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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS ROMÂNTICOS Estudos sobre o Romantismo: século XVIII

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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS ROMÂNTICOS

Estudos sobre o Romantismo: século XVIII

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Romantismo

movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo que marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.

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Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo.

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O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objetivo.

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Origem

O Romantismo surgiu na Europa em uma época em que o ambiente intelectual era de grande rebeldia. Na política, caíam os sistemas de governo despóticos e surgia o liberalismo político (não confundir com o liberalismo econômico do Século XX). No campo social imperava o inconformismo. No campo artístico, o repúdio às regras. A Revolução Francesa é o clímax desse século de oposição.

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O Romantismo viria a se manifestar de formas bastante variadas nas diferentes artes e marcaria, sobretudo, a literatura e a música (embora ele só venha a se manifestar realmente aqui mais tarde do que em outras artes). À medida que a escola foi sendo explorada, foram surgindo críticos à sua demasiada idealização da realidade. Destes críticos surgiu o movimento que daria forma ao Realismo.

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“Metamos o martelo nas teorias, nas poéticas e nos sistemas. Abaixo este velho reboco que mascara a fachada da arte!” Victor Hugo

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Na Europa, a partir da metade do século XVIII, surgem autores que, libertando-se parcialmente dos limites traçados pela poética neoclássica, apresentam novas concepções literárias. Em suas obras, eles expressam sentimentos inspirados nas tradições nacionais, falam de amor e saudade num tom pessoal, realizando uma poesia mais comunicativa e espontânea do que a neoclássica. 

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Era o nascimento do Romantismo que foi desenvolvendo-se e enriquecendo-se à medida que se expandia. Assim, acabou adquirindo características tão variadas que se torna impossível descrevê-lo em todas as suas dimensões.

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Os sofrimentos do jovem Werther (Johann Wolfgang von Goethe)

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No Brasil, percebe-se o desejo de criação de uma literatura nacional. Assim representou a primeira tentativa consciente de se produzir literatura verdadeiramente brasileira. Abandonou aos poucos o tom lusitano, a fim de dar lugar a um estilo mais próximo da fala brasileira.

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A prosa Romântica Brasileira

A prosa romântica inicia-se com a publicação do primeiro romance brasileiro "O filho do Pescador", de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa em 1843. O primeiro romance brasileiro em folhetim foi "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844. O romance brasileiro caracteriza-se por ser uma "adaptação" do romance europeu, conservando a estrutura folhetinesca européia, com início, meio e fim seguindo a ordem cronológica dos fatos.

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O Romance brasileiro poderia ser dividido em duas fases: Antes de José de Alencar e Pós-José de Alencar, pois antes desse importante autor as narrativas eram basicamente urbanas, ambientadas no Rio de Janeiro, e apresentavam uma visão muito superficial dos hábitos e comportamentos da sociedade burguesa.

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E com José de Alencar surgiram novos estilos de prosa romântica como os romances regionalistas, históricos e indianistas e o romance passou a ser mais crítico e realista. Os romances brasileiros fizeram muito sucesso em sua época já que uniam o útil ao agradável: A estrutura típica do romance europeu, ambientada nos cenários facilmente identificáveis pelo leitor brasileiro(cafés, teatros, ruas de cidades como o Rio de Janeiro).

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O sucesso também se deve ao fato de que os romances eram feitos para a classe burguesa, ressaltando o luxo e a pompa da vida social burguesa e ocultando a hipocrisia dos costumes burgueses. Por isso pode-se dizer que, no geral, o romance brasileiro era urbano, superficial, folhetinesco e burguês.

