constitucionalismo liberal - versão final

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Andressa M. C. Colonetti Camila Oliveira Camargo Guilherme Baptista Guimarães Riller Belmiro Thaís Speranseta Simioni Ana Clara Vieira Constitucionalismo Liberal

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Andressa M. C. Colonetti

Camila Oliveira Camargo

Guilherme Baptista Guimares

Riller Belmiro

Thas Speranseta Simioni

Ana Clara Vieira

Constitucionalismo Liberal

Curitiba, 15 de setembro de 2014.

CONSTITUCIONALISMO LIBERAL

O Constitucionalismo decorre do surgimento do Estado, trazendo a ideia de concentrao do poder para conter o caos social. Nos sculos passados, passamos por diversos perodos de total ausncia de governo, at mesmo por regimes absolutistas os quais visavam a centralizao do poder. Somente sculos mais tarde surgiram os regimes democrticos, onde o povo seria responsvel pelo exerccio do poder, momentos estes que contriburam para a evoluo constitucional.

Uma ideia determinante para o Constitucionalismo a do Contrato Social. Segundo a qual o povo o titular do Poder Constituinte. A edio de uma Constituio uma celebrao de contrato social no sentido de que ele sai do Estado de Natureza e entra no Estado Civil. A primeira fase do Constitucionalismo Moderno o Constitucionalismo Liberal. Essa fase marcada pela tese de John Locke de que quando os indivduos celebram um contrato social, entregam condicionalmente seus direitos aos governantes; condicionalmente porque a finalidade do Governo tutelar os direitos naturais dos indivduos.

Para muitos doutrinadores[footnoteRef:1], iniciou-se ao final do sculo XVIII, em sua segunda fase denominada Constitucionalismo Liberal, que sofreu influncia das Revolues Liberais da Frana e Amrica do Norte. Durante este perodo, como dito anteriormente, reina no mundo os governos absolutistas que suprimiam a liberdade do povo, tendo este fato como o precursor das incessantes buscas pelos direitos individuais por parte destes movimentos revolucionrios. [1: MAGALHES, Jos Luiz Quadros. Direito Constitucional. Ed. Mandamentos; 1 ed. , 2002.]

Partindo dessa premissa, observa-se que os textos constitucionais surgem da existncia de regras para limitar o poder do Estado, como forma de garantir os direitos fundamentais (naturais) do povo defendidos pelos movimentos revolucionrios. Tais movimentos sofreram influncia do pensamento iluminista, tendo em sua base o povo, sendo este titular legtimo do poder[footnoteRef:2], visando a garantia das liberdades individuais, afastamento do Estado, proteo da propriedade privada e por meio de leis escritas (Civil Law), buscando o fim dos governos absolutistas. [2: LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. So Paulo: Saraiva, 2012. P.58 a 59.]

O Constitucionalismo liberal envolve tanto a esfera poltica quanto o liberalismo econmico. As constituies liberais costumavam ser vistas como cdigos individualistas, exaltando os direitos individuais do homem, manifestavam-se basicamente com duas ideias: A primeira priorizava a liberdade do homem no sentido moral e intelectual, e a segunda voltava-se para o individualismo possessivo, destacando que o indivduo era dono de sua pessoa, de seu pensamento e de seus bens, e as relaes de troca deveriam ser ordenadas entre os homens, princpios que iam totalmente contra os ideais absolutistas, onde o estado era dono de tudo e regulava todas as situaes conforme a vontade real.

No estado absolutista, os burgueses no tinham segurana nas decises econmicas, pois o regime desse estado era instvel e as intervenes reais eram constantes, colocando em risco as decises da economia privada, nesse tipo de regime a economia no evolua.

Surge no constitucionalismo liberal a ideia de que necessrio uma ajuda recproca entre burgueses e estado. Toda construo constitucional liberal tem como uma das suas principais caractersticas a segurana jurdica, com esse modelo a autoridade estatal fica limitada para atuar em decises privadas, com isso a economia ganha em liberdade econmica e pode investir sem receios para crescimento, e o estado ganha com as intervenes sociais que o empreendedorismo privado proporciona a populao, esse sistema foi essencial para ascenso de estados capitalistas.

O estado constitucional permitiu tambm o acesso dos burgueses aos cargos polticos atravs da influncia parlamentar, em todas as funes do parlamento se notavam as influncias econmicas , com isso todas as decises estatais que no tinham uma lei para se basear eram censuradas,

O Constitucionalismo liberal trazia em sua base a ideia de supremacia constitucional, na qual foram estabelecidas regras de conduta para a populao, bem como encarregava ao poder judicirio garantir o cumprimento destas novas leis, pois era caracterizado como elemento de neutralidade para julgamento[footnoteRef:3]. [3: MAGALHES, Jos Luiz Quadros. Jos Luiz Quadros. Direito Constitucional. Ed. Mandamentos; 1 ed. , 2002.]

