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Ministério da Transparência,
Fiscalização e Controle
RELATÓRIO Nº 201412710
QUAL FOI O
TRABALHO
REALIZADO?
Linha de Atuação:
Demandas Externas
Unidade Examinada: Instituto
Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia da Paraíba
Objeto: Análise de processos
licitatórios para a execução de
obras, bem como avaliar o
estágio de empreendimento e a
compatibilidade com os
pagamentos realizados,
verificação de
superfaturamento,
conformidade da execução
com o respectivo cronograma
físico-financeiro e adequação
da planilha de custos com o
projeto básico.
Ação: 20RL – Funcionamento
de Instituições Federais de
Educação Profissional e
Tecnológica
Programa: 2032 – Educação
Profissional e Tecnológica.
Escopo: Atuação do IFPB na
contratação e realização de
obras.
Referência Legal: Lei n°.
8.666/1993.
POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? Trata-se de trabalho requisitado pelo Procurador-Chefe da PF/PB/AGU em funções de demandas apresentadas à Advocacia-Geral da União e que deram origem ao Processo nº 00214.000717/2014-50.
QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES foram emitidas? Com base nos exames realizados, estritamente
no âmbito do escopo definido, verificou-se: a
existência de projetos básicos deficientes;
impropriedades nas licitações realizadas;
alteração do início da vigência contratual, com
inobservância ao princípio da vinculação ao
instrumento convocatório; e paralisação das
obras e atraso no cronograma.
Em razão do montante apurado, recomendou-
se ao IFPB: elaborar de forma adequada os
projetos básicos; o aprimoramento dos
controles administrativos relativos à
elaboração dos instrumentos convocatórios e
projetos básicos das licitações alusivas a obras
de engenharia; aprimorar os controles
administrativos referentes à elaboração de
contratos, bem como ao acompanhamento da
vigência dos instrumentos contratuais; e
aprimorar os controles administrativos
relativos ao acompanhamento dos contratos
concernentes à execução de obras de
engenharia, especialmente no tocante ao
cumprimento do cronograma físico acordado.
Secretaria Federal de Controle Interno
Unidade Examinada: INST.FED.DE EDUC.,CIENC.E
TEC.DA PARAIBA
Introdução
1. Introdução
Este Relatório trata do resultado de ação de controle desenvolvida em função de situações
presumidamente irregulares, ocorridas no INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,
CIENCIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAIBA, apontadas à Controladoria-Geral da União
- CGU, conforme demanda do Procurador-Chefe da PF/PB/AGU, que deram origem ao
Processo nº 00214.000717/2014-50.
A fiscalização teve como objetivo analisar os processos licitatórios nº 23381.003728.2012-01
e nº 23381.002506.2013-44, referentes às licitações nº 01/2012 (campus Guarabira) e
nº 02/2013 (campus Esperança) respectivamente, bem como avaliar o estágio de implantação
do empreendimento e a compatibilidade com os pagamentos realizados, verificação de
superfaturamento, conformidade da execução com o respectivo cronograma físico-financeiro
e adequação da planilha de custos com o projeto básico.
Os trabalhos de campo foram realizados no período de 20 a 31 de julho de 2015 sobre a
aplicação de recursos federais do programa 2031 - Educação Profissional e Tecnológica / 20RL
- Funcionamento de Instituições Federais de Educação Profissional e Tecnológica no
município de João Pessoa/PB.
Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao
Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e
registros fotográficos e análise documental.
Relatório de Demandas
Externas
Número do relatório: 201412710
Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,
tendo se manifestado em 08 de julho de 2016, cabendo ao Ministério supervisor, nos casos
pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas,
bem como à apuração das responsabilidades.
1.1. Informações sobre a Ação de Controle
Ordem de Serviço: 201412710
Número do Processo: 00214.000717/2014-50
Município/UF: João Pessoa/PB
Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO
Instrumento de Transferência: Não se Aplica
Unidade Examinada: INST.FED.DE EDUC.,CIENC.E TEC.DA PARAIBA
Montante de Recursos Financeiros: R$ 20.401.462,49
2. Resultados dos Exames
Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito responsável pela
tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela existência
de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.
2.1 Parte 1
Os fatos apresentados a seguir destinam-se aos órgãos e entidades da Administração Pública
Federal - gestores federais dos programas de execução descentralizada. A princípio, tais fatos
demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte desses gestores, visando
à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente Tomada
de Contas Especial, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.
2.1.1. Realização de Concorrências amparadas em Projetos Básicos deficientes.
Fato
Com o objetivo de avaliar a adequação e a regularidade dos projetos básicos e orçamentos
elaborados pelo IFPB para a realização de licitação e consequente contratação de empresa de
engenharia para a construção dos campi de Guarabira e Esperança, foi emitida a Solicitação
de Auditoria (SA) nº 201412710, datada em 25 de maio de 2015, requisitando cópia dos
projetos arquitetônico e complementares, bem como os respectivos orçamentos.
Apesar da disponibilização à equipe de fiscalização de todas as peças necessárias para a
execução da obra, verificou-se a inclusão dos seguintes itens no orçamento, relativos à
elaboração dos projetos complementares de engenharia:
Quadro - Planilha da proposta vencedora da Concorrência nº 01/2012 (Guarabira).
Item Discriminação Quant. Unid Preço
Unitário
V. Total
(R$)
1.9
ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVOS
COMPLEMENTARES (ESTRUTURAL DE CONCRETO
ARMADO, INC. FUNDAÇÕES E LAJES, CABEAMENTO ESTRUTURADO. SONORIZAÇÃO. SPDA,
CLIMATIZAÇÃO, COMBATE A INCÊNDIO,
HIDROSANITÁRIO, DRENAGEM PLUVIAL E AS BUILT
5.558,91 m² 20,05 111.428,35
1.10 ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVO ESTRUTURA
METÁLICA 150,00 m² 2,85 427,50
1.11 ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVO DE GÁS 204.07 m² 2,76 562,21
1.12
LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO DO TERRENO, INCLUINDO POLIGONAL, CADERNETA DE
CAMPO, MAPA DE CUBAÇÃO, CADERNO DE
NIVELAMENTO, PLANO COTADO E SEÇÕES TRANSVERSAIS.
8,12 ha 760,00 6.171,20
TOTAL 118.589,26
Fonte: Planilha orçamentária elaborada pela empresa vencedora da Concorrência nº 01/2012 e juntada ao
processo administrativo concernente à mencionada licitação (Processo nº 23381.003728.2012-01).
Quadro - Planilha da proposta vencedora da Concorrência nº 01/2013(Esperança).
Item Discriminação Quant. Unid Preço
Unitário
V. Total
(R$)
1.8
ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVOS COMPLEMENTARES (ESTRUTURAL DE CONCRETO
ARMADO, INC. FUNDAÇÕES E LAJES, CABEAMENTO
ESTRUTURADO, SONORIZAÇÃO, CLIMATIZAÇÃO, COMBATE A INCÊNDIO, HIDROSANITÁRIO,
DRENAGEM PLUVIAL E AS BUILT) INCLUSIVE
QUANTITATIVOS E MEMORIAL DESCRITIVO.
5.644,57 m² 10,00 56.445,70
1.9 ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVO ESTRUTURA METÁLICA, INCLUSIVE QUANTITATIVOS E
MEMORIAL DESCRITIVO. 215,30 m² 1,40 301,42
1.10 ELABORAÇÃO DE PROJ. EXECUTIVO DE GÁS, INCLUSIVE QUANTITATIVOS E MEMORIAL
DESCRITIVO. 191,19 m² 1,35 258,11
1.11
LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO DO TERRENO, INCLUINDO POLIGONAL, CADERNETA DE
CAMPO, MAPA DE CUBAÇÃO, CADERNO DE
NIVELAMENTO, PLANO COTADO E SEÇÕES TRANSVERSAIS.
7,01 ha 784,15 5.496,89
TOTAL 62.502,12
Fonte: Planilha orçamentária elaborada pela empresa vencedora da Concorrência nº 01/2013 e juntada ao
processo administrativo concernente à mencionada licitação (Processo nº 233381.002506.2013-44).
Vale ressaltar que os mesmos deveriam compor a documentação do projeto básico, juntamente
ao projeto arquitetônico, quando da sua aprovação, ou seja, antes de ser iniciado o
procedimento licitatório.
Em Relatório técnico, emitido em 15 de dezembro de 2014 pelo engenheiro civil responsável
pela fiscalização da obra de Guarabira, foram apresentadas justificativas para a elaboração de
um replanilhamento com acréscimos e subtrações de itens da planilha orçamentária,
importando em um aditamento contratual com aumento do valor em R$ 333.949,65 e
prolongamento do prazo de execução da obra em duzentos e dez dias.
Contudo, verificou-se que as alterações ocorreram em decorrência de projeto básico
deficiente, uma vez que as peças de engenharia complementares ao projeto arquitetônico
(levantamento planialtimétrico, projetos de fundações, estrutural e de instalações hidráulicas,
elétricas, telefônicas, de prevenção de incêndio e de ar-condicionado, dentre outros) foram
elaboradas pela empresa vencedora da licitação durante a execução da obra, e, portanto, restou
demonstrada a inexatidão dos quantitativos propostos na planilha orçamentária.
Tal situação evidenciou que a licitação foi realizada com a aprovação de projeto básico sem
todos os elementos que propiciariam precisão em nível suficiente à realização adequada do
empreendimento, em afronta aos arts. 6º, inciso IX, e 7º, §4º, da Lei 8.666/93, in verbis:
“IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado,
para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado
com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo
da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução.”
“§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem
previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico
ou executivo.”
Além do que, um orçamento detalhado somente deve ser produzido se o projeto tiver um grau
de desenvolvimento suficiente. As composições de custos unitários devem ser planejadas
mediante especificações técnicas detalhadas e de critérios de medição e pagamento bem
definidos.
No caso em tela, a inadequação do projeto básico teve como principal falha a apresentação de
planilha orçamentária sem os respectivos projetos que justificassem os quantitativos
propostos.
Segundo a Lei nº 8.666/93, é facultada a elaboração do projeto executivo concomitante com
a execução da obra e, consequentemente, a previsão do seu custo no respectivo orçamento
para ser realizado pela empresa vencedora do certame licitatório.
Todavia, o projeto executivo deve tratar de situação em que certos itens não podem ser
estabelecidos a priori durante a produção do projeto básico, sendo necessária à sua realização
durante a execução da obra, momento em que são conhecidos os fatores determinantes para a
quantificação final dos insumos e serviços.
Nesse sentido, em 13 de janeiro de 2015, mediante despacho nº 024/2015/PF-
UFPB/PGF/AGU, a Procuradoria Federal/UFPB se pronunciou a respeito do aditamento
contratual, em especial quanto à necessidade de comprovação da inexistência de projeto
deficiente, conforme transcrito a seguir:
(...)
“É importante notar que essa causa da alteração deve necessariamente ser uma situação
superveniente, não conhecida ou impossível de ser conhecida no momento da confecção do projeto da
licitação. Não fosse assim e seriam institucionalizadas as hipóteses de projetos deficientes, os quais já
seriam licitados com a firme certeza de que seriam refeitos e ajustados ao longo da execução, o que
não é possível aceitar como normal e correto nas contratações públicas, especialmente por conta dos
princípios do planejamento da licitação e da vinculação do contrato ao edital, os quais, juntos,
funcionam como um freio legal quanto às alterações contratuais, somente cabíveis naquelas hipóteses
expressamente listadas pelo legislador.
Nesse sentido, é preciso que a fiscalização do contrato demonstre expressamente que as justificativas
apresentadas para o acréscimo (fls. 1.101 e seguintes) foram supervenientes à celebração contratual.
Ou, se não houve causa superveniente, não está apontada a responsabilidade pelo projeto deficiente”.
(...)
O Tribunal de Contas da União - TCU dispõe em Acordão nº 2934/2014 – Plenário:
“A elaboração de projeto básico deficiente, que não contempla todos os elementos necessários e
suficientes, com o nível de precisão adequado para bem caracterizar o empreendimento e garantir
exatidão na sua orçamentação, constitui falha grave que enseja aplicação de multa aos responsáveis.”
Apesar de os acréscimos corresponderem a um montante de R$ 1.512.657,55, equivalente a
15,28% do total contratado e, portanto, dentro do limite legal de 25%, vale ressaltar que vários
itens tiveram alterações acima de 50% e/ou supressões totais, conforme exemplificado na
tabela a seguir:
Quadro - Planilha do Bloco Acadêmico.
2 MOVIMENTO DE TERRA ACRÉSCIMOS
(%) SUPRESSÕES
(%)
2.2 ESCAVACAO MANUAL EM SOLO, PROF. MAIOR QUE 1,5M ATE 4,00 M 100%
2.3 APILOAMENTO COM MACO DE 30KG 100%
2.5 ATERRO APILOADO(MANUAL) EM CAMADAS DE 20 CM SEM MATERIAL DE EMPRÉSTIMO
91,16%
2.6 ATERRO APILOADO(MANUAL) EM CAMADAS DE 20 CM COM
MATERIAL DE EMPRÉSTIMO 70,63% -
3 FUNDAÇÕES E SONDAGENS ACRÉSCIMOS
(%)
SUPRESSÕES
(%)
3.1 SOLO CIMENTO 1:20 (CIMENTO E AREIA) - 100%
3.5
CONCRETO USINADO, IMPORTADO, ESTRUTURAL FCK=20MPA
INCLUS. TRANSPORTE HORIZONTAL ATÉ 20M (PROD. 2M3/H) EM CARRINHOS, ADENSAMENTO, ACABAMENTO E CONTROLE
TECNOLOGICO
- 53,22%
3.6 EMBASAMENTO C/PEDRA ARGAMASSADA UTILIZANDO ARG.CIM/AREIA 1:4
- 100%
4 IMPERMEABILIZAÇÃO ACRÉSCIMOS
(%)
SUPRESSÕES
(%)
6.2 IMPERMEABILIZAÇÃO COM MANTA ASFALTICA 4MM, INCLUSIVE PROTEÇÃO MECÂNICA
77,00% -
6.3 IMPERMEABILIZAÇÃO COM BETUMINOSA 68,42% -
8 ESQUADRIAS METÁLICAS ACRÉSCIMOS
(%)
SUPRESSÕES
(%)
8.6 JANELA TIPO CORRER ALUMINIO (CONF. DET. ARQUITETURA) - 76,98%
12 REVESTIMENTO ACRÉSCIMOS
(%)
SUPRESSÕES
(%)
12.2 CHAPISCO EM TETO - 100%
12.4 REBOCO PAULISTA CIM/CAL/AREIA (TETO) - 100%
Fonte: Planilhas relativas ao aditamento do Contrato nº 076/2012 e acostadas ao processo da Concorrência
nº 01/2012 (Processo nº 23381.003728.2012-01).
Portanto, diante do exposto, constatou-se que não há previsão legal para a postergação dos
projetos complementares, uma vez que são necessários para a quantificação dos insumos e
serviços de engenharia e, portanto, indispensáveis na elaboração dos orçamentos da obra,
evidenciando a aprovação de projeto básico deficiente para a viabilização indevida do certame
licitatório.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 281/2016/R/IFPB, datado de 08 de julho de 2016, a Entidade apresentou
as manifestações transcritas abaixo:
“No ano de 2012, ano da licitação 01/2012, o IFPB constava de apenas 04(quatro)
engenheiros na coordenação de obras de engenharia. Estes engenheiros eram fiscais de um
total de 18 (dezoito) obras, além disto, várias destas obras localizadas em cidades distantes da
reitoria, que é localizada em João Pessoa, como a do campus Princesa Isabel em torno de 430
km, a do campus Patos em torno de 300 km, a do Restaurante Estudantil de Cajazeiras em
torno de 470 km, a da Biblioteca de Monteiro em torno de 300 km etc. Entretanto, as
atribuições desses engenheiros não se resumiam a isto, elaboravam-se orçamentos, pareceres,
levantamento in loco para reformas, consulta sobre a manutenção de edificações etc.
A grande demanda foi motivada pela expansão II e III do IFPB, onde a instituição
passou de 03(três) unidades (João Pessoa, Sousa e Cajazeiras) para 15 (quinze) unidades,
porém, o crescimento de obras de implantação e de novas obras estruturantes nos campi
existentes não aconteceu no mesmo ritmo do crescimento de servidores técnicos da área de
construção civil.
Diante desse quadro, a instituição iniciou a contratação de novos servidores para
coordenação de obras para atenuar os problemas gerados pela sobrecarga de trabalho,
possibilitar que os servidores passassem por capacitação para melhoria do conhecimento sobre
obras públicas e suas peculiaridades, e com isto, enxergar erros e sanar nas futuras licitações
do IFPB. Hoje a coordenação de obras desta instituição dispõe de 08 (oito) engenheiros civis,
01 (um) engenheiro eletricista, 02 (dois) tecnólogo de construção de edifícios, 02 (dois)
técnicos de eletrotécnica e 01 (um) desenhista.
