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CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL ATAS DA 3ª À 5ª SESSÃO DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA 52ª LEGISLATURA VOLUME 28 Nº 2 21 JAN. A 23 JAN. SENADO FEDERAL SECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES SUBSECRETARIA DE ANAIS BRASÍLIA – BRASIL 2004

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Page 1: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

CONGRESSO NACIONAL

ANAIS DO SENADO FEDERAL

ATAS DA 3ª À 5ª SESSÃO DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA 52ª LEGISLATURA

VOLUME 28 Nº 221 JAN. A 23 JAN.

SENADO FEDERALSECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES

SUBSECRETARIA DE ANAIS BRASÍLIA – BRASIL

2004

Page 2: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL

1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966.

Senado FederalSubsecretaria de Anais - SSANSVia N 2, Unidade de Apoio ICEP 70165-900 – Brasília – DF – Brasil

Anais do Senado / Senado Federal, Subsecretaria de Anais. – 1823-. Brasília, Senado Federal, Subsecretaria de Anais, 1823- v. ; 27 cm.Quinzenal.

Volumes anteriores a 1977 publicados sob numerações próprias, com periodicidade irregular. Editado pelaDiretoria de Anais e Documentos Parlamentares no período de 1950-1955; pela Diretoria de Publicações noperíodo de maio de 1956 a 1972 e pela Subsecretaria de Anais a partir de 1972.

Variações do título: Annaes do Senado do Império do Brazil, 1826-1889. Annaes do Senado Federal,1890-1935. Anais do Senado Federal, 1946-

1. Poder legislativo – Anais. I. Brasil. Congresso. Senado Federal, Subsecretaria de Anais.

CDD 341.2531CDU 328(81)(093.2)

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SENADO FEDERAL

COMISSÃO DIRETORA(2003-2004)

PRESIDENTE Senador JOSÉ SARNEY (PMDB-AP)1º VICE-PRESIDENTE Senador PAULO PAIM (PT- RS)2º VICE-PRESIDENTE Senador EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PSDB-TO)1º SECRETÁRIO Senador ROMEU TUMA (PFL- SP)2º SECRETÁRIO Senador ALBERTO SILVA (PMDB-PI)3º SECRETÁRIO Senador HERÁCLITO FORTES (PFL-PI)4º SECRETÁRIO Senador SÉRGIO ZAMBIASI (PMDB-RS)

SUPLENTES DE SECRETÁRIO

1º Senador JOÃO ALBERTO SOUZA (PMDB- MA) 2º Senadora SERYS SLHESSARENKO (PT- MT) 3º Senador GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PSDB- AC)4º Senador MARCELO CRIVELLA (PL- RJ)

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COMPOSIÇÃO DO SENADO FEDERAL(52ª LEGISLATURA)

BAHIAPFL - Rodolpho TourinhoPFL - Antonio Carlos MagalhãesPFL - César BorgesRIO DE JANEIROPT - Roberto SaturninoPL - Marcelo CrivellaPMDB - Sérgio CabralMARANHÃOPMDB - João Alberto SouzaPFL - Edison LobãoPFL - Roseana SarneyPARÁPMDB - Luiz OtávioPT - Ana Júlia CarepaPTB - Duciomar CostaPERNAMBUCOPFL - José JorgePFL - Marco MacielPSDB - Sérgio GuerraSÃO PAULOPT - Eduardo SuplicyPT - Aloizio MercadantePFL - Romeu TumaMINAS GERAISPL - Aelton FreitasPSDB - Eduardo AzeredoPMDB - Hélio CostaGOIÁSPMDB - Maguito VilelaPFL - Demóstenes TorresPSDB - Lúcia VâniaMATO GROSSOPSDB - Antero Paes de BarrosPFL - Jonas PinheiroPT - Serys SlhessarenkoRIO GRANDE DO SULPMDB - Pedro SimonPT - Paulo PaimPTB - Sérgio ZambiasiCEARÁPSDB - Reginaldo DuartePPS - Patrícia Saboya GomesPSDB - Tasso JereissatiPARAÍBAPMDB - Ney SuassunaPFL - Efraim MoraisPMDB - José MaranhãoESPÍRITO SANTOPPS - João Batista MottaPMDB - Gerson CamataPL - Magno MaltaPIAUÍPMDB - Alberto SilvaPFL - Heráclito Fortes

PMDB - Mão SantaRIO GRANDE DO NORTEPTB - Fernando BezerraPMDB - Garibaldi Alves FilhoPFL - José AgripinoSANTA CATARINAPFL - Jorge BornhausenPT - Ideli SalvattiPSDB - Leonel PavanALAGOASPT - Heloísa HelenaPMDB - Renan CalheirosPSDB - Teotônio Vilela FilhoSERGIPEPFL - Renildo SantanaPDT - Almeida LimaPSB - Antonio Carlos ValadaresAMAZONASPMDB - Gilberto MestrinhoPSDB - Arthur VirgílioPDT - Jefferson PeresPARANÁPSDB - Alvaro DiasPT - Flávio ArnsPDT - Osmar DiasACREPT - Tião VianaPSB - Geraldo Mesquita JúniorPT - Sibá MachadoMATO GROSSO DO SULPMDB - Juvêncio da FonsecaPT - Delcídio AmaralPMDB - Ramez TebetDISTRITO FEDERALPMDB - Valmir AmaralPT - Eurípedes CamargoPFL - Paulo OctávioTOCANTINSPSDB - Eduardo Siqueira CamposPFL - João RibeiroPMDB - Leomar QuintanilhaAMAPÁPMDB - José SarneyPSB - João CapiberibePMDB - Papaléo PaesRONDÔNIAPMDB - Amir LandoPT - Fátima CleidePMDB - Valdir RauppRORAIMAPPS - Mozarildo CavalcantiPDT - Augusto BotelhoPMDB - Romero Jucá

COMPOSIÇÃO DO SENADO FEDERAL (52ª LEGISLATURA)

Page 5: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

ÍNDICE TEMÁTICO

Pág. Pág.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Defesa da exposição dos gastos públicos na Internet. Senador João Capiberibe. ...................... 226

Destaca a necessidade de aprimoramento de mecanismos que inibam a má aplicação do dinheiro público. Senador João Capiberibe. ....................... 407

Congratula o Senador João Capiberibe pela iniciativa na busca de mecanismos que inibam a má aplicação do dinheiro público. Senadora Heloísa He-lena, aparte ao Senador João Capiberibe. ............. 409

ÁGUA

Alerta sobre o problema que a falta de água pode vir a ser algum dia. Senador Eduardo Siqueira Campos. ................................................................ 190

CRÍTICA

Critica o grampo telefônico instalado pelo Ministro Humberto Costa no telefone do Deputado Serafim Venzon. Senador Demóstenes Torres. .... 223

Critica o grampo telefônico instalado pelo ministro Humberto Costa no telefone do Deputado Serafim Venzon. Senador Heráclito Fortes. .......... 223

DEFESA

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador José Agri-pino, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ........ 203

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Ney Su-assuna, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ... 204

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Tião Via-na, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ........... 205

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Mão San-ta, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ............ 205

Defende o Senador Fernando Bezerra das acu-sações feitas pela imprensa. Senador Garibaldi Alves Filho, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ........... 205

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Ramez Tebet, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ...... 206

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Maguito Vilela, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ...... 206

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Sérgio Zambiasi, aparte ao Senador Fernando Bezerra. 206

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Efraim Morais, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ..... 207

Defende o Senador Fernando Bezerra das acu-sações feitas pela imprensa. Senadora Patrícia Saboya Gomes, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ......... 207

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senadora Ideli Salvatti, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ... 207

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador José Ma-ranhão, aparte ao Senador Fernando Bezerra. .... 208

Defende o Senador Fernando Bezerra das acu-sações feitas pela imprensa. Senador Demóstenes Torres, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ......... 208

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador César Borges, aparte ao Senador Fernando Bezerra. . 209

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senadora Lúcia Vânia, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ...... 209

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Heráclito Fortes. aparte ao Senador Fernando Bezerra. ..... 210

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II

Pág. Pág.

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Flávio Arns. aparte ao Senador Fernando Bezerra. ......... 210

Defende o Senador Fernando Bezerra das acu-sações feitas pela imprensa. Senador Renan Calhei-ros, aparte ao Senador Fernando Bezerra. .............. 210

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador João Te-nório, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ....... 211

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Álvaro Dias, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ........ 211

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Romero Jucá, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ....... 211

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Eurípedes Camargo, aparte ao Senador Fernando Bezerra. .. 211

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Sérgio Guerra, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ..... 211

Defende o Senador Fernando Bezerra das acu-sações feitas pela imprensa. Senador João Capiberibe, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ..................... 212

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Senador Eduardo Azeredo. ................................................................ 223

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Preocupação com a demora para a criação da Sudene. Senador Ney Suassuna. .................... 291

Apelo à liberação de sementes aos agricul-tores nordestinos pelo Ministério da Agricultura. Senador Ney Suassuna. ....................................... 291

EXPLICAÇÃO PESSOAL

Relatório do Ministério Público que o inocenta de acusações de improbidade administrativa feitas pela Corregedoria Geral da União – CGU. Senador Fernando Bezerra. ................................................ 199

Esclarece seu aparte ao discurso do Senador Mão Santa, no qual aborda o problema das chuvas no Piauí. Senador Heráclito Fortes. ...................... 250

Esclarece ao Senador Heráclito Fortes, que não houve critica ao seu aparte no discurso do Se-nador Mão Santa. Senador Magno Malta. ............ 251

GOVERNO ESTADUAL

Anúncio do crescimento do produto interno bruto do Estado da Bahia no ano de 2003. Senador César Borges. ....................................................... 266

Anúncio do crescimento do produto interno bruto do Estado da Bahia no ano de 2003. Senador Marco Maciel. Aparte ao Senador César Borges. . 267

GOVERNO FEDERAL

Considerações sobre a medida provisória da CIDE. Senador Aelton Freitas. .............................. 195

Críticas à falta de ações do governo Lula neste primeiro mês de 2004. Senador Álvaro Dias. ....... 225

Críticas à compra de avião pela Presidência da República. Senador José Agripino. .................. 287

HOMENAGEM

Defesa do Procurador-Geral da República, Dr. Cláudio Fonteles. Senador Pedro Simon. ....... 224

Defesa do Procurador-Geral da República, Dr. Cláudio Fonteles. Senador Eduardo Suplicy aparte ao Senador Pedro Simon. ...................................... 224

Defesa do Procurador-Geral da República, Dr. Cláudio Fonteles. Senador Demóstenes Torres aparte ao Senador Pedro Simon. .......................... 224

Comemoração dos 450 anos de existência da cidade de São Paulo. Senador Romeu Tuma. . 231

Saudações à Associação Catarinense de Professores – ACP pela publicação de edição co-memorativa do Jubileu de Ouro daquela entidade. Senador Leonel Pavan. ......................................... 257

INFRA-ESTRUTURA

Defende a retomada de investimentos desti-nados à infra-estrutura, fundamentais para o cres-cimento do país. Senador César Borges, aparte ao Senador Valdir Raupp. .......................................... 264

JUVENTUDE

Comenta o mau uso do PIB brasileiro, que poderia ser aplicado à infância e juventude. Sena-dor Demóstenes Torres, aparte ao Senador Mão Santa. ................................................................... 247

LEGISLATIVO

Defende a sintonia dos trabalhos no Legisla-tivo. Senador Eduardo Siqueira Campos. ............. 198

Presta esclarecimentos sobre a convocação extraordinária. Senador Heráclito Fortes. ............. 199

Reitera sua posição pessoal de não recebi-mento do pagamento da convocação extraordinária,

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III

Pág. Pág.

repudiando críticas daqueles que a denominam de demagoga. Senadora Serys Slhessarenko. ......... 272

Denota a importância do Parlamento como elemento essencial à democracia. Senador Eurípe-des Camargo, aparte ao Senador Paulo Paim. .... 397

MALHA RODOVIÁRIA

Comenta a situação crítica em que se en-contram as rodovias federais no Estado da Bahia. Senador Antonio Carlos Magalhães. ..................... 196

Cobranças sobre a continuidade das obras de construção de uma ponte no Piauí, que separa Campo Maior de Piripiri. Senador Mão Santa. ..... 245

Cobranças sobre a continuidade das obras de construção de uma ponte no Piauí, que separa Campo Maior de Piripiri. Senador Heráclito Fortes, aparte ao Senador Mão Santa. ............................ 246

Critica o gasto público das obras inacabadas. Senador Eurípedes Camargo, aparte ao Senador Mão Santa. ........................................................... 247

Apelo pela duplicação da Rodovia BR-101, no trecho entre Palhoça e Osório. Senador Valdir Raupp. ................................................................... 391

Situação caótica de estradas em Rondônia. Senador Valdir Raupp. ........................................... 391

MENSAGEM

Mensagem Nº 18, de 2004, de iniciativa do Presidente da República (Nº 20/2004, na origem), que solicita aos membros do congresso nacional, a retirada de tramitação do texto do Protocolo Re-lativo ao Código Aduaneiro do Mercosul, concluí-do em Ouro Preto, assinado pelo Brasil em 17 de dezembro de 1994, submetido a consideração do Congresso Nacional pela mensagem Nº 168, de 1995. ..................................................................... 258

MODELO POLÍTICO

Críticas ao modelo neoliberal. Senador Al-meida Lima aparte ao Senador Papaléo Paes. .... 188

OFÍCIO

Leitura do expediente da Câmara dos Depu-tados, encaminhado ao Primeiro – Secretário do Senado Federal, senador Romeu Tuma, comuni-cando que foram rejeitadas as emendas de Nº 1, 2 e 3, oferecidas por essa casa ao Projeto de Lei de Conversão Nº 29, de 2003 (MPv Nº 133/2003, do Poder Executivo), o qual cria o Programa Especial

de Habitação Popular – PEHP, e dá outras provi-dências. Senador Augusto Botelho. ...................... 298

PARECER

Parecer Nº 45, de 2004, da Comissão de Educação sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 113, de 1995 (Nº 14/95, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que renova a concessão outorgada à Rádio Cultura Foz do Iguaçu Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em ondas curtas na cidade de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná. Senador Osmar Dias. ......................... 8

Parecer Nº 46, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 180, de 2003 (Nº 2.192/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga con-cessão ao Sistema de Comunicação Terra do Sol Ltda. Para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Araripe, Estado do Ceará. Senador Reginaldo Duarte. ....................... 11

Parecer Nº 47, de 2004 da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 426, de 2003 (Nº 2.642/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga permissão à Rádio FM D.A. Ltda., para explorar serviço de radiodifu-são sonora em freqüência modulada na cidade de Camapuã, Estado de Mato Grosso do Sul. Senador Juvêncio da Fonseca. ........................................... 14

Parecer Nº 48, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislati-vo Nº 693, de 2003 (Nº 2.633/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação Comunitária Renascer de Guaimbê a executar serviço de radiodifusão comunitária na ci-dade de Guaimbê, Estado de São Paulo. Senador Papaléo Paes. ....................................................... 17

Parecer Nº 49, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 701, de 2003 (Nº 2.692/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a permis-são da Empresa de Radiodifusão Olímpia Stereo Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sono-ra em freqüência modulada na cidade de Olímpia, Estado de São Paulo. Senador Papaléo Paes. ..... 21

Parecer Nº 50, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 704, de 2003 (Nº 2.917/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a conces-são da Rádio Chamonix Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Mogi-Mirim, Estado de São Paulo. Senador Pa-paléo Paes. ............................................................ 24

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IV

Pág. Pág.

Parecer Nº 51, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 709, de 2003 (Nº 2.931/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a conces-são do Sistema Meridional de Radiodifusão Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Votorantin, Estado de São Paulo. Senador Papaléo Paes. ....................... 27

Parecer Nº 52, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 731, de 2003 (Nº 1.922/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga permis-são à Fundação Trespontana de Desenvolvimento Educacional e Sócio-Cultural para executar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de Três Pontas, Estado de Minas Gerais. Senador Hélio Costa ............................................ 30

Parecer Nº 53, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 740, de 2003 (Nº 866/2001, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova concessão deferida à Rádio Alvorada de Teixeira de Freitas Ltda. Para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Caravelas, Estado da Bahia. Senador João Capiberibe. .................................... 34

Parecer Nº 54, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislati-vo Nº 745, de 2003 (Nº 244/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga permis-são à Cachoeira Alta Telecomunicações Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqü-ência modulada na cidade de Paraopeba, Estado de Minas Gerais. Senador Aelton Freitas. ............ 37

Parecer Nº 55, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 759, de 2003 (Nº 2.716/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a per-missão da Rádio Luz e Alegria Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqüência mo-dulada na cidade de Frederico Westphaen. Estado do Rio Grande do Sul. Senador Mão Santa. ........ 40

Parecer Nº 56, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 766, de 2003 (Nº 3.197/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a As-sociação Comunitária Nova Era de Radiodifusão a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Boa Esperança, Estado de Minas Gerais. Senador Hélio Costa. ............................................ 43

Parecer Nº 57, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 771, de 2003 (Nº 2.457/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga per-missão à Fundação Educativa Cultural Monsenhor

Castro para executar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de Candeias, Estado de Minas Gerais. Senador Eduardo Azere-do. ......................................................................... 47

Parecer Nº 58, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 773, de 2003 (Nº 2.486/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação de Cultura e do Meio Ambiente de Espírito Santo do Turvo a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Espírito Santo do Turvo, Estado de São Paulo. Senador João Ribeiro. ........ 51

Parecer Nº 59, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislati-vo Nº 774, de 2003 (Nº 2.487/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação de Promoção Humana e Cidadania a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Santo Anastácio, Estado de São Paulo. Senador Almeida Lima. ........................................ 55

Parecer Nº 60, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 777, de 2003 (Nº 2.489/2002, na Câmara dos deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Comunitária de Tremendal/ACT a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Tremendal, Estado da Bahia. Senadora Maria do Carmo Alves. ........................................................ 59

Parecer Nº 61, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 778, de 2003 (Nº 2.492/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a As-sociação Comunitária Arco-Íris a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Ibiraci, Estado de Minas Gerais. Senador Hélio Costa. ... 63

Parecer Nº 62, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 786, de 2003 (Nº 2.528/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a conces-são outorgada à Rádio Videira Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de videira, Estado de Santa Catarina. Se-nador Leonel Pavan. .............................................. 67

Parecer Nº 63, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 788, de 2003 (Nº 2.535/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a con-cessão da Fundação Sant’ana – Rádio Sant’ana para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Ponta Grossa, Estado do Paraná. Senador Osmar Dias. .......................... 70

Parecer Nº 64, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 790, de 2003 (Nº 2.606/2002, na Câmara dos

Page 9: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

V

Pág. Pág.

Deputados), que aprova o ato que renova a con-cessão da Rádio Clube Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Santo Antônio de Jesus, Estado da Bahia. Se-nadora Maria do Carmo Alves. ............................. 73

Parecer Nº 65, de 2004 da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 795, de 2003 (Nº 3.122/2003, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que outorga permissão à Legal-Cat Catanduva Comunicações Ltda – ME para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de José Bonifácio, Estado de São Paulo. Senador João Ribeiro ....... 76

Parecer Nº 66, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 797, de 2003 (Nº 3.050/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga permis-são à Rádio Líder de Itapipoca Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqüência mo-dulada na cidade de Itapipoca, Estado do Ceará. Senador Reginaldo Duarte. .................................. 79

Parecer Nº 67, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 804, de 2003 (Nº 2.541/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a con-cessão da Rádio Integração de Carmo do Parnaíba Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Carmo do Parnaíba, Estado de Minas Gerais. Senador Aelton Freitas. 82

Parecer Nº 68, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 806, de 2003 (Nº 2.543/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a permis-são outorgada à FM Verde Vale Ltda., para explo-rar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de União da Vitória, Estado do Paraná. Senador Osmar Dias. .............................. 85

Parecer Nº 69, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 808, de 2003 (Nº 2.550/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a con-cessão da Rádio São Miguel Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Uruguaiana, Estado do Rio Grande do Sul. Senador Valdir Raupp .................................... 88

Parecer Nº 70, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 810, de 2003 (Nº 924/2001, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação Comu-nitária de Rádio Educação e Cultura de Pádua FM a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Santo Antônio de Pádua, Estado do Rio de Janeiro. Senador Sérgio Cabral. ...................... 91

Parecer Nº 71, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de decreto Legislativo Nº 813, de 2003 (Nº 2.565/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a conces-são da Rádio Cultura de Xaxim Ltda, para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Xaxim, Estado de Santa Catarina. Sena-dor Leonel Pavan. .................................................. 95

Parecer Nº 72, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 816, de 2003 (Nº 95.751/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza Asso-ciação Comunitária, de Comunicação e Cultura de Simonésia – MG a executar serviço de radiodifu-são comunitária na cidade de Simonésia, Estado de Minas Gerais. Senador Aelton Freitas. ............ 98

Parecer Nº 73, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 821, de 2003 (Nº 2.558/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a permis-são outorgada à Rádio Sul Capixaba FM de Guaçuí Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em Freqüência modulada na cidade de Guaçuí, Es-tado do Espírito Santo. Senador Gerson Camata. 102

Parecer Nº 74, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 822, de 2003 (Nº 2.599/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Maria, Rainha da Paz a Executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Resplendor, Estado de Minas Gerais. Senador Hélio Costa. ... 105

Parecer Nº 75, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 823, de 2003 (Nº 2.623/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza o cen-tro de Cultura Popular Guimarães Rosa a Executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Porteirinha, Estado de Minas Gerais. Senador Hélio Costa. .................................................................... 109

Parecer Nº 76, de 2004, da Comissão de Educação sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 825, de 2003 (Nº 2.611/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a As-sociação Cultural Comunitária Serrana a Executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Ribeirão Pires, Estado de São Paulo. Senador Al-meida Lima. .......................................................... 113

Parecer Nº 77, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 826, de 2003 (Nº 2.612, de 2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Rádio Comunitária Harmonia FM a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de

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Sapiranga, Estado do Rio Grande do Sul. Senador Valdir Raupp. ........................................................ 117

Parecer Nº 78, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 827, de 2003 (Nº 2.614/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a So-ciedade Beneficente São Judas Tadeu a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Alta Floresta D’Oeste, Estado de Rondônia. Sena-dor Valdir Raupp. .................................................. 121

Parecer Nº 79, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 828, de 2003 (Nº 2.615/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Comunitária Cultural de Tanque Novo – ACC a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Tanque Novo, Estado da Bahia. Senadora Maria do Carmo Alves. ......................................... 125

Parecer Nº 80 de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 832, de 2003 (Nº 2.625/2002, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que autoriza a Associação de Rádio Comunitária de Pedra Branca a Executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Pedra Branca, Estado da Paraíba. Senador Efraim Morais. .................................................................. 129

Parecer Nº 81, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 833, de 2003 (Nº 2.626/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Comunitária de Esporte e Lazer dos Mora-dores de Caatiba a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Caatiba, Estado da Bahia. Senadora Maria do Carmo Alves. ......................... 133

Parecer Nº 82, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de decreto Legislativo Nº 834, de 2003 (Nº 2.627, de 2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação Médica Educacional de Lavras de Man-gabeira – AMEL a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Lavras de Mangabeira, Estado do Ceará. Senador Reginaldo Duarte. ..... 137

Parecer Nº 83, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 835, de 2003 (Nº 2.628/2002, na Câmara dos depu-tados), que aprova o ato que autoriza a Associação Rádio Comunitária Estância Velha – AERCOM FM a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Estância Velha, Estado do Rio Grande do Sul. Senador Valdir Raupp. .............................. 141

Parecer Nº 84, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 840, de 2003 (Nº 3.154/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga permis-

são à Fundação de Armação dos Búzios para exe-cutar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de Iguaba Grande, Estado do Rio de Janeiro. Senador Sérgio Cabral. ................ 145

Parecer Nº 85, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 841, de 2003 (Nº 2.624/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Comunitária São Pedro de Alcântara de Uba-jara a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Ubajara, Estado de Ceará. Senador Reginaldo Duarte. ................................................. 150

Parecer Nº 86, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 846, de 2003 (Nº 1.873/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Rádio Clube de Muqui a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Maqui, Estado do Espírito Santo. Senador Gerson Camata. .......................... 154

Parecer Nº 87, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 882, de 2003 (Nº 2.772/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a con-cessão da Difusora Rádio Cajazeiras Ltda, para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Cajazeiras, Estado da Paraíba. Senador Efraim Morais. ......................................... 158

Parecer Nº 88, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 884, de 2003 (Nº 2.784/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação O Bom Pastor de Amparo Social a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Presidente Bernardes, Estado de São Paulo. Se-nador Papaléo Paes. ............................................ 161

Parecer Nº 89, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 885, de 2003 (Nº 2.787/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a As-sociação a Serviço da Vida e da Verdade a execu-tar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Taciba, Estado de São Paulo. Senador Papaléo Paes. ..................................................................... 165

Parecer Nº 90, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 886, de 2003 (Nº 145/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a permissão outorga-da à Rádio Mirador Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de Rio do Sul, Estado de Santa Catarina. Senador Leonel Pavan. ........................................ 169

Parecer Nº 91, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 717, de 2003 (Nº 2.961/2003, na Câmara dos

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VII

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Deputados), que aprova o ato que renova a con-cessão da Fundação Educacional Mater Ecclesiae para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Jacarezinho, Estado do Paraná. Senador Flávio Arns. ............................... 172

Parecer Nº 92, de 2004, da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, sobre o Projeto de Lei da Câmara Nº 113 de 2003 (Nº 1.273/2003, na casa de origem), que institui regime especial para alteração estatutária das associações, e altera a Lei Nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil. Senador Marcelo Crivela. ............................. 175

Parecer Nº 93, de 2004, da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, sobre o Requerimento Nº 929, de 2003, de autoria do se-nador Arthur Virgílio, que, requer voto de aplauso à advogada iraniana Shirin Ebadi, agraciada com o Prêmio Nobel da Paz. Senador João Capiberibe. 179

Parecer Nº 94, de 2004, da Comissão de Rela-ções exteriores e Defesa Nacional, sobre o Requeri-mento Nº 935, de 2003, de autoria do Senador Arthur Virgílio e outros Senhores Senadores, nos termos do art. 222 do Regimento Interno do Senado Federal, e ouvido o Plenário, de voto de aplauso ao Papa João Paulo II, pelo transcurso do seu vigésimo quinto ani-versário como Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana. Senador Marco Maciel. .............................. 179

PODER LEGISLATIVO

Discute a eficiência das votações no Con-gresso Nacional. Senador Ney Suassuna, aparte ao Senador Paulo Paim. ........................................ 286

POLÍTICA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Aplauso pela iniciativa do governo federal de apresentar projeto de lei para regularização da política de biossegurança no País. Senador Valdir Raupp. ..... 251

POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO

Elogios à educação e à qualidade de vida do povo chileno. Senador Mão Santa. ....................... 246

Comentários a respeito da burocracia no Bra-sil. Senador Ney Suassuna. .................................. 411

POLÍTICA DE MEIO AMBIENTE

Elogios às ações da Polícia Federal juntamen-te com o IBAMA, na chamada “Operação Feliz Ano Velho”, contra a exploração ilegal de madeiras no Estado do Pará. Senadora Ana Júlia Carepa. ...... 294

POLÍTICA ECONÔMICO FINANCEIRA

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Senador Rodolpho Tourinho. .................... 275

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Senador Marco Maciel aparte ao Senador Rodolpho Tourinho. ............................................... 277

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Aparte ao Senador. Senador César Borges, aparte ao Senador Rodolpho Tourinho. ................. 277

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Senador Jefferson Pérez, aparte ao Sena-dor Rodolpho Tourinho. ......................................... 278

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Senador Geraldo Mesquita Júnior, aparte ao Senador Rodolpho Tourinho. ............................ 279

Críticas à manutenção das taxas de juros pelo Bacen, que terá repercussões na taxa de de-semprego. Senador José Agripino. ....................... 287

Lamenta a decisão do Copom pela manutenção da taxa de juros. Justificativas ao posicionamento de S.Exa. contrário ao projeto de lei que cria a zona franca na Amazônia. Senadora Ana Júlia Carepa. ................ 294

POLÍTICA ENERGÉTICA

Expectativa com relação aos projetos estrutu-rais no Estado de Rondônia, para o aproveitamento energético e fluvial do Rio Madeira. Senador Valdir Raupp. ................................................................... 263

POLÍTICA FUNDIÁRIA

Defesa de reforma constitucional como so-lução para as crescentes invasões de terras pelos índios, principalmente no Mato Grosso do Sul. Se-nador Juvêncio da Fonseca. ................................. 191

Defesa de reforma constitucional como so-lução para as crescentes invasões de terras pe-los índios, principalmente no Mato Grosso do Sul. Senador Mozarildo Cavalcanti aparte ao Senador Juvêncio da Fonseca. ............................................ 194

Defesa de reforma constitucional como so-lução para as crescentes invasões de terras pelos índios. Senador Jonas Pinheiro aparte ao Senador Juvêncio da Fonseca. ........................................... 195

POLÍTICA INDIGENISTA

A questão indígena nos estados do Mato Grosso do Sul e Roraima. Senador Ramez Tebet. 280

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VIII

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Critica a criação de reservas indígenas, e de pro-teção ambiental sem estudos aprofundados. Senador Gerson Camata, aparte ao Senador Ramez Tebet. ... 283

Critica a criação de reservas indígenas, e de proteção ambiental sem estudos aprofundados. Senador Mozarildo Cavalcanti, aparte ao Senador Ramez Tebet. ........................................................ 283

POLÍTICA INDUSTRIAL

Considerações sobre o impacto da crise da Parmalat na economia de municípios brasileiros. Senadora Lúcia Vânia. .......................................... 227

POLÍTICA SOCIAL

Comentários a respeito da concentração de renda no Brasil. Senador Mozarildo Cavalcanti. ... 412

POLÍTICA SÓCIO ECONÔMICA

Preocupação com a grave situação enfrentada pelo brasileiro de classe média. Senador Jefferson Péres. ................................................................... 254

Críticas à manutenção da taxa de juros anun-ciada pelo Banco Central. Senador César Borges 266

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Senador Rodolpho Tourinho. ................... 275

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Senador Marco Maciel aparte ao Senador Rodolpho Tourinho. ............................................... 277

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Senador César Borges, aparte ao Senador Rodolpho Tourinho. ............................................... 277

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Senador Jefferson Péres, aparte ao Sena-dor Rodolpho Tourinho. ......................................... 278

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Senador Geraldo Mesquita Júnior, aparte ao Senador Rodolpho Tourinho. ............................ 279

POLÍTICA DE TRANSPORTES

Defesa da agilização de votações de propo-sições importantes no Senado Federal. Senador Antonio Carlos Magalhães. ................................... 196

PREVIDÊNCIA SOCIAL

Desmentido à notícia de que o governo re-tirou o seu apoio à “PEC paralela”. Senador Paulo Paim. ..................................................................... 239

Apóia o Senador Paulo Paim sobre a “PEC paralela”. Senador Ramez Tebet. .......................... 239

Comentários à tramitação da “PEC paralela”. Senador Efraim Morais. ........................................ 240

Comentários sobre a “PEC Paralela”. Senador Leonel Pavan aparte ao Senador Efraim Morais. . 241

Comentários sobre a “PEC Paralela”. Sena-dor Demóstenes Torres aparte ao Senador Efraim Morais. .................................................................. 241

Comentários à tramitação da “PEC paralela”. Senador Magno Malta. .......................................... 248

Comentários à declaração do Presidente da Câmara dos Deputados sobre a tramitação da “PEC paralela” à reforma da Previdência. Senador Jeffer-son Péres. ............................................................. 270

Reitera o compromisso do governo no enca-minhamento da proposta de emenda constitucional paralela da Previdência. Senador Tião Viana. ...... 271

Defesa da aprovação da “PEC paralela”, des-tacando suas discordâncias com a postura do Presi-dente João Paulo sobre a matéria. Senadora Serys Slhessarenko. ....................................................... 272

Inconformismo com declaração do Presidente da Câmara dos Deputados sobre a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição 77, de 2003. Senador Mozarildo Cavalcanti. ............................. 273

Comentários à declaração do Presidente da Câmara dos Deputados sobre a tramitação da “PEC paralela” à reforma da Previdência. Senador Magno Malta. .................................................................... 274

Comentários à tramitação da “PEC paralela” à reforma da Previdência. Senador Ramez Tebet. 280

Comentários à tramitação da “PEC paralela”. Senador Eurípedes Camargo, aparte ao Senador Ramez Tebet. ........................................................ 284

Esclarecimentos sobre diálogo mantido com o Presidente da Câmara dos Deputados, Sr. João Paulo, sobre a convocação extraordinária e a vo-tação da “PEC paralela”. Senador Paulo Paim. .... 286

Considerações sobre a “PEC paralela”. Se-nador José Agripino. ............................................. 287

Considerações sobre a “PEC paralela”. Se-nador Paulo Paim, aparte ao Senador José Agripi-no. .......................................................................... 289

Posicionamento do PSDB com relação à tra-mitação da “PEC paralela” à reforma da Previdência. Senadora Lúcia Vânia. .......................................... 293

Confiança no Governo Federal com relação ao interesse em votar a “PEC paralela”. Senadora Ana Júlia Carepa. ................................................. 294

Expectativa de entendimento entre os Pre-sidentes da Câmara dos Deputados e do Senado

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IX

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Federal para votação da “PEC paralela” à reforma da Previdência. Senador Sibá Machado. .............. 296

Questão do acordo para a votação da “PEC paralela”. Senador Paulo Paim. ............................. 396

Destaca a importância da “PEC paralela”. Senador Ramez Tebet, aparte ao Senador Paulo Paim. ..................................................................... 398

REFORMA AGRÁRIA

Questão filosófica das crises fundiárias no mundo. Senador Sibá Machado. ............................ 393

Importância para o governo Lula do reorde-namento territorial brasileiro, como condição para o desenvolvimento sustentável do país. Senador Sibá Machado. ...................................................... 393

REFORMA JUDICIÁRIA

Destaca a importância da Reforma do Judi-ciário. Senador Ramez Tebet. ............................... 400

Comentários a respeito da Reforma do Judi-ciário. Senador Mozarildo Cavalcanti. .................... 403

Comentários a respeito da Reforma do Judi-ciário. Senador Ramez Tebet, aparte ao Senador Mozarildo Cavalcanti. ........................................... 405

Críticas à falta de tempo para a discussão da Reforma do Judiciário durante a convocação extraordinária. Senadora Heloísa Helena, aparte ao Senador Mozarildo Cavalcanti. ........................ 407

REFORMA TRIBUTÁRIA

Enfatiza a importância da reforma tributária para o desenvolvimento do nordeste. Senador Rodol-pho Tourinho, aparte ao Senador César Borges. . 269

REGIMENTO INTERNO

Informa a retirada do nome de S.Exa. do Blo-co de Apoio ao Governo, já que não é mais filiada ao Partido dos Trabalhadores. Senadora Heloísa Helena. ................................................................. 407

REQUERIMENTO

Requerimento Nº 13, de 2004, que requer nos termos regimentais, que sejam desapensados, para tramitar em separado, o Projeto de Lei da Câmara Nº 113, de 2000; o Projeto de Lei do Senado Nº 92, de 1996; o Projeto de Lei do Senado Nº 107 de 2000; o Projeto de Lei do Senado Nº 181, de 2003. Senadora Serys Slhessarenko. ............................ 181

Requerimento Nº 14, de 2004, que requer nos termos do artigo 222 do regimento interno, que seja consignado nos Anais do Senado Voto de Aplau-so ao povo paulistano, encaminhando-o também à Prefeitura local. Senador Romeu Tuma. ............... 237

Requerimento Nº 15, de 2004, que requer nos termos do artigo 50 da Constituição Federal, combinado com o art. 216 do Regimento Interno do Senado Federal, requeiro à Mesa sejam solicitadas informações ao Ministro de Estado do Trabalho e Emprego, Senhor Jaques Wagner, esclarecimentos acerca da situação das Empresas Parmalat. Sena-dora Lúcia Vânia. .................................................. 237

Requerimento Nº 16, de 2004, que requer nos termos do artigo 50 da Constituição Federal, combinado com o art. 216 do Regimento Interno do Senado federal, requer à Mesa que sejam solicitadas informações ao Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Senhor Roberto Ro-drigues, esclarecimentos acerca da situação das Empresas Parmalat. Senadora Lúcia Vânia. ........ 237

Requerimento Nº 17, de 2004, que requer nos termos do artigo 50 da Constituição Federal, combinado com o art. 216 do Regimento Interno, à Mesa sejam solicitadas informações ao Ministro de Estado do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Senhor Luiz Fernando Furlan, esclareci-mentos acerca da situação das Empresas Parmalat. Senadora Lúcia Vânia .......................................... 238

Requerimento Nº 18, de 2004, que requer nos termos do § 2º do art. 50 da Constituição Federal, combinado com o art. 216 do Regimento Interno do Senado Federal, e considerando matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, edição do dia 11 de janeiro de 2004, pg. B-1, B-5 e B-6, que versa sobre a atuação da Parmalat no Brasil e, particularmente, sobre o envio de R$ 198 milhões para a matriz da empresa na Itália. Solicitando informações sobre os valores reais em dólares norte-americanos, enviados ao exterior, e a origem dos recursos assim como os meios utilizados e o destino das transferências acima mencionadas. Senador Romeu Tuma ........ 259

Introduz um requerimento para ser aditado ao Requerimento Nº 529, de 2003. Senador Delcídio Amaral. ................................................................. 284

Requerimento Nº 19, de 2004, que requer nos termos regimentais, em aditamento ao Reque-rimento Nº 529, de 2003, que a competência da Comissão se estenda também ao Estado de Mato Grosso do Sul. Senador Delcídio Amaral. ............ 284

Requerimento Nº 20, de 2004, que requer nos termos do art. 74, inciso II, combinado com o art. 75 do Regimento interno do Senado Federal, a constituição de Comissão Externa, composta de cinco senadores, com a finalidade de acompanhar

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X

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a Comissão de Sindicância criada pelo Ministério da Saúde, para investigar supostas irregularidades na fila de transplante de medula óssea, praticadas por autoridades ao favorecer apadrinhados políticos, tendo em vista as denúncias do médico Daniel Ta-bak, ex-diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer – INCA, em seu pedido de exoneração. Senadora Lúcia Vânia. 390

SAÚDE

Cobranças de ações do Ministério da Saúde, tendo em vista o crescimento da dengue no Estado do Amapá. Senador João Capiberibe. .................. 265

SENADO FEDERAL

Importância da presença do Ministro da Saúde no plenário do Senado Federal, no dia 4 de feverei-ro. Senadora Lúcia Vânia ..................................... 227

SOLICITAÇÃO

Solicita que a imprensa dê o devido destaque da vida pública do Procurador Geral da República Cláudio Fonteles. Senador Aloísio Mercadante, aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................. 202

SOLIDARIEDADE

Registra sua solidariedade às vítimas das enchentes no Estado do Piauí. Senador Heráclito Fortes. ................................................................... 238

TELECOMUNICAÇÕES

Críticas a prestação de serviços de telefonia e defesa da revisão da lei de telecomunicações e da reformulação do papel da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel. Senador Papaléo Paes. ..................................................................... 186

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Ata da 3ª Sessão Não Deliberativa,em 21 de janeiro de 2004

3ª Sessão Legislativa Extraordinária da 52ª Legislatura

Presidência dos Srs. Paulo Paim, Eduardo Siqueira Campos, Romeu Tuma,da Sra. Serys Slhessarenko, e dos Srs. Efraim Morais e Mão Santa

(Inicia-se a sessão às 14 horas e 30minutos.)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Havendonúmero regimental, declaro aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos tra-balhos.

O Sr. 1º Secretário, Senador Romeu Tuma, pro-cederá à leitura do Expediente.

É lido o seguinte

EXPEDIENTE

MENSAGEMDO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Senhores Membros do Senado Federal,

De conformidade com o art. 52, inciso IV, daConstituição, e com o disposto nos arts. 56, caput e§ 1º, e 66, do Regulamento de Pessoal do ServiçoExterior, aprovado pelo Decreto nº 93.325, de 1º deoutubro de 1986, bem como no art. 53 do Anexo I aoDecreto nº 4.759, de 21 de junho de 2003, submetoà apreciação de Vossas Excelências a escolha, quedesejo fazer, da Senhora Leda Lúcia Martins Ca-margo, Ministra de Segunda Classe da Carreira deDiplomata do Quadro Permanente do Ministériodas Relações Exteriores, para exercer o cargo deEmbaixadora do Brasil junto à República de Mo-çambique.

2. Os méritos da Ministra Leda Lúcia MartinsCamargo que me induziram a escolhê-la para o de-sempenho dessa elevada função, constam da anexainformação do Ministério das Relações Exteriores.

Brasília, 20 de janeiro de 2004. – Luiz InácioLula da Silva.

Aviso nº 50 - Supar/C. Civil

Em 20 de janeiro de 2004

A Sua Excelência o SenhorSenador Romeu TumaPrimeiro Secretário do Senado FederalAssunto: Indicação de autoridade.

Senhor Primeiro Secretário,Encaminho a essa Secretaria Mensagem na

qual o Excelentíssimo Senhor Presidente da Repúbli-ca submete à consideração dessa Casa o nome daSenhora Leda Lúcia Martins Camargo, Ministra deSegunda Classe da Carreira de Diplomata do QuadroPermanente do Ministério das Relações Exteriores,para exercer o cargo de Embaixadora do Brasil juntoà República de Moçambique.

Atenciosamente, – José Dirceu de Oliveira eSilva, Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Pre-sidência da República.

EM Nº 12 DP/DSE/SGEX/AFEPA/G MRE-APES

Brasília, 15 de janeiro de 2004

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,De acordo com o art. 84, inciso XXV, da Consti-

tuição, e com o disposto nos arts. 56, caput e § 1º, e66, do Regulamento de Pessoal do Serviço Exterior,aprovado pelo Decreto nº 93.325, de 1º de outubro de1986, bem como no art. 53 do Anexo I ao Decreto na4.759, de 21 de junho de 2003, submeto à apreciaçãode Vossa Excelência a anexa minuta de Mensagemao Senado Federal, destinada à indicação da Senho-ra Leda Lúcia Martins Camargo, Ministra de SegundaClasse da Carreira de Diplomata do Quadro Perma-nente do Ministério das Relações Exteriores para

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exercer o cargo de Embaixadora do Brasil junto à Re-pública de Moçambique.

2. Encaminho, igualmente em anexo, informa-ções sobre o país e Curriculum-vitae da SenhoraLeda Lúcia Martins Camargo que, juntamente com aMensagem ora submetida à apreciação de VossaExcelência, serão apresentados ao Senado Federalpara exame por parte de seus ilustres membros.

Respeitosamente, – Celso Luiz Nunes Amorim.

INFORMAÇÃO

CURRICULUM VITAEMINISTRO DE SEGUNDA CLASSE LEDA LÚCIAMARTINS CAMARGO

Porto Alegre/RS, 5 de março de 1946. Filha deErnani Saldanha de Camargo e Leda Adelina Mar-tins Camargo. Bacharel em Ciências Jurídicas e So-ciais, UF/RS. Cadeiras de “Sociologia”, da Faculda-de de Ciências Sociais da UFRSGS. e “Metafisica’,da Faculdade de Filosofia da UFRGS.

Curso de “Diplôme D’ETUDES Supérieures deDroit Publique”, Universidade de Paris. Curso de “De-senvolvimento Econômico na América Latina” e “Polí-tica Internacional e América Latina”, do Instituto deAltos Estudos Latino-Americanos, Universidade deParis. Curso de “Sociologia do Poder Político” e “Idéi-as Políticas Contemporâneas”, ‘Institut des SciencesPolitiques”, Paris.

Curso de Direito Internacional Público e Priva-do, Academia de Direito Internacional da Haia. “Lo-wer Certificate in English”, Universidade de Cambrid-ge. Certificado de Língua Francesa, UniversidadeNancy. CPCD, IRBr. Curso de “Política na AméricaCentral”, Georgetown University. Professora Assis-tente de Direito Constitucional na Faculdade de Eco-nomia e Administração de Empresas, RS, 1971/72.

CPF.: 011.556.520-53ID.: 6545/MRE

Terceira Secretária, 17 de outubro de 1977.Segunda Secretária, antigüidade, 12 de dezembrode 1979.Primeira Secretária, merecimento, 23 de dezembrode 1985.Conselheira, merecimento, 19 de dezembro de1990.Ministra de 2º Classe, 16 de junho de 1997.

Assistente do Chefe da Secretaria de Informaçõesdo Gabinete do Ministro de Estado, 1977/80.Divisão Econômica Latino-Americana, 1987/88.

Assessora do Chefe do Departamento Econômico,1988/89.Chefe, Substituta, da Divisão de Cooperação Inte-lectual. 1989/91.Chefe da Divisão de Cooperação Intelectual, 1991.Chefe de Gabinete da Subsecretaria-Geral deAssuntos de Integração, Econ. e de ComércioExterior, 1997/8.

Nova Delhi, Terceira Secretária, 1979.Washington, Segunda Secretária, 1980/83.Buenos Aires, Segunda Secretária, 1983/87.Roma, Conselheira, 1991/95.Santiago, Cônsul-Geral Adjunto, 1995/97.Bruxelas, Missão, Ministra-Conselheira, 2000-03.

Comitiva do Presidente da República em viagem ofi-cial ao Uruguai, 1978 (assessor).VIII Assembléia Geral da OEA, Washington, 1978(assessor).À disposição das Comitivas do Príncipe de Gales,dos Príncipes Herdeiros do Japão e do Presidenteda França, em visitas oficiais ao Brasil, 1978.À disposição das Comitivas do Vice-Presidente daNigéria, do Chanceler da República Federal da Ale-manha e do Vice-Primeiro Ministro da República Po-pular da China, em visitas oficiais ao Brasil, 1979.Comitiva do Ministro de Estado à Reunião do PactoAndino, Lima, 1980 (assessor).Comitiva do Presidente da República em viagem ofi-cial ao Paraguai, 1980 (assessor).Reunião dos Organismos de aplicação do Convêniosobre Transporte Internacional Terrestre dos Paísesdo Cone Sul, Buenos Aires, 1983 (delegado).Comissão Mista Cultural Brasil-Argentina, BuenosAires, 1985 (delegada).VII Reunião de aplicação do Convênio sobre Trans-porte Internacional Terrestre do Brasil e Uruguai,Rio de Janeiro, 1987.Reunião sobre Relações Econômicas Brasil-Chile,Montevidéu, 1987, (delegada).Reunião de Peritos para exame do Tratado Regio-nal de Emergências Alimentares, Buenos Aires,1987 (delegado).Reunião Técnica e Ministerial do Mecanismo deConsulta e Concertação Política, Cartagena 1988(delegado).46’ Congresso Internacional de Americanistas,Amsterdã 1988 (conferencista).Reunião Brasil-Argentina de Alto Nível Governa-mental, Buenos Aires, 1988.

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XIII e XIV Reuniões do Conselho Latino-Americanodo SELA, Caracas 1987 e 1988 (delegado).IV Conferência Regional da CEPAL sobre Integra-ção da Mulher, Guatemala, 1988 (chefe da Delega-ção).Visita Oficial do Presidente da República à Argentina,Buenos Aires 1988 (assessor).XXV Conferência Geral da UNESCO, Paris, 1990(delegado).Assembléia da OMPI, Genebra, 1990 (delegado).Comissão Mista Cultural, Moscou, 1990 (delegado).Congresso Mundial de Educação, da UNESCO,Bangkok, 1990 (delegado).Comissão Mista Cultural, Bruxelas, 1990 (delegado).Visita do Ministro da Educação a Washington eNova York, 1991 (assessora).

Reunião Setorial da UNESCO, Paris, 1991 (delegado).III Reunião de Ministros Responsáveis por Comérciodo Hemisfério, Belo Horizonte, 1997(delegada).III Reunião de Vice-Ministros Responsáveis por Co-mércio do Hemisfério, São José, 1998 (delegada).II Cúpula das Américas, Santiago, 1998.

Auxiliar do Gabinete do Secretário de Saúde do RioGrande do Sul, 1967/70. Auxiliar Administrativo daEmbaixada do Brasil em Paris, 1972/74.

Ordem de Mayo ai Mérito, Oficial, Argentina.Ordem ao Mérito da República Italiana, Comendador.Ordem do Mérito das Forças Armadas do Brasil, Co-mendador.

Eduardo Prisco Paraíso Ramos, Diretor doDepartamento do Serviço Exterior.

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INFORMACÕES GERAIS

1. Política InternaIndependente em 1975, Moçambique conheceu

a paz apenas a partir de outubro de 1992, quando osAcordos de Roma lançaram o país na via da reconcili-ação nacional e da democratização. Hoje, Moçambi-que é apontado como exemplo para outros países re-centemente saídos de situações de conflito.

As primeiras eleições democráticas realiza-ram-se em 1994. A Frelimo foi vitoriosa, e o Presiden-te Joaquim Chissano foi reconduzido, pela via demo-crática, ao cargo que ocupava desde 1986, quando oentão Presidente da República, Samora Machel, mor-reu em acidente aéreo na África do Sul. Em dezembrode 1999, foram realizadas as segundas eleições de-mocráticas, e a Frelimo saiu-se duplamente vitoriosa,alargando sua maioria parlamentar e reelegendo Joa-quim Chissano.

Em maio de 2001, o Presidente Joaquim Chis-sano anunciou que não se apresentaria como candi-dato às eleições presidenciais de 2004. Em junho de2002, durante o VIII Congresso da Frelimo , o ComitêCentral, mantendo Chissano como presidente do par-tido, escolheu para o cargo de Secretário-Geral ecandidato à sucessão presidencial o DeputadoArmando Guebuza, líder da Frelimo “histórica” e dabancada parlamentar. O novo SG é o mais jovem dos“históricos” da Frelimo. Participou da luta da indepen-dência e era conhecido por ser o único a contrapor-sea Samora Machel. Foi um dos negociadores do Acor-do Geral de Paz, em 1992. É hoje, além de político,um empresário de sucesso.

A RENAMO, de Afonso Dhlakama, que obteve,em 1999, 48% dos votos nas eleições presidenciais,continua como a segunda maior força política do país.Nos últimos meses, a Renamo perdeu, todavia, al-guns de seus deputados mais influentes. Apenas nasprovíncias do centro-norte, na Zambézia, a Renamo eseu líder histórico mantêm elevado prestígio junto àspopulações. Dhlakama tem conseguido, no entanto,expressar o descontentamento decorrente da dificul-dade da Frelimo em estender a todo o país os benefí-cios do desenvolvimento.

No dia 19 de novembro de 2003, ocorreram assegundas eleições municipais do país, na qual forameleitos prefeitos e deputados das assembléias dos 33municípios de Moçambique, criados apenas em1998. O resultado oficial ainda não foi divulgado, masdados preliminares indicam vitória da Frelimo na mai-or parte dos municípios. Observadores internacionaisforam unânimes em reconhecer a transparência, nor-

malidade e liberdade de todo o processo eleitoral.Aguarda-se a divulgação do resultado para a avalia-ção final sobre as eleições.

2. Política ExternaOs êxitos em seu processo de reconciliação in-

terna, a estabilidade política e os bons resultados naárea econômica têm facultado a Moçambique maiorprojeção internacional, particularmente no contextoregional e no entorno.

É visível o engajamento moçambicano nos doisprincipais projetos de âmbito continental, a União Afri-cana (UA) e a Nova Parceria para o Desenvolvimentoda África (NEPAD).

A II Reunião da recém-criada União Africanaocorreu exatamente em Maputo, em julho de 2003,ocasião em que o Presidente Joaquim Chissano as-sumiu a Presidência de turno da organização. Logoapós assumir, viu-se confrontado pelo golpe militarem São Tomé e Príncipe, demonstrando grande agili-dade no repúdio ao movimento e habilidade na articu-lação com as organizações internacionais e africanasque se envolveram mais diretamente com a soluçãoda crise. Também foi rápida a manifestação moçam-bicana de condenação ao golpe na Guiné-Bissau, emsetembro último. Moçambique tem mostrado forteempenho na promoção do NEPAD e tem vários proje-tos incluídos entre aqueles a serem financiados noâmbito dessa iniciativa.

Observa-se grande alinhamento com a Áfricado Sul nas posições de política internacional, em par-ticular no campo econômico. Moçambique vem bus-cando trilhar as melhores relações sobretudo com acomunidade financeira internacional a partir de estrei-ta aproximação com os setores empresarial e políticosul-africanos.

3. Relações com o BrasilO Governo de Moçambique demonstrou empe-

nho em intensificar as relações como Brasil com aabertura, em janeiro de 1998, de sua Embaixada emBrasília.

Em julho de 2000, o então Presidente FernandoHenrique Cardoso realizou visita oficial a Maputo,onde participou também da III Conferência de Chefesde Estado e de Governo da CPLP. Em junho de 2001,o Presidente Chissano realizou visita oficial a Brasíliae participou de Cúpula do Mercosul, em Assunção.Em 2002, o Presidente Chissano voltou ao Brasil, afim de participar da IV Cúpula da CPLP, em Brasília.O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou Maputonos dias 5 e 6 novembro deste ano. Durante a visita,foram assinados treze documentos, entre protocolos

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e memorandos de cooperação, em diversas áreas,com destaque para o acordo que prevê ajuda brasilei-ra para a instalação de uma fábrica de antiretroviariasno país.

A CVRD é o grupo empresarial brasileiro commaiores interesses em Moçambique, buscando ga-rantir sua participação, ainda não definida, na explo-ração da rica província carbonífera de Moatize. O pro-jeto da CVRD envolve participação também na explo-ração de ferrovia e do porto de exportação para miné-rios.

Registre-se o anúncio feito pelo Presidente Fer-nando Henrique Cardoso, em Maputo, em julho de2000, de perdão de 95% da dívida pública de Moçam-bique para com o Brasil. A dívida, pública e privada,montava a US$447,7 milhões (dados do Comace demarço de 1999) e referia-se a créditos comerciaisconcedidos no âmbito do PROEX. O gesto brasileiro(à época no valor de US$307 milhões) foi destacadopelo Presidente Joaquim Chissano como exemploconcreto e tangível do espírito de solidariedade noâmbito da CPLP.

4. Principais Programas de Cooperação emAndamento

Entre os Palop, Moçambique é um dos paísescom maior potencial para o estabelecimento de umamplo programa de cooperação com o Brasil, em ra-zão de sua estabilidade política e dimensão geográfi-ca e populacional. Destacam-se, entre os projetos jáem andamento, a cooperação nas seguintes áreas:

• Ciência e Tecnologia. Assinou-se, em Brasília,em 2002, Memorando entre o MCT e o Ministério doEnsino Superior, Ciência e Tecnologia de Moçambi-que, relativo à instalação de um sistema de monitora-ção hidrológica e ambiental em Moçambique utilizan-do satélites brasileiros. O início das atividades do pro-grama de cooperação depende de recursos, pelolado moçambicano. O programa será essencial parao apoio à produção agrícola e aos programas de com-bate à fome.

• Educação. Em novembro último, foi ampliado oprograma moçambicano de “Bolsa Escola”. O Progra-ma é considerado pelo Governo local como uma dasmais importantes estratégias para a redução da po-breza no país, e, por isso, passará a fazer parte doPARPA – Plano de Ação para a Redução da PobrezaAbsoluta. Ademais, está em execução o projeto “Alfa-betização Solidária em Moçambique”, que visa apoiara implantação do Programa Piloto Nacional de Alfa-betização de Moçambique e a estruturação da políti-ca nacional de Educação de Jovens e Adultos.

• Saúde e no combate à AIDS. Está em execu-ção projeto de Apoio ao Programa Nacional de Lutacontra a AIDS, nos seus aspectos de gestão e avalia-ção dos programas e projetos em DST/HIV/AIDS epara a concepção, elaboração e avaliação de materi-ais na área de informação, educação e comunicação.Foi assinado, durante a visita do Presidente Lula, oMemorando de Entendimento na área do HIV/AIDS,com o objetivo de implementar projeto no âmbito do“Programa de Cooperação Internacional para Açõesde Controle e Prevenção do HIV para Países em De-senvolvimento”, do Ministério da Saúde. Graças aesse projeto, já teve início o tratamento de 100 paci-entes soropositivos, mediante assistência técnicabrasileira e distribuição de drogas antirretrovirais pro-duzidas nos Brasil e doadas a Moçambique. Foi assi-nado, também, o Protocolo de Intenções para o esta-belecimento de uma fábrica de antirretrovirais em Mo-çambique, fato que está gerando grandes expectati-vas do lado moçambicano.

• Agricultura. Em 2003, foram firmados o Memo-rando de Entendimento EMBRAPA/Ministério daAgricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), bemcomo o projeto bilateral “Apoio ao Desenvolvimento eFortalecimento do Setor de Pesquisa Agropecuáriade Moçambique”. Trata-se de tema de vital importân-cia para Moçambique, a ponto de estar sendo acom-panhada diretamente pelo próprio Presidente Chissa-no a implementação de ambos os instrumentos. Parao Brasil, além do grande impacto no relacionamentobilateral, o projeto poderá alavanca participação bra-sileira na área de agronegócios.

5. EconomiaAs décadas de luta pela independência e, em

seguida, a longa guerra civil, fizeram de Moçambique,nos anos 80, um dos países mais pobres do mundo,com renda anual per capita de pouco mais de US$100. A pacificação e as políticas de saneamento eco-nômico trouxeram, porém, estabilidade e prosperida-de ao país.

Em 1994 Moçambique aderiu a um programa deliberalização que levou à privatização mais de 1300empresas, encerrando o período de planificação eco-nômica. A partir de 1996, a inflação foi controlada e astaxas de câmbio estabilizadas, e o país passa tam-bém por um processo de reforma fiscal.

A agricultura responde por 26% do PIB, emprega83% da força de trabalho e é responsável por 80% dasexportações. O setor, entretanto, é fortemente afetadopor variações climáticas. Os principais produtos são ca-marões (40% do total das exportações), algodão, casta-

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nha de caju, açúcar e coco. Há ainda considerável reser-vas de petróleo (ainda inexploradas), carvão, gás naturale recursos hidrelétricos, fazendo com que haja hoje, emMoçambique, mais projetos de exploração de energia doque em qualquer outro país da África oriental. A Hidrelé-trica de Cabora Bassa, em Moçambique, é uma das prin-cipais fontes da energia utilizada, por exemplo, pelossul-africanos,.

As principais dificuldades do setor econômicoestão relacionadas aos problemas de infra-estrutura.O Governo atribui, de maneira geral, prioridade à re-cuperação das estradas e das pontes, bem como àmelhoria da rede de distribuição de energia elétrica ede telecomunicações.

O principal foco atual de investimento é o Corre-dor de Desenvolvimento de Maputo, o eixo de trans-porte entre a Província de Gauteng – principal centroindustrial da África do Sul – e Maputo. Os respectivosGovernos estão trabalhando em conjunto para atrairinvestimentos para o Corredor como parte de um pro-grama maior de desenvolvimento. Em setembro de2000, Moçambique e Maláui lançaram o projeto doCorredor de Desenvolvimento de Nacala, que buscaincentivar o crescimento econômico nas áreas próxi-mas à estrada de ferro que liga os dois países, inclusi-ve no norte moçambicano, relativamente mais pobree isolado. Da mesma forma, o Corredor de Desenvol-vimento de Beira liga a região central de Moçambiqueao Zimbábue (Maputo, Beira e Nacala são os trêsprincipais portos do país).

Embora a pobreza ainda seja um dado só-cio-econômico marcante, a confiança dos investido-res internacionais em Moçambique continua alta, e asperspectivas são de continuado crescimento econô-mico e desenvolvimento.

Entre 1998 e 1999, Moçambique alcançou umdos mais altos índices de crescimento do mundo (ocrescimento do PIB teve taxas médias de 10% a.a.).Em dezembro de 2002, o Presidente da Repúblicaanunciou uma previsão de crescimento de 12% para2003. O investimento externo é atualmente responsá-vel por 60% do total das exportações do pais e de cer-ca de 4% de crescimento do PIB. Apesar disso, o paísainda depende de ajuda internacional. Apesar de Mo-çambique ser considerado como país modelo na Áfri-ca, paradigma de desenvolvimento patrocinado pordoadores, vale ressaltar que a vulnerabilidade exter-na ainda está presente e que a economia é frágil. Pro-va disso é que a ajuda externa representa cerca de80% dos recursos do orçamento nacional e é vitalpara fechar o balanço de pagamentos. Registre-se,

no cenário econômico moçambicano, a expressivapresença de capitais sul-africanos.

Em 2001, o Banco Mundial anunciou o perdãoda divida de Moçambique, no âmbito da Iniciativa deAlívio da Dívida dos Países Pobres Altamente Endivi-dados (HIPC), no que foi seguido por Itália, Alema-nha, Reino Unido e EUA. Mais cinco países (Portugal,Suécia, Espanha, Japão e França) estão em proces-so de cancelamento da totalidade da dívida moçambi-cana. A expectativa é de que, ao final do processo, adivida se tenha reduzido de US$ 6 bilhões para US$1.6 bilhão.

Aestratégia de desenvolvimento do país baseia-sehoje no Plano de Ação para a Redução da PobrezaAbsoluta (PARPA), aprovado em 2001 e fruto de amploprocesso de consulta entre governo e sociedade. Comhorizonte temporal até 2005, o PARPAé um plano estra-tégico para a redução da pobreza, no qual se definem asprincipais áreas, objetivos e ações a serem adotadas. OPARPA, em certos aspectos, tem objetivos similares aoFome Zero, programa que desperta enorme interesseem Moçambique, e que pode servir de modelo paraações nesta área. Outra estratégia de longo prazo, ela-borada com apoio do PNUD, é a chamada Agenda 2025,programa de reformas por meio do qual Governo e soci-edade se comprometem a “trabalhar no sentido de en-volver o país na formação de uma visão nacional de lon-go prazo”.

A XIV reunião do Grupo Consultivo do BancoMundial, grupo que reúne os parceiros internacionaise doadores de recursos a Moçambique, realizada noinício de outubro em Paris, transcorreu em ambientede total entendimento entre os países representados.A tônica do Governo moçambicano foi a necessidadede dar seguimento à implantação do PARPA. Todosos participantes reconheceram os resultados positi-vos no campo econômico bem como no campo políti-co, com a consolidação da paz e democracia. Ficouacordado, ao termino da reunião, que a assistênciainternacional para 2004 somará 790 milhões de dóla-res, superando mesmo as expectativas do Governomoçambicano.

Não obstante o expressivo crescimento nos últi-mos anos, Moçambique tem sido fortemente afetado porfenômenos climáticos e pela quebra da produção agríco-la, dificultando os esforços no combate à fome, que inclu-em a importação de cereais, o cultivo de culturas resis-tentes à seca, a utilização de sementes melhoradas e aconstrução e/ou reparação de represas.

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(À Comissão de Relações Exteriores eDefesa Nacional)

PARECERES

PARECER Nº 45, DE 2004

Da Comissão de Educação sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 113, de1995 (nº 14/95, na Câmara dos Deputados),que aprova o ato que renova a concessãooutorgada à Rádio Cultura de Foz do Igua-çu Ltda., para explorar serviço de radiodifu-são sonora em ondas curtas na cidade deFoz do Iguaçu, Estado do Paraná.

Relator: Senador Osmar Dias

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação em cará-ter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 113,de 1995 (nº 14, de 1995, na Câmara dos Deputados),que aprova o ato que renova concessão outorgada à Rá-dio Cultura de Foz do Iguaçu Ltda., para explorar serviçode radiodifusão sonora em ondas curtas na cidade deFoz do Iguaçu, Estado do Paraná.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto de 30 de julho de 1992,que renova concessão para a exploração de canal deradiodifusão sonora, nos termos do art. 223, § 3º, daConstituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissão deCiência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câ-mara dos Deputados, que seguiu o parecer favorável deseu relator. Na Comissão de Constituição e Justiça e deRedação daquela Casa, o projeto foi considerado jurídi-co, constitucional e vazado em boa técnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autorização para serviçosde radiodifusão sonora e de sons e imagens, de-vendo pronunciar-se também sobre a constitucio-

nalidade, juridicidade e técnica legislativa dessas pro-posições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam concessão,permissão ou autorização para que se executem servi-ços de radiodifusão sonora e de sons e imagens, nos ter-mos do art. 223 da Constituição Federal, orienta-se, nes-ta Casa do Legislativo, pelas formalidades e pelos critéri-os estabelecidos na Resolução nº 39, de 1992, do Sena-do Federal. Essa norma interna relaciona os elementos aserem informados pela entidade pretendente e pelo Mi-nistério das Comunicações que devem instruir o proces-so submetido à análise da Comissão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 113, de 1995, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223 daConstituição. Constata-se que o referido projeto nãocontraria preceitos ou princípios da Lei Maior, nada ha-vendo, pois, a objetar no tocante à sua constitucionali-dade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS as 113, de 1995, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova concessão outor-gada à Rádio Cultura de Foz do Iguaçu Ltda., para ex-plorar serviço de radiodifusão sonora em ondas cur-tas na cidade de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, naforma do Projeto de Decreto Legislativo originário daCâmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Vice-Presidente no Exercício da Presidência: HélioCosta – Fátima Cleide – Ideli Salvatti – DuciomarCosta – Aelton Freitas – Mão Santa – GaribaldiAlves Filho – Gérson Camata – Sérgio Cabral –Demóstenes Torres – Jorge Bornhausen – Mariado Carmo Alves – Sérgio Guerra – Eduardo Aze-redo – Osmar Dias, Relator.

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PARECER Nº 46, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobreo Projeto de Decreto Legislativo nº 180,de 2003 (nº 2.192/2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que ou-torga concessão ao Sistema de Comu-nicaçâo Terra do Sol Ltda. para explo-rar serviço de radiodifusão sonora emonda média na cidade de Araripe, Esta-do do Ceará.

Relator: Senador Reginaldo Duarte

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão termi-nativa, o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) nº180, de 2003 (nº 2.192, de 2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que outorga con-cessão ao Sistema de Comunicação Terra do SolLtda., para explorar o serviço de radiodifusão so-nora em onda média na cidade de Araripe, Estadodo Ceará.

Por meio de mensagem presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto de 3 de abril de 2002, queoutorga concessão para a exploração de canal de ra-diodifusão sonora, nos termos do art. 223, § 3º, daConstituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída de conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator.

Na Comissão de Constituição e Justiça e de Reda-ção daquela Casa, o projeto foi considerado jurídico,constitucional e vazado em boa técnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal (RISF), no seu art. 102, IV, cum-pre à Comissão de Educação opinar acerca deproposições que versem sobre comunicação, im-prensa, radiodifusão, televisão, outorga e renova-ção de concessão, permissão e autorização paraserviços de radiodifusão sonora e de sons e ima-

gens, devendo pronunciar-se também sobre aconstitucionalidade, juridicidade e técnica legisla-tiva dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se execu-tem serviços de radiodifusão sonora e de sons eimagens, nos termos do art. 223 da Constituição Fe-deral, orienta-se, nesta Casa do Legislativo, pelasformalidades e pelos critérios estabelecidos na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal. Essanorma interna relaciona os elementos a serem infor-mados pela entidade pretendente e pelo Ministériodas Comunicações que devem instruir o processosubmetido à análise da Comissão de Educação.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do RISF.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS Nº 180, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na le-gislação vigente, e não havendo reparos quanto aosaspectos de constitucionalidade, juridicidade e detécnica legislativa, opinamos pela Aprovação do atoque outorga concessão ao Sistema de ComunicaçãoTerra do Sol Lula., para executar serviço de radiodifu-são sonora em onda média na cidade de Araripe,Estado do Ceará, na forma do projeto de decreto le-gislativo originário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Presidente: Osmar Dias, – Fátima Cleide – IdeliSalvatti – Aelton Freitas – Hélio Costa – ValdirRaupp – Gérson Camata – Efraim Morais – Ma-ria do Carmo Alves – Sérgio Guerra – ReginaldoDuarte, Relator – Mão Santa – Garibaldi AlvesFilho – Papaléo Paes – Edson Lobão – EduardoAzeredo.

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PARECER Nº 47, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 426, de2003 (nº 2.642/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que outorgapermissão à Rádio FM D.A. Ltda., paraexplorar serviço de radiodifusão sonoraem freqüência modulada na cidade deCamapuã, Estado de Mato Grosso doSul.

Relator: Senador Juvêncio da FonsecaRelator ad hoc: Senador Gerson Camata

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em caráterterminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 426,de 2003 (nº 2.642, de 2002, na Câmara dos Deputa-dos), destinado a aprovar o ato constante da Portarianº 304, de 19 de março de 2002, que outorga permis-são à Rádio FM D.A. Ltda. para explorar serviço deradiodifusão sonora em freqüência modulada na cida-de de Camapuã, Estado de Mato Grosso do Sul. Oato foi submetido à apreciação do Congresso Nacio-nal por meio de mensagem presidencial, nos termosdo art. 49, XII, combinado com o art. 223, § 3º, ambosda Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída de conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,

televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 426, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução do SenadoFederal nº 39, de 1992, norma interna disciplinadorado processo de exame e apreciação dos atos do Po-der Executivo que outorgam ou renovam concessão,permissão ou autorização para que se executem ser-viços de radiodifusão sonora e de sons e imagens.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 426, de 2003, nãoevidenciou violação das formalidades estabeleci-das na Resolução do Senado Federal nº 39, de1992, e não havendo reparos quanto aos aspec-tos de constitucionalidade, juridicidade e de técni-ca legislativa, opinamos pela aprovação do atoque outorga permissão à Rádio FM D.A. Ltda.,para explorar serviço de radiodifusão sonora emfreqüência modulada na cidade de Camapuã,Estado de Mato Grosso do Sul, na forma do Proje-to de Decreto Legislativo originário da Câmarados Deputados.

Sala da Comissão, 9 de novembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Gerson Camata, RelatorAd Hoc – Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvat-ti – Duciomar Costa – Aelton Freitas – Hélio Costa– Valdir Raupp – Garibaldi Alves Filho – PapaléoPaes – Efraim Morais – Maria do Carmo Alves –

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00843

Edison Lobão – Sérgio Guerra – Reginaldo Duarte– Eduardo Azeredo.

15ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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PARECER Nº 48, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 693, de2003 (nº 2.633/2003, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação Comunitária Renascer deGuaimbê a executar serviço de radiodifu-são comunitária na cidade de Guaiambê,Estado de São Paulo.

Relator: Senador Papaléo Paes

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em ca-ráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 693, de 2003 (nº 2.633, de 2003, na Câmara dosDeputados), destinado a aprovar o ato constanteda Portaria nº 747, de 10 de maio de 2002, que au-toriza a Associação Comunitária Renascer de Gu-aimbê a executar serviço de radiodifusão comuni-tária na cidade de Guaimbê, Estado de São Paulo.O ato foi submetido à apreciação do CongressoNacional por meio de mensagem presidencial, nostermos do art. 49, XII, combinado com o art. 223, §3º, ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída em conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autorização para serviçosde radiodifusão sonora e de sons e imagens, in-cumbindo-lhe pronunciar-se também sobre a

constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativadessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, aten-de aos requisitos constitucionais formais relativosà competência legislativa da União e às atribui-ções do Congresso Nacional, nos termos dos arts.49, XII, e 223 da Constituição. Constata-se que oreferido projeto não contraria preceitos ou princípiosda Lei Maior, nada havendo, pois, a objetar no tocan-te à sua constitucionalidade material. Sob o aspec-to de técnica legislativa, observa-se que o projetoestá em perfeita consonância com o disposto naLei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de1998.

O exame da documentação que acompanhao PDS nº 693, de 2003, não evidenciou violaçãodas formalidades estabelecidas na Lei nº 9.612,de 1998, tendo ocorrido, na Câmara dos Deputa-dos, o ajuste do período de validade da outorga,que passa de três para dez anos, por força da Leinº 10.597, de 11 de dezembro de 2002, que “alte-ra o parágrafo único do art. 6º da Lei nº 9.612, de19 de fevereiro de 1998, que institui o Serviço deRadiodifusão Comunitária, para aumentar o pra-zo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 693, de 2003, nãoevidenciou violação da legislação pertinente, enão havendo reparos quanto aos aspectos deconstitucionalidade, juridicidade ou técnica legis-lativa, opinamos pela aprovação do ato que autori-za a Associação Comunitária Renascer de Guaim-bê a executar serviço de radiodifusão comunitáriana cidade de Guaimbê, Estado de São Paulo, naforma do Projeto de Decreto Legislativo originárioda Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Papaléo Paes, Relator –Fátima Cleide – João Capiberibe – Duciomar Cos-ta – Aelton Freitas – Eurípedes Camargo – GersonCamata – Garibaldi Alves Filho – José Jorge –Efraim Morais – Maria do Carmo Alves – EdisonLobão – Sérgio Guerra – Reginaldo Duarte – Edu-ardo Azeredo – Lúcia Vânia

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PARECER Nº 49, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 701, de2003 (nº 2.692/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que renova apermissão da Empresa de RadiodifusãoOlímpia Stereo Ltda., para explorar servi-ço de radiodifusão sonora em freqüênciamodulada na cidade de Olímpia, Estadode São Paulo.

Relator: Senador Papaléo Paes

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 701, de 2003 (nº 2.692, de 2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que renova a permis-são da Empresa de Radiodifusão Olímpia StereoLtda., para explorar o serviço de radiodifusão sonoraem freqüência modulada na cidade de Olímpia, Esta-do de São Paulo.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 365, de 24 de julho de2000, que renova permissão para a exploração de ca-nal de radiodifusão sonora, nos termos do art. 223, §3º, da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se execu-tem serviços de radiodifusão sonora e de sons eimagens, nos termos do art. 223 da Constituição Fe-deral, orienta-se, nesta Casa do Legislativo, pelasformalidades e pelos critérios estabelecidos na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal. Essanorma interna relaciona os elementos a serem infor-mados pela entidade pretendente e pelo Ministériodas Comunicações que devem instruir o processosubmetido à análise da Comissão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 701, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 701, de 2003, nãoevidenciou violação das formalidades estabeleci-das na Resolução nº 39, de 1992, do Senado Fe-deral, e não havendo reparos quanto aos aspectosde constitucionalidade, juridicidade e de técnicalegislativa, opinamos pela aprovação do ato querenova permissão da Empresa de RadiodifusãoOlímpia Stereo Ltda., para executar serviço de ra-diodifusão sonora em freqüência modulada na ci-dade de Olímpia, Estado de São Paulo, na formado Projeto de Decreto Legislativo originário da Câ-mara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Senador Osmar Dias, Presidente – Fátima Cleide –Flávio Arns – Eurípedes Camargo – DuciomarCosta – Aelton Freitas – Valdir Raupp – GaribaldiAlves Filho – Papaléo Paes, Relator – Gerson Ca-mata – Edison Lobão – Jorge Bornhausen – JoséJorge – Efraim Morais – Maria do Carmo Alves –Reginaldo Duarte, Relator.

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00851 23ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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PARECER Nº 50, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobreo Projeto de Decreto Legislativo nº704, de 2003 (nº 2.917/2003, na Câma-ra dos Deputados), que aprova o atoque renova a concessão da RádioChamonix Ltda., para explorar servi-ço de radiodifusão sonora em ondamédia na cidade de Mogi-Mirim, Esta-do de São Paulo.

Relator: Senador Papaléo Paes

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislati-vo nº 704, de 2003 (nº 2.917, de 2003, na Câmarados Deputados), que aprova o ato que renova aconcessão da Rádio Chamonix Ltda. para exploraro serviço de radiodifusão sonora em onda médiana cidade de Mogi-Mirim, Estado de São Paulo.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto de 12 de fevereiro de2002, que renova concessão para a exploração decanal de radiodifusão sonora, nos termos do art. 223,§ 3º, da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que apresente solicitação foi instruída em conformida-de com a legislação aplicável, o que levou ao seudeferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se executemserviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,nos termos do art. 223 da Constituição Federal, orien-ta-se, nesta Casa do Legislativo, pelas formalidadese pelos critérios estabelecidos na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal. Essa norma interna relaci-ona os elementos a serem informados pela entidadepretendente e pelo Ministério das Comunicações quedevem instruir o processo submetido à análise da Co-missão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 704, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva doCongresso Nacional, sendo o projeto de decretolegislativo o instrumento adequado, conformepreceitua o art. 213, II, do Regimento Interno doSenado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 704, de 2003, nãoevidenciou violação das formalidades estabeleci-das na Resolução nº 39, de 1992, do Senado Fede-ral, e não havendo reparos quanto aos aspectos deconstitucionalidade, juridicidade e de técnica legis-lativa, opinamos pela aprovação do ato que renovaconcessão da Rádio Chamonix Ltda. para executarserviço de radiodifusão sonora em onda média nacidade de Mogi-Mirim, Estado de São Paulo, na for-ma do Projeto de Decreto Legislativo originário daCâmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 19 de dezembro de 2003. –Senador Osmar Dias, Presidente – Fátima Cleide –João Capiberibe – Eurípedes Camargo – Ducio-mar Costa – Aelton Freitas – Gerson Camata – Pa-paléo Paes, Relator – Edison Lobão – José Jorge –Efraim Morais – Maria do Carmo Alves – SérgioGuerra – Leonel Pavan – Reginaldo Duarte – Edu-ardo Azeredo –Lúcia Vânia.

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PARECER Nº 51, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 709, de2003 (nº 2.931/2003, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que renova aconcessão do Sistema Meridional de Ra-diodifusão Ltda., para explorar serviçode radiodifusão sonora em onda médiana cidade de Votorantin, Estado de SãoPaulo.

Relator: Senador Papaléo Paes

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislati-vo nº 709, de 2003 (nº 2.931/2003, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que renova a con-cessão do Sistema Meridional de RadiodifusãoLtda., para explorar o serviço de radiodifusão so-nora em onda média na cidade de Votorantin,Estado de São Paulo.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto de 12 de abril de 2002,que renova concessão para a exploração de canal deradiodifusão sonora, nos termos do art. 223, § 3º, daConstituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se executemserviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,nos termos do art. 223 da Constituição Federal, orien-ta-se, nesta Casa do Legislativo, pelas formalidadese pelos critérios estabelecidos na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal. Essa norma interna relaci-ona os elementos a serem informados pela entidadepretendente e pelo Ministério das Comunicações quedevem instruir o processo submetido à análise da Co-missão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 709, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva doCongresso Nacional, sendo o projeto de decretolegislativo o instrumento adequado, conformepreceitua o art. 213, II, do Regimento Interno doSenado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 709, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova concessão do Sis-tema Meridional de Radiodifusão Ltda., para executarserviço de radiodifusão sonora em onda média na ci-dade de Votorantin, Estado de São Paulo, na formado Projeto de Decreto Legislativo originário da Câma-ra dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Senador Osmar Dias, Presidente – Fátima Cleide –Eurípedes Camargo – João Capiberibe – Ducio-mar Costa – Aelton Freitas – Mão Santa – PapaléoPaes, Relator – Gerson Camata – Edison Lobão –José Jorge – Efraim Morais – Maria do CarmoAlves – Sérgio Guerra – Eduardo Azeredo – Regi-naldo Duarte – Lúcia Vânia.

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PARECER Nº 52, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobreo Projeto de Decreto Legislativo nº 731,de 2003 (nº 1.922/2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que ou-torga permissão à Fundação Tresponta-na de Desenvolvimento Educacional eSócio-Cultural para executar serviço deradiodifusão sonora em freqüência mo-dulada na cidade de Três Pontas, Esta-do de Minas Gerais.

Relator: Senador Hélio Costa

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em cará-ter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº731, de 2003 (nº 1.922, de 2002, na Câmara dos De-putados), destinado a aprovar o ato constante daPortaria nº 126, de 31 de janeiro de 2002, que outor-ga permissão à Fundação Trespontana de Desen-volvimento Educacional e Sócio-Cultural para exe-cutar pelo prazo de dez anos, sem direito de exclusi-vidade, serviço de radiodifusão sonora em freqüên-cia modulada, com fins exclusivamente educativos,na cidade de Três Pontas, Estado de Minas Gerais.O ato foi submetido à apreciação do Congresso Na-cional por meio de mensagem presidencial, nos ter-mos do art. 49, XII, combinado com o art. 223, § 3º,ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída de conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissão deCiência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câ-mara dos Deputados, que seguiu o parecer favorável deseu relator. Na Comissão de Constituição e Justiça e deRedação daquela Casa, o projeto foi considerado jurídi-co, constitucional e vazado em boa técnica legislativa.

II – Análise

Cumpre à Comissão de Educação, conforme oart. 102, IV, do Regimento Interno do Senado Fede-ral, opinar acerca de proposições que versem sobrecomunicação, imprensa, radiodifusão, televisão, ou-torga e renovação de concessão, permissão e autori-zação para serviços de radiodifusão sonora e de sonse imagens, incumbindo-lhe pronunciar-se tambémsobre a constitucionalidade, juridicidade e técnica le-gislativa dessas proposições.

Devido à sua especificidade, os canais de radio-difusão educativa são reservados à exploração daUnião, Estados e Municípios, universidades e funda-ções constituídas no Brasil, com finalidade educativa,de acordo com o art. 14 do Decreto-Lei nº 236, de 28de fevereiro de 1967, que complementou e modificoua Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962, que instituiuo Código Brasileiro de Telecomunicações.

Não se aplicam à radiodifusão educativa as exi-gências da Resolução do Senado Federal nº 39, de1992, que dispõe sobre formalidades e critérios paraa apreciação dos atos de outorga e renovação deconcessão e permissão para o serviço de radiodifu-são sonora e de sons e imagens.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara dos Deputa-dos, destinada a aprovar o ato do Poder Executivosob exame, atende os requisitos constitucionais for-mais relativos à competência legislativa da União e àsatribuições do Congresso Nacional, nos termos dosarts. 49, XII, e 223 da Constituição. Constata-se que oreferido projeto não contraria preceitos ou princípiosda Lei Maior, nada havendo, pois, a objetar no tocan-te à sua constitucionalidade material. Sob o aspectode técnica legislativa, observa-se que o projeto estáem perfeita consonância com o disposto na Lei Com-plementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 731, de 2003, nãoevidenciou violação da legislação pertinente, enão havendo reparos quanto aos aspectos deconstitucionalidade, juridicidade e de técnica le-gislativa, opinamos pela aprovação do ato que ou-torga permissão à Fundação Trespontana de De-senvolvimento Educacional e Sócio-Cultural paraexecutar serviço de radiodifusão sonora em fre-qüência modulada na cidade de Três Pontas, Esta-do de Minas Gerais, com fins exclusivamente edu-cativos, na forma do Projeto de Decreto Legislativooriginário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003.Sena-dor Osmar Dias, Presidente – Fátima Cleide – HélioCosta, Relator – Flávio Arns – Ideli Salvatti – Ducio-mar Costa – Aelton Freitas – Garibaldi Alves Filho –Valdir Raupp – Gerson Camata – Edison Lobão –Efraim Morais – Maria do Carmo Alves – Sérgio Gu-erra – Eduardo Azeredo – Reginaldo Duarte.

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PARECER Nº 53, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobreo Projeto de Decreto Legislativo nº 740,de 2003 (nº 866/2001, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que reno-va concessão deferida à Rádio Alvora-da de Teixeira de Freitas Ltda. para ex-plorar serviço de radiodifusão sonoraem onda média na cidade de Caravelas,Estado da Bahia.

Relator: Senador João CapiberibeRelator, Ad Hoc: Senador Papaléo Paes

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão terminati-va, o Projeto de Decreto Legislativo nº 740, de 2003(nº 866, de 2001, na Câmara dos Deputados), queaprova o ato que renova concessão deferida à RádioAlvorada de Teixeira de Freitas Ltda., para explorar oserviço de radiodifusão sonora em onda média na ci-dade de Caravelas, Estado da Bahia.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto de 11 de novembro de1994, que renova concessão para a exploração decanal de radiodifusão sonora, nos termos do art. 223,§ 3º, da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída de conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se executemserviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,nos termos do art. 223 da Constituição Federal, orien-ta-se, nesta Casa do Legislativo, pelas formalidadese pelos critérios estabelecidos na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal. Essa norma interna relaci-ona os elementos a serem informados pela entidadepretendente e pelo Ministério das Comunicações quedevem instruir o processo submetido à análise da Co-missão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 740, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante á sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 740, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova concessão deferi-da à Rádio Alvorada de Teixeira de Freitas Ltda., paraexecutar serviço de radiodifusão sonora em onda mé-dia na cidade de Caravelas, Estado da Bahia, na for-ma do Projeto de Decreto Legislativo originário da Câ-mara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Senador Osmar Dias, Presidente – João Capiberi-be, Relator – Fátima Cleide – Flávio Arns – Ducio-mar Costa – Aelton Freitas – Eurípedes Camargo –Garibaldi Alves Filho – Valdir Raupp – PapaléoPaes, Relator ad hoc – Gerson Camata – EdisonLobão – Jorge Bornhausen – José Jorge – Efraim

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Morais – Maria Do Carmo Alves – Reginaldo Duar-te.

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PARECER Nº 54, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 745, de2003 (nº 2.44/2002, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que outorgapermissão à Cachoeira Alta Telecomuni-cações Ltda., para explorar serviço deradiodifusão sonora em freqüência mo-dulada na cidade de Paraopeba, Estadode Minas Gerais.

Relator: Senador Aelton Freitas

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em ca-ráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 745, de 2003 (nº 2.449, de 2002, na Câmara dosDeputados), destinado a aprovar o ato constanteda Portaria nº 352, de 19 de março de 2002, queoutorga permissão à Cachoeira Alta Telecomuni-cações Ltda., para explorar serviço de radiodifu-são sonora em freqüência modulada na cidade deParaopeba, Estado de Minas Gerais. O ato foi sub-metido à apreciação do Congresso Nacional pormeio de mensagem presidencial, nos termos doart. 49, XII, combinado Com o art. 223, § 3º, ambosda Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída de conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-

missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O exame da documentação que acompanhao PDS nº 745, de 2003, não evidenciou violaçãodas formalidades estabelecidas na Resolução doSenado Federal nº 39, de 1992, norma interna dis-ciplinadora do processo de exame e apreciaçãodos atos do Poder Executivo que outorgam ou eno-vam concessão, permissão ou autorização paraque se executem serviços de radiodifusão sonorae de sons e imagens.

A matéria é de competência exclusiva doCongresso Nacional, sendo o projeto de decretolegislativo o instrumento adequado, conformepreceitua o art. 213, II, do Regimento Interno doSenado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 745, de 2003, nãoevidenciou violação das formalidades estabeleci-das na Resolução do Senado Federal nº 39, de1992, e não havendo reparos quanto aos aspectosde constitucionalidade, juridicidade e de técnicalegislativa, opinamos pela aprovação do ato queoutorga permissão à Cachoeira Alta Telecomuni-cações Ltda., para explorar serviço de radiodifu-são sonora em freqüência modulada na cidade deParaopeba, Estado de Minas Gerais, na forma doprojeto de decreto legislativo originário da Câmarados Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Senador Osmar Dias, Presidente – Aelton Freitas,Relator – Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Sal-vatti – Ducimar Costa – Hélio Costa – GaribaldiAlves Filho – Valdir Raupp – Papaléo Paes – Ger-son Camata – Edison Lobão – Efraim Morais –Maria do Carmo Alves – Sérgio Guerra – EduardoAzeredo – Reginaldo Duarte

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00867 39ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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PARECER Nº 55, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 759, de2003 (nº 2.716/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que renova apermissão da Rádio Luz e Alegria Ltda.,para explorar serviço de radiodifusão so-nora em freqüência modulada na cidadede Frederico Westphalen. Estado do RioGrande do Sul.

Relator: Senador Mão SantaRelator ad hoc: Senador Eduardo Azeredo

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em ca-ráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 759, de 2003 (nº 2.716, de 2002, na Câmara dosDeputados), destinado a aprovar o ato constanteda Portaria nº 288, de 20 de junho de 2000, que re-nova a permissão da Rádio Luz e Alegria Ltda.,para explorar serviço de radiodifusão sonora emfreqüência modulada na cidade de FredericoWestphalen, Estado do Rio Grande do Sul. O atofoi submetido à apreciação do Congresso Nacionalpor meio de mensagem presidencial, nos termosdo art. 49, XII, combinado com o art. 223, § 3º, am-bos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída de conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,

televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O exame da documentação que acompanhao PDS nº 759, de 2003, não evidenciou violaçãodas formalidades estabelecidas na Resolução doSenado Federal nº 39, de 1992, norma interna dis-ciplinadora do processo de exame e apreciaçãodos atos do Poder Executivo que outorgam ou re-novam concessão, permissão ou autorização paraque se executem serviços de radiodifusão sonorae de sons e imagens.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior, na-da havendo, pois, a objetar no tocante à sua constitu-cionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 759, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução do Senado Federal nº 39, de 1992, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova a permissão daRádio Luz e Alegria Ltda., para explorar serviço de ra-diodifusão sonora em freqüência modulada na cidadede Frederico Westphalen, Estado do Rio Grande doSul, na forma do Projeto de Decreto Legislativo origi-nário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 dezembro de 2003. – Se-nador Osmar Dias, Presidente – Fátima Cleide –Flávio Arns – Ideli Salvatti – Duciomar Costa –Aelton Freitas – Garibaldi Alves Filho – Valdir Ra-upp – Gerson Camata – Papaléo Paes – EdisonLobão – Efraim Morais – Maria do Carmo Alves –Sérgio Guerra – Eduardo Azeredo – ReginaldoDuarte

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PARECER Nº 56, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobresobre o Projeto de Decreto Legislativonº 766, de 2003 (nº 3.197/2003, na Câ-mara dos Deputados), que aprova o atoque autoriza a Associação ComunitáriaNova Era de Radiodifusão a executarserviço de radiodifusão comunitária nacidade de Boa Esperança, Estado deMinas Gerais.

Relator: Senador Hélio Costa

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em ca-ráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 766, de 2003 (nº 3.197, de 2003, na Câmarados Deputados), destinado a aprovar o ato cons-tante da Portaria nº 1.203, de 5 de julho de 2002,que autoriza a Associação Comunitária Nova Erade Radiodifusão a executar serviço de radiodifu-são comunitária na cidade de Boa Esperança,Estado de Minas Gerais. O ato foi submetido àapreciação do Congresso Nacional por meio demensagem presidencial, nos termos do art. 49,XII, combinado com o art. 223, § 3º, ambos daConstituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que apresente solicitação foi instruída em conformida-de com a legislação aplicável, o que levou ao seudeferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autorização para servi-

ços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,incumbindo-lhe pronunciar-se também sobre aconstitucionalidade, juridicidade e técnica legisla-tiva dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, aten-de aos requisitos constitucionais formais relativosà competência legislativa da União e às atribui-ções do Congresso Nacional, nos termos dos arts.49, XII, e 223 da Constituição. Constata-se que oreferido projeto não contraria preceitos ou princípi-os da Lei Maior, nada havendo, pois, a objetar notocante à sua constitucionalidade material. Sob oaspecto de técnica legislativa, observa-se que oprojeto está em perfeita consonância com o dis-posto na Lei Complementar nº 95, de 26 de feverei-ro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 766, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de1998, tendo ocorrido, na Câmara dos Deputados, oajuste do período de validade da outorga, que pas-sa de três para dez anos, por força da Lei nº 10.597,de 11 de dezembro de 2002, que “altera o parágrafoúnico do art. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereirode 1998, que institui o Serviço de Radiodifusão Co-munitária, para aumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 766, de 2003, nãoevidenciou violação da legislação pertinente, e nãohavendo reparos quanto aos aspectos de constitu-cionalidade, juridieidade ou técnica legislativa, opi-namos pela aprovação do ato que autoriza a Asso-ciação Comunitária Nova Era de Radiodifusão aexecutar serviço de radiodifusão comunitária na ci-dade de Boa Esperança, Estado de Minas Gerais,na forma do Projeto de Decreto Legislativo originá-rio da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Presidente: Senador Osmar Dias – Fátima Cleide –Ideli Salvatti – Aelton Freitas – Hélio Costa – Val-dir Raupp – Gerson Camata – Garibaldi Alves Fi-lho – Efraim Morais – Maria do Carmo Alves – Edi-son Lobão – Sérgio Guerra – Reginaldo Duarte –Eduardo Azeredo –

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PARECER Nº 57, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 771, de2003 (nº 2.457/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que outorgapermissão à Fundação Educativa e Cul-tural Monsenhor Castro para executarserviço de radiodifusão sonora em fre-qüência modulada na cidade de Candei-as, Estado de Minas Gerais.

Relator: Senador Eduardo Azeredo

I – Relatório

Chega a esta Comissão, em caráter terminativo,o Projeto de Decreto Legislativo nº 771, de 2003 (nº2.457, de 2002, na Câmara dos Deputados), queaprova o ato que outorga permissão à Fundação Edu-cativa e Cultural Monsenhor Castro para executarserviço de radiodifusão sonora em freqüência modu-lada na cidade de Candeias, Estado de Minas Gerais.

Por meio de mensagem presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacional,nos termos do art. 49, XII, combinado com o art. 223,§ 3º, ambos da Constituição Federal, o ato constanteda Portaria nº 420, de 20 de março de 2002, que ou-torga permissão para a execução, com fins exclusiva-mente educativos, de serviço de radiodifusão sonoraem freqüência modulada.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe tambémpronunciar-se sobre a constitucionalidade, juridicida-de e técnica legislativa dessas proposições.

Devido à sua especificidade, os canais de radio-difusão educativa são reservados à exploração daUnião, Estados e Municípios, universidades e funda-ções constituídas no Brasil, com finalidade educativa,conforme preceitua o art. 14 do Decreto-lei nº 236, de28 de fevereiro de 1967, que complementou e modifi-cou a Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962, que insti-tuiu o Código Brasileiro de Telecomunicações.

O Regulamento dos Serviços de Radiodifusão(RSR), aprovado pelo Decreto nº 52.795, de 31 deoutubro de 1963, com a redação dada pelo Decreto nº2.108, de 24 de dezembro de 1996, dispõe no seu art.16, § 1º, que as outorgas a estados e municípios se-rão deferidas mediante atos de autorização pelo Pre-sidente da República ou pelo Ministro de Estado dasComunicações, respectivamente, e serão formaliza-das por meio de convênio.

O RSR estabelece ainda, no seu art. 13, §§ 1º e2º, que a outorga para exploração de serviço não de-pende de edital.

Não se aplicam à radiodifusão educativa as exi-gências da Resolução do Senado Federal nº 39, de1992, que dispõe sobre formalidades e critérios paraa apreciação dos atos de outorga e renovação deconcessão e permissão para o serviço de radiodifu-são sonora e de sons e imagens.

A matéria é de competência exclusiva doCongresso Nacional, sendo o projeto de decretolegislativo o instrumento adequado, conformepreceitua o art. 213, II, do Regimento Interno doSenado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 771, de 2003, nãoevidenciou violação da legislação pertinente, enão havendo reparos quanto aos aspectos deconstitucionalidade, juridicidade e de técnica le-gislativa, opinamos pela aprovação do ato que ou-torga permissão à Fundação Educativa e CulturalMonsenhor Castro para executar serviço de radio-

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00875 47ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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difusão sonora em freqüência modulada na cidadede Candeias, Estado de Minas Gerais, na forma doProjeto de Decreto Legislativo originário da Câma-ra dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. – Se-nador Osmar Dias, Presidente – Fátima Cleide – Flávio

Arns – Aelton Freitas – Eurípedes Camargo – Lucio-mar Costa – Garibaldi Alves Filho – Valdir Raupp –Papaléo Paes – Gerson Camata – Jorge Bornhausen– José Jorge – Efraim Morais – Maria do CarmoAlves – Edison Lobão – Antero Paes de Barros –Eduardo Azeredo, Relator, Reginaldo Duarte

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PARECER Nº 58, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 773, de2003 (nº 2.486/2002, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que autoriza aAssociação de Cultura e do Meio Ambien-te de Espírito Santo do Turvo a executarserviço de radiodifusão comunitária na ci-dade de Espírito Santo do Turvo, Estadode São Paulo.

Relator: Senador João Ribeiro

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em ca-ráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 773, de 2003 (nº 2.486, de 2002, na Câmara dosDeputados), destinado a aprovar o ato constante daPortaria nº 467, de 22 de março de 2002, que autori-za a Associação de Cultura e do Meio Ambiente deEspírito Santo do Turvo a executar serviço de radio-difusão comunitária na cidade de Espírito Santo doTurvo, Estado de São Paulo. O ato foi submetido àapreciação do Congresso Nacional por meio demensagem presidencial, nos termos do art. 49, XII,combinado com o art. 223, § 3º, ambos da Consti-tuição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que apresente solicitação foi instruída em conformida-de com a legislação aplicável, o que levou ao seudeferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre á Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autorização para serviços

de radiodifusão sonora e de sons e imagens, in-cumbindo-lhe pronunciar-se também sobre aconstitucionalidade, juridicidade e técnica legisla-tiva dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 773, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998,tendo ocorrido, na Câmara dos Deputados, o ajustedo período de validade da outorga, que passa de trêspara dez anos, por força da Lei nº 10.597, de 11 dedezembro de 2002, que “altera o parágrafo único doart. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, queinstitui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, paraaumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 773, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação de Cul-tura e do Meio Ambiente de Espírito Santo do Turvo aexecutar serviço de radiodifusão comunitária na cida-de de Espírito Santo do Turvo, Estado de São Paulo,na forma do Projeto de Decreto Legislativo originárioda Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente, João Ribeiro, Relator –Relator ad hoc Valdir Raupp – Fátima Cleide – Flá-vio Arns – Aelton Freitas – Eurípedes Camargo –Valdir Raupp – Garibaldi Alves Filho – PapaléoPaes – Jorge Bornhausen – José Jorge – EfraimMorais – Maria do Carmo Alves – Edison Lobão –Reginaldo Duarte

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PARECER Nº 59, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 774, de2003 (nº 2.487/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação de Promoção Humana e Ci-dadania a executar serviço de radiodifu-são comunitária na cidade de SantoAnastácio, Estado de São Paulo.

Relator: Senador Almeida LimaRelator ad hoc: Senador Hélio Costa

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão terminati-va, o Projeto de Decreto Legislativo nº 774, de 2003(nº 2.487, de 2002, na Câmara dos Deputados), queaprova o ato que autoriza a Associação de PromoçãoHumana e Cidadania a executar serviço de radiodifu-são comunitária na cidade de Santo Anastácio, Esta-do de São Paulo.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Podaria nº 469, de 22 de março de2002, que autoriza a exploração de canal de radiodi-fusão, nos termos do art. 49, XII, combinado com oart. 223, § 3º ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída de conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comis-são de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Infor-mática da Câmara dos Deputados, que seguiu oparecer favorável de seu relator. Na Comissão deConstituição e Justiça e de Redação daquelaCasa, o projeto recebeu substitutivo que corrige oprazo da autorização de três para dez anos, emconformidade com o disposto na Lei nº 10.597, de11 de dezembro de 2002.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,

televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223,da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 774, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998.O período de validade da outorga, corrigido de trêspara dez anos, encontra-se em conformidade com aLei nº 10.597, de 2002, que “altera o parágrafo únicodo ad. 62 da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998,que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária,para aumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 774, de 2003, nãoevidenciou violação da legislação pertinente, es-tão havendo reparos quanto aos aspectos deconstitucionalidade, juridicidade ou técnica legis-lativa, opinamos pela aprovação do ato que autori-za a Associação de Promoção Humana e Cidada-nia a executar serviço de radiodifusão comunitáriana cidade de Santo Anastácio, Estado de São Pau-lo, na forma do projeto de decreto legislativo origi-nário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. – Se-nador Osmar Dias, Presidente – Senador AlmeidaLima, Relator – Senador Hélio Costa, Relator ad hoc –Fátima Cleide – Ideli Salvatti – João Capiberibe –Aelton Freitas – Eurípedes Camargo – Mão Santa– Demóstenes Torres – Maria do Carmo Alves –Jonas Pinheiro – Sérgio Guerra – Leonel Pavan –Reginal Duarte – Eduardo Azeredo.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00883 55ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00885 57ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 72: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

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Page 73: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER Nº 60, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 777, de2003 (nº 2.489/2002, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que autoriza aAssociação Comunitária de Tremedal/ACTa executar serviço de radiodifusão comu-nitária na cidade de Tremedal, Estado daBahia.

Relatora: Senadora Maria do Carmo Alves

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em ca-ráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 777, de 2003 (nº 2.489, de 2002, na Câmara dosDeputados), destinado a aprovar o ato constanteda Portaria nº 471, de 22 de março de 2002, queautoriza a Associação Comunitária de Treme-dal/ACT a executar serviço de radiodifusão comu-nitária na cidade de Tremedal, Estado da Bahia. Oato foi submetido à apreciação do Congresso Naci-onal por meio de mensagem presidencial, nos ter-mos do art. 49, XII, combinado com o art. 223, § 3º,ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída em conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autorização para serviçosde radiodifusão sonora e de sons e imagens, in-cumbindo-lhe pronunciar-se também sobre a

constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativadessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, aten-de aos requisitos constitucionais formais relativosà competência legislativa da União e às atribui-ções do Congresso Nacional, nos termos dos arts.49, XII, e 223 da Constituição. Constata-se que oreferido projeto não contraria preceitos ou princípi-os da Lei Maior, nada havendo, pois, a objetar notocante à sua constitucionalidade material. Sob oaspecto de técnica legislativa, observa-se que oprojeto está em perfeita consonância com o dis-posto na Lei Complementar nº 95, de 26 de feverei-ro de 1998.

O exame da documentação que acompanhao PDS nº 777, de 2003, não evidenciou violaçãodas formalidades estabelecidas na Lei nº 9.612,de 1998, tendo ocorrido, na Câmara dos Deputa-dos, o ajuste do período de validade da outorga,que passa de três para dez anos, por força da Leinº 10.597, de 11 de dezembro de 2002, que “alte-ra o parágrafo único do art. 6º da Lei nº 9.612, de19 de fevereiro de 1998, que institui o Serviço deRadiodifusão Comunitária, para aumentar o pra-zo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 777, de 2003, nãoevidenciou violação da legislação pertinente, enão havendo reparos quanto aos aspectos deconstitucionalidade, juridicidade ou técnica legis-lativa, opinamos pela aprovação do ato que autori-za a Associação Comunitária de Tremedal/ACT aexecutar serviço de radiodifusão comunitária na ci-dade de Tremedal, Estado da Bahia, na forma doProjeto de Decreto Legislativo originário da Câma-ra dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Presidente Senador Osmar Dias – Fátima Cleide –Flávio Arns – Ideli Salvati – Duciomar Costa –Aelton Freitas – Valdir Raupp – Gérson Camata –Garibaldi Alves Filho – Efraim Morais – Maria doCarmo Alves, Relatora – Edison Lobão – SérgioGuerra – Reginaldo Duarte – Antero Paes deBarros – Eduardo Azeredo, Relator.

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00889 61ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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PARECER Nº 61, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 778, de2003 (nº 2.492/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação Comunitária Arco-Íris a exe-cutar serviço de radiodifusão comunitá-ria na cidade de Ibiraci, Estado de MinasGerais.

Relator: Senador Hélio Costa

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em ca-ráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 778, de 2003 (nº 2.492, de 2002, na Câmara dosDeputados), destinado a aprovar o ato constanteda Portaria nº 153, de 19 de fevereiro de 2002, queautoriza a Associação Comunitária Arco-Íris a exe-cutar serviço de radiodifusão comunitária na cida-de de Ibiraci, Estado de Minas Gerais. O ato foisubmetido à apreciação do Congresso Nacionalpor meio de mensagem presidencial, nos termosdo art. 49, XII, combinado com o art. 223, § 3º am-bos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída em conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-

ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinadaa aprovar o ato do Poder Executivo sob exame,atende aos requisitos constitucionais formais re-lativos à competência legislativa da União e àsatribuições do Congresso Nacional, nos termosdos arts. 49, XII, e 223 da Constituição. Consta-ta-se que o referido projeto não contrana precei-tos ou princípios da Lei Maior, nada havendo,pois, a objetar no tocante à sua constitucionalida-de material. Sob o aspecto de técnica legislativa,observa-se que o projeto está em perfeita conso-nância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 778, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de1998, tendo ocorrido, na Câmara dos Deputados, oajuste do período de validade da outorga, que passade três para dez anos, por força da Lei nº 10.597, de11 de dezembro de 2002, que “altera o parágrafo úni-co do art. 62 da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de1998, que institui o Serviço de Radiodifusão Comu-nitária, para aumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 778, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação Comuni-tária Arco-Iris a executar serviço de radiodifusão co-munitária na cidade de Ibiraci, Estado de Minas Gera-is, na forma do Projeto de Decreto Legislativo originá-rio da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, em 9 de Dezembro de2003. – Presidente Senador Osmar Dias – FátimaCleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti – DuciomarCosta – Aelton Freitas – Hélio Costa, Relator –Valdir Raupp – Gerson Camata – Garibaldi AlvesFilho – Papaléo Paes – Efraim Morais – Maria doCarmo Alves – Edison Lobão – Sérgio Guerra –Reginaldo Duarte – Eduardo Azeredo, Relator.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00891 63ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00893 65ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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PARECER Nº 62, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobreo Projeto de Decreto Legislativo nº786, de 2003 (nº 2.528/2002, na Câmarados Deputados), que aprova o ato querenova a concessão outorgada à Rá-dio Videira Ltda., para explorar servi-ço de radiodifusão sonora em ondamédia na cidade de Videira, Estado deSanta Catarina.

Relator: Senador Leonel PavanRelator ad hoc: Senador: Jorge Bornhasen

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em caráterterminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 786,de 2003 (nº 2.528, de 2002, na Câmara dos Deputa-dos), destinado a aprovar o ato constante do Decretode 14 de maio de 1997, que renova concessão outor-gada à Rádio Videira Ltda., para explorar serviço deradiodifusão sonora em onda média na cidade de Vi-deira, Estado de Santa Catarina. O ato foi submetidoà apreciação do Congresso Nacional por meio demensagem presidencial, nos termos do art. 49, XII,combinado com o art. 223, § 3º, ambos da Constitui-ção Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída de conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação de

concessão, permissão e autorização para serviçosde radiodifusão sonora e de sons e imagens, de-vendo pronunciar-se também sobre a constitucio-nalidade, juridicidade e técnica legislativa dessasproposições.

O exame da documentação que acompanhao PUS nº 786, de 2003, não evidenciou violaçãodas formalidades estabelecidas na Resolução doSenado Federal nº 39, de 1992, norma interna dis-ciplinadora do processo de exame e apreciaçãodos atos do Poder Executivo que outorgam ou re-novam concessão, permissão ou autorização paraque se executem serviços de radiodifusão sonorae de sons e imagens.

A matéria é de competência exclusiva doCongresso Nacional, sendo o projeto de decretolegislativo o instrumento adequado, conformepreceitua o art. 213, II, do Regimento Interno doSenado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PUS nº 786, de 2003, nãoevidenciou violação das formalidades estabeleci-das na Resolução do Senado Federal nº 39, de1992, e não havendo reparos quanto aos aspectosde constitucionalidade, juridicidade e de técnicalegislativa, opinamos pela aprovaçâo do ato querenova concessão outorgada à Rádio VideiraLtda., para explorar serviço de radiodifusão sono-ra em onda média na cidade de Videira, Estado deSanta Catarina, na forma do projeto de decreto le-gislativo originário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003.– Senador Osmar Dias, Presidente – Senador Le-onel Pavan, Relator – Jorge Bormhausen, Rela-tor ad hoc, – Fátima Cleide – Flávio Arns – IdeliSalvatti – Duciomar Costa – Aelton Freitas –Valdir Raupp – Garibaldi Alves Filho – PapaléoPaes – José Jorge – Efraim Morais – Maria doCarmo Alves – Edison Lobão – Sérgio Guerra –Reginaldo Duarte – Eduardo Azeredo.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00895 67ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00897 69ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 84: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER Nº 63, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobreo Projeto de Decreto Legislativo nº 788,de 2003 (nº 2.535/2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que re-nova a concessão da FundaçãoSant’ana – Rádio Sant’ana para explo-rar serviço de radiodifusão sonora emonda média na cidade de Ponta Gros-sa, Estado do Paraná.

Relator: Senador Osmar Dias

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em ca-ráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 788, de 2003 (nº 2.535, de 2002, na Câmarados Deputados), destinado a aprovar o ato cons-tante do Decreto de 4 de fevereiro de 1998, querenova a concessão da Fundação Sant’ana – Rá-dio Sant’ana para explorar serviço de radiodifu-são sonora em onda média na cidade de PontaGrossa, Estado do Paraná. O ato foi submetido àapreciação do Congresso Nacional por meio demensagem presidencial, nos termos do art. 49,XII, combinado com o art. 223, § 3º, ambos daConstituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída de conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autorização para serviços

de radiodifusão sonora e de sons e imagens, de-vendo pronunciar-se também sobre a constitucio-nalidade, juridicidade e técnica legislativa dessasproposições.

O exame da documentação que acompanhao PDS nº 788, de 2003, não evidenciou violaçãodas formalidades estabelecidas na Resolução doSenado Federal nº 39, de 1992, norma interna dis-ciplinadora do processo de exame dos atos do Po-der Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se execu-tem serviços de radiodifusão sonora e de sons eimagens.

A matéria é de competência exclusiva doCongresso Nacional, sendo o projeto de decretolegislativo o instrumento adequado, conformepreceitua o art. 213, II, do Regimento Interno doSenado Federal.

A proposição oriunda da Câmara dos Deputa-dos, destinada a aprovar o ato do Poder Executivosob exame, atende aos requisitos constitucionaisformais relativos à competência legislativa daUnião e às atribuições do Congresso Nacional,nos termos dos arts. 49, XII, e 223 da Constituição.Constata-se que o referido projeto não contrariapreceitos ou princípios da Lei Maior, nada haven-do, pois, a objetar no tocante à sua constitucionali-dade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 788, de 2003, nãoevidenciou violação das formalidades estabeleci-das na Resolução do Senado Federal nº 39, de1992, e não havendo reparos quanto aos aspec-tos de constitucionalidade, juridicidade e de técni-ca legislativa, opinamos pela aprovação do atoque renova concessão da Fundação Sant’ana –Rádio Sant’ana para explorar serviço de radiodi-fusão sonora em onda média na cidade de PontaGrossa, Estado do Paraná, na forma do Projetode Decreto Legislativo originário da Câmara dosDeputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Hélio Costa, Presidente – Osmar Dias, Relator –Fátima Cleide – Ideli Salvatti – João Capiberibe –Duciomar Costa – Aelton Freitas – Gerson Cama-ta – Sérgio Cabral – Mão Santa – Garibaldi AlvesFilho – Demóstenes Torres – Jorge Bornhausen– José Jorge – Maria do Carmo Alves – SérgioGuerra – Eduardo Azeredo.

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Page 86: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

00900 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL72

Page 87: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER Nº 64, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 790, de2003 (nº 2.606/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que renova aconcessão da Rádio Clube Ltda., para ex-plorar serviço de radiodifusão sonora emonda média na cidade de Santo Antôniode Jesus, Estado da Bahia.

Relatora: Senadora Maria do Carmo Alves

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 790, de 2003 (nº 2.606, de 2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que renova a conces-são da Rádio Clube Ltda., para explorar serviço de ra-diodifusão sonora em onda média na cidade de SantoAntônio de Jesus, Estado da Bahia.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto de 24 de abril de 2002,que renova concessão para a exploração de canal deradiodifusão sonora, nos termos do art. 223, § 3º, daConstituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que apresente solicitação foi instruída em conformida-de com a legislação aplicável, o que levou ao seudeferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autorização para serviçosde radiodifusão sonora e de sons e imagens, de-vendo pronunciar-se também sobre a constitucio-nalidade, juridicidade e técnica legislativa dessasproposições.

O processo de exame e apreciação dos atosdo Poder Executivo que outorgam ou renovamconcessão, permissão ou autorização para que seexecutem serviços de radiodifusão sonora e desons e imagens, nos termos do art. 223 da Consti-tuição Federal, orienta-se, nesta Casa do Legisla-tivo, pelas formalidades e pelos critérios estabele-cidos na Resolução nº 39, de 1992, do Senado Fe-deral. Essa norma interna relaciona os elementosa serem informados pela entidade pretendente epelo Ministério das Comunicações que devem ins-truir o processo submetido á análise da Comissãode Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 790, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua, cons-titucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 790, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova a concessão daRádio Clube Ltda., para explorar serviço de radiodifu-são sonora em onda média na cidade de Santo Antô-nio de Jesus, Estado da Bahia, na forma do Projetode Decreto Legislativo originário da Câmara dos De-putados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Maria do Carmo Alves,Relator – Fátima Cleide – Flávio Arns –DuciomarCosta – Aelton Freitas – Eurípedes Camargo –Valdir Raupp – Gerson Camata – Garibaldi AlvesFilho – Papaléo Paes – Jorge Bornhausen – JoséJorge – Efraim Morais – Edison Lobão – ReginaldoDuarte.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00901 73ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 88: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

00902 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL74

Page 89: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00903 75ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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PARECER Nº 65, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 795, de2003 (nº 3.122/2003, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que outorgapermissão à Legal-Cat Catanduva Comu-nicações Ltda – ME para explorar serviçode radiodifusão sonora em freqüênciamodulada na cidade de José Bonifácio,Estado de São Paulo.

Relator: Senador João RibeiroRelator ad hoc: Senador Valdir Raupp

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 795, de 2003 (nº 3.122, de 2003, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que outorga permissãoà Legal-Cat Catanduva Comunicações Ltda., – MEpara explorar serviço de radiodifusão sonora em fre-qüência modulada na cidade de José Bonifácio, Esta-do de São Paulo.

Por meio de mensagem presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 1.064, de 26 de junhode 2002, que outorga permissão para a exploraçãode canal de radiodifusão sonora, nos termos do art.223, § 3º, da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se executemserviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,nos termos do art. 223 da Constituição Federal, orien-ta-se, nesta Casa do Legislativo, pelas formalidadese pelos critérios estabelecidos na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal. Essa norma interna relaci-ona os elementos a serem informados pela entidadepretendente e pelo Ministério das Comunicações quedevem instruir o processo submetido à análise da Co-missão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 795, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva doCongresso Nacional, sendo o projeto de decretolegislativo o instrumento adequado, conformepreceitua o art. 213, II, do Regimento Interno doSenado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 795, de 2003, nãoevidenciou violação das formalidades estabeleci-das na Resolução nº 39, de 1992, do Senado Fe-deral, e não havendo reparos quanto aos aspectosde constitucionalidade, juridicidade e de técnicalegislativa, opinamos pela aprovação do ato queoutorga permissão à Legal-Cat Catanduva Comu-nicações Ltda., – ME para explorar serviço de radi-odifusão sonora em freqüência modulada na cida-de de José Bonifácio, Estado de São Paulo, na for-ma do projeto de decreto legislativo originário daCâmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Valdir Raupp, Relator adhoc – Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti –Duciomar Costa – Aelton Freitas – Garibaldi AlvesFilho – Papaléo Paes – Efraim Morais – Maria doCarmo Alves – Edison Lobão – Sérgio Guerra –Reginaldo Duarte – Eduardo Azeredo.

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PARECER Nº 66, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 797, de2003 (nº 3.050/2003, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que outorgapermissão à Rádio Líder de ItapipocaLtda., para explorar serviço de radiodifu-são sonora em freqüência modulada nacidade de Itapipoca, Estado do Ceará.

Relator: Senador Reginaldo Duarte

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 797, de 2003 (nº 3.050, de 2003, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que outorga permissãoà Rádio Líder de Itapipoca Ltda., para explorar servi-ço de radiodifusão sonora em freqüência moduladana cidade de Itapipoca, Estado do Ceará.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 294, de 19 de março de2002, que outorga permissão para a exploração decanal de radiodifusão sonora, nos termos do art. 223,§ 3º, da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente so-licitação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atosdo Poder Executivo que outorgam ou renovamconcessão, permissão ou autorização para que seexecutem serviços de radiodifusão sonora e desons e imagens, nos termos do art. 223 da Consti-tuição Federal, orienta-se, nesta Casa do Legisla-tivo, pelas formalidades e pelos critérios estabele-cidos na Resolução nº 39, de 1992, do Senado Fe-deral. Essa norma interna relaciona os elementosa serem informados pela entidade pretendente epelo Ministério das Comunicações que devem ins-truir o processo submetido à análise da Comissãode Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 797, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 797, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal, e nãohavendo reparos quanto aos aspectos de constituci-onalidade, juridicidade e de técnica legislativa, opi-namos pela aprovação do ato que outorga permis-são à Rádio Líder de Itapipoca Ltda., para explorarserviço de radiodifusão sonora em freqüência modu-lada na cidade de Itapipoca, Estado do Ceará, naforma do projeto de decreto legislativo originário daCâmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Senador Osmar Dias, Presidente – Fátima Cleide –Flávio Arns – Ideli Salvatti – Duciomar Costa –Aelton Freitas – Hélio Costa – Garibaldi Alves Filho– Valdir Raupp – Papaléo Paes – Gerson Camata –Edison Lobão – Efraim Morais – Maria do CarmoAlves – Sérgio Guerra – Eduardo Azeredo – Regi-naldo Duarte, Relator.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00907 79ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00909 81ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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PARECER Nº 67, DE 2004

Da comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 804, de2003 (nº 2.541/02, na Câmara dos Deputa-dos), que aprova o ato que renova a con-cessão da Rádio Integração de Carmo doParanaíba Ltda., para explorar serviço deradiodifusão sonora em onda média nacidade de Carmo do Paranaíba, Estadode Minas Gerais.

Relator: Senador Aelton Freitas

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 804, de 2003 (nº 2.541, de 2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que renova a conces-são da Rádio Integração de Carmo do ParanaíbaLtda., para explorar serviço de radiodifusão sonoraem onda média na cidade de Carmo do Paranaíba,Estado de Minas Gerais.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto 24 de novembro de 1998,que renova concessão para a exploração de canal deradiodifusão sonora, nos termos do art. 223, § 3º, daConstituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se executemserviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,nos termos do art. 223 da Constituição Federal, orien-ta-se, nesta Casa do Legislativo, pelas formalidadese pelos critérios estabelecidos na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal. Essa norma interna relaci-ona os elementos a serem informados pela entidadepretendente e pelo Ministério das Comunicações quedevem instruir o processo submetido à análise da Co-missão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 804, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legisiativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 804, de 2003, nãoevidenciou violação das formalidades estabeleci-das na Resolução nº 39, de 1992, do Senado Fe-deral, e não havendo reparos quanto aos aspectosde constitucionalidade, juridicidade e de técnicalegislativa, opinamos pela aprovação do ato querenova a concessão da Rádio Integração de Car-mo do Paranaíba Ltda., para explorar serviço deradiodifusão sonora em onda média na cidade deCarmo do Paranaíba, Estado de Minas Gerais, naforma do Projeto de Decreto Legislativo originárioda Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Aelton Freitas, Relator– Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti –Duciomar Costa – Valdir Raupp – Gerson Camata– Garibaldi Alves Filho – Papaléo Paes – JorgeBornhausen – José Jorge – Efraim Morais –Maria do Carmo Alves – Edison Lobão – Regi-naldo Duarte – Eduardo Azeredo.

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00911 83ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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PARECER Nº 68, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 806, de2003 (nº 2.543/02, na Câmara dos Deputa-dos), que aprova o ato que renova a per-missão outorgada à FM Verde Vale Ltda.,para explorar serviço de radiodifusão so-nora em freqüência modulada na cidadede União da Vitória, Estado do Paraná.

Relator: Senador Osmar Dias

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislati-vo nº 806, de 2003 (nº 2.543, de 2002, na Câmarados Deputados), que aprova o ato que renova apermissão outorgada à FM Verde Vale Ltda., paraexplorar serviço de radiodifusão sonora em fre-qüência modulada na cidade de União da Vitória,Estado do Paraná.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 211, de 12 de outubrode 1988, que renova permissão para a exploração decanal de radiodifusão sonora, nos termos do art. 223,§ 3º, da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se executemserviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,nos termos do art. 223 da Constituição Federal, orien-ta-se, nesta Casa do Legislativo, pelas formalidadese pelos critérios estabelecidos na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal. Essa norma interna relaci-ona os elementos a serem informados pela entidadepretendente e pelo Ministério das Comunicações quedevem instruir o processo submetido à análise da Co-missão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 806, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva doCongresso Nacional, sendo o projeto de decretolegislativo o instrumento adequado, conformepreceitua o art. 213, II, do Regimento Interno doSenado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 806, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova a permissão outor-gada à FM Verde Vale Ltda., para explorar serviço deradiodifusão sonora em freqüência modulada na cida-de de União da Vitória, Estado do Paraná, na formado Projeto de Decreto Legislativo originário da Câma-ra dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 dezembro de 2003. –Hélio costa, Presidente – Osmar Dias, Relator –Fátima Cleide – Ideli Salvatti – João Capiberibe– Duciomar Costa – Aelton Freitas – Gerson Ca-mata – Sérgio Cabral – Mão Santa – GaribaldiAlves Filho – Demóstenes Torres – Jorge Bor-nhausen – José Jorge – Maria do Carmo Alves –Sérgio Guerra – Eduardo Azeredo.

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00915 87ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 102: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER Nº 69, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 808, de2003 (nº 2.550/02, na Câmara dos Deputa-dos), que aprova o ato que renova a con-cessão da Rádio São Miguel Ltda., paraexplorar serviço de radiodifusão sonoraem onda média na cidade de Uruguaiana,Estado do Rio Grande do Sul.

Relator: Senador Valdir Raupp

I - Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 808, de 2003 (nº 2.550, de 2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato o que renova a conces-são da Rádio São Miguel Ltda., para explorar serviçode radiodifusão sonora em onda média na cidade deUruguaiana, Estado do Rio Grande do Sul.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto de 17 de julho de 2000,que renova concessão para a exploração de canal deradiodifusão sonora, nos termos do art. 223, § 3º, daConstituição Federal.

A exposição de motivos 1º Ministro das Comuni-cações ao Presidente da República, documento queintegra os autos, dá conta de que a presente solicita-ção foi instruída em conformidade com a legislaçãoaplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicações e Informáti-ca da Câmara dos Deputados, que seguiu o parecerfavorável de seu relator. Na Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Redação daquela Casa, o projetofoi considerado jurídico, constitucional e vazado emboa técnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autorização para serviçosde radiodifusão sonora e de sons e imagens, de-vendo pronunciar-se também sobre a constitucio-nalidade, Juridicidade e técnica legislativa dessasproposições.

O processo de exame e apreciação dos atosdo Poder Executivo que outorgam ou renovamconcessão, permissão ou autorização para que seexecutem serviços de radiodifusão sonora e desons e imagens, nos termos do art. 223 da Consti-tuição Federal, orienta-se, nesta Casa do Legisla-tivo, pelas formalidades e pelos critérios estabele-cidos na Resolução nº 39, de 1992, do Senado Fe-deral. Essa norma interna relaciona os elementosa serem informados pela entidade pretendente epelo Ministério das Comunicações que devem ins-truir o processo submetido à análise da Comissãode Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 808, de 2003, não evidenciou “violação as for-malidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva doCongresso Nacional, sendo o projeto de decretolegislativo o instrumento adequado, conformepreceitua o art. 213, II, de Regimento interno doSenado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos, art. 49, XII, e 223 daConstituição. Constata-se que o referido projeto nãocontraria preceitos ou princípios da Lei Maior, nadahavendo, pois, a objetar no tocante à sua constitucio-nalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 808, de 2003 e não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992 do Senado Federal, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova a concessão daRádio São Miguel Ltda., para explorar serviço de radi-odifusão sonora em onda média na cidade de Uru-guaiana, Estado do Rio Grande do Sul, na forma doProjeto de Decreto Legislativo originário da Câmarados Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Valdir Raupp, Relator –Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti – Duci-omar Costa – Aelton Freitas – Hélio Costa – Ger-son Camata – Papaléo Paes – Efraim Morais – Ma-ria do Carmo Alves – Edison Lobão – Sérgio Guer-ra – Reginaldo Duarte – Eduardo Azeredo.

00916 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL88

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PARECER Nº 70, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 810, de2003 (nº 924/2001, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que autoriza aAssociação Comunitária de Rádio Educa-ção e Cultura de Pádua FM a executarserviço de radiodifusão comunitária nacidade de Santo Antônio de Pádua, Esta-do do Rio de Janeiro.

Relator: Senador Sérgio Cabral

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em ca-ráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 810, de 2003 (nº 924, de 2001, na Câmara dosDeputados), destinado a aprovar o ato constanteda Podaria nº 396, de 31 de julho de 2000, que au-toriza a Associação Comunitária de Rádio Educa-ção e Cultura de Pádua FM a executar serviço deradiodifusão comunitária na cidade de Santo Antô-nio de Pádua. Estado do Rio de Janeiro. O ato foisubmetido à apreciação do Congresso Nacionalpor meio de mensagem presidencial, nos termosdo art. 49, XII, combinado com o art. 223, § 3º, am-bos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída em conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa o projeto foiconsiderado Jurídico. constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102 IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autoriza o para serviços

de radiodifusão sonora e de sons e imagens, in-cumbindo-lhe pronunciar-se também sobre aconstitucionalidade. juridicidade e técnica legisla-tiva dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de l9 de feverei-ro de 1998 regulamentada pelo Decreto nº 2615, de 3de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos a compe-tência legislativa da União e às atribuições do CongressoNacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223 da Constitui-ção. Constata-se que o referido projeto não contraria pre-ceitos ou princípios da Lei Maior nada havendo, pois, aobjetar no tocante a sua constitucionalidade material.Sob o aspecto de técnica legislativa, observa-se que oprojeto está em perfeita consonância com o disposto naLei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 810 de 2003, não evidenciou violação das for-malidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998,tendo ocorrido, na Câmara dos Deputados, o ajustedo período de validade da outorga. Que passa de trêspara dez anos, por força da Lei nº 10.597, de II de de-zembro dc 2002, que “altera o parágrafo único do art.6º da lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, que ins-titui o Serviço de Radiodifusão Comunitária. para au-mentar o prazo de outorga“

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 810, de 2003, nãoevidenciou violação da legislação pertinente, enão havendo reparos quanto aos aspectos deconstitucionalidade, juridicidade de técnica legis-lativa, opinamos pela aprovação do ato que auto-riza a Associação Comunitária de Rádio Educa-ção e Cultura de Pádua FM a executar serviço deradiodifusão comunitária na cidade de SantoAntónio de Pádua. Estado do Rio de Janeiro, naforma do Projeto de Decreto Legislativo originárioda Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Sérgio Cabral, Relator– Fátima Cleide – Flávio Arns – Duciomar Costa– Aelton Freitas – Eurípedes Camargo – ValdirRaupp – Garibaldi Alves Filho – Papaléo Paes –Jorge Bornhausen – José Jorge – Efraim Mora-is – Maria do Carmo Alves – Edison Lobão –Reginaldo Duarte – Eduardo Azeredo.

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PARECER Nº 71, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 813, de2003 (nº 2.565/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que renova aconcessão da Rádio Cultura de XaximLtda, para explorar serviço de radiodifu-são sonora em onda média na cidade deXaxim, Estado de Santa Catarina.

Relator: Senador Leonel PavanRelator ad hoc: Senador Jorge Bornhausen

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 813, de 2003 (nº 2.565, de 2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que renova a conces-são da Rádio Cultura de Xaxim Ltda., para explorarserviço de radiodifusão sonora em onda média na ci-dade de Xaxim, Estado de Santa Catarina.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto de 25 junho de 2001, querenova concessão para a exploração de canal de ra-diodifusão sonora, nos termos do art. 223, § 3º, daConstituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que, seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autorização para servi-ços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,devendo pronunciar-se também sobre a constitu-cionalidade, juridicidade e técnica legislativa des-sas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se executemserviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,nos termos do art. 223 da Constituição Federal, orien-ta-se, nesta Casa do Legislativo, pelas formalidadese pelos critérios estabelecidos na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal. Essa norma interna relaci-ona os elementos a serem informados pela entidadepretendente e pelo Ministério das Comunicações quedevem instruir o processo submetido à análise da Co-missão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 813, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, aten-de aos requisitos constitucionais formais relativosà competência legislativa da União e às atribui-ções do Congresso Nacional, nos termos dos arts.49, XII, e 223 da Constituição. Constata-se que oreferido projeto não contraria preceitos ou princípi-os da Lei Maior, nada havendo, pois, a objetar notocante à sua constitucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 813, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova a concessão daRádio Cultura de Xaxim Ltda., para explorar serviçode radiodifusão sonora em onda média na cidade deXaxim, Estado de Santa Catarina, na forma do projetode decreto legislativo originário da Câmara dos Depu-tados.

Sala da Comissão,9 de dezembro de 2003. –Senador Osmar Dias, Presidente – Fátima Cleide– Flávio Arns – Ideli Salvati – Aelton Freitas – Eu-rípedes Camargo – Valdir Raupp – GaribaldiAlves Filho – Papaléo Paes – Jorge Bornhausen,Relator ad hoc – Efraim Morais – José Jorge –Maria do Carmo Alves – Edison Lobão – Reginal-do Duarte – Eduardo Azeredo – Lúcia Vânia.

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PARECER Nº 72, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 816, de2003 (nº 9 5.751/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação Comunitária, de Comunica-ção e Cultura de Simonésia – MG a exe-cutar serviço de radiodifusão comunitá-ria na cidade de Simonésia, Estado deMinas Gerais.

Relator: Senador Aelton Freitas

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão terminati-va, o Projeto de Decreto Legislativo nº 816, de 2003(nº 2.575, de 2002, na Câmara dos Deputados), queaprova o ato que autoriza a Associação Comunitáriade Comunicação e Cultura de Simonésia – MG a exe-cutar serviço de radiodifusão comunitária na cidadede Simonésia, Estado de Minas Gerais.

Por meio de mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 470, de 22 de agosto de2001, que autoriza a exploração de canal de radiodi-fusão nos termos do art. 49, XII, combinado com o art.223, § 3º ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída de conformidade com a legisla-ção aplicável o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto rece-beu substitutivo que corrige o prazo da autorizaçãode três para dez anos, em conformidade com o dis-posto na Lei nº 10.597, de 11 de dezembro de 2002.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições que

versem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização parti serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens. Incumbindo-lhe pronun-ciar-se também sobre a constitucional idade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1993, regulamentada pelo Decreto n° 2.615 de3 de junho de 1993.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 316 de 2003, não evidenciou violação das for-malidades estabelecidas na Lei nº 9.612 de 1998. Operíodo de validade da outorga, corrigido de três paradez anos, encontra-se em conformidade com a Lei nº10.597 de 2002, que “altera o parágrafo único do art.6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1993, queinstitui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, paraaumentar o prazo de outorga

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 316, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação Comuni-tária de Comunicação e Cultura de Simonésia – MG aexecutar serviço de radiodifusão comunitária na cida-de de Simonésia, Estado de Minas Gerais, na formado projeto de decreto legislativo originário da Câmarados Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003, –Presidente: Senador Osmar Dias – Fátima Cleide –Flávio Arns – Duciomar Costa – Aelton Freitas,Relator – Eurípedes Camargo – Valdir Raupp –Gerson Camata – Garibaldi Alves Filho – PapaléoPaes – Jorge Bornhausen – José Jorge – EfraimMorais – Maria do Carmo Alves – Edison lobão –Reginaldo Duarte.

