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COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO Unidade de Coordenação de Projetos da Região Sul Número 106 27 a 31 de Julho de 2015 Muito embora possam produzir para seu autoabastecimento, os países da América Latina e Caribe ainda são importadores natos o que retarda a luta pela erradicação da fome segundo a FAO e ALADI. As questões ambientais continuam a trazer preocupações com relação a situação futura como relatam os artigos sobre aumento da produção de gases estufa e a crise hídrica. No Paraná cresce o número de propriedades orgânicas certificadas. Durante o mês de agosto alem dos seminários e cursos da FAO programados destaque para a Marcha da Margaridas atividade estratégica das mulheres do campo e da floresta. Finalmente destacamos a pagina sobre sucessão familiar no facebook. Boa leitura e bom final de semana. Carlos Antonio Ferraro Biasi ([email protected] ) Oficial Nacional de Coordenação de Projetos da FAO- Região Sul do Brasil COMÉRCIO INTRARREGIONAL PODE GARANTIR ALIMENTOS NA MESA DE TODOS Mais da metade dos países da América Latina e Caribe são atualmente importadores natos de alimentos, mas a região tem condições de se autoabastecer e acelerar a luta pela erradicação da fome mediante a cooperação e o comércio intrarregional, aponta um novo estudo da FAO e ALADI. De acordo com a publicação, Desenvolvimento do Comércio Intrarregional de Alimentos e Fortalecimento da Segurança Alimentar na América Latina e Caribe , apesar da região produzir muitas vezes acima do que todos os habitantes precisam, grande parte dos alimentos consumidos na América Latina e Caribe vem de outras partes do mundo. Isso deixa muitos países em uma situação de fragilidade diante dos altos preços internacionais e as quedas no suprimento de alimentos, já que dependem – em mais, ou menos peso – das importações para alimentar a população, situação que poderia ser outra, caso os governos decidissem potenciar a troca de alimentos”, explicou o representante regional da FAO, Raul Benítez. O estudo revela que 18 dos 33 países da América Latina e Caribe são importadores natos, o que significa dizer que importam mais alimentos do que exportam. Isso inclui quase todos os países do Caribe, e potências agroalimentares como o México, cujas importações anuais de alimentos superaram as exportações, em 3.363 milhões de dólares, entre 2010-2012. De onde vêm os alimentos da região? Mais da metade de todas as importações de alimentos da América Latina vem de fora da região

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COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃOUnidade de Coordenação de Projetos da

Região SulNúmero 106 27 a 31 de Julho de 2015

Muito embora possam produzir para seu autoabastecimento, os países da América Latina e Caribe ainda são importadores natos o que retarda a luta pela erradicação da fome segundo a FAO e ALADI. As questões ambientais continuam a trazer preocupações com relação a situação futura como relatam os artigos sobre aumento da produção de gases estufa e a crise hídrica. No Paraná cresce o número de propriedades orgânicas certificadas. Durante o mês de agosto alem dos seminários e cursos da FAO programados destaque para a Marcha da Margaridas atividade estratégica das mulheres do campo e da floresta. Finalmente destacamos a pagina sobre sucessão familiar no facebook.

Boa leitura e bom final de semana.

Carlos Antonio Ferraro Biasi([email protected])

Oficial Nacional de Coordenação deProjetos da FAO- Região Sul do Brasil

COMÉRCIO INTRARREGIONAL PODE GARANTIR ALIMENTOS NA MESA DE TODOSMais da metade dos países da América Latina e Caribe são atualmente importadores natos de alimentos, mas a região tem condições de se autoabastecer e acelerar a luta pela erradicação da fome mediante a cooperação e o comércio intrarregional, aponta um novo estudo da FAO e ALADI.De acordo com a publicação, Desenvolvimento do Comércio Intrarregional de Alimentos e Fortalecimento da Segurança Alimentar na América Latina e Caribe, apesar da região produzir muitas vezes acima do que todos os habitantes precisam, grande parte dos alimentos consumidos na América Latina e Caribe vem de outras partes do mundo.“Isso deixa muitos países em uma situação de fragilidade diante dos altos preços internacionais e as quedas no suprimento de alimentos, já que dependem – em mais, ou menos peso – das importações para alimentar a população, situação que poderia ser outra, caso os governos decidissem potenciar a troca de alimentos”, explicou o representante regional da FAO, Raul Benítez.O estudo revela que 18 dos 33 países da América Latina e Caribe são importadores natos, o que significa dizer que importam mais alimentos do que exportam. Isso inclui quase todos os países do Caribe, e potências agroalimentares como o México, cujas importações anuais de alimentos superaram as exportações, em 3.363 milhões de dólares, entre 2010-2012.

