compost a gem em portugal

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directrio

2000Compostagem em Portugal

Conceio Almeida Susana Figueiredo Margarida Silva Uma edio do Centro de Demonstrao de Compostagem Escola Superior de Biotecnologia Universidade Catlica Portuguesa

directrio

2000Compostagem em Portugal

Conceio Almeida Susana Figueiredo Margarida Silva Uma edio do Centro de Demonstrao de Compostagem Escola Superior de Biotecnologia Universidade Catlica Portuguesa

Compostagem em Portugal

Ao Truppelito. M.S. minha Av. C.A.

2000 Escola Superior de Biotecnologia Universidade Catlica Portuguesa Ttulo: Compostagem em Portugal Autores: Conceio Almeida, Susana Figueiredo e Margarida Silva Execuo grfica: Servios de Edio da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Catlica Portuguesa Rua Dr. Antnio Bernardino de Almeida 4200-072 PORTO T. 22 558 0048 F. 22 509 0351 [email protected] Executado nas oficinas da Orgal Orlando & Ca. Lda (Porto) Impresso em papel 100 % reciclado Tiragem: 1000 exemplares 1 edio: Abril de 2000 ISBN: 972-98476-0-6 Depsito Legal:

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ndice

ndice

Prefcio Editorial Apresentao Entrevista Cmaras Empresas Investigao Sistemas Municipais Legislao Internet Financiamento Glossrio da Compostagem ndice Remissivo Informao com Retorno

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Prefcio

PrefcioEsta publicao, da iniciativa da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Catlica Portuguesa, reveste-se duma enorme pertinncia e anuncia um perodo de singular interesse na gesto e tratamento da matria orgnica residual, seja ela de origem domstica, urbana, industrial ou agrcola. Aquele estabelecimento universitrio tem sido um notvel impulsionador do desenvolvimento da investigao no sector e muito ir contribuir para cobrir as necessidades do nosso Pas nos anos que se avizinham. Os muitos tcnicos e empresrios interessados ficaro a dispor de um excelente instrumento de consulta obrigatria e referncia constante e til, o qual sobremaneira os auxiliar na sustentabilidade do crescimento que se adivinha iminente. Esmaltado de peripcias mais ou menos anedticas, com altos e baixos sucedendo-se ciclicamente com regularidade, o percurso do tratamento dado fraco biodegradvel dos resduos que se convencionou denominar compostagem prepara-se para conhecer momentos ureos. Com um cariz de ntido favorecimento "ecolgico", pela sua conhecida ligao natureza e s actividades agrcolas e pecurias (i.e. as mais primrias e prximas do habitat rural), a compostagem assume-se agora como uma opo mais do que aplicvel resoluo do magno problema de opo ao confinamento em aterros que a nova Directiva Europeia (Directiva 1999/31/CE do Conselho, de 26 de Abril de 1999) vem limitar fortemente, em virtude da produo de metano ter que ser evitada. Dentro da estratgia europeia de hierarquia das operaes de gesto dos resduos em "preveno-reduo-reutilizao-reciclagem-incinerao-confinamento", a soluo do encaminhamento da fraco biodegradvel dos resduos para uma unidade de compostagem encontra-se plenamente localizada na zona da valorizao, em plena estrada dos 3R: a reduo de volume provocada pela fermentao aerbia associada, a reutilizao de matrias valiosas na agricultura e a reciclagem orgnica de um valor energtico aprecivel. O "Directrio da Compostagem em Portugal" fica a marcar, de forma indelvel, a contribuio da U.C.P. para o actual lema principal da moderna gesto de resduos no pas: "Prioridade Reciclagem" sob a todas as suas formas.

Antnio Lobato Faria Presidente Instituto dos Resduos Ministrio do Ambiente

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Editorial

Editorial

Mexer em lixo nunca foi fonte de inspirao. Mesmo o conceito de separao de resduos pode conjurar imagens terceiro-mundistas de catadores a queimar plstico txico para recuperar fio de cobre, ou de montes de imundcie espera de ser processada por instalaes mal-amadas e ainda mais mal-cheirosas. Mas futuro no rima com inevitabilidade. Dentro de uma viso clara e honesta de uma sociedade sustentvel e em paz com o planeta, em que as regras da Natureza no sejam mais questionadas que qualquer lei da fsica, a compostagem aerbica de resduos fermentveis e de origem biolgica pode e deve assumir o papel preponderante que lhe cabe. Em qualquer das suas vertentes, centralizada, agrcola ou domstica, a recolha selectiva e a consciencializao ambiental de todos os intervenientes constituiro sempre peas determinantes deste xadrez em que, se ganharmos, o reprter da histria comentar que no fizemos mais do que a nossa obrigao, e, se perdermos, ser o futuro dos nossos filhos que fica um pouco mais comprometido. As vantagens, no entanto, extravasam em muito o mbito da compostagem propriamente dita: interiorizar o ritmo dos ciclos naturais uma oportunidade frequentemente vedada aos midos de permetros urbanos. Os aterros que j no so precisos, a gua que j no contaminada, as doenas que j no aparecem, insidiosas, representam igualmente um bnus sem preo. A distribuio gratuita de fertilizante de alta qualidade pelos que para ele contriburam estimula o esprito comunitrio ausente de tantas localidades. A interaco lavrador/grandes restauradores/hortas colectivas s pode trazer benefcios, tanto nos laos de confiana que estabelece como na qualidade da produo e auto-suficincia locais. O presente directrio prope-se contribuir, numa escala modesta, para que todos os que j apostam na dinamizao da compostagem se apercebam de que no esto sozinhos e que o trabalho em rede no s possvel como desejvel, para dar a conhecer aos agentes externos um aspecto de conjunto tantas vezes difcil de abarcar e que mobilize ateno e financiamentos, para toda uma dimenso de troca de contactos e experincias que podem fazer a diferena entre o sucesso e o fracasso. Se por esta via uma nica pessoa puder descobrir o fascnio da transformao viva do que antes era s lixo e acabou por no ir para o lixo, j valeu a pena o esforo.

Margarida C. Silva Professora Auxiliar Escola Superior de Biotecnologia Universidade Catlica Portuguesa

PS - Um levantamento deste gnero nunca est terminado. Ficamos espera dos vossos comentrios, correces, adies e demais demonstraes de interesse - usem o formulrio da pgina 47. De particular interesse para uma futura edio ser a descrio de actividades nas escolas.

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Apresentao

Apresentao

O Centro de Demonstrao de Compostagem da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Catlica Portuguesa foi criado em 1996 com a finalidade de formar e sensibilizar para a compostagem domstica. Dentro de um vasto leque de servios, o Centro disponibiliza actualmente: - a produo de documentos de promoo e divulgao da compostagem domstica; - o acolhimento de visitas de estudo para familiarizao com os exemplos de sistemas de compostagem domstica em funcionamento; - a edio de material didctico para utilizao na sala de aula e realizao de sesses de divulgao em escolas; - a organizao de encontros tcnicos e seminrios e preparao de cursos prticos para a formao de responsveis pela gesto de resduos slidos urbanos, professores e outros interessados na matria; e - a manuteno de uma pgina na Internet sobre compostagem domstica com informao detalhada em portugus. A publicao do presente directrio insere-se pois numa estratgia que passa pelo levantamento da realidade nacional com vista mobilizao de todos os actores j sensibilizados ou em potencial e visa o ressurgimento e generalizao deste conceito velho de sculos mas novo em actualidade que o de devolver terra o que da terra. Para qualquer sugesto ou esclarecimento, pode contactar-nos de vrias formas: Eng Conceio Almeida Centro de Demonstrao de Compostagem Escola Superior de Biotecnologia Rua Dr. Antnio Bernardino de Almeida 4200-072 PORTO T. 22 558 0048 F. 22 509 0351 [email protected] http://www.esb.ucp.pt/compostagem A informao apresentada nesta publicao foi fornecida pelas entidades respectivas e no reflecte necessariamente a opinio do Centro de Demonstrao de Compostagem a quem cabem, no entanto, todos os erros de edio e normalizao de contedos. Para a compilao do glossrio colaboraram tambm as Engenheiras do Ambiente Benedita Chaves, Rute Neves, Sandra Gabriel e Silvia Faia. Um agradecimento especial devido Ida Sofia Cruz, pela pacincia com que levou o trabalho de edio at ao fim.

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Compostagem em Portugal

EntrevistaPara nos ajudar a analisar tanto realidades como oportunidades da compostagem em Portugal pedimos a participao do Engenheiro do Ambiente Rui Daniel Berkemeier, coordenador do Grupo de Trabalho de Resduos e do Centro de Informao de Resduos (CIR) da Quercus e uma das personalidades mais activas e mediticas nesta rea. Qualquer contacto com o CIR pode ser levado a cabo atravs do endereo electrnico [email protected] ou pelo telefone 21 778 8474. pretendeu-se inventariar um conjunto de solues social e ambientalmente correctas para a fruta que, por imperativos comunitrios, retirada do mercado. Entre outras solues, como a entrega a associaes de solidariedade social, a utilizao como alimentao animal ou a produo de lcool, foi tambm estudada a viabilidade da compostagem destes resduos de forma a evitar a sua descarga em aterro. - Levantamento das Instituies de Ensino Superior que esto a desenvolver actividades no mbito da valorizao dos resduos orgnicos. - Acompanhamento das unidades de compostagem industrial existentes em Portugal.

Directrio de Compostagem (DC) - Quais so as actividades da Quercus na rea dos resduos orgnicos em Portugal? Engenheiro Rui Berkemeier (RB) - A actividade na rea dos resduos da Quercus - Associao Nacional de Conservao da Natureza teve o seu incio com a realizao do estudo Reciclar Desenvolver" em 1994, sobre a situao da reciclagem em Portugal, e do estudo "Caracterizao dos Resduos Slidos Urbanos e Inventariao dos Locais de Deposio em Portugal" em 1995, sobre a situao da gesto dos residuos slidos urbanos (RSU) em Portugal (levantamento esse que constituiu um dos documentos base do Plano Estratgico dos Resduos Slidos Urbanos - PERSU). Ainda em 1995 a Quercus criou um Grupo de Trabalho de Resduos, o qual em 1998 evoluiu para o actual CIR do qual sou o coordenador. Na rea dos resduos orgnicos o CIR (principalmente atravs do Engenheiro Pedro Carteiro) tem desenvolvido mltiplas actividades: - Aces de formao de professores (25 at data) com a durao de 15 horas, nas quais apresentado um mdulo especfico sobre compostagem domstica nas suas diversas vertentes (compostagem clssica e vermi-compostagem). - Realizao do estudo Destinos Ambientalmente Aceitveis para as Retiradas de Fruta", em Julho de 1999, com o patrocnio do Instituto Nacional de Interveno e Garantia Agrcola. Com este estudo

