cons(c)elho janeiro/fevereiro 2011

12
Portugal, e pediu-lhe para escrever aos leitores do Cons(c)elho. Allan J. Katz fala das relações entre Portugal e os EUA e das potencialidades e oportunidades oportunidades esultantes de uma forte ligação entre os dois países, não equecendo outros assuntos que marcam a actualidade. Não percas a opinião do homem que representa a diplomacia americana no nosso país e aprende um pouco mais sobre um assunto elevada importância. Destaques JP Porto N.º 6 Janeiro/Fevereiro 2011 Jornal oficial da Juventude Popular do Porto Aproveitando a sua passagem pela cidade do Porto, a Juventude Popular do Porto esteve à conversa com o embaixador dos EUA em Portugal, e pediu-lhe Dest Entrevista ao Presidente da JP Porto, Rodrigo Lobo D’Ávila: «Quero transformar a JP Porto numa instituição de referência da cidade». Uma entrevista que não vais querer perder. Dest O clima de tensão que se vive no seio do mundo árabe domina a atenção do mundo ocidental. Rishi Lakhani, membro da CPC da JP do Porto, dá-nos a sua visão de como "o cheiro do Jasmin" se alastrou por estes países e quais as futuras consequências dos acontecimentos contemporâneos. Destaques JP Porto Dest A JP Porto proporcionou aos seus militantes, simpatizantes a tertúlia "Quo vadis Europa?", com Nuno Melo, abordou temas transversais, desde a política e economia europeias até à situação nacional.

Upload: conscelho-jornal

Post on 20-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal oficial da Juventude Popular do Porto

TRANSCRIPT

Page 1: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

Portugal, e pediu-lhe

para escrever aos leitores

do Cons(c)elho. Allan J.

Katz fala das relações

entre Portugal e os EUA

e das potencialidades e

oportunidades

resultantes de uma forte

oportunidades esultantes

de uma forte ligação

entre os dois países, não

equecendo outros

assuntos que marcam a

actualidade. Não percas

a opinião do homem que

representa a diplomacia

americana no nosso país

e aprende um pouco

mais sobre um assunto

elevada importância.

Destaques JP Porto

N.º 6 – Janeiro/Fevereiro 2011

Jornal oficial da Juventude Popular do Porto

Aproveitando a sua

passagem pela cidade do

Porto, a Juventude

Popular do Porto esteve

à conversa com o

embaixador dos EUA em

Portugal, e pediu-lhe

para escrever aos leitores

Destaques JP Porto

Entrevista ao Presidente

da JP Porto, Rodrigo

Lobo D’Ávila: «Quero

transformar a JP Porto

numa instituição de referência da cidade».

Uma entrevista que não

vais querer perder.

Destaques JP Porto

O clima de tensão que se

vive no seio do mundo

árabe domina a atenção

do mundo ocidental.

Rishi Lakhani, membro

da CPC da JP do Porto,

dá-nos a sua visão de

como "o cheiro do

Jasmin" se alastrou por

estes países e quais as

futuras consequências dos

acontecimentos

contemporâneos.

Destaques JP Porto

Destaques JP Porto

A JP Porto proporcionou

aos seus militantes,

simpatizantes a tertúlia

"Quo vadis Europa?",

com Nuno Melo, abordou

temas transversais, desde a

política e economia

europeias até à situação

nacional.

Page 2: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

No passado dia 22 de Janeiro a JP Porto, organizou uma tertúlia que adoptou o nome «“Quo Vadis Europa”- Para onde vais Europa?». Esta tertúlia contou como orador e convidado especial o eurodeputado Dr. Nuno Melo. Nessa tarde de Inverno na cidade do Porto, mais concretamente no «Il Café Di Roma», o eurodeputado democrata-cristão trouxe à tertúlia problemas contemporâneos com os quais todos os dias nos deparamos. Os temas mais relevantes foram o estado actual de Portugal, a posição do nosso país no contexto europeu, foi igualmente debatida a mediática possível entrada do Fundo Monetário Europeu (FMI). A construção do TGV, as suas desvantagens para os portugueses que nada o iram usufruir, quer pelos seus elevados custos de construção, manutenção, trabalhadores altamente qualificados, o material seria quase todo importado - o que nos deixaria ainda mais “afundados” em dívidas e sempre sem produzir riqueza nem crescimento económico. Como também seria um erro tremendo e bastante danoso para a economia nacional e que entretanto se vai repercutir no

Nessa tarde de Inverno na cidade do Porto, mais concretamente no «Il Café Di Roma», o euro-deputado democrata-cristão trouxe à tertúlia problemas contemporâ-neos com os quais todos os dias nos deparamos. Os temas mais relevantes foram o estado actual de Portugal, a posição do nosso país no contexto europeu, foi igualmente debatida a mediática possível entrada do Fundo Monetário Europeu (FMI). A construção do TGV, as suas desvantagens para os portugueses que nada o iram usufruir, quer pelos seus elevados custos de construção, manutenção, trabalhadores altamente qualificados, o material seria quase todo importado - o que nos deixaria ainda mais “afundados” em dívidas e sempre sem produzir riqueza nem crescimento económico. Como também seria um erro tremendo e bastante danoso para a economia nacional e que entretanto se vai repercutir no aumento excessivo dos impostos, e que comprometeria em massa as gerações mais jovens. O Primeiro-Ministro foi igualmente alvo de críticas: “quem governa pensa a curto prazo”, dando como exemplo o novo Código Contributivo, que prejudica em grande escala

foram o estado actual de Portugal, a posição do nosso país no contexto europeu, foi igualmente debatida a mediática possível entrada do Fundo Monetário Europeu (FMI). A construção do TGV, as suas desvantagens para os portugueses que nada o iram usufruir, quer pelos seus elevados custos de construção, manutenção, trabalhadores altamente qualificados, o material seria quase todo importado - o que nos deixaria ainda mais “afundados” em dívidas e sempre sem produzir riqueza nem crescimento económico. Como também seria um erro tremendo e bastante danoso para a economia nacional e que entretanto se vai repercutir no aumento excessivo dos impostos, e que comprometeria em massa as gerações mais jovens. O Primeiro-Ministro foi igualmente alvo de críticas: “quem governa pensa a curto prazo”, dando como exemplo o novo Código Contributivo, que prejudica em grande escala os jovens trabalhadores. É de salientar esta frase do nosso orador Nuno Melo: “o Governo é factor de falta de credibilidade”. Após duas horas e meia desta enriquecedora conferência com um convidado de excelência, seguiu-se um Porto de

