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  Centro de Tecnologia Mineral Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação GRANDES MINAS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO E O DESENVOLVIMENTO LOCAL Francisco Rego Chaves Fernandes Maria Helena M. Rocha Lima  Nilo da Silva Teixeira Rio de Janeiro Dezembro/2012 CCL0069-00-12  Publicação no Livro Grandes Minas - Recursos Minerais Sustentabilidade Territorial, - p. 97-111, v. 1, 2011

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Impactos Sociais e Econômicos da Regulamentação CONAMA sobre intervenção em APP sobre o setor de Agregados e Argilas.

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  • Centro de Tecnologia Mineral

    Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao

    GRANDES MINAS DO SEMIRIDO BRASILEIRO E O

    DESENVOLVIMENTO LOCAL

    Francisco Rego Chaves Fernandes

    Maria Helena M. Rocha Lima

    Nilo da Silva Teixeira

    Rio de Janeiro

    Dezembro/2012

    CCL0069-00-12 Publicao no Livro Grandes Minas - Recursos Minerais

    Sustentabilidade Territorial, - p. 97-111, v. 1, 2011

  • Grandesminasdosemiridobrasileiroeodesenvolvimentolocal

    FranciscoRegoChavesFernandes1MariaHelenaM.RochaLima2NilodaSilvaTeixeira3

    1. IntroduoA avaliao da atividade deminerao como importante indutora do desenvolvimentosocial das comunidades onde existe produo mineral o objetivo bsico do projetoGrandesMinaseAPLsversusComunidadeLocal.Este estudo de caso4 aplicado ao semirido brasileiro, significa necessariamentemaiordiversidade e extenso da problemtica comunidademina, porque lida com uma reaterritorialmuito grande e com um grupo de grandesminas, que necessariamente tmumagrandediversidade.Almdeumamaiorcomplexidadedeproblemas, jquenestaregio esto os municpios com ndices de Desenvolvimento Humano (IDH) entre ospioresdoBrasil.Esse trabalho tem um escopo limitado ao impacto social das grandes minas nascomunidadesdaregio,maspodecontribuirparaaconstruodeumdiagnsticomaisamplo, dentro do projeto GrandesMinas e APLs versus Comunidade Local. A partir deseusresultadospodeseidentificarproblemascomuns,dandomargemvisualizaodeinstrumentos de polticas pblicas que podem vir a melhorar o relacionamento entreempresas,comunidadesegovernosnosdiversosnveis(principalmenteemnvellocal)oquepodetrazerganhossociaisparaapopulao.Inicialmente ser feita umabreve caracterizaoda regio estudada, apresentando sualocalizao e a questo climtica que a distingue como um grupo de municpios queperpassapordiferentesestados5.Emseguidaseapresentaaproduomineralnaregio,mostrandoaimportnciadecadaunidadedafederaoeassubstnciasencontradasnaregio.Osegundoitemdescreveametodologiautilizadaparaselecionarasgrandeseosrespectivosmunicpios.Oterceiroeltimoitemdesenvolveotemapropostoaoanalisaro desenvolvimento humano nas comunidades onde se localizam as grandes minasselecionadasparaoestudo.

    1.1.Brevecaracterizaodosemiridobrasileiro

    Osemiridobrasileiro,situadonaporocentraldaregionordeste,ocupaumareaqueseestendeportodososestadosdonordesteepelaregiosetentrionaldoestadodeMinasGerais. Essa regio caracterizase por possuir um clima extremamente seco na maiorparte do ano e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano. As altastemperaturas com pequena variao interanual exercem forte efeito sobre a1DoutorpelaUSPemEngenhariaMineral.TecnologistaSniordoCETEM CentrodeTecnologiaMineral.Email:[email protected]

    2DoutorapelaUSPemEngenhariaMineral.TecnologistaSniordoCETEM.Email:rrocha@cetem.gov.br3MestreemEstudosPopulacionaisePesquisasSociaispelaENCE/IBGE.Email:[email protected]:AsgrandesminaseodesenvolvimentohumanodascomunidadesdoSemirido,editadonaRevistaCinciasAdministrativas(CETEM).

    5EstadosdeMinasGerais,Bahia,Sergipe,Alagoas,Pernambuco,Paraba,RioGrandedoNorte,CearePiau.

