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ALEXANDRE SOUZA SILVA
COMPORTAMENTO DE PILARES CURTOS CONFINADOS
POR COMPÓSITOS DE FIBRAS DE VIDRO E CARBONO
Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre em Engenharia Civil.
São Paulo
2002
ALEXANDRE SOUZA SILVA
COMPORTAMENTO DE PILARES CURTOS CONFINADOS
POR COMPÓSITOS DE FIBRAS DE VIDRO E CARBONO
Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre em Engenharia Civil.
Área de Concentração: Engenharia de Estruturas Orientador: Prof. Dr. João Carlos Della Bella
São Paulo
2002
À Deus,
aos meus pais Orlando e Maria de Lourdes,
agradeço o carinho e o incentivo
ao longo de todos esses anos
“ O verdadeiro heroísmo consiste
em persistir por mais um momento
quando tudo parece perdido. . .”
W. Grenfel
Agradecimentos
À minha família, pelo apoio e incentivo constantes ao longo desta jornada.
À minha noiva Elaine, pela compreensão e apoio.
Ao meu orientador Prof. Dr. João Carlos Della Bella, pela cuidadosa
orientação profissional indispensável ao longo deste trabalho.
Aos meus colegas de escritório, pelo apoio e amizade.
Aos colegas de Pós-graduação, pela amizade.
À Marly, por toda a sua atenção.
Aos demais funcionários e professores do Departamento de Engenharia de
Estruturas, pelas contribuições referentes a este trabalho.
SUMÁRIO
RESUMO.................................................................................................................................i
ABSTRACT............................................................................................................................ii
LISTA DE TABELAS...........................................................................................................iii
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................v
LISTA DE SÍMBOLOS.......................................................................................................xvi
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO.......................................................................................... 1
1.1 - O emprego de materiais compósitos nas estruturas de concreto armado..................1
1.2 - Objetivos...................................................................................................................4
1.3 - Pilares revestidos por polímeros reforçados com fibras (FRP)................................5
1.3.1 - Utilização com mantas flexíveis...................................................................5
1.3.2 - Utilização com laminados rígidos..............................................................11
1.4 - Conceitos sobre reforço de pilares de concreto armado.........................................12
1.5 - Organização da dissertação.....................................................................................19
CAPÍTULO 2: POLÍMEROS REFORÇADOS COM FIBRAS (FRP).........................21
2.1 - Materiais constituintes dos compósitos..................................................................21
2.1.1 - Resinas poliméricas....................................................................................21
2.1.2 - Fibras de carbono........................................................................................24
2.1.3 - Fibras de vidro............................................................................................29
2.1.4 - Fibras de aramida........................................................................................30
2.2 - Formas de utilização no reforço e concepção estrutural.........................................30
2.2.1 - Colagem externa (EBR)..............................................................................31
2.2.2 - Outras formas de utilização........................................................................34
2.3 - Propriedades físicas................................................................................................37
2.3.1 - Densidade....................................................................................................37
2.3.2. - Coeficiente de expansão térmica...............................................................37
2.4 - Propriedades mecânicas..........................................................................................38
2.4.1 - Resistência à tração.....................................................................................38
2.4.2 - Resistência à compressão............................................................................42
2.5 - Comportamento ao longo do tempo........................................................................42
2.5.1 - Ruptura por carregamento de longa duração..............................................42
2.5.2- Fadiga...........................................................................................................44
2.6 - Influência de fatores externos.................................................................................45
2.6.1 - Temperatura................................................................................................45
2.6.2 – Umidade.....................................................................................................47
2.6.3 - Raios ultravioleta........................................................................................47
2.6.4 - Ataques químicos........................................................................................48
CAPÍTULO 3: ANÁLISE TEÓRICA...............................................................................49
3.1 - Considerações iniciais.............................................................................................49
3.2 - Comportamento do concreto confinado..................................................................50
3.2.1 - Deformação volumétrica e coeficiente de Poisson.....................................50
3.2.2 - Relação tensão x deformação.....................................................................52
3.3 - Determinação da pressão lateral (confinamento passivo).......................................54
3.3.1 - Confinamento com FRP..............................................................................54
3.3.2 - Confinamento com estribos e espirais........................................................55
3.4 - Modelos de confinamento com FRP.......................................................................61
3.4.1 - Modelos adaptados.....................................................................................61
3.4.1.1 - Fardis e Khalili (1981).................................................................61
3.4.1.2 - Saadatmanesh et al. (1994)..........................................................62
3.4.2 - Modelos empíricos e analíticos...................................................................63
3.4.2.1 – Miyauchi et al. (1997).................................................................63
3.4.2.2 – Kono et al. (1998).......................................................................64
3.4.2.3 – Saaman et al. (1998)....................................................................65
3.4.2.4 – Toutanji (1999) e Saafi et al. (1999)...........................................67
3.4.2.5 – Spoelstra e Monti (1999).............................................................67
3.4.2.6 – Xiao e Wu (2000)........................................................................69
3.4.2.7 – Fam e Rizkalla (2001).................................................................70
3.5 - Considerações sobre o estado triaxial do concreto segundo o CEB.......................75
3.6 – Seções retangulares confinadas com FRP..............................................................80
CAPÍTULO 4: ESTUDOS EXPERIMENTAIS DE PILARES REFORÇADOS COM FRP..................................................................................................87
4.1 – Pilares de seção circular.........................................................................................87
4.2 – Pilares de seção retangular.....................................................................................96
CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS RESULTADOS.............................................................98
5.1 - Comparação dos resultados experimentais com os modelos de confinamento.......98
5.1.1 – Pilares de seção circular.............................................................................98
5.1.1.1 – Comportamento tensão x deformação.......................................98
5.1.1.2 – Comportamento tensão axial x tensão lateral.........................113
5.1.1.3 - Evolução do coeficiente de Poisson..........................................123
5.1.1.4 – Variação da deformação volumétrica........................................130
5.1.2 – Pilares de seção retangular.......................................................................138
5.1.2.1 – Comportamento tensão x deformação.....................................138
5.1.2.2 - Evolução do coeficiente de Poisson.........................................140
5.2 – Fatores que podem influenciar nos resultados experimentais..............................142
5.3 – Análise qualitativa da performance dos modelos de confinamento......................143
CAPÍTULO 6: CONCLUSÕES......................................................................................153
ANEXO..............................................................................................................................155
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................163
i
RESUMO
O confinamento de pilares de concreto com compósitos de FRP pode
aumentar significantemente sua resistência e ductilidade, bem como promover um
aumento em sua capacidade de absorção de energia. Uma maior eficiência é atribuída
aos pilares de seção transversal circular quando comparados aos pilares de seção
retangular. O comportamento do concreto submetido a um estado triaxial de tensões
é comentado, através da análise da curva tensão x deformação axial e lateral
procedente de resultados de ensaios experimentais disponíveis na literatura. Estes
resultados foram comparados aos fornecidos pelos modelos teóricos de
confinamento, onde notou-se a ocorrência de maiores valores de resistência
fornecidos pelos modelos originalmente desenvolvidos para o confinamento com aço
quando comparados aos modelos de confinamento com FRP (confinamento passivo)
resultando em um dimensionamento inseguro. É apresentado também um estudo
comparativo e qualitativo destes modelos baseados na publicação de resultados de
ensaios experimentais de pilares confinados com compósitos de fibra de vidro e
carbono, através da aplicação de tecidos flexíveis ou por meio da utilização de tubos.
ii
ABSTRACT The confinement of concrete columns with FRP composites can significantly
enhance its strength and ductility as well as result in large energy absorption
capacity. A larger efficiency is attributed to the square columns when compared to
the rectangular sections. The behavior of the concrete due to a multiaxial state of
stress is commented, by the analysis of the stress-lateral and axial strains response
coming from experimental results available in the literature. These results were
compared to the theoretical models of confinement, where it was noticed the
occurrence of larger strength values supplied originally by the models developed for
the confinement with steel when compared to the confinement models with FRP
(passive confinement) resulting in an unsafe design. A comparative and qualitative
study of these models based on the publication of results of experimental analysis of
columns confined with glass fiber and carbon fiber composites is also presented,
through the application of fiber-wrapping or the use of tubes.
iii
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2
Tabela 2.1 – valores de densidades, em g/cm3, para materiais FRP (ACI 440F).......37
Tabela 2.2 – valores de coeficientes de expansão térmica para compósitos de FRP,
em x10-6/°C (ACI 440-F, 2000)..........................................................................38
Tabela 2.3 – propriedades mecânicas das fibras à tração (ACI 440-F, 2000)............39
Tabela 2.4– influência dos volumes de fibras nas propriedades dos compósitos de
FRP (CEB – fib 14)...............................................................................................40
Tabela 2.5 - propriedades mecânicas dos compósitos à tração (ACI 440-F, 2000)....41
Tabela 2.6 – limites de tensões de ruptura por fluência em barras de FRP (ACI 440H,
2000)...........................................................................................................................43
Tabela 2.7 – resultados obtidos dos ensaios de KARBHARI et al. (2000)................46
CAPÍTULO 4
Tabela 4.1 – características das fibras utilizadas nos ensaios de AIRE et al.............88
Tabela 4.2 – caracterização dos CPs utilizados nos ensaios (AIRE et al.).................88
Tabela 4.3 – quadro geral dos resultados dos ensaios de AIRE et al..........................93
Tabela 4.4 – características das fibras utilizadas nos ensaios de NANNI e
BRADFORD.........................................................................................................94
Tabela 4.5 – quadro geral dos resultados dos ensaios de NANNI e BRADFORD....94
CAPÍTULO 5
Tabela 5.1 – valores médios para εl,max / εfu observados nos resultados
experimentais......................................................................................................143
iv
Tabela 5.2 - resumo geral da performance dos modelos na determinação de fcc ,
considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP......................................147
Tabela 5.3 - resumo geral da performance dos modelos na determinação de εcc ,
considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP......................................148
Tabela 5.4 – comparação dos valores teóricos de sc com os resultados
experimentais, para uma deformação axial εc = 0,5%.......................................149
ANEXO
Tabela A.1 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados
com FRP (LORENZIS, 2001)..................................................................................156
Tabela A.2 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados
com FRP (LORENZIS, 2001)...................................................................................157
Tabela A.3 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados
com FRP (LORENZIS, 2001)...................................................................................158
Tabela A.4 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados
com FRP (LORENZIS, 2001)...................................................................................159
Tabela A.5 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados
com FRP (LORENZIS, 2001)...................................................................................160
Tabela A.6 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados
com FRP (LORENZIS, 2001)...................................................................................161
Tabela A.7 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados
com FRP....................................................................................................................162
v
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 1
Figura 1.1 – Sentido de utilização das mantas flexíveis..............................................5
Figura 1.2 – Aplicação de manta flexível de fibra de carbono em pilar de seção
circular (MASTER BUILDERS TECHNOLOGIES, 1998).................................6
Figura 1.3 – Aplicação de manta flexível de fibra de carbono em pilar de seção
retangular (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999)....................................6
Figura 1.4 - Término da aplicação do reforço no topo do pilar...................................7
Figura 1.5 - Colocação do tecido de FRP nos encontros com vigas.............................8
Figura 1.6 – Amarração em diagonal dos tecidos de FRP nos encontros com vigas...9
Figura 1.7 - Colocação do tecido de FRP nos encontros com vigas por meio de
dispositivos de ancoragens....................................................................................10
Figura 1.8 – Vista superior do dispositivo de ancoragem (detalhe 1)........................10
Figura 1.9 – Aplicação do tecido de FRP no cruzamento com duas vigas.................11
Figura 1.10 – Diferentes arranjos das fibras na constituição dos laminados rígidos..12
Figura 1.11 – Detalhe da concretagem no reforço de pilares (modificada de
HELENE,1992)………………………………………………………...…..……15
Figura 1.12 – Reforço com concreto projetado (modificado de HELENE, 1992).…16
Figura 1.13 – Exemplos de seções de pilares reforçadas através de elementos
metálicos………………………………………………….……………………..17
Figura 1.14 – perspectiva de pilar reforçado com cantoneiras metálicas (CÁNOVAS,
1988)……………………………………………………………………………19
CAPÍTULO 2
Figura 2.1 – Sistema de aplicação de tecido de CFRP (MASTER BUILDERS
TECHNOLOGIES, 1998)....................................................................................24
Figura 2.2 – Modelo de estrutura da seção transversal de fibras de carbono
(DONNET , 1990 apud DEL’ARCO, 1997)........................................................27
vi
Figura 2.3 –Representação bidimensional da camada plana da fibra de carbono
(DONNET , 1990 apud DEL’ARCO, 1997)........................................................28
Figura 2.4 –Representação tridimensional da estrutura de fibra de carbono
(DONNET, 1990 apud DEL’ARCO, 1997).........................................................28
Figura 2.5 – classificação dos compósitos de FRP segundo o formato (CONCRETE
INTERNATIONAL, out. 1999)...........................................................................30
Figura 2.6 – Compósitos de FRP em forma de barras, fios e tecidos (TINAZZI e
NANNI, 2000)......................................................................................................31
Figura 2.7 – Barras de fibras de carbono e vidro (TINAZZI e NANNI, 2000)..........31
Figura 2.8 – Aplicação de tecido de CFRP no reforço da laje de uma ponte (NANNI,
A. et al, 1999)........................................................................................................32
Figura 2.9 – Cravação de barras de FRP na lateral de viga para o reforço ao
cisalhamento (TINAZZI e NANNI, 2000)...........................................................32
Figura 2.10 – Cravação de barras de FRP no reforço de parede de silo de concreto
armado (TINAZZI e NANNI, 2000)....................................................................33
Figura 2.11 – Uso dos compósitos no reforço de alvenarias (TINAZZI e NANNI,
2000).....................................................................................................................33
Figura 2.12 – passarela de pedestre constituída por material compósito
(http://composite.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?site=http%3A%2F%2Fwww
.mmfg.com%2FSpecial%2Fbridges.htm).............................................................34
Figura 2.13 - Passarela para pedestres sustentada por viga “ I “ constituída por FRP
(http://composite.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?site=http%3A%2F%2Fwww.m
mfg.com%2FSpecial%2Fbridges.htm).................................................................35
Figura 2.14 – Utilização de barras de GFRP em juntas de dilatação de pavimentos de
concreto (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999).....................................35
Figura 2.15 – Protensão externa em viga de concreto utilizando cabo de fibra
de carbono (Hollaway, L. I., 1990)....................................................................36
Figura 2.16 – passarela para pedestres sustentada por cabos estaiados de fibras de
carbono (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999)......................................36
Figura 2.17 – Diagramas tensão x deformação para diferentes tipos de compósitos de
FRP unidirecionais, em comparação ao aço ( CEB – fib 14, 2001).....................39
vii
Figura 2.18 – relação tensão x deformação para várias frações de volume de fibras
(CEB – fib 14).......................................................................................................41
CAPÍTULO 3
Figura 3.1 – variação da deformação volumétrica em função da deformação
longitudinal (modificado de IMRAN, I e PANTAZOPOULOU, S. J., 1996).....51
Figura 3.2 – comportamento tensão x deformação do concreto confinado por aço (modificado de MANDER et al., 1988.................................................................52
Figura 3.3 – comportamento esquemático da relação tensão x deformação do concreto confinado com FRP (modificado de SAAFI et al., 1999)......................53
Figura 3.4 – forças internas e externas atuantes no compósito de FRP e no pilar de
seção circular........................................................................................................54
Figura 3.5 – núcleo efetivamente confinado para seções armadas com estribos
circulares (MANDER et al., 1988).......................................................................57
Figura 3.6 - núcleo efetivamente confinado para seções armadas com estribos
retangulares (MANDER et al., 1988)...................................................................59
Figura 3.7 – comportamento de um cilindro de concreto e tubo de FRP submetido a
diferentes níveis de tensões e deformações (FAM e RIZKALLA, 2001)............70
Figura 3.8 – comparação entre as superfícies de ruptura do concreto ( fc = 30 MPa)
no estado triaxial de tensões ................................................................................76
Figura 3.9 – evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA &
MONTI em comparação ao modelo proposto pelo CEB, mantendo-se os mesmos
valores de deformações laterais............................................................................79
Figura 3.10 – Evolução da deformação axial em função da tensão lateral segundo
modelo de SPOELSTRA & MONTI em comparação ao modelo proposto pelo
CEB, mantendo-se os mesmos valores de deformações laterais..........................79
Figura 3.11 – típica seção retangular confinada com FRP.........................................80
Figura 3.12 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular
com fc=20 MPa....................................................................................................83
Figura 3.13 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular
com fc=20 MPa e Ly=40.......................................................................................83
viii
Figura 3.14 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular
com fc=20 MPa e Ly=30.......................................................................................84
Figura 3.15 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular
com fc=20 MPa e Ly=20.......................................................................................84
Figura 3.16 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular
com fc=40 MPa ....................................................................................................85
Figura 3.17 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular
com fc=40 MPa e Ly=40.......................................................................................85
Figura 3.18 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular
com fc=40 MPa e Ly=30.......................................................................................86
Figura 3.19 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular
com fc=40 MPa e Ly=20.......................................................................................86
CAPÍTULO 4
Figura 4.1 –procedimento de preparação de corpo de prova confinado por FRP
(AIRE et al, 2001).................................................................................................89
Figura 4.2 – instrumentação do corpo de prova (AIRE et al., 2001)..........................90
Figura 4.3 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C30 confinados
com compósito de fibras de vidro (AIRE et al.)...................................................91
Figura 4.4 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C30 confinados
com compósito de fibras de carbono (AIRE et al.)............................................91
Figura 4.5 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C60 confinados
com compósito de fibras de vidro (AIRE et al.)................................................92
Figura 4.6 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C60 confinados
com compósito de fibras de carbono (AIRE et al.)...............................................92
Figura 4.7 – modos de ruptura dos CPs ensaiados por NANNI e BRADFORD........95
Figura 4.8 – configuração dos pilares ensaiados por WANG e RESTREPO (2001).96
Figura 4.9 – desempenho dos pilares de seção quadrada confinados com GFRP
(WANG e RESTREPO, 2001)..............................................................................97
ix
Figura 4.10 – desempenho dos pilares de seção retangular confinados com GFRP
(WANG e RESTREPO, 2001)..............................................................................97
CAPÍTULO 5
Figura 5.1 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos,
referente aos corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al, 2001)...........................99
Figura 5.2 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et
al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al., 2001 (C30-
G1 a G6)..............................................................................................................100
Figura 5.3 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA
& MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-
G1 a G6)..............................................................................................................100
Figura 5.4 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM &
RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al.
(C30-G1 a G6)....................................................................................................101
Figura 5.5 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos,
referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al., 2001).........................102
Figura 5.6 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et
al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al.
(C30-C1 a C6).....................................................................................................103
Figura 5.7 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA
& MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-
C1 a C6)..............................................................................................................103
Figura 5.8 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM &
RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al.
(C30-C1 a
C6).......................................................................................................................104
Figura 5.9 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos,
referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al., 2001)......................105
x
Figura 5.10 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de
SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al.
(C60-G1 a G12)..................................................................................................106
Figura 5.11 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de
SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de
Aire et al. (C60-G1 a G12).................................................................................107
Figura 5.12 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM &
RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al.
(C60-G1 a G12)..................................................................................................108
Figura 5.13 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos
analíticos, referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al., 2001).....109
Figura 5.14 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et
al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a
C12).....................................................................................................................110
Figura 5.15 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de
SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de
Aire et al. (C60-C1 a C12)..................................................................................110
Figura 5.16 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM &
RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al.
(C60-C1 a C12)...................................................................................................111
Figura 5.17 – Evolução das tensões radial e axial nos corpos de prova C30-G1 a G6
(Aire et al.) comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado
triaxial de tensões (CEB)....................................................................................114
Figura 5.18 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SAMAAN et
al. referente aos corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.), comparados com a
superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..............114
Figura 5.19 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SPOELSTRA
& MONTI referente aos corpos de prova C30-G1 a G6, comparados com a
superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..............115
Figura 5.20 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de FAM &
RIZKALLA referente ao corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.), comparados
com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..115
xi
Figura 5.21 – Evolução das tensões radial e axial nos corpos de prova C30-C1 a C6
(Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado
triaxial de tensões (CEB)....................................................................................116
Figura 5.22 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SAMAAN et
al. referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a
superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..............116
Figura 5.23 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SPOELSTRA
& MONTI referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados
com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..117
Figura 5.24 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de FAM &
RIZKALLA referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.),
comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões
(CEB)..................................................................................................................117
Figura 5.25 – Evolução das tensões lateral e axial nos corpos de prova C60-G1 a G12
(Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado
triaxial de tensões (CEB)....................................................................................118
Figura 5.26 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SAMAAN et
al. referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a
superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..............118
Figura 5.27 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA
& MONTI referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados
com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..119
Figura 5.28 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de FAM &
RIZKALLA referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.),
comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões
(CEB)..................................................................................................................119
Figura 5.29 – Evolução das tensões lateral e axial nos corpos de prova C60-C1 a C12
(Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado
triaxial de tensões (CEB)....................................................................................120
Figura 5.30 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SAMAAN et
al. referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a
superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..............120
xii
Figura 5.31 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA
& MONTI referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados
com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)..121
Figura 5.32 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de FAM &
RIZKALLA referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.),
comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões
(CEB)..................................................................................................................121
Figura 5.33 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de
Aire et al. (C30-G1 a G6)...................................................................................123
Figura 5.34 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6).......................................................123
Figura 5.35 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6).......................................................124
Figura 5.36 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de
Aire et al. (C30-C1 a C6)...................................................................................124
Figura 5.37 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)........................................................125
Figura 5.38 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)........................................................125
Figura 5.39 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de
Aire et al. (C60-G1 a G12).................................................................................126
Figura 5.40 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).....................................................126
xiii
Figura 5.41 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).....................................................127
Figura 5.42 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de
Aire et al. (C60-C1 a C12).................................................................................127
Figura 5.43 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).....................................................128
Figura 5.44 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).....................................................128
Figura 5.45 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial
segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de
Aire et al. (C30-G1 a G6)...................................................................................130
Figura 5.46 –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial
segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6).......................................................130
Figura 5.47 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial
segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6).......................................................131
Figura 5.48 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial
segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de
Aire et al. (C30-C1 a C6)....................................................................................131
Figura 5.49 –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial
segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)........................................................132
Figura 5.50 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial
segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)........................................................132
xiv
Figura 5.51 a, b – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação
axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).....................................................133
Figura 5.52 a, b –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação
axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).....................................................134
Figura 5.53 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial
segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12).....................................................135
Figura 5.54 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial
segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de
Aire et al. (C60-C1 a C12).................................................................................136
Figura 5.55 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial
segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).....................................................136
Figura 5.56 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial
segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados
experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12).....................................................137
Figura 5.57 - comportamento tensão x deformação referente a um pilar de seção
quadrada, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA &
MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG,
2001...................................................................................................................139
Figura 5.58 - comportamento tensão x deformação referente a um pilar de seção
retangular, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA &
MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG,
2001)...................................................................................................................139
Figura 5.59 - avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
referente a um pilar de seção quadrada, segundo modelos de WANG &
RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os
resultados experimentais (WANG, 2001)...........................................................141
Figura 5.60 - avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial
referente a um pilar de seção retangular, segundo modelos de WANG &
xv
RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os
resultados experimentais (WANG, 2001)...........................................................141
Figura 5.61 - erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com
os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra
de vidro...............................................................................................................144
Figura 5.62 - erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com
os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra
de carbono...........................................................................................................144
Figura 5.63 - erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com
os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra
de vidro...............................................................................................................145
Figura 5.64 - erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com
os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra
de carbono............................................................................................................145
Figura 5.65 – erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com
os resultados experimentais, considerando-se tubos de FRP..............................146
Figura 5.66 – erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com
os resultados experimentais, considerando-se tubos de FRP..............................146
Figura 5.67 – classificação dos modelos na determinação de fcc , considerando-se
εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP.................................................................147
Figura 5.68 – classificação dos modelos na determinação de εcc , considerando-se
εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP.................................................................148
Figura 5.69 – erro absoluto médio dos valores teóricos de sc em comparação com os
resultados experimentais (tabela 5.4) para uma deformação axial εc = 0,5%,
considerando-se tecidos de FRP.........................................................................150
Figura 5.70 – erro absoluto médio dos valores teóricos de sc em comparação com os
resultados experimentais (tabela 5.4) para uma deformação axial εc = 0,5%,
considerando-se tubos de FRP............................................................................150
xvi
LISTA DE SÍMBOLOS
Ac área do núcleo do concreto confinado
Acc área do núcleo do concreto confinado descontado a área das armaduras longitudinais
Acu área do concreto não confinado
Ae área efetiva do concreto confinado
Ast área da seção transversal da barra do estribo ou da espiral
Astx área de armadura transversal na direção “x”
Asty área de armadura transversal na direção “y”
bc maior dimensão do estribo em uma seção retangular
C parâmetro utilizado no modelo de Fam e Rizkalla
D diâmetro da seção
dc menor dimensão do estribo em uma seção retangular
ds diâmetro do estribo ou da espiral em uma seção circular
Eco módulo de elasticidade tangente do concreto
Ecsa módulo de elasticidade do concreto no estado triaxial de tensões
Esec módulo de elasticidade secante do concreto
E1 relação tensão x deformação axial do concreto anterior ao confinamento (E1=Eco)
E2 relação tensão x deformação axial do concreto posterior ao
confinamento
E1l relação tensão x deformação lateral do concreto anterior ao confinamento
E2l relação tensão x deformação lateral do concreto posterior ao
confinamento
xvii
Ef módulo de elasticidade do compósito de FRP na direção das fibras
Efib módulo de elasticidade da fibra
Em módulo de elasticidade da matriz epoxídica
fc resistência à compressão do concreto não confinado
fck resistência característica do concreto
fcc resistência à compressão do concreto confinado
fcm média das resistências do concreto não confinado
ff resistência à tração do compósito de FRP na direção das fibras
ffib resistência à tração da fibra
fm resistência à tração da matriz epoxídica
fl máxima pressão lateral de confinamento
fle máxima pressão lateral de confinamento efetiva
f lx máxima pressão lateral de confinamento na direção “x”
f lxe máxima pressão lateral de confinamento efetiva na direção “x”
f ly máxima pressão lateral de confinamento na direção “y”
f lye máxima pressão lateral de confinamento efetiva na direção “y”
fo parâmetro utilizado no modelo de Samaan et al
fol parâmetro utilizado no modelo de Samaan et al
fy tensão de escoamento do aço
I1 parâmetro utilizado no modelo do CEB
J2 e J3 parâmetros utilizados no modelo do CEB
ke coeficiente de eficiência do confinamento
k1 e k2 constantes
xviii
Lx e Ly dimensões dos lados da seção retangular confinada com FRP
n parâmetro utilizado no modelo de Samaan et al
nl parâmetro utilizado no modelo de Samaan et al
Pu valor da carga última no pilar não confinado
Puc valor da carga última no pilar confinado
R seção circular: raio da seção
seção retangular: raio das quinas da seção
s espaçamento entre os estribos de um pilar
s’ distância útil entre as faces internas de dois estribos consecutivos
tf espessura total do compósito de FRP
ur deslocamento radial
w’ distância entre duas barras consecutivas de armadura transversal
α1 e α2 parâmetros utilizados no modelo de Wang e Restrepo
β parâmetro utilizado no modelo de Spoesltra e Monti
ε1 ,ε2 ,ε3 deformações principais (modelo triaxial do CEB)
εc deformação longitudinal do concreto
εco deformação longitudinal do concreto correspondente a fc
εcu máxima deformação longitudinal do concreto
εcc deformação longitudinal do concreto correspondente a fcc
εc,cr deformação longitudinal do concreto correspondente ao começo da formação da primeira fissura transversal
εl deformação lateral do concreto
εl,máx máxima deformação lateral do concreto
εl,cr deformação lateral do concreto correspondente ao começo da
formação da primeira fissura transversal
xix
εf deformação do compósito de FRP na direção das fibras
εfu deformação última do compósito de FRP
εv deformação volumétrica do concreto
λ parâmetro do modelo de Miyauchi et al.
µu parâmetro utilizado no modelo de Samaan et al.
ρf relação entre o volume de FRP sobre o volume de concreto confinado
ρs relação entre o volume de aço transversal de confinamento sobre o
volume do núcleo do concreto confinado
ρcc relação entre a somatória das áreas das armaduras longitudinais do
pilar com a área do núcleo confinado Ac
σc tensão axial de compressão no concreto
σl pressão lateral de confinamento
σf tensão de tração no compósito de FRP
σ1 ,σ2 , σ3 tensões principais (modelo triaxial do CEB)
νco coeficiente de Poisson do concreto no regime elástico
νf coeficiente de Poisson do tubo de FRP
νcsa coeficiente de Poisson do concreto no estado triaxial de tensões
Capítulo 1 – Introdução
1
Capítulo 1
INTRODUÇÃO 1.1 - O emprego de materiais compósitos nas estruturas de concreto armado
A indústria da construção civil, em sua constante busca por novas
tecnologias, tem desenvolvido novos procedimentos no campo da reabilitação e
concepção de estruturas de concreto. As técnicas atualmente conhecidas e, portanto
utilizadas em larga escala já foram alvo de intensas análises teóricas e experimentais,
cujas conclusões levaram ao desenvolvimento de materiais e tecnologias cada vez
mais simples, resistentes e duráveis. Dentre elas podemos citar o aumento das seções
pela aplicação de concreto projetado, utilização de argamassas armadas, concreto de
alto desempenho, concreto misturado com fibras de aço, adição de chapas de aço
coladas ao concreto, pilares revestidos por tubos de aço, etc. Dando seqüência a este
ciclo evolutivo, os materiais compósitos constituídos por polímeros reforçados com
fibras (FRP) vêm ganhando cada vez mais espaço no campo da engenharia estrutural.
Capítulo 1 – Introdução
2
A utilização destes materiais como reforço em estruturas de concreto armado
ocorreu pela primeira vez em meados da década de 50 (RUBINSKY e RUBINSKY1 ,
1954 apud ACI Commitee 440R, 1996). Nos anos 60, estudos realizados com fibras
de vidro concluíram que o material tinha grande potencial como elemento resistente
junto às estruturas de concreto (WINES e HOFF2, 1966 apud CONCRETE
INTERNATIONAL, out. 1999), porém quando utilizados no lugar do aço em
estruturas de concreto armado notou-se um desempenho insatisfatório devido ao fato
de as fibras de vidro apresentarem módulo de elasticidade da ordem de um terço em
relação ao do aço.
Duas décadas se passaram, e durante este período a indústria dos compósitos
moveu grandes esforços no sentido de melhorar seus produtos a fim de serem
utilizados no reforço de estruturas de concreto, uma vez que era cada vez mais
freqüente o uso nas áreas da aeronáutica e espacial, indústria automobilística e
fabricação de artigos esportivos. O fator precursor para a reconsideração dos
compósitos de FRP para tal finalidade foi o uso do sal nas rodovias e pontes com o
objetivo de se obter uma melhor condição de tráfego nas regiões com temperaturas
muito baixas, onde a presença da neve já se tornara um fator relevante. A presença
do sal resultou em grandes deteriorações nas armaduras das estruturas de concreto e
tabuleiros de pontes e viadutos. O reforço com FRP reapareceu como um possível
candidato para aumentar a resistência à corrosão nestas estruturas. Nos anos 80, a
utilização destes materiais começou a diversificar e barras de fibras de vidro já eram
usadas em ambientes com elevados ataques químicos. Talvez, sua maior contribuição
neste campo foi para o concreto armado suportar e isolar as ondas de ressonância
magnética provenientes de equipamentos médicos, onde dependendo da intensidade,
a utilização do aço como armadura não seria permitida.
