa é asilo inviolável do indivíduo,

ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,

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salvo, durante o dia, em caso de flagrante delito, ou desastre, ou para prestar socorro, ou, em qualquer caso, por determinação judicial.

89. (FCC/2006/TRF 1ª Região) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo

em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

90. (FCC/2003/TRE-AC) Edilson é responsável exclusivo por um banco de dados, contendo relevantes informações confidenciais.

Ocorre que está sendo feita uma investigação criminal contra Edilson tendo por objeto as referidas informações. Nesse caso,

a) É possível a quebra do sigilo do registro de dados por ordem judicial, desde que sejam respeitados certos parâmetros e as liberdades públicas

estejam sendo utilizadas como instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.

b) Não será possível violar o sigilo de dados visto que essa liberdade

individual, sendo absoluta, está sob o crivo do Judiciário ou da Comissão Parlamentar de Inquérito.

c) Os dados contemplados pela Constituição Federal se referem tão somente ao sigilo bancário e fiscal, motivo pelo qual não está protegida pelo

sigilo qualquer outra espécie de dados. d) O Ministério Público é o órgão competente para quebrar o sigilo de

dados, uma vez que, estando no comando da investigação criminal, decidirá a respeito da denúncia ou do arquivamento do processo.

e) O Delegado de Polícia que presidir o inquérito policial estará legitimado a quebrar o sigilo de dados, porém deverá comunicá-la dentro de 24 horas ao

Juiz e ao Secretário de Segurança Pública.

91. (FCC/2003/TRE-AC) É possível a quebra do sigilo do registro de

dados por ordem judicial, desde que sejam respeitados certos parâmetros e as liberdades públicas estejam sendo utilizadas como

instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas.

92. (FCC/2003/TRE-AC) Não será possível violar o sigilo de dados

visto que essa liberdade individual, sendo absoluta, está sob o crivo do Judiciário ou da Comissão Parlamentar de Inquérito.

93. (FCC/2004/TRT 22ª Região) Perseu, analista judiciário do Tribunal Regional do Trabalho, vinha cometendo sucessivas faltas

disciplinares no exercício de seu cargo. Entretanto, a Comissão Interna

Processante não conseguia obter prova concreta de sua responsabilidade administrativa. Diante disso, Orfeu, como Presidente

do respectivo Tribunal Regional do Trabalho, determinou a violação do sigilo das comunicações telefônicas de Perseu. Nesse caso, essa

interceptação telefônica:

a) é ilegal, porque a determinação judicial foi dada por autoridade

incompetente para o processo administrativo.

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b) é regular, porque determinada pela autoridade máxima do Tribunal Regional do Trabalho.

c) viola os princípios constitucionais, e a prova daí resultante estará contaminada pela ilicitude.

d) apresenta-se como irregular, por ser ordem de natureza judicial, não contaminando a prova decorrente.

e) é sempre cabível, visto que prevalece o interesse público e da Administração sobre a conduta do servidor.

94. (FCC/2008/TRT 18ª Região) É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das

comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de

investigação criminal ou instrução processual penal.

95. (FCC/2010/TRE-AC) É livre o exercício de qualquer trabalho ou

profissão, independentemente das qualificações legais.

96. (FCC/2007/TRE-PB) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei

estabelecer.

97. (FCC/2010/MPE-RS) É assegurado a todos e de forma plena o

acesso à informação, vedado, porém o sigilo da fonte, ainda quando necessário ao exercício profissional.

98. (FCC/2008/TRF 5ª Região) É assegurado a todos o acesso à informação, vedado em qualquer caso o sigilo da fonte.

99. (FCC/2006/TRF 1ª Região) É assegurado a todos o acesso à informação, vedado o sigilo da fonte quando para o exercício da

atividade profissional.

100. (FCC/2010/TRT 8ª região) Todos podem reunir-se

pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, dependentemente de autorização, desde que não frustrem outra

reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas

exigido prévio aviso à autoridade competente.

101. (FCC/2010/TRE-AC) As reuniões pacíficas, sem armas, em locais

abertos ao público sempre dependem de autorização do órgão competente.

