conceções e expetativas de professores e educadores de infância a propósito do conceito de...

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Challenges 2015: Meio Século de TIC na Educação, Half a Century of ICT in Education 1211 CONCEÇÕES E EXPECTATIVAS DE PROFESSORES E EDUCADORES DE INFÂNCIA A PROPÓSITO DO CONCEITO DE ESCOLA DIGITAL Fernando Albuquerque Costa Elisabete Cruz Joana Viana Rita Brito Universidade de Lisboa, Portugal Carla Rodriguez Universidade de São Paulo, Brasil Resumo: A questão da adoção das tecnologias digitais na Escola e as transformações ao nível das práticas por elas induzidas, é uma problemática em que intervêm dimensões cuja análise e articulação tanto podem ser equacionadas ao nível macro, como ao nível do que se passa e pode ser feito em cada escola em concreto. Neste texto centramo-nos no estudo de uma dessas dimensões - os professores e educadores de infância -, mais propriamente no que esses agentes pensam enquanto principais executores do currículo. Utilizámos como procedimento metodológico a análise de conteúdo das respostas a três questões abertas de um questionário com o objetivo de conhecer as suas representações sobre o que é ou poderá ser uma “escola digital”. Os resultados sugerem, em síntese, que o conjunto de docentes auscultados idealiza uma escola que utiliza ferramentas digitais para enriquecer (e personalizar) a aprendizagem, para o que afirmam necessitar sobretudo de adquirir competências técnico-didático-pedagógicas necessárias à integração propriamente dita das tecnologias nos processos de ensino e de aprendizagem dentro da sala de aula. Palavras-chave: Escola digital, professores, conceções, expectativas, aprendizagem com TIC Abstract: The issue of adopting digital technologies in school and the changes they estimulate, is an issue with several dimensions that can be analysed both at a macro level and at the level of what is happening and can be done in each school in concrete. In this paper we focus on the study of one of these dimensions - teachers and early childhood educators - more properly on what these educational agents think as main executors of the curriculum. The methodological procedure was the content analysis of the answers to three open questions in order to know their representations of what is or could be a "digital school". The results suggest, in short, that teachers envision a school that uses digital tools to enrich (and personalise) learning, for what they especially need to acquire technical-didactical-pedagogical skills needed to integrate technologies in the teaching and learning process. Keywords: Digital school, teachers, conceptions, expectations, e-learning

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Resumo: A questão da adoção das tecnologias digitais na Escola e as transformações ao nível das práticas por elas induzidas, é uma problemática em que intervêm dimensões cuja análise e articulação tanto podem ser equacionadas ao nível macro, como ao nível do que se passa e pode ser feito em cada escola em concreto. Neste texto centramo-nos no estudo de uma dessas dimensões - os professores e educadores de infância -, mais propriamente no que esses agentes pensam enquanto principais executores do currículo. Utilizámos como procedimento metodológico a análise de conteúdo das respostas a três questões abertas de um questionário com o objetivo de conhecer as suas representações sobre o que é ou poderá ser uma “escola digital”. Os resultados sugerem, em síntese, que o conjunto de docentes auscultados idealiza uma escola que utiliza ferramentas digitais para enriquecer (e personalizar) a aprendizagem, para o que afirmam necessitar sobretudo de adquirir competências técnico-didático-pedagógicas necessárias à integração propriamente dita das tecnologias nos processos de ensino e de aprendizagem dentro da sala de aula. Palavras-chave: Escola digital, professores, conceções, expectativas, aprendizagem com TIC.Referência para citar este artigo:Costa, F.; Cruz, E.; Viana, J.; Brito, R. & Rodriguez, C. (2015). Conceções e expetativas de professores e educadores de infância a propósito do conceito de escola digital. In Atas da IX Conferência Internacional de TIC na Educação, Meio século de TIC na Educação. 1211- 1224. Braga: Centro de Competência em TIC na Educação, Instituto de Educação da Universidade do Minho.