De onde vêm os alimentos da região?Mais da metade de todas as importações de alimentos da América Latina vem de fora da região

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(57% em 2012), com os Estados Unidos fornecendo quase um terço delas.No entanto, a América Latina e o Caribe tem um potencial enorme para assumir essa demanda e que ainda não foi explorada. Em 2010-2012, a região exportou 3,5 vezes a mais de alimentos do que importou o que poderia ter abastecido a totalidade da demanda regional e inclusive restaria uma grande parcela disponível para ser importada para outras regiões.Os países do Cone Sul são os principais abastecedores do comércio intrarregional de alimentos. A Argentina é o primeiro provedor, com quase um terço das exportações agroalimentares intrarregionais entre 2010-2012 (10.116 bilhões de dólares anuais), seguido pelo Brasil, com pouco mais de 5,7 bilhões de dólares e o Chile, com quase 3 bilhões de dólares.O Paraguai e o Uruguai superaram os 1.500 bilhões de dólares em média, e o Equador, a Guatemala e a Colômbia exportaram mais de um bilhão de dólares cada um para países da mesma região.O principal comprador intrarregional de produtos agroalimentares é o Brasil, concentrando 18% das importações da região, seguido do Chile e Venezuela, que registram um pouco mais de 11%, Colômbia (9,9%), Peru (7,6%) e México (6,1%).

Complementações entre paísesA publicação da FAO e ALADI analisa a oferta e a demanda por alimentos específicos, mostrando notáveis complementações entre países que se beneficiariam bastante diante de um maior comércio intrarregional.Por exemplo, enquanto México, Peru, Colômbia, Chile, Equador e Guatemala são importadores natos de trigo que vem de fontes extra-regionais, Argentina, Uruguai e Paraguai são exportadores natos de trigo e destinam parte significativa das exportações aos mercados de fora da região.O mesmo acontece com o milho, onde Argentina, Brasil e Paraguai têm amplos excedentes exportáveis que poderiam atender a demanda de México, Colômbia, Peru, Venezuela, Guatemala e República Dominicana.No caso do arroz, Uruguai, Argentina, Guiana, Paraguai e Suriname têm excedentes que vendem para o resto do mundo, enquanto que México, Chile, Peru, Venezuela, Jamaica, Honduras e Nicarágua importam frequentemente de outras regiões.

CELAC estimula o comércio intrarregionalConsciente do papel que pode ter o comércio intrarregional para a segurança alimentar, o principal órgão de integração regional, a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), com o apoio da ALADI, apresentou uma série de ações para estimular esse tipo de comércio como parte do Plano de Segurança Alimentar, Nutrição e Erradicação da Fome, adotado em janeiro de 2015 na Cúpula de Costa Rica.“Esse plano é um acordo regional único e está fortalecendo os esforços de todos os países para alcançar a completa erradicação da fome em 2005. Uma das vias para a fome zero é o comercio intrarregional”, destacou Benítez.De acordo com a FAO, a produção e o comércio de alimentos têm sido um dos pilares que tem permitido a América Latina e o Caribe a ser a primeira região a alcançar as duas metas internacionais da fome – a dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a Cúpula Mundial da Alimentação – reduzindo para menos da metade, tanto a proporção, como o número total de pessoas subalimentadas desde 1990-92.“Se os países conseguirem melhorar a cooperação e fortalecer o comércio intrarregional agroalimentar, poderão conseguir um impacto importante na vida de milhões de pessoas,

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assegurando que nenhuma mulher, homem, criança ou idoso tenha que passar um dia a mais com fome”, concluiu Benítez. Mais informações: Documento: Desenvolvimento do Comércio Intrarregional de Alimentos e Fortalecimento da Segurança Alimentar na América Latina e Caribe

