comunicações - outubro 2012

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Saudações de Paz e Bem na F esta de São F rancisco! C C omunicações OUTUBRO - 2012 • ANO LX • Nº 10 PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

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Comunicações - outubro 2012

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Saudações de Paz e Bem na Festa de São Francisco!

CComunicaçõesOUTUBRO - 2012 • ANO LX • Nº 10

PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

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Sumário

PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASILRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP

www.franciscanos.org.br | [email protected]

MENSAGEM DO MINISTRO PROVINCIAL- “Ouvi, irmãos meus, prestai atenção...”...............................................................................................................................................................................................501

MENSAGEM DO MINISTRO GERAL- “Solidários e responsáveis, os Frades Menores na crise atual”........................................................................................................................................................503

FORMAÇÃO PERMANENTE- “Obediência à alma e à forma de vida de Santa Clara”, de Frei João Mannes.........................................................................................................................506

FORMAÇÃO E ESTUDOS- Secretariado para a Formação e os Estudos realiza as últimas reuniões do triênio........................................................................................................508- Seminário de Ituporanga em destaque na Feira de Matemática e Ciências.....................................................................................................................509- Noviços se confraternizam com a OFS de Rodeio 50.................................................................................................................................510- Noviços prestam homenagem à “nossa irmã árvore” no seu dia.......................................................................................................................................511- ITF: Entrevista com o Pe. Zezinho.......................................................................................................................................................................................................512- Congresso Internacional de Mariologia reúne diretores dos Institutos afiliados à PUA...........................................................................................514

FRATERNIDADES- Convento São Francisco celebra 370 anos de história..............................................................................................................................................................515- Vila Velha: Na festa das Chagas, a celebração dos 70 anos de presença franciscana...............................................................................................517- Vila Velha: Momento forte de formação com Ir. Ione e Pe. Rúbio..................................................................................................................................518- 70 anos: Sessão solene na Câmara de Vila Velha homenageia os franciscanos...............................................................................................519- Encontro do Regional do Vale do Itajaí.........................................................................................................................................................................................520- Núncio Apostólico visita o Convento Santo Antônio do Rio.............................................................................................................................................522- SAV-Rio faz encontro e reflete sobre Francisco e o Evangelho............................................................................................................................................523- SAV-Vila Velha: Dez jovens participam de encontro...................................................................................................................................................................523- Artigo: “Franciscanismo, hoje!”, de Frei Adriano Freixo Pinto........................................................................................................................................524- Entrevista: Frei Nilo Agostini fala sobre a corrupção no país...............................................................................................................................................526- Nasce o Grupo de Jovens Franciscanos da Paróquia Santa Inês.......................................................................................................................................529- Artigo: “Os bastidores do Mês Missionário”, de Frei Luiz Iakovacz..............................................................................................................................531- II Encontro Estadual de Jovens das Paróquias Franciscanas do Rio de Janeiro...............................................................................................................532

CAPÍTULO PROVINCIAL- Ata da apuração das indicações ao ofício de Definidor Provincial.......................................................................................................................................533

EVANGELIZAÇÃO- Frei Leandro vence concurso para a logomarca dos Franciscanos na JMJ....................................................................................................................535- Explicação do logo e fundamentação bíblica franciscana...................................................................................................................................................536- Departamento das Paróquias se reúne em São Paulo..............................................................................................................................................................537- Artigo: “A quem interessa a fragmentação das lutas sociais?”, de Rosangela Pezoti...............................................................................................538- Sefras e Sinfrajupe se solidarizam com a comunidade islâmica......................................................................................................................................540- Cefran: 18 anos comemorados com a ação da prevenção............................................................................................................................................541- Casa de Clara, 16 anos de valorização da pessoa idosa..................................................................................................................................................542- Sefras organiza fórum de serviços no RJ........................................................................................................................................................................................542

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES- Pró-Vocações realiza encontro com benfeitores na Baixada Fluminense.......................................................................................................................543- Fraternidade de Nossa Senhora Aparecida da OFS celebra 45 anos...................................................................................................................................544- Vozes lança o livro “O Cuidado necessário” de Leonardo Boff.......................................................................................................................................545- Jufra do Brasil realiza encontros de formação e animação fraterna...........................................................................................................................545

AGENDA..........................................................................................................................................................................................546

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Mensagem do Ministro Provincial

“Ouvi, irmãos meus, prestai atenção...”Caríssimos confrades e

demais irmãos e irmãs!

Que o Senhor nos dê a Paz e todo o Bem!

Neste ano, por ocasião da Solenidade e dos

festejos de São Francisco de Assis, não desejo

acrescentar palavras a tudo o que já se pronun-

ciou acerca do Santo de Assis. Nesta hora da nossa

história, tenho medo da nossa fragilidade humana

e, principalmente, a preocupação de ser mais um

irmão a ser admoestado com as palavras do próprio

Pai Seráfico: “É uma grande vergonha para nós, ser-

vos de Deus, que os santos tenham feito as obras,

e nós, proclamando-as, queremos receber a glória

e a honra” (Adm 7, 3).

Mais do que enaltecer-nos neste homem que

“tinha o costume de nunca deixar de fazer o bem”

e que aprendeu a empregar todo o seu tempo “às

laboriosas conquistas do próximo e aos arroubos

tranquilos da contemplação” (Cf. LM 13,1), a So-

lenidade de São Francisco é convite e ocasião de

escuta, de atenção, de ouvir o que ele mesmo nos

tem a propor.

Destaco, neste ano, as palavras iniciais da

Carta que ele escreveu a toda a Ordem dos Frades

Menores, isto é, a cada irmão em particular: “Ouvi,

senhores filhos e irmãos meus, prestai atenção às

minhas palavras. Inclinai o ouvido de vosso coração

e obedecei à voz do Filho de Deus. Guardai em todo

o vosso coração os seus mandamentos e cumpri os

seus conselhos com a mente perfeita. Proclamai-o,

pois ele é bom, e exaltai-o em vossas obras; pois

com este intuito ele vos enviou por todo o mundo,

para que, por palavras e obras, deis testemunho

de sua voz e anuncieis a todos que não há ninguém

onipotente além dele. Perseverai na disciplina e na

santa obediência e cumpri, com propósito bom e

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Mensagem do Ministro Provincial firme, o que lhe prometestes” (vv. 5-11).

Todos estes verbos, na sequência da Carta, nos remetem aos fundamentos espirituais dos quais jamais podemos abrir mão se realmente quisermos ser coerentes na nossa vocação e missão de irmãos menores. São Francisco nos destaca:

• A centralidade do mistério de Cristo que, diariamente, transparece na reverência e na honra ao santíssimo corpo e sangue de Cristo; • A dignidade, a coerência e a santidade do frade sacerdote em referência ao sacerdócio de Cristo;• A Eucaristia partilhada em fraternidade como princípio de comunhão e de unidade;• O cuidado de tudo o que nos envolve e nos remete ao sagrado para qualificar, santi-ficar, sacralizar todas as nossas relações; • O reconhecimento da nossa frágil condi-ção humana! Ainda não somos fraternidades perfeitas porque devo bater no peito e reco-nhecer que eu não sou perfeito; • A coerência e a fidelidade aos nossos ofí-cios de cada dia, mesmo nas enfermidades;

• A fidelidade da itinerância na obediência (pacto comum) para não nos excluirmos do olhar de Francisco (vagar fora da obediência);

Que nesta Solenidade do Seráfico Pai Francis-co, de coração reto e mente pura, possamos assim proclamar:

“Eterno Deus onipotente, justo e misericordioso, concedei-nos a nós míseros praticar por vossa causa o que reconhecemos ser a vossa vontade e querer sempre o que vos agrade, a fim de que interiormente purificados, iluminados e abrasados pelo fogo do Espírito Santo, possamos seguir as pegadas de vosso Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, e por vossa graça uni-camente chegar a vós, ó Altíssimo, que em Trindade perfeita e Unidade simples viveis e reinais na glória como Deus onipotente por todos os séculos. Amém!”

Irmãos e irmãs,abençoada festa de São Francisco de Assis!

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFMMinistro Provincial

AGENDA DO MINISTRO PROVINCIAL

25/09 - 06/10: São Paulo (Preparação

do Relatório ao Capítulo)

06/10: Ordenação Presbiteral de Frei João Francisco

da Silva

8-11/10: Comissão do Capítulo e Definitório

Provincial

12/10: Piratininga – Profissão Monástica

13-14/10: Agudos – Encontro dos Jovens

15-21/10: São Paulo (Relatório do Capítulo)

20/10: Ordenação Presbiteral de Frei Roberto Ishara

26-28/10: Santo Amaro/Teresópolis (família)

29/10 - 04/11: Preparação do Capítulo Provincial

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Caríssimos Irmãos,o Senhor vos dê a paz!Por ocasião da celebração da festa do nosso pai

São Francisco, desejamos partilhar convosco algumas reflexões a partir da atual crise econômico-financeira. Esta crise ultrapassa os confins das economias desen-volvidas e se insere na crise mais ampla do subdesen-volvimento que atinge mais de dois bilhões de pessoas, obrigadas a viver em pobreza extrema.

A nossa intenção não é tratar toda a problemá-tica, muito complexa, mas sobretudo estimular-nos reciprocamente ao questionamento, pessoal e comu-nitário: que responsabilidade temos ou sentimos ter nesta difícil conjuntura? Nós, Frades Menores, como vivemos a situação do mundo e, em particular, a crise geral que assola muitíssimas famílias? Como podemos viver hoje, de maneira fiel e significativa, a nossa opção pela pobreza evangélica, a solidariedade, o testemunho que dá dignidade e também oportunidade à situação negativa que chamamos “crise”? O sofrimento de tantas pessoas, especialmente daquelas mais frágeis, é fonte de preocupação para nós, desejosos de continuar a sermos os frades do povo.

Não somente crise econômico-financeiraA atual crise é, sob muitos aspectos, diferente das

precedentes. A sua causa principal é ligada ao próprio sistema, ao modo como foi organizado e também aos princípios e às motivações que estão em seus funda-mentos.

Assistimos, ao longo dos últimos anos, a um cres-cente predomínio do capital financeiro sobre a econo-mia real, predomínio esse que também envolveu as esferas da política, tornando-a praticamente submissa ao poder financeiro.

Entre os efeitos da crise, além das desigualdades nos rendimentos, é bom recordar a não-transparência e a volubilidade dos mercados, devido ao protagonismo do capital financeiro. Neles foram lesadas a confiança e a credibilidade, valores fundamentais para o seu correto funcionamento e para a sua sustentabilidade. Seguindo por essa via, se cultivou a ilusão de lucros financeiros sempre crescentes, até gerar uma hybris ligada à “sedução” de poder libertar-se, finalmente, do lucro pelo trabalho, no progressivo “divórcio” entre

SOLIDÁRIOS E RESPONSÁVEISOs Frades Menores na crise atual

capital financeiro e economia real.Com a presunção de potência que envolveu a

dinâmica financeira, o vazio criado nos mercados pela erosão da confiança e da transparência foi preenchido pela avareza, que se tornou a prerrogativa do capita-lismo financeiro.

A expansão do mero lucro tornou-se o fim de con-senso para a maior parte do management empresarial.

A própria redução de pessoal é utilizada, não raras vezes, como alavanca para a lucratividade dos acionis-tas unicamente.

Para muitos milhões de pessoas a crise significa desemprego. Estas pessoas não têm mais renda pelo trabalho e com angústia vêem também a suspensão de eventuais subsídios, com o risco da profunda mar-ginalização social. Além disso, o aumento dos preços dos alimentos obrigou outros milhões de pessoas, especialmente nos países mais pobres, a uma situação insustentável, que ameaça a sua própria sobrevivência.

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A crise atual – junto com a pobreza mundial, a fome, as guerras e a destruição da criação – vai além do plano meramente técnico-conjuntural, atingindo a dimensão antropológica e ética. O utilitarismo, a busca por lucro pessoal a todo o custo e o consumismo de-senfreado devem ser questionados. Estas motivações do agir tem plasmado a cultura atual predominante e tem orientado a inteira vida humana para finalidades autorreferenciais, segundo um paradigma de raciona-lidade que compreende as relações fundadas sobre o princípio da troca de equivalentes: dar para ter. Todavia, a crise nos revela de maneira ampla os êxitos negativos de tais opções utilitaristas, como a ineficácia de tantas intervenções de natureza meramente técnica, na ten-tativa de sair da mesma.

Reflexão a partir da nossa espiritualidadeA superação da crise e a mudança do nosso mundo

exigem uma modificação do rumo, que dê um sentido novo à nossa existência e pense um modelo diferente de desenvolvimento. Para isso a nossa espiritualidade evangélica e franciscana nos oferece luzes preciosas.

• O Evangelho é “boa notícia” para a vida, por isso “o Evangelho não é apenas uma comunicação de rea-lidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera fatos e muda a vida.” (Spe salvi, 2). Crer no Evangelho significa, portanto, perguntar-nos sobre o porquê desta situação de crise, desvelar as atitudes e os comportamentos que a provocaram, questionar o nosso modo de viver, converter-nos e ser “boa notícia” para quem sofre.

• O centro da vida cristã é o amor. Deus é amor. E “o grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o fato de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor.

Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a jus-tiça, bem como a misericórdia e a compaixão.» (Bento XVI, Mensagem para a Quaresma 2012, n. 1).

• O amor vivido e revelado por Jesus nos impele à preferência pelos pobres e sofredores e inclui a busca da justiça que é um dos sinais do Reino. Para Jesus, enviado a trazer a boa nova aos pobres (cf. Lc 4,18; Mt 11, 5), os marginalizados e excluídos eram um escândalo. Consi-

derar a pobreza como um escândalo nos deve motivar a assumir atitude ativa e pública a favor dos países e dos setores sociais pobres (cf. CCGG 96 §2).

• Todos os bens pertencem a Deus que os doa para o bem de todos. Francisco está convencido de que todos os bens, espirituais e materiais, são de Deus: não nos pertencem. Como ensina a Escritura, recordando mui-tas vezes que a «terra é de Deus» (cf. Lv 25,23; Ex 9,29; Sl 24,1), o homem não pode considerar nada como sua propriedade, porque cada bem é de Deus (cf, Rnb 17,18). Nós os recebemos como administradores para colocá-los a serviço de todos. Esta visão de Francisco concorda com o ensinamento dos Padres sobre a desti-nação universal dos bens, ensinamento este retomado pelo Magistério social pós-conciliar da Igreja.

• A restituição. Para Francisco a partilha ou a solida-riedade é uma consequência lógica da sua concepção de propriedade. Para ele, Deus é o único dono de todos os bens, e os distribui com generosidade a todas as pes-soas (cf. 2Cel 77). O uso das coisas é determinado pela necessidade: as coisas são de quem delas tem necessi- quem delas tem necessi-dade. Para Francisco o dom do manto aos pobres não é outra coisa que restituição, entendida como justiça: ele se sentia um ladrão se não partilhasse aquilo que tinha com quem dele tinha mais necessidade (cf. 2Cel 87; 92).

O que podemos fazer?A crise hodierna pode ser para nós um apelo do

Espírito, um “tempo de graça” para mudar o nosso olhar sobre o mundo e para tornar-nos mais solidários. Por isso ela não pode deixar-nos indiferentes, mas deve provocar em nós, nas Fraternidades locais e provinciais, uma séria avaliação sobre o nosso estilo de vida, sobre a atuação concreta do sem nada de próprio, sobre a organização econômica das nossas instituições, sobre a nossa capacidade de partilhar com os pobres e mar-ginalizados.

Começando pela vida interna das nossas Fraterni-dades, a emergência sócio-econômica atual não deveria despertar em cada Frade a disponibilidade à gratuidade e à reciprocidade? Como justificar as contas pessoais em Bancos ou o guardar para si bens (salários, aposenta-dorias, ofertas ...) que pertencem à Fraternidade e que deveriam ser partilhados também com os pobres mais necessitados? Somos honestos com a sociedade no que se refere ao pagamento dos impostos? Estamos em dia com os nossos trabalhadores, segundo a lei?

Em âmbito de economia provincial, nós cremos que a instituição de um “Fundo comum”, alimentado por

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toda a Fraternidade e para o sustento das Fraternidades em suas necessidades, é uma forma muito concreta de solidariedade entre nós, de reciprocidade entre as Fraternidades e que pode ser também uma fonte de partilha com os pobres.

A atual crise, que impõe a tantas famílias a redução de meios e obriga outras famílias a privar-se do neces-sário, pensamos que deveria também provocar nos Frades um sério exame de consciência sobre o estilo de vida demasiadamente cômodo, sobre o uso demasiado liberal dos meios mais sofisticados, sobre hábitos de vida claramente “burgueses” e de consumo (cf. CCGG 67). Como podemos transmitir coragem e esperança aos novos pobres, se nós mesmos não conseguimos nos libertar de tantas “necessidades não necessárias”?

A austeridade provocada pela crise deveria tam-bém fazer-nos rever o uso dos bens móveis (ex.: acú-mulo de dinheiro, cf. CCGG 82 §3; e a nossa confiança na Providência?) e imóveis (tantos espaços vazios). Quantas famílias despejadas, quantos imigrantes sem morada estável, quantas Associações de tipo assisten-cial poderiam usufruir de tantos locais que temos e que não são utilizados!? E o dinheiro, em quais Bancos preferimos depositá-lo? Torna-se hoje necessário, an-tes de tudo, saber como os Bancos utilizam as nossas economias: para promover projetos econômicos, so-ciais, culturais que respeitem os direitos humanos e o cuidado pela criação ou para atividades contrárias aos nossos princípios éticos?

E a nossa partilha e solidariedade não devem ser somente generosas, mas também inteligentes e criativas. Se olhamos o nosso passado, notamos que a Observância marcou um tempo particularmente fe-cundo, porque os Frades souberam conjugar a tensão da renovação interna com aquela de renovação social, dando vida à admirável invenção dos “Monti di pietà”, a primeira forma de microcrédito para a humanidade. Em tantas partes do mundo, o financiamento ético, os mi-crocréditos, as cooperativas sociais, o comércio équo e solidário, são formas de solidariedade inteligentes que, se sustentadas, conseguem tirar da pobreza tantas pes-soas, respeitando-as na sua dignidade. Não se limitam à simples beneficência, mas promovem a capacidade organizativa dos indivíduos que se beneficiam.

