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edição revista atualizada ampliada Concursos Públicos BASE • Espaços para anotações • Letra maior para uma leitura confortável • Em espiral para facilitar o manuseio • Artigos mais cobrados destacados e com súmulas correlatas transcritas

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Page 1: Concursos Públicos€¦ · ` Lei 11.343/2006: art. 66. ` Portaria 344/1998 do SVS/MS– Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial

5ª edição

revistaatualizadaampliada

Concursos Públicos

BASE

• Espaços para anotações

• Letra maior para uma leitura confortável

• Em espiral para facilitar o manuseio

• Artigos mais cobrados destacados e com súmulas correlatas transcritas

Page 2: Concursos Públicos€¦ · ` Lei 11.343/2006: art. 66. ` Portaria 344/1998 do SVS/MS– Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTARLEI 11.343/2006 674

de subsidiar o sistema nacional de dados e informações relativo às mulheres.Parágrafo único. As Secretarias de Seguran-ça Pública dos Estados e do Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.

` Lei 13.341/2016: art. 2º, IV (transforma o Ministério da Justiça em Ministério da Justiça e Cidadania).

Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência. (Artigo acrescido pela Lei 13.827/2019)Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em banco de da-dos mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas compe-tências e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

� Art. 41. Aos crimes praticados com vio-lência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995.

` ADC 19: o STF, por unanimidade, “julgou procedente a ação declaratória para declarar a constitucionalidade art. 41 da Lei 11.340/2006”. (D.O.U. 17.2.2012)

Art. 42. O art. 313 do Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:(...)Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:(...)Art. 44. O art. 129 do Decreto-lei 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:(...)

Art. 45. O art. 152 da Lei 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:(...)Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua publicação.

Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da Inde-pendência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Publicado no D.O.U. 8.8.2006

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

` Súm. 501 do STJ.` Decreto 5.912/2006 – Regulamenta a Lei 11.343/2006.

Art. 1º. Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso in-devido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.

` Decreto 5.912/2006: art. 1º.

Parágrafo único. Para fins desta Lei, consi-deram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

` Lei 11.343/2006: art. 66.` Portaria 344/1998 do SVS/MS– Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.

Art. 2º. Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psico-trópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

` CF/88: art. 243.` Lei 8.257/1991 – Expropriação das glebas nas quais se localizem culturas ilegais de plantas psicotrópicas.

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais

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LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR LEI 11.343/2006675

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referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II. DO SISTEMA NACIONAL DE

POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º. O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com:I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto orde-nado de princípios, regras, critérios e recursos materiais e humanos que envolvem as po-líticas, planos, programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e Municípios. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.840/2019)§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS, e com o Sistema Único de Assistência Social - SUAS. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.840/2019)

CAPÍTULO I. DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE

DROGAS

Art. 4º. São princípios do Sisnad:I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;II – o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecen-do-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabele-cimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;V – a promoção da responsabilidade comparti-lhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social nas ativi-dades do Sisnad;

VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso in-devido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;VII – a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevi-do, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;VIII – a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;IX – a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a nature-za complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;X – a observância do equilíbrio entre as ativi-dades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;XI – a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas – Conad.

Art. 5º. O Sisnad tem os seguintes objetivos:I – contribuir para a inclusão social do cida-dão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;II – promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;III – promover a integração entre as políti-cas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Exe-cutivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;IV – assegurar as condições para a coordena-ção, a integração e a articulação das atividades de que trata o art. 3º desta Lei.

CAPÍTULO II. DO SISTEMA NACIONAL DE

POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

` Denominação do capítulo com redação dada pela Lei 13.840/2019

SEÇÃO I DA COMPOSIÇÃO DO SISTEMA

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LEGISLAÇÃO COMPLEMENTARLEI 11.343/2006 676

NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 6º. (VETADO).

Art. 7º. A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descen-tralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento desta Lei.

Art. 7º-A. (VETADO na Lei 13.840/2019)Art. 8º. (VETADO).

SEÇÃO II DAS COMPETÊNCIAS

` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 8º-A. Compete à União: (Artigo acrescido pela Lei 13.840/2019)I - formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas;II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal, Municípios e a sociedade;III - coordenar o Sisnad;IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad e suas normas de referência;V - elaborar objetivos, ações estratégicas, me-tas, prioridades, indicadores e definir formas de financiamento e gestão das políticas sobre drogas;VI e VII - (VETADOS na Lei 13.840/2019)VIII - promover a integração das políticas sobre drogas com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a execução das políticas sobre drogas, observadas as obrigações dos inte-grantes do Sisnad;X - estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito Federal e Municípios para a execução das políticas sobre drogas;XI - garantir publicidade de dados e informa-ções sobre repasses de recursos para financia-mento das políticas sobre drogas;XII - sistematizar e divulgar os dados esta-tísticos nacionais de prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas;XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes transfronteiriços; e

XIV - estabelecer uma política nacional de con-trole de fronteiras, visando a coibir o ingresso de drogas no País.

Arts. 8º-B e 8º-C. (VETADOS na Lei 13.840/2019)

CAPÍTULO II-A DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS

SOBRE DROGAS` Capítulo acrescido pela Lei 13.840/2019

SEÇÃO I DO PLANO NACIONAL DE POLÍTICAS

SOBRE DROGAS` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre outros: (Artigo acrescido pela Lei 13.840/2019)I - promover a interdisciplinaridade e inte-gração dos programas, ações, atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, tra-balho, assistência social, previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de drogas, atenção e rein-serção social dos usuários ou dependentes de drogas;II - viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação e avaliação das políticas sobre drogas;III - priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção do uso de drogas;IV - ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas, promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissional;V - promover o acesso do usuário ou depen-dente de drogas a todos os serviços públicos;VI - estabelecer diretrizes para garantir a efe-tividade dos programas, ações e projetos das políticas sobre drogas;VII - fomentar a criação de serviço de atendi-mento telefônico com orientações e informa-ções para apoio aos usuários ou dependentes de drogas;VIII - articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, renda e capacitação para o trabalho, com objetivo de promover a inserção profissional da pessoa que haja cumprido o plano individual de atendimento nas fases de tratamento ou acolhimento;IX - promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de economia solidária e o cooperativismo, como forma de promo-ver autonomia ao usuário ou dependente de

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LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR LEI 11.343/2006677

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drogas egresso de tratamento ou acolhimento, observando-se as especificidades regionais;X - propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetivação das diretrizes e princípios previstos no art. 22;XI - articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no enfrentamento ao abuso de drogas; eXII - promover estudos e avaliação dos resul-tados das políticas sobre drogas.§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar de sua aprovação.§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas.

