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135 Capítulo 8 COMUNIDADES DE ABELHAS E RECURSOS FLORAIS EM ÁREA DE CLIMA TEMPERADO NO SUL DO BRASIL: UM DESCRITIVO DO PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM, SC Denise Monique Dubet da Silva Mouga 1 , Enderlei Dec 1, Manuel Warkentin 1 & Andressa Karine Golinski dos Santos 1 1 – LABEL - Laboratório de Abelhas, Departamento de Ciências Biológicas, UNIVILLE - Universidade da Região de Joinville, E-mail: [email protected]. Resumo A apifauna de uma unidade de conservação relevante para a preservação de recursos hídricos e turísticos foi amostrada em 12 pontos de coleta, por varredura com rede entomológica sobre plantas floridas, durante dois anos, mensalmente (1056 horas de esforço de coleta). Foram amostradas 3.307 abelhas (68 espécies, 5 subfamílias). Foram encontradas espécies ainda não citadas para SC (Hexantheda missionica, Anthrenoides petuniae, Thygater chaetaspis, Anthrenoides politus, Ceratina (Crewella) rupestris, Halictillus loureiroi, Megommation insigne, Megachile (Moureapis) cf. nigropilosa, Megachile (Pseudocentron) frame), para o Brasil (Paroxystoglossa cf. brachycera, Psaenythia collaris, Lophopedia nigrispinnis), com ocorrência restrita a SC (Ptilothrix relata) e altamente ameaçada (Bombus bellicosus). Apis mellifera representou 57,4 % das interações com plantas. Foram amostradas 151 espécies de plantas associadas às abelhas, de 45 famílias, sendo 70 exóticas, 86 nativas e 4 endêmicas. Curvas de

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Pedro Volkmer de Castilho / Michel Tadeu R. N. de Omena / Marcos H. Taniwaki PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM - PORTAL DO CONHECIMENTO

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Capítulo 8

COMUNIDADES DE ABELHAS E RECURSOS FLORAIS EM ÁREA DE CLIMA TEMPERADO NO SUL DO BRASIL: UM DESCRITIVO DO PARQUE NACIONAL DE SÃO JOAQUIM, SC Denise Monique Dubet da Silva Mouga1, Enderlei Dec1, Manuel Warkentin1 & Andressa Karine Golinski dos Santos1 1 – LABEL - Laboratório de Abelhas, Departamento de Ciências Biológicas, UNIVILLE -Universidade da Região de Joinville, E-mail: [email protected].

Resumo A apifauna de uma unidade de conservação relevante para a

preservação de recursos hídricos e turísticos foi amostrada em 12 pontos de coleta, por varredura com rede entomológica sobre plantas floridas, durante dois anos, mensalmente (1056 horas de esforço de coleta). Foram amostradas 3.307 abelhas (68 espécies, 5 subfamílias). Foram encontradas espécies ainda não citadas para SC (Hexantheda missionica, Anthrenoides petuniae, Thygater chaetaspis, Anthrenoides politus, Ceratina (Crewella) rupestris, Halictillus loureiroi, Megommation insigne, Megachile (Moureapis) cf. nigropilosa, Megachile (Pseudocentron) frame), para o Brasil (Paroxystoglossa cf. brachycera, Psaenythia collaris, Lophopedia nigrispinnis), com ocorrência restrita a SC (Ptilothrix relata) e altamente ameaçada (Bombus bellicosus). Apis mellifera representou 57,4 % das interações com plantas. Foram amostradas 151 espécies de plantas associadas às abelhas, de 45 famílias, sendo 70 exóticas, 86 nativas e 4 endêmicas. Curvas de

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acumulação de abelhas se mostraram em ascensão (subáreas Morro da Igreja e Alagados), a riqueza de espécies se mostrou significantemente diferente (Alagados) e estimadores de riqueza apontam para uma diversidade maior. A riqueza de apifauna ao longo das estações do ano mostra sazonalidade. A comparação da apifauna com outras áreas mostra afinidade com ambientes próximos ou similares (associação biogeográfica histórica ou vegetacional característica).

