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CONCEITOS AVALIATIVOS: RESULTADOS OBTIDOS EM MATEMÁTICA POR ALUNOS DO 5º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
FRANCISCON, H. M. - FAP
OMODEI, L. B. C. - FAP
Agência Financiadora: FUNPESQ
RESUMO: O trabalho tem como objetivo a apresentação de resultados obtidos
em avaliação aplicada a alunos do 5º ano de escolas de Apucarana. A avaliação
foi aplicada com intuito de verificar quais as principais dificuldades encontradas
por alunos do ano em questão, em relação a conteúdos matemáticos. Através
dessa avaliação foram propostas atividades direcionadas ao ensino realizadas na
FAP – Faculdade de Apucarana com alunos do curso de Pedagogia e professores
atuantes nesta disciplina.
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação em Matemática, ensino e aprendizagem em
matemática, Educação Matemática.
ABSTRACT: The paper aims to present results in evaluation applied to students
of the 5th year of school Apucarana. The evaluation was applied in order to verify
what are the main difficulties encountered by students in the relevant year, for
mathematical content. Through this evaluation were proposed activities directed to
teaching performed in FAP - Faculty of Apucarana with students of Pedagogy and
teachers working in this discipline.
KEYWORDS: Assessment in Mathematics, teaching and learning in mathematics,
mathematics education.
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta alguns frutos alcançados no projeto de pesquisa
intitulado Conceitos Avaliativos: resultados obtidos em Matemática por alunos do
5º ano do Ensino Fundamental, que está e sua segunda fase de desenvolvimento.
No ano de 2011 o primeiro ano de realização deste projeto foi dedicado a
elaboração, aplicação e correção das provas, neste ano de 2012 o segundo ano
do projeto é dedicado a elaboração de propostas de ensino e oficinas para os
professores.
A pesquisa realizada objetiva-se na busca de melhorias no ensino da
matemática nos anos iniciais, para isso a proposta elaborada consistiu em uma
avaliação contendo grande parte dos conteúdos que fazem parte da grade
curricular de um aluno do 5º ano, seguida de correção das avaliações com coleta
e análise dos dados obtidos.
A próxima etapa deste trabalho foi à elaboração de propostas de ensino
que apresentassem possíveis ideias para ajudar o professor a levar melhorias no
ensino destes conteúdos aos alunos. Uma proposta sugerida foi à utilização de
uma metodologia que fizesse com que o aluno em primeiro lugar se interessasse
pela disciplina, e em seguida compreendesse o conteúdo com a ajuda do
professor. Essa metodologia consiste na utilização de jogos para o ensino de
matemática.
Com base nesta proposta foi realizada uma oficina intitulada “Aprendendo
conceitos matemáticos por meio de jogos”, com alunos de pedagogia e
professores da rede de ensino, na qual foram apresentados jogos que poderiam
sistematizar conteúdos dos quais os alunos apresentaram grandes dificuldades,
de acordo com os dados obtidos na prova aplicada na primeira fase do projeto.
2 REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS
A matemática é uma linguagem que para se conhecer é necessário que
haja um envolvimento entre o conteúdo e o aluno, e também entre aluno e
professor, no qual o ensino acontecerá a partir do momento que o professor for
capaz de conquistar a atenção do aluno para que este possa compreender e
aplicar nas atividades do cotidiano o seu conhecimento.
Segundo Freudhental (1905 -1990) a matemática deve ser diretamente
ligada à sociedade, para que ela possa ter valor para a humanidade. A educação
teria de dar a oportunidade de desenvolver a mente do individuo.
A avaliação na educação matemática deve levar em conta o trabalho
pedagógico realizado em sala com os alunos, os objetivos que se propõe com o
que eles são capazes de realizar, e para isso também é necessário que se leve
em conta a didática da matemática sendo que
[...] é uma das tendências da grande área de educação matemática, cujo objeto de estudo é a elaboração de conceitos e teorias que sejam compatíveis com a especificidade educacional do saber escolar matemático, procurando manter fortes vínculos com a formação de conceitos matemáticos, tanto em nível experimental da prática pedagógica, como no território básico da pesquisa acadêmica (PAIS, 2001, p. 127).
