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Relatório
Conservatório de Música de Águeda
Área Territorial de Inspeção do Centro
…
Processo NUP 10.03.24/00222/EMC/17
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS
ESTABELECIMENTOS DO ENSINO
PARTICULAR E COOPERATIVO
Cópia para publicação, na qual foi expurgada a
matéria reservada existente no documento original,
homologado pelo Subinspetor-Geral da Educação e
Ciência em 13-09-2017.
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO
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I. ENQUADRAMENTO
1. Preâmbulo
A atividade Organização e Funcionamento dos Estabelecimentos do Ensino Particular e
Cooperativo (OFEEPC) integra o plano de atividades da Inspeção-Geral da Educação e Ciência,
visando:
Verificar a existência das estruturas de gestão pedagógica.
Confirmar o cumprimento das matrizes curriculares.
Apreciar a fiabilidade dos registos de avaliação e de certificação.
Analisar a organização dos procedimentos administrativos.
Verificar o cumprimento dos requisitos aplicáveis ao nível:
dos recursos humanos;
dos recursos materiais;
dos procedimentos de segurança.
Verificar a correção dos procedimentos de execução dos contratos de apoio à família.
Assegurar o cumprimento do dever de transparência1.
De acordo com a metodologia desta atividade, em resultado de cada intervenção é elaborado um
projeto de relatório, o qual é remetido ao estabelecimento de educação e ou ensino
intervencionado, para pronúncia no prazo de 10 dias, podendo, neste período, ser demonstrada
a correção de eventuais desconformidades. Esta pronúncia é refletida no documento, que então
se converte em relatório, o qual é homologado e remetido à escola.
Se o relatório identificar eventuais incumprimentos em matérias que não são da competência da
IGEC, o documento homologado é igualmente remetido à(s) entidade(s) competente(s) nessa(s)
matéria(s).
Após a receção, pela escola, do relatório homologado, decorre um período de 60 dias para
implementação das medidas necessárias ao cumprimento das recomendações nele incluídas,
devendo a escola comunicar à IGEC as diligências efetuadas nesse sentido, apresentando os
correspondentes comprovativos.
Findo este prazo, a IGEC verifica o cumprimento das supramencionadas recomendações
(intervenção sequencial) e, caso persistam situações não corrigidas, comunica esse facto à
tutela, ou aos serviços da administração educativa competentes.
2. Introdução
A presente intervenção foi determinada por despacho de 22 de maio de 2017, do chefe da 1 Artigo 39.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro
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Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Centro, e foi executada pela equipa de
inspeção constituída pelos inspetores Eduardo Oliveira e Lurdes Campos, entre os dias 21 e 27 de
junho de 2017.
Ao longo das três etapas da intervenção (preparação, trabalho de campo e elaboração do
relatório), foram consultados documentos diversos da escola (autorização de funcionamento e
respetivos averbamentos, projeto educativo, regulamento interno, documentos de planificação e
operacionalização do currículo, processos individuais dos alunos, processos individuais dos
docentes, listas e horários das turmas, licenças e relatórios das inspeções de segurança), foram
realizadas entrevistas com quatro docentes, oito alunos, dois representantes dos pais e
encarregados de educação e o responsável pela segurança, e foi realizada uma visita às
instalações.
A equipa regista a atitude de mobilização dos responsáveis e professores da escola com quem
interagiu no decurso da intervenção.
3. Audiência prévia
O diretor pedagógico do Conservatório de Música de Águeda, em 25-07-2017, exerceu o direito
de audiência prévia, previsto nos artigos 121.º e seguintes do Código do Procedimento
Administrativo
II. RELATÓRIO
1. Identificação e caracterização da escola
Designação:
Conservatório de Música de Águeda (doravante designado por Conservatório)
Endereço:
Casa do Adro, 3750-134 Águeda
Entidade titular:
Conservatório de Música de Águeda
Autorização de funcionamento:
Autorização definitiva n.º 4550, de 12-08-1998, concedida por despacho do diretor do
Departamento do Ensino Secundário, de 11-08-1998.