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PARECER Nº 73, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 821, de2003 (nº 2.558/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que renova apermissão outorgada à Rádio Sul Capixa-ba FM de Guaçuí Ltda., para explorar ser-viço de radiodifusão sonora em freqüên-cia modulada na cidade de Guaçuí, Esta-do do Espírito Santo.

Relator: Senador Gerson Camata

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão terminati-va, o Projeto de Decreto Legislativo nº 821, de 2003(nº 2.558, de 2002, na Câmara dos Deputados), queaprova o ato que renova permissão outorgada à Rá-dio Sul Capixaba FM de Guaçuí Ltda, para explorar oserviço de radiodifusão sonora em freqüência modu-lada na cidade de Guaçuí, Estado do Espírito Santo.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 523, de 25 de agosto de2000, que renova permissão para a exploração de ca-nal de radiodifusão sonora, nos termos do art. 223, §3º, da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída de conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-

são, permissão ou autorização para que se executemserviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,nos termos do art. 223 da Constituição Federal, orien-ta-se, nesta Casa do Legislativo, pelas formalidadese pelos critérios estabelecidos na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal. Essa norma interna relaci-ona os elementos a serem informados pela entidadepretendente e pelo Ministério das Comunicações quedevem instruir o processo submetido à análise da Co-missão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 821, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 821, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova permissão outor-gada à Rádio Sul Capixaba FM de Guaçuí Ltda., paraexecutar serviço de radiodifusão sonora em freqüên-cia modulada na cidade de Guaçuí, Estado do Espíri-to Santo, na forma do projeto de decreto legislativooriginário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Gerson Camata, Rela-tor – Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti –Duciomar Costa – Aelton Freitas – Valdir Raupp– Garibaldi Alves Filho – Papaléo Paes – EfraimMorais – Maria do Carmo Alves – Edison Lobão –Sérgio Guerra – Reginaldo Duarte – EduardoAzeredo.

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00933

PARECER Nº 74, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 822, de2003 (nº 2.599/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação Maria, Rainha da Paz a exe-cutar serviço de radiodifusão comunitá-ria na cidade de Resplendor, Estado deMinas Gerais.

Relator: Senador Hélio Costa

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em ca-ráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 822, de 2003 (nº 2.599, de 2002, na Câmara dosDeputados), destinado a aprovar o ato constanteda Portaria nº 54, de 17 de janeiro de 2002, que au-toriza a Associação Maria, Rainha da Paz a execu-tar serviço de radiodifusão comunitária na cidadede Resplendor, Estado de Minas Gerais. O ato foisubmetido à apreciação do Congresso Nacionalpor meio de mensagem presidencial, nos termosdo art. 49, XII, combinado com o art. 223, § 3º, am-bos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, aten-de aos requisitos constitucionais formais relativosà competência legislativa da União e às atribui-ções do Congresso Nacional, nos termos dos arts.49, XII, e 223 da Constituição. Constata-se que oreferido projeto não contraria preceitos ou princípi-os da Lei Maior, nada havendo, pois, a objetar notocante à sua constitucionalidade material. Sob oaspecto de técnica legislativa, observa-se que oprojeto está em perfeita consonância com o dis-posto na Lei Complementar nº 95, de 26 de feverei-ro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 822, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998,tendo ocorrido, na Câmara dos Deputados, o ajustedo período de validade da outorga, que passa de trêspara dez anos, por força da Lei nº 10.597, de 11 dedezembro de 2002, que “altera o parágrafo único doart. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, queinstitui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, paraaumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 822, de 2003, nãoevidenciou violação da legislação pertinente, enão havendo reparos quanto aos aspectos deconstitucionalidade, juridicidade ou técnica legis-lativa, opinamos pela aprovação do ato que autori-za a Associação Maria, Rainha da Paz a executarserviço de radiodifusão comunitária na cidade deResplendor, Estado de Minas Gerais, na forma doprojeto de decreto legislativo originário da Câmarados Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Hélio Costa, Relator –Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti – Du-ciomar Costa – Aelton Freitas – Valdir Raupp –Gerson Camata – Garibaldi Alves Filho – PapaléoPaes – Efraim Morais – Maria do Carmo Alves –Edison Lobão – Sérgio Guerra – Reginaldo Duar-te – Eduardo Azeredo.

105ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00937

PARECER Nº 75, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 823, de2003 (nº 2.623/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autorizao Centro de Cultura Popular GuimarãesRosa a executar serviço de radiodifusãocomunitária na cidade de Porteirinha,Estado de Minas Gerais.

Relator: Senador Hélio Costa

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em caráterterminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 823,de 2003 (nº 2.623, de 2002, na Câmara dos Deputa-dos), destinado a aprovar o ato constante da Portarianº 227, de 25 de fevereiro de 2002, que autoriza oCentro de Cultura Popular Guimarães Rosa a execu-tar serviço de radiodifusão comunitária na cidade dePorteirinha, Estado de Minas Gerais. O ato foi subme-tido à apreciação do Congresso Nacional por meio demensagem presidencial, nos termos do art. 49, XII,combinado com o art. 223, § 3º, ambos da Constitui-ção Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-

ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 823, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998,tendo ocorrido, na Câmara dos Deputados, o ajustedo período de validade da outorga, que passa de trêspara dez anos, por força da Lei nº 10.597, de 11 dedezembro de 2002, que “altera o parágrafo único doart. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, queinstitui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, paraaumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 823, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Centro de CulturaPopular Guimarães Rosa a executar serviço de radio-difusão comunitária na cidade de Porteirinha, Estadode Minas Gerais, na forma do projeto de decreto le-gislativo originário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Hélio Costa, Relator –Fátima Cleide – Duciomar Costa – Aelton Freitas– Eurípedes Camargo – Valdir Raupp – GersonCamata – Garibaldi Alves Filho – Papaléo Paes –Jorge Bornhausen – José Jorge – Efraim Morais– Maria do Carmo Alves – Edison Lobão – Regi-naldo Duarte.

109ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Page 125: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00939 111ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 126: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

00940 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL112

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PARECER Nº 76, DE 2004

Da Comissão de Educação sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 825, de2003 (nº 2.611/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação Cultural Comunitária Serranaa executar serviço de radiodifusão comu-nitária na cidade de Ribeirão Pires, Esta-do de São Paulo.

Relator: Senador Almeida LimaRelator Ad Hoc: Senador Hélio Costa

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão terminati-va, o Projeto de Decreto Legislativo nº 825, de 2003(nº 2.611, de 2002, na Câmara dos Deputados), queaprova o ato que autoriza a Associação Cultural Co-munitária Serrana a executar serviço de radiodifusãocomunitária na cidade de Ribeirão Pires, Estado deSão Paulo.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Podaria nº 449, de 22 de março de2002, que autoriza a exploração de canal de radiodi-fusão, nos termos do art. 49, XII, combinado com oart. 223, § 3º, ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída de conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto rece-beu substitutivo que corrige o prazo da autorizaçãode três para dez anos, em conformidade com o dis-posto na Lei nº 10.597, de 11 de dezembro de 2002.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-

missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 825, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998.O período de validade da outorga, corrigido de trêspara dez anos, encontra-se em conformidade com aLei nº 10.597, de 2002, que “altera o parágrafo únicodo art. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998,que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária,para aumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 825, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação CulturalComunitária Serrana a executar serviço de radiodifu-são comunitária na cidade de Ribeirão Pires, Estadode São Paulo, na forma do Projeto de Decreto Legis-lativo originário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar dias, Presidente – Almeida Lima, Relator –Hélio Costa, Relator Ad Hoc – Fátima Cleide –Ideli Salvatti – João Capiberibe – Duciomar Cos-ta – Aelton Freitas – Eurípedes Camargo – MãoSanta – Demóstenes Torres – Maria do CarmoAlves – Jonas Pinheiro – Sérgio Guerra – LeonelPavan – Reginaldo Duarte – Eduardo Azeredo.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00941 113ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 128: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

00942 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL114

Page 129: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00943 115ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 130: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

00944 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL116

Page 131: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER Nº 77, DE 2004

Da Comissao de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 826, de2003 (nº 2.612, de 2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que autori-za a Associação Rádio Comunitária Har-monia FM a executar serviço de radiodi-fusão comunitária na cidade de Sapiran-ga, Estado do Rio Grande do Sul.

Relator: Senador Valdir Raupp

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em caráterterminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 826,de 2003 (nº 2.612, de 2002, na Câmara dos Deputa-dos), destinado a aprovar o ato constante da Portarianº 459, de 22 de março de 2002, que autoriza a Asso-ciação Rádio Comunitária Harmonia FM a executarserviço de radiodifusão comunitária na cidade de Sa-piranga, Estado do Rio Grande do Sul. O ato foi sub-metido à apreciação do Congresso Nacional por meiode mensagem presidencial, nos termos do art. 49, XII,combinado com o art. 223, § 3º, ambos da Constitui-ção Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunica são e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa. o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado cm boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-

ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço do radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projete tecontraria preceitos ou princípios da Lei Maior, nadahavendo, pois, a objetar no tocaste a sua constitucio-nalidade material. Sob o aspecto de técnica legislati-va, observa-se que o projeto está em perfeita conso-nância com o disposto na Lei Complementar nº 95, de26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 826, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998,tende ocorrido, na Câmara dos Deputados, o ajustedo período de validade da outorga, que passa de trêspara dez anos, por força da Lei nº 10.597, de 11 dedezembro de 2002, que “altera o parágrafo único doart. 6º da Lei nº 9.612. de 19 de fevereiro de 1998, queinstitui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, paraaumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 826, de 2003, nãoevidenciou violação da legislação pertinente, enão havendo reparos quanto aos aspectos deconstitucionalidade, juridicidade ou técnica legis-lativa, opinamos pela aprovação do ato que autori-za a Associação Rádio Comunitária Harmonia FMa executar serviço de radiodifusão comunitária nacidade de Sapiranga, Estado do Rio Grande doSul, na forma do Projeto do Decreto Legislativo ori-ginário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissões, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Valdir Raupp, Relator –Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti – Duci-omar Costa – Aelton Freitas – Hélio Costa – Gari-baldi Alves Filho – Papaléo Paes – Efraim Morais– Maria do Carmo Alves – Edison Lobão – SérgioGuerra – Reginaldo Duarte – Eduardo Azeredo.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00945 117ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 132: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

00946 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL118

Page 133: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00947 119ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 134: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

00948 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL120

Page 135: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER Nº 78, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 827, de2003 (nº 2.614/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aSociedade Beneficente São Judas Tadeua executar serviço de radiodifusão comu-nitária na cidade de Alta FlorestaD’Oeste, Estado de Rondônia.

Relator: Senador Valdir Raupp

I – Relatório

Chega a esta comissão, para exame em caráterterminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 827,de 2003 (nº 2.614, de 2002, na Câmara dos Deputa-dos), destinado a aprovar o ato constante da Portarianº 465, de 22 de março de 2002, que autoriza a Socie-dade Beneficente São Judas Tadeu a executar servi-ço de radiodifusão comunitária na cidade de Alta Flo-resta D’Oeste, Estado de Rondônia. O ato foi subme-tido à apreciação do Congresso Nacional por meio demensagem presidencial, nos termos do art. 49, XII,combinado com art. 223, § 3º, ambos da ConstituiçãoFederal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída em conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa. o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

III – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições que,verse, sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusão,sonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-

ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 827, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998,tendo ocorrido na Câmara dos Deputados5 o ajustedo período de validade da outorga que passa de trêspara dez anos, por força da Lei nº 10.597, de 11 dedezembro de 2002, que altera o parágrafo único doart. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, queinstitui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, paraaumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 827, de 2003, evi-denciou violação da legislação pertinente, e nãohavendo reparos quanto aos aspectos da constitu-cionalidade, juridicidade ou técnica legislativa,opinamos pela aprovação do ato que autoriza aSociedade Beneficente São Judas Tadeu a execu-tar serviço de Radiodifusão Comunitária na Cida-de de Alta Floresta D’Oeste, Estado de Rondônia,na forma do Projeto de Decreto Legislativo originá-rio da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Valdir Raupp, Relator –Fátima Cleide – João Capiberibe – DuciomarCosta – Aelton Freitas – Eurípedes Camargo –Gerson Camata – Garibaldi Alves Filho – JoséJorge – Efraim Morais – Maria do Carmo Alves –Edison Lobão – Sérgio Guerra – Reginaldo Duarte– Eduardo Azeredo – Lúcia Vânia.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00949 121ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 136: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

00950 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL122

Page 137: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00951 123ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 138: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

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PARECER Nº 79, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 828, de2003 (nº 2.6l5/2002, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que autoriza aAssociação Comunitária Cultural de Tan-que Novo – ACC a executar serviço deradiodifusão comunitária na cidade deTanque Novo, Estado da Bahia.

Relatora: Senadora Maria do Carmo Alves

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em caráterterminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 828,de 2003 (nº 2.615, de 2002, na Câmara dos Deputa-dos), destinado a aprovar o ato constante da Portarianº 444, de 22 de março de 2002, que autoriza a Asso-ciação Comunitária Cultural de Tanque Novo – ACC aexecutar serviço de radiodifusão comunitária na cida-de de Tanque Novo, Estado da Bahia. O ato foi sub-metido à apreciação do Congresso Nacional por meiode mensagem presidencial, nos termos do art. 49, XII,combinado com o art. 223, § 3º ambos da Constitui-ção Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Co-missão de Educação opinar acerca de proposi-ções que versem sobre comunicação, imprensa,radiodifusão, televisão, outorga e renovação deconcessão, permissão e autorização para serviçosde radiodifusão sonora e de sons e imagens, in-cumbindo-lhe pronunciar-se também sobre a

constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativadessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 828, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998,tendo ocorrido, na Câmara dos Deputados, o ajustedo período de validade da outorga, que passa de trêspara dez anos, por força da Lei nº 10.597, de 11 dedezembro de 2002, que “altera o parágrafo único doart. 62 da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998,que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária,para aumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 828, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação Comuni-tária Cultural de Tanque Novo – ACC a executar ser-viço de radiodifusão comunitária na cidade de Tan-que Novo, Estado da Bahia, na forma do Projeto deDecreto Legislativo originário da Câmara dos Deputa-dos.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Maria do Carmo Alves,Relatora – Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Sal-vatti – Duciomar Costa – Aelton Freitas – ValdirRaupp – Gerson Camata – Garibaldi Alves Filho– Efraim Morais – Edison Lobão – Sérgio Guerra– Reginaldo Duarte – Eduardo Azeredo.

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PARECER Nº 80, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 832, de2003 (nº 2.625/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação de Rádio Comunitária de Pe-dra Branca a executar serviço de radiodi-fusão comunitária na cidade de PedraBranca, Estado da Paraíba.

Relator: Senador Efraim Morais

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em caráterterminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 832,de 2003 (nº 2.625, de 2002, na Câmara dos Deputa-dos), destinado a aprovar o ato constante da Portarianº 516, de 2 de abril de 2002, que autoriza a Associa-ção de Rádio Comunitária de Pedra Branca a execu-tar serviço de radiodifusão comunitária na cidade dePedra Branca, Estado da Paraíba. O ato foi submeti-do à apreciação do Congresso Nacional por meio demensagem presidencial, nos termos do art. 49, XII,combinado com o art. 223, § 3º, ambos da Constitui-ção Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-

ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 832, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998,tendo ocorrido, na Câmara dos Deputados, o ajustedo período de validade da outorga, que passa de trêspara dez anos, por força da Lei nº 10.597, de 11 dedezembro de 2002, que “altera o parágrafo único doart. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, queinstitui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, paraaumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 832, de 2003, nãoevidenciou violação da legislação pertinente, enão havendo reparos quanto aos aspectos deconstitucionalidade, juridicidade ou técnica legis-lativa, opinamos pela aprovação do ato que autori-za a Associação de Rádio Comunitária de PedraBranca a executar serviço de radiodifusão comuni-tária na cidade de Pedra Branca, Estado da Paraí-ba, na forma do projeto de decreto legislativo origi-nário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Efraim Morais, Relator –Fátima Cleide – João Capiberibe – DuciomarCosta – Aelton Freitas – Eurípedes Camargo –Gerson Camata – Garibaldi Alves Filho – JoséJorge – Maria do Carmo Alves – Edison Lobão –Sérgio Guerra – Reginaldo Duarte – EduardoAzeredo – Lúcia Vânia.

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PARECER Nº 81, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 833, de2003 (nº 2.626/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação Comunitária de Esporte e La-zer dos Moradores de Caatiba a executarserviço de radiodifusão comunitária nacidade de Caatiba, Estado da Bahia.

Relatora: Senadora Maria do Carmo Alves

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em caráterterminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 833,de 2003 (nº 2.626, de 2002, na Câmara dos Deputa-dos), destinado a aprovar o ato constante da Portarianº 561, de 16 de abril de 2002, que autoriza a Associ-ação Comunitária de Esporte e Lazer dos Moradoresde Caatiba a executar serviço de radiodifusão comu-nitária na cidade de Caatiba, Estado da Bahia. O atofoi submetido à apreciação do Congresso Nacionalpor meio de mensagem presidencial, nos termos doart. 49, XII, combinado com o art. 223, § 3º ambos daConstituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanhao PDS nº 833, de 2003, não evidenciou violaçãodas formalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de1998, tendo ocorrido, na Câmara dos Deputados,o ajuste do período de validade da outorga, quepassa de três para dez anos, por força da Lei nº10.597, de 11 de dezembro de 2002, que “altera oparágrafo único do art. 6º da Lei nº 9.612, de 19 defevereiro de 1998, que institui o Serviço de Radio-difusão Comunitária, para aumentar o prazo de ou-torga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 833, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação Comuni-tária de Esporte e Lazer dos Moradores de Caatiba aexecutar serviço de radiodifusão comunitária na cida-de de Caatiba, Estado da Bahia, na forma do Projetode Decreto Legislativo originário da Câmara dos De-putados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003.– Osmar Dias, Presidente – Maria do CarmoAlves, Relator – Fátima Cleide – Duciomar Cos-ta – Aelton Freitas – Eurípedes Camargo – Val-dir Raupp – Gerson Camata – Garibaldi AlvesFilho – Papaléo Paes – Jorge Bornhausen –José Jorge – Efraim Morais – Edison Lobão –Reginaldo Duarte.

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PARECER Nº 82, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 834, de2003 (nº 2.627, de 2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que autori-za a Associação Médica Educacional deLavras de Mangabeira – AMEL a executarserviço de radiodifusão comunitária nacidade de Lavras de Mangabeira, Estadodo Ceará.

Relator: Senador Reginaldo Duarte

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão terminati-va, Decreto Legislativo nº 834, de 2003 (nº 2.627, de2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o atoque autoriza a Associação Médica Educacional deLavras de Mangabeira – AMEL a executar serviço deRadiodifusão Comunitária na cidade de Lavras deMangabeira, Estado do Ceará.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 578, de 16 de abril de2002, que autoriza a exploração de canal de radiodi-fusão, nos termos do art. 49, XII, combinado com oart. 223, § 3º, ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída de conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comis-são de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Infor-mática da Câmara dos Deputados, que seguiu oparecer favorável de seu relator. Na Comissão deConstituição e Justiça e de Redação daquelaCasa, o projeto recebeu substitutivo que corrige oprazo da autorização de três para dez anos, emconformidade com o disposto na Lei nº 10.597, de11 de dezembro de 2002.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-

ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina especifica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, aten-de os requisitos constitucionais formais relativos àcompetência legislativa da União e às atribuiçõesdo Congresso Nacional, nos termos dos arts. 49,XII, e 223 da Constituição. Constata-se que o refe-rido projeto não contraria preceitos ou princípiosda Lei Maior, nada havendo, pois, a objetar no to-cante à sua constitucionalidade material. Sob o as-pecto de técnica legislativa, observa-se que o pro-jeto está em perfeita consonância com o dispostona Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 834, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998.O período de validade da outorga, corrigido de trêspara dez anos, encontra-se em conformidade com aLei nº 10.597, de 2002, que “altera o parágrafo únicodo art. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998,que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária,para aumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 834, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação MédicaEducacional de Lavras de Mangabeira – AMEL a exe-cutar serviço de radiodifusão comunitária na cidadede Lavras de Mangabeira, Estado do Ceará, na formado Projeto de Decreto Legislativo originário da Câma-ra dos Deputados.

Sala das Comissões, 9 de dezembro de 2003.– Osmar Dias, Presidente – Reginaldo Duarte, Re-lator – Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti– Duciomar Costa – Aelton Freitas – Hélio Costa– Valdir Raupp – Gerson Camata – GaribaldiAlves Filho – Papaléo Paes – Efraim Morais –Maria do Carmo Alves – Edison Lobão – SérgioGuerra – Eduardo Azeredo.

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00967 139ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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00968 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL140

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PARECER Nº 83 , DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 835, de2003 (nº 2.628/2002, na Câmara dos Deputa-dos), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Rádio Comunitária Estância Velha –AERCOM FM a executar serviço de radiodi-fusão comunitária na cidade de Estância Ve-lha, Estado do Rio Grande do Sul.

Relator: Senador Valdir Raupp

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para exame em caráterterminativo, o Projeto de Decreto Legislativo nº 835,de 2003 (nº 2.628, de 2002, na Câmara dos Deputa-dos), destinado a aprovar o ato constante da Portarianº 602, de 22 de abril de 2002, que autoriza a Associ-ação Rádio Comunitária Estância Velha – AERCOMFM a executar serviço de radiodifusão comunitária nacidade de Estância Velha, Estado do Rio Grande doSul, o ato foi submetido à apreciação do CongressoNacional por meio de mensagem presidencial, nostermos do art. 49, XII, combinado com o art. 223, § 3º,ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-

ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 835, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998,tendo ocorrido, na Câmara dos Deputados, o ajustedo período de validade da outorga, que passa de trêspara dez anos, por força da Lei nº 10.597, de 11 dedezembro de 2002, que “altera o parágrafo único doart. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, queinstitui o Serviço de Radiodifusão Comunitária, paraaumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 835, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não, haven-do reparos quanto aos aspectos de constitucionalida-de, juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação RádioComunitária Estância Velha – AERCOM FM a execu-tar serviço de radiodifusão comunitária na cidade deEstância Velha, Estado do Rio Grande do Sul, na for-ma do projeto de decreto legislativo originário da Câ-mara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Valdir Raupp, Relator –Fátima Cleide – Flávio Arns – Duciomar Costa –Aelton Freitas – Eurípedes Camargo – Gerson Ca-mata – Garibaldi Alves Filho – Papaléo Paes – Jor-ge Bornhausen – José Jorge – Efraim Morais –Maria do Carmo Alves – Edison Lobão – Reginal-do Duarte.

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PARECER Nº 84, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 840, de2003 (nº 3.154/03, na Câmara dos Deputa-dos), que aprova o ato que outorga per-missão à Fundação de Armação dos Bú-zios para executar serviço de radiodifu-são sonora em freqüência modulada nacidade de Iguaba Grande, Estado do Riode Janeiro.

Relator: Senador Sérgio Cabral

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão terminati-va, o Projeto de Decreto Legislativo nº 840, de 2003.

Por meio de mensagem presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacional,nos termos do art. 223, § 3º, da Constituição Federal,ato constante da Portaria nº 784, de 15 de maio de2002, que outorga permissão à Fundação de Arma-ção dos Búzios para executar, pelo prazo de dezanos, sem direito de exclusividade, serviço de radio-difusão sonora em freqüência modulada, com fins ex-clusivamente educativos, na cidade de Iguaba Gran-de, Estado do Rio de Janeiro.

A documentação anexada à mensagem presi-dencial informa que o processo foi examinado pelosórgãos técnicos do Ministério das Comunicações,constatando-se estar devidamente instruído e emconformidade com a legislação pertinente.

O referido projeto, examinado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáti-ca da Câmara dos Deputados, recebeu parecer fa-vorável de seu relator, e aprovação daquele órgãocolegiado. Já na Comissão de Constituição e Justi-ça e de Redação daquela Casa, o projeto foi consi-derado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

O processo de outorga pelo Poder Executivopara execução de serviço de radiodifusão educativaobedece a exigências distintas daquelas observadasnos casos de concessões ou permissões para explo-ração de canais comerciais de rádio e televisão.

O Regulamento dos Serviços de Radiodifusão(RSR), aprovado pelo Decreto nº 52.795, de 31 deoutubro de 1963, com a redação dada pelo Decreto nº2.108, de 24 de dezembro de 1996, dispõe no seu art.13, §§ 1º e 2º, que a outorga para exploração desse

tipo de serviço não depende de edital. Tampouco seaplicam à radiodifusão educativa as exigências daResolução do Senado Federal nº 39, de 1992, quedispõe sobre formalidades e critérios para a aprecia-ção dos atos de outorga e renovação de concessão epermissão para o serviço de radiodifusão sonora e desons e imagens.

Além disso, devido à sua especificidade, os ca-nais de radiodifusão educativa são reservados à ex-ploração da União, Estados e Municípios, universida-des e fundações constituídas no Brasil, com finalida-de educativa, conforme preceitua o art. 14 do Decretonº 236 de 28 de fevereiro de 1967, que complemen-tou e modificou a Lei nº 4.117, de 27 de agosto de1962, que instituiu o Código Brasileiro de Telecomu-nicações.

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102 IV cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constituconalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas propsoições.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.Sob o aspecto de técnica legislativa observa-se que oprojeto está em perfeita consonância com o dispostona Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 840 de 2003 não evidenciou violação das for-malidades estabelecidas na legislação aplicável.

A proposição oriunda da Câmara destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts 49, XII e 223 daConstituição. Constata-se que o referido projeto nãocontraria preceitos ou princípios da Lei Maior, nadahavendo pois, a objetar no tocante á sua constitucio-nalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 840 de 2003, não evidenci-ou violação da legislação pertinente e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,

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Page 160: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

juridicidade e de técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que outorga permissão à Fundaçãode Armação dos Búzios, para executar serviço de ra-diodifusão sonora em freqüência modulada na cidadede Iguaba Grande, Estado do Rio de Janeiro na formado Projeto de Decreto Legislativo originário da Câma-ra dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Sérgio Cabral, Relator –Fátima Cleide – João Capiberibe – Duciomar Cos-ta – Aelton Freitas – Eurípedes Camargo – GersonCamata – Garibaldi Alves Filho – José Jorge –Efraim Morais – Maria do Carmo Alves – EdisonLobão – Sérgio Guerra – Reginaldo Duarte – Edu-ardo Azeredo – Lúcia Vânia.

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Page 161: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

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Page 163: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

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PARECER Nº 85, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 841, de2003 (nº 2.624/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação Comunitária São Pedro deAlcântara de Ubajara a executar serviçode radiodifusão comunitária na cidade deUbajara, Estado do Ceará.

Relator: Senador Reginaldo Duarte

I – Relatório

Chega a esta comissão, para decisão terminati-va, o Projeto de Decreto Legislativo nº 841, de 2003(nº 2.624, de 2002, na Câmara dos Deputados), queaprova o ato que autoriza a Associação ComunitáriaSão Pedro de Alcântara de Ubajara a executar servi-ço de radiodifusão comunitária na cidade de Ubajara,Estado do Ceará.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 513, de 2 de abril de2002, que autoriza a exploração de canal de radiodi-fusão, nos termos do art. 49, XII, combinado com oart. 223, § 3º, ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída de conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto rece-beu substitutivo que corrige o prazo da autorizaçãode três para dez anos, em conformidade com o dis-posto na Lei nº 10.597, de 11 de dezembro de 2002.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusão

sonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina especifica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 841, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998.O período de validade da outorga, corrigido de trêspara dez anos, encontra-se em conformidade com aLei nº 10.597, de 2002, que “altera o parágrafo únicodo art. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998,que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária,para aumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 841, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação Comuni-tária São Pedro de Alcântara de Ubajara a executarserviço de radiodifusão comunitária na cidade deUbajara, Estado do Ceará, na forma do projeto de de-creto legislativo originário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Reginaldo Duarte, Rela-tor – Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti –Duciomar Costa – Aelton Freitas – Hélio Costa –Valdir Raupp – Gerson Camata – Garibaldi AlvesFilho – Papaléo Paes – Efraim Morais – Maria doCarmo Alves – Edison Lobão – Sérgio Guerra –Eduardo Azeredo.

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Page 166: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

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Page 167: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

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Page 168: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER Nº 86, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 846, de2003 (nº 1.873/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aRádio Clube de Muqui a executar serviçode radiodifusão comunitária na cidade deMuqui Estado do Espírito Santo.

Relator: Senador Gerson Camata

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão terminati-va, o Projeto de Decreto Legislativo nº 846, de 2003(nº 1.873, de 2002, na Câmara dos Deputados), queaprova o ato que autoriza a Rádio Clube de Muqui aexecutar serviço de radiodifusão comunitária na cida-de de Muqui, Estado do Espírito Santo.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 220, de 18 de abril de2001, que autoriza a exploração de canal de radiodi-fusão, nos termos do art. 49, XII, combinado com oart. 223, § 31, ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Co-municações ao Presidente da República, docu-mento que integra os autos, dá conta de que a pre-sente solicitação foi instruída de conformidadecom a legislação aplicável, o que levou ao seu de-ferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comis-são de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Infor-mática da Câmara dos Deputados, que seguiu oparecer favorável de seu relator. Na Comissão deConstituição e Justiça e de Redação daquelaCasa, o projeto recebeu substitutivo que corrige oprazo da autorização de três para dez anos, emconformidade com o disposto na Lei nº 10.597, de11 de dezembro de 2002.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusão

sonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanhao PDS nº 846, de 2003, não evidenciou violaçãodas formalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de1998. O período de validade da outorga, corrigidode três para dez anos, encontra-se em conformida-de com a Lei nº 10.597, de 2002, que “altera o pa-rágrafo único do art. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fe-vereiro de 1998, que institui o Serviço de Radiodi-fusão Comunitária, para aumentar o prazo de ou-torga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 846, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Rádio Clube de Mu-qui a executar serviço de radiodifusão comunitária nacidade de Muqui, Estado do Espírito Santo, na formado Projeto de Decreto Legislativo originário da Câma-ra dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Gerson Camata, Relator– Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti –Duciomar Costa – Aelton Freitas – Valdir Raupp– Garibaldi Alves Filho – Efraim Morais – Mariado Carmo Alves – Edison Lobão – Sérgio Guerra– Reginaldo Duarte – Eduardo Azeredo.

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Page 170: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

00984 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL156

Page 171: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

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Page 172: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER Nº 87, DE 2004

Da Comissão de Educaçao, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 882, de2003 (nº 2.772/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que renova aconcessão da Difusora Rádio CajazeirasLtda, para explorar serviço de radiodifu-são sonora em onda média na cidade deCajazeiras, Estado da Paraíba.

Relator: Senador Efraim Morais

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 882, de 2003 (nº 2.772, de 2002, na Câmara dosDeputados), que aprova o ato que renova a conces-são da Difusora Rádio Cajazeiras Ltda, para explorarserviço de radiodifusão sonora em onda média na ci-dade de Cajazeiras, Estado da Paraíba.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto de 17 de maio de 2002,que renova concessão para a exploração de canal deradiodifusão sonora, nos termos do art. 223, § 3º, daConstituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se executemserviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,nos termos do art. 223 da Constituição Federal, orien-ta-se, nesta Casa do Legislativo, pelas formalidadese pelos critérios estabelecidos na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal. Essa norma interna relaci-ona os elementos a serem informados pela entidadepretendente e pelo Ministério das Comunicações quedevem instruir o processo submetido à análise da Co-missão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 882, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 882, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova a concessão da Di-fusora Rádio Cajazeiras Ltda, para explorar serviçode radiodifusão sonora em onda média na cidade deCajazeiras, Estado da Paraíba, na forma do Projetode Decreto Legislativo originário da Câmara dos De-putados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Efraim Morais, Relator –Fátima Cleide – Flávio Arns – Duciomar Costa –Aelton Freitas – Eurípedes Camargo – Valdir Ra-upp – Gerson Camata – Garibaldi Alves Filho – Pa-paléo Paes – Jorge Bornhausen – José Jorge –Maria do Carmo Alves – Edison Lobão – Reginal-do Duarte.

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Page 173: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

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PARECER Nº 88, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 884, de2003 (nº 2.784/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação O Bom Pastor de AmparoSocial a executar serviço de radiodifusãocomunitária na cidade de Presidente Ber-nardes, Estado de São Paulo.

Relator: Senador Papaléo Paes

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão terminati-va, o Projeto de Decreto Legislativo nº 884, de 2003(nº 2.784, de 2002, na Câmara dos Deputados), queaprova o ato que autoriza a Associação O Bom Pastorde Amparo Social a executar serviço de radiodifusãocomunitária na cidade de Presidente Bernardes,Estado de São Paulo.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 564, de 16 de abril de2002, que autoriza a exploração de canal de radiodi-fusão, nos termos do art. 49, XII, combinado com oart. 223, § 3º, ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída de conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto rece-beu substitutivo que corrige o prazo da autorizaçãode três para dez anos, em conformidade com o dis-posto na Lei nº 10.597, de 11 de dezembro de 2002.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-

ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 884, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998.O período de validade da outorga, corrigido de trêspara dez anos, encontra-se em conformidade com aLei nº 10.597, de 2002, que “altera o parágrafo únicodo art. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998,que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária,para aumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 884, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação O BomPastor de Amparo Social a executar serviço de radio-difusão comunitária na cidade de Presidente Bernar-des, Estado de São Paulo, na forma do Projeto de De-creto Legislativo originário da Câmara dos Deputa-dos.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Papaléo Paes, Relator –Fátima Cleide – Flávio Arns – Duciomar Costa –Aelton Freitas – Eurípedes Camargo – Valdir Ra-upp – Gerson Camata – Garibaldi Alves Filho –Jorge Bornhausen – José Jorge – Efraim Morais –Maria do Carmo Alves – Edison Lobão – Reginal-do Duarte.

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PARECER Nº 89, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 885, de2003 (nº 2.787/2002, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que autoriza aAssociação a Serviço da Vida e da Verda-de a executar serviço de radiodifusão co-munitária na cidade de Taciba, Estado deSão Paulo.

Relator: Senador Papaléo Paes

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para decisão termi-nativa, o Projeto de Decreto Legislativo nº 885, de2003 (nº 2.787, de 2002, na Câmara dos Deputa-dos), que aprova o ato que autoriza a Associação aServiço da Vida e da Verdade a executar serviço deradiodifusão comunitária na cidade de Taciba,Estado de São Paulo.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 575, de 16 de abril de2002, que autoriza a exploração de canal de radiodi-fusão, nos termos do art. 49, XII, combinado com oart. 223, § 3º, ambos da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída de conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáti-ca da Câmara dos Deputados, que seguiu o parecerfavorável de seu relator. Na Comissão de Constitui-ção e Justiça e de Redação daquela Casa, o projetorecebeu substitutivo que corrige o prazo da autori-zação de três para dez anos, em conformidade como disposto na Lei nº 10.597, de 11 de dezembro de2002.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-

missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, incumbindo-lhe pronun-ciar-se também sobre a constitucionalidade, juridici-dade e técnica legislativa dessas proposições.

O serviço de radiodifusão comunitária encontradisciplina específica na Lei nº 9.612, de 19 de feverei-ro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 2.615, de3 de junho de 1998.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material. Sob o aspecto de técnica le-gislativa, observa-se que o projeto está em perfeitaconsonância com o disposto na Lei Complementar nº95, de 26 de fevereiro de 1998.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 885, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Lei nº 9.612, de 1998.O período de validade da outorga, corrigido de trêspara dez anos, encontra-se em conformidade com aLei nº 10.597, de 2002, que “altera o parágrafo únicodo art. 6º da Lei nº 9.612, de 19 de fevereiro de 1998,que institui o Serviço de Radiodifusão Comunitária,para aumentar o prazo de outorga”.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 885, de 2003, não eviden-ciou violação da legislação pertinente, e não havendoreparos quanto aos aspectos de constitucionalidade,juridicidade ou técnica legislativa, opinamos pelaaprovação do ato que autoriza a Associação a Servi-ço da Vida e da Verdade a executar serviço de radio-difusão comunitária na cidade de Taciba, Estado deSão Paulo, na forma do projeto de decreto legislativooriginário da Câmara dos Deputados.

Sala da Comissão, 9 de dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Papaléo Paes, Relator –Fátima Cleide – Flávio Arns – Aelton Freitas –Eurípedes Camargo – Valdir Raupp – Gerson Ca-mata – Garibaldi Alves Filho – Jorge Bornhausen– José Jorge – Efraim Morais – Maria do CarmoAlves – Edison Lobão – Reginaldo Duarte.

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Page 183: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER Nº 90, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 886, de2003 (nº 145/2003, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que renova apermissão outorgada à Rádio MiradorLtda., para explorar serviço de radiodifu-são sonora em freqüência modulada nacidade de Rio Do Sul, Estado de SantaCatarina.

Relator: Senador Leonel Pavan

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação emcaráter terminativo, o Projeto de Decreto Legislativonº 886, de 2003 (nº 145, de 2003, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que renova a permissãooutorgada à Rádio Mirador Ltda., para explorar servi-ço de radiodifusão sonora em freqüência moduladana cidade de Rio do Sul, Estado de Santa Catarina.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante da Portaria nº 629 de 24 de outubrode 2001, que renova permissão para a exploração decanal de radiodifusão sonora, nos termos do art. 223,§ 3º, da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, da conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

II – Análise

Conforme determina o Regimento Interno doSenado Federal, no seu art. 102, IV, cumpre à Comis-são de Educação opinar acerca de proposições queversem sobre comunicação, imprensa, radiodifusão,televisão, outorga e renovação de concessão, per-missão e autorização para serviços de radiodifusãosonora e de sons e imagens, devendo pronunciar-setambém sobre a constitucionalidade, juridicidade etécnica legislativa dessas proposições.

O processo de exame e apreciação dos atos doPoder Executivo que outorgam ou renovam conces-são, permissão ou autorização para que se executemserviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens,nos termos do art. 223 da Constituição Federal, orien-ta-se, nesta Casa do Legislativo, pelas formalidadese pelos critérios estabelecidos na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal. Essa norma interna relaci-ona os elementos a serem informados pela entidadepretendente e pelo Ministério das Comunicações quedevem instruir o processo submetido à análise da Co-missão de Educação.

O exame da documentação que acompanha oPDS nº 886, de 2003, não evidenciou violação dasformalidades estabelecidas na Resolução nº 39, de1992, do Senado Federal.

A matéria é de competência exclusiva do Con-gresso Nacional, sendo o projeto de decreto legislati-vo o instrumento adequado, conforme preceitua o art.213, II, do Regimento Interno do Senado Federal.

A proposição oriunda da Câmara, destinada aaprovar o ato do Poder Executivo sob exame, atendeaos requisitos constitucionais formais relativos à com-petência legislativa da União e às atribuições do Con-gresso Nacional, nos termos dos arts. 49, XII, e 223da Constituição. Constata-se que o referido projetonão contraria preceitos ou princípios da Lei Maior,nada havendo, pois, a objetar no tocante à sua consti-tucionalidade material.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documentaçãoque acompanha o PDS nº 886, de 2003, não eviden-ciou violação das formalidades estabelecidas na Re-solução nº 39, de 1992, do Senado Federal, e não ha-vendo reparos quanto aos aspectos de constituciona-lidade, juridicidade e de técnica legislativa, opinamospela aprovação do ato que renova a permissão outor-gada à Rádio Mirador Ltda., para explorar serviço deradiodifusão sonora em freqüência modulada na cida-de de Rio do Sul, Estado de Santa Catarina, na formado Projeto de Decreto Legislativo originário da Câma-ra dos Deputados.

Sala da Comissão, em 9 dezembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Leonel Pavan, Relator –Fátima Cleide – Flávio Arns – Ideli Salvatti – JoãoCapiberibe – Duciomar Costa – Aelton Freitas –Eurípedes Camargo – Gerson Camata – Mão San-ta – Demóstenes Torres – Efraim Morais – JonasPinheiro – Reginaldo Duarte.

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Page 185: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 00999 171ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 186: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER Nº 91, DE 2004

Da Comissão de Educação, sobre oProjeto de Decreto Legislativo nº 717, de2003 (nº 2.961/2003, na Câmara dos De-putados), que aprova o ato que renova aconcessão da Fundação Educacional Ma-ter Ecclesiae para explorar serviço de ra-diodifusão sonora em onda média na ci-dade de Jacarezinho, Estado do Paraná.

Relator: Senador Flavio Arns

I – Relatório

Chega a esta Comissão, para apreciação termi-nativa, o Projeto de Decreto Legislativo nº 717, de2003 (nº 2.961, de 2003, na Câmara dos Deputados),que aprova o ato que renova a concessão da Funda-ção Educacional Mater Ecclesiae para explorar o ser-viço de radiodifusão sonora em onda média na cidadede Jacarezinho, Estado do Paraná.

Por meio de Mensagem Presidencial, o Presi-dente da República submete ao Congresso Nacionalo ato constante do Decreto de 24 de abril de 2002,que renova a concessão para a exploração de canalde radiodifusão sonora, nos termos do art. 223, § 3º,da Constituição Federal.

A exposição de motivos do Ministro das Comu-nicações ao Presidente da República, documentoque integra os autos, dá conta de que a presente soli-citação foi instruída em conformidade com a legisla-ção aplicável, o que levou ao seu deferimento.

O referido projeto foi aprovado pela Comissãode Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informáticada Câmara dos Deputados, que seguiu o parecer fa-vorável de seu relator. Na Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação daquela Casa, o projeto foiconsiderado jurídico, constitucional e vazado em boatécnica legislativa.

Nota-se, pela leitura da exposição de motivosdo Ministro de Estado das Comunicações, inclusanos autos, que o pleito foi originalmente formuladopela entidade Rádio Educadora Rural de JacarezinhoLtda., razão por que se propõe o registro da mudançade seu nome, por meio de emenda de redação ao art.12 do PDS em análise.

II – Analise

O processo de exame e apreciação, pelo Con-gresso Nacional, dos atos do Poder Executivo que

outorgam ou renovam concessão, permissão ou au-torização para que se executem serviços de radiodi-fusão sonora e de sons e imagens, nos termos do art.223 da Constituição Federal, deve obedecer, nestaCasa do Legislativo, às formalidades e aos critériosestabelecidos pela Resolução nº 39, de 1992, do Se-nado Federal. Essa norma interna relaciona uma sé-rie de informações a serem prestadas e exigências aserem cumpridas pela entidade pretendente, bemcomo pelo Ministério das Comunicações, que deveminstruir o processo submetido à análise desta Comis-são de Educação.

III – Voto

Tendo em vista que o exame da documenta-ção que acompanha o PDS nº 717, de 2003, nãocontraria as formalidades estabelecidas na Reso-lução nº 39, de 1992, do Senado Federal, ficandocaracterizado que a entidade Fundação Educacio-nal Mater Ecclesiae atendeu os demais requisitestécnicos e legais para habilitar-se à renovação daconcessão, opinamos pela aprovação do ato, naforma do Projeto de Decreto Legislativo originárioda Câmara dos Deputados, com a seguinte emen-da de redação:

EMENDA Nº 01 – CE

Dê-se ao art. 1º do PDS nº 717, de 2003, a se-guinte redação:

Art. 1º Fica aprovado o ato a que serefere o Decreto s/nº de 24 de abril de 2002,que renova por dez anos, a partir de 11 dedezembro de 1997, a concessão da Funda-ção Educacional Mater Ecclesiae, outorgadaoriginaImente à Rádio Educadora Rural deJacarezinho Ltda., para explorar serviço deradiodifusão sonora em onda média na cida-de de Jacarezinho, Estado do Paraná.

Sala da Comissão, 25 de novembro de 2003.– Osmar Dias, Presidente – Flávio Arns, Relator– Fátima Cleide – Aelton Freitas – EurípedesCamargo – Hélio Costa – Valdir Raupp – GersonCamata – Mão Santa – Papaléo Paes – MarcoMaciel – Sérgio Guerra – Leonel Pavan – Regi-naldo Duarte – Eduardo Azeredo – AlmeidaLima – Patrícia Saboya Gomes.

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TEXTO FINAL

PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVODO SENADO Nº 717, DE 2003

Aprova o ato que renova a conces-são da Fundação Educacional MaterEcclesiae para explorar serviço de radio-difusão sonora em onda media na cidadede Jacarezinho, Estado do Paraná.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Fica aprovado o ato a que se refere o De-creto s/nº de 24 de abril de 2002, que renova por dezanos, a partir de 11 de dezembro de 1997, a conces-são da Fundação Educacional Mater Ecclesiae, ou-torgada originalmente à Rádio Educadora Rural deJacarezinho Ltda., para explorar serviço de radiodifu-são sonora em onda média na cidade de Jacarezi-nho, Estado do Paraná.

Art. 2º Este decreto legislativo entra em vigor nadata de sua publicação.

Sala da Comissão, 25 de novembro de 2003. –Osmar Dias, Presidente – Flávio Arns, Relator.

LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELASECRETARIA-GERAL DA MESA

CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

....................................................................................

SEÇÃO IIDas Atribuições do Congresso Nacional

....................................................................................Art. 49. É da competência exclusiva do Con-

gresso Nacional:....................................................................................

XII – apreciar os atos de concessão e renova-ção de concessão de emissoras de rádio e televisão;....................................................................................

CAPÍTULO VDa Comunicação Social

....................................................................................

Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgare renovar concessão, permissão e autorização para oserviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens,observado o princípio da complementaridade dos sis-temas privado, público e estatal.

§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato noprazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimentoda mensagem.

§ 2º A não renovação da concessão ou permis-são dependerá de aprovação de, no mínimo, doisquintos do Congresso Nacional, em votação nominal.

§ 3º O ato de outorga ou renovação somenteproduzirá efeitos legais após deliberação do Con-gresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.

§ 4º O cancelamento da concessão ou permis-são, antes de vencido o prazo, depende de decisãojudicial.

§ 5º O prazo da concessão ou permissão seráde dez anos para as emissoras de rádio e de quinzepara as de televisão.

....................................................................................

PARECER Nº 92, DE 2004

Da Comissão de Constituição, Justi-ça e Cidadania, sobre o Projeto de Lei daCâmara nº113, de 2003, ( Nº 1.273/2003,na Casa de origem ) que institui regimeespecial para alteração estatutária dasassociações, e altera a Lei nº 10.406, de10 de janeiro de 2002 – Código Civil.

Relator: Senador Marcelo CrivellaRelator ad Hoc: Senador Antonio Carlos Ma-

galhães

I – Relatório

Nos termos do art. 65 da Constituição Federal,vem a reexame desta Casa o Projeto de Lei da Câma-ra nº 113, de 2003, apresentado pelo Deputado Pas-tor Francisco Olímpio, com o objetivo de instituir umregime especial para a alteração estatutária das as-sociações, modificando-se, para tanto, o novo CódigoCivil, instituído pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de2002.

Em síntese, a finalidade do projeto, ao dar novaredação ao artigo 2.031 do Código Civil, é de, ape-nas, dilatar para dois anos o prazo de um ano, fixadonesse dispositivo, para que as entidades civis, comoas associações, as sociedades em geral e as funda-ções, possam adaptar seus estatutos e atos constitu-tivos às novas prescrições da lei.

Na justificação original do Projeto lembra o seuAutor que:

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Page 190: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

É sabido que inúmeras associaçõesencontram em sua relação de membros mi-lhares e até milhões de pessoas. É fácil en-contrarmos aquelas que chegam a duzen-tos, quinhentos, mil integrantes, já que oBrasil é um país que respeita a liberdade deassociação. Enfatize-se que o respeito aque fazemos referência, por seu grau de im-portância, encontra-se amparado inclusiveno texto constitucional, entre suas cláusulaspétreas.

Exigir que entidade tão grandes, quefuncionam em todo o território nacional, mui-tas vezes em lugares longínquos, possamalterar seus atos constitutivos conforme asexigências do novo Código em tão poucotempo é o mesmo que lhes reconhecer umdireito por mera formalidade, já que é inviá-vel na prática.

II – Análise

Quando do seu exame pela Comissão de Cons-tituição e Justiça e de Redação da Câmara dos Depu-tados, o ilustre Deputado João Alfredo, relator da ma-téria, ponderou que a redação inicial da proposiçãonão oferecia uma solução cabal do problema, por-quanto alcançava tão-somente as associações.

Como o prazo estipulado pelo art. 2.031 do Có-digo, a que se referia o projeto, também se reporta àssociedades e às fundações, propôs que melhor seriadar nova redação a esse dispositivo, aumentando-seo prazo de um para dois anos, de modo que as adap-tações estatutárias pudessem efetivar-se sem atro-pelos.

Desse modo, a citada regra ficou redigida ape-nas com a modificação do prazo, como se vê a seguir:

“Art. 2.031. As associações, socieda-des e fundações, constituídas na forma dasleis anteriores, terão o prazo de dois anospara se adaptarem às disposições desteCódigo, a partir de sua vigência; igual prazoé concedido aos empresários.”

Além do aspecto meramente fático, é preciso terem conta que o princípio da segurança jurídica, emum de seus múltiplos aspectos, conclama e mesmoexige a intercorrência de tempo necessário e suficien-te à realização adequada dos atos e fatos jurídicos.

Realmente, o prazo de apenas um ano para aadaptação dos atos de que se cogita é bastante exí-guo ante as dificuldades naturais de convocação, reu-nião e deliberação dos participantes dessas entida-des para atender às novas regras impostas pelo Códi-go, sendo assim, não só, procedente, como necessá-ria a medida proposta, cuja vigência deve ocorrer omais urgentemente possível.

Cabe, no entanto, observar que ao final do anopassado, foi sancionada a Lei nº 10.825, de 22 de de-zembro, que acrescentou parágrafo único ao mesmoartigo 2.031. Neste caso, por prudência e melhor téc-nica legislativa, é conveniente adotar-se Emenda deRedação explicitando que a alteração ora propostarefere-se, unicamente, ao caput do artigo.

Cumpre finalmente dizer, na forma regimental,que a proposição é constitucional, pois, sendo dacompetência privativa da União legislar sobre direitocivil (art. 22, I), cabe ao Congresso Nacional disporsobre o tema (art. 48, caput) em conformidade do art.61, caput.

III – Voto

Em conclusão, o parecer é pela aprovação doProjeto de Lei da Câmara nº 113, de 2003, com a se-guinte Emenda de Redação ao artigo 1º:

EMENDA Nº 1-CCJ

“Art. 1º O caput do artigo 2.031 da Lei 10.406,de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, passa a vigo-rar com a seguinte redação:

Art. 2.031. As associações, socieda-des e fundações, constituídas na forma dasleis anteriores, terão o prazo de dois anospara se adaptarem às disposições desteCódigo, a partir de sua vigência igual prazoé concedido aos empresários.

“ .............................................................

Sala da Comissão, 21 de janeiro de 2004. –Edison Lobão, Presidente – Antônio Carlos Maga-lhães, Relator ad hoc – Serys Slhessarenko – Fer-nando Bezerra – Eduardo Suplicy – João Capibe-ribe – Garibaldi Alves Filho – Pedro Simon – NeySuassuna – César Borges – Demóstenes Torres– José Jorge – Álvaro Dias – Jefferson Péres –Mozarildo Cavalcanti.

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PARECER Nº 93, DE 2004

Da Comissão de Relações Exterio-res e Defesa Nacional, sobre o Requeri-mento nº 929, de 2003, de autoria do Se-nador Arthur Virgílio, que, requer voto deaplauso à advogada iraniana Shirin Eba-di, agraciada com o Prêmio Nobel da Paz.

Relator: Senador João CapiberibeRelator ad hoc: Senador Aelton Freitas

I – Relatório

Nos termos do art. 222, § 1º, do RegimentoInterno do Senado Federal, vem ao exame desta Co-missão de Relações Exteriores e Defesa Nacional oRequerimento nº 929, de 2003, que requer voto deaplauso à advogada iraniana Shirin Ebadi, agraciadacom o Prêmio Nobel da Paz, pelo seu efetivo, verda-deiro e dedicado trabalho desenvolvido em favor dapromoção da paz e em defesa dos direitos humanos.

Fundamenta o autor da iniciativa que a agracia-da foi a primeira mulher a se tomar juíza no Irã e que éa primeira mulher muçulmana a receber o prêmio No-bel da Paz. Salienta, ainda, o Senador Arthur Virgílio,a dedicação de Ebadi na defesa das mulheres e dascrianças. Ademais, requer que o teor do Voto de Apla-uso seja comunicado à própria Shirin Ebadi, ao Comi-tê Nobel e ao Governo do Irã.

II – Análise

O aplauso a Shirin Ebadi nos parece justa e per-tinente. Trata-se de pessoa que lutou durante todasua vida em prol dos direitos humanos e das soluçõespacificas de controvérsias.

Shirin Ebadi adota nova interpretação do direitoislâmico, em consonância com princípios de igualda-de e de liberdade e com direitos fundamentais da pes-soa humana. Nesse espírito, defendeu a liberdade re-ligiosa da comunidade “Baha’i” e os direitos dos refu-giados, criou associação de apoio aos direitos das cri-anças no Irã e foi advogada de famílias de escritorese intelectuais assassinados em 1999 e 2000, entreoutros casos emblemáticos. Além disso, mantém car-reira acadêmica na Universidade de Teerã, tendo pu-blicado importantes estudos sobre direitos humanos.

Por sua conduta, Ebadi foi presa várias vezes eperdeu a condição de juíza após a Revolução Islâmi-ca de 1979, mas jamais se furtou a seguir sua trajetó-ria de liderança na defesa da dignidade humana emseu país. A concessão do prêmio Nobel da Paz a Shi-rin significa, portanto, acontecimento de alta significa-ção internacional.

III – Voto

A vista do exposto, somos favoráveis à aprova-ção do Requerimento nº 929, de 2003.

Sala da Comissão, 4 de dezembro de 2003. –Marco Maciel, Presidente – Aelton Freitas, Relatorad hoc – Marcelo Crivella, Presidente em exercício– João Capiberibe – Flávio Arns – João AlbertoSouza – Luiz Otávio – Hélio Costa – Antonio Car-los Magalhães – Jefferson Péres – Lúcia Vânia –Gilberto Mestrinho – Rodolpho Tourinho – SibáMachado.

PARECER Nº 94, DE 2004

Da Comissão de Relações Exterio-res e Defesa Nacional, sobre o Requeri-mento nº 935, de 2003, de autoria do Se-nador Arthur Virgílio e outros SenhoresSenadores, nos termos do art. 222 do Re-gimento Interno do Senado Federal, e ou-vido o Plenário, de voto de aplauso aoPapa João Paulo II, pelo transcurso doseu vigésimo quinto aniversário comoPontífice da Igreja Católica ApostólicaRomana.

Relator: Senador Marco Maciel

I – Relatório

Vem à Comissão de Relações Exteriores e De-fesa Nacional, o Requerimento nº 935, de 2003, querequer, nos termos do art. 222, do Regimento Internodo Senado Federal, e ouvido o Plenário, voto de apla-uso ao Papa João Paulo II, pelo transcurso do seu vi-gésimo quinto aniversário como Pontífice da IgrejaCatólica Apostólica Romana.

A justificação que acompanha o requerimentoaduz que a homenagem enaltece o notável esforçodesenvolvido por sua Santidade ao longo de um quar-to de século, sempre buscando a paz e a concórdia.

II – Análise

O voto de aplauso que ora se propõe ao SantoPadre, por ocasião do vigésimo quinto aniversário deseu Pontificado é homenagem das mais justas e perti-nentes.

João Paulo II é um Papa peregrino: percorreutodo o mundo e falou nos modernos areópagos danossa era. Na Organização das Nações Unidas e nosmais diferentes fóruns e parlamentos onde levou asua mensagem, erguendo qual um novo Isaías, a suavoz, aviventando valores como os da liberdade e dosdireitos humanos. Pois “liberdade e verdade ou an-

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Page 194: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

dam juntas – afirmou – ou estão miseramente conde-nadas a juntas perecerem”.

Reuniu-se com rabinos, imames e patriarcas;orou em mesquistas e sinagogas, sendo o primeiroPapa a fazê-lo. Em Jerusalém, cidade santa, sede detrês religiões monoteístas, fala aos judeus, “irmãosmais velhos na fé” e deixa, no muro das lamentações,um documento expiatório pelos erros da Igreja; visi-tou e recebeu chefes de Igrejas e líderes religiosos,rezando com eles pela paz e pela justiça. Não esque-ceu de procurar, de um modo especial, a união comas Igrejas dissidentes, com as Ortodoxas, reunin-do-se com o Patriarca Grego, com o Arcebispo daIgreja Anglicana, e expressou desejo de dialogar como Patriarca da Igreja Russa. Preconiza também oPapa, na mesma linha, a inculturação da fé, vez quepara quem “a fé não se toma vida, não se insere narealidade de um povo, se não é traduzida em sua cul-tura, isto é, em suas autênticas tradições, com seusvalores, em suas legítimas expressões religiosas”.

Em discurso no Parlamento Italiano, ano passa-do, o Papa lembrou que “os desafios que se apresen-tam a um estado democrático exigem de todos os ho-mens e mulheres de boa vontade, independentemen-te da opção política de cada um, uma cooperação so-lidária e generosa na edificação do bem comum...” Aeste propósito, “admoestava contra o risco da aliançaentre democracia e relativismo ético, que tira à convi-vência civil qualquer ponto de referência moral segu-ro e, mais radicalmente, priva-a da verificação da ver-dade. Uma democracia sem valores converte-se facil-mente num totalitarismo aberto ou dissimulado, comoa história demonstra”.

O desenvolvimento científico-tecnológico quese verifica em nosso tempo mereceu o reconheci-mento do Papa pelas janelas que abre para o pro-gresso do mundo e os benefícios que traz à humani-dade. A par de exaltar conquistas tão relevantes,João Paulo II não deixa contudo de advertir a obriga-ção de governos e da comunidade científica com res-peito à necessidade de que a toda “ciência deve cor-responder uma consciência, a toda a técnica uma éti-ca, pois não se pode deslembrar o primado do ho-mem sobre a matéria”.

É rico o testemunho de vida que, em face da do-ença, oferece o Papa. Vítima do atentado que tanto odebilitou e a cujo agressor concedeu generoso e sin-cero perdão, João Paulo inscreve-se na história – per-mitam-me a incursão no campo da hagiografia –como uma figura ornada com a singular peculiaridadede possuir em vida “a coroa dos justos”, somente re-servada aos mártires. O sangue dos mártires, já pro-

clamava Tertuliano, é semente da vida. João Paulo II,mártir-vivo, é exemplo a inspirar a todos – cristãos enão cristãos, tenham ou não fé. A caridade é tambémuma virtude heróica. Assim como acontece com osnossos heróis, que tanto apreciamos e ajudam a ele-var a nossa auto-estima, João Paulo II, com seuexemplo, se faz íntimo de todos nós.

III – Voto

À luz do que por considerarmos conveniente eoportuno aos interesses nacionais, constitucional elegal, e versado em boa técnica legislativa, opinamospela aprovação do Requerimento nº 935, de 2003,nos termos do art. 222, do Regimento interno do Se-nado Federal, e ouvido o Plenário, de voto de aplausoao Papa João Paulo II, pelo transcurso do seu vigési-mo quinto aniversário como Pontífice da Igreja Católi-ca Apostólica Romana.

Sala da Comissão, 4 de dezembro de 2003. –Marcelo Crivella, Presidente em Exercício – Ro-dolpho Tourinho, Marco Maciel, Relator – JoãoAlberto Souza – Aelton Freitas – Luiz Otávio –Gilberto Mestrinho – Flávio Arns – Jefferson Pé-res – Antonio Carlos Magalhães – João Capiberi-be – Hélio Costa – Tião Viana – Lúcia Vânia SibáMachado.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – O Expe-diente lido vai à publicação. A Mensagem do Presi-dente da República nº 17, de 2004, vai à Comissãode Relações Exteriores e Defesa Nacional.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – A Presi-dência recebeu o Ofício nº 110, de 2003, da Comis-são de Educação, comunicando a aprovação em ca-ráter terminativo dos Projetos de Decreto Legislativonºs 113, de 1995; 180, 426, 693, 701, 704, 709, 731,740, 745, 759, 766, 771, 773, 774, 777, 778, 786, 788,790, 795, 797, 804, 806, 808, 810, 813, 816, 821, 822,823, 825, 826, 827, 828, 832, 833, 834, 835, 840, 841,846, 882, 884, 885 e 886, de 2003.

Nos termos do art. 91, § 3º, do Regimento Inter-no, combinado com o Parecer nº 34, de 2003, da Co-missão de Constituição, Justiça e Cidadania, aprova-do pelo Plenário em 25 de março de 2003, fica abertoo prazo de cinco dias úteis para interposição de recur-so, por um décimo da composição da Casa, para queas matérias sejam apreciadas pelo Plenário.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Nos ter-mos do art. 91, § 3º, do Regimento Interno, combina-do com o Parecer nº 34, de 2003, da Comissão deConstituição, Justiça e Cidadania, aprovado pelo Ple-nário em 25 de março de 2003, fica aberto o prazo de

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cinco dias úteis para interposição de recurso, por umdécimo da composição da Casa, para que o Projetode Decreto Legislativo nº 717, de 2003, seja apreci-ado pelo Plenário.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – A Presi-dência comunica ao Plenário que o Projeto de Lei daCâmara nº 113, de 2003 (nº 1.273/2003, na Casa deorigem), que institui regime especial para alteraçãoestatutária das associações, e altera a Lei nº 10.406,de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, cujo parecerfoi lido anteriormente, ficará perante a Mesa durantecinco dias úteis a fim de receber emendas, nos ter-mos do art. 235, II, “d”, do Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – A Presi-dência comunica ao Plenário que os Requerimentosnºs 929, de 2003, do Senador Artur Virgílio, solicitan-do voto de aplausi à Advogada iraniana Shirin Ebadi,agraciada com o Prêmio Nobel da Paz, pelo seu efeti-vo trabalho em defesa dos direitos humanos, na pro-moção da democracia e na luta contra a pobreza; e935, de 2003, do Senador Arthur Virgílio e outros Srs.Senadores, solicitando, nos termos regimentais, votode aplauso ao Papa João Paulo II, pelo transcurso doseu vigésimo quinto aniversário de Pontífice da IgrejaCatólica Apostólica Romana, cujos pareceres foram li-dos anteriormente, figurarão na Ordem do Dia da pró-xima sessão deliberativa ordinária, nos termos do art.222, § 2º, do Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Sobre amesa, avisos que serão lidos pelo Sr. 1º Secretário,Romeu Tuma.

São lidos os seguintes:

AVISOSDe Ministros de Estado

– Nº 488/2003, de 23 de dezembro passado, doMinistro de Estado da Fazenda, encaminhando infor-mações em resposta ao Requerimento nº 924, de2003, do Senador César Borges; e

– Nº 551/2003, de 17 de dezembro passado, doMinistro de Estado da Defesa, encaminhando infor-mações em resposta ao Requerimento nº 897, de2003, do Senador Tião Viana.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – As infor-mações foram encaminhadas, em cópia, aos reque-rentes.

Os requerimentos vão ao Arquivo.Sobre a mesa, ofícios que serão lidos pelo Sr. 1º

Secretário Romeu Tuma.

São lidos os seguintes:

OFÍCIOSDe Ministros de Estado

– Nº 274/2003, de 18 de dezembro passado, doMinistro de Estado da Educação, encaminhando in-formações em resposta ao Requerimento nº 693, de2003, do Senador Marcelo Crivella;

– Nº 4.430/2003, de 18 de dezembro passado,da Ministra de Estado do Meio Ambiente, encami-nhando informações em resposta ao Requerimentonº 794, de 2003, do Senador Mozarildo Cavalcanti;

– Nº 712/2003, de 18 de dezembro passado, doMinistro de Estado Extraordinário de Segurança Ali-mentar e Combate à Fome, encaminhando informa-ções em resposta ao Requerimento nº 918,

de 2003, da Senadora Lúcia Vânia; e– Nº 3/2004, de 14 do corrente, do Ministro de

Estado da Cultura, encaminhando informações emresposta ao Requerimento nº 888, de 2003, da Sena-dora Lúcia Vânia.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – As infor-mações foram encaminhadas, em cópia, aos reque-rentes.

Os requerimentos vão ao Arquivo.Sobre a mesa, requerimento que será lido pelo

Sr. 1º Secretário Romeu Tuma.

É lido o seguinte:

REQUERIMENTO Nº 13, DE 2004

Requeiro, nos termos regimentais, que sejamdesapensados, para tramitar em separado, o Projetode Lei da Câmara nº 113, de 2000, que “Estabeleceprecedência aos usuários que especifica, no atendi-mento em órgãos da administração direta da União ede suas entidades da administração indireta”; o Proje-to de Lei do Senado nº 92, de 1996, que “Institui ameia-entrada para estudantes e idosos em espetácu-los artísticos, culturais e esportivos e dá outras provi-dências”; o Projeto de Lei do Senado nº 107, de 2000,que “Dispõe sobre a isenção de taxa de emissão depassaportes e demais documentos de viagem paramaiores de sessenta e cinco anos”; o Projeto de Leido Senado nº 103, de 2003, que “Dispõe sobre a con-cessão de incentivos aos empregadores que contra-tarem trabalhadores com idade acima de quarenta ecinco anos, e dá outras providências”; e o Projeto deLei do Senado nº 181, de 2003, que “Modifica o pará-grafo único do artigo 2º da Lei nº 10.148, de 08 de no-vembro de 2000, que dispõe sobre prioridade deatendimento às pessoas que especifica, e dá outrasprovidências”.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01009 181ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 196: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Justificação

Conforme estabelece o Regimento Interno doSenado Federal, em seu art. 258, é licito promover atramitação em conjunto, mediante deliberação do Ple-nário, a requerimento de qualquer senador, de dois oumais projetos que regulem “a mesma matéria”.

Com base nesse dispositivo e na necessidadede racionalizar a tramitação das proposições que, dealguma forma, eram do interesse dos idosos, o nobreSenador Sibá Machado requereu o apensamento detreze projetos de lei. Entretanto, apenas cinco delesacabaram sendo apensados, já que os outros foramencaminhados para arquivo, em virtude da publica-ção do Estatuto do Idoso.

Com isso, revelou-se a fragilidade do vinculoque parecia unir esses cinco projetos, os quais se re-portam a conteúdos bastante diversos: preferênciano atendimento, meia-entrada em espetáculos artísti-cos, culturais e esportivos; isenção da taxa para emis-são de passaporte e outros documentos de viagem;incentivos fiscais para empresas; modificação na nor-ma legal que dispõe sobre prioridade de atendimento.

Ora, se cada lei deve tratar de um único objeto,como determina a Lei Complementar nº 95, de 26 defevereiro de 1998, a reunião de tamanha diversidadede conteúdos torna-se inviável quando as proposi-ções não se remetem a uma só codificação. Em ou-tros termos, como esses projetos abarcam clientelasvariadas, eles não podem ser reduzidos ao escopo doEstatuto do Idoso. Conquanto sejam matérias entreas quais se pode vislumbrar alguma conexão, im-põe-se reconhecer as distinções, claras e nítidas, en-tre os temas tratados.

Assim, consideramos mais consentâneo com aletra e o espírito do que prescreve a norma interna doSenado desapensar as proposições, na forma pro-posta por este requerimento, para que tramitem emseparado. Isso permitirá, a nosso juízo, a melhoroportunidade de proceder a um exame acurado e cir-cunstanciado de cada assunto, de modo a viabilizar oaperfeiçoamento do processo legislativo e a melhoriada qualidade da legislação resultante.

Sala das Sessões, 21 de janeiro de 2004. – Se-nadora Serys Slhessarenko.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – A propo-sição que acaba de ser lida terá sua tramitação inici-ada a partir do dia 15 de fevereiro de 2004.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Há orado-res inscritos.

Pela ordem, concedo a palavra ao SenadorAlmeida Lima.

O SR. ALMEIDA LIMA (PDT – SE. Pela ordem.)– Sr. Presidente, peço a palavra pela Liderança doPDT com o compromisso de passar às mãos de V.

Exª a autorização do Líder, com quem falei no dia deontem.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RR.Pela ordem.) – Sr. Presidente, igualmente, quero pe-dir a palavra como Líder, no momento oportuno.

A SRA. LÚCIA VÂNIA (PSDB – GO. Pela or-dem.) – Sr. Presidente, gostaria de me inscrever parauma comunicação inadiável. Cheguei em terceiro lu-gar.

O SR. AELTON FREITAS (Bloco/PL – MG. Pelaordem.) – Sr. Presidente, queria pedir a palavra pelaLiderança do PL. Da mesma forma que o SenadorAlmeida Lima, a autorização do meu Líder chegará já.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – SenadoraLúcia Vânia está inscrita para uma comunicação ina-diável por cinco minutos. Este Parlamentar tambémestá inscrito. Há Senadores inscritos pela Liderança.Para uma comunicação inadiável, falará também onobre Senador Eduardo Siqueira Campos.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Como Lí-der, concedo a palavra em primeiro lugar para o Se-nador Mozarildo Cavalcanti.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RRComo Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presiden-te, Srªs e Srs. Senadores, estou usando este horáriode Liderança para fazer um requerimento à Mesa. Emrazão dos conflitos que estão ocorrendo no meu Esta-do, conflitos entre índios de etnias diferentes, na pre-tendida área indígena Raposa Serra do Sol e em facede conflitos de natureza fundiária nas áreas de as-sentamentos do Incra e em reservas ecológicas, soli-cito que seja designada, conforme Requerimento queapresentei em 03 de julho de 2003, que recebeu o nº529, a composição de uma comissão temporária ex-terna composta de cinco membros do Senado Fede-ral para ir ao meu Estado fazer um levantamento darealidade em que se encontra.

A propósito, quero chamar a atenção, Sr. Presi-dente, para o fato de que realmente estamos em situ-ação de pé de guerra. Peço que seja transcrito comoparte do meu pronunciamento matéria publicada, noano de 2000, pela revista IstoÉ que dizia exatamenteisto: “Roraima em pé de guerra”. Estamos agora em2004, os conflitos continuam se arrastando e já estãogerando mortes entre índios de etnias diferentes. Por-tanto, solicito à Mesa a designação da comissão já re-querida.

Muito obrigado.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE OSR. SENADOR MOZARILDOCAVALCANTI EM SEUPRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, incisoI e § 2º, do Regimento Interno.)

01010 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL182

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O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Cam-pos) – Nobre Senador Mozarildo Cavalcanti, a preo-cupação de V. Exª data de 03 de julho do ano passa-do, consta do Requerimento nº 529, de 2003.

A Presidência, sensível à questão fundiária doEstado de Roraima, que é de conhecimento de todo oPaís, e aplicando, por analogia, o art. 70 do Regimen-to Interno, dada a impossibilidade de o Plenário deli-berar sobre o assunto, designa comissão, formadapor cinco Senadores, com um representante de cadapartido, para “ir a Roraima inteirar-se dos problemasfundiários daquele Estado” e apresentar ao Senadorelatório minucioso de sua missão.

Assim sendo, esta Presidência, de acordo comas indicações das Lideranças, designa os Srs. Sena-dores para comporem a referida Comissão:

COMISSÃO TEMPORÁRIA EXTERNA(Requerimento nº 529, de 2003)

Bloco de Apoio ao Governo Delcídio AmaralBloco PFL/PSDB Eduardo Siqueira CamposPMDB Romero JucáPDT Augusto BotelhoPPS Mozarildo Cavalcanti

Era essa a resposta que Presidência desejavacomunicar a V. Exª e aos demais Senadores inte-grantes da Bancada de Roraima.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Cam-pos) – Continuando a lista de oradores, concedo a pa-lavra ao primeiro orador inscrito, nobre Senador Pa-paléo Paes.

A Mesa aguardará, Senador Almeida Lima, adevida comunicação da cessão da palavra, mas játem conhecimento por intermédio de V. Exª. Em se-guida, V. Exª será o primeiro orador na condição deLíder. Logo após V. Exª, a Presidência intercalará osdemais Senadores que se inscreveram para uma co-municação inadiável.

Tem V. Exª, Senador Papaléo Paes, a palavrapor vinte minutos.

O SR. PAPALÉO PAES (PMDB – AP. Pronun-cia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a história políticados Estados apresentou, na segunda metade do sé-culo XX, uma de suas mais importantes transforma-ções. Após as crises do início do século, as naçõesmais bem organizadas fundaram o Estado debem-estar social, que alguns classificaram de opçãosocialdemocrata. Contudo, nas últimas décadas doséculo passado, o Estado altamente intervencionistaque se gerou entrou em crise de funcionamento e

houve uma mudança forte e rápida para o Estado departicipação mínima na economia, que muitos cha-mam de estado neoliberal, cujo exemplo mais visívelfoi a Grã-Bretanha da então Primeira-Ministra Marga-ret Thatcher.

Essa nova experiência de organização no Esta-do foi conseqüência da constatação quase universalde que os custos de manutenção de um Estado atu-ante em todos os segmentos econômicos e agente di-reto nas atividades produtivas, por intermédio de em-presas ou autarquias, se havia tornado inviável e quesua continuidade tenderia a uma crise profunda nassociedades envolvidas.

A partir dessa constatação, iniciou-se o proces-so de privatização de todas as atividades considera-das de responsabilidade não exclusiva do Estado. Aidéia motriz seria a de que, desonerando o Estado deobrigações que não lhe eram pertinentes, restariammais recursos para suas ações típicas e essenciaiscomo educação, saúde e outras. O resultado espera-do seria maior eficiência dos serviços entregues à ini-ciativa privada e à concorrência de mercado e melhoratendimento à população nos serviços privatizados.Assim se fez em muitos países, mesmo nos que nãomudaram radicalmente seu modelo econômico.Assim fizeram Inglaterra, França, Chile, México e mu-itos outros.

Nessa esteira seguiu o Brasil, a partir do finaldos anos oitenta e nela prossegue até os dias dehoje. Nos dois mandatos do Presidente FernandoHenrique Cardoso, o processo adquiriu vigor e foi le-vado adiante em todas as áreas que os oito anos per-mitiram. Um dos setores mais fortemente atingidospor esse processo de desestatização ou privatizaçãofoi o da telefonia. O mote foi o de baratear os custosda telefonia fixa, de disseminar o acesso ao sistema ede estimular a concorrência. A abertura do mercadopara o sistema móvel acabou por popularizar o aces-so ao telefone, sobretudo depois do advento da mo-dalidade do pré-pago, essa, sim, acessível às cama-das mais pobres da população. A expansão foi de talordem que o número de usuários de telefone duplicouem poucos anos.

O modelo brasileiro deveria basear-se na exis-tência de uma agência reguladora, a Anatel, com po-deres para disciplinar o mercado, estimular concor-rência e fazer o preço do serviço cair com criteriosoaumento da oferta. A concorrência estaria assegura-da pela entrada no segmento das empresas-espelho,assim que as estatais recém-privatizadas tivessempassado ao efetivo controle dos adquirentes privadose estivessem operando normalmente.

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Ora, Srªs e Srs. Senadores, modelos belamenteimaginados no papel ou copiados de experiências depaíses mais desenvolvidos do que o Brasil podem semostrar muito menos eficientes do que o imaginadonas simulações teóricas. Assim se passou e se passacom o sistema de telefonia no Brasil.

As muitas e planejadas melhorias não se mate-rializaram.

Barateamento de ligações? Ficou na esperan-ça. Paga-se cada vez mais caro e multiplicam-se astarifas por todo e qualquer serviço adicional à simpleschamada telefônica.

Há ainda que se evidenciar que os usuários econsumidores dos serviços telefônicos, quando ne-cessitam de serviços das operadoras, simplesmentedevem usar número cuja sede fica em outro Estado.Ora, a prestação de serviços deve garantir o atendi-mento na área de jurisdição do serviço prestado.

Somente a título de exemplificação, recente-mente, o meu suplente ao Senado precisou de servi-ços in loco da Amazônia Celular na cidade de Maca-pá. E, lá, comparecendo oito vezes em uma loja deatendimento, esta nada pôde resolver, pois as deci-sões dependiam de ações em uma outra Unidade daFederação, sem contar a comunicação feita via tele-fônica através do número 1404, que nada pôde resol-ver por ser procedimento da empresa, conforme de-claração da gerente da referida empresa naquela ci-dade.

Portanto, os usuários estão muito mal servidosquando precisam de atendimento para resolver asmais diversas questões nos locais de prestação deserviço. Isto também ocorre aqui em Brasília, confor-me informações de diversos usuários reclamantes.

E a concorrência? Também ficou nos sonhos.As empresas-espelho não chegaram ainda a ocuparpartes significativas do mercado. Alcançam cerca de3% do segmento. E as empresas que foram privatiza-das se agrupam constituindo quase monopólios regi-onais de grande porte.

E o aumento da oferta? Esse, de fato, ocorreu, Sr.Presidente, com oferta de milhões de linhas em todo oPaís. Contudo, o resultado não foi a ocupação das li-nhas ofertadas, mas um lote de ociosidade de cerca de10 milhões de linhas. A oferta não foi absorvida pelomercado por falta absoluta de capacidade. A renda dapopulação ainda sem telefone é baixa para os custosderivados de seu uso. Vivemos a eterna dicotomia daBelíndia, ou seja, telefonia belga, com custos de primei-ro mundo, e mercado consumidor indiano, com poderaquisitivo de terceiro-mundista.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desde de1997, quando da entrada em vigência da Lei Geral deTelecomunicações, à qual se seguiu a privatizaçãodo Sistema Telebrás, o que se pode constatar hoje éque os resultados esperados estão longe de se con-cretizarem, em qualquer dos três objetivos pretendi-dos, isto é, a geração de concorrência, a universaliza-ção de acesso e a regulação autônoma nos patama-res desejados.

Fica difícil, Sr. Presidente, imaginar a telecomu-nicação no Brasil prosseguindo no mesmo caminhoque vem trilhando nos últimos anos. Já ficou mais doque evidente que a Lei de Telecomunicações deveser revista, e o papel da Anatel, refundado sobre ba-ses sólidas, bem mais sólidas do que vemos.

O recente episódio da majoração das tarifas,autorizado pela agência e contestado pelo Ministrodas Comunicações, Miro Teixeira, demonstra cabal-mente a fragilidade do sistema imaginado e como elepode ser mal gerido no contexto brasileiro.

As agências reguladoras brasileiras foram cria-das obedecendo a idéia de suas congêneres nor-te-americanas. Todavia, as nossas não têm o mesmopoder que têm suas equivalentes nos Estados Uni-dos. Se não dotarmos nossas agências de quadrostécnicos e instrumentos legais eficazes para que elaspossam efetivamente atuar como agências regulado-ras do mercado, o que teremos é um Estado fraco di-ante do setor privado e incapaz de atuar em favor dobem comum. Mais uma vez, o Estado estará a serviçode interesses privados e particulares e sendo apropri-ado por grupos econômicos. Se as agências não pu-derem agir dentro dos ditames das leis que as confi-guram, expedindo os regulamentos para o setor res-pectivo e fiscalizando rigorosamente as empresasque nele atuam, o que veremos é a omissão do Esta-do, provocando a desarticulação de mais um setor navida nacional.

A telefonia em particular e a telecomunicaçãoem geral são setores estratégicos para a soberania eo desenvolvimento nacional. Deixar o nosso sistemade telefones ficar ao sabor das incongruências de go-vernos ou de distorções derivadas da falta de uma ur-gência suficientemente forte será levar o Brasil para oextremo oposto ao ponto em que estava: passaremosde uma economia estatizada e inoperante para umaeconomia privatizada e sem controle social. Em am-bos casos, os únicos desservidos serão os brasileirose brasileiras, cidadãos pagantes de impostos e des-providos de serviços.

Há que haver, Sr. Presidente, uma revisão da leide telecomunicações e uma redefinição do papel da

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Anatel para fortalecer-lhe o caráter regulador e fiscali-zador. Esse é o imperativo do momento para o País.Exemplo dessa necessidade é a integração entre atelefonia fixa e móvel, não prevista no atual modelobrasileiro. Os reguladores tratam os telefones fixos ecelulares como se fossem sistemas distintos, en-quanto os usuários os vêem como a mesma coisa.Outro exemplo é a inexistência de projeto de redes detelefonia móvel para baratear os custos.

Assim, Srªs e Srs. Senadores, estamos no mo-mento mais do que propício para repensarmos toda aorganização do sistema de telecomunicação nacio-nal. Se a privatização é, hoje, um fato consumado,sua eficácia e sua eficiência, estão, ainda, para serdemonstradas e, para tanto, necessitam que o mode-lo seja revisto.

O Sr. Almeida Lima (PDT – SE) – Senador Pa-paléo Paes, concede-me V. Exª a palavra?

O SR. PAPALÉO PAES (PMDB – AP) – Sena-dor Almeida Lima, concedo-lhe um aparte.

O Sr. Almeida Lima (PDT – SE) – Senador Pa-paléo Paes, parabéns a V. Exª pelo pronunciamento.Os fatos narrados, no que diz respeito à falência datelefonia, são de conhecimento de todo o povo brasi-leiro. Eu gostaria, no entanto, de fazer uma observa-ção, é evidente que também no mesmo perfil do pro-nunciamento que V. Exª faz na tarde de hoje, no senti-do de acrescer que, com o advento do neoliberalis-mo, a falência do Estado em gerir os interesses públi-cos, na verdade não ocorreu. Não é uma afirmativaverdadeira, como os neoliberais costumam defender.O que se verifica é a vitória dos neoliberais ou do pen-samento neoliberal, que é exatamente aquele de di-minuir, cada vez mais, os direitos da grande massada população, em benefício daqueles que mais pos-suem, ou seja, a ampliação cada vez maior da rique-za dos ricos e o empobrecimento dos pobres, porqueoutra não foi, digamos, o perfil, a consciência, não nomomento em que tivemos o advento do liberalismo,com a derrocada do absolutismo, mas logo a seguir,com o advento da era industrial, sobretudo na Ingla-terra, isso se verificou. Ou seja, aquela classe de en-tão, a burguesia, que tinha eliminado do poder o ab-solutismo, a nobreza, veio a se transformar, paulati-namente, naquilo – do ponto de vista econômico –que se constituíam os nobres de então, destronadospela Revolução Francesa. E, com a era industrial, osreclamos, as greves, os movimentos trabalhistas vie-ram gerar conquistas sociais com, sobretudo, a pleni-tude da democracia. Não contesto os valores traça-dos pelo Liberalismo de então, mas que eles sejamaceitos, atualmente, do ponto de vista social e das li-

berdades democráticas, aliados às conquistas da de-mocracia, sobretudo àquelas que dizem respeito aosganhos sociais, mas jamais a essa filosofia da substi-tuição do Estado, que visa beneficiar a populaçãocomo um todo, as massas de trabalhadores, benefici-ando exclusivamente, por essa política, àqueles quemais possuem. Estão aí os exemplos vivenciadoshoje, a exemplo do que aconteceu com o setor bancá-rio, neste País, que abocanhou lucros superiores aosque recebiam anteriormente, já enormes no Governode Fernando Henrique Cardoso. Minha solidarieda-de, e parabéns pelo pronunciamento de V. Exª.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Cam-pos) – Nobre Senador Papaléo Paes, a Presidênciaousa interrompê-lo, apenas para dar conhecimentoque, além de V. Exª ser médico, é um dos Parlamen-tares que mais atuou e que vem atuando, de maneiradeterminada, em relação aos assuntos que envolvema saúde neste Parlamento. Eu lembraria que o Sena-do, no final da Sessão Legislativa passada, mantevea vinculação, ou seja, impediu a desvinculação dasreceitas para a saúde, principalmente pelo trabalhode V. Exª.

Eu gostaria de comunicar à Casa, a presençade médicos do Brasil inteiro que participam de um im-portante Seminário nesta Capital e que, nesta tarde,participam da nossa sessão nas galerias. Para nós,as Srªs e os Srs. Senadores, é uma honra tê-los pre-sentes neste recinto.

Era a comunicação que a Presidência desejariafazer a V. Exª.

O SR. PAPALÉO PAES (PMDB – AP) – Sr. Pre-sidente, agradeço a V. Exª e fico muito satisfeito emver a presença dos colegas aqui. Sou médico, sou doEstado do Amapá e há 23 anos exerço a minha ativi-dade médica que, no ano passado, foi um pouco con-turbada por falta de tempo. Quero dizer às senhoras eaos senhores colegas que lá nós temos uma medici-na muito adiantada com bons profissionais – pessoasque se prepararam e que voltaram para o nosso Esta-do – mas que o Amapá precisa desenvolver aindamais a sua medicina e lá nós temos campo de traba-lho. Quero, então, saudar a todos pela presença aquiTenho a certeza absoluta de que aqui dentro eu estouhonrando não só a minha condição de político ama-paense, mas a minha condição de médico que me fezser político. Muito obrigado, então, pela presença detodos.

Senador Almeida Lima, agradeço a sua inter-venção. Realmente o nosso raciocínio é o de que atelefonia não sofreu, depois de privatizada, uma ob-

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servação rigorosa por parte do Governo, diante da-quilo que se propôs fazer.

Hoje estamos passando por situações difíceisna área da telefonia, que é extremamente importantepara o nosso País. Solicito ao Governo Lula, ao Exce-lentíssimo Senhor Presidente da República, que olhecom muita atenção essa denúncia que hoje fazemosaqui.

Concluo dizendo que uma Anatel forte e atuanteé também um dos requisitos para avançarmos no pro-cesso. Em conseqüência, Sr. Presidente, proponhoque o Senado se adiante com relação a essa matériae instale comissão que realize audiências públicas,para propor as alterações necessárias na Lei Geralde Telecomunicações e as alterações no modelo hojeem vigor no Brasil.

Era o que tinha a dizer.Muito obrigado, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Cam-

pos) – Concedo a palavra ao nobre Líder AlmeidaLima.

S. Exª dispõe de até cinco minutos.O SR. ALMEIDA LIMA (PDT – SE. Como Líder.

Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.Senadores, o meu querido Estado de Sergipe, nesteinstante, precisa da solidariedade do Brasil.

Venho a esta tribuna, emocionado porque en-quanto aqui me encontro, lamentavelmente, osemi-árido sergipano está sendo destruído. Vejam acontradição, desta vez, não pelo sol, mas pelas chu-vas. Segundo o setor de meteorologia da Secretariade Planejamento do Estado, somente em 10 dias,choveu no sertão sergipano, 400 milímetros, mais de5 vezes a média anual pluviométrica, que é de 70 milí-metros.

Hoje completam 10 dias de chuvas, praticamen-te ininterruptas no Estado, com maior gravidade nosertão. Não na região costeira, mas no sertão, no altosertão sergipano. Apesar da previsão da Agência Cli-ma Tempo de que o tempo deve melhorar a partir deagora, as conseqüências são catastróficas. Pratica-mente toda infra-estrutura desses municípios foi des-truída, principalmente as estradas, pontes, esgotos ecasas.

Entre Nossa Senhora da Glória e Monte Alegre,o rompimento de uma ponto provocou um acidenteque deixou um morto e um desaparecido. Dois cami-nhões foram levados pelas águas, o motorista de umdeles morreu na hora, e o outro encontra-se desapa-recido. Um terceiro carro também levado pela en-

chente teve seus ocupantes resgatados pela DefesaCivil.

O Município mais atingido é Poço Redondo, quese encontra inteiramente isolado do resto do Estado.A sede do Município teve a rede de esgotos destruí-da, e há risco de contaminação por doenças como aleptospirose. Segundo o Prefeito, a maior necessida-de da população é de remédios. Uma mulher grávidade gêmeos teve o trabalho de parto iniciado, e nãohavia médicos na cidade para atendê-la; até o final damanhã, aguardava socorro. O Governador do Estadochegou, ainda pela manhã, de helicóptero, a únicaforma de transporte possível.

Isso é algo inimaginável no semi-árido sergipa-no. As próprias equipes da Defesa Civil do Estado edo Corpo de Bombeiros, que passaram a noite nos lo-cais atingidos, encontram-se ilhadas e assim esta-vam até hoje pela manhã. Técnicos da Defesa Civilafirmaram que a gravidade da situação era tamanha,que justificava não apenas a visita do Governador deEstado, mas também do Presidente da República.Eles disseram que jamais viram uma inundação tãoforte no Estado de Sergipe.

Aproveito, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senado-res, para fazer um apelo ao Presidente da Repúblicae ao Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes,para que visitem o Estado de Sergipe, para que equi-pes da Secretaria Nacional de Defesa Civil, in loco,possam fazer um levantamento criterioso dos estra-gos e para que a solidariedade ao nosso povo seja,de fato, realizada.

Outro Município atingido foi o de Porto da Folha,onde uma equipe médica ficou ilhada num povoado.A cidade foi inundada em algumas áreas. Com a que-da de duas barreiras na rodovia que liga Monte Alegreà capital, o único acesso se dá pelo Município de Ga-raru. O Prefeito de Porto da Folha também pediu so-corro, clemência, ajuda – principalmente roupas e re-médios – para a população, que se encontra comple-tamente desabrigada.

Hoje, pela manhã, um homem que tentava atra-vessar o riacho Capivara, que passa o ano inteirocom seu leito a descoberto, seco, foi eletrocutado, eseu estado até o final da manhã era grave.

Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senado-res, este é um momento em que o Estado de Sergipevem pedir ao Brasil ajuda, solidariedade.

Falando com alguns Prefeitos no dia de hoje,senti todos eles com sua sensibilidade à flor da pele.Imaginei retornar ao meu Estado, mas percebi, deimediato, que poderia prestar um melhor papel aqui

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em Brasília, no Senado Federal, junto a V. Exªs, nabusca da solidariedade de cada um dos Srs. Senado-res e do Governo Federal. Solicitei audiência ao Mi-nistro da Integração Nacional, Dr. Ciro Gomes, pararelatar-lhe pessoalmente o que passa o Estado deSergipe, que vive em plena calamidade pública. Sãoas coisas da natureza.

Concluo, Sr. Presidente, deixando esse apelo atodos. Tive a oportunidade, no ano passado, de fazer,desta tribuna, um relato da situação de penúria dosemi-árido sergipano e de todo o Nordeste brasileiro,atacado, sofrido pela intempérie, pela seca inclemen-te. Hoje, venho para dizer que o sofrimento do serta-nejo sergipano é pelo excesso de chuvas. Aliás, a vozdo grande Luiz Gonzaga, pela letra de Gordurinha, jádemonstrava ao País inteiro esse drama:

Oh, Deus, perdoe esse pobre coitado,que de joelhos rezou um bocado,

Pedindo para a chuva cair sem parar.Oh, Deus, será que o senhor se zan-

gouE só por isso o sol se retirou,Fazendo cair toda chuva que há?Senhor, eu pedi para o sol se escon-

der um tiquinho,Pedi para chover, mas chover de man-

sinho,Pra ver se nascia uma planta no chão.Oh, Deus, se eu não rezei direito, o se-

nhor me perdoe.Eu acho que a culpa foi desse pobre,

que nem sabe fazer oração.Meu Deus, perdoe eu encher esses

olhos de água,De ter lhe pedido cheinho de mágoa,Pro sol inclemente se “arretirar”.Desculpe, eu pedi a toda hora pra che-

gar o inverno,Desculpe, eu pedi para acabar com o

infernoQue sempre queimou o meu Ceará.

Que sempre queimou o meu Sergipe, a minhaAlagoas, a minha Paraíba, o meu Pernambuco, omeu Ceará. Também cito o Rio Grande do Norte,enfim, todo o Nordeste brasileiro.

(A Srª Presidente faz soar a campai-nha.)

O SR. ALMEIDA LIMA (PDT – SE) – Peço, Sr.Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que o Brasil, o Go-verno Federal do Presidente Lula, o Ministro Ciro Go-mes acudam o Estado de Sergipe. É essa solidarie-dade que Sergipe – Estado que já contribuiu tantopara este nosso Brasil – suplica aos Srs. e às Srªs Se-nadoras e ao Governo Federal.

Muito obrigado.A SRA. PRESIDENTE (Serys Slhessarenko) –

Concedo a palavra ao Senador Eduardo SiqueiraCampos, para uma comunicação inadiável, pelo pra-zo de cinco minutos. Em seguida, usará da palavra oSenador Juvêncio da Fonseca.

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PSDB– TO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisãodo orador.) – Srª Presidente, Serys Slhessarenko, no-bres Pares, caros telespectadores da TV Senado eouvintes da Rádio Senado FM e também da RádioSenado AM, expresso minha solidariedade a Sergipe,por intermédio de seus representantes nesta Casa,tendo em vista as palavras do nobre Senador Almei-da Lima, que retratou a dura realidade e as dificulda-des por que passa a população daquele Estado.

Olhando desta tribuna a figura do nobre Líder daMinoria, Senador Efraim Morais, vem à memória umBrasil que conheço: o Brasil, por exemplo, da Paraí-ba; o Brasil da seca, da miséria; o Brasil de meu avô ede meu pai, retirantes do interior do Ceará, por faltaexatamente de água. Segundo estudos da ONU, aágua nos fará vítima de uma guerra em meados desteséculo, exatamente por sua escassez. Nós, desteimenso Brasil, sofremos ora por falta de água, ora porseu excesso.

Srªs e Srs. Senadores, utilizo-me deste horário,numa breve comunicação, para dizer que, no meu To-cantins, ressalvadas as grandes pontes – a que exis-te em nossa capital, Palmas, com oito quilômetros deextensão, talvez seja a segunda maior ponte brasilei-ra depois da Rio – Niterói, construída sobre o mar. Se-guramente, a Ponte da Amizade – a Ponte FernandoHenrique Cardoso, construída em Palmas, com re-cursos estaduais, sobre o rio Tocantins e sobre o lagoque decorre da construção da Usina Luís EduardoMagalhães – é a maior ponte sobre água doce emnosso País. Ressalvadas as grandes pontes sobre orio Araguaia e sobre o rio Tocantins, há necessidadede se construírem mais de duas mil pontes em nossoEstado. Estamos fazendo esse trabalho, inclusivecom financiamento externo.

Nós, brasileiros como um todo, enfrentamos decostas esse problema. A criação da Agência Nacionalde Águas foi uma solução tardia.

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Como desperdício de água, dou um exemplocomum, ao presenciar as galerias desta Casa hojecheias, para a nossa satisfação: muitos brasileirosainda escovam os dentes com a torneira aberta,como se a água fosse de fato algo que sobra nestePaís. Fazíamos algo semelhante com a energia elétri-ca até ocorrer o apagão. O brasileiro, então, reedu-cou-se para o uso da energia elétrica, que nada maisé que uma conseqüência das secas, que diminuemos nossos reservatórios.

Estamos diante de um problema complexo, masque, na verdade, para o Brasil, é uma solução. Temos20% da água doce do planeta. Ora, se já assistimos aguerras pelo petróleo, que leva milhões de anos paraser constituído, sedimentado, e se a água é uma fontelamentavelmente esgotável, principalmente devidoàs mudanças de clima e ao aumento da população,temos de enfrentar esse problema com a maior serie-dade, com a maior atenção. A água não pode servirapenas para gerar energia elétrica. O uso múltiplodas águas para irrigação, para consumo humano,para o turismo, é, sem dúvida nenhuma, uma das ma-iores necessidades a ser enfrentada pelo homem.

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, com rela-ção ao Ministro mencionado, o Ministro Ciro Gomes,o Tocantins vem merecendo uma atenção especial.Fiquei efetivamente entusiasmado com uma audiên-cia em que discutimos com o Ministro Ciro Gomes,que resultou numa visita de S. Exª ao nosso Estado,mais precisamente ao barramento do rio ManoelAlves, na cidade de Dianópolis, onde estamos termi-nando mais uma projeto de irrigação. Já temos o rioFormoso, que já foi o maior projeto de irrigação domundo. Há ainda o Projeto de Sampaio, o Projeto deSão João, Javaés, o Projeto Gurita, na cidade de Ita-piratins e o barramento do rio Manoel Alves, na cida-de de Dianópolis.

É um contraste o que temos no País, onde esta-mos com toda essa água, fazendo os projetos de irri-gação, fazendo as grandes bacias de armazenamen-to por meio da construção de usinas hidrelétricas, fa-zendo o embrião do projeto doador, que há de pereni-zar as águas do São Francisco e de fazer chegaressa água ao sofrido sertão da Paraíba, entre outrosEstados. Estamos procurando lidar com a água damelhor maneira, essa água que hoje assola a popula-ção de Sergipe, como bem disse o Líder AlmeidaLima, e que se transforma num problema, mas essaágua é efetivamente a solução.

Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, encerroesta breve comunicação, dizendo que está na horade nos determos, de forma muito séria, na questão

das águas. Abençoado é o meu Tocantins, que, mar-geado por esses dois grandes rios – Araguaia e To-cantins –, com milhares de afluentes e riachos, nocentro do País, há de ser a solução quando essaágua faltar e não ser excesso, fruto das chuvas queassolam o Nordeste.

Era o que tinha a dizer, Srª Presidente.A SRA. PRESIDENTE (Serys Slhessarenko) –

Concedo a palavra, pela ordem de inscrição, ao Se-nador Juvêncio da Fonseca, por vinte minutos.

O SR. JUVÊNCIO DA FONSECA (PDT – MS.Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do ora-dor.) – Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, traz-mea esta tribuna um assunto extremamente delicadoque parece que o Congresso Nacional e as autorida-des estão receosos de enfrentar. Trata-se da questãoindígena, das invasões indígenas que estão grassan-do por este Brasil, principalmente no meu Estado,Mato Grosso do Sul.

Vejo, no jornal de hoje, em letras garrafais amanchete: “Caiovás-guaranis em pé de guerra”.Numa enorme fotografia constante dessa matéria,aparecem pessoas encapuzadas junto aos índios.Pergunto: o índio usa capuz? O índio precisa encapu-zar-se para fazer reivindicação, para participar deuma invasão, de uma ocupação? O índio é muito sim-ples, é o homem mais natural que temos, é o brasilei-ro mais lhano, mais carinhoso, é aquele que tem asua natureza exposta na sua face aberta, clara, quenão precisa colocar capuz. Mas, nesse caso, há umindicativo de que esses encapuzados, de que essa in-filtração insuflando os índios, de que essas invasõesinjustas são fatos graves que estão ocorrendo entrenós.

Em Mato Grosso do Sul, temos 54 ações naJustiça, envolvendo 218.051 hectares de terra. Essas54 ações estão tramitando. As invasões ocorreram,estão sem solução. Mas temos em Mato Grosso doSul uma Justiça Federal muito eficiente, que tem ana-lisado essas ações com bastante cuidado, à luz daConstituição, à luz da lei.

A sentença de que vou dar conhecimento a V.Exªs é da lavra do eminente Juiz Federal Odilon deOliveira, conhecido nacionalmente pela sua coragem,pela sua cultura, pela sua inteligência. S. Exª, princi-palmente pelo enfrentamento do narcotráfico, dasquadrilhas da fronteira, notabilizou-se não só pelasua coragem, mas também pela sua determinaçãofrente às grandes decisões no Estado de Mato Gros-so do Sul.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01019 191ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 206: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Trata essa sentença de duas áreas de terra in-vadidas pelos índios, situadas no Município de Japo-rã. Disse o Juiz, sobre uma reintegração de posse emfavor dos proprietários, que, no dia 27 de dezembro,as áreas foram invadidas e violentamente ocupadaspor índios mascarados e pintados, armados com arcoe flecha, foices, facões e enxadas, ocasião em querenderam e expulsaram os empregados e passarama dominar a propriedade.

A União Federal e a Funai se manifes-taram aduzindo o seguinte:

Os estudos histórico-antropológicos in-dicam tratar-se de terras indígenas a seremanexadas à aldeia Porto Lindo, que tem1.648 ha, de modo a que a área toda venhasomar 9.461 ha”.”

Observem V. Exªs que o aldeamento tem ape-nas 1.600 hectares e quer chegar a 9.400 hectaresàs custas de invasão de terras.

E a Funai diz que estudos histórico-antropológi-cos indicam tratar-se de terras indígenas. Mentira daFunai! A Funai é incompetente para fazer esses estu-dos. Aliás, ela tem competência jurídica, mas é parci-al. Seus laudos antropológicos sempre contrariam ospróprios fatos históricos dos aldeamentos. Em terraonde um índio nunca pôs os pés, a Funai, por meiodos seus antropólogos, diz que a terra é indígena,pouco importando o título de propriedade daqueleque está sobre a área.

Prossegue o juiz:Com relação a todas as propriedades

invadidas, foram realizadas três tentativasde conciliação.

Nenhuma delas logrou êxito. Não comparecemas lideranças indígenas, não comparece a Funai,não comparece a Procuradoria da República. Fa-zem corpo mole. Não querem conciliação, querem aviolação da Constituição em favor de uma invasãoilegal, injusta.

Continua o juiz:Com relação ao pedido de reintegra-

ção liminar, os autores estão cobertos de ra-zão.

Suas posses estão demonstradas, tan-to que fizeram provas de que os imóveis,além de registrados em seus nomes, são to-talmente produtivos.

Mais à frente:

A Justiça Federal usou de todos osmeios para a realização de um acordo.

Não conseguiu.Esgotados todos os esforços despen-

didos pela Justiça Federal, outro caminhonão resta que não confrontar os fatos com amoldura da lei e proferir-se uma decisão.

Registro, mais uma vez, que encontreios silvícolas, em número de centenas, mas-carados e pintados, todos armados com foi-ces, flechas, facões, bordunas etc., na sededa Fazenda São Jorge, onde houve a au-diência, extremamente exaltados e agressi-vos.

E muitos estavam encapuzados.Repito: índio não usa capuz. Índio não

é bandido. Como os encontraram encapuza-dos nessas invasões? Qual a razão? Porquê? Contrariando a própria natureza doque seja o índio, o homem natural.

E prossegue:Este juiz e seus auxiliares só puderam

ingressar no local dos conflitos após negoci-ações através de intérpretes, valendo res-saltar a forte suspeita da presença de mui-tos índios provenientes do território para-guaio, que se uniram aos indígenas brasilei-ros. As áreas ficam bem próximas à linhaseca de fronteira.

Está muito fácil a invasão de terra em MatoGrosso do Sul pelos índios, pois a Funai facilita a in-vasão. Procedem da mesma forma os superinten-dentes do Incra de Mato Grosso do Sul e de outrosEstados, que facilitam a invasão de terras de propri-edade legítima de terceiros pelos sem-terra. A situa-ção é análoga.

Diz o Juiz:As propriedades invadidas do dia 22

de dezembro para cá, em número de 14, es-tão todas fora do controle de seus proprietá-rios. (...) Como está a situação, é crível queos proprietários, se não forem reintegrados,sofram grandes prejuízos, o que poderá serdebitado aos cofres públicos.

Neste pé a situação, a prudência reco-menda o restabelecimento da situação fáti-ca anterior (...).

E diz mais:(...) há um direito de propriedade a ser

respeitado. Primeiro, deve ser instaurado o

01020 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL192

Page 207: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

procedimento demarcatório, com direito aocontraditório e ampla defesa. Depois, des-constituído o registro imobiliário, se efetiva-mente as terras forem de ocupação tradicio-nal indígena, aí, sim, os índios poderão serassentados. Antes disso, qualquer perma-nência indígena no imóvel fere o direito depropriedade e o de proteção possessória.

Qual é a solução para uma questão tão grave?A solução não é simples e depende de uma reformaconstitucional.

Na altura dos acontecimentos que estamos vi-vendo hoje, quando ocorre uma ou várias invasõescomo essa, onde índios dizem que só saem mortosda área, é importante que se busque uma concilia-ção.

A União pode fazer uma conciliação. O maiscerto seria que a União tivesse condições legais econstitucionais de fazer uma desapropriação. Dessaforma, pagaria um justo preço ao proprietário da terranua e de suas benfeitorias, faria a demarcação daárea e deixaria os índios onde estão e o proprietárioseria ressarcido de seus prejuízos.

O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PPS – RR) – Se-nador Juvêncio da Fonseca, V. Exª me permite umaparte?

O SR. JUVÊNCIO DA FONSECA (PDT – MS) –Vou completar meu raciocínio, em seguida concedo oaparte a V. Exª.

Mas o que acontece hoje é diferente. A Funai in-sufla a invasão, e o Presidente, certamente preocu-pado em conciliar a situação, não tem instrumento le-gal para fazer a desapropriação, porque o art. 231, §6º, da Constituição Federal, veda isso.

O Juiz Federal Odilon de Oliveira, nessa senten-ça, afirma o seguinte:

A solução mais viável, para todo o território naci-onal, está na urgente modificação do art. 231, § 6º, daConstituição Federal, que impede indenização ao fa-zendeiro pela terra nua. A indenização é prevista ape-nas em relação às benfeitoras.

A União quer a conciliação, deseja resolver oproblema com a indenização, mas não pode.

O que estamos propondo hoje diante da inspira-ção do Juiz Odilon de Oliveira de sugerir a modifica-ção do § 6º do art. 231 da Constituição Federal? É im-portante que se faça a leitura desse artigo, porqueessa questão indígena está empolgando e vai conti-nuar a empolgar o País inteiro. E sempre que há con-flito indígena, a imprensa publica a notícia na primeira

página, mas nem sempre a situa dentro dos ditamesda Constituição Federal.

O art. 231 da Constituição é claro aodizer o seguinte:

Art. 231 – São reconhecidos aos índi-os sua organização social, costumes, lín-guas, crenças e tradições, e os direitos ori-ginários sobre as terras que tradicionalmen-te ocupam.

O verbo está no presente: sobre as terras quetradicionalmente ocupam, ou seja, desde há muitotempo, nunca foi desfeito o aldeamento, nunca foidesfeita a comunidade indígena. Essa é a terra indí-gena segundo a Constituição.

A Constituição ainda explicita melhor no § 1ºque “são terras tradicionalmente ocupadas pelos índi-os as por eles habitadas em caráter permanente”.Não diz respeito às terras que “habitavam”, mas às“habitadas em caráter permanente”.

A Funai e seus antropólogos dão outra interpre-tação à Constituição. Pouco importa a letra da Consti-tuição. O importante é fazer o levantamento antropo-lógico daquela região e o antropólogo dizer que setrata de terra indígena, embora os índios já tenhamido embora há cem anos – não importa, foi terra indí-gena. É o princípio da terra indígena imemoriável,desde o descobrimento. Isso é um contra-senso mui-to grande na leitura da Constituição.

E vem o § 6º, que é justamente aquele em que oJuiz Odilon de Oliveira se baseia para pedir tratamen-to diferenciado.

O § 6º diz o seguinte:

Art. 231 ...............................................................................................................§ 6º São nulos e extintos, não produ-

zindo efeitos jurídicos, os atos que tenhampor objeto a ocupação, o domínio e a possedas terras a que se refere este artigo, ou aexploração das riquezas naturais do solo,dos rios e dos lagos nelas existentes, res-salvado relevante interesse público daUnião, segundo o que dispuser a lei comple-mentar, não gerando a nulidade e a extin-ção do direito a indenização ou a açõescontra a União, salvo, na forma da lei...

Portanto, a Constituição, no caso de nulidadede título, dispõe que não haverá, de forma alguma,qualquer direito a indenização. Ninguém poderá aci-onar.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01021 193ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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O Sr. Jonas Pinheiro (PFL – MT) – Permite-meV. Exª um aparte, Senador?

O SR. JUVÊNCIO DA FONSECA (PDT – MS) –Vou completar o meu raciocínio, Senador Jonas Pi-nheiro. Em seguida, concederei o aparte a V. Exª e aoSenador Mozarildo Cavalcanti.

Em razão disso e dessa disposição, a União nãopode desapropriar para compor o conflito, a briga en-tre índio e branco. Pode acontecer que a União digaque mil famílias indígenas invadiram determinadaárea, que é titulada e tem proprietário, e que vai desa-propriá-la, indenizar o proprietário e deixar os índioslá. Não poderá fazê-lo porque há impeditivo constitu-cional.

Estou propondo uma PEC que acresce o § 8º aoart. 231 da Constituição Federal, e que diz:

Art. 231 ...............................................................................................................§ 8º. O disposto no § 6º deste artigo

[aquele que impede a indenização] não seaplica aos títulos de domínio expedidos edevidamente registrados, com posse mansae pacifica por mais de dez anos consecuti-vos, cujas terras poderão ser desapropria-das para demarcação em favor da comuni-dade indígena, na forma da lei.

Eis aí a solução. Não é nenhuma varinha má-gica, mas uma solução inteligente para que a Uniãopossa fazer a desapropriação, assentar a comunida-de indígena e indenizar os proprietários de títulos le-gítimos. Essa é a nossa proposta, levando em con-sideração o fato de não termos mais condição de to-lerar a posição que está tomando a Funai, que sa-bemos ser um órgão sucateado, incompetente, inefi-ciente, que sempre insufla as invasões e busca con-flito fundiário sem nenhuma razão de ser.

A PEC que estou propondo vem justamente dartranqüilidade à questão fundiária entre índio e propri-etário com legítimo título.

Concedo o aparte ao Senador Mozarildo Caval-canti.

O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PPS – RR) – Se-nador Juvêncio da Fonseca, parabenizo V. Exª pelotema que aborda. Na verdade, criou-se no Brasil umaaura tão grande, por meio da imprensa nacional emundial, em torno dessa questão que todos quequestionam os equívocos cometidos pela Funai sãorotulados como sendo contra os índios, como genoci-das. Não consigo entender como uma população de0,2% de índios, que compõem a população indígena

no Brasil, que já tem 12% do território nacional de-marcado, ainda assim continue pretendendo mais ter-ras. V. Exª propõe uma medida muito importante e asentença do juiz de Mato Grosso do Sul aborda exa-tamente essa questão. Trago mais um dado para opronunciamento de V. Exª. Trata-se de recente deci-são do Supremo Tribunal Federal, uma súmula de ju-risprudência predominante, que diz o seguinte, em re-sumo: “Os incisos I e IX do art. 20 da Constituição Fe-deral não alcançam terras de aldeamentos extintos,ainda que ocupadas por indígenas em passado remo-to”. Isto é, como disse V. Exª, a interpretação dadapela Funai e pelos antropólogos de um modo geraldescreve como sendo terra indígena aquela em quese encontra, por exemplo, um cemitério abandonadoou sinal de cerâmica indígena. Então, o Brasil todo te-ria que ser devolvido aos índios. Temos que observaro seguinte e lidar com a realidade: há 320 mil índios.Briga-se por mais terras, enquanto os índios vivemmiseravelmente, sem saúde, sem educação, semmelhoria em suas condições de habitação. Muitos ro-mânticos antropólogos que moram em Ipanema ouna Avenida Paulista dizem que os índios querem viverdaquele jeito, mas nós, que convivemos com os índi-os e conversamos com eles, sabemos que não é as-sim. Da mesma forma que o Mato Grosso, Roraimatambém está em pé de guerra, Senador. Aliás, a re-vista IstoÉ relata que, desde 2000, Roraima está empé de guerra. Agora, os índios estão se matando, por-que a maioria deles não quer a demarcação que a Fu-nai quer impor. Uma minoria, comandada por umaONG internacional, que financiou inclusive estudosantropológicos, quer impor a sua vontade. Portanto,V. Exª tem razão. Temos que ter outras medidas. Porexemplo, tenho uma proposta de emenda à Constitui-ção, que já foi aprovada pela Comissão de Constitui-ção, Justiça e Cidadania, e passou por cinco sessõesde discussão, em primeiro turno, aqui, que traz para oSenado a capacidade de decidir sobre as homologa-ções de terras indígenas e ecológicas. Na verdade ena prática, o que a União faz? Confisca terras dosEstados para os fins que considerada bem. Por meiode quê? De portaria da Funai, do Ibama e de decretodo Presidente da República. Isso realmente tem queacabar.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – SenadorJuvêncio da Fonseca, o tempo de V. Exª terminou. AMesa será tolerante com V. Exª, mas não lhe serápossível conceder mais apartes.

O SR. JUVÊNCIO DA FONSECA (PDT – MS) –Sr. Presidente, apenas peço a tolerância de V. Exªpara que eu conceda o aparte ao Senador Jonas Pi-

01022 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL194

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nheiro, de acordo com as precedências desta sema-na, em que só haverá sessões não deliberativas, por-que o Estado do Mato Grosso precisa falar.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – V. Exª dei-xa a Presidência em posição de constrangimento. Eugostaria de cumprir na íntegra o acordo feito pelaMesa.

O Sr. Jonas Pinheiro (PFL – MT) – Sr. Presi-dente, serei muito rápido.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – V. Exª temum minuto.

O Sr. Jonas Pinheiro (PFL – MT) – Será sufici-ente. Ontem, a eminente Senadora Serys Slhessa-renko falou sobre o Juiz Julier Sebastião, que enfren-tou o problema entre americanos e brasileiros. Hoje,mais um juiz, também mato-grossense, nascido àsmargens do rio São Lourenço, na localidade de SãoPedro da Cipa, no então Município de Jaciara, tomaessa uma decisão no Mato Grosso do Sul. Sr. Presi-dente, creio que meu aparte é importante porque aConstituinte aprovou artigo cujo caput e § 1º são cla-ros no sentido de que é da União a terra ocupada pe-los índios. E por isso o § 6º preconiza que não poderáhaver indenização. Não é possível que a União desa-proprie terra que pertence a ela mesma. Porém, épreciso que se obedeça ao caput e ao parágrafo 1ºdo art. 231 da Constituição Federal. Por outro lado,Senador Juvêncio da Fonseca, parabenizo V. Exªpelo discurso. Se está acontecendo em Roraima, seestá acontecendo hoje no Mato Grosso do Sul e se jáaconteceu em Mato Grosso, continuará acontecendo.Mato Grosso tem 15.500.000 hectares de terra ocu-pados pelos índios. Estão sob a mira da Funai mais25 milhões de hectares de terra a serem desapropria-dos – portanto, são 40 milhões de hectares só emMato Grosso. Isso é destruir nosso País.

O SR. JUVÊNCIO DA FONSECA (PDT – MS) –Muito obrigado aos Senadores Mozarildo Cavalcantie Jonas Pinheiro, que, lúcida e inteligentemente, enri-queceram nosso discurso.

Termino, Sr. Presidente, fazendo um apelo àFunai, que ação tão pronta exerce em favor dos índi-os. Peço encarecidamente à Funai que, nesses mo-mentos de conflitos, tire do rosto do índio o capuz everá que atrás desse capuz não está o índio, mas oinsuflador da invasão. Pode estar até o bandido denão-sei-onde, que se aproveita das invasões para fur-tar gado dos fazendeiros.

Mais uma vez, apelo para que a Funai tire o ca-puz do rosto do índio para verificar que atrás do capuz

não estão as feições serenas dos nossos irmãos quenasceram primeiro do que nós nesta terra.

Muito obrigado.

Durante o discurso do Sr. Juvêncio daFonseca, o Sr. Serys Slhessarenko, Suplen-te de Secretário, deixa a cadeira da presi-dência, que é ocupada pelo Sr. Eduardo Si-queira Campos, 2º Vice-Presidente, e PauloPaim, 1º Vice-Presidente, sucessivamente.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES(PFL – BA. Pela ordem.) – Sr. Presidente, desejo ape-nas lembrar a V. Exª que estou inscrito.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Concedo apalavra ao nobre Senador Aelton Freitas, pela Lide-rança do PL.

V. Exª dispõe de até cinco minutos para o seupronunciamento, Senador.

O SR. AELTON FREITAS (Bloco/PL – MG. Pro-nuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) –Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho saudaruma boa notícia dada hoje pela manhã pelo ilustreGovernador de Minas Gerais, Aécio Neves, que apósaudiência com o nosso Presidente da República, LuizInácio Lula da Silva, anunciou a assinatura, possivel-mente ainda nesta semana, da medida provisória querepassa aos Estados parte dos recursos da CIDE.

O acesso a essas verbas, Sr. Presidente, Srªs eSrs. Senadores, será fundamental para que os Esta-dos possam investir na recuperação de suas estradase em novas obras viárias. Assinando essa medidaprovisória, o Presidente Lula cumpre seu compromis-so com os governadores e demonstra mais uma vezque as necessidades do País estão acima das even-tuais diferenças partidárias, pois os Estados mais be-neficiados serão justamente o nosso Estado, MinasGerais, e São Paulo, ambos governados por políticosde partidos de oposição ao atual Governo.

Especialmente em Minas Gerais, os recursosda CIDE virão em um momento bastante oportuno. Asfortes chuvas que castigaram o Estado agravaramem muito a situação das rodovias mineiras, provocan-do a abertura de buracos, deslizamentos de encostase desmoronamento dos nossos asfaltos. Esses im-previstos demandam ações emergenciais para ga-rantir o mínimo de segurança aos motoristas que tra-fegam pelas tantas rodovias estaduais que cortam onosso Estado, muitas delas com intenso tráfego deveículos de carga e transporte.

Estima-se que a assinatura da medida provisó-ria garantirá um repasse de aproximadamente R$2,5

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01023 195ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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bilhões para os Estados, do qual 12% irão para MinasGerais. Mais uma vez cumprimento o Governador Aé-cio Neves pela coerência com que se portou nesseprocesso de articulação política, defendendo os inte-resses de Minas Gerais, em uma postura ética e res-peitosa para com o Governo Federal.

Graças ao empenho do nosso Governador, Mi-nas também deverá receber nos próximos dias recur-sos para investimento em Defesa Civil nas cidadesmais atingidas pelas cheias de verão.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta se-mana em que deve ser concluída a esperada reformaministerial, quero aproveitar a oportunidade na tribu-na para manifestar publicamente o meu apoio aos mi-nistros mineiros Anderson Adauto, Walfrido MaresGuia, Luiz Dulci, e ao Secretário Especial Nilmário Mi-randa, que honraram as tradições políticas mineirasno primeiro ano de mandato do Presidente Luiz InácioLula da Silva.

Continuando em seus postos – é o que espera-mos – certamente farão avançar ao máximo o traba-lho de suas pastas no decorrer desse Governo. Te-nho certeza de que os ministros citados, que já deramimportantes contribuições ao nosso País, muito aindapoderão dar.

Como Senador de Minas Gerais, a minha expec-tativa é a de que Minas tenha, sim, seu espaço amplia-do no Ministério. A possível indicação do ex-prefeito deBelo Horizonte e atual Deputado Federal mais votadodesta legislatura, por Minas Gerais, Patrus Ananias,para comandar o super-ministério social seria um golde placa do Presidente Lula, aplaudido praticamentepor toda a classe política do Estado.

Boa sorte e, acima de tudo, bom senso ao Presi-dente da República na escolha de seus novos minis-tros.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Durante o discurso do Sr. Aelto Frei-tas, o Sr. Paulo Paim, 1º Vice-Presidente,deixa a cadeira da presidência, que é ocu-pada pelo Sr. Eduardo Siqueira Campos, 2ºVice-Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Cam-pos) – Passamos a palavra ao nobre Senador Anto-nio Carlos Magalhães, por cinco minutos, pela Lide-rança da Minoria.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL– BA. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Pre-sidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar,quero fazer um apelo ao Presidente da Câmara dos

Deputados no sentido de que aceite aditar projetos,não só da Câmara como do Senado, nesta convoca-ção extraordinária. Acredito que ele só faria cresceraos olhos do País quando fizesse que os trabalhos seacelerassem e, ao mesmo tempo, pudéssemos votarmatérias importantes que existem nesta Casa.

Aliás, quero dizer a V. Exª e à Casa que existemmais ou menos novecentas proposições neste Sena-do. Vamos fazer um estudo, uma limpeza nessas pro-posições, e colocar em votação aquelas que mere-cem, e deixar ou destruir as tantas e quantas não me-recem ser votadas. Mas vamos tomar posição paraque não haja aqui como que um cemitério de proposi-ções que não são votadas pelo Senado.

Posso dizer, inclusive, que apresentei um proje-to de lei que institui o horário único, seja de verão ounão, no País inteiro, pois não podemos ficar com asdificuldades que estamos atravessando, com horári-os os mais variados. Quando for instituído o horáriode verão visando à economia, que se o adote no Paísinteiro. Quando não for necessário – e a própria Mi-nistra diz que a economia é muito pequena –, vamosfazer um horário único no País inteiro, pois horáriosdistintos criam dificuldades nos vários Estados daUnião e trazem dificuldades aos próprios Parlamenta-res no bem cumprir os seus deveres.

Há também o projeto de lei complementar quetransfere ao Cade atribuições de fiscalização do sis-tema financeiro. Há o projeto que dá às defensoriaspúblicas a competência exclusiva de atuar na defesade acusados de envolvimento do crime organizado.Há o projeto de resolução que cria – e vai resolvermuito – a Comissão Permanente de DesenvolvimentoRegional, envolvendo as regiões Nordeste, Cen-tro-Oeste, Norte, todos juntos nessa comissão quetrabalhará para o desenvolvimento de regiões caren-tes.

Há o projeto de lei que disciplina as viagens ofi-ciais ao exterior. Temos que votar isso com urgência.Há o projeto de lei que trata da desapropriação deimóvel rural para fins da reforma agrária, projeto im-portante do ponto de vista social. Há projetos, tam-bém, do Senador Tasso Jereissati, da maior impor-tância, que listei, mas, infelizmente, hoje ainda nãoposso deles falar.

O motivo que me traz a esta tribuna é realmentemuito sério. Vários Srs. Senadores já relataram a situ-ação calamitosa das estradas nos seus Estados.Lembro-me de que o Senador César Borges apresen-tou diagnóstico detalhado da péssima situação dasrodovias federais no Estado da Bahia e as conse-qüências dela advindas. Pouco ou nada se modificou

01024 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL196

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desde então. Ao contrário, com a chegada das chuvasem todo Nordeste, a situação se agravou. Ainda ontem,na BR–110, caiu uma ponte, prejudicando o tráfego dePaulo Afonso para Salvador e para a região.

Em relação à Bahia, há um comunicado doDNIT, que alerta para as intensas chuvas ocorridasno Estado, que causaram sérias avarias em toda amalha rodoviária estadual. O que estava ruim, Sr.Presidente, ficou pior. E o DNIT reconhece que, emtodo País, dos 57 mil quilômetros de rodovias federaispavimentadas, grande parte tem problemas de con-servação.

Ontem, o Senador Tião Viana me falou, com mui-ta sinceridade e de forma sofrida, que, passando pelaBahia, de Ibotirama até Seabra, encontrou um quadrotriste: nas estradas, mulheres e homens pobres tapa-vam buraco para receber moedas em contrapartida.Essa é uma situação grave, triste, que não pode conti-nuar ocorrendo no meu Estado, por culpa do Ministériodos Transportes ou do Governo Federal.

O Ministro dos Transportes, que estava muitofraco, hoje é muito forte, porque o Vice-Presidente daRepública disse: “Esse não sai”. Então, S. Exª não vaisair mesmo. Se já há uma má vontade em dar o Minis-tério dos Transportes ao PMDB, agora, então, essapossibilidade acabou de uma só vez. Desse modo, seo Ministro dos Transportes continua, que, pelo menos,S. Exª vá verificar a situação das estradas da Bahia.

As estradas brasileiras, vitais para a economia,além de estarem em péssimas condições, já nãocomportam o fluxo atual de veículos. As estradas es-taduais sofrem com o aumento de tráfego, pois aspessoas fogem dos buracos federais – e são buracosem todos os sentidos.

O turismo, notadamente neste período, tambémé afetado. Os turistas estão horrorizados: vêem umabela Salvador, mas, quando vão para o interior doEstado, inclusive para a Chapada Diamantina, ou cor-rem o litoral, só encontram estradas sem condições.Isso depõe contra a Bahia, mas depõe muito mais con-tra o Brasil, porque são essas BRs federais que estãoabandonadas, sem que haja qualquer providência.São regiões de altíssimo potencial turístico. Rodovias,como a BR-030, são meros caminhos e estão muitomais apropriadas à prática do offroad do que ao tráfe-go de carros de passeio, ônibus e caminhões.

Esse assunto, infelizmente, Sr. Presidente, nãoé novo e nos preocupa, principalmente, com o agra-vamento da situação. Nos próximos dias, trarei aquifortes imagens da degradação das estradas brasilei-ras, para mostrar a V. Exª, Sr. Presidente, e a estaCasa que essa situação não pode perdurar. Há mui-

tas promessas, mas precisamos de realizações. Ago-ra, chegou-se a um ponto em que há coisas a realizare não a prometer.

Representantes do Governo Federal deverão vir apúblico dar explicações, que não se justificam, e acenarcom ações de curto prazo: as tais operações tapa-bura-cos, em que o próprio nome já denuncia o quanto a me-dida é meramente paliativa e inconseqüente.

O País precisa, isto sim, de um plano sério e ur-gente de efetiva recuperação de sua malha rodoviáriaseja com recursos públicos ou privados. Vamos en-contrar o caminho certo e marchar para isso. É preci-so planejar e executar a expansão dessa malha paratorná-la compatível com as metas de desenvolvimen-to que todos reclamam.

Quero ter esperanças de que o Ministro Adauto,confirmado que foi pela força do Vice-Presidente, sa-berá cumprir a missão que lhe foi confiada.

O fato é que seguiremos convivendo com umasituação insuportável, e cabe ao Senhor Presidenteda República, responsável pelo Governo, tomar pro-vidências urgentes.

Ainda há pouco, eu citava o que viu e o que fezsofrer o nobre Líder Tião Viana. Não queremos isso!Queremos, Sr. Presidente, que se consertem essasestradas no Brasil inteiro. Sei que, no Estado de V.Exª, a situação é mesma. Isso está prejudicando aeconomia baiana em todos os sentidos.

Agradeço a V. Exª, Sr. Presidente, e não vouabusar da sua generosidade. Voltarei a esta tribuna,rapidamente, para mostrar a este País que algunspontos não se podem mais consertar, porque senãovai ter razão o jornalista Elio Gaspari com o seu dis-curso de hoje. É meu amigo, mas eu gostaria que elenão tivesse razão de dizer que não foi feito um metrode asfalto, que não foi feita uma escola e que, conse-qüentemente, não se deveria ter comprado o avião.

Durante o discurso do Sr. AntonioCarlos Magalhães, o Sr. Eduardo SiqueiraCampos, 2º Vice-Presidente, deixa a cadei-ra da presidência, que é ocupada pelo Sr.Paulo Paim, 1º Vice-Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – SenadorAntonio Carlos Magalhães, esta Presidência, respon-dendo ao apelo feito por V. Exª e por outros Srs. Se-nadores, na tarde de ontem reuniu a Mesa do Sena-do, quando foi encarregado a este Presidente emexercício falar com o Presidente João Paulo no senti-do de aventar a possibilidade de enriquecermos a pa-uta, encaminhada pelo Executivo, com outras propo-

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sições. Infelizmente – digo a V. Exª e à Casa –, o Pre-sidente João Paulo foi muito categórico no sentido denão aceitar que seja colocada uma única vírgula amais do que foi encaminhado pelo Executivo, já quedepende da assinatura dos Presidentes das duas Ca-sas que outras matérias sejam colocadas na pauta.

Diante do fato concreto, entendo que o Senadohá de cumprir a sua parte. Hoje, podemos anunciarque a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadaniada Casa, que contou com a presença de 100% dos ti-tulares e de cerca de mais de meia dúzia de suplen-tes, já votou matéria pertinente à convocação extraor-dinária, habilitando, para a próxima semana, este Ple-nário a deliberar sobre matérias referente à convoca-ção.

Em conseqüência do fato e da decisão do Presi-dente da Câmara, esta Presidência apenas reafirmaque vamos cumprir a nossa parte. Há a presença ma-ciça dos Senadores em Brasília, e ainda temos a ex-pectativa de que a Câmara cumpra a sua parte noacordo firmado com todos os Partidos e com o Execu-tivo, votando a PEC nº 77, que é a chamada PEC pa-ralela, e outras matérias que estão na pauta da con-vocação extraordinária.

Era o que eu tinha a esclarecer a V. Exª e aoPlenário.

O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL– BA) – Agradeço a V. Exª, Sr. Presidente. Mas, poruma questão de ordem, solicito a V. Exª que faça estetrabalho: convoque os Líderes, principalmente os doGoverno – o Líder Aloizio Mercadante, que tem pres-tígio, o Líder Tião Viana e os dos Partidos aliados aoGoverno –, para que tenham um entendimento nosentido de quebrar essa intransigência do PresidenteJoão Paulo. Afinal de contas, o Presidente João Pau-lo é o Presidente de uma Casa importante, a Câmarados Deputados, mas é um correligionário do Presi-dente da República e deve saber que o papel do le-gislador é legislar. Se S. Exª não queria a convocaçãoe não teve força para impedi-la, que pelo menos nãoimpeça que se trabalhe.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – SenadorAntonio Carlos Magalhães, o apelo de V. Exª será es-tendido aos Líderes, até porque o Executivo pode adi-tar à pauta uma outra matéria. O Executivo tem condi-ções regimentais e constitucionais de ampliar a pau-ta, desde que haja um amplo entendimento entre osPartidos.

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PSDB– TO) – Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Concedo apalavra a V. Exª. Em seguida, concederei a palavraao Senador Fernando Bezerra, que está aguardandoa sua oportunidade para falar.

O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PSDB– TO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Pre-sidente, serei breve. Em primeiro lugar, quero dar odepoimento a esta Casa de que V. Exª foi um dosprincipais protagonistas da manutenção e da luta pe-los direitos dos que precisam da previdência, razãopela qual estamos convocados. V. Exª foi a figuracentral nessa luta.

Quero dizer que me honrou muito abrir na se-gunda-feira a sessão da convocação extraordinária,mas o fiz sabendo que V. Exª estava em Brasília des-de o primeiro momento cumprindo com as obrigaçõesde 1º Vice-Presidente desta Casa, mas que, em fun-ção de um mal que foi acometido, não compareceupara abrir a sessão. Ontem, quando convocou osmembros da Mesa, V. Exª comunicou que faria conta-to com o Presidente João Paulo, que convocaria osLíderes, que daria ao Plenário essas informações.Portanto, V. Exª teve toda a responsabilidade de umParlamentar que tem uma luta histórica em função dosalário mínimo, dos direitos dos trabalhadores. E en-tre membro da Bancada do PT e dirigente desta CasaV. Exª optou por ser o 1º Vice-Presidente desta Casae por ser o Paulo Paim que os brasileiros aprenderama admirar e a respeitar.

Como membro da Mesa, como 2º Vice-Presi-dente desta Casa – que age sempre em sintonia comV. Exª e com os demais membros da Mesa, como oSenador Romeu Tuma, presente a esta reunião, e oSenador Sérgio Zambiasi –, eu gostaria de dizer queV. Exª fez o papel que cabe ao Presidente desta Casaem função da substituição do Presidente José Sar-ney.

Estou com o mesmo entendimento que tem onobre Senador Antonio Carlos Magalhães, que tãobem abordou essa questão no primeiro dia útil daconvocação extraordinária: que possamos instar aCâmara dos Deputados, respeitando as duas Casas,as suas autonomias, mas principalmente lutando pelasintonia dos trabalhos que sempre predominou sob aPresidência de Antonio Carlos Magalhães e de JoséSarney.

Parabéns a V. Exª, Sr. Presidente!O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Senador

Eduardo Siqueira Campos, cumprimento V. Exª, quecolaborou desde o primeiro momento para a constru-ção desse entendimento, o que, infelizmente, pelaposição da Câmara não foi possível.

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O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Sr.Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – O SenadorFernando Bezerra está inscrito. Sei que S. Exª temum outro compromisso, mas S. Exª gostaria muito deusar da palavra, até por que já fez uma permuta como Senador Romeu Tuma.