GASES DE EFEITO ESTUFA BATERAM RECORDES EM 2014, ALERTA RELATÓRIOEm 2014 os oceanos do mundo incharam, os principais gases de efeito estufa que alimentam o aquecimento global bateram recordes e a temperatura da superfície do planeta atingiu seu ponto mais quente em 135 anos – informaram pesquisadores internacionais. Os resultados estão contidos no Relatório sobre o Estado da Temperatura de 2014, um estudo que examina temperatura, precipitação e eventos climáticos ao redor do mundo.Um total de 413 cientistas de 58 países de todo o mundo contribuíram para o relatório, o 25º de uma série que se baseia em dados coletados pelas estações de monitoramento ambiental e instrumentos em terra, água, gelo e no espaço.O calor atingiu profundamente os oceanos e a atmosfera, e os cientistas alertam que o clima continua a mudar rapidamente em comparação à era pré-industrial – mudança que ainda não tem um fim à vista.“Se fôssemos congelar os gases de efeito estufa em seus níveis atuais, os mares continuariam esquentando durante séculos, até milênios”, explicou à Agence France-Presse (AFP) o oceanógrafo Greg Johnson, do Laboratório Ambiental Marinho do Pacífico, ligado à Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).“E isso significa que quando eles aquecem, também se expandem e o nível do mar continuaria a subir”, afirmou Johnson em uma teleconferência para discutir o relatório.

Imagem consistenteMuitas das mesmas tendências verificadas nas últimas duas décadas continuaram em 2014. “O dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – os principais gases de efeito estufa liberados na atmosfera da Terra – mais uma vez atingiram concentrações médias recordes para o ano de 2014″, afirmou.Em meio a registros recordes de calor em todo o mundo, o leste da América do Norte foi a única região principal do mundo que experimentou temperaturas abaixo da média anual.“A Europa teve seu ano mais quente já registrado por uma ampla margem, com cerca de duas dezenas de países batendo seus recordes de temperatura nacionais anteriores”, informou o documento.“Muitos países na Ásia tiveram temperaturas anuais entre as 10 mais quentes já registradas, a África teve temperaturas acima da média em quase todo o continente ao longo de 2014; a Austrália vivenciou seu terceiro ano mais quente já registrado, após o calor recorde de 2013″.Na América Latina, o México teve seu ano mais quente já registrado, enquanto Argentina e Uruguai tiveram, cada um, seu segundo ano mais quente já registrado. “É um quadro bastante consistente”, disse Thomas Karl, diretor dos centros nacionais da NOAA para Informação Ambiental.

Aumento dos oceanos

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Os oceanos do mundo tiveram um recorde de calor no ano passado, e o nível do mar também esteve em seu nível mais alto nos tempos modernos. “Devido tanto ao aquecimento do oceano e quanto ao derretimento do gelo, o nível do mar global também bateu seu recorde em 2014, 67 milímetros, maior do que a média anual de 1993″, quando as medições de satélite do nível dos oceanos começaram, disse o relatório.Johnson explicou que os oceanos são uma boa medida do aquecimento global porque absorvem grande parte do calor e dióxido de carbono emitido pela queima de combustíveis fósseis.

Tendência irreversívelInfelizmente, mesmo que a humanidade tome medidas fortes para reduzir o uso dos combustíveis fósseis, a tendência não se reverteria tão cedo, apontou o pesquisador. “Eu penso nisso mais como um volante ou um trem de carga. É preciso um grande esforço para fazer funcionar”, comparou Johnson.

O relatório completo foi publicado no Boletim da Sociedade Meteorológica Americana. Os dados do estudo reforçam a necessidade de que um acordo em nível global para a redução dos gases de efeito estufa – capaz de substituir o Protocolo de Kyoto – seja fechado em dezembro, quando representantes de 196 países estarão reunidos em Paris para a 21ª Conferência da ONU sobre Mudanças do Clima (COP21).