De acordo com a autorização de funcionamento, o Conservatório de Música de Águeda, está
autorizado a lecionar os cursos básicos de Clarinete, Flauta Transversal, Piano, Saxofone,
Trombone, Trompa, Trompete, Viola Dedilhada, Violino, Violoncelo, Fagote, Oboé, Tuba,
Violeta, Acordeão, Percussão e Contrabaixo e os cursos secundários de Clarinete, Flauta
Transversal, Piano, Saxofone, Trombone, Trompa, Trompete, Viola Dedilhada, Violino,
Violoncelo, Fagote, Canto, Formação Musical, Oboé, Tuba, Violeta, Acordeão, Percussão e
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Contrabaixo.
Oferta educativa:
Iniciação em Música, curso básico de Música (Clarinete, Flauta Transversal, Piano, Saxofone,
Trombone, Trompa, Trompete, Viola Dedilhada, Violino, Violoncelo, Fagote, Oboé, Tuba,
Violeta, Acordeão, Percussão e Contrabaixo) e cursos secundários de Música (Clarinete, Flauta
Transversal, Piano, Saxofone, Trombone, Trompa, Trompete, Viola Dedilhada, Violino,
Violoncelo, Fagote, Formação Musical, Oboé, Tuba, Violeta, Acordeão, Percussão e Contrabaixo)
e de Canto.
Todos os cursos ministrados em 2016-2017 estão autorizados, com exceção da iniciação em
Música.
*
Em sede de audiência prévia, sobre a questão expressa no parágrafo anterior, o diretor
pedagógico do Conservatório informou que (…) após termos recebido o respetivo projeto de relatório,
pedimos esclarecimentos à DGEstE (…), que nos comunicou telefonicamente, que teria que ser requerido o respetivo
averbamento, tendo-nos solicitado para esse efeito que enviássemos um email com esse pedido. Segue em anexo
email com o respetivo pedido de averbamento.
Neste âmbito, o Conservatório remeteu aos nossos serviços cópia do email enviado à DGEstE –
DSRC, em 14-07-2017, onde solicita a autorização de funcionamento para a iniciação em Música
e o respetivo averbamento na autorização definitiva.
*
Direção pedagógica:
A direção pedagógica em exercício, de natureza singular, homologada por despacho da Diretora
Regional Adjunta da Direção Regional de Educação do Centro, de 5 de dezembro de 2006,
averbada na autorização definitiva de funcionamento, é exercida pelo professor Joaquim Vidal
Santos, que possui qualificações académicas de nível superior e habilitação profissional
adequada, de acordo com o previsto no artigo 40.º, n.º 6, do Estatuto do Ensino Particular e
Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro
(doravante designado por Estatuto).
Contratos e ou acordo celebrados com o Estado:
O Conservatório celebrou um contrato de patrocínio, assinado em 09-11-2015, com o Ministério
da Educação, para os anos letivos de 2015-2016, 2016-2017 e 2017-2018. O montante global
máximo da comparticipação financeira é de 1 286 880,00 €. O regime de contrato é divulgado de
forma permanente no átrio de entrada do Conservatório, em local visível e de acesso público. No
início do ano, em reunião com a direção, os encarregados de educação são informados sobre as
condições do contrato assumidas pelo Ministério da Educação, do financiamento dos cursos e
regimes de frequência. É-lhes, ainda, distribuído um folheto com a seguinte informação: O Ensino
Articulado é uma modalidade apoiada pelo Ministério da Educação que suporta a totalidade dos custos envolvidos na
aprendizagem da música dos alunos do ensino regular (Ensino Articulado - Gratuito). No entanto, nada é
referido relativamente ao financiamento do regime supletivo e da iniciação.