Antes, concedo a palavra ao Senador HeráclitoFortes, membro da Mesa, gostaria de se posicionar,num minuto – calculo eu –, sobre esse assunto tam-bém.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI. Pelaordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, emprimeiro lugar, agradeço a V. Exª pela generosidade.

Como membro da Mesa, eu gostaria de alertarV. Exª no sentido de que se faça um esclarecimentomaior ao País sobre essa convocação. Todos os ônusestão recaindo sobre nós Parlamentares, quando, narealidade, a convocação é de responsabilidade exclu-siva do Governo. Foi o Governo que convocou o Con-gresso Nacional e que enviou a pauta para este Par-lamento. Apenas estamos cumprindo uma determina-ção constitucional e nos encontramos em plenáriodesde o dia da instalação.

A imprensa divulgou, por exemplo, Sr. Presiden-te, que foi realizada uma sessão de apenas quatro mi-nutos na segunda-feira. Na realidade, a sessão deinstalação, reunindo as duas Casas do Congresso, foia que durou quatro minutos. Naquela segunda-feira,a Câmara dos Deputados e o Senado Federal isola-damente se reuniram. O que ocorre é que não temosconcretamente, devido a pauta que recebemos, o quevotar.

Sr. Presidente, se nada disso bastasse, uma co-isa me traria a este plenário: a minha solidariedade aV. Exª, que foi avalista da PEC paralela. E até pareceque por trás de tudo isso há uma trama urdida paraque a PEC paralela não seja votada!

Infelizmente, Sr. Presidente, diferentemente doque ocorria em outras convocações, em que outrosinteresses sempre estavam em jogo, aqui o único pre-judicado é o trabalhador, é o servidor público brasilei-ro. E não vejo aqueles Partidos que a vida inteira de-fenderam o trabalhador lutarem, de maneira concre-ta, sincera e objetiva, para a solução desse impasse.

Portanto, Sr. Presidente, este é o momento de aMesa do Senado e o Presidente do Congresso Nacio-nal prestarem um esclarecimento à Nação, para quenão fique dúvida nenhuma sobre esta convocaçãoextraordinária.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Passamosa palavra de imediato ao Senador Fernando Bezerra.

Respondendo também ao Senador HeráclitoFortes, a Mesa naturalmente haverá de tomar umaposição de acordo com a indicação de V. Exª.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão doorador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ohomem que se dedica à causa pública, principalmen-te aquele que detém um mandato popular, há de ter osentimento de dignidade que se levante e se revoltetomando uma atitude firme e decidida contra os auto-res de crimes nefandos contra a sua honra.

Há mais de 180 anos, Sr. Presidente, o jornalis-ta Hipólito Costa afirmou: “Por que a mentira, sendotão livre quanto a verdade, prevalece contra esta?”. Eo pior é que, quando a verdade, depois de longo e pe-noso processo, passa a prevalecer, o mal já está irre-mediavelmente feito, com prejuízos incalculáveis àspessoas injustamente atingidas.

Permito-me fazer estas pequenas reflexõespara voltar a um assunto que trouxe a esta Casa emmaio de 2001, quando reassumi o meu mandato deSenador, após deixar o cargo de Ministro da Integra-ção Nacional.

Naquela ocasião, ao rebater as insinuaçõesmaldosas, as falsas acusações e as levianas imputa-ções de que estava sendo alvo de meus desconheci-dos detratores, prometi a V. Exªs que um dia haveriade retornar a esta mesma tribuna para trazer-lhes aprova cabal, a demonstração final e definitiva, o reco-nhecimento oficial da minha total e mais absoluta ino-cência.

Jamais descuidei dessa promessa.Tenho, hoje, em minhas mãos documentos ofi-

ciais emitidos pelo Ministério Público Federal, que demaneira clara e definitiva concluem pela minha com-pleta inocência das acusações de que havia sido víti-ma. Dois deles são pareceres definitivos de autoria doex-Procurador-Geral da República, Geraldo Brindei-ro, integralmente ratificado por despacho exaradopelo atual detentor do cargo, Procurador Cláudio Le-mos Fontelles, ambos expedidos nos autos do PA1.000.000.003260/2003-32 e que determinam o ar-quivamento do processo instaurado contra mim emdecorrência do Parecer nº 02/CGU, da então Corre-gedoria-Geral da União, que foi fundamentado emnoticiário da imprensa.

O outro emitido pela Procuradoria da Repúblicado meu Estado, assinado pelo Procurador Fábio NesiVezon, conclui que, após longo período de investiga-

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01027 199ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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ção, “não restou comprovada a autoria de V. Exª naprática de improbidade administrativa relativamenteaos fatos mencionados” nesse triste episódio.

As peças jurídicas, uniformes em sua escorreitaanálise e judiciosa conclusão, constituem um atesta-do inequívoco e inatacável da minha inocência em re-lação às acusações que me foram desferidas pelosmeus detratores e, por mais paradoxal que possa ser,pela Corregedoria Geral da União, órgão que deveriater o dever de buscar a verdade e a justiça.

Além desses documentos, quero referir-me aum outro muito caro para mim e que, por razões éti-cas, não dei publicidade quando o recebi. Trata-se decarta do então Presidente Fernando Henrique Cardo-so, que me foi encaminhada logo após a minha deci-são de deixar o Ministério da Integração Nacional.Ele, que tinha a autoridade de nomear e demitir Minis-tros, diz textualmente: “Lamento a sua decisão de de-ixar o Ministério da Integração Nacional, ao qual dedi-cou seu entusiasmo”. Mais adiante, escreveu: “Querolouvar a sua conduta isenta e rigorosa na apuraçãodas irregularidades cometidas ao longo das últimasdécadas nas antigas agências de fomento das re-giões Norte e Nordeste. Vossa Excelência deve des-preocupar-se quanto às insinuações sobre a sua cor-reção não só no exercício das suas funções de minis-tro, como em suas atividades empresariais”.

Infelizmente, não foi isso o que foi divulgadopela imprensa, mas a versão repetida até hoje de queeu havia sido demitido por supostas irregularidades!

Srªs e Srs. Senadores, permitam-me fazer umarápida digressão sobre os fatos e incidentes que ge-raram o mencionado fatídico Parecer nº 02, da CGU,que iniciou a via crucis a que fui submetido.

Vou remontar a agosto de 1999, quando deixeia Liderança do Governo nesta Casa para assumir ocargo de Ministro de Estado da Integração Nacional,aceitando a honrosa e desafiante missão com que medistinguiu o eminente Presidente Fernando HenriqueCardoso.

Antes disso, no exercício do mandato de Sena-dor, fui Presidente da Comissão de Assuntos Econô-micos – CAE. Relatei importantes projetos, dentre osquais a Lei de Patentes, a Lei das Telecomunicações,a lei que instituiu o crédito imobiliário e o Código deMineração, esse quase todo de minha autoria.

Ao assumir o Ministério, licenciei-me tambémda Presidência da Confederação Nacional da Indús-tria, cargo para o qual fui eleito por unanimidade em1995 e reeleito em 1998, cujo mandato se estendeuaté 2002.

Desde o primeiro momento no Ministério, dedi-quei-me incessantemente à tarefa de inovar os mode-los e instrumentos de promoção do desenvolvimentoregional, visando a imprimir-lhes o caráter de susten-tabilidade e de modernidade condizente com a novaordem econômica mundial.

Assim é que, com o apoio do Presidente da Re-pública de então, reformulei e modernizei os FundosConstitucionais de Financiamento do Nordeste, doNorte e do Centro-Oeste (FCE, FCN e FCO), corrigin-do distorções operacionais e técnicas e redirecionan-do-os para cumprimento das finalidades que os origi-naram, como instrumentos diferenciados de estímuloà produção e à geração de renda e emprego nas re-giões menos desenvolvidas.

Além dos numerosos ajustes introduzidos nosfundos constitucionais, vale lembrar que um delesconstituiu um marco na história econômica recente doPaís, que foi a reintrodução da taxa fixa de juros nassuas operações.

Desenterrei o polêmico mas secular projeto detransposição das águas do rio São Francisco, obraque certamente seria a redenção do semi-árido doNordeste Setentrional – hoje a região mais seca, inós-pita e pobre do País –, cuja dimensão social e impor-tância econômica transcendem meras querelas políti-cas ou interesses eleitoreiros.

Hoje, fico feliz em ver que o Presidente Luiz Iná-cio Lula da Silva, um nordestino do sertão, que tam-bém em sua infância conheceu de perto as agrurasda seca, das lavouras perdidas, das privações e dafome de nossa gente, e que, agora, percorrendo o ár-duo caminho de Garanhuns ao Palácio do Planalto,desenterrou novamente o projeto e, desafiando adescrença e os interesses escusos, comprometen-do-se a realizar a transposição de águas do SãoFrancisco até o final do seu governo.

Sr. Presidente, voltando ao fulcro central domeu depoimento, quero lembrar o que deu origemaos fatos que tantos transtornos trouxeram a mim e aminha família.

Uma empresa, a Metasa, da qual havia sido só-cio há mais de três anos e de cuja direção estavaafastado há sete anos, serviu de pretexto e estopimpara a campanha caluniosa.

Essa empresa, criada em 1984, pelo incentivodo então Governador do Rio Grande do Norte e hojeSenador José Agripino Maia, teve seu projeto aprova-do pela Sudene como classe “A”, muitos anos antesdo meu nome figurar entre os seus sócios. Seu objeti-vo era contribuir para o processo de industrialização

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do meu Estado, aproveitando a reserva de scheelita –a única existente no Brasil – e que é minério do tung-stênio utilizado na metalurgia avançada.

Em dezembro de 1989, a minha empresa Ecociladquiriu 30% das ações da Metasa e, em 1993, mais30%. Dirigi essa empresa de 1989 a 1994, quandome afastei do seu comando, para assumir o meu pri-meiro mandato no Senado. Em 1998, eu e meus fi-lhos, que gerenciam meus negócios, decidimos ven-der nossa participação, o que foi feito com anuênciada Sudene, conforme determina a lei.

Sem que eu ou meus filhos tivéssemos tidoqualquer participação, conforme comprovam os pare-ceres aqui exibidos de autoria do Ministério PúblicoFederal, essa empresa foi acusada de uma série deirregularidades, inclusive de mal uso dos recursos re-cebidos da Sudene.

Daí por diante, por mais que proclamasse a mi-nha inocência, passei a ser gratuitamente caluniado,enxovalhado em minha honra.

Uma luta desigual, pois não conhecia o rostodos meus adversários, que passaram a abastecer aimprensa com meias verdades, mentiras e calúnias.

Tais denúncias veiculadas pela imprensa, aindaque infundadas e vazias, ensejaram que a Correge-doria Geral da União – CGU instaurasse um processoadministrativo (nº 00190.000221/2001-87), que resul-tou na emissão do Relatório da Análise nº 02/CGU,subscrito pela então Ministra Chefe da CGU, DrªAnadyr Mendonça.

Esse relatório da CGU baseou-se exclusiva-mente em notas publicadas pela imprensa, muitasdelas “plantadas” pelos meus detratores, e tambémalguns dados de um relatório de análise de resultadosde gerência, produzido pela Secretaria Federal deControle Interno (Relatório nº 73.427/2001).

Observe-se que esse relatório foi elaborado trêsanos após a minha saída da sociedade da Metasa ese refere, em sua maior parte, a fatos ocorridos exata-mente naqueles três anos!

A CGU não realizou qualquer investigação, nãocoligiu qualquer prova, não apurou nenhuma das acu-sações, não averiguou nenhuma das insinuações, li-mitando-se apenas a tirar ilações precipitadas, con-clusões absurdas, sem o mínimo fundamento!

No seu afã de condenar a qualquer custo, aCGU transmutou meros questionamentos como pro-vas irrefutáveis; considerou simples dúvidas comocertezas absolutas; transformou pequenas falhas emgraves irregularidades, para concluir – não se sabecomo – que eu estaria incurso em crime de improbi-

dade administrativa, enviando os autos à Procurado-ria Geral da República.

Não se deu o trabalho de apurar coisa alguma,limitando-se a proferir um libelo acusatório sem ummínimo de embasamento.

Não me permitiu exercer sequer o sagrado direi-to de defesa. Não me inquiriu, não me ouviu! Impediuo meu acesso aos autos! Vedou-me o conhecimentodas acusações!

Essa esdrúxula peça acusatória da CGU irres-ponsavelmente me atribuiu culpa até mesmo por su-postas irregularidades ocorridas antes do meu ingres-so como sócio da Metasa e também por outras verifi-cadas muito após a minha saída da sociedade daque-la empresa.

A CGU, Srªs e Srs. Senadores, chegou ao cú-mulo de forjar acusações, falseando fatos, mentindo,criando meias verdades e inventando situações ine-xistentes.

Foram muitas as falsidades e situações forja-das, mas vou citar apenas duas, como exemplos,para que V. Exªs possam aquilatar a que ponto atin-giu a campanha difamatória orquestrada contra a mi-nha pessoa, com o respaldo da CGU.

A CGU chegou ao máximo da irresponsabilida-de ao tentar envolver a minha mulher numa despro-positada alusão à sua sociedade com um tal Sr. LuizCarlos, sobre quem pesava acusações de supostasirregularidades num outro projeto da Sudene, afir-mando que os dois eram sócios de uma outra empre-sa chamada Caprisa – Caprinos do Nordeste S/A,que teria recebido benefícios do Finor.

Trata-se de deslavada mentira, Srªs e Srs. Se-nadores. Nem a minha mulher foi sócia desse Sr. LuizCarlos, nem esse senhor foi sócio da Caprisa, nem aCaprisa recebeu qualquer recurso do Finor.

Mas de onde essa senhora, Drª Anadyr Men-donça, baseou essa falsa acusação? Pasmem! A DrªAnadyr fez essa acusação a partir de um noticiáriopublicado numa revista semanal, o que é o cúmulo dairresponsabilidade.

Usou como peça de acusação notícia “plantada”na imprensa!!

Um segundo exemplo consiste na acusação deque a minha empresa, a Ecocil, havia executadoobras de construção civil para a Metasa, o que infrin-gia o disposto na Portaria nº 855/98 da Sudene, de15/12/1994.

Ocorre que tais obras foram contratadas em1990 e concluídas em 1993. Portanto, não poderiam

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01029 201ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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contrariar uma norma que somente foi editada umano depois, em dezembro de 1994!

Parece piada, mas não é. Esse disparate constano relatório da CGU, e que – o que é mais ridículo –atribui o delito a mim.

Esse Relatório da Análise nº 002/CGU não sereveste dos indispensáveis requisitos de isenção e fi-delidade, seja no que concerne à descrição dos fatos,seja em relação à emissão de juízo de valor.

Pelo contrário: omite ou distorce os fatos; fazafirmações capciosas e insinuações maldosas; utilizainsidiosamente determinadas expressões para dene-grir a minha honra e comprometer a minha pessoa;prejulga e extrai ilações precipitadas e destituídas defundamento.

O relatório é patético em falsear repetidamentea verdade. Não passa de um libelo inquisitorial repletode infidelidades, inconsistente e vazio.

Pois bem, esse malfadado relatório foi usadocom muita freqüência na última campanha eleitoralpara me desmoralizar como cidadão e como político.Foi brandido, como prova definitiva da minha deso-nestidade, nos programas eleitorais, nos comícios, napraça pública e na imprensa.

Sr. Presidente, vendo que meus eminentes Pa-res desejam apartear-me, solicito sejam publicados,na íntegra, a conclusão do meu pronunciamento es-crito, bem como os pareceres e os despachos dosProcuradores da República.

Assim, Sr. Presidente, ouço os Colegas que de-sejam fazer os seus apartes.

O Sr. Aloizio Mercadante (Bloco/PT – SP) –Senador Fernando Bezerra, concede-me V. Exª umaparte?

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Concedo o aparte ao Senador Aloizio Merca-dante.

O Sr. Aloizio Mercadante (Bloco/PT – SP) – Aolongo desse último ano, tivemos uma convivênciamuito próxima, uma convivência em embates políti-cos importantes, no cotidiano das Comissões e doplenário. Foi um tempo em que tive a oportunidade deobservar, de forma muito próxima, a sua estaturacomo homem público. Conceitos como lealdade,transparência e companheirismo são recorrentesnesta Casa quando cada um de nós avalia o desem-penho, a atitude e o posicionamento de V. Exª na vidapública. Para alguns homens, a honra não é um ele-mento essencial da vida. Para outros, é o patrimôniomais importante da existência. Seguramente, V. Exªestá no segundo time, entre aqueles para quem a

honra e a dignidade são absolutamente essenciais àvida e à presença na sociedade. Portanto, eu não ti-nha dúvida nenhuma, pela convivência que tive, queo tempo faria justiça. Ressalto o relevante parecer doMinistério Público, que tem sido um poder muitas ve-zes criticado, inclusive por seus abusos, e que fazparte da discussão que estamos procedendo na re-forma do Poder Judiciário. Reafirmo a importânciaque tem a absoluta independência do Ministério Pú-blico e o papel que tem de fiscalizar todos os Poderesda República, mas não podemos permitir o abuso deautoridade. Temos de buscar um caminho. Talvez ocontrole externo do Judiciário e do Ministério Público,que está no projeto da reforma do Judiciário, seja ocaminho mais adequado para construirmos e aperfei-çoarmos essa instituição tão importante e definidapela Constituição. V. Exª, hoje, traz o parecer doex-Procurador-Geral do Ministério Público, GeraldoBrindeiro, e do atual, Cláudio Fonteles, que foi indica-do por todo o Ministério Público para ocupar essavaga. A sua indicação só foi apresentada a esta Casapelo Presidente Lula porque foi eleito pelos seus pa-res pelo seu rigor, pela sua independência, pela suafirmeza. São esses dois Procuradores que atestam,de forma cabal, a inocência de V. Exª nesse episódio.Dirijo-me sobretudo à imprensa neste momento. Tan-tas vezes os indícios que o Ministério Público apre-senta, os indícios preliminares, são manchetes es-tampadas com toda a ênfase nos principais órgãos deimprensa do Brasil. Pergunto à imprensa do País se aconclusão de um processo com essa dimensão, comessa importância na vida de um homem público, nãoterá não o destaque, porque é impossível repor o queaconteceu no passado, mas pelo menos o tamanhoque a notícia deve ter para que a imprensa tambémfaça parte da democracia, seja capaz de assegurar ocontraditório e o direito de defesa e possa tratar o Mi-nistério Público com a mesma importância e dimen-são quando acusa e quando inocenta. Por isso, faço oapelo, porque sei que, nesta Casa, hoje é dia em quetodos o felicitamos, o que só vem a corroborar a con-vivência e a certeza de que o processo chegaria aeste momento. Faço um apelo à imprensa nacionalpara que dê divulgação a esse resultado, para que dêatenção a esse episódio, porque é fácil vender a notí-cia que acusa, mas é muito importante para a demo-cracia aquela que defende e inocenta. Por isso, para-benizo V. Exª pelo resultado, mas eu não tinha ne-nhuma dúvida. No dia em que solicitei a V. Exª quefosse meu vice-Líder, V. Exª chegou com o dossiê efalou que queria primeiro explicar tudo isso. Falei queconhecia a história, mas V. Exª disse-me que queria

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explicar, antes de qualquer coisa, e eu disse que tinhacerteza do desempenho de V. Exª. Está aí o resulta-do, vindo de uma instituição totalmente independentee rigorosa, à frente da qual se encontra Cláudio Fon-teles, apontado como um dos mais rigorosos procura-dores-gerais que esta República já teve. Parabéns aV. Exª! Solicito à imprensa que dê o destaque queeste momento da história do Senado e da sua vidapública merecem.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Agradeço a V. Exª, Senador Aloizio Mercadan-te, meu amigo.

Vários Senadores solicitam-me apartes, masquero fazer um pequeno comentário, exatamente emfunção do que falou o Senador Aloizio Mercadante.

Acabo de ler um livro intitulado A Era do Escân-dalo, escrito pelo jornalista Mário Rosa. Detive-me nahistória de Alceni Guerra, que dizia que teve de mídianegativa de televisão mais ou menos 100 horas, oque daria para escrever uma novela de 200 capítulos.Parece incrível, mas ele teve 10 mil metros quadra-dos da mídia impressa brasileira. Não medi, masdevo estar muito próximo desse número, talvez umpouco menos. O ex-Ministro Alceni Guerra talvez te-nha sofrido bem mais que eu, muito embora poucagente no meu Estado tenha sido tão execrada, tãomal falada no País inteiro como eu fui.

O resultado, segundo ele, é que, reconhecida asua inocência, publicaram-se quatro ou cinco notasde alguns jornalistas. Se a memória não me falha, umdeles é Carlos Heitor Cony. Eu não saberia dizerquem foram os outros.

Sr. Presidente, gostaria de um pouco de con-descendência, pois preciso concluir.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Estou en-tendendo. Não poderíamos permitir o aparte pelo fatode, conforme o Regimento, seu tempo já ter se esgo-tado. Mas, devido ao fato em questão e em sinal deminha solidariedade para com V. Exª, demonstrandoo meu reconhecimento pela sua história, a Mesa vaiabrir uma exceção para os Parlamentares que pedi-ram aparte, porém faz desde já um apelo para queseja o mais breve possível, uma vez que existemmais oito Parlamentares inscritos que terão direito àpalavra.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Não me vou ater ao que escrevi. Vou improvi-sar para dizer duas coisas.

Passei esse longo período em que o MinistérioPúblico apurava sem poder me defender, porque não

havia acusação formal alguma para que me defen-desse. Não tinha sequer o direito de defesa.

A decisão do Ministério Público foi um despachopelo arquivamento, portanto não havia denúncia al-guma. Caso houvesse a denúncia, teria o direito deme defender nas instâncias do Judiciário.

Tomei uma decisão e quero comunicar a estaCasa, porque, durante esse processo, embora nãohouvesse acusação, procurei dois grandes juristasbrasileiros, o Professor Ives Gandra Martins e oex-Ministro Célio Borja, e deles tomei pareceres, aque gostaria de me referir. O parecer de Célio Borja éconclusivo dizendo que não vislumbra nem o ilícitopenal nem o administrativo imputados ao Senador.

Ao finalizar o seu brilhante parecer, o ProfessorIves Gandra Martins afirma que, à vista da leviandadedas acusações, cabe a mim o direito de ingressar emjuízo contra o Estado por danos morais. Reproduzoaqui o seu pensamento:

...não poderia ser o eminente SenadorBezerra prejudicado por eventual e inconsis-tente ação que o pretendesse responsabili-zar por atos que não praticou, cabendo-lheingressar contra as autoridades que, even-tualmente, assim venham a agir, ação pordanos morais e de responsabilidade doEstado, com base no art. 37, § 6º, da Cons-tituição Federal.

Srs. Senadores, eu assim o farei. A partir destemomento estou constituindo o Professor Ives GandraMartins para acionar o Estado por danos morais. E noeventual ganho da questão, destinarei os recursoseventualmente pagos a instituições de caridade doEstado do Rio Grande do Norte.

Ouço o Senador José Agripino, Líder do PFL,meu conterrâneo e amigo.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – A Presi-dência solicita que V. Exª encaminhe o pronuncia-mento, que será publicado na íntegra.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – E inclusive faço questão de reiterar minha soli-citação no sentido de que sejam publicados na ínte-gra também os pareceres e os despachos dos Procu-radores da República.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Serão pu-blicados.

O Sr. José Agripino (PFL – RN) – Senador Fer-nando Bezerra, há cerca de dois anos, neste plenário,V. Exª pronunciava um discurso emocionado ao retor-nar a Casa após renunciar ao cargo de Ministro de

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Estado. Eu me lembro como se fosse hoje. Era ummeio de tarde de um dia que não diria muito nobre,pois aqui as terças-feiras e quartas-feiras são dias deplenário cheio. Não era um dia nobre e o plenário nãoestava cheio. Mas V. Exª, incontinente ao voltar aCasa, fez, no primeiro momento, um discurso de de-sabafo. Eu estava no fundo do plenário e me lembro,como se fosse hoje, que fiz um longo aparte em que –não sei se tenho respaldo para isso ou não – o respal-do da minha vida pública eu coloquei, avalizando a li-sura do seu procedimento moral. Tínhamos naquelaépoca uma curta convivência política e terminamoscorreligionários, disputamos juntos uma eleição. V.Exª fez um desabafo sofrido porque estava acabandode sair, enquanto eu estava vivendo um inferno as-tral, iniciando um calvário, acusado de supostas irre-gularidades. O fato de serem supostas as irregulari-dades é o pior de tudo, porque o indivíduo não sabedo que está sendo acusado. Mas as supostas irregu-laridades vão para as manchetes dos jornais. Enxo-valham a vida pública e prejudicam a pessoa, che-gando ao seu âmago, que é a família. E dentre todos,neste plenário, talvez eu seja a melhor testemunhapara dizer do calvário que V. Exª viveu, porque vive-mos juntos uma pré-campanha e uma campanha elei-toral. Vivi com V. Exª a angústia da renúncia do minis-tério, dos primeiros dias nesta Casa, da disputa deuma eleição, de acusações na imprensa, de acusa-ções na campanha eleitoral. E, mais do que isso, soutestemunha da pertinácia de V. Exª em esclarecer osfatos. V. Exª nunca fugiu aos fatos. Pelo contrário,procurava identificá-los e enfrentá-los para esclare-cê-los. Para mim, aquilo era o fato mais importante,porque quem quer enfrentar os fatos não tem medodeles. E a justiça tardou, mas chegou. Chegou e che-gou em dose dupla, porque, pela manifestação doex-Procurador Geral e do atual Procurador Geral, V.Exª é inocentado in limine das acusações injustasque pesaram sobre V. Exª, que lhe criaram enormeincômodo, que o prejudicaram na sua vida pública,que lhe trouxeram muitos momentos de inquietaçãopessoal e que, ao final, estão esclarecidas. Imagino afelicidade com que V. Exª pronuncia este discurso. Équase como estar abrindo o coração diante dos seusPares, fazendo a prestação de contas da sua vida pú-blica, que é limpa. Há dois anos, coloquei um aval àsua reputação. Repetiria o mesmo discurso só queagora respaldado por uma decisão da Justiça. La-mento apenas, Senador Fernando Bezerra, que a im-prensa, que foi tão cruel, tão injusta, tão perversa comV. Exª, destinando tantas manchetes incorretas comV. Exª, não vai repetir a dose agora em sentido con-

trário. Tenho certeza de que não vai fazê-lo. Tenhocerteza de que não vai fazê-lo, infelizmente. Vejouma série de microfones levantados para dirigir – es-tou convencido – uma palavra de apreço a V. Exª. Seique V. Exª tem muito apreço por sua vida pública,mas também por sua vida pessoal. Tenho certeza deque os apartes que lhe serão feitos significarão umapeça importante na reparação da sua vida pública epara o seu conforto pessoal. A minha palavra de reite-ração, de confiança, de apreço e de amizade.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Obrigado a V. Exª, Senador José Agripino. Nãoesqueço da solidariedade pronta de V. Exª quando eudeixava o ministério e iniciava essa via-crúcis, que seprolongou. Agradeço de coração a V. Exª.

Concedo a palavra ao Senador Ney Suassuna.O Sr. Ney Suassuna (PMDB – PB) – Nobre Se-

nador Fernando Bezerra, lamentavelmente, a im-prensa, que é a industrialização do boato, só se preo-cupa com o ataque. Quando alguém prova que é pro-bo, honesto – como se isso não fosse um direito e umdever –, a notícia não surge. Lamento muitíssimo oocorrido e me solidarizo com V. Exª, porque já passeipor isso. Algum tempo depois de sua saída, entrei noministério e fui acusado, como V. Exª, de que haviarastros de indícios. Essa era a expressão publicada,mas na capa da revista saía “corrupção no Senado”.Acusavam-me em três cidades – Cacoal, Ji-Paraná eCatalão – de que alguém tinha procurado algum em-presário para pedir R$100 mil. Para Ji-Paraná e Ca-coal, nunca o ministério deu um centavo. Em Catalão,o ministério havia feito um convênio de R$3 mil, queestavam depositados no Banco do Brasil. Eram R$3.082,00 e não havia sido gasto um centavo. Mas eusei qual foi a amargura no seio da minha família e en-tre os meus amigos. Sei como me senti, pois falei datribuna, pedi à Polícia Federal, fui à Procuradoria, fuia Deus e ao mundo. Não apareceram gravações nemacusações, mas a notícia saiu. E eu sei o inferno quepassei por essas acusações indevidas. Consegui ascertidões de que não tinha sido pago um centavo. Fizquestão de ir ao Conselho de Ética, embora o Presi-dente, tenha dito que responderia por ofício, eu lheafirmei que queria ouvir o Conselho de Ética, ondeapenas um Senador, ou melhor uma Senadora, disseque era melhor esperar a investigação, que nuncaocorreu porque nunca apareceu nada. Sei o que sofri.Imagino o que V. Ex.ª sofreu e como deve estar rego-zijado – se é que isso pode ser chamado de regozijo –por estar aqui dizendo que, agora, tem a comprova-ção de que foi injustiçado. Parabéns! Manifesto-lheminha solidariedade. Quem se movimenta na vida pú-

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blica e tem coragem de se expor para defender o pú-blico está sujeito a isso. Nós todos somos cidadãosde segunda categoria. Os nossos algozes estão pron-tos para dizer: Político, se é Senador ou é Deputado,então, é corrupto.” É o caso da convocação. Nós nosconvocamos? Não; fomos convocados. No entanto,chegou-se a dizer que a sessão durou apenas quatrominutos, a sessão de abertura. Isso demonstra des-conhecimento do processo legislativo. Em seguida,houve a sessão ordinária, mas a imprensa a ignorou.Esse é o assunto, a notícia, a industrialização do boa-to. Apresento-lhe minha solidariedade e minha com-preensão. Parabéns!

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Ney Suassuna.

Quero ouvir o Líder, Senador Tião Viana. Emseguida, ouvirei o Senador Mão Santa.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Sena-dor, todos poderão aparteá-lo, tendo em vista a soli-dariedade da Mesa a S. Ex.ª, mas peço a todos osSenadores que usem apenas dois minutos. Assim, to-dos poderão aparteá-lo. Em seguida, o Senador Pe-dro Simon fará uso da palavra.

O Sr. Tião Viana (Bloco/PT – AC) – SenadorFernando Bezerra, quero dar meu testemunho e, aomesmo tempo, expressar o meu contentamento pelanotícia que V. Ex.ª traz ao Senado Federal e ao Brasil.Trata-se da defesa da honra de um homem público,da defesa da honra de um cidadão. Creio que estemomento, seguramente, reflete o fortalecimento doSenado Federal, do serviço público e do Estado de-mocrático de direito. Vivemos sob o guarda-chuva doEstado de direito em uma fase democrática da vidanacional. V. Exª fez uma travessia doída, dura, nocampo familiar, no ambiente político, no ambiente dodebate público no seu Estado, mas teve a grandeza ea determinação de enfrentar a situação, baseado emsua consciência. Para nós, do Parlamento, este é ummomento de muita alegria. Todos nos fortalecemosquando alguém faz a travessia das imputações inde-vidas, das calúnias, das injúrias e se afirma pela ver-dade, pela inocência, com relação a fatos equivoca-damente apresentados. Lamento profundamente queV. Ex.ª não angarie o mesmo espaço que teve nagrande imprensa na hora em que as acusações foramfeitas. Isso é triste para qualquer um que passa pormomentos de aflição. Creio que isso reflete, apenas,a subjetividade de uma concepção de ética e de justi-ça. Só o tempo fará com que haja uma modificaçãoestrutural. Creio que muitos de nós teremos de pas-sar por momentos assim. Estou entre os que acredi-tam que o País tem altos índices de corrupção, de de-

sonestidade. Fico sempre muito contente, aliviado esolidário às instituições, à grande imprensa e à socie-dade brasileira, quando alguém que desvia, que prati-ca corrupção, é devidamente punido. Fico mais con-tente ainda quando vejo uma injustiça ser devidamen-te reparada. V. Ex.ª tem um reparo completo, comofoi dito aqui. Para mim, tem sido uma honra convivercom V. Ex.ª como companheiro do Bloco que apóia oGoverno Lula e uma alegria conviver com alguémque, a partir de agora, terá muito mais alívio no seuconvívio partidário e muito mais firmeza de debater osgrandes temas nacionais porque não terá sobre si opeso da injustiça, terá, sim, o alívio de uma vida maishonrada e mais alegre no convívio com seus colegas.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Tião Viana.

Escuto o Senador Mão Santa.O Sr. Mão Santa (PMDB – PI) – Senador Fer-

nando Bezerra, queria dar o meu testemunho comoGovernador do Estado do Piauí, lembrando que,quando V. Ex.ª foi Ministro da Integração Regional,ninguém o excedeu em estoicismo, competência ededicação. E trago aqui a gratidão do meu Estado pe-las inúmeras obras hídricas que V. Exª nos possibili-tou. O Piauí se antecipou no julgamento do grandehomem Fernando Bezerra. Em homenagem a V. Exª.o suntuoso auditório do Palácio da Indústria, que seassemelha a este, tem como patrono Fernando Be-zerra, traduzindo a gratidão do povo e dos empresári-os do Piauí a V. Ex.ª. O Senador Ramez Tebet foiconvidado a inaugurar um grande açude no Piauí,obra que teve os recursos encaminhados por V. Exª.Para fechar esse quadro, relembro que ninguém o ex-cedeu. Fui convidado por V. Exª, juntamente com ou-tros Governadores, com o Senador Lúcio Alcântara,como representante do Senado, e alguns técnicos,para ir a Denver, nos Estados Unidos, a fim de estu-dar a transposição do rio Colorado. Sem dúvida, omaior instrumento que o Governo brasileiro tem paraatender o sonho de água para o semi-árido é a trans-posição do rio São Francisco. Para terminar, quero di-zer o seguinte: aprendi, na Grécia, que um filósofo an-dava com uma lanterna acesa, em plena luz do dia,procurando um homem honesto. E esse homem ho-nesto, ele o encontra no Rio Grande do Norte e aqui,no Senado: Fernando Bezerra.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Mão Santa.

Concedo um aparte ao Senador Garibaldi AlvesFilho, meu conterrâneo e amigo.

O Sr. Garibaldi Alves Filho (PMDB – RN) – Se-nador Fernando Bezerra, serei breve porque V. Ex.ª

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01033 205ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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deve ouvir aqui a voz de todos os representantes dosEstados País dizendo o que V. Ex.ª representa paraesta Casa e para todos e também porque o SenadorJosé Agripino já falou pelo Rio Grande do Norte. Mi-nha manifestação não será diferente da de S. Exª.Seus conterrâneos estão exultantes, Senador Fer-nando Bezerra porque se fez justiça a V. Exª, à suatrajetória política e à sua honradez pessoal.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado. Concedo um aparte ao Sena-dor Ramez Tebet.

O Sr. Ramez Tebet (PMDB – MS) – SenadorFernando Bezerra, ontem, na Comissão de AssuntosEconômicos, onde defende os interesses do seuEstado e da Região Nordeste, V. Ex.ª se referiu aodocumento que tinha em mãos, de Procuradores daRepública atestando a sua dignidade, a sua honesti-dade. Então eu disse a V. Ex.ª que o documento paranós, que o conhecemos, não representava nada.Mais do que o documento vale o nosso testemunho, aconvivência que temos com V. Exª, o conhecimentoque temos do seu elevado espírito público, da sua de-dicação na defesa dos interesses do seu Estado e doBrasil, como Senador, como ex-Ministro, como ho-mem público, cônscio das suas responsabilidades esempre pronto a dar uma resposta aos anseios da co-letividade, da sociedade brasileira. Está aqui um Se-nador que o admira muito, um Senador que tem a ale-gria de privar da sua amizade. Há pouco, eu conver-sava com o Senador Heráclito Fortes e S. Exª, do altoda sua sabedoria, dizia que alguém já dizia que o raiode ação da calúnia é mil vezes maior do que o raio deação de um desmentido ou da verdade. S. Exª me re-corda que essa frase é do nosso inesquecívelUlysses Guimarães. Recordei-me da frase de ÉmileZola, quando, na defesa do Capitão Dreyfus, acusadode traidor da pátria, proferiu aquela frase: “Caluniai,caluniai, que sempre ficará alguma coisa”. V. Exª es-teja certo: caluniaram V. Exª, mas sobre V. Exª não fi-cará nada. Resta a certeza que todos nós e a Naçãobrasileira temos de que V. Exª é um homem íntegro ehonesto. Temos orgulho de tê-lo como colega e com-panheiro aqui no Senado da República, a serviço dosinteresses da nossa Pátria. Cumprimento V. Exª ealegra-me vê-lo nessa tribuna. Muitos falaram, e al-guns Senadores que me antecederam já condena-ram o que antes havia sido dito, mas ninguém faloudos resultados das investigações. Se ninguém falou,V. Exª fez bem: o homem público tem o direito e o de-ver de falar e V. Exª não poderia ficar calado. V. Exªesteve na tribuna quando foi acusado para dizer quetudo não passava de mentira e calúnia, então V. Exª

tinha que comparecer agora para colocar um ponto fi-nal em tudo isso. E V. Exª vem nos mostrar o docu-mento escrito, o que para nós não é preciso, não é ne-cessário. Respeito a autoridade do Procurador Cláu-dio Fonteles, como a de todos os outros que agiramnessa investigação, mas para nós vale mais o conhe-cimento que temos de V. Exª. O documento pode es-tar errado, mas nós, no conceito que temos sobre V.Exª, não cometemos erro algum porque em nenhuminstante duvidamos da sua integridade, da sua ho-nestidade e do seu elevado espírito público.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Senador Ramez Tebet, as palavras de V. Exªme emocionam e eu agradeço de coração.

Ouço o Senador Maguito Vilela.O Sr. Maguito Vilela (PMDB – GO) – Senador

Fernando Bezerra, dois minutos é pouco para falar daidoneidade moral de V. Exª, da sua vida retilínea, dasua competência, do seu talento como empresário ehomem público. Dois minutos é muito pouco, mas vouprocurar colaborar com a Presidência, que está cola-borando com todos que desejamos manifestar a nos-sa solidariedade a V. Exª. Convivi com V. Exª quandogovernava o meu Estado e hoje ainda tenho esse pri-vilégio, como Senador. Parabenizo V. Exª pela luta,pela garra e pela determinação de ir avante, à frente ede buscar provar o contrário de tudo aquilo que fala-vam de V. Exª no Brasil e, principalmente, no seuEstado. Todo homem público que se preza, que tem aconsciência tranqüila e que não deve, não deve temere deve buscar justiça. V. Exª assim o fez, assim pro-cedeu. E a Justiça está coroando, mais uma vez, asua vida ilibada. Parabéns. Todos nós aqui, seus co-legas, já sabíamos da sua inocência. Muito obrigado.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Obrigado, Senador Maguito Vilela.

Ouço o Senador Sérgio Zambiasi, meu colegado Partido Trabalhista Brasileiro e grande líder no RioGrande do Sul.

O Sr. Sérgio Zambiasi (Bloco/PTB – RS) – Meuprezado companheiro, meu líder Senador FernandoBezerra, eu falaria apenas pelo nosso PTB, mas oSenador Pedro Simon me designou para falar emnome do Rio Grande do Sul. Registro que o nossoEstado, o nosso Rio Grande, tem por V. Exª muita ad-miração e muito respeito. Como Ministro da Integra-ção Nacional, inúmeros projetos passaram por suasmãos, beneficiando o nosso Estado, beneficiandoaquelas regiões deprimidas lá do nosso noroeste, danossa metade sul que o Brasil muitas vezes desco-nhece, tão pobres, em alguns pontos mais pobresque as mais pobres das regiões brasileiras. O então

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Ministro Fernando Bezerra, com a sua sensibilidade,com sua visão nacional, teve o cuidado de nos aten-der com muito respeito. E foi assim. Chego a estaCasa, Senador, e sou acolhido por V. Exª. Há um anotenho o privilégio e a honra de conviver sob o seu co-mando, sob a sua liderança. Pude então conhecê-lomais de perto. No convívio com V. Exª, posso dizerque o melhor aval da sua honestidade, conduta etransparência é esta própria Casa; são os seus 80 co-legas que devotaram a V. Exª sempre muito respeito.Talvez o melhor de todos os avais venha do Presiden-te da República, o Presidente Lula, ao convidá-lopara ser seu vice-Líder aqui no Senado da República.Sei que hoje não é possível dizer que o Senador Fer-nando Bezerra esteja com a alma lavada. Sua almaestá machucada e ofendida; pode estar aliviada, masestará lavada lá adiante, Senador Fernando Bezerra,quando o Judiciário determinar a indenização por to-dos os males que lhe foram cometidos, e V. Exª che-gar nas periferias do seu Estado e entregar os valoresàquelas comunidades que, mediante esse gesto, te-rão oportunidade de inclusão social. Ali, sim, quandoaqueles excluídos tiverem oportunidade de, por suasmãos, receberem esses benefícios, V. Exª poderá di-zer a todos que está com a alma lavada. Nossos cum-primentos e sincera admiração!

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Sérgio Zambiasi.

Ouço agora o meu amigo Senador Efraim Mora-is.

O Sr. Efraim Morais (PFL – PB) – Senador Fer-nando Bezerra, serei breve. Desejo apenas hipotecarminha solidariedade a V. Exª em nome do povo parai-bano. Nós que somos vizinhos, que conhecemos suaseriedade, confiabilidade e competência, temos pro-fundo respeito por V. Exª, que, por onde passou, sejanesta Casa, seja na Confederação das Indústrias,seja no Ministério da Integração, sempre foi um ho-mem preocupado com o nosso Nordeste, com o nos-so Brasil. V. Exª afirma que tem um atestado de ho-nestidade. Como se pode dar atestado de honestida-de a quem nunca foi desonesto? V. Exª merece o nos-so respeito, a nossa gratidão e, acima de tudo, a nos-sa solidariedade, na certeza de que, a partir de hoje,estará mais solto neste plenário. Logo que aqui che-guei, tive em V. Exª um companheiro, um conselheiroe, evidentemente, agora sinto a leveza dos seus pas-sos e dos seus atos e tenho certeza de que, com isso,ganha o Rio Grande do Norte, o Congresso Nacionale o País. Estamos ao lado de V. Exª.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Efraim Moraes.

Ouço minha amiga e brilhante Senadora do Ce-ará, Patrícia Saboya Gomes.

A Srª Patrícia Saboya Gomes (PPS – CE) –Senador Fernando Bezerra, assim como os Senado-res que me antecederam, eu gostaria de dar aqui omeu testemunho de alguém que chegou nesta Casacom pouca experiência em relação a tantos homens emulheres brilhantes que aqui têm demonstrado aoPaís talento e determinação. V. Exª foi uma das pri-meiras pessoas que me acolheram nesta Casa. Te-nho aprendido muito ao lado de V. Exª na vice-Lide-rança do Governo. Sempre que preciso de um conse-lho, imediatamente procuro V. Exª pela seriedade,pela honestidade, pela generosidade, pela forma res-peitosa como trata cada um de nós nesta Casa. Te-nho orgulho de ser sua colega aqui; quero dizer daadmiração e do respeito que tenho por V. Exª. É a ad-miração e o respeito de uma conterrânea, vizinhasua, do Ceará. Certamente sei da alegria, do entusi-asmo com que toda a população do Rio Grande doNorte hoje recebe a correção de algo que o maltratoumuito. Eu também fui testemunha disso. Há algumassemanas, ao nos despedirmos aqui para o recesso, vio alívio que V. Exª demonstrava, o brilho nos olhos,na certeza de que a justiça se fez. Nesta Casa, ne-nhum de nós, em momento algum, desconfiou da suahonestidade ou pensou que V. Exª pudesse ser deso-nesto. Pelo contrário, todos nós aqui temos consciên-cia da sua honestidade, do seu brilhantismo e do en-tusiasmo com que defende todo o povo nordestino etodo o nosso País. Portanto, V. Exª é um orgulho paratodos os brasileiros. Parabéns por essa vitória. Queagora V. Exª continue demonstrando a sua seriedadee o seu brilhantismo, como já o fez em todos os car-gos que ocupou. Parabéns!

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senadora Patrícia Saboya Go-mes.

Ouço o aparte da Senadora Ideli Salvatti.A Srª Ideli Salvatti (Bloco/PT – SC) – Senador

Fernando Bezerra, não vou falar do apreço que tenhopor V. Exª, uma das pessoas que me cativou. Ao lon-go do ano de 2003, aprendi a conhecê-lo e a respei-tá-lo muito. Mas fiz questão de fazer este aparte por-que entendo que, muito mais que a demonstração deapreço, V. Exª necessita de incentivo para ir até as úl-timas conseqüências, para punir quem lhe colocounesse calvário. Isso foi absolutamente contextualiza-do nas duas últimas semanas, quando foram debati-dos o controle do Judiciário e a questão do abuso deautoridade. Todos aqui devemos ser defensores dasprerrogativas do Poder Judiciário e do Ministério Pú-

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01035 207ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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blico, para que ajam com soberania e com tranqüilida-de, a fim de apurarem, punirem e julgarem. Entretan-to, nos casos em que o abuso de autoridade for con-signado, quando exorbitarem das suas competênci-as, essas entidades devem ser punidas. Por isso, Se-nador Fernando Bezerra, o meu aparte é mais paralhe dar total apoio e incentivo. Como a imprensa cos-tuma brincar, dizendo que não é notícia quando o ca-chorro morde o homem, mas, sim, quando o homemmorde o cachorro, o sucesso da sua empreitada estáem punir os que abusaram de sua autoridade, que lheimputaram acusações sem nenhum tipo de embasa-mento, o que deixou V. Exª em um calvário. E só ago-ra está sendo confirmado que não havia qualquerbase legal para que V. Exª passasse por tudo o quepassou. Quero deixar registrado que vamos fazer no-tícia, sim, e com a mesma grandiloqüência, quandoconseguirmos detectar uma autoridade que abusoudo seu poder e que colocou alguém que não tinha ne-nhuma culpa, nenhuma responsabilidade em um cal-vário, como fizeram com V. Exª. Acredito que V. Exªestará prestando um grande serviço a todos os queexercem cargos públicos e que não podem subme-ter-se a abuso de autoridades, ainda que estas exer-çam bem a sua tarefa, a função inerente ao exercícioda justiça e da fiscalização da lei. Mas, indiscutivel-mente, tem havido exorbitâncias, e V. Exª, nessa cru-zada para responsabilizar quem o colocou em situa-ção tão incômoda e tão injusta, poderá novamenteser notícia, mas por ter colocado no devido lugaraquela autoridade que não soube exercer com com-petência e responsabilidade a sua função, causan-do-lhe tanto sofrimento e desgosto.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senadora Ideli Salvatti.

Ouço o aparte do ex-Governador e hoje Sena-dor José Maranhão.

O Sr. José Maranhão (PMDB – PB) – SenadorFernando Bezerra, o documento lido por V. Exª, semdúvida nenhuma, é uma sentença indiscutível, umaresposta cabal às acusações graves e levianas deque V. Exª foi vítima durante um tempo muito longo. Ocalvário de V. Exª foi muito longo, pois sabemos que,desde a época em que V. Exª, em um rasgo de digni-dade, renunciou ao Ministério da Integração Nacio-nal, essa acusação se fez. Portanto, um período demais de dois anos.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Foram 32 meses, Senador José Maranhão!

O Sr. José Maranhão (PMDB – PB) – V. Exª serefere a esses 32 meses como seu calvário, e real-mente o foi, porque o homem de bem tem uma sensi-

bilidade muito maior a fatos dessa natureza do que oscanalhas. Acusação contra canalhas, na realidade,não significa nada, sobretudo para eles próprios. Maso homem de bem, que se vê atingido no seu maior pa-trimônio, a dignidade, a honorabilidade, sofre muito. EV. Exª sofreu. De fato, tanto o discurso de hoje de V.Exª como a peça do Ministério Público que V. Exª trazà luz não eram necessários para os que lhe conhe-cem, como nós, seus pares neste Senado da Repú-blica; como os seus conterrâneos do Rio Grande doNorte e, eu diria, como os seus conterrâneos honorá-rios da Paraíba, que se lembram de V. Exª com grati-dão e reconhecimento pelo que fez quando esteve àfrente do Ministério da Integração Nacional. No dis-curso de inauguração de uma obra do nosso Governodo Estado da Paraíba, o açude Acauã, referimo-nos aesse episódio, a que V. Exª foi submetido de formatão dura, tão injusta. Expressamos publicamente nos-sa solidariedade a V. Exª, da mesma forma como o fi-zemos pessoalmente, quando a imprensa nacionalestampou a primeira notícia contra o eminente Sena-dor. Associo-me ao sentimento do povo do Rio Gran-de do Norte, do Senado da República e do povo daParaíba, que lhe tem muito respeito e muita gratidão.Neste momento, temos um sentimento de regozijo,porque a verdade veio à luz. E aqui já foi lamentadopor todos o fato de que, certamente, a reparação des-se agravo não tem hoje, na imprensa nacional, o mes-mo destaque, a mesma publicidade dada à levianaacusação feita contra V. Exª. Mas, como disserammuito bem aqui os seus conterrâneos, SenadoresJosé Agripino e Garibaldi Alves Filho, V. Exª teve a al-tivez e o espírito de luta e coragem de se defenderdesde o primeiro momento. Portanto, neste instanteem que o Senado da República, pelas vozes mais au-torizadas dos seus representantes, se solidariza comV. Exª, de fato, reflete o sentimento de todo o Nordes-te e de todo o Brasil, que vê em V. Exª um homem debem, que honrou todos os cargos por onde passou,desde os cargos políticos até a representação clas-sista profissional, a mais alta representação, exercidapor V. Exª com dignidade e competência.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, nobre Senador José Mara-nhão.

Ouço o Senador Demóstenes Torres.O Sr. Demóstenes Torres (PFL – GO) – Sena-

dor Fernando Bezerra, V. Exª faz um depoimento quemuitos Parlamentares também poderiam fazer nestePaís. Trata-se do depoimento de alguém que foi in-justiçado, que tem uma carreira decente, honesta eproba. Muitos parlamentares têm sido vítimas, como

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V. Exª, de um vedetismo desenfreado. Há pessoas, li-gadas a instituições e poderes, com uma vontade mu-ito grande de retaliar e de aparecer mesmo, às custasde quem construiu a vida à sombra de um mandatoconquistado ou de vários mandatos conquistadossempre por intermédio do povo, do voto popular. V.Exª está reparado. A Justiça e o próprio Ministério Pú-blico, em última instância, em última palavra, de-ram-lhe aquilo que V. Exª e nós, que convivemos comV. Exª, já sabíamos. Mas é claro que essa reparaçãopública não repara nunca os transtornos, todos osproblemas que V. Exª enfrentou junto a sua família,junto a seus amigos. Hoje, temos aqui esse lenitivo, oreconhecimento público do que V. Exª sempre foi.Mas é importante, para que nós todos possamos teratenção, é preciso agora, nessa reforma, não comouma forma de retaliação, mas como forma até de pre-venção de futuros abusos ou em acontecendo abu-sos, que essas autoridades envolvidas possam efeti-vamente ser punidas, que nós instituamos mesmo ocontrole externo da atividade do Ministério Público edo Poder Judiciário, porque muitas honras continuamsendo enxovalhadas a cada minuto. V. Exª é maisuma vítima, e uma vítima tão extraordinária que podeter tido parte de sua carreira ou daquilo que V. Exª de-sejava ser sacrificada, porque essa decisão não saiuantes, numa competição eleitoral, por exemplo. Daípor que lhe empresto toda a minha solidariedade emeu reconhecimento – e acredito que de todos osParlamentares aqui – do que V. Exª é: um homemhonrado, probo, decente, com a carreira limpa e quejamais deveria ter ido dar com as barras dos tribunaisou das instituições brasileiras para provar o óbvio. Pa-rabéns a V. Exª.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado a V. Exª, Senador DemóstenesTorres.

Ouço o ex-Governador da Bahia, o nobre Sena-dor César Borges. Em seguida, a nobre Senadora Lú-cia Vânia.

O Sr. César Borges (PFL – BA) – Muito obriga-do, Senador Fernando Bezerra. Neste momento,quero também me solidarizar com V. Exª, porque nosconhecemos de longa data. V. Exª foi Ministro da Inte-gração Nacional, tivemos divergências de opiniões doponto de vista administrativo, mas sempre vendo asua ação importante em favor do Nordeste, da regiãoa qual pertencemos, procurando caminhos que pu-dessem levar ao desenvolvimento do seu Estado e danossa região. V. Exª, como tantos homens públicosneste País, sofreu injustiças. Infelizmente, sofreu comessas acusações a que todos os Senadores se referi-

ram como infundadas, levianas, que ferem sobrema-neira a honra alheia daqueles que preservam esseque é o patrimônio maior de todo homem público eque nos obriga a essa luta exaustiva, a mesma que V.Exª teve em trinta e dois meses, mas que chega a umfinal feliz, e é bom que seja assim. Ao momento queme solidarizo com V. Exª, estou também lhe parabe-nizando por ter sido persistente na sua luta. V. Exª dáo exemplo de um homem honesto, sério, que foi àprocura da reparação e que ainda vai adiante. Então,dará um exemplo aos homens públicos brasileiros deque essas acusações não podem passar livrementeimpunes. Felizmente, V. Exª citou o caso da Correge-doria da República. Já protestei contra acusaçõesque hoje a Controladoria faz com os homens públicose prefeitos por este País, querendo generalizar o quemuitas vezes é caso específico. Isso é muito perigo-so, e a vida pública brasileira precisa acabar, extirpardefinitivamente esse tipo de ação danosa à própriademocracia. Portanto, V. Exª está de parabéns, por-que demonstra cabalmente que se trata de uma acu-sação injusta e que a sua honra está preservada. Asua dignidade como homem público está para serenaltecida por todos os seus Pares nesta Casa. Que-ro exatamente fazer parte deste momento importanteda sua vida, parabenizando V. Exª e desejando quemuito possa ainda contribuir, e por todo o tempo desua vida pública, para a construção de um Brasil e umNordeste cada vez mais fortes. Parabéns, SenadorFernando Bezerra!

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador César Borges.

Ouço a Senadora Lúcia Vânia. Em seguida, oSenador Heráclito Fortes, o companheiro SenadorFlávio Arns e o Senador João Tenório.

A Srª Lúcia Vânia (PSDB – GO) – Senador Fer-nando Bezerra, não quero ser repetitiva, mas, dequalquer forma, não poderia deixar de trazer aqui aminha solidariedade. O resultado desse episódio vivi-do por V. Exª durante esse período todo era esperadopor todos nós, principalmente por aqueles que conhe-cem a sua trajetória. Por todos os lugares por onde V.Exª passou, na CNI, no Governo do seu Estado, pudepresenciar o prestígio e o respeito que todos têm porV. Exª. Quando de sua passagem pelo Ministério daIntegração Nacional pude visitá-lo e, mesmo sendode Oposição, V. Exª sempre tratou com justiça, comequilíbrio, com sensatez e com respeito. Mais recen-temente, pude testemunhar a credibilidade de V. Exªquando da elaboração, na Comissão de Orçamento,de um difícil relatório da saúde E V. Exª, com prudên-cia, com sensatez, com bom senso, com equilíbrio,

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01037 209ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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ofereceu um resultado excelente a todos os compa-nheiros, a todos. Não esperávamos de V. Exª outrocomportamento que não esse. Portanto, é com muitaalegria que assistimos nesta tarde a V. Exª ocupar atribuna para desabafar, colocar para fora tanto sofri-mento, tanta tristeza. O Líder Aloizio Mercadante dis-se muito bem: “para homens honrados, um episódiocomo esse machuca muito”. V. Exª está muito machu-cado, mas tenho certeza de que a solidariedade deseus pares trará, pelo menos, um pouco de alento aV. Exª neste momento. Deixo meu abraço, meu cari-nho e, acima de tudo, o meu respeito.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senadora Lúcia Vânia.

Ouço o Senador Heráclito Fortes.O Sr. Heráclito Fortes (PFL – PI) – Caro com-

panheiro, Senador Fernando Bezerra, antes, porquestão de justiça – e V. Exª há de concordar –, gos-taria de parabenizar o Presidente em exercício, Sena-dor Romeu Tuma, pois há uma prorrogação de 50 mi-nutos, e S. Exª, de maneira companheira, amiga e,acima de tudo, fazendo uso de seu espírito democrá-tico, permite que a sessão flua, porque sabe da im-portância de depoimentos dessa natureza para umcompanheiro que passou períodos de incômodo, comacusações que lhe foram feitas, inclusive sem sequerter o direito de se defender. Quando do aparte domestre Ramez Tebet, lembrei a S. Exª uma frase pro-nunciada certa ocasião, em uma roda, pelo Dr.Ulysses Guimarães a respeito do poder da calúnia so-bre o desmentido. Mas é isso mesmo, nobre Senador.V. Exª hoje está sendo consagrado pela unanimidadedos seus companheiros. Imagino quantos que nosouvem neste momento desejariam, se possível fosse,também se manifestar a favor de V. Exª, que tem umavida coberta de êxitos e de vitórias. Mas a vida é as-sim, nobre Senador Fernando Bezerra. V. Exª terá,depois de tanto sofrimento, o consolo do Eclesias-tes: “Mais cedo ou mais tarde, a virtude triunfa sem-pre”. Muito obrigado.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Heráclito Fortes.

Senador Flávio Arns.O Sr. Flávio Arns (Bloco/PT – PR) – Senador

Fernando Bezerra, quero também me associar a to-das as manifestações dos colegas Senadoras e Se-nadores em relação aos fatos descritos por V. Exª. Nodecorrer do ano passado, tivemos a oportunidade deconviver e também reconhecer suas qualidades deserenidade, de competência, de dedicação aos gran-des desafios que o Brasil enfrenta, da preocupaçãocom causas sociais fundamentais, como geração de

emprego, de renda, saúde. Apesar de também militarna área econômica, industrial, V. Exª sabe unir comprofundidade competência e clarividência o desen-volvimento econômico com a área social. Sabemosque esses problemas afetam a pessoa e também afamília. A manifestação da Procuradoria-Geral da Re-pública confirma, inclusive, decisão anterior do Pro-curador-Geral da República. Isso, sem dúvida, trazuma perspectiva tranqüilizadora para V. Exª e parasua família. E as manifestações aqui no Senado Fe-deral, de todos os Estados, são a sinalização para to-das as pessoas e setores do Estado de V. Exª de quetemos, vindo do Rio Grande do Norte, um Senador,um ex-Ministro, um homem público competente, hon-rado, justo e que tem muito a contribuir com o Brasil.Destaco ainda aquilo que V. Exª expôs em seu discur-so, em sua fala, no sentido de dar continuidade aesse processo. Penso que este, em termos de Brasil,é um caminho que deve começar a ser percorrido:quando as denúncias não forem bem fundamenta-das, as pessoas que as fizeram devem respondertambém pelos seus atos. Eu diria que o Brasil tem depercorrer esse caminho, para que possamos, emconjunto com todas as instituições e setores da socie-dade, construir uma perspectiva nova, diferente, deserenidade, de justiça e, principalmente, de certezaquando as denúncias são feitas. Quero também mesolidarizar com V. Exª e dizer que todas as manifesta-ções que aconteceram aqui no Senado em função doseu pronunciamento são a certeza de que temos emV. Exª uma pessoa séria, honrada, digna, justa, com-petente e que tem muito a contribuir ainda, não sópara o Rio Grande do Norte, mas para todo o País,sem sombra de dúvida. Obrigado.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, nobre Senador Flávio Arns.

Ouço o Líder do PMDB, Senador Renan Calhei-ros.

O Sr. Renan Calheiros (PMDB – AL) – SenadorFernando Bezerra, eu gostaria de, em meu nome eem nome de toda a Bancada do PMDB que, com mui-to orgulho, teve, durante muito tempo, V. Exª inte-grando seus quadros, dizer que nunca tivemos abso-lutamente nenhuma dúvida sobre o comportamentoindiscutível de V. Exª. Pelo contrário, se pudermosdar um testemunho, sempre diremos que V. Exª, aquineste Senado Federal, foi sempre um Senador demuita influência nos debates e nas Comissões. Mes-mo exercendo a Liderança do próprio Governo, foisempre um Senador honrado, digno e que tem o res-peito da Casa. Desse modo, o documento da Procu-radoria, que reflete toda a investigação que se fez – e

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V. Exª, durante todo o tempo, pediu que ela exata-mente se fizesse –, apenas demonstra o que todossabíamos. É uma espécie de redundância. Claro queé muito importante, mas é uma redundância. V. Exªsempre foi e continua sendo uma referência para to-dos nós.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Renan Calheiros.

Ouço o Senador alagoano João Tenório.O Sr. João Tenório (PSDB – AL) – Nobre Sena-

dor Fernando Bezerra, tenho certeza de que falo dasatisfação do povo do Estado de Alagoas, neste mo-mento, porquanto, como Ministro da Integração, V.Exª contribuiu naquilo que era possível para diminuirou atenuar as imensas e insuportáveis desigualdadessociais que se desenvolvem em todo o País, particu-larmente entre o Nordeste e o restante da Nação bra-sileira. Conheci V. Exª não como político, mas comoempresário em lados opostos da mesa – V. Exª comoMinistro de Estado, e eu como empresário, com inte-resses obviamente conflitantes até certo ponto. E soutestemunha da competência e sobretudo da dignida-de com que V. Exª sempre tratou os assuntos que di-ziam respeito à relação entre o público e o privado.Trazendo esse testemunho, chamo a atenção paraum detalhe importante. Creio que o tema que aqui sediscute, esse sofrimento que V. Exª viveu nesses me-ses, nos remete a uma questão um tanto quanto deli-cada, exatamente aquilo que foi dito aqui: a compla-cência da classe política de um modo geral com o ex-cesso de autoridade cometido por alguns integrantesde certos setores da vida nacional, como também –eu diria – da própria imprensa. Depois que sai umadenúncia, a imprensa sempre coloca de uma maneiramais extraordinária aquilo que compromete e nuncaaquilo que defende. Assim, a complacência da classepolítica, de um modo geral, deve ser repensada nosentido de evitar que um sofrimento como o que V.Exª passou nos últimos três anos aconteça a outroshomens públicos da sua estirpe. Receba o abraço dopovo alagoano. Tenho a convicção de que V. Exª,neste momento, é reconhecido pelo seu valor e pelasua dignidade. Muito obrigado.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador.

Ouço o Senador Alvaro Dias.O Sr. Álvaro Dias (PSDB – PR) – Senador Fer-

nando Bezerra, faço minhas as palavras de todos osColegas que se pronunciaram, na mais profunda ma-nifestação de respeito, solidariedade, admiração econsideração por V. Exª.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado.

Ouço o Senador Romero Jucá.O Sr. Romero Jucá (PMDB – RR) – Caro Sena-

dor Fernando Bezerra, como seu amigo, admirador ecompanheiro de várias lutas, registro a minha satisfa-ção ao ouvir o pronunciamento de V. Exª e ao obser-var o posicionamento de toda esta Casa. Sem dúvidanenhuma, seus companheiros Senadores conheceme atestam o trabalho, a competência, a lisura e a ho-nestidade de V. Exª. Sei que o povo do Rio Grande doNorte nunca teve dúvidas sobre o comportamento deV. Exª. Com felicidade, vemos mais um passo dadono sentido de se fazer justiça e de se evitarem novasinjustiças. É muito importante, quando surgem acusa-ções levianas, que a apuração e a resposta ocorramrapidamente, possibilitando, como V. Exª faz hoje,demonstrar à Casa e ao Brasil sua seriedade e com-petência. Meus parabéns! Fico feliz ao ver o resultadode todo esse trabalho.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Romero Jucá.

Ouço o nobre Senador Eurípedes Camargo.O Sr. Eurípedes Camargo (Bloco/PT – DF) –

Senador Fernando Bezerra, também quero me soli-darizar com V. Exª nesse momento que o Senadoestá vivendo por intermédio de V. Exª. Trata-se de umfato que trouxe dissabores para sua vida pública. Re-almente, passar por um processo desses não é fácil,mas há o outro lado da moeda, que é a consolidaçãodos homens públicos que compõem esta Casa. V.Exª, nesse momento, nos representa na dignidadedesse processo e consolida a imagem do Senado,apesar de ter passado por todos esses dissabores,mas essa é a parte boa desse processo de fortaleci-mento da Casa. V. Exª deu sua contribuição na adver-sidade que passou, tornando ainda mais forte a nos-sa Casa. Presto-lhe essa homenagem, dizendo quesempre o acompanhei a distância, mas, agora, nodia-a-dia, a convivência com V. Exª ratifica a posiçãoque sempre exerceu como homem público.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Eurípedes Camargo.

Ouço o Senador Sérgio Guerra e, em seguida,os Senadores Eduardo Suplicy e João Capiberibe.

O Sr. Sérgio Guerra (PSDB – PE) – SenadorFernando Bezerra, acompanhei todos os fatos queenvolveram o seu nome e que, seguramente, afeta-ram bastante a sua tranqüilidade. Homem públicoque o Nordeste todo conhece e também o Brasil; em-presário dos melhores, pessoa que é, notoriamente,

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01039 211ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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cumpridora da palavra. O conceito do Senador ouempresário Fernando Bezerra sempre foi capaz desuportar essas acusações que não tinham consistên-cia. Mas é dura a vida do homem público: o grau deexposição a que todos estamos submetidos; a conde-nação prévia; a informação que ganha tamanho naimprensa, o esclarecimento que não ganha tamanhonenhum; toda uma campanha permanente contra a fi-gura do homem público e do político, de uma maneiraespecial, é desequilibradora. E V. Exª soube preser-var a sua posição. Não foi efetivamente atingido, por-que não havia do que lhe acusar. Como seu amigo,sei da sua satisfação quando o Ministério Público, noplural – o deste Governo, do PT, e o do anterior, doPSDB –, essencialmente, diz o que todos já sabemos:que não havia acusação ao Senador Fernando Be-zerra, mas calúnias contra o Senador Fernando Be-zerra. Portanto, apressei-me em chegar aqui hoje,mesmo tendo compromissos inadiáveis, para daruma palavra como companheiro, amigo e nordestinoque espera que o Senador Fernando Bezerra – afir-mando, mais uma vez, o que todos já sabemos, seuvalor público e sua integridade absoluta – permaneçana luta com a fibra de sempre, defendendo o Nordes-te, o Brasil, representando o povo do Rio Grande doNorte da melhor maneira possível.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Sérgio Guerra, peloseu aparte.

Ouço o Senador João Capiberibe.O Sr. João Capiberibe (Bloco/PSB – AP) – Se-

nador Fernando Bezerra, fico aqui imaginando a leve-za, o alívio que V. Exª está sentindo neste momento,mas a distância entre a suspeição e o esclarecimentoé um pesadelo, tenho certeza disso. Tenho pensadoque, na minha vida pública e na vida de todos aquelesque exercem atividades públicas, gestão de orça-mentos públicos, só há uma fórmula capaz de dividir-mos responsabilidades com a sociedade: tornar es-ses orçamentos transparentes – e hoje temos meca-nismos que possibilitam fazer isso. Com a transpa-rência, a prestação de contas diária da utilização dosrecursos do contribuinte, baniremos da vida pública asuspeição injustificada, injusta e que provoca tantosofrimento. Portanto, manifesto aqui minha satisfa-ção em ver esclarecido esse episódio, que com certe-za lhe causou muito sofrimento.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Muito obrigado, Senador Capiberibe, pelo seuaparte.

Senador Romeu Tuma, agradeço a paciência ea tolerância de V. Exª. E pediria que me desse dois

minutos, apenas, para que eu termine minhas pala-vras.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Eu que-ria pedir um minuto para eu me dirigir a V. Exª, em se-guida ao término do seu pronunciamento.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Pois não, Sr. Presidente, terei muita honra emouvi-lo.

Agora volto meu olhar para esse passado re-cente, e aliviado recordo de todo o sofrimento peloqual minha família e eu fomos submetidos.

E indago: quem vai reparar todos os danos mo-rais, pessoais, familiares, econômicos, profissionais epolíticos que me foram causados?

Eu mesmo, que agora estou entrando com umaação contra a União para a reparação desses danosmorais – e não será pelo dinheiro, cujo destino serãoas instituições de caridades no meu Estado –, possorecuperar alguns desses danos; outros vão me mar-car para sempre como, por exemplo, a diabetes queadquiri, em decorrência de um trauma. Hão de dizerque havia uma predisposição, mas foi o trauma queprovocou a doença que hoje carrego e que carregareipara o resto de minha vida.

Então pergunto aos subscritores do Relatório02, da Corregedoria-Geral da União: como vão repa-rar todo o mal que me causaram? Creio que eles nãopretendem reparar coisa alguma.

Mas isso pouco importa.O importante é que, hoje, essa triste história

chegou ao fim. Apesar dos pesares, um final feliz paramim. Penso, contudo, em quantos políticos não tive-ram essa sorte e morreram amargando em seus cora-ções o peso de acusações levianas que jamais foramcomprovadas.

Aprendi muito com o que aconteceu. Aprendique o homem público tem que possuir uma grande,firme e poderosa vontade, a vontade própria de fazerfrente às situações mais difíceis e, mesmo assim, ja-mais desanimar na procura da verdade e na defesada sua honra, pois ela perdida já não existe qualquerrazão para a própria vida.

Espero que a serenidade e a procura de subs-tância e conteúdo nas discussões e debates acabeprevalecendo, tornando mais civilizado e produtivo oexercício da atividade política em nosso País.

Por maior que tenha sido a minha dor e revoltanão guardo rancores. Repetindo o que disse há al-gum tempo um outro homem público muito injustiça-do e de uma dimensão infinitamente maior do que aminha, o ex-Presidente Juscelino Kubitschek, quero

01040 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL212

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dizer: “Deus me privou do sentimento do ódio”. Euposso repetir.

O importante é que continuo o mesmo homemde bem que sempre fui e que minha família não sofremais constrangimentos e humilhações.

O importante é que em nenhum momento mefaltaram a solidariedade e o conforto da minha famí-lia, dos amigos, de muitos dos colegas Parlamentarese de uma ponderável parcela do povo da minha terra,do povo do Rio Grande do Norte.

Por tudo isso, aqui estou para compartilhar comV. Exªs a minha alegria pela justiça que, afinal, foi fei-ta, bem como agradecer a todos os colegas, Senado-ras e Senadores pelo apoio que nunca me faltou epela solidariedade que aqui me prestaram.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

SEGUE CONCLUSÃO DOPRONUNCIAMENTO DO SR. SENADORFERNANDO BEZERRA.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – E, apesar de estar sofrendo essa avalanche deacusações, não podia me defender, pois não haviaum foro para que eu pudesse demonstrar a minhainocência, para que pudesse desmascarar os meusdetratores.

Apesar do estrago que vinha perpetrando, essementiroso Relatório da CGU permanecia parado naProcuradoria Geral da República, pois não foi formali-zada qualquer denúncia.

E, assim, não se tendo instalado a instância ju-dicial, não tinha onde me defender.

Desde maio de 2001 até hoje – dois anos e meio– tive que suportar calado as maiores humilhações econstrangimentos que um homem de bem pudessereceber.

Fui execrado, caluniado, vilipendiado e difama-do!

Fui condenado, sem ser julgado!!!Minha família, minha mulher, meus filhos, noras

e netos, tiveram que ouvir calados o enxovalhamentoda minha honra.

Clamei por justiça, mas não fui ouvido...Fiquei amordaçado, sem direito de defesa, por

30 longos e sofridos meses.Busquei ouvir a opinião de dois renomados ju-

ristas da maior honorabilidade, os eminentes MinistroCÉLIO BORJA e Professor IVES GANDRA, nomesque dispensam qualquer apresentação.

Tenho aqui o parecer da lavra do ilustre MinistroCÉLIO BORJA, que analisou detidamente todas as

dez acusações contidas no mencionado Relatório nº002/CGU. Trouxe à colação, além de farto embasa-mento doutrinário, substancial e consolidada jurispru-dência do Supremo Tribunal Federal acerca da res-ponsabilidade penal, para demonstrar cabalmente ainconsistência das aludidas acusações.

Com a sua reconhecida autoridade moral e jurí-dica, concluiu o seu parecer com as seguintes pala-vras:

“Não vislumbrei, no Relatório da CGU,ilícito penal, nem administrativo, imputáveisao Senador Fernando Bezerra”.

Da mesma forma, em alentado e judicioso pare-cer, o mestre IVES GANDRA, após cuidadoso examedas acusações do Relatório da CGU e também comfulcro na doutrina e na jurisprudência dominante, che-gou à seguinte conclusão:

“Em face do exposto no presente pare-cer e da inteligência que oferto aos dispositi-vos em questão, não vejo qualquer ilícito denatureza civil ou penal de responsabilidadedo Senador Fernando Bezerra, visto quenão praticou qualquer ato infracionário oudelituoso em face da legislação vigente. Aseventuais irregularidades contestadas sãoanteriores ou posteriores a sua condição deacionista e diretor...”.

Ao finalizar o seu brilhante parecer, o professorIVES GANDRA afirma que, a vista da leviandade dasacusações, cabe a mim o direito de ingressar em juí-zo contra o Estado por danos morais. Reproduzo aquio seu pensamento:

“... não poderia ser o eminente Sena-dor Bezerra prejudicado por eventual e in-consistente ação que o pretendesse respon-sabilizar por atos que não praticou, caben-do-lhe ingressar contra as autoridades que,eventualmente, assim venham, a agir, açãopor danos morais e de responsabilidades doEstado, com base no artigo 37, § 6º daConstituição Federal”.

É fundamental assinalar que, em nenhum mo-mento me foi imputada qualquer denúncia referente àminha gestão à frente do Ministério. Todas as falsasacusações referem-se a fatos passados relativos auma empresa da qual fui sócio durante um determina-do período e da qual já havia me afastado.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01041 213ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Todo esse sofrimento acarretou-me graves con-seqüências de ordem pessoal, familiar, profissional e,até mesmo, de saúde. Tornei-me diabético e causadeterminante, segundo parecer médico, foram os dis-sabores e constrangimentos a que fui submetido pe-las calúnias sofridas em decorrência do Relatório nº002/CGU.

Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senado-res, queria, mais uma vez, expor-lhes, a circunstânciae o teor dos dois despachos, a que me referi anterior-mente dos Drs. Geraldo Brindeiro e Claudio LemosFontelles, respectivamente ex e atual Procurador Ge-ral da República,para que Vossas Excelências pos-sam conhecer melhor a dimensão e o efeito de que serevestem.

Concluiu o Dr. Geraldo Brindeiro que:

“38. Ante todo o exposto, e pelas ra-zões aduzidas, não há, até o presente mo-mento, indícios do cometimento de crimespor parte do Senador FERNANDO LUIZGONÇALVES BEZERRA, pelos fatos e do-cumentos juntados ao presente processo.

39. Arquive-se".

Por seu turno, o eminente atual ProcuradorGeral da República, Dr. CLÁUDIO LEMOSFONTELLES, em decisão expressa no OfícioPRG/GAB Nº 911, ratifica integralmente o despachoexarado pelo seu antecessor, Dr. GERALDOBRINDEIRO, e determina o arquivamento definitivodo citado Processo PA 1.000.000.003260/2003-32.

Constituem, assim, esses dois despachos o jul-gamento que eu tanto ansiava e que resulta no reco-nhecimento pleno da minha incontestável inocência.

Sr. Presidente, agora já não pesam sobre mimas acusações falsas, as meias-verdades, as insinua-ções maldosas e todas as calúnias, difamações e in-júrias que foram forjadas contra a minha pessoa.

Agora volto o meu olhar para esse passado re-cente e, aliviado, recordo de todo o sofrimento peloqual minha família e eu fomos submetidos.

E, agora, indago quem vai reparar todos os da-nos morais, pessoais, familiares, econômicos, profis-sionais e políticos que me foram causados?

Alguns desses danos posso recuperar. Outrosvão me marcar para sempre, como, por exemplo, a di-abetes que adquiri.

E agora pergunto aos subscritores do Relatórionº 002/CGU como vão reparar todo o mal que me ca-usaram? Creio que eles não pretendem reparar coisaalguma.

Mas, isso pouco importa.O importante é que, hoje, esta triste história che-

gou ao fim. Apesar dos pesares um final feliz paramim. Penso, contudo, em quantos políticos que nãotiveram essa sorte e morreram amargando em seuscorações o peso de acusações levianas que jamaisforam comprovadas.

Aprendi muito com o que me aconteceu. Apren-di que o homem público tem de possuir uma grande,firme e poderosa vontade.a vontade própria de fazerfrente às situações mais difíceis e, mesmo assim, ja-mais desanimar na procura da verdade e da defesada sua honra, pois ela perdida já não existe muita ra-zão para a própria vida.

Espero que a serenidade e a procura de subs-tância e conteúdo nas discussões e debates acabeprevalecendo, tornando mais civilizado e produtivo oexercício da atividade política em nosso País.

Por maior que tenha sido a minha dor e revoltanão guardo rancores. Repetindo o que disse há al-gum tempo um outro homem público muito injustiça-do e de dimensão infinitamente maior do que a minha,Juscelino Kubitschek, “Deus me privou do sentimentodo ódio”.

O importante é que continuo o mesmo homemde bem que sempre fui e que a minha família não so-fre mais constrangimentos e humilhações.

O importante é que em nenhum momento mefaltaram a solidariedade e o conforto da minha famí-lia, dos amigos, de muitos dos colegas parlamentarese de uma ponderável parcela do povo potiguar.

Por tudo isso, aqui estou para compartilhar comVossas Excelências a minha alegria pela justiça que,afinal, foi feita, bem como agradecer aos colegas Se-nadoras e Senadores pelo apoio que nunca me fal-tou.

Muito obrigado.

DOCUMENTOS A QUE SE REFEREO SR. SENADOR FERNANDO BEZERRAEM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inci-so I e o § 2º, do Regimento Interno.)

Estimado Senador Bezerra,

Lamento sua decisão de deixar o Ministério daIntegração Nacional, ao qual dedicou seu entusias-mo. Graças a seu trabalho escrupuloso e persisten-te, foi possível repor em termos realistas o projetode transposição das águas do rio São Francisco.

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E foi com a mesma genuína preocupação debem servir ao governo e ao Nordeste que a transposi-ção do São Francisco teve como premissa a revitali-zação do rio.

Da mesma forma, como já se prenunciara emseu discurso de posse, foi-lhe possível, ao final, cum-prir outro grande objetivo do ministério: revitalizar aspolíticas de desenvolvimento regional com a substitu-ição da Sudam e da Sudene por agências que terãorecursos orçamentários e serão mais rigorosas naapuração dos projetos e na fiscalização do bom usodos recursos públicos.

Neste capítulo, aliás, quero louvar sua condutaisenta e rigorosa na apuração de irregularidadescome tidas ao longo das últimas décadas nas antigasagências de fomento das regiões Norte e Nordeste.

Se me permite, Senador, Vossa Excelênciadeve despreocupar-se quanto a insinuações sobresua honestidade e correção, não só no exercício dasfunções de ministro como em suas atividades empre-sariais.

Não fosse essa a minha convicção teria exigidosua demissão, o que não fiz pelo senso de justiça queorienta minhas decisões, que pretendo serem justasao invés de servirem apenas para aplacar sanhas de-molidoras.

Vossa Excelência não precisa submeter-se aCPI alguma para ter o reconhecimento de sua hones-tidade. Menos ainda a uma CPI basicamente políti-co-eleitoreira que muito mais do que apurar deslizesque, Vossa Excelência, aliás, não cometeu, temcomo objetivo inviabilizar o governo e denegrir minhaimagem de homem público.

Grato por sua colaboração, subscrevo-me comum abraço cordial. – Fernando Henrique Cardoso.

PROCESSO PGR Nº 1.00.000.003260/2003-32

Interessado: Fernando Luiz Gonçalves Bezerra

Assunto: Solicita providências

Despacho: O Senador Fernando Luiz GonçalvesBezerra solicita providências referentes ao processonº 010/01/PRDC./PR./RN, originado de cópia doprocesso nº 00190.000221-2001-87, encaminhadopela Corregedoria-Geral da União a esta Procurado-ria-Geral da República, por meio do Aviso nº37/CGU./PR.

2. Sustenta o requerente que o aludido proces-so nº 00190.000221-2001-87 originou-se de denún-cias veiculadas pela imprensa em seu desfavor,

quando exercia o cargo de Ministro de Estado daIntegração Nacional, em razão de ter sido acionistacontrolador da empresa Metais Seridó S/A. –METASA, beneficiária de recursos do Finor. Alegaque não teve oportunidade até o momento de quelhe foram feitas, pois não foi formulada nenhumaacusação da prática de ilícito penal ou de ato de im-probidade administrativa. Aduz que tal situação temlhe causado constrangimento, pois exerce a lideran-ça do PTB no Senado Federal e a vice-liderança dogoverno na mesma casa parlamentar.

3. Encaminhou peças do referido processo: a)cópia do Relatório nº 073427, elaborado pela Secre-taria Federal de Controle (fls. 5/37); cópia da Análisenº 2/CGU (fls. 38/46); considerações sobre as supos-tas irregularidades tecidas pelo patrono do ora reque-rente (fls. 47/75); cópia de Parecer elaborado pelo Dr.Ives Gandra da Silva Martins (fls. 76/131) e cópia deParecer elaborado pelo Dr. Célio Borja (fls. 132/158).

4. A Secretaria Federal da Controle Interno(SFC) apresentou Relatório da inspeção realizada naempresa METASA onde identificou supostas falhas eirregularidades (fls. 33/35). A Corregedoria-Geral daUnião (CGU) atendeu integralmente às recomenda-ções alinhadas no relatório da auditoria da SecretariaFederal da Controle Interno e determinou a remessade cópia do processo a esta Procuradoria-Geral daRepública (fls. 45/46).

5. Preliminarmente, como bem apontado pelorequerente, cabe desde já esclarecer que o Senadorsomente teve participação no capital da Metasa entre12-1989 e 5-1998. Assim sendo, os fatos ocorridosantes de dezembro de 1989 ou após maio de 1998apontados no relatório da SFC não se revelam impor-tantes para análise de responsabilidade penal do par-lamentar.

6. É importante ressaltar que o projeto da Meta-sa foi aprovado pelo Conselho Deliberativo da Sude-ne em 31-3-86, ou seja, bem antes do ora requerenteter se tornado acionista da mencionada empresa (fls.6).

7. Portanto, o exame dos supostos crimes impu-tados ao Senador restringir-se-á as possíveis irregu-laridades apontadas pela SFC e CGU no período su-pra.

8. As obras realizadas pela Ecocil. O Relatórioda SFC considerou irregular que obras de construçãocivil do empreendimento houvessem sido realizadaspela Ecocil, acionista da Metasa, no período de 1990a 1993, contrariando assim o disposto na Portaria Su-dene nº 855/94 (item b – fls. 33/34).

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9. Como bem ressaltado pela defesa do Sena-dor é “evidente que inexistiu qualquer irregularidade,pois uma regra constante de uma Portaria, datada de15-12-94 e publicada no Diário Oficial de 30 do mes-mo mês, não poderia ser contrariada por contrato ce-lebrado em 1990 e executado até setembro de 1993,quando as obras foram concluídas” (fls. 52).

10. Portanto, a prestação de serviços a empre-endimentos incentivados por empresa deles acionistasomente passou a ser vedada após a edição da Por-taria nº 855/94, com as alterações introduzidas pelaPortaria nº 1.000/97. Observe-se, que a própria Su-dene, a quem competia fiscalizar o cumprimento docontrato de financiamento, admitiu que “antes da edi-ção dessas portarias não havia dispositivo reguladordo assunto” (fls. 18). Não há como aplicar-se retroati-vamente o mencionado ato normativo. Assim, semostra incorreta a assertiva da Corregedoria-Geralda União que as obras de implantação do projeto fo-ram executadas pela empresa Ecocil, “contrariandoas normas que regulam a espécie” (item 38 – fls. 43).

11. Não há como, pois, imputar-se a prática decrime ao Senador por este fato.

12. Ausência de Plaquetas em Máquinas eEquipamentos. Na alínea e (fls. 34), o Relatório apon-tou como irregularidade o fato de que, ao ser realiza-da uma inspeção in loco, foi constatado que pratica-mente todas as máquinas e equipamentos não conti-nham plaquetas que permitissem a adequada identifi-cação.

13. Como bem ressaltado pelo patrono do Se-nador Bezerra “merece ser destacado, em primeirolugar, que essa inspeção foi realizada provavelmenteem maio de 2001, já que o trabalho dos servidores daSFC desenvolveu-se entre 23 de abril e 1º de junhode 2001, conforme está consignado a fls. 1 do Relató-rio. Portanto, a inspeção ocorreu três anos após a re-tirada do Senador do quadro de acionistas da Meta-sa.” (fls. 53).

14. Outro aspecto que merece destaque é que aauditoria constatou a existência física dos equipa-mentos, embora tenha preferido realçar a falta de pla-quetas, o que certamente não invalida a existênciadas máquinas apropriadas para as atividades produti-vas da empresa.

15. Novamente, entende este órgão do parquetfaltar elementos que incriminem o Senador FernandoBezerra.

16. Existência de Máquinas com Datas de Fabri-cação muito antigas. A constatação da existência demáquinas com datas de fabricação muito antigas –

alínea f (fls. 34) – também ocorreu na inspeção reali-zada na sede das empresas auditadas somente trêsanos após a saída do Senador do quadro de acionis-tas da Metasa.

17. Mesmo assim, o requerente, em sua defesa,aduz considerações importantes sobre o tema em co-mento:

“O primeiro ponto que chama a aten-ção é que a vistoria foi realizada tanto na fá-brica, quanto na Mina Bodó, cujo titular é oEstado do Rio Grande do Norte e foi arren-dada à Metasa em 1996, juntamente comtodos os seus equipamentos. Como essaMina tem sido explorada desde o final dadécada de 1940, é explicável a existênciade um britador (quebrado) fabricado em1952, bem corno de um rebritador de man-díbula fabricado em 26-1-73. Conforme estáregistrado às fls. 5 do Relatório, após a vis-toria, “o Sr. Marcelo Mário Porto, Diretor doempreendimento, que nos acompanhara àbase física, telefonou-nos informando que obritador não faria parte do Projeto.”

Apesar desse registro, os servidoresda SFC acrescentaram que “na relação demáquinas/equipamentos aprovados, constaa existência de Britador“, o que soa comoum desmentido ao Diretor da Metasa. É ver-dade que na relação dos equipamentosconsta um britador. Acontece que no mes-mo Relatório (fl. 6) está consignada a exis-tência, na Mina Bodó, de um “Britador e Re-britador – Aço Paulista 3020”, o qual fazparte do projeto.” (fls. 54).

18. Também aqui não há que se sustentar aocorrência de delito penal imputável ao ora reque-rente.

19. Existência de Máquinas e Equipamentosnão Instalados. Conforme já explanado anteriormen-te, esta constatação da SFC verificou-se em vistoriarealizada cerca de três anos após a saída do Senadordo quadro social da Metasa. Afirma o requerente que“tal situação decorreu da baixa produção em que aempresa vinha operando, como conseqüência da cri-se enfrentada pelo setor, que inviabilizou o funciona-mento da fábrica á plena capacidade.” (fls. 54). Ade-mais, como bem ressaltou seu patrono “como grandeparte dos equipamentos foi adquirida pouco tempoantes de o Senador deixar o empreendimento a negli-gência, se houve, não lhe pode ser atribuída.” (fls.54).

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26. Por outro lado, mesmo que tal fato restassecomprovado, esta irregularidade, por si só, não cons-titui crime. Possíveis irregularidades e descumpri-mentos de cláusulas do contrato de financiamentopodem gerar responsabilidade no campo cível e ad-ministrativo, mas não podem acarretar sanção penalque sequer é aplicável a mencionada anormalidadedestacada pela auditoria.

21. Apresentação de Documento Fiscal deAquisição de Máquinas/Equipamentos Emitido porEmpresa que não é Fabricante ou Comerciante deProdutos Novos. Na alínea h do relatório da Secreta-ria Federal de Controle (fls. 34), são levantadas sus-peitas acerca da Nota Fiscal nº 000185, emitida, em28/08/97, pela empresa USIMEC Serviços Mecâni-cos e Comércio Ltda., no valor de R$559.686,00, re-lativa à aquisição de máquinas e equipamentos pelaMetasa.

22. As suspeitas repousam nas seguintes cir-cunstâncias: a) segundo dados da Usimec constan-tes de recibo emitido pela empresa, consta que elafaz reparação, manutenção e instalação de máqui-nas, nada sendo mencionado sobre fabricação; b) orecibo atesta que parte do valor da Nota Fiscal foipago pela Ecocil, não pela Metasa; c) a Secretaria deTributação do Estado informou que a Nota Fiscal nãofoi registrada no Livro de Saídas de Mercadorias daUsimec, nem no Livro de Registro de Entradas da Me-tasa, conforme verificado através da GIM; d) a infor-mação da mesma Secretaria de que a Usimec já pra-ticou emissão de notas fiscais sem a ocorrência daefetiva saída de mercadorias e, no período de 1996 a2998, a média mensal do seu movimento econômicoreal foi de R$13.000,00, pelo que o valor da Nota Fis-cal causa estranheza (fls. 11/12).

23. Por sua vez, a CGU afirmou: “a constataçãodo fato de ter a empresa Metasa, no período em que oSenador Fernando Luiz Gonçalves Bezerra era seuprincipal acionista, utilizado o artifício da nota fiscalfalseada, supostamente emitida pela empresaUSIMEC – Serviços Mecânicos e Comércio Ltda.,para comprovar a regularidade da aplicação do apor-te de R$559.686,00, recebidos do Finor.” (fls. 42/43).Prossegue aduzindo que as irregularidades “denotamflagrante evidência de desvio na aplicação de recur-sos, eis que a operação negocial – registrada na notafiscal em comento é inexistente” “fls. 43).

24. Quanto a este ponto, o requerente teceu osseguintes esclarecimentos:

“30. (...) O simples fato de, no papelimpresso em que foi firmado um recibo, não

estarem indicadas todas as atividades deuma empresa não autoriza a conclusão deque determinada operação não foi realizadaReleva notar que, na própria razão social daUsimec cotista o vocábulo “Comércio”, don-de se deduz que sua atividade não se res-tringia à prestação de serviços. Acresceque, segundo a informação prestada pelaSecretaria de Tributação do Estado, trans-crita com erro às fls. 7/8 do Relatório daSFC, em 8-10-96 (a data constante do Rela-tório é 8-10-98) foi autorizada a impressãodo talonário de notas fiscais do ICMS, o quereforça a conclusão de que a empresa nãoera simples prestadora de serviços.

31. A circunstância de parte do paga-mento à Usimec haver sido feita pela Ecocilnão constitui qualquer irregularidade, poisesta última empresa, sendo sócia da Meta-sa, fez apenas adiantamento para futuro au-mento de capital. Convém registrar que,como está claro no Quadro de Liberação deRecursos de fls. 20121 do Relatório daSFC, ao ser efetuada a aquisição dos equi-pamentos à Usimec, em 28-8-97, já faziaquase dois anos que não eram feitas libera-ções de recursos do Finor para o projeto. Aúltima liberação havia sido feita em11-10-95. Como se vê, os equipamentos ti-veram de ser adquiridos com recursos pró-prios da Metasa, o que explica o adianta-mento feito pela Ecocil.

32. Se, conforme informação da Se-cretaria de Tributação, a Usimec não regis-trou a operação no Livro de Saída de Mer-cadorias nem debitou-se pelo ICMS devido,isso nem acarreta responsabilidade para aMetasa, como adquirente, nem significa quea operação foi inexistente. O adquirente demercadorias não tem, nem pode ter, qual-quer controle sobre o cumprimento das obri-gações fiscais pelo empresário que lhe ven-de bens ou mercadorias. Se todas as opera-ções econômicas em que o contribuinte nãopaga o respectivo imposto forem considera-das inexistentes, certamente haverá umasubstancial redução nas estatísticas do PIBdo País.

33. No que respeita à informação damesma Secretaria de Tributação, de que aMetasa também não registrou a Nota Fiscalno Livro de Entrada de Mercadorias, há uma

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retificação a fazer A Nota foi registrada,mas, por erro, deixou de ser incluída naGIM. A operação foi escriturada também nacontabilidade comercial da Metasa, mais es-pecificamente no livro Diário.

34. As outras informações da Secreta-ria de Tributação, de que a Usimec já haviapraticado a emissão de notas fiscais sem aefetiva saída de mercadorias e de que seumovimento econômico mensal médio foi deR$13.000,00, não são suficientes para quese conclua que a operação de que trata aNota Fiscal nº 185 é inexistente. Com efeito,é importante levar em conta que a informa-ção sobre a emissão de notas fiscais sem aefetiva saída de mercadorias diz respeito àsNotas Fiscais de que trata o Ofício nº3.530/99 Sudene/AUD (anexo 1), ou seja,as de nºs 223, 228, 230, 233, 236, 237 e239, emitidas a partir de 26-6-98, quase umano após a operação em foca Portanto, a in-formação de que a Usimec já havia emitidonotas fiscais frias, não está correta, pois asuposta emissão ocorreu após a aquisiçãodos equipamentos pela Metasa. No que tan-ge à variação ocorrida no faturamento daUsimec, nada impede que o movimento co-mercial de uma empresa apresente bruscaoscilação.

35. No tocante às ilações tiradas pelaAnálise da CGU, pião têm elas o menor fun-damento, porquanto a Metasa não utilizouartifício de Nota Fiscal falseada suposta-mente emitida pela Usimec; não tentou fa-zer comprovação fraudulenta da “regularida-de da aplicação do aporte de R$559.686,recebidos do Finor”; e a operação negocialefetivamente foi realizada.

36. A Nota Fiscal nº 185 não é materi-almente falsa. A Secretaria de Tributaçãoatesta que ela “teve sua impressão autoriza-da por esta Secretaria, conforme processode nº 7.925, de 8-10-96, conforme ofício di-rigido pelo Secretário de Tributação ao Dire-tor da Diretoria de Auditoria de Programasda Área Econômica da Secretaria Federalde Controle, Dr. Marco Antônio Prandini(anexo 2).

37. A aquisição dos equipamentos deque trata a Nota Fiscal em tela não foi fritacom recursos recebidos do Finor, mas comrecursos dos acionistas do empreendimen-

to. Como já foi mencionado anteriormente, aúltima liberação de recursos do Finor para oprojeto Metasa antes da aquisição haviaocorrido era 11-10-95, conforme consta doRelatório da SFC (fls. 21). Tendo em vistaque, nos termos do art. 142 da Portaria nº855194, da Sudene, “os recursos do Finordeverão ser aplicados no projeto dentro doprazo de 60 (sessenta) dias, contado da li-beração pelo BNB”, é óbvio que os recur-sos, liberados em outubro de 1995, já havi-am sido integralmente aplicados em agostode 1997. Em conseqüência, cai por terra aconclusão da CGU de que a Nota Fiscal se-ria mero instrumento utilizado para “compro-var a regularidade da aplicação do aportede R$559.686,00, recebidos do Finor”. Essevalor, é bom frisar, não havia sido recebidodo Finor quando as máquinas foram adquiri-das. No pagamento do equipamento não fo-ram utilizados recursos do citado Fundo.Por conseguinte, não houve desvio de re-cursos do Finor, como afirmou a CGU.

38. Ainda sobre a aquisição dos equi-pamentos à Usimec, é relevante esclarecerque, segundo o mesmo Quadro de Libera-ções constante do Relatório da SFC (fls.20/21), somente mais de um ano após aaquisição dos equipamentos, em 16-9-98,foi efetuada nova liberação de recursos doFinor. Quando isso ocorreu, o Senador jáhavia deixado de pertencer ao quadro deacionistas da empresa.

39. No que tange à existência da ope-ração, a maior prova de sua efetivaçãoconsta do Relatório da SFC Dos doze itensdiscriminados na Nota Fiscal, onze estão re-lacionados na vistoria realizada pelos servi-dores da SFC (Relatório da SFC, fls. 6/07).Apenas não está relacionada urna balançadigital, das duas adquiridas. Isso não signifi-ca, porém, que a balança não exista. Emverdade, ela existe. Acontece que a relaçãodas máquinas e equipamentos feita pelosservidores da SFC não é exaustiva, confor-me eles próprios deixam claro, ao consigna-rem, no último parágrafo das fls. 5, o se-guinte: “Dentre as máquinas e equipamen-tos vistoriados, registramos:”, seguindo-se arelação. Assim, cabe a conclusão de que aNota Fiscal nº 185 não é ideologicamentefalsa.

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40. Por todo o exposto, é forçoso con-cluir que as suspeitas levantadas no Relató-rio da SFC são infundadas e as afirmaçõescategóricas constantes da Análise da CGUsão absurdas e levianas, demonstrando queos elementos constantes do Relatório daSFC foram apreciados superficialmente esem a devida atenção.” (fls. 55/58).

25. Corroboram estes argumentos, os excelen-tes pareceres exarados pelos ilustres advogadosIves Gandra (fls. 76/131) e Célio Borja (fls. 132/158).Ademais, a responsabilidade penal é subjetiva, enão há um dado concreto sequer de que se proce-dentes as falsificaçães tenha delas participado o Se-nador Bezerra. A condição de sócio ou gerente dasempresas auditadas não faz supor que quaiquer ir-regularidade ocorrida seja fruto de conduta dolosadeste.

26. Pagamento feito pela Ecocil. Esta matéria jáfoi abordada anteriormente. Segundo o requerente “opagamento foi efetuado pela Ecocil porque a Metasapião dispunha de recursos, pois a última liberação derecursos do Finor havia sido efetivada em outubro de1995. Tais recursos já haviam sido aplicados. Assim,foi necessário que a Ecocil fizesse o pagamentocomo adiantamento para futuro aumento de capital.Tudo regular. Nenhuma ilicitude.” (fls. 58).

27. Movimentação de Contas Bancárias. O Re-latório da SFC estranhou que os recursos financeirosda Metasa fossem movimentados em Bancos diferen-tes do Banco do Nordeste do Brasil, que é o bancooperador do Finor.

28. Como bem ressaltado pelo patrono do Se-nador Fernando Bezerra tal procedimento foi adotadoem consonância com a legislação que rege a matéria,no caso a Portaria nº 855194, da Sudene, cujo art.142, § 1º, estatui:

“§ 1º após sua liberação, os recursosdeverão ser depositados em agências ban-cárias localizadas em municípios situadosna área de atuação da Sudene, em contavinculada ao respectivo projeto.”

29. Como se vê, o texto da Portaria não exigiaque os recursos fossem movimentados no Banco doNordeste do Brasil. Além disso, mesmo que verdadei-ras tais acusações, a mencionada irregularidade nãose traduz, sequer em tese, em ilícito penal atribuívelao Senador Fernando Bezerra.

30. Faturamento Irrisório. A auditoria levada atermo pela SFC estranhou que o faturamento da Me-

tasa seja de apenas 3,60% do previsto, enquanto osrecursos já liberados totalizaram 96% dos recursosaprovados.

31. Desde logo, como bem assinalado a fls. 59,mister ressaltar que o percentual de liberação aponta-do no relatório diz respeito ao ano de 2001, não ao de1998, quando o Senador deixou de ser acionista daMetasa.

32. Analisando este ponto específico, assinalouo requerente verbis:

“44. Utilizando-se os dados sobre libe-rações constantes do Relatório da SFC (fls.20/21), conclui-se que, entre 22-2-91 e7-5-98, foram liberados recursos do Finor nomontante de R$3.162.625,80. Ora, se o va-lor liberado – R$6.392.541,80 – correspon-de a 96% do total aprovado, isso significaque, no período em que o Senador partici-pou do projeto, a importância liberada – R$3.162.625,80 – representou apenas 47,3%do total aprovado. Este percentual exclui,com certeza, qualquer responsabilidade doSenador pelo baixo faturamento alcançadoem 2001, o qual decorre, principalmente,das mudanças radicais havidas no merca-do.” (fls. 59).

33. Infringência ao art. 54 da Constituição Fede-ral, Tanto a SFC quanto a CGU afirmaram que o Se-nador infringiu o disposto no art. 54, II, a, da Lei Maior.

34. Segundo avaliou o Senador, esta acusaçãotambém não procede:

“46 (...) A increpação não tem funda-mento, embora seja certo que, ao tomarposse no cargo de Senador, em 22-12-94,fosse ele o acionista majoritário da Metasa,que era titular de projeto aprovado peloConselho Deliberativo da Sudene em31-3-86. Registre-se que, quando da apro-vação do projeto, o Senador ainda não eraacionista nem exercia qualquer mandatoeletivo, A aprovação diga-se de passagem –habilitava o empreendimento a financiar par-te dos investimentos com recursos do Finor,seja mediante subscrição de ações, sejamediante aquisição de debêntures.

47. É importante assinalar, desde logo,que, quando de sua posse no cargo de Se-nador, prevalecia na área jurídica da Admi-nistração Federal o entendimento de que oDeputado ou Senador que, ao tomar posse,

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01047 219ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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fosse acionista de empreendimento incenti-vado pela Sudene, não estava obrigado adesfazer-se do controle acionário. Nessesentido havia Parecer da Procuradoria daSudene, datado de 18-3-89 e Parecer daConsultoria Jurídica do já extinto Ministériodo Interior, datado de 25-4-89. Ademais, asDecisões nº 269/91 e 558/93, do Tribunal deContas da União, embora contrárias à apro-vação de projetos controlados por Deputa-dos ou Senadores, admitiram o prossegui-mento dos projetos já aprovados e iniciados,como era o caso da Metasa.

48. As posições dos órgãos jurídicos ede controle estavam todas muito bem funda-mentadas. Realmente, a interpretação danorma constitucional conduz à conclusão deque as restrições do dispositivo não se apli-cam aos projetos de desenvolvimento regio-nal, como se passa a demonstrar, O precei-to constitucional tem a seguinte redação:

“Art. 54. Os Deputados e Senadorespoderão:

..............................................................II – desde a posse:a) ser proprietários, controladores ou

diretores de empresa que goze de favor de-corrente de contrato com pessoa jurídica dedireito público, ou nela exercer função remu-nerada;”

49. Não há dúvida de que o objetivoda norma, pelo menos no que tange a favordecorrente de contrato com pessoa jurídica,é impedir que o parlamentar possa usar seucargo para influenciar decisões administrati-vas que favoreçam sua empresa Celso Ri-beiro Bastos deixa isso muito claro ao afir-mar: a teleologia do preceito é, portanto,esta: impedir que o deputado ou senador seaproveite do cargo para melhor vindicar osinteresses de sua empresa, isto é, daquelaem que seja proprietário ou controlador oudiretor” (Comentários à Constituição do Bra-sil, parceria com Ives Gandra Martins, 41vol., Tomo I, São Paulo, Saraiva, 1995, p.207)

50. O mesmo autor assinala a dificul-dade que há em se precisar o alcance daexpressão “que goze de favor” chegando àconclusão de que “o entendimento dominan-te parece ser o de que configura um favor

toda condirão que não esteja presente habi-tualmente nos contratos das pessoas de di-reito público.

51. Ora, o Parecer da Procuradoria daSudene baseou-se em dois pontos. O pri-meiro foi que a relação jurídica entre o em-preendimento e a Sudene não é de nature-za contratual, se se adotar o Conceito estri-to de contrato. O segundo é que, aceitan-do-se que a relação seja de natureza con-tratual, ainda assim não há como se confi-gurar o gozo de uni favor, porquanto as nor-mas relativas a direitos e obrigações nos fi-nanciamentos do Finor são uniformes.

52. Assim, é estranho que tanto a SFCquanto a CGU insistam em querer caracteri-zar como irregular uma situação que estavaamparada pela posição dos órgãos jurídicoscompetentes e pelo Tribunal de Contas daUnião.

53. Além do mais, essa tentativa decaracterização de ofensa ao dispositivoconstitucional é inteiramente inócua atual-mente. O Senador deixou de ser acionistada Metasa em 7-5-98 e o mandato de Sena-dor em que teria ocorrido a suposta ofensaao dispositivo constitucional já se expirouem 31-1-99. De fato, ao tomar posse comoSenador, quase metade do mandato de oitoanos já havia transcorrido. O Senador haviasido eleito suplente de Senador nas elei-ções de 1990, para o mandato que se inici-ou em 1º-2-91. Atualmente, o mandato queestá sendo exercido é outra Foi outorgadonas eleições de 1998 e iniciou-se em1º-2-99. Assim, mesmo que tivesse havidodesrespeito ao art. 54, a sanção prevista noart. 55 da Carta Política para tal infração – aperda do mandato – já não poderia ser apli-cada” (fls. 59/61).

35. Ademais, a participação acionária do Se-nador na empresa até 5/98, vedada pela normaconstitucional inserta no art. 54, I, a e II, a, da Cons-tituição Federal não acarreta qualquer responsabili-dade penal. A infração a estes dispositivos podeconfigurar infração política, acarretando a perda domandato (art. 55 da Carta da República). Todavia,este fato não constitui conduta penalmente típica,afastando-se, portanto, a ocorrência de crime.

36. Falta de Recolhimento do ISS. A última irre-gularidade não diz respeito a atos praticados no âm-

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bito da Metasa, mas da ECOCIL, que era acionista daprimeira e tinha como sócio majoritário o SenadorFernando Bezerra. Sobre o assunto, cabe destacar:

“54 (...) Trata-se de suposta falta derecolhimento do ISS ao município de Curra-is Novos, localizado no Rio Grande do Nor-te. O Relatório da SFC registra a irregulari-dade baseada em resposta dada a ofício di-rigido à Secretaria Municipal de Finanças domunicípio, indagando sobre se foram autori-zadas as obras relativas às Notas Fiscaisemitidas pela Ecocil, de 1990 a 1993, e pelaCEL, em 1998 e 1999.

55. A resposta da Secretaria Municipalde Finanças, segundo se lê às fls. 5 do Re-latório, foi no sentido de que “não foi encon-trado em seus registros, durante o períodoque foram emitidos os documentos fiscaisacima relacionados, nenhum recolhimentode imposto sobre serviços de qualquer natu-reza”.

56. Com base na informação de quenão foi encontrado, nos registros da Secre-taria, nenhum recolhimento de ISS, os servi-dores da SFC inferiram que não foi pago oimposto e, mais do que isso, concluíram queestava caracterizada sonegação fiscal. Ostécnicos da SFC nem sequer cuidaram deindagar se a Secretaria Municipal ainda temos registros da arrecadação de 1993 e anosanteriores.

57. A Ecocil já não dispõe dos compro-vantes dos recolhimentos, pois não existin-do nenhuma cobrança de crédito tributáriode ISS referente ao exercício de 1993, noano de 2000 a empresa já não tinha obriga-ção de guardar os comprovantes de recolhi-mentos, de acordo com o parágrafo únicodo art 195 do Código Tributário Nacional.Entretanto, a empresa entende que o im-posto foi pago, tanto que a Prefeitura expe-diu, em 1º-10-93, a Carta de Habite-se nº4193 (anexo 3) relativa à obra construída.

58. Mesmo que não tenha recolhido oISS. a Ecocil não terá praticado sonegaçãofiscal, pois esse ilícito implica o emprego deardil ou fraude para iludir o Fisco. Isso nãoocorreu. A empresa emitiu as Notas Fiscaise escriturou-as regularmente, não usandoqualquer artifício para que o Fisco não to-masse conhecimento da ocorrência do fato

gerador. Se porventura o pagamento não foiefetuado, isso deve ter decorrido de falta deorientação, pelo Escritório Central da em-presa, em Natal, e pela Secretaria Municipalde Finanças, ao administrador do canteirode obras em Curraís Novos.” (fls, 61/62)

37. Igualmente, não subsistem elementos mí-nimos a indicar cometimento de crime por parte doora requerente.

38. Ante todo o exposto, e pelas razões aduzi-das, não há, até o presente momento, indicios do co-metimento de crimes por parte do Senador FernandoLuz Gonçalves Bezerra, pelos fatos e documentosjuntados ao presente processo.

39. Arquive-se.Brasília, 25 de abril de 2003. – Geraldo Brinde-

iro, Procurador-Geral da República.

OF. PGR/GAB/Nº 1.141

Brasília, 8 de setembro de 2003

Excelentíssimo SenhorSenador Fernando Luiz Gonçalves BezerraSenado FederalBrasília-DF

Senhor Senador,Apresento-lhe minha decisão a propósito do PA

nº 1.00.000.003260/2003-32. Atenciosamente. –Cláudio Lemos Fonteles, Procurador-Geral Da Repú-blica.

OF. PGR/GAB/Nº 911

Brasília, 23 de julho de 2003

Excelentíssimo SenhorDoutor Fábio Nesi VenzonDignissimo Procurador da Repúblicano Estado do Rio Grande do NorteNatal – RN

Senhor Procurador,Encaminho-lhe, por cópia, o pronunciamento in-

tegral do Dr. Geraldo Brindeiro, então Procurador-Ge-ral da República, conclusivo a propósito do apuradono PA nº 1.00.000.003260/2003-32.

Pelo teor da manifestação, certo está que acon-teceu o arquivamento do feito, assim posto expressa-mente, verbis:

38. Ante todo o exposto, e pelas ra-zôes aduzidas, não há, até o presente mo-mento, indícios do cometimento de crimes

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01049 221ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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por parte do Senador Fernando Luiz Gon-çalves Bezerra, pelos fatos e documentosjuntados ao processo.” (fls. 172)

É a minha posição.Atenciosamente. – Cláudio Lemos Fonteles,

Procurador-Geral da República.

OFICIO Nº 164/03/FNV/NOT/PR/PR-RN

Natal, 17 de dezembro de 2003

Procedimento Administrativo nº 1.28.000.000010.2001-5

AoExcelentíssimo SenhorDoutor Fernando Luiz Gonçalves BezerraSenado FederalBrasília-DF

Senhor Senador,Considerando que V. Exª requer certidão a res-

peito da sua situação na investigação realizada noProcedimento Administrativo nº1.28.000.0000010.2001-05 PRDC/PR/RN, que versasobre a não aplicação de valores recebidos do Fundode Investimento do Nordeste – FINOR por parte daempresa Metais do Seridó S/A – METASA, com sedeno Estado do Rio Grande Norte;

Considerando o direito que todo o cidadão pos-sui de obter certidão dos órgãos públicos para escla-recimento de situações de interesse pessoal (art. 5º,inc. XXXIV, alínea b, da Constituição Federal) (e ain-da Hugo Nígro Mazzilli, in o Inquérito Civil, ed. Sarai-va, 1999, pág. 189);

Considerando que ao procedimento administra-tivo correlato a inquérito civil público aplica-se o prin-cipio da publicidade (art. 37, caput, da ConstituiçãoFederal), ressalvada a possibilidade de, quando ne-cessário, Impor-se o sigilo das investigações, o quenão é o caso;

Certifico que, após análise integral dos elemen-tos de prova acostados, até o momento, ao Procedi-mento Administrativo nº 1.28.000.0000010.2001-05PRDC/PR/RN, análise esta que já vem sendo realiza-da há meses, não restou comprovada a autoria de V.Exª na prática de qualquer ato de improbidade admi-nistrativa relativamente aos fatos supramencionados.

Atenciosamente, – Fábio Nesi Venzon, Procu-rador da República.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – V. Exªserá atendido na forma regimental.

Senador Fernando Bezerra, a Mesa mantevefechado o Regimento Interno sobre o tempo do ora-dor e dos aparteantes.

Todos nós sabemos como é amargo o cálice dacalúnia, da injúria, da difamação. Tanto é fato, que oslegisladores à época consideraram um crime – estáprevisto no Código Penal.

Mas o sofrimento daquele que é o ofendido nãofixa somente na pessoa do ofendido, ela se estende àsua família, aos seus amigos.

Disse o Senador Heráclito Fortes, com muita sa-bedoria, palavras do Deputado Ulysses Guimarães,“que o raio de ação da calúnia é muito maior do queda difamação”. Mas acredito eu que, neste instante,V. Exª deve ter sentido que o raio de ação do desmen-tido atravessou o Brasil por inteiro, na palavra decada Senador que o aparteou, representando umEstado deste País. E todos foram realmente unâni-mes em mostrar a sua dignidade, o seu comporta-mento ético e sua vida política exemplar neste País.

Que Deus o abençoe pela capacidade de perdo-ar. Está muito mais fácil e muito mais perto de Cristoquem sabe perdoar do que aqueles que não têm essacondição a que V. Exª se referiu ao final do seu dis-curso.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP) –Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Pela or-dem, tem a palavra o Senador Eduardo Suplicy.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP.Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presiden-te, o Senador Fernando Bezerra já havia, inclusive,concedido o aparte, mas por uma razão de emergên-cia eu quero apenas registrar o meu respeito pela se-riedade do seu trabalho, desde que aqui temos convi-vido, e a minha solidariedade. Obrigado.

O SR. FERNANDO BEZERRA (Bloco/PTB –RN) – Obrigado a V. Exª.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – A Presi-dência comunica ao Plenário que recebeu solicitaçãodo Exmº Sr. Ministro Humberto Costa, da Saúde, nosentido de comparecer a este Plenário, para exporassunto de relevância do seu Ministério, ou seja,transplante de órgãos no Brasil.

A solicitação de S. Exª tem amparo no inciso IIdo art. 397 do Regimento Interno.

Nessas condições, a Presidência, atendendo àsolicitação de S. Exª, fixa a Sessão do dia 4 de fevere-iro, às 14h30min, para o seu comparecimento.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO) –Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

01050 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL222

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O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Conce-do a palavra ao nobre Senador Demóstenes Torres.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO.Pela ordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presiden-te, Srªs e Srs. Senadores, considerando que estaráaqui o Ministro, eu gostaria que S. Exª explicasse oque o jornal O GLOBO traz hoje estampado na prime-ira página, isto é, que o Ministro grampeou o telefonedo Deputado Serafim Venzon.

Nós sabemos que essa é uma prática proibida.O Ministro disse que fez isso como forma de defesa. eo Jornal traz: “Na manhã de ontem, ao saber das de-clarações de Venzon, Costa ligou para o Deputado.Com testemunhas na sala e um gravador, conversoucom Venzon no viva voz do telefone.”

Então, se está havendo o grampo por parte deMinistro...

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. Fazendosoar a campainha.) – Poderá V. Exª questionar o Mi-nistro quando s. Ex.ª vier aqui.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO) –Eu o farei, mas gostaria de registrar minha indigna-ção. No instante em que fizer sua exposição S. Exªdeverá explicar à Casa porque se utilizou desse expe-diente, ou seja, de um grampo telefônico, que já foiveementemente repudiado por esta Casa. Esse é umato extremamente terrível. Como é que agora vamosligar para qualquer Ministro sabendo disso? Claroque não vamos tratar de assuntos indecentes, masessa não pode ser uma prática comum entre homenssérios. É absurdo um Ministro de Estado fazer umgrampo e, ainda mais, ligar para o jornal contando oque fez, como se isso fosse uma grande vantagem.

Pelo amor de Deus! Aonde é que nós vamoschegar?!

Então, eu gostaria, Sr. Presidente, que V. Exªcomunicasse ao Ministro que nós gostaríamos tam-bém que explicasse por que grampeou o telefone deum Deputado federal.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Sr.Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Conce-do a palavra ao nobre Senador Pedro Simon pela li-derança do PMDB.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB – PR. Pela or-dem.) – Sr. Presidente, eu pediria a palavra, pela or-dem, apenas para solicitar a V. Exª a palavra pela Li-derança do PSDB.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Peçoaos Srs. Senadores que usem da palavra pela ordem

rapidamente, para haver tempo de ouvirmos os ou-tros Parlamentares.

Logo após o Senador Pedro Simon, fará uso dapalavra o Senador Alvaro Dias.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Conce-do a palavra, pela ordem, ao nobre Senador HeráclitoFortes.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI. Pelaordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªse Srs. Senadores, quanto à questão levantada pelonobre Senador Demóstenes Torres, gostaria de dizerque acho oportuno o questionamento feito por S. Ex.ª.Entendo que o Ministro Humberto Costa, ex-parla-mentar, homem respeitado está na obrigação deprestar esclarecimentos ao País sobre esse episódio.

Eu torço para que isso não tenha sido exata-mente como os jornais noticiam, porque se assim for,Sr. Presidente, será um precedente muito grave e apartir de agora pesará uma dúvida muito grande so-bre todos os Parlamentares que queiram ter algumtipo de diálogo telefônico com alguma autoridade doPaís.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB – MG) –Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. Fazendosoar a campainha.) – Eu pediria rapidez nesses pro-nunciamentos pela ordem, porque depois do SenadorPedro Simon haverá outros oradores.

Concedo a palavra ao nobre Senador EduardoAzeredo pela ordem.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB – MG.Pela ordem. Sem revisão do orador) – Sr. Presidente,Srªs e Srs. Senadores, eu apenas quero registrar mi-nhas palavras de solidariedade e apoio ao SenadorFernando Bezerra, porque cheguei no final do seudiscurso de S. Ex.ª. Não tenho dúvida da sua integri-dade e do seu trabalho público, que é de primeiragrandeza. Em nome de Minas Gerais, quero trazertambém um abraço ao Senador Fernando Bezerra.

O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB – AP ) –Sr. Presidente, peço a palavra, pela Liderança.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Será V.Exª atendido na forma regimental.

O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT – AC) – Sr. Presi-dente, também requeiro minha inscrição como Líder.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – V. Ex.ªfalará depois do Senador Alvaro Dias.

Acredito que nenhum orador inscrito terá tempopara fazer uso da palavra.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01051 223ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Conce-do a palavra ao nobre Senador Pedro Simon pela Li-derança do PMDB, por cinco minutos. Infelizmenteesse é tempo previsto no Regimento, mas V. Exªcompletará o seu pronunciamento, tenha certeza.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS. Como Lí-der. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srs.Parlamentares, em primeiro lugar, também manifestominha solidariedade ao Senador Fernando Bezerra,que viveu aqui um momento muito importante. Nósacompanhamos a luta de S. Ex.ª e sabemos que elesofreu muito. A sessão de hoje é um momento históri-co na vida dele. Lamentavelmente, muitas vezes,neste País, nem todos aqueles de quem se fala – e sefalam coisas horríveis – têm a chance de se defendercomo o Senador se defendeu e de obter uma respos-ta afirmativa como S. Exª obteve. Isso é muito bom.Reparem como os políticos ficam satisfeitos quandopodem usar da tribuna e dizer algo de positivo em re-lação a um colega. Na verdade, os políticos íntegrossão em número muito maior que os corruptos. La-mentavelmente, a notícia da corrupção é dada commais destaque do que a notícia da seriedade e da dig-nidade. Por isso, aquilo que é rotina, que é ser sério,muitas vezes, vira apoteose, como o que ocorreu nes-ta sessão.

Casualmente, sobre o mesmo assunto, saiu, nojornal de hoje, na coluna de Ancelmo Góis, a notíciade que lideranças do Governo, numa reunião de cú-pula, teriam feito referência desairosa ao Procura-dor-Geral da República

Disse que o cidadão tal perguntou: “Vem cá.Quem pôs aquela múmia (Cláudio Fonteles) na Pro-curadoria-Geral da República?’ Resposta: “É, Valde-mar... nem me pergunte, nem me pergunte...”

Quero dizer que não considero o ProcuradorCláudio Fonteles uma múmia. Considero S. Ex.ª umadas pessoas mais dignas, mais sérias e mais respon-sáveis que conheço. Tenho a convicção de que eletem a coragem de denunciar quando precisa fazê-lo.Ele não será como o seu antecessor, que tinha comonorma engavetar os processos e foi conhecido cele-bremente como engavetador e nos últimos meses, derepente, denunciou tudo e todos. Cláudio não seráassim, mas também não será o homem que deixaráde ter a responsabilidade de denunciar quando forpreciso e de escrever que o cidadão é honesto, comoescreve, quando isso acontece. Por isso, lamento anotícia com relação ao Procurador-Geral. Lamentoque no Governo alguém fale assim, porque ele, repi-to, não merece. É uma das pessoas deste País quetem a correção e a seriedade como norma não ape-

nas na vida pública, mas também na vida privada, de-dicando parte da sua vida, do seu trabalho, exata-mente aos mais humildes, dando aula, orientando osmais necessitados nos bairros pobres de Brasília. Éuma das pessoas mais honestas que conheço. Oque, segundo o jornal, foi dito lá na cúpula do Gover-no é algo que merece repulsa e estou trazendo o meurepúdio neste momento.

O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – V.Exª me permite um aparte?

O Sr. Demóstenes Torres (PFL – GO) – V. Exªme permite um aparte também?

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Pois não.O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT – SP) – Se-

nador Pedro Simon, quero solidarizar-me com as pa-lavras de V. Exª. Quando o Procurador-Geral CláudioFonteles esteve no Senado Federal, perante a Co-missão de Constituição, Justiça e Cidadania, respon-dendo às indagações de todos os Senadores, S. Exªdemonstrou extraordinário conhecimento, retidão decaráter e seriedade e fez com que, com entusiasmo,todos votassem a favor da indicação do seu nome, fe-ita pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após oconhecimento de seu currículo. Portanto, a referênciamencionada por V. Ex.ª demonstra algo muito grave,porque a pessoa que, porventura, formulou essa in-dagação sabia perfeitamente que a responsabilidadeda designação é do Presidente Lula, que, com certe-za, ao designar o Procurador, sabia da idoneidade eda seriedade de S. Exª, que, em algumas ocasiões,poderia até agir de acordo com sua consciência paraapontar quaisquer problemas no âmbito do PoderExecutivo.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – SenadorEduardo Suplicy, V. Exª tem razão. O Presidente Lulamerece todo o mérito pela indicação do Procura-dor-Geral, que foi designado primeiramente pela ca-tegoria. A classe dos Procuradores, seus colegas, oindicou por longa vantagem. Foi a primeira vez queum Presidente da República propôs um nome indica-do pela própria categoria.

O Sr. Demóstenes Torres (PFL – GO) – Sena-dor Pedro Simon, V. Exª tem inteira razão. O Procura-dor-Geral da República, Cláudio Fonteles, é um ho-mem honrado, digno, decente, e tem cumprido bem oseu papel. Lamentavelmente, o Ministro José Dirceutem revelado possuir grande identidade fascista. Fazsempre comentários retaliando aqueles que eviden-temente estão trabalhando. Além dessa, hoje apare-ceu o comentário de que o Ministro José Dirceu teriadito não ter compromisso algum com a PEC paralela.Ora, eu estava no gabinete da Liderança do PFL

01052 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL224

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quando S. Exª ligou para o Líder José Agripino e dis-se: “Eu dou minha palavra”. Isso está-se tornandouma verdadeira pilhéria. O que S. Exª disse em rela-ção ao Procurador Cláudio Fonteles é absolutamenteridículo. O Procurador está simplesmente cumprindocom sua obrigação, fazendo aquilo que a lei manda,que a Constituição impõe e que nós, no Senado, exi-gimos que S. Exª fizesse. Parabéns a V. Exª, SenadorPedro Simon.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Muitoobrigado.

Com relação à PEC paralela...O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Senador

Pedro Simon, esta Mesa solicita a V. Exª que concluao pronunciamento, pois o tempo vai esgotar-se e vári-os Senadores desejam fazer uso da palavra. A Mesapede a compreensão de V. Exª.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – O inte-ressante é que esta é a primeira vez que falo como Lí-der, Sr. Presidente.

O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT – AC) – S. Exªdispõe de 20 minutos, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Não háOrdem do Dia hoje, Senador Tião Viana. E, se não háOrdem do Dia, cada Líder dispõe de apenas cinco mi-nutos.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Sr. Presi-dente, dê-me apenas vinte por cento do tempo que éconcedido a cada Líder quando ocupa a tribuna e fi-carei muito agradecido.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – A Mesaserá tolerante, mas solicita que, em respeito aos cole-gas que estão inscritos, conclua o seu raciocínio.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Muitoobrigado, Sr. Presidente.

Com relação à PEC paralela, assunto que nãodeve agradá-lo, e por isso V. Exª falou do meu tempo,porque, na verdade, ou eu ou V. Exª irá à tribuna...

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Achoque será V. Exª.

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – E euacho que será V. Exª, porque assumi, realmente, ocompromisso. Com a palavra do Líder do Governo,com a palavra do Líder do PT, com a manifestação doSenador Paulo Paim no sentido de que o Presidenteda República lhe assegurou a aprovação da PEC pa-ralela, estou absolutamente tranqüilo de que ela seráaprovada.

Não sei, não ouvi as palavras do Senador JoséDirceu, não tenho essa idéia, mas tenho o compro-

misso, a certeza absoluta de que a PEC paralela seráaprovada.

Entendo até uma certa ciumeira da Câmara,mas desnecessária. E fica mal para aquela Casaessa posição. Foram tantas as vezes em que a Câ-mara votou e nós só assinamos embaixo; foram tan-tos os projetos, centenas, milhares de projetos, nes-ses últimos 40 anos, que a Câmara votou e o Senadosó referendou, que, de repente, a Câmara não podese sentir ofendida pelo fato de o Senado apresentaruma proposta diferente. A Câmara não pode se sentirhumilhada. A Câmara não pode deixar de reconhecerque foi uma tese inteligente e correta.

Os Deputados do PT e de outros Partidos po-dem apresentar o número de emendas que quiseremà PEC paralela. É um direito que têm. Podem fazercomo nós: votar a nossa proposta, como saiu daqui, efazer uma outra PEC. Fizemos a nossa, eles podemfazer a deles. Agora, votar, como votamos aqui, éuma obrigação. Esse compromisso existe e não acre-dito que, por ciumeira entre Presidente da Câmara eLíder do Governo aqui no Senado, que problemasque já invocam o futuro político no Estado de São Pa-ulo vão levar adiante um ato que traz um sentimentoprofundamente negativo a todo o País. Eu não acredi-to. Entendo o Presidente da Câmara ter ficado mago-ado, entendo que eles tenham as suas razões, enten-do que não são obrigados a votar correndo. Se nãoquerem votar correndo, que não votem, pois não sãoobrigados. E é bom até dizerem que não querem vo-tar correndo para nós nos lembrarmos, quando pedi-rem para votarmos correndo, que nós também nãodevemos fazê-lo – e votar correndo projeto da Câma-ra é rotina nossa, lá é a primeira vez. Mas que eles vo-tam, eles votam. É bom que a imprensa pública co-nheça e é importante que os jornalistas entendam arazão de se pedir...

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais. Fazendosoar a campainha.) – Senador, a Mesa está sendo to-lerante com V. Exª. Já são cem por cento...

O SR. PEDRO SIMON (PMDB – RS) – Muitoobrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Agrade-ço a V. Exª.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Conce-do a palavra ao nobre Senador Alvaro Dias, como Lí-der, por cinco minutos.

O SR. ALVARO DIAS (PSDB – PR. Como Lí-der. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs eSrs. Senadores, tento avaliar o tamanho da decepçãoe da indignação da população como decorrência da

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Page 240: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

prescindível convocação do Congresso Nacionalpara esta série de sessões extraordinárias. A mídianacional, com uma forte dose de razão e alguns equí-vocos, tem sido implacável, demolidora, colocandono chão o que ainda resta de bom conceito da institui-ção parlamentar.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a queminteressa o desgaste da instituição parlamentar noPaís? A reação tem sido proporcional ou não há rea-ção aos ataques?

Cuidamos aqui de reformar outras instituições,como se faz agora com a reforma do Judiciário, e nãodefendemos a nossa instituição como deveríamosdefender.

Mas Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, aresponsabilidade dessa convocação é do CongressoNacional ou é do Presidente da República? E a inda-gação: por que a mídia nacional prefere desancar oCongresso Nacional a criticar o Presidente da Repú-blica por esta convocação? Por quê?

Na verdade, esse tema da preferência da im-prensa nacional faz com que se esqueça até mesmoo luxuoso avião adquirido pela Presidência da Repú-blica. Mas um jornalista brilhante como Elio Gasparinão se esquece. E recolho do seu brilhante artigo pa-lavras que não são suas, mas de brasileiros indigna-dos, como o Sr. Paulo Roberto Leme, de São Paulo,que diz:

O novo avião do Presidente vai custarcerca de R$160 milhões, a Petrobras torraR$50 bilhões em publicidade na comemora-ção dos seus 50 anos, o Congresso Nacio-nal vai gastar R$50 milhões com a convoca-ção extraordinária e a Prefeitura de São Pa-ulo gasta R$136 milhões em publicidade emtrês anos. Somente nesses quatro exem-plos, e deve haver muito mais, a administra-ção do PT torra R$397 milhões, e o Presi-dente fala em CPMF mundial contra a fome.

É o reflexo da indignação que se esparrama portodo o País em relação a um momento infeliz que vivea Administração Pública brasileira, envolvendo, sim,o Congresso Nacional, mas, sem dúvida, colocando àfrente o Poder Executivo em função de ações que pa-ralisam a atividade gerencial de governo em favor deindefinições que se prolongam em torno de uma refor-ma ministerial que não acontece. O Presidente quesemeia esperança, que vende ilusões, que prometerevolucionar a economia do País no ano de 2004 teriao direito de paralisar o seu governo com intermináveisnegociações com um Partido que apresenta a conta

agora por ter votado a favor das reformas que deseja-va o Presidente Lula?

O Presidente da República, neste mês de janei-ro, fez um anúncio retumbante: a proibição de se gas-tar mais de 6% do que está provisionado no Orça-mento para investimentos no mês de janeiro. E é des-sa forma que vamos retomar o crescimento econômi-co do País? É dessa forma que vamos combater a vi-olência, que cresce de forma avassaladora em todosos centros urbanos? É dessa forma que vamos com-bater o desemprego, que afoga as esperanças de mi-lhares de trabalhadores brasileiros? No ano de 2003,haverá cerca de um milhão a mais de desemprega-dos, quem sabe, com o crescimento de 21,7% do de-semprego no País. Teria direito o Presidente da Re-pública de voar em avião com tamanha luxuosidade,importando em cerca de US$70 milhões? Não seriaisso um escárnio à pobreza que invade os lares dasfamílias brasileiras?

Fica o nosso protesto, Sr. Presidente, em nomedo nosso Partido, a essa situação de paralisia quaseque absoluta do Governo neste primeiro mês do anode 2004.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Conce-do a palavra, como Líder do PSB, ao Senador JoãoCapiberibe.

V. Exª dispõe de cinco minutos.

Em seguida, ouviremos a Senadora Lúcia Vâ-nia, para uma comunicação inadiável, e o SenadorRomeu Tuma, como orador inscrito.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – Tam-bém estou inscrito, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – V. Exªserá inscrito. A informação da Mesa é que V. Exª ha-via desistido. (Pausa.) Discutiremos depois.

O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB) – Coma permissão de V. Exª, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – V. Exªtem a minha permissão, por cinco minutos.

O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB – AP.Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presiden-te, Srªs e Srs. Senadores, li no dicionário de NorbertoBobbio uma extensa definição sobre o termo “Repú-blica”. Diz ele que o significado de República mudaprofundamente com o tempo, adquirindo conotaçõesdiversas, conforme a época e o contexto conceptualem que se insere. No entanto, res publica se refere àcoisa pública, coisa do povo, ao bem comum, à comu-

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Page 241: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

nidade. E é esse conceito que precisamos aplicar noOrçamento.

