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CONCURSO PBLICO (ODONTLOGO) 15/01/2006

Resinas compostas. No incio dos anos 60 comeou as pesquisas com resinas epxicas reportadas com carga. As deficincias no sistema de resinas epxicas com baixa velocidade de polimerizao e tendncia a descolorao, estimulou a trabalhar com uma combinao de resinas epxicas e acrlicas. Este trabalho culminou no desenvolvimento da molcula do BISGMA, o que satisfez vrios quesitos de uma matriz para o compsito dentrio. Os principais constituintes de uma resina so a matriz de resina e uma carga de partculas inorgnicas. Alm destes 2 componentes vrias substncias so incorporadas para melhorar a eficcia e a durabilidade do material. Um agente de unio, silano necessrio para promover a adeso entre a carga inorgnica e a matriz de resina e um ativador/inibidor necessrio para polimerizar a resina. Pequenas quantidades de outros aditivos melhoram a estabilidade da cor e previnem a polimerizao prematura, um inibidor como a hidroquinona. O compsito necessita tambm conter pigmentos para aproximar-se da cor das estruturas dentrias. Matriz de resina. A maioria dos materiais compostos, empregam monmeros, que so substncias aromticas ou diacrilatos alifticos. O BISGMA, o uretanodimetacrilato que o UEDMA e o trietilenoglicoldimetacrilato que o TEGDMA, so os dimetacrilatos mais comuns empregados nos compsitos dentrios. O alto peso molecular do monmero, principalmente do BISGMA, faz com que esta resina seja altamente viscosa, principalmente a temperatura ambiente. A utilizao de um diluente essencial para conter uma grande quantidade de carga e produzir uma consistncia de pasta para que possa ser empregada clinicamente. Os diluentes podem ser monmeros de metacrilatos, mas geralmente empregam-se monmeros de dimetacrilato como o TEGDMA. A reduo da viscosidade significante quando o TEGDMA adicionado ao BISGMA. Infelizmente a adio de TEGDMA ou outra molcula de baixo peso, aumenta a contrao de polimerizao, um fator que limita a quantidade de dimetacrilato de baixo peso molecular que pode ser usado em um compsito. O monmero de dimetacrilato permite que uma grande extenso de ligao cruzada ocorra na reao entre as cadeias. Isto resulta em uma matriz mais resistente a degradao por solvente. Alm do monmero, outros aditivos so misturados na matriz resinosa, o que inclui um sistema ativador/inibidor, um inibidor, um absorvente de luz ultravioleta, pigmentos e opacificadores, esses componentes esto presentes em pequenas concentraes. Partculas de carga. A incorporao de carga a matriz de resina melhora consideravelmente as propriedades dessa matriz, se as cargas forem bem unidas a ela.RESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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Caso contrrio as cargas podem enfraquecer o material. Devido importncia desta adeso bvio que o emprego de um agente de unio, seja extremamente importante para o sucesso de uma resina composta. Obviamente devido menor quantidade de resina (matriz) presente em um compsito (resina c/ carga, no somente a matriz) a contrao de polimerizao reduzida, quando comparado as resinas sem cargas. Embora a contrao varie de um produto para outro, ela est na ordem de 3% em volume nas primeiras 24 horas. A absoro de gua e o coeficiente de expanso trmica tambm so menores (no compsito) quando comparado as resinas sem carga. As partculas de carga so produzidas a partir da moagem de quartzo ou vidros, com gros variando entre 0,1 a 100 micrmetros. Partculas de slica de tamanho coloidal, aproximadamente 0,04 micrmetros, referidas comumente como micropartculas, so obtidas por processo piroltico ou por precipitao. Durante o processo piroltico, macromolculas de slica tambm so formadas, explicando porque essas partculas so chamadas de partculas de slica pirognica. Essas macromolculas so de um tamanho coloidal e constituem as partculas de carga. Agentes de unio. A adeso entre as 2 fases dos compsitos promovida pelo agente de unio. Um agente de unio propriamente aplicado pode melhorar as propriedades fsicas e mecnicas e produzir uma melhor estabilidade hidroltica evitando que a gua penetre entre a interface carga/resina. Embora titanato e virconatos possam ser empregados como agentes de unio, os organosilanos como o silano gamametacriloxipropiltrimetoxi so empregados mais comumente. A importncia desta unio por meio de organosilanos extremamente importante para performance clnica dos compsitos a base de resina. Quanto ao sistema ativador/inibidor os monmeros de metacrilatos e dimetacrilatos polimerizam por uma reao por adio, iniciada por radicais livres como descrito anteriormente. Resinas ativadas quimicamente. Materiais ativados quimicamente so fornecidos em forma de 2 pastas, uma contendo o iniciador que o perxido de benzola e a outra contendo um ativador constitudo por uma amina terciria que o dimetil-p-toluidina como descrito previamente para as resinas acrlicas. Quando as 2 pastas so espatuladas, o ativador que a amina reage com o iniciador que o perxido de benzola, para formar os radicais livres e a polimerizao por adio iniciada. Esses materiais so empregados principalmente para restauraes e reconstrues que no so curadas com uma fonte de luz.

