conforto ambiental - fichamento artigo 22-03-2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ – CESUMAR ARQ – N - B Bárbara Correia R.A. 1313758-2 Fábio Fiaes R.A. 1201115-2 João Pedro R.A. 1300490-2 Pamela Ferreira R.A. 1313119-2 Rosenilda Barbosa R.A. 1300549-2 CONFORTO AMBIENTAL I : FICHAMENTO ARTIGO Arquitetura sustentável: uma integração entre ambiente, projeto e tecnologia em experiências de pesquisa, prática e ensino.

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Page 1: Conforto Ambiental - Fichamento Artigo 22-03-2013

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ – CESUMAR

ARQ – N - B

Bárbara Correia R.A. 1313758-2

Fábio Fiaes R.A. 1201115-2

João Pedro R.A. 1300490-2

Pamela Ferreira R.A. 1313119-2

Rosenilda Barbosa R.A. 1300549-2

CONFORTO AMBIENTAL I : FICHAMENTO ARTIGO

Arquitetura sustentável: uma integração entre ambiente, projeto e tecnologia em

experiências de pesquisa, prática e ensino.

MARINGÁ

Março de 2013

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Introdução

O tema sustentabilidade abrange aspectos socioeconômicos e ambientais, e para que possamos entender a arquitetura sustentável, e necessária conceituar o desenvolvimento sustentável. Segundo Blundtland Report, que afirma que desenvolvimento sustentável e aquele que atende as necessidades do presente, sem comprometer o entendimento as necessidades de gerações futuras.

Nas décadas seguintes grandes conferencias mundial como: Rio’22 e a Rio’10, foram realizadas com intuito de rever as metas e realinhar mecanismos para o desenvolvimento sustentável, onde a preocupação e o desafio global em melhorar o nível de consumo da população de classe baixa e diminuir a pegada ecológica e o impacto ambiental dos assentamentos humanos no planeta foram o grande tema e debate.

No final da década de 1980 Inicio de 1990 e as questões de sustentabilidade chegaram as agendas da arquitetura e do urbanismo internacional incisivamente, trazendo novos paradigma com destaque para o contexto europeu. A principal questão em debate estava voltada para a vertente ambiental, tanto para as consequências de uma crise energética de dimensões mundiais como para o impacto ambiental gerado pelo consumo de energia fóssil. Já no âmbito do edifício o estudo de precedentes arquitetônicos mostra a partir da Segunda Guerra Mundial, com a ideologia de que de que a tecnologia dos sistemas prediais oferecia meios para o controle total das condições ambientais de qualquer edifício, o que levou a repetição da caixa de vidro e a alto consumo de energia que se estendeu por décadas seguintes tomando conta de cidades por todo o mundo.

Por tanto por um curto espaço de tempo que as condições de conforto ambiental e no consumo de energia não eram tiradas como determinantes, com isso a arquitetura bioclimáticas ganhou importância dentro do conceito de sustentabilidade. Onde a arquitetura modernista em meados de 1930 1 1960 mostrou se bioclimática das quais podem destacara o emprego de quebra-sois e cobogos*, adotados por arquiteto da época, entre eles o arquiteto brasileiro Lucio costa o qual cumpriu um pape exemplar na pratica e na educação arquitetônica, na medida em que ressaltava importância da compreensão das condições climáticas e da geometria solar para concepção de projetos.

O fato de o foco estar tão voltado para energia consumida nos sistemas de climatização e iluminação artificial terem sido tão influenciada na revisão das premissas arquitetônicas, há mais de três décadas, não significa que outras investigações e proposta não estivessem sendo feitas, outras investigação como materiais e técnicas construtivas, onde este evolui para outros aspectos do impactos gerados pelos processos de industrialização dos materiais e a busca de sistemas prediais mais eficientes.

Historicamente o tema da arquitetura sustentável começou a ser discutidora na arquitetura dos edifícios, não deixando de lado o aspecto urbano. Atualmente as discussões e proposta abordando as questões como: estruturas morfológicas compactas, adensamento populacional, transporte publico, resíduos e reciclagem, energia, agua, diversidade e pluralidade socioeconômico, cultural e ambiental.

Entretanto conclui-se que independente da evolução e proposta apresentadas, sempre vai mudar de acordo com a vida socioeconômica onde o papel do edifício como elemento do projeto urbano e sustentabilidade da cidade. Ou seja, a arquitetura sustentável deve fazer a síntese entre projeto, ambiental e tecnologia, dentro de um determinado contexto ambiental cultural e socioeconômico.