_______________________ 1 RUBINSKY, I. A.; RUBINSKY, A. An Investigation into the use of fiber-glass for prestressed concrete. Magazine of concrete Research, V. 6, 1954 2 WINES, J. C.; HOFF, G. C. Laboratory investigation of plastic glass fiber reinforcement for reinforced and prestressed concrete. Report 1, U. S. Army Corps of Engineers, Waterways Experiment Station, Vicksburg, Miss., 1966.
Capítulo 1 – Introdução
3
Nesta mesma época, os sistemas de protensão utilizando cabos de FRP foram
introduzidos na Europa e Japão. Em 1986, a primeira ponte do mundo utilizando esta
nova tecnologia foi construída na Alemanha, sendo os cabos de protensão
constituídos por compósitos de fibras de vidro. Porém, estes projetos pioneiros
identificaram a necessidade de se desenvolver sistemas de ancoragens e dispositivos
de ligação e emenda. Nesta mesma época, a indústria japonesa desenvolveu novos
tipos de cabos e sistemas de ancoragens, colocando-os à disposição de pesquisadores
norte-americanos. Contudo, o elevado custo destes cabos e respectiva manutenção
fizeram com que sua implementação não fosse muito difundida (CONCRETE
INTERNATIONAL, out. 1999).
Os reforços com FRP envolvendo elementos colados externamente ao
concreto começaram a se desenvolver. O trabalho pioneiro na utilização de placas de
compósitos de fibras de carbono ocorreu no instituto EMPA, localizado próximo de
Zürich, na Suíça. Repetindo os procedimentos já conhecidos com o uso de placas de
aço, a substituição pelos materiais compósitos no formato de laminados rígidos
mostraram-se muito eficientes quando aderidos ao concreto.
Em meados da década de 80, perante a constante ameaça de um violento
sismo no distrito de Kanto, que inclui a cidade de Tókio, o governo japonês tomou a
decisão de preparar as construções existentes, em particular as estruturas do sistema
viário. Assim, a partir da conjugação de esforços entre entidades públicas e privadas
daquele país no sentido de investigarem novas tecnologias para o reforço das
estruturas, surgiram as folhas flexíveis de fibras de carbono, resultado da união de
vários feixes de filamentos destas fibras agrupados de forma contínua e aderidos a
uma folha de suporte impregnada com quantidades muito pequenas de resina
epoxídica, assumindo espessuras da ordem de décimos de milímetro. O elemento
compósito é formado quando da adição da resina de colagem, criando uma matriz
altamente resistente (SOUZA e RIPPER, 1998). A principal vantagem deste novo
produto é o fato de as folhas flexíveis de FRP serem perfeitamente capazes de se
moldar à superfície da estrutura, sendo portanto muito utilizadas para melhorar o
desempenho dos pilares, sobretudo os de pontes e viadutos, uma vez que os ensaios
Capítulo 1 – Introdução
4
disponíveis apontam para um notável aumento da ductilidade destes elementos de
concreto armado quando reforçados em sistema confinante.
1.2 - Objetivos
Considerando-se que a aplicação destes materiais compósitos nos reforços de
elementos estruturais de concreto armado é extremamente reduzida no Brasil, bem
como a difusão de normas técnicas e critérios de dimensionamento, identifica-se a
necessidade do levantamento do atual “estado da arte” referente à utilização e
comportamento deste material, através da elaboração de um trabalho com base em
análises teórico-experimentais que possa vir a contribuir para a difusão desta nova
técnica, seja no meio acadêmico ou profissional. Dentre os vários campos de estudo
onde se poderia abordar a utilização destes materiais, destaca-se o uso em pilares,
cuja função principal é propiciar um aumento da capacidade resistente em relação à
carga axial, devido ao estado triaxial introduzido pelo sistema confinante,
promovendo um aumento na ductilidade do sistema, propriedade muito importante
em regiões com freqüentes ocorrências de abalos sísmicos. Neste sentido, os
principais objetivos deste trabalho foram:
• avaliar o aumento de resistência e ductilidade dos pilares de concreto com
seção transversal circular e retangular confinados por compósitos de fibras
de vidro e carbono;
• estudar o comportamento tensão x deformação dos pilares confinados;
• analisar a variação da deformação volumétrica bem como o coeficiente de
Poisson em função da deformação axial;
• analisar o estado triaxial de tensões ( σc x σl ) no concreto confinado
comparado com os modelos teóricos de ruptura;
• comentar os modos de ruptura dos pilares confinados observados nos
ensaios apresentados na literatura;
• descrever e comparar os principais modelos teóricos de confinamento
encontrados na revisão de literatura, enaltecendo seus campos de validade
através de comparações com os resultados experimentais;
Capítulo 1 – Introdução
5
1.3 – Pilares revestidos por polímeros reforçados com fibras (FRP)
O emprego do compósito junto ao pilar para promover o aumento de sua
capacidade resistente pode se dar basicamente de duas formas, através da utilização
de mantas flexíveis e laminados rígidos, confeccionados no formato da seção
transversal.
1.3.1 – Utilização com mantas flexíveis
No caso das mantas flexíveis de FRP, elas podem estar dispostas nas direções
transversal e longitudinal. Para pilares curtos, o tecido de fibras, que apresenta
resistência unidirecional, pode ser posicionado na direção transversal da estrutura,
imprimindo um efeito de confinamento na mesma. No caso de flexo-compressão,
pode-se compor uma jaqueta de fibras com camadas posicionadas transversalmente e
longitudinalmente, a fim de combater os efeitos do carregamento excêntrico, que
geram esforços de flexão na coluna, conforme indicado na figura 1.1 . A aplicação
pode ser feita em pilares de seção circular ou retangular ( figuras 1.2 e 1.3) .
PILAR
VIGA
Figura 1.1 – Sentido de utilização das mantas flexíveis
Capítulo 1 – Introdução
6
Figura 1.2 – Aplicação de manta flexível de fibra de carbono em pilar de seção circular
(MASTER BUILDERS TECHNOLOGIES, 1998)
Figura 1.3 – Aplicação de manta flexível de fibra de carbono em pilar de seção retangular (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999)
Capítulo 1 – Introdução
7
A interferência de vigas no pilar pode se dar de várias formas. Foram
selecionadas três situações diferentes, onde foram feitos alguns comentários:
• topo de pilar
PILAR
VIGAS
CO
NFI
NAM
ENTO
PELA
FIB
RA
PELAS VIGAS E LAJESCONFINAMENTO
LAJE
Figura 1.4 - Término da aplicação do reforço no topo do pilar
Geralmente nesta região já existe um confinamento natural proporcionado
pela presença da laje juntamente com a vigas. Neste caso, poderíamos finalizar o
reforço por confinamento até a face inferior das vigas. Situação semelhante ocorre
com a existência de concretos de diferentes resistências em uma mesma estrutura,
como por exemplo na utilização do concreto de alto desempenho nas estruturas dos
grandes edifícios. Algumas normas permitem adotar um valor de fck maior para os
pilares em relação ao utilizado nos elementos fletidos ( lajes e vigas ). Ocorre que
em alguns casos a concretagem dos pilares termina na face inferior das vigas, sendo
completado em uma etapa posterior caracterizado pela concretagem das vigas e lajes,
utilizando um concreto de menor resistência. Portanto obtém-se um pilar constituído
por concretos diferentes, onde a região de menor resistência encontra-se confinada
pelas vigas e laje.
Capítulo 1 – Introdução
8
• travamento em uma direção em região intermediária
Neste caso, a deformação transversal é restringida em apenas uma direção,
havendo possibilidade do elemento estrutural expandir-se lateralmente na outra
direção. A seguir são apresentadas três alternativas que podem o desempenho do
reforço nesta região.
A primeira consiste em aplicar o compósito na direção horizontal, de tal
forma que o mesmo também se estenda sobre as laterais da viga existente. Uma
camada posterior aplicada ao redor da viga, junto ao pilar garante uma melhor
aderência do compósito aplicado inicialmente (figura 1.5) .
2° CAMADA
1° CAMADA VIGA
PILAR
Figura 1.5 - Colocação do tecido de FRP nos encontros com vigas
Capítulo 1 – Introdução
9
A segunda alternativa é interromper a colocação do tecido da região
compreendida pela viga e posteriormente aplicá-la em diagonal, em camadas
sobrepostas, sendo ancoradas nas faces da viga, conforme figura 1.6 .
PILAR
VIGA
Figura 1.6 – Amarração em diagonal dos tecidos de FRP nos encontros com vigas
Outra sugestão seria continuar com a aplicação do tecido na direção
horizontal na região da viga, fixando-o através de um dispositivo muito empregado
na ancoragem dos compósitos, caracterizado pela execução de um sulco nas faces da
viga, com profundidade em torno de 2 a 2,5 cm para posterior fixação junto a uma
barra de vibra de vidro aderida ao concreto por meio de resinas epóxi de alta
resistência (figuras 1.7 e 1.8) .
Capítulo 1 – Introdução
10
DETALHE 1
PILAR
VIGA
Figura 1.7 - Colocação do tecido de FRP nos encontros com vigas por meio de dispositivos de
ancoragens
Figura 1.8 – Vista superior do dispositivo de ancoragem (detalhe 1)
PILAR
BARRA DE FIBRA DE VIDRO (GFRP)
VIGA
RESINA EPÓXITECIDO DE FRP
Capítulo 1 – Introdução
11
• travamento em duas direções em região intermediária
N transversais nas duas
ireções, sendo desnecessária a aplicação do reforço nesta região. A aplicação do
compó
esta situação, as vigas restringem as deformações
d
sito é feita normalmente ao longo do pilar, sendo interrompida na região do
travamento pelas vigas (figura 1.9) .
Figura 1.9 – Aplicação do tecido de FRP no cruzamento com duas vigas
.3.2 – Utilização com laminados rígidos
A utilização de tubos constituídos por compósitos de FRP podem assumir a
função da fôrma em pilares de concreto armado, podendo ter geometria circular ou
retangu
1
lar, esta última apresentando cantos arredondados. Ensaios experimentais
executados por FAM e RIZKALLA (2001), comprovaram o bom desempenho destes
materiais, que podem ser fabricados com diversos arranjos nas orientações das fibras
Capítulo 1 – Introdução
12
(figura 1.10), fato principal que os distingue dos compósitos flexíveis que por sua
vez apresentam estrutura unidirecional.
COMPRESSÃO
1.4 – Conceitos sobre reforço de pilares de concreto armado
m originalmente ser
projetados através de tubos constituídos por FRP seguidos pelo preenchimento por
concre
Figura 1.10 – Diferentes arranjos das fibras na constituição dos laminados rígidos
COMPRESSÃO
COMPRESSÃO
COMPRESSÃO
E LONGITUDINALTRANSVERSAL
FIBRAS NA DIREÇÃO
TRANSVERSALFIBRAS NA DIREÇÃO
FIBRAS ORTOGONAISNA DIAGONAL
COMPRESSÃO
TUBO-FRP
FIBRAS NA DIREÇÃOLONGITUDINAL
COMPRESSÃO
COMPRESSÃO
CONCRETO
TUBO-FRP
COMPRESSÃO
CONCRETO
Conforme descrito no capítulo anterior, os pilares pode
to, podendo ou não apresentar armaduras. Contudo, a grande utilização dos
Capítulo 1 – Introdução
13
compósitos junto aos pilares está associada a procedimentos de recuperação ou
reforço estrutural.
A maior parte dos danos que as estruturas apresentam são do tipo evolutivo,
podend
patologia das estruturas é o campo da engenharia destinada ao estudo das
origens
uso normal (fruto do envelhecimento dos materiais);
xplosões, etc.
Uma vez que os problemas patológicos devido às falhas de projeto também
baixa qualidade dos materiais especificados
o suceder que, num prazo mais ou menos curto, tal estrutura possa chegar a
uma situação de perigo. No caso dessas lesões de evolução progressiva, torna-se
aconselhável colocar as estas estruturas sob vigilância, a fim de intervir prontamente
antes que os danos possam chegar a tais limites que as levem a um estado crítico.
A
, formas de manifestação e respectivas conseqüências associadas aos diversos
tipos de sistemas de degradação das estruturas. Entre as causas mais prováveis de
falhas no elemento estrutural, podemos destacar:
utilização, em condições normais ou desfavoráveis;
modificações do solo e ação dos lençóis freáticos;
influências externas, como incêndios, inundações, e
movimentos sísmicos ou ações similares de tipo oscilatório;
alteração do uso da estrutura, com aumento da sobrecarga;
erros de projeto e execução;
ocorrem, torna-se importante citar alguns exemplos típicos:
especificação de materiais incompatíveis
Capítulo 1 – Introdução
14
detalhamento insuficiente, omitido ou errado
detalhe construtivo inexeqüível
falta de clareza da informação
falta de padronização de representação
erro de concepção e dimensionamento
Embora geralmente se utilizem indiferentemente as palavras reparação e
reforço para uma mesma função, na realidade elas obedecem a conceitos bastante
distintos. Por reparação entende-se devolver a um elemento estrutural danificado ou
enfraquecido a capacidade do projeto original, enquanto o reforço tem como objetivo
aumentar a capacidade resistente de tal elemento, como conseqüência de uma
modificação em sua utilização.
O critério da escolha do tipo de reforço a ser adotado varia segundo aspectos
estruturais, arquitetônicos e construtivos. O reforço de pilares por mantas flexíveis de
FRP se destaca, sob o ponto de vista arquitetônico, pelo fato de praticamente não
alterar as dimensões externas da coluna, não implicando no decréscimo de área útil
no ambiente em questão. Em outros casos, este tipo de reforço apresenta vantagem
sobre os demais quando se requer uma disponibilidade imediata do acréscimo de
cargas, além de apresentar grande produtividade em sua aplicação. Todavia, há
fatores estruturais limitantes que devem ser considerados. A melhor eficiência,
proporcionada pelo confinamento, ocorrerá em seções circulares, sendo que para
seções retangulares torna-se inviável sua utilização nos casos cuja relação entre os
lados for maior que dois, além de também ser ineficiente o uso em pilares com
λ > 40. Neste caso, os métodos tradicionais de reforço deverão ser utilizados. São
eles:
pilares revestidos por concreto
Neste caso, o reforço é feito mediante do aumento da seção transversal. Além
de produzir elementos finais com dimensões muito maiores em relação às originais,
Capítulo 1 – Introdução
15
DE REFORÇOFORMAS
FORMAS
ARMADURADE REFORÇO
ENCHIMENTOPELA LAJE
BRITA DE ENCUNHAMENTO
ENCHIMENTO PELA LATERALCOM ARGAMASSA SECA E
EPOXÍDICOADESIVO
ARMADURA
ABERTURANA LAJE
EPOXÍDICOADESIVO
8cm<
outra desvantagem desta técnica é o tempo de espera para que o sistema reforçado
seja capaz de suportar os esforços adicionais. Esta geometria final é muitas vezes
condicionada a fatores construtivos, incluindo a especificação dos materiais, onde
por exemplo a espessura da camada adicionada pode ter valores mínimos em função
do tamanho do agregado utilizado. CÁNOVAS (1988) recomenda não utilizar
espessuras menores que 10 cm, a menos que se empreguem concretos com
superplastificantes ou concretos projetados, além de agregados com diâmetro
máximo inferior a 20 mm. Segundo HELENE (1992) a máxima dimensão
característica do agregado graúdo deve ser igual a 1/4 da menor dimensão da seção
transversal adicionada. Após um adequado tratamento da superfície original do pilar
danificado, são colocadas as novas armaduras devidamente ancoradas por meio de
chumbadores químicos ou adesivos epoxídicos, seguido pela colocação das fôrmas.
HELENE (1992) recomenda que todo o procedimento do reparo deva ser feito por
lances com altura em torno de 1,10 m e que o prazo da desfôrma que dará
prosseguimento à operação do trecho superior seja no mínimo 48 horas. Ainda
recomenda que o último lance de concretagem não deva ter altura superior a 30 cm,
ponto a partir do qual o concreto deverá ser lançado por meio de aberturas efetuadas
nas lajes. Caso isto não seja possível, deve-se encunhar uma argamassa seca numa
altura não superior a 8 cm, conforme ilustrado na figura 1.11 .
Figura 1.11 – Detalhe da concretagem no reforço de pilares (modificada de HELENE,1992)
Capítulo 1 – Introdução
16
Outra técnica muita utilizada para o reforço e recuperação de pilares de
concreto armado é a utilização do concreto projetado. Esta técnica consiste na
condução do concreto através de uma mangueira, projetando-o em alta velocidade. A
força do jato de concreto, ao encontrar a superfície de base, comprime o material,
mantendo-o auto aderido (figura 1.12). Este impacto faz com que o material fique
bastante denso, apresentando boas propriedades mecânicas. Tem como principal
característica a elevada produtividade em relação ao lançamento manual, sobretudo
quando utilizado em pilares de grandes dimensões, como por exemplo os pilares-
parede.
Existem basicamente dois processos relacionados a esta técnica: mistura seca
e mistura úmida. No primeiro caso, o cimento e os agregados são misturados a seco e
colocados em uma máquina projetora. O material é transportado na mangueira, por ar
comprimido, até o bocal de saída, por onde a água é então injetada através de um
orifício regulador, completando a mistura. Na mistura úmida, os ingredientes
componentes do concreto, inclusive a água, são previamente misturados e colocados
na máquina projetora, sendo transportados até o bocal através da mangueira, sob
pressão por ar comprimido. Segundo SOUZA e RIPPER (1998), o processo mais
utilizado no Brasil é o da mistura seca, sendo utilizados agregados com diâmetro
máximo igual a 19 mm.
PROJETADOCONCRETO
P/ NOVAS ARMADURASPREVER ANCORAGEM
ARMADURADE REFORÇO
Figura 1.12 – Reforço com concreto projetado (modificado de HELENE, 1992)
Capítulo 1 – Introdução
17
A preparação da superfície a ser reparada é de extrema importância. Todo o
material deteriorado e solto, assim como ferrugem nas armaduras, óleos, graxas,
poeira e tudo o mais que possa prejudicar a aderência, deve ser retirado da superfície
antes do lançamento do concreto, para que se tenha sucesso no trabalho.
pilares reforçados com o uso de elementos metálicos
Outra maneira muito eficiente e de rápida execução para aumentar a
capacidade resistente dos pilares é através do reforço exterior por colagem ou fixação
mecânica de chapas ou perfis metálicos, conforme indicado na figura 1.13 .
EPOXÍDICARESINA
CHUMBADORESDE EXPANSÃO
METÁLICOSPERFIS
METÁLICACHAPA
METÁLICOS
PILAR
DE EXPANSÃOCHUMBADORES
PILAR
DE EXPANSÃOCHUMBADORES
PILAR METÁLICA PILARCHAPA
PERFIS
Figura 1.13 – Exemplos de seções de pilares reforçadas através de elementos metálicos
Em ambos os casos a técnica é simples em termos de concepção, mas
exigente com relação à etapa construtiva e aos procedimentos adotados para cálculo.
Uma superfície uniformemente rugosa é ideal para proporcionar uma boa aderência
química entre o aço e o concreto. Depois de apicoada, ela deve ser limpa a jatos
d’água sob pressão e seca pela aplicação de jatos de ar comprimido, de modo a estar
preparada para a aplicação da resina (SOUZA e RIPPER, 1998).
Capítulo 1 – Introdução
18
CÁNOVAS (1988) enfatiza que uma grande solidariedade entre o aço e o
concreto é fundamental para a eficiência do método. Para tanto, durante a montagem
deve-se obter uma perfeita e rígida união de todos os elementos estruturais (vigas,
lajes, fundações, etc) ao reforço, através da utilização de materiais de alta resistência
à compressão na interface aço-concreto, no qual se obtém uma camada rígida capaz
de melhorar a transmissão de cargas e eliminando a ocorrência de concentração de
tensões.
Um típico procedimento de reforço utilizando elementos metálicos está
representado na figura 1.14 , que conforme CÁNOVAS (1988) podem ser
executados da seguinte maneira:
deve-se eliminar os cantos vivos do pilar, a fim de facilitar a colocação das
cantoneiras;
locar as cantoneiras nas quinas do pilar, fixando-as por meio de chapas
soldadas. As extremidades superior e inferior do reforço terminam
respectivamente em capitéis e bases metálicas;
uma variante para este processo é a utilização de perfis tipo “U “ , sendo
menos empregado por apresentar maior peso;
após concluída a colocação dos capitéis junto à viga ou laje, e da execução da
base metálica sobre a laje ou elemento de fundação, dá-se prosseguimento ao
encaixe das cantoneiras por meio de solda, nas partes superior e inferior. Em
seguida, executa-se o travamento nas extremidades das cantoneiras através da
soldagem de chapas metálicas.
Ainda segundo CÁNOVAS (1988), devem ser analisados os esforços
transmitidos pelas bases e pelos capitéis às vigas e lajes da estrutura, incluindo
verificações com relação aos efeitos de puncionamento e de força cortante.
Capítulo 1 – Introdução
19
METÁLICOSPERFIS
SOLDADAS NOS PERFISCHAPAS METÁLICAS
SEÇÃO TRANSVERSAL
.
Figura 1.14 – perspectiva de pilar reforçado com cantoneiras metálicas (CÁNOVAS, 1988)
1.5 – Organização da dissertação
Esta dissertação foi dividida em seis capítulos, cuja descrição é mostrada a
seguir:
CAPÍTULO 1 : abrange a introdução do trabalho, sendo constituída por um
breve histórico e os principais objetivos, além de apresentar as formas mais comuns
de aplicação dos compósitos em pilares;
CAPÍTULO 2 : refere-se à caracterização dos materiais empregados na
formação dos compósitos, destacando suas propriedades físicas e mecânicas, além de
mostrar outras formas de utilização no reforço de diversos elementos estruturais;
CAPÍTULO 3 : destinado à análise teórica, onde é relatado os principais
mecanismos de resistência dos pilares confinados com aço ou FRP, além de
considerações sobre os diversos modelos empíricos e analíticos de confinamento
encontrados na literatura;
Capítulo 1 – Introdução
20
CAPÍTULO 4 : são mostrados alguns resultados experimentais referentes a
pilares de seção circular e retangular, além de comentários sobre os modos de ruptura
ocorridos;
CAPÍTULO 5 : faz-se uma análise global dos resultados experimentais
mostrados no capítulo anterior comparando-os aos resultados dos modelos teóricos
que foram gerados por meio de um programa computacional desenvolvido. Também
é mostrado um estudo comparativo destes modelos, destacando suas principais
características;
CAPÍTULO 6 : trata-se das principais conclusões obtidas neste trabalho;
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
21
Capítulo 2
POLÍMEROS REFORÇADOS COM FIBRAS (FRP)
2.1 – Materiais constituintes dos compósitos
Há diversas formas para utilizar as fibras de carbono, vidro ou aramida,
matérias primas para a formação destes compósitos, normalmente agrupando-as a
uma matriz de resinas poliméricas, com a eventual adição de metais, obtendo-se
formas tão diferentes como perfis, barras, laminados, tecidos bidirecionais e folhas
flexíveis unidirecionais.
2.1.1 – Resinas Poliméricas
Uma ampla variedade de resinas poliméricas incluindo primers, putties (pasta
de epóxi niveladora), saturantes e adesivos são utilizados na formação dos
compósitos. Os tipos de resinas mais usadas incluem as epoxídicas, de vinil e
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
22
poliéster, que foram desenvolvidas com a finalidade de otimizar o comportamento
estrutural dos elementos em variadas condições ambientais. Como importantes
elementos constituintes dos compósitos, as resinas devem apresentar as seguintes
características:
• compatibilidade e resistência com relação à aderência ao substrato;
• resistir a variadas condições ambientais, como por exemplo umidade, ambientes
marinhos, gradientes de temperatura extremos e demais condições químicas
normalmente associadas à exposição dos elementos de concreto;
• capacidade de preenchimento de cavidades a fim de se viabilizar uma melhor
adaptação e aderência a diversos tipos e condições de superfícies;
• capacidade de adesão à fibra, principal componente do compósito;
• desenvolvimento de propriedades mecânicas apropriadas ao compósito;
Abaixo, segue uma breve descrição dos diversos tipos de resinas constituintes
do compósito, listadas segundo seqüência de aplicação:
primer: é utilizado para penetrar na superfície do concreto com a
finalidade de melhorar as condições de aderência das resinas saturantes e adesivos. A
superfície onde será aplicada deverá estar cuidadosamente trabalhada a fim de se
remover as sujeiras e eventualmente uma fina camada de nata de cimento que
envolve a peça estrutural. O primer geralmente é constituído por um epóxi claro de
baixa viscosidade, de alto teor de sólidos, que pode ser aplicado usando um rolo;
putty: é uma pasta epóxi niveladora que tem por finalidade o
preenchimento de pequenas cavidades e saliências a fim de proporcionar uma
superfície lisa o suficiente para permitir uma boa aderência das camadas de fibras e
prevenir com relação à formação de bolhas durante a cura da resina de saturação.
Possui alto teor de sólidos e pode ser aplicada usando uma desempenadeira ou rodo
para nivelar a superfície;
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
23
resina saturante: é utilizada para impregnar as fibras componentes do
compósito e promover uma eficiente transferência de esforços entre as mesmas. É
uma resina com alto teor de sólidos que pode ser aplicada usando um rolo, para
posterior colocação das folhas pré-impregnadas de fibras de carbono ou vidro;
adesivos: a finalidade dos adesivos é oferecer grande resistência com
relação às tensões de cisalhamento que ocorrem entre as superfícies do concreto e do
compósito. Os adesivos epoxídicos são os mais utilizados, sendo que o sucesso de
sua aplicação estará condicionado a procedimentos corretos de aplicação (preparação
adequada da superfície, técnicas de mistura, temperatura ambiente) bem como o
conhecimento de suas propriedades físicas e mecânicas (expansão térmica, absorção
de água, resistência ao cisalhamento, abrasão, etc.) . No uso destes adesivos, existem
dois diferentes conceitos relacionados ao tempo de aplicação. O primeiro é o pot life,
que é o tempo disponível para o uso depois de efetuada a mistura em um recipiente, a
partir do qual já se nota um certo endurecimento na pasta, dificultando sua aplicação.
Para os adesivos epoxídicos este tempo pode variar de poucos segundos até vários
anos. O outro conceito é o open time, que é o tempo necessário para a aplicação do
compósito depois de o adesivo já ter sido aplicado na superfície do concreto. Entre as
principais vantagens dos adesivos epoxídicos podemos destacar:
facilidade de aplicação em grandes superfícies de variados tipos de
substratos;
podem ser fabricados para terem longo período de open time;
alta resistência à coesão, estando a ruptura sempre relacionada à capacidade
de aderência do adesivo junto ao substrato;
baixa retração em relação ao polyester, acrílico ou vinil;
revestimento protetor: providencia uma camada externa protetora contra
eventuais ações ambientais, incluindo a ocorrência de acidentes de veículos
principalmente no caso das colunas dos edifícios, além de propiciar uma melhora do
efeito estético, considerado como essencial pelos arquitetos. Geralmente possui alto
teor de sólidos, alto brilho e resistência à corrosão;
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
24
Figura 2.1 – Sistema de aplicação de tecido de CFRP (MASTER BUILDERS TECHNOLOGIES, 1998)
2.1.2 – Fibras de carbono
Atualmente as fibras de carbono são usadas como reforço em compósitos em
muitas áreas técnicas, tais como aeronáutica e aeroespacial. Assim, o
desenvolvimento de naves espaciais como a COLUMBIA e DISCOVERY seria
inconcebível sem a utilização de fibras de carbono nos elementos estruturais
primários. O compósitos formados com fibras de carbono recebem a terminologia
CFRP (carbon fiber reinforced polymer).
As fibras de carbono usadas em compósitos destacam-se por sua baixa massa
específica e sua resistência a substâncias químicas, e especialmente suas
extraordinárias propriedades mecânicas, como módulo de elasticidade e resistência à
tração até temperaturas acima de 2000°C em atmosfera não oxidante. Combinações
destas propriedades isoladas comprovam a superioridade das fibras de carbono em
compósitos estruturais (DEL’ARCO, 1997).
O desenvolvimento técnico das fibras de carbono iniciou-se quando Thomas
Edison, em 1879, tentou utilizar fibras de celulose carbonizadas como fios
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
25
incandescentes da lâmpada elétrica. No entanto, esses fios eram muito porosos e
extremamente quebradiços, conseqüentemente muito sensíveis à solicitação
mecânica.
No início da década de 60 foram desenvolvidas nos EUA fibras usando, como
material de base, celulose regenerada. Assim, essas fibras eram no fundo um
aperfeiçoamento dos fios de celulose natural de THOMAS EDISON. A melhora
decisiva das propriedades mecânicas foi obtida com fibras de rayon semi-sintéticas e
sem poros, conduzindo-se a temperatura durante a decomposição da celulose da
melhor forma possível, mas principalmente em função da grafitização sob estiragem,
ou seja, pela estiragem das fibras acima de 2500°C, temperatura que provoca a
maleabilidade plástica do carbono. Por meio dessa deformação com calor consegue-
se uma orientação preferencial das camadas de grafite. No entanto, em função do alto
teor de oxigênio dos polímeros precursores, a produção de carbono é apenas de cerca
de 30% (BHOYRO1, 1986 apud DEL’ARCO, 1997).
Nessa mesma época, SHINDO (1961) apud DEL’ARCO (1997) descobriu
que a poliacrilonitrila (PAN), um polímero inteiramente sintético e quimicamente
homogêneo com cadeia contínua de carbono e cadeias laterais de nitrila dispostas à
ciclização era apropriada como precursor para a produção de fibras de carbono,
obtendo-se um teor de carbono ao redor de 60%. A orientação preferencial das
camadas de grafite das fibras de carbono necessária para a obtenção de boas
propriedades mecânicas pode ser conseguida através da assim chamada estabilização
oxidativa a temperaturas entre 200 e 300°C. Nesse processo, os filamentos de PAN
são estirados ou ao menos o comprimento do filamento previamente estirado é
mantido constante durante a ciclização. Dessa forma pode-se dispensar o
procedimento da grafitização sob estiragem, tecnicamente dispendioso e crítico.
Fibras de alto módulo com base em PAN são obtidas por grafitização simples em
torno de 2500°C. Segundo DEL’ARCO (1997), hoje em dia não e fabricam mais
_______________________
1 BHOYRO, A. Y. The structural characterization of acrylic fibres. Univ. of Leeds, 1986. PhD Thesis
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
26
fibras de carbono a partir de celulose para fins de reforço estrutural.