Em sede de audiência prévia, sobre a questão expressa no parágrafo anterior, o diretor
pedagógico do Conservatório informou que (…) é uma realidade que esse esclarecimento se encontra
ausente, tendo para tal contribuído, o facto do folheto fazer parte de uma estratégia de divulgação junto dos alunos
que frequentam o 4º ano do ensino regular, e ser direcionado, principalmente, aos potenciais novos alunos que
possam ingressar no 1º grau em regime articulado. Aliado a isso, a não existência de vagas para o 1º grau supletivo,
teve igualmente o seu contributo nessa lacuna. Como forma de suprir essa falha, está a ser enviado a todos os
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encarregados de educação um documento contendo as condições de participação assumidas pelo Ministério de
Educação e Ciência, no financiamento dos cursos e regimes de frequência, que segue em anexo.
Neste âmbito, o Conservatório remeteu aos nossos serviços um documento denominado
“Condições de participação assumidas pelo Ministério da Educação e Ciência no financiamento
dos cursos e regimes de frequência” que entrará em vigor no ano letivo de 2017-2018. Esta
matéria, designadamente o envio aos encarregados de educação do citado documento, será
verificada em sede de intervenção sequencial.
Acessoriamente, sublinha-se que, no momento presente, a denominação do ministério em causa
é Ministério da Educação, e não Ministério da Educação e Ciência.
*
Os alunos abrangidos pelo contrato de patrocínio, matriculados nos cursos básico e secundário de
Música, em regime articulado, frequentam o Conservatório sem desembolsarem qualquer
comparticipação financeira para a frequência das disciplinas incluídas no currículo objeto de
financiamento.
Transparência:
O Conservatório disponibiliza, no seu sítio na internet, informação sobre a autorização de
funcionamento (integrada no projeto educativo), o regulamento interno, o projeto educativo, a
oferta formativa, os órgãos de direção, o corpo docente e os direitos e deveres dos alunos
(incluídos no regulamento interno). Foi elaborada uma tabela intitulada “Propinas 2016-2017”
que se encontra disponível na secretaria. Esta tabela, incompleta no seu conteúdo, não foi
entregue aos encarregados de educação no ato de inscrição ou matrícula.
*
Em sede de audiência prévia, sobre a questão expressa no parágrafo anterior, o diretor
pedagógico do Conservatório informou que (…) juntamente com essa tabela, que já se encontra atualizada
no seu conteúdo, está a ser enviado aos encarregados de educação o documento referido no parágrafo anterior, que
contém informação suplementar à respetiva tabela, bem como outras informações de interesse. Segue em anexo
documentos respetivos.
Neste âmbito, o Conservatório remeteu aos nossos serviços a tabela “Propinas 2017-2018”. As
diligências efetuadas no que concerne ao envio desta documentação aos encarregados de
educação serão verificadas em sede de intervenção sequencial.
*
Livro de reclamações:
O Conservatório dispõe de livro de reclamações que se encontra devidamente publicitado.
Outros aspetos relevantes:
O Conservatório disponibiliza um conjunto de apoios gratuitos para a recuperação dos alunos que
revelam dificuldades nas aprendizagens.
A autarquia financia em 50% os alunos da iniciação (cinco) e do supletivo (13) que integram a
tuna, o orfeão e as bandas filarmónicas do concelho.
2. Comunidade escolar
No ano letivo 2016-2017, frequentam o Conservatório 217 alunos, assim distribuídos: 40 na
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iniciação em Música, 159 nos cursos básico de Música (24 em regime supletivo) e 18 no curso
secundário de Música (14 em regime supletivo). Não existem alunos a frequentar o Conservatório
em regime integrado.
Para os alunos que frequentam o Conservatório, em regime articulado, foram estabelecidos
protocolos com os agrupamentos de escolas de Águeda e de Águeda Sul, com a Escola Secundária
Adolfo Portela e com o Instituto Duarte Lemos. Contudo, existem três alunos em regime
articulado, do Colégio da Nossa Senhora da Assunção, com o qual não foi estabelecido protocolo.