SEÇÃO II DOS CONSELHOS DE POLÍTICAS

SOBRE DROGAS` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre dro-gas, constituídos por Estados, Distrito Federal e Municípios, terão os seguintes objetivos: (Artigo acrescido pela Lei 13.840/2019)I - auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas;II - colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na execução das políticas sobre drogas, visando à efetividade das polí-ticas sobre drogas;III - propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elaboração de progra-mas, ações, atividades e projetos voltados à prevenção, tratamento, acolhimento, reinser-ção social e econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas;IV - promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o planejamento das políticas sobre drogas;V - propor políticas públicas que permitam a integração e a participação do usuário ou dependente de drogas no processo social, econômico, político e cultural no respectivo ente federado; eVI - desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas em consonância com o Sisnad e com os respectivos planos.

SEÇÃO III DOS MEMBROS DOS CONSELHOS DE

POLÍTICAS SOBRE DROGAS` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 8º-F. (VETADO na Lei 13.840/2019)

CAPÍTULO III. (VETADO).

Arts. 9º a 14. (VETADOS).

CAPÍTULO IV. DO ACOMPANHAMENTO E DA

AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

` Denominação do capítulo com redação dada pela Lei 13.840/2019

Art. 15. (VETADO).

Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

` CPP: art. 809.

TÍTULO III. DAS ATIVIDADES DE

PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E

DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I. DA PREVENÇÃO

SEÇÃO I DAS DIRETRIZES

` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção.

Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os se-guintes princípios e diretrizes:

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LEGISLAÇÃO COMPLEMENTARLEI 11.343/2006 678

I – o reconhecimento do uso indevido de dro-gas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;II – a adoção de conceitos objetivos e de fun-damentação científica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estig-matização das pessoas e dos serviços que as atendam;III – o fortalecimento da autonomia e da res-ponsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas;IV – o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;V – a adoção de estratégias preventivas di-ferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;VI – o reconhecimento do “não uso”, do “re-tardamento do uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;VII – o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração as suas necessidades específicas;VIII – a articulação entre os serviços e organi-zações que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respec-tivos familiares;IX – o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;X – o estabelecimento de políticas de for-mação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;XI – a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;XII – a observância das orientações e normas emanadas do Conad;XIII – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-lescente – Conanda.

SEÇÃO II DA SEMANA NACIONAL DE POLÍTICAS

SOBRE DROGAS` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, comemorada anu-almente, na quarta semana de junho. (Artigo acrescido pela Lei 13.840/2019)§ 1º No período de que trata o caput, serão intensificadas as ações de:I - difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de drogas;II - promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre drogas;III - difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção social e econômica de usuários de drogas;IV - divulgação de iniciativas, ações e campa-nhas de prevenção do uso indevido de drogas;V - mobilização da comunidade para a parti-cipação nas ações de prevenção e enfrenta-mento às drogas;VI - mobilização dos sistemas de ensino pre-vistos na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na realização de atividades de pre-venção ao uso de drogas.

CAPÍTULO II DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO,

TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE REINSERÇÃO SOCIAL E

ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

` Denominação do capítulo com redação dada pela Lei 13.840/2019

SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS

` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.

Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.

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LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR LEI 11.343/2006679

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Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependen-te de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:I – respeito ao usuário e ao dependente de dro-gas, independentemente de quaisquer condi-ções, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;

II – a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos fami-liares que considerem as suas peculiaridades socioculturais;

III – definição de projeto terapêutico indivi-dualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;

IV – atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;

V – observância das orientações e normas emanadas do Conad;

VI – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

VII - estímulo à capacitação técnica e profis-sional; (Inciso acrescido pela Lei 13.840/2019)

VIII - efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação continuada e ao tra-balho; (Inciso acrescido pela Lei 13.840/2019)

IX - observância do plano individual de atendi-mento na forma do art. 23-B desta Lei; (Inciso acrescido pela Lei 13.840/2019)

X - orientação adequada ao usuário ou de-pendente de drogas quanto às consequências lesivas do uso de drogas, ainda que ocasional. (Inciso acrescido pela Lei 13.840/2019)

SEÇÃO II DA EDUCAÇÃO NA REINSERÇÃO SOCIAL

E ECONÔMICA` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão atendimento nos programas de educação profissional e tecnológica, educação de jovens e adultos e alfabetização. (Artigo acrescido pela Lei 13.840/2019)

SEÇÃO III DO TRABALHO NA REINSERÇÃO SOCIAL

E ECONÔMICA` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 22-B. (VETADO na Lei 13.840/2019)

SEÇÃO IV DO TRATAMENTO DO USUÁRIO OU

DEPENDENTE DE DROGAS` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de aten-ção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.

Art. 23-A. O tratamento do usuário ou de-pendente de drogas deverá ser ordenado em uma rede de atenção à saúde, com prioridade para as modalidades de tratamento ambula-torial, incluindo excepcionalmente formas de internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos termos de normas dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistên-cia social e em etapas que permitam: (Artigo acrescido pela Lei 13.840/2019)I - articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a população;II - orientar-se por protocolos técnicos prede-finidos, baseados em evidências científicas, oferecendo atendimento individualizado ao usuário ou dependente de drogas com abor-dagem preventiva e, sempre que indicado, ambulatorial;III - preparar para a reinserção social e eco-nômica, respeitando as habilidades e proje-tos individuais por meio de programas que articulem educação, capacitação para o tra-balho, esporte, cultura e acompanhamento individualizado; eIV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articulada.§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento, em âmbito nacional.§ 2º A internação de dependentes de drogas somente será realizada em unidades de saúde ou hospitais gerais, dotados de equipes mul-tidisciplinares e deverá ser obrigatoriamente autorizada por médico devidamente registra-do no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento no qual se dará a internação.§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de in-ternação:I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do dependente de drogas;II - internação involuntária: aquela que se dá, sem o consentimento do dependente, a

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LEGISLAÇÃO COMPLEMENTARLEI 11.343/2006 680

pedido de familiar ou do responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor público da área de saúde, da assistência social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores da área de segurança pública, que constate a existência de motivos que justifiquem a medida.§ 4º A internação voluntária:I - deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que optou por este regime de tratamento;II - seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por solicitação escrita da pessoa que deseja interromper o tratamento.§ 5º A internação involuntária:I - deve ser realizada após a formalização da decisão por médico responsável;II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde;III - perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo máximo de 90 (no-venta) dias, tendo seu término determinado pelo médico responsável;IV - a família ou o representante legal pode-rá, a qualquer tempo, requerer ao médico a interrupção do tratamento.§ 6º A internação, em qualquer de suas moda-lidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão ser informadas, em, no máxi-mo, de 72 (setenta e duas) horas, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização, por meio de sistema informati-zado único, na forma do regulamento desta Lei.§ 8º É garantido o sigilo das informações dis-poníveis no sistema referido no § 7º e o acesso será permitido apenas às pessoas autorizadas a conhecê-las, sob pena de responsabilidade.§ 9º É vedada a realização de qualquer mo-dalidade de internação nas comunidades terapêuticas acolhedoras.§ 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual deverão observar, no que couber, o previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