Atualmente, todos os novos modelos de aviões possuem peças reforçadas
com fibras de carbono. Nos últimos anos têm surgido no mercado cada vez mais
artigos esportivos como raquete de tênis, tacos de golfe, esqui e até varas de pescar,
que contém estruturas reforçadas com fibras de carbono. Cerca de 40% da produção
mundial anual de fibras de carbono é utilizada atualmente em artigos esportivos, e
uma quantia igual é usada nas indústrias aeronáutica e aeroespacial.
De acordo com DEL’ARCO (1992), as propriedades mecânicas das fibras de
carbono são fortemente dependentes da orientação das cadeias carbônicas. Altos
valores de módulo de elasticidade e tensão de ruptura só serão obtidos quando o
arranjo do “empacotamento” apresentar poucos defeitos. Na fibra de carbono, a
obtenção dessa melhor orientação aliada à poucos defeitos dependem
fundamentalmente da sistemática utilizada durante as várias etapas da conversão do
precursor (PAN). Um efetivo aumento do módulo de elasticidade da fibra de carbono
pode ser obtido através do pré-estiramento da PAN, pois as cadeias carbônicas
estarão melhor alinhadas nas demais etapas do processo. No entanto, um pré-
estiramento exagerado deve ser evitado para não provocar o aparecimento de defeitos
na estrutura acarretando perda das propriedades mecânicas das fibras, principalmente
na tensão de ruptura. Durante as várias etapas da estabilização do precursor, esse
material torna-se altamente suscetível a adquirir pequenos defeitos que terão
influência marcante nas propriedades mecânicas das fibras de carbono.
DEL’ARCO (1997) ainda destaca que a conversão da poliacrilonitrila pode
ser resumida em quatro etapas básicas, sendo que a primeira é o pré-estiramento,
onde é obtida uma melhor orientação da cadeia carbônica. A segunda etapa é a pré-
estabilização, onde as cadeias carbônicas abertas e já alinhadas, iniciam a formação
de cadeias aneladas, a uma temperatura em torno de 230°C. A terceira etapa do
tratamento térmico é denominada de estabilização ou oxidação, e é realizada entre
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
27
260 e 300°C. Finalmente, a última etapa da conversão é a carbonização que ocorre à
temperatura ≥ 1000°C, onde são eliminados os demais elementos químicos, ficando
somente carbono com estrutura grafítica.
A resistência é tão influenciada pela temperatura de carbonização final
quanto o módulo de elasticidade. Com uma temperatura crescente de tratamento, a
resistência à tração aumenta até atingir um máximo entre 1300 e 1500°C, para
decrescer novamente com um aumento ainda maior da temperatura de tratamento.
Tal fato deve-se ao crescimento de camadas de carbono orientadas nos defeitos
internos, o que gera a falha da fibra.
A temperatura de carbonização é definida em função da aplicação da fibra de
carbono resultante. Para aplicações onde se requer fibras com alta resistência a
tração, a carbonização ocorre entre 1000 e 1600°C, pois a partir dessa temperatura
acontece um decréscimo dos valores da resistência à tração. Já para a obtenção de
fibras de carbono de alto módulo, é necessário um tratamento térmico à temperaturas
entre 2500 e 3000°C. Portanto existem dois tipos de fibras de carbono: as de elevado
módulo, também denominadas TIPO I, e as de elevada resistência, chamadas de
TIPO II.
As fibras de carbono produzidas comercialmente exibem uma textura radial
no centro e uma orientação circunferencial na região superficial, conforme figura 2.2.
Figura 2.2 – Modelo de estrutura da seção transversal de fibras de carbono (DONNET , 1990 apud DEL’ARCO, 1997)
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
28
O conhecimento da estrutura da fibra em duas e três dimensões (figuras 2.3 e
2.4) é essencial quando se deseja otimizar o processo de fabricação, visando à
melhoria das propriedades. Estruturas com diferentes arranjos tanto na superfície
como na região central do filamento podem ser obtidos com certos precursores e em
determinadas condições de processo.
Figura 2.3 –Representação bidimensional da camada plana da fibra de carbono (DONNET 1, 1990 apud DEL’ARCO, 1997)
Figura 2.4 –Representação tridimensional da estrutura de fibra de carbono (DONNET, 1990 apud DEL’ARCO, 1997)
_______________________
1 DONNET, J. B.; BANSAL, R. C. Carbon Fibers. Marcel Dekker Inc., 1990
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
29
2.1.3 – Fibras de vidro
As fibras de vidro têm sido usadas em muitas aplicações no campo da
engenharia civil, apresentando relações custo-benefício bastante interessantes. Elas
são feitas com composições variadas de diversos elementos químicos, e pelo fato de
o vidro ser um material fluido, ele permite uma melhor adaptação às cargas
dinâmicas, possuindo deformações últimas maiores que as fibras de carbono. Os
compósitos formados com fibras de vidro recebem a terminologia GFRP (glass fiber
reinforced polymer) e dividem-se em:
E-Glass : possui composição química à base de cálcio, alumina e silicatos,
com bastante utilização no campo das aplicações elétricas, respondendo por
80 a 90% da produção comercial de fibras de vidro. Sua formulação química
resulta em uma grande resistência à corrosão pela maioria dos ácidos;
S-Glass: possui composição química à base de magnésio e alumino-silicato,
conferindo elevada resistência à tração e boas performances a altas
temperaturas. É a mais cara das fibras de vidro, e sua produção é resultado de
um específico controle de qualidade, atendendo a determinados
procedimentos e especificações da área militar;
C-Glass: possuindo composição química à base de boro-silicato, é
freqüentemente utilizada em indústrias químicas onde é exigido um contato
com ácidos altamente corrosivos;
As fibras de vidro podem ser comercializadas em diversos formatos:
Fitas: são fornecidas em rolos, sendo a forma mais básica de fibras contínuas;
Trama : consiste no entrelaçamento das fitas com direções pré-determinadas.
Assim podemos ter malhas ortogonais 0/90° e 45/45°, sendo comercializadas
em função de seu peso por m2;
Esteira: consiste num arranjo aleatório ( em formato de folhas ) de vários
retalhos de fibras, moldados em uma matriz à base de vinil ou poliéster (ACI,
Committee 440, 1996).
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
30
2.1.4 – Fibras de aramida
São fibras orgânicas pertencentes a uma classe de polímeros de cristal
líquido. Não são muito aplicadas em reforço estrutural, ao menos quando misturas
com fibras de carbono ou vidro resultando em compósitos híbridos (ACI, Committee
440R, 1996). Dentre as fibras de aramida mais conhecidas podemos destacar a
Kevlar, fabricada pela DuPont e a Twaron, fabricada pela Akzo Nobel.
2.2 – Formas de utilização no reforço e concepção estrutural
Os laminados e os tecidos de fibras são utilizados no reforço estrutural por
meio de uma aderência externa (colagem) nos elementos de concreto. Recebem,
portanto, a terminologia EBR (externally bonded FRP reinforcement) . Já as barras
podem ser utilizadas inseridas no concreto (exercendo a função de armadura) ou
através de um sistema EBR.. Entretanto, os materiais compósitos podem ser
utilizados de outras formas no reforço e concepção de novas estruturas. Uma
classificação destes tipos de FRP está representada na figura 2.5.
barras
folhas flexíveis
moldados (formas variadas)
tridimensional
plana (malhas)grades
com tratamento superficial
sem tratamento superficialfios trançados
fios alinhadoscabos
formato genérico
quadradacom tratamento superficial
sem tratamento superficial
sem tratamento superficial
com tratamento superficialredondas
lineares
FRP
Figura 2.5 – classificação dos compósitos de FRP segundo o formato (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999)
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
31
Exemplos destes materiais em diversos formatos podem ser vistos nas figuras
2.6 e 2.7.
Figura 2.6 – Compósitos de FRP em forma de barras, fios e tecidos (TINAZZI e NANNI, 2000) Figura 2.7 – Barras de fibras de carbono e vidro (TINAZZI e NANNI, 2000) 2.2.1 – Colagem externa (EBR) Além de sua utilização nos pilares, já mencionado no capítulo 1, os materiais
compósitos quando aderidos externamente no elemento estrutural podem
desempenhar diferentes funções no reforço destas estruturas, entre as quais
destacam-se:
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
32
Vigas e lajes (flexão): geralmente são utilizadas no reforço devido ao
aumento do momento positivo dos elementos fletidos, sendo colados na parte inferior
conforme mostrado na figura 2.8 .
Figura 2.8 – Aplicação de tecido de CFRP no reforço da laje de uma ponte (NANNI, A. et al, 1999) Vigas (cisalhamento): há várias formas de aplicação dos compósitos para o
reforço de vigas ao cisalhamento. Apesar de serem mais usadas como armaduras, as
barras também são utilizadas para o reforço ao cisalhamento, mediante a colagem em
sulcos (groove) previamente executados na superfície do elemento estrutural.
Figura 2.9 – Cravação de barras de FRP na lateral de viga para o reforço ao cisalhamento (TINAZZI e NANNI, 2000)
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
33
Silos : o reforço em silos e torres de concreto demanda uma grande
superfície de aplicação, devido às dimensões da estrutura. O reforço com materiais
compósitos se destaca pela rapidez de execução quando comparado aos métodos
tradicionais, que tornariam a estrutura muito mais pesada.
Figura 2.10 – Cravação de barras de FRP no reforço de parede de silo de concreto armado (TINAZZI e NANNI, 2000)
Alvenarias: os compósitos de FRP podem ser usados no reforço ao
cisalhamento e no aumento da capacidade de carregamento axial de alvenarias auto-
portantes. Na figura 2.11 podemos observar vários arranjos de reforço: tiras de tecido
verticais com ancoragens mecânicas, tiras cruzadas e verticais coladas além da
cravação de barras de FRP entre os blocos da alvenaria.
Figura 2.11 – Uso dos compósitos no reforço de alvenarias (TINAZZI e NANNI, 2000)
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
34
2.2.2 – Outras formas de utilização
Projetos estruturais já estão sendo desenvolvidos nos EUA, Europa e Japão
considerando o emprego dos compósitos na formação dos elementos estruturais.
Além de sua utilização como armaduras, complementando ou substituindo as barras
de aço, eles também podem ser empregados exercendo as seguintes funções:
Vigas : podem ser moldados em formatos específicos para cada finalidade. A
figura 2.12 refere-se à Parson’s Bridge, em Ceredigion mid-Wales, região do Reino
Unido. Possui extensão de 17,6 m por 0,76 m de largura. Trata-se de uma passarela
de pedestres, que foi colocada totalmente pronta no local por um helicóptero, devido
ao seu baixo peso próprio.
Figura 2.12 – passarela de pedestre constituída por material compósito
(http://composite.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?site=http%3A%2F%2Fwww.mmfg.com%2FSpeci
al%2Fbridges.htm)
Estas vigas podem ser moldadas em forma de “perfil I “, conforme ilustrado
na figura 2.13. Neste exemplo, a passarela para pedestres possui vão igual a 13,7
metros sustentada por duas vigas “ I “ de 24 polegadas.
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
35
Figura 2.13 - Passarela para pedestres sustentada por viga “ I “ constituída por FRP
(http://composite.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?site=http%3A%2F%2Fwww.mmfg.com%2FSpeci
al%2Fbridges.htm)
Barras de transferência de carga em pisos estruturais
Um piso estrutural de concreto armado, seja de um galpão industrial ou de
rodovias, é constituído por várias placas separadas por juntas de dilatação. Neste
ponto, a transferência de carga entre as placas se dá através das barras de
transferência, onde normalmente são empregadas barras lisas de aço. O problema da
corrosão nestes elementos pode ser anulado se eles forem constituídos por
compósitos de FRP (figura 2.14) .
Figura 2.14 – Utilização de barras de GFRP em juntas de dilatação de pavimentos de concreto (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999)
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
36
elementos de protensão: o emprego dos cabos de FRP protendidos podem
ocorrer internamente ou externamente à estrutura de concreto, sendo este último mais
utilizado para reforçar ou reparar as estruturas danificadas.
Figura 2.15 – Protensão externa em viga de concreto utilizando cabo de fibra de carbono (Hollaway, L. I., 1990)
elementos estaiados: atualmente seu emprego vem sendo direcionado às
pontes para pedestres ou para a passagem de um veículo numa situação de
emergência, não sendo executadas até o momento pontes estaiadas para o tráfego
intenso de veículos. A figura 2.16 refere-se à primeira ponte construída utilizando
cabos de fibras de carbono em todos os elementos estaiados. Localizada na
Dinamarca, próximo à cidade de Herning, possui 80 metros de extensão por 3,5
metros de largura, sustentada por 16 cabos ancorados em um pilar central.
Figura 2.16 – passarela para pedestres sustentada por cabos estaiados de fibras de carbono (CONCRETE INTERNATIONAL, out. 1999)
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
37
2.3 – Propriedades físicas
Antes de falarmos sobre as propriedades físicas e mecânicas, um ponto deve
ser esclarecido. O elemento compósito, conforme já dito, é resultado da união de
fibras de carbono, vidro ou aramida com uma matriz de reisnas poliméricas. Portanto
trata-se de um material anisotrópico, cuja rigidez e resistência se dará na direção
definida pela orientação das fibras, além de apresentarem propriedades diferentes de
um produto em relação a outro, devido ao volume de resina utilizado, dimensões e
orientações das fibras, controle de qualidade durante a fabricação, etc.
Conseqüentemente, os valores atribuídos à matéria prima individual formado pelas
fibras difere daqueles atribuídos ao material compósito.
2.3.1 - Densidade
Os materiais compósitos apresentam pesos específicos entre 1,25 a 2,1 g/cm3,
sendo portanto entre quatro a seis vezes mais leve que o aço. Seu peso reduzido
facilita a montagem da estrutura além de resultar em menores custos de transporte. A
tabela 2.1 mostra os valores de densidade para diversos tipos de materiais compósitos
em comparação ao aço.
Tabela 2.1 – valores de densidades, em g/cm3
, para materiais FRP (ACI 440-F, 2000)
Aço GFRP CFRP AFRP
7,9 1,25 – 2,10 1,50 – 1,60 1,25 – 1,40
2.3.2 - Coeficiente de expansão térmica
Os coeficientes de expansão térmica dos materiais FRP com fibras
unidirecionais variam nas direções longitudinal e transversal, dependendo do tipo de
fibra e resina, além da fração do volume de fibra presente no compósito, que
normalmente varia entre 50 e 70%. A tabela 2.2 apresenta valores típicos destes
coeficientes, sendo que o valor negativo indica que o material contrai com o aumento
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
38
de temperatura e expande com o decréscimo da mesma, sendo portanto uma
propriedade muito importante para colunas de concreto confinadas em situação de
incêndio, onde uma expansão na jaqueta de confinamento reduziria a tensão lateral
no concreto, diminuindo sua resistência axial. Para referência, os valores dos
coeficientes de expansão térmica do concreto e do aço são respectivamente
10 x 10-6/°C e 11,7 x 10-6/°C (BEER e JOHNSTON, 1995).
Tabela 2.2 – valores de coeficientes de expansão térmica para compósitos de FRP, em x10-6/°C (ACI 440-F, 2000)
Direção GFRP CFRP AFRP
Long., αL 6 a 10 -1 a 0 -6 a –2
Trans., αT 21 a 23 22 a 23 60 a 80
Obs.: no ACI 440-H (2000), foram atribuídos valores para as barras de CFRP entre –2 a 0 ( x 10-6/°C) .
2.4 – Propriedades mecânicas
2.4.1 – Resistência à tração
Quando submetidos à tração, os materiais compósitos de FRP não possuem
reserva plástica de deformação, onde a relação tensão x deformação assume um
comportamento elástico-linear até a ruptura. A resistência à tração destes materiais
depende de fatores como o tipo e orientação das fibras, além do tipo e quantidade de
resina utilizada na formação do compósito, sendo que as especificações de
resistência e módulo de elasticidade podem ser fornecidas considerando-se a área
total do laminado (incluindo a resina) e apenas a área de fibras. O primeiro caso
caracteriza-se por apresentar maior espessura e menores valores de resistência e
módulo, sendo que esta diferença diminui quando se trata de compósitos de FRP
constituídos por folhas flexíveis de fibras de vidro, carbono ou aramida. Em
comparação ao aço, típicos diagramas para compósitos unidirecionais são
apresentados na figura 2.17 .
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
39
Figura 2.17 – Diagramas tensão x deformação para diferentes tipos de compósitos de FRP unidirecionais, em comparação ao aço ( CEB – fib 14, 2001)
A tabela 2.3 apresenta diferentes valores de resistência à tração e módulo de
elasticidade dos principais tipos de fibras utilizados na concepção dos materiais
compósitos.
Tabela 2.3 – propriedades mecânicas das fibras à tração (ACI 440-F, 2000)
Tipo de fibra Módulo de Elasticidade (GPa)
Resistência Última (MPa)
Deformação última (%)
Carbono • aplicação geral • alta resistência • altíssima
resistência • alto módulo • altíssimo
módulo
220 – 235 220 – 235 220 – 235 345 – 515 515 - 690
< 3790
3790 – 4825 4825 – 6200
>3100 > 2410
> 1.2 > 1.4 > 1.5 > 0.5 > 0.2
Vidro • E – glass • S - glass
69 – 72 86 - 90
1860 – 2685 3445 - 4825
> 4.5 > 5.4
Aramida • aplicação geral • alta
performance
69 – 83
110 - 124
3445 – 4135 3445 - 4135
> 2.5 > 1.6
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
40
A influência da resina (matriz) nas propriedades mecânicas dos compósitos
pode ser avaliada através da chamada lei das misturas, que pode ser simplificada
como sendo:
Ef = Efib Vfib + Em Vm (2.1)
ff ≈ ffib Vfib + fm Vm (2.2)
onde Ef é o módulo do compósito de FRP na direção da fibra, Efib é o módulo da
fibra, Em é o módulo da matriz, Vfib é a fração de volume das fibras, Vm é a fração de
volume da matriz, ff é a resistência à tração do compósito de FRP, ffib é a resistência
à tração das fibras e fm é a resistência á tração da matriz. Note que nas equações
acima, Vfib + Vm = 1, sendo que as frações usuais de volumes para as fibras ficam
entre 0,50 e 0,65. Esta influência da matriz nas propriedades mecânicas dos
compósitos está apresentada na tabela 2.4 e ilustrada na figura 2.18 . Para uma
quantidade constante de fibras, a carga de ruptura é pouco afetada pelo acréscimo de
quantidade de resina, ao passo que os valores de resistência e módulo são fortemente
afetados. Neste exemplo, foram adotados os seguintes valores: Efib = 220 Gpa, Em= 3
Gpa, ffib = 4000 MPa e fm = 80 MPa .
Tabela 2.4– influência dos volumes de fibras nas propriedades dos compósitos de FRP (CEB – fib 14)
área da seção transversal propriedades dos FRP Carga de ruptura
Afib
(mm2)
Am
(mm2)
Af
(mm2)
Vfib
(%)
Ef
(MPa)
ff
(MPa)
εfu
(%) (kN) (%)
70 0 70 100 220000 4000 1,818 280,0 100,0
70 30 100 70 154900 2824 1,823 282,4 100,9
70 70 140 50 111500 2040 1,830 285,6 102,0
Obs.: se forem adotados laminados de 100 mm de largura, as respectivas espessuras seriam 0,7 mm, 1,0 mm e 1,4 mm .
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
41
Figura 2.18 – relação tensão x deformação para várias frações de volume de fibras (CEB – fib 14)
As propriedades mecânicas de diferentes tipos de compósitos são
apresentadas na tabela 2.5, onde as seguintes observações se fazem necessárias:
0° indica a disposição de fibras unidirecionais
0° / 90° (ou 45° / -45°) indica uma disposição ortogonal entre as fibras, cujo
carregamento foi aplicado na direção 0° .
a proporção entre fibra e resina considerada foi 1:1 .
Tabela 2.5 - propriedades mecânicas dos compósitos à tração (ACI 440-F, 2000)
Tipo de FRP (orientação)
Módulo de Elasticidade (GPa)
Resistência Última (MPa)
Deformação última (%)
carbono/epóxi (alta resistência) 0° 0° / 90° 45° / -45°
117 - 145 55 - 76 14 - 28
1380 - 2070 690 - 1035 175 - 275
1.0 - 1.5 1.0 - 1.5 1.5 - 2.5
E-glass/epóxi 0° 0° / 90° 45° / -45°
34 - 48 14 - 34 14 - 21
690 - 1380 515 - 1030 175 - 275
2.0 - 3.0 2.0 - 3.0 2.5 - 3.5
aramida/epóxi (alta performance) 0° 0° / 90° 45° / -45°
55 - 68 28 - 34 7 - 14
1035 - 1725 275 - 1895 140 - 205
2.0 - 3.0 2.0 - 3.0 2.0 - 3.0
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
42
2.4.2 – Resistência à compressão
Os compósitos de FRP aderidos por meio de colagem externa (EBR) não são
recomendados para reforçar peças estruturais solicitadas à compressão (ACI 440-F,
2000). Entretanto, outras formas de compósitos, como por exemplo tubos de FRP
constituídos por fibras nas direções radial e axial e preenchidos por concreto, podem
receber uma parcela da carga axial. No caso de vigas de FRP, a resistência à
compressão na seção transversal é tão importante quanto à tração.
Ensaios realizados têm mostrado que a resistência à compressão é inferior em
relação à resistência à tração (WU, 1990 apud ACI 440-F, 2000) . O modo de ruptura
à compressão pode ser caracterizado pela ruptura transversal em relação à orientação
das fibras, microbuckling (desprendimento das fibras em relação à matriz devido a
uma deformação localizada) ou por ruptura ao cisalhamento. Resistências à
compressão de 55%, 78% e 20% da resistência à tração foram observadas
respectivamente para compósitos de fibras de vidro (GFRP), carbono (CFRP) e
aramida (AFRP) (MALLICK, 1988 e WU,1990 apud ACI 440-F, 2000). Em geral, a
resistência à compressão é diretamente proporcional à resistência à tração, exceto
para os compósitos de fibras de aramida, onde a resistência à compressão assume um
comportamento não linear para baixos níveis de tensões (ACI 440-F, 2000). Os
módulos de elasticidade à compressão também são inferiores em relação à tração
para os compósitos de GFRP e CFRP, assumindo valores em torno de 80%. Para os
compósitos de AFRP, o módulo de elasticidade não é alterado (MALLICK, 1988 e
EHSANI, 1993 apud ACI 440-F, 2000).
2.5 – Comportamento ao longo do tempo
2.5.1 – Ruptura por carregamento de longa duração
Os materiais compósitos de FRP submetidos a um carregamento constante
podem atingir a ruptura após um determinado período, que por sua vez pode diminuir
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
43
em função de agentes externos, como por exemplo em ambientes com elevadas
temperaturas, exposição à radiação ultra-violeta, alcalinidade excessiva, etc.
Em geral, as fibras de carbono são menos suscetíveis a este tipo de ruptura, ao
contrário das fibras de vidro que são as mais afetadas por este fenômeno, ficando as
fibras de aramida em situação intermediária (ACI 440-H, 2000). Os resultados de
ensaios realizados com barras de FRP submetidas a diferentes níveis de
carregamento em temperatura ambiente indicaram uma relação linear entre as
tensões de ruptura e o logarítimo do tempo. As relações entre as tensões de ruptura
por fluência e as resistências últimas das barras de GFRP, CFRP e AFRP após 500
mil horas (superior a 50 anos) foram extrapoladas para 29%, 47% e 93%
respectivamente (YAMAGUCHI et al., 1997 apud ACI 440-H, 2000). Em outra
experiência similar utilizando barras de CFRP e AFRP, obteve-se valores de 79% e
66% respectivamente. Na tabela 2.6 encontram-se valores limites de resistência dos
compósitos a fim de se evitar a ruptura por fluência em barras de FRP inseridas no
concreto.
Tabela 2.6 – limites de tensões de ruptura por fluência em barras de FRP (ACI 440-H, 2000)
Tipo de fibra GFRP AFRP CFRP
Limite de tensão 0.20 ffu 0.30 ffu 0.55 ffu
Apesar dos ensaios fazerem referência a barras de FRP e não a laminados
e/ou tecidos flexíveis, as “perdas de resistência” por fadiga estática podem
comprometer seriamente o desempenho dos pilares confinados ao longo do tempo, o
que fatalmente poderia levar a um colapso estrutural em todo o sistema. Os pilares
reforçados com mantas flexíveis de FRP não são muito suscetíveis a este fenômeno,
visto que na maioria das vezes o elemento confinante praticamente não é solicitado à
tração para as cargas de serviço, o que pode não acorrer para os pilares concebidos
por tubos de FRP preenchidos por concreto. Neste caso, a ruptura por fluência deve
ser considerada em função da capacidade de carga do pilar confinado previsto em
projeto, onde a utilização de compósitos de fibras de vidro pode se tornar inviável.
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
44
2.5.2 – Fadiga
Vários estudos do comportamento dos materiais compósitos em relação à
fadiga têm sido feitos nos últimos 30 anos, mas quase todos direcionados para a
indústria aeroespacial. Apesar de existirem algumas diferenças de qualidade e
consistência dos materiais utilizados no setor aeroespacial em relação a uma linha de
produtos mais comercial, algumas observações podem ser feitas. Nos casos
mencionados a seguir, a fração de volume de fibra foi aproximadamente 60%, e os
ensaios foram conduzidos seguindo às seguintes especificações (ACI 440-F, 2000):
limitação das freqüências o suficiente para não provocar um auto-
aquecimento no material (em média entre 0,5 e 1 Hz);
ensaios realizados em condições ambientais;
proporção entre a mínima e a máxima tensão aplicada igual a 10%;
tensão aplicada na direção das fibras;
Dentre os compósitos analisados, os de fibra de carbono são os menos
suscetíveis à ocorrência de fadiga. Ensaios realizados no EMPA (KAISER, 1989 e
DEURING, 1993 apud CEB fib-14, 2001) mostraram que o fator dominante na
ocorrência de fadiga para vigas de concreto armado reforçadas com CFRP foi a
própria armadura da viga, evidenciando uma performance superior dos compósitos
de CFRP em relação ao aço. Tensões de ruptura de 60% a 70% da resistência inicial
são atribuídos aos compósitos de CFRP após a ocorrência de 1 milhão de ciclos. Em
outro estudo com barras de CFRP incorporadas ao concreto, observou-se que a
resistência à fadiga diminui com o aumento da temperatura ambiente (de 20°C para
40°C). Também foi observado que esta resistência diminui com o aumento da
freqüência de carregamento, e que para valores entre 0,5 e 8 Hz resultam em um
aquecimento proveniente da fricção das barras com o concreto. Deste modo, a
resistência à fadiga para freqüências em torno de 1 Hz pode ser até 10 vezes maior
em relação à freqüência de 5 Hz (ADIMI et al.1 apud ACI 440-H, 2000).
_______________________
1 ADIMI, R et al. Effect of temperature and loading frequency on the fatigue life of a CFRP bar in concrete. Proceedings of the Second International Conference on Composites in Infrastructure (ICCI-98) . Tucson, Arizona, V.2, pp. 203-210.
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
45
Ensaios com compósitos de fibras de vidro também foram citados no ACI
440-F. Estudos realizados por MANDELL e MÉIER (1983) demonstraram que a
diminuição de resistência devido à fadiga é aproximadamente o dobro em relação às
fibras de carbono. Fatores ambientais como umidade e alcalinidade exercem
importante influência no comportamento das fibras de vidro com relação à fadiga.
Apesar de as fibras de aramida apresentarem uma baixa durabilidade com
relação a tensões de compressão, o comportamento destes materiais à fadiga quando
submetidos a tensões de tração é excelente, sendo praticamente iguais aos
compósitos de fibras de carbono. Estudos demonstraram que as tensões de ruptura
após 2 milhões de ciclos ficaram na faixa de 54 a 73% da resistência última à tração
(ODAGIRI et al.1, 1997).
2.6 – Influência de fatores externos
2.6.1 – Temperatura
Vários estudos foram feitos para avaliar o desempenho dos materiais
compósitos submetidos a ciclos de congelamento-descongelamento (freeze-thaw), e
de uma forma geral não foram constatadas alterações significativas em suas
propriedades mecânicas (KAISER, 1989; GREEN et al., 1998; YAGI et al., 1997
apud CEB fib-14, 2001).
KARBHARI, V. M., RIVERA, J. e DUTTA, P. K. (2000) estudaram o
comportamento de cilindros de concreto (15 x 30 cm) confinados com fibras de vidro
e carbono submetidos a 201 ciclos de freeze-thaw, onde os valores de resistência à
compressão e deformação do concreto confinado foram comparados aos resultados
de corpos de prova similares à temperatura de 22,5 °C. Três arranjos para a
_______________________
1 ODAGIRI, T; MATSUMOTO, K; NAKAI, H. (1997) Fatigue e relaxation characteristics of continous aramid fiber reinforced plastic rods. Third International Symposium on Non-Metallic (FRP) Reinforcement for Concrete Structures (FRPRCS-3). Japan Concrete Institute. Tókio, Japão, V.2, pp 227-234.
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
46
colocação das fibras foram adotadas: três camadas de fibra de carbono na direção
radial, uma camada de fibra de carbono na direção radial (0°) juntamente com outra
na direção longitudinal (90°) e sete camadas de fibra de vidro na direção radial (0°).
As propriedades mecânicas das fibras de carbono foram Ef = 372 GPa e ff = 3500
MPa, e para as fibras de vidro Ef = 68,95 GPa e ff = 1520 MPa. Os resultados obtidos
encontram-se na tabela 2.7 .
Tabela 2.7 – resultados obtidos dos ensaios de KARBHARI et al. (2000)
valores últimos de ruptura corpos de prova deformação
axial (x10-6) deformação
radial (x10-6) módulo
tangente (GPa) tensão (MPa)
temperatuta ambiente (22,5 °C)
não confinado 2086 1220 3273 60,47
Vidro (0°) 5411 6701 3478 96,56
Carbono (0°) 6091 4649 3868 118,46
Carbono (90/0°) 3658 3567 3467 80,12
após 201 ciclos de freeze-thaw
não confinado 2798 653 2604 63,92
Vidro (0°) 6173 7696 3174 91,29
Carbono (0°) 6422 4529 3489 117,10
Carbono (90/0°) 3801 3119 2815 82,33
As fibras de vidro sofreram maior influência em relação às de carbono.
Podemos observar que os ciclos de freeze-thaw alteraram sensivelmente os valores
de resistência dos pilares confinados e não confinados, sendo que as maiores
alterações foram registradas para o módulo de elasticidade tangente. Segundo
KARBHARI et al. (2000), os modos de ruptura mostraram-se diferentes, assumindo
um aspecto mais explosivo.
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
47
Quando submetidos a altas temperaturas, os materiais compósitos apresentam
comportamentos diferentes. O limite de temperatura varia com o tipo de fibra. Para
as fibras de vidro este valor fica em torno de 980°C, e para as de aramida, 175°C. Já
as fibras de carbono são capazes de resistir a temperaturas superiores a 1600°C. Para
temperaturas em torno de 65 a 120°C, as propriedades mecânicas das resinas são
significativamente reduzidas, perdendo a capacidade de transferência de esforços
entre o concreto e as fibras, resultando em uma perda de resistência à tração do
compósito. Resultados experimentais indicaram que, a 250°C a resistência à tração
dos compósitos de fibras de vidro e carbono apresentaram uma redução de 20%
(KUMAHARA et al., 1993 apud ACI 440-H, 2000).