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Pontos de partida para o desenvolvimento do projeto arquitetônico

Projeto Arquitetônico e Qualidade Ambiental

Considerando o desempenho ambiental o conforto e a eficiência e a sustentabilidade um projeto de um edifício deve incluir:

1. Orientação solar e aos ventos;2. Formas arquitetônicas, arranjos espaciais, zoneamento dos usos internos e geometria

dos espaços internos;3. Características, condicionantes ambientais e tratamento do entorno imediato;4. Materiais e estruturas considerando o desempenho térmico,5. Tratamento das fachadas e coberturas com a necessidade de proteção solar;6. Áreas envidraçadas e de abertura considerando a proporção quanto a área envoltória;7. Detalhamento das proteções solares;8. Detalhamento das aberturas.

Todos esses aspectos têm papel determinante no uso da ventilação, da reflexão da radiação solar, no sombreamento, no resfriamento, no isolamento térmico, na inércia térmica e no aproveitamento da iluminação solar. O uso desses aspectos deve ser determinado pelas condições climáticas, exigências do uso e ocupação e parâmetros de desempenho. Além das condições climáticas as exigências humanas vão determinar a independência aos sistemas de climatização.

A arquitetura de baixo impacto ambiental pode ser encontrada na arquitetura vernácula, no modernismo e na arquitetura recente e, independente da sua vertente apresenta os mesmos conhecimentos da física aplicada associada aos recursos locais, sua sustentabilidade começa no entendimento do contexto no qual o edifício se insere.

Os materiais utilizados não são classificados como “alternativos” ou “politicamente corretos”, cabe escolher o melhor material pra determinado fim e que, além do desempenho ambiental atenda ao desempenho estrutural e de segurança especificados na ISO 6241 – Performance for standards building – Principles for their preparetion and factors to be conidered.

Quanto aos recursos tecnológicos, para minimizar o impacto ambiental, devem fazer parte do projeto desde as suas primeiras etapas de concepção. Sobre o impacto ambiental, a reabilitação tecnológica (retrofit) é uma alternativa à demolição, pois objetiva a adaptação do edifício a novos usos. NO que diz respeito a eficiência energética, contempla a redução da demanda por iluminação e climatização artificiais. Mas deve se estacado que o limite para a economia de energia esta nos parâmetros de conforto e qualidade ambiental.

Avaliações de custo versus beneficio definem a reabilitação tecnologia contra a construção de novos edifícios. Como produto final, arquitetura para sustentabilidade é a síntese de conceitos arquitetônicos, técnicas construtivas, conforto ambiental e eficiência energética. No entanto o sucesso deve ao cumprimento dos padrões e o comportamento dos usuários.

De acordo com o cenário ambiental da atualidade, é cada vez mais importante que as equipes de projeto congreguem soluções arquitetônicas eficazes e meio ambiente. Com o intuito de gerar menor impacto ambiental no que tange à questão da energia.

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O conforto ambiental proporcionado pelas soluções estabelecidas no projeto, além de diminuir o consumo de energia, contribui para uma maior produtividade e satisfação dos usuários da edificação.

Tratando-se de condicionamento ambiental, o projeto arquitetônico pode responder para três diferentes cenários de condições ambientais internas: passivo, artificial e misto.

Para cada tipo, as características projetuais serão distintas. A forma, os materiais e a função, dentre outros aspectos, dependerão do tipo de cenário que se deseja obter.

A princípio, deve-se buscar a redução da demanda do edifício por energia. Depois de solucionar esta etapa, devem-se procurar os sistemas mecânicos e elétricos mais eficientes e adequados a edificação. Automatizar o edifício é bastante apropriado para melhores resultados.

O conforto e a eficiência energética na arquitetura são aspectos relevantes, no entanto, tratando-se de sustentabilidade, o espectro é muito mais amplo.

Na Europa e nos EUA, existe legislação e critérios de desempenho que conferem certificação de projetos e edifícios. No Brasil, isto ainda não é uma realidade. No entanto, existem estudos e propostas em desenvolvimento, cuja viabilidade de implementação está na dependência de vontades políticas.