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José de Alencar

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José de Alencar é considerado o patriarca da literatura brasileira. Inaugurou novos estilos românticos e consolidou o romantismo no Brasil desenhando o retrato cultural brasileiro de forma completa e abrangente. E devido a essa visão ampla do cenário brasileiro, sua obra iniciaria um período de transição entre Romantismo e Realismo. Suas narrativas apresentam um desenvolvimento dos conflitos femininos da mulher burguesa do século XIX, já que seus romances a tinha como público alvo. Sua obra pode ser fragmentada em três categorias:

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Romances Urbanos Romances ambientados no Rio de Janeiro, protagonizados

por personagens femininos, mostravam o luxo e a pompa das atividades sociais burguesas, no entanto apresentavam uma critica sutil aos hábitos hipócritas da burguesia e seu caráter capitalista. São exemplos de romances urbanos de José de Alencar:

Senhora - Faz crítica ao casamento por interesse, à hipocrisia, à cobiça e à soberba burguesa.

Lucíola - Critica o fato de a burguesia, que financia a prostituição durante a noite, ter aversão às mesmas durante o dia.

Diva - Ressalta a beleza das jovens e ricas burguesas, o virtuosismo e a pureza e, em contrapartida, critica o casamento por interesse financeiro.

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Romances Regionalistas Narrativas que se sucedem em centros afastados da capital

imperial, ou seja, histórias que acontecem em lugares tipicamente brasileiros, mais pitorescos, menos influenciados pela cultura européia. Apesar de José de Alencar narrar seus romances regionalistas com uma incrível fluência e suavidade, as histórias narradas são superficiais devido ao fato de que o autor não viajara para as regiões que descreveu, mas pesquisara a fundo sobre elas. Basicamente, são romances que procuram ser mais fiéis ao projeto de brasilidade e propaganda do Brasil independente, o objetivo é fazer propaganda aos próprios brasileiros, expondo a diversidade do país. São Exemplos de romances regionalistas de José de Alencar:

O Gaúcho O Sertanejo O Tronco do Ipê

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Romances Históricos e Indianistas Romances que revelam a preocupação de José de Alencar em exibir o 

índio como herói nacional. Enquanto os autores românticos da Europa retratavam o saudosismo através de menções à época medieval, no Brasil, Alencar procurou buscar na cultura indígena brasileira o passado fiel da história brasileira. Seus romances trazem uma linguagem mais original, com vocábulos do tupi, retratam o índio como símbolo de bravura, de pureza e de amor ao ambiente natural. Pode-se dizer que suas narrativas tendiam ao estilo poético por entrelaçar o caráter básico da prosa com o lirismo do gênero poético. Em resumo, suas obras utilizam o indianismo como forma de revelar um conceito mais original de brasilidade e criar um projeto de língua brasileira. Dentre as obras mais importantes de José de Alencar nesse ramo do romantismo, estão:

O Guarani Ubirajara As Minas de Prata Iracema

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A Importância da Obra de José de Alencar Considerado o mais importante escritor do Romantismo

brasileiro, é ele quem consegue expressar o perfeito retrato da cultura brasileira, explorando novas vertentes da produção literária, criando e abrindo caminhos para a criação de uma literatura brasileira original, ampla e de boa qualidade. E por isso foi o autor que mais se aproximou do objetivo da escola romântica, mesclando a idealização e o sonho com um realismo sutil, valorizando os elementos naturais da cultura brasileira e o índio como figura-mãe da original cultura brasileira. Suas obras foram capazes de inspirar nos burgueses o gosto pela leitura nacional e também, de inspirar diversos autores a seguir caminhos por ele traçados, concretizando assim seu projeto nacionalista de revelar o Brasil num todo.

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Referências históricas

Contexto sócio-político da época (início do Romantismo no Brasil):

1808 - chegada ao Brasil de D. João VI e da família Real 1808/1821 - abertura dos portos às nações amigas;

instalações de bibliotecas e escolas de nível superior; início da atividade editorial.

1822 - Proclamação da Independência. Daí nasce o desejo de uma literatura autenticamente brasileira.