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    evapotranspirao,queporsuavez,vodeterminarodficithdrico,omaiorentraveocupao do semirido. A distribuio das chuvas associada alta evapotranspiraocontribuem para potencializar as estiagens que atingem parte do territrio brasileiro.(MIN/SPDR,2005).Ressaltaassima importnciada irrigaonafixaodohomemnasreasrurais.A precipitao pluviomtrica constituase no nico critrio utilizado para delimitar osemirido brasileiro. Contudo, a escassez de chuvas no representa o nico fatorresponsvel pela insuficiente oferta de gua em um espao geogrfico. Conforme oscritrios estabelecidos no relatrio final do grupo de trabalho interministerial para adelimitao do semirido e do polgono das secas (MIN/SPDR, 2005) essa regio foidefinida como sendo a rea que possui as seguintes caractersticas edafoclimticas: i)precipitaopluviomtricamdiaanualinferiora800milmetros;ii)ndicedearidezdeat 0,5 calculado pelo balano hdrico que relaciona as precipitaes e aevapotranspiraopotencial,noperodoentre1961e1990;iii)riscodesecamaiorque60%,tomandoseporbaseoperodoentre1970e1990(MIN/SPDR,2005).Aregiocompostapor1.133municpios,comreatotalde982.563km2,distribudosentreosestadosdonordeste(86%doterritrio)deAlagoas,Bahia,Cear,Pernambuco,Piau, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais (regio setentrional, com 14%)(DNPM, 2009). De acordo com os dados do censo de 2000, viviam nessa regio 21milhesdepessoas, sendo11,8milhes,urbanae9,1milhes, rural (MIN/SPDR,2005;INSA, 2005). Os dados do censo de 2010 no esto disponveis para se agregar pormunicpioecalcularosubconjuntorelativoregiodosemirido.Emumacomparaoterritorialepopulacionaldosemiridoadiferentespases,destacase sua grande dimenso territorial. Podese comparar o seu territrio e sua populaocomasdaVenezuelaecomquaseodobrodoterritriodaFrana,aomesmotempoemque quase um tero da populao desse pas. Entretanto, no semirido estoconcentrados os piores indicadores de desenvolvimento humano do Brasil, como porexemplo, os de mortalidade infantil, onde as taxas de mortalidade so em 95% dosmunicpiossuperioresmdianacional.Obaixssimonveldebemestaredesenvolvimentohumano,assumerelevnciamaioremumestudodaUNICEF(2007),ondesedetectaque41%dototaldapopulaodaregioso crianas (em idade entre 0 e 17 anos), sendo que 75% vivem em famlias comextrema pobreza (menos de meio salrio mnimo), com ndices muito baixos deescolaridade.1.2.Aproduomineralnosemirido

    Atualmente a minerao uma atividade em alta nas cotaes internacionais,principalmente devido demanda por minerais pelos pases emergentes, em especialChina e ndia. O Brasil tem se beneficiado bastante com o aumento dos preosinternacionais,exportandocercade70%dasuaproduointernaebatendorecordesdeproduo e de receitas de exportao, sendo umdos 10maiores pases produtores domundo.Na ltima dcada, entre 2000 e 2008, a demanda internacional por minerais tmvalorizadoapautade exportao e aproduomineraldoBrasil, comumaumentode250%,emdlaresamericanos.Noanode2008,amineraorepresentoucercade2%doPIBdopas,numvalordeR$51,11bilhes.Osetormineralempregava161milpessoasem2008, sendo que estudosda CPRMmostramque somente nesse ano foram criados

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    maisdoismilhesdeempregosdiretoseindiretos.(ENGINEERING&MININGJOURNAL,2011). O crescimento do setor tem atrado novos investimentos e participantes nomercadointernodeproduo,incluindopequenasempresasdeminerao.Apesar da crise econmica mundial em finais de 2008 que levou a uma queda deproduo nacional, as estimativas de produo nacional permaneceram altas comumaprevisodecrescimentoparaosanosseguintesde10%a15%.Esperaseparaoanode2012omesmonveldeproduoedevendasregistradosantesdacrise financeira.Noentanto, ainda no possvel avaliar os efeitos da crise financeira internacional atual(2011)edosseusdesdobramentos.Devese frisar que o potencial mineral do Brasil enorme; segundo Miguel AntonioCedraz Nery, diretor do DNPM, grande parte do pas ainda no foi sistematicamenteexplorada. Tendo sido feitomapeamento geolgico em somente 30%do seu territrio(ENGINEERING&MININGJOURNAL,2011).A Produo Mineral Brasileira (PMB) dos municpios do semirido, classificada porUnidadesdaFederao(UFs)mostraumaproduomuitoconcentrada(Tabela1).Tabela1:Agregaodaproduomineralnosemiridobrasileiroporestados,em2005Localidade Valortotal(R$) % Estados Valortotal(R$) %Semiridobrasileiro 1.656.070.990 100 MinasGerais 123.476.228 3Bahia 787.107.225 47 Piau 71.552.898 2RioGrandedoNorte 562.057.241 34 Pernambuco 53.365.011 1Paraba 104.854.643 6 Sergipe 43.610.377 1Cear 60.551.324 4 Alagoas 9.957.675 0Fonte:ElaboradopelosautoresapartirdedadosprimriosdoAnurioMineralBrasileiro2006,doCFEMporsubstnciaon line (DNPN, 2008) e das revistas BrasilMineral (BrasilMineral, 2008) eMinrios&Minerales(2007).Noanode2005somentetrsUFstinham88%daproduomineral:oestadodaBahiaqueocupadestacadoprimeirolugar,48%dototal,seguidopeloRioGrandedoNortecom34% e a Paraba, num nvel muitomais baixo com 6%. Os estados de Alagoas, Cear,Minas Gerais, Piau, Pernambuco e Sergipe ficam com os demais 12% da produomineral.OsdadosdoDNPMparaoanode2010nopermitemidentificaraproduomineraldosemirido,masatravsdosdadosdasminasobtidosemoutras fontesnospossibilitamafirmarqueessepadrocontinua.A produo consolidada de minerais no semirido brasileiro (sem o petrleo e o gsnatural) registrouem2005cercadeR$1,7bilhes,ouseja,5,4%dototaldaproduomineral brasileiradaquele anoque foi deR$31,5bilhes.Noanode2007aproduomineraldaregiocaiuparaR$1,2milhes,segundoestudosobreosemiridodoDNPM(2009).Como se observa na tabela seguinte (Tabela 2), a produomineral do semirido temgrande importncianoBrasil,nopelaparticipaototalnaPMBcalculadapeloDNPM,mas pelo peso muito importante, em nvel nacional, de dez substncias minerais (salmarinho,magnesita,bentonita,grafita,talco,diatomita,cromo,cobre,urnioeltio),quesoexploradasemmenorescalaemoutrasregies.