*
A redação do ponto anterior foi alterada, em razão da alegação apresentada em sede de
audiência prévia.
Sobre este assunto, o diretor pedagógico remeteu aos nossos serviços cópia do protocolo
estabelecido, em 13-07-2017, com o Colégio da Nossa Senhora da Assunção.
*
Por despacho de 27-06-2000, do Diretor Regional Adjunto da Direção Regional de Educação do
Centro, a lotação escolar foi fixada em 62 alunos por turno/hora, assim distribuídos: aulas
teóricas - 44 alunos e aulas de instrumento - 18 alunos.
Para verificação do cumprimento da lotação global autorizada, a equipa analisou a frequência de
alunos dos cursos básico e secundário de Música por turno/hora quanto às aulas teóricas e de
instrumento, tendo-se verificado que é cumprida a lotação global autorizada averbada na
autorização definitiva.
Lecionam no Conservatório 28 docentes, 13 em regime de exclusividade (46%) e 15 exercendo
também funções noutros estabelecimentos de ensino (54%). Os 15 docentes em regime de
acumulação de funções, que complementam o horário em outros estabelecimentos de ensino
particular e cooperativo, não excedem as 33 horas semanais.
O pessoal não docente é composto por um trabalhador administrativo e três outros trabalhadores
não docentes.
3. Documentos estruturantes
O Conservatório formalizou os seus documentos estruturantes, pressupostos da concessão de
autorização de funcionamento: projeto educativo e regulamento interno.
O projeto educativo foi enviado aos serviços competentes do Ministério da Educação em
21-06-2017 e o regulamento interno em 05-08-2015, no âmbito da celebração do contrato
patrocínio, pelo que foi cumprido o estipulado nos artigos 27.º e 37.º do Estatuto.
O Conservatório elabora para todas as disciplinas, com base nos respetivos programas,
planificações modulares discriminando conteúdos gerais e específicos, metodologias de ensino e
de aprendizagem, instrumentos de avaliação e recursos.
O regulamento interno contempla as regras a que deve obedecer a realização de provas de
avaliação para a transição de ano/grau no curso básico de Música. Contudo, é omisso
relativamente aos direitos e deveres dos membros da comunidade escolar, à definição completa
dos serviços de utilização obrigatória e facultativa, às regras de prioridade na admissão de
alunos, ao regime disciplinar dos alunos, ao elenco das quatro disciplinas em que os alunos dos
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cursos de ensino artístico especializado de nível secundário se têm de matricular no caso de os
frequentarem em regime supletivo, ao regulamento específico da prova de aptidão artística do
curso secundário de Música e às condições de formalização da avaliação sumativa interna dos
alunos que frequentam os cursos secundários de Música em regime supletivo.
*
Em sede de audiência prévia, sobre a questão expressa no parágrafo anterior, o diretor
pedagógico do Conservatório informou que: No que concerne às omissões verificadas no Regulamento
Interno, é de salientar que o documento que serviu como base ao atual relatório da IGEC, encontra-se em fase de
reformulação, de forma a ir ao encontro da realidade atual do Conservatório, bem como corrigir possíveis falhas
existentes.
As alterações ao regulamento interno entretanto efetuadas serão verificadas em sede de
intervenção sequencial.
*
4. Organização do currículo
Na iniciação em Música é cumprido o estabelecido no artigo 3.º da Portaria n.º 225/2012, de 30
de julho, retificada pela Declaração de Retificação n.º 55/2012, de 28 de setembro,
designadamente, o elenco das disciplinas previstas, a duração global mínima de 135 minutos
semanais e, na disciplina de Instrumento, a duração mínima de 45 minutos, lecionada
individualmente ou em grupos que não excedam os quatro alunos.
