consÓrcio de milho safrinha com brachiaria spp. e...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS CONSÓRCIO DE MILHO SAFRINHA COM Brachiaria spp. E CULTIVO DE SOJA EM SUCESSÃO ANTONIO LUIZ NETO NETO DOURADOS MATO GROSSO DO SUL 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

CONSÓRCIO DE MILHO SAFRINHA COM

Brachiaria spp. E CULTIVO DE SOJA EM SUCESSÃO

ANTONIO LUIZ NETO NETO

DOURADOS

MATO GROSSO DO SUL

2014

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CONSÓRCIO DE MILHO SAFRINHA COM

Brachiaria spp. E CULTIVO DE SOJA EM SUCESSÃO

ANTONIO LUIZ NETO NETO

ORIENTADOR: Dr. Gessí Ceccon

Dissertação apresentada à Universidade

Federal da Grande Dourados, como parte das

exigências do Curso de Mestrado do

Programa de Pós-Graduação em Agronomia

“Produção Vegetal” para obtenção do título

de Mestre.

DOURADOS

MATO GROSSO DO SUL

2014

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

“PRODUÇÃO VEGETAL”

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Consórcio de milho safrinha com Brachiaria spp.

e cultivo de soja em sucessão

por

ANTONIO LUIZ NETO NETO

Dissertação apresentada como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de

Mestre em Agronomia.

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O Sistema Plantio Direto não é uma invenção ou uma criação do homem, trata-se de

voltar a semear como no início da Agricultura, em que os homens espalhavam as

sementes sobre o solo e esperavam nascer a planta que lhe renderia frutos...

Adaptado de Lúcio Damália

Agricultor pioneiro no Sistema Plantio Direto em Mato Grosso do Sul

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Ao alicerce da minha vida, ao que me

garantiu inspiração e paciência para

escrever esse trabalho, o Senhor Javé, à

minha querida família que me incentivou e

fortaleceu-me para essa empreitada, e aos

meus amigos Paula Peixoto e Gessí Ceccon

por suas sábias e pontuais palavras,

DEDICO...

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A cada produtor, técnico, professor,

pesquisador, estudante e qualquer outra

pessoa que tenha nesse trabalho fonte para

aumento de produtividade e conhecimentos,

OFEREÇO...

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AGRADECIMENTOS

Ao meu Senhor, o Deus que me deu a vida e com ela capacidade de pensar e

força para agir e assim produzir esse documento.

Aos meus pais Marina Matias de Arruda Luiz e João Batista Luiz, que desde

o princípio não desistiram de mim e acreditaram nas minhas loucuras. Vocês são minha

inspiração!

Aos meus irmãos Mateus Matias Luiz e João Batista Luiz Junior, obrigado

pela paciência e pelo carinho. A gente se ama, do nosso jeito, mas nos amamos, e muito

obrigado pelo amor de vocês.

À Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, pelas contribuições

na minha formação, na pessoa da secretária do Programa de Pós-graduação em

Agronomia, Maria Lúcia Teles por estar sempre solícita e a disposição para dirimir

todas as dúvidas de forma gentil.

À coordenação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), pela concessão da bolsa e a Embrapa Agropecuária Oeste pelo

espaço e equipamentos.

Ao meu amigo Gessí Ceccon, que me orientou de forma brilhante e

impecável. No dia que caí, você foi instrumento de Deus na minha vida e me levantou,

obrigado pela confiança e por ter me permitido fazer parte de sua vida.

À minha querida e divertida amiga Professora Paula Pinheiro Padovese

Peixoto, obrigado por fazer minha vida mais divertida e melhor. Quero ser um professor

como você, que têm como objetivo somente passar adiante tudo o que sabe da melhor

forma possível.

À minha querida Elvira Matos Queiróz pelas suas orações e carinho,

obrigado por estar ao meu lado me incentivando.

Aos Eng. Agr. Cezário Aparecido Doná, Geraldo Almeida, Aline de

Oliveira Matoso, Hawlysson Alves de Castro, Miguel Angel Cantamutto e Liliana

Gallez, e os Adm. Alcemir Calazans, Wolga Betina Schossig, André Arruda e Neimar

Mariano de Arruda pela referência como profissionais e fontes de inspiração.

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Na pessoa do tio Waldomiro Alves da Silva, à todos os amigos (brasileiros e

de outros países) e familiares que de alguma forma me ajudaram nesse trabalho, nas

conversas, tererés, mates, reuniões, viagens, festas, e tantos outros momentos que me

inspiraram, motivaram e sugeriram a melhor forma de superar os problemas e otimizar

os resultados, cada página dessa dissertação tem um pouco de vocês.

À querida Stella Maris Faquer e toda Fisk-Dourados por ser mais que uma

escola, um lugar que fui acolhido com todo carinho e amizade.

Na pessoa do Sr. Lúcio Damália, ao Grupo de Palha na Palha de Dourados,

por ser uma fonte de ideias e reconhecimento profissional.

Aos amigos que me auxiliaram durante o desenvolvimento deste

experimento: Aline de Oliveira Matoso, Islaine Caren Fonseca, Rodrigo César Sereia,

Valdecir Batista Alves, Leonardo Fernandes Leite, Eduardo de Moura Zanon, Priscila

Akemi Makino, Adriano dos Santos, Neriane de Oliveira Padilha e Robson Benites

Soares.

Aos colegas de sala Juslei Figueiredo da Silva, Igor Murilo Bumbieris

Nogueira, Mariana Freire, Elaine Galdeia, Maira Cristina Pedrotti, Derek Brito Chaim

Jardim Rosa, Evandro Gelain, Wesley Martins, Aline Borelli e tantos outros, obrigado

pelos ensinamentos e troca de informações durante nossas aulas.

À Embrapa Agropecuária Oeste, nas pessoas de Marno Miguel Schwingel,

Gabriel José Carneiro, Alceu Richetti e Clarice Zanoni Fontes pela amizade e respeito

tanto como estagiário quanto como pessoa.

E a todos que por ventura não foram citados, mas que de alguma forma

contribuíram para a realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

PÁGINA

RESUMO................................................................................................................ x

ABSTRACT........................................................................................................... xi

INTRODUÇÃO...................................................................................................... 12

Referências bibliográficas.............................................................................. 17

CAPÍTULO 1. MORFOFISIOLOGIA E PRODUTIVIDADE DE MILHO

SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA EM ESPAÇAMENTO

REDUZIDO ………………………………………………………………………

21

Resumo........................................................................................................... 21

Abstract........................................................................................................... 22

Introdução....................................................................................................... 23

Material e métodos......................................................................................... 25

Resultados e discussão.................................................................................... 28

Conclusão....................................................................................................... 35

Referências bibliográficas.............................................................................. 36

CAPÍTULO 2. PRODUTIVIDADE DE SOJA APÓS MODALIDADES DE

CULTIVO DE Brachiaria spp. NO OUTONO/INVERNO...........………………

39

Resumo........................................................................................................... 39

Abstract........................................................................................................... 40

Introdução....................................................................................................... 41

Material e métodos......................................................................................... 43

Resultados e discussão.................................................................................... 45

Conclusões...................................................................................................... 50

Referências bibliográficas.............................................................................. 51

CONSIDERAÇÔES FINAIS................................................................................ 54

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RESUMO

Objetivou-se com essa pesquisa avaliar alterações produtividade do milho safrinha em

consórcio com Brachiaria brizantha cv. Marandu e da soja semeada em sucessão a

cultivos da safrinha. O experimento foi delineado em blocos casualizados, sendo os

tratamentos as parcelas de milho safrinha semeadas em duas densidades (5,2 e 5,7

plantas m-2

) e na sub-parcela o consórcio com cinco densidades de B. brizantha cv.

Marandu (0, 5, 10, 20 e 40 plantas m-2

), foi analisada a produtividade e os componentes

morfo-fisiológicos plantas de milho e da forrageira. Também foi analisada a

produtividade e morfologia de plantas de soja semeada em sucessão sobre a palha de B.

brizantha cv. Marandu pastejada; B. brizantha cv. Marandu consorciado com milho

safrinha; B. ruziziensis solteira; B. ruziziensis consorciada com milho e milho safrinha

solteiro, em quatro repetições. As parcelas dos blocos foram sub-divididas em duas

cultivares de soja (NA 5909 RR e BMX Turbo RR, ambas resistente a gliphosate). A

soja também foi semeada e avaliada sobre quatro densidade (5, 10, 20 e 40 planta m-2

)

de B. brizantha cv. Marandu e B. ruziziensis. Os resultados foram submetidos a análise

de variância, teste de regressão polinomial e teste de SNK, a 5% de probabilidade. O

consórcio de milho com B. brizantha cv. Marandu possibilita a produção de grãos e de

pasto, desde que seja adequada a densidade de plantas de ambas às espécies. A massa de

matéria seca do milho e das forrageiras, solteiros ou em consórcio alterou a densidade

de plantas e a altura de plantas da soja pode se alterada, mas não alterou a produtividade

da soja em sucessão.

