comunicação no desporto -...

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Mestrado Gestão Estratégica das Relações Públicas 2012/2013 ______________________________________________________________________ Comunicação no Desporto: Estratégia de Relações Públicas para a divulgação da Natação Sincronizada em Portugal Trabalho de Projeto ______________________________________________________________________ Ana Baleizão Escola Superior de Comunicação Social I.P.L. Setembro de 2013 Orientadora Profª Doutora Mafalda Eiró-Gomes Escola Superior de Comunicação Social I.P.L.

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA

ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Mestrado

Gestão Estratégica das Relações Públicas

2012/2013

______________________________________________________________________

Comunicação no Desporto:

Estratégia de Relações Públicas para a divulgação da Natação

Sincronizada em Portugal

Trabalho de Projeto

______________________________________________________________________

Ana Baleizão

Escola Superior de Comunicação Social – I.P.L.

Setembro de 2013

Orientadora

Profª Doutora Mafalda Eiró-Gomes

Escola Superior de Comunicação Social – I.P.L.

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Comunicação no Desporto:

Estratégia de Relações Públicas para a divulgação da

Natação Sincronizada em Portugal

Trabalho de Projeto

Ana Filipa Caseiro Baleizão

Escola Superior de Comunicação Social – I.P.L.

Este trabalho foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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Declaração

Declaro ser a autora deste trabalho, parte integrante das condições exigidas para a

obtenção do grau de Mestre em Gestão Estratégica das Relações Públicas, que constitui

um trabalho original e inédito que nunca foi submetido (no seu todo ou em qualquer das

suas partes) a outra instituição de ensino superior para obtenção de um grau académico

ou qualquer outra habilitação. Atesto ainda que todas as citações estão devidamente

identificadas. Mais acrescento que tenho consciência de que o plágio poderá levar à

anulação do trabalho agora apresentado.

Lisboa, 20 de Setembro de 2013

(Ana Filipa Caseiro Baleizão)

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Agradecimentos

Para mim realizar um trabalho numa temática que durante mais de 10 anos fez parte da

minha vida é um enorme motivo de orgulho e alegria. Depois de ter deixado de praticar

Natação Sincronizada, ficou em mim um “bichinho” e uma vontade de querer ver a

modalidade ir mais além.

Por isso, foi para mim um enorme desafio abraçar este Projeto e fico satisfeita por poder

concretizar aquilo em que um dia acreditei, contribuindo de alguma forma para o

crescimento daquela que é uma das modalidades mais espetaculares do mundo.

Mas ultrapassar este desafio não teria sido possível, nem teria o mesmo “sabor”, sem o

apoio da família, dos amigos, colegas e professores que passaram (e ficaram) por esta

fase da minha vida.

Dedico este trabalho aos meus pais, Henriqueta Baleizão e Alberto Baleizão, e ao meu

namorado Bruno pelo apoio, carinho e amor em todos os momentos.

Às minhas ex-colegas de Licenciatura e amigas, Marta Amorim e Maria Midões e aos

meus ex-colegas de Mestrado e amigos João Simão e Rita Centeno. As vossas palavras

de apoio e gestos de entreajuda foram preciosos.

Agradeço também à Profª Doutora Marta Martins, à Profª Sílvia Rita e à Sílvia Pinto,

“ex-rival” de competições, pelo contributo inestimável com as entrevistas que

gentilmente me cederam. Foi agradável este reencontro no mesmo “espaço comum”.

A todos os amigos (Sofia Antunes, Joana Dias e toda a minha ex. equipa…), a todos os

familiares (Prima Marta e Tia Rita…) e a todas as minhas ex. colegas de trabalho que

sempre acreditaram em mim.

Um último agradecimento, mas não menos especial, vai para a minha orientadora, a

Profª Doutora Mafalda Eiró-Gomes. Pelo apoio, pela confiança e por todos os

ensinamentos que comigo partilhou durante três anos de licenciatura e dois de mestrado.

A todos, o meu muito obrigado. É bom estar aqui hoje e poder dizer…

…missão cumprida!

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Resumo

Este projeto pretende contribuir com uma resposta para o problema da falta de

conhecimento/reconhecimento da Natação Sincronizada em Portugal. A Natação

Sincronizada é uma modalidade amadora e, tendo em conta os seus benefícios vários, a

beleza e atratividade da modalidade e o papel que pode ter na saúde, bem-estar e

entretenimento da comunidade é possível dinamizá-la, despertando o interesse dos

stakeholders, através de uma Estratégia de Comunicação eficaz. As Relações Públicas

no sector desportivo, embora mais habituais nas modalidades profissionais, são uma

área em que urge apostar, tanto ao nível da investigação teórica como nas áreas da

investigação critica sobre as suas práticas.

Partindo precisamente de uma reflexão teórica sobre esta disciplina propomo-nos

apresentar uma estratégia de Relações Públicas que permita dar uma maior visibilidade

a esta modalidade e consequentemente leve a um aumento substancial do número de

praticantes e técnicos nos próximos anos.

Palavras-chave: Relações Públicas; Comunicação para o Desporto; Natação

Sincronizada; Estratégia; Dinamização; Educação.

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Abstract

This project aims to contribute with an answer to the lack of knowledge / recognition of

Synchronized Swimming in Portugal. Synchronized Swimming is an amateur sport with

various benefits, like the beauty and attractiveness of the sport and their role on health,

wellness and entertainment community, and it’s possible to make it more dynamic,

creating awareness of stakeholders, through an effective communication strategy. Public

Relations in sports, although more common in professional sports, are an area where the

bet is urgent, both in theoretical research and in critical research of their practices.

Based on a theoretical reflection on this subject we propose a strategy that allows Public

Relations to give greater visibility to this sport and, thus, lead to a substantial increase in

the number of practitioners and technicians in the coming years.

Key words: Public Relations; Sports Communication; Synchronized Swimming;

Strategy; Promotion; Education.

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Índice

Agradecimentos ...................................................................................................... vi

Resumo .................................................................................................................. vii

Abstract ................................................................................................................ viii

Índice ...................................................................................................................... ix

Índice de Tabelas .................................................................................................... xii

Índice de Ilustrações .............................................................................................. xiv

Lista de abreviaturas .............................................................................................. xv

Introdução ............................................................................................................... 1

Metodologia............................................................................................................. 5

Capítulo I – O Desporto ............................................................................................ 6

1. Contextualização Histórica ........................................................................................... 6

2. O conceito de "Desporto" ............................................................................................. 9

3. Dimensão social do Desporto ..................................................................................... 12

4. Desporto no feminino ................................................................................................ 16

5. O Presente e o Futuro ................................................................................................. 18

Capítulo II – Atividades aquáticas ........................................................................... 22

1. Conceito de atividades aquáticas ................................................................................ 22

2. Modalidades Aquáticas .............................................................................................. 25

3. Evolução histórica das atividades aquáticas ................................................................ 26

3.1 Natação Pura ................................................................................................................. 27

3.2 Pólo Aquático ................................................................................................................ 29

3.3 Saltos para a água ......................................................................................................... 29

3.4 Águas Abertas ................................................................................................................ 30

3.5 Masters .......................................................................................................................... 31

4. Atualidade e desafios ................................................................................................. 32

Capítulo III - A Natação Sincronizada ....................................................................... 34

1. Conceito .................................................................................................................... 34

2. História ...................................................................................................................... 36

2.1 Internacional ................................................................................................................. 36

2.2 Nacional ......................................................................................................................... 39

3. Componentes da modalidade ..................................................................................... 43

3.1 Benefícios ...................................................................................................................... 44

3.2 Componente técnica ..................................................................................................... 46

3.3 Competições .................................................................................................................. 49

3.4 Caminho para um Desporto não discriminatório .......................................................... 50

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4. Estado da Arte em Portugal ........................................................................................ 53

4.1 Levantamento de dados ................................................................................................ 53

4.2 Atualidade ..................................................................................................................... 55

4.3 Seleção Nacional ........................................................................................................... 57

4.4 Desafios ......................................................................................................................... 57

Capítulo IV - Comunicação no Desporto .................................................................. 58

1. Comunicação, sociedade e tendências ........................................................................ 58

2. Diferentes abordagens da Comunicação ..................................................................... 59

2.1 Abordagem processual .................................................................................................. 59

2.2 Abordagem semiótica ................................................................................................... 60

2.3 Abordagem sistémica .................................................................................................... 61

3. Comunicação Estratégica / Relações Públicas .............................................................. 64

3.1 Estratégia ....................................................................................................................... 66

3.2 Processo de RP em quatro etapas ................................................................................. 69

4. O elo de ligação entre “Comunicação” e “Desporto” ................................................... 72

5. Impacto da Comunicação no Desporto Profissional ..................................................... 74

6. Conceito de Sports Communication ............................................................................. 75

6.1 Comunicar Desporto ..................................................................................................... 76

7. Diferentes abordagens ............................................................................................... 78

7.1 Relações com os Media ................................................................................................. 79

7.2 Relações com a comunidade ......................................................................................... 80

8. Tendências ................................................................................................................. 82

Capítulo V – Projeto ............................................................................................... 85

1. Análise da investigação .............................................................................................. 85

1.1 Análise Swot/Posicionamento....................................................................................... 86

2. Planeamento ............................................................................................................. 89

2.1 Meta .............................................................................................................................. 89

2.2 Objetivos Gerais da Campanha ..................................................................................... 89

2.3 Eixos Estratégicos .......................................................................................................... 90

2.3.1 Despertar o interesse ........................................................................................................... 90

2.3.2 Criar envolvimento ............................................................................................................... 90

2.4 Alinhamento estratégico ............................................................................................... 91

2.5 Stakeholders .................................................................................................................. 92

2.6 Caraterização dos Públicos-alvo .................................................................................... 92

2.6.1 Adeptos ................................................................................................................................ 93

2.6.1.1 Jovens ............................................................................................................................ 93

2.6.1.2 Praticantes e ex. praticantes ......................................................................................... 93

2.6.2 Futuros praticantes .............................................................................................................. 94

2.6.2.1 Alunos de Escolas e Colégios Privados .......................................................................... 94

2.6.2.2 Jovens ............................................................................................................................ 94

2.6.3 Futuros treinadores .............................................................................................................. 95

2.6.3.1 Treinadores ................................................................................................................... 95

2.6.3.2 Licenciados em Desporto .............................................................................................. 96

2.6.3.3 Jovens ............................................................................................................................ 96

2.6.4 Parceiros ............................................................................................................................... 96

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2.6.4.1 Clubes Desportivos........................................................................................................ 97

2.6.4.2 Associações de Natação ................................................................................................ 97

2.6.4.3 Pais de alunos de Escolas e Colégios Privados .............................................................. 98

2.6.4.4 Faculdades de Desporto................................................................................................ 98

2.6.4.5 Câmaras Municipais .................................................................................................... 100

2.6.5 Meios de Comunicação Social ............................................................................................ 100

2.7 Mensagens de Comunicação por Eixo Estratégico e Públicos .................................... 101

2.8 Objetivos de Comunicação por Público-Alvo .............................................................. 103

2.8.1 Objetivos de Comunicação para Adeptos .......................................................................... 103

2.8.2 Objetivos de Comunicação para Futuros Praticantes ........................................................ 104

2.8.3 Objetivos de Comunicação para Futuros Treinadores ....................................................... 105

2.8.4 Objetivos de Comunicação para Parceiros ......................................................................... 106

2.8.5 Objetivos de Comunicação para Meios de Comunicação Social ........................................ 107

2.9 Implementação da Estratégia de Relações Públicas ................................................... 107

2.9.1 Eventos ou Ativações/reativações locais ........................................................................... 107

2.9.2 Parcerias e Embaixadores .................................................................................................. 117

2.9.3 Media ................................................................................................................................. 122

2.9.4 Digital e Social Media ......................................................................................................... 125

3. Gestão do projeto e operacionalização ..................................................................... 132

3.1 Monitorização ............................................................................................................. 132

3.2 Orçamentação do projeto ........................................................................................... 133

3.3 Calendarização do Projeto .......................................................................................... 135

Conclusão ............................................................................................................. 137

Bibliografia ........................................................................................................... 140

Outras Referências ............................................................................................... 150

Publicações Periódicas ................................................................................................. 150

Publicações Não Periódicas .......................................................................................... 152

APÊNDICES ........................................................................................................... 155

APÊNDICE 1 - Guião da Entrevista ................................................................................. 155

APÊNDICE 2 - Entrevista a Sílvia Rita ............................................................................. 156

APÊNDICE 3 - Entrevista a Sílvia Pinto ........................................................................... 161

APÊNDICE 4 - Entrevista a Marta Martins ...................................................................... 165

ANEXOS ............................................................................................................... 169

ANEXO 1 - Objetivos FINA Constitution 2013 - 2017 ...................................................... 169

ANEXO 2 - Objetivos LEN - Constitutional Rules 2012 .................................................... 170

ANEXO 3 - Atribuições FPN - 2009 ................................................................................. 172

ANEXO 4 - Folheto do Projeto Estrelas-do-mar .............................................................. 174

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xii

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Dados sobre a Natação Sincronizada em Portugal ..................................................... 53

Tabela 2 - Análise SWOT da situação da Natação Sincronizada em Portugal ............................. 87

Tabela 3 - Estabelecimentos de Ensino Superior com cursos na área da Educação Física e

Desporto .............................................................................................................................. 99

Tabela 4 - Mensagens de Comunicação por Eixos Estratégicos e Públicos............................... 102

Tabela 5 - Objetivos de Comunicação para Adeptos ................................................................ 103

Tabela 6 - Objetivos de Comunicação para Futuros Praticantes .............................................. 105

Tabela 7 - Objetivos de Comunicação para Futuros Treinadores ............................................. 106

Tabela 8 - Objetivos de Comunicação para Parceiros ............................................................... 106

Tabela 9 - Objetivos de Comunicação para Meios de Comunicação Social .............................. 107

Tabela 10 - Projeto Estrelas do Mar .......................................................................................... 109

Tabela 11 - Dia Aberto da Natação Sincronizada ...................................................................... 110

Tabela 12 - Colónias de Férias Desportivas ............................................................................... 111

Tabela 13 - Evento para Bloggers .............................................................................................. 112

Tabela 14 - Evento Dia da Criança ............................................................................................. 113

Tabela 15 - Concurso entre Associações ................................................................................... 115

Tabela 16 - Gala da Natação Sincronizada ................................................................................ 116

Tabela 17 - Contacto Empresarial ............................................................................................. 117

Tabela 18 - Figura Pública Embaixadora por um dia ................................................................. 118

Tabela 19 - Participação em Série Televisiva ............................................................................ 119

Tabela 20 - Design do equipamento da Seleção Nacional ........................................................ 120

Tabela 21 - Sorteio Cursos ......................................................................................................... 122

Tabela 22 - Editorial de Moda ................................................................................................... 123

Tabela 23 - Programa da Manhã ............................................................................................... 124

Tabela 24 - Reativação Splash ................................................................................................... 125

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Tabela 25 - Testemunho Embaixadora por um dia ................................................................... 126

Tabela 26 - Atualização do Site da FPN ..................................................................................... 127

Tabela 27 - PR Online ................................................................................................................ 128

Tabela 28 - Vídeo da Modalidade ............................................................................................. 129

Tabela 29 - Banco Online de Treinadores ................................................................................. 130

Tabela 30 - Banco Online de Clubes .......................................................................................... 131

Tabela 31 - Orçamentação do Projeto ...................................................................................... 134

Tabela 32 - Calendarização do Projeto ...................................................................................... 136

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xiv

Índice de Ilustrações

Ilustração 1 – Alinhamento estratégico ...................................................................................... 91

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xv

Lista de abreviaturas

AEEP - Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo

ANA – Associação de Natação de Aveiro

ANALEN – Associação de Natação do Alentejo

ANALG – Associação de Natação do Algarve

ANAN – Associação Nacional de Árbitros de Natação

ANARA – Associação de Natação da Região dos Açores

ANC – Associação de Natação de Coimbra

ANDL - Associação de Natação do Distrito de Leiria

ANDS – Associação de Natação do Distrito de Santarém

ANIC - Associação de Natação do Interior Centro

ANL – Associação de Natação de Lisboa

ANM – Associação de Natação da Madeira

ANMIN – Associação de Natação do Minho

ANNP – Associação de Natação do Norte de Portugal

ANS - Associação Náutica do Seixal

APTN - Associação Portuguesa de Técnicos de Natação

ARNN – Associação de Natação do Nordeste

CDP – Confederação do Desporto de Portugal

CDUP - Centro Desportivo Universitário do Porto

CNA – Clube de Natação da Amadora

COMEN - Confédération Méditérranéenne de Natation

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COP - Comité Olímpico de Portugal

DGAL – Direcção Geral das Autarquias Locais

DGD – Direcção Geral do Desporto

DGES – Direcção Geral do Ensino Superior

EUA - Estados Unidos da América

FINA - Fédération Internationale de Natation

FOCA – CNF – Foca Clube de Natação de Felgueiras

FPN - Federação Portuguesa de Natação

GDS – Grupo Desportivo de Sesimbra

IACS – International Association for Communication and Sport

INE – Instituto Nacional de Estatística

ISEF-UP – Instituto Superior de Educação Física da Universidade do Porto

LEN - Ligue Européenne de Natation

MO- Movimento Olímpico

NS – Natação Sincronizada

PR – Public Relations

PRSA – Public Relations Society of America

RFEN - Real Federación Española de Natación

RP – Relações Públicas

SAD – Sport Algés e Dafundo

SCE – Sporting Clube de Espinho

SIC- Sociedade Independente de Comunicação

SSCM - Strategic Sport Communication Model

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xvii

SSCTMO – Serviços Sociais e Culturais dos Trabalhadores do Município de Ovar

UE - União Europeia

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1

Introdução

O Desporto é um setor de atividade que sofreu nas últimas décadas um enorme impulso

de expansão. A indústria desportiva move enormes recursos monetários, humanos e

estruturais, tendo um impacto transversal em toda a sociedade, inclusive na economia, e

noutros sectores de atividade, como a saúde ou o turismo.

Desta forma, também a Comunicação no Desporto, que inclui vertentes a nível de

interação interpessoal ou de pequeno grupo e a de grandes grupos ou de massa1, ganhou

um papel fundamental no seio das organizações desportivas, de forma a consolidarem a

sua notoriedade e divulgarem o seu produto e/ou serviço. A Comunicação no seio

desportivo tornou-se imprescindível na gestão estratégica de qualquer organização e é

hoje uma atividade basilar para o desenvolvimento e crescimento do sector.

Ainda assim, muito mais há a fazer neste sentido, principalmente por parte das

organizações desportivas que cada vez mais se veem a braços com menos apoios,

financiamentos e outros constrangimentos provocados pela conjuntura atual. As

organizações desportivas necessitam de encontrar uma vantagem competitiva no cenário

atual e podem encontrar na Comunicação2

o meio para conseguirem fortalecer

relacionamentos mutuamente benéficos que lhes permitam a ampliar o seu sucesso junto

dos seus Stakeholders, aqueles que se envolvem ou estão envolvidos com a própria

organização.

Por outro lado, há que destacar a existência de um outro cenário desportivo, o das

modalidades amadoras3 e menos conhecidas, e que têm uma dimensão incomparável

com a do Desporto Profissional e que move a Indústria Desportiva. Estas modalidade

têm geralmente menos público, menos financiamentos e são geralmente menos atrativas

aos olhos dos investidores. Ainda assim, o desporto tem de ser fomentado e, neste

registo, é uma prática amadora de bem-estar e entretenimento para o qual deve haver

1 Neste trabalho focamo-nos na Comunicação para o Desporto, partindo do conceito de Comunicação no

Desporto. 2 Usar-se-á neste trabalho de forma indiscriminada os conceitos de Comunicação e Relações Públicas.

3 Um praticante de uma modalidade amadora não recebe qualquer remuneração ou proveito material pelo

desenvolvimento da sua atividade, excluindo-se daí por exemplo, prémios e cedências relacionadas com a

sua prestação em competições, por exemplo o equipamento, alojamento, refeições e outras despesas.

(Fonte:IDP).

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2

uma sensibilização. E para isso todos os agentes envolvidos devem fazer um esforço

comum em despertar o interesse pelas modalidades e desenvolver algum envolvimento

com praticantes e outros intervenientes e também de forma a serem agentes promotores

de estilos de vida saudáveis.4

É neste sentido, e tendo por base, o reconhecimento das dificuldades inerentes ao

desenvolvimento, divulgação e projeção de uma modalidade com fraco conhecimento/

reconhecimento em Portugal, aliado aos constrangimentos atuais, que surge este projeto.

Por estar razão, e tendo de antemão uma estima pela Natação Sincronizada, tendo sido

praticante durante mais de uma década, e tendo em conta a realidade atual da

modalidade escolhi fazer uma Campanha de Divulgação da Natação Sincronizada em

Portugal que, acima de tudo, procurasse solucionar o problema de falta de

conhecimento/reconhecimento, que felizmente, como consequência da projeção de um

recente programa de televisão num canal generalista, teve um pouco mais de destaque.

Ainda assim, não o suficiente para uma modalidade dotada de características tão

aprazíveis, a nível competitivo e recreativo e com tantos benefícios a nível pessoal,

social e de saúde.

A NS é então uma das modalidades mais bonitas e completas do mundo, assim o

definem vários autores e, neste sentido, muito trabalho há a desenvolver com o objetivo

de levar a modalidade até ao conhecimento e reconhecimento que lhe é devido.

Assim sendo, este projeto tem por base a Comunicação para o Desporto5, pelo que se

inicia a revisão da literatura fazendo um apanhado do conceito de “Desporto”,

destacando alguma contextualização histórica, relevante para a compreensão da

importância da atividade desportiva desde os primórdios da humanidade, enquanto meio

de subsistência e adaptação às necessidades humanas e envolventes. São também

focadas as principais noções do conceito de “Desporto” definidas por autores de

destaque, fazendo-se referência ao papel particular do desporto numa dimensão social e

problematizando questões como a ética desportiva, tendencialmente importantes no

presente e futuro da atividade desportiva.

4 Por esta razão, os valores de um Desporto não discriminador, enquanto estilo de vida acessível a todos e

que valoriza a saúde, o bem-estar, o equilíbrio, a alegria, a educação, a ética, o respeito e o esforço junto

da comunidade devem ser levados em conta. 5 Tem como objetivo provocar a mudança de comportamentos.

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3

Desta forma, e sendo a NS uma modalidade desportiva inserida no rol das atividades

aquáticas, é feita uma inclusão a este nível, interpretando o conceito e fazendo uma

referência às principais disciplinas existentes, e aquelas que estão inseridas no leque de

competências das entidades máximas do sector especializado em atividades aquáticas.

Para compreender o desenrolar do desenvolvimento da NS em Portugal é necessário

traçar o cenário de evolução das restantes disciplinas, pegando a partir daqui na própria

conceção de NS, nos principais registos históricos em Portugal e no estrangeiro, em

dados e registos passados e atuais da disciplina, essenciais na identificação tendencial

de um panorama ao qual é necessário dar resposta com este projeto.

Uma vez que estou a concretizar um projeto de Comunicação no Desporto, numa

vertente Estratégica, ou seja, a Comunicação para a mudança, aquela que pressupõe a

alteração ou adoção de um determinado comportamento, termino a revisão literária com

uma abordagem a esta noção, destacando modelos teóricos e estratégicos essenciais ao

desenvolvimento de qualquer campanha de Relações Públicas, em especial no sector

desportivo, aquele que é tratado nesta estratégia de RP.

A segunda parte deste trabalho, manifesta-se na exata concretização do projeto, que

pretende dar resposta ao problema definido, o da falta de conhecimento/reconhecimento

da Natação Sincronizada em Portugal, atingindo um dos principais objetivos pretensos

para a modalidade, a de maior reconhecimento por parte do público, que se materializa

no aumento de nadadores, com carácter recreativo e/ou de competição, treinadores

especializados e juízes.

Assim sendo, e seguindo o processo de RP em 4 etapas6

que une as fases de

Investigação, Planificação, Ação/Comunicação e Avaliação, no projeto propriamente

dito é feita uma análise de situação da modalidade em Portugal e a partir daqui é

planificada uma estratégia com base na identificação dos públicos-alvo da campanha e

são definidas as ações a serem implementadas, que acompanham as mensagens que se

pretende transmitir e os objetivos a atingir. A partir daqui são também reconhecidos os

processos de avaliação de forma a monitorizar o sucesso da estratégia de Comunicação.

Por outro lado, a elaboração deste trabalho pretende legar um contributo à FPN e à

própria modalidade, em Portugal, construindo um documento que una os principais

6 Cutlip, Center & Broom (1999).

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vértices concetuais, históricos e técnicos da modalidade e aborde questões ainda nunca

devidamente documentadas.

Ainda de destacar, que durante a realização deste trabalho, se criou um desafio de

equilibrar a vertente teórica, à minha própria experiência empírica, tentado ao máximo

revelar um projeto capaz de dotar a FPN das linhas orientadoras ao nível da

Comunicação para alcançar o conhecimento/reconhecimento da modalidade em

Portugal.

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5

Metodologia

Em termos metodológicos há a destacar a realização de entrevistas, exclusivamente de

carácter exploratório, com o objetivo de recolher informação sobre o panorama da

modalidade em Portugal. Esta escolha metodológica prende-se com o facto de não

existir bibliografia suficiente sobre a NS em Portugal essencial para que fosse possível

uma análise com mais profundidade à realidade atual da modalidade, imprescindível

para uma proposta estratégica eficiente, fundamentada e concretizável. Foram realizadas

três entrevistas exploratórias a intervenientes da Natação Sincronizada em Portugal:

Marta Martins, Diretora Técnica da Natação Sincronizada em Portugal, Sílvia Rita,

treinadora de Natação Sincronizada e Sílvia Pinto, ex. atleta, a nível nacional e

internacional, da modalidade. Todos os entrevistados tiveram acesso à transcrição das

suas entrevistas, autorizando a sua publicação.

Foi decido, no âmbito deste Projeto, não realizar inquéritos por questionário devido ao

facto de ser uma modalidade pouco conhecida e sem grandes bases de dados estatísticas

que permitissem uma melhor construção de um questionário. Seria também difícil a sua

aplicação, e percebeu-se que, através das entrevistas exploratórias a intervenientes que

estão envolvidos na modalidade há muito tempo, seria mais fácil obter informações tão

díspares como a de uma atleta, uma treinadora ou uma dirigente.

As entrevistas exploratórias e a recolha de dados bibliográficos sobre a temática e sobre

Comunicação no Desporto permitiram a construção teórico-prática deste Projeto, sendo

que a sua aplicabilidade é medida pelas ações propostas neste trabalho.

A investigadora recorreu também à sua experiência enquanto ex. praticante da

modalidade, de modo a conhecer e analisar minuciosamente a realidade da Natação

Sincronizada em Portugal.

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Capítulo I – O Desporto

Todos têm o direito à cultura física e ao desporto. Incube, ao estado, em

colaboração com as escolas, associações e coletividades desportivas promover,

estimular, orientar e apoiar a prática e a difusão da cultura física e do desporto

bem como prevenir a violência no desporto. (de acordo com a Constituição da

República Portuguesa, Capítulo II, art.º. 79º)

1. Contextualização Histórica

Ao longo dos tempos o trabalho coletivo tem sido o motor que, de um ponto de vista

quer histórico quer sociológico, permite ao Homem, de forma ativa e produtiva,

organizar-se em vida comunitária (sendo este uma aspeto necessário à sobrevivência

humana). Assim, surgem no quotidiano do ser humano atividades de representação na

vida social, de experimentação de si próprio e do mundo, que contemplam um

envolvimento de ações, gestos, palavras, cooperação com o outro e, também, com a

própria natureza. É nesta ligação complexa entre o Homem e o mundo que o rodeia que

devemos procurar as origens das conceções de jogo e de lazer humano, que se

materializam naquilo a que denominamos de Desporto (Royer [s.d.]).

Quando observamos os seus primeiros jogos, logo desde as suas origens, o Homem

preocupava-se em ostentar a força física – através da procura de alimento7, enfrentando

feras ou inimigos e muitas vezes pondo em prática os seus fundamentos e crenças

religiosas. As lutas corpo a corpo, as corridas por planícies, as travessias de rios

permitiram o desenvolvimento do instinto de sobrevivência humana, e ensinaram ao

Homem, desde os primórdios da sua existência, as bases daquilo que viria a ser o

Desporto. Até as próprias disputas entre povos e as preparações para as guerras se

7 "Aquilo a que chamamos de jogo e que nos distingue atualmente de uma forma tão cuidadosa, de

trabalho, a seguir à alimentação foi a forma mais antiga da atividade humana." (Reclus, 1905, p. 134).

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7

vieram a confirmar decisivos no desenvolvimento e no aparecimento de novas

modalidades desportivas.

Vários autores se referem a prática desportiva como sendo conhecida desde 4000 A.C.

O exercício sempre foi uma preocupação constante de reis, imperadores e líderes, ao

longo de gerações e séculos da história da humanidade, pois o exercício esteve

continuamente ao serviço dos povos. Com objetivos diferentes cronologicamente, a

prática do Desporto teve sempre uma circunstância transversal a várias épocas: o valor

dado à beleza de um corpo musculado. Louvava-se o contributo positivo do Desporto

para o corpo, mas também, e não menos importante, para a mente e para a inteligência.

Por esta razão insurge a perspetiva educacional8

dos desportos na formação da

juventude (Schermann, 1958).

Assim, historicamente, o Desporto pode ser decomposto em três vertentes. Um primeiro

aspeto relacionado com o corpo e a mente, como um “natural e irreprimível desejo de

expansão, saúde, revigoramento físico e desenvolvimento muscular [e uma] parte

importante e basilar da Educação Integral.” (Campos, 1976, p.13). Um segundo aspeto

está relacionado com a religião e o seu culto, que desempenharam sempre um papel

fundamental no rumo desportivo: “ (…) também neste campo, vejamos, como constante

histórica, o elemento religioso a inspirar, fortalecer e orientar, sempre e em toda a parte,

o ideal desportivo nas suas mais variadas e complexas manifestações.” (Campos, op.cit.,

p.13). E por último, foi sempre utilizado como “ (…) fidelidade aos deveres do próprio

Estado” (Campos, op.cit., p.14). Por outro lado, verificam-se também o efeito contrário,

de intervenção do próprio Estado na vida social e na vivência e organização das

atividades desportivas, através da “ (…) disciplina, o fomento e a organização de

atividades” (Ataíde, 1970, p.8).

A partir da Industrialização desenvolveu-se o processo de “desportivização” das

atividades de lazer e tempos livres (Elias, 1992). As transformações que vieram ocorrer

na sociedade e, principalmente, nos hábitos de trabalho, alteraram a forma como os

indivíduos ocupavam o seu tempo livre:

8 "Para desenvolver a inteligência necessário se torna exercitar antes de tudo o corpo. O jovem deve ser

robusto, ágil como um selvagem ao qual a força física e a inteligência nativa crescem paralelamente no

seu estado de liberdade." (Rousseau in Schermann, 1954, p.12).

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8

“Pode considerar-se, por exemplo, a possibilidade de que tanto a industrialização

como a transformação das ocupações específicas de lazer em desportos serem

aspetos de orientação interdependentes no quadro de transformação global das

sociedades-Estado, nos tempos recentes” (Elias, 1992, p.192).

No final do séc. XIX o pai das Olimpíadas modernas, Pierre de Frédy, mais conhecido

por Pierre de Coubertin, fez renascer os Jogos Olímpicos gregos, abrindo espaço para

um melhor entendimento da valorização dos aspetos pedagógicos do Desporto, para a

competição leal e saudável, e para o culto ao corpo e à atividade física (Coubertin,

1972). Mas Coubertin, para além de valorizar o ideal físico, considerava que um

desportista tinha de intervir no ambiente social, fomentando e melhorando as relações

sociais e salvaguardando a paz, trabalhando por isso o corpo, mas também o espírito

(Lynce, citado por Constantino, 1995).

O renascimento dos Jogos veio eliminar as barreiras sociais no Desporto e foi uma porta

que se abriu para os ideais de democracia, cooperação, paz e popularização da atividade

desportiva (Lynce, citado por Constantino, 1995). Os Jogos Olímpicos ganharam um

carácter internacional, que superava até os próprios sonhos do seu criador. O progresso

técnico-científico permitiu novas conquistas que aproximaram os povos, as culturas e o

conhecimento. Surgiram novos meios de Comunicação, novas formas de troca e partilha

de conhecimento e informação (como congressos e exposições), e o papel da evolução

dos transportes (como o próprio avião) ganhou espaço à escala global. O ideal olímpico

torna-se assim uma enorme manifestação cultural de carácter mundial, talvez o maior

fenómeno social de sempre. (Mateev, 1975).

"Os Jogos Olímpicos, e a preparação que os precede conseguiram, duma forma

constante, o maior interesse das massas de todos os países, quer dos mais

avançados, quer em vias de desenvolvimento. As grandes transformações sociais

da nossa época trouxeram suas novidades e poderosas correntes vivificantes ao

movimento olímpico mundial, evitando-lhe novo fracasso.” (Mateev, 1975, p.6).

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9

Assim, surgiu a necessidade de criação de um Movimento Olímpico (MO) adotado “por

todos os povos, todas as comunidades humanas, vivendo sob regimes mais diferentes,

no mundo inteiro” e que se elevava aos princípios defendidos por Coubertin de

“internacionalismo, democracia, paz e fraternidade entre os povos” (Mateev, 1975, p.6).

Passados mais de 100 anos, o MO, para além de ter permitido construir uma nova visão

sobre o papel social do Homem e do Desporto, tornou-se um “elemento central e

estrutural da cultura desportiva moderna [e é] um reconhecido património cultural da

humanidade” (Constantino, 1995, p.7).

O MO é uma pedra basilar nos dias de hoje. É uma verdadeira instituição internacional,

com rituais, normas, procedimentos e códigos que atuam no plano político, cultural e

desportivo, tendo um papel elementar no desenvolvimento da sociedade, na proteção

dos valores, direitos e deveres dos cidadãos em relação ao desporto, na defesa de causas

sociais e no apoio ao reconhecimento e autonomia do desporto na sociedade, sem a

afetação de interesses de agentes económicos, políticos e sociais. “O Desporto tem de

ser, acima de tudo entendido como um meio de tornar a sociedade mais saudável, mais

equilibrada, mais cooperante e mais feliz.” (Constantino, 1995, p.22).

2. O conceito de "Desporto"

Mas afinal que múltiplos sentidos abarca o conceito de Desporto? Ao longo do último

século têm sido múltiplas as tentativas de definir o termo, mas dada a sua diversidade e

heterogeneidade torna-se difícil encontrar uma definição que abarque todos os sentidos

do termo. A Grande Enciclopédia Larousse (1975) destaca o caráter individual ou

coletivo do jogo, que se manifesta em exercícios físicos, que estão geralmente ligados a

uma perspetiva de competição.

Focando-se na força física e nas capacidades e habilidades do corpo humano, ao serviço

de diferentes elementos que influenciam a performance, Georges Hébert, (1925, p.7)

caracteriza o Desporto como “todo o género de exercícios ou de atividades físicas tendo

por fim a realização de uma performance e cuja execução repousa essencialmente sobre

um elemento definido: uma distância, um tempo, um obstáculo uma dificuldade

material, um perigo, um animal, um adversário e por extensão, o próprio desportista”.

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10

Já Pierre Coubertin (1934) acredita numa perspetiva de Desporto ligada ao ser forte, ou

à vontade de assim se tornar e por isso refere-se à necessidade de progresso. Defende o

Desporto como um culto voluntário e habitual, que implica esforço, risco e devoção e

onde a moderação não pode existir.

Numa visão enquanto movimento social, para Dunning (citado por Elias, 1992), o

Desporto é dotado de um significado social e Elias9 completa, referindo-se ao Desporto

como um fator importante para o conhecimento da sociedade e da interação entre

indivíduos. Ambos os autores defendem que, para além do fator do lazer, a atividade

desportiva tem impacto no panorama social e, consequentemente, no panorama

económico. Para o autor é fundamental que as teorias sociais conheçam e explorem esta

vertente da atividade desportiva de forma a compreender o fenómeno e analisar o

impacto que tem na estrutura social e do comportamento humano.

Já para Bernard Gillet (1961) o desporto é visto numa vertente educacional, formativa,

política e como meio para atingir determinado fim e por isso é uma disciplina que ajuda

ao desenvolvimento da personalidade e do carácter e tem um papel fundamental

enquanto ferramenta política e de propaganda.

A socióloga Jean Marie Brohm (2006) vê no Desporto um instrumento de alienação,

destacando o seu papel no espetáculo para as massas como forma de fazer política e

massificar ideais e Parlebas (1981) acredita numa vertente institucional do Desporto,

sendo a institucionalização e regulamentação do mesmo condição essencial à sua

existência.

Marivoet (1998) defende que para definir o conceito é necessário fazer uma difícil

delimitação do que são consideradas práticas desportivas, o que por vezes varia

consoante as conceções ideológicas, os critérios, e por vezes até de casos de interesse no

seio do sistema desportivo, que provocam alguma hegemonização de valores. Para além

disso, é importante contextualizar as definições no próprio encadeamento temporal da

evolução do Desporto. E por isso, tendo em conta a realidade social, a definição

desporto tem necessariamente que tornar-se mais abrangente.

Para Gustavo Pires (2007) a noção de Desporto envolve múltiplos conceitos e por isso o

autor faz um apanhado dessas definições abarcadas pela noção de desporto.

9 op.cit.

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11

”O desporto envolve exercício físico, competição, desafio, esforço, luta,

apetrechos, estratégia, e tática, princípios, objetivos, instituições, regras,

classificações, tempo livre, jogo, vertigem, aventura, investigação, dinheiro, lazer,

sorte, rendimento, simulação, códigos, resultados, prestações, treino, força,

destreza, meditação, tempo, espaço, beleza, medição, voluntarismo, morte, etc.”

