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Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle RELATÓRIO Nº 201412710 QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO? Linha de Atuação: Demandas Externas Unidade Examinada: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Objeto: Análise de processos licitatórios para a execução de obras, bem como avaliar o estágio de empreendimento e a compatibilidade com os pagamentos realizados, verificação de superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro e adequação da planilha de custos com o projeto básico. Ação: 20RL Funcionamento de Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica Programa: 2032 Educação Profissional e Tecnológica. Escopo: Atuação do IFPB na contratação e realização de obras. Referência Legal: Lei n°. 8.666/1993. POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? Trata-se de trabalho requisitado pelo Procurador-Chefe da PF/PB/AGU em funções de demandas apresentadas à Advocacia-Geral da União e que deram origem ao Processo nº 00214.000717/2014-50. QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES foram emitidas? Com base nos exames realizados, estritamente no âmbito do escopo definido, verificou-se: a existência de projetos básicos deficientes; impropriedades nas licitações realizadas; alteração do início da vigência contratual, com inobservância ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório; e paralisação das obras e atraso no cronograma. Em razão do montante apurado, recomendou- se ao IFPB: elaborar de forma adequada os projetos básicos; o aprimoramento dos controles administrativos relativos à elaboração dos instrumentos convocatórios e projetos básicos das licitações alusivas a obras de engenharia; aprimorar os controles administrativos referentes à elaboração de contratos, bem como ao acompanhamento da vigência dos instrumentos contratuais; e aprimorar os controles administrativos relativos ao acompanhamento dos contratos concernentes à execução de obras de engenharia, especialmente no tocante ao cumprimento do cronograma físico acordado.

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Page 1: CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAL FOI O QUAIS … · superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro e adequação da planilha de custos com

Ministério da Transparência,

Fiscalização e Controle

RELATÓRIO Nº 201412710

QUAL FOI O

TRABALHO

REALIZADO?

Linha de Atuação:

Demandas Externas

Unidade Examinada: Instituto

Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia da Paraíba

Objeto: Análise de processos

licitatórios para a execução de

obras, bem como avaliar o

estágio de empreendimento e a

compatibilidade com os

pagamentos realizados,

verificação de

superfaturamento,

conformidade da execução

com o respectivo cronograma

físico-financeiro e adequação

da planilha de custos com o

projeto básico.

Ação: 20RL – Funcionamento

de Instituições Federais de

Educação Profissional e

Tecnológica

Programa: 2032 – Educação

Profissional e Tecnológica.

Escopo: Atuação do IFPB na

contratação e realização de

obras.

Referência Legal: Lei n°.

8.666/1993.

POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? Trata-se de trabalho requisitado pelo Procurador-Chefe da PF/PB/AGU em funções de demandas apresentadas à Advocacia-Geral da União e que deram origem ao Processo nº 00214.000717/2014-50.

QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES foram emitidas? Com base nos exames realizados, estritamente

no âmbito do escopo definido, verificou-se: a

existência de projetos básicos deficientes;

impropriedades nas licitações realizadas;

alteração do início da vigência contratual, com

inobservância ao princípio da vinculação ao

instrumento convocatório; e paralisação das

obras e atraso no cronograma.

Em razão do montante apurado, recomendou-

se ao IFPB: elaborar de forma adequada os

projetos básicos; o aprimoramento dos

controles administrativos relativos à

elaboração dos instrumentos convocatórios e

projetos básicos das licitações alusivas a obras

de engenharia; aprimorar os controles

administrativos referentes à elaboração de

contratos, bem como ao acompanhamento da

vigência dos instrumentos contratuais; e

aprimorar os controles administrativos

relativos ao acompanhamento dos contratos

concernentes à execução de obras de

engenharia, especialmente no tocante ao

cumprimento do cronograma físico acordado.

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Secretaria Federal de Controle Interno

Unidade Examinada: INST.FED.DE EDUC.,CIENC.E

TEC.DA PARAIBA

Introdução

1. Introdução

Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações

presumidamente irregulares, ocorridas no INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,

CIENCIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAIBA, apontadas à Controladoria-Geral da União

- CGU, conforme demanda do Procurador-Chefe da PF/PB/AGU, que deram origem ao

Processo nº 00214.000717/2014-50.

A fiscalização teve como objetivo analisar os processos licitatórios nº 23381.003728.2012-01

e nº 23381.002506.2013-44, referentes às licitações nº 01/2012 (campus Guarabira) e

nº 02/2013 (campus Esperança) respectivamente, bem como avaliar o estágio de implantação

do empreendimento e a compatibilidade com os pagamentos realizados, verificação de

superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro

e adequação da planilha de custos com o projeto básico.

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 20 a 31 de julho de 2015 sobre a

aplicação de recursos federais do programa 2031 - Educação Profissional e Tecnológica / 20RL

- Funcionamento de Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica no

município de João Pessoa/PB.

Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao

Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e

registros fotográficos e análise documental.

Relatório de Demandas

Externas

Número do relatório: 201412710

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Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,

tendo se manifestado em 08 de julho de 2016, cabendo ao Ministério supervisor, nos casos

pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas,

bem como à apuração das responsabilidades.

1.1. Informações sobre a Ação de Controle

Ordem de Serviço: 201412710

Número do Processo: 00214.000717/2014-50

Município/UF: João Pessoa/PB

Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: INST.FED.DE EDUC.,CIENC.E TEC.DA PARAIBA

Montante de Recursos Financeiros: R$ 20.401.462,49

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito responsável pela

tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela existência

de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Os fatos apresentados a seguir destinam-se aos órgãos e entidades da Administração Pública

Federal - gestores federais dos programas de execução descentralizada. A princípio, tais fatos

demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte desses gestores, visando

à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente Tomada

de Contas Especial, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Realização de Concorrências amparadas em Projetos Básicos deficientes.

Fato

Com o objetivo de avaliar a adequação e a regularidade dos projetos básicos e orçamentos

elaborados pelo IFPB para a realização de licitação e consequente contratação de empresa de

engenharia para a construção dos campi de Guarabira e Esperança, foi emitida a Solicitação

de Auditoria (SA) nº 201412710, datada em 25 de maio de 2015, requisitando cópia dos

projetos arquitetônico e complementares, bem como os respectivos orçamentos.

Apesar da disponibilização à equipe de fiscalização de todas as peças necessárias para a

execução da obra, verificou-se a inclusão dos seguintes itens no orçamento, relativos à

elaboração dos projetos complementares de engenharia:

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Quadro - Planilha da proposta vencedora da Concorrência nº 01/2012 (Guarabira).

Item Discriminação Quant. Unid Preço

Unitário

V. Total

(R$)

1.9

ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVOS

COMPLEMENTARES (ESTRUTURAL DE CONCRETO

ARMADO, INC. FUNDAÇÕES E LAJES, CABEAMENTO ESTRUTURADO. SONORIZAÇÃO. SPDA,

CLIMATIZAÇÃO, COMBATE A INCÊNDIO,

HIDROSANITÁRIO, DRENAGEM PLUVIAL E AS BUILT

5.558,91 m² 20,05 111.428,35

1.10 ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVO ESTRUTURA

METÁLICA 150,00 m² 2,85 427,50

1.11 ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVO DE GÁS 204.07 m² 2,76 562,21

1.12

LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO DO TERRENO, INCLUINDO POLIGONAL, CADERNETA DE

CAMPO, MAPA DE CUBAÇÃO, CADERNO DE

NIVELAMENTO, PLANO COTADO E SEÇÕES TRANSVERSAIS.

8,12 ha 760,00 6.171,20

TOTAL 118.589,26

Fonte: Planilha orçamentária elaborada pela empresa vencedora da Concorrência nº 01/2012 e juntada ao

processo administrativo concernente à mencionada licitação (Processo nº 23381.003728.2012-01).

Quadro - Planilha da proposta vencedora da Concorrência nº 01/2013(Esperança).

Item Discriminação Quant. Unid Preço

Unitário

V. Total

(R$)

1.8

ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVOS COMPLEMENTARES (ESTRUTURAL DE CONCRETO

ARMADO, INC. FUNDAÇÕES E LAJES, CABEAMENTO

ESTRUTURADO, SONORIZAÇÃO, CLIMATIZAÇÃO, COMBATE A INCÊNDIO, HIDROSANITÁRIO,

DRENAGEM PLUVIAL E AS BUILT) INCLUSIVE

QUANTITATIVOS E MEMORIAL DESCRITIVO.

5.644,57 m² 10,00 56.445,70

1.9 ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVO ESTRUTURA METÁLICA, INCLUSIVE QUANTITATIVOS E

MEMORIAL DESCRITIVO. 215,30 m² 1,40 301,42

1.10 ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVO DE GÁS, INCLUSIVE QUANTITATIVOS E MEMORIAL

DESCRITIVO. 191,19 m² 1,35 258,11

1.11

LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO DO TERRENO, INCLUINDO POLIGONAL, CADERNETA DE

CAMPO, MAPA DE CUBAÇÃO, CADERNO DE

NIVELAMENTO, PLANO COTADO E SEÇÕES TRANSVERSAIS.

7,01 ha 784,15 5.496,89

TOTAL 62.502,12

Fonte: Planilha orçamentária elaborada pela empresa vencedora da Concorrência nº 01/2013 e juntada ao

processo administrativo concernente à mencionada licitação (Processo nº 233381.002506.2013-44).

Vale ressaltar que os mesmos deveriam compor a documentação do projeto básico, juntamente

ao projeto arquitetônico, quando da sua aprovação, ou seja, antes de ser iniciado o

procedimento licitatório.

Em Relatório técnico, emitido em 15 de dezembro de 2014 pelo engenheiro civil responsável

pela fiscalização da obra de Guarabira, foram apresentadas justificativas para a elaboração de

um replanilhamento com acréscimos e subtrações de itens da planilha orçamentária,

importando em um aditamento contratual com aumento do valor em R$ 333.949,65 e

prolongamento do prazo de execução da obra em duzentos e dez dias.

Contudo, verificou-se que as alterações ocorreram em decorrência de projeto básico

deficiente, uma vez que as peças de engenharia complementares ao projeto arquitetônico

(levantamento planialtimétrico, projetos de fundações, estrutural e de instalações hidráulicas,

elétricas, telefônicas, de prevenção de incêndio e de ar-condicionado, dentre outros) foram

elaboradas pela empresa vencedora da licitação durante a execução da obra, e, portanto, restou

demonstrada a inexatidão dos quantitativos propostos na planilha orçamentária.

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Tal situação evidenciou que a licitação foi realizada com a aprovação de projeto básico sem

todos os elementos que propiciariam precisão em nível suficiente à realização adequada do

empreendimento, em afronta aos arts. 6º, inciso IX, e 7º, §4º, da Lei 8.666/93, in verbis:

“IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado,

para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado

com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o

adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo

da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.”

“§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem

previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico

ou executivo.”

Além do que, um orçamento detalhado somente deve ser produzido se o projeto tiver um grau

de desenvolvimento suficiente. As composições de custos unitários devem ser planejadas

mediante especificações técnicas detalhadas e de critérios de medição e pagamento bem

definidos.

No caso em tela, a inadequação do projeto básico teve como principal falha a apresentação de

planilha orçamentária sem os respectivos projetos que justificassem os quantitativos

propostos.

Segundo a Lei nº 8.666/93, é facultada a elaboração do projeto executivo concomitante com

a execução da obra e, consequentemente, a previsão do seu custo no respectivo orçamento

para ser realizado pela empresa vencedora do certame licitatório.

Todavia, o projeto executivo deve tratar de situação em que certos itens não podem ser

estabelecidos a priori durante a produção do projeto básico, sendo necessária à sua realização

durante a execução da obra, momento em que são conhecidos os fatores determinantes para a

quantificação final dos insumos e serviços.

Nesse sentido, em 13 de janeiro de 2015, mediante despacho nº 024/2015/PF-

UFPB/PGF/AGU, a Procuradoria Federal/UFPB se pronunciou a respeito do aditamento

contratual, em especial quanto à necessidade de comprovação da inexistência de projeto

deficiente, conforme transcrito a seguir:

(...)

“É importante notar que essa causa da alteração deve necessariamente ser uma situação

superveniente, não conhecida ou impossível de ser conhecida no momento da confecção do projeto da

licitação. Não fosse assim e seriam institucionalizadas as hipóteses de projetos deficientes, os quais já

seriam licitados com a firme certeza de que seriam refeitos e ajustados ao longo da execução, o que

não é possível aceitar como normal e correto nas contratações públicas, especialmente por conta dos

princípios do planejamento da licitação e da vinculação do contrato ao edital, os quais, juntos,

funcionam como um freio legal quanto às alterações contratuais, somente cabíveis naquelas hipóteses

expressamente listadas pelo legislador.

Nesse sentido, é preciso que a fiscalização do contrato demonstre expressamente que as justificativas

apresentadas para o acréscimo (fls. 1.101 e seguintes) foram supervenientes à celebração contratual.

Ou, se não houve causa superveniente, não está apontada a responsabilidade pelo projeto deficiente”.

(...)

O Tribunal de Contas da União - TCU dispõe em Acordão nº 2934/2014 – Plenário:

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“A elaboração de projeto básico deficiente, que não contempla todos os elementos necessários e

suficientes, com o nível de precisão adequado para bem caracterizar o empreendimento e garantir

exatidão na sua orçamentação, constitui falha grave que enseja aplicação de multa aos responsáveis.”

Apesar de os acréscimos corresponderem a um montante de R$ 1.512.657,55, equivalente a

15,28% do total contratado e, portanto, dentro do limite legal de 25%, vale ressaltar que vários

itens tiveram alterações acima de 50% e/ou supressões totais, conforme exemplificado na

tabela a seguir:

Quadro - Planilha do Bloco Acadêmico.

2 MOVIMENTO DE TERRA ACRÉSCIMOS

(%) SUPRESSÕES

(%)

2.2 ESCAVACAO MANUAL EM SOLO, PROF. MAIOR QUE 1,5M ATE 4,00 M 100%

2.3 APILOAMENTO COM MACO DE 30KG 100%

2.5 ATERRO APILOADO(MANUAL) EM CAMADAS DE 20 CM SEM MATERIAL DE EMPRÉSTIMO

91,16%

2.6 ATERRO APILOADO(MANUAL) EM CAMADAS DE 20 CM COM

MATERIAL DE EMPRÉSTIMO 70,63% -

3 FUNDAÇÕES E SONDAGENS ACRÉSCIMOS

(%)

SUPRESSÕES

(%)

3.1 SOLO CIMENTO 1:20 (CIMENTO E AREIA) - 100%

3.5

CONCRETO USINADO, IMPORTADO, ESTRUTURAL FCK=20MPA

INCLUS. TRANSPORTE HORIZONTAL ATÉ 20M (PROD. 2M3/H) EM CARRINHOS, ADENSAMENTO, ACABAMENTO E CONTROLE

TECNOLOGICO

- 53,22%

3.6 EMBASAMENTO C/PEDRA ARGAMASSADA UTILIZANDO ARG.CIM/AREIA 1:4

- 100%

4 IMPERMEABILIZAÇÃO ACRÉSCIMOS

(%)

SUPRESSÕES

(%)

6.2 IMPERMEABILIZAÇÃO COM MANTA ASFALTICA 4MM, INCLUSIVE PROTEÇÃO MECÂNICA

77,00% -

6.3 IMPERMEABILIZAÇÃO COM BETUMINOSA 68,42% -

8 ESQUADRIAS METÁLICAS ACRÉSCIMOS

(%)

SUPRESSÕES

(%)

8.6 JANELA TIPO CORRER ALUMINIO (CONF. DET. ARQUITETURA) - 76,98%

12 REVESTIMENTO ACRÉSCIMOS

(%)

SUPRESSÕES

(%)

12.2 CHAPISCO EM TETO - 100%

12.4 REBOCO PAULISTA CIM/CAL/AREIA (TETO) - 100%

Fonte: Planilhas relativas ao aditamento do Contrato nº 076/2012 e acostadas ao processo da Concorrência

nº 01/2012 (Processo nº 23381.003728.2012-01).

Portanto, diante do exposto, constatou-se que não há previsão legal para a postergação dos

projetos complementares, uma vez que são necessários para a quantificação dos insumos e

serviços de engenharia e, portanto, indispensáveis na elaboração dos orçamentos da obra,

evidenciando a aprovação de projeto básico deficiente para a viabilização indevida do certame

licitatório.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 281/2016/R/IFPB, datado de 08 de julho de 2016, a Entidade apresentou

as manifestações transcritas abaixo:

“No ano de 2012, ano da licitação 01/2012, o IFPB constava de apenas 04(quatro)

engenheiros na coordenação de obras de engenharia. Estes engenheiros eram fiscais de um

total de 18 (dezoito) obras, além disto, várias destas obras localizadas em cidades distantes da

reitoria, que é localizada em João Pessoa, como a do campus Princesa Isabel em torno de 430

km, a do campus Patos em torno de 300 km, a do Restaurante Estudantil de Cajazeiras em

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torno de 470 km, a da Biblioteca de Monteiro em torno de 300 km etc. Entretanto, as

atribuições desses engenheiros não se resumiam a isto, elaboravam-se orçamentos, pareceres,

levantamento in loco para reformas, consulta sobre a manutenção de edificações etc.