É urgente continuar cuidando da formação dos Frades, especialmente dos ecônomos e dos guardiães, para lerem em profundidade as dinâmicas sócio-eco-nômicas. A gestão dos recursos financeiros não pode ser feita somente em base ao bom senso. Ela constitui

um instrumento eficaz para a cidadania responsável, voltada para o bem comum e o desenvolvimento inte-gral. Em nosso trabalho pastoral, nos nossos âmbitos eclesiais (paróquias, escolas, grupos, movimentos), devemos sensibilizar e educar para dar a prioridade aos mais fracos e necessitados nas diferentes opções; ter como chave comunitária uma frase dos Atos dos Apóstolos: “tínhamos tudo em comum”; fazer com que em todas as nossas paróquias, nos santuários e nos conventos haja espaços de acolhida, de humanização e de encontro, e que haja voluntariado para a solida-riedade com os pobres. Queremos igualmente lançar a nós e a vós, Irmãos, uma pergunta mais radical: somos ainda capazes de escandalizar-nos diante de tanta pobreza e tantas injustiças que existem no mundo? Ou refugiamo-nos atrás da fácil afirmação de que o proble-ma nos ultrapassa em muito e, portanto, não podemos fazer nada? Não é também este um modo para fazer “adormentar” a nossa consciência? Se o mar é formado por tantas gotas, do mesmo modo na dimensão sócio--econômica a nossa pequena gota pode contribuir para formar um mar de solidariedade e de bondade.

As nossas escolhas no campo do consumo, das economias e da partilha são uma contribuição (ou uma privação) importante para construir economia solidária, a serviço da pessoa e de todas as pessoas. Daí que de-vemos tomar consciência de que a tal nova economia solidária não será somente resultado de decisões de alta política econômica, mas decorre também do que nós podemos oferecer com o nosso modo de viver e de agir.

Se uma economia transparente e de comunhão nutre a comunhão fraterna, a economia de partilha nos torna verdadeiramente irmãos dos pobres e dos pequenos.

Isto é certamente um testemunho que manifesta à sociedade alguma direção alternativa: livre do cego individualismo e do egoístico interesse pessoal para ser aberta à solidariedade concreta e à justiça. Seguir nesta direção nos parece o modo melhor para honrar o nosso pai e irmão Francisco.

Roma, 17 de setembro de 2012,

Festa dos Estigmas de São FranciscoOs vossos irmãos do Definitório GeralFr. José Rodríguez Carballo OFM (Min. Gen.)

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Formação Permanente

de fundação da Ordem de Santa Clara

8 0 Centenário

OBEDIÊNCIA À ALMA E À FORMA DE VIDA DE SANTA CLARA

O capítulo X da Forma de Vida de Santa Clara – A admoestação e a correção das Irmãs - segue, em linhas gerais, o capítulo X da Regra Bulada de São Francisco. Tendo por base o referido texto, seguem algumas considerações sobre a exortação que Clara faz às Irmãs acerca do “amor mútuo” (RSC X, 7), da responsabilidade da abadessa de zelar pela Forma de Vida na vida das Irmãs (cf. RSC X, 1,4) e, sobretudo, acerca da obediência das Irmãs à abadessa em tudo que “não é contra sua alma e a forma de nossa profissão” (RSC X, 1,3).

Antes de tudo convém ter presente que é “por inspiração divina” (RSC II, 1) que a abadessa e as Irmãs convivem enclausuradas num mesmo mosteiro e pro-fessam uma mesma Forma de Vida. Isto quer dizer que elas são Irmãs porque todas são filhas do “altíssimo Pai Celeste” (RSC VI, 1) que as iluminou e as chamou a viver segundo a forma do Evangelho de Jesus Cristo.

O fruto mais precioso da vivência do Evangelho é a comunhão de vida ou o “amor mútuo”. Por isso, Clara pede às Irmãs que “se guardem de toda soberba, vanglória, inveja, avareza (cf. Lc 12, 15), cuidado e so-licitude deste mundo, da detração e da murmuração, da dissensão e da divisão” (RSC X, 6). Antes, “sejam sempre solícitas em conservar, umas com as outras, a unidade do amor mútuo, que é o vínculo da perfeição” (RSC X, 7). Em outras palavras, Clara pede às Irmãs que sejam boas e compassivas umas para com as outras, perdoem-se mutuamente e, enfim, vivam no amor, a exemplo de Jesus Cristo que nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós (cf. Ef 5, 1-2).

A construção da vida em comunhão, ou a “dile-ção mútua”, requer o esforço contínuo de abnegação

de cada membro da comunidade. Todavia, entre as Irmãs, a abadessa tem a responsabilidade maior de zelar pela vocação e missão de cada uma delas. Por isso, Clara exorta-a para que “visite suas Irmãs e as corrija” (RSC X, 1), caso tenham se desviado do apelo do próprio Senhor: “sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 48). Porém, que as corrija com “humildade e caridade” (RSC X, 1) e à luz da Forma de Vida que todas as Irmãs livremente “prometeram ao Senhor observar” (RSC X, 3).

Portanto, a obediência, como abertura e acolhida do Mistério do Deus de Jesus Cristo que se fez servo (Fl 2, 6-8), diz primeiramente respeito à abadessa. Por isso, sua primordial vocação e missão é revestir-se da autoridade do servo Jesus Cristo: “Pois, assim deve ser, que a abadessa seja servidora de todas as Irmãs” (RSC X, 5). E “as Irmãs súditas lembrem-se de que, por Deus, renunciaram à sua própria vontade” (RSC X, 2) a fim de “obedecer firmemente a suas aba-dessas em tudo que prometeram ao Senhor observar” (cf. RSC X, 3).

No entanto, acrescenta Clara, a obediência das Irmãs em tudo não pode contrastar com a alma e a Regra. Devem, então, obedecer em tudo, “que não é contrário à sua alma e à nossa profissão” (RSC X, 3). Assim, a abadessa não pode ordenar nada que seja contrário à sua alma e as Irmãs não devem obedecer ao que se opõe à sua alma. Essa exortação de Clara está em sintonia com a admoestação que Francisco faz aos ministros de não poderem “ordenar nada que seja contra sua alma e a nossa Regra” (RB, X, 2). E aos irmãos súditos exorta que obedeçam aos seus ministros em

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Formação Permanentetodas as coisas que prometeram ao Senhor observar e que não são contrárias à alma e contra a Regra que professaram (cf. RB, X, 4).

Clara e Francisco destacam que não se pode ordenar nada que se contrapõe aos princípios da alma, nem obedecer em coisas contrárias à alma. Isto quer dizer que, para o Pobre de Assis e a Dama pobre, obedecer ou não é decidido na interioridade da alma e em sintonia com a natureza da alma. A alma não assinala o mundinho do “pequeno eu”, subjetivo, intimista e individualista. Pois, sabe-se que os Ir-mãos e Irmãs renunciaram às suas próprias vontades. A alma humana é mens, é spiritus porque, ao ser amorosamente criada, Deus insuflou nela a capa-cidade de amar e conhecer à semelhança do Filho de Deus que, em Jesus de Nazaré, renunciou à sua condição divina e assumiu a condição de Servo. As-sim, por natureza, a alma quer amar e conhecer a Deus, no seguimento de Jesus Cristo.

A alma humana ex-perimenta-se a si mesma como mistério insondável de liberdade. Nem mesmo Deus viola o “espaço inte-rior” de liberdade de cada pessoa. Então, exigir algo contra a alma ou não poder obedecer em coisas con-trárias à alma, significa que tudo o que se faz deve ser feito livremente, por amor. Todas as coisas devem ser feitas de acordo com a natureza da alma e com alma, isto é, com a liberdade e o amor de Deus, que nada quis para si mesmo para que totalmente nos receba aquele que totalmente se nos oferece (cf. Ord 29). Talvez por isso, Clara, ao revelar a origem divina de sua Forma de Vida, ressalta que foi voluntariamente (não contra a alma) que ela decidiu corresponder à iluminação do Altíssimo (cf. RSC VI, 1).

Enfim, é da vontade de Deus que cada pessoa se decida livremente a obedecer à inspiração do Altís-

simo. No entanto, depois que se optou por professar a Forma de Vida de Clara ou a Regra de Francisco, deve-se corresponder a todas as exigências ineren-tes à forma da profissão. Trata-se de uma obediência necessária que, porém, não se opõe à alma porque foi livremente querida e porque é da vontade de Deus que não se professe esse gênero de vida senão livremente

e por necessidade de natureza. Transcender a própria vontade e vo-luntariamente colocar--se no seguimento de Jesus Cristo, a exemplo de Clara e Francisco, sempre foi e continuará sendo o maior desafio da Vida Religiosa Fran-ciscana.

Por tanto, ter de obedecer a todas as coi-sas da Regra de Francis-co ou da Forma de Vida de Clara não é contra a alma, pois supõe-se que livremente os Irmãos e as Irmãs se dispuseram a professar esse gênero de vida, de modo que todas as exigências contidas nas Regras estão em sintonia com a alma e devem ser observadas. Por exemplo, na Forma de Vida clariana pres-

creve-se que as Irmãs não devem procurar aprender letras (cf. RSC X, 8). Não se trata de um apelo que se contrapõe à alma, mas é uma exigência inerente à For-ma de Vida que as Irmãs livremente professaram. Ao dar essa ordem, Clara reprova, sim, uma mentalidade e atitude de busca do saber em vista de seu próprio engrandecimento e utilidade. O estudo acadêmico das Fontes Franciscanas e Clarianas, bem como da filosofia e da teologia, movido pelo “espírito do Senhor” e em vista de uma melhor qualidade de vida evangélica e evangelizadora, são e serão sempre exigências ineren-tes à forma de nossa profissão (cf. RB, X, 4).

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A Fraternidade do Postulan-tado Frei Galvão acolheu, nos dias 03 e 04 de setembro, as reuniões do Departamento dos Formadores e o Conselho para a Formação e os Estudos. O Departamento dos For-madores se reuniu no dia 03, com representantes de todas as casas e contando também com a presença dos animadores vocacionais da Pro-víncia, Frei Pedro da Silva e Frei Die-go Atalino de Melo.

A parte da manhã foi ocupa-da com um estudo da afetividade e suas implicâncias na formação, dirigido por Frei Hipólito Martendal e com boa partilha dos desafios en-frentados em cada etapa.

À tarde foi a vez dos assuntos mais deliberativos, a serem encami-nhados ao Conselho de Formação e Estudos e já ao Capítulo Provincial, ou seja, indicação de nomes para o serviço da formação, apreciação de pedidos de retorno, encaminha-mentos para estudos ou estágios entre a Filosofia e a Teologia, além de um breve relato de cada casa de formação.

A fraternidade ofereceu um churrasco suculento na noite entre as duas reuniões, oportunidade de recreação, muita música e boa con-vivência entre os formadores e com os postulantes. O dia 04 começou

Secretariado para a Formação e os Estudos realiza as últimas reuniões do triênio

com a celebração eucarística e, logo depois do café, iniciamos a reunião do Conselho. Este é formado pelos mestres de cada etapa, os diretores dos institutos, os coordenadores dos departamentos e os represen-tantes dos frades estudantes de Fi-losofia e de Teologia.

Ao todo, eram 13 frades. Frei Estêvão Ottenbreit, moderador da Formação Permanente, representou o Ministro Provincial, ocupado com a Visita Canônica.

Além dos assuntos normais, encaminhados pelos departamen-tos, o Conselho deu especial enfo-que aos seguintes pontos:

• O encontro de Secretários para a Formação e os Estudos das entidades brasileiras, promovido pelo Serviço de Formação da CFMB, em Santarém, PA, no mês de julho;

• O texto final da Assembleia dos frades estudantes de Filosofia e de Teologia, realizada no final de ju-lho;

• O envolvimento dos nossos

formandos na Jornada Mundial da Juventude e na mobilização dos jo-vens ligados ao carisma franciscano, desde já e também durante a sua re-alização, em 2013;

• Indicações e critérios para o período de estágio depois dos es-tudos de Filosofia, seja ele em terras de missão ou de serviço e convivên-cia nas fraternidades da Província;

• Encaminhamentos no cam-po da Formação e dos Estudos para o Capítulo Provincial.

Ao final, tivemos também uma avaliação da caminhada do Secreta-riado neste triênio, a qual apontou crescimento na objetividade das reuniões, no tempo maior para a convivência entre seus membros, a busca de maior integração entre as etapas da formação inicial, favore-cendo a gradualidade e também a corresponsabilidade por todo o pro-cesso formativo.

De minha parte agradeço a todos os membros do Secretariado pela presença efetiva em todas as reuniões do Conselho e dos depar-tamentos, seus coordenadores e secretários, responsáveis pela ani-mação dos diversos trabalhos, e, principalmente pelo empenho de cada irmão em favor da Formação e dos Estudos em nossa Província.

Frei César Külkamp

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Os seminaristas Jhonatan Ceratto e Jonas Bit-tencourt e (3º ano), obtiveram qualificação de DES-TAQUE na XIV FEMACRI a Feira de Matemática e Ciências da Região. Sob a tutela competente e entu-siasmada do Professor Vanderlei Petry, eles apresen-taram o trabalho Matemática e Eletricidade.

Na apresentação interativa e animada, os se-minaristas abordaram com clareza a relação da ele-tricidade com a matemática. A exposição circulava sobre diversas áreas: da história da eletricidade ao funcionamento das lâmpadas; das fontes de geração de eletricidade no Brasil e no mundo até o cálculo de consumo de uma bateria de celular; dos gastos de eletricidade com um chuveiro às estimativas de eco-nomia das luzes de led. Os cálculos abundantes e a dinamicidade na explicação atraíram a atenção dos visitantes da feira.

Segundo o Professor Vanderlei, que acompa-nhou e auxiliou no desenvolvimento do trabalho, a Feira é de importância fundamental para a escola e para os alunos. “É um momento gratificante, onde a gente consegue transmitir conhecimentos que fo-ram socializados em sala e dividir com o público em geral, além de poder interagir com outras escolas”. Para o Jhonatan, a feira também foi um “momento de aprendizagem, de receber e partilhar conhecimen-to”. Um “momento de troca,” resume. O Jonas ressalta que “foi uma experiência de convivência, alegria e conhecimento”.

Ao professor Vanderlei, responsável pelo traba-lho e representante do seleto grupo de professores da Escola do Seminário, e aos seminaristas Jonas e Jhonatan, nossas congratulações e votos de perseve-rança na senda do conhecimento.

A XIV Feira que aconteceu no dia 29 de agosto é uma iniciativa da GERED (Gerência Regional de Edu-cação), que compreende 9 municípios do Alto Vale do Itajaí. Ao todo foram expostos 61 trabalhos das es-colas da região. Em 2011 o seminário também esteve presente na Feira com o trabalho A Matemática do Seminário, que além de Destaque na Feira Regional, também alcançou o grau de Destaque na Feira Esta-dual de Matemática.

Frei Renato Pezenti

Seminário de Ituporanga em destaque na Feira de Matemática e Ciências

Olimpíadas chegam à 32ª ediçãoMais uma vez o Espírito Olímpico armou sua tenda

e fez morada no Seminário São Francisco de Assis de Itu-poranga. Foi realizada de 6 a 9 de setembro a 32ª edição das Olimpíadas Frei Gabriel. As equipes participantes não economizaram entusiasmo e criatividade.

Na abertura, cada equipe teve a oportunidade de realizar uma performance para apresentar os integran-tes, o grito de guerra, o mascote, a bandeira e o patrono. Elas foram avaliadas por um júri do qual participaram Frei Gilberto da Silva, respresentando os frades, Lucas Dariva, em nome dos seminaristas, Cleusa, colaborado-ra do seminário, e Eder Petry em nome da comunidade.

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Radiantes de alegria fraterna, unimo-nos à Fra-ternidade da OFS, Santa Isabel da Hungria, e à co-munidade São Virgílio, no dia 15 de setembro, para celebrarmos a graça do “ser franciscano” e viver a au-tenticidade do Evangelho numa vida de penitência.

A celebração, presidida por Frei Samuel, mestre dos noviços e assistente espiritual daquela fraterni-dade, aconteceu na Capela da Comunidade Rodeio 50, às 19h00. Toda a liturgia ficou sob nossa respon-sabilidade e a animação não faltou para contagiar aquele momento singular em nossas vidas. Duran-te a homilia, Frei Samuel destacou a importância de assumirmos com coragem nossa cruz e, enquanto cristãos, suportarmos até mesmo os mais difíceis desafios por amor a Cristo que não poupou sua pró-pria vida, por amor a cada um de nós. Falou ainda da base cristã, que se fundamenta nos apóstolos e már-tires, que, sem reservas, se doaram à missão de viver e testemunhar o Evangelho. Desta forma, pudemos celebrar o 24º Domingo do Tempo Comum.

Após a missa, dirigimo-nos ao salão anexo à Igreja para saborearmos a tão tradicional sopa, com variados sabores. Vivemos, então, naquele momen-to, um fraterno convívio com os irmãos franciscanos seculares e demais pessoas da comunidade. Vale lembrar também a presença de alguns membros da OFS da fraternidade São Luís, do Centro de Rodeio, e ainda a participação ativa do Movimento de Com-bate ao Câncer de Mama. As mulheres fizeram parte da organização do evento e celebraram conosco o amor de Deus que se entrega na Eucaristia.

Depois de termos experimentado momentos de fraternidade e alegria franciscana, voltamos ao Noviciado. Que a bondade do Criador se refaça cada dia em nossas vidas e assim possamos cada vez mais prezar estes momentos, que enriquecem nossa ca-minhada e nossa espiritualidade, no amor de Deus que se revela e se entrega pelos irmãos.

Nossa fidelidade ao espírito de fraternidade seja cada vez maior e a alegria que brota destes encontros seja constante na caminhada, mesmo quando as situações da vida exigirem nosso suor e sangue.

Frei Quingando e Frei José Aécio

Noviços se confraternizam com a Ordem Franciscana Secular de Rodeio 50

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Em 21 de setembro celebra--se a efeméride do dia da Árvore e nós, noviços franciscanos, nos reunimos na tarde deste dia, para render homenagem à nossa Irmã Natureza com sua imensa vastidão. Escolhemos como símbolo plantar para futuras gerações, assim como os antepassados plantaram para nós, regar para que outros possam podar e colher frutos que saciem a fome e deem sombra e aconchego.