No que diz respeito a obra da construção do campus Guarabira, ela hoje se encontra
com percentual em torno de 85,0% executado, bem próximo de sua conclusão, isto mostra que
o projeto básico foi suficiente para execução do contrato dentro de uma margem de erro
plausível.
O problema apresentado pelo relatório preliminar da ordem de serviço nº 201412710
sobre o processo 00214.000717/2014-50, item 1, com as capacitações realizadas e
melhoramento do conhecimento específico de obras públicas, foi perceptível a falha
mencionada, com isto, o IFPB vem corrigindo os problemas constatados nas licitações mais
recentes, como por exemplo, os restaurantes estudantis nos campi Princesa Isabel, Monteiro,
Picuí e Patos, onde se realizaram com todos os projetos básicos.
O item 1.11 trata-se do levantamento planialtimétrico e demais elementos que
serviram como memória de cálculo para medição de terraplenagem, incluindo seções
transversais e mapa de cubação que são essenciais para serviços de aterro e corte em terreno
natural. Além disto, informa-se que o IFPB recebeu um levantamento topográfico da
prefeitura da cidade no qual está se implantando o campus do Instituto Federal, porém,
normalmente existem distorções entre o levantamento fornecido pela prefeitura e o elaborado
pela contratada. Vale ressaltar também que o levantamento topográfico da prefeitura é
fornecido antes da elaboração do projeto arquitetônico o que impossibilitaria a confecção do
mapa de cubação e seções transversais.
A lei nº 8.666/1993 não faz menção ao percentual de supressão e adição no tocante ao
quantitativo de item, e sim para o valor global da obra que em nosso caso é de 25%. Portanto
supressões citadas que chegam até 100 % de alguns itens, não estão fora da legalidade.
O item 2.2 “Escavação manual de solo prof. Maior que 1.5m até 4,00m” não foi
necessária sua utilização, uma vez que as escavações para execução das fundações não
ultrapassaram 1,50m. Vale salientar que apesar da existência da sondagem, o solo é um
sistema heterogêneo, particulado, disperso e poroso, onde poderia existir variações da sua
estrutura em ponto de escavação das sapatas das fundações.
O item 2.3 “Apiloamento com maco de 30kg” a contratada deveria ter executado este
serviço para economia de concreto magro, porém a mesma não executou o serviço e
consequentemente não foi medido e por isso suprimido no primeiro aditivo contratual. Vale
ressaltar que o acréscimo de concreto magro tornou-se um ônus para a contratada e nunca para
o IFPB.
O item 2.5 “Aterro Apiloado (manual) em camada de 20cm sem material de
empréstimo” se refere ao material de sobra do reaterro das sapatas, portanto, como o contrato
é na modalidade empreitada por preço unitário, este foi suprimido.
O item 2.6 “Aterro Apiloado (manual) em camada de 20cm com material de
empréstimo” foi acrescido uma vez que a terraplenagem foi executada apenas para ruas e
estacionamentos.
O item 3.1 “Solo cimento 1:20 (cimento e areia)” foi colocado na planilha
orçamentária em caso de necessidade melhoramento da distribuição das tensões no solo, ou
até mesmo melhoramento do suporte do solo e demais propriedades que o uso do solo cimento
proporciona a execução de fundações. Como o item supracitado não foi utilizado, logo foi
suprimido no primeiro aditivo.
O item 3.5 “Concreto Usinado, Importado, Estrutural Fck=20mpa Inclus. Transporte
Horizontal Até 20m (Prod. 2m3/H) em Carrinhos, Adensamento, Acabamento e Controle
Tecnológico” este foi suprimido por falta de precisão no quantitativo, como o contrato foi por
meio de empreitada de preços unitários, o excesso foi suprimido e sem prejuízo ao erário.
O item 3.6 “Embasamento C/Pedra Argamassada Utilizando Arg. Cim/Areia 1:4” seria
utilizado em caso de necessidade de fechamento abaixo da viga baldrame para execução do
aterro do caixão, como não foi necessário, portanto não foi pago e consequentemente
suprimido em aditivo contratual.
O item 6.2 “Impermeabilização com Manta Asfáltica 4mm, Inclusive Proteção
Mecânica” este item foi acrescido para evitar que as águas oriundas da coberta respinguem na
laje através da abertura existente, e norma, entra a telha e o apoio da calha. Com isto, o
desenvolvimento da calha passou a ser de 1,30 m conforme memória de cálculo do aditivo 01
constado nas páginas 1266 e 1267 do processo 23381.003728.2012-01.
O item 6.3 “Impermeabilização Com Betuminosa” este foi acrescido por deficiência
no quantitativo, como o item é considerado essencial para boa qualidade da obra, este foi
aditivado.
O item 8.6 “Janela Tipo Correr Alumínio (Conf. Det. Arquitetura)” ocorreu acréscimo
devido a mudança no projeto, especialmente para janelas com 03(três) folhas que poderiam
abrir simultaneamente, para estas foram necessários 03(três) trilhos de correr.
O item 12.2 “Chapisco em teto” não foi executado uma vez que a laje foi executada
com o EPS (Lajotas de Isopor) e este chapisco em questão não apresentaria aderência
necessária e poderia vir a queda de material, e desta forma colocaria em risco a vida dos
usuários.
O item 12.4 “Reboco Paulista Cim/Cal/Areia (Teto)” não foi executado pelo mesmo motivo
do item 12.2 “chapisco em teto”. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A justificativa apresentada pelo Gestor não elidiu a constatação apresentada por esta equipe
de fiscalização, uma vez que corrobora com o fato apontado ao afirmar que, “com as
capacitações realizadas e melhoramento do conhecimento específico de obras públicas, foi
perceptível a falha mencionada, com isto, o IFPB vem corrigindo os problemas constatados
nas licitações mais recentes, como por exemplo, os restaurantes estudantis nos campi
Princesa Isabel, Monteiro, Picuí e Patos, onde se realizaram com todos os projetos básicos.”
Além disso, as demais justificativas em relação aos itens inseridos no relatório, a título
exemplificativo, demonstram que, em decorrência da realização de licitações com projeto
deficiente, foi elaborada planilha de custos unitários com quantitativos que não correspondiam
às previsões reais do projeto básico, em descumprimento ao disposto no §4º do art. 7º da Lei
nº 8.666/93, in verbis:
“§4º. É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem
previsão de quantidades ou cujos quantitativos nãos correspondam às previsões reais do projeto básico
ou executivo. ”
Vale salientar que a menção ao limite legal de 25%, para supressão e acréscimos nos
quantitativos dos itens da planilha de custos da obra, não guarda relação com a constatação
em questão, uma vez que tal dispositivo diz respeito a modificações na execução da obra
relativas a situações supervenientes, não conhecidas ou impossíveis de serem conhecidas no
momento da elaboração do projeto da licitação.
Diante do exposto, verifica-se que a limitação prevista no §1º, do art. 65, da Lei nº 8.666/93,
para acréscimos e supressões durante a execução da obra, não deve ser utilizada como
instrumento para sanar descumprimento de lei, em especial quanto à elaboração de orçamento
em que determinados quantitativos de materiais e serviços não tinham amparo em peças
técnicas as quais deveriam estar presentes na composição do projeto básico.
Portanto, as alterações de itens em percentuais elevados, por imprecisões decorrentes da
ausência de projetos complementares, evidenciaram que a gestão dos recursos federais
incorreu em irregularidade ao realizar as licitações nº 01/2012 e nº 01/2013 (Campi Guarabira
e Esperança, respectivamente) sem o projeto básico com todos os elementos necessários e
suficientes para sua execução completa, com avaliação adequada dos custos e quantitativos
das obras. ##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Certificar se estão incluídos todos os elementos necessários e suficientes
no projeto básico e executivo,quando da realização de novos certames licitatórios, junto ao
corpo técnico de engenheiros da Entidade para evitar a inclusão no objeto da licitação de
fornecimento de materiais e serviços cujos quantitativos não correspondam às previsões reais
do projeto básico ou executivo.
2.1.2. Irregularidades/impropriedades nas licitações realizadas para a implantação dos
Campi em Guarabira e Esperança.
Fato
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB, visando à
implantação de dois campi no Estado da Paraíba, situados nos Municípios de Guarabira e de
Esperança, realizou dois certames licitatórios nº 01/2012 e nº 01/2013, na modalidade
Concorrência, com recursos orçamentários concernentes ao Programa/Ação
12363203120RL0025 - Educação Profissional e Tecnológica / Funcionamento de Instituições
Federais de Educação Profissional e Tecnológica, conforme a seguir.
– Concorrência nº 01/2012 (Guarabira)
Consubstanciada no Processo Administrativo nº 23381.003728.2012-01, a Concorrência
nº 01/2012 iniciou-se em 26 de novembro de 2012 (data da entrega dos envelopes de
habilitação e propostas de preços) e teve como objeto a contratação dos serviços de engenharia
para execução da 1ª etapa do Campus Guarabira.
Com preço total estimado em R$ 10.613.884,95 e taxa de BDI de 23,78%, a Licitação abarcou,
nessa 1ª fase, a construção de uma guarita, um reservatório de água, dois blocos acadêmicos
(Blocos A e B), um bloco administrativo e, por fim, a implantação da infraestrutura
(movimento de terra, pavimentação, subestação elétrica, sistema de combate a incêndios),
conforme evidenciado nas planilhas orçamentárias do respectivo projeto básico.
Os documentos acostados ao mencionado processo administrativo demonstraram que o
certame licitatório foi do tipo menor preço global e teve, como regime de execução, a
empreitada por preço unitário. Ademais, segundo o item 13 do edital, o prazo para execução
do objeto licitado foi de 720 dias corridos, contados a partir da data de início das obras, a qual
dar-se-ia em até dez dias corridos contados a partir da assinatura do contrato e ordem de
serviço.
Em relação à observância do prazo mínimo para publicação do aviso de realização da
Concorrência nº 01/2012, restou evidenciado o cumprimento legal em relação à divulgação
no Diário Oficial da União – DOU (edição de 26 de outubro de 2012), como também no jornal
diário de grande circulação estadual (Jornal da Paraíba, edição de 26 de outubro de 2012).
Muito embora dezoito interessados tenham retirado o edital de Licitação, conforme
documentos referentes à extração do Portal de Compras do Governo Federal (fls. 212 e 213)
e a ata do resultado da fase de habilitação (fls. 604 e 605), juntados ao respectivo processo
administrativo alhures mencionado, verificou-se que quatro empresas apresentaram os
envelopes de habilitação e de proposta de preços, quais sejam:
1. ARAÚJO PONTES ENGENHARIA E ARQUITETURA LTDA. (CNPJ 01.664.506/0001-68);
2. DOMO ENGENHARIA LTDA. (CNPJ 09.347.462/0001-54);
3. COMPECC ENGENHARIA, COMÉRCIO E CONSTRUÇÕES LTDA. (CNPJ 03.503.388/0001-
31); e
4. LINK ENGENHARIA, INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. (CNPJ 00.976.179/0001-17).
Consoante consignado na ata do resultado da fase de habilitação, a Comissão Especial de
Licitação – CEL inabilitou a partícipe DOMO ENGENHARIA LTDA., visto a mesma ter
descumprido exigências relativas à qualificação técnica.
Sagrou-se vencedora a proposta da empresa LINK ENGENHARIA, INDÚSTRIA E
COMÉRCIO LTDA., cujo valor total de R$ 9.900.410,31, correspondeu a 93,28% do preço
estimado para o objeto da concorrência (R$ 10.613.884,95). Logo, verificou-se a existência
de desconto na ordem de 6,72%.
Em 06 de dezembro de 2012, ocorreu a homologação do certame licitatório e a adjudicação
do seu objeto à licitante vencedora.
Por conseguinte, a celebração do termo do Contrato nº 076/2012 deu-se em
20 de dezembro de 2012, juntamente com o recebimento da Ordem Serviço (OS) para início
dos trabalhos pela contratada (OS nº 01/2012). Na oportunidade, vale acrescentar que,
segundo o item 13 do edital, bem como a cláusula sétima do instrumento contratual, o prazo
de vigência do termo firmado com a licitante vencedora era de 730 dias corridos.
Com base nos documentos juntados ao processo administrativo alusivo a essa licitação,
observou-se que, na data de 15 de janeiro de 2015, ou seja, dois anos e vinte e seis dias após
a celebração do instrumento contratual e do recebimento da ordem de serviço para início das
obras, ocorreu a celebração do Termo Aditivo nº 01/2015, objetivando a alteração do valor do
Contrato nº 076/2012, assim como da prorrogação de sua vigência.
Em razão da assinatura do citado termo aditivo, o valor original do contrato passou de
R$ 9.900.410,31 para R$ 10.234.359,97, ou seja, foi majorado em R$ 333.949,65, uma vez
que a planilha contratual foi objeto de alterações em serviços e quantitativos nos montantes
de R$ 1.178.707,90 (supressões) e de R$ 1.512.657,55 (acréscimos). Quanto à nova vigência
contratual, tal aditivo estabeleceu o interstício de 15 de janeiro de 2015 a 15 de agosto de
2018. Assim, a visita técnica efetuada in loco por esta fiscalização aconteceu durante a
vigência desse primeiro termo aditivo.
Deve-se ressaltar que nenhum documento acostado ao Processo Administrativo
nº 23381.003728.2012-01 indicou a existência de impugnação do instrumento convocatório
da Concorrência nº 01/2012, tampouco de recurso por parte dos licitantes contra o resultado
das fases de habilitação e julgamento das propostas.
– Concorrência nº 01/2013 (Esperança)
Por sua vez, a Concorrência nº 01/2013 teve como objeto a contratação de empresa de
engenharia para execução da 1ª etapa da implantação do Campus do IFPB no Município de
Esperança/PB, que, a exemplo da Concorrência nº 01/2012 (Guarabira), compreendeu a
construção de uma guarita, um reservatório de água, dois blocos acadêmicos (Blocos A e B),
um bloco administrativo e, por fim, a implantação da infraestrutura (movimento de terra,
pavimentação, subestação elétrica, sistema de combate a incêndios).
De acordo com os documentos acostados ao Processo Administrativo nº
233381.002506.2013-44, certame licitatório iniciou-se em 17 de junho de 2013 (data da
entrega dos envelopes de habilitação e propostas de preços) e apresentou, segundo o
respectivo edital, características idênticas àquelas definidas para a Concorrência nº 01/2012,
ou seja, tipo de licitação menor preço global, regime de execução por empreitada por preço
unitário e prazo de execução de 720 dias corridos para a realização das obras licitadas.
Com preço total estimado em R$ 11.900.309,60, o edital da Concorrência nº 01/2013 foi
adquirido por 18 empresas, como evidenciada pela extração efetuada no Portal de Compras
do Governo Federal (fls. 255 e 256), assim como pela ata relativa à abertura dos envelopes de
habilitação (fls. 1322 e 1323), ambas presentes no respectivo processo licitatório. Contudo,
desse universo de interessados, seis empresas apresentaram os envelopes de habilitação e
proposta de preços, quais sejam:
1. E.J.S. CONSTRUÇÕES LTDA. (CNPJ 70.108.204/0001-26);
2. CONSTRAL - CONSTRUTORA E CONSULTORIA SANTO ANTONIO LTDA. (CNPJ
10.758.902/0001-45);
3. TECCEL - TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL E ELETRICA LTDA. (CNPJ
04.401.310/0001-79);
4. VIRTUAL ENGENHARIA LTDA. (CNPJ 04.297.655/0001-24);
5. LINK ENGENHARIA, INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. (CNPJ 00.976.179/0001-17); e
6. EQUATORIAL CONSTRUÇÕES LTDA. (CNPJ 05.584.647/0001-21).
Consoante o relatório referente ao resultado da fase de habilitação (fls. 1324 a 1326),
elaborado em 18 de junho de 2013, a Comissão Especial de Licitação (CEL) do IFPB
considerou habilitadas as três últimas partícipes acima relacionadas, visto que as outras três
deixaram de atender exigências previstas no edital.
Quanto à fase de julgamento das propostas de preços, relatório concernente a essa etapa da
licitação (fls. 2283 e 2284) indicou que a proposta elaborada pela partícipe VIRTUAL
ENGENHARIA LTDA. (CNPJ 04.297.655/0001-24), consistiu na única proposta classificada,
dado que as partícipes LINK ENGENHARIA LTDA. e EQUATORIAL CONSTRUÇÕES
LTDA, por utilizarem os salários de mão de obra para as categorias de servente e profissional
qualificado com valores incompatíveis com a convenção coletiva do sindicato da região onde
seriam prestados os serviços, tiverem suas propostas desclassificadas. Na oportunidade, deve-
se ressaltar que o valor total da proposta classificada foi de R$ 10.746.490,67, quantia
correspondente ao segundo menor valor global proposto para execução do objeto licitado,
conforme ata de abertura dos envelopes de proposta de preços (fls. 2281 e 2282).