Palavras-chave: Zea mays, Glycine max, Brachiaria spp., Integração lavoura-pecuária,

Sistema Plantio Direto

x

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ABSTRACT

The objective of this research was to evaluate changes in productivity of winter maize

intercropped with Brachiaria brizantha cv. Marandu and soybean crops sown in

succession to the late harvest. The experiment was designed in randomized blocks with

treatments plots of winter corn sown at two densities ( 5.2 and 5.7 plants m-2

) and sub -

plot the consortium with five densities B. brizantha cv. Marandu (0, 5, 10, 20 and 40

plants m-2

) was analyzed productivity and morpho-physiological components plants

corn and forage. Was also analyzed productivity and morphology of soybean plants

cultivated in succession on the straw B. brizantha cv. Marandu grazed; B. brizantha cv.

Marandu intercropped with late season maize; B. ruziziensis mowing; B. ruziziensis

intercropped with late season maize and single late season maize, with four replications.

Portions of the blocks were sub-divided into two soybean cultivars (NA 5909 RR and

BMX Turbo RR, both resistant gliphosate). The soybean also was sowing and evaluated

with in four densities of B. brizantha cv. Marandu and B. ruziziensis (5, 10, 20 and 40

plants m-2

). The results were submitted to variance analysis, polynomial regression test

and SNK test at 5% probability. The consortium corn with B. brizantha cv. Marandu

enables the production of grain and pasture, provided that adequate plant density of both

species. The dry weight of corn and fodder, single or in consortium altered plant density

and plant height of soybean can be changed but not changed soybean productivity in

succession.

Key-words: Zea mays, Glycine max, Brachiaria, Crop-livestock integration , No tillage

System

xi

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INTRODUÇÃO

O Cerrado brasileiro se caracteriza por uma quantidade satisfatória de

chuvas, porém mal distribuídas e concentradas no período de primavera- verão. A

região Sul do Brasil têm chuvas melhor distribuídas durante o ano e espécies adaptadas

às estações do ano, bem definidas para cultivo. Se a produtividade das culturas está

diretamente correlacionada com a disponibilidade de água, é fundamental que

desenvolvam sistema de produção em que a água esteja presente e disponível no solo

por maior período de tempo (SALTON et al., 2008).

Nesse sentido, busca-se maior produção de palha para minimizar a perda de

água por evaporação e aporte de carbono ao solo a fim de estruturar a parte física do

solo. Ao mesmo tempo em que o clima no Cerrado favorece o desenvolvimento de

culturas que produzam grande quantidade, também favorece a degradação microbiana

desse material (SALTON et al., 2005; SALTON et al., 2008). Isso viabiliza o estudo de

novos sistemas que possam produzir palha que permanece sobre o solo por maior

período de tempo

O sistema de produção de grãos predominante de Mato Grosso do Sul

caracteriza-se pelo cultivo de soja e milho safrinha no Sistema Plantio Direto.

Entretanto com a deficiência de produção de palha dessas culturas, modelos e cultivos

tem sido feitos: como a utilização de oleaginosas e forrageiras no outono-inverno e

semeadura de soja em áreas de pastagens. Dessa forma, o estudo desse tipo de sistemas

vem sendo realizados a fim de alcançar a máxima eficiência no uso dos recursos

ambientais disponíveis (VILELA et al., 2011).

Na safra 2012/13, no Brasil, o milho safrinha teve sua área aumentada em 2

milhões de hectares com produção de grãos 12 milhões de toneladas maior em relação a

safra anterior. Isso se deve a dois fatos: o cenário econômico internacional, com baixos

estoques e o preço do dólar em alta que têm forçado o preço dos grãos de milho para

cima e as altas produtividades que vêm sendo obtidas nessa época de semeadura com a

adoção de novas tecnologias (CONAB, 2014).

A densidade e o espaçamento entre fileiras ideais para a semeadura na

cultura do milho são fatores de grande importância, principalmente para a característica

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produtividade de grãos, sendo que, para cada ambiente, há uma combinação entre

cultivar, espaçamento e densidade de plantas, que resulta em maior produtividade. O

conhecimento e a adoção da melhor combinação entre cultivar, espaçamento e

densidade, não implicam em acréscimo no custo de produção e pode ser rapidamente

implementado pelo produtor (AFFÉRRI et al., 2008).

O arranjo e a densidade de plantas são fundamentais para otimizar a

exploração do ambiente pelo milho. A necessidade de incrementar a eficiência de

interceptação de uso da radiação solar gerou grande esforço por parte dos programas de

melhoramento para desenvolver genótipos mais bem adaptados. A seleção de híbridos

mais tolerantes a estresses permitiu a elevação na população utilizada na lavoura, com

incrementos na produtividade da cultura. Com isso, outras alterações no arranjo de

plantas também se fazem necessárias, como, a redução no espaçamento entre fileiras

para obter melhor distribuição de plantas na área (FLORES, 2013).

Dentre as vantagens do uso do espaçamento reduzido são citados: aumento

na produtividade de grãos devido à melhor distribuição das plantas na área, aumentando

a eficiência na utilização da radiação solar, água e nutrientes; melhor controle de plantas

daninhas, em função do fechamento mais rápido dos espaços entre e dentre plantas e

menor entrada de luz; redução da erosão, pela cobertura antecipada da superfície do

solo; melhor qualidade de semeadura, por meio da menor velocidade de rotação dos

sistemas de distribuição de sementes, resultando em melhor semeadura com menor

número de falhas e duplas (duas sementes juntas) e a maximização da utilização da

semeadora, uma vez que diferentes culturas, especialmente milho e soja, poderão ser

implantadas com o mesmo espaçamento, permitindo maior praticidade e ganho de

tempo (ALVAREZ et al., 2006; CRUZ et al.; 2010 e FLORES, 2013).

Dourado Neto et al., 2003, observaram que semeaduras de milho em

população de 90.000 plantas ha-1

, com a redução do espaçamento de 0,80 m para 0,40

m, teve efeito positivo na produtividade de grãos no genótipo de arquitetura foliar

aberta; até 60.000 plantas ha-1

, independentemente do genótipo, a produtividade de

grãos é crescente com o aumento da população de plantas.

Cruz et al. (2010) afirmam que nos estados do Paraná e São Paulo, há

predomínio do uso de espaçamento maior que 0,70 m, representando 62 e 87% das

lavouras, respectivamente. No estado de Goiás, predomina o espaçamento reduzido,

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sendo que em 69% das lavouras com alta produtividade foi utilizado o espaçamento de

0,45 a 0,50 m. No Mato Grosso do Sul, o mesmo cenário vêm sendo observado, de

acordo com Flores (2013).

Logo, pela importância que o milho safrinha tem ganhado frente à produção

de grãos brasileira, a forte adoção do espaçamento reduzido na semeadura da cultura do

milho e o emprego de altas densidade, se justifica o estudo desse sistema. Uma vez que

se trata de tecnologias que não causam aumento de custo de produção, mas que podem

trazer incrementos na produtividade de grãos.

No que se refere aos novos modelos de produção, esses vem de encontro

com a demanda crescente por alimentos, bioenergia e produtos florestais e em

contraposição à necessidade de redução de desmatamento e mitigação da emissão de

gases de efeito estufa. Esses modelos requerem soluções que permitam incentivar o

desenvolvimento socioeconômico, sem comprometer a sustentabilidade dos recursos

naturais (VILELA et al., 2011). Esse cenário tem levado à ciência e os próprios

produtores rurais no Brasil a uma busca por sistemas de produção sustentáveis que

intensifiquem o uso da terra de forma não prejudicial, e se possível, que tragam

benefícios ao meio ambiente e à sociedade.

Assim sendo, a integração lavoura-pecuária (ILP) tem sido apontada como

alternativa para conciliar esses conflitos de interesse da sociedade (BALBINO et al.,

2011). Nesse contexto Wilkins (2008) e Vilela et al. (2011) afirmam que os sistemas

mistos de produção agrícola são mais sustentáveis do que os sistemas especializados em

produção de grãos e fibra. A ILP é um sistema de produção de grãos, fibras, madeira,

leite e carne por meio da rotação de culturas dentro de uma mesma área.

Na fase de planejamento e implantação da ILP, a tomada de decisão em

relação à forma de implantação da pastagem é crucial no sucesso ou insucesso de uma

boa pastagem. Nesse contexto, sua implantação na forma de consórcio é uma excelente

opção, uma vez que o uso da terra é mais eficiente, produzindo grãos e formando a

pastagem ao mesmo tempo (PORTES et al. 2000; FREITAS et al., 2005; CECCON,

2007 e VILELA et al., 2011).

A consorciação de culturas é uma técnica utilizada, principalmente por

pequenos e médios produtores, procurando aproveitar melhor os recursos disponíveis na

propriedade. Consiste num sistema em que, numa mesma área, são implantadas duas ou

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mais espécies, que convivem juntas, parte ou todo o ciclo. Esta prática possibilita ao

agricultor otimizar o uso dos fatores de produção, tais como água, nutrientes, luz solar e

uso da terra, diminuindo assim os riscos de insucesso econômico (MATOSO, 2011).

As culturas consorciadas não são, necessariamente, semeadas ao mesmo

tempo, entretanto, durante grande parte de seus períodos de convivência há uma

simultaneidade, forçando interação entre elas (VIEIRA, 1985).