A grande demanda foi motivada pela expansão II e III do IFPB, onde a instituição

passou de 03(três) unidades (João Pessoa, Sousa e Cajazeiras) para 15 (quinze) unidades,

porém, o crescimento de obras de implantação e de novas obras estruturantes nos campi

existentes não aconteceu no mesmo ritmo do crescimento de servidores técnicos da área de

construção civil.

Diante desse quadro, a instituição iniciou a contratação de novos servidores para

coordenação de obras para atenuar os problemas gerados pela sobrecarga de trabalho,

possibilitar que os servidores passassem por capacitação para melhoria do conhecimento sobre

obras públicas e suas peculiaridades, e com isto, enxergar erros e sanar nas futuras licitações

do IFPB. Hoje a coordenação de obras desta instituição dispõe de 08 (oito) engenheiros civis,

01 (um) engenheiro eletricista, 02 (dois) tecnólogo de construção de edifícios, 02 (dois)

técnicos de eletrotécnica e 01 (um) desenhista.

No que diz respeito a obra da construção do campus Guarabira, ela hoje se encontra

com percentual em torno de 85,0% executado, bem próximo de sua conclusão, isto mostra que

o projeto básico foi suficiente para execução do contrato dentro de uma margem de erro

plausível.

O problema apresentado pelo relatório preliminar da ordem de serviço nº 201412710

sobre o processo 00214.000717/2014-50, item 1, com as capacitações realizadas e

melhoramento do conhecimento específico de obras públicas, foi perceptível a falha

mencionada, com isto, o IFPB vem corrigindo os problemas constatados nas licitações mais

recentes, como por exemplo, os restaurantes estudantis nos campi Princesa Isabel, Monteiro,

Picuí e Patos, onde se realizaram com todos os projetos básicos.

O item 1.11 trata-se do levantamento planialtimétrico e demais elementos que

serviram como memória de cálculo para medição de terraplenagem, incluindo seções

transversais e mapa de cubação que são essenciais para serviços de aterro e corte em terreno

natural. Além disto, informa-se que o IFPB recebeu um levantamento topográfico da

prefeitura da cidade no qual está se implantando o campus do Instituto Federal, porém,

normalmente existem distorções entre o levantamento fornecido pela prefeitura e o elaborado

pela contratada. Vale ressaltar também que o levantamento topográfico da prefeitura é

fornecido antes da elaboração do projeto arquitetônico o que impossibilitaria a confecção do

mapa de cubação e seções transversais.

A lei nº 8.666/1993 não faz menção ao percentual de supressão e adição no tocante ao

quantitativo de item, e sim para o valor global da obra que em nosso caso é de 25%. Portanto

supressões citadas que chegam até 100 % de alguns itens, não estão fora da legalidade.

O item 2.2 “Escavação manual de solo prof. Maior que 1.5m até 4,00m” não foi

necessária sua utilização, uma vez que as escavações para execução das fundações não

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ultrapassaram 1,50m. Vale salientar que apesar da existência da sondagem, o solo é um

sistema heterogêneo, particulado, disperso e poroso, onde poderia existir variações da sua

estrutura em ponto de escavação das sapatas das fundações.

O item 2.3 “Apiloamento com maco de 30kg” a contratada deveria ter executado este

serviço para economia de concreto magro, porém a mesma não executou o serviço e

consequentemente não foi medido e por isso suprimido no primeiro aditivo contratual. Vale

ressaltar que o acréscimo de concreto magro tornou-se um ônus para a contratada e nunca para

o IFPB.

O item 2.5 “Aterro Apiloado (manual) em camada de 20cm sem material de

empréstimo” se refere ao material de sobra do reaterro das sapatas, portanto, como o contrato

é na modalidade empreitada por preço unitário, este foi suprimido.

O item 2.6 “Aterro Apiloado (manual) em camada de 20cm com material de

empréstimo” foi acrescido uma vez que a terraplenagem foi executada apenas para ruas e

estacionamentos.

O item 3.1 “Solo cimento 1:20 (cimento e areia)” foi colocado na planilha

orçamentária em caso de necessidade melhoramento da distribuição das tensões no solo, ou

até mesmo melhoramento do suporte do solo e demais propriedades que o uso do solo cimento

proporciona a execução de fundações. Como o item supracitado não foi utilizado, logo foi

suprimido no primeiro aditivo.

O item 3.5 “Concreto Usinado, Importado, Estrutural Fck=20mpa Inclus. Transporte

Horizontal Até 20m (Prod. 2m3/H) em Carrinhos, Adensamento, Acabamento e Controle

Tecnológico” este foi suprimido por falta de precisão no quantitativo, como o contrato foi por

meio de empreitada de preços unitários, o excesso foi suprimido e sem prejuízo ao erário.

O item 3.6 “Embasamento C/Pedra Argamassada Utilizando Arg. Cim/Areia 1:4” seria

utilizado em caso de necessidade de fechamento abaixo da viga baldrame para execução do

aterro do caixão, como não foi necessário, portanto não foi pago e consequentemente

suprimido em aditivo contratual.

O item 6.2 “Impermeabilização com Manta Asfáltica 4mm, Inclusive Proteção

Mecânica” este item foi acrescido para evitar que as águas oriundas da coberta respinguem na

laje através da abertura existente, e norma, entra a telha e o apoio da calha. Com isto, o

desenvolvimento da calha passou a ser de 1,30 m conforme memória de cálculo do aditivo 01

constado nas páginas 1266 e 1267 do processo 23381.003728.2012-01.

O item 6.3 “Impermeabilização Com Betuminosa” este foi acrescido por deficiência

no quantitativo, como o item é considerado essencial para boa qualidade da obra, este foi

aditivado.

O item 8.6 “Janela Tipo Correr Alumínio (Conf. Det. Arquitetura)” ocorreu acréscimo

devido a mudança no projeto, especialmente para janelas com 03(três) folhas que poderiam

abrir simultaneamente, para estas foram necessários 03(três) trilhos de correr.

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O item 12.2 “Chapisco em teto” não foi executado uma vez que a laje foi executada

com o EPS (Lajotas de Isopor) e este chapisco em questão não apresentaria aderência

necessária e poderia vir a queda de material, e desta forma colocaria em risco a vida dos

usuários.

O item 12.4 “Reboco Paulista Cim/Cal/Areia (Teto)” não foi executado pelo mesmo motivo

do item 12.2 “chapisco em teto”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A justificativa apresentada pelo Gestor não elidiu a constatação apresentada por esta equipe

de fiscalização, uma vez que corrobora com o fato apontado ao afirmar que, “com as

capacitações realizadas e melhoramento do conhecimento específico de obras públicas, foi

perceptível a falha mencionada, com isto, o IFPB vem corrigindo os problemas constatados

nas licitações mais recentes, como por exemplo, os restaurantes estudantis nos campi

Princesa Isabel, Monteiro, Picuí e Patos, onde se realizaram com todos os projetos básicos.”

Além disso, as demais justificativas em relação aos itens inseridos no relatório, a título

exemplificativo, demonstram que, em decorrência da realização de licitações com projeto

deficiente, foi elaborada planilha de custos unitários com quantitativos que não correspondiam

às previsões reais do projeto básico, em descumprimento ao disposto no §4º do art. 7º da Lei

nº 8.666/93, in verbis:

“§4º. É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem

previsão de quantidades ou cujos quantitativos nãos correspondam às previsões reais do projeto básico

ou executivo. ”

Vale salientar que a menção ao limite legal de 25%, para supressão e acréscimos nos

quantitativos dos itens da planilha de custos da obra, não guarda relação com a constatação

em questão, uma vez que tal dispositivo diz respeito a modificações na execução da obra

relativas a situações supervenientes, não conhecidas ou impossíveis de serem conhecidas no

momento da elaboração do projeto da licitação.

Diante do exposto, verifica-se que a limitação prevista no §1º, do art. 65, da Lei nº 8.666/93,

para acréscimos e supressões durante a execução da obra, não deve ser utilizada como

instrumento para sanar descumprimento de lei, em especial quanto à elaboração de orçamento

em que determinados quantitativos de materiais e serviços não tinham amparo em peças

técnicas as quais deveriam estar presentes na composição do projeto básico.

Portanto, as alterações de itens em percentuais elevados, por imprecisões decorrentes da

ausência de projetos complementares, evidenciaram que a gestão dos recursos federais

incorreu em irregularidade ao realizar as licitações nº 01/2012 e nº 01/2013 (Campi Guarabira

e Esperança, respectivamente) sem o projeto básico com todos os elementos necessários e

suficientes para sua execução completa, com avaliação adequada dos custos e quantitativos

das obras. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Certificar se estão incluídos todos os elementos necessários e suficientes

no projeto básico e executivo,quando da realização de novos certames licitatórios, junto ao

corpo técnico de engenheiros da Entidade para evitar a inclusão no objeto da licitação de

Page 10: CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAL FOI O QUAIS … · superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro e adequação da planilha de custos com

fornecimento de materiais e serviços cujos quantitativos não correspondam às previsões reais

do projeto básico ou executivo.

2.1.2. Irregularidades/impropriedades nas licitações realizadas para a implantação dos

Campi em Guarabira e Esperança.

Fato

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB, visando à

implantação de dois campi no Estado da Paraíba, situados nos Municípios de Guarabira e de

Esperança, realizou dois certames licitatórios nº 01/2012 e nº 01/2013, na modalidade

Concorrência, com recursos orçamentários concernentes ao Programa/Ação

12363203120RL0025 - Educação Profissional e Tecnológica / Funcionamento de Instituições

Federais de Educação Profissional e Tecnológica, conforme a seguir.

– Concorrência nº 01/2012 (Guarabira)

Consubstanciada no Processo Administrativo nº 23381.003728.2012-01, a Concorrência

nº 01/2012 iniciou-se em 26 de novembro de 2012 (data da entrega dos envelopes de

habilitação e propostas de preços) e teve como objeto a contratação dos serviços de engenharia

para execução da 1ª etapa do Campus Guarabira.

Com preço total estimado em R$ 10.613.884,95 e taxa de BDI de 23,78%, a Licitação abarcou,

nessa 1ª fase, a construção de uma guarita, um reservatório de água, dois blocos acadêmicos

(Blocos A e B), um bloco administrativo e, por fim, a implantação da infraestrutura

(movimento de terra, pavimentação, subestação elétrica, sistema de combate a incêndios),

conforme evidenciado nas planilhas orçamentárias do respectivo projeto básico.

Os documentos acostados ao mencionado processo administrativo demonstraram que o

certame licitatório foi do tipo menor preço global e teve, como regime de execução, a

empreitada por preço unitário. Ademais, segundo o item 13 do edital, o prazo para execução

do objeto licitado foi de 720 dias corridos, contados a partir da data de início das obras, a qual

dar-se-ia em até dez dias corridos contados a partir da assinatura do contrato e ordem de

serviço.

Em relação à observância do prazo mínimo para publicação do aviso de realização da

Concorrência nº 01/2012, restou evidenciado o cumprimento legal em relação à divulgação

no Diário Oficial da União – DOU (edição de 26 de outubro de 2012), como também no jornal

diário de grande circulação estadual (Jornal da Paraíba, edição de 26 de outubro de 2012).

Muito embora dezoito interessados tenham retirado o edital de Licitação, conforme

documentos referentes à extração do Portal de Compras do Governo Federal (fls. 212 e 213)

e a ata do resultado da fase de habilitação (fls. 604 e 605), juntados ao respectivo processo

administrativo alhures mencionado, verificou-se que quatro empresas apresentaram os

envelopes de habilitação e de proposta de preços, quais sejam:

1. ARAÚJO PONTES ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA. (CNPJ 01.664.506/0001-68);

2. DOMO ENGENHARIA LTDA. (CNPJ 09.347.462/0001-54);

3. COMPECC ENGENHARIA, COMÉRCIO E CONSTRUÇÕES LTDA. (CNPJ 03.503.388/0001-

31); e

4. LINK ENGENHARIA, INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. (CNPJ 00.976.179/0001-17).

Page 11: CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAL FOI O QUAIS … · superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro e adequação da planilha de custos com

Consoante consignado na ata do resultado da fase de habilitação, a Comissão Especial de

Licitação – CEL inabilitou a partícipe DOMO ENGENHARIA LTDA., visto a mesma ter

descumprido exigências relativas à qualificação técnica.

Sagrou-se vencedora a proposta da empresa LINK ENGENHARIA, INDÚSTRIA E

COMÉRCIO LTDA., cujo valor total de R$ 9.900.410,31, correspondeu a 93,28% do preço

estimado para o objeto da concorrência (R$ 10.613.884,95). Logo, verificou-se a existência

de desconto na ordem de 6,72%.

Em 06 de dezembro de 2012, ocorreu a homologação do certame licitatório e a adjudicação

do seu objeto à licitante vencedora.

Por conseguinte, a celebração do termo do Contrato nº 076/2012 deu-se em

20 de dezembro de 2012, juntamente com o recebimento da Ordem Serviço (OS) para início

dos trabalhos pela contratada (OS nº 01/2012). Na oportunidade, vale acrescentar que,

segundo o item 13 do edital, bem como a cláusula sétima do instrumento contratual, o prazo

de vigência do termo firmado com a licitante vencedora era de 730 dias corridos.

Com base nos documentos juntados ao processo administrativo alusivo a essa licitação,

observou-se que, na data de 15 de janeiro de 2015, ou seja, dois anos e vinte e seis dias após

a celebração do instrumento contratual e do recebimento da ordem de serviço para início das

obras, ocorreu a celebração do Termo Aditivo nº 01/2015, objetivando a alteração do valor do

Contrato nº 076/2012, assim como da prorrogação de sua vigência.

Em razão da assinatura do citado termo aditivo, o valor original do contrato passou de

R$ 9.900.410,31 para R$ 10.234.359,97, ou seja, foi majorado em R$ 333.949,65, uma vez

que a planilha contratual foi objeto de alterações em serviços e quantitativos nos montantes

de R$ 1.178.707,90 (supressões) e de R$ 1.512.657,55 (acréscimos). Quanto à nova vigência

contratual, tal aditivo estabeleceu o interstício de 15 de janeiro de 2015 a 15 de agosto de

2018. Assim, a visita técnica efetuada in loco por esta fiscalização aconteceu durante a

vigência desse primeiro termo aditivo.

Deve-se ressaltar que nenhum documento acostado ao Processo Administrativo

nº 23381.003728.2012-01 indicou a existência de impugnação do instrumento convocatório

da Concorrência nº 01/2012, tampouco de recurso por parte dos licitantes contra o resultado

das fases de habilitação e julgamento das propostas.

– Concorrência nº 01/2013 (Esperança)

Por sua vez, a Concorrência nº 01/2013 teve como objeto a contratação de empresa de

engenharia para execução da 1ª etapa da implantação do Campus do IFPB no Município de

Esperança/PB, que, a exemplo da Concorrência nº 01/2012 (Guarabira), compreendeu a

construção de uma guarita, um reservatório de água, dois blocos acadêmicos (Blocos A e B),

um bloco administrativo e, por fim, a implantação da infraestrutura (movimento de terra,

pavimentação, subestação elétrica, sistema de combate a incêndios).

De acordo com os documentos acostados ao Processo Administrativo nº

233381.002506.2013-44, certame licitatório iniciou-se em 17 de junho de 2013 (data da

entrega dos envelopes de habilitação e propostas de preços) e apresentou, segundo o

respectivo edital, características idênticas àquelas definidas para a Concorrência nº 01/2012,

ou seja, tipo de licitação menor preço global, regime de execução por empreitada por preço

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unitário e prazo de execução de 720 dias corridos para a realização das obras licitadas.

Com preço total estimado em R$ 11.900.309,60, o edital da Concorrência nº 01/2013 foi

adquirido por 18 empresas, como evidenciada pela extração efetuada no Portal de Compras

do Governo Federal (fls. 255 e 256), assim como pela ata relativa à abertura dos envelopes de

habilitação (fls. 1322 e 1323), ambas presentes no respectivo processo licitatório. Contudo,

desse universo de interessados, seis empresas apresentaram os envelopes de habilitação e

proposta de preços, quais sejam:

1. E.J.S. CONSTRUÇÕES LTDA. (CNPJ 70.108.204/0001-26);

2. CONSTRAL - CONSTRUTORA E CONSULTORIA SANTO ANTONIO LTDA. (CNPJ

10.758.902/0001-45);

3. TECCEL - TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E ELETRICA LTDA. (CNPJ

04.401.310/0001-79);

4. VIRTUAL ENGENHARIA LTDA. (CNPJ 04.297.655/0001-24);

5. LINK ENGENHARIA, INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. (CNPJ 00.976.179/0001-17); e

6. EQUATORIAL CONSTRUÇÕES LTDA. (CNPJ 05.584.647/0001-21).

Consoante o relatório referente ao resultado da fase de habilitação (fls. 1324 a 1326),

elaborado em 18 de junho de 2013, a Comissão Especial de Licitação (CEL) do IFPB

considerou habilitadas as três últimas partícipes acima relacionadas, visto que as outras três

deixaram de atender exigências previstas no edital.