portugueses que nada o iram usufruir, quer pelos seus elevados custos de construção, manutenção, trabalhadores altamente qualificados, o material seria quase todo importado - o que nos deixaria ainda mais “afundados” em dívidas e sempre sem produzir riqueza nem crescimento económico. Como também seria um erro tremendo e bastante danoso para a economia nacional e que entretanto se vai repercutir no aumento excessivo dos impostos, e que comprometeria em massa as gerações mais jovens. O Primeiro-Ministro foi igualmente alvo de críticas: “quem governa pensa a curto prazo”, dando como exemplo o novo Código Contributivo, que prejudica em grande escala os jovens trabalhadores. É de salientar esta frase do nosso orador Nuno Melo: “o Governo é factor de falta de credibilidade”. Após duas horas e meia desta enriquecedora conferência com um convidado de excelência, seguiu-se um Porto de Honra para convívo entre o eurodeputado e a concelhia portuense e restante plateia, no Hotel Infante Sagres. Entretanto, no final da noite, iniciou-se um jantar bastante agradável, no qual se pode, uma vez mais, constatar a disponibilidade do Dr. Nuno Melo e promover o convívio de forma informal do convidado com todos os presentes.

de salientar esta frase do nosso orador Nuno Melo: “o Governo é factor de falta de credibilidade”. Após duas horas e meia desta enriquecedora conferência com um convidado de excelência, seguiu-se um Porto de Honra para convívo entre o eurodeputado e a concelhia portuense e restante plateia, no Hotel Infante Sagres. Entretanto, no final da noite, iniciou-se um jantar bastante agradável, no qual se pode, uma vez mais, constatar a disponibilidade do Dr. Nuno Melo e promover o convívio de forma informal do convidado com todos os presentes.

Luísa Valério

Coordenadora do Cons(c)elho

A 18 de Dezembro de 2010, no Hotel Vila Galé Porto, o Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha (órgão de cariz nacional, responsável pela formação política da Juventude Popular), a par da concelhia anfitriã, organizou um ciclo de conferências, intitulado: “Sistemas de Governo - caso português”. Estas conferências abordaram as diferentes formas de regimes políticos, nomeadamente o parlamentarismo e as suas modalidades; o presidencialismo, as vantagens, e a exposição de breves críticas; o semi-presidencialismo, e as suas respectivas vantagens. Igualmente, de um debate sobre o sistema de governo que melhor se

abordaram as diferentes formas de regimes políticos, nomeadamente o parlamentarismo e as suas modalidades; o presidencialismo, as vantagens, e a exposição de breves críticas; o semi-presidencialismo, e as suas respectivas vantagens. Igualmente, de um debate sobre o sistema de governo que melhor se enquadra em Portugal. Igualmente, a sala “Steven Spielberg” foi palco de um debate sobre o sistema de governo que melhor se enquadra em Portugal. Nesta tarde de Dezembro, as conferências tiveram como principais oradores, André Azevedo Alves, professor auxiliar convidado na Universidade de Aveiro; Benedita Urbano,

professor auxiliar na Universidade de Aveiro; Benedita Urbano, pró-fessora universitária; Eduardo Pereira Correia, professor no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna; Luís Rocha, Director do BCP e Manuel Fontaine Campos, advogado e professor na Universidade Católica Portuguesa do Porto e autor do livro “O Direito e a Moral no Pensamento de Friedrich Hayek”. Entretanto, seguiu-se uma tertúlia proporcionada pela Juventude Popular do Porto, que teve como orador Bernardo de Sousa Macedo Mesquitella. Esta tertúlia teve como finalidade a apresentação de um projecto Inpak.com, sem fins

tertúlia teve como finalidade a apresentação de um projecto Inpak.com, sem fins lucrativos que no seu âmago “visa celebrar a parte de qualquer conceito que esteja dentro do momento enorme da responsabilidade social- Rede social online que pretende criar ferramentas com sentido ao melhoramento e quali-ficadas das instituições de solidariedade por toda a União Europeia. Coma a abertura da União Europeia, comunidades de estudantes que criam amizades por vários países, faz sentido a criação de uma plataforma que os possa unir no ramo da responsabilidade social. Coma a criação de parcerias entre empresas de carácter socialmente responsável, o Inpakt.com vai prosseguir com a criação de ferramentas gratuitas e outras disponibilizadas como (Software as a Service) que permitirá a qualquer instituição angariar desde voluntários para as causas

(Software as a Service) que permitirá a qualquer instituição angariar desde voluntários para as causas que protegem, angariar fundos para o seu bom funcionamento e criar aplicações (estendendo o Inpakt às suas necessidades).” Palavras elucidativas e claras deste jovem com espírito empreendedor. Na quadra natalícia que se avizinhava, celebrou-se um jantar de beneficência, no qual era necessário contribuir com alimentos, roupa, e/ou brinquedos para, dessa forma, a JP Porto doar a uma instituição de solidariedade de crianças e jovens.

