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Conecte Edição 07 Outubro/Novembro de 2009 Imagens do Cotidiano Estimular a criatividade ao retratar o cotidiano através da linguagem audiovisual é o mote principal do Festival de Vídeo “Imagens do Cotidiano”, realizado pela Estação Cultural, no qual todas as pessoas podem participar enviando um vídeo com imagens do dia- a-dia e concorrer a prêmios. Educação | Alunos da rede pública conhecem a Fundação. Pg. 06 MONTAGEM SOBRE FOTOS DE SXC.HU

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Conecte Edição 07Outubro/Novembro de 2009

Imagens do Cotidiano

Estimular a criatividade ao retratar o cotidiano através da linguagem audiovisual é o mote principal do Festival de Vídeo “Imagens do Cotidiano”, realizado pela Estação Cultural, no qual todas as pessoas podem participar enviando um vídeo com imagens do dia-a-dia e concorrer a prêmios.

Educação | Alunos da rede pública conhecem a Fundação. Pg. 06

MONTAGEM SOBRE FOTOS DE SXC.HU

Outubro/Novembro de 200902

EXPEDIENTEConselho Editorial | Liu Fat Kam, Vainer Penatti, Antonio Carlos Angolini, Sueli Torres, Andréia Pinheiro e Elen Duarte Geraldo. Projeto gráfico e editorial | www.tantas.com.br Jornalista Responsável | Juliana Freitas (MTb. 31805). Textos | Alberto Augusto e Ana Paula Bürger. Impressão | www.graficamundo.com.br. Tiragem | 5.000 exemplares.

EditorialA arte tenta descobrir

a natureza humana vasculhando toda a sua dimensão. Dentre as artes, as ligadas à imagem e som, como fotografia, vídeo e cinema, são mais acessíveis à população em geral do que outras formas de expressão artística. Temos uma vida que nos é dada e precisamos fazer proveito dela, da forma mais ampla e profundamente possível. Temos que buscar questionamentos e respostas. Ter curiosidade em relação à vida. Ser um eterno viajante. Estar sempre de malas prontas. Aberto aos convites e oportunidades, se encantar com uma ideia e com a possibilidade de buscar outras. Os recursos de imagem e som permitem dizer algo, muitas vezes, com maior expressividade do que a fala e a escrita. São mais livres, rebeldes, imprevisíveis e, de certa forma, mais belos e criativos. Ter essa forma de expressão artística compreendida e consolidada, como parte do cotidiano das pessoas, contribui para a saúde social.

Música na Estação

Como o próprio nome revela, o projeto Música na Estação

apresenta shows musicais, toda segunda quinta-feira do mês, na Estação Cultural.

A ideia do projeto é levar a mú-sica, em suas mais variadas for-mas, até a população e apresentar os diversos ritmos e instrumentos que existem no Brasil e no mundo. A cada edição, é apresentado um tipo de sonoridade – jazz, choro, bossa nova, MPB, música caipi-ra, percussão – sempre com uma abordagem diferente e moderna.

Este ano, cerca de 450 pes-soas já passaram pela Estação para assistir às seguintes apre-sentações: Grupo Caruwa (instru-mentos como violão, contrabaixo, violoncelo, saxofone, percussão e viola), Choro Bandido (tradicional chorinho), Resgatando a Histó-ria do Blues (workshop de gaita e apresentação de blues), Levi Ra-

miro (as violas caipiras e a arte da fabricação e da música caipira), Serenata Brasileira (modinhas de Noel Rosa, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Pixinguinha, entre ou-tros), Tango - poética del sur (foto) e Recital de Canto e Piano (recital de canto lírico da soprano Marília Teixeira e pianista Carlos Yansen).

“A Estação Cultural é um palco muito atrativo para as manifesta-ções musicais por se situar em uma área revitalizada e aberta à popula-ção. O público precisa conhecer e desfrutar mais desses eventos para que a apreciação da diversidade musical faça parte do seu cotidia-no”, enfatiza o superintendente da Fundação Romi, Liu Fat Kam.

Novos e interessantes eventos musicais devem fazer parte da nova programação, que já está sendo pre-parada. Fique atento ao calendário de shows através da imprensa e do site: www.estacaocultural.org.br .

Mais de 450 pessoas presenciaram shows musicais na Estação Cultural neste ano

DIVULGAÇÃO

Outubro/Novembro de 2009 03

A assistente social de 23 anos Ja-queline Priscila G. Moreira foi aluna

da Fundação Romi entre 2000 e 2001. Hoje mora e desenvolve trabalho volun-tário em um internato e escola rural em Angola, na África. Segundo Jaqueline, a Fundação Romi contribuiu para o seu desenvolvimento como pessoa e estu-dante e para a escolha de sua área de trabalho. O Conecte conversou com a assistente social que falou da importân-cia da Fundação em sua vida e de seu trabalho no continente africano.

Conecte O que, de mais valioso, aprendeu durante seus estudos na Fundação Romi?Jaqueline Moreira Aprendi muitas coisas valiosas que se resumem na importância da educação e da amiza-de/companheirismo.

Conecte Como é seu trabalho voluntário em Angola?Jaqueline Meu trabalho é missionário, porque moro e trabalho num internato e escola rural chamada Centro Integral de Formação Cidadela Jovens de Su-cesso – Kala-Kala. Inaugurado há um ano, foi construído pelo governo de An-gola e é administrado pelos Salesianos de Dom Bosco. Nosso objetivo é edu-car para a vida pelo trabalho, pela arte

e pela convivência, através da pedago-gia da presença, embasada no tripé de Dom Bosco: Razão, Religião e Amore-volezza (Carinho/Bondade). Trabalho com dois segmentos: alfabetização e profissionalização, divididos em dois focos de atuação: alunos internos e alunos externos. Os alunos internos vivem em regime de internato, relacio-no-me com eles de manhã, à tarde e à noite. Atualmente, temos 47 meninos de 13 a 18 anos, provenientes da rua ou de famílias em situação de extrema miséria. Em novembro de 2009, tere-mos a inclusão de mais 33 meninos com o mesmo perfil selecionados por mim. A duração de permanência des-tes meninos é de três anos. Durante esse período o aluno interno é educado através da convivência em família, da alfabetização e profissionalização. Já os alunos externos são provenientes das cinco aldeias localizadas próximas do Centro, vivem em situação extrema de miséria e de risco, cursam aulas de alfabetização ou cursos semestrais pro-fissionalizantes. Minha função em Kala-Kala está em, gradativamente, implantar o Serviço Social, totalmente recente no país, cuidar e fazer tudo que compete à secretaria e ser professora da matéria de Educação Moral e Cívica. Enquanto assistente social realizo o trabalho social

dividido em três segmentos de atuação profissional: educação, saúde e assis-tência social. Na educação, trabalho de modo interdisciplinar com os alunos internos e externos do curso de alfabe-tização e cursos profissionalizantes jun-tamente com a equipe pedagógica. Na saúde tenho como objetivo diagnosticar e acompanhar o(s) profissional(is) da saúde no tratamento das enfermidades, seja ela dos alunos internos e externos, dos colaboradores e seus familiares. O mesmo acontece no segmento da as-sistência social, dar assistência a todos.

Conecte Quanto tempo está e quanto vai ficar em Angola?Jaqueline No dia 25 de setembro com-pletei cinco meses. Vim para ficar um ano, porém tanto os alunos quanto os salesia-nos querem que eu fique mais tempo.

Conecte O que significa este trabalho para você?Jaqueline Sem dúvida, a realização de dois sonhos ao mesmo tempo, um pessoal e outro profissional: estar no continente mais pobre, fazendo a dife-rença e contribuindo na reconstrução de um país que viveu 27 anos de guer-ra, terminada em 2002, e a minha atua-ção como Assistente Social na área da Educação Escolar.

A ex-aluna do N.E.I., Jaqueline Moreira, está em Angola fazendo trabalho voluntário na área de educação

Uma barbarense na África

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ESSO

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Outubro/Novembro de 200904

Imagens do cotidianoE stimular a criatividade ao retratar

o cotidiano, através da lingua-gem audiovisual é o mote principal do Festival de Vídeo “Imagens do Coti-diano”, realizado pela Estação Cul-tural, no qual todas as pessoas que possuírem uma câmera, celular ou fil-madora poderão participar enviando um vídeo com imagens do dia-a-dia e concorrer a prêmios.

Segundo Ginel Flores, curador do Festival, o evento dará aos partici-pantes a oportunidade de enxergar a realidade do cotidiano por uma ótica diferente, estimulando o debate e uma visão mais crítica sobre a cultura lo-cal. “A ideia do Festival é propiciar um contato e uma relação mais conscien-te com o audiovisual e, através dele, apropriar-se crítica e construtivamen-te de conteúdos sociais e culturais da comunidade local, a fim de ampliar a compreensão do contexto ao seu re-

Festival de Vídeo revelará vencedores dia 27 de novembro, com exibição das dez películas selecionadas pelo júri

Nós vamos valorizar

o conteúdo e não a

qualidade técnica

audiovisual, este

é um festival para

amadores, os

trabalhos mais

criativos serão os

vencedores.”