Precisamos republicanizar o Orçamento, por-que a contribuição do cidadão é comum a todos. Nãohá, neste País, quem escape de pagar impostos.Contudo, na hora da aplicação dos recursos, umaparcela muito reduzida é beneficiada pelo Orçamentopúblico, o que gera grande desconfiança entre a soci-edade e os gestores públicos, criando situação deconstrangimento. Portanto, o caminho que temospara reaproximar os gestores públicos do contribuinteé a republicanização desse Orçamento, expondo-seos gastos na Internet.

Sr. Presidente, quero apresentar um roteiro feitopor mim, baseado na experiência do Governo doAmapá, que tem todos os seus gastos expostos naInternet. O endereço eletrônico é: www.ama-pa.gov.br/gestao. Todos os cidadãos poderão aces-sar esse sítio, inclusive os telespectadores da TV Se-nado e os ouvintes da Rádio Senado, e clicar em“gastos públicos”. Em nosso caso, escolhi comoexemplo os gastos do Fundo Estadual de Saúde, por-que este é composto por recursos estaduais e federa-is. Após esse procedimento, clica-se em “material deconsumo” e, depois, em “pesquisar”.

Sr. Presidente, aqui apresento duas telas, comdois exemplos de informações oficiais obtidas naInternet. Basta acessar o endereço citado, e o cida-dão encontrará, por exemplo, a aquisição de soro. Noprimeiro empenho, o de 16/10, o soro foi adquirido aR$0,95 a unidade – são dois tipos de soro: o cloretode sódio e o glicosado. A solução de glicose custouR$ 1,00. Na mesma página de “material de consumo”,do Fundo Estadual de Saúde, encontraremos outroempenho, desta vez comprando o mesmo tipo desoro, um a R$1,84 e o outro a R$1,90 portanto, comum superfaturamento de quase o dobro do preço.Devo insistir que a única diferença entre os soros ad-quiridos está no preço.

Pois bem, Sr. Presidente, qualquer cidadãopode consultar a Internet para encontrar tais informa-ções. É isso o que precisamos fazer com todos os or-çamentos públicos, sejam municipais, estaduais, fe-deral. Recentemente, a Prefeita Marta Suplicy, doMunicípio de São Paulo, perdeu uma oportunidadeexcelente, pois a Câmara de Vereadores aprovou umprojeto para expor o Orçamento. O projeto não abran-ge esse nível de detalhamento dos gastos, mas tra-ta-se de um passo importante para a exposição da

execução orçamentária na Internet, que certamentelevaria à exposição dos gastos com o detalhamentodos beneficiários, dos valores das compras e dasobras.

A exposição dos gastos públicos na Internet éum instrumento eficaz de controle social e de aplica-ção de recursos provenientes da contribuição de to-dos os cidadãos. Aliás, de res publica, no nossoPaís, só existe a contribuição do cidadão. O que nosfalta é devolver, em forma de benefício, aquilo comque todos contribuem com o Estado brasileiro, sejaem qualquer nível.

Portanto, fiz esse roteiro para lembrar que trami-ta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadaniaum projeto de minha autoria, o PLS nº 130, que tornaobrigatória a exposição de todos os gastos dos Muni-cípios, dos Estados e da União Federal pela Internet.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Conce-do a palavra à nobre Senadora Lúcia Vânia, para umacomunicação inadiável.

V. Exª dispõe de cinco minutos.

A SRA. LÚCIA VÂNIA (PSDB – GO. Para umacomunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) –Sr. Presidente, Srªs e Srs. Parlamentares, em primei-ro lugar, gostaria de dizer que a presença do Ministroda Saúde nesta Casa, no dia 4 de fevereiro, significafato importante para nós, tendo em vista a gravidadeda situação do Hospital do Câncer do Rio de Janeiro,centro de referência brasileiro. Ontem expusemos oproblema nesta tribuna, e é necessária uma explica-ção. Justifica-se perfeitamente, perante a opinião pú-blica, a importância desta Casa, porque o Ministro es-tará aqui no dia 4 de fevereiro e poderá dar à Naçãouma explicação do que se passa na área de Saúde.

Contudo, o que me traz a esta tribuna, Sr. Presi-dente, Srªs e Srs. Parlamentares, é um problema aquijá levantado por várias vozes: a crise da Parmalat,cujo pedido de concordata, na Itália, ameaça produto-res de vários Estados, inclusive o de Goiás, onde acadeia produtiva envolve 220 mil pessoas. Hoje, o jor-nal O Popular traz em destaque o problema que an-gustia todo o Estado.

Ontem, o Senador Maguito Vilela, desta tribuna,fez um apelo por medidas corajosas do Governo pararesolver o problema dos produtores, que estão compagamentos atrasados.

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Hoje de manhã, fui informada de que a direçãoda Federação da Agricultura do Estado de Goiás es-teve reunida com diretores da Parmalat e recebeuuma triste notícia: não existe posição concreta a res-peito do pagamento para os produtores. São R$6 mi-lhões! Imaginem V. Exªs o efeito dominó que uma dí-vida dessa envergadura, em um Estado em desenvol-vimento como o de Goiás, provoca na economia daregião, no setor de transporte e até mesmo no peque-no comércio.

O Senador Sérgio Zambiasi vem alertando parao grave risco de desemprego em Carazinho, no RioGrande do Sul, onde a Parmalat tem a maior empresafora da Itália, com impacto na arrecadação de impos-tos e em toda a economia. S. Exª pediu a realizaçãode uma audiência pública com a direção brasileira daParmalat.

O Senador Romeu Tuma vai interceder – assimcomo fez ontem por meio de pronunciamento – junto àPolícia Federal brasileira para atuar nas investigações.A CPI do Banestado, presidida pelo Senador AnteroPaes de Barros, investigará a utilização das contasCC-5 na remessa de dinheiro para outros países.

Trata-se de uma questão que precisamos trazercom urgência ao debate da Comissão de AssuntosEconômicos e também da Comissão de Assuntos So-ciais pelos aspectos relativos ao emprego e à agricul-tura.

Na Câmara, o Deputado Leonardo Vilela, deGoiás, pediu a inclusão desse assunto na pauta daconvocação extraordinária. Propôs a criação e a ins-talação de uma Comissão Especial de Fiscalização eControle, a pedido da Comissão de Agricultura e Polí-tica Rural da Câmara, que se reuniu com represen-tantes do Ministério da Agricultura, da Organizaçãodas Cooperativas do Brasil e da Confederação Nacio-nal da Agricultura.

Reconhecemos a agilidade do Ministro RobertoRodrigues, no entanto precisamos ampliar o debateno momento em que discutirmos aqui a Lei de Falên-cias. Esta virá substituir uma legislação de mais de 50anos que não poderia prever a complexidade das atu-ais relações econômicas nem o impacto social que aconcordata de uma empresa italiana poderia repre-sentar em municípios brasileiros de Goiás, São Pau-lo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Temos um sistema ultrapassado que inviabilizaa recuperação da empresa.

A CAS se une às preocupações do Congressopara acolher idéias e contribuir para uma solução quenão penalize os credores nem desestabilize a cadeiaprodutiva.

Também é preciso dizer que ontem, numa reu-nião da Federação da Agricultura, um dos maioresprodutores de leite de Goiás, Gaspar Matos, reveloua sua preocupação com os efeitos colaterais que jáestariam sendo provocados no Estado por causa dacrise da Parmalat.

A produção de leite em Goiás é de 2,4 bilhõesde litros por ano. Deste total, a Parmalat adquiria15,7%, ou seja, 384 milhões de litros por ano. A maiorcompradora sempre foi a Nestlé, que agora domina25% do mercado. Com a saída da multinacional Par-malat, italiana, a Nestlé está assumindo o espaço ecriando mais preocupação para as cooperativas epara a Faeg, pois isso significa monopólio no setor. Jáhá uma queda expressiva no preço do litro de leite,que chegou a R$ 0,50 e hoje já é vendido a R$ 0,35.

Portanto, é preciso que haja uma posição defini-da em relação a isso. Na opinião dos produtores, adecisão do Governo de liberar R$200 milhões para aestocagem do leite pouco vai resolver a crise pecuá-ria e leiteira.

Ontem, a Faeg e o Sindicato das Indústrias deLaticínios de Goiás encaminharam ofício ao Ministroda Agricultura relatando problemas e solicitando a li-beração de, no mínimo, R$500 milhões para estoca-gem, aquisição de 30 mil toneladas de leite em pó eampliação da compra direta da agricultura familiar.

Portanto, hoje, diante dessa situação e de tan-tos pronunciamentos já feitos na Casa, estou encami-nhando um requerimento de informações aos Minis-tros da Agricultura, de Relações Exteriores e do Tra-balho para que possamos conhecer as providênciastomadas e esclarecer o desencontro de informaçõesa respeito desse problema.

Por fim, parabenizo O Popular por, mais umavez, liderar um assunto de tamanha importância paraa economia do meu Estado, Goiás. Tenho certeza deque esse é o pensamento dos Senadores Maguito Vi-lela e Demóstenes Torres. Muito obrigada.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE ASRA. SENADORA LUCIA VÂNIA EM SEUPRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, incisoI e § 2º, do Regimento Interno.)

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O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Com apalavra o Senador Romeu Tuma.

V. Exª dispõe de até vinte minutos.O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP. Pronuncia o

seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Srs. Se-nadores, Senadora Lúcia Vânia, já que V. Exª tratoudo problema da Parmalat, eu queria comunicar a V.Exª e a esse Plenário que conversei sobre o problemahoje com o Dr. Paulo Lacerda, um homem sério, De-legado, Diretor da Polícia Federal, e S. Sª está deter-minando a abertura de inquérito. Falei com o Secretá-rio da Receita Federal, Dr. Jorge Rachid, que tambémtem levado com seriedade o seu trabalho, e S. Sª estácom uma equipe verificando se há repercussão fiscalnas operações da Parmalat.

Acho que o Senado Federal tem que manteressa vigilância porque não é justo nem correto pe-quenos produtores de leite sofrerem as conseqüênci-as de fraudes praticadas por uma empresa estrangei-ra que agiu no nosso País e está trazendo esse sofri-mento, como V. Exª descreveu. Espero que juntospossamos manter essa vigilância para que eles nãotenham, dentro da sua capacidade de produção, ne-nhuma interrupção e muito menos um prejuízo quepossa levá-los à falência.

Sr. Presidente, agradeço a V. Exª. Tendo emvista a aproximação do aniversário da cidade em quenasci, eu e meu povo, na minha cidade, estamos co-memorando seus 450 anos de vida. Cerca de onzemilhões de brasileiros nela rejubilam-se pelos 450anos de existência, que a transformaram numa me-trópole com mais de 1.500km² de edificações e16.000km de vias públicas no Planalto de Piratininga.

Minha cidade natal engalana-se merecidamen-te para reverenciar os que lhe deram origem e fize-ram-na grande o suficiente para figurar entre as trêsmaiores do mundo.

Ao longo de quatro séculos e meio, homens emulheres com fé e fibra transformaram-na em uma vi-trina do Brasil, cadinho de raças que garante miscige-nação e combina sobrenomes oriundos de 78 nacio-nalidades.

As senhoras e os senhores podem imaginar aalegria que sinto ao homenagear a metrópole em quenasci, cresci, formei-me e finquei as raízes de uma fa-mília que segue o modelo paulistano, pois presente-ou-me, mercê de Deus, com netos nos quais circulasangue árabe, italiano, português, japonês e austría-co. Contam-se aos milhares as demais famílias queali usufruem de características semelhantes.

Reportagens e campanhas publicitárias veicula-das em jornais, revistas, rádios e TVs desde o final doano passado parecem ter esgotado o assunto. Toda-via, considero insubstituível o registro de evento tãoimportante nos Anais desta Casa, à qual vim pelavontade daqueles brasileiros.

São Paulo nasceu a 25 janeiro de 1554 no pátiode um colégio religioso, sob a égide da espiritualida-de. Mas tem origens que remontam a décadas anteri-ores e ainda causam polêmica entre os historiadores.Tanto que, embora não haja dúvidas sobre o funda-dor oficial – venerável Padre Manuel da Nóbrega –,há respeitáveis autores que atribuem todo ou quasetodo mérito, ora ao Padre beato José de Anchieta, oraao controvertido personagem João Ramalho. Entreos que estabeleceram a polêmica, nomes como os deWhashington Luiz, Guilherme de Almeida, MárioNeme, Aureliano Leite, Francisco Pati e Tito Lívio Fer-reira.

De qualquer forma, São Paulo deve sua existên-cia aos portugueses que vieram habitar as plagas deSão Vicente, em seguida ao Descobrimento e, depo-is, ali fundaram a primeira cidade das Américas, sob aliderança de Martim Afonso de Sousa, em 22 de janei-ro de 1532. Assim, essa “Cellula Mater” da nacionali-dade, onde funcionaram pela primeira vez, em soloamericano, os Poderes Executivo, Legislativo e Judi-ciário, comemora aniversário três dias antes da me-trópole à qual deu vida, após gestação de 41 anos.

Em 1531, quando Martim Afonso aportou comsua frota lusitana em São Vicente, para elevá-la àcondição de vila, foi recebido por João Ramalho, náu-frago que ali vivia desde 1513 e, conforme o ritual in-dígena, já havia desposado Bartira, filha do legendá-rio cacique Tibiriçá.

Grande era a prole de João Ramalho, aliás ree-ditada em todos os locais pelos quais passou, inclusi-ve no Planalto de Piratininga. Daí a antonomásia quelhe dedicaram como “O Povoador”. Ele chegou a es-crever ao Rei de Portugal reclamando o envio de me-nos padres e mais leigos, de maneira a ampliar e ace-lerar aquilo que entendia como legítima povoaçãodas terras recém – descobertas.

João Ramalho encontra-se entre os persona-gens mais relevantes, porém, injustamente, menoscelebrados da História do Brasil. Filho de João VelhoMaldonado e de Catharina Affonso, moradores na al-deia portuguesa de Balbode, nasceu em Bouzela (ouVouzela), freguesia e comarca de Vizeu, Portugal,entre 1430 e 1493. Morreu com pelo menos cem anosde idade, por volta de 1580, depois de fundar povoa-

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dos e vilas também no Vale do Paraíba, onde passaraos derradeiros anos em meio aos índios tupiniquins.

Em 1512, deixara a esposa, Catarina Fernan-des das Vacas, em Portugal e navegara até o litoralvicentino, onde naufragou. Foi acolhido por Tibiriçá esua tribo Guaianá – índios tupiniquins. Casou-se comBartira, também chamada de M’bicy, que significaFlor da Árvore. Tiveram nove filhos, todos registradosanos depois, em Portugal.

Mas João Ramalho gerou um número incalculá-vel de descendentes com outras índias, tanto na re-gião próxima a São Vicente como no Planalto de Pira-tininga. Com o apoio desses mamelucos e dos gen-ros, estabeleceu postos ao longo do litoral para co-merciar com europeus, vender índios prisioneiros,construir bergantins e reabastecer navios em trânsito.Apesar da poligamia, era religioso e mantinha víncu-los com a Igreja Católica, a ponto de fazê-la bati-zar-lhe todos os filhos, legítimos ou não.

Tibiriçá e Ramalho foram responsáveis pela ex-pulsão, em 10 de julho de 1562, dos tamoios confede-rados que haviam assaltado a Vila de São Paulo.Aliás, desde o regresso de Martim Afonso de Sousa aPortugal, ambos permaneceram aliados a Braz Cu-bas contra os franceses e os que se diziam “antigosda terra”, isto é, outras tribos que haviam formado aconfederação para a Guerra dos Tamoios, de 1554 a1567. Há registros históricos do assombro causado avisitantes lusos e castelhanos pela notável ascendên-cia de Ramalho sobre os tupiniquins. Dizem, entre ou-tras coisas, que ele podia “reunir cinco mil índios numsó dia”.

Martim Afonso presenteou-o com uma sesmariano Planalto de Piratininga, onde, antes de São Paulo,Ramalho fundou a povoação da Borda do Campo,elevada à Vila em 1553 pelo Governador-Geral Toméde Souza. Deu-lhe o nome de Vila de Santo André daBorda do Campo. Hoje, a cidade de Santo André inte-gra a região metropolitana de São Paulo como sedede um dos mais ricos municípios do ABCD, ao lado deSão Bernardo, São Caetano e Diadema.

Tomé de Souza nomeou João Ramalho capitãoe responsável pela segurança da região, onde tam-bém exerceu os cargos de alcaide e vereador. Ao es-crever ao Rei de Portugal, o Governador-Geral doBrasil disse que Ramalho tinha “tantos filhos, netos ebisnetos que não ouso dizer a Vossa Alteza, ele temmais de 70 anos, mas caminha nove léguas...” – a lé-gua portuguesa equivalia a cinco quilômetros –,“...antes de jantar e não tem um só fio branco na ca-beça nem no rosto”.

Após fundar São Paulo, o Padre Manoel da Nó-brega batizou Bartira com o nome de Izabel Dias eefetuou seu casamento com João Ramalho, abenço-ando uma união que já durava 40 anos. Com isso,Nóbrega resolveu um problema pendente desde1550, quando o Jesuíta Simão de Lucena excomun-gou Ramalho, por viver “amancebado” com Bartira.

O Cacique Tibiriçá morreu em São Paulo de Pi-ratininga a 25 de dezembro de 1562, após ter sido ba-tizado pelo Beato José de Anchieta com o nome deMartim Afonso Tibiriçá. Seu corpo repousa num mau-soléu de bronze, na cripta da Catedral Metropolitanade São Paulo, em reconhecimento ao decisivo apoiodado aos jesuítas para a fundação da cidade.

Tiribiçá e o genro ensinaram os Padres Manoelda Nóbrega e José de Anchieta a chegar à região de“ares frios e temperados como os de Espanha” parafundar, no alto de uma colina do planalto, o Real Col-legio de São Paulo, tosca cabana coberta de sapé,com 14 passos de comprimento por dez de largura.Servia de escola, dormitório, refeitório, enfermaria,cozinha e dispensa, conforme relato do próprio beato.

Como Superior da Companhia de Jesus no Bra-sil, Manoel da Nóbrega determinou a localização docolégio entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí e,como devoto do Apóstolo Paulo, escolheu o dia des-se santo para fundar oficialmente aquela que viria aser a primeira cidade brasileira estabelecida longe dolitoral. A partir daí, a região de Piratininga serviu debase às Entradas e Bandeiras em direção ao interior,vindo a produzir a derrocada dos limites impostospelo Tratado de Tordesilhas.

Estes versos de Castro Alves resumem a sagadaqueles destemidos missionários lusitanos:

Nada turbava aquelas frontes calmas;Nada curvava aquelas grandes almasvoltadas para a amplidão...No entanto, eles só tinham na jornada,por couraça, a sotaina esfarrapadae uma cruz por bordão.

A data de 25 de janeiro de 1554 foi marcadapela histórica missa que o Padre Manoel de Paivacelebrou defronte à cabana, por ordem de Nóbrega.Ao redor, formou-se uma povoação de índios con-vertidos e dizia-se que todos eram parentes de JoãoRamalho.

Em 1560, a população de Santo André da Bordado Campo, situada no Caminho do Mar (a rota paraSão Vicente), mudou-se para as imediações do colé-gio por ordem de Mendes de Sá, que a extinguiu

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como vila. Concomitantemente, São Paulo foi eleva-da a tal categoria.

Durante os séculos XVI e XVII, a vila paulistanamostrava-se pobre e isolada, mas, em 1711, ganhoua condição de cidade. Seus habitantes eram basica-mente portugueses e índios. Os primeiros negros afri-canos, trazidos do Congo e de Angola, chegaram 35anos depois.

Ao lado de João Ramalho, Tibiriçá, Manoel daNóbrega e Manoel de Paiva, o Beato José de Anchie-ta é personagem que marca as origens paulistanasde maneira terminante. Suas ações foram capitaispara a consolidação do povoado, principalmente nosdez anos seguintes à fundação.

No colégio de sapé, Anchieta e outros jesuítasensinavam Língua Portuguesa, Latim, Matemática,Teologia e História, mas logo o barracão mostrou-sepequeno demais. Entre 1556 e 1557, deu lugar a no-vas instalações feitas de “taipa de pilão”, uma misturade barro, areia, fibras, sangue e estrume de boi. E acataquese pôde ser ampliada.

Em 1760, os jesuítas foram expulsos da Améri-ca Latina e tiveram todas as posses confiscadas, in-clusive o colégio que passou para a propriedade doGoverno. Renomeado como Largo do Palácio, abri-gou a sede dos capitães-generais.

Dez anos mais tarde, foi transformado em cen-tro cívico e cultural com a instalação da Academia Pa-ulista de Letras. Em 1821, abrigou o Governo Provi-sório de São Paulo, um dos primeiros passos para aindependência do Brasil. No ano seguinte, o “Páteodo Colégio” (como aparece grafado em placas e do-cumentos) recebeu um ilustre hóspede. Ou seja,após o Grito do Ipiranga, Dom Pedro I ali permaneceupor onze dias e escreveu o Hino da Independência.

Em 1881, o Presidente do Estado, Florêncio deAbreu, ordenou ampla reforma na fachada do prédio,que, depois, com a República, teve a igreja transfor-mada em Palácio do Congresso.

O SR. PRESIDENTE (Efraim de Morais. Fazen-do soar a campainha.) – Peço permissão a V. Exª, Se-nador Romeu Tuma, para prorrogar a sessão pormais uma hora, para que V. Exª conclua o brilhantepronunciamento e os demais companheiros possamusar da palavra.

V. Exª continua com a palavra.O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – Muito obri-

gado, Sr. Presidente.No início do século XX, a edificação estava to-

talmente descaracterizada. Passou a abrigar a Secre-

taria de Educação e foi demolida em 1953. Somenteuma parede de taipa de pilão permanece preservada.

Finalmente, para resgatar a memória do local,ergueu-se outro prédio no Pátio do Colégio, área quereúne hoje uma capela e o Museu de Anchieta, compeças de arte sacra, relíquias, quadros, fotografias eobjetos recuperados durante as obras entre 1953 e1956.

Na primeira metade do século XIX, a cidade viucrescerem suas possibilidades de desenvolvimento,com a criação da Faculdade de Direito e a conse-qüente afluência de estudantes e mestres que lhe en-riqueceram a vida cultural. A maciça chegada de imi-grantes acentuou o processo de crescimento na últi-ma década do século XIX.

Em 1808, surgiram os primeiros imigrantes nãoportugueses, um inglês de nome Mawe e um suecochamado Gustavo Beyer. Mais três décadas, e a cida-de ganharia seu primeiro prefeito, quando a popula-ção era de 21.933 habitantes.

Portugueses, italianos e espanhóis começarama chegar em massa por volta de 1880 e, após seteanos de crescente fluxo imigratório, o governo inau-gurava a Hospedaria do Imigrante, no Bairro do Brás,com capacidade para abrigar 4 mil pessoas. No anoseguinte, libertos da escravidão, os negros do interiorforam procurar emprego em São Paulo e criaram vári-os bairros na periferia.

Em 1890, a abundância de mão-de-obra estran-geira, em meio a uma população de 64.934 habitan-tes, permitiu a construção da Avenida Paulista. A imi-gração continuou a crescer e, em 1897, havia dois ita-lianos para cada brasileiro. O italiano era a línguamais falada na cidade. Três anos depois, os espa-nhóis representavam 12% da população, que atingia239.820 habitantes. Fundaram, então, o Clube Hispa-no-Brasileiro, no Brás.

Os primeiros imigrantes sírios e libaneses che-garam em 1905. Desse ano até 1946, a Síria nosmandou 50 mil novos habitantes. Entre eles – e meorgulha poder dizê-lo – estavam os meus pais.

Em 1908, surgiram os japoneses desembarca-dos do navio “Kasato Maru” e, em 1920, os primeiros20 mil imigrantes armênios, na mesma época em quea prefeitura inaugurava o Teatro Municipal. Três anosdepois, a inauguração da escola judaica Renascen-ça, no Bairro de Higienópolis, marcava a chegada dosjudeus. Quase todos foram fixar-se no Bairro do BomRetiro, mesclando-se à maior concentração de italia-nos já existente na cidade. Até o final da Segunda Gu-

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Page 248: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

erra Mundial, mais de 50 mil judeus imigraram paraSão Paulo.

Entre 1900 e 1920, a população dobrou, atingin-do 580 mil habitantes. Ainda devido à Segunda Guer-ra Mundial, aconteceu, em 1940, uma grande ondaimigratória de japoneses. No total, durante o século,mais de meio milhão de súditos nipônicos iria incorpo-rar-se à vida paulistana. Ao mesmo tempo, houvegrande imigração de refugiados de guerra vindosprincipalmente do leste europeu. A população ultra-passou a marca do primeiro milhão e atingiu, no finalda década, 1.326.261 habitantes. Isto porque, entre1819 e 1940, 60% dos 4.705.367 imigrantes chega-dos ao Brasil haviam permanecido no Estado de SãoPaulo.

Os refugiados de guerra foram fundamentaispara o crescimento da indústria. Entre os dois confli-tos mundiais, a cidade recebeu pelo menos 100 mileuropeus e orientais de elevada qualificação profissi-onal.

A década de 50 marca o início da migração pro-vinda do Nordeste brasileiro, ao mesmo tempo emque cresce intensamente a atração de paulistas do in-terior do Estado para a capital, graças a sua acelera-da industrialização. Os anos 60 assinalam a chegadade migrantes mineiros em grande número, ao mesmotempo em que se intensifica ainda mais a migraçãonordestina, predominante até hoje.

Sr. Presidente, ainda há algumas páginas dahistória da pesquisa que fizemos a respeito da cidadede São Paulo, mas, como o meu tempo se esgotou,lerei apenas o final do meu discurso. Solicito a V. Exªque dê como lido todo o texto, tendo em vista sua im-portância.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – V. Exªserá atendido e dispõe ainda do tempo de que neces-sitar para a conclusão do seu pronunciamento.

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – Sr. Presi-dente, não quero prejudicar os demais oradores, in-clusive V. Exª.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – SenadorRomeu Tuma, V. Exª sempre obedece à risca o Regi-mento da Casa.

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – Ficaríamoshoras a sonhar com esse passeio imaginário.

Fiz aqui uma descrição de todo o crescimentode São Paulo, das obras maravilhosas que lá exis-tem. Portanto, poderíamos ainda partir do Pátio doColégio e seguir até o Autódromo de Interlagos, oHorto Florestal no Tremembé, o Museu do Ipirangaou o Museu de Arte de São Paulo – Masp, um dos

mais representativos neste hemisfério. Se andásse-mos mais um pouco, ficaríamos boquiabertos com ocontraste existente no Jardim Ângela, que concentra,lado a lado, portentosas mansões e algumas áreashumildes, consideradas como de maior violência nacidade.

Sr. Presidente, os meus descendentes ficaramna região. Falei aqui sobre os descendentes, cercade 50 mil, que ajudaram a construir a grandiosidadede São Paulo. Eu diria que nasci na Rua 25 de Março,que era o reduto dos árabes e que conserva aindagrande parte do comércio, dirigido por esses imigran-tes que ajudaram a construir o nosso Estado e estePaís.

A cada canto que nós vamos, nas nossas via-gens pelo interior do Brasil, encontramos sempre umárabe. Dizia a história que onde havia um padre e ummascate árabe nascia uma cidade. Não é isso, Sena-dor Mão Santa? V. Exª conhece a história.

Em São Paulo, eu tive a minha vida. Na Rua Ba-rão de Itapetininga, havia o footing. Hoje, não pode-mos mais ter o footing noturno nas cidade de SãoPaulo em razão da violência. Tenta-se recuperar ocentro. Havia lá o Vienense, Senador Efraim Morais,onde se tocava um violino à noite e se servia um chá,e eu ia com minha então namorada, hoje esposa, queme dá a felicidade há mais de 40 anos. Havia ainda aFaculdade de Direito, onde os estudantes que partici-param da Revolução de 32 ajudaram a construir a his-tória de nossa Constituição, e tantos outros locais deSão Paulo que hoje representam a História do Brasil.

Então, as minhas homenagens à minha queridacidade, à cidade onde nasci, cresci e aprendi a amaros meus concidadãos. E Deus me deu a felicidade de,numa missão importante como dirigente da PolíciaFederal, vir a conhecer todo o País, todos os seus re-cantos, toda a sua população. Cada vez mais, tenhoamor por aqueles migrantes do Nordeste e do Norte,que vieram conviver conosco naquela cidade e tantofizeram para que o progresso tornasse São Paulo aprincipal cidade do Brasil.

Espero que isso continue.Agradeço a tolerância de V. Exª, pedindo, nova-

mente, que publique, por inteiro, o meu pronuncia-mento.

SEGUE CONCLUSÃO DOPRONUNCIAMENTO DO SR. SENADORROMEU TUMA.

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – Na meta-de da década de 60, uma nova onda imigratória to-

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Page 249: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

mou força quando a cidade já tinha 7 milhões de ha-bitantes. Isto é, como resultado da guerra em seupaís, levas de sul-coreanos deslocaram-se para SãoPaulo, onde vieram a destacar-se especialmente nomercado de confecções.

Na última década do século passado, diminuiu amigração e mais de 600 mil pessoas deixaram SãoPaulo. Mas, o crescimento vegetativo permitiu-lhe su-perar o índice de dez milhões de habitantes.

Hoje, mais de dez mil toneladas de alimentosfrescos são comercializados por dia em mil supermer-cados, 950 feiras livres e 30 “sacolões”.

A capital paulista adquiriu ares de centro presta-dor de serviços, mas ainda possui mais de 27 mil in-dústrias, além de 72 mil estabelecimentos comercia-is. Os de serviços superam a marca de 90 mil. A me-trópole dispõe também de 54 grandes “shoppingscenters”, 65 teatros, 200 cinemas, 33 bibliotecas e 29museus.

Em contrapartida, o IBGE aponta a existênciade 612 favelas, enquanto a Prefeitura diz ser esse nú-mero de 1.905. Dos 8.706 moradores de rua encon-trados no último censo realizado pela Fipe – Funda-ção Instituto de Pesquisas Econômicas, 64 por centovieram de outros Estados.

Além de centro econômico e cultural, São Paulotransformou-se em pólo educacional ímpar para for-mação acadêmica em todos os campos da ciência etécnica. Suas universidades públicas e particularesformam milhares de profissionais e pesquisadores acada ano, após atrair estudantes de todos os cantosdo País. Obviamente, a cidade e, por conseqüência,o Estado beneficiam-se do imenso potencial assimgerado. Com ele, têm garantia de que sempre haverábase para verdadeiro desenvolvimento sustentado.

Seria cansativo enumerar aqueles estabeleci-mentos para demonstrar tal assertiva. Entretanto,basta exemplificar com um deles para termos noçãodesse imenso potencial. Refiro-me à Universidade deSão Paulo, a maior instituição de ensino superior e depesquisa do País, a terceira da América Latina, clas-sificada entre as cem organizações similares dentreas seis mil existentes no mundo.

A USP, como diz sua descrição institucional,“forma grande parte dos mestres e doutores do corpodocente do ensino particular brasileiro e carrega umrico lastro de realizações, evoluindo nas áreas daeducação, ciência, tecnologia e artes.” Oferece cur-sos de bacharelado e de licenciatura em todas as áre-as do conhecimento. Na pós-graduação, dez dos 23programas nacionais receberam nota máxima atribuí-

da pela Coordenação de Cooperação de Pessoal deNível Superior (Capes), do Ministério de Educação.Nela colam grau em média 4.600 estudantes por ano.A instituição dispõe, para isso, de 4.705 professores e14.659 funcionários.

Criada em 1934 por decreto do governadorArmando de Salles Oliveira, incentivado pelo entãodiretor do jornal O ESTADO DE S. PAULO, Júlio Mes-quita Filho, a USP começou por incorporar algumasescolas existentes. A mais antiga é a Faculdade deDireito, que data de 11 de agosto de 1827 e por issomerece considerações à parte. Existe desde a insta-lação dos cursos jurídicos em São Paulo e Olindapelo Imperador D. Pedro I e sempre permaneceu noLargo de São Francisco, no centro da cidade.

De início, o curso ocupava o Convento dosFranciscanos, demolido para dar lugar ao prédio atu-al, em 1934. Um edifício de apoio veio complemen-tá-lo, em 1993. Funcionam nesse conjunto a Bibliote-ca Central – a maior da América Latina na área jurídi-ca – e as congêneres departamentais, à disposiçãode estudantes e quaisquer interessados.

Importante centro de discussão de idéias e te-mas de interesse nacional, a faculdade contribuiu econtinua a contribuir para o pensamento jurídico, apolítica e a cultura brasileiros. Formou líderes do qui-late de José Bonifácio de Andrade e Silva, Rui Barbo-sa, Joaquim Nabuco, Visconde do Rio Branco e novePresidentes da República: Prudente de Moraes,Campos Salles, Afonso Pena, Rodrigues Alves, Del-fim Moreira, Wenceslau Brás, Arthur Bernardes, Was-hington Luiz e Jânio Quadros. Legou-nos também in-contável número de governadores, prefeitos, parla-mentares, magistrados, promotores públicos e dele-gados de polícia.

Entre os literatos que passaram pelas Arcadas –característicos arcos ao redor dos pátios da faculda-de – figuram Castro Alves, Álvares de Azevedo, Fa-gundes Varela, José de Alencar, Vicente de Carvalhoe Guilherme de Almeida.

Outros nomes de igual brilho indicam sua in-fluência no cenário jurídico, entre eles Clóvis Bevilá-qua, João Mendes Júnior, Pimenta Bueno, Teixeirade Freitas, Vicente Ráo e Miguel Reale

Sempre surgiram acadêmicos da São Franciscoà frente de importantes movimentos cívicos, como aAbolição da Escravatura, a Proclamação da Repúbli-ca e a Revolução Constitucionalista de 1932.

Há quem diga que o “espírito das Arcadas” refle-te a “alma de São Paulo”, tão impregnados ambos es-tão dos mesmos princípios libertários, igualitários e

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Page 250: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

de solidariedade. Essa lendária correlação adquireares de veracidade e sabor de mistério ao ver-se que,no único túmulo erigido em meio às Arcadas, repou-sam os restos mortais de João Júlio Godofredo LuísFrank – ou simplesmente Júlio Frank –, marco da tra-jetória iluminista incutida por esse enigmático perso-nagem à faculdade.

Mas, Senhoras e Senhores Senadores, São Pa-ulo espelha uma sociedade aberta, sem segredos,sem tergiversações. Fácil é penetrar-lhe o íntimo,mesmo aos que nela aportam pela primeira vez. Nis-so reside um de seus recursos para cativar a todos,logo incorporados como se em casa estivessem, gra-ças aos ideais de vida, liberdade e solidariedade re-forçados, durante séculos, por milhões de sofridosimigrantes. Cada qual, a seu modo, marcou a cidadecom legados das origens, de maneira que tais marcasexteriorizam hoje a alma paulistana.

Aliás, a alma paulistana está à mostra paraquem quiser ver e sentir. Basta despirmo-nos de pre-conceitos, andar atentos pelas ruas, olhar, ouvir econversar. Encontraremos de tudo um pouco. Ou mu-ito, caso percebamos que a cidade exibe em macroescala amostras de tudo aquilo que as civilizações le-varam milênios, ao redor do mundo, para amoldar aparâmetros aqui acrescidos do repúdio a barreiras decor, raça e credo político ou religioso. Parâmetros ci-mentados com o calor humano dos paulistanos, natosou por adoção, que ignora desníveis sociais e minimi-za a necessidade de longa convivência na criação delaços de amizade.

A facilidade de percepção da alma paulistanacomeça pelas coisas mais simples. Por exemplo, pro-var um bolinho de bacalhau acompanhado do chopeque um bar da zona central da cidade oferece, desde1940, religiosamente a zero grau e sempre com igualcolarinho. Passa por uma visita a alguns dos teatros,bibliotecas, museus, centros culturais, “shoppingscenters”, livrarias, “sebos” e parques ecológicos queexistem por toda parte. Leva à degustação das sabo-rosas e exóticas iguarias do Mercado Municipal Cen-tral ou do Ceagesp. Atinge o frenesi consumista quese espalha ao redor das ruas 25 de Março, Oriente eJosé Paulino. E culmina com a observação da mega-lópole, seja do cume do Pico do Jaraguá, seja do altode algum dos imponentes arranha-céus espalhadospela cidade, inclusive o Edifício Itália. Há três déca-das, no 46.º andar desse prédio, o mais elevado, umrestaurante serve jantares em baixelas de prata coma cidade literalmente aos seus pés.

Qualquer roteiro para quem deseja sentir a almapaulistana pode, por exemplo, abranger uma passa-

gem pela Faculdade de Direito do Largo de São Fran-cisco. Ali perto, está o Teatro Municipal, jóia arquitetô-nica construída a partir de 1903 e inaugurada oitoanos depois como a idealizaram Ramos de Azevedo,Cláudio e Domiciano Rossi. Em seu palco, já se exibi-ram as maiores expressões internacionais da músicaclássica, da ópera e do balé. Agora, uma mini-sérieda TV Globo tem mostrado às novas gerações o tea-tro ambientado a um dos períodos que marcaramépoca, isto é, a Semana de Arte Moderna de 1922.

Nosso passeio incluiria observar os edifíciosSampaio Moreira e Martinelli, os primeiros arra-nha-céus da cidade, além do Copan, que leva a assi-natura de Oscar Niemeyer, e do Banespa, um doscartões-postais mais populares. Defrontar-nos-iacom a imensidão do Vale do Anhangabaú, visto do Vi-aduto do Chá ou do Viaduto de Santa Ifigênia. Depo-is, nos levaria à fachada do Teatro Cultura Artística,com seu imenso painel de Cândido Portinari; à majes-tosa Catedral da Sé; ao antigo prédio dos Correios eTelégrafos na Avenida São João; ao Monumento àsBandeiras, de Victor Brecheret, no Ibirapuera; à Casadas Retortas onde funcionava a Companhia de Gás,o extinto Gasômetro que se tentou transformar emcentro cultural; ao Teatro Oficina, epicentro de movi-mentos político-sociais nos anos 60; à chaminé histó-rica da Avenida Matarazzo, verdadeiro monumento àindustrialização do País; ao pedacinho de Japão re-produzido no bairro da Liberdade, especialmente otemplo zen da rua São Joaquim; à Estação e ao Par-que da Luz, também centrais, ambos totalmente res-taurados; à imponente Catedral Ortodoxa, com suacúpula fenomenal no bairro do Paraíso; a algumasdas belíssimas sinagogas, como a Beth-el, na ruaMartinho Prado; à magnificente mesquita da Avenidado Estado; ao Mosteiro de São Bento, fundado em1598, no mesmo local em que até hoje acontece a tra-dicional apresentação do canto gregoriano aos do-mingos; à arquitetura gótica do prédio da Santa Casade Misericórdia, construído em 1886 e que serviu decenário para a novela “Terra Nostra”; ao poderio e àexuberância arquitetônica da Avenida Paulista; aoevocativo Palácio dos Campos Elísios; à FundaçãoMaria Luiza e Oscar Americano, no Morumbi; ao Mu-seu da Imigração, onde se pode descobrir as própriasorigens; ao histórico roteiro da Ladeira da Memória,com o primeiro monumento público de São Paulo, umobelisco em forma de pirâmide erguido em 1814; àsautênticas vilas napolitanas ainda existentes no cora-ção da Barra Funda; às elegantes butiques, que pro-curam imitar as lojas de grife responsáveis pela famade São Paulo como capital de elegância e marcas fa-

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Page 251: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

mosas; às charmosas capelas que se engalanampara os casamentos, como a de São José, no JardimEuropa, e de São Pedro e São Paulo, no Morumbi; àsfestas típicamente italianas de N. S. Achiropita, no ba-irro do Bexiga, ou de São Vito e de São Genaro, noBrás.

Ficaríamos horas a sonhar com esse passeioimaginário, tantas são as opções de visitas existen-tes. Poderíamos ainda partir do Pátio do Colégio e se-guir até o Autódromo de Interlagos, o Horto Florestalno Tremembé, o Museu do Ipiranga ou o Museu deArte de São Paulo – MASP, um dos mais representa-tivos neste hemisfério. Se andássemos mais um pou-co, ficaríamos boquiabertos com o contraste existen-te no Jardim Ângela que concentra, lado a lado, por-tentosas mansões e algumas áreas humildes consi-deradas como de maior violência na cidade.

Existem, enfim, mil maneiras de sentir São Pau-lo. Mas, se houver muita pressa, será suficiente baterum papo enquanto se saboreia o inigualável pastelcom caldo da cana, em qualquer uma das centenasde feiras-livres que se repetem por todos os bairros.

Já disse várias vezes desta tribuna que os pro-blemas paulistanos fazem jus ao tamanho da cidade.Infelizmente, há pelo menos duas décadas, tais pro-blemas têm-se agravando, principalmente nos aspec-tos que mais angustiam a população como reflexo di-reto do que ocorre em todo o País. Ou seja: a insegu-rança e o desemprego. Lembremo-nos, porém, deque a hoje radiante metrópole nasceu de um ato de fée esperança, no pátio de um humilde colégio. Parachegar a ser como é, precisou superar adversidadesmuito maiores por mais de quatro séculos.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, São Pa-ulo foi forjada na dificuldade e na luta. Retrata o dina-mismo de uma população corajosa e determinada,que só almeja engrandecer o Brasil, trabalhar e viverem paz. É tudo o que sabemos fazer. E é o que conti-nuaremos a fazer, sempre.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – V. Exª

será atendido na forma regimental.Esta Mesa parabeniza V. Exª, Senador Romeu

Tuma, e, em seu nome, todo o povo paulistano.O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – Muito obri-

gado, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Sobre a

mesa, requerimento de autoria de V. Exª, que passo aler.

É lido o seguinte:

REQUERIMENTO Nº 14, DE 2004

Senhor Presidente, no próximo dia 25 a cidadede São Paulo estará completando 450 anos de suaFundação, motivo de júbilo para o povo paulista e en-grandecimento do Brasil.

Ao longo desses quatro séculos e meio, a cida-de de São Paulo foi se transformando em vitrine esímbolo das potencialidades econômicas e sociaisbrasileiras, retratando o dinamismo de uma popula-ção corajosa e determinada.

Para somar a homenagem desta Casa às queserão prestadas à cidade de São Paulo, pelo trans-curso de tão significativa data, requeremos, nos ter-mos do artigo 222 do Regimento Interno, seja consig-nado nos Anais do Senado Voto de Aplauso ao povopaulistano, encaminhando-o também à Prefeitura lo-cal.

Sala das Sessões, 21 de janeiro de 2004. – Ro-meu Tuma.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – A Pre-sidência encaminhará o voto de aplauso solicitado.

O SR. ROMEU TUMA (PFL – SP) – Muito obri-gado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Sobre amesa, requerimentos que passo a ler.

São lidos os seguintes:

REQUERIMENTO Nº 15, DE 2004

Nos termos do artigo 50 da Constituição Fede-ral, combinado com o art. 216 do Regimento Internodo Senado Federal, requeiro à Mesa sejam solicita-das informações ao Ministro de Estado do Trabalho eEmprego, Senhor Jaques Wagner, esclarecimentosacerca da situação das Empresas Parmalat.

Sala das Sessões, 21 de janeiro de 2004. – Lú-cia Vânia.

(À Mesa para decisão.)

REQUERIMENTO Nº 16, DE 2004

Nos termos do artigo 50 da Constituição Fede-ral, combinado com o art. 216 do Regimento Internodo Senado Federal, requeiro à Mesa sejam solicita-das informações ao Ministro de Estado da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento, Senhor Roberto Rodri-gues, esclarecimentos acerca da situação dasEmpresas Parmalat.

Sala das Sessões, 21 de janeiro de 2004. – Lú-cia Vânia.

(À Mesa para decisão.)

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01065 237ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 252: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

REQUERIMENTO Nº 17, DE 2004

Nos termos do artigo 50 da Constituição Fede-ral, combinado com o art. 216 do Regimento interno,requeiro à Mesa sejam solicitadas informações ao Mi-nistro de Estado do Desenvolvimento Indústria e Co-mércio Exterior, Senhor Luiz Fernando Furlan, escla-recimentos acerca da situação das Empresas Parma-lat.

Sala das Sessões, 21 de janeiro de 2004. – Lú-cia Vânia.

(À Mesa para decisão.)

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Os re-querimentos lidos serão despachados à Mesa paradecisão, nos termos do inciso III do art. 216 do Regi-mento Interno da Casa.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Sr.Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Tem apalavra V. Exª.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI. Pelaordem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªse Srs. Senadores, acabo de receber do meu Estado,o Piauí, um comunicado desesperado do PrefeitoJosé Maia Filho, da cidade de Itainópolis , situada naregião da grande Picos.

A cidade encontra-se parcialmente inundadadevido à fúria do rio Itaim. São vários os prédios públi-cos que começam a ser evacuados e também cente-nas de residências. Há centenas e centenas de famí-lias desabrigadas.

O que faço neste instante, por meio desta ques-tão de ordem, apelando e contando, de início, com acompreensão de V. Exª é um apelo ao Governador doeu Estado, Wellington Dias, no sentido de que so -corra de imediato a população daquele município cujopresidente é o da associação que congrega os Muni-cípios piauienses, APPM.

Apelo ao Governador para que diminua a buro-cracia existente na administração pública do nossoPaís, e que socorra de imediato as famílias atingidaspela fúria do rio Itaim. Faço igual apelo a este grandehomem público brasileiro que é o Ministro Ciro Go-mes, no sentido de que, por meio do Ministério daIntegração Nacional, tome, pela Defesa Civil, as pro-vidências urgentes que o caso requer.

Feito esse registro, Sr. Presidente, solidari-zo-me com a população de Itainópolis e de toda a re-gião, colocando-me aqui à inteira disposição do povodaquele município para tomar as providências neces-sárias, no sentido de minorar a dor daquela gente.

Deixo, aqui, esse registro dizendo ao PrefeitoMaia Filho que poderá contar com toda a bancada doPiauí, e aqui está presente o Senador Mão Santa, nãosó no Senado, Sr. Presidente, mas também na Câma-ra dos Deputados, neste momento de justa solidarie-dade que o povo não só de Itainópolis mas daquelaregião necessita.

Muito obrigado a V. Exª pela generosidade doespaço que me concede.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – SenadorHeráclito Fortes, a Mesa se solidariza com os seusconterrâneos em função da calamidade pública queocorrem naquela região.

O SR. PRESIDENTE (Efraim Morais) – Conce-do a palavra para uma comunicação inadiável ao Se-nador Paulo Paim. V. Exª dispõe de até cinco minu-tos, nobre Senador.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Para umacomunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, é só para uma informação rápida à Casa.

Estava falando agora ao telefone exatamentecom a RBS, no Rio Grande do Sul, para ver se confir-mava uma informação de que o Governo teria retiradoo apoio à PEC paralela. Conversei, hoje de manhã,com o Líder Tião Viana, na reunião do Bloco, e enten-do que essa notícia não procede. O que teria dito oMinistro José Dirceu foi que não vai aceitar nenhumaalteração na PEC 77, aprovada no Senado Federal,pois corria a notícia de que no plenário da Câmarados Deputados poderiam ser acrescentadas outraspropostas. Ou seja, a PEC 77 poderia ser emendada,e a intenção é aprová-la na íntegra.

Tenho a certeza de que o acordo firmado entre acúpula do Governo e o Senado Federal, por pratica-mente todos os partidos, será cumprido na íntegra.Pois se a PEC não for votada neste período – souobrigado a concordar com o companheiro João PauloCunha –, de fato, a convocação se transformará emum escândalo. Não por culpa do Senado Federal,mas se a Câmara dos Deputados não cumprir suaparte. Esta Casa votou em dois turnos a PEC 77 e aencaminhou, mediante acordo, à Câmara dos Depu-tados. Estou confiante de que aquela Casa fará a suaparte, e a PEC 77 será aprovada durante o mês de fe-vereiro.

Sr. Presidente, é bom lembrar que em relação àPEC 67 reduzimos todos os prazos, mediante enten-dimento com o Governo. Nós a aprovamos na íntegracom o compromisso de ver aprovada também na ínte-gra a PEC 77. Não me digam que não é possível en-curtar prazos. A não ser que não queiram. E lembro

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Page 253: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

dois episódios: o momento em que a Câmara dos De-putados – e lá eu estava – votou a contribuição para ataxa de iluminação, era uma PEC, e votamos em doisdias, e o Código de Defesa do Consumidor, votadoem uma semana.

Portanto, se a PEC 77 não for votada na Câma-ra dos Deputados, é porque não houve vontade políti-ca de fazê-lo, daí a convocação vira de fato um es-cândalo. Porque o motivo da convocação foi princi-palmente a PEC 77, mediante um amplo acordo como Executivo. Se convoca e depois não deixa a suabase aprovar, aí é brincadeira, não é sério. Por isso,não acredito o que tenha dito o Ministro José Dirceu éque ele quer que a PEC 77 seja aprovada como veioda Câmara dos Deputados e que ele não dará ne-nhum tipo de guarida a qualquer emenda à matéria. Ecomo disse muito bem aqui o Senador Pedro Simon,se a Câmara quiser, que faça uma outra PEC parale-la; aprove na íntegra a que o Senado enviou e enca-minhe sua proposta, que vamos com certeza apreciaraqui com o maior carinho, como já apreciamos a PEC67.

Então, neste momento, estou fazendo defesainclusive do Ministro José Dirceu. Tenho a certeza deque ele está avalizando o acordo firmado entre o Le-gislativo e o Executivo. E como me diz aqui o SenadorHeráclito Fortes, os trabalhadores, pela primeira veznuma convocação extraordinária, estão vendo quematéria de seu interesse está em primeiro lugar, porisso que estão falando tanto na PEC 77. Porque ago-ra não é do interesse do grande capital, é do interessedo trabalhador e principalmente dos que ganham me-nos. Está garantido lá que agora vai ter teto, serão be-neficiados os portadores de deficiência, os aposenta-dos por invalidez, aqueles que têm doença incapaci-tante; a paridade, a transição, a dona-de-casa que vaipoder se aposentar, o desempregado que vai pagarpraticamente a metade do que pagava na ativa, ocontrole social para evitar a fraude.

Com esses argumentos, Sr. Presidente, não te-nho nenhuma dúvida de que a Câmara dos Deputa-dos vai cumprir a sua parte. Fui informado, há algunsminutos, que o próprio Presidente João Paulo já estásensível a diminuir os prazos para que a matéria sejavotada rapidamente.

Então, não procede a informação de que, con-forme foi divulgada por um ou outro Parlamentar, oGoverno estaria tirando o apoio à PEC. Isso seria umabsurdo. Diria mais, seria o absurdo do absurdo. Jápensou se chegássemos aqui em 1º de abril sem vo-tarmos a PEC 77? Estão dizendo isso. Aqueles quefirmaram o acordo vão estar com o nariz maior do que

o de Pinóquio, o que seria na verdade a proposta damentira.

Então, não estou acreditando, estou convicto deque a PEC 77 será aprovada na Câmara dos Deputa-dos na íntegra, como aprovamos aqui no Senado.Havia a assinatura de 52 entidades e, agora, está emtorno de 70, pedindo a aprovação da PEC 77 rapida-mente na Câmara dos Deputados. Vamos torcer paraque prevaleça o bom senso e que não predomineuma tese que escuto nos corredores, que se trata deuma questão de ciumeira. Seria um absurdo que al-guém Parlamentar, seja Deputado ou Senador, nãoquerer aprovar uma matéria porque está com ciúmesjá que não é a sua iniciativa. Não acredito nisso. FuiDeputado, acredito na grandeza dos Deputados, daCâmara dos Deputados. E por isso a minha convic-ção de que ela será aprovada na íntegra como foiaprovada em dois turnos rapidamente aqui no Sena-do da República.

Durante o discurso do Sr. Paulo Paim,o Sr. Efraim Morais, deixa a cadeira da presi-dência, que é ocupada pelo Sr. Mão Santa.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS) – Sr. Pre-sidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa) – Tem a pala-vra V. Exª.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS. Pela or-dem. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, V. Exªme permite também? É sobre o mesmo assunto trata-do pelo Senador Paulo Paim. Eu tenho que comun-gar, esta Casa tem que comungar e comunga com afala do Senador Paulo Paim.

Sr. Presidente, ninguém pode acreditar quesentimentos menos nobres como este, o ciúme, pos-sa prejudicar o entendimento entre as duas Casas doCongresso Nacional. Não se trata apenas de um en-tendimento, e, sim, da própria PEC paralela, de inte-resse dos servidores públicos. Pergunto: será que aCâmara vai faltar com o sentimento de solidariedadeao servidor ou aos servidores que estão esperandoum amplo esclarecimento sobre a Previdência Social,a fim de decidir seus destinos? Quem acredita nisso?Eu não acredito.

Comungo, Senador Paulo Paim, com o mesmosentimento expressado por V. Exª. Ainda sou um ho-mem público que acredita que temos que fazer o me-lhor. O que é de interesse do País e da coletividadenão está sujeito a nenhum sentimento que não seja o

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01067 239ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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de nobreza, de altivez, de humanidade, de justiça, osquais devem prevalecer. Portanto, a Câmara...

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa) – SenadorRamez Tebet...

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS) – É rápido,Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa) – Abrimosaqui Montesquieu: O Espírito da Lei, para concedera oportunidade à V. Exª, já que deveria ter aparteadoo nobre Senador Paulo Paim. Agora apelamos para acompreensão de V. Exª, que é o de maior sensibilida-de nesta Casa, para proceder à chamada dos orado-res inscritos.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS) – Sr. Pre-sidente, encerro dizendo que tenho a certeza de queo Governo Federal, o Governo do Presidente Lula, eque a Câmara dos Deputados compreendem os an-seios dos servidores públicos e os compromissos as-sumidos pelas Lideranças políticas em torno da PECparalela.

Caso eu tenha violado algo, peço desculpas aV. Exª.

O assunto é palpitante, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Mão Santa) – V. Exª tem

os nossos aplausos e os do País.O SR. PRESIDENTE (Mão Santa) – Concedo a

palavra ao nobre Senador, do PFL da Paraíba, EfraimMorais.

O SR. EFRAIM MORAIS (PFL – PB. Pronunciao seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tratarei aqui daPEC paralela.

Gostaria de tranqüilizar as Srªs e os Srs. Sena-dores, assim como a sociedade brasileira no sentidode que essa PEC terá que ser votada. O Planalto nãoquer. Ninguém inventou não, está nos jornais de hoje.Diz o O Estado de S.Paulo: “Planalto avisa que nãoquer Emenda Paralela”. Está no jornal Valor Econô-mico, no jornal O Globo, enfim, está em todos os jor-nais de circulação deste País a notícia de que, “em al-moço com Líderes governistas no Planalto, Dirceudesaconselha a aprovação de texto”.

Ora, diz S. Exª:

O Governo recuou do apoio dado noSenado à proposta de emenda constitucio-nal que altera pontos da reforma da Previ-dência. Depois de aceitar a idéia da chama-da emenda paralela em troca do voto dosSenadores à reforma Previdenciária, o Mi-nistro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, dei-

xou claro ontem, ao Colégio de Líderes alia-do ao Palácio do Planalto, que o Governonão tem compromisso com o texto integralda proposta.

Em almoço com os Líderes e Vice-Lí-deres dos Partidos governistas, no Planalto,o Ministro desaconselhou a aprovação daemenda paralela, apesar de ela ter sido oprincipal motivo para a convocação extraor-dinária do Congresso.

Palavras do Ministro:Nosso compromisso foi o de votar no

Senado, não foi com o texto”, segundo rela-to de um Líder presente ao encontro. “Pormim, ficariam valendo as regras da reformada Previdência.

Sr. Presidente, encerro aqui esta leitura. Prefi-ro tecer alguns comentários. Sei do compromissoassumido nesta Casa pelos Senadores Paulo Paim,Tião Viana e o Líder do Governo. A verdade é que aCâmara dos Deputados não tem culpa de nada,bem como os seus membros. Se a emenda não forvotada, a única responsabilidade é de quem convo-cou o Congresso Nacional. Quem convocou o Con-gresso Nacional não foi o Presidente José Sarneynem o Presidente João Paulo. Quem convocou foi oPresidente Lula! Estamos aqui, acabou o recesso,porque o Presidente da República convocou o Con-gresso Nacional. É bom que, amanhã, não pensemque Deputados ou Senadores forçaram esta convo-cação. Isso partiu do Presidente Lula. Portanto, estaconvocação não terá sentido se a PEC paralela nãofor votada, já que ela diminui os danos causados àsociedade brasileira, em especial ao funcionalismopúblico.

E mais, Sr. Presidente Mão Santa, posso dizerque estou tranqüilo; estou tranqüilo, Senador Demós-tenes Torres, porque a PEC será votada. Caso con-trário, o Governo Lula irá acabar após esta convoca-ção. Sua Excelência vai ter que mandar votar a PECparalela mesmo contra a vontade do Ministro JoséDirceu. Será votada, ou então a sociedade brasileiranão acreditará mais neste Governo, tampouco nas Li-deranças do Congresso Nacional que o apóiam, porqueaí haverá a quebra de compromisso com a sociedade,com o Congresso Nacional e com os funcionários.

Por isso, não estou preocupado, e virei para cáfazer o discurso que o Senador Pedro Simon, a meuentender, hoje, já estava com medo de fazer. Virei. Qu-ero ser o perdedor desse desafio; quero vir para cá e

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dizer que o Governo cumpriu com os seus compromis-sos: votamos a PEC 77, e, graças a Deus, os danoscausados aos funcionários e à sociedade brasileira fo-ram muito menores. Quero, se Deus quiser, vir a estatribuna para dizer que o Governo cumpriu com o seucompromisso e elogiá-lo. Faço oposição ao lado dosmeus companheiros do PFL e do PSDB, mas não umaoposição predatória; não uma oposição contra o Brasile contra os brasileiros. Estamos fazendo uma oposi-ção construtiva, em busca de resultados. Tenho a con-vicção de que, após a votação da PEC 77, todo o Con-gresso Nacional – Oposição e Governo – será o gran-de vitorioso, porque estamos diminuindo os danospara a classe dos funcionários públicos e a sociedade.

Estou tranqüilo; estou com a consciência tranqüi-la. Tenho a absoluta certeza de que ou votamos aPEC, ou o Governo do PT se acaba no fim desta con-vocação. E como diria o Senador Paulo Paim, não che-gará sequer à Semana Santa, porque o povo brasileiroperderá a confiança nele. Portanto, o Governo tem atéo final desta convocação para votá-la. Se a Oposição –o PSDB, o PFL e o PDT –, que poderia complicar essavotação, vota por unanimidade, por que os Partidos doGoverno não querem aprovar a matéria? Apenas porque o Presidente Lula e o Chefe da Casa Civil, MinistroJosé Dirceu, não desejam? Não! Não acredito. Ficocom o povo. E a pressão do povo será suficiente paraque essa matéria seja votada.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB – SC) – Permita-meV. Exª um aparte?

O SR. EFRAIM MORAIS (PFL – PB) – Ouço onobre Senador Leonel Pavan; em seguida, o SenadorDemóstenes Torres.

O Sr. Leonel Pavan (PSDB – SC) – SenadorEfraim Morais, primeiramente, quero cumprimentá-lopelo seu brilhante pronunciamento, bem como aosdemais que lhe antecederam, em função da discus-são da PEC paralela. Estávamos de recesso constitu-cional. Estávamos percorrendo nossos Estados, visi-tando as bases, falando com os Prefeitos, falandocom os Vereadores. Programamos toda uma agendapara trabalhar nos Estados no período de recesso.De repente, o Governo Federal, o Lula nos convoca jácom uma pauta pronta. E lá, entre os projetos a seremaprovados, está a PEC 77, a chamada PEC paralela.Ora, paralisamos todos os nossos trabalhos nosEstados, a discussão de projetos com os Prefeitos,com os Vereadores, com as entidades porque o Go-verno Federal nos convocou, sabendo que haveria

despesas. O Governo Federal, o Lula sabia que ha-veria críticas na mídia, mas nos convocou. Estamosaqui para votar, estamos aqui para trabalhar; no en-tanto, estamos sendo punidos pela mídia nacional,como se fosse o Congresso Nacional que tivesse feitoa convocação extraordinária. Não sei por que o nossohonrado Presidente do Senado Federal, SenadorJosé Sarney, ainda não chamou a imprensa para di-zer que não foi S. Exª quem convocou, que quem con-vocou foi o Lula, para votarmos inúmeros projetos, in-clusive a PEC paralela. Eu sou do PSDB, e talvez SuaExcelência não me ouça tanto, mas ele tem que ouviro Paim, que é do seu Partido. Fico imaginando a dordo Paim por ver seu Presidente, seu Governo colocarem dúvida um projeto do povo, um projeto que terá aaprovação unânime dos Senadores. Só foi aprovadaa reforma da Previdência porque o Governo disse aosdo PT uma minoria, mas disse , para o PFL, para oPDT e para o PSDB que haveria uma reforma da re-forma e que isso seria feito agora, durante o recesso.Infelizmente, coloca-se uma interrogação do tama-nho deste País sobre um projeto que todos queremque seja aprovado. O projeto é para o bem dos funci-onários públicos, para o bem dos idosos, para o bemdas pensionistas, para o bem do povo brasileiro. Eunão sei porque um Partido que tanto prometeu para osocial agora tenta levar a situação a ferro e fogo, pra-ticamente no laço, sob a forma de um governo dita-dor, impondo as regras do Senado e da Câmara Fe-deral. Lamentavelmente, estamos colocando em dú-vida hoje a seriedade desse Governo. Espero que elese sensibilize e, definitivamente, cumpra com a pala-vra que assumiu com o Congresso.

O SR. EFRAIM MORAIS (PFL – PB) – Agrade-ço a V. Exª, Senador Leonel Pavan. Até o final da ses-são, Sr. Presidente, quero fazer o registro de umamatéria do jornalista Elio Gaspari, publicada no jornalFolha de S.Paulo. Antes, porém, ouço a inteligênciada palavra do Senador Demóstenes Torres, a quemconcedo o aparte.

O Sr. Demóstenes Torres (PFL – GO) – Muitoobrigado, Senador Efraim Morais. Estou muito preo-cupado, porque o Presidente Luiz Dirceu, ou melhor,José Inácio, ou José Luleu tem feito compromissosseqüenciados com o Congresso Nacional, especial-mente com o Senado, e não os tem cumprido. Ele temdesmoralizado sistematicamente os seus interlocuto-res. Eu me lembro de que, quando discutimos, comgrande participação do Senador Romeu Tuma, sobre

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01069 241ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 256: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

a diferenciação entre crime organizado e crime co-mum, com a finalidade de dar tratamento também di-ferenciado quando do encarceramento desses delin-qüentes, o Ministro da Justiça ligou para o SenadorTasso Jereissati e fez um acordo com S. Exª. Cumpri-do o acordo no Senado, foi extremamente descumpri-do na Câmara, com atuação direta do Ministério daJustiça. Depois, quando eu fazia uma declaração deque não deveria haver contingenciamento de verbaspara a Segurança Pública e para as Forças Armadas,o Senador Tião Viana veio enfaticamente e disse queo Presidente iria garantir que não haveria o contin-genciamento. Dez dias depois, o Presidente Lula es-tava vetando justamente isso. Então, fico bastantepreocupado, porque fizemos um acordo. Muitos aquifizeram ameaças, inclusive de mudança partidária,com o seu próprio mandato. Há o caso do SenadorPaulo Paim, que colocou essa questão com toda suaalma, porque ele estava empenhado em muitas ques-tões que foram jogadas para a PEC paralela. Desde oprimeiro minuto, eu disse: para mim, é um engodo! Eunão via como não ser votada naquele momento. Paraque se criar uma PEC paralela, algo que não tinha tra-dição no Senado, que inclusive regimentalmente eraduvidoso? Concluo o aparte dizendo que as jornalis-tas da Folha de S.Paulo não podiam estar delirando,como hoje muitas Lideranças do Governo tentaraminsinuar, até dizendo explicitamente que isso foi ma-téria inventada. Não foi! É claro que o Ministro JoséDirceu o disse, mesmo porque conhecemos S. Exª,embora não pessoalmente. Percebemos, durantetodo este período, que o Ministro tem ambições auto-cráticas, que quer coordenar o Congresso, quer man-dar no Congresso, o que não podemos aceitar de for-ma alguma. V. Exª faz um discurso profundo, um pro-nunciamento de um homem público equilibrado, sere-no, que defendeu aqui os interesses dos trabalhado-res brasileiros, dos funcionários públicos do Brasil,que foram tratados aqui como cidadãos de segundaclasse. E todos nós estamos esperando não só ocumprimento da palavra, mas que sejam honradospelo Governo os compromissos assumidos, que vãomelhorar os direitos da categoria dos funcionários pú-blicos e de outros trabalhadores no Brasil. Emboranão sejam ideais, foram os possíveis, foram os quenós conseguimos, o que o Senado conseguiu. Eu e V.Exª estávamos na sala do nosso Líder, Senador JoséAgripino, quando o Ministro José Luleu ligou e disseao Senador José Agripino que poderíamos votar, por-que ele dava a sua palavra. Então, já estou completa-

mente desentendido. O que é mesmo essa palavra?Será que é o verbo que está lá na Bíblia? O que signi-fica “palavra”, Senador Efraim Morais? Para nós, anti-gamente, palavra era até o fio de bigode. Agora, pala-vras, palavras, palavras... Já não agüento mais. Muitoobrigado.

O SR. EFRAIM MORAES (PFL – PB) – Agrade-ço a V. Exª, mas vou torcer para que realmente tenha-mos essa matéria votada. Quero fazer este discursoaqui elogiando o Presidente Lula, porque prefiro estarao lado do trabalhador, defendendo o trabalhador,para amanhã não dizerem que estamos fazendo umaoposição predatória.

Sr. Presidente, eu queria fazer o registro aqui doartigo do jornalista Elio Gaspari, na Folha de S.Paulode hoje, cujo título é “O “AeroLula e a Mbeki Airline”.

“Isto é viver como se aprova”, disseJuca Chaves, referindo-se a Juscelino Ku-bitschek, o Presidente Bossa Nova. JK atra-vessava o País num reles quadrimotor tur-boélice, levando consigo o sorriso do pro-gresso, a energia de um prefeitão e o prazerde “desfrutar da maravilha de ser o Presi-dente do Brasil”.

Lula conseguiu ser o primeiro gover-nante de Pindorama, desde Tomé de Sou-za, que não abriu um só metro de trilha as-faltada no seu primeiro ano de mandato.Progresso é coisa que falta na sua pratelei-ra. Energia de prefeitão, nem pensar. O Pre-sidente adora aquilo que JK mais detestava:reuniões.

Depois de perseverar no estiloduty-free, rodando em um Ômega australia-no, fumando “escondido” cigarrilhas holan-desas, tendo licitado roupões de algodãoegípcio, Lula decidiu comprar um avião.

Aqui vão as opiniões de dois leitores.Primeiro, a de Henoélio Hermenegildo

Sapopemba, do Rio de Janeiro:‘Lamento que a Presidência da Re-

pública vá comprar um Airbus 309 paratransportar o Presidente Luiz Inácio Lulada Silva em suas intermináveis viagensnacionais e internacionais. E se isso nãobastasse, a nova aeronave que vai substi-tuir a atual custará US$56,7 milhões, pa-gos com o dinheiro do povo brasileiro.Enquanto isso, os reis da Suécia, da Di-namarca e da Noruega e governantes de

01070 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL242

Page 257: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

vários países ‘pobres’ viajam em aviõesde carreira’.

Fala Paulo Roberto Leme, de São Paulo:

‘O novo avião do Presidente vai custarcerca de 160 milhões’ – na realidade custa-rá mais, aproximadamente 190 milhões – ‘aPetrobras torra R$ 50 milhões em publicida-de na comemoração dos seus 50 anos, oCongresso Nacional vai gastar R$ 50 mi-lhões com a convocação extraordinária’

Interrompo a leitura para dizer que se está gas-tando porque o Presidente da República convocou.Não foi nenhum Deputado ou Senador que convocouo Congresso Nacional. Quem convocou, sabendoque haveria despesa, que é constitucional, foi o Presi-dente Lula. É bom que se deixe esclarecido.

Continuo:

‘e a Prefeitura de São Paulo gastou R$136 milhões em publicidade em três anos.Somente nesses quatro exemplos – e devehaver muito mais , a administração do PTtorra R$ 397 milhões. E o Presidente falaem CPMF mundial contra a fome’.

Continua o jornalista:Falta ao Governo de Lula a frugalidade

que se esperava da nação petista. Famíliacom desempregado à mesa não troca decarro. Um presidente que expandiu o de-semprego e contraiu o PIB não deveriacomprar avião.

Se o Papa e mais os reis da Suécia,Dinamarca e Noruega não precisam de umAirbus para suas movimentações, por queLula precisa? Se tivesse paciência, poderiacomprar um dos últimos modelos da Embra-er. Caberiam ele, suas comitivas e, apertan-do um pouco, até os egos do comissárioJosé Dirceu e do Senador Aloizio Merca-dante. Não teria autonomia para voar diretoa Paris, mas não sendo um potentado sau-dita, Lula suportaria essa exclusão.

A diferença entre um avião da Embraere um roupão de pano egípcio, um Ômegaaustraliano, cigarrilhas holandesas e um Air-bus europeu é que a Embraer (financiadapelo BNDES) gera empregos no Brasil.

Alguém foi capaz de provar a Lula que,sem um Airbus presidencial, o Brasil se tor-na ingovernável ou, pelo menos, ele não po-

derá governá-lo como prometeu. Havendo odinheiro (e a vontade de gastá-lo), as ne-cessidades aparecem. Veja-se o caso do reiKhaled, da Arábia Saudita. Primeiro ele pre-cisou de um avião. Comprou um Boeing747. Precisava orar, voltado para Meca.Instalou no nariz do jato um espaço que ro-dava como um giroscópio. Era cardíaco. Oavião tinha uma UTI. Conta a lenda queKhaled temia que lhe faltasse um doadorcaso precisasse de um transplante. Porisso, levava um nas viagens, vivo. (Alô, alô,Ministro Humberto Costa, uma idéia paratransplantes de medula?) Khaled morreu em1982, em casa. O doador, caso tenha existi-do, tornou-se um feliz desempregado.

(O Sr. Presidente faz soar a campai-nha)

O SR. EFRAIM MORAIS (PFL – PB) – Conclui-rei em seguida, Sr. Presidente.

Prossigo:

Numa patifaria da sociedade de consu-mo globalizado, o mundo tem hoje dois pre-sidentes comprando Airbus. Um é Lula, oretirante dos anos 50, operário dos 60 e sin-dicalista dos 70. O outro é o Presidente daÁfrica do Sul, Thabo Mbeki, filho de ativistasnegros, militante comunista, líder estudantilexilado por mais de dez anos entre Londrese Moscou (onde fez treinamento militar),protegido de Nelson Mandela.

Solicito que esse artigo seja transcrito na ínte-gra nos Anais desta Casa.

Sr. Presidente, agradeço a tolerância de V. Exªe faço um apelo, em nome dos funcionários públicos,dos trabalhadores, da sociedade, do Congresso Naci-onal e em respeito ao Governo nesta Casa, para quenão interfiram na votação da PEC paralela. Repito:não tenho dúvida de que o Governo votará essa ma-téria. Se não votá-la, não haverá Semana Santa como PT no Governo, pois o povo pedirá a saída de Lulapor desrespeitar a sociedade, o povo e, acima detudo, o Congresso Nacional.

DOCUMENTO A QUE SE REFERE OSR. SENADOR EFRAIM MORAIS EM SEUPRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, incisoI e § 2º, do Regimento Interno.)

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01071 243ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – V. Exªserá atendido nos termos regimentais.

Restam ainda treze minutos para o encerra-mento da sessão.

Senador Mão Santa, o Senador Magno Maltasolicita à Presidência que divida o tempo restante dasessão com V. Exª.

Concedo a palavra ao Senador Mão Santa.O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI. Pronuncia o

seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Pre-sidente, Senador Romeu Tuma, Srªs e Srs. Senado-res, aproveito a oportunidade para citar Gilberto Frei-re, que, passando pelo Congresso, disse que nestaCasa se estudam os problemas do País.

Gostaria que o Senado estivesse em recesso,porque tive de suspender minha viagem de estudo aoChile. O Senador Heráclito Fortes até me entusias-mou a visitar aquele País. O Chile tem condições mui-to adversas; tem vulcão, terremoto e maremoto. OBrasil não tem nada disso, Senador Magno Malta,mas o povo chileno diz que Santiago é Londres daAmérica do Sul.

O Senador Romeu Tuma é de São Paulo, Esta-do que está completando 450 anos. Santiago tem 458anos. Senador Romeu Tuma, V. Exª encarnou o sím-bolo da polícia que sonhamos. Senador vitalício Rai-mundo Carreiro, fiquei perplexo quando o taxista,pessoa do povo, disse orgulhoso: “A polícia daqui nãoé corrupta.” Senador Romeu Tuma, seu sonho estáno Chile. Fiquei perplexo, admirado e decepcionadocom a educação do nosso País. É o povo, um taxistaquem diz que a polícia do Chile não é corrupta. Sena-dor Magno Malta, esteja atento para esse fato.

Advirto o PT, que está no poder. Está aqui ape-nas um Parlamentar dessa legenda: Senador Eurípe-des Camargo. Aproveito, então, para mandar aquela“mensagem a Garcia”, que ele encontre o PresidenteLula e lhe dê de presente este livro de Ricardo Lagos:Conversação no Caminho.

Todos sabem que os chilenos tiveram um gover-no militar, uma ditadura, que começou em 1973 e du-rou dezessete anos. Depois voltaram à democracia.

Presidente Romeu Tuma, depois disso eles ti-veram apenas três Presidentes: Patrício Aylwin, Edu-ardo Frei e Ricardo Lagos. Analfabetos, o Chile nãoos tem, Senador Demóstenes Torres. Os chilenossão orgulhosos.

Fui Governador e sei como é difícil essa tarefa.Senador Eurípedes Camargo, que, com muita com-petência, substitui o nosso Ministro, que V. Exª substi-tui, com muita competência, lá a educação é obrigató-

ria durante 12 anos. É pública, gratuita e eficiente, Se-nador Heráclito Fortes. Foram aumentando a escola-ridade gratuita: de quatro passaram para oito e, ago-ra, para doze anos.

A universidade, Senador Demóstenes, é priva-da, mas o Governo propicia, Senador Efraim Morais,um crédito que é cobrado apenas dois anos depois daformatura. Aí há razão de as universidades serem pri-vadas, porque eles tiveram 12 anos de ensino públicogratuito.

Com relação às estradas, Senador RomeuTuma – andei dez dias no Chile, passei por Santiago,Valparaizo, Viña del Mar, Cartagena, Isla Negra –,não há nenhum buraco. Senador Heráclito Fortes,não há buraco em nenhuma estrada do Chile! Quevergonha! Que vergonha o que acontece em nossoPaís! Senador Heráclito Fortes, nossa ponte na liga-ção de Teresina ao lugar onde nasci, no litoral do Pia-uí, uma ponte estreita...

O Sr. Heráclito Fortes (PFL – PI) – Quarentametros de extensão.

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – ... no dia 16de janeiro fez um ano que as obras estão paradas.Vamos comemorar aqui, com um bolo e velas. Lá sópassa um carro de cada vez. As obras começaram,entrou o Governo do PT... Apagaram a inscrição“Ordem e Progresso” da bandeira e puseram: “PP –País Paradão” Faz um ano que as obras na ponte en-tre Piripiri e Campo Maior estão paradas . Um ano! Aíé que é.

E a austeridade no Chile? Senador EurípedesCamargo, eu vi; fiquei num bairro, Providencia. Aliás,há um livro também muito interessante da escritoraIsabel Allende – com a A Casa dos Espíritos ela fi-cou famosa –, em que ela, analisa a austeridade. Acasa do Presidente Ricardo Lagos, Senador HeráclitoFortes, era semelhante àquela em que fiquei quandoGovernador do Piauí: um sobrado. Aliás, a nossa eraaté maior e tinha uma área em volta; a dele não. Euouvi o taxista dizer: “Olha, a casa do Presidente Ri-cardo Lagos é essa. Ele mora aí. Ele é visto, quandorecebe as autoridades – atentai bem, Eurípedes, comessa sua modéstia, V. Ex.ª devia ser cotado nessamudança, para, com sua simplicidade e austeridade,orientar o Governo –, é visto, Senador Romeu Tuma,servindo os drinques às autoridades, aos Presidente;a esposa dele é vista colocando a toalha na mesa.Essa é a simplicidade e a austeridade que fazem oChile hoje ser um grande país.

Quero dizer, Senador Efraim Morais, engenhei-ro, que depois de dez dias não vi um buraco no asfal-to. Não compreendo essas coisas. Nesse país tão

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Page 260: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

grande com tantas dificuldades. Senador Demóste-nes, há terremotos, há cinqüenta e nove vulcões ati-vos.

Enfim, lá o salário mínimo – defendemos aqui eo PT negou –, que é uma distribuição de riqueza, derecursos, é de US$170.00. Aqui está baixando: erade US$100.00 e está US$78.00.

Este Senado é muito bom; se há austeridade,ela está aqui. No Chile há 40 Senadores para uma po-pulação de 17 milhões. Então, a causa do erro não éaqui, não está no Senado.

O Presidente Fernando Henrique Cardoso viveuno Chile muito tempo. Aprendeu muita coisa e ensi-nou na Cepal. Levou seus companheiros José Serrae Paulo Renato, e eles se inspiraram num programade lá: Chile Solidário. É evidente que não colocariamBrasil Solidário; aqui chamaram o programa de Co-munidade Solidária. Mas houve esse avanço, avançoque veio pelo trabalho e pela educação.

E quero lhe dizer, Senador Eurípedes Camargo,que não vi, em dez dias, nenhum esmoler. Ninguémpediu. Uma só vez, Senador Romeu Tuma, uma cri-ança, educada, se aproximou numa sorveteria, ten-tando vender uma flor. Ofereci, então, um sorvete, eele disse: “Quero levar para a minha mãe!” E eu brin-cava: “E a sua mãe é bonita? Mais bonita do queessa, do que a Adalgisa?” Ele disse que era. E foibuscá-la. Mesmo aquelas crianças eram educadas,Senador Demóstenes Torres.

Acho que é possível realizar esse sonho aqui.Senador Eurípedes Camargo. Com todo respeito a V.Ex.ª, acredito em Deus, que disse: “Comerás o pãocom o suor do teu rosto.” A preocupação do Chile ébuscar trabalho. Isso é velho! O que está faltando nacúpula que governa é estudo. Aqui, estão abando-nando a maior riqueza, a riqueza do conhecimento.Assistimos ao desmonte do serviço público, com essareforma, o desmonte das pesquisas, do saber. Esse éo avanço. E essa é nossa preocupação.

Portanto, são as nossas palavras. Lamento, Se-nador Efraim Morais, o que acontece aqui. Há quaseum ano que estou nesta Casa. Pedimos R$60 milpara fazer funcionar um hospital universitário no Pia-uí... Esse avião é desnecessário. Eu, no lugar do Pre-sidente da República, com o dinheiro desse aviãodesnecessário, US$67 milhões (R$195 milhões),chamaria cada prefeito brasileiro e lhe entregaria umaambulância. E mais: chamaria cada Governador e lhedaria sete mil viaturas, a fim de melhorar a segurançanacional.

Norberto Bobbio, tão exaltado nesta Casa peloSenador Marco Maciel, o teórico da política, que viu aguerra mundial, viu o destroço dos comunistas, doFascismo, de Mussolini, do Nazismo, de Hitler, e so-nhou com a democracia, Senador Demóstenes Tor-res, disse que o mínimo que temos de exigir de umgoverno é a segurança: segurança à vida, segurançaà liberdade e segurança à propriedade.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma. Fazendosoar a campainha.) – V. Exª vai conceder aparte, Se-nador Mão Santa? Seu tempo já se esgotou.

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Estou na de-pendência de V. Exª.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – V. Exªprefere concluir seu discurso? Seu tempo está esgo-tado.

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Posso con-ceder. Concedo um aparte ao brilhante Senador doPiauí Heráclito Fortes, que vai conosco pedir os 60mil reais necessários para fazer funcionar nosso hos-pital universitário.

Eu não poderia deixar também de ouvir essa fi-gura das mais brilhantes do PT. Que leve esta mensa-gem ao Presidente Lula, que ajudamos a eleger: nãoestamos falando nada por agressão, mas por aquiloem que acreditamos: no estudo. Que o Presidente es-tude o processo de desenvolvimento do Chile.

O Sr. Heráclito Fortes (PFL – PI) – SenadorMão Santa, estou aqui ao lado do Senador Efraim ou-vindo atentamente o pronunciamento de V. Exª. Com-preendemos a indignação e a revolta com esse esta-do de coisas que V. Exª acaba de citar em seu pro-nunciamento. Com relação à ponte que separa Cam-po Maior de Piripiri, que é uma ponte de pouco maisde 40 metros, um pontilhão, V. Exª está coberto de ra-zão. Se V. Exª examinar uma declaração do MinistroAnderson Adauto, S. Exª diz que o Ministério dosTransportes arrecadou, no ano passado, R$8 bilhõesde recursos da Cide. Desses R$8 bilhões, o Ministériodos Transportes recebeu apenas R$1,5 bilhão e, des-ses R$1,5 bilhão, apenas 500 milhões foram efetiva-mente usados pelo Ministério para estradas no Brasil.Nada se justifica. Finalmente me parece que isso estáresolvido, pois uma decisão do Supremo Tribunal Fe-deral obriga, a partir deste ano, a que os recursos daCide sejam usados na infra-estrutura de transportes.Oxalá isso realmente se cumpra e possamos, pelomenos nessa questão, diminuir o estado vergonhosoem que as rodovias e as ferrovias brasileiras se en-contram. Quero parabenizar V. Exª por essa perma-nência – interrompida por força da convocação desteCongresso – no Chile, onde foi viver experiências e

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estudar a realidade local. Faço este aparte a V Exª etenho certeza de que irá concordar comigo. Minutosatrás, V. Exª se encontrava presidindo os trabalhos,pedi a palavra para alertar o Governo Estadual e Fe-deral sobre as enchentes que começam na região dePicos, Estado do Piauí. Quero comprovar, PresidenteRomeu Tuma, a eficiência da nossa TV Senado.Após a minha fala, recebi inúmeros telefonemas depessoas da região me fornecendo mais alguns dadosmostrando como o problema todo vem se agravando.Por exemplo, Senador Mão Santa, ex-Governador doPiauí, a barragem de Patos já transborda, fazendocom que o volume excessivo de suas águas deságüeno rio Itaí e, conseqüentemente, em nosso rio Guari-bas. E a enchente também começa a atingir a cidadede Picos, em seu Bairro Papelão, cujas casas se en-contram invadidas pelas águas. A nossa querida Ave-nida Getúlio Vargas, que V. Exª tão bem conhece, co-meça também a ser atingida pelas águas. Sabemosdas dificuldades. Lembro-me bem, Senador MãoSanta, meu pai era Fiscal de Rendas exatamente nacidade de Picos, na década de 60, quando ocorreu amaior enchente daquela época, e as cidades maisatingidas foram exatamente Itainópolis e Picos. Apro-veito esta oportunidade – tenho certeza que V. Exªcompreenderá este meu desvio de rota no pronuncia-mento de V. Exª – para trazer mais esses dados e re-novar o meu apelo ao Governador Welington Dias eao Ministro Ciro Gomes no sentido de, evitando todae qualquer burocracia, socorrer o mais rapidamentepossível as pessoas atingidas por esse início de cala-midade em nosso Estado. Muito obrigado, Senador.

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Agradeço...O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Sena-

dor, faria um grande apelo a V. Exª porque o seu tem-po já se esgotou: que V. Exª apressasse o encerra-mento para que pudéssemos realmente ler o expedi-ente que ainda resta.

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Só pediria apermissão para...

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Faria sóum apelo...

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – (...) respeitaro pedido...

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Por fa-vor, Senador Demóstenes continue com o microfonede apartes.

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – (...) de apar-te dos dois brilhantes Senadores: do PT, EurípedesCamargo, e do PFL, Demóstenes Torres.

O Sr. Eurípedes Camargo (Bloco/PT – DF) –Quero agradecer a oportunidade do aparte. Serei bre-ve. V. Exª traz uma discussão importante sobre asmazelas sociais que, ao longo da História do Brasil,foram construídas, e estamos vivendo e presencian-do nesse momento. As notícias dos jornais sobre otrem-bala me preocupam porque até hoje as obras dometrô em Ceilândia, minha cidade, estão inacabadas.O próprio Senado construiu essa discussão sobreobras inacabadas para contribuir com a não criaçãode factóides. São feitas apenas estruturas, com gastodo dinheiro público. É uma história que passa pelonosso cuidado, e sei que o Senado tem essa preocu-pação, pois criou essa comissão. Espero que faça-mos os nossos governantes entenderem – o Presi-dente da República, os governantes estaduais e osmunicipais – a preocupação com o Erário porque nãohá dinheiro que cubra essas mazelas. Sempre deve-mos lembrar que o dinheiro tem receita e despesa,tem um custo, e quem paga é o contribuinte. Precisa-mos fazer essa discussão a fundo e não apenas essainterferência partidária; discutir o País como um todo,entendendo que o Partido dos Trabalhadores estágovernando o País, mas governa com vários outrosatores desse processo pelo qual estamos construindonossa sociedade. Apresento este alerta ao discursode V. Exª, expondo essa outra questão que acho fun-damental. Comungo com a preocupação de V. Exª.

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Agradece-mos o aparte. Eu apenas convidava o grande LíderEurípedes a passar por uma livraria e levar esse pre-sente ao nosso Presidente da República.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – V. Exªnão gostaria de oferecê-lo com sua dedicatória? Se-ria bem elegante da parte de V. Exª.

O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Pode ser.O Sr. Demóstenes Torres (PFL – GO) – Man-

dar ao Presidente Lula?O SR. MÃO SANTA (PMDB – PI) – Concedo um

aparte ao Senador Demóstenes Torres.O Sr. Demóstenes Torres (PFL – GO) – Sena-

dor Mão Santa, V. Exª faz um discurso muito pertinen-te. Tive oportunidade, no ano de 2001, de conhecertambém o Chile, de andar pelo Chile mais de 2 milquilômetros ida e volta por essa mesma região e ou-tras. No ano passado, pude ir também a Punta Are-nas para tentar chegar à estação brasileira na Antárti-ca e tivemos que ficar em Punta Arenas. O Chile é umpaís diferenciado: tem vulcões, desertos, cordilhei-ras, possui riquezas e, também, vicissitudes. O Chile,como a Argentina, investe seu capital em educação.Tive a oportunidade de apresentar um projeto criando

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01075 247ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 262: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

uma escola em tempo integral, até o ano de 2010,para todas os alunos brasileiros. O Ministro da Educa-ção concorda com esse projeto. S. Exª precisará deR$1 bilhão a mais por ano para transformar em esco-las de tempo integral todas as escolas de 1º Grau doBrasil, até o ano 2007. O Banco Mundial fez um estu-do. Quarenta por cento do PIB brasileiro é surrupiadoou mal gerenciado. Foi o que disse o Senador Eurípe-des Camargo. No Brasil, por deficiência de formaçãoou de caráter, desaparecem R$500 bilhões por ano.Com R$500 bilhões poderemos resolver os proble-mas da infância e da juventude, poderemos imple-mentar a escola em tempo integral. Aliás, poderíamostê-lo feito desde o primeiro Governador-Geral do Bra-sil. Quero parabenizar V. Exª. É claro que a soluçãoestá aí. V. Exª foi até lá, é um homem arguto, viu oque está acontecendo e sabe que a solução para oBrasil é educação, respeito e menos roubalheira. Hátrês projetos que apresentei e chamo de pacote anti-corrupção, que trata como crime hediondo aquelesque tomam conta do nosso Erário e o surrupiam. Pa-rabéns a V. Exª, que faz um pronunciamento brilhan-te. Creio que V. Exª tem a receita para que este Paíssiga adiante. Parabéns!

O SR. MÃO SANTA (PMEDB – PI) – Sr. Presi-dente Romeu Tuma e Senador Demóstenes Torres,não vou dar este livro de presente.

A bem da verdade – como Cristo dizia: em ver-dade, em verdade vos digo –, comprei este livro parapresentear o Presidente José Sarney, mas comecei alê-lo e gostei tanto! Creio que o Presidente Sarney jáestá muito sabido.

Senador Demóstenes, acredito muito na rique-za do saber, do conhecimento.

Aristóteles, em seu livro Política, que escreveudepois de Ética, já dizia que programas sociais quevisam a dar dinheiro aos pobres é o mesmo que botarágua numa vasilha furada. Esses são os programasdo PT. A consistência é criar o saber e com ele buscaro trabalho para fazer a riqueza.

Não vou dar este livro de presente. O Presiden-te Sarney queria ganhá-lo, mas não vai, porque gos-tei muito do livro e preciso dele mais que o S. Exª, quejá tem muita sabedoria.

Quero terminar fazendo uma homenagem comobjetividade – amanhã vou à missa de 7º dia da D.Kyola, santa Kyola! Há pouco, telefonei para minhamulher. Atentai para o mapa do Brasil: Fortaleza, SãoLuís; a sabedoria, a virtude e a felicidade estão nomeio. Chama-se Parnaíba, no Piauí, a minha cidade.Então, como eu dizia, há pouco eu falava com a mi-nha esposa: “De São Luís, vamos, por terra, para Par-

naíba”. “Não, não pode, não. Não há mais estrada”.Graças a Deus, o Heráclito ofereceu uma carona parairmos a Teresina. E vou fazer um bolo, com vela, deum ano da obra parada do rio Corrente, que refleteeste Governo, que não olha nem a Bandeira, na qualestá escrito Ordem e Progresso.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Senador

Magno Malta, em respeito a V. Exª e pelo fato de a po-pulação brasileira, por meio da TV Senado, sempreesperar V. Exª encerrar a sessão depois da hora, V.Exª tem a palavra por cinco minutos.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL – ES. Pro-nuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) –Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, se eu fossemais sabido, eu teria aparteado o Senador Mão San-ta, falado por dez ou quinze minutos e já teria dado omeu recado.

O Sr. Efraim Morais (PFL – PB) – Os últimosserão os primeiros!

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL – ES) – Poisé! A Bíblia é sábia: os últimos serão os primeiros.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Mas háalguns Senadores que não são sabidos e que ficamaqui, às 18horas e 30 minutos para se inscreverem.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL – ES) – Maseu gostaria de orientar os Senadores que podem meapartear e falar sobre um outro assunto, que isso épermitido.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Tudobem! Respeitamos todos os Senadores nos apartes,e V. Exª tem a palavra.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL – ES) –Aprendi com o Senador Heráclito Fortes. Agora estoumais sabido!

Sr. Presidente, eu gostaria de, rapidamente, tra-zer à luz dois assuntos: o primeiro deles é a minhapreocupação também com a PEC 77. Na Base do Go-verno, o Senador Paulo Paim, a Senadora SerysSlhessarenko, o Senador Marcelo Crivella, o SenadorAelton Freitas e eu resistimos, todo o tempo, à PEC67, especialmente em relação à questão que trata dataxação dos inativos, da paridade e da regra de tran-sição. Pontos também batidos e debatidos pela Opo-sição nesta Casa. A partir de muita luta do segmentoda Base do Governo e da Oposição, encontramos al-guns caminhos e melhoramos esses pontos que tantoangustiavam e faziam sofrer os servidores.

A PEC 67 foi votada na Câmara dos Deputados.Não se podia esperar que o Senado Federal fossevotá-la sem analisá-la, sem oferecer alguma contribu-

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Page 263: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

ição, até porque isso seria uma prova de incapacida-de. Demos a nossa contribuição à PEC 77. O Gover-no fez um acordo com esta Casa no sentido de que,se votássemos a PEC 67, a nº 77 seria votada imedia-tamente.

Agora, prestem atenção os senhores cidadãosdeste País, que assistem a este programa de televi-são: votamos a PEC 77 em caráter de urgência –aliás, votamos também a 67 –, num acordo de Líde-res; quebramos todos os interstícios desta Casa.Quem está há muito tempo no Parlamento sabe queisso não é um vilipêndio ao Regimento Interno, mas,quando há acordo de Líderes, passa-se por cima dosprazos, visando o interesse da sociedade.

Aqui, fizemos o acordo, e o acordo foi cumpridoentre Oposição e Situação. Vencemos os interstícios,passamos por cima, em nome do interesse coletivo.Votou-se com a garantia de que imediatamente aPEC 77 seria votada. Votamos a matéria antes do Na-tal. Tínhamos ainda até o dia 31 para votar a 77, e aCâmara poderia ter feito isso. Em um acordo de Líde-res, seriam quebrados todos os interstícios, e nós, en-tão, entraríamos em 2004 com a PEC 77 votada. Nãoestaríamos hoje aqui expostos a um desgaste desne-cessário por causa de uma birra meramente infantil.

Antes de encerrar o ano, ouvi uma entrevista deuma pessoa que considero: o Presidente João PauloCunha. Pensei que, pertencendo ao núcleo do Gover-no ou da “República Paulista” do PT, S. Exª estivesseem consonância com a Liderança do seu Partido ecom a Liderança do Governo. S. Exª deu uma entre-vista dizendo que não vê sentido nisso e que não vaivotar.

Saio daqui com alguns outros Líderes e vamosà Câmara. Reunimo-nos com alguns Líderes daquelaCasa e eles disseram: “Quem teve o nome no outdo-or fomos nós; quem levou tomates e ovos podres for-mos nós”.

A mim me parece ser esta uma atitude muitoimatura para quem quer contribuir com uma Naçãoque precisa de mudança urgente.

O Governo não nos permitiu avançar em rela-ção a PEC 77, mas o permitiu ao Senado. O Governonão permitiu nada ao Senado. O Senado discutiu oavanço; o Senado resistiu, por entender que isso erao melhor para o servidor, e, a partir dessa luta, nasceuum acordo.

Pois bem, sofremos o desgaste, e o Senado nãosofreu nada; a Câmara teve ônus, e o Senado nãoteve ônus algum. O Senado só teve bônus. Portanto,não vamos votar a 77.

Não é problema nosso. Votamos a PEC 77, queé o avanço na paridade e na regra de transição. Nasquestões que atingem os pensionistas e os portado-res de doenças incapacitantes.

Ora, fomos convocados pelo Governo, cumprin-do um acordo que ele fez com esta Casa. O Governoconvocou e “quem pariu Mateus que o embale”. OGoverno tem força suficiente para isso.

Quando eu discursava, dizia que o PresidenteFernando Henrique Cardoso não fez algumas refor-mas porque não quis, uma vez que tinha base sufici-ente para eleger um poste, se ele quisesse. O Gover-no, de cuja base faço parte, também tem base na Câ-mara para aprovar uma moção de aplauso a um pos-te, se quiser.

A PEC 77 está lá. Fomos convocados com esseobjetivo. Tentamos trabalhar algumas pautas, porqueexistem temas importantes. A reforma do Judiciário,por exemplo.

Ouvimos, aqui, um primeiro discurso desta con-vocação, do Senador Demóstenes Torres, um dosmais ricos possíveis. E ninguém neste País é tolopara ignorar que tudo o que mais precisa ser reforma-do no Brasil, neste exato momento, é o Judiciário.Precisamos discutir a súmula vinculante, precisamosdiscutir a questão do nepotismo, precisamos fazer ocontrole externo do Judiciário. Há uma série de temaspara se trabalhar nesta convocação, se quisermos.

Na Câmara, há que se instalar a CPI do tráficode órgãos. Parece-me que há uma resistência do Mi-nistro da Saúde nesse sentido, como se fosse uma fa-lácia o tráfico de órgãos neste País. Que se instale aComissão e se comece a trabalhar, mas o objetivo daconvocação foi a PEC 77. Se ela não for votada, ima-gino duas coisas: primeiro, o desgaste público impos-to a todos nós pelo Governo será dos maiores possí-veis. Em segundo lugar, se o Governo não cumprir oacordo e se a PEC 77 não for votada, sou da Base doGoverno, não sou subserviente. O Governo acabounesta Casa. Dê-nos razão para acreditarmos no quenos for proposto; dê-nos razão para acreditarmos noLíder do Governo, ou na futura Líder do Partido dosTrabalhadores nesta Casa.

A vida de um homem é construída com sua pala-vra. Ninguém constrói uma vida honrada e digna sempalavra. Ainda sou neófito no Senado, pois faz ape-nas um ano que aqui estou. V. Exª está há mais tem-po nesta Casa. Mas a mim me parece que aqui o queé combinado não é caro.

Participei de reunião de Liderança, com Líderesde três mandatos nesta Casa e também da Oposição,

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01077 249ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 264: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

que cumpriram, no plenário, o que foi tratado na reu-nião.

Então, o mínimo que espero de um Governo noqual acredito é que conduza sua Base para votar aPEC 77, porque é isso que quer a sociedade, é issoque querem os servidores, é isso que estão pedindoos servidores.

Se a bobagem, a picuinha, a imaturidade, a coi-sa de criança é porque nosso nome foi para o outdo-or, porque levamos ovo podre, e o Senado nada, la-mento informar que, se não votarem a PEC, voltarãopara o outdoor.

Então, espero que haja bom senso da parte doPresidente, das Lideranças do Governo na Câmarados Deputados, para que os servidores tenham aPEC 77 votada nesta convocação para o que fomoschamados.

Encerro, Sr. Presidente, dizendo que amanhãestarei nesta tribuna para, mais uma vez, discutir omeu projeto que trata da questão dos advogados doarcotráfico e do crime organizado neste País. Sãoesses os mais vitoriosos, os mais bem-sucedidos. Seo cliente não declara à Receita Federal a origem dasua remuneração com a qual paga os seus advoga-dos pelos serviços prestados, entende-se que a ri-queza do que não é declarado é crime.

Sr. Presidente, estou mais aliviado por saberque a Oposição, o PFL principalmente, conta com oSenador Demóstenes e com V. Exª, Senador RomeuTuma, para a discussão das questões jurídicas, ques-tões que tratam de matéria que envolve a sociedade.

Temos na Casa uma proposta do Senador Anto-nio Carlos Magalhães que caminha também nessamesma direção. Estou aliviado e na certeza de quedaremos aos advogados de bem um presente aoaprovarmos esse projeto e daremos àqueles que ad-vogam para bandidos, aqueles que se tornam “gan-sos” e operadores de dinheiro dos bandidos que es-tão atrás das grades, o devido tratamento; e é issoque a sociedade brasileira espera de nós.

Ontem, encerrei o meu pronunciamento dizen-do que, à medida que a criminalidade avança, nós re-cuamos, ou seja, ela dá dez passos para frente, nósdamos um para trás. Parece que, à medida que o cri-me organizado e o Estado criminoso vai tomando cor-po na sociedade civil de direito, nós aqui também nosamedrontamos, não sei em nome de quem e paraque, e recuamos naquilo em que devemos endurecer,até porque não somos Poder Judiciário, nem somosPoder Executivo. Nós não construímos, não temoschave de cofre nem mandamos prender. O nosso pa-

pel é construir o instrumento legislativo para que o Ju-diciário possa executar. É isso que temos de fazer, eé isso que a sociedade espera.

Então, amanhã, Sr. Presidente, quero voltar adiscutir aqui, no plenário, meu projeto que pune essescidadãos que desonram a sua classe e que cospemno rosto da sociedade brasileira.

Obrigado pela benevolência, Sr. Presidente.O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI) – Sr.

Presidente, peço a palavra, para uma explicação pes-soal.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Tem V.Exª a palavra.

O SR. HERÁCLITO FORTES (PFL – PI. Parauma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) –Sr. Presidente, é com o maior constrangimento quepeço a palavra a V. Exª. Com a melhor das intenções,pedi ao meu colega de Bancada, Senador Mão San-ta, permissão para, no seu pronunciamento, inserirum fato da maior importância para o meu Estado.Longe de ser um ato de esperteza ou de sabedoria,mas um ato de desespero daqueles que me motiva-ram a fazer um pronunciamento.

Quero dizer a V. Exª e principalmente ao Sena-dor Magno Malta, por quem tenho o maior apreço eadmiração, que a minha intenção não foi essa, mas ade um Senador da República de um Estado que, nomomento, vê a população de duas grandes cidadespadecendo de um enchente repentina, e, por essa ra-zão, começa a ser cobrado pelos companheiros a fimde que tome providência.

Eu não iria dar essa explicação, mas me sentimotivado a dizer ao Senador Magno Malta que S. Exªtem grande prestígio no Estado do Piauí.

Acabei de receber dois telefonemas, SenadorMagno Malta, de dois piauienses que admiram maisV. Exª do que a mim. O Sr. João Pereira Ramos ligoupara dizer que era seu fã, que tem um disco de V. Exªautografado, em que canta músicas religiosas, e queestá esperando um show de V. Exª no Piauí. Fiqueitriste porque, como seu colega, V. Exª devia ter meavisado, para que eu pudesse me agendar para estarpresente no seu show e aplaudi-lo. Mas esse seu fãpede que V. Exª seja compreensivo com a dor por quepassam seus conterrâneos e invoca que V. Exª, comoum seguidor de Deus, compreenda a impropriedadedeste Senador, que não teve nenhuma outra intençãoa não ser a de atender ao apelo de duas grandes ci-dades: Picos, onde esperam o show de V. Exª, e a ci-dade de Itainópolis.

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Senador Magno Malta, lamento ter atrasado odiscurso de V. Exª, mas espero, do fundo da alma edo coração, a sua compreensão, em nome dos doismil desabrigados da cidade de Picos. Para que V. Exªtenha idéia, as águas começam a se aproximar deuma tradicional escola normal daquela cidade.

Eu não gostaria de não cumprir aquilo que mefoi pedido. Sendo V. Exª um temente a Deus e um ho-mem de fé, peço apenas que me perdoe por ter cer-ceado o povo do seu Estado de ter-lhe ouvido maiscedo, mas o estado de necessidade me obrigou aisso. E peço que V. Exª assuma um compromisso co-migo: no dia do show em Picos, quero estar presentepara aplaudi-lo e gostaria de possuir também um dis-co seu, com autógrafo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL – ES) – Sr.

Presidente, peço a palavra por ter cido citado. Dessaforma, estou respaldado no Regimento.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Mas foisó um desabafo, Senador Magno Malta.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL – ES) – Seique não fui citado de forma negativa, mas eu queriaexplicar.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Poisnão, Senador.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL – ES. Parauma explicação pessoal. Sem revisão do orador.) –Sr. Presidente, tenho pelo Senador Heráclito Fortes amaior amizade do mundo e respeito. Na verdade,quando fiz a minha colocação na tribuna, o fiz muitomais em nome da nossa amizade; eu estava muitomais brincando com S. Exª. Longe de mim.

Estou vivendo a mesma angústia de S. Exª. MeuEstado, o Espírito Santo, está debaixo d’água. Seiexatamente o que é tratar dessa questão e penso quefoi pertinente.

O Senador Mão Santa estava à vontade, dan-do-nos apartes à vontade. Também V. Exª estava àvontade, Senador Heráclito Fortes, tentando fazercom que S. Exª devolvesse a palavra à Mesa, mas S.Exª não o fazia de maneira nenhuma. Eu também es-tava tão à vontade, num momento de descontração,até porque nós, o Senado, cumprimos nosso papel naPEC 77, que brinquei com o meu amigo, sem nenhumproblema. Creio que V. Exª realmente cumpriu o seupapel. Eu teria feito a mesma coisa.

Com relação ao show, não sei ainda, mas ireicom o maior prazer. Aliás, estou sendo divulgado narádio de S. Exª. Se houver algum evento a fim de arre-

cadar fundos para atender as pessoas nessa calami-dade, gostaria de dar a minha contribuição.

Sr. Presidente, era o que eu queria dizer ao meuamigo, Senador Heráclito Fortes, pois não tive a me-nor intenção de menosprezar a intervenção de S. Exª.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Jesusabençoará os dois, em benefício da população deseus Estados.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL – ES) – Comcerteza.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – A Presi-dência comunica ao Plenário que se encontram aber-tas as inscrições para interpelações ao Sr. Ministro deEstado da Saúde, Sr. Humberto Costa, que compare-cerá ao plenário no próximo dia 4 de fevereiro, às 14horas e 30 minutos, para expor sobre o transplante deórgãos no Brasil.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO) –Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Conce-do a palavra ao Senador Demóstenes Torres.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO.Pela ordem.) – Indago a V. Exª se serão possíveis osquestionamentos verbais ao Ministro.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Acreditoque sim. As interpelações serão verbais, mas haveráuma ordem cronológica de inscrições.

O SR. DEMÓSTENES TORRES (PFL – GO) –Agradeço o esclarecimento.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – SenadorDemóstenes Torres, é importante que V. Exª, estan-do presente, já se inscreva para ser o primeiro inter-pelante, se assim o desejar.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Não hámais oradores inscritos.

Os Srs. Senadores Valdir Raupp, Jefferson Pe-res e Leonel Pavan enviaram discursos à Mesa paraserem publicados, na forma do disposto no art. 203,combinado com o inciso I e o § 2º do art. 210 do Regi-mento Interno.

S. Exªs serão atendidos.O SR. VALDIR RAUPP (PMDB – RO. Sem apa-

nhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.Senadores, elogiei recentemente, nesta tribuna, a de-cisão do Governo Federal de autorizar o aproveita-mento da safra já plantada, no Sul do País, de sojageneticamente modificada, ou transgênica. Na oca-sião, teci algumas considerações mais genéricas so-bre o emprego de organismos transgênicos na agri-cultura, enfatizando a necessidade de termos umasolução legal definitiva para a questão, pondo fim ao

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clima de incerteza dos últimos anos, que tem intran-qüilizado nossos agricultores.

De fato, mais talvez que qualquer outro negócio,a atividade agrícola já está submetida a demasiadasincertezas, pela sua própria natureza de dependênciade fatores naturais, como os meteorológicos, porexemplo, que afetam não somente a produção local,mas também a de outros países, fato que vai determi-nar, no fim das contas os preços dos seus produtos, eseus lucros. A introdução artificial de mais incertezasé um terrível desestímulo ao agricultor, e deve sem-pre ser evitada.

Por isso, o envio de um Projeto de Lei para regu-lamentar a política de biossegurança no País deve re-ceber, em princípio, o aplauso de todos os interessa-dos na questão, independentemente de suas posi-ções na polêmica quanto à conveniência ou não doemprego generalizado de organismos geneticamentemodificados (OGMs). No mínimo, a elaboração de umProjeto expressa a disposição do Governo de estabe-lecer um marco regulatório para o setor, pondo umtermo àquela incerteza de que falávamos, e que tantoincomoda o agricultor. Cabe ao Congresso Nacional,agora, examinar a proposta do Governo e, por maio-ria, decidir o que ali há de positivo, e que deve seraprovado, e o que pode ser aprimorado.

Aliás, a noção de que esse Projeto de Lei –como, de resto, qualquer proposição legislativa querecebamos do Poder Executivo – deva ser aperfeiço-ado neste Congresso foi expressa pelo próprio Minis-tro da Agricultura, da Pecuária e do Abastecimento(MAPA), Roberto Rodrigues, como mostra a reporta-gem de Fabíola Salvador no diário paulistano O Esta-do de S. Paulo, edição de 31 de outubro. Segundo ajornalista, o titular do MAPA não ficou satisfeito com otexto dito “de consenso” que saiu das discussões noExecutivo, mas preferiu não entrar em confronto coma área ambientalista do Governo, deixando para osmembros do Congresso o embate final entre defenso-res e adversários dos transgênicos.

O Ministro tem razão, pois o Legislativo é a casados debates, das discussões; está consciente, ainda,de que lhe cabe subsidiar e estimular a bancada daagricultura no sentido que lhe parece acertado.

De fato, ainda segundo a matéria de FabíolaSalvador, a posição da Ministra do Meio Ambiente se-ria a mesma, mutatis mutandis: ela teria, igualmente,recuado de uma posição mais enérgica para evitar odesgaste dentro do Governo, avaliando poder contarcom a bancada ambientalista aqui no Legislativo paraas alterações que lhe pareçam convenientes ou ne-cessárias.

Mais que o desencontro e o descompasso entresetores do Governo, com o incômodo que provocamesmo aos observadores mais isentos, o episódiodemonstra o mérito da democracia, que é o de possi-bilitar que a palavra decisiva parta da representaçãoda população e da Federação, por maioria, que é arazão de ser do Congresso Nacional.

De fato, como não poderia deixar de acontecer,o Projeto recebeu críticas, e de todos os lados. Osambientalistas, como os Deputados Fernando Gabei-ra e Sarney Filho, questionaram a falta da previsão deum esquema de fiscalização do cumprimento da lei,pela dificuldade de se dizer, “no olho”, se uma planta-ção é transgênica ou não. Já o Deputado Luiz CarlosHenzi, integrante da bancada ruralista, condenou anão definição de prazos para que se manifestem osórgãos responsáveis pela autorização da comerciali-zação de plantio de variedades transgênicas. Segun-do o Deputado, isso pode levar os técnicos desses ór-gãos a “brecar” algum processo, simplesmente pelademora a proferir um parecer. A burocracia seria tantaque anularia qualquer boa tentativa, como teria decla-rado Henzi à imprensa, no final de outubro.

A maior crítica ao Projeto, porém, é compartilha-da por diversos agentes interessados no problema, ediz respeito à retirada de poder da Comissão TécnicaNacional de Biossegurança (CTNBio). Acontece queela não terá mais o poder de liberar organismos gene-ticamente modificados, mas somente de barrá-los.Pelo Projeto, quando a CTNBio apresentar um pare-cer positivo, o processo passará a seguir para examedos Ministérios do Meio Ambiente e da Saúde, cadaum dos quais terá poder de veto contra a utilização dequalquer OGM.

Penso, ainda, que a pior modificação é a redu-ção, na composição da CTNBio, do peso dos técnicose o aumento injustificado dos integrantes políticos, ou,como dizem, “representantes da sociedade civil”. Hoje,os técnicos do setor são oito, dos dezoito membros daComissão, e passariam a ser, uma vez aprovado oProjeto em tela, dez em 26 membros. Ou seja, de 44por cento, seu peso seria diminuído para cerca de 38por cento. É uma queda expressiva, que pode decidirmuitas questões mais agudas e polêmicas, e, supo-nho, no sentido menos técnico e mais demagógico.

Está bem, digo logo aos mais zelosos defenso-res da democracia direta, não é meu intento propor odiscricionarismo dos tecnocratas. Minha vida políticaatesta meu compromisso democrático, e creio queseria injusto duvidar disso.

Ocorre que é sempre saudável lembrar a per-gunta de Sócrates a um discípulo que propunha ser o

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critério democrático, de consulta à opinião da maioria,a melhor forma de se resolver qualquer questão difí-cil: se você estivesse sofrendo de algum mal interno,e fosse necessário decidir o que fazer para tratá-lo,você preferiria pesquisar a opinião do povo em geral,na ágora, ou acharia mais adequado pedir os parece-res de uma junta de médicos?

Ora, parece-me que a questão da periculosida-de ou não do emprego de um OGM, e da plausibilida-de ou não de sua liberação, seja, primordialmente,uma questão técnica. Isso descartaria a necessidadee mesmo a conveniência da consulta da opinião de-sinformada de representantes da sociedade civil, pormais apreço que tenhamos à democracia e à partici-pação popular nas decisões sobre os destinos da Na-ção. Aliás, é o próprio nome do órgão, Comissão Téc-nica Nacional de Biossegurança, e enfatizo aqui a pa-lavra “técnica”, que nos deveria convencer e tranqüili-zar quanto a esse fato, de que não se trata, ali, dequestões abertas à especulação por parte de não es-pecialistas.

Não estou afirmando que o emprego dos OGMsseja sempre isento de problemas, ou que tenha so-mente aspectos positivos. Nem estou afirmando quea decisão sobre seu emprego seja, mesmo no campotécnico, uma questão puramente afeita à engenhariagenética. As implicações econômicas e sociais desua introdução devem ser também levadas em conta,sobretudo em um País marcado pela injustiça socialcomo o Brasil, e dotado de um patrimônio de biodiver-sidade único.

Por isso, recomendo a todos a leitura de um re-latório, preparado recentemente por membros da Ro-yal Society de Londres, da Academia Nacional deCiências dos Estados Unidos, da Academia Brasileirade Ciências, da Academia de Ciências da China, daAcademia Nacional de Ciências da Índia, da Acade-mia de Ciências do México e da Academia de Ciênci-as do Terceiro Mundo, intitulado “Plantas transgêni-cas na agricultura” e disponível pela Internet, que dis-corre, de forma clara, sobre as vantagens potenciaise os riscos dessa tecnologia.

Quero apresentar aqui alguns dos pontos levan-tados pelos autores do relatório, apenas para dar ameus Pares uma noção do nível em que se encon-tram as discussões sobre o assunto no mundo.

A primeira questão é relativa à tensão entre asnecessidades de uma população crescente, tanto dealimentos quanto de outros produtos, e a tambémcrescente consciência dos impactos da ação humanasobre o meio ambiente, que podem afetar o destinode todo o planeta. Nesse contexto, a introdução de

técnicas que possibilitem o aumento da produtividadeda terra por extensão cultivada tem certamente refle-xo positivo na redução da demanda pela conquista,às florestas, de novos territórios para a agricultura. Atecnologia dos OGMs, portanto, pode ser um fator deproteção do meio ambiente de maneira muito ampla,e não somente quando permite a redução do empre-go de defensivos agrícolas e pesticidas na lavoura.

Faz-se necessário, em minha opinião, esclare-cer muito bem a opinião pública sobre esse ponto,para romper o monopólio das vozes dos ecologistasantitransgênicos.

A tecnologia dos OGMs pode produzir alimentosmais nutritivos e de mais longa resistência à deterio-ração, o que implicaria maior duração e maior flexibili-dade para as estruturas de armazenamento e trans-porte. O benefício de alimentos mais nutritivos poderepercutir sobre a saúde da população em geral, econtribuir para a redução dos índices de desnutrição.A maior durabilidade também contribuiria para a redu-ção da fome, que constitui uma das principais priori-dades de nosso Governo.

Contudo, como qualquer tecnologia, a introdu-ção dos OGMs pode trazer a redução da necessidadede mão-de-obra nas áreas rurais em que forem utili-zados. Em um quadro de elevado desemprego, esseefeito social não pode ser desprezado. Faz-se neces-sária, portanto, uma avaliação mais cuidadosa doscustos e dos benefícios que a introdução dos transgê-nicos pode acarretar em países em desenvolvimento,com problemas econômicos estruturais, como o Brasil.

O relatório chama ainda a atenção para a ne-cessidade da implantação de um sistema reguladorágil e tecnicamente preparado, para identificar e mo-nitorar quaisquer efeitos potencialmente adversospara a saúde pública que possam surgir das plantastransgênicas.

Uma outra questão abordada no relatório é a dademocratização do acesso à tecnologia. Com efeito,se os benefícios da utilização dos OGMs for tão gran-de para a solução do problema da fome mundialcomo apregoam seus defensores, essa tecnologianão pode ficar restrita aos grandes agricultores quepodem arcar com os custos de patentes e licençasrestritivas. Os autores do relatório recomendam, as-sim, que as empresas privadas e as instituições depesquisa tomem medidas no sentido de compartilhara tecnologia com cientistas responsáveis, que pos-sam ajudar a difundir as conquistas tecnológicas en-tre todos os agricultores. Sugerem, além disso, quese criem isenções especiais para pequenos agriculto-res de todo o mundo.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01081 253ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Esses pontos, rapidamente traçados, demons-tram quão complexa é a questão dos transgênicos, equantas considerações precisam ser feitas, em lugarde um debate estéril entre posições radicalizadas e,na maior parte das vezes, desinformadas. Por isso,precisamos saudar, de saída, a iniciativa do Governode regulamentar o setor, e nos dedicar ao estudo daquestão para aperfeiçoarmos o Projeto de Lei quandochegar para nosso exame nesta Casa.

Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado.

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM. Semapanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs eSrs. Senadores, em meu primeiro pronunciamento de2004, quero compartilhar com os colegas e tambémcom os espectadores, ouvintes e visitantes virtuais dosistema de comunicação do Senado Federal minhacrescente inquietude perante a grave situação en-frentada pelo brasileiro de classe média.

Preliminarmente, convém lembrar que grandespensadores políticos de todas as épocas e das maisdiversas correntes, tais como Aristóteles, Montesqui-eu e Tocqueville, foram unânimes em apontar o papelvital dessas camadas nem muito pobres, nem ricas,para a prosperidade, bem-estar e a estabilidade polí-tica de qualquer sociedade civilizada.

Na nossa história, as classes médias foram econtinuam sendo o centro de gravidade da opiniãopública, o pêndulo que, ao oscilar, prenuncia profun-das mudanças na estrutura de poder, conforme o tes-temunho dos episódios das rebeliões tenentistas con-tra a república oligárquica do café-com-leite; da Re-volução de 1930; da ditadura do Estado Novo; da re-democratização de 1945, acompanhada da Constitu-inte de 1946; do suicídio de Getúlio Vargas em 1954;da euforia de desenvolvimento econômico com esta-bilidade política, sintetizada no otimismo dos anosdourados de JK; da turbulenta e meteórica passagemde Jânio Quadros pelo palco político nacional; do co-lapso da democracia populista em 1964; da transiçãodo regime autoritário à Nova República vinte anos de-pois; da ascensão e da queda não menos meteóricasde Fernando Collor; da consolidação do octênio tuca-no-pefelista de Fernando Henrique Cardoso, graças àestabilidade monetária produzida pelo real.

Mais recentemente, foi a classe média que per-mitiu a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palá-cio do Planalto, mas só depois de o eterno candidatopetista ter reajustado sua imagem e o seu discurso àssensibilidades do eleitor mediano.

Veja, Sr. Presidente, que não há grande misté-rio nesse protagonismo histórico da nossa classe mé-dia.Afinal, ela reúne boa parte, senão a quase totali-dade, dos formadores de opinião, dentre os quais po-líticos, jornalistas, professores, artistas, técnicos, ge-rentes, militares, profissionais liberais, e assim por di-ante.

Apesar de tudo isso, nos intervalos de real ouaparente calmaria da vida nacional, eu, que sou ori-undo da classe média e procuro honrar o voto de con-fiança e esperança que ela me outorgou, fico espan-tado com o abandono político e a orfandade ideológi-ca a que esse imenso segmento se vê, volta e meia,relegado.

Desde sempre, os ricos e os super-ricos contamcom uma abundante oferta de políticos dispostos adefender seus interesses e opiniões em troca de pol-pudas contribuições de campanha. E, de uns tempospara cá, graças a um tardio e bem-vindo amadureci-mento da consciência brasileira para o imperativo ina-diável de se combater a exclusão social, partidos, li-deranças da sociedade civil, mídia e organizaçõesnão-governamentais se desdobram em várias frentesde luta pela dignificação humana de dezenas de mi-lhões de miseráveis e famintos.

Mas, Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, eupergunto: quem defende a classe média brasileira?Quem se preocupa sincera e coerentemente comessa enorme e variada multidão que medeia entre ocume e a base da nossa pirâmide social? Quem falacom e pelo cidadão que ganha entre, digamos, 2 mil e15 mil reais por mês (talvez até um pouco abaixo ouum pouco acima destes limites, pois, a despeito do ta-manho e da heterogeneidade de origens familiares, ati-tudes psicossociais e situações profissionais, subsisteem nossa cultura um forte núcleo de valores éticos e po-líticos de classe média, amplamente compartilhados, oqual já referi, tende a manifestar-se diante das grandesencruzilhadas da nossa trajetória coletiva)?

De minha parte, não tenho dúvida de que a clas-se média há muito tempo vive no limite de sua capaci-dade econômico-financeira. Ela vê rapidamente es-gotarem-se suas reservas de energia física e psíqui-ca, ao mesmo ritmo de seu vertiginoso empobreci-mento. Um cenário de crescimento zero, empregozero, segurança zero e oportunidade zero, no qual oEstado, nos três níveis de governo, é o grande vilãoque se apodera do seu dinheiro, nega-lhe qualquerassistência e projeta uma sombra sobre o seu futuro.

01082 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL254

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Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, propo-nho um simples exercício de aritmética financeirapara ilustrar meu argumento. Com base em dados daReceita Federal, do IBGE, da Fundação Getúlio Var-gas e de outras fontes, como a Febraban, a Associa-ção Brasileira das Empresas de Medicina de Grupo ea Federação das Seguradoras (Fenaseg), vamos verde perto a realidade de uma típica família de classemédia alta, com rendimentos mensais de 12 mil reaise composta de cinco membros.

Na rubrica de impostos pessoais, essa famíliapaga por mês 2.145 reais para o Imposto de Renda(calculado pela alíquota de 27,5%), 411 para o INSS(no teto de contribuição), 250 a título de Imposto so-bre Serviços (conforme a alíquota média para presta-dores de serviços), mais 35 reais da CPMF (ou 0,38%sobre renda líquida).

Quanto aos impostos sobre as despesas men-sais da família com moradia, são mais 120 reais so-bre uma taxa de condomínio de 400 reais, 108 reaisde IPTU sobre o valor de um apartamento de trêsquartos, 155 incidentes sobre a prestação da casaprópria, 26 reais sobre a conta de luz, sete reais sobreo gás de cozinha, outros cinco reais como taxa delixo.

Em seguida, vêm os impostos sobre despesascom veículos: 200 reais sobre um consumo mensalde 200 litros de gasolina, 106 de IPVA, 60 sobre os ju-ros do financiamento e 16 reais sobre o seguro do au-tomóvel.

As tarifas públicas sobre as despesas com tele-comunicações vêm pesando cada vez mais no bolsoda nossa hipotética família. Os impostos entram deci-sivamente na composição desses gastos, com 68 re-ais sobre as despesas com telefonia fixa e celular,mais seis reais sobre o uso da internet.

Outro item que se está tornando muito onerosopara a classe média é a educação, ainda mais que aprecária situação do ensino público força os pais amatricular seus filhos em escolas particulares. Sãooutros 144 reais de impostos sobre duas mensalida-des escolares de 600 reais, mais 67 reais sobre a taxamensal do curso de inglês, que custa 150 reais.

Os impostos sobre planos de saúde e remédioslevam, respectivamente, 58 e 45 reais mensais.

Até aqui, para quem não acompanhou minhafala com uma calculadora na mão, o subtotal deu4.032 reais em impostos. Porém, a sangria fiscal dafamília analisada continua.

Alimentos compõem outra rubrica que sofre for-te taxação na economia brasileira: 783 reais sobre oconsumo mensal médio dos cinco membros daquelafamília. Vestuário: mais 85 reais em impostos.

Somam-se a isso 35 reais correspondentes a ju-ros do cheque especial, 60 reais sobre o salário deuma empregada doméstica no valor de 500 reais pormês, além de 108 reais em impostos sobre despesascom lazer e esportes (natação, academia, cinema, te-atro, livros).

Enfim, somente em impostos, a família em telagasta 5.103 reais, subtraídos aos seus rendimentosmensais de 12 mil reais.

Desgraçadamente, o massacre da classe médianão acaba aí. À carga tributária é preciso acrescentaros gastos motivados pela ineficiência do Estado emáreas essenciais como educação, saúde e previdên-cia privada. Assim, lá se vão 1.056 reais em mensali-dades escolares para os filhos, 275 reais para o planode saúde e 300 reais para a previdência privada docasal.

E vejam as senhoras e os senhores que não es-tou acrescentando gastos e impostos relativos à con-tratação de serviços privados de segurança e equipa-mentos de vigilância, despesas cada vez mais impe-rativas diante da escalada da criminalidade urbana.

Conclusão: graças a um Estado que cobra im-postos em níveis escandinavos e presta serviços pú-blicos de padrão africano, sobram, ao final do mês,daqueles 12 mil, apenas 5.266 reais, para que a famí-lia ‘se vire’ comprando comida, remédio, roupas, cal-çados, artigos de higiene e limpeza, serviços domés-ticos e ouros tantos itens essenciais.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, deslo-cando a ótica desse sufoco doméstico para o terrenoimpessoal da macroeconomia, fica evidente que apressão fiscal do Estado constitui o maior obstáculoao desenvolvimento sustentado, justo e não-inflacio-nário, simplesmente porque impede a formação deuma taxa adequada de poupança interna. Hoje, oBrasil poupa apenas 18% do PIB, em comparaçãocom 38% na Coréia do Sul e 30%, em média, no con-junto de países formado por Japão e tigres asiáticos.

Penso que nem seria preciso chegar a tais pata-mares de contenção confuciana, no caso brasileiro.Bastaria que a poupança atingisse 22% do PIB paragerar taxas de crescimento anual de 3,5% a 4% aoano, repito, em um cenário de sustentabilidade. Enfa-

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01083 255ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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tizo este aspecto porque o reaquecimento da econo-mia prometido pelo presidente Lula e o ministro Anto-nio Palocci para este ano não passará de efêmera efrustrante ‘bolha’ enquanto os três níveis de governoseguirem bombeando tanto dinheiro do bolso do con-tribuinte, impedindo-o de poupar e financiar os inves-timentos privados requeridos pelo agronegócio, o in-dustrial, os serviços e a infra-estrutura. Sem eles,adeus, empregos; adeus, consumo de massa; adeus,promessas de campanha...

Sr. Presidente, para que não me acusem de to-mar exclusivamente as dores das camadas de classemédia alta, quero aproveitar o tempo que me restadiscutindo os principais resultados da Pesquisa sobreOrçamentos Familiares 2002/2005, divulgadas pelaFundação Getúlio Vargas neste início de ano. Abran-gendo amostra nacional de 14 mil famílias com rendi-mento entre um e 33 salários mínimos, a POF atingeem cheio aquelas camadas socioeconômicas con-vencionalmente identificadas como classe média-bai-xa e classe média-média.

Ora, esses setores também evidenciam os efei-tos perversos da estagnação, do desemprego e davulnerabilidade econômica externa no consumo ebem-estar da população.

O relatório da FGV aponta que, no intervalo en-tre as POFs de 1999/2000 e 2002/2003, o decrésci-mo da renda do trabalho, aliado à desvalorizaçãocambial, produziu um aumento do peso da alimenta-ção no âmbito das despesas familiares, de 25,12%para 27,49%.

Na rubrica habitação, o aumento das despesasmedidas pelas duas POFs decorreu principalmentedos fortes reajustes das tarifas públicas no períodoem questão: 136,01% para eletricidade; 220,62%para gás de bujão; e 75,35% para telefonia residenci-al. Ao todo, a participação dos gastos com luz, gás etelefone pularam de 8,32% para 11,20%.

A redução de 13,8% do peso do grupo saúde ecuidados pessoais nos orçamentos familiares se ex-plica parcialmente pelo cancelamento dos contratosde planos e seguros de saúde a que as famílias foramobrigadas, por força da drástica majoração das men-salidades desde o final dos anos 90 e da paralela per-da do poder aquisitivo do trabalhador.

O grupo transportes acusou a maior redução depeso (16%) nos orçamentos familiares acompanha-dos pela pesquisa entre 1999 (2000 e 2002/2003). Asdespesas com veículos caíram de 2,52% para 0,61%;

com peças e acessórios, de 0,68% para 0,48%; ecom combustíveis e lubrificantes, de 4,65% para3,99%. Trocando em miúdos: a classe média temcada vez menos dinheiro para comprar seu carro eprovidenciar-lhe a manutenção. Para piorar esse qua-dro, o cidadão que agora é forçado a ficar sem carroou deixá-lo na garagem para poupar gasolina tam-bém terá de gastar mais com transporte coletivo.Entre as duas últimas POFs, o preço da passagemsubiu para 102,80%.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a despei-to das contorções retóricas e do ufanismo por enco-menda da máquina de propaganda governamental, aclasse média brasileira amarga um dos piores mo-mentos de sua historia.

As reformas gêmeas, previdenciária e tributária,foram vendidas pelo presidente e seus ministroscomo o passaporte para uma nova era de prosperida-de e justiça social. Mas, para os segmentos de classemédia ligados ao serviço público ( nos três níveis enas três esferas governamentais) e ao mercado (mi-cro e pequenos empresários, técnicos e gerentes defirmas privadas, consultores e prestadores de servi-ços em geral) respectivamente, a reforma da previ-dência significa perda significativa de direitos e vanta-gens, ao passo que a tributária, acoplada a medidasparalelas de ajuste fiscal, acarretou redução significa-tiva da pouca renda ainda disponível, via elevação daContribuição sobre o Lucro Líquido e da Cofins, maisum congelamento da tabela do IR e alargamento dabase de aplicação do ISS – tudo isso em uma conjun-tura marcada por recessão, desemprego e violentacontração do consumo.

O destino da classe média e o futuro do Brasilestão indissoluvelmente ligados. Sem políticas efica-zes voltadas a melhorar sua renda, ampliar suasoportunidades de trabalho e emprego, fortalecer suacapacidade de consumo e propensão à poupança,nenhum dos compromissos eleitorais do governoLula será cumprido.

Neste momento, a classe média está calada,mas, a meu ver, seu silêncio não é de aquiescênciasatisfeita; é silêncio de desalento, frustração, amar-gura e falta de perspectivas.

É silêncio de esfinge que, mais cedo ou maistarde, devora os políticos que, incapazes de compre-ender-lhe as angústias, abusam de sua paciência etraem sua confiança.

01084 Quinta-feira 22 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL256

Page 271: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Apesar de tudo, Sr. Presidente, o princípio deum ano deve ser saudado com otimismo, mesmo por-que o brasileiro aprendeu a fazer da esperança suaprofissão de fé. Se me permitem a imagem, a classemédia assemelha-se ao elefante amarrado a um péde alface. No dia em que ela descobrir, ou melhor, re-descobrir a própria força, conquistar confiança emsua capacidade de liderar e formar opinião, então es-tará aberto o caminho para que o País alcance umaprosperidade duradoura e generalizada, com o go-verno colocado efetivamente a serviço dos cidadãos.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB – SC. Sem apa-nhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.Senadores, numa feliz iniciativa da diretoria da Asso-ciação Catarinense de Professores – ACP, acaba deser divulgado mais um número de sua revista, destafeita em edição comemorativa do Jubileu de Ouro daentidade, conduzida pela realizadora equipe lideradapor sua operosa Presidente, a Professora Jessi Hele-na Josten de Oliveira.

Para o registro perpétuo dos Anais do Parla-mento pátrio, mencionamos que, da Diretoria daAssociação, eleita para o biênio 2002-2004, fazemparte, ainda, as Vice-Presidentes Osvaldina HertaRamos da Silva e Maria de Andrade Silva; a PrimeiraSecretária Maria Filomena Gil Ramos; a Segunda Se-cretária Maria Stella Duarte; o Primeiro TesoureiroClarivaldo Machado; a Segunda Tesoureira Dirce No-emy de Souza; a Primeira Coordenadora de Rela-ções Públicas Jelena S. Ribeiro; a Segunda Coorde-nadora de Relações Públicas Sônia R.F. Saretta; oPrimeiro Coordenador de Patrimônio Erno AlbinoBirck; o Segundo Coordenador de Patrimônio AnnoBack; a Primeira Coordenadora do Departamento Só-cio-Cultural Zurita Kretzer de Souza; a Segunda Co-ordenadora do Departamento Sócio-Cultural ElianePereira Goulart; a Primeira Coordenadora do Depar-tamento dos Aposentados Gilda Domingues; a Se-gunda Coordenadora do Departamento dos Aposen-tados Nanci Rodrigues Silva; a Primeira Coordenado-ra do Departamento Pedagógico Vanda Ribeiro daSilva; e a Segunda Coordenadora do DepartamentoPedagógico Rainildes Müller de Moraes.