Quanto à fase de julgamento das propostas de preços, relatório concernente a essa etapa da

licitação (fls. 2283 e 2284) indicou que a proposta elaborada pela partícipe VIRTUAL

ENGENHARIA LTDA. (CNPJ 04.297.655/0001-24), consistiu na única proposta classificada,

dado que as partícipes LINK ENGENHARIA LTDA. e EQUATORIAL CONSTRUÇÕES

LTDA, por utilizarem os salários de mão de obra para as categorias de servente e profissional

qualificado com valores incompatíveis com a convenção coletiva do sindicato da região onde

seriam prestados os serviços, tiverem suas propostas desclassificadas. Na oportunidade, deve-

se ressaltar que o valor total da proposta classificada foi de R$ 10.746.490,67, quantia

correspondente ao segundo menor valor global proposto para execução do objeto licitado,

conforme ata de abertura dos envelopes de proposta de preços (fls. 2281 e 2282).

Irresignada com a desclassificação de sua proposta, cujo valor global foi o menor dentre as

três analisadas pela comissão de licitação, a empresa EQUATORIAL CONSTRUÇÕES

LTDA. impetrou, tempestivamente, recurso administrativo.

Entretanto, verificou-se que o processo referente à Concorrência nº 01/2013 não continha

qualquer documento que sinalizasse ter a CEL comunicado aos demais licitantes acerca da

interposição desse recurso a fim de impugná-lo, como estatui o disposto no § 3º do art. 109 da

Lei nº 8.666/93.

Acatando parcialmente os termos do recurso impetrado, a CEL reconsiderou a sua decisão em

relação tanto à desclassificação da empresa recorrente EQUATORIAL CONSTRUÇÕES

LTDA. quanto à desclassificação da empresa LINK ENGENHARIA, INDÚSTRIA E

COMÉRCIO LTDA, conforme evidenciado em documento acostado ao Processo

Administrativo nº 233381.002506.2013-44 (fls. 2305 a 2307).

Assim, tendo em vista a habilitação das três propostas de preços, a partir de então,

consideradas classificadas, sagrou-se vencedora da Concorrência nº 01/2013 a empresa

EQUATORIAL CONSTRUÇÕES LTDA. (CNPJ 05584 647.'0001-21), cujo valor da

proposta, no montante total de R$ 10.501.052,18, foi a de menor preço global. Desse modo,

Page 13: CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAL FOI O QUAIS … · superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro e adequação da planilha de custos com

observou-se que a proposta vencedora correspondeu a 88,24% do preço total estimado para

a licitação (R$ 11.900.309,60).

Em 23 de agosto de 2013, a Concorrência em comento foi homologada e seu objeto adjudicado

à licitante EQUATORIAL CONSTRUÇÕES LTDA.

Por conseguinte, o Contrato nº 063/2013 foi celebrado em 16 de setembro de 2013, com valor

de R$ 10.501.052,18 e vigência de 730 dias corridos contados a partir da data de sua

assinatura. Vale ressaltar que, consoante os termos desse instrumento contratual, o prazo

para realização das obras era de 720 dias corridos contados a partir do dia 26 de setembro

de 2013, conforme estabelecido na Ordem de Serviço nº 01/2013, de 16 de setembro de

2013 (fl. 2365).

Os documentos acostados ao Processo Administrativo relativo à Concorrência nº 01/2013

demonstraram que, em 10 de março de 2015, celebrou-se o termo de rescisão amigável ao

Contrato nº 063/2013 (fls. 3426 e 3427), com espeque no inciso II do art. 79 da Lei nº

8.666/93.

Deve-se ressaltar que a ata relativa à reunião realizada entre o IFPB e a empresa

EQUATORIAL CONSTRUÇÕES LTDA., lavrada na data da assinatura do termo de

rescisão acima mencionado (fls. 3424 e 3425), indicou, expressamente, os atrasos dos

pagamentos como uma das razões da assinatura do termo de rescisão pela contratada.

Em face dessa situação, a execução da 1ª etapa das obras de implantação do Campus

Esperança do IFPB encontrava-se paralisada durante a visita técnica efetuada por esta equipe

de fiscalização.

– Análise dos Processos Administrativos relativos às Concorrências nº 01/2012 e 01/2013

O exame realizado nos processos administrativos concernentes às Concorrências nº s 01/2012

e 01/2013 (1ª etapa da implantação dos Campi Guarabira e Esperança, respectivamente)

evidenciou a existência de irregularidades/impropriedades nesses dois procedimentos

licitatórios, sendo algumas, inclusive, comuns a ambos, conforme demonstradas a seguir:

a) o texto do item 2.2 dos editais de ambas as licitações previu a disponibilização do “projeto

executivo, compreendendo o projeto arquitetônico e os complementares” aos interessados em

participar dos certames. Ainda de acordo com os termos do mencionado item, tais projetos

encontravam-se consubstanciados no Anexo I dos instrumentos convocatórios.

Porém, no caso da Concorrência nº 01/2012, verificou-se, entre os orçamentos que

compuseram o projeto básico dessa licitação, a existência de planilha denominada

“Implantação - Campus Guarabira”, cujo subitem 1.9 exigiu dos licitantes a elaboração “de

projetos executivos complementares (estrutural de concreto armado, inclusive fundações e

lajes, cabeamento estruturado, sonorização, SPDA, climatização, combate a incêndio,

hidrossanitário, drenagem pluvial e as built”, conforme dispôs as especificações

orçamentárias pertinentes a esse subitem. Segundo a referida planilha, o custo unitário

estimado para execução desse subitem, isto é, sem a incidência do BDI de 23,78%, foi de

R$ 117.293,00.

Deve-se registrar que, além dos projetos complementares relacionados no seu subitem 1.9, a

supramencionada planilha exigiu ainda a apresentação, pelos licitantes, do “projeto executivo

Page 14: CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAL FOI O QUAIS … · superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro e adequação da planilha de custos com

da estrutura metálica”, com custo unitário estimado em R$ 450,00, como dispôs o seu subitem

1.10, e do “projeto executivo de gás”, com custo unitário estimado de R$ 591,80, consoante

indicado no subitem 1.11.

Assim, apesar de o item 2.2 do instrumento convocatório da Concorrência nº 01/2012 informar

a disponibilização, mediante o Anexo I, dos projetos complementares atinentes à execução do

objeto licitado, verificou-se que a planilha orçamentária intitulada “Implantação - Campus

Guarabira” transferiu para os próprios licitantes a responsabilidade pela elaboração de

determinados projetos complementares, como indicou as especificações orçamentárias do

subitem 1.9 da planilha em questão.

Portanto, constatou-se que o projeto básico da Concorrência nº 01/2012 não disponibilizou,

por meio de seu Anexo I, todos os elementos necessários e suficientes para caracterizar o

objeto licitado e, desse modo, possibilitar tanto a avaliação do custo para execução desse

objeto como a definição dos métodos e do prazo para a execução do mesmo, o que contraria

o inciso IX do art. 6º da Lei nº 8.666/93.

Além do mais, a asserção de que os projetos complementares exigidos por meio do subitem

1.9 do orçamento alusivo à implantação do Campus Guarabira consistiam, indubitavelmente,

em elementos constitutivos do projeto básico da Concorrência nº 01/2012 e, sendo assim,

tinham de estar inseridos no Anexo I, fornecido aos interessados, encontra-se respaldada no

conteúdo do Acórdão TCU nº 632/2012 - Plenário.

Idêntica falha foi constatada em relação também à Concorrência nº 01/2013, pois, a despeito

do item 2.2 do seu edital ter previsto a disponibilização, no seu Anexo I, do projeto

arquitetônico e complementares, constatou-se a existência, no seu projeto básico, de planilha

orçamentária denominada “Implantação - Campus Esperança”, cujos subitens 1.8, 1.9 e 1.10

exigiram a elaboração, pelos licitantes, dos mesmos projetos complementares e executivos

citados, respectivamente, nos subitens 1.9, 1.10 e 1.11 do orçamento concernente à

implantação do Campus Guarabira (Concorrência nº 01/2012).

Cabe frisar que os subitens 1.8, 1.9 e 1.10 da planilha relativa à implantação do Campus

Esperança, além de especificarem os mesmos projetos exigidos pelos subitens 1.9, 1.10 e 1.11

da Concorrência nº 01/2012, consignaram expressamente a necessidade de apresentação,

pelos licitantes, dos quantitativos e memorial descritivo concernentes aos projetos

complementares e executivos previstos nesses subitens. À vista disso, observou-se que a

Concorrência nº 01/2013 não só descumpriu o previsto no inciso IX do art. 6º da Lei nº

8.666/93 e no Acórdão TCU nº 632/2012 – Plenário, como contrariou também o estabelecido

no inciso II do § 2º do art. 7º da citada lei.

Quanto aos custos unitários estimados para execução dos subitens 1.8, 1.9 e 1.10 da

Concorrência nº 01/2013, os valores orçados foram, respectivamente: R$ 62.372,50,

R$ 322,95 e R$ 277,23 (valores sem a incidência da taxa de BDI, que, no caso dessa

concorrência, foi idêntica àquele aplicado à Concorrência nº 01/2012, isto é, 23,78%).

Na oportunidade, impende ressaltar que a transferência para os licitantes da responsabilidade

pela elaboração de projetos complementares referentes à execução do objeto das

Concorrências nº 01/2012 e nº 01/2013, como apontado em constatação específica do presente

relatório, demonstraram-se ser indevidas e evidenciaram a realização de licitação com base

em projeto básico deficiente.

Page 15: CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAL FOI O QUAIS … · superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro e adequação da planilha de custos com

b) o exame da planilha intitulada “Implantação - Campus Guarabira”, parte integrante do

projeto básico da Concorrência nº 01/2012, evidenciou a existência de subitem orçamentário

cuja especificação se alicerçou em marca específica de produto, com indicação, inclusive, do

número de referência dado pelo fabricante do mesmo.

O subitem em questão foi o 6.2.10, com custo unitário de R$ 2.167,66 e valor total de execução

estimado em R$ 147.400,88 (sem a incidência da taxa de BDI de 23,78%), e relativo à

instalação de 68 luminárias “PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA COM 02 PÉTALAS, DA

LUSTRES PROJETO REF. DP-23841-01, C/LÂMPADA VAPOR DE SÓDIO 250W, C/

ACESSÓRIOS, INCLUINDO POSTE CIRCULAR DE CONCRETO DE 9M”.

Impende esclarecer que não restou comprovado, no processo administrativo concernente a

essa licitação, que a marca consignada na especificação acima transcrita demonstrou-se ser a

mais vantajosa e a única a atender as necessidades do objeto licitado. Observou-se ainda que

os termos utilizados na especificação do subitem não apontaram que a indicação da marca em

questão se prestou, tão somente, para fins de referência (parâmetro) quanto à qualidade do

produto a ser empregado na obra ou para fins de facilitar a descrição do produto a ser aplicado

na realização do subitem em comento, situações essas em que a indicação de uma marca

específica de produto é permitida, segundo o Acórdão TCU nº 2300/2007 – Plenário.

Logo, os termos da especificação do subitem 6.2.10 da planilha relativa à implantação do

Campus Guarabira contrariou o disposto no § 5º do art. 7º da Lei nº 8.666/93.

No tocante à Concorrência nº 01/2013, constatou-se que o subitem 8.2.22 da planilha

denominada “Implantação - Campus Esperança” descumpriu o estabelecido no § 5º do art.

7º da Lei nº 8.666/93, uma vez que os termos utilizados na especificação foram idênticos aos

do subitem 6.2.10 da Concorrência nº 01/2012. Além disso, o processo administrativo relativo

à Concorrência nº 01/2013 não apresentou qualquer justificativa técnica que amparasse a

indicação específica da marca da luminária prevista no subitem 8.2.22. Também, não se

observou que os termos utilizados na especificação desse subitem tiveram o objetivo de servir

de parâmetro para fins de qualidade ou então de referência para a descrição da luminária a ser

empregada na realização do serviço.

Deve-se informar que o quantitativo total de luminárias previsto pelo subitem 8.2.22 da

planilha alusiva à implantação do Campus Esperança foi de 47, com custo unitário de

R$ 2.186,22, sendo o valor total estimado (sem incidência do BDI de 23,78%) para execução

desse subitem, portanto, de R$ 102.752,34.

c) mediante o item 1.10 das Solicitações de Fiscalização nº 201412710/01 e nº 201412710/02,

requestou-se ao IFPB o encaminhamento de planilhas contendo o detalhamento dos custos

unitários indicados, respectivamente, nos orçamentos das Concorrências nº 01/2012 e nº

01/2013 que não adotaram o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e índices da Construção

Civil (SINAPI) como referência oficial de preços para elaboração de planilhas orçamentárias,

conforme estatuíam, respectivamente, o caput do art. 125 da Lei nº 12.465/2011 (LDO relativa

ao exercício de 2012) e o caput do art. 102 da Lei nº 12.708/2012 (LDO do exercício de 2013).

O mencionado órgão, por meio do Ofício nº 265/2015/GR/IFPB, datado de 03 de junho de 2015,

indicou que, em relação à licitação para a execução da 1ª etapa da implantação do Campus

Guarabira (Concorrência mº 01/2012), as composições dos serviços que se enquadraram nessa

situação, ou seja, que não adotaram o SINAPI como sistema de referência de preços, foram

acostadas às fls. 94 a 117 do Vol. I do Processo Administrativo nº 23381.003728.2012-01. Já em

Page 16: CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAL FOI O QUAIS … · superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro e adequação da planilha de custos com

relação à execução da 1ª etapa da implantação do Campus Esperança, isto é, em relação à

Concorrência nº 01/2013, o supracitado ofício indicou que tais composições foram juntadas

às fls. 109 a 161 do Vol. I do Processo nº 233381.002506.2013-44.

A análise realizada nos dois processos administrativos revelou que as folhas indicadas a título

de resposta ao item 1.10 das duas solicitações de fiscalização diziam respeito aos orçamentos-

base (sintéticos e analíticos) e aos cronogramas físico-financeiros que integraram o projeto

básico das Concorrências nº 01/2012 e nº 01/2013. Deve-se acrescentar também que tais

planilhas licitatórias e cronogramas foram disponibilizados em meio magnético.

Os orçamentos-base acostados aos dois processos licitatórios, bem como aqueles enviados em

meio magnético demonstraram, à primeira vista, que o detalhamento dos custos unitários

relativos aos serviços previstos nas planilhas orçamentárias das concorrências em questão foi

realizado mediante a utilização de códigos de composição adotados por sistemas de referência

de preços, mormente, do SINAPI.

Além de utilizar códigos de composição extraídos do SINAPI, o IFPB adotou,

subsidiariamente para fins de preços referenciais, composições de outras fontes de preços, a

exemplo do ORSE (Orçamento de Obras de Sergipe) e do próprio IFPB.

Entretanto, visto que as composições formuladas pelo próprio IFPB não se encontravam

anexadas aos editais das duas concorrências, contrariando, desse modo, a Súmula TCU nº 258,

e considerando ainda que os códigos alusivos a essas mesmas composições não permitiam que

os licitantes consultassem (visualizassem), a exemplo do SINAPI e do ORSE, quais os

insumos e coeficientes empregados na definição dos valores indicados pelo IFPB para os

custos unitários obtidos a partir de suas próprias composições, entende-se que as

Concorrências nº 01/2012 e nº 01/2013 descumpriram o contido no art. 7º , § 2º, inc. II, da Lei

nº 8.666/93, uma vez que os custos unitários indicados a partir de composições elaborados

pelo próprio IFPB não foram detalhadas.

Cabe ressaltar que o somatório dos serviços, cujos preços unitários (custo unitário + BDI de

23,78%) foram indicados a partir de composições formuladas pelo próprio IFPB, totalizou o

montante de R$ 243.348,99, no caso da Concorrência nº 01/2012 (1ª etapa do Campus

Guarabira), valor esse que correspondeu a 2,29% do preço total estimado para a execução do

objeto (R$ 10.613.884,95). Já com relação à Concorrência nº 01/2013 (1ª etapa do Campus

Esperança), o somatório dos serviços, cujos preços unitários (custo unitário + BDI de 23,78%)

foram obtidos a partir de composição elaborada pelo próprio IFPB, resultou na quantia de

R$ 108.637,47 correspondente a cerca de 0,9% do preço total estimado para o certame

(R$ 11.900.309,60).

Observou-se ainda que, em relação a determinados subitens dos orçamentos-base

encaminhados em meio magnético, o código alusivo à composição do custo unitário foi

substituído pela expressão “cotação”, dando a entender que o subitem licitado não possuía

referências oficiais e, portanto, seu custo teria sido estimado por meio de pesquisa de mercado,

a qual não foi acostada aos processos licitatórios das duas concorrências. Assim, no caso

desses subitens orçamentários, não restou comprovado que os custos unitários indicados para

execução dos mesmos apresentavam-se compatíveis com os valores de mercado.