SEÇÃO V DO PLANO INDIVIDUAL DE

ATENDIMENTO` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 23-B. O atendimento ao usuário ou de-pendente de drogas na rede de atenção à saúde dependerá de: (Artigo acrescido pela Lei 13.840/2019)I - avaliação prévia por equipe técnica multi-disciplinar e multissetorial; eII - elaboração de um Plano Individual de Aten-dimento - PIA.§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica sub-sidiará a elaboração e execução do projeto terapêutico individual a ser adotado, levan-tando no mínimo:I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; eII - o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas ou das pessoas com as quais convive.§ 2º (VETADO na Lei 13.840/2019)§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsáveis, os quais têm o dever de contribuir com o processo, sendo esses, no caso de crianças e adolescentes, passíveis de responsabilização civil, adminis-trativa e criminal, nos termos da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do primei-ro projeto terapêutico que atender o usuário ou dependente de drogas e será atualizado ao longo das diversas fases do atendimento.§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo:I - os resultados da avaliação multidisciplinar;II - os objetivos declarados pelo atendido;III - a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação profissional;IV - atividades de integração e apoio à família;V - formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano individual;VI - designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimento do previsto no plano; eVII - as medidas específicas de atenção à saúde do atendido.§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do ingresso no aten-dimento.§ 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano individual de aten-dimento são consideradas sigilosas.

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de tra-balho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.

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Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condi-cionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liber-dade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema pe-nitenciário.

SEÇÃO VI DO ACOLHIMENTO EM COMUNIDADE

TERAPÊUTICA ACOLHEDORA` Seção acrescida pela Lei 13.840/2019

Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na comunidade tera-pêutica acolhedora caracteriza-se por: (Artigo acrescido pela Lei 13.840/2019)I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogas que visam à abs-tinência;

II - adesão e permanência voluntária, formali-zadas por escrito, entendida como uma etapa transitória para a reinserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas;

III - ambiente residencial, propício à forma-ção de vínculos, com a convivência entre os pares, atividades práticas de valor educativo e a promoção do desenvolvimento pessoal, vocacionada para acolhimento ao usuário ou dependente de drogas em vulnerabilidade social;

IV - avaliação médica prévia;

V - elaboração de plano individual de atendi-mento na forma do art. 23-B desta Lei; e

VI - vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas.

§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometimentos biológicos e psicológicos de natureza grave que mereçam atenção médico-hospitalar contínua ou de emergência, caso em que deverão ser enca-minhadas à rede de saúde.§§ 2º a 5º (VETADOS na Lei 13.840/2019)

CAPÍTULO III. DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste CAPÍTULO poderão ser aplicadas isolada ou cumulati-vamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o de-fensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

` Lei 11.343/2006: art. 48.` Lei 8.257/1991: art. 1º.` Decreto 511/1992: art. 1º.

I – advertência sobre os efeitos das drogas;II – prestação de serviços à comunidade;

` CP: art. 46.

III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.§ 1º. Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.§ 2º. Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.§ 3º. As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.§ 4º. Em caso de reincidência, as penas pre-vistas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

` CP: arts. 63 e 64.

§ 5º. A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hos-pitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocu-pem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.§ 6º. Para garantia do cumprimento das me-didas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:I – admoestação verbal;II – multa.

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LEGISLAÇÃO COMPLEMENTARLEI 11.343/2006 684

III – a infração tiver sido cometida nas depen-dências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de se-des de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos on-de se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;IV – o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

` CF/88: art. 144, § 1º, II.` Lei 10.446/2002: art. 1º, par. único.` Súm. 587 do STJ.

VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

` Lei 8.069/1990: arts. 243 e 244-B.

VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.

� Art. 41. O indiciado ou acusado que co-laborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços).

` CP: art. 65, III, b.

� Art. 42. O juiz, na fixação das penas, consi-derará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a 1/30 (um trinta avos) nem superior a cinco vezes o maior sa-lário mínimo.Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômi-ca do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

� Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

` CF/88: art. 5º, XLII.` Lei 8.072/1990: art. 2º.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento con-dicional após o cumprimento de 2/3 (dois terços) da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

` CP: art. 83, V.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, pro-veniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal pra-ticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

` CP: arts. 26 a 28.

Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

` CP: art. 28, § 2º.

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para trata-mento, realizada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III. DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos proces-sos por crimes definidos neste TÍTULO rege-se

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pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.§ 1º. O agente de qualquer das condutas pre-vistas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.§ 2º. Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele com-parecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.§ 3º. Se ausente a autoridade judicial, as pro-vidências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a deten-ção do agente.§ 4º. Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.§ 5º. Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juiza-dos Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomen-dem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999.

SEÇÃO I. DA INVESTIGAÇÃO

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imedia-tamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

` CF/88: art. 5º, LXI.` CPP: arts. 4º, 302 e 306, § 2º.

§ 1º. Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materiali-dade do delito, é suficiente o laudo de cons-tatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

` CPP: art. 158.

§ 2º. O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impe-dido de participar da elaboração do laudo definitivo.

` CPP: art. 159.

§ 3º. Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. § 4º. A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária. § 5º. O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição total delas.

Art. 50-A. A destruição das drogas apreendi-das sem a ocorrência de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. (Redação dada pela Lei 13.840/2019)

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:I – relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quanti-dade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstân-cias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ouII – requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:I – necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;

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II – necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

Art. 53. Em qualquer fase da persecução cri-minal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Mi-nistério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:I – a infiltração por agentes de polícia, em ta-refas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;II – a não atuação policial sobre os portado-res de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

SEÇÃO II. DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do in-quérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes pro-vidências:I – requerer o arquivamento;

` CPP: art. 28.

II – requisitar as diligências que entender ne-cessárias;III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.§ 1º. Na resposta, consistente em defesa pre-liminar e exceções, o acusado poderá arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.

§ 2º. As exceções serão processadas em aparta-do, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal.§ 3º. Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.§ 4º. Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.§ 5º. Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligên-cias, exames e perícias.

Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.§ 1º. Tratando-se de condutas tipificadas co-mo infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.§ 2º. A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julga-mento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.Parágrafo único. Após proceder ao interro-gatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.