(Pires, 2007, p.116).

Assim, avaliando as várias definições, concluímos que conseguimos identificar alguns

elementos em comum: a formação, a atividade física, o lazer, a competição, a

institucionalização e o bem-estar. Juntando-as formamos uma noção de Desporto

enquanto algo multidimensional e abrangente. E por esta razão não é possível falar de

desporto na sociedade contemporânea europeia sem fazer uma referência à contribuição

de Urban Claeys (s.d.), que menciona o conceito de "Desporto para Todos" aliado à

democratização cultural10

, como uma nova interpretação para o conceito de Desporto

formulado pela primeira vez em 1966 pelo Conselho Europeu.

Na ótica deste autor, o Deporto forma o desenvolvimento cultural da pessoa, e dá-lhe a

oportunidade e acesso a poder aproveitar os benefícios da participação desportiva,

dentro dum contexto de valores sociais, como a saúde, o sentido de comunidade e de

criatividade. Com os contributos deste autor, a interpretação do conceito é agora

alargada a quatro elementos básicos: movimento, tempo de lazer, competição e

institucionalização. Assim, uma definição com base no conceito "Desporto para Todos",

o Desporto é referido como "todas as formas possíveis de movimento físico na esfera

recreativa que estão orientados para estimular e manter a fitness e a condição física"

(Claeys, [s.d.], p.5). O Desporto desenvolve-se na base de uma série de facilidades:

infraestruturas, meios financeiros, treino dos participantes e dos dirigentes, material,

aquisição da informação e presença e desenvolvimento das organizações de desportos e

suas estruturas. São estes pilares que influenciam o acesso ativo da população ao

10

“A Democratização Cultural diz respeito à acessibilidade ao património cultural por todos os elementos

da comunidade, oferecendo a oportunidade de toda a sociedade desfrutar dos bens culturais. Consiste

numa forma ou processo de atuação que pretende conservar e difundir a cultura a todo o conjunto

populacional” (González, 1999, p.6).

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12

desporto, para além dos fatores socio estruturais e culturais, que influenciam a

socialização11

do desporto (Claeys, s.d.).

É importante destacar ainda a contribuição da nova Carta Europeia do Desporto,

concebida pelos Ministros europeus responsáveis pelo Desporto na sua 7ª Conferência,

nos dias 14 e 15 de Maio de 1992, em Rhodes. Este documento apresenta um conceito

ampliado para o Desporto.

“Entende-se por ‘desporto’ todas as formas de atividades físicas que, através de

uma participação organizada ou não, têm por objetivo a expressão ou o

melhoramento da condição física e psíquica, o desenvolvimento das relações

sociais ou a obtenção de resultados na competição a todos os níveis.“ (Carta

Europeia do Desporto, Rhodes, 1992 - Artigo 2.º).

Por último, e pegando nesta conceção multidimensional, mas também – e não menos

importante – a de movimento social, surge a noção da prática desportiva como um setor

que se envolve de múltiplas atividades, produtos e agentes de diversas naturezas e que

tem impacto na sociedade transversalmente (Sardinha, 2011).

No seguimento da importância social do Desporto, as próprias instituições europeias

reconhecem no Livro Branco sobre o Desporto de 2007 o papel que o desporto a nível

europeu na sociedade a diferentes níveis, destacando a questão da saúde, da educação,

da integração social e da cultura. As entidades acreditam no Desporto como uma

atividade transversal e necessária ao desenvolvimento de um país, uma vez que o seu

contributo é evidente na evolução da sociedade.

3. Dimensão social do Desporto

Atualmente a atividade desportiva é um dos exercícios mais desenvolvidos e praticados

pelo Homem, seja a nível profissional ou amador, com o objetivo de competição ou

apenas bem-estar e lazer. São variadas as modalidades existentes e, com a evolução dos

11

“Processo segundo o qual as pessoas aprendem a participar totalmente no desporto." (Clayes, [s.d.],

p.6).

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13

tempos e a necessidade do ser humano de se adaptar a novas realidades (e também

satisfazer e dar resposta às exigências do mundo atual), muitas outras vão surgindo e

ganhando novos adeptos e formas de regulamentação.

É visível que, por todo o mundo e na sociedade moderna, o Desporto está em todo o

lado e se tornou numa das distrações preferidas dos jovens, assim como proporciona

espetáculos seguidos por muitos adeptos (Gillet, 1961). Chabert (1999) também destaca

o Desporto num patamar de movimento social, concretizando-se na ocupação dos

tempos livres, e na criação de laços afetivos e a nível social que contribuem para o

desenvolvimento pessoal, para a saúde e manutenção do bem-estar e condição física.

A nível europeu esta evolução tem sido crescente. Mais de metade da população

europeia pratica algum tipo de desporto e existem cerca de 700 mil clubes registados na

Europa. O Desporto mostra, assim, o impacto que tem na sociedade e no

desenvolvimento das relações interpessoais, intrapessoais, intercomunitárias e

intracomunitárias, atraindo os indivíduos à prática de uma atividade desportiva com

alguma regularidade. O desporto é visto como gerador de valores, individuais, que

contribuem para o desenvolvimento e também realização pessoal e, coletivos,

promovendo a participação comunitária dos cidadãos, a cidadania ativa. Alguns dos

valores destacados no Livro Branco do Desporto e que permitem reconhecer o papel

essencial da atividade na sociedade, prendem-se com "...o espírito de equipa, a

solidariedade, a tolerância e a competição leal (fair play)..." que ajuda e permite aos

cidadãos aproximarem-se e resolverem e lidarem com os assuntos em que estão

envolvidos num contexto global, multicultural e interdependente. (Livro Branco sobre o

Desporto, 2007).

E sendo Europa o berço do ideal olímpico, a Comissão Europeia baseada na evidência

da importância do Desporto ao nível comunitário, local, grupal e individual tem

procurado dar o seu contributo integrando-o nas políticas da União Europeia e apoiando

e criando condições para uma melhor governação do desporto europeu, já que este é

reconhecido como uma das pedras basilares das políticas europeias:

"O desporto atrai a maioria dos cidadãos da Europa e aqui se pratica grande parte

das disciplinas e competições desportivas de destaque internacional. O desporto

desempenha um importante papel social, complementar das suas dimensões

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desportiva e económica. O seu contributo é vital para o bem-estar da sociedade.

Por conseguinte, aos poderes públicos, incluindo a União Europeia, incumbe uma

responsabilidade significativa de apoiar o desporto, facto que foi reconhecido ao

mais alto nível político europeu" (Livro Branco sobre o Desporto, 2007).

Ainda assim, atualmente o desporto encontra alguns obstáculos no caminho da sua

evolução e que também é objetivo da UE combatê-los, obstáculos estes que se prendem

com pressões comerciais, exploração dos atletas, doping, discriminação de raça,

violência e corrupção. São novas ameaças e desafios emergentes no seio do desporto na

sociedade europeia para os quais é preciso encontrar novas soluções. (Livro Branco

sobre o Desporto, 2007).

Deste modo, e revelada a importância do desporto social e comunitariamente, é

fundamental providenciar às massas os instrumentos necessários para poderem aceder à

prática desportiva, entre eles o acesso à informação. Este é um instrumento de base para

atrair mais indivíduos à prática desportiva, dar-lhes a conhecer as modalidades

existentes, as condições e os benefícios. De qualquer género, raça ou idade, todo o

individuo deve ter acesso ao Desporto e, também por esta razão, a informação deve ser

fundamentada, dirigida e comunicada eficazmente a cada um dos públicos envolvidos e

que têm a oportunidade de poder praticar Desporto.

Chabert (1999) assim o defende e remete o seu discurso para a necessidade de satisfação

plena do individuo no Desporto, um movimento dotado de enorme valor e importância,

o que implica também a possibilidade de acesso de todos à sua prática. Para isso é

necessário e desejável, colocar ao dispor das pessoas a informação necessária

correspondente ao estado em que se encontram perante o desporto e as suas

características sociodemográficas.

Comparativamente com a União Europeia, apesar de Portugal não se enquadrar

plenamente nestas estatísticas evolutivas, a prática de atividade desportiva no nosso país

também tem vindo a ganhar algum terreno, tendo aumentado o número de praticantes e

também o número de modalidades praticadas (Simões, 2005). O nosso país tem ainda o

facto do movimento associativo desportivo estar em crescimento, o facto da maior parte

dos jovens ter uma atividade desportiva que segue ou pratica com regularidade, aliado

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ao importante papel que os meios de Comunicação social têm, cada vez mais, na

divulgação das modalidades. (Chabert, 1999).

Desta forma, é importante avaliar algumas estatísticas de modo a confirmar o panorama

do Desporto em Portugal. Segundo dados do INE, também disponíveis no site do

Instituto do Desporto de Portugal12

, foram despendidos em 2011, € 679 396 milhares de

euros em despesas em cultura e desporto por parte dos municípios em Portugal. Sendo

que, deste valor, € 11 657, pertencem à Região Autónoma da Madeira e € 17 860 aos

Açores.

No ano de 2011 existiam 524 250 praticantes inscritos em federações desportivas, sendo

que, dentro das 20 modalidades destacadas as com maior afluência são o futebol (153

882), o voleibol (43 240) e o andebol (39 877). Para as restantes modalidades não

nomeadas no estudo, estão cerca de 90 073 inscritos nas federações. De facto,

denotamos que estas são das modalidades mais reconhecidas pelos portugueses e que

em termos de media têm uma maior presença nos diferentes meios e o futebol é um

grande reflexo deste fenómeno.

A adesão dos indivíduos anualmente tem vindo a evoluir anualmente, mesmo que

ligeiramente. Comparativamente com anos anteriores, entre 2007 e 2010, observa-se um

crescimento anual do total do número de praticantes inscritos. Em 2007 existiam 484

702, em 2008, 489 283, em 2009, 513 009 e em 2010, cerca de 519 359. Do total de

praticantes, 485 768 pertencem ao continente e os restantes 38 482, às regiões

autónomas dos Açores e da Madeira.

Relativamente ao número de clubes existentes no nosso país, em Portugal estão

referenciados no total 11 570, 10 752 deles registados em Portugal Continental e os

restantes nas regiões autónomas. Assim, é visível que é no Continente que está

concentrada a maior massa associativa, assim como o número de indivíduos federados e

os valores despendidos em Desporto.

12

[Consultado em 12 de Setembro de 2013]

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4. Desporto no feminino

Segundo o artigo 1º da Carta Internacional da Educação Física e Desportos da Unesco

de 1978, “A prática da Educação Física e do Desporto, é um direito fundamental de

todos”. De facto, sendo a atividade física um meio de desenvolvimento pessoal13

, todo o

ser humano deve ter acesso a ela, independentemente da idade ou género, e o Estado

tem um papel fundamental na dinamização e difusão do desporto (Simões et al., 1980).

No entanto, até meados do século XX a participação do género feminino no desporto

era vista de forma pouco abonatória. Nas sociedades antigas as funções primordiais das

mulheres eram tratar da casa e da família14

e mesmo quando a sua educação passava

pelo exercício físico, homens e mulheres nunca estavam ao mesmo nível de direitos

igualitários. Houve até casos de condenação à morte, caso fossem descobertas mulheres

nos recintos dos Jogos Olímpicos da Antiguidade (Santos, 2004).

Mais tarde, o próprio Pierre de Coubertin referia que as Olimpíadas deveriam ser apenas

para as mulheres, correndo-se o risco de tornar a prova "...impraticável, desinteressante,

inestética e imprópria...". Coubertin defendia ainda que o homem adulto seria "...o único

herói Olímpico real..." Desta forma, também os desportos de equipa eram colocados de

lado pelo autor, elevando-se um ideal discriminatório do género feminino. (Coubertin,

citado por Santos, 2002). A mulher era caracterizada como tendo uma fraca capacidade

intelectual em relação ao homem e por isso não dispunha dos mesmos direitos de

participação e competição permitidos ao homem. Para além de que considerava-se a

mulher como incapaz de suportar as exigências do esforço desportivo. O seu papel era,

por isso, praticamente apenas ao de espetadora.

A par do surto civilizacional, fruto dos avanços técnico científicos ocorridos no final do

século XIX e século XX, a mulher começou a ganhar espaço na esfera social e a lutar

pelos seus direitos de cidadania (Santos, 2002). A Declaração de Brighton (1994),

surgida na 1ª Conferência Mundial sobre as Mulheres e o Desporto, aponta um primeiro

conjunto de princípios de atuação a nível global para o desenvolvimento da participação

das mulheres no desporto. Os anos passaram e a consciência quanto ao fenómeno das

13

“A experiência, os valores e as opiniões das mulheres podem enriquecer, valorizar e desenvolver o

desporto, tal como a participação desportiva pode enriquecer, valorizar e desenvolver a vida de cada

mulher.” (Declaração de Brighton sobre Mulheres e Desporto, 1994, p.1). 14

“O homem nasceu para a guerra e a mulher para o descanso do guerreiro” (Nietzsche, citado por

Santos, 2002, p.4).

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17

mulheres no desporto aumentou, assim como a necessidade de criação de medidas que

promovessem a sua participação no desporto. Hasse (2001) defende que deve existir

uma participação das mulheres no Desporto, quer seja de lazer ou de competição,

apoiada pelos organismos desportivos. A intervenção destas entidades deve atuar no

apoio, desenvolvimento, divulgação e progressão de práticas desportivas de qualidade e

específicas para as necessidades e especificidades das mulheres.

Apesar da discriminação de género não estar ao nível do passado, ela continua a

manifestar-se, por exemplo com “a baixa taxa de participação feminina no desporto, na

dificuldade que as mulheres têm em relação aos homens em construir uma carreira, bem

como na maior visibilidade e audiência das competições masculinas.” (Amnistia

Internacional, 2008, p.2).

Segundo dados da Associação Portuguesa Mulheres e Desporto (1998) Portugal é o país

da União Europeia com a taxa de participação feminina mais baixa e onde subsiste uma

maior desigualdade entre homens e mulheres na prática desportiva. E para Marivoet

(2001) são os fatores políticos, culturais e infraestruturais que contribuem para este

cenário. Neste registo, verificamos que a desvalorização por parte dos clubes nos

escalões femininos, as fragilidades no fomento de valores desportivos, a pouca

representação das mulheres em cargos diretivos em entidades desportivas e a gestão

familiares estão entre as principais causas para a disparidade entre a prática masculina e

feminina.

Há que salientar que apenas 14% das mulheres portuguesas praticam desporto e que são

as camadas mais jovens que contribuem para que estes valores não desçam

tendencialmente. A partir dos 20 anos começa a notar-se uma maior discrepância de

géneros (Marivoet, 2001). Ainda assim, surgem dados de que a discriminação

relativamente ao sexo masculino também começa a verificar-se, muito pontualmente.

Existem modalidades quase exclusivamente femininas, nas quais alguns homens se têm

vindo a debater para, tal como as mulheres, puderem competir dentro dos mesmos

direitos e regras. Isto verifica-se devido a questões culturais, pois existe uma condição

social através da qual nós nos identificamos como masculinos e femininos e que faz

com que o individuo associe a determinados objeitos e conceitos uma significação de

feminilidade ou masculinidade.

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18

5. O Presente e o Futuro

Apesar da evolução positiva do Desporto em termos genéricos, é importante referenciar

a chamada “crise do desporto moderno”, que põe em causa os modelos tradicionais de

organização desportiva, quer a nível profissional quer educativo (Pires & Lopes, 2001).

Dada a complexidade do Desporto e também da sociedade em geral, é necessário olhar

para a prática como uma realidade que está a viver uma constante e rápida mutação,

ocorrendo múltiplas mudanças e transformações que trazem novos desafios ao Desporto

e aos seus gestores. (Sardinha & Dias, 2011).

Noutra vertente, também temos vindo a assistir nas últimas décadas a grandes mudanças

sociais que também alteram os estilos de vida do homem entre eles os hábitos lúdicos e

desportivos que se tornam cada vez mais diversificados e complexos, sendo por isso,

um fenómeno que requer alguma atenção e análise do ponto de vista sociológico,

cultural e político. Uma ideia de Desporto baseado numa perspetiva apenas

economicista e de rentabilidade tem tendência a expirar. Os valores do ser humano

devem ser sempre enaltecidos numa tentativa de reinventar o Desporto, baseado nos

princípios que lhe deram origem, "... a convivência e solidariedade entre os homens e os

povos, a formação cívica ao longo da idade, o desenvolvimento das capacidades físicas

e motoras de um corpo adaptável e critico ao seu envolvimento social, e principalmente,

a valorização da sua capacidade cultural em "confronto" civilizado.’’ (Neto, s.d., p.8).

Sendo o Desporto, nos dias de hoje, um dos fenómenos mais importantes da

contemporaneidade é igualmente necessário avaliar o impacto que os acontecimentos

desportivos têm no indivíduo, tendo em conta as múltiplas vertentes: o âmbito político,

económico e social quanto à sua divulgação, implementação e participação. O Desporto

adquiriu um espaço privilegiado na sociedade que consequentemente o torna um agente

promotor da economia, da educação, da política e de valores comerciais. (Romão,

2005).

Desta forma, as novas realidades sociais exigem que o Desporto adquira novas

estratégias, projetos, ideias e procedimentos, para que se desenvolva de forma

sustentável. É necessário encontrar novas formas de gestão, afastadas do tradicional,

transformando a crise do desporto moderno numa oportunidade para as novas gerações.

As transformações acontecem a grande velocidade, e, por isso, a experiência e

conhecimento adquiridos até então estão profundamente desatualizados. Os sistemas

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desportivos devem procurar novas formas de evoluir e se reinventarem, encontrando

soluções estratégicas e inovadoras. Os modelos corporativos que advém do desporto

tradicional já não dão uma resposta global às novas tendências sociais, económicas e da

indústria do entretenimento desportivo, interligada às novas tecnologias de informação e

Comunicação (Pires & Lopes, 2001).

Com os efeitos da crise económica que o país atravessa, as dificuldades das associações

e clubes desportivos, por falta de verbas e apoios, são cada vez maiores e esta situação

pode e tem repercussões na qualidade do produto oferecido aos praticantes e atletas. O

presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino refere-se a

um "efeito tsunami" que receia que tenha um grande impacto recessivo na vida

desportiva em Portugal. (Expresso, 2013)15

Mas a crise no movimento desportiva não se restringe apenas a fatores económicos e

financeiros. Por trás da degradação do Desporto em Portugal outros valores têm um

impacto desfavorável na evolução positiva da atividade desportiva:

‘’O Desporto, como fenómeno social não é exceção e consequentemente, numa

sociedade onde parece instalada uma crise valores, importa antes de mais

clarificar o seu significado e grau de importância, como referência social, cultural,

ética, estética, económica, etc. e encontrar respostas políticas que genericamente

expressem referenciais orientadores para a sua ação.’’ (Romão, 2005, p.1)

Segundo Matos (2006), a crise de valores tende a ser o argumento que justifica a

dificuldade de falar sobre ética em Desporto, mas na realidade, o desporto tem de ser

uma prática humanamente digna em si mesma mas continua a verificar-se atualmente a

sua carência, nomeadamente ao nível do doping, a violência desmedida entre diversos

atores, o desrespeito e desprezo pelo direito de opinião dos atletas, por exemplo em

15

‘A crise pode ter «efeito tsunami» no desporto português’. Expresso, 7 de Maio de 2013. Página

consulta a 12 de Junho de 2013. < http://expresso.sapo.pt/a-crise-pode-ter-efeito-tsunami-no-desporto-

portugues-presidente-do-cop=f805167>

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20

processos de transferência, a comercialização crescente do desporto que torna difícil a

sua harmonia com a ideia de bem16

, a corrupção, entre outros. (Matos, 2006).

O legado do Movimento Olímpico parece ter ficado para trás na história. A corrupção, a

falta de uma estratégia consistente, a sobreposição de interesses, a violência desportiva e

o radicalismo são aspetos morais e éticos e de gestão do Desporto que têm tido um

impacto negativo na atividade e, são aspetos que devem ser travados sob pena do

Desporto vir a tornar-se um setor disfuncional, sem gestores à altura e sem estratégias e

projetos definidos. Os interesses pessoais, locais, regionais, alimentados por

radicalismos e fundamentalismos são uma fonte para transformar o Desporto num mero

interesse para políticos e empresários que se aproveitam do Desporto para colocar em

ação as causas por si defendidas. (Pires & Lopes, 2001).

Assim sendo, as questões morais e éticas tornam-se imperiosas quando se trata do

futuro do Desporto: "Ora, a ética diz respeito a todas as nações, a todos os cidadãos e a

todos os aspetos do mundo. Discutir o desporto no plano ético não é, portanto, um luxo

de quem já discutiu tudo o resto. Ao invés, é algo imperioso na construção de um

desporto promotor do Homem." (Matos, 2006, p.149).

Para além de ser necessário alcançar "um desporto que reconheça o humano, se

reconheça no humano e o torne parte de uma vida boa." (Matos, 2006, 151) é preciso

preparar especialistas em Gestão do Desporto capazes de responder com eficiências às

novas realidades sociais fruto da mudança atuando no espaço de intervenção social

sempre com base em seis vertentes fundamentais da gestão desportiva: Polissemia,

dimensão híbrida, tecnologia específica, contextualização, nível de intervenção e âmbito

de intervenção (Pires & Lopes, 2001). Pois, "O Desporto é hoje, portanto demasiado

importante no quadro da organização social, para ser deixado ao sabor dos mais

diversos circunstancialismos, sem que exista uma ideia, uma vontade, um projeto que o

oriente." (Romão, 2005, p.3)

É por isso essencial observar o Desporto numa realidade multidimensional e atual,

destacando a sua pertinência, cada vez mais notável, na sociedade, na cultura e na

economia, aspetos que tornam obrigatório que todas as políticas, estratégias e práticas

16

Em termos absolutos " A lei determina então imediatamente a vontade, a ação que lhe é conforme é boa

em si mesma, uma vontade, cuja máxima é sempre conforme com esta lei, é boa pura e simplesmente, em

todos os sentidos, e a condição suprema de todo o bem” (Kant, 1788 in Dicionário de Filosofia Moral e

Política.)

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adotadas pelos agentes desportivos tenham por base um enfoque comunicacional e

informacional.

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22

Capítulo II – Atividades aquáticas

A capacidade adaptativa do ser humano leva-o a poder habitar as regiões mais

difíceis do planeta, como as areias do Saara Central ou as neves dos Himalaias.

Mas apresenta limitações naturais que lhe tornam a água num meio adverso. No

entanto, consegue adaptar-se à água de uma forma relativamente estável: de uma

forma etológica (à mercê do envolvimento) ou de uma forma organizada,

provocada, num processo de ensino. (Sarmento, 2001, p.17).

1. Conceito de atividades aquáticas

Segundo a Grande Enciclopédia do Desporto, “nadar é a arte de nos conseguirmos

deslocar na água, mantendo o corpo em flutuação, de modo a permitir uma respiração

regular e ritmada.” (Chabert, 1999, p.122). O El Gran Libro de los Deportes (1975)

apresenta uma definição em termos competitivos e junta a ideia de poder ser um

desporto individual ou de equipa no qual existe uma competição entre participantes e

que o primeiro a percorrer a distância pré estabelecida será o vencedor. Nesta mesma

obra são destacados ainda os quatro estilos de natação existentes e com os quais se

compete, são eles, costas, mariposa, bruços e crawl.

A evolução da sociedade trouxe múltiplas transformações: as necessidades inerentes ao

ser humano alteram-se, procuram-se novas formas de adaptação ao meio social e

descobrem-se novas possibilidades de alienação. Assim, surgiram novas modalidades,

incluídas dentro de um conceito de Natação mais amplo que os anteriores. Segundo os

Estatutos, Regulamentos e Normas da Federação Portuguesa de Natação (FPN), o

conceito de Natação é constituído por “diversas disciplinas, designadamente, na

Natação Pura, Pólo Aquático, Saltos, Natação Sincronizada, Águas Abertas, Masters e

suas variantes, bem como todas as práticas desportivas efetuadas em piscinas”.

Hedges (1974) destaca a multiplicidade de valores e oportunidades que um conceito de

natação mais amplo e abrangente proporciona, referindo-se aos benefícios inerentes às

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múltiplas circunstâncias abrangidas pelo conceito de natação, uma disciplina para todo o

tipo de pessoas, características e necessidades.

“A Natação dá margem para todo tipo de temperamento e talento, atlético e

estético Correndo para o ágil e musculatura resistente, trabalhando à distância

para o corredor de fundo, Pólo aquático para o combativo; mergulho para o

destemido, uma variedade de movimento e de esquemas de natação para a

artística; acrobacias na água para o humorista, salva-vidas para o cavalheiresco e

de sentido de missão. Não há fim para esta diversidade” (Hedges, 1974, p.11).17

Inácio (1984) refere que a natação, caracterizada como apaixonante, tem um lugar

primordial enquanto modalidade desportiva e mantém um conceito que remete também

para as restantes componentes e para o valor que dão ao Desporto enquanto um todo. O

autor inclui ainda na sua definição uma ideia de que o Pólo aquático é dotado de um

enorme interesse a nível competitivo. Já os saltos para a água e a Natação Sincronizada

destacam-se pela sua beleza enquanto disciplinas que despertam para a estética, para o

deslumbramento e para a elegância de atividades como o ballet. O autor referência ainda

as algumas atividades subaquáticas, destacando o mergulho, a caça submarina e as

gincanas aquáticas como atividades desportivas interessantes. Para além de outras

formas de recreação que acontecem no meio aquático e que o autor acredita estarem

inseridas neste conceito.

A partir desta noção do conceito mais vasta sugerida pelas referências anteriores, surge

então uma nova conceção mais abrangente e multidisciplinar – a de atividades

aquáticas. Este conceito foi adotado recentemente na sociedade, pois ao longo da

História, as diferentes conceções das práticas desenvolvidas em meio aquático eram

mais conhecidas apenas pelo termo, já referido, de natação (Marín, 2004). Mas com a

evolução destas práticas e o seu reconhecimento a nível social obrigou a que se

17

Ao longo deste trabalho todas as citações que se encontravam em língua diferente da oficial, utilizada

neste trabalho, (neste caso o português) foram traduzidas pela autora. “Swimming gives scope for every

type of temperament and talent, athletic and aesthetic. Sprinting for the lithe and tough-muscled; distance

work for the strong stayer; water polo for the combative; diving for the eagle-fearless; stroke variety and

programme swimming for the artistic; water stunts for the humorist; life-saving for the chivalrous and

public-spirited. There is no end to the diversity.’’ (Hedges, 1974, p.11).

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24

encontrassem novas denominações que dessem resposta às realidades e especificidades

de cada uma das disciplinas:

“O conceito de atividades aquáticas (onde se encontram todas as modalidades que

se desenvolvem no ambiente aquático) foi cunhado recentemente na nossa

sociedade, porque ao longo da história a água tem sido entendida sob diferentes

conceções.” (Gutiérrez, citado por Serrano, 2007).18

De facto, na atualidade, o conceito de atividades aquáticas corresponde a uma noção

mais ampla e que compreende em si várias disciplinas, que o conceito de natação por si

só não consegue englobar (Serrano, op.cit.). Assim, segundo a Constituição da FINA

(Federação Internacional de Natação) 2013-2017, o conceito de atividades aquáticas

refere-se a “…natação, águas abertas, saltos, Pólo aquático, natação sincronizada e

programa/atividades de Masters.”19

Mas, não estando o Homem preparado à partida para viver em meio aquático, tem de

aprender a adaptar-se e só depois disso terá as bases suficientes para poder dedicar-se a

uma qualquer disciplina da Natação20

. Gabrielsen et al (1968) referem que praticar

natação é elementar para a participação em todas as atividades aquáticas e Lewin (1978)

defende que para se especializar numa modalidade o individuo tem de passar pelo

processo de adaptação ao meio aquático, aprendendo a nadar, a mover-se e sentir-se

seguro no meio. Estas são as premissas gerais para conseguir ter sucesso num outro

campo de aplicação da natação.

Relativamente às utilizações da natação, para Carvalho (1990) esta pode situar-se a três

níveis diferentes: como meio utilitário (como é o caso do salvamento), como meio

desportivo (por exemplo a natação pura e a Natação Sincronizada), e como meio de

recreação, apenas como forma de lazer em meios aquáticos. Krug (1985) destaca ainda

o carácter terapêutico da natação, como benéfico para múltiplas patologias. Já Frías et al

18

“El concepto de las actividades acuáticas (donde se encuentran todas aquellas modalidades que se

desarrollan en el medio acuático) ha sido acuñado recientemente en nuestra sociedad, pues a lo largo de

la historia el agua ha sido entendida bajo distintas concepciones” (Gutiérrez, citado por Serrano, 2007). 19

“…swimming, open water swimming, diving, water polo, synchronised swimming and Masters

programme / activity.” (Federação Internacional de Natação, 2013-2017). 20

Entenda-se Natação numa perspectiva multidimensional e que abrange várias disciplinas.

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(2008) apresentam uma teoria baseada em cinco diferentes objetivos da natação:

utilitário, educativo, recreativo, competitivo e terapêutico. Cada um deles tem um

enfoque distinto e com diferentes disciplinas associadas mas com um elemento comum,

a água.

Concluindo, podemos identificar um conceito de natação pluridisciplinar, semelhante ao

conceito de atividades aquáticas. Consoante o propósito da prática, o conceito pode

abarcar diferentes disciplinas. Neste projeto o foco estará essencialmente na natação

com fins desportivos e/ou competitivos.

2. Modalidades Aquáticas

São múltiplas as disciplinas que entram nos conceitos de Natação/Atividades Aquáticas

mas, para este projeto, o foco estará naquelas que são da responsabilidade da FPN, a

nível nacional, e da FINA, a nível internacional, tendo por isso uma vertente desportiva

e/ou de competição: Natação Pura, Polo Aquático, Saltos, Natação Sincronizada, Águas

Abertas e Masters.

Segundo o Atlas do Esporte (2005), Natação Pura é “um desporto aquático que tem

como objetivo imediato, para o atleta, vencer uma determinada distância em meio

líquido no menor tempo possível”. Os estilos de natação21

são quatro: Costas, Bruços,

Mariposa e Estilo Livre ou Crawl e estão oficialmente regulamentados pela FINA.

O Pólo aquático é um desporto de equipa, sujeito a regras definidas por uma

determinada instituição e que é praticado em ambiente de piscina por duas equipas de

sete jogadores (seis jogadores mais o guarda-redes). O principal objetivo do jogo passa

por conseguir acertar com a bola na baliza do adversário. (Lloret, 1998)

Já os saltos para a água são definidos como uma arte complexa e que exige dedicação,

esforço e técnica apurada e “é um dos desportos mais completos que existem, do tríplice

ponto de vista físico, moral e estético, pois exige do praticante, entre outras qualidades,

o arrojo, a capacidade de decisão, a perseverança, a inteligência e o sentido artístico,

além da aguçada coordenação neuromuscular e psíquica.” (Casilo, 1975, p. 11 e 12)

21

“Forma de deslocação na água, com determinados movimentos característicos.” (Lewin,1978, p.330).

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Em termos técnicos, os saltos são uma modalidade que se concretiza na projeção do

atleta no ar, a partir de uma impulsão executada sobre uma base: um trampolim flexível

de 1 e 3 metros de altura ou uma plataforma fixa de 5m, 7,5m e 10m de altura. A partir

deste impulso, o corpo do atleta é conduzido em queda para dentro de água, existindo

um controlo do corpo e dos movimentos executados. (Atlas do Esporte, 2005).

De acordo com os regulamentos da FINA (2013-2017), a disciplina de Águas Abertas é

constituída por natação em águas abertas “que será definida como qualquer competição

realizada em rios, lagos, barragens, oceanos ou canais, exceto para eventos de 10km.” E

também pela maratona aquática “qualquer prova em competições de águas abertas com

um percurso de 10 quilómetros”.

Já a Disciplina de Masters, carateriza-se pela participação de atletas mais velhos, a

partir dos 25 anos de idade, e que geralmente não querem abandonar a modalidade que

praticam, depois de terem sido atletas de competição. Esta é uma das categorias de

natação competitiva regulamentada pela FINA e tem como objetivos "...a aptidão física,

a amizade, o divertimento e a competição." (Atlas do Esporte, 2005, p.246) Desta

forma, é uma modalidade onde é dada uma grande relevância aos valores humanos

aliados à vertente competitiva e permite aos atletas manter a boa forma e um estilo de

vida saudável, sem limite de idade.

Para terminar, fazemos uma breve referência à Natação Sincronizada como um desporto

individual ou de grupo, com um carácter competitivo ou recreativo e que se manifesta

numa forma de representação artística dentro de água, recorrendo a diversos

movimentos e posições. Mais adiante, no Capítulo III – Natação Sincronizada, será feita

uma conceptualização alargada do termo.

3. Evolução histórica das atividades aquáticas

“Saber nadar é uma necessidade conhecida por todos, pois as origens da natação

remontam aos primórdios da humanidade.” (Saraiva, 1973, p.5). A natação

desempenhou sempre um papel fundamental em todas as épocas, sociedades e regiões

do mundo onde o Homem esteve em contacto com a água, e necessitava dela para

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27

procurar alimento. Para além disso, esta atividade física começou a ter especial destaque

graças aos fins higiénicos do meio aquático, o chamado banho (Lewin, 1978).

Nas sociedades primitivas a natação tinha como finalidade a subsistência e a vida

militar. Nas estruturas esclavagistas a natação era exclusiva a homens livres, que

defendiam o culto do corpo e da mente, sendo que também fazia parte dos exercícios

militares. Já os povos germânicos faziam competições onde mulheres e homens podiam

disfrutar desta atividade, com grande importância para os povos do Norte da Europa.

Como forma de recreio, a natação teve um papel de relevo na sociedade feudal, onde

com o passar do tempo apenas os burgueses conseguiam ter acesso às instalações

balneárias, tanto que mais tarde (e alegando questões morais), o hábito do banho e da

natação foi proibido. O Humanismo originou uma difusão tímida da natação, mas

durante o período do Iluminismo foi possível uma maior difusão da modalidade como

meio de educação física, principalmente dos jovens (Lewin, 1978).

O primeiro manual de natação foi escrito em 1538 pelo humanista Nikolaus22

, o

primeiro clube de natação data de 1845 e as primeiras instalações foram construídas em

Inglaterra em 1848. As primeiras competições aconteceram também em Inglaterra em

1869 e desde então a natação teve um grande crescimento na Europa. Em 1896 a

modalidade foi admitida nos Jogos Olímpicos de Atenas e nos anos seguidos ocorreram

diversos encontros internacionais que fomentaram o incremento da modalidade

(Saraiva, 1973).

3.1 Natação Pura

Em 1908 a FINA deu os primeiros passos na separação do conceito de natação,

subdividindo a natação pura em estilos e criando a disciplina dos saltos e do Pólo

Aquático. Nos anos seguintes, houve uma extraordinária evolução técnica e, em 1912,

os primeiros elementos do sexo feminino puderam participar nos Jogos Olímpicos,

nesta modalidade (Saraiva, 1973).

Na “Conference for National Cooperation in Aquatics”, nos Estados Unidos, surgiu um

comité com a tarefa de divulgar a prática da natação com fins educativos e terapêuticos.

22

Nikolaus Wynmann era um professor alemão de linguística, escreveu o primeiro livro sobre natação,

“O Nadador ou o diálogo sobre a arte de Nadar” (no original, Der Schwimmer oder ein Zwiegespräch

über die Schwimmkunst)

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O movimento estendeu-se a todo o mundo e deu um impulso crescente ao caráter

educativo e competitivo da modalidade (Saraiva, 1973).

A Natação mostrou-se em todas as épocas um desporto de eleição e, ao longo da

História, apenas os persas, por motivos religiosos, e o povo romano liderado pelo

imperador Constantino, por este acreditar que as exibições de natação eram uma forma

de propagandismo, não praticavam a modalidade (Schermann, 1958).

Segundo Mário Oliveira (Lopes, 1989) as primeiras revelações da natação em Portugal

aconteceram por volta de 1893, mas tratavam-se apenas de torneiros, travessias e

percursos no mar. Deste modo, podemos destacar que em Portugal a natação desportiva

em moldes mais sérios se inicia no séc. XX, com a criação da primeira escola de

natação em 1902, pelo Ginásio Clube Português, na Trafaria. A participação portuguesa

nas competições Olímpicas aconteceu apenas em 1924, em Paris. O início da natação

associativa em Portugal remonta a 1922, quando é fundada a Liga Portuguesa dos

Clubes de Natação, embora a Federação Nacional tenha sido criada 8 anos depois,

segundo informações da Direcção Geral de Educação23

. Os primeiros anos da natação

em Portugal não foram fáceis, uma vez que a sociedade não estava ainda desperta para a

prática e o número de atletas a praticá-la era reduzido, o que também não ajudava a

favorecer a modalidade (Lopes, 1989).

Para Patroni (1983) a modalidade no nosso país passou por quatro fases: a primeira fase

foi a lúdica, que era o “ponto de arranque” e foi o momento em que se deram os

primeiros passos na metodologia do treino. De seguida a fase empírica, um momento de

sistematização de trabalho que correspondia à altura onde houve um maior

aparecimento de clubes, a organização de provas internacionais e uma maior exigência

com metodologias de trabalho. A terceira fase foi a pré-científica e caracterizou-se por

uma maior exigência e sistematização dos métodos de treino e do controlo dos fatores

que o influenciam, físicos ou psíquicos. Por último, surge a fase científica,

impulsionada pela abertura aos contactos internacionais com atletas e treinadores, e

também uma nova era no que respeita à construção de infraestruturas e na forma como

se prepara o nadador a partir de três variáveis – espaço, tempo e objetivos.

