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Bibliografia -Dinis, J. L., Nazaré: do Canhão à “falha”, da Hipótese ao Mito, 385pp a 387pp. -Caldas da Saúde. Online: http://www.caldas-da-saude.pt/ (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). -Snirh Júnior. Online: http://snirh.pt/junior/ (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). -e-Geo - Sistema Nacional de Informação Geocientífica / LNEG (2004). Catálogo de Recursos Geotérmicos em Portugal Continental. Online: http://e-geo.ineti.pt/ bds/recursos_geotermicos/Ocorrencias/39_caldas_rainha.htm (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). -Mapa de Portugal. Online http://www.google.pt (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). -Mapa das Caldas da Rainha. Online http://www.google.pt (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). -Museu do Hospital e das Caldas. Hospital de Nossa Senhora do Pópulo. Online: http://museudohospital.wordpress.com/historia-e-patrimonio/o-centro-hospitalar/ (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). Objectivo: Estudar a evolução das populações (humana) associada à variabilidade das disponibilidades hídricas superficiais e subterrâneas. Enquadramento geológico A região onde se encontram as nascentes termais de Caldas da Rainha enquadram-se no vale tifónico de Caldas da Rainha, de orientação geral NNE-SSW, resultante da actividade tectónica da falha das Caldas da Rainha. A estrutura tem manifestações na geomorfologia actual resultantes da movimentação de materiais argilo-evaporíticos em grande parte do seu traçado, conjugada com falhas tranversais N-S a WNW, desenvolvendo a sul um acentuado vale tifonico. Enquadramento histórico Nascidas das águas, a cidade das Caldas da Rainha floresceu graças a um hospital, criado em 1485. A cidade das Caldas da Rainha, na região Centro, no distrito de Leiria e pertence ao município com o mesmo nome, onde a presença humana tem raízes longínquas. Esta região foi habitada pelos romanos, confirmada esta presença pelos vestígios arqueológicos encontrados da cidade de Eburobrittium, que deixaram as suas marcas e exploraram as águas sulfurosas existentes. Inicialmente, as caldas de Óbidos eram frequentadas por leprosos e doentes reumáticos. Em 1485, a Rainha D. Leonor fundou o Hospital Termal das Caldas da Rainha, com o objectivo de dar assistência a todos os pobres e enfermos do país. É considerado por isso o primeiro Hospital Termal do Mundo. O aparecimento desta instituição assistencial deu origem a uma nova povoação – as Caldas da Rainha, a que D. Manuel concedeu o título de vila em 1511. CONDICIONALISMOS GEOLÓGICOS NO DESENVOLVIMENTO DE CIDADES: O CASO DAS CALDAS DA RAINHA Conceição, R; Peralta, T. [email protected]; [email protected] Instituto Educativo do Juncal As águas termais e o nascimento de uma cidade A zona de recarga é a serra dos Candeeiros, em afloramentos do Jurássico Superior, escoando-se a massa de água sobre as "Camadas da Dagorda", de onde ganha a maior parte da sua mineralização. Na parte central da bacia o circuito hidromineral alcança profundidades entre os 1400 m e os 2100 m, pelo que o fluido chega a atingir temperaturas da ordem dos 75º C. As "Margas da Dagorda" constituem, portanto, uma barreira à progressão do escoamento hidromineral, provocando um fluxo ascensional rápido das águas profundas através da falha que bordeja o diapiro na parte oriental, dando origem a descargas subterrâneas importantes, cujos caudais parecem ter-se mantido inalteráveis desde o século XVI. Concluímos então que, determinadas condições geológicas favorecem o aparecimento de recurso hidrotermais que estão na origem e desenvolvimento da cidade das Caldas da Rainha. Agradecimentos Agradecemos professor Jorge Guilherme, Professor Doutor Jorge Dinis, ao Hospital de Nossa Senhora do Pópulo pela informação e orientação na realização deste trabalho Figura 3 – Antiga piscina de banhos da Rainha D. Leonor. Tabela 1: Composição química da água hidrotermal Designação AC1A Observações Resíduo seco a 180º 586 Mg/l Dureza 2.0 p.p. 10EE 5 Ca CO3 Alcalinidade 21,5 Ml/1 HC1 N/10 Ph a 26º 8,69 --- Condutividade a 26.6º 975 S*cm-1 Sulfuração Total 89,5 Ml l2 0,01N CO2 Total 1,50 Mmol/l Silício Total 93,4 Mg/l de SiO2 Aniões 330 --- Catiões 187 --- Sílica 86,2 --- Figura 1 - Localização da região em estudo. Figura 2 – Extracto da carta geológica n. º 26D (Caldas da Rainha). Escala 1: 50 000. Figura 4 – Desenho esquemático do Hospital no séc. XVIII Figura 5 – Actual zona de tratamento. Figura 6 – Fachada principal do Hospital Termal das Caldas da Rainha. N

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Page 1: CONDICIONALISMOS GEOLÓGICOS NO ......Inicialmente, as caldas de Óbidos eram frequentadas por leprosos e doentes reumáticos. Em 1485, a Rainha D. Leonor fundou o Hospital Termal

