conexao sebrae - fevereiro 2010

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Mato Grosso do Sul • Nº 49 • Janeiro e Fevereiro de 2010 • Ano 8 Págs. 04 e 05 Pág. 02 Pág. 06 Jovens brasileiros estão entre os que têm mais espírito empreendedor Mercado Cênico/Divulgação Empresárias como Juliana, de 24 anos, e Karolina, de 23 anos, da JK Comunicação, estão tendo uma participação maior no mercado. Produção cultural ganha incentivo com o Simples Certificação para os orgânicos será obrigatória Agência Brasil Anderson Viegas

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Conexão Sebrae MS de Fevereiro de 2010! 8020 Marketeria Digital

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Page 1: Conexao Sebrae - Fevereiro 2010

Mato Grosso do Sul • Nº 49 • Janeiro e Fevereiro de 2010 • Ano 8

Págs. 04 e 05

Pág. 02 Pág. 06

Jovens brasileiros estão entre os quetêm mais espírito empreendedor

Mercado Cênico/Divulgação

Empresárias como Juliana, de 24 anos, e Karolina, de 23 anos, da JK Comunicação, estão tendo uma participação maior no mercado.

Produçãoculturalganha

incentivo como Simples

Certificaçãopara os

orgânicosserá

obrigatória

Agência Brasil

Anderson Viegas

Page 2: Conexao Sebrae - Fevereiro 2010

Mato Grosso do Sul, janeiro e fevereiro de 2010

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Luiz CláudioSabedotti Fornari

presidente do ConselhoDeliberativo Estadual

do Sebrae/MS

Presidente do Conselho Deliberativo Estadual:Luiz Cláudio Sabedotti FornariDiretor Superintendente: Cláudio George MendonçaDiretora de Operações: Maristela de Oliveira FrançaDiretor Técnico: Tito Manuel S.B. Estanqueiro

Entidades do Conselho Deliberativo Estadual:AMEMS, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Faems, Famasul,Fecomércio, Fiems, Fundect, Seprotur, UFMS e Sebrae.

Gerente Unidade de Comunicação:Liane dos Santos PereiraProjeto Gráfico: André CoelhoProdução, Arte e Diagramação: Editora VisãoTiragem: 5 mil exemplaresJornalista Responsável: Anderson Viegas DRT/MS 199.

Conselho Editorial: Janaína Mansilha, Liane dos Santos Pereira,Patrícia Gasparetto, Maria Cristina Campaner, Maria de Lourdes Ortiz,Marcilio Moreira, Marco A. Casimiro, Leandra Oliveira,Clarindo Gimenes.

Colaboração: Thayara Barboza e Laryssa Carvalho

Sebrae/MS: Av. Mato Grosso, 1661 – CentroCampo Grande/MS – CEP: 79002-950

Fax: (67) 3389-5592 www.ms.sebrae.com.br / [email protected]

Fale Conosco: 0800 – 570 – 0800

Quando 2009 fechou suas portas foi possívelperceber o quanto fizemos e evoluímos nesse anoque iniciou com prenúncios de crise, desemprego,instabilidade, incertezas. Foram meses de observa-ção e análise do cenário nacional e mundial, mas,sobretudo, foi um tempo de trabalho e realizações,o que resultou em um fechamento com saldo posi-tivo.

No Brasil, a crise foi um aprendizado e umaépoca para a tomada de decisões estratégicas, es-pecialmente por parte das grandes organizações,que experimentaram redução de quadro de colabo-radores, reavaliação da sua área produtiva, dos lan-çamentos de novos produtos e serviços, dos seusplanos de expansão, enfim, do direcionamento dosnegócios.

Entretanto, Mato Grosso do Sul confirmou sero lugar fantástico que tem sido para todos que apor-tam por aqui. Mesmo com as dificuldades no to-cante à implantação de novos negócios por partede grandes empresas, ainda tivemos boas notíciasde investimentos e um crescimento nos diversossetores dos pequenos negócios. No período de ja-neiro a dezembro foram abertas 7.793 novas em-presas em nosso Estado, maior número registradonos últimos 10 anos, com 3,5% de crescimento emrelação a 2009.