A matriz curricular do curso básico de Música cumpre o estabelecido na Portaria n.º 225/2012,
de 30 de julho, retificada pela Declaração de Retificação n.º 55/2012, de 28 de setembro.
A matriz curricular aprovada, relativa ao curso secundário de Música, cumpre estritamente o
disposto na Portaria n.º 243-B/2012, de 13 de agosto, retificada pela Declaração de Retificação
n.º 58/2012, de 12 de outubro, alterada pela Portaria n.º 419-B/2012, de 20 de dezembro, pela
Portaria n.º 59-B/2014, de 7 de março, e pela Portaria n.º 165-A/2015, de 3 de junho.
As disciplinas de opção e de oferta complementar, no curso secundário de Música, são
identificadas de forma clara, nos termos dos artigos 4.º e 5.º e do Anexo II da Portaria n.º 243-
B/2012, de 13 de agosto, retificada pela Declaração de Retificação n.º 58/2012, de 12 de
outubro, alterada pela Portaria n.º 419-B/2012, de 20 de dezembro, pela Portaria n.º 59-B/2014,
de 7 de março, e pela Portaria n.º 165-A/2015, de 3 de junho, embora não constem do
regulamento interno.
*
Em sede de audiência prévia, sobre a questão expressa no parágrafo anterior, disse o diretor
pedagógico do Conservatório: Quando é referido que “As disciplinas de opção e de oferta complementar, no
curso secundário de música, são identificadas de forma clara …embora não constem do regulamento interno.”, é
efetiva essa lacuna, no entanto informamos que no decorrer da revisão em curso do Regulamento Interno temos
prevista a inclusão desses elementos.
As alterações ao regulamento interno entretanto efetuadas serão verificadas em sede de
intervenção sequencial.
*
Para a análise dos horários dos alunos dos cursos básico e secundário de Música foi verificada,
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por amostragem aleatória, a organização dos tempos escolares das disciplinas lecionadas no
Conservatório.
Os horários das turmas cumprem as matrizes aprovadas.
Os horários letivos são elaborados de modo a que os alunos não fiquem sujeitos a tempos não
letivos intercalares (vulgarmente denominados furos). Dos protocolos estabelecidos com as
escolas que ministram o ensino geral consta uma cláusula específica sobre a articulação dos
horários dos alunos, no sentido de minimizar os tempos não letivos intercalares.
A organização dos tempos escolares da componente de formação vocacional do curso básico de
Música tem em consideração as regras definidas no n.º 7 do artigo 9.º da Portaria n.º 225/2012,
de 30 de julho, retificada pela Declaração de Retificação n.º 55/2012, de 28 de setembro.
5. Avaliação
Foram definidos critérios de avaliação para a iniciação em Música e para os cursos básico e
secundário de Música, aprovados pelo conselho pedagógico, que constam dos dossiês dos
departamentos curriculares. Foram divulgados a professores, alunos e pais.
Os registos de avaliação existem em papel e são entregues aos encarregados de educação no
final de cada período. As classificações dos alunos são tornadas públicas através de afixação de
pautas.
Os registos biográficos estão atualizados e encontram-se em suporte de papel.
Foram verificadas, aleatoriamente, as pautas do terceiro período do ano letivo anterior e as do
2.º período do presente ano letivo e os termos de conclusão de curso.
Os termos de conclusão dos cursos básico e do secundário estão devidamente preenchidos.
O Conservatório emite diplomas e certidões, de acordo com o estipulado no artigo 14.º da
Portaria n.º 225/2012, de 30 de julho, retificada pela Declaração de Retificação n.º 55/2012, de
28 de setembro, e no artigo 43.º Portaria n.º 243-B/2012, de 13 de agosto, retificada pela
Declaração de Retificação n.º 58/2012, de 12 de outubro, alterada pela Portaria n.º 419-B/2012,
de 20 de dezembro, pela Portaria n.º 59-B/2014, de 7 de março, e pela Portaria n.º 165-A/2015,
de 3 de junho.