` CPP: art. 188.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.§ 1º. (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)§ 2º. (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)

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Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

CAPÍTULO IV. DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO

E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministé-rio Público ou do assistente de acusação, ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias nos casos em que haja suspeita de que os bens, direitos ou valores sejam produto do crime ou cons-tituam proveito dos crimes previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. (Redação dada pela Lei 13.840/2019)

` Lei 8.257/1991: art. 1º.` Decreto 511/1992: art. 1º.

§§ 1º e 2º (Revogados pela Lei 13.840/2019)§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, o juiz poderá determinar a prática de atos necessários à conservação dos bens, direitos ou valores. (Parágrafo com redação dada pela Lei 13.840/2019)§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investigações. (Parágrafo com redação dada pela Lei 13.840/2019)

Art. 60-A. Quando as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 recaírem sobre moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, será determinada, imediatamente, a conversão em moeda nacional. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019)§ 1º A moeda estrangeira apreendida em es-pécie será encaminhada a instituição finan-ceira ou equiparada para alienação na forma prevista pelo Conselho Monetário Nacional.§ 2º Em caso de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º, a moeda estrangeira será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o seu destino.§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira, caso seja verificada a inexistência

de valor de mercado, a moeda poderá ser doada à representação diplomática do seu país de origem ou destruída.§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada em vigor da Medida Provisória nº 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam custodiados nas dependências do Banco Central do Brasil serão transferidos, no prazo de trezentos e sessenta dias, à Caixa Econômica Federal para que se proceda à alienação ou custódia, de acordo com o pre-visto nesta Lei.

Art. 61. A apreensão de veículos, embarca-ções, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judiciária respon-sável pela investigação ao juízo competente. (Redação dada pela Lei 13.840/2019)§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que trata o caput, deter-minará a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica. (Redação dada pela Lei 13.840/2019)§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará a exposição sucinta do nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens apreendidos, a descrição e especificação dos objetos, as informações sobre quem os tiver sob custódia e o local em que se encontrem. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.840/2019)§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será realizada por oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, caso sejam necessários conheci-mentos especializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10 (dez) dias. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.840/2019)§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministério Público e o in-teressado para se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, dirimidas eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos bens. (Pará-grafo acrescido pela Lei 13.840/2019)§ 5º (VETADO na Lei 13.840/2019)§§ 6º a 8º (Revogados pela Lei nº 13.886, de 17/10/2019.)§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o cumprimento da regra estipulada no § 1º deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.886/2019)§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confis-cados a regra estabelecida no § 1º deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.886/2019)§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos por meio de hasta pública, prefe-

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rencialmente por meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não infe-rior a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação judicial. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.886/2019)§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazen-da e aos órgãos de registro e controle que efetuem as averbações necessárias, tão logo tenha conhecimento da apreensão. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.886/2019)§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere competente para o registro, bem como as secretarias de fazenda, devem proceder à regularização dos bens no prazo de 30 (trinta) dias, ficando o arrematante isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.886/2019)§ 14. Eventuais multas, encargos ou tribu-tos pendentes de pagamento não podem ser cobrados do arrematante ou do órgão público alienante como condição para regu-larização dos bens. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.886/2019)§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a autoridade de trânsito ou o órgão congênere competente para o registro poderá emitir novos identificadores dos bens. (Pará-grafo acrescido pela Lei 13.886/2019)

Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público e garantida a pré-via avaliação dos respectivos bens. (Redação dada pela Lei 13.840/2019)§ 1º (Revogado pela Lei 13.886/2019)§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a existência do interesse público mencionado no caput deste artigo e indique o órgão que deve receber o bem. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.886/2019)§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os órgãos de segurança pública que participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à medida. (Parágrafo acrescido pela Lei 13.886/2019)§ 2º A autorização judicial de uso de bens de-verá conter a descrição do bem e a respectiva avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização. (Parágrafo com redação dada pela Lei 13.840/2019)§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a qualquer momento quando por este

solicitado, informações sobre seu estado de conservação. (Parágrafo com redação dada pela Lei 13.840/2019)§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz or-denará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à decisão de utilização do bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União. (Parágrafo com redação dada pela Lei 13.840/2019)§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens utilizados na forma deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada em razão do transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado requerer nova avaliação judicial. (Parágrafo com redação dada pela Lei 13.840/2019)§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a entidade que utilizou o bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens. (Parágrafo com redação dada pela Lei 13.840/2019)§§ 7º a 11 (Revogados pela Lei 13.840/2019)

Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de va-lores referentes ao produto da alienação ou a numerários apreendidos ou que tenham sido convertidos deve ser efetuado na Caixa Econômica Federal, por meio de documento de arrecadação destinado a essa finalidade. (Artigo acrescido pela Lei 13.886/2019)§ 1º Os depósitos a que se refere o caput deste artigo devem ser transferidos, pela Caixa Eco-nômica Federal, para a conta única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contado do momento da realização do depósito, onde ficarão à disposição do Funad.§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial, o valor do depósito será devolvido a ele pela Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 (três) dias úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995.§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdi-mento em favor da União, o valor do depósito será transformado em pagamento definitivo, respeitados os direitos de eventuais lesados e de terceiros de boa-fé.§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econô-mica Federal, por decisão judicial, devem ser efetuados como anulação de receita do Funad no exercício em que ocorrer a devolução.§ 5º A Caixa Econômica Federal deve man-ter o controle dos valores depositados ou devolvidos.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVILArt. 335 292

CAPÍTULO VI DA CONTESTAÇÃO

� Art. 335. O réu poderá oferecer CONTES-TAÇÃO, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:

` arts. 231, § 1º, e 331, § 2º, deste CPC.

I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, compa-recendo, não houver autocomposição;II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipó-tese do art. 334, § 4º, inciso I;III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocor-rendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.

Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contes-tação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

` arts. 342 e 1.047 deste CPC.

� Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:

STJ, 33. A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.

STJ, 485. A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição.

I - inexistência ou nulidade da citação;` arts. 239, §§ 1º e 2º, 276 a 283 e 485, IV, deste CPC.

II - incompetência absoluta e relativa;` arts. 42 a 66 e 340 deste CPC.

III - incorreção do valor da causa;` arts. 291 a 293 deste CPC.

IV - inépcia da petição inicial;` arts. 330, e 485, I, deste CPC.

V - perempção;` art. 485, V, deste CPC.

VI - litispendência;` arts. 24, 240, e 485, V, deste CPC.

VII - coisa julgada;` arts. 485, V, 502 a 508, 601, p.u., e 963, IV, deste CPC.

VIII - conexão;` arts. 54 e 55 deste CPC.

IX - incapacidade da parte, defeito de repre-sentação ou falta de autorização;

` arts. 70 a 76 deste CPC.

X - convenção de arbitragem;` Lei 9.307/1996 (Dispõe sobre a arbitragem).

XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;

` arts. 83 e 300, § 1º, deste CPC. STF, 237. Nas operações com cartão de crédito, os encargos relativos ao financiamento não são considerados no cálculo do ICMS.

XIII - indevida concessão do benefício de gra-tuidade de justiça.

` arts. 100, 351 e 485, § 3º, deste CPC.

§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anterior-mente ajuizada.§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.

` arts. 24, 240, e 485, V, deste CPC.

§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.

` Lei 9.307/1996 (Dispõe sobre a arbitragem).

§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral.

Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.

Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as des-pesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 345293

CPC

§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procede-rá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.

Art. 340. Havendo alegação de incompe-tência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comuni-cado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.

` arts. 70 a 78, CC/2002.` Lei 11.419/2006 (Dispõe sobre a informatização do processo judicial).

§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos au-tos dessa carta, seguindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa.§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.§ 4º Definida a competência, o juízo compe-tente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação.

� Art. 341. Incumbe também ao réu manifes-tar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:

` art. 430 deste CPC.

I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;` art. 389 deste CPC.

II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da subs-tância do ato;

` arts. 108 e 215, CC/2002.

III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defen-sor público, ao advogado dativo e ao curador especial.

Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:I - relativas a direito ou a fato superveniente;II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.

CAPÍTULO VII DA RECONVENÇÃO

` arts. 292 e 319 deste CPC.` Súm. 258, STF.

� Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor RECONVENÇÃO para manifestar pre-tensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

STF, 258. É admissível reconvenção em ação declaratória.

STJ, 292. A reconvenção é cabível na ação monitória, após a conversão do procedimento em ordinário.

§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.

` arts. 90, 200, p.u., 485, VIII, §§ 4º e 5º, e 775 deste CPC.

§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual.§ 6º O réu pode propor reconvenção indepen-dentemente de oferecer contestação.

CAPÍTULO VIII DA REVELIA

� Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão ver-dadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.

` arts. 348 e 355, II, deste CPC. STF, 231. O revel, em processo cível, pode produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno.

� Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVILArt. 346 294

I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispen-sável à prova do ato;

` arts. 108 e 215, CC/2002.

IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.

� Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.

STF, 231. O revel, em processo cível, pode produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno.

Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.

CAPÍTULO IX DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES

E DO SANEAMENTO

� Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providên-cias preliminares constantes das seções deste Capítulo.

SEÇÃO I DA NÃO INCIDÊNCIA DOS EFEITOS DA

REVELIA

� Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado.

` arts. 369 a 484, deste CPC.

Art. 349. Ao réu revel será lícita a produ-ção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção.

SEÇÃO II DO FATO IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR

Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.

` art. 434 deste CPC.

SEÇÃO III DAS ALEGAÇÕES DO RÉU

� Art. 351. Se o réu alegar qualquer das maté-rias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova.

Art. 352. Verificando a existência de irre-gularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.

Art. 353. Cumpridas as providências preli-minares ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o es-tado do processo, observando o que dispõe o Capítulo X.

CAPÍTULO X DO JULGAMENTO CONFORME O

ESTADO DO PROCESSO

SEÇÃO I DA EXTINÇÃO DO PROCESSO

� Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóte-ses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 357295

CPC

SEÇÃO II DO JULGAMENTO ANTECIPADO DO

MÉRITO

Art. 355. O juiz julgará ANTECIPADAMENTE o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:

` art. 487 deste CPC. ` art. 37, caput, Lei 6.515/1977 (Lei do Divórcio).` art. 87, § 3º, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência).

I - não houver necessidade de produção de outras provas;

` arts. 369 a 484 deste CPC.

II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349.

` arts. 356, II, e 550, § 4º, deste CPC.

SEÇÃO III DO JULGAMENTO ANTECIPADO

PARCIAL DO MÉRITO

� Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:I - mostrar-se incontroverso;

` arts. 80, I, 374, III, deste CPC.

II - estiver em condições de imediato julga-mento, nos termos do art. 355.

§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independen-temente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.

` art. 1.015 e ss. deste CPC.

SEÇÃO IV DO SANEAMENTO E DA ORGANIZAÇÃO

DO PROCESSO

� Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo:I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos;

` arts. 369 a 484, deste CPC.

III  - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;V - designar, se necessário, audiência de ins-trução e julgamento.§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas.§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato.§ 7º O juiz poderá limitar o número de tes-temunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente consi-derados.§ 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o dis-posto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.

CAPÍTULO XI DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E

JULGAMENTO` art. 313, § 3º, deste CPC.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVILArt. 358 296

Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar.

Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solu-ção consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.

` Lei 9.307/1996 (Dispõe sobre a arbitragem).

Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:

` art. 360 deste CPC.

I - manter a ordem e o decoro na audiência;II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente;III - requisitar, quando necessário, força policial;IV - tratar com urbanidade as partes, os ad-vogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência.

� Art. 361. As provas orais serão produzi-das em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente:

` arts. 369 a 484, deste CPC.

I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito;II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais;III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz.

� Art. 362. A audiência poderá ser adiada:I - por convenção das partes;II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar;

III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado.§ 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à instrução.§ 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público.§ 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.

Art. 363. Havendo antecipação ou adia-mento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinará a inti-mação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da nova designação.

� Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a cri-tério do juiz.§ 1º Havendo litisconsorte ou terceiro in-terveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso.§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos.

Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemu-nha, desde que haja concordância das partes.Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 373297

CPC

Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.

Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o ocor-rido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a sentença, se proferida no ato.§ 1º Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as folhas, que serão encadernadas em volume próprio.

` Lei 11.419/2006 (Dispõe sobre a informatização do processo judicial).

§ 2º Subscreverão o termo o juiz, os advo-gados, o membro do Ministério Público e o escrivão ou chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver ato de dis-posição para cuja prática os advogados não tenham poderes.§ 3º O escrivão ou chefe de secretaria trasla-dará para os autos cópia autêntica do termo de audiência.§ 4º Tratando-se de autos eletrônicos, obser-var-se-á o disposto neste Código, em legislação específica e nas normas internas dos tribunais.

` Lei 11.419/2006 (Dispõe sobre a informatização do processo judicial).

§ 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julga-dores, observada a legislação específica.§ 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes, independentemente de autoriza-ção judicial.

Art. 368. A audiência será pública, ressal-vadas as exceções legais.

CAPÍTULO XII DAS PROVAS

` art. 1.047 deste CPC.` arts. 212 a 232, CC/2002.` V. Dec. 9.039/2017 (Promulga a Convenção sobre a Obtenção de Provas no Estrangeiro em Matéria Civil ou Comercial).

SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moral-mente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos

em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.

` art. 5º, XII e LVI, CF.` art. 212, CC/2002.` Lei 9.296/1966 (Regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5º da CF).` Súm. 231, STF.

� Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.

` art. 372 deste Código.

Parágrafo único. O juiz indeferirá, em deci-são fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.

� Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.

` art. 479 deste CPC. ` art. 93, IX, CF.

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atri-buindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.

` arts. 7º, 9º, 10 e 115 deste CPC. ` art. 5º, LV, CF.

� Art. 373. O ônus da prova incumbe:` arts. 6º, VIII; 38; e 51, VI, Lei 8.078/1990, CDC.

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;II - ao réu, quanto à existência de fato impe-ditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.

STJ, 301. Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à im-possibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

` art. 6º, VIII, CDC.

§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVILArt. 374 298

§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:I - recair sobre direito indisponível da parte;

` art. 841, CC/2002.

II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.

§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo.

� Art. 374. Não dependem de prova os fatos:I - notórios;

II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;

III - admitidos no processo como incontro-versos;

IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.

STJ, 301. Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade.

Art. 375. O juiz aplicará as regras de experi-ência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.

Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.

` art. 14, Dec.‑Lei 4.657/1942, LInDB.

Art. 377. A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto suspenderão o julgamento da causa no caso previsto no art. 313, inciso V, alínea “b”, quando, tendo sido requeridos antes da decisão de saneamento, a prova neles solicitada for imprescindível.

` arts. 35, 36, 69, I, 260 a 268, deste CPC.

Parágrafo único. A carta precatória e a carta rogatória não devolvidas no prazo ou con-cedidas sem efeito suspensivo poderão ser juntadas aos autos a qualquer momento.

Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o des-cobrimento da verdade.

Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte:I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;II - colaborar com o juízo na realização de ins-peção judicial que for considerada necessária;III - praticar o ato que lhe for determinado.

` art. 5º, II, CF.

Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa:I - informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que tenha conhecimento;

` art. 5º, XIV, CF.

II - exibir coisa ou documento que esteja em seu poder.Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de descumprimento, determinar, além da im-posição de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias.

SEÇÃO II DA PRODUÇÃO ANTECIPADA DA PROVA

� Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: I - haja fundado receio de que venha a tornar--se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito;III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.§ 1º O arrolamento de bens observará o dis-posto nesta Seção quando tiver por finalidade apenas a realização de documentação e não a prática de atos de apreensão. § 2º A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu.§ 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta.§ 4º O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 388299

CPC

empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal.

` art. 109, § 3º, CF.

§ 5º Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a existência de algum fato ou relação jurídica para simples docu-mento e sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.

� Art. 382. Na petição, o requerente apresen-tará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.§ 1º O juiz determinará, de ofício ou a reque-rimento da parte, a citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso.§ 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocor-rência ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas.§ 3º Os interessados poderão requerer a pro-dução de qualquer prova no mesmo procedi-mento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora.§ 4º Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário.

� Art. 383. Os autos permanecerão em car-tório durante 1 (um) mês para extração de cópias e certidões pelos interessados.Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da medida.

SEÇÃO III DA ATA NOTARIAL

� Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou do-cumentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.

` art. 236, CF.` art. 215, CC/2002.

Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos ele-trônicos poderão constar da ata notarial.

SEÇÃO IV DO DEPOIMENTO PESSOAL

� Art. 385. Cabe à parte requerer o depoi-mento pessoal da outra parte, a fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.

` arts. 358 a 368 deste CPC.

§ 1º Se a parte, pessoalmente intimada pa-ra prestar depoimento pessoal e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.

` art. 389 deste CPC.

§ 2º É vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte.§ 3º O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou subseção judiciária di-versa daquela onde tramita o processo poderá ser colhido por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a realização da audiência de instrução e julgamento.

Art. 386. Quando a parte, sem motivo justi-ficado, deixar de responder ao que lhe for perguntado ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e os ele-mentos de prova, declarará, na sentença, se houve recusa de depor.

� Art. 387. A parte responderá pessoalmen-te sobre os fatos articulados, não podendo servir-se de escritos anteriormente preparados, permitindo-lhe o juiz, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar esclarecimentos.

� Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos:I  - criminosos ou torpes que lhe forem im-putados;II  - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu com-panheiro ou de parente em grau sucessível;

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVILArt. 389 300

IV  - que coloquem em perigo a vida do de-poente ou das pessoas referidas no inciso III.Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de família.

SEÇÃO V DA CONFISSÃO

Art. 389. Há confissão, judicial ou extraju-dicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.

` art. 212, I, CC/2002.

Art. 390. A confissão judicial pode ser es-pontânea ou provocada.§ 1º A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por representante com poder especial.

` art. 105 deste CPC.

§ 2º A confissão provocada constará do termo de depoimento pessoal.

Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes.Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens.

` arts. 1.687 e 1.688, CC/2002.

Art. 392. Não vale como confissão a admis-são, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.

` art. 841, CC/2002.

§ 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados.§ 2º A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado.

Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.

` arts. 138 a 155 e 214, CC/2002.

Parágrafo único. A legitimidade para a ação prevista no caput é exclusiva do confitente e pode ser transferida a seus herdeiros se ele falecer após a propositura.

Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.

` art. 215, CC/2002.

Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a bene-ficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fun-damento de defesa de direito material ou de reconvenção.

SEÇÃO VI DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU

COISA` art. 1.015, VI, deste CPC. ` Súm. 372, STJ.

Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder.

Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:I - a individuação, tão completa quanto pos-sível, do documento ou da coisa;

` art. 212, II, CC/2002.

II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa;III - as circunstâncias em que se funda o reque-rente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.

Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias subsequentes à sua intimação.Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qual-

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 405301

CPC

quer meio, que a declaração não corresponde à verdade.

Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:I - o requerido tiver obrigação legal de exibir;

` art. 195, CTN.

II - o requerido tiver aludido ao documen-to ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova;III - o documento, por seu conteúdo, for co-mum às partes.

Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar se:I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398;II - a recusa for havida por ilegítima.Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido.

` arts. 139, IV, e 380, p.u., e 403 deste CPC. ` Súm. 372, STJ.

Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, o de testemunhas, e em seguida proferirá decisão.

Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz ordenar--lhe-á que proceda ao respectivo depósito em cartório ou em outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.

` Súm. 372, STJ.

Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreen-são, requisitando, se necessário, força policial,

sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência, pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a efetivação da decisão.

` arts. 139, IV, e 360, III, deste CPC. ` art. 330, CP.

Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se:I - concernente a negócios da própria vida da família;II - sua apresentação puder violar dever de honra;

` art. 5º, X, CF.

III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal;IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo;

` art. 5º, X, CF.` art. 154, CP.` art. 8º, § 2º, Lei 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública).` art. 34, VII, Lei 8.906/1994, EAOAB.