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Resinas fotoativadas. Ns temos um sistema de luz visvel com o qual possvel polimerizar espcimes mais grossos de at 2 mm, ao contrrio dos compsitos ativados por luz ultravioleta do passado. Os compsitos fotoativados so fornecidos em uma nica pasta contida em uma seringa. Esto contidos nesta pasta um sistema iniciador que libera os radicais livres. Consistindo em uma molcula de fotoinibidor e uma amina ativadora. Quando esses componentes no so expostos a luz, eles no reagem, entretanto, a exposio de uma luz com o comprimento correto de onda, aproximadamente 468 nanmetros, produz um estado de excitao do fotoinibidor e uma interao com a amina, para formar os radicais livres que iniciam a polimerizao por adio. O fotoiniciador mais comumente empregado a canforoquinona, a qual tem um intervalo de absoro entre 400 e 500 nanmetros, que a zona azul do espectro de luz visvel. Este iniciador que a canforoquinona est presente na pasta em nveis de aproximadamente 0,2% do peso ou menos. Existem vrias aminas ativadoras, que so propcias para interao com a canforoquinona, tal como a dimetilaminoetilmetacrilato a 0,15%. Inibidores. Para minimizar ou prevenir a polimerizao espontnea dos monmeros, inibidores so adicionados ao sistema de resinas. O inibidor tpico o hidroxitoluenobutilato que empregado na concentrao de 0,01% em peso. Resumindo, o sistema de polimerizao quimiopolimerizvel: O iniciador o perxido de benzola O ativador o dimetil-p-toluidina E o inibidor ou retardador de polimerizao a hidroquinona. Sistema de polimerizao das resinas fotopolimerizveis: O iniciador a canforoquinona O ativador o dimetilaminoetilmetacrilato a 0,15% E o inibidor ou retardador de polimerizao o hidroxitoluenobutilato. Modificadores pticos. Estes pigmentos freqentemente constituem em vrios xidos metlicos que so acrescentados em pequenas quantidade. Considerando-se as dificuldades de polimerizao das resinas quimiopolimerizveis, bvio que os materiais fotoativados tm vantagem significante por permitir que o operador complete ambos, insero e contorno da restaurao antes da cura ser iniciada. Alm do mais quando a cura iniciada, num tempo de 40 segundos de fotoativao o bastante para cura de um material que tenha no mximo 2 mm de espessura. Uma outra vantagem do sistema de fotoativao que este no afetado pela inibio do O (oxignio) como no sistemaRESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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quimiopolimerizvel. Contudo, existem algumas limitaes com os compsitos fotoativados. Primeiro eles tem que ser colocados em camadas, incrementos, quando a espessura exceder a 2 mm. Isso significa que restauraes extensas como uma classe II, podem ser trabalhosas em relao ao tempo de sua confeco. Outras desvantagens inclui, a tendncia de contrao do material em direo a luz e fatores de complicao associados fonte de luz. Sistemas modernos de fontes de luz so aparelhos que contm uma fonte de luz e so equipados com fibra ptica fusionada, relativamente curta, e a fonte levada por esta fibra. A fonte de luz geralmente uma lmpada halgena de W (tungstnio). S pra reforar, a exposio de tempo para fotopolimerizao no deveria ser nunca inferior a 40 segundos e a espessura de resina no deveria ser maior do que 2 a 2,5 mm. Cores escuras requerem tempo de exposio luz maior, bem como aquelas resinas que so polimerizadas atravs do esmalte e da dentina. Grau de converso. O grau de converso medido pelo percentual de ligaes duplas de C (carbono) consumidas, em outras palavras o grau de converso de 50 a 60% que tpico dos compsitos a base de BISGMA, implica 50 a 60% do grupo metacrilato, terem sua polimerizao. Isso no implica 40 a 50% de molculas do monmero terem sido deixadas na resina, porque 1 ou 2 grupos metacrilatos, por molcula de dimetacrilato podem ter reagido e estar unido covalentemente a estrutura do polmero. A converso do monmero em polmero dependente de vrios fatores, tais como, a resina composta, a transmisso de Luz atravs do material e a quantidade de ativador/inibidor e inibidor que est presente. Os valores de grau de converso de 50 a 70% so alcanados a temperatura ambiente para resinas fotoativadas e para resinas quimiopolimerizveis. Do mesmo modo a contrao de polimerizao total de resinas fotoativadas e quimiopolimerizveis no diferem. Resumindo a composio das resinas compostas. Elas so compostas de carga inorgnica e carga orgnica. A carga inorgnica so partculas de vidro dispersas numa matriz. A carga orgnica a matriz. Substncias a base de silano unem a carga inorgnica a orgnica. Alm disso, temos agentes inibidores e ativadores de polimerizao e substncias radiopacificadoras. A matriz orgnica mais utilizada o BISGMA associado a diluentes como UEDMA e o TEGDMA, para torn-lo menos viscoso e facilitar a sua manipulao e insero na cavidade preparada. O uretanodimetacrilato que o UEDMA dRESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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estabilidade de cor, nem todas as resinas tem. Na matriz orgnica posso ter ainda, resina acrlica, epoxiacrlica, o uretanodimetacrilato e outros. Na matriz inorgnica ns temos partculas de quartzo, silicato duplo de Li (ltio) e Al (alumnio), slica piroltica, vidro de Ba (brio) ou de Sr (estrncio) e silicato duplo de Al (alumnio) e Ba (brio). A forma das partculas so irregulares, esfricas porosas e filamentosas. O tamanho das partculas de carga inorgnica variam entre 0,03 at quase 100 micrmetros. A cerca de 70 a 75% do peso de uma resina, em matriz inorgnica, porm, h marcas que chegam a ultrapassar 80%. Requisitos para os materiais estticos. Manipulao clnica: fcil de preparar, tempo de trabalho confortvel, viscosidade adequada para insero na cavidade. Estabilidade dimensional. No deveria haver expanso excessiva e principalmente nenhuma contrao. Ambos os tipos causam desadaptaes das margens, porm, todas tm algum grau de contrao. Propriedades mecnicas. Seria desejvel que o material restaurador tivesse resistncia mnima a compresso de 200 a 300 mn por metro quadrado. Resistncia a trao de 50 mn por metro quadrado, alm de suficiente resistncia a abraso e fadiga por atrio continuada. Propriedades fsicas relativa condutibilidade trmica e expanso trmica. O material idealmente no deve conduzir calor, para que temperaturas extremas que ocorrem na cavidade oral, no cheguem ao complexo dentino pulpar. Para evitar isso pode-se utilizar camadas de isolante trmico, como por exemplo, uma base de cimento entre a dentina e o material restaurador. Observao: No preciso fazer isso para restauraes em cermica e materiais vtreos como polmeros ou ionmeros e materiais compostos por eles. Quanto expanso trmica, a variao da temperatura intra bucal produz contraes e expanses do rgo dental, que influem no fenmeno de infiltrao marginal. A restaurao se contrair ou expandir por si s, na dependncia de seu coeficiente de expanso trmica. Se no houver forte adeso entre dentina e restaurao, cada um sofrer alteraes dimensionais de forma independente. Se um material tiver um coeficiente de expanso trmica mais alto que o dente, a restaurao ir expandir-se quando estiver em contato com o calor e ir contrair-se mais que o dente ao resfriar-se, proporcionando o aparecimento de um espao vazio entre o dente e a restaurao, onde penetrar fluido e produtos bucais num processo que denominado percolao marginal.

