constituiÇÃo do estado da paraÍba

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CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABAPromulgada em 5 de outubro de 1989Atualizada e acompanhada dos textos integrais das Emendas Constitucionais ns. 1 a 26, bem como dos dispositivos e expresses suspensos por medida cautelar e os declarados definitivamente inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.

ASSEMBLIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARABA 16 Legislatura 3 Sesso Legislativa

Procurador FRANCISCO CARNEIRO Organizador

JOO PESSOA - PARABA

2009

CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

MESA DA ASSEMBLIA LEGISLATIVA

Presidente: Primeiro Vice-Presidente: Segundo Vice-Presidente: Terceira Vice-Presidente: Quarto Vice-Presidente: Primeiro Secretrio: Segundo Secretrio: Terceiro Secretrio: Quarto Secretrio:

ARTHUR CUNHA LIMA (PSDB) RICARDO LUS BARBOSA DE LIMA (PSDB) JOO HENRIQUE DE SOUSA (DEM) MARIA DO SOCORRO MARQUES DANTAS (PPS) CARLOS MARQUES CASTRO JNIOR (PTB) LINDOLFO PIRES NETO (DEM) MANOEL LUDGRIO PEREIRA NETO (PDT) BRANCO MENDES PEDROSA (DEM) FABIANO CARVALHO DE LUCENA (PSDB)

SUPLENTES DE SECRETRIOPrimeiro Suplente: Segundo Suplente: Terceiro Suplente: Quarto Suplente: ANTNIO PEREIRA NETO (PSDB) JAC MOREIRA MACIEL (PDT) DINALDO MEDEIROS WANDERLEY (PSDB) ZENBIO TOSCANO DE OLIVEIRA (PSDB)

Edio atualizada pelo Procurador FRANCISCO CARNEIRO, representante do Poder Legislativo e Relator - Geral da Comisso de Alto Nvel, constituda pelo Ato da Mesa n 11, de 1 de fevereiro de 1999, com a finalidade de promover a atualizao e o aperfeioamento jurdico formal e material da Constituio do Estado da Paraba.

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CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

SUMRIOPREMBULO ........................................................................................................................9 TTULO I DOS PRINCPIOS FUNDAMENTAIS (arts. 1 e 2) ............................................................11 TTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (arts. 3 e 4) ...................13 TTULO III DA ORGANIZAO DO ESTADO E DOS MUNICPIOS CAPTULO I DAS DISPOSIES GERAIS (arts. 5 e 6).................................................................15 CAPTULO II DA COMPETNCIA DO ESTADO (art. 7) ....................................................................16 CAPTULO III DO DOMNIO PBLICO (art. 8)....................................................................................18 CAPTULO IV DA ORGANIZAO MUNICIPAL seo I Das Disposies Preliminares (arts. 9 a 12)............................................................19 seo II Da Fiscalizao Financeira e Oramentria dos Municpios (art. 13) .......................22 seo III Da Criao, Incorporao, Fuso e Desmembramento de Municpios (art. 14) ..................................................................................................23 seo IV Da Interveno do Estado nos Municpios (art. 15) ..................................................23 seo V Da Cmara Municipal e dos Vereadores (arts. 16 a 20) ...........................................25 seo VI Do Processo Legislativo Municipal (art. 21) ..............................................................27 seo VII Do Prefeito e do Vice-Prefeito (arts. 22 e 23) ...........................................................27 CAPTULO V DAS REGIES METROPOLITANAS, AGLOMERAES URBANAS E MICRORREGIES (arts. 24 a 29) ..........................................................................29 TTULO IV DA ADMINISTRAO PBLICA CAPTULO I DISPOSIES GERAIS (arts. 30 e 31) .........................................................................31 CAPTULO II DOS SERVIDORES PBLICOS (arts. 32 a 40) .............................................................34 CAPTULO III DOS MILITARES (art. 41) ..............................................................................................38 3

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CAPTULO IV DA SEGURANA PBLICA seo I Disposies Gerais (arts. 42 e 43) ............................................................................39 seo II Da Polcia Civil (arts. 44 a 47)...................................................................................40 seo III Da Polcia Militar (art. 48)..........................................................................................41 TTULO V DA ORGANIZAO DOS PODERES CAPTULO I DO PODER LEGISLATIVO seo I Da Assemblia Legislativa (arts. 49 a 51).................................................................43 seo II Das Atribuies do Poder Legislativo (arts. 52 a 54) ................................................43 seo III Dos Deputados (arts. 55 a 58) ..................................................................................46 seo IV Das Reunies (art. 59) ..............................................................................................49 seo V Das Comisses (art. 60) ...........................................................................................49 seo VI Do Processo Legislativo subseo I Disposio Geral (art. 61) .........................................................................................50 subseo II Da Emenda Constituio (art. 62) ..........................................................................51 subseo III Das Leis (arts. 63 a 68).............................................................................................52 seo VII Da Procuradoria da Assemblia Legislativa (art. 69) ................................................54 seo VIII Da Fiscalizao Contbil, Financeira e Oramentria (arts. 70 a 77) .......................54 CAPTULO II DO PODER EXECUTIVO seo I Do Governador e do Vice-Governador do Estado (arts. 78 a 85) .............................58 seo II Das Atribuies do Governador do Estado (art. 86)..................................................60 seo III Da Responsabilidade do Governador do Estado (arts. 87 e 88)...............................61 seo IV Dos Secretrios de Estado (arts. 89 e 90) ................................................................63 CAPTULO III DO PODER JUDICIRIO seo I Disposies Gerais (arts. 91 a 101) ..........................................................................63 4

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seo II Do Tribunal de Justia (arts. 102 a 109) ...................................................................65 seo III Do Tribunal do Jri (art. 110) ....................................................................................69 seo IV Dos Juzes de Direito Substitutos (art. 111)..............................................................69 seo V Dos Juizados Especiais (arts. 112 e 113) .................................................................69 seo VI Da Justia de Paz (art. 114)......................................................................................70 seo VII Da Justia Militar (art. 115) .......................................................................................70 seo VIII Das Finanas (arts. 116 a 121) .................................................................................70 seo IX Dos Serventurios da Justia (arts. 122 a 124) ........................................................71 CAPTULO IV DAS FUNES ESSENCIAIS JUSTIA seo I Do Ministrio Pblico (arts. 125 a 131) .....................................................................71 seo II Da Advocacia-Geral do Estado (arts. 132 a 139)......................................................74 seo III Da Defensoria Pblica (arts. 140 a 146) ...................................................................79 seo IV Do Conselho Estadual de Justia (art. 147)..............................................................81 seo V Parte Geral (arts. 148 a 155) ....................................................................................81 TTULO VI DA TRIBUTAO E DO ORAMENTO CAPTULO I DO SISTEMA TRIBUTRIO ESTADUAL seo I Dos Princpios Gerais (arts.156 a 158) .....................................................................83 seo II Dos Impostos Pertencentes ao Estado (arts. 159 a 162)..........................................85 seo III Dos Impostos Pertencentes ao Municpio (arts. 163 e 164)......................................88 CAPTULO II DOS ORAMENTOS (arts. 165 a 177)..........................................................................89 TTULO VII DA ORDEM ECONMICA CAPTULO I DO DESENVOLVIMENTO ECONMICO (arts. 178 a 183)...........................................95 CAPTULO II DA POLTICA URBANA (arts. 184 a 187) ......................................................................97 5

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CAPTULO III DA POLTICA RURAL (arts. 188 a 190).........................................................................98 CAPTULO IV DO TURISMO (arts. 191 e 192) .....................................................................................99 TTULO VIII DA ORDEM SOCIAL CAPTULO I DA SEGURIDADE SOCIAL seo I Disposies Gerais (arts. 193 a 195) ......................................................................101 seo II Da Sade (arts. 196 a 200).....................................................................................102 seo III Da Previdncia Social (arts. 201 a 204)..................................................................102 seo IV Da Assistncia Social (arts. 205 e 206) ..................................................................103 CAPTULO II DA EDUCAO, DA CULTURA E DO DESPORTO seo I Da Educao (arts. 207 a 213) ...............................................................................104 seo II Da Cultura (arts. 214 a 220)....................................................................................108 seo III Do Desporto (arts. 221 a 223).................................................................................109 CAPTULO III DA CINCIA E TECNOLOGIA (arts. 224 a 226) ..........................................................109 CAPTULO IV DA PROTEO DO MEIO AMBIENTE E DO SOLO (arts. 227 a 235)........................110 CAPTULO V DA COMUNIO SOCIAL (arts. 236 a 239)................................................................112 CAPTULO VI DOS RECURSOS HDRICOS E MINERAIS (arts. 240 a 245) .....................................113 CAPTULO VII DA FAMLIA, DA CRIANA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO, DOS NDIOS E DA PESSOA PORTADORA DE DEFICINCIA (arts. 246 a 252) .............................115 CAPITULO VIII DA PROTEO DOS NDIOS, DOS CIGANOS E DOS QUILOMBOLAS (arts.252A a 252C) .......................................................................................................118 TTULO IX DAS DISPOSIES CONSTITUCIONAIS GERAIS (arts. 253 a 286) ..............................119 ATO DAS DISPOSIES CONSTITUCIONAIS TRANSITRIAS (arts. 1 a 84) .............127