Irresignada com a desclassificação de sua proposta, cujo valor global foi o menor dentre as
três analisadas pela comissão de licitação, a empresa EQUATORIAL CONSTRUÇÕES
LTDA. impetrou, tempestivamente, recurso administrativo.
Entretanto, verificou-se que o processo referente à Concorrência nº 01/2013 não continha
qualquer documento que sinalizasse ter a CEL comunicado aos demais licitantes acerca da
interposição desse recurso a fim de impugná-lo, como estatui o disposto no § 3º do art. 109 da
Lei nº 8.666/93.
Acatando parcialmente os termos do recurso impetrado, a CEL reconsiderou a sua decisão em
relação tanto à desclassificação da empresa recorrente EQUATORIAL CONSTRUÇÕES
LTDA. quanto à desclassificação da empresa LINK ENGENHARIA, INDÚSTRIA E
COMÉRCIO LTDA, conforme evidenciado em documento acostado ao Processo
Administrativo nº 233381.002506.2013-44 (fls. 2305 a 2307).
Assim, tendo em vista a habilitação das três propostas de preços, a partir de então,
consideradas classificadas, sagrou-se vencedora da Concorrência nº 01/2013 a empresa
EQUATORIAL CONSTRUÇÕES LTDA. (CNPJ 05584 647.'0001-21), cujo valor da
proposta, no montante total de R$ 10.501.052,18, foi a de menor preço global. Desse modo,
observou-se que a proposta vencedora correspondeu a 88,24% do preço total estimado para
a licitação (R$ 11.900.309,60).
Em 23 de agosto de 2013, a Concorrência em comento foi homologada e seu objeto adjudicado
à licitante EQUATORIAL CONSTRUÇÕES LTDA.
Por conseguinte, o Contrato nº 063/2013 foi celebrado em 16 de setembro de 2013, com valor
de R$ 10.501.052,18 e vigência de 730 dias corridos contados a partir da data de sua
assinatura. Vale ressaltar que, consoante os termos desse instrumento contratual, o prazo
para realização das obras era de 720 dias corridos contados a partir do dia 26 de setembro
de 2013, conforme estabelecido na Ordem de Serviço nº 01/2013, de 16 de setembro de
2013 (fl. 2365).
Os documentos acostados ao Processo Administrativo relativo à Concorrência nº 01/2013
demonstraram que, em 10 de março de 2015, celebrou-se o termo de rescisão amigável ao
Contrato nº 063/2013 (fls. 3426 e 3427), com espeque no inciso II do art. 79 da Lei nº
8.666/93.
Deve-se ressaltar que a ata relativa à reunião realizada entre o IFPB e a empresa
EQUATORIAL CONSTRUÇÕES LTDA., lavrada na data da assinatura do termo de
rescisão acima mencionado (fls. 3424 e 3425), indicou, expressamente, os atrasos dos
pagamentos como uma das razões da assinatura do termo de rescisão pela contratada.
Em face dessa situação, a execução da 1ª etapa das obras de implantação do Campus
Esperança do IFPB encontrava-se paralisada durante a visita técnica efetuada por esta equipe
de fiscalização.
– Análise dos Processos Administrativos relativos às Concorrências nº 01/2012 e 01/2013
O exame realizado nos processos administrativos concernentes às Concorrências nº s 01/2012
e 01/2013 (1ª etapa da implantação dos Campi Guarabira e Esperança, respectivamente)
evidenciou a existência de irregularidades/impropriedades nesses dois procedimentos
licitatórios, sendo algumas, inclusive, comuns a ambos, conforme demonstradas a seguir:
a) o texto do item 2.2 dos editais de ambas as licitações previu a disponibilização do “projeto
executivo, compreendendo o projeto arquitetônico e os complementares” aos interessados em
participar dos certames. Ainda de acordo com os termos do mencionado item, tais projetos
encontravam-se consubstanciados no Anexo I dos instrumentos convocatórios.
Porém, no caso da Concorrência nº 01/2012, verificou-se, entre os orçamentos que
compuseram o projeto básico dessa licitação, a existência de planilha denominada
“Implantação - Campus Guarabira”, cujo subitem 1.9 exigiu dos licitantes a elaboração “de
projetos executivos complementares (estrutural de concreto armado, inclusive fundações e
lajes, cabeamento estruturado, sonorização, SPDA, climatização, combate a incêndio,
hidrossanitário, drenagem pluvial e as built”, conforme dispôs as especificações
orçamentárias pertinentes a esse subitem. Segundo a referida planilha, o custo unitário
estimado para execução desse subitem, isto é, sem a incidência do BDI de 23,78%, foi de
R$ 117.293,00.
Deve-se registrar que, além dos projetos complementares relacionados no seu subitem 1.9, a
supramencionada planilha exigiu ainda a apresentação, pelos licitantes, do “projeto executivo
da estrutura metálica”, com custo unitário estimado em R$ 450,00, como dispôs o seu subitem
1.10, e do “projeto executivo de gás”, com custo unitário estimado de R$ 591,80, consoante
indicado no subitem 1.11.
Assim, apesar de o item 2.2 do instrumento convocatório da Concorrência nº 01/2012 informar
a disponibilização, mediante o Anexo I, dos projetos complementares atinentes à execução do
objeto licitado, verificou-se que a planilha orçamentária intitulada “Implantação - Campus
Guarabira” transferiu para os próprios licitantes a responsabilidade pela elaboração de
determinados projetos complementares, como indicou as especificações orçamentárias do
subitem 1.9 da planilha em questão.
Portanto, constatou-se que o projeto básico da Concorrência nº 01/2012 não disponibilizou,
por meio de seu Anexo I, todos os elementos necessários e suficientes para caracterizar o
objeto licitado e, desse modo, possibilitar tanto a avaliação do custo para execução desse
objeto como a definição dos métodos e do prazo para a execução do mesmo, o que contraria
o inciso IX do art. 6º da Lei nº 8.666/93.
Além do mais, a asserção de que os projetos complementares exigidos por meio do subitem
1.9 do orçamento alusivo à implantação do Campus Guarabira consistiam, indubitavelmente,
em elementos constitutivos do projeto básico da Concorrência nº 01/2012 e, sendo assim,
tinham de estar inseridos no Anexo I, fornecido aos interessados, encontra-se respaldada no
conteúdo do Acórdão TCU nº 632/2012 - Plenário.
Idêntica falha foi constatada em relação também à Concorrência nº 01/2013, pois, a despeito
do item 2.2 do seu edital ter previsto a disponibilização, no seu Anexo I, do projeto
arquitetônico e complementares, constatou-se a existência, no seu projeto básico, de planilha
orçamentária denominada “Implantação - Campus Esperança”, cujos subitens 1.8, 1.9 e 1.10
exigiram a elaboração, pelos licitantes, dos mesmos projetos complementares e executivos
citados, respectivamente, nos subitens 1.9, 1.10 e 1.11 do orçamento concernente à
implantação do Campus Guarabira (Concorrência nº 01/2012).
Cabe frisar que os subitens 1.8, 1.9 e 1.10 da planilha relativa à implantação do Campus
Esperança, além de especificarem os mesmos projetos exigidos pelos subitens 1.9, 1.10 e 1.11
da Concorrência nº 01/2012, consignaram expressamente a necessidade de apresentação,
pelos licitantes, dos quantitativos e memorial descritivo concernentes aos projetos
complementares e executivos previstos nesses subitens. À vista disso, observou-se que a
Concorrência nº 01/2013 não só descumpriu o previsto no inciso IX do art. 6º da Lei nº
8.666/93 e no Acórdão TCU nº 632/2012 – Plenário, como contrariou também o estabelecido
no inciso II do § 2º do art. 7º da citada lei.
Quanto aos custos unitários estimados para execução dos subitens 1.8, 1.9 e 1.10 da
Concorrência nº 01/2013, os valores orçados foram, respectivamente: R$ 62.372,50,
R$ 322,95 e R$ 277,23 (valores sem a incidência da taxa de BDI, que, no caso dessa
concorrência, foi idêntica àquele aplicado à Concorrência nº 01/2012, isto é, 23,78%).
Na oportunidade, impende ressaltar que a transferência para os licitantes da responsabilidade
pela elaboração de projetos complementares referentes à execução do objeto das
Concorrências nº 01/2012 e nº 01/2013, como apontado em constatação específica do presente
relatório, demonstraram-se ser indevidas e evidenciaram a realização de licitação com base
em projeto básico deficiente.
b) o exame da planilha intitulada “Implantação - Campus Guarabira”, parte integrante do
projeto básico da Concorrência nº 01/2012, evidenciou a existência de subitem orçamentário
cuja especificação se alicerçou em marca específica de produto, com indicação, inclusive, do
número de referência dado pelo fabricante do mesmo.
O subitem em questão foi o 6.2.10, com custo unitário de R$ 2.167,66 e valor total de execução
estimado em R$ 147.400,88 (sem a incidência da taxa de BDI de 23,78%), e relativo à
instalação de 68 luminárias “PARA ILUMINAÇÃO PÚBLICA COM 02 PÉTALAS, DA
LUSTRES PROJETO REF. DP-23841-01, C/LÂMPADA VAPOR DE SÓDIO 250W, C/
ACESSÓRIOS, INCLUINDO POSTE CIRCULAR DE CONCRETO DE 9M”.
Impende esclarecer que não restou comprovado, no processo administrativo concernente a
essa licitação, que a marca consignada na especificação acima transcrita demonstrou-se ser a
mais vantajosa e a única a atender as necessidades do objeto licitado. Observou-se ainda que
os termos utilizados na especificação do subitem não apontaram que a indicação da marca em
questão se prestou, tão somente, para fins de referência (parâmetro) quanto à qualidade do
produto a ser empregado na obra ou para fins de facilitar a descrição do produto a ser aplicado
na realização do subitem em comento, situações essas em que a indicação de uma marca
específica de produto é permitida, segundo o Acórdão TCU nº 2300/2007 – Plenário.
Logo, os termos da especificação do subitem 6.2.10 da planilha relativa à implantação do
Campus Guarabira contrariou o disposto no § 5º do art. 7º da Lei nº 8.666/93.
No tocante à Concorrência nº 01/2013, constatou-se que o subitem 8.2.22 da planilha
denominada “Implantação - Campus Esperança” descumpriu o estabelecido no § 5º do art.
7º da Lei nº 8.666/93, uma vez que os termos utilizados na especificação foram idênticos aos
do subitem 6.2.10 da Concorrência nº 01/2012. Além disso, o processo administrativo relativo
à Concorrência nº 01/2013 não apresentou qualquer justificativa técnica que amparasse a
indicação específica da marca da luminária prevista no subitem 8.2.22. Também, não se
observou que os termos utilizados na especificação desse subitem tiveram o objetivo de servir
de parâmetro para fins de qualidade ou então de referência para a descrição da luminária a ser
empregada na realização do serviço.
Deve-se informar que o quantitativo total de luminárias previsto pelo subitem 8.2.22 da
planilha alusiva à implantação do Campus Esperança foi de 47, com custo unitário de
R$ 2.186,22, sendo o valor total estimado (sem incidência do BDI de 23,78%) para execução
desse subitem, portanto, de R$ 102.752,34.
c) mediante o item 1.10 das Solicitações de Fiscalização nº 201412710/01 e nº 201412710/02,
requestou-se ao IFPB o encaminhamento de planilhas contendo o detalhamento dos custos
unitários indicados, respectivamente, nos orçamentos das Concorrências nº 01/2012 e nº
01/2013 que não adotaram o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e índices da Construção
Civil (SINAPI) como referência oficial de preços para elaboração de planilhas orçamentárias,
conforme estatuíam, respectivamente, o caput do art. 125 da Lei nº 12.465/2011 (LDO relativa
ao exercício de 2012) e o caput do art. 102 da Lei nº 12.708/2012 (LDO do exercício de 2013).
O mencionado órgão, por meio do Ofício nº 265/2015/GR/IFPB, datado de 03 de junho de 2015,
indicou que, em relação à licitação para a execução da 1ª etapa da implantação do Campus
Guarabira (Concorrência mº 01/2012), as composições dos serviços que se enquadraram nessa
situação, ou seja, que não adotaram o SINAPI como sistema de referência de preços, foram
acostadas às fls. 94 a 117 do Vol. I do Processo Administrativo nº 23381.003728.2012-01. Já em
relação à execução da 1ª etapa da implantação do Campus Esperança, isto é, em relação à
Concorrência nº 01/2013, o supracitado ofício indicou que tais composições foram juntadas
às fls. 109 a 161 do Vol. I do Processo nº 233381.002506.2013-44.
A análise realizada nos dois processos administrativos revelou que as folhas indicadas a título
de resposta ao item 1.10 das duas solicitações de fiscalização diziam respeito aos orçamentos-
base (sintéticos e analíticos) e aos cronogramas físico-financeiros que integraram o projeto
básico das Concorrências nº 01/2012 e nº 01/2013. Deve-se acrescentar também que tais
planilhas licitatórias e cronogramas foram disponibilizados em meio magnético.
Os orçamentos-base acostados aos dois processos licitatórios, bem como aqueles enviados em
meio magnético demonstraram, à primeira vista, que o detalhamento dos custos unitários
relativos aos serviços previstos nas planilhas orçamentárias das concorrências em questão foi
realizado mediante a utilização de códigos de composição adotados por sistemas de referência
de preços, mormente, do SINAPI.
Além de utilizar códigos de composição extraídos do SINAPI, o IFPB adotou,
subsidiariamente para fins de preços referenciais, composições de outras fontes de preços, a
exemplo do ORSE (Orçamento de Obras de Sergipe) e do próprio IFPB.
Entretanto, visto que as composições formuladas pelo próprio IFPB não se encontravam
anexadas aos editais das duas concorrências, contrariando, desse modo, a Súmula TCU nº 258,
e considerando ainda que os códigos alusivos a essas mesmas composições não permitiam que
os licitantes consultassem (visualizassem), a exemplo do SINAPI e do ORSE, quais os
insumos e coeficientes empregados na definição dos valores indicados pelo IFPB para os
custos unitários obtidos a partir de suas próprias composições, entende-se que as
Concorrências nº 01/2012 e nº 01/2013 descumpriram o contido no art. 7º , § 2º, inc. II, da Lei
nº 8.666/93, uma vez que os custos unitários indicados a partir de composições elaborados
pelo próprio IFPB não foram detalhadas.
Cabe ressaltar que o somatório dos serviços, cujos preços unitários (custo unitário + BDI de
23,78%) foram indicados a partir de composições formuladas pelo próprio IFPB, totalizou o
montante de R$ 243.348,99, no caso da Concorrência nº 01/2012 (1ª etapa do Campus
Guarabira), valor esse que correspondeu a 2,29% do preço total estimado para a execução do
objeto (R$ 10.613.884,95). Já com relação à Concorrência nº 01/2013 (1ª etapa do Campus
Esperança), o somatório dos serviços, cujos preços unitários (custo unitário + BDI de 23,78%)
foram obtidos a partir de composição elaborada pelo próprio IFPB, resultou na quantia de
R$ 108.637,47 correspondente a cerca de 0,9% do preço total estimado para o certame
(R$ 11.900.309,60).
Observou-se ainda que, em relação a determinados subitens dos orçamentos-base
encaminhados em meio magnético, o código alusivo à composição do custo unitário foi
substituído pela expressão “cotação”, dando a entender que o subitem licitado não possuía
referências oficiais e, portanto, seu custo teria sido estimado por meio de pesquisa de mercado,
a qual não foi acostada aos processos licitatórios das duas concorrências. Assim, no caso
desses subitens orçamentários, não restou comprovado que os custos unitários indicados para
execução dos mesmos apresentavam-se compatíveis com os valores de mercado.
Vale salientar que o item 9.1.1.9.4 do Acórdão TCU nº 3.272/2011-Plenário, emitido, portanto,
em época anterior à realização das duas concorrências ora analisadas, dispôs que, ao se
proceder a cotação de mercado para obtenção de preço referencial, a pesquisa de mercado
deverá ser efetuada junto a, no mínimo, três empresas/fornecedores distintos, fazendo constar
do respectivo processo a documentação comprobatória pertinente aos levantamentos e estudos
que fundamentaram o preço estimado.
O somatório dos serviços consignados nas planilhas da Concorrência nº 01/2012, cujos preços
unitários (custo unitário + BDI de 23,78%) foram obtidos mediante cotação, totalizou a
quantia de R$ 19.847,42, valor esse correspondente a 0,18%% do preço total estimado para a
licitação (R$ 10.613.884,95). Quanto à Concorrência nº 01/2013, o somatório em questão
resultou no montante de R$ 896.633,61 (custo unitário + BDI de 23,78%), equivalente,
portanto, a 7,53% do valor total estimado para o objeto licitado (R$ 11.900.309,60).