É bonito, poético e recheado de um quê de romantismo perce-ber que Francisco, nosso Pai e Irmão na fé, seja proclamado patrono da ecologia, no hoje que conhece a poluição, desertificação, desmata-mento...Terminologias que em sua época eram desconhecidas.

É magnífico, por outro lado, ver pessoas lutando, labutando e doando-se inteiramente para pro-teger e preservar a natureza, pes-soas que todo o seu empenho e sua vida declinam em prol do bem da natureza e das futuras gerações. Ainda belíssimo é o ensinamen-to transmitido pelos professores,

Noviços prestam homenagem à “nossa irmã árvore” no seu dia

educadores sociais, pais e encarre-gados dos alunos e filhos, estes já em tenra idade escolar.

Indescritível ainda é Francis-co, o moderno do século XIII, o vi-sionista da contemporaneidade, o ecólogo do pós-moderno, o irmão de todos, pregador da natureza e da PAZ e BEM com todos, em todos e por todos.

Sim, somos, com orgulho hu-mildes, franciscanos, não os gran-des, mas sim os fratrum minorum e, como o Pai, não queremos sobre-maneira louvores para nós, senão para o Altíssimo, para que se diga: tal pai, tal filho.

É como a passagem do seme-ador narrado no Evangelho de São Lucas 8, 4-15, proclamada na cele-bração de hoje, uns devem plantar, outros regar, e outros, colher o fru-to e consumir. Sim! Vamos plantar o bem, o amor, a caridade, mas não podemos querer plantar sozinhos, pois sós, já diz o Senhor, “nada po-deis fazer sem Mim”.

Vamos plantar em fraternida-de, em comunidade e e entre ir-

mãos, filhos do mesmo Pai.Foi com este sentimento que

depositamos aos cuidados da Mãe Terra o nosso Irmão Abacateiro. E ouvimos a exortação feita pelo mestre Frei Samuel, que é preciso ser como o abacateiro, que deita suas raízes profundamente para dar sustentabilidade e poder voar no intuito de alcançar os ares, res-pirar, e produzir. Morrer para si mesmo para crescer, florir e dar fruto.

Nós também – como religio-sos e menores – somos chamados a fincar nossa raiz no Evangelho e na nossa Regra de Vida, para crescer, madurar e produzir cem por um.

E como rezávamos no final: Deus, que criastes a natureza com suas leis e beleza, dai-nos a graça de perceber o seu reflexo na cria-ção e sensibilidade para cuidar de todas as vossas criaturas. Pedimo--vos, ó Pai, que por meio desta sin-gela árvore – Abacateiro – criatura vossa, possamos nos conscientizar e cuidar de vossa obra. Paz e bem!

Frei Tiago Quingando

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Pe. Zezinho é um dos íco-nes da comunicação evange-lizadora no Brasil. Hospedado no Instituto Teológico Francis-cano, em Petrópolis, por oca-sião de uma palestra-musical na cidade, concedeu-nos gen-tilmente a seguinte entrevista.

Site ITF - A comunica-ção ocupa, hoje, um lugar de destaque na evangeli-zação e o sr. é um dos pio-neiros nessa frente. Poderia nos contar como foi o despertar para a comunicação evangelizadora mediante a música?

Pe. Zezinho: Hoje, a comunicação evangelizadora ocupa um lugar de destaque, mas nem sempre ocupou. A Igreja tomou consciência do fato de que tinham surgido novas linguagens e novos veículos com uma rapidez sur-preendente. Dos anos 60, quando aconteceu o Concílio Vaticano II, até nossos dias, apareceu uma infinidade de veículos e artefatos de comunicação que desafiaram a Igreja, acostumada com o púlpito e, eventualmente, com o rádio e a televisão, também insipientes naqueles tempos. De repente, num curto espaço de 50 anos, a comunicação se pulveriza, e homens de vasta e imensa criatividade colocam nas mãos das pessoas praticamen-te o mundo todo. Hoje, a comunicação cabe na palma da mão de qualquer criança. Ela tem acesso a todo o planeta. A Igreja não estava preparada para este tipo de desafio, nem a catequese. A nossa adaptação teve que ser rápida e nós ainda não assimilamos as linguagens da comunicação moderna. Mas, o esforço é gigantesco e merece aplausos.

Site ITF – Na comunicação evangelizadora, qual é a importância da música?

Pe. Zezinho: A música é uma das linguagens mais dinâmicas, ágeis e adaptáveis do mundo. Não foi dife-rente com o advento de todos os moderníssimos meios de comunicação e modernos instrumentos musicais. A comunicação musical se adaptou e a verdade, também aqui, é que o mundo foi mais esperto e mais avançado no uso da linguagem musical do que a Igreja católica. A Igre-

“A música é o chantili do bolo”

ja chegou um pouco mais tarde. Mas, está tentando fazer uma comunicação menos amadorística, mais profissional e mais capaz de traduzir a linguagem da catequese. No Brasil, ainda existe uma predominância da canção de louvor sobre a canção de mensagem ou sobre a canção social. Mas, aos poucos, os ajustes vão sendo feitos e os enfoques começam a ser abrangentes e catequéticos. Não seria bom para a Igreja que a canção fosse apenas política e sociológica, mas também não seria bom que ela fosse apenas de louvor. Busca-se, hoje, uma linguagem mais aproximada aos documentos. E eu sou daqueles que insistem que os compositores devem fazer mais canções sobre doutrina e sobre os documentos da Igreja. Porque, por enquanto, as canções de louvor ganham de 9 a 1 na realidade catequética da Igreja. Entendo que a música pode nos ajudar também na aproximação de ou-tras igrejas e no diálogo com o mundo. A importância da música não deve, contudo, ser exagerada. Pode-se fazer uma belíssima celebração sem música. Pode-se subir ao púlpito sem precisar de música. Para mim, a música é o chantili do bolo; o bolo é bom, alimenta e sacia mesmo sem chantili, mas com ele fica mais gostoso.

Site ITF – Qual a importância do estudo de teo-logia na atual conjuntura em que vivemos?

Pe. Zezinho: Para mim, é fundamental. Não se pode imaginar uma pregação sem conhecimento. Ela até existe, mas não merece o nome de pregação. Nós somos chamados a repercutir não só os sentimentos de Jesus ou sobre ele, mas também o pensamento de Jesus e o pensamento da Igreja sobre Jesus. Então, precisamos

ENTREVISTA: PE. ZEZINHO

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Formação e estudoster um grande e acentuado amor por Jesus e pela teolo-gia, sem os exageros dos primeiros séculos, quando se discutia sobre a natureza de Cristo ou da Igreja até com armas na mão. Precisamos voltar a questionar e a dis-cutir teologia nos nossos encontros. Os leigos precisam redescobrir a teologia e nós precisamos acrescentar à catequese católica conhecimentos básicos de psicologia, antropologia, sociologia e teologia. O que não se pode esquecer é exegese bíblica. De certa forma, estamos patinando porque pouquíssimos estudam teologia na Igreja e pouquíssimos leem livros mais profundos. Pre-domina muito, entre nós, a lei do livro romântico, suave e já mastigado. Perdemos a capacidade de nos perguntar “por que”. E muitos estão respondendo mais depressa sobre o que não perguntaram. Em resumo, o “porquê” exclamativo engoliu o “porquê” interrogativo. Precisamos voltar ao equilíbrio. Uma Igreja que não se interroga não faz catequese e uma Igreja que não exclama também não faz catequese. A teologia é a exclamação e a interrogação juntas, nos mesmos lábios de cristão que procura.

Site ITF – O conhecimento liberta as pessoas; no entanto, o homem é também espiritualidade. Como o sr. imagina, hoje, o ideal de convergência destas duas dimensões?

Pe. Zezinho: Eu me reporto ao século XIII, quando o dominicano Meister Eckhart enfrentou o monge Richert Rolls. Meister Eckhart já era experiente em idade e cul-tura e Richert Rolls apenas começava, não teria 25 anos. Os dois tinham visões opostas a respeito da fé cristã. Enquanto um dava muita importância ao uso da razão sem desprezar a mística, o outro dava muita importância à mística, desprezando os livros e os estudos. O debate mostrou uma tendência que segue até os dias de hoje: entre os que radicalizam pensando não precisar da sabedoria do mundo e os que radicalizam dizendo que não é importante erguer os braços e louvar. Penso que a postura de Meister Eckhart seja a melhor delas, porque ele era um teólogo que perguntava sobre Deus, expon-do ousadas questões, mas que humildemente aceitava a contribuição da mística. Ele sofreu perseguições por causa disso, mas sua ideia triunfou. Somos uma Igreja que precisa muito orar, mas também somos uma Igreja que não vai orar direito, se não pensar primeiro.

Site ITF – Que mensagem motivacional o sr. deixaria àqueles/as que desejam estudar teologia.

Pe. Zezinho: Penso que hoje o mundo exige um pregador que seja versado em teologia, história da Igreja, e, nos tempos difíceis em que vivemos, versado em sociologia. Não pode não dar importância ao estudo

teológico quem vai dar conselhos a casais e a jovens, quem vai caminhar junto com toda uma geração perple-xa. Tem que estar um pouco menos perplexo do que os demais. Então, a capacidade de estudar é fundamental no sacerdote que hoje sobe ao púlpito. É uma algazarra de vozes, são milhões de vozes falando mais alto que o púlpito católico. E, embora nossa voz não seja mais tão ouvida como o era no passado, deve ser uma voz importante. Não podemos ser apenas mais uma voz. Temos que ser uma voz que faz diferença. E, para que seja uma voz que faz diferença, os que hoje pretendem tornar-se sacerdotes ou pregadores da Palavra, precisam dizer palavras que libertem e descobrir a palavra certa, do jeito certo, na hora certa para a pessoa certa. Isso não se consegue sem muita leitura. Acho que as casas de formação para o sacerdócio têm que começar por uma capela e, logo em seguida, por uma excelente bibliote-ca. O futuro sacerdote tem que ser visto orando com a comunidade ou tomando tempo para orar em alguns momentos de sua vida e vivendo também no silêncio de uma biblioteca. São os dois silêncios que podem formar um excelente pregador. O silêncio da capela e o silêncio da biblioteca. E, nos dias de hoje, também o silêncio de um computador. O mesmo conselho ao futuro sacerdote eu dou ao futuro pai ou à futura mãe de família; enfim, ao leigo que deseja pregar. Também eles têm que ter um conhecimento muito sólido da vida, porque terão missão muito semelhante à do sacerdote. Afinal, o lai-cato e o sacerdócio não são dois caminhos opostos; são caminhos afins.

E, é fundamental que entendamos que o sacerdócio não é sacerdotismo e que o laicato não é laicismo. Por-tanto, é necessário que os dois saibam viver isso, dentro de um contexto de Igreja vocacionada. E cada um deve dar sua contribuição no estado de vida para o qual foi chamado. Mas não a dará, se não tiver conhecimento su-ficiente para falar às multidões. Volto a tocar nesta tecla: nós, hoje, precisamos de pessoas estudiosas, generosas e piedosas. Um tem que rimar com o outro. Em que aju-da a Igreja um pregador que improvisa e depois culpa o Espírito Santo pelas bobagens que disse? Hoje, com uma enorme facilidade, fala-se o que se quer e depois se atribui o que se falou à inspiração do Espírito Santo. É claro que Deus inspira, mas ouvi dizer que a luz não se propaga no vácuo! É importante que o cérebro tenha algum conteúdo que o Espírito possa iluminar.

Osvaldo Maffei - setor de comunicação

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Todos os anos a Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Antonianum (PUA) promove um encontro entre todos os institutos afiliados espalhados pelo mundo. Parte do encontro é dedicada à formação acadêmica, com temas distribuídos ao longo de um triê-nio. No ano de 2011 o encontro foi realizado em Petrópolis, na sede do ITF, no contexto do Congresso Internacional de Evangelização.

Neste ano de 2012 o encon-tro aconteceu em Roma, na sede da PUA. Frei Sandro Roberto da costa, diretor do ITF, participou do Encontro.

A parte formativa deu-se atra-vés da participação dos reitores e professores no 23º. Congresso Ma-riológico Mariano Internacional. O Congresso foi realizado em come-moração dos 50 anos da abertura do Vaticano II, e da fundação da Pontifícia Academia Mariana In-ternacional, cuja sede é no Anto-nianum. O tema do congresso foi “A Mariologia a partir do Concílio Vaticano II. Recepção, balanço e perspectivas”.

O Congresso teve início na tar-de da terça-feira, dia 4 de setembro, na Basílica de Santa Maria Maior. A basílica de Santa Maria, uma das basílicas patriarcais de Roma, foi construída logo após o Concílio de Éfeso, em 431, que declarou o dog-ma da Maternidade Divina de Ma-ria (Teotókos). A celebração foi pre-sidida pelo Cardeal Ângelo Amato, presidente do Congresso. Nas con-ferências e grupos de trabalhos organizados durante a semana participaram centenas de estudio-

Congresso Internacional de Mariologia reúne diretores dos Institutos afiliados à PUA

sos, professores e especialistas de Mariologia provenientes dos cinco continentes. Marcaram presença os diretores dos principais insti-tutos dedicados ao ensino da Ma-riologia, em Roma e outras partes do mundo, como Estados Unidos, França, Itália, entre outros. Estive-ram presentes também os reitores dos santuários marianos mais im-portantes do mundo, como Lour-des, Fátima, Guadalupe. Merece destaque a presença fiel e atenta de um personagem que faz parte da história e do desenvolvimento da Mariologia na Igreja: o teólogo René Larentin. Com seus 95 anos, praticamente cego e não ouvindo muito bem, com dificuldades para caminhar, o ilustre mariólogo não faltou a nenhuma conferência. No sábado, dia 8 de setembro, festa da Natividade de Maria, o grupo diri-giu-se a Castelgandolfo, para uma audiência com o papa Bento XVI. No dia 09 de setembro a celebra-ção de encerramento foi presidida

pelo cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura.

Entre as várias contribui-ções a serem destacadas durante o Congresso, merecem destaque as intervenções que trataram da Mariologia a partir do enfoque ecumênico e interreligioso. Vários expositores relataram experiências interessantes neste campo. Tam-bém as intervenções que trataram da relação Mariologia – Antropolo-gia merecem ser sublinhadas.

Após o Congresso, os direto-res dos Institutos Afiliados tiveram sua reunião anual, para tratar dos vários assuntos relacionados à vida acadêmica e a questões ligadas à afiliação nos vários países. Para o próximo ano, o tema a ser estuda-do pelos institutos afiliados é o da Cultura.

A reunião ficou marcada para a cidade de Verona, onde funciona o Instituto São Bernardino.

Frei Sandro Roberto da Costa

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O Convento São Francisco, no centro da metrópole paulistana, festejou na segunda-feira, 17 de setembro, 370 anos de história. A Missa de Ação de Graças por esta data também foi especial porque neste dia se celebrou a impressão das Chagas de São Francisco de Assis.

O Definidor desta Província, Frei Mário Tagliari, representan-do o Governo Provincial, presidiu a celebração ao meio-dia, tendo como concelebrantes o guardião e reitor do Convento e Santuá-rio, Frei Salésio Hillesheim, e Frei Agostinho Piccolo. Também esta-va presente na celebração a Con-selheira da Presidência da Ordem Franciscana Secular para países de

Convento São Francisco celebra 370 anos de história

Língua Portuguesa, Maria Apareci-da Crepaldi.

Frei Mário lembrou na sua ho-milia que os frades chegaram dois anos antes de começar a constru-ção deste importante patrimônio religioso e cultural. “Os frades mo-ravam ali, na Praça do Patriarca, neste início de presença. Quando ganharam este terreno, construí-ram o antigo Convento onde hoje fica a faculdade de Direito da USP. Dos 370 anos, sobraram a Igreja e um pouquinho do convento nos fundos desta igreja. O prédio que os frades moram é bem mais re-cente, pois foi construído em 1940, explicou Frei Mário, lembrando que a Igreja da OFS, ao lado, tem o nome de São Francisco das Cha-

gas.Segundo o Definidor da Pro-

víncia, durante 372 anos os frades viveram e difundiram o carisma de São Francisco, que é o seguimen-to do Cristo, Pobre e Crucificado, como escreveu na Regra de Vida aos Frades Menores.

“São Francisco de Assis foi marcado pela Cruz de Cristo des-de o início de sua conversão. Im-portante que nós lembremos que diante do Crucificado, nas ruínas de São Damião, São Francisco in-daga ao Senhor: ‘O que queres que faça?’. Francisco ouve deste Crucificado: ‘Francisco, restaura a minha casa, não vês que está em ruínas?’. E aí, então, começa esse processo de conversão de Francis-

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co, que, segundo Celano e, depois, Boaventura, foi de conformar-se ao Cristo Crucificado”, acrescentou Frei Mário.

Segundo Frei Mário, Francisco pediu duas graças: sentir o quanto possível a dor que Cristo sofreu na cruz e a paixão, o amor, que o levou a assumir a cruz, a morrer nela para dar a vida a todos, como um gesto definitivo de entrega na vontade do Pai e de entrega aos ir-mãos. “Hoje, faz 788 anos que São Francisco recebeu os estigmas no Monte Alverne. Eles foram a coro-ação de todo um processo de vida para viver conforme diz São Paulo e que ouvimos na primeira leitura: Outra coisa não quero, não desejo, não busco a não ser estar com o Cristo crucificado”, observou.

E concluiu Frei Mário: “Irmãos e irmãs, espelhados no nosso Pai São Francisco, mas de modo muito especial no seguimento do Cristo Pobre e Crucificado, também sai-bamos assumir a Cruz e nos fazer-mos discípulos e missionários de Cristo”.

Frei Salésio acolheu e agrade-ceu a todos na celebração e lem-brou que era momento de “bendi-zer a Deus por tantos anos e pedir a Ele outros tantos anos para que este lugar, o Convento São Francis-co, possa servir como luz que bri-

lhe no meio desta grande cidade”, disse o guardião que já se prepara para a festa do Padroeiro, no dia 4 de outubro, e para a festa de San-to Antônio de Sant’Ana Galvão, no dia 25 de outubro.