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    NaTabela2apresentadaasntesede todasassubstnciasmineraisdosemiridoeaparticipao de cada minrio na produo total no pas. A regio concentra toda aproduodemagnesita,gipsitaeurnio,contudotambmpossuidestaquenaproduode salmarinho, bentonita, talco, diatomita e ltio, demonstrando a grande importnciadessaregioparaaminerao.Tabela2:Principaissubstnciasmineraisdosemirido,em2005

    Substncia Quantidade %naPMBdasubstncianoBrasil

    %naPMBdosemirido

    Estados

    Salmarinho(t) 5,4milhes 93 29,1 RNMagnesita(t) 428mil 100 22,4 BACobre(t) 24mil 24 14,6 BAOuro(kg) 3.700kg 10 7,7 BACromo(t) 174mil 78 6,5 BABentonita(t) 531mil 91 4,2 PBGrafita(t) 32mil 54 3,0 MGTalco(t) 57mil 90 2,7 BAGipsita(t) 1,3milhes 100 1,3 PEUrnio(t) 129t 100 1,3 BADiatomita(t) 10.800t 90 0,5 BALtio(t) 450t 95 0,3 MG

    Fonte: Elaboradopelos autores a partir dedadosprimrios doAnurioMineral Brasileiro 2006, CFEMporsubstnciaon line (DNPN, 2008) e das revistas BrasilMineral (BrasilMineral, 2008) eMinrios&Minerales(2007).Levando em conta a riquezamineral j explorada da regio do semirido, este estudopretendeavaliarimpactossociaisdasmaioresminasnascomunidadeslocais.

    2. SeleodosestudosdecasonosemiridobrasileiroPara a pesquisa foi realizada uma ampla busca na internet e trabalho estatstico noescritrio. Uma lacuna importante nesse texto ser a impossibilidade de abordarquestesambientaisnosrestringindoaumaabordagemsocioeconmica.Ametodologiautilizadanaescolhadasgrandesminasparaavaliaodosimpactossociaisnas comunidades locais prope que cada uma das grandes minas preenchasimultaneamente os seguintes critrios: (1) que seja uma grande mina entre as 200maioresdoBrasil;(2)queproduzaumasubstnciamineralcomrelevncianacional;(3)que gere um valor da produo mineral, contabilizada nas estatsticas oficiais comorelevante, estabelecendose um patamar de recolhimento anual mnimo da cotapartemunicipaldoCFEMde50milreais.Considerando as 200 grandes minas brasileiras avaliadas pela revista Minrios &Minerales (2011), para o ano de 2010, o primeiro critrio, obtmse um total de 24grandesminaslocalizadasnaregio(sendo23localizadasemestadosdonordesteeumaem Minas Gerais). Pelo segundo critrio, foram excludas oito delas, por produzirem

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    substncias de interesse meramente regional ou local (calcrio e talco). Finalmente oterceirocritrio(pagaremCFEMacimade50milreais)eliminamaisseteminas.Obtmse assim uma seleo de dez grandesminas6, localizadas em oitomunicpios distintos,sendosetenaBahia,umanaParabaeumaemMinasGerais.AsgrandesminasselecionadasparaesseestudosoapresentadasnomapadaFigura1enaTabela3,comproduodesubstnciascomrelevncianacionalerepresentandoumagrandepartedaPMBdosemirido.