23

http://www.desportoescolar.min-edu.pt/modalidade.aspx?id=115 [Consultado em 15 de Maio de 2013]

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3.2 Pólo Aquático

Já o Pólo aquático surgiu pela primeira vez em Portugal em 1907 num festival náutico

em Cascais. Em 1913 arranca o primeiro torneio de Pólo, no qual participaram três

equipas e em 1952, sem que nada o fizesse esperar, Portugal participou nos Jogos

Olímpicos de Helsínquia com uma equipa desta modalidade. O Centro Desportivo

Universitário do Porto foi o principal dinamizador da modalidade no nosso país durante

esta época (Lopes, 1989).

O Pólo aquático tornou-se durante alguns anos uma modalidade de referência em

Portugal, sendo o segundo desporto de equipa, a seguir ao futebol, a ser introduzido em

Portugal. Mas entre 1930 e 1952, enquanto a natação pura ganhava notoriedade, o Pólo

aquático perdia o seu destaque e cada vez mais clubes abandonavam a prática oficial.

Foram múltiplas as razões para este declínio: hegemonia que existia por parte de apenas

um clube, às desigualdades regionais e principalmente Norte/Sul, o próprio desinteresse

do público e também dos meios de Comunicação social, que começavam a ganhar

curiosidade por outras modalidades e incapacidade da FPN dar resposta a estes e a

outros problemas internos (dor próprios clubes e entidades) e morais (quezílias entre

instituições, protestos e incidentes graves de indisciplina e violência) que ocorriam no

seio da modalidade (Lopes, 1989).

3.3 Saltos para a água

É muito deficitária, ou praticamente inexistente, a bibliografia sobre as diferentes

disciplinas da natação e a sua evolução em Portugal. Segundo Lopes (1989) os saltos

para a água foram sistematicamente praticados em Portugal, referindo-se essencialmente

ao período cronologicamente anterior ao da publicação do seu livro.

Segundo Belo (1993) esta modalidade, pertencente ao objeto de ação da Natação,

começou a ser praticada oficialmente entre 1920 até 1950, tendo neste mesmo ano sido

extinta. Apenas em 1985 a modalidade voltou a ressurgir. Atualmente, revisitando os

arquivos dos jornais desportivos, sabe-se que a disciplina está desativada desde 2001,

alegadamente por razões orçamentais e devido ao facto de existirem poucos praticantes

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30

federados, cerca de 20. (Record, 2001)24

. Para o presidente da FPN à data, Victor

Nogueira, as razões estão no número reduzido de praticantes e no desconhecimento total

da modalidade, tendo a Federação optado por suspender a modalidade até se criarem as

condições para que a modalidade possa regressar. No entanto, o ex-presidente acredita

que a modalidade continua a ser praticada em associações e clubes, pelo que não está

completamente extinta. (Record, 2001).25

Existem igualmente registos datados de Junho deste ano da realização de uma prova da

disciplina no arquipélago dos Açores, mas não tendo participação de atletas portugueses

(Lusa, 2013)26

. Outro registo com data de 2009 refere-se à vontade dos praticantes da

modalidade querem recuperá-la, “A Federação Portuguesa de Natação colocou há 10

anos um ponto final nos saltos para a água, deixando os praticantes federados sem poder

participar em competições. Os atletas juntaram-se agora para tentar inverter a decisão.”

(RTP, 2009).27

Durante o mês de Julho de 2013, o canal de televisão SIC transmitiu vários episódios do

programa “Splash”, que consistia na avaliação de saltos para água de diversas

celebridades. Em termos de reconhecimento da modalidade, este programa veio trazer-

lhe algum protagonismo e os treinadores convocados para o programa mostraram a sua

vontade em que a competição de saltos para a água fosse retomada em Portugal.

(Impala, 2013).28

3.4 Águas Abertas

Relativamente à disciplina de Águas Abertas existem registos de que durante décadas se

realizavam travessias no rio Tejo e que chamavam muitos espectadores a assistir à

prova. Nos anos 40 e 50 o nadador Baptista Pereira participou em provas internacionais

e alcançou recordes.

24

‘’Federação suspende saltos para a água’’, 24 de Janeiro. Página consultada a 8 de Maio de 2013.

http://www.record.xl.pt/Arquivo/interior.aspx?content_id=66368 25

‘’Federação suspende saltos para a água’’, 24 de Janeiro. Página consultada a 8 de Maio de 2013.

http://www.record.xl.pt/Arquivo/interior.aspx?content_id=66368 26

‘’Prova de saltos para a água arranca esta sexta-feira nos Açores’’, 26 de Junho. Página consultada a 12

de Julho de 2013.< http://sol.sapo.pt/inicio/Desporto/Interior.aspx?content_id=78626> 27

‘’Praticantes de saltos para a água querem recuperar a modalidade’’, 7 de Setembro. Página consultada

a 8 de Setembro de 2013. <http://www.rtp.pt/noticias/?article=277042&layout=122&visual=61&tm=46& 28

‘’Eles querem saltos a sério!’’, 21 de Junho. Página consultada a 15 de Julho de 2013.

http://www.impala.pt/detail.aspx?id=84301&idCat=2063

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31

“[Em 2008 o atleta Miguel Arrobas foi] o segundo português a realizar com

sucesso a travessia do Canal da Mancha, no dia 7 de Agosto de 2008, em 9 horas

e 30 minutos, o qual veio mesmo a ser o melhor tempo desse ano reconhecido

pela Associação para a travessia do Canal da Mancha (Channel Swimming

Association) que homologa e supervisiona a travessia. (Associação de Natação de

Lisboa, [s.d])

Acedendo ao site da FPN é possível identificar algumas notícias, assim como circulares,

que se referem à participação de atletas em provas da modalidade. Também no site de

desporto do motor de busca Sapo é possível ler uma notícia que se refere às ambições

dos atletas e dirigentes portugueses nas provas internacionais, no passado mês de Julho,

afirmando acreditarem na obtenção de bons resultados, e até superiores aos de edições

anteriores, nos mundiais na modalidade. (Lusa, 2013).29

3.5 Masters

No que diz respeito à disciplina de Masters surgem referências às vertentes de Masters

Águas Abertas e Masters Natação Pura no site da FPN. Relativamente à primeira

aparecem apenas duas notícias datadas de Julho deste ano, destacando a vitória de um

atleta no europeu de Masters na prova de 3000 metros de águas abertas, que se realizou

em Eindhoven (Holanda). Relativamente à segunda modalidade ocorrem inúmeras

notícias no site da FPN relativas a feitos recentes dos atletas portugueses a nível

nacional e internacional.

Sendo a Natação Sincronizada o objeto de estudo deste projeto, limitamo-nos apenas a

referenciar os anos quarenta como a data de aparecimento da modalidade em Portugal,

fazendo no capítulo seguinte (Capítulo III – Natação Sincronizada) uma abordagem

mais exaustiva à sua história e evolução no nosso país.

29

‘’Portugal quer três lugares no top-20 nos Mundiais de águas abertas’’, 17 de Junho. Página consultada

a 1 de Agosto de 2013. <http://www.rtp.pt/noticias/?article=277042&layout=122&visual=61&tm=46&>

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32

4. Atualidade e desafios

A natação é atualmente uma das modalidades desportivas “mais agradáveis e completas

[e] também uma das que requerem maior sacrifício, força de vontade e dedicação”

(Chabert et al, 1999, p. 122).

Internacionalmente o organismo que tutela a Natação, nas suas várias disciplinas, é a

FINA (Federation Internationale De Natation)30

. Ao nível da Europa a modalidade é

coordenada pela LEN (Ligue Européenne De Natation)31

. As duas entidades são

responsáveis pela regulação e difusão das atividades aquáticas no Mundo e na Europa,

respectivamente. A FINA tem como principais objetivos de atuação promover as

atividades aquáticas e o seu desenvolvimento em todo o mundo, sem discriminação de

idade, género ou raça e com bases éticas. A instituição deve empenhar-se na realização

de provas de caráter internacional, de forma a promover as relações entre países,

regulamentar as atividades e fomentar a criação de infraestruturas e bases essenciais à

prática das diferentes disciplinas que representa. A FINA deve mover-se pela tentativa

de desenvolver todas as ações que se considerem fundamentais para a promoção do

Desporto. 32

Já a LEN dirige-se pelos mesmos pontos da FINA, dando ainda um destaque especial às

ações de desenvolvimento teórico-cientifico da Natação e à estrita colaboração que deve

sustentar com a FINA para a promoção e alcance dos objetivos declarados para a

modalidade e suas disciplinas.33

Em Portugal a FPN, enquanto federação uni desportiva, titular do estatuto de utilidade

pública desportiva, tem o papel de “definir os valores e objetivos da natação nacional,

em todas as suas variantes, bem como o seu fomento e desenvolvimento e superintende

a prática da natação para amadores, de acordo com a definição do conceito estabelecida

pela Federação Internacional de Natação”, materializando-se estas vertentes na

promoção, regulamentação e direção do ensino e prática das diferentes modalidades no

âmbito da natação.34

30

Federação Internacional de Natação Amadora 31

Liga Europeia de Natação 32

Consultar, Anexo1 - Objetivos FINA Constitution 2013 - 2017 33

Consultar, Anexo 2 - Objetivos LEN - Constitutional Rules 2012 34

Consultar, Anexo 3 - Atribuições FPN - 2009

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33

António José Silva, atual Presidente da FPN, afirmou antes de ocupar o lugar que o

cenário desportivo atual enfrenta mudanças aceleradas e consequentemente também são

necessárias novas formas de enfrentar os novos desafios que vão surgindo. António

Silva salienta ainda a carência de programas de apoio e promoção da natação e das suas

disciplinas. Para o Presidente da FPN a falta de comunicação é um dos entraves à

evolução da Natação em Portugal. (Sapo, 2012).35

Ainda no que diz respeito à evolução da modalidade, é importante revelar alguns dados

estatísticos, tendo por base os últimos estudos efetuados até à data. No leque de

desportos mais praticados pelas mulheres está a natação (20%), sendo esta a modalidade

a terceira preferida dos homens (7%). (Marivoet, 2001). Em 2011 existiam 11 277

praticantes de natação inscritos e federados, um número ligeiramente inferior ao de

2010, 11 380, mas bastante superior ao dos anos antecedentes, segundo os dados de

2012 do Instituto Nacional de Estatística.

De facto, o mundo das atividades aquáticas tem tido algum crescimento. Ainda assim,

segundo Paulo Frischknecht36

, ainda há muito trabalho a fazer e muitos obstáculos a

ultrapassar para que as disciplinas possam crescer e nível nacional e também no

panorama internacional. Esta evolução, em tempos de crise, deve ser fundamentada em

equidade, sentido de justiça e, transparência. Valorizando-se desta forma um Desporto

“claro” onde o humanismo, a honestidade, a ética e o fair-play, enquanto processos de

verdade, trarão qualidade e competência ao Desporto (Frischknecht, citado por Filipe,

2012).

35

‘’António José Silva é o primeiro candidato à Federação’’, 12 de Setembro. Página consultada a 1 de

Julho de 2013

<http://desporto.sapo.pt/mais_modalidades/artigo/2012/09/12/ant_nio_jos_silva_o_primeiro_.html> 36

Ex-Presidente da FPN.

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34

Capítulo III - A Natação Sincronizada

Nos últimos tempos surpreenderam e causaram sensação as demonstrações

aquáticas em que grupos de nadadoras se exibem em profusão, beleza estética e

graciosidade de movimentos, gestos, marchas e contra-marchas em evolução e

passos de dança, compondo várias figuras cheias de graciosidade e encanto na

água, numa ordem de execução disciplinada. Embora como exibição ocorressem

de forma tão espaçada, tais espectáculos de natação vieram a chamar-se Natação

artística (Espanha), Ballet aquático (França) e Natação Sincronizada (Estados

Unidos), alcançando um posto de categoria. (Iguaran, 1972, p. 146). 37

1. Conceito

A Natação Sincronizada é um desporto aquático que inclui no seu âmago conceitos

ligados à natação, dança e ginástica. Esta modalidade, dotada de extrema dinâmica de

movimentos, que começou apenas por surgir com pequenas demonstrações e exibições,

foi ganhando espaço, foi-se aperfeiçoando e acabou por tornar-se um desporto de

competição.

Segundo a Grande Enciclopédia do Desporto, esta modalidade consiste,

fundamentalmente, na representação e encenação aquática de um tema coreográfico

com um acompanhamento musical adequado e pode denominar-se "Ballet Aquático".

(Chabert, 1999, p. 165)

Martins et al. (2006, p.19), na sua definição, distinguem a vertente estética da

modalidade, “a mais bela e expressiva”, agregada a combinação de outros elementos

37

“En los últimos tiempos sorprenden y causan sensación las demostraciones acuáticas en que grupos de

nadadoras se exhiben en profusión, belleza estética y donaire de movimientos, gestos, marchas y

contramarchas en evolución y pasos de danza, componiendo diversas figuras llenas de gracia y encanto

sobre el agua en disciplinado orden de ejecución. Aunque como exhibición venían dándose de manera

espaciada, tales espectáculos de natación que han venido en llamarse Natación artística (España), Ballet

acuático (Francia) y Natación Sincronizada (Estados Unidos), han alcanzado ya un puesto de

categoría.” (Iguaran, 1972, p. 146).

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35

essenciais, “É um desporto que combina a técnica com a estética, a dificuldade com a

graciosidade, o esforço com a elegância…” Os autores reconhecem ainda que a

aprendizagem da NS é um processo enriquecedor, uma vez que a modalidade combina

diversos elementos de uma forma cativante.

Lundholm & Ruggieri (1976), referem-se tecnicamente à modalidade, identificando

determinados conceitos e competências inerentes à prática, são eles as posições básicas

corporais, as técnicas de nado, figuras e remadas. Os mesmos autores destacam então os

múltiplos conceitos técnicos que correspondem a determinadas posições, gestos ou

movimentos que realizados em sequência fazem aquilo que é a modalidade em si.

Já Vannier e Poindexter (1968) apresentam a modalidade enquanto um desporto mas

simultaneamente uma forma de arte, juntando o ritmo, à atividade aquática e

concretizando-se num esquema com um acompanhamento musical pré-criado. Os

autores destacam ainda a necessidade de sincronização entre todas as componentes

envolvidas na performance, quando se verificar a participação de mais que uma

nadadora. Os movimentos de todas as nadadoras devem estar sincronizados

harmoniosamente e com base numa sequência pré-estabelecida.

Gray (1980) afirma que a modalidade tem sido definida de muitas formas mas o termo

aplica-se a uma qualquer forma de movimento na água, sincronizado com ou sem

música e individualmente ou com outras nadadoras. Gray faz ainda uma comparação

entre a Natação Sincronizada e a Ginástica referindo que as duas modalidades e as suas

praticantes dispõem de vários elementos em comum, os movimentos estéticos, por

exemplo. O autor diz mesmo que ao nível das exigências física as praticantes de ambas

as modalidades devem ter e desenvolver semelhanças fundamentais ao nível do controlo

e consciência corporal, flexibilidade, força, resistência, coordenação e sentido de tempo.

Às nadadoras de sincronizada acrescenta-se ainda a competência da respiração

disciplinada. (Gray, 1980)

Em suma, a Natação Sincronizada abarca no seu conceito múltiplas noções de diversas

áreas e elementos imprescindíveis. Numa noção sistematizada, Natação Sincronizada é

uma arte, individual ou coletiva, que pode pressupor uma sincronização de movimentos

entre atleta(s) e/ou com a música e que exige um enorme trabalho técnico de

preparação, força, resistência e coordenação. A modalidade tem por base, determinadas

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36

posições e movimentos individuais que compõe o chamado "esquema", elementos esses

que individualmente se denominam de "figuras38

".

2. História

2.1 Internacional

Não existem dados concretos sobre o surgimento desta modalidade, mas a FINA (2008)

destaca que nos seus primórdios a modalidade era para homens e tinha as suas bases nas

técnicas de nado e salvamento. As primeiras provas masculinas ocorreram em 1891em

Berlim e em 1892 em Londres. Ainda assim, a NS, dada a sua vertente artística mostrou

ser mais indicada para o género feminino, devido à maior facilidade de flutuação e mais

graciosidade e consistência na construção de representações com os seus corpos.

Existem autores que se referem ao aparecimento da Natação Sincronizada inicialmente

na Europa, como prática artística e como forma de entretenimento entres as provas de

natação pura, sem fins competitivos. (Vieira et al, 2006) Acredita-se ainda que a

modalidade surgiu a partir destas simples acrobacias na água – sem qualquer

fundamento técnico - que faziam parte daquilo que já era denominado de Ballet

Aquático ou Natação Artística. (Colli, 2004). Hercowitz et al (2006) refere-se ainda à

existência de outras terminologias para a modalidade: Entretenimento Náutico, Natação

Fantasia e Natação Ornamental.

Existem ainda referências aos conceitos de "natação científica e ornamental" datados do

século XIX (Colli, 2004) em Inglaterra. Noções que Mc Gowan (1992) também aprova

esta conceção, destacando ainda o não acompanhamento musical das performances

nesta fase:

“A Natação sincronizada cresceu como um desporto a partir da natação

ornamental e dos ballets aquáticos teatrais do final do século XIX e início do

38

"São movimentos desempenhados segundo um padrão pré-determinado delineado pela FINA." (Gray,

1980, p.5).

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37

século XX. Nos primeiros tempos, os nadadores masculinos realizavam rodas de

dança na água como uma forma de natação como arte, decorada com grinaldas ou

outros adereços. Em 1891, o The Royal Life Saving Society of Great Britain

(RLSS) publicou um manual para os nadadores, encorajando a "natação

ornamental" ou "natação científica”.” (FINA, 2008). 39

Outros autores, porém, alegam que os primeiros praticantes de Natação Sincronizada

apareceram no Canadá e que na Grécia Antiga já existiam práticas semelhantes e com o

mesmo tipo de fundamentos (Vieira & Freitas, 2006). Existem referências do início do

século XX que identificam Annette Kellerman, uma nadadora campeã canadiana, como

aquela que viria a ser a principal personagem da história da Natação Sincronizada,

encontrando-se descrições referentes à primeira nadadora subaquática que fez a sua

primeira performance em Nova Iorque, num tanque de vidro, no ano de 1907 (FINA,

2008). Vieira & Freitas (2006) destaca o papel preponderante da nadadora no

desenvolvimento da natação e da Natação Sincronizada. Keller abriu caminho para a

possibilidade de participação das mulheres em competições de desportos aquáticos, fez

algumas demonstrações da modalidade em Inglaterra, integrou uma equipa de

espetáculos aquáticos e até participou em alguns filmes, sendo reconhecida como a

"menina do ballet dentro de água".

Mas o grande passo para a formalização da modalidade aconteceu com Katherine

Curtis, esta abriu uma escola onde a modalidade começou a ser praticada com mais

expressão e padronização de movimentos, que depois se desenvolveu para coreografias

com música (Vieira e Freitas, 2006). Isto acontece na Universidade de Chicago em

1923, ao mesmo tempo que Gertrude Goss, uma professora introduzia a “natação

rítmica” num colégio em Massachusetts. (FINA, 2008).

Desde então, a modalidade protagonizada pelo grupo "Moderns Mermaids" começou a

ganhar projeção e a mover o público para assistir a espetáculos e exibições. E foi este

contributo evolutivo que fez com que pela primeira vez se falasse oficialmente na

39

"Synchronized swimming grew as a sport from ornamental swimming and theatrical water ballets of

the late 19th and early 20th Centuries. In the early days, male swimmers performed round-dances in the

water as a swimming art form, decorated with garlands or Chinese lanterns. In 1891, the Royal Life

Saving Society of Great Britain (RLSS) published a handbook for swimmers encouraging “ornamental

swimming” or “scientific swimming” (FINA, 2008).

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38

terminologia de "Natação Sincronizada" (Colli, 2004). Norman Ross, campeão e

medalhista olímpico de Natação, foi o responsável por este batismo da modalidade.

(Vieira & Freitas, 2006).

Em 1939 começaram a dar-se os primeiros passos na oficialização da modalidade, pelas

mãos do professor norte-americano Frank Havlicek, sugerindo regras técnicas de

execução coreográfica e também a concretização dos primeiros duetos. (Vieira &

Freitas, 2006).

Em 1940 Esther Williams, campeã norte-americana de natação, ajudou a divulgar a

modalidade. Fez uma apresentação de Natação Sincronizada em San Francisco e tornou-

se numa estrela de Hollywood protagonizando diversos filmes, que criaram uma "febre"

à volta da modalidade que levou muita gente, por toda a Europa e Estados Unidos, a

procurar piscinas onde pudessem praticar Natação Sincronizada. "Esther Williams é a

estrela de Hollywood que associou o seu nome à natação sincronizada, tornando-se

sinónimo e símbolo do desporto." (Vieira & Freitas 2006, p. 24).

Em 1941 a disciplina é adotada como desporto competitivo, regulamentado e

comandado, em duetos e equipas pela Amateur Athletic Union (EUA)40

. Em 1946

realiza-se o primeiro Campeonato Nacional nos EUA e em 1950 é introduzida pela

primeira vez a prova de solo (Colli, 2004).

Segundo Vieira & Freitas (2006) em 1948 foi feita uma apresentação informal da

modalidade nos Jogos Olímpicos de Londres e em 1951 nos Jogos Pan-Americanos. A

modalidade foi-se caracterizando cada vez mais pela vertente técnica e atlética, sempre

com música a acompanhar os esquemas e entre 1952 e 1968 era considerada como

modalidade de demonstração (FINA, 2008).

Dados os avanços desde 1952, a FINA tornou oficiais as regras deste desporto,

oficializando assim a prática da modalidade: "O desporto entrou para a FINA de uma

forma estabilizada, em 1952, com a adoção de regras de acordo com as propostas do

Canadá, EUA e Argentina, países onde ’ornamental’ e ‘figura’ tinham entrado para o

imaginário do público face à natação." (FINA, 2008).41

40

União Atlética Amadora dos Estados Unidos da América. 41

"The sport joined the FINA stable with the 1952 adoption of rules in accordance with proposals from

Canada, the USA and Argentina, countries where ‘ornamental’ and ‘figure’ swimming had caught the

public’s imagination." (FINA, 2008).

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39

Mais tarde, em 1973, em Belgrado, foi organizado o primeiro Campeonato do Mundo.

(Vieira & Freitas, 2006; Colli, 2004). Em 1975, realiza-se o segundo campeonato do

mundo em Cali e no ano de 1984, a modalidade estreia-se nas Olimpíadas de Los

Angeles. (McGowan, 1992).

Tendo por base as fontes do International Olympic Comitée42

, podemos perceber que

nos primeiros Jogos Olímpicos, assim como em Seul 1988, o programa continha apenas

provas de solo e dueto. Em Barcelona 1992, e Atlanta 1996, apenas a prova de equipas

foi organizada. Desde os Jogos Olímpicos de Sydney 2000 que as provas de equipa e

duetos compõem o programa de competições da modalidade.

Desde a oficialização da modalidade por parte da FINA que esta tem vindo a trabalhar

nas normas técnicas e aperfeiçoando do sistema. (McGowan, 1992) E, ainda hoje, é

comum denominar-se a Natação Sincronizada "como um "Ballet Aquático" devido à sua

"…beleza, plasticidade, leveza e criatividade, sempre com acompanhamento musical

para ritmar a execução dos movimentos." (Colli, 2004, p.431).

A Natação Sincronizada é uma das atividades da responsabilidade da FINA, que conta

com a filiação de 203 países. A Rússia é a potência incontestável, a nível mundial, desta

modalidade, seguindo-se a Espanha, que conheceu um progresso louvável durante este

ano, a par da China que também procura sempre a disputa de medalhas.43

2.2 Nacional

Martins et al (2006) afirmam que a Natação Sincronizada aparece pela primeira vez em

Portugal por volta dos anos 50, através do Sport Algés e Dafundo (SAD), que

organizava torneios de natação e convidava clubes estrangeiros à participação. Como

consequência, começaram a formar-se informalmente alguns grupos no clube, apenas

para uma atividade de caráter exibicional. Oliveira (s.d.) manifesta que foi em 1952 que

uma austríaca, refugiada da II Guerra Mundial, que deu os primeiros passos no

aparecimento da modalidade na SAD. No seguimento desta atividade esporádica da

modalidade, esta acabou por desaparecer nos anos seguintes (Martins et al, 2006).

42

Comité Olímpico Internacional 43

Informação retirada do site dos Jogos Olímpicos, http://www.olympic.org/olympic-games. Consultado

a 2 de Maio de 2013.

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40

Foi na zona norte do país que no final dos anos 70 começaram a surgir novos polos da

modalidade. Ventosa et al (2002). No ano de 1984, o Grupo Desportivo Sopete fez uma

exibição na Póvoa do Varzim e dois anos depois, em 1986, surgiram no Porto, no ISEF,

as primeiras jornadas de divulgação da modalidade" (Martins et al, 2006). Esta ação

teve como objetivo a sensibilização para a modalidade. Ainda a destacar, como

pioneiros da modalidade, o Leixões e o Sporting Clube de Espinho, que apareceu em

1987. (Ventosa et al, 2002).

A 14 de maio de 1987 foi organizado pelo ISEF-UP aquele a que se pode chamar "o

Primeiro Torneio de Natação Sincronizada em Portugal" Oliveira (s.d.). Entre 1987 e

1988, após um período em que a modalidade tinha apenas um carácter exibicional

esporádico, a FPN começou a estruturar um departamento dedicado à NS. (Ventosa et

al, 2002).

Segundo Oliveira (s.d.), até ao final de 1988 houve "um período experimental" em que,

nestes clubes, grupos de jovens praticavam as técnicas da Sincronizada com o objetivo

de dinamizar a modalidade que não tinha ainda carácter competitivo. A partir deste

mesmo ano, Ventosa et al (2002) indica que foram realizadas as primeiras ações de

formação destinadas a técnicos, atletas e juízes e que no verão de 1989, aconteceu o

primeiro campeonato, no Sport Algés e Dafundo, o I Encontro Nacional de Natação

Sincronizada44

. Martins et al (2006) acrescenta ainda que nesse mesmo ano houve ainda

o Torneio de Encerramento na Campanhã45

. Assim apenas a partir de 1989 se começa a

assistir a um desenvolvimento no que respeita à formação e competição de nadadoras

mais jovens e a partir daqui surgem os primeiros clubes federados e as primeiras

competições ajuizadas. (Oliveira, s.d.).

No seguimento da evolução que se pretendia dar à modalidade, e procurando

informação junto do conhecimento e experiência das entidades de outros países, foi

organizado em 1991 o primeiro curso de juízes dado por uma treinadora da RFEN. Já

44

"Um primeiro Torneio na Piscina dos Olivais chamado “Seagram´s Cup”, em 15 e 16 de abril de 1989,

com a participação de quatro clubes (CDUP, SAD, CPPASEAGRAM e SOPETE), despertou o País para

esta disciplina da Natação e a própria Federação que nomeou uma Diretora Técnica Nacional." (Oliveira,

s.d.) 45

"O 1º Torneio organizado pela Federação Portuguesa de Natação realizou-se a 29 e 30 de julho de 1989

na Piscina de Campanhã, no Porto. Esta foi a primeira competição com as normas FINA e só tinha prova

de figuras. Participaram cinco clubes e 20 nadadoras no escalão Minis (até aos 15 anos) e 12 Máxis (mais

de 15 anos)." (Oliveira, s.d.)

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41

no ano seguinte, no X Meeting Internacional do Porto, foi convidada uma equipa

espanhola a fazer uma exibição da modalidade. (Martins et al, 2006).

O primeiro Campeonato Nacional de Natação Sincronizada ocorreu em 1993, na cidade

de Loulé e nessa altura estiveram 48 atletas de seis clubes: CDUP, GDS, SCE,

Portinado, CNA e SAD. A partir deste ano a federação tomou a responsabilidade de

organizar anualmente 3 a 4 provas da modalidade (Martins et al, 2006; Ventosa et al,

2002). A par das competições continuam a existir exibições da modalidade (Ventosa et

al, 2002). No ano seguinte, técnicas espanholas vieram a Portugal dar um curso para

treinadores e um de reciclagem para juízes e neste mesmo ano aparece um novo clube,

FOCA-CNF (Martins et al, 2006).

A primeira internacionalização de atletas portuguesas aconteceu em 1997, no Torneio

Antónia Dávilla em Las Palmas nas Canárias, com nadadoras da Associação Desportiva

Manuel Teixeira Gomes. No ano seguinte o feito tornou a repetir-se graças às atletas

dos clubes SAD e CNA. (Ventosa et al, 2002). Segundo Martins et al (2006), nesta

mesma época o clube SSCTMO de Ovar, abriu portas à modalidade.

Segundo Ventosa et al (2002) no ano de 1998, for organizado em Coimbra, o I Torneio

Ibérico (apenas para atletas de categoria Infantil – 8 aos 12 anos) que contou com a

participação e vários clubes nacionais e de dois clubes oriundos de Espanha: Kallípolis

de Barcelona, e Castalla de Sevilha. Ainda durante este ano, no Porto, foi organizado o

primeiro estágio nacional para atletas das categorias B e C46

. (Martins et al, 2006).

Em 1999 pela primeira houve classificação coletiva por clubes e no final da época

desportiva foi criada a primeira seleção nacional para atletas juvenis (13, 14 e 15 anos)

que vieram a participar na IX COMEN47

Cup em Narbonne, em França. (Martins et al,

2006). Nesta competição “Portugal participou com dois solos: Tamara Antunes

(Associação Desportiva Manuel Teixeira Gomes) e Petra Loureiro (Clube de Natação

da Amadora)” (Ventosa et al, 2002, p.4).

Em 2000, nadadoras portuguesas participaram em duas provas internacionais, o

Campeonato Júnior de França, para a categoria C e a X Taça COMEN em Israel para a

46

B e C são as letras atribuídas às categorias juvenis e juniores, respectivamente. 47

A Confederação Mediterrânica de Natação foi fundada em 1988, em Roma e tem como federações

filiadas alguns países mediterrânicos como Marrocos, Egipto, Tunísia, Itália, San Marino, Espanha,

Turquia, Andorra, Portugal, França, Grécia entre outros. (Ventosa et al, 2002).

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categoria B (Martins et al, 2006). A participação portuguesa aconteceu com dois solos,

de Sílvia Pinto e Genoveva Teixeira; e com um dueto, Genoveva Teixeira e Diana

Peixoto, todas atletas do Clube FOCA – CNF (Ventosa et al, 2002).

Desde então as presenças na prova internacional COMEN foram constantes:

“No ano seguinte, em 2001, em Rijeka, Croácia, participou-se com dois solos,

Sílvia Pinto e Sara Quintela, ambas do Clube de Natação de Felgueiras, e um

dueto, Inês Pais e Sara Castro do Clube de Natação da Amadora. Na edição de

2002, em San Marino, participou-se pela primeira vez com uma equipa

constituída pelas atletas do Clube de Natação de Felgueiras, Sílvia Pinto, Sara

Quintela, Margarida Cunha, Ana Isabel Lopes, Marisa Rodrigues e Isabel Pereira;

dois solos do Clube de Natação de Felgueiras, Sara Quintela e Sílvia Pinto; e dois

duetos também do Clube de Natação de Felgueiras, Margarida Cunha e Ana

Isabel Lopes, e Marisa Rodrigues e Isabel Pereira.” (Ventosa et al, 2002, p.5).

Em 2003, a décima terceira edição da Taça CO.ME.N de Natação Sincronizada foi

organizada pela FPN no Complexo das Piscinas Municipais de Felgueiras e teve a

presença dos seguintes países “Alemanha; Áustria; Canadá; Egipto; Eslováquia;

Espanha; França; Grécia; Holanda; Hungria; Israel; Itália; Inglaterra; Rússia; São

Marino; Suíça; Turquia; Croácia; e Sérvia e Montenegro.” (Ventosa et al, 2002, p.5).

Portugal participou nesta prova com um solo, um dueto e um esquema de equipa

constituído por atletas de vários clubes. Neste mesmo ano houve a introdução de um

novo tipo de prova, o Esquema Livre Combinado (Ventosa et al, 2002).

No Cairo (2004) Portugal participou com um solo, um dueto e uma equipa composta

por atletas do Foca- CNF, CNA e dos SSCTMO. Nestes dois últimos anos os solos e

equipas foram sempre à final das respetivas competições. (Ventosa et al, 2002).

Também no ano de 2004, quatro nadadoras nacionais participaram pela primeira vez

nos Campeonatos do Mundo da categoria Júnior, na Rússia. (Martins et al, 2006).

Em 2005 a seleção nacional não participou nesta competição, em 2006 regressou às

competições internacionais com a obtenção do 12.º lugar nas finais de Solos, de Equipas

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e de Esquema Combinado e com o 15º lugar nas eliminatórias de duetos. E em 2007

também esteve presente na Taça COMEN com as equipas vencedoras do Campeonato

Nacional. (Ventosa et al, 2002).

É de destacar que durante a maior parte das presenças de Portugal em competições

internacionais as nadadoras que compunham a Seleção Nacional eram aquelas que se

sagravam vencedoras dos Campeonatos Nacionais, não havendo por isso uma estrutura

organizada e definida que permitisse que as melhores atletas a nível nacional pudessem

participar.

Segundos dados recolhidos junto de ex. atletas e atuais treinadoras, durante o período de

2008 a 2011 houve uma interrupção da participação portuguesa na taça COMEN,

alegadamente por falta de verbas. Portugal regressou às competições no ano de 2012

com a equipa vencedora do campeonato e este ano, reuniu-se uma seleção nacional com

atletas de diferentes clubes.

A destacar ainda, que durante a história da Natação Sincronizada muitos clubes eram

convidados para participar em exibições, inaugurações, programas de televisão, filmes e

vídeo-clips de norte a sul do país. Estas manifestações consistiam na maioria das vezes

em fazer pequenas apresentações da modalidade ao público e certo era, que em

exibições abertas ao público a "casa estava sempre cheia" e fascinava e intrigava os

presentes.

3. Componentes da modalidade

De facto a NS é uma modalidade abrangente e completa e pode proporcionar ao seu

praticante benefícios vários a nível corporal, autoconhecimento e também em termos de

envolvimento grupal, "… a natação sincronizada é acessível e adequada a todas as

pessoas de qualquer idade, género, composição corporal e nível de aptidão física pois

promove, não só o trabalho individual técnico, como também o trabalho de equipa no

que respeita aos movimentos ou habilidades motoras sincronizadas" (Gray, 1971).

A maior parte dos clubes em Portugal abre a entrada de atletas para a modalidade, numa

vertente recreativa, a partir dos sete anos de idade. E o processo de aprendizagem é

progressivo e contínuo, podendo depois passar-se, ou não, para um âmbito competitivo,

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consoante os objetivos e ambições do praticante. Mas a modalidade exige logo de início

uma adaptação a um novo meio e num processo de trabalho persistente é possível, com

o tempo, alcançar novas fases e conseguir realizar outro tipo de posições e figuras de

grau de complexidade superior. A NS é uma modalidade que exige do praticante muito

trabalho e perseverança.

"Tal como num vulgar processo de adaptação ao meio aquático, o facto de a

praticante não executar a totalidade das habilidades motoras na perfeição, não

deverá ser inibitório de ir mais além, mais concretamente na participação de uma

coreografia básica, que não só motivará para novas aprendizagens, como se

poderá tornar gradualmente mais complexa." (Veríssimo, Silva & Martins, 2010).

3.1 Benefícios

São múltiplos os benefícios associados à prática da modalidade e que atuam aos mais

diversos níveis do bem-estar físico e psicológico. E por isso, Vieira et al (2006) afirma

que a modalidade é um desafio exigente mas cativante e que agrupa o nível físico e

técnico, a beleza, a liberdade de criação e expressão, o sentimento de amizade do grupo

e a envolvência do meio aquático, características que fazem da NS uma modalidade

com muitas histórias para contar. (Vieira et al, 2006, p.10).

Assim, a força, a precisão, a flexibilidade, o controlo da respiração, a coordenação e a

graciosidade são algumas das habilidades exigidas e ensinadas na prática desta

disciplina e que devem ser constantemente trabalhadas simultaneamente para a obtenção

da melhor performance a nível pessoal e dos melhores resultados a nível grupal.

Cancio et al (2009) faz referência a um vasto campo de atividades abrangido pela

disciplina e que exige ao praticante uma imensidão de habilidades situadas em

diferentes áreas, que não apenas o trabalho aquático. São elas as técnicas de nado, as

acrobacias, o ritmo, a musicalidade, as aptidões de ginástica, de dança, de criatividade e

de interpretação da música. Assim, os chamados esquemas são uma fusão de elementos

a nível físico, técnico e artístico que requerem um desenvolvimento das capacidades

físicas, interpretativas e de domínio de elementos simples e/ou complexos, as posições

básicas que em fusão com todas estas características proporcionam um espetáculo de

beleza desportiva.

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Segundo Gray (1980), são sete os benefícios da Natação Sincronizada: educacional,

recreativo, de adaptação ao meio, corporal, de saúde, musical e de competição. O

primeiro diz respeito à capacidade de desenvolvimento, corporal, psicológico, de

disciplina e expressão possibilitada pela modalidade. Ao nível recreativo permite um

envolvimento de todas as idades e géneros providenciado o relacionamento social

através das atividades desenvolvidas. A adaptação e exploração do meio aquático é feita

seguindo a máxima do "feel at one with the water"48

. A vertente corporal facilita um

maior conhecimento do corpo, desenvolvendo a postura, a elegância e a preocupação

com a aparência. Em termos de saúde proporciona benefícios para todo o corpo a todos

os níveis e pode ser um ótimo exercício para patologias respiratórias. A questão musical

incute o gosto pela variedade musical e a aquisição e noção de ritmo. Por último, ao

nível competitivo, educa para a competição saudável e fomenta o espírito de equipa.