FONTE: EcoD

CRISES HÍDRICAS TENDEM A SE AGRAVAR, AFIRMA ESPECIALISTAA crise hídrica que algumas regiões do Brasil estão enfrentando atualmente não é um fenômeno atual, mas já vem ocorrendo há muito tempo no mundo e é caracterizada não apenas pela seca e a falta de água em regiões, como o Sudeste do país, mas também por extremos hidrológicos, como as inundações que estão acontecendo na região Sul.A avaliação foi feita por José Galizia Tundisi, presidente honorário do Instituto Internacional de Ecologia (IEE), em uma conferência sobre gestão de recursos hídricos realizada durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).De acordo com Tundisi, as crises hídricas, como as observadas no Brasil nos últimos anos, vêm acontecendo em diferentes partes do mundo há séculos e começaram a ficar mais acentuadas a partir da metade do século 20.“Em 2014, por exemplo, foi registrada a pior seca no Nordeste e a maior enchente em Foz do Iguaçu, no Paraná. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm sido afetados por um volume de chuva excepcional, que tem causado enchentes e, consequentemente, a perda de propriedades e ameaçado a população”, apontou.Algumas das razões do agravamento das crises hídricas no país e no mundo nas últimas décadas apontadas pelo pesquisador são o aumento da população em áreas urbanas, que demandam grandes volumes de água e produzem enormes quantidades de resíduos sólidos e líquidos, além da competição pelo uso do recurso natural.Os recursos hídricos continentais, que representam apenas 2,7% do volume total de água doce da Terra, são usados hoje para múltiplas atividades humanas, como para produção industrial, agrícola e o abastecimento residencial.E as mudanças no uso da terra, como a conversão de áreas de floresta para a plantação ou pecuária, têm afetado a evapotranspiração — a transpiração da vegetação que mantém a água

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na atmosfera.Essa combinação de fatores tem causado a degradação da qualidade da água no mundo e um aumento das enchentes e secas que afetam populações especialmente da periferia das grandes metrópoles, ressaltou Tundisi.“As populações da periferia de cidades como São Paulo, Recife, Salvador, Fortaleza, Nairóbi, Calcutá, Nova Delhi e Bangcoc possuem uma grande vulnerabilidade aos extremos hidrológicos e falta de acessibilidade à água”, afirmou.Enquanto a população moradora no centro de áreas metropolitanas grandes e médias gasta cerca de 1% de seus salários para adquirir água, as populações das periferias usam aproximadamente 10% de seus recursos para ter acesso à água fornecida por carros-pipa, apontou um estudo realizado em Cochabamba por pesquisadores colaboradores do IIE, ilustrou Tundisi.“Ainda há cerca de 768 milhões de pessoas sem acesso a fontes adequadas de água e 2,5 bilhões de habitantes no planeta sem acesso a saneamento básico adequado. Isso representa um grande fracasso da economia mundial”, avaliou.

Evolução do problemaA pedido da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o pesquisador realizou um estudo em que analisou a evolução dos principais problemas que afetaram a qualidade da água nos últimos 150 anos.No começo da segunda metade do século 19 havia uma enorme contaminação das águas de rios europeus pela falta de tratamento de esgoto, que começou a se agravar a partir do início do século 20 com o aumento da população urbana, contou Tundisi.Em 1863, por exemplo, a rainha Vitória (1819-1901), da Inglaterra, foi pressionada pelo Parlamento britânico a realizar a limpeza do rio Tâmisa, que banha Oxford e Londres.“O mau cheiro das águas do rio, que passa próximo ao Parlamento britânico, fez com que os membros da instituição pressionassem a rainha a despoluir o rio. Foi o primeiro ato de limpeza de um rio feito no mundo”, disse Tundisi.O problema da poluição dos rios no mundo começou a se agravar no século 20 com o aumento da produção industrial, que começou a produzir grandes quantidades de metais pesados, contou o pesquisador.Já a partir da década de 1940, com as explosões atômicas, houve um aumento dos resíduos radioativos em corpos aquáticos, e em 1960, os lixões nas cidades começaram a contaminar ainda mais as águas superficiais subterrâneas.Mais recentemente, a partir das últimas décadas, começou a ocorrer um processo de degradação das águas relacionado a poluentes persistentes orgânicos, como pesticidas, herbicidas e hormônios. E, no início do século 21, emergiram as mudanças climáticas globais, resumiu Tundisi.“Todos esses processos que ocorreram em, aproximadamente, 150 anos nos países industrializados, em países em desenvolvimento, como os BRICS, eles ocorreram em cerca de 70 anos”, comparou.“Houve uma industrialização rápida nos países em desenvolvimento. Isso causou um aumento da toxicidade da água, tanto superficiais como subterrâneas, além de ter efeitos econômicos e na saúde humana, os quais muitos ainda são desconhecidos”, afirmou.Segundo o pesquisador, os medicamentos e cosméticos utilizados pela população mundial são lançados e dissolvidos pela água e não são retidos pelos sistemas de tratamento hidrológico.Recentemente descobriu-se que estações de esgoto estão acumulando bactérias resistentes