    3. AtividadeagropecuriaOmunicpiopossuiamaiorreadecerradoirrigadadaAmricaLatina,dispondodemaisde 40mil hectares de rea irrigada, com produomecanizada e implantada em largaescala;almdeumapecuriaintensiva.O municpio se destaca na produo de gros como: milho, feijo e soja, alm dafruticultura, caf e algodo. Os agricultores e pecuaristas esto organizados emcooperativas que oferecem crdito, treinamento e assistncia tcnica, aumentando aqualidade e a competitividade dos produtos. A regio relativamente seca, tendo sidonecessriaaconstruodeimensoscanaisdeirrigaoparaainstalaodepivscentraisde asperso dgua (Projeto Entre Ribeiros) para incentivar a agropecuria (PORTALPARACATU,2011a).No que se refere agricultura de subsistncia destacase a Associao do Projeto deAssentamento do Jambeiro (APAJ): oito assentamentos (da reforma agrria de MinasGerais)ondevivem195famliasquefornecemalimentosparaoProgramadeAquisiodeAlimentos(PAA)doGovernoFederaldesde2006(FETAEMG,2009).Hoje, Paracatu desenvolve projetos de irrigao, melhoramento gentico emonitoramentocomputadorizadodorebanholeiteiro,utilizatcnicasdegerenciamentorural, tem forteatuaonomercadocompetitivodoDistritoFederal edevriasoutrasregiesdopas(COOPERVAP,2011). Omunicpiotambmtemcrescidocomaexpansodo agronegcio da canadeacar. A produo sucroalcooleira mineira foi favorecidacomocomeodaoperaodausinaBioenergticaValedoParacatu,dentreoutrasusinas(PARACATU.NET,2010).ConformeVerdeeFernandes(2010)aagroindstriatemrelaodiretacomaatividadeextrativa mineral de Paracatu. Em julho de 2008, os agricultores que utilizavam airrigaonareadoRioSoPedro,tambmutilizadapelamineradoraKinross, tiveramquereduzirmetadeareairrigadaporcontadaalteraodoregimedorioduranteaestiagemdechuvas.

    6 Asminas so: Projeto Primavera (bentonita), Ju (bentonita),Mina doRio (calcrio), UsinaRica (calcrio),Miramar(Calcrio),BaixaGrande(calcrio),SoDesidrio(calcrio),TocadaOna(calcrio),FazendaValeVerde (caulim), Caraba (cobre) Ipueira (cromita) Coitezeiro (cromita), So Jorge (gipsita), Casa de Pedra(gipsita), Pedra Branca (gipsita), Graja (ilminita), Cachoeira (ltio),Pomba (magnesita), Preta (magnesita),Jacobina(ouro),FazendaBrasileiro(ouro),TaquariVassouras(potssio)FazendaOlhoDguadosCoqueiros(talco),Cabeceiras(talco)Cachoeira(urnio).

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    Fonte: Elaboraoprpria a partir dosdadosdaRevistaMinrios&Minerales (2007),DNPM (2011) e IBGE(2007a).Figura1.Localizaodareadeestudo.ABahiaaunidadedafederaocomomaiornmerodemunicpiosinseridosnaregiodosemiridoeaunidadedafederaocommaismunicpiosenvolvidosnaatividadedeminerao.OsemiridodaBahiadestacasecomoprincipalprodutoradecromo,sendoresponsvel por mais de 90% da produo nacional. O distrito cromfero de CampoFormoso est situado na regio centronorte da Bahia (DNPM, 2009). No semiridonordestino, em Caetit (BA) tambm se desenvolve hoje o projeto de lavra ebeneficiamentodeurnioqueabastecemosdoisreatoresnuclearesdoBrasil(AngraIeII).

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    Tabela3:Asgrandesminasselecionadasdosemiridoselecionadasentreas200maioresempresas,anobase2009

    Posio Nomedamina UF Municpio Empresa Produto(s) ROMt/Ano200938 Caraba BA Jaguarari Min.Caraba Cobre 4.017.40559 Jacobina BA Jacobina Jacobina Ouro 2.004.93785 FazendaBrasileiro BA Barrocas

    Min. FazendaBrasileiro(MFB) Ouro 1.179.596

    109 Ipueira BA Andorinha FERBASA Cromo 611.400121 Pombae BA Brumado MagnesitaRefratrio Magnesita

    477.384126 PedraPreta 438.327146 Coitezeiro BA CampoFormoso FERBASA Cromo 211.600

    152 Cachoeira BA Caetit Ind. NuclearesBrasileiras(INB) Urnio 170.283

    174 ProjetoPrimavera PB BoaVistaBentonit UnioNordeste

    Bentonita

    92.000182 Jau 71.000194 Cacheira MG Araua Comp. Brasileira deLtio Ltio 41.611Nota:Osdadosparaoanode2010constamcomoestimativas,portantoutilizamososdadosde2009.Fonte:Minrios&Minerales(2010).ATabela 4 a seguir apresenta a arrecadaodaCFEMpara cada substncia feita pelasminasselecionadasemcadaestadoemostraqueasminasdestacadasparaesteestudosodealtarelevnciadentrodeseusrespectivosestados,poisemquatrosubstnciasaproduomineralsuperaacasade60%naarrecadaodaCFEMem2010.Tratase,portanto,deumindicadordaproduomineraldosemirido,poisquelevandoemcontaquenoestadodaParabaaproduodeumasminadebentonita(situadanosemirido)produz65%dototaldoEstado.Tabela4:AarrecadaodaCFEMporsubstnciaesuaparticipaonosestados,anode2010