Um dos fatores de risco de perda para o milho safrinha são os veranicos

prolongados que podem ocorrer durante todo o ciclo da cultura, podendo causar

prejuízos que podem chegar a 100%, em alguns anos. Desta forma, a condução do

milho safrinha em consórcio com outras espécies, sejam gramíneas, como as

braquiárias, ou leguminosas como, por exemplo: o feijão-comum, feijão-caupi, mucuna

e ervilhaca são uma forma de minimizar os riscos de perda total, caso o milho venha a

passar por veranicos durante seu desenvolvimento (MATOSO, 2011).

O milho safrinha pode ser uma importante espécie para proteção do solo,

especialmente quando cultivado em consórcio com outra cultura, podendo proporcionar

maior quantidade de massa e maior porcentagem de solo coberto, contribuindo para a

formação de resíduos com diferentes quantidades de nutrientes e, de acordo com a

espécie a ser utilizada para o consórcio com o milho, pode gerar maior renda para os

produtores (CECCON, 2007).

O milho pode ser consorciado com várias espécies, uma vez que a planta é

alta e tem arranque inicial rápido, minimizando assim suas perdas por competição,

quando esse é tratado como cultura principal. Entre as culturas que podem ser

consorciadas com o milho safrinha, são destacados os feijões Phaseolus vulgaris e

Vigna unguiculata (MATOSO, 2011), Crotalaria spp. (KLUTHCOUSKI e

YOKOYAMA, 2003) mas também as gramíneas forrageiras Brachiaria spp. e Panicum

maximum, sendo que essas últimas também podem ser consorciadas com cereais como o

arroz, o trigo, o sorgo e o milheto (PORTES, 2000 e VILELA et al., 2011).

O consórcio de milho safrinha com Brachiaria brizantha cv. Marandu e

Brachiaria ruziziensis já foi estudado para produção de palha e formação de pasto na

ILPF por vários autores destacando como benefícios: melhor qualidade de forragem,

controle de plantas daninhas por efeito da competição, incremento de matéria orgânica

no solo, imobilização temporária de nutrientes, proteção do solo, entre outros (PORTES

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et al., 2000; BORGHI et al., 2006; BORGHI E CRUSCIOL, 2007; ARAUJO, 2009;

ALVARENGA et al., 2011; VILELA et al., 2011).

Fica evidenciado que a determinação de uma população da forrageira é

extremamente importante para que as duas culturas sobrevivam e produzam

normalmente, mesmo que o milho tenha maior capacidade competidora e habilidade de

supressão em relação às forrageiras (IKEDA, 2010). Assim como Brambilla et al.

(2009) demonstraram a importância de se estudar a modalidade de consórcio, tais como

espaçamento entre fileiras de milho e número de fileiras de capim consorciado.

Oliveira et al. (2002) afirmam que a cobertura de solo que melhor se adapta

aos sistema de plantio direto deve ter uma taxa de decomposição dos resíduos vegetais

que seja equivalente a manutenção do solo protegido contra agentes erosivos em um

maior período de tempo e fornecer nutrientes para a cultura em sucessão.

A cultura semeada após o cultivo do consórcio ou de uma forrageira na

safrinha é beneficiada pela produção de palha, tanto pela liberação de nutrientes, quanto

pela proteção do solo e os diferentes sistemas também podem influenciar: se houver

pastejo, as características químicas da palha e a quantidade de palha. Mas uma dúvida

que existe é se a densidade de semeadura do capim pode influenciar na produtividade

dos cultivos em sucessão, pois os trabalhos encontrados na literatura divergem sobre o

tema (ALVES, 2013; BORGHI et al., 2013; PACHECO et al., 2013; LOOS et al., 2012;

CARVALHO et al., 2011; CORREIA et al., 2011 e CORREIA e DURIGAN, 2006).

De acordo com Kluthcouski et al. (2000) e Vilela et al. (2011) a grande

quantidade de massa produzida pelas forrageiras protege o solo durante todo o ciclo da

cultura subsequente e pode minimizar os efeitos de uma estiagem ou ainda libera

nutrientes pela degradação dessa palha que está sobre o solo.

Pacheco et al. (2013) e Carvalho et al. (2011) afirmam que as gramíneas tem

baixa velocidade de degradação de palha, e destacam que a Ruziziensis tem velocidade

maior que a Marandu. Calonego et al. (2012) afirmam que essa liberação acontece mais

intensamente nos primeiros 45 dias e Chioderoli et al. (2012) demonstram que

permanência da palha também beneficia a estrutura física do solo que facilita o

crescimento e absorção de nutrientes pelas raízes.

Finalmente, manter palha sobre o solo em condições tropicais o ano todo é

um dos entraves do sistema plantio direto. Silva et al. (2011) mostraram que a estrutura

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17

física do solo é alterada quando existe acúmulo de pelo menos cinco toneladas de palha

sobre o solo e Fidelis et al. (2003) concluíram que a disponibilização de pelo menos 10

Mg ha-1

ano-1

de matéria seca proporciona cobertura morta suficiente para manutenção

da qualidade do solo e alcançar os benefícios esperados.

Objetivou-se com essa pesquisa avaliar o cultivo de milho consorciado com

Brachiaria e da soja em sucessão.

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Referências Bibliográficas

AFFÉRRI, F.S.; MARTINS, E.P.; PELUZIO, J.M.; FIDELIS, R.R.; RODRIGUES,

H.V.M. Espaçamento e densidade de semeadura para a cultura do milho, em plantio

tardio, no estado do Tocantins. Pesquisa Agropecuária Tropical, v.38, n.2, p.128-133,

2008.

ALVARENGA, R.C.; GONTIJO NETO, M.M.; CASTRO, A.A.D.N.; COELHO, A.M.;

CLEMENTE, E.P. Rendimento do consórcio milho-braquiária brizantha afetado pela

localização do adubo e aplicação de herbicida. Revista Brasileira de Milho e Sorgo,

v.10, n.3, p.224-234, 2011.

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CAPÍTULO I – MORFOFISIOLOGIA E PRODUTIVIDADE DE MILHO

SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA

EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO *

ANTONIO LUIZ NETO NETO1, JUSLEI FIGUEIREDO DA SILVA

1,

ADRIANO DOS SANTOS1, NERIANE DE SOUZA PADILHA

1,

PRISCILA AKEMI MAKINO1 e GESSÍ CECCON

2

1Universidade Federal da Grande Dourados, Rod. Dourados-Itahum, Km 12, Caixa

Postal 533, CEP 79.804-970, Dourados, MS, Brasil, [email protected],

[email protected], [email protected], nerianepadilha@ho

tmail.com, [email protected]. 2Embrapa Agropecuária Oeste, BR 163, km 253,6 – Caixa Postal 449, CEP 79804-970

Dourados, MS, Brasil, [email protected].

*Artigo publicado na Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.12, n.3, 2013. Disponível

em: http://rbms.cnpms.embrapa.br/index.php/ojs/article/view/488/pdf_58

RESUMO - Objetivou-se, avaliar as alterações morfofisiológicas e a produtividade de

milho safrinha em duas populações de plantas, consorciado com cinco populações de

Urochloa (sin. Brachiaria) brizantha cv. Marandu, em espaçamento reduzido. O

experimento foi implantado em 01 de março de 2012, em Latossolo Vermelho

distroférrico, em Dourados, MS. O delineamento experimental foi em blocos

casualizados, com parcelas subdivididas em quatro repetições. A parcela principal foi

constituída pelas populações de milho (5,2 e 5,7 plantas m-2

) e as subparcelas pelas

populações da forrageira (0, 5, 10, 20 e 40 plantas m-2

). A maior população de milho

proporcionou maior índice de área foliar e maior produtividade de grãos, mas não

interferiu no índice de clorofila do milho e na massa seca da braquiária. As populações

de braquiária não interferiram na produtividade do milho, porém, populações maiores

que 20 plantas m-2

promovem redução do perfilhamento e aumento de massa seca de

braquiária. O milho safrinha em maior população de plantas, consorciado com 20

plantas m-2

de B. brizantha cv. Marandu proporciona maior produção de massa de

matéria seca total, produtividade de grãos de milho e massa de matéria seca da

forrageira para formação de pasto.

Palavras-chave: Zea mays; Brachiaria; Urochloa; consórcio; Integração Lavoura-

Pecuária.

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MORPHOPHYSIOLOGY AND YIELD OF LATE SEASON MAIZE

INTERCROPPED WITH UROCHLOA IN REDUCED ROW SPACING

ABSTRACT - The aim of this study was to evaluate the morphological changes and

late season maize yield in two plant densities intercropped with five populations of

Urochloa (syn. Brachiaria) brizantha cv. „Marandu‟ in reduced row spacing for pasture

formation. The experiment was established on March 1, 2012 in an Oxisol in Dourados,

Mato Grosso do Sul State, Brazil. A randomized block experimental design was used

with split-plots in four replications. The main plot consisted of two maize plant

densities (5.2 and 5.7 plants m-2

) and the subplots of five plant densities of the Urochloa

(0, 5, 10, 20 and 40 plants m-2

). The greatest plant density of maize showed a greater

leaf area index and greater yield of late season maize, but did not affect the chlorophyll

content of maize and the dry matter of Urochloa. Urochloa plant densities did not affect

maize yield; however, densities greater than 20 plants m-2

reduced tillering and led to

increased dry matter in Urochloa. The late season maize at greater plant densities

intercropped with 20 plants m-2

of B. brizantha cv. „Marandu‟ leads to total forage dry

matter production and increased maize grain yield and forage for pasture formation.

