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S AÚD E CONECTADO ANO 1 NÚMERO 1 ABRIL DE 2012 Jaú é de fato um centro médico? APM-Jaú faz congresso e abaixo-assinado Cirurgião plástico analisa polêmica das próteses Rotina nunca mais: pratique academia Dentista de Jaú, dentista do mundo Precocidade no sexo: saiba os motivos Deputado fala em fechar Santas Casas Médicos ‘invadem’ postos de comando na política DR. ABDALA ATIQUE SECRETÁRIO DA SAÚDE DE JAÚ

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Revista de Saúde de Jaú e região

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SAÚDECONECTADO

Ano 1 número 1 Abril de 2012

Jaú é de fato um centro médico?APM-Jaú faz

congresso e abaixo-assinado

Cirurgião plástico analisa polêmica das próteses

Rotina nunca mais: pratique academia

Dentista de Jaú, dentista do mundo

Precocidade no sexo: saiba os motivos

Deputado fala em fechar Santas Casas

Médicos ‘invadem’ postos de comando na política

DR. ABDALA ATIQUE SECRETÁRIO DA SAÚDE DE JAÚ

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EXPEDIENTE AO LEITOR

O ImPORTANTE é A sAúDE

Quantas vezes ouvimos a frase “o importante é ter saúde” e levamos na brincadeira, sem avaliar de fato o que significa ser saudável. Normalmente só se valoriza a saúde quando a perde-mos e alguma doença chega para nós ou para alguém da família. Buscar a saúde e a qualidade de vida sempre.

Esse é o lema da Conectado Saúde, revista que nasce para promover o bem-estar e a qualidade de vida. Uma revista que aborda temas de interesses de pacientes e de médicos, de cida-dãos e dos profissionais da área de saúde. Em suma, queremos contribuir para promover o bem estar biofísico, mental, emocio-nal e espiritual.

É uma revista para quem valoriza a saúde, seja ela profissional da área ou cidadão que preza viver bem. Temos por finalidade divulgar eventos, projetos, serviços e profissionais que se des-taquem na área de saúde. Vamos nos pautar por dicas de como curtir a vida de forma saudável até descobertas cientificas e res-saltar iniciativas e personalidades que se destacam.

Conecte-se na Saúde!

DIRETORESAdriana Bueno e Paulo César Grange

JORNALISTA RESPONSÁVELPaulo César Grange (MTB/SP nº 22.931)

[email protected] - Fone: (14) 9752-9286

DIRETORA COMERCIALAdriana Bueno (MTB/SP nº 56.889)[email protected]

Fone: (14) 9772-4560

FOTOSLuis R. Fonseca (colaboração) - Luiz C. Oliveira (colaboração)

Ricardo Grossi ( FOTO CAPA) - Paulo C. Grange - Adriana Bueno

COLABORADORESReginaldo Tech, João de Moraes Prado Neto,

Luis Felipe Moraes Prado e Karoline França Pinto

DEPARTAMENTO [email protected]

Distribuição regional gratuita: Clínicas médicas e odontológicas, clínicas de beleza e estética, academias, órgãos públicos,

profissionais liberais, hospitais, faculdades

Cidades: Jaú, Bauru, Barra Bonita Bariri, Bocaina, Botucatu, Dois Córregos, Itapuí, Brotas, Torrinha, Pederneiras

.Impressão: Tiliform - Bauru – SP

PublicaçãoMillenium ComunicaçõesRua Pedro Ronchesel, 61- Jardim Bela VistaJaú – São Paulo – CEP 17.208-640CNPJ nº 05.078.665/0001-31

Esta revista aceita, para fins de publicação, artigos científicos originais e inéditos que apresentem afinidade com o tema saúde, beleza e bem-estar. É de responsabilidade exclusiva dos autores o conteúdo dos artigos publicados

[email protected](14) 3032-6383

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4 CONECTADO SAÚDE

especiAl

Em que pese as infindáveis críticas de fila em pronto-socorro, falta de de-terminados medicamentos nos postos de saúde, demora para agendamento de consultas e outras queixas da popu-lação, Jaú ainda se considera um cen-tro de referência quando o assunto é saúde. Alguns números mostram essa vocação da cidade no setor.

Queira ou não, a cidade está bem conceituada quando se fala em profis-sionais médicos, dentistas e correlatos da área de saúde, como fisioterapeu-tas, psicólogos, enfermeiros...

Em termos de médicos, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) informa que a cidade pos-sui 327 profissionais, o que daria um doutor para cada 400 habitantes – bem acima do que preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, de um médico para cada mil pessoas. Em relação a cirurgião-dentista, o Conse-lho Federal de Odontologia (CFO) re-gistra 200 na cidade – ou seja, 653 por habitante, ante o recomendado pela OMS, que é de 1,5 mil.

O presidente da Regional de Jaú da Associação Paulista de Medicina (APM), Paulo Mattar, fala dos grandes profis-

Centro médico, centro da saúdeTRêS hOSpITAIS DE REfERênCIA, DEzEnAS DE CLínICAS méDICAS DE pOnTA, CIRURgIõES DEnTISTAS REnOmADOS, 19ª CIDADE DO ESTADO COm mAIS méDICOS pOR hABITAnTE... ISSO é JAÚ

sionais doutores que Jaú têm para destacar que “Jaú sempre foi centro médico de referência”. Segundo ele, a cidade “tem grandes diplomas médi-cos de faculdades como USP, Unifesp, UNESP... São diplomas de qualidade. Então a cidade sempre foi referência da região próxima e de mais distantes. E continua sendo, porque a qualidade aqui é boa.”

Jaú possui um hospital referência no tratamento do câncer (Hospital Amaral Carvalho), a Santa Casa e seu atendi-mento de urgência e emergência de média e alta complexidade e ainda a Rede Lucy Montoro, de reabilitação de deficientes, como também o Hospital Thereza Perlatti, especialista em tra-tamento psiquiátrico. Possui mais do que o dobro dos padrões da OMS de médicos e dentistas. Tudo isso faz da cidade um centro de referência quando o assunto é saúde.

Excelência - Opinião parecida tem o secretário municipal de Saúde, Abdala Atique: “Desde quando eu era criança, quando morava em Barretos, já se ouvia falar de Jaú como excelência em centro médico, inclusive para pro-

fessores de faculdades de medicina. Jaú sempre foi referência, é um centro médico com tantas áreas importantes“.

“Quando cheguei a Jaú fiquei im-pressionado. A cidade recebia pacien-tes até de São Paulo, Campinas... as pessoas procuravam a cidade que era referência”, lembra o secretário, que chegou a Jaú para trabalhar no início de 1972.

“No Brasil poucas cidades têm hos-pitais como o Amaral Carvalho”, diz o secretário, citando São Paulo e Barretos como outras que possuem referência pública do setor, e ainda Ribeirão Pre-to, que tem faculdades e é um centro de tratamento. “O Hospital Thereza Perlatti é referência estadual. E temos também a Santa Casa, que é uma refe-rência para todas as cidades da região. Não só para região, já que vêm pacien-tes de muitas outras cidades para ope-rar e fazer tratamento no hospital.”

“Temos cerca de 400 médicos em Jaú”, diz ele, citando números da Pre-feitura, que aponta 371 profissionais – 44 acima dos números do Cremesp, que admite não ter o cadastro integral de parte dos médicos do Estado. “Te-mos praticamente todas as especiali-

Divulgação

Ministro alexanDre paDilha (à esq,) eM visita à santa casa De jaú; prefeito franceschi recepciona político

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Centro médico, centro da saúdedades. Jaú sempre foi e continua sendo atrativa para profissionais de outras re-giões. Uma das carências da cidade é a cirurgia cardíaca; outra é o transplante renal, diz o médico. “Foram feitas tra-tativas para conseguir isso para Jaú. A Santa Casa abriu a hemodinâmica, que é o primeiro passo para a cirurgia car-díaca.”

Atique sonha ver em Jaú uma facul-dade de medicina, lembrando que a ci-dade já tem enfermagem e psicologia e estuda criar uma de educação física. “Jaú mereceria uma faculdade de medicina pelo potencial de médicos que temos na cidade”.

Tudo em Bauru - Ele nega que Jaú seja dependente de Bauru no setor médico. “O grande problema signifi-ca financiamento da saúde. De acor-do com a política de saúde do Estado nós somos obrigados a encaminhar pacientes para cidades onde são alo-cados esses recursos públicos. Jaú per-deu muito com a abertura do Hospital Estadual de Bauru. Antes, o pessoal de Bauru vinha mais para Jaú do que de Jaú para Bauru.”

Para Abdala Atique, “a política de saúde do Estado é centralizar em ci-dades maiores os aportes de recursos, então, Jaú perdeu com isso, mas pode-mos fazer todo tipo de cirurgia na San-ta Casa”.

E prossegue: “Do ponto de vista po-lítico e financeiro, tudo foi para Bauru e temos de mandar alguns casos para Bauru. Nós não nos sentimos confortá-veis com isso não, como gestor é muito desconfortável ter de transferir pacien-tes quando se sabe que pode resolver o problema aqui na cidade. Temos es-trutura física de funcionamento e de material humano para fazer tudo em Jaú”, garante o secretário de Saúde.