Outra situação verificada em relação ao detalhamento dos custos unitários dos serviços
previstos pelos orçamentos-base das duas concorrências diz respeito à existência de subitens
orçamentários que não continham qualquer referência ou código quanto às suas composições,
descumprindo, portanto, o estabelecido na Súmula TCU nº 258, bem como o estatuído no
inciso II do § 2º do art. 7º da Lei nº 8.666/93. No caso da Concorrência nº 01/2012, o somatório
de serviços sem a indicação de qualquer referência quanto às suas respectivas composições
totalizou o preço unitário (custo unitário + BDI de 23,78%) de R$ 4.003.156,77, valor esse
equivalente a 37,71% do preço total estimado para a licitação em questão. Em relação à
Concorrência nº 01/2013, a totalização dos preços unitários relativos aos serviços sem o
detalhamento da composição foi de R$ 2.074.782,27 (custo unitário + BDI de 23,78%),
quantia correspondente a 17,43% do preço total estimado para execução do objeto do certame.
Ante o acima exposto, observou que 40,18% do valor total estimado para execução da
Concorrência nº 01/2012 apresentaram falhas em relação ao detalhamento de custos unitários.
Quanto à Concorrência nº 01/2013, o percentual em questão foi de 25,86%.
Por fim, deve-se registrar que, apesar de consistir em obrigação prevista no edital, a vencedora
da Concorrência nº 01/2012, no caso a empresa LINK ENGENHARIA, não apresentou, como
demonstrou as fls. 954 a 1.014 do pertinente processo administrativo, todos os custos unitários
exigidos pelo instrumento convocatório.
d) item 8.1.1.1.2 do edital de ambas as concorrências exigiu dos licitantes, para fins de
habilitação jurídica, a apresentação de “Certidão Simplificada, emitida pela Junta
Comercial”.
A exigência quanto à apresentação de tal certidão mostra-se indevida, uma vez que
esse documento não está previsto entre os especificados nos arts. 27 e 28 da Lei nº
8.666/93, conforme entendimento expresso pelo TCU no Acórdão nº 363/2007 –
Plenário, Acórdão nº 1899/2007 – Plenário, Acórdão nº 4377/2009 – 2ª Câmara etc.
e) item 8.1.3.2 do edital de ambas as concorrências exigiu, para fins de qualificação técnico-
operacional, que as empresas licitantes apresentassem “atestado(s) de capacidade técnica-
operacional devidamente registrado(s) no CREA da região onde os serviços foram
executados, acompanhado(s) da(s) respectiva(s) Certidão(ões) de Acervo Técnico – CAT,
expedida(s) por este(s) Conselho(s), que comprovem(m) que a licitante tenha executado para
órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta, federal, estadual, municipal
ou do Distrito Federal, ou ainda, para empresas privadas (...)”.
Conforme dispôs o Acórdão TCU nº 128/2012 – 2ª Câmara, cujo teor foi ratificado pelo
Acórdão TCU nº 655/2016 – Plenário, é indevida a exigência de registro no CREA dos
atestados para comprovação da capacitação técnico-operacional das empresas licitantes, tendo
em vista a recomendação inserta no subitem 1.3 do Capítulo IV combinado com o subitem
1.5.2 do Capítulo III do Manual de Procedimentos Operacionais para aplicação da Resolução
CONFEA nº 1.025/2009, aprovado pela Decisão Normativa CONFEA nº 085/2011.
Além disso, o item 8.1.3.2 de ambos os editais incorreu em outra falha, porquanto obrigou
que os atestados de capacidade técnico-operacional das partícipes das duas licitações fossem
acompanhados das respectivas Certidões de Acervo Técnico (CAT) emitidas pelo CREA,
exigência essa contrária à Resolução CONFEA nº 1025/2009, que veda a concessão de CAT
à pessoa jurídica, tendo em vista a falta de dispositivo legal que autorize tal emissão. Assim,
a capacidade técnico-operacional da empresa licitante deve ser demonstrada por meio das
certidões de acervo dos profissionais pertencentes ou que pertenceram a seu quadro técnico.
Por fim, o item 8.1.3.2, de ambos os instrumentos convocatórios, descumpriu o disposto no
inciso I do § 1º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, dado que subitens, que o compuseram, previram
exigências de qualificação técnica com caráter restritivo à competitividade dos dois
procedimentos licitatórios.
No caso da Concorrência nº 01/2012, os subitens foram os seguintes:
– 8.1.3.2.1. Exigiu comprovação quanto à realização anterior de prédio público, comercial ou
industrial com 5.400,00 m² de área construída, quantitativo mínimo esse praticamente
equivalente ao somatório da área construída prevista tanto para o Bloco Administrativo
(1.783,40 m²) como para os Blocos Acadêmicos A e B (3.747,30 m²), cujas execuções foram
estimadas em R$ 7.314.735,52, quantia essa correspondente a 68.91% do preço total estimado
para o objeto licitado (R$ 10.613.884,95).
Dessa forma, constatou-se que o instrumento convocatório da Concorrência nº 01/2012 fixou
para o seu subitem 8.1.3.2.1 quantitativo de comprovação superior a 50% em relação àqueles
estimados pelas planilhas orçamentárias da mencionada concorrência, descumprindo, por
conseguinte, o contido nos Acórdãos TCU nº 1.284/2003, nº 2.088/2004, nº 2.656/2007,
nº 608/2008, nº 1.949/2008, nº 2.215/2008 e nº 311/2009, todos do Plenário, que estabelecem
que os editais das licitações envolvendo recursos federais devem, para fins de comprovação
da qualificação técnica dos licitantes, se abster de exigir quantitativos mínimos em percentuais
superiores a 50%, salvo em casos excepcionais, cujas justificativas para tal extrapolação
deverão estar tecnicamente explicitadas, ou no processo licitatório, previamente ao
lançamento do respectivo edital, ou no próprio edital e seus anexos, o que não aconteceu em
relação ao procedimento licitatório em exame.
– 8.1.3.2.2. Exigiu a comprovação quanto à execução anterior de prédio público, comercial
ou industrial com 720 m³ de estrutura de concreto armado, enquanto as planilhas do
orçamento-base indicaram que a quantidade estimada de concreto armado a ser utilizada na
estrutura das obras (incluindo fundações) era de 1.211,41 m³. Assim, o quantitativo mínimo
de concreto armado exigido para fins de comprovação de capacidade técnico-operacional em
relação a esse subitem correspondeu a 59,43% da quantidade estimada pelo projeto básico da
licitação, contrariando, dessa forma, a jurisprudência do TCU citada, no subitem 8.1.3.2.1
acima, acerca da comprovação de quantitativos mínimos superiores a 50%, para fins de
qualificação técnico-operacional.
Além de exigir quantitativo mínimo excessivo de concreto armado, o subitem 8.1.3.2.2 ainda
estatuiu que a comprovação desse quantitativo dar-se-ia por meio de serviços executados
anteriormente em um mesmo contrato, condição essa que fere o preconizado pela
jurisprudência do TCU, a exemplo dos Acórdãos nºs 244/2003, 584/2004,170/2007,
1.636/2007, 2.462/2007, 43/2008, 597/2008, 1.949/2008 e 1.780/2009, todos do Plenário, e
1.258/2010 da 2ª Câmara, que veda o estabelecimento de um número fixo, mínimo ou máximo
de atestados/contratos para fins de comprovação quanto à capacidade técnico-operacional dos
licitantes, salvo em casos excepcionais.
– 8.1.3.2.3. Obrigou os licitantes a comprovarem, em um mesmo contrato, a execução anterior
de prédio público, comercial ou industrial com 2.090 m² de cobertura em telha de
fibrocimento, quantitativo mínimo esse correspondente a 65,33% da quantidade total estimada
pelos orçamentos-base da licitação (3.199,16 m²). Assim, o quantitativo de comprovação
referente ao subitem 8.1.3.2.3 demonstrou-se ser excessivo, contrariando, desse modo, a
jurisprudência do TCU já relatada, anteriormente, sobre a comprovação de quantitativos
mínimos superiores a 50%, para fins de qualificação técnico-operacional.
Além disso, o subitem 8.1.3.2.3 estabeleceu que a comprovação quanto à execução anterior
de quantitativos mínimos para fins de habilitação dar-se-ia por meio da apresentação de um
único contrato, isto é, o mencionado subitem definiu um número fixo de contratos/atestados
para efeito de comprovação da capacidade técnico-operacional das partícipes, fato esse que
descumpre o preconizado na jurisprudência do TCU, conforme consignado no subitem
8.1.3.2.2 acima.
Verificou-se ainda que o serviço indicado no subitem 8.1.3.2.3 do edital apresentou baixa
relevância financeira, uma vez que o somatório dos valores dos orçamentos-base alusivos à
instalação de telha fibrocimento totalizou o montante de R$ 104.660,69 (custo unitário +BDI),
o que corresponde a 0,98% do preço total estimado para realização do objeto da licitação
(R$ 10.613.884,95). Aliado à questão da baixa relevância econômica, observou-se que o
subitem 8.1.3.2.3 não se configurou como sendo serviço de expressiva relevância técnica,
dado a sua execução não envolver tecnologias sofisticadas ou de domínio restrito.
Logo, a indicação do serviço referente à instalação de telhas de fibrocimento como parâmetro
para comprovação de experiência anterior dos licitantes contrariou o disposto na Súmula
TCU nº 263/2011, pois tal serviço não atendeu, de forma simultânea, as condições exigidas
por essa súmula: que os serviços indicados para fins de qualificação técnico-operacional de
licitantes constituam-se em parcelas técnica e financeiramente relevantes.
- 8.1.3.2.4. Exigiu a comprovação, em um só contrato, da execução de prédio público,
comercial ou industrial com 4.800 m2 de alvenaria. As planilhas orçamentárias do projeto
básico da Concorrência nº 01/2012 estimaram a execução de um quantitativo total de 8.987,92
m² de alvenaria. Logo, verificou-se que o quantitativo mínimo exigido para fins de
comprovação da capacidade técnico-operacional correspondeu a 53,40% da quantidade total
prevista para execução do objeto licitado. Desse modo o subitem 8.1.3.2.4 apresentou, para
fins de qualificação técnico-operacional, um quantitativo mínimo superior a 50% do estimado
para a obra, desrespeitando, portanto, a jurisprudência do TCU, conforme relatado
anteriormente.
Além disso, o subitem 8.1.3.2.4, ao definir que a comprovação quanto à execução anterior
desse quantitativo mínimo dar-se-ia por meio de um único contrato, contrariou a
jurisprudência do TCU anteriormente citada em relação a esse assunto. Também descumpriu
a Súmula nº 263/2011, visto que, além de constituir-se em serviço de baixa relevância técnica,
o somatório dos subitens orçamentários relativos à execução de alvenaria correspondeu tão-
somente a 2,9% do preço total estimado para a licitação, evidenciando, assim, tratar-se de
parcela desprovida de valor significativo.
Já no tocante à Concorrência nº 01/2013, o item 8.1.3.2 do seu edital apresentou caráter
restritivo em relação aos seus seguintes subitens:
- Subitem 8.1.3.2.2. Exigiu a execução de prédio público, comercial ou industrial, com 567
m³ de estrutura de concreto armado, num mesmo contrato. Conforme explicitado
anteriormente, a jurisprudência do TCU veda a definição de número fixo, mínimo ou máximo
de atestados/contratos para fins de comprovação quanto à realização anterior de serviços,
salvo em casos excepcionais.
- Subitem 8.1.3.2.3. Exigiu a comprovação quanto à execução anterior de prédio com 1.100
m² de cobertura em telha de fibrocimento, num mesmo contrato. A exemplo do subitem
anterior (subitem 8.1.3.2.2), definiu-se um número fixo de contrato para se comprovar a
realização pretérita desse serviço, o que contraria a jurisprudência do TCU, como já relatado.
Além disso, o subitem em comento contrariou a Súmula TCU nº 263/2011, dado que o serviço
referente à instalação de telha fibrocimento não se configurou, simultaneamente, como sendo
relevante tanto no aspecto técnico como financeiro – o somatório do seu preço unitário total
correspondeu a 0,99% do valor estimado para a realização do objeto licitado
(R$ 11.900.309,60).
- Subitem 8.1.3.2.4. Exigiu a comprovação quanto à execução de prédio com 4.072 m² de
alvenaria, num mesmo contrato. Tal exigência demonstrou-se restritiva em razão de se ter
definido um número fixo de atestados/contratos para a comprovação de realização anterior, o
que contraria a jurisprudência do TCU. Também, feriu a Súmula TCU nº 263/2011, uma vez
que a execução de alvenaria não consiste em serviço de relevância técnica, condição essencial
para que esse serviço seja indicado para fins de qualificação técnico-operacional.
f) item 8.1.3.3 do edital de ambas as concorrências exigiu, para fins de qualificação técnico-
profissional, que os profissionais de engenharia indicados como responsáveis técnicos das
licitantes junto às respectivas obras licitadas apresentassem comprovação quanto à realização
anterior de atividade pertinente à execução de obra com as seguintes características:
f.1) aterro compactado;
f.2) fundações;
f.3) alvenaria;
f.4) estrutura em concreto armado;
f,5) instalações elétricas;
f.6) pavimentação;
f.7) revestimento; e
f.8) cobertura.
Contudo, verificou-se que nem todas as parcelas indicadas pelos editais de ambas as
concorrências para fins de comprovação quanto à qualificação técnico-profissional
apresentavam-se, simultaneamente, como sendo de “maior relevância e valor significativo do
objeto da licitação”, condição essa estatuída pelo inciso I do § 1º do art. 29 da Lei nº 8.666/93.
As parcelas de serviço alusivas a alvenaria, pavimentação, revestimento e cobertura não
envolveram, em ambas as concorrências, itens orçamentários cujas execuções apresentassem
alguma relevância técnica a ponto de ampará-las para fins de qualificação técnico-
profissional.
Já os serviços relacionados ao aterro compactado apresentaram baixo valor significativo, pois
não corresponderam nem a 4% do total estimado para execução dos objetos das duas
licitações.
g) o item 8.1.4 de ambos os editais exigiu, para fins de qualificação técnica, a apresentação de
atestado de vistoria pelos interessados.
A título de justificativa para tal exigência, o subitem 8.1.4.2 desses instrumentos
convocatórios dispôs que: “A referida vistoria se faz necessária para que a licitante, antes de
apresentar sua proposta, possa analisar os projetos e todos os documentos do Edital, sendo
obrigatória a vistoria dos locais dos serviços, executando todos os levantamentos necessários
ao desenvolvimento de seus trabalhos, de modo a não incorrer em omissões, as quais não
poderão ser alegadas em favor de eventuais pretensões de acréscimos de preços”.
Além disso, o subitem 8.1.4.3 de ambos os editais dispôs que a vistoria ao local da obra seria
efetuada em companhia de um representante do campus a ser implantado.
Não obstante a Procuradoria Federal junto ao IFPB ter considerado, conforme evidenciou o
parecer jurídico pertinente às respectivas concorrências, que a necessidade de se realizar a
visita técnica aos locais das obras foi devidamente justificada pelo subitem 8.1.4.2 dos editais,
atendendo, portanto, jurisprudência do TCU, a exemplo do Acórdão n° 5.536/2009-1ª Câmara,
o entendimento expresso pelos pareceres do setor jurídico da instituição conflita com o
posicionamento adotado pelo Tribunal de Contas da União quanto á visita ao local da obra.
O TCU, mediante a Nota Técnica do Comitê de Coordenação de Fiscalização de Obras nº
2/2012, publicada no Boletim Especial TCU nº 18/2012, definiu, em seu subitem 5.13, que:
“Quanto à visita ao local das obras, não se deve inserir nos instrumentos convocatórios
cláusulas impondo a obrigatoriedade de comparecimento ao local das obras quando, por sua
limitação de tempo e em face da complexidade e extensão do objeto licitado, pouco acrescente
acerca do conhecimento dos concorrentes sobre a obra/serviço, sendo suficiente a declaração
do licitante de que conhece as condições locais para execução do objeto.”
Tal entendimento reproduz, na verdade, posicionamento externado pelo citado tribunal em
ocasiões anteriores, como os Acórdãos TCU nº 2.150/2008 e nº 1.174/2008, ambos do
Plenário.