Vale salientar que o item 9.1.1.9.4 do Acórdão TCU nº 3.272/2011-Plenário, emitido, portanto,

em época anterior à realização das duas concorrências ora analisadas, dispôs que, ao se

proceder a cotação de mercado para obtenção de preço referencial, a pesquisa de mercado

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deverá ser efetuada junto a, no mínimo, três empresas/fornecedores distintos, fazendo constar

do respectivo processo a documentação comprobatória pertinente aos levantamentos e estudos

que fundamentaram o preço estimado.

O somatório dos serviços consignados nas planilhas da Concorrência nº 01/2012, cujos preços

unitários (custo unitário + BDI de 23,78%) foram obtidos mediante cotação, totalizou a

quantia de R$ 19.847,42, valor esse correspondente a 0,18%% do preço total estimado para a

licitação (R$ 10.613.884,95). Quanto à Concorrência nº 01/2013, o somatório em questão

resultou no montante de R$ 896.633,61 (custo unitário + BDI de 23,78%), equivalente,

portanto, a 7,53% do valor total estimado para o objeto licitado (R$ 11.900.309,60).

Outra situação verificada em relação ao detalhamento dos custos unitários dos serviços

previstos pelos orçamentos-base das duas concorrências diz respeito à existência de subitens

orçamentários que não continham qualquer referência ou código quanto às suas composições,

descumprindo, portanto, o estabelecido na Súmula TCU nº 258, bem como o estatuído no

inciso II do § 2º do art. 7º da Lei nº 8.666/93. No caso da Concorrência nº 01/2012, o somatório

de serviços sem a indicação de qualquer referência quanto às suas respectivas composições

totalizou o preço unitário (custo unitário + BDI de 23,78%) de R$ 4.003.156,77, valor esse

equivalente a 37,71% do preço total estimado para a licitação em questão. Em relação à

Concorrência nº 01/2013, a totalização dos preços unitários relativos aos serviços sem o

detalhamento da composição foi de R$ 2.074.782,27 (custo unitário + BDI de 23,78%),

quantia correspondente a 17,43% do preço total estimado para execução do objeto do certame.

Ante o acima exposto, observou que 40,18% do valor total estimado para execução da

Concorrência nº 01/2012 apresentaram falhas em relação ao detalhamento de custos unitários.

Quanto à Concorrência nº 01/2013, o percentual em questão foi de 25,86%.

Por fim, deve-se registrar que, apesar de consistir em obrigação prevista no edital, a vencedora

da Concorrência nº 01/2012, no caso a empresa LINK ENGENHARIA, não apresentou, como

demonstrou as fls. 954 a 1.014 do pertinente processo administrativo, todos os custos unitários

exigidos pelo instrumento convocatório.

d) item 8.1.1.1.2 do edital de ambas as concorrências exigiu dos licitantes, para fins de

habilitação jurídica, a apresentação de “Certidão Simplificada, emitida pela Junta

Comercial”.

A exigência quanto à apresentação de tal certidão mostra-se indevida, uma vez que

esse documento não está previsto entre os especificados nos arts. 27 e 28 da Lei nº

8.666/93, conforme entendimento expresso pelo TCU no Acórdão nº 363/2007 –

Plenário, Acórdão nº 1899/2007 – Plenário, Acórdão nº 4377/2009 – 2ª Câmara etc.

e) item 8.1.3.2 do edital de ambas as concorrências exigiu, para fins de qualificação técnico-

operacional, que as empresas licitantes apresentassem “atestado(s) de capacidade técnica-

operacional devidamente registrado(s) no CREA da região onde os serviços foram

executados, acompanhado(s) da(s) respectiva(s) Certidão(ões) de Acervo Técnico – CAT,

expedida(s) por este(s) Conselho(s), que comprovem(m) que a licitante tenha executado para

órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta, federal, estadual, municipal

ou do Distrito Federal, ou ainda, para empresas privadas (...)”.

Conforme dispôs o Acórdão TCU nº 128/2012 – 2ª Câmara, cujo teor foi ratificado pelo

Acórdão TCU nº 655/2016 – Plenário, é indevida a exigência de registro no CREA dos

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atestados para comprovação da capacitação técnico-operacional das empresas licitantes, tendo

em vista a recomendação inserta no subitem 1.3 do Capítulo IV combinado com o subitem

1.5.2 do Capítulo III do Manual de Procedimentos Operacionais para aplicação da Resolução

CONFEA nº 1.025/2009, aprovado pela Decisão Normativa CONFEA nº 085/2011.

Além disso, o item 8.1.3.2 de ambos os editais incorreu em outra falha, porquanto obrigou

que os atestados de capacidade técnico-operacional das partícipes das duas licitações fossem

acompanhados das respectivas Certidões de Acervo Técnico (CAT) emitidas pelo CREA,

exigência essa contrária à Resolução CONFEA nº 1025/2009, que veda a concessão de CAT

à pessoa jurídica, tendo em vista a falta de dispositivo legal que autorize tal emissão. Assim,

a capacidade técnico-operacional da empresa licitante deve ser demonstrada por meio das

certidões de acervo dos profissionais pertencentes ou que pertenceram a seu quadro técnico.

Por fim, o item 8.1.3.2, de ambos os instrumentos convocatórios, descumpriu o disposto no

inciso I do § 1º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, dado que subitens, que o compuseram, previram

exigências de qualificação técnica com caráter restritivo à competitividade dos dois

procedimentos licitatórios.

No caso da Concorrência nº 01/2012, os subitens foram os seguintes:

– 8.1.3.2.1. Exigiu comprovação quanto à realização anterior de prédio público, comercial ou

industrial com 5.400,00 m² de área construída, quantitativo mínimo esse praticamente

equivalente ao somatório da área construída prevista tanto para o Bloco Administrativo

(1.783,40 m²) como para os Blocos Acadêmicos A e B (3.747,30 m²), cujas execuções foram

estimadas em R$ 7.314.735,52, quantia essa correspondente a 68.91% do preço total estimado

para o objeto licitado (R$ 10.613.884,95).

Dessa forma, constatou-se que o instrumento convocatório da Concorrência nº 01/2012 fixou

para o seu subitem 8.1.3.2.1 quantitativo de comprovação superior a 50% em relação àqueles

estimados pelas planilhas orçamentárias da mencionada concorrência, descumprindo, por

conseguinte, o contido nos Acórdãos TCU nº 1.284/2003, nº 2.088/2004, nº 2.656/2007,

nº 608/2008, nº 1.949/2008, nº 2.215/2008 e nº 311/2009, todos do Plenário, que estabelecem

que os editais das licitações envolvendo recursos federais devem, para fins de comprovação

da qualificação técnica dos licitantes, se abster de exigir quantitativos mínimos em percentuais

superiores a 50%, salvo em casos excepcionais, cujas justificativas para tal extrapolação

deverão estar tecnicamente explicitadas, ou no processo licitatório, previamente ao

lançamento do respectivo edital, ou no próprio edital e seus anexos, o que não aconteceu em

relação ao procedimento licitatório em exame.

– 8.1.3.2.2. Exigiu a comprovação quanto à execução anterior de prédio público, comercial

ou industrial com 720 m³ de estrutura de concreto armado, enquanto as planilhas do

orçamento-base indicaram que a quantidade estimada de concreto armado a ser utilizada na

estrutura das obras (incluindo fundações) era de 1.211,41 m³. Assim, o quantitativo mínimo

de concreto armado exigido para fins de comprovação de capacidade técnico-operacional em

relação a esse subitem correspondeu a 59,43% da quantidade estimada pelo projeto básico da

licitação, contrariando, dessa forma, a jurisprudência do TCU citada, no subitem 8.1.3.2.1

acima, acerca da comprovação de quantitativos mínimos superiores a 50%, para fins de

qualificação técnico-operacional.

Além de exigir quantitativo mínimo excessivo de concreto armado, o subitem 8.1.3.2.2 ainda

estatuiu que a comprovação desse quantitativo dar-se-ia por meio de serviços executados

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anteriormente em um mesmo contrato, condição essa que fere o preconizado pela

jurisprudência do TCU, a exemplo dos Acórdãos nºs 244/2003, 584/2004,170/2007,

1.636/2007, 2.462/2007, 43/2008, 597/2008, 1.949/2008 e 1.780/2009, todos do Plenário, e

1.258/2010 da 2ª Câmara, que veda o estabelecimento de um número fixo, mínimo ou máximo

de atestados/contratos para fins de comprovação quanto à capacidade técnico-operacional dos

licitantes, salvo em casos excepcionais.

– 8.1.3.2.3. Obrigou os licitantes a comprovarem, em um mesmo contrato, a execução anterior

de prédio público, comercial ou industrial com 2.090 m² de cobertura em telha de

fibrocimento, quantitativo mínimo esse correspondente a 65,33% da quantidade total estimada

pelos orçamentos-base da licitação (3.199,16 m²). Assim, o quantitativo de comprovação

referente ao subitem 8.1.3.2.3 demonstrou-se ser excessivo, contrariando, desse modo, a

jurisprudência do TCU já relatada, anteriormente, sobre a comprovação de quantitativos

mínimos superiores a 50%, para fins de qualificação técnico-operacional.

Além disso, o subitem 8.1.3.2.3 estabeleceu que a comprovação quanto à execução anterior

de quantitativos mínimos para fins de habilitação dar-se-ia por meio da apresentação de um

único contrato, isto é, o mencionado subitem definiu um número fixo de contratos/atestados

para efeito de comprovação da capacidade técnico-operacional das partícipes, fato esse que

descumpre o preconizado na jurisprudência do TCU, conforme consignado no subitem

8.1.3.2.2 acima.

Verificou-se ainda que o serviço indicado no subitem 8.1.3.2.3 do edital apresentou baixa

relevância financeira, uma vez que o somatório dos valores dos orçamentos-base alusivos à

instalação de telha fibrocimento totalizou o montante de R$ 104.660,69 (custo unitário +BDI),

o que corresponde a 0,98% do preço total estimado para realização do objeto da licitação

(R$ 10.613.884,95). Aliado à questão da baixa relevância econômica, observou-se que o

subitem 8.1.3.2.3 não se configurou como sendo serviço de expressiva relevância técnica,

dado a sua execução não envolver tecnologias sofisticadas ou de domínio restrito.

Logo, a indicação do serviço referente à instalação de telhas de fibrocimento como parâmetro

para comprovação de experiência anterior dos licitantes contrariou o disposto na Súmula

TCU nº 263/2011, pois tal serviço não atendeu, de forma simultânea, as condições exigidas

por essa súmula: que os serviços indicados para fins de qualificação técnico-operacional de

licitantes constituam-se em parcelas técnica e financeiramente relevantes.

- 8.1.3.2.4. Exigiu a comprovação, em um só contrato, da execução de prédio público,

comercial ou industrial com 4.800 m2 de alvenaria. As planilhas orçamentárias do projeto

básico da Concorrência nº 01/2012 estimaram a execução de um quantitativo total de 8.987,92

m² de alvenaria. Logo, verificou-se que o quantitativo mínimo exigido para fins de

comprovação da capacidade técnico-operacional correspondeu a 53,40% da quantidade total

prevista para execução do objeto licitado. Desse modo o subitem 8.1.3.2.4 apresentou, para

fins de qualificação técnico-operacional, um quantitativo mínimo superior a 50% do estimado

para a obra, desrespeitando, portanto, a jurisprudência do TCU, conforme relatado

anteriormente.

Além disso, o subitem 8.1.3.2.4, ao definir que a comprovação quanto à execução anterior

desse quantitativo mínimo dar-se-ia por meio de um único contrato, contrariou a

jurisprudência do TCU anteriormente citada em relação a esse assunto. Também descumpriu

a Súmula nº 263/2011, visto que, além de constituir-se em serviço de baixa relevância técnica,

o somatório dos subitens orçamentários relativos à execução de alvenaria correspondeu tão-

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somente a 2,9% do preço total estimado para a licitação, evidenciando, assim, tratar-se de

parcela desprovida de valor significativo.

Já no tocante à Concorrência nº 01/2013, o item 8.1.3.2 do seu edital apresentou caráter

restritivo em relação aos seus seguintes subitens:

- Subitem 8.1.3.2.2. Exigiu a execução de prédio público, comercial ou industrial, com 567

m³ de estrutura de concreto armado, num mesmo contrato. Conforme explicitado

anteriormente, a jurisprudência do TCU veda a definição de número fixo, mínimo ou máximo

de atestados/contratos para fins de comprovação quanto à realização anterior de serviços,

salvo em casos excepcionais.

- Subitem 8.1.3.2.3. Exigiu a comprovação quanto à execução anterior de prédio com 1.100

m² de cobertura em telha de fibrocimento, num mesmo contrato. A exemplo do subitem

anterior (subitem 8.1.3.2.2), definiu-se um número fixo de contrato para se comprovar a

realização pretérita desse serviço, o que contraria a jurisprudência do TCU, como já relatado.

Além disso, o subitem em comento contrariou a Súmula TCU nº 263/2011, dado que o serviço

referente à instalação de telha fibrocimento não se configurou, simultaneamente, como sendo

relevante tanto no aspecto técnico como financeiro – o somatório do seu preço unitário total

correspondeu a 0,99% do valor estimado para a realização do objeto licitado

(R$ 11.900.309,60).

- Subitem 8.1.3.2.4. Exigiu a comprovação quanto à execução de prédio com 4.072 m² de

alvenaria, num mesmo contrato. Tal exigência demonstrou-se restritiva em razão de se ter

definido um número fixo de atestados/contratos para a comprovação de realização anterior, o

que contraria a jurisprudência do TCU. Também, feriu a Súmula TCU nº 263/2011, uma vez

que a execução de alvenaria não consiste em serviço de relevância técnica, condição essencial

para que esse serviço seja indicado para fins de qualificação técnico-operacional.

f) item 8.1.3.3 do edital de ambas as concorrências exigiu, para fins de qualificação técnico-

profissional, que os profissionais de engenharia indicados como responsáveis técnicos das

licitantes junto às respectivas obras licitadas apresentassem comprovação quanto à realização

anterior de atividade pertinente à execução de obra com as seguintes características:

f.1) aterro compactado;

f.2) fundações;

f.3) alvenaria;

f.4) estrutura em concreto armado;

f,5) instalações elétricas;

f.6) pavimentação;

f.7) revestimento; e

f.8) cobertura.

Contudo, verificou-se que nem todas as parcelas indicadas pelos editais de ambas as

concorrências para fins de comprovação quanto à qualificação técnico-profissional

apresentavam-se, simultaneamente, como sendo de “maior relevância e valor significativo do

objeto da licitação”, condição essa estatuída pelo inciso I do § 1º do art. 29 da Lei nº 8.666/93.

As parcelas de serviço alusivas a alvenaria, pavimentação, revestimento e cobertura não

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envolveram, em ambas as concorrências, itens orçamentários cujas execuções apresentassem

alguma relevância técnica a ponto de ampará-las para fins de qualificação técnico-

profissional.

Já os serviços relacionados ao aterro compactado apresentaram baixo valor significativo, pois

não corresponderam nem a 4% do total estimado para execução dos objetos das duas

licitações.

g) o item 8.1.4 de ambos os editais exigiu, para fins de qualificação técnica, a apresentação de

atestado de vistoria pelos interessados.

A título de justificativa para tal exigência, o subitem 8.1.4.2 desses instrumentos

convocatórios dispôs que: “A referida vistoria se faz necessária para que a licitante, antes de

apresentar sua proposta, possa analisar os projetos e todos os documentos do Edital, sendo

obrigatória a vistoria dos locais dos serviços, executando todos os levantamentos necessários

ao desenvolvimento de seus trabalhos, de modo a não incorrer em omissões, as quais não

poderão ser alegadas em favor de eventuais pretensões de acréscimos de preços”.

Além disso, o subitem 8.1.4.3 de ambos os editais dispôs que a vistoria ao local da obra seria

efetuada em companhia de um representante do campus a ser implantado.

Não obstante a Procuradoria Federal junto ao IFPB ter considerado, conforme evidenciou o

parecer jurídico pertinente às respectivas concorrências, que a necessidade de se realizar a

visita técnica aos locais das obras foi devidamente justificada pelo subitem 8.1.4.2 dos editais,

atendendo, portanto, jurisprudência do TCU, a exemplo do Acórdão n° 5.536/2009-1ª Câmara,

o entendimento expresso pelos pareceres do setor jurídico da instituição conflita com o

posicionamento adotado pelo Tribunal de Contas da União quanto á visita ao local da obra.

O TCU, mediante a Nota Técnica do Comitê de Coordenação de Fiscalização de Obras nº

2/2012, publicada no Boletim Especial TCU nº 18/2012, definiu, em seu subitem 5.13, que:

“Quanto à visita ao local das obras, não se deve inserir nos instrumentos convocatórios

cláusulas impondo a obrigatoriedade de comparecimento ao local das obras quando, por sua

limitação de tempo e em face da complexidade e extensão do objeto licitado, pouco acrescente

acerca do conhecimento dos concorrentes sobre a obra/serviço, sendo suficiente a declaração

do licitante de que conhece as condições locais para execução do objeto.”