Portanto, 2010 chega com muita expectativa eotimismo. Mato Grosso do Sul é, sem dúvida, oestado que apresenta um potencial incrível, em vá-rios setores, propõe incentivos para quem quer in-vestir, para os dispostos a apostar em desenvolvi-mento, para quem acredita na força de trabalho dossul-mato-grossenses nascidos ou adotados nestaterra, dos que querem inovar e mostrar ao Brasil eao mundo, a capacidade deste lugar abençoado.

O primeiro mês de 2010 voou, pois o ditadoque afirma que o país só trabalha depois do carna-val, ficou para trás e arrisco dizer que esse nuncaserviu para nós, da iniciativa privada, das lideran-

ças do governo do Estado e municipais, das enti-dades representativas, empreendedores e do Se-brae/MS.

Em pleno mês de janeiro lançamos um desa-fiador projeto de atendimento – o Sebrae 32 Ho-ras – que vai alcançar os empresários e futurosempreendedores nos 78 municípios, em breve 79,do nosso estado. Para esse projeto estamos aces-sando o que há de mais moderno em tecnologiada informação associada a uma equipe preparadapara prestar atendimento de forma presencial, pelainternet, por telefone, com o compromisso de apoi-ar, orientar e capacitar aos que pretendem abrir umnegócio próprio ou para quem quer melhorar a suaempresa.

Em breve já estará em funcionamento o Por-tal do Empreendedor, que vai possibilitar aos em-preendedores que ainda estão na informalidade,passem a se sentir como verdadeiros cidadãos eusufruam de todos os benefícios que esse disposi-tivo da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresasgarante.

Em 2010 vamos fazer o nosso melhor. Estare-mos juntos – Sebrae/MS, lideranças empresariais,governos, entidades representativas, sociedade –para que o nosso desempenho faça de Mato Gros-so do Sul um Estado cada vez mais forte.

Investir em cultura fica mais ‘Simples’

Tome notaPara saber mais sobre o Simples da Cultura acesse:www.cultura.gov.brwww.receita.fazenda.gov.br

A cultura brasileira ganhou um belopresente no fim do ano passado. O presi-dente Lula sancionou o projeto de leique enquadra produções cinematográfi-cas, artísticas e culturais no regime detributação para micro e pequenas em-presas.

O Simples da Cultura, como ficouconhecido o projeto, altera a lei que ins-tituiu o Estatuto Nacional da Microem-presa e Empresa de Pequeno Porte, demodo que os empreendimentos do setorcultural possam ser enquadrados na ta-bela do Simples Nacional.

Com esse enquadramento, o Sim-ples da Cultura une quatro impostos fe-derais, um estadual e um municipal,possibilitando que a carga tributária paraos empreendedores do setor seja reduzi-da já a partir deste ano de 17,5% paraapenas 6%.

Na avaliação do diretor-presidentedo Mercado Cênico e secretário-execu-tivo do Fórum Municipal de Cultura deCampo Grande, Victor Hugo Samudio,a redução da carga tributária é uma gran-de notícia para o setor, porque vai esti-mular e legalização de vários produto-res que ainda atuam na informalidade,gerando mais emprego e mais arrecada-ção para investimentos em vários seto-res do País.

“Era uma medida muito aguardadapelo setor e todos vão sair ganhando”,comenta ele. Segundo dados do Siste-ma de Informações e Indicadores Cul-turais (IBGE/Minc), de 2005, o setorresponde por 5% do Produto InternoBruto (PIB) do País e tem uma taxa decrescimento anual média de 8,4%, sen-do responsável por quase 6% dos em-pregos formais.

Mercado Cênico/Divulgação

Produções como a peça Paredes Revisitadas, do Mercado Cênico, ganham incentivo

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Lei Geral das MPEs já foi regulamentadaem 11 municípios de Mato Grosso do SulO primeiro município a adotar a Lei Geral no Estado foi Três Lagoas, em dezembro de 2007

Desde sua criação em 2006, a LeiGeral das Micro e Pequenas Empre-sas (MPEs) já foi regulamentada em11 dos 78 municípios de Mato Grossodo Sul, o que corresponde a 14,1% dascidades do Estado. É o que aponta le-vantamento do Ministério do Desen-volvimento, Indústria e ComércioExterior (MDIC).