ATIquE Em TóPICOs

POLíTICA“não sou político, não sou candidato a vereador, prefeito, deputado. não sou candidato a nada. entrei pra ajudar a cidade que me deu tudo. quando cheguei a jaú não tinha nada. tive de trabalhar para estudar.” (Atique conta que fez muito plantão na Santa Casa de graça)

ORçAmENTO“o gasto na saúde é muito alto, os medicamentos novos, os equipamentos... a a demanda pela saúde é muito grande e como a população não tem como pagar um plano de saúde tudo recai sobre a prefeitura.” (A lei estabelece investimento de 15%; Jaú gasta 28%, segundo Atique, que vê avanços no atual governo, mas que precisa avançar mais no próximo)

DEvER DO EsTADO“hoje, o povo não faz mais pé-de-meia para um momento de emergência. joga tudo em cima da prefeitura. por que? porque tem lei que fala que saúde é dever do estado e direito do cidadão. hoje se vê sobrecarga do sistema de saúde pelo judiciário” (Atique se refere a ordens judiciais para que o Município compre e entregue medicamentos de alto custo)

CPmF“não tenho meios para avaliar se o que já arrecadamos para a saúde é pouco e se seria preciso um novo imposto. sou contra aumento de impostos. acho que se diminuir gasto com corrupção e desvio de dinheiro não precisaríamos nunca de um novo imposto” (Atique sugere um redirecionamento maior dos recursos federais, diretamente para os Municípios)

muNICIPALIzAçãO“hoje não estamos estudando 100% a municipalização. no começo o governo manda recursos, mas depois os recursos são insuficientes e sobra para o Município. com os recursos que eles mandam, não temos como municipalizar a santa casa, o hospital thereza perlatti” (Atique explica que seria uma loucura adotar a municipalização total da saúde pública)

Jaú, 19º do Estado

Pesquisa sobre a demografia médica do Estado de São Paulo aponta que Jaú é a 19ª cidade com mais médicos entre as 20 cidades com mais de 100 mil habitantes. O índice em Jaú é de 2,49 médicos para cada mil moradores. A cidade está logo à frente de Santo André, a 20ª, que tem índice de 2,44.Os 20 municípios reúnem 75.256 médicos e 17.733.221 habitantes, razão de 4,24 médicos por 1 mil habitantes. A taxa é superior à de países como Suíça, Noruega, Itália e Suécia. A primeira do ranking é Botucatu, com razão de 6,12 e que no mundo só perde para Cuba, onde há 6,39 médicos por 1 mil habitantes.Em termos de Departamento Regional de Saúde, a DRS de Ribeirão Preto, que congrega 26 municípios e uma população de 1.329.266 habitantes, tem 4.212 médicos e a maior razão de médi-cos por 1 mil habitantes, 3,17. Na Regional de Bauru, com 68 muni-cípios e 1,6 milhão de habitantes, a razão médico/habitante é de 1,69.No outro extremo está o DRS com sede na cidade de Registro, no Vale do Ribeira, com 0,75 médico por 1 mil habitantes. Em entrevista ao site do Cremesp, o presidente do Conselho, Renato Azevedo Jú-nior, diz que desigualdade regional ocorre por “falta de uma presença forte do governo estadual, de polí-ticas públicas de fortalecimento do SUS e de valorização dos médicos por meio de um plano de carreira estadual”.

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odontologiA pArA todos

ApCD gARAnTE DIvERSIDADE TOTAL DE TRATAmEnTOS nA ODOnTOLOgIA JAUEnSE. vAI Um “SORRISO DE hOLLywOOD” AI?

O cirurgião-dentista de Jaú concor-re em pé de igualdade com profissio-nais do mundo todo. E está entre os melhores, afinal, o dentista brasileiro é apontado como o melhor. Essa é a avaliação do cirurgião dentista Danilo Mantovanelli Júnior, 45 anos, presiden-te da APCD-Jaú (Associação Profissio-nal dos Cirurgiões Dentistas – Regional de Jaú). “Temos profissionais de reno-me na área”.

Até mesmo o badalado “Sorriso de Hollywood”, que aparece na mídia como sensação no tratamento estético dental, já é oferecido em Jaú. O “sorriso das estrelas” está ao alcance de qual-quer pessoa, informa Mantovanelli, que

Danilo Mantovanelli, presiDente Da

apcD-jaú: cursos De qualiDaDe e

atenDiMento social

ao lado de colegas da cidade está cre-denciado para tal procedimento.

Formado há 20 anos, ele preside a entidade no triênio 2010/2013, mas já foi tesoureiro e vice da entidade. Sobre a estrutura oferecida pela, o dirigente diz que “tem muita faculdade que não oferece a estrutura que temos aqui. Estamos bem servidos nesse aspecto”, diz ele, destacando os muitos cursos oferecidos a profissionais da área (gra-tuitos ou não).

Destreza + estética - Para Man-tovanelli, não há concorrência inter-nacional para cirurgiões dentistas do Brasil. “A gente consegue unir a des-treza com o senso estético. O america-no, por exemplo, não liga muito para a questão estética. No exterior não se tem o refino que o dentista brasileiro consegue ter”. Nesse rol de melhores ele inclui profissionais de Jaú. O Ciosp (Congresso Internacional de Odontolo-gia de São Paulo) é prova disso quan-do se transformou no maior evento do setor no mundo, com cerca de 70 mil dentistas inscritos todo ano.

Para ser citado como melhor da área, o profissional precisa estar em cons-tante aperfeiçoamento. “Se você ficar seis meses sem se atualizar, o concor-rente passa por cima”, compara. Diante disso, a APCD-Jaú promove cursos di-versos na área, incluindo endodontia, ortodontia, de implantes e estéticos.

Sobre o “Sorriso de Hollywood”, Da-nilo Mantovanelli Júnior explica que se trata de uma espécie de “placa” colo-cada sobre os dentes, alterando forma e cor, dando ao paciente o “dente dos

Dentista de Jaú, dentista do mundo

paulo césar Grange

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CONECTADO SAÚDE 7

sonhos” de uma hora para outra – após uma consulta inicial é feito o molde, que é enviado para laboratório nos Estados Unidos, onde se faz a peça a ser encaixada sobre os dentes. “É uma técnica que está ai na internet, em pro-gramas de TV e temos em Jaú. A oferta está do lado. Não precisa ir para tem-plos maiores”.

Até mesmo a aplicação odontológi-ca de botox está disponível. Trata-se de uma técnica para corrigir sorriso “mui-to alto” ou “sorriso gengival”. Presiden-te da APCD, Mantovanelli explica que “é um procedimento antes feito só por cirurgião plástico” e que hoje os dentis-tas já realizam. Também se encontram em consultórios jauenses meios alter-nativos como hipnose e cromoterapia.

Associado – A APCD-Jaú possui qua-se 300 sócios de um universo de cerca de 500 profissionais dentistas que atu-am na Regional (Jaú e demais cidades vizinhas). São cerca de 200 consultórios só em Jaú.

O presidente da associação, Dani-

lo Mantovanelli Júnior, explica que ao associado é oferecida uma série de benefícios, como seguro de respon-sabilidade de sinistro; departamento jurídico central (APCD), cursos e con-gressos gratuitos, publicações diversas e convênios. Em breve, a classe vai po-der desfrutar de um resort em Avaré, no interior do Estado.

Em Jaú, todo mês de agosto, a APCD promove a Jornada Odontológica, com cursos, palestras a ações voltadas para os dentistas e para a população. E, ao lon-go do ano, disponibiliza cursos gratuitos tanto para os associados como para a população, que é atendida na Escola de Aperfeiçoamento Profissional (EAP).

Em abril, por exemplo, começa um curso de implantes. Outro de estética deve começar em junho. Nos planos está ainda um curso de cirurgia. “Existe a possibilidade ainda de oferecermos cursos de especialização aqui na APCD. Estamos analisando os prós e contras. Precisa ter chancela de universidade para ser reconhecido pelo MEC (Minis-tério da Educação).

APCD-Jaú

foi fundada em 1957a sede atual foi aberta em 1994a entidade tem 298 sócios500 profissionais na regionalJornada Odontológica: 29 a 31/08Cursos profissionais de:ortondontia, implante, estética, endodontia e outrosPessoas atendidas: 200 a 300 / mês

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Medo de dentista já era

Aquele medo de ir ao dentista ainda existe, mas não é tão intenso como décadas atrás. A geração atual, segun-do Danilo Mantovanelli Júnior, é mais consciente dos bene-fícios de um tratamento den-tário. Além disso, a evolução cultural aproxima as pessoas de um consultório.

“Tem gente que tem verda-deiro pavor de ir ao dentista”, comenta, citando um paciente com síndrome do pânico que demorou seis sessões para entrar no consultório. “Peço a pacientes que têm filhos pe-quenos, de dois a três anos de idade, que tragam eles para o consultório para se acostuma-rem com o ambiente.”

Isso tem dado certo. Em alguns casos, crianças dessa idade são atendidas sem a presença dos pais. O medo acaba para quem se familiari-za desde cedo com o equipo dental - luzes, motorzinho - e com um dentista mascarado. Antigamente, era comum extrair dentes doentes, o que causava mais traumas ainda ao paciente.

“Hoje, só se condena um dente a extração se esgotou todas as possibilidades. Um dente faltando, queira ou não, vai dar problema. A boca precisa de tudo funcionando, como se fosse uma caixa de câmbio, precisa cada dente no seu lugar”, compara o den-tista. “Só é desdentado hoje quem quer”, finaliza.

função social na eap

A Escola de Aperfeiçoamento Profissional (EAP).da APCD-Jaú che-ga a atender de 200 a 300 pacientes mensalmente quando está com todos os cursos em atividade. Esse trabalho é social, destinado a cidadãos enca-minhados pelos postos de saúde da rede municipal de Saúde. Estudantes também são atendidos. Boa parte do tratamento é gratuita. Em alguns casos o paciente paga apenas o material.

Na Jornada Odontológica anual, a APCD visita uma escola e leva escovas, creme dental e informação sobre o ato de escovar os dentes. O presidente da associação, Danilo Mantovanelli, diz que está em estudo a criação de um “esco-vódromo” na sede, em parceria com a Prefeitura, com capacidade para atender cerca de 120 alunos por semana. “Que-

remos usar toda nossa estrutura. É uma maneira de retribuir para a população.”

“Claro que a gente gostaria de ter uma abrangência muito maior, mas a demanda é muito grande”, diz Man-tovanelli, que também atua na saúde pública municipal e vê de perto a necessidade do jauense. Nos cursos da EAP, enquanto os profissionais se aperfeiçoam, a população tem sua boca tratada praticamente de graça.

escola De aperfeiçoaMento Da apcD-jaú atenDe ciDaDão eM projeto social e contribui para a qualificação Dos profissionais Da reGião

sERVIÇo:

APCD-Jaúwww.apcdjau.org.brRua Gumercindo do Amaral Carvalho 70Jaú / SP - Telefone: (14) 3621-1666

paulo césar Grange

paulo césar Grange

paulo césar Grange

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CONECTADO SAÚDE 9

proFissionAis

Anote na agenda: 9 de maio de 2012, 19h30, sede da APM-Jaú. Será neste dia e lo-cal que profissionais da saúde vão participar do 12º Fórum Regional de Defesa da Saúde e Valorização do Médico. O evento é realizado pela Associação Paulista de Medicina (APM), cujo presidente estadual vai estar presente, e pela Associação Médica Brasileira (ABM).

“Vem o presidente da APM, o médico Flo-risval Beinão, também participa o chefe da assessoria jurídica”, diz o presidente da APM Regional Jaú, Paulo Mattar. Ele explica que entre os palestrantes no Fórum estará o di-retor de Defesa Profissional da APM-SP, João Sobreira de Moura Neto. “É um encontro para toda a região, para profissionais de Jaú, Bauru, Botucatu e cidades vizinhas”, ressalta Mattar.