DC - Qual a importncia da compostagem num futuro de sustentabilidade em Portugal? RB - A compostagem apresenta-se como uma soluo praticamente incontornvel em qualquer sistema de gesto de resduos que contenha uma fraco significativa de materiais fermentveis, como o caso dos RSU. Essa, infelizmente, no foi a aposta principal do PERSU que privilegiou a incinerao e os aterros em detrimento da compostagem. Esta opo do PERSU tem tido efeitos problemticos, uma vez que a descarga de matria orgnica em aterros, para alm de obrigar instalao de um complexo sistema de drenagem e queima do biogs, tem estado na origem das dificuldades no tratamento dos lixiviados dos aterros visto surgirem com elevada carga orgnica. Esta situao, alis, justificou um dos aspectos mais importantes da nova directiva sobre aterros que prev uma reduo gradual dos resduos biodegradveis a descarregar nos aterros. No caso da incinerao, a matria orgnica, devido ao seu elevado teor em gua, no tem um contributo positivo para o processo de produo de energia. Por essa e outras razes no faz qualquer sentido o envio desses resduos para os incineradores. Para alm destes aspectos, que s por si j justificariam uma aposta na reciclagem da matria orgnica atravs

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Entrevista

do processo de compostagem, existem ainda outros factores que reforam esta ideia. A matria orgnica surge nos RSU proveniente de produtos agrcolas que so produzidos na sua maioria atravs de processos extremamente nocivos para o ambiente (pesticidas, adubos qumicos, processos de eroso, etc.). Mas a devoluo da matria orgnica aos solos sob a forma de composto pode atenuar significativamente esses impactes no ambiente. Com efeito, a aplicao de composto um processo fundamental para a preservao do ambiente porque reduz a necessidade de aplicao de adubos qumicos, melhora as condies de desenvolvimento das plantas (reduzindo por isso a aplicao de fitossanitrios) e melhora as condies do solo como a textura, a porosidade, a capacidade de reteno de gua, o teor em matria orgnica e a actividade microbiana, contribuindo assim para um aumento significativo da fertilidade dos solos. No caso portugus tudo o que foi referido tem ainda mais acuidade se tivermos em conta a importncia da actividade agrcola para a fixao das populaes no interior do pas e mais ainda se constatarmos a carncia de matria orgnica da generalidade dos solos do sul do pas e em particular do Alentejo. A sobrevivncia da agricultura portuguesa face s tremendas presses do mercado internacional dever passar pela produo de produtos de qualidade e respeitadores do ambiente, processo que implica naturalmente um forte incremento da utilizao do composto produzido selectivamente. No caso especfico dos resduos agrcolas a Quercus verificou no seu estudo sobre as retiradas de fruta que, para alm de ser necessrio sensibilizar os agricultores para a importncia da compostagem nas suas exploraes, igualmente necessrio articular a gesto dos diversos tipos de resduos orgnicos, desde a fraco fermentvel dos RSU, aos resduos agrcolas e aos resduos da indstria agro-alimentar.

DC - Qual ser o futuro da compostagem centralizada no selectiva? RB - Em Portugal, s no projecto de digesto anaerbia da Valorsul (concelhos de Amadora, Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira) que est prevista a recolha selectiva de matria orgnica junto dos grandes produtores como restaurantes, hotis, hospitais, mercados abastecedores e outros. No ser no entanto feita uma recolha junto dos cidados, pelo que s ser recolhida selectivamente cerca de 20% da matria orgnica de RSU produzida nestes concelhos. Em comparao com a compostagem actualmente praticada, a recolha selectiva apresenta a grande vantagem de permitir a produo de um composto de grande qualidade (devido essencialmente aos seus baixos teores de metais pesados) o que em termos ambientais e de sade pblica tem grande relevncia. Pela Europa fora tem vindo a generalizar-se o interesse por esta soluo. Em oposio, a compostagem centralizada no selectiva, dado que permite o contacto entre a matria orgnica e diversas fontes de metais pesados como pilhas ou tintas, resulta na contaminao da cadeia alimentar. Apresenta, no entanto, a vantagem no curto prazo de reduzir substancialmente os resduos orgnicos a colocar em aterro ou a incinerar, feito que a compostagem centralizada selectiva demora mais tempo a conseguir (em particular porque s com a implementao de sistemas de recolha porta-a-porta ser vivel recolher a matria orgnica produzida nas nossas casas). Face a esta situao, em que h um claro conflito entre os objectivos de reciclar a maior quantidade possvel de matria orgnica e produzir um composto com a melhor qualidade possvel, julgo que ser mais razovel optar por uma soluo intermdia que possibilite no curto prazo uma reciclagem significativa de matria orgnica recorrendo compostagem no selectiva e que tendencialmente se evolua no sentido da recolha exclusivamente selectiva da matria orgnica.

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Compostagem em Portugal

Para ser possvel esta soluo, vrias aspectos devero ser garantidos partida: - as novas unidades de compostagem a construir devero ser projectadas de forma a poderem tratar paralelamente os resduos indiferenciado e a matria orgnica proveniente da recolha selectiva sem misturar fileiras; - a aposta na recolha selectiva porta-a-porta dever ser prioritria; - gradualmente sero eliminadas dos RSU as fontes de metais pesados como pilhas e tintas com metais pesados; - devero ser excluidos de aplicaes agrcolas os compostos que no cumpram critrios rigorosos de qualidade.

DC - Ter a compostagem domstica um papel enquanto ferramenta de reduo efectiva da quantidade de resduos recolhidos pelas cmaras? RB - A compostagem domstica teoricamente pode ser encarada como um processo de reciclagem porque permite fechar o ciclo da matria orgnica, mas em termos prticos deve ser vista como uma forma de reduo porque permite retirar do fluxo de resduos quantidades significativas de matria orgnica que assim deixam de constituir um problema para as cmaras municipais. Nesta perspectiva afigura-se de todo o interesse o investimento das cmaras municipais neste processo, atravs da sensibilizao das populaes e da criao de condies para que um importante nmero de pessoas possa participar. O investimento a realizar pelas cmaras municipais no significativo e poder originar ganhos permanentes como a reduo da quantidade de resduos a recolher e a tratar, assim como o aumento da sensibilizao da populao para a gesto dos resduos e, por arrastamento, do ambiente como um todo.

DC - Como v a relao entre a compostagem centralizada e a compostagem domstica? RB - A compostagem centralizada um processo industrial enquadrado numa lgica de tratamento de grandes quantidades de resduos, estando particularmente adaptado s zonas urbanas de grande densidade populacional. Como j foi demonstrado, um processo fundamental para uma boa gesto dos RSU mas no a nica forma de darmos um destino ambientalmente correcto aos nossos resduos orgnicos. Com efeito, a compostagem domstica tambm uma alternativa interessante, em particular se possuirmos um quintal onde a possamos pr em prtica e da retirar todas as vantagens. Considero que estes dois processos se complementam, uma vez que a compostagem industrial (centralizada) sempre necessria na lgica dos grandes sistemas de gesto de RSU que foram criados em Portugal. No entanto pode e deve ser complementada por uma rede de compostagem domstica que, para alm de reduzir as quantidades de matria orgnica a tratar pelo sistema, permita ainda um aumento da conscincia ambiental dos cidados que a praticam.

DC - Qual o papel das instituies governamentais, associaes de municpios, cmaras, escolas, organizaes no governamentais ambientais e estabelecimentos de ensino superior na divulgao da compostagem domstica? RB - A implementao de um programa de compostagem a nvel nacional e local carece da participao activa de diversas entidades. Em primeiro lugar h a referir que o Ministrio do Ambiente e do Ordenamento, atravs do Instituto dos Resduos (INR), deve reconhecer esta soluo ao nvel do planeamento da gesto dos resduos urbanos. Assim, seria de todo conveniente que na reviso do PERSU a compostagem domstica fosse considerada como uma ferramenta importante dentro da estratgia de reduo dos RSU. Para alm disso, o Instituto de Promoo Ambiental, no mbito das suas funes de sensibilizao, deveria, em colaborao com o INR, lanar uma campanha a nvel

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Entrevista

nacional sobre este assunto tendo por base actividades a desenvolver nas escolas. Para se avanar com programas de compostagem domstica no terreno fundamental um papel activo das cmaras municipais, como o tm demonstrado os projectos levados a cabo em Portugal. A estas entidades pede-se quase tudo, desde a programao da aco ao financiamento, sensibilizao e apoio tcnico e logstico. Em termos de sensibilizao h ainda que contar com as escolas, que podero ser utilizadas como espaos de dinamizao e transferncia de conhecimentos para a esfera da famlia. O papel da Organizaes No Governamentais de Ambiente poder ser igualmente importante ao nvel da divulgao da compostagem, quer junto da populao, quer junto dos decisores, podendo aqui estas organizaes ter um papel decisivo na alterao da mentalidade de alguns responsveis pela gesto dos RSU. Finalmente, e dada a origem desta publicao, importante referir que os prprios estabelecimentos de ensino superior que se dedicam questo dos resduos, como o caso da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Catlica Portuguesa, podem dar um contributo significativo na investigao e divulgao de processos que visem optimizar a compostagem domstica.

uma fonte de riqueza para os solos dos quintais e jardins. Por outro lado h que integrar a campanha para a compostagem domstica com a que visa a recolha selectiva dos outros materiais. A minha experincia de que quem faz a separao da matria orgnica dificilmente aceita enviar os restantes resduos para o contentor da recolha indiferenciada. No arranque de um projecto deste gnero igualmente necessrio que seja feito um esforo no sentido de garantir que haja um apoio personalizado aos cidados que se mostrem sensibilizados para participar. Em termos gerais, poderia dizer-se que os passos necessrios para este tipo de programa so os seguintes: - identificao das zonas com maior potencialidade para a compostagem domstica; - divulgao de informao generalidade da populao (no direccionada); - divulgao de informao direccionada populao-alvo com o apoio da Juntas de Freguesia; - aquisio do material para fabrico dos compostores a distribuir s populaes; - constituio de equipa responsvel pelo esclarecimento ao pblico em geral e pelo apoio populao que decidir participar no programa; - avaliao regular do programa e divulgao dos resultados. Nos programas de compostagem domstica existentes em Portugal tem-se verificado que, das pessoas que efectivamente iniciam a compostagem domstica, poucas so as que desistem: isto um comprovativo evidente das vantagens e da simplicidade do processo.

DC - Quais os segredos de um programa de compostagem bem sucedido? a predisposio das pessoas, o contributo das cmaras ou a forma de implementao do programa? RB - O factor determinante de processos como o da compostagem domstica, que necessitam para o seu sucesso de uma forte participao da populao, sem dvida a forma como desenvolvida a campanha de sensibilizao. Neste caso necessrio, antes de mais, e se queremos que as pessoas passem a tratar do seu prprio lixo", conseguir passar a mensagem de que mais do que lixo", os nossos resduos orgnicos so

DC - Existir tecnologia e saber-fazer suficientes para implementao no captulo dos RSU das medidas necessrias ao progresso em direco a um Portugal sustentvel?