A Lei Geral facilita a legalização dasmicro e pequenas empresas, além de darprioridade na participação em licitaçõespúblicas (compras governamentais) e deoferecer um regime tributário diferen-ciado, que unifica e simplifica a arreca-dação de impostos.

O primeiro município a adotar a LeiGeral no Estado foi Três Lagoas, emdezembro de 2007. Com a orientaçãodo Sebrae/MS, a lei foi adequada à rea-lidade da cidade e prevê, entre outrasmedidas, a concessão do alvará de fun-cionamento provisório e benefícios fis-cais, como o desconto de 50% no alvarádefinitivo para as micro e pequenas em-presas locais.

Em Nova Andradina, que chegou aregulamentar a Lei Geral por duas ve-zes, através de leis complementares edi-tadas em 2007 e 2009, -sendo que a doúltimo ano realmente possibilitou a suaimplementação-, o secretário municipalde Desenvolvimento, Fábio MaurícioSelhorst, destaca como um dos seus prin-cipais pontos o estímulo à legalizaçãodos empreendimentos.

“Alguns dos mecanismos da regula-mentação ainda estão em fase de implan-tação, mas já notamos uma grande pro-cura por parte dos empreendedores. Elesbuscam informações sobre como se en-quadrar, sendo a maioria dos setores docomércio e de serviços”, comenta.

Em Batayporã, município do Esta-do que adotou recentemente a Lei Ge-

ral, em dezembro do ano passado, opresidente da Associação Empresarialda cidade (ASEB), Sidney Olegário,aponta que, apesar de recente, a legisla-ção já desperta muito interesse entre osempresários.

“Muitos estão interessados emparticipar das licitações. Em venderprodutos e serviços para o município.Esse é um dos principais aspectos dalei, além, é claro, dos incentivos fis-

cais, ao associativismo, à geração deempregos e à formalização dos empre-endimentos”, destaca.

O diretor superintendente do Se-brae/MS, Cláudio George Mendonça,incentiva outros municípios do Estadoa também colocarem em prática a LeiGeral. “Não adianta criar leis ou instru-mentos e ficar no papel, eles precisamfuncionar. Os municípios que fazem isso,que regulamentam a Lei Geral, saem na

frente e a sociedade ganha com isso poisesses empresários, gradativamente, se-rão empresários de direito e dentro dalei”, ressalta.

Segundo dados do MDIC, em todoo País 1.265 municípios já regulamen-taram a Lei Geral, o que representa22,74% das cidades brasileiras. O mi-nistério considera o número de adesõespositivo, do ponto de vista da meta es-tabelecida pelo governo de atingir 1,7mil municípios até o fim deste ano.Além de Três Lagoas, Nova Andradi-na e Batayporã, a Lei Geral já foi regu-lamentada no Estado nas cidades de Ca-arapó, Campo Grande, Chapadão doSul, Corumbá, Figueirão, Itaquiraí, Na-viraí e Paranhos.

Tome notaPara saber mais sobre a Lei Geral das MPEs acesse:http://www.sebrae.com.br/customizado/lei-geral/

Em Nova Andradina a Lei Geral das MPEs chegou a ser regulamentada por duas leis complementares, a última de 2009

Foto: Divulgação

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Características sócio-econômicas do Brasil esNovos empreendedores fazem parte da Geração Y, que já nasceu dominando a tecnologia e tem

O Brasil ocupa a terceira posiçãono ranking mundial de participação dejovens empreendedores na economia,com 25%, sendo superado apenas peloIrã, com 29% e a Jamaica, com 28%.Os dados da pesquisa da Global En-terpreneurship Monitor (GEM), feitacom apoio do Sebrae, Sesi e Senai em2008 traça perfil do empreendedoris-mo no País.