2.6.2 – Umidade
Nos compósitos, a água é absorvida pela matrix polimérica, podendo atingir
as fibras basicamente por três meios: capilaridade, percolação por meio de fissuras
ou imperfeições na superfície da estrutura e pela passagem através da resina. A
quantidade de água absorvida dependerá do tipo da resina e da temperatura da água
(CEB fib-14, 2001). Esta absorção resulta em perda de rigidez da matriz, podendo
ser revertido por meio de sistemas de drenagens. Analisando as fibras
individualmente, as de aramida podem absorver até 13% de sua massa em água,
resultando em perda de resistência. As fibras de vidro são as mais afetadas, pois a
umidade pode trazer partículas de sódio ou outros elementos químicos afetando o
desempenho das mesmas. Já as fibras de carbono se mostraram relativamente inertes
à presença de água.
2.6.3 – Raios ultravioleta
Em geral, as propriedades mecânicas dos compósitos não são muito afetadas
pelos raios ultravioletas presentes na luz do Sol. As resinas são as mais afetadas, pois
a ocorrência de reações químicas em sua constituição podem resultar na perda da
coloração do compósito, que não deve ser associado diretamente à diminuição da
resistência como um todo. Entretanto, a deterioração da resina provoca pequenas
Capítulo 2 – Polímeros reforçados com fibras (FRP)
48
fissuras na matriz polimérica, que podem se agravar devido a fatores ambientais
como absorção de umidade ou ataques químicos.
2.6.4 – Ataques químicos
O desempenho dos compósitos de FRP em presença de ácidos e ambientes
alcalinos irá depender do tipo de fibra e de resina utilizados. Enquanto que a fibra de
carbono apresenta boa resistência a ataques químicos, as fibras de vidro podem se
deteriorar em ambientes alcalinos, apresentando um melhor desempenho em contato
com ácidos (ACI 440-R,1996 e CEB fib-14,2001).
Capítulo 3 – Análise teórica
49
Capítulo 3
ANÁLISE TEÓRICA 3.1 – Considerações iniciais
Os pilares, elementos estruturais sujeitos a carregamentos de compressão,
sempre exerceram fundamental importância para a segurança das estruturas. Além de
serem dimensionados para resistir a tais esforços, a necessidade de ductilidade é de
grande importância no comportamento estrutural em regiões sujeitas a sismos. No
início do século passado, surgiram os primeiros estudos para avaliar os efeitos
causados na resistência e deformação axiais do concreto sujeito a tensões laterais
(CONSIDÈRE, 1906 apud LORENZIS, 2001). Em 1928, RICHART et al.1 testaram
vários cilindros de concreto com diferentes níveis de tensões laterais por meio de um
fluido pressurizado em câmara triaxial, sendo que a tensão lateral podia ser aplicada
de forma independente da tensão axial (confinamento ativo). Os resultados
mostraram que a diferença entre as resistências do cilindro confinado e não
confinado era constante, sendo aproximadamente 4,1 vezes o valor da pressão de
_________________________ 1RICHART, F. E.; BRANDTZAEG, A.; BROWN, R. L. A study of the failure of concrete under combined compressive stresses. Engineering Experiment Station Bulletin no. 185. University of Illinois, Urbana, 1928
Capítulo 3 – Análise teórica
50
confinamento. Um ano mais tarde, os mesmos autores ensaiaram cilindros de
concreto confinados por meio de espirais de aço (confinamento passivo) e a mesma
constante fora obtida. Balmer (1949) encontrou valores entre 4,5 a 7, obtendo um
valor médio igual a 5,6 . Em 1972, Newman e Newman demonstrou que a eficiência
do confinamento era menor para altas taxas de pressão lateral, propondo uma
expressão não linear para o aumento de resistência axial em função da pressão lateral
(LORENZIS, 2001).
A partir da década de 70, vários pesquisadores apresentaram equações para
avaliar o comportamento dos pilares cintados com estribos ou espirais de aço.
Contudo, dois fatores importantes limitaram a utilização desta nova técnica, segundo
MODESTO (1983):
o cintamento praticamente não contribui para a segurança ao estado limite
último de instabilidade, motivo pelo qual os pilares devam ser curtos. Portanto, a
eficiência do cintamento aumenta com a diminuição da esbeltez do pilar;
trata-se de uma solução anti econômica devido ao fato de empregar muita
quantidade de aço e mão de obra um pouco mais qualificada;
Impulsionado pelo desenvolvimento dos materiais compósitos, os pilares
confinados voltaram a despertar grande interesse pelo meio técnico em todo mundo,
resultando em várias expressões empíricas e analíticas desenvolvidas nos últimos 5
anos.
3.2 – Comportamento do concreto confinado
3.2.1 – Deformação volumétrica e coeficiente de Poisson
Quando o concreto é comprimido axialmente, o efeito indicado pelo
coeficiente de Poisson induz deformações radiais que resultam em uma expansão
lateral do concreto. Para baixos níveis de deformação longitudinal o comportamento
do concreto continua sendo elástico e a deformação transversal se manifesta
proporcionalmente ao coeficiente de Poisson para a deformação longitudinal. Neste
Capítulo 3 – Análise teórica
51
estágio, ocorre um aumento na aderência entre o cimento e o agregado, e o valor
negativo da deformação volumétrica indica uma redução da massa de concreto.
Nesta fase o coeficiente de Poisson assume valores em torno de 0,2 . Para valores
críticos da tensão longitudinal, onde σc ≅ 0,75 fc e εc = εc,cr , as fissuras que se
formam na pasta de concreto situada entre os agregados graúdos produzem um
grande aumento da deformação lateral εl para acréscimos relativamente pequenos
da tensão longitudinal de compressão fc. Deve-se salientar que este acréscimo da
deformação transversal ocorre de forma não linear. Passada a fase elástica da
deformação longitudinal do concreto, a deformação volumétrica, ainda negativa,
começa a apresentar uma redução em sua taxa de compactação, simultaneamente
com o rápido aumento da deformação transversal, resultando num aumento do
coeficiente de Poisson. Finalmente, já com elevadas taxas de tensões longitudinais
ocorre a expansão da massa de concreto, ou seja, a deformação volumétrica εv
assume valores positivos (figura 3.1)
cσ
νε
)(45 cεεν =°CONTRAÇÃO
cε
cε
cεν )21( −
EXPANSÃ0
C
A
a
A3εb
A3εc
A3ε
cσcσ cσ
bf lcσ
cr,cε
0f a =l
cσ
0,2
bc ff ll >
cσ
cε
cν
0f a =l
bfl
bc ff ll >
Figura 3.1 – variação da deformação volumétrica em função da deformação longitudinal (modificado de IMRAN, I e PANTAZOPOULOU, S. J., 1996)
Capítulo 3 – Análise teórica
52
Quanto maior a pressão de confinamento, maior é a restrição à deformação
lateral, e conseqüentemente menores valores serão atribuídos ao coeficiente de
Poisson, que decresce assintoticamente até a ruptura do elemento confinante.
3.2.2 – Relação tensão x deformação
Um típico comportamento do concreto confinado com aço (estribos ou
espirais) está representado na figura 3.2 . Note que a máxima tensão obtida fcc não
corresponde à tensão de ruptura, e que a área hachurada representa graficamente o
ganho de ductilidade do sistema confinado.
cσ
coE
ccf
cf
1º ESTRIBO
cuεcoε
NÃO CONFINADO
ccε
CONCRETO
cε
CONFINADOCONCRETO
RUPTURA DO
Figura 3.2 – comportamento tensão x deformação do concreto confinado por aço (modificado de
MANDER et al., 1988)
No confinamento por FRP, para baixos níveis de tensões longitudinais de
compressão, as deformações transversais são tão baixas que as fibras do compósito
produzem tão somente um pequeno confinamento. Assim como no confinamento
com estribos, para tensões longitudinais de compressão acima da tensão crítica, o
Capítulo 3 – Análise teórica
53
aumento dramático da deformação transversal mobiliza tais fibras fazendo com que a
pressão de confinamento se torne significativa. Este acréscimo de comportamento
do concreto pode ser quantificado da observação de que o concreto confinado por
FRP apresenta uma relação tensão x deformação bi-linear ascendente, exceto para
pequenas espessuras do compósito, como veremos adiante. Inicialmente esta relação
não se modifica em relação ao concreto não confinado. Contudo, nas proximidades
da tensão máxima fc, o nível de tensões no concreto confinado continua a aumentar
concomitantemente com o acréscimo das deformações. Este aumento linear resulta
da ausência de escoamento do material confinante.
O ganho de resistência do pilar confinado é fortemente proporcional à
espessura da jaqueta de confinamento, sendo que o nível máximo de deformação
longitudinal do concreto εcc teoricamente seria limitado tão somente pela deformação
última admitida na jaqueta de confinamento εfu. Este comportamento esquemático
pode ser observado na figura 3.3 .
cσ
cf75,0±
1E
crc ,ε0lε
cε
cf
1 TRECHOcf
lε
1
2 TRECHO
cf
cεcoε
CONFINADO NÃO
2 TRECHO
DE PONTO
TRANSIÇÃO
1 TRECHO
2E1 CONCRETO
Figura 3.3 – comportamento esquemático da relação tensão x deformação do concreto confinado com FRP (modificado de SAAFI et al., 1999)
Capítulo 3 – Análise teórica
54
O segmento AO corresponde ao primeiro trecho linear em ambas as direções,
axial e transversal, resultando no módulo de elasticidade E1. O segmento AB denota
o segundo trecho, também linear para ambas as direções, indicado pelo módulo de
elasticidade E2. Neste trecho, tanto a tensão de compressão no concreto confinado
σc quanto a pressão de confinamento lateral σl alcançam respectivamente seus
máximos valores fcc e fl na ocorrência da ruptura do sistema. Os resultados de
ensaios experimentais confirmam o fato de o concreto se comportar de uma maneira
diferente quando reforçado com aço, que é um material elasto-plástico do que com
compósitos totalmente elásticos, que por sua vez apresenta uma ruptura frágil.
Segundo MIRMIRAN e SHAHAWY (1997), ao aplicar os mesmos modelos de
confinamento por aço aos modelos de confinamento com compósitos, pode-se
resultar em valores de resistência maiores que a realidade, implicando em um
dimensionamento inseguro.
3.3 – Determinação da pressão lateral (confinamento passivo)
3.3.1 – Confinamento com FRP
O corte transversal de um pilar de seção circular com diâmetro D confinado
por um compósito de FRP com espessura tf está representado na figura 3.4 .
ft
α
D
fσfσ lσ
Figura 3.4 – forças internas e externas atuantes no compósito de FRP e no pilar de seção circular
Capítulo 3 – Análise teórica
55
Para α=180°, através do equilíbrio de forças podemos escrever :
D
t2t2D ffff
σ=σ=>σ=σ ll (3.1)
Sendo ρf a relação entre o volume do compósito e o volume do concreto
confinado, temos:
Dt4
4/DDt f
2f
f ==ππ
ρ (3.2)
Pela compatibilidade de deformações, a deformação no compósito de FRP εf
é igual à deformação lateral do concreto εl , e como σf = Ef εl , a equação 3.1 pode
ser escrita da seguinte forma:
2
E ff ρε ll =σ ( 3.3 )
sendo a máxima pressão de confinamento designada por
2
Ef ffuf ρε
=l ou D
tf2 ff=lf (3.4a e 3.4b)
3.3.2 - Confinamento com estribos e espirais
Os estribos, presentes em todos os pilares de concreto armado, exercem em
maior ou menor escala, um efeito de confinamento na estrutura. Quando armados
com o objetivo de exercer esta função, recebem o nome de pilares cintados, podendo
conter um ou mais núcleos cintados através do aço disposto em forma de estribos ou
assumindo uma geometria helicoidal.
Neste caso, apenas uma parte do concreto sofre influência do efeito do
confinamento. Esta região recebe o nome de “núcleo do concreto confinado” e sua
área de seção transversal pode ser representada por Ac . Este núcleo por sua vez
apresenta determinados trechos onde o efeito do confinamento não atua de forma
Capítulo 3 – Análise teórica
56
efetiva. A delimitação destes trechos varia de acordo com a geometria da seção e
disposição dos estribos. Se descontarmos estas “lacunas” da área do núcleo
confinado, obtemos a área efetiva denominada por Ae . Desta forma, a pressão
lateral efetiva pode ser escrita como:
σle = σl ke (3.5)
onde ke representa o coeficiente de eficiência do confinamento, representado pela
seguinte relação de áreas:
cc
ee A
Ak = (3.6)
onde
Acc = Ac (1-ρcc) (3.7)
sendo ρcc a relação entre a somatória das áreas das armaduras longitudinais do pilar
com a área do núcleo confinado Ac .
seções circulares
Uma configuração típica para a seção circular pode ser vista na figura 3.5 . O
arco que delimita a região não confinada é assumido com sendo uma parábola de
segundo grau, com inclinação inicial da reta tangente formando um ângulo de 45° .
Baseado nestas hipóteses, a expressão da área efetiva pode ser escrita da seguinte
forma (MANDER et al., 1988):
2
s
2s
2
se d2's1d
42'sd
4A
−=
−=
ππ (3.8)
onde s’ é a distância útil entre as faces internas de dois estribos consecutivos e ds é
o diâmetro da espiral ou do estribo.
Capítulo 3 – Análise teórica
57
CONFINADAREGIÃO NÃO
SUPERFÍCIEDO PILAR
NÚCLEOEFETIVAMENTECONFINADO
CORTE A-A
CORTE B-B
2/'sds−sd
45°
B 's s
A A
's4/1
ESTRIBO
B
sd
Figura 3.5 – núcleo efetivamente confinado para seções armadas com estribos circulares (MANDER et al., 1988)
Partindo da equação 3.7, podemos escrever:
)1(d4
A cc2scc ρ
π−= (3.9)
Da equação 3.6, a expressão do coeficiente de eficiência do confinamento para
estribos circulares é
cc
2
se 1
d2's1
kρ−
−
= (3.10)
Similarmente ela pode ser usada com o uso de espirais como sendo
cc
se 1
d2's1
kρ−
−= (3.11)
Capítulo 3 – Análise teórica
58
Da mesma forma como foi demonstrado no confinamento com FRP, a pressão
lateral pode ser encontrada considerando uma metade da seção confinada por estribos
ou por uma espiral. Se a tensão uniforme no estribo desenvolvida pela área
transversal de aço exerce uma pressão lateral uniforme no núcleo do concreto
confinado, então pelo equilíbrio de forças obtém-se:
2 fy Ast = fl s ds (3.12)
Se ρs é a relação entre o volume de aço transversal de confinamento sobre o
volume do concreto confinado, então
sd
A4
sd4
dA
s
st
2s
ssts ==
ππ
ρ (3.13)
Substituindo a equação 3.13 na equação 3.12, obtém-se
ysf21f ρ=l (3.14)
e portanto, a partir da equação 6.12, a pressão lateral efetiva no concreto é
ysee fk21f ρ=l (3.15)
onde ke é dado nas equações 3.10 ou 3.11.
seções retangulares
Uma configuração típica para a seção retangular pode ser vista na figura 3.6 .
O arco que delimita a região não confinada também é assumido com sendo uma
parábola de segundo grau, com inclinação inicial da reta tangente formando um
ângulo de 45° . A área efetivamente confinada pelos estribos é encontrada
subtraindo-se da área total do núcleo a somatória das áreas das parábolas formadas
entre duas barras longitudinais consecutivas amarradas com grampos de aço, que por
sua vez também contribui para o efeito do confinamento (MANDER et al., 1998).
Capítulo 3 – Análise teórica
59
'w
2/'sbc−
C-C CORTE
cb
2/'sdc−
NÃO REGIÃOCONFINADA
D
CONFINADO
C
NÚCLEOD-D CORTE
's s D
cdC
cb
Figura 3.6 - núcleo efetivamente confinado para seções armadas com estribos retangulares (MANDER et al., 1988)
Para uma parábola, a área não confinante é (w’i)2/6 , onde w’i é a n-ésima
distância entre barras longitudinais consecutivas travadas transversalmente.
Descontado estas áreas, pode-se chegar na equação 3.16 que fornece o valor da área
efetiva de confinamento:
−
−
−= ∑
= cc
n
1i
2i
cce d2's1
b2's1
6)'w(dbA (3.16)
onde bc e dc são as dimensões dos centros das barras do estribo retangular nas
direções x e y respectivamente, sendo que bc ≥ dc. O coeficiente de eficiência do
confinamento para seções retangulares é mostrado na equação 3.17 .
Capítulo 3 – Análise teórica
60
(3.17) 226
−
−
∑)1(
d's1
b's1
db)'w(1
kcc
cc
n
1i cc
2i
e ρ−
−
= =
Para seções retangulares, em virtude de diferentes configurações nas direções
x e y, deve-se quantificar as parcelas da pressão de confinamento separadamente em
tais direções. As taxas de armaduras transversais serão
c
stxx sd
A=ρ e
c
styy sb
A=ρ (3.18)
onde Astx e Asty é a área total das barras transversais respectivamente nas direções
x e y . A máxima pressão de confinamento lateral no concreto é dada para estas
direções como sendo
yxyc
stxx ff
sdA
f ρ==l e yyyc
styy ff
sbA
ρ==lf (3.19)
Analogamente, as máximas pressões efetivas de confinamento nas direções x
e y serão
flex = ke ρx fy e fley = ke ρy fy (3.20)
onde ke é dado na equação 3.17.
Capítulo 3 – Análise teórica
61
3.4 – Modelos de confinamento com FRP
A seguir serão apresentados os principais modelos disponíveis na literatura
para avaliar o comportamento dos pilares curtos de seção circular confinados por
compósitos de FRP. Os primeiros modelos surgiram da adaptação de modelos
previamente elaborados a partir de ensaios realizados em câmaras triaxiais ou para
confinamento com aço. A partir de resultados de ensaios experimentais de cilindros
de concreto confinados com FRP, vários modelos empíricos foram sendo ajustados,
utilizando-se mantas flexíveis e tubos rígidos de FRP.
3.4.1 - Modelos adaptados
3.4.1.1 - Fardis e Khalili (1981)
Conforme mencionado no item 3.1, RICHART et al. (1928) desenvolveram
uma expressão empírica para avaliar o comportamento do concreto no estado triaxial
de tensões, sendo:
cc
cc
ff
1.41ff l+= (3.21)
NEWMAN e NEWMAN (1972) apresentaram uma expressão não linear,
conforme equação 3.22:
86.0
cc
cc
ff
7.31ff
+= l (3.22)
FARDIS e KALILI (1981) utilizaram a equação 3.4b (confinamento com
FRP) e aplicaram nas expressões 3.21 e 3.22, resultando nas seguintes expressões:
+=
Dftf2
1.41ff
c
ff
c
cc (3.23)
Capítulo 3 – Análise teórica
62
86.0
c
ff
c
cc
Dftf2
7.31ff
+= (3.24)
As expressões que permitem avaliar a máxima deformação longitudinal bem
como todo o comportamento tensão x deformação são respectivamente
DftE
001.0c
ffccc +ε=ε (3.25)
ε
−ε+
ε=σ
cccc
cc
ccc 1
fE
1
E (3.26)
3.4.1.2 - Saadatmanesh et al. (1994)
Em 1975, os pesquisadores WILLIAM e WARNKE desenvolveram um
modelo constitutivo do comportamento do concreto quando submetido a um estado
triaxial de tensões, e chegaram na seguinte equação:
−−−
++
+=
cc22
02
2
1
2
1ccc f
f2
ff
b29
bb9
b2)2b(3
b2)2b(3f llf (3.27)
onde b0, b1 e b2 são constantes determinadas empiricamente. Em 1988, MANDER,
PRIESTLEY e PARK usando os resultados dos ensaios obtidos por SCHICKERT e
WINKLER (1977), determinaram b0 = 0,12229 , b1 = -1,15 e b2 = -0,315,
resultando na mais difundida equação para a determinação da resistência à
compressão do concreto confinado com aço:
−++−=
ccccc f
f2
ff94.7
1254.2254.1ff ll (3.28)
Capítulo 3 – Análise teórica
63
e a máxima deformação longitudinal pode ser obtida pela expressão
−+=
εε
1ff
51c
cc
c
cc (3.29)
SAADATMANESH et al. também aplicaram a equação 3.4b na equação
3.28, resultando na expressão:
254.1Dftf
4Dftf2
94.71254.2ff
c
ff
c
ff
c
cc −−
+= (3.30)
Toda a curva pode ser obtida através da expressão de POPOVICS (1973):
rcc
c x1rr.x.f
+−=σ (3.31)
onde
cc
cxεε
= , secc
c
EEE
r−
= e cc
ccsec
fE
ε= (3.32 a,b,c)
3.4.2 - Modelos empíricos e analíticos
3.4.2.1 – Miyauchi et al. (1997)
Os autores propuseram a seguinte equação para avaliar a eficiência do
confinamento com FRP
+=
Dftf2k1.41
ff
c
ffe
c
cc (3.33)
que difere da equação 3.23 pela introdução do coeficiente de eficiência ke, avaliado
em 0,85 pelos autores. Os ensaios foram conduzidos com a relação fl / fc variando
Capítulo 3 – Análise teórica
64
entre 0,1 e 0,5 (LORENZIS, 2001). Na avaliação de εcc, duas equações foram
sugeridas: 0.373
cc
cc
ff 10.61.0
εε
+= l para concretos com fc = 30 MPa e (3.34a)
0.525
cc
cc
ff 10.51.0
εε
+= l para concretos com fc = 50 MPa (3.34b)
Foram definidas duas expressões para avaliar o comportamento tensão x
deformação em função do parâmetro εtan, conforme indicado abaixo:
εε
−εε
=σ2
co
c
co
ccc 2f para 0 ≤ εc ≤ εtan (3.35)
σc = fcc -λ(εcc-εc) para εtan ≤ εc ≤ εcc (3.36)
onde
c
2co
cotan f2λε
−ε=ε (3.37)
e
{ })ff2f(f4)(f21 2cocccccoc
2cccccoccc2
co
ε+εε−ε+ε−ε−ε
=λ (3.38)
3.4.2.2 – Kono et al. (1998)
Os autores apresentaram duas equações empíricas que variam linearmente
com a pressão de confinamento, mostradas a seguir:
lf 0.05721ff
c
cc += (3.39)
lf 28.01co
cc +=εε (3.40)
Capítulo 3 – Análise teórica
65
Segundo LORENZIS(2001), nos ensaios realizados a relação fl / fc ficou
entre 0.37 a 1.19 e 32.3 ≤ fc ≤ 34.8 . Uma avaliação da deformação lateral não foi
apresentada, sendo observada uma ruptura prematura do compósito em torno de 38%
a 59% da deformação máxima εfu , que foi considerada na elaboração das expressões
3.39 e 3.40 . Também não foram apresentadas expressões a fim de se avaliar todo o
comportamento tensão x deformação até a ruptura.
3.4.2.3 – Samaan et al. (1998)
Em 1998, MICHEL SAMAAN, AMIR MIRMIRAN e MOHSEN SHAHAWY
desenvolveram um modelo baseado na relação tensão x deformação bi-linear dos
pilares confinados por materiais compósitos. Para representar esta relação,
calibraram o modelo proposto por RICHARD e ABBOTT (1975), resultando na
seguinte equação:
( )
( )c2n/1n
0
c21
c21c E
fEE
1
EEε+
ε−+
ε−=σ (3.41)
onde f0 é um valor de tensão axial obtido através do cruzamento da projeção da reta
no trecho 2 (figura 3.3) com o eixo das ordenadas (σc), e n é um fator de forma que
controla a curvatura na região de transição entre os dois trechos do gráfico,
governados pelos módulos de elasticidade E1 e E2.
Já vimos que uma expressão genérica para a resistência do concreto
confinado pode ser apresentada como fcc = fc + k1 fl , onde k1 é um coeficiente de
eficiência do confinamento. Analisando resultados de ensaios, Samaan et al.
estabeleceram a seguinte relação: k1 = 6 fl-0,3 (MPa) , que substituindo na
expressão genérica, obtem-se
fcc = fc + 6 fl 0,7 (MPa) (3.42)
Capítulo 3 – Análise teórica
66
Para avaliar a primeira rampa (E1), a seguinte fórmula para o módulo secante
foi proposta por AHMAD e SHAH (1982), em virtude da equação do ACI fornecer
valores um pouco superiores quando comparado com os resultados dos ensaios:
c1 f3950E = (MPa) (3.43)
O módulo E2, referente à segunda rampa, é função da rigidez da manta confinante e da resistência do concreto não confinado:
DtE 3456,1 f 61,245E ff2,0
c2 += (MPa) (3.44)
A tensão f0 é função da resistência do concreto não confinado e da pressão lateral atuante, podendo ser estimada em:
f0 = 0,872 fc + 0,371 fl + 6,258 (MPa) (3.45)
O valor da máxima deformação axial εcc é determinado pela geometria da curva, sendo:
2
0cccc E
ff −=ε (3.46)
O parâmetro n que controla a curvatura entre os dois trechos lineares, foi
avaliado em 1,5 .
Para avaliar o comportamento tensão x deformação lateral, o mesmo modelo
pode ser aplicado, pois também temos uma relação bi-linear considerando as
deformações laterais:
( )
( )llll
l
lll
lll ε+
ε−+
ε−=σ 2n/1n
0
21
21c E
fEE1
EE (3.47)
onde o subscrito l denota a direção lateral. Como proposto por AHMAD (1981), a
primeira rampa E1l é simplesmente obtida por
co
11
EE
ν=l (3.48)
Capítulo 3 – Análise teórica
67
onde o coeficiente de Poisson varia entre 0,15 e 0,22 .
Os demais parâmetros foram ajustados como:
f0l = 0,636 fc + 0,233 fl + 4,561 (MPa) (3.49)
e u
22
EEµ
=l (3.50)
onde 881,0DftE2Ln187,0
c
ffu +
−=µ (3.51)
u
nnµ
=l (3.52)
e finalmente l
ll
2
0ccu E
ff −=ε (3.53)
3.4.2.4 – Toutanji (1999) e Saafi et al. (1999)
Toutanji apresentou as seguintes equações para estimar os valores de fcc e εcc :
+=
85.0
cc
ccff
5.31ff l e
−
++=
εε
1ff
90.1Ef57.3101
c
cc
f
f
co
cc (3.54a e 3.54b)
O modelo de Saafi é idêntico ao anterior, sendo ajustado com base em confinamento com tubos, ao invés de tecidos de FRP. As equações são:
+=
84.0
cc
ccff
2.21ff l e
−
++=
εε
1ff
60.2Ef5371
c
cc
f
f
co
cc (3.54c e 3.54d)
3.4.2.5 – Spoelstra e Monti (1999)
Este modelo baseou-se nas equações desenvolvidas por
PANTAZOUPOULOU e MILLS (1995) que avaliaram o comportamento do
concreto confinado submetido a pressões laterais constantes (pressões hidrostáticas).
Através de um procedimento iterativo, foi possível considerar a variação dessas
pressões ao longo de todo o carregamento axial.
Capítulo 3 – Análise teórica
68
O ponto de partida é a bem conhecida expressão para o concreto confinado de
MANDER et al., 1988 (eq. 3.28), já muito testada com dados experimentais, e a
determinação de toda a curva obtida por meio das equações de POPOVICS, 1973
(eq. 3.31, 3.32 a,b,c ).
A expressão que avalia as deformações laterais foi apresentada pelos autores
como sendo:
c
ccc
2E
βσσ−ε
=ε l (3.55a)
onde coc
c 1Eε
−σ
=β (3.55b)
Usando o valor da pressão de confinamento de um estágio anterior, é possível
estimar novos valores para a deformação transversal do atual estágio, que resultará
em um novo valor para a atual pressão de confinamento, que sempre é comparada
com o resultado anterior. As iterações continuam até a convergência de σl . O
procedimento é repetido para cada valor de εc , até a formação completa da curva,
que terá como ponto final o alcance do máximo alongamento do compósito. A
seqüência abaixo demonstra melhor todo o procedimento:
1o. passo: é fixado um valor para εc
2o. passo: é atribuído à pressão de confinamento o valor determinado no estágio
anterior, ou seja σl ( i ) = σl ( i-1 )
3o. passo: calcula-se fcc a partir da equação de MANDER et al. (eq. 3.28)
4o. passo: calcula-se σc a partir das equações de POPOVICS (eq. 3.31 e 3.32 a,b,c)
5o. passo: atualiza a deformação transversal εl a partir das equações 3.55a e 3.55b
6o. passo: calcula a nova pressão de confinamento σl a partir da eq. (3.3)
7o. passo: σl ( i ) = σl ( i-1 ) ? SIM 1o. passo NÃO 2o. passo
Capítulo 3 – Análise teórica
69
Na condução dos ensaios experimentais, ou autores utilizaram εco =0.002 e
cc f5700E = , com fc variando entre 30 e 50 MPa.
3.4.2.6 – Xiao e Wu (2000)
Assim como SAMAAN et al., os autores também desenvolveram um modelo
baseado no comportamento bi-linear do concreto confinado, sendo obtida para o
primeiro trecho a seguinte expressão:
)21(
EE
1
E2E
2coco
co
c2
cocco
ν−ν−+
εν+ε=σ
l
ll (3.56)
onde El = fl / εfu . Para o segundo trecho, a seguinte expressão foi estabelecida:
ε
+
−+=σ c
8.0c
2c
cc Ef 70005.0 E
Ef75.01.4f 1.1
ll
l
(3.57)
Os máximos valores de tensão e deformação longitudinal são obtidos por
c
2c
c
cc
ff
Ef
75.01.41.1ff l
l
−+= (3.58 )
8.0c
fucc
Ef
7
0005.0
−ε=ε
l
(3.59)
Capítulo 3 – Análise teórica
70
3.4.2.7 – Fam e Rizkalla (2001)
Assim como SPOELSTRA e MONTI, os autores também se basearam nas
equações de MANDER e POPOVICS no desenvolvimento do modelo tensão x
deformação do concreto confinado. Como estas expressões se basearam na hipótese
de se ter uma pressão lateral de confinamento constante determinada pelo grande
patamar de escoamento do aço, a “atualização” de εl tornou-se obrigatória ao longo
de todo o processo, o que foi conseguida por SPOELSTRA e MONTI através das
equações 3.55a e 3.55b .
FAM e RIZKALLA direcionaram seus estudos na utilização de tubos rígidos
de FRP como elemento confinante, que têm seu comportamento esquematizado de
acordo com a figura 3.7 .