No caso das Concorrências nº 01/2012 e nº 01/2013, as obras abarcadas pelos seus objetos
não se apresentavam tecnicamente complexas e extensas a ponto de a visita técnica aos locais
onde as mesmas seriam executadas ser de caráter obrigatório. Assim, não se vislumbrou
nenhum óbice para que os editais das duas concorrências conferissem caráter facultativo à
visita técnica dos licitantes, ou exigisse dos mesmos a apresentação de declaração de que
conheciam as condições locais para a execução do objeto, tendo em vista que as obras licitadas
eram em locais e em complexidade tais que a visita obrigatória pouco acrescentaria acerca dos
conhecimentos dos concorrentes sobre os serviços a serem executados.
h) o item 8.1.5.3 de ambos os editais exigiu, para fins de qualificação econômico-financeira,
a apresentação de capital social mínimo registrado e integralizado de R$ 1.061.388,00, no
caso da Concorrência nº 01/2012, e de R$ 1.190.000,00, no caso da Concorrência nº 01/2013,
valores esses correspondentes a 10% do preço total estimado, respectivamente, para a
execução do objeto licitado.
Assim, o item 8.1.5.3 exigiu que o capital social fosse integralizado, fato esse que contraria o
disposto nos Acórdãos TCU nº 170/2007 – Plenário (Ementa), nº 1.871/2005 – Plenário, nº
108/2006 – Plenário, nº 2.882/2008 – Plenário, nº 6.613/2009 – 1ª Câmara, nº 5.372/2012 –
2ª Câmara, porquanto a Administração, ao exigir que o capital social seja integralizado, está
extrapolando os ditames da Lei nº 8.666/93, visto que essa norma não faz, em momento algum,
referência ao termo “integralizado”.
i) processo administrativo relativo à Concorrência nº 01/2013 sem conter qualquer documento
que sinalizasse ter a Comissão Especial de Licitação comunicado aos demais partícipes do
certame acerca da interposição de recurso administrativo, pela empresa EQUATORIAL
CONSTRUÇÕES LTDA., contra a desclassificação de sua proposta, contrariando o disposto
no § 3º do art. 109 da Lei nº 8.666/93.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 281/2016/R/IFPB, datado de 08 de julho de 2016, a Entidade apresentou
as manifestações transcritas abaixo.
1) Com relação ao item “a” desta constatação, o qual se reportou à transferência indevida da
responsabilidade pela elaboração de projetos complementares das obras de implantação dos
dois campi, observou-se que a Entidade, ao confeccionar a sua manifestação, abordou tal falha
quando apresentou justificativas em relação à outra constatação do presente relatório, no caso
a constatação intitulada Realização de Concorrências amparadas em Projetos Básicos
deficientes.
2) Com relação ao item “b” desta constatação, o qual se reportou à indicação de marca para
item integrante da planilha de licitação, a justificativa, na íntegra, foi a seguinte:
“O subitem 6.2.10 da planilha "Implantação - Campus Guarabira" utiliza descrição
semelhante ao serviço apresentado para o código 08886/ORSE. Sendo este um modelo padrão
já utilizado em outras obras da Instituição, optou-se pela uniformização do item para os demais
Campi, facilitando a manutenção e a compra de lâmpadas para reposição”.
3) Com relação ao item ‘c” desta constatação, o qual se reportou às falhas verificadas no
detalhamento dos custos unitários dos serviços licitados pelas duas concorrências, a Entidade
apresentou as seguintes justificativas:
3.1) “ Inclusão de item na planilha orçamentária sem a utilização da tabela SINAPI.
Ocorreu uma falha na não divulgação das composições elaboradas pelo IFPB e na não inserção
de todos os códigos retirados dos sistemas oficiais de preços (SINAPI, ORSE), mas estes
serviços tiveram seus preços retirados dos mesmos, conforme exemplos abaixo. A não
inserção dos códigos na planilha de licitação não implicou em sobrepreço, visto como dito
anteriormente, os mesmos foram retirados dos sistemas oficiais de preços.
Planilha Guarabira (Acadêmicos A e B)
8.1 74071/002
PORTA DE ALUMÍNIO (0,80 X 1,90) DE ABRIR COM 1
FOLHA MÓVEL, PREENCHIMENTO TIPO VENEZIANA
SEM VENTILAÇÃO, INCLUSIVE CAIXILHO DO MESMO
MATERIAL - CONFORME PROJETO ARQUITETÔNICO
8.2 74071/002
PORTA DE ALUMÍNIO (0,80 X 1,90) DE ABRIR COM 1
FOLHA MÓVEL, PREENCHIMENTO TIPO VENEZIANA
SEM VENTILAÇÃO, COM PUXADOR HORIZONTAL
ASSOCIADO A MAÇANETA, INCLUSIVE CAIXILHO DO
MESMO MATERIAL – CONFORME PROJETO
ARQUITETÔNICO
8.3 74071/002
PORTA DE ALUMÍNIO (0,60 X 1,20) DE ABRIR COM 1
FOLHA MÓVEL, PREENCHIMENTO TIPO VENEZIANA
SEM VENTILAÇÃO, INCLUSIVE CAIXILHO DO MESMO
MATERIAL – CONFORME PROJETO ARQUITETÔNICO
8.5 09560/ORSE JANELA TIPO MAXIM-AR ALUMÍNIO (CONF. DET.
ARQUITETURA)
8.6 09561/ORSE JANELA TIPO CORRER ALUMÍNIO (CONF. DET.
ARQUITETURA)
8.7 74067/001 JANELA TIPO BOCA DE LOBO ALUMÍNIO (CONF. DET.
ARQUITETURA)
10.1 03731/ORSE VIDRO LAMINADO CONFORME ESPECIFICAÇÃO
(PROJ. ARQUITETÔNICO)
10.2 72117 VIDRO LISO 4mm
Planilha Guarabira (Administrativo)
17.7 00559/ORSE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA TIPO
BALIZAMENTO
17.8 00910/ORSE JOELHO 90° DE FERRO GALVANIZADO 2 1/2"
17.9 00300/ORSE JOELHO 90° DE FERRO GALVANIZADO 3"
17.10 00912/ORSE JOELHO 90° DE FERRO GALVANIZADO 4"
17.11 00942/ORSE LUVA FERRO GALVANIZADO DIÂMETRO 4”
17.12 00941/ORSE LUVA FERRO GALVANIZADO DIÂMETRO 3”
17.13 01017/ORSE REDUÇÃO GALVANIZADA DIÂMETRO 4” 2 1/2"
17.14 01016/ORSE REDUÇÃO 3” 2 1/2"
17.15 00959/ORSE TE FERRO GALVANIZADO 4”
18.10 73613 ELETRODUTO RÍGIDO PVC 3/4"
18.11 40802 ELETRODUTO RÍGIDO PVC 1"
22.8 73947 MICTÓRIO DE LOUÇA C/SIFÃO INTEGRADO
Planilha Guarabira (Implantação)
1.1 73871/001 CORTE/CARGA/REMOÇÃO ÁRVORE MÉDIO
PORTE
1.2 73672
LIMPEZA MECANIZADA DE TERRENO,
INCLUSIVE RETIRADA DE ÁRVORE ENTRE 0,05M
E 0,15M DE DIÂMETRO
3.3 72818
ESCAVAÇÃO, CARGA E TRANSPORTE DE
MATERIAL DE 1ª CATEGORIA, CAMINHO DE
SERVIÇO LEITO NATURAL, COM ESCAVADEIRA
HIDRÁULICA E CAMINHÃO BASCULANTE 6M3,
DMT 50 ATÉ 200 M
3.4 41722 COMPACTAÇÃO MECÃNICA A 100% DO
PROCTOR NORMAL
3.5 72961 REGULARIZAÇÃO E COMPACTAÇÃO DE
SUBLEITO ATÉ 20 CM DE ESPESSURA
3.6 74153/001 ESPALHAMENTO MECÂNICO
4.1 72799
PAVIMENTO EM PARALELEPÍPEDO SOBRE
COLCHÃO DE AREIA REJUNTADO COM
ARGAMASSA DE CIMENTO E AREIA NO TRAÇO
1:3 (RUAS E ESTACIONAMENTO)
4.2 73764/004
BLOC0S INTERTRAVADOS DE CONCRETO,
ESPESSURA 6,5 CM, FCK 35 MPA TIPO PRISMA OU
TIJOLO 20 X10X6 CM, COR GRAFITE,
ASSENTADOS EM FORMATO “ESPINHA DE
PEIXE” 90°, INCLUSIVE COLCHÃO DE AREIA
4.3 72967
MEIO-FIO DE CONCRETO PRE-MOLDADO 12 X 30
CM, SOBRE BASE DE CONCRETO SIMPLES E
REJUNTADO COM ARGAMASSA TRAÇO 1:3
(CIMENTO E AREIA)
5.2.1 74077/022 LOCAÇÃO E GABARITO DA OBRA (FOSSA E
SUMIDOURO)
5.2.2 79479 ESCAVAÇÃO MANUAL DE VALAS ATÉ 4,0 M (1ª
CATEGORIA)
5.2.3 79489 REATERRO SEM APILOAMENTO
5.2.4 73499 CONCRETO ARMADO FCK 20 MPA, INCLUSIVE
FORMA E LANÇAMENTO (FOSSA E SUMIDOURO)
5.2.5 73935/002 ALVENARIA DE TIJOLO CERÂMICO DE 1 VEZ
(FOSSA E SUMIDOURO)
5.2.6 5974 CHAPISCO INERNO/EXTERNO
5.2.7 5983 REBOCO PAULISTA (FOSSA E SUMIDOURO)
5.2.8 73981/001 CONCRETO MAGRO ESP 7CM COM
LANÇAMENTO E APLICAÇÃO
5.2.9 74202/001 LAJE PRÉ-MOLDADA TRELIÇADA
5.2.10 74164/001 COLCHÃO DE BRITA 19
5.1.1 72293 CAP PVC SOLD 50 MM
5.1.2 72708 TÊ REDUÇAO DE 60X50MM
5.1.3 72556 JOELHO 90° GRAUS DE 100 MM
5.1.4 73879/001 + i
12584 TUBO DE CONCRETO PARA DRENO 300 MM
5.1.5 74092/001 AUTOMÁTICO DE NÍVEL SUPERIOR E INFERIOR
5.1.6 75051/003 TUBO SOLD. PVC MARROM D=32MM
5.1.7 72783 ADAPTADOR LR 25X3/4”
5.1.8 72705 BUCHA DE REDUÇÃO SOLDÁVEL LONGA 60 X 25
MM
5.1.9 74051/002 CAIXA DE GORDURA INCLUSIVE ESCAVAÇÃO
5.1.10 72289 CAIXA DE PASSAGEM 80X80 CM INCLUSIVE
ESCAVAÇÃO
5.1.11 01103/ORSE CRUZETA 50MM
5.1.12 79517/001 ESCAVAÇÃO MANUAL DE VALAS
5.1.14 72573 JOELHO 90 GRAUS SOLDÁVEL 25 MM (MARROM)
5.1.15 72579 JOELHO 90 GRAUS SOLDÁVEL 50 MM (MARROM)
5.1.16 72581 JOELHO 90 GRAUS SOLDÁVEL 60 MM (MARROM)
5.1.17 72628 LUVA SIMPLES DIÂMETRO 100 MM
5.1.19 72439 TÊ 90 GRAUS SOLDÁVEL DIÂMETRO 25 MM
5.1.20 72442 TÊ 90 GRAUS SOLDÁVEL DIÂMETRO 50 MM
5.1.21 72703 TÊ REDUÇÃO 90 GRAUS SOLDÁVEL 50X25 MM
5.1.22 74026/001 TUBO SOLD. P/ESGOTO DIAM.100MM
5.1.23 75051/002 TUBO SOLDÁVEL PVC MARROM DIÂMETRO
25MM
5.1.24 75051/005 TUBO SOLDÁVEL PVC MARROM DIÂMETRO
50MM
”
3.2) “ Inclusão de Item na planilha orçamentária com a expressão cotação e não o código de
referência do Item na tabela SINAPI
Em alguns itens, na planilha da Guarita de Guarabira, que tiveram seus códigos descritos como
“cotação” ocorreu erro de digitação, isto podemos exemplificar abaixo, são de fácil acesso
no SINAPI.
18.5 6067
PINTURA ESMALTE 2 DEMÃOS + 1 DEMÃO
ZARCÃO P/ ESQUADRIAS FERRO (CONF. PROJE.
ARQUITETÔNICO)
19.9 73949/009 TORNEIRA CROMADA 1/2" OU 3/4" P/
LAVATÓRIO / PIA - DECAMATIC
19.12 74193/001 VASO SANITÁRIO SIFONADO LOUÇA - CX
ACOPLADA
Os itens que se referem às portas de madeiras foram cotados os insumos através da empresa
Multidoor, posteriormente acrescido o preço da mão de obra da composição do serviço do
ORSE de referência 08030/ORSE e somou-se ao valor do frete por peça. Em anexo segue a
cotação dos insumos e o custo do frete.
Preço do insumo cotado
(R$) Preço da mão de obra (R$) Frete por peça
788,67 ou 618,75 ou
748,94
86,86 ou 106,86
(08030/ORSE) 12,00
O valor do frete foi calculado conforme cotação, dividindo o valor de R$ 1350,00 (conforme
cotação anexa) pelo total de portas (112 unidades).
Nas planilhas do campus esperança utilizaram-se os mesmos preços das portas, porém, as
esquadrias de alumínio foram cotadas pelas empresas Belmetal e Decor, assim como a
machada modular. Entretanto usou-se como base os preços da Decor pelo melhor
detalhamento, porém, salienta-se que o preço da Belmetal estava acima do apresentado pela
Decor. O modelo de formação de preço foi igual ao utilizado na formação do preço do serviço
das portas de madeira, ou seja, soma dos valores do insumo, mão de obra e frete.
Após a detecção destas falhas, o IFPB está tendo o cuidado de inserir todos os códigos nas
suas planilhas para licitação de obras, conforme preconiza a Lei 8666/93.
Segue também, em anexo, as composições elaboradas pelo próprio IFPB.”
3.3 “Classificação da empresa Link Engenharia sem a apresentação de todos os custos
unitários.
A comissão de licitação ao proferir seu julgamento se baseou na vinculação ao ato
convocatório e no princípio da legalidade. No entanto, para esse caso específico das
composições de preços unitários foi verificado que os preços apresentados para cada item da
empresa vencedora estão inferiores àqueles elaborados na planilha do projeto básico. Portanto,
para não caracterizar excesso de rigorismo e com isso levar à desclassificação da proposta
mais vantajosa para a contratação de outra com valores superiores, a comissão preferiu
considerar que a omissão praticada pela empresa não causou prejuízo na interpretação da
proposta.”
4) Com relação ao item “d” da constatação, o qual se reportou à apresentação de certidão
simplificada, emitida pela Junta Comercial, a justificativa, na íntegra, foi a seguinte:
“No intuito de resguardar o interesse público, bem como de ampliar o conhecimento desta
comissão sobre as empresas participantes, foi exigido no item 8.1.1.1.2 do edital à certidão
simplificada, na qual se trata de um extrato de informações que espelha a situação atual da
empresa de acordo com os atos arquivados.
Além disso, nela são relatadas algumas informações básicas atualizadas, tais como; nome
empresarial, endereço da sede, CNPJ, data de início das atividades, objeto social, capital
social, sócios e suas respectivas participações no capital social, filiais ativas (quando
existirem), o porte da empresa, neste ponto destina-se ao cumprimento da Lei Complementar
123 de 2006, alterações realizadas pela empresa, data do último arquivamento e informações
sobre o valor do capital social.
Nesta linha, entende-se que a certidão simplificada é um documento público que todas as
empresas possuem, não representando assim em uma restrição à competitividade da Licitação,
fato este comprovado, tendo em vista que nenhuma empresa no citado certame foi
desclassificada da licitação por ausência deste documento, bem como não havendo qualquer
impugnação, dado o seu caráter habitual nas licitações como forma de resguardar e verificar
a veracidade dos outros documentos apresentados na habilitação.
Por fim, vislumbra-se que esta Comissão de Licitação tentou se resguardar de todas as formas
possíveis realizar a citada Licitação seguindo os princípios da Administração Pública, bem
como com o objetivo de resguardar o interesse ao erário e ao bem público.”
5) Com relação ao item “e” da constatação, referente à qualificação técnica-operacional
exigida pelas duas concorrências, a Entidade apresentou as seguintes justificativas:
5.1) “ATESTADO REGISTRADO NO CREA
Quanto à exigência de atestados de capacidade técnica registrado no CREA, destacamos que
a comissão valeu-se de interpretação dada ao §1°, do Art. 30, da lei 8.666/93, considerando
que os Atestados de Capacidade Técnica com fins à comprovação da Capacidade Técnica
Operacional da licitante devem ser devidamente registrados nas entidades profissionais
competentes. Observa-se ainda que, em cumprimento ao disposto no Art. 38, parágrafo único,
o edital passou por análise da procuradoria jurídica no qual foi aprovado, não tendo também
recebido nenhum pedido de impugnação durante o prazo previsto em lei. Destaca-se também
que durante o certame não houve licitantes inabilitados pelo não atendimento ao item do edital
em epígrafe.”
5.2) “CONCORRÊNCIA N° 01/2012 (Campus Guarabira)
ITEM: Exigência de comprovação de 5400 m2 de área construída correspondeu a 68,91% da
quantidade total construída.
