confiança do empresários cai

1
Jornal do Comércio - Porto Alegre 14 Economia Quinta-feira 11 de abril de 2013 O Índice de Confiança dos Empresários gaúchos (Icec-RS) recuou 0,3% em março (124,1 pontos) em comparação com fevereiro (124,5 pontos). Já em relação ao mesmo mês de 2012, a queda foi de 6,4%. Segundo a Fecomércio-RS, o declínio do Icec-RS em março foi determi- nado pelo crescimento das ex- pectativas, em contraponto com a queda em todas as dimensões do indicador de condições atuais. O Índice de Investimento também teve uma piora, provo- cada pela redução no nível de investimentos das empresas. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve queda em todos os sub-indicadores. Na análise por porte, o nível de con- fiança das empresas com até 50 funcionários apresentou queda de 0,3%, enquanto o das empre- sas com mais de 50 funcionários registrou redução de 2,1%. Mesmo com queda, a entida- de acredita que os dados apontam para um futuro otimista. A econo- mista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, relembra que no ano passado as expectativas foram altas e o resultado não foi o esperado. “A comparação com o ano passado é desfavorável, pois durante o período de 2012 a expectativa foi caindo até chegar neste patamar.” Patrícia aposta no crescimento em todos os setores já a partir do próximo mês. “Como os números se mantiveram está- veis em comparação com o mês anterior, a perspectiva é que vol- te a crescer no decorrer do ano”, acredita. Entre os segmentos, so- mente o grupo de bens duráveis teve uma elevação, de 0,1%. Já os semiduráveis tiveram declínio de 12%, e os não duráveis, de 0,6%. Viajantes de todo o mun- do gastaram 3% a mais com diárias de hotéis em 2012 em relação ao ano anterior. Já no Brasil, o aumento ficou em 2%, com o valor médio de R$ 313,00 pago por uma noite de hospedagem. Em Porto Ale- gre, os preços subiram 3%, saltando de R$ 204,00 para R$ 211,00. Os dados são do estudo Hotel Price Index, da Hoteis.com, que leva em con- sideração as reservas feitas através do site. Em âmbito na- cional, a pesquisa analisou os preços pagos nas 33 principais cidades brasileiras por turis- tas de todo o mundo e, entre elas, 21 localidades apresenta- ram aumento nas diárias, en- quanto 11 tiveram queda. “O Brasil vive um mo- mento único na sua história com todas as oportunidades geradas pela Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Veremos mudanças profundas que irão alterar todo o setor de turismo brasileiro”, comenta Javier Es- cobedo, presidente da Hoteis. com para a América Latina. O destino brasileiro no qual os viajantes investiram o va- lor mais alto em diária foi o balneário Angra dos Reis (RJ), com a média de R$ 482,00. No caso da Capital gaú- cha, o Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (SHPOA) possui números distintos. Segundo dados da entidade, o preço médio da diária na cidade saltou de R$ 167,00 para R$ 192,42 entre 2011 e 2012, um aumento de 15,22%. Neste ano, os preços já apresentam ascensão de 3,13% em compa- ração à temporada anterior, chegando a R$ 198,45. Na comparação com 2008, quan- do a diária média era de R$ 161,58, houve alta de 22,82%. O presidente do SHPOA, Daniel Antoniolli, argumenta que os preços foram impul- sionados pelos aumentos nos gastos com folha de pagamen- to e pela diminuição de hós- pedes no período. Mesmo as- sim, ressalta, os valores pagos na Capital ainda estão abaixo dos praticados em cidades. “A diária de Porto Alegre subiu menos que a inflação acumu- lada nos últimos cinco anos (28,46%). Não acredito que, no geral, os preços caiam, mesmo que, com os novos empreendimentos na área, as taxas de ocupação baixem.”, projeta o dirigente. Os maiores do Rio Grande do Sul em 2012 AURACEBIO PEREIRA/ARTE/JC empresa sede faturamento em R$ caixas lojas funcionários 1 Walmart (*) Porto Alegre 4,8 bilhões 1968 118 17.147 2 Companhia Zaffari (**) Porto