Figura 3.7 – comportamento de um cilindro de concreto e tubo de FRP submetido a diferentes níveis de tensões e deformações (FAM e RIZKALLA, 2001)
Capítulo 3 – Análise teórica
71
Considerando um cilindro de concreto de raio R sujeito a uma deformação
axial εc (fig. 3.7a) , o deslocamento radial pode ser expresso por
ur = νco R εc (3.60)
Se este mesmo cilindro estiver sujeito à uma pressão lateral σl , conforme
figura 3.7b, o deslocamento radial pode ser calculado como (YOUNG, 1989) sendo
lσν−
= RE
1u
c
cor (3.61)
Considerando agora um tubo de FRP com pequena espessura sujeita a uma
pressão de confinamento σl (fig. 3.7c), a tensão no compósito e o deslocamento
radial podem ser expressos respectivamente como sendo
f
f tRlσ=σ e
ff
2
r tER
u lσ= (3.62 e 3.63)
Se este mesmo tubo estiver submetido a uma deformação longitudinal εc
conforme figura 3.7d, o deslocamento radial será expresso por (YOUNG, 1989)
ur = νf R εc (3.64)
onde νf é o coeficiente de Poisson do tubo. Considerando o cilindro de concreto
dentro do tubo de FRP (fig. 3.7e), o sistema cilindro+tubo pode ser analisado de
duas maneiras diferentes em função da aplicação do carregamento longitudinal:
a) carregamento aplicado apenas no concreto: neste caso, pela compatibilidade de
deformação, o deslocamento radial no concreto devido à deformação εc e à pressão
lateral σl deve ser a igual ao deslocamento radial no tubo, devido tão somente à
Capítulo 3 – Análise teórica
72
mesma pressão lateral. Utilizando as equações 3.60, 3.61 e 3.63, a pressão de
confinamento pode ser expressa por
c
c
co
ff
co
E1
tER
εν−
+
ν=σl (3.65)
onde o raio R é assumido como sendo o mesmo do cilindro de concreto e o raio
médio do tubo, o que pode ser considerado para grandes relações R / tf .
b) carregamento aplicado simultaneamente no concreto e no tubo: nesta situação
também haverá uma compatibilidade de deslocamentos radiais ( ur,concreto = ur,tubo ) ,
sendo ambos influenciados pela pressão de confinamento e pela deformação
longitudinal. Entretanto, as deformações ocorrerão sob diferentes valores do
coeficiente de Poisson, tanto para o concreto quanto para o tubo, fazendo com que a
pressão de contato entre o tubo e o concreto diminua com o aumento do coeficiente
de Poisson do tubo. Utilizando agora as equações 3.60, 3.61, 3.63 e 3.64 obtém-se a
seguinte relação para a pressão de confinamento:
c
c
co
ff
fco
E1
tER
εν−
+
ν−ν=σl (3.66)
Esta equação indica que se o coeficiente de Poisson do tubo for maior que o
do concreto, a pressão de confinamento será negativa, indicando uma separação entre
os materiais. FAM e RIZKALLA ensaiaram cilindros de concreto confinados por
tubos de fibras de vidro, com coeficiente de Poisson para carregamentos
longitudinais igual a 0,055 portanto muito inferior ao do aço que apresenta ν=0,30.
Ensaios realizados com tubos de aço, demonstraram que a carga última é
ligeiramente menor quando o carregamento é aplicado simultaneamente no tubo de
aço e no concreto, quando comparado à aplicação apenas no concreto. No primeiro
caso ocorrerá o desconfinamento do concreto ( νaço > νconcreto ) resultando na
instabilidade do tubo. Conseqüentemente o concreto será pressionado sofrendo uma
Capítulo 3 – Análise teórica
73
expansão lateral, que será retida parcialmente pelo tubo. Neste caso ocorrerá o estado
triaxial de compressão sobre o concreto, mas somente para carregamentos próximos
à ruptura (FERNANDES, J. F. et al., 2000) .
Contudo, as equações 3.65 e 3.66 são válidas apenas no regime elástico. O
trabalho dos autores foi no sentido de desenvolver uma técnica para avaliar o
comportamento não linear, através de expressões que forneçam os valores de νc e Ec
para uma deformação longitudinal εc genérica.
Foi sugerido que o módulo de elasticidade do concreto referente a um
determinado estágio fosse tomado como o mesmo do estágio anterior, sendo:
)1i(c
)1i(c)i(cE
−
−
ε
σ= (3.67)
Com relação ao coeficiente de Poisson, os autores recorreram aos resultados
dos ensaios experimentais de GARDNER (1969), que testou cilindros de concreto
com fc = 29 MPa submetidos a pressões hidrostáticas até 26 MPa. Os resultados
mostraram a seguinte relação polinomial entre as deformações lateral e longitudinal:
εl = k1 εc2 + k2 εc (3.68)
ou
νc = k1 εc + k2 (3.69)
onde k1 e k2 são constantes. A equação 3.69 resultou na eq. 3.70
1Ccc
c
co
c +
εε
=
νν
(3.70)
ainda em função de uma constante C que foi correlacionada considerando diferentes
taxas σl / fc , resultando na expressão abaixo:
Capítulo 3 – Análise teórica
74
719.0f
914.1Cc
+
σ= l (3.71)
Agora, o coeficiente de Poisson e conseqüentemente a deformação lateral
podem ser calculados para qualquer valor de deformação longitudinal conhecido, por
meio das equações 3.70 e 3.71 . A seqüência abaixo resume todo o procedimento
proposto pelos autores:
1o. passo: é arbitrado um valor para εc
2o. passo: calcula-se Ec(i) (eq. 3.67). Para i=1, Ec(i) = Eco
3o. passo: calcula-se a constante C (eq. 3.71) utilizando a pressão lateral do estágio
anterior σl(i-1)
4o. passo: calcula-se o coeficiente de Poisson νc (eq. 3.70)
5o. passo: determina-se o a valor da pressão de confinamento σl (eq. 3.65 ou 3.66)
6o. passo: calcula-se fcc a partir da equação de MANDER et al. (eq. 3.28)
7o. passo: calcula-se σc a partir das equações de POPOVICS (eq. 3.31 e 3.32 a,b,c)
O processo é interrompido quando a pressão lateral for maior que a máxima
pressão de confinamento, ou seja, σl > fl (passo no. 5) .
Capítulo 3 – Análise teórica
75
3.5 – Considerações sobre o estado triaxial do concreto segundo o CEB
O código modelo CEB-FIP 1990 apresenta um critério de ruptura que pode
ser representado através da seguinte equação:
01fI
fJ
f
J
cm
1
cm
22cm
2 =−β+λ+α (3.72)
onde
λ = c1 cos (1/3 arccos(c2 cos 3θ)) para cos3θ ≥ 0 (3.73a)
λ = c1 cos (π/3 – 1/3 arccos(-c2 cos 3θ)) para cos3θ < 0 (3.73b)
2/32
3
JJ
2333cos =θ (3.73c)
I1 = σ1 + σ2 + σ3 (3.73d)
J2 = 1/6 ( (σ1 - σ2)2 + (σ2 - σ3)2 + (σ3 - σ1)2 ) (3.73e)
J3 = (σ1 - σm) (σ2 - σm) (σ3 - σm) (3.73f)
σm = (σ1 + σ2 + σ3) / 3 (3.73g)
sendo σ1 , σ2 e σ3 as tensões principais atuantes no concreto (σ1 = σ2 = σl e σ3 = σc).
Os coeficientes α, β, c1 e c2 são parâmetros que dependem da relação de resistências
k = fctm / fcm, sendo:
α = 1 / (9 k 1.4) β = 1 / (3.7 k1.1) (3.74a, b)
c1 = 1 / (0.7 k0.9) c2 = 1-6.8 (k-0.07)2 (3.74c, d)
onde fcm = fck + 8 (MPa) e fctm = 1.4 ( fck / 10 )2/3 , em MPa .
Esta superfície de ruptura foi comparada com os modelos de RICHART et al.
(eq. 3.21), NEWMAN e NEWMAN (eq. 3.22) e MANDER et al. (eq. 3.28),
conforme figura 3.8 .
Capítulo 3 – Análise teórica
76
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0 5 10 15 20 25 30 35 40
tensão lateral (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
Richart et al.
Newman &NewmanCEB
Mander et al.
Figura 3.8 – comparação entre as superfícies de ruptura do concreto ( fc = 30 MPa) no estado triaxial de tensões
Enquanto que pela expressão de RICHART et al. a máxima resistência do
concreto confinado aumenta linearmente com o aumento da pressão de
confinamento, o mesmo não ocorre com os outros modelos. A expressão de
MANDER et al., por exemplo, fornece valores de fcc menores a partir de σl / fc em
torno de 0,3 o que já considerado uma relação muito elevada em se tratando de
confinamento com aço. Entretanto, na utilização de materiais compósitos, esta
relação pode ser facilmente obtida, fazendo com que a partir deste ponto os modelos
de confinamento passivo fundamentados na equação de MANDER et al.
(SPOELSTRA e MONTI ; FAM e RIZKALLA) tornem-se conservadores na
determinação de σc em relação àqueles baseados na expressão de RICHART et al.
(FARDIS e KHALILI) .
Capítulo 3 – Análise teórica
77
Relação tensão – deformação para o estado triaxial do concreto
De acordo com o código modelo CEB –FIP (1990), as deformações principais
ε1 = ε2 = εl e ε3 = εc devido ao estado triaxial de tensões podem ser estimadas pelas
seguintes equações constitutivas:
([ 32csa1csa
1 E1
σ+σν−σ=ε )] (3.75a)
([ 13csa2csa
2 E1
σ+σν−σ=ε )] (3.75b)
([ 21csa3csa
3 E1
σ+σν−σ=ε )] (3.75c)
ou
([ lll σ+σν−σ=ε ccsacsaE1 )] (3.76a)
[ lσν−σ=ε csaccsa
c 2E
1 ] (3.76b)
onde Ecsa é o atual módulo de elasticidade secante para diferentes níveis de tensões
e νcsa é o correspondente coeficiente de Poisson, obtidos pelas seguintes equações:
2/1
sa2cf
2
cfco
saco
cfco
saco
csa EE2
E2
EE
2E
2E
E
β−
−β−+
−β−= (3.77)
cocsa ν=ν para βsa ≤ 0.8 (3.78)
( ) (( ) )2sacocsa 451 36.036.0 −β−ν−−=ν para βsa > 0.8 (3.79)
com
βsa = σ3 / σ3f (3.80a)
( )[ ] ζ−+=
1E/E 41EE
secco
seccf para ζ (3.80b) 0>
Capítulo 3 – Análise teórica
78
Ecf = Esec para (3.80c) 0≤ζ
33
fJ
cm
f2 −=ζ (3.80d)
onde σ3f é a máxima resistência do concreto para uma dada tensão lateral σl e J2f
calculado pela eq. 3.73e substituindo-se σ3 por σ3f .
Para compararmos o modelo do CEB com um modelo de confinamento
passivo por FRP, deve-se impor uma condição de compatibilidade entre a
deformação lateral e a pressão lateral. Para tanto, isto pode ser conseguido por meio
da seguinte iteração:
1o. passo: é fixado um valor para σl
2o. passo: toma-se o valor da tensão axial como sendo σc(i) = σc(i-1) + ∆ σc
3o. passo: calcula-se Ecsa e νcsa (eq. 3.77 e 3.78)
4o. passo: calcula-se εl (eq. 3.76a)
5o. passo: condição de compatibilidade: ffE
2ρσ
=ε ll ?
SIM calcula-se εc (eq. 3.76b) e retorna ao passo no. 1
NÃO retorna ao passo no. 2
No passo no. 2 o valor de σc é limitado ao valor de ruptura, determinado pela
eq. 3.72 . Observou-se que dependendo dos valores adotados para as propriedades do
compósito, bem como a espessura da fibra e o diâmetro do pilar, a compatibilidade
entre εl e σl não acontece, ou seja, o valor de σc necessário para que se caracterize
um confinamento passivo ultrapassa a superfície de ruptura. Esta diferença foi
constatada como sendo muito pequena, mas o suficiente para interromper a
construção da curva utilizando as equações para o estado triaxial. Também foi notado
que quando ela é satisfeita, os valores de σc são muito próximos aos de fcc, ao longo
de toda a curva. A comparação do modelo proposto pelo CEB foi feita com o modelo
de SPOELSTRA e MONTI para uma dada configuração geométrica e de
propriedades dos materiais, conforme figuras 3.9 e 3.10
Capítulo 3 – Análise teórica
79
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 5 10 15 20 25 30 35 40
tensão lateral (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
CEB
Spoelstra & Monti
fc = 30 MPa D = 15 cm ff = 3500 MPa Ef = 230 GPa tf = 0.8 mm
Figura 3.9 – evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI em comparação ao modelo proposto pelo CEB, mantendo-se os mesmos valores de deformações laterais.
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0 5 10 15 20 25 30 35 40
tensão lateral (MPa)
defo
rmaç
ão a
xial
(mm
/mm
)
CEB
Spoelstra & Monti
fc = 30 MPa D = 15 cm ff = 3500 MPa Ef = 230 GPa tf = 0.8 mm
Figura 3.10 – Evolução da deformação axial em função da tensão lateral segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI em comparação ao modelo proposto pelo CEB, mantendo-se os mesmos valores de deformações laterais.
Capítulo 3 – Análise teórica
80
Ao contrário da figura 3.8 que refere-se a superfícies de ruptura, as figuras
3.9 e 3.10 traduzem o comportamento de um pilar carregado axialmente e submetido
a tensões de confinamento passivo. Observa-se uma diferença expressiva entre os
modelos na evolução de εc quando comparado com os valores de σc ( para σl / fc
< 0,3 ). Isto vai de encontro aos resultados dos ensaios experimentais de IMRAN e
PANTAZOPOULOU (1996) , que estudaram o comportamento de cilindros de
concreto em uma câmara triaxial considerando diferentes “caminhos” de aplicação
de σc e σl . Os resultados mostraram que a resistência do concreto praticamente
independe do tipo do caminho adotado, o mesmo não acontecendo com as
deformações.
3.6 – Seções retangulares confinadas com FRP
Assim como nas seções circulares, os pilares de seções retangulares também
podem ser reforçados com FRP, conforme esquematizado na figura 3.11 .
yL
cuA
x'w
eA y'w
xLR
θ
Figura 3.11 – típica seção retangular confinada com FRP
Enquanto que podemos considerar uma eficiência de 100% (ke = 1) para as
seções circulares, nas seções retangulares haverá uma perda de eficiência devido à
sua geometria. Diferentemente do confinamento por estribos, a área do núcleo
confinado Ac é simplesmente a área da seção, podendo ser calculada pela expressão
3.80 .
Ac = Lx Ly –R2 ( 4 - π ) (3.80)
Capítulo 3 – Análise teórica
81
Considerando que a delimitação da área efetivamente confinada Ae seja
formada por arcos de parábolas com θ = 45° , tem-se:
(
π−+
+−= 4R
3'w'w
LLA 22y
2x
yxe ) (3.81)
onde a área do concreto não confinado Acu é obtida pela diferença entre estas duas
áreas. As pressões efetivas médias de confinamento nas direções x e y são obtidas
através do equilíbrio dos esforços, sendo dadas por
ey
ffxe k
Lft2
f =l e ex
ffye k
Lft2f =l (3.82a, b)
Convencionado o lado maior como sendo Lx, a resistência do concreto
confinado pode ser obtida pela seguinte expressão (WANG e RESTREPO, 2001):
fcc = fc α1 α2 (3.83a)
c
xe
c
xe1 f
f2
ff94.7
1254.2254.1 ll −++−=α (3.83b)
1f
f8.0
ff
6.0ff
4.1c
xe2
xe
ye
xe
ye2 +
−
−=α l
l
l
l
l (3.83c)
Se flxe = flye tem-se α2 = 1, o que nos leva à equação de MANDER et al.
A taxa de fibra que representa a relação entre os volumes de fibra e concreto
pode ser expressa da seguinte forma:
Capítulo 3 – Análise teórica
82
( )[ ] ( )( )π−−
−++=
π++=ρ
4RLL
4RπRLL 2tA
tR2'ww'22
yx
yxf
c
fyxf (3.84)
Para as seções sem os cantos arredondados (R=0), teremos:
( )
yx
xff LL
LyLt2 +=ρ (3.85)
Conhecendo-se a relação entre os lados a taxa de fibra, obtém-se as relações
tf / Lx e tf / Ly, necessárias para o cálculo das pressões laterais (eq. 3.82a, b). Para as
seções com R ≠ 0, torna-se necessário o conhecimento de um de seus lados.
Como não ocorre o confinamento em toda a seção, torna-se mais interessante
avaliar o aumento da carga última do pilar a considerar a relação entre as resistências
do concreto confinado e não confinado. Sendo assim, temos:
Pu = fc Ac (pilar não confinado) (3.86)
Puc = fc Acu + fcc Ae (pilar confinado) (3.87)
Com base nas formulações apresentadas, foram desenvolvidos gráficos que
traduzem a eficiência do confinamento por FRP em pilares de seção retangular. As
figuras 3.12 a 3.19 referem-se a pilares com fc = 20 e 40 MPa , com seções entre
20 x 20 a 40 x 160 cm , confinadas com compósitos de fibras de carbono (ff = 3500
MPa e Ef = 230 GPa). Foi fixado também R=3 cm, em virtude das armaduras
apresentarem um cobrimento em torno de 2 cm. Observa-se que a eficiência do
confinamento diminui com
o aumento da resistência do concreto não confinado;
o aumento da relação entre os lados da seção transversal;
a redução do raio nas quinas da seção;
Capítulo 3 – Análise teórica
83
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
Lx / Ly
aum
ento
da
carg
a úl
tima
(%)
0,20%
0,40%
0,60%
0,80%
1,00%
yL
xL
RAIO=ZERO
fc = 20 MPa
ff = 3500 MPa
Ef = 230 GPa
concreto de volumefibra de volume
f =ρ
Figura 3.12 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4Lx / Ly
aum
ento
da
carg
a úl
tima
(%)
0,20%0,40%
0,60%0,80%
1,00%
40 Ly =
xL
concreto de volumefibra de volume
f =ρ
fc = 20 MPa
ff = 3500 MPa
Ef = 230 GPa
Figura 3.13 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa
e Ly=40.
Capítulo 3 – Análise teórica
84
0
20
40
60
80
100
120
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4Lx / Ly
aum
ento
da
carg
a úl
tima
(%)
0,20%0,40%0,60%0,80%1,00%
30 Ly =
xL
concreto de volumefibra de volume
f =ρ
fc = 20 MPa
ff = 3500 MPa
Ef = 230 GPa
Figura 3.14 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa
e Ly=30.
0
20
40
60
80
100
120
140
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4Lx / Ly
aum
ento
da
carg
a úl
tima
(%)
0,20%0,40%0,60%0,80%1,00%
20 Ly =
xL
fc = 20 MPa
ff = 3500 MPa
Ef = 230 GPa
concreto de volumefibra de volume
f =ρ
Figura 3.15 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=20 MPa
e Ly=20.
Capítulo 3 – Análise teórica
85
0
5
10
15
20
25
30
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4Lx / Ly
aum
ento
da
carg
a úl
tima
(%)
0,20%
0,40%0,60%
0,80%1,00%
yL
xL
RAIO=ZERO
concreto de volumefibra de volume
f =ρ
fc = 40 MPa
ff = 3500 MPa
Ef = 230 GPa
Figura 3.16 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa
0
10
20
30
40
50
60
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4Lx / Ly
aum
ento
da
carg
a úl
tima
(%)
0,20%
0,40%
0,60%0,80%
1,00%
40 Ly =
xL
fc = 40 MPa
ff = 3500 MPa
Ef = 230 GPa
concreto de volumefibra de volume
f =ρ
Figura 3.17 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa
e Ly=40.
Capítulo 3 – Análise teórica
86
60
50
40
30
20
10
0
70
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4Lx / Ly
aum
ento
da
carg
a úl
tima
(%)
0,20%0,40%
0,60%0,80%
1,00%
30 Ly =
xL
fc = 40 MPa
ff = 3500 MPa
Ef = 230 GPa
concreto de volumefibra de volume
f =ρ
Figura 3.18 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa
e Ly=30
70
60
50
40
30
20
0
10
80
90
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4Lx / Ly
aum
ento
da
carg
a úl
tima
(%)
0,20%0,40%
0,60%0,80%
1,00%
20 Ly =
xL
fc = 40 MPa
ff = 3500 MPa
Ef = 230 GPa
concreto de volumefibra de volume
f =ρ
Figura 3.19 – eficiência do confinamento por CFRP em pilares de seção retangular com fc=40 MPa
e Ly=20.
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
87
Capítulo 4
ESTUDOS EXPERIMENTAIS SOBRE PILARES REFORÇADOS COM FRP 4.1 – Pilares de seção circular
Nos últimos anos, vários pesquisadores estudaram o comportamento de
pilares de seção circular através da execução de ensaios do tipo tensão x deformação
com o objetivo de se avaliar o acréscimo de resistência e ductilidade incorporadas ao
elemento estrutural. De um modo geral a formatação dos experimentos, incluindo a
moldagem dos corpos de prova e posterior aplicação do compósito, seguiram um
procedimento padrão, e os resultados obtidos mostraram-se compatíveis com o
comportamento esperado. A seguir serão apresentados alguns destes estudos
selecionados na revisão da literatura.
AIRE et al. (2001) ensaiaram corpos de prova cilíndricos com dimensões 15 x
30 cm confinados com fibra de vidro e carbono. Duas classes de resistência do
concreto foram consideradas: a classe C-30 (fck = 30MPa) representando um
concreto normal e a classe C-60 (fck = 60 MPa) representando um concreto de alta
resistência. Os corpos de prova (CPs) C-30 foram ensaiados após 222 dias, e os da
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
88
classe C-60 após 195 dias. As propriedades mecânicas das fibras de carbono e vidro
utilizadas bem como suas respectivas espessuras encontram-se na tabela 4.1 . Tabela 4.1 – características das fibras utilizadas nos ensaios de AIRE et al.
Característica das fibras Fibra de carbono Fibra de vidro
Espessura (mm) 0,117 0,149
Módulo de elasticidade (GPa) 240 65
Resistência (MPa) 3900 3000
Deformação última (%) 1,55 4,3
A numeração dos CPs indicando o tipo de fibra e o número de camadas de
confinamento encontra-se especificada na tabela 4.2 .
Tabela 4.2 – caracterização dos CPs utilizados nos ensaios (AIRE et al.)
concreto corpo de prova tipo de fibra no. de camadas
C30-C1 1 C30-C3 3 C30-C6
carbono 6
C30-G1 1 C30-G3 3
C30
C30-G6 vidro
6 C60-C1 1 C60-C3 3 C60-C6 6 C60-C9 9 C60-C12
carbono
12 C60-G1 1 C60-G3 3 C60-G6 6 C60-G9 9
C60
C60-G12
vidro
12
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
89
A figura 4.1 mostra as etapas de preparação dos CPs referentes a este ensaio.
(a) preparação da superfície (b) preparação da resina epoxídica (c) preparação do FRP (d) aplicação de nova camada (e) envolvimento do CP (f) CP pronto para o ensaio Figura 4.1 –procedimento de preparação de corpo de prova confinado por FRP (AIRE et al, 2001)
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
90
Na aplicação das camadas, foi adotada uma sobreposição (overlap) de 15 cm
do tecido de FRP como ancoragem. Os CPs foram ensaiados em uma máquina servo-
controladora com velocidade constante de 0,005 mm/s do atuador hidráulico. O
carregamento foi aplicado somente na superfície do concreto que foi previamente
polida com disco de diamante, evitando o contato com o tecido de FRP. As
deformações axial e lateral foram obtidas por meio da aplicação de 3 strain-gages
posicionados à meia altura dos CPs em cada direção. Também foi prevista a
instalação de LVDTs para medir o deslocamento entre os pratos, necessário quando
não ocorrer a ruptura instantânea do tecido (figura 4.2) .
Figura 4.2 – instrumentação do corpo de prova (AIRE et al., 2001)
Em todos os CPs, o estado limite último de tensão e deformação foi
caracterizado pela ruptura do tecido de FRP, ocorrida de modo explosivo e repentino,
principalmente nos CPs com múltiplas camadas, tendo um efeito menos atenuante no
caso das fibras de vidro em relação às de carbono. O autor também destaca o fato de
uma fina camada de concreto ter permanecido junto ao compósito, indicando a
ocorrência de uma boa aderência entre eles.
As curvas tensão x deformação obtidas dos ensaios estão representadas nas
figuras 4.3 a 4.6 , e os respectivos valores encontram-se na tabela 4.3 .
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
91
0 -
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,02 -0,015 -0,01 -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
C30-G1
C30-G3
C30-G6
não confinado
Figura 4.3 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C30 confinados com compósito de fibras de vidro (AIRE et al.)
0
20
40
60
80
100
120
-0,015 -0,01 -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
C30-C1
C30-C3
C30-C6
não confinado
Figura 4.4 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C30 confinados com compósito de fibras de carbono (AIRE et al.)
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
92
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
-0,015 -0,01 -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
C60-G1
C60-G3
C60-G6
C60-G9
C60-G12
não confinado
Figura 4.5 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C60 confinados com compósito de fibras de vidro (AIRE et al.)
5
10
15
20
25
,015 -0,01 -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
não confinado (ensaio)
0
0
0
0
0
0
-0 Figura 4.6 – curva tensão x deformação referente aos CPs série C60 confinados com compósito de fibras de carbono (AIRE et al.)
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
93
Tabela 4.3 – quadro geral dos resultados dos ensaios de AIRE et al.
(MPa)
(%)
(MPa)
(MPa)
(%)
(%)
C30-C1 42 0,24 6,08 0,14 46 1,1 1,10 4,6 0,95 0,58
C30-C3 42 0,24 18,25 0,43 77 1,8 2,26 9,4 1,05 0,65
C30-C6 42 0,24 36,50 0,87 108 2,6 3,23 13,5 1,06 0,65
C30-G1 42 0,24 5,96 0,14 41 1,0 0,73 3,0 0,55 0,12
C30-G3 42 0,24 17,88 0,43 61 1,5 1,74 7,3 1,3 0,28
C30-G6 42 0,24 35,76 0,85 85 2,0 2,50 10,4 1,1 0,24
C60-C1 69 0,24 6,08 0,09 94 1,4 0,28 1,2 0,09 0,06
C60-C3 69 0,24 18,25 0,26 99 1,4 1,01 4,2 1,03 0,63
C60-C6 69 0,24 36,50 0,53 156 2,3 1,60 6,7 1,08 0,66
C60-C9 69 0,24 54,76 0,79 199 2,9 2,21 9,2 1,19 0,73
C60-C12 69 0,24 73,01 1,06 217 3,1 1,96 8,2 0,84 0,52
C60-G1 69 0,24 5,96 0,09 79 1,1 0,47 2,0 0,62 0,13
C60-G3 69 0,24 17,88 0,26 81 1,2 0,78 3,3 0,74 0,16
C60-G6 69 0,24 35,76 0,52 107 1,6 1,24 5,2 1,1 0,24
C60-G9 69 0,24 53,64 0,78 137 2,0 1,42 5,9 1,05 0,23
C60-G12 69 0,24 71,52 1,04 170 2,5 1,42 5,9 1,11 0,24
no. CPConcreto Resultados do ensaioConfinamento
cf coεlf
cffl ccf
c
cc
ff ccε
co
cc
εε máx,lε
fu
máx,
εεl
NANNI e BRADFORD (1995) conduziram seus ensaios com CPs cilíndricos
de concreto com dimensões 15 x 30 cm, utilizando compósitos de fibras de aramida e
vidro como elementos confinantes. Os primeiros foram utilizados em forma de
espiral, com passo de 2,5 e 5 cm , enquanto que as fibras de vidro em formato de
fita envolveram os CPs continuamente cobrindo toda sua superfície. Também foi
utilizado um FRP misto, resultado da sobreposição de tecidos de fibras de vidro e
aramida. As características destes materiais encontram-se na tabela 4.4 e os
resultados dos ensaios na tabela 4.5 .
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
94
Tabela 4.4 – características das fibras utilizadas nos ensaios de NANNI e BRADFORD
Característica das fibras Fibra de aramida Fibra de vidro FRP vidro + aramida
Módulo de elasticidade (GPa) 127,5 72,59 20,69
Resistência (MPa) 2640 3240 413,7
Deformação última (%) 2,4 4,5 2,0 a 3,0
Tabela 4.5 – quadro geral dos resultados dos ensaios de NANNI e BRADFORD
FRP Área de fibra por unidade de largura (mm2/cm)
fc (MPa)
εcc médio (%)
fcc médio (MPa)
aramida 3,7 35,6 0,60 39,6 aramida 7,7 35,6 2,96 41,5 aramida 10,3 35,6 1,45 46,3
vidro 6 36,3 2,95 60,1 vidro 12 36,3 3,80 83,0 vidro 24 36,3 5,07 106,6
vidro+aramida 24 45,5 1,49 65,3
O aspecto da curva tensão x deformação foi o esperado, porém os diferentes
arranjos dos compósitos resultaram em modos de ruptura diferenciados. Para os CPs
confinados com espirais de fibras de aramida, o passo da espiral foi um fator decisivo
na determinação do modo de ruptura, uma vez que a eficiência do confinamento
diminui com o aumento do passo da espiral, mesmo mantendo-se constante a taxa de
fibra. Para os CPs confinados com espirais com passo igual a 2,5 , a ruptura deu-se
no compósito. Entretanto, a aumento do passo para 5 cm resultou em ruptura do
concreto por cisalhamento no cone (fig. 4.7a). O modo de ruptura dos CPs
confinados com fitas de fibra de vidro ocorreu devido à ruptura por tração do
compósito de GFRP (fig. 4.7b), enquanto que na utilização do FRP formado por
compósitos diferentes ele foi caracterizado pela ruptura por tração do compósito na
região de transpasse dos tecidos (fig. 4.7c).
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
95
( a ) fibra de aramida ( b ) fibra de vidro
( c ) fibra de vidro + aramida
Figura 4.7 – modos de ruptura dos CPs ensaiados por NANNI e BRADFORD
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
96
4.2 – Pilares de seção retangular
WANG e RESTREPO (2001) ensaiaram pilares de concreto armado de seção
retangular e quadrada confinados com 2 ou 6 camadas de fibra de vidro, com ff = 375
MPa, Ef = 20,5 GPa e espessura 1,27 mm (uma camada). Os pilares de seção
quadrada 300 x 300 mm constituíram a série CS, e os de seção retangular 300 x 450
mm constituíram a série CR (figura 4.8).
chapa de açochapa de aço
chapa de aço
solda
180
180
180
180
180
4090
032
solda
chapa de aço
180
180
180
180
180
4090
032
SEÇÃO LONGITUDINAL
SEÇÃO TRANSVERSAL
195195
100
240
30
300
300
30100
240
240
30
300
300
30
Figura 4.8 – configuração dos pilares ensaiados por WANG e RESTREPO (2001)
Todos os pilares ensaiados possuíam armadura longitudinal (fy = 439 MPa e
Es = 200 GPa) igual a 4 φ 20mm para a série CS e 6 φ 20mm para a série CR, e
armadura transversal (fy = 365 MPa e Es = 203 GPa) igual a φ 10mm c/ 180mm ,
Capítulo 4 – Estudos experimentais sobre pilares reforçados com FRP
97
incluindo os CPs não confinados, que apresentaram σc = 18,9 MPa para εc = 0,2 % .
As seções também tiveram seus cantos arredondados com raio igual a 30 mm . Os
resultados dos ensaios são mostrados nas figuras 4.9 e 4.10 .
