conceitos vprg - parte 4

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2- Integrações Esta temática aborda as relações que se produzem entre arquitetura e contexto físico e cultural, e as respostas que VPRG Arquitetos formula para integrar a produção em diferentes situações, que foram agrupadas em quatro áreas de pensamento: 1-Relações entre arquitetura e cidade 2-Relações entre arquitetura nova e arquitetura existente 3-Relações entre arquitetura e contexto 4-Relações entre arquitetura e paisagem 2.1- Arquitetura e cidade A integração entre arquitetura e cidade é um tema universal e sempre presente na disciplina. A cidade, manifestação cultural por excelência, constitui a conjunção organizada de todas as arquiteturas. É possível ler nela uma ordem implícita, que determina uma hierarquia de objetos que traduzem os valores que possui a sociedade que a habita. A compreensão dessa ordem se torna essencial ao anexar novas peças à complexa trama de objetos que a compõe. Entender quando um objeto deve tornar se estruturante de uma determinada situação ou, pelo contrario, acompanhante ou coadjuvante de uma realidade urbana, resulta fundamental no ato de incorporar novos edifícios à estrutura existente da cidade. A idéia de cidade conformada por monumentos estruturantes da sua imagem e por uma trama de espaços e objetos que dá forma ao conglomerado urbano está presente nas atitudes com que o escritório assume a integração de novos edifícios nas estruturas existentes. O edifício residencial em altura é o tipo arquitetônico que configura a cidade moderna, elemento que por repetição define sua imagem. Esta tipologia, transformada num dos maiores objetos de consumo da sociedade contemporânea, está sujeita a inúmeras condicionantes: as urbanísticas, que definem alturas, recuos, taxas de ocupação e, em alguns casos, até a sua concepção tipológica; as comerciais, que definem tamanhos e organização dos apartamentos e áreas sociais segundo as leis do mercado imobiliário; as imposições das construtoras, que determinam materiais, soluções construtivas e até recursos formais consagrados em função do menor custo de construção e da sua aceitação social e comercial. Neste contexto, as experimentações espaciais e as especulações morfológicas ficam limitadas a esses condicionamentos do mercado imobiliário.

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Conceitos VPRG - Parte 4

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Page 1: Conceitos VPRG - Parte 4

2- Integrações

Esta temática aborda as relações que se produzem entre arquitetura e contexto físico e cultural, e as respostas que VPRG Arquitetos formula para integrar a produção em diferentes situações, que foram agrupadas em quatro áreas de pensamento: 1-Relações entre arquitetura e cidade 2-Relações entre arquitetura nova e arquitetura existente 3-Relações entre arquitetura e contexto 4-Relações entre arquitetura e paisagem

2.1- Arquitetura e cidade

A integração entre arquitetura e cidade é um tema universal e sempre presente na disciplina. A cidade, manifestação cultural por excelência, constitui a conjunção organizada de todas as arquiteturas. É possível ler nela uma ordem implícita, que determina uma hierarquia de objetos que traduzem os valores que possui a sociedade que a habita. A compreensão dessa ordem se torna essencial ao anexar novas peças à complexa trama de objetos que a compõe. Entender quando um objeto deve tornar se estruturante de uma determinada situação ou, pelo contrario, acompanhante ou coadjuvante de uma realidade urbana, resulta fundamental no ato de incorporar novos edifícios à estrutura existente da cidade.

A idéia de cidade conformada por monumentos estruturantes da sua imagem e por uma trama de espaços e objetos que dá forma ao conglomerado urbano está presente nas atitudes com que o escritório assume a integração de novos edifícios nas estruturas existentes. O edifício residencial em altura é o tipo arquitetônico que configura a cidade moderna, elemento que por repetição define sua imagem. Esta tipologia, transformada num dos maiores objetos de consumo da sociedade contemporânea, está sujeita a inúmeras condicionantes: as urbanísticas, que definem alturas, recuos, taxas de ocupação e, em alguns casos, até a sua concepção tipológica; as comerciais, que definem tamanhos e organização dos apartamentos e áreas sociais segundo as leis do mercado imobiliário; as imposições das construtoras, que determinam materiais, soluções construtivas e até recursos formais consagrados em função do menor custo de construção e da sua aceitação social e comercial. Neste contexto, as experimentações espaciais e as especulações morfológicas ficam limitadas a esses condicionamentos do mercado imobiliário.