Existe registo de todas as certidões emitidas pelo Conservatório.
A informação resultante da avaliação sumativa interna expressa-se numa menção qualitativa na
iniciação em Música, na escala de 1 a 5 no curso básico de Música (2.º e 3.º ciclos) e na de 0 a 20
no curso secundário de Música.
6. Organização dos serviços administrativos
O Conservatório dispõe de serviços administrativos adequados.
Foram analisados 20 processos individuais de alunos selecionados aleatoriamente.
Os processos individuais dos alunos estão organizados e contêm os elementos fundamentais de
identificação, fichas de registos de avaliação e comprovativo da prova de admissão aos cursos de
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ensino artístico especializado. Encontram-se guardados na secretaria, sendo preservada a sua
confidencialidade.
Os alunos estão abrangidos por um seguro, na companhia de seguros (…).
O Conservatório exportou os dados referentes aos alunos abrangidos pelos contratos de
patrocínio relativos ao ano letivo 2016-2017, em 9 de junho de 2017.
Foram analisados cinco processos individuais de docentes. Na amostra foram incluídos o diretor
pedagógico e docentes escolhidos aleatoriamente (quatro), com a preocupação de diversificar as
disciplinas lecionadas.
Os processos individuais dos docentes estão organizados e contêm elementos fundamentais de
identificação, comprovativo de habilitações profissionais e académicas e evidências da aplicação
de mecanismos de controlo de assiduidade.
Os processos dos docentes não possuíam o comprovativo de robustez física e perfil psíquico,
conforme o disposto no artigo 43.º do Estatuto. Esta situação foi sanada durante a intervenção,
tendo o diretor pedagógico solicitado aos docentes em causa uma declaração, de acordo com o
estabelecido no artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 242/2009, de 16 de setembro, que ficou arquivada
nos respetivos processos individuais.
A confidencialidade dos processos individuais dos docentes é garantida através da sua guarda na
secretaria, em armário próprio e de acesso restrito.
Os docentes têm as habilitações profissionais e académicas adequadas ao curso ou formação que
lecionam, nos mesmos termos dos das escolas públicas.
As situações de acumulação de funções docentes em escolas particulares respeitam o limite
máximo de 33 horas letivas semanais.
Foi atempadamente fornecida aos serviços competentes do Ministério da Educação a relação
discriminada dos docentes ao serviço do Conservatório, incluindo os contratados após o dia 31 de
outubro.
O Conservatório não tinha solicitado, há menos de um ano, os certificados de registo criminal
atualizados a todos os trabalhadores docentes e não docentes ao seu serviço, de acordo com o
disposto no artigo 2.º da Lei n.º 113/2009, de 17 de setembro, alterada pela Lei n.º 103/2015,
de 24 de agosto. Esta situação foi sanada durante a intervenção através da apresentação de
certificados de registo criminal atualizados, que ficaram arquivados nos respetivos processos
individuais.
7. Instalações e equipamentos educativos
O Conservatório encontra-se em funcionamento em instalações cuja entidade proprietária é a
Câmara Municipal de Águeda. Estão cedidas à entidade titular do Conservatório desde a sua
fundação (1995), por períodos de 10 anos, sendo o último protocolo (n.º 118/2015) datado de 20
de abril de 2015.
Não existem medidas de autoproteção contra incêndios, pelo que não foram apresentadas à
Autoridade Nacional de Proteção Civil para parecer prévio. Consequentemente, não existe
relatório de inspeção regular da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), nos termos do
artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 220/2008, de 12 de novembro, alterado e republicado pelo
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Decreto-Lei n.º 224/2015, de 9 de outubro.