Alegre 3,3 bilhões 852 30 9.551 3 Unidasul Esteio 780 milhões 423 48 3.859 4 Peruzzo Bagé 360,7 milhões 244 24 2.050 5 Asun Gravataí 328,4 milhões 188 20 1.920 6 Imec Lajeado 304,4 milhões 178 20 1.167 7 Supermercado Guanabara Rio Grande 291,2 milhões 139 9 1.687 8 Master ATS/ Sonda Erechim 245,8 milhões 123 8 1.176 9 Comercial Zaffari Passo Fundo 241,3 milhões 158 15 1.306 10 Supermercado Baklizi Uruguaiana 200,4 milhões 128 12 1.234 (*) DADOS ESTIMADOS PELO DEPTO. ECONÔMICO DA AGAS (**) INCLUSO O FATURAMENTO DAS LOJAS DE SÃO PAULO/SP 10 Varejo Supermercados projetam expansão de 6% em 2013 Setor faturou mais de R$ 19 bilhões em 2012, de acordo com a Agas Cerca de R$ 100 milhões devem ser invesdos em melhorias, diz Longo As mais de quatro mil em- presas supermercadistas gaúchas tiveram um crescimento real de 6,6% em 2012, alcançando fatu- ramento de R$ 19,3 bilhões e ele- vando para 6,54% a participação no Produto Interno Bruto (PIB) esti- mado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) para o Estado. Juntas, as dez maiores redes – que representam 50,39% do setor – ob- tiveram faturamento de R$ 9,77 bilhões, apontando uma redução na concentração de mercado. De acordo com o presidente da Asso- ciação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, o se- tor está otimista e prevê investir R$ 100 milhões em melhorias nos pontos de venda e ampliação de lojas, além de contar com a chega- da de novas empresas nos próxi- mos 12 meses. A expectativa é de manter o crescimento em torno de 4% e 6% em 2013. “O número de visitas nos supermercados aumen- tou em 7% em 2012. Nos últimos seis meses, foram 420 milhões de clientes comprando nas empresas do setor.” Comemorada pela entidade representativa dos supermerca- dos do Rio Grande do Sul, a de- soneração de impostos federais de produtos da cesta básica ain- da deverá pressionar para baixo os preços de alguns itens, na avaliação de Longo. “Mas não de imediato porque existem outros fatores, como situação de merca- do e de safras.” Segundo o diri- gente, a lei da oferta e procura continuará valendo. Ele ressalta que o alívio fiscal colaborou para que os preços dos produtos não chegassem a um patamar supe- rior, que poderia ser “em torno de 12%”. “Já estão mais baratos a carne e os outros quatro itens de- sonerados nesta última portaria da União. O açúcar baixou 15% em relação a março e o óleo de soja já está com redução de cer- ca de 20%, se comparado ao mês passado”, citou Longo, destacan- do que o setor lácteo também é “totalmente desonerado” (de ICMS, PIS e Cofins) a nível esta- dual. No caso da diminuição de valores cobrados pelos produtos de higiene, ele afirma que está sendo mais lenta, devido aos es- toques das empresas. A questão da mão de obra tem sido um gargalo para os su- permercadistas. Segundo levan- tamento realizado entre janeiro e março deste ano, com 321 empre- sas gaúchas de médio e grande porte, atualmente o Estado sofre a carência de oito mil funcioná- rios no setor. “Estamos nos ade- quando”, pondera Longo. Em 2012, a entidade capacitou 20 mil pessoas para diversas funções dentro dos centros de compras. Para suprir a falta de padei- ros e açougueiros, os empresá- rios estão comprando produtos industrializados, como carnes desossadas e pães congelados. “Também foram reduzidas as entregas de ranchos em residên- cias”, afirma Longo. Devido à di- ficuldade de contratar operado- res de caixas e empacotadores, as filas de clientes nos caixas es- tão maiores. “Estamos indo para um caminho onde o consumidor vai ter que começar a fazer seu pacote”, comenta. A mão de obra masculina representou 51,08% (contra 49,81% de mulheres) em- pregados pelo setor em 2011. FREDY VIEIRA/JC Adriana Lampert [email protected] Confiança dos empresários gaúchos cai 0,3% em março Eduardo Bertuol Rosin [email protected] Turismo Diária de hotel em Porto Alegre aumentou 3% no ano passado