Luísa Valério Coordenadora do Cons(c)elho

Page 3: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

Há coisas que felizmente nunca mudam. O aspecto da Baixa, por exemplo, os seus edifícios austeros e graníticos, carregados de tanta(s) história(s), difíceis de igualar, são “traços” que nos devemos orgulhar e esforçar sempre por preservar. No entanto, durante anos, se não décadas, o centro da cidade era para a maioria dos portuenses uma espécie de cenário turístico, quase perfeito, que se via duas ou três vezes por ano (da janela de um carro). Um lugar que só enchia na noite de S. João ou que matávamos saudades na euforia dos festejos, dos títulos alcançados pelo Futebol Clube do Porto. Pouco mais. Até que se deu o milagre, e em menos de

Clube do Porto. Pouco mais. Até que se deu o milagre, e em menos de dez anos, graças à coragem e irreverência de vários empresários da restauração, da noite e da cultura, a Baixa do Porto renasceu. De centro esquecido, desinteressante e moribundo, passou a centro fulcral, dinâmico e criativo, onde finalmente apetece estar e não apenas passar. O ritmo de mudança desta zona da cidade, que em tempos dormia um sono retrógrado e perigoso, é hoje quase diário e verdadeiramente alucinante. Comecemos pela habi-tação, aqui a mudança ocorre fundamentalmente no efeito donut da cidade, ou seja o buraco apresenta

ocorre fundamentalmente no efeito donut da cidade, ou seja o buraco apresenta o centro da cidade, o esvaziamento habitacional e a deslocação das pessoas para a periferia, no entanto esta lógica modificou-se. Hoje não falta quem ambicione viver na Baixa. E os prédios degradados? Uns vão ser hotéis, outros transformar-se-ão em apartamentos para short breaks de turistas e outros ainda já foram remodelados, pela Porto Vivo, com sucesso. Em relação à cultura a oferta é variada e para todos os gostos: desde as galerias na Rua Miguel Bombarda, às programações refrescadas do Teatro Carlos Alberto, do TNSJ (Teatro Nacional

programações refrescadas do Teatro Carlos Alberto, do TNSJ (Teatro Nacional de S. João) e da Casa da Música, sem nunca esquecer espaços como o Teatro Sá da Bandeira ou as Estações de Metro, que ganharam protagonismo e têm sido palco de vários eventos artísticos, devolvendo à cidade um espírito intelectual, que lhe faltava. Festivais tripeiros como “Noites Ritual” no Palácio de Cristal, “Fantasporto” no Rivoli, “Porto Sounds” ou as conhecidas “40horas Non Stop, Serralves em Festa”, marcam períodos onde, hoje mais do que nunca, se respira arte. Quanto ao comércio tradicional é notável o esforço em apresentar alternativas aos consumidores, e os convites para deixar a rotina e azáfama dos centros comerciais é enorme. São exemplo disso a polivalência das Galerias Lumière, as feiras de Artesanato Urbano na Rua Galerias Paris, ou o Mercado Porto Belo, na Praça Carlos Alberto. Aterraram turistas e com eles, nas asas dos low-cost, vieram também jovens estudantes do programa Erasmus. Mas o que faz realmente do Porto uma das cidades mais desejadas é mesmo a noite. Outrora vivida em espaços fechados e concentrados na Zona Industrial, hoje a noite acontece na rua, literalmente. Durante o dia são autênticas bibliotecas, lojas vintage, cafés, restaurantes ou casas de chá, mas à noite casas como o Plano B, a Casa do Livro, Maus Hábitos ou o 3C transformam-se verdadeiramente e são

do Livro, Maus Hábitos ou o 3C transformam-se verdadeiramente e são palco de pura diversão. A movida renovada da Invicta invade Cedofeita, Passos Manuel, o túnel de Ceuta e estende-se agora até à Ribeira, com o mais recente Hard Club. Em 2007, o The New York Times já havia notado que o Porto cultivava "o gosto pelo novo", e que deixara para trás zonas na moda como a Foz e a Boavista, para dar lugar às “ruelas e calçadas (…) às pedras sujas e gastas”, num Porto cinzento por natureza, mas agora pincelado com cores mais vivas, assistindo, nos últimos anos, à recuperação do seu centro, que é como quem diz, do seu coração. Espera-se, no futuro, que no mapa da Baixa constem mais pessoas, mais sorrisos e mais sacos de compras. Mais vida e, à noite, mais luz. É desta forma que a cidade solta, finalmente, o grito do Ipiranga e se (re)afirma como sendo uma das cidades mais cosmopolitas da Europa. Num misto de tradição e modernidade, a Invicta exalta hoje um centro que há muito merecia gozar e explorar. Com toda a certeza, Sérgio Godinho não poderá mais cantar que esteve quase morto no deserto, “com o Porto aqui tão perto”.

Maria Martinho

Directora-adjunta do Cons(c)elho

Um lugar que só enchia na noite de S. João ou que matávamos saudades na euforia dos

festejos, dos títulos alcançados pelo Futebol Clube do Porto. Pouco mais. Até que se deu o

milagre, e em menos de dez anos, graças à coragem e irreverência de vários empresários da

restauração, da noite e da cultura, a Baixa do Porto renasceu.

. Janeiro/Fevereiro 2011 . 3

Page 4: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

Tradicionalmente na política Britânica, os Conservadores assumiam o poder após o Governo Trabalhista arrasarem as contas públicas (arruinando então o mandato prévio conservador!). Este ciclo vicioso está exemplificado em 1952, 1979 e recentemente, no ano passado. Ao longo do tempo os Trabalhistas dedicaram o seu tempo a difamar os seus rivais, Tories, representando-os como os “mauzões da austeridade” que professam uma ideologia política absolutamente perversa de cortes obsessivos. As eleições de Março 2010 não foram uma excepção à regra. Enquanto os Trabalhistas, especialistas em bajular as botas dos sindicatos, não assumiram grandes responsabilidades, o Governo de Cameron toma as medidas difíceis e impopulares de contenção da despesa. O Governo de coligação entre democratas Liberais e Conservadores provou,

O Governo de coligação entre democratas Liberais e Conservadores provou, nestes últimos meses, ser um governo verdadeiramente reformista e não um governo de meias – reformas. Começando pelas contas públicas, foi anunciado um corte no investimento público de vinte mil milhões de libras, cortes nos apoios sociais para aqueles que recusam trabalhar ou abusam do Estado Social. Apesar de os Trabalhistas afirmarem que cortes tão profundos viriam causar uma recessão económica (atenção que os Trabalhistas também tiveram planos já preparados para o aumento do IVA e outras medidas de natureza semelhante, durante os últimos dias antes da queda de Gordon Brown), estes cortes mereceram os elogios de grandes instituições financeiras como o Fundo Monetário Internacional. Consequentemente, estas políticas trouxeram ao