Key-words: Zea mays; Brachiaria; Urochloa; intercropping; crop-livestock integration.

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Introdução

A crescente demanda por alimentos e bioenergia, com mitigação de gases de

efeito estufa, requer soluções para incentivar o desenvolvimento socioeconômico, sem

comprometer a sustentabilidade dos recursos naturais. Este cenário tem estimulado a

busca por sistemas de produção sustentáveis, com intensificação do uso da terra sem

agredir o meio ambiente e criando benefícios para a sociedade. A integração lavoura-

pecuária (ILP) tem sido apontada como alternativa para conciliar produção de alimentos

e conservação da natureza (VILELA et al., 2011).

O milho destaca-se para o cultivo consorciado devido a sua maior altura de

plantas, crescimento inicial rápido, tornando-o competitivo com a espécie em consórcio.

Entre as culturas que podem ser consorciadas, destacam-se o feijoeiro e as gramíneas

forrageiras perenes como braquiária e panicum (PORTES et al., 2000). O milho é uma

das culturas anuais mais estudadas e adaptadas para cultivo em sistemas integrados

(KLUTHCOUSKI, et al., 2000; CHIODEROLI et al., 2012), destacando a alta

qualidade da forragem, controle de plantas daninhas, incremento de matéria orgânica no

solo, imobilização temporária de nutrientes, proteção do solo (BORGHI; CRUSCIOL,

2007).

Na região Centro-Oeste do Brasil o milho tem sido cultivado no período do

outono-inverno (milho safrinha), em sucessão à soja, tornando-se uma importante

espécie para proteção do solo, especialmente quando cultivado em consórcio com uma

forrageira perene, como braquiária ou panicum, podendo proporcionar maior quantidade

de massa e maior porcentagem de solo coberto, contribuindo para melhores

produtividades das culturas em sucessão (CECCON et al., 2013).

Dentre as modalidades de cultivo de milho, o espaçamento reduzido tem

sido adotado por agricultores, com incremento de área e de produtividade de grãos

(CECCON, 2007), no entanto, poucos são os trabalhos sobre avaliação de população de

braquiária consorciada com milho em espaçamento reduzido.

O arranjo e a densidade de plantas são fundamentais para aperfeiçoar a

exploração do ambiente (AFFÉRRI et al. 2008), e devido à necessidade de incrementar

a eficiência de interceptação luminosa foram selecionados híbridos em arranjo de

plantas com altas densidades, proporcionando incrementos na produtividade da cultura

(SANGOI et al., 2002). Com isso, evidencia-se a importância de identificar populações

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de braquiária para consórcio com milho para que as duas espécies produzam no mesmo

ambiente, mesmo que o milho tenha maior capacidade competitiva e habilidade de

supressão que a forrageira (IKEDA, 2010).

O trabalho foi realizado com o objetivo de identificar alterações

morfofisiológicas e avaliar a produtividade de milho safrinha cultivado em duas

populações de plantas, em consórcio com quatro populações de braquiária em

espaçamento reduzido visando a formação de pasto.

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Material e métodos

O experimento foi realizado na área experimental da Embrapa Agropecuária

Oeste, em Dourados, MS (22°13‟S e 54°48‟W, a 400 m de altitude) em um Latossolo

Vermelho distroférrico textura muito argilosa (EMBRAPA, 2006). O clima da região,

segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwa, com verões quentes e invernos

secos, temperaturas máximas observadas nos meses de dezembro e janeiro e as

temperaturas mínimas entre maio e agosto, coincidindo com chuva excedente na

primavera-verão e déficit hídrico no outono-inverno (FIETZ e FISCH, 2008). Os dados

são apresentados na figura 1.

Figura 1. Precipitação, temperatura máxima e mínima mensais em Dourados, MS, média de 12 anos

(2001 à 2012) e 2012.

Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste CPAO (2013).

O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em parcelas sub-

divididas, sendo a parcela principal constituída pelas duas populações do milho safrinha

(5,2 e 5,7 plantas m-2

, 52.000 e 57.000 plantas ha-1

, respectivamente) e as subpacelas

pelas cinco populações da B. brizantha cv. Marandu (0, 5, 10, 20 e 40 plantas m-²), em

quatro repetições. As unidades experimentais foram constituídas de 5 fileiras de milho,

no espaçamento de 0,45 m entre fileiras, sendo 2,25 m de largura por 12,0 m de

comprimento, totalizando 28 m² em cada parcela.

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A semeadura foi realizada em 01 de março de 2012, em sistema plantio

direto após a soja, utilizando semeadora pneumática de precisão para semeadura do

milho, com regulagem para 220 kg ha-1

da fórmula 08-20-20 de NPK, na profundidade

de 15 cm. As sementes de milho (BRS 1010) foram tratadas com inseticida thiodicarbe,

na dose de 20 mL kg-1

de semente. A braquiária foi semeada mecanicamente no mesmo

dia, e nas mesmas fileiras do milho, utilizando de semeadora pneumática de parcela da

marca Wintersteiger em profundidade média de 0,06 m. As sementes da forrageira eram

revestidas e tratadas com inseticida fipronil, e a quantidade de sementes em cada parcela

(1, 2, 4 e 8 g m-2

) foi calculada com base no valor cultural (BRASIL, 2009). As

operações de semeadura foram realizadas de forma distinta.

Dez dias após a emergência das espécies foi realizado desbaste no milho,

para ajustar as duas populações de plantas e na forrageira foram demarcadas parcelas de

uma fileira de um metro para identificar a população real e avaliar os componentes de

produtividade e a biomassa seca.

O controle de plantas daninhas foi realizado com aplicação de atrazine na

dose de 1,5 L ha-1

, em pós-emergência do milho e das plantas daninhas (cinco dias após

a emergência). As pragas foram controladas mediante aplicação de inseticida

deltamethrin após a emergência do milho, na dose de 0,005 L ha-1

.

A partir do início da floração, durante sete semanas, foi avaliado o índice

de clorofila total e de clorofila A no terço médio da folha da espiga, semanalmente,

utilizando aparelho medidor de clorofila Clorofilog (FALKER, 2012). Avaliaram-se

também a massa seca das duas espécies, coletando-se cinco plantas de milho ao acaso

em cada parcela (nessas plantas também foi avaliada a área foliar com medidor

automático) e cortando-se as plantas de braquiária em uma fileira de um metro, no

espaçamento 0,45 m. A partir das amostras, foram recolhidas subamostras de até 0,5 kg

secas numa estufa de circulação forçada, a 60 ° C até umidade constante para

determinar a massa seca de cada espécie. A colheita do milho foi realizada no dia 27 de

julho de 2012 na maturidade fisiológica (R6). Foram coletadas cinco plantas inteiras ao

nível do solo para avaliar biomassa seca e a massa de grãos colhidos em 4,5 m² em cada

parcela.

Na colheita de milho, foram realizadas as seguintes avaliações: altura da

planta, altura da espiga, diâmetro do colmo, massa seca, massa de cem grãos e peso de

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grãos. O índice de área foliar (IAF), a taxa de crescimento da cultura (TCC) (com os

dados de matéria seca no florescimento e na colheita), a taxa de enchimento de grãos

(TEG), a produção de matéria seca no florescimento e na colheita, e produtividade de

grãos, (ajustado para 130 g de umidade kg-1

), foram calculados em laboratório.

Foram coletados na forrageira: número e altura de perfilhos e biomassa

seca. No laboratório foram estimados: densidade de perfilho e produção de matéria

seca, com as avaliações sendo realizadas no florescimento e na colheita de milho.

Em setembro de 2012, foi realizada uma nova amostragem de plantas de

Braquiária em uma fileira de um metro para determinar a biomassa seca a fim de avaliar

a capacidade da forragem em estabelecer um pasto.

Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e teste de

regressão (p<0,05). Os dados da densidade de plantas de milho foram comparados pelo

teste SNK (p<0,05). As densidades de plantas de B. brizantha cv. Marandu foram

analisadas pelo teste de regressão e adotou-se a equação de regressão polinomial

significativa de melhor ajuste. Também foi analisada a interação dos fatores.

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Resultados e discussões

A análise de variância apresentou efeito significativo das populações de

milho para índice de área foliar, taxa de crescimento da cultura, taxa de enchimento de

grãos, produtividade de grãos e massa seca na floração; efeito de populações de

braquiária sobre índice de clorofila do milho, densidade de colmos de braquiária e

produtividade de massa de braquiária (Tabela 1 e figuras 3, 6 e 7). Verificou-se

interação significativa entre populações de milho e populações de braquiária para índice

de área foliar de milho, taxa de crescimento, taxa de enchimento de grãos,

produtividade de massa de milho na floração e na colheita e para densidade de colmos

de braquiária, sendo que os maiores valores foram verificados na maior população

(Figuras 2, 4 e 5). Os valores das variáveis observadas no milho são relativamente altos

para cultivo de safrinha, mas pode ser explicado pela maior disponibilidade de chuva no

período (Figura 1).