Resposta
No tocante a afirmação da comprovação de 5400 m2 resta ratificar que houve uma duplicidade
no somatório de alguns itens o que suscitou imprecisão no quantitativo total da área
construída, não havendo má-fé, restrição de competitividade ou impugnação pelas empresas
licitantes.
Finalmente, é importante ressaltar que nos editais elaborados posteriormente foram
observados de forma mais precisa os limites estabelecidos na legislação vigente, ou seja, os
quantitativos exigidos para fins de comprovação de capacidade operacional dos licitantes, se
ajustaram a 50% do total a ser construído.”
5.3) “CONCORRÊNCIA N° 01/2012 (Campus Guarabira)
ITEM: Exigência de comprovação de 720 m3 de concreto armado correspondeu a 59,43% da
quantidade total construída.
Resposta
No tocante a afirmação da comprovação de 720 m3 resta ratificar que houve uma duplicidade
no somatório de alguns itens o que suscitou imprecisão no quantitativo total da área
construída, não havendo má-fé, restrição de competitividade ou impugnação pelas empresas
licitantes.
Finalmente, é importante ressaltar que nos editais elaborados posteriormente foram
observados de forma mais precisa os limites estabelecidos na legislação vigente, ou seja, os
quantitativos exigidos para fins de comprovação de capacidade operacional dos licitantes, se
ajustaram a 50% do total a ser construído.”
5.4) “CONCORRÊNCIA N° 01/2012 (Campus Guarabira)
ITEM: Exigência de comprovação de 2.090 m2 de telha fibrocimento correspondeu a 65,33%
da quantidade total.
Resposta
No tocante a afirmação da comprovação de 2.090 m2 resta ratificar que houve uma duplicidade
no somatório de alguns itens o que suscitou imprecisão no quantitativo total da área
construída, não havendo má-fé, restrição de competitividade ou impugnação pelas empresas
licitantes.
Finalmente, é importante ressaltar que nos editais elaborados posteriormente foram
observados de forma mais precisa os limites estabelecidos na legislação vigente, ou seja, os
quantitativos exigidos para fins de comprovação de capacidade operacional dos licitantes, se
ajustaram a 50% do total a ser construído.”
5.5) “CONCORRÊNCIA N° 01/2012 (Campus Guarabira)
ITEM: Exigência de comprovação de 4800 m2 de alvenaria correspondeu a 53,40% da
quantidade total construída.
Resposta
Ao analisar o supracitado quantitativo que apresentam alvenaria no Orçamento Sintético,
podemos verificar as planilhas, os itens e suas respectivas quantidades, bem como as páginas
em que se encontram acostadas aos autos do processo, conforme a seguir:
ORÇAMENTO SINTÉTICO
OBRA: IMPLANTAÇÃO-CAMPUS GUARABIRA
ITEM DISCRIMINAÇÃO Quant. Unid. Pág.
5.0 INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS
5.2.5
ALVENARIA DE TIJOLO CERAMICO DE 1
VEZ ( FOSSA E SUMIDOURO)
205,20
m²
96
8.0 SERVIÇOS COMPLEMENTARES
8.5 MURO DE CONTORNO EM ALVENARIA DE
TIJOLOS CERÂMICOS DE 1/2 VEZ COM
PILARES A CADA TRÊS METROS E JUNTAS
DE DILATAÇÃO A CADA 15M, H= 2M
INCLUSIVE ESCAVAÇÃO DE VALAS,
REATERO, FUNDAÇÃO EM PEDRA
ARGAMASSADA, ALVENARIA DE
EMBASAMENTO DE 1 VEZ, AÇO,
FORMA,CONCRETO 15MPA, CHAPISCO,
REBOCO E PINTURA A CAL( 03 demãos)
2147,38 m²
98
OBRA: GUARITA-CAMPUS GUARABIRA
ITEM DISCRIMINAÇÃO Quant. Unid. Pág.
5 ALVENARIA E VEDAÇÕES
5.1 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO
1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS
12MM
55,99 m²
100
5.4 MURETA EM ALVENARIA DE 1 VEZ,
INCLUSIVE ESCAVAÇÃO, FUNDAÇÃO EM
PEDRA ARGAMASSADA, CHAPISCO E
REBOCO
140,00 m
100
OBRA: RESERVATÓRIO-CAMPUS GUARABIRA
ITEM DISCRIMINAÇÃO Quant. Unid. Pág.
5 ALVENARIA E VEDAÇÕES
5.1 ALVENARIA 1/2 VEZ DE TIJOLO CER.
FURADO, ASSENT. C/ ARG. DE CIM., CAL E
AREIA
139,25 m²
103
OBRA: BLOCO A, B, RAMPA E ESCADA - CAMPUS
GUARABIRA
ITEM DISCRIMINAÇÃO Quant. Unid. Pág.
3 FUNDAÇÕES E SONDAGENS
3.7 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO 1:5
(CIMENTO E AREIA), E=1CM. QUANT
(Bloco A)
117,72
m²
105
3.7 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO 1:5
(CIMENTO E AREIA), E=1CM. QUANT
(Bloco B)
121,30 m²
105
3.7 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO 1:5
(CIMENTO E AREIA), E=1CM. QUANT
(Rampa/Escada)
34,31 m²
105
5 ALVENARIA E VEDAÇÕES
5.1 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO
1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS
12MM. QUANT (Bloco A)
2.451,57 m²
105
5.1 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO
2.445,62 m²
105
1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS
12MM. QUANT (Bloco B)
5.1 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO
1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS
12MM. QUANT (Rampa/Escada)
581,37 m²
105
5.2 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO
1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS
10MM. QUANT (Bloco A)
117,09 m²
105
5.2 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO
1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS
10MM. QUANT (Bloco B)
117,09 m²
105
OBRA: BLOCO ADMINISTRATIVO - CAMPUS
GUARABIRA
3 FUNDAÇÕES E SONDAGENS
3.7 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO
1:2:8 (CIMENTO ,CAL,AREIA), E=1CM
244,77 m²
110
5 ALVENARIA E VEDAÇÕES
5.1 ALVENARIA EM TIJOLO CERAMICO
FURADO 10X20X20CM, 1/2 VEZ,
ASSENTADO EM ARGAMASSA TRACO
1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA), JUNTAS
12MM
2.356,64
m²
TOTAL GERAL 11.275,30
m²
Nota: O item 8.5 (Muro) no cálculo dessa planilha foi convertido em m², tendo
em vista que há 1.073,69 de cumprimento por de 2 metros altura, totalizando
2147,38 m².
Outrossim, como fora demonstrado o item alvenaria tem a quantidade total prevista para
execução do objeto licitado 11.275,30 m² (dez mil, duzentos e um, sessenta e um metros
quadrados).
Sendo assim, a quantidade de 4800 m² representa 42% do total de 11.275,30 m², o que atende
as exigências, conforme as jurisprudências do TCU.”
5.6) “ DA QUALIFICAÇÃO TÉCNICO-OPERACIONAL
A qualificação técnica da empresa, também chamada de capacidade técnico-operacional,
encontra previsão legal na primeira parte do inciso II do art. 30 da Lei de Licitações. Assim,
o edital pode prever a necessidade de apresentação de atestados para a “comprovação de
aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades
e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento”, conforme
dispõe a norma (BRASIL, 1993).
O TCU constantemente reafirma que a comprovação da capacidade técnica deve ser norteada
pelo art. 37, XXI da CF, que somente admite exigências de qualificação técnica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações.
Busca-se com esta exigência de capacidade técnico-operacional assegurar que o futuro
contratado apresente domínio de conhecimentos habilidade teóricas práticas para execução do
objeto a ser contratado.
A restrição a quantitativos mínimos, insculpida na parte final do inciso I do §1º do art. 30 da
Lei de Licitações, só é aplicável à capacitação técnico-profissional. Nesse sentido, a Corte de
Contas editou a Súmula nº 263/2011 (BRASIL, TCU, 2011) que estabelece que:
Súmula nº 263/2011: “Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes,
e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo
do objeto a ser contratado, é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos
mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, devendo essa exigência
guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado”.
Considerando o amparo legal, foi solicitado acervo que visasse à comprovação de capacidade
técnico-operacional das licitantes, como forma de assegurar ao órgão licitador a garantia de
capacidade operacional das empresas licitantes de realizarem os futuros serviços.
Não se pode aqui confundir capacidade técnica com capacidade operacional, no primeiro caso,
as exigências se restringem ao profissional responsável técnico da empresa; no segundo caso,
as comprovações se referem à capacidade operacional que a empresa teria para realizar
determinados serviços naquelas quantidades estabelecidas no edital.
Neste caso, a comprovação de capacidade técnica não limita a números de atestados
Com o objetivo de dar uma maior amplitude no número de participantes, o edital solicitou
comprovação dos itens mais comuns, ou seja, aqueles itens em que as empresas já tenham
realizado anteriormente, a exemplo de concreto armado, alvenaria e cobertura, deixando de
incluir aqueles itens que são de exclusividade da obra em questão. Com efeito podemos
verificar que não houveram questionamentos, apesar de um número significativo de empresas
terem retirado edital.
No exercício do seu poder, a Administração Pública, legitimada pelo Princípio da Autotutela
guarda para si a possibilidade de rever seus próprios atos. Dessa forma, nos editais elaborados
para as licitações subsequentes foram retiradas as exigências de apresentação de acervo em
um único contrato.
Pelo exposto, constata-se que há limites legais bastante rígidos a serem seguidos pela
Administração no momento de definir os requisitos da qualificação técnica na fase de
habilitação. Esse fato dificulta a seleção de empresas verdadeiramente aptas a cumprir o objeto
contratual com a qualidade que se espera.”
6) Com relação ao item “g” da constatação, o qual se reportou à apresentação de atestado de
vistoria técnica pelos interessados, a justificativa, na íntegra, foi a seguinte:
“Os Editais das Concorrências 01/2012 e 01/2013, exigiram a apresentação de atestado de
vistoria, como requisito de qualificação. Tal exigência encontra-se guarita na Lei de licitações,
onde autoriza a Administração Pública, exigir como requisito de qualificação técnica, a
comprovação de que o licitante realizou visita, cujo objetivo é conhecer o local onde será
executado os serviços. Vejamos a seguir o que diz a Lei 8.666/93:
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e,
quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das
condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação.
Sobre o assunto, o Tribunal de Contas da União, no Acórdão nº 4.968/2011 – Segunda
Câmara, assim se manifestou:
“A visita de vistoria tem por objetivo dar à Entidade a certeza e a comprovação de que todos
os licitantes conhecem integralmente o objeto da licitação e, via de consequência, que suas
propostas de preços possam refletir com exatidão a sua plena execução, evitando-se futuras
alegações de desconhecimento das características dos bens licitados, resguardando a Entidade
de possíveis inexecuções contratuais. 11.1.3.2. Portanto, a finalidade da introdução da fase de
vistoria prévia no edital é propiciar ao proponente o exame, a conferência e a constatação
prévia de todos os detalhes e características técnicas do objeto, para que o mesmo tome
conhecimento de tudo àquilo que possa de alguma forma, influir sobre o custo, preparação da
proposta e execução do objeto”.
Seguindo o raciocínio anterior, o TCU através dos Acórdãos 1687/2008 e 889/2010 (Plenário)
entende que a exigência de vistoria configura-se como uma forma de a Administração se
resguardar, pois a contratada não poderá, após a adjudicação do objeto, pleitear aditivo
contratual sob a alegação de desconhecimento de determinada peculiaridade ou condição das
instalações onde realizará os serviços.
No mesmo sentido, encontramos amparo no TCU, Acórdão nº 244/2003 - Plenário. Min.
Rel. Ubiratan Aguiar:
“Ora, tomar conhecimento de todas as informações relativas às obras e das condições do local
de sua realização é do interesse dos próprios licitantes”. (...) qualquer empresário com um
mínimo de responsabilidade não só deseja como necessita conhecer o local e as condições da
obra a ser realizada antes de formular sua proposta comercial.
Acompanhando o parecer através do Acordão n°110/2012 – Plenário, que diz o seguinte:
“Com relação à exigência de que os competidores devem realizar visita técnica ao local da
obra, em dia e hora único, definido no edital, foi demonstrado que a jurisprudência desta Corte
é pacífica no sentido de repudiar tal medida, por configurar restrição indevida à
competitividade do certame e por favorecer o prévio acerto entre os pretendentes. Neste caso,
a falta é suficiente para macular a licitação e ensejar proposta para a anulação
do processo licitatório, sem prejuízo de dar ciência ao (omissis) que a inserção no edital de
licitação de exigência para a realização de vistoria técnica em um único dia e horário,
constitui-se em restrição à competitividade e ofensa ao disposto no art. 3º, caput, e §1º, inciso
II, da Lei 8.666/1993, além de favorecer ajustes entre os potenciais competidores” (grifo
nosso).
Nesse sentido, o Edital no subitem 8.1.4, diz que a vistoria poderá ser realizada de segunda a
sexta. Seguindo entendimento do TCU, no Acordão 110/2012, a vistoria por si só não é
caracterizada a restrição de competição, desde que não seja exigido que seja feito em um único
dia, vejamos:
Com base nisso, o TCU tem recomendado que a Administração estabeleça prazo adequado
para a realização da visita técnica:
“Estabeleça prazo adequado para a sua realização, tanto para evitar que os potenciais licitantes
tomem conhecimento prévio do universo de concorrentes através de reunião no mesmo local
e horário, como para assegurar que os possíveis interessados ainda contem, após a realização
da visita, com tempo hábil para a finalização de suas propostas.”
Dessa forma, foi verificado também que nenhuma empresa impugnou o edital pela exigência
da vistoria técnica, como também não houve inabilitação por não apresentar o documento
solicitado.”
7) Com relação ao item “h” da constatação, o qual se reportou à comprovação de capital
integralizado pelos licitantes, a justificativa, na íntegra, foi a seguinte:
“A adição do termo “integralizado”, nos subitens 8.1.5.3 das Concorrências 01/2012 e
01/2013, não altera em nada o resultado do que se pretende, pois o Capital Social não pode
ser outro, senão o já integralizado. Utilizando-se da ciência da contabilidade, o capital social
é formado pelo “capital subscrito” (prometido quando da constituição da sociedade, pelos
sócios) subtraído do “capital a integralizar” (o que falta ser integralizado). Podemos
representar pela seguinte equação: Capital Social = Capital Subscrito – Capital a integralizar.
A medida que o capital é integralizado, ou seja, que os sócios entregam os bens prometidos
no ato constitutivo à entidade, o “capital a integralizar” diminui, pois transforma-se em capital
integralizado, que será sempre, e de igual valor, ao capital social.
Enquanto o capital não é integralizado, este não pertence à entidade, não podendo ser
considerado como capital social desta.
Vejamos o que dispõe a EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Nº 196, DE 24 DE JUNHO DE 1976,
DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, para criação da Lei 6.404/76, principal lei contábil
existente:
“O Projeto reserva a expressão "capital social", ou simplesmente "capital", para significar o
montante de capital financeiro de propriedade da companhia que os acionistas vinculam ao
seu patrimônio, como recursos próprios destinados, de modo permanente, à realização do
objeto social.” (Grifo nosso).
Logo, muito embora o IFPB tenha acrescentado o termo “integralizado” ao item 8.1.5.3 dos
editais supracitados, o que se verifica é apenas redundância dos termos, sem qualquer prejuízo
ao procedimento licitatório. “
8) Com relação ao item “i” da constatação, o qual se reportou à ausência de documento que
sinalizasse a comunicação acerca da interposição de recurso, a justificativa, na íntegra, foi a
seguinte:
“O Processo n° 23381.002506.013-44, iniciado em 17 de junho de 2013, cujo objeto é a
construção da 1° etapa do Campus Esperança do IFPB.
Considerando o julgamento das propostas de preços, Concorrência 01/2013, referente à
construção do campus de Esperança, onde foram desclassificadas as empresas: LINK
Engenharia Ltda. e Equatorial Construções Ltda., classificando apenas a empresa Virtual
Engenharia Ltda. (fls.2282 e 2283), tendo o seu julgamento publicado no DOU, no dia 15 de
julho de 2013, Seção 3, página, 60, conforme acostado a fl. 2285. Além da publicação no
DOU, a comissão de licitação encaminhou o resultado de julgamento a todos os participantes
via e-mail.
É possível verificar que, após a divulgação do resultado do julgamento das propostas da
concorrência n° 01/2013, a empresa Equatorial Construções Ltda., inconformada com a
decisão da CEL impetrou recurso por meio dos processos n° 23325.002593.2013-12 e n°
23381.004856.2013-45, ambos com mesmo teor (fls. 2287-2304 e fls.2309-2326).