*
Em sede de audiência prévia, sobre a questão expressa no parágrafo anterior, o diretor
pedagógico do Conservatório referiu: (…) informamos que está a ser ultimado em gabinete da especialidade,
o projeto com as medidas de autoproteção contra incêndios. Prevê-se que o referido projeto seja submetido à
Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) até ao final da primeira quinzena de agosto, tendo em vista a sua
apreciação pelo referido organismo. Após obtermos o respetivo comprovativo de entrega do projeto na ANPC,
remeteremos a V. Exas. esse documento.
Até à data atual o documento referido não foi recebido nos serviços da Inspeção-Geral da
Educação e Ciência.
*
Existem documentos comprovativos das vistorias e ou inspeções efetuadas aos extintores de
incêndio, por (…), em 22-06-2017.
Não existem instalações de gás.
Não há cozinha, refeitório ou bar.
Não existe espaço de recreio com equipamentos desportivos.
O edifício é do século XIX, tendo sido reconstruído em 1983, na sequência de um incêndio. Não
há evidências de ter sido emitido alvará/licença de utilização do edifício, bem como não existe
informação sobre a adequação das instalações às pessoas com mobilidade condicionada.
*
Em sede de audiência prévia, sobre a questão expressa no parágrafo anterior, o diretor
pedagógico do Conservatório referiu: (…) fomos informados pela Eng.ª Ana Matos, chefe da Divisão de
Gestão Urbanística da Câmara Municipal de Águeda, que os edifícios municipais estão isentos da emissão do respetivo
alvará/licença de utilização. No seguimento dessa informação, o Conservatório solicitou à Câmara Municipal a
emissão da respetiva certidão de isenção, conforme cópia do ofício em anexo. Referiu ainda: (…) que o projeto de
recuperação e ampliação do atual edifício, prevê a realização das obras necessárias ao cumprimento das normas de
acessibilidade ao edifício existente.
Sobre este assunto o Conservatório remeteu aos nossos serviços cópia da Informação N.º
AMM2017 168 da Divisão de Gestão Urbanística da Câmara Municipal de Águeda com emissão de
parecer relativo às obras no edifício do Conservatório, e cópia do Ofício à Câmara Municipal de
Águeda, de 21-07-2017, a solicitar certidão de isenção de emissão do alvará/licença de
utilização.
*
Não existem ascensores.
O Conservatório dispõe de instalações e equipamentos adequados aos fins a que se destinam,
designadamente salas de aula normais, salas para formação musical, salas de instrumento,
auditório e biblioteca/centro de recursos.
III. RECOMENDAÇÕES
1. Requerer a autorização de funcionamento da iniciação em Música e o respetivo averbamento
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO
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na autorização definitiva do Conservatório de Música de Águeda, no respeito pelo disposto
no n.º 1 do artigo 32.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro.
Recomendação cumprida, conforme documentos apresentados em sede de audiência prévia.
2. Informar os encarregados de educação, por escrito, sobre as condições de participação
assumidas pelo Ministério da Educação no financiamento dos cursos e regimes de frequência,
dando cumprimento ao disposto no n.º 2 do artigo 21.º do Estatuto do Ensino Particular e
Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de
novembro.
3. Elaborar, divulgar e entregar aos encarregados de educação, no ato de matrícula ou
inscrição, a tabela completa dos serviços obrigatórios e facultativos, dando cumprimento ao
disposto na alínea f) do n.º 2 do artigo 39.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo
de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro, e nos
pontos 2.º e 3.º da Portaria n.º 809/93, de 7 de setembro.
Recomendação cumprida parcialmente, no que diz respeito à elaboração da tabela completa dos
serviços obrigatórios e facultativos.
4. Incluir no regulamento interno:
4.1. Os direitos e deveres dos alunos e dos encarregados de educação, nos termos dos
artigos 52.º e 67.º, respetivamente, do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de
nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro.
4.2. A definição clara dos serviços de utilização obrigatória e dos serviços de utilização
facultativa e das normas e condições a observar nessa utilização, nos termos do ponto
4.º da Portaria n.º 809/93, de 7 de setembro.