    Substncia UF ArrecadaodaCFEM PorcentagemdaCFEMDasminas2010

    (R$)Dosestados2010

    (R$)Dasminasselecionadasno

    estadoBentonita PB 66.995,10 102.567,67 65,32Cobre BA 3.796.329,00 6.072.858,98 62,51Cromita BA 1.133.230,62 2.347.717,21 48,27Ltio MG 87.666,12 Ouro BA 2.471.752,00 3.741.018,65 66,07Urnio BA 305.044,03 461.679,68 66,07Fonte:DNPM(2011).

    importantelembrarquedassubstnciasapresentadas,aextraomineralpodeocorreremmais de ummunicpio, como no caso do ouro, que explorado em Barrocas e emJacobinanaBahia.ACFEMdasduasminasdestacadasdeR$2.471.752ecorrespondeaosomatriodestesdoismunicpios.

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    2.1.Asatividadeseconmicasdascomunidadesselecionadas

    Dos nove municpiossede das grandes minas do semirido, sete tem como nicaatividade relevante extraomineral, sendo residuais ou inexistentes todasasoutrasatividades, como agricultura, indstria transformadora, construo civil, servios ecomrcio.Na Tabela 5 so apresentadas as datas de incio de operao da principal atividadeextrativa mineral, os demais minrios explorados assim como as outras atividadeseconmicasemcadaumdosmunicpiosestudados.Tabela5:Osmunicpiossededasgrandesminasdosemiridobrasileiro(2010) Inciode

    operaoExtrativasmineraisdosmunicpios

    Outrasatividadeseconmicasdosmunicpios

    BA Jaguarari 1974 Cobre Todasasdemaisatividadessoresiduais.

    BA Jacobina 1982 Ouro Todasasoutrasatividadessoresiduais.

    BA Barrocas 1984 Ouro Todasasdemaisatividadesresiduais

    BA Andorinha 1978 Cromita Todasasoutrasresiduais.BA Brumado 1958 Extrativamineral(magnesita,

    talco,granitos,dolomitaevermiculita).Transformaodemineraisnometlicos(refratrios,cermicas,olariasecimento).

    Polodecomrcioeserviosfortescomosmunicpiosvizinhos,construocivil,umdosmunicpioslderesnoEstado.

    BA CampoFormoso

    1961 Cromo(umadas20maioresempresasdaBahia,faturamentoanualdeUS$200milhes).

    Todasasoutrasatividades,aagricultura,comrcioeserviossoresiduais.

    BA Caetit 2000 Urnio(muitocontestadalocalmente),ametistaemangans.Cermicas.

    Polodecomrcio,indstriatxtiledecermicaepecuria

    PB BoaVista 1980 Bentonita Todasasdemaisatividadessoresiduais

    MG Araua 1990 Ltio ComrcioFonte:Minrios&Minerales(2010).BrumadoeCaetitsoosdoispolosregionaiscomcomrcioforte,algumaindstriaalmde pecuria. Omunicpio de Brumado exerce uma forte liderana entre osmunicpiosvizinhos.

    3. O desenvolvimento humano nas comunidades das grandes minas dosemirido

    Seroanalisadososnovemunicpiossededasgrandesminasnosemirido,noperodode10anos,entre1990a2000,atravsdeindicadoressistematizadosem2003noAtlasdoDesenvolvimento Humano pelo PNUD Programa das Naes Unidas para oDesenvolvimento.Ser utilizada uma bateria de indicadores estatsticos, que retratam a dinmicapopulacional, o retorno da atividade para a comunidade atravs dos royalties e asquestes de bemestar e desenvolvimento humano, nas facetas sociais, longevidade,

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    educao e renda. Como referenciais comparativos, sero utilizados trs diferentesespaos polticoadministrativos: o do municpiosede, correspondente a cada grandemina,aUFaqueomunicpioestvinculadoeoBrasilcomoparmetro.3.1.Dinmicapopulacional

    Apartirdadcadade1950,oBrasilpassaporumprocessodegrandemudananasuadinmica populacional, quando a populao que era aproximadamentemetade rural emetadeurbana, se vai tornando cadavezmaispredominantementeurbanae em2010,apenas20%dosseushabitantesvivemnocampo.Quantoaocrescimentodonmerodehabitantes,elepositivoede1991a2010,cresceu28,4%onmerototalparaoBrasil.Nosestadosondeselocalizaaregiodosemiridoocrescimentomenor,sendode18%naBahiaeParabaede24%emMinasGerais.Jemrelaoaossetemunicpiosquetmamineraocomoquaseexclusivaatividadeeconmica, estes no demonstram uma grande atratividade populacional (definida naliteratura por uma dinmica populacional extremamente positiva derivada daatratividadedeumagrandemina).Aocontrrio,mostrampoucocrescimentooumesmodecrscimopopulacional,comoseobservanaTabela6,somenteBrumadoeCaetit,queso polos regionais, apresentam crescimento significativo, mesmo assim menor que amdiadoestadodaBahiaemaisaindadopascomoumtodo.Araua, a nica cidade da regio do semirido de Minas Gerais, tem um crescimentomuitssimoabaixodosdemaismunicpiosdoestado.Tabela 6: Populao em 1991 e 2010 nosmunicpios onde se localizam as grandesminasdosemirido