Upload: eduardo-rosin

Post on 01-Apr-2016

218 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Confiança do empresários cai

Jornal do Comércio - Porto Alegre14

Economia

Quinta-feira11 de abril de 2013

O Índice de Confiança dos Empresários gaúchos (Icec-RS) recuou 0,3% em março (124,1 pontos) em comparação com fevereiro (124,5 pontos). Já em relação ao mesmo mês de 2012, a queda foi de 6,4%. Segundo a Fecomércio-RS, o declínio do Icec-RS em março foi determi-nado pelo crescimento das ex-pectativas, em contraponto com a queda em todas as dimensões do indicador de condições atuais.

O Índice de Investimento também teve uma piora, provo-cada pela redução no nível de investimentos das empresas. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve queda em todos os sub-indicadores. Na análise por porte, o nível de con-fiança das empresas com até 50 funcionários apresentou queda

de 0,3%, enquanto o das empre-sas com mais de 50 funcionários registrou redução de 2,1%.

Mesmo com queda, a entida-de acredita que os dados apontam para um futuro otimista. A econo-mista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, relembra que no ano passado as expectativas foram altas e o resultado não foi o esperado. “A comparação com o ano passado é desfavorável, pois durante o período de 2012 a expectativa foi caindo até chegar neste patamar.” Patrícia aposta no crescimento em todos os setores já a partir do próximo mês. “Como os números se mantiveram está-veis em comparação com o mês anterior, a perspectiva é que vol-te a crescer no decorrer do ano”, acredita. Entre os segmentos, so-mente o grupo de bens duráveis teve uma elevação, de 0,1%. Já os semiduráveis tiveram declínio de 12%, e os não duráveis, de 0,6%.

Viajantes de todo o mun-do gastaram 3% a mais com diárias de hotéis em 2012 em relação ao ano anterior. Já no Brasil, o aumento ficou em 2%, com o valor médio de R$ 313,00 pago por uma noite de hospedagem. Em Porto Ale-gre, os preços subiram 3%, saltando de R$ 204,00 para R$ 211,00. Os dados são do estudo Hotel Price Index, da Hoteis.com, que leva em con-sideração as reservas feitas através do site. Em âmbito na-cional, a pesquisa analisou os preços pagos nas 33 principais cidades brasileiras por turis-tas de todo o mundo e, entre elas, 21 localidades apresenta-ram aumento nas diárias, en-quanto 11 tiveram queda.

“O Brasil vive um mo-mento único na sua história com todas as oportunidades geradas pela Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Veremos mudanças profundas que irão alterar todo o setor de turismo brasileiro”, comenta Javier Es-cobedo, presidente da Hoteis.com para a América Latina. O destino brasileiro no qual os viajantes investiram o va-lor mais alto em diária foi o balneário Angra dos Reis (RJ),

com a média de R$ 482,00. No caso da Capital gaú-

cha, o Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (SHPOA) possui números distintos. Segundo dados da entidade, o preço médio da diária na cidade saltou de R$ 167,00 para R$ 192,42 entre 2011 e 2012, um aumento de 15,22%. Neste ano, os preços já apresentam ascensão de 3,13% em compa-ração à temporada anterior, chegando a R$ 198,45. Na comparação com 2008, quan-do a diária média era de R$ 161,58, houve alta de 22,82%.

O presidente do SHPOA, Daniel Antoniolli, argumenta que os preços foram impul-sionados pelos aumentos nos gastos com folha de pagamen-to e pela diminuição de hós-pedes no período. Mesmo as-sim, ressalta, os valores pagos na Capital ainda estão abaixo dos praticados em cidades. “A diária de Porto Alegre subiu menos que a inflação acumu-lada nos últimos cinco anos (28,46%). Não acredito que, no geral, os preços caiam, mesmo que, com os novos empreendimentos na área, as taxas de ocupação baixem.”, projeta o dirigente.