Moacir Beggo

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No dia 17 de setembro, dia em que tradicionalmente não há expe-diente ou celebrações no santuário, apesar disso, uma bonita celebração, presidida por nosso arcebispo Dom Luiz Mancilha Villela, contou com a participação de um grande número de pessoas de nossas comunida-des. Nesta celebração, lembramos a festa da impressão das Chagas de São Francisco, que nos recorda os Estigmas que Francisco recebeu em 1224, no Monte Alverne, após uma visão do Cristo Crucificado.

Desde o dia 2 de agosto, aber-tura das comemorações, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, está em festa, pois comemora os 70 anos de presença franciscana, vivida com fé, celebrada na liturgia e testemu-nhada de muitas formas na vida da comunidade. É uma caminhada de muita história, lutas e conquistas e, fazendo memória dos 70 anos da presença franciscana nessa Pa-róquia, nesta celebração de festa, também trouxemos à memória

Na festa das Chagas, a celebração dos 70 anos de presença franciscana

com carinho e ação de graças alguns membros de nossas comunidades que também, neste ano, celebram 70 anos de vida. Além dos frades que trabalham na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, participaram também os frades do Convento da Penha, a Ordem Franciscana Secular e irmãos e irmãs das comunidades que comungam da vida, vocação e missão desta família franciscana.

Frei Florival Mariano de Toledo, junto com os jovens, cantaram músi-cas bem franciscanas e que envolve-ram toda a assembleia.

Recordando a impressão das Chagas em São Francisco, no mo-mento do ato penitencial, toda a igreja se apagou e do grande crucifi-xo do presbitério uma luz vermelha iluminou e atingiu um jovem no al-tar, representando São Francisco.

Após a comunhão, todos aqueles que neste ano celebram 70 anos de vida foram convidados por Frei Paulo Pereira a se posicionarem no altar, enquanto isso 70 jovens e crianças vindas de todos os cantos da igreja, representando as comu-nidades que compõem a Paróquia, também se encaminharam para o altar. Ao final, um grande bolo com velas de 70 anos entrou pelo cor-redor central da igreja trazido por dois jovens, e entoamos todos os parabéns para os aniversariantes, para nossa Paróquia e para os fran-ciscanos que, ao longo de 70 anos, dedicaram sua vida, seu trabalho e sua consagração nesta Paróquia franciscana.

Frei James Neto

VILA VELHA

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Dentro das comemorações dos 70 anos de presença francis-cana na paróquia Nossa Senhora do Rosário, foram programados também três momentos fortes de formação. O primeiro, no dia 31 de agosto, com a Irmã Ione Buyst, re-ligiosa que atua há muitos anos na formação litúrgica, tanto no campo acadêmico como no campo pasto-ral e popular. Doutora em Teologia dogmática, com especialização em Liturgia, trabalha como professora universitária na formação e na pas-toral litúrgica e como escritora de artigos e livros, tanto no campo aca-dêmico, quanto no campo pastoral e popular.

Também no dia 14 de setem-bro, houve uma palestra com Pe.

Momento forte de formação: Ir. Ione Buyst e Pe. Rúbio

Afonso Garcia Rúbio, com o tema “Fé infantil vs Maturidade na Ex-periência de Deus”. Padre Rúbio é diocesano, espanhol residindo no Brasil desde 1959. Doutor em Teo-logia pela Universidade Gregoriana de Roma, é escritor e professor de Antropologia Teológica e de Cris-tologia nos cursos de graduação e pós graduação da Faculdade de Te-ologia da PUC/RJ. Nossas comuni-dades, mais uma vez, responderam ao convite e se fizeram presentes neste dia. O tempo foi pouco para

um assunto de interesse de todos. Ao final, concluiu-se que para

uma fé amadurecida é necessário unir inseparavelmente a dimensão mística e a dimensão profética da experiência de Deus. Lembrou-nos, porém, que se trata do Deus de Jesus Cristo, do Deus amor, onipo-tente no amor, não da dominação ou da manipulação. Após as duas palestras, todos tiveram a oportu-nidade de comprar seus livros que foram em seguida autografados pe-los autores.

Os dois encontros foram uma iniciativa da Paróquia Nossa Senho-ra do Rosário em parceria com as Irmãs Paulinas de Vitória.

Frei James Neto

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Fraternidades

Em reconhecimento aos tra-balhos e presença dos frades fran-ciscanos na cidade de Vila Velha, a Câmara Municipal homenageou a Ordem Franciscana pelos 70 anos em missão no município e na Pa-róquia Nossa Senhora do Rosário.

A solenidade aconteceu em 4 de setembro e contou com a participação dos vereadores, po-líticos e sociedade civil.

Três Placas foram entregues nesta ocasião pelos vereadores. Receberam a homenagem Frei Vunibaldo Vogel, em reconhe-cimento pelos trabalhos de Frei Firmino Matuschek (in memo-riam) – idealizador e construtor do Santuário do Divino Espírito Santo, também o primeiro pároco da então nova sede e o primeiro guardião da Fraternidade francis-cana; Frei Clarêncio Neotti – re-presentando a fraternidade atual, composta de seis frades: Frei Pau-lo Roberto Pereira, Frei Clarêncio Neotti, Frei Vunibaldo Vogel, Frei Florival Mariano, Frei José Luiz Al-vez e Frei James Ferreira Gomes; e, ainda, representando todos os funcionários, amigos e benfeito-

Sessão solene na Câmara de Vila Velha homenageia

franciscanosres, a Srª Lúcia Alta Dantas – fun-cionária mais antiga da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, com 30 anos de serviços.

Toda a importância da mis-são franciscana para o município e para a evangelização dos cida-dãos foi enaltecida por Frei Paulo Roberto Pereira, atual guardião e pároco, que inflamou os presen-tes com seu discurso.

Já Frei Florival Mariano de Toledo encantou com as melodias franciscanas e possibilitou com as canções a verdadeira percepção do carisma franciscano.

A homenagem foi iniciati-va do presidente da Câmara Ivan Carlini e do segundo secretário geral Wanderson Pires.

Além dos citados e dos re-presentantes da Fraternidade, também compôs a mesa o ex--prefeito municipal Vasco Alves – integrante da Ordem Franciscana Secular.

Presentes também amigos e paroquianos das comunidades que fazem parte da Paróquia Nos-sa Senhora do Rosário.

Frei James Neto

Debate com candidatos

a prefeito de Vila Velha

Por iniciativa da Coorde-nação da Área Pastoral de Vila Velha, estiveram reunidos na manhã do dia 19 de setembro, no Santuário Divino Espírito Santo, os padres responsáveis pelas 13 paróquias e os candi-datos à Prefeitura de Vila Velha na próxima eleição.

A intenção foi a de dar oportunidade aos candidatos de apresentarem suas propos-tas para a cidade e seu projeto político e submetê-los às per-guntas deste grupo de forma-dores de opinião.

Estiveram presentes os Srs. Max Mauro Filho, do PSDB, João Batista Babá, do PT e o atual prefeito, candidato à reeleição, Neucimar Fraga, do PR. Todos tiveram o mesmo tempo para apresentação, um único candi-dato, Rodinei Miranda, do DEM não compareceu. Todos foram unânimes em reconhecer a im-portância de um evento como este e agradeceram a iniciativa da coordenação da área pasto-ral de Vila Velha.

70 ANOS

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Encontro do Regional do Vale do ItajaíÀs 9h00 do dia 17 de setem-

bro, dia das chagas de São Francis-co, a Fraternidade de São José, de Gaspar, acolheu os participantes do Regional do Vale do Itajaí.

Compareceram 13 confrades, faltando apenas 3, por motivo de saúde. Dando início, o coorde-nador do Regional e guardião da casa, Frei Germano Guesser, deu as boas-vindas e conduziu a ora-ção da manhã por ele elaborada sobre a festa do dia, as chagas de São Francisco. Seguiu a leitura da ata, que recebeu aprovação dos presentes.

Seguindo o esquema habitu-al, passou-se para o relatório das Fraternidades, do qual apresen-taremos alguns dados. Iniciando

por Balneário Camboriú, Rober-to Carlos relatou que acompanha um grupo de uns 12 a 18 jovens e com eles espera formar um gru-po da Jufra. Frei Germano contou que a festa do padroeiro de Gas-par foi bem celebrada e festejada. Frei Gustavo Medella veio pregar o tríduo e organizou as liturgias. O povo participou e gostou muito.

Frei Pascoal relatou que em Blumenau o pároco está prepa-rando a festa da padroeira. Com apoio da paróquia iniciou-se um grupo de jovens. Há uns 28 inte-ressados e não se quer interferir nas reuniões para respeitar-lhes a liberdade. Existe a preocupação de que não venham a formar um gueto, isolado da comunidade

paroquial. Frei José Luiz falou da frieza do povo no tocante à parti-cipação na comunidade. Poucos são os habitantes do populoso bairro que comparecem às cele-brações e reuniões de formação. A maioria dos participantes das missas dominicais vem de outras paróquias.

Frei Samuel afirmou que no Noviciado tudo flui normal-mente. De Angola virão 8 noviços para o ano próximo e este será o último grupo que fará o noviciado entre nós. O Ministro Geral dese-ja que África tenha seu próprio noviciado de língua portuguesa, compartilhado entre os três pa-íses: Angola, Guiné Bissau e Mo-çambique. Ainda não se tem ideia

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Fraternidadescomo será a articulação, e prova-velmente vai localizar-se em Mo-çambique, porque Angola tem o maior custo de vida da África.

Frei Roberto Carlos questio-nou: A respeito do Espírito de As-sis, o que está sendo feito nas co-munidades? Parece que o tema da paz entre os povos anda bastante esquecido.

Frei Laerte testemunhou que já no ano passado procurou redes-pertar na paróquia o “espírito de Assis” com o lema: “Compactue-mos a paz e promovamos a convi-vência.” Frei Almir Guimarães virá pregar o retiro da OFS e o tríduo de São Francisco em Gaspar.

A Semana Vocacional foi re-alizada. Frei Pascoal disse que os estagiários visitaram os catequi-sandos, principalmente as turmas da Crisma. Visitaram também as casas, levando uma mensagem e dando a bênção.

Não foi feito o grupão voca-cional, mas o trabalho foi realiza-do em grupos menores.

Frei Samuel apresentou um vídeo sobre a Jornada Mundial da Juventude. Os grupos podem ir--se organizando.

Quem das paróquias for par-

ticipar, deve inscrever-se na pró-pria organização geral da Jornada. Encarregados da organização na Província são Frei Diego e Frei Al-vaci. A Família Franciscana está se articulando, e a preparação fran-ciscana em nossa Província vai ca-minhando bem.

O problema da VOT está sen-do resolvido. Foram vendidas to-das as lojas da Rua da Carioca, o que levantou uns R$ 53 milhões e com isso se liquidou boa parte da dívida. Frei Francisco está dando um bom encaminhamento.

Perguntaram sobre o pro-blema administrativo da OFS de Florianópolis. E a resposta foi: os bens deveriam ser administrados pela própria OFS, e não por outra pessoa.

Frei Ladí falou do Encontro Regional recreativo, a realizar-se no dia 3 de dezembro no HOTEL RESERVA em Taquaras e explicou como chegar ao local. As refeições serão no hotel e é bom levar rou-pa de banho.

Frei Germano convidou a to-dos para o JUBILEU de Frei José Bertoldi a ser celebrado na igreja matriz de Gaspar no dia 16/12 às 10h00, e a festa continua com o

almoço no salão Cristo Rei.Como parte final desse en-

contro, Frei Germano encaminhou o assunto da preparação do Capí-tulo Provincial, abordando o tema do REDIMENSIONAMENTO.

Frei Pascoal advertiu que o maior problema é o fato de os de-partamentos não terem uma linha de ação definida com clareza.

No caso estão os departa-mentos da educação, das paró-quias e santuários e das comuni-cações. Enquanto a linha de ação não for claramente definida, é quase impossível realizar um redi-mensionamento, pois não se sabe exatamente o que se quer.

Disso resulta uma grande dis-persão de forças, que poderiam ser melhor aproveitadas.

E assim nossa troca de ideias, que transcorreu num clima de grande interesse e franqueza, ter-minou como em certos filmes mo-dernos: tudo no ar, sem desfecho nem conclusão. Sem definições claras, tudo vai continuar como estava.

Frei José Luiz Prim

Cristologia Franciscana e perspectivas cristológicas na atualidade

PALESTRANTES:Frei Fábio Cesar Gomes - Frei João Mannes - Frei Orlando Antônio Bernardi

CUSTO: Hospedagem + Alimentação + Curso = R$ 300,00

De 15 a 19 de outubro - Rondinha - Campo Largo (PR)

E-mail: [email protected]: (041) 9134-4969

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Fraternidades

A fraternidade do Convento Santo Antônio recebeu, na tarde do dia 15 de setembro, a gentil vi-sita do Núncio Apos-tólico, Dom Giovanni d’Aniello.

Este chegou ao Convento acom-panhado por um secretário da Nun-ciatura Apostólica, bem como pelo Padre Lincoln de Almeida Gonçalves, responsável pelo Deparmentoo de Relações Públicas da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Presente na cidade carioca de-vido ao lançamento oficial do Hino da Jornada Mundial da Juventude (RJ-2013), ocorrido na sexta-feira, dia 14 de setembro, este fez ques-tão de visitar a fraternidade local.

Apesar da breve visita, devi-

Núncio Apostólico visita o Convento Santo Antônio

do a compromissos pessoais, Dom Giovanni demonstrou muita cor-dialidade e espírito fraterno.

O mesmo perguntou pela vida da fraternidade e de seus respectivos membros, bem como pelo andamento das obras de re-forma/restauro de todo o conjunto arquitetônico do Convento.

O Núncio foi recebido e acom-panhado pelo guardião da fraterni-dade – Frei Ivo Müller, juntamente

com Frei Antônio Nader e Frei Val-nei Brunetto.

Ao término da visita, Dom Giovanni externou seus agradeci-mentos pela acolhida, manifestan-do enorme alegria e satisfação pela oportunidade que essa fraternida-de lhe concedeu.

Sem dúvida, esse foi um en-contro profundamente fraterno, do qual dou testemunho.

Frei Valnei Brunetto

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O ardente amor de Francisco por Cristo e seu Evangelho... Com esta bela temática foi realizado no último domingo (12/9), o Encontro Vocacional do Serviço de Anima-ção Vocacional (SAV) do Convento Santo Antônio do Largo da Cario-ca. Frei Nazareno José Lüdtke, pro-motor vocacional, acolheu os voca-cionados.

Às 10 horas houve a Santa Missa e, durante a mesma, as pala-vras do Evangelho de Marcos exor-taram: “Abrir os olhos e os ouvidos, fechados pela dureza interior”. Ao término da celebração, os voca-cionados foram convidados a um breve passeio pela horta e pelo pomar do Convento. Foi visitada, também, a biblioteca, que conser-va obras raras, de livretos de ora-ção e revistas de espiritualidade a enormes volumes que contam a biografia do Seráfico Pai São Fran-cisco de Assis.

À tarde, deu-se, de forma efe-

SAV-Rio: “O Evangelho e Francisco de Assis”

tiva, o discernimento vocacional, que conduziu os jovens a um “mer-gulho” na vida de São Francisco de Assis, visualizando sua admiração e devoção às Sagradas Escrituras. Como Francisco, os jovens foram convidados a fazer das palavras do Divino Amigo a verdadeira fonte

AGENDAFrei João Francisco da Silva

ORDENAÇÃO PRESBITERAL6 de outubro de 2012PRIMEIRA MISSA7 de outubro de 2012

Frei Roberto Ishara

ORDENAÇÃO PRESBITERAL20 de outubro de 2012PRIMEIRA MISSA21 de outubro de 2012

de inspiração e vitalidade cristã. Para os vocacionados, o exemplo de Francisco despertou questio-namentos sobre a contínua con-versão de cada indivíduo, e senti-mentos de gratidão pelo dom da existência e da vocação.

Frei Nazareno José Lüdtke

Vocação franciscana: uma opção de vida!No último sábado, dia

22 de setembro, 10 jovens de diferentes municípios da grande Vitória estiveram no Convento da Penha para participar do Encontro Vo-cacional, que acontece ge-ralmente uma vez ao mês.

Para o procurador ou anima-dor vocacional local, Frei Valdecir Schwambach, a presença destes 10 vocacionados à vida francis-cana mostra que os ideais de São Francisco continuam vivos e atra-em muitas pessoas que procuram um sentido para suas vidas.

Ressalta o frei ainda que é necessário que rezemos pelas vocações: “Deus está continu-amente chamando homens e mulheres para seguir seus cami-nhos, mas é necessário que reze-mos pela perseverança daqueles que se propõem a seguir seu chamado”, ressalta o Frei.

SAV-VILA VELHA

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“Deus é um Deus do presente. Assim como ele te encontra, assim ele te acolhe, não como tu foste antes, mas como és agora”. (Mestre Eckhart)

“O homem vale o que é diante de Deus; nem mais, nem menos”. (S. Francisco de Assis)

1. A palavra “franciscanismo” refere-se às manifes-tações no interior da Igreja Católica, e mesmo fora dela, ligadas ao movimento, ao modo-de-ser do seguimento de Cristo, vivido na e transmitido à história por São Francisco de Assis. A partir daí, “franciscano” é o modo--de-ser daquele que encontra na vida de São Francisco de Assis sua referência de sentido. E São Francisco, por sua vez, encontra no Cristo pobre e crucificado este sentido, o tudo de sua vida. Dito de maneira mais apro-priada: “franciscanismo”, “franciscano” deveriam indicar sempre a busca, o movimento na direção Daquele que Francisco de Assis, o irmão menor de Assis, buscou com todas as suas forças - o Cristo Encarnado do presépio e da cruz.

