conjuntura econômica: erros e acertos da atual política ... · consumo governo 3.2 1.7 2.3...
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Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
Conjuntura Econômica: erros e acertos da atual política econômica
Armando Castelar Pinheiro IBRE/FGV – IE/UFRJ
Florianópolis, 25 Setembro 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
• Cenário de mercado é de acomodação “medíocre” dos indicadores macroeconômicos
• Mudança externa muda condicionantes da política econômica
• Novo modelo será mais sustentável, mas piora dos fundamentos domésticos e eleições complicam transição para novo modelo de política econômica
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Sem Eletrobras e Petrobras Total
DLSP - (% PIB)
Finanças públicas ainda em ordem, mas piorando
Fonte: Banco Central.
• Desvalorização ajudou gestão da DLSP, mas
• Dívida bruta vem subindo com empréstimos a bancos públicos
• Superávit primário em queda e metas fiscais não serão alcançadas em 2013 e 2014
• Alta nos juros irá elevar despesas com serviço da dívida
• Contabilidade criativa reduziu transparência e confiança na política fiscal
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Div ext liq/exp
Div ext/exp B&S
Dívida externa / Exportações
Dívida externa é baixa, mas contas pioram
Fonte: Banco Central.
• Brasil é credor externo líquido, de forma que risco de crise de financiamento externo é baixo, mas
• Déficit em conta corrente em alta e não mais financiado integralmente por investimento direto estrangeiro
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Projeções de inflação (Focus) para o ano seguinte
Fonte: Banco Central, elaboração José Júlio Senna, IBRE/FGV.
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IPCA
FOCUS 2013
FOCUS 2014
Taxa de Inflação (12 Meses) e Expectativas de Mercado (FOCUS) 2013 e 2014
(FOCUS: dados de final de mês; mediana das projeções de mercado.) em %
Fonte: Banco Central e IBGE, elaboração José Júlio Senna, IBRE/FGV.
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Piora no trade off crescimento - inflação
Fonte: Focus.
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Centro da Meta IPCA 2013 PIB 2013
Focus: IPCA vs . PIB 2013
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Piora no trade off crescimento - inflação
Fonte: Focus.
Focus: IPCA vs . PIB 2014
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Centro da Meta IPCA 2014 PIB 2014
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Piora persistente no trade off crescimento - inflação
Fonte: Focus.
Focus: IPCA vs . PIB 2015
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Centro da Meta IPCA 2015 PIB 2015
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PIB de 2,5% em 2013 e 1,8% em 2014
Fonte: IBRE/FGV.
2012 2013P 2014P
PIB 0.9 2.5 1.8
Agricultura -2.3 10.0 4.5
Indústria -0.8 1.1 1.2
Serviços 1.7 2.1 1.7
Consumo privado 3.1 1.7 1.6
Consumo governo 3.2 1.7 2.3
Investimento -4.0 7.1 2.8
Exportações 0.5 1.0 1.4
Importações 0.2 7.7 -0.9
• Em 2013, safra recorde aqueceu economia, não só na agropecuária, mas também na venda de caminhões e máquinas.
• Desaceleração sensível do consumo privado.
• Exportações líquidas devem voltar a contribuir positivamente para PIB.
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25 Set 2013
Inflação de 5,9% em 2013 e 6.1% em 2014
Fonte: IBRE/FGV.
2012 2013F 2014F
IPCA 5.8 5.9 6.1
Preços administrados 3.7 1.7 4.3
Preços livres 6.6 7.2 6.7
Serviços 8.7 8.4 8.2
Bens ex-alimentação 1.8 5.4 4.9
Alimentação domiciliar 10.0 8.2 5.6
Selic* 7.25 10.0 10.0
Taxa câmbio (R$/US$)** 2.0 2.2 2.4
(*) Fim de ano. (**) Média anual.
• Preços administrados –ônibus, gasolina, eletricidade etc. – foram centrais para manter IPCA abaixo do teto de 6.5%. Mas vão pressionar em 2014.
• Baixo desemprego pressiona preços de serviços.