Page 2: Conceitos VPRG - Parte 4

O Tambaú Home Service é um empreendimento num terreno urbano relativamente pequeno, cuja configuração responde ao máximo aproveitamento dos parâmetros urbanísticos. Sua condição de edifício acompanhante do tecido urbano existente determinou uma volumetria simples, onde os peitoris recuados de janelas e varandas traçam linhas horizontais que marcam os contrastes de sol e sombra nas fachadas laterais. Um espaço de convivência no acesso ao edifício, coberto com uma pérgula metálica, definiu uma solução urbana inédita neste tipo de empreendimentos.

Edificio Tambaú Home Service João Pessoa-PB, 2004 Vera Pires e Roberto Ghione

Fachada - Tambaú Home Service

Estrutura- Tambaú Home Service

Page 3: Conceitos VPRG - Parte 4

Luxor Tambaú é um edifício de

grande tamanho em relação às

construções existentes no contexto.

O partido arquitetônico resolve uma

planta em “U”, que fragmenta sua

percepção urbana, vinculando-o aos

edifícios do entorno, ao mesmo

tempo em que define um grande

espaço aberto integrado com a rua.

Esta solução favorece as melhores

vistas, orientação e ventilação para

todos os ambientes. A ordem rígida

da arquitetura, definida pelo terreno

retangular, contrasta com a

geometria livre e ondulante do

paisagismo, valorizando e

qualificando o conjunto. O

tratamento das fachadas procura

estabelecer uma variedade de

situações, como jogos de luzes e

sombras, definição do arremate da

cobertura, planos inclinados,

tendente a quebrar a possível

monotonia derivada do programa e

dos estritos condicionamentos das

normas de edificação.

Edificio Luxor João Pessoa-PB, 2005-2008 Vera Pires, Roberto Ghione e Fabio Galisa

Planta Baixa - Edifício Luxor Planta Baixa - Edificio Luxor

Page 4: Conceitos VPRG - Parte 4

O projeto Capitão Rebelinho é um

edifício residencial definido pelo

máximo aproveitamento das normas

de edificação.

Na cidade de Recife, a morfologia dos

edifícios está definida pelo índice de

aproveitamento. Isto resulta numa

imagem urbana heterogenia, onde a

superfície dos terrenos urbanos

determina a morfologia dos edifícios.

Configurou-se assim o que podemos

chamar de “cidade de objetos”, sem

diálogo entre eles, resolvidos e

“acomodados” na trama urbana em

função das melhores condições de

vistas e ventilação.

Neste contexto, o projeto organiza seis apartamentos por andar em torno de

um espaço central de circulação de ventilação. Os apartamentos vão se

escalonando para favorecer suas condições de vistas ao mar e ventilação. O

resultado é uma volumetria inédita, que destaca os arremates com tratamento

diferenciado dos apartamentos dos pisos superiores.

2.2- Arquitetura nova – arquitetura existente

Este tema aborda as relações mais estreitas que existem entre a arquitetura

projetada e os edifícios existentes, sejam em situações de ampliações o

intervenções em estruturas já consolidadas ou nas relações de vizinhança com

edifícios significativos.

O Laboratório Diagnose é um projeto de

ampliação de uma casa existente de

linhas modernas, claramente influenciada

pela escola carioca, construída na

década de ’50 na cidade de Campina

Grande.

A nova intervenção propõe um

contraponto entre as inclinações dos

telhados da casa existente e do projeto

novo.