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Compostagem em Portugal

RB - Grande parte dos problemas existentes na gesto dos resduos em Portugal no se deve falta de tecnologia disponvel no mercado, mas sim ausncia de uma poltica que condicione a actividade governamental, autrquica e empresarial no sentido da gesto sustentvel de todos os resduos. A grande questo est em conseguir criar sistemas de gesto de resduos ambientalmente correctos que sejam tambm viveis sob o ponto de vista financeiro. O problema reside na pouca vontade poltica em aplicar o princpio do poluidor-pagador produo de resduos, responsabilizando as empresas pelo destino a dar aos produtos que introduzem no mercado. Em termos prticos ser necessrio que, ao ser colocado um produto no mercado, seja logo garantido qual o seu destino final enquanto material a ser reciclado. Para isso necessrio garantir verbas para a instalao do sistema de recolha selectiva desse tipo de produto, para a sensibilizao, e para cobrir o possvel descompasso financeiro temporrio que a reciclagem eventualmente ainda possa implicar. Esta soluo j est a ser tentada para as embalagens atravs do Sistema Ponto Verde, embora ainda sem sucesso (talvez porque a taxa paga pelos produtores ainda seja insuficiente), mas tem de ser alargada a quase todos os outros produtos, sobretudo pilhas, pneus, equipamento elctrico e electrnico e outros txicos.

DC - Qual o grande desafio que gostaria de ver ultrapassado num futuro prximo? RB - Gostaria que se definisse uma poltica de preveno de poluio onde prevalecessem os dois primeiros Rs, reduo e reutilizao. Em Portugal verifica-se a tendncia inversa, com os produtos descartveis a tomarem conta das prateleiras dos supermercados.

DC - Quais so as falhas e omisses da legislao actual sobre compostagem? RB - A legislao actual sobre compostagem carece de um normativo referente qualidade do composto e sua aplicao no solo. Em termos de planeamento da gesto de resduos h a referir que no caso dos resduos orgnicos se torna necessrio interligar os diversos planos sectoriais (urbanos, agrcolas e industriais) de forma a rentabilizar as infraestruturas de compostagem que vierem a ser construdas.

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Cmaras Municipais Empresas Investigao Sistemas Municipais

Compostagem em Portugal

Cmaras Municipais

Alcobaa A cmara apoia projectos de compostagem em sete escolas do ensino secundrio atravs do fornecimento de compostores e apoio tcnico.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Alcobaa Rua da Liberdade 2460-060 ALCOBAA T. 262 598 529 F. 262 598 266 Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Almada Rua Manuel Sousa Coutinho, 7 2800-163 ALMADA T. 21 272 4800 F. 21 272 4898

Almeirim dinamizado um programa de compostagem domstica em trs escolas do 1 ciclo, uma do 2, uma do 3 e uma secundria. So fornecidos apoio tcnico e compostores.

Alfndega da F A cmara apoia actividades de compostagem em quatro escolas do 1 ciclo, uma escola do ensino pr-escolar e uma escola do 2 ciclo atravs do fornecimento de compostores e apoio tcnico. O projecto resultou de uma candidatura conjunta cmara/escolas a um programa do Ministrio do Ambiente.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Alfndega da F Praa do Municpio 5350-017 ALFNDEGA DA F T. 279 462 302 F. 279 462 619 Pelouro da Preveno Ambiental Cmara Municipal de Almeirim Rua 5 de Outubro 2080-052 ALMEIRIM T. 243 594 100 F. 243 592 448

Amadora Actualmente quatro escolas do 1 ciclo do concelho da Amadora tm programas de compostagem domstica em curso, abrangendo cerca de 4000 alunos. A cmara fornece os compostores e apoio tcnico. H interesse por parte da autarquia em alargar o programa a outras escolas.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Amadora Avenida Movimento das Foras Armadas, 1 2700-000 AMADORA T. 21 436 9040 F. 21 494 5453

Almada Esta autarquia tem alguns projectos de compostagem em curso, nomeadamente em escolas com hortas e jardins pedaggicos: so seis do 1 ciclo, quatro do 2 e 3 ciclo, duas do ensino secundrio e duas instituies particulares de solidariedade social. So fornecidos compostores, documentao, apoio tcnico e a possibilidade de efectuar visitas de estudo e assistir a sesses tericas.

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Cmaras Municipais

Amarante Esta autarquia apoia actualmente actividades de compostagem domstica em 14 escolas do 1 ciclo atravs de ajuda tcnica, do fornecimento de compostores e de documentao relevante.Pelouros do Ambiente e Educao Cmara Municipal de Amarante Alameda Teixeira de Pascoais 4600-011 AMARANTE T. 255 432 006/7/8 F. 255 432 599

Horta A cmara desenvolve uma experincia com moradias rurais.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal da Horta Largo Duque de vila e Bolama 9900-141 HORTA T. 292 292 131 F. 292 293 990

Leiria Esposende A cmara apoia actividades de compostagem domstica em oito escolas do 1 ciclo e uma escola do 2 ciclo atravs do fornecimento de compostores, documentao, apoio tcnico e transporte at ao parque de compostagem. Coloca tambm compostores em jardins pblicos disposio de toda a populao interessada em reciclar os seus restos de jardins e quintais. Estes resduos so tratados num parque de compostagem de aparas de jardins municipais e particulares.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Esposende Praa do Municpio 4740-223 ESPOSENDE T. 253 960 000 F. 253 965 253 Pelouro do Ambiente e Espaos Verdes, Limpeza, Higiene Urbana e Saneamento Cmara Municipal de Lisboa Rua da Boavista, 9 1200-066 LISBOA

A cmara desenvolve compostagem domstica no horto municipal.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Leiria Largo da Repblica 2414-006 LEIRIA T. 244 839 500 F. 244 839 556

Lisboa A cmara oferece compostores a escolas que o solicitem.

Funchal Efectua-se a triturao de troncos, ramagens e madeiras na Estao de Transferncia e Triagem de Resduos Slidos do Funchal. A estilha resultante utilizada em jardins pblicos, no Parque Ecolgico do Funchal e cedida a particulares gratuitamente. Existe uma estao de compostagem cuja responsabilidade da Direco Regional do Saneamento (Estao Meia Serra).Cmara Municipal do Funchal Rua Mestre Sidnio, 28 9000-397 FUNCHAL T. 291 743 431 F. 291 745 159

T. 21 342 4244 F. 21 342 4289

Loures A cmara desenvolveu projectos de agricultura biolgica em conjunto com 20 escolas do 1 ciclo e uma escola do 2 e 3 ciclo no mbito do programa Cincia Viva. Uma das vertentes inclui a produo de composto para aplicao nas hortas.

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Compostagem em Portugal

Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Loures Praa da Liberdade 2670-501 LOURES T. 21 982 2991 F. 21 982 1632

Moita O programa de compostagem domstica envolve quatro escolas do 1 ciclo e inclui apoio tcnico, compostores e documentao.Pelouro do Ambiente e Servios Urbanos Cmara Municipal da Moita Praa da Repblica 2860-422 MOITA T. 21 289 4540 F. 21 289 4928

Maia A cmara tem em funcionamento o Pavilho de Educao Ambiental no Ecocentro de Folgosa onde se encontram compostores e se explica sucintamente o processo. Este pavilho encontra-se aberto a visitas com marcao prvia. As escolas com programas de compostagem (12 do 1 ciclo, seis do 2 e 3 ciclo e trs do secundrio) recebem compostores, aulas tericas, acompanhamento prtico e apoio tcnico.Pelouro do Ambiente e Qualidade de Vida Cmara Municipal da Maia Praa do Municpio 4470-202 MAIA T. 21 941 0590 F. 21 944 4330 [email protected]

Oeiras A cmara desenvolve compostagem domstica em moradias e escolas.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Oeiras Largo de Marqus de Pombal 2780-288 OEIRAS T. 21 440 8300 F. 21 440 6540

Porto Santo Matosinhos J oito escolas do ensino secundrio receberam apoio tcnico, compostores e documentao para desenvolver programas de compostagem.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Matosinhos Avenida Dom Afonso Henriques 4454-510 MATOSINHOS T. 21 938 2031 F. 21 937 3213

A cmara apoia projectos de compostagem em quatro escolas do 1 ciclo atravs do fornecimento de compostores e apoio tcnico.Pelouro do Sector Urbano e Ambiente Cmara Municipal de Porto Santo Largo do Pelourinho 9400-000 PORTO SANTO T. 291 980 647 F. 291 982 860 [email protected]

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Cmaras Municipais

Pvoa do Varzim Esta autarquia iniciou um projecto de compostagem nas escolas que abrange uma escola do 1 ciclo, cinco escolas do 2 e 3 ciclo e duas escolas do ensino secundrio. So fornecidos tanto apoio tcnico como compostores.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal da Pvoa de Varzim Praa do Almada 4490-438 PVOA DE VARZIM T. 252 615 000 F. 252 612 234

Vila do Conde Esta autarquia apoia projectos de compostagem em cinco escolas do 2 ciclo e uma escola do ensino secundrio do concelho, fornecendo compostores e documentao.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Vila do Conde Rua da Igreja 4480-754 VILA DO CONDE T. 252 642 500 F. 252 642 846

Viseu Setbal A autarquia fornece apoio tcnico, compostores e documentao a oito escolas do 1 ciclo do concelho que desenvolvem projectos de compostagem.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Setbal Praa do Bocage 2900-276 SETBAL T. 265 547 900 F. 265 221 739

A cmara apoia projectos de compostagem em 25 escolas do 1 ciclo do concelho. As escolas podem contar com compostores e documentao e ainda disponibilizao gratuita de transportes para visitas de estudo.Pelouro do Ambiente e Qualidade de Vida Cmara Municipal de Viseu Praa da Repblica 3514-501 VISEU T. 232 423 501 F. 232 423 112

Sintra Esta autarquia tem em curso programas de compostagem em 70 escolas do 1 ciclo, 10 escolas do 2 e 3 ciclo e cinco escolas do ensino secundrio. As escolas podem contar com apoio da cmara para fornecimento de compostores e documentao relevante. Algumas empresas que desenvolvem o programa de recolha selectiva de resduos slidos no concelho em parceria com a cmara tambm apostam na compostagem.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Sintra Largo Dr. Virglio Horta 2714-501 SINTRA T. 21 923 0375 F. 21 924 0810

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Empresas

EGF Avenida Jlio Dinis, 9 1050-130 LISBOA T. 21 790 2000

Borg Venda de minhocas para a vermi-compostagem e produo e comercializao de produtos resultantes da compostagem com minhocas.Borg Monte do Pao de Safrins 7900-000 FERREIRA DO ALENTEJO T. 284 739 388 F. 284 739 388

F. 21 793 1542

EURAMTECNA - Tecnologias Ambientais A EURAMTECNA especializa-se no tratamento de lamas de estaes de tratamento de guas residuais para agricultura. O processo feito atavs de plantas que desidratam as lamas produzindo um produto final que pode ser utilizado como fertilizante nas culturas.EURAMTECNA Foros dos Vales

Caderno Verde Tanto para escolas como cmaras e associaes (Maia, Porto, Vale do Douro Sul, Planalto Beiro) a Caderno Verde desenvolveu j campanhas de promoo e distribuio de equipamento e documentao em torno da compostagem domstica.Caderno Verde Rua Nossa Senhora de Ftima, 177 - 3 E 4050-427 PORTO T. 22 606 1150 F. 22 606 1169

7630-711 BICOS T. 283 623 309 F. 283 623 308

Fertiflor - Fertilizantes Orgnicos e Jardinagem Esta empresa realiza compostagem de estrumes das camas dos animais para usos em jardins e agricultura.Fertiflor Rua de Calfaiona, 410 Suzo 4440-586 VALONGO

Clima Verde - Comrcio de Equipamento e Produo Ecolgicos A Clima Verde vende compostores e disponibiliza formao para cmaras e escolas.Clima Verde Travessa do Cotovelo, 37 - 2 E 1200-132 LISBOA T. 21 346 1823 F. 21 346 2909

T. 22 422 7470 F. 22 422 1641

HIDURBE - Gesto de Resduos A Hidurbe leva a cabo a operao, manuteno e gesto da central de compostagem do Funchal.Hidurbe Rua Ricardo Severo, 3 - 1 E 4050-515 PORTO T. 22 606 1140 F. 22 606 1149 [email protected]

Empresa Geral de Fomento A EGF desenvolve parcerias no mbito dos sistemas multi-municipais da gesto de resduos: Valorminho, Resulima, Braval, Suldouro, Ersuc, Valorlis, Resioeste, Amarsul, Valorsul, Resicvado e Algar.