Integram o Conselho Fiscal da Associação, noperíodo considerado, Marisa Batista Thomaz, Anto-nio César Becker, Casemiro Kincheski Neto; e os Su-plentes Maria de Lourdes dos Anjos, Maria Lúcia Ben-to da Costa e Vanda Lúcia dos Santos.

A Associação, que tem uma já extensa folha deserviços prestados aos mestres e ao nosso Estado,foi fundada em 28 de outubro de 1952, com o nomede Sociedade Recreativa do Professor, então sob apresidência da saudosa professora Aída GomesMendonça, em histórica reunião efetuada na Bibliote-ca do Grupo Modelo Dias Velho, na região central deFlorianópolis.

A nova entidade, mediante o estímulo à confra-ternização, propunha-se reunir os professores esta-duais em torno de seus máximos interesses.

Algum tempo depois, passou a denominar-seSociedade Cultural e Recreativa dos Professores,que, em 1965, foi transformada na hoje sempre reve-renciada Associação Catarinense de Professores.

Atualmente, ela conta com 22 Núcleos Regiona-is em todo o Estado. Em meio século, coube-lhe pro-mover a união de seus parceiros na difícil jornada, de-fendendo os interesses, atendendo às reivindicaçõese aprimorando o desenvolvimento cultural do profes-sor.

Para tanto, somou consistente patrimônio,como o Edifício Christiane, que abriga os docentesparticipantes de cursos de aperfeiçoamento ou emtratamento de saúde, inclusive para as respectivas fa-mílias.

A Associação mantém, ademais, áreas de cam-ping e a Pousada da Praia de Fora, para serem utili-zadas nas férias e dias de folga dos professores.

Concluímos, Sr. Presidente, Srªs Senadoras eSrs. Senadores, a nossa intervenção, consignandoque são por inteiro procedentes as homenagens quevêm sendo prestadas à Associação Catarinense deProfessores, pelo meio século de sua fecunda exis-tência.

A elas nos associamos, nesta oportunidade, de-sejando que sua dinâmica e realizadora diretoriaprossiga acumulando êxitos, mediante a “tenacidade,vontade e amor” que orientam a gestão da ProfessoraJessi Helena Josten de Oliveira.

Era o que tínhamos a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Nadamais havendo a tratar, a Presidência vai encerrar ostrabalhos.

O SR. PRESIDENTE (Romeu Tuma) – Está en-cerrada a sessão.

(Levanta-se a sessão às 20 horas e 01minuto.)

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Quinta-feira 22 01085 257ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 272: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Ata da 4ª Sessão não Deliberativa,em 22 de janeiro de 2004

3ª Sessão Legislativa Extraordinária da 52ª Legislatura

Presidência dos Srs. Paulo Paim e Augusto Botelho.

(Inicia-se a sessão às 14 horas e 30minutos)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Havendonúmero regimental, declaro aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos tra-balhos.

Sobre a mesa, mensagem do Senhor Presiden-te da República que será lida pelo Sr. 1º Secretárioem exercício, Senador João Capiberibe.

É lida a seguinte:

MENSAGEM DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

MENSAGEM Nº 18, DE 2004(nº 20/2004, na origem)

Senhores Membros do Congresso Nacional,Solicito a Vossas Excelências a retirada de tra-

mitação do texto do Protocolo Relativo ao CódigoAduaneiro do Mercosul, concluído em Ouro Preto, as-sinado pelo Brasil em 17 de dezembro de 1994, sub-metido a consideração do Congresso Nacional pelaMensagem nº 168, de 1995.

Brasília, 20 de Janeiro de 2004. – Luiz Inácioda Silva.

EM Nº 67/DMC/ARC-MRE

Brasília, 20 de fevereiro de 2003

Excelentíssimo Senhor Presidente da República.Submeto à alta consideração de Vossa Exce-

lência, o anexo projeto de Mensagem ao CongressoNacional solicitando seja retirado da pauta do Con-gresso Nacional a apreciação do texto do ProtocoloRelativo ao Código Aduaneiro do Mercosul, o qual ob-teve, em 24 de maio de 1995, voto favorável na Câ-mara dos Deputados nos termos do Projeto de Decre-to Legislativo nº 111/95, e encontra-se, atualmente,sob a consideração da Comissão de Relações Exteri-ores do Senado.

2. Em função de problemas e omissões que ha-viam sido identificados pelas autoridades aduaneiras,

tanto brasileiras quanto de outros Estados Partes doMercosul, após a assinatura do Protocolo, o textoaprovado em dezembro de 1994 estava sendo revistono âmbito do Comitê Técnico sobre Assuntos Adua-neiros do Mercosul, com vistas à eventual substitui-ção do Protocolo original, ora em tramitação no Con-gresso. Recentemente, contudo, diante das dificulda-des encontradas para avançar na negociação de umCódigo efetivamente operacional, os Estados Partesacordaram suspender as discussões substantivas so-bre o assunto, as quais serão retomadas em 2004, afim de que seja concluído para ser aplicado quandoestiverem dadas as condições para a efetiva confor-mação de um território aduaneiro único. De toda for-ma, fica claro hoje, à luz das negociações já realiza-das, que o futuro Código Aduaneiro do Mercosul nãoserá a simples adoção do texto assinado e em trami-tação no Legislativo.

3. Nesse contexto, permito-me sugerir à VossaExcelência seja solicitado ao Congresso a retirada daMensagem nº 168, de 1995, que encaminhou o Proto-colo assinado em 1994 ao exame do Poder legislativo.

Respeitosamente, – Celso Luiz Nunes Amorim.

EM n° 206/2003-MF

Brasília, 25 de novembro de 2003

Excelentíssimo Senhor Presidente da República.Tenho a honra de submeter à elevada conside-

ração de Vossa Excelência sugestão no sentido deretirar de tramitação o Projeto de Decreto Legislativodo Senado nº 79/95 (PDC nº 111/95, na origem), deautoria do Poder Executivo, que “Aprova o texto doprotocolo relativo ao Código Aduaneiro do Mercosul,concluído em Ouro Preto, assinado pelo Brasil em 17de dezembro de 1994”, e encaminhado ao CongressoNacional por meio da Mensagem nº 168. de 1995. oraem tramitação na Comissão de Relações Exterioresdo Senado Federal.

2. O Código Aduaneiro é um dos acordos apro-vados pelos Estados-Partes do Mercosul por ocasiãoda VII Reunião do Conselho do Mercado Comum, re-alizada em Outro Preto, Minas Gerais, em dezembro

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 23 01107JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL258

Page 273: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

de 1994. Assim como os demais acordos que acom-panham o Protocolo de Outro Preto, o do Código Adu-aneiro foi elaborado dentro de uma concepção deUnião Aduaneira Completa e objetivava normatizarde maneira geral e ampla os procedimentos aduanei-ros para as operações comerciais intra e extra-bloco.Com isso, esperava-se conferir ao Mercosul o arca-bouço legal necessário à sua efetiva operacionaliza-ção como União Aduaneira. estabelecendo inclusiveo conjunto de sanções e penalidades ao não cumpri-mento da norma ou não aplicação da Tarifa ExternaComum (TEC).

3. Ocorre que, como bem informa a Exposiçãode Motivos nº 67, de 20 de fevereiro de 2003, elabora-da pelo Ministério das Relações Exteriores, foramidentificados problemas e omissões no referido Códi-go que inviabilizavam sua real aplicação e que vêmensejando o debate no âmbito do Comitê Técnico so-bre Assuntos Aduaneiros do Mercosul acerca de mu-danças em seu conteúdo por intermédio de uma novaversão do mesmo.

4. Não é considerada adequada. portanto. a ver-são do Código que ora é apreciada pelo Senado Fe-deral, o que per se já justificaria sua retirada de trami-tação. sob risco de, em caso de sua aprovação porambas as Casas do Congresso. o Código não ser rati-ficado pelo Poder Executivo. Com efeito, não há sen-tido em se ratificar normas que, em seu conjunto, nãoserão aplicadas pelos Estados-Partes e certamenteserão modificadas em um futuro próximo. Portanto,concordo com o exposto na EM nº 67 do Ministériodas Relações Exteriores que propõe a retirada de tra-mitação do PDC 111/1995 (PDS nº 79/95. no SenadoFederal), que aprova o texto do Protocolo Relativo aoCódigo Aduaneiro do Mercosul.

5. São estas, Senhor Presidente, as razões queme levam a sugerir a Vossa Excelência a retirada detramitação, junto ao Congresso Nacional, do referidoProjeto de Decreto Legislativo.

Respeitosamente, – Bernard Appy.

Aviso nº 49 – Supar/C. Civil

Brasília, 20 de janeiro de 2004

A Sua Excelência o SenhorSenador Romeu TumaPrimeiro Secretário do Senado FederalAssunto:Retirada de tramitação de texto.

Senhor Primeiro Secretário,Encaminho a essa Secretaria Mensagem na qual

o Excelentíssimo Senhor Presidente da República soli-

cita a retirada de tramitação do texto do Protocolo Rela-tivo ao Código Aduaneiro do Mercosul, concluído emOuro Preto, assinado pelo Brasil em 17 de dezembro de1994, submetido a consideração do Congresso Nacio-nal pela Mensagem nº 168, de 1995.

Atenciosamente, – José Dirceu de Oliveira eSilva, Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Pre-sidência da República.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – A mensa-gem que acaba de ser lida será incluída em Ordem doDia oportunamente.

Sobre a mesa, requerimento que será lido peloSr. 1º Secretário em exercício, Senador João Capibe-ribe.

É lido o seguinte

REQUERIMENTO Nº 18, DE 2004

Nos termos do § 2º do art. 50 da ConstituiçãoFederal, combinado como art. 216 do RegimentoInterno do Senado Federal, e considerando matériapublicada pelo jornal Folha de S.Paulo, edição do dia11 de janeiro de 2004, pg. B-1, B-5 e B-6, que versasobre a atuação da Parmalat do Brasil e, particular-mente, sobre o envio de R$198 milhões para sua ma-triz na Itália e para empresas coligadas localizadasem outros países da América do Sul, requeiro sejamprestadas pelo Excelentíssimo Senhor Ministro deEstado da Fazenda, as seguintes informações:

a) os valores, em reais e em dólares norte-ame-ricanos, enviados ao exterior, nos anos de 1997 a2003, pela Parmalat do Brasil, por suas empresascontroladas e por outras empresas controladas pelaParmalat Itália, discriminados por ano e empresa; e

b) a origem dos recursos, os meios utilizados eo destino das transferências acima mencionadas.

Justificação

O escândalo das fraudes contábeis da ParmalatItália teve repercussões no Brasil, na medida que a fi-lial brasileira da Parmalat tinha expressiva participa-ção no mercado nacional de leite e seus derivados. Aimprensa tem dado grande destaque não somente àsconseqüências sofridas pelos produtores de leite,mas, também, aos indícios de fraudes cometidas pelaParmalat Brasil e suas controladas, especialmente noque diz respeito ao envio de recursos para o exterior.

Cabe ao Conselho Monetário Nacional e aoBanco Central do Brasil, entidades vinculadas ao Mi-nistério da Fazenda, respectivamente, normatizar efiscalizar a remessa de recursos financeiros para oexterior. No caso em tela, é fundamental que os pro-

01108 Sexta-feira 23 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004 259ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 274: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

cedimentos contábeis e as atividades financeiras daParmalat e de suas controladas sejam examinados,para se verificar se os mesmos não implicaram frau-des contábeis ou ensejaram evasão de divisas, comprejuízos para nosso País.

As informações ora solicitadas são de grandeimportância na compreensão do escândalo financeiroe de sua extensão em território brasileiro, razão pelaqual as requeiro, com fundamento na competênciaconstitucional do Poder Legislativo de fiscalizar osatos da administração pública.

Sala das Sessões, 22 de janeiro de 2004. –Romeu Tuma.

(À Comissão de Constituição, Justiça eCidadania.)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – O requeri-mento vai ao exame da Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania, que terá o prazo de duas reu-niões ordinárias para emitir parecer.

Sobre a mesa, ofícios que serão lidos pelo Sr. 1ºSecretário em exercício, Senador João Capiberibe.

São lidos os seguintes

Ofício nº 6-L-PFL/2003

Brasília, 21 de janeiro de 2003

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência o Deputado Luiz Car-

reira para integrar, como membro titular, a ComissãoMista destinada a emitir parecer à Medida Provisórianº 143, de 11 de dezembro de 2003, que “Extingue oConselho Diretor do Fundo de Garantia à Exportação– CFGE, altera dispositivos da Lei nº 9.818, de 23 deagosto de 1999, e dá outras providências”, em substi-tuição ao Deputado José Carlos Aleluia.

Atenciosamente, – Deputado Rodrigo Maia, 1ºVice-Líder do PFL.

Ofício nº 8-L-PFL/2003

Brasília, 21 de janeiro de 2003

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência o Deputado dr. Pinot-

ti para integrar, como membro titular, a ComissãoMista destinada a emitir parecer à Medida Provisórianº 148, de 15 de dezembro de 2003, que “Atribui com-petências à Agência Nacional de Saúde Suplementar– ANS e fixa as diretrizes a serem observadas na defi-nição de normas para implantação de programas es-peciais de incentivo à adaptação de contratos anterio-

res à Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998”, em substi-tuição ao Deputado José Carlos Aleluia.

Atenciosamente, – Deputado Rodrigo Maia, 1ºVice-Líder do PFL.

Ofício nº 10-L-PFL/2003

Brasília, 21 de janeiro de 2003

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência a Deputada Laura

Carneiro para integrar, como membro titular, a Co-missão Mista destinada a emitir parecer à MedidaProvisória nº 156, de 23 de dezembro de 2003, que“Altera o caput do art. 1º da Lei nº 10.429, de 24 deabril de 2002, que institui o Auxílio-Aluno no âmbitodo Projeto de Profissionalização dos Trabalhadoresde Enfermagem – PROFAE”, em substituição ao De-putado José Carlos Aleluia.

Atenciosamente, – Deputado Rodrigo Maia, 1ºVice-Líder do PFL.

OF. PSDB/Nº 22/2004

Brasília, 22 de janeiro de 2004

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência os Deputados Átila

Lira e Lobbe Neto, como membros titulares, e os De-putados Professora Raquel Teixeira e Paulo Koba-yashi, como membros suplentes, para integrarem aComissão Mista destinada a analisar a Medida Provi-sória nº 153, de 2003, que “institui a Taxa de Avalia-ção in loco das instituições de educação superior edas condições de ensino dos cursos de graduação edá outras providências”, em substituição aos mem-bros anteriormente indicados.

Respeitosamente, – Deputado Jutahy Junior,Líder do PSDB.

OF. PSDB/Nº 27/2004

Brasília, 22 de janeiro de 2004

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência os Deputados Rafael

Guerra e Serafim Venzon, como membros titulares, eos Deputados Eduardo Barbosa e Thelma de Oliveira,como membros suplentes, para integrarem a ComissãoMista destinada a analisar a Medida Provisória nº 154,de 2003, que “Autoriza a Fundação Oswaldo Cruz –FIOCRUZ a disponibilizar medicamentos, medianteressarcimento, e dá outras providências”, em substitui-ção aos membros anteriormente indicados.

Respeitosamente, – Deputado Jutahy Junior,Líder do PSDB.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 23 01109JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL260

Page 275: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

OF. PSDB/Nº 32/2004

Brasília, 22 de janeiro de 2004

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência os Deputados Alber-

to Goldman e Eduardo Gomes, como membros titula-res, e os Deputados Antônio Carlos Pannunzio eAntônio Cambraia, como membros suplentes, paraintegrarem a Comissão Mista destinada a analisar aMedida Provisória nº 155, de 2003, que “dispõe sobrea criação de carreiras e organização de cargos efeti-vos das autarquias especiais denominadas AgênciasReguladoras, e dá outras providências”, em substitui-ção aos membros anteriormente indicados.

Respeitosamente, – Deputado Jutahy Junior,Líder do PSDB.

OF. PSDB/Nº 37/2004

Brasília, 22 de janeiro de 2004

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência os Deputados Boni-

fácio de Andrada e Thelma de Oliveira, como mem-bros titulares, e os Deputados Serafim Venzon e Ma-noel Salviano, como membros suplentes, para inte-grarem a Comissão Mista destinada a analisar a Me-dida Provisória nº 156, de 2003, que “altera o caputdo art. 1º da Lei nº 10.429, de 24 de abril de 2002, queinstitui o Auxílio-Aluno no âmbito do Projeto de Profis-sionalização dos Trabalhadores de Enfermagem –PROFAE”, em substituição aos membros anterior-mente indicados.

Respeitosamente, – Deputado Jutahy Junior,Líder do PSDB.

OF. PSDB/Nº 42/2004

Brasília, 22 de janeiro de 2004

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência os Deputados Aloy-

sio Nunes Ferreira e Zulaié Cobra, como membros ti-tulares, e os Deputados João Campos e Vicente Arru-da, como membros suplentes, para integrarem a Co-missão Mista destinada a analisar a Medida Provisó-ria nº 157, de 2003, que “altera o inciso IV do art. 6º daLei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, que dis-põe sobre registro, posse e comercialização de ar-mas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional deArmas – SINARM e define crimes”, em substituiçãoaos membros anteriormente indicados.

Respeitosamente, – Deputado Jutahy Junior,Lider do PSDB.

OF. PSDB/Nº 47/2004

Brasília, 22 de janeiro de 2004

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência os Deputados Antô-

nio Carlos Pannunzio e Nilson Pinto, como membrostitulares, e os Deputados Júlio Semeghini e AriostoHolanda, como membros suplentes, para integrarema Comissão Mista destinada a analisar a Medida Pro-visória nº 158, de 2003, que “dispõe sobre a criaçãodo Plano Especial de Cargos da Agência Brasileira deInteligência – ABIN, e dá outras providências”, emsubstituição aos membros anteriormente indicados.

Respeitosamente, – Deputado Jutahy Junior,Lider do PSDB.

OF. PSDB/Nº 52/2004

Brasília, 22 de janeiro de 2004

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência os Deputados Vitto-

rio Medioli e Helenildo Ribeiro, como membros titula-res, e os Deputados Domiciano Cabral e Paulo Feijó,como membros suplentes, para integrarem a Comis-são Mista destinada a analisar a Medida Provisória nº159, de 2003, que “autoriza o Poder Executivo a con-ceder subvenção econômica à Companhia de

Navegação do São Francisco – FRANAVE”, emsubstituição aos membros anteriormente indicados.

Respeitosamente, – Deputado Jutahy Junior,Líder do PSDB.

OF. PSDB/Nº 57/2004

Brasília, 22 de janeiro de 2004

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência os Deputados Pro-

fessora Raquel Teixeira e João Castelo, como mem-bros titulares, e os Deputados Thelma de Olveira eLobbe Netto, como membros suplentes, para integra-rem a Comissão Mista destinada a analisar a MedidaProvisória nº 160 de 2003, que “dispõe sobre a institu-ição de Gratificação Temporária para os servidoresTécnico-Administrativos e Técnico-Marítimos dasInstituições Federais de Ensino, e dá outras providên-cias”, em substituição aos membros anteriormente in-dicados.

Respeitosamente, – Deputado Jutahy Junior,Líder do PSDB.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Serão fei-tas as substituições solicitadas.

01110 Sexta-feira 23 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004 261ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 276: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Esgo-tou-se ontem o prazo previsto no art. 91, § 3º, do Re-gimento Interno, sem que tenha sido interposto recur-so no sentido da apreciação, pelo Plenário, do Proje-to de Decreto Legislativo nº 798, de 2003 (nº222/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova oato que outorga permissão à Rádio Nova FM de Pro-missão Ltda. para explorar serviço de radiodifusãosonora em freqüência modulada na cidade de Pro-missão, Estado de São Paulo.

Tendo sido aprovado terminativamente pela Co-missão de Educação, a matéria vai à promulgação.

Será feita a devida comunicação à Câmara dosDeputados.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – A Presi-dência, nos termos do inciso I do art. 334 do Regi-mento Interno, declara prejudicado o Requerimentonº 3, de 2004, de autoria do Senador Romeu Tuma eoutros Senadores, que solicitava que a Hora do Expe-diente da sessão de hoje fosse destinada a homena-gear a cidade de São Paulo, pelo transcurso do seuquadringentésimo qüinquagésimo aniversário, queocorrerá no dia 25 do corrente, visto que a homena-gem foi prestada na sessão de ontem.

O Requerimento vai ao Arquivo.O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Há orado-

res inscritos para esta. sessão não deliberativa. EsteSenador estará inscrito nas comunicações parlamen-tares.

O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB – AP.Pela ordem.) – Sr. Presidente, pela ordem, solicito aminha inscrição para uma comunicação inadiável.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – V. Exª, jun-tamente com este Senador, será intercalado entre afala dos oradores inscritos pelo prazo de cinco minu-tos, nos termos do art. 14, VII, do Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Concedoa palavra ao nobre Senador Valdir Raupp.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB – RO. Pronun-cia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, Srªs e Srs. Senadores, antes de iniciar omeu pronunciamento gostaria de, mais uma vez, lem-brar que está sendo celebrada hoje, em São Luís doMaranhão, a missa de sétimo dia do falecimento deD. Kyola, mãe do nosso querido Presidente Sarney.Já por telefone, no dia de seu falecimento, manifesta-mos os nossos sentimentos, as nossas condolênciase, mais uma vez, o fazemos desta tribuna no dia dehoje. Nossos profundos sentimentos ao PresidenteSarney, a toda a sua família, a nossa colega Senado-ra Roseana, ao Zequinha Sarney, Deputado Federal,

e a todos os seus familiares e amigos por esta perdairreparável de D. Kyola, mãe do nosso PresidenteSarney.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, retorno aesta tribuna, abrindo o meu segundo ano de mandatolegislativo, para renovar as esperanças do povo deRondônia na concretização de três projetos estrutura-is, cuja conseqüência mínima é proporcionar a todosnós um novo e promissor estágio de desenvolvimen-to, com geração de renda e oportunidade de milharesde empregos.

Essa é a minha expectativa pessoal, Sr. Presi-dente. Vamos acelerar a implantação do aproveita-mento energético e fluvial do rio Madeira, com a cons-trução de duas hidrelétricas – Santo Antônio e Jirau –e a implantação da nossa rede hidroviária em mais4.500 quilômetros.

Na próxima semana, por exemplo, em nossa ca-pital, Porto Velho, a empresa estatal concessionáriado projeto da Hidrelétrica de Furnas realizará reuniãocom o Ibama, visando adiantar a discussão sobre asua implantação. Venho incentivando esse tipo deação preparatória e preventiva. Creio ser instrumentode grande utilidade para afastar os oportunistas que,sabem os senhores e as senhoras, muitas vezes têmatrapalhado e atrasado projetos estruturais de enver-gadura como este. Procurarei estar presente nesteevento, como já estive em outras preliminares com ossegmentos sociais populares e legais envolvidos naquestão.

Sr. Presidente, é de suma importância paraRondônia, meu Estado, para toda a região Norte,para boa parte de nossa vizinha região Centro-Oestee – por que não dizer – também para o Nordeste bra-sileiro que o Projeto Rio Madeira não tenha sua priori-zação ameaçada ou retardada. São US$5 bilhões deinvestimento; são 50 mil empregos diretos e 200 milindiretos. Os recursos e os parceiros interessados jáestão identificados e compromissados. O GovernoLula já o incluiu no Plano Plurianual Estratégico deInvestimento.

Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, essasduas hidroelétricas irão gerar sete mil megawatts deenergia elétrica.

Há poucos dias, estivemos na iminência de umnovo apagão, de um novo racionamento de energiaelétrica. Várias termoelétricas espalhadas pelo Nor-deste brasileiro ficaram de sobreaviso para um possí-vel racionamento.

Isso é um sinal de que os sete mil megawatts deenergia, que dizem estar sobrando no sistema nacio-

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nal de geração energia, não são suficientes principal-mente para algumas regiões do nosso País e para sus-tentar o crescimento que o Brasil por certo doravanteenfrentará. Se queremos crescer, a partir deste ano,3,5% do PIB, no ano que vem, 4,5% ou 5%, e no anoseguinte, talvez mais 5% ou 6%, como não temos denos preocupar com mais geração de energia elétrica?

Cito esses projetos do rio Madeira como umasolução porque são usinas modernas e cuja constru-ção é rápida. Queremos que o Governo Federal, quejá tem demonstrado seu empenho, por meio da Minis-tra de Minas e Energia e toda a equipe do sistema elé-trico brasileiro, coloque o mais rápido possível essasobras em andamento, para que tenham seu início emtempo recorde, a fim de que possamos enfrentar ospossíveis racionamentos que virão, e também paraalimentar o alicerce do crescimento econômico donosso País, que todos nós desejamos para a geraçãode emprego e renda.

Temos de fazer avançar esse processo. Conti-nuamos empenhados na sua concretização. Mais deuma centena de profissionais, inclusive conveniadoscom a nossa Universidade Federal e outras institui-ções de estudo e pesquisa da região, já está engaja-da conosco nesta luta, cujo resultado é a concretiza-ção de um novo pólo de desenvolvimento nacional,com pleno respeito e aproveitamento racional dasnossas potencialidades amazônicas.

Outro projeto, não menos importante, é a cons-trução definitiva do gasoduto Urucu/Porto Velho, en-cabeçada pela Petrobras, projeto esse que tanto de-fendi durante todo o ano passado, aqui nesta tribuna,porque entendo de grande relevância para o desen-volvimento do nosso Estado, da nossa região. É umaobra de grande resultado ambiental e econômico,porque evitará a queima diária de um milhão de litrosde óleo diesel na termoelétrica instalada na capital deRondônia, em Porto Velho. E ainda agregando vanta-gens com a substituição de uma fonte cara de gera-ção de energia pelo gás, o que reduzirá o custo decomposição da tarifa local, que também onera a for-mação da tarifa nacional.

Atualmente, basta o Ibama acatar o acordo fir-mado em dezembro passado entre a Petrobras e oMinistério Público, no âmbito da ação que tramita naJustiça Federal, para que a sua implantação seja defi-nitivamente iniciada. Todas as dúvidas, recomenda-ções e quesitos apresentados pelos segmentos en-volvidos e interessados na ação foram acordados eacatados.

O passo final é do Ibama. Esperamos, Sr. Presi-dente, Srªs e Srs. Senadores, que nossa colega, Se-

nadora Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, nãonos faltará com as suas decisivas gestões, no sentidode nossa região contar, rapidamente, com tal deci-são. Rondônia e o Acre, também grande beneficiáriodesta nova fonte de energia, precisam do gasoduto. Éuma nova matriz energética, bem de acordo com anossa vocação ambientalista de explorar, mas pre-servar a Floresta Amazônica.

Queremos a preservação da nossa FlorestaAmazônica. Rondônia é um dos Estados que mais sedesenvolveu na Amazônia, principalmente na agricul-tura e na pecuária, e talvez tenha sido aquele que re-cebeu maior número de imigrantes para trabalhar naárea rural.

Temos mais de 90 mil pequenas e médias pro-priedades rurais, mas apenas 25% de área desmata-da. Então, 75% das nossas florestas ainda estão in-tactas, e a nossa meta é preservar 70% da área terri-torial de Rondônia. Outros Estados da Amazônia vãopreservar muito mais. Agora, como é vêm os ambien-talistas dizer que apenas uma picada por onde vaipassar o gasoduto, num raio de 400 quilômetros, des-matando apenas 1.050 hectares de terra, SenadoresMozarildo Cavalcanti, João Capiberibe, Senador Cé-sar Borges, demais Senadores, Senador DelcídioAmaral, que tanto conhece essa questão do gás, vaiagredir tanto assim o meio ambiente? Com 8 anosessa floresta vai ser recomposta, praticamente toda asua natureza vai recuperar-se. Essa picada que vaiser aberta desaparecerá, é uma obra de pequeno im-pacto ambiental. O benefício que vai gerar será muitogrande, com a substituição do óleo diesel pelo gásnatural, um produto mais barato, mais limpo, energiamais limpa, e o custo dessa energia vai se reduzir aquase 50% para os consumidores de Rondônia e doEstado do Acre.

De forma que faço aqui um apelo, mais umavez, desta tribuna, ao Senado brasileiro, ao Congres-so Nacional, ao nosso Presidente da República, à Mi-nistra do Meio Ambiente, para que se sensibilizem e oIbama libere logo essa licença ambiental para queessa obra possa ser iniciada. A exemplo das usinashidrelétricas, essa obra, que vai investir R$900 mi-lhões, algo em torno de US$300 milhões, vai gerartambém lá os seus cinco mil, dez mil empregos dire-tos e indiretos e trará um benefício, uma geração derenda e de emprego muito importante para a nossaCapital, Porto Velho, para o nosso Estado, que tantocarece de geração de empregos.

Concedo um aparte, primeiramente, ao Sena-dor César Borges.

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O Sr. César Borges (PFL – BA) – Senador Val-dir Raupp, eu queria participar de seu pronunciamen-to, que é extremamente oportuno. Na verdade, V. Exªestá, neste momento, procurando dizer ao País, prin-cipalmente ao Governo Federal, que precisamos re-tomar os investimentos em infra-estrutura, sob penade, quando o País puder crescer – e esperamos queseja o quanto antes –, não termos infra-estrutura nemenergia para sustentar esse crescimento econômico.V. Exª, é claro, procura atrair a atenção para impor-tantíssimos projetos de seu Estado. V. Exª tratou dedois projetos, deve tratar de um terceiro. Primeiro, ageração de energia do Rio Madeira. O projeto Madei-ra/Guaporé, fundamental para geração de energiadesses sete mil megawatts, também poderá ser umavia escoadora da soja do Mato Grosso. Quer dizer, éintegração nacional e até integração continental, por-que permitirá também que a Bolívia também se utilizedesse sistema. Neste momento, V. Exª se lembratambém de uma nova matriz energética onde produ-zimos gás. Temos gás de sobra. Recursos públicosforam investidos em Urucum pela Petrobrás e essegás não está sendo utilizado por falta do gasoduto,que, como disse V. Exª, tem um impacto ambientalbaixíssimo, muito menor inclusive do que as linhas detransmissão que eventualmente pudessem ter ou aqueima do óleo combustível que está sendo feita àcusta do contribuinte brasileiro, com custo altíssimo lána Amazônia. Além disso, V. Exª se lembra tambémdas regiões que hoje têm problema efetivo de ener-gia, como é no Nordeste. Agradeço-lhe como nordes-tino, pois estávamos à beira de um colapso, de maisum apagão que teríamos esse ano. Felizmente aschuvas chegaram e acredito que não teremos maisessa situação, mas estávamos próximos de uma situ-ação também de falta de energia no Nordeste brasile-iro. Está V. Exª de parabéns por trazer essa preocu-pação, que é fundamental para a Nação. Temos queinvestir em infra- estrutura, temos que inserir essetema na agenda nacional. Não é possível apenas fi-car pensando em superávit primário, não é possívelpensar apenas em satisfazer o FMI, em crescimentodo C-bond e em fazer com que a taxa de risco Brasilcaia. É importante? É, mas não é apenas isso. A Na-ção precisa de investimentos. Sei como é importantepara o desenvolvimento do seu Estado. Portanto, pa-rabenizo V. Exª e me solidarizo integralmente com opronunciamento de V. Exª.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB – RO) – Agrade-ço vosso aparte, Senador César Borges, e incorporoessa contribuição importante ao meu pronunciamento.

Concedo um aparte ao nobre Senador DelcídioAmaral.

O Sr. Delcídio Amaral (Bloco/PT – MS) – Sena-dor Valdir Raupp, parabenizo-o, mais uma vez, pelaoportunidade do pronunciamento de V. Exª, que tratade uma questão fundamental, que é a da energia e,portanto, como disse o Senador César Borges, de in-fra-estrutura. Acho que 2004 é, acima de tudo, o anoda infra-estrutura, o ano do desenvolvimento, da ge-ração de emprego, preparando o país efetivamentepara que tenhamos investimentos, que vão surgir setivermos estradas, ferrovias e, acima de tudo, ener-gia. Todos nós sabemos o drama que enfrentamosem 2001 com o racionamento de energia, que foi ca-tastrófico, num momento em que o País reunia condi-ções de crescer. Especialmente no caso de Rondô-nia, não só o projeto de Santo Antônio e Jirau, asduas usinas hidrelétricas no Madeira, mas especial-mente o projeto da usina termoelétrica, hoje instala-da, que já está funcionando e queimando óleo diesele, conseqüentemente, onerando mais os cofres dapopulação, onerando mais o consumidor final, exata-mente porque esse adicional de geração é pago pelaCCC – Conta Consumo de Combustíveis Fósseis,que onera o desenvolvimento de Rondônia. Esse pro-jeto foi concebido para que, entrando-se com o óleodiesel em determinado espaço de tempo, este viessea ser substituído pelo gás natural, um combustívelmuito mais barato. Quando Diretor da Petrobrás, Se-nador Valdir Raupp, discuti esse projeto, que atendianão só Porto Velho, mas também Manaus. Chegou ahora de encará-lo de maneira definitiva, porque é asolução energética não só para Rondônia, como tam-bém para o Amazonas, especialmente para Manaus.Como disse o Senador César Borges, a Petrobras fezgrandes investimentos em exploração em Urucu, ehoje o gás de Urucu é reinjetado nos campos. É muitoimportante o comentário de V. Exª, porque ainda per-manecemos queimando BPF e óleo diesel, com im-pactos ambientais muito maiores não só em uma me-trópole como Manaus, como também em Porto Velho.Precisamos encarar isso de frente, com pragmatismoe dentro do conceito de desenvolvimento sustentável,que sempre pautou as ações da Petrobras e dos seussócios privados. Quero, Senador, me comprometercom esse projeto, levar essa informação à MinistraDilma Rousseff, à Petrobras, onde estarei amanhã,exatamente para que esse projeto venha a concreti-zar-se e, fundamentalmente, consolidar na matrizenergética a presença do gás natural. O povo brasile-iro está pagando por um combustível mais poluente eprejudicando o desenvolvimento de um Estado tão

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importante para o País quanto Rondônia. Quer dizer,há necessidade de estudarmos, de avaliarmos aquestão do meio ambiente, que inclusive prejudica in-vestimentos da Petrobras em outras regiões do País.Agora, é importante registrar que, no Nordeste, a usi-na de Sobradinho chegou a 13% do volume útil. Épreciso, urgentemente, despachar as usinas térmicasa gás natural na Bahia, em Pernambuco, no RioGrande do Norte, no Ceará. E qual é a surpresa? Amalha de gás não dá condição para viabilizar a gera-ção necessária, que faria a complementação com orio São Francisco. Portanto, V. Exª toca num ponto deabsoluta importância. Como Senador do PT, focadona área de energia, envidarei todos os esforços, para,junto com V. Exª, viabilizar esse projeto, um sonhoque se tornará realidade e que será a redenção daAmazônia. O gás é nosso, não vem de país nenhum,está em Urucu, sendo disponibilizado em função dacompetência com que a Petrobras desenvolveu seusestudos. Mais do que nunca, são agora necessáriosos meios para viabilizar os projetos que têm o gás na-tural como vetor de desenvolvimento. Muito obrigado.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB – RO) – Agrade-ço seu aparte. V. Exª muito têm contribuído para o sis-tema elétrico brasileiro.

Por último, registro ainda outro foco de nossa lutanesta Casa, desde o momento de nossa posse. Rondô-nia não pode mais continuar com seu sistema de ener-gia elétrica isolado do sistema nacional. Precisamos in-tegrá-lo, bastando para isso a autorização para contra-tação da implantação do linhão Ji-Paraná (RO)/Jauru(MT), cuja definição vem-se arrastando, embora tenhasido objeto de compromisso já firmado pela Ministra deMinas e Energia, Dilma Rousseff, no ano passado, porocasião de reuniões que manteve com a Bancada Fe-deral do PMDB no Congresso Nacional.

Cremos na sinceridade desse compromisso. Eos recursos financeiros necessários à sua execuçãojá estão garantidos no Orçamento da União de 2004,aprovado por nós e já sancionado pelo Presidente daRepública nesta semana. Esperamos, ansiosamente,pela ordem de serviço dessas obras. Rondônia, oAcre e todos os interessados em investir no seu de-senvolvimento se sentirão mais seguros com a nossainterligação ao sistema nacional de energia.

Era o que tinha a dizer, Srªs e Srs. Senadores,neste momento de ratificação e reforço de nossa lutapela efetiva concretização desses três projetos capa-zes de garantir à nossa Rondônia, à nossa RegiãoNorte, à nossa Amazônia um salto de qualidade eprogresso social e econômico, relevante tambémpara o crescimento nacional que todos desejamos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Concedo a

palavra ao nobre Senador João Capiberibe, para umacomunicação inadiável, pelo prazo de cinco minutos,nos termos do art. 14, inciso VII, do Regimento Interno.

O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB – AP.Para uma comunicação inadiável. Sem revisão doorador.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, te-nho repetido, com muita insistência, que o Brasil é adécima potência econômica do planeta, e pagamosuma carga tributária – de que todos aqui reclamamos– em torno de 37%. Portanto, somos um País produ-tor de riqueza. No entanto, não se entende por que,até hoje, milhares de crianças morrem com doençasbanais como verminoses ou nossas cidades são atin-gidas com endemias e epidemias. Quero falar exata-mente da questão sanitária das cidades brasileiras,especificamente voltar ao assunto que foi objeto deum requerimento de informação ao Ministro da Saú-de, aprovado por esta Casa no dia 19 de agosto, refe-rente ao meu Estado, do qual não obtive resposta.

Fiz um relatório ao Ministro da Saúde, no dia 26de outubro de 2003, sobre a situação epidêmica dadengue no Estado do Amapá. Comparei a RegiãoNorte com o Nordeste e as demais regiões brasilei-ras, incluindo o histórico da dengue no Amapá desde2001. Nós conseguimos resistir, impedindo que essadoença entrasse em nosso Estado durante muitosanos, mas em 2001, finalmente, fomos vencidos.Imediatamente, tomamos as medidas necessárias,pois, sendo a dengue uma questão de saúde pública,a solução é a informação. No entanto, Sr. Presidente,até hoje não recebi nenhuma resposta do Sr. Ministroda Saúde ao requerimento aprovado pelo Plenário doSenado e ao ofício, encaminhado por mim, que relataessa situação.

O que vemos hoje é o crescimento da dengueem toda a Região Norte, com exceção do Pará, únicoEstado onde houve uma queda de 10% nos casos denotificação da dengue clássica. E há um agravante:foram registrados casos de dengue hemorrágica, oque evidencia um crescimento da doença.

No caso específico do Amapá, em novembro de2002, foram notificados 2.312 casos; até novembrode 2003, esse número aumentou para 5.778. O Riode Janeiro, que tem uma população 30 vezes maiordo que a do Amapá, teve sete mil e poucos casos, oque mostra que há controle da dengue no centro-sulbrasileiro. Em Rondônia, o número de casos cresceu93,95%; no Acre, 43,28%; no Amazonas, 68%; emRoraima, 98%. No Pará, houve um decréscimo de10% e, no Amapá, um aumento de 149%.

01114 Sexta-feira 23 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004 265ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Assim como outras enfermidades, considero adengue uma doença política, provocada pelo desca-so, pela má aplicação do recurso público, pelo desviode dinheiro da saúde.

Ontem tive a oportunidade de denunciar aquicompras superfaturadas de medicamentos com re-cursos federais e estaduais, e o aumento de casosdessa doença assusta a todos nós do Amapá e a mimparticularmente, porque na minha família poucas pes-soas ainda não contraíram a dengue. Segundo infor-mações, até novembro, houve 5.778 casos, mas háuma subnotificação, ou seja, o sistema de atendimen-to de saúde é tão precário que as pessoas já não oprocuram mais para notificar os casos de dengue eterminam tratando-se em suas próprias casas.

A situação é grave, e mais uma vez faço umapelo ao Ministro da Saúde, Humberto Costa, paraque responda aos requerimentos que encaminhei epara que determine uma força-tarefa, conforme o mo-mento exige, por se tratar de caso grave e por não senotificarem as ocorrências de dengue. Houve um óbi-to – uma pessoa morreu com dengue hemorrágica –,há mais dois casos em estudo e não há controle. Tan-to o governo estadual quanto as prefeituras perderamcompletamente o controle. A assistência à saúde noEstado é precaríssima em função dos desmandos co-metidos pelo atual governo.

Portanto, solicito mais uma vez ao Sr. Ministrouma força-tarefa da Coordenação Geral de Controle,Avaliação e Auditoria do Ministério da Saúde, da Co-ordenação de Auditoria Contábil e Financeira do SUSe da Coordenação de Controle e Avaliação Técnica eCientífica do SUS. Solicito que sejam designados téc-nicos para fazerem uma avaliação de desempenhodo atendimento de saúde no meu Estado, para quepossamos ter essa informação.

Vou encaminhar ainda hoje essa solicitação aoMinistro da Saúde e espero que S. Exª determineessa força-tarefa para avaliar o atendimento de saú-de no Amapá e nos encaminhe as informações.

Muito obrigado, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Concedo

a palavra ao nobre Senador César Borges por vinteminutos.

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA. Pronunciao seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, Srªs e Srs. Senadores, minhas primeiraspalavras no dia de hoje são de solidariedade à famíliado Presidente José Sarney, e haverá, em São Luís doMaranhão, a missa de sétimo dia da passagem de D.

Kyola. Estamos todos associados à dor do PresidenteJosé Sarney.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasilrecebeu de certa forma estupefato e decepcionado anotícia da decisão da manutenção da taxa de juros,uma péssima notícia para o início de um ano que foiprometido como o ano da recuperação, do cresci-mento econômico, do desenvolvimento, em que dei-xaríamos a situação de estagnação observada em2003, quando a economia brasileira praticamentenão cresceu – ao contrário, regrediu em alguns seg-mentos econômicos – e quando houve uma promes-sa de crescimento entre 3,5% e 4%. A primeira notíciamacroeconômica, que poderia trazer otimismo aossetores produtivos, que seria a redução da taxa de ju-ros de 0,5% ou 1% , na verdade, não ocorreu. E hojetodo o setor produtivo brasileiro está na expectativa.Os investimentos serão adiados.

Espero, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,que não ocorra o que ocorreu em 2003, quando, noinício do Governo, se dizia que o País cresceria 2,8%.Ao final do ano, no balanço, nada cresceu.

Essa foi uma péssima notícia para os milharesde brasileiros que esperam um posto de trabalho, es-peram a retomada do crescimento econômico para vi-verem com dignidade. Essa expectativa foi frustradanesse início de ano.

Mas trago hoje a esta Casa uma boa notícia –até para contrabalançar essa informação – para to-dos que, como já disse, aguardamos o cumprimentopor parte do Governo Federal das promessas eleito-rais de criação de emprego e de desenvolvimentoeconômico e social por que tanto espera o povo brasi-leiro. A boa notícia, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Sena-dores, é que o tão prometido espetáculo do cresci-mento efetivamente ocorreu na Bahia em 2003.

Fechando o balanço de 2003, o Governo da Ba-hia apresenta um crescimento do Produto InternoBruto de 4%. Esse percentual é pelo menos vinte ve-zes maior que o crescimento do País. Isso aconteceuna Bahia. E esse desempenho é sustentado por umcrescimento das exportações baianas, que cresce-ram 41% em 2003. Esse percentual representa o do-bro do crescimento das exportações brasileiras, comcontribuições mais expressivas da indústria de trans-formação e da agricultura, que tiveram, respectiva-mente, crescimentos de 10,4% e 4%.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é precisodestacar que esse crescimento tão expressivo da Ba-hia não dependeu de qualquer decisão econômica oupolítica do atual Governo do Partido dos Trabalhado-res. Se houve contribuição, certamente foi para redu-

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zir esse crescimento, que poderia ter chegado talveza 6% de incremento do Produto Interno Bruto do Esta-do da Bahia, se não houvesse, infelizmente, essa po-lítica de gastos públicos tão restritiva e uma taxa bási-ca de juros que foi tão asfixiante para toda a econo-mia brasileira.

A verdade é que o espetáculo de crescimentobaiano é resultado de decisões políticas e econômi-cas tomadas anteriormente e culmina com uma sériede doze anos consecutivos de crescimento do Produ-to Interno Bruto da Bahia. Desde 1992, quando come-çamos esse ciclo de expansão, temos crescido sem-pre acima do desempenho do País.

O Sr. Marco Maciel (PFL – PE) – Concede-meV. Exª um aparte, nobre Senador?

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Com mu-ito prazer e honrado, concedo o aparte ao SenadorMarco Maciel.

O Sr. Marco Maciel (PFL – PE) – Senador Cé-sar Borges, eu gostaria de iniciar o meu aparte cum-primentando V. Exª pelo discurso que profere nestatarde e de aproveitar a ocasião para congratular-mecom V. Exª e com o povo e o Governo da Bahia pelosexpressivos números alcançados em 2003. Esse re-sultado não me surpreende, posto que, como V. Exªrecorda com propriedade, a Bahia, graças a uma con-tinuidade político-administrativa, vem auferindo, aolongo de mais de uma década – pelo que percebo, hádoze anos –, números muitos expressivos de cresci-mento do seu PIB. Não posso deixar de cumprimentarV. Exª, porque foi peça nesse processo não somentecomo Governador da Bahia até anos recentes, mascomo seu Vice-Governador. Cumprimento ainda oatual Governador, Paulo Souto, bem como os seusantecessores, valendo salientar a figura do ex-Gover-nador e atual Senador Antonio Carlos Magalhães.Um primeiro-ministro da França da década de 40 ou50, Mendès-France, disse certa feita que “gouvernerc’est choisir” – “governar é escolher”. Na verdade, oêxito da Bahia deve-se ao fato de ter tido bons gover-nadores, e os distintos ocupantes do Palácio de Ondi-na sempre tiveram grande preocupação com a esco-lha de prioridades e com a escolha de nomes para acomposição de suas respectivas equipes. Volto coma idéia de Mendès-France de que “governar é esco-lher”. Graças a isso, portanto, a Bahia pode, num anomagro para o País, auferir um crescimento robusto.Devo também, por oportuno, dizer que de alguma for-ma esse crescimento da Bahia mostra que o Nordes-te é viável e que tanto maior será o seu desenvolvi-mento desde que não faltem as medidas de apoio doGoverno Federal. Por isso cumprimento e felicito V.

Exª pelo tema que traz à nossa consideração. Aomesmo tempo, desejo votos de continuado êxito naadministração do Governador Paulo Souto, o que cer-tamente é bom para o Nordeste e para o Brasil.

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Muitoobrigado, Senador Marco Maciel. V. Exª, que semprefoi um político de grande valor para o Nordeste brasi-leiro, para o seu Estado em particular, sabe como édifícil conseguir políticas de desenvolvimento para anossa região. Infelizmente não temos a compreensãodas autoridades federais para combatermos as desi-gualdades regionais que, no fundo, levam também àsdesigualdades sociais. Contudo, temos conseguido.Acho que o Nordeste brasileiro tem avançado subs-tancialmente. Trago o exemplo baiano, que, tenhocerteza, é válido para a maioria dos Governos e dosEstados nordestinos. Sinto que Pernambuco tambémvive uma fase muito parecida, pois saiu de governosque não entendiam o desenvolvimento econômicocomo um instrumento para se alcançar o desenvolvi-mento social e hoje já enveredou por esse caminho,como faz o competente Governador Jarbas Vascon-celos.

O Sr. Marco Maciel (PFL – PE) – Senador Cé-sar Borges, desculpe-me interrompê-lo mais umavez, mas quero concordar também com a observaçãoque faz V. Exª sobre o Estado de Pernambuco, queaqui tenho a honra de representar. Subscrevo inte-gralmente as observações que V. Exª faz sobre o de-sempenho do Governador Jarbas Vasconcelos, que,realizando um bom trabalho, a exemplo do que acon-teceu com o Governador Paulo Souto, veio a merecerrecentemente a aprovação da opinião pública per-nambucana, segundo uma pesquisa publicada recen-temente pelo Datafolha. Enfim, isso mostra, maisuma vez, que o Nordeste tem bons governantes. Oque falta – insisto – é um apoio maior do Governo Fe-deral para que possamos, crescendo mais, reduzir asdesigualdades econômicas e, sobretudo, eliminar asenormes desigualdades sociais que ainda marcam otecido do nosso País e, de modo especial, as diferen-ças entre o Nordeste, o Sul e o Sudeste.

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Muitoobrigado, Senador Marco Maciel.

Essas decisões políticas e econômicas, que nospermitem comemorar os resultados alcançados hojepela Bahia, começam com a reorganização econômi-ca do nosso Estado, no Governo do Senador AntonioCarlos Magalhães, em 1991, tendo como seu Secre-tário da Fazenda o nosso colega que hoje está a ilus-trar esta Casa, o Senador Rodolpho Tourinho. Ambostornaram norma na administração baiana a austerida-

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de e a responsabilidade fiscal, mantidas até os diasde hoje pelo atual Governador Paulo Souto.

Em seguida, substituindo o Governador AntonioCarlos Magalhães, hoje Senador, veio o GovernadorPaulo Souto, que acentuou, durante o seu mandato,uma forte política de atração de empresas delineadano Governo anterior.

Com essa cultura de austeridade fiscal e deagressividade na atração de investimentos, tive opor-tunidade, ao governar a Bahia, de 1998 a 2002, deconseguir marcos expressivos para o desenvolvi-mento do Estado nordestino. Considero um marcohistórico a conquista de uma indústria automobilísti-ca, pela primeira vez na história do País, para as Re-giões Norte e Nordeste. Refiro-me ao complexo in-dustrial da Ford, na cidade de Camaçari, próximo àcapital do meu Estado.

Hoje, o complexo da Ford representa 10% daprodução industrial do meu Estado. Essa montadorase soma a outras grandes indústrias que tomaram adecisão de investir na Bahia durante o meu períodode Governo, e também no período de governo dosmeus antecessores, como a Monsanto, instalada naBahia, e mais recentemente o projeto da Veracel Ce-lulose, um investimento de mais de US$1,2 bilhãoque está sendo executado no extremo sul do Estado.

Graças a essa política, a participação da Bahiano PIB do País passou de 4%, em 1995, para 4,4%,em 2000. Hoje devemos estar próximos de alcançarum desempenho industrial e agrícola que significauma contribuição de aproximadamente 5% para oPIB brasileiro. O nosso PIB deve estar hoje entreR$62 bilhões e R$64 bilhões.

Mesmo antes da implantação da Ford, nossa in-dústria de transformação já tinha crescido 27% no pe-ríodo de 1991 a 2000, contra 20%, nesse mesmo pe-ríodo, em todo o Brasil, o que comprova o acerto dapolítica de atração de investimentos, iniciada desde1991. Nestes 13 anos a Bahia conseguiu reconfigurara sua matriz industrial, dando prioridade para a insta-lação de indústrias de terceira geração, uma vez quemudou o seu perfil econômico inteiramente quandoconquistamos a instalação da Refinaria LandulfoAlves, antes inclusive da criação da Petrobras, no iní-cio da década de 50. Posteriormente, conquistamos oPólo Petroquímico de Camaçari, descentralizando apetroquímica brasileira, que se concentrava no Esta-do de São Paulo e hoje está na Bahia e também noRio Grande do Sul.

Atualmente estamos na terceira onda de desen-volvimento do Estado e estamos trazendo a indústriade terceira geração para a Bahia. Graças a essa polí-

tica, hoje a Ford está gerando mais de 5 mil empre-gos. Sua maturidade, que estava prevista para o anode 2005, foi alcançada já no ano 2003. A Ford estágerando 50 mil empregos indiretos no Estado da Ba-hia. A indústria de transformação da Bahia está emestado continuado de crescimento.

Nos próximos anos, temos a previsão de R$18bilhões de novos investimentos na Bahia, como já dis-se, com a celulose. A Bahia passará a ser um pólo decelulose. Temos a indústria Sul Celulose, que produzquase um milhão de toneladas e vai ser expandida, eem breve teremos a Veracel produzindo mais um mi-lhão de toneladas, fazendo da Bahia um dos maioresprodutores senão o maior produtor brasileiro de celu-lose branqueada de origem no eucalipto.

O impacto do complexo automobilístico da Fordsobre a nossa economia também não está esgotado.Seu novo modelo, o novo utilitário, o EcoSport, quetodo brasileiro conhece, é um sucesso de vendas elevou a unidade a atingir a marca de 5.275 empregosdiretos, meta prevista para 2005. Este ano a fábricavai implantar um novo turno de trabalho, um terceiroturno, para ampliar a sua produção.

O que isso tudo quer dizer? Tudo isso é umaprova clara e inconteste do quanto é importante paraa criação de renda, para a geração de empregos nasregiões mais pobres do País a existência de uma polí-tica de desconcentração de investimento econômico.

O Governo do Presidente Fernando HenriqueCardoso – verdade que após uma ação política dosEstados menos desenvolvidos do País – acabou fa-zendo da ampliação da indústria automobilística umapolítica de desenvolvimento regional, que, mesmorestrita a alguns Estados, produziu efeitos extrema-mente benéficos.

Se a Bahia conseguiu aproveitar a oportunidade,Goiás também conseguiu aproveitar a oportunidade. Eé preciso que novas chances se abram a outros Esta-dos, no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste do País.Por isso é que vejo com preocupação e lamento que otema do desenvolvimento regional não apareça hojena agenda nacional, na agenda do atual Governo.

Este ano vamos dar continuidade à reforma tri-butária, com a redução de alíquotas do ICMS e o con-seqüente fim da guerra fiscal como opção dos Esta-dos mais pobres para atrair investimentos. Isso signi-fica que vamos precisar estruturar uma política de de-senvolvimento que possa substituir aquele instru-mento da atração fiscal.

Como foi adiada a criação do fundo de desen-volvimento regional, pela reforma tributária, hoje o

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Page 283: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

único instrumento de equilíbrio entre as regiões doPaís com que teríamos chance de contar com maisrapidez seriam as agências de desenvolvimento regi-onal, a Sudene e a Sudam, redivivas, trabalhando li-vres dos aproveitadores dos recursos públicos, massendo alavancas e instrumentos para o desenvolvi-mento regional.

Entretanto, estranhamente, o atual Governoabortou a tramitação do projeto de lei que recria a Su-dene, assim como fez com o que tratava da Sudam,retirando a urgência presidencial e constitucional quehavia para a tramitação desse projeto na Câmara dosDeputados.

Essa decisão foi tomada nos gabinetes, semdiscussão com os representantes políticos da região,sem uma base democrática, Sr. Presidente, sem ne-nhuma justificativa. Extra-oficialmente se disse que aSudene deveria esperar que a reforma tributária cri-asse o fundo de desenvolvimento regional, que o Go-verno pretendia usar para garantir recursos para a au-tarquia.

Pois o fundo de desenvolvimento regional nãosaiu no ano de 2003 e está agora na convocação ex-traordinária na Câmara dos Deputados, com sua ge-rência garantida para os Estados e com a aplicaçãodirecionada a obras de infra-estrutura.

Entretanto, o projeto da Sudene continua para-do, quando poderia ter entrado nesta convocação ex-traordinária, Srªs e Srs. Senadores. Sobre isso, o Go-verno não dá nenhuma explicação ao Nordeste brasi-leiro e a esta Casa.

Vejam bem, Srªs e Srs. Senadores, o Presiden-te Lula fez um abraço à Sudene, lá em Recife, nacampanha eleitoral, como sendo um grande compro-misso de Governo, e não o está cumprindo. O próprioPresidente Lula esteve com o Ministro Ciro Gomesem Fortaleza, quando deveria estar em Recife, queera a sede da Sudene, para anunciar a recriação dasuperintendência. E esse projeto hoje não tem a ur-gência constitucional que deveria ter, não está sendoapreciado pelo Congresso Nacional, está dormitandonas gavetas da Câmara dos Deputados.

Concedo um aparte ao nobre Senador Rodolp-ho Tourinho.

O Sr. Rodolpho Tourinho (PFL – BA) – Sena-dor César Borges, quero enfatizar um aspecto que V.Exª abordou. Refiro-me à continuação da reforma tri-butária e ao fundo de desenvolvimento regional, tãoimportante para os Estados do Nordeste. Tenho ab-soluta certeza – aliás, mais do que certeza, tenho apura convicção – de que, se não fosse a possibilidade

de concessão de incentivo fiscal, dificilmente tería-mos atingido, na Bahia, no Nordeste, essa reduçãoda desigualdade, que é pequena, mas que, de qual-quer forma, foi conseguida. Especificamente em rela-ção à Bahia, cito o caso da Ford, mencionado por V.Exª, como um exemplo muito claro. Entendo que esteano temos de continuar o trabalho da reforma, mes-mo em relação ao fundo de desenvolvimento regio-nal, ao seu aperfeiçoamento. Mas, às vezes, fico te-meroso, porque a Cide, por exemplo, que já devia tersaído no final do ano passado, ainda não saiu – esta-va prometido que sairia hoje –, bem como a definiçãodo critério do Fundo de Exportação, que também de-veria ter saído no final do ano passado e ainda nãosaiu. Portanto, entendo que as colocações de V. Exªem relação, digamos assim, à vigilância desses as-pectos, como é o caso da Sudene, são muito própri-as. Todos nós, sobretudo do Nordeste, devemos es-tar sempre unidos na busca desse objetivo. Parabeni-zo V. Exª pelo discurso, pela lucidez com que expõesuas colocações.

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Agrade-ço a V. Exª, Senador Rodolpho Tourinho. V. Exª exa-tamente alerta para este ponto: o Governo Federalqueria a aprovação da reforma tributária. Foi coloca-do para esta Casa, por diversos Senadores, que oGoverno desejava, na verdade, a desvinculação dosrecursos da União e a prorrogação da CPMF. E, nomais, era o fim de uma guerra fiscal que, na verdade,era uma guerra pelo desenvolvimento. Mas o Gover-no não está tratando de agilizar o cumprimento deseus compromissos com esta Casa, com o Congres-so Nacional, quando da aprovação da reforma tributá-ria. V. Exª cita o caso da Cide e do Fundo de Compen-sação da Desoneração das Exportações. Portanto,devemos mostrar ao Governo Federal que os Sena-dores da República estarão atentos para cobrar esseposicionamento, como estão fazendo com a questãoda Sudene. Vários Senadores da Bancada do Nor-deste já fizeram pronunciamentos sobre o assunto.Infelizmente, ainda não fomos ouvidos pelo GovernoFederal, que terá de ouvir o reclamo dessa grande re-gião brasileira.

Quero conceder o aparte ao Senador MarcoMaciel.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – SenadorMarco Maciel, só para manter a praxe do Regimento,quero dizer que, embora não seja permitido aparte apartir do momento em que se encerra o horário doorador na tribuna, vou permitir que V. Exª o faça,como fiz ontem também. Apenas peço que V. Exªseja bem breve. Obrigado.

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O Sr. Marco Maciel (PFL – PE) – Pois não. Se-rei extremamente breve. Gostaria de gizar apenas umponto que foi aqui ferido pelo Senador Rodolpho Tou-rinho e que, de alguma forma, constitui uma preocu-pação de todos nós, que é justamente a questão dareforma tributária, para cuja melhoria, quando veio daCâmara, muito concorreu o Senador Rodolpho Touri-nho, bem como Parlamentares do PFL e do PSDB.Mas eu gostaria de dizer que, em que pesem essasconquistas obtidas aqui no Senado, a reforma tributá-ria não atendeu as grandes reivindicações da regiãonordestina, inclusive com relação ao fundo de desen-volvimento regional. Há outros pontos que estão sen-do aqui levantados pelo Senador César Borges. Valelembrar, mais uma vez, que, dentre essas preocupa-ções, está, naturalmente, a recriação da Agência deDesenvolvimento do Nordeste, da antiga Sudene.Penso que a Sudene – como aqui foi lembrado – mui-to concorreu para o desenvolvimento da região e oseu desaparecimento está fazendo com que a econo-mia nordestina não esteja crescendo no ritmo que erade se esperar. Eram essas as palavras que eu gosta-ria de dizer, mais uma vez, a respeito do discurso doSenador César Borges. Também queria, mais umavez, felicitá-lo e lembrar que, de fato, a Bahia vive ummomento positivo e isso se deve também aos exce-lentes quadros que a Bahia tem mobilizado para oseu Governo.

O SR. CÉSAR BORGES (PFL – BA) – Muitoobrigado, Senador Marco Maciel.

Sr. Presidente, concluindo, a única evidência éque, infelizmente, esse Governo demonstra, reitera-damente, que não tem preocupação nenhuma comas regiões mais pobres deste País. É por isso que oCongresso precisa ter um papel sempre mais ativo nadefesa do equilíbrio regional.

De um lado, é preciso que o Senado aprove a Co-missão de Desenvolvimento Regional proposta peloSenador Antonio Carlos Magalhães. Na Câmara dosDeputados, é preciso dar andamento ao projeto da Su-dene, inclusive indicando os recursos orçamentáriosnecessários ao seu suprimento, caso o Governo Fede-ral entenda realmente que sejam insuficientes os recur-sos do fundo nacional de desenvolvimento.

Dessa maneira, o espetáculo do crescimento,que infelizmente não chegou ao País, poderá chegaraos Estados menos desenvolvidos. E o que espera-mos, sinceramente, é que o exemplo da Bahia não fi-que restrito ao meu Estado. Aliás, aproveito – assimcomo fez o Senador Marco Maciel – para parabenizaro povo baiano, seus empresários, seus trabalhado-res, bem como os seus atuais dirigentes, em particu-

lar o Senador Paulo Souto, que continua a conduzir aBahia para o crescimento econômico, gerando em-prego e renda para o seu povo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Passamos

a palavra ao nobre Senador Jefferson Péres, que fa-lará pela Liderança do PDT.

O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT – AM. ComoLíder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªse Srs. Senadores, agora é definitivo. O Presidente daCâmara dos Deputados, João Paulo Cunha, comuni-cou, de forma categórica, que a chamada PEC para-lela da Previdência não será aprovada no período deconvocação extraordinária: “No máximo” – condes-cendeu o Presidente da Câmara – “será apreciadapela Comissão de Constituição e Justiça”.

No período ordinário, ainda irá, Senador PauloPaim, aquela proposta a uma comissão especial daCâmara dos Deputados e, só depois, então, irá à deli-beração do Plenário, para votação em dois turnos.

O ano é eleitoral, e, a partir de abril, deflagra-seo processo sucessório municipal. Alguns Deputadosinfluentes já declararam que não têm compromissoalgum de aprovar a proposta tal como saiu do Sena-do. Isso significa dizer que a PEC paralela está amea-çada de não ser votada ainda este ano – porque nosegundo semestre será praticamente impossível –e/ou de ser rejeitada, em grande parte, por aquelaCasa.

Há dois aspectos a considerar, Senador PauloPaim. Em primeiro lugar, todos sabemos, o Congres-so e a sociedade também, que esta convocação ex-traordinária, que custará R$50 milhões aos cofres pú-blicos, só foi feita para dar cumprimento ao compro-misso assumido por Líderes partidários nesta Casade que a PEC paralela seria votada na Câmara dosDeputados. Ou algum Senador aqui tem dúvida dis-so? Não fosse a existência da PEC paralela, teria ha-vido convocação extraordinária? Para quê? O que háde urgente aqui? A Lei de Falência? A reforma do Ju-diciário? É claro que não. É claro que esse dispêndiode dinheiro público está sendo feito – e entendo queseria justificável – para se aprovar a complementaçãoda reforma da previdência, que restabelece alguns di-reitos dos servidores públicos.

Tenho certeza de que Senadores do porte doSenador Tião Viana, do Senador Paulo Paim, do Se-nador Aloizio Mercadante e do Senador Renan Ca-lheiros não teriam assumido o compromisso aqui deque aquela proposta seria apreciada pela Câmarados Deputados se não estivessem convencidos dis-

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so. Não há como pôr em dúvida a seriedade de Sena-dores como Tião Viana e Paulo Paim.

Como ficam V. Exªs perante toda a sociedadebrasileira e perante, sobretudo, os servidores públi-cos deste País, que haverão de perguntar por quenão foi combinado isso antes?

O Deputado João Paulo é um membro proemi-nente do Partido dos Trabalhadores e é, de certa for-ma, um membro do Governo. Por que isso não foiacertado antes? E por que aquele Deputado, mesmodiscordando da convocação extraordinária, não res-peita os compromissos assumidos pelos seus com-panheiros de Partido e de Congresso, para dar cum-primento ao que foi firmado solenemente perantetoda a sociedade?

Desgasta-se o Congresso, a imagem é desgas-tada porque vai parecer – e terá sido – uma convoca-ção inútil, dinheiro público jogado fora. Ainda hoje es-tamos aqui numa sessão não-deliberativa, apenaspara fazermos discursos, sem apreciarmos nada.Não há preocupação com o prestígio da instituição.Não se trata do prestígio pessoal de cada um de nós,mas da instituição, que precisa ser respeitada e esti-mada por todos os brasileiros, pois é uma instituiçãoabsolutamente indispensável ao País. Vejam o des-gaste que vamos sofrer! Já sabemos que os Congres-sistas não são dos mais estimados ou admirados pelaopinião pública. Vejam o preço que nós todos esta-mos pagando, principalmente o preço político que osSenadores que assumiram esse compromisso estãopagando. Nada disso é levado em consideração?

Não sei se ainda há tempo, Senadores Tião Via-na e Paulo Paim, de uma mobilização, no âmbito doGoverno, para tentar persuadir o eminente Presiden-te da Câmara e outros Líderes a reverem sua posi-ção. Se não o fizerem, repito, quem sairá perdendonessa história toda é o Congresso Nacional.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.Muito obrigado.O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT – AC) – Sr. Presi-

dente, com base no art. 14 do Regimento Interno doSenado, solicito a palavra.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – V. Exª tema palavra por cinco minutos pela liderança do Partidodos Trabalhadores.

O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT – AC. Como Lí-der. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªs eSrs. Senadores, ouvi atentamente o eminente Sena-dor Jefferson Péres, que traz preocupações da maiorrelevância porque dizem respeito à autoridade políti-ca, à credibilidade e à coerência do Parlamento e da

classe política diante de suas responsabilidadesconstitucionais e legislativas e do seu compromissocom a sociedade brasileira.

Eu, particularmente, fico em uma situação umpouco mais delicada quando o tema é a chamadaPEC paralela da previdência social, porque entendoque qualquer crítica dirigida, por parte do próprio PT,ao Presidente João Paulo, neste momento, só iráagravar a situação.

Na condição de Líder, a minha posição é aindamais difícil, porque uma crítica ao Presidente da Câ-mara talvez criasse um constrangimento maior paraque S. Exª pudesse voltar a refletir sobre as decisõestomadas e as opiniões emitidas.

Causa-me muita estranheza, Senador JeffersonPéres, quando ouço a afirmativa de que não há prazohábil para votar a PEC paralela, porque todos nós so-mos sabedores da série histórica das votações noParlamento. Consta dos Anais do Senado e da Câ-mara dos Deputados que a mudança do regime deGoverno foi feita em um dia; a emenda constitucionalda taxa de iluminação pública foi votada em dois dias;a emenda da imunidade parlamentar foi votada emuma semana. Então, não há argumento verídico quesustente tal afirmação.

Sr. Presidente, mantenho com cuidado afirma-ções do tipo “o Governo tem honrado até agora ocompromisso que assumiu com o Senado Federal”.Convocou o Congresso Nacional e definiu como pon-to fundamental de pauta a PEC paralela além da re-forma do Judiciário, a Lei dos Transgênicos, a Lei daMata Atlântica, a Lei de Falência e outros itens quejulgo fundamentais e da maior relevância para o País.E cumpriu a sua parte.

O Ministro José Dirceu, reunido com Líderes daCâmara dos Deputados e da base de apoio ao Gover-no, fez um apelo para que todos os Líderes pudes-sem assegurar o encaminhamento e a votação acele-rada da reforma da previdência que lá tramita, porqueela diminuirá o impacto que possa ser danoso, de al-guma forma, a alguns servidores públicos, com todasas características já tão bem debatidas pelo SenadorPaulo Paim.

Então, fico, sinceramente no aguardo e cientede que o Senado cumpriu com grandeza as suas res-ponsabilidades nesse tema e de que o Governo hon-rou o compromisso assumido com o Senado Federal.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – SenadorJefferson Péres, respondendo à indagação de V. Exª,esclareço ao Plenário que, no exercício da Presidên-cia do Senado, fui conversar com o Presidente da Câ-

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mara, Deputado João Paulo Cunha, sobre a convoca-ção extraordinária e a votação da PEC paralela.Acompanharam-me, naquela ocasião, a SenadoraSerys Slhessarenko, aqui presente, o Senador PedroSimon, o Senador Sérgio Zambiasi e cerca de repre-sentantes de 40 entidades.

E respondeu-me o Presidente João Paulo: “Se-nador Paulo Paim, eu não convoco, mas, se o Presi-dente da República convocar, chamarei os Deputa-dos para deliberar e votar a PEC nº 77 como priorida-de”. Esse foi o compromisso que o Presidente JoãoPaulo assumiu com o Senador Paulo Paim, Presiden-te em exercício do Senado.

Vou além, Senador Jefferson Péres: esse com-promisso de votação da PEC paralela nós o firmamoscom todo o Governo, não só com os Ministros, mastambém com o Presidente da República. Está aqui oLíder Tião Viana para endossar a nossa posição. Emtorno de sete Senadores deste plenário votaram naPEC nº 67 com o compromisso de que a PEC nº 77seria votada.

Encerro após esse esclarecimento e, em outraoportunidade, vou explicitar minha posição da tribu-na. Como Presidente em exercício na época, quandoparticipei do acordo, e como Senador no exercício daPresidência hoje, desejo dizer que, se esse quadro seconfigurar, eu particularmente me sentirei totalmentetraído. E, naturalmente, não vou conviver no mesmoespaço com aqueles que traíram a proposta.

Espero que isso não seja verdadeiro e que efeti-vamente a Câmara dos Deputados assuma sua res-ponsabilidade. Alguém disse: será um escândalo aconvocação do Congresso gastando R$50 milhões. Eeu digo a mesma frase: será, sim, um escândalo aconvocação do Congresso se esta instituição não vo-tar a principal matéria que motivou esta convocação,que é a PEC nº 77. Que se assuma a responsabilida-de do escândalo! O Senado está aqui e vai cumprir asua parte.

Todo mundo lembra o pronunciamento que fizdessa tribuna no dia 25, que está gravado: não se cum-prido o acordo, o meu discurso vai ser cumprido, estesim na íntegra, porque eu tenho palavra, eu tenho honrae vou querer que respeitem a minha história.

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT –MT) – Sr. Presidente, peço a palavra de acordo com oart. 14, VI, do Regimento Interno, por ter sido citada.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Tem a pa-lavra V. Exª.

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT –MT. Para uma explicação pessoal. Sem revisão da

oradora.) – Sr. Presidente, gostaria de dizer que parti-cipei dessa reunião que V. Exª mencionou citando omeu nome. Realmente, naquele momento, fiquei qua-se desorientada, porque estavam ali presentes trintae duas entidades sindicais, organizações dos traba-lhadores. E éramos quatro Senadores: eu e os trêsSenadores do Rio Grande do Sul. O Deputado JoãoPaulo, diante do fato de que pedíamos – e todas asentidades pediam – que se votasse a PEC nº 77, aqual votamos em três dias no Senado, respondeu quenão faria auto-convocação para votar. S. Exª disseisso diante de mim, pois eu estava sentada ao ladodele. E disse ainda que, se o Governo Federal fizessea convocação, S. Exª acataria. Em primeiro lugar, S.Exª não tem o que acatar, pois, se o Governo convo-casse o Congresso extraordinariamente, como o fez,S. Exª teria mais que fazer a coisa acontecer.

Naquele momento, fiquei muito preocupadacom a posição do Deputado João Paulo. Isso meaborreceu demais, porque vi que a situação se com-plicaria. Esta convocação extraordinária é fundamen-tal, é de extrema relevância para a aprovação da PECnº 77. Não deve ser por gênio, por gosto ou por malgosto de algum Parlamentar que essa PEC paraleladeve deixar de ser votada. A PEC nº 77 tem que servotada sim! Há prazo hábil sim; basta que se tenhavontade política. É preciso parar esse joguinho de pir-raça, de disputa, disso e daquilo. Quando se tem von-tade política, se faz. Este é um Poder eminentementepolítico. E os trabalhadores deste País querem e pe-dem a PEC nº 77. Há aqueles que defenderam os tra-balhadores e falaram sobre os problemas que a PECnº 67 traria – e trouxe – para os trabalhadores. Briga-mos aqui. Eu briguei, o senhor brigou, e muitos outrosbrigaram. E se aprovou a PEC nº 67, mas esta foiaprovada com o compromisso de se aprovar posteri-ormente a PEC nº 77. E exigimos que se aprove aPEC nº 77! Não querem fazer isso por quê? Qual é oproblema?

Os trabalhadores têm que vir à Câmara dos De-putados exigir que o Presidente João Paulo pare comesses ímpetos de vontade própria. Ainda há tempohábil para apreciar essa matéria, já que ainda háaproximadamente mais vinte dias de convocação ex-traordinária. Basta querer fazê-lo!

São poucos os avanços da PEC nº 77? Sãopoucos, sim. Deveriam ser muito mais, mas os avan-ços que lá existem têm que ser votados com a rapideznecessária. E a possibilidade nos é dada com a con-vocação extraordinária do Congresso Nacional.

Quero tratar de outro assunto. Já declarei aquique sou totalmente favorável à convocação extraordi-

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nária e que não recebo pagamento por ela. Não soudemagoga. Não recebo! Fui Deputada por doze anose nunca recebi pagamento pela convocação extraor-dinária. Apresentei inúmeros projetos para acabarcom esse amaldiçoado jetom. Não recebi o jetom dejulho do ano passado e não receberei o desta convo-cação. Quero que isso, mais uma vez, fique muito cla-ro. Não admito que ninguém me chame de demagogapor que estou devolvendo o dinheiro. Tenho uma his-tória de treze para catorze anos de Parlamento. Nun-ca recebi o pagamento da convocação extraordinária,continuarei não o recebendo e exijo, no mínimo, queme respeitem.

Somos eleitos para trabalhar, para defender osinteresses do povo. Temos que fazer isso a qualquermomento e a qualquer hora, independentemente derecebimento de jetom.

Muito obrigada.O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RR)

– Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – O Senador

Mozarildo Cavalcanti pediu a palavra pela ordem parafalar do mesmo assunto e, ao mesmo tempo, pela Li-derança do PPS.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL – ES) – Peçoa palavra, pela ordem, para falar como Líder do meuPartido e sobre o mesmo assunto.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Passo apalavra ao Senador Mozarildo Cavalcanti. Em segui-da, concederei a palavra a V. Exª, Senador MagnoMalta.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RR.Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presiden-te, Srªs e Srs. Senadores, creio que todos que se em-penharam de alguma forma para a aprovação daPEC nº 67 e da PEC nº 77, que é a chamada PEC pa-ralela, está sem compreender a posição do Presiden-te da Câmara dos Deputados, que deve agir comisenção e não pode expor sua posição pessoal sobreesse ou aquele projeto. Assim deve agir também oPresidente do Senado.

A PEC paralela muito interessa aos trabalhado-res e diz respeito claramente e somente aos interes-ses dos trabalhadores, pois trata de temas como aparidade, a regra de transição, o subteto para osEstados que o quiserem, os inativos, ou seja, os por-tadores de doenças incapacitantes, os aposentadospor invalidez e a aposentadoria das donas de casa.

Sr. Presidente, gostaria que fizessem silêncio.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Fazendosoar a campainha.) – Peço a atenção do Plenário,pela importância do debate.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RR)– Primeiramente, estranho o comportamento do Pre-sidente da Câmara, que – repito – deveria ser de isen-ção na condução dos trabalhos, fazendo-os aconte-cerem. S. Exª deveria ser sensível a uma questãoque, como disse muito bem a Senadora Serys Slhes-sarenko, se não é de todo benéfica para os trabalha-dores, alivia bastante a sua situação diante do quedetermina a PEC nº 67.

Assim, não é possível compreender que o Presi-dente da Câmara, que é do Partido dos Trabalhado-res, adote uma posição como essa.

Manifesto minha inconformidade e estranheza.Como foi dito pelo Senador Jefferson Péres, o princi-pal motivo desta convocação foi a PEC nº 77, a PECparalela, que aliás se deve muito à engenhosidade doSenador Tião Viana, que, como Relator da PEC daprevidência, soube costurar todos os acordos paraque, de um lado, não houvesse atraso nos ajustes daprevidência e que, de outro lado, fosse amenizada asituação dos trabalhadores. E todos nós, aqui, à una-nimidade, votamos a PEC nº 77.

Então, é inacreditável que agora o Presidente daCâmara, abusando do poder que tem, resolva ir contratodos. O que mais me causa estranheza é que dizemque é porque se revolta pela posição deste ou daqueleSenador. E o pior ainda é que esse comportamentodele coloca sob suspeita o Presidente da República, oMinistro José Dirceu e os outros Ministros que se com-prometeram com a aprovação da PEC paralela.

Os trabalhadores que têm interesse na aprova-ção dessa medida, a PEC paralela, devem, sim, ir àCâmara “forçar a barra”, exigir dos Deputados quecumpram o seu dever. Se não queriam votar, não de-veriam nem vir a Brasília e nem receber. O próprioPresidente da Câmara não deveria ter vindo. O que S.Exª está fazendo aqui?

Temos que realmente exigir que o PresidenteJoão Paulo reflita e repense a responsabilidade quetem como Presidente de uma Casa do Poder Legisla-tivo, principalmente sendo a Casa que representa opovo. Nós, aqui, representamos os Estados. Os De-putados representam exatamente o povo. E comopode o Presidente de uma Casa que representa opovo ficar insensível e dar uma de colegial que embir-ra e não quer fazer uma coisa por que entende quenão deve fazer, comprometendo, assim, todos nós doCongresso?

01122 Sexta-feira 23 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004 273ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 288: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Se não votarmos essa PEC paralela, terá sido,como disse o Presidente Paulo Paim, um escândalo.Vamos votar no Senado a reforma do Judiciário? Tal-vez. Pelo que ouvi da última reunião da CCJ, devere-mos aprová-la naquela Comissão e, possivelmente,se não nesta convocação, logo no início dos traba-lhos normais. E, por que a Câmara não vota essaPEC paralela? Porque, como disse muito bem o Se-nador Tião Viana, não há argumentos para dizer quenão há prazo, que não há tempo hábil. Isso aí é des-culpa de quando não queremos fazer alguma coisa.Aí se inventa que não tem tempo, que precisa fazerisso, que precisa fazer aquilo. O Presidente João Pa-ulo, repito, precisa refletir sobre a responsabilidadedo cargo que ocupa e sobre a responsabilidade quetem para com os trabalhadores e, principalmente,para com a dignidade e o respeito dos seus pares.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Pela Lide-

rança do PL, concedo a palavra ao Senador MagnoMalta.

O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PL – ES. ComoLíder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Srªse Srs Senadores, é triste, durante este período deconvocação, já na primeira semana, termos que as-sumir esta tribuna sempre para falarmos do mesmoassunto, que envergonha a todos nós. Hoje eu reflitoe fico pensando numa fala da Senadora Heloísa He-lena: quem sabe mais fácil teria sido ao próprio Go-verno permitir emendar a PEC nº 67 para que ela pu-desse voltar à Câmara, ser homologada pela vaidadedo Presidente João Paulo, e voltar a esta Casa? Aqui,me parece, há homens mais maduros, e, por meio deum acordo, antes do dia 31 de dezembro nós já tería-mos votado a própria PEC nº 67, depois de emenda-da na Câmara, e dado uma resposta significativa àsociedade brasileira.

O Governo assumiu o compromisso com estaCasa, por meio de suas Lideranças – o Senador TiãoViana, por quem nutrimos o maior respeito, e o Sena-dor Aloizio Mercadante, que também respeitamos – eas da oposição, que ajudaram a costurar essa melho-ra. As Lideranças da oposição sentaram-se à mesa eouviram o que nós ouvimos do Governo: votando aPEC nº 67 não atrapalharíamos a vida do Governo jápara o próximo exercício. “Temos a garantia a dar, e oque vale é a nossa palavra.” Evocou-se aí o mesmocomportamento adotado no Governo Fernando Hen-rique Cardoso quando mandou um documento secomprometendo a não privatizar a Petrobras, e de-mos um voto de confiança a mais, porque o Presiden-te Fernando Henrique pelo menos mandou um docu-

mento. Nós acreditamos na palavra, Senador Geral-do Mesquita Júnior, e votamos a PEC nº 67.

Agora, a Câmara não podia nutrir tanta ilusão deque o Senado – 81 Senadores, numa Nação grandecomo esta, ex-Governadores, ex-Senadores de ou-tros mandatos, ex-Deputados, homens que acumu-lam história na vida pública – pudesse deixar passarileso um momento de reforma do País sem dar a suacontribuição.

A contribuição que se deu foi a mais significativapossível, dando até à Câmara, à base do Governo, aoPT – que a vida inteira militou com esta base, com ossindicatos, com as associações – a possibilidade derestabelecer o bom convívio perdido quando a PECnº 67 foi votada na Câmara. O Senado deu a elesessa possibilidade.

Antes de começarmos o recesso, ouvimos ru-mores de que a Câmara não votaria a PEC nº 77. Ti-vemos uma reunião com lideranças do Governo nogabinete do Presidente João Paulo – o Líder do Go-verno, o Líder do PT, as lideranças da base do Gover-no na Mesa do Presidente João Paulo – e, lamenta-velmente, ouvi coisas de menino buchudo, de meninocatarrento, pirracento, que rola no chão e esperneia:“Eu quero, eu quero, eu quero”. Chora, chora, para amãe fazer o que ele quer. “Quem levou tomatada fo-mos nós, quem levou ovo podre fomos nós, quem bo-tou a cara no outdoor fomos nós, e agora o Senadosai com o bônus, e nada para o Senado de ônus!”

Com todo respeito ao Presidente João Paulo,para um homem que pensa em ser Governador de SãoPaulo, S. Exª precisa estudar muito para amadurecer.

Fico sem dormir com duas interrogações na ca-beça, Senador Jefferson Péres: não estará S. Exªcumprindo uma determinação do Palácio, fazendobirra, cumprindo ordem – porque o Palácio já nos deua palavra –, intentando nos dar um a zero no reces-so? Se João Paulo estiver a serviço do Palácio, seráuma vergonha maior do que a que já se estabeleceu.Se não for isso, pergunto ao núcleo duro da repúblicado PT de São Paulo: qual é o futuro político de JoãoPaulo, que é capaz de enfrentar o Presidente Lula edizer que quem pariu Mateus que o enfrente? “FoiLula quem fez a convocação, é problema dele. Eunão faço.” Ele é da base do Governo, ele é do PT, ogoverno é dele. E daí? O Presidente João Paulo temcompromisso com a sociedade? Tem compromissocom os aposentados? Tem compromisso com aspessoas com doenças incapacitantes? Tem compro-misso com a regra de transição? Tem compromissocom a paridade? Não sei. Até porque quem um diadisse que o PT só não havia concordado com a refor-

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Page 289: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

ma do Presidente Fernando Henrique Cardoso, ape-sar de saber que estava tudo certo, porque tinha umprojeto político – e era verdade –, ou seja, um sujeitoque fala pelos cotovelos e depois desmente com aboca, não sei se posso acreditar no que ele fala.

A nossa situação aqui é incômoda. A sociedadecivil está assistindo a isso incomodada. Agora, saiba asociedade civil que a reforma da Previdência foi aprova-da nesta Casa num consenso de homens e mulheresque compõem este Parlamento e que têm responsabili-dade. E fizemos a composição, no gabinete do Líder doPSDB, Arthur Virgílio, com o Líder José Agripino, doPFL, com o Líder do PDT, com os Líderes da base alia-da de que votaríamos a PEC nº 67 e teríamos a PEC nº77. E combinamos ali que passaríamos por cima de to-dos os interstícios por um acordo de liderança e entre-garíamos, como entregamos, a PEC nº 77 avançada àCâmara dos Deputados.

Se a Câmara dos Deputados tivesse disposiçãode votá-la, ela o teria feito até o dia 30, rompendo to-dos os interstícios por uma combinação e acordo delíderes. Assim, dia 30, a PEC nº 77 já estaria votada,todos nós estaríamos de férias, com as nossas famíli-as, porque ninguém é de ferro, e não estaríamos aquiexpostos a uma vergonha como esta. Porque a Câ-mara está fazendo birra, sob a batuta e o comando doseu Presidente João Paulo, por quem tenho o maiorrespeito, mas neste momento não posso ver nele se-não a figura do menino buchudo, catarrento e pirra-cento.

Então, cabe ao Governo dizer o seguinte: seJoão Paulo está falando em nome do Governo – por-que pode ser também uma armação para dar um azero na gente e ele estar assumindo o ônus de ser olado mau do Governo – ou se está fazendo isso porconta própria, achando que vai agradar à grande mai-oria que votou na PEC nº 67 e teve o ônus, como elesdizem, de ir para o outdoor, e tentar uma reeleiçãopara Presidente. Mas, está mais que provado que umhomem que não tem isenção como Presidente da Câ-mara dos Deputados não pode continuar sendo Pre-sidente.

Mas, como a convocação ainda está em vigên-cia, Senador Ramez Tebet, há tempo para que o Pre-sidente da Câmara possa se redimir junto não somen-te às associações e sindicatos, mas aos aposentadosdeste País, que esperam um comportamento diferen-te de S. Exª, às pessoas que têm doenças incapaci-tantes, àqueles que precisam da regra de transição eda regra de paridade.

Para tanto, aqui, no Senado, manteremos onosso plantão na esperança de que a Câmara, sob a

batuta do Sr. João Paulo, assuma um comportamentode maturidade, porque é isso que a sociedade estáesperando.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Passamosa palavra ao nobre Senador Rodolpho Tourinho, porcessão da Senadora Ana Júlia Carepa.

S. Exª dispõe de vinte minutos para o seu pro-nunciamento.

O SR. RODOLPHO TOURINHO (PFL – BA.Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do ora-dor.) – Sr. Presidente, agradeço inicialmente à Sena-dora Ana Júlia pela cessão do seu tempo e registro,neste momento, a nossa solidariedade ao PresidenteSarney, à nossa colega Senadora Roseana Sarney,no dia em que se celebra a missa de sétimo dia deDona Kyola.

Volto a trazer a este Plenário um tema que con-sidero extremamente importante, que tem sido fre-qüentemente tratado na imprensa nacional, mais re-centemente inclusive, que é a questão da autonomiado Banco Central.

Em dezembro do ano passado, fiquei bastantesatisfeito quando ouvi as declarações do Ministro daFazenda, Sr. Antonio Palocci, incluindo entre as prio-ridades do Governo para o ano de 2004 o projeto queestabelece a autonomia operacional do Banco Cen-tral. Trata-se de medida necessária para o amadure-cimento do atual modelo macroeconômico nacional,garantindo maior credibilidade ao sistema financeirodo País, possibilitando maiores reduções nas taxasde juros e, sobretudo, possibilitando que o CongressoNacional participe, de alguma forma, dessa formula-ção ou mesmo da responsabilidade pela política eco-nômica e cambial do País.

Aliás, cumpre registrar que, com esse objetivo,apresentei no ano passado o Projeto de Lei nº 317,cujo Relator na Comissão de Constituição e Justiça éo eminente Senador Tasso Jereissati, que dispõe so-bre a redefinição do papel do Banco Central.

Entretanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senado-res, já neste ano, para infeliz surpresa de todos, o Mi-nistro José Dirceu disse, em entrevista à imprensa,que a autonomia do Banco Central não seria tratadapelo Governo Federal em 2004. Devo dizer que, doisdias depois, ele recuou dessa afirmação, segundo aimprensa, após solicitação do Presidente Lula.

Todavia, é possível inferir que essa indecisãoque está sendo mostrada pelo Governo Federal, porseus Ministros e pela própria Presidência sinalizauma divergência talvez maior do que a que existe na

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Page 290: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

prática em relação ao tema. E, talvez por isso, na se-mana passada, algumas manchetes de jornal afirma-vam que a autonomia do Banco Central ficará paraser discutida, se tanto, em 2005.

A maioria dos que se dizem contra a idéia da au-tonomia do Banco questiona os poderes que estãosendo conferidos à instituição, sem que haja ingerênci-as do Poder Executivo. Por sua vez, a principal defesaque se faz à proposta é a maior credibilidade que po-derá conferir à economia nacional perante os agentesfinanceiros nacionais e internacionais. Basta verificar-mos, por exemplo, as cobranças, dois dias após as de-clarações do Ministro José Dirceu, sofridas pelo atualPresidente do Banco Central, Henrique Meirelles, epor autoridades monetárias em um seminário ocorridona Suíça sobre esse tema, em relação às reais possi-bilidades de implementação dessa solução.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sou dosque defendem a implementação imediata da autonomiaoperacional do Banco Central com diretrizes definidaspelo Governo. Creio que tal medida resultará no apri-moramento dos fundamentos da economia nacional.

Nesse sentido, gostaria, inclusive, de chamar aatenção do Exmº. Sr. Ministro Antonio Palocci, queparece comungar das mesmas convicções que te-nho, para o fato de já existirem projetos em tramita-ção em ambas as Casas sobre esse tema. No Sena-do Federal, basta que as discussões em torno dotema se iniciem na Comissão de Constituição, Justiçae Cidadania, cujo Relator, repito, é o eminente Sena-dor Tasso Jereissati.

O projeto possui alguns pontos fundamentais: oprimeiro deles é a autonomia operacional do BancoCentral. Entretanto, inova ao instituir a aprovação, noCongresso Nacional, de lei anual que definirá as dire-trizes das políticas monetária e cambial para o exercí-cio posterior, fortalecendo, portanto, o Poder Legisla-tivo nesse processo. Além disso, reformula as fun-ções do Banco Central, incluindo a retirada da super-visão do mercado financeiro das suas competênciase redefinindo o papel do Conselho Monetário.

Entre tantas atividades que hoje o Banco Cen-tral tem, eu citaria, por exemplo, a regulação e a fisca-lização de quaisquer tipos de consórcio que sejam fei-tos no País; registro e acompanhamento de capitaisestrangeiros, intervenções e liquidações de bancos;fazer censo do capital estrangeiro; não aprovar, masparticipar do plano de aplicação de recursos do Ban-co do Brasil, que, aliás, fica subordinado às regras defiscalização do Banco Central; fiscalizar as bolsas devalores; prestar assistência financeira às bolsas devalores; entrar no processo de alienação de ações da

União, quaisquer que sejam essas ações; autorizarfuncionamento de cooperativas de créditos; participardo Conselho Nacional do Cooperativismo e tantas ou-tras funções.

O que se pode verificar é que, quando foramanexados todos os projetos que esse projeto de leimodificará, chegamos a atingir cerca de 400 páginasde legislação que deverá ser modificada. No fundo, oque se quer exatamente não é que se dê independên-cia ao Banco Central, mas autonomia para traçar,conduzir junto com o Governo e o Congresso, a políti-ca monetária e cambial, deixando de fazer coisas – amais típica delas – como a fiscalização de bancos,que teria que ser feita por outro órgão a ser definidopelo Governo. Essa delegação da gestão da políticamonetária seria dada a um banco com diretorias commandatos fixos, sujeitas ao cumprimento de diretrizesexplícitas, submetidas a avaliações periódicas e su-bordinadas à sanção, de última instância, do Parla-mento e do Poder Executivo.

Essencialmente, a proposta define que o BancoCentral do Brasil terá como objetivos fundamentais ocontrole da inflação e o equilíbrio de longo prazo dobalanço de pagamentos, passando a contar, paratanto, com a prerrogativa de autonomia operacional.É fundamental registrar que essa autonomia operaci-onal, repito, não significa, absolutamente, a indepen-dência em relação aos Poderes democraticamenteconstituídos.

Pelo contrário, a autonomia prevista na proposi-ção submete o Banco Central a um amplo conjunto delimitações, diretrizes, condições e controles para suaatuação.

A nova lei de diretrizes monetárias e cambiaisserá o guia da ação do Banco Central e do qual estenão poderá se desviar, sob pena de perda de manda-to do seu presidente e dos seus diretores. O Presi-dente da República deverá enviar anualmente, comofaz com a LDO e o Orçamento, lei para apreciação doCongresso Nacional contendo as diretrizes de políticamonetária e cambial para o exercício seguinte. Dessaforma, repito, o projeto fortalece sobremaneira a parti-cipação do Poder Legislativo na elaboração das polí-ticas monetária e cambial para o País, bem como oseu encaminhamento.

Outro ponto que considero fundamental na pro-posição é a reformulação das funções do Banco Cen-tral. E aí cumpre destacar o quão importante é a rede-finição do papel da instituição, sob pena de conceder-mos autonomia operacional a um órgão que atual-mente centraliza várias atribuições, as quais me referi

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há pouco, e aí, sim, poderia ficar com poderes em de-masia.

Ocorre que, no Brasil, o Banco Central acabouabsorvendo, ao longo dos anos, um sem-número deatribuições, em nada relacionadas à execução da po-lítica monetária e cambial.

O projeto elimina, portanto, muitas das compe-tências hoje conferidas ao Banco Central, dais quaisdestacaria sobretudo a supervisão e a fiscalização doSistema Financeiro Nacional. De acordo com o proje-to, essa função deverá ser exercida por outro órgão aser criado pelo Poder Executivo. Aliás, trata-se deuma tendência internacional, visto que dois terçosdos países adotam hoje um sistema de supervisãobancária fora do Banco Central.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dos pon-tos principais que destaquei na proposição, resta tra-tar da redefinição das atribuições do Conselho Mone-tário Nacional, que terá, dentre as suas novas incum-bências, o papel principal de coordenar a elaboraçãoda lei de diretrizes para as políticas monetária e cam-bial a ser enviada ao Congresso. Será também res-ponsável por monitorar as ações ao Banco Central,compatibilizar as ações da autoridade monetária coma dos órgãos de fiscalização e controle do mercado fi-nanceiro e atuar como poder moderador de eventuaisexcessos no uso do poder regulamentar do BancoCentral.

Concluo registrando a minha preocupação coma indefinição e, ao que tudo indica, discordância dosmembros do Governo no Executivo e de sua base desustentação no Congresso em relação à autonomiaoperacional do Banco Central.

O Sr. Marco Maciel (PFL – PE) – Senador Ro-dolpho Tourinho, gostaria, se possível, que V. Exª meconcedesse um aparte.

O SR RODOLPHO TOURINHO (PFL – BA) –Concedo, com muita satisfação, o aparte a V. Exª.

O Sr. Marco Maciel (PFL – PE) – Senador Ro-dolpho Tourinho, V. Exª traz hoje à consideração doSenado a questão da autonomia do Banco Central. Eisso se insere, como V. Exª citou, em um quadro maisamplo da busca da desejada estabilidade econômica,um dos grandes fundamentos para que se tenha umdesenvolvimento digno desse nome. Sabemos queos chamados países de Primeiro Mundo já conferemuma desejável autonomia aos bancos centrais, queos coloca a salvo de pressões políticas, sobretudopressões políticas de curto prazo, mormente em pe-ríodos eleitorais. Por isso, penso que o Congressodará uma excelente contribuição se avançar nesse

território, sobretudo se, para esse fim, houver umaboa parceria com o Poder Executivo. Acredito que,em assim fazendo, estaremos avançando no sentidode melhorar o nosso desempenho fiscal, de melhoraras nossas taxas de crescimento e criar condiçõespara termos também um desenvolvimento mais justo.Felicito V. Exª pelo discurso que faz e pelo trabalhoque vem realizando nesta Casa. V. Exª foi um exce-lente Secretário da Fazenda – há pouco V. Exª estavasendo lembrado pelo Senador César Borges no dis-curso que proferiu – e domina muito bem a matéria.Foi um excelente Ministro de Minas e Energia e estásendo também um competente e talentoso Senador,valendo destacar, entre muitas das suas colabora-ções, uma participação muito efetiva na reforma tribu-tária. A proposta oriunda da Câmara não era boa,sendo substancialmente modificada para melhor peloSenado, e V. Exª concorreu de forma decisiva paraque isso acontecesse. Por isso quero, ao tempo queme solidarizo com as palavras de V. Exª, cumprimen-tá-lo também pelo desempenho nesta Casa do Con-gresso Nacional.

O SR. RODOLPHO TOURINHO (PFL – BA) –Agradeço muito, Senador Marco Maciel, a V. Exª pe-las palavras, que são muito importantes para mim. V.Exª, tendo em vista a sua vivência e experiência, to-cou em um ponto que não está aqui claramente colo-cado, que é a pressão política sobre o Banco Central,sobretudo, como V. Exª se referiu, em determinadosanos de eleição. A rigor, aqui o que se faz é o inverso:dá-se uma participação permanente ao Congresso nadefinição das políticas sem que se tenha essa pres-são. Portanto, esse argumento colocado por V. Exª émuito importante. Considero que se trata de uma ex-pressiva colaboração para a avaliação que teremosque fazer, pois ainda vamos discutir bastante essaquestão no Congresso Nacional.

Concedo um aparte ao Senador César Borges.O Sr. César Borges (PFL – BA) – Nobre Sena-

dor Rodolpho Tourinho, V. Exª, profundo conhecedordas questões econômicas, há muito tempo se debru-ça sobre a autonomia do Banco Central, inclusive V.Exª é autor de projeto de lei que tramita nesta Casa.V. Exª também toca em um aspecto que nos preocu-pa sobremaneira: o aspecto político da divergênciaexistente no seio do Governo com relação à essa im-portantíssima questão. Assistimos ao fato de que oGoverno do Partido dos Trabalhadores, que tem ori-gem no socialismo, no Estado grande, estatizante, aoassumir o Governo, implantou a macroeconomia libe-ral, atendendo aos ditames do mercado, procurandodar-lhe segurança, procurando trazer confiança inter-

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nacional para o País. Essa é a política assumida peloMinistro Antonio Palocci, como muito bem colocou V.Exª. Por outro lado, grande parte do Governo é estati-zante e quer permanecer com os princípios do Estadogrande, controlador de todas as ações, e não aceitaefetivamente a autonomia do Banco Central, como V.Exª colocou. Há, portanto, uma declaração do Minis-tro José Dirceu, que é um Ministro forte do Governo, eoutra do Ministro Palocci, que efetivamente é um Mi-nistro fortíssimo, da Fazenda. Penso que isso prejudi-ca o País. É preciso o País ter clareza de para aondeestamos indo, sob pena de termos uma política libe-ral, neoliberal na macroeconomia e uma política soci-alizante, estatizante nos Ministérios. Penso que, nes-se momento do pronunciamento de V. Exª, esta équestão crucial: a definição que o País exige do Go-verno com relação a essas questões. Não me vou po-sicionar nem a favor de uma, nem a favor de outra.Não obstante, o País precisa de clareza com relaçãoa esse tema. Um outro ponto é a auto-suficiência doGoverno. Há um projeto de sua autoria e há outrosprojetos na Câmara do Deputados com relação à au-tonomia, mas, no entanto, nada se aproveita. Umbelo dia, por meio de uma medida provisória, o Go-verno vai querer legislar sobre a questão desconhe-cendo o esforço e o nosso papel nesta Casa. São,portanto, duas questões importantes, muito importan-tes. que V. Exª levanta e que devem merecer a preo-cupação do Congresso a fim de que possamos pres-sionar o Governo Federal para que elas sejam eluci-dadas para o Brasil. Muito obrigado. Parabéns pelopronunciamento.

O SR. RODOLPHO TOURINHO (PFL – BA) –Muito obrigado, Senador César Borges. Tenho essapreocupação. Aliás, nasceu da discussão entre osdois Ministros a minha decisão de tratar novamentedesse assunto – aliás, já o fiz mais de uma vez. Não éum projeto simples que amanhã possa ser tratado pormedida provisória. Isso é algo que me preocupa.Acredito que o tema tem de ser exaustivamente de-batido. Não é uma questão ideológica. Mas, sim, umaquestão de como alocar funções que atualmente sãodo Banco Central, algo que só o Governo poderá fa-zer. Não temos a autoridade de propor qualquer tipode ação nesse sentido. Isso me preocupa bastante.Foi esse o objetivo maior de eu ter trazido à tona esseassunto.

Agradeço a V. Exª pelas observações.Concedo o aparte ao Senador Jefferson Péres.O Sr. Jefferson Péres (PDT – AM) – Senador

Rodolpho Tourinho, V. Exª antecipa um debate queinevitavelmente terá de ser travado no Congresso

Nacional. Autonomia do Banco Central é tema rele-vante. Não o demonizo nem o santifico. Há paísesque funcionam muito bem com o Banco Central autô-nomo e outros, não. Quando o Primeiro-Ministro TonyBlair assumiu o Governo, uma de suas primeiras pro-vidências, apesar de ser de partido trabalhista de es-querda, foi exatamente dar autonomia ao Banco Cen-tral da Inglaterra. Parece-me que a vantagem da au-tonomia é a maior estabilidade. Como disse o Sena-dor Marco Maciel, deixa a política monetária, sobretu-do, livre e isenta de injunções políticas, e principal-mente eleitoreiras. Dá estabilidade e confiança aomercado. Creio que um Banco Central com um certograu de autonomia, mas comprometido com metascambiais e monetárias, obrigado a prestar informa-ções periodicamente ao Senado, pode ser uma boasolução para o País. É preciso “desideologizar” essefato. Austeridade monetária e controle de inflaçãonão são de esquerda nem de direita. Meu Deus docéu! Deixou de sê-lo há muito tempo. Não se trata dequestão neoliberal ou de esquerda. Todo governohoje tem de ser responsável. Controlar a inflação eimpedir que haja um novo surto inflacionário é res-ponsabilidade de todo governo, por ser condição ne-cessária para qualquer política social, que obviamen-te não se faz num período de descontrole inflacioná-rio. Finalmente, como comentava com o Senador Gil-berto Mestrinho, não sei se existe amadurecimentono País para isso. O Governo não está conseguindoconviver com a autonomia das agências reguladorase não vai conviver com a autonomia do Banco Cen-tral. Os governos brasileiros são autoritários por natu-reza. Isso é cultural no Brasil. Eles querem mandarem tudo, controlar tudo e jamais admitirão que umaagência possa cumprir contratos sem dar bola ao Go-verno, porque não têm de dar bola ao Governo mes-mo. Que o Banco Central, apesar de estarmos emano eleitoral, não ceda a pressões, não eleve os ju-ros, não baixe a taxa de juros por considerar, a partirde uma avaliação técnica, que seja o melhor para oPaís. O Governo não saberia conviver com isso, e,em um ano, a autonomia seria revogada. Era o queeu tinha a dizer.

O SR. RODOLPHO TOURINHO (PFL – BA) –Senador Jefferson Péres, agradeço muito a V. Exªpelas observações. Entendo-as todas pertinentes epreocupa-me muito também a questão do não respei-to à autonomia de simples agências, quando pensa-mos na autonomia do Banco Central.

Volto a insistir que penso que esse é o momentode discussão do assunto. Hoje, há uma tendênciacrescente em todos os países de dar autonomia aos

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bancos centrais, para que eles possam exercer comliberdade, sem influência política, como bem disse V.Exª, a sua função. Temos de nos preparar para che-gar a esse ponto um dia, pois tenho absoluta convic-ção de que chegaremos. Não sei quando. Esse é ogrande problema.

Sr. Presidente, o momento é oportuno para inici-armos as discussões.

Concedo o aparte ao Senador Geraldo Mesqui-ta Júnior.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – SenadorGeraldo Mesquita, faço o mesmo apelo a V. Exª quefiz aos outros Senadores: como o tempo do orador játerminou, peço que V. Exª seja o mais breve possível,porque o Senador Ramez Tebet está ao meu lado an-sioso para fazer o seu pronunciamento.

O Sr. Geraldo Mesquita Júnior (Bloco/PSB –AC) – Sr. Presidente, eu não queria perder a oportuni-dade de modestamente ilustrar a preocupação do Se-nador Rodolpho Tourinho com o episódio ocorrido hápouco tempo envolvendo o ex-Presidente FernandoHenrique Cardoso, quando participava de um debatecom economistas em que se encontrava o represen-tante do FMI. Na pauta dessa discussão acerca daautonomia do Banco Central, quando o representantedo FMI advogava a necessidade de o Brasil debater oassunto e de o Congresso Nacional aprovar legisla-ção nesse sentido, o ex-Presidente Fernando Henri-que Cardoso, para alguns, surpreendentemente,mostrou-se contrário à postulação e trouxe uma con-sideração muito interessante. Disse S. Exª que, na-quela época de crise, com Gustavo Franco na Presi-dência do Banco Central, existindo naquela ocasião odispositivo garantindo a autonomia do Banco Central,talvez, para cumprir recomendação do próprio FMI, opróprio Presidente da República tivesse de ter renun-ciado, porque não teria como obrigar o Banco Centrala cumprir a política que o Governo entendia comocorreta e necessária para aquela ocasião. Achei mui-to interessante e oportuno trazer essa lembrançapara ilustrar o discurso do Senador Rodolpho Touri-nho. Muito obrigado.

O SR. RODOLPHO TOURINHO (PFL – BA) –Considero bastante oportuna a sua contribuição, Se-nador Geraldo Mesquita. Não tenho dúvida de queesse é um tema controvertido e de que terá de ser dis-cutido. Volto a lembrar o que o Senador César Borgesdisse acerca de que decisões nesse sentido não ve-nham por meio de medida provisória. No nosso re-cente projeto, tivemos o cuidado de evitar que essetipo de coisa ocorresse. Depois, darei mais detalhes,porque o Legislativo passaria a ter um papel maior, de

participação, de vigilância, no Conselho MonetárioNacional e no Banco Central.

O Sr. Marco Maciel (PFL – PE) – Sr. Presidente,gostaria de solicitar um aparte de um segundo. O Sena-dor Geraldo Mesquita Júnior traz à colação o episódiorelativo à desvalorização cambial, que ocorreu entre1991 e 1999. Foi, de fato, um momento de muita tensãodentro e fora do Governo. Naturalmente, a questão quese pôs naquela ocasião foi a necessidade de permitirque o câmbio voltasse a flutuar. Como foi lembrado, oentão Presidente do Banco Central, Dr. Gustavo Fran-co*, tinha opinião divergente. O ex-Presidente Fernan-do Henrique Cardoso, no debate a que se referiu o Se-nador Geraldo Mesquita, reportou-se ao seguinte dile-ma que lhe foi imposto àquela ocasião: ou demitia oPresidente do Banco Central ou renunciava ao manda-to. Realmente, naquele momento, não havia outro ca-minho a não ser deixar novamente a moeda flutuar eacabar com o modelo do chamado câmbio fixo. Graçasao fato de o Brasil não ter o chamado Banco Central in-dependente, foi possível tomar essa decisão. Para fa-zer uma leitura na semântica dos novos tempos, discu-te-se agora, naturalmente tendo em vista que avança-mos, e muito, no campo da estabilidade fiscal e monetá-ria, o próximo passo para continuarmos avançandonesse campo e para chegarmos a ter, de fato, um Ban-co Central que fique indene a essas pressões da admi-nistração e, de modo especial, às pressões político-elei-torais. Para isso, é necessário, como atenta proceden-temente o Senador Tourinho, que todo um processo le-gislativo seja amplamente discutido, que isso seja im-plantado de forma gradativa e que haja até, quem sabe,uma chamada pedagogia dessa autonomia. Que se for-je uma cultura dessa autonomia, para que se decidacomo ela deve se processar, em que período de tempoe em que limites. Na minha opinião, esse é o caminhoem que devemos continuar avançando no CongressoNacional e em parceria com o Poder Executivo. Essa éuma matéria em que deve haver – para usar uma ex-pressão muito em voga hoje – uma sintonia muito finaentre os dois poderes, para que possamos, de fato,continuar avançando nesse campo. Hoje, como lembrao Senador Jefferson Péres, a questão da estabilidadefiscal deixou de ter qualquer conteúdo ideológico parase situar até como um princípio de Governo, que se alo-ja quase no campo ético, no campo da conduta, porque,enfim, envolve o uso adequado dos recursos de umpaís, inclusive seus recursos financeiros. Era o que ti-nha a dizer. Perdoem-me, mais uma vez, por interrom-per o discurso do Senador Rodolpho Tourinho, que trazuma excelente contribuição ao debate do tema.

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Page 294: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

O SR. RODOLPHO TOURINHO (PFL – BA) –Muito obrigado, Senador Marco Maciel.

Para encerrar, Sr. Presidente, muito do que pro-curei construir nesse projeto veio de uma experiênciabancária de cerca de 25 anos e de convivência com oBanco Central. Realmente não posso entender comodois projetos possam tramitar juntos. Um trata da fis-calização do sistema bancário brasileiro, com toda alegislação e implicações existentes; o outro, dessemesmo organismo, visando, além dos consórcios davida, executar diariamente uma política cambial euma política monetária. São questões absolutamenteconflitantes. E nasceu da experiência pessoal a idéiadesse projeto. Sugiro que iniciemos o quanto antes oprocesso de discussão a respeito do assunto, reali-zando audiências públicas com a presença dos queconcordam e dos que discordam da autonomia ope-racional do Banco Central. Estou certo de que, dessaforma, poderemos colaborar no sentido de que, cadavez mais, venhamos a obter uma estabilidade maiorna economia brasileira e uma transparência maior naexecução de suas políticas.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerânciacom o horário.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Passo apalavra, de imediato, ao Senador Ramez Tebet, porpermuta com o Senador Sérgio Guerra.

S. Exª dispõe de até vinte minutos.O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS. Pronuncia

o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente em exercício, Senador Paulo Paim, Srªs eSrs. Senadores, hoje é um dia triste para mim. Ocupoa tribuna com o sentimento de profunda tristeza por-que constatamos que a PEC paralela não está pro-gredindo. Fizemos vários pedidos, e não compreendopor que isso está ocorrendo. Se converso com Depu-tados, eles afirmam que são favoráveis à PEC parale-la. Estou triste porque votei com o meu Partido, quefoi o idealizador da PEC paralela. Foi uma das formascom que me convenceram a dar o voto em favor dareforma da Previdência, por acreditar que ela encon-traria eco, porque se tratava de uma medida queamenizaria a vida dos servidores, dos trabalhadorespúblicos. Quando eu poderia imaginar que essa PECencontraria resistência em outros objetivos que nãoquero aqui mencionar, pois em verdade não é esse oassunto que me traz a esta tribuna.

Porém, não posso deixar de me manifestar, como objetivo de fazer um apelo para que se inicie a tra-mitação da matéria na Câmara dos Deputados, paraque aquela Casa não permita morrer a última cente-lha de esperança no coração de muita gente que es-

tava prestes a se aposentar, faltando uma semana,alguns dias para a aposentadoria. E não conseguiramfazê-lo, Sr. Presidente. E só terão essa oportunidadese por acaso a PEC paralela for aprovada na Câmarados Deputados.

Um homem que me sensibiliza é o Líder do PTnesta Casa. S. Exª me sensibiliza, sim. Ilustre Sena-dor pelo Estado do Acre, médico humanitário, V. Exªme sensibiliza, porque tem reiterado aqui o compro-misso que assumiu com todos nós, porque V. Exªtambém acreditou na PEC paralela. Não estou des-crente de tudo. Estou triste, porque ela deveria estartramitando para ser aprovada o mais rapidamentepossível. Quem não está triste nesta Casa? Compro-misso é compromisso. Compromisso é feito para serhonrado, cumprido.

Desde que cheguei a esta Casa, que presidimodestamente, e sempre durante a minha vida públi-ca, tenho por ensinamento nunca desonrar um com-promisso assumido. Não se pode usar de subterfúgi-os. O Presidente cumpriu a palavra assumida, convo-cou extraordinariamente o Congresso Nacional.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, alguémtem dúvida de que esta convocação extraordinária sóexistiu por causa da PEC paralela? Não foi a Lei deFalências, que está tramitando na Comissão deAssuntos Econômicos; não foi a reforma do Judiciá-rio, não foram as medidas provisórias ou qualquer ou-tro projeto em pauta que motivaram a convocação ex-traordinária. A convocação extraordinária foi motiva-da, sem dúvida alguma, para que a PEC pudesse tra-mitar o mais rápido possível.

Presidia esta Casa, e sabem o que aconteceuaqui com o projeto da imunidade parlamentar, lem-brado pelo Líder Tião Viana, do PT, no Senado? Aimunidade parlamentar, cujas regras foram modifica-das, começou e foi aprovada nesta Casa, foi para aCâmara. Estávamos no apagar das luzes, Sr. Presi-dente. Houve acordo de Lideranças. Reduzimos osprazos regimentais, porque havia legitimidade na ma-téria, porque a Nação exigia, como exige agora, aaprovação da PEC paralela.

Estou triste, sim, mas não estou muito pessimis-ta. Quero crer que a classe política é sensível. Comessa sensibilidade, sem dúvida alguma, andaremoscom ela, sim. Senador Paulo Paim, haveremos de di-zer que a luta de V. Exª, a luta da bancada de Sena-dores desta Casa, do Rio Grande do Sul, a minhaluta, a luta de tantos outros Senadores, que só vota-ram a reforma da Previdência porque estavam confi-antes na PEC paralela, ainda vamos dizer que não foi

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em vão a nossa luta. Espero que possamos afirmarque o acordo foi cumprido e que valeu a pena.

Concedo o aparte ao Senador Eurípedes Ca-margo. Em seguida, entrarei no tema que me trouxe àtribuna, para ver V. Exª como tenho razão em estartriste.

O Sr. Eurípedes Camargo (Bloco/PT – DF) –Senador Ramez Tebet, ouço V. Exª. com muita aten-ção e me associo à sua preocupação e tristeza pornão estar vendo o desenvolvimento do processo daforma que gostaria que acontecesse. Concordo coma importância e a veemência com que trata a matériae também comungo com V. Exª a possibilidade – eestou acreditando piamente – de chegarmos a umbom termo nessa questão. Caso contrário, serão des-moralizados não só o Senado, mas também a Câma-ra dos Deputados e o Governo Federal como umtodo. Com certeza, não passaremos para a socieda-de o aval da nossa incompetência. Espero que asquestões mencionadas, as vaidades pessoais ou oque esteja emperrando o processo seja resolvido deuma vez por todas. Quero somar as minhas preocu-pações com as de todo o Congresso, como V. Exª jáexpressou, neste momento, desta tribuna.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS) – SenadorEurípedes Camargo, agradeço o aparte de V. Exª,com o qual fico muito honrado. V. Exª tem demonstra-do nesta Casa elevado espírito público.

Tenho razão de estar triste, sim, Sr. Presidente.Sabem o que está ocorrendo no meu Estado? Está si-tiado. Quem é que não fica triste com isso? Repre-sento o Mato Grosso do Sul. Abro os jornais e vejoessa situação, sobre a qual temos alertado as autori-dades. Ainda ontem mesmo, o Senador Juvêncio daFonseca fez um pronunciamento, alertando para agravidade da situação no Estado de Mato Grosso doSul, com a possibilidade de um confronto que já co-meça a existir entre índios e fazendeiros pela invasãode terras naquele Estado, que tem condições de pro-duzir mais do que produz, que tem melhorado a suaprodutividade, que se tem agigantado diante destaNação, no instante em que os agronegócios prospe-ram neste País. Estamos vendo invasões de 14 pro-priedades, índios armados. Estamos presenciandofazendeiros assustados, assistindo ao Poder Judiciá-rio, à Justiça Federal agir, concedendo reintegraçãode posse, liminares. O Juiz Federal Odilon de Olivei-ra, de Campo Grande, compareceu pessoalmente aoacampamento. Trata-se de um homem bravo, corajo-so, íntegro, honesto, conhecido por sua luta contra onarcotráfico, contra os traficantes, que foi lá dialogarcom os índios e, por alguns instantes, ficou preso,

embora declinasse sua condição de Juiz. O Juiz Odi-lon de Oliveira saiu do ar refrigerado de seu gabinetee foi ao campo para, com as partes interessadas, ten-tar dialogar e encontrar uma solução para resolver oproblema. Como é que não vou ficar triste?

Desde que chegamos a esta Casa, há oito anos,estamos lutando pela paz no campo em Mato Grossodo Sul. Temos conversado com o Ministro da Justiça,com autoridades. No governo passado, levamos oproblema ao Presidente da República, alertamos SuaExcelência. Mato Grosso do Sul tem 350 mil quilôme-tros quadrados. É um Estado pequeno em extensãoterritorial, mas produtivo, de terras férteis. Como éque vamos ficar? Como é que vamos produzir? Comoficarão aqueles que têm títulos legítimos de terra?

Não tenho uma posição contra os indígenas, emabsoluto. Apenas clamo pela necessidade de encon-trarmos uma política adequada. Não sei qual é. Sin-ceramente não sei. Sei que está faltando determina-ção, força.

O Juiz Federal Odilon de Oliveira sugeriu umamudança constitucional no sentido de indenizar osproprietários de terra, uma vez que atualmente aConstituição só estabelece indenização por benfeito-rias. Tudo bem, a medida é justa, apenas pergunto sevai resolver o problema. Que ela venha!

O País tem grandes leis, mas nem mesmo man-dado de reintegração de posse está sendo cumprin-do. O que é uma reintegração de posse? É a aplica-ção da lei. Não adianta fazer lei se ela não for cumpri-da. Por que ela não é cumprida? Por receio de derra-mamento de sangue. Essa é a verdade.

No caso dessas fazendas invadidas em MatoGrosso do Sul, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,há mandado de reintegração de posse, ou havia atéontem à noite quando uma desembargadora revogouou suspendeu a liminar por alguns dias. A decisão ju-dicial não é cumprida porque pode haver uma reação,pode haver confronto com derramamento de sangue.

Criou-se uma cultura de não-cumprimento dasdecisões judiciais. De que adianta ter hoje uma imis-são de posse? Precisamos adotar uma política quese antecipe a esses problemas. É necessário demar-car as terras, mas essa tarefa não pode ficar ao arbí-trio apenas do Poder Executivo, representado poruma Funai inoperante. Essa é a verdade. Falo issocom o testemunho de quem conhece o problema mui-to mais do que eu e não é do meu Estado. Refiro-meao Senador Mozarildo Cavalcanti, de Roraima, que,desde a legislatura passada, faz disso a sua bandei-ra. S. Exª traz o problema e diz: “Vamos ajudar os ín-dios, mas não desestabilizar os proprietários, aqueles

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que produzem”. Há necessidade urgente, portanto,de resolver esse problema

O Senador Mozarildo Cavalcanti, a quem querotributar minhas homenagens, não foi tão longe assim,mas, a seguir a idéia dos antropólogos da Funai, va-mos demarcar Brasília porque teremos de demarcartodo o Brasil, porque quando os portugueses chega-ram quem aqui se encontrava eram os índios. Porisso, eles merecem respeito e, por merecerem respei-to, não podem desrespeitar. Por merecerem respeito,o Governo tem que agir imediatamente, demarcar aterra e dizer qual pertence aos índios. Não pode de-marcar toda vez que houver uma invasão. Não podehaver uma demarcação de antecipação apenas aoarbítrio do Poder Público, sem participação de nin-guém. Parece que uma portaria do Ibama ou da Funairesolve tudo, um decreto resolve tudo. Quem vai re-solver o problema de Mato Grosso do Sul agora?

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, querolouvar o discurso feito ontem pelo Senador Juvêncioda Fonseca, na íntegra, com o aparte do Senador Mo-zarildo Cavalcanti, que tem uma proposta. Essas de-marcações não podem ficar a critério da Funai. NoSenado, a Comissão de Relações Exteriores e Defe-sa Nacional pode colaborar. Digo isso porque se tratade uma questão de soberania. Sabem por quê? Por-que estão ultrapassando as fronteiras do nosso País.No meio desses índios, há alguns que vieram do Pa-raguai. Por isso digo que se trata de problema de so-berania nacional, de defesa nacional. Estão envolvi-das organizações não-governamentais que não têmespírito patriótico, como a maioria delas têm, as quaispodem e devem estar – algumas delas – a serviço deinteresses que não são os nacionais. É preciso, por-tanto, que o Governo fiscalize isso. Está na hora deagir, sob pena de presenciarmos aquilo que não de-sejamos, que não está no nosso caráter nem na nos-sa índole: um derramamento de sangue na hora decumprir uma determinação judicial. Ninguém querisso.

Umas das teses apresentadas pelo SenadorMozarildo Cavalcanti é no sentido de que o SenadoFederal, por meio da sua Comissão competente, par-ticipe de qualquer projeto de demarcação, que nãopode ser unilateral. Então um antropólogo designadopela Funai vai, escolhe, diz e está resolvido o proble-ma? Ora, não pode ser assim impositivamente. Não éassim que vamos resolver o problema de quem temoso dever de proteger, que são os índios brasileiros. Te-mos condição e obrigação de defendê-los, sim.

Concedo um aparte ao Senador Delcídio Amaral.

O Sr. Delcício Amaral (Bloco/PT – MS) – Sena-dor Ramez Tebet, primeiro quero parabenizá-lo pelaveemência e pelo bom senso. Como homem experi-ente e vivido, ex-Governador, Senador, V. Exª honrao nosso Estado e a nossa gente. V. Exª faz uma abor-dagem clara no que se refere ao cumprimento do queo Judiciário determina, do respeito à propriedade, dademarcação de terras e do papel da Funai. O queestá acontecendo em nosso Estado, Mato Grosso doSul, no Estado de Roraima, do Senador MozarildoCavalcanti, e no Espírito Santo, do Senador GersonCamata, é inacreditável. Nós não podemos ficar emuma situação constrangedora e delicada como a quehoje enfrentamos e, o mais importante, Senador Ra-mez Tebet, meu caríssimo amigo e querido conterrâ-neo, vendo a soberania nacional ser posta em xequepor muitas organizações que estão se aproveitandodessa situação para nos constranger, constranger onosso Governo, constranger a nossa gente, cons-tranger os nossos governadores. Sou testemunha,Sr. Presidente, do trabalho do Governador Zeca doPT, que, com coragem, está enfrentando a situação;do Secretário de Segurança, Dagoberto Nogueira Fi-lho, e do Juiz Federal Odilon de Oliveira, corajoso ecompetente, como V. Exª bem disse. O Senado, oCongresso Nacional como um todo e os Parlamenta-res, mais do que nunca, têm de marcar posição, têmde encarar claramente esta situação. Quero registraro discurso do Senador Juvêncio da Fonseca, absolu-tamente coerente. Nós precisamos dar ao Poder Exe-cutivo instrumentos para que efetivamente faça umapolítica indígena competente, respeitando a proprie-dade e a nossa soberania. É importante registrar, Se-nador Ramez Tebet, que hoje eu estou entrando comrequerimento – já tendo discutido isso com o SenadorMozarildo – de um grupo de Senadores, comandadospelo Senador Mozarildo, para que o Senado, mais doque nunca, marque presença e trabalhe com as auto-ridades, os Governadores, os Parlamentares, o Exe-cutivo e a Funai buscando soluções não provisórias,temporárias, como bem disse V. Exª, mas definitivaspara um problema que hoje nos assusta e aflige. Nospróximos dias, vamos nos deslocar para os Estados afim de discutir essa questão e efetivamente, por meiode trabalho competente, sob o comando do SenadorMozarildo, mostrar, definir e aprovar instrumentospara que resgatemos o respeito à justiça, à proprieda-de e à história dos índios, das nossas nações indíge-nas, principalmente em Mato Grosso do Sul, que tema segunda população indígena do Brasil. Chegou ahora. Nós não podemos mais continuar desse jeito.Por isso, registro mais uma vez, Senador Ramez Te-

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bet, pelo compromisso e competência, que nós esta-remos muito juntos, alinhados, para encontrar umasolução definitiva, fundamental e essencial para essaquestão indígena.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS) – SenadorDelcídio, pronto! Mato Grosso do Sul fechou! O Sena-dor Juvêncio, ontem; V. Exª, hoje, e eu aqui, para de-fender o Estado de Mato Grosso do Sul; e os Deputa-dos Federais também. Creio que todo o Senado, por-que a causa não é de Mato Grosso, é nacional. Não écausa só de Roraima, mas também do Espírito Santo.

Parece que o Senador Gerson Camata estácom o microfone levantado. Concedo-lhe o aparte e,em seguida, ao Senador Mozarildo Cavalcanti.

O Sr. Gerson Camata (Sem Partido – ES) –Ilustre Senador Ramez Tebet, primeiro receba meuscumprimentos pelo pronunciamento de V. Exª. Pare-ce que há um movimento nacional para conturbar aordem, prejudicar o Governo do Presidente Lula, in-tranqüilizar o País. Segundo denuncia o jornal A Ga-zeta, o Espírito Santo é o segundo Estado produtorde petróleo no mar do Brasil, com mais de quatro bi-lhões de barris de reserva. Uma organização ameri-cana chamada American Conservation invadiu o marterritorial brasileiro e emitiu um parecer, e o Ibamaproibiu que se explorasse petróleo em toda a regiãonorte do Espírito Santo. V. Exª sabe que vontade osamericanos têm de que o Brasil seja auto-suficienteem petróleo. Uma organização estrangeira entra noterritório brasileiro, produz um estudo e, sem se sub-meter a ninguém, sem ouvir ninguém, imediatamenteo Ibama proíbe até que se explore, que se faça pros-pecção! E há outra coisa mais grave. No Governopassado, o Sr. José Carlos Carvallho, então Ministrodo Meio Ambiente, sobrevoou de helicóptero, pelaprimeira vez, o Espírito Santo, embora seja capixaba.Achou bonitas umas pedras que havia lá, criou umparque nacional e acabou com dois Municípios doEspírito Santo. Não ouviu, nem consultou ninguém.Nem Hitler, nem Stalin tiveram tanto poder quantoesse Ministro. Apresentei um projeto ano passadopara o qual agora vou pedir o apoio de V. Exª, com aveemência com que V. Exª defende Mato Grosso, deacordo com o qual não se pode criar parque nacional,reserva nacional, nada disso sem ouvir o Senado Fe-deral, que representa os Estados. O Senador, consul-tado, vai ouvir se o povo quer ou não que se crie essareserva. Esse projeto já está tramitando. SenadorMozarildo Cavalcanti, Senador Delcídio Amaral, Se-nador Ramez Tebet, vamos marchar nesse sentido,para que o povo do Brasil seja ouvido. E a melhor ma-neira de ouvir o povo brasileiro é ouvir o Senado. Nós

iremos lá, como está propondo o Senador DelcídioAmaral, em comissão, para apagar o fogo na região,o incêndio que não teria havido se o Senado já tives-se sido ouvido sobre isso. Parabéns a V. Exª.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS) – SenadorGerson Camata, tem V. Exª muita razão. Como é quepode? Se o Brasil é uma Federação, se os Estadostêm autonomia, e se o Senado é o representante detudo isso, como pode, por exemplo, um órgão do Po-der Executivo – nem é o Presidente da República –, aFunai, baixar portaria que esteja valendo mais quelei? Isso uma é inversão da ordem jurídica do País! OSenado tem que ser ouvido. A tese do Senador Moza-rildo Cavalcanti é perfeita. Por isso, Senador, eu vououvi-lo, embora o meu tempo esteja encerrado. Masagora vou dar a resposta: sei também que V. Exª estácom vontade de falar e eu sei que V. Exª está tão tristequanto eu.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Eu sei queo Senador será muito breve, por isso o aparte serápermitido, apesar do Regimento.

O Sr. Mozarildo Cavalcanti (PPS – RR) – Sr.Presidente, eu agradeço a benevolência de V. Exª.Senador Ramez Tebet, fico muito satisfeito e muito li-sonjeado com a referência que V. Exª fez ao meu tra-balho aqui que, na verdade, tem sido a preocupaçãode toda a população do meu Estado. Eu me dediqueia estudar a questão indígena em profundidade, por-que não conseguia compreender por que em umEstado onde 7% da população é composta de índios,dos quais muito mais da metade mora na cidade, háuma fúria demarcatória da Funai, comandada por or-ganizações não-governamentais, para colocar 57%da área do Estado como terras indígenas e, o que épior, à revelia, contra a vontade dos próprios índios. Ocaso da Reserva Raposa/Serra do Sol é emblemáticoporque a maioria dos índios que moram lá não quer ademarcação em área contínua, porque eles serãoisolados. Mas a minoria, comandada pelo ConselhoIndígena de Roraima, que, por sua vez, é comandadopelo Cimi, impôs essa tese, que vem ganhando terre-no a cada dia. E o que vem sendo feito, como V. Exªcolocou, é a quebra do pacto federativo. Por isso, aminha proposta de emenda à Constituição, que V. Exªcitou, inclui entre as competências privativas do Se-nado Federal a apreciação de homologação de terrasindígenas e de reservas ecológicas. Por quê? Por-que, na prática, a União faz o seqüestro, o confisco deterras dos Estados, a revelia do Congresso Nacional,passando-as para a União. No meu Estado, porexemplo, hoje, 88% das terras são da União. Ou elassão reservas indígenas, ou reservas ecológicas, ou

01132 Sexta-feira 23 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004 283ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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terras devolutas. Portanto, temos de dar um bastanisso. É verdade que essa comissão já designadapela Mesa do Senado que vai à Roraima e, agora, porrequerimento do Senador Delcídio, vai também aoMato Grosso do Sul, deve resolver a questão de for-ma emergencial, já que há um conflito em que vidasestão em perigo. Em Roraima, nessa região, porexemplo, índio está matando índio, porque o índioque não concorda com a reserva contínua, como quera Funai, está brigando com o que concorda. Recente-mente, houve o assassinato de um índio por outro ín-dio. Então já não é questão de índio e não-índio. Infe-lizmente para o Brasil, essas ONGs conseguiram co-locar um apartheid étnico no País e, o que é pior, jáhá agora um apartheid intra-étnico porque há índioque quer de um jeito e índio que quer de outro. Alémdo mais, há um bando de procuradores de índios semprocuração. Portanto, o Senado Federal tem de to-mar esse caso para si. Representamos os Estados enão podemos deixar que a União continue desrespei-tando o pacto federativo. Muito obrigado.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS) – Muitobem.

O Sr. Delcídio Amaral (Bloco/PT – MS) – Sena-dor Ramez Tebet.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS) – Estouencerrando, Sr. Presidente. Eu queria apenas comu-nicar à Casa que os Senadores Jefferson Péres eEduardo Suplicy me informaram que a Comissão deRelações Exteriores e Defesa Nacional, hoje, delibe-rou no sentido de pedir a presença do Ministro da Jus-tiça, Márcio Thomaz Bastos, e do Ministro da Defesa,José Viegas – estou sendo informado agora de que oMinistro da Defesa já confirmou sua presença –, napróxima quinta-feira. S. Exªs vão comparecer à Co-missão de Relações Exteriores e Defesa Nacionalpara debater o assunto. Os Governadores de Rorai-ma e Mato Grosso do Sul também estão sendo convi-dados para, em determinado dia e hora, comparece-rem perante a referida comissão. Esse fato é auspici-oso na medida em que mostra que o Senado Federalestá tomando posição firme com relação a esse as-sunto, que é altamente preocupante.

Penso que o Senador Delcídio Amaral quer ape-nas informar algo, Sr. Presidente.