Atualmente, há vários indicadores de sustentabilidade no mundo todo, sendo que, os mais utilizados e reconhecidos são o BREEAM e o LEED, ambos desenvolvidos nos anos 90. Estes indicadores têm o apoio de órgãos públicos para que sejam aplicados, porém, fica a critério do empreendedor utilizá-los. O que tem acontecido frequentemente, devido a influência positiva que exerce no empreendimento. Nota-se em alguns estados norte-americanos e em alguns países europeus, diversos exemplos de intervenções pontuais e também, registros de casos mais abrangentes, como os projetos urbanos. E desde a década de 80, o número de obras arquitetônicas sustentáveis tem crescido substancialmente. No Reino Unido, por exemplo, obras públicas trazem soluções sustentáveis, com o objetivo de mostrar sua viabilidade e eficiência.

Não existe uma fórmula para implementação da arquitetura sustentável. A complexidade que compõe um projeto arquitetônico e as condicionantes ambientais, socioeconômicas, culturais e políticas que fazem parte do conjunto, definirão quais os métodos e soluções mais adequadas para determinado lugar.

Na arquitetura sustentável a cidade precisa ser compreendida de acordo com seu contexto regional, o que envolve o clima, os recursos naturais e suas relações econômicas. Tudo isso em conjunto, forma o desempenho dos edifícios. O objetivo é assegurar uma obra sustentável que considere o contexto local e global.

A busca por esse cenário ideal deve ocorrer em três escalas: a do edifício, a do desenho urbano e a do planejamento urbano e regional. Assim, os edifícios precisam ser planejados de modo que contribuam para a diversidade social, a socialização e a eficiência estrutural aliada à qualidade ambiental.

O tema da densidade populacional tem recebido atenção. Então, a compacidade e a verticalização das cidades podem comprometer o desempenho ambiental e energético das construções. Por isso, é preciso que haja critérios nos projetos, os quais levam a um

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equilíbrio. Entretanto, esse ponto de equilíbrio ainda está em discussão, pois não há um modelo universal.

Dessa forma, até o planejamento de edifícios isolados para reduzir o impacto ambiental conquistam, com grande esforço, um avanço nesse tema. Os projetos precisam considerar novos sistemas de funcionamento das cidades, de modo que se obtenha eficiência em praticamente em tudo.

Primeiramente, devem existir metas para o consumo e origem de recursos como a água e a energia; depois, precisa-se definir a opção tecnológica e a determinação da eficiência dos processos de consumo; e, por fim, deve haver um gerenciamento da poluição. Com isso, têm-se as metas:

Preservação e liberação de áreas naturais; Socialização do espaço público; Maior eficiência energética (e menor poluição) pelo transporte público; Microclima urbano favorável; Edifício e consumo conscientes; Reciclagem e reuso;

Além do mais, há como alternativa a revitalização de áreas urbanas (brownfields) e, em divergência, a oposição à expansão urbana em áreas verdes (greenfields).

O desenvolvimento da arquitetura sustentável requer novos projetos. Precisa-se haver uma interação maior entre pesquisa e proposição, com inclusão de novas variáveis.

No campo da pesquisa para estudos de conforto ambiental e energia em áreas urbanas e nos edifícios, um indicador claro da importância da diversidade e adaptação são as revisões conceituais pelas quais estão passando os índices de conforto bastante utilizados no mundo todo. Atualmente, é consenso que diversidade é melhor que adaptação, tendo em vista que sempre haverá aquela parcela de insatisfeitos.

Outro aspecto muito estudado, devido às divergências dos usuários é o conforto. Muitas pessoas não estão confortáveis, enquanto que, de acordo com os índices conhecidos, deveriam estar.

Segundo Nicol Fergus, o conforto não deve ser encarado como um produto, mas como uma meta, cujo resultado é a adaptação do indivíduo. As pesquisas de campo indicam que o conforto térmico, por exemplo, não deve considerar apenas os ocupantes e os edifícios, mas também todo o contexto social e cultural.

Com esses critérios, ocorrem alterações nos parâmetros arquitetônicos e na paisagem urbana, por vários motivos. Na interface do edifício, encontram-se as questões de geração de energia, disponibilidade de luz natural e aquecimento passivo. Além disso, há diversos recursos tecnológicos em investigação: fachadas duplas, novos materiais, elementos transparentes com seletividade de transmissão de luz e calor, entre outros. Na mesma escala, está também a ventilação urbana, a qual vai determinar as possibilidades de ação dos ventos e geração de energia eólica, por exemplo.

Pensando a respeito do consumo de energia, um argumento claro para a opção facultativa da autossuficiência é a disponibilidade de infraestrutura quase sempre de pouca utilização. Não faz sentido exigir uma casa autossuficiente nos casos em que a infraestrutura urbana é disponível.