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EMENDAS CONSTITUCIONAIS

Emenda Constitucional n 1, de 17 de abril de 1991 .........................................................143 Emenda Constitucional n 2, de 16 de agosto de 1993 .....................................................154 Emenda Constitucional n 3, de 16 de dezembro de 1993 ................................................155 Emenda Constitucional n 4, de 24 de novembro de 1994 ................................................156 Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994 ................................................158 Emenda Constitucional n 6, de 21 de dezembro de 1994 ................................................166 Emenda Constitucional n 7, de 28 de setembro de 1995 .................................................168 Emenda Constitucional n 8, de 20 de dezembro de 1996 ................................................169 Emenda Constitucional n 9, de 18 de dezembro de 1997 ................................................171 Emenda Constitucional n 10, de 13 de janeiro de 1999 ...................................................172 Emenda Constitucional n 11, de 13 de janeiro de 1999 ...................................................174 Emenda Constitucional n 12, de 13 de janeiro de 1999 ...................................................175 Emenda Constitucional n 13, de 13 de janeiro de 1999 ...................................................176 Emenda Constitucional n 14, de 11 de dezembro de 2002 ..............................................177 Emenda Constitucional n 15, de 28 de agosto de 2003 ...................................................180 Emenda Constitucional n 16, de 10 de setembro de 2003 ...............................................181 Emenda Constitucional n 17, de 29 de outubro de 2003..................................................182 Emenda Constitucional n 18, de 9 dezembro de 2003 ....................................................183 Emenda Constitucional n 19, de 9 de maio de 2006 ........................................................204 Emenda Constitucional n 20, de 9 de maio de 2006 ........................................................206 Emenda Constitucional n 21, de 27 de dezembro de 2006 ..............................................208 Emenda Constitucional n 22, de 27 de dezembro de 2006 ..............................................209 Emenda Constitucional n 23, de 20 de junho de 2007 .....................................................211 Emenda Constitucional n 24, de 20 de junho de 2007 .....................................................212 Emenda Constitucional n 25, de 6 de novembro de 2007 ................................................213 Emenda Constitucional n 26, de 18 de dezembro de 2007 ..............................................219

SUPLEMENTO

AES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE ADI...............................................223 LEI COMPLEMENTAR N 95, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1998 ......................................238 LEI COMPLEMENTAR N 107, DE 26 DE ABRIL DE 2001 ..............................................247 LEI N 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999 ................................................................251 LEI N 9.882, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1999 ..................................................................259 DECLARAO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS ...............................................262 COMISSES DE ALTO NVEL .........................................................................................267

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CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

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CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABAPublicada no Dirio Oficial do Estado de 5 de outubro de 1989

PREMBULO

Ns,

representantes

do

povo

paraibano,

reunidos

em

Assemblia Estadual Constituinte, conforme os princpios da Constituio Federal de 5 de outubro de 1988, objetivando instituir uma ordem jurdica autnoma para uma democracia social participativa, legitimada pela vontade popular, que assegure o respeito liberdade e justia, o progresso social, econmico e cultural, e o bem-estar de todos os cidados, numa sociedade pluralista e sem preconceitos, decretamos e promulgamos, invocando a proteo de Deus, a seguinte CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA.

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CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

TTULO I DOS PRINCPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1 O Estado da Paraba, com autonomia poltico - administrativa, parte integrante da Repblica Federativa do Brasil, ordem jurdica democrtica, e tem por princpios a autonomia, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo poltico. 1 Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta e da Constituio Federal. 2 O cidado exerce os seus direitos polticos, participando das eleies, da iniciativa popular, do referendo, do plebiscito e do veto popular. 3 O Estado buscar a integrao poltica, econmica, social e cultural da comunidade brasileira. Art. 2 So objetivos prioritrios do Estado: I - garantia da efetividade dos direitos subjetivos pblicos do indivduo e dos interesses da coletividade; II - garantia da efetividade dos mecanismos de controle, pelo cidado e segmentos da comunidade estadual, da legalidade e da legitimidade dos atos do Poder Pblico e da eficcia dos servios pblicos; III - preservao dos valores ticos; IV - regionalizao das aes administrativas, em busca do equilbrio no desenvolvimento das coletividades; V - segurana pblica; VI - fixao do homem no campo; VII - garantia da educao, do ensino, da sade e da assistncia maternidade e infncia, velhice, habitao, ao transporte, ao lazer e alimentao; VIII - assistncia aos Municpios; IX - preservao dos interesses gerais, coletivos ou difusos; X - respeito vontade popular, de onde emana todo o poder; XI - respeito aos direitos humanos e sua defesa; XII - atendimento aos interesses da maioria da populao; XIII - respeito aos direitos das minorias; 11

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XIV - primazia do interesse pblico, objetivo e subjetivo; XV - desenvolvimento econmico e social, harmnico e integrado; XVI - autonomia poltico - administrativa; XVII - descentralizao poltico - administrativa; XVIII - racionalidade na organizao administrativa e no uso dos recursos pblicos, humanos e materiais; XIX - proteo ao meio ambiente e ao patrimnio histrico, cultural e urbanstico; XX - planejamento e controle da qualidade do desenvolvimento urbano e rural.

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TTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPTULO I DOS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 3 O Estado e os Municpios asseguram, em seus territrios e no limite de suas competncias, a plenitude e inviolabilidade dos direitos e garantias fundamentais que a Constituio Federal reconhece e confere aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas, bem como outros quaisquer decorrentes do regime e dos princpios adotados. 1 Incide na penalidade de destituio de mandato administrativo, de cargo ou funo de direo, em rgo da administrao direta ou indireta, o agente pblico que, dentro de noventa dias do requerimento do interessado, deixar, injustificadamente, de sanar omisso inviabilizadora do exerccio de direito constitucional. 2 Independe do pagamento de taxa ou de emolumento ou de garantia de instncia, o exerccio do direito de petio ou representao, bem como a obteno de certido para a defesa de direito ou esclarecimento de situao de interesse pessoal. 3 Ningum ser discriminado ou, de qualquer forma, prejudicado pelo fato de litigar com rgo estadual, no mbito administrativo ou judicial. 4 Nos processos administrativos, qualquer que seja o objeto e o procedimento, observar-se-o, entre outros requisitos de validade, a publicidade, o contraditrio, a ampla defesa e o despacho ou deciso motivados. 5 Todos tm o direito de requerer e de obter, em prazo razovel, informaes sobre projetos do Poder Pblico, ressalvados os casos cujo sigilo seja comprovadamente imprescindvel segurana da sociedade e do Estado. 6 A fora pblica garantir o exerccio do direito de reunio e de outras liberdades constitucionais, a defesa da ordem pblica e da segurana pessoal, bem como do patrimnio pblico e privado, respondendo pelos excessos cometidos. 7 Obriga-se: a) a autoridade competente a especificar rea ou reas de fcil acesso, abertas ao povo, a serem utilizadas para reunies, nos termos constitucionais, sem prejuzo da ordem pblica; b) o Estado a destinar rea pblica para fins de recreao e execuo de programas culturais e tursticos. 8 assegurado ao presidirio: a) respeito integridade moral e fsica; 13

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b) informao de seus direitos, inclusive o de permanente assistncia mdica, jurdica, espiritual e familiar; c) identificao dos responsveis por sua priso e por seu interrogatrio; d) acesso aos dados relativos execuo da respectiva pena; e) aprendizado profissionalizante e trabalho produtivo e remunerado; f) oferecimento de creche e de outras condies para que as presidirias possam permanecer com seus filhos durante o perodo de amamentao, na forma do art. 5, L, da Constituio Federal; g) indenizao, para si ou para seus beneficirios, nos casos de leso ou morte durante o perodo de apenamento; h) acesso notcia gerada fora do ambiente carcerrio. 9 Todo preso, qualquer que seja sua condio, sem prejuzo do disposto na alnea a do pargrafo anterior, ser submetido a exame completo e peridico de sade, com intervalo no superior a seis meses, adotando-se de imediato as providncias que couberem, sob pena de responsabilidade do rgo competente. Art. 4 O Estado e os Municpios asseguraro, em seus territrios e nos limites de suas competncias, a plenitude dos direitos sociais e econmicos determinados na Constituio Federal. Pargrafo nico. Todas as empresas pblicas ou de economia mista controladas pelo Estado tero um Conselho de Servidores, eleito pelos seus servidores, com a finalidade de participar da elaborao dos planos e metas da empresa e de fiscalizar a sua execuo.

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TTULO III DA ORGANIZAO DO ESTADO E DOS MUNICPIOS

CAPTULO I DAS DISPOSIES GERAIS Art. 5 O Estado da Paraba organiza-se e rege-se por esta Constituio e pelas leis que adotar, observados os princpios da Constituio Federal. 1 O territrio do Estado o da antiga provncia. 2 A Capital do Estado a cidade de Joo Pessoa. 3 So smbolos do Estado a bandeira, o hino e o braso, definidos em lei complementar. Art. 6 So Poderes do Estado, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio. 1 O Poder Legislativo exercido por representantes do povo, eleitos na forma da lei. 2 O Poder Executivo exercido pelo Governador do Estado, auxiliado pelas autoridades que lhe so subordinadas. 3 O Poder Judicirio exercido por juzes e tribunais. 4 Os Poderes Pblicos promovero as condies para o progresso social e econmico, garantindo uma poltica de estabilidade econmica, interrelacionando a iniciativa privada, o planejamento, a liberdade criadora e a justia social. 5 vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuies, e ao cidado, investido na funo de um deles, o exerccio de funo em outro. 6 vedado ao Estado: I - edificar templos religiosos, promover cultos, subvencion-los, embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relaes de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colaborao; II - recusar f aos documentos pblicos; III - fazer distines ou estabelecer preferncias entre brasileiros; IV - renunciar receita e conceder isenes e anistias fiscais sem interesse pblico justificado definido em lei;

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CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

V - realizar operaes externas de natureza financeira, sem prvia autorizao do Senado Federal. 7 vedada a criao de tribunais, conselhos ou rgos de contas municipais.