Lenza[footnoteRef:4] afirma que, o constitucionalismo liberal influenciou constituies como a Brasileira de 1824, 1821 e 1934, e em sua segunda gerao, a Constituio Mexicana de 1917 e de Weimar 1919. Segundo o precitado autor esta liberdade proposta gerou concentrao de renda e excluso social, fazendo com que inevitavelmente o Estado tivesse que ser chamado como mediador para evitar possveis abusos e tambm para limitar o poder econmico. [4: CANOTILHO, J.J Gomes Direito Constitucional e teoria da Constituio 4 edio.]

Influncia das revolues liberais no mundo

Como precursora das revolues liberais que deram inicio ao Constitucionalismo Liberal, na Europa teve a Revoluo Francesa, o que acabou por resultar na queda das grandes monarquias, graas unio da Burguesia com o Povo em busca de direitos libertrios que at ento no existiam, j que o contexto histrico vivido na poca era o absolutismo e, devido a isso, os direitos individuais tornaram-se o ncleo das Revolues Liberais.

At a Revoluo o Constitucionalismo constrangia os poderes pblicos constitudos e tambm inibia o povo. Essas ideias acabaram sendo combatidas por Rousseau o qual pregava que a Constituio no tem funo de limite ou de garantia, mas sim, de cuidar dos poderes institudos, no podendo restringir a expresso de vontade do povo soberano. Esse era o quadro terico que as revolues do ltimo quartel do sculo XVIII vo surpreender. Opunham-se uma linha constitucionalista e uma viso radical da soberania popular.

A Revoluo Francesa ficou imbuda da tarefa de superar o antigo regime poltico e social. O povo no poderia ser apenas o autor da Constituio, mas tinha que ser o soberano, sem se deixar travar pela Constituio. Com essas ideias a viso radical da soberania popular acaba ganhando cada vez mais espao. O exerccio da vontade suprema do povo acaba sendo reconhecido pelos seus representantes do legislativo, e o parlamento acaba se tornando a sede de defesa dos interesses do povo que tinham como vrtices a liberdade individual e a propriedade. Devido ao parlamento se tornar o representando da vontade do povo ele acaba no podendo ser limitado por nenhuma regra, nem mesmo se tratando da Constituio.

A Constituio de 1791, contudo, embora abrigasse norma decretando que no haveria Constituio sem separao de poderes, construiu um sistema fundado na preponderncia do Legislativo. O governo era desempenhado pelo Legislativo, restando ao Executivo a funo de dispor dos meios aptos para dar aplicao lei. A lei se define e acaba ganhando fora tendo em vista a sua provenincia orgnica, mais do que por seu contedo.

O Direito Pblico passa a conhecer uma noo radicalmente nova e que vinha bem ao feitio da necessidade de se valorizar o Parlamento. Assentou-se, em harmonia com ideia de lei como expresso da vontade geral, a compreenso de que essa vontade se da a conhecer por meio do corpo legislativo do Estado, lugar de representao da totalidade da cidadania; A lei comando obrigatrio vlido, por ter sido adotada, de acordo com o procedimento prprio, pelo rgo constitucionalmente competente para representar a vontade dos cidados.

A alternncia dos modos como as naes so constitudas e comandadas, no s pela figura do rei ou presidente, cardeal, entre outros, mas tambm pelo conjunto de regras e tradies, ocorreram em vrias partes do mundo, porm as mais marcantes e importantes modificaes que influenciaram praticamente todo o resto das naes da forma com so constitudas hojeforam as seguintes:Reino Unido: O Parlamento era formado por aristocratas e outras classes e eram controlados pelo rei. Surgiu com as invases normandas as quais trouxeram fora poltica dos bares, trazendo a existncia da carta magna, logo ento se tornando uma monarquia estvel, um Estado Protestante baseado no constitucionalismo moderno. Diante da desordem da monarquia absolutista e aristocracia parlamentar aconteceram vrias mudanas de reis, como a restaurao da monarquia de Charles, fazendo com que no durasse a repblica comandada por Cromwell, vindo a ocorrer a Revoluo Gloriosa, movimento Bill of Rights que influenciaram em vriaspartesdo mundo.

