comportamento anoréxico e percepção corporal em universitários

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  • 8/9/2019 Comportamento anorxico e percepo corporal em universitrios.

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    Comportamento anorxico epercepo corporal em universitrios

    Anorexic behavior and body self-perception on universitarians

    Tatiane Dutra Gonalves1

    , Mariana Prado Barbosa1

    , Luiz Carlos Laureano da Rosa1

    , Alexandra Magna Rodrigues1

    Artigo originAl

    1 Departamento de Psiquiatria da Universidade de Taubat (UNITAU).

    Endereo para correspondncia: Tatiane Dutra GonalvesAv. Jos Vicente de Barros, 1502, Vila So Geraldo 12061-000 Taubat, SPE.mail: [email protected]

    resumo

    obj v :Avaliar a percepo corporal e a prevalncia de sintomas de anorexia nervosa emestudantes universitrios.m d :Estudo transversal, no qual a seleo da amostra oi rea-lizada por convenincia. Aplicou-se o questionrio teste de atitudes alimentares (EAT- 26) eteste de imagem corporal, para avaliar os sintomas de anorexia nervosa e a percepo cor-poral, respectivamente. Para a anlise estatstica dos dados utilizou-se o teste binomial paraverifcar a existncia de associao entre as variveis qualitativas.r ad :Participaramdo estudo 149 estudantes de nutrio e 78 estudantes de educao sica. Observou-se que10,3% e 14,1% dos estudantes de educao sica e nutrio, respectivamente, apresentaram

    atores de risco para desenvolver anorexia nervosa e o teste de imagem corporal evidencioupropores elevadas de insatis ao com a orma corporal, em ambos os cursos: 75,8% e78,2% para os cursos de nutrio e educao sica, respectivamente.c :Os estu-dantes de nutrio mostraram maior tendncia de apresentar comportamento de risco paraanorexia nervosa, com predominncia no sexo eminino. Alm disso, os resultados eviden-ciaram propores elevadas de insatis ao com a imagem corporal, em ambos os cursos.Estes resultados so preocupantes, tendo em vista que so uturos profssionais que possuempapel undamental na deteco e, no caso do nutricionista, no manejo destes distrbios.

    ABstrAct

    Objective: To assess body perception and prevalence of symptoms of nervous anorexy incollege students. Methods: Cross-sectional study with convenience sample. We used the Eating Attitudes Test questionnaire (EAT-26) and the Body Image Test to evaluate symptoms of nervousanorexy and the body perception on the participants, respectively. In the statistical analysis,Binomial test was used to assess the association between qualitative variables. Results: Thisstudy included 149 nutrition and 78 physical education students. The results showed that 10.3%and 14.1% of the physical education and nutrition students, respectively, presented risk factorsfor the development of anorexy, and the Body Image Test revealed high levels of dissatisfactionregarding body shape of students in both courses: 75.8% and 78.2% in nutrition and physical

    education, respectively. Conclusion: Students of nutrition showed greater tendency to present risk behavior for developing nervous anorexy, predominantly in females. Moreover, the resultsshowed high proportions of dissatisfaction with body image in both courses. These results raiseconcern, since the physical education teachers and nutritionists are the professionals who play akey role in detecting and, in the case of a nutritionist, managing these disorders.

    Recebido em9/5/2008

    Aprovado em29/7/2008

    Pa av a - havUniversitrios, anorexianervosa, imagem corporal.

    K yw dCollege students,nervous anorexy,corporal body image

  • 8/9/2019 Comportamento anorxico e percepo corporal em universitrios.

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    1Comportamento anorxico e percepo corporal em universitrArtigo originAl

    Os transtornos alimentares (TA) so entidades de grandeimportncia mdico-social, pois podem comprometer se-riamente a sade dos indivduos sintomticos. Atitudes decomportamento alimentar preocupantes e problemticasrelativas ao medo da gordura so comumente encontra-das. Por causa de sua importncia epidemiolgica, urge

    ampliar esses estudos com a utilizao de instrumentosespecfcos para seu rastreamento, para que o processo deinterveno e preveno na populao sejam e etivos1.

    Os distrbios alimentares ocorrem mais reqentemen-te no sexo eminino2. Os homens tambm so acometidos,mas em propores menores, representando apenas 10%dos casos dos TA1.