Tal entendimento reproduz, na verdade, posicionamento externado pelo citado tribunal em

ocasiões anteriores, como os Acórdãos TCU nº 2.150/2008 e nº 1.174/2008, ambos do

Plenário.

No caso das Concorrências nº 01/2012 e nº 01/2013, as obras abarcadas pelos seus objetos

não se apresentavam tecnicamente complexas e extensas a ponto de a visita técnica aos locais

onde as mesmas seriam executadas ser de caráter obrigatório. Assim, não se vislumbrou

nenhum óbice para que os editais das duas concorrências conferissem caráter facultativo à

visita técnica dos licitantes, ou exigisse dos mesmos a apresentação de declaração de que

conheciam as condições locais para a execução do objeto, tendo em vista que as obras licitadas

eram em locais e em complexidade tais que a visita obrigatória pouco acrescentaria acerca dos

conhecimentos dos concorrentes sobre os serviços a serem executados.

h) o item 8.1.5.3 de ambos os editais exigiu, para fins de qualificação econômico-financeira,

a apresentação de capital social mínimo registrado e integralizado de R$ 1.061.388,00, no

caso da Concorrência nº 01/2012, e de R$ 1.190.000,00, no caso da Concorrência nº 01/2013,

valores esses correspondentes a 10% do preço total estimado, respectivamente, para a

execução do objeto licitado.

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Assim, o item 8.1.5.3 exigiu que o capital social fosse integralizado, fato esse que contraria o

disposto nos Acórdãos TCU nº 170/2007 – Plenário (Ementa), nº 1.871/2005 – Plenário, nº

108/2006 – Plenário, nº 2.882/2008 – Plenário, nº 6.613/2009 – 1ª Câmara, nº 5.372/2012 –

2ª Câmara, porquanto a Administração, ao exigir que o capital social seja integralizado, está

extrapolando os ditames da Lei nº 8.666/93, visto que essa norma não faz, em momento algum,

referência ao termo “integralizado”.

i) processo administrativo relativo à Concorrência nº 01/2013 sem conter qualquer documento

que sinalizasse ter a Comissão Especial de Licitação comunicado aos demais partícipes do

certame acerca da interposição de recurso administrativo, pela empresa EQUATORIAL

CONSTRUÇÕES LTDA., contra a desclassificação de sua proposta, contrariando o disposto

no § 3º do art. 109 da Lei nº 8.666/93.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 281/2016/R/IFPB, datado de 08 de julho de 2016, a Entidade apresentou

as manifestações transcritas abaixo.

1) Com relação ao item “a” desta constatação, o qual se reportou à transferência indevida da

responsabilidade pela elaboração de projetos complementares das obras de implantação dos

dois campi, observou-se que a Entidade, ao confeccionar a sua manifestação, abordou tal falha

quando apresentou justificativas em relação à outra constatação do presente relatório, no caso

a constatação intitulada Realização de Concorrências amparadas em Projetos Básicos

deficientes.

2) Com relação ao item “b” desta constatação, o qual se reportou à indicação de marca para

item integrante da planilha de licitação, a justificativa, na íntegra, foi a seguinte:

“O subitem 6.2.10 da planilha "Implantação - Campus Guarabira" utiliza descrição

semelhante ao serviço apresentado para o código 08886/ORSE. Sendo este um modelo padrão

já utilizado em outras obras da Instituição, optou-se pela uniformização do item para os demais

Campi, facilitando a manutenção e a compra de lâmpadas para reposição”.

3) Com relação ao item ‘c” desta constatação, o qual se reportou às falhas verificadas no

detalhamento dos custos unitários dos serviços licitados pelas duas concorrências, a Entidade

apresentou as seguintes justificativas:

3.1) “ Inclusão de item na planilha orçamentária sem a utilização da tabela SINAPI.

Ocorreu uma falha na não divulgação das composições elaboradas pelo IFPB e na não inserção

de todos os códigos retirados dos sistemas oficiais de preços (SINAPI, ORSE), mas estes

serviços tiveram seus preços retirados dos mesmos, conforme exemplos abaixo. A não

inserção dos códigos na planilha de licitação não implicou em sobrepreço, visto como dito

anteriormente, os mesmos foram retirados dos sistemas oficiais de preços.

Planilha Guarabira (Acadêmicos A e B)

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8.1 74071/002

PORTA DE ALUMÍNIO (0,80 X 1,90) DE ABRIR COM 1

FOLHA MÓVEL, PREENCHIMENTO TIPO VENEZIANA

SEM VENTILAÇÃO, INCLUSIVE CAIXILHO DO MESMO

MATERIAL - CONFORME PROJETO ARQUITETÔNICO

8.2 74071/002

PORTA DE ALUMÍNIO (0,80 X 1,90) DE ABRIR COM 1

FOLHA MÓVEL, PREENCHIMENTO TIPO VENEZIANA

SEM VENTILAÇÃO, COM PUXADOR HORIZONTAL

ASSOCIADO A MAÇANETA, INCLUSIVE CAIXILHO DO

MESMO MATERIAL – CONFORME PROJETO

ARQUITETÔNICO

8.3 74071/002

PORTA DE ALUMÍNIO (0,60 X 1,20) DE ABRIR COM 1

FOLHA MÓVEL, PREENCHIMENTO TIPO VENEZIANA

SEM VENTILAÇÃO, INCLUSIVE CAIXILHO DO MESMO

MATERIAL – CONFORME PROJETO ARQUITETÔNICO

8.5 09560/ORSE JANELA TIPO MAXIM-AR ALUMÍNIO (CONF. DET.

ARQUITETURA)

8.6 09561/ORSE JANELA TIPO CORRER ALUMÍNIO (CONF. DET.

ARQUITETURA)

8.7 74067/001 JANELA TIPO BOCA DE LOBO ALUMÍNIO (CONF. DET.

ARQUITETURA)

10.1 03731/ORSE VIDRO LAMINADO CONFORME ESPECIFICAÇÃO

(PROJ. ARQUITETÔNICO)

10.2 72117 VIDRO LISO 4mm

Planilha Guarabira (Administrativo)

17.7 00559/ORSE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA TIPO

BALIZAMENTO

17.8 00910/ORSE JOELHO 90° DE FERRO GALVANIZADO 2 1/2"

17.9 00300/ORSE JOELHO 90° DE FERRO GALVANIZADO 3"

17.10 00912/ORSE JOELHO 90° DE FERRO GALVANIZADO 4"

17.11 00942/ORSE LUVA FERRO GALVANIZADO DIÂMETRO 4”

17.12 00941/ORSE LUVA FERRO GALVANIZADO DIÂMETRO 3”

17.13 01017/ORSE REDUÇÃO GALVANIZADA DIÂMETRO 4” 2 1/2"

17.14 01016/ORSE REDUÇÃO 3” 2 1/2"

17.15 00959/ORSE TE FERRO GALVANIZADO 4”

18.10 73613 ELETRODUTO RÍGIDO PVC 3/4"

18.11 40802 ELETRODUTO RÍGIDO PVC 1"

22.8 73947 MICTÓRIO DE LOUÇA C/SIFÃO INTEGRADO

Planilha Guarabira (Implantação)

1.1 73871/001 CORTE/CARGA/REMOÇÃO ÁRVORE MÉDIO

PORTE

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1.2 73672

LIMPEZA MECANIZADA DE TERRENO,

INCLUSIVE RETIRADA DE ÁRVORE ENTRE 0,05M

E 0,15M DE DIÂMETRO

3.3 72818

ESCAVAÇÃO, CARGA E TRANSPORTE DE

MATERIAL DE 1ª CATEGORIA, CAMINHO DE

SERVIÇO LEITO NATURAL, COM ESCAVADEIRA

HIDRÁULICA E CAMINHÃO BASCULANTE 6M3,

DMT 50 ATÉ 200 M

3.4 41722 COMPACTAÇÃO MECÃNICA A 100% DO

PROCTOR NORMAL

3.5 72961 REGULARIZAÇÃO E COMPACTAÇÃO DE

SUBLEITO ATÉ 20 CM DE ESPESSURA

3.6 74153/001 ESPALHAMENTO MECÂNICO

4.1 72799

PAVIMENTO EM PARALELEPÍPEDO SOBRE

COLCHÃO DE AREIA REJUNTADO COM

ARGAMASSA DE CIMENTO E AREIA NO TRAÇO

1:3 (RUAS E ESTACIONAMENTO)

4.2 73764/004

BLOC0S INTERTRAVADOS DE CONCRETO,

ESPESSURA 6,5 CM, FCK 35 MPA TIPO PRISMA OU

TIJOLO 20 X10X6 CM, COR GRAFITE,

ASSENTADOS EM FORMATO “ESPINHA DE

PEIXE” 90°, INCLUSIVE COLCHÃO DE AREIA

4.3 72967

MEIO-FIO DE CONCRETO PRE-MOLDADO 12 X 30

CM, SOBRE BASE DE CONCRETO SIMPLES E

REJUNTADO COM ARGAMASSA TRAÇO 1:3

(CIMENTO E AREIA)

5.2.1 74077/022 LOCAÇÃO E GABARITO DA OBRA (FOSSA E

SUMIDOURO)

5.2.2 79479 ESCAVAÇÃO MANUAL DE VALAS ATÉ 4,0 M (1ª

CATEGORIA)

5.2.3 79489 REATERRO SEM APILOAMENTO

5.2.4 73499 CONCRETO ARMADO FCK 20 MPA, INCLUSIVE

FORMA E LANÇAMENTO (FOSSA E SUMIDOURO)

5.2.5 73935/002 ALVENARIA DE TIJOLO CERÂMICO DE 1 VEZ

(FOSSA E SUMIDOURO)

5.2.6 5974 CHAPISCO INERNO/EXTERNO

5.2.7 5983 REBOCO PAULISTA (FOSSA E SUMIDOURO)

5.2.8 73981/001 CONCRETO MAGRO ESP 7CM COM

LANÇAMENTO E APLICAÇÃO

5.2.9 74202/001 LAJE PRÉ-MOLDADA TRELIÇADA

5.2.10 74164/001 COLCHÃO DE BRITA 19

5.1.1 72293 CAP PVC SOLD 50 MM

5.1.2 72708 TÊ REDUÇAO DE 60X50MM

5.1.3 72556 JOELHO 90° GRAUS DE 100 MM

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5.1.4 73879/001 + i

12584 TUBO DE CONCRETO PARA DRENO 300 MM

5.1.5 74092/001 AUTOMÁTICO DE NÍVEL SUPERIOR E INFERIOR

5.1.6 75051/003 TUBO SOLD. PVC MARROM D=32MM

5.1.7 72783 ADAPTADOR LR 25X3/4”

5.1.8 72705 BUCHA DE REDUÇÃO SOLDÁVEL LONGA 60 X 25

MM

5.1.9 74051/002 CAIXA DE GORDURA INCLUSIVE ESCAVAÇÃO

5.1.10 72289 CAIXA DE PASSAGEM 80X80 CM INCLUSIVE

ESCAVAÇÃO

5.1.11 01103/ORSE CRUZETA 50MM

5.1.12 79517/001 ESCAVAÇÃO MANUAL DE VALAS

5.1.14 72573 JOELHO 90 GRAUS SOLDÁVEL 25 MM (MARROM)

5.1.15 72579 JOELHO 90 GRAUS SOLDÁVEL 50 MM (MARROM)

5.1.16 72581 JOELHO 90 GRAUS SOLDÁVEL 60 MM (MARROM)

5.1.17 72628 LUVA SIMPLES DIÂMETRO 100 MM

5.1.19 72439 TÊ 90 GRAUS SOLDÁVEL DIÂMETRO 25 MM

5.1.20 72442 TÊ 90 GRAUS SOLDÁVEL DIÂMETRO 50 MM

5.1.21 72703 TÊ REDUÇÃO 90 GRAUS SOLDÁVEL 50X25 MM

5.1.22 74026/001 TUBO SOLD. P/ESGOTO DIAM.100MM

5.1.23 75051/002 TUBO SOLDÁVEL PVC MARROM DIÂMETRO

25MM

5.1.24 75051/005 TUBO SOLDÁVEL PVC MARROM DIÂMETRO

50MM

3.2) “ Inclusão de Item na planilha orçamentária com a expressão cotação e não o código de

referência do Item na tabela SINAPI

Em alguns itens, na planilha da Guarita de Guarabira, que tiveram seus códigos descritos como

“cotação” ocorreu erro de digitação, isto podemos exemplificar abaixo, são de fácil acesso

no SINAPI.

18.5 6067

PINTURA ESMALTE 2 DEMÃOS + 1 DEMÃO

ZARCÃO P/ ESQUADRIAS FERRO (CONF. PROJE.

ARQUITETÔNICO)

19.9 73949/009 TORNEIRA CROMADA 1/2" OU 3/4" P/

LAVATÓRIO / PIA - DECAMATIC

19.12 74193/001 VASO SANITÁRIO SIFONADO LOUÇA - CX

ACOPLADA

Os itens que se referem às portas de madeiras foram cotados os insumos através da empresa

Multidoor, posteriormente acrescido o preço da mão de obra da composição do serviço do

ORSE de referência 08030/ORSE e somou-se ao valor do frete por peça. Em anexo segue a

cotação dos insumos e o custo do frete.

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Preço do insumo cotado

(R$) Preço da mão de obra (R$) Frete por peça

788,67 ou 618,75 ou

748,94

86,86 ou 106,86

(08030/ORSE) 12,00

O valor do frete foi calculado conforme cotação, dividindo o valor de R$ 1350,00 (conforme

cotação anexa) pelo total de portas (112 unidades).

Nas planilhas do campus esperança utilizaram-se os mesmos preços das portas, porém, as

esquadrias de alumínio foram cotadas pelas empresas Belmetal e Decor, assim como a

machada modular. Entretanto usou-se como base os preços da Decor pelo melhor

detalhamento, porém, salienta-se que o preço da Belmetal estava acima do apresentado pela

Decor. O modelo de formação de preço foi igual ao utilizado na formação do preço do serviço

das portas de madeira, ou seja, soma dos valores do insumo, mão de obra e frete.

Após a detecção destas falhas, o IFPB está tendo o cuidado de inserir todos os códigos nas

suas planilhas para licitação de obras, conforme preconiza a Lei 8666/93.

Segue também, em anexo, as composições elaboradas pelo próprio IFPB.”

3.3 “Classificação da empresa Link Engenharia sem a apresentação de todos os custos

unitários.

A comissão de licitação ao proferir seu julgamento se baseou na vinculação ao ato

convocatório e no princípio da legalidade. No entanto, para esse caso específico das

composições de preços unitários foi verificado que os preços apresentados para cada item da

empresa vencedora estão inferiores àqueles elaborados na planilha do projeto básico. Portanto,

para não caracterizar excesso de rigorismo e com isso levar à desclassificação da proposta

mais vantajosa para a contratação de outra com valores superiores, a comissão preferiu

considerar que a omissão praticada pela empresa não causou prejuízo na interpretação da

proposta.”

4) Com relação ao item “d” da constatação, o qual se reportou à apresentação de certidão

simplificada, emitida pela Junta Comercial, a justificativa, na íntegra, foi a seguinte:

“No intuito de resguardar o interesse público, bem como de ampliar o conhecimento desta

comissão sobre as empresas participantes, foi exigido no item 8.1.1.1.2 do edital à certidão

simplificada, na qual se trata de um extrato de informações que espelha a situação atual da

empresa de acordo com os atos arquivados.

Além disso, nela são relatadas algumas informações básicas atualizadas, tais como; nome

empresarial, endereço da sede, CNPJ, data de início das atividades, objeto social, capital

social, sócios e suas respectivas participações no capital social, filiais ativas (quando

existirem), o porte da empresa, neste ponto destina-se ao cumprimento da Lei Complementar

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123 de 2006, alterações realizadas pela empresa, data do último arquivamento e informações

sobre o valor do capital social.

Nesta linha, entende-se que a certidão simplificada é um documento público que todas as

empresas possuem, não representando assim em uma restrição à competitividade da Licitação,

fato este comprovado, tendo em vista que nenhuma empresa no citado certame foi

desclassificada da licitação por ausência deste documento, bem como não havendo qualquer

impugnação, dado o seu caráter habitual nas licitações como forma de resguardar e verificar

a veracidade dos outros documentos apresentados na habilitação.

Por fim, vislumbra-se que esta Comissão de Licitação tentou se resguardar de todas as formas

possíveis realizar a citada Licitação seguindo os princípios da Administração Pública, bem

como com o objetivo de resguardar o interesse ao erário e ao bem público.”

