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Composição, conservação de mel e produtos derivados Milena Tomasi Bassani

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Page 1: Composição, conservação de mel e produtos derivados

Composição, conservação de mel e produtos derivados

Milena Tomasi Bassani

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Mel

• Segundo o RIISPOA (Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Anima Lei nº 1283 de dezembro de 50, decreto 30691 de março 52) mel é o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas, que ficam sobre partes vivas de plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias e deixam maturar nos favos da colméia

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Mel • A fonte principal do mel é o néctar de flores, • Quando o mel é originário do néctar é chamado mel de origem floral, e

quando o mel é originário de secreções é chamado de mel de origem não floral.

• O néctar é um líquido com açúcares dissolvidos secretados em glândulas denominadas nectário, existentes em flores de muitas espécies de plantas. As flores apresentam diferenças anatômicas, morfológicas e fisiológicas, como diferentes profundidades de nectário, perfume, coloração das pétalas, época de floração, fluxo e quantidade de néctar e concentração do néctar. A maior ou menor secreção do néctar depende também da temperatura e umidade do ar e da fertilidade, temperatura, umidade e aeração do solo.

• O néctar é composto basicamente por água (60-80%), açúcares (20-40%) e pequenas quantidades de aminoácidos, sais minerais, óleos essenciais e ácidos orgânicos. Os principais açúcares do néctar são glicose, sacarose, frutose e eventualmente maltose.

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Elaboração do mel• A elaboração do mel depende dos atrativos da abelha em visitar mais

ou menos as flores. Seu aroma, paladar, coloração, viscosidade e propriedades medicinais estão diretamente relacionados com a fonte de néctar que o originou e também com a espécie de abelha que o produziu.

• As abelhas, guiadas pelo olfato e pelos olhos, órgãos de grande potencia e sensibilidade, descobrem e alcançam o nectário das flores, retirando o néctar por sucção, repetindo essa operação sucessivamente, até encherem o papo do ambicionado líquido.

• O néctar passa pela boca, faringe, esôfago e é depositado no papo. Entre o papo e o estomago químico (ventrículo) existe uma válvula, o pró-ventrículo, que não permite a passagem do néctar, até a chegada da operária na colmeia, quando esta regurgita o néctar no papo de outra operária, repetindo essa operação várias vezes.

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Elaboração do mel

• A elaboração do mel resulta de duas modificações sofridas pelo néctar: uma física decorrente de desidratação, que pode ser por absorção, que ocorre quando o néctar passa de papo em papo e parte de água é absorvida pela abelha e outra por evaporação, quando o néctar estiver depositado no favo aberto, através do movimento de asas dentro da colmeia, produzindo calor e circulação do ar. O processo de desidratação vai depender da umidade relativa do ar. Outra química, pela inversão do açúcar composto em açúcares simples decorrentes do contato do néctar com o produto das glândulas salivares da cabeça e do tórax. A sacarose sofre ação da invertase que a transforma em glicose e frutose. Quando o mel tiver passado pelas transformações físicos-químicas e alcançar o teor de 17-20% de águas as abelhas colocam o opérculo e o mel estará pronto.

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Maturação do mel

• Mel maduro• É aquele cujo alvéolo está operculado e já completou as

transformações físico-químicas.• Mel verde• É aquele cujo alvéolo não está operculado e não completou

as transformações físico-quimicas.• O mel verde, por possuir água em excesso sofre fermentação

alcoólica e acética.• O mel só deve ser colhido quando estiver maduro, pois se for

colhido verde sofrerá fermentações indesejáveis. Quando 2/3 do favo estiver operculado pode-se proceder à coleta do mel.

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Composição do melComposição básica do mel