Para participar é preciso fazer inscrição on-line (gratuita para médicos) no site www.apm.org.br/forumdedefesadasaude/jau ou mediante preenchimento de ficha na enti-dade. Informações: (11) 31-88-4203 e e-mail [email protected].

Casa aberta – Paulo Mattar preside a Regional Jaú da APM desde novembro de 2011, com mandato de três anos. Ele diz que o abaixo-assinado para propor lei que au-menta o repasse de verbas para a saúde e o Fórum de Defesa da Saúde são ações que a APM de Jaú têm investido. O médico fala suas propostas são “ntegração da classe e o cuidado com a defesa profissional e da ética médica”.

A meta é que a Casa do Médico seja uti-lizada, de fato, pelos profissionais do setor. “Quero fazer encontros voltados para a co-munidade, encontros sociais, culturais, cientí-ficos”, diz ele, lembrando que em março, por

Fórum de Defesa da saúdeEnCOnTRO Em JAÚ COm pRESEnçA DE fLORISvAL mEInãO ABORDA vALORIzAçãO DO méDICO

ocasião do Dia Internacional da Mulher, a Regional de Jaú promoveu palestras sobre parto humanizado, com o ginecologista e obstetra Bráulio Sanches de Oliveira Zor-zella, e sobre prevenção do câncer do colo do útero com a oncoginecologista Lenira Maria Queiroz Mauad, responsável pelo Programa de Prevenção do Câncer de Colo do Útero, do Hospital Amaral Carvalho

sus - Na opinião do presidente da APM-Jaú, “a ética médica e a defesa profis-sional foram muito descuidadas até hoje”. Entre as iniciativas da entidade está a bus-ca por qualidade no atendimento e a “que-da de braço” com operadoras de planos de saúde, que, segundo ele, chegam a interfe-rir no atendimento do paciente.

Para Paulo Mattar, do outro lado está o paciente, que tem suas dificuldades mes-mo quando adere à saúde suplementar. Sobre isso, o presidente da APM diz que os planos particulares complementam o aten-dimento dos cidadãos, tendo em vista que o SUS não dá conta da demanda.

“Nesses mais de 20 anos de implanta-ção do Sistema Único de Saúde não vimos ainda a adoção do financiamento apro-priado para a saúde pública. A escapatória tem sido a saúde suplementar. Hoje, se não existisse a saúde suplementar, a saúde pú-blica seria um caos.”

sinal de protesto

Entidades médicas agenda-ram passeata dos médicos em alerta contra a baixa re-muneração e as interferências na relação médico-paciente praticadas pelos planos de saúde. O ato público, cha-mado de Dia Nacional de Advertência, será em 25 de abril, em São Paulo. A forma do protesto foi decidida em encontro no mês de março, quando cartões amarelos foram empunhados por profissionais de medicina de todo o Brasil como símbolo da advertência às operadoras.

paulo Mattar, presiDente Da reGional De jaú Da associação paulista De MeDicina

osmar bustos/Divulgação/apM

paulo césar Grange

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políticA

Qual político teria coragem de su-gerir o fechamento de Santa Casa de uma cidade pequena? Quem afirma ser desnecessário instalar postos de saúde em cada bairro? Somente alguém que não liga para questões polêmicas ou que não teme perder votos na urna. No interior paulista, um deputado defende essas questões polêmicas.

Pedro Tobias (PSDB), 65 anos, depu-tado estadual de São Paulo por Bau-ru, admite que muitas Santas Casas de cidades pequenas são deficitárias porque a legislação as obriga a ofere-cer uma estrutura além do necessário. Por isso, diz que a saída seria fechá-las, centralizando o atendimento regional em cidades próximas de maior porte.

Desperdício - “Acho que a Saúde tem pouco dinheiro, mas tem muito desperdício. Veja o caso das Santas Ca-sas de cidades pequenas, que sempre querem ajuda. Eu sempre ajudo, mas, analisando sério, não vale a pena”, diz ele. Para ele, a culpa é da legislação. “A exigência é tanta. Os legisladores fazem legislação de primeiro mundo, mas com dinheiro de quinto mundo. Isso chega a inviabilizar uma Santa Casa.”

Tobias cita o caso de Itapuí (a 20 km de Jaú), cidade com 11.605 habitantes. “Precisa ter pediatra 24 horas, obste-tra 24 horas, enfermeira 24 horas por turno... isso alguém tem de pagar, mas

Deputado das polêmicaspEDRO TOBIAS DIz QUE ‘pOSTO DE SAÚDE Em CADA BAIRRO é BOBAgEm’ E EnTEnDE QUE SAnTA CASA DE CIDADE pEQUEnA DEvE SER fEChADA

pelo volume de parto que a Santa Casa faz não compensa. Quem vai pagar?”, questiona. “A população fala que não tem dinheiro, a Prefeitura não tem di-nheiro...”

A sugestão dele é que Itapuí, Bariri e outras cidades de pequeno porte dêem “um novo direcionamento”, como se de-dicar ao tratamento de dependentes de drogas e álcool. “Em Itapuí não se faz nem cirurgia de hérnia, nem de adenói-de, mas tem muitas despesas fíxas. O problema lá é falta de cirurgião.”

X DA quESTãOO deputado bauruense e que é bem

votado em todas as cidades da região, inclusive Itapuí, Bariri e Jaú, diz que “O xis da questão é a tabela do SUS (Sis-tema Único de Saúde)”. Por conta dos valores pagos, baixos, segundo todo mundo da área, “vai chegar um ponto em que todas as Santas Casas vão estar quebradas”.

Como equacionar isso? Pedro Tobias garante que o Estado pode resolver essa questão. E dá o tiro de misericór-

peDro ttobias, único DeputaDo estaDual eM toDa a reGião

dia: “Tem de fechar. Mas não é fácil fa-zer isso. Político nenhum tem coragem de fazer isso. Tem a exigência de nossa lei, tem a imprensa, tem o Ministério Público... Em muitas cidades pequenas tem de transformar o hospital em plan-tão de atendimento ou destinar para atendimento da terceira idade”, sugere, já temendo a explosão no número de idosos em duas ou três décadas.

Sem medo de ser encarado como contraditório, ele dá a receita para me-lhor aproveitar os recursos públicos do setor. “Tem de centralizar o dinheiro nas cidades maiores, onde tem aten-dimento de alta complexidade. Custa caro manter aberta Santa Casa peque-na. mas que político, que prefeito, que vereador tem coragem de falar mal e fechar uma Santa Casa?”

Tobias ironiza ao sugerir alternati-va: “O melhor tratamento para essas prefeituras menores é ‘ônibus e ambu-lância’ para mandar os pacientes para outras cidades”. Na região, o centro de referência em cirurgia geral é o Hospi-tal Estadual de Bauru (HEB).

“Hoje, todo mundo está empurrando para o Hospital Estadual. Sobram para as Santas Casas só o que dá algum lu-cro, como cateterismo e catarata”, diz, citando duas cirurgias que o SUS para equivalente ao de convênios particula-res, como a Unimed, e que hospitais da região fazem sem encaminhar ao HEB.

adriana bueno

paulo césar Grange

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tabela de preço:sus x encanador

A respeito da Tabela SUS (valor que o governo federal paga pelos procedimentos médicos aos hospitais conveniados), Pedro Tobias chega a dizer que um encanador ganha mais para consertar um vazamento do que um médico para fazer uma cirurgia.

“Veja o caso de uma cirurgia de câncer de mama: o SUS paga para mim R$ 90. Se eu chamo um encanador para desentupir minha pia, ele vem, faz o serviço em dez minutos e vai embora, só que não aceita fazer só por R$ 90. O que vou fazer? Tenho de fazer a cirurgia para essas pessoas que estão pegando a doença”, compara.

Novo hospital – Questionado sobre investimentos em novos hospitais, como na Rede de Reabilitação Lucy Montoro, o deputado Pedro Tobias lembrou do déficit na Saúde estadual em 2011: R$ 1,8 bilhão – basicamente por conta da defasagem da tabela do SUS. O projeto AME e a Rede Lucy Montoro são custeados sem ajuda da União.

“Neste ano o déficit vai ser muito maior. Abrir um novo ‘Lucy Montoro’ é muito bom, mas quem vai bancar? Abrir AME é bom, mas quem vai bancar? Se o dinheiro está insuficiente para serviço de hoje, por que abrir outro Lucy ou outro AME?” Para apa-recer bem na foto na hora da inauguração, responde. Apesar da falta de recursos, ele é contrário a novos impostos para a saúde.

Diz o deputado médico que todo cida-dão quer serviço de primeiro mundo na saúde, mas não quer pagar do bolso. Ele vê no convênio entre poder público e clíni-cas/hospitais uma saída mais viável. E mais em conta. “Se fizer cálculo do que gasta-mos num posto de saúde é mais caro do que gastamos com convênio Unimed. No consultório tem meus equipamentos, meus aparelhos... é um atendimento melhor do que o público.”

Municipalização não resolve

Deputado do PSDB, mesmo partido que governa o Estado de São Paulo há mais de 16 anos, Pedro Tobias sugere uma reestruturação no sistema de saúde pública. “A divisão Estado--União-Prefeitura, com cada um fazendo o atendimento pri-mário, secundário ou terciário, não pode continuar.”

Antes um defensor da municipalização da saúde, hoje é con-trário. “Não está tendo resolutividade. Sorte de Bauru que tem o Hospital de Base. A cidade não tem pronto-socorro de aten-dimento, de cirurgia, que é uma obrigação da Prefeitura.”

“Se tem câncer de próstata onde opera? Se a mulher tem mioma onde opera? Essa ‘concorrência’ de um lado o Estado e de outro a Prefeitura não funciona.” Segundo ele, só uma legislação federal poderia mudar o cenário. Em nível estadu-al, na Assembléia Legislativa, o máximo que se pode fazer é “debater”, mas ele próprio ressalta que “frentes parlamentares” disso ou daquilo não resolvem nada. “Só servem para aparecer na mídia.”

Policlínica – “Posto de saúde em cada bairro é bobagem, é só para fazer campanha política. Uma cidade como Bauru deveria ter três ou quatro policlínicas bem equipadas e com metas de resolutividade”, comenta, recomendando concentrar profissionais numa unidade bem equipada.

Ele cita projetos dos governos estadual (AME - Atendimento Multiprofissional Especializado) e federal (UPA - Unidades de Pronto Atendimento), que se situam entre o atendimento bási-co e o de urgência. E considera ambos caros demais.