    A anorexia nervosa (AN) um transtorno alimentar re-presentada pela distoro na maneira como o indivduoavalia a orma, o peso e o tamanho de seu corpo (imagemcorporal). Somado distoro de imagem corporal, h

    medo mrbido de engordar e recusa alimentar. Para perderpeso, o indivduo submete-se a longos perodos de jejumou restrio alimentar. Uso de inibidores de apetite, laxan-tes e diurticos e atividade sica tambm podem ocorrer.Outro sinal importante no sexo eminino a presena deamenorria ou diminuio da libido no sexo masculino3.

    A AN tem complicaes srias associadas com a des-nutrio, como comprometimento cardiovascular, desi-dratao, distrbios eletrolticos, distrbios na motilidadegastrintestinal, in ertilidade, hipotermia e outras evidnciasde hipometabolismo4. E constitui, hoje, epidemia silencio-

    sa, talvez por isso, ainda no seja reconhecida pelas polti-cas pblicas no setor da sade5.

    Os TA tm etiologia multi atorial, ou seja, so determina-dos pela diversidade de atores que interagem entre si demodo complexo, para produzir e, muitas vezes, perpetuar adoena. Classicamente, distinguem-se os atores predispo-nentes, precipitantes e os mantenedores dos TA6.

    O sexo eminino, de maneira geral, muito vulnervel aceitao das presses sociais, econmicas e cultural asso-ciada aos padres estticos. A sociedade rejeita, discriminae reprova pessoas obesas2.

    O modelo de beleza imposto pela sociedade atualcorresponde ao corpo magro, no levando em considera-o os aspectos relacionados com a sade e as di erentesconstituies sicas da populao. Esse padro distorcidode beleza acarreta nmero cada vez maior de mulheresque se submetem a dietas para controle de peso, ao ex-cesso de exerccios sicos e ao uso indiscriminado de la-xantes, diurticos e drogas anorexgenas7.

    O ideal do corpo per eito preconizado pela nossa socie-dade e veiculado pela mdia leva as mulheres insatis aocrnica com seu corpo, culpando-se, muitas vezes, por al-guns quilos a mais, ou adotando dietas altamente restritivas

    e exerccios sicos extenuantes como orma de compensaras calorias ingeridas em excesso, na tentativa de correspon-der ao modelo cultural vigente5.

    Em geral, os homens esto mais satis eitos com seu cor-po e os percebem com menos distoro8. A maioria con-sidera o corpo mais musculoso como representao da

    imagem corporal masculina ideal9

    . Ao contrrio das mulhe-res, que esto mais preocupadas com o peso, os homensrelatam maior preocupao com a orma sica e a massacorporal, e buscam, especifcamente, aumento da massamuscular, por isso azem mais exerccios sicos8.

    A relao entre profssionais do sexo eminino (que exi-gem baixo peso corporal) e os TA tem sido discutida naliteratura. Entretanto, a literatura escassa em relao aos TA em indivduos do sexo masculino. Alguns grupos apre-sentam maiores chances de desenvolver TA, destacando-seaqueles cujas atuaes esto ligadas preocupao exa-

    gerada com o peso ou a orma corporal atletas, modelos,estudantes de nutrio2,8.

    Tendo em vista o exposto, o objetivo do presente estudooi avaliar a percepo corporal e a prevalncia de sintomas

    de AN em estudantes de nutrio e educao sica de umauniversidade do Vale do Paraba, SP.

    mtoDos

    A amostra do estudo oi selecionada por convenincia. Fo-

    ram avaliados os estudantes dos cursos de nutrio e edu-cao sica de uma universidade de Taubat, de ambos ossexos, da 1 a 3 srie (nutrio) e da 2 a 4 srie (educao

    sica), que oram agrupados da seguinte orma: turma 1(1 e 2 ano), turma 2 (2 e 3 ano) e turma 3 (3 e 4 ano) denutrio e educao sica, respectivamente.

    Para avaliar a prevalncia de sintomas de AN utilizou-seo Eating Attitudes Test (EAT-26), elaborado por Garneret al .10 e traduzido para o portugus por Nuneset al ., em 199411. um questionrio de autopreenchimento, constitu do de26 questes com seis opes de resposta: sempre, muito

    reqente, reqentemente, s vezes, raramente e nunca.O teste muito utilizado em estudos epidemiolgicos pararastrear indivduos supostamente suscetveis ao desen-volvimento de distrbio da conduta alimentar e pessoascujas respostas ao teste atingem escore igual ou superiora 20. O clculo do escore oi realizado por meio de umaescala para cada questo, cuja pontuao a seguinte:sempre (3 pontos); muito reqente (2 pontos); reqente(1 ponto) e s vezes/raramente/nunca (0).