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Afim disso, estudos também investigam os padrões de ocupação do edifício e o comportamento do usuário para o desenho de espaços adaptáveis e para que se possa avaliar o quanto esses fatores interferem nos resultados de desempenho térmico e luminoso, além de outras características físicas já conhecidas do edifício e do entorno.

As possibilidades de controle para o usuário são cada vez mais frequentes. No edifício adaptável, há, por exemplo, valorização das visuais, as janelas que podem ser abertas, proteções solares eficientes, ajustes ao longo do dia para evitar a incidência solar, ventilação controlada, entre outras alterações. E, para a avaliação de desempenho do projeto, a simulação computacional tem sido uma grande ferramenta.

Além disso, o processo de projeto profissional da arquitetura sustentável exige um trabalho em equipe no qual os arquitetos estejam acostumados com as questões ambientais, ao mesmo tempo em que os outros especialistas possam entender bem os aspectos do projeto. Um bom projeto sempre cria um edifício diferenciado por suas características sustentáveis.

No desenvolvimento de projetos sustentáveis, os softwares de simulação são frequentemente usados na Europa para avaliar desempenhos ambientais na arquitetura, já no Brasil o uso desses softwares é exclusivo aos centros de pesquisas. Nesse cenário permite perceber que a ideia de uma arquitetura com menor impacto ambiental, com base no conforto ambiental, eficiência energética e a sustentabilidade em geral permeia os projetos brasileiros. Algumas empresas vêm se sobressaindo por exigir estudos sobre o impacto ambiental na elaboração de projetos de edificações, buscando visibilidade no exterior.

Em 2004 surgiram 10 novos conceitos sobre sustentabilidade propostos pela Petrobrás para seu novo centro de pesquisas (CENPES II) no Rio de Janeiro, sendo eles: orientação solar adequada; forma arquitetônica: adequada aos condicionantes climáticos locais e padrão de uso para a minimização da carga térmica interna; material construtivo das superfícies opacas e transparentes: termicamente eficiente; superfícies envidraçadas: taxa de WWR adequada às condições de conforto térmico e luminoso internos; proteções solares externas: adequadas às fachadas; ventilação natural: aproveitamento adequado dos ventos para resfriamento e renovação do ar interno; aproveitamento da luz natural; uso da vegetação; sistemas para uso racional de água e reuso; e materiais de baixo impacto ambiental: dentro do conceito de desenvolvimento sustentável.

De todas as exigências listadas para a ecoeficiência, as oito primeiras estão relacionadas diretamente com os aspectos do conforto ambiental e eficiência energética do projeto, o item de número 9 refere-se aos sistemas prediais, e o número 10 diz respeito ao impacto ambiental dos materiais, considerando-se o processo de industrialização e ciclo de vida útil.

As considerações com os aspectos de sustentabilidade do projeto levaram a Petrobras ao interesse pela certificação do CENPES II como um empreendimento de baixo impacto ambiental. O sistema escolhido pela Petrobras para essa avaliação foi o LEED - Leadership in Energy and Environmental Design, do Departamento de Energia do Governo Norte-Americano. De tal maneira que, o processo de projeto, reunindo todas as áreas envolvidas, foi informado constantemente pelas diretrizes e exigências do padrão de certificação adotado.

Esse estilo de promover a arquitetura com menor impacto tem sido percebido em outros projetos como o projeto promovido pela Natura S.A. em 2005 para o centro de pós-graduação do Instituto de pesquisas ecológicas (IPÊ) construído em São Paulo em meio a uma reserva natural. No qual o uso da madeira, a interação entre meio externo e interno, e a introdução de estratégias passivas para a climatização foram eficazes na criação de uma arquitetura ícone

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para um instituto de pesquisa que tem o meio natural e toda a sua diversidade como tema central de investigação.

Em 2006, outro projeto ganhou destaque, o projeto do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Interfaces Humano-Computador para a Amazônia (LABCOG – Lab. Do Cognitus), do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós- Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explorou o potencial da arquitetura em contribuir para a eficiência energética de um edifício em que as particularidades do uso impõem sistemas ativos de condicionamento ambiental por todo o tempo de ocupação. O projeto conta com a construção de uma caverna, e toda a sua estrutura de apoio para investigação sobre a Amazônia em tempo real e estudos de eficiência energética.