V - subsistirem outros motivos graves que, se-gundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição;VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do caput disserem respeito a apenas uma parcela do documento, a parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto circunstanciado.

SEÇÃO VII DA PROVA DOCUMENTAL

SUBSEÇÃO I DA FORÇA PROBANTE

DOS DOCUMENTOS

Art. 405. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença.

` Med. Prov. 2.200‑2/2001 (Institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira ‑ ICP‑Brasil, para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica. ` art. 215, CC/2002.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVILArt. 406 302

Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.

` arts. 105, 657, 759 deste CPC. ` arts. 108 e 215, CC/2002.

Art. 407. O documento feito por oficial pú-blico incompetente ou sem a observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.

Art. 408. As declarações constantes do do-cumento particular escrito e assinado ou somente assinado presumem-se verdadeiras em relação ao signatário.

` arts. 219 e 221, CC/2002.` Lei 7.115/1983 (Dispõe sobre prova documental nos casos que indica).

Parágrafo único. Quando, todavia, contiver declaração de ciência de determinado fato, o documento particular prova a ciência, mas não o fato em si, incumbindo o ônus de prová--lo ao interessado em sua veracidade.

Art. 409. A data do documento particular, quando a seu respeito surgir dúvida ou im-pugnação entre os litigantes, provar-se-á por todos os meios de direito.Parágrafo único. Em relação a terceiros, con-siderar-se-á datado o documento particular:I - no dia em que foi registrado;

` art. 127, I, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

II - desde a morte de algum dos signatários;III - a partir da impossibilidade física que so-breveio a qualquer dos signatários;IV - da sua apresentação em repartição pública ou em juízo;V - do ato ou do fato que estabeleça, de modo certo, a anterioridade da formação do docu-mento.

` Súm. 132, STJ.

Art. 410. Considera-se autor do documento particular:I - aquele que o fez e o assinou;II - aquele por conta de quem ele foi feito, estando assinado;III - aquele que, mandando compô-lo, não o firmou porque, conforme a experiência

comum, não se costuma assinar, como livros empresariais e assentos domésticos.

Art. 411. Considera-se autêntico o docu-mento quando:I - o tabelião reconhecer a firma do signatário;II - a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação, inclusive eletrônico, nos termos da lei;

` Lei 11.419/2006 (Dispõe sobre a informatização do processo judicial).

III - não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento.

Art. 412. O documento particular de cuja autenticidade não se duvida prova que o seu autor fez a declaração que lhe é atribuída.Parágrafo único. O documento particular ad-mitido expressa ou tacitamente é indivisível, sendo vedado à parte que pretende utilizar-se dele aceitar os fatos que lhe são favoráveis e recusar os que são contrários ao seu interesse, salvo se provar que estes não ocorreram.

Art. 413. O telegrama, o radiograma ou qual-quer outro meio de transmissão tem a mesma força probatória do documento particular se o original constante da estação expedidora tiver sido assinado pelo remetente.

` art. 222, CC/2002.` Súm. 216, STJ.

Parágrafo único. A firma do remetente pode-rá ser reconhecida pelo tabelião, declarando--se essa circunstância no original depositado na estação expedidora.

Art. 414. O telegrama ou o radiograma pre-sume-se conforme com o original, provando as datas de sua expedição e de seu recebimento pelo destinatário.

` art. 434, CC/2002.

Art. 415. As cartas e os registros domésticos provam contra quem os escreveu quando:I - enunciam o recebimento de um crédito;II - contêm anotação que visa a suprir a falta de título em favor de quem é apontado como credor;

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 425303

CPC

III - expressam conhecimento de fatos para os quais não se exija determinada prova.

` art. 219, CC/2002.

Art. 416. A nota escrita pelo credor em qual-quer parte de documento representativo de obrigação, ainda que não assinada, faz prova em benefício do devedor.

` art. 112, CC/2002.` art. 47, Lei 8.078/1990, CDC.

Parágrafo único. Aplica-se essa regra tanto para o documento que o credor conservar em seu poder quanto para aquele que se achar em poder do devedor ou de terceiro.

Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios per-mitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.

` arts. 966 a 1.195, CC/2002.` art. 19, Lei 5.474/1968 (Dispõe sobre as duplicatas).` art. 100, Lei 6.404/1976 (Dispõe sobre as sociedades por ações).

Art. 418. Os livros empresariais que preen-cham os requisitos exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre empresários.

` art. 226, CC/2002.

Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão consi-derados em conjunto, como unidade.

Art. 420. O juiz pode ordenar, a requerimen-to da parte, a exibição integral dos livros empresariais e dos documentos do arquivo:

` art. 105, Lei 6.404/1976 (Dispõe sobre as sociedades por ações).` art. 22, III, b, Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação de Empresas e Falência).

I - na liquidação de sociedade;II - na sucessão por morte de sócio;III - quando e como determinar a lei.

Art. 421. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e dos

documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções autenticadas.

` Súm. 260, STF.

Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cinematográfica, a fo-nográfica ou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a sua conformidade com o documento original não for impugnada por aquele contra quem foi produzida.

` art. 384 deste CPC. ` art. 225, CC/2002.` Lei 5.433/1968 (Regula a microfilmagem de documentos oficiais).` art. 141, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

§ 1º As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de computadores fazem prova das imagens que reproduzem, devendo, se impugnadas, ser apresentada a respectiva au-tenticação eletrônica ou, não sendo possível, realizada perícia.§ 2º Se se tratar de fotografia publicada em jornal ou revista, será exigido um exemplar original do periódico, caso impugnada a ve-racidade pela outra parte.§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à forma impressa de mensagem eletrônica.

Art. 423. As reproduções dos documentos particulares, fotográficas ou obtidas por outros processos de repetição, valem como certidões sempre que o escrivão ou o chefe de secretaria certificar sua conformidade com o original.

Art. 424. A cópia de documento particular tem o mesmo valor probante que o original, cabendo ao escrivão, intimadas as partes, pro-ceder à conferência e certificar a conformidade entre a cópia e o original.

Art. 425. Fazem a mesma prova que os ori-ginais:I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências ou de outro livro a cargo do escrivão ou do chefe de secre-taria, se extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas;

` arts. 216 a 218; e 224, CC/2002.

II - os traslados e as certidões extraídas por oficial público de instrumentos ou documen-tos lançados em suas notas;

` arts. 216 a 218, CC/2002.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVILArt. 426 304

` art. 161, Lei 6.015/1973 (Lei de Registros Públicos).

III - as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas por oficial público ou conferidas em cartório com os respectivos originais;

` art. 217, CC/2002.` Lei 5.433/1968 (Regula a microfilmagem de documentos oficiais).