5) Com relação ao item “e” da constatação, referente à qualificação técnica-operacional

exigida pelas duas concorrências, a Entidade apresentou as seguintes justificativas:

5.1) “ATESTADO REGISTRADO NO CREA

Quanto à exigência de atestados de capacidade técnica registrado no CREA, destacamos que

a comissão valeu-se de interpretação dada ao §1°, do Art. 30, da lei 8.666/93, considerando

que os Atestados de Capacidade Técnica com fins à comprovação da Capacidade Técnica

Operacional da licitante devem ser devidamente registrados nas entidades profissionais

competentes. Observa-se ainda que, em cumprimento ao disposto no Art. 38, parágrafo único,

o edital passou por análise da procuradoria jurídica no qual foi aprovado, não tendo também

recebido nenhum pedido de impugnação durante o prazo previsto em lei. Destaca-se também

que durante o certame não houve licitantes inabilitados pelo não atendimento ao item do edital

em epígrafe.”

5.2) “CONCORRÊNCIA N° 01/2012 (Campus Guarabira)

ITEM: Exigência de comprovação de 5400 m2 de área construída correspondeu a 68,91% da

quantidade total construída.

Resposta

No tocante a afirmação da comprovação de 5400 m2 resta ratificar que houve uma duplicidade

no somatório de alguns itens o que suscitou imprecisão no quantitativo total da área

construída, não havendo má-fé, restrição de competitividade ou impugnação pelas empresas

licitantes.

Finalmente, é importante ressaltar que nos editais elaborados posteriormente foram

observados de forma mais precisa os limites estabelecidos na legislação vigente, ou seja, os

quantitativos exigidos para fins de comprovação de capacidade operacional dos licitantes, se

ajustaram a 50% do total a ser construído.”

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5.3) “CONCORRÊNCIA N° 01/2012 (Campus Guarabira)

ITEM: Exigência de comprovação de 720 m3 de concreto armado correspondeu a 59,43% da

quantidade total construída.

Resposta

No tocante a afirmação da comprovação de 720 m3 resta ratificar que houve uma duplicidade

no somatório de alguns itens o que suscitou imprecisão no quantitativo total da área

construída, não havendo má-fé, restrição de competitividade ou impugnação pelas empresas

licitantes.

Finalmente, é importante ressaltar que nos editais elaborados posteriormente foram

observados de forma mais precisa os limites estabelecidos na legislação vigente, ou seja, os

quantitativos exigidos para fins de comprovação de capacidade operacional dos licitantes, se

ajustaram a 50% do total a ser construído.”

5.4) “CONCORRÊNCIA N° 01/2012 (Campus Guarabira)

ITEM: Exigência de comprovação de 2.090 m2 de telha fibrocimento correspondeu a 65,33%

da quantidade total.

Resposta

No tocante a afirmação da comprovação de 2.090 m2 resta ratificar que houve uma duplicidade

no somatório de alguns itens o que suscitou imprecisão no quantitativo total da área

construída, não havendo má-fé, restrição de competitividade ou impugnação pelas empresas

licitantes.

Finalmente, é importante ressaltar que nos editais elaborados posteriormente foram

observados de forma mais precisa os limites estabelecidos na legislação vigente, ou seja, os

quantitativos exigidos para fins de comprovação de capacidade operacional dos licitantes, se

ajustaram a 50% do total a ser construído.”

5.5) “CONCORRÊNCIA N° 01/2012 (Campus Guarabira)

ITEM: Exigência de comprovação de 4800 m2 de alvenaria correspondeu a 53,40% da

quantidade total construída.

Resposta

Ao analisar o supracitado quantitativo que apresentam alvenaria no Orçamento Sintético,

podemos verificar as planilhas, os itens e suas respectivas quantidades, bem como as páginas

em que se encontram acostadas aos autos do processo, conforme a seguir:

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ORÇAMENTO SINTÉTICO

OBRA: IMPLANTAÇÃO-CAMPUS GUARABIRA

ITEM DISCRIMINAÇÃO Quant. Unid. Pág.

5.0 INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS

5.2.5

ALVENARIA DE TIJOLO CERAMICO DE 1

VEZ ( FOSSA E SUMIDOURO)

205,20

96

8.0 SERVIÇOS COMPLEMENTARES

8.5 MURO DE CONTORNO EM ALVENARIA DE

TIJOLOS CERÂMICOS DE 1/2 VEZ COM

PILARES A CADA TRÊS METROS E JUNTAS

DE DILATAÇÃO A CADA 15M, H= 2M

INCLUSIVE ESCAVAÇÃO DE VALAS,

REATERO, FUNDAÇÃO EM PEDRA

ARGAMASSADA, ALVENARIA DE

EMBASAMENTO DE 1 VEZ, AÇO,

FORMA,CONCRETO 15MPA, CHAPISCO,

REBOCO E PINTURA A CAL( 03 demãos)

2147,38 m²

98

OBRA: GUARITA-CAMPUS GUARABIRA

ITEM DISCRIMINAÇÃO Quant. Unid. Pág.

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5 ALVENARIA E VEDAÇÕES

5.1 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO

1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS

12MM

55,99 m²

100

5.4 MURETA EM ALVENARIA DE 1 VEZ,

INCLUSIVE ESCAVAÇÃO, FUNDAÇÃO EM

PEDRA ARGAMASSADA, CHAPISCO E

REBOCO

140,00 m

100

OBRA: RESERVATÓRIO-CAMPUS GUARABIRA

ITEM DISCRIMINAÇÃO Quant. Unid. Pág.

5 ALVENARIA E VEDAÇÕES

5.1 ALVENARIA 1/2 VEZ DE TIJOLO CER.

FURADO, ASSENT. C/ ARG. DE CIM., CAL E

AREIA

139,25 m²

103

OBRA: BLOCO A, B, RAMPA E ESCADA - CAMPUS

GUARABIRA

ITEM DISCRIMINAÇÃO Quant. Unid. Pág.

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3 FUNDAÇÕES E SONDAGENS

3.7 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO 1:5

(CIMENTO E AREIA), E=1CM. QUANT

(Bloco A)

117,72

105

3.7 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO 1:5

(CIMENTO E AREIA), E=1CM. QUANT

(Bloco B)

121,30 m²

105

3.7 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO 1:5

(CIMENTO E AREIA), E=1CM. QUANT

(Rampa/Escada)

34,31 m²

105

5 ALVENARIA E VEDAÇÕES

5.1 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO

1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS

12MM. QUANT (Bloco A)

2.451,57 m²

105

5.1 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO

2.445,62 m²

105

Page 32: CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAL FOI O QUAIS … · superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro e adequação da planilha de custos com

1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS

12MM. QUANT (Bloco B)

5.1 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO

1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS

12MM. QUANT (Rampa/Escada)

581,37 m²

105

5.2 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO

1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS

10MM. QUANT (Bloco A)

117,09 m²

105

5.2 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO

1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS

10MM. QUANT (Bloco B)

117,09 m²

105

OBRA: BLOCO ADMINISTRATIVO - CAMPUS

GUARABIRA

3 FUNDAÇÕES E SONDAGENS

3.7 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO

1:2:8 (CIMENTO ,CAL,AREIA), E=1CM

244,77 m²

110

5 ALVENARIA E VEDAÇÕES

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5.1 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO

FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ,

ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO

1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS

12MM

2.356,64

TOTAL GERAL 11.275,30

Nota: O item 8.5 (Muro) no cálculo dessa planilha foi convertido em m², tendo

em vista que há 1.073,69 de cumprimento por de 2 metros altura, totalizando

2147,38 m².

Outrossim, como fora demonstrado o item alvenaria tem a quantidade total prevista para

execução do objeto licitado 11.275,30 m² (dez mil, duzentos e um, sessenta e um metros

quadrados).

Sendo assim, a quantidade de 4800 m² representa 42% do total de 11.275,30 m², o que atende

as exigências, conforme as jurisprudências do TCU.”

5.6) “ DA QUALIFICAÇÃO TÉCNICO-OPERACIONAL

A qualificação técnica da empresa, também chamada de capacidade técnico-operacional,

encontra previsão legal na primeira parte do inciso II do art. 30 da Lei de Licitações. Assim,

o edital pode prever a necessidade de apresentação de atestados para a “comprovação de

aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades

e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento”, conforme

dispõe a norma (BRASIL, 1993).

O TCU constantemente reafirma que a comprovação da capacidade técnica deve ser norteada

pelo art. 37, XXI da CF, que somente admite exigências de qualificação técnica indispensáveis

à garantia do cumprimento das obrigações.

Busca-se com esta exigência de capacidade técnico-operacional assegurar que o futuro

contratado apresente domínio de conhecimentos habilidade teóricas práticas para execução do

objeto a ser contratado.

A restrição a quantitativos mínimos, insculpida na parte final do inciso I do §1º do art. 30 da

Lei de Licitações, só é aplicável à capacitação técnico-profissional. Nesse sentido, a Corte de

Contas editou a Súmula nº 263/2011 (BRASIL, TCU, 2011) que estabelece que:

Súmula nº 263/2011: “Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes,

e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo

do objeto a ser contratado, é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos

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mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, devendo essa exigência

guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado”.

Considerando o amparo legal, foi solicitado acervo que visasse à comprovação de capacidade

técnico-operacional das licitantes, como forma de assegurar ao órgão licitador a garantia de

capacidade operacional das empresas licitantes de realizarem os futuros serviços.

Não se pode aqui confundir capacidade técnica com capacidade operacional, no primeiro caso,

as exigências se restringem ao profissional responsável técnico da empresa; no segundo caso,

as comprovações se referem à capacidade operacional que a empresa teria para realizar

determinados serviços naquelas quantidades estabelecidas no edital.

Neste caso, a comprovação de capacidade técnica não limita a números de atestados

Com o objetivo de dar uma maior amplitude no número de participantes, o edital solicitou

comprovação dos itens mais comuns, ou seja, aqueles itens em que as empresas já tenham

realizado anteriormente, a exemplo de concreto armado, alvenaria e cobertura, deixando de

incluir aqueles itens que são de exclusividade da obra em questão. Com efeito podemos

verificar que não houveram questionamentos, apesar de um número significativo de empresas

terem retirado edital.

No exercício do seu poder, a Administração Pública, legitimada pelo Princípio da Autotutela

guarda para si a possibilidade de rever seus próprios atos. Dessa forma, nos editais elaborados

para as licitações subsequentes foram retiradas as exigências de apresentação de acervo em

um único contrato.

Pelo exposto, constata-se que há limites legais bastante rígidos a serem seguidos pela

Administração no momento de definir os requisitos da qualificação técnica na fase de

habilitação. Esse fato dificulta a seleção de empresas verdadeiramente aptas a cumprir o objeto

contratual com a qualidade que se espera.”

6) Com relação ao item “g” da constatação, o qual se reportou à apresentação de atestado de

vistoria técnica pelos interessados, a justificativa, na íntegra, foi a seguinte:

“Os Editais das Concorrências 01/2012 e 01/2013, exigiram a apresentação de atestado de

vistoria, como requisito de qualificação. Tal exigência encontra-se guarita na Lei de licitações,

onde autoriza a Administração Pública, exigir como requisito de qualificação técnica, a

comprovação de que o licitante realizou visita, cujo objetivo é conhecer o local onde será

executado os serviços. Vejamos a seguir o que diz a Lei 8.666/93:

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e,

quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das

condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação.

Sobre o assunto, o Tribunal de Contas da União, no Acórdão nº 4.968/2011 – Segunda

Câmara, assim se manifestou:

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“A visita de vistoria tem por objetivo dar à Entidade a certeza e a comprovação de que todos

os licitantes conhecem integralmente o objeto da licitação e, via de consequência, que suas

propostas de preços possam refletir com exatidão a sua plena execução, evitando-se futuras

alegações de desconhecimento das características dos bens licitados, resguardando a Entidade

de possíveis inexecuções contratuais. 11.1.3.2. Portanto, a finalidade da introdução da fase de

vistoria prévia no edital é propiciar ao proponente o exame, a conferência e a constatação

prévia de todos os detalhes e características técnicas do objeto, para que o mesmo tome

conhecimento de tudo àquilo que possa de alguma forma, influir sobre o custo, preparação da

proposta e execução do objeto”.

Seguindo o raciocínio anterior, o TCU através dos Acórdãos 1687/2008 e 889/2010 (Plenário)

entende que a exigência de vistoria configura-se como uma forma de a Administração se

resguardar, pois a contratada não poderá, após a adjudicação do objeto, pleitear aditivo

contratual sob a alegação de desconhecimento de determinada peculiaridade ou condição das

instalações onde realizará os serviços.

No mesmo sentido, encontramos amparo no TCU, Acórdão nº 244/2003 - Plenário. Min.

Rel. Ubiratan Aguiar:

“Ora, tomar conhecimento de todas as informações relativas às obras e das condições do local

de sua realização é do interesse dos próprios licitantes”. (...) qualquer empresário com um

mínimo de responsabilidade não só deseja como necessita conhecer o local e as condições da

obra a ser realizada antes de formular sua proposta comercial.

Acompanhando o parecer através do Acordão n°110/2012 – Plenário, que diz o seguinte:

“Com relação à exigência de que os competidores devem realizar visita técnica ao local da

obra, em dia e hora único, definido no edital, foi demonstrado que a jurisprudência desta Corte

é pacífica no sentido de repudiar tal medida, por configurar restrição indevida à

competitividade do certame e por favorecer o prévio acerto entre os pretendentes. Neste caso,

a falta é suficiente para macular a licitação e ensejar proposta para a anulação

do processo licitatório, sem prejuízo de dar ciência ao (omissis) que a inserção no edital de

licitação de exigência para a realização de vistoria técnica em um único dia e horário,

constitui-se em restrição à competitividade e ofensa ao disposto no art. 3º, caput, e §1º, inciso

II, da Lei 8.666/1993, além de favorecer ajustes entre os potenciais competidores” (grifo

nosso).

Nesse sentido, o Edital no subitem 8.1.4, diz que a vistoria poderá ser realizada de segunda a

sexta. Seguindo entendimento do TCU, no Acordão 110/2012, a vistoria por si só não é

caracterizada a restrição de competição, desde que não seja exigido que seja feito em um único

dia, vejamos:

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Com base nisso, o TCU tem recomendado que a Administração estabeleça prazo adequado

para a realização da visita técnica:

“Estabeleça prazo adequado para a sua realização, tanto para evitar que os potenciais licitantes

tomem conhecimento prévio do universo de concorrentes através de reunião no mesmo local

e horário, como para assegurar que os possíveis interessados ainda contem, após a realização

da visita, com tempo hábil para a finalização de suas propostas.”

Dessa forma, foi verificado também que nenhuma empresa impugnou o edital pela exigência

da vistoria técnica, como também não houve inabilitação por não apresentar o documento

solicitado.”

7) Com relação ao item “h” da constatação, o qual se reportou à comprovação de capital

integralizado pelos licitantes, a justificativa, na íntegra, foi a seguinte:

“A adição do termo “integralizado”, nos subitens 8.1.5.3 das Concorrências 01/2012 e

01/2013, não altera em nada o resultado do que se pretende, pois o Capital Social não pode

ser outro, senão o já integralizado. Utilizando-se da ciência da contabilidade, o capital social

é formado pelo “capital subscrito” (prometido quando da constituição da sociedade, pelos

sócios) subtraído do “capital a integralizar” (o que falta ser integralizado). Podemos

representar pela seguinte equação: Capital Social = Capital Subscrito – Capital a integralizar.

A medida que o capital é integralizado, ou seja, que os sócios entregam os bens prometidos

no ato constitutivo à entidade, o “capital a integralizar” diminui, pois transforma-se em capital

integralizado, que será sempre, e de igual valor, ao capital social.

Enquanto o capital não é integralizado, este não pertence à entidade, não podendo ser

considerado como capital social desta.

Vejamos o que dispõe a EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Nº 196, DE 24 DE JUNHO DE 1976,

DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, para criação da Lei 6.404/76, principal lei contábil

existente:

“O Projeto reserva a expressão "capital social", ou simplesmente "capital", para significar o

montante de capital financeiro de propriedade da companhia que os acionistas vinculam ao

seu patrimônio, como recursos próprios destinados, de modo permanente, à realização do

objeto social.” (Grifo nosso).

Logo, muito embora o IFPB tenha acrescentado o termo “integralizado” ao item 8.1.5.3 dos

editais supracitados, o que se verifica é apenas redundância dos termos, sem qualquer prejuízo

ao procedimento licitatório. “

8) Com relação ao item “i” da constatação, o qual se reportou à ausência de documento que

sinalizasse a comunicação acerca da interposição de recurso, a justificativa, na íntegra, foi a

seguinte:

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“O Processo n° 23381.002506.013-44, iniciado em 17 de junho de 2013, cujo objeto é a

construção da 1° etapa do Campus Esperança do IFPB.

Considerando o julgamento das propostas de preços, Concorrência 01/2013, referente à

construção do campus de Esperança, onde foram desclassificadas as empresas: LINK

Engenharia Ltda. e Equatorial Construções Ltda., classificando apenas a empresa Virtual

Engenharia Ltda. (fls.2282 e 2283), tendo o seu julgamento publicado no DOU, no dia 15 de

julho de 2013, Seção 3, página, 60, conforme acostado a fl. 2285. Além da publicação no

DOU, a comissão de licitação encaminhou o resultado de julgamento a todos os participantes

via e-mail.