Internacional. Consequentemente, estas políticas trouxeram ao governo de coligação, uma das suas grandes vitórias: o rating de crédito de AAA e as taxas de juro baixíssimas que conseguiu alcançar. Embora o “Red-Ed” (Ed Miliband) tenha acusado os Conservadores de serem “o partido dos banqueiros e aristocratas”, a verdade é que foram os Conservadores que aumentaram o imposto extraordinário à banca, medida que os Trabalhistas não apoiaram. Os Tories anunciaram recentemente a sua grande reforma da Educação. Só 7% das famílias Britânicas reúnem as condições financeiras para colocar os filhos em escolas privadas (que por regra geral, proporcionam níveis de ensino mais elevados). A solução trabalhista foi simplesmente injectar uns meros milhões nas escolas públicas ao passo que, Gove (Ministro da Educação) insiste que as escolas financiados pelo Estado deviam ter mais

Educação) insiste que as escolas financiados pelo Estado deviam ter mais autonomia e independência relativamente ao seu orçamento tal como as escolas privadas. Pretende-se assim, libertar as escolas públicas dos tentáculos do Estado e abdicar a política obsessiva, centralizadora e restritiva adoptada nos últimos anos por um Governo de Esquerda. O Ministro já aprovou a fundação de 25 “free-schools”, ou seja, escolas construídas por pais, professores e até instituições de caridade que terão direito de receber financiamento por parte do Estado desde que reúnam certas condições, garantindo assim uma maior liberdade aos pais e aos professores na direcção da escola (isto sim, é o “Big- Society” pronto em acção!) Gove reconhece que não deve ser o ministro (ausente) em Whitehall a decidir o que ensinar aos jovens mas sim, os professores e os pais que estão mais presentes para o aluno. A política de descentralização não pára aqui: acontece em todas as áreas de governação como o Serviço Nacional de Saúde. Era considerado uma espécie de “suicídio político” no Reino Unido, interferir sequer no National Health Service mas Cameron e Lansley (Ministro da Saúde) não temem e avançam com planos para o remodelar. A partir de agora, os médicos de família poderão ter mais liberdade, autonomia e controlo sobre os seus orçamentos. O Governo Britânico, conseguiu salvar o NHS das medidas de austeridade e aumentou o seu financiamento em 10 mil milhões de libras. Andrew Lansley prefere no entanto o inverso de simplesmente injectar o dinheiro (uma solução tipicamente trabalhista). Isto é, executar uma

dinheiro (uma solução tipicamente trabalhista). Isto é, executar uma contenção das despesas do NHS (pois está projectado que o NHS irá precisar um aumento de financiamento todos os anos superior a 4% do que actualmente já consome) ao reduzir as burocracias impostas por Westminster e também cargos meramente formais. A terceira grande reforma é o Localism Bill. Este diploma faz com que funcionários públicos e outros grupos de voluntariado possam formar cooperativas mais facilmente. O novo diploma irá devolver novos poderes aos concelhos e estabelecer novos direitos para as populações locais incluindo matérias fiscais. Assim, incentivam-se as empresas a fomentar emprego nas suas comunidades. Esta política de descentralização radical e a entrega de poderes de 10 Downing Street ao cidadão comum (por exemplo, deixa-lo eleger o seu comissário da polícia em vez de ser nomeado por burocratas em Westminster, entre outras) e ao tornar o NHS e as escolas públicas mais autónomas, o Reino Unido está a dar caminho à intervenção cívica (O Big- Society de que Cameron tem tanto falado) dos Britânicos. Estas políticas seguidas pelo actual governo Britânico demonstram a sua vontade de fazer o que está verdadeiramente no interesse nacional. Citando Margaret Thatcher, “There is no alternative”.

Rishi Lakhani

Vogal da CPC da JP Porto

Page 5: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

Ben Ali abandonou o poder após 23 anos de poder absoluto e países como França e Malta terão recusado conceder-lhe asilo. Tudo começou, durante o mês de Dezembro, com o suicídio de o jovem Tunisino a quem a polícia tinha confiscado a sua banca de fruta que garantia a sua subsistência. O Primeiro-ministro Tunisino Mohamed Ghannouchi assumiu os poderes presidenciais, tendo já falado à nação, a quem pediu “união e patriotismo”. Antes de Ben Ali demitir-se, anunciou eleições antecipadas para o próximo mês de Junho e todas as principais forças da oposição (incluindo as alas ideológicas mais radicais na sociedade Tunisina: os Islamistas e Comunistas) já anunciaram que iriam formar um governo de salvação nacional até as eleições. O cheiro do Jasmim chegou até ao Egipto, onde Hosni Mubarak foi

chegou até ao Egipto, onde Hosni Mubarak foi desafiado pelas massas populares a abandonar o seu governo para dar caminho a um Egipto livre e democrático e por fim ao seu Estado de Emergência que tinha durado três décadas. Os manifestantes escolheram a Praça Tahrir (Liberdade) como palco da manifestação juntamente com alguns militares (apesar dos quatro Presidentes (ditadores) que o Egipto teve, estivessem no poder graças ao exército). Isto gerou muita confusão na Casa Branca, Mubarak era, por um lado, o símbolo da estabilidade e paz no Médio Oriente, por outro, o tirano Egípcio. Obama não estava a espera de ver Cairo num caos, tinha aliás, pedido ao Congresso que votasse favoravelmente o pacote de ajuda militar destinado ao país de Mubarak. Isto levou a que os Estados Unidos reagissem de uma forma cautelosa e cuidada pedindo ao povo Egípcio