IV - as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declaradas autênticas pelo advogado, sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes for impugnada a autenticidade;V - os extratos digitais de bancos de dados públicos e privados, desde que atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as infor-mações conferem com o que consta na origem;VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento público ou particular, quando juntadas aos autos pelos órgãos da justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pela Defensoria Pública e seus au-xiliares, pelas procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados, ressal-vada a alegação motivada e fundamentada de adulteração.§ 1º Os originais dos documentos digitali-zados mencionados no inciso VI deverão ser preservados pelo seu detentor até o final do prazo para propositura de ação rescisória.§ 2º Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou de documento relevante à instrução do processo, o juiz po-derá determinar seu depósito em cartório ou secretaria.

Art. 426. O juiz apreciará fundamentada-mente a fé que deva merecer o documento, quando em ponto substancial e sem ressalva contiver entrelinha, emenda, borrão ou can-celamento.

` art. 93, IX, CF.

Art. 427. Cessa a fé do documento público ou particular sendo-lhe declarada judicialmente a falsidade.Parágrafo único. A falsidade consiste em:I - formar documento não verdadeiro;II - alterar documento verdadeiro.

Art. 428. Cessa a fé do documento particular quando:I - for impugnada sua autenticidade e enquan-to não se comprovar sua veracidade;II - assinado em branco, for impugnado seu conteúdo, por preenchimento abusivo.

Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele que recebeu documento assinado com texto não escrito no todo ou em parte formá-lo ou completá-lo por si ou por meio de outrem, violando o pacto feito com o signatário.

Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:I - se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à parte que a arguir;

` art. 373 deste CPC.

II - se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o documento.

` arts. 412 e 428, I, deste CPC.

SUBSEÇÃO II DA ARGUIÇÃO DE FALSIDADE

� Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos.Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsida-de será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19.

Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado.

Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o exame pericial.

` arts. 464 e ss. deste CPC.

Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo.

Art. 433. A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como ques-tão principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa julgada.

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 440305

CPC

SUBSEÇÃO III DA PRODUÇÃO DA PROVA DOCUMENTAL

Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações.Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos termos do caput, mas sua exposição será realizada em audiência, intimando-se previamente as partes.

Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para con-trapô-los aos que foram produzidos nos autos.Parágrafo único. Admite-se também a junta-da posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º.

Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, poderá:I - impugnar a admissibilidade da prova do-cumental;II - impugnar sua autenticidade;III - suscitar sua falsidade, com ou sem defla-gração do incidente de arguição de falsidade;IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, a impugnação deverá basear-se em argumentação específica, não se admitindo alegação genérica de falsidade.

Art. 437. O réu manifestar-se-á na contesta-ção sobre os documentos anexados à inicial, e o autor manifestar-se-á na réplica sobre os documentos anexados à contestação.§ 1º Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra parte, que disporá do

prazo de 15 (quinze) dias para adotar qualquer das posturas indicadas no art. 436.§ 2º Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação sobre a prova documental produzida, levando em consideração a quantidade e a complexidade da documentação.

Art. 438. O juiz requisitará às repartições públicas, em qualquer tempo ou grau de ju-risdição:

` art. 5º, XXXIII e XXXIV, b, CF.

I - as certidões necessárias à prova das alega-ções das partes;

` art. 5º, XXXIV, CF.` art. 1º, § 6º, Lei 4.717/1965 (Ação Popular).` art. 8º, Lei 7.347/1985 (Lei de Ação Civil Pública).

II - os procedimentos administrativos nas cau-sas em que forem interessados a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios ou entidades da administração indireta.

` Lei 94/1947 (Requisição de processos administrativos pelos juízes da Fazenda Pública).` art. 41, p.u., Lei 6.830/1980 (Lei das Execuções Fiscais).

§ 1º Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de 1 (um) mês, certidões ou reproduções fotográficas das peças que indicar e das que forem indi-cadas pelas partes, e, em seguida, devolverá os autos à repartição de origem.§ 2º As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico, conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que consta em seu banco de dados ou no documento digitalizado.

` Lei 11.419/2006 (Dispõe sobre a informatização do processo judicial).

SEÇÃO VIII DOS DOCUMENTOS ELETRÔNICOS

` Lei 11.419/2006 (Dispõe sobre a informatização do processo judicial).` Med. Prov. 2.200‑2/2001 (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira ICP‑Brasil, a fim de garantir autenticidade, integralidade e validade jurídica a documentos eletrônicos).

Art. 439. A utilização de documentos eletrô-nicos no processo convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da veri-ficação de sua autenticidade, na forma da lei.

` Lei 11.419/2006 (Dispõe sobre a informatização do processo judicial).

Art. 440. O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido, assegurado às partes o acesso ao seu teor.

` Lei 11.419/2006 (Dispõe sobre a informatização do processo judicial).

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CÓDIGO DE PROCESSO CIVILArt. 441 306

Art. 441. Serão admitidos documentos ele-trônicos produzidos e conservados com a observância da legislação específica.

` Lei 11.419/2006 (Dispõe sobre a informatização do processo judicial).

SEÇÃO IX DA PROVA TESTEMUNHAL

SUBSEÇÃO I DA ADMISSIBILIDADE E DO VALOR DA PROVA

TESTEMUNHAL

� Art. 442. A prova testemunhal é sem-pre admissível, não dispondo a lei de modo diverso.

` arts. 472 e 819 CC/2002.

Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:I - já provados por documento ou confissão da parte;II - que só por documento ou por exame pe-ricial puderem ser provados.

� Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova.

` art. 228, CC/2002.

Art. 445. Também se admite a prova testemu-nhal quando o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, de depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão das práticas comerciais do local onde contraída a obrigação.

` art. 647, CC/2002.

� Art. 446. É lícito à parte provar com tes-temunhas:I - nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a vontade declarada;

` art. 167, § 1º, CC/2002.

II - nos contratos em geral, os vícios de con-sentimento.

` arts. 138 a 165, CC/2002.

� Art. 447. Podem depor como testemu-nhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.

` art. 206, CPP.` art. 829, CLT.

§ 1º São INCAPAZES:I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental;II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocor-reram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções;III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.

` art. 228, § 2º, CC/2002.

§ 2º São IMPEDIDOS:I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;II - o que é parte na causa;III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assis-tam ou tenham assistido as partes.§ 3º São SUSPEITOS:I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;II - o que tiver interesse no litígio.§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas.

` art. 228, §§ 1º e 2º, CC/2002.

§ 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados independentemente de compro-misso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.

Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos:

` art. 153, CP.` art. 5º, n. 4, Lei 1.079/1950 (Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julgamento).` art. 1º, §§ 6º e 7º, Lei 4.717/1965 (Lei da Ação Popular).` arts. 998 e 1.000, Dec. 3.000/1999 (Regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza).

I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus