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Aula 2 – Parte 1 Camila Canuto A Importância das Categorias de análise no ensino de Geografia

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  • Aula 2 Parte 1

    Camila Canuto

    A Importncia das Categorias de

    anlise no ensino de Geografia

  • O Conjunto de categorias de uma cincia est relacionado ao objeto do conhecimento dessa cincia. As categorias fundamentais do conhecimento geogrfico so, entre outras, espao geogrfico, lugar, paisagem, regio, territrio.

    necessrio conhecer o universo de da discusso conceitual que circunda as categorias de anlise que so utilizadas nas pesquisas geogrficas.

    Os conceitos no devem ser pensados como algo pronto e acabado e que devam ser memorizados. Eles esto em constante construo. Sendo compreendidos dissociados da realidade, os conceitos se apresentam desprovidos de significados, j que eles surgem para possibilitar anlise.

  • Compreender que vivem em uma dada realidade, em um

    contexto e cotidianidade e que este viver esta marcado pelas

    aes e interaes.

    Entende-se que o processo de pensar redes conceituais e

    temas interdependentes deva instigar e orientar os sujeitos-

    alunos a refletirem sobre os problemas fundamentais de nossa

    prpria condio e de nossa poca .(MORIN, 2001, p.22)

  • Espao Geogrfico

    Gregos clssicos Espao como localizao Geografia tradicional Ratzel espao vital equilbrio recursos e

    populao La blache Gneros de vida

    Geografia crtica Santos (1986)

    Milton Santos (1926-2001), gegrafo brasileiro, contribuiu ao renovar a Geografia Crtica, tendo como preocupao central a relao entre homem, tempo, espao e tcnica.

    conjunto de relaes realizadas atravs de funes e de formas estrutura e processo que se apresentam como testemunho de uma histria escrita por processos do passado e do presente. A espacialidade humana concebida como reflexo, meio e condio social . A tcnica tambm importante, pois atravs dela que o homem produz e transforma o espao.

  • O autor assim define forma, funo, estrutura e processo:

    Milton Santos define brevemente as quatro categorias, considerando como estrutura a prpria sociedade com suas caractersticas econmicas, sociais, polticas e culturais. Processo considerado como o conjunto de mecanismos e aes a partir dos quais a estrutura se movimenta, alterando-se as suas caractersticas.

    Funo, por sua vez, diz respeito s atividades da sociedade, redefinidas a cada momento, que permitem a existncia e reproduo social. Forma, finalmente, definida como as criaes humanas, materiais ou no, por meio das quais as diversas atividades se realizam. Receptculo ou recipiente, pode ser um prdio, uma rua, um bairro, uma cidade, uma rea agrcola. A forma se manifesta em vrias escalas, tendo uma localizao e um dado arranjo espacial. Trata-se, sem dvida, de forma espacial. (SANTOS, 2008, p. 69).

    Forma, funo, estrutura e processo so as categorias primrias que permitem o entendimento da atual organizao do espao. So quatro termos disjuntivos, contudo associados. Tomados individualmente, representam apenas realidades parciais,limitadas, do mundo. Considerados em conjunto, porm, e relacionados entre si, eles constroem uma base terica e metodolgica a partir da qual podemos discutir os fenmenos espaciais em totalidade .

    Na obra de Milton Santos o espao entendido como a natureza transformada e socializada, ou seja, uma segunda natureza historicizada. A transformao da primeira natureza natureza natural, para a segunda natureza natureza socializada, ocorre pelo uso das tcnicas e ferramentas desenvolvidas pelos homens. Desta forma, os humanos transformam a natureza e produzem espao.

  • A Geografia seria o estudo do espao usado, sinnimo de espao geogrfico; Espao geogrfico (...) unio indissolvel de sistemas de objetos e sistemas

    de aes, e suas formas hbridas, as tcnicas (M. Santos, 1996), que nos indicam como o territrio usado: como, onde por quem, por qu, para qu (SANTOS, 2012, p. 11)

    OU SEJA O espao formado por um conjunto indissocivel, solidrio e tambm

    contraditrio, de sistemas de objetos e sistemas de aes, no considerados isoladamente, mas como o quadro nico no qual a histria se d. (SANTOS, 1997, p. 51).

    Foco nas tcnicas; Nova periodizao do tempo histrico, de acordo com as relaes dadas no

    espao (meio natural, meio tcnico e meio tcnico-cientfico-informacional;

  • Corra (2003) utiliza o termo organizao espacial na sua anlise.

    O autor explica que a organizao espacial reflexo da ao

    humana ao longo do tempo,conseqncia do trabalho e da diviso

    do trabalho. O espao entendido como espao social, vivido, em

    estreita correlao com a prtica social. A produo do espao

    resultado da ao do homem sobre a natureza. A organizao do

    espao reflete em como a populao utiliza-o em virtude das

    tcnicas disponveis e das necessidades humanas.

  • O longo processo de organizao e reorganizao da sociedade deu-se concomitantemente transformao da natureza primitiva em campos, cidades, estradas de ferro, minas, voorocas, parques nacionais, shopping centers, etc. Estas obras do homem so as suas marcas apresentando um determinado padro de localizao que

    prprio a cada sociedade. Organizadas espacialmente, constituem o espao do homem, a organizao espacial da sociedade ou, simplesmente, o espao geogrfico (CORRA,

    2003, p. 52).