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O coeficiente de expanso trmica da dentina 8,3 por 10 elevado a sexta graus Celsius. E do esmalte 11,4 por 10 elevado a sexta graus Celsius. Os materiais devem aproximar muito desses valores. As cermicas se aproximam muito principalmente em relao ao esmalte e os ionmeros so os que mais aproximam aos valores da dentina. Esttica. Idealmente uma restaurao deve ser imperceptvel as observaes visuais. Se existir irregularidades na superfcie, interferir na esttica do material. Interaes do meio bucal com as restauraes causam alteraes estticas. Biocompatibilidade. Pode haver dissoluo de materiais colocados em contato permanente com o lquido salivar. O material deve ser resistente a isso e tambm no deve ser afetado criticamente por variaes na manipulao. Pode haver tendncia a absoro de gua e fluidos bucais. Isso quando em excesso prejudica, a expanso higroscpica. Quando no em excesso pode ser vantajoso, j que pode compensar alguma contrao ocorrida durante a maturao. Nas resinas pode haver absoro de gua de at 1 a 2%, levando a aumento volumtrico de cerca de 0,8%. s vezes o calor liberado na hora da presa ou cidos advindos de reaes qumicas de presa, podem injuriar a dentina e a polpa, por isso comum a utilizao de isolamento dentinrio e pulpar, seja atravs de pelcula de adesivos ou forramentos como bases protetoras. Adeso a estruturas dentais pode evitar percolaes e infiltraes marginais, recidivas de leses de crie por contrao de polimerizao ou expanso trmica. Vantagens das quimiopolimerizveis. resinas fotopolimerizveis em relao s

O tempo de trabalho varivel Tempo de presa de segundos Ausncia de espatulao que incorpora bolhas Associao de cores para se conseguir cor intermediria.

Vantagem em relao as ultravioleta ativadas. Ocorre atravs do esmalte Atinge o dobro de profundidade Gasta menos tempo Tem segurana biolgica Segurana tcnica

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H escurecimento do bulbo do aparelho que emite raios ultravioletas, o que no ocorre com o aparelho de fotopolimerizao. Quanto menor o grau de polimerizao, maior a quantidade de monmero residual, injuriando o complexo dentino-pulpar. Como j foi dito, cores escuras necessitam de maior tempo de polimerizao. Fatores negativos associados s resinas compostas. Intrnsecos ao material. Contrao de polimerizao Elevado coeficiente de expanso trmica Baixo mdulo de elasticidade Soro de gua Expanso higroscpica.

Dependendo da marca: A escala de cores e o polimento so problemas Baixa ou nula radiopacidade Baixa resistncia ao desgaste Baixa resistncia a toro Baixa condensabilidade Ausncia de liberao de flor.