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  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1211

    CONCEES E EXPECTATIVAS DE PROFESSORES E EDUCADORES DE INFNCIA A PROPSITO DO CONCEITO DE ESCOLA DIGITAL

    Fernando Albuquerque Costa

    Elisabete Cruz

    Joana Viana

    Rita Brito

    Universidade de Lisboa, Portugal

    Carla Rodriguez

    Universidade de So Paulo, Brasil

    Resumo: A questo da adoo das tecnologias digitais na Escola e as transformaes ao nvel das prticas por elas induzidas, uma problemtica em que intervm dimenses cuja anlise e articulao tanto podem ser equacionadas ao nvel macro, como ao nvel do que se passa e pode ser feito em cada escola em concreto. Neste texto centramo-nos no estudo de uma dessas dimenses - os professores e educadores de infncia -, mais propriamente no que esses agentes pensam enquanto principais executores do currculo. Utilizmos como procedimento metodolgico a anlise de contedo das respostas a trs questes abertas de um questionrio com o objetivo de conhecer as suas representaes sobre o que ou poder ser uma escola digital. Os resultados sugerem, em sntese, que o conjunto de docentes auscultados idealiza uma escola que utiliza ferramentas digitais para enriquecer (e personalizar) a aprendizagem, para o que afirmam necessitar sobretudo de adquirir competncias tcnico-didtico-pedaggicas necessrias integrao propriamente dita das tecnologias nos processos de ensino e de aprendizagem dentro da sala de aula.

    Palavras-chave: Escola digital, professores, concees, expectativas, aprendizagem com TIC

    Abstract: The issue of adopting digital technologies in school and the changes they estimulate, is an issue with several dimensions that can be analysed both at a macro level and at the level of what is happening and can be done in each school in concrete. In this paper we focus on the study of one of these dimensions - teachers and early childhood educators - more properly on what these educational agents think as main executors of the curriculum. The methodological procedure was the content analysis of the answers to three open questions in order to know their representations of what is or could be a "digital school". The results suggest, in short, that teachers envision a school that uses digital tools to enrich (and personalise) learning, for what they especially need to acquire technical-didactical-pedagogical skills needed to integrate technologies in the teaching and learning process.

    Keywords: Digital school, teachers, conceptions, expectations, e-learning

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1212

    Introduo

    A constatao de um fraco nvel de competncias digitais dos alunos e a necessidade

    de integrar as tecnologias da informao e da comunicao na preparao de

    professores e educadores de infncia esto entre as concluses mais salientes de um

    dos relatrios Horizon de 2014 sobre a situao nas escolas europeias (Johnson et al,

    2014). Constituem, alis, as duas faces do desafio que de alguma maneira est na

    gnese dos estudos que temos vindo a desenvolver nos ltimos anos (Costa et al,

    2013) e aos quais a investigao que aqui se apresenta visa dar continuidade.

    uma investigao que tem como principal objetivo aprofundar a compreenso do

    modo como professores e educadores de infncia, enquanto agentes determinantes

    no processo educativo, perspetivam e assumem a responsabilidade de contribuir, de

    forma refletida e fundamentada, para a preparao das crianas e dos alunos com

    quem trabalham quotidianamente, para atuarem no contexto de uma sociedade

    tecnologicamente evoluda e em que o desenvolvimento tecnolgico atinge patamares

    sem paralelo nomeadamente em termos de difuso e apropriao, pelo cidado

    comum, da vasta panplia de ferramentas que a cada momento vo emergindo.

    Tomando como referncia o reconhecido potencial das tecnologias digitais

    emergentes, como o caso das que esto na base do cloud computing, do tablet

    computing ou do mobile computing, nomeadamente enquanto fatores indutores de

    novos modelos de organizao do ensino e da aprendizagem, e aceitando que

    professores e educadores comeam a dar sinais da inevitabilidade de uma mudana

    no papel que tm vindo a desempenhar por influncia direta ou indireta dessas

    mesmas tecnologias e do impacto que as redes sociais j atingiram na vida dos alunos

    (Johnson et al, 2014), principalmente fora da escola, parece-nos fazer sentido centrar

    a discusso precisamente no que pensam os professores sobre esta problemtica,

    percebendo em que medida esto dispostos e consideram estar preparados para

    assumir as mudanas necessrias (Nvoa & Amante, 2015).

    Na linha do que temos vindo a defender noutros trabalhos (Costa, 2010, 2011; Costa

    et al, 2010, Cruz & Costa, 2011), parece-nos particularmente relevante que, ao longo

    do imenso tempo que constitui a escolarizao obrigatria, a se desenvolva em todos

    os alunos a capacidade de trabalhar autnoma e criativamente com as tecnologias de

    informao e comunicao, para que as possam utilizar de forma eficaz como

    instrumento de trabalho intelectual, de relao com os outros, ou como ferramenta de

    expresso, de criao e de produo (Tarrag, 2007). Numa lgica, portanto, de

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1213

    desenvolvimento global e integral do indivduo desde a mais tenra idade, quando entra

    no sistema escolar, apostando explicitamente e com a intencionalidade pedaggica

    que se espera da Escola, no desenvolvimento do conjunto de competncias pessoais

    imprescindveis para participar ativamente numa sociedade baseada na informao e

    no conhecimento.