    Entendemos que a partir da complexidade e dinamismo do espao geogrfico que se desdobram os conceitos de territrio, regio, paisagem e lugar. O que os diferencia a nfase dada por cada autor de acordo com os objetivos do estudo a ser realizado.

  • Paisagem

    Relacionado a tudo que os sentidos humanos podem perceber

    e aprender da realidade de determinado espao geogrfico,

    ou parte dele est diretamente relacionado sensibilidade

    humana.

    Paisagem como realidade atual construda atravs do acmulo

    de acontecimentos ou eventos passados. Paisagem

    natural,paisagem humanizada.

  • Lugar Espao vivido, de existncia e coexistncia, experienciado como identidade

    Faz referncia a uma escala local ou regional e pode estar associado a cada indivduo ou grupo. O lugar pode ser entendido poro efetivamente apropriada para a vida, rea onde se desenvolvem as atividades cotidianas ligadas sobrevivncia e as diversas relaes estabelecidas pelos homens.

    Relaes de afetividade desenvolvidas pelos indivduos em relao ao seu ambiente.

    relaes de interdependncia com outros lugares, manifestao de impactos transformadores globais; articulao entre mundialidade e especificidades localmente concretas, conflitos; limites e possibilidades locais; potencial sociocultural, econmico, poltico, natural, demogrfico

  • Territrio O conceito territrio vem sendo amplamente debatido nas ultimas dcadas,existindo divergncias

    entre pesquisadores sobre sua definio. Etimologicamente a palavra territrio, territorium em latim, derivada do vocbulo terra e compreendido

    como o pedao de terra apropriado, dentro dos limites de uma jurisdio poltico administrativa.

    de terra limitada por fronteiras sob uma jurisdio. O conceito vem ganhando destaque e amplitude em razo de novos olhares sobre a temtica.

    Na geografia tem por base a obra de Ratzel, que o entendia como o aproveitamento de uma poro do espao por um grupo organizados pela ao do Estado. Sua concepo est diretamente ligada ao momento histrico de sua poca, que foi a consolidao das relaes capitalista e imperialista na Alemanha.

    Para Haesbaert (2004), pode-se agrupar a concepo de territrio em trs vertentes bsicas: i) poltica (referente s relaes espao-poder), ii) cultural (que priorizaa dimenso simblica e mais subjetiva), e iii) econmica (como fonte de recursos). O

    autor apresenta as possibilidades de anlise sobre o tema, demonstrando sua complexidade.

  • Santos (2005) compreende sob a perspectiva do uso. Para o

    autor o territrio usado constitui-se como um todo

    complexo onde se tece uma trama de relaes

    complementares e conflitantes.

    Deve ser compreendido como uma totalidade que vai do

    global ao local. Em sua anlise argumenta que o territrio em

    si no um conceito, ele s se torna um conceito quando o

    consideramos na perspectiva do seu uso.

  • Extrado de: NOGUEIRA V. (2009 p. 152 - 153)

  • Extrado de: NOGUEIRA V. (2009 p. 152 - 153)

  • Extrado de: NOGUEIRA V. (2009 p. 157 )

  • Extrado de: NOGUEIRA V. (2009 p. 158)

  • Extrado de: NOGUEIRA V. (2009 p. 160)

  • Extrado de: NOGUEIRA V. (2009 p. 162)

  • ATIVIDADE Assista ao documentrio Entre Rios

    faa um breve texto problematizando situaes apresentadas e

    utilizando os conceitos geogrficos trabalhados no texto A

    importncia dos conceitos da Geografia para a aprendizagem de

    contedos geogrficos escolares, da autora Severina Sarah Lisboa.

  • Referncias

    CORRA, Roberto Lobato. Regio e organizao espacial. So Paulo: tica, 2003.

    LISBOA, Severina Sarah. A Importncia dos conceitos da geografia para a aprendizagem de contedos geogrficos escolares. Revista Ponto de Vista Vol.4. Universidade Federal de Viosa - Campus Universitrio Viosa MG. 2007.

    NOGUEIRA V. Educao Geogrfica e formao da Conscincia espacial-cidad no ensino fundamental: sujeitos , saberes e prticas. Tese apresentada ao Curso de Pos-Graduaco em Educacao do Setor de Educacao da Universidade Federal do Paran, Paran 2009.

    SANTOS, Milton. Por uma geografia nova: da crtica de geografia a uma geografia

    crtica. So Paulo: Hucitec, 1986.

    SANTOS, Milton. Tcnica, espao, tempo: globalizao e meio tcnico-cientfico informacional. So Paulo, Hucitec, 1994.

    SANTOS, Milton. Espao e Mtodo. So Paulo: Editora da Universidade de So Paulo,

    2008.

    SMITH, Neil. Desenvolvimento desigual: Natureza, Capital e a produo do espao.

    Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1988.

    COSTA, F. R.da ; ROCHA, M. M. Geografia:Conceitos e Paradigmas Apontamentos preliminares

    Revista GEOMAE Vol. 1. n2 p. 25 a 56 Paran , 2010.