Componentes Média Desvio padrão Variação

Água (%) 17,2 1,46 13,4 - 22,9

Frutose (%) 38,19 2,07 27,25 - 44,26

Glicose (%) 31,28 3,03 22,03 - 40,75

Sacarose (%) 1,31 0,95 0,25 - 7,57

Maltose (%) 7,31 2,09 2,74 - 15,98

Açúcares totais (%) 1,50 1,03 0,13 - 8,49

Outros (%) 3,1 1,97 0,0 - 13,2

pH 3,91 - 3,42 - 6,10

Acidez livre (meq/Kg) 22,03 8,22 6,75 - 47,19

Lactose (meq/Kg) 7,11 3,52 0,00 - 18,76

Acidez total (meq/Kg) 29,12 10,33 8,68 - 59,49

Lactose/Acidez livre 0,335 0,135 0,00 - 0,950

Cinzas (%) 0,169 0,15 0,020 - 1,028

Nitrogenio (%) 0,041 0,026 0,00 - 0,133

Diastase 20,8 9,76 2,1 - 61,2

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Composição do mel• A composição varia muito, tanto pelo tipo de néctar usado como o tipo de solo e

condições climáticas.• Os principais componentes do mel são os açúcares dos quais a glicose frutose

perfazem 72%, sendo que normalmente a frutose, predomina ligeiramente. A frutose é mais doce que a glicose.

• Os principais componentes do mel são os açúcares, sendo que os monossacarídeos frutose e glicose representam 80% da quantidade total (White, 1975). Já os dissacarídeos sacarose e maltose somam 10%.

• A alta concentração de diferentes tipos de açúcar é responsável pelas diversas propriedades físicas do mel, tais como: viscosidade, densidade, higroscopicidade, capacidade de granulação (cristalização) e valores calóricos (Campos, 1987).

• Além dos açúcares, a água presente no mel tem papel importante na sua qualidade e características.

• O conteúdo de água no mel é uma das características mais importantes, influenciando diretamente na sua viscosidade, peso específico, maturidade, cristalização, sabor, conservação e palatabilidade.

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Composição do mel• A água presente no mel apresenta forte interação com as moléculas

dos açúcares, deixando poucas moléculas de água disponíveis para os microorganismos (Veríssimo, 1987).

• O conteúdo de água do mel pode variar de 15% a 21%, sendo normalmente encontrados níveis de 17% (Mendes & Coelho, 1983). Apesar de a legislação brasileira permitir um valor máximo de 20%, valores acima de 18% já podem comprometer sua qualidade final.

• Em condições especiais de níveis elevados de umidade, o mel pode fermentar pela ação de leveduras osmofilíticas (tolerantes a baixas concentrações de soluto) presentes também em sua composição. Segundo Crane (1987), a maior possibilidade de fermentação do mel está ligada ao maior teor de umidade e leveduras

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Sabor e aroma do Mel

• O sabor e aroma do mel são as características mais importantes tanto do ponto de vista do apicultor como do consumidor.

• O sabor do mel é relacionado ao seu aroma e ambas as características dependem das diferentes fontes de néctar. Existem tantos sabores diferentes de mel para tantas palntas produtoras de néctar.

• É muito difícil a identificação química de substâncias isoladas que contribuem para os diferentes sabores do mel. Em geral os componentes aromáticos mais agradáveis são voláteis, que tem seu ponto ótimo quanto o mel é retirado do favo.

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Cor do mel• O mel apresenta várias tonalidades, dependendo do tipo de planta

produtora do néctar, mas a questão de cor se resume em duas: mais claro e mais escuro.

• O comércio procura sempre o mel claro, não só pela sua classificação como também pela preferencia dos consumidores. Apesar de o mel claro ser mais aceito comercialmente, o mel escuro é mais rico em minerais.

• A cor do mel pode alterar-se facilmente, torna-se mais claro quando cristaliza e mais escuro quando é aquecido.

• A classificação do mel depende do critério adotado em sua seleção. A lei que regula esta matéria prima (Portaria nº 6 de 85 juntamente com a instrução normativa 11 de 20 de outubro de 2000) classifica o mel, baseando-se na cor: “segundo sua tonalidade”, o mel será classificado em sete tipos:

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Cor Escala de Pfund Faixa de Cor

Branco d'água 1 a 8 mm 0,030 ou menos

Extra branco mais de 8 17 mm mais de 0,030 inc. 0,060

Branco mais de 17 a 34 mm mais de 0,060 inc. 0,120

Ex. âmbar-claro mais de 34 a 50 mm mais de 0,120 inc. 0,188

Âmbar-claro mais de 50 a 85 mm mais de 0,188 inc. 0,440

Âmbar mais de 85 a 114 mm mais de 0,440 inc. 0,945

Ambar-escuro mais de 114 mm mais de 0,945 inc

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Classificação do mel• O mel é ainda classificado:• Por sua origem: • Mel floral: é o mel obtido dos néctares das flores. • a) Mel unifloral ou monofloral: quando o produto proceda

principalmente da origem de flores de uma mesma família, gênero ou espécie e possua características sensoriais, físico-químicas e microscópicas próprias.