Sílvia Rita, ex. atleta e atual treinadora da SAD destaca também as várias exigências da

modalidade:

“É uma modalidade em que podemos juntar a Natação, a dança, o ballet. Tem

portanto uma grande vertente artística, para além de que tem a vertente da

natação pura ao nível do treino. De facto, as atletas acabam por nadar quase

tanto como um nadador de competição e têm depois a parte específica ao nível

de flexibilidade, que é praticamente igual à de uma atleta de ginástica rítmica. E

tem também a parte do ballet que ao nível de postura também é igual ao de uma

atleta desta modalidade. Por último tem a parte ao nível coreográfico que faz da

Natação Sincronizada de facto um Desporto completamente diferente e

fantástico.” (S. Rita, entrevista pessoal, 2 de Outubro de 2013)49

É fundamental dar um destaque especial às técnicas de natação pura desportiva para um

bom rendimento na prática da Natação Sincronizada, esta exige um bom domínio destas

técnicas que abrangem "o controlo da respiração, sentido de ritmo, coordenação e força"

(Martins et al, 2006, p.20).

48

“Sentir-se como um peixe dentro de água.” 49

Consultar Apêndice 2 - Entrevista a Sílvia Rita, treinadora de Natação Sincronizada (2/Outubro/2013).

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3.2 Componente técnica

Na Natação Sincronizada em Portugal, tal como em outras modalidades, os atletas são

divididos por escalão, neste caso de acordo com a sua idade. Existem assim quatro

categorias: infantil dos 8 aos 12 anos; juvenil dos 13 aos 15 anos; júnior dos 16 aos 18

anos e sénior, compreende atletas a partir dos 19 anos. (FPN, 2012).

Geralmente, as inscrições para a modalidade poderão estar condicionadas à realização

de um teste prévio realizado por um professor especializado que avaliará se estão

reunidas as condições necessárias de adaptação ao maio aquático. (Martins et al, 2006)

Como referido, alunos que ainda não estejam adaptados ao meio aquático e não

desenvolvam suficientemente as principais técnicas de natação desportiva não estão

ainda aptos para praticar a modalidade. Por vezes, os alunos fazem a sua preparação nas

piscinas junto dos professores de natação pura e assim que estão aptos iniciam-se na

modalidade de Natação Sincronizada.

Segundo as regras técnicas da FPN (2009- 2013) as provas de Natação Sincronizada são

compostas por solos, duetos, equipas e combinados, os chamados esquemas, sendo estes

coreografados juntamente com a música. Os solos são constituídos por uma atleta, os

duetos por duas atletas, as equipas por quatro a oito atletas e os combinados "têm o

máximo de 10 nadadoras, que realizam uma combinação de Esquemas (Solos, Duetos,

Trios, Equipas). Pelo menos duas partes deverão ter menos de 3 nadadoras e pelo menos

duas partes deverão ter 4 a 10 nadadoras." (FPN - Regulamento de competições

Nacionais 2012/2013, p.7).

Existe ainda uma sessão de figuras, que são nada mais que os elementos técnicos

essenciais à composição dos esquemas e que em termos competitivos são avaliados

também individualmente. Estas figuras são compostas pela junção de várias posições

básicas e movimentos, definidos pela FINA, e existem cerca de 20 posições50

e 20

movimentos51

.

Existem grupos de figuras diversificados para cada um dos escalões e com níveis de

execução e dificuldade distintos, de acordo com escalão para o qual estão destacadas.

Para cada categoria existem 4 grupos de figuras, que em termos de competição, um é

50

Exemplos: Básica dorsal e ventral; perna de ballet simples e dupla; flamingo; encarpada; engrupada;

grua e barril. (FPN Regras Técnicas 2009-2013, Apêndice II - Posições básicas) 51

Exemplos: Passeios; rotação; contra rotação; thrust; delfim; espiras; voltas. (FPN Regras Técnicas

2009-2013, Apêndice III - Movimentos básicos)

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sempre de realização obrigatória e dos restantes três, apenas um é selecionado por

sorteio uns dias antes da competição. Todas as figuras devem ser executadas de acordo

com os requisitos determinados pelos regulamentos da FINA (FPN Regras Técnicas

2009-2013, Apêndice V – Grupos De Figuras):

Neste sentido, Hercowitz & Lamartine (2006) refere que a NS na sua perspetiva

competitiva, engloba então quatro provas, as figuras, o esquema técnico, o esquema

livre e o esquema livre combinado e descreve-as. As figuras são uma prestação

individual de quatro figuras, pré-determinadas, sendo duas de realização obrigatória e

outras duas escolhidas mediante sorteio e sem acompanhamento musical. O esquema

técnico diz respeito a uma prestação individual ou coletiva, com música, erguida com

base em movimentos estabelecidos pelas normas da FINA coordenados com

movimentos livres. O esquema livre é semelhante ao anterior mas a sua construção te

por base, apenas, movimentos livres e sem restrições, e por esta razão também tem uma

maior vertente artística. O esquema combinado é uma performance que combina em

apenas um esquema três provas de NS, o solo, o dueto e a equipa.

Como verificado, os esquemas de Natação Sincronizada acima referidos, concretizam-

se através da junção de movimentos de pernas e braços, posições e elementos técnicos,

alguns deles obrigatórios e definidos pela FINA combinados com outros de escolha

livre e criativa (FPN Regras Técnicas 2009-2013, Apêndice VI – elementos requeridos

para os esquemas técnicos):

“Independentemente da motivação de cada um na natação, os princípios básicos

para a coordenação dos movimentos são os mesmos. Todas as posições corporais

são propulsionadas através da água por movimentos dos braços e pernas. O

desenvolvimento de competências é dificultado pelas distintas posições do corpo

diferentes da sua posição regular e pela incapacidade do ser humano para respirar

debaixo de água. O desenvolvimento dos esquemas está dependente da

aprendizagem a respirar por cima da superfície, e expirar debaixo de água.”

(Vannier, 1968, p.198). 52

52

“Regardless of one's motive in swimming, the principles basic to a coordinated stroke are the same.

The body, on its front, side, or back, is propelled through water by movements of the arms and legs. Skill

development is complicated by the different body position from normal active position and by the human

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Relativamente à avaliação, a das figuras será feita por um painel de juízes do ponto de

vista da perfeição da figura executada e pode ir de uma escala de 0 (completamente

falhada) a 10 (Perfeita). Na avaliação é considerado o desenho (precisão das posições e

transições) e o controlo (extensão, altura, estabilidade, clareza, movimento uniforme).

Durante a sessão de esquemas, existem painéis de seis ou sete juízes que avaliam, para

Esquemas Livres e Combinados, o Mérito Técnico e a Impressão Artística e para os

Esquemas Técnicos, a Execução e a Impressão Geral (FPN Regras Técnicas 2009-

2013).

A Natação Sincronizada comporta ainda a vertente recreativa, para além da perspetiva

mais competitiva. Mas ambas podem coexistir se assim for viável para as escolas de

natação. A vertente recreativa pode ser uma boa aposta para clubes que queiram estrear-

se na modalidade, é o processo pelo qual as atletas passam quando se iniciam na prática

e é o ponto de começo de qualquer treinador que comece a dar treinos de NS. E como

em qualquer modalidade, a vertente competitiva só acontece depois de criadas as bases

estruturais e técnicas que permitam participar em competições.

"Todas as escolas de natação podem comportar a vertente recreativa desta

modalidade. Iniciá-la é bastante fácil, pois à semelhança se todas as atividades

aquáticas, basta dedicação e trabalho. As vertentes competitiva e recreativa podem

surgir individualmente ou em conjunto. A Natação Sincronizada torna-se assim,

mais uma opção viável e interessante para escolas de natação, praticantes e

treinadores." (Martins et al, 2006, p.21).

Sílvia Rita (entrevista pessoal, 2 de outubro de 2013)53

também refere o caráter

recreativo que a modalidade pode ter e que pode ser aproveitado tal como são outras

modalidades, por exemplo de ginásio, não existindo por isso nenhuma obrigação

competitiva, destacando também que ao nível das camadas mais jovens existe este

potencial. Tal como se pratica no ginásio uma aula de grupo, é possível fazer da NS

uma disciplina de lazer e com efeitos benéficos a nível físico e psicológico.

being's inability to breathe under water. Effective stroke development is dependent upon learning to

inhale on top of the surface and exhale below the water's surface.’’ (Vannier, 1968, p.198). 53

Consultar Apêndice 2 - Entrevista a Sílvia Rita, treinadora de Natação Sincronizada (2/Outubro/2013).

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3.3 Competições

Assim, resumidamente, e de acordo, também, com as normas técnicas da FINA, uma

prova de competição em Natação Sincronizada está dividida em duas partes, figuras

obrigatórias e opcionais e esquemas livres (solos, duetos, equipas e combinados)

concretizados por escalão. A categoria sénior apenas se presta às provas de esquemas

técnicos e livres. Em termos de outras especificidades, na prova de figuras, estas

correspondem ao somatório de habilidades motoras executadas como um todo e têm

nomes diferentes e também coeficientes de dificuldades distintos e os esquemas são

limitados em termos de duração.

Mas, para além dos aspetos referidos, são múltiplos os requisitos para a realização de

uma prova de Natação Sincronizada em termos competitivos. A FPN é responsável pela

organização das competições mas cabe às Associações e Clubes locais o apoio à FPN.

Em termos de participação em provas nacionais esta é "reservada a nadadoras filiadas

na Federação Portuguesa de Natação (FPN) como individuais, ou em representação dos

Clubes, ou outras entidades filiadas, mediante o pagamento de uma taxa de inscrição."

(FPN - Regulamento de Competições Nacionais 2012/2013, p.2). Existe a possibilidade

de participarem nestas provas atletas não nacionais, concorrendo em regime extra

competição e nas provas de solo e dueto. Já uma equipa ou combinado que tenha na sua

formação atletas estrangeiras, esta prova será integrada normalmente na competição.

Segundos os Regulamento de Competições Nacionais 2012/2013 da FPN todos os

esquemas são sujeitos a acompanhamento musical que não deve exceder o tempo

regulamentar acrescido o tempo de tolerância, sob pena de penalização. Outras das

exigências nas competições diz respeito aos fatos de banho utilizados pelas atletas sob

os quais deve ser feito um controlo pelo árbitro da prova. Estes não podem por exemplo

ser transparentes, também sob pena de penalização.

A classificação das nadadoras em todas as provas será feita por categorias e o resultado

final do Campeonato deriva do somatório das respetivas percentagens da pontuação

conseguida nas diversas provas, incluindo figuras. Assim existem prémios por

clube/categoria e por época, sendo atribuído o título de Campeão Nacional ao clube que

obtenha uma maior pontuação na soma das pontuações obtidas por categoria e nos

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esquemas livres combinados. (FPN - Regulamento de Competições Nacionais

2012/2013).

No nosso país, geralmente o calendário de provas inclui o Campeonato Nacional de

Verão e o de Inverno, ambos realizados durante dois dias e meio (5 jornadas), a tarde de

6ª feira dedicada maioritariamente à realização de figuras e esquemas técnicos de

equipas e sábado e domingo com a realização dos esquemas. Para além das provas de

níveis realizadas por todo o país.

Em termos competitivos, as piscinas têm de ter as dimensões necessárias à prática da

modalidade. "A profundidade mínima aconselhada poderá variar entre os 110cm e os

200cm" (Martins et al, 2006, pág.21).

3.4 Caminho para um Desporto não discriminatório

Por estranho que possa parece, e como já verificámos, a Natação Sincronizada começou

no século XIX entre homens, através de um grupo de atores. A modalidade despertou o

interesse do público feminino que maioritariamente compõe o universo praticante da

modalidade hoje em dia. Verdade é que, atualmente, apenas mulheres disputam os

Jogos Olímpicos e esta modalidade é uma das duas apenas femininas que está presente

nos Jogos Olímpicos:54

“Em relação há modalidade em si, é um Desporto mais feminino que masculino,

embora no estrangeiro também seja praticado por rapazes, mas não em termos

Olímpicos. Não foi nestes últimos Jogos, foi nos anteriores, a equipa dos EUA

apresentava um homem, mas o Comité Olímpico Internacional não deixou que ele

entrasse na competição pois era o único homem em prova e portanto a equipa ia

ficar em vantagem em relação aos outros países. Penso que a razão tenha sido

essa, a menos que entrassem mais homens em prova, ele poderia ter essa

possibilidade.“ (S. Rita, entrevista pessoal, 2 de outubro de 2013)55

54

A outra modalidade é a ginástica rítmica. 55

Consultar Apêndice 2 - Entrevista a Sílvia Rita, treinadora de Natação Sincronizada (2/Outubro/2013).

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51

Segundo o Jornal Record (2009)56

, o nadador Alemão Niklas Stoepel desenvolveu uma

paixão pela Natação Sincronizada e tentou, juntamente com as entidades alemãs

representar o seu país nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Acontece que, a FINA

rejeitou os seus pedidos afirmando que não há pedidos suficientes para se alterar a regra

e permitir a entrada de homens na competição. Já em 2007 a FINA tinha impedido a

inscrição do atleta em torneios internacionais.

Segundo Vítor Ferreira (2009)57

este atleta que já foi considerado o símbolo da luta para

a igualdade de género e afirmava não desistir do seu sonho de poder representar a

seleção alemã numa competição internacional de renome, alegando também não achar

justo os entraves colocados à participação masculina.

No entanto, já nos Jogos Olímpicos Sidney 2000, o norte-americano Bill May tentou

integrar a equipa norte-americana, possibilidade que também lhe foi negada. (Vítor

Ferreira, 2009)58

E em Beijing 2008, o Californiano Kenyon Smith, que era um dos

melhores nadadores de Sincronizada do mundo, teve também o seu acesso bloqueado

(ABC News, 2012).59

Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o acesso também foi negado a uma equipa de

britânicos que exige que as regras sejam alteradas para os próximos Jogos Olímpicos no

Rio de Janeiro, argumentado que é inacreditável, e até irónico, que os Jogos Olímpicos

defendam a igualdade e que depois não deem a oportunidade a todos de competir,

nomeadamente equipas masculinas formadas (ABC News, 2012).60

Desta forma, podemos considerar, que por enquanto a modalidade em termos Olímpicos

é exclusiva à participação de mulheres, existindo no entanto a tentativa de vários atletas,

junto das entidades competentes, para que a regra seja alterada.

56

‘’Natação sincronizada: Homem reclama igualdade dos sexos’’, 5 de Maio. Página consultada a 20 de

Maio de 2013 <http://www.record.xl.pt/arquivo/interior.aspx?content_id=395816> 57

‘’Não se aceitam cromossomas Y na natação sincronizada’’. Público, 5 de Maio de 2009. Página

consultada a 20 de Junho de 2013. < http://www.publico.pt/noticia/nao-se-aceitam-cromossomas-y-na-

natacao-sincronizada-1378719> 58

‘’Não se aceitam cromossomas Y na natação sincronizada’’. Público, 5 de Maio de 2009. Página

consultada a 20 de Junho de 2013. < http://www.publico.pt/noticia/nao-se-aceitam-cromossomas-y-na-

natacao-sincronizada-1378719> 59

‘’Out Of Synch: Male Synchronized Swimming Team Barred From London Olympics’’, 30 de Julho.

Página consultada a 29 de Agosto de 2013. <http://abcnews.go.com/Sports/olympics/synch-male-

synchronized-swimming-team-barred-london-olympics/story?id=16887027> 60

‘’Out Of Synch: Male Synchronized Swimming Team Barred From London Olympics’’, 30 de Julho.

Página consultada a 29 de Julho de 2013. <http://abcnews.go.com/Sports/olympics/synch-male-

synchronized-swimming-team-barred-london-olympics/story?id=16887027>

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Já em Portugal, reconheceu-se há uns anos a existência de um ou outro elemento61

masculino na prática da NS, apenas a título recreativo e de experimentação. Também

existem registos da participação de homens num esquema de exibição misto do SCE em

2009. O grupo era constituído por 14 elementos, masculinos e femininos, 9 nadadores

de natação pura e 5 de natação sincronizada. Dos 9 atletas de natação pura, 5 eram

homens e em conjunto fizeram uma atuação que ficará para a história do clubes e da

Natação Sincronizada no nosso país.62

Em termos de Clubes e da participação de elementos masculinos numa vertente

recreativa parecem não existir entraves à sua participação, mas essa questão parece

nunca ter sido muito levantada, uma vez que, na realidade este fenómeno acaba por não

acontecer, senão meramente em situações pontuais de experimentação e/ou espetáculos,

como os casos acima referidos.

Ainda assim, os Estatutos da FPN referem-se sempre aos praticantes de NS, no

feminino (as nadadoras, as atletas, as praticantes, etc.), o mesmo acontece com os

agentes envolvidos quando fazem menção aos praticantes da modalidade, um fenómeno

quase de convenção, mas sem recurso a razões ou argumentos válidos e

regulamentados.

Esta questão parece colocar-se unicamente por questões culturais e por não existir ainda

esta tradição de participação de homens em modalidades conotadas com o género

feminino, para além de que, mesmo internacionalmente, esta tendência ainda não está

vulgarizada mas, como já verificado, começa a passos largos a caminhar para um novo

panorama não discriminatório e que abre a NS tanto a mulheres, como a homens, com

os mesmos direitos.

Deste modo, é importante olhar para a modalidade numa extensão à participação

masculina, abrindo um novo Pólo de atuação que permita numa primeira fase a prática

de NS a homens num prisma recreativo, da mesma forma que podem existir treinadores

e árbitros envolvidos com a modalidade, e onde esta questão não se coloca atualmente.

61

Não existem dados específicos, apenas se sabe que de facto existiram. 62

Fonte: EspinhoTv, www.espinho.tv

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4. Estado da Arte em Portugal

Após entrevista com a Diretora Técnica da Natação Sincronizada em Portugal

concluímos que a modalidade, após um pico de desenvolvimento razoável, encontra-se

atualmente, de há cerca de 4 anos para cá, numa fase de estagnação. No entanto, a nova

direção da FPN, que tomou posse em Fevereiro deste ano, em especial a direção da

Natação Sincronizada, tem em mente uma série de projetos e propostas de modo a

dinamizar a modalidade no nosso país. E de facto ainda há muito trabalho a fazer,

principalmente no que respeita à Comunicação e à divulgação da modalidade aos

diferentes públicos e também em relação à formação de técnicos especializados.

4.1 Levantamento de dados

Em termos de números, a Natação Sincronizada no nosso país reflete-se,

aproximadamente, da seguinte forma63

:

Atletas filiados 300

Atletas a competir 150

Juízes pontuadores 20

Juízes Internacionais 4

Clubes em competição 16

Clubes com NS Entre 20/30

Competições anuais 2

Associações envolvidas 15

Tabela 1 - Dados sobre a Natação Sincronizada em Portugal

De facto, são escassos os recursos informativos relativamente à situação atual da

Natação Sincronizada em Portugal. Ainda assim, a ANL criou um projeto de

desenvolvimento da modalidade, para o qual fez um estudo com resultados

compreendidos entre 2008 e 2011.

63

Os dados foram fornecidos pela FPN e definem uma estimativa.

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A Natação Sincronizada, "apesar dos vários sucessos individuais e coletivos alcançados

ao longo da sua história, é a modalidade desportiva que menor visibilidade tem dentro

do universo da ANL" (Projeto de Desenvolvimento Regional de Natação Sincronizada,

ANL, 2011).

O mesmo parece ocorrer a nível nacional, segundo dados da ANL, o número de

praticantes de NS representa a menor percentagem no grupo de modalidades

representadas pelas associações de natação. O próprio número de equipas é inferior em

relação às outras modalidades desportivas. (Projeto de Desenvolvimento Regional de

Natação Sincronizada, ANL, 2011) Segundo o mesmo estudo, o ano de 2011 teve um

decréscimo a nível nacional em relação ao ano de 2010. No entanto, os valores de

crescimento foram superiores aos de 2008 e 2009.

Assim há que destacar que a maior percentagem de atletas praticantes está concentrada

na zona Norte, abrangida pela ANNP (20%), seguindo-se a ANALG (16%), a ANS

(14%) e a ANL (13%). Existem ainda outras entidades envolvidas, são elas:

Na zona Norte, para além da ANNP - Associação de Natação do Norte de Portugal,

existe a ANC - Associação de Natação de Coimbra, ANA- Associação de Natação de

Aveiro, ANMIN - Associação de Natação do Minho e a ARNN - Associação Regional

de Natação do Nordeste.

Na zona centro destaca-se a ANIC - Associação de Natação do Interior Centro, a

ANDS - Associação de Natação do Distrito de Santarém e a ANDL - Associação de

Natação do Distrito de Leiria.

Na Zona Sul, para além da ANL - Associação de Natação de Lisboa e da ANALG -

Associação de Natação do Algarve, temos ainda a ANALEN Associação de Natação do

Alentejo.

Nos arquipélagos temos a ANM - Associação de Natação da Madeira e a ANARA -

Associação de Natação dos Açores.

De destacar também a importância da APTN - Associação Portuguesa dos Técnicos de

natação, a entidade máxima "para o desenvolvimento da Natação Portuguesa através da

produção e divulgação de conhecimento, da melhoria de competências e representar os

Técnicos da Natação Portuguesa." (Site APTN) e a ANAN - Associação Nacional de

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árbitros de Natação "… que abrange todos os elementos da Arbitragem de Natação:

Natação Pura, Água Abertas, Natação Sincronizada, Pólo Aquático e Saltos para a

Água, ou outras que venham a ser definidas na alçada da FPN, com habilitações

específicas para esta atividade e que a ela tenham livremente aderido." (Estatutos

ANAN)

Ao nível da região onde atua a ANL não tem conseguido acompanhar o crescimento da

modalidade, em relação a outros polos que entretanto se evidenciaram. As principais

razões apontadas são a pouca visibilidade da NS e o facto dos clubes associados

acreditarem que a prática da modalidade exige muito tempo de ocupação de piscina

comparativamente com as outras disciplinas. (Projeto de Desenvolvimento Regional de

Natação Sincronizada, ANL, 2011)

Desta forma, o panorama atual da ANL passa por reestruturar a forma como a NS é

vista, criar condições que favoreçam a implementação da prática, através de apoios por

exemplo, a novos núcleos e criar sinergias com autarquias e parceiros, no sentido de

dinamizar a evolução da modalidade. Assim, a associação define como objetivos para

alargar a dinamização a nível regional e nacional,"…dar visibilidade regional à

modalidade; aumentar o número de atletas filiados; aumentar o número de clubes com a

modalidade; organizar um Campeonato Regional; aumentar a representatividade no

panorama nacional; estabelecer domínio nacional no sucesso dos praticantes da ANL."

(Projeto de Desenvolvimento Regional de Natação Sincronizada, ANL, 2011).

Desta forma, a partir do caso da ANL é possível repercutir para a maioria das restantes

associações regionais o panorama atual da modalidade, que se prende essencialmente

com o desconhecimento da modalidade e com a necessidade de dinamizar e fomentar a

modalidade de Natação Sincronizada a nível regional e como consequência a nível

nacional.

Atualmente a FPN organiza por época duas competições nacionais, no entanto, para esta

época a nova comissão da FPN tem previsto um alargamento de provas no calendário.

4.2 Atualidade

Segundo Marta Martins, Diretora Técnica da Natação Sincronizada, (entrevista pessoal,

8 de Outubro de 2013) os principais problemas que a modalidade atravessa atualmente

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passam essencialmente pelo próprio desconhecimento da atividade, que faz com que os

clubes não invistam no desporto (tanto a nível recreativo, oferecendo a modalidade,

como competitivo, cedendo as condições necessárias à prática), os atletas não a

procurem e não haja técnicos formados e preparados para ensinar Natação Sincronizada.

Para além dos já conhecidos problemas financeiros e falta de apoios e patrocínios64

:

"Continuamos como há 20 anos, sem uma modalidade devidamente estruturada,

meia dúzia de técnicos, uma dezena de clubes, 50 atletas federadas. Realizamos

apenas duas provas nacionais! Não temos provas regionais! Não fazemos

formação de técnicos. Não vamos a competições internacionais" (Oliveira, 2012)

Atualmente a nova direção responsável pela Natação Sincronizada prepara um

calendário da época focado em alguns pontos essenciais: formar técnicos,

proporcionando cursos de nível 1 (para treinadores de escolas) e nível 2 (para

treinadores de competição); aumentar o número de competições, preparar a seleção

nacional para competições internacionais e fazer um trabalho a longo de prazo para uma

possível ida aos Mundiais 2015 e aos Jogos Olímpicos 2016. (M. Martins, entrevista

pessoal, 8 de Outubro de 2013)65

Assim, é necessário encontrar um caminho que permita colmatar algumas falhas da

modalidade que não permitem que esta avance para maiores sucessos. Segundo Oliveira

(2012) "Podemos sonhar como uma Natação Sincronizada mais evoluída? Podemos,

mas precisávamos de ter um projeto de desenvolvimento. Um projeto que possibilitasse

ter mais clubes, mais praticantes, mais formação!"

Um dos pontos que deve ser destaco é a componente recreativa da modalidade e que

pode ser uma aposta para a dinamização da Natação Sincronizada:

64

Consultar Apêndice 4 - Entrevista a Marta Martins, Diretora Técnica da Natação Sincronizada

(8/Outubro/2013). 65

Consultar Apêndice 4 - Entrevista a Marta Martins, Diretora Técnica da Natação Sincronizada

(8/Outubro/2013).

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“Ser uma modalidade não só competitiva mas de exibição, ao nível do espetáculo.

Acho que os portugueses em geral e as empresas de publicidade, por exemplo,

poderiam investir mais nesta modalidade porque, para além de oferecerem às

pessoas um espetáculo completamente diferente, também iriam abrir portas para

que a modalidade crescesse mais rapidamente.” (S. Rita, entrevista pessoal, 2 de

Outubro de 2013)66

4.3 Seleção Nacional

Em termos de Seleção Nacional existe atualmente uma equipa portuguesa, constituída

pelas melhores atletas a nível nacional, escolhidas segundo os requisitos necessários

pela Diretora Técnica, Marta Martins. Pretende-se preparar esta seleção com treinos e

estágios para virem ainda este ano a representar o país em competições no estrangeiro,

como meio de adquirirem experiência, conhecimento, melhorarem técnica e

artisticamente e também como foco de motivação das atletas. O principal entrave às

deslocações a provas estrangeiras prende-se essencialmente com a falta de verbas

disponíveis, que a FPN vai tentar colmatar com patrocínios e reestruturação de

orçamentos.

4.4 Desafios

Assim, os principais desafios na modalidade atualmente passam essencialmente por:

divulgar a modalidade junto de possíveis praticantes, possíveis técnicos e juízes, clubes,

associações e instituições de ensino superior da área desportiva; apostar na formação de

técnicos, dando resposta às necessidades de alguns clubes de especialistas na

modalidade e, posteriormente incentivando ao surgimento de novos polos de Natação

Sincronizada por todo o país, e com isto conseguir aumentar o número de equipas e

praticantes e também negociar apoios, protocolos e patrocínios junto de empresas e

instituições.

66

Consultar Apêndice 2 - Entrevista a Sílvia Rita, treinadora de Natação Sincronizada (2/Outubro/2013).

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Capítulo IV - Comunicação no Desporto

O desporto é uma característica universal da cultura popular. Assim, como

podemos comunicar sobre o desporto, como o desporto nos é comunicado e o que

é comunicado pelo desporto fornece uma visão crítica sobre as nossas

identidades, relacionamentos, comunidades, profissões, e política. (Butterworth in

IACS, 2013) 67

1. Comunicação, sociedade e tendências

As mudanças sociais ocorrem a grande velocidade e modificam os comportamentos dos

indivíduos e as dinâmicas que ocorrem no seio da sociedade. Assim, vão surgindo novas

tendências que dão resposta às novas exigências. Naisbitt, no livro Macrotendências:

dez novas orientações que transformam as nossas vidas apresenta 10 macro tendências

que marcam a sociedade atual: a passagem de uma sociedade industrial para uma

sociedade baseada na informação; um direcionamento para a tecnologia orientada para

as pessoas; a passagem de uma economia local e isolada para uma economia global;

orientação para uma sociedade de considerações e recompensas a curto-prazo, mas com

o objetivo de tratar de questões a longo-prazo; capacidade inovadora de conseguir

resultados da base para o topo; independência da assistência institucional para

passarmos a ter confiança individual; democracia participativa; favorecimento das

estruturas de informação ao invés das estruturas hierárquicas; as relações Norte-Sul;

múltiplas opções numa sociedade livre. (Naisbitt, 1988).

As tendências identificadas pelo autor vão ao encontro de aspetos considerados por

outros autores (Popcorn, 1991; Kennedy, 1993, Minkin, 1999, Pires et al, s.d). E entre

eles podemos encontrar a Comunicação.

67

“Sport is a universal feature of popular culture. Thus, how we communicate about sport, how sport is

communicated to us, and what is communicated by sport provide critical insights about our identities,

communities, relationships, professions, and politics.” (Butterworth in IACS, 2013). Fonte: International

Association for Communication and Sport, www.communicationandsport.com, da qual Michael

Butterworth é Diretor Executivo.

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Num mundo de mudança, complexidade e imprevisibilidade, também é verdade que o

Desporto está a evoluir a “uma velocidade vertiginosa” estando sujeito “às mais

diversas contingências do ambiente”. (Pires, s.d, p.22) Estas transformações exigem

também novas formas de adaptação das organizações aos diferentes cenários possíveis e

estamos por isso numa “dimensão ecossistémica, pentadimensional e de geometria

variável, porque temos um Desporto a interagir com o seu ecossistema em função das

múltiplas transformações que nele se processam.” (Pires, s.d, p.29).

Desta forma, e tendo as organizações diferentes objetivos e uma missão a concretizar

nesta ambiente multivariável, é necessário encontrar métodos que permitam a

concretização dos fins a que se propõem. Assim, a Comunicação é o principal motor

deste processo que também passa pela construção ou desenvolvimento da própria

marca. (Sacavém, in Pires, s.d.)

2. Diferentes abordagens da Comunicação

Para Fiske (2001), a Comunicação é uma atividade central à natureza humana que

envolve signos e códigos transmissíveis, ou tornados acessíveis ao outro, sendo

fundamental social e culturalmente e é vista pelo autor como “uma interação social

através de mensagens” (Fiske, 2001, p. 14).

Ao falarmos deste conceito, no seu sentido global, é importante referir a existência de

duas paradigmas principais que contribuíram para o estudo da Comunicação – um que

analisa a Comunicação como um processo que envolve transmissão de mensagens; e um

segundo que vê a Comunicação, como “geradora de significação”, revelando-se na

produção e troca de significados, tendo por isso, uma abordagem semiótica do conceito.

(Fiske, 2001).

2.1 Abordagem processual

Não se pode abordar a escola processual sem fazer referência ao contributo de Shannon

e Weaver, principais mentores desta abordagem de Comunicação como transmissão de

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mensagens. Os dois autores apresentam um processo linear que abarca as noções de

fonte, transmissor, sinal, recetor e canal – a Teoria Matemática da Informação. Nesta

teoria a fonte decide e seleciona a mensagem a ser enviada, esta é depois transformada

pelo transmissor, num sinal enviado ao recetor por meio de um canal (Fiske, 2001).

Dentro da mesma abordagem, Lasswell apresenta o modelo de Comunicação de Massas,

que valoriza a questão do efeito, ao invés da significação. Este modelo é constituído por

cinco estádios: quem, diz o quê, em que canal, a quem, com que efeito. Assim, através

desta perspetiva, a Comunicação é vista como um processo de transmissão de uma

mensagem de A para B e concentramo-nos nos conceitos de meio, canal, transmissor,

recetor, ruído e feedback (Fiske, 2001).

2.2 Abordagem semiótica

Existem ainda abordagens que colocam o enfoque na significação enquanto resultado da

Comunicação. Segundo Fiske (2001, pg.61), esta abordagem traz uma nova enfâse ao

estudo da Comunicação e traz até a este campo uma série de novos conceitos, todos eles

referentes a diferentes formas de criar significação, são eles: signo, significação, ícone,

índice, denotar e conotar.

Assim, os modelos de significação colocam como base para a sua abordagem os

seguintes elementos: o signo, aquilo a que ele se refere e os utentes do signo. Para

Peirce (in Fiske, 2001, p.64) “Um signo refere-se a algo diferente de si mesmo – o

objeto -, e é compreendido por alguém, ou seja, tem um efeito na mente do utente – o

interpretante68

”.

Já outro autor, Saussure, destaca-se na sua abordagem pelas preocupações com a

linguagem e centra-se de uma forma mais direta na questão do signo, que segundo ele o

signo comporta um significante e um significado. O primeiro refere-se à imagem do

signo tal como a percebemos, e o segundo é o conceito mental a que se refere e que é

comum, geralmente, a indivíduos que partilham as mesmas características culturais e

linguísticas (Fiske, 2001).

68

Entende-se por interpretante “o próprio efeito significativo” (Peirce, in Fiske, 2001, p.65).

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61

2.3 Abordagem sistémica

Ludwig Von Bertalanffy (Bertrand & Guillemet, 1994, p.29) acreditava que um

organismo é um todo maior que a soma das suas partes e a única forma de explicar e

compreender um fenómeno é analisando-o como um todo e não em partes e processos

isolados. Assim, desenvolveu o conceito de sistema69

, elaborando a Teoria Geral dos

Sistemas – o conjunto de elementos que compõem os sistemas procuram alcançar o

equilíbrio do sistema através da autorregulação, a chamada homeostase70

(Ferreira et al,

2001).

Neste sentido, na perspetiva de Bertalanffy é fundamental ter uma noção de organização

na sua totalidade e sujeita a relações de interdependência e interação entra as várias

partes que compõe o sistema. Desta forma, na teoria geral dos sistemas, para explicar e

compreender os fenómenos é necessário observá-los de forma global e integrada.

(Ferreira et al). Da própria ideia de interação entre as diversas partes, surge o conceito

de subsistemas, que se interligam como um todo, numa visão holística que não permite

plenamente conhecer o todo sem analisar as partes e o seu próprio nível de

complexidade, numa perspetiva integrada (Hatch, 1997).

Esta teoria parte da diferenciação entre sistemas fechados71

e sistemas abertos. Os

primeiros são aqueles que "estão isolados do seu meio ambiente", já os sistemas abertos,

caracterizam-se pela equinifinalidade72

e pela entropia negativa73

. (Ferreira et al, 2001).

69

“Um sistema é algo composto por partes inter-relacionadas. Cada parte é concebida como afectando as

restantes e dependente do todo. O uso do termo ‘algo’ mostra-nos quão genérica a Teoria Geral de

Sistemas é.” (Hatch, 1997, p.34). 70

“O conceito de homeostasia é definido como o equilíbrio dinâmico dos sistemas através da

autorregulação. Esta é conseguida com base nos dispositivos de feedback que permitem obter a

informação imprescindível para atingir o equilíbrio.” (Ferreira, Neves & Caetano, 2001, p.58). 71

Não existem sistemas totalmente fechados, apenas mais fechados ou mais abertos. 72

"É um princípio da teoria geral dos sistemas desenvolvido por Bertalanffy. O sistema aberto, segundo

este autor, pode alcançar o mesmo estado final, utilizando percursos variados e, ainda, com a hipótese de

recorrer a condições iniciais diferenciadas. A equinifinalidade permite às organizações, enquanto sistemas

abertos, adaptar-se e funcionar de forma diferenciada para obtenção dos mesmos resultados" (Ferreira,

Neves & Caetano, 2001, p.59). 73

‘’A entropia é um segundo princípio da termodinâmica que nos diz que todas as formas organizadas do

sistema tendem para a desorganização e a desintegração. Os sistemas abertos, contrariamente aos sistemas

fechados, para além de produzirem entropia positiva têm também a possibilidade de produzirem entropia

negativa. O sistema aberto, como importa energia do ambiente circundante, pode utilizá-la como entropia

negativa e inverter a tendência da desorganização e da desintegração, readquirindo o equilíbrio estrutural

e funcional." (Ferreira, Neves & Caetano, 2001, p.59).

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“Assim, um sistema define-se como um todo organizado formado por elementos

interdependentes, que está rodeado por um meio exterior (environment); se o

sistema interage com o meio exterior é designado por sistema aberto; as relações

do sistema com o meio exterior processam-se através de trocas de energia e/ou

informação e designam-se por input ou output; os canais que veiculam o

input/output de informação ou energia designam-se por canais de comunicação.’’

(Silva, 2006, p.4).

Em termos da teoria organizacional, os sistemas abertos são "todas as organizações,

quer no seu funcionamento interno quer nas modalidades de interação com o ambiente

externo, são objeto de uma tendência para o crescimento, a diferenciação e a

competição" (Ferreira, Neves & Caetano, 2001, p.51). Facto é que o desenvolvimento, o

crescimento e a evolução de uma organização só é possível através da sua capacidade de

interação com o ambiente em que está inserida.

Para esta teoria contribuíram também as noções de outros autores, como Herbert

Spencer, que introduziu os conceitos de inputs e outputs, os quais são elementos fulcrais

para a subsistência das organizações, uma vez que estas importam recursos, energia,

informação e matéria-prima do meio envolvente externo, ou seja os inputs, e depois são

exportados para este mesmo ambiente na forma de bens e serviços, ou seja outputs.

(Ferreira, Neves & Caetano, 2001). Ou seja, trata-se de um processo de transformação e

transação de elementos no ambiente externo.

Katz e Kahn in Ferreira, Neves & Caetano (2001) defendem este modelo teórico para a

compreensão das organizações, referindo-se a um sistema de energia num processo de

input-output, no qual a energia do output reativa o sistema. Deste processo resultam

transações entre a organização e o seu meio ambiente e isso justifica porque é que as

organizações são maioritariamente sistemas abertos

É importante ainda referenciar o conceito de feedback, que permite “obter uma retro

informação que diz respeito à produção dos seus outputs” (Ferreira, Neves & Caetano,

2001, p.60), num mecanismo de autorregulação que usa a informação para orientar a

organização social:

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“De acordo com a teoria cibernética, os princípios da regulação e retroação são

aplicáveis universalmente: os sistemas inorgânicos regulam-se através de

operações de massa ou energia, os sistemas orgânicos regulam-se através de

operações de informação e/ou energia, os grupos, as instituições e sociedades, por

sua vez, mantêm o bom funcionamento e a coesão interna através do feedback de

informação e operações de regulação.” (Silva, 2006, p.4)

Assim, é a partir da ideia de sistemas abertos que surge uma perspetiva sistémica, a

visão mais comum aplicada às Relações Públicas, enquanto um subsistema adaptativo.