Na casa existente, onde se recuperou um

espaço de altura dupla original,

localizam-se as atividades de espera de

Edifício Capitão Rebelinho

Laboratório Análise Clinicas Diagnose Campina Grande- PB, 2002 Vera Pires e Roberto Ghione

Page 5: Conceitos VPRG - Parte 4

público, recepção, consultórios e área administrativa. Na área nova estão

localizados os laboratórios e apoios de serviço. A articulação entre os dois

edifícios se resolveu com um jardim, espaço intersticial que qualifica o

empreendimento incorporando vegetação e favorecendo as condições de

iluminação e ventilação.

Este conjunto de três casas

localiza-se ao lado do condomínio

de praia construído em 1989,

projetado por Vera Pires e Gilson

Gonçalves.

A oportunidade de anexar um novo

conjunto a uma obra própria

permitiu valorizar ambos

empreendimentos, porem com

soluções diferentes derivadas de

programas distintos.

O novo conjunto, destinados a

casas de aluguel, determinou um

ritmo escalonado das casas para

dar privacidade aos terraços. A

três casas localizam-se de frente

para o mar, aproveitando as

melhores condições de vistas e

ventilação. As cobertas de telhas,

as alturas similares e os elementos

complementares de madeira

favorecem a integração visual entre os dois conjuntos. As transparências e

espaços internos de alturas duplas preservam as características que

distinguem a produção do escritório.

Laboratório Análises Clínicas Diagnose

Pátio- Laboratório Diagnose

Page 6: Conceitos VPRG - Parte 4

O Centro de Convenções Enotel é a intervenção num edifício onde procurou se interferir o mínimo possível no visual da arquitetura existente. O projeto consistiu em transformar grandes espaços vazios em salas de convenções de diferentes características com todos seus apoios funcionais, um teatro, uma discoteca e uma sala de exposições localizada em

baixo de uma grande praça de acesso ao Hotel, originalmente projetada como estacionamento coberto.

A intervenção externa mais significativa foi na praça de acesso, onde colocaram se estruturas de madeira que sombreiam as expansões de áreas internas (foyer e espaços de convivência) criando um novo visual e corrigindo as proporções dos arcos que definem o contorno da praça. Na sala de exposições, os pilares existentes foram transformados em luminárias mediante umas pirâmides invertidas refletivas. Um jardim contornado por um banco qualifica o espaço e favorece a convivência.

Casas Marcelo Venicius Enseada dos Corais-PE, 2000 Vera Pies e Roberto Ghione

Centro de Convenções Enotel Porto de Galinhas-PE, 2007 Vera Pires e Roberto Ghione

Page 7: Conceitos VPRG - Parte 4

O projeto para a ampliação do hotel Vela Branca é uma torre anexa

condicionada pelas limitações do código de edificação.

Tirou-se partido dos peitoris recuados para favorecer o sombreamento das

janelas e definir uma plástica de planos inclinados e arestas marcadas, que

contrastam com a ortogonalidade do edifício existente.

2.3- Arquitetura – contexto

Este tema aborda as relações da arquitetura com o contexto físico e cultural, procurando integrar os novos edifícios de uma maneira respeitosa das características da paisagem existente.

A pousada Caravelas de Pinzón localiza-se na beira mar do vilarejo de Gaibú, caracterizado por construções pequenas, todas elas com cobertas em telha canal. O projeto é fragmentado, assumindo as características das casas da vila, e criando uma arquitetura de pequenos espaços aconchegantes, próprios da ambiência de uma pousada a beira mar. A arquitetura fragmentada, de precisa geometria que define os espaços interiores, configura um espaço aberto para o mar, que favorece as vistas de todos os apartamentos assim como suas condições de ventilação. Amplos beirais sombreados definem o caráter “praieiro” desta pousada. Os espaços sociais, que alternam situações de alturas duplas com pequenos locais de estar e convivência, estão atravessados por

Implantação - Pousada Caravelas de Pinzón

Interior - Enotel

Page 8: Conceitos VPRG - Parte 4

uma passarela em madeira que permite as vivencias em planos diferentes, assim como a percepção da praia desde diferentes posições dentro do edifício.