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045 0,05
deformação axial (mm/mm)
carg
a a
xial
(K
N)
série CS0 (não confinado)
série CS2 (2 camadas de GFRP)
série CS6 (6 camadas de GFRP)
Lx = 30 cm; Ly = 30 cm; raio = 3 cm As longitudinal = 4 φ 20 (fy=439 Mpa) As transversal = φ 10 c/ 18 (fy=365 MPa) fc = 18,9 MPa ff = 375 MPa Ef = 20,5 GPa tf = 7,62 mm
Figura 4.9 – desempenho dos pilares de seção quadrada confinados com GFRP (WANG e RESTREPO, 2001)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03
deformação axial (mm/mm)
carg
a a
xial
(KN
)
CR0 (não confinado)
CR2 (2 camadas de GFRP)
CR6 (6 camadas de GFRP)
Lx = 45 cm; Ly = 30 cm; raio = 3 cm As longitudinal = 6 φ 20 (fy=439 Mpa) As transversal = φ 10 c/ 18 (fy=365 MPa) fc = 18,9 MPa ff = 375 MPa Ef = 20,5 GPa tf = 7,62 mm
Figura 4.10 – desempenho dos pilares de seção retangular confinados com GFRP (WANG e RESTREPO, 2001)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
98
Capítulo 5
ANÁLISE DOS RESULTADOS
5.1 -Comparação dos resultados experimentais com os modelos de confinamento
Neste capítulo, os resultados obtidos dos ensaios e que foram mostrados no
capítulo 4 serão comentados e comparados aos modelos de confinamento, dando
ênfase às principais características observadas através da análise dos
comportamentos teórico e experimental.
5.1.1 – Pilares de seção circular
Foram escolhidos 3 modelos de confinamento para serem comparados aos
resultados dos ensaios de AIRE et al. , sendo eles: SAMAAN et al, SPOELSTRA &
MONTI e FAM & RIZKALLA. Temos portanto um modelo empírico e os dois
últimos considerados modelos analíticos. As comparações serão feitas graficamente,
sendo em seguida apresentadas as análises e comentários.
5.1.1.1 – Comportamento tensão x deformação
Capítulo 5 – Análise dos resultados
99
0
20
40
60
80
100
120
140
1600,
00%
1,01
%
2,03
%
3,04
%
4,05
%
5,07
%
6,08
%
7,09
%
8,11
%
9,12
%
0,00
%
1,01
%
2,03
%
3,04
%
4,05
%
5,07
%
6,08
%
7,09
%
8,11
%
9,12
%
0,00
%
1,01
%
2,03
%
3,04
%
4,05
%
5,07
%
6,08
%
7,09
%
8,11
%
9,12
%
0,00
%
1,01
%
2,03
%
3,04
%
4,05
%
5,07
%
6,08
%
7,09
%
8,11
%
9,12
%
deformação axial (%)
1 camada 3 camadas 6 camadas não confinado (CEB)
Samaan et al. (1998)
Spoelstra & Monti (1999)
Fam & Rizkalla (2001)
Saadatmanesh et al. (1994)
te
nsão
(MP
a)
Figura 5.1 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al, 2001)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
100
0
20
40
60
80
100
120
140
-0,06 -0,04 -0,02 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
deformação radial (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Samaan et al.)
3 camadas (Samaan et al.)
6 camadas (Samaan et al.)
C30-G1
C30-G3
C30-G6
não confinado (ensaio)
não confinado (CEB)
Figura 5.2 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al., 2001 (C30-G1 a G6)
0
20
40
60
80
100
120
140
-0,06 -0,04 -0,02 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
deformação radial (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Spoelstra & Monti)3 camadas (Spoelstra & Monti)
6 camadas (Spoelstra & Monti)C30-G1
C30-G3
C30-G6
não confinado (ensaio)
não confinado (CEB)
Figura 5.3 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
101
0
20
40
60
80
100
120
140
160
-0,06 -0,04 -0,02 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
deformação radial (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Fam & Rizkalla)3 camadas (Fam & Rizkalla)6 camadas (Fam & Rizkalla)C30-G1
C30-G3
C30-G6
não confinado (ensaio)não confinado (CEB)
Figura 5.4 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
102
0
20
40
60
80
100
120
140
1600,
00%
0,41
%
0,81
%
1,22
%
1,62
%
2,03
%
2,43
%
2,84
%
3,24
%
3,65
%
0,00
%
0,41
%
0,81
%
1,22
%
1,62
%
2,03
%
2,43
%
2,84
%
3,24
%
3,65
%
0,00
%
0,41
%
0,81
%
1,22
%
1,62
%
2,03
%
2,43
%
2,84
%
3,24
%
3,65
%
0,00
%
0,41
%
0,81
%
1,22
%
1,62
%
2,03
%
2,43
%
2,84
%
3,24
%
3,65
%
deformação axial (%)
tens
ão (M
Pa)
1 camada 3 camadas 6 camadas não confinado (CEB)
Samaan et al. (1998)
Spoelstra & Monti (1999)
Fam & Rizkalla (2001)
Saadatmanesh et al. (1994)
Figura 5.5 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al., 2001)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
103
-0
20
40
60
80
100
120
140
160
0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
deformação radial (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Samaan et al.)3 camadas (Samaan et al.)6 camadas (Samaan et al.)C30-C1
C30-C3
C30-C6
não confinado (ensaio) não confinado (CEB)
Figura 5.6 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
-0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
deformação radial (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Spoelstra & Monti)
3 camadas (Spoelstra & Monti)
6 camadas (Spoelstra & Monti)
C30-C1
C30-C3
C30-C6
não confinado (ensaio)
não confinado (CEB)
Figura 5.7 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
104
0
20
40
60
80
100
120
140
160
-0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
deformação radial (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Fam & Rizkalla)3 camadas (Fam & Rizkalla)6 camadas (Fam & Rizkalla)C30-C1
C30-C3
C30-C6
não confinado (ensaio)não confinado (CEB)
Figura 5.8 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
105
0
100
150
200
250
300
0,00
%
0,61
%
1,22
%
1,82
%
2,43
%
3,04
%
3,65
%
4,26
%
4,86
%
5,47
%
0,00
%
0,61
%
1,22
%
1,82
%
2,43
%
3,04
%
3,65
%
4,26
%
4,86
%
5,47
%
0,00
%
0,61
%
1,22
%
1,82
%
2,43
%
3,04
%
3,65
%
4,26
%
4,86
%
5,47
%
0,00
%
0,61
%
1,22
%
1,82
%
2,43
%
3,04
%
3,65
%
4,26
%
4,86
%
5,47
%
deformação axial (%)
tens
ão (M
Pa)
1 camada 3 camadas 6 camadas 9 camadas 12 camadas não confinado (CEB)
Samaan et al. (1998)
Spoelstra & Monti (1999)
Fam & Rizkalla (2001)
Saadatmanesh et al. (1994)
50
Figura 5.9 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al., 2001)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
106
0
25
50
75
100
125
150
175
200
225
250
-0,06 -0,05 -0,04 -0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
( a )
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
-0,015 -0,01 -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Samaan et al.)3 camadas (Samaan et al.)6 camadas (Samaan et al.)9 camadas (Samaan et al.)12 camadas (Samaan et al.)C60-G1
C60-G3
C60-G6
C60-G9
C60-G12
não confinado (ensaio) não confinado (CEB)
(b) Figura 5.10 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
107
0
25
50
75
100
125
150
175
200
225
250
-0,06 -0,05 -0,04 -0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
( a )
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
-0,015 -0,01 -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Spoelstra & Monti)3 camadas (Spoelstra & Monti)6 camadas (Spoelstra & Monti)9 camadas (Spoelstra & Monti)12 camadas (Spoelstra & Monti)C60-G1
C60-G3
C60-G6
C60-G9
C60-G12
não confinado (ensaio)não confinado (CEB)
( b ) Figura 5.11 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
108
0 -
25
50
75
100
125
150
175
200
225
250
0,06 -0,05 -0,04 -0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
( a ) 0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
-0,015 -0,01 -0,005 0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Fam & Rizkalla)3 camadas (Fam & Rizkalla)6 camadas (Fam & Rizkalla)9 camadas (Fam & Rizkalla)12 camadas (Fam & Rizkalla)C60-G1
C60-G3
C60-G6
C60-G9
C60-G12
não confinado (ensaio)não confinado (CEB)
( b ) Figura 5.12 a, b – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)
Capítulo 5 – Análise dos resultados 109
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2,43
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2,74
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1,82
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2,43
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2,43
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2,74
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deformação axial (%)
tens
ão (M
Pa)
1 camada 3 camadas 6 camadas 9 camadas 12 camadas não confinado (CEB)
Samaan et al. (1998)
Spoelstra & Monti (1999)
Fam & Rizkalla (2001)
Saadatmanesh et al. (1994)
Figura 5.13 – Comportamento tensão x deformação axial segundo modelos analíticos, referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al., 2001)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
110
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-0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Samaan et al.)3 camadas (Samaan et al.)6 camadas (Samaan et al.)9 camadas (Samaan et al.)12 camadas (Samaan et al.)C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
não confinado (ensaio) não confinado (CEB)
Figura 5.14 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SAMAAN et al., em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12)
0
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-0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Spoelstra & Monti)3 camadas (Spoelstra & Monti)6 camadas (Spoelstra & Monti)9 camadas (Spoelstra & Monti)12 camadas (Spoelstra & Monti)C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
não confinado (ensaio)não confinado (CEB)
Figura 5.15 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
111
0
50
100
150
200
250
300
-0,03 -0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04
deformação lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
1 camada (Fam & Rizkalla)3 camadas (Fam & Rizkalla)6 camadas (Fam & Rizkalla)9 camadas (Fam & Rizkalla)12 camadas (Fam & Rizkalla)C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
não confinado (ensaio)não confinado (CEB)
Figura 5.16 – comportamento tensão x deformação segundo modelo de FAM & RIZKALLA, em comparação com os resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12) Comentários sobre os resultados experimentais:
Os resultados mostraram que:
A ruptura no elemento confinante deu-se de forma prematura, em média de 56%
(εl,max / εfu = 0,56) para as fibras de carbono contra 21% registrado para as fibras
de vidro, não havendo uma diferença expressiva entre os valores de εl,max
independente do número de camadas;
O ponto de mudança de inclinação da curva tensão x deformação em geral é o
mesmo para a série C-30 independente do número de camadas, o mesmo não
acontecendo para os CPs da série C-60 (concreto de alto desempenho);
O ganho de resistência percentual foi maior para a série C-30 em relação à serie
C-60, para a mesma quantidade de camadas;
As curvas mostraram um esperado aspecto bi-linear, com a ocorrência de trechos
descendentes para os CPs confinados com fibras de vidro;
Capítulo 5 – Análise dos resultados
112
O ganho de ductilidade, expresso pela relação εcc / εco foi mais expressivo para a
série C-30 em relação aos CPs da série C-60;
Todas as curvas acompanharam o trecho ascendente do comportamento tensão x
deformação do concreto não confinado, evidenciando que praticamente não há
uma pressão de confinamento durante a fase elástica do concreto, seja para
qualquer espessura de compósito considerada, em virtude de o concreto
apresentar deformações laterais muito reduzidas;
Comentários sobre os modelos de confinamento:
SAMAAN et al: o modelo obteve um bom desempenho na série C-30 (fig. 5.2 e 5.6),
porém subestimou os valores de tensão na série C-60 (fig. 5.10 e 5.14), independente
do tipo do FRP. Observa-se que o critério de interrupção do modelo não está
vinculado à deformação última do compósito. Segundo o modelo, os valores de εcc
aumentam com o aumento de ρf , ao contrário dos valores últimos de deformação
lateral;
SPOELSTRA e MONTI: graficamente, este modelo analítico não é exatamente do
tipo bi-linear, apresentando um formato curvo, diferentemente do observado nos
resultados experimentais. Diferentemente do modelo anterior, a interrupção da curva
acontece exatamente na deformação última do elemento confinante. Mostrou-se ser
um modelo equilibrado, tanto na série C-30 quanto na série C-60, obtendo melhores
resultados para εc < 0,01.
FAM e RIZKALLA: típico modelo bi-linear . Juntamente com o modelo de
Spoelstra, foi capaz de prever trechos descendentes do comportamento analisado,
comprovados pelos resultados experimentais, como nas séries C30-G1 (fig. 5.4) e
C60-G1 (fig. 5.12), de uma forma mais intensa que o modelo anterior. Notou-se um
excelente ajuste na série C30-G1 a G6 (fig. 5.4), sendo a pior performance
relacionada à série C60-G1 a G12 (fig. 5.12), onde igualmente ao modelo de Samaan
et al gerou valores de tensões muito inferiores às registradas nos ensaios.
Capítulo 5 – Análise dos resultados
113
SAADATMANESH et at.: mesmo ser ter sido comparado diretamente aos resultados
experimentais, ele mostrou claramente superestimar valores de tensão para εc < 0,01
quando comparado aos demais modelos. Este fato foi mais intenso na série C30-C1 a
C6 (fig. 5.5). Embora o modelo considere uma pressão de confinamento constante ao
longo do percurso, é capaz de fornecer valores de fcc muito próximos aos dos
modelos de Spoelstra e Rizkalla.
5.1.1.2 – Comportamento tensão axial x tensão lateral
Através destes gráficos será possível analisar o comportamento dos pilares
confinados com base nas tensões laterais, que será comparado ao critério de ruptura
do concreto no estrado triaxial, comentado no capítulo 3, item 3.5 .
Ao contrário dos gráficos anteriores, os resultados experimentais não foram
plotados juntamente com os fornecidos pelos modelos de confinamento, evitando
assim uma maior dificuldade de análise, tendo em vista o comportamento muito
semelhante dos resultados teóricos e experimentais.
Capítulo 5 – Análise dos resultados
114
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10
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tensão radial (MPa)
tens
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(MP
a)
�������������ruptura (CEB)
C30-G1
C30-G3
C30-G6
12
Figura 5.17 – Evolução das tensões radial e axial nos corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.) comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
80
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40
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tensão radial (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
������������ruptura (CEB)
1 camada (Samaan et al.)
3 camadas (Samaan et al.)
6 camadas (Samaan et al.)
0
Figura 5.18 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
115
Figura 5.19 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C30-G1 a G6, comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
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tensão radial (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
�����������ruptura (CEB)
1 camada (Spoelstra & Monti)
3 camadas (Spoelstra & Monti)
6 camadas (Spoelstra & Monti)
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0 5 10 15 20 25 30 35 40
tensão radial (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
������������ruptura (CEB)
1 camada (Fam & Rizkalla)
3 camadas (Fam & Rizkalla)
6 camadas (Fam & Rizkalla)
Figura 5.20 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente ao corpos de prova C30-G1 a G6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
116
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0
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5 10 15 20 25 30
tensão lateral (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
��������������������������ruptura (CEB)
C30-C1
C30-C3
C30-C6
Figura 5.21 – Evolução das tensões radial e axial nos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
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tensão lateral (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
������������ruptura (CEB)
1 camada (Samaan et al.)
3 camadas (Samaan et al.)
6 camadas (Samaan et al.)
0
Figura 5.22 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
117
200
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160
120
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tensão lateral (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
������������ruptura (CEB)
1 camada (Spoelstra & Monti)
3 camadas (Spoelstra & Monti)
6 camadas (Spoelstra & Monti)
Figura 5.23 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
80
60
40
20
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0 5 10 15 20 25 30 35 40
tensão lateral (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
������������ruptura (CEB)
1 camada (Fam & Rizkalla)
3 camadas (Fam & Rizkalla)
6 camadas (Fam & Rizkalla)
Figura 5.24 – Evolução das tensões radial e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente aos corpos de prova C30-C1 a C6 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
118
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0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
tensão lateral (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a) ������������ruptura (CEB)
C60-G1
C60-G3
C60-G6
C60-G9
C60-G12
Figura 5.25 – Evolução das tensões lateral e axial nos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
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tensão lateral (MPa)
tens
ão a
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(MP
a)
�����������ruptura (CEB)
1 camada (Samaan et al.)
3 camadas (Samaan et al.)
6 camadas (Samaan et al.)
9 camadas (Samaan et al.)
12 camadas (Samaanet al.)
Figura 5.26 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
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0
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tensão lateral (MPa)
tens
ão a
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(MP
a)
������������ruptura (CEB)
1 camada (Spoelstra & Monti)
3 camadas (Spoelstra & Monti)
6 camadas (Spoelstra & Monti)
9 camadas (Spoelstra & Monti)
12 camadas (Spoesltra & Monti)
80
Figura 5.27 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
0
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tensão lateral (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
������������ruptura (CEB)
1 camada (Fam & Rizkalla)
3 camadas (Fam & Rizkalla)
6 camadas (Fam & Rizkalla)
9 camadas (Fam & Rizkalla)
12 camadas (Fam & Rizkalla)
0
Figura 5.28 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente aos corpos de prova C60-G1 a G12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
120
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tensão lateral (MPa)
tens
ão a
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(MP
a) ������������ruptura (CEB)
C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
Figura 5.29 – Evolução das tensões lateral e axial nos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
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tensão lateral (MPa)
tens
ão a
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(MP
a)
�����������ruptura (CEB)
1 camada (Samaan et al.)
3 camadas (Samaan et al.)
6 camadas (Samaan et al.)
9 camadas (Samaan et al.)
12 camadas (Samaanet al.)
Figura 5.30 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SAMAAN et al. referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
121
0
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tensão lateral (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
������������ruptura (CEB)
1 camada (Spoelstra & Monti)
3 camadas (Spoelstra & Monti)
6 camadas (Spoelstra & Monti)
9 camadas (Spoelstra & Monti)
12 camadas (Spoesltra & Monti)
70
Figura 5.31 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
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������������������������������������
�����������������������������������
����������������������������������������
�������������������������������������
��������������������
�������������������������������������������������������
��������������������������
������������������
����������������������
��������
����������������������
����������
���������������������������������
����������������������������������������
0
50
100
150
200
250
300
0 10 20 30 40 50 60 7
tensão lateral (MPa)
tens
ão a
xial
(MP
a)
����������� ruptura (CEB)
1 camada (Fam & Rizkalla)
3 camadas (Fam & Rizkalla)
6 camadas (Fam & Rizkalla)
9 camadas (Fam & Rizkalla)
12 camadas (Fam & Rizkalla)
0
Figura 5.32 – Evolução das tensões lateral e axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA referente aos corpos de prova C60-C1 a C12 (Aire et al.), comparados com a superfície de ruptura do concreto no estado triaxial de tensões (CEB)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
122
Comentários sobre os resultados experimentais:
Com relação à série C-30, os resultados mostraram um comportamento
esperado, ficando o concreto confinado com fibra de vidro mais próximo do limite da
ruptura em comparação ao confinamento com fibra de carbono (fig. 5.17 e 5.21).
Observa-se que os níveis de tensões laterais só começam a aumentar
consideravelmente quando σc ≅ fc . A partir deste ponto, uma nítida relação linear
entre σc e σl é notada.
Com relação à série C-60, ou seja, com concreto de alta resistência ( fc = 69
MPa) , notou-se um excedente de tensão axial em torno de 20% quando comparado
ao modelo teórico do CEB, para a mesma pressão de confinamento (fig. 5.25 e 5.29).
Esta fato também está relacionado à observação feita na análise do comportamento
tensão x deformação destacando o fato de o ponto de inclinação da rampa não
acontecer em torno de fc para as várias espessuras consideradas. Segundo AIRE et
al, o modo de ruptura foi caracterizado pela ruptura por tração do compósito, e não
no concreto.
Comentários sobre os modelos de confinamento:
SAMAAN et al.: dentre os modelos, foi o que apresentou um comportamento mais
linear referente à relação σc / σl , principalmente com o confinamento por firbras de
vidro (fig. 5.18 e 5.26). A precisão junto aos resultados dos ensaios é uma
conseqüência do comportamento σc x εc .
SPOELSTRA & MONTI e FAM & RIZKALLA: pelo fato de os modelos terem se
baseado na equação de MANDER et al, o aspecto das curvas é muito semelhante ao
comportamento descrito no capítulo 3 (item 3.5) e verificado na figura 3.8.
Capítulo 5 – Análise dos resultados
123
5.1.1.3 - Evolução do coeficiente de Poisson
son
Poi
ente
oefic
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
2,4
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
deformação axial (mm/mm)
ci
de
s
1 camada (Samaan et al.)3 camadas (Samaan et al.)6 camadas (Samaan et al.)C30-G1
C30-G3
C30-G6
Figura 5.33 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)
isso
e de
P
cien
t
Coe
f
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
2,4
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
Deformação axial (mm/mm)
io
n
1 camada (Spoelstra & Monti)
3 camadas (Spoelstra & Monti)
6 camadas (Spoelstra & Monti)
C30-G1
C30-G3
C30-G6
Figura 5.34 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
124
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2,2
2,4
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
Deformação axial (mm/mm)
Coe
ficie
nte
de P
oiss
on
1 camada (Fam & Rizkalla)
3 camadas (Fam & Rizkalla)
6 camadas (Fam & Rizkalla)
C30-G1
C30-G3
C30-G6
Figura 5.35 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
deformação axial (mm/mm)
coef
icie
nte
de P
oiss
on
1 camada (Samaan et al.)3 camadas (Samaan et al.)6 camadas (Samaan et al.)C30-C1
C30-C3
C30-C6
Figura 5.36 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
125
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
Deformação axial (mm/mm)
Coe
ficie
nte
de P
oiss
on1 camada (Spoelstra & Monti)
3 camadas (Spoelstra & Monti)
6 camadas (Spoelstra & Monti)
C30-C1
C30-C3
C30-C6
Figura 5.37 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
Deformação axial (mm/mm)
Coe
ficie
nte
de P
oiss
on
1 camada (Fam & Rizkalla)
3 camadas (Fam & Rizkalla)
6 camadas (Fam & Rizkalla)
C30-C1
C30-C3
C30-C6
Figura 5.38 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
126
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
deformação axial (mm/mm)
coef
icie
nte
de P
oiss
on
1 camada (Samaan et al.)3 camadas (Samaan et al.)6 camadas (Samaan et al.)9 camadas (Samaan et al.)12 camadas (Samaan et al.)C60-G1C60-G3C60-G6C60-G9C60-G12
Figura 5.39 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
deformação axial (mm/mm)
coef
icie
nte
de P
oiss
on
1 camada (Spoelstra & Monti)3 camadas (Spoelstra & Monti)6 camadas (Spoelstra & Monti)9 camadas (Spoelstra & Monti)12 camadas (Spoelstra & Monti)C60-G1C60-G3C60-G6C60-G9C60-G12
Figura 5.40 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
127
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
deformação axial (mm/mm)
coef
icie
nte
de P
oiss
on1 camada (Fam & Rizkalla)3 camadas (Fam & Rizkalla)6 camadas (Fam & Rizkalla)9 camadas (Fam & Rizkalla)12 camadas (Fam & Rizkalla)C60-G1C60-G3C60-G6C60-G9C60-G12
Figura 5.41 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
deformação axial (mm/mm)
coef
icie
nte
de P
oiss
on
1 camada (Samaan et al.)3 camadas (Samaan et al.)6 camadas (Samaan et al.)9 camadas (Samaan et al.)12 camadas (Samaan et al.)C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
Figura 5.42 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12
Capítulo 5 – Análise dos resultados
128
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
deformação axial (mm/mm)
coef
icie
nte
de P
oiss
on
1 camada (Spoelstra & Monti)3 camadas (Spoelstra & Monti)6 camadas (Spoelstra & Monti)9 camadas (Spoelstra & Monti)12 camadas (Spoelstra & Monti)C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
Figura 5.43 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
deformação axial (mm/mm)
coef
icie
nte
de P
oiss
on
1 camada (Fam & Rizkalla)3 camadas (Fam & Rizkalla)6 camadas (Fam & Rizkalla)9 camadas (Fam & Rizkalla)12 camadas (Fam & Rizkalla)C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
Figura 5.44 – avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
129
Comentários sobre os resultados experimentais:
Os resultados mostraram-se compatíveis com o comportamento descrito na
análise teórica (fig. 3.1) . Quanto menor a taxa de fibra ρf maior será o valor
alcançado pelo coeficiente de Poisson. Uma única exceção foi registrada nos corpos
de prova C60-G9 e G12 (fig. 5.39), onde o CP confinado com 12 camadas de GFRP
apresentou resultados um pouco superiores em relação ao CP confinado com 9
camadas. Valores maiores são obtidos para as fibras de vidro em virtude de
apresentarem módulo de elasticidade com relação às fibras de carbono.
Comentários sobre os modelos de confinamento:
SAMAAN et al. : foi o modelo que mais traduziu o comportamento teórico,
destacando-se os pontos de máximo alcançados para os vários níveis de
confinamento. Entretanto, mostrou-se impreciso quando se trata de pequenas
espessuras do elemento confinante. De acordo com o modelo, uma redução do
coeficiente de Poisson ocorre nos estágios iniciais de carregamento, devido à
restrição da deformação lateral que é proporcional à rigidez do confinamento.
SPOELSTRA e MONTI: obteve um melhor desempenho com a série C30,
principalmente para os CPs confinados com fibras de carbono, sendo o caso de
melhor ajuste dentre todos os gráficos apresentados (fig. 5.37). Por ser o único
modelo iterativo na determinação da deformação lateral, ele fornece valores muito
menores que νco no trecho inicial, para posterior correção. Mesmo impondo um
valor inicial de εl = εc νco , a compatibilidade de deformações resultará em um valor
inferior para εl .
FAM e RIZKALLA: o aspecto linear observado da variação do coeficiente de
Poisson é conseqüência direta da expressão utilizada pelos autores (eq. 3.69 e 3.70)
para a atualização da pressão de confinamento ao longo do percurso. Obteve
melhores resultados nos CPs de concreto de alta resistência confinados por fibras de
carbono (fig. 5.44). Quanto maior a restrição às deformações laterais, melhores serão
os resultados deste modelo.
Capítulo 5 – Análise dos resultados
130
5.1.1.4 – Variação da deformação volumétrica
-0,01
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Samaan et al.)
3 camadas (Samaan et al.)
6 camadas (Samaan et al.)
C30-G1
C30-G3
C30-G6
Figura 5.45 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)
-0,01
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Spoelstra & Monti)
3 camadas (Spoelstra & Monti)
6 camadas (Spoelstra & Monti)
C30-G1
C30-G3
C30-G6
Figura 5.46 –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
131
-0,01
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,1
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Fam & Rizkalla)3 camadas (Fam & Rizkalla)6 camadas (Fam & Rizkalla)C30-G1
C30-G3
C30-G6
Figura 5.47 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-G1 a G6)
-0,015
-0,01
-0,005
0
0,005
0,01
0,015
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Samaan et al.)
3 camadas (Samaan et al.)
6 camadas (Samaan et al.)
C30-C1
C30-C3
C30-C6
Figura 5.48 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
132
0
-0,015
-0,01
-0,005
0,005
0,01
0,015
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Spoelstra & Monti)
3 camadas (Spoelstra & Monti)
6 camadas (Spoelstra & Monti)
C30-C1
C30-C3
C30-C6
Figura 5.49 –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)
-0,015
-0,01
-0,005
0
0,005
0,01
0,015
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Fam & Rizkalla)3 camadas (Fam & Rizkalla)6 camadas (Fam & Rizkalla)C30-C1
C30-C3
C30-C6
Figura 5.50 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C30-C1 a C6)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
133
0
-0,02
-0,01
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
( a )
-0,003
0
0,003
0,006
0,009
0,012
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 0,018
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Samaan et al.)3 camadas (Samaan et al.)6 camadas (Samaan et al.)9 camadas (Samaan et al.)12 camadas (Samaan et al.)C60-G1
C60-G3
C60-G6
C60-G9
C60-G12
( b )
Figura 5.51 a, b – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
134
0
-0,02
-0,01
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
( a )
-0,003
0
0,003
0,006
0,009
0,012
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 0,018
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Spoelstra &Monti)3 camadas (Spoelstra &Monti)6 camadas (Spoelstra &Monti)9 camadas (Spoelstra &Monti)12 camadas (Spoelstra &Monti)C60-G1
C60-G3
C60-G6
C60-G9
C60-G12
( b ) Figura 5.52 a, b –avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
135
0
-0,02
-0,01
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
( a )
0
-0,003
0,003
0,006
0,009
0,012
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012 0,014 0,016 0,018
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Fam & Rizkalla)3 camadas (Fam & Rizkalla)6 camadas (Fam & Rizkalla)9 camadas (Fam & Rizkalla)12 camadas (Fam & Rizkalla)C60-G1
C60-G3
C60-G6
C60-G9
C60-G12
( b ) Figura 5.53 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-G1 a G12)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
136
0
-0,02
-0,015
-0,01
-0,005
0,005
0,01
0,015
0,02
0,025
0,03
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Samaan et al.)3 camadas (Samaan et al.)6 camadas (Samaan et al.)9 camadas (Samaan et al.)12 camadas (Samaan et al.)C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
Figura 5.54 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SAMAAN et al., comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12)
-0,005
0
0,005
0,01
0,015
0,02
0,025
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Spoelstra &Monti)3 camadas (Spoelstra &Monti)6 camadas (Spoelstra &Monti)9 camadas (Spoelstra &Monti)12 camadas (Spoelstra &Monti)C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
Figura 5.55 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de SPOELSTRA & MONTI, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
137
0,
0,
0,
0,
-
- 0,006
0,004
-0,002
0
002
004
006
0,008
0,01
012
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035
deformação axial (mm/mm)
def.
volu
mét
rica
(mm
3/m
m3)
1 camada (Fam & Rizkalla)3 camadas (Fam & Rizkalla)6 camadas (Fam & Rizkalla)9 camadas (Fam & Rizkalla)12 camadas (Fam & Rizkalla)C60-C1
C60-C3
C60-C6
C60-C9
C60-C12
Figura 5.56 – avaliação da deformação volumétrica em função da deformação axial segundo modelo de FAM & RIZKALLA, comparado aos resultados experimentais de Aire et al. (C60-C1 a C12)
Comentários sobre os resultados experimentais:
O aspecto das curvas é o esperado. Inicialmente o concreto perde volume para
uma posterior recuperação, apresentando um aumento em sua massa aparente.
Entretanto, os resultados referentes a C30-G6 (fig. 5.45) e C30-C6 (fig. 5.48)
indicaram uma redução contínua de volume. As 6 camadas de FRP impediram a
expansão volumétrica do concreto de resistência normal.
Comentários sobre os modelos de confinamento:
SAMAAN et al. e SPOELSTRA & MONTI: ambos os modelos mostraram muita
semelhança para estimar a variação da deformação volumétrica, sendo que o segundo
prevê uma expansão mais rápida para todos os níveis de confinamento. Destaque
para os ensaios da série C60-G1 a G12 (fig. 5.51) e C30-C1 a C6 (fig. 5.49).
Capítulo 5 – Análise dos resultados
138
FAM e RIZKALLA: seguindo as análises feitas com relação ao coeficiente de
Poisson, o modelo prevê uma grande contração da massa de concreto até εc ≅ 0,02. É
mais indicado para confinamentos com CFRP , pelo fato de as fibras de carbono
restringirem a expansão da massa do concreto de uma forma mais eficiente (fig. 5.50
e 5.56).
5.1.2 – Pilares de seção retangular
Embora a divulgação de resultados de ensaios de pilares de seção retangular
na literatura seja muito limitada comparada aos de seção circular, algumas
observações serão feitas referente aos experimentos mostrados no capítulo 4.