Trata-se de uma visão funcional, que facilita a adaptação mútua entre a organização e o

meio, que inclui os Stakeholders74

com os quais se relaciona. É neste sentido que em RP

se fala de relações mutuamente dependentes, estabelecidas e mantidas entre as

organizações e os seus púbicos. (Broom, 2009, p.188).

Tal como na teoria dos sistemas, os conceitos de ajustamento e adaptação estão

presentes no conceito de Relações Públicas. Surge assim uma definição de sistema que

é a base da aplicação desta teoria às Relações Públicas: "Um sistema é um conjunto de

unidades de interação que perdura ao longo do tempo dentro de um limite estabelecido

de resposta e adaptação às mudanças no ambiente para alcançar e manter estados de

equilíbrio." (Broom, 2009, p.188).75

Tal como refere Broom (2009), as organizações e os Stakeholders correspondem às

unidades que interagem e mantêm ou virão a manter relações – daí a importância das

Relações Públicas enquanto função estratégica. São estas interações organização-

públicos que definem os sistemas, e por isso, num sistema de relação e interdependência

entre a organização e os seus públicos, onde estes estão envolvidos e são afetados pela

organização e a própria organização está envolvida e é afetada pelos seus públicos.

74

“(…) um indivíduo ou grupo de indivíduos que são afetados pelas decisões de uma organização, ou

cujas decisões afetam a organização.” (Steyn & Puth, 2000, p.5). 75

“A system is a set of interacting units that endures through time within an established boundary by

responding and adjusting to change pressures from the environment to achieve and maintain foal states”

(Broom, 2009, p.188).

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64

3. Comunicação Estratégica / Relações Públicas

Assim, revistos os conceitos de Comunicação numa vertente originária e redutora,

interligando-os a uma perspetiva de Relações Públicas como um sistema aberto, é

possível fazer-se uma abordagem às Relações Públicas enquanto estratégia, que é a base

do desenvolvimento deste projeto, e a sua adaptação a um sector específico, o do

Desporto.

Não é fácil encontrar uma definição para o conceito de Relações Públicas, uma vez que

um só conceito pode abarcar diferentes significados e, a própria atividade “is an

umbrella term” que cobre diversos âmbitos de atuação. Para além disso a própria

natureza da Comunicação está a mudar, o que também dificulta a acessão de um

conceito que delimite todas as vertentes e significados do termo. No entanto, há um

ponto que é comum, as Relações Públicas são uma atividade fundamental na gestão das

organizações (White & Mazur, 1995).

Segundo White & Mazur (1995, p.12) as Relações Públicas envolvem um processo de

relação e influência que pressupõe um diálogo bidirecional entre os públicos e a própria

organização. As RP são uma função estratégica e por isso devem fazer parte da gestão

corporativa das organizações. Deste modo, os autores veem nas RP um processo que

exige comunicação e feedback e que por isso, não deve servir apenas os interesses

estratégicos da organização, até porque as RP devem obedecer ao seu próprio direito.

“… é influenciar o comportamento de grupos de pessoas em relação a outros. A

Influência deve ser exercida através do diálogo - e não monólogo - com todos os

diferentes públicos da organização, com as Relações Públicas tornando-se uma

função respeitada, atuando como um recurso estratégico e ajudando a implementar

estratégia corporativa". (White & Mazur, 1995, p.12).76

76

“… is to influence the behavior of groups of people in relation to each other. Influence should be

exerted through dialogue – not monologue – with all the different corporate audiences, with public

relations becoming a respected function in its own right, acting as a strategic resource and helping to

implement corporate strategy.” (White & Mazur, 1995, p.12).

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Para Lesly (1997) as RP podem ser definidas como a atividade que ajuda à adaptação

das organizações aos seus públicos uns aos outros, e Lloyd acrescenta ainda a

necessidade de que este ajustamento seja planeado, intencional e sem um caráter

esporádico. Para o autor, neste relacionamento o objetivo é que as relações de

entendimento sejam continuas e duradouras, “… as Relações Públicas são o esforço

deliberado, planeado e continuo para estabelecer e manter o entendimento mútuo entre

uma organização e o seu público” (Lloyd, 1995, p. 19).

Dentro do mesmo alinhamento também a PRSA define um conceito baseado em

relações win-win77

entre as organizações e os seus Stakeholders, destacando também a

importância estratégia da atividade: “As Relações Públicas são um processo estratégico

de comunicação que cria relações mutuamente benéficas entre as organizações e os seus

públicos’’ (PRSA, 2012).78

Outro contributo importante é o de Harlow (Broom, 2009, p. 24) que compilou cerca de

500 definições, tentando identificar os elementos comuns mais presentes nestas noções

para a construção de uma definição de Relações Públicas ampla e multidimensional.

Harlow chegou assim a uma solução, que considera a mais abrangente:

“As Relações Públicas são uma função de gestão distinta, que ajuda a organização

a estabelecer e manter linhas mútuas de comunicação, entendimento, aceitação e

cooperação entre a organização e os seus públicos; envolve a gestão de problemas

ou assuntos; auxilia a gestão a manter-se informada sobre a opinião pública e

pronta para responder perante esta; define e enfatiza a responsabilidade da gestão

em servir o interesse público; auxilia a gestão a preparar-se e a utilizar a mudança;

apresenta-se como uma função que permite antecipar tendências; e utiliza a

investigação e as técnicas de comunicação ética como as suas principais

ferramentas” (Harlow in Broom, 2009, p. 24).79

77

Para Grunig (2001, p.235) a “zona win-win é definida como “(…) uma série de resultados da campanha

em que ambas as partes consideram suficientemente satisfatória.” 78

“Public relations is a strategic communication process that builds mutually beneficial relationships

between organizations and their publics.” (PRSA, 2012). 79

“Public Relations is the distinctive management function which helps establish and maintain mutual

lines of communication, understanding, acceptance and cooperation between an organization and its

publics; envolves the management of problems or issues; helps management to keep informed on and

responsive to public opinion; defines and emphasizes the responsibility of management to serve the public

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Também Cutlip, Center e Broom (2009, p.6), numa das obras de referência das

Relações Públicas, Effective Public Relations, apresentam uma definição para o

conceito, “São a função de gestão que identifica, estabelece e mantêm, relações

mutuamente benéficas entre a organização e os seus públicos, de quem depende o seu

sucesso”.80

Os autores destacam o papel dos públicos e do eficaz relacionamento com

eles para o sucesso de organização, uma vez que são eles os principais atores no

processo de envolvimento da organização com o seu meio envolvente e é deles que

depende a notoriedade da própria organização e dos seus produtos e/ou serviços.

Assim, podemos destacar três fatores importantes na definição do conceito: o seu

carácter bidirecional, o relacionamento com diversos públicos e também a criação e

gestão de relações estáveis e duradouras entre uma organização e os seus públicos.

3.1 Estratégia

Sendo o conceito de Relações Públicas polissémico e envolvendo uma série de noções

que vão muito para além das técnicas que fazem a mediação da relação entre a

organização e os seus públicos, é legítimo afirmar que as RP contribuem para a gestão

da organização e para alcançar os objetivos a que se propõe:

“Se as relações públicas tornam as organizações mais eficazes através da

construção de relacionamentos a longo prazo com os seus públicos estratégicos, é

apenas um pequeno salto lógico deduzir que as relações públicas devem participar

do planeamento estratégico da organização e os programas de comunicação

devem ser geridos estrategicamente para ter esse efeito." (Grunig, 1992, p. 117). 81

interest; helps management keep abreast of and effectively utilize change, serving as an early warning

system to help anticipate trends; and uses research and sound and ethical communication as its principal

tools.” (Harlow in Broom, 2009, p. 24). 80

“Public relations is the management function that establishes and maintains mutually beneficial

relationships between an organization and the publics on whom its success or failure depends.” Cutlip,

Center e Broom (2009, p.6), 81

“If public relations makes organizations more effective by building long-term relationships with

strategic constituencies, it is only a small logical jump to deduce that public relations must participate in

the organization’s strategic planning and that communication programs must be managed strategically to

have that effect.” (Grunig, 1992, p. 117).

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A prática efetiva das Relações Públicas é considerada por White & Mazur (1995) como

“excelente, exige e deve suportar uma estratégia em consonância com os objetivos da

organização e com as suas bases culturais e corporativas, e deve conseguir tornar a

organização bem-sucedida. E é neste sentido que Grunig (1992), acredita que para

serem estratégicas, as RP devem estar em consonância com a visão e missão da

organização, que é a sua razão de ser, e idealmente devem também contribuir para a sua

conceção

Mas afinal a que se refere o conceito de estratégia? Parece não haver consenso, uma vez

que por um lado é um conceito multidimensional, e por outro está inerente à situação,

variando de acordo com o setor de atuação. (Hambrick in Kitchen, 1997).

Vários autores se debruçaram sobre o significado desta palavra. Argyris (1985),

Mintzberg (1989) e Steiner & Miner (1977), definem o conceito com base no facto de

ser um elemento potencial para a gestão estratégica na relação entre a própria

organização e o meio envolvente, pois, segundo Kitchen (1997) só assim é possível

encontrar o melhor encaixe entre a organização e o seu ambiente externo.

Refletindo sobre o âmbito multifacetado do conceito, Mintzberg sugeriu cinco

alternativas, os 5 Ps: Plan, Ploy, Pattern, Position e Perspective82

.

“Assim, as cinco definições de Mintzberg permitem adotar ideias da natureza por

vezes e emergente da estratégia (estratégia como um "padrão’), de estratégia como

um meio de situar uma organização no seu ambiente (estratégia como uma

‘posição’), de uma estratégia como um conceito dentro do pensamento do

estratega (estratégia como uma ‘perspetiva'), e a noção de que a estratégia pode às

vezes ser vista simplesmente como uma manobra para competidores iludirem

(estratégia como um ‘ truque’).” (Kitchen, 1997, p. 46). 83

82

Plano, estratagema, padrão, posição e perspetiva. 83

"Thus Mintzberg's five definitions embrace ideas of the sometimes emergent nature of strategy (strategy

as a 'pattern’); of strategy as a means of locating an organisation in its environment (strategy as a

'position'); of a strategy as a concept within the head of the individual strategist (strategy as a

'perpective'); and the idea that strategy can sometimes be seen as simply a manoeuvre for outwitting

competitors (strategy as a 'ploy')." (Kitchen, 1997, p. 46).

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Chaffe (1985) definiu três perspetivas de estratégia, a linear, a adaptativa e a

interpretativa. A primeira enfatiza o aspeto do planeamento da estratégia; a segunda

foca-se na importância da estratégia como um meio pelo qual as organizações procuram

responder à natureza versátil do ambiente; e a terceira, enfatiza a mesma com base num

"mapa cognitivo" que interpreta as mudanças e o tipo de resposta dado pelas

organizações. (Chaffe in Kitchen, 1997).

Stoldt, Dittmore & Branvold (2012) definem gestão estratégica como um conjunto de

tomada de decisão e de definição de ações que resultam numa formulação e na

implementação de plano estrategicamente desenhado para alcançar os objetivos das

organizações. E é composto por uma série de tarefas: formulação da missão, análise

SWOT, identificação de opções desejáveis, desenvolvimento de objetivos a curto e

longo prazo, implementação de opções estratégicas através da alocação adequada de

recursos e avaliação.

A Gestão Estratégica das Relações Públicas pode então ser entendida como um processo

em que se pensa global, ou seja, tendo em conta todas as variáveis das quais a

organização depende ou vice-versa. É neste sentido que Grunig (1992) define o conceito

de Gestão Estratégica das RP “…um processo de pensamento através da missão

corrente da organização, pensamento através das condições correntes da envolvente, e a

combinação destes elementos seguindo um guia para as decisões e resultados de

amanhã.” (Grunig, 1992, p. 119).84

Assim, as Relações Públicas devem estar em plena

relação de interdependência com todos os intervenientes no processo, desde a

organização aos públicos.

“As Relações Públicas são geridas estrategicamente quando se identificam as

partes interessadas, os segmentos de públicos ativos a partir de categorias de

partes interessadas, e resolve os problemas criados pela interação entre a

organização e os públicos, através de programas de comunicação simétrica

84

“…a process of thinking through the current mission of the organization, thinking through the current

environment conditions, and then combining these elements by setting forth a guide for tomorrow’s

decisions and results.” (Grunig, 1992, p. 119).

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(estratégias interativas ou catalisadoras) desde o desenvolvimento das questões.”

(Grunig, 1992, p.150).85

Grunig e Repper defendem que o papel das RP nos objetivos das organizações passa por

gerir conflitos e criar relacionamento com os públicos estratégicos, uma vez que são

estes os limitadores de autonomia da organização e que têm influência no alcance ou

não dos objetivos propostos. (Grunig in Kitchen, 1997).

Apesar de durante décadas nem sempre as Relações Públicas serem consideradas como

um elemento estrategicamente importante na gestão estratégica das organizações, a

disciplina pode contribuir para a implementação das estratégias da organização aos

níveis competitivo e corporativo. A própria complexidade da natureza do ambiente em

que as organizações atuam atualmente exige que a gestão da Comunicação esteja

constantemente inserida nas práticas de governação organizacional. A estratégia tem um

papel preponderante principalmente quando as organizações se confrontam com

situações de crises e outros fenómenos que possam afetar a sua credibilidade e

reputação junto dos seus públicos, que são a razão do sucesso ou fracasso das

organizações. (Kitchen, 1997).

3.2 Processo de RP em quatro etapas

Às Relações Públicas é exigido um processo de planeamento, execução e avaliação dos

processos de comunicação entre a organização e os seus públicos: “As Relações

Públicas e a Gestão de Comunicação descrevem o plano global, a execução e a

avaliação da comunicação de uma organização quer junto dos públicos externos quer

internos – grupos que afetam a capacidade da organização atingir os seus objetivos.”

(Grunig, Grunig & Dozier, 2009, p.2).86

85

“Public relations is managed strategically when it identifies stakeholders, segments active publics from

stakeholder categories, and resolves issues created by the interaction of organization and publics through

symmetrical communication programs (interactive or catalytic strategies) early in the development of

issues.” (Grunig, 1999, p.150). 86

“Public relations and communication management describe the overall planning, execution, and

evaluation of an organization’s communication with both external and internal publics – groups that

affect the ability of an organization to meet its goals…” (Grunig, Grunig, Dozier, 2009, p.2).

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70

Desta forma, podemos recuperar a perspetiva sistémica das RP, em sistema aberto, que

nos remete para a aplicabilidade prática do chamado processo de Comunicação em 4

etapas (Cutlip, Center & Broom, 1999): Investigação, Planificação, Ação/Comunicação

e Avaliação.

O primeiro passo corresponde à análise da situação e respetiva definição do

problema/oportunidade, é a base para as fases seguintes, sendo aqui que é feita a

monitorização de toda a informação que nos permite analisar e formular o ponto de

partida para ser possível recomendar uma solução, com um grau de incerteza diminuído.

“Sem investigação, os profissionais estão limitados a afirmar o que conhecem

sobre a situação e podem recomendar uma solução. Com pesquisa e análise,

podem apresentar e defender as propostas suportadas por evidências teóricas.

Neste contexto, a pesquisa é a recolha sistemática de informação para descrever e

compreendes situações e para verificar suposições sobre os públicos e sobre as

consequências das relações públicas. É a alternativa científica à tenacidade,

autoridade, e intuição. O seu principal objetivo é reduzir a incerteza na tomada de

decisão." (Cutlip, Center & Broom, 1999, p. 343).87

A segunda etapa refere-se à planificação de toda a estratégia88

. Depois de definido o

problema/oportunidade há que capitalizá-lo e desenvolver um plano estratégico que

permita atingir o estado desejado: “Num modo de planeamento, a estratégia ganha a

forma de um plano sistemático e linhas de acção para o alcance dos níveis estratégicos

corporate e de negócio.” (Cutlip, Center & Broom, 1999, p. 371). 89

87

“Without research, practitioners are limited to asserting that they know the situation and can

recommend a solution. With research and analysis, they can present and advocate proposals supported

by evidence and theory In this context, research is the systematic gathering of information to describe and

understand situations and to check out assumptions about publics and public relations consequences It is

scientific alternative to tenacity, authority, and intuition. Its main purpose is to reduce uncertainty in

decision making.” (Cutlip, Center & Broom, 1999, p. 343). 88

“A Estratégia é a força condutora de qualquer negócio numa organização. É a força intelectual que

ajuda a organizar, prioritizar, e energizar o que as organizações fazem. Sem estratégia não há energia.

Sem estragtégia não há direção. Sem estratégia não há momento-chave. Sem estratégia não há impacto.”

(Cutlip, Center & Broom, 1999, p.369). 89

“In a planning mode, strategy takes the form of a systematic plan and guidelines for achieving,

corporate and business level strategies” (Cutlip, Center & Broom, 1999, p. 371).

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É nesta fase que se define a estratégia propriamente dita, os seus eixos, as metas, as

mensagens e os objetivos e ações. Para Robbins, in Cutlip, Center & Broom (1999, p.

371), “…estratégia pode ser definida como a determinação dos objetivos básicos a

longo-prazo e os objetivos da empresa, e a adoção de cursos de ação e a alocação de

recursos necessário para a prossecução desses objetivos.”90

Assim, nesta fase, é criada uma mensagem central, são definidos os públicos-alvo,

estabelecendo-se objetivos específicos para cada púbico específico. A partir daqui são

delineadas ações para cada público, que estão sujeitas a um orçamento, um timing e às

especificidades do próprio público. Em todo o processo de RP, a proatividade é uma

palavra-chave, sendo que nesta fase a antecipação de cenários é uma mais-valia para o

sucesso.

A terceira fase corresponde à implementação do plano. Destaco o contributo de Eiró-

Gomes (2006), referindo-se a esta etapa como Ação e Comunicação-Ação, não sendo

por isso encarada apenas como uma disseminação de mensagem mas como um estímulo

que conduz a uma interação comunicativa, que posteriormente provoca uma ação que

pode ser uma mudança de comportamento ou a adoção de um. Trata-se de um processo

dinâmico que utiliza a Comunicação como meio de “fazer agir” e por isso alcançar a

meta a que nos propomos, a chamada Comunicação Efetiva.

Por último surge a etapa da avaliação onde se pretende analisar se os objetivos do plano

foram alcançados e medir o impacto das ações junto dos públicos. Ainda assim, a

avaliação não deve ser remetida apenas para o final do processo, deve ser realizada

continuamente durante todas as etapas do Modelo de RP, “A pesquisa formativa antes e

durante o programa providencia a informação necessária para a comparação sumativa

dos resultados investigados, criando condições no início do programa para ir fazendo

alterações no seu decorrer.” (Cutlip, Center & Broom, 1999, p. 453).91

Para além de

que, uma avaliação de todo o processo dará as guidelines para futuras dinâmicas

90

“…strategy can be defined as the determination of the basic long-term goals and objectives of an

enterprise, and the adoption of courses of action and the allocation of resources necessary for carrying

out these goals.” (Cutlip, Center & Broom, 1999, p. 371). 91

“Formative research before and during the program provides the information necessary for comparing

summative research findings with conditions at the beginning of the program and for making midcourse

corrections.” (Cutlip, Center & Broom, 1999, p. 453).

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comunicacionais – “… a avaliação do impacto de um programa hoje é a base para o

novo ciclo do programa de amanhã.” (Cutlip, Center & Broom, 1999, p. 454).92

Em conclusão, há ainda que referir que uma boa investigação num processo de Relações

Públicas é a base de tudo, “… no processo de planeamento: inicia-se a investigação,

monitoriza-se e conclui-se o processo de resolução de um problema. É o ingrediente

essencial que torna as Relações Públicas uma função de gestão, assim como uma função

que é gerida.” (Cutlip, Center & Broom, 1999, p. 454).93

Assim, verificamos que as Relações Públicas são uma disciplina aplicada a todas as

organizações, de toda a natureza e de qualquer sector, sendo que, tendo em conta essas

especificidades, a estratégia de Relações Públicas deve ser adaptada a diferentes

realidades.

No sector do Desporto, a Comunicação também pode ter um papel informativo,

dinamizador e de efetivação de comportamentos, ou seja, a Comunicação no seio

desportivo deve ser vista como Comunicação para a mudança, focada na

consciencialização da sociedade e de todos os seus intervenientes. Por isso, às RP é cada

vez mais exigido que se tornem uma função de desenvolvimento social, integração e

desenvolvimento da comunidade. E é sobre este prisma, da Comunicação Estratégica

para a mudança de comportamentos, que nos iremos debruçar nos próximos

subcapítulos.

4. O elo de ligação entre “Comunicação” e “Desporto”

A Comunicação no Desporto, segundo Billings, Butterworth & Turman (2012), é um

elemento central na forma como praticamos, vemos, interpretamos e avaliamos a

atividade desportiva. O impacto da Comunicação no Desporto nas organizações pode

estar relacionada com a perceção que o público cria sobre elas e sobre as atividades

envolvidas, na expressão de uma identidade coletiva, na forma como os Media abordam

92

“… today’s evaluation of program impact is tomorrow’s baseline for the next program cycle.” (Cutlip,

Center & Broom, 1999, p. 454). 93

“… on the management process: Research initiates, monitors, and concludes the problem-solving

process. It is the essential ingredient that makes public relations a management function, as well as a

managed function.” (Cutlip, Center & Broom, 1999, p. 454).

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o Desporto e a na influência da atividade desportiva junto da comunidade. As práticas

comunicacionais são por isso fundamentais para o sucesso do Desporto Profissional.

Desta forma, e tendo o Desporto um papel fundamental no âmbito social e cultural, é

fundamental olhá-lo numa perspetiva comunicacional e avaliar o nível do impacto que

esta tem – tal como outras disciplinas – na forma como se adere, pratica e fala sobre

Desporto.

‘’Há medida que o desporto cresce, a necessidade de indivíduos versados em

comunicação aumentou, e a disciplina de comunicação desportiva emergiu como

uma área integrante da gestão do desporto.’’ (Petersen, 2007, p.1).94

Por volta dos anos 80, começaram a surgir os primeiros estudos e artigos sobre

Desporto na perspetiva da Comunicação, sendo analisados casos como o impacto das

modalidades na construção de uma identidade coletiva ou o papel dos mass media no

Desporto. Dados positivos não só para a afirmação da importância do Desporto, como

para a concretização da Comunicação no Desporto numa perspetiva de

interdisciplinaridade. Foi por volta dos anos 90 que surgiram ainda mais trabalhos

académicos que acabaram por desenvolver a relação entre a Comunicação e o Desporto,

contrariamente a algumas décadas antecedentes, nas quais ainda se trivializava um

pouco a atividade. Mas foi principalmente na viragem do século que ocorreu um

acentuado interesse na ligação destas duas disciplinas materializando-os principalmente

em realização de conferências, publicações específicas e artigos peculiares em jornais,

que vieram dar um contributo inegável ao mundo do Desporto e da Comunicação

(Billings et al, 2012).

94

"As sport grown, the need for individuals well versed in communication has increased, and the

discipline of sport communication has emerged as an integral area within sport management." (Pedersen,

2007, p.1).

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5. Impacto da Comunicação no Desporto Profissional

Segundo Tomlinson (Billings et al, 2012) os dois eventos televisivos mais vistos em

todo o mundo são desportivos – os Jogos Olímpicos e o Mundial de futebol – o que faz

com que se mova um negócio de milhões na Indústria do Desporto95

. Os eventos

desportivos têm um grande índice de popularidade, e principalmente ao nível da

indústria dos Media tornam-se os eventos mais desejados (Billings et al, 2012).

A indústria do Desporto tem vindo a crescer exponencialmente nos últimos anos,

estando a nível mundial no top 10 das indústrias geradoras de valor, afetando ainda

outros setores de atividade económica: publicidade, moda, tecnologias e turismo. Neste

sentido, a dimensão desta indústria, também deve à Comunicação no Desporto, em

todas as suas vertentes, o seu tremendo crescimento. Para Pedersen, Miloch & Laucella

(2007) nos últimos 20 anos as organizações desportivas têm vivido um enorme

crescimento ao nível da popularidade, em muito devido à cobertura mediática

possibilitada pelos diferentes meios, os canais por cabo, as revistas, a rádio e a internet e

que acaba por ter um impacto ao nível corporativo das organizações.

Ainda assim, é reconhecido o valor da Comunicação na gestão desportiva:

“A comunicação no desporto desempenha um papel vital na gestão desportiva.

Sem comunicação no desporto, os profissionais seriam incapazes de estabelecer

uma estratégia, os anunciantes não seria capaz de promover, e membros da media

seriam incapaz de fazer uma cobertura desportiva. Se os profissionais do desporto

não comunicarem, a indústria desportiva não poderia comunicar, e a indústria

desportiva não iria experimentar um crescimento contínuo." (Pedersen, Miloch &

Laucella, 2007, p.9).96

95

“O mercado onde o negócio e os produtos oferecidos aos seus compradores estão relacionados com

desporto e podem ser bens, serviços, pessoas, lugares ou ideias." (Pitts & Stotlar in Pedersen, Miloch &

Laucella, 2007, p.5). 96

"Sport communication plays a vital role in the management of sport. Without sport communication,

professionals would be unable to set strategy, advertisers would be unable to promote, and members of

the media would be unable to cover sports. If sports professionals could not communicate, the sport

industry would not communicate, the sport industry would not experience continued growth." (Pedersen,

Miloch & Laucella, 2007, p.9).

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Deste modo, verificamos o papel que a Comunicação tem no Desporto dito profissional

e que dá um enorme destaque ao papel dos Media. Mas, por outro lado existe um outro

panorama, o do Desporto amador e que deve ser visto num ângulo em que as RP têm o

papel de construir uma relação integrada entre todos os Stakeholders, onde existe uma

intenção e essa, prende-se com a necessidade de levar a modalidade a diversos públicos.

Para uns a modalidade será vista como um espetáculo, para outros, como uma disciplina

a praticar e ainda para outros, uma modalidade onde chegar ao nível máximo.

6. Conceito de Sports Communication

Alcoba (Camargo, 2001) refere que nos processos de Comunicação no Desporto em

termos organizacionais têm dois tipos de ocorrências: a comunicação primária e a

secundária. A primeira diz respeito à comunicação interpessoal e direta entre os

intervenientes, já a segunda refere-se ao efeito dos meios de comunicação de massa, que

gera impacto e mudança socialmente, podendo também ter influência junto de diversas

entidades (governo, entidades públicas e privadas…).

Grönroos y Rubinstein (in Pinasa, 2008) referem-se ao valor acrescido da Comunicação

no desporto e nomeiam em que vertentes essa Comunicação pode ocorrer. Destacam a

interação verbal e não-verbal, e por isso aquela que se considera interpessoal ou

interpares e que pode ocorrer entre os diversos atores envolvidos (desportistas, clientes,

profissionais, etc) e ainda a Comunicação de massas, dirigida a grandes grupos.

Para Pedersen, Miloch & Laucella (2007, p.76) a Comunicação no Desporto é "…um

processo através do qual as pessoas no desporto, num contexto desportivo ou através da

criação de símbolos desportivos partilhados à medida que se criam significados através

da interação.”97

Os mesmos autores propõem ainda um modelo estratégico de

Comunicação no desporto (SSCM) que concetualiza a natureza, tipo e cenário em que a

Comunicação ocorre no seio desportivo. Assim, identifica o âmbito pessoal e

organizacional, o âmbito dos mass media e o dos serviços e suporte comunicacional.

97

"…a process by which people in sport, in a sport setting, or through a sport endeavor share symbols as

they create meaning through interaction" (Pedersen, Miloch & Laucella, 2007, p.76).

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Também Billings et al (2012) se referem à Comunicação no Desporto em três vertentes:

comunicação no desporto, em contexto de desporto e através do desporto. E destacam

ainda a importância dos meios de comunicação na veiculação da atividade desportiva

junto do público, para além da sua importância junto da comunidade, na expressão da

identidade coletiva e na forma como os Media comunicam o Desporto.

Assim, e depois de verificadas as várias dimensões do conceito de Sports

Communication, assumo a Comunicação para o Desporto como aquela que tem

relevância para este trabalho, na medida em que se pretende estudar e planear uma

estratégia de forma a informar e influenciar as decisões individuais dos públicos para a

adoção de uma atitude ou comportamento perante o Desporto, neste caso a Natação

Sincronizada. É ainda, é o objetivo deste projeto dinamizar as pessoas para a prática

desta modalidade a partir de uma estratégia de Comunicação para o Desporto.

6.1 Comunicar Desporto

A Comunicação Pública é uma das áreas de atuação das RP e por isso, as campanhas

nesta vertente procuram acima de tudo provocar a mudança, tanto ao nível das atitudes

(despertar o interesse, adquirir conhecimento, etc.) como dos comportamentos (adoção

ou alteração de comportamentos) e para tal são utilizadas técnicas que pretendem

informar, mobilizar e sensibilizar os públicos para a mudança, uma mudança que é

sempre considerada como mais positiva para a sociedade e por esta razão, de interesse

público98

.

É neste sentido que se trata do contexto de Relações Públicas e Comunicação para o

Desporto (e não em contexto de Desporto) que pretende levar mensagens até à

comunidade para a adoção de novas práticas. O elo de ligação entre a Comunicação e o

Desporto permite sensibilizar e informar as pessoas para as questões relacionadas com a

prática desportiva e os seus benefícios, gerando, junto dos públicos, uma atitude

favorável perante a modalidade em causa e também um envolvimento.

A Comunicação pode ser por isso, uma das principais aliadas na promoção,

dinamização do desporto e sensibilização para a prática desportiva, como promotora da

98

No âmbito do interesse público é importante assumir as especificidades de cada público, dando-lhes um

“papel principal” e assumindo-os como sendo o enfoque primário. E assumi-lo é também adotar

mensagens comunicativas que eles próprios entendam e sejam eles próprios autores da mudança.

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vida saudável e do bem-estar, na medida em que permite através das estratégias

desenvolvidas alcançar esta eficácia.

Assim, é fundamental que as estratégias de Comunicação adotadas estejam ajustadas

aos públicos segmentados, pois só assim se alcançarão os objetivos e se conseguirá,

provocar uma mudança, tanto ao nível dos comportamentos individuais como ao nível

da sociedade, mudança esta, que deve manter-se e perdurar no tempo.

Assim, Stoldt, Dittmore & Branvold (2012) definem o conceito de Comunicação para o

Desporto com base em três fatores: ser uma função de gestão, de Comunicação/Ação,

sistemática na relação com os públicos – relações estas que devem ser benéficas: “As

Relações Públicas no Desporto são uma função material de comunicação desenhada

para identificar os públicos-chaves da organização desportiva, avaliar as suas relações

com estes públicos, e manter relações desejáveis entre a organizações desportiva e os

seus públicos.” (Stoldt, Dittmore & Branvold, 2012, p.2).99

O autor identifica ainda

várias responsabilidades agregadas à disciplina, entre elas a procura das melhores

formas de manutenção de relações, gerir crises, ter um papel ativo junto da comunidade,

fortalecer a identidade da organização assim como ajudar a comunicar marcas, produtos

e serviços, ter um papel socialmente ativo e responsável.

Pedersen, Miloch & Laucella (2007, p. 34) refere que as RP devem relacionar-se com o

marketing e a publicidade no que concerne ao objetivo que têm comum que é de criar

“awareness” à volta da organização e/ ou dos seus produtos e/ou serviços. E aqui

destacamos a ideia das RP numa perspetiva integrada com outras disciplinas essenciais

à gestão estratégica de uma organização. Os autores referem ainda que o foco da

atividade está na gestão da informação entre a organização e os seus públicos-alvo,

tentando criar uma perceção o mais positiva possível, tentando por isso relações

mutuamente benéficas com o público em geral, a comunidade e os media. Para além

disso, devem ainda fazer a ponte entre aquilo que são os objetivos dos públicos e a

gestão da organização. Os mesmos autores referem ainda que na natureza das Relações

Públicas está ainda o desenvolvimento de mensagens, as relações com a comunidade e a

colaboração e comunicação com outras organizações chave.

99

“Sport Public Relations is a material communication-based function designed to identify a sport

organization’s key publics, evaluate its relationships with those publics, and foster desirable

relationships between the sport organization and those publics” (Stoldt et al, 2012, p.2).

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Hopwood, Skinner & Kitchin (2010) defende que as RP no Desporto se baseiam no

estabelecimento, gestão e manutenção de relações mutuamente influentes e benéficas,

certificando-se que a organização desportiva comunica/age estrategicamente (faz o

certo, no momento certo e junto dos públicos-alvo). Hopwood, Skinner & Kitchin

(2010) retrata os objetivos das RP em 8 pontos: estabelecer e manter relações

mutuamente benéficas e com durabilidade, sensibilizar, informar, educar, construir

confiança, encontrar parceiros, dar ao público um motivo para apoiar algo e motivar a

aceitação por parte dos fãs.

Ledingham (Hopwood, Skinner & Kitchin, 2010) refere que as Relações Públicas no

Desporto em tudo têm a ver com as relações, a sua gestão e construção. Lagae

(Hopwood, Skinner & Kitchin, 2010) adota um conceito sustentado na ideia de uma

estratégia de Comunicação interativa que faça uso dos media para obter aceitação,

atenção e apoio nos valores e objetivos da organização junto do público-alvo.

Hopwood (2005) destaca ainda que as organizações na contemporaneidade

compreendem que se podem diferenciar das outras e ganhar vantagens competitivas,

enquanto organização e com os seus produtos, desenvolvendo estratégias de

Comunicação, desenvolvendo comunicação efetiva e relações estratégicas. No seu

estudo de 2005, Hopwood debruça-se sobre uma modalidade que se encontra em

decadência a todos os níveis (financeiro, adeptos, etc.) e encontra nas RP a forma de

comunicar de forma apelativa e relevante esta modalidade junto dos públicos-alvo, a

serem identificados, reconhecendo também que a base está em “… estabelecer relações

com os seus públicos, e os públicos procuram estabelecer essa mesma relação com a

organização escolhida por razões de benefício mútuo.’’ (Hopwood, 2005, p.185) 100

.

7. Diferentes abordagens

Dentro da atividade das RP existem diferentes setores de atuação e, no Desporto, as

relações com os Media e com a Comunidade são as duas mais frequentes. Existem ainda

outros públicos com os quais as RP devem desenvolver as suas relações, com os

colaboradores, investidores, clientes, governo e sector não lucrativo e todos eles têm as

suas especificidades e os programas devem adaptar-se ao meio em que estão a ser

100

“… establish relationships with their publics, and publics seek to establish relationships with their

chosen organisation for reasons of mutual benefit.” (Hopwood, 2005, p.185).

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79

trabalhados. Mas estas questões não serão objeto de intervenção neste trabalho. As

relações saudáveis e desejáveis entre os colaboradores e a organização têm impacto na

transmissão de mensagens bidirecional, nos comportamentos e atitudes dos

colaboradores e na cultura organizacional, minimizando crises e levando a que os

colaboradores se identifiquem com a própria organização. Já nas relações com

investidores, as RP devem desenvolver relações mutuamente benéficas baseadas na

informação constante, na confiança, e numa comunicação bidirecional, sempre numa

perspetiva proactiva.

As relações com os clientes devem basear-se acima de tudo na confiança e na

construção e sustento de relações duradouras que procurem a sua satisfação, lealdade e

o sucesso. Desta forma é preciso identificar quem são, conhecê-los, comunicar com

eles, garantir a sua satisfação e mantê-los junto da organização. É neste sector que estão

inseridos os possíveis patrocinadores, aos quais se deve desenvolver uma relação win-

win para ambos.

Os Public Affairs101

dizem respeito à gestão dos interesses das organizações na agenda

política e pública e às relações com as organizações governamentais, políticas e

reguladoras, e enquanto atividade das RP nas organizações, são fundamentais relações

benéficas na tentativa de alcançar influência e ter uma voz ativa no processo de decisão

política.

Para terminar, o setor não lucrativo, que se compõe por diversas entidades que têm em

comum o facto de distribuírem os lucros obtidos a favor da causa que defendem, pode

ter um papel importante no apoio às organizações desportivas, por exemplo pode existir

uma cooperação com as Organizações no Setor não Lucrativo da área da saúde e

Desporto na promoção de estilos de vida saudáveis, que incluem a dinamização da

prática desportiva.

7.1 Relações com os Media

Stoldt, Dittmore & Branvold (2012) entendem que este conceito passa por promover

relações desejáveis com os media. E um relacionamento com base em goodwill é

fundamental para o sucesso de qualquer ação de RP. Pedersen, Miloch & Laucella

(2007) mencionam que um bom relacionamento com os media não significa

101

Assuntos Públicos

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80

necessariamente que eles só deem boas notícias sobre a organização, mas acima de

tudo, que se garanta uma boa comunicação entre organização-media, porque esta é a

base de um conceito de RP efetivas.

Os media têm um impacto extraordinário junto da opinião pública a nível local,

regional, nacional e internacional e o seu trabalho pode ser fundamental no processo de

“Comunicar/Fazer agir” e, por isso, na mudança e adoção de comportamentos. Por esta

razão as relações com os media, são a forma mais comum de RP em campanhas de

Desporto e devem ser baseadas, tal como as restantes áreas da profissão, em

determinados valores: advocacy, honestidade, expertise, independência, lealdade e

justiça.102

7.2 Relações com a comunidade

As ações de RP, em especial os eventos desportivos, são geradores de mudança social e

produzem impacto no ambiente social em que estão envolvidos. Segundo Duarte (2009)

hoje em dia as Relações com a Comunidade têm implicações a diferentes níveis:

“…este tipo de eventos que são promotores da mudança social significam que têm

impacto em diferentes domínios sociais, como o Desporto, a Saúde e o Turismo.”