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Empresas

HLC - Engenharia e Gesto de Projectos Esta empresa participa no consrcio envolvido na concepo, construo e explorao da Estao de Compostagem da Cova da Beira.HLC Rua do Alto Montijo, Lotes 1 e 2 2795-619 CARNAXIDE T. 21 424 4050 F. 21 424 4051

Revolta Urbanizao do Polo da Tecnologia de Lisboa, Lote 1 1600-000 LISBOA T. 21 716 1953 F. 21 716 1903

SERURB - Servios Urbanos A compostagem centralizada de Riba dAve est a cargo da SERURB, que tambm comercializa o produto final (Adubom) junto de grandes produtores e distribuidores.SERURB Quinta do Mato 4765-194 RIBA D'AVE T. 252 900 780/22 943 6040 F. 252 951 100

Kapa Verde A Kapa Verde vende compostores, para alm de uma multiplicidade de materiais e equipamentos ecolgicos.Kapa Verde Casal das Palmeiras Rogel 2665-412 SANTO ESTEVO DAS GALS T. 21 986 1589 F. 21 986 1589 [email protected]

Sitel A Sitel fez formao dos operadores das estaes de tratamento de resduos slidos de Lisboa (Beirolas) e da Madeira (Meia Serra). Esteve igualmente envolvida na instalao das mesmas centrais.Sitel Avenida Fontes Pereira de Melo, 15, 3 E 1050-112 LISBOA T. 21 356 3281 F. 21 315 0129

Koch de Portugal A construo e explorao da Estao de Compostagem de Setbal est a cargo da Koch, que tambm ganhou a concesso da construo e remodelao da estao de compostagem de Cascais, Oeiras e Sintra. A Koch disponibiliza igualmente visitas guiadas e comercializa mquinas de revolvimento e equipamento de triagem de resduos slidos urbanos.Koch de Portugal Apartado 1113 2901-997 SETBAL T. 265 530 030 F. 265 530 039

Tratolixo A explorao da central de compostagem de Cascais, Oeiras e Sintra est a cargo da Tratolixo, que tambm desenvolve projectos de investigao e desenvolvimento em colaborao com o Instituto Nacional de Investigao Agrria.Tratolixo Apardado 146 2776-902 CARCAVELOS T. 21 445 9500 F. 21 444 4030

Revolta - Valorizao de Resduos Esta empresa recolhe e realiza a compostagem centralizada de lamas produzidas por agro-indstrias.

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Investigao

Ana Cristina Ferreira Queda A investigao desta doutoranda do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Tcnica de Lisboa prende-se com a degradao biolgica de resduos orgnicos e suas alteraes a nvel qumico, bioqumico e enzimtico, com o intuito de estabelecer indicadores de estabilizao, maturao e qualidade de compostos. Diversos materiais biolgicos putrescveis (fraco orgnica de resduos slidos urbanos, fraco slida de efluente suincola, estrume de equinos, resduos horto-frutcolas provenientes do mercado abastecedor de Lisboa e algas da Ria de Aveiro) tm sido exaustivamente analisados ao longo do processo de compostagem com vista ao estabelecimento de correlaes entre os vrios parmetros e a qualidade do produto final. Os parmetros em causa incluem: temperatura, humidade, pH, condutividade elctrica, matria orgnica, azoto total, azoto amoniacal, nitratos, nitritos, elementos minerais, substncias hmicas, cidos hmicos e flvicos, bactrias aerbias totais, fungos filamentosos e leveduras totais, actinomicetas totais, bactrias nitrificantes autotrficas, fungos e bactrias celulolticos totais, coliformes totais e fecais, estreptococos fecais, Salmonella sp., fosfatases, proteases, lipases, N-acetil--glucosaminidase, -glucosidase, celulases totais, polifenoloxidases e fitotoxicidade atravs do ndice de germinao.Departamento de Qumica Agrcola e Ambiental Instituto Superior de Agronomia Tapada da Ajuda 1349-017 LISBOA T. 21 363 7970 F. 21 363 7970 [email protected]

Antonio Lopez Piero, Professor Titular da Universidade da Extremadura (Espanha). O objectivo estudar a utilizao como fertilizante agrcola, num olival de regadio, de resduos slidos orgnicos provenientes de um lagar de duas fases (bagao de azeitona e bagao extrado de azeitona). Pretende-se saber em particular o efeito deste resduo sobre as caractersticas do solo e sobre a produo (quantidade e qualidade do produto) de um olival de regadio quando comparado com fertilizantes tradicionais.Escola Superior Agrria de Elvas Instituto Politcnico de Portalegre Rua de Alcamim, 19 7350-074 ELVAS T. 268 628 528 F. 268 268 529

Fernando Antunes Pereira Os estudos em compostagem deste Professor Catedrtico e da sua equipa so de ordem terica (modelizao matemtica) e experimental (laboratrio e de campo) e tm por objectivo analisar tcnica e economicamente uma instalao piloto de corte, transporte e compostagem de resduos florestais, incluindo a avaliao agronmica e potencial poluente dos compostos produzidos. O trabalho em laboratrio tem envolvido, alm de resduos florestais, restos de processamento de arroz e lamas de celuloses com vista validao de um modelo matemtico em desenvolvimento. Na floresta de Mao, com uma instalao piloto de 1000 toneladas, foram j realizados ensaios com amostragem de temperatura, composio slida e gasosa e anlise de produtividade agronmica, para alm da viabilidade tcnico-econmica (considerando o investimento, mo de obra e energia para recolha, transporte e processamento). Godinho, M.; A. Duarte; H. Martinho; F. Pereira (1984) Economic feasibility of forest wastes recycling (Jean Pain method). Proceedings of ECEMEI - European Congress on Economics and Management of Energy in Industry. Pergamon Press pp 91-96. Godinho, M.; K. Gray; F. Pereira; A. Biddlestone (1998) Aerobic

Antonio Lopez Piero O Departamento de Olivicultura da Estao de Fruticultura Nacional e a Escola Superior Agrria de Elvas desenvolvem o projecto Aproveitamento de resduos slidos procedentes de lagares de azeite de duas fases como fertilizantes orgnicos num olival de regadio: efeitos nas propriedades edficas, produtividade e qualidade da azeitona coordenado pelo Doutor

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Investigao

and anaerobic digestion of foresty wastes. CHEMPOR'98 - 7th International Chemical Engineering Conference. Lisbon. Vol. I pp 453-460. Pereira, F.; C. Valente; A. Vaz; E. Matos; L. Guedes (1989) Pulp mill sludge composting. Biomass for Energy and Industry. Elsevier pp 2.368-2.372.Departamento de Ambiente Universidade de Aveiro Campus Universitrio de Santiago 3810-405 AVEIRO T. 234 370 200 F. 234 264 08

gao aplicada na rea da compostagem de resduos slidos urbanos orientada para duas vertentes: - estudo do grau de maturao do composto de RSU utilizando a evoluo da actividade de algumas enzimas ao longo do processo de compostagem, nomeadamente lipases e celulases; e - estudo da aplicao do composto de RSU na produo de espcies hortcolas em diferentes tipos de solos, avaliando o efeito daquele correctivo orgnico no aumento de produo bem como na eventual absoro de metais pesados pelos vegetais cultivados. Queda, A.; M. Sebastio; L. Campos (1996) Determinao de actividades enzimticas na compostagem.Aplicao aos RSU. 5 Conferncia Nacional sobre a Qualidade do Ambiente. Aveiro. Queda, A.; M. Sebastio; L. Campos (1998) Enzyme activities and compost maturity. Proceedings of ESBES - 2 - 2nd European Symposium on Biochemical Engineering Science. Porto pp 345. Queda, A.; M. Sebastio; L. Campos (1999) Effect of mixed MSW compost on potato production and heavy metal contamination in different types of soils. International Composting Symposium. Halifax, Canad. Sebastio, M.; A. Jardim (1996) Estao de Tratamento RSU de Setbal: um estudo de caso. Curso sobre Valorizao e Tratamento de Resduos. Lisboa.Koch de Portugal

Jos Manuel Rato Nunes O Engenheiro Jos Manuel Rato Nunes Professor Adjunto da Escola Superior Agrria de Elvas do Instituto Politcnico de Portalegre onde coordena dois projectos na rea da compostagem: - a utilizao de lamas celulsicas secundrias como fertilizante para a cultura de tomate industrial na regio de Elvas; e - a utilizao de lamas celulsicas secundrias como fertilizante para a cultura de milho de regadio tambm em Elvas.Escola Superior Agrria de Elvas Instituto Politcnico de Portalegre Rua de Alcamim, 19 7350-074 ELVAS T. 268 628 528 F. 268 268 529

Apartado 1113 2901-902 SETBAL T. 265 530 030 F. 265 530 039

Lus Miguel Brito Koch de Portugal A Koch de Portugal, atravs da Estao de Tratamento de Setbal e em colaborao com a Seco de Qumica-Agrcola do Instituto Superior de Agronomia, tem desenvolvido investiO Professor Doutor Lus Brito vice-presidente do Instituto Politcnico, presidente do Conselho Cientfico e docente da Escola Superior Agrria de Ponte Lima. A investigao que desenvolve em compostagem pretende identificar influncias ambientais na mineralizao do azoto orgnico de resduos

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Compostagem em Portugal

urbanos e industriais. Os resultados indicam que os diferentes resduos orgnicos variam marcadamente nas caractersticas de mineralizao e que relaes empricas calculadas na base da acumulao trmica, em contrapartida ao tempo cronolgico, podero utilizar-se na avaliao das suas taxas de mineralizao no solo agrcola de forma a obter uma maior sincronia entre o azoto mineral disponvel e o azoto exigido pelas culturas. Evita-se assim a lixiviao de nitratos para as guas subterrneas.Escola Superior Agrria de Ponte de Lima Instituto Politcnico de Viana do Castelo Refios do Lima 4990 PONTE LIMA T. 258 947 539 F. 258 947 138 [email protected] [email protected]

Apartado 3228 1301-903 LISBOA T. 21 364 8201 F. 21 363 6460 [email protected]