A pesquisa aponta que no Brasil, as-sim como nos outros países que estão notopo dessa lista, as características sócio-econômicas acabam levando o jovem aempreender, seja por necessidade, emrazão da falta de vagas no mercado detrabalho, ou por oportunidade, quandoele descobre um nicho de mercado emque pode se destacar.

O jovem empreendedor por neces-sidade tem um nível de escolaridade de5 a 11 anos. Atua preferencialmente nosetor de serviços e de transformação,obtendo uma renda de um a três saláriosmínimos de média.

Já o jovem empreendedor por opor-tunidade se diferencia, conforme o le-vantamento, por possuir uma renda mai-

Jornalistas Juliana Comparim e Karolina Dalegrave decidiram abrir aempresa ainda quando faziam estágio juntas

Foto: Anderson Viegas

Thiago Akira, Estevão Rizzo e Lucas Reino, da 8020 Marketeria Digital: nicho de mercado praticamente abriu a empresa

or (36% até 3 salários mínimos; 34% de3 a 6 salários), ter mais escolaridade,sendo que 25% estão cursando ou ter-minaram o nível superior, e iniciam seusnegócios em atividades mais especiali-

zadas, em razão de sua qualificação.Em Campo Grande, Jean Pierre Jo-

bim da Silva, de 23 anos, é um dos exem-plos de jovens empreendedores que en-traram no mercado por necessidade.Com mais de dois anos de experiênciacomo empregado de uma empresa quecustomizava veículos, ele decidiu traba-lhar como autônomo quando saiu do em-prego.

Instalando insulfilm em carros, pré-dios e casas, além de equipamentos desom em automóveis, ele atende, em mé-dia, dois clientes por dia, mas pretendeformalizar seu negócio, através do Em-preendedor Individual pois acredita queo volume de trabalho aumentará.

Já as jornalistas, Juliana Comparin,de 24 anos, e Karolina Dalegrave, de 23,também da capital sul-mato-grossense,vislumbraram a oportunidade de abriro próprio negócio ainda durante o está-gio que fizeram juntas.

“A vontade veio por meio da opor-tunidade de trabalhar com assessoria deimprensa e eventos, aliada à permissão

de inovar, sendo que quando se é donodo próprio negócio há a possibilidadede criar novas maneiras de trabalho enão ter de seguir padrões pré-estabeleci-dos. Enxergamos ainda que o mercadonecessitava de uma empresa que juntas-se os dois segmentos e que oferecesseum excelente atendimento, por meio doacompanhamento de qualquer ação de-senvolvida”, explicam as sócias da JKComunicação.

Para se prepararem para o desafiode se tornarem empreendedoras, as jor-nalistas revelam que antes da aberturada empresa investiram em capacitação.“Participamos do ciclo de palestras doNascer Bem e também buscamos cursosna área de comunicação, sendo um de-les realizado em São Paulo”, revelam.

Outros que perceberam a oportuni-dade deste novo mercado foram o pu-blicitário Thiago Akira Ogura, de 27anos, o biólogo Estevão Rizzo, de 29anos, e o jornalista Lucas Reino, de 29anos, proprietários da 8020 MarketeriaDigital, de Campo Grande.

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stimulam o espírito empreendedor do jovem

Tome notaPara mais informações sobre empreendedorismo acesse:

www.sebrae.com.brwww.mundosebrae.wordpress.comhttp://pegn.globo.comhttp://www.papodeempreendedor.com.brhttp://www.endeavor.org.brwww.portaldoempreendedor.gov.br

a necessidade de informação mais atualizada, além de estarem mais antenados com o mercado

Psícóloga Roseli Aguilera diz que características naturais dos jovens dageraçaõ Y estimulam o empreendedorismo

Anderson Viegas

“Acho que o nicho escolheu a gen-te. Meu sócio fez o Empretec e queriamontar uma empresa, tinha várias idéi-as, mas nada ainda estava definido. Eleia muito ao Firula’s Café e ficava no no-tebook trabalhando lá, um dia a propri-etária pediu algumas informações sobreinternet, sites, divulgação, etc. O Este-vão foi falando sobre possibilidades, fa-lou de mim, e a gente bolou uma pro-posta de trabalho para fazer o site delese divulgar mais e criar um relacionamen-to com os clientes”. Com o trabalho fei-to, ele conta que ganha com visibilidadee novos clientes procuraram os seus ser-viços. “Acredito que a necessidade des-se tipo de trabalho era tão grande que omercado foi atrás de criar o serviço”,explica Lucas.