• b) Mel multifloral ou polifloral: é o mel obtido a partir de diferentes origens florais.

• Melato ou Mel de Melato: é o mel obtido principalmente a partir de secreções das partes vivas das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que se encontram sobre elas.

• .

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Classificação do mel

• Segundo o procedimento de obtenção de mel do favo:

• Mel escorrido: é o mel obtido por escorrimento dos favos desoperculados, sem larvas.

• Mel prensado: é o mel obtido por prensagem dos favos, sem larvas.

• Mel centrifugado: é o mel obtido por centrifugação dos favos desoperculados, sem larvas.

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Classificação do mel• Segundo sua apresentação e/ou processamento: • Mel: é o mel em estado líquido, cristalizado ou parcialmente cristalizado. • Mel em favos ou mel em secções: é o mel armazenado pelas abelhas em

células operculadas de favos novos, construídos por elas mesmas, que não contenha larvas e comercializado em favos inteiros ou em secções de tais favos.

• Mel com pedaços de favo: é o mel que contém um ou mais pedaços de favo com mel, isentos de larvas.

• Mel cristalizado ou granulado: é o mel que sofreu um processo natural de solidificação, como conseqüência da cristalização dos açúcares.

• Mel cremoso: é o mel que tem uma estrutura cristalina fina e que pode ter sido submetido a um processo físico, que lhe confira essa estrutura e que o torne fácil de untar

• Mel filtrado: é o mel que foi submetido a um processo de filtração, sem alterar o seu valor nutritivo

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Cristalização do mel

• Mel fluído e mel cristalizado não tem diferenças essenciais, conservam a mesma natureza, independente do estado.

• Todo mel maduro e perfeito tende a cristalizar espontaneamente. Embora existam alguns tipos de méis que dificilmente, cristalizam.

• A cristalização do mel consiste na separação da sua glicose, que é menos solúvel que a frutose, e consequentemente formação de hidratos de carbono (forma sólida).

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Cristalização do mel• Foram feitos vários índices para expressar a probabilidade de cristalização do mel:• A primeira é a relação glicose-frutose. Geralmente o conteúdo de frutose no mel

é mais alto do que a glicose, e por causa razão a maioria do mel demoram a cristalizar. Mel contendo menos de 30% de glicose raramente cristaliza.

• A segunda é a relação glicose-água. Quando a relação é baixa o mel demora a cristalizar e quando a relação é alta o mel cristaliza rapidamente.

• A terceira é a quantidade de água no mel. Mel com menos de 17% é mais provável de cristaliza. Mel com 18% não tem tanta facilidade de cristalizar e mel com mais de 19% de água pode estar ocorrendo o perigo de fermentação.

• A temperatura também tem influência sobre a cristalização do mel. Em temperatura abaixo de 10°C, a cristalização é retardada ou impedida, uma vez que os cristais não podem aumentar de tamanho por causa da alta viscosidade. Geralmente o mel cristaliza em temperaturas de 25 a 26ºC. Temperaturas elevadas (acima de 38°C) também protegem contra a cristalização, mas diminuem o valor alimentício do mel.

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Enzimas do mel

• Segundo Crane (1987), a adição de enzimas pelas abelhas ao néctar irá causar mudanças químicas, que irão aumentar a quantidade de açúcar, o que não seria possível sem essa ação enzimática.

• A enzima invertase adicionada pelas abelhas transforma 3/4 da sacarose inicial do néctar coletado nos açúcares invertidos glicose e frutose, ao mesmo tempo, que açúcares superiores são sintetizados, não sendo presentes no material vegetal original. Sua ação é contínua até que o "amadurecimento" total do mel ocorra.

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Enzimas do mel

• Dessa forma, pode-se definir o amadurecimento do mel como a inversão da sacarose do néctar pela enzima invertase e sua simultânea mudança de concentração.

• A enzima invertase irá permanecer no mel conservando sua atividade por algum tempo, a menos que seja inativada pelo aquecimento; mesmo assim, o conteúdo da sacarose do mel nunca chega a zero. Essa inversão de sacarose em glicose e frutose produz uma solução mais concentrada de açúcares, aumentando a resistência desse material à deterioração por fermentação e promovendo assim o armazenamento de um alimento altamente energético em um espaço mínimo.