(Duarte, 2009, p.77).103

Estas são áreas que estão interrelacionadas entre si e que

revelam a importância que o Desporto pode ter no desenvolvimento de outros sectores

de atividade.

Também L’Etang (2006) ao nível do Desporto amador destaca a importância da sua

prática para o bem-estar e entretenimento da comunidade, salientando a necessidade da

sua dinamização, através das Relações Públicas. Para o autor, o contributo das RP passa

então pela promoção do Desporto como parte da vida saudável comunitária.

L’Etang (2006) também se refere às Campanhas e programas de Comunicação Pública

como contribuindo para a prática desportiva, aliadas ou não à Comunicação para a

saúde, que a este nível diz respeito à promoção dos hábitos de vida saudáveis, o que

implica a prática desportiva.

102

Segundo o Código de Ética PRSA, 2000. 103

“…these kind of events are promoters of social change means that they have an impact on different

social domains such as those of Sport, Health and Tourism.” (Duarte, 2009, p.77).

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81

Assim, há que destacar o impacto e efetividade que se pretende que as RP tenham de

forma consistente e duradoura, nas mudanças individuais, que levam por si à mudança

social e ao entendimento dessa mesma transformação. Algumas dessas mudanças

podem estar relacionadas com o reforço da identidade e cultura comunitária ou

promoção de estilos de vida saudáveis e práticas desportivas de lazer. (Duarte, 2009).

Desta forma, as RP nas Relações com a comunidade procuram alcançar uma meta

essencial, a de dinamizar os indivíduos para a prática desportiva através de estratégias

de Comunicação Pública que pressupõe, com base na segmentação de públicos, que se

dê um incentivo e um mote de persuasão para a mudança social, tendo sempre em conta

que o objetivo essencial é o bem comum para comunidade e esta deve ser

consciencializada para tal.

Assim, a FPN nas suas relações com a comunidade, e numa vertente de Comunicação

Pública, estará a defender os seus próprios interesses, o de promoção de uma

modalidade, interesses esses que também consideramos o “bem comum” para a

comunidade pelas razões acima referidas e que consideramos de interesse público.

Por isso, devemos referir-nos a uma estratégia de Comunicação para o Desporto que não

se cinja apenas aos limites da informação mas encare a mudança de comportamentos

junto dos públicos como o objetivo a atingir, acautelando a necessidade de trabalhar de

acordo com as suas especificidades, um trabalho que deve ser feito para a comunidade e

junto dela. Assim devem conhecer-se e compreender os públicos, as suas necessidades,

características e motivações, mas também todas as especificidades do cenário

envolvente, de forma a que se conquiste num relacionamento benéfico, um cenário

favorável ao entendimento mútuo e à receção das mensagens que se pretende

disseminar.

Estamos na era da Comunicação estratégica para a mudança de comportamentos e desta

forma, incitar uma modificação de comportamento ou a adoção de um é, portanto, o

grande objetivo da Comunicação para o Desporto, num contexto individual e

comunitário, e por isso, envolvendo toda a sociedade. Por outro lado, o papel individual

de cada um, depois de existir uma envolvência e mobilização passa também pela própria

partilha e pelo processo de influência no outro, trata-se de um papel de agentes ativos.

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82

Assim, ao propormos uma estratégia de Comunicação para o Desporto deste género, e

centrada na audiência, estamos simultaneamente a dinamizar uma modalidade com

delicada expansão e a promover hábitos de vida saudáveis, o lazer e o entretenimento,

valores essenciais à Comunidade.

Às RP pede-se portanto que sejam também uma função de desenvolvimento social junto

da comunidade como um todo, tendo por isso uma função de responsabilidade social,

consciencialização e contribuição para o bem-estar da comunidade baseando a sua

intervenção nas já conhecidas relações mutuamente benéficas, baseadas em programas

adaptados ao público e à sua envolvente e fundamentados em:

Informação

Influência (de atitudes e comportamentos)

Sensibilização e capacitação

Diálogo

Goodwill

Sustentabilidade

Conhecimento

8. Tendências

Como já foi referido também os eventos desportivos podem ser percursores de mudança

social e envolver a comunidade na qual se desenvolvem, imbricando-se também com

outros sectores de atividades que podem simultaneamente proporcionar relações de win-

win e goodwill. Assim, este é um desafio que se coloca aos profissionais de Relações

Públicas, não esquecendo que as “…RP em eventos desportivos necessitam muito mais

de estratégias comunitárias do que esforços junto dos media, sendo ’Peer to Peer’ cada

vez mais importante.” (Duarte, 2009, p. 84).104

Para além disso há ainda que destacar a dicotomia dos valores Communitas/Corporatas

como um dos desafios para as RP atualmente. Em termos da retórica desportiva,

104

“…PR in sporting events needs much more communitarian strategies than mass media efforts, and

“Peer to Peer” is more and more important.” (Duarte, 2009, p. 84).

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83

communitas105

corresponde ao lado mais recreativo e de lazer do desporto, já

corporatas106

refere-se ao seu lado mais competitivo e de triunfo, “…os ideias

communitas do desporto ostentam um senso de comunidade onde a igualdade, a saúde e

o jogo são celebrados. […] Os ideais corporatas representam grandes negócios, vencer

e o ponto de partida.” (Boyd & Stahley, 2008, p. 257).107

Contudo ambas são

importantes, tendo em conta a subsistência da organização, assim como a gestão dos

múltiplos Stakeholders e identidades, e é nesta gestão que as RP têm um papel

fundamental.

Existe um confronto entre múltiplos autores mas segundo Boyd & Stahley (2008, p.

257) “Como ideais, a verdadeira communitas ou a autêntica corporatas nunca podem

ser alcançadas.”108

. Deve sempre ser encontrado um balanço entre os interesses da

organização e os dos seus públicos:

“Enquanto elementos de conflito na retórica desportiva, nem communitas nem

corporatas isoladas podem descrever por completo o discurso de uma organização

desportiva. As organizações devem alinhar-se de forma a manter um balanço

retórico com os seus múltiplos públicos.” (Boyd & Stahley, 2008, p. 256).109

Assim, o papel das RP passa por encontrar esse balanço entre as duas mensagens

opostas. De facto, ao nível dos desportos profissionais, o balanço será mais facilmente

encontrado na visão corporatas, já nos desportos de lazer e amadores, provavelmente o

balanço será definido numa vertente mais communitas. Mas na realidade, na atividade

de RP, o verdadeiro balanço é aquele que se localiza no local específico da dualidade

105

“Ideais communitas idealizam o desporto evocando inocência e pureza, sendo que os jogadores jogam

pelo amor ao desporto.” (Boyd & Stahley, 2008, p.254). 106

“Ideais corporatas idealizam o desporto numa perspectiva de competição entre jogadores numa batalha

para dominar outros jogadores.” (Boyd & Stahley, 2008, p.254).

107 “…the communitas ideal of sports boasts a sense of community where equality, health, and play are

celebrated. […] The corporatas represents big business, winning, and the bottom line.” (Boyd & Stahley,

2008, p. 257). 108

“As ideals, true communitas or authentic corporatas can never be attained.” Boyd & Stahley (2008, p.

257). 109

“As conflicted elements of sports rhetoric, neither communitas or corporatas alone can completely

describe a sports organization’s discourse. Organizations must align themselves between and among

both to maintain some kind of rhetorical balance with their multiple publics.” (Boyd & Stahley, 2008, p.

256).

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84

communitas/corporatas consoante a organização em causa. Mas, na realidade as RP

devem sempre revelar neste equilíbrio que vencer é importante, mas que de facto, não é

tudo. (Boyd & Stahley, 2008).

Page 102: Comunicação no Desporto - repositorio.ipl.ptrepositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/3391/1/TESE.pdf · iv Declaração Declaro ser a autora deste trabalho, parte integrante das condições

85

Capítulo V – Projeto

Estratégia de Relações Públicas para a divulgação da Natação Sincronizada em Portugal

1. Análise da investigação

Identificando como problema/oportunidade a “Falta de conhecimento/reconhecimento

da Natação Sincronizada em Portugal”110

, torna-se evidente a necessidade de criação de

um projeto de Comunicação Estratégica que opere no sentido de divulgar a modalidade

no nosso país e trazer até ela novos adeptos, atletas para a prática e especialistas

formados nesta disciplina desportiva. Em termos captação de novos praticantes, destaca-

se o desconhecimento da modalidade por parte das camadas mais jovens – serão estas o

público-alvo com maior enfoque no projeto.

Em termos académicos, é um projeto inovador e que vê nas RP um meio para conseguir

dinamizar a modalidade recorrendo a uma série de linhas estratégicas fundamentadas e

construídas com base numa profunda análise do problema/oportunidade. As RP

desempenham um papel fundamental na precursão dos objetivos identificados para a

projeção da Natação Sincronizada em Portugal.

A proposta aqui apresentada é um plano estratégico, a ser colocado em prática pela FPN

em parcerias com as associações e entidades envolvidas nas atividades aquáticas, em

especial a Natação Sincronizada, e estruturado por um período de um ano, extensível a

mais dois anos, e tendo em conta as próprias dificuldades e especificidades inerentes à

atividade da FPN. A destacar que a proposta foi realizada com base em três anos,

devido ao facto de ser o período de duração da direção atual da FPN, que dura até ao

final do ciclo Olímpico, em 2016.

Por esta razão a implementação deste projeto durante o segundo período (dois anos)

estará dependente do sucesso durante o primeiro e este servirá para novos ajustes, se

assim se vier a justificar necessário, no sentido de alcançar ao máximo a efetividade

desta proposta de Comunicação Estratégica que tem por base o “Processo de RP em

110

Relativamente à decisão de não utilizar inquéritos por questionário neste Projeto a explicação

encontra-se na descrição da Metodologia, na página 5.

Page 103: Comunicação no Desporto - repositorio.ipl.ptrepositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/3391/1/TESE.pdf · iv Declaração Declaro ser a autora deste trabalho, parte integrante das condições

86

quatro etapas”111

e que engloba as fases de Investigação, Planificação, Ação/

Comunicação-Ação e Avaliação.

Neste projeto foram definidas as linhas estratégicas deste plano, que compreendem a

identificação, gestão e segmentação dos Stakeholders, adaptados à concretização dos

objetivos e da meta proposta, suportados por mensagens comunicacionais e eixos

estratégicos de atuação. A partir daqui são propostas as diversas ações consideradas

estratégicas para a consecução da meta a que nos propomos.

Por último são concretizados os pontos que compõe a gestão e operacionalização do

projeto (calendarização e orçamentação), assim como são identificadas as possíveis

limitações existentes à concretização deste plano estratégico que considero fundamental

para a evolução da Natação Sincronizada a nível nacional.

1.1 Análise Swot/Posicionamento

Forças Fraquezas

Modalidade pluridisciplinar;

Tem benefícios a diferentes

níveis;

É um espetáculo atrativo;

Vertente recreativa e

competitiva;

Permite em termos recreativos a

realização de espetáculos,

exibições e outras performances;

Valores providenciados pela

modalidade;

Melhorias a nível técnico e

artístico;

O nível de exigência em termos

competitivos tem vindo a

aumentar;

Aumento razoável do número de

praticantes ao nível recreativo;

Complexidade da modalidade;

Exigência ao nível competitivo;

Escassez de treinadores;

Escassez de verbas;

Estagnação de número de

praticantes ao nível competitivo;

Exigências infraestruturais da

modalidade;

Escassez de cursos e formação

para profissionais;

Os técnicos existentes por vezes

não têm formação suficiente;

Inexistência de algumas bases

essenciais;

Poucas competições realizadas

anualmente.

111

Consultar capítulo IV, subcapítulo 3.2 - Processo de RP em quatro etapas.

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Novas regras possibilitam o

acesso de atletas mais velhas.

Oportunidades Ameaças

Divulgação no programa de

televisão, Splash;

Existem alguns clubes

interessados em abrir a

modalidade;

Aproveitar a experiência das ex-

atletas;

Aproveitar o gosto de algumas

pessoas pela modalidade;

Apostar na vertente recreativa;

Melhorar a vertente competitiva;

Patrocínios

Formação de novos treinadores

Protocolos com algumas

instituições internacionais

Projetos de desenvolvimento

desportivo

Aproveitar o apoio das

faculdades de Desporto.

Falta de reconhecimento da

modalidade

Constrangimentos financeiros;

Incompatibilidade com a vida

social, académica e escolar dos

atletas;

O facto de ser imprevisível o

tempo de duração da atual

direção da FPN, o que pode

inviabilizar um plano para além

de 2016;

Falta de financiamentos e apoios;

Algum desconhecimento do

panorama da modalidade ao nível

nacional;

Pouco apoio de clubes e

dirigentes desportivos à evolução

e crescimento da modalidade;

O estado de estagnação em que se

encontra a modalidade nos

últimos anos;

A mobilização por interesses no

seio da modalidade.

Tabela 2 - Análise SWOT da situação da Natação Sincronizada em Portugal

Assim face a esta análise há que destacar um diferente panorama ao nível competitivo

vs. recreativo e ambos exigem diferentes soluções. Para além disso, apesar do número

de atletas e clubes ter aumentado nos últimos anos, encontra-se atualmente estagnado e

muito aquém do que seria desejável, comparativamente com outras modalidades, e este

facto também se deve à inexistência de profissionais qualificados para poderem agarrar

num projeto de Natação Sincronizada num clube desportivo. Ainda assim, são

preocupantes as dificuldades ao nível das estruturas diretivas e logísticas e apoios à

modalidade, fazendo com que seja complicado avançar e crescer dentro da modalidade

Page 105: Comunicação no Desporto - repositorio.ipl.ptrepositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/3391/1/TESE.pdf · iv Declaração Declaro ser a autora deste trabalho, parte integrante das condições

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e fazer face aos desafios que vão surgindo. Acima de tudo, é fundamental difundir a

modalidade, para que seja reconhecida, aumentar a procura a todos os níveis (atletas,

treinadores, juízes) mostrando que a modalidade pode ser uma vantagem competitiva

para diversas entidades e assim, aumentar o apoio por parte destas mesmas entidades à

evolução e incremento da NS.

Em termos de divulgação da modalidade há que destacar algumas ações que tiveram, ou

em alguns casos, continuam a dar um incremento positivo ao desenvolvimento da

modalidade.

O projeto Estrelas-do-mar112

, é um dos projetos de desenvolvimento desportivo criado

pela FPN e que tem como objetivo a promoção da participação de crianças e jovens em

atividades aquáticas, divulgando neste sentido a NS, procurando o aumento do número

de praticantes.

Algumas associações de Natação do país tem posto em prática o plano, destaco a ANM

que entre 2006 e 2009, aumentou de 16 para 40 o número de praticantes, destacando

também o facto da maioria destas nadadoras apenas querer enveredar pela vertente

recreativa, praticando a modalidade sem participação em competições. Também de

mencionar o Plano de Desenvolvimento Regional de Natação Sincronizada,

desenvolvido pela ANL, de forma a dar visibilidade à modalidade desportiva que tem

menor destaque dentro do universo da Associação. Neste sentido, a ANL com este

projeto pretende dar visibilidade à NS a nível regional, aumentar o número de atletas e

clubes, realizar um campeonato regional, aumentar a representatividade e domínio a

nível nacional. A destacar o torneio “Lisboa Syncro”, que foi a primeira competição

oficial de Natação Sincronizada organizada pela ANL e que está integrada no

alinhamento estratégico do Projeto desta Associação.

Ainda de referir a título de exemplo algumas participações de clubes a título de convite

em algumas performances (vídeo clips, reportagens, curta-metragens, etc.) mas que

nunca foram utilizados de forma a incrementar a modalidade, por parte das entidades

envolvidas. Estas participações, na sua grande maioria, foram usadas apenas a título

artístico, sendo raramente identificadas como performances de NS, o que sempre

minimizou o “despertar de interesse” pela modalidade em grande medida.

112

Consultar, Anexo 4 – Folheto do Projeto Estrelas-do-mar

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Há que destacar a importância do recente programa de televisão do canal Sic, no qual

eram realizadas performances de NS por equipas de diferentes clubes nos intervalos das

provas de saltos protagonizadas por famosos. Este programa veio ajudar a difundir a

modalidade e pode ser um bom ponto de arranque para uma maior mobilização, uma

vez que os públicos já estão um pouco mais alerta para a existência da NS.

Assim sendo, há que valorizar estes pontos e reaproveitá-los, reativá-los e dinamizá-los

por todo o país, na campanha que apresento, de modo a atingir os objetivos a que me

proponho com este projeto.

2. Planeamento

2.1 Meta

A finalidade do projeto passa por difundir a Natação Sincronizada em Portugal e

consolidar o número de praticantes, a nível recreativo ou competitivo, aumentando o

número de inscrições. Simultaneamente, pretende-se recrutar mais indivíduos no âmbito

de formação da modalidade.

2.2 Objetivos Gerais da Campanha

- Dar a conhecer a modalidade

- Aumentar o número de praticantes

- Aumentar o número de técnicos especializados

- Aumentar o número de clubes que oferecem a modalidade

- Incrementar a parceira entre a FPN, clubes e Associações de Natação

- Disponibilizar mais informação online sobre o tema

- Incentivar mais ações de mobilização da modalidade

- Reativar ações já realizadas

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90

2.3 Eixos Estratégicos

Face à análise efetuada e aos objetivos gerais definidos para a campanha, esta foi

estruturada em torno de dois grandes eixos estratégicos, “Despertar o interesse” e “Criar

envolvimento”.

2.3.1 Despertar o interesse

Este eixo diz respeito à fase de tomada de consciência do assunto – despertando,

informando e dando a conhecer aos públicos a modalidade, as suas características e os

seus benefícios, fazendo assim frente ao problema de “desconhecimento e falta de

reconhecimento da modalidade”. Uma fase onde, consoante o estado do público face ao

assunto, se dirigem as mensagens de acordo com os objetivos projetados para esses

mesmos públicos.

Para além disso, esta é a fase de pré-envolvimento, pois alguns dos públicos,

essencialmente o grupo dos denominados “parceiros” terão um papel fundamental no

posterior apoio à FPN na criação de envolvimento para angariar futuros praticantes ou

treinadores.

Esta é então a fase da “informação”, uma informação dirigida e direcionada que tem

como objetivo mostrar a cada um dos públicos o que é a NS e de que forma é que pode

ter uma interferência positiva, a diferentes níveis, em cada um deles. Pretende-se que

depois deste momento, se concretize uma mudança de atitude.

2.3.2 Criar envolvimento

A criação de envolvimento é um eixo que pretende alcançar um comportamento por

parte dos públicos-alvo, conseguindo-se criar um envolvimento dos demais com a NS,

em cada um dos papéis correspondentes a cada um dos públicos.

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Este eixo prende-se com um dos objetivos da campanha, que passa por aumentar o

número de praticantes e técnicos para a modalidade, que se concretizará num

crescimento da modalidade, que acontecerá a par de um maior envolvimento de Clubes,

Associações e outras entidades essenciais a um progresso sustentado e positivo da

modalidade em Portugal.

Este eixo será a concretização da resposta positiva dos públicos ao eixo de “despertar o

interesse” com a adoção de um comportamento face à modalidade. Acontece que, todo

este processo é um ciclo que requer por parte desta campanha um incremento da

colaboração entre todas as partes envolvidas de forma a alcançar os objectivos

planeados.

2.4 Alinhamento estratégico

1. Despertar o interesse 2. Criar envolvimento

1.1 Comunicar Cursos 2.1 Cursos

1.2 Divulgação 2.2 Parceiros

Ilustração 1 – Alinhamento estratégico

Cursos

finalizados

Atletas

recrutados

+ Atletas

+ Clubes

+ Técnicos

COMPORTAMENTO

ATITUDE INFORMAÇÃO

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92

2.5 Stakeholders113

2.6 Caraterização dos Públicos-alvo

Para este plano estratégico de Relações Públicas, defino três agrupamentos de públicos-

alvo finais da comunicação e dois públicos-alvo mediadores e nestes cinco grupos,

reúno os Stakeholders acima referidos, são eles: os futuros praticantes, os futuros

treinadores e os adeptos; os mediadores são os parceiros e os Meios de Comunicação

Social.

Uma das fragilidades deste projeto prende-se com a inacessibilidade ou inexistência de

estatísticas que me permitam caracterizar num panorama concreto os públicos-alvo,

assumindo por isso, em alguns casos, estimativas e dados aproximados e o mais

próximo da realidade possível, que me permitam definir objetivos mensuráveis e

avaliáveis. A própria escassez de recursos para realizar estudos sociológicos força a

utilização de dados aproximados.

Apesar da NS ser uma modalidade maioritariamente feminina e em Portugal não

existirem indivíduos do género masculino na sua prática, na análise de públicos não foi

feita uma caracterização discriminatória, não excluindo por isso, o género masculino

dos dados estatísticos. Uma vez que não existe nenhuma regra pré-estabelecida que

113

A Classificação P1 a P11 não revela qualquer ligação ao nível de importância dos públicos ou ao seu

estado face ao assunto, apenas é utilizado a título de identificação.

P1 P2 P3 P4

P5 P6 P7 P8

P9 P10 P11

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93

proíba a intervenção masculina na modalidade, consideramos que não faz sentido criar

um precedente preconceituoso, notando que no entanto, será sempre o público feminino

o principal enfoque. O mesmo se reflete em relação a futuros treinadores do género

masculino que também podem estar predispostos a formar-se na modalidade.

2.6.1 Adeptos

São aqueles que não conhecem a modalidade e que se pretende que despertem o

interesse por ela, ou por outro lado, já conhecem a modalidade e estão envolvidos ou

alguma vez estiveram envolvidos. Ambos podem ter um papel importante no passa a

palavra num processo que passa por, adquirir conhecimento sobre → comunicar ao

outro sobre, ou no caso em que já se conhece a modalidade o processo envolve apenas o

“comunicar ao outro sobre”. É um grupo de públicos importante, por um lado, para dar

a conhecer, por outro, para ajudar a divulgar. Este pode ser um dos públicos que num

prazo mais alargado, além dos três anos, pode ter um potencial de envolvimento.

2.6.1.1 Jovens

Trata-se de um potencial Stakeholder dotado de um grande nível de abrangência, mas

fundamental nesta campanha. Existem em Portugal cerca de 3.966.236114

jovens,

considerando aqui as idades compreendidas entre os 10 e os 39 anos. Deste total,

1.990.161 são mulheres e 1.976.075 são homens. Estão inseridos em três níveis distintos

de formação: Escola Básica/Secundária, Ensino Superior ou Vida Ativa.

2.6.1.2 Praticantes115

e ex. praticantes

Existem atualmente cerca de 300116

praticantes de NS filiados na FPN e pela

modalidade estima-se que tenha passado aproximadamente o mesmo número de atletas

114

Fonte: PORDATA, www.pordata.pt 115

Entende-se por praticante desportivo o ”Indivíduo que, a título individual ou integrado numa equipa,

desenvolve uma atividade física e desportiva planeada, organizada e repetida com o objetivo de manter ou

melhorar uma ou mais componentes da aptidão física ou performance desportiva.” (Fonte: IDP)

P8 P11

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94

pela modalidade. Assim, e não existindo número de atletas não filiados pela FPN, faz-se

uma estimativa de cerca de 700, o número de indivíduos que praticam ou já praticaram a

modalidade. Caracterizam-se por serem um público feminino, entre os 8 e os 40 anos,

os mais novos frequentam a escola primária, básica ou secundária e ainda praticam NS,

uma pequena minoria pratica ainda a modalidade e frequenta o ensino universitário e as

mais velhas têm, na sua grande maioria, uma atividade profissional e um papel familiar

e já deixaram de praticar a modalidade desde que entraram na vida ativa e familiar.

2.6.2 Futuros praticantes

São aqueles que já conhecem a modalidade e vamos tentar “criar envolvimento”, ou por

outro lado, ainda não conhecem e é necessário “dar a conhecer” e “criar envolvimento”.

São aqueles que adquirem um novo comportamento e vão praticar a modalidade.

2.6.2.1 Alunos de Escolas e Colégios Privados

Os últimos dados disponíveis revelam que o ensino particular e cooperativo, da

educação pré-escolar ao ensino secundário é frequentado por cerca de 440 mil alunos.117

Caracteriza-se por ser um público com idades compreendidas entre os 3 e os 18 anos e

misto mas maioritariamente o género feminino fará parte do agregado de futuros

praticantes da modalidade.

2.6.2.2 Jovens

Consultar ponto 2.6.1.1

116

Fonte: FPN 117

Fonte: AEEP

P8 P3

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95

2.6.3 Futuros treinadores

Sendo pessoas ligadas aos Desporto e com formação na área já conhecem minimamente

a modalidade, ou caso sejam pessoas sem formação na área desportiva já adquiriram

algum gosto pela modalidade e também a reconhecem suficientemente. São um grupo

de públicos com o qual se pretende principalmente um envolvimento, depois de

despertado o interesse não pela modalidade em si, mas pela forma como pode interferir

e ser positiva nas suas vidas profissionais.

2.6.3.1 Treinadores

O conceito de treinador “É definido na Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto

que a atividade de treinador de desporto compreende o treino e a orientação competitiva

de praticantes desportivos, bem como o enquadramento técnico de uma atividade física

ou desportiva, exercida como profissão, exclusiva ou principal, auferindo por via dela

uma remuneração; ou de forma habitual, sazonal ou ocasional, independentemente de

auferir uma remuneração.”118

Utilizo como valor referência119

os 19 800 treinadores inscritos nas diferentes

federações desportivas, dos quais 3274 são mulheres e destas 1458 estão concentradas

na Federação de natação, acabando por ser estas o principal foco, podendo especializar-

se na disciplina de NS e serem por isso potenciais treinadores da modalidade.

118

Fonte: IDP, www.idp.pt 119

Fonte: IDP, www.idp.pt

P8

P5 P6

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96

2.6.3.2 Licenciados em Desporto

No ano de 2013, abriram cerca de 2500 vagas120

para cursos da área das Ciências do

Desporto em todo o país. Refletindo sobre os últimos três anos, estima-se que tenham

saído das universidades públicas e privadas, cerca de 7000 alunos licenciados em

Desporto. Caracterizam-se por ter idades compreendidas entre os 18 e os 40 anos,

alguns já têm uma atividade profissional, outros procuram uma primeira experiência na

vida ativa e outros vivem situação de desemprego. Deste modo, podem ser potenciais

treinadores de NS, sendo esta uma modalidade que pode abrir portas a novos desafios.

2.6.3.3 Jovens

Consultar ponto 2.6.1.1

2.6.4 Parceiros

São um meio para atingir alguns dos públicos-alvo. A FPN deverá trabalhar

conjuntamente com eles, num esforço de colaboração e cooperação comum, que tem

não só como objetivo o recrutamento de mais praticantes, como uma contribuição para o

crescimento da modalidade, com apoios a todos os níveis já nomeados na análise

situacional. Devem ser informados primariamente sobre a modalidade e a partir daí

criado o envolvimento pois podem e devem vir a ser atores no processo de difusão da

modalidade.

120

Fonte: DGES, www.acessoensinosuperior.pt

P1 P2 P4

P7 P10

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97

2.6.4.1 Clubes Desportivos

Segundo o IDP, entende-se por Clubes desportivos, “pessoas coletivas de direito

privado cujo objeto seja o fomento e a prática direta de atividades desportivas e que se

constituam sob forma associativa e sem intuitos lucrativos, nos termos gerais de

direito.”121

Sendo os clubes os principais instrumentos para a produção de atividades

desportivas é destacar que o número de clubes desportivos em Portugal estabilizou em

cerca de 12 000 organizações, concentrados maioritariamente nos distritos de Lisboa e

Porto, onde se situa 36% do total dos clubes, seguindo-se os distritos de Aveiro (8%) e

de Setúbal (7%). Metade do total de clubes a nível nacional concentra-se nestes quatro

distritos. Neste caso adotamos o número de clubes desportivos com instalações

propícias ao desenvolvimento de atividades aquáticas, e que constam da base de dados

presente no site da FPN122

, são cerca de 404 clubes concentrados de Norte a Sul do país,

incluindo ilhas.

2.6.4.2 Associações de Natação

Neste grupo incluo todas associações nomeadas no Capítulo III (p.53), no total de 15, e

que reúne os Agrupamentos de Clubes de Base Geográfica, caracterizadas como

“pessoas coletivas de direito privado, englobando clubes desportivos, cujo objeto seja

promover, regulamentar e dirigir, a nível nacional, de uma dada área geográfica, a

prática de uma modalidade desportiva ou conjunto de modalidades afins, e que se

constituem sob forma associativa e sem intuitos lucrativos, nos termos gerais de direito,

vulgarmente designadas associações distritais ou regionais”, as Associações

Representantes de Árbitros e Juízes, “associações de âmbito nacional representativas

dos respetivos elementos” e as Associações Representantes de Treinadores,

“associações de âmbito nacional representativas dos respetivos elementos”. Todas estas

entidades se mostram essenciais no desenvolvimento da modalidade que seja a nível

regional, quer numa vertente técnica e de avaliação. Apenas com o apoio destas

entidades será possível um maior envolvimento por parte da comunidade, dos

treinadores e dos árbitros em prol da modalidade.123

121

Fonte:IDP, www.idp.pt 122

Fonte: FPN, fpnatacao.pt 123

Fonte: IDP, www.idp.pt

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98

2.6.4.3 Pais de alunos de Escolas e Colégios Privados

Sendo 440 mil o número de alunos inscritos nestes estabelecimentos, estima-se que o

número de pais seja aproximadamente o mesmo124

. Identificamos o público “pais”,

como o par constituído por pai e mãe, o casal, e não a título individual. Sendo eles os

responsáveis pelos filhos, são eles os decisores da sua vida social, de lazer e desportiva

e influenciadores nos caminhos a seguir neste sentido. Podem por isso ser bons

ativadores do envolvimento dos seus filhos com a modalidade.

2.6.4.4 Faculdades de Desporto

Contempla todos os estabelecimentos de ensino superior, público e privado125

, que

ministram cursos na área da Educação Física e Desporto, em regimes laboral e/ou pós

laboral. Um total de 34 instituições que podem ter um papel substancial na

disseminação de informação e conhecimento relativo à NS, e que são um dos públicos

de intervenção junto de futuros treinadores ou árbitros.

1 Escola Superior de Educação de Fafe

2 Escola Superior de Educação de Torres Novas

3 Escola Superior de Educação Jean Piaget – Nordeste

4 Escola Superior de Educação Jean Piaget de Arcozelo

5 Instituto Politécnico da Guarda - Escola Superior de Educação, Comunicação e

Desporto

6 Instituto Politécnico de Beja - Escola Superior de Educação

7 Instituto Politécnico de Bragança - Escola Superior de Educação de Bragança

8 Instituto Politécnico de Castelo Branco - Escola Superior de Educação de

Castelo Branco

9 Instituto Politécnico de Coimbra - Escola Superior de Educação de Coimbra

10 Instituto Politécnico de Leiria - Escola Superior de Educação e Ciências Sociais

124

Surge a limitação relativa ao número de filhos que cada casal pode ter, situação impossível de inverter. 125

Contempla: Ensino Superior Público Universitário; Ensino Superior Público Politécnico; Ensino

Superior Público Militar e Policial; Ensino Superior Privado Universitário; Ensino Superior Privado

Politécnico

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99

11 Instituto Politécnico de Lisboa - Escola Superior de Dança

12 Instituto Politécnico de Santarém - Escola Superior de Desporto de Rio Maior

13 Instituto Politécnico de Setúbal - Escola Superior de Educação

14 Instituto Politécnico de Viana do Castelo - Escola Superior de Desporto e Lazer

de Melgaço

15 Instituto Politécnico de Viseu - Escola Superior de Educação de Viseu

16 Instituto Politécnico do Porto - Escola Superior de Educação

17 Instituto Superior D. Afonso III

18 Instituto Superior da Maia

19 Instituto Superior de Ciências da Saúde – Norte

20 Instituto Superior de Ciências Educativas

21 Instituto Superior de Ciências Educativas de Felgueiras

22 Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes

23 Universidade da Beira Interior

24 Universidade da Madeira

25 Universidade de Coimbra - Faculdade de Ciências do Desporto e Educação

Física

26 Universidade de Évora - Escola de Ciências e Tecnologia

27 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - Escola de Ciências da Vida e do

Ambiente

28 Universidade do Algarve - Escola Superior de Educação e Comunicação

29 Universidade do Porto - Faculdade de Desporto

30 Universidade Europeia

31 Universidade Lusíada

32 Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

33 Universidade Lusófona do Porto

34 Universidade Técnica de Lisboa - Faculdade de Motricidade Humana

Tabela 3 - Estabelecimentos de Ensino Superior com cursos na área da Educação Física e

Desporto

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100

2.6.4.5 Câmaras Municipais

Estas entidades são responsáveis pela gestão das piscinas municipais, organizações

essenciais para o desenvolvimento recreativo da modalidade. E deste modo, são um

público importante de forma a intervir junto das piscinas para a mobilização da

modalidade. Neste sentido, e não existindo dados concretos relativamente ao número de

municípios com piscinas, utilizamos o número de municípios total, que aufere 308126

concelhos, espalhados de Norte a Sul do país, incluindo ilhas.

2.6.5 Meios de Comunicação Social

Este é um Stakeholder especializado e essencial de forma a potenciar os objetivos deste

projeto. Desta forma, os meios de comunicação social, alguns em específico, são

fundamentais na disseminação de informação juntos dos restantes públicos e na

promoção, inserção e manutenção na agenda mediática. Este Stakeholder,

principalmente no seio da atividade desportiva, exige um relacionamento diferenciado e

adaptado às suas características e que tem por base duas diferentes formas: a função de

comunicação para a agenda mediática e a de mediador para chegar aos restantes

públicos identificados como essenciais na consecução deste projeto. De destacar, a

importância dos jornais desportivos e cadernos desportivos de jornais generalistas

nacionais, os jornais locais e regionais, estes últimos podem ter um papel fundamental

do apoio ao projeto junto das comunidades e também revistas femininas. Ainda de

salientar, face a algumas das ações criadas para o efeito, a certificar nos pontos

seguintes, a importância de alguns meios em ações pontuais a nível de parceria, por

exemplo, uma revista feminina de Moda e Beleza, um canal de televisão e revistas do

social.

126

Fonte: DGAL, www.portalautarquico.pt

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101

2.7 Mensagens de Comunicação por Eixo Estratégico e Públicos

Eixo estratégico Mensagens Públicos127

“Despertar o interesse”

A NS é uma modalidade

completa e que reúne técnicas de

modalidades como a dança, a

ginástica rítmica e a natação.

P1 a P11.

A NS tem benefícios diversos e a

diferentes níveis. P1 a P11.

A NS oferece um espetáculo de

beleza e graciosidade

inigualável.

P1 a P11.

A NS é uma modalidade com

carácter competitivo e também

recreativo.

P1, P2, P3,

P4, P8 e P9.

A NS pode ser uma vantagem

competitiva para as entidades

envolvidas.

P1, P2, P5,

P6, P7, P9,

P10, P11.

Já existem condições

infraestruturais para a prática da

modalidade em Portugal.

P1, P2, P5,

P6, P7, P9,

P10, P11.

A NS é uma modalidade com as

bases necessárias para crescer

em Portugal.

P1, P2, P5,

P6, P7, P9,

P10, P11.

A NS é uma modalidade

exigente mas divertida e

emocionante.

P1, P3, P4,

P8, P9.

A NS é uma saída profissional

em ascensão.

P1, P2, P5,

P6, P7, P8,

P9.

127

Para identificar a definição de P1 a P11 consultar página 92.

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102

“Criar envolvimento”

Já existem vários clubes em

Portugal que oferecem a

modalidade.

P2, P3, P4,

P5, P6, P7,

P8.

A colaboração entre Clubes,

Associações e FPN é

fundamental para o crescimento

da modalidade.

P1, P2, P5,

P6, P7.

Para saber mais sobre a

modalidade e os clubes que a

disponibilizam deve contactar a

FPN ou as Associações de

Natação Locais.

P3, P4, P5,

P6, P8, P9.

Para saber mais sobre a

modalidade e experimentá-la

deve dirigir-se ao clube

desportivo mais próximo, que a

disponibilize.

P3, P4, P8.

Para assuntos relacionados com

investimento em futuros projetos

de NS deve ser contactada a

FPN.

P1, P2, P5,

P6, P7.

A NS apesar de exigir esforço e

trabalho pode ser praticada numa

vertente recreativa.

P3, P4, P8,

P9.

A FPN disponibiliza cursos de

formação para treinadores de NS.

P1, P2, P5,

P6, P7, P8.

Futuros treinadores de NS não

precisam de ter formação base

em Desporto.

P1, P2, P5,

P6, P7, P8.

A NS é uma modalidade de

enorme interesse desportivo e

proporciona ao espetador um

espetáculo atrativo.

P8 e P9

Tabela 4 - Mensagens de Comunicação por Eixos Estratégicos e Públicos

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103

2.8 Objetivos de Comunicação por Público-Alvo

Num plano de comunicação para cada público são definidos objetivos específicos, tendo

por base uma intenção, uma proporção e um prazo e baseados na caracterização do

público e no eixo estratégico pelo qual estão envolvidos. Estes objetivos por público-

alvo serão a forma de determinar o sucesso das ações desenvolvidos, após avaliação.

2.8.1 Objetivos de Comunicação para Adeptos

ADEPTOS Proporção Intenção Prazo Eixo

estratégico

Informar 20% sobre a

existência da

modalidade128

no prazo de

1 ano.

“Despertar o

interesse”

Informar 40% no prazo de

3 anos.

Esclarecer 40% sobre a

importância

de divulgar a

modalidade129

no prazo de

1 ano.

Esclarecer 80% no prazo de

3 anos.

Conseguir que 20% aconselhe a

modalidade no

seu círculo

pessoal ou

profissional

no prazo de

1 ano.

“Despertar o

interesse” e

“Criar

envolvimento”

Conseguir que 40% no prazo de

3 anos.