Talvez o maior problema das resinas compostas seja a contrao de polimerizao. Nas resinas compostas vrios fatores se combinam para reduzir a contrao como, o alto contedo de matriz inorgnica e a soro de gua, ou seja, a expanso higroscpica. A contrao de polimerizao pode variar dependendo das diferenas de composio entre marcas comerciais. Tcnicas como o condicionamento cido do esmalte, polimerizao incremental e utilizao de resina fluida intermediria elevam o poder de adaptao do material s margens das preparaes. Biocompatibilidade. A ao txica no complexo dentino pulpar (inflamao), vem muito mais da presso negativa sobre o contedo dos canalculos dentinrios e percolaes marginais, do que de substncias presentes na massa das resinas. Esse problema pode ser contornado atravs de pelcula isolante de adesivo dentinrio hidroflico + hidrofbico, isolante dentinrio como camadas de cimento, adesivo a base de ionmero, forramento dentinrio com bases protetoras, associao de agentes protetores. Vedamento marginal responsvel por infiltraes marginais, sensibilidade ps operatria, infiltraes, manchamentos, cries secundrias, inflamaes pulpares, necroses.RESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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A infiltrao marginal de restauraes de cavidades circundadas por esmalte pode ser eliminada por biselamento do esmalte circundante, tratamento adamantino e condicionamento cido do esmalte, aplicao de selante adesivo hidrofbico, insero de resina composta sob presso, polimerizao fracionada. O vedamento marginal entre a resina e a dentina ou o cemento mais complexo. Se for dente despolpado, faa o condicionamento cido da dentina para aumentar o dimetro dos canalculos, fazendo assim a dentina, papel semelhante ao do esmalte condicionado. Em dentes vitalizados, o condicionamento cido dependeria muito do agente condicionador, concentraes, forma de aplicao. Tentando resolver este problema surgiram os adesivos dentinrios, que tem capacidade de aumentar a unio entre resinas e dentina. Ataque cido melhora a adaptao da restaurao ao dente. Existe a necessidade de utilizar resina fluida intermediria, uma resina flow ou adesivo hidrofbico e compresso de uma resina composta, antes e durante sua polimerizao para criar uma boa adaptao do material ao dente. Problemas de restauraes extensas e volumosas a contrao de polimerizao, dificuldade de se conseguir boa adaptao em regies de difcil acesso. A soluo a realizao de restauraes em etapas, polimerizao fracionada ou tcnica incremental. Camada inibida. O oxignio impede a polimerizao da ultima camada. Necessidades das restauraes. Classe IV: Necessita de esttica e resistncia a toro e trao, mais importantes na cavidade de classe IV e menos nas demais. Classe I e II: Resistncia a compresso e ao desgaste Classe III, IV e classe V: Exigem mais da esttica e lisura de superfcie do que as demais Classes III e V: Exigem no geral menos das resinas do que as classes II e IV. Resinas compostas podem ser teis para cimentaes de facetas, coroas, prteses fixas aderidas, alm de amlgama aderido e brquetes ortodnticos.RESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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O polimento das resinas deve ser feito em outra sesso para dar tempo ocorrer soro de gua e conseqente expanso higroscpica. O ideal seria 90 dias aps a confeco. Deve-se esperar no mnimo 5 minutos para dar o acabamento e polimento final. Acabamento inicial. Correo morfolgica e remoo de excessos grosseiros com: Pontas abrasivas diamantadas finas Pedras abrasivas Arkansas Borrachas diamantadas E discos de lixa de granulao grossa.

Resinas de micropartculas a capacidade de desgaste bem menor. Acabamento final. Com tiras de lixa abrasiva em ambiente molhado As lixas devem ter no mximo 2 mm de largura A superfcie vestibular e incisais com discos abrasivos flexveis soflex. Polimentos com borrachas abrasivas e pastas de polimento somente para resinas do tipo microfill, so contra - indicadas para quaisquer outras resinas. Em resinas hbridas se consegue lisura com o polimento mais no consegue brilho. Resinas de micropartculas mantm-se lisas e polidas com brilho ao longo dos anos. Resinas compostas de 1 gerao. Caractersticas: Partculas grosseiras de 100 micrmetros, misturadas com outras menores. Grande quantidade de carga inorgnica, 80% em peso. (A grande quantidade de carga inorgnica melhora as propriedades mecnicas e reduz a contrao de polimerizao, porm, havia desgaste excessivo da matriz orgnica, as partculas ficavam salientes e as irregularidades superficiais eram muito evidentes). Ativadas quimicamente.

Resinas de 2 gerao. Contm micropartculas, utilizando a slica piroltica com 0,04 micrmetros. Vantagens: timo polimento No sofre muito desgaste com atriesRESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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No perde qualidades mecnicas. Problemas: Tamanho exageradamente pequeno provocava aglutinao das partculas.(Os fabricantes distribuam as partculas em matriz orgnica, polimerizavam e trituravam em partculas de 40 micrmetro, as quais eram adicionadas a matriz orgnica novamente, por isso os primeiros produtos de 2 gerao

tinham apenas 37% de slica, que fez perder propriedades e aumentou o grau de contrao de polimerizao. Com a evoluo passaram a acrescentar pequena quantidade de slica piroltica a matriz orgnica no polimerizada, com isso conseguiram quantidades superiores a 50% em peso de vidro). Depois surgiram resinas classificadas como de carga mista ou hbrida, associao de slica piroltica de 0,04 micrmetros com partculas de vidro de brio, de 5 a 10 micrmetros. 3 gerao. Conseguiu aumentar novamente a quantidade de carga Alm de tornar mais radiopaco o material. Problemas: Aspecto fosco Rugosidade superficial Acentuado desgaste de superfcie ao atrito. 4 gerao. Resinas compostas hbridas de partculas finas Carga inorgnica com partculas de tamanhos diferentes, variando de 0,3 a 0,5 micrmetros em mais de 50% da carga e 0,03 a 0,05 micrmetros em menos de 50% da carga. Melhorou os resultados clnicos em esttica Aumentou a resistncia ao desgaste oclusal em classes I e II As indstrias passaram a oferecer escalas de cores. 5 gerao. Partculas superfinas, muito semelhantes a 4 gerao, diferindo quase que apenas pelo balanceamento percentual. Partculas de 0,3 a 0,5 micrmetros em menos de 50% da carga e partculas de 0,03 a 0,05 micrmetros em mais de 50% da carga.RESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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6 gerao. Resinas para restauraes indiretas. Caractersticas: Aumento da resistncia final Compactao Entrelaamento do contedo inorgnico Incorporao de fibras orgnicas ou fibras de vidro Aumento da capacidade de condensao Reduo da contrao de polimerizao Os cermeros associados s fibras de vidro polietileno ou quevilar, podem ser empregados em coroas totais e prteses fixas. Cermeros so um tipo de resina. S completando o que falei l atrs a respeito da radiopacidade do material, essa radiopacidade provida por vrios vidros e cermicas que contm metais pesados como o brio (Ba), o estrncio (Sr) e o zircnio (Zr). Observao: a principal indicao para compsitos em restauraes de classe II enfatiza a demanda esttica pelo paciente ou pelo profissional. Um preparo conservador prefervel, assim o dente, em vez do compsito, absorver o estresse. O profissional necessita estar em dia com a tcnica e execut-la com mxima destreza para ter sucesso. Existem, no entanto contra indicaes bvias. O compsito em uma cavidade de classe II fadado ao fracasso em bocas de pacientes com bruxismo devido ao grande potencial de desgaste. O emprego de compsito em dentes posteriores em pacientes com alto potencial de crie questionado, uma vez que o material no tem capacidade de promover efeito anti cariognico ou resistir infiltrao. Apesar de tudo, com a grande demanda por esttica e a melhora na formulao dos compsitos, o uso destes materiais em reas de grande estresse continuam a aumentar, porm, estudos tm mostrado que os melhores compsitos desenvolvidos para dentes posteriores, ainda hoje apresenta um desgaste maior do que o do esmalte natural sob condies idnticas.