Ao falar do que compete à cada esfera, o deputado lembrou que a presidente Dilma Rousseff sancionou a Emenda 29, que fixa gastos na saúde (12% para o Estado e 15% para o Municí-pio). Segundo ele, o governo errou ao vetar a obrigatoriedade de a União investir 10% do orçamento na Saúde. “Agora, vetou no orçamento R$ 5,4 bi... No setor mais dramático o governo fez cortes. Hoje, a União não cuida de todos os hospitais fede-rais e ainda corta o repasse dos Estados.”

País doente - “A Saúde um empurra para o outro, é que nem cachorro com mais de um dono: morre de fome. O Brasil é um país doente e cada um joga a culpa no outro. Temos pou-co dinheiro e gastamos péssimo.” O atendimento primário não resolve, afirma.

“O paciente chega ao posto de saúde com dor de cabeça, o médico manda para o Hospital Estadual ou para um AME para um neurologista; se chega com dor na barriga vai para um gas-troenterologista; se é com dor no peito vai para um cardio. Isso não resolve: é a chamada empurroterapia”

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políticA

Entre as 5.564 cidades do país, 325 estão nas mãos de prefeitos médicos. O número faz parte de levantamen-to da ONG Transparência Brasil com base na eleição municipal realizada em 2008. Um desses prefeitos está em Jaú, o cirurgião do aparelho digestivo Os-valdo Franceschi Júnior (PV).

Na Câmara de vereadores da cidade são mais dois médicos – José Apareci-do Segura Ruiz e Paulo de Tarso Nuñes Chiode. Outros médicos já passaram por lá em mandatos anteriores. A re-gião tem um deputado médico. O go-vernador de São Paulo é médico. Um dos seus assessores, que foi prefeito em Pederneiras por dois mandatos, também é médico.

Por que tantos médicos estão en-volvidos com a política? A Conectado Saúde quis saber e ouviu alguns desses profissionais da saúde que, no momen-to, também são políticos.

Entre os prefeitos no Brasil, apenas

médicos no comandoBRASIL TEm 325 méDICOS pREfEITOS. Um DELES Em JAÚSAIBA O QUE OS LEvA A SE EnvOLvER COm A pOLíTICA

três profissões têm mais representan-tes: empresários (474), comerciantes (445) e agricultores (420). Isso sem con-tar os 1.349 governantes cuja profissão é simplesmente “prefeito”. Os advoga-dos, por exemplo, cuja associação que representa a classe (OAB) é uma das mais atuantes na sociedade, são ape-nas 201 no comando de prefeituras.

Chefia – Ex-prefeito de Pederneiras nos anos de 1997 a 2004, Rubens Emil Cury é subchefe da Casa Civil do Estado. Atua ao lado do governador Geraldo Alckmin (PDSB). Os dois são médicos. Cury se especializou em cardiologia. Alckmin, 59 anos, é formado pela Fa-culdade de Medicina de Taubaté, com especialização em anestesiologia, mas está na política desde os 19 anos.

Para Rubens Cury, “a presença de médicos na vida política não é maior que qualquer outra classe de traba-lhadores, porém representa sim uma

parcela importante”. Ele lembra que “o médico que faz da sua vocação o exer-cício diário, no sentido de ouvir as pes-soas, conhecer seus problemas e nem sempre poder resolvê-los, vê na polí-tica um instrumento onde talvez possa de uma maneira mais rápida e efetiva ajudar ao próximo”.

É ele quem recebe prefeitos do inte-rior e encaminha os pleitos às secreta-rias de governo. “Dependendo da área em que o pleito pode ser inserido, é feito o encaminhamento para as secre-tarias afins. Sempre é dada relevância às necessidades reais de cada municí-pio, não se levando em conta o critério político”, explica sua função no gover-no estadual.

Emendas - Pedro Tobias, médico em Bauru e deputado estadual, fala que os profissionais da área entram na política porque conhecem o drama do cidadão. “Vê a vida e acha que vai

peDro tobias concilia profissão De MéDico coM carGo De DeputaDo e atenDe pacientes eM bauru; osvalDo franceschi faz o MesMo na prefeitura De jaú

Divulgação luiz c. oliveira/Divulgação

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CONECTADO SAÚDE 13

resolver tudo. Lógico que fizemos muito. Entrei deputado porque es-tava sonhando com laboratório de mama na cidade. Fizemos muita coisa e continuamos fazendo, mas saúde a cada vez que você capri-cha a demanda aumenta.”

Ele se considera satisfeito pelo que fez em quatro mandatos. Diz que faz dezenas de emendas para ajudar hospitais e Santas Casas de toda a região de Bauru, utilizan-do para isso a verba que tem de R$ 2 milhões. “Essas emendas são varejinhos. Isso não resolve nada. São uma morfina para quem já está morrendo.” No entendimento do deputado, ações mais amplas, como o aumento de verbas para a saúde e a construção de hospitais contribuem muito mais para a po-pulação.

peso maior para a saúde

Dois médicos de Jaú falam sobre o motivo que leva colegas de classe à política. Abdala Atique, pediatra, é Secretário Municipal de Saúde. Paulo Mattar, também pediatra, já foi secre-tário nos anos 90 e vereador no perío-do 2000/2004. Ambos se envolveram com partidos políticos. Atique presidia o PSD na cidade até o início deste ano, Hoje, o comando é de Mattar. E ambos sempre se envolveram na diretoria da APM – Regional Jaú.

Ambos lembram de mais médicos que passaram pela Câmara de Jaú, como Jamil Buchalla, Raul Bauab Filho e outros. O prefeito Osvaldo Frances-chi Júnior nunca foi vereador – quatro anos atrás lançou-se candidato ao Executivo e foi eleito. A Conectado Saúde tentou ouvi-lo antes do fecha-mento desta edição, acionou a asses-soria de gabinete e de imprensa, mas não conseguiu um horário na agenda do chefe do governo municipal.

Coisa bela - Paulo Mattar diz que os médicos se envolvem diretamente com a população e precisam tomar partido para “dar um peso político à saúde pública”, explica, lembrando o motivo que o levou a se candidatar a vereador. “Todo cidadão deve se envolver na política. A política tem de fazer parte da vida de todo cidadão. Não podemos nos omitir na política”. Ele argumenta que “as leis são feitas pelos políticos” e executadas por eles. “Nossas vidas dependem da política. Se vai bem ou mal, tudo depende da política.”

Mattar fala que a política “faz parte da essência da vida”, é uma coisa bela e não é pejorativo para ninguém dizer que está na política. “Quando fui

Dr. rubens cury (aciMa), ex-prefeito De peDerneiras, é hoMeM forte Do GovernaDor GeralDo alckMin. no alto, Dr. abDala atique, secretário De saúDe De jaú e ex-DiriGente partiDário

vereador, minha pretensão era atuar em todas as áreas, com foco na minha, a saúde pública. Por que.? Para dar um peso político. Se não der o peso você não consegue quase nada. Eu dei esse peso à saúde.”

Na vereança, Paulo Mattar conta que auxiliou a Secretaria da Saúde e era chamado de forma recorrente para explicar assuntos da área aos colegas da Câmara. “O médico na Câmara é um segmento importante, mas precisa ser dedicado e participativo.”

Despertar - Abdala Atique lembra que sempre trabalhou na vida pública, mas nem sempre com cargos. “Em toda área que atuo sempre quero trabalhar para o próximo. Se a gente não se interessar pela política na área da saúde a saúde não cresce politica-mente.”

Ele conta que médicos ficaram muito tempo fora da política. Com a democratização do Brasil, os médicos perderam espaço na área da saúde e que outras pessoas passaram a admi-nistrar a saúde politicamente. Mas isso mudou.

“Houve um despertamento dos médicos no fim dos anos 70. Um dos grandes nomes da construção do SUS foi o doutor Sérgio Arouca e outros sanistaristas, que deram um impulso grande e um despertar.” Atique vai além e diz que as entidades médicas viram que seria importante o médico se envolver na política para obter con-quistas para a área médica.

“O médico não pode ficar alienado da política. Ele tem de se envolver. Por isso aplaudimos esses médicos que se envolvem na vereança, na prefeitura, deputados, congresso e presidência, como Juscelino Kubitshek, que foi presi-dente e era um médico de visão social”, fala Atique. Ele não considera essencial a presença de médicos em cargos de gestão. “O José Serra não é médico, mas fez um grande trabalho na área médica quando foi ministro da Saúde”.

paulo cesar GrangeDivulgação

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igrejA nA sAúde

A “saúde” voltou a ser escolhida para embasar a Campanha da Fraternidade 2012. A Conferência Nacional dos Bis-pos do Brasil (CNBB) definiu o tema “Fraternidade e Saúde Pública” com o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”, tirado do livro do Eclesiásti-co. Em termos práticos, será que essa preocupação dos religiosos reflete em melhorias para a saúde da população?

Para o padre Oswaldo Francisco Paulino, abade da Abadia São Norber-to, administrada pela Ordem dos Pre-monstratenses, “a Campanha da Fra-ternidade é uma forma de questionar as autoridades, por que o que temos na área da saúde hoje? É a área que as pessoas mais reclamam. Ouvi dizer que o ‘o Brasil está doente’. Por quê? Porque se você depender do SUS e da-quilo que o governo oferece você fica à margem do atendimento.”

Cobrança - A cobrança da igreja por uma saúde mais justa, segundo ele, pode trazer melhorias, em que pese a ausência de autoridades públicas nas igrejas para discutir o tema. “A campanha é como se fosse uma voz profética dizendo assim: nós estamos doentes, nós precisamos de saúde, nós precisamos fazer alguma coi-sa. Serve de alerta”.

O padre que reza missas na Paróquia de São Sebastião, em Jaú, fala do co-modismo dos políticos e diz que autori-dade nenhuma da cidade se interessou pela fraternidade da campanha. Assim, diz que resta aos padres falarem para os fiéis e para quem trabalha na saúde.

“Numa missa disse aos médicos e às pessoas que trabalham na área que se puderem fazer alguma coisa para esses

Fraternidade sem autoridades CAmpAnhA DA CnBB DEfEnDE

SAÚDE mELhOR E CARIDADE DOS pROfISSIOnAIS DA ÁREA

doentes que façam. Se não fizerem essas pessoas vão morrer, elas precisam da ca-ridade de alguém”, pede Oswaldo Pauli-no. “Se cada médico puder fazer uma coisa para uma pessoa doente já cum-priria o objetivo da campanha”, finaliza.

Quem é ele

Dom Oswaldo, 47 anos, é natural de Salto Grande (SP). Assumiu a Paróquia São Judas Tadeu em 1997. Em 2008, recebeu título de cidadão jauense. Em 2010 foi eleito abade da Abadia São Norberto. É diretor da Comunidade Terapêutica Liberdade Guadalupe, que atende dependentes químicos.paDre oswalDo paulino, Da iGreja são sebastião

CNBB fala de ‘avanços’ e ‘filas’Em fevereiro, quando foi aberta a 49ª Campanha da Fraternidade, o se-

cretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, destacou que houve avanços na saúde brasileira. Com ele, na solenidade, também esteve o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Ao explicar a campanha, dom Leonardo falou que houve “significativos avanços” nas últimas décadas da saúde pública no país, como o aumento da expectativa de vida da população, a drástica redução da mortalidade infantil, a erradicação de algumas doenças infecto-parasitárias e a eficácia da vacina-ção e do tratamento da Aids, elogiada internacionalmente.

Mas ele foi duro ao dizer que ainda é preciso acabar com a “ferida” que são as longas filas para o atendimento à saúde, a demora na realização dos exames e cirurgias e a falta de medicamentos nas unidades básicas e de vagas em hospitais. A primeira fez que a saúde mobilizou a CF foi em 1984, com o tema “Fraternidade e Vida” e o lema “Para que todos tenham vida”.

“Sabemos que isso (campanha) provoca um debate permanente durante todo o ano na Igreja Católica e nas comunidades. Não poderia ter presente maior para o SUS do que esta iniciativa da Igreja Católica”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltando ser um desafio consolidar o Sistema Único de Saúde para todos os brasileiros.

paulo césar Grange

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CONECTADO SAÚDE 15

mobilizAção

Em busca de 1,4 milhão de assi-naturas para criar um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que aumente os recursos federais na área da saúde. É com esse propósito que a Associação Paulista de Medicina – Regional de Jaú se envolveu na campanha da Frente Nacional por Mais Recursos na Saú-de. Uma das reivindicações é obrigar a União a investir imediatamente no setor 10% do seu orçamento.

O médico Paulo Mattar, presidente da APM-Jaú, avisa que todos os ci-dadãos podem subscrever o abaixo--assinado na sede da entidade, na Rua General Izidoro, 380, e em consultó-rios médicos. “Temos esse Projeto de Iniciativa Popular para solicitar e exigir a adoção de 10% do orçamento para a saúde”.

Ele se refere à mobilização de diver-sas entidades que pleiteam a revoga-ção de parte da Emenda 29, a qual de-sobrigo o governo federal de investir um décimo do orçamento na saúde. Estima-se, segundo Paulo Mattar, que a perda para o SUS (Sistema Único de Saúde) foi de R$ 35 bilhões, caso se mantivesse projeto aprovado inicial-mente pelo Senado Federal.

Corte bilionário - “Esse último corte anunciado pelo governo não foi só de R$ 5 bilhões. Pela Emenda 29, o governo deveria participar da saúde com 10% do seu orçamento, mas fica nos 7%, 8%. Os cinco bilhões foram o corte do orçamento. Ao deixar de aprovar a Emenda 29, que iria obrigar a destinar para a saúde os 10%, então tudo dá uma perda de R$ 35 bilhões.”

“Vamos fazer essa mobilização via APM, com pacientes do consultório,

Abaixo-assinado por recursos Apm-JAÚ SE mOBILIzA

pOR pROJETO pOpULAR QUE ESTIpULA mAIS vERBAS pARA SAÚDE pÚBLICA

com os colegas médicos para con-seguir as assinaturas”, diz Paulo Mattar, lembrando que é preciso nome completo e número do título de eleitor. A campanha tem apoio da APM, Associação Médica Brasi-leira (AMB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Academia Nacional de Medicina e outras instituições da sociedade civil.

A Frente Nacional e a coleta do abaixo-assinado foram lançados em evento no dia 3 de fevereiro de 2012, em São Paulo. Entre as auto-ridades presentes estavam o Pre-sidente da Associação Paulista de Medicina, Florisval Meinão.

É bom sabER

A APM Jaú fica na Rua General Izidoro, 380Vila Hilst – Jaú (SP)No link www.apmcorp.org.br/emdefesadosus é possível baixar o modelo do documento de coleta de assinaturas.A Emenda 29 foi aprovada em dezembro de 2012. Pela lei, Estados devem investir 12% do orçamento na saúde e os municípios, 15%. A União não tem índice definido, variando conforme crescimento do PIB (este é o motivo da polêmica, uma vez que se defende o patamar de 10% das receitas federais aplicadas na área)

paulo Mattar exibe abaixo-assinaDo que está à Disposição Da população eM clínicas e na seDe Da apM

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rang

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18 CONECTADO SAÚDE

comportAmento

A primeira vez a gente nunca esquece, diz um ditado popular. No sexo, certa-mente, o momento é inesquecível, quer seja ele encantador ou traumático. Pes-quisa recente mostra que os jovens estão tendo essa primeira relação sexual cada vez mais cedo. Que mal há nisso? Há programas que orientam adolescentes sobre o risco de uma gravidez precoce?

Criado em Jaú em 2006, o projeto “Fala Sério” atua no planejamento fa-miliar, especialmente voltado para a gravidez precoce entre os jovens. Co-ordenadora do programa, a enfermeira Susana de Almeida Prado Marsiglio da Rocha Frota informa que, em Jaú, cer-ca de 20% das mulheres grávidas são adolescentes. “Está crescendo esse nú-mero. O adolescente, por si só, não pla-neja sua vida sexual”.

O Fala Sério vai às escolas, nas quais são realizadas palestras sobre sexuali-dade, métodos contraceptivos (cami-sinhas, anticoncepcionais) e mudanças que ocorrem no corpo de meninos e meninas nessa fase da vida. “São para crianças do quinto e sexto anos, de 11 anos pra frente.

Precocidade no sexo mESmO COm

ORIEnTAçãO nAS ESCOLAS, ADOLESCEnTES AnTECIpAm A “pRImEIRA vEz”

Susana Frota diz que os jovens são orientados a procurar o atendimento de ginecologistas nos postos de aten-dimento de saúde. “Normalmente é a primeira consulta delas.”

A enfermeira ressalta que além das visitas a escolas, entidades, clubes, igre-jas, também há uma demanda espontâ-nea pelo serviço de orientação sexual. O primeiro passo, segundo ela, é o aten-dimento no posto de saúde do próprio bairro, onde é marcada consulta com médico ginecologista da rede pública.

No programa de Planejamento Fa-miliar, que funciona na Policlínica do Jardim Pedro Ometto, o atendimento é feito pela médica ginecologista Mirce Tamanini. Mas também estão há dis-posição dos atendidos serviços de en-fermeira, assistente social e psicóloga. “Se as escolas quiserem receber o pro-grama podem entrar em contato que a gente agenda”, diz Susana, destacando que tanto escolas públicas como parti-culares são atendidas.

ESTOu gRÁVIDA, E AgORA?Quando as orientações não dão re-

sultado e as adolescentes ficam grávi-das, elas passam a ser acompanhadas pelo serviço de saúde caso quando procuram uma retaguarda. O Muni-cípio disponibiliza consultas e o pré--natal. “Muitas têm medo de procurar e escondem o quanto podem”, comen-ta a enfermeira, citando que há muitas barreiras a serem superadas quando ocorre gravidez precoce.

O médico ginecologista e obstetra Bráulio Sanches de Oliveira Zorzella diz que ocorrem danos diversos por causa disso: sociais, “com o grande número de mães solteiras com a fuga do parceiro frente a essa situação”; fi-nanceiros, “pela dificuldade de man-ter um filho com baixa ou nenhuma renda; “mas, principalmente, danos à saúde com o grande aumento na adolescência de índices de hiper-tensão gestacionai, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, abortamentos, mal forma-ções e partos prematuros.” Segundo ele, estudos revelam que cinco entre dez adolescentes grávidas podem en-frentar um dos problemas de saúde citados.

Divulgação

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Planejamento Familiar

Local: PAS Pedro OmettoAvenida José Maria de Almeida Prado, 628Fone: (14) 3624-7710 e 3624-7265Dr. Bráulio Zorzella faz recomendações à família: “Os pais devem ter maior controle sobre seus filhos em relação aos lugares que frequentam, amizades, horários, acesso a internet e programas adultos de TV. Creio que a internet e as redes sociais contribuíram muito nos últimos dez anos para a iniciação precoce pela facilidade do acesso a conteúdo adulto e pela facilidade na interação entre as pessoas. Sendo assim os pais devem ter o controle o máximo possível diante dessas facilidades.”

perada de manter o relacionamento engravida com essa finalidade.

status: A adolescente em meio a muitas outras grávidas adolescentes em comunidades pobres, acaba se sentindo excluída algumas vezes e, na tentativa de inclusão, engravida. Não é raro ouvir de meninas de 16 anos: "Doutor, sabe a Jéssi-ca, a Jenifer, a Suelen, a Tamires, que fazem pré-natal com o senhor? Então, todas já estão grávidas ou têm filhos, só que não estou conseguindo engravidar, então vim fazer tratamento para engravidar!"

O quE FAzER ENTãO?DR. BRáuLIO zORzELLAREsPONDE“Essa resposta vai muito além de educa-ção voltada para métodos contracepti-vos apenas, que é fundamental, mas nes-se caso estaríamos prevenindo até 15% das gravidezes na adolescência. O foco deve ser na educação voltada para os riscos de engravidar cedo e como resol-ver seus problemas conjugais, familiares, laborais além do enfoque na melhoria na qualidade de vida das pessoas e das famílias, a fim de evitar a necessidade de a adolescente procurar na gravidez uma solução para seus problemas!”

Gravidez por status?Dr. Bráulio Zorzella conhece bem o uni-

verso de adolescentes grávidas. Ele estima que entre 10% e 15% delas engravidam por desinformação ou descuido, mas a maioria é por motivos inusitados, incluindo status, fuga do trabalho ou para segurar o parceiro. Ele explica cada caso a seguir.

Antecipação da independência: a jovem tem a ilusão de que engravidan-do tornar-se-á dona de si própria e assim recebe o "passaporte" para sair de casa e constituir sua própria família. Normalmente isso ocorre em ambientes familiares contur-bados onde a adolescente recebe pressões. Então, vê na gravidez uma saída momentâ-nea para seus problemas, utilizando-se dela como trampolim para um casamento. Na maioria das vezes logo percebe que saiu de um problema pra enfrentar outro maior.