102. (FCC/2008/TRT 18ª região) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,

independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas

exigido prévio aviso à autoridade competente.

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103. (FCC/2007/TRF 2ª Região) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,

independentemente de autorização ou de aviso prévio à autoridade competente.

104. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação

aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas

atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

105. (FCC/2011/TRT 23ª Região) As associações:

a) Poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa de

autoridade competente, desde que tenha sido exercido o direito de defesa.

b) Não poderão ser compulsoriamente dissolvidas em nenhuma hipótese

tratando-se de garantia constitucional indisponível. c) Só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial que

haja transitado em julgado. d) Só poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão judicial não

sendo o trânsito em julgado requisito indispensável para a sua dissolução.

e) Poderão ser compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa

desde que proferida em segunda instância por órgão colegiado.

106. (FCC/2007/TRF 2ª Região) A dissolução compulsória de

associações depende de decisão judicial transitada em julgado.

107. (FCC/2011/TJ-AP) É plena a liberdade de associação para fins

lícitos, vedada a de caráter paramilitar.

108. (FCC/2011/TJ-AP) As associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se para tanto o trânsito em julgado desta.

109. (FCC/2011/TRE-RN) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo lícita a

interferência estatal em seu funcionamento.

110. (FCC/2011/TRE-RN) As associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas por decisão administrativa, desde que devidamente fundamentada.

111. (FCC/2011/TRT 1a Região) João, Carlos, Tício, Libero e Tibério

se uniram e fundaram uma associação de vigilantes de bairro, todos armados e uniformizados, sob a alegação que não treinavam com

finalidade bélica. Porém, para se afastar de forma absoluta o caráter paramilitar dessa associação não poderão estar presentes os seguintes

requisitos:

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a) Tempo e princípio da impessoalidade. b) Tempo e lugar.

c) Pluralidade de participantes e lugar.

d) Lugar e princípio da eficiência.

e) Organização hierárquica e princípio da obediência.

112. (FCC/2010/MPE-RS) A criação de associações e, na forma da lei,

a de cooperativas dependem de autorização, não sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento.

113. (FCC/2010/TRT 8ª Região) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas dependem de autorização, sendo permitida a

interferência estatal em seu funcionamento.

114. (FCC/2007/TRF 2ª Região) A criação de cooperativas, na forma

da lei, depende de autorização do Poder Público, que poderá fiscalizar o seu funcionamento.

115. (FCC/2008/TRT 18ª Região) As associações só poderão ser

compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado.

116. (FCC/2006/TRE-SP) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, inclusive a de caráter paramilitar.

117. (FCC/2006/TRT 24ª Região) A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas, depende de autorização, sendo vedada a

interferência estatal em seu funcionamento.

118. (FCC/2011/TJ-AP) Ninguém poderá ser compelido a associar-se

ou a permanecer associado, salvo disposição prévia em contrário do estatuto social.

119. (TRT 23a Região/Juiz) As entidades associativas têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou

extrajudicialmente, independentemente de expressa autorização.

120. (FCC/2010/TRT 8ª Região) As entidades associativas,

independentemente de expressa autorização, têm legitimidade para

representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

121. (FCC/2006/TRF 1ª Região) As entidades sindicais e associativas,

mesmo que não expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus associados em qualquer instância judicial ou

administrativa.

122. (FCC/2007/TRF 2ª Região) As entidades associativas, ainda que

não expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

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123. (FCC/2009/TCE-TO) A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, mediante justa e

prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos em lei complementar.

124. (FCC/2011/TRE-AP) Ulisses foi obrigado a desocupar sua residência porque o Corpo de Bombeiros a requisitou para acessar e

apagar um incêndio no imóvel dos fundos que se alastrava com rapidez e tomava enormes proporções, e que poderia queimar o

referido imóvel, aniquilar todo o restante do quarteirão, causar a morte de um grupo indeterminado de pessoas e danos à comunidade.