Assim como Juliana e Karolina, ossócios da marketeria também se preo-cupam muito com a capacitação e com atroca de informações com profissionaismais experientes.

“Nós vamos a palestras, captamosinformações pela internet, estudamosoutros cases. Essa área é muito nova,então é preciso ficar online e procuran-do conteúdos, vendo que está sendo fei-to no Brasil e mesmo fora dele. Quandonão é nossa área a gente prefere ouvir aopinião dos profissionais especializados,advogados e contadores”, relatam asempreendedoras.

PerfilAs histórias de Jean Pierre, de Ju-

liana e Karolina, Thiago, Estevão eLucas retratam com perfeição, segun-do análise do técnico do Sebrae/MS,Wellington Vidaurre, o perfil do jo-vem empreendedor brasileiro.

“Esses empreendedores fazem par-te da chamada Geração Y. Eles já nasce-ram dominando a tecnologia, e, por isso,têm necessidade de informação mais rá-pida, além de estarem mais atualizadose antenados com as tendências e mudan-ças de mercado”, aponta.

Outra característica importante des-sa nova leva de empresários, conformeVidaurre, é o fato de que eles não têmmedo de errar. “O erro é encarado poreles não como um fracasso, mas simcomo uma oportunidade de aprendiza-do, da qual eles podem extrair boas li-ções e evoluir. Até por conta disso, essesjovens são muito ousados e em algunscasos até em excesso, o que pode acabaros prejudicando depois”, avalia.

A psicóloga Roseli Aguilera concor-da com o perfil traçado pelo técnico doSebrae/MS e acrescenta ainda que umaspecto que precisa ser melhor trabalha-do por essa geração de empreendedoresé o da contestação do passado.

“Esse jovem é mais curioso, é maisaberto a novas informações, busca coi-sas novas, mas ele não pode rotular tudoo que foi feito no passado como ultra-passado ou ruim”, explica.

Roseli comenta que esse jovem é fo-cado nos resultados e não no processocomo a geração anterior. Isso faz comque seja naturalmente um questionadorda hierarquia e acabe impulsionando oseu empreendedorismo.

“Quando esse jovem estiver traba-lhando em uma empresa que não estáaberta a mudanças e que vai tolher oudificultar sua evolução, ele prefere abrirum negócio próprio, onde as regras nãovão ser tão rígidas. Ele encara o traba-lho não como o objetivo de sua vida,mas como um instrumento para promo-ver o seu desenvolvimento pessoal”,conclui.

DicasQuem já está no mercado não se

arrepende da opção e dá dicas aos fu-turos jovens empreendedores. “Pen-se muito bem na possibilidade, massaiba que os riscos de ser dono do seupróprio negócio são muito altos. Seacreditar que possui perfil empreen-dedor e que tem capacidade e disci-plina, se dedique que tudo dará cer-

to”, aconselham Juliana e Karolina.Já Lucas recomenda prudência.

“Após concluir os estudos, o jovemestá empolgado em pôr em práticatodo o conhecimento que acumuloudurante o seu curso. O mais apropria-do é não se empolgar demais se nãopossui conhecimento administrativosuficiente, pois quando os procedi-mentos gerenciais, cálculos financei-ros e jurídicos começam a surgir o ris-co de desesperar com tanta informa-

ção pode levar a desistir de tocar onegócio. O Sebrae sempre é a primei-ra alternativa para os mais sensatos,como foi o caso do meu sócio Thia-go, que ao mesmo tempo que iniciouo MBA dele ao terminar o curso, deuinício aos cursos oferecidos pelo Se-brae para abrir a agência, que funcio-na até hoje, mas pelas mãos dos seusantigos sócios, isso é um bom sinalquando a gente vê esses índices demortalidade empresarial”.