Não foi verificado efeito significativo de populações de milho nem de

populações de braquiária para altura de planta de milho (2,01 m), altura de inserção de

espigas (0,95 m), diâmetro de colmo (20,7 mm), biomassa seca total na colheita (16,28

Mg ha-1

) e massa de cem grãos (35,6 g).

Tabela 1. Alterações em características do milho safrinha em função da sua população

de plantas em espaçamento reduzido, com médias de cultivo solteiro e consorciado com

populações de Brachiaria brizantha cv. Marandu, em Dourados, MS, 2012.

População de

plantas de

milho

Índice de

área foliar

do milho

Taxa de

crescimento

da cultura

Taxa de

enchimento

de grãos

Produtividade

de grãos

Massa seca

na floração

plantas m-2

..........kg ha-1

dia-1

............. ................kg ha-1

...............

5,7 7,17 a 156,73 a 78,83 a 6.228 a 14.121 A

5,2 6,31 „ b 123,73 b 71,56 b 5.653 b 11.360 B

Média 6,74 140,23 75,20 5,940 12.741

C.V. (%) 9,24 10,63 9,49 9,47 11,40 Índice de área foliar = cm

2 de folha cm

2 de solo. Médias acompanhadas de letras distintas na coluna

diferem entre si pelo teste SNK a 5% de probabilidade

O índice de área foliar do milho não foi afetado pelas populações de

braquiária na menor população do milho, tendo apresentado média de 6,31 cm2 de folha

cm2 de solo. Na menor população do milho verificou-se efeito das populações da

braquiária, sendo a curva ajustada por uma equação quadrática, com maior valor no

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cultivo de milho solteiro, apresentando leve redução e depois aumentando os valores

com o aumento da densidade de plantas. A menor densidade de plantas de Braquiária

apresenta maior perfilhamento, e pode competir com o milho levando a reduzir o índice

de área foliar do milho. Como forragem tem menor desenvolvimento por planta (em sua

maior densidade) pode estimular o índice de área foliar do milho (Figura 2 e 7)

Figura 2. Índice de área foliar do milho (IAF) em duas populações de plantas (5,2 e 5,7 plantas m

-2) em

consórcio com cinco populações de Brachiaria brizantha cv. Marandu (0, 5, 10, 20 e 40

plantas m-²), em Dourados, MS, 2012.

A inexistência de diferença na menor população de plantas de milho pode

ser atribuída à menor competição entre plantas pelos recursos ambientais do mesmo

espaço na maior população, em que se observou considerável número de folhas

senescentes logo após a floração do milho nos tratamentos consorciados, indicando alta

demanda por fotoassimilados no período de enchimento dos grãos (ARGENTA et al.,

2001a). A produtividade de grãos é função de fotossíntese e respiração do dossel, que

por sua vez, é dependente da interceptação da radiação solar, e pela quantidade e

qualidade de radiação incidente (FLOSS, 2011).

O conteúdo de clorofila total e de clorofila A tem uma maior redução de 14

a 28 dias após o início da floração, que pode ser devido ao enchimento de grãos, que se

torna um forte dreno de fotoassimilados (Figura 3a). Uma equação quadrática

representa o índice de clorofila nas folhas de milho em função da densidade de plantas

de Braquiária (Figura 3b). A clorofila A e clorofila total são extremamente importantes,

IAF Pop 5,2; y = 6,31ns

IAF Pop 5,7; y = 0,0021x2 - 0,0854x + 7,56; R2 = 0,40*

0

2

4

6

8

10

0 10 20 30 40

Índ

ice

de

áre

a f

oli

ar

(IA

F)

Planta m-2

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31

pois o teor de clorofila na folha pode ser usado para determinar o nível nutricional de

nitrogênio na planta, pois a quantidade desse pigmento é correlacionado de forma

positiva com o teor de nitrogênio (RAMBO et al. , 2011 ) .

Figura 3. Índice de clorofila nas folhas do milho em função da época de avaliação (a) e da população da

forrageira (b), em Dourados, MS, 2012.

Quando o enchimento de grãos se intensifica, há deslocamento de reservas

da planta para a espiga, reduzindo o índice de clorofila nas folhas, que estabiliza depois

de completar o enchimento de grãos, levando a senescência foliar, com translocação dos

nutrientes (LOOMIS et al , 1971 e ARGENTA et al. , 2001b) . Em relação à densidade

de plantas da cultura de forragem, nas mais baixas densidades de planta, percebe-se que

há uma maior diminuição do índice de clorofila, no entanto nas maiores densidades de

plantas a redução foi menor, indicando que acima de 20 plantas m-2

, a competição

interespecífica é menor (SEREIA et al. , 2011)

A taxa de crescimento da cultura (TCC) na menor população do milho

decresce em função das populações do capim, ao passo que a partir da população de 10

plantas m-2

de B. brizantha cv. Marandu o decréscimo estabiliza-se. Isso pode ser

devido à capacidade de compensação das gramíneas para produção de matérias seca,

mesmo em períodos de estresses, como no caso de alta competição (AFÉRRI et al.,

2008; ARGENTA et al., 2001a; ARGENTA et al., 2003; SANGOI et al., 2002). Com

isso, altas populações de milho tem maior desempenho em consórcio devido ao maior

sombreamento e maior competição sobre a forrageira (Figura 4).

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Figura 4. Taxa de crescimento da cultura - TCC e Taxa de enchimento de grãos de milho - TEG (kg dia

ha-2

) em duas populações de plantas (5,2 e 5,7 plantas m-2

), solteiro e em consórcio com

populações de plantas de Brachiaria brizantha cv. Marandu (0, 5, 10, 20 e 40 plantas m-²), em

Dourados, MS, 2012.

A TEG do milho não foi afetada pelas populações de braquiária em sua

menor população, tendo apresentado média de 71,55 kg dia ha-2

. Em sua maior

população a TEG foi representada por uma equação quadrática, com redução até 20

plantas de braquiária e aumento na maior população (Figura 4). A competição

interespecífica pode estar diminuindo a competição com o milho, ou estimulando-o à

maior produção, mas em compensação, na população de 20 plantas m2 pode haver

maior crescimento da forrageira no período inicial e depois cause maior competição

com o milho. A TEG demonstra a velocidade com que as plantas acumulam massa nos

grãos, e a participação de cada planta proporciona maior taxa na maior população.

Segundo Argenta et al. (2003), o ambiente influencia no acúmulo de grãos, ao passo que

o bom manejo da cultura pode corroborar para que as plantas apresentem o potencial

genético (Figura 4).

A biomassa de milho foi maior em floração na maior densidade de plantas

do que na colheita (Tabela 1), e ambas as densidades foram influenciados pelas

densidades da Braquiária. No entanto, durante o enchimento de grãos, houve maior

acúmulo de massa em folha e caule, sem efeito das densidades de plantas de Braquiária.

O acúmulo de biomassa seca em folhas e caule nas diferentes densidades de planta de

milho foi menor, e mais elevada nos grãos, resultando numa produtividade mais

elevada, sem efeito das densidades de Braquiária (Figura 5). De acordo com Vargas et

TCC Pop5,2; y = 0,0153x2 - 1,2222x + 135,56; R2 = 0,73* TCC Pop5,7; y = 0,0786x2 - 4,0387x + 183,92; R2 = 0,90*

TEG Pop5,2; y = 71,56ns

TEG Pop5,7; y = 0,0242x2 - 1,0386x + 84,14; R2 = 0,49* 0

40

80

120

160

200

0 10 20 30 40

kg h

a d

ia-1

Planta m-2

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al. (2011), a sensibilidade das plantas de milho está relacionada à concorrência com

qualquer outra planta no mesmo espaço de vida, o que explica a redução no acúmulo de

matéria seca nos tratamentos consorciados.

Figura 5. Produtividade de massa seca de milho na floração e na colheita em duas populações de milho

(plantas m-2

) com cinco populações de Brachiaria brizantha cv. Marandu (0, 5, 10, 20 e 40

plantas m-²), em Dourados, MS, 2012.

O perfilhamento representa a quantidade de perfilhos em relação ao número

de plantas, e indica a capacidade da planta emitir perfilhos. Observa-se que não houve

diferença entre as populações de milho na floração e na colheita (Figura 6). Isso pode

ser devido ao fato de o milho ter um crescimento inicial mais rápido que a forrageira

(SEREIA et al., 2012). Entre a floração e a colheita do milho não há diferenças, por não

haver entrada de luz. Logo quando houver a colheita do milho e existir a entrada de luz,

as maiores populações de braquiária proporcionam maior capacidade de produção de

massa para estabelecimento de pastagem e integrar com pecuária por ter uma maior

quantidade de plantas em relação ao espaço (PORTES et al., 2000).