Dante (1999, p. 4), nos mostra alguns aspectos para avaliação em que o
professor deve dar maior ênfase:
Avaliar o que os alunos sabem como sabem e como pensam matematicamente,avaliar se o aluno compreendeu os conceitos, os procedimentos e se desenvolveu atitudes positivas em relação à Matemática, avaliar o processo e o grau de criatividade das soluções dadas pelo aluno, encarar a avaliação como parte integrante do processo de ensino, focalizar uma grande variedadede tarefas matemáticas e adotar uma visão global da Matemática, propor situações-problema que envolva aplicações de conjunto de idéias matemáticas, proporem situações abertas que tenham mais que uma solução, propor que o aluno invente, formule problemas e resolva-os, usar várias formas de avaliação, incluindo as escritas (provas, testes, trabalhos, auto-avaliação), as orais (exposições, entrevistas, conversas informais) e as de demonstração (materiais pedagógicos), utilizar materiais manipuláveis, calculadoras e computadores na avaliação.
Os jogos matemáticos são uma metodologia que pode ser usada em
sala de aula, tanto como avaliação como no processo de ensino-
aprendizagem do aluno, para tornar a aula mais interessante, onde o aluno
terá mais chances de prender a sua atenção a aula de forma lúdica e que
desenvolverá seu raciocínio lógico.
Segundo D’Ambrosio (1989, p.20) acredita-se que no processo de
desenvolvimento de estratégias de jogo o aluno envolve-se com o
levantamento de hipóteses e conjeturas, aspecto fundamental no
desenvolvimento do pensamento científico, inclusive matemático.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A quantidade de provas aplicadas foi de 341, dentre estas a porcentagem
de alunos que erraram as questões de multiplicação, divisão e frações
representam respectivamente, 47%, 60,1% e 54% do total de alunos.
Através destes resultados obtidos pela avaliação levou a conclusão que os
conteúdos nos quais houve maiores dificuldades entre os alunos foram
multiplicação e divisão, além de frações. Portanto, na oficina de jogos
matemáticos realizada na FAP – Faculdade de Apucarana foram propostos jogos
aos participantes que envolviam estes mesmos conteúdos. Com essa experiência
foi possível notar que a mesma dificuldade apresentada pelo aluno, o professor
que participou do jogo também apresentou, com isso podemos levantar a
seguinte questão: A dificuldade apresentada pelo aluno no entendimento do
conteúdo é causa da dificuldade do professor?
O Jogo do Resto, um dos jogos propostos na oficina, tinha como objetivo o
uso da operação da divisão, que foi um dos conteúdos onde foram observados
grandes números de erros nas provas que foram aplicadas aos alunos. Os
participantes do projeto tiveram muita dificuldade, não conseguindo realizar os
cálculos mentalmente, alguns optaram fazer as operações em rascunhos.
Ao apresentar o jogo novamente no fim da oficina, foi perguntado se era
possível introduzir os jogos na sala de aula, e alguns participantes criticaram
dizendo que não era possível e levantaram alguns motivos, como a falta de tempo
para preparar uma aula com jogos, a falta de materiais, entre outros. Essas
pessoas disseram que a ideia é boa na teoria mais na prática não funciona.
Já outros participantes gostaram muito das ideias propostas, e até pediram
que houvesse a disponibilidade do jogo, sendo enviado por e – mail.
4 CONCLUSÃO
O trabalho realizado teve grande relevância, com as atividades realizadas
foi possível analisar a educação matemática que está sendo ensinada aos alunos,
principalmente os de 5º ano que foi o foco desta pesquisa. Este trabalho não para
por aqui, o próximo passo é estar dentro da sala com os alunos, ensinar através
de recursos didáticos como jogos matemáticos diversos conteúdos que são de
extrema importância e que talvez esteja faltando na educação.
Participar deste projeto de iniciação cientifica ajuda na formação e esse
tipo de experiência enriquece o ensino, principalmente em um curso de
licenciatura onde estamos sendo preparados para trabalhar nas salas de aula
com alunos que podem apresentar diversas dificuldades, a ideia dos possíveis
problemas que a educação está passando pode ser a chave para a formação de
futuros professores conscientes de seu papel na sociedade ensinando o futuro do
país.
5 REFERÊNCIAS
BURIASCO, R. L. C.;Avaliação como Prática de Investigação. Bolema, Rio
Claro (SP), Ano 22, nº 33 2009, 69 a 96p.
D’AMBROSIO, B. S. Como ensinar matemática hoje? Temas e Debates.
SBEM. Ano II. N2. Brasília. 1989. 15 a 19p.
DANTE, L. R.; Avaliação em Matemática. Matemática: Contexto e Aplicações
(Manual do Professor). São Paulo, Ática, 1999.
PAIS, L. C.;Didática da Matemática: uma análise da influência francesa. Belo
Horizonte, Autêntica, 2002. 127 p.