2. Olhando a partir de São Francisco de Assis, a caminhada franciscana sempre estará garantida, con-servada, preservada através da história. Francisco per-correu seu caminho, sua história, seu seguimento fiel do Senhor que o chamou num encontro vivo, pessoal e intransferível. O Senhor o chamou em diversas situ-ações muito concretas, no “hoje” da vida de Francisco, no “hoje” da Assis daquela época: chamou-o nas inde-cisões do começo; chamou-o na doença; chamou-o no encontro amargo com o leproso-excluído; chamou-o na igrejinha em ruínas de São Damião; chamou-o na pessoa de cada irmão; chamou-o nos conflitos; cha-mou-o para segui-Lo na Igreja e no mundo; chamou-o na criação; chamou-o no Alverne; chamou-o na con-sumação de seus dias. Em cada chamado do Senhor, Francisco fez a sua parte, sua obra, apresentou sua resposta. Conservados no passado e, por isso mesmo, já à nossa frente no futuro, Francisco e sua história de seguimento do Senhor, vivem para sempre.

3. Olhando a partir de nós outros, frades e todos os simpatizantes do franciscanismo, contudo, nada está garantido. Tudo é caminho a ser percorrido, con-quistado e reconquistado no hoje de nossos tempos, de nossas vidas, de nossos dias. Não existe um “ser franciscano” já garantido de antemão! Existe, e só exis-

“Franciscanismo, hoje!”

te, hoje e sempre, trabalho diário, empenho vigilante, compromisso pessoal e único de resposta ao chama-do que o Senhor dirige, em cada situação, a cada um de nós. Se nada está garantido, seguro, protegido na aventura da vida, a possibilidade de não respondermos ao chamado do Senhor é uma constante. Lembro-me de Goethe: “Maior do que a realidade, a possibilidade”. Fato! O que fazer? Nada; e tudo. O nada e o tudo de uma plena atenção, ser todo ouvido ao chamado do Senhor que, mesmo no fracasso, na infidelidade, na queda, continua a chamar, Ele que é sempre fiel a nós. Não será este o grande ensinamento do silêncio da Cruz, da morte? No abandono, a presença; na morte, a vida!

4. Por causa disso, penso, a ênfase quando se fala em “franciscano”, “franciscanismo”, “ser frade” hoje, deve ser colocada justamente neste hoje. Viver no hoje, algo suposto e óbvio, por isso mesmo é o mais difícil. Por ser difícil, tentadoras e atraentes são as ofertas para se fugir do hoje: ora refugiando-nos nas garantias saudosistas do passado, ora projetando-nos num futuro incerto; ora vivendo do que outros já fizeram, ora adiando para

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Fraternidadesum indefinido amanhã nossa responsabilidade pessoal por uma sincera busca e conversão; ora parados olhan-do para o Francisco de Assis do passado, ora esperando que amanhã ele faça por nós. Esta aqui chamada “fuga do hoje” manifesta-se também na atitude que espera sempre de fora, das instituições, do outro, aquilo que eu mesmo deveria esforçar-me por realizar. Em toda crítica que não se autocritica, em toda cobrança que não retorna a si mesma como tarefa pessoal, esconde--se o descompromisso, a indiferença, a fuga da tarefa inalienável de sermos co-responsáveis, co-criadores na criação do mundo, ainda e sempre em construção. Nesta divisão mortal (“Um reino dividido em si mesmo não pode subsistir!”) permanece, todavia, o decisivo: o momento presente, este dia, nesta situação, meu compromisso, meu empenho, a responsabilidade intransferível, a resposta pessoal, no aqui e agora, na aventura diária, que redime e integra o passado, e prepara o futuro.

5. Muitas são as características que marcam o hoje de nossas vidas, este tempo de modernidade sob o império da técnica. Destaco aqui apenas duas: a) a complexidade crescente das situações; b) o reco-lhimento do divino e a evidência do indivíduo.

5.a.) Complexidade crescente das situações: basta um pouco de atenção para percebermos que, cada vez mais, numa escalada crescente, a vida vai se tornando complexa, exigente, difícil mesmo. Cada acontecimento abre diante de nós uma “teia de relações”, onde cada “ponto” está ligado ao “todo”. A aranha tece paciente sua teia fazendo inúmeras conexões entre os fios. Qualquer pequeno inseto que toque qualquer parte da teia, por mínima que seja, repercute em vibrações para a teia por inteiro. Nada escapa! Assim vejo a realidade em nossos tempos: tudo está ligado, numa “teia” de conexões. Cada fato, cada acontecimento, cada pessoa descortina diante de nós inúmeras paisagens. Nada mais parece ser tão simples como antes (se é que podemos assim nos referir ao passado!); ao menos, dito de outra maneira, nada mais parece poder ser simplificado com cômoda facilidade. Perguntamos então: como fica a simplicidade francis-cana em meio a esta realidade assim tão complexa? O simples permanece! Sem divisão, sem fugas para ou-tros caminhos mais fáceis e alienados, o simples abraça toda esta realidade assim exigente como seu próprio, sua possibilidade de realização e crescimento. E assim, leva a sério, numa exigência de competência e quali-ficação pessoal, cada situação vivida. Se a realidade é

assim complexa, sem facilidades, ela está a exigir de nós preparação, formação, crescimento, profundidade. Corresponder assim ao apelo da vida é, hoje, o melhor testemunho de simplicidade que podemos oferecer.

5.b.) O recolhimento do divino e a evidência do indivíduo: quando perceberemos que a possibilidade de haver claridade é dada pela escuridão? Quando despertaremos para a realidade de que só há palavra porque há o silêncio? Em que momento despertaremos do sono, profundo sono, que impede o despertar para ver que toda ausência é uma forma de presença? Diz o livro da Sabedoria: “Quando tudo se guardava no meio do silêncio, uma palavra de mistério desceu do alto, do trono real, sobre mim” (Sb 18,14). Falamos hoje de uma sociedade secularizada, marcada pela crise de valores, onde “tudo que é sólido desmancha no ar”. E a tendência, muito comum entre nós ditos “religiosos”, é de sempre fazermos uma leitura negativa, pessimista mesmo, desta realidade. Assumimos posturas de “defe-sa da fé”, dos “valores”, sem saber afinal e no final o que estamos defendendo. E com isso, deixamos escapar a grande possibilidade que esta realidade assim descrita nos apresenta: onde tudo se tornou secular, irrompe a transcendência em sua verdadeira compreensão cris-tã, a encarnação. Onde os valores silenciaram, é dada ao ser humano a tarefa de criar valor. Onde o sentido desapareceu, aí mesmo é possível novo sentido. No abandono de Deus, a máxima proximidade de um Deus-conosco. “Onde há perigo, lá cresce o Salvador” (Hölderlin). O problema não foi a pretensão humana de se colocar no lugar de Deus, o império da autonomia do indivíduo.

Deus segue sendo Deus, independente de nossas pretensões. Problemático foi e segue sendo o não se levar até as últimas consequências tal “pré-tensão”, na sua justa empostação: de que como “deuses”, carre-gamos o fogo divino, a tarefa, a responsabilidade de sermos os colaboradores na criação eterna de Deus, aqueles que devem, hoje, tirar “faísca do asfalto”. Jus-tamente por não levarmos a sério tal tarefa, é que toda empostação da relação entre Deus e Homem, entre Teologia e Antropologia, gira sempre num dualismo, num rompimento doentio e desencarnado.

A visão franciscana, a herança deixada por São Francisco de Assis, segue como o esforço histórico de aproximação e superação de tal rompimento.

Frei Adriano Freixo Pinto

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ENTREVISTA: FREI NILO

Nesta entrevista, concedida ao Jornalista Armando C. Serra Negra, do “Diário do Comércio,  o Mestre e Doutor Frei Nilo Agostini fala sobre a corrupção em nosso país.

Atuando na área de Teologia, com especialização em Ética/Moral, Frei Nilo lembra que somos seres éticos por excelência. “Precisamos recuperar esta base para o sustento da vida. Qualquer forma de organização entre os seres humanos tem necessidade da ética. Ela mobiliza o ser humano e o torna capaz de discernimento e tem na alteridade o seu lado fecundo de respeito ao outro”, diz.

Frei Nilo é coordenador e professor dos Cursos de Teologia (graduação) da Faculdade João Paulo II, de Marília, SP,  que atende a Região Eclesiástica de Botuca-tu, SP; bem como é coordenador do Curso de Teologia (graduação), da Faculdade de São Bento, de São Paulo (capital).

É igualmente professor no Curso de Teologia Pio XI, do Unisal (Centro Universitário Salesiano), em São Paulo (capital) e professor do ITELSÉ, Instituto de Teologia da Região Sé, da Arquidiocese de São Paulo (capital).

Frei Nilo se tornou mestre em Teologia pela Facul-dade de Teologia Católica da Universidade de Ciências Humanas de Strasbourg, França (1985) e Doutor em Te-

“A corrupção já ultrapassou os níveis suportáveis e de decência”

ologia, pela Faculdade de Teologia Católica da Universi-dade de Ciências Humanas de Strasbourg, França (1989).

Em que medida a corrupção é inerente à na-tureza humana?

O ser humano tem um desejo ilimitado de reali-zação e felicidade, mas nem sempre contenta-se com o que pode realizar. Se moralmente fraco, resvala, não raro, na frustração da infelicidade, e se entrega facil-mente ao desejo de consumir, à busca do poder e às promessas mirabolantes para preencher sua vida. O mal surge e instala-se, atingindo o seu âmago, em um espectro que se alastra na sociedade. Sob múltiplas formas, a corrupção translitera o mal e aninha-o no pró-prio ethos humano, sugando a natureza, numa depre-dação voraz e sem limites; e parece dominar, desequi-librando o ser humano em suas relações fundamentais (consigo, com os outros, com a natureza e com Deus). Qual a lição do Pecado Original?

A origem do mal vem apontada como conse-quência do pecado cometido nos primórdios da humanidade. Existe uma “estruturação” do pecado

Biblioteca do Mosteiro de São Bento, São Paulo

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que dá origem a novos pecados. Perde-se a noção da responsabilidade, da solidariedade e do cuidado do bem comum.

Segundo o Novo Testamento, a vitória sobre o mal não será obtida num movimento solitário do ser humano, de pretensa autossuficiência, prescindindo dos outros e do próprio Deus.

Aproximadamente - ou exatamente - quantas passagens bíblicas (Velho e Novo Testamento) referem-se à corrupção?

Os registros são numerosos. Vejamos alguns que melhor se adequam ao atual contexto político: Toda corrupção e injustiça desaparecerão, mas a fidelidade permanece para sempre (Ecl 40,12); Não deixarás o teu Santo experimentar a corrupção” (At 13,35); “Que o direito flua como água e a justiça como riacho perene”, podemos afirmar seguindo o pensamento do Profeta Amós (Am 5,21-24).

Os profetas foram os que mais denunciaram a corrupção, fazendo seguidas menções a questões sociais. Para eles, o ideal é buscar o Direito e a Justiça (mišpat e sedaqâ), e não deixam de apontar para diversos problemas: a administração da justiça nos tribunais, as injustiças praticadas no comércio, a con-centração de terras, os salários injustos, os pesados tributos e impostos, a usura, a ganância.

O que a Corrupção significa para Deus?A relação com Deus, já no Antigo Testamen-

to, exige que se viva segundo o direito e a justiça. Os autores do Novo Testamento estão também cien-tes dos perigos das riquezas, quando a nossa atitude diante delas é de cobiça ou de avareza (Lc 12,13-21), o que provoca a corrida pela acumulação de riquezas (Mt 6,21-22). Fala-se, então, do poder negativo das riquezas (Mc 4,19; Mt 13,22; Lc 8,14).

Para São Paulo, é a avareza a que mais se opõe à ordenação cristã dos bens temporais, uma idolatria (Cl 3,5; Ef 5,5) do avarento que coloca seu fim último nos bens materiais. São Tiago cita claramente duas categorias de maus ricos: os comerciantes presunço-sos, que só pensam em ganhar dinheiro (4,13-17), e os ricos vorazes, que vivem no luxo e devassidão (5,1-6). Estudiosos sérios demonstram com clareza que tudo isso reflete no fundo um autêntico desinteresse por Deus.

E para a Criação?A Bíblia é clara em afirmar que “Deus viu que era

bom tudo quanto havia criado” (Gn 1,31). São Basílio (329-279) denuncia os maus políticos: “Tornaste-te um explorador ao apropriar-te dos bens que recebeste para administrá-los”, advertindo-os que “Se alguém se condena, não será por ter possuído riquezas, mas por havê-las viciado com desejos pecaminosos e tê-las empregado mal”.

São Tomás de Aquino (1225-1274) é proverbial: “O que faz injusto um governo é confundir o bem particular do governante, com o bem público. Quanto mais se afasta do bem comum, tanto mais injusto é o regime; ora, mais se afasta do bem comum a oligar-quia, na qual se busca o bem de uns poucos, do que na democracia, na qual se procura o de muitos; e ainda mais se aparta do bem comum na tirania, em que se busca somente o bem de um”.

A corrupção é um pecado mortal?Trata-se de uma ação humana, passível de im-

putabilidade, acusação e de censura; a corrupção pode ser um pecado mortal se reunir as seguintes condições: se a matéria for grave (aqui entram consi-derações como montantes desviados e o quanto isso lesou os cidadãos e sua dignidade, atentando contra o bem comum), se foi cometido com plena consciência, em plena liberdade e deliberação.

Relacione e comente, sob o prisma político, as principais passagens bíblicas em que o tema aparece, e suas consequências espirituais.

A minha análise segue a linha de identificar hoje três grandes idolatrias: do dinheiro, do poder e do prazer. Lembro que é na idolatria que o pecado se mostra em toda a sua realidade perniciosa. Ela está fortemente disseminada, pelas estruturas injustas, pela corrupção tão fortemente vulgarizada, pela morte violenta, massacres, genocídios, desaparecimento de povos indígenas, conflitos armados, morte de culturas, morte religiosa pela proliferação de seitas alienantes, e toda forma de desumanização.

Os ídolos do dinheiro, do poder e do prazer são poderosos e insaciáveis. A idolatria do dinheiro leva ao egoísmo e à ganância, seduzindo pela ilusão do ter, em detrimento do ser, e consequente absolutização do poder político, social e econômico, originando toda

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sorte de violência estrutural e mantendo no subde-senvolvimento os nossos povos. A Conferência latino--americana de Bispos, reunida em Puebla, México, em 1879, já dizia que “é preciso anunciar uma proposta concreta de restabelecimento da justiça, da igualdade dos cidadãos, da dignidade humana’. O ídolo do prazer é apresentado como a mãe de todos os ídolos, sendo o objetivo último a posse dos outros dois: poder + dinheiro = prazer. Está no cume da tríade consumista dos desejos pós-modernos. Esta idolatria provoca a perversão da própria cultura como o hedonismo, o consumismo e a corrupção.

Em face da corrupção, como vê a situação política brasileira?

A corrupção em nosso país é avassaladora, ne-fasta, que compromete as políticas sociais, invade os órgãos públicos, infiltra-se nos poderes da República. Constitui-se numa grave crise ética, e já ultrapassou os níveis suportáveis, e de decência. Pior é que se alastrou de tal forma, que a sociedade tem aceitado como normal o que não se justifica eticamente (por exemplo, o Caixa 2). Em nosso país, nos deparamos a toda hora com relações de conivência, de simbiose, de cobertura de interesses vários para benesses par-ticulares, em detrimento do público, numa política de bastidores, com seus conchavos, que compromete o jogo democrático, onera a sociedade e fere a liber-dade. Neste cenário, o compromisso e a honestidade são vividos num contexto de sedução permanente, capaz de afastar toda possibilidade de diálogo e exilar a própria ética.

Se as coisas continuarem seguindo como es-tão, nessa espiral de corrupção social e política, o que poderá acontecer com a sociedade brasileira em termos materiais e espirituais?

Sem a superação da crise ética, as atuais mudan-ças sociais e culturais não poderão conduzir a uma sociedade justa e digna. Ao contrário, poderá haver uma ulterior degradação das relações sociais e um aumento da injustiça, da violência e da insensatez. Há uma crise de legitimação das próprias instituições. Até a lei, em sua efetivação está debilitada pelo abismo existente entre o que nelas está previsto e a realidade social sugada pela corrupção e falta de ética. A lei não é garantia dos direitos do cidadão, pela parcialidade com que trata nossa população, discricionária no trato

dos próprios crimes, favorecendo uns e sendo feroz com outros. Isto é apenas a ponta do iceberg de um projeto político-social marcado pela parcialidade, pela exclusão, pela onerosa falta de ética. O assalto à “coisa” pública (res-publica) tornou-se o prato cotidiano jus-tamente por parte daqueles que deveriam velar por ela, custodiá-la em nome do povo.

Dê a sua opinião sobre a corrupção no Brasil e no mundo nos dias de hoje, indicando onde fundamentar-se para continuar encarando os fatos quotidianos, fortalecendo-se na Esperança de mudança.

Já pude escrever em meu livro “Ética: Diálogo e Compromisso” que é hora de voltarmos à ética como o alicerce do ser humano desde sua raiz mais profunda. Somos seres éticos por excelência. Precisamos recupe-rar esta base para o sustento da vida. Qualquer forma de organização entre os seres humanos tem neces-sidade da ética. Ela mobiliza o ser humano e o torna capaz de discernimento e tem na alteridade o seu lado fecundo de respeito ao outro. Que fiquem longe as palavras aliciadoras, os discursos manipuladores. Isso requer respeito das pessoas, coerência nas relações, transparência em qualquer empreendimento. Deixar de ser ético é cavar um buraco debaixo dos próprios pés; a rigor, viver sem ética é ser ineficaz.

Qual sua expectativa pessoal acerca do julga-mento do Mensalão?

Minha expectativa é que o julgamento do men-salão se paute realmente na justiça, fora do jogo de conivências, pressões, conchavos de bastidores que oneram a Democracia e desprestigiam a República. Que seja uma lição de cidadania, civilidade e mora-lidade ao nosso povo. Que isso ocorra em todos os julgamentos realizados neste País, sem distinções de cidadãos; somos iguais em dignidade e iguais perante a lei. Exorto os Ministros à lisura, à imparcialidade, à isenção ante as influências externas. Espero que não tenhamos que repetir as palavras atribuídas ao Cardeal Renard, de Lyon, França, quando disse: “O que é legal não é necessariamente moral”. Senhores ministros, estejam à altura de sua missão!