5.1.2.1 – Comportamento tensão x deformação
Os resultados de WANG e RESTREPO foram mostrados em função da carga
aplicada (fig. 4.9 e 4.10), e não em termos de tensão axial no concreto. Com a
finalidade de se obter uma melhor comparação com os modelos de confinamento,
subtraiu-se a parcela de carga referente à armadura longitudinal ( fy As ) e o resultado
foi dividido pela área da seção descontada a área da armadura (Acc) , obtendo-se a
curva tensão x deformação no concreto, representada pelas figuras 5.57 e 5.58.
Os autores apresentaram um modelo de confinamento, cuja determinação de
fcc foi mostrada no item 3.6 do capítulo 3 . Para a construção de toda a curva, foram
utilizadas as equações de POPOVICS e de MANDER et al. . Um critério
simplificado utilizado para corrigir o valor da pressão de confinamento ao longo de
todo o processo foi fixar o coeficiente de Poisson igual a 0,5 . Para um εc
conhecido, calcula-se εl e conseqüentemente tem-se fl . O procedimento é
interrompido quando tem-se εl = εfu . Um método alternativo é aqui proposto
como sendo uma adaptação do modelo analítico de SPOELSTRA e MONTI também
para as seções retangulares, onde adotou-se como hipótese uma uniformidade da
deformação lateral em todos os lados do pilar.
Capítulo 5 – Análise dos resultados
139
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
-0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
f. lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
não confinado (CEB)
Wang & Restrepo
Spoelstra & Monti (adaptado)
ensaio - Wang & Restrepo (2001)
de Figura 5.57 - comportamento tensão x deformação referente a um pilar de seção quadrada,
segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001
0
5
10
15
20
25
30
35
-0,02 -0,01 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
def. lateral (mm/mm) deformação axial (mm/mm)
tens
ão (M
Pa)
não confinado (CEB)
Wang & Restrepo
Spoelstra & Monti (adaptado)
ensaio - Wang & Restrepo (2001)
Figura 5.58 - comportamento tensão x deformação referente a um pilar de seção retangular, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
140
Analisando o comportamento das curvas, nota-se que os dois modelos
apresentaram uma boa performance com relação ao comportamento tensão x
deformação . Após várias simulações feitas através de um programa computacional
elaborado, verificou-se que ambos os modelos podem subestimar os valores de
resistência, não atingindo o valor teórico da carga última. Esta divergência aumenta
com o aumento de fc , diminuição de Ke e diminuição de tf . De um modo geral,
para valores de fc até 30 MPa, Lx / Ly ≤ 1,5 , e ρf > 0,5 % obtém-se resultados
satisfatórios. Vale a pena salientar que após intensa pesquisa bibliográfica não foi
encontrado nenhum método analítico direcionado às seções retangulares confinadas
com material compósito, independente de sua geometria e propriedades dos materiais
considerados ( concreto e compósito) .
5.1.2.2 - Evolução do coeficiente de Poisson
Os resultados dos ensaios mostraram um comportamento esperado, não sendo
notada uma grande diferença com relação às seções quadradas e retangulares.
Enquanto que através do modelo de WANG e RESTREPO não é possível de se
estimar a evolução do coeficiente de Poisson bem como a da deformação
volumétrica do concreto, o modelo adaptado ao de SPOELSTRA e MONTI mostrou
uma boa compatibilidade com os resultados experimentais, que podem ser
observados nas figuras 5.59 e 5.60 .
Capítulo 5 – Análise dos resultados
141
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08
deformação axial (mm/mm)
coef
icie
nte
de P
oiss
on
Wang & Restrepo
Spoelstra & Monti (adaptado)
ensaio - Wang & Restrepo (2001)
Figura 5.59 - avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial referente a um pilar de seção quadrada, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001)
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
deformação axial (mm/mm)
coef
icie
nte
de P
oiss
on
Wang & Restrepo
Spoelstra & Monti (adaptado)
ensaio - Wang & Restrepo (2001)
Figura 5.60 - avaliação do coeficiente de Poisson em função da deformação axial referente a um pilar de seção retangular, segundo modelos de WANG & RESTREPO e SPOELSTRA & MONTI (adaptado), em comparação com os resultados experimentais (WANG, 2001)
Capítulo 5 – Análise dos resultados
142
5.2 – Fatores que podem influenciar nos resultados experimentais
Abaixo estão relacionados os fatores que, em maior ou menor grau, exercem
uma influência no desempenho do reforço por confinamento. São eles:
Tipo de resina: como descrito no capítulo 2, a resina pode alterar de maneira
decisiva as propriedades mecânicas do compósito com relação às das fibras. Muitos
resultados teóricos são obtidos levando-se em consideração apenas as propriedades
individuais das fibras, incluindo a espessura;
Confinamento extra introduzido pelo cursor das máquinas de ensaio nas
extremidades dos CPs: em alguns casos, o atrito imprimido pelo prato da máquina de
ensaio junto ao concreto pode dificultar sua deformação lateral. O emprego de
dispositivos anti-aderentes podem reduzir este efeito, como por exemplo a aplicação
de uma camada de teflon;
Comprimento de sobreposição do tecido de FRP (overlap): nesta região, o
valor do transpasse da fibra deve ser o suficiente para não permitir uma ruptura por
cisalhamento ou impedir o descolamento na interface dos tecidos, fato que levaria à
ruptura por flambagem do compósito (buckling);
Estado biaxial de tensões no compósito: mesmo o carregamento sendo
aplicado apenas no concreto, uma pequena parcela desta carga é transferida por atrito
ao compósito, gerando tensões de compressão na direção ortogonal às fibras;
Imprecisão na avaliação das propriedades dos materiais: a determinação da
resistência do concreto não confinado bem como as propriedades mecânicas do
compósito devem ser feitas por meio de ensaios com rigoroso controle tecnológico;
Capítulo 5 – Análise dos resultados
143
5.3 - Análise qualitativa da performance dos modelos de confinamento
LORENZIS (2001) apresentou um estudo onde comparou o desempenho dos
modelos de confinamento mediante resultados de ensaios experimentais encontrados
na literatura. A análise se baseou na determinação dos valores últimos de tensão fcc
e de deformação εcc , sendo os resultados divididos em dois grupos: a utilização de
mantas flexíveis (tecido de FRP) e o confinamento por meio de tubos de fibra de
vidro e carbono.
No período de elaboração desta dissertação, vários resultados de ensaios
foram sendo colhidos na revisão de literatura. A maioria já constara no trabalho de
LORENZIS (2001), sendo incorporados as novos valores encontrados. Estes
resultados constam nas tabelas A.1 a A.7 no anexo deste trabalho.
Procedeu-se então a uma avaliação comparativa, considerando agora a
separação dos resultados entre confinamento com fibras de vidro e carbono, além da
consideração da forma de confinamento (tecido ou tubo), com a inclusão do mais
recente modelo encontrado na literatura (FAM e RIZKALLA, 2001). Avaliou-se
também neste trabalho, não só o desempenho com relação aos valores últimos mas
também uma verificação em uma faixa mais aceitável para a elaboração dos projetos
de reforço estrutural, considerando εc ≅ 0,5 %. Em virtude da ruptura prematura do
compósito (tabela 5.1) observada nos resultados experimentais para CPs confinados
com tecidos, a comparação junto aos modelos também foi feita limitando-se a
deformação lateral em 40% da deformação última da fibra.
Tabela 5.1 – valores médios para εl,max / εfu observados nos resultados experimentais
FRP - tecido FRP - tubo
vidro carbono vidro carbono
0,35 0,44 1,05 1,26
Os resultados dos estudos comparativos são mostrados a seguir.
Capítulo 5 – Análise dos resultados
144
GFRP - tecido (wrap)
19,4
%
30,3
%
20,9
%
22,1
%
36,4
%
18,3
%
29,3
%
27,8
%
30,5
%
33,8
%
19,3
%
18,5
%
18,2
%
20,3
%
20,0
%
18,5
%
22,1
%
17,9
%
59,4
%
19,5
%
22,1
%
ardis eKhaliliichart)
Fardis eKhalili
(Newman)
Saadatm. etal.
Miyauchi etal.
Saaman etal.
Toutanji etal.
Saafi et al. Spoelstra eMonti
Xiao e Wu Fam eRizkalla
Kono et al.
εl,max = 0,4 εfu
εl,max = εfu
36
,9%
F
(R Figura 5.61 - erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de vidro
CFRP - tecido (wrap)
18,4
%
23,9
%
12,6
%
18,8
%
33,3
%
13,2
%
23,7
%
36,1
%
18,3
%
29,9
%
16,4
%
13,7
%
13,7
%
19,6
%
20,2
%
14,3
% 23,4
%
15,4
%
41,9
%
27,5
%
20,5
%
rdis ehaliliichart)
Fardis eKhalili
(Newman)
Saadatm. etal.
Miyauchi etal.
Saaman etal.
Toutanji etal.
Saafi et al. Spoelstra eMonti
Xiao e Wu Fam eRizkalla
Kono et al.
εl,max = 0,4 εfu
εl,max = εfu
33,3
%
Fa
K (R Figura 5.62 - erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de carbono
Capítulo 5 – Análise dos resultados
145
GFRP - tecido (wrap)
160,
8%
217,
1%
51,2
%
203,
6%
57,7
% 70,7
%
210,
1%
164,
4%
141,
4%
63,3
%
85,7
%
68,2
%
65,0
%
102,
6%
96,8
%
119,
0%
42,7
%
50,0
%
70,3
%
rdis ehalili
Saadatm. et al.
Miyauchi et al.
Saaman etal.
Toutanji etal.
Saafi et al. Spoelstra eMonti
Xiao e Wu Fam eRizkalla
Kono et al.
εl,max = εfu
εl,max = 0,4 εfu
4
8,4%
Fa
K Figura 5.63 - erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de vidro
CFRP - tecido (wrap)
113,
3%
75,1
%
28,8
%
69,9
%
28,7
%
34,7
%
109,
1%
143,
7%
92,7
%
56,6
%
37,7
%
33,7
%
37,3
%
33,7
%
33,6
%
90,6
%
31,3
%
33,3
%
54,2
%
rdis eKhalili
Saadatm. et al.
Miyauchi et al.
Saaman etal.
Toutanji etal.
Saafi et al. Spoelstra eMonti
Xiao e Wu Fam eRizkalla
Kono et al.
εl,max = εfu
εl,max = 0,4 εfu
51,
5%
Fa
Figura 5.64 - erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se apenas tecidos de fibra de carbono
Capítulo 5 – Análise dos resultados
146
FRP - tubo
31,5
%
21,3
%
24,9
%
24,3
%
8,4%
35,8
%
20,9
%
9,5%
24,1
%
19,8
%
10,7
%
14,8
%
21,0
%
11,7
%
5,7%
19,6
%
2,6%
15,0
%
14,9
%
22,9
%
22,1
%
ardis eKhaliliichart)
Fardis eKhalili
(Newman)
Saadatm. etal.
Miyauchi etal.
Saaman etal.
Toutanji etal.
Saafi et al. Spoelstra eMonti
Xiao e Wu Fam eRizkalla
Kono et al.
FIBRA DE VIDRO
FIBRA DE CARBONO
36
,8%
F
(R Figura 5.65 – erro absoluto médio dos valores teóricos de fcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se tubos de FRP
FRP - tubo42
,8%
38,2
%
49,4
%
38,8
%
49,3
%
65,8
%
25,4
%
42,6
%
36,7
%
42,2
%
32,8
%
41,9
%
20,9
%
18,6
%
19,2
%
35,5
%
9,2%
7,2%
41,4
%
ardis ehalili
Saadatm. et al.
Miyauchi et al.
Saaman etal.
Toutanji etal.
Saafi et al. Spoelstra eMonti
Xiao e Wu Fam eRizkalla
Kono et al.
FIBRA DE VIDRO
FIBRA DE CARBONO
47,3
%
F
K Figura 5.66 – erro absoluto médio dos valores teóricos de εcc em comparação com os resultados experimentais, considerando-se tubos de FRP
Capítulo 5 – Análise dos resultados
147
Com base nos resultados mostrados nas figuras 5.61 a 5.66, é apresentado um
resumo geral da performance dos modelos analíticos e empíricos considerados,
através das tabelas 5.2 e 5.3 e figuras 5.67 e 5.68 . Tabela 5.2 - resumo geral da performance dos modelos na determinação de fcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP
Fardis e Khalili
(Richart)
Fardis e Khalili
(Newman)
Saadat. et al.
Miyauchi et al.
Saaman et al.
Toutanji et al. Saafi et al. Spoelstra e
Monti Xiao e Wu Fam e Rizkalla Kono et al.
erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%)
te de GFRP 19,3 18,5 18,2 20,3 20 18,5 22,1 17,9 59,4 22,1 19,5 34
te de CFRP 16,4 13,7 13,7 19,6 20,2 14,3 23,4 15,4 41,9 20,5 27,5 120
tub GFRP 36,8 35,8 24,3 24,1 8,4 31,5 9,5 19,8 24,9 20,9 21,3 28
tub CFRP 22,1 22,9 14,9 15 2,6 19,6 5,7 11,7 21 10,7 14,8 3
média nderada 20,11 18,08 16,15 20,34 18,09 17,76 20,77 16,47 42,20 20,70 24,89
critério no. de CPs
cido
cido o de o de
po
16,15%
16,47%
17,76%
18,08%
18,09%
20,11%
20,34%
20,70%
20,77%
24,89%
42,20%
0% 10% 20% 30% 40% 50%
. - Saadatmanesh et al.
. - Spoelstra e Monti
. - Toutanji et al.
. - Fardis e Khalili (Newman)
. - Saaman et al.
- Fardis e Khalili (Richart)
. - Miyauchi et al.
. - Fam e Rizkalla
. - Saafi et al.
- Kono et al.
o. - Xiao e Wu
erro (%)
1o
2o
3o
4o
5o
6o. 7o
8o 9o
10o.
11 Figura 5.67 – classificação dos modelos na determinação de fcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP
Capítulo 5 – Análise dos resultados
148
Tabela 5.3 - resumo geral da performance dos modelos na determinação de εcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP
Fardis e Khalili
Saadat. et al.
Miyauchi et al.
Saaman et al.
Toutanji et al.
Saafi et al. Spoelstra e Monti
Xiao e Wu Fam e Rizkalla
Kono et al.
erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%) erro (%)
cido de GFRP 70,3 50 42,7 119 96,8 102,6 65 68,2 85,7 63,3 34
cido de CFRP 54,2 33,3 31,3 90,6 33,6 33,7 37,3 33,7 37,7 56,6 120
ubo de GFRP 47,3 49,3 49,4 42,6 38,8 38,2 25,4 36,7 42,8 65,8 28
bo de CFRP 41,4 7,2 9,2 35,5 19,2 18,6 20,9 41,9 32,8 42,2 3
média ponderada 55,91 38,37 35,78 87,66 45,77 46,80 40,32 40,63 47,21 58,99
critério n
te
te t tu
35,78%
38,37%
40,32%
40,63%
45,77%
46,80%
47,21%
55,91%
58,99%
87,66%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
1 - Miyauchi et al.
2o. - Saadatmanesh et al.
- Spoelstra e Monti
. - Xiao e Wu
5o. - Toutanji et al.
- Saafi et al.
- Fam e Rizkalla
. - Fardis e Khalili
- Kono et al.
10o. - Saaman et al.
erro (%)
o.
3o.
4o
6o.
7o.
8o
9o.
Figura 5.68 – classificação dos modelos na determinação de εcc , considerando-se εl,máx = 0,4 εfu para tecidos de FRP
Conforme dito anteriormente, a consideração dos resultados para εc = 0,5%
através da observação de alguns gráficos publicados na literatura deu origem à tabela
5.4, sendo a performance dos modelos mostrada nas figuras 5.69 e 5.70 .
Capítulo 5 – Análise dos resultados
149
Tabela 5.4 – comparação dos valores teóricos de σc com os resultados experimentais, para uma deformação axial εc = 0,5%
ensaio
Autor no. CP (MPa)
(MPa)
erro (%)
(MPa)
erro (%)
(MPa)
erro (%)
(MPa)
erro (%)
(MPa)
erro (%)
(MPa)
erro (%)
(MPa)
erro (%)
(MPa)
erro (%)
(MPa)
erro (%)
(MPa)
erro (%)
C30-C1 42 61,2 45,7 65 54,8 68,6 63,3 48,2 14,8 43,4 3,3 56,7 35,0 51,5 22,6 51,2 21,9 47,6 13,3 44,0 4,8C30-C3 48 78,6 63,8 79,1 64,8 85,9 79,0 54,6 13,8 48,9 1,9 62,6 30,4 55,6 15,8 60,9 26,9 56,1 16,9 54,1 12,7C30-C6 50 96,9 93,8 93,8 87,6 96,1 92,2 61,8 23,6 56,8 13,6 66,3 32,6 58,3 16,6 67,8 35,6 61,6 23,2 60,4 20,8C30-G1 38 80 110,5 86,7 128,2 68,3 79,7 48,2 26,8 42,6 12,1 52,1 37,1 48,4 27,4 42,2 11,1 34,5 9,2 33,8 11,1C30-G3 44 98,3 123,4 99,2 125,5 85,6 94,5 54,4 23,6 46,5 5,7 57,0 29,5 51,6 17,3 51,5 17,0 47,9 8,9 44,3 0,7C30-G6 49 114,6 133,9 110,4 125,3 95,9 95,7 61,5 25,5 52,1 6,3 60,8 24,1 54,1 10,4 57,5 17,3 53,4 9,0 50,7 3,5C60-C3 92 106,5 15,8 110 19,6 121,6 32,2 84 8,7 67,5 26,6 98,5 7,1 88,2 4,1 100,1 8,8 80,3 12,7 80,7 12,3C60-C6 110 123,9 12,6 123,2 12,0 135,2 22,9 92,5 15,9 75,0 31,8 105,3 4,3 92,9 15,5 109,5 0,5 90,9 17,4 91,7 16,6C60-C9 120 136,8 14,0 133,4 11,2 142,2 18,5 99,6 17,0 82,2 31,5 108,0 10,0 95,1 20,8 115,2 4,0 97,0 19,2 97,3 18,9C60-C12 131 146,3 11,7 141,1 7,7 146,3 11,7 106 19,1 88,9 32,1 110,4 15,7 97,5 25,6 119,4 8,9 101,7 22,4 101,2 22,7C60-G1 60 136,7 127,8 151,4 152,3 100,2 67,0 76,4 27,3 61,5 2,5 82,8 38,0 77,7 29,5 68,3 13,8 9,9 83,5 27,4 54,3C60-G3 79 146,3 85,2 153,3 94,1 121,2 53,4 83,9 6,2 65,2 17,5 89,9 13,8 82,3 4,2 85,7 8,5 57,5 27,2 56,6 28,4C60-G6 96 158,9 65,5 158,1 64,7 134,8 40,4 92,2 4,0 70,5 26,6 95,8 0,2 86,1 10,3 95,2 0,8 73,7 23,2 73,5 23,4C60-G9 109 167,6 53,8 162,7 49,3 141,8 30,1 99,2 9,0 75,5 30,7 99,0 9,2 88,6 18,7 100,5 7,8 80,9 25,8 81,3 25,4C60-G12 118 173,7 47,2 166,5 41,1 146 23,7 105,5 10,6 80,3 31,9 101,5 14,0 90,3 23,5 104,4 11,5 85,4 27,6 86,1 27,0
SA1 43,6 49,6 13,8 52,7 20,9 56,7 30,0 40 8,3 37,8 13,3 47,7 9,4 43,2 0,9 42,5 2,5 41,4 5,0 37,6 13,8SA2 47,6 59,8 25,6 61,5 29,2 67,9 42,6 43,3 9,0 40,6 14,7 51,1 7,4 45,6 4,2 47,9 0,6 45,8 3,8 43,1 9,5SA3 47,6 70,4 47,9 70,2 47,5 75,3 58,2 46,6 2,1 43,7 8,2 53,4 12,2 47,1 1,1 51,6 8,4 48,5 1,9 46,5 2,3SA4 47,3 46,4 1,9 49,1 3,8 56,8 20,1 40 15,4 38,4 18,8 49,8 5,3 44,6 5,7 45,7 3,4 44,1 6,8 40,9 13,5SA5 49,8 56,8 14,1 58,2 16,9 68,1 36,7 43,4 12,9 42,1 15,5 53,5 7,4 47,1 5,4 51,9 4,2 48,7 2,2 46,8 6,0SA6 53,8 77,4 43,9 75,4 40,1 81 50,6 50,2 6,7 51,8 3,7 57,3 6,5 50,1 6,9 60,5 12,5 55,5 3,2 54,5 1,3AC1 31,4 44 40,1 46,3 47,5 50,1 59,6 33,2 5,7 32,9 4,8 39,5 25,8 35,5 13,1 35,2 12,1 35,4 12,7 32,0 1,9AC2 34,9 53,7 53,9 54,4 55,9 58,9 68,8 36,1 3,4 35,6 2,0 41,9 20,1 37,2 6,6 39,4 12,9 38,3 9,7 35,9 2,9AC3 38,4 61,7 60,7 61 58,9 64,1 66,9 38,4 0,0 38,2 0,5 43,3 12,8 38,4 0,0 42,1 9,6 40,1 4,4 38,4 0,0AC4 34,1 42,8 25,5 44,5 30,5 52,6 54,3 33,9 0,6 34,9 2,3 42,6 24,9 37,6 10,3 40,7 19,4 39,2 15,0 37,1 8,8
AC5 43,7 54,2 24,0 54,3 24,3 61,5 40,7 37,1 15,1 39,5 9,6 45,0 3,0 39,6 9,4 45,8 4,8 42,7 2,3 41,7 4,6
AC6 45,6 63,2 38,6 61,8 35,5 66,5 45,8 39,8 12,7 43,9 3,7 46,2 1,3 40,5 11,2 49,1 7,7 45,5 0,2 44,7 2,0AC7 30,5 42,2 38,4 45,7 49,8 40,3 32,1 31 1,6 31,1 2,0 34,9 14,4 32,4 6,2 27,7 9,2 27,0 11,5 24,7 19,0AC8 33 46 39,4 49,2 49,1 47,2 43,0 32,5 1,5 32,0 3,0 36,9 11,8 33,7 2,1 31,0 6,1 31,7 3,9 27,9 15,5AC9 36,1 50,1 38,8 52,5 45,4 52 44,0 33,8 6,4 32,8 9,1 38,1 5,5 34,6 4,2 33,1 8,3 33,7 6,6 30,0 16,9
Identificação do ensaioMiyauchi et al. Saaman et al.
Aire et al., 2001
Fardis e Khalili (Richart)
Fardis e Khalili (Newman)
Saafi et al., 1999
Silva, V. D. e
Santos, J. M. C., 2001
Toutanji et al.
Valores de para Saadatmanesh
et al. Saafi et al. Spoelstra e Monti Xiao e Wu Fam e Rizkalla
cσ cσ cσ cσ cσ cσ cσ cσ cσ cσ cσ
cσ %5,0c =ε
Capítulo 5 – Análise dos resultados
150
FRP - tecido
21,5
%
10,1
%
18,0
%
54,9
%
13,0
%
78,5
%
14,0
%
20,5
%
84,1
%
13,4
%
50,4
%
9,9%
13,0
%
13,3
%
13,2
%
17,1
%
12,6
%
11,6
%
39,2
%
38,5
%
Fardis eKhalili
(Richart)
Fardis eKhalili
(Newman)
Saadatm.et al.
Miyauchi etal.
Saaman etal.
Toutanji etal.
Saafi et al. Spoelstra eMonti
Xiao e Wu Fam eRizkalla
FIBRA DE VIDRO
FIBRA DE CARBONO
Figura 5.69 – erro absoluto médio dos valores teóricos de σc em comparação com os resultados experimentais (tabela 5.4) para uma deformação axial εc = 0,5%, considerando-se tecidos de FRP
FRP - tubo3,
6%
3,9%
9,6%
43,6
%
6,5%
29,1
%
2,1%
8,5%
32,5
%
12,1
%
35,8
%
7,0%
4,0%6,
7%
6,0%6,
4%
12,7
%
11,7
%
20,3
%
19,9
%
Fardis eKhalili
(Richart)
Fardis eKhalili
(Newman)
Saadatm.et al.
Miyauchi etal.
Saaman etal.
Toutanji etal.
Saafi et al. Spoelstra eMonti
Xiao e Wu Fam eRizkalla
FIBRA DE VIDRO
FIBRA DE CARBONO
Figura 5.70 – erro absoluto médio dos valores teóricos de σc em comparação com os resultados experimentais (tabela 5.4) para uma deformação axial εc = 0,5%, considerando-se tubos de FRP
Capítulo 5 – Análise dos resultados
151
Analisando os resultados obtidos, algumas observações podem ser feitas, de
acordo com os itens abaixo relacionados:
Confinamento com FRP – tecido: de um modo geral os resultados mostraram um
maior percentual de erro com a utilização dos compósitos flexíveis quando
comparados com os tubos, mesmo com a limitação da deformação lateral. Com
relação à determinação de fcc, não houve uma diferença significativa na utilização de
GFRP e CFRP o mesmo não acontecendo para a determinação de εcc , onde notou-se
erros extremamente grandes, sobretudo com a utilização de fibras de vidro.
Confinamento com FRP – tubo: o confinamento com tubo de fibra de carbono
mostrou ser o mais ajustado com os valores teóricos, obtendo erros abaixo de 10% na
determinação de fcc e εcc em alguns modelos. Entretanto, um maior número de
resultados de ensaios com tubos de CFRP é necessário para confirmar com maior
precisão esta performance. Foram considerados 28 ensaios com tubo de GFRP contra
apenas 3 de CFRP.
Modelos de confinamento com σl constante: estes modelos desenvolvidos
originalmente para o aço apresentaram uma boa performance na determinação de fcc
e εcc quando comparados aos desenvolvidos para o confinamento passivo. Destaque
para o modelo de SAADATMANESH et al. , ou se prefirir, MANDER et al. , que
obteve o menor índice de erro para a determinação de fcc e o segundo menor para
εcc. Entretanto, a situação é totalmente inversa para εc = 0,5% , obtendo um pior
desempenho para a utilização de tecidos em relação aos tubos. Ou seja, como na
prática é totalmente inviável um dimensionamento próximo a fcc devido o
ocorrência de grandes deformações axiais ( às vezes até 5%), definitivamente estes
modelos não devem ser usados nos reforços de pilares. Alguns autores propõem uma
seqüência de dimensionamento com estes modelos partindo de uma pressão de
confinamento máxima conhecida, em seguida da aplicação direta da equação de
MANDER et al. Isto quer dizer que a solução do problema, que é a obtenção de uma
tensão σc > fc desejada no concreto confinado, deu-se no “ponto máximo da curva”.
Nota-se que, procedendo desta forma, obtém-se teoricamente o dimensionamento
Capítulo 5 – Análise dos resultados
152
mais econômico, pois estaríamos utilizando a colaboração total do elemento
confinante empregado, além de não ser notado grandes diferenças comparadas aos
modelos de confinamento passivo, utilizando-se também da total colaboração do
compósito. Até agora tudo parece caminhar muito bem. Mas, com que valor de εc
tudo isto acontece? Os problemas aparecem quando procuramos atender à mesma
condição inicial (que é a determinação da mesma tensão σc) só que para um valor de
εc menor, ou seja, controlado, a fim de se evitar outros tipos de problema na minha
estrutura decorrentes de grandes deformações permitidas. Desta forma, devemos
utilizar as equações que nos darão o comportamento tensão x deformação do pilar,
como por exemplo as equações de POPOVICS, obtendo a solução através de um
procedimento iterativo com o aumento do número de camadas do compósito de FRP.
Desta forma, dependendo das propriedades dos materiais empregados (concreto e
compósito) e do aumento de resistência desejada, estes modelos superestimarão o
valor da resistência do pilar, resultando num dimensionamento inseguro.
Modelos de confinamento passivo:
De uma forma geral, os modelos mostraram-se bem eficientes para εc = 0,5%.
Para maiores valores de deformação, destacaram-se os modelos de SAMAAN et al. e
SPOELSTRA & MONTI na determinação de tensões axiais, e este último
juntamente com o modelo de MIYAUCHI et al. na determinação de deformações
axiais. Considerando os resultados para o confinamento com fibra de vidro e
carbono, o modelo de SPOELSTRA & MONTI mostrou um maior equilíbrio,
podendo ser utilizado para qualquer tipo de confinamento, além de, entre os três ser o
único capaz de apontar uma diminuição na resistência do concreto confinado mesmo
com o aumento da pressão de confinamento.
Capítulo 6 – Conclusões
153
Capítulo 6
CONCLUSÕES As principais conclusões obtidas com a realização deste trabalho foram:
O reforço de pilares visando o aumento de resistência e ductilidade por meio
do envolvimento de sua seção transversal com compósitos de fibra de vidro e
carbono mostrou-se muito eficiente para os pilares curtos de seção circular. Com
relação aos pilares de seção retangular, o efeito do confinamento mostrou ser
dependente da geometria da seção, obtendo-se resultados satisfatórios para as seções
com relação entre os lados até 1,5 podendo ser aumentada para 2,0 desde que
tenham suas quinas arredondadas com raio ≥ 3 cm ;
Os pilares reforçados por compósitos de fibra de vidro apresentaram um
maior ganho de ductilidade, sendo mais recomendados para situações onde os pilares
requerem um maior poder de absorção de energia, como nos casos de abalos
sísmicos;
Com relação aos modelos teóricos desenvolvidos para estudar o
comportamento dos pilares confinados por FRP, não se deve eleger simplesmente o
melhor modelo. Estudos comparativos da performance destes modelos mostraram
que apesar de alguns se destacarem em relação aos demais, não foi identificado um
Capítulo 6 – Conclusões
154
único modelo que melhor representasse o comportamento do concreto confinado
considerando quaisquer características dos materiais, quer seja utilizando um
compósito de fibra de vidro ou carbono, apresentando pequena ou grande espessura,
na forma de tecido ou de tubo, aplicado em concretos normais e de alta resistência.
Portanto, familiarizar-se com eles pode resultar no dimensionamento de um reforço
mais eficiente e conseqüentemente mais seguro e econômico;
Estudos devem ser estendidos para controlar melhor as ações ou mecanismos
responsáveis pela ruptura prematura dos compósitos flexíveis, visando a uma
diminuição dos coeficientes de segurança e evitando o excedente do material, o que
diminuiria os custos de aplicação e aumentaria a viabilidade da utilização desta nova
técnica comparada aos procedimentos tradicionais de reforço;
Os estudos referentes aos pilares de seção retangular devem ser mais
aprofundados, a fim de que esta técnica também possa ser estendida aos pilares com
maior relação entre seus lados, talvez por meio de inserções laterais de barras de FRP
no formato de uma malha com o objetivo de se criar pontos de restrição de
deformação lateral, similares aos grampos de aço utilizados como armaduras
transversais. Modelos adaptados aos originalmente elaborados para seções circulares
podem apresentar um campo de validade limitado, principalmente devido ao fato de
a maioria ter sido baseada em ensaios de cilindros de concreto submetidos ao estado
triaxial de tensões, quer seja por confinamento passivo ou não;
Anexo
155
ANEXO O anexo deste trabalho é composto das tabelas A.1 a A.7 referentes aos
resultados de ensaios experimentais de cilindros de concreto confinados com
compósitos de fibras de vidro, carbono e aramida. A partir dos resultados destes
ensaios originou-se os gráficos mostrados nas figuras 5.61 a 5.70 e tabelas 5.1 a
5.3 .