Diante de tantas influncias, na quadra atual, o parlamento torna-se constitucionalismo, tendo poderes e trazendo transformaes na organizao judicial. Tudo era decidido atravs das convenes ao contrrio de leis constitucionais quej estavam estabelecidas.Com as votaes foram implantadas leis dando origem corte constitucional, decidindo pelos direitos comunitrios e instituies, permitindo a declarao a incompatibilidade entre leis e os direitos fundamentais dando aos parlamentos mais fora para rever a legislao.

Em 2005 na Constitucional Reforma acontece uma mudana, sendo esta o surgimento da corte constitucional, que em 2008 passaria a ter 12 membros dotribunal.Estados Unidos: Com a migrao do povo ingls por meados do sculo XVIII povoando a costa leste da Amrica do Norte, foram se formando colnias, as quais tinham um governador indicado por Londres, qual era assistido pelos moradores da regio. Isso fez com que houvesse rigor nas atividades econmicas da regio, fazendo que viesse acontecer o massacre de Boston, ocorrendo ento o Primeiro Congresso Continental, selo da Revoluo Americana, e como consequncia a Independncia dos Estados Unidos com as 13 colnias declarando a separao do imprio Britnico.

Em 1781 surge a confederao, porm sem fora suficiente para regular o comrcio, tendo ento que ser criada uma conveno que atravs de aprovao conseguiu criar a Federao com poderes federais, estaduais, constituies com validao diferente e em alguns estados mais aceita e com consequncias boas e ruins surgindo a guerra civil. A constituio teve algumas reparaes, criando a figura do Presidente, do Congresso e do Poder Executivo, sendo tudo analisadoejulgadocomrigor.Um ponto importante a ser observado que, mesmo tendo uma importncia enorme, a constituio americana no deve ser considerada um modelo universal.Frana: Foi uma era de guerras entre catolicismo e protestantes, guerras, trocas de sucessores trazendo crise, guerras como a de Cem Anos, Revolta do Terceiro Estado junto com o surgimento da assembleia nacional e em seguida a assembleia constituinte. Tambm, a revoluo na busca de liberdade, igualdade e fraternidade, tirando o rei e trazendo um governo de conveno que trouxe somente o 18 Brumrio tendo como um dos integrantes Napoleo Bonaparte, virando uma era de ditadura e de restaurao monrquica com a modificao da geografia da Europa e mudana nos poderes, agora dominados pela burguesia.

Mesmo aps a troca de vrios sucessores, surgimento de constituies, Terceira Republica, as colnias continuaram em crise tendo que existir novas constituies, aprovando as treze emendas e assim estabelecendo mandato e poderes de Presidente e Primeiro Ministro, ocasionando oposies de partido ao longo dos sculos, o que durou muito tempo. Existiam neste tempo diversas formas e duraes de mandatos entre a Assembleia Nacional e o Senado, mas a Assembleia Geral ainda tinha maior voz ativa e o judicirio tinha suas Duas Ordens de Jurisdio que dava ao conselho constitucionalista poder de fiscalizar lei, parlamento e governo, passando por uma reforma legislativa, ocorrendo uma fiscalizao constitucional atingindo tambm o Presidente e o Parlamento.

O constitucionalismo moderno e contemporneo teve vrios fatos histricos e sua composio em cada tempo e local deve-se s guerras, revoltas e unies que culminaram com o surgimento dos novos estados. Com mudanas nas formas de governanas, surgimentos de constituies e alteraes das mesmas no decorrer dos sculos, trocas de sucessores e alternncia de poderes entre cardeais, presidentes, parlamentos, reis, etc... Mas com algo praticamente comum a todas as naes e que faz parte at os dias atuais, a existncia dos poderes legislativo, executivo, judicirio e assembleias.

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Barroso, Luis Roberto Curso de Direito Constitucional Contemporneo Lus Roberto Barroso Ed. Sarava, 4 edio 2013.

Mendes, Gilmar Mendes - Curso de Direito Constitucional Ed. Saraiva

Influncia do movimento constitucional no Brasil

Ao passo que a Monarquia de Portugal se instalou no Brasil, uma classe de nobres se constituiu, principalmente no Rio de Janeiro e em Pernambuco e isso levou vrios desses nobres a Europa para aprofundar seus estudos, e muitos desses voltaram ao Brasil tomados pelas ideias polticas que agitavam a Europa, ideais esses como o Liberalismo que limitaria os poderes absolutos do Monarca, o Parlamentarismo, o Constitucionalismo, o Federalismo, a Democracia e a Repblica. Isto ocorreu ainda no perodo que D. Joo VI mantinha sua corte no Rio de Janeiro e para acalmar os nimos dos intelectuais idealistas foi cogitado a aplicao de uma Constituio elaborada pelas Cortes Portuguesas, chamada Constituio do Porto.