Conseguir que 10% leve um

amigo a

experimentar

a

modalidade130

no prazo de

1 ano.

Conseguir que 15% no prazo de

3 anos.

Conseguir que 2% leve um

amigo a

praticar a

modalidade

no prazo de

1 ano.

“Criar

envolvimento”

Conseguir que 6% no prazo de

3 anos.

Tabela 5 - Objetivos de Comunicação para Adeptos

128

Exclusivamente para o público que pode desconhecer, a jovens. 129

Exclusivamente para aqueles que já conhecem a modalidade e são adeptos. 130

Exclusivamente para atletas.

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104

2.8.2 Objetivos de Comunicação para Futuros Praticantes

FUTUROS

PRATICANTES Proporção Intenção Prazo

Eixo

estratégico

Fomentar em 20% o

conhecimento

da

modalidade131

no

prazo

de 1

ano.

“Despertar o

interesse”

Fomentar em 40%

no

prazo

de 3

anos.

Conseguir que 10% fiquem

curiosos

relativamente

à

modalidade132

no

prazo

de 1

ano.

Conseguir que 20%

no

prazo

de 3

anos.

Esclarecer 10%

que a prática

da NS trará

benefícios133

no

prazo

de 1

ano.

Esclarecer 20%

no

prazo

de 3

anos.

Incentivar a que 20% procure como

envolver-se

com a

modalidade134

no

prazo

de 1

ano. “Despertar o

interesse” e

“Criar

envolvimento” Incentivar a que 40%

no

prazo

de 3

anos.

Levar a que 5%

experimentem

uma aula de

NS135

no

prazo

de 1

ano.

“Criar

envolvimento”

131

Exemplo: Um futuro praticante já sabe o que é a NS. 132

Exemplo: Um futuro praticante quer saber mais sobre a modalidade. 133

Exemplo: Um futuro praticante acredita que a NS é importante para a sua vida, a diferentes níveis. 134

Exemplo: Os futuros praticantes ligam para a FPN ou consultam o seu site para saber como e onde

podem inscrever-se. 135

Exemplo: Os futuros praticantes procuram num clube participar numa aula experimental.

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105

Levar a que 15%

no

prazo

de 3

anos.

Incentivar a que 5%

se inscrevam

na

modalidade136

no

prazo

de 1

ano.

Incentivar a que 10%

no

prazo

de 3

anos.

Tabela 6 - Objetivos de Comunicação para Futuros Praticantes

2.8.3 Objetivos de Comunicação para Futuros Treinadores

FUTUROS

TREINADORES Proporção Intenção Prazo

Eixo

estratégico

Fomentar em 15% a curiosidade

em saber mais

sobre a NS137

no prazo

de 1

ano.

“Despertar o

interesse”

Fomentar em 30%

no prazo

de 3

anos.

Conseguir que 5% acreditem que

a modalidade

lhes trará

sucesso

profissional138

no prazo

de 1

ano.

Conseguir que 15%

no prazo

de 3

anos.

Despertar em 10% a vontade de

se informar

sobre os

cursos de

formação139

no prazo

de 1

ano. “Despertar o

interesse” e

“Criar

envolvimento” Despertar em 20%

no prazo

de 3

anos.

136

Exemplo: Os futuros praticantes inscrevem-se na modalidade num clube desportivo. 137

Exemplo: Licenciado em Desporto consulta site da FPN para se informar sobre o panorama nacional

da modalidade. 138

Exemplo: Licenciado em Desporto acredita que apostar na modalidade pode ser positivo para o seu

percurso profissional. 139

Exemplo: Treinador de natação quer especializar-se em NS e procura mais informação junto da FPN.

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106

Conseguir que 5% se inscreva

num curso de

formação140

no prazo

de 1

ano. “Criar

envolvimento”

Conseguir que 10%

no prazo

de 3

anos.

Tabela 7 - Objetivos de Comunicação para Futuros Treinadores

2.8.4 Objetivos de Comunicação para Parceiros

PARCEIROS Proporção Intenção Prazo Eixo

estratégico

Conseguir

que 20%

divulgue a

modalidade no

seu seio de

atuação141

no prazo

de 1 ano.

“Despertar o

interesse”

Conseguir que 40% no prazo

de 3 anos.

Despertar a

atenção de 30% para a

existência da

modalidade142

no prazo

de 1 ano.

Despertar a

atenção de 60%

no prazo

de 3 anos.

Convencer 30% sobre os

benefícios do

envolvimento

com a

modalidade143

no prazo

de 1 ano. “Despertar o

interesse” e

“Criar

envolvimento” Convencer 60%

no prazo

de 3 anos.

Levar a que 30% contribuam

para algum

tipo de

envolvimento

no seu seio de

atuação144

no prazo

de 1 ano.

“Criar

envolvimento”

Levar a que 40% no prazo

de 3 anos.

Suscitar 10% Um

envolvimento

direto com a

modalidade145

no prazo

de 1 ano.

Suscitar 20% no prazo

de 3 anos.

Tabela 8 - Objetivos de Comunicação para Parceiros

140

Exemplos: Treinadores ou Licenciados em Desporto inscrevem-se num curso de formação em NS. 141

Exemplos: Um clube dá a conhecer a modalidade aos seus sócios, uma Associação local dá a conhecer

a modalidade aos clubes locais, uma faculdade de desporto dá a conhecer a modalidade aos seus alunos. 142

Exemplo: Os parceiros ficam a conhecer e/ou reconhecer a modalidade. 143

Exemplos: Um clube reconhece que criar um projeto de NS lhe trará vantagem competitiva, uma

Associação reconhece que criar um plano de desenvolvimento de NS local será positivo. 144

Exemplos: Um casal inscreve um filho na modalidade, uma Associação consegue que mais clubes

abram a modalidade, uma Faculdade consegue que alunos seus se inscrevam num curso de treinadores ou

juízes. 145

Exemplos: Uma Associação organiza uma prova, um clube abre a modalidade, uma Câmara Municipal

oferece as suas infraestruturas para a realização de um campeonato.

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107

2.8.5 Objetivos de Comunicação para Meios de Comunicação Social

Tabela 9 - Objetivos de Comunicação para Meios de Comunicação Social

2.9 Implementação da Estratégia de Relações Públicas

2.9.1 Eventos ou Ativações/reativações locais

Projeto Estrelas-do-mar

Eixo estratégico “Despertar o interesse” e “Criar envolvimento”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Parceiros

Futuros treinadores

Objetivos gerais Divulgar a modalidade

146

Consultar ponto 2.9 Estratégia de Relações Públicas.

MEIOS DE

COM.

SOCIAL

Proporção Intenção Prazo Eixo

estratégico

Aumentar em 10% o apoio editorial

relativamente à

modalidade

no prazo de

1 ano.

“Despertar o

interesse” e

“Criar

envolvimento”

Aumentar em 20% no prazo de

3 anos.

Conseguir 4 presenças em

televisão

no prazo de

1 ano.

Conseguir 8 no prazo de

3 anos.

Conseguir 1 parcerias com

imprensa escrita

ou TV146

no prazo de

1 ano.

Conseguir 3 no prazo de

3 anos.

Aumentar em 35% O

conhecimento/

reconhecimento

da modalidade

no prazo de

1 ano.

Aumentar em 70% no prazo de

3 anos.

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108

Atrair novos praticantes

Proporcionar aos parceiros um projeto de

desenvolvimento desportivo da NS

Conceder as ferramentas necessárias para a criar novos

projetos de NS

Descrição

Uma ação que tem por base o projeto147

já desenvolvido pela

FPN, fazendo-se uma reativação do mesmo, apostando numa

maior difusão e comunicação do projeto, a partir das

ferramentas existentes, junto dos públicos definidos. Esta é

uma ação basilar e que deve ser contínua, para o

desenvolvimento da modalidade e a Comunicação será

primordial para que se aumente a taxa de sucesso da mesma.

O sucesso deste projeto está dependente da aceitação dos

envolvidos em colocar em prática o mesmo, pelo que deverá

ser demonstrada sua importância

Timing Transversal a toda a campanha

Divulgação

Criar página de Facebook do projeto, dinamizando-a e

comunicando-a no site e na página de Facebook da FPN.

Envio de mail com folheto para a base de dados dos

Parceiros

Aconselhar os clubes a fornecerem

folhetos impressos nas suas piscinas ou via

mailing list

Aconselhar Associações de Natação a

dinamizar o projeto junto dos clubes locais

fazendo um forcing

Convidar Municípios a divulgar a

modalidade nas piscinas e clubes

Fomentar a partilha nas páginas de Facebook da FPN e

dos parceiros o folheto do projeto

Avaliação Número de novos inscritos por intermédio do projeto

Número de contactos de email recebidos pela FPN

147

Consultar, Anexo 4 – Folheto do Projeto Estrelas-do-mar.

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109

Número de contactos telefónicos recebidos pela FPN

Número de intervenientes nas ações de formação do

projeto

Monitorização de site e Facebook, relativamente a todas

as métricas de avaliação (likes, comentários, page views,

etc.)

Feedback dos participantes

Tabela 10 - Projeto Estrelas do Mar

Dia Aberto da Natação Sincronizada

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Futuros Treinadores

Meios de Comunicação Social

Objetivos gerais

Divulgar a modalidade

Atrair novos praticantes

Atrair novos treinadores

Descrição

Realizar em três pontos estratégicos do país, Norte, Centro e

Sul, um dia dedicado à NS. Deve realizar-se em ambiente de

piscina, por exemplo piscinas municipais. Através da

divulgação será feito um convite a futuros treinadores e

praticantes para que venham informar-se sobre a modalidade,

através de workshops sobre diferentes temáticas relacionadas

com a modalidade, a serem ministrados por três pessoas

formadas no assunto, (professores ou responsáveis da FPN)

que lhes permitam adquirir um diploma de participação.

Simultaneamente deverá haver atletas a demonstrar a

realidade de um treino de NS, dentro e fora de água e, em

alguns momentos do dia, serão feitas exibições de NS, para

que as pessoas possam assistir.

Timing Fevereiro de 2014

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110

Divulgação

Todo o evento deverá ser devidamente programado, para que

os participantes possam estar presentes durante a parte do dia

que acharem mais adequado.

Afixação de um programa do calendário nas piscinas

onde será efetuado o evento

Divulgação do calendário na página de Facebook da FPN

Divulgação do calendário da página de Facebook

Estrelas-do-mar

Pedido de divulgação nas páginas de Facebook das

Câmaras envolvidas (caso existam)

Afixação do calendário nas Faculdades de Desporto e nas

suas páginas de Facebook

Envio de calendário à mailing da FPN (Clubes,

associações, etc.) e pedido para afixação nos seus

espaços

Envio de Press Release à imprensa regional

Avaliação

Número de participantes no evento

Deve ser pedido aos participantes que preencham um

pequeno questionário de forma a avaliar o evento para

que seja possível identificar por um lado o evento em si

mesmo, mas por outro, a necessidade de realização de

futuros eventos com as mesmas características.

Convite no Facebook e resposta positiva ao mesmo

Número de notícias publicadas

Feedback dos participantes

Tabela 11 - Dia Aberto da Natação Sincronizada

Colónias de férias desportivas

Eixo estratégico “Despertar o interesse” e “Criar envolvimento”

Públicos-alvo Futuros praticantes

Objetivos gerais Dar a conhecer a modalidade

Fomentar a sua prática

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111

Transmitir os benefícios da prática desportiva, com

enfoque nas atividades aquáticas, em especial, a NS.

Descrição

Organizar em tempo de férias uma semana (cinco dias úteis)

de colónias de férias desportivas, com cerca de 20 jovens em

três zonas do país, Norte, Sul e Centro. Consoante o número

de inscritos, verificar-se-á a viabilidade de criar mais um

grupo. Nestas colónias será dedicado um dia a cada

modalidade, sobrando dois dias úteis, um para gincanas

aquáticas e jogos dentro de água e outro para visitar os

atletas de competição das várias modalidades no seu dia de

treinos. Os dias dedicados às modalidades em específico

serão divididos entre uma parte fora de água, com formação,

jogos e desafios e uma outra em ambiente aquático, onde se

experimentará a modalidade e as principais regras. Caso haja

alunos interessados em participar apenas num dia das

atividades é possível fazê-lo mediante pagamento de um fee

reduzido.

Timing Julho de 2014

Divulgação

Através das escolas e colégios privados é possível chegar

até aos pais e aos alunos, distribuindo folhetos

informativos

Divulgação através da página de Facebook e site da FPN

e clubes ou piscinas envolvidas

Pedir a colaboração das Câmaras Municipais para

divulgação nas juntas de freguesia, onde deve ser afixado

um folheto com a informação sobre as colónias

Avaliação

Número de inscritos no evento

Número de inscrições na NS em clubes desportivos por

intermédio das colónias

Feedback dos participantes

Tabela 12 - Colónias de Férias Desportivas

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112

Evento para bloggers

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Futuros treinadores

Meios de Comunicação Social

Objetivos gerais

Divulgar a modalidade

Através do “poder” dos blogs conseguir atrair mais

pessoas para a modalidade

Chegar às mães dos futuros praticantes

Demonstrar que a NS pode ter a sua vertente recreativa

Descrição

Esta ação passa por convidar algumas bloggers dos blogs

femininos com maior número de visitantes a experimentarem

numa tarde a modalidade. A ideia é que depois seja feito um

post em cada um dos blogs a contar a sua experiência.148

Neste evento é fundamental integrar algumas bloggers

famosas de modo a atrair alguns media. Exemplos de

bloggers convidadas: Pipoca mais doce, A melhor amiga da

Barbie, Barriga Mendinha, Mapshow, The Stiletto Effect,

Style it up, Stylista, Cocó na Fralda, Mini-saia,

Timing Maio de 2014

Divulgação

Através dos próprios blogs, onde será feito um post sobre

a experiência de cada blogger

Envio de Press Release antes e pós evento

Comunicar a realização do evento na página de Facebook

da FPN

Número de notícias publicadas, principalmente online

Avaliação

Número de posts publicados

Número de comments aos posts publicados

Número de page views

Número de likes e comentários nas páginas de Facebook

dos próprios blogs

Feedback dos participantes

Tabela 13 - Evento para Bloggers

148

Consultar Tabela 27 - PR Online

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113

Evento Dia da Criança

Eixo estratégico “Despertar interesse”

Públicos-alvo Meios de Comunicação Social

Futuros praticantes

Objetivos gerais

Mediatizar a NS através da presença da presença das

figuras públicas

Tentar que a modalidade seja falada na imprensa

Descrição

Em parceria com a Sport Zone deve realizar-se um evento

numa piscina em Lisboa, onde os filhos das figuras públicas

são convidados a ter uma aula de NS. Pretende-se que o

evento tenha alguma cobertura mediática, importante para

dar a conhecer a NS.

Timing Junho de 2014

Divulgação

Press Release a jornais generalistas e revistas femininas

Notícia no site da FPN pós evento

Divulgação da notícia na página de Facebook da FPN

Avaliação

Número de meios presentes

Número de figuras públicas e filhos presentes

Número de notícias publicadas

Tabela 14 - Evento Dia da Criança

Concurso entre associações

Eixo estratégico “Criar envolvimento”

Públicos-alvo Futuros praticantes

Parceiros

Objetivos gerais

Atrair novos praticantes

Incentivar as associações a dinamizar a modalidade

Criar um incentivo à concretização de um bem comum

Permite dinamizar uma das principais ações de

divulgação da modalidade, o projeto Estrelas-do-mar

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114

Permite um maior envolvimento das associações com a

FPN

Contribuir para a relevância da NS no universo das

disciplinas das Associações de Natação

Descrição

Esta ação pretende que ao dinamizar um concurso junto das

Associações de Natação, estas despertem para a necessidade

de divulgar a modalidade. O objetivo é que divulgando a

modalidade com recurso aos seus próprios meios e

principalmente através das ferramentas disponibilizadas

pela FPN (exemplo: Projeto Estrelas-do-mar) consigam

aumentar o número de praticantes. Assim a associação que

conseguir na sua área de intervenção atrair o maior número

de novos atletas será premiado pelo seu esforço de

dinamização. De destacar que deve existir, obviamente, um

trabalho conjunto de colaboração entre as associações e os

clubes da área de intervenção, uma vez que é um ponto de

interesse para ambos.

Timing Transversal a toda a campanha

Divulgação

Neste caso, o contacto direto com as Associações de

Natação é o ponto fundamental

Divulgação no site e na conta de Facebook da FPN

As associações que tiverem conta de Facebook podem

divulgar a ação junto dos seus fãs

As associações devem utilizar para colocar o processo

de dinamização em prática todos os meios que são

disponibilizados pela FPN e todos os que dispõem e lhes

sejam possível usar:

o Sites

o Contas de Facebook

o Mailing list

o Afixação de folhetos nos clubes da área de

intervenção

Avaliação Número total de novos praticantes a nível nacional

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115

Número de participantes por área de intervenção

Número de associações envolvidas no concurso

Monitorização do tipo de meios utilizados pelas

associações para alcançar o objetivo

Tabela 15 - Concurso entre Associações

Gala da Natação Sincronizada

Eixo estratégico “Criar envolvimento”

Públicos-alvo Parceiros

Adeptos

Objetivos gerais

Fomentar o apoio de adeptos e parceiros à dinamização

da modalidade

Motivar os públicos para a necessidade de uma

colaboração no sentido de divulgar a modalidade

Mostrar reconhecimento junto dos públicos pelo

trabalho já feito

Reconhecer e premiar atletas

Premiar as associações que mais se destacaram no

concurso desenvolvido

Descrição

Esta gala pretende reunir os principais intervenientes do

universo da NS, de forma a dar algum reconhecimento ao

trabalho que tem sido feito e por outro lado, mobilizar para

que seja ainda feito mais.

Devem ser convidados representantes das altas entidades do

Desporto (ex.: IDP, presidentes das associações) de forma a

mostrar que a NS e todos os seus atores merecem o devido

reconhecimento, assim como possíveis envolvidos que

tenham contribuído de alguma forma para a NS (ex.:

Câmaras Municipais, marcas, faculdades, etc.). Devem ser

convidados ex-atletas, atuais atletas, treinadores, juízes,

dirigentes e premiar todos aqueles que assim a FPN achar

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116

necessário pelo contributo que de alguma forma podem ter

dado à modalidade. Este evento será um momento de

convivência e de estímulo de união de esforços para a

colaboração entre todos para a evolução da modalidade.

Nesta gala serão também entregues os prémios aos

vencedores do concurso entre associações. Será um evento a

realizar numa 6ª feira à noite, entre as 21h e as 23h30, em

local a determinar.

Timing Setembro de 2014

Divulgação

Convites via mail (mailing list)

Convites a atletas e ex. atletas via clubes

Divulgação no site e conta de Facebook da FPN pré e

pós evento

Avaliação

Número de convidados presente

Número de parceiros presente

Número de representantes das entidades presentes

Tabela 16 - Gala da Natação Sincronizada

Contacto empresarial

Eixo estratégico “Despertar interesse” e “Criar envolvimento”

Públicos-alvo Adeptos149

Objetivos gerais

Dar a conhecer a modalidade

Abrir portas para futuras parcerias

Divulgar a modalidade numa vertente recreativa e que

pode ser usada em prol de:

o Espectáculos

o Spots publicitários

o Eventos de Imprensa

o Eventos corporate

149

Neste caso, são especificamente as pequenas e médias empresas.

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117

o Inaugurações

Descrição

Através de uma base de dados de empresas multinacionais,

será enviado um Power Point sobre a modalidade,

encaminhando para o site da FPN e para a respetiva base de

dados de clubes. A ideia da apresentação é mostrar às

empresas de que forma a NS pode contribuir para alguma

das acções empresariais e mostrar disponibilidade para

qualquer parceria do género que pretendam efectuar com a

FPN ou com as equipas dos clubes. A título de exemplo,

uma empresa pode querer fazer um Evento de Imprensa

para revistas femininas com um espectáculo de NS ou num

evento corporate uma organização pode querer surpreender

a equipa com um espectáculo da modalidade.

Timing Maio de 2014

Divulgação

Via email direto para os Recursos Humanos,

Departamento de Comunicação e/ou Marketing, ou

semelhantes, com recurso ao envio de uma apresentação

em formato Power Point

Avaliação

Número de respostas

Número de contactos

Número de organizações a contratar qualquer tipo de

serviço

Tabela 17 - Contacto Empresarial

2.9.2 Parcerias e Embaixadores

Figura Pública - embaixadora por um dia

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Adeptos

Meios de Comunicação Social

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118

Objetivos gerais

Mediatizar a NS

Aumentar o conhecimento/reconhecimento da

modalidade

Descrição

Será convidada uma figura pública, querida pelo público, em

especial os mais jovens, (ex.: Rita Pereira, Sara Matos, Mia

Rose, Jéssica Athayde, Vanessa Martins, Gabriela Barros) a

ser embaixadora por um dia da modalidade. Neste dia, a

embaixadora experimentará a modalidade e será penteada e

maquilhada como uma verdadeira atleta de NS.

Simultaneamente serão tiradas fotografias para depois serem

divulgadas por ela, juntamente com um testemunho na sua

página oficial de Facebook.150

Timing Abril de 2014

Divulgação

Página Oficial da embaixadora

Página Oficial de Facebook da embaixadora

Site e Facebook da FPN

Envio de Press Release pós e pré-evento para revistas

femininas e generalistas

Avaliação

Número de visualizações

Número de comentários

Número de partilhas

Notícias publicadas em meios impressos e online

Tabela 18 - Figura Pública Embaixadora por um dia

Participação em série televisiva

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo Futuros praticantes

Meios de Comunicação Social

Objetivos gerais Mediatizar a modalidade junto do público mais jovem

150

Consultar Tabela 25 – Testemunho Embaixadora por um dia

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119

Dar destaque em termos televisivos à NS

Descrição

A ideia passa por fazer uma parceria com produtora de

televisão para que uma das personagens de uma

série/telenovela seja praticante da modalidade. Assim, a

modalidade estará diariamente a ser mostrada ao público em

geral e a cativar o interesse de novos praticantes. A FPN

compromete-se a encontrar uma atleta que possa fazer a

dupla da personagem, nas posições e esquemas mais

complexos.

Timing Dependente da existência de uma série televisiva nestes

moldes

Divulgação

Para além da própria divulgação do canal, a FPN tem

responsabilidade por:

Divulgar a presença da modalidade da telenovela/série

através do seu site e Facebook

Envio de Press Release à imprensa

Nesta ação em especial o próprio mediatismo que o canal dá

aos seus programas, assim como as próprias revistas, será

benéfico.

Avaliação

Shares do programa

Notícias publicadas que especifiquem a modalidade

Reportagens realizadas

Comentários, partilhas e likes na página de Facebook da

FPN

Tabela 19 - Participação em Série Televisiva

Design do equipamento da Seleção Nacional

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Adeptos

Meios de Comunicação Social

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120

Objetivos gerais

Aliar o Desporto a um outro setor, o da Moda

Permitir dar visibilidade simultaneamente à modalidade e

a um designer

Dar algum reconhecimento e visibilidade à Seleção

Nacional

Dar a conhecer a vertente competitiva da modalidade

Descrição

Esta ação consiste em convidar um jovem designer nacional

em grande crescimento, a desenhar o equipamento da Seleção

Nacional. Com esta parceria pretende-se dar protagonismo a

esta ação canalizando os resultados para uma maior

divulgação da modalidade e reconhecimento da mesma, um

vez que está a ser apresentada uma Seleção Nacional de NS.

Conjuntamente pode criar-se aqui uma oportunidade de win-

win para ambas as partes, uma vez que em conjunto podem

conseguir uma maior visibilidade. Sugestões: Daniela Barros,

Katty Xiomara, Estelita Mendonça, Susana Bettencourt

Timing Outubro de 2014

Divulgação

Press Release à imprensa

Entrevistas com o criador

Divulgação no site/Facebook da FPN e do designer

Convite à imprensa para conhecer o equipamento

Lançamento de um quiz via Facebook “O que acha do

novo equipamento da Seleção Nacional de NS desenhado

por X?” de modo a envolver as pessoas na ação

Avaliação

Número de notícias publicadas

Análise de clipping

Número de respostas ao quiz

Análise das respostas do quiz

Comentários no Facebook e respetiva análise

Tabela 20 - Design do equipamento da Seleção Nacional

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121

Sorteio cursos

Eixo estratégico “Despertar o interesse” e “Criar envolvimento”

Públicos-alvo Futuros treinadores

Parceiros

Objetivos gerais

Dar visibilidade à modalidade

Captar novos treinadores

Captar indivíduos para realização dos cursos

Mostrar que a NS é uma atividade com potencial

Mostrar a importância de formar novos treinadores

Fomentar a procura de cursos

Mostrar que a NS é um bom investimento formativo

Descrição

Esta tática passa por abrir candidaturas para os futuros

treinadores interessados em dar NS (licenciados em Desporto,

treinadores desportivos ou indivíduos da população em geral

sem qualquer vinculo desportivo de formação). Desta forma, a

FPN fará a divulgação dos cursos e simultaneamente sorteia a

oferta de 4 cursos, 2 por nível, de modo a incentivar a inscrição

nas formações. A ideia é que através das Faculdades e alguns

parceiros seja possível chegar aos eventuais interessados e

mostrar que a NS pode ser um bom investimento ao nível

formativo.

Timing Fevereiro a Maio de 2014

Divulgação

Deixar folhetos nas principais faculdades de Desporto do

país

Afixar um cartaz nas principais faculdades de Desporto do

país

Em colaboração com as Associações de estudantes divulgar

via mail

Divulgar os cursos nas páginas de Facebook das faculdades

de Desporto

Pedir a colaboração do IDP e da CDP na divulgação junto

da sua base de dados

Envio de mail para a base de dados de treinadores de

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122

natação da FPN

Envio de mail das bases de dados das Associações de

Natação, em especial a ATN.

Divulgação no site e Facebook da FPN

Criação de um evento no Facebook e pedido de

disseminação do mesmo aos colaboradores da FPN

Avaliação

Número de inscritos nas formações

Número de contactos recebidos relativamente ao assunto

Número de convites aceites no Facebook

Tabela 21 - Sorteio Cursos

2.9.3 Media

Editorial de Moda

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Parceiros

Meios de Comunicação Social

Objetivos gerais

Aliar o sector do Desporto ao da Moda

Divulgar a modalidade

Mostrar a Beleza de um espectáculo de NS

Tornar a NS reconhecida entre as jovens, leitoras das

revistas de Moda

Cativar futuros praticantes para a vertente recreativa da

modalidade

Descrição

Pretende-se que em parceria com a revista de Moda e Beleza

Vogue Portugal, seja feito um editorial de Moda com atletas de

NS ou modelos, numa representação a ser criada pelo Diretor

criativo da revista. Idealmente será um editorial para uma

edição de verão, de modo a que a peça de vestuário usada

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123

essencialmente sejam fatos de banho.

Timing Junho de 2014

Divulgação

Divulgação no site e Facebook da FPN

Divulgar um vídeo do making of do editorial no youtube e

no site e Facebook da FPN

Simultaneamente a Vogue Portugal fará o mesmo

Press Release à imprensa, em especial revistas e jornais

online

Divulgação em blogs de Moda e Beleza

Avaliação

Número de vendas da revista

Análise de comentários, likes, pageview, partilhas

Feedback dos leitores da revista

Análise de clipping

Tabela 22 - Editorial de Moda

Programa da manhã

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo Futuros praticantes

Parceiros

Objetivos gerais

Colocar em debate o tema da NS

Mediatizar

Dar a conhecer profundamente tudo o que a modalidade

envolve

Dar o parecer de pessoas envolvidas no assunto

Convidar à prática e experimentação da modalidade

Descrição

A ideia para por levar a que a modalidade seja falada em

ambiente de programa de televisão a um nível mais profundo,

tentando-se que sejam entrevistada a Diretora Técnica e mais

um ou dois intervenientes da modalidade (ex.: uma treinadora e

uma atleta) Num dos programas da manhã ou da tarde da SIC

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124

(Querida Júlia, Boa tarde), e aproveitando a coadjuvação já

criada através do programa Splash devem ser tratados os

benefícios da modalidade e todas as componentes que a

caracterizam, mostrando-se simultaneamente imagens e

anunciando com uma pequena peça de reportagem, como é

hábito nestes programas.

Timing Março de 2014

Divulgação

Facebook e site da FPN pré e pós-evento

Posterior partilha do vídeo do programa no Facebook da

FPN e do projeto Estrelas-do-mar

Avaliação

Resultados de audiências

Análise de clipping

Análise e monitorização de métricas do Facebook

Se possível, supervisão do número de inscritos em clubes

como base no ”tomei conhecimento da modalidade pelo

programa X”

Tabela 23 - Programa da Manhã

Reativação Splash

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Futuros treinadores

Adeptos

Parceiros

Meios de Comunicação Social

Objetivos gerais

Mediatizar a modalidade

Divulgar a modalidade em massa

Dar a conhecer os clubes participantes

Descrição Pretende-se que seja feita uma reativação da Natação

Sincronizada no programa Splash, caso venha a existir uma

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125

segunda edição. Para isto, deve tentar-se em colaboração com a

produção fazer:

Pequenas entrevistas aos clubes participantes durante o

intervalo dos saltos

Convidar mais participantes do programa a

experimentarem NS (à semelhança do José Castelo

Branco)

Durante os intervalos dos saltos e nos momentos

“mortos” do programa a modalidade pode ser mais

divulgada, com mais demonstrações e interação entre

celebridades e a modalidade

Timing Dependente da existência de uma 2ª edição do programa

Divulgação

Para além de se aproveitar a própria mediatização do Splash, ao

longo de cada episódio do programa, no Facebook da FPN,

deve ser feito um report.

Avaliação

Audiências do programa

Análise de clipping

Análise e monitorização de métricas do Facebook

Se possível, supervisão do número de inscritos em clubes

como base no ”tomei conhecimento da modalidade pelo

programa X”

Tabela 24 - Reativação Splash

2.9.4 Digital e Social Media

Testemunho Embaixadora por um dia

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Adeptos

Meios de Comunicação Social

Objetivos gerais Mediatizar a NS

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126

Aumentar o conhecimento/reconhecimento da modalidade

Aproveitar a abordagem online e viral

Descrição

Com base na ação “Figura Pública - embaixadora por um

dia”151

, a mesma deve fazer um report da sua experiência

durante o dia, destacando as principais dificuldades, o que mais

gostou, os benefícios e acima de tudo, mobilizando para a

prática da modalidade através da narração da sua experiencia e

recorrendo também à publicação de fotografias Este

testemunho deverá ser publicado na página de Facebook e site

oficial da Figura Pública.

Timing Abril de 2014

Divulgação

Página oficial de fãs e Facebook da Figura Pública

Página e site da FPN

Press release pós evento

Avaliação

Análise de clipping

Análise e monitorização de métricas do Facebook

Feedback dos fãs

Tabela 25 - Testemunho Embaixadora por um dia

Atualização do site da FPN

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Futuros Treinadores

Adeptos

Parceiros

Meios de Comunicação Social

Objetivos gerais

Conceder mais informações sobre a modalidade

Abrir portas para que mais pessoas conheçam a modalidade

Divulgar o papel da FPN na evolução da modalidade

151

Consultar Tabela 18 – Figura Pública - embaixadora por um dia.

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127

Dar a conhecer os objetivos que se pretende a curto/longo

prazo para a NS a todos os visitantes

Descrição

A atualização do site da FPN consiste em dar mais

informações sobre a NS:

História

O que é

Benefícios

Técnica

Competições

Resultados

Atletas

Vertente recreativa vs. competitiva

Clubes152

Para que mais pessoas saibam o que é e possam consultar todas

as informações de interesse. Atualmente as plataformas online

são fundamentais na divulgação de produtos e/ou serviços.

Timing Transversal a toda a campanha

Divulgação

Divulgar link na página de Facebook da FPN

Divulgar link na página de Facebook das Estrelas-do-Mar

Abrir o site da FPN com um alerta para novidades no

campo da NS

Avaliação

Page views

Partilha de alguma informação

Feedback dos leitores

Tabela 26 - Atualização do Site da FPN

152

Consultar Tabela 30 – Banco online de clubes

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128

PR online153

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Futuros treinadores

Meios de Comunicação Social

Objetivos gerais

Divulgar a modalidade

Através do “poder” dos blogs conseguir atrair mais pessoas

para a modalidade

Chegar às mães dos futuros praticantes

Demonstrar que a NS pode ter a sua vertente recreativa

Descrição

Com base no “Evento para Bloggers”154

, estas devem fazer um

testemunho no seu espaço, com recurso a fotos, sobre a sua

experiência de iniciação à prática da modalidade. Focando-se

também em dar algum enfoque à viabilização e dinamização

da NS junto dos leitores.

Timing Maio de 2014

Divulgação

Através dos próprios blogs, onde será feito um post sobre a

experiência de cada blogger

Envio de Press Release antes e pós evento

Comunicar a realização do evento na página de Facebook

da FPN

Avaliação

Número de notícias publicadas, principalmente online

Número de posts publicados

Número de comments aos posts publicados

Número de page views

Número de likes e comentários nas páginas de Facebook

dos próprios blogs

Feedback dos leitores

Tabela 27 - PR Online

153

O PR Online diz respeito à segunda fase do Evento para Bloggers (Tabela 13, página 112) e esta fase

diz respeito à disseminação da informação recolhida no evento, online, daí estarem localizadas em grupos

de ações diferentes. 154

Consultar Tabela 13 – Evento para bloggers

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129

Vídeo da modalidade

Eixo estratégico “Despertar o interesse”

Públicos-alvo

Futuros praticantes

Meios de Comunicação Social

Parceiros

Objetivos gerais

Dar a conhecer a realidade da modalidade

Proporcionar um contacto visivo com a modalidade

Permite difundir a modalidade em meio online com mais

visibilidade

Descrição

Consiste em realizar um vídeo ilustrativo da modalidade,

filmado com a Seleção Nacional e com testemunhos das atletas

que deve depois ser difundido pelos meios selecionados.

Timing Janeiro de 2014

Divulgação

Será um vídeo que deve ser colocado no site da FPN e

respetivo Facebook

Youtube

Divulgado aos parceiros que devem também dinamizá-lo

da forma que lhe for mais conveniente.

Divulgação em sites desportivos (Ex: Sapo Desporto, MSN

Desporto)

Divulgação em sites infantis (ex: Panda Sport, Portal dos

miúdos, Kinder Sport155

)

Divulgação a meios de Comunicação social desportivos

online

Deve ser enviado um mail aos parceiros com um link para

aceder ao vídeo

Avaliação

Número de visualizações do vídeo acumulado

Número de visualizações do vídeo por meio

Comentários e likes

Número de partilhas do vídeo

Tabela 28 - Vídeo da Modalidade

155

A FPN já tem uma parceria com esta entidade.

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130

Banco online de treinadores

Eixo estratégico “Criar envolvimento”

Públicos-alvo Futuros treinadores

Parceiros

Objetivos gerais

Dar resposta à procura por parte de clubes de futuros

treinadores

Facilitar o acesso aos futuros treinadores

Incrementar o acesso ao emprego por parte dos futuros

treinadores

Descrição

Esta será uma base disponibilizada online, alojada no site da

FPN, de forma a demonstrar os treinadores que fizeram

formação em NS com FPN e que estão disponíveis para treinar

em algum clube. Os clubes podem assim recorrer a esta base

de dados e ter acesso à listagem de treinadores formados,

assim como algumas das suas características, currículo e

contactos. O acesso a este banco deverá ser vedado através de

um log in cedido pela FPN.

Timing Abril a Dezembro de 2014

Divulgação

Informar os clubes via contacto direto ou mail da

existência desta base

Informar as associações via contacto direto ou mail da

existência desta base

Avaliação Número de futuros treinadores contactados

Número de treinadores contratados

Tabela 29 - Banco Online de Treinadores

Banco online de clubes

Eixo estratégico “Criar envolvimento”

Públicos-alvo Futuros praticantes

Objetivos gerais Dar as informações necessárias sobre os clubes que

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131

oferecem a modalidade

Facilitar o processo de acesso entre futuros praticantes →

Clubes

Facilitar a FPN na gestão de novos praticantes

Promover o acesso das equipas de NS dos diversos clubes a

exibições, espetáculos, etc.

Facilitar o acesso de entidades interessadas num

espectáculo de NS aos contactos e informações sobre as

equipas e clubes

Descrição

Neste banco online, que deve estar localizado no site da FPN,

deverão existir informações gerais sobre os clubes que

oferecem NS: contactos, nomes dos treinadores, equipa,

portfolio de participações, resultados, fotos, etc. Estas

informações permitem não só a futuros praticantes

encontrarem um clube onde praticar, assim como permite a

empresas e/ou individuais interessados em contactar clubes

para espectáculo. Esta é uma forma de promover a vertente

recreativa e exibicional da modalidade por todo o país e

facilitar o acesso aos contactos necessários.

Timing Transversal a toda a campanha

Divulgação Na página de facebook e no site da FPN

Mailing list de multinacionais portuguesas

Avaliação

Número de contactos recebidos pelos clubes e/ou pela FPN

Número de organizações e/ou entidades a contratar algum

serviço

Número de visualizações

Se possível incentivar clubes a questionar no ato da

inscrição “como tiveram conhecimento da modalidade e do

clube em causa?”

Tabela 30 - Banco Online de Clubes

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132

3. Gestão do projeto e operacionalização

3.1 Monitorização

Tendo em conta os recursos financeiros da FPN, que cada vez são mais reduzidos, a

avaliação da campanha será feito principalmente através da monitorização das acções

com base nos seguintes itens:

Métricas a nível digital;

o Pageviews

o Comments

o Likes

Número de participações em eventos e acções e respetivo Feedback

Número de notícias

o Imprensa escrita

o Online

A destacar que os Meios de Comunicação Social, assim como os parceiros e todas as

acções que pressupõe o recurso ao Facebook e site da FPN serão as formas mais

eficazes, dentro do contexto possível, para despertar o interesse pela modalidade dos

públicos envolvidos. Mas na realidade, o verdadeiro impacto da campanha verificar-se-á

na consecução daquele que é o objetivo final a que me proponho e de criação de

envolvimento por parte dos públicos e que passa pelo aumento do número de novos

praticantes inscritos e também pela ampliação de clubes a disponibilizar a modalidade e

no aparecimento de novas pessoas formadas para ministrar NS.