Anexo
156
Tabela A.1 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)
Autor no. CP Elemento confinante
Tipo de fibra
D (mm)
H (mm)
(mm)
(MPa)
(MPa)
(%)
(MPa)
(%)
(MPa)
(MPa)
(MPa)
(%)
(%)
AH1 102 203 1 48300 2070 4,286 38,99 0,22 N.D. 40,59 1,04 115,30 2,96 1,130 5,14 N.D. N.D.AH2 102 203 1 48300 2070 4,286 50,51 0,24 N.D. 40,59 0,80 135,10 2,67 1,240 5,17 N.D. N.D.AH3 102 203 1 48300 2070 4,286 64,20 0,27 N.D. 40,59 0,63 145,59 2,27 1,230 4,56 N.D. N.D.NB1 150 300 0,3 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 2,33 0,06 46,00 1,27 2,292 N.D. N.D. N.D.NB2 150 300 0,3 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 2,33 0,06 41,20 1,13 1,889 N.D. N.D. N.D.NB3 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 60,52 1,67 3,079 N.D. N.D. N.D.NB4 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 59,23 1,63 3,405 N.D. N.D. N.D.NB5 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 59,77 1,65 2,744 N.D. N.D. N.D.NB6 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 60,16 1,66 2,887 N.D. N.D. N.D.NB7 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 69,02 1,90 3,100 N.D. N.D. N.D.NB8 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 55,75 1,54 2,489 N.D. N.D. N.D.NB9 150 300 0,6 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 4,67 0,13 56,41 1,55 2,968 N.D. N.D. N.D.
NB10 150 300 1,2 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 9,33 0,26 84,88 2,34 3,145 N.D. N.D. N.D.NB11 150 300 1,2 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 9,33 0,26 84,33 2,32 4,150 N.D. N.D. N.D.NB12 150 300 1,2 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 9,33 0,26 79,64 2,19 4,100 N.D. N.D. N.D.NB13 150 300 2,4 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 18,67 0,51 106,87 2,94 5,242 N.D. N.D. N.D.NB14 150 300 2,4 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 18,67 0,51 104,94 2,89 5,453 N.D. N.D. N.D.NB15 150 300 2,4 52000 583,3 1,122 36,30 N.D. N.D. 18,67 0,51 107,91 2,97 4,509 N.D. N.D. N.D.HA1 51 102 0,089 235000 3500 1,489 41,00 0,23 N.D. 12,22 0,30 86,00 2,10 1,150 5,00 1,130 0,76HA2 51 102 0,179 235000 3500 1,489 41,00 0,23 N.D. 24,57 0,60 120,50 2,94 1,570 6,83 1,000 0,67HA3 51 102 0,344 235000 3500 1,489 41,00 0,23 N.D. 47,22 1,15 158,40 3,86 2,500 10,87 0,750 0,50HA4 51 102 0,689 235000 3500 1,489 41,00 0,23 N.D. 94,57 2,31 241,00 5,88 3,600 15,65 0,250 0,17HA5 51 102 0,179 235000 3500 1,489 103,00 0,40 N.D. 24,57 0,24 131,10 1,27 1,100 2,75 0,200 0,13HA6 51 102 0,344 235000 3500 1,489 103,00 0,40 N.D. 47,22 0,46 193,20 1,88 2,050 5,13 0,725 0,49HA7 51 102 0,689 235000 3500 1,489 103,00 0,40 N.D. 94,57 0,92 303,60 2,95 3,450 8,63 0,550 0,37
Picher et al., 1996 PI1 Tecido Carbono 153 305 0,36 83000 1266 1,525 39,70 0,25 N.D. 5,96 0,15 55,98 1,41 1,070 4,28 0,840 0,55
Tecido
Vidro
Vidro
Harmon et al., 1992 Tecido Carbono
TecidoAhmad et al., 1991
Nanni and Bradford,
1995
Concreto Resultados do ensaioConfinamentoIdentificação do ensaio Geometria Propriedades do compósito
ft fE ff fuε cf coεcoE lf
cffl ccf
c
cc
ff ccε
co
cc
εε máx,lε
fu
máx,
εεl
Anexo
157
Tabela A.2 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)
Autor no. CP Elemento confinante
Tipo de fibra
D (mm)
H (mm)
(mm)
(MPa)
(MPa)
(%)
(MPa)
(%)
(MPa)
(MPa)
(MPa)
(%)
(%)
WA1 100 200 0,1675 223400 2728,5 1,221 30,20 0,25 22200 9,14 0,30 46,60 1,54 1,511 6,04 1,000 0,82WA2 100 200 0,5025 223400 2728,5 1,221 30,20 0,25 22200 27,42 0,91 87,20 2,89 3,108 12,43 0,833 0,68WA3 100 200 0,67 223400 2728,5 1,221 30,20 0,25 22200 36,56 1,21 104,60 3,46 4,151 16,60 0,667 0,55WA4 100 200 0,14 611600 1562,7 0,256 30,20 0,25 22200 4,38 0,14 41,70 1,38 0,575 2,30 0,250 0,98WA5 100 200 0,28 611600 1562,7 0,256 30,20 0,25 22200 8,75 0,29 56,00 1,85 0,876 3,50 0,167 0,65WA6 100 200 0,42 611600 1562,7 0,256 30,20 0,25 22200 13,13 0,43 63,30 2,10 1,298 5,19 0,210 0,82WA7 100 200 0,145 90600 2654,3 2,930 30,20 0,25 22200 7,70 0,25 39,00 1,29 1,582 6,33 N.D. N.D.WA8 100 200 0,29 90600 2654,3 2,930 30,20 0,25 22200 15,39 0,51 68,50 2,27 4,745 18,98 N.D. N.D.WA9 100 200 0,435 90600 2654,3 2,930 30,20 0,25 22200 23,09 0,76 92,10 3,05 5,554 22,22 N.D. N.D.MI1 150 300 0,11 230500 3481 1,510 45,20 0,22 N.D. 5,11 0,11 59,40 1,31 0,945 4,32 N.D. N.D.MI2 150 300 0,22 230500 3481 1,510 45,20 0,22 N.D. 10,21 0,23 79,40 1,76 1,245 5,68 N.D. N.D.MI3 150 300 0,11 230500 3481 1,510 31,20 0,20 N.D. 5,11 0,16 52,40 1,68 1,213 6,22 N.D. N.D.MI4 150 300 0,22 230500 3481 1,510 31,20 0,20 N.D. 10,21 0,33 67,40 2,16 1,554 7,97 N.D. N.D.MI5 150 300 0,33 230500 3481 1,510 31,20 0,20 N.D. 15,32 0,49 81,70 2,62 2,013 10,32 N.D. N.D.MI6 100 200 0,11 230500 3481 1,510 51,90 0,19 N.D. 7,66 0,15 75,20 1,45 0,956 4,98 N.D. N.D.MI7 100 200 0,22 230500 3481 1,510 51,90 0,19 N.D. 15,32 0,30 104,60 2,02 1,275 6,64 N.D. N.D.MI8 100 200 0,11 230500 3481 1,510 33,70 0,19 N.D. 7,66 0,23 69,60 2,07 1,406 7,40 N.D. N.D.MI9 100 200 0,22 230500 3481 1,510 33,70 0,19 N.D. 15,32 0,45 88,00 2,61 1,488 7,83 N.D. N.D.
MI10 150 300 0,11 230500 3481 1,510 45,20 0,22 N.D. 5,11 0,11 59,40 1,31 0,945 4,32 N.D. N.D.KO1 100 200 0,167 235000 3820 1,626 34,30 0,17 28425 12,76 0,37 57,40 1,67 0,785 4,62 0,840 0,52KO2 100 200 0,167 235000 3820 1,626 34,30 0,17 28425 12,76 0,37 64,90 1,89 1,110 6,53 0,920 0,57KO3 100 200 0,167 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 12,76 0,40 58,20 1,80 N.D. N.D. N.D. N.D.KO4 100 200 0,167 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 12,76 0,40 61,80 1,91 1,070 4,57 0,960 0,59KO5 100 200 0,167 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 12,76 0,40 57,70 1,79 1,070 4,57 0,630 0,39KO6 100 200 0,334 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 25,52 0,79 58,20 1,80 N.D. N.D. N.D. N.D.KO7 100 200 0,334 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 25,52 0,79 61,80 1,91 N.D. N.D. N.D. N.D.
Tecido CarbonoMiyauchi et al., 1997
Kono et al., 1998 Tecido Carbono
Watanabe et al., 1997 Tecido
Carbono
Aramida
Concreto Resultados do ensaioConfinamentoIdentificação do ensaio Geometria Propriedades do compósito
ft fE ff fuε cf coεcoE lf
cffl ccf
c
cc
ff ccε
co
cc
εε máx,lε
fu
máx,
εεl
Anexo
158
Tabela A.3 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)
Autor no. CP Elemento confinante
Tipo de fibra
D (mm)
H (mm)
(mm)
(MPa)
(MPa)
(%)
(MPa)
(%)
(MPa)
(MPa)
(MPa)
(%)
(%)
KO8 100 200 0,334 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 25,52 0,79 80,20 2,48 1,750 7,48 0,890 0,55KO9 100 200 0,501 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 38,28 1,19 86,90 2,69 1,650 7,05 0,770 0,47KO10 100 200 0,501 235000 3820 1,626 32,30 0,23 24400 38,28 1,19 90,10 2,79 1,590 6,79 0,670 0,41KO11 100 200 0,167 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 12,76 0,37 57,80 1,66 0,935 4,08 0,910 0,56KO12 100 200 0,167 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 12,76 0,37 55,60 1,60 1,050 4,59 0,890 0,55KO13 100 200 0,167 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 12,76 0,37 50,70 1,46 0,982 4,29 0,610 0,38KO14 100 200 0,334 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 25,52 0,73 82,70 2,38 2,060 9,00 0,660 0,41KO15 100 200 0,334 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 25,52 0,73 81,40 2,34 N.D. N.D. 0,880 0,54KO16 100 200 0,501 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 38,28 1,10 103,30 2,97 2,360 10,31 0,910 0,56KO17 100 200 0,501 235000 3820 1,626 34,80 0,23 25930 38,28 1,10 110,10 3,16 2,490 10,87 0,800 0,49TO1 Vidro 76 305 0,236 72600 1518 2,091 30,93 0,19 N.D. 9,43 0,30 60,82 1,97 1,530 8,05 1,630 0,78TO2 76 305 0,22 230500 3485 1,512 30,93 0,19 N.D. 20,18 0,65 95,02 3,07 2,450 12,89 1,250 0,83TO3 76 305 0,33 372800 2940 0,789 30,93 0,19 N.D. 25,53 0,83 94,01 3,04 1,550 8,16 0,550 0,70MA1 150 300 0,117 220000 2600 1,182 34,90 0,21 N.D. 4,06 0,12 46,10 1,32 0,900 4,29 1,260 1,07MA2 150 300 0,235 500000 1100 0,220 34,90 0,21 N.D. 3,45 0,10 45,80 1,31 0,600 2,86 0,310 1,41SH1 153 305 0,36 82700 2275 2,751 19,40 0,20 16376 10,71 0,55 33,80 1,74 1,590 7,95 0,730 0,27SH2 153 305 0,66 82700 2275 2,751 19,40 0,20 16376 19,63 1,01 46,40 2,39 2,210 11,05 0,630 0,23SH3 153 305 0,9 82700 2275 2,751 19,40 0,20 16376 26,76 1,38 62,60 3,23 2,580 12,90 0,570 0,21SH4 153 305 1,08 82700 2275 2,751 19,40 0,20 16376 32,12 1,66 75,70 3,90 3,560 17,80 0,580 0,21SH5 153 305 1,25 82700 2275 2,751 19,40 0,20 16376 37,17 1,92 80,20 4,13 3,420 17,10 0,580 0,21SH6 153 305 0,36 82700 2275 2,751 49,00 0,20 22409 10,71 0,22 59,10 1,21 0,620 3,10 0,600 0,22SH7 153 305 0,66 82700 2275 2,751 49,00 0,20 22409 19,63 0,40 76,50 1,56 0,970 4,85 0,600 0,22SH8 153 305 0,9 82700 2275 2,751 49,00 0,20 22409 26,76 0,55 98,80 2,02 1,260 6,30 0,630 0,23SH9 153 305 1,08 82700 2275 2,751 49,00 0,20 22409 32,12 0,66 112,70 2,30 1,900 9,50 0,600 0,22MC1 100 200 0,35 72400 1520 2,099 32,00 0,15 25400 10,64 0,33 54,00 1,69 0,850 5,86 1,010 0,48MC2 100 200 0,35 72400 1520 2,099 32,00 0,15 25400 10,64 0,33 48,00 1,50 1,320 9,10 0,990 0,47MC3 100 200 0,35 72400 1520 2,099 32,00 0,15 25400 10,64 0,33 54,00 1,69 1,494 10,30 1,500 0,71MC4 100 200 0,35 72400 1520 2,099 32,00 0,15 25400 10,64 0,33 50,00 1,56 1,330 9,17 1,490 0,71
Kono et al., 1998 Tecido Carbono
Micelli et ali, 2001 Tecido
Shahawy et al., 2000 Tecido Carbono
Vidro
Toutanji, 1999 Tecido
Carbono
Matthys et al., 1999 Tecido Carbono
Concreto Resultados do ensaioConfinamentoIdentificação do ensaio Geometria Propriedades do compósito
ft fE ff fuε cf coεcoE lf
cffl ccf
c
cc
ff ccε
co
cc
εε máx,lε
fu
máx,
εεl
Anexo
159
Tabela A.4 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)
Autor no. CP Elemento confinante
Tipo de fibra
D (mm)
H (mm)
(mm)
(MPa)
(MPa)
(%)
(MPa)
(%)
(MPa)
(MPa)
(MPa)
(%)
(%)
MC5 100 200 0,16 227000 3790 1,670 37,00 0,19 30608 12,13 0,33 60,00 1,62 1,080 5,68 1,070 0,64MC6 100 200 0,16 227000 3790 1,670 37,00 0,19 30608 12,13 0,33 62,00 1,68 0,900 4,74 1,270 0,76MC7 100 200 0,16 227000 3790 1,670 37,00 0,19 30608 12,13 0,33 59,00 1,59 0,990 5,21 1,350 0,81MC8 100 200 0,16 227000 3790 1,670 37,00 0,19 30608 12,13 0,33 57,00 1,54 1,090 5,74 1,090 0,65RO1 150 300 0,169 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 4,56 0,18 44,13 1,75 1,530 4,78 0,640 0,37RO2 150 300 0,169 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 4,56 0,18 41,56 1,65 1,440 4,50 0,690 0,40RO3 150 300 0,169 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 4,56 0,18 38,75 1,54 1,140 3,56 0,550 0,32RO4 150 300 0,338 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 9,12 0,36 60,09 2,39 1,880 5,88 0,640 0,37RO5 150 300 0,338 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 9,12 0,36 55,93 2,22 2,100 6,56 0,550 0,32RO6 150 300 0,338 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 9,12 0,36 61,61 2,45 2,070 6,47 0,570 0,33RO7 150 300 0,507 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 13,68 0,54 67,00 2,66 2,450 7,66 0,450 0,26RO8 150 300 0,507 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16802 13,68 0,54 67,27 2,67 2,380 7,44 0,360 0,21RO9 150 300 0,507 118340 2024 1,710 25,15 0,32 16820 13,68 0,54 70,18 2,79 2,440 7,63 0,430 0,25
RO10 150 300 0,169 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 4,56 0,10 72,26 1,52 1,040 3,35 0,770 0,45RO11 150 300 0,169 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 4,56 0,10 64,40 1,36 0,700 2,26 0,480 0,28RO12 150 300 0,169 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 4,56 0,10 66,19 1,40 0,820 2,65 0,620 0,36RO13 150 300 0,338 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 9,12 0,19 82,36 1,74 1,320 4,26 0,560 0,33RO14 150 300 0,338 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 9,12 0,19 82,35 1,74 1,350 4,35 0,540 0,32RO15 150 300 0,338 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 9,12 0,19 79,11 1,67 1,290 4,16 0,510 0,30RO16 150 300 0,507 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 13,68 0,29 96,29 2,03 1,580 5,10 0,440 0,26RO17 150 300 0,507 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 13,68 0,29 95,22 2,01 1,690 5,45 0,580 0,34RO18 150 300 0,507 118340 2024 1,710 47,44 0,31 25503 13,68 0,29 103,97 2,19 1,780 5,74 0,610 0,36RO19 150 300 0,169 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 4,56 0,09 78,65 1,52 0,750 2,59 0,540 0,32RO20 150 300 0,169 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 4,56 0,09 79,18 1,53 0,680 2,34 0,520 0,30RO21 150 300 0,169 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 4,56 0,09 72,76 1,40 0,660 2,28 0,398 0,23RO22 150 300 0,338 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 9,12 0,18 95,40 1,84 1,020 3,52 0,527 0,31
Micelli et ali, 2001 Tecido
Rousakis, 2001
Carbono
Tecido Carbono
Concreto Resultados do ensaioConfinamentoIdentificação do ensaio Geometria Propriedades do compósito
ft fE ff fuε cf coεcoE lf
cffl ccf
c
cc
ff ccε
co
cc
εε máx,lε
fu
máx,
εεl
Anexo
160
Tabela A.5 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)
Autor no. CP Elemento confinante
Tipo de fibra
D (mm)
H (mm)
(mm)
(MPa)
(MPa)
(%)
(MPa)
(%)
(MPa)
(MPa)
(MPa)
(%)
(%)
RO23 150 300 0,338 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 9,12 0,18 90,30 1,74 1,020 3,52 0,513 0,30RO24 150 300 0,338 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 9,12 0,18 90,65 1,75 1,000 3,45 0,364 0,21RO25 150 300 0,507 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 13,68 0,26 110,54 2,13 1,290 4,45 0,438 0,26RO26 150 300 0,507 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 13,68 0,26 103,62 2,00 1,200 4,14 0,310 0,18RO27 150 300 0,507 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 13,68 0,26 117,23 2,26 1,500 5,17 0,543 0,32RO28 150 300 0,845 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 22,80 0,44 112,66 2,17 1,590 5,48 0,289 0,17RO29 150 300 0,845 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 22,80 0,44 126,69 2,44 1,520 5,24 3,490 2,04RO30 150 300 0,845 118340 2024 1,710 51,84 0,29 26490 22,80 0,44 137,93 2,66 1,770 6,10 0,520 0,30RO31 150 300 0,169 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 4,56 0,06 87,29 1,24 0,710 2,03 0,556 0,33RO32 150 300 0,169 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 4,56 0,06 84,03 1,19 0,650 1,86 0,529 0,31RO33 150 300 0,169 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 4,56 0,06 83,22 1,18 0,760 2,17 0,663 0,39RO34 150 300 0,338 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 9,12 0,13 94,06 1,33 0,800 2,29 0,388 0,23RO35 150 300 0,338 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 9,12 0,13 98,13 1,39 0,920 2,63 0,568 0,33RO36 150 300 0,338 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 9,12 0,13 107,20 1,52 0,980 2,80 0,598 0,35RO37 150 300 0,507 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 13,68 0,19 114,12 1,62 1,160 3,31 0,388 0,23RO38 150 300 0,507 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 13,68 0,19 108,07 1,53 1,100 3,14 0,387 0,23RO39 150 300 0,507 118340 2024 1,710 70,48 0,35 29137 13,68 0,19 110,38 1,57 1,220 3,49 0,421 0,25RO40 150 300 0,169 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 4,56 0,06 94,08 1,15 0,440 1,42 0,278 0,16RO41 150 300 0,169 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 4,56 0,06 97,60 1,19 0,510 1,65 0,333 0,19RO42 150 300 0,169 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 4,56 0,06 95,83 1,17 0,480 1,55 0,455 0,27RO43 150 300 0,338 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 9,12 0,11 97,43 1,19 0,440 1,42 0,155 0,09RO44 150 300 0,338 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 9,12 0,11 98,85 1,20 0,440 1,42 0,140 0,08RO45 150 300 0,338 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 9,12 0,11 98,24 1,20 0,470 1,52 0,095 0,06RO46 150 300 0,507 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 13,68 0,17 124,20 1,51 1,020 3,29 0,534 0,31RO47 150 300 0,507 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 13,68 0,17 129,58 1,58 0,980 3,16 0,443 0,26RO48 150 300 0,507 118340 2024 1,710 82,13 0,31 37040 13,68 0,17 120,36 1,47 0,850 2,74 0,389 0,23
Rousakis, 2001 Tecido Carbono
Concreto Resultados do ensaioConfinamentoIdentificação do ensaio Geometria Propriedades do compósito
ft fE ff fuε cf coεcoE lf
cffl ccf
c
cc
ff ccε
co
cc
εε máx,lε
fu
máx,
εεl
Anexo
161
Tabela A.6 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP (LORENZIS, 2001)
Autor no. CP Elemento confinante
Tipo de fibra
D (mm)
H (mm)
(mm)
(MPa)
(MPa)
(%)
(MPa)
(%)
(MPa)
(MPa)
(MPa)
(%)
(%)
SA1 152 435 0,8 32000 450 1,406 35,00 0,25 30000 4,74 0,14 52,80 1,51 1,900 7,60 1,700 1,21SA2 152 435 1,6 34000 505 1,485 35,00 0,25 30000 10,63 0,30 66,00 1,89 2,470 9,88 1,650 1,11SA3 152 435 2,4 36000 560 1,556 35,00 0,25 30000 17,68 0,51 83,00 2,37 3,000 12,00 1,700 1,09SA4 152 435 0,11 367000 3300 0,899 35,00 0,25 30000 4,78 0,14 55,00 1,57 1,000 4,00 1,300 1,45SA5 152 435 0,23 390000 3550 0,910 35,00 0,25 30000 10,74 0,31 68,00 1,94 1,600 6,40 1,200 1,32SA6 152 435 0,55 415000 3700 0,892 35,00 0,25 30000 26,78 0,77 97,00 2,77 2,220 8,88 0,900 1,01MS1 153 305 1,44 37233 524 1,407 30,86 N.D. N.D. 9,86 0,32 53,66 1,74 3,060 N.D. 1,230 0,87MS2 153 305 1,44 37233 524 1,407 30,86 N.D. N.D. 9,86 0,32 56,50 1,83 3,270 N.D. 1,770 1,26MS3 153 305 1,44 37233 524 1,407 29,64 N.D. N.D. 9,86 0,33 67,12 2,26 2,900 N.D. 1,770 1,26MS4 153 305 1,44 37233 524 1,407 29,64 N.D. N.D. 9,86 0,33 55,29 1,87 3,760 N.D. 1,560 1,11MS5 153 305 1,44 37233 524 1,407 29,64 N.D. N.D. 9,86 0,33 60,23 2,03 3,800 N.D. 1,820 1,29MS6 153 305 1,44 37233 524 1,407 31,97 N.D. N.D. 9,86 0,31 59,06 1,85 3,430 N.D. 1,920 1,36MS7 153 305 1,44 37233 524 1,407 31,97 N.D. N.D. 9,86 0,31 60,79 1,90 3,430 N.D. 1,820 1,29MS8 153 305 2,2 40336 579 1,435 30,86 N.D. N.D. 16,65 0,54 72,92 2,36 4,070 N.D. 1,490 1,04MS9 153 305 2,2 40336 579 1,435 30,86 N.D. N.D. 16,65 0,54 65,67 2,13 2,940 N.D. 1,150 0,80MS10 153 305 2,2 40336 579 1,435 30,86 N.D. N.D. 16,65 0,54 77,99 2,53 4,410 N.D. 1,680 1,17MS11 153 305 2,2 40336 579 1,435 29,64 N.D. N.D. 16,65 0,56 74,56 2,52 4,310 N.D. 1,590 1,11MS12 153 305 2,2 40336 579 1,435 29,64 N.D. N.D. 16,65 0,56 93,02 3,14 4,280 N.D. 1,880 1,31MS13 153 305 2,2 40336 579 1,435 29,64 N.D. N.D. 16,65 0,56 71,74 2,42 3,920 N.D. 1,490 1,04MS14 153 305 2,2 40336 579 1,435 31,97 N.D. N.D. 16,65 0,52 77,35 2,42 3,790 N.D. 1,460 1,02MS15 153 305 2,2 40336 579 1,435 31,97 N.D. N.D. 16,65 0,52 77,08 2,41 3,770 N.D. 1,350 0,94MS16 153 305 2,97 40749 641 1,573 30,86 N.D. N.D. 24,89 0,81 85,72 2,78 4,350 N.D. 1,370 0,87MS17 153 305 2,97 40749 641 1,573 30,86 N.D. N.D. 24,89 0,81 86,76 2,81 4,690 N.D. 1,550 0,99MS18 153 305 2,97 40749 641 1,573 29,64 N.D. N.D. 24,89 0,84 86,22 2,91 4,600 N.D. 1,260 0,80MS19 153 305 2,97 40749 641 1,573 29,64 N.D. N.D. 24,89 0,84 114,66 3,87 5,330 N.D. 1,940 1,23MS20 153 305 2,97 40749 641 1,573 29,64 N.D. N.D. 24,89 0,84 87,44 2,95 4,140 N.D. 1,450 0,92MS21 153 305 2,97 40749 641 1,573 31,97 N.D. N.D. 24,89 0,78 86,11 2,69 4,220 N.D. 1,300 0,83MS22 153 305 2,97 40749 641 1,573 31,97 N.D. N.D. 24,89 0,78 83,99 2,63 4,300 N.D. 1,290 0,82
Carbono
Vidro
TuboSaafi et al., 1999
Mirmiran and
Shahawy, 1997
Tubo Vidro
Concreto Resultados do ensaioConfinamentoIdentificação do ensaio Geometria Propriedades do compósito
ft fE ff fuε cf coεcoE lf
cffl ccf
c
cc
ff ccε
co
cc
εε máx,lε
fu
máx,
εεl
Autor no. CP Elemento confinante
Tipo de fibra
D (mm)
H (mm)
(mm)
(MPa)
(MPa)
(%)
(MPa)
(%)
(MPa)
(MPa)
(MPa)
(%)
(%)
FR1 168 336 3,73 33400 548 1,641 58,00 0,20 N.D. 24,33 0,42 90,00 1,55 1,350 6,75 1,200 0,73FR2 219 438 3,7 33400 548 1,641 58,00 0,20 N.D. 18,52 0,32 68,00 1,17 1,030 5,15 N.D. N.D.FR3 100 200 3,08 23000 398 1,730 37,00 N.D. N.D. 24,52 0,66 81,00 2,19 1,100 N.D. 1,650 0,95
C30-C1 150 300 0,117 240000 3900 1,625 42,00 0,24 N.D. 6,08 0,14 46,00 1,10 1,100 4,58 0,950 0,58C30-C3 150 300 0,351 240000 3900 1,625 42,00 0,24 N.D. 18,25 0,43 77,00 1,83 2,260 9,42 1,05 0,65C30-C6 150 300 0,702 240000 3900 1,625 42,00 0,24 N.D. 36,50 0,87 108,00 2,57 3,230 13,46 1,06 0,65C30-G1 150 300 0,149 65000 3000 4,615 42,00 0,24 N.D. 5,96 0,14 41,00 0,98 0,730 3,04 0,55 0,12C30-G3 150 300 0,447 65000 3000 4,615 42,00 0,24 N.D. 17,88 0,43 61,00 1,45 1,740 7,25 1,3 0,28C30-G6 150 300 0,894 65000 3000 4,615 42,00 0,24 N.D. 35,76 0,85 85,00 2,02 2,500 10,42 1,1 0,24C60-C1 150 300 0,117 240000 3900 1,625 69,00 0,24 N.D. 6,08 0,09 94,00 1,36 0,280 1,17 0,09 0,06C60-C3 150 300 0,351 240000 3900 1,625 69,00 0,24 N.D. 18,25 0,26 99,00 1,43 1,010 4,21 1,03 0,63C60-C6 150 300 0,702 240000 3900 1,625 69,00 0,24 N.D. 36,50 0,53 156,00 2,26 1,600 6,67 1,08 0,66C60-C9 150 300 1,053 240000 3900 1,625 69,00 0,24 N.D. 54,76 0,79 199,00 2,88 2,210 9,21 1,19 0,73C60-C12 150 300 1,404 240000 3900 1,625 69,00 0,24 N.D. 73,01 1,06 217,00 3,14 1,960 8,17 0,84 0,52C60-G1 150 300 0,149 65000 3000 4,615 69,00 0,24 N.D. 5,96 0,09 79,00 1,14 0,470 1,96 0,62 0,13C60-G3 150 300 0,447 65000 3000 4,615 69,00 0,24 N.D. 17,88 0,26 81,00 1,17 0,780 3,25 0,74 0,16C60-G6 150 300 0,894 65000 3000 4,615 69,00 0,24 N.D. 35,76 0,52 107,00 1,55 1,240 5,17 1,1 0,24C60-G9 150 300 1,341 65000 3000 4,615 69,00 0,24 N.D. 53,64 0,78 137,00 1,99 1,420 5,92 1,05 0,23C60-G12 150 300 1,788 65000 3000 4,615 69,00 0,24 N.D. 71,52 1,04 170,00 2,46 1,420 5,92 1,11 0,24
AC1 150 600 0,111 240000 3700 1,542 28,20 N.D. N.D. 5,48 0,19 31,40 1,11 0,390 N.D. 0,26 0,17AC2 150 600 0,222 240000 3700 1,542 28,20 N.D. N.D. 10,95 0,39 57,40 2,04 2,050 N.D. 1,18 0,77AC3 150 600 0,333 240000 3700 1,542 28,20 N.D. N.D. 16,43 0,58 69,50 2,46 2,590 N.D. 1,14 0,74AC4 150 600 0,167 390000 3000 0,769 28,20 N.D. N.D. 6,68 0,24 41,50 1,47 0,750 N.D. 0,37 0,48AC5 150 600 0,334 390000 3000 0,769 28,20 N.D. N.D. 13,36 0,47 65,60 2,33 1,810 N.D. 0,69 0,90AC6 150 600 0,501 390000 3000 0,769 28,20 N.D. N.D. 20,04 0,71 79,40 2,82 1,690 N.D. 0,64 0,83AC7 150 600 0,094 65000 1700 2,615 28,20 N.D. N.D. 2,13 0,08 31,50 1,12 0,970 N.D. 0,9 0,34AC8 150 600 0,188 65000 1700 2,615 28,20 N.D. N.D. 4,26 0,15 35,80 1,27 0,550 N.D. 0,42 0,16AC9 150 600 0,282 65000 1700 2,615 28,20 N.D. N.D. 6,39 0,23 50,70 1,80 1,140 N.D. 0,99 0,38
Aire et al., 2001
Vidro
Carbono
Carbono
Tecido
Vidro
Tubo VidroFam and Rizkalla,
2000
Concreto Resultados do ensaioConfinamentoIdentificação do ensaio Geometria Propriedades do compósito
Silva, V. D. e Santos, J. M. C., 2001
Tecido
Carbono
Vidro
ft fE ff fuε cf coεcoE lf
cffl ccf
c
cc
ff ccε
co
cc
εε máx,lε
fu
máx,
εεl
Anexo
162
Tabela A.7 : Resultados de ensaios experimentais de CPs de concreto confinados com FRP
Referências bibliográficas
163
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