Entrevista para o Jornal “Diário do Comércio” de São Paulo, edição dos dias 1, 2 e 3 de setembro de 2012

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Nasce o Grupo de Jovens Franciscanos da Paróquia Santa Inês de Balneário Camboriú

Durante os anos de 2010 e 2011 a Ordem Franciscana Secular São Luchesio e Buonadona da Pa-róquia Santa Inês reforçava a ideia de fundar a JUFRA.

Pensando sobre a proposta da OFS, Frei Ladi e Frei Roberto, junto com dois catequista, acha-ram que a ideia de formar um grupo de Jovens Franciscanos, se-ria muito boa para que toda a co-munidade conhecesse um pouco mais sobre quem foi São Francisco e por que ser franciscano.

Este grupo formado por jo-vens e adolescentes testemunha-riam o carisma franciscano dentro da Paróquia Santa Inês, de Balneá-rio Camboriú.

Na Paróquia Santa Inês já existe o grupo de jovens Emanuel que se reúne todos os sábados de-pois da Missa das 19 horas. Este, por sua vez, se volta mais para o carisma da Renovação Carismática que, por sinal, faz um bom traba-lho junto à comunidade paroquial.

Então, tivemos a ideia de im-plantar mais um grupo, sem des-merecer aquele que já existe. Este grupo estaria voltado para o caris-ma franciscano para, futuramen-te, formar a Juventude Francisca-na, sendo que já temos a Ordem Franciscana Secular.

Lembrando que em primeiro lugar não teríamos nada voltado à JUFRA, ou, em outras palavras, não seguiríamos regras ou nor-mas da JUFRA, apenas queríamos

a participação de jovens e adoles-centes; fazendo com que eles co-nheçam mais sobre São Francisco.

Para acontecer esse grupo, foram necessárias algumas reuni-ões para saber por qual caminho deveríamos andar.

Já de início, além dos dois ca-tequistas, tivemos a grata satisfa-ção de contar com mais um casal jovem, o qual veio conhecer um pouco mais sobre São Francisco nas reuniões e discussões sobre a formação de grupo. E, também tivemos um membro da OFS.

Nessas reuniões, foi passa-do um pouco sobre a vida de São Francisco. Foram vistos vários fil-mes de São Francisco, e também procuramos ler alguns textos dos seus Escritos para que todas as pessoas que estariam à frente do grupo estivessem por dentro da vida de São Francisco e pudessem passar com mais clareza sobre a vida deste santo aos jovens que, porventura, fariam parte desse grupo.

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Foi proposto o seguinte: con-vidaríamos os catequizandos e jovens interessados em participar do grupo, que se reuniria sempre de quinze em quinze dias às 16 horas, na Paróquia Santa Inês. E a primeira reunião seria no dia 25 de agosto.

O GRANDE DIA CHEGOU

Foi exatamente no dia a 25 de agosto de 2012, às 16 horas, que aconteceu o primeiro encon-tro de Jovens Franciscanos no sa-lão paroquial.

Para este encontro, veio um pequeno grupo, mas muito in-teressado em levar adiante essa ideia.

Neste primeiro encontro, a coordenação geral teve a Ideia de passar a vida de São Francisco através de um pequeno teatro. Com a sua simplicidade mostrou quem foi São Francisco aos jovens que estavam presentes.

No segundo encontro, que aconteceu no mês de setembro, foi no dia 17, em que celebramos os estigmas de São Francisco de Assis. Foi passado aos jovens pre-sentes sobre como Francisco rece-

beu os estigmas.Depois desse encontro, o

grupo só foi crescendo e foi sendo divulgado.

No dia 22 de setembro, rea-lizamos o terceiro encontro e ti-vemos a grata satisfação de ver a sala cheia. Foi e está sendo uma bênção de Deus.

ESTE GRUPO TEM OS SEGUINTES OBJETIVOS:

- Viver o Evangelho de Jesus Cristo através do carisma francis-cano;

- Levar a Juventude a um compromisso de vida evangélica

em fraternidade;- Conscientizar os jovens so-

bre a necessidade de sua inserção no mundo através da participação ativa, individual e coletiva, na so-ciedade;

- Contemplar a Criação e sentir-se parte desta imensa vida;

- Encontrar na Palavra de Deus e nos passos de São Fran-cisco de Assis a luz para guiar a caminhada;

- Ser instrumento de paz e amor, semear alegria, viver a sim-plicidade e acolher os mais neces-sitados e excluídos .

Enfim, ao implantarmos este grupo de Jovens Franciscanos, nós frades, queremos apresen-tar aos jovens e aos adolecentes quem foi São Francisco de Assis, um jovem que ainda transforma o coração e convida homens e mu-lheres a amar o amor que não é amado.

Rezamos para que este gru-po cresça cada vez mais. E que esses jovens possam realmente seguir os passos de São Francis-co fazendo com que a sociedade perceba o grande amor que Deus tem por cada um de seus filhos.

Frei Roberto Carlos Nunes

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Quando chega Outubro, quase que, automatica-mente, dizemos: “É o Mês Missionário... precisamos fazer a Coleta das Missões”.

Com quem, onde e como começou este costume?! É o que vamos ver, a seguir.

Sabemos que a essência da Igreja é a missão, pois o próprio Cristo nos deixou este legado: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio: ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.” (Mt 28,17).

No transcorrer da his-tória, entre altos e baixos, a Igreja sempre procurou ser missionária. Muitas as-sociações e congregações o foram, mas cada um à sua maneira. Sentia-se a necessidade de um trabalho de conjunto.

Este momento che-gou com o Papa Pio XI, que conduziu a Igreja nos anos difíceis de 1922 a 1939, isto é, o tempo após a Primeira Guerra Mundial e início da Segunda. No mesmo ano que iniciou seu Pontificado (1922), criou as Pontifícias Obras Missionárias (POM) com o objetivo de coorde-nar as missões no mundo, inclusive, arrecadando fundos (coletas).

No dia de Pentecostes, quando presidia a Missa, na Basílica de São Pedro, o Papa comoveu a todos com este gesto profético: durante a homilia e, após um profundo silêncio, tirou o seu “chapéu” (solidéu), o fez passar entre os bispos, padres e povo, - pedindo ajuda para as missões.

Pouco anos depois (1926), instituiu-se o penúltimo domingo de outubro como Dia Mundial das Missões e da Coleta Missionária.

Este fato impulsionou o despertar missionário. Não só isso! O Papa indicou situações concretas onde podemos ser verdadeiros missionários. Para isso, propõe o exemplo de dois grandes santos: São Francisco Xavier

Os bastidores do Mês Missionárioe Santa Terezinha do Menino Jesus.

O primeiro viveu 46 anos (1506 -1552). Evangelizou a Índia e o Japão e, enquanto se preparava para entrar na China, contraiu uma doença e morreu.

Santa Terezinha teve uma vida curta, 24 anos (1873 – 1897), e nunca saiu do Mosteiro de Lisieux (França), onde ingressou quando tinha 15 anos; ofereceu sua vida e doenças físicas pelos missionários; tudo o que

fazia, até mesmo as coisas corriqueiras do dia-a-dia, fazia-o bem feito e com ex-traordinário amor.

Ao apontar estes dois estilos de vida como “Pa-droeiros das Missões”, Pio XI quis dizer: o doente que está no fundo de sua cama, pode ser tão missionário como aquele que voa em aviões supersônicos. Quiçá, o primeiro seja ainda melhor, porque a eficiência da missão depende, essencialmente, da intensidade amorosa com que se vive o batismo.

E a Coleta... o que é feito dela?!

Como foi dito, Pio XI “passou o chapéu” entre todos, clero e povo. A impor-tância arrecadada é enviada

às Pontifícias Obras Missionárias, no Vaticano. Esta entidade, além de formar e enviar missionários, recebe projetos do mundo inteiro que, após análise, procura atender às necessidades mais urgentes. No Brasil, a soma gira em torno de 5,5 a 6 milhões de reais. Por sua vez, cada ano, somos contemplados com, aproximada-mente, 150 projetos.

Sejamos generosos, pois “podemos dar mais da nossa pobreza”. Diz Jesus: “A messe é grande e os ope-rários são poucos” (Lc 10,2). Este clamor continua até hoje. Testemunhemos nosso batismo, e “despertemos para a missão, todos os que dormem”.

Fraternalmente,Frei Luiz Iakovacz

ARTIGO

SÃO FRANCISCO XAVIER

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Aconteceu neste último do-mingo, dia 23/09, o 2º Encontro Estadual de Jovens das Paróquias Franciscanas (RJ), desta vez no ITF. Um dia de muita alegria e confra-ternização desta família reunida sob o ideal de nosso querido Pai São Francisco.

Estiveram presentes jovens de cinco paróquias franciscanas: Pa-róquia Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis), Paróquia Santa Clara (Duque de Caxias), Paróquia São Francisco de Assis (Duque de Ca-xias), Paróquia Nossa Senhora da Conceição (Paty do Alferes) e Paró-quia Nossa Senhora da Boa Viagem (Rio de Janeiro), com a presença de cerca de 80 jovens animados, engajados nas pastorais de suas comunidades, que já convivem e conhecem os frades e quiseram, neste dia, conhecer melhor o caris-ma que vivemos e anunciamos.

O tema escolhido para o en-contro, acompanhando o 8° cen-tenário do Carisma Clariano, foi a atualidade deste carisma para os jovens de hoje. A Irmã Ana Maria, irmã catequista franciscana de Du-que de Caxias, se dispôs a falar de elementos importantes da vida de Clara e como eles podem ser vivi-

II Encontro Estadual de Jovens das Paróquias Franciscanas do Rio de Janeiro

dos em nossos dias: como a frater-nidade/irmandade, a minoridade, a contemplação e o voltar-se para Deus, a necessidade de encarnar-mos em nossa vida aquilo que nós acreditamos.

Frei Diego, animador vocacio-nal, também falou sobre os prepa-rativos para a Jornada Mundial da Juventude e como os franciscanos estarão presentes nos diversos eventos. Explicou que o Conven-to Santo Antônio e a Igreja de São Francisco da Penitência serão a sede do anúncio franciscano, com exposições, celebrações, e acolhi-da dos jovens que nos visitarão.

Foi um dia, de fato, para se guardar no coração e na memória de todos os que se fizeram presen-tes. Os jovens se mostraram com imensa boa vontade e alegria por

estarem ali, participando, e foram eles que deram o tom do encon-tro. Agradecemos muitíssimo aos paroquianos da Paróquia Sagrado Coração de Jesus (Petrópolis) que trabalharam incansavelmente na cozinha, cuidando da alimentação de todos. Nosso especial agrade-cimento ao Instituto Teológico Franciscano que generosamente ofereceu seu espaço para que este encontro acontecesse, demons-trando sua acolhida fraterna, e por todo apoio dado para o bom êxito deste encontro. Que esta experiên-cia se repita pelos próximos anos e que São Francisco interceda e nos mostre a melhor forma de seguir e viver nosso seguimento do Cristo humilde e pobre! São Francisco, ro-gai por nós!

Frei Rodrigo da Silva Santos

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Capítulo Provincial

ATA DA APURAÇÃO DAS INDICAÇÕES AO OFÍCIO DE DEFINIDOR PROVINCIAL

Frei Evaristo P. Spengler 65

Frei José Francisco de Cássia dos Santos 54

Frei Samuel Ferreira de Lima 52

Frei Germano Guesser 50

Frei Paulo Roberto Pereira 40

Frei Mário L. Tagliari 40

Frei Antônio Michels 38

Frei Evandro Balestrin 37

Frei João Fernandes Reinert 36

Frei Ivo Müller 32

Frei Salésio L. Hillesheim 32

Frei Valdir Laurentino 32

Frei João Mannes 30

Frei Gustavo W. Medella 30

Frei Raimundo J. de Oliveira Castro 25

Frei Neuri Reinisch 24

Frei Nelson J. Hillesheim 23

Frei Olivo Marafon 22

Frei Marcos Antônio de Andrade 22

Frei Valdecir Schwambach 22

Frei Alexandre Magno Cordeiro da Silva 20

Frei Fábio Cesar Gomes 20

Frei Jorge Lazaro de Souza 19

Frei Sandro Roberto da Costa 19

Frei Guido Scheidt 17

Frei Adriano Freixo Pinto 17

Frei Antônio Moser 16

Frei Luiz Colossi 16

Frei Volney Berkenbrock 16

Frei Marco Antonio dos Santos 14

Frei Sílvio T. Werlingue 14

Frei Vitorio Mazzuco Filho 13

Frei Anacleto Luiz Gapski 12

Frei Djalmo Fuck 12

Frei Walter de Carvalho Júnior 12

Frei Fernando de Araújo Lima 11

Frei Jorge Paulo Schiavini 11

Frei Regis G. Ribeiro Daher 11

Frei César Külkamp 10

Frei Délcio F. Lorenzetti 10

Frei Mário Knapik 10

Às 14h00 do dia 20 de setembro de 2012, na

Sede Provincial, em São Paulo, SP, reuniram-se os

escrutinadores nomeados por Frei Fidêncio Vanbo-

emmel, presidente do Capítulo Provincial de 2012,

a saber: Frei Luiz Henrique Ferreira Aquino, Frei Rai-

mundo Justiniano de Oliveira Castro e Frei Walter

de Carvalho Júnior, para procederem à apuração

das indicações ao ofício de Definidor Provincial,

que têm um caráter de sondagem de opinião da

Fraternidade Provincial, segundo o artigo 82, pará-

grafo 2º, dos Estatutos da Província.

Apuradas as 231 cédulas que retornaram à

Secretaria Provincial, constatou-se o seguinte resul-

tado (em número de indicações):

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Capítulo ProvincialReceberam 9 indicações: Frei Gilmar José da

Silva, Frei José Idair Ferreira Augusto, Frei Vagner Sas-si, Frei Pedro da Silva, Frei Rafael Spricigo, Frei Paulo Cesar Ferreira da Silva, Frei André Becker;

Receberam 8 indicações: Frei Angelo José Luiz, Frei James L. Girardi, Frei Nolvi Dalla Costa;

Receberam 7 indicações: Frei José Pereira, Frei Thiago A. Hayakawa, Frei Walter Ferreira Junior, Frei Pascoal Fusinato, Frei Nilton Decker;

Receberam 6 indicações: Frei Claudino Dal’Mago, Frei Clésio Tadeu Wiggers, Frei Gilberto M. Sessino Piscitelli, Frei Paulo Roberto Santos San-tana, Frei Daniel Dellandrea, Frei Alvaci Mendes da Luz, Frei Róger Brunorio, Frei Miguel da Cruz;

Receberam 5 indicações: Frei Ludovico Gar-mus, Frei José Antônio Cruz Duarte, Frei Alex Sandro Ciarnoscki, Frei Renato A. Pezenti, Frei Ladí Antoni-azzi e Frei Vilmar Alves da Silva;

Receberam 4 indicações: Frei David Raimun-do Santos, Frei Claudino Gilz, Frei Florival Mariano de Toledo, Frei Carlos J. Körber, Frei João Maria dos Santos, Frei Gentil de Lima Branco, Frei Antônio Mazzucco, Frei Jairo Ferrandin, Frei Lindolfo Jasper, Frei Benedito G. G. Gonçalves, Frei Nelson Rabelo, Frei Moacir Longo, Frei Edrian Pasini;

Receberam 3 indicações: Frei Bertolino Tholl, Frei Luiz Henrique Ferreira Aquino, Frei Ricardo Backes, Frei José Lino Lückmann, Frei Marcos Este-vam de Melo, Frei Jorge Maoski, Frei Almir Ribeiro Guimarães, Frei José Bertoldi, Frei Walter Hugo de Almeida, Frei Osmar Dalazen, Frei Carlos Pierezan, Frei Nilo Agostini, Frei Plínio Gande da Silva, Frei Lauro Formigoni;

Receberam 2 indicações: Frei Jacir Zolet, Frei Neylor José Tonin, Frei Nazareno J. Lüdtke, Frei Pau-lo Cesar M. Borges, Frei Luiz D. Ribeiro, Frei José Luiz Prim, Frei Adriano Dias do Nascimento, Frei Athayl-ton Jorge M. Belo, Frei Gilberto G. Garcia, Frei José Henrique Rosa, Frei Valnei Brunetto, Frei Mário Stein, Frei Francisco Morás, Frei Elói D. Piva, Frei Leonir An-

solin, Frei Jhônatha Gerber, Frei Orlando Bernardi, Frei Airton da Rosa Oliveira, Frei Luiz Carlos Peloso, Frei João Antunes Filho;

Receberam 1 indicação: Frei Adailton José Santiago, Frei Alcides Cella, Frei Aldeci de Arcizio Miranda, Frei Alécio Broering, Frei Alessandro Dias do Nascimento, Frei Alex Cesar Rodrigues, Frei Al-exandre Verardi, Frei André Gurzynski, Frei Ângelo Cardoso da Silva, Frei Angelo Vanazzi, Frei Antônio Joaquim Pinto, Frei Arcângelo Buzzi, Frei Benjamim Berticelli, Frei Carlos Ignacia, Frei Dionísio Morás, Frei Eckart Höfling, Frei Edgar Weist, Frei Geraldo Hagedorn, Frei Guido Scottini, Frei Heitor Cela, Frei Hermenegildo Curbani, Frei Hipólito Martendal, Frei João Francisco da Silva, Frei João Lopes da Silva, Frei Joarez Foresti, Frei José Alamiro Andrade Silva, Frei José Ariovaldo da Silva, Frei José Clemente Schafas-chek, Frei José Lino Zimmermann, Frei Léo Severino Schmidt, Frei Luís Antônio Aliberti, Frei Luiz Flavio Adami Loureiro, Frei Marcos Hollmann, Frei Odorico Decker, Frei Olivo Tondello, Frei Pedro de Oliveira Rodrigues, Frei René Zarpelon, Frei Roberto Carlos Nunes, Frei Sérgio Pagan, Frei Tarcísio Theiss, Frei Valdevino Negherbon, Frei Vanilton A. Leme.

São Paulo, 20 de setembro de 2012.