Entretanto, o momento da arquitetura brasileira a respeito da sustentabilidade ainda é de definições das reais necessidades e possibilidades, é primordial a formação de arquitetos críticos sobre o assunto.

Ensino

Hoje em dia, existem instituições de ensino e pesquisa inteiramente dedicadas ao tema da Arquitetura Sustentável. Esse é o caso da School of the Built Environment, da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, que atualmente está desenvolvendo um campus em Pequim, na China. Edifícios da escola, concebidos com esses princípios, demonstram um grande número de inovações em materiais de construção, mecanismos para iluminação natural, acumulação de calor e tratamento acústico, geração de energia nas fachadas usando células fotovoltaicas, coleta e reuso de água e investigação de outros recursos e técnicas.

Mais uma escola de destaque no exterior é a Architectural Association School of Architecture (AA), de Londres. Os programas de pós-graduação são marcados pelo caráter internacional dos seus alunos e professores, pela ênfase ao projeto e pelo desenvolvimento de uma visão crítica da arquitetura.

Já o programa de mestrado Environment and Energy, anteriormente reconhecido como Master of Arts, foi reestruturado para Master of Science (MSc) e Master of Architecture (MArch). Esse desdobramento foi feito a fim de responder a uma demanda crescente de profissionais de projeto vindos de diferentes partes do mundo, pela aplicação direta de conhecimentos de conforto ambiental e eficiência energética na prática arquitetônica, o que vem ao encontro da natureza da AA, que é primordialmente a experimentação em projeto. Paralelamente, a pesquisa científica no curso manteve uma relação estreita com o projeto, explorando o uso de ferramentas avançadas de modelagem e simulação computacional, contribuindo para a vanguarda da pesquisa em projeto, na área do conforto ambiental e da eficiência energética.

Juntos esses estudos implicam um conhecimento antecedente multidisciplinar, no qual abrangem as questões de conforto e energia, como aspectos fundamentais a esse contexto mais largo da sustentabilidade. Da mesma forma, para que se possa desenvolver um conhecimento realmente abrangente da arquitetura sustentável, outros temas como geração de energia, reciclagem e reuso de recursos, poluição de águas e solos, transportes, entre outras coisas, também fazem parte do processo.

O conforto ambiental e a energia é tradicionalmente o caminho do aprendizado e do desenvolvimento dessas disciplinas no projeto de arquitetura tem sido compreender as

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exigências humanas de conforto, a Arquitetura sustentável: uma integração entre ambiente, projeto e tecnologia em experiências de pesquisa, prática e ensino trocas de calor, os fenômenos físicos envolvidos na interação do edifício como envoltória e os ambientes externos e internos. Passando da fase de concepção, o projeto ou a investigação entram em uma fase de testes e análises de propostas, na qual o desempenho ambiental e energético é avaliado com ferramentas computacionais nos centros de excelência no Brasil e no exterior. Por maais que um projeto seja conceituado e especificado para minimizar o consumo de energia, são as determinantes do conforto humano que definem o grau de dependência de um determinado espaço em relação aos sistemas de climatização e iluminação artificiais.

Experiências recentes realizadas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo têm mostrado que a participação de professores de conforto ambiental com experiência e visão de projeto tem sido muito produtiva para professores e alunos. Além das disciplinas obrigatórias, há uma demanda por disciplinas optativas que abordem as questões ambientais como, por exemplo, sobre o desempenho de novos materiais e o funcionamento de sistemas inovadores para a geração de energia. Essas disciplinas são mais bem aproveitadas quando exigem como pré-requisitos todas as disciplinas obrigatórias de conforto ambiental e energia, situação na qual o aluno já assimilou uma série de conceitos.

Um episódio que desperta o interesse dos alunos pelo tema é a participação em concursos estudantis de projetos de arquitetura. Entre os concursos internacionais destacam-se o EcoHouse16 e o Archiprix17. Nas escolas latino-americanas, um caso de sucesso é a Bienal José Miguel Aroztegui de Arquitetura Bioclimática18. O objetivo da Bienal é promover e incentivar a incorporação das técnicas bioclimáticas na construção do habitat humano, visando aperfeiçoar sua qualidade ambiental e sua eficiência energética por meio do uso privilegiado de recursos naturais renováveis.