    BR/UF/Municpio 1991 2010 Variao%19912010

    Brasil 146.825.475 190.755.799 29,9Bahia 11.867.991 1.4016.906 18,1Jaguarari 31.141 30.343 2,6Jacobina 76.518 79.247 3,6Barrocas (*) 14.191 (*)Andorinha 17.170 14.414 16,1Brumado 57.176 64.602 13,0CampoFormoso 62.104 66.616 7,3Caetit 40.380 47.515 17,7Paraba 3.201.114 3.766.528 17,7BoaVista 6.227 MinasGerais 15.743.152 19.597.330 23,7Araua 33.826 36.013 6,5Nota:(*)Barrocasfoicriadonoano2000.Fonte:PNUD(2008)eIBGE(2007b).

    3.2.CFEM:recursosfinanceirosdamineraoparaacomunidade

    O retorno direto via recursos financeiros da atividade extrativa mineral para acomunidade aCFEM, encontrasena tabela seguinte, referente ao anode2010e seexpressa: (1) pelo seu valor absoluto (em reais), (2) pelo percentual das receitas do

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    royalty emrelaosreceitas totaisdascontasmunicipaise (3)pelovalorequivalentemensal por habitante (em reais). Observase que estes valores quando rateados pelapoluosoirrisrios.As receitas da CFEM variam de 8,67% (Jaguarari BA) a 0,28% (Araua MG) naparticipaodasreceitastotaisdosmunicpios(Tabela7).OvalordaCFEManualrateadaporhabitantevariadeR$125,11nocasodeJaguarari/BA,aR$2,43emAraua(MG).Osresultadosobtidosmostramqueemnenhummunicpiodosemiridoosroyaltiesdamineraoapresentamvalores relevantes. Comexceode Jaguarari comcercade8%,Andorinhacom5%eBarrocascomquase4%os restantesseismunicpiosapresentamresultadosinexpressivos,ondeopercentualdosroyalties,emrelaoreceitatotal,variaentre0,28%a1,76%eosroyaltiesporhabitanteanual,sodeR$125,00porhabitanteatummnimoinexpressivodeR$0,28.Tabela7:ParticipaodaCFEMnareceitadosmunicpiosselecionadosnosemirido

    MunicpioReceitamunicipalanual(R$)

    Populao(hab.)Totaldareceita(R$)

    Royalties(R$)

    %dosRoyaltiesnototal

    Royaltiesporhab.(R$)/hab

    Jaguarari 43.794.651,99 3.796.329,00 8,67 125,11 30.343Jacobina 88.976.971,84 1.569.952,96 1,76 19,81 79.247Barrocas 24.680.512,60 901.799,90 3,65 63,54 14.191Andorinha 20.316.452,57 1.133.230,62 5,58 78,62 14.414Brumado 73.284.560,06 1.202.455,10 1,64 18,61 64.602CampoFormoso 77.821.467,15 553.317,98 0,71 8,31 66.616Caetit 51.831.422,19 305.044,03 0,59 6,42 47.515BoaVista 12.672.987,30 66.995,10 0,53 10,76 6.227Araua 31.230.092,02 87.666,12 0,28 2,43 36.013Fonte:STN/FINBRA(2011).

    3.3.ndicesdeDesenvolvimentoHumano

    Aevoluodascondiesdevidadaspessoasouodesenvolvimentosocialdeumpas,regiooumunicpioabrangeoutrasdimensesquenoadimensoeconmica,medidaeexpressanoProdutoInternoBruto(PIB).OPIBpercapitatentalevaraonvelindividualumamedidapoucocrvelparamedirdesenvolvimentohumano.OIDHMndicedoDesenvolvimentoHumanosintticofoicriadonoinciodadcadade1990 pelo PNUD Programa das Naes Unidas para avaliar a qualidade de vida dospases e servia como base emprica para os relatrios das Naes Unidas quemonitoravam o processo de desenvolvimento social mundial, sendo posteriormenteadaptado para o clculo de um ndice estadual emunicipal. Adaptaesmetodolgicasforam necessrias para o clculo dos trs componentes bsicos do IDH no nvel demunicpio,queso: "nadimenso longevidadeforamgeradosdois indicadoresquepodemserutilizados

    como proxy para a avaliao de condies de sade: a taxa de mortalidade e aesperanadevidaaonascer;

  • 107Grandesminasdosemiridobrasileiroeodesenvolvimentolocal

    adimensoeducaomedidaporumacombinaodataxadeanalfabetismoeataxacombinada de matrcula nos nveis de ensino: fundamental, mdio e superior enmeromdiodeanosdeestudo;

    noquesereferedimensorenda,oindicadorutilizadodocomputodoIDHdepasesse baseia no PIB per capita. No entanto, com o objetivo de melhor caracterizar aspossibilidadesdeconsumodapopulaolocal,optouseporsubstituiresteindicadorpelarendafamiliarpercapitadomunicpio."(PNUD,2003).