Ao compulsar as alegações da empresa recorrente, a comissão retificou a decisão, conforme
julgamento (fls. 2305 – 2307), e publicou novo julgamento no DOU no dia 30 de julho de
2013, (fl.2327), abrindo um novo prazo para recurso, como forma de garantir o direito de
defesa daqueles licitantes que, porventura, se sentissem injustiçados.
Desse modo, as empresas não foram prejudicadas, pois foram informadas por mensagem
eletrônica (e-mail), além disso, o que comprova que as empresas foram informadas foi a
interposição de recurso contra a nova decisão (fls 2328 – 2342) interposto pela empresa
VIRTUAL ENGENHARIA LTDA, em face da classificação da empresa Equatorial, processo
n° 23381.005217.2013-05, data de 07/08/2013.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
1) Uma vez que o assunto abordado no item ‘a”, o qual tratou da transferência indevida da
responsabilidade pela elaboração de projetos complementares referentes à execução do objeto
das Concorrências nº 01/2012 e nº 01/2013, foi objeto de constatação específica do presente
relatório, e tendo em vista que a Entidade, ao elaborar a sua justificativa, reportou-se
exclusivamente ao texto dessa mencionada constatação, a análise da resposta apresentada em
relação ao assunto informado no item ora em comento encontra-se consignada na constatação
intitulada Realização de Concorrências amparadas em Projetos Básicos deficientes.
2) Com relação ao item “b”, o qual se reportou à indicação de marca para item integrante da
planilha de licitação das duas concorrências, a justificativa apresentada não elidiu o fato
apontado, visto que a Entidade, em sua resposta, não demonstrou que a marca consignada nos
referidos orçamentos era a mais vantajosa e também a única a atender as necessidades dos
objetos licitados.
Quanto à questão da padronização como justificativa para indicação da marca de luminárias,
a jurisprudência do TCU, conforme demonstram as decisões o Acórdão 62/2007 Plenário,
Acórdão 539/2007 Plenário, Acórdão 1334/2006 Primeira Câmara, determina que, mesmo no
caso de padronização, a indicação da marca em itens licitados também deve ser fundamentada
em razões de ordem técnica, condição essa não demonstrada pela Entidade em sua
justificativa.
3) Com relação ao item “c”, o qual se reportou às falhas verificadas no detalhamento dos
custos unitários dos serviços licitados, as justificativas apresentadas não elidiram os fatos
apontados, visto que todos os códigos de composição deveriam ter sido explicitados antes da
realização das duas licitações, e não após as mesmas, como assumiu a Entidade em sua própria
justificativa.
Além dos códigos das composições terem sido apresentados após a realização das licitações,
a análise da justificativa apresentada em relação a esse item da constatação indicou a
ocorrência dos seguintes fatos:
- as tabelas transcritas no subitem 3.1 do campo relativo à manifestação da Unidade examinada
não discriminaram todos os códigos de composição faltantes do projeto básico das duas
licitações. Assim, restaram itens orçamentários cujos custos unitários, até o presente
momento, não se sabe de qual sistema de referência de preços foram extraídos;
- a tabela transcrita no subitem 3.2 do campo relativo à manifestação da Unidade examinada
se reportou a itens da planilha relativa à guarita do Campus Guarabira cujos custos unitários
foram indicados erroneamente como tendo sido obtidos por meio de cotação, quando, segundo
a justificativa da Entidade, foram extraídos do SINAPI. Entretanto, tal tabela não fez
referência ao item 7.1 – cobertura em telha de policarbonato, cujo custo unitário, consoante o
disposto na planilha orçamentária da guarita foi obtido a partir de cotação. Desse modo, não
se sabe se preço total desse item, estimado em R$ 17.845,82, foi definido com base em cotação
ou se foi extraído de algum sistema de referência de preços.
Ainda com referência à questão de custos obtidos com base em cotação de preços, a Entidade
anexou à sua justificativa documentos comprovando a realização de pesquisa de mercado para
definição dos custos unitários das esquadrias de alumínio e também de madeira,. No entanto,
a análise dessa documentação anexada demonstrou que, no tocante às esquadrias de madeira,
o IFPB procedeu à pesquisa de preço junto a um único fornecedor, no caso a empresa
Multidoor, o que contraria o item 9.1.1.9.4 do Acórdão TCU nº 3.272/2011-Plenário, que
estabelece pesquisa junto a, no mínimo, três fornecedores.
Quanto às esquadrias metálicas, a documentação anexada pelo IFPB indicou que a citada
entidade promoveu pesquisa de preços junto a dois fornecedores, no caso a empresa
BELMETAL e a empresa DECOR. Assim, verificou-se que essa pesquisa não observou
também o disposto no item 9.1.1.9.4 do Acórdão TCU nº 3.272/2011-Plenário, visto que a
mesma não abarcou o número mínimo de três fornecedores. Deve-se ressaltar que a pesquisa
efetuada junto à empresa BELMETAL foi a única realizada em data anterior à Concorrência
nº 01/2012, ou seja, com base nos documentos anexados à justificativa da Entidade, observou-
se que, no tocante à Concorrência nº 01/2012 (implantação do Campus Guarabira/PB), o preço
unitário das esquadrias metálicas foi definido a partir de pesquisa promovida junto a um único
fornecedor;
- no que diz respeito aos itens orçamentários cujos custos unitários foram obtidos a partir de
composição do próprio IFPB, verificou-se que a Entidade, ao apresentar as suas justificativas,
não anexou o detalhamento de todos esses custos.
4) Com relação ao item “d”, o qual se reportou à apresentação de certidão simplificada pelos
licitantes, a justificativa apresentado não elidiu o fato apontado, visto que os editais das duas
concorrências impuseram aos licitantes a obrigatoriedade de se apresentar documento não
previsto nos arts. 27 a 31 da Lei nº 8.666/93. Vale ressaltar que no tocante à Lei Complementar
nº 123/2006, a apresentação da certidão em comento somente consiste em obrigação quando
o licitante deseja usufruir das prerrogativas previstas por essa lei.
5) Com relação ao item “e”, o qual se reportou à qualificação técnica-operacional dos
licitantes, verificou-se que:
- no que diz respeito à resposta transcrita no subitem 5.1 do campo concernente à manifestação
da Unidade examinada, a justificativa apresentada não elidiu o fato apontado, uma vez que a
exigência de se apresentar atestados de capacidade técnico-operacional devidamente
registrados no CREA contraria a jurisprudência do TCU, como atestam o Acórdão nº 128/2012
– 2ª Câmara e Acórdão nº 655/2016 – Plenário;
- no que diz respeito à resposta transcrita nos subitens 5.2 e 5.6 do campo concernente à
manifestação da Unidade examinada, a qual se reportou à exigência de comprovação quanto
à execução de 5400 m2 de área construída, a justificativa apresentada não elidiu o fato
apontado, apesar de o IFPB ter reconhecido a falha em questão;
- no que diz respeito à resposta transcrita nos subitens 5.3 e 5.6 do campo concernente à
manifestação da Unidade examinada, a qual se reportou à exigência de comprovação quanto
à execução de 720 m3 de concreto armado, a justificativa apresentada não elidiu o fato
apontado, apesar de o IFPB ter reconhecido a falha em questão;
- no que diz respeito à resposta transcrita nos subitens 5.4 e 5.6 do campo concernente à
manifestação da Unidade examinada, a qual se reportou à exigência de comprovação quanto
à execução de 2.090 m2 de telha fibrocimento, a justificativa apresentada não elidiu o fato
apontado, apesar de o IFPB ter reconhecido a falha em questão;
- no que diz respeito à resposta transcrita nos subitens 5.5 e 5.6 do campo concernente à
manifestação da Unidade examinada, a qual se reportou à exigência de comprovação quanto
à execução de 4.800 m2 de alvenaria, a justificativa apresentada não elidiu o fato apontado na
constatação. Muito embora o quantitativo exigido para fins de comprovação pretérita tenha
sido inferior a 50%, execução de alvenaria não consiste em serviço de relevância técnica e de
valor significativo, como exige a Súmula nº 263/2011;
- no tocante à Concorrência nº 01/2013, a Entidade não apresentou qualquer justificativa
quanto à obrigatoriedade de comprovação pretérita de serviços indicados para fins de
qualificação técnico-operacional dos interessados, sobretudo no que diz respeito a serviços
indicados pelo edital que não atendiam o disposto na Súmula nº 263/2011, ou seja, não
apresentavam relevância técnica e financeira;
- no que diz respeito à exigência de que a comprovação de serviços pretéritos para fins de
habilitação técnico-operacional se desse por meio de um número fixo de atestados técnicos, a
resposta transcrita no subitem 5.6 do campo concernente à manifestação da Unidade
examinada, não elidiu a falha apontada, apesar de a Entidade, em sua resposta, ter informado
que, nas licitações subsequentes às Concorrências nºs 01/2012 e 01/2013, o quantitativo fixo
de atestados foi retirado dos instrumentos convocatórios;
6) no que diz respeito à falha apontada no item ‘f” da constatação, a qual se reportou à
habilitação técnico-profissional, a Entidade não apresentou nenhuma justificativa;
7) no que diz respeito ao item ‘g” da constatação, o qual se reportou à obrigatoriedade de
realização de visita técnica pelo licitante, a justificativa apresentada não elidiu a falha
apontada, visto que os objetos das Concorrências nºs 01/2012 e 01/2013 não consistiam em
obras de uma complexidade tal que exigissem, obrigatoriamente, a vistoria in loco dos
interessados, como preconiza o subitem 5.13 da Nota Técnica do Comitê de Coordenação de
Fiscalização de Obras nº 2/2012, publicada no Boletim Especial TCU nº 18/2012. Assim, não
se verificou nenhum óbice para que os editais das duas concorrências conferissem caráter
facultativo à visita técnica dos licitantes, ou simplesmente exigissem dos interessados nas
licitações a apresentação de declaração de que conheciam as condições locais para a execução
do objeto;
8) no que diz respeito ao item ‘h” da constatação, o qual se reportou à obrigatoriedade de o
capital das empresas partícipes ser integralizado, a justificativa apresentada não elidiu a falha
apontada, uma vez que tal exigência contraria a jurisprudência do TCU, como atestam a nos
Acórdãos TCU nºs 170/2007 – Plenário (Ementa), 1.871/2005 – Plenário, 108/2006 –
Plenário, 2.882/2008 – Plenário, 6.613/2009 – 1ª Câmara, 5.372/2012 – 2ª Câmara;
9) no que diz respeito ao item ‘i” da constatação, o qual se reportou à ausência de documento
que sinalizasse a comunicação acerca da interposição de recurso administrativo, a justificativa
apresentada não elidiu o fato apontado, pois as mensagens eletrônicas notificando os partícipes
acerca dessa interposição não foram acostadas ao processo licitatório. Além disso, esta
fiscalização entende que a Entidade, a fim de se salvaguardar de qualquer posterior
questionamento legal, deveria ter notificado os licitantes mediante aviso de recebimento (AR),
sem prejuízo do encaminhamento das mensagens eletrônicas.,
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Recomendamos à Instituição o aprimoramento dos controles
administrativos relativos à elaboração dos instrumentos convocatórios e projetos básicos das
licitações alusivas a obras de engenharia.
2.1.3. Alteração da vigência contratual, acarretando inobservância ao princípio da
vinculação ao instrumento convocatório
Fato
O edital da Concorrência nº 01/2012 definiu, consoante o consignado no item 13 e respectivos
subitens (fls. 136 do Processo nº 23381.003728.2012-01), os seguintes prazos para a vigência
contratual e, também, para execução das obras licitadas:
- Prazo de vigência contratual: 730 dias corridos, podendo ser prorrogado de acordo com o
art. 57 da Lei nº 8.666/93;
- Prazo de execução das obras licitadas: 720 dias corridos contados a partir do início da
execução das obras, o qual dar-se-ia em até 10 dias corridos após a assinatura do instrumento
contratual e ordem de serviço.
Deve-se ressaltar que os prazos acima relatados foram corroborados pelos termos da cláusula
sétima da minuta do contrato anexa ao instrumento convocatório da Concorrência nº 01/2012
(fls. 151).
Entretanto, o termo de contrato acostado ao Processo nº 23381.003728.2012-01 (fls.1113 a
1127) estabeleceu, conforme registrado em sua cláusula sétima (Da Vigência), que o prazo de
vigência contratual seria de 730 dias corridos contados a partir de 15 de janeiro de 2013 e
findaria em 15 de janeiro de 2015. Assim, verificou-se que o início do prazo da vigência
contratual fixado pelo Contrato nº 076/2012 divergiu do início do prazo definido pelo edital
da Concorrência nº 01/2012, consistindo, dessa forma, em descumprimento do contido no
caput do art. 41 da Lei nº 8.666/93 (princípio da vinculação ao instrumento convocatório).
Além disso, tendo em vista que o Contrato nº 076/2012 foi celebrado em 20 de dezembro de
2012, data essa em que ocorreu também a emissão e recebimento da ordem de serviço (fls.
1451), o início da contagem do prazo de vigência contratual se daria a partir dessa data e
findaria, segundo o disposto no item 13 e respectivos subitens do edital, após 730 dias
corridos. Portanto, à luz do estabelecido no instrumento convocatório, e amparado nos
documentos acostados ao processo licitatório, a vigência do mencionado contrato terminaria
em 20 de dezembro de 2014.
Muito embora a vigência do Contrato nº 076/2012, caso houvesse sido observado o
estabelecido no edital e na minuta de contrato, teria findado em 20 de dezembro de 2014,
observou-se que, em 15 de janeiro de 2015, firmou-se o primeiro aditivo de dilação de prazo
(fls. 1492 a 1494), prorrogando a vigência do mencionado contrato por mais duzentos e dez
dias corridos, ou seja, até 13 de agosto de 2015. Logo, ao se considerar que a vigência do
instrumento contratual se iniciou a partir do estabelecido no edital e na minuta de contrato,
constatou-se que, à época da celebração desse termo aditivo, o contrato assinado com a
licitante vencedora encontrava-se expirado.
Assim, verificou-se que a alteração ilegal do prazo de vigência do Contrato nº 076/2012 (de
20 de dezembro de 2012 para 15 de janeiro de 2013) acarretou a celebração extemporânea de
aditivo de prorrogação de prazo.
Por fim, vale esclarecer que, no lapso de tempo compreendido entre a data do término da
vigência do Contrato nº 076/2012 e o período em que esta fiscalização realizou a visita técnica
às obras do contrato (de 27 a 29 de julho de 2015), o IFPB realizou três medições de serviços
executados sem amparo contratual, quais sejam:
- 23ª medição, relativa ao período de 15 de dezembro de 2014 a 15 de janeiro de 2015, no
valor total de R$ 500.327,42;
- 24ª medição, referente ao período de 16 de janeiro de 2015 a 15 de fevereiro de 2015, no
valor total de R$ 205.275,36; e
- 25ª medição, concernente ao período de 16 de fevereiro de 2015 a 15 de março de 2015, no
valor total de R$ 270.293,06.
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 281/2016/R/IFPB, datado de 08 de julho de 2016, a Entidade apresentou
a manifestação transcrita a seguir:
“Conforme foi apurado pela Secretaria Federal de Controle Interno através de seu
RELATÓRIO PRELIMINAR nº 20142776, no tocante a:
a) Alteração do início da vigência contratual, quando o Ato Convocatório
estabelecia que a vigência do Contrato seria a partir da sua assinatura e pelo
prazo de 730 dias, sendo 720 dias para a sua execução, desta feita, a empresa
LINK ENGENHARIA teria 10 (dez) dias para iniciar a execução da obra;
b) Ressalta, ainda, que como a assinatura do contrato 76/2012 foi realizada no dia
20/12/2012 a sua vigência teria início neste dia, e, se encerraria no dia
20/12/2014, em contramão ao que foi estabelecido no contrato firmado entre o
IFPB/REITORIA e a Contratada, onde restou estabelecido que o Contrato
iniciaria sua vigência no dia 15/01/2013 se encerrando no dia 15/01/2015, 26
dias após a sua assinatura;
c) Desta feita, segundo o Relatório Preliminar supracitado, em função da alteração
na data de vigência fixada no Ato Convocatório (assinatura do contrato) em
detrimento de data fixada divergente desta (15/01/2013), a vigência do
Contrato se encerrou sem que pudesse ser considerada a prorrogação na forma
do Termo Aditivo 1 (270 dias), que prorrogou o Contrato 76/2012 do dia
15/01/2015 a 13/08/2015, e, neste Ínterim, as três medições ocorridas no lapso
temporal da “prorrogação indevida”, não estariam respaldadas por Lei, eis um
breve relato dos fatos:
DA VERACIDADE DOS FATOS:
Assiste razão a Fiscalização da CGU quando relata que houve alteração de termos do contrato
apresentado no Ato Convocatório (Edital), no caso, Minuta do Contrato, no momento em que
nesta restava estabelecido que a vigência do contrato se iniciaria na data da sua assinatura,
desta forma, na contramão do disposto do art. 41 da Lei 8.666/93, foi ferido o princípio da
“vinculação ao instrumento convocatório”, pelo que não cabe qualquer argumentação sobre
as possíveis motivações para tal ato.