Exclusão escolar: Muitas adolescen-tes grávidas deixam de estudar. No Brasil há registro de 50% de abandono da escola pela gravidez. O fato é que algumas deixam de ir à escola por dificuldades inerentes à própria gravidez ou mesmo por vergonha da situação, seja esta dela própria ou dos pais pela exposição, mas muitas decidem engravidar planejando a troca da "profis-são": estudante para a profissão "mãe".

Exclusão do mercado de traba-lho: Chega um momento na vida da menina que a família a pressiona para entrada no mercado de trabalho e uma das fugas encon-tradas por ela pode ser a gravidez. Atendendo em comunidades pobres cansei de ouvir o seguinte: "Doutor, meu pai queria me colocar pra cortar cana! Eu engravidei mesmo, assim não vou trabalhar cortando cana!"

Assegurar o parceiro: É fato que a menina quando enfrenta dificuldades num relacionamento e percebe a possibilidade da perda do parceiro, na tentativa deses-

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Estudo recente elaborado pela Uni-versidade Católica de Pelotas mostra que a primeira relação sexual tem ocor-rido cada vez mais cedo entre os jovens de 18 a 24 anos. A pesquisa integrou os Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz e deixa claro a necessidade de progra-mas de orientação sexual preventivos.

Na pesquisa foram ouvidos 1.621 jo-vens, sendo que 1.468 deles já tinham iniciado sua vida sexual. A média de idade na primeira relação foi de 15,7 anos. Informações sobre a pesquisa, publicadas no site www.diariodasaude.com.br, apontam que os jovens que estudaram de 9 a 11 anos, não con-cluindo o Ensino Médio, tiveram maior prevalência (40,7%).

Dentre os entrevistados, 54% eram do sexo feminino, 37,9% tinham os pais separados, 47,5% pertenciam à classe socioeconômica C e 30,5% relataram ser praticantes de alguma religião.

Entre os participantes, 13,9% fizeram uso de drogas ilícitas, 31,7% fumaram e 73,2% consumiram álcool nos últimos três meses. Do total, 83,1% não consu-miram bebida alcoólica antes da última relação sexual e 58% usaram camisinha na última relação.

De acordo com o Diário da Saúde, com base na pesquisa, homens têm mais possibilidade de iniciação sexual mais cedo (41%). Os pesquisados atribuem o fato a diferentes influências sociais e cul-turais de gênero relativas à prática sexual.

A baixa renda familiar e pouca esco-laridade são fatores fortemente associa-dos à prática sexual precoce, conforme revela a pesquisa. O estudo aponta que a ausência de prática religiosa e ter pais separados também influenciam na ini-ciação sexual precoce do adolescente.

“A vulnerabilidade social entre os jo-vens impõe a necessidade de trabalhar mais cedo, assumir maiores responsa-bilidades com o próprio sustento e dos que com ele moram, antecipando em anos algumas condutas, inclusive a se-xual”, acreditam os estudiosos, informa o portal de saúde.

Pesquisa aponta as causas

jovens: início Mais ceDo nas relações sexuais

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CONECTADO SAÚDE 21

Em época de controle de gravidez na adolescência e de combate às do-enças sexualmente um componente básico não pode faltar: o preservativo, também conhecido como “camisinha”. Aliás, o hábito de adquirir “camisinhas” deixou de ser tabu. Hoje, o material está à disposição do consumidor nas farmácias e para todos os usuários nos postos de atendimento à saúde.

Em Jaú, a estimativa da enfermeira Kátia Nicoletti, do Centro Técnico de Diagnóstico (CTA), que atende na Vila Nova, é que sejam distribuídas 25 mil camisinhas todos os meses. “O CTA distribui para todas as unidades bási-cas de saúde”, destacando que o pre-servativo fica à disposição nos Prontos Atendimento do Distrito de Potunduva, Jardim Itamaraty e Policlínica.

Orientação - Ela explica que na época do Carnaval há um reforço na

sexo seguro

300 mil camisinhas à disposiçãovOLUmE é DISTRIBUíDO AnUALmEnTE Em JAÚ nOS pOSTOS DE ATEnDImEnTO: fOCO é O COmBATE à AIDS

TOTAL ENTREguE NO BRASIL ChEgA A 500 MILhõESDE uNIDADES

distribuição e dispensação do preserva-tivo. Por “dispensação”, segundo Kátia, entende-se o trabalho de orientação e de conscientização sobre a necessidade do uso da camisinha. Parte dos preser-vativos é adquirido pelo próprio Muni-cípio. Outra parte é proveniente do go-verno federal.

Localizado perto de uma escola pú-blica, o CTA recebe a visita constante de crianças e jovens curiosos por co-nhecer a unidade. A enfermeira Kátia conta que eles observam as camisi-

nhas à disposição no local, momento em que a equipe do Centro Técnico as aborda e comenta sobre o uso do preservativo, sempre levando em conta a curiosidade e o que cada criança co-nhece do assunto.

É no CTA que a Secretaria de Saúde de Jaú concentra as campanhas contra doenças transmitidas pelo sexo. Cabe ao centro desenvolver o programa “Fi-queSabendo”, realizado anualmente pelo Ministério da Saúde com o obje-tivo de realizar testes gratuitos de aids na população. O local chega a fazer de 120 a 200 atendimentos mensais e que detecta em torno de 40 a 50 casos por ano de positivos para o vírus HIV.

Dados da Vigilância Epidemiológica de Jaú mostram que o município apre-senta, no período de 1980 a 2012, 475 casos de AIDS notificados, sendo 312 casos do sexo masculino e 163 casos do sexo feminino.

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22 CONECTADO SAÚDE

sEm sabER

Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP), realizada em 2008, mostrou que a população tem conhecimento sobre as formas de infecção pelo HIV e de prevenção à aids. Cerca de 96% sabe que pode ser infectada nas relações sexuais sem preservativo e 97% das pessoas sabem que o uso de preservativo é a melhor maneira de evitar a infecção pelo HIV.

ondE REtIRaR

CTA-Jaú (*)Avenida Zezinho Magalhães, 1.660Vila Nova – Fone: (14) 3626-5527

NGA-JaúRua Sebastião Toledo de Barros, 296Vila Carvalho – Fone: 14) 3622-3388

(*) No CTA também se faz teste de HIV e trabalhos de prevenção e assistência junto a pessoas em situação de risco ou portadores de DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e HIV/aids.

recorde do sus em 2011

Balanço divulgado recentemente mostra que o Brasil atingiu a mar-ca recorde de quase meio bilhão de preservativos distribuídos em 2011. O número é 45% superior à quantidade fornecida em 2010 pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A distribuição de camisinhas é uma estratégia do Ministério da Saúde para ampliar o acesso ao produto e prevenir a população contra doenças sexualmente transmissíveis (DST/ aids).

Quando o mês de maio chegar, o Ministério da Saúde começará a distribuir o primeiro lote dos 20 milhões de preservativos femininos adquiridos e que serão entregues ao longo de 2012. O governo pagou R$ 27,3 milhões, com preço unitário de R$ 1,36, na primeira aquisição do de preservativos femininos de terceira geração, fabricados com borracha nitrílica.

“A distribuição de preservativo feminino faz parte da política brasileira de ampliar as opções de proteção das mulheres em relação aos riscos de infecção por HIV, outras infecções sexualmente transmissíveis e pelo vírus da hepatite”, destaca o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Para o secretário, a camisinha feminina é mais uma das estratégias de prevenção que leva em conta aspectos de gênero, sexo e vulnerabilidades.

O diretor do Departamento de DST, aids e Hepatites Virais do Ministério, Dirceu Greco, explica que cabe às secretarias de Saúde dos Estados a definição do plano de necessidades para a distribuição destes preservativos.

HIsTóRIA – O preservativo feminino chegou ao mercado brasileiro em 1997, quando a Anvisa aprovou a comercialização do produto no país.

(Com informações da assessoria de imprensa do Ministério da Saúde)

No ano passado, o governo federal distribuiu 493 milhões de unidades às secretarias estaduais de saúde e aos 499 municípios que fazem parte da Programação Anual de Metas (PAM), e que concentram 90% dos casos de aids registrados no país.

Dezoito anos atrás, em 1994, quan-do teve início a política de distribuição de preservativos, o Ministério da Saú-de comprou e distribuiu 12,8 milhões. A recomendação do Ministério é para não se exigir prescrição médica e do-cumento de identidade, nem presença em palestra ou em qualquer tipo de reunião para ter acesso às camisinhas nos postos de saúde. caMisinhas De Graça nos postos De saúDe

camisinhas femininas a partir de maio

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CONECTADO SAÚDE 23

Você Já tEm sEucaRtão dE saúdE?

Desde fevereiro estabelecimentos de saúde

públicos ou conveniados ao Sistema Único

de Saúde (SUS) passam a registrar o número

do Cartão Nacional de Saúde (CNS) nos

formulários de atendimento. Objetivo é que

histórico médico dos pacientes esteja reunido

em uma única base nacional de dados.

Inicialmente, este registro será feito para

atendimentos considerados de média e

alta complexidade, como internações,

transplantes, quimioterapia, hemodiálise,

entre outros. A meta do Governo Federal é que

todos os brasileiros tenham o Cartão Nacional

de Saúde ou o número do documento até 2014.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar

(ANS) reforça que o atendimento a todos

os beneficiários de planos de saúde

está garantido, independentemente da

apresentação ou não do número do CNS.

O cartão do SUS agiliza a marcação de

consultas e exames, o acesso a medicamentos

e o acompanhamento dos pacientes pelos

profissionais de saúde.

mP bEnEfIcIa EntIdadE oncológIcaA presidente Dilma Rousseff lançou pacote que possibilita a doação

da dedução do imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas para

entidades de pesquisa e tratamento oncológico e de pessoas com

deficiência. Em Jaú, o Hospital Amaral Carvalho pode ser beneficiado. A

Medida Provisória foi publicada no Diário Oficial da União de 4 de abril,

antecedemdo o Dia Mundial de Combate ao Câncer (8).

PRonon do câncER ValE PaRa 2013

A MP criou o Programa

Nacional de Apoio à

Atenção Oncológica

(Pronon) que beneficia

instituições filantrópicas

de tratamento oncológico.