    ATabela8consolidaosresultadosestatsticosdoIDHMunicipalem2000.Tabela8:OIDHM,ndicedeDesenvolvimentoHumanoMunicipaldasgrandesminasdosemirido

    Localidades Ranking IDHM(2000)1991 2000 Posiodentreosmuncipios

    Brasil EstadoBrasil 0,696 0,766 Bahia 0,59 0,688 415(*)Jaguarari 0,548 0,646 3.828 117Jacobina 0,541 0,652 3.747 102Barrocas (*) (*) (*) (**)Andorinha 0,459 0,57 5.105 384Brumado 0,599 0,693 3.108 33CampoFormoso 0,472 0,613 4.436 244Caetit 0,558 0,673 3.414 54Paraba 0,561 0,661 223(*)BoaVista 0,604 0,688 3.185 6MinasGerais 0,697 0,773 853(*)Araua 0,597 0,687 3.208 602Nota:*Totaldemunicpiosemcadaestado(Bahia,Paraba,MinasGerais).**Barrocasfoicriadonoano2000.Fonte:PNUD(2003).

    Nosdezanosdecorridosde1991a2000,oIDHMaumentounoBrasil,nosestadoseemtodos os municpiossede das grandes minas do semirido. H registro de elevadocrescimento,comooexemplodeCampoFormoso,naBahia,quepassoude0,472para0,613,galgandotambmdiversasposiesnorankingdoestadodaBahia.Dentreos27estadosdoBrasil,Bahiatemaposio22norankingdoIDHM,portanto,ficaem posio bem inferior relativa aos demais estados. Os municpiossede de grandesminasdoestadodaBahiatambmficamnaposioinferior,variandoda3108a5108,dentreos5507municpiosdoBrasil.A anlise relativa mais detalhada, caso a caso, para os dez municpios do semirido,comparandooscomosrestantesmunicpiosdosrespectivosestadosedopasso: OsmelhoresmunicpiossoBrumadoeCaetitnaBahia,queestonalideranados

    415municpiosquecompemoestadodaBahia,na33ae54aposio,masnorankingdoBrasilestomalcolocados, respectivamenteem3.108e3.4014posio,entreos5.507dototal.

    OspioresmunicpiossooscincorestantesqueestoentreosltimosdoBrasil,comotambmentre os ltimosna posio estadual (ressaltese que esto no nordeste as

  • 108 Grandesminasdosemiridobrasileiroeodesenvolvimentolocal

    UFs e os municpios brasileiros com piores desempenhos). Araua, localizada napartesetentrionaldeMinasGeraistemumdospioresdesempenhosdoseuestado.

    3.3.1.IDHM:educao,longevidadeerenda

    DesagregandoseoIDHM,de1990a2000,oBrasileasUFsdosemiridoapresentaramtambmcrescimentoemdoissubndices:educaoelongevidadeequedanosubndicerendadealgunsmunicpiosBrumado,CampoFormosoeCaetit,quesoimportantesprodutoresdebensmineraisnaregio.OIDH,desagregadopelassuastrsdimenses,apresentadonaTabela9.Tabela 9: IDH Educao, Renda e Longevidade nosmunicpiosmineradores no ano de2000BR/UF/Municpio IDH

    Educao1991

    Educao2000

    Renda1991

    Renda2000

    Longevidade1991

    Longevidade2000

    Bahia 0,615 0,785 0,572 0,620 0,582 0,659Jaguarari 0,532 0,756 0,484 0,555 0,627 0,628Jacobina 0,616 0,782 0,551 0,606 0,457 0,569Barrocas Andorinha 0,463 0,649 0,439 0,496 0,474 0,566Brumado 0,632 0,785 0,609 0,592 0,555 0,702CampoFormoso 0,498 0,715 0,445 0,526 0,474 0,598Caetit 0,559 0,738 0,485 0,555 0,631 0,726Paraba 0,575 0,661 0,543 0,609 0,565 0,636BoaVista 0,646 0,780 0,503 0,567 0,664 0,718MinasGerais 0,751 0,850 0,652 0,711 0,689 0,689Araua 0,623 0,762 0,516 0,587 0,652 0,711Fonte:PNUD(2003).O IDHEducao dos municpios baianos o que apresenta ndices mais prximos dondicegeraldaBahia(Tabela9).EnquantonaParabaacidadedeBoaVistaestacimadototaldoestado,emMinasGeraisacidadedeArauaestabaixo.OsubndiceIDHRendaomenor,omunicpiodeAndorinhaapresentaumndicebaixssimode0,49.Emrelao longevidade,osmunicpiosdeBrumadoeCaetitapresentam ndicesmaioresdoquedo estado da Bahia, aomesmo tempo em que Boa Vista estmelhor que o estado daParabaeArauamelhorqueMinasGerais.Na anlise do IDH nos municpios deve observar a seguinte equao, que refora ocrescimentodosndicesnadcadade1991a2000: NacomposiodoIDHedossubndicesdeIDHR(comooPIBpercapita),IDHL,IDH