É possível verificar que, após a divulgação do resultado do julgamento das propostas da

concorrência n° 01/2013, a empresa Equatorial Construções Ltda., inconformada com a

decisão da CEL impetrou recurso por meio dos processos n° 23325.002593.2013-12 e n°

23381.004856.2013-45, ambos com mesmo teor (fls. 2287-2304 e fls.2309-2326).

Ao compulsar as alegações da empresa recorrente, a comissão retificou a decisão, conforme

julgamento (fls. 2305 – 2307), e publicou novo julgamento no DOU no dia 30 de julho de

2013, (fl.2327), abrindo um novo prazo para recurso, como forma de garantir o direito de

defesa daqueles licitantes que, porventura, se sentissem injustiçados.

Desse modo, as empresas não foram prejudicadas, pois foram informadas por mensagem

eletrônica (e-mail), além disso, o que comprova que as empresas foram informadas foi a

interposição de recurso contra a nova decisão (fls 2328 – 2342) interposto pela empresa

VIRTUAL ENGENHARIA LTDA, em face da classificação da empresa Equatorial, processo

n° 23381.005217.2013-05, data de 07/08/2013.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

1) Uma vez que o assunto abordado no item ‘a”, o qual tratou da transferência indevida da

responsabilidade pela elaboração de projetos complementares referentes à execução do objeto

das Concorrências nº 01/2012 e nº 01/2013, foi objeto de constatação específica do presente

relatório, e tendo em vista que a Entidade, ao elaborar a sua justificativa, reportou-se

exclusivamente ao texto dessa mencionada constatação, a análise da resposta apresentada em

relação ao assunto informado no item ora em comento encontra-se consignada na constatação

intitulada Realização de Concorrências amparadas em Projetos Básicos deficientes.

2) Com relação ao item “b”, o qual se reportou à indicação de marca para item integrante da

planilha de licitação das duas concorrências, a justificativa apresentada não elidiu o fato

apontado, visto que a Entidade, em sua resposta, não demonstrou que a marca consignada nos

referidos orçamentos era a mais vantajosa e também a única a atender as necessidades dos

objetos licitados.

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Quanto à questão da padronização como justificativa para indicação da marca de luminárias,

a jurisprudência do TCU, conforme demonstram as decisões o Acórdão 62/2007 Plenário,

Acórdão 539/2007 Plenário, Acórdão 1334/2006 Primeira Câmara, determina que, mesmo no

caso de padronização, a indicação da marca em itens licitados também deve ser fundamentada

em razões de ordem técnica, condição essa não demonstrada pela Entidade em sua

justificativa.

3) Com relação ao item “c”, o qual se reportou às falhas verificadas no detalhamento dos

custos unitários dos serviços licitados, as justificativas apresentadas não elidiram os fatos

apontados, visto que todos os códigos de composição deveriam ter sido explicitados antes da

realização das duas licitações, e não após as mesmas, como assumiu a Entidade em sua própria

justificativa.

Além dos códigos das composições terem sido apresentados após a realização das licitações,

a análise da justificativa apresentada em relação a esse item da constatação indicou a

ocorrência dos seguintes fatos:

- as tabelas transcritas no subitem 3.1 do campo relativo à manifestação da Unidade examinada

não discriminaram todos os códigos de composição faltantes do projeto básico das duas

licitações. Assim, restaram itens orçamentários cujos custos unitários, até o presente

momento, não se sabe de qual sistema de referência de preços foram extraídos;

- a tabela transcrita no subitem 3.2 do campo relativo à manifestação da Unidade examinada

se reportou a itens da planilha relativa à guarita do Campus Guarabira cujos custos unitários

foram indicados erroneamente como tendo sido obtidos por meio de cotação, quando, segundo

a justificativa da Entidade, foram extraídos do SINAPI. Entretanto, tal tabela não fez

referência ao item 7.1 – cobertura em telha de policarbonato, cujo custo unitário, consoante o

disposto na planilha orçamentária da guarita foi obtido a partir de cotação. Desse modo, não

se sabe se preço total desse item, estimado em R$ 17.845,82, foi definido com base em cotação

ou se foi extraído de algum sistema de referência de preços.

Ainda com referência à questão de custos obtidos com base em cotação de preços, a Entidade

anexou à sua justificativa documentos comprovando a realização de pesquisa de mercado para

definição dos custos unitários das esquadrias de alumínio e também de madeira,. No entanto,

a análise dessa documentação anexada demonstrou que, no tocante às esquadrias de madeira,

o IFPB procedeu à pesquisa de preço junto a um único fornecedor, no caso a empresa

Multidoor, o que contraria o item 9.1.1.9.4 do Acórdão TCU nº 3.272/2011-Plenário, que

estabelece pesquisa junto a, no mínimo, três fornecedores.

Quanto às esquadrias metálicas, a documentação anexada pelo IFPB indicou que a citada

entidade promoveu pesquisa de preços junto a dois fornecedores, no caso a empresa

BELMETAL e a empresa DECOR. Assim, verificou-se que essa pesquisa não observou

também o disposto no item 9.1.1.9.4 do Acórdão TCU nº 3.272/2011-Plenário, visto que a

mesma não abarcou o número mínimo de três fornecedores. Deve-se ressaltar que a pesquisa

efetuada junto à empresa BELMETAL foi a única realizada em data anterior à Concorrência

nº 01/2012, ou seja, com base nos documentos anexados à justificativa da Entidade, observou-

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se que, no tocante à Concorrência nº 01/2012 (implantação do Campus Guarabira/PB), o preço

unitário das esquadrias metálicas foi definido a partir de pesquisa promovida junto a um único

fornecedor;

- no que diz respeito aos itens orçamentários cujos custos unitários foram obtidos a partir de

composição do próprio IFPB, verificou-se que a Entidade, ao apresentar as suas justificativas,

não anexou o detalhamento de todos esses custos.

4) Com relação ao item “d”, o qual se reportou à apresentação de certidão simplificada pelos

licitantes, a justificativa apresentado não elidiu o fato apontado, visto que os editais das duas

concorrências impuseram aos licitantes a obrigatoriedade de se apresentar documento não

previsto nos arts. 27 a 31 da Lei nº 8.666/93. Vale ressaltar que no tocante à Lei Complementar

nº 123/2006, a apresentação da certidão em comento somente consiste em obrigação quando

o licitante deseja usufruir das prerrogativas previstas por essa lei.

5) Com relação ao item “e”, o qual se reportou à qualificação técnica-operacional dos

licitantes, verificou-se que:

- no que diz respeito à resposta transcrita no subitem 5.1 do campo concernente à manifestação

da Unidade examinada, a justificativa apresentada não elidiu o fato apontado, uma vez que a

exigência de se apresentar atestados de capacidade técnico-operacional devidamente

registrados no CREA contraria a jurisprudência do TCU, como atestam o Acórdão nº 128/2012

– 2ª Câmara e Acórdão nº 655/2016 – Plenário;

- no que diz respeito à resposta transcrita nos subitens 5.2 e 5.6 do campo concernente à

manifestação da Unidade examinada, a qual se reportou à exigência de comprovação quanto

à execução de 5400 m2 de área construída, a justificativa apresentada não elidiu o fato

apontado, apesar de o IFPB ter reconhecido a falha em questão;

- no que diz respeito à resposta transcrita nos subitens 5.3 e 5.6 do campo concernente à

manifestação da Unidade examinada, a qual se reportou à exigência de comprovação quanto

à execução de 720 m3 de concreto armado, a justificativa apresentada não elidiu o fato

apontado, apesar de o IFPB ter reconhecido a falha em questão;

- no que diz respeito à resposta transcrita nos subitens 5.4 e 5.6 do campo concernente à

manifestação da Unidade examinada, a qual se reportou à exigência de comprovação quanto

à execução de 2.090 m2 de telha fibrocimento, a justificativa apresentada não elidiu o fato

apontado, apesar de o IFPB ter reconhecido a falha em questão;

- no que diz respeito à resposta transcrita nos subitens 5.5 e 5.6 do campo concernente à

manifestação da Unidade examinada, a qual se reportou à exigência de comprovação quanto

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à execução de 4.800 m2 de alvenaria, a justificativa apresentada não elidiu o fato apontado na

constatação. Muito embora o quantitativo exigido para fins de comprovação pretérita tenha

sido inferior a 50%, execução de alvenaria não consiste em serviço de relevância técnica e de

valor significativo, como exige a Súmula nº 263/2011;

- no tocante à Concorrência nº 01/2013, a Entidade não apresentou qualquer justificativa

quanto à obrigatoriedade de comprovação pretérita de serviços indicados para fins de

qualificação técnico-operacional dos interessados, sobretudo no que diz respeito a serviços

indicados pelo edital que não atendiam o disposto na Súmula nº 263/2011, ou seja, não

apresentavam relevância técnica e financeira;

- no que diz respeito à exigência de que a comprovação de serviços pretéritos para fins de

habilitação técnico-operacional se desse por meio de um número fixo de atestados técnicos, a

resposta transcrita no subitem 5.6 do campo concernente à manifestação da Unidade

examinada, não elidiu a falha apontada, apesar de a Entidade, em sua resposta, ter informado

que, nas licitações subsequentes às Concorrências nºs 01/2012 e 01/2013, o quantitativo fixo

de atestados foi retirado dos instrumentos convocatórios;

6) no que diz respeito à falha apontada no item ‘f” da constatação, a qual se reportou à

habilitação técnico-profissional, a Entidade não apresentou nenhuma justificativa;

7) no que diz respeito ao item ‘g” da constatação, o qual se reportou à obrigatoriedade de

realização de visita técnica pelo licitante, a justificativa apresentada não elidiu a falha

apontada, visto que os objetos das Concorrências nºs 01/2012 e 01/2013 não consistiam em

obras de uma complexidade tal que exigissem, obrigatoriamente, a vistoria in loco dos

interessados, como preconiza o subitem 5.13 da Nota Técnica do Comitê de Coordenação de

Fiscalização de Obras nº 2/2012, publicada no Boletim Especial TCU nº 18/2012. Assim, não

se verificou nenhum óbice para que os editais das duas concorrências conferissem caráter

facultativo à visita técnica dos licitantes, ou simplesmente exigissem dos interessados nas

licitações a apresentação de declaração de que conheciam as condições locais para a execução

do objeto;

8) no que diz respeito ao item ‘h” da constatação, o qual se reportou à obrigatoriedade de o

capital das empresas partícipes ser integralizado, a justificativa apresentada não elidiu a falha

apontada, uma vez que tal exigência contraria a jurisprudência do TCU, como atestam a nos

Acórdãos TCU nºs 170/2007 – Plenário (Ementa), 1.871/2005 – Plenário, 108/2006 –

Plenário, 2.882/2008 – Plenário, 6.613/2009 – 1ª Câmara, 5.372/2012 – 2ª Câmara;

9) no que diz respeito ao item ‘i” da constatação, o qual se reportou à ausência de documento

que sinalizasse a comunicação acerca da interposição de recurso administrativo, a justificativa

apresentada não elidiu o fato apontado, pois as mensagens eletrônicas notificando os partícipes

acerca dessa interposição não foram acostadas ao processo licitatório. Além disso, esta

fiscalização entende que a Entidade, a fim de se salvaguardar de qualquer posterior

questionamento legal, deveria ter notificado os licitantes mediante aviso de recebimento (AR),

sem prejuízo do encaminhamento das mensagens eletrônicas.,

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##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Recomendamos à Instituição o aprimoramento dos controles

administrativos relativos à elaboração dos instrumentos convocatórios e projetos básicos das

licitações alusivas a obras de engenharia.

2.1.3. Alteração da vigência contratual, acarretando inobservância ao princípio da

vinculação ao instrumento convocatório

Fato

O edital da Concorrência nº 01/2012 definiu, consoante o consignado no item 13 e respectivos

subitens (fls. 136 do Processo nº 23381.003728.2012-01), os seguintes prazos para a vigência

contratual e, também, para execução das obras licitadas:

- Prazo de vigência contratual: 730 dias corridos, podendo ser prorrogado de acordo com o

art. 57 da Lei nº 8.666/93;

- Prazo de execução das obras licitadas: 720 dias corridos contados a partir do início da

execução das obras, o qual dar-se-ia em até 10 dias corridos após a assinatura do instrumento

contratual e ordem de serviço.

Deve-se ressaltar que os prazos acima relatados foram corroborados pelos termos da cláusula

sétima da minuta do contrato anexa ao instrumento convocatório da Concorrência nº 01/2012

(fls. 151).

Entretanto, o termo de contrato acostado ao Processo nº 23381.003728.2012-01 (fls.1113 a

1127) estabeleceu, conforme registrado em sua cláusula sétima (Da Vigência), que o prazo de

vigência contratual seria de 730 dias corridos contados a partir de 15 de janeiro de 2013 e

findaria em 15 de janeiro de 2015. Assim, verificou-se que o início do prazo da vigência

contratual fixado pelo Contrato nº 076/2012 divergiu do início do prazo definido pelo edital

da Concorrência nº 01/2012, consistindo, dessa forma, em descumprimento do contido no

caput do art. 41 da Lei nº 8.666/93 (princípio da vinculação ao instrumento convocatório).

Além disso, tendo em vista que o Contrato nº 076/2012 foi celebrado em 20 de dezembro de

2012, data essa em que ocorreu também a emissão e recebimento da ordem de serviço (fls.

1451), o início da contagem do prazo de vigência contratual se daria a partir dessa data e

findaria, segundo o disposto no item 13 e respectivos subitens do edital, após 730 dias

corridos. Portanto, à luz do estabelecido no instrumento convocatório, e amparado nos

documentos acostados ao processo licitatório, a vigência do mencionado contrato terminaria

em 20 de dezembro de 2014.

Muito embora a vigência do Contrato nº 076/2012, caso houvesse sido observado o

estabelecido no edital e na minuta de contrato, teria findado em 20 de dezembro de 2014,

observou-se que, em 15 de janeiro de 2015, firmou-se o primeiro aditivo de dilação de prazo

(fls. 1492 a 1494), prorrogando a vigência do mencionado contrato por mais duzentos e dez

dias corridos, ou seja, até 13 de agosto de 2015. Logo, ao se considerar que a vigência do

instrumento contratual se iniciou a partir do estabelecido no edital e na minuta de contrato,

constatou-se que, à época da celebração desse termo aditivo, o contrato assinado com a

licitante vencedora encontrava-se expirado.

Assim, verificou-se que a alteração ilegal do prazo de vigência do Contrato nº 076/2012 (de

20 de dezembro de 2012 para 15 de janeiro de 2013) acarretou a celebração extemporânea de

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aditivo de prorrogação de prazo.

Por fim, vale esclarecer que, no lapso de tempo compreendido entre a data do término da

vigência do Contrato nº 076/2012 e o período em que esta fiscalização realizou a visita técnica

às obras do contrato (de 27 a 29 de julho de 2015), o IFPB realizou três medições de serviços

executados sem amparo contratual, quais sejam:

- 23ª medição, relativa ao período de 15 de dezembro de 2014 a 15 de janeiro de 2015, no

valor total de R$ 500.327,42;

- 24ª medição, referente ao período de 16 de janeiro de 2015 a 15 de fevereiro de 2015, no

valor total de R$ 205.275,36; e

- 25ª medição, concernente ao período de 16 de fevereiro de 2015 a 15 de março de 2015, no

valor total de R$ 270.293,06.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 281/2016/R/IFPB, datado de 08 de julho de 2016, a Entidade apresentou

a manifestação transcrita a seguir:

“Conforme foi apurado pela Secretaria Federal de Controle Interno através de seu

RELATÓRIO PRELIMINAR nº 20142776, no tocante a:

a) Alteração do início da vigência contratual, quando o Ato Convocatório

estabelecia que a vigência do Contrato seria a partir da sua assinatura e pelo

prazo de 730 dias, sendo 720 dias para a sua execução, desta feita, a empresa

LINK ENGENHARIA teria 10 (dez) dias para iniciar a execução da obra;

b) Ressalta, ainda, que como a assinatura do contrato 76/2012 foi realizada no dia

20/12/2012 a sua vigência teria início neste dia, e, se encerraria no dia

20/12/2014, em contramão ao que foi estabelecido no contrato firmado entre o

IFPB/REITORIA e a Contratada, onde restou estabelecido que o Contrato

iniciaria sua vigência no dia 15/01/2013 se encerrando no dia 15/01/2015, 26

dias após a sua assinatura;

c) Desta feita, segundo o Relatório Preliminar supracitado, em função da alteração

na data de vigência fixada no Ato Convocatório (assinatura do contrato) em

detrimento de data fixada divergente desta (15/01/2013), a vigência do

Contrato se encerrou sem que pudesse ser considerada a prorrogação na forma

do Termo Aditivo 1 (270 dias), que prorrogou o Contrato 76/2012 do dia

15/01/2015 a 13/08/2015, e, neste Ínterim, as três medições ocorridas no lapso

temporal da “prorrogação indevida”, não estariam respaldadas por Lei, eis um

breve relato dos fatos:

DA VERACIDADE DOS FATOS:

Assiste razão a Fiscalização da CGU quando relata que houve alteração de termos do contrato

apresentado no Ato Convocatório (Edital), no caso, Minuta do Contrato, no momento em que

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nesta restava estabelecido que a vigência do contrato se iniciaria na data da sua assinatura,

desta forma, na contramão do disposto do art. 41 da Lei 8.666/93, foi ferido o princípio da

“vinculação ao instrumento convocatório”, pelo que não cabe qualquer argumentação sobre

as possíveis motivações para tal ato.