Os maiores do Rio Grande do Sul em 2012

AURACEBIO PEREIRA/ARTE/JC

empresa sede faturamento em R$ caixas lojas funcionários

1 Walmart (*) Porto Alegre 4,8 bilhões 1968 118 17.147

2 Companhia Zaffari (**) Porto Alegre 3,3 bilhões 852 30 9.551

3 Unidasul Esteio 780 milhões 423 48 3.859

4 Peruzzo Bagé 360,7 milhões 244 24 2.050

5 Asun Gravataí 328,4 milhões 188 20 1.920

6 Imec Lajeado 304,4 milhões 178 20 1.167

7 Supermercado Guanabara Rio Grande 291,2 milhões 139 9 1.687

8 Master ATS/ Sonda Erechim 245,8 milhões 123 8 1.176

9 Comercial Zaffari Passo Fundo 241,3 milhões 158 15 1.306

10 Supermercado Baklizi Uruguaiana 200,4 milhões 128 12 1.234(*) DADOS ESTIMADOS PELO DEPTO. ECONÔMICO DA AGAS (**) INCLUSO O FATURAMENTO DAS LOJAS DE SÃO PAULO/SP

10

�Varejo

Supermercados projetam expansão de 6% em 2013Setor faturou mais de R$ 19 bilhões em 2012, de acordo com a Agas

Cerca de R$ 100 milhões devem ser investidos em melhorias, diz Longo

As mais de quatro mil em-presas supermercadistas gaúchas tiveram um crescimento real de 6,6% em 2012, alcançando fatu-ramento de R$ 19,3 bilhões e ele-vando para 6,54% a participação no Produto Interno Bruto (PIB) esti-mado pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) para o Estado. Juntas, as dez maiores redes – que representam 50,39% do setor – ob-tiveram faturamento de R$ 9,77 bilhões, apontando uma redução na concentração de mercado. De acordo com o presidente da Asso-ciação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, o se-tor está otimista e prevê investir R$ 100 milhões em melhorias nos pontos de venda e ampliação de lojas, além de contar com a chega-da de novas empresas nos próxi-mos 12 meses. A expectativa é de manter o crescimento em torno de 4% e 6% em 2013. “O número de visitas nos supermercados aumen-tou em 7% em 2012. Nos últimos seis meses, foram 420 milhões de clientes comprando nas empresas do setor.”

Comemorada pela entidade representativa dos supermerca-dos do Rio Grande do Sul, a de-soneração de impostos federais de produtos da cesta básica ain-da deverá pressionar para baixo os preços de alguns itens, na avaliação de Longo. “Mas não de imediato porque existem outros fatores, como situação de merca-do e de safras.” Segundo o diri-gente, a lei da oferta e procura

continuará valendo. Ele ressalta que o alívio fiscal colaborou para que os preços dos produtos não chegassem a um patamar supe-rior, que poderia ser “em torno de 12%”. “Já estão mais baratos a carne e os outros quatro itens de-sonerados nesta última portaria da União. O açúcar baixou 15% em relação a março e o óleo de soja já está com redução de cer-ca de 20%, se comparado ao mês passado”, citou Longo, destacan-do que o setor lácteo também é “totalmente desonerado” (de ICMS, PIS e Cofins) a nível esta-dual. No caso da diminuição de valores cobrados pelos produtos de higiene, ele afirma que está sendo mais lenta, devido aos es-toques das empresas.

A questão da mão de obra tem sido um gargalo para os su-permercadistas. Segundo levan-tamento realizado entre janeiro e março deste ano, com 321 empre-

sas gaúchas de médio e grande porte, atualmente o Estado sofre a carência de oito mil funcioná-rios no setor. “Estamos nos ade-quando”, pondera Longo. Em 2012, a entidade capacitou 20 mil pessoas para diversas funções dentro dos centros de compras.

Para suprir a falta de padei-ros e açougueiros, os empresá-rios estão comprando produtos industrializados, como carnes desossadas e pães congelados. “Também foram reduzidas as entregas de ranchos em residên-cias”, afirma Longo. Devido à di-ficuldade de contratar operado-res de caixas e empacotadores, as filas de clientes nos caixas es-tão maiores. “Estamos indo para um caminho onde o consumidor vai ter que começar a fazer seu pacote”, comenta. A mão de obra masculina representou 51,08% (contra 49,81% de mulheres) em-pregados pelo setor em 2011.

FRED

Y VI

EIR

A/JC

Adriana [email protected]

Confiança dos empresários gaúchos cai 0,3% em marçoEduardo Bertuol [email protected]

�Turismo

Diária de hotel em Porto Alegre aumentou 3% no ano passado