Frei Luiz Henrique Ferreira Aquino Frei Raimundo Justiniano de Oliveira Castro

Frei Walter de Carvalho Júnior

Sistema de dados da Secretaria Provincial

Caro confrade, Paz e Bem!Ficou pronto – e a fase de testes está bem avançada -, o Sistema de dados da Secretaria Provincial. Há tem-po queríamos um que pudesse ser acessado pela In-ternet, abrindo assim possibilidade para que os con-frades em geral possam dele usufruir para consulta, e, ao mesmo tempo, para os que dele fazem uso regu-larmente, o acesso possa ser feito de qualquer lugar, on line, não apenas no restrito espaço da secretaria.Trata-se de um software desenvolvido por Marcelo Slivinski de Matos, de Curitiba, com a linguagem de programação chamada “Ruby”, usando a tecnologia “Ruby on Rails”, baseado em arquitetura Web. Haven-do interesse, você poderá fazer uso dele.Frei Walter de Carvalho Júnior

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Frei Leandro vence concurso para a logomarca dos Franciscanos na JMJ

O autor da logomarca vence-dora do Concurso Cultural Francis-canos na JMJ203 foi Frei Leandro Costa, de 22 anos. Ele é um jovem frade da Ordem dos Frades Meno-res. Atualmente mora em Campo Largo, PR, e cursa o 3º ano de Filo-sofia em Curitiba. Para alcançar o primeiro lugar, o trabalho de Lean-dro concorreu com outras 32 pro-duções, vindas de diferentes partes do Brasil e até do exterior (Chile e Espanha).

As logomarcas foram escolhi-das em duas etapas: na primeira, realizada no dia 27 de agosto, no Rio de Janeiro, durante a reunião da equipe de preparação da pre-sença franciscana na JMJ2013, foram classificadas as cinco mais votadas. A segunda etapa ocorreu em São Paulo, no dia 30 de agosto, e foi realizada por uma comissão constituída especialmente para a escolha.

Frei Leandro diz que gosta de criar desenhos, mas não se consi-dera um profissional: “Criando e combinando traços, tento traduzir um pouco da criatividade que há em minha mente, nos dedos e no coração. Ou seja, ocupo-me com a tarefa de despertar a criatividade que às vezes dorme lá no fundo de todo o humano”, explica. Segun-do ele, a ideia para a produção da logomarca vencedora surgiu em etapas e lhe exigiu considerável tempo de dedicação: “Para chegar a este resultado, ao desenho que a comissão precisava, ocupei mui-tas horas pensando numa arte que fosse de fato aquilo que se encai-

xasse nos critérios do concurso da logo. Desde o dia que foi lançado o concurso até praticamente a data estipulada para o envio, ainda apa-gava e criava desenhos”, conta.

Ainda comemorando a con-quista, Frei Leandro declara que espera contribuir com seu trabalho para despertar o compromisso da juventude com o Reino de Deus: “Oxalá esta logo escolhida contri-bua na grande JMJ. Que todos os que voltarem seus olhos à imagem de Francisco de Assis, que apresen-to com simples traços formando o Pão de Açúcar, reconheçam neste santo uma grande inspiração jo-vem. Que a grandeza da Paz e do Bem, representada na pomba, seja a mística do jovem no mundo de hoje. Como prêmio, Frei Leandro receberá um Smatphone e tam-

bém uma camiseta comemorativa da Presença Franciscana na JMJ com a logomarca de sua autoria estampada.

SEGUNDO PRÊMIO FOI PARA RORAIMA A segunda colocação ficou

com o administrador de empresas Francelio Parente Hardi, de Boa Vista, RR. Como premiação, ele vai receber um kit franciscano com imagens de São Francisco e Santa Clara, além de obras literárias de cunho franciscano e cultural. Em nome da comissão organizadora do concurso, Frei Diego Melo para-beniza os dois vencedores e agra-dece a todos os participantes que enviaram suas obras e contribuí-ram decisivamente para o sucesso do concurso.

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Explicação da logoO traçado na cor marrom re-

presenta o Pão de Açúcar, ponto turístico conhecido mundialmen-te, e faz alusão à cidade do Rio de Janeiro, sede da JMJ. Junto à forma do Pão de Açúcar, um traçado oval, também na cor marrom, forma a silhueta de São Francisco, o inspira-dor do movimento franciscano.

A imagem de São Francisco se completa com o sol representado logo acima de sua cabeça, simboli-zando a sincera santidade e a afini-dade de Francisco com as criaturas de Deus.

A cruz, em amarelo, remete à JMJ. A pomba, na cor azul, como se estivesse saindo da mão de Francis-co, simboliza a missão de todos os que anunciam o Evangelho, como anunciadores da “Paz e do Bem”.

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA E FRANCISCANAO envio apostólico “Ide e fazei

discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19), que inspira a Jornada Mundial da Juventude, só se con-cretiza a partir de uma real experi-ência de Deus.

Desejoso em seguir o Mestre, o discípulo deve “embriagar-se de amor divino para depois levar ao mundo esse grande vinho da ale-gria”. E não há dúvida de que, entre tantos santos e santas, Francisco de Assis aponta um caminho inspi-rador para a experiência concreta do encontro com o Senhor. Fran-cisco sente-se enviado e também envia seus irmãos como mensagei-ros da paz.

No seu Testamento, chega a dizer: “Como saudação, revelou--me o Senhor que disséssemos: ‘O Senhor te dê a paz’” (Test 23). É saudação missão. “Enviou dois a dois com a incumbência de anun-ciarem a paz: ‘Ide, queridos irmãos, ide dois a dois ao mundo e anun-ciai ao homem a paz’” (1Cel 29).Essa saudação, mais adiante, foi condensada na forma “Paz e Bem”, tão difundida até os dias de hoje. O ideal franciscano não é patrimônio exclusivo dos seguidores diretos do Santo de Assis, mas diz respeito a todos que reconhecem em São Francisco uma inspiração para a vida do discípulo de Cristo.

USO DA LOGOMARCAA logomarca Franciscanos na

JMJ é de uso livre e irrestrito. Pode ser reproduzida em quaisquer meios de comunicação e divulga-da em todas as mídias. Podem ser ainda produzidos materiais pro-mocionais e de divulgação, como camisas, bonés, chaveiros etc. A única exigência é que seja respei-tado o projeto original.

Frei Gustavo Medella

Divulgue esta ideia!Gostaríamos de convidar a

todos a fazerem bom uso desta logomarca, muito bem elabo-rada e escolhida pela comissão responsável para pensar nossa presença na Jornada Mundial.

Todas as paróquias, con-ventos e santuários, podem usar esta marca como identi-dade visual franciscana. O Di-vulgue esta ideia e participe da presença franciscana na Jorna-da Mundial da Juventude 2013.Comissão Franciscana para a Jornada Mundial da Juventude

Acesse: www. jmjfranciscanos.com

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No dia doze de setembro, no Convento São Francisco, em SP, reu-niram-se os membros do Conselho do Departamento das Paróquias: Frei Neuri Francisco Reinisch, Frei Carlos Alberto Guimarães, Frei Jorge Paulo Schiavini, Frei Mário José Knapik, Frei Carlos Lúcio Nunes Côrrea, Frei André Becker e Frei Antônio Mi-chels (secretário da evangelização). Lamentou-se a ausência dos frades de vários regionais.

Foi feita uma partilha de como estão as paróquias nos Regionais. Foram destacadas as diversas ati-vidades e ações evangelizadoras realizadas. Dentre elas, cursos de formação de lideranças, missões nas famílias, encontros de jovens, o pro-jeto “viver e conviver”, a pré-jornada da juventude, encontro clariano, etc. Também foram partilhados alguns desafios: vida fraterna entre os frades, o comprometimento na ação evangelizadora, o incentivo do ordinário local por uma Igreja minis-terial, o enfraquecimento do estado de saúde de alguns frades.

Departamento das Paróquias se reúne em São Paulo

Foi feita uma avaliação dos encontros dos párocos, vigários pa-roquiais e leigos, ocorridos do mês de julho em Petrópolis e Rondinha. O assessor foi Frei João Fernandes Reinert, que, de maneira simples e objetiva, abordou o assunto com clareza e competência. A reflexão foi boa, porém, faltou trabalhar mais as propostas a serem encaminhadas ao Capítulo Provincial.

Foram feitas algumas propos-tas para o Capítulo:

• O Departamento tem de so-mar forças para visualizar o trabalho.

• Somente fechar casas não funciona, mas o que falta é um tra-balho em conjunto.

• Pergunta-se: qual o rosto franciscano que damos aos nossos trabalhos?

• Em caso de fechamento de casas, deveria haver critérios claros para orientar o Governo.

• Redimensionamento sig-nifica rever nossa presença lá onde atuamos. A questão da falta de uma identidade não é somente nas paró-

quias que acontece, mas em outras frentes de trabalho da Província tam-bém vivem a mesma problemática.

O Departamento fez uma ava-liação do triênio: Dificuldade de arti-cular os frades no trabalho paroquial, dificuldade do próprio Secretariado em articular os trabalhos, o clerica-lismo que impede o trabalho nas paróquias, falta de entusiasmo pela evangelização, a Intranet que não funcionou.

Sobre a Jornada Mundial da Juventude destacou-se que a CNBB está se organizando. Fala-se em “milhões”, mas haverá dificuldade para tanta gente assim. O Convento Santo Antônio do Rio envolverá um espaço para a família franciscana, como também para feira vocacio-nal. Cada diocese está também se movimentando. Sugeriu-se que nos próximos encontros houvesse formação e duração de dois dias. O encontro encerrou-se às 16h30, com a oração final.

Frei Mario Knapik e Frei Carlos Lúcio

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Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem arbitra-riamente, nas condições escolhidas por eles, mas antes sob as condições diretamente herdadas e transmitidas do passado.

(Karl Marx 1)

No último dia 07 de setembro, na cidade de São Paulo, ocorreram duas manifestações do Grito dos Excluídos. De forma legítima, ambas mobilizaram sindicatos, movimentos sociais, pastorais sociais e organiza-ções nas mais diversas áreas; ambas, apresentaram as reivindicações de grupos “excluidos” do processo de produção e apropriação da riqueza produzida em nosso país. Porém, qualquer observador, pouco en-volvido com a organização e as discussões em torno dos “Gritos” que aconteceram na cidade, se pergun-taria: Por que duas manifestações, em locais diferentes, porém, com o mesmo objetivo?

As respostas que têm sido dadas a esta indagação são as mais diversas e co-existem há algum tem-po, já que este não é o primeiro ano em que ocorreram os dois “Gritos”:

Artigo: “A quem interessa a fragmentação das lutas sociais?”

alguns afirmam que não há proble-ma em ocorrer várias manifestações, pois elas evidenciam em muitos locais da cidade as questões que precisam ser enfrentadas. De outro lado, o fato evidencia, também, a fragmentação que temos nas lutas sociais. Ou seja, na organziação desta manifestação tão importante, pelo seu caráter transnacional, a importância maior, na cidade de São Paulo, tem recaído sobre o que nos diferencia, e não no que nos une. Cabe, então, outra pergunta: a quem interessa a fragmentação das lutas sociais?

Historicamente, o processo de desenvolvimento do Brasil não incor-porou a participação da população, quer na distribuição da riqueza, quer na participação da vida política do país. Segundo Fernandes (1989:242), este processo de “modernização conservadora” fundamentou uma tradição de relações sociais e polí-ticas autoritárias, oligarquizando o sistema de poder e marginalizando o povo do espaço público.

Em contrapartida, “as forças sociais sempre se articularam con-trárias a esta hegemonia conserva-

dora, reconhecendo que os limites existentes foram e são mutáveis, provisórios e relativos. (...) Portanto, a participação popular no Brasil esteve constantemente presente na história, explorando as contra-dições internas do sistema em vista da transformação social (PEZOTI e FEDRIGO, 2009:903).

Na história recente do país, a abertura democrática, a partir da dé-cada de 1980, abriu a possibilidade de se desenvolver um processo de-mocrático capaz de incorporar novos sujeitos políticos na definição dos rumos da sociedade. Organizaram--se, dentro outros, os movimentos urbanos contra a carestia, pela urbanização das favelas e o direito à moradia; os movimentos contra a concentração de terra e pela reforma agrária; e, as Comunidades Eclesiais de Base impulsionadas pela Teologia da Libertação na América Latina.Estes e outros movimentos inscre-veram novos direitos na Constituição de 1988, não apenas no campo dos direitos sociais, mas, sobretudo, no direito da participação na definição das políticas públicas, e no controle da ação do Poder Executivo.

SEFRAS

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A década de 1990 iniciou-se com o reconhecimento formal dos direitos sociais e das garantias civis, porém, a crise do capital que irrompeu no final dos anos 1970 e as estratégias utilizadas para a sua su-peração, afetaram, profundamente, todas as dimensões da vida humana.

No enfrentamento dos proble-mas referentes ao rebaixamento da taxa de lucro, o capital recorre a todos os meios possíveis e imagináveis. É isto que deu origem, na atualidade, à chamada reestruturação produtiva e ao neoliberalismo. Esses se caracteri-zam, essencialmente, por profundas mudanças na forma da produção, com a precípua finalidade de retomar o aumento da taxa de lucro e pela afirmação, com todas as suas conse-quências, de que dever‐se‐ia deixar ao mercado a responsabilidade pelo equacionamento dos problemas da humanidade. O Estado não deixaria de ter importância, mas seu papel seria apenas subsidiário. Para além da propaganda ideológica, sabe‐se que tanto a reformulação do processo produtivo, quanto as mudanças no papel do Estado tiveram a finalidade de permitir a retomada do aumento do lucro das classes dominantes, em especial daquelas dos países centrais .4

Não é apenas no campo das ne-cessidades materiais que se expressa a crise atual do capital. As dimensões subjetivas da sociabilidade humana foram profundamente atingindas, com expressões de caráter mais geral. Conforme Tonet (2009) são expressões da crise que:

No campo ético, visibiliza um fosso entre o “dever ser e o ser”, ou seja, entre uma realidade cada vez mais desumanizadora e o discurso ético, que proclama os valores huma-nistas da solidariedade, da honesti-dade, do respeito à vida.

Na vida social, manifesta-se

pela efemeridade que está ligada à superficialidade, à banalização, ao modismo e à massificação que, no campo material, manifesta-se no consumo exacerbado; e, nas relações sociais, pela intensificação do indivi-dualismo e da competitividade.

O fracasso das tentativas de mudar o mundo através de esforços coletivos, centrado nas revoluções que se pretendiam socialistas, agra-vou enormemente essa convicção individualista. Como já não se visua-lizam soluções coletivas, é levada ao paroxismo a ideia de que a solução dos problemas é individual, de que o sucesso ou fracasso na vida dependem dos próprios indivíduos, considerados isoladamente5.

O valor supremo do capital está no ter, como imposição da lógica de reprodução do sistema, intensifican-do a concorrência em detrimento dos valores que possibilitam uma sociabilidade comunitária. Por isso, uma ação coletiva para a solução dos problemas sociais se vê dificultada pela lógica que predomina em nossa sociedade.

Esta lógia se expressa, entre ou-tros setores da vida, na segmentação da organização das lutas sociais, com a multiplicação de demandas de gru-pos de interesse posicionados, cada vez mais fechados em si mesmo. Também, os trabalhadores tendem a estar mais preocupados em manter individualmente seus direitos, do que envolverem-se e se dedicarem a lutas político-organizativas.

As lutas, quando limitadas a horizontes imediatos de interesses, retiram a perspectiva de inserção no quadro da realidade econômica, social e política da luta de classes. Inserção esta que possibilitaria a expansão de ações numa proposta mais abrangente de relações societá-rias e de construção de uma cultura

ético-política que primasse por va-lores contra-hegemônicos à lógica do capital. Por isso, tão importante quanto nos questionarmos a quem interessa a fragmentação das lutas sociais, podemos inverter a lógica da indagação: A QUEM NÃO INTERESSA A FRAGMENTAÇÃO DAS LUTAS SO-CIAIS? A resposta, sabemos: à própria luta social que, historicamente, vem sendo construída com a luta e o sonho de muitos. O Grito dos Exclu-ídos na cidade de São Paulo, para o ano de 2013, pode ser organizado a partir do diálogo, da superação das diferenças e da aproximação das lutas e reivindicações que precisa-mos, concretamente, construir na nossa cidade.

Nos imensos desafios que se colocam na atualidade, importan-te lembrar as palavras de Mandel (1995:2146): “Toda tentativa de solu-ção individual, parcial, fragmentada, descontínua para essas tremendas ameaças que se observam está, des-de o início, condenada ao fracasso. A única possibilidade está na ação coletiva; (...) Essa é a orientação que devemos adotar para resolver a crise da humanidade”.

Rosangela Pezoti_______________________________1. MARX, Karl. O dezoito Brumário de Louis Bonaparte. São Paulo, Paz e Terra, 1977.2. FERNANDES, Florestan. A constituição inacabada: vias históricas e significado político. São Paulo, Estação Liberdade, 1989. 3. PEZOTI, Rosangela e FEDRIGO, Kátia. Memória da participação popular no Brasil. In Fragmentos da Memória. São Paulo, LPB, 2009.4. TONET, Ivo. Expressões socioculturais da crise capitalista na atualidade. In Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília, CFESS/ABEPSS, 2009, pg. 1095. TONET, Ivo. Expressões socioculturais da crise capitalista na atualidade. In Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília, CFESS/ABEPSS, 2009, pg. 112.6. MANDEL, Ernest. Debate. In: VIGEVANI, T. et al. Liberalismo e socialismo: velhos e novos paradigmas. São Paulo: UNESP, 1995.

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No dia 21 de setembro, na re-gião do Pari, a comunidade muçul-mana realizou um ato de repúdio às ofensas feitas à religião islâmica e ao profeta Maomé, em vídeo publi-cado no youtube nos EUA.

A publicação instaurou por todo o mundo uma série de pro-testos, muitos deles violentos. Em São Paulo, os muçulmanos prima-ram por uma manifestação pacífica, mas, de repúdio à ofensa direcio-nada à religião deles. O diretor do Sefras e coordenador do JPIC da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, Frei José Fran-cisco de Cássia, participou do even-to para levar a presença franciscana em defesa do respeito ao credo re-ligioso e da promoção de uma cul-tura de paz.