pedindo ao povo Egípcio e Mubarak que houvesse uma transição democrática pacífica e sem um banho de sangue. Mubarak acabou por ceder depois de dezoito dias de intensas manifestações e abandonou o poder. O seu Vice-presidente Omar Suleiman assumiu as funções de Presidente. A onda de protesto chegou até aos mais pobres dos países Árabes: o Iémen. Numa tentativa de não ter o mesmo destino que teve Ben Ali ou Mubarak, o Presidente Ali Abdullah Saleh, anunciou que não iria candidatar-se nas presidenciais de 2013 e iria “tentar” persuadir o seu filho para que o não sucedesse. Os manifestantes, tal como aconteceu no Egipto, acamparam na Praça Safir. É imporante salientar que o Iémen é um aliado vital dos Estados Unidos para combater a Al- Qaeda. A família real do Bahrain é outra vítima do Jasmim, milhares de pessoas juntaram-se também na

milhares de pessoas juntaram-se também na Praça da Pérola, na capital do país: Manama. As forças da autoridade responderam e já morreram dezenas de pessoas. Ao contrário dos seus vizinhos, a população do Bahrain não se revolta contra um regime autocrático mas contra a monarquia Sunita (a dinastia Khalifa) que governa o sultanato há 200 anos. O protesto é liderado pelo líder Xiita da oposição: Hassan Machaimaa. Os protestos na Jordânia começaram no dia 17 de Janeiro quando 200 funcionários públicos decidiram manifestar o seu descontentamento com o aumento do custo de vida. Não havia nenhuma estrutura organizada, política ou sindical por de trás destes protestos. A bola de neve foi rebolando e milhares de Jordanianos saíram às ruas no “dia das fúrias”. A Irmandade Muçulmana cujo lema é: "Deus é o único objectivo. Maomé o único líder. O Corão a única Lei. A jihad é o único caminho. Morrer pela jihad de Deus é a nossa única esperança" usou o evento como uma oportunidade para conquistar mais influência na sociedade e espalhar a sua mensagem fundamentalista e radical para causar mais distúrbios no país. Isto levou a que o Rei Abdullah decidisse empossar um novo Governo liderado por ex-general (Maruf Bakhit) que promete aumentar as liberdades individuais O país que mais sofrerá com este efeito dominó, é provavelmente, a Líbia . Muamar Kadafi é o chefe de Estado da Líbia há 42 anos. Os manifestantes exigem uma luta contra a corrupção no seio das

anos. Os manifestantes exigem uma luta contra a corrupção no seio das instituições públicas. As principais alterações ocorreram nas cidades de Al Bayda', Derna, Benghazi e Bani Walid. Kadafi reagiu ao reservar um fundo de 24 mil milhões de dólares para serem investidos na serem investidos na modernização do país para diminuir a adesão às manifestações; apreender todos aqueles que manifestavam contra o regime incluindo escritor e comentador político Jamal al-Hajji, preso no dia 1 de Fevereiro; um aumento dos salários dos funcionários públicos que apoiassem o regime de 150% e prometeu destribuir armas a população para combater aqueles que exigem liberdades básicas. O mundo está assistir acontecimentos históricos onde finalmente as grandes ditaduras do Médio Oriente começam a cair. É essencial que a transição para a democracia em todos os países seja de uma forma pacífica e que os destinos destes povos não caiam nem em movimentos políticos como a Irmandade Muçulmana ou Partidos radicais Comunistas. É crucial que os partidos moderados destes países (como a Wafd no Egipto) tomem iniciativa e lideram o caminho para uma nova era de democracia e liberdade.

Rishi Lakhani

Vogal da CPC da JP Porto

. Janeiro/Fevereiro 2011 . 5

Page 6: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

Quando tomaste a iniciativa para avançar com a tua candidatura? Já tinhas pensado em candidatar-te para o mandato seguinte? Confesso que só pensei nisso, muito tardiamente. Se alguém me dissesse, há um ano, que um dia seria presidente da JP Porto recomendar-lhe-ia um bom psiquiatra. Esta postura mudou quando o Barbosa assumiu a impossibilidade de se recandidatar: aí o sentido de dever, conjugado com uma

recandidatar: aí o sentido de dever, conjugado com uma pequena ambição de marcar a diferença e o apoio de bons amigos começou a empurrar-me para a frente. Agora que estás eleito, que presidente te propões ser? Quais as tuas principais ideias e propostas? O mandato desta equipa tem dois principais campos de actuação: alertar para a necessidade de revitalização do Porto como pólo económico-

necessidade de revitalização do Porto como pólo económico-cultural e a transformar a JP Porto numa instituição de referência da cidade, pela produção de debate e de quadros intelectuais, pela participação nos media locais e pela colaboração com outras instituições de referência da cidade (como o são a Fundação SPES e o Hotel Infante Sagres). Quais as principais diferenças entre esta JP Porto e aquela que te foi entregue pelo

diferenças entre esta JP Porto e aquela que te foi entregue pelo André Barbosa? Se há característica que une as várias equipas da JP Porto (a actual, a do Barbosa ou a do Portocarrero) é uma visão a longo prazo da instituição. Uma visão da JP Porto como um projecto que deve crescer e melhorar continuamente a longo prazo. Por isso posso dizer que esta JP Porto é melhor e maior que as anteriores e as seguintes serão melhores e maiores que a actual. No entanto parafraseando Newton, “chegámos onde chegámos porque nos apoiamos nos ombros de grandes homens”. Os membros da tua CPC, e dos núcleos/departamentos faziam também parte da CPC anterior. O factor estabilidade é um dos pontos fortes para o sucesso? Penso que sim. A política para ter efeitos precisa de estabilidade, de normalidade e de moderação através do debate democrático. Só assim se mantem a visão a longo prazo e de melhoria continua, que referi anteriormente.

No teu mandato, concretizou-se a criação de departamentos. De

concretizou-se a criação de departamentos. De que forma, a criação destes núcleos será positiva para, a organização interna, da JP Porto? Penso que permite clarificar funções e o papel de cada dirigente e militante, o que é no mínimo complicado no formato de concelhia clássica. Exemplo da excelência dos departamentos ou núcleos é este Jornal, que tem sido dirigido de forma excelente.

O “Cons(c)elho”, jornal da JP Porto renasceu no teu mandato, consideras importante uma concelhia ter um orgão de comunicação próprio? Penso que cada concelhia é única. No entanto no caso de uma concelhia com uma história e dimensão do Porto necessita de um órgão de comunicação referência que seja o reflexo do pensamento e das preocupações da instituição e dos militantes.