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Enzimas do mel• A diastase quebra o amido, sendo sua função na fisiologia da abelha

ainda não claramente compreendida, podendo estar envolvida com a digestão do pólen. Como a diastase apresenta alto grau de instabilidade em frente às temperaturas elevadas, sua presença ou não se faz importante na tentativa de detectar possíveis aquecimentos do mel comercialmente vendido, apesar de que também em temperaturas ambientes ela pode vir a deteriorar-se quando o armazenamento for prolongado.

• A catalase e a fosfatase são enzimas que facilitam a associação açúcar-álcool, sendo um dos fatores que auxiliam na desintoxicação alcoólica pelo mel (Serrano et al., 1994). Entretanto, segundo Weston (2000), a catalase presente no mel se origina do pólen da flor e sua quantidade no mel depende da fonte floral e da quantidade de pólen coletado pelas abelhas.

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Enzimas do mel

• A glicose-oxidase (hipofaringeanas), que em soluções diluídas é mais ativa (White, 1975), reage com a glicose formando ácido glucônico (principal composto ácido do mel) e peróxido de hidrogênio, esse último capaz de proteger o mel contra a decomposição bacteriana até que seu conteúdo de açúcares esteja alto o suficiente para fazê-lo ( Schepartz et al., 1966; Mendes & Coelho, 1983).

• Segundo White et al. (1963), a principal substância antibacteriana do mel é o peróxido de hidrogênio, cuja quantidade presente no mel é dependente tanto dos níveis de glicose-oxidase, quanto de catalase, uma vez que a catalase destrói o peróxido de hidrogênio (Weston et al., 2000).

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Ácidos

• Os ácidos orgânicos do mel representam menos que 0,5% dos sólidos, tendo um pronunciado efeito no flavor, podendo ser responsáveis, em parte, pela excelente estabilidade do mel em frente a micro-organismos. Na literatura, pelo menos 18 ácidos orgânicos do mel já foram citados. Sabe-se que o ácido glucônico está presente em maior quantidade, cuja presença relaciona-se com as reações enzimáticas que ocorrem durante o processo de amadurecimento. Já em menor quantidade, podem-se encontrar outros ácidos como: acético, butírico, lático, oxálico, fórmico, málico, succínico, pirúvico, glicólico, cítrico, butiricolático, tartárico, maléico, piroglutâmico, alfa-cetoglutárico, 2- ou 3-fosfoglicérico, alfa- ou beta-glicerofosfato e vínico.

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Proteínas• Em concentrações bem menores, encontram-se as proteínas ocorrendo apenas

em traços. A proteína do mel tem duas origens, vegetal e animal.• Sua origem vegetal advém do néctar e do pólen; já sua origem animal é

proveniente da própria abelha (White et al., 1978). No segundo caso, trata-se de constituintes das secreções das glândulas salivares, juntamente com produtos recolhidos no decurso da colheita do néctar ou da maturação do mel (Campos, 1987).

• Já foram encontradas no mel os seguintes aminoácidos: leucina, isoleucina, histidina, metionina, alanina, fenilalanina, glicina, ácido aspártico, treonina, serina, ácido glutâmico, prolina, valina, cisteína, tirosina, lisina e arginina. Dentre esses aminoácidos, a prolina, proveniente das secreções salivares das abelhas, é o que apresenta os maiores valores, variando entre 0,2% e 2,8%. Juntamente com o conteúdo de água, sua concentração é usada como um parâmetro de identificação da "maturidade" do mel (Costa et al., 1999). Segundo Von Der Ohe, Dustmann & Von Der Ohe (1991), é necessário pelo menos 200 mg de prolina/kg de mel.

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Minerais

• Os minerais estão presentes numa concentração que varia de 0,02% a valores próximos de 1%. Entre os elementos químicos inorgânicos encontrados no mel, podem-se citar: cálcio, cloro, cobre, ferro, manganês, magnésio, fósforo, boro, potássio, silício, sódio, enxofre, zinco, nitrogênio, iodo, rádio, estanho, ósmio, alumínio, titânio e chumbo.