O Sr. Delcídio Amaral (Bloco/PT – MS) – Sr.Presidente, em comum acordo com o Senador Ra-mez Tebet, em razão da grave situação dos Estadosdo Mato Grosso do Sul e de Roraima – que foi desta-cada pelos meus Pares, referente à situação dos índi-os e às conseqüências desse conflito não apenaspara os proprietários rurais, mas para a população in-

dígena –, quero fazer um requerimento para ser adi-tado ao Requerimento nº 529, de 2003, a fim de que acompetência da Comissão, meu caro Senador Moza-rildo Cavalcanti, se estenda também ao Estado doMato Grosso do Sul, por comissão temporária, por re-querimento de V. Exª. O Senado, como V. Exª muitobem disse, Senador Ramez Tebet, deve mostrar-sepresente, e precisamos buscar uma solução definitivapara essa questão tão importante para o Brasil.

É o seguinte o requerimento

REQUERIMENTO Nº 19, DE 2004

Sr. Presidente,Os Estados de Roraima e de Mato Grosso do

Sul vivem hoje uma situação emergencial em relaçãoàs questões fundiárias, inclusive com ocupações deterra que podem trazer graves conseqüências não sópara os proprietários rurais como para a população in-dígena desses Estados.

Nessas condições, requeiro, nos termos regi-mentais, em aditamento ao Requerimento nº 529, de2003, que a competência da Comissão se estendatambém ao Estado de Mato Grosso do Sul.

Sala das Sessões, 22 de janeiro de 2004. –Delcídio Amaral.

O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS) – Encerro,Sr. Presidente, rogando a Deus que nos proteja, paraque neste País não haja derramamento de sangue,principalmente no meio dos indígenas, que merecem,sim, a nossa proteção e o nosso respeito.

Obrigado.

Durante o discurso do Sr. Ramez Te-bet, o Sr. Paulo Paim, 1ª Vice-Presidente,deixa a cadeira da presidência, que é ocu-pada pelo Sr. Augusto Botelho.

O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – APresidência acolhe o requerimento do Senador Delcí-dio Amaral pelas mesmas razões que deferiu, na ses-são de ontem, o Requerimento nº 529, de 2003, deautoria do Senador Mozarildo Cavalcanti.

O requerimento vai à publicação.O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – Dan-

do continuidade à lista de oradores, concedo a pala-vra ao Senador Paulo Paim, por cessão do SenadorSérgio Guerra.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Pronunciao seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, Srªs e Srs, Senadores, nesta convocaçãoextraordinária, eu gostaria de estar hoje na tribunadiscutindo, por exemplo, o Estatuto do Idoso e a difi-

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Page 299: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

culdade da sua aplicação por falta de orientação, in-clusive de alguns Ministérios.

Eu gostaria de discutir o Estatuto da IgualdadeRacial e Social, de minha autoria, e cujo Relator é oSenador Eurípedes Camargo; o Estatuto da Pessoacom Deficiência, cujo Relator é um Senador do Para-ná. Eu gostaria de discutir o relatório referente ao sa-lário mínimo, de minha autoria, aprovado por unani-midade na Comissão de Assuntos Sociais. Essa ma-téria já poderia vir ao plenário, uma vez que já foiaprovada na Comissão. Mas nada disso foi possível,Sr. Presidente! Foi suspenso o recesso, e tivemosque voltar para cá para continuarmos debatendo sevamos ou não aprovar, de forma definitiva, a PEC 77,que trata da reforma da Previdência.

Lamento essa situação, Sr. Presidente. Fica apergunta – o Senador Ramez Tebet foi muito feliz aoabordar o assunto: por que não votar a matéria, seninguém é contra a proposta, se o Palácio diz que éfavorável, se os Líderes Tião Viana e Aloizio Merca-dante dizem que não são contra a matéria? Não háum Líder do Governo na Câmara que diga ser contraà PEC 77. Por que não dizem que são contra a pro-posta; que são contra a paridade, que são contra atransição, que são contra o subteto? Que são contra aproposta de que os portadores de doenças incapaci-tantes fiquem isentos dos 11% ou de que o aposenta-do por invalidez e o deficiente não paguem à Previ-dência? Eles não dizem isso! Portanto, a perguntaque fica é esta: por que eles não querem votar? Eugostaria que me respondessem.

Todos os Srs. Senadores que me antecederamdisseram que existe uma dúzia de precedentes, dePropostas de Emendas à Constituição que foram vo-tadas na Câmara, em uma semana, em dois dias eaté em um dia. Será que querem apenas trazer prejuí-zos para os servidores públicos?

Sr. Presidente, neste momento, dou-me o direi-to de responder à pergunta que fica no ar e que sótem uma resposta: eles querem desgastar a imagemdo Presidente Lula; querem desgastar a imagem dosMinistros José Dirceu e Ricardo Berzoini. E me dizemque a base do Governo na Câmara é que não quervotar a PEC. Não acredito nisso; não consigo acredi-tar. Não creio na análise feita por muitos, de que exis-te um jogo subterrâneo para evitar que a PEC sejaaprovada. Não acredito nisso.

Também não acredito que estejam contestandoa palavra do Presidente da República, que, então, te-ria mentido. Não acredito que estejam questionandoa palavra do Ministro José Dirceu, que disse ao Sena-dor Tião Viana, ontem, que a orientação do Governo

é no sentido de se votar a PEC paralela. O Líder Aloi-zio Mercadante afirmou perante todo o Plenário doSenado que a PEC 77 seria votada, e que o Congres-so Nacional seria convocado para trabalhar no mêsde janeiro.

Portanto, a quem interessam essas afirma-ções? Ninguém consegue responder essa pergunta.Será que fazem esse questionamento apenas por bir-ra? Não consigo acreditar nisso!

O Presidente da Câmara pretende ser reeleito esabe que sua reeleição depende de votação na Câ-mara e no Senado. Dizem que S. Exª pretende sercandidato a Governador de São Paulo. Tudo isso é le-gítimo.

Assim, quem está por trás desse jogo? Que gru-po está por trás disso e não quer que a PEC 77, que éunanimemente aceita pela sociedade, seja aprova-da? Quero descobrir isso.

Senador Tião Viana, sei da responsabilidade deV. Exª com essa proposta, pois ainda hoje V. Exª medizia: “Senador Paulo Paim, fique tranqüilo, porqueesta orientação não é do Governo”. Confio em V. Exª– V. Exª sabe disso – como também confio no LíderAloizio Mercadante.

Quero ir mais além, Sr. Presidente – é claro quetudo isso acaba criando um desgaste para o Con-gresso Nacional. Quero dizer aqui à Senadora SerysSlhessarenko que tenho o maior respeito e o maiorcarinho pela sua história. Porém, quando fui questio-nado sobre se Senadores e Deputados deveriam ounão devolver o dinheiro referente ao pagamento daconvocação extraordinária, respondi que, em nomeda instituição, em nome dos Senadores e dos Depu-tados, esse debate não nos interessava, por se tratar,eu diria, de um debate oportunista e demagógico. Epor que eu disse isso? Porque quero debater, sim, aPEC 77; quero debater o motivo da convocação.

Fiz contato com o Presidente da Câmara, Depu-tado João Paulo, que também não aceitou discutir amatéria, mas se é para debater com seriedade aquestão do recesso, vamos também debater a Emen-da à Constituição do ex-Deputado – que não é domeu Partido – Jader Barbalho, que está pronta paraser votada.

O recesso será de 45 dias. É muito clara aemenda do ex-Senador e Deputado Jader Barbalho,que dispõe o seguinte: “O Congresso irá trabalhar de05 de janeiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 20 dedezembro e não haverá pagamento extraordinário”.No caso, os Senadores, pela aprovação dessa pro-

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Page 300: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

posta, receberiam apenas uma ajuda no início e nofim do mandato.

Bom, se é para discutir a matéria com serieda-de, quero discutir o mérito, e o Senado está com amatéria pronta para ser discutida.

Não quero, neste momento, discutir quem é afavor ou contra, mas este é um debate sério. O quenão quero é que comecem a jogar um Senador contrao outro. Não é o caso da Senadora Serys, que nuncaaceitou pagamento de convocação extraordinária.Conheço também o Deputado Orlando Desconsi, queage na mesma linha. Porém, se é para debater sedeve ou não haver recesso, vamos debater. E, peloSenado, a matéria seria incluída na pauta, porque te-lefonei para o Presidente João Paulo e pedi para S.Exª agendar esse debate, mas ele não aceitou a pro-posta. Disse-me S. Exª: “Nem uma vírgula; nem essae nem uma outra. Não aceito nenhuma vírgula”.

Então, vamos parar com este debate, para mim,desqualificado. Uma vez que o Presidente solicitou aconvocação extraordinária, Sua Excelência cumpriuo acordo firmado com a Casa, que dizia: vote-se aPEC 67. Votamos a 77 e, se houver necessidade deuma convocação extraordinária, vamos convocá-la. Eassim o fez. Por que, então, a Câmara não vai querervotar?

Senador Ney Suassuna, concedo-lhe um aparte.O Sr. Ney Suassuna (PMDB – PB) – Nobre Se-

nador, entendo perfeitamente a indignação de V. Exª.Estou nesta Casa já há dois mandatos, e durante to-dos esses anos houve convocação extraordinária.Enquanto existir medida provisória, dificilmente dei-xará de haver convocação. Neste ano, houve umplus, que é o processo da PEC paralela. Não consigoentender esse debate que está havendo, porque issofoi um acordo feito pelo Governo, falado em nome doGoverno. E não sabemos como vamos proceder, da-qui para frente, quando houver um acordo onde o Go-verno estará assumindo a responsabilidade. As pala-vras empenhadas devem ser cumpridas. Entendo aangústia de V. Exª, assim como entendo a angústiados nossos Líderes, mas não consigo entender amentalidade da outra Casa, no sentido de que houvemais ou menos desgaste; que houve mais lucro paraum ou mais lucro para outro. O Congresso é um só.Somos Casas complementares. Fico consternado esou solidário a V. Exª. Hoje, quando li essa notícia nojornal, pensei que fosse mais um processo de injusti-ça contra V. Exª, que tem sido uma pessoa leal, corre-ta, quando tem de dizer algo, diz. Nunca ouvi V. Exªdizer algo incorreto. No entendimento de quem não oconhecia como Parlamentar da mesma Casa, V. Exª

tem crescido, é um exemplo do Parlamentar correto.Não entendo o motivo desse debate. V. Exª procurouengrandecer, enriquecer ainda mais a convocação enão amesquinhá-la. A convocação foi fruto de umacordo, e V. Exª, como Presidente em exercício, quisengrandecê-la com mais trabalho. Contudo, surpre-endentemente, presenciamos todo esse debate mes-quinho. Quanto à questão do recesso, visitei váriosestados norte-americanos onde o Legislativo nãochega a trabalhar 90 dias por ano. Eles são convoca-dos, votam e voltam para casa, para o trabalho. Issoocorre em todo o mundo, em muitos países, até maio-res que o nosso. Não que eu não queira que diminuao recesso, mas penso que não podemos ficar perden-do tempo com isso. Quanto mais acelerarmos, me-lhor. Também devemos ter cuidado para não vermosParlamentares se transformarem em cidadãos de se-gunda categoria, sem ter o mesmo direito da popula-ção. A cada dia, criamos mais problemas. Quandofalo em problema, não me refiro a benesses, mas,sim, que daqui a pouco será um sacrifício ser parla-mentar. Concordo que deve haver recesso só de ummês, como acontece com as demais categorias, masnão se deve levar isso na ponta da faca, calculando.Li nos jornais quanto cada Parlamentar está ganhan-do por minuto, quando o autor do artigo deve ter umsalário dez vezes maior do que qualquer Deputado ouSenador. Não deveríamos ter atitudes desse grau edessa miudeza; elas só diminuem o debate, um deba-te que V. Exª tem buscado engrandecer.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – SenadorNey Suassuna, gostaria de dizer a V. Exª que, quan-do trouxe a proposta do Senador Jader Barbalho, o fizno sentido de debatermos com seriedade o fim do re-cesso e, conseqüentemente, do pagamento da con-vocação. Devo demonstrar àqueles que se trata dedemagogia elaborar uma lista para verificar que Se-nador ou Deputado devolverá ou não o pagamento daconvocação. Digo mais, o relatório é do ex-SenadorJosé Fogaça – à época meu adversário –, que deuparecer favorável. Portanto, se a proposta do SenadoFederal tivesse sido aceita, na próxima semana esta-ríamos debatendo a questão do recesso. Se será ounão aprovado.

Infelizmente, a Câmara dos Deputados nãoaceitou a provocação positiva que fizemos. Propus,mas não aceitaram incluir o debate na pauta. E ques-tionam a convocação.

Gostaria também de dizer aos Srs. Senadoresque votei a PEC 67 – e meu discurso está gravado –com o compromisso da votação da PEC 77. Se oacordo não for cumprido, eu me sentirei traído e terei

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Page 301: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

total liberdade de escolher meu caminho na vida polí-tica, porque acordo deve ser cumprido. Espero quecumpram o acordo firmado!

Ocupei a tribuna naquele dia e, pela primeiravez, Senador José Agripino, recebi uma vaia. Estouhá mais de 30 anos na vida pública e sempre saí doseventos sob aplausos. Mas, no dia 25 de novembro –jamais me esquecerei –, desta tribuna, recebi umavaia. Uma pequena vaia, mas recebi. Jamais me es-quecerei. Mas estava ciente do dever cumprido. Na-quele momento, votei a PEC 67 porque sabia que aPEC 77 seria aprovada. Se isso não acontecer, eu mesentirei traído por aqueles que firmaram o acordo.

A grande dúvida que fica – sei que V. Exª nota asinceridade de minhas palavras – é quanto ao Presi-dente da Câmara. Será que S. Exª tem o poder decontrolar toda a base de apoio, quase 400 Parlamen-tares, comprometida com a PEC 77?

Espero que não seja verdadeiro aquilo que, infe-lizmente, muita gente já está a falar. Espero que sejaum equívoco e que efetivamente a PEC 77, com a pa-ridade, com a transição, com o teto único dos Esta-dos, com a inclusão da dona de casa para efeito deaposentadoria, com os desempregados, atenuando acontribuição dos inativos, seja aprovada rapidamentee que não fiquemos neste debate entre Câmara e Se-nado que não leva a nada.

Ouvi de um certo representante da Câmara o ar-gumento de que nada do que foi votado no Senado foicombinado com os Deputados. Pois bem, se a modapega, não votaremos o que for aprovado pela Câma-ra, pois poderemos alegar que não foi combinado co-nosco. E daí a Casa pára. O Congresso pára.

A PEC 67 foi combinada com o Senado? Não foicombinada uma vírgula com o Senado. E assim mes-mo construímos um acordo: votamos na íntegra a 67e apresentamos a 77. Estabelecemos um amploacordo com todos os Partidos para a votação da 77,com a ajuda, Senador José Agripino, de V. Exª, umdos Líderes da Oposição, e com o Executivo. Fize-mos um amplo acordo e votamos a PEC 77. Por que aCâmara não quer votar esse acordo firmado por una-nimidade? Fica a pergunta.

Se depender de mim, como Vice-Presidente ouexercendo a Presidência, regimentalmente, usarei omesmo argumento. Toda vez que a Câmara aprovaralgum projeto que, no meu entendimento, não seja deinteresse da nossa Casa, usarei esse mesmo proce-dimento, ou seja, de que, não tendo sido votado, nãoreceberá tratamento privilegiado de diminuir prazos.Embora esteja na Casa há apenas um ano, sei que oSenado, dezenas de vezes, e sem medo de errar, en-

curta prazos para facilitar a aprovação rápida, diminu-indo inclusive o espaço de debate.

Creio que essa seja uma das poucas vezes queuma iniciativa do Senado vai para a Câmara, e a Câ-mara se nega a votar, e sem alegar motivo sério, res-ponsável para tanto.

Por isso, Sr. Presidente, ainda faço um apelopara o bom senso da Câmara dos Deputados, paraque não transforme esta convocação num escândalo.Do contrário, aí sim, ela se tornará num grande es-cândalo, pois será a convocação da mentira, da en-ganação, da falsidade.

Fomos convocados para votar a PEC 77. Se-não, não convocassem e dissessem que não convo-cariam, porque não iriam cumprir o acordo. Rompemo acordo e ainda mandam a sociedade pagar. É umabsurdo! Devo concordar que isso, sim, é um escân-dalo! Se houve acordo, se fomos convocados, vamostrabalhar, vamos votar, vamos fazer a nossa parte. Éum absurdo uma das partes envolvidas dizer simples-mente que não votará! Lembra-me aquela história decriança do dono da bola, que coloca a bola debaixodo braço, com os dois times em campo, e vai embora.Parece que está ocorrendo o mesmo: “sou o dono dabola, a bola é minha, acabou o jogo”. Mas temos outropara pagar a conta. Estão chamando o contribuintepara pagar a conta de um ato que, para mim, infeliz-mente, está beirando a irresponsabilidade total. Issocriará um conflito, no meu entendimento, entre os Po-deres, já que é muito difícil um Governo ter respaldono Congresso quando o acordo não é honrado.

Pelas informações que recebo até o momento,tenho certeza de que, por parte do Governo, o acordoserá honrado. Mas o Governo não é o Palácio do ladode lá, nem os Ministros, mas a sua base de apoio naCâmara e no Senado.

O apelo que faço é no sentido de que o acordoseja honrado e a PEC 77, aprovada. E iremos parauma pauta positiva neste ano que estamos iniciando.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente. Ficaaqui o apelo para que a Câmara cumpra a sua parte eresponda à expectativa da sociedade, nesta convo-cação extraordinária, por votar a PEC 77.

O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – Agra-deço a V. Exª por ter cumprido o tempo.

O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – Con-cedo a palavra ao Senador José Agripino, por permu-ta com o Senador Leonel Pavan.

V. Exª dispõe de até 20 minutos.O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN. Pronuncia

o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.

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Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estamos na pri-meira semana de convocação extraordinária. Adoteiuma postura light nestes primeiros dias de discussãoapenas.

Resolvi, até porque espero explicações do Go-verno, não tocar no assunto do Inca, nos privilégiosdenunciados por membros da própria administraçãodo Instituto Nacional do Câncer. Revelaram o favore-cimento, pela vertente política, de pessoas em umainstituição pública que tem a obrigação de dar oportu-nidades iguais a todos, sejam quem for. Aguardo aexplicação que, estou seguro, será trazida ao Con-gresso Nacional pelo Ministro da Saúde. Preferi nãofalar no assunto.

Preferi também não falar no assunto para o qualnão há explicação que me convença: a compra doavião novo, o Airbus, por quase US$60 milhões. So-mos um País endividado, um País de desemprega-dos, um País com alta taxa de juros. Comprar umavião é um escárnio à sociedade. Um avião para via-gem internacional, como Fernando Henrique Cardo-so fazia, pode ser alugado. É muito mais barato. Paravoar dentro do País, há os Boeings 737, que são ba-rulhentos, mas confiáveis. Pertencem à FAB e podemvoar. O Brasil não pode gastar US$60 milhões comum mimo para a Presidência da República, que nãoprecisa disso para bem governar o País.

Não quero fazer comentários sobre a reformaministerial, porque estou certo de que o Presidente daRepública, diferentemente do que está sendo falado,vai enxugar o Ministério, não permitindo que perma-neçam os 34 ministérios, muitos dos quais, até hoje,ainda não disseram a que vieram. Errar é humano;persistir no erro é, no mínimo, falta de inteligência. OPresidente Lula é um homem inteligente e vai perce-ber que incorreu em erro ao aumentar demais o nú-mero de ministérios e que chegou a hora, nesta refor-ma, de enxugá-los e de concentrar ações em torno depessoas competentes. Tenho certeza de que o Presi-dente, que tanto combatia o fisiologismo, não fará areforma ministerial por essa vertente. Vai compreen-der que se equivocou e, portanto, diminuirá o númerode ministérios. Mas não quero abordar essa questão.

Quero abordar três preocupações, grandes pre-ocupações: número um, PEC paralela; número dois,Copom; número três, Adene, a agência que sucedeua Sudene.

Vamos ao primeiro ponto, a PEC paralela. Sr. Pre-sidente, nos jornais, há 15 dias, há 30 dias, o que se falaé quanto vai custar a convocação extraordinária doCongresso. É bom que se questione. Acho bom, Sena-dor Sibá Machado, que se questione quanto está cus-

tando a convocação extraordinária. Não fomos nós quenos autoconvocamos; foi o Poder Executivo, que tem odireito, é constitucional. E os jetons não foram inventa-dos por nós; estão na lei. Contudo,, faz-se necessáriodefinir se a convocação extraordinária é justificável ounão; se há ou não razão superveniente para se fazê-la;se a sociedade ganha ou não com ela; se a vinda dosDeputados e Senadores, que vão receber o que a leimanda, produzirá alguma coisa em benefício da socie-dade. Esse é um questionamento com o qual concordoem gênero, número e grau.

No final do ano passado, foi anunciado solene-mente pelo Líder do Governo no Senado, eminenteSenador Aloizio Mercadante, que a convocação ex-traordinária se faria fundamentalmente para apreciara PEC paralela. Muitos Senadores da Base do Gover-no votaram, então, a PEC nº 67, o saco de maldadeda PEC da Previdência, na expectativa de aprovaçãoda PEC nº 77, na qual depositei, durante muito tem-po, a minha desconfiança. Ao final, contudo, passei adepositar confiança nela. Esperando que a PEC nº 77viesse a ser aprovada, criava-se uma justificativa pe-rante os eleitores: a PEC nº 67 fora votada na espe-rança de que o Governo mandasse que os que lhe se-guem votassem a favor de uma regra de transiçãomais humana, garantissem a paridade aos que estãono serviço público e que ainda se vão aposentar nasmesmas condições em que é garantida aos que já es-tão aposentados, ou seja, ter a correção dos seus sa-lários para a parte fixa e para a parte variável. Vota-ram nessa expectativa, como votaram também na ex-pectativa de que fosse garantida, como está na PECparalela, a exclusão dos portadores de deficiência fí-sica e doenças incapacitantes da obrigação da contri-buição dos 11%; como votaram na PEC nº 67 na ex-pectativa de que a PEC paralela daria a justificativaao seu eleitor de que a dona-de-casa estaria inseridano regime previdenciário.

Sr. Presidente, estou no meu terceiro mandatode Senador, e a PEC paralela produziu algo que eununca tinha visto – e fui, posso dizer, com imodéstia,protagonista ativo do fato que ocorreu: um acordo detodos os Líderes. Todos. O resultado da votação daPEC paralela foi sessenta e nove a zero. Todos os Lí-deres fizeram um acordo para a dispensa de interstí-cio, para se trabalhar sábado, domingo, feriado. Porque razão? Porque ela só traz benefício, ela somapara a sociedade. Então, há uma justificativa. Quan-do o Líder Aloizio Mercadante anunciou que a PECparalela seria o móvel da convocação extraordinária,pensei que fosse haver um aplauso nacional, porque,já que não havia mais tempo para que a PEC paralela

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Page 303: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

fosse votada na Câmara dos Deputados, que ela pu-desse ser votada na convocação extraordinária.Quem ganharia seria a sociedade, seria o servidorpúblico, seria aquele que precisa da regra de transi-ção, da paridade, da não-contribuição de inativos. Aconvocação extraordinária e o seu custo estariamplenamente justificados perante a sociedade. Aí, sim,seria fundamentada a convocação extraordinária: asociedade ganharia. Contudo, para isso, é precisoque os Parlamentares cumpram o seu dever. E o Se-nado está aqui para cumprir o seu dever.

Está havendo um problema que aqui foi discuti-do e batido por muitos Senadores: o conflito entre Câ-mara e Senado. Sr. Presidente, a Câmara não é umaentidade sem testa, olhos, nariz e boca, sem fisiono-mia. O Senado também não é uma instituição sem fi-sionomia. Ambas as Casas são representadas porParlamentares, que são representados por Líderesde partidos e pelos Presidentes das Casas. O queaconteceu, Senador Paulo Paim? O que aconteceuno grande acordo do Senado? O Presidente da Casa,os Líderes do PMDB, do Governo, do PT, do PFL, doPSDB, do PDT, do PTB, do PL, enfim, de todos osPartidos se reuniram, sintonizaram o pensamento detodas as entidades sindicais, que tantas vezes nosprocuraram – e já voltaram a procurar –, para que nosjuntássemos e fizéssemos o acordo. E isso foi feito. Oacordo foi feito, contando com a participação do Pre-sidente e de todos os Líderes, que significaram o Se-nado. E o acordo feito possibilitou a tramitação emprazo recorde.

O que estou propondo? Senador Rodolpho Touri-nho, sou um homem pragmático, um prático. O Sena-dor José Sarney, que atravessa momentos de dor pelofalecimento de D. Kyola, na próxima semana, estaráaqui. Todos os Líderes estarão aqui. Eu vou propor umareunião com o Presidente do Senado com todos os Srs.Líderes de todos os Partidos e distribuir tarefas, paraque pragmaticamente possamos transportar o espíritoque contaminou o Senado e o levou a um grande acor-do de procedimento para votar a PEC paralela, paraque os Líderes e o Presidente do Senado transponhamesse espírito e interpretem o sentimento do servidor pú-blico para aqueles que fazem a Câmara. Mas fazem aCâmara como? O Presidente Sarney ir conversar com oPresidente João Paulo e explicar-lhe o que aconteceuaqui; o Líder do PMDB no Senado conversar com o Lí-der do PMDB na Câmara.

Senador Ney Suassuna, eu não preciso conver-sar com o Deputado José Carlos Aleluia, porque jáconversei. Ele está de acordo, como Líder do PFL, arealizar o procedimento para que a PEC Paralela seja

votada até o fim da convocação na Câmara dos De-putados.

Com isso, Senador Paulo Paim, está encerradaa conversa e dada a satisfação pública à sociedade,terá valido a pena a convocação extraordinária. Oque se pagou a V. Exª e a mim a sociedade recebeuem dobro, triplo, quádruplo, muitas vezes. Agora, va-mos nos mover. Eu vou me mover. Levarei essa su-gestão ao Presidente Sarney e estou convencido deque, em nome da racionalidade, da maturidade políti-ca, os dois Presidentes das duas Casas e os Líderesdos Partidos irão se entender. Em nome de quê? Deuma causa absolutamente justa, de 69 a 0, da PECParalela. Do contrário – é como o Senador PauloPaim disse – nós estaremos aqui desonrando o nomedo Congresso, estaremos aqui desdizendo os discur-sos que pronunciamos.

Então, pragmaticamente, isso é o que o Líder doPFL vai fazer a partir de segunda-feira, tomando a li-berdade, humildemente, de procurar o Presidente daCasa, Senador José Sarney, e propor este procedi-mento. Pragmática, lúcida e elegantemente, sem esti-mular esticado de corda, por hipótese alguma cabode guerra. Nada de cabo de guerra entre Câmara eSenado. Por hipótese alguma. Vamos conversar emtermos práticos, civilizados, maduros, racionais echegar a um entendimento em torno do interesse dasociedade.

Senador Paulo Paim, concedo um aparte a V.Exª com muito prazer.

O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT – RS) – Cumpri-mento V. Exª pelo discurso que profere, o qual, nomeu entendimento, é brilhante, objetivo e visa resol-ver este impasse. V. Exª, que com muita capacidadetem liderado a Oposição, está neste momento dandomais uma demonstração de que este é o caminho.Quero apenas dar mais um componente para votar afavor da PEC 67. Foi-nos apresentado, inclusive, umdocumento por escrito, assinado pelo Ministro Ricar-do Berzoini, que está na minha mesa, em nome doGoverno, segundo o qual a PEC 77 seria aprovada naíntegra. Só dou mais este depoimento: pergunta-ram-me se eu queria um documento por escrito doPresidente da República e eu disse que não precisa-ríamos chegar a tanto, que para mim valeria a palavrado Presidente, do Ministro José Dirceu e do MinistroRicardo Berzoini. Entregaram-no em minha mão, nãoque eu tenha pedido, mas também confiaria no que S.Exª teria dito. Minha intenção era apenas fazer estecomplemento, do qual eu trataria no meu pronuncia-mento, em prol do encaminhamento prático e objeti-

01138 Sexta-feira 23 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004 289ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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vo. Assim, entendo que poderemos votar, de fato, aPEC 77.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (PFL – RN) – Agradeçoa V. Exª a explicação, que é procedente e que me en-seja o pay off do meu raciocínio, a conclusão do meuraciocínio. Longe de mim, Senador Paulo Paim, acharque o Governo está pensando em traiçoeiramentedescumprir o meu raciocínio. Longe de mim.

Eu vejo, honestamente, no semblante do Sena-dor Tião Viana a preocupação e não-entendimentocom esta novela. Vejo no discurso de V. Exª. Eu con-fio na sinceridade do Senador Aloizio Mercadante.Não passa pela minha cabeça que o Governo tenhapatrocinado um entendimento para descumpri-lomais à frente, em hipótese alguma. Agora, trata-se deuma questão congressual. E eu sou daqueles que as-sumem responsabilidades, acho que este assunto édo Congresso. Não quero colocar o Poder Executivodentro deste assunto. Este assunto é do Congresso edos partidos políticos. Na hora em que o PFL, na Câ-mara e no Senado, fecha em torno de um acordo, nahora em que o PSDB, Câmara e Senado fecham umacordo, eu quero ver qual é a posição do PMDB, Câ-mara e Senado, do PTB, Câmara e Senado, do PL,Câmara e Senado, e eu quero ver qual é a posição doPT, Câmara e Senado. Aí vamos fazer a prova dosnoves e ver quem é que tem compromisso ou nãocom a sociedade. E aí, sim, fica clarissimamente es-clarecido o assunto da PEC paralela.

A semana que entra é uma semana decisiva.Tempo há. Se não houver, que se faça o cronogramade ações para que, mesmo que se passe uma sema-na após a convocação extraordinária, se garanta aaprovação da PEC paralela, garanta-se a paridade,regra de transição, não-contribuição de portadores dedoenças e deficientes, garantam-se direitos àdona-de-casa e o subteto fique definido. São ques-tões que interessam a todos e que não desinteres-sam a ninguém.

A segunda preocupação, Sr. Presidente, é oemprego. Este é o maior problema do nosso País:emprego. É uma preocupação muito maior para mimdo que a questão do avião, a reforma ministerial, oIncra, porque isso diz respeito à família, ao bem-estarda sociedade. Pai de família empregado, mãe de fa-mília com o salário no final do mês, jovem com umaocupação cuidam da saúde, da Educação e dobem-estar. Mas o desempregado é um amargurado.

Eu confesso a V. Exª, Sr. Presidente, que no fi-nal do ano criei alma nova, porque vi as vendas de fi-nal de ano crescerem. Eu vi estatísticas e converseicom comerciantes do meu Estado e fora dele. Era um

sinal alentador de que a economia estava voltando arespirar e eu sabia porquê. Não era por nenhum in-vestimento público, que praticamente não existiu noano 2003; era pela sinalização dada, no último se-mestre do ano passado, pelo Copom, que por mesesseguidos baixou a taxa de juros, sinalizando para osagentes econômicos, para os meios de produção quea economia estava sob controle, que a inflação esta-va domada, que a dívida externa estava sob controlee bem administrada e que valia a pena investir noPaís, porque este País voltaria a crescer.

O Copom se reuniu ontem e, para surpresa ge-ral, manteve a taxa de juros em 16,5%, interrompen-do um processo de queda e promovendo uma perigo-sa sinalização para o investidor interno, e tambémpara o externo, de que há algo de novo no País.

Que algo de novo?Sr. Presidente, não vejo nada de novo. O que

preciso é entender as razões desses 16,5%. Advogoa tese que está vitoriosa nos Estados Unidos da Amé-rica do Norte. O Sr. George W. Bush, com quem atéposso ter divergências de pensamento, tomou umaatitude corajosa ao ousar baixar a carga fiscal nummomento de recessão. Com isso, o país cresceu noúltimo trimestre mais de 6% – menos que a China,que cresceu exuberante 9,1% no ano passado. É ver-dade que produziu um déficit orçamentário em funçãoda diminuição da carga fiscal, mas é muito melhor aperspectiva de futuro que se abre para a economianorte-americana de arrecadar 5 de 100 que arrecadar0 de 1000.

Os Estados Unidos da América ousaram. O Bra-sil está se comportando como um aluno que somentesabe ler a cartilha e que não tem criatividade nem écapaz de ousar. Não falo em cometer irresponsabili-dades, mas na interrupção de um processo de sinali-zação psicológica, embasada tecnicamente, de confi-ança para o investidor para a retomada do crescimen-to, que foi interrompida com a definição do Copom demanutenção em 16,5% da taxa de juros. Má defini-ção. O Governo não ousou, o Governo mostrou-sepueril, o Governo não se mostrou à altura da expecta-tiva do desempregado do Brasil, que tanto confia noPresidente Lula.

O segundo ponto, na mesma vertente, SenadorRodolpho Tourinho, diz respeito a V. Exª, ao SenadorNey Suassuna e a mim, que sou nordestino. Não co-nheço a Drª Tânia Bacelar, mas ouço falar do talentodela. Dizem que é uma senhora preparada, com espí-rito público, séria e à altura do desafio que lhe foi en-tregue, de estruturar o novo modelo da Agência deDesenvolvimento do Nordeste. É uma mulher de es-

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Page 305: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

pírito público. Lembro-me de suas declarações, emRecife, quando assumiu a direção da Agência, dis-posta a levar a efeito a tarefa que lhe fora confiadacom o maior entusiasmo. Ela esperava dispor dosmeios necessários para criar o novo modelo, dentrodaquilo que imaginamos, Sr. Presidente.

O modelo Sudene, é verdade, estava exaurido;era preciso modificá-lo, era preciso transformar a Su-dene num agente de identificação de oportunidadesviáveis no meu Rio Grande do Norte, na Paraíba, noCeará, em Pernambuco, na Bahia, que são diferen-tes. No meu Estado, o turismo vale muito mais para oRio Grande do Norte do que para o Estado do Piauí.No Piauí, o Vale do Gurguéia tem uma perspectivaeconômica pela vertente da agricultura muito maiordo que o interior do meu Siridó. Cada Estado tem osseus trunfos para serem desenvolvidos e serem com-petitivos no plano interno e internacional.

E o que eu esperava era que a Adene fosse aidentificadora dessas oportunidades econômicas,das potencialidades reais, onde cada Estado pudes-se ser competitivo e, dentro de um modelo econômicomoderno, fosse arranjadora, dos recursos públicos eprivados, internos e internacionais, e fosse a modela-dora desses novos investimentos numa formulaçãomoderna. Eu esperava que isso viesse a ocorrer eque a Drª Tânia Bacelar fosse capaz de levar a efeitoa tarefa que lhe fora confiada. Entretanto, recebi on-tem a notícia de que a Drª Tânia pediu demissão daAdene, e sem dizer por quê. Eu gostaria de saber porquê. Suponho o motivo: ela não deve ter encontradoestímulo para realizar, com espírito público e talento,a tarefa que recebera e, antes que fosse tachada deincompetente, deixou a função.

Sr. Presidente, o Nordeste está sofrendo comonunca. Há anos não há um “desinvestimento” tãogrande na minha região como agora. A Adene erauma expectativa. Preocupa-me profundamente o epi-sódio do Copom, porque, para mim, por menos queeu queira acreditar na declaração do Sr. John Taylor,Subsecretário do Tesouro americano, feita anteon-tem – em matéria publicada ontem na Folha de S.Pa-ulo – de que, no Brasil, política econômica é cuidardas contas e não realizar projetos de retomada decrescimento, por menos que eu queira dar ouvidos àdeclaração de um americano, a questão do Copom, aquestão da Adene e a demissão da Drª Tânia mos-tram-me que estamos trilhando o perigoso caminhodo desinteresse e do descaso pelas questões maisimportantes que devem mover este Governo: a gera-ção de emprego e a retomada do crescimento.

Faço essa denúncia e manifesto essa preocu-pação, porque se algo novo não vier a ocorrer, o meuPartido e eu tomaremos a iniciativa de provocar esseassunto no limite do possível e da necessidade daresponsabilidade regional.

Muito obrigado, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – Con-

cedo a palavra ao Senador Ney Suassuna, por per-muta com o Senador Mão Santa. Em seguida, terá apalavra a Senadora Ana Júlia Carepa.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB – PB. Pronun-cia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, Srªs e Srs. Senadores, li um artigo de au-toria Marco Antonio Villa, publicado hoje na Folha deS.Paulo, sob o título: “Sertão, sempre a mesma histó-ria”. Não concordo com todo o artigo, mas alguns pa-rágrafos trazem questões muito importantes.

O primeiro parágrafo que me sensibilizou dizque é preciso ter cuidado para não fazer um reducio-nismo a ponto de achar que investir no semi-árido, in-vestir no Nordeste é fazer o jogo das oligarquias. Pre-sume-se que a existência, no Nordeste, dos piores in-dicadores socioeconômicos deve ser mera coincidên-cia, partindo desse reducionismo irracional.

Outro parágrafo me sensibilizou profundamen-te: aquele que diz que o Ministério da Integração Na-cional recebeu, no ano passado, apenas 30% dasverbas aprovadas no Orçamento nacional. Isso foimuito ruim, porque é principalmente esse Ministérioque cuida da área do semi-árido e das fronteiras.Apesar de ter também outros encargos, cuidar dosemi-árido é uma missão muito importante.

Outro parágrafo que também me deixou de “ca-belo em pé”, aliás nem tenho cabelo para estar empé, mas me colocou de “pelo em pé”, é que não estáhavendo coordenação entre Banco do Nordeste, Su-dene, Dnocs e Embrapa. Enfim, vemos que cada umestá cuidando da sua vida isoladamente, com recur-sos insuficientes, e, como bem disse aqui o SenadorJosé Agripino, estamos tendo problemas sérios por-que a Sudene está paralisada, imobilizada.

Então, principalmente depois que 70 Parlamen-tares foram ao Ceará para ver a inauguração do novoestilo, da nova Sudene, esperávamos que o Nordestetivesse de volta a sua alavanca de desenvolvimento.Infelizmente, nada aconteceu desde aquela data.

Por último, quero referir-me à estiagem, que éum fenômeno cíclico e, com certeza, precisamos to-mar atitudes sérias, porque agora chove no Nordeste,mas os anos de 2005 e 2006 serão um desses ciclosem que haverá estiagem muito grande. E, se não nos

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Page 306: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

mobilizarmos agora, provavelmente haverá aquelemesmo fenômeno que aconteceu de 1877 a 1879,quando morreram 500 mil sertanejos. E a populaçãoera menor. Isso hoje pode ser multiplicado, pelo me-nos, por cinco. Serão milhões a morrer e toda a desor-ganização que isso gera, trará levas de retirantespara o Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Estou preocupado, principalmente porque nestemomento em que podemos ter uma ajuda da chuva quechega, embora em alguns Estados esteja chegandomais forte do que o necessário, do que devia, estamossem o organismo de desenvolvimento, a Sudene. Naverdade, hoje, há uma confusão entre Sudene e Adeneporque aquele órgão foi transformado em agência dedesenvolvimento. O Governo precisa tomar isso a peitoe levantar esse assunto para que tenhamos não um re-sultado desastroso, mas um promissor.

Feito esse registro da situação, destaco que to-dos os Senadores do Nordeste estão preocupados edevemos nos reunir em grupo para ver o que fazer; Épreciso lutar pela agência de desenvolvimento danossa região.

Mas existe uma notícia boa, alegre: chove muitono Nordeste.

Sei que é cansativo para o restante do País essediscurso sobre carro-pipa, seca ou enchente, mas paraa nossa região é vital. Vejo o Deputado Álvaro Gaudên-cio sentado na tribuna de honra e lembro que em sua ci-dade, Serra Branca, os nove mil habitantes passaramseis anos sem água potável, recebendo-a de car-ro-pipa, sem um pingo de água na torneira.

Imagine o que é uma família receber duas latasde água por dia para sobreviver e fazer todo o serviçode uma casa. A verdade é que, por causa das chuvas,nos livramos do carro-pipa, graças a Deus, porqueestava faltando verba também para o carro-pipa. V.Exª, Sr. Presidente, como médico sabe que o car-ro-pipa retira o finzinho do açude, com todos os mi-croorganismos que vão causar gastrenterite e outrasdoenças naqueles que vão usar a água, com todaaquela densidade de sais minerais, porque a águaevaporou e condensou. Enfim, é uma água que pare-ce caldo-de-cana, uma água verde. Mas nos livramosdisso, e os açudes estão enchendo, graças a Deus!

Boqueirão, a maior represa do meu Estado, queestava quase sem água, já passou dos 45% de suacapacidade. Voltamos a ter água de qualidade, águaboa, o que nos dá um alento muito grande. A eletrici-dade do Nordeste, que estava começando a ser gera-da por meio de termoelétricas, voltará a ser geradapelas hidrelétricas, se Deus quiser!

Mas é preciso, quando chove – porque a terrado Nordeste é boa, Sr. Presidente –, que as sementesestejam lá e que as patrulhas agrícolas e os tratorestambém estejam disponíveis. E é exatamente paraisso que venho aqui, nobres Senadoras e Senadores,para pedir ao Ministério da Agricultura que agilize adistribuição de sementes. Já fui ao Ministério pedirisso, mas daqui da tribuna faço o apelo, porque,quando a chuva chega, ela traz alegria, a alegria dacriação, pois sem água não existe vida, mas tambémacaba com as estradas, que já estão em situação demiséria. V. Exª, que é do Norte, sabe o que é chuvacontínua sobre estradas já problemáticas. E o pior: senão houver semente, a chuva foi em vão, e se nãohouver trator, o trabalho não é exponenciado.

Apelo ao Ministério da Agricultura para que dis-tribuamos o mais rapidamente possível as sementes,não apenas a semente de soja – o farelo de soja é onovo ciclo econômico do Brasil –, mas a de feijão e ade milho, que alimentam a população mais pobre.Também apelo ao Ministério dos Transportes paraque melhore o sistema viário dos Estados nordesti-nos, que possuíam um ótimo sistema viário, que, porfalta de zelo, está entrando em colapso. No sertão demeu Estado as estradas se encontram pura e sim-plesmente intransitáveis.

Como disse à Senadora Ana Júlia Carepa, eunão pretendia me demorar. Tudo que desejo é, maisuma vez, enfatizar que estamos alegres com a chega-da da chuva, tristes porque a Sudene não está sendolevada adiante e preocupados porque ainda não fo-ram distribuídas as sementes e porque tampouco asestradas estão sendo cuidadas como deveriam.

Muito obrigado.A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB – GO) – Sr. Presi-

dente, peço a palavra pela Liderança do PSDB.O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – Con-

cedo a palavra a V. Exª, Senadora Lúcia Vânia, porcinco minutos.

A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB – GO. Como Líder.Sem revisão da oradora.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs.Senadores, o PSDB não poderia faltar hoje nesta tri-buna para colocar sua posição em relação à PEC 77,a paralela.

Acreditamos, como os demais Senadores queaqui já fizeram uso da palavra, que o que estamosvendo pela imprensa é apenas o lado emocional daquestão, uma vez que, durante toda a discussão des-sa PEC, o Governo assumiu, não apenas com a Opo-sição, mas também com os próprios membros da

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Page 307: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

base aliada, o compromisso de cumprir o acordo aquiestabelecido com a PEC paralela.

Como Presidente da Comissão de Assuntos So-ciais, eu não poderia deixar de dizer aqui da minhaestranheza com o que estamos lendo diariamentenos jornais mais importantes deste País: o total des-compromisso, segundo notícias veiculadas nos últi-mos dias, do Governo com a aprovação da PEC para-lela na Câmara dos Deputados. Acreditamos que issoé apenas a emoção e a dificuldade da primeira sema-na, dificuldade essa intensificada por uma reformaministerial que ainda não deslanchou inteiramente.Portanto, acreditamos, como sempre o PSDB feznesta Casa, nos acordos firmados e esperamos que aprudência prevaleça neste episódio.

Viemos aqui várias vezes expor a forma cruelcomo foi votada a PEC da previdência num primeiromomento. Os efeitos da PEC 67 foram atenuadoscom a PEC paralela, que tem alguns itens que preci-sam ser evidenciados aqui para que as pessoas en-tendam a importância desta convocação extraordiná-ria do Congresso, a importância de estarmos aqui, di-ariamente, usando a tribuna, cobrando ação do Go-verno, ação do próprio Parlamento para que ela severifique. Como colocamos anteriormente, a primeiraversão da PEC da previdência, aprovada, é cruel, éperversa, e penaliza incrivelmente aqueles que traba-lharam ao longo de suas vidas. E a PEC paralela veiocom o compromisso de pessoas que lutaram e têmsua trajetória voltada para o problema previdenciáriodeste País, como é o caso do Senador Paulo Paim edo Senador Pedro Simon, que assumiram, em nomedo Governo, o compromisso de que ela seria real-mente votada para amenizar os efeitos da primeiraaprovação.

Então, eu gostaria, neste momento, de colocar aposição do PSDB, que é no sentido de acreditar que oGoverno cumprirá aquilo que foi acordado. Nosso pri-meiro momento é de espera, é de confiança, e, semdúvida nenhuma, haveremos de voltar a esta tribunase o acordo for rompido, então com veemência, comcontestação, porque não podemos, absolutamente,permitir que uma Casa como esta seja desrespeitadanos acordos firmados e amplamente divulgados portodo o País.

Desejo citar aqui alguns itens extremamente im-portantes para os servidores, principalmente paraaqueles que mais precisam da Previdência Social.Mas eu não gostaria de listar todos os itens, o que se-ria cansativo, mas de reforçar um dos itens que acre-dito amenizar bastante, especialmente para aquelesque têm doenças degenerativas, para aqueles que

precisam de uma atenção especial do Poder Público,sobretudo os que foram altamente penalizados com afalta de regras de transição. Esses itens, repetimos,precisam ser lembrados neste momento.

Não desejo que a minha fala aqui seja emocio-nal, uma fala de desesperança, de descrença, de de-sacordo com tudo o que está ocorrendo. Prefiro queela seja uma fala de esperança, de confiança. Acredi-to que o Governo precisa de um voto de confiançaneste momento para nos dar, no mais tardar na próxi-ma semana, uma resposta definitiva do seu apoio to-tal e integral ao acordo aqui estabelecido.

Essa votação é importante para nós, porquepermitirá que as alíquotas menores de contribuiçãoao INSS para trabalhadores sem vínculo empregatí-cio e as donas-de-casa se efetivem. Esse talvez sejao ponto mais importante da PEC paralela, pois elepermitirá que os 40 milhões de brasileiros que estãoexcluídos da Previdência Social tenham a ela acesso.

Portanto, esse é o único item que permite a estaCasa dizer ao seu povo, ao País que a reforma visaincluir aqueles que estão à margem dos benefícios daPrevidência.

O segundo item que ressalto é que a PEC para-lela volta a conceder paridade aos atuais servidoresquando se aposentarem, desde que tenham comple-tado 20 anos de serviço público, 10 anos na carreira e5 anos no cargo.

O terceiro ponto que considero muito importanteé a adoção de requisitos e critérios especiais para aaposentadoria de portadores de deficiência, o que de-verá ser feito por lei complementar. Como Presidenteda Comissão de Assuntos Sociais, que tem sob o seuguarda-chuva a Subcomissão Temporária das Pes-soas Portadoras de Necessidades Especiais, muitobem presidida pelo Senador Flávio Arns, afirmo queesse item é de fundamental importância para todosaqueles que têm compromisso com o social nestePaís, principalmente com a inclusão social de pesso-as que passam por dificuldades e precisam de umaoportunidade para sentirem-se brasileiras.

O outro item é aquele que dobra o valor da faixade isenção para efeito de contribuição previdenciáriapara os proventos de aposentadorias e pensões deportadores de doenças incapacitantes. É um outrocaso de justiça social, da maior importância paraaqueles que realmente precisam da Previdência. Sãopessoas que têm doenças crônicas, degenerativas e,portanto, precisam de apoio do Poder Público.

Como meu tempo já está esgotado, quero ape-nas lembrar esses compromissos e dizer da impor-

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Page 308: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

tância de se restabelecer as regras de transição paraos que passaram a sua vida trabalhando e que, de re-pente, são surpreendidos com novas regras.

Reafirmo que a espinha dorsal de um sistemaprevidenciário é a confiança, e esta deverá ser resta-belecida com uma posição mais clara do Governo.Confiamos na sensibilidade do Presidente da Câmarados Deputados, que tem se mostrado, em várias oca-siões, muito ligado ao Regimento, não dispensando aeste caso especial uma atenção particular. A PEC pa-ralela não é um privilégio para este ou aquele cida-dão, mas uma questão de justiça.

Deixo aqui a confiança do PSDB na palavra doGoverno e na manutenção do acordo. Desejo que, napróxima semana, possamos dar ao País a notícia deque esta convocação valeu a pena.

Muito obrigada.O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – Com

a palavra a nobre Senadora Ana Júlia Carepa, porpermuta com o Senador Magno Malta.

A SRª ANA JÚLIA CAREPA (Bloco/PT – PA.Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da ora-dora.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, públi-co que nos assiste pela TV Senado e nos ouve pelaRádio Senado, farei alguns registros de ações doEstado do Pará.

Hoje, a Polícia Federal e o Ibama iniciaram, noPará, a Operação Feliz Ano Velho, que se constitui namaior ação contra a exploração ilegal de madeira já rea-lizada no Brasil. Mais de 110 policiais estão mobilizadosnos Municípios de Tailândia, Tomé-Açu, Breu Branco,Paragominas, Marabá, Mãe do Rio e Moju, com o obje-tivo de cumprir 34 mandatos de prisão expedidos contraos madeireiros ilegais pela Justiça Federal.

Tal ação somente foi possível em razão de oIbama de Belém ter realizado, nos últimos seis me-ses, a Operação Belém – a Superintendência de láabrange não apenas o Município de Belém, mas vári-os outros –, um intenso trabalho de auditoria sobre aschamadas ATPFs (Autorizações de Transporte deProduto Florestal). Com certeza, este assunto inte-ressa muito aos dois Senadores da Amazônia, queaqui estão, Senadores Sibá Machado e Augusto Bo-telho. Quanto a essas ATPFs, que vinham sendo usa-das no Pará, foi descoberto um montante de 1.003calçadas e 260 falsas, usadas por 180 empresas ma-deireiras.

O golpe procedia-se de que maneira? A ATPF éo documento de responsabilidade do Ibama, impres-so na Casa da Moeda, onde consta a licença indis-pensável ao transporte da madeira, servindo também

para o controle sobre a exploração das espécies flo-restais.

Os madeireiros criminosos – que, graças aDeus, são uma minoria – entregam a segunda via daATPF, contendo informações do volume, espécie, va-lor monetário e a destinação do produto florestal co-mercializado, com dados diferentes do que consta naprimeira via da ATPF, que segue com o produto até odestino final. Somente quando a primeira via é devol-vida e confrontada com a segunda via é que o órgãoambiental detecta o calçamento da Autorização.

No caso da ATPF falsificada, as madeireiras doPará mantêm conexão com as de Mato Grosso, paraque as falsificadas em Mato Grosso circulem apenasno Pará e vice-versa, ou seja, era uma ação de qua-drilha, de crime organizado.

Segundo o gerente do Ibama em Belém, Dr.Marcílio Monteiro, esse esquema criminoso abateuilegalmente cerca de três milhões de árvores da flo-resta amazônica, comercializando de forma ilegalcerca de 45 mil metros cúbicos de madeira. Para seter uma idéia do que isso significa, se esse montantefosse transportado de uma vez, seriam necessários2,5 mil caminhões, traçando uma fila que se estende-ria por 50 quilômetros.

Considerando que os madeiros fraudadores vi-sam prioritariamente madeiras nobres que, como omogno, chegam a ser cotadas em até US$1.500 ometro cúbico, estima-se que esses criminosos te-nham sonegado do País mais de R$45 milhões em tri-butos não pagos. Portanto, eles deixaram de recolheraos cofres públicos, à população R$45 milhões. Qu-antas escolas, quantas unidades de saúde, quantasobras estratégicas para a nossa Amazônia, que po-deriam gerar emprego e distribuir renda, deixaram deser feitas?

A grande importância dessa ação do IBAMA éenfrentar claramente a parte do setor madeireiro que,na Amazônia, age na ilegalidade. É preciso separar ojoio do trigo. E eu, insistentemente, tenho dito issoaqui, até para evitar a concorrência desleal, porqueaqueles que não recolhem tributos e agem na ilegali-dade não concorrem de forma leal com aqueles quepagam os seus tributos, que respeitam o desenvolvi-mento sustentável da Amazônia, que geram empregoe distribuem renda. Com certeza, eles concorrem deforma desleal. Por isso é preciso separar o joio do tri-go, distinguir as empresas que, de fato, atuam naperspectiva de explorar a madeira de forma sustentá-vel, certificando seus produtos e pagando correta-mente seus tributos, daqueles que nada mais são doque criminosos ambientais, dilapidadores da riqueza

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 23 01143JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL294

Page 309: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

que a floresta possui, deixando atrás de si a degrada-ção ambiental e a pobreza. Porque, não se iludam,não existe emprego correto; normalmente, o empregodesses dilapidadores é precário, portanto eles estãosomente tirando da Nação.

Essa ação do Ibama, entretanto, é apenas umadas medidas urgentes a serem tomadas. É imprescindí-vel que se avance na criação de espaços protegidos nafloresta que permitam o seu uso sustentável para a po-pulação que ali vive. E, nesse sentido, gostaria de fazerum apelo à nossa colega Senadora Marina Silva, Minis-tra do Meio Ambiente, e ao nosso companheiro Presi-dente da República Luiz Inácio Lula da Silva, para que oquanto antes seja decretada a criação da reserva extra-tivista “Verde para Sempre”, que busca justamente pre-servar, para os trabalhadores de hoje e para as futurasgerações, uma parte da floresta no oeste do Pará, a fimde que possa ser explorada de forma sustentável porsua população, que lá está há décadas, criando assim –com a reserva – um verdadeiro dique contra esses des-truidores não apenas da floresta, mas também de so-nhos do povo, porque são sonegadores de impostos,deixando de recolhê-los.

A ação do Ibama, juntamente com a Polícia Fe-deral, é um marco no Governo Lula. Hoje, uma linhafoi traçada em defesa da floresta amazônica e os cri-minosos que continuarem a tentar ultrapassá-la en-contrarão um Governo forte e decidido a cumprir seucompromisso com o novo modelo de desenvolvimen-to sustentável para a Amazônia.

Tenho orgulho de ter feito minha primeira mani-festação como Senadora em 2003, no meu primeiromandato no Senado Federal, representando não só oPartido dos Trabalhadores do Pará, mas as mulheres– sou a primeira Senadora do sexo feminino peloPará – solicitando, pedindo e dizendo da nossa inten-ção de lutar por um novo modelo de desenvolvimentona nossa Região.

Já estamos cansados de ser uma Região rica,mas cuja riqueza é desviada e usada ilegalmente e àqual o povo amazônida, infelizmente, pouco tem aces-so. Então, parabenizo o Ibama e a Polícia Federal.

Aproveito o ensejo também para fazer um regis-tro de grande importância para o País e outro relevan-te para o meu Estado.

Sou da Base de apoio ao Governo, mas lamentoa decisão do Copom de não reduzir a taxa de juros.Espero que essa atitude do nosso Governo, que con-sidero extremamente conservadora, possa mudar eque possamos realmente baixar os juros. Foi relevan-te o que ocorreu em 2003: a queda de 26,5% para16,5%. A expectativa que hoje o povo tem, inclusive a

atividade produtiva, é a de que essa queda continue.Então, espero que o Banco Central saia de sua linhaconservadora.

Abordo um outro ponto importantíssimo para oEstado do Pará, que foi manchete do jornal O Liberal,acerca de um projeto de lei aprovado no Senado Fede-ral, no ano passado, que cria uma super zona franca naAmazônia, da qual o Pará é o único Estado excluído.

Ora, primeiramente, quero dizer que tenho a listade votação nominal da Comissão de Assuntos Econô-micos do dia 23 de setembro – gostaria que, se possí-vel, a televisão a mostrasse –, quando não votei favora-velmente a esse projeto. Mas quero dizer que fiz ques-tão de me ausentar da votação não pelo fato de o Paránão estar incluído. Não foi esse o motivo. O Líder AloizioMercadante manifestou a posição contrária do Gover-no, que não tem compromisso algum com essa propos-ta – qualquer pessoa pode ter acesso às notas taquigrá-ficas, assim como a Imprensa, mas ponderou que nãoteria condições de se contrapor a um projeto de autoriado Presidente da Casa – com todo o respeito. Então,não houve encaminhamento contrário, e até foi aprova-do por votação simbólica neste Plenário. Mas posso di-zer que, na única votação nominal que ocorreu, não vo-tei favoravelmente.

Contudo, como já recebi ligações e faxes de se-tores empresariais da terra, dizendo que nós não po-demos admitir que um projeto como esse deixe defora o Pará, quero dizer que não sou contra esse pro-jeto porque ele deixa de fora o Pará. Eu sou contraesse projeto que cria uma zona franca na Amazôniaporque está errado! Eu sou contra porque ele não écontra o Pará; ele é contra o Brasil!. Esse projeto reti-ra recursos do Fundo de Participação dos Municípios.Prejudicaremos a grande maioria dos Municípios,principalmente os das regiões mais pobres.

Nós fizemos um esforço imenso – e registro queforam todos os Partidos, pois a reforma tributária foivotada nesta Casa por acordo – para conseguir ga-rantir um aumento no Fundo de Participação dos Mu-nicípios. Como podemos aprovar um projeto contrárioa essa medida? Como podemos dividir o País emEstados que pagam tributos e Estados que não pa-gam tributos? O projeto não beneficia a nossa região,e sim meia dúzia de empresários. Nós já sabemoscomo funciona, Senador.

Se fizermos um estudo, veremos que foramimensos os recursos já destinados à Amazônia, aomeu Estado, o Pará. Façamos um levantamento dosrecursos destinados pelo FNO, por meio da Sudam.Infelizmente, boa parte deles foi mal utilizada, foi des-viada, foi para o bolso de alguns e não gerou os em-

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Page 310: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

pregos que eram a expectativa de toda a região. Eunão posso dizer que são todos os projetos, pois esta-ria cometendo uma injustiça. V. Exªs que conviveramcomigo no último ano sabem que eu jamais faria isso.

Acabei de falar de uma situação de madeireirose, graças a Deus, os criminosos madeireiros repre-sentam uma minoria. Entretanto, às vezes, essa mi-noria faz muito barulho no Estado do Pará, dizendoque o Ibama quer impedir a atividade produtiva. Não éverdade, queremos impedir atividades criminosas,ilegais, sonegadoras de impostos, os quais são um di-reito do povo.

Sobre essa questão, fizemos uma reunião como Governador. Tive a felicidade de verificar que háunanimidade na Bancada. Aliás, a visão do Governa-dor Simão Jatene também é essa. Realmente, apesarde todas as divergências políticas que temos, eu nãoesperava que S. Exª fosse favorável apenas a incluiro Pará nessa farra de Zona Franca. O Governadortambém considera que o projeto é incorreto, assimcomo a Bancada. A minha proposta foi que, na Câma-ra dos Deputados, os Parlamentares realmente traba-lhem nessa questão, que não é boa para o Brasil. Nãose trata de uma briga regional. O projeto é ruim para oBrasil inteiro. Imagine, Senador Sibá Machado, comos nossos Municípios já tão empobrecidos, abrirmosmão de recursos para beneficiar apenas algumas em-presas! Os nossos Prefeitos que já estão tendo difi-culdades para pagar o 13º salário terão seus recursosdiminuídos se aprovado esse projeto. Ainda bem queessa discussão se encaminha para um bom desfechona Câmara dos Deputados, que, espero, rejeite-o.

Por último, espero que isso seja apresentadoclaramente. Tenho orgulho de não ter votado favora-velmente a esse projeto. Todavia, se tivesse feito pororientação do Governo, eu entenderia claramente aestratégia do Governo naquele momento da discus-são de duas reformas tão importantes para o País, areforma tributária e a reforma da Previdência.

Por último, em relação à PEC paralela, quero dizerque também confio no Governo. O Senador José Agripi-no, Líder do PFL, disse hoje que vai trabalhar na direçãode conversar com Líderes da Câmara. Se todos os Parti-dos fizerem isso, vamos aprovar a PEC paralela.

A sociedade precisa saber que quisemos essaconvocação não porque nos interessa receber recursos.Entendo até que devemos votar o mais rápido possível aproposta de emenda constitucional do Senador AloizioMercadante, que, na época, era Deputado, e do Deputa-do José Genoíno, que reduz o recesso parlamentar eacaba com o pagamento de qualquer extraordinário. Soufavorável a essa proposta, pois entendo que não deveria

haver pagamento de extraordinários. Mas foi a importân-cia da PEC paralela, que beneficiará milhares de servi-dores, que nos fez apoiar a convocação extraordinária.Nessa PEC paralela, ampliamos a possibilidade deacesso à Previdência aos que hoje estão na economiainformal, assim como às donas-de-casa. A PEC paraleladiz claramente: “com uma alíquota diferenciada”, “umaalíquota reduzida”.

Portanto, confiarei no Governo, mas faço um apeloaos nossos Deputados e Deputadas. O Senado elabo-rou uma proposta com a colaboração de várias entida-des de servidores públicos. Respeitamos todas as dis-cussões feitas na Câmara, inclusive os avanços introdu-zidos por aquela Casa na primeira proposta do Governoem relação à reforma da Previdência, e avançamos umpouco mais. Isso permitiu que muitos Senadores votas-sem a favor da proposta. Votei confiante, porque fizemosum ajuste, ou seja, um aperfeiçoamento, um melhora-mento, não apenas para os servidores, mas tambémpara os trabalhadores do mercado informal, para as do-nas-de-casa. Há, inclusive, melhorias para os portadoresde deficiência física, porque está previsto na PEC parale-la um piso de contribuição duas vezes maior em vez deR$2.400,00, seria de R$4.800,00, ou seja, a contribuiçãoà Previdência incidiria somente sobre os rendimentos su-periores a R$4.800,00.

Confio no Governo e espero que, assim como oLíder do PFL, todos os Partidos também discutamcom seus líderes, para que possamos dizer, com mui-to orgulho, que realizamos uma convocação extraor-dinária em defesa da maioria do povo. Isso honrará otrabalho que estamos realizando nesta Casa desdesegunda-feira.

Todos sabem que o Governo não poderia con-vocar apenas a Câmara dos Deputados. Quando háconvocação extraordinária, convoca-se o CongressoNacional, que reúne as duas Casas.

Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores,cidadãos que nos assistem e nos ouvem em todo oBrasil, penso que estamos cumprindo com nosso pa-pel, e não tenho a menor dúvida de que os Deputadosfarão o mesmo.

O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – Con-cedo a palavra ao Senador Sibá Machado, por per-muta com o Senador Eduardo Suplicy, pelo tempoque resta para o encerramento da sessão.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC. Pro-nuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) –Sr. Presidente, faço questão de usar este tempo, por-que considero o tema deste final de tarde muito im-portante. Para contribuir com o debate, é preciso re-lembrar fatos referentes ao período extraordinário.

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Page 311: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Este período de trabalho extraordinário foi con-vocado pelo Governo Federal para cumprir um acor-do feito com o Congresso Nacional. Considero umpouco equivocada a discussão sobre se o Governocumpriu ou não o acordo, pois é claro que cumpriu.

Lembro os fatos seguintes. No início do Gover-no, houve reuniões com os Srs. Governadores, comos Prefeitos, com lideranças do empresariado e dascentrais sindicais, em que ficou concluído que a Pre-vidência e as leis referentes à tributação nacional pre-cisavam de reforma. Todos entenderam isso. Foramapresentadas, no início do Governo, duas mensa-gens do Presidente da República.

Por força do Regimento Interno, cabe à Câmarados Deputados pronunciar-se em assuntos como essee, assim, o debate se iniciou lá. Chegou-se até a ventilara idéia de que uma proposta tramitasse lá e outra aqui.As duas foram para lá. Em julho, para se ganhar tempo,houve convocação extraordinária. E, naquele momen-to, o Senado Federal ficou com uma pauta, digamos as-sim, muito enxuta para apreciar. Agora, estamos nosdeparando com o mesmo problema.

Nessa oportunidade, quero fazer um grandeelogio ao Senador Tião Viana, pela brilhante idéia deinserir em uma emenda paralela ao texto da Câmaratodas as contribuições do Senado Federal. Lem-bro-me de quais não foram as justas preocupações,levantadas da tribuna desta Casa, pelo risco que cor-ria o Senado de exercer apenas um papel de homolo-gação, apenas subscrevendo o texto oriundo da Câ-mara. E por que a preocupação? Porque se dizia que,se houvesse mudanças no texto de origem, não apro-varíamos a emenda ainda no ano de 2003, e os Go-vernadores, os Prefeitos e muito pouco do GovernoFederal sofreriam grandes prejuízos. Assim, a emen-da precisava ser votada e promulgada ainda no anode 2003. Isso foi fruto do acordo. Dessa forma, todasas justas contribuições do Senado Federal foram in-seridas, por essa brilhante idéia do Senador Tião Via-na, na PEC nº 77, conhecida como PEC paralela.

Ao chegar na Câmara dos Deputados – e nãotenho procuração para falar por nenhum dos Srs. Par-lamentares daquela Casa, tampouco pelo PresidenteJoão Paulo –, surgiu o principal debate e a riqueza damanifestação social sobre essas matérias. E o textoveio de lá após rica negociação, inibindo algumascontribuições que foram reiteradas aqui no Senado.Sei que muitos Deputados chegaram a reclamar quepoderiam ser taxados pela sociedade como aquelesque não colocaram nenhuma sugestão importanteque tivesse sido acatada no Senado. Agora, a pro-posta voltou à Câmara. Acredito, Sr. Presidente, que

foi isso que causou algum constrangimento na Câma-ra e que está causando esse debate.

Não vejo desonra nenhuma no que está sendodito. O que está faltando é uma conversa direta e ob-jetiva com o Presidente da Câmara dos Deputados,João Paulo Cunha. Não posso admitir que se digatextualmente que houve quebra de acordo. O acordofoi cumprido pelo Governo Federal com os Srs. Go-vernadores, com os Srs. Prefeitos, com o Senado Fe-deral e com a Câmara dos Deputados.

O que falta, na minha opinião, é um entendimento,porque imagino que ninguém queira trabalhar subme-tendo-se a qualquer tipo de ingerência. Talvez se tenhaentendido que, se foi o Senado que apresentou contri-buições à matéria e não a Câmara dos Deputados, porque a Câmara dos Deputados teria que votar?

O principal item desta convocação extraordiná-ria é a PEC nº 77, como se deu em julho. E, para o Se-nado Federal, ficou a discussão da reforma do Judi-ciário. Como foi bem lembrado nos debates de ontem,a reforma do Judiciário certamente será também derica discussão, como foi a tributária, a da previdênciae outras que poderão chegar aqui.

Creio que caiba ao Senado tratar de assuntoscomo foi aqui o Projeto da Mata Atlântica, como foi o iní-cio da discussão da reforma do Judiciário e de tantas ou-tras coisas que possam ser feitas aqui, sim. E ficamosaqui discutindo se é moral ou imoral, legal ou ilegal estaconvocação extraordinária. Às vezes, preocupo-me de-mais com a forma dada aos entendimentos feitos aqui eque, por qualquer percalço, sejam tidos como quebra deacordo, quebra de palavra ou coisa parecida.

São notórios os esforços feitos pelo Líder do Go-verno nesta Casa, Senador Aloizio Mercadante, e peloLíder do Bloco, da Base do Governo, Senador Tião Via-na, para que tudo fosse aqui cumprido nos seus míni-mos detalhes. Então, creio que uma nova conversa en-tre o Presidente da República, o Presidente do Senado,Senador José Sarney, e o Presidente da Câmara dosDeputados, Deputado João Paulo Cunha, deva ser feitaimediatamente, para que possamos, de uma vez por to-das, tirar qualquer tipo de entendimento diferenciado doque foi o trabalhado nas negociações entre o SenadoFederal e o Governo Federal.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muitoobrigado.

O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – So-bre a mesa, ofício do Primeiro-Secretário da Câmarados Deputados que passo a ler.

É lido o seguinte

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Page 312: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PS-GSE nº 69

Brasília, 22 de janeiro de 2004

A Sua Excelência o SenhorSenador Romeu TumaPrimeiro – Secretário do Senado FederalNesta

Senhor Secretário,Comunico a Vossa Excelência, a fim de levar ao

conhecimento do Senado Federal, que foram rejeita-das as Emendas de nºs 1, 2 e 3, oferecidas por essacasa ao Projeto de Lei de Conversão nº 29, de 2003(MPv nº 133/03, do Poder Executivo), o qual “Cria oPrograma Especial de Habitação Popular – PEHP, edá outras providências.

Na oportunidade, informo a Vossa Excelênciaque a referida proposição foi, nesta data, enviada àsanção.

Atenciosamente, – Deputado Geddel VieiraLima, Primeiro—Secretario.

AVISO/PS-GSE Nº 5

Brasilia, 22 de janeiro de 2004

A Sua Excelência o Senhor Ministro de Estado JoséDirceuChefe da Casa civil da Presidência da RepúblicaNesta

Senhor Ministro,Encaminho, por seu alto intermédio, a Mensa-

gem nº 7/04, na qual o Presidente da Câmara dos De-putados envia ao Excelentíssimo Senhor Presidenteda República o Projeto de Lei de Conversão nº 29, de2003, (MPv 133, de 2003, do Poder Executivo) que“Cria o Programa Especial de Habitação Popular –PEHP, e dá outras providências.”.

Atenciosamente, – Deputado Geddel VieiraLima, Primeiro-Secretário.

MENSAGEM Nº 7 DE 2004

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,Envio a Vossa Excelência, para os fins constan-

tes do artigo 66 da constituição Federal, o inclusoProjeto de Lei de Conversão nº 29/04 (MPv 133, de2003, do Poder Executivo), que “Cria o ProgramaEspecial de Habitação Popular – PEHP, e dá outrasprovidências.

Cria o Programa Especial de Habita-ção Popular – PEHP, e dá outras provi-dências.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Esta lei cria o Programa Especial de Ha-

bitação Popular – PEHP, dispõe sobre seu objetivo eas ações por ele abrangidas, assim como traz diretri-zes básicas para a implementação do Programa.

Art. 2º Fica criado o Programa Especial de Habita-ção Popular – PEHP, com o objetivo de oferecer acessoa moradia adequada aos segmentos populacionais derenda familiar mensal de até 3 (três) salários mínimos.

§ 1º Os recursos alocados ao PEHP serão desti-nados, a titulo de auxilio ou assistência financeira, àexecução das seguintes ações:

I – produção ou aquisição de unidades habitaci-onais;

II – produção ou aquisição de lotes urbanizados;III – aquisição de material de construção;IV – urbanização de assentamentos;V – requalificação urbana.§ 2º Nas ações previstas nos incisos I e II do §

1º, cada família apenas poderá ser beneficiada umavez no âmbito do PEHP.

§ 3º Terão prioridade para recebimento de re-cursos no âmbito do PEHP as iniciativas voltadas aatender segmentos populacionais que habitam emcondições subumanas.

Art. 3º Compete ao Poder Executivo:I – estabelecer os critérios técnicos a serem ob-

servados na execução do PEHP;II – descentralizar, diretamente ou por intermé-

dio de instituições ou agências financeiras oficiais, aexecução do PEHP para a administração pública es-tadual, do Distrito Federal ou municipal, direta ou indi-reta, ou entidades privadas sem fins lucrativos;

III – coordenar e avaliar a execução e os resulta-dos do PEHP;

IV – compatibilizar o PEHP com as ações abran-gidas pelos outros programas de desenvolvimento ur-bano, notadamente o Programa de Subsídio à Habi-tação de Interesse Social — PSH;

V – expedir os atos normativos necessáriospara operacionalização do PEHP.

Art. 4º Poderão ser destinados ao PEHP, na for-ma da lei orçamentária anual, recursos provenientesdo saldo disponível no Fundo de DesenvolvimentoSocial — FDS, de que trata a Lei nº 8.677, de 13 de ju-lho de 1993.

§ 1º Na implementação do disposto no caput,será deduzido do saldo do FDS o valor necessário aoprovisionamento, na Caixa Econômica Federal, dasexigibilidades de responsabilidade do Fundo, existen-tes na data de publicação desta lei.

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Page 313: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

§ 2º Poderão ser destinados ao custeio do PEHP,na forma da lei orçamentária anual, recursos disponíveisno Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social – FAS,criado pela Lei nº 6.168, de 9 de dezembro de 1974.

§ 3º O Poder Executivo consignará anualmenteao Ministério das Cidades outras fontes para custeiodo PEHP.

Art. 5º As despesas do PEHP correrão à contadas dotações orçamentárias consignadas anualmen-te ao Ministério das Cidades.

Parágrafo único. O Poder Executivo deverácompatibilizar com as dotações orçamentárias referi-das no caput a quantidade de beneficiários do PEHPe o valor dos auxílios e da assistência financeira con-cedidos.

Art. 6º O PEHP será executado, de modo comple-mentar, em conjunto com outros programas de desen-

volvimento urbano, governamentais ou não-governa-mentais, inclusive aqueles de natureza orçamentária.

Art. 7º A execução do PEHP deve ser objeto decontrole social, garantida a participação de comuni-dades, movimentos e entidades da sociedade civil noacompanhamento e avaliação da gestão dos recur-sos nele empregados, bem como dos ganhos sociaise do seu desempenho.

Art. 8º O Município poderá isentar as unidadeshabitacionais construídas ou beneficiadas com recur-sos do PEHP do pagamento da outorga onerosa dodireito de construir prevista pelo art. 28 da Lei nº10.257, de 10 de julho de 2001.

Art. 9º Esta lei entra em vigor na data de sua pu-blicação.

Câmara dos Deputados, 22 de janeiro de 2004.João Paulo Cunha.

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PARECER DO RELATOR DESIGNADOPELA MESA, EM SUBSTITUIÇÃO À COMISSÃOMISTA, ÀS EMENDAS DO SENADO FEDERALAO PROJETO DE LEI DE CONVERSÃO Nº 29,

DE 2003 (MEDIDA PROVISÓRIA Nº 133, DE 2003)

O SR. FERNANDO DE FABINHO (PFL – BA.Para emitir parecer. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, Srªs e Srs. Deputados, com fundamentono art. 62 da Constituição Federal, o Exmo Sr. Presi-dente da República submeteu à deliberação do Con-gresso Nacional, nos termos da Mensagem nº 562,de 2003, a Medida Provisória nº 133, de 23 de outu-bro de 2003, que cria o Programa Especial de Habita-ção Popular – PEHP e dá outras providências.

A Medida Provisória nº 133 foi aprovada poresta Casa no dia 17 de dezembro de 2003, na formado Projeto de Lei de Conversão nº 29, de 2003.

O referido projeto dispõe que o Programa Espe-cial de Habitação Popular tem por objetivo ofereceracesso à moradia adequada aos segmentos popula-cionais de renda familiar mensal de até 5 salários mí-nimos, e assegurar a aplicação de pelo menos 85%dos recursos nos segmentos populacionais de rendafamiliar mensal de até 3 salários mínimos.

Os recursos serão destinados, a título de auxílioou assistência financeira, à execução das seguintesações: produção ou aquisição de unidades habitacio-nais; produção ou aquisição de lotes urbanizados;aquisição de material de construção; urbanização deassentamentos; e requalificação urbana. Cada famí-lia só poderá ser beneficiada uma única vez.

O texto prevê a competência do Poder Executi-vo para estabelecer os critérios a serem observadosna execução do Programa Especial, descentralizar aexecução do Programa para a Administração PúblicaEstadual ou Municipal ou outras entidades, coorde-nar e avaliar a execução e os resultados do ProgramaEspecial, compatibilizar o Programa com as açõesabrangidas por outros programas e expedir atos nor-mativos necessários à operacionalização do Progra-ma Especial de Habitação Popular.

Prevê ainda que poderão ser destinados ao Pro-grama Especial de Habitação Popular recursos pro-venientes do saldo disponível no Fundo de Desenvol-vimento Social, de que trata a Lei nº 8.677, de 1993,bem como recursos disponíveis no Fundo de Apoioao Desenvolvimento Social, criado pela Lei nº 6.168,de 1974. Em ambos os casos, na forma da lei orça-mentária anual. O Poder Executivo consignará anual-mente ao Ministério das Cidades outras fontes paracusteio do Programa.

Dispõe que as despesas do Programa Especialde Habitação Popular correrão à conta das dotaçõesorçamentárias consignadas anualmente ao Ministériodas Cidades.

O Poder Executivo deverá compatibilizar às re-feridas dotações orçamentárias a quantidade de be-neficiários do Programa e o valor dos auxílios e da as-sistência financeira concedidos.

Por fim, fica estabelecido que o Programa Espe-cial de Habitação Popular será executado, de modocomplementar, em conjunto com outros programasde desenvolvimento urbano, governamentais ounão-governamentais.

Além disso, em seu art. 7º, o Projeto de Lei deConversão aprovado garante a participação comuni-tária no controle social do Programa por meio da ava-liação da gestão dos recursos empregados, bemcomo dos ganhos sociais obtidos.

Por fim, o art. 8º do projeto confere aos municípiosa possibilidade de isentar as unidades habitacionais be-neficiadas com recursos do Programa do pagamentoda outorga onerosa do direito de construir prevista noart. 28 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001.

O Projeto de Lei de Conversão nº 29, de 2003,foi enviado ao Senado Federal e aprovado naquelaCasa em 19 de dezembro de 2003, com 3 emendas,tendo, por isso, retornado à Câmara dos Deputadospara nova apreciação.

Apresentamos a seguir o conteúdo das emen-das aprovadas no Senado Federal.

Emenda nº 1: suprime o § 2º do art. 2º do Projetode Lei de Conversão, o qual determina que, nos ca-sos de produção ou aquisição de unidades habitacio-nais ou lotes urbanizados no âmbito do ProgramaEspecial de Habitação Popular, cada família só pode-rá ser beneficiada uma única vez.

Prestem bem atenção, Srs. Deputados: cada fa-mília só poderá ser beneficiada uma única vez, já quepoucos recursos foram destinados a este Programa.O Senado Federal está suprimindo este dispositivo.

Emenda nº 2: suprime o inciso IV do art. 3º doProjeto de Lei de Conversão, o qual prevê a compati-bilização do Programa Especial de Habitação Popularcom outros programas de desenvolvimento urbano.

Infelizmente, o Senado Federal quer suprimiresse dispositivo.

Emenda nº 3: suprime o art. 8º do Projeto de Leide Conversão, o qual prevê a possibilidade de isen-ção do pagamento da outorga onerosa do direito deconstruir com recursos do Programa Especial de Ha-bitação Popular.

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Page 319: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

O art. 8º deixa a cargo das Prefeituras concederessa isenção ou não. A decisão atenderá ao interessee à conveniência do Poder Executivo Municipal. OSenado entende que o art. 8º deve ser suprimido.

Portanto, cabe à Câmara dos Deputados apre-ciar as emendas apresentadas ao Projeto de Lei deConversão pelo Senado Federal.

É o relatório.Voto.A Emenda nº 1, do Senado Federal, suprime o §

2º do art. 2º do Projeto de Lei de Conversão nº 29, de2003, aprovado nesta Casa. Prevê o citado dispositi-vo que, nos casos em que os recursos do ProgramaEspecial forem destinados à produção ou aquisiçãode unidades habitacionais ou lotes urbanizados, cadafamília só poderá ser beneficiada uma única vez.

Essa previsão, que não constava do texto originalda Medida Provisória nº 133, foi proveniente de emendaapresentada na Comissão Mista pelo Senador SérgioGuerra, que propôs a alteração da expressão “produ-ção ou aquisição de unidade habitacional” para “produ-ção ou aquisição de unidades habitacionais”.

Acatamos a emenda em nosso parecer, mas,para evitar qualquer equivoco de interpretação, fizemosquestão de deixar consignado no texto do Projeto de Leide Conversão que, apesar da redação no plural, cadafamília poderá ser beneficiada apenas uma vez com osrecursos do Programa destinados á produção ou aqui-sição de unidades habitacionais ou lotes urbanizados,porque entendemos que cada família só precisa teruma casa adquirida com recursos do Programa.

O texto aprovado na Câmara procura garantirque os escassos recursos orçamentários destinadosa essa área não sejam concentrados em uma peque-na parcela de beneficiários, mas distribuídos de for-ma a atender ao maior número possível de famílias.

Portanto, entendemos que a redação aprovadanesta Casa é adequada, pois preserva um dos prece-itos básicos dos programas sociais de governo: a uni-versalização do atendimento.

Somos pela rejeição da Emenda nº 1, propostapelo Senado Federal.

A Emenda nº 2 quer a supressão do inciso IV doart. 3º do Projeto de Lei de Conversão, que prevê acompatibilização do Programa Especial de HabitaçãoPopular com outros programas de desenvolvimentourbano, notadamente o Programa de Subsidio à Ha-bitação de Interesse Social.

Ora, se temos no âmbito do Governo Federal di-versos programas direcionados à solução de ummesmo problema, nada mais coerente do que seremexecutados de forma coordenada, para que os recur-

sos orçamentários sejam empregados com maior efi-cácia para o cumprimento de seus objetivos.

Assim, pretender suprimir referido dispositivo dotexto não nos parece adequado, pois estaremos legiti-mando a fragmentação dos programas sociais do Go-verno, quando entendemos que devemos estimularações e esforços públicos conjugados, o que, no nossoentender, trará melhores resultados para o País.

Neste sentido, somos também pela rejeição daEmenda nº 2, do Senado Federal.

Quanto à Emenda nº 3, que pretende suprimir oart. 8º do Projeto de Lei de Conversão, entendemostratar-se de proposta incoerente, uma vez que o Pro-jeto aprovado nesta Casa não obriga o Município aconceder isenção do pagamento da outorga onerosado direito de construir aos beneficiários do ProgramaEspecial de Habitação Popular, apenas lhe dá a prer-rogativa de assim fazer se entender pertinente paradiminuir o custo de implantação do Programa.

Desse modo, por não se tratar de norma imposi-tiva, mas de medida autorizativa aos Governos Muni-cipais, que poderão adotá-la ou não, em vista do inte-resse coletivo, somos pela sua manutenção.

Rejeitamos, portanto, a Emenda nº 3, do Sena-do Federal.

Diante do exposto, somos pela rejeição dasEmendas nºs 1, 2 e 3, apresentadas pelo Senado Fe-deral ao Projeto de Lei de Conversão nº 29, de 2003,à Medida Provisória nº 133, de 2003.

Sr. Presidente, houve discussões com a base alia-da do Governo e membros dos Ministérios das Cidadese da Casa Civil e alguns acordos foram firmados. Discuti-mos o Projeto de Conversão e a Medida Provisória nº133. Diante do acordo feito no mês de dezembro, estaCasa aprovou apenas um destaque, exatamente no sen-tido de que fossem beneficiadas pelo programa as famíli-as que ganham até 5 salários mínimos. Entendia a basealiada do Governo que deveriam ser atendidas apenasas famílias que ganham até 3 salários mínimos, o que foimantido no texto original da Medida Provisória, ou seja, oprograma vai continuar atendendo às famílias que ga-nham até 3 salários mínimos no País.

Hoje conversamos rapidamente com o DeputadoProfessor Luizinho. Creio que a base do Governo e to-dos os demais Deputados concordam que a MedidaProvisória foi discutida, relatada, votada e que devemosmanter na integra o texto do Projeto de Lei de Conver-são aprovado nesta Casa no último mês de dezembro.

Com isso, nesta oportunidade, convocamos to-dos os Srs. Deputados a votar com o Relator pela re-jeição das emendas do Senado.

Era esta a nossa participação quanto à MedidaProvisória nº 133.

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MEDIDA PROVISÓRIA Nº 133-B, DE 2003(Do Poder Executivo)

Mensagem nº 562/2003Aviso nº 1.152/2003 – Supar/C. Civil

Emendas do Senado Federal ao Proje-to de Lei de Conversão nº 29, DE 2003 (Me-dida Provisória nº 133, de 2003), que ”cria oPrograma Especial de Habitação Popular –PEHP, e dá outras providências”.

Despacho: Publique-se. Submeta-seao Plenário.

SUMÁRIO

I – Medida InicialII – Emendas do Senado Federal (3)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Esta lei cria o Programa Especial de Ha-

bitação Popular – PEHP, dispõe sobre seu objetivo eas ações por ele abrangidas, assim como traz diretri-zes básicas para implementação do Programa.

Art. 2º Fica criado o Programa Especial de Habi-tação Popular – PEHP, com o objetivo de ofereceracesso à moradia adequada aos segmentos popula-cionais de renda familiar mensal de até 3 (três) salári-os mínimos.

§ 1º Os recursos alocados ao PEHP serão desti-nados, a título de auxílio ou assistência financeira, àexecução das seguintes ações:

I – produção ou aquisição de unidades habitaci-onais;

II – produção ou aquisição de lotes urbanizados;III – aquisição de material de construção;IV – urbanização de assentamentos;V – requalificação urbana.§ 2º Nas ações previstas nos incisos I e II do §

1º, cada família apenas poderá ser beneficiada umavez no âmbito do PEHP.

§ 3º Terão prioridade para recebimento de re-cursos no âmbito do PEHP as iniciativas voltadas aatender segmentos populacionais que habitam emcondições subumanas.

Art. 3º Compete ao Poder Executivo:I – estabelecer os critérios técnicos a serem ob-

servados na execução do PEHP;II – descentralizar, diretamente ou por intermé-

dio da instituições ou agências financeiras oficiais, aexecução do PEHP para a administração pública es-tadual, do Distrito Federal ou municipal, direta ou indi-reta, ou entidades privadas sem fins lucrativos;

III – coordenar e avaliar a execução e os resulta-dos do PEHP;

IV – compatibilizar o PEHP com as ações abran-gidas pelos outros programas de desenvolvimento ur-bano, notadamente o Programa de Subsídio à Habi-tação de Interesse Social — PSH;

V – expedir os atos normativos necessáriospara operacionalização do PEHP.

Art. 4º Poderão ser destinados ao PEHP, na for-ma da lei orçamentária anual, recursos provenientesdo saldo disponível no Fundo de DesenvolvimentoSocial – FDS, de que trata a Lei nº 8.677, de 13 de ju-lho de 1993.

§ 1º Na implementação do disposto no caput,será deduzido do saldo do FDS o valor necessário aoprovisionamento, na Caixa Econômica Federal, dasexigibilidades de responsabilidade do Fundo, existen-tes na data de publicação desta lei.

§ 2º Poderão ser destinados ao custeio doPEHP, na forma da lei orçamentária anual, recursosdisponíveis no Fundo de Apoio ao DesenvolvimentoSocial – FAS, criado pela Lei nº 6.168, de 9 de de-zembro de 1974.

§ 3º O Poder Executivo consignará anualmenteao Ministério das Cidades outras fontes para custeiodo PEHP.

Art. 5º As despesas do PEHP correrão à contadas dotações orçamentárias consignadas anualmen-te ao Ministério das Cidades.

Parágrafo único. O Poder Executivo deverácompatibilizar com as dotações orçamentárias referi-das no caput a quantidade de beneficiários do PEHPe o valor dos auxiliou e da assistência financeira con-cedidos.

Art. 6º O PEHP será executado, de modo com-plementar, em conjunto com outros programas de de-senvolvimento urbano, governamentais ou não—go-vernamentais, inclusive aqueles de natureza orça-mentária.

Art. 7º A execução do PEHP deve ser objeto decontrole social, garantida a participação de comuni-dades, movimentos e entidades da sociedade civil noacompanhamento e avaliação da gestão dos recur-sos nele empregados, bem como dos ganhos sociaise do seu desempenho.

Art. 8º O Município poderá isentar as unidadeshabitacionais construídas ou beneficiadas com recur-sos do PEHP do pagamento da outorga onerosa dodireito de construir prevista pelo art. 28 da Lei nº10.257, de 10 de julho de 2001.

01158 Sexta-feira 23 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004 309ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Art. 9º Esta lei entra em vigor na data de sua pu-blicação.

Câmara dos Deputados, dezembro de 2003.Emendas do Senado Federal ao Projeto de Lei

de Conversão nº 29, de 2003 (Medida Provisória nº133, de 2003), que “cria o Programa Especial de Ha-bitação Popular – PEHP, e dá outras providências”.

EMENDA Nº 1(corresponde à Emenda do Relator-revisor)

Suprima-se o § 2º do art. 2º do Projeto.

EMENDA Nº 2(corresponde à Emenda do Relator-revisor)

Suprima-se o inciso IV do art. 3º do Projeto.

EMENDA Nº 3(corresponde à Emenda do Relator-revisor)

Suprima-se o § 8º do Projeto.Senado Federal, 23 de dezembro de 2003. –

Senador Eduardo Siqueira Campos, SegundoVice-Presidente do Senado Federal, no exercício daPresidência.

Ofício nº 794 (CN).

Brasília, 23 de dezembro de 2003

Assunto: Emendas oferecidas a Projeto de Lei deConversão.

Senhor Presidente,Encaminho a Vossa Excelência, a fim de serem

submetidas à deliberação desta Casa, as Emendas nºs1, 2, 3, do Senado Federal oferecidas ao Projeto de Leide Conversão nº 29, de 2003 (Medida Provisória nº 133,de 2003), que “cria o Programa Especial de HabitaçãoPopular – PEHP, e dá outras providências”.

Restituo, nos termos do § 6º do art. 7º da Reso-lução nº 1, de 2002-CN, o processado da matéria comas referidas emendas.

Atenciosamente, – Senador Eduardo SiqueiraCampos, Segundo Vice-Presidente do Senado Fe-deral, no exercício da Presidência.

LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELACOORDENACÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS –

CEDI

LEI Nº 8.677, DE 13 DE JULHO DE 1993

Dispõe sobre o Fundo de Desenvol-vimento Social, e dá outras providências.

Art. 1º O Fundo de Desenvolvimento Social –FDS rege-se por esta lei.

Art. 2º O FDS destina-se ao financiamento deprojetos de investimento de interesse social nas áre-as de habitação popular, sendo permitido o financia-mento nas áreas de saneamento e infra-estrutura,desde que vinculadas aos programas de habitação,bem como equipamentos comunitários.

Parágrafo único. O FDS têm por finalidade o fi-nanciamento de projetos de iniciativa de pessoas físicase de empresas ou entidades do setor privado, vedada aconcessão de financiamentos a projetos de órgãos daadministração direta, autárquica ou fundacional daUnião, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municí-pios ou entidades sob seu controle direto ou indireto.

Art. 3º Constituem recursos do FDS:I – os provenientes da aquisição compulsória de

cotas de sua emissão pelos fundos de aplicação fi-nanceira, na forma da regulamentação expedida peloBanco Central do Brasil;

II – os provenientes da aquisição voluntária decotas de sua emissão por pessoas físicas e jurídicas:

III – o resultado de suas aplicações;IV – outros que lhe venham a ser atribuídos.Parágrafo único. O total dos recursos do FDS

deverá estar representado por:a) cinqüenta por cento, no mínimo, e noventa

por cento, no máximo, em financiamentos dos proje-tos referidos no art. 2º;

b) dez por cento em reserva de liqüidez, sendocinco por cento em títulos públicos e cinco por centoem títulos de emissão da Caixa Econômica Federal –CEF.

Art. 4º O valor da cota do FDS será calculado e di-vulgado, diariamente, pela Caixa Econômica Federal.

Parágrafo único. O FDS estará sujeito às nor-mas de escrituração expedidas pelo Conselho Mone-tário Nacional e pelo Banco Central do Brasil.........................................................................................................................................................................

LEI Nº 6.168, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1974

Cria o Fundo de Apoio ao Desenvol-vimento Social – FAS – e dá outras provi-dências.

O Presidente da República,Faço saber que o Congresso Nacional decreta e

eu sanciono a seguinte lei:Art. 1º É criado o Fundo de Apoio ao Desenvol-

vimento Social – FAZ – destinado a dar apoio finance-iro a programas e projetos de caráter social, que seenquadrem nas diretrizes e prioridades da estratégia

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 23 01159JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL310

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de desenvolvimento social dos Planos Nacionais deDesenvolvimento.

Art. 2º Constituem recursos do FAS:I – A renda líquida das loterias esportivas e fede-

ral, na forma da legislação específica em vigor;II – Recursos destacados para esse fim nos or-

çamentos operacionais da Caixa Econômica Federal;III – Recursos de dotações orçamentárias da

União, estabelecidas anualmente, em montantes queguardem relação direta com as previsões de distribuiçãodos prêmios brutos das loterias, no respectivo exercício;

IV – Outros recursos, de origem interna ou ex-terna, inclusive provenientes de repasses ou financia-mentos.

§ 1º A Caixa Econômica Federal, pela execuçãodas tarefas pertinentes à exploração das loterias es-portivas e federal, caberá a comissão de 20% (vintepor cento) sobre renda bruta respectiva.

§ 2º Do percentual referido no parágrafo anteri-or, a Caixa Econômica Federal retirará o valor desti-nado à Comissão de Revendedores e demais despe-sas com os serviços lotéricos.

Art. 3º Os recursos do FAS terão a seguinte des-tinação:

I – Repasses diretos aos Ministérios beneficia-dos, no caso do inciso I do artigo 2º, obedecido o dis-posto no artigo 4º e seus parágrafos;

II – Aplicações a cargo da Caixa Econômica Fe-deral, obedecidas as diretrizes constantes do artigo5º desta lei.

Art. 4º Os repasses a que se refere o inciso I do ar-tigo anterior obedecerão ao seguinte escalonamento:

– em 1975, 90% (noventa por cento);– em 1976, 80% (oitenta por cento);–em 1977, 70% (setenta por cento);– em 1978, 60% (sessenta por cento);– a partir de 1979, 50% (cinquenta por cento).§ 1º A distribuição aos Ministérios setoriais con-

templados na legislação em vigor será feita pelasoma dos percentuais que lhes são presentementedestinados nessa legislação.

§ 2º Os Ministérios distribuirão os recursos per-cebidos. segundo as prioridades que estabelecerempara os programas de suas áreas de atuação, revo-gadas as existentes vinculuções por órgãos, fundosou entidades.

§ 3º recursos progressivamente desvinculados,na forma do disposto no caput deste artigo serãotransferidos aos Ministérios da área social, por ato do

Presidente da República em consonância com o dis-posto no artigo 7º.

Art. 5º As aplicações a cargo da Caixa Econômi-ca Federal, dentro das normas estabelecidas peloPoder Executivo, serão feitas sob a forma de financia-mentos, destinados, prelerencialmente, a:

I – Projetos de interesse do setor público, nasáreas de Saúde e Saneamento, Educação, Trabalhoe Previdência e Assistência social;

II – Projetos de interesse do setor privado, nasáreas referidas no item anterior;

III – Programas de caráter social, para atendi-mento a pessoas físicas.

Parágrafo único. Os projetos de que trata esteartigo podem abranger investimentos fixos, custeio emanutenção, inclusive em empreendimentos de ca-pacitação e aperfeiçoamento de recursos humanos.

Art. 6º Os recursos do FAS qualquer que seja suaorigem ou destinação, permanecerão na Caixa Econô-mica Federal, até utilização pelos destinatários.

Art. 7º O plano de aplicação do FAS será apro-vado pelo Presidente da República, por proposta doConselho de Desenvolvimento Social – CDS.

Parágrafo único. A aplicação dos recursos doFAS será programada com observância do dispostono artigo 15, e seus parágrafos, do Decreto-lei nº 200,de 25 de fevereiro de 1967, com a redação dada peloartigo 5º da Lei nº 6.036, de 1º de maio de 1974, as-sim como no artigo 7º, inciso I, da mesma lei.

Art. 8º Esta lei entrará em vigor em 1º de janeirode 1975, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 9 de dezembro de 1974; 153º da Inde-pendência e 86º da República. – Ernesto Geisel –Mário Henrique Simonsen – Ney Braga, ArnaldoPrieto, Paulo de Almeida Machado, João Paulodos Reis Velloso, Maurício Rangel Reis, L. G. doNascimento e Silva.

LEI Nº 10.683, DE 28 DE MAIO DE 2003

Dispõe sobre a organização da Pre-sidência da República e dos Ministérios,e dá outras providências.

CAPÍTULO IDa Presidência da República

SEÇÃO IDa Estrutura

Art. 1º A Presidência da República é constituída,essencialmente, pela Casa Civil, pela Secretaria-Ge-ral, pela Secretaria de Comunicação de Governo e

01160 Sexta-feira 23 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004 311ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Gestão Estratégica, pelo Gabinete Pessoal e peloGabinete de Segurança Institucional.

§ 1º Integram a Presidência da República, comoórgãos de assessoramento imediato ao Presidenteda República:

I – o Conselho de Governo;II – o Conselho de Desenvolvimento Econômico

e Social;III – o Conselho Nacional de Segurança Alimen-

tar e Nutricional;IV – o Conselho Nacional de Política Energética;V – o Conselho Nacional de Integração de Políti-

cas de Transporte;VI – o Advogado-Geral da União;VII – a Assessoria Especial do Presidente da

República;VIII – a Secretaria de Imprensa e Divulgação da

Presidência da República;IX – o Porta-Voz da Presidência da República.§ 2º Junto à Presidência da República funciona-

rão, como órgãos de consulta do Presidente da Repú-blica:

I – o Conselho da República;II – o Conselho de Defesa Nacional.§ 3º Integram ainda a Presidência da República:I – a Controladoria-Geral da União;II – a Secretaria Especial do Conselho de De-

senvolvimento Econômico e Social;III – a Secretaria Especial de Políticas para as

Mulheres;IV – a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca;V – a Secretaria Especial dos Direitos Humanos.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 131, DE 25DE SETEMBRO 2003

Estabelece normas para o plantio ecomercialização da produção de soja dasafra de 2004, e dá outras providências.

O Vice-Presidente da República, no exercíciodo cargo de Presidente da República, usando da atri-buição que lhe confere o art. 62 da Constituição, ado-ta a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1º Às sementes da safra de soja de 2003,reservadas pelos agricultores para uso próprio, con-soante os termos do art. 2º, inciso XLIII, da Lei nº10.711, de 5 de agosto de 2003, e que sejam utiliza-das para plantio até 31 de dezembro de 2003, não seaplicam as disposições dos incisos I e II do art. 8º, docaput do art. 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de1981, relativamente às espécies geneticamente mo-

dificadas previstas no código 20 do seu Anexo VIII; daLei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995, com as altera-ções da Medida Provisória nº 2.191-9, de 23 de agos-to de 2001; do § 3º do art. 1º e do art. 5º da Lei nº10.688, de 13 de junho de 2003.

Parágrafo único. É vedada a comercialização dogrão de soja da safra de 2003 como semente, bem comoa sua utilização como semente em propriedade situadaem Estado distinto daquele em que foi produzido.

Art. 2º Aplica-se à soja colhida a partir das semen-tes de que trata o art. 1º o disposto na Lei nº 10.688, de2003, restringindo-se a sua comercialização ao períodoaté 31 de dezembro de 2004, inclusive.

Parágrafo único. O estoque existente após a dataestabelecida no caput deverá ser destruído, medianteincineração, com completa limpeza dos espaços de ar-mazenagem para recebimento da safra de 2005.

Art. 3º Os produtores abrangidos pelo dispostono art. 1º, ressalvado o disposto nos arts. 3º e 4º daLei nº 10.688, de 2003, somente poderão promover oplantio e comercialização da safra de soja do ano de2004 se subscreverem Termo de Compromisso, Res-ponsabilidade e Ajustamento de Conduta, conformeregulamento, observadas as normas legais e regula-mentares vigentes. (Regulamento)

Parágrafo único. O Termo de Compromisso, Res-ponsabilidade e Ajustamento de Conduta, que terá eficá-cia de título executivo extrajudicial na forma dos arts. 5º,§ 6º, da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, e 585, incisoVII, do Código de Processo Civil, será firmado, no prazode até trinta dias a contar da publicação desta MedidaProvisória, nos postos ou agências da Empresa Brasilei-ra de Correios e TeLégrafos, nas agências da CaixaEconômica Federal ou do Banco do Brasil S/A.

Art. 4º O Ministro de Estado da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento, mediante portaria, poderáexcluir do regime desta Medida Provisória os grãosde soja produzidos em áreas ou regiões nas quaiscomprovadamente não se verificou a presença de or-ganismo geneticamente modificado.....................................................................................

LEI Nº 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001

Regulamenta os arts. 182 e 183 daConstituição Federal, estabelece diretri-zes gerais da política urbana e dá outrasprovidências.

O Presidente da República,Faço saber que o Congresso Nacional decreta e

eu sanciono a seguinte lei:....................................................................................

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 23 01161JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL312

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CAPÍTULO IIDos Instrumentos da Política Urbana

....................................................................................

SEÇÃO IXDa outorga onerosa do direito de construir

Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas nasquais o direito de construir poderá ser exercido acimado coeficiente de aproveitamento básico adotado, me-diante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.

§ 1º Para os efeitos desta lei, coeficiente deaproveitamento é a relação entre a área edificável e aárea do terreno.

§ 2º O plano diretor poderá fixar coeficiente deaproveitamento básico único para toda a zona urbanaou diferenciado para áreas específicas dentro dazona urbana.

§ 3º O plano diretor definirá os limites máximosa serem atingidos pelos coeficientes de aproveita-mento, considerando a proporcionalidade entre a in-fra-estrutura existente e o aumento de densidade es-perado em cada área.

Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas nasquais poderá ser permitida alteração de uso do solo,mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário.....................................................................................

O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – O ex-pediente lido vai à publicação.

O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – APresidência comunica ao Plenário que recebeu oProjeto de Lei da Câmara nº 01, de 2004 (nº7.493/2002, na Casa de origem), de iniciativa do Tri-bunal Superior Eleitoral, que cria e transforma cargose funções nos Quadros de Pessoal dos Tribunais Re-gionais Eleitorais, destinados às Zonas Eleitorais.

O Projeto de Lei da Câmara nº 01, de 2004, vai àComissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

É o seguinte o projeto recebido

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 1, DE 2004(Nº 7.493/2002, na Casa de origem)

(De iniciativa do Tribunal Superior Eleitoral).

Cria e transforma cargos e funçõesnos Quadros de Pessoal dos TribunaisRegionais Eleitorais, destinados às Zo-nas Eleitorais.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Ficam criados, nos Quadros de Pessoal

dos Tribunais Regionais Eleitorais, os cargos de pro-

vimento efetivo e as funções comissionadas indica-dos e quantificados no Anexo 1, assim destinados:

I – 2 (dois) cargos efetivos, sendo 1 (um) deTécnico Judiciário e 1 (um) de Analista Judiciário,para cada Zona Eleitoral;

II – 1 (uma) função comissionada de Chefe deCartório Eleitoral, nível FC-4, para as Zonas Eleitoraislocalizadas no Distrito Federal e nas Capitais dos Esta-dos mencionados, não dotadas de idêntica função; e

III – 1 (uma) função comissionada de Chefe deCartório Eleitoral, nível FC-1, para cada Zona Eleito-ral localizada no interior dos Estados.

Parágrafo único. O provimento dos cargos efunções a que se refere este artigo dar-se-á de formagradual, de acordo com a disponibilidade de recursosorçamentários, em consonância com o disposto noart. 169, § 1º, da Constituição Federal, observado oseguinte escalonamento:

I – no exercício de 2004:a) 1.150 (mil, cento e cinqüenta) cargos efetivos

de Analista Judiciário e igual número de Técnico Judi-ciário; e

b) 54 (cinqüenta e quatro) funções comissiona-das de Chefe de Cartório Eleitoral, nível FC-4, e 1.023(mil e vinte e três) de Encarregado de Cartório Eleito-ral, nível FC-1;

II – no exercício de 2005:a) 862 (oitocentos e sessenta e dois) cargos

efetivos de Analista Judiciário e igual número de Téc-nico Judiciário; e

b) 41 (quarenta e uma) funções comissionadasde Chefe de Cartório Eleitoral, nível FC-4, e 768 (se-tecentas e sessenta e oito) de Encarregado de Cartó-rio Eleitoral, nível FC-1;

III – no exercício de 2006:.a) 862 (oitocentos e sessenta e dois) cargos

efetivos de Analista Judiciário e igual número de Téc-nico Judiciário; e

b) 40 (quarenta) funções comissionadas deChefe de Cartório Eleitoral, nível FC-4, e 769 (sete-centas e sessenta e oito) de Encarregado de CartórioEleitoral, nível FC-1.

Art. 2º Ficam transformados 126 (cento e vinte eseis) cargos em comissão de Chefe de Cartório deZona Eleitoral, nível CJ-2, e 53 (cinqüenta e três), ní-vel CJ-1, em 179 (cento e setenta e nove) funções co-missionadas de mesma denominação, nível FC-4, naforma do Anexo II.

Art. 3º Ficam extintas as gratificações mensais, de-vidas pela prestação de serviços à Justiça Eleitoral, de:

01162 Sexta-feira 23 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004 313ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 328: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

I – Escrivão Eleitoral, instituída pelo parágrafoúnico do art. 2º da Lei nº 8.350, de 28 de dezembro de1991, e alterada pelo art. 9º da Lei nº 9.868, de 14 deabril de 1994, calculada com base na remuneraçãoda função comissionada. FC-3; e

II – Chefe de Cartório de Zona Eleitoral do interi-or dos Estados, instituída pelo art. 10 da Lei nº 8.868,de 14 de abril de 1994, calculada com base na remu-neração da função comissionada FC-1.

Parágrafo único. Os atuais Chefes de Cartório deZona Eleitoral ocupantes dos cargos em comissão trans-formados na forma do art. 2º, bem como os servidoresretribuídos com a gratificação extinta nos termos do inci-so II do art. 3º, poderão permanecer no exercício de suasatribuições até a data em que for designado servidorpara ocupar a função comissionada correspondente.

Art. 4º As atuais atribuições da escrivania eleito-ral serão exercidas privativamente pelo Chefe de Car-tório Eleitoral, sem prejuízo das atividades inerentesà chefia do cartório.

§ 1º Não poderá servir como Chefe de CartórioEleitoral, sob pena de demissão, o membro de órgãode direção partidária, nem o candidato a cargo eleti-vo, seu cônjuge e parente consangüíneo ou afim até o2º (segundo) grau.

§ 2º O servidor que vier a exercer as atribuiçõesde Chefe de Cartório Eleitoral de zona eleitoral criadaapós a vigência desta lei perceberá gratificação equi-valente à remuneração da função comissionada cor-respondente, até a criação e o provimento desta.

Art. 5º O Tribunal Superior Eleitoral baixará asinstruções necessárias à aplicação desta lei.

Art. 6º As despesas decorrentes desta lei corre-rão por conta de dotações orçamentárias consigna-das aos Tribunais Regionais Eleitorais.

Art. 7º Esta lei entra em vigor na data de sua pu-blicação.

Art. 8º Revoga-se o parágrafo único do art. 2º daLei nº 8.350, de 28 de dezembro de 1991, e os arts. 9ºe 10 da Lei nº 8.868, de 14 de abril de 1994.

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01166 Sexta-feira 23 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004

PROJETO DE LEI ORIGINAL Nº 7.493, DE 2002(Do Tribunal Superior Eleitoral)

Cria e transforma cargos e funçõesnos Quadros de Pessoal dos TribunaisRegionais Eleitorais, destinados às Zo-nas Eleitorais.

O Presidente da RepúblicaFaço saber que o Congresso Nacional decreta e

eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1º Ficam criados, nos Quadros de Pessoal

dos Tribunais Regionais Eleitorais, os cargos de pro-vimento efetivo e as funções comissionadas indica-dos e quantificados no Anexo I, assim destinados:

I – dois cargos efetivos, sendo um de TécnicoJudiciário e um de Analista Judiciário, para cada ZonaEleitoral;

II – uma função comissionada de Chefe de Car-tório Eleitoral, nível FC-4, para as Zonas Eleitorais lo-calizadas no Distrito Federal e nas Capitais dos esta-dos mencionados, não dotadas de idêntica função; e

III – uma função comissionada de Chefe de Car-tório Eleitoral, nível FC-1, para cada Zona Eleitoral lo-calizada no interior dos estados.

Art. 2º Ficam transformados cento e vinte e seiscargos em comissão de Chefe de Cartório de Zona Elei-toral, nível CJ-2, e cinqüenta e três, nível CJ-1, em cen-to e setenta e nove funções comissionadas de mesmadenominação, nível FC-4, na forma do Anexo II.

Art 3º Ficam extintas as gratificações mensais,devidas pela prestação de serviços à Justiça Eleito-ral, de:

I – Escrivão Eleitoral, instituída pelo parágrafoúnico do art. 2º da Lei nº 8.350, de 28 de dezembro de1991, e alterada pelo art. 9º da Lei nº 8.868, de 14 deabril de 1994, calculada com base na remuneraçãoda função comissionada FC-3; e

II – Chefe de Cartório de Zona Eleitoral do interi-or dos Estados, instituída pelo art. 10 da Lei nº 8.868,de 1994, calculada com base na remuneração da fun-ção comissionada FC-1.

Art. 4º As atuais atribuições da escrivania eleito-ral serão exercidas privativamente pelo Chefe de Car-

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tório Eleitoral, sem prejuízo das atividades inerentesà chefia do cartório.

§ 1º Não poderá servir como Chefe de CartórioEleitoral, sob pena de demissão, o membro de órgãode direção partidária, nem o candidato a cargo eleti-vo, seu cônjuge e parente consangüíneo ou afim até osegundo grau.

§ 2º O servidor que vier a exercer as atribuiçõesde Chefe de Cartório Eleitoral de zona eleitoral criadaapós a vigência desta Lei perceberá gratificação equi-valente à remuneração da função comissionada cor-respondente, até a criação e o provimento desta.

Art. 5º O Tribunal Superior Eleitoral baixará asinstruções necessárias à aplicação desta Lei.

Art. 6º As despesas decorrentes da presente Leicorrerão por conta de dotações orçamentárias con-signadas aos Tribunais Regionais Eleitorais.

Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de suapublicação.

Art. 8º Revogam-se o parágrafo único do art. 2ºda Lei nº 8.350, de 28 de dezembro de 1991, e osarts. 9º e 10 da Lei nº 8.868, de 14 de abril de 1994.

Brasília, de dezembro de 2002; 181º da Inde-pendência e 114º da República.

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Justificação

De início, cumpre destacar que as medidas pro-postas neste projeto de lei não acarretarão impactoorçamentário significativo, pois o acréscimo dos gas-tos em decorrência da cogitada criação de cargos efunções será em parte minimizado pela expressivaeconomia de recursos a ser obtida com as medidastambém alvitradas no projeto, de transformação decargos em comissão em funções comissionadas denível de remuneração consideravelmente inferior e deextinção das gratificações de natureza pro labore de-vidas a não-ocupantes de funções comissionadas porserviços prestados à Justiça Eleitoral, cessando-se,em conseqüência, o pagamento de 5.568 dessas gra-tificações.

A remessa da proposição ao Congresso Nacio-nal concretiza antigo anseio dos Presidentes dos Tri-bunais Regionais Eleitorais e dos Corregedores Regi-onais Eleitorais, que têm reiteradamente defendido anecessidade de se criar estrutura funcional perma-nente para a Justiça Eleitoral de primeiro grau, dotan-do-se as Zonas Eleitorais de contingente mínimo depessoal do quadro próprio, tendo em conta sobretudoque os cartórios eleitorais, fonte primeira do contatodo cidadão com o aparelho judicial-eleitoral, devemser espelho de eficiência e operosidade da JustiçaEleitoral perante a sociedade.

Diferentemente dos órgãos de grau superior dejurisdição dessa justiça especializada, as Zonas Elei-torais ainda não foram contempladas com a criaçãode cargos efetivos. Dispõem tão-somente, no DistritoFederal e nas Capitais dos Estados, de funções co-missionadas de Chefe de Cartório de Zona Eleitoral ede gratificações de natureza pro labore pagas a es-crivães eleitorais e, no interior dos Estados, de gratifi-cações, também de natureza pro labore, pagas achefes de cartório e a escrivães eleitorais.

De fato, os cartórios das Zonas Eleitorais, des-providos de pessoal do quadro próprio, para que pos-sam funcionar, valem-se da colaboração apenas deservidores requisitados, nem sempre possuidores daqualificação técnica desejada, cedidos por outros en-tes públicos, principalmente pelos municípios.

O atendimento das necessidades de pessoaldos cartórios eleitorais unicamente por meio de requi-sições gera dependência perante os órgãos ceden-tes. Essa circunstância, além de sujeitar os requisita-dos a eventual influência político-partidária em favorda autoridade que os cedeu, compromete seriamen-te a autonomia e a isenção desses servidores no de-sempenho de suas atribuições.

A alta rotatividade da força de trabalho nos car-tórios eleitorais, em razão do limitado tempo de per-manência dos requisitados, concorre acentuadamen-te para a descontinuidade na prestação dos serviçoseleitorais, ocasionando atrasos na execução dos tra-balhos, falta de presteza e eficiência no atendimentoao público e repetição de falhas e erros, exigindo, emrazão disso, a necessidade constante de treinamentode novos requisitados.

Somas vultosas foram e são despendidas emtreinamento de pessoal com vistas à informatizaçãodos serviços eleitorais. Esse esforço resulta poucoaproveitável e até inócuo, em virtude do constante re-torno dos servidores requisitados aos órgãos de ori-gem, o que vem contribuindo para a sistemática eva-são do conhecimento técnico e dificultando a forma-ção do capital intelectual nos cartórios eleitorais.

Em face das restrições orçamentárias, o quadropróprio nos cartórios eleitorais será implementadogradativamente, sendo objeto deste projeto de lei acriação de apenas dois cargos efetivos para cadazona eleitoral.

Por isso, até que seja complementado o quadrode pessoal com o contingente ideal de cargos, a Justi-ça Eleitoral continuará contando com a colaboraçãode servidores requisitados, em especial nos períodosdos pleitos eleitorais, quando ocorre substancial au-mento da demanda por esses serviços, recorren-do-se inevitavelmente ao instituto da requisição, naforma da Lei nº 6.999, de 7 de junho de 1982.

E a presença de requisitados nos cartórios elei-torais requer orientação segura de servidores do qua-dro permanente, impondo-se, para uma supervisãoeficaz e mais efetiva das atividades da Justiça Eleito-ral, que os serviços cartoriais sejam dirigidos por ser-vidores pertencentes ao Tribunal Regional Eleitoralque jurisdiciona. a Zona Eleitoral. Sob este aspecto, acriação de cargos e funções pretendida virá permitir adesignação de no mínimo 80% de servidores do qua-dro de pessoal para as chefias dos cartórios eleitora-is, nos termos do art. 5º, § 3º, da Lei nº 8.868, de 14 deabri! de 1994, combinado com o art. 9º, § 1º, da Lei nº9.421, de 24 de dezembro de 1996, com a redaçãodada pela Lei nº 10.475, de 27 de junho de 2002.

O projeto prevê a extinção de gratificações, cria-ção de funções comissionadas e absorção pelosChefes de Cartório das atribuições de escrivania elei-toral, corrigindo conflito advindo da dicotomia e so-breposição de atividades.

A adoção da proposta liberará parcialmente osmunicípios, os estados e outros órgãos da União dosreflexos da cedência de servidores em seus gastos

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com pessoal, principalmente ao se considerar que asrequisições para os serviços eleitorais, feitas semônus para a Justiça Eleitoral, representam duplo dis-pêndio para o órgão de origem, que, além de continu-ar responsável pelo pagamento do servidor cedido,tem que assumir gastos com a reposição da força detrabalho.

Com o advento da Lei de Responsabilidade Fis-cal, que veio a impor aos órgãos de todos os níveis degoverno restrições e limitações em relação às despe-sas de pessoal, quase não se consegue mais requisi-tar servidores para os cartórios eleitorais e as renova-ções de cedência ocorrem com muita dificuldade,após reiteradas e penosas solicitações.

A implementação das providências ora preconi-zadas implica acréscimo de despesa, no exercício de2003, de R$84,77 milhões, representando um impac-to orçamentário de apenas 7,48% em relação aomontante da dotação de pessoal e encargos sociais,da ordem de R$1,13 bilhão, consignado no orçamen-to de 2002 para os órgãos da Justiça Eleitoral. Levan-do-se em conta que a devolução dos servidores re-quisitados, á medida em que os cargos sejam provi-dos, resultará em economia para o órgão cedente,que não mais necessitará repor a força de trabalho, oacréscimo da despesa pública restará diminuído paraR$81,82 milhões, o que equivale a um incremento lí-quido de 7,22%.

Consoante o disposto no art. 169, § 1º, inciso II,da Constituição Federal e no art. 77 da Lei nº 10.524,de 26 de julho de 2002 (LDO-2003), a criação doscargos e das funções objeto da proposição foi con-templada no Anexo VI do Projeto de Lei Orçamentárianº 60, de 4 de setembro de 2002, bem como incluídana dotação orçamentária da Justiça Eleitoral relativaa pessoal e encargos sociais.

O art. 5º do projeto prevê que o Tribunal Superi-or Eleitoral baixam atos de regulamentação e instru-ções necessárias à aplicação da lei, com regras detransição para a nova situação, de foram a preservarsituações constituídas e a permitir o preenchimentode cargos e funções comissionadas à medida que osTribunais Eleitorais dispuserem de servidores con-cursados.

Estas, pois, as razões pelas quais submeto aoalto descortino dos ilustres membros das Casas doCongresso Nacional este projeto de lei, certo de quemerecerá acolhida e apreciação favorável, pelo que asua aprovação representará, para a Justiça Eleitoral,aperfeiçoamento e maior eficácia dos serviços presta-dos ao cidadão, visando ao fortalecimento da democra-

cia na sua plenitude e ao atendimento dos preceitosbásicos inerentes ao estado democrático de direito.

Brasília, 12 de dezembro de 2002. – MinistroNelson Jobim, Presidente.

Ofício nº 7.374

Brasília, 12 de dezembro de 2002

Senhor Presidente,Tenho a honra de encaminhar a Vossa Excelên-

cia, nos termos dos arts. 61 e 96, inciso II, alínea b, daConstituição Federal, projeto de lei e respectiva justi-ficação, dispondo sobre a criação e a transformaçãode cargos e funções nos Quadros de Pessoal dos Tri-bunais Regionais Eleitorais, destinados aos cartóriosdas Zonas Eleitorais.

Valho-me da oportunidade para reafirmar aVossa Excelência o testemunho da mais alta estima econsideração. – Ministro Nelson Jobim, Presidente.

LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADAPELA SECRETARIA-GERAL DA MESA

CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

....................................................................................Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios não poderá exceder os limites estabelecidosem lei complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou au-mento de remuneração, a criação de cargos, empre-gos e funções ou alteração de estrutura de carreiras,bem como a admissão ou contratação de pessoal, aqualquer título, pelos órgãos e entidades da adminis-tração direta ou indireta, inclusive fundações instituí-das e mantidas pelo poder público, só poderão ser fei-tas:

I – se houver prévia dotação orçamentária sufi-ciente para atender às projeções de despesa de pes-soal e aos acréscimos dela decorrentes;

II – se houver autorização específica na lei de di-retrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas pú-blicas e as sociedades de economia mista.....................................................................................

LEI Nº 8.350, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1991

Dispõe sobre gratificações e repre-sentações na Justiça Eleitoral.

....................................................................................

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Art. 2º A gratificação mensal de Juízes Eleitoraiscorresponderá a trinta por cento do vencimento bási-co de Juiz Federal.

Parágrafo único. As atividades de Escrivão Eleito-ral, quando não correspondentes a cargo ou função deconfiança, serão retribuídas com uma gratificação men-sal correspondente a vinte por cento do vencimento bási-co de Diretor-Geral do Tribunal Regional Eleitoral.....................................................................................

LEI Nº 8.868, DE 14 DE ABRIL DE 1994

Dispõe sobre a criação, extinção etransformação de cargos efetivos e emcomissão, nas Secretarias do TribunalSuperior Eleitoral e dos Tribunais Regio-nais Eleitorais e dá outras providências.

....................................................................................

Art. 9º A gratificação mensal de que trata o pará-grafo único do art. 2º da Lei nº 8.350, de 28 de dezem-bro de 1991, devida aos escrivães eleitorais, passa acorresponder ao nível retributivo da função comissio-nada FC-3, de que trata o Anexo IV desta lei.

Art. 10. Fica instituída gratificação mensal devidaaos Chefes de Cartório das Zonas Eleitorais do interiordos Estados, pela prestação de serviços à Justiça Elei-toral, correspondente ao nível retributivo da função co-missionada FC-1, de que trata o Anexo IV desta lei.....................................................................................

O SR. PRESIDENTE (Augusto Botelho) – Nadamais havendo a tratar, peço a bênção de Deus sobre to-dos os que trabalham nesta Casa, sobre os que nos as-sistem e nos ouvem, sobre o povo brasileiro, especial-mente o povo de Roraima, e declaro encerrada a Sessão.

(Levanta-se a Sessão às 18 horas e32 minutos.)

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sexta-feira 23 01171JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL322

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Ata da 5ª Sessão não Deliberativa,em 23 de janeiro de 2004

3ª Sessão Legislativa Extraordinária da 52ª Legislatura

Presidência dos Srs. Paulo Paim, Valdir Raupp, Eurípedes Camargoe Mozarildo Cavalcanti

(Inicia-se a sessão às 9 horas.)

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Havendonúmero regimental, declaro aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossostrabalhos.

Sobre a mesa, expediente que passo a ler.

É lido o seguinte:

EXPEDIENTE

– Ofícios do Primeiro-Secretário da Câmara dosDeputados

Nº 70, de 2004, de 22 do corrente, submetendoà apreciação do Senado Federal, nos termos do art.62 da Constituição Federal, com a redação dada pelaEmenda Constitucional nº 32, a Medida Provisória nº136, de 2003, que acrescenta artigo à Lei nº 8.884, de11 de junho de 1994, que transforma o ConselhoAdministrativo de Defesa Econômica – Cade, em Au-tarquia e dispõe sobre a prevenção e a repressão àsinfrações contra a ordem econômica.

Nº 71, de 2004, de 22 do corrente, submetendo àapreciação do Senado Federal, nos termos do art. 62da Constituição Federal, com a redação dada pelaEmenda Constitucional nº 32, a Medida Provisória nº137, de 2003, que autoriza a União a permutar Certifica-dos Financeiros do Tesouro e dá outras providências.

Nº 72, de 2004, de 22 do corrente, submetendoà apreciação do Senado Federal, nos termos do art.62 da Constituição Federal, com a redação dada pelaEmenda Constitucional nº 32, a Medida Provisória nº138, de 2003, que altera e acresce dispositivos à Leinº 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre osPlanos de Benefícios da Previdência Social.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Com refe-rência às Medidas Provisórias nºs 136, 137 e 138, de2003, que acabam de ser lidas, a Presidência comu-nica ao Plenário que o prazo de 45 dias para aprecia-ção das matérias pelo Congresso Nacional esgo-tar-se-á no dia 28 do corrente. Uma vez recebidas for-malmente pelo Senado Federal, nesta data, as maté-

rias constarão da pauta da Ordem do Dia da próximaquarta-feira, dia 28.

São as seguintes as matérias recebidas

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 136, DE 2003

Acrescenta artigo à Lei nº 8.884, de11 de junho de 1994, que transforma oConselho Administrativo de Defesa Eco-nômica – CADE, em Autarquia e dispõesobre a prevenção e a repressão às infra-ções contra a ordem econômica.

Este Avuls Contém os Seguintes Documentos:

pág.

– Autógrafo da Medida Provisória ............................– Medida Provisória original .....................................– Mensagem do Presidente da República nº 619/2003.........................................................................................– Exposição de Motivo nº 55/2003, do Ministro deEstado Chefe da Casa Civil......................................

da Presidência da República .................................– Ofício nº 70/04 da Câmara dos Deputados enca-minhando a matéria ao Senado.................................– Calendário de tramitação da Medida Provisória...................................................................................– Emendas apresentadas perante a Comissão Mista....................................................................................– Nota Técnica nº 237/03, da Consultoria deOrçamentos, Fiscalização e Controle do SenadoFederal .................................................................– Parecer sobre a Medida Provisória em substitui-ção à Comissão Mista, proferido no Plenário daCâmara dos Deputados, Relator: Deputado Sebas-tião Madeira (PSDB/MA) ..........................................– Folha de sinopse de tramitação da matéria na Câ-mara dos Deputados..................................................– Legislação citada ....................................................

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado 24 01205 323ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 338: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 136, DE 2003

Acrescenta artigo à Lei nº 8.884, de11 de junho de 1994, que transforma oConselho Administrativo de Defesa Eco-nômica – Cade, em Autarquia e dispõesobre a prevenção e a repressão às infra-ções contra a ordem econômica.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º A Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994,

passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:

“Art. 81A. O Conselho Administrativode Defesa Econômica – CADE, poderá efe-tuar, nos termos do art. 37, inciso IX, daConstituição, e observado o disposto na Leinº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, con-tratação por tempo determinado, pelo prazode 12 (doze) meses, do pessoal técnico im-prescindível ao exercício de suas competên-cias institucionais.

Parágrafo único. A contratação referidano caput poderá ser prorrogada, desde quesua duração total não ultrapasse o prazo de24 (vinte e quatro) meses, ficando limitadasua vigência, em qualquer caso, a 31 de de-zembro de 2005, e dar-se-á mediante pro-cesso seletivo simplificado, compreenden-do, obrigatoriamente, prova escrita e, facul-tativamente, análise de curriculum vitae,sem prejuízo de outras modalidades que, acritério do Cade, venham a ser exigidas.”

Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de suapublicação.

MEDIDA PROVISÓRIA ORIGINALNº 136, DE 2003

Acrescenta artigo à Lei nº 8.884, de11 de junho de 1984, que transforma oConselho Administrativo de Defesa Eco-nômica – CADE em Autarquia e dispõesobre a prevenção e a repressão às infra-ções contra a ordem econômica.

O Presidente da República, no uso da atribuiçãoque lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a se-guinte Medida Provisória, com a força de lei:

Art. 1º A Lei nº 8.884, de 11 de junho de 1994,passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:

“Art. 81–A. O Conselho Administrativode Defesa Econômica – CADE poderá efe-tuar, nos termos do art. 37, inciso IX, da

Constituição, e observado o disposto na Leinº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, con-tratação por tempo determinado, pelo prazode doze meses, do pessoal técnico impres-cindível ao exercício de suas competênciasinstitucionais.

Parágrafo único. A contratação referidano caput poderá ser prorrogada, desde quesua duração total não ultrapasse o prazo devinte e quatro meses, ficando limitada suavigência, em qualquer caso, a 31 de dezem-bro de 2005, e dar-se-á mediante processoseletivo simplificado, compreendendo, obri-gatoriamente, prova escrita e, facultativa-mente, análise de curriculum vitae, semprejuízo de outras modalidades que, a crité-rio do Cade, venham a ser exigidas”.(NR)

Art. 2º Esta Medida Provisória entra em vigorna data de sua publicação.

Brasília, 17 de novembro de 2003; 182º da inde-pendência e 115º da República. – Luiz Inácio Lula daSilva.

MENSAGEM Nº 619, DE 2003

Senhores Membros do Congresso Nacional,Nos termos do art. 62 da Constituição Federal,

submeto à elevada deliberação de Vossas Excelênci-as o texto da Medida Provisória nº 136, de 17 de no-vembro de 2003, que “Acrescenta artigo à Lei nº8.884, de 11 de junho de 1994, que transforma o Con-selho Administrativo de Defesa Econômica – CADEem Autarquia e dispõe sobre a prevenção e a repres-são às infrações contra a ordem econômica”.

Brasília, 17 de novembro de 2003. – Luiz InácioLula da Silva.

EM Nº 55/C. Civil-PR

Em 17 de novembro de 2003

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,Submeto à Consideração de Vossa Excelência

o anexo projeto de medida provisória que autoriza acontratação por tempo determinado, em caráter ex-cepcional, de técnicos de nível superior, para ativida-des de assessoramento ao Conselho Administrativode Defesa Econômica – CADE.

2. A medida proposta, que observará as normasgerais fixadas pela Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de1993, e neste projeto de medida provisória, tem por fi-nalidade suprir a dramática falta de pessoal em qua-dro próprio da Autarquia, agravada com o corte de

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cargos em comissão, ocorrido em março do ano emcurso.

3. É oportuno lembrar que o Conselho Adminis-trativo de Defesa Econômica – CADE foi transforma-do cm autarquia pela Lei nº 8.884. de 11 de junho de1994, com funções judicantes em matéria de concor-rência, com jurisdição em todo o território nacional, in-tegrando, juntamente com a Secretaria de Acompa-nhamento Econômico do Ministério da Fazenda e aSecretaria de Direito Econômico do Ministério da Jus-tiça o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência.

4. O Cade atua preventiva e repressivamente,evitando a formação de estruturas econômicas ex-cessivamente concentradas e punindo condutas anti-competitivas que impliquem prejuízos ao consumidor.Essas funções importam intervenção sobre a liberda-de econômica de cidadãos e empresas. Exemplificati-vamente, o Cade pode vedar a fusão de duas empre-sas (como a TAM e a Varig, para citar um caso notó-rio) ou a aquisição de uma empresa por outra (a com-pra da Garoto pela Nestlé, por exemplo), ou imporrestrições aos contratos privados dessas operações,se considerar que elas geram concentrações empre-sariais prejudiciais à concorrência.

5. É atribuição do Cade, ainda, impor sançõescontra os ilícitos anticoncorrenciais, como o cartel, avenda casada e outros. Exemplos destes últimos,como a punição aos cartéis de venda de combustívelde Florianópolis e Goiânia ou ao cartel do aço, de-monstram o significado social de uma atuação efici-ente dos órgãos de defesa da concorrência, que po-dem rapidamente ocasionar a redução de preços deprodutos essenciais à população.

6. Tais exemplos demonstram, ainda, a neces-sidade de independência não apenas dos titulares dafunção de julgar os Conselheiros, a quem a lei já ou-torgou mandato e autonomia decisória, mas tambémdaqueles que os assessoram tecnicamente, que de-vem ser preservados de qualquer possibilidade de in-vestida do poder econômico.

7. Em vista disso, o art. 81 da Lei nº 8.884, de1994, previu a instituição do quadro de pessoal pró-prio, que dotasse o Cade de uma estrutura condizen-te com suas atribuições. No entanto, isso até hoje nãose concretizou e o Cade vem sendo atendido com umcontingente de pessoal precário e manifestamente in-suficiente em vista de suas necessidades.

8. Mais de cinqüenta por cento do pessoal é ter-ceirizado, trabalhando em áreas-meio. Os poucosservidores requisitados de outros órgãos da Adminis-tração Pública Federal não têm estímulo a permane-cer na Autarquia.

9. O apoio funcional do CADE, por sua vez, vemse precarizando de forma crescente e contínua, aponto de terem se comprometido as condições daprestação de suas funções legais. No que diz respeitoao controle dos atos de concentração, a composiçãofuncional existente hoje é absolutamente insuficientepara a análise e decisão dos processos no prazo desessenta dias, fixado pela lei. Frise-se que a possibili-dade de descumprimento desses prazos legais atingea credibilidade do Cade e dessa forma afugenta in-vestimentos com interesse potencial no Brasil.Pode-se dizer, sem exagero, que o estrangulamentodo Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência éum elemento de agravamento do chamado “RiscoBrasil”.