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Devido a esta velocidade de desgaste, as implicaes em potencial do desgaste na oclusal, ainda, importante selecionar com cautela os casos clnicos a serem tratados com materiais compostos em dentes posteriores. Tratamento conservador da polpa. O capeamento da polpa dental um procedimento em que a polpa quase ou mesmo exposta coberta com material protetor que encoraja a sua cicatrizao e o seu preparo e previne sua ulterior injria. Capeamento indireto da polpa dental. o procedimento pelo qual um material protetor colocado sobre uma fina camada de dentina restante, que se removida vai expor a polpa dental. Este mtodo est intimamente ligado ao tratamento conservador das leses cariosas profundas. Admite-se que a dentina desmineralizada deixada sobre o local de uma possvel exposio da polpa dental, pode se tornar remineralizada aps os procedimentos do capeamento indireto. O operador pode remover a dentina descalcificada remanescente 6 a 8 semanas mais tarde, 2 etapas, obtendo maior segurana, de tal modo que a exposio da polpa no ocorrer. A tcnica usada consiste em: cobrir a dentina remanescente situada sobre a polpa dental com hidrxido de clcio, aps limpeza adequada e cuidadosa. 6 a 8 semanas depois, completar a operao pela remoo final de toda a dentina desmineralizada restante e por novo capeamento com hidrxido de clcio. Muitos so os fatores que influenciam o sucesso do capeamento indireto da polpa dental, como: Indicao precisa Diagnstico pulpar correto Tcnica assptica, e tanto quanto possvel atraumtica Material adequado para cobertura combate os germes Idade do paciente Situao anatmica da cavidade pulpar Estado geral de sade do paciente e outros.