Florescimento Pop 5,2; y = 1.2108x2 - 96,736x + 10.713; R2 = 0,73*

Florescimento Pop 5,7; y = 6.2081x2 - 319,09x + 14.530; R2 = 0,90*

Colheita Pop 5,2; y = 14.698ns

Colheita Pop 5,7; y = 6.5437x2 - 309,38x + 15.179; R2 = 0,86*

0

2500

5000

7500

10000

12500

15000

0 10 20 30 40

Bio

ma

ssa s

eca d

e m

ilh

o (

kg h

a-1

)

Planta m-2

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34

Figura 6. Perfilhamento por planta de Brachiaria brizantha cv. Marandu em função da sua população (0,

5, 10, 20 e 40 plantas m-2

), na floração e na colheita do milho, cultivada em consórcio com

milho em Dourados, MS, 2012.

O perfilhamento das gramíneas forrageiras é regulado pela incidência de

luz e temperatura que regulam a relação auxina da parte aérea e a citocinina das raízes.

Entretanto, quando não há maior entrada de luz, há competição por espaço e nesse caso

as menores populações podem apresentar maior perfilhamento, (LAMAIRE e

CHAPMAN, 1996). Quanto mais luz e temperatura as plantas recebem, maior o

perfilhamento, com isso, assim sendo o consórcio limita o perfilhamento por limitar a

entrada de luz. Consequentemente, há menor desenvolvimento das plantas

fundamentado na baixa entrada de luz, como já afirmou Vieira (1985), no caso do milho

e feijão consorciados.

O aumento na população do milho não influenciou a quantidade de massa

produzida pela B. brizantha cv. Marandu (Figura 7), mas segundo Lamaire e Chapman

(1996) o sombreamento diminui a massa seca pelo menor perfilhamento, mas esse

crescimento pode ter sido uniformizado pelo período de maior entrada de luz após a

senescência das folhas, permitindo maior crescimento da forrageira, mesmo nas

menores populações. Na avaliação realizada em setembro de 2012, verificou-se maior

produtividade de massa na maior população de braquiária (Figura 7), mesmo tendo sido

um período de baixa disponibilidade hídrica. Com a colheita do milho houve estímulo

luminoso para emissão de novos perfilhos e aumento de massa seca (SEREIA et al.,

Florescimento; y = 0,0042x2 - 0,272x + 4,7813; R² = 0,92*

Colheita; y = 0,0043x2 - 0,2675x + 4,4589; R² = 0,96*

0

1

2

3

4

5

0 10 20 30 40Planta m-2

Per

filh

o p

or

pla

nta

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35

2012), visto que o crescimento da forrageira é mais influenciado pelas condições

ambientais, como disponibilidade hídrica e temperatura, do que a soma-térmica

(SBRISSIA, 2004).

Figura 7. Produtividade de massa seca de populações de plantas (0, 5, 10, 20 e 40 plantas m-²) Brachiaria

brizantha cv. Marandu na floração, na colheita do milho e na dessecação. Média das duas populações de

milho (5,2 e 5,7 plantas m-2

), em Dourados, MS, 2012.

Florescimento; y = -1,2485x2 + 82,143x + 1.200,8; R2 = 0,79*

Colheita; y = -0,2911x2 + 54,349x + 1.942,8; R2 = 0,98*

Dessecação; y = -0,6813x2 + 100,18x + 1.217; R2 = 0,99*

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

0 10 20 30 40

Bio

mass

a s

eca d

e B

rach

iari

a (

kg h

a-1

)

Planta m-2

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Conclusões

O aumento na população do milho aumenta o índice de área foliar e a

produtividade de grãos, mas não interfere no índice de clorofila do milho e na produção

de massa seca da B. brizantha cv. Marandu em consórcio.

As populações de B. brizantha cv. Marandu em consórcio não reduzem

significativamente a produtividade do milho, sendo as menores populações indicadas

para produção de palha.

Populações de 20 plantas m-2

ou mais de B. brizantha cv. Marandu

promovem aumento da densidade de colmos e acúmulo de massa seca da forrageira,

podendo ser indicadas para formação de pastagem para integração com pecuária.

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40

CAPÍTULO II – PRODUTIVIDADE DA SOJA APÓS MODALIDADES DE

CULTIVO DE Brachiaria spp. NO OUTONO/INVERNO

RESUMO - Objetivou-se com esse trabalho avaliar as alterações nos componentes de

produtividade da soja cultivada em sucessão ao cultivo de forrageiras solteiras e em

consórcio com milho safrinha. O experimento foi realizado em Dourados em um

Latossolo Vermelho distroférrico textura muito argilosa. O experimento foi delineado

em blocos casualizados no esquema de parcelas subdividas com 4 repetições. As

parcelas principais foram constituídas pelos tipos de palha: B. brizantha cv. Marandu

semeada solteira e pastejada durante o outono/inverno, B. ruziziensis semeada solteira e

roçada em maio, B. brizantha cv. Marandu semeada em consórcio com milho e B.

ruziziensis semeada em consórcio com milho. Nas sub-parcelas foram semeadas duas

cultivares de soja. A soja também foi semeada e avaliada sobre quatro densidade (5, 10,

20 e 40 planta m-2

) de B. brizantha cv. Marandu e B. ruziziensis. Na maturidade

fisiológica da soja, foram coletadas 3 plantas por parcelas para determinar: altura de

plantas, número de grãos por planta e massa de cem grãos. Foram contadas e coletadas

as plantas de uma área de 2,7 m2 (para cálculo de densidade de plantas e produtividade

de grãos) e coletada a palha que estava sobre o solo, numa área de 0,45 m². A

produtividade (corrigida para 14% de umidade) foi estimada em laboratório, assim

como a palha na colheita e a densidade final de plantas da soja semeada. A unidade

experimental estava dimensionada numa área de 60 m2. Os dados foram submetidos à

análise de variância e ao teste de SNK (p>0,05). A quantidade e tipo de massa seca na

ocasião da dessecação interferiram na densidade final de plantas de soja, altura de

plantas e palha sobre o solo na colheita da soja, mas não interfere na produtividade e

nos seus componentes. As condições climáticas na safrinha promoveram acúmulo de

massa de matéria seca do milho e das forrageiras que garantiu a estabilidade produtiva

da soja

Palavras-chave: produtividade, Glycine max, Brachiaria spp,. Zea mayz, consórcio e

pastejo.

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41

SOYBEAN PRODUCTIVITY BEFORE

AUTUMN/WINTER Brachiaria spp. GROWING

ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate changes in yield components

of soybean in succession to the cultivation of fodder single and intercropped with winter

maize. The experiment was carried out on Dourados in Oxisol clayey. The experiment

was designed in randomized blocks in the subdivided plots with 4 replications . The

main plots consisted of straw types: Brachiaria brizantha cv. Marandu seeded single

and grazed during autumn/winter, B. ruziziensis single seeded and mowed in May, B.

brizantha cv. Marandu intercropped with late season maize, B. ruziziensis intercropped

with late season maize and single late season maize. In sub-plots two soybean cultivars

were sown (NA 5909 RR and BMX Turbo RR, both resistant gliphosate). The soybean

also was sowing and evaluated with in four densities of B. brizantha cv. Marandu and

B. ruziziensis (5, 10, 20 and 40 plants m-2

). At physiological maturity of soybean were

collected 3 plants per plot to determine: plant height, number of grains per plant and

weight of hundred grains. Were counted and collected plants from an area of 2.7 m2 (for

calculation of plant density and grain yield) and collected the straw that was on the

ground, in an area of 0.45 m². Productivity (corrected to 14% moisture) was estimated

in the laboratory as well as the straw at harvest and the final plant density of soybean

sown. The experimental unit was scaled in an area of 60 m2. Data were subjected to

analysis of variance and SNK test (p > 0.05). The amount and type of dry mass at time

of desiccation interfered in the final density of the soybean plant, plant height and straw

on the soil at harvest of soybean , but does not interfere with productivity and its

components. The climatic conditions in the harvesting period promoted the

accumulation of dry matter yield and forage production that ensured the stability of

soybean

Key-words: productivity, Glycine max, Brachiaria, Zea mayz, Intercropping and

grazing.

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42

Introdução

A área cultivada com soja no Brasil chegou a 29 milhões de hectares e

produção estimada em 88 milhões de tonelada de grãos na safra 2013/14 (CONAB,

2014). A distribuição de renda para pessoas mais pobres em países populosos como

China e Índia promove a aceleração do consumo de alimentos, que cria uma forte

demanda e faz os estoques dos países exportadores diminuírem e consequentemente os

preços se elevam. O resultado é o aumento das áreas cultivadas a fim de elevar a

produção rapidamente e, por conseguinte a oferta em todo mundo.

Outra forma de elevar a produção é aumentar a produtividade, e para isso

necessita análises de arranjos espaciais, material genético, recursos ambientais

disponíveis e manejo de pragas, doenças, plantas daninhas e fertilidade do solo.

Para atender essa demanda, manter a oferta e conciliar produção com

conservação de recursos naturais, os sistemas de produção sustentáveis tem sido

apresentado como alternativa viável técnica e economicamente. São sistemas que

integram produção de animais, grãos e fibras com a intensificação do uso da terra e ao

mesmo tempo trazem benefícios ambientais e sociais, como a fixação de carbono no

solo e melhor aplicação da renda financeira para o produtor e o trabalhador (VILELA et

al., 2011).