    Enquadramento

    Aceitando-se a ideia de que a ao dos professores influenciada pelo modo como

    percebem e se posicionam face realidade que os rodeia e face aos processos de

    inovao e mudana a que de alguma forma esto expostos (Ertmer, 2005; Hermans,

    Tondeur, van Braak & Valcke, 2008), no contexto desta comunicao parece-nos

    particularmente relevante um olhar sobre alguns aspetos que estaro presentes

    quando se trata de discutir a adoo das tecnologias digitais na Escola, em geral e,

    nas prticas educativas de cada professor, em particular.

    Sem a pretenso de exaustividade, at porque se trata de um tema vasto e complexo,

    com diferentes cambiantes em funo dos contextos e dos pressupostos assumidos

    em cada caso, a reflexo aqui apresentada organiza-se em funo de dois eixos de

    anlise que podero ajudar-nos a perspetivar o conceito de escola digital aqui

    tomado como referncia. Referimo-nos, em concreto, s perspetivas que os

    professores e educadores de infncia podero ter sobre: i) a apetncia dos mais novos

    pelas tecnologias digitais de informao e comunicao, discutindo, entre outros, em

    que medida as utilizam de forma competente para fins educativos; e sobre ii) o papel

    da prpria escola na estimulao da utilizao dessas tecnologias, discutindo

    sobretudo as funes atribudas tecnologia e a criao das condies necessrias

    sua integrao na vida escolar, tanto em termos de equipamento como ao nvel de

    recursos humanos.

    Apetncia dos mais novos pelas tecnologias digitais

    Embora a natural apetncia dos mais novos para a utilizao das tecnologias (Hague

    & Payton, 2010; Plowman, Stevenson, Stephen & McPake, 2012; Alves, 2014;

    Plowman, 2015) seja algo facilmente observvel, levando mesmo alguns a fazer a

    distino entre nativos e imigrantes digitais (Prensky, 2001, 2006, 2008; Tapscott,

    1998, 2009; Fleer, 2013), so vrios os autores que chamam a ateno para os

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1214

    problemas que tais pressupostos e classificaes podem originar quando se trata de

    usar as tecnologias na escola para fins educativos. Por um lado, porque, correndo o

    risco de serem assumidos como esteretipos (Fraser, Atkins & Hall, 2013), podero

    distrair-nos relativamente necessidade de se apurar quais as competncias efetivas

    dos alunos tendo em vista a sua utilizao nas aprendizagens escolares (BECTA,

    2010). Por outro lado, porque, no sendo igual o acesso aos dispositivos e Internet,

    toda e qualquer generalizao sobre a familiaridade dos jovens com as tecnologias

    aporta o risco de exacerbamento das desigualdades existentes em cada contexto

    (Fraser, Atkins & Hall, 2013).

    Apesar de podermos aceitar que a imerso dos jovens em ambientes tecnolgicos e a

    utilizao rotineira que fazem das tecnologias mveis e de jogos baseados na Web

    lhes proporciona o acesso a mais informao e lhes permite desenvolver

    determinadas capacidades que, por sua vez, contribuem para o incremento da

    confiana que tm no seu uso (Moura, 2010; Dietrich & Balli, 2014), isso no significa

    necessariamente que sejam desenvolvidas de igual forma as competncias que a

    escola valoriza, necessrias, por exemplo, para selecionar e avaliar a informao que

    devolvida pelo Google quando se faz uma pesquisa na Internet sobre um

    determinado assunto. o que parece poder inferir-se de um relatrio recente da

    OFCOM (2014) reportando-se realidade norte americana, em que, apesar de alguma

    evoluo demonstrada por crianas e jovens ao nvel de "compreenso crtica" em

    relao a diferentes fontes de informao online, no so ainda muito significativos os

    ganhos conseguidos noutras capacidades criativas e crticas, relacionadas

    nomeadamente com o que Fraser, Atkins e Hall (2013) designam de cidadania ativa

    em ambientes digitais.