A avaliao exata do grau de envolvimento da polpa dental, no fornecendo muitas vezes dados elucidativos das suas condies reais, cria um problema a mais para o clnico e tem grande importncia para o sucesso do tratamento conservador. A rigor, o capeamento indireto da polpa dental primariamente recomendado, diante de uma leso cariosa profunda em dentes de jovens, principalmente com o pice ainda no totalmente formado ou de difcil tratamento dos seus canaisRESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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radiculares, com reao dolorosa da polpa apenas quando provocada, no apresentando sintomas de pulpite ou quaisquer alteraes irreversveis da polpa. O material utilizado na tcnica do capeamento indireto pode ser tambm a pasta de xido de zinco e eugenol, de acordo com preferncias individuais ou quando h dvidas quanto possvel exposio da polpa dental, ou mesmo se concretizada, o hidrxido de clcio passa a ser o material de escolha. Conduta 1, realizada em duas etapas, considerada o verdadeiro capeamento indireto da polpa dental. Dentro de suas reais indicaes especficas, a mais racional e preferida, comparando-a com a conduta 2, citada mais adiante. Aps o diagnstico, com o plano de tratamento e anestesia j executados, passa-se a 1 etapa: Preparo inicial da coroa, isolamento do dente em questo preferentemente com dique de borracha. Remoo de toda dentina cariada e amolecida, caminhando-se da periferia para o centro e deixando-se a parte mais profunda da cavidade, mais prxima a polpa dental, para o fim. Esta remoo se faz com motor convencional, utilizando-se brocas esfricas novas, de dimetro apropriado conforme o volume da cavidade e curetas afiadas. Lava-se sempre a cavidade com substncias no irritantes. Remoo da camada de dentina amolecida mais profunda. Evitar a exposio da polpa dental, mesmo que seja necessrio deixar ainda dentina desmineralizada de alguma consistncia, sobre o local de uma possvel exposio da polpa dental. Lavagem abundante da cavidade, anti - sepsia final das paredes da cavidade, se desejvel com soluo no irritante. Secagem com o uso de mechas de algodo ou de papel preferencialmente. Isolamento da dentina com pasta de xido de zinco e eugenol (se no se suspeita da exposio da polpa dental), ou com pasta de hidrxido de clcio e complementao com pasta de xido de zinco e eugenol, em caso de suspeita de exposio pulpar. Restaurao provisria imediata da cavidade. A manuteno de um selamento hermtico durante um perodo de espera tambm de grande importncia no sucesso do capeamento indireto da polpa. De 6 a 8 semanas aps a 1 etapa que acaba de ser descrita, passa-se a complementao do tratamento pela realizao da 2 etapa.RESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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Nesta oportunidade verificam-se inicialmente os resultados obtidos atravs do exame clnico/radiogrfico, incluindo-se obrigatoriamente as provas de vitalidade da polpa dental. Se os resultados so favorveis e a poca oportuna, passa-se a anestesia e a execuo das manobras tcnicas da 2 etapa. Consistem em linhas gerais em, (2 etapa): Aposio do dique de borracha. Anti - sepsia do campo. Remoo cuidadosa da restaurao do material capeador provisrio, usando - se resfriamento adequado. Lavagem constante com substncia no irritante. Remoo cuidadosa de toda dentina desmineralizada restante, feita preferentemente por meio de curetas ou escavadores afiados. Lavagem abundante da cavidade. Anti - sepsia final, se desejvel, com soluo no irritante. Secagem com o uso de mechas de algodo ou de papel. Capeamento indireto propriamente dito, j agora preferentemente feito com pasta de hidrxido de clcio ou mesmo com pasta de xido de zinco e eugenol, conforme o discutido na primeira etapa. Restaurao definitiva imediata ou alguns dias depois da interveno, a critrio do profissional. Aps tudo isso deve-se tambm realizar os exames clnico/radiogrficos peridicos de controle, para se surpreender possveis insucessos. Conduta 2. uma conduta de capeamento indireto da polpa dental ainda discutvel e no aceita em definitivo. Em linhas gerais a tcnica desta conduta consiste apenas nos passos dados para execuo da primeira etapa da conduta 1 de tratamento das leses cariosas profundas, j apresentado anteriormente. Esta conduta 2, caracteriza-se por sua realizao imediatista, quanto a sua tcnica em uma s etapa. de resultados muitas vezes duvidosos e por isso o critrio clnico deve prevalecer. Exige um rigoroso e obrigatrio controle clnico/radiogrfico durante 1 ms, 3 meses, 6 meses, 1 ano e 2 anos aps a realizao do tratamento. Se por qualquer circunstncia houver alguma dificuldade ou impossibilidade na execuo deste controle, essa conduta sob nenhuma hiptese deve ser a escolhida e to pouco a executada. Basta ao leitor lembrar que em princpio para assegurar a eliminao completa da fonte original de irritao da polpa dental, toda dentina alterada associada com oRESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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processo carioso deve ser removida, finalmente nas circunstncias expostas, parece razovel afirmar que esta conduta 2 no deve ser utilizada. Ainda temos a conduta 3 que consiste fundamentalmente em remover-se delicada e cuidadosamente toda e qualquer dentina desorganizada em uma s etapa. Aqui tambm no se deseja expor a polpa dental, mas no se importando se isso for necessrio, para que se faa a completa remoo de toda a dentina desorganizada, inclusive a desmineralizada. Se durante o tratamento a polpa dental no foi exposta, o procedimento se enquadra dentro da tcnica do isolamento da dentina, j discutido anteriormente. Se exposta a polpa, os procedimentos se enquadram naquele descrito mais adiante, para o capeamento direto da polpa dental. Capeamento direto da polpa dental. O capeamento direto da polpa dental tambm designado simplesmente capeamento pulpar ou proteo direta, consiste na cobertura ou proteo da rea exposta da polpa dental, com material que possibilite nova formao dentinria, manuteno da vitalidade e de suas funes normais. Indicaes. No fcil estabelecerem-se normas rgidas quanto s indicaes do capeamento direto da polpa. O bom senso e o diagnstico correto atravs dos sintomas subjetivos e objetivos e recursos suplementares de diagnstico, daro a oportunidade de se verificar a extenso da leso, a situao da cavidade pulpar, inclusive o forame e a rea periapical, o estado geral do paciente e finalmente a situao do dente no arco, em relao com os trabalhos de reabilitao que se pretende realizar. Todos estes dados devem ser detidamente analisados para se estabelecer uma correta indicao e normas de conduta clnica para cada caso. Em se discutindo as indicaes do capeamento direto da polpa dental, deve realmente ser levado em considerao que a polpa tem grande poder de recuperao. O capeamento direto da polpa dental, de acordo com a grande maioria dos autores modernos indicado quando h exposio acidental, experimental ou em alguns casos aps a remoo da dentina cariada e amolecida, mas enquanto a polpa no se apresenta com sintomas de inflamao, dores espontneas e aumentando a percusso. O clnico deve ter sempre presente que existem alteraes inflamatrias, que so as pulpites e eventualmente algumas alteraes distrficas e circulatrias, quase sempre irreversveis, no cabendo ento o tratamento conservador. Nesta discusso sobre as indicaes do capeamento direto da polpa dental, ainda podem ser acrescentadas as seguintes observaes: na exposio traumtica de pequena rea pulpar nos dentes anteriores, na indicao do capeamento ou mesmo da pulpotomia em dentes que serviro como base para aparelhos protticos, o critrioRESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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planejamento so tambm decisivos, os resultados so melhores diante de exposies traumticas do que de exposies por crie. Exposio pulpar e a idade. Assim na exposio pulpar de um dente com o forame ainda no inteiramente formado deve-se tanto quanto possvel, procurar instituir um tratamento conservador, seja pelo capeamento pulpar, seja pela pulpotomia. Tambm so reconhecidas as seguintes situaes afetando a indicao e os resultados do capeamento pulpar ou da pulpotomia: Tamanho da exposio Exposio saliva Fatores gerais como nutrio, infeces, idade E estado da polpa.