Margarida Silva A Doutora Margarida Silva Professora Auxiliar da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Catlica Portuguesa. O objectivo nuclear das actividades desenvolvidas pelo seu grupo a criao e validao de metodologias de interveno a nivel municipal que fomentem e generalizem a prtica da compostagem domstica enquanto ferramenta de reduo de resduos na fonte e via para uma maior sensibilidade ambiental.Escola Superior de Biotecnologia Universidade Catlica Portuguesa Rua Dr. Antnio Bernardino de Almeida 4200-072 PORTO

Manuel Jos Souteiro Gonalves O investigador auxiliar Manuel Gonalves licenciado e doutorado em Engenharia Agronmica e exerce as suas funes no Instituto Nacional de Investigao Agrria / Laboratrio Qumico-Agrcola Rebelo da Silva, onde responsvel pelo Sector de Estudo e Anlise de Fertilizantes. Tem participado, na qualidade de delegado, em reunies de alguns Comits Tcnicos do Comit Europeu de Normalizao nas reas de caracterizao de resduos e dos fertilizantes e desenvolvido projectos de investigao no mbito do tratamento de resduos por compostagem e da utilizao agrcola do composto. Gonalves, M. (1997) Composto de RSU: qualidade e utilizaes. Comunicao apresentada no seminrio: Produo de correctivos orgnicos a partir de resduos slidos urbanos. Sua importncia para a agricultura nacional. Matosinhos. Gonalves, M. (1999) Municipal solid waste compost: a source of organic matter for portuguese soils. Proceeding of the Conference: Biological processes of waste: a solution for tommorrow. Paris, Frana. Gonalves, M.; M. Baptista; R. Oliveira; L. Ortega; A. Sestello; L. Bento; T. Hilrio (1999) Composting of municipal green waste using a hybrid mode of the aerated static pile. ORBIT 99 Organic recovering & biological treatment. Weimar, Alemanha.Laboratrio Qumico-Agrcola Rebelo da Silva

T. 22 558 0048 F. 22 509 0351 [email protected]

Mrio Augusto Tavares Russo O Engenheiro Mrio Russo Professor Coordenador da Escola Superior de Tecnologia e Gesto do Instituto Superior Politcnico de Viana do Castelo e desenvolve quatro projectos paralelos na rea da compostagem: - influncia da recolha e do sistema de compostagem na qualidade do composto orgnico produzido: comparao da qualidade do composto produzido por mtodos de compostagem diferentes, com avaliao analtica e operacional de cada um dos quatro tipos testados; - estudo da dinmica da mobilidade dos metais pesados do composto at planta: avaliao da biodisponibilidade dos metais pesados presentes no composto aplicado em diversas taxas no solo, nas razes, caule, folhas e frutos de espcies sensveis; - estabelecimento de parmetros de controlo operacional em compostagem "windrow": estudo dos factores que influenciam a compostagem e estabelecimento de procedimentos operacionais simples e eficazes para controlo efectivo da

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Investigao

compostagem, designadamente oxigenao, temperatura e humidade; e - estudo dos factores que influenciam a compostagem em pilhas estticas arejadas: estabelecimento de parmetros de monitorizao que acelerem o processo de degradao da matria orgnica em compostagem.Escola Superior de Tecnologia e Gesto Instituto Superior Politcnico de Viana do Castelo Avenida do Atlntico 4900-348 VIANA DO CASTELO T. 258 828 801 F. 258 827 636 [email protected] [email protected]

Tomaz Moreira O Professor Tomaz Moreira e o seu vasto grupo trabalham para o restauro do montado alentejano. Este ecossistema tem uma elevada importncia social, agrcola e ecolgica, para alm de constituir um patrimnio valioso e insubstituvel. Porque uma grande parte se encontra degradada, a aplicao de compostos de resduos pode ser um factor de recuperao acelerada.Departamento de Ecologia Universidade de vora 7000 VORA T. 266 744 616 F. 266 294 98 aps@uevora pt

Tratolixo Rita Ribeiro O foco de trabalho da Engenheira Rita Ribeiro abarca os temas de valorizao, tratamento e destino final de efluentes pecurios e de resduos slidos urbanos. Os primeiros tm sido o objecto de um modelo integrado de gesto assente numa estratgia sustentvel de minimizao de toda e qualquer descarga para a gua e concomitante valorizao do contedo orgnico e fertilizante destes efluentes. A actividade no tocante aos resduos slidos urbanos prende-se com a elaborao de normas de gesto de tecnossistemas e a avaliao da qualidade de construo de aterros sanitrios. Em termos futuros a investigao levar em considerao os limites ao teor de carbono dos resduos a depositar em aterro, uma condicionante que provavelmente estimular solues baseadas na compostagem.Laboratrio Nacional de Engenharia Civil Ministrio do Equipamento, Planeamento e Administrao do Territrio Avenida do Brasil, 101 1700-066 LISBOA T. 21 848 2131 F. 21 847 3845 [email protected] Tratolixo Apartado 146 2776-902 CARCAVELOS T. 21 445 9500 F. 21 444 4030

Os especialistas da Tratolixo so responsveis cientficos pelo projecto PAMAF Utilizao do composto de RSU na formulao e preparao de suporte de culturas e adubos organominerais e avaliao agronmica dos produtos obtidos que tem vindo a ser desenvolvido desde 1997 em colaborao com o Instituto Nacional de Investigao Agrria / Laboratrio Qumico-Agrcola Rebelo da Silva. Neste trabalho foi estudado o comportamento de resduos verdes (RV) provenientes da poda de rvores e limpeza de parques e jardins municipais nas seguintes condies: - co-compostagem, em reactores escala laboratorial em caixas de cerca de 1 m3 de misturas de RSU + RV em propores variveis desde 5% + 95% at 50% + 50% (v/v); - co-compostagem da mistura 10% RSU + 90% RV em pilha esttica com 5 x 3 x 1,7 m (comprimento x largura x altura mxima) dotada de um sistema de arejamento misto por insuflao e suco comandado por sensores de temperatura. Foram monitorizados os parmetros fsico-qumicos e microbiolgicos mais relevantes. O composto final foi submetido a ensaios de auto-aquecimento e germinao para avaliao do grau de maturao, com resultados satisfatrios.

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Compostagem em Portugal

Sistemas Municipais

postagem domstica em 12 escolas do 1 ciclo e duas do 2 ciclo. A Lipor tem uma central de compostagem onde realizada uma triagem por grosso do lixo domstico recolhido no concelho e produzido o aditivo Fertor.Lipor Apartado 1001 4449-909 ERMESINDE T. 22 977 0100 F. 22 975 6038 [email protected]

Associao Municipal de Setbal e Viana do Alentejo A Associao promove directamente actividades de compostagem em oito escolas do 1 ciclo. So fornecidos apoio tcnico, compostores e conjuntos documentais. A Koch foi subcontratada para fazer a separao de matria orgnica e triagem de outros materiais e sensibilizao da populao.Pelouro do Ambiente Cmara Municipal de Setbal Praa do Bocage 2900-276 SETBAL T. 265 232 468 F. 265 524 070

Valorlis (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourm,Pombal, Porto de Ms)

A Escola Secundria de Pombal (cerca de 1000 alunos) desenvolve um projecto piloto de compostagem domstica com o apoio desta empresa.Valorlis Apartado 157

Lipor (Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto,Pvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde)

2401-971 LEIRIA T. 244 575 540 F. 244 575 544

Esta Associao implementa directamente actividades de com-

A empresa VALORLIS - Valorizao e Tratamento de Resduos Slidos, S.A., concessionria do sistema multimunicipal da Alta Estremadura, abrangendo os concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourm, Pombal e Porto de Ms, numa rea de 2.150 km2, e servindo cerca de 275.000 habitantes. As suas reas de actuao, so: O tratamento resduos slidos no Aterro Sanitrio de Leiria A gesto do sistema de recolha selectiva, com a instalao desde Junho de 1999 de 600 ecopontos e a operao de uma Estao de Triagem. No incio do ano lectivo 1999/2000, a VALORLIS estabeleceu um protocolo de cooperao com a Escola Secundria de Pombal, que passou pela oferta de um biocompostor a esta instituio. Esta oferta surge na sequncia de um pedido da Escola, uma vez que este equipamento possui elevadas potencialidades pedaggicas, podendo ser utilizado em projectos de educao ambiental com os jovens estudantes. O biocompostor um equipamento que permite a reciclagem de todos os resduos orgnicos vegetais (restos de cozinha e de espaos verdes), transformando-os num composto muito rico que pode ser reaproveitado como fertilizante e estruturante natural para os solos. Assim, o biocompostor permite, com grande simplicidade de funcionamento, a observao prtica das vantagens da reciclagem. Os jovens podem, para alm da correcta separao do lixo que produzem, ver na sua Escola a realizao do processo de compostagem, fazendo uso do produto final da resultante.

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Legislao Internet Financiamento Glossrio da Compostagem ndice Remissivo

Compostagem em Portugal

Legislao

Portaria n 768/88 de 30 de Novembro Concede Direco Geral do Ambiente a competncia de fiscalizao, referida no Decreto-lei n 488/85 sobre resduos slidos urbanos - Mapa de Resduos Urbanos. e de recolha e tratamento de resduos slidos e regulamenta o regime jurdico da concesso de sistemas municipais.

Portaria n 15/96 de 23 de Janeiro Decreto-Lei n 446/91 de 22 de Novembro Estabelece o regime de utilizao agrcola de lamas de depurao. Transpe a Directiva 86/278/CEE. Estabelece uma terminologia comum e uma harmonizao em termos de operaes no mbito da valorizao e eliminao de resduos. Aprova os tipos de operaes de eliminao e de valorizao de resduos.

Decreto-Lei n 372/93 de 29 de Outubro Altera a Lei n 46/77 de 8 de Julho sobre limitao de sectores. Deciso da Comisso 96/350/CE de 24 Maio Adapta os anexos II A e II B da Directiva 75/442/CEE do Concelho relativa aos resduos. Decreto-Lei n 379/93 de 5 de Novembro Estabelece o regime de explorao e gesto dos sistemas multi-municipais e municipais de captao, tratamento e distribuio de gua, de recolha, tratamento e rejeio de efluentes e de recolha e tratamento de resduos slidos. Portaria n 176/96 de 3 de Outubro Fixa os valores permitidos para a concentrao de metais pesados nos solos receptores de lamas e nas lamas para utilizao na agricultura como fertilizantes, bem como as quantidades mximas que podem ser introduzidas nos solos agrcolas.

Deciso do Concelho 94/904/CE de 22 de Dezembro Estabelece a lista de resduos perigosos. Portaria n 177/96 de 3 de Outubro Decreto-Lei n 294/94 de 16 de Novembro Estabelece o regime jurdico da concesso de explorao e gesto dos sistemas multi-municipais de tratamento de resduos slidos urbanos. Fixa as regras sobre anlises das lamas e dos solos e regulamenta o Decreto-Lei 446/91.

Portaria n 335/97 de 16 de Maio Fixa as regras a que fica sujeito o transporte de resduos dentro do territrio nacional.