Os projetos representantes da FAUUSP, classificados na Bienal Aroztegui de 2005, com o tema Edifícios para Hospedagem, foram desenvolvidos na disciplina AUT 268 – Conforto Ambiental 6 (ateliê de projeto), oferecida pelo Departamento de Tecnologia da Arquitetura, para resolver as questões de conforto térmico, luminoso e acústico, a partir da questões de orientação e forma, criando espaços de transição entre o interior e o exterior da construção, e promovendo diversidade ambiental nos espaços de diferentes usos. Para o desenvolvimento dos projetos, os alunos foram motivados a explorar, para diferentes climas, o uso híbrido de materiais, combinados às estratégias passivas de climatização e ao tratamento do entorno adjacente das edificações.

Os trabalhos finais de graduação tem o papel de explorar novas ideias e os estudantes da FAUUSP assumiram a tarefa de pensar em uma obra inovadora.Para os diferentes tipos de projetos, o conforto ambiental e a eficiência energética se tornaram prioridade, explorando as características de cada ambiente.

Junto com a base teórica nas questões de impacto ambiental, também foram feitos estudos analíticos baseados nas computações gráficas a fim de testar a veracidade das propostas. O resultado de alguns desses trabalhos é tido como visionário, que visa espaços abertos e mais saudáveis.

Entre os projetos esta o trabalho “edifício Alto na Praça 14 Bis” que visa conforto ambiental e eficiência energética de forma acrodinamica, buscando uma ventilação natural e aproveitando vários espaços do edifício.

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O projeto “Industria-parque” prevê a criação de um oásis urbano, com a reciclagem do papel, vidro e alumínio, inserido num plano maior de recuperação da área.

O trabalho “Região Bragantina : Construindo sua paisagem” teve por objetivo criar uma paisagem urbana combinando técnicas construtivas com os materiais: aço, madeira, vidro e o concreto, relacionando os diferentes elementos do ambiente. O conforto ambiental se deu pelo sombreamento, a iluminação e a ventilação natural.

Para o projeto “Centro de Tecnologia e Educação Ambiental” foi desenvolvido sistemas de iluminação e ventilação naturais, indispensáveis aos aspectos funcionais. O terreno dava espaço para a vila dos ferroviários e do ex-estádio do Mogiana e tem grande valor histórico. Hoje é utilizado aos usos de laboratórios voltados a tecnologia para fins ambientais.

“O Equilíbrio entre Comunidades e Áreas de Proteção ambiental: A Proposta do Bairro do Banhado” é um trabalho localizado na comunidade Nova Esperança em São José dos Campos, SP. Este, discute sobre o assentamento urbano em área de proteção ambiental e o seu impacto nessa área, buscando equilibrar as necessidades do povo e o ambiente natural.

No trabalho “Arquitetura Informada Pelos Processos Urbanos: Edifício, Espaço e Cultura Urbana” foi feita a reorganização de uma área de SP, explorando os miolos de quadra que são próximos ao transporte público.

O trabalho “Centro Profissionalizante e de Cultura Jabaquara” é bioclimático e inova nos desenhos, formas, tecnologias e materiais utilizados. o projeto prevê a construção de um centro profissionalizante de cultura.

“Educação, Cultura e Acessibilidade. Nova centralidade: Pátio do Pari” é um trabalho que aborda um grande vazio da área central de SP. As terras pertencem a companhias ferroviárias e por falta de interesse e cuidado dos moradores, hoje está em péssimas condições de preservação. O trabalho então propõe a construção de uma escola profissionalizante, pois há necessidade de mão de obra especializada e uma estação de trem a disposição da população local. O projeto prevê também um parque municipal, que ofereça áreas de lazer a comunidade.

Considerações finais

A sustentabilidade tem ganhado destaque no contexto global para as questões ambientais. Entretanto, uma serie de perguntas sobre a arquitetura sustentável permanece.

A maior parte das escolas de arquitetura possui um estudo na área do conforto ambiental que os ajuda a projetar sem causar grandes impactos ao meio ambiente e que pode também transformar o espaço em médio e longo prazo. Para isso, é necessário que os profissionais tenham uma grande interação e estejam familiarizados com a questão do conforto.

Com destaque na arquitetura contemporânea brasileira, um grupo de arquitetos se aproximam da questão sustentável, entre eles está: Severino Porto com suas técnicas vernaculares; Roberto Loeb e Botti Rubin que valorizam o conforto e a eficiência energética. O trabalho de Marcos Acayaba destaca-se pelo uso de cerâmica, concreto, aço e madeira em suas construções. E por fim, Lelé, que possui obras espalhadas por todo Brasil, todas visando o conforto ambiental e a eficiência energética.

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