Já desde o último mandato, a JP Porto tem uma maior exposição mediática na imprensa. É um sinal de bom trabalho, empenho e uma mais-valia para a concelhia? Sim. Começamos por ter uma coluna semanal no

Entrevistamos o Presidente da JP Porto, Rodrigo Lobo D’Ávila

Page 7: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

valia para a concelhia? Sim. Começamos por ter uma coluna semanal no Semanário “Grande Porto” mas ultimamente temos também sido notícia no “Audiência” (um semanário regional) e no influente “Vida Económica”. Penso que se deve cada vez mais, à JP Porto ser vista, não como uma qualquer organização política local, mas como uma instituição respeitada da cidade. Tudo isto dá-nos escala, faz com que a nossa voz chegue a mais ouvidos e permite marcar a diferença.

Como avalias o trabalho feito, ao longo destes dois anos, pela actual CPN? Excelente! O trabalho da actual CPN é virado para resultados reais e desenvolve-se em duas fases. Primeiro discussão interna sobre um determinado problema a que se segue a acção pública, quer sobre a forma de comunicado ou outra actuação pública ou acção na Assembleia da República através do nosso Micha, que muito bem nos representa. Só assim é que podemos influenciar realmente a sociedade e contribuir para a mudança. A política não deve assentar, como alguns desejam nos três pilares da bandeira na mão, slogan vazio na

alguns desejam nos três pilares da bandeira na mão, slogan vazio na boca e ar na cabeça. Para este tipo de política, tão desejado por alguns (poucos), mais vale ir a um jogo de futebol.

A que se deve na tua opinião a actual taxa de desemprego jovem? Por onde passa a resolução deste problema? Deve-se sobretudo à falta de qualidade do ensino e à falta de qualquer objectivo prático de muitos dos cursos actuais. Um pequeno passo para a resolução deste problema seria, tornar obrigatório a publicação das taxas de

problema seria, tornar obrigatório a publicação das taxas de empregabilidade de cada curso e uma maior aposta no ensino profissional.

Qual é o significado de tantas revoluções nos países árabes e em que medida vão afectar o mundo islâmico? Achas possível haver uma abertura à democracia por parte do mundo árabe? Penso que ainda é muito cedo para saber. No entanto a democracia no mundo ocidental, é o resultado de um processo histórico, que se arrasta ao longo de 2500 anos. Não se deve ao facebook e ao

. Janeiro/Fevereiro 2011 . 7

se arrasta ao longo de 2500 anos. Não se deve ao facebook e ao youtube como parece que alguns jornalistas pensam. Para além disso nos anos 60 e 70 tivemos várias revoltas semelhantes a estas no mundo islâmico (Iraque, Líbia, Afeganistão, Irão), que levou á queda das monarquias que governavam estes países. Algum destes países se tornou mais democrático? Não me parece. De que forma é que estas revoltas vão afectar o mundo ocidental? O mundo ocidental não sei. Mas sei que terão péssimas consequências para Portugal. Vê-se agora o belo resultado da

péssimas consequências para Portugal. Vê-se agora o belo resultado da política externa “pseudo-maquievalista” de Sócrates. Não é preciso ser-se um génio para perceber que fazer acordos-comerciais com países a um passo de uma guerra civil não é inteligente.

Que mensagem deixas aos nossos leitores? Que participem. De uma forma mais activa ou menos activa, mas que participem. Acima de tudo que contribuam para a criação de algo benéfico para a sociedade e que façam política pela positiva.

Page 8: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

The relationship between

the United States and

Portugal goes back more

than 200 years – which

may seem like the blink of

an eye for Europeans but

encompasses nearly the

entire history of our still-

young nation.

Following the American

Revolutionary War,

Portugal was among the

first countries to recognize

the independence of the

United States. Our first

president, George

Washington, established

United States. Our first

president, George

Washington, established

formal diplomatic

relations in 1791 by

naming David Humphreys

as our first ambassador to

Portugal.

Many other men – and

one woman – have

represented the U.S. in

Portugal over the last two

centuries, a list I was

privileged to join in April

2010 when I arrived at the

Embassy in Lisbon. As

chief of our mission, I also

2010 when I arrived at the

Embassy in Lisbon. As

chief of our mission, I also

oversee the U.S. Consulate

in the Azores, which is the

oldest continuously

operating U.S. Consulate in

the world, having

represented our interests

there since 1795.

It is not just diplomatic ties

that bind our two countries

together, however.

Almost two million

Portuguese-Americans

make up part of the fabric

of U.S. society.

Portuguese-Americans

make up part of the fabric

of U.S. society.

Immigrants who settled in

Massachusetts, New

Jersey, New York, and

Rhode Island, as well as

California and Hawaii,

brought with them not

just the sound of the

Portuguese language, but

also the taste of pastel de

nata and bacalhau. The

food and culture of

Portugal are part of the

rich diversity of the

United States.

As U.S. Ambassador, I am

working to strengthen our

relationship by ensuring

that we work together on

shared issues and that, on

those rare occasions when

we disagree, we hear each

other out like friends and

find common ground.

One of the important

instruments of

cooperation between our

two nations is the

Agreement on

Cooperation and Defense,

which our governments

signed in 1995. That

agreement established the

U.S.-Portugal Standing

Bilateral Commission,

which brings together

senior American and

Portuguese officials twice

each year to discuss ways

to improve collaboration.

When I participated in my

first meeting of the

Bilateral Commission in

July 2010, I saw that the

Commission had been the

mechanism through which

we had achieved many

successes, including

resolving issue related to

the presence of the US Air

successes, including

resolving issue related to

the presence of the US Air

Force at Lajes Field on

Terceira Island in the

Azores.

Based on these successes,

we have decided to make

the Bilateral Commission

even more important by

giving it a higher profile,

and expanding the range

of issues that it will

address. In short, it is a

way for Portugal and the

U.S. to discuss, negotiate,

and enhance cooperation.