3.4- Arquitetura – paisagem

Este tema aborda as relações da arquitetura com a paisagem natural, procurando sempre as integrações visuais entre interior e exterior, perto e longe, vegetação e construção, artificialidade e naturalidade.

A casa da Fazenda Massapé responde a um programa especial, que consta de várias construções localizadas ao redor de um açude: um local de convivência, com salas de estar, terraços, comedor e apoio gourmet; uma área de serviço vinculada; uma casa principal, local de moradia da família; apartamentos para hóspedes; uma capela. Todos os espaços possuem vistas para a lagoa próxima e para a serra de Santo Antônio, que forma um marco visual de extrema beleza. As vistas realçam os contrastes entre a vegetação “contida” do paisagismo imediato e a vegetação livre, da natureza dominante. Os ambientes são transparentes e favorecem uma total integração com a natureza

Pousada Caravelas de Pinzón Gaibú-PE, 2004-05 Vera Pires e Roberto Ghione

Fazenda Massapé Galanta-PB,2006 Vera Pires e Roberto Ghione

Page 9: Conceitos VPRG - Parte 4

vegetal e animal que domina o espaço da fazenda. As plantas de geometria precisa facilitam uma construção simples com materiais tradicionais.

Uma consideração especial merece a capela, localizada na beira do açude. Sua concepção está em relação direta com a natureza, orientada para determinados árvores ou conjuntos vegetais existentes, promovendo a reflexão mediante o contraste entre a ordem divina, representada pela natureza, e a ordem terrena, representada pela arquitetura.

Os reflexos da capela na água do açude criam situações mutáveis em diferentes visuais até ela.

Capela - Fazenda Massapé

Page 10: Conceitos VPRG - Parte 4

Princípios universais

Este tema aborda determinados princípios universais e transcendentes, que

estão na arquitetura de todos os tempos, adaptados as condições da produção

contemporânea. Esses princípios, presentes em toda a produção do escritório,

representam suas intenções de projeto e sintetizam se nos conceitos de

geometria, espaço, plástica, tecnologia e clima.

Em relação a geometria, o pensamento sintetiza se no conceito de que

arquitetura é poesia rigidamente determinada pela geometria. A geometria é o

instrumento que permite o domínio da racionalidade e o controle da construção

da arquitetura, nas condições possíveis no nosso contexto de país emergente.

Em relação a espaço, o escritório considera que é o instrumento que permite

controlar e provocar situações emotivas na arquitetura.

A plástica é o instrumento que identifica, diferencia e qualifica a arquitetura

mediante as leis de harmonia e proporções que permitem alcançar a condição

da beleza. Ela permite tirar partido das expressões dos materiais, das

situações de luzes e sombras que o clima sugere, da personalidade do

escritório, da valorização do contexto.

A tecnologia sintetiza as possibilidades técnicas do meio para a solução dos

problemas da arquitetura. Ela é o meio para alcançar as situações de emoção

e beleza através da plástica.

O clima, determinante para resolver as condições de habitabilidade e conforto,

define as características de presença da arquitetura no lugar.

A loja Benetti foi concebida em função

da geometria do terreno de esquina e

da existência de uma árvore de

grande porte existente.

O traçado da planta definiu dois

volumes, um triangular e um prisma

com um angulo curvo, integrados por

um vazio definido por um eixo visual

da árvore existente.

A articulação dos volumes permite gerar situações espaciais de grande

interesse, com predomínio na verticalidade do espaço central.

Page 11: Conceitos VPRG - Parte 4

As alternâncias internas de lajes de concreto com mezaninos em metal e

madeira criam situações cambiantes. Recortes nas lajes e nos mezaninos

definem “espaços dentro do espaço”, criando diversidade dentro de uma

estrutura aparentemente homogenia.