    Papel da prpria escola na estimulao do uso das tecnologias

    Apesar da tendncia em se considerar que os mais novos possuem uma orientao

    clara para contedo e estilos de vida digitais e que isso poderia facilitar o trabalho das

    escolas, estamos perante algo que est longe de ser tarefa fcil para a comunidade

    escolar. Pelos desafios que resultam do facto de no haver uma resposta aplicvel a

    todas as situaes, mas tambm por estarmos perante o confronto entre duas culturas

    diferentes, porquanto assentes em pressupostos antagnicos. Um confronto que

    obrigatoriamente requer negociao entre a cultura existente e a cultura nova

    medida que as inovaes vo sendo introduzidas e as prticas vo sendo alteradas

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1215

    (Guzman & Nussbaum, 2009; Meister, 2010). Algo em que as lideranas da escola

    tero uma palavra a dizer, atravs da criao de condies objetivas de suporte

    (infraestruturas, equipamento, formao, etc.), mas tambm em termos de incentivo e

    estimulao dos diferentes agentes sob sua influncia, levando-os a participarem de

    forma ativa na construo de uma viso sobre o tipo de escola pretendido (Petko,

    Egger, Cantieni & Wespi, 2015), no estabelecimento de metas e na definio de um

    plano de desenvolvimento em que todos se revejam e possa orientar a ao de cada

    um (Bartolom, 2012; Bialobrzeska & Cohen, 2005). Um processo de discusso e

    planeamento envolvendo os elementos da comunidade escolar, dos corpos diretivos

    aos professores, passando pelos funcionrios, mas abrangendo tambm os pais e a

    comunidade envolvente (Hinson, LaPraire & Heroman, 2006) e, bem assim, as ideias

    dos alunos (Joseph, 2006) enquanto ltimos beneficirios da ao educativa. Nesta

    linha se situa tambm a ideia de que a viso da escola digital seja construda numa

    base que d primazia vertente pedaggica sobre a vertente tecnolgica, como

    condio para ir alm de meras operaes de cosmtica. Ou seja, de as decises

    tomadas no se reduzirem a uma simples melhoria das formas tradicionais de ensino

    (Schiller, 2002), antes possam configurar uma aposta na transformao dos modos

    como habitualmente se organizam os processos de ensinar e de aprender, incluindo

    reequancionar os espaos e os tempos normalmente dedicados ao ensino e

    aprendizagem. A criao de grupos de reflexo e discusso que, numa base regular,

    permitam partilhar sucessos e insucessos, e, dessa forma, avanar no

    estabelecimento de comunidades de aprendizagem e de desenvolvimento profissional

    dentro da escola (Castro & Alves, 2006) ou mesmo entre escolas, podem ser

    estratgias determinantes para a mudana. No apenas para melhorar as condies

    objetivas da escola, mas principalmente pelos efeitos indiretos que tal abordagem

    poder ter promovendo a auto-reflexo de cada interveniente sobre a sua prtica atual

    com tecnologias digitais e, dessa forma, contribuir para a superao daquilo que

    Ertmer (2005) designou de barreiras de segunda ordem (resistncias mudana,

    receios relativamente ao uso das tecnologias, falta de confiana, crenas sobre o

    impacto das tecnologias na aprendizagem, etc.).

    Metodologia

    Tal como referido no incio, o estudo aqui apresentado insere-se num projeto de

    investigao-ao(1) mais amplo que tem como principal propsito o de permitir

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1216

    desbravar caminho sobre o que implica a utilizao de tecnologias digitais numa

    escola concreta. Um projeto que se tem desenvolvido fundamentalmente atravs da

    reflexo conjunta entre professores e educadores de infncia sobre a sua prtica e

    entre estes e os prprios investigadores.

    No trabalho aqui apresentado, recorremos apenas a uma parte dos dados obtidos por

    questionrio durante a fase de diagnstico(2) em que se pretendeu caracterizar a

    perspetiva dos professores e educadores de infncia sobre o que significaria para eles

    o desenvolvimento de uma cultura digital na sua escola.