1831 - abdicação de D. Pedro I e início do Período de Regência, que vai até 1840 (maioridade de D. Pedro II); fundação da Companhia Dramática Nacional; início da Guerra do Paraguai até 1840)

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Ferdinand Victor Eugène Delacroix

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Características

Podem-se apontar, no amplo e diversificado movimento romântico, algumas tendências básicas:

a exaltação dos sentimentos pessoais, muitas vezes até autopiedade

exaltação de seu “eu” - subjetivismo a expressão dos estados da alma, das paixões e emoções, da

fé, dos ideais religiosos apóiam-se em valores nacionais e populares desejo de liberdade, de igualdade e de reformas sociais; e a

valorização da Natureza, que é vista como exemplo de manifestação do poder de Deus e como refúgio acolhedor para o homem que foge dos vícios e corrupções da vida em sociedade

em alguns casos, fuga da realidade através da arte (direção histórica e nacionalista ou direção idílica e saudosista)

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A linguagem sofreu transformações: em lugar da bem cuidada sintaxe clássica e das composições de metro fixo, os românticos preferiram uma linguagem mais coloquial, comunicativa e simples, criando ritmos novos e variando as formas métricas. Essa liberdade de expressão é uma das características típicas do Romantismo e constitui um aspecto importante para a evolução da literatura ocidental. O espírito de renovação lingüística é uma contribuição importante do Romantismo e foi retomado, no século XX, pelos modernistas.

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Na poesia, distinguem-se três fases, as chamadas Gerações Românticas:

Gerações Nomes Principais poetas

Principais temas

1ª GeraçãoNacionalista ou Indianista

Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e Araújo Porto-Alegre

Exaltação da natureza, excesso de sentimentalismo, amor indianista, ufanismo (exaltação da pátria)

2ª GeraçãoUltra-Romântica ou Mal do Século

Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela

Egocentrismo, sentimentalismo exagerado, morte, tristeza, solidão, tédio, melancolia, subjetivismo, idealização da mulher.

3ª GeraçãoCondoreira ou Social

Castro Alves, Sousândrade, Tobias Barreto

Sentimentos liberais e abolicionistas

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Indianismo - uma das formas mais significativas do nacionalismo romântico. O índio é um ser idealizado (nobre, valoroso, fiel), apesar disso demonstra a valorização das origens da nacionalidade.

Ultra Romântico ou Mal do Século - voltando-se inteiramente para dentro de si mesmos, esses poetas expressaram em seus versos pessimistas um profundo desencanto pela vida. Muitos marcados pela tuberculose, mal que deu nome à fase

Condoreirismo - poesia social e libertária que reflete as lutas internas da Segunda metade do reinado de D. Pedro II.

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Autores

Gonçalves de Magalhães Domingos José Gonçalves de Magalhães nasceu no Rio

de Janeiro, em 1811. Viveu na Europa, onde teve contato com a poesia romântica. A obra Suspiros Poéticos e Saudades foi considerada a obra inaugural do Romantismo no Brasil. O autor procurou criar e consolidar uma literatura nacional para o país. Morreu em Roma, em 1882. Seu poema de destaque foi Noite tempestuosa do livro Urânias.

Obras: Suspiros Poéticos e Saudades (1836); Urânias (1862); Cânticos Fúnebres (1864) e outros

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Gonçalves Magalhães

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Gonçalves Dias

Primeiro grande poeta do Romantismo brasileiro. A temática indianista que caracteriza sua obra apresenta forte colorido e ritmo. Seu grande poema indianista Os Timbiras ficou incompleto, pois durante o naufrágio em que o poeta morreu perderam-se também os textos. Além da vertente indianista, também se destaca a lírica amorosa, mas não apresenta passionalidade. Aqui a mulher é sempre um anjo, idealizada, numa ótica platônica.

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Obras Principais: "I Juca Pirama", "Canção do Tamoio", “Os Timbiras” -

sentimento de honra e valentia do índio "Leito de folhas verdes", "Se se morre de amor", "Como?