Loja Benetti Recife-PE,1998-2000 Vera Pires, Roberto Ghione e Carmen Mayrinck

Corte- Loja Benetti

Page 12: Conceitos VPRG - Parte 4

O Centro comercial Casagrande

é uma solução inédita, que

incorpora a coberta de telhas

com estruturas de madeira que

definem amplos beirais

sombreados a um tipo

arquitetônico não acostumado

com este tipo de materiais. A

estrutura de madeira apóia se

num pórtico de altura dupla em

tijolos, situação que gera uma

escala monumental, imprevista

para um centro comercial

relativamente pequeno. O

resultado é um conjunto que cria

surpresas e chama a atenção

comercial sobriamente através

da arquitetura, independente da

parafernália de recursos

comerciais que poluem a

imagem de empreendimentos

desta natureza.

Planta Baixa Térreo- Loja Benetti

Centro Comercial Casagrande Recife-PE, 2004 Vera Pires e Roberto Ghione

Page 13: Conceitos VPRG - Parte 4

Greenplace é um pequeno centro empresarial localizado na área central de Campina Grande. A fachada, de só sete metros de largura, foi tratada como uma “jóia” dentro do contexto caótico das construções heterogenias do entorno. As salas se organizam em torno de um espaço central de altura dupla, com sistema de ventilação e iluminação zenital.

Plantas Baixas- Centro Comercial Casagrande

Interior - Centro Comercial Casagrande

Corte- Centro Comercial Casagrande

Empresarial Green place Campina Grande-PB,2005 Vera Pires e Roberto Ghione

Page 14: Conceitos VPRG - Parte 4

Corais Flats é um conjunto de doze

apartamentos para férias, localizado de frente

para o mar na praia de Enseada dos Corais. A

repetição de um módulo de dois apartamentos

vinculados por uma escada gera a ordem da

fachada. Uma grande cobertura destinada a

atividades de lazer arremata a composição da

fachada com uma grande área de sombra, onde

se destacam pilares de madeira de altura dupla

que permitem marcar a presença deste edifício

no contexto da praia.

Condomínio Corais Flat Enseada dos Corais-PE, 2006 Vera Pires e Roberto Ghione

Planta Baixa térreo -Condomínio Corais Flat Planta Baixa 1° Pvto - Condomínio Corais Flat

Page 15: Conceitos VPRG - Parte 4

A casa de Marcelo Queiroz é um projeto

de planta centralizada, com um espaço de

altura dupla que integra os ambientes

internos. Esta obra representa uma

evolução das propostas de Arquitetura 4

especialmente com a quebra da simetria.

Dois volumes independentes e diferentes

estruturam a obra. Uma grande coberta

integra e define a imagem da casa. Esta

estratégia permite trabalhar os conceitos

de variedade e unidade, de

homogeneidade e heterogeneidade,

integrando elementos diferenciados em

baixo de uma única coberta unificadora.

A geometria rígida viabiliza a obra com um sistema construtivo simples. A concepção da planta aberta e vazada evita espaços internos confinados e permitem a ventilação constante garantindo o conforto e a sustentabilidade desta obra.

Casa Marcelo Queiroz Muro Alto-PE, 2005

Vera Pires e Roberto Ghione

Planta Baixa Térreo - Casa Marcelo Queiroz

Planta Baixa 1° Pvto - Casa Marcelo Queiroz

Page 16: Conceitos VPRG - Parte 4

A casa de Joanna Figueiredo, com o

mesmo programa, terreno e

localização que a de Marcelo

Queiroz, representa uma alternativa

de planta centralizada com uma

geometria diferente, cujo resultado é

uma volumetria alternativa que

permitiu verificar as possibilidades da

estratégia de trabalhar os conceitos

de variedade e unidade.

Nas casas de Inês e Carlos Vital (ano 1995) e

de Débora Barros (ano 2009) persiste a

utilização de pontes de madeira como

elemento de conexão dos espaços internos,

que integram alturas duplas e evitam

situações de

confinamento.