Vainer Penatti - membro do Comitê Técnico da

Estação Cultural

dor e fortalecer o papel dos indivíduos como agentes ativos de sua própria histó-ria”, avalia Flores.

Para o membro do Comitê Técnico da Estação Cultural, Vainer Penatti, é preciso en-corajar as novas gerações a retratar o cotidiano com criatividade, aprovei-tando recursos que aprendem desde cedo a utilizar, como com-putadores, câmeras de foto e vídeo digi-tais, e internet. “Nós vamos valorizar o conteúdo e não a qualidade técni-ca audiovisual. Este é um festival para amadores,

Outubro/Novembro de 2009 05

Imagens do cotidianoFestival de Vídeo revelará vencedores dia 27 de novembro, com exibição das dez películas selecionadas pelo júri

A ideia do Festival é propiciar um

contato e uma relação mais consciente

com o audiovisual e, através dele,

apropriar-se crítica e construtivamente de conteúdos sociais

e culturais da comunidade local, a fim de ampliar

a compreensão do contexto ao seu redor

e fortalecer o papel dos indivíduos como agentes ativos de sua

própria história.”

Ginel Flores - Jornalista com Especialização em Didática no Ensino Superior, fotógrafo

e diretor de imagens

os trabalhos mais criativos serão os vencedores”, pontua Penatti.Para participar, as pes-

soas interessadas deverão produzir um vídeo inédito com duração máxima de 90 segundos, podendo ter

mais 10 segundos para os créditos finais. Os vídeos devem ser inscritos e posta-

dos gratuitamente no portal Youtube (www.you tube .

com) até o dia 31 de outubro. Após,

o participante deve preen-

cher a ficha de inscrição

no site do Festival

MONTAGEM SOBRE FOTOS DE SXC.HU

(www.festivaldevideo.estacaocultural.org.br), colocando o link do vídeo dis-ponibilizado pelo portal.

Os vídeos inscritos passarão por uma análise e, se estiverem de acordo com o regulamento, serão disponibilizados para acesso livre. Os dez melhores ví-deos selecionados pelo júri serão exibi-dos no dia do Festival, 27 de novembro, na Estação Cultural. Nessa noite, após a exibição dos vídeos selecionados, haverá a premiação dos três primeiros lugares e os outros sete receberão certi-ficados de finalistas do Festival.

A listagem com os vídeos selecio-nados para exibição será divulgada no dia 15 de novembro, no mesmo site. A premiação será uma filmadora digi-tal Samsung FlashCAM SMX-F34BN (1º colocado); uma câmera fotográfica Digital Sony CyberShot H10 (2º colo-cado) e uma câmera fotográfica Digital Panasonic Lumix FS6 (3º colocado).

Outubro/Novembro de 200906

Construindo conhecimento

P ermitir o acesso de escolares da rede pública a um ensino diferen-

ciado é o principal objetivo do projeto “Meu Amigo da Escola Pública”, desen-volvido dentro do Programa de Educa-ção Integrada da Fundação Romi com a colaboração das escolas estaduais de Ensino Fundamental.

Neste projeto, os alunos do N.E.I. (Nú-cleo de Educação Integrada) recebem alu-nos do 7º ano (antiga 6ª série) das escolas públicas do município na Fundação Romi, ao final de cada subprojeto desenvolvido no Núcleo. Neste ano, foram beneficiados mais de 500 alunos em duas edições do projeto, que é desenvolvido em dois dias, nos períodos da manhã e da tarde.

Durante o programa, o aluno visitan-

te tem contato com uma metodologia de aprendizagem dinâmica, avançada e in-teressante. As atividades, sem exceção, colocam o aluno como agente do pro-cesso educacional, com características bem diferentes da educação tradicional, em que o professor fala e o aluno, passi-vamente, escuta. A mesma metodologia utilizada no N.E.I. é utilizada na execu-ção do projeto, que é ministrado pelos alunos do próprio Núcleo, ou seja, ativi-dades em grupos baseadas na leitura, entendimento de textos, pesquisas e discussões que levam à resolução de desafios nas seguintes áreas do conhe-cimento: Matemática - Temática Intera-tiva - Inglês - Artes - Ciências - Filosofia - Música e Informática.