CAPTULO II DA COMPETNCIA DO ESTADO Art. 7 So reservadas ao Estado as competncias que no sejam vedadas pela Constituio Federal. 1 Compete exclusivamente ao Estado: I - manter relaes com a Unio, os Estados Federados, o Distrito Federal e os Municpios que integram a Repblica Federativa do Brasil; II - organizar o seu governo e a administrao prpria; III - firmar acordos, convnios, ajustes ou outros instrumentos congneres; IV - promover a seguridade social, a educao, a cultura, os desportos, a cincia e a tecnologia; V - manter e preservar a segurana, a ordem pblica e a incolumidade da pessoa e do patrimnio; VI - intervir nos Municpios; VII - dispor sobre a diviso e a organizao judicirias e a diviso administrativa. 2 Compete ao Estado legislar privativa e concorrentemente com a Unio sobre: I - direito tributrio, financeiro, administrativo, econmico e urbanstico; II - oramento; III - juntas comerciais; IV - custas dos servios forenses; V - produo e consumo; VI - florestas, caa, fauna, conservao da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da poluio; VII - proteo do patrimnio histrico, cultural, artstico, turstico, paisagstico e urbanstico; 16

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VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico, paisagstico e urbanstico; IX - educao, cultura, ensino e desporto; X - criao, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; XI - procedimentos em matria processual; XII - previdncia social, proteo e defesa da sade; XIII - assistncia jurdica e defensoria pblica; XIV - proteo e integrao social das pessoas portadoras de deficincia; XV - proteo infncia, juventude e velhice; XVI - organizao, garantias, direitos e deveres da Polcia Civil e Militar. 3 Compete ao Estado, juntamente com a Unio e os Municpios: I - zelar pela guarda da Constituio Federal, desta Constituio, das leis e das instituies democrticas e conservar o patrimnio pblico; II - cuidar da sade e assistncia pblica, da proteo e garantia das pessoas portadoras de deficincia; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histrico, artstico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notveis e os stios arqueolgicos; IV - impedir a evaso, a destruio e a descaracterizao de obras de arte e de outras de valor histrico, artstico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso cultura, educao e cincia; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluio em qualquer de suas formas; VII - preservar a fauna e a flora; VIII - fomentar a produo agropecuria e organizar o abastecimento alimentar, proporcionando assistncia tcnica e extenso rural ao produtor; IX - promover programas de construo de moradias e a melhoria das condies habitacionais e de saneamento bsico; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalizao, promovendo a integrao social dos setores desfavorecidos; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concesses de direitos de pesquisa e explorao de recursos hdricos e minerais em seu territrio; 17

CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

XII - estabelecer e implantar poltica de educao para a segurana do trnsito; XIII - instituir, por lei, plano plurianual de saneamento bsico, estabelecendo diretrizes e programas para as aes nesse campo, com dotaes previstas no plano plurianual, na lei de diretrizes oramentrias e no oramento do Estado; XIV - promover medidas de carter preventivo sobre o fenmeno das secas, atravs de uma comisso permanente, composta de representantes dos setores competentes estaduais e regionais, devendo a comisso elaborar relatrio anual, distribuindo-o com os Municpios para adoo das devidas providncias. 4 No domnio da legislao concorrente, o Estado exercer competncia suplementar. 5 Inexistindo lei federal sobre normas gerais, o Estado exercer a competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 6 A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.

CAPTULO III DO DOMNIO PBLICO Art. 8 Formam o domnio pblico patrimonial do Estado os direitos, os rendimentos das atividades e servios de sua competncia, os bens mveis e imveis. 1 Incluem-se entre os bens do Estado, alm dos descritos no art. 26 da Constituio Federal: I - os que atualmente lhe pertencem; II - os lagos em terreno do seu domnio e os rios que tm nascente e foz no seu territrio; III - os bens de sua propriedade, na forma da lei; IV - a dvida ativa, proveniente da receita no arrecadada. 2 Os bens mveis e imveis do Estado no podero ser objeto de alienao, de aforamento ou de uso, seno em virtude de lei que disciplinar o seu procedimento. 3 A aquisio de bens mveis e imveis, a ttulo oneroso, depende de avaliao prvia e de autorizao legislativa.

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4 A alienao de bens mveis e imveis depende de autorizao legislativa, avaliao prvia e licitao, dispensada esta, na forma da lei, nos casos de doao e permuta. 5 O uso especial de bens patrimoniais do Estado por terceiros ser objeto, na forma da lei, de: a) concesso remunerada ou gratuita, mediante contrato de direito pblico, podendo dar-se tambm a ttulo de direito real resolvel, na forma da lei; b) permisso; c) cesso; d) autorizao. 6 Os bens do patrimnio estadual devem ser cadastrados, zelados e tecnicamente identificados, especialmente as edificaes de interesse administrativo e a documentao dos servios pblicos.

CAPTULO IV DA ORGANIZAO MUNICIPAL

seo I Das Disposies Preliminares Art. 9 O territrio do Estado da Paraba divide-se em Municpios como unidades territoriais dotadas de autonomia poltica, administrativa e financeira, nos termos da Constituio Federal, desta Constituio, da lei complementar estadual e das leis orgnicas dos Municpios. 1 O territrio dos Municpios ser dividido, para fins administrativos, em Distritos, e suas circunscries urbanas classificar-se-o em cidades e vilas, na forma determinada pela lei. 2 Os Municpios e Distritos adotaro, respectivamente, os nomes das cidades e vilas que lhes servem de sede, vedado o uso do mesmo nome para mais de uma cidade ou vila. Art. 10. O Municpio reger-se- por lei orgnica, votada em dois turnos, com o interstcio mnimo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da Cmara Municipal, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos na Constituio Federal, nesta Constituio e os seguintes preceitos: I - eleio do Prefeito, do Vice - Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultneo realizado em todo o Pas; 19

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II - eleio do Prefeito e do Vice - Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao trmino do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 da Constituio Federal, no caso de Municpios com mais de duzentos mil eleitores; Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 10, de 13 de janeiro de 1999.

III - posse do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores no dia 1 de janeiro do ano subsequente ao da eleio; IV - cmara constituda de Vereadores cujo nmero ser fixado de acordo com o estabelecido neste inciso, tendo em vista a populao do Municpio no ano anterior ao da eleio, observadas as seguintes propores: a) nos Municpios de at cinco mil habitantes - nove Vereadores; b) nos Municpios de cinco mil e um a dez mil habitantes - onze Vereadores; c) nos Municpios de dez mil e um a vinte mil habitantes - treze Vereadores; d) nos Municpios de vinte mil e um a quarenta mil habitantes - quinze Vereadores; e) nos Municpios de quarenta mil e um a oitenta mil habitantes - dezessete Vereadores; f) nos Municpios de oitenta mil e um a cento e sessenta mil habitantes - dezenove Vereadores; g) nos Municpios com mais de cento e sessenta mil habitantes - vinte e um Vereadores. V - remunerao do Prefeito, do Vice - Prefeito e dos Vereadores fixada pela Cmara Municipal em cada legislatura para a subseqente, observados os arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, 2, I, da Constituio Federal; VI - inviolabilidade dos Vereadores por suas opinies, palavras e votos no exerccio do mandato e na circunscrio do Municpio; VII - proibies e incompatibilidades, no exerccio da vereana, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituio para os membros da Assemblia Legislativa; VIII - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justia; IX - organizao das funes legislativas e fiscalizadoras da Cmara Municipal; X - cooperao das associaes representativas no planejamento municipal; XI - iniciativa popular de projetos de lei de interesse especfico do Municpio, da cidade ou de bairros, atravs de manifestao de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; 20

CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

XII - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, pargrafo nico, da Constituio Federal; XIII - obrigatoriedade do plano diretor, aprovado pela Cmara Municipal, nos Municpios com mais de vinte mil habitantes; XIV - obrigatoriedade da aplicao de, pelo menos, vinte e cinco por cento da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino. Art. 11. Compete aos Municpios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislao federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competncia, bem como aplicar suas rendas, sem prejuzo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislao estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, os servios pblicos de interesse local, includo o de transporte coletivo, que tem carter essencial; VI - manter, com a cooperao tcnica e financeira da Unio e do Estado, programas de educao pr-escolar e de ensino fundamental; VII - prestar, com a cooperao tcnica e financeira da Unio e do Estado, servios de atendimento sade da populao; VIII - promover adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupao do solo urbano; IX - promover a proteo do patrimnio histrico-cultural local, observada a legislao e a ao fiscalizadora federal e estadual; X - elaborar o estatuto dos seus servidores, observados os princpios da Constituio Federal, desta Constituio e das leis correlatas; XI - constituir guarda municipal destinada proteo de seus bens, servios e instalaes, conforme dispuser a lei, podendo firmar convnio com a Polcia Militar do Estado para atendimento deste objetivo; XII - firmar convnios, contratos, acordos, ajustes e outros instrumentos congneres; XIII - estabelecer e executar a poltica de desenvolvimento urbano, na forma do art. 182 da Constituio Federal; 21

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XIV - assegurar a defesa da ecologia, mediante convnios com o Estado e a Unio, nos termos da legislao superior pertinente. Pargrafo nico. A concesso ou permisso para explorao dos servios pblicos de abastecimento de gua e de esgoto sanitrio, prevista no item V deste artigo, somente ser feita empresa pblica estadual constituda para este fim. Art. 12. So rgos do Poder Municipal, independentes e harmnicos entre si, a Prefeitura, com funes executivas, e a Cmara Municipal, com funes legislativa e fiscalizadora. 1 So condies de elegibilidade do Prefeito, do Vice - Prefeito e dos Vereadores: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exerccio dos direitos polticos; III - a idade mnima de vinte e um anos para Prefeito e Vice - Prefeito e de dezoito anos para Vereador; IV - a filiao partidria, obedecendo ao prazo fixado em lei; V - o domiclio eleitoral no Municpio pelo prazo fixado em lei; VI - o alistamento eleitoral. 2 A lei orgnica municipal poder estabelecer proibies e incompatibilidades relativas aos cargos de Prefeito, Vice - Prefeito e Vereador, observado o disposto na Constituio Federal para membros do Congresso Nacional e, nesta Constituio, para Deputados da Assemblia Legislativa.

seo II Da Fiscalizao Financeira e Oramentria dos Municpios Art. 13. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial do Municpio e de todas as entidades da administrao direta e indireta, quanto aos aspectos de legalidade, legitimidade e economicidade, assim como a aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno que, de forma integrada, sero mantidos pelos Poderes Legislativo e Executivo. 1 O controle externo ser exercido pela Cmara Municipal com o auxlio do Tribunal de Contas dos Municpios do Estado da Paraba. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994.

2 O parecer prvio, emitido pelo Tribunal de Contas dos Municpios, sobre as contas que o Prefeito e a Mesa da Cmara devem anualmente prestar, s deixar de prevalecer por deciso de dois teros dos membros da Cmara Municipal. 22

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Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994.

3 As contas do Prefeito e da Mesa da Cmara sero enviadas ao Tribunal de Contas dos Municpios at o dia 31 de maro, devendo, a partir desta data, durante no mnimo sessenta dias, uma das vias permanecer disposio, na Cmara e no Tribunal, para exame e apreciao de qualquer contribuinte, que poder questionar sua legalidade, nos termos da lei. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994.

4 Recebido o parecer prvio, a Cmara dever pronunciar-se no prazo de sessenta dias, na forma que a lei dispuser. 5 Se a Cmara no deliberar no prazo de que trata o pargrafo anterior, considerar-se- prevalente o parecer do Tribunal de Contas dos Municpios. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994.

6 Prevalecendo o parecer pela rejeio das contas, sero de imediato adotadas as providncias, observadas as formalidades da lei. 7 A partir da data do recebimento das contas do Municpio, o Tribunal de Contas dos Municpios ter o prazo de um ano para emitir parecer. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994.

8 As contas do Prefeito, enviadas apreciao do Tribunal de Contas dos Municpios, na forma e prazo descritos no 3 deste artigo, tambm o sero respectiva Cmara, acompanhadas dos devidos comprovantes de despesas a que elas se refiram, sempre atravs de recibos, faturas ou documento fiscal. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994.

seo III Da Criao, Incorporao, Fuso e Desmembramento de Municpios Art. 14. A criao, a incorporao, a fuso e o desmembramento de Municpios, farse-o por lei estadual, dentro do perodo determinado por lei complementar federal, e dependero de consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes dos Municpios envolvidos, aps divulgao dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 11, de 13 de janeiro de 1999.

seo IV Da Interveno do Estado nos Municpios Art. 15. O Estado no intervir em seus Municpios, exceto quando: 23

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I - deixar de ser paga, sem motivo de fora maior, por dois anos consecutivos, a dvida fundada; II - no forem prestadas contas devidas, na forma da lei; III - no tiver sido aplicado o mnimo exigido da receita municipal na manuteno e desenvolvimento do ensino; IV - o Tribunal de Justia der provimento a representao para assegurar a observncia de princpios indicados nesta Constituio, ou para prover a execuo de lei, de ordem ou de deciso judicial; V - confirmada prtica de atos de corrupo e/ou improbidade no Municpio, nos termos da lei; VI - para garantir o livre exerccio de qualquer dos Poderes. 1 O decreto de interveno, que especificar a amplitude, o prazo e as condies de execuo e que, se couber, nomear o interventor, ser submetido apreciao da Assemblia Legislativa, no prazo de vinte e quatro horas. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 8, de 20 de dezembro de 1996.

2 Se no estiver funcionando a Assemblia Legislativa, far-se- convocao extraordinria, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 8, de 20 de dezembro de 1996.

3 No caso do inciso IV deste artigo, o Governador do Estado decretar a interveno mediante solicitao do Tribunal de Justia do Estado, limitando-se o decreto a suspender a execuo do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da moralidade. 4 Poder ainda ser iniciado processo de interveno em Municpio, mediante solicitao da Cmara Municipal aprovada pelo voto da maioria absoluta de seus membros, ou do Tribunal de Contas dos Municpios ao Governador, que proceder na forma estabelecida no 1 deste artigo. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994.

5 O interventor nomeado assumir o cargo perante a autoridade judiciria competente, mediante a prestao de compromisso de cumprir as Constituies Federal e Estadual, observar as leis e os limites do decreto interventivo, para bem e fielmente desempenhar as funes de seu encargo. 6 O interventor apresentar contas de sua administrao Cmara Municipal e ao Tribunal de Contas dos Municpios, sob as mesmas condies estabelecidas para o Prefeito Municipal. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994.

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7 Cessados os motivos da interveno, as autoridades afastadas de seus cargos a estes retornaro, salvo impedimento legal. 8 A renncia, morte ou afastamento voluntrio das autoridades responsveis pelo Municpio no fazem cessar os motivos da interveno. 8 acrescentado pela Emenda Constitucional n 8, de 20 de dezembro de 1996.

seo V Da Cmara Municipal e dos Vereadores Art. 16. O Poder Legislativo Municipal exercido pela Cmara Municipal, que se compe de Vereadores, em nmero proporcional populao do Municpio, observados os limites previstos no art. 29 da Constituio Federal e no art. 10 desta Constituio. Pargrafo nico. O nmero de Vereadores em cada Municpio ser fixado em lei estadual, para cada legislatura, de acordo com a populao existente, apurada pelo rgo federal competente, at o ltimo dia do ano anterior eleio. Art. 17. Os Vereadores sero eleitos juntamente com o Prefeito e o Vice- Prefeito, em pleito direto e simultneo realizado em todo o Pas. 1 A remunerao dos Vereadores ser fixada pela respectiva Cmara Municipal, em cada legislatura, para a subseqente, observados os limites e critrios definidos nesta Constituio e na Constituio Federal. 2 O limite mximo de remunerao do Vereador corresponde a cinqenta por cento do percebido em espcie pelo Prefeito do Municpio, obedecido o disposto no 4 do art. 23 desta Constituio. 3 Cada legislatura ter a durao de quatro anos. Art. 18. Os Vereadores no podero: I - desde a expedio do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa jurdica de direito pblico, autarquia, empresa pblica, sociedade de economia mista ou empresa concessionria de servio pblico, salvo quando o contrato obedecer a clusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, funo ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissveis ad nutum, nas entidades constantes da alnea anterior. II - desde a posse: a) ser proprietrios, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurdica de direito pblico ou nela exercer funo remunerada; 25

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b) ocupar cargo ou funo de que sejam demissveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a, exceto investirem-se nos cargos de Ministro, de Secretrio de Estado ou de Municpio, desde que autorizados pela respectiva Cmara; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato pblico eletivo. Art. 19. Perder o mandato o Vereador: I - que infringir qualquer das proibies estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatvel com o decoro parlamentar; III - que deixar de comparecer, em cada sesso legislativa, tera parte das sesses ordinrias da Cmara de Vereadores, salvo licena ou misso por esta autorizada; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos polticos; V - quando o decretar a Justia Eleitoral, nos casos previstos na Constituio Federal; VI - que sofrer condenao criminal em sentena transitada em julgado. 1 No perder o mandato o Vereador: I - investido nas funes de Ministro, de Secretrio de Estado ou de Municpio; II - licenciado pela respectiva Cmara por motivo de doena, ou para tratar, sem remunerao, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento no ultrapasse cento e vinte dias por sesso legislativa. 2 O suplente ser convocado nos casos de vaga, de investidura em funes previstas neste artigo ou de licena superior a cento e vinte dias. 3 Ocorrendo vaga e no havendo suplente, far-se- eleio para preench-la se faltarem mais de quinze meses para o trmino do mandato. 4 Na hiptese do inciso I, o Vereador poder optar pela remunerao do mandato. Art. 20. Ao servidor eleito Vereador aplicam-se as seguintes normas: I - havendo compatibilidade de horrios, perceber as vantagens de seu cargo, emprego ou funo, sem prejuzo dos subsdios a que faz jus; II - no havendo compatibilidade, ficar afastado do cargo, emprego ou funo, contando-se-lhe o tempo de servio para todos os efeitos legais, exceto para promoo por merecimento.

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seo VI Do Processo Legislativo Municipal Art. 21. A lei orgnica do Municpio regular o processo legislativo municipal, em obedincia s regras do processo legislativo estadual. 1 A iniciativa dos projetos de lei cabe aos cidados, a qualquer Vereador ou comisso da Cmara Municipal e ao Prefeito, sendo privativa deste a do plano plurianual, da lei de diretrizes oramentrias, dos oramentos anuais, da criao de cargos, funes ou empregos pblicos nas administraes direta, indireta e autrquica ou do aumento de sua remunerao, da organizao administrativa, do regime jurdico do servidor, do provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria, da criao, estruturao e atribuies dos rgos da administrao pblica, do plano diretor e da delimitao da zona urbana. 2 A iniciativa popular das leis pode ser exercida pela apresentao Cmara Municipal de projeto de lei devidamente articulado e subscrito por, no mnimo, cinco por cento do eleitorado. 3 A lei orgnica do Municpio assegurar a participao da comunidade e de suas entidades representativas na formulao do seu plano diretor, na gesto da cidade, na elaborao e execuo de planos, oramentos e diretrizes municipais, mediante audincias pblicas, direito a informaes, plebiscito e diversas formas de consultas populares como o referendo e a iniciativa popular de leis.

seo VII Do Prefeito e do Vice-Prefeito Art. 22. O Prefeito o chefe do governo municipal. 1 A eleio do Prefeito e do Vice - Prefeito far-se- na forma da Constituio Federal e ambos tomaro posse no dia 1 de janeiro do ano subseqente ao da eleio, em sesso da Cmara Municipal ou, se esta no estiver reunida, perante o Juiz Eleitoral da Zona. 2 Nos casos de Municpios com mais de duzentos mil eleitores, ser considerado eleito o candidato que, registrado por partido poltico, obtiver a maioria absoluta de votos, no computados os brancos e os nulos. 3 Se nenhum candidato alcanar maioria na primeira votao, far-se- nova eleio em at vinte dias aps a proclamao do resultado, concorrendo ao segundo escrutnio somente os dois candidatos mais votados, considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos vlidos. 4 Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistncia ou impedimento legal de candidato, convocar-se-, dentre os remanescentes, o de maior votao.

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5 Se, na hiptese dos pargrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votao, qualificar-se- o mais idoso. 6 Nos casos de Municpios com menos de duzentos mil eleitores, ser considerado eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos vlidos. 7 O Prefeito residir no Municpio e no poder deste ausentar-se, por mais de quinze dias, sem prvia licena da Cmara. 8 Compete ao Prefeito, alm de outras atribuies que lhe forem conferidas em lei: I - representar o Municpio em juzo e fora dele; II - apresentar Cmara Municipal projetos de lei, sancionar, promulgar, sem prejuzo da competncia do Presidente da Cmara, e fazer publicar as leis, bem assim expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuo; III - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; IV - exercer, privativamente, a iniciativa de leis que disponham sobre a criao, extino, formas de provimento e regime jurdico de cargo, funes ou empregos pblicos ou que aumentem sua remunerao, criao e estrutura de secretarias e rgos da administrao e dos servios pblicos e matrias tributria e oramentria; V - prover e extinguir os cargos pblicos municipais, exonerar, demitir, punir, colocar em disponibilidade e aposentar servidores pblicos, na forma da lei; VI - exercer outras atribuies previstas nesta Constituio e na lei orgnica municipal e delegar competncia; VII - nomear e exonerar Secretrios Municipais; VIII - convocar extraordinariamente a Cmara Municipal; IX - exercer, com o auxlio dos Secretrios Municipais, a direo superior da administrao municipal. Art. 23. O Prefeito eleito ser substitudo nos casos de impedimento, licenas, ausncias e afastamentos, e sucedido, no de vaga, pelo Vice-Prefeito, na forma que a lei indicar. 1 Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice - Prefeito ou vacncia dos dois cargos, ser convocado para o exerccio do governo municipal o Presidente da Cmara Municipal. 2 Vagando ambos os cargos, haver eleio pela Cmara Municipal, caso a vacncia ocorra na segunda metade do mandato. 3 O Prefeito e o Vice-Prefeito devero, no ato de posse e no trmino do mandato, fazer declarao pblica de bens. 28

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4 A remunerao do Prefeito e do Vice-Prefeito ser fixada no ltimo ano de cada legislatura para a subseqente, observados os critrios e limites estabelecidos na Constituio Federal e nesta Constituio, no podendo ser superior percebida em espcie por Deputado Estadual e ser corrigida monetariamente pelo ndice inflacionrio. 5 A remunerao do Vice-Prefeito corresponder metade do valor mensal da remunerao paga ao Prefeito. Declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, em deciso definitiva de mrito, proferida nos autos da Ao Direta de Inconstitucionalidade 2738 -7.

CAPTULO V DAS REGIES METROPOLITANAS, AGLOMERAES URBANAS E MICRORREGIES Art. 24. O Estado poder, mediante lei complementar, ouvidos os Municpios a serem integrados, instituir regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, constitudas por agrupamentos de Municpios limtrofes, para integrar a organizao, o planejamento e a execuo de funes pblicas de interesse comum, assegurando, paritariamente, a participao dos Municpios envolvidos e da sociedade civil na gesto regional. Art. 25. facultada a criao de rgos ou entidades de apoio tcnico, de mbito regional, para organizar, planejar e executar as aes pblicas de interesse comum. Art. 26. A lei complementar que instituir as regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies dispor sobre as questes pblicas de interesse comum. Art. 27. Para a organizao, planejamento e execuo das funes pblicas de interesse comum, no mbito das regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, sero destinados recursos financeiros do Estado, previsto nos oramentos anuais. Art. 28. Ser institudo, por lei complementar, mecanismo de compensao financeira aos Municpios que sofrerem diminuio ou perda de receita, por atribuies e funes decorrentes do planejamento regional. Art. 29. Lei complementar estadual dispor sobre: I - as condies para integrao das regies em desenvolvimento; II - a composio dos organismos regionais, integrantes dos planos estaduais e municipais de desenvolvimento econmico e social, que devero ser devidamente aprovados.

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TTULO IV DA ADMINISTRAO PBLICA CAPTULO I DISPOSIES GERAIS Art. 30. A administrao pblica direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes do Estado obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficincia, segurana jurdica e, tambm, ao seguinte: Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 23, de 20 de junho de 2007.

I - os atos administrativos so pblicos, salvo quando o interesse da administrao exigir sigilo declarado em lei; II - so vedados e considerados nulos de pleno direito, no gerando obrigaes de espcie alguma para a pessoa jurdica interessada, nem qualquer direito para o beneficirio, os atos que importem em demitir, nomear, contratar, designar, promover, enquadrar, reclassificar, readaptar ou proceder a quaisquer outras formas de provimento de servidor pblico na administrao direta e nas autarquias e empresas pblicas mantidas pelo Poder Pblico, sem a obrigatria publicao no rgo oficial do Estado ou praticados sem observncia dos princpios gerais da administrao pblica estabelecido no art. 37 da Constituio Federal; III - as leis e atos administrativos sero publicados em rgo oficial, para que tenham eficcia e produzam seus efeitos jurdicos regulares; IV - todos os rgos ou pessoas que recebem dinheiros ou valores pblicos ficam obrigados prestao de contas de sua aplicao ou utilizao; V - a administrao obrigada a fornecer a qualquer interessado, no prazo previsto em lei federal, certido de atos, contratos, decises ou pareceres que no tenham sido previamente declarados sigilosos, sob pena de responsabilidade da autoridade ou do servidor que negar ou retardar a sua expedio; VI - as entidades da administrao descentralizada ficam sujeitas aos princpios fixados neste Captulo, quanto publicidade de seus atos e prestao de suas contas, alm das normas estatudas em lei; VII - os cargos, empregos e funes pblicas so acessveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como os estrangeiros, na forma da lei; VIII - a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso, declarado em lei de livre nomeao e exonerao;

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IX - o prazo de validade do concurso pblico ser de at dois anos, prorrogvel uma vez, por igual perodo; X - garantido ao servidor pblico civil o direito livre associao sindical; XI - o direito de greve ser exercido nos termos e nos limites definidos em lei federal especfica; XII - a lei reservar percentual dos cargos e empregos pblicos para as pessoas portadoras de deficincia e definir os critrios de sua admisso; XIII - a lei estabelecer os casos de contratao por tempo determinado para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico; XIV - a remunerao dos servidores pblicos e o subsdio de que trata o 3 do art. 32, somente podero ser fixados ou alterados por lei especfica, observada a iniciativa privada em cada caso, assegurada reviso geral anual, sempre na mesma data e sem distino de ndices; XV - a remunerao e o subsdio dos ocupantes de cargos, funes e empregos pblicos da administrao direta, autrquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes do Estado, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes polticos e os proventos, penses ou outra espcie remuneratria, percebidos cumulativamente ou no, includas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, no podero exceder o limite mximo previsto especificamente na Constituio Federal e sero disciplinados em lei estadual; XVI - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judicirio no podero ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; XVII - vedada a vinculao ou equiparao de quaisquer espcies remuneratrias para o efeito de remunerao de pessoal do servio pblico; XVIII - os acrscimos pecunirios percebidos por servidor pblico no sero computados nem acumulados, para fins de concesso de acrscimos ulteriores; XIX - o subsdio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos pblicos so irredutveis, ressalvado o disposto nos incisos XV e XVIII deste artigo e nos arts. 39, 4, 150, II, 153, III e 153, 2, I, da Constituio Federal; XX - vedada a acumulao remunerada de cargos pblicos, exceto, quando houver compatibilidade de horrios, observado em qualquer caso o disposto no inciso XV: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro tcnico ou cientfico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de sade, com profisses regulamentadas. 32

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XXI - a proibio de acumular estende-se a empregos e funes e abrange autarquias, fundaes, empresas pblicas, sociedades de economia mista, suas subsidirias e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Pblico; XXII - a administrao fazendria e seus servidores fiscais tero, dentro de suas reas de competncia e jurisdio, precedncia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; XXIII - somente por lei especfica poder ser criada autarquia e autorizada a instituio de empresa pblica, de sociedade de economia mista e de fundao, cabendo lei complementar, neste ltimo caso, definir as reas de sua atuao, aplicando-se o disposto neste inciso criao de subsidirias das entidades mencionadas e participao destas em empresas privadas; XXIV - as obras, servios, compras e alienaes do Estado sero contratados de acordo com o estabelecido na legislao federal especfica; XXV - as funes de confiana, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comisso, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condies e percentuais mnimos previstos em lei, destinam-se apenas s atribuies de direo, chefia e assessoramento. 1 A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos dever ter carter educativo, informativo ou de orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal de autoridade ou servidores pblicos. 2 A no observncia do disposto nos incisos VIII e IX implicar a nulidade do ato e a punio da autoridade responsvel, nos termos da lei. 3 A lei disciplinar as formas de participao do usurio na administrao pblica direta e indireta, regulando especialmente: I - as reclamaes relativas prestao dos servios pblicos em geral, asseguradas a manuteno de servios de atendimento ao usurio e a avaliao peridica, externa e interna, da qualidade dos servios; II - o acesso dos usurios a registros administrativos e a informaes sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5, X e XXXIII, da Constituio Federal; III - a disciplina da representao contra o exerccio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou funo na administrao pblica. 4 A lei dispor sobre os requisitos e as restries ao ocupante de cargo ou emprego da administrao direta e indireta que possibilite o acesso a informaes privilegiadas. 5 A autonomia gerencial, oramentria e financeira dos rgos e entidades da administrao direta e indireta poder ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre 33

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seus administradores e o poder pblico, que tenha por objeto a fixao de metas de desempenho para o rgo ou entidade, cabendo lei dispor sobre: I - o prazo de durao do contrato; II - os controles e critrios de avaliao de desempenho, direitos, obrigaes e responsabilidade dos dirigentes; III - a remunerao do pessoal. 6 O disposto no inciso XV aplica-se s empresas pblicas e s sociedades de economia mista e suas subsidirias, que receberem recursos pblicos para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. 7 vedada percepo simultnea de proventos e aposentadoria decorrentes dos arts. 34 e 41 com a remunerao de cargo, emprego ou funo pblica, ressalvados os cargos acumulveis na forma desta Constituio, os cargos eletivos e os cargos em comisso declarados em lei de livre nomeao e exonerao. Artigo com nova redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 9 de dezembro de 2003.

Art. 31. Ao servidor pblico da administrao direta, autrquica e fundacional, no exerccio de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposies: I - tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual, ficar afastado de seu cargo, emprego ou funo; II - investido no mandato de Prefeito, ser afastado do cargo, emprego ou funo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunerao; III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horrios, perceber as vantagens de seu cargo, emprego ou funo, sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo, e, no havendo compatibilidade, ser aplicada a norma do inciso anterior; IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exerccio de mandato eletivo, seu tempo de servio ser contado para todos os efeitos legais, exceto para promoo por merecimento; V - para efeito de benefcio previdencirio, no caso de afastamento, os valores sero determinados como se no exerccio estivesse. Artigo com nova redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 9 de dezembro de 2003.

CAPTULO II

DOS SERVIDORES PBLICOS

Art. 32. O Estado instituir conselho de poltica de administrao e remunerao de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.

EC 18/2003

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1 A fixao dos padres de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratrio observar: I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II - os requisitos para a investidura; III - as peculiaridades dos cargos. 2 O Estado manter escolas de governo para a formao e o aperfeioamento dos servidores pblicos, constituindo-se a participao nos cursos um dos requisitos para a promoo na carreira, facultada, para isso, a celebrao de convnios ou contratos entre os entes federados. 3 O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo e os Secretrios Estaduais sero remunerados exclusivamente por subsdio fixado em parcela nica, vedado o acrscimo de qualquer gratificao, adicional, abono, prmio, verba de representao ou outra espcie remuneratria, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 30, XIV e XV. 4 A lei poder estabelecer a relao entre a maior e a menor remunerao dos servidores pblicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 30, XV. 5 Os Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio publicaro anualmente os valores do subsdio e da remunerao dos cargos e empregos pblicos. 6 Lei disciplinar a aplicao de recursos oramentrios provenientes da economia com despesas correntes em cada rgo, autarquia e fundao, para aplicao no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernizao, reaparelhamento e racionalizao do servio pblico, inclusive sob a forma de adicional ou prmio de produtividade. 7 A remunerao dos servidores pblicos organizados em carreira poder ser fixada nos termos do 3 deste artigo. Artigo com nova redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 9 de dezembro de 2003.

Art. 33. So direitos dos servidores pblicos: I - vencimento fixado em lei, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim; II - garantia de remunerao no inferior ao salrio mnimo; III - gratificao natalina com base na remunerao integral ou no valor dos proventos de aposentadoria; IV - remunerao do trabalho noturno superior do diurno; V - salrio-famlia pago em razo do dependente do servidor de baixa renda nos termos da lei; 35

CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

VI - durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensao de horrios e a reduo do expediente, a critrio da administrao; VII - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; VIII - remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinqenta por cento do normal; IX - gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que a remunerao normal; X - licena gestante, sem prejuzo do emprego e da remunerao, com durao de cento e oitenta dias, sendo os ltimos sessenta dias em regime de meio expediente; Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 22, de 27 de dezembro de 2006.

XI - licena-paternidade, nos termos fixados em lei; XII - reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana; XIII - proibio de diferena de remunerao, de exerccio de funes e de critrio de admisso por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XIV - adicional de remunerao para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XV - proteo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especficos, nos termos da lei. Artigo com nova redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 9 de dezembro de 2003.

Art. 34. Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado, includas suas autarquias e fundaes, assegurado regime de previdncia de carter contributivo, observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial e o disposto no art. 40 da Constituio Federal. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 9 de dezembro de 2003.

Art. 35. So estveis aps trs anos de efetivo exerccio, os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso pblico. 1 O servidor pblico estvel s perder o cargo: I - em virtude de sentena judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliao peridica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 36

CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

2 Invalidada por sentena judicial a demisso do servidor estvel, ser ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estvel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenizao, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remunerao proporcional ao tempo de servio. 3 Extinto o cargo ou declarado a sua desnecessidade, o servidor estvel ficar em disponibilidade, com remunerao proporcional ao tempo de servio, at seu adequado aproveitamento em outro cargo. 4 Como condio para a aquisio da estabilidade, obrigatria a avaliao especial de desempenho por comisso instituda para essa finalidade. Artigo com nova redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 9 de dezembro de 2003.

Art. 36. Nos cargos organizados em carreira, as promoes sero feitas por merecimento e antigidade, alternadamente. Art. 37. Ao servidor assegurado, na forma da lei, o direito de petio, para reclamar, requerer, representar, pedir reconsiderao e recorrer. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 9 de dezembro de 2003.

Art. 38. Lei complementar, de iniciativa do Governador do Estado, disciplinar a poltica salarial do servidor pblico, fixando o limite mximo e a relao de valores entre a maior e menor remunerao, estabelecendo os pisos salariais das diversas categorias funcionais, a data-base do reajuste de vencimentos e os critrios para a sua atualizao permanente. Art. 39. assegurado ao servidor pblico o princpio da hierarquia salarial, na forma da lei, observada a iniciativa privada dos Poderes e rgos competentes e respeitado o disposto no art. 32, 1, I, II e III. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 9 de dezembro de 2003. O art. 39, na sua redao original, foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, em deciso definitiva de mrito, proferida nos autos da Ao Direta de Inconstitucionalidade 2863-4.

Art. 40. vedada a concesso e percepo de quaisquer vantagens remuneratrias no estabelecidas em lei especfica. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 09 de dezembro de 2003. O art. 40, na sua redao original, foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, em deciso definitiva de mrito, proferida nos autos da Ao Direta de Inconstitucionalidade 572-3.

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CAPTULO III

DOS MILITARES

Art. 41. So militares do Estado os membros da Polcia Militar e do Corpo de Bombeiros, instituies organizadas com base na hierarquia e na disciplina, aplicando-selhes, no que couber, o disposto no art. 42 da Constituio Federal, notadamente: I - as patentes, com as prerrogativas, direitos e deveres inerentes, so conferidas pelo Governador do Estado e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os ttulos e postos militares e o uso dos uniformes, insgnias e distintivos da Polcia Militar e Corpo de Bombeiros Militar; II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego pblico civil permanente, ser transferido para a reserva, nos termos da lei; III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou funo pblica civil temporria, no eletiva, ainda que da administrao indireta, ficar agregado ao respectivo quadro e somente poder, enquanto permanecer nessa situao, ser promovido por antigidade, contando-se-lhe o tempo de servio apenas para aquela promoo e transferncia para a reserva, ocorrendo esta depois de dois anos, contnuos ou no, de afastamento, nos termos da lei; IV - ao militar so proibidas a sindicalizao e a greve; V - o militar, enquanto em servio ativo, no pode estar filiado a partidos polticos; VI - o oficial s perder o posto e a patente, se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatvel, por deciso do Tribunal competente, em tempo de paz, ou de Tribunal especial, em tempo de guerra; VII - o oficial condenado na justia comum ou militar pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentena transitada em julgado, ser submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; VIII - aplica-se aos militares o disposto nos arts. 30, XV, XVII, XVIII e XIX, e 33, III, V, IX, X e XI, desta Constituio e nos arts.7, XXV, e 40, 9, da Constituio Federal; IX - aplica-se aos militares e a seus pensionistas, o disposto no art. 40, 7 e 8, da Constituio Federal; X - a lei dispor sobre o ingresso na Polcia Militar e Corpo de Bombeiros Militar, os limites de idade, a estabilidade e outras condies de transferncia do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remunerao, as prerrogativas e situaes especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades; XI - no caber habeas corpus em relao a punies disciplinares militares;EC 18/2003

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XII - o militar alistvel como eleitor elegvel, atendidas as seguintes condies: a) se contar menos de dez anos de servio, dever afastar-se da atividade; b) se contar mais de dez anos de servio, ser agregado pela autoridade superior e, se eleito, passar automaticamente, no ato da diplomao, para a inatividade. XIII - As promoes dos militares sero feitas por merecimento e antigidade, de acordo com a proporcionalidade estabelecida em lei. Artigo com nova redao dada pela Emenda Constitucional n 18, de 9 de dezembro de 2003.

CAPTULO IV

DA SEGURANA E DA DEFESA SOCIAL seo I Disposies Gerais

Art. 42. A segurana e a defesa social constituem dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, devendo ser exercidas para preservar a ordem pblica, a incolumidade das pessoas, do patrimnio e, tambm, com o propsito de garantir a defesa civil da coletividade, por meio de um sistema organizacional submetido ao comando do Governador do Estado. Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 25, de 6 de novembro de 2007.

Art. 43. Integram o sistema organizacional da segurana e da defesa social, sendo, funcional e operacionalmente vinculados orientao e ao planejamento da Secretaria de Estado da Segurana e da Defesa Social, os seguintes rgos: I Conselho Estadual da Segurana e da Defesa Social; II Conselho Estadual de Trnsito; III Polcia Militar do Estado da Paraba; IV Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraba; V Polcia Civil do Estado da Paraba; VI Departamento Estadual de Trnsito. 1 A legislao estadual disciplinar a organizao e o funcionamento da Secretaria de Estado encarregada de exercer, em nome do Governador, o comando do sistema organizacional da segurana e da defesa social. 2 A Polcia Civil, a Polcia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar tero estatutos prprios e sero organizados pela legislao complementar, em carreiras regidas pelos princpios da hierarquia e da disciplina.

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3 O Departamento Estadual de Trnsito ser organizado por lei como autarquia subordinada Secretaria de Estado da Segurana e da Defesa Social. 4 As competncias, o funcionamento e a composio do Conselho Estadual da Segurana e da Defesa Social e do Conselho Estadual de Trnsito sero definidos em lei. Artigo com nova redao dada pela Emenda Constitucional n 25, de 6 de novembro de 2007.

seo II Da Polcia Civil Art. 44. Polcia Civil, instituda por lei como rgo de preservao da ordem jurdica, auxiliar direta e imediata da funo jurisdicional do Estado, estruturada em carreira, incumbe, alm de outras atribuies definidas em lei e, ressalvada a competncia da Unio: I - prevenir e exercer as funes de polcia judiciria; II - prevenir e reprimir a criminalidade, bem como apurar as infraes penais, exceto as militares; III - realizar as percias criminais e mdico-legais e a identificao civil e criminal; IV - operacionalizar as aes ligadas segurana pblica do Estado, no que for de sua competncia. Pargrafo nico. A Polcia Civil ser chefiada por um Delegado de carreira, que ser nomeado para exercer o cargo, em comisso, de Delegado-Geral da Polcia Civil. Pargrafo nico acrescentado pela Emenda Constitucional n 25, de 6 de novembro de 2007.

Art. 45. O ingresso na carreira policial civil far-se- nas classes iniciais de carreira, mediante concurso pblico de provas e ttulos, em que se apurem qualificaes e aptides especficas para o desempenho das atribuies do cargo, exigido do candidato diploma de formao policial, ministrado por Academia de Polcia Civil. 1 Alm de outros estabelecidos em lei, so requisitos bsicos para participar dos concursos pblicos da Polcia Civil ter o candidato, no mnimo, dezoito e, no mximo, trinta e cinco anos de idade, at a data de encerramento da inscrio, salvo se j for servidor integrante do grupo Polcia Civil; para ingresso em carreira de nvel superior, vinte e um anos de idade; possuir o grau de bacharel em direito, para o cargo de Delegado de Polcia; ser graduado em medicina e em odontologia, para os de mdico-legista e odontolegista, respectivamente, possuir curso superior nas especialidades respectivas, para o de perito criminal. 2 O policial civil, por exercer atividade considerada penosa e perigosa, aposentarse- aos trinta anos de servio pblico, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, conforme preceitua o art. 40, 1, da Constituio Federal, com proventos integrais. 40

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3 So policiais civis os integrantes do quadro de pessoal da Polcia Civil que sero regidos por estatuto funcional prprio. 4 O preparo e aperfeioamento dos servidores dos quadros policiais sero realizados por Academia de Polcia. Art. 46. O Estado promover, post mortem, o policial civil que vier a falecer no exerccio da atividade profissional ou em razo dela. Pargrafo nico. Aplica-se aos beneficirios dos policiais civis promovidos post mortem, nas condies do art. 45 desta Constituio, o disposto no inciso V e 5 do art. 201 e no art. 202 da Constituio Federal. Art. 47. Aplica-se tambm, aos policiais civis, o disposto no art. 7, VIII, XII, XVII, XVIII e XIX, da Constituio Federal. seo III *Da Policia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar Art. 48. A Polcia Militar do Estado da Paraba e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraba, foras auxiliares e reservas do Exrcito, so instituies permanentes e organizadas com base na hierarquia e na disciplina. 1 Cabe a Polcia Militar do Estado da Paraba, comandada por oficial do ltimo posto da ativa da corporao, nomeado para exercer, em comisso, o cargo de Comandante-Geral da Polcia Militar, executar, em harmonia e cooperao com outros rgos: I - a polcia ostensiva em todas as suas formas; II - as aes de preservao da ordem pblica; III - as atividades de defesa civil; IV a assistncia e o auxlio s pessoas que necessitem de socorro e orientao; V a segurana pessoal do Governador e do Vice-Governador, bem como de seus familiares e dos locais de trabalho e de residncia por eles utilizados; VI a assessoria militar s Presidncias dos Poderes Legislativo e Judicirio, do Tribunal de Contas do Estado e do Ministrio Pblico Estadual, bem como Prefeitura Municipal da Capital do Estado; VII outras atividades compatveis com seus objetivos, constantes em lei.

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2 Cabe ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraba, comandado por oficial do ltimo posto da ativa da corporao, nomeado para exercer, em comisso, o cargo de Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, executar, em harmonia e cooperao com outros rgos: I as aes de preveno e combate a incndios; II as aes de busca e salvamento; III as atividades de defesa civil; IV as atividades de ajuda s vtimas de sinistros e calamidades; V outras atividades compatveis com seus objetivos, constantes em lei. Artigo com nova redao dada pela Emenda Constitucional n 25, de 6 de novembro de 2007.

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CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

TTULO V DA ORGANIZAO DOS PODERES

CAPTULO I DO PODER LEGISLATIVO

seo I Da Assemblia Legislativa Art. 49. O Poder Legislativo do Estado da Paraba exercido pela Assemblia Legislativa, composta de at o triplo da representao do Estado na Cmara dos Deputados que, atingindo o nmero de trinta e seis, ser acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. Pargrafo nico. Cada mandato ter a durao de quatro anos. Art. 50. A Assemblia Legislativa compe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em escrutnio secreto e direto. Art. 51. Salvo disposio constitucional em contrrio, as deliberaes da Casa e de suas comisses sero tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros. seo II Das Atribuies do Poder Legislativo Art. 52. Cabe Assemblia Legislativa, com a sano do Governador do Estado, dispor sobre todas as matrias de competncia do Estado, especialmente sobre: I - sistema tributrio, arrecadao e distribuio de rendas; II - plano plurianual, diretrizes oramentrias, oramento anual, operaes de crdito e dvida pblica; III - fixao e modificao do efetivo da Polcia Militar; IV - planos e programas estaduais e setoriais de desenvolvimento; V - limites territoriais do Estado, diviso administrativa e criao de Municpios; VI - alienao, permuta, cesso, arrendamento de bens do domnio do Estado e recebimento de doao com encargo; VII - transferncia temporria da sede do Governo Estadual; 43

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VIII - organizao administrativa, judiciria, do Ministrio Pblico, da Advocacia do Estado e da Defensoria Pblica; IX - criao, transformao e extino de cargos, empregos e funes pblicas; X - criao, estruturao e atribuies das Secretarias de Estado e rgos da administrao pblica estadual; XI - matria financeira, instituies financeiras e suas atribuies; XII - normas gerais sobre penses e subvenes; XIII - bandeira, hino e braso estaduais; XIV - concesso de servio. Art. 53. A Assemblia Legislativa bem como qualquer de suas comisses poder convocar Secretrio de Estado para prestar, pessoalmente, informaes sobre assunto previamente determinado, importando em crime de responsabilidade a ausncia injustificada. 1 O Secretrio de Estado poder comparecer Assemblia Legislativa ou a qualquer de suas comisses, por iniciativa prpria, mediante entendimento com a Mesa, para expor assunto de relevncia de sua Secretaria. 2 A Mesa da Assemblia Legislativa poder encaminhar, independentemente de votao, pedido escrito de informao s autoridades pblicas estaduais de qualquer nvel, importando em crime de responsabilidade, com pena de destituio de funo, a recusa ou o no-atendimento no prazo de trinta dias, bem como a prestao de informaes falsas. Art. 54. Compete privativamente Assemblia Legislativa: I - autorizar, por maioria absoluta, a instaurao de processo contra o Governador, o Vice-Governador e os Secretrios de Estado; II - proceder tomada de contas do Governador do Estado, quando no apresentadas Assemblia Legislativa dentro de sessenta dias aps a abertura da sesso legislativa; III - elaborar seu regimento interno; IV - dispor sobre sua organizao, funcionamento, polcia, criao, transformao ou extino dos cargos, empregos e funes de seus servios e fixao e alterao da respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias; V - julgar, por dois teros dos seus membros, o Governador e o Vice-Governador do Estado, nos crimes de responsabilidade, e os Secretrios de Estado, nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; 44

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VI - processar e julgar os Secretrios de Estado, o Procurador-Geral de Justia e o Procurador-Geral do Estado, nos crimes de responsabilidade; VII - autorizar o Governador e o Vice-Governador a se ausentarem do Pas, quando a ausncia exceder de trinta dias e, do Estado, por mais de quinze dias; VIII - aprovar, previamente, por voto secreto, aps argio pblica, a escolha de: a) conselheiros do Tribunal de Contas e do Tribunal de Contas dos Municpios, indicados pelo Governador do Estado; Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994.

b) titulares de outros cargos que a lei determinar; c) presidente e diretores de estabelecimentos de crdito, cujo controle acionrio pertena ao Estado. Alnea c acrescentada pela Emenda Constitucional n 7, de 28 de setembro de 1995.

IX - dispor sobre limites e condies para a concesso de garantia do Estado em operaes de crdito externo e interno; X - suspender a execuo, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por deciso definitiva do Poder Judicirio; XI - conhecer do veto e sobre ele deliberar, por maioria absoluta e escrutnio secreto; XII - aprovar, por maioria absoluta, interveno estadual no Municpio e o nome do interventor, ou suspend-la, em escrutnio secreto; XIII - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou de limites da delegao legislativa; XIV fixar o subsdio dos Deputados Estaduais por lei de iniciativa da Assemblia Legislativa, na razo de, no mximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espcie, para os Deputados Federais, nos termos do 2 do art. 27 da Constituio Federal; Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 24, de 20 de junho de 2007.

XV - fixar, para cada exerccio financeiro, a remunerao do Governador, do ViceGovernador e dos Secretrios de Estado, observado o que dispem os arts. 150, II e 153, III, 2, I, da Constituio Federal; XVI - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Governador do Estado e apreciar os relatrios sobre a execuo de planos de governo; XVII - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas comisses, os atos do Poder Executivo, includos os da administrao indireta; 45

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XVIII - zelar pela preservao de sua competncia legislativa em face da atribuio normativa dos outros Poderes; XIX - escolher quatro Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e quatro do Tribunal de Contas dos Municpios; Nova redao dada pela Emenda Constitucional n 5, de 24 de novembro de 1994.

XX - convocar plebiscito e autorizar referendo; XXI - aprovar, previamente, a alienao ou concesso de bens pblicos urbanos e rurais; XXII - autorizar e resolver definitivamente sobre emprstimos, acordos e convnios que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio estadual; XXIII - deliberar sobre interveno nos Municpios, na forma prevista nesta Constituio; XXIV - elaborar o seu plano plurianual, os dispositivos de suas diretrizes oramentrias, para incluso no projeto de lei de diretrizes dos trs Poderes, e sua proposta de oramento anual. 1 Nos casos previstos nos incisos V e VI, funcionar como Presidente o do Tribunal de Justia, limitando-se a condenao, que somente ser proferida por dois teros dos votos da Assemblia Legislativa, perda do cargo, com inabilitao, por oito anos, para o exerccio de funo pblica, sem prejuzo das demais sanes judiciais cabveis. 2 Por denncia de fraude, ilegalidade ou irregularidade administrativa comprovada, a Assemblia Legislativa, pela maioria absoluta de seus membros, em votao nica, poder determinar a sustao da obra, do contrato ou do pagamento que envolva interesse pblico. 3 Cessada a investidura no cargo de Governador do Estado, quem o tiver exercido em carter permanente far jus a um subsdio mensal vitalcio, a ttulo de penso especial, paga com recursos do Tesouro Estadual, igual ao do Chefe do Poder Executivo. 3 acrescentado pela Emenda Constitucional n 21, de 27 de dezembro de 2006.

seo III Dos Deputados Art. 55. Os Deputados Estaduais so inviolveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opinies, palavras e votos. 1 Os Deputados Estaduais, desde a expedio do diploma, sero submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justia.

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CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

2 Desde a expedio do diploma, os membros da Assemblia Legislativa no podero ser presos, salvo em flagrante de crime inafianvel. Nesse caso, os autos sero remetidos dentro de vinte e quatro horas Casa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a priso. 3 Recebida a denncia contra o Deputado Estadual, por crime ocorrido aps a diplomao, o Tribunal de Justia dar cincia Assemblia Legislativa, que, por iniciativa de partido poltico nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poder, at a deciso final, sustar o andamento da ao. 4 O pedido de sustao ser apreciado pela Casa no prazo improrrogvel de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa. 5 A sustao do processo suspende a prescrio, enquanto durar o mandato. 6 Os Deputados Estaduais no sero obrigados a testemunhar sobre informaes recebidas ou prestadas em razo do exerccio do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informaes. 7 A incorporao s Foras Armadas de Deputados, embora militares e ainda que em tempo de guerra, depender de prvia licena da Assemblia Legislativa. 8 As imunidades de Deputados Estaduais subsistiro durante o estado de stio, s podendo ser suspensas mediante o voto de dois teros dos membros da Casa, nos casos de atos praticados fora do recinto da Assemblia Legislativa, que sejam incompatveis com a execuo da medida. Artigo com nova redao dada pela Emenda Constitucional n 14, de 11 de dezembro de 2002.

Art. 56. Os Deputados Estaduais no podero: I - desde a expedio do diploma: a) firmar ou manter contrato com pessoa jurdica de direito pblico, autarquia, empresa pblica, sociedade de economia mista ou empresa concessionria de servio pblico, salvo quando o contrato obedecer a clusulas uniformes; b) aceitar ou exercer cargo, funo ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissveis ad nutum, nas entidades constantes da alnea anterior. II - desde a posse: a) ser proprietrios, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurdica de direito pblico, ou nela exercer funo remunerada; b) ocupar cargo ou funo de que sejam demissveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, a; c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, a; d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato pblico eletivo. 47

CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

Art. 57. Perder o mandato o Deputado Estadual: I - que infringir qualquer das proibies estabelecidas no artigo anterior; II - cujo procedimento for declarado incompatvel com o decoro parlamentar; III - que deixar de comparecer, em cada sesso legislativa, tera parte das sesses ordinrias da Casa, salvo licena ou misso por esta autorizada; IV - que perder ou tiver suspensos os direitos polticos; V - quando o decretar a Justia Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituio e na Constituio Federal; VI - que sofrer condenao criminal em sentena transitada em julgado.

1 incompatvel com o decoro parlamentar, alm dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro da Assemblia Legislativa ou a percepo de vantagens indevidas. 2 Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato ser decidida pela Assemblia Legislativa, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocao da Mesa ou de partido poltico representado na Assemblia Legislativa, assegurada ampla defesa. 3 Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda ser declarada pela Mesa da Casa, de ofcio ou mediante provocao de qualquer de seus membros ou de partido poltico representado na Assemblia Legislativa, assegurada ampla defesa. Art. 58. No perder o mandato o Deputado: I - investido no cargo de Ministro de Estado, Secretrio de Estado ou Secretrio de Prefeitura com populao superior a duzentos mil habitantes; II - licenciado pela Mesa da Assemblia Legislativa por motivo de doena, ou para tratar, sem remunerao, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento no ultrapasse cento e vinte dias por sesso legislativa. 1 O suplente ser convocado nos casos de vaga, de investidura em funes previstas neste artigo ou de licena superior a cento e vinte dias. 2 Ocorrendo vaga e no havendo suplente, far-se- eleio para preench-la se faltarem mais de quinze meses para o trmino do mandato. 3 Na hiptese do inciso I, o Deputado poder optar pela remunerao do mandato.

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CONSTITUIO DO ESTADO DA PARABA

seo IV Das Reunies Art. 59. A Assemblia Legislativa reunir-se-, na Capital do Estado, anualmente, de 1 de fevereiro a 20 de junho e de 5 de julho a 20 de dezembro, podendo neste nterim, se reunir de forma itinerante em ponto diverso do territrio paraibano, por deliberao da maioria absoluta dos seus membros. Nova redao dada pelas Emendas Constitucionais ns. 12, de 13 de janeiro de 1999, e 20, de 9 de maio de 2006.

1 As reunies marcadas para essas datas sero transferidas para o primeiro dia til subseqente, quando recarem em sbados, domingos ou feriados. 2 A sesso legislativa no ser interrompida sem a aprovao do projeto de lei de diretrizes oramentrias. 3 Alm de outros casos previstos nesta Constituio, a Assemblia Legislativa reunir-se- em sesso solene para: I - inaugurar a legislatura e a sesso legislativa; II - receber o compromisso do Governador e do Vice-Governador do Estado. 4 A Assemblia Legislativa reunir-se- em sesses preparatrias, a partir de 1 de fevereiro, no primeiro ano da l