Palavras-chave: diversidade, apifauna, relações abelha-flor,

Apidae, Hymenoptera Título abreviado. Abelhas e flores em clima temperado no Parque São Joaquim Bees and flowers in temperate climate in São Joaquim Park

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Introdução A criação de unidades de conservação (UC), ação específica

necessária para impedir o desaparecimento das espécies

ameaçadas, é atribuição dos países sede dos biomas (WILSON

2003). Santa Catarina abriga uma unidade de conservação – o

Parque Nacional São Joaquim (PNSJ) - com características

singulares pelas formações vegetacionais, geomorfológicas e

climáticas exclusivas, sendo um ecótono de Floresta Ombrófila

Densa, campos, matas nebulares, matas ciliares, turfeiras e Floresta

Ombrófila Mista, ecossistemas do Bioma Mata Atlântica,

ameaçados em diversos graus (MEDEIROS 2002). A área onde se

encontra o PNSJ marca o encontro do Planalto/ Serra Catarinense

com a Planície Costeira, nas configurações orográficas da Serra

Geral, de origem vulcânica mesozoica, relevo muito acidentado,

grande altitude e acentuada sazonalidade pela latitude meridional

(MOUGA; DEC, 2011). As características climáticas e pedológicas

permitem atividades agrícolas de clima temperado e a região

apresenta interesse cênico e estratégico, ensejando atividades de

turismo e controle aéreo, que se refletem econômica e

ambientalmente na UC (BOLDRINI, 2009).

O Bioma Mata Atlântica pertence ao grupo dos 25 de mais

alta diversidade do mundo, dos mais ameaçados, que demandam

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estudos para embasar sua preservação e impedir a perda do

patrimônio biológico (Ministério do Meio Ambiente, Programa

Mab da Unesco). Os instrumentos quantitativos são os

levantamentos, que permitem aferir e aperfeiçoar os programas de

conservação e planejar modificações da paisagem (TERBORGH,

1992). A preservação das angiospermas dos biomas depende da

ação dos polinizadores, especialmente as abelhas, que visitam

inúmeras espécies (BAWA 1990), impedindo o isolamento

genético (BENJAMIN; McCALLUM, 2008).

A apifauna do sul do Brasil inclui mais de 500 espécies sendo,

biogeograficamente, uma das mais ricas, na transição entre zona

tropical e temperada, incluindo táxons das ambas (MOUGA,

2009). Como estabelece uma relação estreita com a flora que visita,

a apifauna é uma balizador de biodiversidade que reflete a variação

latitudinal e altitudinal em sua distribuição geográfica. Pela sua

sensibilidade a alterações ambientais, tem sido indicadora de

conservação do meio. O conhecimento sobre táxons de abelhas

não está estabelecido em áreas protegidas de clima temperado na

região sul de SC. Este trabalho realizou um inventário das espécies

de abelhas presentes no PNSJ e seus recursos forrageiros, visando

a obtenção de informações sobre a riqueza biológica, inserção

biogeográfica, numa perspectiva de conservação da UC.

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Materiais e Métodos

Área de estudo

O estudo foi realizado no PNSJ (superfície de 49,3mil

hectares), região sul de SC (coordenadas geográficas 49o 22' e 49º

39' S, 28° 04' e 28° 19'W), UC localizada na Serra Geral,

abrangendo áreas dos municípios de Urubici, Bom Jardim da

Serra, Grão Pará e Orleans (FERNANDES; OMENA, 2010).