Assim, os alunos do N.E.I se tornam protagonistas em um ambiente de apren-dizagem diferenciado, no qual ele pode dividir com os colegas da rede pública os conhecimentos obtidos durante as ativi-dades do programa. Na última edição do evento, acontecida nos dias 10 e 11 de setembro, os trabalhos abordados foram sobre o Ano Internacional da Astronomia, com a presença do astrônomo Júlio Lobo (veja entrevista a seguir). “Nosso objeti-vo é despertar nos alunos visitantes o interesse pelo programa e, consequen-temente, fazer com que eles se empe-nhem para os desafios futuros, inclusive participar do programa no ano letivo se-guinte”, afirma Sueli Torres, coordenado-ra pedagógica da Fundação Romi.

Envolver e motivar os alunos da rede pública de ensino é o objetivo do projeto “Meu amigo da Escola Pública

Alunos da Fundação Romi apresentam projetos desenvolvidos no semestre aos colegas da rede pública

O astrônomo Julio Lobo tirou as dúvidas dos alunos durante bate papo na Estação Cultural

ANA PAULA BÜRGER

FOTOS: VANESSA JULIATTO DE MORAES

Outubro/Novembro de 2009 07

“Estamos presos pela gravidade”

Ano Internacional da Astronomia“O que eu percebo é que existe uma grande carência desse assunto no país. São poucos os observatórios, e é muito pouco o investimento que é feito. No Brasil, entre planetários e observatórios de divulgação, sem fa-lar centros de ciências, devem existir cerca de 80 em todo o país. O Japão, por exemplo, com um tamanho bem menor que o Brasil, tem dez vezes mais que isso. Por exemplo, eu acho que Santa Bárbara podia pensar no caso de ter o seu pequeno observa-tório. Uma coisa mínima, com um te-lescópio, para atender escolas e co-munidade. O retorno é muito positivo. E com esses centros você consegue divulgar mais a astronomia e atender mais pessoas. Seria muito bem-vindo para a população.

A abordagem da astronomia nas escolas“É muito pouca. Acho que, como tudo na nossa educação, deveria ser feita para despertar a curiosidade. O aluno tem que ser participante da experiên-cia, tem que se sentir parte integrante

disso que está acontecendo. A partir do momento que começa a entender certos mecanismos da nossa nature-za, passa a gostar daquela disciplina e passa a participar. Isso é um proble-ma generalizado na nossa educação, conseguir motivar o aluno e transfor-mar de faculdade ‘sentante’, porque a maioria senta, copia e mais nada, para fazer do aluno um ser pensante.”

“Hoje em dia a astronomia não é só ci-ência, é um entretenimento sadio. As pessoas aprendem brincando. É preci-so despertar a curiosidade, o interesse na criança. E nada melhor que você usar certas analogias com o dia-a-dia, com situações corriqueiras.”

A visão fantástica do cosmo“Todo mundo tem essa visão fantástica do cosmo. Queremos saber de onde viemos, quem somos e para onde va-mos. Por exemplo, o que existia antes do Bing Bang. Ninguém sabe. Não tem como saber. O homem não tem capaci-dade ainda pra entender; nosso cérebro é muito pouco desenvolvido pra enten-der que fazemos parte de algo grande, as pessoas não conseguem se situar

espacialmente ainda, estamos presos pela gravidade. E às vezes a imprensa, ao invés de ajudar, atrapalha. Recebem a informação do exterior e não checam. E as pessoas acreditam. São as ‘astro bobagens’, porque a astronomia rende essa magia, esse mistério.”

Projeto Telescópio na Comunidade“O objetivo é levar o telescópio a to-dos os cantos do nosso estado e fazer com que quem nunca observou o céu através de um telescópio, o faça pela primeira vez. Além de ser entreteni-mento para as pessoas, a ideia é des-pertar vocações e divulgar o Ano Inter-nacional da Astronomia. Quem sabe isso leve alguém a se interessar em ser um cientista ou futuro astrônomo.”

“O que me atrai mais nesse trabalho é ver o sorriso no olhar das pessoas quando elas observam através de um telescópio pela primeira vez. Porque quando o olhar sorri, e você percebe aquele brilho no olhar, é sinal de que a pessoa conseguiu captar, de que ela viu alguma coisa e gostou. Isso não tem preço.”

ano de 2009 foi proclamado pela ONU - Organização das Nações Unidas - como o Ano Internacional da Astronomia. A data foi escolhida por marcar os quatro séculos desde as primeiras observações telescópicas do céu feitas por Galileu Galilei. A paixão pelo cosmo é o que rege a vida do astrônomo Júlio Lobo, que esteve na Estação Cultural em palestra para os alunos no projeto Meu Amigo da Escola Pública. “Os alunos da Fundação Romi me surpreenderam. Estavam afiados, com perguntas inteligentes e capciosas”.Integrante da rede mundial responsável pelos eventos do Ano Internacional da Astronomia, o astrônomo falou ao Conecte sobre a abordagem da astronomia nas escolas, a importância de observatórios para a comunidade e, claro, sobre o ano dedicado a ciência.