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aos antibióticos lançados na água, o que representa um problema de saúde pública, apontou o pesquisador.“Hoje, para analisar todo o conjunto de substâncias dissolvidas na água é preciso ter laboratórios com equipamento altamente sofisticados, que são muito caros e não são todos os países que conseguiriam adquiri-los”, afirmou.FONTE: Agência FapespElton Alisson – Jornalista

PARANÁ TEM 1485 PROPRIEDADES CERTIFICADAS COM PRODUÇÃO DE ALIMENTOS ORGÂNICOSO Paraná é o segundo estado brasileiro com o maior número de propriedades certificadas para a produção de alimentos orgânicos. São 1.485 propriedades, de acordo com o Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), atrás apenas do Rio Grande do Sul. O bom desempenho do Estado se deve, principalmente, ao Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos (PPCO), o único programa público no País a orientar e capacitar os produtores, auditar e certificar a produção de alimentos orgânicos.Só nos últimos três anos, foram mais de 200 propriedades

certificadas pelo programa, em todas as regiões paranaenses. Outras 100 aguardam a chancela e serão contempladas na nova etapa do programa, lançada pelo governador Beto Richa no início do mês de julho de 2015.O PPCO envolve a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), por meio das universidades estaduais; o Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), vinculado àSecretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que é o órgão certificador.O programa foi um dos contemplados com as novas bolsas para pesquisa e extensão, dia 1º de julho, com investimento total de R$ 32,7 milhões. Destes, R$ 4,5 milhões serão destinados para as atividades de certificação.

CapacitaçãoOs agricultores que pretendem passar da produção convencional para a orgânica são orientados por técnicos e estudantes das sete universidades estaduais paranaenses, que fazem um acompanhamento técnico e a capacitação dos produtores paranaenses, para que trabalhem dentro das normas previstas na legislação brasileira para produtos e sistemas de produção orgânica.Para que receba a certificação, a propriedade deve atender a uma série de normativas, que inclui a troca de agrotóxicos e insumos químicos por técnicas agroecológicas, a preservação dos ecossistemas, promoção do uso saudável do solo e da água e adotar critérios de comércio justo.“Para uma propriedade que tenha plantações com uso de agrotóxicos nas proximidades, por exemplo, a orientação é que utilizem uma barreira vegetal em sua volta para proteger as plantações orgânicas”, explica o professor Rogério Barbosa Macedo, coordenador do Núcleo de Estudos de Agroecologia e Territórios, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Entre os principais alimentos orgânicos produzidos no Estado estão as hortaliças, leite, soja, açúcar mascavo e até a cachaça orgânica.

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EstruturaA certificação é auditada pelo Instituto de Tecnologia do Paraná, que é responsável pela capacitação dos bolsistas que atuam no programa. Hoje, são 43 bolsistas trabalhando no programa de certificação de orgânicos. Cada uma das sete universidades estaduais conta com um professor orientador, um aluno da graduação e três profissionais recém-formados das áreas de agronomia, veterinária e biologia, que são responsáveis pela orientação e acompanhamento dos produtores.

Agricultura FamiliarO professor Rogério Barbosa Macedo destaca que o programa é voltado para as pequenas propriedades, fortalecendo o trabalho da agricultura familiar. “O modelo de produção orgânico está adaptado à realidade da agricultura familiar, que é extremamente importante econômica e socialmente no País”, afirma.“Com a certificação, os agricultores familiares contam com o incentivo econômico, já que há uma valorização do produto orgânico, e também são habilitados para programas públicos, como a venda de alimentos para a merenda escolar e para o Programa de Aquisição de Alimentos”, ressalta.O programa também se destaca pela formação de profissionais preocupados com o meio ambiente. “O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, que trazem prejuízos ambientais e à saúde do consumidor. Este programa está formando, a médio e longo prazo, profissionais mais sensíveis a esta questão e que irão procurar alternativas à produção convencional”, destaca Luiz Cezar Kawano, Coordenador-geral da Unidade Gestora do Fundo Paraná, da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. FONTE: Agência de Notícias do Paraná