Porém, os bombeiros no manuseio das mangueiras de água danificaram todos os móveis e eletrodomésticos que se encontravam

no interior do imóvel. Segundo a Constituição Federal, ao Ulisses:

a) Está assegurada indenização ulterior de todos os danos causados pelo

Corpo de Bombeiros no combate ao incêndio.

b) Não está assegurada indenização ulterior em hipótese alguma, posto que

o caso se tratava de iminente perigo público. c) Está assegurada indenização dos danos, limitada de até vinte salários

mínimos. d) Está assegurada indenização dos danos, limitada de até quarenta

salários mínimos. e) Não está assegurada indenização, posto que o caso se tratava de força

maior, salvo se Ulisses provar que a requisição de sua casa era dispensável ao combate do incêndio.

125. (FCC/TRT 8ª Região/2010) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, sem

que o proprietário tenha direito a indenização ulterior se houver dano.

126. (FCC/TRE-AM/2010) No caso de iminente perigo público, a

autoridade competente poderá usar de propriedade particular, vedada ao proprietário indenização ulterior na ocorrência de dano.

127. (FCC/2009/TCE-TO) No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, desde

que mediante indenização prévia em dinheiro.

128. (FCC/2009/TCE-TO) A pequena propriedade rural, assim

definida em lei, não será objeto de penhora para pagamento de

débitos decorrentes de sua atividade produtiva, salvo se não existirem outros bens penhoráveis.

129. (FCC/2010/TRE-AM) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de

penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu

desenvolvimento.

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130. (FCC/2008/TRT 18ª Região) A pequena propriedade rural, assim definida em lei, trabalhada pela família, será objeto de penhora para

pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.

131. (FCC/2006/TRF 1ª Região) A pequena propriedade rural, mesmo a trabalhada pela família, poderá ser objeto de penhora para o

pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, garantido porém, ao proprietário, prazo em dobro para saldar o débito,

sob pena de sua perda.

132. (FCC/2011/TRT 20a Região) É assegurado, nos termos da

Resolução do Presidente da República, o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que

participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas.

133. (FCC/2011/TRT 14ª Região) É assegurado, nos termos da lei, o

direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às

respectivas representações sindicais e associativas.

134. (FCC/2011/TRT 14ª Região) É assegurado, nos termos da lei, a

proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, exceto nas atividades

desportivas ligadas ao futebol, tendo em vista ser este um esporte do povo.

135. (FCC/2006/TRF 24ª Região) Os artistas que participaram de um filme rodado e exibido no Brasil, e que será apresentado no México e

em países da Europa, têm os lucros e dividendos assegurados e protegidos em virtude da garantia constitucional:

a) De proteção à reprodução da imagem e voz. b) Da inviolabilidade das comunicações.

c) Do direito adquirido. d) Do direito à liberdade de expressão da atividade artística.

e) Do direito autoral.

136. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação

aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que aos

autores pertence o direito e exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, sendo intransmissível aos herdeiros em

razão da pessoalidade existente.

137. (FCC/2011/TRT 20a Região) A lei assegurará aos autores de

inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos

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nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

138. (FCC/2010/TRE-AM) A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como

proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse

social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.

139. (FCC/2009/TCE-TO) A lei assegurará aos autores de inventos

industriais privilégio permanente para sua utilização.

140. (FCC/2010/TRE-AC) A lei assegurará aos autores de inventos

industriais privilégio permanente para sua utilização.

141. (FCC/2009/TJ-SE/Analista Judiciário - adaptada) De acordo com

a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com relação aos Direitos e Garantias Fundamentais é correto afirmar que a

sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela

lei do país de origem, sempre que não lhes seja mais favorável a lei do último domicílio do de cujus.

142. (FCC/2011/TRT 20a Região) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do

cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

143. (FCC/2011/TRT 14ª Região) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País sempre será regulada pela lei brasileira em benefício

do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ainda que lhes seja mais favorável a lei pessoal do país de origem do "de cujus".

144. (FCC/2010/TRE-AM) A sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do

cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

145. (FCC/2009/TCE-TO) A sucessão de bens de estrangeiros

situados no País será sempre regulada pela lei brasileira, em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros.

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4. B

5. INCORRETA

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8. C

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38. INCORRETA

39. INCORRETA

40. INCORRETA

41. C

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45. E

46. C

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79. INCORRETA

80. CORRETA

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85. D

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124. A

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