The Bilateral Commission

will meet again in

Washington in May, and

some of the issues we

expect to address will

include security, bilateral

cooperation, science and

environmental research,

trade and investment

promotion, and justice and

law enforcement.

One of the most

important issues we face

today, of course, is the

global economic

slowdown and the

challenges it creates for

our economies. People

are facing difficult times in

Porto, just as they are in

Portland, Oregon. Parents

on both sides of the

Atlantic worry about

losing their jobs, while

their children wonder if

their hopes and dreams

will evaporate.

One of the silver linings in

the dark cloud is

innovation, a concept with

which Portuguese and

Americans are quite

familiar and something

that will help us ensure a

better tomorrow.

O embaixador norte-americano em Portugal deu ao Cons(c)elho a honra da sua opinião. Neste

artigo, Allan J. Katz fala das relações entre Portugal e os Estados Unidos da América e outros

assuntos de interesse.

Page 9: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

. Janeiro/Fevereiro 2011 . 9

familiar and something

that will help us ensure a

better tomorrow.

In the U.S., President

Obama hopes to

encourage innovation by

increasing funding in areas

like biomedical research,

information technology,

and clean energy. And

Portugal, through its

investment in education,

research, and development

though the Foundation of

Science and Technology,

has taken a similar route.

The windmills that can be

seen on hilltops

throughout Portugal are a

constant reminder how

innovation in one area,

renewable energy, is

already paying off. The

leadership Portugal has

taken is something from

which we Americans can

learn.

In the United States, one

of our greatest challenges

is to break our

dependence on imported

oil. As part of that effort,

President Obama has set a

goal of putting one million

electric cars on our roads

by 2015.

I am proud to say that

American auto

manufacturers have

developed the most

cutting-edge electric

vehicle technology in the

world. That innovation is

now being exported to the

world. Portugal, for its

part, has taken significant

steps to encourage the use

of electric cars by

developing a nationwide

electric-vehicle-charging

infrastructure. And the

Azorean government has

electric-vehicle-charging

infrastructure. And the

Azorean government has

also initiated a program of

its own to promote the

use of electric cars, and we

are working closely with

them to encourage them

to use American

technology.

In addition to

collaborating in areas like

science and technology,

the U.S. and our partners,

including Portugal,

continue to work together

on issues of national

security to ensure that our

principles and way of life

are not threatened by

people who wish to do us

harm.

The most obvious area of

security cooperation

between our two countries

is in Afghanistan, where,

as NATO allies, our

troops work side-by-side

to ensure security and

support development.

International security

cooperation, however,

extends well beyond

Afghanistan and into areas

that are just as critical for

protecting American and

Portuguese citizens.

The world today is facing

serious transnational

threats that cut across

countries and legal

systems. The threat of

international terrorism

compels us to be vigilant.

We must cooperate on

every level. We have seen

how terrorists and

criminals in one country

can set up bases in

another country and

operate in still another

country. Transnational

another country and

operate in still another

country. Transnational

crime is a fact of life in

today’s interconnected

world.

This year marks the tenth

anniversary of the

September 11 attacks, an

event that fundamentally

changed the way we view

the world and caused us to

implement measures to

ensure that such a tragedy

never happens again.

Much has been

accomplished over the last

decade and there is reason

to be optimistic that

recent events in Egypt,

Tunisia, and elsewhere in

the region may signal the

beginning of a new, more

positive chapter in world

history. But we cannot

close our eyes to real

threats facing the United

States and Europe.

The U.S. and its European

allies, including Portugal,

have been working

together to establish

formal mechanisms for

sharing information that

could be crucial to

preventing terrorism and

other serious crimes. In

doing so, we must respect

the privacy rights of our

citizens. The concept of

personal privacy is

important in both Europe

and the United States.

The fundamental nature

of privacy is embedded

throughout the U.S.

Constitution, and it is

protected by a variety of

laws and regulations.

Given the threats facing

the world today, working

together to share

could be crucial to

preventing terrorism and

other serious crimes. In

doing so, we must respect

the privacy rights of our

citizens. The concept of

personal privacy is

important in both Europe

and the United States.

The fundamental nature

of privacy is embedded

throughout the U.S.

Constitution, and it is

protected by a variety of

laws and regulations.

Given the threats facing

the world today, working

together to share

necessary information is

critically important, but we

will do so in a way that

strikes a proper balance

between protecting lives

and protecting privacy.

Respect for the rights of

the individual is just one

of many values the people

of the U.S. and the people

of Portugal share. These

values form the basis of

our long history of

cooperation on a wide

range of areas. We have

been NATO allies for

more than 60 years and

have been friends even

longer.

As Ambassador, I look

forward to enhancing the

excellent relations between

our two countries, and I

particularly enjoy

interacting with groups

like the Popular Youth of

Porto.

We have great

opportunities ahead of us

to strengthen our

relationship, and much of

the hard work we are

doing today will be carried

forward and brought to

more than 60 years and

have been friends even

longer.

As Ambassador, I look

forward to enhancing the

excellent relations between

our two countries, and I

particularly enjoy

interacting with groups

like the Popular Youth of

Porto.

We have great

opportunities ahead of us

to strengthen our

relationship, and much of

the hard work we are

doing today will be carried

forward and brought to

fruition by people like you,

the leaders of tomorrow.

The future of the

transatlantic relationship is

bright not just because of

the ideas and projects we

are working on today, but

because there are young

people in the United

States and Portugal who

are willing and able to

move that relationship

forward and build on the

foundation that has been

laid over the past 200-plus

years.

Page 10: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

A entrada em vigor em

Janeiro de 2011 do Código

Contributivo veio colocar

um novo desafio às já

fragilizadas empresas e

também aos trabalhadores.

Com efeito, num ano

onde ainda não se

vislumbra o fim de uma

das crises económicas

mais profundas desde os

inícios do século XX, a

entrada em vigor de um

Código que alarga a base

de incidência das

contribuições para a

segurança social e aumenta

as taxas de contribuições,

não é certamente uma

medida de apoio à

competitividade empre-

sarial.

medida de apoio à

competitividade empre-

sarial.