Situa-se no encontro entre o planalto da Serra Geral e a planície

costeira catarinense, em altitudes entre 1002 e 1822 m acima do

nível do mar, com temperatura média anual de 10,9o C e

pluviometria anual de 1300-1700mm, e encontra-se sob domínio

do Bioma Mata Atlântica, com diferentes fitofisionomias: Floresta

Ombrófila Densa Alto-Montana; Mata Nebular, Floresta

Ombrófila Mista (FOM) e Campos de altitude (BOLDRINI,

2009).

Metodologia

Dentro dos limites do PNSJ foram selecionados doze pontos

de coleta (Figura 1) onde foram realizadas expedições mensais, de

agosto de 2010 a julho de 2012, no horário das 06:00 às 18:00

horas. As áreas amostrais foram percorridas ao longo de

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transecções de três quilômetros de comprimento, por dois

coletores, totalizando ao final do estudo 44 dias de campo e 1056

horas de esforço amostral. Para as abelhas, foi utilizado o método

de Sakagami et al., (1967) adaptado, amostrando-se espécimes de

Apidae sobre plantas floridas. As abelhas foram preparadas

segundo Michener et al. (1994) e identificadas por literatura

(MICHENER 2000; SILVEIRA et al. 2002; MELO;

GONÇALVES, 2005; MOURE et al. 2012) e pela colaboração de

especialistas. Foram registrados: data, local, horário, temperatura e

umidade relativa. As plantas de forrageio foram fotografadas,

colhidas, preparadas e identificadas com auxílio de literatura

específica e especialistas. Espécimes de Apis mellifera Linnaeus

1758 não foram coletados mas registrados por estimativa

quantitativa. O material coletado foi depositado no LABEL -

Laboratório de Abelhas da UNIVILLE. Todas as informações

foram incorporadas em banco de dados.

Análise dos dados

Os dados foram analisados, qualitativamente e

quantitativamente, em relação à totalidade do PNSJ. Para

estabelecer comparações entre os doze diferentes pontos de coleta

da UC, a qual inclui fitofisionomias e usos antrópicos diversos

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(Figura 2), nove dentre eles foram reunidos em três agrupamentos

(subáreas) para representarem unidades de cotejo. A primeira

subárea, aqui denominada localidade “Morro da Igreja”, inclui os

dados referentes aos pontos de coleta 1 a 7. Esta unidade se inicia

aos 1.002 m de altitude, com cobertura vegetal de FOM, passa por

Mata Nebular e chega a 1.822m, com cobertura vegetal de campo

e turfeiras. A segunda subárea, aqui denominada “Fazenda Fogo

Eterno”, está situada nas proximidades do km 42 da rodovia SC

430 e inclui dados referentes a coletas realizadas em áreas na beira

da estrada, que se constituem em remanescentes de FOM

entremeados de campo e áreas desmatadas para pastoreio. A

terceira subárea, aqui denominada “Alagados”, designa a planície

alagada com 3.000.000m2 de extensão, localizada na comunidade

de Santa Bárbara, a 6 Km do centro do município de Bom Jardim

da Serra, que forma um charco de altitude num espraiamento do

rio dos Alagados, o qual vem compor a bacia do rio Pelotas

(SOUZA, 2004).

Foram construídas as curvas de acumulação de espécies para

as três subáreas. A variação da riqueza da apifauna ao longo das

quatro estações do ano e nas três subáreas do PNSJ foi verificada

por meio do cálculo do índice de diversidade de Shannon-Wiener

e de equabilidade de Pielou (KREBS, 1989). Foram utilizados

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estimadores de riqueza (métodos jackknife 1 e 2) (COLWELL;

CODDINGTON, 1994) para as subáreas do PNSJ. Foi verificada

a similaridade da apifauna encontrada com a de outros ambientes

similares ou próximos pelo índice de Soerensen (SOUTHWOOD,

1971). Os dados foram trabalhados em Microsoft Excel 2000

(Microsoft Office).

