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COMUNICADO AOS ENGENHEIROS QUÍMICOS O Conselho Federal de Química, visando dar um amplo esclarecimento a toda a classe de profissionais de Engenharia Química, vem a público divulgar alguns fatos relacionados com o 2° Concurso de 2009, lançado pela Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária - INFRAERO, em que foram abertos vários cargos, dentre estes, o de Analista Superior III — Engenheiro Químico. Conforme foi amplamente divulgado na mídia, a INFRAERO tornou público em 17.2.2009, através do Diário Oficial da União, o Edital de n° 02/2009.01 comunicando a abertura de inscrições para concurso público destinado à formação de cadastro de reserva para diversos cargos dentre os quais, o de Analista Superior III — Engenheiro Químico. Na versão original do documento oficial constava à pág. 14, como pré-requisito para a inscrição que fosse o candidato portador de Diploma ou Certificado de conclusão do curso superior de Engenharia Química, fornecido por instituição de ensino superior devidamente reconhecida pelo MEC — Ministério da Educação e que tivesse o seu registro no Conselho Regional de Química. Com base nas informações lançadas na mídia e nos pré-requisitos requeridos no instrumento editalício, vários foram os profissionais — Engenheiros Químicos — registrados nos diversos Conselhos Regionais de Química que efetuaram suas inscrições para o pleito em comento. Todavia, em 24.4.2009 sem quaisquer explicações lógicas, tais profissionais foram pegos de surpresa ao se depararem com novo informe publicado no Diário Oficial da União, pela empresa em comento, no qual constavam retificações dos pré-requisitos exigidos para os cargos de AS – 1 – Analista Superior 1 – Pedagogo e, AS – III – Analista Superior III – Engenheiro Químico. Neste último caso, passou-se a exigir que o candidato ao cargo de AS III na área de Engenharia Química tivesse o seu registro, não mais no Conselho Regional de Química, mas

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COMUNICADO AOS ENGENHEIROS QUÍMICOS

O Conselho Federal de Química, visando dar um amplo

esclarecimento a toda a classe de profissionais de Engenharia Química, vem a

público divulgar alguns fatos relacionados com o 2° Concurso de 2009, lançado

pela Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária - INFRAERO, em que

foram abertos vários cargos, dentre estes, o de Analista Superior III —

Engenheiro Químico.

Conforme foi amplamente divulgado na mídia, a INFRAERO tornou

público em 17.2.2009, através do Diário Oficial da União, o Edital de n°

02/2009.01 comunicando a abertura de inscrições para concurso público

destinado à formação de cadastro de reserva para diversos cargos dentre os

quais, o de Analista Superior III — Engenheiro Químico.

Na versão original do documento oficial constava à pág. 14, como

pré-requisito para a inscrição que fosse o candidato portador de Diploma ou

Certificado de conclusão do curso superior de Engenharia Química, fornecido

por instituição de ensino superior devidamente reconhecida pelo MEC —

Ministério da Educação e que tivesse o seu registro no Conselho Regional de Química.

Com base nas informações lançadas na mídia e nos pré-requisitos

requeridos no instrumento editalício, vários foram os profissionais — Engenheiros

Químicos — registrados nos diversos Conselhos Regionais de Química que

efetuaram suas inscrições para o pleito em comento.

Todavia, em 24.4.2009 sem quaisquer explicações lógicas, tais

profissionais foram pegos de surpresa ao se depararem com novo informe

publicado no Diário Oficial da União, pela empresa em comento, no qual

constavam retificações dos pré-requisitos exigidos para os cargos de AS – 1 –

Analista Superior 1 – Pedagogo e, AS – III – Analista Superior III – Engenheiro Químico. Neste último caso, passou-se a exigir que o

candidato ao cargo de AS III na área de Engenharia Química tivesse o

seu registro, não mais no Conselho Regional de Química, mas

sim, e tão somente, no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.

Em relação a este fato, o Conselho Federal de Química, por seu

Presidente, embasando sua tese em diversos artigos de lei, em

especial, na Lei 2.800/56 e CLT, visando resguardar os direitos de toda

uma classe profissional, enviou oficio de n° 0581/2009 à empresa

Impetrada solicitando fosse revista essa exigência, retornando-se ao

quadro inicial estampado em documento de Edital publicado no dia 17.2.2009.

Em resposta lavrada em documento — CF n° 9536/DARH(RHGP-

2)/2009, de 14 de maio de 2009, a INFRAERO comunicou ao Conselho

Federal de Química que se encontrava impossibilitada de atender ao pleito

formulado, posto que entendia que o cargo de AS III, na ocupação de

Engenheiro Químico tinha como pré-requisito descrito no PCCS o registro no

Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo — CREA, pelo que se

justificava pelas atividades profissionais a serem desenvolvidas

consubstanciadas nos Arts. 1º e 17º da Resolução n°218 de 29.6.1973, da

lavra do CREA.

Tal medida foi entendida pelo Conselho Federal de Química,

como sendo extremamente ilegal, discriminatório e que além de ferir de

morte a legislação do profissional Químico, feria também, preceitos

constitucionais, dentre os quais, o do livre exercício da profissão.