Isto ao arrepio da OCDE,

que tinha recomendado

em Setembro a redução

das contribuições para a

Segurança Social, como

forma de aumentar a

competitividade das

exportações. No entanto,

a este aumento acresce

ainda o pagamento de 5%

de contribuição para a

segurança social sobre o

valor das prestações de

serviços pagas a

trabalhadores inde-

pendentes, nas situações

em que 80% ou mais do

valor da actividade do

trabalhador independente

em que 80% ou mais do

valor da actividade do

trabalhador independente

seja prestada ao mesmo

grupo económico.

Este facto corresponderá,

ou a um brutal incremento

do custo de contratação de

colaboradores, com os

efeitos já referidos, ou a

uma significativa redução

da remuneração dos

trabalhadores

independentes, se a

empresa lograr neles

repercutir o novo encargo.

Neste caso, o efeito será

brutal, dado que a redução

de 5% acresce a um

significativo aumento das

taxas e da base de

incidência das

significativo aumento das

taxas e da base de

incidência das contri-

buições devidas pelos

trabalhadores inde-

pendentes.

Em consequência, é

evidente a inconveniência

desta nova regula-

mentação, em especial

pelo impacto na

competitividade das

empresas e pela redução

grave do rendimento

disponível de largos

sectores mais fragilizados

da população.

O facto do pagamento

daquela contribuição

suplementar ser anual e se

sentir apenas em 2012,

não nos deverá alhear do

suplementar ser anual e se

sentir apenas em 2012,

não nos deverá alhear do

problema, mas antes

pugnar por enfrentar de

frente a sua causa, revendo

com urgência a legislação

laboral.

José Manuel Azevedo Especialista em finanças

Page 11: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

. Janeiro/Fevereiro 2011 . 11

Page 12: Cons(c)elho Janeiro/Fevereiro 2011

O tango de quem

não sabe dançar

O romance durou pouco

tempo e o tango acabou

mal. O PSD nunca se

mostrou muito convicto

em deixar o PS conduzir a

dança e os socialistas

mexeram-se ao ritmo

trapalhão típico de quem

dança com pés de

chumbo, pisando de vez

os calos do parceiro com a

apresentação de mais um

PEC. Para piorar, o

governo socialista

esqueceu-se de que o

tango se dança a dois e

ignorou o PSD, exibindo-

se numa dança

confrangedora e solitária

no palco comunitário para

os desconfiados líderes

europeus que, tentando

colocar a União no ritmo

certo e vendo Portugal

num tom cada vez mais

desafinado, levaram as

mãos à cabeça num grande

desespero.

Agora resta esperar pelas

alternativas que se

avizinham. Será o SP

capaz de contrariar a

lógica e vencer eleições

novamente? Será o PSD

capaz de apresentar uma

proposta coerente ao país,

que dê esperança aos

portugueses cada vez mais

angustiados e que

convença os mercados

internacionais cada vez

mais desconfiados?

No meio de tudo isto,

resta saber que papel terá

o CDS. A coerência é uma

marca que ninguém pode

retirar ao partido. Os

avisos feitos acabaram, na

maioria dos casos, por

estar certos. As propostas

foram muitas vezes,

colocar a União no ritmo

certo e vendo Portugal

num tom cada vez mais

desafinado, levaram as

mãos à cabeça num grande

desespero.

Agora resta esperar pelas

alternativas que se

avizinham. Será o PS

capaz de contrariar a

lógica e vencer eleições

novamente? Será o PSD

capaz de apresentar uma

proposta coerente ao país,

que dê esperança aos

portugueses cada vez mais

angustiados e que

convença os mercados

internacionais cada vez

mais desconfiados?

No meio de tudo isto,

resta saber que papel terá

o CDS. A coerência é uma

marca que ninguém pode

retirar ao partido. Os

avisos feitos acabaram, na

maioria dos casos, por

estar certos. As propostas

foram muitas vezes,

embora algumas

demasiado tarde,

reconhecidas como

importantes e valiosas,

pelos partidos do bloco

central. O CDS faz parte

do núcleo da política

construtiva que se faz em

Portugal. Hoje, mais do

que nunca, ninguém pode

fazer de conta que o CDS

não interessa.

avisos feitos acabaram, na

maioria dos casos, por

estar certos. As propostas

foram muitas vezes,

embora algumas

demasiado tarde,

reconhecidas como

importantes e valiosas,

pelos partidos do bloco

central. O CDS faz parte

do núcleo da política

construtiva que se faz em

Portugal. Hoje, mais do

que nunca, ninguém pode

fazer de conta que o CDS

não interessa.

A tanga em que já

ninguém acredita

Ninguém mais tem

dúvidas de que este é um

governo de tangas. Da

boca de cada um dos seus

elementos, sai uma

mentira

Directora

Marta Esteves

Directora-Adjunta

Maria Martinho

Coordenação

Luísa Valério

Colaboraram nesta

edição: Allan J. Katz

José Manuel Azevedo

Mendes e Manu

Rishi Lakhani

Rodrigo Lobo D’Ávila

Contacto

[email protected]

Conferência “Os

Sistemas de Governo”,

em parceria com o

Gabinete de Estudos

Gonçalo Begonha.

Tertúlia e jantar de

beneficência.

Tertúlia "Quo vadis

Europa?”, com Nuno

Melo.

Debate sobre as

“Juventudes Partidárias”,

na Escola Secundária

Clara de Resende.

Tertúlia “Porto, a

Cidade”, no Club Café C3

mentira com a mesma

frequência com que o seu

governo apresenta um

PEC. A situação é

insustentável e, só a muito

custo, se pode acreditar

que os portugueses alguma

vez mais confiarão o seu

voto a José Sócrates.

Mas o que esperar do

partido da alternância?

O seu líder já apresentou

tantas caras que o povo

português dificilmente

saberá aquela que ele

levará até às urnas. Sim,

porque se o partido do

governo é fraco nas

propostas que apresenta, o

PSD é fraco a apresentar

propostas que animem.

Quo vadis, Portugal?~

Marta Esteves Directora do Cons(c)elho