Resultados Plantas

Em relação às plantas, foram amostradas 166 espécies

(MOUGA; DEC, no prelo), que se distribuem em 45 famílias das

quais as mais visitadas foram Asteraceae (46,90%), Papaveraceae

(9,21%), Rosaceae (6,64%), Fabaceae (6,10%) e Brassicaceae

(5,72%). As espécies mais procuradas foram: Eschscholzia californica

(7,45%); Senecio icoglossus (6,65%); Calendula officinalis (4,44%); Prunus

serrulata (3,23%) e Verbena litoralis (2,62%). Diversas espécies

vegetais exóticas (70) foram observadas interagindo com a

apifauna assim como 45 ornamentais, 10 frutíferas, 86 nativas e

uma rara (Adesmia rocinhensis - Fabaceae) (LISTA, 2012). Em

termos de táxons típicos ou incomuns, foram visitados pelas

abelhas: Eryngium sanguisorba (Apiaceae), Graphistylis serrana, Jungia

floribunda e Graziellia serrata – este último, um taxon anemocórico -

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(Asteraceae), Croton ceanothifolius (Euphorbiaceae), Mimosa scabrella

(Fabaceae), Sisyrinchium luzula (Iridaceae) e Colletia exserta - planta

medicinal em extinção (Rhamnaceae). Quanto a espécies

endêmicas, foram amostradas Passiflora urubicensis, Petunia

bonjardinensis, Parodia haselbergii subesp. graeesneri e Acca sellowiana.

Abelhas

Foi amostrado um total de 3.307 exemplares de abelhas que se

distribuem em 68 espécies e cinco subfamílias (Tabela 1). Diversas

espécies de abelhas amostradas são registros novos para SC

(MOURE et al. 2012): Hexantheda missionica, Anthrenoides petuniae,

Thygater chaetaspis, Anthrenoides politus, Ceratina (Crewella) rupestris,

Halictillus loureiroi, Megommation insigne, Megachile (Moureapis) cf.

nigropilosa, Megachile (Pseudocentron) frame enquanto que outras

compõem distribuição geográfica ainda não assinalada para o

Brasil (Paroxystoglossa cf. brachycera, Psaenythia collaris, Lophopedia

nigrispinnis). Como espécie de ocorrência restrita, foi constatada a

espécie Ptilothrix relata, que só tem distribuição assinalada, no

Brasil, para SC. Em termos de abelhas ameaçadas, foi constatada a

espécie Bombus bellicosus (mamangava-de-chão) considerada

possivelmente já extinta no estado do Paraná no seu limite

nordeste de distribuição (MARTINS; MELLO, 2009).

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Interação abelha-flor

Foram verificadas 2.146 interações entre espécies de abelhas e

plantas associadas amostradas (MOUGA et al., 2012) que

representam 21,43 % daquelas que poderiam acontecer. Destas,

1.232 (57,4 %) foram devidas à espécie introduzida Apis mellifera.

Em 34,75 % das espécies vegetais amostradas, foi coletada apenas

A. mellifera, ficando as outras espécies de abelhas, silvestres,

associadas a interações com táxons nativos e exóticos.

Curvas de acumulação

As curvas de suficiência amostral (Figura 4) revelaram

diferentes desenvolvimentos e valores finais de riqueza para as três

localidades amostradas: Morro da Igreja (44 espécies), Alagados

(38) e Fogo Eterno (19). O número de coletas para cada uma das

subáreas foi: Morro da Igreja (30), Alagados (7) e Fazenda Fogo

Eterno (4). A amostragem da Fazenda Fogo Eterno mostra uma

estabilização e as duas outras subáreas se apresentam lineares,

com constantes elevações, não atingindo o pico.