O superintendente

da Fundação Amaral

Carvalho, Antonio Luis

Cesarino de Moraes

Navarro, explica que

a finalidade é captar e

canalizar recursos para

a prevenção e combate

ao câncer. A doação

poderá ser feita em 2013,

referente o exercício de

2012.

gambaRInI REcEbE homEnagEm Póstuma

Após a assembleia da FAC ocorreu o descerramento da placa de

homenagem póstuma ao médico Evilásio Gambarini. Estiveram

presentes membros da família Gambarini e amigos do casal. Na

foto acima, Paulo Souza Gambarini, Antonio Luis Cesarino de

Moraes Navarro (Superintendente da FAC), Ricardo Cesarino

Brandão (Presidente da FAC) e Luiz Antonio Souza Gambarini.

ariane urbanetto / assessoria fac

CONECTADO NOTÍCIAS

fundaÇão amaRalPRomoVE assEmblÉIa

No mesmo encontro em

que a Fundação Amaral

Carvalho (FAC) realizou a

Assembleia Ordinária do

Conselho Curador foi feita

homenagem ao médico

patologista fundador do

Laboratório de Análises

Clínicas da FAC, Evilásio

Gambarini, e sua esposa,

Ivete Souza Gambarini. No

encontro foram apresentadas

as atividades desenvolvidas

no ano de 2011 na instituição

e contou com conselheiros e

diretores da Fundação.

Divulgação

Page 24: Conectado Saúde - 1

24 CONECTADO SAÚDE

tecnologiA

Dificuldade para enxergar de perto ou de longe, visão embaçada ou can-sada pela idade são sintomas do passa-do. Tudo isso é perfeitamente corrigido por meio de cirurgia refrativa a laser. E não precisa recorrer a capitais ou ou-tros países para ter uma visão 100% ou, acredite, até superior (no caso da cor-reção personalizada, mais detalhada logo abaixo).

Em Jaú, no centro do Estado de São Paulo, uma clínica oftalmológica dis-ponibiliza moderno centro de Excimer Laser, equipamento utilizado para a correção cirúrgica de miopia, astig-matismo e hipermetropia. Em breve, segundo o médico Paulo César Nardy, também vai corrigir a presbiopia (vista cansada após os 40 anos).

“Já estamos fazendo cirurgias em nossa clínica desde o início do ano. São na faixa de 25 a 30 por mês. Nos-sa meta é atender 60 pacientes, sendo até 15 por semana”, explica Nardy, que até o ano passado fazia essa mesma cirurgia na cidade de São Paulo, onde operava seus pacientes em virtude da qualidade do equipamento, sem simi-lares na região até então.

Todas as cirurgias da semana para corrigir problemas de visão são feitas no mesmo dia na própria Clínica Nar-dy, após feita a programação e calibra-gem do aparelho. A Dra. Ana Carolina Nardy Rocchi é irmã do cirurgião Dr. Paulo César Nardy e dá continuidade à tradição familiar na oftalmologia, auxi-

Adeusmiopiahipermetropiaastigmatismo

CEnTRO DE CIRURgIA OCULAR COLOCA JAÚ nO SELETO mApA DA TECnOLOgIA DO ExCImER LASER

liando nos procedimentos. O pai deles, Dr. José Carlos Nardy, trabalha na área há décadas e foi um dos precursores da cirurgia de miopia no Brasil quan-do foi introduzida há quase 30 anos. A matriarca da família, Ana Maria T. Nar-dy, que é ortoptista, também atua com instrumentação oftalmológica.

“Embora o equipamento tenha sido instalado recentemente, nossa equipe é muito experiente. Meu pai tem quase 30 anos de experiência com cirurgias refrativas (desde a época da cirurgia realizada com bisturis de diamante). Eu realizei estes procedimentos com Ex-cimer Laser em São Paulo durante dez

anos em um dos melhores centros do Brasil”, diz Paulo Nardy.

Comodidade - A presença de um equipamento desse porte em Jaú re-presenta um marco na oftalmologia de toda a região, afinal existem poucas unidades com essa qualidade no Brasil e isso faz de Jaú um dos mais impor-tantes centros de laser do país.

“O que ocorria até agora era a saí-da dos pacientes de Jaú para cidades maiores a fim de realizar esta correção. Hoje, pacientes de Jaú não mais preci-sam viajar, e pacientes da região têm vindo para Jaú para realizar os proce-

raquel Gatto teM sua visão corriGiDa eM cirurGia realizaDa pela equipe Do oftalMo paulo narDy

paul

o cé

sar G

rang

e

paulo césar Grange

Page 25: Conectado Saúde - 1

CONECTADO SAÚDE 25

sERVIÇo

Clínica de Olhos NardyAv. Ana Claudina, 447 – Jaú (SP)Telefone: (14) 3626-2595 ou 3624-1197. Site: www.clinicanardy.com.br

‘happy hour’ pós-cirurgia

Rafael Aroni Sartori, 31 anos, foi para um happy hour com os amigos menos de quatro horas depois de ser operado pelo Excimer Laser. “ A re-cuperação foi impressionante. Sai do consultório às 14h05. Às 18h estava tomando cerveja com os amigos. No dia seguinte, às 10h, viajei para Bauru dirigindo normalmente”, relata o en-genheiro civil operado pelo Dr. Paulo Nardy no dia 16 de março.

“Não tive dor nenhuma. Nem pa-recia que tinha feito cirurgia. A vis-ta ficou embaçada um pouco logo após a cirurgia, mas foi pouca coi-sa”, conta Rafael, que aposentou os óculos que utilizou por 19 anos – em menos de 20 minutos no consultório desapareceram 2,5 graus de miopia e 0,5 grau de astigmatismo.

Rafael diz que tão logo ficou sa-bendo da técnica cirúrgica à dispo-sição na Clínica Nardy agendou uma consulta e, em seguida, a cirurgia. “Se soubesse que seria tão bom te-ria feito antes”, diz ele. O engenheiro diz que já tinha se acostumado usar óculos, mas que sua autoestima mu-dou quando aposentou os velhos “parceiros”.

Raquel Ângela Parice Gatto, 25 anos, também fez cirurgia de miopia. A reportagem da Conectado Saúde acompanhou o procedimento e tes-temunhou a rapidez. A assistente de tesouraria tinha 10 graus de miopia e ao deixar a cirurgia, de imediato, conseguiu ver horas num relógio à frente. Satisfeita, garante que não sentiu dor alguma. Dias depois, quando retornou para ser avaliada, Raquel comemorava o sucesso da ci-rurgia e incentivou o repórter, porta-dor de 9,25 graus, a fazer o mesmo.

dimentos em virtude dos ótimos resultados que estamos obtendo” explica o Dr. Paulo Nardy, que colo-ca o equipamento à disposição dos colegas de profissão na cidade.

“A comodidade agora é muito maior e os resultados são excelen-tes, principalmente quando realiza-da a correção personalizada, que é o mais moderno conceito de cirur-gia refrativa da atualidade a nível mundial, algo realmente impressio-nante” cita Nardy, destacando que Jaú virou referência. Ele explica que a recuperação é rápida na maioria dos casos. “Depende da técnica que for feita. Se fizermos o LASIK, que é a mais tradicional, o paciente sai enxergando no mesmo dia”.

O médico esclarece que o laser corrige até 12 graus de miopia, 6 de hipermetropia e 6 de astigmatismo, “desde que a pessoa tenha estrutura no olho para isso”, ou seja, uma cór-nea de boa espessura e boa saúde, o que é verificado em exames pré--operatórios. Os cuidados garantem a qualidade e confiabilidade da cirur-gia, que é indolor e feita com anes-tesia local (colírio). Muito importante também é a disciplina do paciente após a cirurgia, devendo obedecer as instruções dos médicos e utilizar cor-retamente os medicamentos.

Origem – O equipamento VISX S4IR é de origem norte-americana

e dos mais modernos do mundo. Permite correções convencionais ou personalizadas - além do grau também são corrigidas as imperfei-ções microscópicas (aberrações de alta ordem) da córnea, resultando em uma visão superior àquela que o paciente tinha anteriormente com óculos ou lentes de contato.

Dr. Paulo Nardy diz que foi ins-talada uma unidade de Wavescan, aparelho que faz a leitura das imper-feições e transmite os dados para o Excimer Laser. “O equipamento é utilizado nos Estados Unidos para correção de grau dos astronautas da NASA e de pilotos da aeronáu-tica norte-americana. Sua qualida-de é inquestionável. O atleta Tiger Woods, que precisa enxergar uma pequena bola de golfe a uma dis-tância enorme, foi operado em um aparelho idêntico ao nosso; realizou a correção personalizada”, conta o oftalmologista, que é cirurgião e sócio-proprietário do equipamento.

josé carlos narDy, ana carolina narDy rocchi, ana Maria narDy, paulo césar narDy e o MéDico aDriano bionDi, Do hospital albert einstein, que visitou a equipe jauense

Divu

lgaç

ão

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26 CONECTADO SAÚDE

quAlidAde de vidA

Para que fazer apenas natação? Ginástica? Musculação? Dança? Quem pratica apenas uma atividade física tende a cair na monoto-nia e logo abandoná-la. A recomendação de especialistas é que busquem uma academia que permita ao aluno diversificar as atividades e fugir da rotina.

Um aluno estimulado o tempo todo, quer seja no verão ou no inverno. É assim que Fá-bio Fernando Gomes, professor formado em educação física, quer ver as pessoas que fre-quentam a academia na qual é coordenador.

“A rotina é o primeiro passo para abando-nar uma academia. Se ficar só na musculação (exemplo) passa a ser monótono e a pessoa desiste. Por isso é bom sempre mudar, fazer natação, ginástica... sair da rotina para o corpo não ficar naquele stress.”

Estímulo - Fábio Gomes, que coordena a Academia Tito Colo Sports, diz que tem à disposição do aluno mais de 20 atividades di-ferentes – natação, artes marciais, dança, spin-ning, ginástica, musculação, step.... Segundo ele, as pessoas têm pressa em querer entrar em forma quando acaba o inverno. “Elas vêm no verão e querem ficar bem fisicamente no verão

Longe da rotinaQUEm fAz ATIvIDADE fíSICA Em ACADEmIA TEm mAIS ESTímULO

mesmo. Querem resultado muito rápido.”Os resultados, no entanto, aparecem após

dois ou três meses, período em que a acade-mia faz avaliações físicas periódicas. “Nesse período dá pra ver o rendimento e já tem uma diferença considerável no treinamento, na perda de peso, no ganho de massa muscular ou no preparo físico.”

Para manter o aluno motivado, a receita adotada é mudar o treinamento a cada três meses, quer seja com uma atividade diferen-te, quer seja com música diferente na aula de dança ou apenas na intensidade. A própria avaliação do atleta é uma forma de estimulá--lo a querer praticar mais e mais.