Para avaliar o real efeito da campanha deverá existir uma colaboração entre todos os

envolvidos de forma a serem cruzados dados e informações necessárias para analisar

todas as fases de implementação da estratégia.

Ainda a relembrar que durante o primeiro ano deverão ser identificados os pontos fortes

da campanha, de modo a recuperá-los numa possível continuação da campanha e os

pontos fracos, de modo a melhorar o que foi menos positivo e tornar o projeto ainda

mais viável.

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133

3.2 Orçamentação do projeto

Custo

Ação

Custos baixos

(0 € - € 100)

Custos médios

(101 € - 500 €)

Custos

elevados

(+ 500€)

Lucro

Eventos ou Ativações/reativações locais

Projeto

Estrelas-do-

mar

Dia Aberto da

Natação

Sincronizada

Colónias de

Férias

Evento para

bloggers

Evento Dia da

Criança

Concurso

entre

associações

Gala da

Natação

Sincronizada

Contacto

empresarial

Parcerias e Embaixadores

Figura

Pública

Embaixadora

por um dia

Participação

em série

televisiva

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134

Design do

equipamento

da Seleção

Nacional

Sorteio cursos

Media

Editorial de

Moda

Programa da

manhã

Reativação

Splash

Digital e Social Media

Testemunho

Embaixadora

por um dia

Atualização

do site da FPN

PR Online

Vídeo da

modalidade

Banco online

de treinadores

Banco online

de clubes

Tabela 31 - Orçamentação do Projeto

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135

3.3 Calendarização do Projeto

Ação

Data

2014

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Projeto

Estrelas-do-

mar

Dia Aberto da

Natação

Sincronizada

Colónias de

Férias

Evento para

bloggers

Evento Dia da

Criança

Concurso entre

associações

Gala da

Natação

Sincronizada

Contacto

empresarial

Figura Pública

Embaixadora

por um dia

Participação

em série

televisiva

Dependente da existência de uma série televisiva nestes moldes

Design do

equipamento

da Seleção

Nacional

Sorteio cursos

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136

Editorial de

Moda

Programa da

manhã

Reativação

Splash Dependente da existência de uma 2ª edição do programa

Testemunho

Embaixadora

por um dia

Atualização do

site da FPN

PR Online

Vídeo da

modalidade

Banco online

de treinadores

Banco online

de clubes

Tabela 32 - Calendarização do Projeto

Legenda:

Prioridade 1

Prioridade 2

Período de interrupção de atividades

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137

Conclusão

A Comunicação no Desporto, em especial a vertente ligada à Comunicação Pública,

também conhecida por Comunicação de massa, tem vindo a ganhar um espaço cada vez

maior no sector do Desporto, que também ele tem evoluído e encarado um crescimento

exponencial nas últimas décadas. Exemplo disso, são os grandes eventos desportivos, a

sua cobertura mediática e a movimentação de marcas desportivas, de saúde e outros

sectores, que encaixam na sua estratégia ligações ao universo desportivo. E por esta

razão podemos referir-nos a um universo desportivo inter-relacional e transacional com

outros sectores de atividade que beneficia e influencia o contexto económico e social

global.

As organizações cada vez mais devem especializar-se de forma a dar resposta às suas

necessidades mas também às da comunidade envolvente. Tratam-se dos Stakeholders,

aqueles dos quais as organizações dependem para sobreviver e, principalmente, o sector

Desportivo tem um papel imprescindível no que toca à dimensão social.

Hoje em dia, a atividade desportiva despertou consciências para a sua prática, como

benéfica e essencial para todas as vertentes da vida pessoal e social. Mas, ainda assim

há muito a fazer, é preciso mudar comportamentos e atrair mais pessoas até á sua

prática, concedendo-lhes a informação necessária para que possam aceder ao Desporto,

em qualquer idade, género e situação económica.

Acontece que, em modalidades amadoras como a Natação Sincronizada, pouco

reconhecidas, a Comunicação para o Desporto tem um papel de destaque ainda mais

relevante e, é neste sentido, e de forma a dar resposta ao problema que se coloca, que

surge este projeto.

Esta estratégia propõe dar um maior reconhecimento à Natação Sincronizada em

Portugal, divulgando-a e ajudando a que mais pessoas se envolvam com ela, quer ao

nível de praticante, de recreação ou competição, quer a níveis mais técnicos de

formação ou ajuizamento. Porque de facto são estas as principais necessidades da

modalidade atualmente.

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138

Neste sentido, esta campanha foi planeada com base no processo de RP em 4 etapas

proposto por Cutlip, Center & Broom (1999), que é um dos grandes contributos para o

universo das Relações Públicas, e preparado para a FPN colocar em prática, tendo

sempre em mente que é necessário unir esforços com todos os intervenientes do

processo, sejam eles clubes desportivos, associações ou faculdades.

Assim, pretende-se acima de tudo uma maior envolvência destas instituições com a

modalidade, pois também é através delas que se conseguirá dar mais destaque à NS e

incorporar novos atletas, treinadores e juízes.

Este projeto pretende ser um contributo para a o Desporto em geral e para a modalidade

e instituição que a representa em particular, tendo por base dois eixos fundamentais,

“dar a conhecer” e “criar envolvimento”. E este parece ser o momento ideal para

colocar em prática uma estratégia do género, uma vez que a NS foi recentemente

mediatizada.

Por último, há que salientar as limitações do projeto que se prendem essencialmente

com quatro pontos fundamentais. Por um lado, dada a enorme complexidade da

modalidade e toda a sua envolvência torna-se difícil aceder e tocar em todos os pontos

relacionados, optando-se por isso fazer uma abordagem tendo em conta as necessidades

prioritárias e a resposta que se pretende dar, tomando-se uma opção estratégica que se

prende essencialmente com a necessidade de dinamizar a prática da modalidade,

aumentando o seu conhecimento/reconhecimento.

No mesmo sentido, esta situação é agravada pela escassez de bibliografia e dados

referentes ao panorama nacional da modalidade, questão que se conseguiu contornar de

alguma forma com as entrevistas realizadas, de carácter exploratório, com algum apoio

da FPN e também pela minha própria experiencia empírica. Por último, há que destacar

que na semana de entrega deste trabalho a FPN adotou em parte duas das acções

propostas neste projeto, são elas a atualização do site156

e um Banco Online de Clubes.

Este facto, não compromete de forma alguma a consecução da estratégia, e

especificamente destas duas acções, uma vez que, apenas uma parte destas táticas foi

adotada e neste caso, as restantes diretrizes podem ser utilizadas como um

melhoramento das acções entretanto colocadas em prática pela FPN.

156

Consultar Tabela 26 – Atualização do Site da FPN (p.127) e Tabela 30 – Banco Online de Clubes

(p.131).

Page 156: Comunicação no Desporto - repositorio.ipl.ptrepositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/3391/1/TESE.pdf · iv Declaração Declaro ser a autora deste trabalho, parte integrante das condições

139

Por último, ainda em termos de limitações, há que salientar que esta proposta foi

elaborada para ser colocada em prática num espaço temporal de 3 anos (1 mais 2) e

neste prazo o mais pertinente e prioritário é dar a conhecer a modalidade a nível

nacional. Desta forma, depois de concretizado este projeto, apenas ao fim destes três

anos é possível realizar um trabalho sério junto das entidades oficiais de modo a

angariar patrocínios e financiamentos junto de parceiros, empresas, etc. Somente depois

de divulgar a modalidade e de a tornar um “produto” reconhecido e atrativo, é possível

justificar junto dos parceiros os benefícios de uma colaboração win-win. Desta forma,

para futuras investigações sugiro então um projeto de angariação de patrocínios que

venha a complementar o que até agora já foi feito neste sentido de forma a dar

continuidade ao processo e contribuir para o progresso da modalidade e para a

possibilidade de desenvolvimento de novas acções, uma vez que, o intuito deste projeto

é apenas envolver a comunidade com a modalidade, através da mudança de atitude e

comportamento perante a Natação Sincronizada.

Assim, acredito que esta estratégia, a ser implementada, conseguirá dar resposta às

questões colocadas e trazer uma evolução crescente à Natação Sincronizada e também

conceder-lhe o reconhecimento que lhe é merecido, assim como contribuir para um

maior envolvimento da comunidade.

Page 157: Comunicação no Desporto - repositorio.ipl.ptrepositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/3391/1/TESE.pdf · iv Declaração Declaro ser a autora deste trabalho, parte integrante das condições

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APÊNDICES

APÊNDICE 1 - Guião da Entrevista

O que é a Natação Sincronizada? Pensa que toda a gente conhece/reconhece a

modalidade?

Quais os pontos fracos da modalidade neste momento?

Quais os pontos fortes que devem ser destacados?

Quais os principais desafios que a modalidade atravessa atualmente?

Que pontos podem ameaçar o desenvolvimento e crescimento da modalidade em

Portugal?

Parece não ter existido grande expansão da modalidade em Portugal. Algumas

razões em especial?

Existem atualmente pontos que devem ser agarrados e aproveitados

(oportunidades) para desenvolver a modalidade?

Considera que em termos de modalidade se avançou ou se regrediu?

Quais os objetivos que idealiza para a modalidade a curto e longo prazo?

Como pensa o Futuro da modalidade em Portugal?

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APÊNDICE 2 - Entrevista a Sílvia Rita, treinadora de Natação

Sincronizada (2/Outubro/2013)

O que é a Natação Sincronizada? Pensa que toda a gente conhece/reconhece a

modalidade?

SR: Em primeiro lugar, a Natação Sincronizada é um Desporto ainda muito

desconhecido entre as pessoas, embora talvez agora através do programa Splash, tenha

ficado um bocadinho mais conhecido. Mas ainda há muita gente que não faz a mínima

ideia o que é. Em relação há modalidade em si, é um Desporto mais feminino que

masculino, embora no estrangeiro também seja praticado por rapazes, mas não em

termos Olímpicos. Não foi nestes últimos Jogos, foi nos anteriores, a equipa dos EUA

apresentava um homem, mas o Comité Olímpico Internacional não deixou que ele

entrasse na competição pois era o único homem em prova e portanto a equipa ia ficar

em vantagem em relação aos outros países. Penso que a razão tenha sido essa, a menos

que entrassem mais homens em prova, ele poderia ter essa possibilidade. De resto, aqui

no nosso país já existem vários grupos a nível de escola, e de competição também já há

mais do que há uns 5 anos atrás. Neste momento deve haver cerca de 16 clubes a

competir. É uma modalidade em que podemos juntar a Natação, a dança, o ballet. Tem

portanto uma grande vertente artística, para além de que tem a vertente da natação pura

ao nível do treino. De facto, as atletas acabam por nadar quase tanto como um nadador

de competição e têm depois a parte específica ao nível de flexibilidade, que é

praticamente igual à de uma atleta de ginástica rítmica. E tem também a parte do ballet

que ao nível de postura também é igual ao de uma atleta desta modalidade. Por último

tem a parte ao nível coreográfico que faz da Natação Sincronizada de facto um Desporto

completamente diferente e fantástico.

Quais os pontos fracos da modalidade neste momento?

SR: Para além da falta de conhecimento da modalidade, a falta de dinheiro, que acho

que é geral, a falta de investimento ao nível da federação na própria modalidade e talvez

também a mentalidade dos portugueses. Existe um desconhecimento dos atletas porque

não há piscinas com a capacidade para a natação de competição, isto é, é exigida uma

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certa profundidade para a praticada modalidade, pelo menos a nível competitivo, e a

maior parte das piscinas não tem essa profundidade e portanto este já é um aspeto

limitativo. Só as piscinas que têm pelo menos 1.80 m são as que conseguem ter uma

modalidade de competição como deve de ser, não quer dizer que não se pratique em

piscinas mais baixas mas depois também os resultados nas provas são visíveis.

Quais os pontos fortes que devem ser destacados?

SR: Ser uma modalidade não só competitiva mas de exibição, ao nível do espetáculo.

Acho que os portugueses em geral e as empresas de publicidade, por exemplo, poderiam

investir mais nesta modalidade porque, para além de oferecerem às pessoas um

espetáculo completamente diferente, também iriam abrir portas para que a modalidade

crescesse mais rapidamente.

Quais os principais desafios que a modalidade atravessa atualmente?

SR: Eu acho que os desafios principais são mais ao nível da federação e do

investimento que a modalidade precisa para poder evoluir. Se a federação fizesse mais

cursos para árbitros e para treinadores a modalidade poderia eventualmente evoluir.

Temos falta de técnicos que possam agarrar na modalidade, não há treinadores, são os

ex. atletas que estão com essas equipas e não são pessoas formadas, não têm um curso

de Natação Sincronizada. Portanto, quem está interessado em agarrar na modalidade ou

já tirou um curso de natação, ou já foi atleta e depois vai evoluindo, porque formação

em si não há. Portanto, talvez se não só a federação, mas a própria faculdade de

Desporto, abrisse uma área dedicada à Sincronizada, provavelmente seria a garantia

para que a modalidade evoluísse mais rapidamente.

Que pontos podem ameaçar o desenvolvimento e crescimento da modalidade em

Portugal?

SR: Se não houver formação de técnicos, se as piscinas não permitirem que a

modalidade evolua, não vejo grande futuro para a modalidade em Portugal.

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Parece não ter existido grande expansão da modalidade em Portugal. Algumas

razões em especial?

SR: Há três anos atrás a Sincronizada deu um grande salto porque a federação abriu

portas para que novas atletas pudessem entrar, mais velhas, isto é, não obrigam a que as

atletas tenham os anos todos de prática desde infantis ou juvenis. Nós aqui em Portugal

temos uma espécie de filtragem que é um programa de níveis, as atletas têm de fazer

este programa para poderem competir. Há uns anos atrás tinham de começar no nível 1,

agora não, se já são juniores, por exemplo, fazem só o nível correspondente à sua

categoria. A partir daí abriu-se um pouco as portas para que a modalidade crescesse.

Houve muitas atletas mais crescidas a entrar, houve também uma descida de nível mas

ao mesmo tempo as atletas que já ca andavam há uns anos atrás continuaram a ter um

nível superior. De há dois anos para cá houve outra vez uma estagnação, na altura houve

18 clubes a competir, o ano passado passámos para 16, este ano não sei como estamos.

Portanto houve um boom mas que não se conseguiu continuar, talvez pela própria falta

de treinadores e coordenadores e as próprias piscinas também têm de estar abertas à

Sincronizada, têm de optar por ter esta modalidade, têm de perceber que a modalidade

vai render. Portanto, enquanto essa modalidade não mudar…Soluções, fazerem por

exemplo um trabalho de férias desportivas com sincronizada, oferecerem aos colégios

que frequentam as piscinas a Natação Sincronizada. Não é necessário ser a nível

competitivo, as nadadoras poderão praticar a sincronizada como um hip hop, ou uma

aula de body pump, é sempre uma mais-valia a nível físico e psicológico.

Existem atualmente pontos que devem ser agarrados e aproveitados

(oportunidades) para desenvolver a modalidade?

SR: Tendo a Natação Sincronizada uma grande vertente artística, o espetáculo que

oferece ao público é de grande carisma emocional, os movimentos sincronizados com

música, realizados dentro de água, tornam-na espetacular para a assistência, e é devido a

este fato que vai cativando novos adeptos e praticantes. Para além disso, é urgente

mostrar que a Sincro pode e vai ser rentável, criando cursos de formação para

treinadores, formar juízes competentes e alargar a visão dos dirigentes dos clubes

nacionais.

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Considera que em termos de modalidade se avançou ou se regrediu?

SR: Regredir nunca, já temos muitas escolas a funcionar por todo o país. Houve uma

altura que eu, com as minhas atletas, percorremos quase Portugal inteiro em

inaugurações de piscinas e, nessas inaugurações, apresentávamos um, dois ou três

esquemas de Sincronizada que abriam muito as portas à Natação Sincronizada, isto a

nível de escola. Porque depois não há técnico que agarre ou que tenha capacidades

técnicas para evoluir com a modalidade. Mas escolas temos muita coisa já em Portugal,

quer dizer muitas a comparar com o que havia há alguns anos atrás. Temos à volta de

umas 400 atletas ou mais ao nível de escolinha, mas de competição há menos,

infelizmente. Mas sim ainda é muito pouco. Espanha começou praticamente ao mesmo

tempo que nós e está aqui mesmo ao lado e elas em poucos anos subiram para segunda

potência mundial. Portanto, houve um investimento muito grande, houve pessoas que

lutaram muito para que a modalidade pudesse progredir mas também tiveram ajudas,

porque só um não chega, uma gota no oceano não chega.

Quais os objetivos que idealiza para a modalidade a curto e longo prazo?

SR: Gostava de ver a modalidade nos Jogos Olímpicos e temos atletas para isso, basta

haver um investimento da federação e acho que conseguimos marcar alguma posição lá

fora. O pouco que temos, já é muito bom, e deveria ser aproveitado. Porque na

realidade, ninguém começa lá por cima, toda a gente começa por baixo, mas o

importante é começar e ir e ver como funciona a modalidade lá fora, portanto ter uma

experiência e trazê-la cá para dentro para conseguirmos evoluir um pouco mais. E talvez

se as atletas mais jovens começarem também a participar em provas internacionais e

começarem a ver alguns resultados, também haja um maior interesse ao nível da

federação. Mas se continuarmos sem investir, acho que a modalidade ou fica por aqui

pois há sempre quem goste, ou então, um dia vai acabar outra vez no esquecimento.

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Como pensa o Futuro da modalidade em Portugal?

SR: Tudo é uma incógnita, depende da aposta que se fizer na modalidade, se continuar

como tem estado, vai morrer aos poucos. Só os persistentes e amantes da modalidade

irão continuar.

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APÊNDICE 3 - Entrevista a Sílvia Pinto, ex atleta de Natação

Sincronizada (7/Outubro/2013)

O que é a Natação Sincronizada? Pensa que toda a gente conhece/reconhece a

modalidade?

SP: A Natação Sincronizada de uma forma simples e teórica é uma disciplina da

natação que compreende um conjunto de movimentos que devem ser acompanhados de

música de forma a criar uma coreografia, um esquema, que pode ser em solo, dueto,

equipa ou esquema combinado.

Para mim e para todos que tratem a Natação Sincronizada por tu, para todos que vivem

esta disciplina, ela é muito mais, é arte, é teatro, é paixão, é dedicação, é surpresa, é

técnica, é sentimento, é garra, é força, é espírito de sacrifício, é união, é beleza, é junção

de várias modalidades… por esta razão uma atleta desta disciplina é tão completa, deve

ser uma boa nadadora, ter muita flexibilidade, ter muita apneia, saber trabalhar em

equipa, ser expressiva, ser coordenada, ser inteligente e aprender rápido.

Nem toda a gente conhece/reconhece a Natação Sincronizada, contudo, acho que cada

vez mais, se reconhece a modalidade, programas como o “Splash” tem ajudado, embora

não passe a verdadeira realidade, aliás, está muita longe da realidade, mas é publicidade

gratuita, ajuda-nos a mostrar às pessoas um bocadinho que seja mas ao mesmo tempo

passa uma ideia de facilidade, não faz jus a toda a técnica que envolve.

Quais os pontos fracos da modalidade neste momento?

SP: Muitos, tantos, que poderíamos falar horas e horas sobre eles. Somos pequeninos,

continuamos a ser, continuamos à espera de uma federação que faça algo pela Natação

Sincronizada. Os responsáveis pela disciplina não têm conhecimento, a vários níveis,

entendo que queiram aprender, mas não chega. Cada um defende os seus interesses e os

interesses que podem beneficiar quem eles acham que merece, quando todos deviam

lutar pelos interesses da sincro, independentemente de quem seja o campeão nacional ou

quem acham que deve ser porque não pode ser sempre o mesmo.

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O vogal da arbitragem não sabe o que é Natação Sincronizada, os nossos juízos, a

maioria deles não sabem aspetos técnicos básicos, culpa deles que não procuram saber,

culpa da falta de formação, culpa da Federação que nomeia um vogal para a Natação

Sincronizada que coloca os seus interesses à frente do desenvolvimento da disciplina,

quando resolve ir a uma prova internacional, no lugar de juízes que há anos trabalham

para a Natação Sincronizada. Vão a provas internacionais e trazem de lá ideias para

aplicar em provas nacionais que não interessam a ninguém, não temos as bases e é por

aí que se deve começar, não se respeitam regulamentos para beneficiar clubes, isto é

grave, mas é normal, é a nossa triste realidade.

Há juízes que estão fortemente ligados a clubes, que os beneficiam, conhecem as atletas,

avaliam parcialmente, baseando-se na sua opinião pessoal, não sabem separar as coisas.

São em número reduzido e não são avaliados porque apesar de erros gravíssimos

continuam a ser chamados para pontuar.

Quais os pontos fortes que devem ser destacados?

SP: Com muita pena minha atualmente são poucos, o número de clubes aumentou, o de

atletas também, isso levou a que o nível se elevasse. Sobretudo, o surgimento de

talentos que continuam a sonhar, que não se cansam de sonhar com uma realidade

diferente.

Quais os principais desafios que a modalidade atravessa atualmente?

SP: O facto de o número de atletas ter aumentado leva a que os campeonatos com uma

duração de 3 dias para as quatro categorias competirem seja muito cansativo para todos

os intervenientes. São necessários reajustamentos, mas sabemos que o atual estado do

país não permite o aumento das competições por ano, é difícil para os clubes, para os

juízes e para a federação.

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Que pontos podem ameaçar o desenvolvimento e crescimento da modalidade em

Portugal?

SP: A falta de investimento, o que nesta fase sabemos que ameaça muita coisa. A falta

de competência dos responsáveis pela disciplina. A falta de motivação, temos sempre

pessoas que se reinventam pela e para a Natação Sincronizada, mas vemos coisas

acontecer que realmente nos fazem pensar em desistir.

Parece não ter existido grande expansão da modalidade em Portugal. Algumas

razões em especial?

SP: Não existem bases, enquanto não criarmos bases não vamos a lado nenhum, são

criadas seleções em cima do joelho, não há formação e principalmente não há cultura

desportiva, somos pequenos e vamos continuar a ser pequenos porque pensamos

pequeno.

Existem atualmente pontos que devem ser agarrados e aproveitados

(oportunidades) para desenvolver a modalidade?

SP: As oportunidades devem ser criadas, as pessoas responsáveis poderiam fazer tanta

coisa sem ser necessário investir. Têm um leque de pessoas com experiência em

competições internacionais e nunca souberam aproveitar.

Considera que em termos de modalidade se avançou ou se regrediu?

SP: Estagnou, há muitos anos.

Quais os objetivos que idealiza para a modalidade a curto e longo prazo?

SP: A longo prazo, a formação de uma equipa técnica que trabalhe apenas e só para a

seleção nacional e a curto prazo o aumento do número de provas, formação e

reciclagens para juízes.

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Como pensa o Futuro da modalidade em Portugal?

SP: Esta pergunta poderia ser como sonho o futuro para a modalidade, porque ainda

sonho, há anos que sonho e há anos que vejo as mesmas coisas, pessoas diferentes, mas

a fazerem o mesmo, nada. Há anos que vejo sonhos nos olhos das minhas colegas mais

novas e há anos que vejo esses sonhos se perderem. Gostava que existisse alguém que

chegasse e alterasse radicalmente a forma como tudo está programado e organizado, não

precisamos de copiar de outros países, precisamos que olhem para a nossa realidade,

que vejam aquilo que realmente é preciso mudar para continuarmos a sonhar…

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APÊNDICE 4 - Entrevista a Marta Martins, Diretora Técnica da

Natação Sincronizada (8/Outubro/2013)

O que é a Natação Sincronizada? Pensa que toda a gente conhece/reconhece a

modalidade?

MM: Já é mais reconhecida, felizmente, graças aos novos programas de televisão feitos.

No entanto, se falarmos em ballet aquático é mais facilmente reconhecida. É uma

disciplina algo complexa e bem definida por diversos autores e autoras na área e

congrega a dança, a ginástica rítmica, a natação e traduz-se num espetáculo interessante.

Quais os pontos fracos da modalidade neste momento?

MM: Há um denominador comum que são os constrangimentos financeiros, por outro

lado, a nível do panorama competitivo, e dado que é uma disciplina que requer grande

esforço e muita hora de treino, há vários fatores que fazem com que a disciplina não

possa ter mais praticantes, infelizmente. A modalidade tem que ter não só trabalho em

seco, como trabalho na água orientado para a natação e depois o trabalho específico de

Sincronizada e isto envolve uma grande carga horária e quanto mais tarde estão as

atletas na sua vida escolar e académica mais difícil é conciliarem os estudos com os

treinos. Isto é comum nas outras disciplinas, na natação pura e nos outros desportos,

neste julgo que a situação se agrava mais dada a exigência e a repetição que é preciso

ter na disciplina e que não é fácil muitas vezes as atletas decorarem. Também existe o

facto de ser uma disciplina muito complexa e a nível competitivo muito exigente e que

não está ao nível de qualquer atleta que não treine muitas horas, por outro lado, a nível

competitivo temos uma escassez que estamos a tentar combater neste momento, de

treinadoras com formação específica na área. Ou seja, treinadoras de formação inicial

para iniciarem um projeto destes nos clubes, felizmente vão existindo, mas depois

necessitam de uma formação acompanhada e algum desenvolvimento dessa mesma

formação para conseguirem nos seus clubes terem melhores resultados e o trabalho ser

cada vez mais visível. Infelizmente há ainda neste momento, estamos a tentar dar a volta

ao assunto, uma lacuna na formação de treinadoras de Natação Sincronizada e não só na

vertente competitiva. Até mesmo na vertente recreativa também posso dizer que não há,

portanto há cubes que querem iniciar o projeto e que não têm treinadoras de Natação

Sincronizada disponíveis para o fazer. Estes são assim dos principais constrangimentos

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que eu julgo que haja na modalidade, para além de ser uma modalidade que exija uma

piscina a um determinado nível competitivo, a piscina tem que ter algumas condições

especiais, tem que ter profundidade, um sistema de som mas isso são pequenas

conquistas que depois o clube tem que ir apostando, agora para iniciar e desenvolver um

projeto, os treinadores são essenciais e os atletas também. E de facto, quando não há

treinadoras para assumirem esse projeto depois também há escassez nos clubes, mas

felizmente até começam a aparecer mais ex. atletas ou pessoas que gostam mesmo da

área e vão apostando e vão ficando. E depois, também começa a haver esta vertente

recreativa, felizmente, mas poderia ser muito mais do que acontece hoje em dia.

Quais os pontos fortes que devem ser destacados?

MM: O espetáculo da disciplina, todos os valores inerentes à prática do Desporto, como

a partilha, o saber estar em grupo, o sentido de pertença, a um grupo, a uma equipa, a

um trabalho em conjunto e sincronizado e os valores associados à pratica do Desporto

em geral, tem de ter atletas organizadas e focadas no que se pretende, é um exercício

que se impõe às atletas e aos clubes. E também não podemos ver as coisas de um ponto

de vista tão negativo, o facto de serem poucas as praticantes também torna isto como

uma pequena família, a este nível pode considerar-se também positivo.

Quais os principais desafios que a modalidade atravessa atualmente?

MM: É uma direção recente e uma direção que ambiciona fazer mais projetos, com

menos financiamento, por isso temos aqui um desafio muito ingrato mas a verdade é

que alguns deles já foram implementados e estão a ser encaminhados. Passa por haver

uma reestruturação do funcionamento da própria disciplina e sem dúvida os

patrocinadores, cada vez mais são fulcrais no desenvolvimento da modalidade. Este ano

já conseguimos um patrocinador que nos tem ajudado imenso, esperamos conseguir

mais. E outro desafio passa pela formação de treinadores, temos nas nossas linhas de

ação um projeto na área da formação de treinadoras, que passa por ir ao encontro do

referencial que está neste momento estabelecido pelo plano nacional de formação de

treinadores do IPD, com base nisso têm de ser feitos cursos de nível I e cursos

específicos de nível II e ações de formação de reciclagem de treinadores e temos de

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aproveitar a parceria que temos com a RFEN, temos também um protocolo com a

confederação brasileira dos desportos aquáticos, que também vai ser certamente um

potencial nosso para explorarmos e trazermos cá alguém que possa dar essa formação.

Que pontos podem ameaçar o desenvolvimento e crescimento da modalidade em

Portugal?

MM: Os financiamentos, a formação de treinadores, que tem de ser um processo

continuado, senão não há como dar resposta e evoluir, pode haver uma estagnação. Por

outro lado, a incompatibilidade do treino que já acontece. As escolas têm de estar alerta

para que as atletas possam estar integradas numa turma que lhes permita treinar, o que

infelizmente em alguns locais não é possível.

Considera que em termos de modalidade se avançou ou se regrediu?

MM: De há dois, três anos para cá ou mais até, a modalidade tem estado num processo

um pouco estagnado. Mas só posso considerar que avançou, houve progressos. A nível

técnico as atletas estão bem melhores e também porque as regras técnicas da FINA vão

mudando e as atletas tiveram de acompanhar e estão bem melhores tecnicamente, são

muito mais exigentes, houve novos modelos introduzidos, como as acrobacias, que há

uns anos atrás não existiam. A nível técnico houve realmente uma grande melhoria, a

nível do número de praticantes, lá está, de há uns anos até aqui é capaz de ter estagnado

a nível competitivo, porque se formos para uma vertente recreativa podemos ter outro

panorama, do qual a federação não tem os dados certos, porque só temos acesso ao

número de atletas filiadas, cerca de 300 atletas. Os clubes que participam em

campeonatos são cerca de 16, escolas não temos registos mas de um levantamento que

tive, aproximadamente entre os 20 e os 30. Isto dependente de Projetos de

desenvolvimento desportivo como o projeto estrelas-do-mar que tem a vertente

competitiva, é para quem ambiciona mas também para quem ainda não participa em

competições e existem clubes que vão começando a participar e começando a aparecer.

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Quais os objetivos que idealiza para a modalidade a curto e longo prazo?

MM: O ideal era irmos aos Jogos Olímpicos do Rio 2016 que não está de todo

descartada ainda essa hipótese, não sei ainda em que âmbito mas é um objetivo algo

ambicioso, dado que a qualificação para os Jogos Olímpicos, se não forem alteradas a

regras, é algo apertada e temo não termos ainda equipa ao nível. A par dos Jogos

Olímpicos pretendemos e neste caso é única e exclusivamente um questão financeira a

nossa participação nos mundiais de 2015 e nos europeus de juniores e os

constrangimentos financeiros são o nosso único impedimento. Já este ano foi feita uma

seleção juvenil, a seleção nacional, a escolha foi feita por mim com base em critérios

definidos à priori e que elegi os 10/12 melhores atletas juvenis que foram representar

Portugal à Taça COMEN. Esta seleção juvenil vai-se mantendo, pelo menos mais esta

época desportiva, já temos previsto um treino de seleção e essa vai continuar a trabalhar

com estágios, com coreografias e a nossa intenção é participar na taça COMEN com

solo, dueto, equipa e combinado, pela primeira vez. Temos também em

desenvolvimento um treino para a pré seleção júnior, vamos fazer uma seleção júnior

que vamos tentar que seja aquela, a par da juvenil, que cresça até ao final do nosso

mandato, o final do ciclo olímpico, em 2016. Não sei se vai terminar ou não com a

participação nos jogos mas nos mundiais sei que teríamos todas as hipóteses para o

fazer. Vamos tentar, temos travado algumas lutas para a obtenção de patrocínios e só

assim é que certamente conseguiremos ir, caso contrário não conseguiremos ambicionar

estes projetos.

Como pensa o Futuro da modalidade em Portugal?

MM: Gostava de ver as atletas reconhecidas e a modalidade ser um ex libris do nosso

país e termos atletas posicionadas entre as 10/12 melhores equipas é um prestígio para o

nosso país. Temos um exemplo mesmo aqui ao lado, a Espanha, as atletas espanholas

onde vão são um sucesso, são recebidas pelo rei e têm o reconhecimento que merecem

na modalidade.

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ANEXOS

ANEXO 1 - Objetivos FINA Constitution 2013 - 2017

C 5 OBJECTIVES

The objectives of FINA are

a) to promote and encourage the development of Aquatics in all possible regards

throughout the world,

b) to provide fair and drug free sport,

c) to promote and encourage the development of international

relations,

d) to encourage participation in Aquatics disciplines at all levels throughout the world

regardless of age, gender or race,

e) to adopt necessary uniform rules and regulations and to hold competitions in

Swimming, Open Water Swimming, Diving, Water Polo, Synchronised Swimming,

and Masters,

f) to promote and organise World Championships and other FINA competitions,

g) to encourage the increase of facilities for Aquatics’ disciplines throughout the world

with the support of other interested parties, and

h) to carry out such other activities as may be desirable to promote the sport.

Fédération Internationale de Natation

August 9, 2013

P. 2 e 3

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ANEXO 2 - Objetivos LEN - Constitutional Rules 2012

C 4. OBJECTIVES

4.1 The objectives of LEN are:

4.1.1 to promote and encourage the development of Aquatics in Europe;

4.1.2 to encourage participation in Aquatics at all levels throughout Europe, regardless

of age, gender or race;

4.1.3 to promote and provide fair and drug-free sport;

4.1.4 to organise, promote and control LEN Events, namely continental, regional and

international competitions in Aquatics in its area of jurisdiction;

4.1.5 to establish and enforce necessary Rules and Regulations;

4.1.6 where appropriate, to encourage the formation of regional or sub-continental

organisations to promote the sport of Aquatics;

4.1.7 to recognise European Records;

4.1.8 to establish annual European Event Calendars;

4.1.9 to promote and encourage the development of international sporting relationships

and to foster cooperation with FINA, including:

4.1.9.1 to work closely with FINA to achieve the objectives stated in the FINA

Constitution;

4.1.9.2 to engage in consultative meetings to resolve matters relating to the interests of

LEN, Continental Organisations and FINA; and

4.1.9.3 to coordinate with FINA for the promotion of Aquatics by arranging for

development programmes, courses, clinics and conferences.

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4.2 LEN shall not allow any political action inside or in the immediate vicinity of the

venue(s) nor any discrimination against National Federations or individuals on racial,

religious, sexual, gender or political grounds.

4.3 The activities of LEN shall be governed by the present Constitutional Rules, the

Rules and Regulations of LEN and the decisions taken by the Congress and the Bureau.

4.4 LEN may issue Regulations in any area related to its objectives. These Regulations

are binding for its members, as well as for the organisations involved or affiliated to its

members.

4.5 All LEN Events belong exclusively to LEN. LEN alone shall have the right to

organise European Championships and LEN Events for Aquatics. The words "Europe",

"European" or "LEN" shall not be used in connection with any Swimming, Diving,

Water Polo, Synchronised Swimming, Open Water Swimming, or Masters Event

without the consent of LEN.

Ligue Européenne de Natation

26 May 2012

P.2

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ANEXO 3 - Atribuições FPN - 2009

(Atribuições)

1 – Constituem atribuições da F.P.N. a definição de valores e objetivos da natação

nacional, em todas as suas variantes, bem como o seu fomento e desenvolvimento.

2 – A F.P.N. superintende a prática da natação para amadores, de acordo com a

definição do conceito estabelecida pela Federação Internacional de Natação (F.I.N.A.).

3 – A F.P.N. prossegue, nomeadamente, os seguintes fins:

a) Promover, regulamentar e dirigir, a nível nacional, o ensino e a prática de

natação nas suas diversas disciplinas, designadamente, na Natação Pura, Pólo

Aquático, Saltos, Natação Sincronizada, Águas Abertas, Masters e suas

variantes, bem como todas as práticas desportivas efetuadas em piscinas;

b) Difundir e fazer respeitar as regras da natação, estabelecidas pelos órgãos

e entidades competentes;

c) Representar os interesses da natação portuguesa e dos seus filiados

perante entidades públicas e privadas;

d) Representar a natação portuguesa, em todas as suas disciplinas, junto das

organizações desportivas internacionais em que se encontre filiada, assegurando

a participação competitiva das seleções nacionais

e) Estimular a constituição e apoiar o funcionamento das associações

distritais, regionais e de classe;

f) Fomentar a criação de clubes;

g) Prestar apoio técnico, humano e financeiro aos seus associados;

h) Estabelecer relações com as demais federações desportivas nacionais,

estrangeiras e internacionais, incluindo o Comité Olímpico de Portugal (C.O.P.)

e Confederação do Desporto de Portugal (C.D.P.);

i) Organizar os campeonatos nacionais e outras provas consideradas

convenientes à expansão e desenvolvimento da natação, bem como atribuir os

respetivos títulos;

j) Organizar as seleções nacionais, tendo em conta o interesse público da

sua existência e os legítimos interesses da federação, dos clubes e dos

praticantes.

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k) Organizar e patrocinar a realização de provas internacionais, prestando

assistência às associações distritais e regionais, aos clubes e aos praticantes que

nelas participem;

l) Defender os princípios fundamentais da ética desportiva, em particular,

nos domínios da lealdade na competição, verdade do resultado desportivo,

prevenção e sancionamento da violência associada ao Desporto, e da luta

antidopagem e corrupção no fenómeno desportivo.

m) Promover, estimular, apoiar e acompanhar a construção e remodelação de

piscinas, podendo assumir a sua gestão e exploração, nas condições e segundo

modelos definidos por lei ou por regulamentos específicos.

n) Fomentar e coordenar a formação de agentes desportivos envolvidos na

atividade em cooperação com as associações territoriais e de classe;

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ANEXO 4 - Folheto do Projeto Estrelas-do-mar157

157

Este folheto foi desenvolvido por uma anterior direção da FPN.