Riqueza da apifauna ocorrente em subáreas do PNSJ

Os índices de diversidade (SW) e de equabilidade (Pielou)

(Tabela 2) evidenciam que a diversidade de Alagados é maior que a

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das duas outras subáreas (valor quase 70% maior em relação ao

Morro da Igreja). A equabilidade de Alagados e Fazenda Fogo

Eterno (F. E.) é

Tabela 2

Índices de diversidade de Shannon-Wiener, de equabilidade de

Pielou, número de espécies calculado pelos estimadores de riqueza,

cálculo de riqueza esperada por meio de curvas de rarefação para as três

subáreas do PNSJ, no período 2010-2012. Legenda: Obs.=observado,

Sim.=simulado, LI=limite inferior, LS=limite superior.

Praticamente a mesma, aproximadamente o dobro da do Morro da

Igreja. Há diferença estatisticamente significante a um nível de 5%

(0,05) entre os valores de SW para as três subáreas.

Estimativa da riqueza de apifauna em subáreas do PNSJ

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No cálculo de riqueza de espécies estimada para os três

agrupamentos (Tabela 2), as espécies pouco ocorrentes foram

consideradas como parâmetros para as estimativas (uniques -

ocorreram em apenas uma amostra ou duplicates - ocorreram

em duas amostras), impedindo que espécies muito abundantes

viessem a interferir na avaliação. Para os dois estimadores,

percentualmente, o aumento estimado do número de espécies

permite o seguinte ordenamento decrescente de riqueza potencial:

Alagados > Morro da Igreja > Fazenda Fogo Eterno. Nota-se que

os valores observados, para todas as localidades, encontram-se

abaixo do esperado, tendo a localidade “Fazenda Fogo Eterno”

com o menor distanciamento entre o valor simulado e o

observado.

Rarefação

A subárea Fogo Eterno apresenta o menor número total de

indivíduos coletados e foi utilizada como tamanho padronizado

para comparar a riqueza de espécies entre todas as subáreas

(Tabela 2). Observa-se que o limite inferior de riqueza esperada de

espécies com 190 indivíduos em Alagados é maior que o valor

observado na Fazenda Fogo Eterno. Nas mesmas condições (190

indivíduos), o limite inferior de Alagados é superior ao limite

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superior de Morro da Igreja, o que sugere que Alagados seja um

ambiente com riqueza de espécies significantemente maior que o

Morro da Igreja.

Riqueza de apifauna ao longo das quatro estações do ano

Os índices de diversidade e equabilidade para o PNSJ, ao

longo das quatro estações, mostram (Tabela 3) diferença

estatisticamente significante a um nível de 5% (0,05) entre os

valores para as quatro estações.

Comparação da apifauna do PNSJ com a de outros ambientes similares ou próximos

Os dados da apifauna do PNSJ das formações de FOM,

Floresta Estacional Semidecidual e campos foram cotejados aos de

ambientes próximos ou similares (Tabela 4). Os táxons foram

comparados até o nível específico ou pelo menos até o nível de

gênero. Os maiores valores de similaridade ocorreram com FOM

de Lages (altitude 920m)(0,41), campo de altitude em Garuva

(altitude 1280m)(0,45) e campos rupestres na Serra do Cipó em

MG (altitude 880-1500m)(0,39).

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Discussão

Abelhas, plantas e interações polinizadores - flores

A amostragem de diversos táxons de plantas e abelhas não

ainda citados na literatura para os ambientes estudados, veio

preencher lacunas acerca do conhecimento sobre a flora apícola e

a apifauna da região dos campos dos planaltos, considerados

encraves da mata de araucária (BOLDRINI et al., 2009), numa

região de elevados índices de diversidade biológica. A família

Asteraceae, em ambientes abertos de altitude, se caracteriza pela

expressiva diversidade de táxons, e foi intensamente procurada

pelas abelhas, sendo considerada um importante recurso forrageiro

apícola, pelas suas características estruturais (MOUGA;

NOGUEIRA-NETO, 2012). Sobre as interações verificadas entre

abelhas e plantas, diversas se mostraram peculiares. Passiflora

urubiciensis (maracujá-do-mato), endêmico (MOREIRA et al., 2011),

com potencial farmacológico e fitoterápico (MUSCHNER et al.,

2003) e Petunia bonjardinensis, espécie ornamental ameaçada restrita

a SC e RS (GERATS; STROMMER, 2009), foram amostradas

com Bombus bellicosus (espécie de abelha ameaçada mencionada

anteriormente) e com Anthrenoides petuniae, táxon típico de altitude.