Materiais utilizados. At o momento apenas duas substncias, que so pasta de hidrxido de clcio e de xido de zinco e eugenol, ainda resistem s provas de seleo mais rigorosas. O hidrxido de clcio parece at o presente ser o material que apresenta maior nmero de sucessos e vantagens como material capeador da polpa dental exposta. No homem cerca de 30 dias aps a aplicao bem sucedida do hidrxido de clcio sobre a polpa dental, j se observa pelo exame histolgico a deposio da dentina, geralmente tubular, iniciando-se a formao da ponte dentinria, esta em geral estar completamente formada em um perodo de 60 a 130 dias depois da operao sobre as feridas pulpares. Nos mais variados experimentos o hidrxido de clcio tem se mostrado capaz de estimular a formao da ponte de dentina reparadora sobre a polpa viva, entretanto, alguns trabalhos tem demonstrado a possibilidade de reabsoro interna quando do uso do hidrxido de clcio como material capeador, o que pode constituir um problema no uso deste material. Alm da presena de reas de reabsoro interna, o hidrxido de clcio tambm responsabilizado pela presena de calcificaes distrficas no tratamento conservador da polpa. De qualquer forma a significncia destas duas ocorrncias ainda no est definitivamente estabelecida. Assim, demonstraram que parece haver relao direta entre a severidade da inflamao e a incidncia de reabsoro interna. Alm disso, est aceito que a rea abaixo da ponte dentinria pode permanecer injuriada e inflamada em tal forma e extenso que a necrose da polpa pode ocorrer. Devido aRESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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isto, no se pode interpretar a presena da ponte dentinria como indicativo de sucesso teraputico ou sua ausncia como indicativo de falha. Por fim, mesmo sem ser o hidrxido de clcio o material completamente ideal para conservao pulpar, os resultados dizem da sua grande utilidade, sobretudo no tratamento de polpa sem leses inflamatrias. Parece ser ainda o material de escolha para o capeamento direto da polpa dental. J foi e eventualmente ainda usado em combinao com outras substncias. O hidrxido de clcio em suas diversas formas tem sido recomendado em diversas situaes no campo da endodontia. Tcnica do capeamento direto da polpa dental. Realizado o exame do paciente, a verificao das condies polpa dental e decidindo-se pela realizao do capeamento direto da polpa, passa-se aps a anestesia local por bloqueio da infiltrao e o preparo inicial da coroa do dente, se necessrio, a execuo da operao. Sumariamente a tcnica do capeamento direto da polpa dental e que se segue, pode consistir em: Aposio do dique de borracha, se ainda no est sendo utilizado e antisepsia do campo. Limpeza inicial da cavidade, lavagem da mesma, com uma substncia adequada, no irritante, exemplo: gua filtrada, gua destilada, soro fisiolgico, gua de cal, detergente. Remoo cuidadosa de toda a dentina cariada e amolecida, se existente. Esta remoo se faz caminhando-se da periferia para profundidade, utilizando-se motor convencional e broca redonda nova e deixando-se por ultimo o tratamento final da polpa exposta. Lava-se abundantemente a cavidade durante toda esta manobra com uma das substncias j mencionadas, mantendo-se tambm as suas paredes dentinrias sempre midas. Preparo cirrgico final da rea pulpar exposta, executado cuidadosamente, de preferncia com curetas ou escavadores afiados, removendo a dentina cariada restante se ainda existente. Lavagem abundante da cavidade por uma das solues enumeradas anteriormente, dando-se agora preferncia a gua de cal, removendose do seu interior todos os detritos possveis e os pequenos cogulos. Algumas vezes a critrio profissional pode se passar escavadores delicadamente sobre a superfcie exposta da polpa para complementao desta manobra. Hemorragia pulpar quando presente pode ser paralisada pelo uso de pequena compressa de algodo ou de papel, deixando-a sobre aRESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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exposio pulpar por alguns minutos. Se a pequena hemorragia persistir pode-se utilizar novamente a gua de cal. Secagem das paredes da cavidade com mechas de algodo ou de papel hidroflico. Capeamento direto propriamente dito. Aplicar delicadamente sobre a rea exposta da polpa dental uma fina camada, aproximadamente de 1 mm de espessura de pasta de hidrxido de clcio, esta pasta levada a parte exposta da polpa por meio de um instrumento de extremidade arredondada e lisa, esperando-se que se seque livremente por 2 a 3 minutos. Preenchimento restante de toda a cavidade recm preparada, com pasta de xido de zinco e eugenol de presa rpida, isto , o selamento provisrio. de suma importncia resguardar o selamento da polpa dental dos efeitos dos fluidos orais. Remoo do dique de borracha. Terminadas estas manobras da tcnica do capeamento direto da polpa dental, procura-se colocar temporariamente o dente tratado em infra ocluso, tomar uma radiografia periapical para controle, fazer as recomendaes ao paciente, de preferncia impressas, contendo de um modo geral as seguintes informaes: no mastigar e evitar alimentos muito frios ou muito quentes diretamente sobre o dente em questo nos primeiros dias aps a operao. A critrio do clnico poder ser receitado um analgsico para ser ingerido aps a consulta, explicaes sobre as possveis reaes do dente, principalmente nos primeiros dias aps a interveno, voltar para nova consulta nos casos de agravamento espontneo dos sintomas e conforme o indicado abaixo.

O paciente dever ser reexaminado preferentemente 48 a 72 horas e 15 a 30 dias aps a interveno. Faz-se a o exame clnico/radiogrfico, incluindo-se obrigatoriamente a realizao das provas de vitalidade da polpa dental. Se os resultados clnicos imediatos forem favorveis, mostraro quase sempre ausncia de dor espontnea ou mesmo de pequena intensidade quando provocada pelo uso de alimentos quentes ou frios, respostas corretas as provas de vitalidade da polpa dental e a percusso. Ainda diante dos resultados favorveis, a radiografia mostrar ausncia de alteraes periapicais e com a continuidade do processo de cura, poder ser observado um possvel desenvolvimento de ponte clcica sobre a superfcie da polpa dental.