    E dosmunicpios, o denominador a sua populao. A populao de dois dos dezmunicpios mineradores diminui substancialmente no perodo, ao contrrio domovimentodeaumentopopulacionalnoBrasil(+28%)enosestados.Comoocaso,daretraopopulacionaldeJaguararicomquedade20%em15anosedeAndorinhacom 14% e Campo Formoso com 1% (estes dois ltimos municpios tambmfortemente tendo como nica atividade produtiva relevante indstria extrativamineral,sendoosdoismunicpioscontguosdeJaguarari);

  • 109Grandesminasdosemiridobrasileiroeodesenvolvimentolocal

    3.3.2.Riqueza,desigualdadeepobreza:concentraoderenda

    Aconcentraoderenda,nosmunicpiossededasgrandesminasnosemirido,medidapelondicedeGini,mostraumamaiordesigualdadedistributivadoqueamdiadoBrasil,ocupando todos osmunicpios posies inferiores (mais perto do limitemnimo que 5.507)(Tabela10).Tabela10:Concentraoderendaepobrezaem2000,nosmunicpiosdasgrandesminasdosemirido

    BR/UF/MunicpioRankingBRConcentraodeRenda2000(Gini)

    ndicedePobreza(2000)%depobres,

    (2000)RankingdePobreza

    NoBrasil(5.507) NasUF's

    Brasil 32,8 Bahia 55,3 415(*)Jaguarari 4.691 58,6 3.400 62Jacobina 5.209 57,9 3.365 57Barrocas Andorinha 4.005 69,8 4.268 226Brumado 3.787 51,8 3.082 27CampoFormoso 5.192 70,0 4.293 228Caetit 5.326 65,9 3.905 157Paraba 52,09 223(*)BoaVista 2.689 46,83 3.960 16MinasGerais 43,78 843(*)Araua 4.973 54,39 2.836 747Nota:(*)Totaldemunicpiosemcadaestado(Bahia,Paraba,MinasGerais).Fonte:PNUD(2003).O ndice de Ginimede o grau de desigualdade existente na distribuio de indivduossegundoarendadomiciliarpercapita.Seuvalorvariade0,quandonohdesigualdade(a renda de todos os indivduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade mxima(apenasumindivduodetmtodaarendadacomunidadeearendadetodososdemais nula). O indicador de pobreza o percentual de pobres que o nmero depessoascomrenda familiarpercapita inferiora50%dosalriomnimo,emrelaopopulaototal.O percentual de pobres, em relao populao total, mais alto do que a mdiabrasileira que possua 33% do total da populao em estado de pobreza em 2000. Opercentual de pobres na regio do semirido tambm supera amdia dos estados donordeste,compercentuaissuperioresa50%.Jnosmunicpiossededasgrandesminas,asituaopiora,comoexemplo,emJacobinaeAndorinha,naBahia,apobrezaatingecercade70%dototaldapopulao.Mesmoparaasgrandesminasdosemirido,commelhorposio noutros indicadores, os percentuais de pobreza so muito altos, como porexemplo,Brumadocom52%eCaetitcom66%.

  • 110 Grandesminasdosemiridobrasileiroeodesenvolvimentolocal

    4.Concluses

    Estudarasquestessociaisdosemiridorepresentaabuscadasrazesdapobrezaedoatrasodaregio,quecontinuamadesafiarasinstituieseatoressociaisenvolvidosnapromoododesenvolvimentoenamelhoriadascondiesdesuapopulao.Osmunicpiosdosemiridobrasileiro,cujaatividadenicaouprincipalamineraoemgrande escala, produzem substncia de relevncia nacional e recebem CFEM deveriamapresentarmelhores indicadoresdebemestarededesenvolvimentohumanodoqueamdiadaregionordeste,umadasmaispobresdoBrasil.Osmunicpiosmineradoresdosemiridodeveriamterumafortedinmicapopulacional,umPIBemexpansoe expressivos investimentos emeducaoe sade, contudoestodentrodafaixadecarnciasocialeeconmicaquecaracterizaaregionordeste.Podese afirmarqueosmunicpiossededas grandesminasdo semirido, embora comalguma variao relativa, perpetuam o baixo ndice de Desenvolvimento Humano.Tambmonvelderetornodaatividademineralparacadamunicpio,ondeselocalizaagrandemina,expressapelaCFEMpercapita, estmuito longedeumpadrode justiasocioambiental.A governanaprecisa ser exercidapara corrigir situaesondeo interessenacional foievocado,comopositivoedeterminante,pelaoutorgadeumaconcessoparaexploraoderecursosminerais,quesobensdaUnio.Portanto,ficaclaraanecessidadeimperiosa,pugnada pela UNICEF de priorizao urgente de polticas sociais como, por exemplo,melhorar a educao e erradicar o analfabetismo: "investirmaciamente com polticasdefinidaseintegradascomprojetoseparceriasdasociedadecivil"(UNICEF,2007).

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