10. Quanto à repressão às condutas anticoncor-renciais, é inadiável dotar o Cade de condições míni-mas que lhe permitam responder às convocaçõesque vêm sendo feitas pelo Presidente da República emembros de alto escalão do governo, para combateaos cartéis de distribuição de combustíveis, de gás decozinha e até de serviços bancários. A atuação firmeem relação a esses setores econômicos e outros emque há condutas concertadas já se provou uma ferra-menta importante na diminuição de margens de lucroabusivas e tem um peso indiscutível no combate à in-flação.

11. Trata-se, no entanto, de atividade complexa,que requer a colheita e análise de provas e indícios edemanda, portanto, de todos os envolvidos no pro-cesso de julgamento, competência técnica, isenção econfiabilidade. Dentre as alternativas legais disponí-veis, a contratação de assessores técnicos temporári-os é a única que permite, nesse momento, o apoio ne-cessário para o desempenho dessas atividades.

12. O prazo total estimado, de dois anos, paraos contratos temporários está em consonância comos esforços que vêm sendo feitos neste governo parauma solução adequada e permanente, do ponto devista do fortalecimento institucional dos órgãos de de-fesa da concorrência.

13. A proposta atende ao disposto no inciso I do§ 1º do art. 169 da Constituição e preenche os requi-sitos estabelecidos pelos arts. 16 e 17 da Lei Comple-mentar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Respon-sabilidade Fiscal), uma vez que o Cade possui dispo-nibilidade orçamentária para celebrar os menciona-dos contratos de trabalho temporário.

14. Cabe informar que em 2002 o Cade arreca-dou recursos próprios no total de R$7.6 milhões dereais, basicamente com as taxas processuais pagaspelas empresas, receita esta suficiente para cobrir to-

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das as despesas do órgão. As multas cobradas dasempresas são outra contribuição do Cade para ascontas do governo. Em 2002, o órgão aplicou multasno valor de R$4,696 milhões. Trata-se, portanto, deum órgão superavitário, que não contribui para o défi-cit fiscal do governo.

15. Dessa forma, resta demonstrado que a in-clusão de permissivo legal para que o Cade possacontratar pessoal temporário, pelo prazo de um ano,prorrogável uma única vez, nos termos da Lei nº8.745, de 1993, e na medida provisória ora proposta,possibilitará, temporariamente, a continuidade no de-sempenho da relevante missão que compete à men-cionada Autarquia, em decorrência do preceito cons-titucional previsto no § 4º do art. 173 da Constituição.

16. Essas, Senhor Presidente, são as principaisrazões que me levam a submeter o anexo projeto demedida provisória ao descortino de Vossa Excelência.

Respeitosamente, – José Dirceu de Oliveira eSilva, Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Pre-sidência da República.

PS – GSE nº 70

Brasília, 22 de janeiro de 2004

A sua Excelência o SenhorSenador Romeu TumaPrimeiro – Secretário do senado FederalNesta

Senhor Secretário,Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser

submetida à consideração do Senado Federal, a in-clusa Medida Provisória nº 136, de 2003, do PoderExecutivo, aprovada na Sessão Plenária do dia21-1-04, que “ Acrescenta artigo à Lei nº 8.884, de 11de junho de 1994, que transforma o Conselho Admi-nistrativo de Defesa Econômica – CADE, em Autar-quia e dispõe sobre a prevenção e a repressão às in-frações contra a ordem econômica”., conforme o dis-posto no art. 62 da Constituição Federal, com a reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001.

Atenciosamente, Deputado Geddel VieiraLima, Primeiro Secretário.

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Nota Técnica nº 237/2003

Brasília, 21 de novembro de 2003

Assunto: Subsídios para a análise da adequação fi-nanceira e orçamentária da Medida Provisória nº136, de 17 de novembro de 2003.Interessado: Comissão Mista de Medida Provisória.

I – Histórico

A presente nota técnica destina-se a fornecersubsídios à análise, no que toca à adequação finan-ceira e orçamentária, da Medida Provisória nº 136, de17 de novembro de 2003, que “acrescenta artigo à Leinº 8.884, de 11 de junho de 1994, que transforma oConselho Administrativo de Defesa Econômica –CADE em Autarquia e dispõe sobre a prevenção e arepressão às infrações contra a ordem econômica”.

Na Exposição de Motivos nº 55/C.Civil-PR, de17 de novembro de 2003, que acompanha a MedidaProvisória em foco, são prestadas informações sobreo CADE, abrangendo a área de atuação, atribuições,assim como destacado que a Medida Provisória tempor finalidade suprir a dramática falta de pessoal emquadro próprio da Autarquia, mediante a contraçãotemporária de assessores técnicos.

A EM nº 55/C.Civil-PR, na seqüência, descrevea importância socioeconômica da atuação do CADE econclui que, dentre as alternativas legais disponíveis,a contratação de assessores técnicos temporários é aúnica que permite, nesse momento, o apoio necessá-rio para o desempenho das atividades do órgão.

Informa, ainda, a já citada EM (item 13) que:

“13. A proposta atende ao disposto noinciso I do art. 169 da Constituição de pre-enche os requisitos estabelecidos pelosarts. 16 e 17 da Lei Complementar nº 101,de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabili-dade Fiscal), uma vez que o CADE possuidisponibilidade orçamentária para celebraros mencionados contratos de trabalho tem-porário”

Por último, a Mensagem mencionaque:

“14. Cabe informar que em 2002 oCADE arrecadou recursos próprios no totalde R$7,6 milhões de reais, basicamentecom as taxas processuais pagas pelas em-presas, receita esta suficiente para cobrir to-das as despesas do Órgão. As multas co-bradas das empresas são outra contribuiçãodo CADE para as contas do governo. Em

2002, o órgão aplicou multas no valor deRS4,696 milhões. Trata-se, portanto, de umórgão superavitário, que não contribui parao déficit fiscal do governo”.

II – Análise

O exame da compatibilidade e adequação orça-mentária da Medida Provisória nº 136, de 2003, con-soante o disposto no art. 59, § 1º, da Resolução nº 1,de 2002 – CN, “abrange a análise da repercussão so-bre a receita ou a despesa pública da União e da im-plicação quanta ao atendimento das normas orça-mentárias e financeiras vigentes, em especial a con-formidade com a Lei Complementar nº 101, de 4 demaio de 2000, a lei do plano plurianual, a lei de diretri-zes orçamentárias e a lei orçamentária da União.

Preliminarmente, cumpre-se registrar que a Medi-da Provisória nº 136, de 2003, tem repercussão orça-mentária e financeira, uma vez que, autoriza a contra-ção, por tempo determinado, “do pessoal técnico im-prescindível ao exercício de suas competências institu-cionais”. No entanto, nem a Mensagem, nem a MedidaProvisória fazem qualquer referência à qualificação ou àquantidade de empregos temporários a serem criados.

Informada por essa Consultaria de que essa ca-rência de dados inviabilizaria a análise da adequaçãoorçamentária e financeira da Medida Provisória, a ad-ministração do CADE forneceu os dados contidos naTabela 1, em anexo. Nessa Tabela consta que serãocontratados temporariamente 50 assessores de nívelsuperior, o que acarretará uma despesa anual da or-dem de R$4.680.000 (quatro milhões, seiscentos eoitenta mil reais).

Consoante dispõe o art. 169 da Constituição Fe-deral, na concessão de qualquer vantagem ou au-mento de remuneração, bem como a admissão oucontratação de pessoal, a qualquer título, três condi-ções devem ser obedecidas1:

‘CF/68Art. 169. A despesa com pessoal aflito e inativo da União, dos Esta-dos. do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limi-tes estabelecidas em lei complementar § 1º A concessão de qualquervantagem ou aumenta de remuneração, a criação de cargos, empre-gos e funções ou alteração de estrutura de carreiras. bem como aadmissão ou contratação de pessoal, a qualquer titulo, pelos órgãose entidades da Administração direta e indireta, inclusive fundaçõesinstituídas e mantidas pelo poder publica. só poderão ser feitas:I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atenderas projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decor-rentes:II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentá-rias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de econo-mia mista.

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a) atendimento aos limites estabeleci-dos em lei complementar para despesa compessoal;

b) autorização específica na lei de di-retrizes orçamentárias:

c) prévia dotação orçamentária sufici-ente para atender às projeções de despesa.

Relativamente aos limites estabelecidos pelaLei de Responsabilidade Fiscal, segundo consta doBoletim Estatístico de Pessoal (Volume 87, ju-lho/2003), a partir de janeiro de 2000, essas despe-sas estão adequadas ao critério definido pela referi-da lei (Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de2000).

Quanto à autorização específica na LOA 2004,registre-se que consta do Anexo VII do Projeto de Leinº 31, de 2003-CN, que trata das “Autorizações espe-cíficas de que trata o art. 82 da Lei nº 10.707, de 30 dejulho de 2003, para atendimento ao disposto no art.169, § 1º, inciso II, da Constituição’, o valor de R$400.600.000,00 destinado ao provimento de cargos efunções vagos ou criados em diversas áreas, dentreas quais cita-se a área de regulação de mercados.

No PLOA 2004 (PL nº 31, de 2003-CN), o valorpara cobrir as despesas com o provimento de cargose funções vagos ou criados está alocado no Ministé-rio do Planejamento, Orçamento e Gestão, Programa1.054 – Gestão de Recursos Humanos e Democrati-zação das Relações de Trabalho no Setor Público,Ação 623 – Pagamento de Pessoal Decorrente deProvimento por meio de Concursos Públicos no âmbi-to do Poder Executivo, com dotação de R$512.418.777,00 (ver Tabela 2, em anexo).

Dessa forma, é possível admitir que a MedidaProvisória nº 136, de 2003, atende às exigências doart. 169 da Constituição Federal.

Quanto às exigências da Lei de Responsabilida-de Fiscal, diante das informações e dados fornecidospelo CADE (Tabela 1), é possível, também nessecaso, concluir que a Medida em análise atende aoscritérios legais estabelecidos.

III – Conclusão

Diante do exposto, considera-se que a MedidaProvisória nº 136, de 2003, analisada em conjuntocom a Exposição de Motivos nº 55/C. Civil-PR, de 17de novembro de 2003, e as informações complemen-tares prestadas pelo CADE, apresenta elementos su-ficientes para comprovar o atendimento das exigênci-as contidas no art. 169, inciso I, da Constituição Fede-ral e nas disposições da Lei Complementar nº 101, de

2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), que discipli-nam a edição de normas que impliquem aumento dedespesas, em especial as despesas com pessoal eencargos sociais (arts. 16, 17). – João Batista Pon-tes, Consultor de Orçamentos

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PARECER À MEDIDA PROVISÓRIANº 136, DE 2003, OFERECIDO NO PLENÁRIO

DA CÂMARA DOS DEPUTADOS,EM SUBSTITUIÇÃO À COMISSÃO MISTA

O SR. SEBASTIÃO MADEIRA (PSDB – MA.Para emitir parecer.) – A Medida Provisória nº 136, de17 de novembro de 2003, acrescenta artigo à Lei nº8.884, de 11 de junho de 1994, que transforma o Con-selho Administrativo de Defesa Econômica – CADE,em autarquia e dispõe sobre a prevenção e a repres-são às infrações contra a ordem econômica.

Relatório.A medida provisória permite que o Conselho

Administrativo de Defesa Econômica – CADE possacontratar temporariamente pessoal técnico impres-cindível ao exercício de suas competências institucio-nais. A contratação será feita pelo prazo de 12 meses,podendo ser prorrogada por igual período, desde quenão ultrapasse a 31 de dezembro de 2005. A contra-tação dar-se-á mediante processo seletivo simplifica-do, sendo obrigatória a prova escrita, e facultativa aanálise de curriculum vitae.

Cabe registrar que o CADE foi transformado emautarquia em 1994 e atua preventiva e repressiva-mente, evitando a formação de estruturas econômi-cas excessivamente concentradas e punindo condu-tas anticompetitivas que impliquem prejuízos ao con-sumidor. Compete-lhe ainda impor sanções no casode ilícitos anticorrenciais, como a criação de cartéis.

Voto do RelatorDe acordo com a Constituição Federal, em seu

art. 62, §§ 5º, 8º e 9º e com a Resolução nº 1, de 2002,do Congresso Nacional, arts. 5º e 6º, cabe ao Plená-rio da Câmara dos Deputados, no tocante às medidasprovisórias, deliberar sobre o mérito e o atendimentodos pressupostos constitucionais e legais.

Relevância e urgência.Ao Presidente da República, no uso de suas

atribuições, justificada a relevância e urgência de de-terminada matéria, é permitido editar medida provisó-ria com força de lei, o que respalda juízo de admissibi-lidade quando de sua apreciação pelo Congresso Na-cional.

Consoante a Exposição de Motivos nº 55, de2003, “a medida proposta (...) tem por finalidade su-prir a dramática falta de pessoal em quadro próprio daautarquia. (...) o CADE vem sendo atendido com umcontingente de pessoa) precário e manifestamente in-suficiente em vista de suas necessidades”.

Com relação a essa questão, há que se registrarque a Lei nº 8.884, de 1994, que transformou o CADE

em autarquia, autorizou o órgão a requisitar servidorpúblico de qualquer cargo ou carreira, enquanto nãoforem realizados concursos públicos para prover oseu quadro de pessoal. Sendo assim, não é necessá-ria a contratação temporária para o exercício das ati-vidades finalísticas do referido órgão.

Assim, verifica-se que a Medida Provisória nãosatisfaz os pressupostos de urgência e relevância,estando em desconformidade com as disposições daConstituição Federal, o que implica a sua não-admis-sibilidade.

Constitucionalidade, juridicidade e técnica legis-lativa.

A edição desta Medida possibilita ao CADE acontratação temporária de pessoal técnico imprescin-dível ao exercício de suas competências funcionais.Vale ressaltar que essas contratações são voltadasao exercício das competências institucionais doCADE. Portanto, as funções a serem exercidas peloscontratados não têm caráter eventual, temporário ouexcepcional. Na realidade, elas são de natureza regu-lar e permanente, o que fere de pronto o inciso IX doart. 37 da Constituição Federal, que prevê a possibili-dade de contratação por tempo determinado apenaspara atender a necessidade temporária de excepcio-nal interesse público.

Assim, não cabe neste caso específico a contra-tação temporária, sendo imperiosa a adoção de con-curso público para o preenchimento dos cargos.

Para melhor elucidar a situação, vale transcre-ver alguns trechos da ADIN nº 2.125-7, proposta peloPartido dos Trabalhadores no Supremo Tribunal Fe-deral, em face da Medida Provisória nº 2.006, de 14de dezembro de 1999, que trata de situação análogaa esta ocorrida no Instituto Nacional de PropriedadeIndustrial – INPI.

Vejam o que disse o Supremo Tribunal Federal:

“O requisito indispensável para a con-tratação temporária por excepcional interes-se público, que é a manutenção dos servi-ços em seu nível ou padrão mínimo neces-sário para evitar o prejuízo à sociedade, oupara evitar o declínio de qualidade dessesserviços, preservando a sua continuidade,não estará sendo atendido se for utilizada aprevisão genérica contida no art. 2º da MPnº 2.006/99. Porque, como se percebe, taiscontratações não estarão sendo justificadasou sustentadas no caráter de excepcionali-dade da contratação temporária, mas servi-rão, simplesmente, de meio para contratar,

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precariamente, e sem concurso público, ser-vidores que irão desempenhar atividades re-gulares da autarquia, em todas as suas áre-as. (...)

Assim, é de todo irrazoável que se ve-nha, por meio de medida provisória, classifi-car a priori como necessidade temporária deexcepcional interesse público o exercício deatividades em todas as áreas do INPI, comofez a MP nº 2.006/99, em prejuízo da amplapublicidade e impessoalidade do concursopúblico, para que se contrate pessoal tem-porário mediante processo seletivo simplifi-cado, nos termos do art. 30 da Lei nº8.745/93, aplicável ao caso em questão porforça da § 3º do art. 2º da MP nº 2.006/99.

Á toda prova mostra-se o permissivolegal inconstitucional, contrariando frontal-mente a mens legis do inciso IX do art. 37da Carta de 1988. Mas, além de contrariar oinciso IX do art. 37, e ainda que fosse ad-missível a hipótese nela contida, estaria odispositivo mal-ferindo também outros prin-cipios constitucionais.

A medida provisória em apreço é umademonstração de como, ao cabo de 8 anos,ainda não se conseguiu implementar, naAdministração Federal, uma mentalidadeque privilegie a continuidade administrativae, por conseguinte, a manutenção de qua-dros efetivos profissionalizados de servido-res. A contratação temporária por excepcio-nal interesse público desponta, cada vezmais, como um instrumento para a contrata-ção discricionária, sem estabilidade, de pes-soal que se destinará, progressivamente, asubstituir o pessoal permanente.

A contratação à vista de currículum vi-tae, prevista no art. 30 da Lei nº 8.745/93, eaplicável ao caso em questão, conforme dis-põe o § 3º” do art. 2º da MP nº 2.006/99 tomatais contratações extremamente atraentespara os que desejam fazer clientelismo àscustas do sacrifício da moralidade pública! Aoinvés de promover os concursos públicos ne-cessários, provendo a instituição dos quadrosnecessários, tais artifícios permitem que seabram as podas do serviço público aos apani-guados, sob a justificativa de atender mais efi-cientemente à sociedade.

Assim, inconstitucional é o art. 2º daMedida Provisória, sendo imperativa a sua

exclusão do mundo jurídico, pois não há jus-tificativa suficientemente grave para que,depois de 3 anos da entrada em vigor da Leide Patentes, ainda se escuse a autarquiaem atividades extraordinárias decorrentesdaquela norma legal ou de acúmulo de tare-fas, mormente quando todos os meios teveao seu alcance para provisionar seu quadrode pessoal de servidores efetivos habilita-dos ao exercício de tais funções, mas prefe-riu valer-se de artifícios, a fim de burlar oprincípio da impessoalidade e o art. 3º II, daConstituição Federal. E, na forma reguladapela medida provisória em tela, tal hipótesede contratação revela-se mais do que imoralofensiva a princípios basilares da Carta de1988, ao tran – ferir do Poder Legislativopara o Poder Executivo prerrogativas que,em benefício de interesse público, devemser reguladas exclusivamente por lei semsentido formal e material.

Essa foi a ADIN nº 2.125-7, impetrada pelo PTem caso semelhante, e acatada pelo Supremo Tri-bunal Federal.

Sr. Presidente, o não-acatamento da Medi-da Provisória em apreço não trará prejuízo aofuncionamento daquela conceituada autarquia,tendo em vista que aquela entidade poderá de-sempenhar suas funções com pessoal requisita-do até a constituição de seu quadro próprio medi-ante concurso público.

Em face do exposto, somos pela inconstituci-onalidade da Medida Provisória nº 136, de 17 denovembro de 2003, por contrariar frontalmente odisposto no inciso IX do art. 37 da ConstituiçãoFederal, ao permitir contratação temporária depessoal para o exercício de atividades públicas denatureza permanente e ordinária, inclusive de ca-ráter sigiloso, por se tratar de interesse público eda ordem econômica.

É o parecer, Sr. Presidente.

PARECER DO RELATOR DESIGNADOPELA MESA. EM SUBSTITUIÇÃO

À COMISSÃO MISTA, NO MÉRITO, À MEDIDAPROVISÓRIA Nº 136, DE 2003, E ÀS EMENDAS

DE PLENÁRIO.

O SR. SEBASTIÃO MADEIRA (PSDB – MA.Para emitir parecer. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, o parecer é pela inconstitucionalidade epela rejeição das 19 emendas e da medida provisória.

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LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADAPELA SECRETARIA-GERAL DA MESA

CONSTITUIÇÃO DAREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

(*) redação dada pela Emenda Constitucional nº19, de 4-6-98

“Art. 37. A administração pública direta e indire-ta de qualquer dos Poderes da União, do Distrito Fe-deral e dos Municípios obedecerá aos princípios delegalidade, impessoalidade, moralidade, publicidadee eficiência e, também, ao seguinte.”....................................................................................

IX – a lei estabelecerá os casos de contrataçãopor tempo determinado para atender a necessidadetemporária de excepcional interesse público;....................................................................................

LEI Nº 8.745, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1993

Dispõe sobre a contratação por tem-po determinado para atender a necessi-dade temporária de excepcional interes-se público, nos termos do inciso IX doart. 37 da Constituição Federal, e dá ou-tras providências.

....................................................................................

LEI Nº 8.884, DE JUNHO DE 1994

Transforma o Conselho Administra-tivo de Defesa Econômica (Cade) em Au-tarquia, dispõe sobre a prevenção e a re-pressão às infrações contra a ordem eco-nômica e dá outras providências.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 137, DE 2003

Autoriza a União a permutar Certifi-cados Financeiros do Tesouro e dá ou-tras providencias.

ESTE AVULSO CONTÉM OS SEGUINTESDOCUMENTOS:

Pág.

– Autógrafo da Medida Provisória– Medida Provisória original– Mensagem do Presidente da República nº620/2003– Exposição de Motivos nº 56/2003, do Ministro deEstado Chefe da Casa Civil daPresidência da República

– Oficio nº 71/2004 da Câmara dos Deputados en-caminhando a matéria ao Senado– Calendário de tramitação da Medida Provisória– Parecer sobre a Medida Provisória, em substitui-ção à Comissão Mista, proferido no Plenário da Câ-mara dos Deputados – Relator: Deputado Luiz Sér-gio (PT-RJ)– Folha de sinopse de tramitação da matéria na Câ-

mara dos Deputados– Legislação citada

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 137, DE 2003

Autoriza a União a permutar Certifi-cados Financeiros do Tesouro e dá ou-tras providências.

O Congresso Nacional decreta:Art. 1º Fica a União autorizada, até 31 de de-

zembro de 2003, a permutar, observada a equivalên-cia econômica, Certificados Financeiros do Tesouroemitidos para fundos ou caixas de previdência esta-duais nos termos do art. 16 da Medida Provisória nº1.868-20, de 26 de outubro de 1999, na modalidadede nominativos e inalienáveis, por outros CertificadosFinanceiros do Tesouro com as mesmas característi-cas, mediante aditamento do contrato firmado entre aUnião e o Estado, que originou a emissão dos Certifi-cados Financeiros do Tesouro.

Art. 2º A permuta a que se refere o art. 1º so-mente poderá ser realizada após assinatura de instru-mento contratual entre o Estado e o fundo ou caixa deprevidência estadual, dispondo que:

I – os Certificados Financeiros do Tesouroemitidos na permuta a que se refere o art. 1º deve-rão, obrigatoriamente, ser destinados ao custeio dosbenefícios de responsabilidade do respectivo fundoou caixa de previdência estadual;

II – o Estado deverá, obrigatoriamente, re-compor, no mínimo, o fluxo de caixa original dosCertificados Financeiros do Tesouro resgatadosna permuta a que se refere o art. 1º, incluídos osjuros e as atualizações monetárias calculadosnos mesmos critérios dos respectivos Certifica-dos Financeiros do Tesouro, mediante utilizaçãodos valores financeiros provenientes de participa-ções governamentais obrigatórias, nas modalida-des de royalties, participações especiais e com-pensações financeiras.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de suapublicação.

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MEDIDA PROVISÓRIA ORIGINAL Nº 137, DE 2003

Autoriza a União a permutar Certifi-cados Financeiros do Tesouro e dá ou-tras providências.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 137, DE 17 DENOVEMBRO DE 2003

Autoriza a União a permutar Certifi-cados Financeiros do Tesouro e dá ou-tras providências.

O Presidente da República, no uso da atribuiçãoa que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota aseguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1º Fica a União autorizada, até 31 de de-zembro de 2003, a permutar, observada a equiva-lência econômica, Certificados Financeiros do Te-souro emitidos para fundos ou caixas de previdên-cia estaduais nos termos do art. 16 da MedidaProvisória nº 1.868-20, de 26 de outubro de 1999,na modalidade de nominativos e inalienáveis, poroutros Certificados Financeiros do Tesouro comas mesmas características, mediante aditamentodo contrato firmado entre a União e o Estado, queoriginou a emissão dos Certificados Financeirosdo Tesouro.

Art. 2º A permuta a que se refere o art. 1º so-mente poderá ser realizada após assinatura de instru-mento contratual entre o Estado e o fundo ou caixa deprevidência estadual, dispondo que:

I – os Certificados Financeiros do Tesouro emiti-dos na permuta a que se refere o art. 1º deverão, obri-gatoriamente, ser destinados ao custeio dos benefíci-os de responsabilidade do respectivo fundo ou caixade previdência estadual;

II – o Estado deverá, obrigatoriamente, recom-por, no mínimo, o fluxo de caixa original dos Certifica-dos Financeiros do Tesouro resgatados na permuta aque se refere o art. 1º, incluídos os juros e as atualiza-ções monetárias calculados nos mesmos critériosdos respectivos Certificados Financeiros do Tesouro,mediante utilização dos valores financeiros proveni-entes de participações governamentais obrigatórias,nas modalidades de royalties, participações especi-ais e compensações financeiras.

Art. 3º Esta Medida Provisória entra em vigor nadata de sua publicação.

Brasília, 17 de novembro de 2003; 182º da Inde-pendência e 115º da República. – Luiz Inácio Lula daSilva.

MENSAGEM Nº 620, DE 2003

Senhores Membros do Congresso Nacional,Nos termos do art. 62 da Constituição Federal,

submeto à elevada deliberação de Vossas Excelênci-as o texto da Medida Provisória nº 137, de 17 de no-vembro de 2003, que “Autoriza a União a permutarCertificados Financeiros do Tesouro e dá outras pro-vidências”.

Brasília, 17 de novembro de 2003. – Luiz InácioLula da Silva.

E.M. nº 56 C.CIVIL-PR

Em 17 de novembro de 2003

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,1. Com base na Medida Provisória nº 1.868-20,

de 26 de outubro de 1999. a União adquiriu créditosrelativos à participação governamental obrigatória deque trata a Lei nº 9.478. de 6 de agosto de 1997. nasmodalidades de royalties e participações especiais,pertencentes ao Estado do Rio de Janeiro.

2. O produto da antecipação desses créditos foiutilizado pelo Estado para pagamento de obrigaçãojunto à própria União e para capitalização do Fundode Previdência dos Servidores daquele Estado –RIOPREVIDÊNCIA.

3. Para a capitalização do referido Fundo foramutilizados Certificados Financeiros do Tesouro Nacio-nal – CFTs, na modalidade nominativos e inalienáve-is, resgatáveis em 181 parcelas mensais, vincendasno período compreendido entre novembro de 1999 edezembro de 2014.

4. Em virtude das dificuldades financeiras ora ex-perimentadas pelo Estado do Rio de Janeiro, publica-mente manifestadas, aquele ente federativo pleiteou, àUnião, o resgate antecipado de parte do fluxo futuro dasCFTs do Rioprevidênca, de forma que aquele Fundopossa arcar com obrigações junto a aposentados epensionistas estaduais, desonerando assim o TesouroEstadual da necessidade de fazer aportes adicionaispara esse fim, num cenário de restrição fiscal.

5. O alívio financeiro para o Estado se daria peladesoneração das despesas com aposentados e pen-sionistas, que passariam a ser realizadas mensal-mente pelo Rioprevidência, até o montante dos valo-res que vierem a ser antecipados.

6. Como prévia condição, objetivando à preser-vação do capital do Rioprevidência, seria exigida,pela União, a celebração de instrumento contratualentre aquele Estado e o seu Fundo de Previdência.pelo qual o primeiro se obrigaria perante o segundo a

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recompor o fluxo de caixa original dos CFTs, median-te a vinculação de recursos não comprometidos coma União, provenientes de participações governamen-tais obrigatórias, nas modalidades de royalties. parti-cipações especiais e compensações financeiras.

7. Registro que o assunto tratado na medida pro-visória é urgente e relevante, atendendo os pressupos-tos do art. 62 da Constituição, uma vez que as iniciati-vas propostas auxiliarão o Estado do Rio de Janeiro agarantir o pagamento de aposentados e pensionistas e,por conseqüência, a honrar os compromissos com opagamento da gratificação natalina dos seus servidoresativos e inativos, ainda no presente exercício, bem as-sim a continuidade da prestação dos demais serviçospúblicos essenciais à população.

8. Nessas condições, e tendo em vista a urgên-cia e relevância da matéria, submeto à consideraçãode Vossa Excelência a referida proposta de MedidaProvisória.

Respeitosamente, – José Dirceu de Oliveira eSilva, Ministro de Estado – Chefe da Casa Civil daPresidência da República.

PS-GSE Nº 71

Brasília, 22 de janeiro de 2004

A Sua Excelência o SenhorSenador Romeu TumaPrimeiro-Secretário do Senado FederalNesta

Senhor Secretário,

Encaminho a Vossa Excelência, a fim de sersubmetida à consideração do Senado Federal, a in-clusa Medida Provisória nº 137, de 2003, do PoderExecutivo, aprovada na Sessão Plenária do dia21-1-04, que “Autoriza a União a permutar Certifica-dos Financeiros do Tesouro e dá outras providênci-as”, conforme o disposto no art. 62 da ConstituiçãoFederal, com a redação dada pela Emenda Consti-tucional nº 32, de 2001.

Atenciosamente, – Deputado Geddel VieiraLima, Primeiro-Secretário.

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Page 371: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PARECER À MEDIDA PROVISÓRIANº 137, DE 2003, OFERECIDO NO PLENÁRIO

DA CÂMARA DOS DEPUTADOS,EM SUBSTITUIÇÃO À COMISSÃO MISTA

O SR. LUIZ SÉRGIO (PT – RJ. Para emitir pa-recer.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Deputados, oExmº Sr. Presidente da República, com fundamentono art. 62 da Constituição Federal, submete à deli-beração do Congresso Nacional, nos termos daMensagem nº 620, de 2003, a Medida Provisória nº137, de 17 de novembro de 2003.

A presente medida provisória visa autorizar aUnião a permutar Certificados Financeiros do Te-souro Nacional emitidos no âmbito dos acertos fir-mados entre a União e os Estados por outros certifi-cados das mesmas características nominais e inalie-náveis e valor.

Tais acertos fundamentaram-se na MedidaProvisória nº 1.868, de 26 de outubro de 1999, econsistiram na aquisição pela União de créditos doRio de Janeiro decorrentes da antecipação da parti-cipação desse Estado na partilha dos royalties eparticipações especiais de que trata a Lei nº 9.478,de 6 de agosto de 1977.

Com os recursos, o Estado pagou obrigaçõesjunto à União e capitalizou o Fundo de Previdênciados Servidores daquele Estado – Rioprevidência.Essa capitalização foi feita com Certificados Finan-ceiros do Tesouro Nacional, resgatáveis mensal-mente de 1999 até 2014.

Em vista do desequilíbrio financeiro do Riopre-vidência, o Rio de Janeiro solicitou à União a trocade parte dos certificados de tal modo a antecipar osresgates e garantir o pagamento de aposentados epensionistas, incluindo as gratificações natalinas doano de 2003.

A troca foi aceita com a condição da celebra-ção de contrato entre o Rio de Janeiro e o Riopre-vidência, em que o Estado compromete-se a re-compor os fluxos futuros perdidos com a antecipa-ção do resgate, o que vincula comprometimento àparticipação na partilha dos royalties e participa-ções especiais.

A Comissão Mista a que se refere o art. 62, §9º, da Constituição Federal, a ser constituída paraemitir parecer sobre a medida provisória, não se ins-talou. Dessa forma, por meio do Ofício nº 703, do

Congresso Nacional, de 1º de dezembro de 2003, oExmº Sr. Presidente do Congresso Nacional enca-minhou o processo relativo à medida provisória emcomento ao Exmº Sr. Presidente da Câmara dosDeputados.

Nesta oportunidade, portanto, cabe ao Plená-rio da Câmara dos Deputados deliberar sobre a ma-téria.

No decorrer do prazo regimental não foramapresentadas emendas perante a Comissão Mista.

Voto do Relator.

Conforme determina a Constituição Federal, art.62, § 5º, e a Resolução nº 1, de 2002, do CongressoNacional, art. 5º, cabe ao Congresso Nacional, no quetoca a medidas provisórias, deliberar sobre o atendi-mento dos pressupostos constitucionais, nos quais in-cluem-se a relevância e a urgência, bem como sobrea adequação orçamentária, financeira e o mérito.

Quanto à relevância e à urgência, a Exposiçãode Motivos que acompanha a medida provisória afir-ma que a troca dos Certificados objetiva arcar comos compromissos assumidos com os aposentadosdo Rio de Janeiro, já no final de 2003.

Ainda sob o prisma da constitucionalidade, amatéria não se inclui na lista dos assuntos impedi-dos de tratamento por meio de medida provisória(art. 62, § 1º da Constituição Federal).

No que tange à adequação orçamentária e fi-nanceira, o caput do art. 1º da medida provisóriagarante a “equivalência econômica” dos títulos en-volvidos, assim como a manutenção das “mesmascaracterísticas”. Os novos e os antigos papéis pos-suem, portanto, o mesmo valor presente, não resul-tando em perdas para a União.

Por fim, quanto ao mérito, é válido que aUnião contribua com a tempestividade do paga-mento dos compromissos assumidos com os ser-vidores do Rio de Janeiro, se não há impacto ne-gativo para suas contas. Cabe recomendar, no en-tanto, que sejam tomadas as medidas necessáriaspara lograr o equilíbrio definitivo das finanças doRioprevidência.

Com base no exposto, voto pela aprovação daMedida Provisória nº 137, de 2003, na sua formaoriginal.

Este é o voto do Relator Sr. Presidente.

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Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado 24 01241 359ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 374: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELASECRETARIA-GERAL DA MESA

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.868-20,DE 26 DE OUTUBRO DE 1999

Dispõe sobre operações financeirasentre o Tesouro Nacional e as entidadesque menciona, e dá outras providências.

....................................................................................Art. 16. Fica a União autorizada a adquirir do

Estado do Rio de Janeiro, até o limite deR$13.220.000.000,00 (treze bilhões e duzentos e vintemilhões de reais), a preços de 15 de agosto de 1999,créditos relativos à participação governamental obriga-tória de que trata a Lei nº 9.478, de 6 de agosto de1997, nas modalidades de royalties e participaçõesespeciais, utilizando em pagamento Certificados Fi-nanceiros do Tesouro – CFT com características defi-nidas em ato do Ministro de Estado da Fazenda.

Parágrafo único. Os CFT recebidos pelo Estadoem decorrência da operação de que trata o caput po-derão, a critério do Ministro de Estado da Fazenda,ser utilizados no pagamento de dívidas para com aUnião e suas entidades.....................................................................................

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.181-45,DE 24 DE AGOSTO DE 2001

Dispõe sobre operações financeirasentre o Tesouro Nacional e as entidadesque menciona, e dá outras providências.

....................................................................................Art. 16. Fica a União autorizada, até 31 de de-

zembro de 2003, a adquirir dos Estados e do DistritoFederal créditos relativos à participação governa-mental obrigatória nas modalidades de royalties,participações especiais e compensações financeiras,relativos à exploração de recursos hídricos para finsde energia elétrica, petróleo e gás natural. (Redaçãodada pela Lei nº 10.712, de 12-8-2003)

§ 1º A autorização de que trata o caput é limita-da ao valor devidamente projetado pela Agência Na-cional do Petróleo – ANP ou pela Agência Nacionalde Energia Elétrica – ANEEL, conforme o caso, des-contada toda e qualquer vinculação orçamentária outransferência obrigatória.

§ 2º Serão objeto de aquisição somente os valo-res distribuídos por intermédio das agências regula-doras mencionadas no § 1º.

§ 3º A União utilizará em pagamento CertificadosFinanceiros do Tesouro – CFT com características defi-nidas em ato do Ministro de Estado da Fazenda.

§ 4º Os CFT recebidos pelas Unidades da Fede-ração, em decorrência da operação de que trata o ca-put, serão, obrigatoriamente, utilizados no pagamen-to de dívidas para com a União e suas entidades ouna capitalização dos fundos de previdência, a critériodo Ministro de Estado da Fazenda.

§ 5º A aquisição de que trata o caput somentepoderá ser realizada uma única vez em relação acada Estado e ao Distrito Federal.....................................................................................

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 138, DE 2003

Altera e acresce dispositivo à Lei nº8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõesobre os Planos de Benefícios da Previ-dência Social.

ESTE AVULSO CONTÉM OS SEGUINTESDOCUMENTOS:

Pág.

– Autógrafo da Medida Provisória ........– Medida Provisória original ........– Mensagem do Presidente da ........ República nº629/2003– Exposição de Motivos nº 57/2003, dos Ministrosde Estado Chefe da Casa Civil da Presidência daRepública, da Previdência Social e do Advoga-do-Geral da União ........– Ofício nº 72/2004 da Câmara dos Deputados en-caminhando a matéria ao Senado ........– Calendário de tramitação da Medida Provisória– Emendas apresentadas perante a Comissão Mista– Parecer sobre a Medida Provisória, em substitui-ção à Comissão Mista, proferido no Plenário da Câ-mara dos Deputados – Relator: Deputado José Pi-mentel (PT-CE) ........– Folha de sinopse de tramitação da matéria na Câ-mara dos Deputados– Legislação citada ........

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 138, DE 2003

Altera e acresce dispositivo à Lei nº9.213, de 24 de julho de 1991, que dispõesobre os Planos de Benefícios da Previ-dência Social.

O Congresso Nacional decreta:

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Art. 1º A Lei nº 9.213, de 24 de julho de 1991,passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 103. É de 10 (dez) anos o prazode decadência de todo e qualquer direito ouação do segurado ou beneficiário para a re-visão do ato de concessão de benefício, acontar do dia 1º (primeiro) do mês seguinteao do recebimento da 1ª (primeira) presta-ção ou, quando for o caso, do dia em quetomar conhecimento da decisão indeferitóriadefinitiva no âmbito administrativo.

.....................................................“(NR)

“Art. 103A. O direito da PrevidênciaSocial de anular os atos administrativos deque decorram efeitos favoráveis para osseus beneficiários decai em 10 (dez) anos,contados da data em que foram praticados,salvo comprovada má-fé.

§ 1º No caso de efeitos patrimoniaiscontínuos, o prazo decadencial contar-se-áda percepção do 1º (primeiro) pagamento.

§ 2º Considera-se exercício do direitode anular qualquer medida de autoridadeadministrativa que importe impugnação àvalidade do ato.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data da suapublicação.

MEDIDA PROVISÓRIA ORIGINALNº 138, DE 2003

Altera e acresce dispositivo à Lei nº8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõesobre os Planos de Benefícios da Previ-dência Social.

O Presidente da República, no uso da atribuiçãoque lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a se-guinte Medida Provisória, com força de lei.

Art. 1º A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991,passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 103. É de dez anos o prazo dedecadência de todo e qualquer direito ouação do segurado ou beneficiário para a re-visão do ato de concessão de benefício, acontar do dia primeiro do mês seguinte aodo recebimento da primeira prestação ou,quando for o caso, do dia em que tomar co-nhecimento da decisão indeferitória definiti-va no âmbito administrativo.

…..................................................“(NR)

“Art. 103-A. O direito da PrevidênciaSocial de anular os atos administrativos deque decorram efeitos favoráveis para osseus beneficiários decai em dez anos, con-tados da data em que foram praticados, sal-vo comprovada má-fé.

§ 2º No caso de efeitos patrimoniaiscontínuos, o prazo decadencial contar-se-áda percepção do primeiro pagamento.

§ 2º Considera-se exercício do direitode anular qualquer medida de autoridadeadministrativa que importe impugnação àvalidade do ato.” (NR)

Art. 2º Esta Medida Provisória entra em vigorna data da sua publicação.

Brasília. 19 de novembro e 115º da República. –Luiz Inácio Lula da Silva.

MENSAGEM Nº 629, DE 2003

Senhores Membros do Congresso Nacional,Nos termos do art. 62 da Constituição Federal,

submeto à elevada deliberação de Vossas Excelênci-as o texto da Medida Provisória nº 138, de 19 de no-vembro de 2003, que “Altera e acresce dispositivo àLei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõe sobreos Planos de Benefícios da Previdência Social”.

Brasília, 19 de novembro de 2003. – Luiz InácioLula da Silva.

EMI nº 57/CC/AGU/MPS

Em 19 de novembro de 2003

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,Submetemos à apreciação de Vossa Excelên-

cia proposta de edição de Medida Provisória que tempor finalidade alterar dispositivos das Leis nº 8.213,de 24 de julho de 1991, a fim de ampliar prazos para aprodução de efeitos do instituto da decadência porelas disciplinado e atender, de modo imediato e commaior adequação, ao interesse público no que se re-fere à aplicação do instituto da decadência, relativa-mente a direitos previdenciários.

Trata-se de questão que, embora há muito ve-nha reclamando reexame por parte do Poder Público,revela-se urgente à medida que se aproxima o inícioda eficácia plena de dispositivos que introduziraminovações na matéria cujos efeitos serão prejudiciaistanto aos cidadãos quanto à própria Administração.

No que se refere ao art. 103 da Lei nº 8.213, de1991, a Medida Provisória nº 1.523-9, de 27 de junhode 1997, inovou o direito previdenciário ao alterar

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esse dispositivo da Lei de Benefícios para instituir oprazo decadencial de dez anos para todo e qualquerdireito ou ação do segurado ou beneficiário para a re-visão do ato de concessão de benefício, a contar dodia primeiro do mês seguinte ao do recebimento daprimeira prestação ou, quando for o caso, do dia emque o segurado tomar conhecimento da decisão inde-feritória definitiva no âmbito administrativo. No entan-to, a Medida Provisória nº 1.663-15, de 22 de outubrode 1998, convertida na Lei nº 9.711, de 20 de novem-bro de 1998, alterou novamente o dispositivo, para fi-xarem cinco anos o prazo decadencial.

A inovação mostrou-se necessária à medida quea própria Administração deve seguir prazos para pro-mover a revisão de seus atos, não sendo, portanto,adequado que inexistisse qualquer limitação à revisãode atos provocada pelo interessado. No entanto, houveexcesso por parte do legislador, ao unificar os prazosdos institutos da decadência e da prescrição.

No atual momento, o problema se acentua, emface da proximidade do vencimento do prazo deca-dencial ora em vigor que tem levado milhares de cida-dãos a procuras as agências da Previdência Social eórgãos do Poder Judiciário, notadamente dos Juiza-dos Especiais Federais. Há, por parte da sociedadeem geral, em todo o país, clamor quanto aos efeitosque decorrerão da manutenção do prazo decadencialora previsto, que atingiria milhares de cidadãos, osquais, por não terem oportunamente exercido seu di-reito de pleitear a revisão, por desconhecimento oufalta de acesso à Justiça e à Previdência seriam im-pedidos de fazê-lo posteriormente. Agrava o fato acircunstância de que em algumas localidades impor-tantes, como é o caso do Estado do Rio de Janeiro, oúltimo dia do prazo que vinha sendo noticiado pelomeios de comunicação será feriado local.

Cumpre, todavia, esclarecer que o prazo deca-dencial, nos termos do próprio artigo 103 da Lei nº8.213, de 1991, não se completa, para todos os segu-rados, em 20 de novembro de 2003, mas em cincoanos a contar da data em que o segurado tomou co-nhecimento de decisão indeferitória definitiva, no âm-bito administrativo, ou a contar do dia primeiro do mêsseguinte ao do recebimento da primeira prestação.Vale dizer, portanto, que para a esmagadora maioria,o termo final se daria, mantida a atual legislação, apartir de 1º de dezembro de 2003. como já tem aleita-do o próprio Instituto Nacional do Seguro Social –INSS, aos segurados.

Há que se registrar, contudo, que as inúmerasmodificações ocorridas ao longo dos últimos anos nalegislação previdenciária têm exigido grande esforço

do Poder Judiciário e dos próprios segurados, no sen-tido de aquilatar a extensão de seus eventuais direi-tos. Tal situação tem gerado muitas demandas, asquais, na vigência do atual prazo, tendem a multipli-car – pela simples pressão de que haveria uma deca-dência do direito de revisão – a formulação de pedi-dos no exíguo prazo que estaria por findar.

Ademais, é importante registrar que há, no âm-bito do próprio Congresso Nacional, debates em tomoda adequação da atual legislação, tramitando diver-sas proposições que visam rever a extensão do insti-tuto da decadência no direito previdenciário, em fa-vor, por exemplo, da extensão da garantia inserta noart. 5º, XXXV da Constituição Federal.

Vale registrar, contudo, que, do ponto de vistada Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,não restam dúvidas de que a decadência é causa ex-tintiva do próprio direito subjetivo. Nesse sentido oacórdão prolatado no julgamento do RE nº 71.682 (DJde 9-8-71), como também o seguinte acórdão do STJ:

“Processual e Previdenciário. RecursoEspecial. Dissídio não Cara Caracterizado. RevisãoDe Benefício. Prazo Decadencial. Artigo 103 da LeiNº 8.213/91, Com a Redação da Mp nº 1.523/97Convertida na Lei nº 9.528/98 e Alterado Pela Lei Nº9.711/98.

I – Desmerece conhecimento o recurso especi-al, quanto à alínea c do permissivo constitucional, vis-to que os acórdãos paradigmas se referem aos efei-tos da lei processual, enquanto o instituto da deca-dência se insere no campo do direito material.

II – O prazo decadencial do direito à revisão deato de concessão de benefício previdenciário, instituí-do pela MP nº 1.523/97, convertida na Lei nº 9.528/98e alterado pela Lei nº 9.711/98, não alcança os bene-fícios concedidos antes de 27-6-97, data da nona edi-ção da MP nº 1.523/97. (...)” (RESP nº 254.186. DJ de27-8-01, Rel. Ministro Gilson Dipp)

As decisões do STJ lançam Luzes, ainda, comono caso da decisão acima citada, sobre a extensão dadecadência instituída pelo art. 103 da Lei nº 8.213, de1991, que somente atingiria os benefícios concedidosapós 27 de junho de 1997. Os seguintes julgados re-centes reiteram a interpretação do STJ:

“Previdenciário. Benefício. DivergênciaJurisprudencial. Cálculo. Salários de Contribuição.Índice De 147.06%. Inpc. Artigo 31 e 145, da Lei nº8.213/91.

– Divergência jurisprudencial comprovada.Entendimento do artigo 255 e parágrafos do Regi-mento interno desta Corte.

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– O prazo decadencial do direito à revisão deato de concessão de benefício previdenciário, instituí-do pela MP nº 1.523/97, convertida na Lei nº9.711/98, não alcança os benefícios concedidos an-tes de 27-6-97. Precedentes.(…)” (RESP 429818/SP;DJ 11-11-02, Rel. Min. Jorge Scartezzini)

“Previdenciário. Reajuste de Benefício. Art. 103,da Lei nº 8.213/91. Lei nº 9.528/97. PrazoDecadencial.

– O prazo de decadência instituído pelo art. 103,da Lei nº 8.213/91, com redação dada pela Lei nº9.528/97, não se aplica aos pedidos de revisão de be-nefícios concedidos antes de sua vigência, pois onovo regramento não tem aplicado retroativa.

– Recurso especial conhecido e provido.”(RESP 410690 / RN; DJ 05/2002, Rel. Min. VicenteLeal)

“Recurso Especial. Previdenciário. Benefício.Revisão da Renda Mensal Inicial. Prazo Decadencial.Artigo 103 da Lei nº 8.213/91, Com a Redação da Mpnº 1.523/97, Convertida na Lei nº 9.728/97. Aplicaçãoàs Relações Jurídicas Constituídas Sob a Vigênciada Nova Lei.

1. O prazo de decadência para revisão da rendamensal inicial do benefício previdenciário, estabeleci-do pela Medida Provisória nº 1.523/97, convertida naLei nº 9.528/97, que alterou o artigo 103 da Lei nº8.213/91, somente pode atingir as relações jurídicasconstituídas a partir de sua vigência vez que a normanão é expressamente retroativa e trata de instituto dedireito material.

2. Precedentes.3. Recurso especial não conhecido.” (RESP

479964 / RN; DJ 10-11-03, Rel. Min. Paulo Gallotti)Ainda que o entendimento possa não ser unâni-

me, é de se considerar que melhor atende ao interes-se público que se promova a dilação do prazo deca-dencial, evitando-se, por força de conflitos de inter-pretação, a aplicação imediata de interpretação restri-tiva, quer pelo Poder Judiciário, quer pelo Poder Exe-cutivo, razão pela qual impõe-se ampliar para dezanos o prazo de decadência ora firmado pelo art. 103da Lei nº 8.213, na forma ora proposta.

Finalmente, por respeito ao princípio da igualda-de e para melhor resguardar o interesse da coletivida-de de beneficiários e contribuintes da previdência so-cial, bem como para manter a coerência do sistema,também se altera o prazo decadencial para a Admi-nistração Previdenciária rever atos administrativospor ela editados.

As presentes circunstâncias permitem depreen-der a presença dos pressupostos constitucionais para aedição de medida provisória. Insta registrar que a maté-ria em comento não integra o rol daquelas que não po-dem ser disciplinadas por medida provisória, constantedo art. 62, § 1º, da Constituição Federal. Quanto à pres-crição, leia-se a ementa do acórdão da Suprema Corteno AgR no AI nº 139.004 (DJ de 2-2-96):

“Agravo regimental – A prescrição sesitua no âmbito do direito material e não dodireito processual. O que prescreve não é odireito subjetivo público de ação, mas a pre-tensão que decorre da violação do direitosubjetivo. – Se a prescrição se consumouanteriormente a entrada em vigor da novaConstituição, e era regida pela lei do tempoem que ocorreu, pois, como salientado nodespacho agravado. ‘não ha que se confun-dir eficácia imediata da Constituição a efei-tos futuros de fatos passados com a aplica-ção dela a fato passado’. A Constituição sóalcança os fatos consumados no passadoquando expressamente o declara, o quenão ocorre com referência a prescrição.Agravo a que se nega provimento.”

No mesmo sentido os seguintes arestos doSTF: AgR no AI nº 137.195, AgR nº AI nº 143.714,AgR nº AI nº 140.620.

Em qualquer ramo do Direito, e não poderia serdiferente, os institutos da prescrição e da decadênciasão considerados de direito substantivo. Assim no Di-reito Tributário (cf. RESP nº 88.999 e RESP nº140.172), no Direito Penal (AgR em AP nº 103, no STJ,e HC nº 75679, no STF), no Direito do Trabalho e,como já assinalado, também o Direito Civil. Além dis-so, como observa Arruda Alvim, prescrição e decadên-cia são fenômenos que ocorrem extraprocessualmen-te (cf. Manual de Direito Processual Civil, vol. 1. SãoPaulo: RT, 1996, p. 431), não se podendo olvidar a li-ção de Ada Pellegrini Grinover, segundo a qual:

“São normas jurídicas materiais (ou substancia-is) as que disciplinam imediatamente a cooperaçãoentre pessoas e os conflitos de interesses ocorrentesna sociedade, escolhendo qual dos interesses confli-tantes, e em que medida, deve prevalecer e qual deveser sacrificado. (...)

Pelo prisma da atividade jurisdicional, que se de-senvolve no processo, percebe-se que as normas jurídi-cas materiais constituem o critério de julgar, de modoque, não sendo observadas, dão lugar ao error in iudi-cando; as processuais constituem o critério de proceder,

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado 24 01245 363ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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de maneira que, uma vez desobedecidas, ensejam aocorrência do error in procedendo.” (CINTRA, AntônioCarlos de Araújo. GRINOVER, Ada Pellegrini.DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Pro-cesso. São Paulo: Malheiros, 1996. p. 88-9)

Evidentemente, normas que fixam prazos deca-denciais e prescricionais referem-se ao próprio direitomaterial discutido, seja para extingui-lo, seja para tor-ná-lo inexigível. Não por outro motivo o Código de Pro-cesso Civil determina a extinção do processo com julga-mento de mérito, quando reconhecida pelo juiz a prescri-ção ou a decadência (art. 269, IV), que a doutrina empeso proclama serem exceções materiais, distinguin-do-as das exceções processuais, como é a de incompe-tência.

Ante as razões expostas, inexiste óbice à regu-lação, por medida provisória, de prazos de prescriçãoou decadência.

Estas são, Senhor Presidente, as razões quenos levam a submeter a anexa proposta de MedidaProvisória ao descortino de Vossa Excelência.

Respeitosamente, – José Dirceu de Oliveira eSilva, Chefe da Casa Civil da Presidência da Repúbli-ca – Ricardo José Berzoini, Ministro de Estado da

Previdência Social – Álvaro Augusto Ribeiro Costa,Advogado-Geral da União.

PS-GSE nº 72

Brasília, 22 de janeiro de 2004

A Sua Excelência o SenhorSenador Romeu TumaPrimeiro-Secretário do Senado FederalNesta

Senhor Secretário,Encaminho a Vossa Excelência, a fim de ser sub-

metida à consideração do Senado Federal, a inclusaMedida Provisória nº 138, de 2003, do Poder Executivo,aprovada na Sessão Plenária do dia 21-1-04, que “Alte-ra e acresce dispositivo à Lei nº 8.213, de 24 de julho de1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Pre-vidência Social”, conforme o disposto no art. 62 daConstituição Federal, com a redação dada pela Emen-da Constitucional nº 32, de 2001.

Atenciosamente, – Deputado Geddel VieiraLima, Primeiro-Secretário.

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PARECER SOBRE A MEDIDA PROVISÓRIANº 138, DE 2003, PROFERIDO

EM SUBSTITUIÇÃO À COMISSÃO MISTA,NO PLENÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

O SR. JOSÉ PIMENTEL (PT – CE. Para emitirparecer. Sem revisão do orador) – Sr. Presidente,Sras. e Srs. Deputados, a medida provisória ora rela-tada tem o objetivo de alterar e de acrescer dispositi-vo à Lei nº 8.213, de 1991, que dispõe sobre os pla-nos de benefício da Previdência Social.

A medida provisória não teve a constituição daComissão Especial, em face da não-indicação dosmembros dos partidos políticos desta Casa. Portanto,quanto à admissibilidade, conforme determinam aConstituição Federal, art. 62, § 5º, e a Resolução nº 1,de 2002, do Congresso Nacional, art. 5º, cabe aoCongresso Nacional, no que toca a medidas provisó-rias, deliberar sobre o atendimento dos pressupostosconstitucionais, nos quais se incluem a relevância e aurgência, bem como sobre a adequação orçamentá-ria e financeira e o mérito.

A Exposição de Motivos nº 57, de 2003, alinhouconsistentemente as razões de justificativa para aadoção da Medida Provisória nº 138, de 2003.

Urgência e relevância.Estão configuradas a urgência e relevância, ten-

do em vista a necessidade de efetuar a modificaçãosupracitada antes do dia 30 de novembro de 2003.Em tal data, encerrar-se-ia o prazo para que os apo-sentados pudessem ajuizar ações de revisão de apo-sentadoria. Com a edição da medida provisória, res-taurando-se o prazo de 10 anos, evitou-se na práticaa inviabilização dos Juizados Especiais Federais, queestavam recebendo quantidades significativas deações de tal natureza.

Com base no exposto e tendo em vista o cum-primento do que estabelece o art. 162 da ConstituiçãoFederal e o que dispõe o § 1º do art. 2º da Resoluçãonº 1, de 2002, somos pela admissibilidade da medidaprovisória.

Da constitucionalidade, juridicidade e técnica le-gislativa.

A matéria contida na medida provisória não seinsere entre aquelas de competência exclusiva doCongresso Nacional (art. 49 da Constituição Federal)ou de qualquer de suas Casas (arts. 51 e 52 da Cons-tituição Federal), da mesma forma que não se contra-põe aos temas cujo tratamento é vedado por intermé-dio desse instrumento normativo (art. 62, § 1º daConstituição Federal).

Pelo exposto, votamos pela constitucionalida-de, juridicidade e boa técnica legislativa da MedidaProvisória nº 138, de 2003.

Da adequação financeira e orçamentária.A análise de adequação financeira e orçamentá-

ria da Medida Provisória nº 138, de 2003, deve seguiras disposições da Resolução nº 1, de 2002, do Con-gresso Nacional. O § 1º do art. 5º dessa Resoluçãodefine que o exame da compatibilidade e adequaçãoorçamentária e financeira das medidas provisóriasabrange a análise da repercussão sobre a receita ousobre a despesa pública da União e da implicaçãoquanto ao atendimento das normas orçamentárias efinanceiras vigentes, em especial a conformidadecom a Lei Complementar nº 101, de 4 maio de 2000, aLei do Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamen-tárias e a Lei Orçamentária da União.

No que se refere ao exame da compatibilidade eadequação orçamentária e financeira, não há óbicepara a aprovação da presente medida provisória, eisque não há repercussão direta e imediata sobre a re-ceita ou despesa pública da União, obedecendo-se,desse modo, às normas orçamentárias e financeirasvigentes.

Quanto às Emendas nºs 7, 8, 9, 10, 11, 13, 14e 15, prevêem concessão de reajuste imediato nosbenefícios previdenciários, sem previsão de receitapara isso no Orçamento de 2004, e sem justificativaadequada, contrariando a Lei de ResponsabilidadeFiscal.

Diante do exposto, consideramos ser a MedidaProvisória nº 138, de 2003, nos termos da Resoluçãonº 1, de 2002, do Congresso Nacional, adequada or-çamentária e financeiramente, devendo serem rejei-tadas ante tal aspecto as Emendas nºs 7, 8, 9, 10, 11,13,14 e 15, por serem inadequadas.

Do mérito.A Medida Provisória nº 138 visa modificar dispo-

sitivos da Leis nº 8.213, de 24 de julho de 1991, demodo a ampliar os prazos decadenciais de 5 para 10anos, em relação a direitos previdenciários.

Portanto, votamos no mérito pela aprovação daMedida Provisória nº 138 e votamos pela incompatibi-lidade e inadequação orçamentária e financeira dasEmendas de nºs 7, 8, 9, 10, 11, 13, 14 e 15.

Quanto às Emendas de nºs 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 12,votamos pela sua compatibilidade e adequação orça-mentária e financeira e, no mérito, pela sua rejeição.

É o parecer, Sr. Presidente.

PARECER ESCRITO ENCAMINHADOÀ MESA

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado 24 01265 383ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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MEDIDA PROVISÓRIA Nº 138, DE 2003

MENSAGEM Nº 629, DE 2003-CN

Altera e acresce dispositivo á Lei nº8.213, de 24 de julho de 1991, que dispõesobre os Planos de Benefícios da Previ-dência Social.

Autor: Poder ExecutivoRelator: Deputado José Pimentel

I – Relatório

O Excelentíssimo Senhor Presidente da Repú-blica, com fundamento no art. 62 da Constituição Fe-deral, submete à deliberação do Congresso Nacional,nos termos da Mensagem nº 629, de 2003, a MedidaProvisória nº 138, de 19 de novembro de 2003, quealtera e acresce dispositivo à Lei nº 8.213, de 24 dejulho de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefí-cios da Previdência Social.

A Medida Provisória nº 138 visa modificar dispo-sitivos das Leis nº 8.213, de 24 de julho de 1991, demodo a ampliar os prazos decadenciais de cinco paradez anos, em relação a direitos previdenciários.

A Medida Provisória nº 1.523-9, de 27 de junhode 1997, já havia ampliado tal prazo para dez anos,em relação ao direito do segurado ou beneficiário árevisão do ato de concessão de benefício. Contudo, aMedida Provisória nº 1.663-15, de 22 de outubro de1998, convertida na Lei nº 9.711, de 20 de novembrode 1998, modificou tal dispositivo, retrocedendo oprazo decadencial para cinco anos, em prejuízo aosbeneficiários do INSS.

A Medida Provisória prevê também a alteraçãodo prazo decadencial para dez anos, para possibilitarà Administração Previdenciária rever em os atos ad-ministrativos por ela editados, com a finalidade deresguardar o interesse da coletividade de beneficiári-os e contribuintes da Previdência Social.

A Comissão Mista a que se refere o art. 62, § 9º,da Constituição Federal, a ser constituída para emitirparecer sobre medida provisória, não se instalou.Dessa forma, por meio do Ofício nº 725-CN, de 1º dedezembro de 2003, o Exmº Sr. Presidente do Con-gresso Nacional encaminhou o processo relativo àMedida Provisória em comento ao Exmº Sr. Presiden-te da Câmara dos Deputados. Nesta oportunidade,portanto, cabe ao Plenário da Câmara dos Deputadosdeliberar sobre a matéria.

No decorrer do prazo regimental, foram apre-sentadas 15 emendas perante a Comissão Mista, soba autoria dos seguintes Parlamentares: Senador

Álvaro Dias: emenda nº 15; Deputado Arnaldo Fariade Sá: emendas nºs 9, 10 e 11; Deputado Cláudio Ca-jado: emenda nº 3; Deputado Fernando de Fabinho:emenda nº 7; Deputado José Carlos Aleluia: emen-das nºs 1 e 2; Deputado Jutahy Junior: emendas nºs 6e 8; Deputado Luiz Carlos Hauly: emendas nºs 12, 13e 14; Deputado Serafim Venzon: emenda nº 4; e De-putada Thelma de Oliveira: emenda nº 5.

É o relatório.

II – Voto do Relator

Da AdmissibilidadeConforme determina a Constituição Federal, art.

62, § 5º, e a Resolução nº 1, de 2002, do CongressoNacional, art. 5º, cabe ao Congresso Nacional, no quetoca a medidas provisórias, deliberar sobre o atendi-mento dos pressupostos constitucionais, nos quais seincluem a relevância e a urgência, bem como sobre aadequação orçamentária e financeira e o mérito.

O art. 62 da Constituição Federal dispõe que,em caso de relevância e urgência, o Presidente daRepública poderá adotar medidas provisórias, comforça de lei, devendo submetê-las de imediato aoCongresso Nacional. O § 1º do art. 2º da Resoluçãonº 1, de 2002, do Congresso Nacional, determinaque, na data da publicação da medida provisória noDiário Oficial da União, será enviado ao CongressoNacional o seu texto, acompanhado da respectivamensagem e documentos que revelem a motivaçãodo ato.

A admissibilidade depende, dessa forma, daobediência aos pressupostos constitucionais de rele-vância e urgência, bem como do atendimento aomencionado dispositivo do Regimento Comum doCongresso Nacional.

A Exposição de Motivos nº 57, de 2003, alinhouconsistentemente as razões de justificativa para aadoção da Medida Provisória nº 138/2003.

Urgência e relevânciaEstão configuradas a urgência e relevância, ten-

do em vista a necessidade de efetuar a modificaçãosupracitada antes do dia 30 de novembro de 2003.Em tal data, encerrar-se-ia o prazo para que os apo-sentados pudessem ajuizar ações de revisão de apo-sentadoria. Com a edição da Medida Provisória, res-taurando-se o prazo de dez anos, evitou-se na práticaa inviabilização dos Juizados Especiais Federais, queestavam recebendo quantidades significativas deações de tal natureza.

Segundo o juiz federal Flávio Dino, a edição daMP foi correta. “Sem a MP os Juizados Federais se in-

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viabilizariam”, afirmou o magistrado. Em outubro enovembro de 2003, os Juizados receberam mais de1,2 milhão de ações previdenciárias, o que represen-ta cerca de 150% de todo o volume de ações levadasaos JEF desde a sua criação, em janeiro de 2002(859 mil processos, até 31 de agosto deste 2003).

Com base no exposto e tendo em vista o cum-primento do que estabelece o art. 62 da ConstituiçãoFederal e o que dispõe o § 1º do art. 2º da Resoluçãonº 1, de 2002, somos pela admissibilidade da MedidaProvisória.

Da Constitucionalidade, Juridicidade e TécnicaLegislativa

A matéria contida na medida provisória não seinsere entre aquelas de competência exclusiva doCongresso Nacional (art. 49 da Constituição Federal),ou de qualquer de suas Casas (arts. 51 e 52 da Cons-tituição Federal), da mesma forma que não se contra-põe aos temas cujo tratamento é vedado por intermé-dio desse instrumento normativo (art. 62, § 1º, daConstituição Federal).

E a medida provisória em tela coaduna-se como ordenamento jurídico vigente e foi redigida atenden-do todas as normas relativas à boa técnica legislativa,possuindo clareza, precisão e ordem lógica, em con-formidade com a Lei Complementar nº 95, de 1998,alterada pela de nº 107, de 2001.

No entanto, a emenda de nº 12 não trata dotema objeto da Medida Provisória, devendo ser rejei-tada com base no art. 4º, § 4º, da Resolução nº1/2002-CN.

Pelo exposto, votamos pela constitucionalida-de, juridicidade e boa técnica legislativa da MedidaProvisória nº 138, de 2003, e pela rejeição da emendade nº 12.

Da Adequação Financeira e OrçamentáriaA análise de adequação financeira e orçamentá-

ria da Medida Provisória nº 138, de 2003, deve seguiras disposições da Resolução nº 1/2002 do Congres-so Nacional. O § 1º do art. 5º dessa Resolução defineque o exame de compatibilidade e adequação orça-mentária e financeira das medidas provisórias abran-ge a análise da repercussão sobre a receita ou sobrea despesa pública da União e da implicação quantoao atendimento das normas orçamentárias e financei-ras vigentes, em especial a conformidade com a LeiComplementar nº 101, de 4 maio de 2000, a lei do pla-no plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e a leiorçamentária da União.

No que se refere ao exame da compatibilidade eadequação orçamentária e financeira, não há óbice

para a aprovação da presente Medida Provisória, eisque não há repercussão direta e imediata sobre a recei-ta ou despesa pública da União, obedecendo-se, dessemodo, às normas orçamentárias e financeiras vigentes.

Quanto às emendas de nºs 07, 08, 09, 10, 11, 13,14 e 15, prevêem concessão de reajuste imediato nosbenefícios previdenciários, sem previsão de receita paraisso no Orçamento de 2004, e sem justificativa adequa-da, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Diante do exposto, consideramos ser a MedidaProvisória nº 138, de 2003, nos termos da Resoluçãodo Congresso Nacional nº 01, de 2002, adequada or-çamentária e financeiramente, devendo ser rejeita-das ante tal aspecto as emendas de nºs 07, 08, 09,10, 11, 13, 14 e 15.

Do MéritoA Medida Provisória nº 138 visa modificar dispo-

sitivos da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, demodo a ampliar os prazos decadenciais de cinco paradez anos, em relação a direitos previdenciários.

Tal modificação mostra-se plenamente justifica-da. A Medida Provisória nº 1.523-9, de 27 de junho de1997, já havia ampliado tal prazo para dez anos, emrelação ao direito do segurado ou beneficiário à revi-são do ato de concessão de benefício. Contudo, la-mentavelmente, a Medida Provisória nº 1.663-15, de22 de outubro de 1998, convertida na Lei nº 9.711, de20 de novembro de 1998, modificou tal dispositivo, re-trocedendo o prazo decadencial para cinco anos, pre-judicando o universo dos beneficiários do INSS.

A Medida Provisória prevê corretamente tam-bém a alteração do prazo decadencial para dez anos,de modo a permitir à Administração Previdenciária re-ver os atos administrativos por ela editados, com a fi-nalidade de resguardar o interesse da coletividade debeneficiários e contribuintes da Previdência Social.

Em boa hora foi editada a Medida Provisória sobanálise. Caso restasse mantido para 30 de novembrode 2003 o prazo para que os aposentados e pensio-nistas pudessem ajuizar ações de revisão de aposen-tadoria, restaria prejudicado um grande contingentede beneficiários. Com a edição da Medida Provisória,restaurando-se o prazo de dez anos, evitou-se naprática a inviabilização dos Juizados Especiais Fede-rais, que estavam recebendo quantidades significati-vas de ações de tal natureza.

Em outubro e novembro de 2003, os Juizadosreceberam mais de 1,2 milhão de ações previdenciá-rias, o que representa cerca de 150% de todo o volu-me de ações levadas aos JEF desde a sua criação,

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em janeiro de 2002 (859 mil processos, até 31 deagosto deste 2003).

Passemos, por fim, à análise das emendas àMedida Provisória nº 138/2003 ainda não analisadasnos itens anteriores. Devem ser rejeitadas, pelos se-guintes motivos:

– prevêem o prazo decadencial de cinco anos,ao invés de 10 anos, em prejuízo ao universo dos be-neficiários da Previdência Social (nºs 01, 03, e 04);

– a emenda nº 02 é despicienda, eis que as hipó-teses por ela suscitadas já estão abrangidas no textooriginal previsto no art. 1º da MP. Com efeito, a decisãoanulatória ou revogatória de benefício, fundamentadaem razões de legalidade ou conveniência e/ou oportuni-dade, equivale, para os efeitos pretendidos pela MP, àdecisão indeferitória definitiva. Ao contrário, caso fossealterado o texto, conforme pretendido pela emenda,restringe-se o benefício de aumento de prazo previstona MP, tão-somente, para os benefícios previdenciários

que tenham sido indeferidos por razões de ilegalida-de ou conveniência e/ou oportunidade;

– a emenda nº 05 trata de modo incorreto a matériaobjeto da Medida Provisória, eis que a mudança no insti-tuto da decadência, e não da prescrição, atende adequa-damente os interesses dos beneficiários e do INSS, emconformidade com a jurisprudência majoritária;

– a emenda nº 06 traz evidentes prejuízos à se-gurança jurídica, além de violar o princípio constituci-onal relativo ao respeito à coisa julgada e ao ato jurí-dico perfeito.

Por conseguinte, voto pela constitucionalidade, ju-ridicidade e técnica legislativa, pelo atendimento dospressupostos constitucionais de relevância e urgência,pela adequação financeira e orçamentária, e, no mérito,pela aprovação da Medida Provisória nº 138, de 2003,com a rejeição de todas as emendas apresentadas.

Plenário da Câmara dos Deputados, 21 de jane-iro de 2004. – Deputado José Pimentel, Relator.

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LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELASECRETARIA-GERAL DA MESA

LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991

Regulamento

Dispõe sobre os Planos de Benefíci-os da Previdência Social e dá outras pro-vidências.

PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.213,DE 24 DE JULHO DE 1991, DETERMINADA

PELO ART. 12 DA LEI Nº 9.528,DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997

....................................................................................

Art. 103. É de cinco anos o prazo de decadên-cia de todo e qualquer direito ou ação do seguradoou beneficiário para revisão do ato de concessão debenefício, a contar do dia primeiro do mês seguinteao recebimento da primeira prestação ou, quandofor o caso, do dia em que tomar conhecimento dadecisão indeferitória definitiva no âmbito administra-tivo. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 20-11-98)(Vide Medida Provisória nº 138, de novembro de2003)

Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, acontar da data em que deveriam ter sido pagas,toda e qualquer ação para haver prestações venci-das ou quaisquer restituições ou diferenças devi-das pela Previdência Social, salvo o direito dosmenores, incapazes e ausentes, na forma do Có-digo Civil. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.528, de10-12-97)....................................................................................

OFÍCIO DO MINISTRO DE ESTADODAS RELAÇÕES EXTERIORES

URGENTE

Ofício nº 01DE-I/ABC-MRE – PEXT-SHUM

Brasília, 13 de janeiro de 2004

A Sua Excelência o SenhorSenador José SarneyPresidente do Conbresso NacionalBrasília – DF

Senhor Presidente,

Tenho a honra de levar ao conhecimento deVossa Excelência que o Senhor Geir Lundestad,

Diretor do Comitê Nobel da Paz, dirigiu carta àEmbaixada do Brasil em Oslo, encaminhando umconjunto de diretrizes a serem observadas pelasautoridades que detêm o privilégio de submetercandidaturas para a próxima edição do PrêmioNobel da Paz, cujo prazo se encerra no próximodia 31 de janeiro de 2004.

2. Como Vossa Excelência poderá observarpelo material impresso que lhe envio em anexo, po-dem apresentar candidatos ao referido Prêmioaquelas personalidades que reúnam uma das se-guintes características:

• membros de Parlamentos e Gover-nos;

• membros de cortes internacionais deJustiça;

• reitores de universidades; profes-sores universitários de Ciências Sociais,História, Filosofia, Direito e Teologia; diri-gentes de institutos de pesquisa voltadapara a paz e de institutos de relações in-ternacionais;

• antigos detentores do Prêmio Nobelda Paz;

• membros de organizações que rece-beram o Prêmio Nobel da Paz;

• atuais e antigos membros do ComitêNobel da Noruega;

• antigos Conselheiros do Instituto No-bel da Noruega.

3. Permito-me reiterar, nos termos das diretri-zes em anexo, recomendação do comitê encarrega-do do Prêmio Nobel da Paz, segundo a qual a apre-sentação de candidaturas deve ser feita sem publici-dade.

4. Muito agradeceria a Vossa Excelência oobséquio de transmitir as presentes informaçõesaos membros do Congresso Nacional interessa-dos.

Atenciosamente, Samuel Pinheiro Guima-rães, Ministro de Estado, interino, das RelaçõesExteriores.

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O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – O Expedi-ente lido vai à publicação.

Sobre a mesa, requerimento que passo a ler.

É lido o seguinte

REQUERIMENTO Nº 20, DE 2004

Senhor Presidente,Nos termos do art. 74, inciso II, combinado com

o art. 75 do Regimento Interno do Senado Federal, re-queiro a constituição de Comissão Externa, compostade cinco senadores, com a finalidade de acompanhara Comissão de Sindicância criada pelo Ministério daSaúde, para investigar supostas irregularidades nafila de transplante de medula óssea, praticadas porautoridades ao favorecer apadrinhados políticos, ten-do em vista as denúncias do médico Daniel Tabak,ex-diretor do Centro de Transplante de Medula Ósseado Instituto Nacional do Câncer – INCA, em seu pedi-do de exoneração.

Justificação

A imprensa noticiou nos últimos dias a exonera-ção do médico Daniel Tabak, da diretoria do InstitutoNacional do Câncer – INCA.

Em seu pedido de exoneração o Dr. Tabak men-ciona a interferência de políticos para favorecer deter-minadas pessoas, não respeitando o critério anterior-mente determinado, ou seja, por meio das filas de es-pera para transplantes, constituindo-se num segundoescândalo nos últimos seis meses, numa instituiçãoque é modelo de saúde pública em nosso País.

Ao criar a Comissão de Sindicância, diante dagravidade das denúncias do exdiretor, o Ministério daSaúde admite que existem alguns indícios de irregu-laridades, o que justifica a medida tomada.

Desta forma, solicito apoio dos nobres parespara aprovação deste requerimento para que o Sena-do possa acompanhar o andamento das investiga-ções.

Sala das Sessões, 23 de janeiro de 2004. –Senadora Lúcia Vânia.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – O requeri-mento lido será incluído, oportunamente, em Ordemdo Dia, nos termos do art. 255, inciso II, alínea “c”,item 6, do Regimento Interno.

Sobre a mesa, ofício que passo a ler.

É lido o seguinte

OF. PSDB/Nº 62/2004

Brasília, 23 de Janeiro de 2004

Senhor Presidente,Indico a Vossa Excelência os Deputados Nilson

Pinto e Domiciano Cabral, como membros titulares, eos Deputados João Castelo e Ariosto Holanda, comomembros suplentes, para integrarem a ComissãoMista destinada a analisar a Medida Provisória nº151, de 2003, que “dispõe sobre a criação do InstitutoNacional do Semi-Árido – INSA, unidade de pesquisaintegrante da estrutura básica do Ministério da Ciên-cia e Tecnologia, e dá outras providências”, em subs-tituição aos membros anteriormente indicados.

Respeitosamente, – Deputado Jutahy Júnior,Líder do PSDB.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Serão fei-tas as substituições solicitadas.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – O SenhorPresidente da República adotou em 21 de janeiro de2004, e publicou em 22 do mesmo mês e ano, a Medi-da Provisória nº 161, de 2004, que “Acresce o art.1º-A à Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001, queinstitui Contribuição de Intervenção no Domínio Eco-nômico incidente sobre a importação e a comerciali-zação de petróleo e seus derivados, gás natural eseus derivados, e álcool etílico combustível (Cide), edá outras providências.”

De acordo com as indicações das lideranças, enos termos da Resolução nº 1, de 2002-CN, art. 2º eseus parágrafos, fica assim constituída a ComissãoMista incumbida de emitir parecer sobre a matéria:

SENADORES

Titulares Suplentes

Bloco Parlamentar da Minoria (PFL/PSDB)

Efraim Morais (PFL) Rodolpho Tourinho (PFL)Tasso Jereissati (PSDB) César Borges (PFL)José Agripino (PFL) Eduardo Azeredo (PSDB)Arthur Virgílio(PSDB) Leonel Pavan (PSDB)

Bloco de Apoio ao Governo(PT/PSB/PTB/PL)

Tião Viana (PT) 1.Fernando Bezerra(PTB).Antonio Carlos Valadares(PSB 2.Roberto Saturnino (PT)Magno Malta (PL) 3.Ana Júlia Carepa(PT)

PMDB

Renan Calheiros Luiz OtávioHélio Costa Ney SuassunaSérgio Cabral Garibaldi Alves Filho

PDT

Jefferson Péres Almeida Lima

01272 Sábado 24 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL390

Page 405: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

PPS

Mozarildo Cavalcanti vago

DEPUTADOS

Titulares Suplentes

PT

Nelson Pellegrino Fátima BezerraArlindo Chinaglia Iriny Lopes

PFL

José Carlos Aleluia Kátia AbreuRodrigo Maia Antônio Carlos Magalhães Neto

PMDB

Eunício Oliveira André LuizMendes Ribeiro Filho Gustavo Fruet

PSDB

Jutahy Júnior Antônio Carlos Mendes ThameCustódio Mattos Bismarck Maia

PP

Pedro Henry Celso Russomanno

PTB

José Múcio Monteiro’ Ricarte de Freitas

Bloco PL, PSL

Valdemar Costa Neto Bispo Rodrigues

PSB

Eduardo Campos Renato Casagrande

(*) PDT

Neiva Moreira Dr. Hélio

(*) Designação feita nos termos da Resolução nº 2, de 2000-CN.

De acordo com a Resolução nº 1, de 2002-CN,fica estabelecido o seguinte calendário para a trami-tação da matéria:

– Publicação no DO: 22-1-2004;– Designação da Comissão: 23-1-2004;– Instalação da Comissão: 26-1-2004;– Emendas: até 28-1-2004 (7º dia da publica-

ção);– Prazo final na Comissão: 22-1-2004 a

4-2-2004 (14º dia);– Remessa do processo à CD: 4-2-2004;

– – Prazo na CD: de 5-2-2004 a 19-2-2004 (15ºao 28º dia);

– Recebimento previsto no SF: 19-2-2004;– Prazo no SF: de 20-2-2004 a 4-3-2004 (42º

dia);– Se modificado, devolução à CD: 4-3-2004;– Prazo para apreciação das modificações do

SF, pela CD: de 5-3-2004 a 7-3-2004 (43º ao 45º dia);– Regime de urgência, obstruindo a pauta a par-

tir de: 8-3-2004 (46º dia);– Prazo final no Congresso: 22-3-2004 (60

dias).A Presidência esclarece ao Plenário que a Co-

missão Mista que acaba de ser designada deverá to-mar suas deliberações de acordo com o disposto noparágrafo único do art. 14 do Regimento Comum, ouseja, os votos dos membros do Senado Federal e daCâmara dos Deputados deverão ser tomados em se-parado.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Há orado-res inscritos.

Concedo a palavra ao Senador Valdir Raupp.O SR. VALDIR RAUPP (PMDB – RO. Pronun-

cia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, Srªs e Srs. Senadores, telespectadoresda TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, ocupo atribuna no dia de hoje para falar da situação das rodo-vias brasileiras. Gostaria de iniciar por uma das maisantigas, talvez a mais extensa do País, a BR–101.

Sou Senador por Rondônia, onde moro há qua-se 30 anos, mas nasci no Estado de Santa Catarina esei que, ano passado e também este ano, o SenadorLeonel Pavan e a Senadora Ideli Salvatti, ambos deSanta Catarina, já se pronunciaram sobre a duplica-ção da BR–101, de Palhoça, no Estado de Santa Ca-tarina, logo depois de Florianópolis, até Osório, noRio Grande do Sul, o Estado de V. Exª, PresidentePaulo Paim.

Essa rodovia registrou, no ano passado, o maiornúmero de acidentes com vítimas fatais. Tive oportu-nidade, nos feriados de final de ano, de passar porela, dirigindo. Saí de Brasília, fui até o Rio Grande doSul, onde minha mãe mora há quase 30 anos, na ci-dade de Capão da Canoa. Fui criado à beira daBR–101, no Município de São João do Sul, em SantaCatarina. Enfrentei, no final do ano, um engarrafa-mento de 25 quilômetros entre Palhoça e Tubarão.

Natural de Santa Catarina e hoje, com muito or-gulho, Senador por Rondônia, Estado que me aco-lheu, faço um apelo às autoridades brasileiras, espe-cialmente ao Ministro dos Transportes e ao Dire-

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado 24 01273 391ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 406: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

tor-Geral do Dnit para a necessidade urgente de du-plicar essa rodovia. Nesse período de férias, de vera-neio, só Camboriú – cidade onde o Senador LeonelPavan foi Prefeito, se não me falha a memória, portrês vezes – recebe mais de um milhão de pessoas. Ese estabelece o caos na BR–101, na parte aindanão-duplicada, entre Palhoça e Osório, no Rio Gran-de do Sul, um trecho de aproximadamente 300 quilô-metros. Foram quase 200 vítimas fatais no ano pas-sado.

Lembro que a BR–101 é a rodovia do Mercosul,por onde são transportadas cargas do Uruguai e daArgentina para todos os Estados brasileiros.

Gostaria de falar, agora, das BRs do meu Esta-do. Durante o ano passado, devo ter feito quatro oucinco pronunciamentos, falando da situação caóticadas rodovias federais em Rondônia. E começariapela BR–429: extensa, com quase 400 quilômetros,sai do entroncamento da BR–364, na cidade de Pre-sidente Médici, passa pelas cidades de Alvorada, SãoMiguel, Seringueiras, São Francisco e vai até CostaMarques, na fronteira com a Bolívia. A BR–364 e aBR–429 ainda têm 80% de sua extensão sem pavi-mentação asfáltica; as pontes são de madeira, nãoexistem as de concreto, e este período de inverno, dechuvas intensas na Amazônia, vira um verdadeirocaos.

Ontem, o ex-Prefeito de Costa Marques, ÉlioMachado de Assis, telefonou-me à tarde, dizendo quecaíram duas pontes, uma no quilômetro seis, de Cos-ta Marques ao centro do Estado, a cidade de Presi-dente Médici, e outra no quilômetro dezoito. As comu-nidades ficam isoladas, sem combustíveis e até semgêneros alimentícios; pessoas doentes, que preci-sam de tratamento, ficam sem condições de seremtransportadas por ambulância até os maiores centros,Porto Velho ou Ji-Paraná.

Então, apelo às autoridades federais e ao Go-vernador do Estado – que tem a delegação da BR–429 e a quem não faço nenhuma crítica, porque temfeito um trabalho exemplar na área das estradas esta-duais – para que agilizem as obras em curso.

Quero fazer um agradecimento justo ao Presi-dente Lula, ao Ministro José Dirceu, que se empe-nhou também nessa tarefa, ao Ministro dos Transpor-tes e ao Diretor-Geral do Dnit pela liberação de R$12milhões, no final do ano passado, para a construçãode pontes e recuperação da BR–429, dinheiro queacredito seja suficiente.

Que o Governo do Estado, em parceria com oDnit, mesmo neste período chuvoso, possa executar,o mais rápido possível, as obras de reconstrução das

pontes e de manutenção da BR–429, tão importantepara as cidades que citei e para a imensa populaçãoda região, que merece viver com dignidade.

Também a BR–421, que liga Ariquemes a Cam-po Novo, passa por Monte Negro e dá acesso a Buri-tis, tem alguns trechos sem pavimentação, o que,neste período, representa transtornos para a popula-ção não só dessas cidades como da área rural devasta região.

Quero, no entanto, concentrar-me, Sr. Presi-dente, Srªs e Srs. Senadores, na BR–364, espinhadorsal do Estado de Rondônia, pois recebe toda a sa-fra de soja do Mato Grosso para o porto de Porto Ve-lho, o qual tive a grata satisfação de inaugurar duran-te o meu governo. Construímos o porto graneleiro norio Madeira, na cidade de Porto Velho, que faz o esco-amento da safra de grãos de Rondônia e do MatoGrosso para o porto de Itaquatiara, para embarcar emnavios de grande calado. No período de chuvas, anossa BR fica totalmente esburacada, danificada. Oproblema vem do ano passado, pois passou-se o anode 2003 sem que fosse totalmente recuperada. Umpequeno trecho, com a participação do V BEC, semque houvesse necessidade de licitação, foi restaura-do. Mas a maior parte dessa BR, tão importante parao nosso Estado, começa o ano sem que tenha sidorestaurada. Há um trecho, próximo à cidade de Ari-quemes, que há mais de dois anos está totalmenteesburacado e danificado e ainda não foi recuperado.

O trecho de 300 quilômetros entre Porto Velho ea divisa do Acre, Porto Velho – Abunã, também estáem situação lastimável, causando transtorno aos ca-minhoneiros, ao transporte de passageiros, ônibus,táxis, bem como aos veículos leves de passageiros.

Entre Abunã e Guajará-Mirim, cidade históricado nosso Estado, um trecho da BR–425, uma BR umpouco mais curta, de aproximadamente 180 quilôme-tros, também está totalmente esburacado.

Em síntese, as rodovias federais do Estado deRondônia estão com muitos problemas.

Percorri quase seis mil quilômetros neste finalde ano, passando pelas rodovias brasileiras, e não vi,à exceção do trecho que citei referente à BR–101, en-tre Palhoça e Osório, no Rio Grande do Sul, nenhumaBR nas condições em que estão as BRs do Estado deRondônia.

Era esse, Sr. Presidente, o apelo que eu gosta-ria de fazer sobre as BRs do meu Estado, porque cau-sam prejuízos muito grandes. Um caminhão que faziaduas, três viagens por semana, de Sapezal, no MatoGrosso, ao porto graneleiro, em Porto Velho, no meu

01274 Sábado 24 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL392

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Estado, hoje está fazendo apenas uma viagem porsemana, com prejuízos, estourando pneus, quebran-do peças. Afora o transtorno que o transporte de pas-sageiros tem causado para a comunidade do meuEstado.

A BR–319, que vai de Porto Velho a Manaus, noEstado do Amazonas – o problema é antigo; não façonenhuma crítica ao Governo atual, porque já vem deoutros governos a situação dessa BR –, tem uma ex-tensão de 800 quilômetros e hoje está transitável emapenas 170 quilômetros, de Porto Velho a Humaitá,no Amazonas. O restante está totalmente intransitá-vel. Hoje, o transporte de Porto Velho à capital doAmazonas, Manaus, está sendo feito apenas por viaaérea e fluvial – barcos e aviões.

Faço um apelo ao Ministério dos Transportes,ao Diretor-Geral do Dnit, a todas as autoridades dosetor rodoviário brasileiro, para que olhem com aten-ção também para a restauração da BR–319, que ligaPorto Velho à cidade de Manaus, no Amazonas.

Encerro, Sr. Presidente, pedindo atenção espe-cial para esses pontos que citei relativos às BRs queligam Rondônia a outros Estados brasileiros.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim) – Concedo a

palavra ao nobre Senador Sibá Machado por vinte mi-nutos.

O SR. SIBÁ MACHADO (Bloco/PT – AC. Pro-nuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) –Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, Srªs e Srs. Se-nadores, Senador Valdir Raupp, do Estado de Ron-dônia, sempre preocupado com as questões daqueleEstado e de todo o Brasil, quero fazer um breve co-mentário a respeito de uma nova modalidade de as-sentamento de reforma agrária criada no final do anopassado, no finalzinho de dezembro, pelo então Mi-nistro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, epelo Presidente Nacional do Incra, Dr. Rolf Hackbart.

Escrevi este pronunciamento, que passo a ler,porque, falando de improviso, poderia deixar escaparalguns pontos que considero muito importantes.

Se muito do que escreveram Karl Marx e Frie-drich Engels parece para alguns fora do tempo e ob-soleto, continua atual a afirmação de que a proprieda-de privada dos meios de produção é ainda o principalelemento de formação das classes sociais e de seusprincipais conflitos, e o problema da concentração daterra talvez seja a sua versão mais antiga.

Podemos afirmar que lutar pela defesa e expan-são de seu território é um fator inerente às espéciesvivas do planeta, como foi muito bem e cientificamen-

te formatado pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzelcom o conceito de “espaço vital”.

Em relação à ocupação e à reprodução do es-paço agrário pelo grande capital, impuseram-se asregras da grande propriedade de terras, seja paraprodução, seja para acumulação, alijando completa-mente dessa propriedade a parcela social que com-põe a força de trabalho.

Essa situação moldou o cenário das lutas sociaiscamponesas pelo direito de propriedade da terra. Mui-tas vezes, a linguagem usada para responder às reivin-dicações em várias partes do mundo foi a violência.

Hoje, no Brasil, para o Governo Lula, a reformaagrária vem num contexto de negociações e faz partede uma palavra de ordem maior, que é o ordenamentoterritorial. O ordenamento é, na prática, um planejamen-to da ocupação e de uso do solo e dos recursos naturaisde um determinado espaço territorial. Para a efetivaçãodessa visão estratégica de ocupação e de uso do terri-tório, o diálogo entre os diversos segmentos sociais epúblicos é o caminho natural, transformando o processonum verdadeiro pacto sócio-político.

Na Amazônia, o ordenamento territorial torna-seainda mais estratégico. Como região produtora dematéria-prima em grande escala, como minérios,principalmente do complexo de Carajás, recursos flo-restais, com destaque para madeiras nobres, pormeio de exploração predatória, e produtos agrope-cuários do modelo extensivo e recursos hídricoscomo matéria-prima para geração de energia, a ocu-pação dessa região se fez por meio de grandes proje-tos e investimentos que não incorporaram a produçãofamiliar e comunitária como fator importante no pro-cesso de desenvolvimento.

Consolidou-se o espaço vital da grande proprie-dade com características sociais excludentes e degra-dantes dos recursos naturais e com alto grau de con-centração de terras, inclusive terras públicas griladas.

Por outro lado, é indiscutível a necessidade deobras de infra-estrutura na região, como a hidrelétricade Belo Monte, a hidrelétrica do rio Madeira, o asfalta-mento da BR–163, a hidrovia do rio Madeira, a interli-gação Brasil–Peru via Estado do Acre, e o gasodutode Urucu, entre outros, como os programados noPPA 2004/2007.

Esses investimentos vão interferir inevitavel-mente na situação sócio-ambiental da região. Porisso precisamos estabelecer alguns critérios mínimospara o crescimento ordenado na Amazônia a fim deevitar a repetição do padrão de ocupação até então

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado 24 01275 393ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

Page 408: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

predominante. Entre os critérios mínimos, podemoscitar:

A conciliação entre a economia e o meio ambi-ente, com responsabilidade administrativa na utiliza-ção dos espaços naturais. Hoje existem tecnologiasapropriadas geradas pelas instituições de pesquisasbrasileiras que permitem uma adequada produçãosustentável. Não são poucos os exemplos de explo-ração florestal, empresarial e comunitária por meio demanejo sustentável de alto padrão internacional. Aprodução pecuária semi-extensiva, de maior produti-vidade, por meio do manejo e enriquecimento de pas-tos diminuiu a pressão antrópica nos recursos de so-los e florestas.

Outro critério é estabelecer a fórmula capital pú-blico mais capital privado mais a inclusão do capitalcomunitário como padrão de desenvolvimento, tantoem vantagens nos investimentos quanto no direito depropriedade rural. Isso implica que os investimentosem qualquer ordem, sejam públicos ou privados, de-vam levar em consideração o capital comunitáriocomo um parceiro econômico muito importante. Éfundamental que a alta produção do complexo mine-ral compartilhe a rentabilidade e os ganhos gerados eassim gere melhorias nos indicadores sociais regio-nais, como uma reformulação na política nacional deroyalties.

É importante que o abastecimento de determi-nados setores industriais, como o da produção de fer-ro-gusa, com demanda por carvão vegetal para quei-ma nas caldeiras de produção seja realizado pelo ca-pital comunitário, por meio da produção florestal decultivo com mão-de-obra familiar.

O mesmo podemos dizer para os setores agro-pecuário e hidrelétrico, entre outros. Para cada ativi-dade e investimento público ou privado devemos ob-servar se o capital comunitário tem acesso aos bene-fícios gerados pela rentabilidade, se está incluído nacadeia produtiva e se tem direito de acesso à terra e àpropriedade.

Nesse contexto, sendo agora o capital comuni-tário um importante vetor do crescimento nacional, odestino das terras para o capital comunitário é, semdúvida, estratégico para esse novo modelo de desen-volvimento. Assim, a reforma agrária deverá ser o pri-meiro passo do novo ordenamento territorial.

Em relação à reforma agrária, a filosofia tam-bém deve sofrer uma readequação em todo o Brasil,levando em consideração as especificidades de cadaregião. Na Amazônia, a reforma agrária foi caracteri-zada pelos Projetos de Colonização (PC), e os Proje-tos de Assentamento Dirigidos (PAD), voltados para a

agropecuária com módulos padrão, em média, de100 hectares.

A visão militar de integrar para não entregar utili-zou os projetos de colonização e os assentamentos,em geral, como forma de ampliação das fronteirasagrícolas na Amazônia, minimizando a demanda deterra no sul do País, acelerando a migração. Essesprojetos faliram enquanto resposta econômica, au-mentaram o desmatamento, as queimadas e a degra-dação dos solos e, por fim, contribuíram para a recon-centração da terra e o inchaço das cidades, a prolife-ração de favelas, o desemprego e a miséria. Enfim,esses projetos serviram para ampliar ainda mais ochamado espaço vital da grande propriedade no Bra-sil e, principalmente, na região amazônica.

A partir da década de 80, com as lutas promovi-das pelos povos da floresta, foram criadas várias mo-dalidades de assentamento, tais como os Projetos deAssentamento Agroextrativista, os Paex, os Projetosde Desenvolvimento Sustentado, os PDS, e as Re-servas Extrativistas, as chamadas Resex. Todos es-ses numa clara contraposição ao modelo implantadopela ditadura militar de assentamento agropecuário.

Já os Projetos de Desenvolvimento Sustentá-vel, os Projetos de Assentamento Extrativista e asReservas Extrativistas procuram a conciliação entre omodo de vida local e tradicional com o novo, o moder-no, que são as novas tecnologias voltadas para o de-senvolvimento sustentado, buscando uma relação detroca com o mercado nacional e internacional. Porém,dentro da filosofia de uso dessas modalidades, o focoeconômico é a produção não madeireira. Nesse caso,tais modalidades sofreram o desinteresse imediatogovernamental, o baixo grau de tecnologias para aprodução, a baixa liquidez de seus produtos e o cons-tante risco da biopirataria, que contrabandeia amos-tras e conhecimentos das populações tradicionais.

Podemos afirmar, ainda, que os projetos de co-lonização e de assentamento agropecuário implanta-dos até meados dos anos 80 e os mais recentes, osassentamentos extrativistas e os assentamentos dedesenvolvimento sustentável, apesar de intençõeshistóricas distintas, possuem em comum a não valori-zação do principal produto florestal da região, a ma-deira.

Nos primeiros, a madeira é identificada comoforma de capitalização imediata para o investimentoem pasto e nos roçados da propriedade. Isso na me-lhor das hipóteses, já que grande parte é queimadacompletamente.

Nas modalidades mais recentes, como os Re-sex e os PDS, a madeira não é considerada como

01276 Sábado 24 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL394

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fonte de renda e produção, levando esse recurso aser objeto de exploração ilegal por meio da chamadagarimpagem florestal.

Ora, o setor florestal na Amazônia produz, semapoio efetivo das esferas públicas, mais de 30 mi-lhões de metros cúbicos por ano, com apenas 4%dessa produção sendo certificada, manejada e volta-da para o mercado internacional, e cerca de 85% des-sa produção voltada para consumo nacional.

A produção florestal de regiões tropicais apontapara o crescimento contínuo, seja pelo aumento doconsumo seja pela redução de áreas disponíveis, po-dendo o Brasil assumir a liderança e a excelência dosetor, com geração de empregos, distribuição de ren-da e a propriedade na base da cadeia.

E se estudos realizados pelo setor florestal do Mi-nistério do Meio Ambiente indicam que é possível, emtrês anos, ampliar em 100% a produção florestal de for-ma sustentável, penso que a economia florestal daAmazônia é sem dúvida uma importante atividade ca-paz de conciliar produtividade com sustentabilidade.

Um fator de extrema importância é que a econo-mia florestal é também capaz de garantir a inclusãodo capital comunitário na cadeia produtiva, permitin-do uma perfeita equação entre o capital público, pormeio de florestas públicas e assentamentos floresta-is, no apoio à pesquisa, na geração de tecnologia ena formação e extensão florestal, nos financiamentosdiferenciados e infra-estrutura adequada para essaprodução; o capital privado, com o manejo florestalnas reservas legais das grandes propriedades, im-plantação de indústrias florestais para maior agrega-ção de valor da produção e na conquista de novosmercados, e o capital comunitário, na contribuição deoferta de madeira manejada oriunda das florestas na-cionais, de futuros e atuais assentamentos e até mes-mo na pequena indústria beneficiadora.

O perfeito uso dessa equação, que é a soma en-tre capital público, capital privado e capital comunitá-rio, no desenvolvimento da economia florestal resul-tará em um virtuoso processo de inclusão social, inte-grando ao máximo os elos da cadeia produtiva, emque a terra para exploração esteja prioritariamentepara o capital comunitário e o processamento desseproduto esteja prioritariamente para o capital privadoe o capital público, buscando os meios de facilitar esimplificar o desenvolvimento da equação.

Esses fatores nos impõem pensar novamentenas modalidades de assentamentos de reforma agrá-ria na Amazônia, buscando agora uma solução inter-mediária entre a reforma agrária com característicasregionais, a preservação ambiental e o desenvolvi-

mento econômico, nacional e local. O Governo Fede-ral, por meio dos Ministérios do DesenvolvimentoAgrário, do Meio Ambiente e do Incra, lançou o Proje-to de Assentamento Florestal, o PAF.

O PAF propõe agora uma nova produção made-ireira, por meio do manejo comunitário, absorvendocomo assentados as famílias da região, evitando-seao máximo a migração, já que o crescimento vegetati-vo de nossa região vem aumentando em relação àmigração de outros Estados. Os módulos terão tama-nho conforme o adensamento das espécies e a mé-dia de exploração por hectare/ano de cada Estado daAmazônia. No Acre, o Incra já disponibilizou 320 milhectares para implantar os primeiros PAFs, que com-portarão imediatamente o assentamento de mais de1.200 famílias. Toda a produção será absorvida pelaindústria madeireira instalada e por novas empresasde outras regiões, que manifestam interesse em ra-zão da oferta de madeira sem o custo dos conflitossociais e ambientais de outras regiões da Amazônia.

Outro fator positivo do PAF é a sua aplicação emáreas degradadas, com o reflorestamento de espéci-es nativas e de algumas exóticas que poderão ser ca-nalizadas para a indústria madeireira tradicional, paraa indústria de papel e celulose, para a indústria side-rúrgica, com a oferta de carvão vegetal, e para as ter-melétricas, na oferta de combustível, por meio do cul-tivo de palmas e de outras espécies para a produçãode biodiesel e até o aproveitamento de muitas oleagi-nosas nativas.

O importante para o sucesso econômico da re-forma agrária é associá-la ao restante da cadeia pro-dutiva, ou seja, a um comprador imediato. Tradicio-nalmente se esperou da reforma agrária sua auto-or-ganização econômica, na qual a cooperativa planta,beneficia, industrializa, transporta e comercializa.Isso é possível, mas demanda mais tempo, não é au-tomático, e apenas algumas poucas delas consegui-ram tais objetivos.

O PAF é um bom exemplo do nosso Governo decomo poderemos fazer um ordenamento territorial naAmazônia, minimizando a geração de conflitos porterra, incluindo milhares de famílias no processo pro-dutivo, garantindo a sustentabilidade dos nossos re-cursos e de qualquer outro investimento. Com certe-za não é a única forma existente para se alcançar osresultados citados, mas incorpora desde o começo afilosofia e os conceitos inovadores capazes de permi-tir o crescimento do nosso espaço vital, da pequenaprodução comunitária e familiar.

Por fim, acreditamos na reforma agrária. Acredi-tamos na sua viabilidade econômica, social e ambien-

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado 24 01277 395ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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tal, na sua contribuição para o ordenamento do terri-tório da Amazônia e para o crescimento do País e dapaz no campo. Para isso devemos adotar daqui paraa frente a equação K= P¹+P²+C, onde K é o capital, P¹é o poder público, P² é o capital privado e C é o capitalcomunitário. Enfim, incluir definitivamente o capitalcomunitário no processo de desenvolvimento do Bra-sil e principalmente de nossa região.

Sr. Presidente, eu fiquei muito feliz em saberque, no dia 4 de fevereiro, o Presidente Lula vai criaros primeiros quatro assentamentos experimentais noEstado do Acre. Convido V. Exª a participar do eventoporque acredito que ele pode, agora, de forma defini-tiva, resolver a crise da relação entre empresas ma-deireiras, o Poder Público, as leis ambientais e, princi-palmente, os posseiros.

Foram muito tristes os episódios ocorridos noEstado do Pará durante aquela crise. Ontem, toma-mos conhecimento pela imprensa de que dezesseismadeireiros foram presos pela Polícia Federal e ou-tros dezesseis estão sendo procurados. O Municípiode Anapu vive um estado de guerra, com pessoas de-saparecidas e conflitos de toda ordem. Eu penso queestá na hora de dar um basta nessa situação.

Tenho dito que interessa a todos ganhar dinhei-ro, não somente ao empresariado. Para isso, precisa-mos apenas trabalhar, e todos querem uma oportuni-dade. A experiência da empresa Ouro Branco, inau-gurada no Município de Capixaba, no Acre, já con-quistou um vasto mercado na China, na Europa e emoutros lugares. Então, se essa empresa precisa demadeira, temos agora quatro comunidades com ma-deira certificada, legalizada, estabelecida segundo osparâmetros da lei e fiscalizada pelo Ibama. Vamosfornecer o produto a essa empresa, que já temknow-how de indústria, transporte e comércio e vaiabsorver parte dessa compra. Estamos fazendo o pri-meiro casamento perfeito entre o setor empresarialmadeireiro e a exploração comunitária.

Portanto, encerro dizendo que, se a companhiaVale do Rio Doce precisa hoje de carvão vegetal, po-demos implementar o cultivo de espécies para forne-cer-lhe o produto. Se precisa também de biodiesel,pois vai substituir o óleo por esse combustível, nãoprecisa comprar um palmo de terra; basta fazer umcontrato de compra direta com o pessoal da reformaagrária. Assim, acredito no sucesso definitivo do nos-so Brasil.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Agrade-ço a tolerância pelos minutos que excedi.

O SR. PRESIDENTE (Valdir Raupp) – SenadorSibá Machado, a Presidência felicita V. Exª pelo bri-

lhante pronunciamento. Compartilho das suas preo-cupações, mas acredito ser perfeitamente possível,com projetos bem elaborados, conciliar o desenvolvi-mento sustentável e o meio ambiente. Agradeço tam-bém a citação de projetos tão importantes, como asusinas do Madeira, as hidrovias de Rondônia e doAcre, e também o gasoduto Urucu–Porto Velho.

Durante o discurso do Sr. Siba Ma-chado, o Sr. Paulo Paim, 1º Vice-Presiden-te, deixa a cadeira da presidência, que éocupada pelo Sr. Valdir Raupp.

O SR. PRESIDENTE (Valdir Raupp) – Concedoa palavra ao nobre Senador Paulo Paim.

V. Exª dispõe de até 20 minutos, Senador.O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS. Pronuncia

o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, quero usar a palavra neste momento paratratar de dois assuntos. Não há como eu vir à tribunae não falar da história já surrada e tão malhada do ditoacordo da reforma da Previdência. Quero dizer, Sr.Presidente, que, em nenhum momento, ataquei destatribuna, de forma pessoal, o Presidente da Câmarados Deputados. Apenas relatei os fatos do acordo fir-mado no Senado da República, de que participei, jun-tamente com o Presidente Sarney e todos os Líderes,para aprovação da PEC paralela.

Utilizei nesta Casa, ontem, um termo usado pelopróprio Presidente da Câmara, ou seja, esta convoca-ção será um escândalo se não for votada a PEC daPrevidência, que garante paridade, transição, subtetoe que os aposentados por invalidez, os portadores dedeficiência e os que têm doença incapacitante prati-camente não paguem 11% de contribuição; garantetambém a inclusão da dona de casa e o não-paga-mento pelo desempregado do percentual de quemestá na ativa para manter o vínculo com a Previdên-cia. Eu apenas, Senador Eurípedes Camargo e Sena-dor Valdir Raupp, que preside a sessão, relatei comoo acordo foi construído. Comentei até que os LíderesAloizio Mercadante e Tião Viana indagaram se euqueria um documento do Presidente da República di-zendo que seria aprovada, como acordamos, a PECnº 77. Eu disse que não seria necessário, mas mes-mo assim recebi o documento do Ministro Berzoini,em nome do Governo. Apenas relatei os fatos.

Lembro-me ainda da época em que eu era sindi-calista, Senador Valdir Raupp e Senador EurípedesCamargo. Quando um acordo era aprovado naAssembléia, eu assinava e dizia aos trabalhadores: oque está acordado agora é lei; se alguém entrar naJustiça contra o acordo, querendo rompê-lo, deponho

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Page 411: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

contra ele. Eu o fiz. Enquanto fui sindicalista, o acordosempre foi cumprido. Houve uma única vez, mas, aofinal, a pessoa retirou a ação contra o acordo.

Para mim, palavra dada é questão de honra, deética, de princípio, e eu não posso participar de umafarsa. Foi dito que a PEC paralela era uma farsa paradar uma desculpa àqueles que votaram na PEC nº67. Não participo de farsa. Se a PEC nº 77 não foraprovada como foi acertado, inclusive com a redaçãodesses assuntos que citei, com a participação do Mi-nistro Berzoini, estou fora. Prefiro encerrar a minhavida parlamentar com este mandato a participar deuma farsa.

Quero ainda acreditar na palavra do SenadorTião Viana, que me ligou ontem, às 21 horas, e disse:“Falei com o Ministro José Dirceu. Fique tranqüilo,porque a posição do Governo é de total apoio à PECparalela”. Por que, então, se criam as contradições?

O Senador Eurípedes Camargo estava comigona reunião que realizamos ontem, às 18h30min, naPresidência do Senado, em que estiveram presentesrepresentantes de setenta entidades, que demonstra-ram também preocupações a respeito de onde esta-ria vindo a ordem para não dar prioridade à PEC nº77. Afinal, esse é o único motivo desta convocação.

Como vamos explicar à sociedade, pelas palavrasdos Presidentes das duas Casas e do Presidente daRepública, que o Congresso foi convocado extraordina-riamente por causa da PEC nº 77, que garante direitosaos trabalhadores, e que ela não será votada?

Como eu disse ontem, se fosse para não votar aPEC paralela e para quebrar o acordo, que disses-sem: “Não vamos convocar o Congresso, porque oacordo está quebrado”. Assim, pelo menos, a popula-ção não seria taxada duas vezes: por não ter o bene-fício das mudanças positivas da reforma e ainda pelopagamento da convocação extraordinária.

De fato, esse é um escândalo. Foi isso que eudisse ontem. Não fiz ataque pessoal a ninguém,como não é da minha história parlamentar. Nunca fuidaqueles que ficam nessa, por exemplo, de “devolveou não devolve o dinheiro”. Nunca entrei nessa polê-mica e não quero entrar. Faço a minha história parla-mentar em cima de idéias, de projetos. Tenho orgulhode dizer que sou autor do Estatuto do Idoso, do Esta-tuto da Igualdade Racial, do Estatuto da Pessoa comDeficiência, das principais leis de política salarial jáaprovadas nos últimos quinze anos neste País, quepassaram pelo Congresso. Sou autor, junto com oDeputado Inácio Arruda, do projeto de redução de jor-nada de trabalho, que mais cedo ou mais tarde se tor-nará uma realidade. Na Câmara apresentei mais de

setecentos projetos e, aqui no Senado, já apresenteimais de cem, sendo que uma meia dúzia já foi apro-vada e está se transformando em lei.

Faço a minha vida parlamentar assim e não embriga pequena, de questiúnculas pessoais e debatesinfundados, sem o mínimo de razão, de ataques pes-soais entre esse ou aquele Parlamentar. Faço esseesclarecimento, porque não fiz e não farei nenhumataque pessoal a nenhum Senador ou Deputado.

Porém, o acordo que firmaram comigo, eu o co-brarei durante os oito anos em que permanecer nestaCasa, a não ser que Deus me leve antes. Se issoacontecer, vou conversar lá no céu. Essa PEC nº 67será a PEC da mentira, a PEC da malandragem. Nãoadmito ser enganado. Isso não admito.

Confio – digo mais uma vez – na palavra do Pre-sidente da República, na palavra do Ministro José Dir-ceu e na palavra do Líder Tião Viana, que me disse on-tem à noite que o Governo vai dar prioridade à PEC pa-ralela e que ela será votada. Se isso não acontecer, defato será o caos, Senador Ramez Tebet. Sei que V.Exª trabalhou muito e que só votou a favor da PEC nº67 por causa do compromisso com a PEC nº 77.

Ontem, conforme eu dizia, o Líder Tião Vianame informou que José Dirceu garantiu que não sãoreais as informações que estão chegando. Estou tor-cendo para que realmente não sejam verdadeiras.Estou dizendo que não participarei de farsa nenhu-ma. Vou manter na íntegra o compromisso que tenhocom a sociedade.

O Sr. Eurípedes Camargo (Bloco/PT – DF) –Permite-me V. Exª um aparte?

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – Conce-do um aparte a V. Exª, Senador Eurípedes Camargo.Em seguida, concederei aparte ao Senador RamezTebet.

O Sr. Eurípedes Camargo (Bloco/PT – DF) –Senador Paulo Paim, V. Exª reafirma suas posições.Eu diria que, na verdade, a reforma da previdência foiuma das propostas mais discutidas, inclusive no Go-verno passado, quando teve início, e foi aprovada poreste Governo, com a nossa participação. Durantetoda a discussão, feita com transparência, em váriosmomentos, com a vinda de Ministros, ficou sinalizadoaquilo que poderia ser negociado, a reforma da previ-dência possível. E assim houve um acordo sobre oque seria possível ser votado naquele momento. Foio que ocorreu, de uma forma transparente, tranqüila,negociada, com posições divergentes, mas na tentati-va de construir um consenso. Esta é a missão, a fun-ção do Parlamento: juntar os contrários, encontrando

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Page 412: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

os denominadores comuns, diante das visões dife-renciadas. A importância do Parlamento é justamentea sua capacidade de lidar com as questões sob váriosângulos, sempre procurando uma equação, a fim deextrair o retrato da sociedade. Trata-se de uma nego-ciação, em que compete aos políticos encontrar saí-das. Eu diria que encontramos a saída negociadapossível naquele momento, da qual todos fomos ava-listas. E todas as posições acabaram reunidas em umconsenso, senão geral, pelo menos da maioria, comrelação àquilo que foi negociado e que havia condi-ção de ser aprovado. Assim, todos somos avalistasdesse processo. E, aí, a minha preocupação é que,em uma situação como esta, o que fica em chequesão as instituições. As questões comparativas e ideo-lógicas que havia naquelas discussões, agora, paramim, deixaram de existir. O que está em cheque, ago-ra, é a instituição, o Parlamento, o Executivo. E issome preocupa, pois as instituições são fundamentaisporque representam o guarda-chuva da sociedade.No entanto, é preciso que haja regras, para que elastambém não matem o indivíduo. Por isso, precisa ha-ver essa discussão, essa composição, para podermanter viva a chama desse processo, que é a essên-cia da democracia. Portanto, somos avalistas desseprocesso, que agora vemos com muita tristeza. Nãoquero acreditar – assim como V. Exª – que não sechegue a bom termo no acordo estabelecido por estaCasa.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – SenadorEurípedes Camargo, cumprimento V. Exª pelo aparte eaproveito para cumprimentar também o Senador SibáMachado pelo pronunciamento de ontem. V. Exªs pe-dem simplesmente que o acordo seja cumprido.

Tenho a impressão de que alguns Parlamenta-res, às vezes – e a questão não é partidária –, ficamreceosos de darem sua opinião, preocupados que,com isso, possam ter problemas. Creio que não háproblema algum. Já consultei 90% dos Parlamenta-res do Bloco de apoio ao Governo, e todos disseram omesmo: “Acordo é para ser cumprido”. Dois até medisseram – do que discordo, pois considero um exa-gero –, por exemplo, que o problema estaria na regrade transição, que poderá representar um gasto para oGoverno. Mas, se isso foi acordado, que se cumpra.O próprio Ministro Ricardo Berzoini me disse que dis-cordava, mas que entendia que acordo é para sercumprido: “Já que fui vencido e que me mandaramdar o aval de que era para cumprir esse acordo, quese cumpra”. Foram as palavras do Ministro RicardoBerzoini. O Senador estava na reunião quando S. Exªdisse que acordo é para ser cumprido.

Fico feliz em saber que 90% dos Parlamentaresque consultei – não do PT, mas do Bloco de apoio aoGoverno – disseram-me que será um escândalo se oacordo não for cumprido. Mas quero deixar muito cla-ro aqui que fiquei feliz ontem à noite, quando o LíderTião Viana contou-me que conversou com o MinistroJosé Dirceu e que S. Exª teria dito que, da parte doGoverno, o acordo está cumprido e que é para se darprioridade à votação da PEC nº77.

Esperamos, então, que possamos sair desseimpasse com tranqüilidade e cientes do dever cumpri-do e que isso não vire mais uma novela. Afinal inicia-mos o debate da reforma da previdência no início doano passado, estamos no início do segundo ano, e,daqui um pouco, essa matéria vai ser motivo de dis-cussão durante todo este ano. No meu entendimento,deveríamos ter resolvido essa questão e ter entradono que chamamos de pauta positiva, já que essa é avontade da Nação, e não em um debate interminávelde um acordo que, conforme alguém disse, poderánão ser cumprido.

Antes de conceder o aparte a V. Exª, nobre Se-nador Ramez Tebet, devo assinalar que alguém já medisse que tudo isso não é verdade, que a Câmara vaivotar e que o que está ocorrendo é fruto de um lobbyfeito pelas grandes empresas que têm interesse naprevidência privada. Elas querem criar esse impasse,para que surja um desconforto entre as duas Casas eo Executivo, e, de repente, não se vota mesmo. Afi-nal, da forma como ficou a proposta aqui no Senado,estamos, na verdade, incentivando a previdência pú-blica, ou seja, a população verá que a previdência pú-blica é importante e é viável também pela redaçãodada pela PEC nº 77.

Concedo o aparte ao Senador Ramez Tebet.O Sr. Ramez Tebet (PMDB – MS) – Senador

Paulo Paim, esse vai ser assunto corrente aqui no Se-nado. Creio que o será para toda a Casa, para V. Exªprincipalmente, pelo seu passado de luta, pela atua-ção permanente em defesa dos trabalhadores da ini-ciativa privada e do setor público. V. Exª granjeou ad-miração do País. A sua bandeira de Parlamentar éessa. Eu o conheci defendendo os trabalhadores, de-fendendo o salário mínimo, defendendo os direitosdos trabalhadores da iniciativa privada e daquelesque prestam serviços ao Poder Público. Temos quedebater, e o Senado deve ter a maior serenidade pos-sível. Quero me dirigir ao Presidente da Câmara dosDeputados e, por intermédio dele, a todos os Deputa-dos. Quem conhece o Senado da República sabe queo Senado nada tem contra a Câmara dos Deputados.Não vamos permitir que terceiros aproveitem nossos

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discursos ou nossas frases para alimentar um con-fronto inexistente entre as duas Casas que compõemo Congresso Nacional. O Presidente da Câmara me-rece todo o nosso respeito. A Câmara realizou seutrabalho, e o Senado, como Casa Revisora, fez o seutrabalho. Nós, os Senadores, estamos pedindo aquiloque os Deputados, mesmo se não o estejam fazendoexplicitamente, pedem por intermédio de suas Lide-ranças. Estão de acordo com a reforma. E é isto queme espanta: se todos estão de acordo, se as Lideran-ças partidárias da Câmara concordam com a emendaque vai amenizar a reforma da previdência em algunsde seus aspectos tidos como os mais duros, por que aapreciação da matéria não está avançando? É essa agrande indagação. Está nas mãos do PresidenteJoão Paulo dar andamento ao projeto. Ainda não vi oprimeiro passo. Dêem o primeiro passo! Esse é o nos-so apelo. V. Exª falou na transitoriedade, que é um as-pecto importantíssimo da PEC paralela. Conheçogente que não se aposentou por dez dias, cinco diasou um dia. Vamos imaginar isso! O que significa isso?Uma pessoa sonha a vida inteira, mas, vinte e quatrohoras antes de seu sonho se realizar, não pode maisse aposentar porque está faltando um dia, porque fal-tam horas, minutos. A PEC paralela é de uma impor-tância sem igual. Estou citando um caso. Ainda há aquestão da paridade, a do subteto. Tudo está previstoali. Não se pode arrumar subterfúgio. Se a PEC para-lela é o carro-chefe da convocação, o Presidente deuma das Casas, como é o Deputado João Paulo, temque reunir todas as matérias constantes da pauta daconvocação e dar-lhes andamento. Dou um exemplo:sou Presidente da Comissão de Assuntos Econômi-cos, e está na pauta a Lei de Falências. O que fiz?Coloquei em andamento a Lei de Falências, para serdiscutida e votada em tempo hábil. As medidas provi-sórias já foram incluídas na pauta. Por que a emendaparalela está parada? Eis a grande indagação. Nãopodemos ficar com essa história de não envolver oGoverno. Temos que envolver o Governo, sim. Te-mos de envolver o Poder Executivo, sim. Por quê?Porque aqui foi dito que o Poder Executivo concorda-va com ela. Não ouvi uma palavra do Presidente Lula,mas ouvi palavras de quem o representa, garantindoa votação da PEC paralela. Portanto, está em jogoalgo sério em política que se chama “compromissoassumido”. O que V. Exª não quer – e disse muitobem que ninguém quer – é ser ilaqueado em suaboa-fé. Isso é inadmissível, Senador Paulo Paim!Mas não falo – e nem V. Exª fala – por uma questãopessoal. V. Exª invoca essa questão, mas fala, comoeu falo, como outros falam, como falam os Senadores

Eurípedes Camargo e Sibá Machado, em nome dosservidores públicos, para os servidores públicos, afim de minimizar injustiças. Senador Paulo Paim, va-mos falar a verdade: ninguém esperava, mas o Go-verno obteve uma grande vitória na reforma. O que éisso? O Governo passado não conseguiu fazê-lo, por-que quem detém o poder hoje impediu. O assunto édoloroso, porque, quando se fala em previdência,fala-se da vida das pessoas. A palavra está com V.Exª, e este acabou não sendo apenas um aparte. Per-doe-me.

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – Entendo.O Sr. Ramez Tebet (PMDB – MS) – Quando V.

Exª fala desse assunto, V; Exª fala por toda a Casa.Quando pedimos um aparte, como peço a V. Exª, éporque temos de tirar algo que está dentro de nós echamar isso à ordem. A política é feita por homens derespeitabilidade. Os políticos precisam ser acredita-dos pela Nação, pelo povo, pela sociedade. Afirma-mos algo à sociedade, e, quando digo “nós”, falo dosPoderes. A convocação extraordinária está custandoR$50 milhões e não existiria, como afirmei ontem datribuna, pelas outras matérias que foram colocadasem pauta. Ela existiu por causa da PEC da previdên-cia. Então, vamos cumprir o acordo, vamos honrá-lo.E, para honrá-lo, vamos dar o primeiro passo. Se de-rem o primeiro passo lá, acredito que os homens pú-blicos, que os Deputados vão votar aquela PEC porunanimidade. Não foi ela assim votada no Senado?

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT – RS) – SenadorRamez Tebet, cumprimento V. Exª e quero dizer queconcordo na íntegra com o seu pronunciamento. Evou um pouco além. Embora eu possa parecer repeti-tivo, quero apresentar novamente este dado. O Sena-dor Eurípedes Camargo estava comigo ontem naPresidência, quando recebemos representantes de70 entidades de servidores públicos. E o que eles nosdisseram: “Na Câmara estão dizendo que as entida-des estão com alvo errado; não é a Câmara que nãoquer votar”. E vou dar os dois fatos. Eles ouviram istoontem reunindo-se com os Líderes da Câmara dosDeputados, com a presença do Presidente da Câma-ra: “Vocês estão com o alvo errado, não é a Câmaraque não quer votar”. Muito bem! Converso com o Lí-der Tião Viana, que conversa com o Ministro José Dir-ceu, em cuja palavra eu confio e muito. O Líder TiãoViana liga para a minha casa ontem às 21 horas:“Paim, o Ministro José Dirceu garante que o Governoestá empenhado e quer que seja votada, sim, a PECnº 77 durante o recesso”. E daí? Vou usar a expres-são: “Quem está fazendo jogo sujo?”. Alguém está fa-zendo jogo sujo. Não é a Câmara, não é o Executivo.

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Page 414: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

Quem está fazendo esse jogo? Alguém está fazendojogo sujo e está nos deixando nessa situação emba-raçosa, constrangedora, desgastante e muito ruimpara as duas Casas. Alguém está mentindo. Essa é averdade. E temos que saber quem é, se existe um ter-ceiro no meio. Confio plenamente na palavra do Mi-nistro José Dirceu, confio plenamente na palavra doLíder Tião Viana e confio na palavra, que me foi pas-sada ontem por parte das entidades que me visita-ram, do Presidente João Paulo.

E como é que eu fico? Esse é o impasse. Eis ofato, eis a questão. Alguém, eu diria, está fazendojogo sujo. Quem é, não sei. Quero descobrir. Se é umlobby de grupos que querem efetivamente não per-mitir que a previdência pública seja fortalecida, queconsigamos excluí-lo. Então, quem sabe, vamos bo-tar a culpa neles e vamos votar a PEC da Previdência,já que, pelo que percebo, é a vontade do Palácio, é avontade do Senado e, pelo que me disseram ontem, éa vontade também da Câmara.

Enfim, podem ter certeza de que estou torcendomais do que ninguém para que o acordo seja cumpri-do na íntegra.

Eu ia falar hoje, Sr. Presidente – sei que meutempo já terminou –, sobre a questão das quotas nasuniversidades e sobre o Estatuto da Igualdade Racial,que está pronto para ser votado, tanto aqui no Sena-do quanto na Câmara, mas, como o meu tempo maisuma vez se voltou ao bendito debate sobre a previ-dência, vou fazer esse discurso na segunda-feira. Porisso, não vou dá-lo como lido.

Desde já, agradeço a tolerância de V. Exª, jáque ultrapassei cinco minutos do meu tempo, mas osapartes brilhantes dos Senadores contribuíram paraque saiamos de forma respeitosa desse impasse en-tre Câmara, Senado e o Poder Executivo, e possa-mos atender aos interesses dos trabalhadores, votan-do, no máximo até o final de fevereiro, a PEC nº 77,que garante direitos aos servidores.

Era o que eu tinha dizer. Obrigado, Sr. Presi-dente.

O SR. PRESIDENTE (Valdir Raupp) – Concedoa palavra ao nobre Senador Ramez Tebet, por ces-são do Senador Augusto Botelho.

V. Exª dispõe de até vinte minutos.O SR. RAMEZ TEBET (PMDB – MS. Pronuncia

o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribu-na hoje para rápidas considerações sobre um temaque vem sendo há longo tempo debatido tanto pelaCâmara como pelo Senado da República, e também

consta da pauta da convocação extraordinária. Tra-ta-se da reforma do Poder Judiciário.

No momento em que vão se iniciar, na Comis-são de Constituição, Justiça e Cidadania, as audiên-cias públicas, no momento em que a magistratura doPaís está envolvida em um processo de desgaste –recente pesquisa de opinião pública coloca tanto oPoder Judiciário quanto o Poder Legislativo como asduas instituições mais desgastadas do País –, queroprestar um homenagem aos juízes do Brasil.

Começo, citando as belas palavras de Rui Bar-bosa, nosso grande mestre:

A ninguém importa mais do que à ma-gistratura fugir do medo, esquivar humilha-ções e não conhecer covardia. Todo bommagistrado tem muito de heróico em si mes-mo, na pureza imaculada e na placidez quea nada se dobre e de nada se tema, senãoda outra justiça, assente, cá embaixo, naconsciência das Nações, e culminante, láem cima, no juízo divino.

Presto minhas homenagens aos juízes do Bra-sil, no reconhecimento de que são eles os guardiõesda lei e os cultores do sistema democrático. Pelo res-peito que tenho – eu, que venho do exercício da advo-cacia – ao poder imaculado dos que aplicam a boajustiça, tomo a liberdade de fazer uma ligeira aprecia-ção sobre o funcionamento do Poder Judiciário emnosso País.

As atenções se voltam para o Congresso, con-vergem para a exaustiva análise de um dos mais cen-trais temas de nossa República: as questões que en-volvem a administração da Justiça e o sistema emque se estrutura o Poder Judiciário. É imperioso, di-ante disso, passarmos uma borracha no velho ditadoque diz que a Justiça é falha, tardia, restrita, que aJustiça beneficia mais os ricos que os pobres. Preci-samos acabar com isso. A reforma do Judiciário temque mostrar o contrário disso.

Nós estamos vislumbrando um Brasil hoje comnovos horizontes, de modernidade institucional e polí-tica, que não mais admite conviver com mazelas dopassado, cujo corolário na esfera da Justiça é a inefi-ciência e a morosidade das instâncias judiciais emnosso País. A Justiça tardia não é Justiça. Precisa-mos, portanto, ver o que temos que fazer para que elaseja rápida, para que ela seja também eficiente.

São esses os objetivos principais da reforma doPoder Judiciário. Que a Justiça atinja a todas as ca-madas da sociedade. Que acabemos com aquele ve-

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lho ditado de que a Justiça só existe para os ricos enão existe para os pobres. Vamos levar a Justiça paramais perto do cidadão.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a com-plexidade social brasileira, os novos nichos do merca-do de trabalho na área do Direito, o empreendedoris-mo que ganha intensidade no País, a interdependên-cia entre o nosso sistema econômico e as economiascontemporâneas acabam convergindo para a esferados tribunais, na forma de expansão dos conflitos e li-tígios. As disputas irrompem com rapidez, tenacidadee volume cada vez maiores. E a Justiça tem de darrespostas cada vez mais rápidas. Por isso, aqueleaxioma a que me referi, de autoria do grande Rui:“Justiça tardia não é Justiça”, não pode mais vigorar,há de ser apagado em definitivo das páginas do nos-so sistema jurídico. A existência de uma democraciaem que a liberdade de ir e vir, embora sagrada, gerainevitáveis litígios entre os transeuntes da cidadaniaexige e pressupõe um Judiciário forte, presente, ágil,eficiente e digno de confiança.

Todavia, sabemos que são muitos os obstácu-los que se impõem às prerrogativas do Judiciário noBrasil. A falta de pessoal e as deficiências infra-estru-turais, a precariedade dos sistemas e métodos deação, a existência de um fluxo quase infinito de ins-tâncias, o cipoal legislativo que confunde e desagre-ga acabam entupindo as instâncias judiciárias, ocasi-onando um acúmulo de processos, e, conseqüente-mente, a Justiça administrada por 10, 15, e até 20anos de atraso em relação ao início das demandas. Oque fazer? Promover mudanças substantivas nos có-digos processuais, simplificando e enxugando as ins-tâncias. O Brasil de hoje não suporta o cipoal burocrá-tico de ontem. As recorrências, os múltiplos recursosque se sucedem às decisões acabam fazendo comque a Justiça ande em círculos, ou seja, permanecen-do no mesmo lugar.

É incrível, e assusta, a constatação de que so-mente 25% dos brasileiros têm acesso à Justiça, eque os processos chegam a ficar 30 anos à espera dejulgamento.

Números tão desalentadores tornam-se umpouco mais compreensíveis, mas nem por isso acei-táveis, quando lançarmos o olhar sobre o funciona-mento do Judiciário brasileiro. A sobrecarga de pro-cessos nas instâncias superiores, por exemplo, saltaaos olhos. Apenas em 2002, o Supremo Tribunal Fe-deral examinou por volta de 87 mil causas, uma mé-dia de 42 processos por ministro. Em 2003, foramquase 100 mil, dos quais 90% correspondem a recur-sos que podem ser decididos em primeira instância.

Em termos de lei processual, reconhecemos que oadvogado faz a sua parte. A base da Justiça, portan-to, cumpre sua tarefa. Mas o percurso é complicado.À medida que o processo vai se aproximando do topodo edifício judiciário, mais moroso e pesado vai se tor-nando o sistema decisório.

Reverter esse quadro exige uma otimização deestruturas, a dinamização de processos e a valoriza-ção do profissional do Direito. Qualquer idéia de refor-mar implica democratizar a Justiça, trazer para ela asmilhões de pessoas que estão excluídas, contem-plando os princípios de independência do Judiciário,como um dos três Poderes Constitucionais. Significaque o Poder Judiciário carece de condições técnicas,operacionais, humanas e, sobretudo, racionalidadeestrutural, a fim de tornar a Justiça mais acessível,mais rápida, mais barata, mais sólida, enfim, mais de-mocrática.

Para chegarmos a essa meta, o exercício ope-racional e técnico do Judiciário exige um funciona-mento amparado no que houver de mais modernopara a agilização dos processos – tarefa que se tornadependente irremediável da informatização.

O Poder Judiciário sofre da carência de juízes.O Poder Judiciário haverá de alargar os seus qua-dros, sob pena de continuarmos a assistir ao acúmulode processos em mãos de poucos juízes. É claro que,com todas essas mudanças estruturais responsáveis,a adoção de mecanismos requer debate apuradoacerca das garantias de segurança oferecidas e daprópria fiscalização empreendida.

Esses diagnósticos são conhecidos. O que preci-samos é adotar soluções. E essas soluções terão quevir rapidamente. Essa reforma do Poder Judiciário já searrasta há muito tempo no Congresso Nacional.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, há medi-das rápidas que podem ser tomadas, medidas queestão ao nosso alcance e que não dependem de ou-tros fatores mais complicadores; às vezes não depen-dem, por exemplo, sequer de recursos orçamentári-os. São aquelas medidas imprescindíveis, que todosos ministros, todos os juízes, todos os que operam oDireito reconhecem. Por exemplo, o excesso de re-cursos processuais na legislação brasileira. É preci-so, portanto, diminuir esses recursos processuais. Eesses recursos processuais, para serem diminuídos,dependem de reformas nos códigos processuais. Eisso, positivamente, não depende de qualquer recur-so financeiro ou de qualquer recurso orçamentário.

Eu diria que uma reforma do Judiciário mais ur-gente e premente pode ser sintetizada na palavra “re-cursos”: diminuição dos recursos processuais e mais

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado 24 01283 401ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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recursos para que a Justiça brasileira se estruturemelhor, mais recursos humanos e recursos materiaispara que os juízes do Brasil possam efetivamente fa-zer a boa aplicação da lei.

Em relação aos recursos processuais, Sr. Presi-dente, Srªs e Srs. Senadores, uma das questões maisdebatidas é a da súmula vinculante. Esse é um as-sunto controverso, em relação ao qual a classe jurídi-ca do País se divide: uns são a favor da súmula vincu-lante; e outros, sob a alegação de que ela atrela,amarra o juiz e impede, às vezes, a boa aplicação doDireito e da Justiça, manifestam-se contrários à apli-cação da súmula vinculante.