És tu?", "Ainda uma vez - adeus!", "Seus olhos" - sentimento amoroso

"Canção do Exílio" - solidão, exílio, amor à pátria, retomada por muitos modernistas

"O mar", "A noite", "A tarde" - poesias impregnadas de religiosidade sobre a majestade da natureza

Livros - Primeiros Cantos (1846), Segundos Cantos (1848), Sextilhas de Frei Antão (1848), Últimos Cantos (1851), Os Timbiras, Cantos (1857).

 

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Gonçalves Dias

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Álvares de Azevedo

Poeta que melhor representou a estética ultra-romântica. Tendência aos aspectos mórbidos e depressivos da existência, degeneração dos sentimentos, decadentismo e até satanismo. A escolha vocabular reflete essa tendência: "pálpebra demente", "matéria impura", "fúnebre clarão", "boca maldita", entre outros. Esta linguagem, acrescida de termos científicos, voltará no Simbolismo com Augusto dos Anjos.

Morreu tuberculoso aos 20 anos de idade, não sendo reunida em livro sua obra.

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Obras

"Liras dos vinte anos" - livro-síntese dessa geração pois revela a força lírica e a v ironia romântico-macabra

"Macário" - composição livre, meio diálogo, meio narração

"O Conde Lopo" "Poema do Frade" "Pedro Ivo" (poemetos) "Noite na Taverna" - prosa narrativa fala da

boemia estudantil da época, que era uma forma de protesto e fuga

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Álvares de Azevedo

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Junqueira Freire

Luís Junqueira Freire nasceu em 1832, em Salvador. Formou-se professor aos 20 anos. Morreu em 1855, logo após a publicação das Inspirações do Claustro. Seu poema em destaque foi Meu filho no claustro.

Obras Principais: Inspirações do claustro (1855) Contradições poéticas (data incerta)

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Junqueira Freire

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Casimiro de Abreu

Poeta que representa a sensibilidade brasileira espontânea. Levou vida boemia e morreu de tuberculose Sua poesia não foi muito inovadora, sendo considerado mais ingênuo dos românticos. Conhecido como "poeta da infância", fala muito da inocência perdida Trabalha também temas do chamado “romantismo descabelado”: exílio e lirismo amoroso.

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Obras Principais: Camões e o Jau (teatro) Carolina (romance) Camila (memórias) A Virgem Loura (prosa) Primaveras (poesia)

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Casimiro de Abreu

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Castro Alves

Porta-voz das ânsias coletivas tem na poesia abolicionista sua melhor realização na linha social ("Navio Negreiro" e "Vozes d'África). Em suas obras, atribui ao poeta a missão de denunciar as injustiças sociais e de clamar pela liberdade ("Adeus, meu canto").

Esse tipo de poesia se realiza num estilo vibrante, em que predominam as comparações, metáforas, antíteses, hipérboles, apóstrofes, empregadas quase sempre em função de elementos grandiosos da natureza, que sugerem imensidão, força, majestade, como: montanhas, cordilheiras, oceanos, tempestades, furacões, astros, cachoeiras, configurando assim o estilo chamado Condoreirismo.

Sua poesia amorosa é bem mais sensual do que se fazia na época. Nela, a mulher, diante das vagas idealizações ultra-românticas, aparece em toda sua beleza física e envolvida por um clima de erotismo e paixão.

Como a maioria dos poetas românticos morre cedo, aos 24 anos de idade.

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Obras Principais: "Espumas Flutuantes" (1870) "A Cachoeira de Paulo Afonso"

(1876) "Os escravos" (1883) além das poesias escreveu para o

teatro “Gonzaga ou a Revolução de Minas” (1876)

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Castro Alves

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Bibliografia

Romantismo - Poesia (séc. XIX, no BR). Retirado em: http://www.graudez.com.br/literatura/romantismopoesia.html Acesso em: 24/02/2011.

Romantismo: Retirado em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo Acesso em: 24/02/2011.

Romantismo no Brasil. Retirado em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo_no_Brasil Acesso em: 24/02/2011.