    Para alm dos elementos que nos permitem a caracterizao dos respondentes

    debruar-nos-emos sobre os dados referentes opinio dos professores e educadores

    de infncia sobre trs aspectos considerados determinantes para o sucesso do projeto

    em curso, designadamente: i) sobre o conceito chave em jogo (O que consideram ser uma escola digital); ii) sobre os seus prprios objetivos profissionais (O que gostariam de poder realizar do ponto de vista profissional); e iii) sobre sugestes para o desenvolvimento do projeto (Que sugestes gostariam de fazer para facilitar a concretizao dos objetivos do projeto).

    No que respeita explorao dos dados, recorremos anlise de contedo de

    natureza aberta e exploratria, isto , sem fazer uso de categorias apriorsticas

    (Mayring, 2000; Prasad, 2008; Treadwell, 2014). Optando-se por uma lgica

    marcadamente indutiva, procurou-se primeiramente a identificao de estruturas

    semnticas com potencial para extrair e dar conta do significado ("meaning") presente

    no corpus emprico (Wiedemann, 2013). O envolvimento de trs investigadores neste

    processo permitiu assegurar a fiabilidade do procedimento, garantindo que as

    categorias e subcategorias emergentes dos dados fossem claramente formuladas e

    definidas operacionalmente sem ambiguidade.

    Depois de analisadas todas as respostas, procedeu-se contagem das unidades de

    registo categorizadas e elaborao de matrizes de resultados (Mayring, 2000;

    Kohlbacher, 2006). com base nos resultados da anlise de contedo aqui descrita

    que, na prxima seco, depois de uma breve caracterizao do perfil dos

    respondentes, daremos conta da perspetiva da comunidade docente sobre o conceito

    em apreo (escola digital).

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1217

    Resultados

    Do conjunto de docentes inquiridos, num total de 118 (professores e educadores de

    infncia), responderam ao questionrio 94 (79,7%), sendo 70% do sexo feminino e

    30% do sexo masculino. A mdia de idades ronda os 35 anos, sendo de 11 anos no

    caso da experincia profissional. A maioria dos docentes possui licenciatura (69%),

    havendo 28% com o grau de mestrado e 2% com o grau de doutor.

    Entre os respondentes encontram-se professores da generalidade das reas de

    formao, com predominncia das reas de humanidades (28%), cincias (17%) e

    matemtica (13%), distribudos de modo semelhante pelos diferentes nveis de ensino

    (desde o 1. CEB ao ensino secundrio), com exceo do pr-escolar, onde a

    percentagem de educadores de infncia menor (apenas 15%). A esmagadora

    maioria dos docentes (90%) tem computador porttil, 63% possui computador de

    secretria, 50% tem smartphone e apenas 22% tem tablet.

    Concees sobre o que ser uma escola digital

    Quando questionados sobre o que consideram ser uma escola digital (Quadro 1) os

    professores e educadores de infncia definem-na essencialmente em torno de trs

    dimenses que, no seu conjunto, apresentam a maior parte das unidades de registo

    contabilizadas (73,2% do total). Em primeiro lugar, e com o mesmo valor em cada uma

    das dimenses (26,7%), definem-na como uma escola que rentabiliza as

    potencialidades das tecnologias no processo de ensino e de aprendizagem, e uma

    escola que disponibiliza e promove a utilizao de ferramentas, recursos e meios

    digitais. Logo a seguir, como uma escola que utiliza ferramentas digitais para

    enriquecer (e personalizar) a aprendizagem (19,8%).

    Quadro 1. Concees sobre o que ser uma escola digital (N=72).

    UR (f) UR (%)

    Uma escola que rentabiliza as potencialidades das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem 23 26,7

    Uma escola que disponibiliza e promove a utilizao de ferramentas, recursos e meios 23 26,7 Uma escola que utiliza ferramentas para enriquecer (e personalizar) a aprendizagem 17 19,8 Uma escola que articula o digital-virtual com o tradicional-real 6 7,0 Uma escola que promove a literacia informtica de alunos e professores 5 5,8 Uma escola que o reflexo de uma maior autonomia e criatividade por parte dos

    professores 3 3,5

    Uma escola que partilha materiais, saberes e competncias de forma mais clere 3 3,5 Uma escola que concebe as tecnologias como um meio 2 2,3

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1218

    UR (f) UR (%)

    Uma escola que ensina a saber fazer o que a sociedade atual exige 2 2,3 Uma escola que promove a aprendizagem sobre, com e atravs do computador 1 1,2 Uma escola que objetiva democratizar o acesso ao conhecimento 1 1,2

    Totais (UR) 86 100% Legenda: UR (f) Unidades de registo (frequncia absoluta); UR (%) Unidades de registo (frequncia

    relativa).

    Expectativas sobre os seus objetivos profissionais

    No que se refere s expetativas dos professores e educadores de infncia quanto s

    realizaes que esperavam vir a ter oportunidade de desenvolver no mbito do projeto

    (Quadro 2), foram indicados objetivos de ndole profissional diversificados, mas que

    sugerem complementaridade entre si, para alm de denotarem uma escala de

    valorao que importa registar. Surge em primeiro lugar, destacada, a expectativa de

    aquisio de competncias tcnico-didtico-pedaggicas, com 41,1% das unidades

    de registo, logo seguida da expectativa de integrao do uso de tecnologias nos

    processos de ensino e de aprendizagem, com 24,4%, e da perspetiva de melhoria

    dos processos de ensino e de aprendizagem com tecnologias, com 16,7%.

    Em menor nmero, so feitas algumas referncias explcitas em termos do suporte

    que esto dispostos a dar ao desenvolvimento da cultura digital na escola(8,9%).

    Surgem ainda outras expectativas (8,9%) que, no seu conjunto, apelam

    necessidade de criao das condies necessrias na escola, sugerindo

    nomeadamente a promoo de projetos concretos para implementar em sala de aula,

    a partilha de informaes sobre aplicaes e ferramentas digitais e a oferta de

    formao em TIC adequada aos diferentes nveis de ensino e reas curriculares.

    Quadro 2. Realizaes profissionais esperadas no mbito do projeto (N=63).

    UR (f) UR (%)

    Aquisio de competncias tcnico-didtico-pedaggicas 37 41,1

    Integrao do uso de tecnologias nos processos de ensino e de aprendizagem 22 24,4

    Melhoria dos processos de ensino e de aprendizagem com tecnologias 15 16,7

    Apoio ao desenvolvimento da cultura digital na escola 8 8.9

    Outras expetativas 8 8.9

    Totais (UR) 90 100 Legenda: UR (f) Unidades de registo (frequncia absoluta); UR (%) Unidades de registo (frequncia

    relativa).

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1219

    Sugestes para o desenvolvimento do projeto na escola

    Quando estimulados a fornecer ideias e propostas visando facilitar a concretizao

    dos objetivos do projeto em que iriam estar envolvidos, os professores e educadores

    de infncia que sobre isso se manifestaram explicitamente situam em diferentes

    planos as sugestes. Conforme pode observar-se no Quadro 3, destacam

    nomeadamente: i) o desenvolvimento de um plano de formao visando ensinar a

    trabalhar com (novos) recursos, atravs de sesses prticas sob a forma de

    workshops (presencial e/ou online); ii) a concretizao de um plano de

    acompanhamento por parte da equipa de investigadores que, atravs de uma rede de

    suporte e tendo em considerao a disponibilidade dos professores, permitisse, por

    exemplo, apresentar e discutir propostas de utilizao das tecnologias com recurso a

    ferramentas concretas; e, por ltimo, ii) o desenvolvimento de um plano de escola

    especificamente para esta rea que permitisse, entre outros, contemplar o tempo

    suficiente para apostar no projeto, criando e disponibilizando recursos para os alunos.

    Quadro 3. Planos em que se situam as sugestes dadas para a concretizao do projeto (N=49).

    UR (f) UR (%)

    Formao 18 35,3

    Acompanhamento 14 27,5

    Escola 13 25,5

    Pedaggico 3 5,9

    Pessoal 2 3,9

    Macro (currculo) 1 2,0

    Totais (UR) 51 100 Legenda: UR (f) Unidades de registo (frequncia absoluta); UR (%) Unidades de registo (frequncia

    relativa).

    Consideraes finais sobre os resultados

    Tal como havamos podido concluir em estudo anterior sobre o mesmo universo de

    professores e educadores (Costa et al, 2013), tambm aqui os docentes parecem

    confirmar uma atitude globalmente favorvel relativamente ao uso das tecnologias na

    escola, transparente pelo conjunto de referncias positivas e construtivas que acabam

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1220

    por fazer a propsito da reflexo sobre o que ser uma escola digital. Alm do

    reconhecimento explcito da importncia das tecnologias na formao dos jovens,

    manifesto neste estudo nas aluses explcitas utilizao de ferramentas para

    enriquecer e personalizar a aprendizagem, surge aqui tambm a valorizao do

    incentivo utilizao de ferramentas, recursos e meios numa perspetiva de

    rentabilizao das potencialidades das tecnologias nos processos de ensino e de

    aprendizagem. Tudo isto, como ilustram os resultados, numa linha de pensamento que

    parece corroborar uma viso de escola digital que d primazia vertente pedaggica

    sobre a vertente tecnolgica, vislumbrando os alunos enquanto ltimos beneficirios

    da ao educativa (Joseph, 2006), mas imaginado tambm uma escola com

    capacidade para reforar a autonomia e a criatividade dos professores, assim com a

    partilha de materiais, saberes e competncias de forma mais clere.