Deciso do Concelho 94/904/CE de 22 de Dezembro Estabelece a lista de resduos perigosos. Portaria n 818/97 de 5 de Setembro Decreto-Lei n 147/95 de 21 de Junho Cria o observatrio nacional dos sistemas multi-municipais e municipais de captao, tratamento e distribuio de gua para consumo pblico, de recolha, tratamento e rejeio de efluentes Aprova a lista harmonizada, que abrange todos os resduos, designada por Catlogo Europeu de Resduos(CER).

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Legislao

Decreto-Lei n 239/97 de 9 de Setembro Estabelece as regras a que fica sujeita a gesto de resduos, na mbito da sua recolha, transporte, armazenagem, tratamento, valorizao e eliminao, por forma a no constituir perigo ou causar prejuzo para a sade humana ou para o ambiente. Revoga o Decreto-Lei 310/95, de 20 de Novembro.

Norma Portuguesa 3045, Dirio da Repblica, III Srie n 69 de 1990-03-23 Determinao do teor de potssio pelo processo do tetrafenilborato de sdio. Fixa o mtodo gravimtrico para determinar o teor de potssio nos adubos a partir de uma soluo para anlise.

Portaria n 961/98 de 10 de Novembro Estabelece os requisitos a que deve obedecer o processo de autorizao prvia das operaes de armazenagem, tratamento, valorizao e eliminao de resduos industriais, resduos slidos urbanos ou outros tipos de resduos.

Norma Portuguesa 3046, Dirio da Repblica, III Srie n 69 de 1990-03-23 Determinao do potssio solvel no cido clordrico. Fixa o mtodo de referncia para a preparao da soluo para a anlise de adubos, a fim de se determinar o potssio solvel no cido clordrico.

Norma Portuguesa 2161, Dirio da Repblica, III Srie n 185 de 1983-08-12 Descrio do critrio de amostragem e o modo de colheita das amostras de adubos slidos para verificar as caractersticas garantidas pelo fornecedor.

Norma Portuguesa 3047, Dirio da Repblica, III Srie n 69 de 1990-03-23 Determinao do teor de azoto amoniacal em presena de outras substncias que libertam amonaco pela aco do hidrxido de sdio. Fixa o mtodo para determinar azoto amoniacal em adubos que contm outras substncias que libertam amonaco em presena do hidrxido de sdio, tais como a ureia ou os condensados de ureia-aldedo.

Norma Portuguesa 3389, Dirio da Repblica, III Srie n 268 de 1986-11-20 Determinao do fsforo solvel nos cidos minerais. Fixa um mtodo para a extraco do fsforo solvel nos cidos minerais por ataque cloro-ntrico e um mtodo por ataque sulfo-ntrico. Estes mtodos aplicam-se a todos os adubos fosfatados e aos fosfatos minerais contendo pequenas quantidades de matria orgnica.

Norma Portuguesa 3048, Dirio da Repblica, III Srie n 69 de 1990-03-23 Determinao da massa volmica aparente sem compactao de adubos finos: estabelece um mtodo para a determinao da massa volmica aparente sem compactao dos adubos slidos finos secos.

Norma Portuguesa 3646, Dirio da Repblica, III Srie n 276 de 1987-11-30 Determinao do teor de azoto total. Fixa o mtodo volumtrico para determinar o azoto total nos adubos sob todas as formas incluindo os que devem ser mineralizados. Norma Portuguesa 3044, Dirio da Repblica, III Srie n 129 de 1990-06-05 Determinao do potssio solvel na gua. Fixa o mtodo de referncia para a preparao de solues para anlise de adubos, a fim de determinar o potssio solvel na gua.

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Internet

Compostagem centralizada Animal Waste and the Environment http://www.ces.uga.edu/pubcd/c827-w.html Commercial Composting http://www.composter.com/composting/commercial.html Compost Guidelines Canada http://www.ene.gov.on.ca/envision/env_reg/documents /a/waste.htm Humusphere http://www.composter.com/ Recycler's World - Central Composting http://www.recycle.net/recycle/Organic/central/index.html The Compost Resource Page http://www.oldgrowth.org/compost/large.html

Garbage http://www.history.rochester.edu/class/compost/ compost.html Recycling and Waste Minimization http://www.tnrcc.state.tx.us/exec/oppr/compost/ backyard.html RotWeb http://net.indra.com/~topsoil/Compost_Menu.html The Compost Resource Page http://www.oldgrowth.org/compost/home.html Waste Reduction at Home http://www.gvrd.bc.ca/waste/bro/swcomp1.html

Escolas Cornell Composting http://www.cfe.cornell.edu/compost/schools.html

Compostagem domstica Backyard Magic http://www.gov.nb.ca/environm/comucate/compost/magic.htm Bellports Home Composting Program http://www.edf.org/pubs/Reports/compost.html Compostagem Domstica http://terravista.pt/guincho/2833 Compostagem em Portugal http://www.esb.ucp.pt/compostagem Compost Demonstration Gardens http://www.gvrd.bc.ca/waste/bro/swcomp2.html Cornell Composting http://www.cals.cornell.edu/dept/compost/ Composting_Homepage.html

Informao tcnica Composting and Nutrient Recycling at USDA Beltsville Agricultural Research Center http://www.barc.usda.gov/psi/susag/comp-nut.htm Cornell Composting http://www.cals.cornell.edu/dept/compost/science.html Humic products for agriculture and the environment http://www.humic.com/ Humusphere http://www.composter.com/ USEPA - Office of Solid Waste - Composting http://www.epa.gov/epaoswer/non-hw/compost/index.htm

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Internet

Listas electrnicas Compost list Envie para a seguinte mensagem: subscribe compost (o seu nome). Composting list Envie para a seguinte mensagem: subscribe composting (o seu nome). Vermicomposting Forum http://www.oldgrowth.org/compost/forum_vermi/

Waste Reduction at Home http://www.gvrd.bc.ca/waste/bro/swworm.html Wigglers World http://www.wigglywigglers.co.uk Wormwoman http://www.wormwoman.com/buttons.html Worm World http://wormsbyworms.com

Publicaes Biocycle http://grn.com/grn/news/home/biocycle/ Worm Digest http://www.wormdigest.org/

Vermicompostagem Beaver River Associates http://www.merchantsbay.com/BeaverRiver/index.html/ Frequently Asked Questions about Earthworms http://res.agr.ca/lond/pmrc/faq/earthwor.html Nightcrawler http://www.naturenorth.com/fall/ncrawler/ncrawlF.html The Burrow http://gnv.fdt.net/~windle/ The Compost Resource Page http://www.oldgrowth.org/compost/vermi.html

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Financiamento

Financiamento

Ministrio da Cincia e Tecnologia O programa Cincia Viva do Ministrio da Cincia e da Tecnologia tem como objecto promover e melhorar a aprendizagem cientfica e tecnolgica no ensino bsico e secundrio. estimulada a interligao entre instituies cientficas e escolas e, entre muitos outros temas, tambm financia actividades em compostagem domstica a nvel escolar desde que numa abordagem cientfica experimental.Unidade de Cincia Viva Avenida dos Combatentes, 43 A - 10 B 1600-042 LISBOA T. 21 727 0228 F. 21 722 0265 [email protected] http://www.ucv.mct.pt

Instituto de Promoo Ambiental Dinamiza programas para escolas e associaes que visam financiar iniciativas na rea da educao ambiental. Apoia aces na rea do ambiente e desenvolvimento sustentvel, o que naturalmente inclui intervenes relacionadas com resduos slidos urbanos.IPAMB Rua de O Sculo, 63 1249-033 LISBOA T. 21 321 5500 F. 21 343 2777 http://www.ipamb.pt

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Glossrio

Glossrio da Compostagem

Acidos nucleicos Molculas centrais vida onde est codificada a informao gentica que os progenitores transmitem aos descendentes. cidos orgnicos Compostos cidos resultantes da degradao anaerbia dos substratos orgnicos mais facilmente decomponveis (incluem o cido actico e o cido lctico, entre muitos outros). Arejador Utenslio com forma de hlice para revolver a pilha de Actinomicete Fungo parasita, com miclios. Degrada lenhina e celulose. Arejamento Adio de ar por mistura de materiais para a comActivador de compostagem (inculo) Material rico em microrganismos decompositores que se coloca na pilha de compostagem para acelerar ou garantir o incio eficaz do processo. Pode ser constitudo por composto estabilizado. Aerbio Ser vivo que utiliza oxignio no seu metabolismo energtico. O mesmo que aerbico. Agente estruturante Material usado para manter o ar a circular entre partculas. Alimentos biolgicos Alimentos provenientes da agricultura biolgica, onde a produo feita sem a utilizao de fertilizantes e pesticidas de sntese e garantindo a fertilidade do solo. Amido Presente em algumas plantas como forma principal de armazenamento de energia. o principal constituinte dos tubrculos das batatas, por exemplo. Aminocido Unidade constituinte das protenas. Amnia Soluo aquosa de amonaco. Amonaco Composto qumico constitudo por um tomo de azoto e trs de hidrognio. Forma-se a quando a degradao da matria orgnica se d em condies de anaerobiose e d origem a odores desagradveis. Anaerbio Organismo que vive sem oxignio livre (O2). O mesmo que anaerbico. Anaerobiose Processo que decorre na ausncia de oxignio livre. Ancinho Instrumento de jardim/quintal em forma de pente. Serve para manuseamento da cama das minhocas e do vermiArejamento forado Adio de ar ao processo de compostagem usando ventoinhas ou bombas. Arejamento passivo Processo natural de entrada de ar atravs do vento, diferena de temperaturas, conveco ou difuso. Aterro Depsito de resduos slidos no solo em camadas compactadas. Azoto Elemento qumico (N) fundamental para a vida e para a compostagem. determinante para o crescimento das populaes microbianas na medida em que o elemento central das protenas, que representam mais de 50% da massa celular bacteriana seca. postagem se manter aerbia. composto e facilitar o seu arejamento. composto. Os seus dentes esto suficientemente afastados para no causarem danos s minhocas. Aneldeo Animal invertebrado de corpo cilndrico constitudo por segmentos (por exemplo a minhoca). Aranhas So invertebrados que constroem teias e se alimentam de insectos e outros bicharocos.