Casa Joana Figueiredo Muro Alto-PE, 2005Vera Pires e Roberto Ghione

Casa Inês e Carlos Vital Recife-PE, 1995 Vera Pires e Ronaldo Malkevicks

Page 17: Conceitos VPRG - Parte 4

A utilização de pérgulas como

elementos de transição entre

espaços abertos e cobertos

persistem na casa de Hidalgo Acioly

(ano 1987) e no condomínio

Varandas do Atlântico (ano 2005).

A integração entre arquitetura e paisagem

natural e a mutua valorização através de

visuais para pontos de interesse

manifestam se nos projetos para a casa

Amaragy (ano 1995) e para a capela da

Fazenda Massapé (ano 2009).

O escritório produze obras para diferentes programas e requerimentos. Porém, as casas concentram a maior atenção, pois permitem experimentações espaciais e técnicas que verificam se com rapidez. A necessária personalização dos projetos instiga soluções sempre diferenciadas. Segue a continuação uma serie de casas onde é possível verificar princípios de projeto que definem o pensamento de VPRG Arquitetos, cujos aspetos principais podem ser categorizados nos seguintes itens:

Casa Hidalgo Acioly

Varandas do Atlântico

Casa Amaragy

Capela- Fazenda Massapé

Page 18: Conceitos VPRG - Parte 4

- Geometria clara e precisa, que facilita a construção - Espaços internos abertos e integrados, que evitam situações de confinamento - Alturas duplas e escadas que possibilitam uma apreensão dinâmica e variada dos espaços internos - Concepção vazada, que aumenta a sensação de amplitude dos espaços interiores e favorece as ventilações e o conforto - Sistema construtivo tradicional, com tetos inclinados e telha canal - Sombra e ventilação cruzada, como elementos adequados ao clima tropical - Sistema construtivo utilizado como expressão plástica e visual, tanto interna

como externa - Sustentabilidade, com projetos adaptados naturalmente aos requerimentos climáticos.

Casa Kátia e Nelson Hezel

Casa Paulo Marcelo

Renata e Guilherme Lemos

Casa Marcelo Venicius e Dulce 1

Casa Marcelo Venicius e Dulce 2

Casa Patrícia Soares Lemos

Casa Débora Barros

Page 19: Conceitos VPRG - Parte 4

Os projetos de casas para o condomínio 3 Lagoas responde ao encargo de

protótipos adequados a diferentes tipos de terrenos, com diferentes

topografias, para programas diferenciados, com o condicionante de serem

todos com coberta de laje e telha canal a duas águas, situação que facilita o

processo construtivo.

Persistências e aportes

Nesta seção estão descritos alguns princípios universais e transcendentes do ato de projetar e suas adequações ao contexto local. Esses temas, desenvolvidos por Arquitetura 4, persistem na produção de VPRG Arquitetos com continuidades e aportes que são visualizados na comparação de obras dos dois períodos.

Nas casas de Lajinha (ano 1973)

e de Glaucia e Marcos Gusmão

(ano 2008) pode ser observada a

continuidade de princípios

considerados adequados para a

arquitetura no Nordeste, como a

utilização de tetos inclinados com

telha canal, as áreas de sombra

generosas, os elementos

vazados que garantem uma

permanente ventilação cruzada

natural, a tecnologia tradicional e

a plasticidade derivada de uma

Casa Glaucia e Marcos Gusmão Casa Clélia e Marcos Cezar

Projeto Atmosfera 2 Projeto Atmosfera 1

Casa Lajinha - João Lyra

Casa Marcos Gusmão

Page 20: Conceitos VPRG - Parte 4

proposta geométrica clara e precisa.

As casas de Hidalgo Acioly (ano 1987)

e de Clélia e Marcos Cezar (ano

2009), ambas as casas de praia,

possuem similitude na concepção do

espaço centralizado de altura dupla,

transparente, em continuidade com os

espaços exteriores, assim como os

pilares de isentos das fachadas que

outorgam uma idéia de escala

inusitada para este tipo de projetos.

As casas de Eleonora Freitas (ano 1985)

e de Marcelo Venicius (ano 2009) tiram

partido do pátio como elemento

estruturador do projeto. Na casa de

Eleonora Freitas, o pátio qualifica o

espaço social enquanto que na casa de

Marcelo Venicius o pátio constitui um

espaço aberto definido por estruturas em

madeira que aglutina todos os

ambientes internos e externos.