Mas recente estatística demonstra que os nos-sos tribunais estão carregados de recursos interpos-tos justamente pelo Poder Público, e a maioria delesdizem respeito a questões tributárias e previdenciári-as, por exemplo.

Sou daqueles que entendem que a súmula vin-culante não deve existir para aquelas questões quedizem respeito à alma humana, para as questões, porexemplo, de direito de família, para as questões pe-nais. Mas, Sr. Presidente, vamos fazer a súmula vin-culante para as questões previdenciárias, para asquestões tributárias, questões mais frias, que, paraserem analisadas, não levam ninguém a qualquer so-frimento, àquele avultamento que existe na alma detodo ser humano quando vai julgar, por exemplo, umacausa referente ao Direito de Família. Portanto, essasquestões objetivas, processuais, deveriam, sim, seradmitidas sem estarem sujeitas a uma súmula vincu-lante, que não precisará, como tal, ser eterna; poderáser modificada de acordo com a lei e com o que essaestabelecer.

Esta é uma questão, Sr. Presidente, Srªs e SrsSenadores, que, sem dúvida alguma, devia ser trata-da urgentemente: a questão da súmula vinculante. Sóa adoção da súmula vinculante, não tenho dúvida ne-nhuma, para as questões previdenciárias, para asquestões tributárias, para as questões processuais,aliviaria muito o grande volume de serviços que abar-rotam hoje os nossos tribunais.

Mas eu sei que há outra questão controvertida,que vai ser alvo e está sendo alvo de muita discussãono mundo jurídico, que é o controle externo do PoderJudiciário.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, existemrealmente na legislação atual mecanismos para umaefetiva fiscalização do Poder Judiciário. Penso que amais bela construção do regime democrático é a inde-pendência e a harmonia dos Poderes, e que essa in-dependência, através dos tempos, não será alterada

ou não seria alterada, Sr. Presidente, se, na composi-ção de um Conselho, denominado Conselho Nacionalda Magistratura, houver a predominância de mem-bros da magistratura. Mas se os promotores já atuamperante as cortes, se os advogados atuam, por quenão admitir nesse Conselho da Magistratura repre-sentantes do Ministério Público, representantes daOrdem dos Advogados do Brasil e representantes dasociedade, indicados pelo Congresso Nacional, man-tida a maioria de membros da magistratura entre osmembros do Conselho?

Penso que não estaríamos ferindo o princípio daindependência e da harmonia dos Poderes. E nemdesejamos – ninguém deseja – que esse controle ex-terno possa ferir a liberdade de julgamento de um juiz,mas saber sobre sua conduta e controlar os atos ad-ministrativos do Poder Judiciário.

Estamos vendo casos – isolados, é bem verda-de – que estão sendo averiguados, que estão nos no-ticiários e nas páginas dos jornais, e nem por isso ainstituição está maculada. Em todas as instituiçõeshá, sim, as ovelhas negras; há os bons e há os maus.Felizmente, dentro do Poder Judiciário, quem com eleconvive sabe que a maioria esmagadora de seusmembros é composta de juízes que têm formaçãomoral, são íntegros, honestos, preocupados com aboa aplicação e com a boa distribuição da Justiça.

No entanto, há aqueles que, infelizmente – e háem todas as instituições, como há na nossa –, perfilhamum caminho indesejável pela sociedade, que não pro-cedem com ética, mas desonestamente, vendendo assuas sentenças. Se há uma acusação, por que nãoaveriguá-la por membros da própria sociedade?

Creio que não pode haver uma independênciatotal. A independência no julgamento é diferente daindependência quanto à conduta e aos atos adminis-trativos. E não entendo, Sr. Presidente, Srªs e Srs.Senadores, que seja feito qualquer arranhão, se ado-tarmos esse Conselho Nacional da Magistratura ouesse denominado Conselho Externo, com represen-tantes da nossa sociedade.

Temos que admitir que, hoje, o Poder Judiciárioé peça importantíssima e fundamental para o bomexercício da democracia, para que possa haver umaboa aplicação da Justiça e sua democratização, paraque ela possa chegar aos mais humildes, aos maisnecessitados. Se o Poder Judiciário falha, o Estadode Direito desfalece; se tarda, o Direito se enfraquecee, com ele, os alicerces da nossa democracia.

O Brasil já reclama por uma Justiça integrada,forte, aberta, confiante e confiável, sem a apatia fúne-bre dos grandes, pesados e imóveis aparelhos da bu-

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rocracia, sem vícios ou amarras e, sim, com a disposi-ção e a celeridade de um Poder onipresente, sem oqual qualquer aspiração do Direito não passará deutopia ou retórica. É preciso preparar a Justiça para ofuturo, com as mentes antenadas ao presente e am-paradas nos valores da nossa tradição democrática.

Se precisamos de uma reforma Judiciária, faça-mos a reforma possível. Vamos começar, por exem-plo, modificando os nossos códigos, diminuindo osrecursos processuais e adotando os mecanismos queforem possíveis e indispensáveis para a melhoria dosistema judiciário e para dar condições para que osjuízes possam, efetivamente, cumprir a sua missão,que, no dizer de alguns, os homens tentam usurparde Deus, que é a missão de julgar.

Durante o discurso do Sr. Ramez Te-bet, o Sr. Valdir Raupp, deixa a cadeira dapresidência, que é ocupada pelo Sr. Eurípe-des Camargo.

O SR. PRESIDENTE (Eurípedes Camargo) –Concedo a palavra ao Senador Mozarildo Cavalcanti,por vinte minutos.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RR.Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.)– Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, fico muito felizpor ter sido antecedido, nesta tribuna, pelo eminenteSenador Ramez Tebet, jurista e, portanto, um homemque entende das leis e do Poder Judiciário.

Hoje, havia me proposto a iniciar a discussão so-bre a reforma do Poder Judiciário, matéria que, no meuentender, tem o maior destaque nesta Casa e que de-veria ter sido aprovada ao final da Legislatura passada,com o parecer do Senador Bernardo Cabral.

Costumo dizer que o Senador Bernardo Cabralnão se reelegeu por conta do trabalho que desenvol-veu, dedicando-se de corpo e alma a elaborar, emdois anos, um relatório capaz de dar ao Brasil uma re-forma do Judiciário que refletisse os anseios dos Ma-gistrados e da sociedade. S. Exª concluiu o relatóriocom muita competência, após ter percorrido o Brasilinteiro e ouvido todo mundo, pois audiências foramfeitas à exaustão.

Portanto, não quero usar as minhas palavras,mas reportar-me a pedaços do relatório do SenadorBernardo Cabral, que considero uma peça sobre aqual se deve desdobrar e finalizar a reforma do Judi-ciário, ainda nesta convocação extraordinária se pos-sível, ou então, no início dos trabalhos normais do Se-nado.

Temos que dar à Nação uma reforma, mesmoque ela seja parcial.

Inicialmente, quero dizer que, como democrata,entendo que há um princípio que não pode ser ferido:a independência dos poderes, fundamental para ademocracia e para o sistema republicano.

A República e a repartição dos poderes foramcriadas para tirar o poder dos monarcas que detinhamos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. Inici-ou-se com o Parlamento, para discutir o Orçamento eestabelecer como os reis iriam gastar o dinheiro. Pos-teriormente, surgiu o Judiciário.

Preocupa-me a criação pelo Poder Executivo deuma Secretaria da Reforma do Judiciário. Com todo orespeito ao Secretário e ao Ministro da Justiça, consi-dero uma interferência do Poder Executivo nessaquestão. Uma vez que a reforma é uma emendaconstitucional e pode até ser feita com algumas legis-lações infra-constitucionais, caberia apenas ao PoderLegislativo, em consonância e em harmonia, comoprevê a Constituição, com o Poder Judiciário e ouvin-do a sociedade, propor as reformas de que o Judiciá-rio precisa. Não há quem não reconheça a necessida-de da reforma do Judiciário, mas, com certeza, elanão poderá ser comandada pelo Poder Executivo,porque as reformas que ocorrem naquele Poder sãofeitas por decreto do Presidente, que aumenta e dimi-nui Ministérios, altera atribuições. No entanto, o Po-der Judiciário, que deve ser prestigiado e preservado,tem sido vítima da própria legislação, lógico que pelasmazelas que, infelizmente, foram se acumulando aolongo dos anos.

Extrairei alguns pontos do relatório do SenadorBernardo Cabral. As causas da crise do Poder Judi-ciário foram sistematizadas da seguinte forma:

1. Estruturais:– sistema judiciário complexo e obso-

leto: há muitas justiças especializadas, mui-tas instâncias – quatro, para ser mais exato– e inúmeros tribunais;

– inexistência de uma Corte Constituci-onal: é necessário um tribunal exclusiva-mente constitucional, principalmente numpaís em que tudo se constitucionalizou;

– morosidade e deficiência espacial:há a necessidade de proximidade e de cele-ridade de atuação dos órgãos de primeirainstância e do aperfeiçoamento do sistemade justiça alternativa e parajudicialidade;

– deficiência de controles: falta decumprimento de prazos, de assiduidade e

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de residência dos titulares nas respectivascomarcas;

– controle do Judiciário: necessidadede um sistema nacional de controle que su-perasse o corporativismo, sem expor o Judi-ciário à politização;

– número insuficiente de juízes. A pro-porção atual é de um juiz para 25 mil habi-tantes. A razão em países desenvolvidos éde um juiz para cinco mil habitantes. Vejabem, Sr. Presidente, no Brasil temos um juizpara 25 mil habitantes, quando o ideal, nospaíses desenvolvidos, é de um juiz para cin-co mil habitantes. Há necessidade de incen-tivo para atrair as legítimas vocações parapreencher o impressionante número de car-gos vacantes na primeira instância.

Aliás, os pontos estruturais citadospelo Senador Bernardo Cabral foram elabo-rados por Diogo de Figueiredo Moreira Netopara os Cadernos de Direito Constitucionale Ciência Política da Revista dos Tribunaise merecem uma reflexão profunda.

2 – Funcionais:– impropriedade das leis, abundância

de leis, inadequação aos fatos que preten-dem reger e mau confecção das leis. Per-gunto: são os juízes que fazem as leis?Não, Sr. Presidente, quem elabora as leissão a Câmara dos Deputados e o SenadoFederal, é o Poder Legislativo.

– complicação procedimental, predo-minância do hermetismo, processualísticasobrevalorizada, excesso de meandros téc-nicos e sistema irracional de recursos;

– deficiência do sistema de provoca-ção, descaso do poder público na motiva-ção, seleção e aperfeiçoamento dos mem-bros essenciais da Justiça, notadamentenas defensorias públicas.

3 – Individuais:– deterioração na formação acadêmica

do bacharel, proliferação de faculdades sembom nível científico, currículos deficientesnas matérias de direito público, falta de ade-quado rigor nos exames de ordem;

– carência na formação específica dosmagistrados, seleção para a carreira pormeio de concursos para ingresso nas esco-las da magistratura, promoções condiciona-

das a cursos de reciclagem ou titulação empós-graduação.

Na verdade, a maioria das causas foge à ca-pacidade de resolução do Poder Judiciário e está noPoder Legislativo – que não elabora leis simplifica-das, que tem uma produção exagerada de leis eque as altera a cada momento – e Poder Executivo– que não destina os recursos orçamentários ade-quados para que o Poder Judiciário possa funcio-nar. Está-se colocando o Poder Judiciário comobode expiatório quando, no fundo, é o Executivoque não dá um orçamento adequado e quando so-mos nós que não produzimos leis simplificadas eadequadas.

Temos, portanto, agora, a oportunidade, nessareforma do Judiciário, de começar a melhorar, porquenão é essa a reforma que vai resolver todos os proble-mas do Judiciário. Falarei do assunto mais adiante.

Não vou detalhar todas as outras causas espe-cificadas, mas vou mencioná-las para reflexão e paradesdobramento das discussões. São elas: a deficiên-cia do ensino, a deficiência do sistema processualbrasileiro, a insuficiência do número de juízes, a defi-ciência da produção jurídico-normativa.

Sr. Presidente, nunca é bem esclarecido para apopulação que quem mais atravanca os tribunais eaté mesmo a primeira instância é o Poder Público. Amaioria dos processos que estão nos tribunais, tantonos tribunais federais, quanto no STJ e no Supremo,são originários do Poder Público.

O Senador Bernardo Cabral referiu-se ainda aoexcesso de privilégios processuais dos entes públi-cos. Uma atenção maior é devida ao último tópicoapresentado pelo juiz Aloisio Gonçalves de CastroMendes quanto às prerrogativas e privilégios das en-tidades estatais. Tanto os prazos especiais para con-testar e apelar quanto o reexame necessário se nosafiguram excessos processais em benefício dos en-tes públicos. A necessidade efetiva e a justificativatécnica desses benefícios de prazos em quádruplo –quatro vezes mais que para um cidadão – e em dobroe duplo grau obrigatório de jurisdição para as lides emque esteja sendo vencido o Poder Público devem serrepensadas, justamente porque desapareceu o argu-mento fático que as sustentava, qual seja a deficiên-cia estrutural da advocacia pública para fazer frenteàs demandas agitadas contra o Estado.

Por entender completamente superadas as cau-sas desse tratamento diferenciado, incluímos entreas sugestões do nosso parecer, duas medidas elimi-natórias desses benefícios. O princípio constitucional

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da igualdade formal, de raiz aristotélica, impõe que otratamento desigual de desiguais pressupõe efetivadesigualdade. O desaparecimento da alegada posi-ção de inferioridade do Poder Público em juízo impõeque se recupere a isonomia processual plena na rela-ção processual entre particulares e pessoas jurídicasde direito público interno.

Os abusos processuais da advocacia pública.Mas o Estado, o Poder Público, concorre entusi-

asticamente para essa situação caótica. É irreparávela lição do Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribu-nal Federal, segundo quem “a independência dos juí-zes e do Poder Judiciário, mais do que simples ex-pressão da ordem técnica, representa um tema re-vestido de inegável densidade política. Isso significaque a magistratura não pode anular-se como poderpolítico nem se deixar subjugar pelos que pretendemimpor-lhe o vínculo da dominação institucional, con-vertendo e degradando o Poder Judiciário à condiçãode instância desqualificada, de submissão, reduzida,de maneira inaceitável em seu indispensável grau deindependência e de liberdade”. Mas também é fatoque esse receio se vem realizando pela mão decididada advocacia pública, principalmente a federal. A ad-vogada Cármem Lúcia Antunes Rocha proclama que“é necessário dar um paradeiro às procrastinações doPoder Público, useiro e vezeiro em postergar o cum-primento de decisões judiciais mediante o expedien-te, muitas vezes leviano, de interpor recursos que im-peçam o trânsito em julgado”.

Na mesma linha, Roberto Armelim e João Ro-berto Egydio Piza Fontes assim se manifestam sobreessa conduta do Poder Público:

É plenamente sabido – quase fato no-tório – que essas esferas do poder políticoassim agem, no mais das vezes, com o claroobjetivo de postergar o cumprimento de obri-gações a que já foram condenadas pelas de-cisões judiciais que impugnam, benefician-do-se do efeito suspensivo de vários recur-sos e até mesmo ajuizando medidas de ur-gência para o mesmo desiderato de procras-tinar o cumprimento do julgado. Não temosciência, todavia, de decisões que tenham im-posto a essas pessoas condenações por liti-gância de má-fé, por se valerem de recursosmanifestamente procrastinatórios.

Portanto, Sr. Presidente, várias autoridades jurí-dicas defendem que quem mais emperra o Poder Ju-diciário é o Poder Público, o Poder Executivo munici-pal, estadual e notadamente o federal.

Um simples cidadão que ganha o direito à apo-sentadoria tem de ir à Justiça recebê-la e é orientadoinclusive no guichê da Previdência a recorrer à Justi-ça. Em vez de o Governo procurar uma solução admi-nistrativa, ele encaminha o cidadão ao Poder Judiciá-rio. Com isso, a grande maioria dos processos queestão atravancando os tribunais referem-se a recur-sos do Poder Público – leia-se Poder Executivo.Assim, se o Poder Executivo quer de fato colaborarpara que a Justiça brasileira seja mais célere, aten-dendo melhor o cidadão, deveria começar não usan-do a litigância de má-fé com medidas simplesmenteprocrastinatórias.

Antes de concluir, tenho o prazer de conceder oaparte ao Senador Ramez Tebet, um jurista muito im-portante e renomado.

O Sr. Ramez Tebet (PMDB – MS) – SenadorMozarildo Cavalcanti, agradeço as palavras de V.Exª. Parece até que combinamos o assunto de que vi-emos tratar hoje. Eu também abordei alguns tópicosque V. Exª, com mais brilho do que eu, repete da tri-buna, de forma didática. Realmente, V. Exª chega aum ponto importantíssimo. O Governo atual, do Presi-dente Lula, tem repetido que a Nação brasileira exigeuma reforma que venha a melhorar o Poder Judiciáriode nosso País, para que a Justiça atinja a sua verda-deira finalidade, que é a de alcançar a maioria dos ci-dadãos brasileiros, independentemente de podereconômico ou classe social, e ser rápida e eficiente.Um dos tópicos importantes é esse a que V. Exª aca-bou de se referir. Hoje, os tribunais estão abalroadosde recursos interpostos pelo poder público, porque aordem dada – e isso vem de governos anteriores – é aseguinte: “perdeu, tem que recorrer de qualquer ma-neira; deve-se usar de todos os recursos para nãoatender o direito do cidadão”. Esse procedimento nãoé para defender o Poder Público, não. Para defen-dê-lo, é diferente. Para isso, há uma regra geral. Ouseja, essas questões da vida, do cotidiano do cida-dão, como V. Exª acabou de mencionar muito bem, fi-cam paradas no Supremo Tribunal Federal, nos tribu-nais superiores, tais como recursos para contar tem-po de serviço de pessoas que estão requerendo apo-sentadoria, e que a Justiça de primeira instância já re-conheceu. Depois de reconhecidos, têm de ir, nova-mente, para a segunda instância. Por que isso tudo?V. Exª tem razão. É preciso haver um dispositivoconstitucional. Para essas questões, defendo a sú-mula vinculante. Nada seguiria adiante, eliminando,assim, o número de processos. Volto a repetir: quemconhece um pouco desse assunto, quem milita na ad-vocacia sabe que um dos itens mais importantes da

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reforma é a diminuição de recursos processuais. Deforma que urge uma mexida nas leis adjetivas, querdizer, nos códigos processuais. Esse já seria umgrande avanço, para ajudar, realmente, a melhor dis-tribuição da justiça em nosso País. Parabéns, cumpri-mento V. Exª.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RR)– Agradeço a V. Exª pelo aparte. Como V. Exª disse,parece que combinamos. No início do meu pronunci-amento, eu disse que me sentia muito honrado por tersido antecedido por V. Exª na discussão desse tema.Na verdade, as minhas palavras foram nada mais doque está escrito no relatório do Senador BernardoCabral, a quem rendo as minhas homenagens e, repi-to, um homem que se dedicou, de corpo e alma e que,em dois anos apenas produziu um relatório prontopara ser votado – a Câmara levou dez anos parafazê-lo. Entretanto, no apagar das luzes, resolveramnão votá-lo. Enviaram-no novamente para a Comis-são de Constituição, Justiça e Cidadania, para discu-tirem agora se estabelecem um calendário até o dia 4,com a finalidade de receber sugestões para que onovo Relator apresente o relatório final.

Espero, conhecendo o novo Relator, que é oSenador José Jorge, que S. Exª aproveite todo o tra-balho feito pelo Senador Bernardo Cabral. Obviamen-te – tenho certeza de que o Senador Bernardo Cabralnão pretendeu ser perfeito –, alguma coisa poderáser aperfeiçoada, ou mesmo atualizada, como estespontos que V. Exª citou: súmula vinculante, limitaçãodas possibilidades de recursos, reforma do Código deProcesso – este um ponto fundamental, porque o atu-al permite uma variedade de recursos a qualquer ci-dadão e principalmente ao Poder Executivo –, o con-trole externo, que precisa ser melhor discutido. Anali-semos: o Poder Executivo e o Poder Legislativo têmcontrole externo? Então, devemos pensar com muitaisenção para fazermos uma reforma que não enfra-queça e não prejudique o Poder Judiciário.

O Sr. Ramez Tebet (PMDB – MS) – SenadorMozarildo Cavalcanti, volto ao aparte porque estoumovido por um sentimento de justiça. V. Exª está fa-zendo justiça ao Senador Bernardo Cabral, à qual meassocio. Considero uma grande perda para o Senadoda República o fato de não termos o Senador BernardoCabral em nosso meio. S. Exª deixou um bom traba-lho, o qual conheço. A relatoria agora está com o Se-nador José Jorge, que é um Senador cuidadoso e es-tudioso. Com toda certeza, avançaremos para votaraquilo que for possível para dar melhores condiçõesaos nossos juízes. É preciso deixar bem claro que,quando falamos em reforma do Judiciário, não esta-

mos atacando a magistratura, com quem convivo ecuja integridade e capacidade conheço. Sei do sofri-mento de muitos juízes. Não podemos julgar uma clas-se só porque tem gente processada aqui e acolá. Issoé até bom para mostrar que as coisas estão mudandoem nosso País. Antes não havia juízes na cadeia, nemrespondendo a processos; hoje existem. Nem por issovamos violentar o princípio da independência dos Po-deres. Mas há regras. Também não pode o Poder Ju-diciário, nas questões administrativas, ficar isento detudo. O que é isso dizer que está sujeito a fiscalizaçãopelo Tribunal? Mas o que é que tem formar um Conse-lho? Os promotores já atuam junto ao Poder Judiciário,da mesma forma que os advogados. O que é que temduas pessoas da sociedade, indicadas pelos Congres-so Nacional, atuarem ali? Não vejo nada de mais nis-so. A maioria será composta por juízes. Será até umagarantia a mais para o Poder Judiciário. A questão docontrole externo é a seguinte, é aquela construção de-mocrática, não é Senador Mozarildo? Não há nadamais bonito na democracia do que essa independên-cia dos Poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário –,cada um em seu papel, etc. Mas temos que ver que asociedade está evoluindo. É necessário manter esseprincípio? Sim. Esse é um princípio permanente, nãohá outra forma, não há outra maneira. Mas quem faz ocontrole externo? Eis a pergunta. Então, não podemoschegar a esse ponto. Portanto, será muito melhor edará mais isenção se esse Conselho Nacional da Ma-gistratura não for composto só por juízes. Em sua mai-oria, sim, porque dará mais transparência. Penso queisso é do interesse da própria magistratura. Quero,mais uma vez, renovar meus cumprimentos a V. Exª edeixar aqui a minha homenagem ao Senador BernardoCabral.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RR) –Agradeço o aparte de V. Exª. Penso que essas ques-tões começam a ser discutidas com muita clareza, eisso é importante. Embora eu não tenha hoje uma deci-são já firmada com relação a esse controle externo,quero discuti-lo para me convencer de que é necessá-rio. E quero me convencer também do motivo pelo qualsó o Poder Judiciário deva ter controle externo.

Se o Presidente permitir, dada a importância dadiscussão do principal tema da convocação aqui noSenado, que é a reforma do Judiciário, gostaria deouvir a Senadora Heloísa Helena.

O SR. PRESIDENTE (Eurípedes Camargo) –Senador Mozarildo Cavalcanti, seu tempo regimentaljá está se esgotando.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RR)– Em seguida ao aparte da Senadora, encerrarei.

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A Srª Heloísa Helena (Bloco/PT – AL) – Apenasdesejo compartilhar com V. Exª a homenagem quefaz. Sei da concepção trabalhada pelo Senador Ber-nardo Cabral tanto em relação ao controle externoquanto à súmula vinculante. Embora eu tenha posi-ção diferenciada, reconheço o zelo com que S. Exªtratou o tema, o debate qualificado que tentou viabili-zar, a disciplina com que o fez, a honestidade intelec-tual com que trabalhou. Lembro que uma das motiva-ções que impediu a aprovação do documento àquelaépoca não foram as divergências sobre a chamadaconcepção programática da reforma, mas o tempoem que ela tinha sido debatida. Por isso é, no mínimo,feio, quase ridículo para esta Casa dizer à sociedadeque a convocação do Senado fechará o debate sobrea reforma do Judiciário. Durante a convocação extra-ordinária, até por obrigação de trabalhar, trataremosdo tema, mas sabemos que, por ser de alta complexi-dade, dificilmente o seu debate será feito apenas nes-se período. Se o for, acabaremos dando razão ao Se-nador Bernardo Cabral: S. Exª passou dois anos tra-balhando, e pretendemos resolver em um mês.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RR)– Agradeço o aparte de V. Exª.

Finalizo, Sr. Presidente, dizendo que, hoje, noplenário, começamos o debate do item que entendo omais importante da pauta da convocação extraordiná-ria: a reforma do Judiciário. A sociedade a deseja,mas devemos discuti-la com clareza, mostrando quenão deve ser o Executivo o seu proponente.

O SR. PRESIDENTE (Eurípedes Camargo) –Concedo a palavra à Senadora Heloísa Helena, comooradora inscrita, por vinte minutos.

A SRª HELOÍSA HELENA (Bloco/PT – AL. Pro-nuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) –Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, já fiz um requeri-mento à Mesa para que, no espelho da Ordem do Dia,distribuído aos Srs. Senadores, fosse retirado o meunome do Bloco de apoio ao Governo, porque não soumais filiada ao Partido dos Trabalhadores. Fui expulsado PT e estou dedicando toda a minha energia militante,o meu coração socialista, a minha alma libertária para aconstrução de um novo partido, de um novo abrigo paraa Esquerda socialista e democrática, que não é prisio-neira dos cárceres do poder.

Como não fui atendida, solicito, mais uma vez, àMesa que isso seja providenciado.

O SR. PRESIDENTE (Eurípedes Camargo) –Senadora, conforme orientação da Mesa, primeiro éfeito um pronunciamento público sobre o assunto.

V. Exª será atendida de acordo com o Regimen-to Interno.

A SRª HELOÍSA HELENA (Sem Partido – AL) –Por favor, Excelência, fale mais alto.

O SR. PRESIDENTE (Eurípedes Camargo) –Essa é a primeira informação oficial, pública, que re-cebemos sobre a saída de V. Exª do PT. Providencia-remos de acordo com o Regimento Interno.

A SRª HELOÍSA HELENA (Sem Partido – AL) –Não, Sr. Presidente. Se V. Exª diz só esta segundaparte, “de acordo com o Regimento”, eu me contento,até porque a Liderança do PT já deve ter comunicadoque estou fora do Partido.

Se V. Exª não tem conhecimento disso, estátudo muito bem. Solicito, mais uma vez – já o fiz porescrito –, providências, porque, repito, estou dedican-do a minha energia militante para a construção de umnovo partido, de um abrigo para a Esquerda socialistae democrática.

O SR. PRESIDENTE (Eurípedes Camargo) – V.Exª será atendida, com base no Regimento Interno.

O SR. PRESIDENTE (Eurípedes Camargo) –Concedo a palavra ao próximo orador inscrito, Sena-dor João Capiberibe, por vinte minutos.

O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB – AP.Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do ora-dor.) – Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é sabi-do da reforma administrativa promovida pelo Presi-dente Lula. Antes da sua concretização, o MinistroRoberto Amaral pediu demissão do cargo, mas dei-xou plantada uma semente importante para a Repú-blica brasileira, para a res publica, ou seja, para o in-teresse comum, para o cidadão que contribui com oimposto e não sabe, na maioria das vezes, em que éaplicado.

O Ministro deixou, na Internet, na página do Mi-nistério da Ciência e Tecnologia, de forma destacada,o Projeto Transparência, que expõe, com informa-ções detalhadas, todos os gastos do Ministério. Tive acuriosidade de pesquisar. Aliás, nós, brasileiros, esta-mos utilizando a Internet, com deficiência, para o con-trole social do Estado brasileiro.

O Estado brasileiro é perdulário, gasta mal o re-curso do contribuinte. Há desvios de dinheiro público,falta de prioridade e muita corrupção, em que pesemos instrumentos de controle, como os tribunais decontas – alguns dos quais poderíamos denominar de“tribunais do faz-de-conta”, porque não controlam ab-solutamente nada e, ao contrário, acumpliciam-senesse processo. A Controladoria-Geral da União,conduzida pelo Sr. Ministro Waldir Pires, tem feito

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exaustivos levantamentos em algumas Prefeituras ecomprovado o desvio de recursos públicos. No entan-to, essas instituições não conseguem dar um bastaou pelo menos reduzir a corrupção em nosso País.

O Ministro Roberto Amaral colocou essa se-mente, que certamente se transformará em uma ár-vore frondosa, com frutos positivos para a sociedadebrasileira. A sua passagem será lembrada para sem-pre, porque, na República, foi a primeira vez em queum Ministro ousou apresentar com detalhes as des-pesas de seu Ministério.

Vou dar exemplos do que significa transparên-cia na Internet. Ainda há pouco, para analisar algunsempenhos, entrei na página do Ministério, que, comoé sabido, tem várias instituições coligadas, entre elas,o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em Natale em São José dos Campos; o Instituto Nacional dePesquisas da Amazônia, o Museu Paraense EmílioGoeldi, o CNPq, a Finep. Comparei, então, Sr. Presi-dente, Srªs e Srs. Senadores, a compra de água mi-neral. O galão de 20 litros de determinada marca,comprado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais, em São José dos Campos, por R$1,70, custouao Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém,R$2,65. Não há dúvida de que material se trata e doseu valor unitário.

Vejam a facilidade de pesquisa e de controle daexecução orçamentária e financeira pelo Ministro daCiência e Tecnologia. Esse é um exemplo rápido, queobtive em dez minutos, ao abrir o site do Ministério.Imaginem quando a sociedade brasileira resolvercontrolar este Estado corrupto e discriminador que é oEstado brasileiro. As instituições foram feitas para aminoria, mas agora a sociedade tem instrumento paracontrolá-las; poderá controlar até mesmo os gastosdo Senado.

Tenho mais um exemplo do Instituto Nacionalde Pesquisas Espaciais de São José dos Campos,que comprou uma unidade de cartucho de tinta paraimpressora, referência 51.645-A, por R$ 59,09 a uni-dade. Em Natal, esse mesmo cartucho foi pago aR$115,09. O que estou mostrando aqui é nada mais,nada menos, que o exemplo da eficiência, da trans-parência na execução dos gastos públicos, da expo-sição do orçamento público na Internet. Não há maisdúvida. O difícil é a sociedade se apropriar desse ins-trumento. Nossa dificuldade é convencer inclusive amídia de que não precisamos mais sair correndo,buscando informações quando se tem, de formatransparente, os gastos publicados na Internet. Bastaabrir o computador e pesquisar.

Quero destacar que esse projeto é novo e se ini-ciou no Ministério da Ciência e Tecnologia em dezem-bro do ano passado, mas precisa ser aprimorado.

Tenho aqui o empenho de compras do InstitutoNacional de Pesquisa da Amazônia, em Manaus, quedetalha a quantia de pouco mais de R$6 mil para com-prar peixe para alimentar ariranhas objeto de pesqui-sas; destaca o tipo de peixe, as espécies compradaspara alimentar o beneficiário. Temos aqui uma descri-ção em que não cabe dúvida relativamente a essa com-pra feita pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazô-nia. Consta, entretanto, que a administração central doCNPq comprou água mineral, cujo empenho não nospermite saber quanto foi pago nem qual a quantidadedo produto. Apenas se diz que o valor unitário é 3.800para atender à aquisição e fornecimento de garrafõesde água mineral. É preciso dizer quantos garrafões equal o volume. É preciso unificar essas informações, eisso é tarefa do novo Ministro.

Quero destacar a importância do novo Ministroda Ciência e Tecnologia e o acerto do Presidente Lulapor ter escolhido o jovem Deputado Líder do PSB naCâmara, Eduardo Campos, para assumir o Ministério.Ontem estive durante uma hora e meia com o futuroMinistro discutindo exatamente o aprofundamentodesse projeto, que é um instrumento poderoso de ci-dadania. O Ministro se comprometeu não só a mantercomo também a melhorar as informações na Internet,uniformizar essas informações para que o contribuin-te, aquele que paga a despesa, que somos todos nós,possamos acompanhar os gastos pelo Brasil afora. OMinistro afirmou que vai publicar não apenas o Orça-mento votado pelo Senado, mas também a sua exe-cução orçamentária na medida em que ele for contin-genciado pelo Executivo, caso haja contingencia-mento, porque segundo o Ministro Antonio Paloccinão haverá contingenciamento de despesas esteano. Mas se houver, vai estar na Internet. Depois vemo empenhamento da despesa. Esse projeto vale paraMunicípios, Estados, Judiciário, Legislativo.

O cidadão comum tem alguma dificuldade decompreender o processo de compras do Estado, doMunicípio. Por isso essa transparência no uso do di-nheiro público tem que se generalizar por todo o País.O Ministro se comprometeu ontem em dar um passoadiante no MCT. Primeiro, a transparência na com-pra, a licitação pública, o pregão na Internet, tudo issocom publicidade via Internet, que é um mecanismomuito barato, não tem segredo tecnológico. Depois, aliquidação da despesa. Esse é o passo decisivo queno meu Estado não concluímos porque encerrou-se omeu mandato. Todavia, uma vez empenhada a des-

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pesa, não há segredo nenhum. É dinheiro público. Oministério vai colocar na Internet, Senador Mozarildo,a ordem bancária, ou seja, a liquidação da despesa.Dessa forma, não haverá mais dúvidas quanto à lisu-ra na aquisição de bens e serviços ou de obras para oPoder Público, reduzindo enormemente a desconfi-ança, o descrédito que o cidadão tem no Poder Públi-co. Esse descrédito tem fundamento porque se noti-cia que se rouba alimento da boca de criancinha, ouseja, rouba-se dinheiro da merenda escolar, rouba-sedinheiro da compra de medicamentos. Milhares depessoas morrem porque não tem medicamento nospostos de saúde. Não é que não exista o dinheiro; oBrasil está entre as dez maiores potências econômi-cas. Temos uma carga tributária que chega a quase37%; de cada 12 meses que nós trabalhamos, 4 me-ses vão diretamente para o Fisco municipal, estaduale federal; e esses 4 meses de contribuição do cida-dão estão mal aplicados. Não se justifica que nãohaja dinheiro num posto de saúde para comprar medi-camentos básicos; não nos referimos a medicamen-tos sofisticados para intervenções caríssimas degrandes centros cirúrgicos, nada disso; é medica-mento para verminose, para anemia, para combatermalária. Esses medicamentos faltam porque o recur-so é desviado e as pessoas morrem à míngua. Não sejustifica que este País tão rico, com um parque produ-tivo entre os dez maiores do planeta, tenha pessoasmorrendo por falta de assistência mínima. O dinheiroexiste, mas é desviado.

Esse método iniciado pelo Ministro RobertoAmaral vai ser continuado pelo novo Ministro Eduar-do Campos, que vai avançar ainda mais. É precisoque esse procedimento se espalhe por todo o Gover-no do Presidente Lula, porque o PT, o Partido dosTrabalhadores, é um partido que sempre primou pelatransparência nos gastos públicos e agora tem aoportunidade. O Presidente não precisa de lei, ne-nhum gestor público precisa de lei para tornar as suascontas transparentes. Fiz isso no Amapá a partir dedecisão política.

Já mostrei aqui, o Senador Mozarildo presenci-ou, empenhos que retirei da Internet sobre compra demedicamentos pelo dobro do preço. Ontem mesmo eumostrava um roteiro de como se pesquisar na Internet;porque o cidadão comum, quando entra na Internet,vai atrás de informação trabalhada, de informação pro-duzida pelos jornais, pelas agências de notícias, pelasorganizações não-governamentais, mas dados como,por exemplo, os da execução orçamentária, ainda nãosão habitualmente controlados por nós, brasileiros.Aliás, a República brasileira foi proclamada no final do

século XIX, mas, infelizmente, até agora não se reali-zou para a sociedade brasileira. A preocupação com obem comum não se generalizou porque há um grau deexclusão social brutal no Brasil.

Por isso, Sr. Presidente, afirmo que estamosnos entendendo muito bem com o Ministro EduardoCampos. Esse compromisso, para nós, nos satisfazplenamente. Tenho convicção de que o Ministérioagora dirigido pelo Partido Socialista Brasileiro darácontinuidade ao projeto, com a ousadia política de umjovem. S. Exª se comprometeu a manter não apenasesse projeto, mas outros, como, por exemplo, um pro-jeto do nosso interesse e de toda a Amazônia referen-te às redes de ciência e tecnologia. Estávamos im-plantando esse projeto nas quatro pequenas universi-dades dos Estados de Roraima, Acre, Amapá e Ron-dônia. Para que fossem mantidos os laboratórios deciência e tecnologia nas referidas universidades, oMinistro Eduardo Campos firmou o compromisso dedar continuidade ao projeto.

Concedo um aparte à Senadora Heloísa Helena.A Srª Heloísa Helena (Sem Partido – AL) – Se-

nador João Capiberibe, por razões quase óbvias éevidente que não farei nenhuma consideração sobrea reforma ministerial. Se o fizesse, eu acabaria inici-ando um debate que V. Exª não merece ouvir. Sin-to-me na obrigação de saudar a iniciativa de V. Exª,porque sou testemunha do seu esforço não apenasapresentando projetos, mas participando de disputaspolíticas internas da Bancada e debatendo várias ve-zes questões aparentemente simples, mas que sãode interesse público, como a utilização das estruturasdisponibilizadas financeiramente para os gabinetes ea experiência de V. Exª como Governador. Lem-bro-me que o Senador Jefferson Péres e eu, em vári-as reuniões do Conselho de Ética e Decoro Parla-mentar, lutamos para que fossem cumpridas determi-nações do Regimento Interno da Casa e do Códigode Ética, como a obrigatoriedade de que fossem pu-blicadas no Diário Oficial as declarações de rendados Parlamentares. Infelizmente, iniciativas comoessa, criadas para democratizar a fiscalização, pelasociedade, do interesse público, como é o caso do Si-afi, não atingem os seus objetivos, porque as pesso-as necessitam de senhas especiais para acessar osistema, precisam conhecer o sistema profundamen-te ou ter um assessor técnico para, de alguma forma,desvendar os mistérios de tantos números. Com cer-teza, o que V. Exª propõe, até à luz da própria expe-riência, garante ao cidadão a possibilidade de fiscali-zar os gastos públicos. É claro que se trata de umatentativa de democratização, porque o que está na le-

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gislação em vigor é o papel do Congresso Nacional, opapel dos Poderes Legislativos. Existe tarefa maisnobre do que a fiscalização? Não conheço. Há muitasleis neste País. Não é à toa que a legislação brasileiraé a mais avançada do mundo na área de saúde. Amais avançada do mundo! A Lei Orgânica da Assis-tência Social é uma verdadeira declaração de amoraos pobres, oprimidos, miseráveis e marginalizados.O problema é que existe um abismo entre a lei e a re-alidade de milhões de pessoas. Portanto, se exercês-semos a nossa nobre tarefa de fiscalizar as ações doPoder Executivo, estaríamos dando um passo extre-mamente importante. Mas sabemos como funciona oCongresso: emprega-se a corriola e esquecem-se oscompromissos; esquecem-se, omitem-se, silenci-am-se. Quem chega ao Congresso começa a se lam-buzar no banquete farto do poder com cargos, prestí-gio e liberação de emendas, esquecendo-se comple-tamente do seu papel. Portanto, o esforço que V. Exªtem envidado nesse sentido é de fundamental impor-tância. Nos momentos de omissão, de cumplicidade,de silêncio, o cidadão comum, que efetivamente temo papel constitucional de fiscalizar os atos públicos,poderá fazê-lo. Se o Congresso não o faz, a socieda-de, de forma geral, ou o cidadão mais simples da peri-feria, ou o mais sofisticado, ou uma organizaçãonão-governamental, ou uma associação de morado-res, uma paróquia, qualquer pessoa ou entidade teráacesso àquela informação que faz parte da sua vidacotidiana. Portanto, quero mais uma vez saudar V.Exª e testemunhar o seu esforço incessante seja naBancada, seja no plenário, para sensibilizar estaCasa e os outros órgãos competentes, para que atransparência dos atos públicos seja uma realidade.Na verdade, transparência, controle externo e fiscali-zação são palavras muito fáceis de serem pronuncia-das, mas, às vezes, não são operacionalizadas, por-que possibilitariam ao povo desvendar os mistériosda administração pública, que alguns não gostariamde ver desvendados. Portanto, este é o meu testemu-nho da posição firme, persistente e perseverante deV. Exª em relação a um tema extremamente impor-tante. Muito obrigada.

O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB – AP) –Muito obrigado, Senadora Heloísa Helena. O apartede V. Exª enriquece a intenção do projeto.

V. Exª aborda a necessidade de que o cidadãoque paga imposto tenha o direito de saber para ondeestá indo o seu dinheiro. É um direito mínimo! Pagarimposto é um dever, uma obrigação; mas é um direitoreceber informações sobre o que é feito com os recur-sos destinados aos impostos.

É inacreditável que o nosso País não consigasuprir com medicamentos um posto de saúde; nãoconsiga colocar merenda escolar numa escola, nãoconsiga construir um prédio.

Há, hoje, no Ministério da Ciência e Tecnologia,o Empenho.

Observo a presença neste plenário da Deputa-da Janete Capiberibe, que apresentou o mesmo pro-jeto na Câmara. Seria interessante se conseguísse-mos agilizá-lo. Há um projeto tramitando no Senadodesde o ano passado; está na Comissão de Constitui-ção, Justiça e Cidadania. O projeto tem relatório favo-rável do Senador Demóstenes Torres, porém nãoavança. Espero que logo que retornemos aos nossostrabalhos, a partir do dia 15 de fevereiro, possamosvotá-lo.

Existe o Siafi, mas, como V. Exª disse, ele é che-io de códigos. É necessário um especialista para de-codificá-los. No caso em questão, do jeito que está,não há necessidade de especialista. O cidadão sabeo que é um galão de água mineral, pelo qual se pagouR$2,65 numa repartição pública, enquanto na outrapagou-se a metade do preço pelo mesmo produto.

Outra questão importante: o Ministro EduardoCampos se compromete a tornar pública a liquidaçãoda despesa. O que ocorre no Governo Federal comas emendas parlamentares? Essas emendas são umantro de corrupção, sim, e continuam a existir, mesmoque já tenham sido cassados vários parlamentares.Não há transparência. Imaginem uma emenda parla-mentar – vou dar um exemplo do meu Estado – para aIlha de Santana, para a construção de um centro desaúde. Suponhamos que a emenda seja aprovada,que o Empenho seja emitido, mas que o prefeito digaque não recebeu o dinheiro – porque várias etapasdevem ser vencidas para se conseguir algum recursode emenda parlamentar. Quando o Estado brasileiro– a União, os Estados federados e os Municípios –disponibilizar na Internet o empenhamento da despe-sa e a sua liquidação, acabará a justificativa. Nin-guém vai poder negar que o dinheiro está na conta,porque será comprovado que a ordem bancária foiemitida.

Portanto, sei que esta é uma luta que vamos le-var alguns anos para vencer, mas vamos conquistaresse benefício, a sociedade brasileira vai conseguir,porque, de acordo com a minha experiência comogestor público, como Prefeito de Macapá e como Go-vernador duas vezes, o cidadão só sabe que tem quepagar o imposto, mas não tem como controlar o usodo dinheiro.

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Estou trazendo esta experiência para o Senadoe temos que transformá-la em prática republicana; te-mos que “republicanizar" o Orçamento público.

Finalmente, eu queria encerrar as minhas pala-vras destacando a presença do Sr. Alex Sandro, queestá aqui conosco, Presidente da Juventude Socialis-ta Brasileira, que é do meu Estado, e também a do Ju-liano Del Castilo. Eles estão participando de umagrande reunião da Juventude Socialista para instalaro segmento da igualdade racial.

Ontem tivemos um debate sobre a questão indí-gena antes da presença européia. É necessário quetenhamos consciência de que, aqui, todas as terraspertenciam à grande diversidade étnica que habitavaas Américas e, particularmente, o Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Durante o discurso do Sr. João Capi-beribe, o Sr. Eurípedes Camargo, deixa acadeira da presidência, que é ocupada peloSr. Mozarildo Cavalcanti.

O SR. PRESIDENTE (Mozarildo Cavalcanti) –Concedo a palavra ao nobre Senador Ney Suassuna,por 20 minutos.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB – PB. Pronun-cia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr.Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nesta semanaocupei duas vezes a tribuna. Numa delas, fiz um ba-lanço do ano de 2003 – decepções e vitórias – e tam-bém avaliei as projeções e as possibilidades de 2004.Neste ano de 2004, todos nós estamos depositandomuitas esperanças, mas não devemos esperar dema-is do ponto de vista orçamentário. O Brasil vai arreca-dar R$404 bilhões, mas vai pagar R$164 bilhões sódo serviço da dívida. Essa dívida está pesando enor-memente nas costas de todos nós e é um peso muitodifícil de ser levado pela nossa geração. É claro queisso vem da irresponsabilidade, eu diria, econômicadas gerações passadas. Temos muito que agradeceràs gerações passadas, inclusive a vida; se não fos-sem as gerações passadas, não estaríamos aqui. Noentanto, o Brasil, nesse tempo todo, não se preocu-pou com dívidas.

Quando o Brasil se tornou independente, osportugueses tomaram dinheiro emprestado aos ingle-ses. Depois, num acordo de pai para filho, D. João VIpermitiu que D. Pedro I declarasse a independência,desde que pagasse a conta aos ingleses. Foi a prime-ira dívida. Daí para diante, a dívida só fez crescer. Emalgumas horas, o dinheiro ficou muito caro: pagáva-mos 20% sobre o dólar. Era terrível! Essa dívida ex-

trapolou e hoje ela é pesadíssima. Pagar R$164 bi-lhões por ano praticamente neutraliza o Orçamento.

Então, a nossa solução não deverá ser de Orça-mento, mas de exportações e do que pudermos cor-tar de despesas. E o que podemos cortar de despe-sas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores? O quepodemos fazer para que a nossa juventude não sesinta desalentada com a falta de empregos, nossomaior problema do momento? É preciso baixar o cus-to Brasil, é preciso diminuir a burocracia.

Eu falava, na terça-feira, aqui, que, na Austrália,é preciso dois dias para se implantar uma microem-presa; no Brasil, levam-se cento e cinqüenta e novedias. O custo de se instalar uma empresa no Brasil évárias vezes maior que o da Austrália. A burocracia,que é um hábito ibérico, sufoca o Brasil.

Será que há burocracia somente na área adminis-trativa? Não, Sr. Presidente. A burocracia na Justiça éuma vergonha nacional. Os juízes estão sufocadosnum mar de papel. Transformamos a nossa Justiça emuma Justiça processual. O importante é protelar. Se umindivíduo cometer um homicídio hoje e tiver algum di-nheiro, ele será julgado daqui a 30 anos, a não ser quecaia no gosto da imprensa, pois, se isso ocorrer, a pres-são fará com que seja diminuído o prazo.

E não culpo os juízes. A culpa é da sociedadeque permitiu que a Justiça ficasse desta forma: extre-mamente burocratizada, sufocada, afogada num marde processos.

Quem quiser um exemplo do que estou falandová a uma Vara Judicial e observe o mundo de proces-sos que há. São salas cheias de papel, e o juiz fica su-focado por uma agenda terrível. Em se tratando daJustiça Federal, ainda é pior, Sr. Presidente, Srªs eSrs. Senadores. Só na Receita Federal, no Ministérioda Fazenda, há 4,5 milhões de processos aguardan-do julgamento. E a Justiça do Trabalho? Tambémestá sufocada. Precisam ser reformuladas tanto aJustiça Comum como a Justiça do Trabalho.

Essas duas reformas estão chegando ao Senado.Já começam a tramitar. Vejam os senhores: há dezanos está o processo de reforma do Judiciário no Con-gresso, pois passou nove anos na Câmara dos Deputa-dos e chegou em setembro passado ao Senado.

A oposição à reforma é grande no meio judicial.E por quê? Porque todo mundo diz que é preciso re-formar, mas, quando chega a hora da reforma, pensa:a situação como está é conhecida; a outra poderá serpior. E começam os anticorpos às reformas.

Trabalhei na reforma administrativa de 1967com o Ministério Hélio Beltrão. Era assim mesmo.

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado 24 01293 411ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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Chegávamos a um Ministério, víamos que a burocra-cia era genérica e sabíamos que era preciso reformar.Todo mundo dizia que era preciso reformar, mas,quando apresentávamos a reforma, a grita era geral.Ninguém queria mudar a rotina conhecida.

Para V. Exªs terem uma idéia do que é a burocra-cia neste País, imaginem só: já foi abolido, por decreto,duas vezes, o reconhecimento de firma, mas tente pe-gar um documento qualquer – mesmo que seja para le-var para o Governo – para ver se o cidadão não diz queé preciso reconhecer a firma. É a falta de confiança naspessoas. E o cidadão se sente – é um atavismo brasilei-ro – na obrigação de transferir sua responsabilidadepara outro. Então, quem atesta não é uma pessoa quetenha fé, e um funcionário público qualquer podiafazê-lo pelo decreto. Não! É preciso ir ao cartório, por-que aí a responsabilidade passa a ser do cartório.

Temos a burocracia na cabeça, e essa burocra-cia está entravando o Brasil e aumentando o custo.Para V. Exªs terem uma idéia, um processo de falên-cia de uma empresa nos Estados Unidos e na maioriados países da Europa demora um ano; no Brasil, essemesmo processo leva dez anos para ser concluído.Isso se reflete em quê?

Agora, vejam a malícia e – e eu diria até – a ma-landragem dos financistas. Como isso demora, comotem esse custo, vai para os juros. Quem vai tomar di-nheiro emprestado tem que tomar uma parcela porconta da demora das soluções.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estaCasa vai ter muita responsabilidade e precisa estarimbuída dessa responsabilidade na reforma do Judi-ciário, que temos que fazer durante essa convoca-ção. Já estamos ouvindo e estamos prestando muitaatenção aos depoimentos das autoridades que estãosendo chamadas. Hoje mesmo, o Ministro Nelson Jo-bim deverá estar prestando informações a esta Casasobre a reforma do Judiciário.

E há também a Lei de Falências para ser votadanesta convocação. E, com toda certeza, nos próxi-mos dias, estará aportando ao Congresso a reformada lei trabalhista. São coisas importantes que temosque fazer. É claro que o corporativismo vai pesar eque haverá protestos, discussões, mas é preciso quese faça. Saltamos de 12% para 12,4% de desempre-go. E não pode haver nada mais degenerativo, nadamais deprimente, nada mais ofensivo a um ser huma-no do que não se sentir útil, do que não ter emprego.

E, quando falamos em emprego, não estamoscontando como subemprego os empregos de pesso-as que terminam cursos superiores e vão ganharR$200,00 ou R$300,00. Hoje mesmo, recebi o telefo-

nema de um correligionário da Paraíba que estavadesolado, porque a filha, que terminou de fazer gra-duação e pós-graduação, foi em busca do primeiroemprego, mas lhe ofereceram apenas R$200,00 desalário inicial. São oferecidos R$200,00 para umapessoa com pós-graduação!

A verdade é que continuamos com um outrocomplexo: o complexo da graduação e, agora, dapós-graduação. As carreiras técnicas de bombeiro ede eletricista estão dando muito mais resultado, comoemprego, do que as carreiras de bacharéis, de douto-res e tudo o mais.

Então, é preciso que o Brasil entre nos trilhos dodesenvolvimento. E, para entrar nos trilhos do desen-volvimento, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, épreciso que desburocratizemos as rotinas e façamosdeste um País mais ágil. Isso custa caro ao Brasil,custa caro ao futuro e prejudica, principalmente, os jo-vens que estão chegando ao mercado de trabalho eque precisam ter mais facilidade nas ações, na suamissão trabalhista.

Muito obrigado, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Mozarildo Cavalcanti) –

O Sr. Senador Mozarildo Cavalcanti enviou discursoà Mesa para ser publicado na forma do disposto noart. 203 do Regimento Interno.

S. Exª será atendido.O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS – RR.

Sem apanhamento taquigráfico.) – Sr. Presidente, Srªse Srs. Senadores, o absurdo abismo que separa ricos epobres no Brasil, configurador de nosso índice de con-centração da renda quase sem paralelo no mundo, écausa primordial dos deprimentes quadros de fome, do-ença, miséria, indigência que se observam nos mais va-riados quadrantes do País e que constituem ofensa in-tolerável à dignidade da pessoa humana.

A tragédia representada por essa perversa desi-gualdade na distribuição da riqueza entre os brasilei-ros assume contornos e tonalidades tão chocantesque nem mesmo a mais conservadora das mentalida-des, por mais anacrônica ou petrificada que seja, ou-saria contestá-la, ou mesmo menosprezá-la.

Afinal, a triste realidade não está apenas estam-pada nas frias estatísticas apuradas pelas pesquisassociais e socioeconômicas realizadas pelos diversosinstitutos. Ela está, há muito, escancarada e gritante,clamando sob nossos olhos. Irrompe nos cenáriosdas nossas grandes cidades, exibindo-se tanto nasperiferias quanto nos seus palcos centrais. Perduranos inúmeros bolsões de atraso que ainda existemem nossa zona rural. E, mais recentemente, avança

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sobre as cidades de médio e de pequeno porte. Nãohá cortina ou véu que consiga mais esconder ou dis-farçar o choque cotidiano de uma sociedade profun-damente dividida e, todavia, obrigada a conviver ecruzar seus caminhos opostos nos mesmos espaços.

Nosso País ingressa no novo século ostentando,ainda, a chaga de dezenas de milhões de compatrio-tas sobrevivendo abaixo da linha da pobreza. Focos detrabalho escravo subsistem não apenas no vasto inte-rior, mas também em segmentos da produção industri-al e do setor de serviços, novas denúncias vindo à tonacom desanimadora regularidade. Não se logrou, tam-pouco, dar cabo da exploração do trabalho infantil, adespeito dos ingentes e permanentes esforços de vigi-lância e repressão realizados pelas autoridades. Umaenorme parcela da população economicamente ativaestá ocupada no trabalho informal, desprovido dequalquer salvaguarda legal e previdenciária. O min-guado salário mínimo constitui o salário máximo queum dilatado contingente dos trabalhadores que têmcarteira assinada consegue auferir.

Esse quadro social, marcado por tantas deforma-ções, resulta, sobretudo, das mazelas verificadas ao longodo nosso processo histórico, ao qual não faltou a ignomí-nia da escravatura, e tem como evidentes elementoscomplicadores a extensão continental de nosso território eum crescimento demográfico que só nas últimas três dé-cadas abandonou a trajetória explosiva. A migração daspopulações rurais para os centros urbanos, que hoje con-centram 80% da nossa massa demográfica, evidencia afalta de condições de sobrevivência condigna no campo,ao mesmo tempo em que acarreta a expansão desorde-nada das periferias das cidades, desprovidas da infra-es-trutura necessária para abrigar, dar trabalho e oferecer osserviços sociais básicos a esse contingente de migrantes.

Entretanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senado-res, se não conseguimos, até hoje, alterar de modosubstancial os indicadores de nossa realidade socio-econômica tão profundamente injusta e desigual, éforçoso reconhecer, de outra parte, que se vêm multi-plicando, nos últimos tempos, as políticas públicas eas iniciativas na esfera privada tendentes a assegurarmudanças de fundo nesse quadro. E, não menos im-portante, vem-se cristalizando, na opinião pública,uma nova compreensão quanto à natureza dessaproblemática e uma nova perspectiva no que concer-ne à melhor abordagem para enfrentá-la.

Essa mudança de enfoque é justamente o temade interessante artigo de autoria do jornalista AugustoMarzagão publicado pelo Correio Braziliense. Segun-do Marzagão, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silvasoube bem captar a nova postura do conjunto da soci-edade brasileira face aos problemas da miséria e dafome “que ainda avultam na variada paisagem destePaís cronicamente emergente”.

Hoje, não mais vicejam entre os brasileiros umsentimento de conformidade passiva frente àquiloque já foi visto como uma fatalidade do destino dospovos periféricos, nem uma postura favorável à pie-dade filantrópica de escassa eficácia. Não existemais resignação em relação a um quadro que nãopode, evidentemente, ser encarado como uma fatali-dade. Todos percebem como intolerável a realidadede penúria, sofrimento e abandono em que vivem tan-tos e tantos compatriotas.

O horizonte para o qual hoje se voltam os brasi-leiros é o de um País povoado de cidadãos, de pesso-as qualificadas pela educação e pelo conhecimento,conscientes dos seus direitos e aptas para travarem abatalha pelo desenvolvimento e pela igualdade soci-al. Essa é a perspectiva que, a cada dia, mais e mais,toma o lugar do simples assistencialismo.

São muito numerosos os pontos de partida e deapoio efetivo com que agora podem contar os movi-mentos que trabalham pela inclusão social. Temos oempresariado mais responsável, as corporações mo-dernas, as organizações não-governamentais, as soci-edades religiosas, as organizações solidaristas, as re-presentações comunitárias, as equipes de voluntáriostomados de espírito samaritano e outras tantas institui-ções e entidades do mundo privado, que se somam aosesforços e aos limitados recursos do Estado na luta peloresgate da melhor qualidade de vida para aqueles mi-lhões de irmãos brasileiros que se encontram paralisa-dos pela falta de perspectivas e pela desesperança.

E não é apenas a miséria que escandaliza a cons-ciência nacional. A dramática situação do desempregoem massa, por exemplo, já é motivo de uma comoçãonacional nunca antes tão intensa. E não é para menos.Afinal, a oferta de uma oportunidade de emprego qual-quer em nossas cidades provoca, imediatamente, a for-mação de quilométricas filas de candidatos, muitos de-les com qualificação muitíssimo superior à exigida paraaquela função. O desemprego é, também, uma chagabrasileira que clama por tratamento urgente, até porquea conquista de uma ocupação remunerada vale, aomesmo tempo, por uma vitória contra os descaminhosda violência e da criminalidade.

O que está evidente, portanto, é que os brasilei-ros, hoje, percebem muito nitidamente que erradicara fome e mitigar a pobreza, gerar as condições para oexercício pleno da cidadania, construir, enfim, umPaís mais justo implica um compromisso nacionalprofundo e irretratável com os postulados democráti-cos e humanistas.

Sabemos que a ampliação em larga escala domercado de trabalho, solene compromisso de campa-

Janeiro de 2004 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Sábado 24 01295 413ANAIS DO SENADO FEDERALJANEIRO 2004

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nha do hoje Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sóserá viabilizada mediante o revigoramento da atividadeeconômica de um modo geral. Nesse ínterim, contudo,o cidadão desempregado não pode ficar ao desabrigodos mecanismos de proteção social. É preciso que oEstado e as entidades da sociedade civil organizada lheestendam bóias de salvação que não o deixem naufra-gar. É preciso, especialmente, suprir-lhe os instrumen-tos para melhorar suas chances de acesso ao empre-go, seja oferecendo-lhe oportunidades de qualificação,seja, até mesmo, garantindo-lhe condições de desloca-mento no espaço urbano para que possa persistir nabusca pela tão sonhada vaga.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é deverasauspicioso constatar que amadurece rapidamente nes-te País uma nova visão do problema da pobreza. Frentea essa realidade tão trágica, não cabe, de fato, nemuma postura conformista, de aceitação passiva, comose se tratasse de uma fatalidade incontornável, nem aantiga postura assistencialista, de atendimento de cu-nho filantrópico aos desvalidos.

É animador testemunhar esse levantar dasconsciências, essa maré de indignação, essa ira san-ta contra uma situação que é, verdadeiramente, injuri-osa, ofensiva à dignidade da pessoa humana.

A luta é, de fato, por cidadania. O que queremosé que todos os brasileiros sejam cidadãos, na plenaacepção da palavra, no pleno gozo de todos os direi-tos inerentes à cidadania, inclusive – e particularmen-te – os direitos ao trabalho, à alimentação, à moradia,à saúde, à educação. A batalha contra a pobreza é abatalha pela cidadania plena. E o Brasil vai venceressa batalha!

Era o que eu tinha a dizer.Muito obrigado!O SR. PRESIDENTE (Mozarildo Cavalcanti) –

Nada mais havendo a tratar, a Presidência vai encer-rar os trabalhos, lembrando às Srªs e aos Srs. Sena-dores que constará da próxima sessão deliberativaordinária, a realizar-se terça-feira, dia 27 de janeiro,às 14 horas e 30 minutos, a seguinte

ORDEM DO DIAPLC Nº 70/2003-COMPLEMENTAR – Altera dis-

positivos da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 –Código Tributário Nacional, e dá outras providências.

PEC Nº 29/2000 E APENSADAS – Introduz mo-dificações na estrutura do Poder Judiciário.

PLC Nº 71/2003 – Regula a recuperação judicial,a extrajudicial e a falência de devedores pessoas físicase jurídicas que exerçam atividade econômica regida pe-las leis comerciais, e dá outras providências.

PLC Nº 102/2003 – Acrescenta parágrafo no ar-tigo 129, do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembrode 1940 – Código Penal, criando o tipo especial deno-minado “Violência Doméstica”.

PLC Nº 107/2003 – Dispõe sobre a utilização eproteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlânti-ca, e dá outras providências.

PLC Nº 113/2003 – Institui regime especial paraalteração estatutária das associações, e altera a Leinº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil.

PLS Nº 195/2003 – Concede às parturientes odireito à presença de um acompanhante durante otrabalho de parto e o pós-parto imediato, no âmbito doSistema Único de Saúde.

O SR. PRESIDENTE (Mozarildo Cavalcanti) –Nada mais havendo a tratar, a Presidência vai encer-rar os trabalhos.

O SR. PRESIDENTE (Mozarildo Cavalcanti) –Está encerrada a sessão.

(Levanta-se a sessão às 11 horas e 42minutos.)

ATA DA 127ª SESSÃO DELIBERATIVAORDINÁRIA, REALIZADA EM 23 DE SETEMBRO

DE 2003(Publicada no DSF, de 24 de setembro de 2003)

RETIFICAÇÃO

A página 28682, segunda coluna, no Parecer nº1.299, de 2003-PLEN,

Onde se lê:

EMENDA Nº – PLEN(Ao Projeto de Lei da Câmara nº 57, de 2003)

Leia-se

EMENDA Nº 1 – PLEN(Ao Projeto de Lei da Câmara nº 57, de 2003)

Na mesma página e coluna, onde se lê:“O SR. PRESIDENTE (José Sarney) – Com a

palavra o Senador Demóstenes Torres, para proferirparecer em nome da Comissão de termos do pará-grafo único do art. 224.”....................................................................................

leia-se:“O SR. PRESIDENTE (José Sarney) – Com a

palavra o Senador Demóstenes Torres para proferirparecer em substituição à Comissão de Constituição,Justiça e Cidadania sobre o projeto e também sobre aemenda apresentada, nos termos do parágrafo únicodo art. 234.”....................................................................................

01296 Sábado 24 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Janeiro de 2004JANEIRO 2004ANAIS DO SENADO FEDERAL414

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COMPOSIÇÃO DO SENADO FEDERAL (52ª LEGISLATURA)

BAHIA PFL - Rodolpho Tourinho PFL - Antonio Carlos Magalhães PFL - César Borges

RIO DE JANEIRO PT - Roberto Saturnino PL - Marcelo Crivella PMDB - Sérgio Cabral

MARANHÃO PMDB - João Alberto Souza PFL - Edison Lobão PFL - Roseana Sarney

PARÁ PMDB - Luiz Otávio PT - Ana Júlia Carepa PTB - Duciomar Costa

PERNAMBUCO PFL - José Jorge PFL - Marco Maciel PSDB - Sérgio Guerra

SÃO PAULO PT - Eduardo Suplicy PT - Aloizio Mercadante PFL - Romeu Tuma

MINAS GERAIS PL - Aelton Freitas PSDB - Eduardo Azeredo PMDB - Hélio Costa

GOIÁS PMDB - Maguito Vilela PFL - Demóstenes Torres PSDB - Lúcia Vânia

MATO GROSSO PSDB - Antero Paes de Barros PFL - Jonas Pinheiro PT - Serys Slhessarenko

RIO GRANDE DO SUL PMDB - Pedro Simon PT - Paulo Paim PTB - Sérgio Zambiasi

CEARÁ PSDB - Reginaldo Duarte PPS - Patrícia Saboya Gomes PSDB - Tasso Jereissati

PARAÍBA PMDB - Ney Suassuna PFL - Efraim Morais PMDB - José Maranhão

ESPÍRITO SANTO PPS - João Batista Motta PMDB - Gerson Camata PL - Magno Malta

PIAUÍ PMDB - Alberto Silva

PFL - Heráclito Fortes PMDB - Mão Santa

RIO GRANDE DO NORTE PTB - Fernando Bezerra PMDB - Garibaldi Alves Filho PFL - José Agripino

SANTA CATARINA PFL - Jorge Bornhausen PT - Ideli Salvatti PSDB - Leonel Pavan

ALAGOAS PT - Heloísa Helena PMDB - Renan Calheiros PSDB - Teotônio Vilela Filho

SERGIPE PFL - Renildo Santana PDT - Almeida Lima PSB - Antonio Carlos Valadares

AMAZONAS PMDB - Gilberto Mestrinho PSDB - Arthur Virgílio PDT - Jefferson Peres

PARANÁ PSDB - Alvaro Dias PT - Flávio Arns PDT - Osmar Dias

ACRE PT - Tião Viana PSB - Geraldo Mesquita Júnior PT - Sibá Machado

MATO GROSSO DO SUL PMDB - Juvêncio da Fonseca PT - Delcídio Amaral PMDB - Ramez Tebet

DISTRITO FEDERAL PMDB - Valmir Amaral PT - Eurípedes Camargo PFL - Paulo Octávio

TOCANTINS PSDB - Eduardo Siqueira Campos PFL - João Ribeiro PMDB - Leomar Quintanilha

AMAPÁ PMDB - José Sarney PSB - João Capiberibe PMDB - Papaléo Paes

RONDÔNIA PMDB - Amir Lando PT - Fátima Cleide PMDB - Valdir Raupp

RORAIMA PPS - Mozarildo Cavalcanti PDT - Augusto Botelho PMDB - Romero Jucá

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COMPOSIÇÃO DAS COMISSÕES PERMANENTES

1) COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS (27 titulares e 27 suplentes)

Presidente: Senador Ramez Tebet (PMDB-MS)

Vice-Presidente: Senador Paulo Octavio (PFL-DF)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Aloizio Mercadante 1. Ideli Salvatti Ana Júlia Carepa 2. Flávio Arns Eduardo Suplicy 3. Serys Slhessarenko Delcídio Amaral 4. Duciomar Costa Roberto Saturnino 5. Magno Malta Antonio Carlos Valadares 6. Aelton Freitas Geraldo Mesquita Júnior 7. (vago) Fernando Bezerra 8. (vago)

PMDB Ramez Tebet 1. Hélio Costa Mão Santa 2. Luiz Otávio Garibaldi Alves Filho 3. Valmir Amaral Romero Jucá 4. Gerson Camata* João Alberto Souza 5. Sérgio Cabral Pedro Simon 6. Ney Suassuna Valdir Raupp 7. Maguito Vilela

PFL César Borges 1. Antonio Carlos Magalhães Efraim Morais 2. Demóstenes Torres Jonas Pinheiro 3. João Ribeiro Jorge Bornhausen 4. José Agripino Paulo Octavio 5. José Jorge Rodolpho Tourinho 6. Marco Maciel

PSDB Antero Paes de Barros 1. Arthur Virgílio Sérgio Guerra 2. Álvaro Dias Eduardo Azeredo 3. Lúcia Vânia Tasso Jereissati 4. Leonel Pavan

PDT Almeida Lima 1. Osmar Dias

PPS Patrícia Saboya Gomes 1. Mozarildo Cavalcanti

*Desfiliou-se do PMDB, em 15.09.2003. Atualizada em 30.10.2003

Secretário: Luiz Gonzaga Silva Filho

Reuniões: Terças-Feiras às 10:00 horas - Plenário nº 19 - Ala Alexandre Costa. Telefones: 3114605 e 3113516 Fax: 3114344

E-Mail: [email protected]

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1.1) SUBCOMISSÃO DE TURISMO

TEMPORÁRIA (07 titulares e 07 suplentes)

Presidente: Senador Paulo Octávio (PFL -DF)

Vice-Presidente: Senador Leonel Pavan (PSDB - SC)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Aelton Freitas 1. Antonio Carlos Valadares Serys Slhessarenko 2. Ideli Salvatti

PMDB Garibaldi Alves Filho 1. Mão Santa Valdir Raupp 2. Luiz Otávio

PFL Paulo Octavio 1. João Ribeiro 2. César Borges

PSDB Leonel Pavan 1. Eduardo Azeredo

*Vaga cedida ao PPS. Atualizada em 30.10.2003

Secretário: Luiz Gonzaga Silva Filho Reuniões: Terças-Feiras às 10:00 horas - Plenário nº 19 - Ala Alexandre Costa.

Telefones: 3114605 e 3113516 Fax: 3114344 E-Mail: [email protected]

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1.2) SUBCOMISSÃO DE MINERAÇÃO

TEMPORÁRIA

(07 titulares e 07 suplentes)

Presidente: Senadora Ana Júlia Carepa (PT - PA) Vice-Presidente: Senador Rodolpho Tourinho (PFL - BA)

TITULARES SUPLENTES

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL) Ana Julia Carepa 1. Delcídio Amaral. Aelton Freitas 2. Magno Malta

PMDB Luiz Otávio 1. Hélio Costa Sérgio Cabral 2. Gerson Camata**

PFL Rodolpho Tourinho 1. Efraim Morais João Ribeiro 2. Almeida Lima (PDT)*

PSDB Sérgio Guerra 1.Eduardo Azeredo

*Vaga cedida pelo PFL **Desfiliou-se do PMDB, em 15.09.2003. Atualizada em 15.08.2003.

Secretário: Luiz Gonzaga Silva Filho Reuniões: Terças-Feiras às 10:00 horas - Plenário nº 19 - Ala Alexandre Costa.

Telefones: 3114605 e 3113516 Fax: 3114344 E-Mail: [email protected]

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1.3) SUBCOMISSÃO DESTINADA A ACOMPANHAR A EVOLUÇÃO DA DÍVIDA PÚBLICA DOS ESTADOS TEMPORÁRIA

(09 titulares e 09 suplentes)

Presidente: Senador César Borges (PFL - BA) Vice-Presidente: Senador Fernando Bezerra (PTB - RN)

Relator: Senador Ney Suassuna

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Roberto Saturnino 1. Eduardo Suplicy. Fernando Bezerra 2. Aelton Freitas Delcídio Amaral 3. Antonio Carlos Valadares

PMDB Ney Suassuna 1. Valdir Raupp Pedro Simon 2. Gerson Camata*

PFL César Borges 1. Jonas Pinheiro Paulo Octávio 2. José Jorge

PSDB Sérgio Guerra 1.Lúcia Vânia

PDT - PPS (vago) (vago)

*Desfiliou-se do PMDB, em 15.09.2003. Atualizada em 30.10.2003

Secretário: Luiz Gonzaga Silva Filho

Reuniões: Terças-Feiras às 10:00 horas - Plenário nº 19 - Ala Alexandre Costa. Telefones: 3114605 e 3113516 Fax: 3114344

E-Mail: [email protected]

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1.4) SUBCOMISSÃO FOME ZERO TEMPORÁRIA (07 titulares e 07 suplentes)

Presidente: Rodolpho Tourinho (PFL - BA)

Vice-Presidente: Senador Eduardo Suplicy (PT - SP) Relator: Senador Romero Jucá (PMDB - RR)

TITULARES SUPLENTES

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL) Eduardo Suplicy 1. Delcídio Amaral. Fernando Bezerra 2. Serys Slhessarenko

PMDB Ney Suassuna 1. Garibaldi Alves Filho Romero Jucá 2. Luiz Otávio

PFL Jonas Pinheiro 1. Demóstenes Torres Rodolpho Tourinho 2. Paulo Octávio

PSDB Lúcia Vânia 1.Leonel Pavan

Secretário: Luiz Gonzaga Silva Filho Reuniões: Terças-Feiras às 10:00 horas - Plenário nº 19 - Ala Alexandre Costa.

Telefones: 3114605 e 3113516 Fax: 3114344 E-Mail: [email protected]

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2) COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS (29 titulares e 29 suplentes)

Presidente: Senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO)

Vice-Presidente: Senador Papaléo Paes* (PMDB-AP)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Ana Júlia Carepa 1. Delcídio Amaral Eurípedes Camargo 2. Fernando Bezerra Fátima Cleide 3. Tião Viana Flávio Arns 4. Antonio Carlos Valadares Sibá Machado 5. Duciomar Costa (vago) 6. (vago) Aelton Freitas 7. Serys Slhessarenko Geraldo Mesquita Júnior 8. (vago)

PMDB Mão Santa 1. Garibaldi Alves Filho Leomar Quintanilha 2. Hélio Costa Maguito Vilela 3. Ramez Tebet Sérgio Cabral 4. José Maranhão Ney Suassuna 5. Pedro Simon Amir Lando 6. Romero Jucá Papaléo Paes* 7. Gerson Camata**

PFL Edison Lobão 1. Antonio Carlos Magalhães Jonas Pinheiro 2. César Borges José Agripino 3. Demóstenes Torres Paulo Octávio 4. Efraim Morais Maria do Carmo Alves 5. Jorge Bornhausen Roseana Sarney 6. João Ribeiro

PSDB Eduardo Azeredo 1. Arthur Virgílio Lúcia Vânia 2. Tasso Jereissati João Tenório 3. Leonel Pavan Antero Paes de Barros 4. Sérgio Guerra Reginaldo Duarte 5. (vago)

PDT Augusto Botelho 1. Osmar Dias Juvêncio da Fonseca 2. (vago)

PPS Patrícia Saboya Gomes 1. Mozarildo Cavalcanti

*Desfiliou-se do PTB, passando a integrar a bancada do PMDB em 07.05.2003. ** Desfiliou-se do PMDB em 15.09.2003. Atualizada em 25.11.2003

Secretário: José Roberto Assumpção Cruz Reuniões: Quintas - Feiras às 10:00 horas - Plenário nº 09 - Ala Alexandre Costa.

Telefone: 3113515 Fax: 3113652 E - Mail: [email protected]

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2.1) SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA DA CRIANÇA DO ADOLESCENTE E DA JUVENTUDE

(7 titulares e 7 suplentes)

Presidente: Senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) Vice-Presidente: Senadora Roseana Sarney (PFL-MA) Relatora: Senadora Patrícia Saboya Gomes (PPS-CE)

TITULARES SUPLENTES

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL) Ana Júlia Carepa 1.(vago) Fátima Cleide 2. (vago)

PMDB Amir Lando 1. (vago) Juvêncio da Fonseca* 2. (vago)

PFL Roseana Sarney 1. (vago)

PSDB Lúcia Vânia 1. (vago)

PPS Patrícia Saboya Gomes 1. (vago)

*Desfiliou-se do PMDB, passando a integrar a bancada do PDT em 10.09.2003. Atualizada em 10.09.2003

Secretário: José Roberto Assumpção Cruz Plenário nº 09 - Ala Alexandre Costa.

Telefone: 3113515 Fax: 3113652 E - Mail: [email protected]

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2.2) SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA DO IDOSO (7 titulares e 7 suplentes)

Presidente: Senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ)

Vice-Presidente: (vago) Relator: Senador Leomar Quintanilha (PFL -TO)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Sibá Machado 1. (vago) Aelton Freitas 2. (vago)

PMDB Sérgio Cabral 1. (vago) (vago) 2. (vago)

PFL Leomar Quintanilha* 1. (vago)

PSDB Antero Paes de Barros 1. (vago)

PDT (vago) 1. (vago)

* Desfiliou-se do PFL, passando a integrar a bancada do PMDB em 08.10.2003 Atualizada em 08.10.2003

Secretário: José Roberto Assumpção Cruz Plenário nº 09 - Ala Alexandre Costa.

Telefone: 3113515 Fax: 3113652 E - Mail: [email protected]

Page 438: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

2.3) SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA DAS PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS

(7 titulares e 7 suplentes)

Presidente: Senador Flávio Arns (PT-PR) Vice-Presidente: Senador Jonas Pinheiro (PFL-MT)

Relator: Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Flávio Arns 1. (vago) Eurípedes Camargo 2. (vago)

PMDB Ney Suassuna 1. (vago) Garibaldi Alves Filho 2. (vago)

PFL Jonas Pinheiro 1. (vago)

PSDB Eduardo Azeredo 1. (vago)

PPS Mozarildo Cavalcanti 1. (vago)

Secretário: José Roberto Assumpção Cruz

Plenário nº 09 - Ala Alexandre Costa. Telefone: 3113515 Fax: 3113652

E - Mail: [email protected]

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2.4) SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA DE SAÚDE (7 titulares e 7 suplentes)

Presidente: Senador Papaléo Paes*(PMDB-AP)

Vice-Presidente: Senador Augusto Botelho (PDT-RR) Relator: Senador Mão Santa (PMDB-PI)

TITULARES SUPLENTES

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL) Serys Slhessarenko 1. (vago) Eurípedes Camargo 2. (vago)

PMDB Mão Santa 1. (vago) Papaléo Paes* 2. (vago)

PFL Maria do Carmo Alves 1. (vago)

PSDB Reginaldo Duarte 1. (vago)

PDT Augusto Botelho 1. (vago)

*Desfiliou-se do PTB, passando a integrar a bancada do PMDB em 07.05.2003. Atualizada em 17.09.2003

Secretário: José Roberto Assumpção Cruz Plenário nº 09 - Ala Alexandre Costa.

Telefone: 3113515 Fax: 3113652 E - Mail: [email protected]

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3) COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E CIDADANIA (23 titulares e 23 suplentes)

Presidente: Senador Edison Lobão (PFL-MA)

Vice-Presidente: Senador José Maranhão (PMDB-PB)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Serys Slhessarenko 1. Eduardo Suplicy Aloizio Mercadante 2. Ana Júlia Carepa Tião Viana 3. Sibá Machado Antonio Carlos Valadares 4. Duciomar Costa Magno Malta 5. Geraldo Mesquita Júnior Fernando Bezerra 6. João Capiberibe Marcelo Crivella 7. Aelton Freitas

PMDB Amir Lando 1. Ney Suassuna Garibaldi Alves Filho 2. Luiz Otávio José Maranhão 3. Ramez Tebet Renan Calheiros 4. João Alberto Souza Romero Jucá 5. Maguito Vilela Pedro Simon 6. Sérgio Cabral

PFL Antonio Carlos Magalhães 1. Paulo Octávio César Borges 2. João Ribeiro Demóstenes Torres 3. Jorge Bornhausen Edison Lobão 4. Efraim Morais José Jorge 5. Rodolpho Tourinho

PSDB Álvaro Dias 1. Antero Paes de Barros Tasso Jereissati 2. Eduardo Azeredo Arthur Virgílio 3. Leonel Pavan

PDT Jefferson Péres 1. Almeida Lima

PPS Mozarildo Cavalcanti 1. Patrícia Saboya Gomes

Atualizada em 10.12.2003

Secretária: Gildete Leite de Melo Reuniões: Quartas - Feiras às 10:00 horas. - Plenário nº 3 - Ala Alexandre Costa

Telefone: 3113972 Fax: 3114315 E - Mail: [email protected]

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3.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DESTINADA A ACOMPANHAR E FISCALIZAR AS “INDICAÇÕES APONTADAS” NO RELATÓRIO FINAL DA “CPI DO JUDICIÁRIO” E

RECEBER NOVAS DENÚNCIAS E INFORMAÇÕES RELACIONADAS COM O OBJETIVO DA INVESTIGAÇÃO

(7 titulares e 7suplentes) (AGUARDANDO INSTALAÇÃO)

Criada através do Requerimento nº 12-CCJ, de 1999, aprovado em 15/12/1999.

3.2) SUBCOMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA (7 titulares e 7suplentes)

Presidente: Senador Tasso Jereissati

Vice-Presidente: Pedro Simon Relator Geral: Senador Demóstenes Torres

TITULARES SUPLENTES

PMDB Pedro Simon 1. João Alberto Souza Garibaldi Alves Filho 2. Papaléo Paes

PFL Demóstenes Torres 1. Efraim Morais César Borges 2. João Ribeiro

PT Serys Slhessarenko 1. Sibá Machado

PSDB Tasso Jereissati 1. Leonel Pavan

OUTROS PARTIDOS (PDT, PTB, PSB, PPS e PL) Magno Malta 1. Fernando Bezerra

Atualizada em 02.09.03

Secretária: Gildete Leite de Melo Plenário nº 3 - Ala Alexandre Costa Telefone: 3113972 Fax: 3114315

E - Mail: [email protected]

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4) COMISSÃO DE EDUCAÇÃO (27 titulares e 27 suplentes)

Presidente: Senador Osmar Dias (PDT-PR)

Vice-Presidente: Senador Hélio Costa (PMDB-MG)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Fátima Cleide 1. Tião Viana Flávio Arns 2. Roberto Saturnino Ideli Salvatti 3. Eurípedes Camargo João Capiberibe 4. (vago) Duciomar Costa 5. (vago) Aelton Freitas 6. (vago) (vaga cedida ao PMDB) 7. (vago) Heloísa Helena 8. (vago)

PMDB Hélio Costa 1. Mão Santa Maguito Vilela 2. Garibaldi Alves Filho Valdir Raupp 3. Papaléo Paes Gerson Camata* 4. Luiz Otávio Sérgio Cabral 5. Romero Jucá José Maranhão 6. Amir Lando Valmir Amaral (por cessão do Bloco de Apoio ao Governo)

PFL Demóstenes Torres 1. Edison Lobão Jorge Bornhausen 2. Jonas Pinheiro José Jorge 3. José Agripino Efraim Morais 4. Marco Maciel Maria do Carmo Alves 5. Paulo Octavio Roseana Sarney 6. João Ribeiro

PSDB Sérgio Guerra 1. Arthur Virgílio Leonel Pavan 2. Eduardo Azeredo Reginaldo Duarte 3. João Tenório Antero Paes de Barros 4. Lúcia Vânia

PDT Osmar Dias 1. Jefferson Péres Almeida Lima 2. Juvêncio da Fonseca

PPS Mozarildo Cavalcanti 1. Patrícia Saboya Gomes

* Desfiliou-se do PMDB em 15.09.2003. Atualizada em 25.11.2003

Secretário: Júlio Ricardo Borges Linhares Reuniões: Terças - Feiras às 11:30 horas - Plenário nº 15 - Ala Alexandre Costa.

Telefone: 3113498 Fax: 3113121 E - Mail: [email protected]

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4.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE CINEMA, COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA (12 (doze) titulares e 12 (doze) suplentes)

Presidente: Senador Roberto Saturnino (PT-RJ)

Vice-Presidente: (vago)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Roberto Saturnino 1. (vago) Fátima Cleide 2. Eurípedes Camargo João Capiberibe 3. Papaléo Paes*

PMDB Hélio Costa 1. Gerson Camata*** Sérgio Cabral 2. Juvêncio da Fonseca** (vago) 3. Luiz Otávio

PFL Roseana Sarney 1 Paulo Octavio Demóstenes Torres 2. José Agripino Edison Lobão 3. (vago)

PSDB Eduardo Azeredo 1. Arthur Virgílio Leonel Pavan 2. Reginaldo Duarte

PDT Almeida Lima 2. (vago)

* Desfiliou-se do PTB, passando a integrar a bancada do PMDB em 07.05.2003. **Desfiliou-se do PMDB, passando a integrar a bancada do PDT em 10.09.2003. *** Desfiliou-se do PMDB em 15.09.2003. Atualizada em 15.09.2003

Secretário: Júlio Ricardo Borges Linhares Plenário nº 15 - Ala Alexandre Costa.

Telefone: 3113498 Fax: 3113121 E - Mail: [email protected]

4.2) SUBCOMISSÃO DE RÁDIO E TV

PERMANENTE 9 (nove) titulares 9 (nove) suplentes

(AGUARDANDO INSTALAÇÃO)

4.3) SUBCOMISSÃO DO LIVRO PERMANENTE 7 (sete) titulares 7 (sete) suplentes

(AGUARDANDO INSTALAÇÃO)

4.4) SUBCOMISSÃO DO ESPORTE PERMANENTE 7 (sete) titulares 7 (sete) suplentes

(AGUARDANDO INSTALAÇÃO)

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5) - COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE (17 titulares e 9 suplentes)

Presidente: Senador Ney Suassuna (PMDB-PB)

Vice-Presidente: Senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

(vago) 1. Ana Júlia Carepa Heloísa Helena 2. Delcídio Amaral Antonio Carlos Valadares 3. Geraldo Mesquita Júnior Aelton Freitas Duciomar Costa

PMDB Ney Suassuna 1. Valmir Amaral Luiz Otávio 2. Romero Jucá Gerson Camata* João Alberto Souza

PFL César Borges 1. Jorge Bornhausen Efraim Morais 2. Paulo Octavio João Ribeiro Antonio Carlos Magalhães

PSDB Arthur Virgílio 1. Leonel Pavan Antero Paes de Barros

PDT Osmar Dias 1. Almeida Lima

PPS Mozarildo Cavalcanti

* Desfiliou-se do PMDB em 15.09.2003. Atualizada em 30.10.2003

Secretário: José Francisco B. de Carvalho Reuniões: Quartas - Feiras às 11:00 horas - Plenário nº 6 - Ala Nilo Coelho.

Telefone: 3113935 Fax: 3111060 E - Mail: [email protected]

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5.1) SUBCOMISSÃO DESTINADA A FISCALIZAR AS AGÊNCIAS REGULADORAS PERMANENTE

(05 titulares e 05 suplentes)

Presidente: Senadora Ana Júlia Carepa (PT -PA) Vice-Presidente: Senador Valmir Amaral (PMDB - DF)

TITULARES SUPLENTES

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL) Ana Júlia Carepa 1.Aelton Freitas Delcídio Amaral 2.Duciomar Costa

PMDB Valmir Amaral 1. Romero Jucá

PFL Leomar Quintanilha* 1. César Borges

PSDB Leonel Pavan 1. Antero Paes de Barros

* Desfiliou-se do PFL, passando a integrar a bancada do PMDB em 08.10.2003 Atualizada em 08.10.2003

Secretário: José Francisco B. de Carvalho

Reuniões: Quartas - Feiras às 11:00 horas - Plenário nº 6 - Ala Nilo Coelho Telefone: 3113935 Fax: 3111060

E - Mail: [email protected]

5.2) SUBCOMISSÃO DE OBRAS INACABADAS PERMANENTE (05 titulares e 05 suplentes)

Presidente: Senador Efraim Morais (PFL -PB)

Vice-Presidente: Senador Leonel Pavan (PSDB - SC)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Aelton Freitas 1. Ana Júlia Carepa Delcídio Amaral 2.Geraldo Mesquita Júnior

PMDB Gerson Camata* 1. Luiz Otávio PFL Efraim Morais 1. César Borges

PSDB Leonel Pavan 1. Arthur Virgílio

* Desfiliou-se do PMDB em 15.09.2003. Atualizada em 15.09.2003

Secretário: José Francisco B. de Carvalho

Reuniões: Quartas - Feiras às 11:00 horas - Plenário nº 6 - Ala Nilo Coelho. Telefone: 3113935 Fax: 3111060

E - Mail: [email protected]

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6) - COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA (19 titulares e 19 suplentes)

Presidente: Senador Magno Malta (PL-ES)

Vice-Presidente: Senador Leomar Quintanilha

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Sibá Machado 1. Serys Slhessarenko Eurípedes Camargo 2. (vago) Magno Malta 3. (vago) Aelton Freitas 4. (vago) (vago) 5. (vago)

PMDB Leomar Quintanilha 1. Renan Calheiros Ney Suassuna 2. Amir Lando José Maranhão 3. Gilberto Mestrinho Sérgio Cabral 4. Romero Jucá Garibaldi Alves Filho 5. (vago)

PFL Edison Lobão 1. Demóstenes Torres Efraim Morais 2. Jonas Pinheiro Maria do Carmo Alves 3. (vago) Rodolpho Tourinho 4. Roseana Sarney

PSDB (vago) 1. Lúcia Vânia (vago) 2. (vago) Reginaldo Duarte 3. Antero Paes de Barros

PDT Jefferson Péres 1. Almeida Lima

PPS Mozarildo Cavalcanti 1. Patrícia Saboya Gomes

Atualizada em 05.11.2003

Secretária: Maria Dulce V. de Queirós Campos Telefone 3111856 Fax: 3114646 E - Mail: [email protected]

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7) - COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL (19 titulares e 19 suplentes)

Presidente: Senador Eduardo Suplicy (PT-SP)

Vice-Presidente: Senador Marcelo Crivella (PL-RJ)

TITULARES SUPLENTES

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL) Eduardo Suplicy 1. Flávio Arns Heloísa Helena 2. Fátima Cleide João Capiberibe 3. Aloizio Mercadante Marcelo Crivella 4. Duciomar Costa Fernando Bezerra 5. Aelton Freitas Tião Viana (por cessão do PMDB) Sibá Machado (por cessão do PMDB)

PMDB Gilberto Mestrinho 1. Pedro Simon João Alberto Souza 2. Ramez Tebet Luiz Otávio 3. Valdir Raupp Hélio Costa 4. (vago) (vaga cedida ao Bloco de Apoio ao Governo) 5. (vaga cedida ao Bloco de Apoio ao Governo)

PFL Antonio Carlos Magalhães 1. Edison Lobão João Ribeiro 2. Maria do Carmo Alves José Agripino 3. Rodolpho Tourinho Marco Maciel 4. Roseana Sarney

PSDB Arthur Virgílio 1. Antero Paes de Barros Eduardo Azeredo 2. Tasso Jereissati Lúcia Vânia 3. Sérgio Guerra

PDT Jefferson Péres 1. Juvêncio da Fonseca

PPS Mozarildo Cavalcanti 1. Patrícia Saboya Gomes

Atualizada em 23.10.03

Secretária: Maria Lúcia Ferreira de Mello Telefone 3113496 Fax: 3113546 - Plenário nº 7 - Ala Alexandre Costa

Reuniões: Quintas-feiras às 10:00 horas E - Mail: [email protected]

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7.1) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DE PROTEÇÃO DOS CIDADÃOS BRASILEIROS NO EXTERIOR

7 (sete) titulares 7 (sete) suplentes

Presidente: Senador Marcelo Crivella Vice-Presidente: Senador João Capiberibe

Relator: Senador Rodolpho Tourinho

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Marcelo Crivella 1. Duciomar Costa João Capiberibe 2. Aelton Freitas

PMDB Hélio Costa 1. Ramez Tebet Luiz Otávio 2. Juvêncio da Fonseca*

PFL Marco Maciel 1. Roseana Sarney Rodolpho Tourinho 2. Maria do Carmo Alves

PSDB Eduardo Azeredo 1. Antero Paes de Barros

*Desfiliou-se do PMDB, passando a integrar a bancada do PDT em 10.09.2003. Atualizada em 18.09.2003

Secretária: Maria Lúcia Ferreira de Mello Telefone 3113496 Fax: 3113546 - Plenário nº 7 - Ala Alexandre Costa

Reuniões: Quintas-feiras às 10:00 horas. E - Mail: [email protected]

7.2) SUBCOMISSÃO PERMANENTE DA AMAZÔNIA 7 (sete) titulares 7 (sete) suplentes

Presidente: Senador Jefferson Péres

Vice-Presidente: Senador Mozarildo Cavalcanti

TITULARES SUPLENTES

Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL) João Capiberibe 1. Sibá Machado Fátima Cleide 2. (vago)

PMDB Valdir Raupp 1. Gilberto Mestrinho

PFL Marco Maciel 1. João Ribeiro

PSDB Arthur Virgílio 1. Lúcia Vânia

PDT Jefferson Péres 1. (vago)

PPS Mozarildo Cavalcanti 1. Patrícia Saboya Gomes

Secretária: Maria Lúcia Ferreira de Mello

Telefone 3113496 Fax: 3113546 - Plenário nº 7 - Ala Alexandre Costa Reuniões: Quintas-feiras às 10:00 horas

E - Mail: [email protected]

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8) - COMISSÃO DE SERVIÇOS DE INFRA-ESTRUTURA (23 titulares e 23 suplentes)

Presidente: Senador José Jorge (PFL-PE)

Vice-Presidente: Senador João Batista Motta (PPS-ES)

TITULARES SUPLENTES Bloco de Apoio ao Governo (PT, PSB, PTB e PL)

Delcídio Amaral 1. Roberto Saturnino Eurípedes Camargo 2. Antonio Carlos Valadares Serys Slhessarenko 3. Heloísa Helena Sibá Machado 4. Ana Júlia Carepa Fátima Cleide 5. Duciomar Costa Duciomar Costa 6. Fernando Bezerra Magno Malta 7. Marcelo Crivella

PMDB Gerson Camata* 1. Mão Santa Amir Lando 2. Luiz Otávio Valdir Raupp 3. Pedro Simon Valmir Amaral 4. Renan Calheiros Gilberto Mestrinho 5. Ney Suassuna José Maranhão 6. Romero Jucá

PFL João Ribeiro 1. César Borges José Jorge 2. Jonas Pinheiro Marco Maciel 3. Efraim Morais Paulo Octavio 4. Maria do Carmo Alves Rodolpho Tourinho 5. Roseana Sarney

PSDB Leonel Pavan 1. (vago) Sérgio Guerra 2. Arthur Virgílio João Tenório 3. Reginaldo Duarte

PDT Augusto Botelho 1. Osmar Dias

PPS Patrícia Saboya Gomes 1. Mozarildo Cavalcanti

* Desfiliou-se do PMDB em 15.09.2003. Atualizada em 25.11.2003

Secretário: Celso Parente

Reuniões: Terças - Feiras às 14:00 horas. - Plenário nº 13 - Ala Alexandre Costa Telefone: 3114607 Fax: 3113286

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CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR (Resolução do Senado Federal nº 20/93)

COMPOSIÇÃO

(Eleita na Sessão do Senado Federal de 13/03/2003)

1ª Eleição Geral: 19.04.1995 3ª Eleição Geral: 27.06.2001 2ª Eleição Geral: 30.06.1999 4ª Eleição Geral: 13.03.2003

Presidente: Senador JOÃO ALBERTO SOUZA 13

Vice-Presidente: Senador DEMÓSTENES TORRES 2 PMDB

Titulares UF Ramal Suplentes UF Ramal (Vago) 10 MS 1128 1. Ney Suassuna PB 4345 João Alberto Souza MA 1411 2. Pedro Simon RS 3232 Ramez Tebet MS 2222 3. Gerson Camata 11 ES 3256 Luiz Otávio PA 3050 4. Alberto Silva PI 3055

PFL 5 Paulo Octávio DF 2011 1. Jonas Pinheiro MT 2271 Demóstenes Torres GO 2091 2. César Borges 4 BA 2212 Rodolpho Tourinho BA 3173 3. Maria do Carmo Alves12 SE 1306

PT 1 Heloísa Helena AL 3197 1. Ana Julia Carepa PA 2104 Sibá Machado AC 2184 2. Fátima Cleide RO 2391 Eurípedes Camargo 8 DF 2285 3. Eduardo Suplicy 3 SP 3213

PSDB 5 Sérgio Guerra PE 2385 1. Reginaldo Duarte CE 1137 Antero Paes de Barros MT 4061 2. Arthur Virgílio AM 1201

PDT Juvêncio da Fonseca 7 MS 1128 1. Augusto Botelho RR 2041

PTB 1 (Vago) 6 1. Fernando Bezerra RN 2461

PSB 1, PL 1 e PPS Magno Malta (PL) ES 4161 1. (Vago) 9

Corregedor do Senado (Membro nato – art. 25 da Resolução nº 20/93) Senador Romeu Tuma (PFL/SP) 2051

(atualizada em 19.01.2004) Notas: 1 Partidos pertencentes ao Bloco de Apoio ao Governo (PT/PTB/PSB/PL), constituído na Sessão do SF de 1.2.2003. 2 Eleito Vice-Presidente em 18.3.2003, na 1ª Reunião do Conselho. 3 Eleito na Sessão do SF de 18.3.2003. 4 Eleito na Sessão do SF de 19.3.2003. 5 Partidos pertencentes à Liderança Parlamentar da Minoria (PFL/PSDB), constituída na Sessão do SF de 29.4.2003. 6 Vaga ocupada pelo Senador Geraldo Mesquita Júnior (Bloco/PSB-AC) até 6.5.2003, quando anunciou, em Plenário, seu desligamento do Conselho, formalizado em comunicação lida na Sessão do SF de 8.5.2003. 7 Vaga ocupada pelo Senador Jefferson Péres (PDT-AM) até 7.5.2003, quando anunciou, em Plenário, seu desligamento do Conselho, formalizado em comunicação lida na Sessão do SF de 8.5.2003. O Senador Juvêncio da Fonseca foi designado para essa vaga na Sessão do SF de 01.10.2003. 8 Vaga ocupada pelo Senador Flávio Arns (Bloco/PT-PR) até 8.5.2003, quando se desligou do Conselho, conforme comunicação lida na Sessão do SF desse dia. O Senador Eurípedes Camargo (Bloco PT-DF) foi eleito para essa vaga na Sessão do SF de 03.12.2003. 9 Vaga ocupada pelo Senador Marcelo Crivella (Bloco PL-RJ) até 13.8.2003, quando se desligou do Conselho, conforme comunicação lida na Sessão do SF dessa data. 10 Vaga ocupada pelo Senador Juvêncio da Fonseca (PDT-MS) até 01.10.2003, quando foi designado, em Plenário, para a vaga do PDT, partido ao qual se filiou em 11.09.2003. 11 Desfiliou-se do PMDB em 15.9.2003, conforme comunicação lida na Sessão do SF dessa data. 12 Vaga ocupada pelo Senador Renildo Santana (PFL-SE), no período de 19.3 a 15.9.2003. A Senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE) foi eleita para essa vaga na Sessão do SF de 18.9.2003. 13 Eleito Presidente do Conselho na 9ª Reunião, realizada em 12.11.2003, para completar o mandato exercido pelo Senador Juvêncio da Fonseca, que renunciou ao cargo em 25.09.2003.

SECRETARIA-GERAL DA MESA Subsecretaria de Apoio a Conselhos e Órgãos do Parlamento (SSCOP)

Telefones: 311-4561 e 311-5256 [email protected]

www.senado.gov.br/etica

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CORREGEDORIA PARLAMENTAR (Resolução nº 17, de 1993)

COMPOSIÇÃO 1

Senador Romeu Tuma (PFL-SP) Corregedor

Senador Hélio Costa (PMDB-MG) 1º Corregedor Substituto

Senador Delcídio Amaral (PT-MS) 2º Corregedor Substituto

Senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) 2 3º Corregedor Substituto Composição atualizada em 19.01.2004

Notas: 1 Eleitos na Sessão Ordinária de 25.03.2003, nos termos da Resolução nº 17, de 17.3.93. 2 Afastou-se do exercício do mandato em 18.11.2003, para tratar de interesses particulares, por 125 dias - RQS 1.168/2003 (DSF de 19.11.2003, página 37785)

SECRETARIA-GERAL DA MESA DO SENADO FEDERAL

Subsecretaria de Apoio a Conselhos e Órgãos do Parlamento (SSCOP) Telefones: 311-4561 e 311-5259

[email protected]

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PROCURADORIA PARLAMENTAR (Resolução do Senado Federal nº 40/95)

1ª Designação: 16.11.1995 2ª Designação: 30.06.1999 3ª Designação: 27.06.2001 4ª Designação 25.09.2003

COMPOSIÇÃO

SENADORES PARTIDO ESTADO RAMAL

Eurípedes Camargo 1 Bloco/PT DF 2285 Demóstenes Torres 1 Bloco/PFL GO 2091

(aguardando indicação) (aguardando indicação) (aguardando indicação)

Notas: 1 Designados na Sessão do SF do dia 25.09.2003.

SECRETARIA-GERAL DA MESA Subsecretaria de Apoio a Conselhos e Órgãos do Parlamento (SSCOP)

Telefones: 311-4561 e 311-5259 [email protected]

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CONSELHO DO DIPLOMA MULHER-CIDADÃ BERTHA LUTZ Constituído pela Resolução nº 2, de 2001, oriunda do Projeto de Resolução nº 25, de 1998,

aprovado na Sessão Deliberativa Ordinária do Senado Federal do dia 15.3.2001

COMPOSIÇÃO

1ª Designação Geral : 03.12.2001 2ª Designação Geral: 26.02.2003

Presidente: Senadora Serys Slhessarenko 4

Vice-Presidente: Senador Geraldo Mesquita Júnior 4 PMDB

Senador Papaléo Paes 8 PFL 6

Senadora Roseana Sarney (MA) 1 PT 5

Senadora Serys Slhessarenko (MT) 1 PSDB 6

Senadora Lúcia Vânia (GO) 1 PDT

Senador Augusto Botelho (RR) 3 PTB 5

Senador Sérgio Zambiasi (RS) 7-9 PSB 5

Senador Geraldo Mesquita Júnior (AC) 2 PL 5

Senador Magno Malta (ES) 1 PPS

Senadora Patrícia Saboya Gomes (CE) 1 Atualizada em 19.01.2004

Notas: 1 Designados na Sessão do SF de 26.2.2003

2 Designado na Sessão do SF de 7.3.2003

3 Designado na Sessão do SF de 11.3.2003

4 Eleitos, por aclamação, em 12.3.2003, na 1ª Reunião do Conselho.

5 Partido pertencente ao Bloco de Apoio ao Governo (PT/PTB/PSB/PL), constituído na Sessão do SF de 1.2.2003.

6 Partido pertencente à Liderança Parlamentar da Minoria (PFL/PSDB), constituída na Sessão do SF de 29.4.2003.

7 Vaga ocupada no período de 26.2.2003 a 10.10.2003 pelo Senador Papaléo Paes, que na Sessão do SF de 7.5.2003 comunicou seu

desligamento do PTB e filiação ao PMDB. 8 Designado na Sessão do SF de 14.10.2003, conforme indicação da Liderança do PMDB lida na Sessão da mesma data. A vaga do PMDB

foi ocupada no período de 26.2.2003 a 1º.08.2003 pela Senadora Íris de Araújo, cujo exercício do mandato encerrou-se em virtude do retorno do titular, Senador Maguito Vilela. 9 Designado na Sessão do SF de 10.10.2003, em substituição ao Senador Papaléo Paes.

SECRETARIA-GERAL DA MESA Subsecretaria de Apoio a Conselhos e Órgãos do Parlamento (SSCOP)

Telefones: 311-4561 e 311-5259 [email protected]

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ÍNDICE ONOMÁSTICO

AELTON FREITAS

Parecer Nº 54, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 745, de 2003 (Nº 244/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga per-missão à Cachoeira Alta Telecomunicações Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de Paraopeba, Estado de Minas Gerais. .................................... 37

Parecer Nº 67, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 804, de 2003 (Nº 2.541/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a con-cessão da Rádio Integração de Carmo do Parnaíba Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Carmo do Parnaíba, Estado de Minas Gerais. ...................................... 82

Parecer Nº 72, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 816, de 2003 (Nº 95.751/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza Asso-ciação Comunitária, de Comunicação e Cultura de Simonésia – MG a executar serviço de radiodifu-são comunitária na cidade de Simonésia, Estado de Minas Gerais. ................................................... 98

Considerações sobre a medida provisória da CIDE. .................................................................... 195

ALMEIDA LIMA

Parecer Nº 59, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislati-vo Nº 774, de 2003 (Nº 2.487/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação de Promoção Humana e Cidadania a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Santo Anastácio, Estado de São Paulo. ............................................................ 55

Parecer Nº 76, de 2004, da Comissão de Educação sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 825, de 2003 (Nº 2.611/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a As-sociação Cultural Comunitária Serrana a Executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Ribeirão Pires, Estado de São Paulo. ................... 113

Críticas ao modelo neoliberal. Aparte ao Se-nador Papaléo Paes. ............................................ 188

Apelo ao governo federal por socorro ao Esta-do de Sergipe, severamente castigado pelas fortes chuvas. ................................................................. 189

ALOIZIO MERCADANTE

Solicita que a imprensa dê o devido destaque da vida pública do Procurador Geral da República Cláudio Fonteles. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................................ 202

ALVARO DIAS

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. ao Senador Fer-nando Bezerra. ..................................................... 211

Críticas à falta de ações do governo Lula neste primeiro mês de 2004. ................................ 225

ANA JÚLIA CAREPA

Elogios às ações da Polícia Federal juntamen-te com o IBAMA, na chamada “Operação Feliz Ano Velho”, contra a exploração ilegal de madeiras no Estado do Pará. .................................................... 294

Lamenta a decisão do Copom pela manu-tenção da taxa de juros. Justificativas ao posicio-namento de S.Exa. contrário ao projeto de lei que cria a zona franca na Amazônia. .......................... 294

Confiança no governo federal com relação ao interesse em votar a “PEC paralela”. ............... 294

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II

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ANTONIO CARLOS MAGALHÃES

Comenta a situação crítica em que se encontram as rodovias federais no Estado da Bahia. ............................................................ 196

Defesa da agilização de votações de propo-sições importantes no Senado Federal. ............... 196

AUGUSTO BOTELHO

Leitura do expediente da Câmara dos Depu-tados, encaminhado ao Primeiro – Secretário do Senado Federal, senador Romeu Tuma, comuni-cando que foram rejeitadas as emendas de Nº 1, 2 e 3, oferecidas por essa casa ao Projeto de Lei de Conversão Nº 29, de 2003 (MPv Nº 133/2003, do Poder Executivo), o qual cria o Programa Es-pecial de Habitação Popular – PEHP, e dá outras providências. ...................................................... 298

CÉSAR BORGES

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 209

Defende a retomada de investimentos des-tinados à infra-estrutura, fundamentais para o crescimento do país. Aparte ao Senador Valdir Raupp. ............................................................... 264

Críticas à manutenção da taxa de juros anun-ciada pelo Banco Central. ..................................... 266

Anúncio do crescimento do produto interno bruto do Estado da Bahia no ano de 2003. .......... 266

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Aparte ao Senador Rodolpho Tourinho. .. 277

DELCIDIO AMARAL

Defende a retomada de investimentos des-tinados à infra-estrutura, fundamentais para o crescimento do país. Aparte ao Senador Valdir Raupp. ............................................................... 264

A questão indígena no estados do Mato Gros-so do Sul e Roraima. Aparte ao Senador Ramez Tebet. .................................................................... 282

Introduz um requerimento para ser aditado ao Requerimento Nº 529, de 2003. ...................... 284

Requerimento Nº 19, de 2004, que requer nos termos regimentais, em aditamento ao Reque-rimento Nº 529, de 2003, que a competência da Comissão se estenda também ao Estado de Mato Grosso do Sul. ...................................................... 284

DEMOSTENES TORRES

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 208

Critica o grampo telefônico instalado pelo ministro Humberto Costa no telefone do Deputado Serafim Venzon. .................................................... 223

Defesa do Procurador-Geral da República, Dr. Cláudio Fonteles. Aparte ao Senador Pedro Simon. ................................................................ 224

Comentários sobre a “PEC Paralela”. Aparte ao Senador Efraim Morais. ................................... 241

Comenta o mau uso do PIB brasileiro, que poderia ser aplicado à infância e juventude. Aparte ao Senador Mão Santa. ........................................ 247

EDUARDO AZEREDO

Parecer Nº 57, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 771, de 2003 (Nº 2.457/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga permissão à Fundação Educativa Cultural Monsenhor Castro para executar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modula-da na cidade de Candeias, Estado de Minas Gerais. . 47

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. .......................... 223

EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS

Alerta sobre o problema que a falta de água pode vir a ser algum dia. ...................................... 191

Defende a sintonia dos trabalhos no Le-gislativo. ......................................................... 198

EDUARDO SUPLICY

Defesa do Procurador-Geral da República, Dr. Cláudio Fonteles. Aparte ao Senador Pedro Simon. . 224

EFRAIM MORAIS

Parecer Nº 80 de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 832, de 2003 (Nº 2.625/2002, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que autoriza a Associação de Rádio Comunitária de Pedra Branca a Executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Pedra Branca, Estado da Paraíba. ....................... 129

Parecer Nº 87, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 882,

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III

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de 2003 (Nº 2.772/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a concessão da Difu-sora Rádio Cajazeiras Ltda, para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Cajazeiras, Estado da Paraíba. ......................... 158

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 207

Comentários à tramitação da “PEC paralela”. .. 240

EURÍPEDES CAMARGO

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 211

Critica o gasto público das obras inacabadas. Aparte ao Senador Mão Santa. ............................ 247

Comentários à tramitação da “PEC paralela”. Aparte ao Senador Ramez Tebet. ......................... 281

Denota a importância do Parlamento como elemento essencial à democracia. Aparte ao Sena-dor Paulo Paim. .................................................... 397

FERNANDO BEZERRA

Relatório do Ministério Público que o inocenta de acusações de improbidade administrativa feitas pela Corregedoria Geral da União – CGU. ............ 199

FLÁVIO ARNS

Parecer Nº 91, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 717, de 2003 (Nº 2.961/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a concessão da Funda-ção Educacional Mater Ecclesiae para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Jacarezinho, Estado do Paraná. ............................... 172

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 210

GARIBALDI ALVES FILHO

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 205

GERALDO MESQUITA JÚNIOR

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Aparte ao Senador Rodolpho Tourinho. .. 279

GERSON CAMATA

Parecer Nº 73, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 821, de 2003 (Nº 2.558/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a permis-são outorgada à Rádio Sul Capixaba FM de Guaçuí Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sono-ra em Freqüência modulada na cidade de Guaçuí, Estado do Espírito Santo. ..................................... 102

Parecer Nº 86, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 846, de 2003 (Nº 1.873/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Rádio Clube de Muqui a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Maqui, Estado do Espírito Santo. ................................................................... 154

Critica a criação de reservas indígenas, e de proteção ambiental sem estudos aprofundados. Aparte ao Senador Ramez Tebet. ........................ 283

HÉLIO COSTA

Parecer Nº 52, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 731, de 2003 (Nº 1.922/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga permissão à Funda-ção Trespontana de Desenvolvimento Educacional e Sócio-Cultural para executar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de Três Pontas, Estado de Minas Gerais. ............................ 30

Parecer Nº 56, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 766, de 2003 (Nº 3.197/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação Comu-nitária Nova Era de Radiodifusão a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Boa Espe-rança, Estado de Minas Gerais. .............................. 43

Parecer Nº 61, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 778, de 2003 (Nº 2.492/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a As-sociação Comunitária Arco-Íris a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Ibiraci, Estado de Minas Gerais. ...................................... 63

Parecer Nº 74, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 822, de 2003 (Nº 2.599/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Maria, Rainha da Paz a Executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Resplendor, Estado de Minas Gerais. ...................................... 105

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IV

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Parecer Nº 75, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 823, de 2003 (Nº 2.623/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza o cen-tro de Cultura Popular Guimarães Rosa a Executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Porteirinha, Estado de Minas Gerais. .................. 109

HELOÍSA HELENA

Críticas à falta de tempo para a discussão da Reforma do Judiciário durante a convocação extraor-dinária. Aparte ao Senador Mozarildo Cavalcanti. ...... 407

Informa a retirada do nome de S.Exa. do Blo-co de Apoio ao Governo, já que não é mais filiada ao Partido dos Trabalhadores. ............................... 407

Congratula o Senador João Capiberibe pela iniciativa na busca de mecanismos que inibam a má aplicação do dinheiro público. Aparte ao Senador João Capiberibe. ................................................... 409

HERÁCLITO FORTES

Presta esclarecimentos sobre a convocação extraordinária. ........................................................ 199

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 210

Critica o grampo telefônico instalado pelo ministro Humberto Costa no telefone do Deputado Serafim Venzon. .................................................... 223

Registra sua solidariedade às vítimas das enchentes no Estado do Piauí. .............................. 238

Cobranças sobre a continuidade das obras de construção de uma ponte no Piauí, que separa Campo Maior de Piripiri. Aparte ao Senador Mão Santa. ................................................................... 246

Esclarece seu aparte ao discurso do Senador Mão Santa, no qual aborda o problema das chuvas no Piauí. ................................................................ 250

Esclarece ao Senador Heráclito Fortes, que não houve critica ao seu aparte no discurso do Se-nador Mão Santa. ................................................. 251

IDELI SALVATTI

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 207

JEFFERSON PERES

Preocupação com a grave situação enfrenta-da pelo brasileiro de classe média. ...................... 254

Comentários à declaração do Presidente da Câmara dos Deputados sobre a tramitação da “PEC paralela” à reforma da Previdência. ....................... 270

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Aparte ao Senador Rodolpho Tourinho. .... 278

JOÃO CAPIBERIBE

Parecer Nº 53, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 740, de 2003 (Nº 866/2001, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova con-cessão deferida à Rádio Alvorada de Teixeira de Freitas Ltda. Para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Caravelas, Estado da Bahia. ................................................ 34

Parecer Nº 93, de 2004, da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, sobre o Requerimento Nº 929, de 2003, de autoria do se-nador Arthur Virgílio, que, requer voto de aplauso à advogada iraniana Shirin Ebadi, agraciada com o Prêmio Nobel da Paz. ......................................... 179

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 212

Defesa da exposição dos gastos públicos na Internet. ................................................................ 226

Cobranças de ações do Ministério da Saúde, tendo em vista o crescimento da dengue no Estado do Amapá. ............................................................. 265

Destaca a necessidade de aprimoramento de mecanismos que inibam a má aplicação do dinheiro público. .................................................................. 407

JOÃO RIBEIRO

Parecer Nº 58, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 773, de 2003 (Nº 2.486/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação de Cultura e do Meio Ambiente de Espírito Santo do Turvo a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Espírito Santo do Turvo, Estado de São Paulo. ........................................... 51

Parecer Nº 65, de 2004 da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 795, de 2003 (Nº 3.122/2003, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que outorga permissão à Legal-Cat Catanduva Comunicações Ltda – ME para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de José Bonifácio, Estado de São Paulo. ........................................... 76

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V

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JOÃO TENÓRIO

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 211

JONAS PINHEIRO

Defesa de reforma constitucional como solução para as crescentes invasões de terras pelos índios. Aparte ao Senador Juvêncio da Fonseca. .............. 195

JOSÉ AGRIPINO

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................. 203

Críticas à compra de avião pela Presidência da República. ........................................................ 287

Considerações sobre a “PEC paralela”. ...... 287Críticas à manutenção das taxas de juros

pelo Bacen, que terá repercussões na taxa de de-semprego. ............................................................. 287

JOSÉ MARANHÃO

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 208

JUVÊNCIO DA FONSECA

Parecer Nº 47, de 2004 da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 426, de 2003 (Nº 2.642/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga permissão à Rádio FM D.A. Ltda., para explorar serviço de radiodifu-são sonora em freqüência modulada na cidade de Camapuã, Estado de Mato Grosso do Sul. .......... 14

Defesa de reforma constitucional como so-lução para as crescentes invasões de terras pelos índios, principalmente no Mato Grosso do Sul. .... 191

LEONEL PAVAN

Parecer Nº 62, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 786, de 2003 (Nº 2.528/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a conces-são outorgada à Rádio Videira Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de videira, Estado de Santa Catarina. ...... 67

Parecer Nº 71, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de decreto Legislativo Nº 813, de 2003 (Nº 2.565/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a conces-são da Rádio Cultura de Xaxim Ltda, para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Xaxim, Estado de Santa Catarina. ....... 95

Parecer Nº 90, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 886, de 2003 (Nº 145/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a permissão outorga-da à Rádio Mirador Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na ci-dade de Rio do Sul, Estado de Santa Catarina. ..... 169

Comentários sobre a “PEC Paralela”. Aparte ao Senador Efraim Morais. ................................... 241

Saudações à Associação Catarinense de Pro-fessores – ACP pela publicação de edição comemo-rativa do Jubileu de Ouro daquela entidade. .......... 257

LÚCIA VÂNIA

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 209

Importância da presença do Ministro da Saú-de no plenário do Senado Federal, no dia 4 de fevereiro. ............................................................ 227

Considerações sobre o impacto da crise da Parmalat na economia de municípios brasileiros. .... 227

Requerimento Nº 15, de 2004, que requer nos termos do artigo 50 da Constituição Federal, combinado com o art. 216 do Regimento Interno do Senado Federal, requeiro à Mesa sejam solicitadas informações ao Ministro de Estado do Trabalho e Emprego, Senhor Jaques Wagner, esclarecimentos acerca da situação das Empresas Parmalat. ....... 237

Requerimento Nº 16, de 2004, que requer nos termos do artigo 50 da Constituição Federal, combinado com o art. 216 do Regimento Interno do Senado federal, requer à Mesa que sejam solicitadas informações ao Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Senhor Roberto Ro-drigues, esclarecimentos acerca da situação das Empresas Parmalat. ............................................. 237

Requerimento Nº 17, de 2004, que requer nos termos do artigo 50 da Constituição Federal, combi-nado com o art. 216 do Regimento Interno, à Mesa sejam solicitadas informações ao Ministro de Estado do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Senhor Luiz Fernando Furlan, esclarecimentos acer-ca da situação das Em´presas Parmalat. ............... 238

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VI

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Posicionamento do PSDB com relação à trami-tação da “PEC paralela” à reforma da Previdência. . 293

Requerimento Nº 20, de 2004, que requer nos termos do art. 74, inciso II, combinado com o art. 75 do Regimento interno do Senado Federal, a constituição de Comissão Externa, composta de cinco senadores, com a finalidade de acom-panhar a Comissão de Sindicância criada pelo Ministério da Saúde, para investigar supostas irregularidades na fila de transplante de medu-la óssea, praticadas por autoridades ao favore-cer apadrinhados políticos, tendo em vista as denúncias do médico Daniel Tabak, ex-diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer – INCA, em seu pedido de exoneração. ................................... 390

MAGNO MALTA

Comentários à tramitação da “PEC paralela”. .. 248Esclarece ao Senador Heráclito Fortes, que

não houve critica ao seu aparte no discurso do Se-nador Mão Santa. ................................................. 251

Comentários à declaração do Presidente da Câmara dos Deputados sobre a tramitação da “PEC paralela” à reforma da Previdência. ....................... 274

MAGUITO VILELA

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................. 206

MÃO SANTA

Parecer Nº 55, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 759, de 2003 (Nº 2.716/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a per-missão da Rádio Luz e Alegria Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqüência mo-dulada na cidade de Frederico Westphaen. Estado do Rio Grande do Sul. .......................................... 40

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 250

Elogios à educação e à qualidade de vida do povo chileno. ......................................................... 245

Cobranças sobre a continuidade das obras de construção de uma ponte no Piauí, que separa Campo Maior de Piripiri. ....................................... 245

MARCELO CRIVELLA

Parecer Nº 92, de 2004, da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, sobre o Projeto de Lei da Câmara Nº 113 de 2003 (Nº 1.273/2003, na casa de origem), que institui regime especial para alteração estatutária das associações, e altera a Lei Nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil. ...................................................................... 175

MARCO MACIEL

Parecer Nº 94, de 2004, da Comissão de Relações exteriores e Defesa Nacional, sobre o Requerimento Nº 935, de 2003, de autoria do Se-nador Arthur Virgílio e outros Senhores Senadores, nos termos do art. 222 do Regimento Interno do Senado Federal, e ouvido o Plenário, de voto de aplauso ao Papa João Paulo II, pelo transcurso do seu vigésimo quinto aniversário como Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana. ....................... 179

Anúncio do crescimento do produto interno bruto do Estado da Bahia no ano de 2003. Aparte ao Senador César Borges. ................................... 267

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. Aparte ao Senador Rodolpho Tourinho ... 277

MARIA DO CARMO ALVES

Parecer Nº 60, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 777, de 2003 (Nº 2.489/2002, na Câmara dos deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Comunitária de Tremendal/ACT a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Tremendal, Estado da Bahia. ................................ 59

Parecer Nº 64, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 790, de 2003 (Nº 2.606/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a con-cessão da Rádio Clube Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Santo Antônio de Jesus, Estado da Bahia. ..... 73

Parecer Nº 79, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 828, de 2003 (Nº 2.615/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Comunitária Cultural de Tanque Novo – ACC a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Tanque Novo, Estado da Bahia. ........... 125

Parecer Nº 81, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 833, de 2003 (Nº 2.626/2002, na Câmara dos

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VII

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Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Comunitária de Esporte e Lazer dos Mora-dores de Caatiba a executar serviço de radiodifu-são comunitária na cidade de Caatiba, Estado da Bahia. .................................................................... 133

MOZARILDO CAVALCANTI

Defesa de reforma constitucional como solu-ção para as crescentes invasões de terras pelos ín-dios, principalmente no Mato Grosso do Sul. Aparte ao Senador Juvêncio da Fonseca. ....................... 194

Inconformismo com declaração do Presi-dente da Câmara dos Deputados sobre a trami-tação da Proposta de Emenda à Constituição 77, de 2003. ............................................................ 273

Critica a criação de reservas indígenas, e de proteção ambiental sem estudos aprofundados. Aparte ao Senador Ramez Tebet. ........................ 283

Comentários a respeito da Reforma do Judi-ciário. .................................................................... 403

Comentários a respeito da concentração de renda no Brasil. ..................................................... 412

NEY SUASSUNA

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 204

Discute a eficiência das votações no Con-gresso Nacional. Aparte ao Senador Paulo Paim. 286

Preocupação com a demora para a criação da Sudene. ............................................................ 291

Apelo à liberação de sementes aos agricul-tores nordestinos pelo Ministério da Agricultura. .. 291

Comentários a respeito da burocracia no Brasil. ............................................................... 411

OSMAR DIAS

Parecer Nº 45, de 2004, da Comissão de Educação sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 113, de 1995 (Nº 14/95, na Câmara dos Depu-tados), que aprova o ato que renova a concessão outorgada à Rádio Cultura Foz do Iguaçu Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em ondas curtas na cidade de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná. ............................................................. 8

Parecer Nº 63, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 788, de 2003 (Nº 2.535/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a con-cessão da Fundação Sant’ana – Rádio Sant’ana

para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Ponta Grossa, Estado do Paraná. ............................................................ 70

Parecer Nº 68, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 806, de 2003 (Nº 2.543/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a permis-são outorgada à FM Verde Vale Ltda., para explo-rar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de União da Vitória, Estado do Paraná. ................................................................. 85

PAPALÉO PAES

Parecer Nº 48, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 693, de 2003 (Nº 2.633/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Comunitária Renascer de Guaimbê a execu-tar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Guaimbê, Estado de São Paulo. ...................... 17

Parecer Nº 49, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 701, de 2003 (Nº 2.692/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a permis-são da Empresa de Radiodifusão Olímpia Stereo Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sono-ra em freqüência modulada na cidade de Olímpia, Estado de São Paulo. ........................................... 21

Parecer Nº 50, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislati-vo Nº 704, de 2003 (Nº 2.917/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a concessão da Rádio Chamonix Ltda., para ex-plorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Mogi-Mirim, Estado de São Paulo. ............................................................ 24

Parecer Nº 51, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 709, de 2003 (Nº 2.931/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a conces-são do Sistema Meridional de Radiodifusão Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Votorantin, Estado de São Paulo. ............................................................ 27

Parecer Nº 88, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislati-vo Nº 884, de 2003 (Nº 2.784/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação O Bom Pastor de Amparo Social a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Presidente Bernardes, Estado de São Paulo. ...................................................... 161

Page 462: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

VIII

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Parecer Nº 89, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 885, de 2003 (Nº 2.787/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação a Serviço da Vida e da Verdade a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Taciba, Estado de São Paulo. ............................... 165

Críticas à prestação de serviços de telefonia e defesa da revisão da lei de telecomunicações e da reformulação do papel da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel. ................................. 187

PATRÍCIA SABOYA GOMES

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 207

PAULO PAIM

Desmentido à notícia de que o governo retirou o seu apoio à “PEC paralela”. ............................... 239

Esclarecimentos sobre diálogo mantido com o Presidente da Câmara dos Deputados, Sr. João Paulo, sobre a convocação extraordinária e a vo-tação da “PEC paralela”. ...................................... 286

Considerações sobre a “PEC paralela”. Aparte ao Senador José Agripino. ................................... 289

Questão do acordo para a votação da “PEC paralela”. ................................................................ 396

PEDRO SIMON

Defesa do Procurador-Geral da República, Dr. Cláudio Fonteles. ............................................. 224

Certeza da aprovação da chamada “’Pec pa-ralela” a reforma da previdência. .......................... 224

RAMEZ TEBET

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................. 206

Apóia o Senador Paulo Paim sobre a “PEC paralela”. ............................................................... 239

Comentários à tramitação da “PEC paralela” à reforma da Previdência. ..................................... 280

A questão indígena no estados do Mato Gros-so do Sul e Roraima. ............................................ 280

Destaca a importância da “PEC paralela”. Aparte ao Senador Paulo Paim. ........................... 398

Destaca a importância da Reforma do Judi-ciário. .................................................................... 400

Comentários a respeito da Reforma do Judi-ciário. Aparte ao Senador Mozarildo Cavalcanti. .. 405

REGINALDO DUARTE

Parecer Nº 46, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 180, de 2003 (Nº 2.192/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga con-cessão ao Sistema de Comunicação Terra do Sol Ltda. Para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na cidade de Araripe, Estado do Ceará. .................................................................... 11

Parecer Nº 66, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislati-vo Nº 797, de 2003 (Nº 3.050/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga permissão à Rádio Líder de Itapipoca Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em freqü-ência modulada na cidade de Itapipoca, Estado do Ceará. ......................................................... 79

Parecer Nº 82, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de decreto Legislativo Nº 834, de 2003 (Nº 2.627, de 2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação Médica Educacional de Lavras de Man-gabeira – AMEL a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Lavras de Mangabeira, Estado do Ceará. .................................................. 137

Parecer Nº 85, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 841, de 2003 (Nº 2.624/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação Comuni-tária São Pedro de Alcântara de Ubajara a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Ubajara, Estado de Ceará. ...................................... 150

RENAN CALHEIROS

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 210

RODOLPHO TOURINHO

Enfatiza a importância da reforma tributária para o desenvolvimento do nordeste. Aparte ao Senador César Borges. ......................................... 269

Comenta a questão da autonomia do Banco Central. ................................................................. 275

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IX

Pág. Pág.

ROMEU TUMA

Comemoração dos 450 anos de existência da cidade de São Paulo. ....................................... 231

Requerimento Nº 14, de 2004, que requer nos termos do artigo 222 do regimento interno, que seja consignado nos Anais do Senado Voto de Aplau-so ao povo paulistano, encaminhando-o também à Prefeitura local. ..................................................... 237

Requerimento Nº 18, de 2004, que requer nos termos do § 2º do art. 50 da Constituição Federal, combinado com o art. 216 do Regimento Interno do Senado Federal, e considerando matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, edição do dia 11 de janeiro de 2004, pg. B-1, B-5 e B-6, que versa sobre a atuação da Parmalat no Brasil e, particularmente, sobre o envio de R$ 198 milhões para a matriz da empresa na Itália. Solicitando informações sobre os valores reais em dólares norte-americanos, enviados ao exterior, e a origem dos recursos assim como os meios utilizados e o destino das transferências acima mencionadas. ............................................. 259

ROMERO JUCÁ

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................. 211

SÉRGIO CABRAL

Parecer Nº 70, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 810, de 2003 (Nº 924/2001, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Associação Comu-nitária de Rádio Educação e Cultura de Pádua FM a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Santo Antônio de Pádua, Estado do Rio de Janeiro. ............................................................ 91

Parecer Nº 84, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 840, de 2003 (Nº 3.154/2003, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que outorga permis-são à Fundação de Armação dos Búzios para exe-cutar serviço de radiodifusão sonora em freqüência modulada na cidade de Iguaba Grande, Estado do Rio de Janeiro. ...................................................... 145

SÉRGIO GUERRA

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 212

SÉRGIO ZAMBIASI

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................ 206

SERYS SLHESSARENKO

Requerimento Nº 13, de 2004, que requer nos termos regimentais, que sejam desapensaods, para tramitar em separado, o Projeto de Lei da Câ-mara Nº 113, de 2000; o Projeto de Lei do Senado Nº 92, de 1996; o Projeto de Lei do Senado Nº 107 de 2000; o Projeto de Lei do Senado Nº 181, de 2003. ..................................................................... 181

Defesa da aprovação da “PEC paralela”, des-tacando suas discordâncias com a postura do Pre-sidente João Paulo sobre a matéria. ..................... 272

Reitera sua posição pessoal de não recebi-mento do pagamento da convocação extraordinária, repudiando críticas daqueles que a denominam de demagoga. ............................................................ 272

SIBÁ MACHADO

Expectativa de entendimento entre os Pre-sidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para votação da “PEC paralela” à reforma da Previdência. ...................................................... 296

Questão filosófica das crises fundiárias no mundo. .................................................................. 393

Importância para o governo Lula do reorde-namento territorial brasileiro, como condição para o desenvolvimento sustentável do país. ............... 393

TIÃO VIANA

Defende o Senador Fernando Bezerra das acusações feitas pela imprensa. Aparte ao Senador Fernando Bezerra. ................................................. 205

Reitera o compromisso do governo no enca-minhamento da proposta de emenda constitucional paralela da Previdência. ....................................... 271

VALDIR RAUPP

Parecer Nº 69, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 808, de 2003 (Nº 2.550/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que renova a con-cessão da Rádio São Miguel Ltda., para explorar serviço de radiodifusão sonora em onda média na

Page 464: CONGRESSO NACIONAL ANAIS DO SENADO FEDERAL · VOLUMES NÃO PUBLICADOS DOS ANAIS DO SENADO FEDERAL 1919, 1920, 1927 a 1930, 1936, 1937, 1949 a 1952, 1963, 1964 e 1966. Senado Federal

X

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cidade de Uruguaiana, Estado do Rio Grande do Sul. ........................................................................ 88

Parecer Nº 77, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 826, de 2003 (Nº 2.612, de 2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a Asso-ciação Rádio Comunitária Harmonia FM a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Sapiranga, Estado do Rio Grande do Sul. ............ 117

Parecer Nº 78, de 2004, da Comissão de Educação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 827, de 2003 (Nº 2.614/2002, na Câmara dos Deputados), que aprova o ato que autoriza a So-ciedade Beneficente São Judas Tadeu a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Alta Floresta D’Oeste, Estado de Rondônia. ........ 121

Parecer Nº 83, de 2004, da Comissão de Edu-cação, sobre o Projeto de Decreto Legislativo Nº 835, de 2003 (Nº 2.628/2002, na Câmara dos depu-tados), que aprova o ato que autoriza a Associação Rádio Comunitária Estância Velha – AERCOM FM a executar serviço de radiodifusão comunitária na cidade de Estância Velha, Estado do Rio Grande do Sul. ................................................................... 141

Aplauso pela iniciativa do governo federal de apresentar projeto de lei para regularização da política de biossegurança no País. ....................... 251

Expectativa com relação aos projetos estrutu-rais no Estado de Rondônia, para o aproveitamento energético e fluvial do Rio Madeira. ..................... 263

Apelo pela duplicação da Rodovia BR-101, no trecho entre Palhoça e Osório. ........................ 391

Situação caótica de estradas em Rondônia. .. 391