BBactria Organismo microscpico unicelular sem ncleo definido. Pertence ao reino Monera e pode ser parasita, decompositor ou fotossinttico. Bactria aerbia Bactria que se desenvolve na presena de oxignio livre. Bactria anaerbia Bactria que no precisa ou no pode viver na presena de oxignio livre. Besouro Insecto coleptero que voa. Escaravelho. Bicha-cadela Insecto com um par de pinas na extremidade dianteira. So geralmente grandes predadores facilmente

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observveis a olho nu. Movem-se rapidamente. Alimentam-se principalmente de vegetao em decomposio, pequenas minhocas e larvas de insectos. Bicho-da-conta Crustceo ispode de corpo largo com guelras delicadas como lminas e permanentemente hmidas ao longo da face inferior do seu abdmen. Move-se devagar tocando levemente a vegetao em decomposio. Enrola-se quando tocado. Biodegradvel Que pode ser decomposto em material mais simples pela aco de organismos decompositores. Biogs Mistura de gases, com preponderncia de gs metano, resultante da digesto anaerbia de resduos orgnicos. Biomassa Massa seca total de material biolgico. Bioreactor Recipiente fechado usado para fazer composto ou outras experincias cientficas. Bolores Fungos

cabea, com glndulas de veneno que paralisa larvas de insectos, minhocas pequenas ou recm-nascidas, pequenos insectos e aranhas. Central de triagem O mesmo que estao de triagem. Uma estrutura em que os materiais so separados para posterior reciclagem. Ch de composto Soluo rica em nutrientes destinada rega. Obtem-se colocando uma dada poro de composto num pequeno saco de tecido bem fechado e deixando esse saco dentro de um recipiente cheio de gua por uma noite. Cobertura O mesmo que mulch. Recobrimento do solo com resduos orgnicos estabilizados para reteno da humidade e inibio do crescimento de ervas daninhas. Co-compostagem Compostagem conjunta de resduos slidos urbanos (RSU) e lamas de estaes de tratamento de guas residuais (ETAR) municipais. Co-enzima Complemento no-proteico necessrio ao funcionamento de certas enzimas.

CCadeia alimentar Sequncia hierrquica de organismos que se alimentam uns dos outros, comeando por algas ou plantas verdes (produtores) como fonte primria de energia e continuando por consumidores primrios, secundrios, etc. Caixa de minhocas Recipiente para minhocas. O mesmo que vermicontentor ou vermicompostor. Cama das minhocas Material que providencia um ambiente fresco, hmido e arejado propcio ao desenvolvimento das minhocas. Podem utilizar-se diversos materiais, mas o mais apropriado uma mistura de papel cortado em tiras finas e gua, numa proporo de um para trs (trs litros de gua por cada quilo de tiras de papel). Can-O-Worms Vermicompostor comercial com vrios andares. Carbono Elemento qumico (C) fundamental para a vida e para o processo de compostagem. Serve primariamente como fonte de energia, sendo uma pequena fraco incorporada na estrutura celular. Celulose Polmero de glucose. Principal componente extracelular estruturante de muitas plantas. Centopeias Miripode quilpode. So os predadores mveis mais rpidos, encontrados principalmente nos primeiros centmetros da pilha de composto. Possuem garras notveis por trs da

Compostador Pessoa que pratica compostagem. Compostagem Mtodo controlado atravs do qual a matria orgnica transformada aerobicamente mediante a aco de microrganismos especficos. Compostagem centralizada Processo de compostagem com caractersticas industriais para processamento da fraco fermentvel dos resduos slidos urbanos e que, consoante receber resduos em bruto ou resultantes da recolha selectiva de matria orgnica, assim produz composto de pior ou melhor qualidade. Compostagem domstica Processo de compostagem com caractersticas artesanais feito directamente pelos cidados para transformao na origem dos seus resduos orgnicos. Composto Produto estabilizado com caractersticas aceitveis em termos de aparncia, odor e textura resultante da decomposio controlada da matria orgnica. Promove a melhoria das condies do solo em termos de estrutura, porosidade, fertilidade, capacidade de reteno da gua, arejamento e actividade microbiana. Composto estabilizado Composto que concluiu todas as fases do processo de compostagem. Possui uma cor escura ou preta, textura granulosa e odor agradvel a terra fresca. Composto fresco Composto que, embora j higienizado, ainda no atingiu a maturao completa, ou seja, no est completamente estabilizado e possui ainda uma fraco orgnica passvel

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de biodegradao. Pode ser aplicado no solo dois a trs meses antes de se iniciarem as plantaes. Composto maturado Composto estabilizado. Compostor Recipiente usado para fazer compostagem. Consumismo Consumo excessivo de bens materiais com impacto negativo no ambiente, na sustentabilidade, na estabilidade econmica ou, simplesmente, na felicidade. Contaminao Presena de agentes ou substncias indesejveis que desvaloriza o material onde se encontram ou lhe confere caractersticas nocivas ou mesmo txicas. Correctivo orgnico Material orgnico que aplicado no solo para lhe conferir melhores condies em termos de porosidade, textura, teor em matria orgnica e riqueza em nutrientes. Crivo Utenslio com orifcios de 0,5 a 2,5 cm de dimetro utilizado para peneirar o composto de forma a separar resduos no totalmente compostados, alguns materiais inertes e tambm para quebrar alguns grnulos uniformizando a sua granulometria.

EEcocentro Parque vigiado onde se encontra uma srie de grandes contentores para recolha selectiva de diversos tipos de lixo (nomeadamente vidro, plstico, restos de jardim, metal, papel e carto, sucata, pilhas e baterias). Ecoponto Conjunto de contentores individuais onde podem ser colocados separadamente diferentes tipos de resduos slidos urbanos (como o papel e carto, vidro e embalagens). Ecossistema Unidade funcional da natureza, composta por elementos abiticos (factores fsicos) e biticos (comunidade de seres vivos). Educao ambiental Sensibilizao formalizada para a proteco ambiental e conservao da natureza. Efmeros Extremamente numerosos no composto. So insectos muito pequenos, sem asas e podem ser distinguidos pela sua capacidade para saltar quando perturbados. Encontram-se entre as partculas de composto e possuem uma pequena estrutura sob o ventre, como uma mola, que os catapulta para o ar quando accionada. Mastigam plantas em decomposio, plen, gros e

DDecomposio Putrefaco ou degradao de matria orgnica; reduo a elementos simples.

fungos. Tambm comem nemtodos e os desperdcios de outros artrpodes e, depois de se alimentarem, limpam-se meticulosamente. Endsporo Estrutura de algumas bactrias resistente a tempe-

Decompositor Organismo que se alimenta de matria orgnica morta e ajuda sua degradao. Densidade Relao entre massa e volume de um corpo. Massa especfica. Detrito Matria orgnica morta. Digesto aerbia Processo de mineralizao da matria orgnica na presena de oxignio livre.

raturas extremas, germinado apenas quando as condies ambientais so novamente favorveis. Enzimas Substncias orgnicas produzidas pelas clulas capazes de actuar como catalisadores numa reaco bioqumica. Eroso Desgaste (remoo) do solo resultante da aco do vento, gua, ar e/ou seres vivos. Escaravelhos Os mais comuns no composto so o besouro e a

Digesto anaerbia Processo de metabolizao da matria orgnica sem oxignio presente. Difuso Deslocao de molculas que se encontram num meio de grande concentrao para um menos concentrado at ser atingido um ponto de equilbrio. Dixido de carbono (CO2) Gs sem odor e cor, no txico nem combustvel e libertado, por exemplo, durante a respirao dos animais e na queima de qualquer matria que contenha carbono. Diversidade Variedade.

carocha. Alimentam-se de outros insectos, caracis, lesmas e demais animais pequenos. Estao de compostagem Instalao industrial de tratamento dos resduos orgnicos por compostagem. Estratificao dos resduos Mtodo de montagem da pilha de compostagem em que so colocadas alternadamente camadas de resduos verdes e castanhos. Eucariota Seres superiores com membranas a envolver o material gentico (ncleo) e as funcionalidades especficas da clula. Inclui praticamente todos os seres vivos excepo das bactrias e vrus.

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Excrementos O mesmo que dejectos. Resduos provenientes dos intestinos dos animais.

GGesto integrada de resduos Gesto alicerada numa hierarquia de planos e programas que afecta desde a produo do lixo (levando reduo e reutilizao) at sua recolha selectiva,

FFase de aquecimento Primeira fase da compostagem, caracterizada pela curta durao (trs a quatro dias), pela rpida elevao da temperatura at cerca de 40C e pela descida do pH. Fase de arrefecimento Terceira fase da compostagem, que se caracteriza pela curta durao (dois a cinco dias) e diminuio da temperatura (de 55-60C para 30C) resultante da diminuio dos substratos disponveis. Fase de degradao Segunda fase da compostagem, caracterizada por uma longa durao (70 a 90 dias), subida do pH e temperaturas elevadas (acima de 55C) que contribuem para a inviabilizao de microrganismos patognicos, larvas de insectos, esporos e sementes de ervas daninhas. Fase de maturao Quarta fase da compostagem, que se caracteriza pela durao de 30 a 60 dias e pelo abaixamento suave da temperatura at temperatura ambiente. Fermentao Degradao dos resduos orgnicos em condies de anaerobiose. O mesmo que digesto anaerbia. Fertilizante Adubo, substncia artificialmente produzida (orgnica ou inorgnica) que satisfaz as exigncias oficiais de quantidade e tipo de nutrientes para plantas. O composto no pode ser classificado como fertilizante. Formigas Insectos formicdeos. As formigas alimentam-se de fungos, sementes, migalhas, outros insectos e, por vezes, de outras formigas. O composto fornece alguns destes alimentos e tambm abrigo para os ninhos e formigueiros. As formigas podem favorecer a compostagem ao transportarem minerais, especialmente fsforo e potssio contido em fungos e outros organismos, para os seus ninhos. Forquilha Um instrumento de jardinagem/agricultura com um cabo e trs/quatro dentes compridos. Fungos Seres eucariotas, unicelulares ou pluricelulares desprovidos de clorofila. So parasitas ou decompositores. Incluem bolores, leveduras e cogumelos. Degradam a celulose. Vivem em locais pouco iluminados e hmidos. Alimentam-se por absoro de partculas nutritivas.

triagem e reinsero nos circuitos produtivos (compostagem da fraco orgnica, reciclagem de papel, vidro, plstico, metal, etc.) dentro de uma perspectiva de sustentabilidade ecolgica. A incinerao no aceite, por demasiado poluente, e o aterro sempre o ultimo recurso.

HHerbicida Produto fito-farmacutico destinado a combater ervas indesejveis. Complementa a aco dos adubos na agricultura intensiva convencional e tende a resultar na contaminao da gua e da cadeia alimentar. Hemi-celulose Polmero de pentoses (xilose e arabinose) e heteropolmeros com grupos cidos. Presente na madeira. Himenpteros no voadores So os segundos invertebrados mais comuns no composto. Tm oito apndices. Alguns podem ser vistos a olho nu e outros so microscpicos. Alguns podem ser encontrados no dorso de invertebrados de movimentos mais rpido, tais como bichos da conta, milpedes e escaravelhos, outros vivem em folhas, madeira podre e demais detritos orgnicos. Alguns comem fungos, outros alimentam-se de nemtodos, ovos, larvas de insectos e outros himenpteros. Alguns so mistos, isto , tanto podem ser independentes como parasitas. Um himenptero muito comum no composto de aparncia globular, com plos eriados no dorso e uma cor vermelha alaranjada. Hidrlise Reaco qumica de degradao em que a gua um dos reagentes. Higienizao Processo de eliminao dos microrganismos patognicos e das sementes daninhas por via trmica atravs da compostagem. Homogenizao Acto de tornar idntico, da mesma natureza. Humidade Relao entre a quantidade de gua na pilha de compostagem (em peso) e o peso total da pilha. Os valores ideais de humidade na pilha situam-se entre os 40 e os 60%. Hmus Matria orgnica do solo proveniente de animais e vegetais em decomposio. a base da fertilidade do terreno.