• Preços ao consumidor com baixo impacto da desvaloriazação do real.
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Desonerações: receitas públicas menores em até 1,6% do PIB
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2008 2009 2010 2011 2012 2013E 2014E
% do PIBR$ Bilhões
Fonte: Ministério da Fazenda, elaboração Gabriel Barros e José Roberto Afonso, IBRE/FGV.
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Resultado e Expectativa de Superávit Primário para o Setor Público Consolidado (em % do PIB)
Reequilíbrio Fiscal só a partir de 2015
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2008 2009 2010* 2011 2012 2013E Meta 2013 2014E Meta 2014
Receitas Cíclicas** Esforço Fiscal (Ex - Cíclicas) Abatimento da Meta Superávit Primário Total
* Desconsidera o processo de capitalização da Petrobrás. ** Inclui receitas de concessões, outorgas e dividendos (inclusive antecipação).
Fonte: Ministério da Fazenda, elaboração Gabriel Barros e José Roberto Afonso, IBRE/FGV.
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Em % do PIB
Investimento Público Federal em Infraestrutura segue em queda pelo 4º ano consecutivo
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Infraestrutura Saúde + Educação Investimento Total
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¹ Acumulado até Julho
Fonte: Ministério da Fazenda, elaboração Gabriel Barros e José Roberto Afonso, IBRE/FGV.
Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
• Políticas adotadas desde 2005 – estímulos ao consumo via crédito e altas reais do salário mínimo – não eram sustentáveis
• Novas medidas de política econômica desde 2011 agravaram disfuncionalidade da política econômica: “nova matriz econômica”
• Mudança no ambiente externo – China e EUA – restringiram graus de liberdade da política econômica
Por que o desempenho econômico piorou tanto desde 2010?
Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
• Foco nos estímulos fiscais, monetários e creditícios
– Crescimento baseado na demanda
– Seleção de “campeões nacionais”
• Erro de diagnóstico: ignora restrições de oferta
– Piora do trade-off crescimento-inflação: governo reagiu com mais estímulos, isenções tributárias e semi-congelamento de preços
– Aumentou intervenção estatal na economia
– Empresas como Petrobrás e Eletrobrás sofreram perdas financeiras consideráveis
A “nova matriz econômica”
Armando Castelar
25 Set 2013
Taxa Real de Juro (SELIC) e Superávit Primário Ajustado do Setor Público Consolidado (em % do PIB)
(juro real = SELIC – expectativa FOCUS 12 meses adiante) em %
Fonte: Banco Central, elaboração José Júlio Senna, IBRE/FGV.
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Expansão do crédito público é outro pilar da “nova matriz econômica”
Saldo em R$ constantes (Mar 2007 = 100, defl. IPCA)
Fonte: Banco Central.
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Tx var
MM5Anos
Crise internacional trouxe forte desaceleração global
Crescimento anual do PIB mundial (% a.a.)
Fonte: FMI.
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Desenvolvidos Emergentes
Desaceleração afetou desenvolvidos e emergentes
Crescimento anual do PIB (% a.a.)
Fonte: FMI.
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Ásia Emergente LAC
Ásia emergente passa por desaceleração estrutural
Crescimento médio anual do PIB (MM5A, %)
Fonte: FMI.
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Desaceleração na Ásia começa a impactar exportações
Fonte: Funcex.
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Preço
Quantum
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Alta no déficit externo apesar da melhora nos termos de troca (MM12M)
Fonte: Funcex e Banco Central.
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Conta Corrente
Termos de Troca
Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
Exportações líquidas de bens e serviços não fatores
Comparando-se os 12M terminados em junho de 2005 e 2013, alta média anual de 11,7% nas importações de B&S não fatores, contra 2,8% de alta nas exportações
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Preços 1995
PreçosCorrentes
Fonte: IBGE.
Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
• Balanços das famílias estão ficando mais ajustados
• Desemprego ainda alto, mas já caiu bastante
• Mercado imobiliário segue melhorando
• Uma vez que a contração fiscal perca força, PIB deve acelerar
• Ainda que o “tapering” não tenha começado em setembro, como esperado, ele deve vir até o fim do ano
Com perspectiva de que os EUA saiam da crise, a política monetária começa a normalizar
Armando Castelar
25 Set 2013
Famílias americanas progrediram bastante no ajuste de seus balanços
Fonte: FED, elaboração José Júlio Senna, IBRE/FGV.
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Passivo Total / PatrimônioLíquido Total (famílias)
Tendência entre 1951.I a2007.I
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Hipotecas / PatrimônioLíquido Imobiliário
Tendência entre 1951.Ie 2007.I
Armando Castelar
25 Set 2013 Fonte: Bloomberg, elaboração José Júlio Senna, IBRE/FGV.
Normalização monetária nos EUA vai elevar juros no Brasil também
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TIPS (10 anos) - eixo esq.
NTNB (2020) - eixo dir.
NTNB (2035) - eixo dir.
NTNB (2045) - eixo dir.
Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
• Programa de Investimento em Logística prevê R$ 242 bilhões em projetos de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos
• Programa está bem atrasado, mas
– As rodovias BR 050 foi privatizada em setembro, mas os demais trechos serão mais complicados
– Ferrovias: nada deve acontecer neste governo
– Aeroportos: Galeão e Confins privatizações este ano, depois para na preparação de 270 aeroportos regionais
– Portos: avanços graduais a partir de 2014
• Cenário externo menos favorável, eleições e risco político-regulatório elevado
Privatizações na infraestrutura ajudam, mas pouco
Armando Castelar
25 Set 2013
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25 Set 2013
• “Nova matriz econômica” não deverá ser abandonada voluntariamente antes das eleições
• Manifestações de junho limitaram os graus de liberdade do governo:
– Mais inflação reprimida
– Mais expansão fiscal
Política econômica não muda no curto prazo
Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
• Necessidade de corrigir preços em 2015 acarretará elevada inflação corretiva:
– Gasolina e álcool: atraso e repasse cambial
– Redução de isenções para melhorar contas públicas
• Política monetária terá de ser apertada para recuperar credibilidade e limitar espiral preços-salários
• Aumento do desemprego para consolidar queda dos rendimentos reais
• Situação dos bancos públicos pode requerer novos aportes do Tesouro
• Juros em alta e desaceleração (atividade e mercado de trabalho) vão complicar situação fiscal
Ajuste vai ficar para 2015
Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
Taxa de câmbio efetiva real e preços relativos tradables vs. não tradables
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TXCEFR Tradables/Não-tradables
• Fonte: IBGE, Banco Central e IPEADATA.
Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
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Relação entre contas externas, câmbio e renda real
Fonte: IBGE e Banco Central, elaboração Samuel Pessôa, IBRE/FGV.
Armando Castelar
25 Set 2013
Armando Castelar
25 Set 2013
• Mudanças na economia mundial e disfuncionalidade da política econômica vão exigir reformas e uma melhor política macroeconômica
• Ajuste estrutural aumentará competitividade industrial (alta da relação câmbio salário)
• Custo do ajuste será alto devido à demora em corrigir fundamentos
• Existe um risco de que o novo governo opte por dobrar aposta em modelo intervencionista, ou pelo menos adiar mudanças, em vez de fazer ajuste em 2015
Novo modelo será mais sustentável, mas há riscos
Armando Castelar
25 Set 2013 Fonte: Banco Central do Brasil, , elaboração Beny Parnes, SPX Capita
Salários no Brasil cresceram acima da média mundial
Salário Real | Crescimento Anual 34
4,0%
3,2%3,4%
3,2%
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2,7%2,6%
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2006 2007 2008 2009 2010 2011
Brazil WorldBrasil Mundo
Armando Castelar
25 Set 2013 Fonte: IBGE, elaboração Beny Parnes, SPX Capital.
Persiste o problema de competividade
Salário Real Médio e Produtividade do Trabalho no Setor Industrial
Sazonalmente ajustado (Jan/07=100)
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2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Salário Real Produtividade do trabalho