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Vitaminas

• Embora em concentrações ínfimas, vitaminas, tais como: B1, B2, B3, B5, B6, B8, B9, C e D também são encontradas no mel, sendo facilmente assimiláveis pela associação a outras substâncias como o hidrato de carbono, sais minerais, oligoelementos, ácidos orgânicos e outros.

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Inibina

• Confere atividade antibacteriana ao mel e seu efeito é devido ao peróxido de hidrogênio, formado durante a oxidação da glicose.

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Hidroxi metil furfural

• É um composto que resulta da quebra de açúcares do mel na presença de um ácido. É utilizado, assim como as enzimas, no controle da qualidade do mel. Se a quantidade de HMF no mel é grande, pode ter havido superaquecimento ou período prolongado de armazenamento, indicando um menor valor nutricional.

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pH

• Também é influenciado pela origem da flor, constituintes das cinzas. O pH ideal para o mel é aquele inferior a 4,0

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Viscosidade

• A viscosidade de um fluido é basicamente uma medida de quanto ela gruda. A água é um fluido com pequena viscosidade,enquanto o mel, possui densidade maior. A viscosidade também depende da temperatura. Menos viscoso a temperaturas mais altas do que quando está frio. A viscosidade também pode ser influencida pela composição do mel e principalmente o teor de água.

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Fermentação

• O alto teor de umidade, temperatura de armazenamento alta (maior que 26ºC) e a presença de leveduras indesejáveis causam a fermentação do mel. A fermentação promove a transformação dos açúcares presentes no mel em álcool e gás carbônico. O álcool na presença de oxigênio é convertido em acido acético, deixando o meio propicio para o desenvolvimento e atuação de microrganismos que aceleram o processo de fermentação deteriorando assim a qualidade do mel.

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Fermentação

• O processo de fermentação pode ocorrer mais facilmente naqueles méis chamados "verdes", ou seja, méis que são colhidos de favos que não tiveram seus alvéolos devidamente operculados pelas abelhas; nessa situação, o mel apresenta teor elevado de água. Entretanto, mesmo o mel operculado pode ter níveis acima de 18% de água, caso o apiário esteja localizado em região com umidade relativa do ar superior a 60%.

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Fermentação

• Outros fatores associados ao processo de fermentação estão relacionados com a má assepsia durante a extração, manipulação, envase e acondicionamento em local não-apropriado (Faria, 1983).

• A própria centrifugação pode contribuir negativamente na qualidade do mel. A centrífuga pulveriza o mel em micro partículas, favorecendo a absorção de água pela formação de uma grande superfície em relação ao volume. Se esse processo ocorrer em local com umidade relativa alta, o mel pode ter seu teor de água aumentado. O ideal seria que o local fosse equipado com desumidificador

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Processamento• No caso específico do mel, existem outros procedimentos que

devem ser seguidos, de forma a manterem a qualidade e as características intrínsecas do produto.

• As melgueiras, ao chegarem na casa de mel, devem ser depositadas em área isolada do recinto onde ocorrerá a extração do mel e as outras etapas do beneficiamento; devem ser colocadas sobre estrados (de madeira ou material plástico) devidamente limpos, que impeçam seu contato direto com o solo. Essas melgueiras provenientes do campo não devem ter acesso à área de manipulação; assim, apenas os quadros devem ser transportados para a manipulação, podendo-se usar outras melgueiras ou caixas plásticas, devidamente limpas, apenas para esse fim.

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Processamento • Todas as etapas posteriores (desoperculação dos quadros, centrifugação,

filtragem e decantação do mel) devem também seguir as normas higiênico-sanitárias indicadas pelas BPF. Para tal, deve-se tomar cuidados especiais em relação às vestimentas e higiene do pessoal envolvido e aos procedimentos de manipulação.

• Após a desoperculação dos favos, os quadros são encaminhados para a centrifugação, que deverá ocorrer lentamente no início para não quebrar os quadros que estão cheios de mel, aumentando-se a sua velocidade progressivamente. Uma vez extraído, o mel pode ser retirado da centrífuga por gravidade, escoando-o para um balde ou diretamente para o decantador. Conforme o volume de produção, pode-se utilizar um sistema de bombeamento. Para ambas as possibilidades, o mel iniciará o processo de filtragem.

• Nessa etapa, recomenda-se a utilização de várias peneiras com diferentes gramaturas, seguindo-se da maior para a menor.

