comunicado à imprensa 30-11-2012

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____________________________________________________________________________ Pessoa Colectiva de Utilidade Publica D.R., 2ª Série, nº 133, de 9 de Junho de 1992 Comunicado à Imprensa A propósito da entrevista do Sr. Primeiro-ministro à TVI em que disse que era preciso repensar o financiamento da Educação e admitiu a introdução de co-pagamentos no secundário. A FERLAP quer relembrar ao Governo e aos Deputados da Nação o Artigo 74º da Constituição da República Portuguesa: Artigo 74.º Ensino 1. Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar. 2. Na realização da política de ensino incumbe ao Estado: a) Assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito; b) Criar um sistema público e desenvolver o sistema geral de educação pré- escolar; c) Garantir a educação permanente e eliminar o analfabetismo; d) Garantir a todos os cidadãos, segundo as suas capacidades, o acesso aos graus mais elevados do ensino, da investigação científica e da criação artística; e) Estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos os graus de ensino; f) Inserir as escolas nas comunidades que servem e estabelecer a interligação do ensino e das actividades económicas, sociais e culturais; g) Promover e apoiar o acesso dos cidadãos portadores de deficiência ao ensino e apoiar o ensino especial, quando necessário; h) Proteger e valorizar a língua gestual portuguesa, enquanto expressão cultural e instrumento de acesso à educação e da igualdade de oportunidades; i) Assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua portuguesa e o acesso à cultura portuguesa; j) Assegurar aos filhos dos imigrantes apoio adequado para efectivação do direito ao ensino. Serve este relembrar para que a Constituição da República Portuguesa é para CUMPRIR, embora ultimamente, tal, tenha caído no esquecimento, e que a gratuitidade do já instituído não pode voltar a deixar de o ser, assim,

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Comunicado à Imprensa 30-11-2012 à cerca da possibilidade de o Ensino Secundário passar a ser comparticipado pelos Encarregados de Educação.

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Page 1: Comunicado à Imprensa 30-11-2012

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PPeessssooaa CCoolleeccttiivvaa ddee UUttiilliiddaaddee PPuubblliiccaa DD..RR..,, 22ªª SSéérriiee,, nnºº 113333,, ddee 99 ddee JJuunnhhoo ddee 11999922

Comunicado à Imprensa

A propósito da entrevista do Sr. Primeiro-ministro à TVI em que disse

que era preciso repensar o financiamento da Educação e admitiu a introdução

de co-pagamentos no secundário.

A FERLAP quer relembrar ao Governo e aos Deputados da Nação o Artigo 74º

da Constituição da República Portuguesa:

Artigo 74.º

Ensino

1. Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de

oportunidades de acesso e êxito escolar.

2. Na realização da política de ensino incumbe ao Estado:

a) Assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito;

b) Criar um sistema público e desenvolver o sistema geral de educação pré-

escolar;

c) Garantir a educação permanente e eliminar o analfabetismo;

d) Garantir a todos os cidadãos, segundo as suas capacidades, o acesso aos

graus mais elevados do ensino, da investigação científica e da criação

artística;

e) Estabelecer progressivamente a gratuitidade de todos os graus de ensino;

f) Inserir as escolas nas comunidades que servem e estabelecer a

interligação do ensino e das actividades económicas, sociais e culturais;

g) Promover e apoiar o acesso dos cidadãos portadores de deficiência ao

ensino e apoiar o ensino especial, quando necessário;

h) Proteger e valorizar a língua gestual portuguesa, enquanto expressão

cultural e instrumento de acesso à educação e da igualdade de

oportunidades;

i) Assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua portuguesa e o

acesso à cultura portuguesa;

j) Assegurar aos filhos dos imigrantes apoio adequado para efectivação do

direito ao ensino.

Serve este relembrar para que a Constituição da República Portuguesa é

para CUMPRIR, embora ultimamente, tal, tenha caído no esquecimento, e que

a gratuitidade do já instituído não pode voltar a deixar de o ser, assim,

Page 2: Comunicado à Imprensa 30-11-2012

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

PPeessssooaa CCoolleeccttiivvaa ddee UUttiilliiddaaddee PPuubblliiccaa DD..RR..,, 22ªª SSéérriiee,, nnºº 113333,, ddee 99 ddee JJuunnhhoo ddee 11999922

Queremos relembrar ao Governo e aos Deputados da Nação que as

famílias já estão demasiado sobrecarregadas pelas políticas dos consecutivos

Governos que nos levaram ao estado em que nos encontramos,

Queremos relembrar ao Governo e aos Deputados da Nação que é vossa

competência garantir a todos os cidadãos, segundo as suas capacidades, o

acesso aos graus mais elevados do ensino, da investigação científica e da

criação artística, o que não será possível a concretizarem-se as “pretensões” do

Sr. Primeiro-ministro,

Queremos relembrar ao Governo e aos Deputados da Nação que de

acordo com a Constituição da República Portuguesa, todos têm direito ao

ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e

êxito escolar,

Queremos relembrar ao Governo e aos Deputados da Nação que foi

aprovado o Ensino OBRIGATÓRIO de 12 Anos,

Queremos relembrar ao Governo e aos Deputados da Nação que as

famílias já não conseguem suportar mais encargos,

Queremos relembrar ao Governo e aos Deputados da Nação que a

Educação é o FUTURO de um País,

Queremos relembrar ao Governo e aos Deputados da Nação que os

cortes, primeiro, e o aumento (preparado) dos encargos para as famílias com a

Educação, hipotecam o FUTURO do País.

Queremos perguntar ao Governo e aos Deputados da Nação se o que se

pretende é um País inculto, relembrando que essa é a pretensão dos regimes

não democráticos, aqueles a que nos orgulhamos de não pertencer.

O Conselho Executivo