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Prazo de validade para produtos orgânicossem certificação termina no fim deste ano

Tome notaPara saber mais sobre os orgânicos e a legislação para sua produção:www.prefiraorganicos.com.br

Para comercialização,alimentos precisarãodo selo que garantiráqualidade e a origem

Começa a valer a partir do fim des-te ano o decreto do governo federal quetrata da certificação obrigatória de ali-mentos orgânicos no Brasil. As exigên-cias entrariam em vigor no dia 28 dedezembro do ano passado, mas o prazofoi ampliado para que os produtores te-nham tempo para se adaptar às mudan-ças.

A certificação é necessária para queo consumidor tenha garantia ao adqui-rir um alimento orgânico, seja animalou vegetal, de que ele foi produzido,processado ou armazenado sem o usode adubos, defensivos ou qualquer ou-tro tipo de substância química ou sinté-tica que possa representar risco à suasaúde.

Para que possa ser comercializadocomo orgânico, o produto deverá rece-ber o selo do Sistema Brasileiro de Ava-liação de Conformidade Orgânica (Si-sorg). A chancela aparecerá na frenteda embalagem e terá a informação dotipo de garantia oferecida ao alimento,se foi dada por certificação direta oupelo sistema participativo.

Em Mato Grosso do Sul a produ-ção de orgânicos é um dos focos princi-pais do trabalho desenvolvido no Ter-ritório da Cidadania da Grande Dou-rados, em um projeto que envolve 150famílias de 12 municípios.

“Essas famílias estão sendo atendi-

Produção de orgânicos é destaque no Território da Cidadania da Grande Dourados e também nas unidades do PAIS em MS

Foto: Sebrae/MS

das com ações de organização, planeja-mento, técnicas de produção e manejodo solo, processo de conversão para pro-dução orgânica, estratégias de comer-cialização e certificação dos produtosque estão inseridos dentro desse pro-cesso, que é o grande desafio para esteano”, explica o técnico do Sebrae/MS,Vamilton Furtado Júnior.

Entre os produtores que participamdo projeto está Antônio Paulo Ribeiro,que possui uma propriedade de doishectares, no município de Dourados,

onde cultiva limão, abacaxi, pupunhae uva. Ele já comercializa limão orgâni-co em alguns estabelecimentos da regiãoe acredita que a certificação obrigatóriaserá muito positiva para a atividade.

“Hoje já consigo vender o limão or-gânico por um preço até 30% superiorem relação ao valor do limão comum.Com toda a produção certificada os or-gânicos vão ter uma valorização aindamaior. Isso vai ser bom para quem pro-duz e também para o consumidor, quevai ter a certeza de que está adquirindoum produto sem agrotóxicos, que nãovai oferecer riscos à saúde dele”, avalia.

Além do Território da Grande Dou-rados, os orgânicos também são produ-zidos em vários outros municípios doEstado, principalmente por agricultoresfamiliares e pequenos produtores rurais.

A atividade ganhou ainda mais incenti-vo com a implantação de 350 unidadesdo Projeto Produção Agroecológica Sus-tentável (PAIS), em uma iniciativa doSebrae/MS em parceria com a Funda-ção Banco do Brasil e prefeituras.

“Temos a expectativa de um gran-de crescimento este ano, com a implan-tação de novas unidades e apoio na co-mercialização dos orgânicos, em fun-ção do aumento da procura por alimen-tos mais saudáveis em todo o Estado”,projeta o consultor do Sebrae/MS, ElioSussumu Kokehara.

Em todo o País, existem atualmen-te mais de 90 mil produtores voltadospara a prática da agricultura orgânica,de acordo com dados do Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística(IBGE).

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Agentes locais de inovação iniciam trabalhoem oito municípios de Mato Grosso do SulEm apenas um mês foram visitadas 245 de um total de 600 empresas que deverão ser atendidas

Os Agentes Locais de Inovação, oschamados ALIs, já iniciaram seu tra-balho em Mato Grosso do Sul. Elestêm a missão de articular junto ao meioempresarial o fomento à inovação,sensibilizando os empreendedores so-bre a importância do assunto.