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Processamento• Após a filtragem, o mel é encaminhado para o decantador, onde

"descansará", por, pelo menos, 48 horas, a fim de que as eventuais partículas que não foram retiradas pela filtragem e as bolhas criadas durante o processo se desloquem para a porção superior do decantador, sendo retiradas posteriormente durante o procedimento de envase.

• No caso da necessidade da homogeneização do mel, este segue, após a decantação, para o homogeneizador por sistema manual ou por sistema mecanizado.

• Na transferência do mel para o decantador e no momento do envase, deve-se evitar o aparecimento indesejável de bolhas, executando-se os procedimentos de forma lenta e posicionando os recipientes ligeiramente inclinados, fazendo com que o mel escoe pela parede da embalagem.

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Pausterização

• É feita com o aquecimento a 78ªC durante 5 a 7 minutos e um rápido resfriamento. Este choque térmico é capaz de matar bactérias, não destruir a inibina além de não formar hidroximetil furfurol (substância que indica quando o mel está velho).

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Amrmazenamento

• Cuidados especiais devem ser tomados em relação ao armazenamento, tanto do mel a granel (baldes plásticos e tambores) como do fracionado (embalagens para o consumo final), em relação à higiene do ambiente e, principalmente, em relação ao controle da temperatura. Altas temperaturas durante todo o processamento e estocagem são prejudiciais à qualidade do produto final, uma vez que o efeito nocivo causado ao mel é acumulativo e irreversível. Essas embalagens devem ser colocadas sobre estrados de madeira ou outro material, impedindo o contato direto com o piso e facilitando seu deslocamento no caso da utilização de empilhadeiras.

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Embalagem • Para o mel, devem-se utilizar apenas embalagens próprias para o

acondicionamento de produtos alimentícios e preferencialmente novas, pois não se recomenda a reciclagem de embalagens de outros produtos alimentícios (margarina, óleo, etc.). Atualmente, no mercado, existem embalagens específicas para mel, com várias capacidades e formatos.

• Em embalagens a granel (25 kg), os baldes de plástico têm relação custo-benefício superior ao da lata de metal, além de proporcionar facilidade no transporte (presença de alças). Já para capacidades superiores (300 kg) destinadas à exportação, a embalagem usada é o tambor de metal (com revestimento interno de verniz especial). Quanto às embalagens para o varejo, tanto o plástico, específico para alimentos (Fig.48), como o vidro são recomendáveis, embora o vidro seja o material ideal para o acondicionamento do mel, inclusive como único material aceito para a exportação (mel fracionado) e para a certificação orgânica.

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Embalagem • Embora o vidro apresente restrições em relação ao transporte e

armazenagem das embalagens (maior risco de danos por quebra), sua constituição não propicia a troca gasosa com o ambiente externo (permeabilidade da parede), o que não ocorre com o material plástico. Outro ponto positivo do virdro está relacionado com a sua capacidade de realçar a cor do mel (ponto importante na atratividade do produto).

• Outro aspecto relacionado com a qualidade da embalagem é o tipo de tampa, uma vez que ela será o ponto mais vulnerável no contato entre o produto acondicionado e o ambiente externo. A tampa deve isolar hermeticamente o conteúdo do recipiente. Isso ocorre normalmente pela presença de um anel de vedação interno. Nesse caso, as embalagens de vidro levam vantagem sobre as de plástico, que muitas vezes apresentam tampas com vedação precária, propiciando a absorção de umidade do ambiente e criando condições para o desenvolvimento microbiano, que irá acarretar a fermentação do produto.

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Outros Produtos• Própolis: substância seladora da colméia a base de resinas coletadas

pelas abelhas de certas árvores. Dentro da colméia é utilizado para fechamento de frestas, impermeabilizações, mumificação, etc. Possui qualidades bactericidas e bacteriostáticas não muito bem conhecidas.

• Cera: produzido através de transformações bioquímicas do mel nas glândulas cerígenas das operárias. Utilização na indústria de cosméticos.

• Geléia Real: elaborada nas glândulas hipofaringeanas das operárias nutrizes, a partir de mel, água e pólen. Alimento protéico, com vitaminas B, riboflavina, vários ácidos e compostos antimicrobianos.

• Pólen: alimento protéico das abelhas, é armazenado e utilizado na produção de geléia real

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