Actenosigynes fulvoniger, espécie de abelha oligolética, foi notada em

Blumenbachia urens (Loasaceae). Mimosa scabrella (bracatinga), espécie

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florestal valiosa na recuperação ambiental e produção de melato,

pela associação natural abelhas - cochonilhas (WITTER et al.,

2010), foi forrageada intensamente por diversas espécies de

abelhas. O fato de se ter verificado apenas A. mellifera em um terço

das espécies de plantas

Tabela 3

Índices de diversidade de Shannon-Wiener (SW) e de

equabilidade de Pielou, para o PNSJ, no período 2010-2012, nas

quatro estações. Legenda: Li=limite inferior, LS=limite superior.

Estações Valor

SW Variância

SW LI SW LS SW Valor

Pielou

Primavera 1,68 0,0034 1,5626 1,7973 0,43

Verão 1,42 0,0036 1,3024 1,5435 0,40

Outono 1,24 0,0022 1,1464 1,3335 0,40

Inverno 1,33 0,021 1,2404 1,4235 0,43

Amostradas sugere um intenso efeito competitivo (MOUGA

et al., 2012) e a presença desta espécie introduzida deve ser

acompanhada, com vistas ao controle de espécies invasoras em

UC. A beleza de muitas espécies botânicas, verificadas apícolas,

intui um potencial ornamental a ser explorado, que favoreceria os

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polinizadores, ao mesmo tempo em que permitiria um incremento

no turismo, conferindo beleza cênica à paisagem, numa

perspectiva de sustentabilidade. A presença de espécies de abelhas

ameaçadas e raras confere importância à UC como refúgio da

biota, com implicações de potencial recurso gênico.

Riqueza de espécies, diversidade de apifauna em

subáreas do PNSJ e sazonalidade

Os diversos índices ecológicos calculados para as abelhas

apontam para uma riqueza de espécies maior do que aquela que foi

amostrada, expressando haver ainda um número de táxons a serem

conhecidos para as localidades, independentemente das subáreas

estudadas. A subárea Alagados se destaca pela sua diversidade,

evidenciando um ambiente que sustenta uma intensa atividade

biológica, que sua grande extensão amplia potencialmente. Há que

se relevar que as subáreas mais intensamente coletadas apresentam

superfícies de amostragem que diferem: Morro da Igreja

representa uma extensão de aproximadamente 7.000 m2, Alagados

aproximadamente 10.000 m2 e Fogo Eterno aproximadamente

1.000 m2.

Os dados obtidos mostram que, embora a área de

amostragem do Morro da Igreja seja

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maior, sua apifauna mostra menos diversidade, que se

encontra concentrada em algumas espécies: Apis mellifera (64,4%),

Trigona spinipes (11,5%), Bombus pauloensis (9,2%), Schwarziana

quadripunctata (3,2%) e Plebeia saiqui (1,8%). Este fato pode ser

interpretado pelo fato de a subárea Morro da Igreja ser uma

extensão mais antropizada, inclusive com plantações espécies: Apis

mellifera (64,4%), Trigona spinipes (11,5%), Bombus pauloensis (9,2%),

Tabela 4

Similaridade entre as comunidades de abelhas (Apidae) amostradas

no PNSJ e as de outras fitofisionomias do Brasil. I. S.=Indice de

Soerensen.