ANA

PAU

LA B

ÜR

GER

Outubro/Novembro de 200908

• Dislexia •Contextualizando

Fique atentoO maior erro que se pode fazer com os disléxicos é querer que eles escrevam como todo mundo. Alguns Sinais:

Pré-escola:Dispersão, falta de atenção, atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem, dificuldade em aprender rimas e canções, déficit de coordenação motora, falta de interesse por livros impressos.

Idade Escolar:Dificuldade na leitura e escrita, problemas com sons iguais na final e inicio das palavras, desatenção, dispersão, dificulda-des em copiar livros ou lousa, déficit na coordenação motora fina, constantes atrasos na entrega dos trabalhos, perda fre-quente de pertences, confusão de esquerda e direita, dificul-

dades em manusear mapas, dicionários, listas, dificuldades em memória de curto prazo, recados, decorar sentenças, tro-ca, inversões e omissões de letras na escrita, dificuldade no aprendizado de uma nova língua, depressão, timidez exces-siva, bom desempenho em provas orais.

Idade Adulta:Dificuldade na leitura e escrita, memória imediata prejudica-da, dificuldade com direita e esquerda, dificuldade em orga-nização, baixa autoestima.

ATENÇÃO: o fato de apresentar alguns dos sintomas listados não indica necessariamente que a pessoa seja disléxica; há outros fatores a serem observados e excluídos.

A dislexia é um distúrbio de aprendizagem na área de leitura, escrita e soletração, decorrente de uma con-

dição hereditária por alterações genéticas, apresentando ainda alterações no padrão neurológico. Não é resultado de má alfabetização, desatenção, desmotivação, condi-ção sócio-econômica ou baixa inteligência.

Existem diferentes graus de dislexia: leve, moderado e severo. Embora a dislexia não tenha cura, por ser um dis-túrbio e não uma doença, o acompanhamento por espe-cialistas é necessário para obter uma evolução consistente para a sua vida acadêmica, familiar, social e profissional.

Como o principal transtorno de disléxico é a dificuldade da relação entre a letra e o som, a terapia deve enfatizar o método fônico. Paralelamente, procura-se treinar a me-mória imediata e a percepção visual e auditiva.

A fase ideal para iniciar o acompanhamento é antes do primeiro ano de alfabetização que permite uma observa-ção cuidadosa para, inclusive, confirmar se há de fato a presença de um quadro de dislexia. Embora, um disléxico possa ser submetido ao acompanhamento na fase adul-ta, é desejável que se inicie com menos idade possível, quando a probabilidade de minimizar as dificuldades du-rante a sua vida produtiva e social é maior.

O diagnóstico da dislexia não é simples de ser feito, e

não pode ser realizado, em hipótese alguma, por pessoas não especializadas, mesmo pais ou professores. O trans-torno é geralmente percebido no ambiente escolar, sob a forma de distração, desatenção, imaturidade, descoor-denação, hiperatividade ou apatia. Não poucas vezes, os professores, por falta de informação, tomam atitudes que podem originar preconceitos dentro da sala de aula, des-motivando ainda mais o aluno com dificuldades. Em casa, pode haver um clima de acusações e castigos, chegando até a agressão física por parte dos pais.

A participação de uma equipe multidisciplinar, com pro-fissionais especializados, é indispensável para o diagnós-tico da dislexia. É necessária a exclusão de patologias associadas, como déficit intelectual, disfunções, deficiên-cias auditivas e visuais, lesões cerebrais ou distúrbios de ordem psicoemocional.

Texto compilado da ABD - Associação Brasileira de Dislexia com autorização da presidência voluntária da ABD - Rosemari Marqueti de Mello. A ABD - Associação Brasileira de Dislexia - é uma associação sem fins lucrativos, sediada na cidade de São Paulo. Presta serviços de orientação, diagnóstico, encaminhamentos e cursos. Há um atendi-mento gratuito para estudantes da Rede Pública de Ensino com enca-minhamento oficial da escola e avaliação sócio-econômica. Mais infor-mações pelo telefone (11) 3231-3296 ou pelo site www.dislexia.org.br.