MARCHA DAS MARGARIDASA Marcha das Margaridas é uma ação estratégica das mulheres do campo e da floresta que integra a agenda permanente do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e de movimentos feministas e de mulheres. É um grande momento de animação, capacitação e mobilização das mulheres trabalhadoras rurais em todos os estados brasileiros, além de proporcionar uma reflexão sobre as condições de vida das mulheres do campo e da floresta. Por ser permanente,

as mulheres trabalhadoras rurais seguem, diariamente, lutando para romper com todas as formas de discriminação e violência, que trazem consequências perversas à vida delas.Realizada a partir de 2000, tem revelado grande capacidade de mobilização e organização, não apenas pelo caráter formativo, de denúncia e pressão, mas também de proposição, diálogo e negociação política com o governo federal, tendo se tornado amplamente reconhecida como a maior e mais efetiva ação das mulheres da América Latina.Em 2015 a Marcha tem como lema “Margaridas seguem em marcha por desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade”.tendo como principal foco continuar a luta estratégica das mulheres do campo e das florestas contra todas as formas de violência e discriminação, por um projeto de desenvolvimento que amplie e consolide a democracia.

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A expectativa é de que, em 2015, mais de 70 mil mulheres participem da mobilização, prevista para acontecer nos dias 11 e 12 de agosto.A Marcha das Margaridas é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), pelas 27 Federações de Trabalhadores na Agricultura (FETAGs) e pelos mais de 4 mil Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs), e por várias organizações de mulheres parceiras, sendo o maior evento de mobilização e formação protagonizado por mulheres na América Latina.Durante toda a trajetória da marcha, as Federações de Trabalhadores na Agricultura do Sul do Brasil incentivaram e apoiaram a participação das mulheres trabalhadoras rurais, que junto com milhares de outras de todo o Brasil, exerceram o direito da manifestação de pensamentos e ideias e através disso, conquistaram espaços e garantias de políticas públicas voltadas para a mulher do campo.A Marcha das Margaridas é o momento de empoderamento e afirmação da importância do papel das mulheres na agricultura familiar, na produção de alimentos e na segurança alimentar, pois o fortalecimento do papel feminino na sociedade é importante não somente para a própria mulher, mas também para todo o núcleo familiar, na tentativa de evitar o êxodo e estimular a sucessão rural. É um grito por um olhar diferenciado da sociedade sobre o valor do campo e da mulher no campo, dentro das comunidades rurais.Fonte: Fetag, Fetasc e Fetaep.

SUCESSÃO FAMILIAR NO FACEBOOKUm tema crucial para a sustentabilidade da agricultura familiar brasileira é a sucessão, ou seja, a permanência dos jovens como herdeiros da terra e como sucessores do trabalho agrícola dos pais. Fruto da ação desenvolvida pela Unidade de Coordenação de Projetos da FAO/ONU no Paraná, o Grupo de Trabalho sobre o tema criou um espaço no Facebook para ampliar o debate sobre sucessão na agricultura familiar. Junte-se a profissionais, estudiosos e demais interessados no assunto e participe das discussões no seguinte endereço: https://www.facebook.com/groups/gtsucessaofamiliar/

V SEMINÁRIO DE AGROBIODIVERSIDADE E SEGURANÇA ALIMENTARNos dias 05 e 06 de Agosto será realizado em Pelotas, organizado pela Embrapa Clima Temperado o V Seminário de Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar.O evento que ocorre desde 2011 sendo dirigido a extensionistas, pesquisadores e agricultores.O local será de realização será a Embrapa Clima Temperado na Rodovia BR 392, Km 78 Monte Bonito / Pelotas.Maiores informações podem ser obtidas pelo fone (53) 3275-8100 ou diretamente

FAO OFERECE CURSOSO Escritório Regional da FAO em Santiago do Chile esta oferecendo cursos a distância para este segundo semestre. Os cursos oferecidos são: Comunicação e conhecimento para a tomada