Bibliografia

- Dinis, J. L., Nazaré: do Canhão à “falha”, da Hipótese ao Mito, 385pp a 387pp. - Caldas da Saúde. Online: http://www.caldas-da-saude.pt/ (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). - Snirh Júnior. Online: http://snirh.pt/junior/ (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). - e-Geo - Sistema Nacional de Informação Geocientífica / LNEG (2004). Catálogo de Recursos Geotérmicos em Portugal Continental. Online: http://e-geo.ineti.pt/bds/recursos_geotermicos/Ocorrencias/39_caldas_rainha.htm (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). - Mapa de Portugal. Online http://www.google.pt (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). - Mapa das Caldas da Rainha. Online http://www.google.pt (disponível em 24 de Fevereiro de 20011). - Museu do Hospital e das Caldas. Hospital de Nossa Senhora do Pópulo. Online: http://museudohospital.wordpress.com/historia-e-patrimonio/o-centro-hospitalar/ (disponível em 24 de Fevereiro de 20011).

Objectivo:

Estudar a evolução das populações (humana) associada à variabilidade das disponibilidades hídricas superficiais e subterrâneas.

Enquadramento geológico

A região onde se encontram as nascentes termais de Caldas da Rainha enquadram-se no vale tifónico de Caldas da Rainha, de orientação geral NNE-SSW, resultante da actividade tectónica da falha das Caldas da Rainha. A estrutura tem manifestações na geomorfologia actual resultantes da movimentação de materiais argilo-evaporíticos em grande parte do seu traçado, conjugada com falhas tranversais N-S a WNW, desenvolvendo a sul um acentuado vale tifonico.

Enquadramento histórico

Nascidas das águas, a cidade das Caldas da Rainha floresceu graças a um hospital, criado em 1485. A cidade das Caldas da Rainha, na região Centro, no distrito de Leiria e pertence ao município com o mesmo nome, onde a presença humana tem raízes longínquas. Esta região foi habitada pelos romanos, confirmada esta presença pelos vestígios arqueológicos encontrados da cidade de Eburobrittium, que deixaram as suas marcas e exploraram as águas sulfurosas existentes. Inicialmente, as caldas de Óbidos eram frequentadas por leprosos e doentes reumáticos. Em 1485, a Rainha D. Leonor fundou o Hospital Termal das Caldas da Rainha, com o objectivo de dar assistência a todos os pobres e enfermos do país. É considerado por isso o primeiro Hospital Termal do Mundo. O aparecimento desta instituição assistencial deu origem a uma nova povoação – as Caldas da Rainha, a que D. Manuel concedeu o título de vila em 1511.

CONDICIONALISMOS GEOLÓGICOS NO DESENVOLVIMENTO DE CIDADES: O CASO DAS CALDAS DA RAINHA

Conceição, R; Peralta, T. [email protected]; [email protected]

Instituto Educativo do Juncal

As águas termais e o nascimento de uma cidade

A zona de recarga é a serra dos Candeeiros, em afloramentos do Jurássico Superior, escoando-se a massa de água sobre as "Camadas da Dagorda", de onde ganha a maior parte da sua mineralização. Na parte central da bacia o circuito hidromineral alcança profundidades entre os 1400 m e os 2100 m, pelo que o fluido chega a atingir temperaturas da ordem dos 75º C. As "Margas da Dagorda" constituem, portanto, uma barreira à progressão do escoamento hidromineral, provocando um fluxo ascensional rápido das águas profundas através da falha que bordeja o diapiro na parte oriental, dando origem a descargas subterrâneas importantes, cujos caudais parecem ter-se mantido inalteráveis desde o século XVI. Concluímos então que, determinadas condições geológicas favorecem o aparecimento de recurso hidrotermais que estão na origem e desenvolvimento da cidade das Caldas da Rainha.

Agradecimentos Agradecemos professor Jorge Guilherme, Professor Doutor Jorge Dinis, ao Hospital de Nossa Senhora do Pópulo pela informação e orientação na realização deste trabalho

Figura 3 – Antiga piscina de banhos da Rainha D. Leonor.

Tabela 1: Composição química da água hidrotermal Designação AC1A Observações Resíduo seco a 180º 586 Mg/l Dureza 2.0 p.p. 10EE 5 Ca CO3 Alcalinidade 21,5 Ml/1 HC1 N/10 Ph a 26º 8,69 --- Condutividade a 26.6º 975 S*cm-1 Sulfuração Total 89,5 Ml l2 0,01N CO2 Total 1,50 Mmol/l Silício Total 93,4 Mg/l de SiO2 Aniões 330 --- Catiões 187 --- Sílica 86,2 ---

Figura 1 - Localização da região em estudo.

Figura 2 – Extracto da carta geológica n. º 26D (Caldas da Rainha). Escala 1: 50 000.

Figura 4 – Desenho esquemático do Hospital no séc. XVIII

Figura 5 – Actual zona de tratamento.

Figura 6 – Fachada principal do Hospital Termal das Caldas da Rainha.

N