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Schwarziana quadripunctata (3,2%) e Plebeia saiqui (1,8%). Este

fato pode ser interpretado pelo fato de a subárea Morro da Igreja

ser uma extensão mais antropizada, inclusive com plantações

de macieiras que fazem uso de defensivos agrícolas

(BURATTO et al., 2010). Assim, maiores esforços de captura

podem eventualmente revelar um aumento na riqueza de espécies,

fato evidenciado nas estimativas da riqueza de apifauna ocorrente

em diferentes pontos do PNSJ. Os Campos de Cima da Serra e as

Matas de Araucárias se desenvolvem atualmente em um clima frio

e úmido (Cfb ou temperado úmido) que exerce uma ação marcada

na sazonalidade de expressão da apifauna. As poucas espécies de

abelhas que mantêm atividades ao longo do ano se revestem de

interesse em termos de aproveitamento como polinizadoras de

culturas agrícolas de expressão no inverno (MOUGA; KRUG,

2010) e também na perspectiva das mudanças climáticas

(VENTURIERI et al., 2012).

Comparação da apifauna de PNSJ com a de outros

ambientes similares ou próximos

Segundo Moldenke (1975) e Heithaus (1979), ambientes

próximos, mas com diferentes fitofisionomias, comportam faunas

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de abelhas bastante distintas enquanto que comunidades de plantas

geograficamente distantes, porém fisionomicamente semelhantes,

possuem apifaunas mais similares. A maior similaridade observada

com o mesmo tipo de formação vegetal (FOM e campo de

altitude) em SC mostra que a apifauna da região sul do Brasil é

regional e diferenciada, fato evidenciado por análises comparativas

(PINHEIRO-MACHADO, 2002). Em relação à similaridade com

os campos rupestres e à distância existente entre os ambientes

comparados, possivelmente alguns elementos estão primaria ou

secundariamente associados a regiões específicas (xéricas, frias, de

altitude) ou a padrões de distribuição disjunta sendo, assim,

indicativos de uma história de trocas faunísticas entre áreas

mésicas e xéricas, altas e baixas, de regiões de latitude maior e

menor, ligadas, possivelmente, a ciclos climáticos favoráveis (AZIZ

AB’ SABER, 1971).

O estudo realizado mostrou a importância da conservação do

PNSJ, como UC que abriga uma apifauna singular a qual

desenvolve inúmeras interações com uma flora típica, associações

que são de importância para a manutenção da cobertura vegetal da

Serra Geral, origem de importantes recursos hídricos de SC e

atividades econômicas.

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Agradecimentos. À FAPESC pelo auxílio recebido ao projeto selecionado, , aos

especialistas Osmar dos Santos Ribas, Juarez Cordeiro e Eraldo Barboza do Museu Botânico da Cidade de Curitiba pela ajuda na identificação das plantas, aos especialistas Gabriel A.C. Melo e Danúncia Urban da UFPR pela assistência na identificação das abelhas. A todos que colaboraram. Referências Bibliográficas. ARAÚJO, V. A.; ANTONINI, Y.; ARAUJO, A. P. A . Diversity of bees and their floral resources at altitudinal areas in the southern Espinhaço range, Minas Gerais, Brazil. Neotropical Entomology 35: 30-40. 2006. BARBOLA, I. F.; LAROCA, S. A comunidade de Apoidea (Hymenoptera) da Reserva de Passa Dois (Lapa, Paraná, Brasil): I. Diversidade, abundância relativa e atividade sazonal. Acta Biológica Paranaense 22 (1/4): 91-113. 1993. BAZILIO, S. Melissocenose de uma área restrita de Floresta de Araucária do distrito de Guará (Guarapuava, PR). 1997. 123 p. Dissertação de Mestrado. UFPR. Curitiba. BOLDRINI, I. I. Biodiversidade dos campos do planalto das araucárias. Brasília: MMA, 2009. 240 p. Série Biodiversidade, v. 30. BURATTO, L. G.; BURATTO, J. A.; MENEZES, N.; OLIVEIRA, O. R. Urubici e suas belezas naturais: uma história na serra catarinense. Lages: Grafine, 2010. 460 p. COLWELL, R. K.; CODDINGTON, J. A. Estimating terrestrial biodiversity through