“Na avaliação física mostramos que o aluno precisar melhorar nisso ou naquilo. A gente instiga o indivíduo a querer progredir.”

sedentarismo – Ao buscar se exercitar para melhorar a qualidade de vida ou para ini-ciar na prática de um esporte, o coordenador Fábio Gomes diz que frequentar uma acade-mia traz resultados mais satisfatórios e ideais do que sair praticando alguma coisa a esmo por ai.

“Se você busca uma academia você tem orientação. Se treina na rua pode se machu-car, ter lesões, a pessoa não tem noção do nível do seu condicionamento ideal. O primei-ro passo é ter orientação médica para ver se está apta a ter atividade física. Depois é passar na academia para fazer uma avaliação física”, alerta o professor.

O que fazer para sair do sedentarismo? O que praticar? Fábio Gomes responde, ressal-tando que ao passar por uma avaliação física o indivíduo conhece sua real situação e passa a contar com ajuda profissional para atingir a meta. “Se quer emagrecer vamos passar uma atividade aeróbica de baixo impacto, como hidroginástica, natação, começar com uma esteira... Tudo depende do que a pessoa está buscando. Nossa academia oferece um leque muito grande de atividades”.

alunas praticaM ativiDaDe eM acaDeMia, local onDe é possível

ter orientação profissional e Diversificar exercícios para

fuGir Da Monotonia

l.r. fonseca

Page 27: Conectado Saúde - 1

CONECTADO NOTÍCIAS

CONECTADO SAÚDE 27

bolsa famílIa: hoRa dE IR aos Postos

A Secretaria de Saúde de Jaú

pede que beneficiários do Bolsa

Família compareçam aos postos

de saúde. O objetivo é realizarem o

acompanhamento de peso e medida

de crianças de zero a seis anos,

mulheres até 44 anos e meninas

acima de 14 anos. A coordenadora

do programa em Jaú, Eliana Lopes

De Marchi, diz que as pessoas

não comparecem normalmente e

acabam prejudicadas com o bloqueio

do benefício. Para receber a bolsa

precisa cumprir regras. Em Jaú, 2.500

famílias estão sendo convocadas.

sanguE mIlItaR Paulo Henrique Bonini (na frente) foi um dos atiradores que doaram sangue na

campanha promovida pelo Hemonúcleo Regional de Jaú. Na foto aparece com

colegas e com o chefe de instrução Paulo Sidnei Matos Gomes (em pé). Cerca

de 100 jovens militares doaram sangue nos dias 4 e 5 de abril. Informações sobre

como doar: (14) 3602-1356ariane urbanetto / assessoria fac

baRRa aJuda aPaRaR dE fumaR

O Centro de Saúde Mental de

Barra Bonita oferece gratuitamente

tratamento para tabagistas que

desejam parar de fumar. Os

interessados em participar dos

grupos devem procurar o Centro de

Saúde Mental para fazer inscrição.

Informações: (14) 3641 4163. Cerca

de 25 milhões de brasileiros são

fumantes. Segundo dados do Instituto

Nacional de Câncer (Inca), 200 mil

pessoas no país morrem por ano em

decorrência do cigarro.

cosmÉtIcos: 60% sEntEm alERgIasLevantamento da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo aponta

que as irritações e alergias respondem por 60% das reações ao uso de

cosméticos notificadas ao Centro de Vigilância Sanitária da pasta por

médicos, serviços de saúde e consumidores. Em seguida, aparecem

outras reações como vermelhidão e coceira, com 35% do total, e

queimaduras, com 8%. Pela pesquisa se constatou que as reações por

cosméticos são causadas, sobretudo, pelo livre acesso das pessoas

aos produtos, pelo uso inadequado e/ou precoce, pela mistura de

diferentes apresentações e pela crença de que cosméticos não fazem

mal à saúde.

cRÉdIto dE R$ 2,5 bIPaRa InstItuIÇõEs

O Ministério da Saúde e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico

e Social (BNDES) assinaram a ampliação da linha de crédito de R$ 2 bilhões

para R$ 2,5 bilhões para santas casas, hospitais e entidades filantrópicas. O

acordo também reduzirá os juros e aumentará o prazo para o pagamento de

crédito concedido a essas instituições de saúde. Em 2010, o Ministério da

Saúde repassou R$ 6,6 bilhões para essas instituições.

hc REcRuta IdososquE sofRERam quEda

O Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da USP está recrutando idosos

com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, e

que tenham sofrido queda pelo menos uma

vez, nos últimos 12 meses, para triagem

e participação em projeto de pesquisa. O

objetivo do estudo do Serviço de Geriatria

é reduzir o número de quedas nesta

população, informa a Secretaria de Estado

da Saúde de São Paulo. Inscrições: www.

gerosaude.com.br.

Page 28: Conectado Saúde - 1

XVIII Congresso BrasIleIro de gerIatrIa e gerontologIa

Organizador: sociedade brasileira de

geriatria e gerontologia

Contato: (21) 3293-6700

Informações: www.cbgg2012.com.br

1º Congresso latIno amerICano de osteoporose

Data: 24 a 27 de maio de 2012

Local: são paulo - sp

IV Congresso BrasIleIro de FIBrose CístICa

Organizador: grupo brasileiro de estudos de

Fibrose cística

Contato: (48) 3206-3613

Informações: www.cbfc2012.com.br

CONECTADO AGENDA

25º Congresso odontológICo de Bauru

Local: bauru, de 17 a 19 de maio de 2012

Informações: www.cobusp.com.br

8° Congresso BrasIleIro de CéreBro Comportamento e emoções

Data: 2 a 5 de maio de 2012

Local: são paulo - sp

sImpósIo CardIoVasCular da aCCF/sBC

Data: 19 e 20 de maio de 2012

Local: são paulo - sp

HospItalar 2012Data: 22 a 25 de maio de 2012

Local: são paulo- sp

XXXIII Congresso da soCIedade de CardIologIa de sp

Data: 7 a 9 de junho de 2012

Local: são paulo - sp

VII Congresso BrasIleIro de ClImatérIo e menopausa

informações e inscrições pelo telefone (11)

5584-6938, pelo e-mail sobrac@menopausa.

org.br ou no site www.menopausa.org.br .

Data: 24 a 26 de maio de 2012

Local: são paulo - sp

XII Congresso InternaCIonal de Catarata e CIrurgIa reFratIVa

Data: 30 de maio a 2 de junho de 2012

Local: são paulo - sp

Fonte: www.saudeempautaonline.com.br e www.drteuto.com.br/eventos

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Implantes de silicone surgiram em 1959 com intuito de aumentar e reconstruir ma-mas. Ao longo desse período modificações tecnológicas benéficas ocorreram em sua confecção.

nos últimos 15 anos, por conta das mu-danças dos conceitos estéticos da moda houve uma desenfreada procura por esta cirurgia, trazendo consequências.

é preciso considerar que toda cirurgia plástica é ramo da cirurgia geral, o que sig-nifica que ela está sujeita a quaisquer com-plicações inerentes, por exemplo, a uma ce-sariana ou retirada de apêndice. Isto posto, é fundamental que o cirurgião plástico alerte a paciente de que poderá surgir algum pro-blema que não tem relação com a técnica empregada pelo médico durante o ato ci-rúrgico - intercorrências podem existir sem que isto se configure como erro médico.

por questões éticas, legais e de respeito a paciente, há uma orientação por parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia plástica e do Conselho federal de medicina, para que o médico elabore um documento (Termo de Consentimento e Informação) no qual cons-tam todos os riscos inerentes àquele tipo de procedimento; a paciente deve ler com atenção, esclarecer dúvidas e assinar.

Exemplificando: Após a colocação da prótese, a mesma é envolvida por uma membrana que nós chamamos de CÁpSU-LA, e esta membrana pode se espessar e endurecer a mama - é o que chamamos de COnTRATURA CApSULAR; há solução para isso, porém, muitas vezes temos que recor-rer a nova cirurgia.

Dez anos? - A troca da prótese, habitual-mente, não deve ocorrer antes de dez anos, embora isso possa ocorrer, ou por uma con-tratura ou por outras alterações.

Em síntese, é falso afirmar que o implan-te precisa ser substituído a cada dez anos como também não existe prótese definitiva.

Outra intercorrência que pode ocorrer é eliminação do implante. O organismo de-

Prótesesjoão de moraes prado neto e luís Felipe moraes prado

senvolve um líquido reacional em torno da prótese e tenta expulsá-lo juntamente com o implante: isto pode acarretar a remoção do implante e recolocação de um outro, no mínimo três meses depois.

Demanda - Esta demanda desenfreada pelas próteses despertou o apetite voraz de empresas, que passaram a produzi-las sem zelo compatível com materiais a serem implantados no corpo. Aliado a este fato, o descuido e a negligência de órgãos sanitá-rios governamentais (AnvISA), próteses de péssima qualidade impregnaram o mercado, causando complicações, sobretudo entre as 20.000 mulheres portadoras dos implantes pIp (francês) e ROfIL (holandês) em nosso país. Estas próteses foram preenchidas com gel industrial fraudado, não coesivos, isto é, quando roto, este implante espalha o gel que se impregna em tecidos fora da mama, causando graves processos inflamatórios.

é preciso entender que as próteses con-sagradas também podem se romper, porém, quando isto ocorre, o gel, altamente coesi-vo não sai do seu sítio de implantação; além disso, o índice de ruptura é sensivelmente mais baixo.

Diagnóstico - vale ressaltar que por orientação da Sociedade Brasileira de Cirur-gia plástica, e da AnvISA, a troca dos im-plantes pIp e ROfIL deverá ser feita de ime-diato apenas nas pacientes que tiverem suas próteses rompidas, diagnóstico feito pelo cirurgião plástico e confirmado pela ultras-sonografia. As pacientes com implantes ín-tegros devem procurar seus médicos para se assegurar de que está tudo bem, realizando exames periódicos posteriormente.

finalizo, alertando as pacientes que, se ti-verem dúvidas, recorram aos seus cirurgiões plásticos ou ao site da Sociedade Brasileira Cirurgia plástica, que é a única entidade no Brasil a representar os médicos especialistas em cirurgia plástica (www.cirurgiaplastica.org.br)

Luís Felipe Moraes Prado

membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia plástica, membro da International Society of Aesthetic plastic Surgery (ISApS) e pós-graduação no Instituto Ivo pitanguy

João de Moraes Prado Neto

vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia plástica, membro titular da SBCp e membro titular da International Society of Aesthetic plastic Surgery (ISApS)

30 CONECTADO SAÚDE

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