Sefras e Sinfrajupe se solidarizam com a comunidade islâmica

“O respeito aos direitos huma-nos exige o respeito às suas cren-ças e santidades e, portanto, não se pode ignorar e violar as santi-dades das pessoas sob a alegação da liberdade de expressão, porque isso contraria as normas mais bási-cas dos direitos humanos e é uma violação dos valores humanos mais importantes, entre eles a liberdade de crença” (parte da carta aberta da Associação Beneficente Islâmica do Brasil). Os participantes da manifes-tação, em carta aberta, afirmaram que, com base nos ensinamentos do Profeta Mohammad não serão arrastados para este tipo de intri-ga, mas vão permanecer de acordo com o que foi ensinado pelo Profe-ta, como embaixadores do amor e da paz para todo o mundo.

Serviços discutem a redução da

maioridade penal“Adolescência e redução

da maioridade penal“, este é o tema do 5º Fórum dos Servi-ços do Sefras que trabalham com Crianças e Adolescentes. O evento aconteceu entre os dias 20 e 21 de setembro na sede do Centro Franciscano de Acolhi-da de Crianças e Adolescentes. De acordo com a articuladora do Sefras, o Fórum tem como objetivo “refletir sobre as ações desenvolvidas com crianças e adolescentes, e construir um po-sicionamento do Sefras sobre a redução da maioridade penal”. O grupo pretende tirar como re-sultado o alinhamento e a sinto-nia no trabalho de atendimento com crianças e adolescentes.

O Fórum dos Serviços de Crianças e Adolescentes é um espaço de reflexão sobre os te-mas da área da infância e da adolescência. No ano de 2011, refletiu-se sobre a internação compulsória de crianças e ado-lescentes, e foi quando o Sefras se posicionou contrário a esta prática que vem sendo executa-da pelo Estado.

Fabiano Viana

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Para encerrar a semana de co-memoração dos 18 anos do Centro Franciscano de Luta contra a Aids (Cefran), participantes, voluntários e trabalhadores realizaram uma ati-vidade nas ruas do bairro do Belém, na Zona Leste de São Paulo.

A proposta foi ir às ruas do bairro onde está localizado o serviço e nos arredores para distribuir kits de prevenção às DST/Aids, já que o trabalho do Cefran é o “combate” ao HIV/Aids. As pessoas foram abor-dadas e orientadas sobre o assun-to. Esta ação foi preparada durante toda a semana, com treinamento, acolhida de voluntários e a confec-ção dos kits. Entre as programações, essa foi a mais importante que mar-cava a comemoração dos 18 anos do serviço.

Foram cerca de 50 pessoas que, com camisa, boné e bolsas per-

Cefran: 18 anos comemorados com a ação de prevenção

sonalizadas com a marca do Sefras, passaram a manhã, das 8h às 12h entre as estações do Brás e do Be-lém. O voluntário e participante do Cefran, Cícero da Silva, contou que a abordagem das pessoas consis-tiu na orientação, não só das DST/Aids, mas também sobre a Hepatite C, pois há uma nova campanha de orientação e combate a doença. “A gente falava para as pessoas se cui-darem, fazerem teste HIV, Sífilis e Hepatite C e fornecemos o endereço onde podem encontrar o serviço”.

Fausto Ricardo, participante do Cefran, se sentiu orgulhoso por fa-zer parte dessa ação. “Entramos em empresas e o pessoal gostou muito. Falaram que vão ler o livrinho de orientações. Vão chamar primos, so-brinhos, irmãos. Chegamos à feira e fomos abraçados por várias pessoas, donos de barracas, e eu achei legal

o carinho com que eles trataram a gente”, disse.

Foi a primeira vez que Alan Kardec, também participante do Cefran, fez uma ação de prevenção nas ruas. “Poder passar a informação sobre DST/Aids foi importante para mim, porque tanto eu aprendo mais como passo para as pessoas”.

Foram 35 mil kits distribuídos para pedestres, trabalhadores de empresas, usuários do metrô, fei-rantes, estudantes, entre outros. Foi uma grande ação que marcou as comemorações dos 18 anos na va-lorização da vida das pessoas que vivem e convivem com o HIV/Aids.

Para concluir o sucesso da ação, os participantes, voluntários e trabalhadores comemoram com um baile, com música ao vivo, bingo e os “parabéns” ao Cefran!

Fabiano Viana

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Casa de Clara, 16 anos de valorização da pessoa idosa

O Centro de Convivência e Apoio aos idosos (Casa de Clara), no dia 30 de agosto, realizou a come-moração dos 16 anos de atuação com idosos de São Paulo. A Casa de Clara festeja o trabalho realizado de acolhimento e convivência saudá-vel com a pessoa idosa, contribuin-do na busca de seus direitos.

A comemoração contou com a presença de 100 idosos e teve início com um café da manhã seguido de um momento celebrativo que ex-pressou o nascimento e o desenvol-vimento humano. A coordenadora do Serviço, Cleide Cruz, apresentou reflexão sobre a quantidade e a in-serção dos idosos na sociedade bra-sileira, e sobre os resultados do

atendimento na Casa de Clara. Sobre a Casa de Clara O Sefras, por meio da Casa

de Clara oferece, semanalmente, o atendimento a cerca de 150 idosos, envolvendo-os em oficinas de arte-sanato, danças, canto coral, yoga, passeios, confraternizações e cele-brações, e, ainda, provoca e incen-tiva a participação em espaços de controle social e de reinvindicação dos direitos dos idosos.

Todas essas atividades são re-alizadas com o objetivo de oferecer ao idoso ações preventivas e edu-cativas, contribuindo para o acesso aos direitos sociais, civis, políticos e econômicos para o pleno exercício da cidadania.

Sefras organiza fórum dos

serviços do RJCom objetivo de refletir e

encaminhar a organização de um fórum permanente para a ar-ticulação dos serviços no estado do Rio de Janeiro, realizou-se um encontro no dia 31 de agosto, no salão do Sefras Porciúncula, em Niterói.

Os participantes refletiram sobre os desafios do trabalho social a partir da Constituição de 1988. “Foi quando se responsabi-lizou o Estado pelo atendimento das demandas sociais. Essa práti-ca, historicamente, foi desenvol-vida pelas igrejas. Essa mudança, que reafirma o dever do Estado, tem obrigado as Igrejas a repen-sarem o seu papel na sociedade e, particularmente, no trabalho social”, destacou Rosângela Pe-zoti. O diretor do Sefras, Frei José Francisco de Cássia dos Santos apresentou como o Sefras está organizado e destacou a forma horizontal e participativa nas de-cisões e encaminhamentos.

Ao final, o grupo reforçou a necessidade de uma articula-ção entre os serviços do Rio de Janeiro. Enfatizou a importância de cada um se reconhecer como parte do Sefras. Ficou definido entre os participantes que o Fó-rum dos Serviços do Rio de Janei-ro irá acontecer mensalmente.

Sobre o Fórum dos traba-lhadores do Sefras: O Fórum do Sefras é uma experiência que já acontecia entre os Serviços de São Paulo. Quinzenalmente, tra-balhadores representantes dos serviços, se reúnem para acorda-rem decisões institucionais.

Fabiano Viana

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Notícias e informações

Pró-Vocações realiza encontro com benfeitores na Baixada Fluminense

Aconteceu, neste domingo (16/09), na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Nilópolis, o primeiro encontro de benfeitores francisca-nos, promovido pelo Pró-Vocações, na Baixada Fluminense.

Estes encontros têm por obje-tivo divulgar o carisma e a espiritu-alidade franciscana entre os nossos paroquianos, amigos e colabora-dores. O intuito é sempre o de mos-trar que, para além dos frades que estão no trabalho diário com eles, existem outros tantos em diversos campos pastorais.

Em um dia de muitas ativida-des, como é de costume naquela paróquia, os benfeitores foram chegando pouco a pouco e foram acolhidos pela comunidade local, de modo particular, por alguns benfeitores que previamente já ha-viam preparado todo o ambiente e um saboroso café da manhã.

Com a oração Louvores ao Deus Altíssimo iniciou-se a manhã

de espiritualidade daquele domin-go, que seguiu-se com a história da vida de São Francisco, um filme sobre o pobrezinho de Assis e uma apresentação sobre o Pró-Voca-ções e Missões Franciscanas.

Como de costume, abriu-se espaço para questionamentos, su-gestões e observações sobre o tra-balho realizado, bem como o con-vite para o engajamento maior de nossos benfeitores neste trabalho em prol de nossas casas de forma-ção e de nossos missionários em Angola.

O ponto forte do encontro foi a Missa em Ação de Graças pela vida e pelas famílias de nossos ben-feitores. Próximos do altar, cada um pôde colocar sua vida diante de Deus. Como uma grande comu-nidade de irmãos, agradecemos ao Pai por termos pessoas tão gene-rosas, que acreditam e sonham co-nosco o sonho de Francisco de As-sis. A Missa foi nossa grande oferta

a Deus por gestos tão bonitos de generosidade e solidariedade. Nas preces, ficou muito claro que a tris-teza pelos últimos acontecimentos naquela região não pode ser moti-vo para que a fé que os move seja abalada. E foi por isso também que rezamos pelas vítimas e pelas famí-lias transtornadas pelo ocorrido.

Aos freis da Paróquia, aos benfeitores participantes, aos nos-sos “anjos da guarda” em Nilópolis: o nosso muito obrigado por tudo.

Que Deus continue abenço-ando com carinho este povo que-rido da Baixada Fluminense, povo que não mede esforços para fazer o bem e para fazer com que nos sintamos em casa. Obrigado pela acolhida, pela fraternidade e por estarem conosco neste belo tra-balho franciscano. Que o nosso Pai Francisco de Assis olhe sempre por cada um de vocês e pelas suas fa-mílias.

Frei Alvaci Mendes da Luz

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O domingo foi Ação de Gra-ças e de alegria para a Fraternidade Franciscana Secular Nossa Senhora Aparecida, de Nilópolis (RJ), que co-memorou com muita festa seus 45 anos de vida fraterna na Paróquia Nossa Senhora Aparecida. A cele-bração foi prestigiada pelos paro-quianos e irmãos da Ordem Francis-cana Secular.

Em sua homilia, o pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e assistente da fraternidade, Frei Paulo Santana, ressaltou a impor-tância da presença dos francisca-nos seculares na diocese de Nova Iguaçu, hoje com quatro fraterni-dades franciscanas seculares. Para Frei Paulo, comemorar os 45 anos de vida da Fraternidade Nossa Se-nhora Aparecida revela o frescor e vigor do carisma franciscano na Baixada Fluminense no anúncio do Santo Evangelho, seguindo a Nos-so Senhor Jesus Cristo nos passos de São Francisco, promovendo a paz e o bem em meio a realidades em que estão presentes sinais de morte.

O amor incondicional a Deus e a perfeição no seguimento do Evangelho fizeram de São Francis-co um Cristo redivivo, evangelica-mente perfeito e universal, tornan-do-o uma referência não só entre os católicos, mas para os homens de diversas religiões que nele reco-nhecem um modelo de vida.

O amor alegre e misericordio-so presente em seu coração e na vida em fraternidade, sobretudo entre os leprosos de sua época, foi amadurecido na identidade que construiu com o crucificado.

OFS: Fraternidade Nossa Senhora Aparecida celebra 45 anos de vida fraterna

Seu testemunho era alegre, simples, vibrante e todos deseja-vam segui-lo. Assim nasceu, em 1221, a Ordem Terceira de São Francisco, hoje Ordem Franciscana Secular (OFS): fruto do desejo dos que estavam comprometidos no mundo por laços de família, mas que desejavam praticar, segundo o exemplo e ensino de São Francis-co, a vida evangélica na pobreza, na castidade, na paz, na caridade e na piedade católica.

A Ordem Franciscana Secular é a mais antiga associação de fiéis leigos que existe no mundo e a pri-meira aprovada pela Igreja.

No momento de Ação de Graças, o ministro local, Márcio Bernardo Ramos, louvou o Senhor

pela graça da vocação franciscana e agradeceu a todos pela presen-ça, manifestando sua gratidão pela assistência espiritual prestada pelo Frei Paulo Santana, pelos irmãos fa-lecidos que nos precederam na fé e na vivência do carisma francisca-nos e pelo apoio e reconhecimen-to de toda a comunidade paroquial ao trabalho realizado pelos frades e pelos franciscanos seculares.

O ministro local convidou ainda os admiradores de São Fran-cisco para conhecerem o carisma franciscano e a Fraternidade Nossa Senhora Aparecida. A celebração foi encerrada com a tradicional Bênção de São Francisco.

Após a Santa Missa, a frater-nidade brindou com uma singela festa que contou com a presença da irmã Maria dos Prazeres, a Pra-zeirinha, que é única irmã viva do grupo que fundou a fraternidade, e que, por sua história de vida de de-dicação ao carisma franciscano e à paróquia, foi convidada a repartir o bolo e servi-lo aos irmãos.

Cláudio Santos

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Entre os últimos lançamentos da Editora Vozes, que neste ano completa 111 anos de fundação e tem sede em Petrópolis (RJ), está o livro “O Cuidado neces-sário – Na vida, na saúde, na educação, na ecologia, na ética e na espiritualidade”.

O Cuidado Necessário prolonga e aprofunda o li-vro anterior “Saber Cuidar”. O novo livro investiga com mais amplidão a categoria e o paradigma do cuidado para os campos da vida pessoal, da saúde, da educação, na ecologia, da ética e da espiritualidade. O autor está convencido de que somente sairemos do complexo de crises que já há anos assola a humanidade se con-seguirmos articular a Sustentabilidade com o Cuidado. Pertence ao cuidado essencial o momento da espiritua-

“O Cuidado Necessário”, de Leonardo Boff

lidade: aquela aura que acompanha todas as iniciativas humanas para que não sejam meramente pragmáticas, mas que ancorem a vida em um Sentido Maior e trans-cendente.

O CUIDADO NECESSÁRIO Na vida, na saúde, na educação, na ecologia, na ética e na espiritualidade

ISBN: 9788532643889296 páginasPreço: R$ 35,00autor: Leonardo BoffPeso: 368 gramas1ª ediçãoAssunto: Filosofia

Entre os dias 07, 08 e 09 de setembro do corrente ano, na Chácara São Francisco, em Brasí-lia/DF, aconteceu o 2º Encontro Nacional de Formadores e o 1º Encontro Nacional de Animado-res Fraternos, tendo como tema: formar e animar a Jufra que que-remos ser.

Contamos com a presença de 36 irmãos, repre-sentando os seguintes regionais: Norte 3 (Pará Leste), Nordeste A1 (MA), Nordeste A2 (CE/PI), Nordeste B1 (PE/AL), Nordeste B2 (SE), Sudeste 1 (MG), Sudeste 2 (SP), Sudeste 3 (RJ/ES), Sul 1 (PR), Sul 3 (RS), Centro e Oeste. O Secretariado Fraterno Nacional esteve repre-sentado por Alex Sandro Bastos Ferreira, Secretário Na-cional, Mayara Ingrid de Souza, Formadora Nacional, Emanuelson Matias (Elson), subsecretário nacional de Direitos Humanos, Justiça, Paz e Integridade da Criação (DHJUPIC), Douglas Soares, subsecretário nacional de Ação Evangelizadora, Gleice Francisca Pereira da Silva, subsecretária nacional de infância, micro e mini fran-ciscanos, Wigna Jales de Lira, Animadora Fraterna Na-cional e Frei Miguel da Cruz, Assistente Nacional.

O encontro teve inicio na tarde do dia 07/09 com

a oração de abertura. Iniciando com o momento VER, trabalha-mos as seguintes temáticas: “Rea-lidades e desafios das juventudes”, coordenado por Thiesco.

Na manhã do dia 08/09 deu--se continuidade à Análise de con-juntura da realidade formativa

dos regionais. Em seguida, foi trabalhado o momento JULGAR, sendo discutido com os Formadores o tema: Aprofundamento da Carta de Guaratinguetá: “A Jufra que queremos ser”. Na parte da tarde, houve grupos de discussão. Divididos em três grupos, se discutiu a etapa de iniciantes, a Formação Básica da JUFRA e a Etapa de Formação Franciscana.

À noite, tivemos um convívio, com músicas e co-midas preparadas pelo regional anfitrião. Na manhã do domingo, iniciamos com a Celebração Eucarística, ce-lebrada pelo Frei Miguel da Cruz, Assistente Nacional. Retornamos à plenária com a temática: JUFRA em ação - 5ª Semana Social Brasileira, Grito dos/as Excluídos/as, Cúpula dos Povos, tendo como assessores, Elson Ma-tias, Thiesco, e Pe Ari. Finalizamos com as conclusões, agradecimentos e avaliação do encontro.

Frei Alvaci Mendes

LANÇAMENTO

Jufra do Brasil realiza encontros de formação e animação fraternaJUFRA

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AGENDA 2012 Província Franciscana da Imaculada Conceição

As alterações estão sublinhadas

OUTUBRO

06 Ordenação Presbiteral de Frei João Francisco

da Silva (São Paulo);

08 e 09 Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo;

08 a 11 Reunião do Definitório Provincial – com repre-

sentante da comissão preparatória (São Paulo);

12 a 14 2º Encontro dos Jovens de nossas Frentes de

Evangelização (Agudos);

20 Ordenação Presbiteral de Frei Roberto Ishara

(São Paulo);

22 e 23 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Florianópolis);

25 a 28 Estágio Vocacional - Região Sul (Ituporanga);

NOVEMBRO

01 e 04 Estágio Vocacional - Região Norte

(Guará - Postulantado);

05 a 12 CAPÍTULO PROVINCIAL (Agudos);

19 a 24 Congresso Capitular 1ª etapa (Sede Provincial);

26 Reunião do Regional do Planalto Catarinense

e Alto Vale do Itajaí;

DEZEMBRO

03 Encontro do Regional de São Paulo

(Mongaguá);

03 Encontro do Regional do Vale do Itajaí

(B. Camboriú);

03 Reunião do Regional do Vale do Paraíba

(São Sebastião);

03 Encontro do Regional de Curitiba (Caiobá);

03 e 04 Encontro do Regional do Vale do Rio do Peixe;

06 a 08 Celebração dos Jubileus (São Paulo -

São Francisco);

07 Encontro do Regional de Pato Branco

(Chopinzinho);

10 Encontro do Regional do Espírito

Santo (Recreativo);

10 a 14 Congresso Capitular

2ª etapa (Sede Provincial);