Casa Hidalgo Acioly

Casa Clélia e Marcos Cezar

Casa Eleonora Freitas

Casa Marcelo Venicius

Page 21: Conceitos VPRG - Parte 4

As casas de Hilton Gayoso (ano 1986) e de

Marcelo Queiroz (ano 2005) possuem

plantas centralizadas, com espaços de

altura dupla que integram todos os

ambientes internos, favorecem a ventilação

natural cruzada, criam sensação de

amplitude e integram interior com exterior.

Na primeira predomina uma rigorosa

simetria enquanto que na segunda a

proposta é assimétrica. Nesta, as partes que

compõem a casa são trabalhadas com mais

liberdade atendendo as solicitações

programáticas.

Como resultado da assimetria no

projeto da casa de Marcelo Queiroz

(ano 2005), a expressão plástica

resulta mais rica e movimentada em

relação à estaticidade da casa de

Hilton Gayoso (ano 1986). A

estratégia de projeto consistiu em

construir dois volumes autônomos e

variados e unificar todo com uma

coberta unitária de geometria muito

precisa.

Plantas Baixas- Hilton Gayoso e

Marcelo Queiroz

Casa Marcelo Queiroz

Casa Hilton Gayoso

Page 22: Conceitos VPRG - Parte 4

Nos interiores de ambas as casas predomina a espacialidade de altura dupla,

as pontes de vinculação das áreas internas (que evita corredores e espaços

interiores confinados), a presença das escadas como elementos principais e a

leitura da geometria e do sistema construtivo externo no interior da casa.

Nos interiores das casas de Paulo Gayoso

(ano 1978) e de Renata e Guilherme Lemos

(ano 2005) verificam se o tratamento

escultórico dos interiores, tirando partido dos

desníveis e da articulação dos espaços.

Nas casas de Neves Caetano (ano 1991) e de

Moraes (ano 1999) verificam se a expressão plástica

das estruturas em madeira como elementos que

definem as fachadas e evidenciam o sistema

construtivo.

Casa Hilton Gayoso Casa Marcelo Queiroz

Casa Paulo Gayoso Casa Renata e Guilherme Lemos

Casa Moraes Casa Neves Caetano

Page 23: Conceitos VPRG - Parte 4

Na casa de Neves Caetano (ano 1991) e no

Laboratório Diagnose (ano 2002) os pátios

internos qualificam os ambientes interiores,

favorecem as condições de iluminação e

estimulam as ventilações.

Nas casas de Múcio e Elizabeth Sátiro (ano

1984) e de Marcelo Barbalho (ano 1998) as

integrações de espaços abertos interiores em

alturas duplas evitam situações de confinamento

e criam sensação de amplitude.

A integração de áreas internas definindo

situações de surpresas e de fluidez espacial

estão presentes na casa de Múcio e Elizabeth

Sátiro (ano 1984) e de Paulo Marcelo de

Carvalho (ano 2005).

Laboratório Diagnose

Casa Marcelo

Barbalho

Casa Múcio e

Elizabeth Sátiro

Casa Múcio Sátiro

Page 24: Conceitos VPRG - Parte 4

Nas casas de Eliseo Nunes (ano 1980) e de Renata e Guilherme Lemos (ano 2005) a plástica derivada da geometria do telhado integra um amplo alpendre perimetral com a altura dupla que integra os espaços interiores.

Nas casas de Hidalgo Acioly (1987) e de Paulo Marcelo de Carvalho (2005) as escadas tornam se protagonistas do espaço e as pontes integram térreo e primeiro pavimentos gerando situações de fluidez e dinâmica interior.

Na casa Severino Oliveira (ano 1974) assim como no conjunto Morada do Atlântico (ano 2002) predomina o trabalho volumétrico, que contrasta as massas definidas por muros e empenas com os telhados que emergem definido áreas de sombras.