Nos sistemas de produção sustentáveis as gramíneas forrageiras estão

presentes para a produção de palha ou para a produção de pasto, pois o componente

animal nem sempre participa, sendo esse o fator que determina o genótipo do capim e a

forma de implantação. Nesse sentido, o uso de plantas forrageiras no período de outono-

inverno é um dos mais efetivos podendo ser cultivada em consórcio com o milho

safrinha, por não alterar o sistema de cultivo predominante (CECCON, 2007; VILELA

et al., 2011 e BORGHI et al., 2013).

Correia et al. (2011) estudando o consórcio de Panicum maximum cv.

Aruana com milho safrinha, não encontraram diferenças significativas na soja semeada

em sucessão, pois a massa seca acumulada nas diferentes densidades do capim se iguala

no período entre a colheita do milho e a semeadura da soja. O que deve ser levado em

consideração para a cultura semeada é a quantidade e tipo de palha que está sobre o solo

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no momento da sua implantação (BORGHI et al., 2013; CORREIA et al., 2011;

CHIODEROLI et al., 2010; PACHECO et al., 2009; CORREIA e DURIGAN, 2006;

NUNES et al., 2006).

Essas forrageiras, além da alta produção de matéria seca, tem grande

potencial na manutenção da palha sobre o solo devido a sua relação Carbono/Nitrogênio

- C/N elevada, o que retarda sua decomposição e aumenta a possibilidade de utilização

em regiões mais quentes, onde a decomposição é acelerada e assim elevar o teor de

matéria orgânica do solo - MOS (TIMOSSI et al., 2007).

Objetivou-se com esse trabalho avaliar as alterações nos componentes de

produtividade de variedades de soja cultivadas em sucessão ao cultivo de forrageiras

solteiras e em consórcio com milho safrinha.

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Material e Métodos

O experimento foi realizado em Dourados na estação da Embrapa

Agropecuária Oeste (22°13‟S e 54°48‟W), a 400 m de altitude, em um Latossolo

Vermelho distroférrico textura muito argilosa (EMBRAPA, 2006). A análise do solo na

camada 0-0,20 m apresentou os seguintes resultados: Al (cmolc dm-3

) = 0; pH (CaCl2

0,01 M L-1

) = 5,5; MOS (g kg-1

) = 32; P (mg dm-3

) = 26,6; K (cmolc dm-3

) = 0,44; Ca

(cmolc dm-3

) = 4,6; Mg (cmolc dm-3

) = 2,0; e V = 62 %.

O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwa, com

verões quentes e invernos secos, temperaturas máximas observadas nos meses de

dezembro e janeiro e as temperaturas mínimas entre maio e agosto, coincidindo com

chuva excedente na primavera-verão e déficit hídrico no outono-inverno, sendo que no

ano houve déficit hídrico na região estudada no mês de Janeiro, coincidindo com o

período de enchimento de grãos (FIETZ; FISCH, 2008). As condições climáticas de

março de 2012 à fevereiro de 2013 e as médias históricas (30 anos) são apresentadas na

Figura 1.

Figura 1. Média histórica (30 anos) e valores observados em 2012 (março-dezembro) e em 2013 (janeiro

e fevereiro) de temperatura máxima, temperatura mínima e precipitação total.

Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste. (2013).

O experimento iniciou com a implantação das parcelas de cultivo na

safrinha do ano 2012 e foram instalados dois experimentos. Em ambos as parcelas

foram semeadas em 1 de março de 2012 com os seguintes tratamentos: milho solteiro

0

5

10

15

20

25

30

35

0

50

100

150

200

250Precipitação

Precipitação

2012/13

Tmax

Tmin

Tmax

2012/13

Tmin

2012/13

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(Milho solteiro), milho consorciado com B. brizantha cv. Marandu (Milho + Marandu),

milho consorciado com B. ruziziensis (Milho + Ruziziensis), B. brizantha cv. Marandu

solteira pastejada durante a safrinha (Marandu pastejada) e B. ruziziensis solteira roçada

no mês de maio de 2012 (Ruziziensis solteira).

As áreas de milho foram colhidas na maturidade fisiológica em 27 de julho.

Em 20 de setembro, toda área dos experimentos foi dessecada com gliphosate (2,4 kge.a.

ha-1

) para a semeadura da soja, que ocorreu em 15 de outubro de 2012, em uma

população de 244.444 plantas ha-1

.

A adubação de base foi de 300 kg ha-1

da fórmula 00-20-20 de NPK, na

profundidade de 15 cm. As sementes de soja foram inoculadas com Bradyrhizobium

japonicum e tratadas com fipronil, piraclostrobina e tiofanato-metílico (1 gi.a. kgsemente-1

)

e semeadas a 3 cm de profundidade. Foram realizadas três aplicações de tiodicarbe (200

g i.a. ha-1

) para controle de lagartas, uma aplicação de imodacloprid com beta-ciflutrina

(100+12,5 gi.a. ha-1

) para controle dos percevejos, uma aplicação de carbendazim (250

gi.a. ha-1

) e uma aplicação de trifloxistrobina com ciproconazol (75+32 gi.a. ha-1

) para

controle de doenças.

O experimento 1 foi delineado em blocos casualizados no esquema de

parcelas subdividas com 4 repetições. As parcelas principais foram constituídas pelos

tipos de palha: Milho solteiro, Milho + Marandu, Milho + Ruziziensis, Marandu

pastejada e Ruziziensis solteira. Nas sub-parcelas foram semeadas duas cultivares de

soja (NA 5909 RR e BMX Turbo RR, ambas resistente a gliphosate). A quantidade de

massa seca produzida nos diferentes tratamentos é apresentada na tabela 1.

Tabela 1. Biomassa seca produzida em sistemas de cultivo na safrinha por ocasião da

semeadura da soja, Dourados-MS, setembro de 2012.

Sistema de cultivo Biomassa seca

.......kg ha-1

......

Milho + Marandu 12.952

Marandu pastejada 7.512

Milho + Ruziziensis 11.534

Ruziziensis roçada 18.129

Milho solteiro 10.376

Média 13.410

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O experimento 2 foi implantado com finalidade de analisar a produtividade

da soja em função das populações de capim consorciado com o milho. Na parcela

principal estavam os capins B. ruziziensis e B. brizantha cv. Marandu consorciados com

milho e nas sub-parcelas foram semeadas quatro populações de cada espécie de capim

(5, 10, 20 e 40 plantas m-2

).

Na maturidade fisiológica da soja, foram coletadas 3 plantas por parcelas

para determinar: altura de plantas, número de grãos por planta e massa de cem grãos.

Foram contadas e coletadas as plantas de uma área de 2,7 m2 (para cálculo de densidade

de plantas e produtividade de grãos) e coletada a palha que estava sobre o solo, numa

área de 0,45 m². A produtividade (corrigida para 14% de umidade) foi calculada em

laboratório, assim como a palha na colheita e a densidade final de plantas da soja

semeada. A unidade experimental estava dimensionada numa área de 60 m2. Os dados

foram submetidos à análise de variância e ao teste de SNK (p>0,05).

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Resultados e Discussões

No experimento 1, a análise de variância não apresentou interação

significativa entre cultivares e tipos de palha. Houve efeito de cultivares para densidade

final de plantas, altura de plantas, massa de cem grãos e produtividade da soja; e efeito

de tipo de palha para densidade final de plantas, altura de plantas e palha na colheita

(Tabela 2). O número de grãos por planta não diferiu estatisticamente e apresentou

média de 102 grãos em cada planta de soja.

Tabela 2. Densidade final de plantas (DFP), altura de plantas (AP), palha na colheita,

massa de cem grãos (MCG) e produtividade de soja, em função do tipo de

palha e cultivar da soja, Dourados-MS, 2013.

Tipo de palha DFP AP Palha na colheita

.....planta ha-1

..... ......m........ ...kg ha-1

...

Milho + Marandu 226.360 A 0,64 AB 3.180 B

Marandu pastejada 213.310 AB 0,67 A 3.699 B

Milho + Ruziziensis 220.486 AB 0,64 AB 3.384 B

Ruziziensis roçada 203.241 B 0,67 A 4.087 A

Milho solteiro 223.611 AB 0,61 B 2.258 C

Média 217.402 0,65 3.322

C.V. (%) 10,57 6,89 13,41

Cultivar DFP AP MCG Produtividade

..planta ha-1

.. .....m..... ......g....... ...kg ha-1

...

BMX TURBO RR 212.037 B 0,62 B 14,15 A 3.615 A

NA 5909 RR 231.435 A 0,68 A 13,15 B 3.351 B

Média 217.402 0,65 13,65 3.501

C.V. (%) 10,57 6,89 5,60 8,07 Médias seguidas de letras diferentes na coluna são diferentes pelo teste de SNK à 5 % de probabilidade.

No experimento 2, a análise de variância não apresentou efeito de capim,

nem de população, tampouco efeito de interação. As médias observadas são as

seguintes: 0,64 m para altura de planta, 13,66 para massa de cem grãos, 100 grãos por

planta, 223.468 plantas finais por hectare, 3.260 kg ha-1

de biomassa seca e

produtividade média de grãos de 3.559 kg ha-1

. Isso se deve ao fato de as forrageiras

acumularem biomassa no período entre a colheita e a dessecação, assim garantem

quantidade semelhante de palha sobre o solo.