Todavia, no tocante à vigência do contrato 76/2012 ter se iniciado a partir da sua assinatura,
se equivoca o fiscal subscritor do Relatório Preliminar, quando, partindo do princípio
estabelecido no art. 41 da Lei 8.666/93, desenvolve a tese de que o instrumento contratual,
devidamente assinado pelas partes, Contratante e Contratada, e publicado no dia 28/12/2012,
antes do início da sua vigência que foi estabelecida neste instrumento como o dia 15/01/2015
vigendo por 730 dias até o derradeiro dia 15/01/2015, não teria eficácia jurídica, não é outra
coisa senão desconsiderar que:
1) Não existe na Lei 8.666/93, quando obrigatoriedade de que a VIGÊNCIA do Contrato
Administrativo deverá ter início a partir da sua ASSINATURA, pelo que no disposto do
parágrafo único do art. 61 da referida Lei apenas vincula o prazo da publicação (5º dia útil do
mês seguinte da assinatura do contrato), e, estabelecendo que o referido Contrato apenas terá
eficácia a partir da sua publicação, o que é bem diferente de estabelecer que a sua vigência se
dará da sua assinatura, compreensível?. Desta forma, não há nenhuma vinculação legal sobre
data de assinatura e início de vigência!
2) Todavia, mesmo não tendo vinculação legal entre data de ASSINATURA DO
CONTRATO e INÍCIO DA VIGÊNCIA, resta saber se quando no ato convocatório fica
estabelecido na MINUTA DO CONTRATO (MODELO DO INSTRUMENTO
CONTRATUAL QUE SERÁ ASSINADO ENTRE AS PARTES CONTRATANTES, E,
QUE DEVERÁ SER SEGUIDO PELA ADMINISTRAÇÃO (ART. 41 DA LEI 8.666/93),
se, e somente se tal MINUTA DO CONTRATO invalida o INSTRUMENTO DE
CONTRATO FIRMADO ENTRE AS PARTES E DEVIDAMENTE PUBLICADO COM
EFICÁCIA ESTABELECIDA PELO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 61 DA LEI
8.666/93? Entendo que a resposta é não! O Contrato apenas começa a ter sua eficácia no
mundo jurídico depois de assinado pela partes e publicado (publicizado) no DOU, ora, a partir
desta data, o que foi estabelecido entre as partes, tem imposição erga omnis, ou seja, opera
sua eficácia no mundo jurídico, mesmo porque, a partir de então se estabelece o vínculo
jurídico-administrativo entre as partes litigantes vinculado ao cumprimento do objeto
contratado, portanto, o que no Termo de Contrato tiver sido estabelecido virou lei entre as
partes contratantes, inclusive, extrapolando estes limites, opera em todo o mundo físico-
jurídico, podendo quais destas se contrapor a qualquer interesse externo que venha a invadir
ou causar transtornos a avença (princípio do contraditório, etc.).
Desta forma, uma vez, sendo eficaz o referido Contrato no mundo jurídico-administrativo,
não há que se falar em atos pretéritos que não tem o condão de torná-lo nulo, mesmo que em
parte, não sendo o caso do disposto do art. 41 da Lei 8.666/93, que pode ENSEJAR
APURAÇÃO/PUNIÇÃO aos entes públicos que procederam, no entanto, não tem o alcance
que o referido Fiscal da CGU quis estabelecer, vejamos o entendimento da AGU em
PARECER Nºo6/2014/CPLC/DEPCONSU/PGF/AGU de 26 de fevereiro de 2013, no
tocante, a vigência do Contrato:
EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO E CONTRATO
ADMINISTRATIVO. FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO. FORMA DE CONTAGEMDO
PRAZO DE VIGÊNCIA I - Contagem de Prazo de vigência contratual. Manutenção do
entendimento firmado pelo Parecer nº 345/PGF/RMP/2010. Proposta de exemplo prático a ser
adotado pelas autarquias e fundações. II - A vigência contratual deve iniciar com a assinatura
do contrato ou na data nele indicada, ainda que anterior ou posterior à publicação do extrato
de que trata o art. 61, parágrafo único da lei nº 8.666/93
[...]
CONCLUSÃO 28. Desse modo, ante tudo o que foi exposto acima, concluímos:
a) Permanecem válidas e atuais as conclusões do Parecer nº 345/PGF/RMP/2010, devendo a
contagem dos prazos contratuais se pautar pelo exemplo indicado no item 19 desta
manifestação, respeitando-se o sistema data-a-data.
b) Ademais, para fins de uniformização, recomendamos que os termos de contrato devem
indicar como início de sua vigência a data de sua assinatura ou outra data expressamente
apontada no instrumento contratual, ainda que anterior ou posterior à publicação, não
se devendo condicionar o início de sua vigência à publicação do extrato de que trata o art. 61,
parágrafo único da lei nº 8.666/93. Daniel de Andrade Oliveira Barral – Procurador Federal.
Concluído, a partir da assinatura do Contrato Administrativo entre as partes, e, sua publicação,
seja esta, anterior ou posterior ao início da sua vigência, esta será considerada de acordo com
o que está estabelecido no Instrumento Contratual, e, não no Ato Convocatório, assim sendo,
a vigência do Contrato 76/2012 iniciou-se no dia 15/01/2013 e encerrou-se no dia 15/01/2015,
tendo, sido prorrogado por 270 dias, e, se encerrado definitivamente no dia 13/08/2015, e,
todos os atos praticados entre os dias 20/12/2014 até o dia 13/08/2015 foram
CONVALIDADOS, por se tratar de ATO JURÍDICO PERFEITO!”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A justificativa apresentada não elidiu o fato apontado, visto que a minuta de contrato consiste
em anexo do edital, sendo, portanto, parte integrante do mesmo. Assim, no que concerne ao
prazo da vigência contratual, os termos do instrumento celebrado com a licitante vencedora
não poderiam ter divergido do disposto tanto no edital como na minuta de contrato,
documentos esses que foram submetidos à análise e aprovação do setor jurídico do IFPB,
diferentemente do termo formal assinado com a vencedora da licitação.
Logo, o contrato celebrado entre as partes não poderia ter definido que a vigência do contrato
se iniciaria em 15 de janeiro de 2013, uma vez que o edital, assim como a minuta de contrato
estipularam que a mesma dar-se-ia a partir da assinatura do termo formal e da emissão da
ordem de serviço, ocorridas em 20 de dezembro de 2012.
Sendo assim, a alteração da data de início do contrato acarretou a celebração extemporânea
de termo aditivo de prorrogação de vigência.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Recomendamos à Instituição aprimorar os controles administrativos
referentes à elaboração de contratos, bem como ao acompanhamento da vigência dos
instrumentos contratuais.
2.1.4. Obras de implantação do Campus Esperança/PB paralisadas e as do Campus
Guarabira/PB com cronograma atrasado.
Fato
Conforme relatado no intróito da constatação relativa às irregularidades nas licitações
realizadas visando à implantação dos Campus Esperança/PB e Guarabira/PB, verificou-se,
com base nos documentos juntados ao Processo nº 233381.002506.2013-44, que o Contrato
nº 063/2013, firmado com a licitante vencedora da Concorrência nº 01/2013, em 16 de
setembro de 2013, no valor de R$ 10.501.052,18, e com vigência de 730 dias corridos, foi
objeto de rescisão amigável, a qual foi formalizada em 10 de março de 2015 (fls. 3426 e 3427).
Amparada no inciso II do art. 79 da Lei nº 8.666/93, tal rescisão contratual, conforme indicou
expressamente os termos da ata lavrada também em 10 de março de 2015 (fls. 3424 e 3425),
foi motivada, sobretudo, pelos atrasos nos pagamentos dos serviços executados pela empresa
até então contratada (EQUATORIAL CONSTRUÇÕES LTDA.)
Assim, ao se efetuar, no período de 27 a 29 de julho de 2015, visita técnica às obras do
Contrato nº 063/2013, constatou-se que os serviços concernentes à execução da 1ª etapa da
implantação do Campus Esperança/PB encontravam-se paralisados desde 31 de março de
2015, porquanto até essa data deveria a contratada desocupar o canteiro das obras do contrato,
como determinou item inserto na cláusula terceira do termo de rescisão amigável (fls. 3426 e
3427).
Informações acostadas ao processo da Concorrência nº 01/2013 demonstraram que, no
período compreendido entre o início da execução das obras – ocorrido em 26 de setembro de
2013, como evidenciou a pertinente Ordem de Serviço (fls. 2365) – e a formalização do termo
de rescisão contratual (10 de março de 2015), foram elaboradas e pagas dezesseis medições
de serviços, sendo a última delas relativa ao período de 22 de dezembro de 2014 a 21 de
janeiro de 2015.
Deve-se registrar que o próprio IFPB, em razão da mencionada rescisão contratual, elaborou
planilha (medição) concernente ao ajuste final de contas do contrato. Segundo essa planilha
(fls. 3451 a 3807), o montante pago à empresa até então responsável pela execução dos
serviços de implantação do Campus Esperança/PB totalizou R$ 3.115.449,67, que
corresponde a 29,67% do valor total do Contrato nº 063/2013 (R$ 10.501.052,18).
Portanto, decorridos cerca de dezoito meses de execução de serviços contratuais, ou seja,
decorridos cerca de 75% do prazo de execução da obra, verificou-se que o Contrato nº
063/2013 apresentava-se com um percentual de realização de tão-somente 29,67%, quando
deveria apresentar, à luz do definido no cronograma físico-financeiro da obra, percentual de
realização de 88,90%, como indicou o próprio IFPB em sua planilha de ajuste final.
Desse modo, constatou-se que, antes da paralisação das obras em razão da formalização de
termo de rescisão contratual, os serviços atinentes à implantação da 1ª etapa do Campus
Esperança/PB já se encontravam visivelmente atrasados, como evidenciam os registros
fotográficos insertos na presente constatação.
Quanto ao Contrato nº 01/2012, alusivo à implantação da 1ª etapa do Campus Guarabira/PB,
observou-se que a execução do mesmo apresentava-se também em atraso.
De acordo com as informações disponibilizadas pelo IFPB em relação à execução físico-
financeira desse instrumento contratual, até o momento da realização da visita técnica, foram
elaboradas e pagas 25 medições de serviços, totalizando o montante de R$ 6.607.304,89, que
corresponde a 64,56% do valor total do contrato em questão (R$ 10.234.359,98).
Dessa forma, decorridos cerca de 30 meses do início das obras de implantação do campus em
comento – ocorrida em 15 de janeiro de 2013, verificou-se que o percentual de serviços
realizados e pagos à empresa responsável pela obra equivalia a 64,56%, quando tal percentual,
segundo o cronograma físico-financeiro elaborado pela contratada, deveria ser de 100%,
porquanto o prazo de execução da obra foi fixado, inicialmente, em setecentos e vinte dias
corridos (24 meses).
A seguir, encontram-se inseridos registros fotográficos referentes à visita técnica efetuada por
fiscalização às obras de implantação da 1ª etapa dos Campi Esperança/PB e Guarabira/PB.
Foto - barracão do canteiro de obras,
Esperança (PB), 27 de julho de 2015
Foto - vista do bloco administrativo,
Esperança (PB), 28 de julho de 2015
Foto - vista do bloco administrativo,
Esperança (PB), 28 de julho de 2015
Foto - vista dos blocos acadêmicos,
Esperança (PB), 28 de julho de 2015
Foto - vista dos blocos acadêmicos,
Esperança (PB), 28 de julho de 2015
Foto – vista geral dos blocos acadêmicos,
Esperança (PB), 28 de julho de 2015
Foto – vista do interior dos blocos
acadêmicos, Guarabira (PB), 29 de julho de
2015
Foto - vista do bloco administrativo,
Guarabira (PB), 29 de julho de 2015
Foto – vista dos blocos acadêmicos,
Guarabira (PB), 29 de julho de 2015
Foto – vista do interior dos blocos
acadêmicos, Guarabira (PB), 29 de julho de
2015
##/Fato##
Manifestação da Unidade Examinada
Por meio do Ofício nº 281/2016/R/IFPB, datado de 08 de julho de 2016, a Entidade apresentou
a manifestação transcrita a seguir:
“O IFPB entende, também, que a obra relativa a concorrência nº 01/2013 que resultou na
formalização do contrato nº 63/2013 não vinha atendendo ao cronograma físico-financeiro
apresentado pela contratada na licitação, inclusive isto pode ser visualizado através das
notificações emitidas pelo fiscal, com isto, a contratada foi notificada 02(duas) vezes,
inclusive nestas constam pedidos esclarecimento dos motivos para o não cumprimento do
cronograma físico-financeiro apresentado pela contratada. Em anexo a notificação nº 01/2014
na data do dia 22/08/2014 e enviado por e-mail no mesmo dia para o responsável técnico da
empresa que também é o profissional responsável pela execução do objeto. A notificação
nº 02/2015 na data do dia 04/03/2015 e enviado por e-mail no mesmo dia para o responsável
técnico da empresa que também é o profissional responsável pela execução do objeto. O
mesmo pode ser visto a cada medição conforme exemplo abaixo.
No que diz respeito a obra de construção do campus Guarabira do IFPB, contrato 63/2012,
licitada através da concorrência 01/2012, o IFPB concorda com o relatado pela CGU, onde
descreve-se que a obra encontra-se com atraso na sua execução, inclusive, por este motivo, a
contratada sofreu sanção conforme documento anexo nas páginas 1.666 até a 1.668 do
processo nº 23381.003728.2012-01, enviado para contratada através do Ofício
nº 28/2015/DGFOE na data de 01 setembro de 2015 emitido pela Diretoria de Gerenciamento
e Fiscalização de obras de Engenharia, onde consta a memória de calculo para aplicação da
sanção.
Vale salientar que as justificativas apresentadas pelas empresas, tanto oficialmente como não,
foram a falta de regularidade dos pagamentos das medições dentro dos 5 ou 10 dias corridos,
conforme estabelece o contrato, esta dificuldade de pagamento as contratadas, acarretou em
atraso na obra e desconfiança quanto capacidade da União em honrar seus compromissos, fato
este vivenciado por todos com a crise financeira que se estabeleceu no país nos últimos anos.”
##/ManifestacaoUnidadeExaminada##
Análise do Controle Interno
A justificativa apresentada não elidiu a falha apontada. As cópias das notificações anexadas
às justificativas demonstram que, no caso da execução do Campus Esperança PB, a Entidade
não cobrou tempestivamente o cumprimento do cronograma físico-financeiro da obra. Já com
relação à obra do Campus Guarabira/PB, somente em 01 de setembro de 2015, ou seja,
decorridos mais de trinta meses do início das obras houve a aplicação de sanção.
##/AnaliseControleInterno##
Recomendações:
Recomendação 1: Recomendamos à Instituição aprimorar os controles administrativos
relativos ao acompanhamento dos contratos concernentes à execução de obras de engenharia,
especialmente no tocante ao cumprimento do cronograma físico acordado.
2.2 Parte 2
Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de
medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal descentralizado.
3. Consolidação de Resultados
Com base nos exames realizados, conclui-se pela improcedência dos fatos encaminhados a
este órgão para apreciação das supostas irregularidades na execução das obras de implantação
dos Campi Guarabira e Esperança.
Primeiramente, considerando-se a etapa de execução dos empreendimentos, durante a
realização de vistoria in loco por esta equipe de fiscalização, não restou evidenciada o suposto
superfaturamento por quantidade e preços.
E, ademais, os outros elementos indicados como irregulares, referentes a aditivos e alterações
de prazo de forma desarrazoada, foram tratados dentro do escopo das análises relativas às
licitações mencionadas no corpo deste relatório, as quais evidenciaram, no caso das obras do
Campus Guarabira, a existência de impropriedades/irregularidades nos fatos que motivaram a
celebração de aditivos de valor e dilação de prazo.
Contudo, não obstante ao acima exposto, concluiu-se que a aplicação dos recursos federais
não está em conformidade com a legislação pertinente, especialmente no que diz respeito à
Lei nº 8.666/93 e jurisprudência do Tribunal de Contas da União.
Entre essas, destacam-se, a seguir, as situações de maior relevância quanto aos impactos sobre
a efetividade do Programa/Ação fiscalizado:
a) Realização de Concorrências amparadas em Projetos Básicos deficientes;
b) Regularidades/impropriedades nas licitações realizadas para a implantação dos Campi em
Guarabira e Esperança;
c) Alteração do início da vigência contratual, acarretando inobservância ao princípio da
vinculação ao instrumento convocatório; e
d) Obras de implantação do Campus Esperança/PB paralisadas e as do Campus Guarabira/PB
com cronograma atrasado..