Estão participando do trabalho,

profissionais com no máximo três anos

de formação. Para atuarem como ALIs

eles passaram por um processo seleti-

vo, e os que tiveram melhor desempe-

nho participaram de um programa de

treinamento com mais de 190 horas/

aula, com foco em diagnóstico empre-

sarial e inovação em produtos, proces-

sos e gestão.

Dos candidatos capacitados, fo-

ram selecionados 12 com as melhores

notas, para serem contratados como

bolsistas do projeto ALI. Eles inicia-

ram o trabalho, que tem previsão de

duração de dois anos, em novembro

do ano passado. Estão atendendo Cam-

po Grande, Ribas do Rio Pardo e Si-

drolândia. Em Dourados e Rio Bri-

lhante, Três Lagoas, Corumbá e Navi-

raí contam com um agente cada.Os recursos para a implementação

do projeto no Estado vieram de umaparceria do Sebrae/MS, Fundação deApoio ao Desenvolvimento do Ensi-no, Ciência e Tecnologia de Mato Gros-so do Sul (Fundect/MS) e do Senai.

VisitasNesta primeira fase do trabalho,

os profissionais estão visitando empre-sas e fazendo um diagnóstico da situa-ção de cada uma delas. Somente no pri-meiro mês de ação foram 245 visitas,de um total de 600 previstas para em-preendimentos dos segmentos minero-siderúrgico, papel e celulose, sucroal-cooleiro, florestal, processamento ali-

mentício, têxtil, confecção, metal me-cânico e construção civil.

O consultor do Sebrae/MS, Mau-ro de Freitas Infante Vieira, queacompanhou as visitas de ALIs emCampo Grande e Corumbá, explicaque os diagnósticos que estão sendofeitos têm uma importância funda-mental para o programa, pois será apartir desses levantamentos que mos-trarão a situação de cada empreendi-mento visitado, que será elaborado umplano de trabalho e oferecida umaconsultoria voltada para a utilizaçãode soluções inovadoras para os pro-blemas detectados.

Vieira comenta que as necessida-des já detectadas em alguns diagnósti-cos são dos mais variados tipos, pas-

sando desde um novo layout para o em-preendimento, pela implantação deprogramas de qualidade e até a neces-sidade da utilização de sistemas decontrole mais eficientes.

O consultor comenta que a utili-zação da inovação na solução de pro-blemas das empresas não é um proces-so complexo e que traz resultadosmuito satisfatórios para as empresas.

“A aceitação nesse início de tra-balho tem sido muito boa. Estamos ve-rificando que os empresários estavamprecisando de uma ação nesse senti-do”, avalia Vieira.

Com a atuação dos ALIs o Sebrae/MS espera que a cultura do empreen-dedorismo inovador cresça e se soli-difique, trazendo mais competitivida-

de as participantes do programa e mo-delo a outras e desmistificando a ideiade que somente grandes empresas ino-vam.

BalançoSegundo o Sebrae Nacional, além

de Mato Grosso do Sul, o ALI já estavaimplantado até o fim do ano passadoem outros três estados: Espírito Santo,Rio Grande do Norte e Paraná, alémdo Distrito Federal, atendendo 5,8 milmicro e pequenas empresas. Para am-pliar o alcance do programa estão emprocesso de capacitação 270 agentes eaté 2012 devem ser preparados mais330 profissionais para que a entidadeatinja a meta de atender 16,5 mil em-presas no País.

Agentes Locais de Inovação estão visitando as empresas para fazer o diagnóstico que apontará as necessidades de cada uma

Divulgação/Sebrae/MS

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Consumidor se preocupa cada vez maiscom relação custo-benefício dos produtosQuem faz essa constatação é o publicitário Renato Meirelles, diretor do Data Popular oprimeiro instituto de pesquisa do Brasil que é voltado especificamente para as classes C, D e E

Eles são cerca 96 milhões de brasilei-ros, ou seja, quase metade da populaçãodo País, segundo o IBGE. Têm renda mé-dia entre três e dez salários mínimos e es-tão na base da pirâmide social. Nos últi-mos anos melhoraram de vida. Têm maisrenda e mais crédito, o que fez com quecrescesse o interesse do mercado nestes con-sumidores.