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Figura 1 - Mapa da região do estudo e pontos de coleta. Legenda: Coordenadas geográficas dos pontos de coleta: 1- S 28o 02 802 W 049o 29 524; 2 – S 28º

06.384' – W 49º 29.289; 3 – S 28º 04.543' – W 49º 30.815; 4 – S 28o 94 834 W 049o30 518; 5 – S 28º 06.648' – W 49º 29.947'; 6 – S 28º 07.246 – W 49º 29.414'; 7 – S 28º 07.632' – W 49º 28.820; 8 – S 28º 05.973' – W 49º 38.389'; 9 – S 28º 08.523' – W 49º 38.108'; 10 – S 28o09'52" - W 49o 37'50"; 11- S 28o09905 - W 49o36067; 12 – S 28o18445 - W 49o 37027

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Figura 2 - Pontos de coleta no PARNASJ. Legenda: Fotos de 1 a 7: estrada do Morro da Igreja, em Urubici: 1- plantação de macieiras, propriedade de João Delfino da Silva; 2- “Vale dos Sonhos”, propriedade de Cleverson Munhoz; 3- cascata “Véu de Noiva”, ex-propriedade de Marino Kuhnen; 4- beira da estrada após a cascata “Véu de Noiva”; 5- fazenda desapropriada, ex-propriedade de Carlos Zilli; 6- fazenda desapropriada, Mata Nebular, ex-propriedade de João Godinho; 7- Morro da Igreja/ Cindacta II/ Pedra Furada; 8- proximidades da Fazenda Fogo Eterno, Rodovia SC-430, km 42; 9- sede do PNSJ em Urubici;

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10- ruínas I, estrada geral de Santa Barbara, fazenda desapropriada, ex-propriedade de Tarcísio das Graças Custódio, Bom Jardim da Serra; 11- ruínas II, estrada interna do PNSJ, fazenda desapropriada, ex-propriedade de José Hélvio Antunes; 12- Alagados dos campos de Santa Bárbara, Bom Jardim da Serra.

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Figura 3 – Táxons de plantas e abelhas amostrados no PNSJ, no período 2010-2012. Legenda: 1- Leptostelma maxima (Asteraceae) 2 - Senecio icoglossus (Asteraceae) 3 – Acca sellowiana (Myrtaceae) 4 - Vicia sativa (Fabaceae) 5 - Petunia bonjardinensi (Solanaceae) 6 - Parodia haselbergii subsp. graessneri (Cactaceae) 7 – Passiflora urubicensis (Passifloraceae) 8 - Passiflora urubicensis (Passifloraceae) 9 - turfeiras;

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10 - Bombus pauloensis (Apinae) em flor de Zinnia elegans (Asteraceae) 11 - Bombus bellicosus (Apinae) em flor de Senecio pinnatus (Asteraceae) 12 - Schwarziana quadripunctata (Apinae) em flor de Leptostelma maxima (Asteraceae) 13 - Apis mellifera (Apinae) em flor de Graphistylis serrana (Asteraceae) 14 - Cirsium vulgare (Asteraceae) 15 - Senecio conyzaefolius (Asteraceae) 16 a- Mimosa scabrella (Fabaceae) 16 b- Tronco de Mimosa scabrella com cochonilhas 16 c- Galhos de Mimosa scabrella com cochonilhas.

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Figura 4 - Curva de suficiência amostral estabelecida para três

subáreas do PNSJ, no período 2010 - 2012.

Tabela 1

Lista de espécies de abelhas identificadas no PNSJ, no período 2012-2012. Legenda: N=quantidade de indivíduos amostrados; M.I .=Morro da Igreja; A.=Alagados; F. E.=Fazenda Fogo Eterno; PNSJ=Sede do Parque Nacional São Joaquim; RI=Ruínas I.

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