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IIncinerao Queima de resduos a altas temperaturas com aproveitamento energtico. Durante o processo ocorre sntese e libertao para a atmosfera de inmeros poluentes altamente txicos. Incinerador Instalao onde se efectua a incinerao de resduos. Incorporao no solo Sistema de processamento de desperdcios alimentares atravs da sua deposio numa cova no solo e posterior cobertura com terra. Inerte Sem actividade qumica. No reactivo. Inculo O mesmo que activador de compostagem. Material rico em microrganismos decompositores que se coloca na pilha de compostagem para acelerar ou iniciar o processo. Pode ser constitudo por composto estabilizado. Inorgnico Mineral, pedra, metal ou outro material sem ligaes carbono-carbono. No sujeito a decomposio biolgica. Invertebrados Todos os animais no cordados (que no tm coluna vertebral). Incluem as esponjas, os insectos, as minhocas e as lesmas, entre muitos outros.

MMateriais fermentveis Fraco dos resduos slidos urbanos facilmente biodegradvel, composta por restos de comida e resduos de jardim de quintal. Material castanho O mesmo que resduos castanhos. Resduos em que o azoto o elemento limitante estando o carbono em excesso (relao C/N superior a 30:1). Apresentam normalmente uma cor acastanhada e baixo teor de humidade (como nos ramos secos). Material verde O mesmo que resduos verdes. Resduos de composio vegetal em que o carbono o elemento limitante estando o azoto em excesso (relao C/N inferior a 30:1). Apresentam normalmente uma colorao verde e humidade elevada (como nas aparas de relva). Matria orgnica Matria fermentvel; biodegradvel. Matria prima Material utilizado para produzir algo diferente. Mesfilo Desenvolve-se a temperaturas mdias (da ordem dos 35C). Metais pesados Elementos metlicos com elevado peso

LLeira O mesmo que windrow. Lenhina Polmero orgnico muito resistente decomposio biolgica. Na madeira, cimenta as fibras de celulose e protege-a da decomposio qumica e microbiana. Lesmas e caracis Moluscos gastrpodes pulmonados. Alimentam-se geralmente de matria viva de plantas, mas atacam lixo fresco e detritos de plantas e iro, por isso, aparecer na pilha de composto. Levedura Fungo microscpico unicelular. Lixeira Depsito de lixo no controlado. Lixiviado Extracto lquido contendo substncias dissolvidas e em suspenso resultante do contacto da gua com slidos como a terra, lixo ou composto. Na compostagem de matria orgnica no contaminada os lixiviados no so txicos e saem do sistema medida que a matria orgnica degradada. Por outro lado, os lixiviados de aterros e lixeiras exigem um tratamento sofisticado para remoo de compostos nocivos (alguns particularmente txicos) antes de poderem ser descarregados nas linhas de gua. Em Portugal esse tratamento tipicamente incompleto ou inexistente. Luminosidade Quantidade de luz.

molecular: cdmio, chumbo, cobre, crmio, mercrio, prata, zinco, etc. So normalmente txicos para plantas e animais. Nalguns casos no existem limites de segurana abaixo dos quais se possa garantir uma exposio isenta de consequncias nefastas para a sade. Metano Composto qumico (CH4) gasoso constitudo por um tomo de carbono e quatro de hidrognio que se forma quando a matria orgnica degradada em condies anaerbias, dando origem a maus cheiros. um gs combustvel e explosivo em determinadas condies e contribui significativamente para o efeito de estufa. Mtodo lento Processo de compostagem mais simples em que os resduos frescos vo sendo colocados gradualmente numa pilha que, por no ter inicialmente uma grande quantidade de materiais, no chega a atingir temperaturas muito elevadas. Isso torna o processo demorado e menos garantido quanto higienizao embora o composto final seja igualmente de boa qualidade desde que a matria prima seja de confiana. Mtodo rpido Processo de compostagem com revolvimento, controlo de temperatura e de humidade que permite obter rapidamente um excelente composto. Miclio conjunto de filamentos que constitui a parte vegetativa dos fungos.

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Microrganismo Ser vivo de dimenses microscpicas. Microrganismos decompositores Microrganismos que esto envolvidos no processo de decomposio, tais como bactrias, fungos e actinomicetes. Microrganismos patognicos Microrganismos presentes na matria orgnica que podem provocar doenas em plantas ou animais. Quando a compostagem decorre em condies aerbias e so atingidas temperaturas elevadas esses microrganismos so eliminados. Milpede Insecto dptero. So lentos e cilindricos com dois pares de apndices em cada segmento corporal. Alimentam-se principalmente de tecidos de plantas em decomposio, mas podem comer himenpteros e outros insectos alm de excrementos. Minhocas De entre os grandes decompositores estes so os organismos que fazem a maior parte do trabalho de decomposio. Escavam e alimentam-se constantemente dos seres microscpicos que degradam plantas mortas e insectos em decomposio. Os seus movimentos arejam o composto e permitem a passagem de gua, nutrientes e oxignio. medida que a matria orgnica atravessa o sistema digestivo das minhocas ela partida e neutralizada por secrees de carbonato de clcio de glndulas calcferas, situadas perto do canal alimentar dos vermes. O material pois finamente modo antes da digesto. Os sucos intestinais ricos em hormonas, enzimas e outras substncias fermentativas continuam os processos de degradao. A matria deixa o corpo dos vermes na forma de excrementos. Estes constituem uma matria hmica rica e de grande qualidade. Os excrementos frescos so marcadamente mais ricos em bactrias, material orgnico, azoto disponvel, clcio, magnsio, fsforo e potssio que o prprio solo. Minhocas vermelhas Ver vermes vermelhos. Miripode Com segmentos quase iguais, com pares de extremidades idnticas. Monstros Resduos de grandes dimenses, como por exemplo electrodomsticos e peas de moblia. Moscas Insectos. Durante as etapas iniciais do processo de compostagem as moscas fornecem o transporte ideal para levar bactrias para a pilha. Se as moscas passarem a sua fase larvar no composto no sobrevivem s temperaturas termoflicas. Quando adultas alimentam-se de matria orgnica.

NNemtodos Estes vermes microscpicos, cilndricos e muitas vezes transparentes, so os decompositores fsicos mais abundantes - uma mo cheia de composto em decomposio pode conter vrios milhes. Estima-se que uma ma podre possa conter at 90 000 milhes. Vistos lupa parecem-se com finos cabelos humanos. Algumas espcies vivem na vegetao em decomposio, outras alimentam-se de bactrias, fungos, ou outros nemtodos, e outros sugam a seiva das razes de plantas, especialmente razes de legumes. Ninho Compostor construdo usando ramos e galhos como parede. Nitrato (NO3 ) Sal derivado do cido ntrico. Nutriente Substncia indispensvel ao desenvolvimento normal dos organismos.

OOrgnico Substncia com ligaes carbono-carbono. Organismos decompositores Todos os microrganismos e invertebrados que esto envolvidos no processo de degradao da matria orgnica. Oxidao Reaco qumica em que os elementos qumicos perdem electres ou aumentam o seu nmero de oxidao. Oxignio Elemento qumico (O) incorporado num grande nmero de compostos. Necessrio para produzir energia por via aerbia.

PPatognico Com capacidade para causar doena. Peneira Crivo de dimenses menores. Perfil de temperatura Grfico de variao da temperatura ao longo do processo de compostagem. Permeabilidade Capacidade que o solo tem de permitir a passagem da gua pelos seus poros. pH Parmetro analtico que indica as condies de alcalinidade ou acidez de um meio. Os microrganismos apresentam taxas de

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actividade mais elevadas para valores de pH prximos da neutralidade. Pilha de compostagem Amontoado de matria orgnica com dimenses definidas onde a matria orgnica se degrada em condies aerbicas. Platelmintes Vermes achatados e alongados. Alguns so parasitas. Polmero Grande molcula, normalmente linear, composta por milhares de unidades idnticas ligadas entre si. Poluio Alterao qualitativa do ambiente susceptvel de prejudicar o equilbrio biofsico das espcies naturais e, em especial, da sade e do bem-estar das pessoas. Poro Espao entre partculas de composto ou solo preenchido por gua ou ar. Porosidade Percentagem do volume total de composto ou solo ocupado por espaos abertos em vez de partculas slidas. Pragas Organismos que, pela sua natureza ou nmero, se tornam particularmente nocivos ou incmodos para a agricultura ou vida diria como as ervas daninhas, moscas, moscas da fruta, ratos e ratazanas, entre muitos outros. Protenas Estruturas complexas constitudas por amino-cidos. Parte essencial da estrutura dos seres vivos. Protozorio Microrganismo unicelular do reino Protista. Muitas espcies vivem na gua ou em filmes volta das partculas de composto. Pseudo-escorpies So predadores que agarram as presas com as suas garras frontais visveis e injectam veneno de glndulas das extremidades das garras. As presas incluem nemtodos diminutos, himenpteros, larvas e pequenas minhocas. Psicrfilo Microrganismo que se desenvolve preferencialmente a baixas temperaturas (da ordem dos 4 a 15C).

poro 1:1 de resduos verdes e castanhos. Reciclagem Reprocessamento de um material num produto novo. Reciclagem de relva Processo de corte de relva que permite que as aparas possam ficar directamente no solo, no necessitando de recolha nem posterior compostagem. As aparas so cortadas com uma dimenso suficientemente pequena para serem rapidamente degradadas no solo mantendo no relvado o azoto e outros nutrientes essenciais aos organismos que o habitam. Reciclagem orgnica O mesmo que compostagem. Recolha selectiva Recolha de resduos separados na fonte pelo produtor. Resduos castanhos O mesmo que material castanho. Resduos em que o azoto o elemento limitante estando o carbono em excesso (relao C/N superior a 30:1). Apresentam normalmente uma cor acastanhada e baixo teor de humidade (como nos ramos secos). Resduos orgnicos Restos de origem biolgica. Materiais que j pertenceram a organismos vivos e que podem ser objecto de compostagem ou fermentao. Resduos slidos urbanos So os resduos slidos produzidos nas habitaes, os monstros e os resduos provenientes da limpeza da via pblica. Resduos verdes O mesmo que material verde. Resduos de composio vegetal em que o carbono o elemento limitante estando o azoto em excesso (relao C/N inferior a 30:1). Apresentam normalmente uma colorao verde e humidade elevada (como nas aparas de relva). RSU Resduos slidos urbanos Rmen Parte do estmago dos ruminantes.

S RRazo carbono/azoto Relao entre a quantidade (em peso) de carbono e de azoto. A proporo na matria orgnica a compostar deve ser de 30 para 1 para que os microrganismos possam satisfazer adequadamente as suas necessidades em carbono e azoto sem existir excesso ou carncia de nenhum destes elementos. Em termos prticos isso equivale aproximadamente a uma proSistemas de revolvimento Volumosas estruturas de dois ou trs contentores adjacentes cuja construo feita de forma a facilitar a mistura regular dos materiais. Sistemas de sustentao Estruturas que apresentam uma forma simples e so constitudas por um nico contentor que funciona como um recinto onde so armazenados e organizados os resduos a compostar.

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Sustentabilidade Capacidade de viver sem diminuir as oportunidades devidas s geraes futuras.

melhor qualidade do que o c