Segundo o publicitário Renato Mei-relles, diretor do Data Popular, primeiroinstituto de pesquisa do Brasil voltado parao mercado de baixa renda, a tendência éque cada vez mais as empresas de todos osportes invistam em produtos diferenciadose melhoria do atendimento a chamada clas-se C, ou classe média, e não somente a ela,mas também a D e a E.

Nesta entrevista ao Conexão Sebrae– , Meirelles, que também é colunista dediversas revistas, editor do site Brasil deVerdade e que já conduziu mais de 200estudos sobre o comportamento do consu-midor de baixa renda no Brasil, fala sobreo crescimento desse mercado e a tendênciapara este ano.

Conexão Sebrae – É um fenômenorecente o mercado estar mais atento às de-mandas das classes da base da pirâmidesocial do País?

Renato Meirelles – Na verdade ofenômeno da entrada dos consumido-res da base da pirâmide social, das clas-ses C, D e E, com maior ênfase no mer-cado se deu em dois momentos no País.O primeiro há 15 anos com o PlanoReal, quando ocorreu o controle da in-flação. A partir daí, essa parcela da po-pulação teve mais condições de com-prar e também de fazer escolhas. O se-gundo momento é partir de 2003, quan-do foi implantada uma política de Es-

tado de distribuição de renda.

Conexão Sebrae – E quem desper-tou primeiro para esse segmento de merca-do as grandes ou as pequenas empresas?

Renato Meirelles – As micro e pe-quenas empresas já atendiam de for-ma diferenciada esses consumidores,de uma maneira quase que instintiva.Um exemplo disso, são as velhas ca-dernetas das lojas e mercadinhos debairros, que nada mais são do que umaoferta de crédito para seus clientes,quando ninguém ainda se preocupavacom isso. Hoje já existe uma percep-ção maior desses empresários de queé preciso atender ainda melhor essesconsumidores, que são seus principaisclientes.

Conexão Sebrae – E as grandes em-presas também embarcaram nessa onda?

Renato Meirelles – Sim, duas gran-des redes de móveis e eletrodomésti-cos que cresceram a partir de pequenaslojas em todo o País e que tinham con-tato direto com as classes populares fo-ram as primeiras a perceber isso e a in-vestir nesse mercado. Atualmente, ovarejo, como um todo, estuda o perfildesse consumidor, preocupa-se em aten-der suas necessidades da melhor forma,tanto que nelas já existe um setor espe-cializado nesse segmento.

Conexão Sebrae – E o que esses no-vos consumidores buscam mais ?

Renato Meirelles – Já foi o tempoem que esse consumidor buscava so-mente o preço. Hoje ele avalia muitobem a relação custo-benefício do queestá adquirindo. Esse consumidor sabeque vai fazer um investimento alto na

aquisição daquele produto e que se elenão for de boa qualidade vai ter queficar com o que adquiriu, porque nãovai poder comprar outro tão cedo. En-tão se preocupa muito com a qualida-de. Se a dona de casa compra um arrozde baixa qualidade, sabe, por exemplo,que vai ter que comer aquele arroz atéo pacote acabar, para só então com-prar outro. Então esse consumidor estámais exigente.

Conexão Sebrae – E qual a tendên-cia deste mercado para este ano?

Renato Meirelles – A tendência é

que o mercado para os consumidoresdas classes C, D e E cresça ainda maisno País. Isso deve ocorrer em razão detrês fatores básicos. O primeiro é queapós a crise, aumentou a disponibili-dade de crédito e com prestações me-nores. A segunda é que houve um cres-cimento da renda dessa população comos programas sociais do governo fede-ral e o aumento do salário mínimo e aterceira a estabilidade da economia,que fez com que preços de produtosbásicos como alimentação e vestuáriocaíssem ou subissem menos que a in-flação.

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Renato Meirelles prevê o crescimento do consumo das classes C, D e E no País