No experimento 1, em relação ao efeito do tipo de palha na variável

densidade final de plantas o maior valor foi observado na área do consórcio de milho

com Marandu e o menor na área da Ruziziensis roçada Os outros valores foram

semelhantes a esses dois. Para a altura de planta os maiores valores foram obtidos nas

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áreas de Ruziziensis roçada e Marandu Patejada e o menor na soja semeada sobre a

palha de milho solteiro. Os consórcios são semelhantes aos outros três tratamentos. Em

relação à palha sobre o solo na colheita da soja, a maior quantidade também foi

encontrada na Ruziziensis roçada e a menor na área de milho solteiro. Os tratamentos

restantes são intermediários a esses.

Para o tratamento cultivar, a NA 5909 RR apresentou menos densidade final

de plantas e altura de planta, ao passo que a cultivar BMX TURBO RR apresentou

menor massa de cem grãos e produtividade de grãos de soja.

Embora a análise estatística tenha apresentado diferenças nos tratamentos

para a densidade final de plantas, a diferença máxima existente é de 1 planta ml-1

. Essa

diferença é superada pela plasticidade que é a capacidade da planta de soja compensar

falhas, otimizando os recursos ambientais disponíveis e manter a produtividade. O

mesmo acontece com a altura de plantas, que também apresentou diferença estatística,

mas numericamente a diferença foi de sete centímetros.

Bárbaro et al. (2006) afirmam que a altura de plantas nem sempre tem

relação com a produtividade de soja, mas sim com densidade de plantas. A densidade

influencia muito mais na morfologia da planta, podendo alterar a altura, inserção da

primeira vagem e diâmetro de colo, tal como é apresentado nesse experimento em que

na cultivar de maior densidade foi observado o maior valor de altura de plantas, pois há

maior quantidade de plantas, estas podem crescer mais em busca de luz. E segundo

dados da bibliografia, assim como foi observado nesse experimento, o que realmente

influencia na produtividade e nos seus componentes são os recursos ambientais

disponíveis e o potencial produtivo do genótipo (BARNI et al., 1985; GAUDÊNCIO et

al., 1990; PEIXOTO et al., 2000; HEIFFIG et al., 2002; CORREIA e DURIGAN, 2006

e FLOSS, 2010).

A produtividade de grãos que ocorre em função da massa acumulada e

quantidade de grãos produzidos em cada planta. Uma vez que o número de grãos foi o

mesmo para as duas cultivares (102 grãos planta-1

) e a massa de cem grãos foi maior na

cultivar BMX TURBO RR, o resultado foi a maior produtividade para essa cultivar

(Tabela 2).

A produtividade é uma função de potencial genético e condição ambiental.

O potencial genético é expresso em grãos por planta e massa dos grãos. De acordo com

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Perini et al. (2012), o número de grãos por planta pode ser inversamente proporcional à

massa de cem grãos. A massa de cem grãos e o número de grãos por planta observados

corroboram os valores observados em outros experimentos (CHIODEROLI et al., 2010;

CORREIA et al, 2011 e ALVES, 2013). O número de grãos por planta depende da

condição da planta em não abortar vagens e por consequência não perder os grãos e a

massa de cem grãos depende da disponibilidade de recursos ambientais para

maximização da transformação de fotoassimilados em grãos. Isso fica claro na diferença

da massa de cem grãos entre as cultivares analisadas. Entretanto, com muita palha sobre

o solo e elevado teor de matéria orgânica do solo é alto, justifica-se a alta produtividade

mesmo sobre déficit hídrico (Figura 1).

A quantidade de palha na colheita para cada um dos tratamentos tem uma

explicação: a maior quantidade de palha na colheita na área de Ruziziensis roçada deve-

se a maior quantidade de massa seca no momento da dessecação; no caso da Marandu

pastejada, como houve desfolha e consequentemente menor quantidade de massa seca

na dessecação, maior quantidade de massa foi acumulada no colmo, que tem maior

relação C/N e menos degradação, o que explica a menor redução na quantidade de palha

na colheita; e o menor valor foi observado no milho solteiro; no consórcio, a Marandu

acumula menos massa que a Ruziziensis e o milho cresce mais, porém após a colheita a

Marandu pode compensar acumulando mais massa seca, se igualando a Ruziziensis no

milho solteiro, como a maior parte da massa seca é acumulada em folha, que tem menor

relação C/N que o colmo, a degradação é mais rápida e explica a menor quantidade de

palha, na colheita da soja, na área do milho safrinha solteiro (Tabela 2).

A quantidade de palha na ocasião da semeadura pode ter limitado a

emergência das plântulas de soja, e mesmo havendo diferença na densidade final de

plantas nos tratamentos, não houve diferença na produtividade, mesmo sob déficit

hídrico. A maior quantidade de palha pode ter mantido o solo mais úmido ou fornecido

mais nutrientes, por sua degradação, e permitiu que as plantas crescessem mais, pois

havia maior quantidade de resíduo orgânico sobre o solo as plantas de soja ficaram mais

altas e o inverso também é observado.

Oliveira et al. (2002) afirmam que a cobertura de solo que melhor se adapta

ao sistema plantio direto deve ter uma taxa de decomposição dos resíduos vegetais que

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seja compatível com a manutenção do solo protegido contra agentes erosivos em um

maior período de tempo e fornecer nutrientes para a cultura em sucessão.

Com maior aporte de palha sobre o solo, os efeitos de estresse por déficit

hídrico foram minimizados. O incremento de palha em quantidade e qualidade é um dos

maiores benefícios dos sistemas de produção sustentáveis, pois mesmo em condições

favoráveis e não havendo diferença na produtividade da soja, segundo Loos et al.

(2012), quanto mais palha sobre o solo maior a adição de material orgânico, que é fator

fundamental na melhora da qualidade dos solos tropicais.

A relação entre palha e matéria orgânica do solo é regulada pela relação

C/N. A maior quantidade de N permite maior atividade dos microorganismos

decompositores e pode acelerar a degradação da palha. Como esse nutriente está

presente na matéria orgânica do solo, numa área com alto teor desse componente a

degradação da palha pode ser potencializada. As folhas das gramíneas também tem a

relação C/N maior que os colmos, o que também acelera o processo de degradação da

palha de milho e do capim, principalmente nos consórcios. Isso explica o fato de

diminuir tanto a quantidade de palha entre a semeadura e a colheita da soja (Tabelas 1 e

2).

De acordo com Pacheco et al. (2013) e Carvalho et al. (2011) as gramíneas

tem baixa velocidade de degradação de palha, e destacam que a Ruziziensis tem

velocidade maior que a Marandu. Isso implica numa mais rápida liberação de nutrientes

da palha de Ruziziensis, tais como potássio, nitrogênio, fósforo e cálcio. Calonego et al.

(2012) afirmam que essa liberação acontece mais intensamente nos primeiros 45 dias e

Chioderoli et al. (2012) demonstram que permanência da palha também beneficia a

estrutura física do solo que facilita o crescimento e absorção de nutrientes pelas raízes.

Em condições tropicais o entrave é manter a palha sobre o solo o ano todo.

De acordo com Fidelis et al. (2003) a disponibilização de pelo menos 10 Mg ha-1

ano-1

de matéria seca proporciona cobertura morta suficiente para manutenção da qualidade

do solo e alcançar os benefícios esperados. Segundo Silva et al. (2011) a estrutura física

do solo é alterada quando existe uma acúmulo de pelo menos cinco toneladas de palha

sobre o solo.

Assim sendo, os resultados observados nesse experimento ocorrem em

função da quantidade de palha inicial. A quantidade de palha que cada um dos

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tratamentos produziu é uma consequência da temperatura e precipitação ocorridas

durante a implantação na safrinha de 2012. Com umidade e temperatura suficiente para

que as plantas crescessem normalmente, as plantas de milho e capim acumularam

grande quantidade de massa, o que foi observado na época de dessecação. Com isso é

destacada a influência da safrinha na safra de soja que vem em seguida, como afirmam

Alves (2013) e Vidal et al. (1998).

Com a grande quantidade de massa produzida que estava protegendo o solo,

as plantas de soja não foram afetadas pela estiagem que ocorreu nos meses de dezembro

e janeiro, tal qual é citado por Kluthcouski et al. (2000) e Vilela et al. (2011).

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Conclusões

A quantidade e o tipo de biomassa dos cultivos de outono/inverno

interferiram na densidade final de plantas de soja, altura de plantas e palha sobre o solo

na colheita da soja, mas não afetaram a produtividade e os componentes de produção.

A massa de matéria seca do milho e das forrageiras garantiu a estabilidade

produtiva da soja em sucessão.

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CONCLUSÃO

O consórcio de milho com B. brizantha cv. Marandu possibilita a produção

de grãos e de pasto, desde que seja adequada a densidade de plantas de ambas às

espécies.

Quantidades de biomassa seca acima de 7.500 kg ha-1

proporcionado pelos

cultivos de outono/inverno favorecem o desenvolvimento da soja em sucessão, mesmo

com a ocorrência de veranicos.