Casa Eliseo Nunes

Casa Renata e Guilherme Lemos

Casa Hidalgo Acioly Casa Paulo Marcelo

Casa Severino Oliveira

Morada do Atlântico

Page 25: Conceitos VPRG - Parte 4

Na casa de Waldeck Felinto

(ano 1984) e na Fazenda

Massapé (ano 2006)

predominam a horizontalidade

definida pelos telhados e áreas

de sombra assim como a

integração entre arquitetura e

paisagem.

Nas casas Bernadete e Jaime da Fonte (ano 1974) e

Joana Figueiredo (ano 2005) destacam se as

volumetrias definidas e os contrastes entre luzes e

sombras que enriquecem o tratamento plástico da

arquitetura.

Nos conjuntos Enseada dos Corais (ano 1989)

e Corais Flats (ano 2006) destacam se as

ordens duplas dos pilares, de alvenaria num

caso, de madeira no outro, que melhoram a

relação de escala destes edifícios com o

contexto da praia.

Casa Waldeck Fellinto

Fazenda Massapé

Casa Berdanete e Jaime da Fonte Casa Joana Figueiredo

Condomínio Enseada dos Corais Condomínio Corais Flats

Page 26: Conceitos VPRG - Parte 4

Nas casas de Iamina e Roberto Braga (ano

1988) e de Kátia e Nelson Hezel (ano 2005)

destacam se os contrapontos entre a

horizontalidade da composição e a

verticalidade de alguns elementos, como as

caixas de água.

Na casa Amaragy (ano 1995) e na

Fazenda Massapé (ano 2006) destacam

se os espaços cobertos e abertos, que

definem áreas de sombra e articulam

exterior e interior criando sensações de

amplitude e seqüências espaciais.

Nas casas de Jaime da Fonte (ano

1974), de Paulo Marcelo de Carvalho

(ano 2005) e de Glaucia e Marcos

Gusmão (ano 2009) persiste a

utilização de espaços de dupla altura,

com ambientes integrados e sem

situações de confinamento

Casa Iamina e Roberto Braga Casa Kátia e Nelson Hezel

Casa Amagary

Fazenda Massapé

Casa Paulo Marcelo

Page 27: Conceitos VPRG - Parte 4

No conjunto Enseada dos Corais (ano 1989) e

na casa de Clélia e Marcos Cezar (ano 2009)

destaca se a utilização do cobogó, elemento

da arquitetura popular que favorece as

ventilações.

As casas de Hidalgo Acioly (ano

1987) e de Paulo Marcelo de

Carvalho (ano 2005) possuem

terraços articulados com os

espaços internos, com áreas em

altura dupla. Na primeira

predomina a simetria e na segunda

Casa Jaime da Fonte

Conjunto Enseada dos Corais

Casa Clélia e Marcos Cézar

Casa Hidalgo Acioly Casa Paulo Marcelo de Carvalho

Casa Glaucia e Marcos Gusmão

Page 28: Conceitos VPRG - Parte 4

a integração de elementos diferenciados em baixo de um telhado unificador.

A ordem de altura dupla com pilares

independentes da fachada, assim como

os elementos que marcam a transição

entre os espaços cobertos e abertos estão

presentes no condomínio Enseada dos

Corais (ano 1989) e na casa de Clélia e

Marcos Cezar (ano 2009).

Nas casas de Hidalgo Acioly (ano 1987) e de

Clélia e Marcos Cezar (ano 2009) persistem as

transparências que integram interior e exterior

através de espaços de altura dupla.

Na casa de Marcolino Lincoln (ano 1994) e na

loja Benetti (ano 1999) persiste a espacialidade

de acentuada verticalidade que integram os

ambientes interiores.

Condomínio Enseada dos Corais Casa Clélia e Marcos Cezar

Casa Hidalgo Acioly Casa Clélia e Marcos Cezar

Loja Benetti

Casa Marcolino

Lincoln

Page 29: Conceitos VPRG - Parte 4