4.3. As regras de prioridade na admissão de alunos, nos termos do artigo 55.º do Estatuto
do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 152/2013, de 4 de novembro.
4.4. O regime disciplinar dos alunos, nos termos do artigo 65.º do Estatuto do Ensino
Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
152/2013, de 4 de novembro.
4.5. O elenco das quatro disciplinas em que os alunos do curso do ensino artístico
especializado de nível secundário se têm de matricular, no caso de o frequentarem em
regime supletivo, nos termos dos números 6 e 7 do artigo 14.º da Portaria n.º 243-
B/2012, de 13 de agosto, retificada pela Declaração de Retificação n.º 58/2012, de 12
de outubro, alterada pela Portaria n.º 419-B/2012, de 20 de dezembro, pela Portaria
n.º 59-B/2014, de 7 de março, e pela Portaria n.º 165-A/2015, de 3 de junho.
4.6. O regulamento específico da prova de aptidão artística (PAA) do curso secundário no
domínio da Música, nos termos do artigo 29.º da Portaria n.º 243-B/2012, de 13 de
agosto, retificada pela Declaração de Retificação n.º 58/2012, de 12 de outubro,
alterada pela Portaria n.º 419-B/2012, de 20 de dezembro, pela Portaria n.º 59-
B/2014, de 7 de março, e pela Portaria n.º 165-A/2015, de 3 de junho.
4.7. As condições de formalização da avaliação sumativa interna dos alunos que
frequentam o curso secundário de Música em regime supletivo, nos termos do artigo
24.º da Portaria n.º 243-B/2012, de 13 de agosto, retificada pela Declaração de
Retificação n.º 58/2012, de 12 de outubro, alterada pela Portaria n.º 419-B/2012, de
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO
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20 de dezembro, pela Portaria n.º 59-B/2014, de 7 de março, e pela Portaria n.º 165-
A/2015, de 3 de junho.
5. Estabelecer, com o Colégio Nossa Senhora da Assunção, o protocolo a que se refere o n.º 5
do artigo 7.º da Portaria n.º 225/2012, de 30 de julho, retificada pela Declaração de
Retificação n.º 55/2012, de 28 de setembro, e o n.º 8 do artigo 14.º da Portaria n.º 243-
B/2012, de 13 de agosto, retificada pela Declaração de Retificação n.º 58/2012, de 12 de
outubro, alterada pela Portaria n.º 419-B/2012, de 20 de dezembro, pela Portaria n.º 59-
B/2014, de 7 de março, e pela Portaria n.º 165-A/2015, de 3 de junho.
Recomendação cumprida, conforme documentos apresentados em sede de audiência prévia.
IV. PROPOSTAS
Propõe-se que:
1. O relatório seja homologado, nos termos do n.º 1 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 276/2007,
de 31 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 32/2012, de 13 de fevereiro.
2. O relatório homologado seja remetido:
2.1. Ao Conservatório de Música de Águeda, para conhecimento e cumprimento das
recomendações apresentadas no capítulo III deste relatório.
2.2. À Autoridade Nacional de Proteção Civil, para os devidos efeitos, atendendo ao
exposto no ponto sete supra – “Instalações e equipamento”, 2.º, 3.º e 4.º parágrafos.
2.3. Proposta removida no seguimento das alegações e documentos apresentados em sede
de audiência prévia.
Local: Coimbra
26-07-2017
A equipa:
Eduardo Oliveira
Lurdes Campos
V. HOMOLOGAÇÃO
Concordo.
À consideração do Senhor Inspetor-Geral da
Educação e Ciência, para homologação.
O Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área
Territorial de Inspeção do Centro
Marcial Mota
01-08-2017
Cópia para publicação, na qual foi expurgada a
matéria reservada existente no documento original,
por mim homologado em 13-09-2017.
O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência
Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da
Educação e Ciência – nos termos do Despacho n.º 10918/2017, de
15 de novembro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º
238, de 13 de dezembro de 2017