Todavia, no tocante à vigência do contrato 76/2012 ter se iniciado a partir da sua assinatura,

se equivoca o fiscal subscritor do Relatório Preliminar, quando, partindo do princípio

estabelecido no art. 41 da Lei 8.666/93, desenvolve a tese de que o instrumento contratual,

devidamente assinado pelas partes, Contratante e Contratada, e publicado no dia 28/12/2012,

antes do início da sua vigência que foi estabelecida neste instrumento como o dia 15/01/2015

vigendo por 730 dias até o derradeiro dia 15/01/2015, não teria eficácia jurídica, não é outra

coisa senão desconsiderar que:

1) Não existe na Lei 8.666/93, quando obrigatoriedade de que a VIGÊNCIA do Contrato

Administrativo deverá ter início a partir da sua ASSINATURA, pelo que no disposto do

parágrafo único do art. 61 da referida Lei apenas vincula o prazo da publicação (5º dia útil do

mês seguinte da assinatura do contrato), e, estabelecendo que o referido Contrato apenas terá

eficácia a partir da sua publicação, o que é bem diferente de estabelecer que a sua vigência se

dará da sua assinatura, compreensível?. Desta forma, não há nenhuma vinculação legal sobre

data de assinatura e início de vigência!

2) Todavia, mesmo não tendo vinculação legal entre data de ASSINATURA DO

CONTRATO e INÍCIO DA VIGÊNCIA, resta saber se quando no ato convocatório fica

estabelecido na MINUTA DO CONTRATO (MODELO DO INSTRUMENTO

CONTRATUAL QUE SERÁ ASSINADO ENTRE AS PARTES CONTRATANTES, E,

QUE DEVERÁ SER SEGUIDO PELA ADMINISTRAÇÃO (ART. 41 DA LEI 8.666/93),

se, e somente se tal MINUTA DO CONTRATO invalida o INSTRUMENTO DE

CONTRATO FIRMADO ENTRE AS PARTES E DEVIDAMENTE PUBLICADO COM

EFICÁCIA ESTABELECIDA PELO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 61 DA LEI

8.666/93? Entendo que a resposta é não! O Contrato apenas começa a ter sua eficácia no

mundo jurídico depois de assinado pela partes e publicado (publicizado) no DOU, ora, a partir

desta data, o que foi estabelecido entre as partes, tem imposição erga omnis, ou seja, opera

sua eficácia no mundo jurídico, mesmo porque, a partir de então se estabelece o vínculo

jurídico-administrativo entre as partes litigantes vinculado ao cumprimento do objeto

contratado, portanto, o que no Termo de Contrato tiver sido estabelecido virou lei entre as

partes contratantes, inclusive, extrapolando estes limites, opera em todo o mundo físico-

jurídico, podendo quais destas se contrapor a qualquer interesse externo que venha a invadir

ou causar transtornos a avença (princípio do contraditório, etc.).

Desta forma, uma vez, sendo eficaz o referido Contrato no mundo jurídico-administrativo,

não há que se falar em atos pretéritos que não tem o condão de torná-lo nulo, mesmo que em

parte, não sendo o caso do disposto do art. 41 da Lei 8.666/93, que pode ENSEJAR

APURAÇÃO/PUNIÇÃO aos entes públicos que procederam, no entanto, não tem o alcance

que o referido Fiscal da CGU quis estabelecer, vejamos o entendimento da AGU em

PARECER Nºo6/2014/CPLC/DEPCONSU/PGF/AGU de 26 de fevereiro de 2013, no

tocante, a vigência do Contrato:

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EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO E CONTRATO

ADMINISTRATIVO. FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO. FORMA DE CONTAGEMDO

PRAZO DE VIGÊNCIA I - Contagem de Prazo de vigência contratual. Manutenção do

entendimento firmado pelo Parecer nº 345/PGF/RMP/2010. Proposta de exemplo prático a ser

adotado pelas autarquias e fundações. II - A vigência contratual deve iniciar com a assinatura

do contrato ou na data nele indicada, ainda que anterior ou posterior à publicação do extrato

de que trata o art. 61, parágrafo único da lei nº 8.666/93

[...]

CONCLUSÃO 28. Desse modo, ante tudo o que foi exposto acima, concluímos:

a) Permanecem válidas e atuais as conclusões do Parecer nº 345/PGF/RMP/2010, devendo a

contagem dos prazos contratuais se pautar pelo exemplo indicado no item 19 desta

manifestação, respeitando-se o sistema data-a-data.

b) Ademais, para fins de uniformização, recomendamos que os termos de contrato devem

indicar como início de sua vigência a data de sua assinatura ou outra data expressamente

apontada no instrumento contratual, ainda que anterior ou posterior à publicação, não

se devendo condicionar o início de sua vigência à publicação do extrato de que trata o art. 61,

parágrafo único da lei nº 8.666/93. Daniel de Andrade Oliveira Barral – Procurador Federal.

Concluído, a partir da assinatura do Contrato Administrativo entre as partes, e, sua publicação,

seja esta, anterior ou posterior ao início da sua vigência, esta será considerada de acordo com

o que está estabelecido no Instrumento Contratual, e, não no Ato Convocatório, assim sendo,

a vigência do Contrato 76/2012 iniciou-se no dia 15/01/2013 e encerrou-se no dia 15/01/2015,

tendo, sido prorrogado por 270 dias, e, se encerrado definitivamente no dia 13/08/2015, e,

todos os atos praticados entre os dias 20/12/2014 até o dia 13/08/2015 foram

CONVALIDADOS, por se tratar de ATO JURÍDICO PERFEITO!”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A justificativa apresentada não elidiu o fato apontado, visto que a minuta de contrato consiste

em anexo do edital, sendo, portanto, parte integrante do mesmo. Assim, no que concerne ao

prazo da vigência contratual, os termos do instrumento celebrado com a licitante vencedora

não poderiam ter divergido do disposto tanto no edital como na minuta de contrato,

documentos esses que foram submetidos à análise e aprovação do setor jurídico do IFPB,

diferentemente do termo formal assinado com a vencedora da licitação.

Logo, o contrato celebrado entre as partes não poderia ter definido que a vigência do contrato

se iniciaria em 15 de janeiro de 2013, uma vez que o edital, assim como a minuta de contrato

estipularam que a mesma dar-se-ia a partir da assinatura do termo formal e da emissão da

ordem de serviço, ocorridas em 20 de dezembro de 2012.

Sendo assim, a alteração da data de início do contrato acarretou a celebração extemporânea

de termo aditivo de prorrogação de vigência.

Page 45: CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAL FOI O QUAIS … · superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro e adequação da planilha de custos com

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Recomendamos à Instituição aprimorar os controles administrativos

referentes à elaboração de contratos, bem como ao acompanhamento da vigência dos

instrumentos contratuais.

2.1.4. Obras de implantação do Campus Esperança/PB paralisadas e as do Campus

Guarabira/PB com cronograma atrasado.

Fato

Conforme relatado no intróito da constatação relativa às irregularidades nas licitações

realizadas visando à implantação dos Campus Esperança/PB e Guarabira/PB, verificou-se,

com base nos documentos juntados ao Processo nº 233381.002506.2013-44, que o Contrato

nº 063/2013, firmado com a licitante vencedora da Concorrência nº 01/2013, em 16 de

setembro de 2013, no valor de R$ 10.501.052,18, e com vigência de 730 dias corridos, foi

objeto de rescisão amigável, a qual foi formalizada em 10 de março de 2015 (fls. 3426 e 3427).

Amparada no inciso II do art. 79 da Lei nº 8.666/93, tal rescisão contratual, conforme indicou

expressamente os termos da ata lavrada também em 10 de março de 2015 (fls. 3424 e 3425),

foi motivada, sobretudo, pelos atrasos nos pagamentos dos serviços executados pela empresa

até então contratada (EQUATORIAL CONSTRUÇÕES LTDA.)

Assim, ao se efetuar, no período de 27 a 29 de julho de 2015, visita técnica às obras do

Contrato nº 063/2013, constatou-se que os serviços concernentes à execução da 1ª etapa da

implantação do Campus Esperança/PB encontravam-se paralisados desde 31 de março de

2015, porquanto até essa data deveria a contratada desocupar o canteiro das obras do contrato,

como determinou item inserto na cláusula terceira do termo de rescisão amigável (fls. 3426 e

3427).

Informações acostadas ao processo da Concorrência nº 01/2013 demonstraram que, no

período compreendido entre o início da execução das obras – ocorrido em 26 de setembro de

2013, como evidenciou a pertinente Ordem de Serviço (fls. 2365) – e a formalização do termo

de rescisão contratual (10 de março de 2015), foram elaboradas e pagas dezesseis medições

de serviços, sendo a última delas relativa ao período de 22 de dezembro de 2014 a 21 de

janeiro de 2015.

Deve-se registrar que o próprio IFPB, em razão da mencionada rescisão contratual, elaborou

planilha (medição) concernente ao ajuste final de contas do contrato. Segundo essa planilha

(fls. 3451 a 3807), o montante pago à empresa até então responsável pela execução dos

serviços de implantação do Campus Esperança/PB totalizou R$ 3.115.449,67, que

corresponde a 29,67% do valor total do Contrato nº 063/2013 (R$ 10.501.052,18).

Portanto, decorridos cerca de dezoito meses de execução de serviços contratuais, ou seja,

decorridos cerca de 75% do prazo de execução da obra, verificou-se que o Contrato nº

063/2013 apresentava-se com um percentual de realização de tão-somente 29,67%, quando

deveria apresentar, à luz do definido no cronograma físico-financeiro da obra, percentual de

realização de 88,90%, como indicou o próprio IFPB em sua planilha de ajuste final.

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Desse modo, constatou-se que, antes da paralisação das obras em razão da formalização de

termo de rescisão contratual, os serviços atinentes à implantação da 1ª etapa do Campus

Esperança/PB já se encontravam visivelmente atrasados, como evidenciam os registros

fotográficos insertos na presente constatação.

Quanto ao Contrato nº 01/2012, alusivo à implantação da 1ª etapa do Campus Guarabira/PB,

observou-se que a execução do mesmo apresentava-se também em atraso.

De acordo com as informações disponibilizadas pelo IFPB em relação à execução físico-

financeira desse instrumento contratual, até o momento da realização da visita técnica, foram

elaboradas e pagas 25 medições de serviços, totalizando o montante de R$ 6.607.304,89, que

corresponde a 64,56% do valor total do contrato em questão (R$ 10.234.359,98).

Dessa forma, decorridos cerca de 30 meses do início das obras de implantação do campus em

comento – ocorrida em 15 de janeiro de 2013, verificou-se que o percentual de serviços

realizados e pagos à empresa responsável pela obra equivalia a 64,56%, quando tal percentual,

segundo o cronograma físico-financeiro elaborado pela contratada, deveria ser de 100%,

porquanto o prazo de execução da obra foi fixado, inicialmente, em setecentos e vinte dias

corridos (24 meses).

A seguir, encontram-se inseridos registros fotográficos referentes à visita técnica efetuada por

fiscalização às obras de implantação da 1ª etapa dos Campi Esperança/PB e Guarabira/PB.

Foto - barracão do canteiro de obras,

Esperança (PB), 27 de julho de 2015

Foto - vista do bloco administrativo,

Esperança (PB), 28 de julho de 2015

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Foto - vista do bloco administrativo,

Esperança (PB), 28 de julho de 2015

Foto - vista dos blocos acadêmicos,

Esperança (PB), 28 de julho de 2015

Foto - vista dos blocos acadêmicos,

Esperança (PB), 28 de julho de 2015

Foto – vista geral dos blocos acadêmicos,

Esperança (PB), 28 de julho de 2015

Foto – vista do interior dos blocos

acadêmicos, Guarabira (PB), 29 de julho de

2015

Foto - vista do bloco administrativo,

Guarabira (PB), 29 de julho de 2015

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Foto – vista dos blocos acadêmicos,

Guarabira (PB), 29 de julho de 2015

Foto – vista do interior dos blocos

acadêmicos, Guarabira (PB), 29 de julho de

2015

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 281/2016/R/IFPB, datado de 08 de julho de 2016, a Entidade apresentou

a manifestação transcrita a seguir:

“O IFPB entende, também, que a obra relativa a concorrência nº 01/2013 que resultou na

formalização do contrato nº 63/2013 não vinha atendendo ao cronograma físico-financeiro

apresentado pela contratada na licitação, inclusive isto pode ser visualizado através das

notificações emitidas pelo fiscal, com isto, a contratada foi notificada 02(duas) vezes,

inclusive nestas constam pedidos esclarecimento dos motivos para o não cumprimento do

cronograma físico-financeiro apresentado pela contratada. Em anexo a notificação nº 01/2014

na data do dia 22/08/2014 e enviado por e-mail no mesmo dia para o responsável técnico da

empresa que também é o profissional responsável pela execução do objeto. A notificação

nº 02/2015 na data do dia 04/03/2015 e enviado por e-mail no mesmo dia para o responsável

técnico da empresa que também é o profissional responsável pela execução do objeto. O

mesmo pode ser visto a cada medição conforme exemplo abaixo.

No que diz respeito a obra de construção do campus Guarabira do IFPB, contrato 63/2012,

licitada através da concorrência 01/2012, o IFPB concorda com o relatado pela CGU, onde

descreve-se que a obra encontra-se com atraso na sua execução, inclusive, por este motivo, a

contratada sofreu sanção conforme documento anexo nas páginas 1.666 até a 1.668 do

processo nº 23381.003728.2012-01, enviado para contratada através do Ofício

nº 28/2015/DGFOE na data de 01 setembro de 2015 emitido pela Diretoria de Gerenciamento

e Fiscalização de obras de Engenharia, onde consta a memória de calculo para aplicação da

sanção.

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Vale salientar que as justificativas apresentadas pelas empresas, tanto oficialmente como não,

foram a falta de regularidade dos pagamentos das medições dentro dos 5 ou 10 dias corridos,

conforme estabelece o contrato, esta dificuldade de pagamento as contratadas, acarretou em

atraso na obra e desconfiança quanto capacidade da União em honrar seus compromissos, fato

este vivenciado por todos com a crise financeira que se estabeleceu no país nos últimos anos.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A justificativa apresentada não elidiu a falha apontada. As cópias das notificações anexadas

às justificativas demonstram que, no caso da execução do Campus Esperança PB, a Entidade

não cobrou tempestivamente o cumprimento do cronograma físico-financeiro da obra. Já com

relação à obra do Campus Guarabira/PB, somente em 01 de setembro de 2015, ou seja,

decorridos mais de trinta meses do início das obras houve a aplicação de sanção.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Recomendamos à Instituição aprimorar os controles administrativos

relativos ao acompanhamento dos contratos concernentes à execução de obras de engenharia,

especialmente no tocante ao cumprimento do cronograma físico acordado.

2.2 Parte 2

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal descentralizado.

3. Consolidação de Resultados

Com base nos exames realizados, conclui-se pela improcedência dos fatos encaminhados a

este órgão para apreciação das supostas irregularidades na execução das obras de implantação

dos Campi Guarabira e Esperança.

Primeiramente, considerando-se a etapa de execução dos empreendimentos, durante a

realização de vistoria in loco por esta equipe de fiscalização, não restou evidenciada o suposto

superfaturamento por quantidade e preços.

E, ademais, os outros elementos indicados como irregulares, referentes a aditivos e alterações

de prazo de forma desarrazoada, foram tratados dentro do escopo das análises relativas às

licitações mencionadas no corpo deste relatório, as quais evidenciaram, no caso das obras do

Campus Guarabira, a existência de impropriedades/irregularidades nos fatos que motivaram a

celebração de aditivos de valor e dilação de prazo.

Contudo, não obstante ao acima exposto, concluiu-se que a aplicação dos recursos federais

não está em conformidade com a legislação pertinente, especialmente no que diz respeito à

Lei nº 8.666/93 e jurisprudência do Tribunal de Contas da União.

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Entre essas, destacam-se, a seguir, as situações de maior relevância quanto aos impactos sobre

a efetividade do Programa/Ação fiscalizado:

a) Realização de Concorrências amparadas em Projetos Básicos deficientes;

b) Regularidades/impropriedades nas licitações realizadas para a implantação dos Campi em

Guarabira e Esperança;

c) Alteração do início da vigência contratual, acarretando inobservância ao princípio da

vinculação ao instrumento convocatório; e

d) Obras de implantação do Campus Esperança/PB paralisadas e as do Campus Guarabira/PB

com cronograma atrasado..