    No parecendo regatear o facto de o projeto constituir em si mesmo um desafio, pelo

    que isso poder implicar a mdio prazo em termos de transformao das suas

    prprias prticas, os professores e educadores que partilharam as suas expetativas

    quanto ao que gostariam de realizar a nvel profissional, aproximadamente 53% da

    comunidade docente da escola em estudo, denotam estar minimamente cientes do

    que pode ser feito com recurso s tecnologias digitais e do que tm de fazer eles

    prprios para o conseguir. Merece-nos especial destaque a relao que parecem

    estabelecer entre a necessidade de aquisio de competncias (tcnicas, didticas e

    pedaggicas) e a integrao propriamente dita das tecnologias nos processos de

    ensino e de aprendizagem, tendo em vista a melhoria desses mesmos processos.

    Tratar-se- de uma atitude favorvel relativamente aos potenciais efeitos positivos que

    as tecnologias podem trazer ao ensino e aprendizagem, que importa manter

    presente em conjunto com indcios menos favorveis identificados em estudo anterior,

    no qual se identificaram duas tendncias principais de sinal contrrio: uma, em que

    so visveis sinais de questionamento e dvida sobre o potencial transformador das

    tecnologias, e uma outra de abertura relativamente utilidade dos computadores para

    apoiar a prtica docente (Costa et al, 2013). Por esta razo, em termos de

    interveno, estamos em crer que o caminho em direo escola digital pretendida,

    no contexto estudado, exigir a implementao de estratgias destinadas superao

    daquilo que Ertmer (2005) designou de barreiras de segunda ordem, em ntima

    articulao com a melhoria das condies tecnolgicas que, como j tivemos

    oportunidade de documentar noutro contexto, tambm parecem perturbar uma

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1221

    utilizao mais comprometida e regular das tecnologias em contexto de sala de aula

    (Costa et al, 2013).

    Enfim, tratar-se- de um caminho em que, como discutimos inicialmente, as estruturas

    de lideranas da escola tero um papel fundamental (Bialobrzeska & Cohen, 2005;

    Bartolom, 2012; Petko, Egger, Cantieni & Wespi, 2015), quer na promoo de uma

    cultura digital que d lugar transformao dos modos como habitualmente se

    organizam os processos de ensinar e de aprender, quer na construo de uma escola

    que, compreendendo como ensinar a saber fazer o que a sociedade atual exige, ser

    capaz de rentabilizar as potencialidades das tecnologias nos processo de ensino e de

    aprendizagem. justamente isso que nos sugerem as sugestes avanadas pelos

    professores e educadores para a concretizao dos objetivos do projeto, destacando-

    se, como se viu, a importncia que atribuem s condies que ao nvel da escola

    devem ser criadas para que seja possvel caminhar no sentido da escola digital

    ambicionada.

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    NOTAS

    (1) A metodologia de investigao-ao pressupe o envolvimento de todos os

    intervenientes, que aceitam a responsabilidade de refletir sobre a sua prpria prtica

    com o objetivo comum de diagnosticar problemas e implementar as aes necessrias

    para transformar criticamente a realidade (Latorre, 2003). Os procedimentos adotados

    tm normalmente carter cclico e flexvel, ou seja, so desenvolvidos gradualmente

    atravs de fases que se articulam e se complementam (planificao, ao,

  • Challenges 2015: Meio Sculo de TIC na Educao, Half a Century of ICT in Education 1225

    observao/avaliao, reflexo), gerando, segundo o mesmo autor, uma espiral

    dialtica entre ao e reflexo, com um ou mais ciclos (Ibidem, p.27)

    (2) O questionrio foi dirigido aos 118 professores e educadores de infncia, o que

    corresponde totalidade da comunidade docente da escola.