Desrespeitava o princípio constitucional da isonomia. E, ainda, porque

o fator de discriminação utilizado pela INFRAERO era totalmente destituído de

justificação lógica.

A referida nova exigência pretendia diferençar os candidatos

simplesmente segundo o órgão de fiscalização profissional em que

estivesse registrado. Não se cogitava propriamente da sua formação acadêmica

(de títulos), do grau de experiência do profissional - ou qualquer outro dado.

Vedava, inclusive, os Engenheiros Químicos já inscritos no concurso, que fossem tão

somente registrados nos CRQs.

Em função de tantas incongruências e irregularidades cometidas pela

INFRAERO, este CFQ, visando resguardar os direitos de toda uma classe de

profissionais e, atendendo aos questionamentos e cobranças feitas por

inúmeros profissionais Engenheiros Químicos registrados nos CRQ's, ingressou

com um Mandado de Segurança (MS 2009.34.00.018960-0) junto à 7a. Vara

de Justiça Federal em Brasília, em que obteve de pronto, medida liminar

favorável.

Em sentença de mérito, o Exmo. Sr. Juiz Titular da Vara, NOVELY

VILANOVA DA SILVA REIS ao analisar o feito entendeu plenamente

que no processo de realização do concurso foram maculados os direitos

dos profissionais de Engenharia Química registrados tão somente nos

Conselhos Regionais de Química, o que culminou com a seguinte decisão:

"...Concedo a segurança para ANULAR o concurso público

apenas para o cargo de Analista Superior/III — Engenheiro Químico aberto pelo Edital 02/2009.01 da INFRA ERO. SE OUTRO FOR INSTAURADO, dele

somente poderão participar os candidatos com registro no CRQ..."

(grifos nossos). Todavia, em que pese a sentença de mérito ter sido favorável aos

Engenheiros Químicos registrados nos CRQs, houve na referida decisão, o que

entendemos ter sido uma incongruência ou obscuridade que gerou dúvidas e

que culminou com a realização de Embargos por parte do CFQ, ante o

entendimento que poderia ser dado pela empresa Impetrada, à frase acima

assinalada (SE OUTRO FOR INSTAURADO).

Informamos ao Excelentíssimo Juiz que em face da r. decisão

desfavorável à INFRAERO, esta poderia, como medida de retaliação,

simplesmente abolir, desconsiderar ou ainda, designar profissionais de outras

áreas para ocuparem o cargo de ANALISTA SUPERIOR III — Engenheiro

Químico (não abrindo novo concurso), fato que evidentemente iria prejudicar não

somente os profissionais que não tiveram a oportunidade de se inscrever para o

antigo pleito como também, aqueles que realizaram a prova, ou seja:

prejudicaria toda a classe de Engenheiros Químicos.

Assim, formulamos os seguintes pedidos:

"Considerando, pois, que publicamente foi noticiada a existência

de vagas para o cargo de Engenheiros Químicos, plausível será, o que se

espera e ora se pede, se digne Vossa Excelência a rever a r. decisão, no sentido de não apenas dar a opção e condicionar a realização de novas

provas à vontade da Impetrada, mas sim, de DETERMINAR QUE A

EMPRESA IMPETRADA EFETUE A ABERTURA DE NOVAS INSCRIÇÕES,

NOVOS PRAZOS E NOVA DATA PARA A REALIZAÇÃO DO CERTAME, aos profissionais de Engenharia Química, registrados nos Conselhos

Regionais de Química, conforme foi requerido pelo Conselho Impetrante em

peças anteriores, como medida da mais lídima Justiça". Em consultas efetuadas no sítio da Justiça Federal, verificamos que

o pedido acima, não foi aceito pelo Excelentíssimo Juiz, porém, não fomos

ainda, intimados de tal decisão e, portanto, não pudemos tomar conhecimento

das razões da negativa do pleito.

Fato é que, o concurso para o preenchimento de cargos de Analista

Superior III — na Área de Engenharia Química da INFRAERO, se encontra

anulado. A empresa Infraero, somente poderá ocupar tais cargos se realizar um

novo concurso, ao qual somente poderão participar os profissionais Engenheiros

Químicos devidamente registrados nos Conselhos Regionais de Química,

conforme decidiu o Juiz “a quo”.

É de se observar, que o Conselho Federal de Química, ao tomar tais

medidas, visou única e exclusivamente, defender os direitos constitucionais de

toda uma classe profissional, a de Engenheiros Químicos, não apenas, daqueles

que se encontravam registrados nos CRQs, mas, também, os que se

encontravam registrados no CREA, pois acredita piamente, no que está

estampado na Constituição do Brasil, "QUE É LIVRE O EXERCÍCIO DE

QUALQUER TRABALHO, OFÍCIO OU PROFISSÃO, ATENDIDAS AS QUALIFICAÇÕES QUE A LEI ESTABELECER" (art. 50, Inciso XIII).

Jesus Miguel Tajra Adad

Presidente do Conselho Federal de Química