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Persistindo os resultados favorveis de bom alvitre, se ainda necessrio ou desejado, restaurar-se definitivamente o dente 15 a 30 dias aps o tratamento executado. Esta restaurao, sobretudo quando metlica fundida, no deve provocar compresso, de preferncia com biselamento duplo e ocluso correta, sem contatos prematuros sobre o dente. E finalmente recomendvel reexaminar-se o paciente 3 meses, 6 meses, 1 ano e mesmo 2 anos aps finalizar-se o tratamento para que sejam realizados os exames clnico/radiogrficos. Pulpotomia. A pulpotomia a coronria remoo da polpa dental coronria viva conservando-se a poro radicular no infectada. A pulpotomia pode ser definida ainda como a amputao cirrgica da poro coronria de uma polpa viva exposta, usualmente com o propsito de preservar a vitalidade e a funo da poro radicular restante. Indicaes. A seleo de casos para realizao da pulpotomia deve ser feita cuidadosamente. O diagnstico do estado da polpa e a utilizao de uma tcnica correta so igualmente fatores de sucesso. A pulpotomia deve ser limitada, sobretudo as polpas vitais e sadias, no infectadas de dentes de crianas e de adultos jovens, quando existe timo poder de recuperao pulpar. Quanto mais jovem o paciente e menor a alterao no tecido pulpar, maior a chance de sucesso. A deciso de se utilizar a pulpotomia deve ser tambm baseada no grau de desenvolvimento do pice radicular. Se a formao da raiz no est completa, ento a pulpotomia quando indicada, dever ser realizada sempre que possvel para permitir a continuidade do desenvolvimento apical. Neste caso o pice ainda muito aberto dificultar o tratamento e uma correta obturao ao longo de todo o canal. A pulpotomia se bem sucedida manter a vitalidade da polpa radicular e em conseqncia permitir a complementao adequada da regio apical. So ainda considerados de importncia para se efetuar a seleo de casos para a realizao da pulpotomia, os seguintes fatos: Grau de extenso do comprometimento inflamatrio da polpa Aspecto macroscpico do tecido pulpar vital, se exposto Consistncia Cor E sangramento ativo.

Do exposto, pode se deduzir que as indicaes da pulpotomia so mais freqentemente reconhecidas e quase sempre bem sucedidas nos seguintes casos: exposio traumtica acidental da polpa dental de dentes anteriores.RESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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Diz que embora o capeamento de pequena rea exposta da polpa dental possa ser tentado, existem inmeros fatores que tornam mais aconselhvel o uso da pulpotomia, em dentes de crianas com razes ainda incompletamente formadas, quando se faz necessrio o tratamento conservador da polpa, dentro das indicaes precisas em dentes com polpas assintomticas, onde durante a remoo de toda a dentina cariada ela pode ser exposta. Em muitas ocasies em vez de utilizarem o capeamento indireto ou capeamento direto da polpa dental, inmeros profissionais preferem a realizao da pulpotomia. Acrescentam ainda o uso da pulpotomia em dentes posteriores, onde a remoo total da polpa difcil ou mesmo impossvel, como nos canais inoperveis por razes anatmicas e como procedimento de emergncia antes do tratamento e da obturao do canal. Material e tcnica. Uma vez decidida realizao da pulpotomia, de acordo com os conhecimentos bsicos, exame do paciente, diagnstico e planejamento adequados, passa-se a realizar a operao o mais rpido possvel para se evitar a difuso de microorganismos. A tcnica da pulpotomia iniciando-se pela anestesia ou infiltrao e pelo preparo inicial da coroa se necessrio ser realizado, de acordo com os seguintes passos: Aposio do dique de borracha e anti sepsia do campo com soluo, sptica. Limpeza inicial da cavidade ou rea a ser operada. Lavagem com substncia adequada, no irritante. Remoo cuidadosa de toda a dentina cariada e amolecida, se presente. Remoo se faz caminhando-se da periferia para a profundidade, utilizando-se motor convencional com broca redonda e deixando-se por ltimo o tratamento final da polpa. Lava-se abundantemente a cavidade durante toda esta manobra. Delineia-se tanto quanto possvel a futura cavidade. O acesso a cmara pulpar se faz pela face lingual dos dentes anteriores ou pela face oclusal dos dentes posteriores, expondo-se cuidadosa e inteiramente a polpa dental agora, pela remoo do teto da cmara pulpar. Lava-se a cavidade formada removendo-se os detritos. Amputao de toda a polpa coronria, at aproximadamente o nvel cervical do dente, utilizando-se de escavador ou cureta afiada. Nos dentes anteriores muitas vezes prefervel e mesmo recomendvel a utilizao de uma broca redonda, girando em sentido inverso, num motor convencional, para se executar a amputao de toda a polpaRESINAS, TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA (CAPEAMENTO DIRETO, INDIRETO, PULPOTOMIA)

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coronria, e este procedimento reduzir a chance de se danificar ou remover qualquer poro radicular da polpa. Lavagem abundante da cmara pulpar, j sem a sua poro da polpa dental, com uma substncia no irritante, dando-se agora, se desejvel, preferncia a gua de cal, desta forma, remove-se tambm todos os detritos e os pequenos cogulos da superfcie da polpa e do interior da cmara e da cavidade formada. A hemorragia pulpar quando presente pode ser paralisada preferentemente pelo uso de gua de cal e de pequena mexa ou compressa de algodo ou de papel, deixada sobre a polpa radicular exposta, por apenas alguns minutos. Secagem de toda a cavidade com mexas ou compressas de algodo ou papel. Aplicao preferentemente de pasta de hidrxido de clcio manipulado com gua destilada no momento do uso, que o hidrxido de clcio PA, sobre a superfcie da polpa radicular restante. Preencher uma boa parte de toda a cmara pulpar numa espessura mnima de 1 a 2 mm. Aplicao aps o endurecimento, da pasta de hidrxido de clcio, 2 a 3 minutos e de uma camada de pasta de xido de zinco e eugenol de endurecimento rpido, preenchendo a cavidade restante ou deixando condies para colocao imediata de restaurao provisria.

As recomendaes ao paciente e o acompanhamento clnico, o mesmo que j foi citado para o capeamento direto da polpa dental.

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