Aps a proclamao da Independncia, era necessrio organizar a unidade nacional e essa teoria era fundamentada principalmente no Constitucionalismo, principalmente a Constituio escrita, em que se substanciasse o Liberalismo, assegurando por uma declarao constitucional os direitos do homem e um mecanismo de diviso de poderes, para conter o absolutismo.

Os estadistas do Imprio, fundamentados em base nessas teorias e na realidade que os cercava promulgaram a Constituio de 1824/ A Constituio Imperial, onde estabelecia em seus primeiros artigos que o Brasil era uma nao livre e independente que no admitiria, como qualquer outra nao, laos de unio ou federao que se opusesse a sua independncia. Os demais artigos trataram da diviso das provncias, da forma de governo monrquica, hereditria e representativa, e o princpio da diviso e harmonia dos poderes foi adotado como princpio conservador dos direitos dos cidados, e o mais seguro meio de fazer efetivas as garantias que a Constituio oferece, assim foram divididos os poderes Legislativo, Moderador, Executivo e Judicirio.

O poder legislativo era exercido pela Assembleia Geral, composta de duas cmeras: a dos deputados, eletiva e temporria, e a dos senadores integrada de membros vitalcios nomeados pelo Imperador, dentre componentes de uma lista trplice eleita por provncia. Sendo a eleio indireta e censitria. O Poder Moderador, considerado a chave de toda a organizao poltica , era exercido exclusivamente pelo Imperador, que era o chefe supremo da nao e seu primeiro representante, para que incessantemente velasse sobre a manuteno da Independncia , equilbrio e harmonia dos demais poderes Polticos. O Poder executivo era exercido pelos ministros do Estado, e tinha como chefe tambm o Imperador. O Poder judicirio, independente, era composto de juzes e jurados. A Constituio de 1824 trazia uma declarao de direitos individuais e garantias que, nos seus fundamentos, permaneceu nas constituies posteriores.

Porm, todos os Poderes levavam pessoa real do imperador, fazendo com que no final das contas, os Poderes fossem subordinados ao Imperador, e no demorou muito para que os Liberais Federalistas descontentes com esse mecanismo centralizador e sufocador das autonomias regionais se rebelassem ainda em 1823, e permaneceram durante todo Imprio provocando rebelies como as balaiadas, as cabanadas, as Sabinadas, a Repblica de Piratini, tentando implantar no Brasil a monarquia federalista do Brasil, mediante processo constitucional, que se consolida durante a Inconfidncia Mineira, em 1831 e brilha com a Repblica de Piratini para surgir com mais mpeto em 1870 e desenvolver-se at 1889, e logo as foras republicano federalista se afirmaram sobre as autonomias locais e aos ideais polticos como o federalismo e a Democracia,dando inicio assim a fase republicana, instalando um governo provisrio e elegendo Marechal Deodoro da Fonseca como o primeiro presidente do Brasil, que atravs de decretos organizou a Assembleia geral Constituinte e logo a Constituio Republicana (1891) entrou em vigor no Brasil.

Podemos concluir que, no Brasil, o constitucionalismo Liberal deu incio as concepes constitucionais ainda vigentes, principalmente na organizao do Estado, sendo os principais aspectos: a repblica federalista e a diviso dos poderes.

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SILVA, Jos Afonso da CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL POSITIVO. Ed. Malheiros 25 edio,2005.

Questionrio:

1 - A partir das revolues liberais do sculo XVIII ( Francesa e Americana), sentiu-se a necessidade de garantir definitivamente as liberdades individuais, as quais eram suprimidas pelos governos absolutistas, tais medidas foram tomadas por intermdio de leis escritas. De que forma estes movimentos e seus ideais, influenciaram na formao do Constitucionalismo Liberal e quais eram os princpios adotados nas

constituies que o precederam?

R: Os movimentos revolucionrios influenciaram o constitucionalismo liberal com a ideia de afastamento do Estado do poder efetivo, dando-o ao povo que, segundo este movimento, o detentor legtimo do poder. Como anteriormente os princpios jurdicos eram baseados nos costumes, agora com o movimento liberal, passou-se a creditar as leis a legitimidade de reger o povo.

O constitucionalismo liberal trouxe com sigo a ideia de individualismo, proteo da propriedade privada bem como o afastamento do Estado do poder como forma de contrapor os governos absolutistas que reinavam at ento.

2 - Onde se firmaram as bases do constitucionalismo moderno?

R. Ao final do sculo XVI, quando a Inglaterra se firmou como um estado protestante e uma potncia naval, a partir disso, ao longo do sculo XVII se firmaram as bases do constitucionalismo moderno em meio a turbulenta disputa de poder entre a monarquia absolutista e a aristocracia parlamentar.

3 De que maneira foi suprida a necessidade de criao de um governo central com o desejo de autonomia dos Estados?

Concebeu-se uma nova forma de organizao de Estado, a Federao, que permitiu a convivncia em dois nveis de poder: Federal e Estadual.

4 - Qual a importncia do Constitucionalismo Liberal para a atual Constituio Federal brasileira?

R. Na atual Constituio Brasileira temos estabelecidos como clausula Ptrea, inclusive, o modo de diviso de Estados Membros autnomos (federativos), a forma de Governo (republicana) e a diviso de Poderes (Legislativo, Executivo, e Judicirio) que eram, segundo os liberais, os mecanismos para conter a tirania, o absolutismo.

5 - Durante o processo de concepo das constituies liberais houve resistncia? Justifique.

R. Sim, durante o incio do processo de constitucionalizao houve forte resistncia como as batalhas de balaiadas, as cabanadas, as Sabinadas, a Repblica de Piratini, no intuito implantar no Brasil a monarquia federalista, para conter o absolutismo monrquico.

6 Aps a introduo do Constitucionalismo Liberal como ficou a relao do povo com a Constituio?

R. O povo alm de ser responsvel pela autoria da Constituio tambm passa a ter certa soberania no sendo limitado pela prpria Constituio. Essa supremacia do povo coordenada pelo parlamento que deve levar em conta, acima de tudo, a vontade do povo. Devido a essa funo exercida pelo parlamento, ele acaba se tornando extremamente forte e quase unifica os poderes restando ao executivo apenas a funo de aplicar a lei.

7 Quais as mudanas ocorridas no Direito Pblico aps as revolues liberais?

R. O Direito Pblico passa a ter uma viso que valorize mais o parlamento, a lei comea a ser vista no apenas como uma regra, mas sim como a expresso da vontade do geral e que essa vontade expressa por meio do corpo legislativo (parlamento). A lei justamente por representar a vontade do povo implantada como comando obrigatrio vlido a que todos devem se sujeitar.

8 - Quais as principais diferenas na economia de um estado Constitucional Liberal em relao a um Estado Absolutista?

R.No estado absolutista, a autoridade estatal (coroa) tem a liberdade de interveno na economia a qualquer momento, essa atitude freiava a aplicao de capital por receio dos proprietrios, nesse tipo de estado o comrcio no evolua, j em um estado com constitucionalismo liberal implantado, o estado oferece segurana jurdica as empresas privadas, o que torna o crescimento econmico muito maior com a certeza de que o patrimnio no pode ser tomado pelo estado.

9 Sobre as Constituies Liberais e a relao com o capitalismo, discorra sobre a principal crtica do tema:

R. No surgimento das constituies liberais, o estado ficou limitado a intervenes nas propriedades privadas, dando liberdade aos empresrios para investirem seu capital, porm alguns burgueses conseguiram entrar para a poltica atravs de influncia parlamentar, e tentaram intervir em algumas relaes com interesses prprios, problema que foi resolvido pelo estado, censurando atitudes que no possuam um fundamento na lei.

10 No Constitucionalismo Liberal destaca-se a importante ideia de um Contrato Social, segundo a qual o povo titular do Poder Constituinte. Dessa forma explique a esse desse Contrato Social expressa pelo ponto de vista de John Locke.

R. John Locke afirma que quando os indivduos celebram um Contrato Social, entregam condicionalmente seus direitos aos governantes, com a finalidade do Governo tutelar os direitos naturais de cada indivduo, assim, quando o Governo viola os direitos naturais individuais o prprio povo pode exercer o direito de resistncia, se opondo ao exerccio ilegtimo do poder.

Referncias:

MAGALHES, Jos Luiz Quadros. Direito Constitucional. Ed. Mandamentos; 1 ed. , 2002.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. So Paulo: Saraiva, 2012.

Barroso, Luis Roberto Curso de Direito Constitucional Contemporneo Lus Roberto Barroso Ed. Sarava, 4 edio 2013.

Mendes, Gilmar Mendes - Curso de Direito Constitucional Ed. Saraiva

Canotilho, J.J Gomes Direito Constitucional e teoria da Constituio 4 edio.

SILVA, Jos Afonso da - CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL POSITIVO. Ed. Malheiros 25 edio,2005.