    Aplicado o instrumento, os escores obtidos em cadaquesto do EAT-26 so somados e computados para cadapessoa avaliada. Caso o total de escores encontrado seja

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    8 Gonalves TDet al. Artigo originAl

    maior ou igual a 20, o EAT-26 considerado positivo e con-frmada a presena de atitudes alimentares patolgicas erisco para o desenvolvimento de AN; e escore entre 0 a 19considerou-se ora de risco.

    Para avaliar a percepo corporal adotou-se o teste deimagem corporal12, que consiste de nove iguras, divididasem quatro categorias: silhueta 1: delgado (magro); silhue-tas 2 a 5: normal; silhuetas 6 e 7: sobrepeso e silhuetas 8e 9: obeso.

    As fguras esquemticas oram apresentadas individual-mente a cada estudante e solicitada a escolha de uma entreessas fguras, aquela que se parea mais com o seu corpo(auto-imagem corporal), e, em seguida, solicitou-se que as-sinalasse a fgura que gostaria de ser (desejo).

    Tambm oram coletados dados sobre idade e sexo,peso (kg) e estatura (m) re eridos pelos participantes.

    A anlise estatstica oi realizada por meio do programaBio Estat e utilizou-se o teste binomial para verifcar a exis-tncia de associao entre as variveis qualitativas, conside-rando-se como signifcante o valor de p 0,05.

    Esta pesquisa oi aprovada pelos comits de tica daUniversidade de Taubat, e todos os indivduos assinaramtermo de consentimento e esclarecido antes de qualquerprocedimento do estudo osse iniciado.

    resultADos

    A populao estudada constituiu-se de 227 estudantes uni-

    versitrios, de ambos os sexos, sendo: 149 alunos do cursode nutrio com idade mdia de 22,57 anos e 78 alunos docurso de educao sica com idade mdia de 23,65 anos.

    De acordo com os resultados, observou-se que 14,1% e10,3% dos estudantes de nutrio e educao sica, respec-tivamente, apresentaram sintomas de AN (p > 0,05).

    Houve tendncia dos estudantes do sexo eminino apre-sentarem comportamento de risco para AN mais elevado,quando comparado aos do sexo masculino, em ambos oscursos (p > 0,05) (Figura 1).

    A Figura 2 demonstra que a proporo de estudantescom sintomas de AN apresentou-se maior na turma 1 denutrio em relao a turma 1 de educao sica (p < 0,05).Entretanto, ressalta-se que entre as demais turmas no hou-ve di erena estatisticamente signifcante (p > 0,05).

    f a 1.Sintomas de anorexia nervosa em alunos de nutrioe de educao fsica, segundo o gnero.

    f a 3.Distribuio percentual quanto percepo corporaldos estudantes, segundo o gnero.

    f a 2.Sintomas de anorexia nervosa em alunos de nutrioe educao fsica, por turma.

    Masculino

    Masculino

    Turma 1 Turma 2

    %

    %

    %

    Feminino

    Feminino

    Turma 3

    Anorexia nervosa

    Insatis ao corporal

    Anorexia nervosa

    8,3

    8,9

    91,2

    18,59,8

    *

    4,7

    57,442,6

    4,0 6,5

    14,6

    11,6

    16,6

    22,7

    100

    80

    60

    40

    20

    0

    100

    80

    60

    40

    20

    0

    100

    80

    60

    40

    20

    0

    Nutrio

    Nutrio

    Nutrio

    Ed. sica

    Ed. sica

    Ed. sica

    p > 0,05, segundo teste binomial.

    p < 0,05, segundo teste binomial.

    p < 0,05, segundo teste binomial.

    Ao avaliar a percepo corporal observou-se que 75,8%dos estudantes de nutrio e 78,2% de educao sica en-contravam-se insatis eitos com a orma corporal (p > 0,05).Verifcou-se, ainda, di erena entre insatis ao corporalentre os alunos dos sexos masculino e eminino (p < 0,05)(Figura 3).

    De acordo com o teste de imagem corporal, a maioriados alunos de nutrio e educao sica se sentia comexcesso de peso (Figura 4).

    A Figura 5 mostra que a proporo de alunos do cur-so de nutrio que desejavam ser normais (eutrfcos) oimaior do que no grupo de educao sica, que apresenta-ram maior desejo em aumentar de peso (p < 0,05).

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    1Comportamento anorxico e percepo corporal em universitrArtigo originAl

    A Tabela 1 mostra a relao entre a insatis ao corporale a presena de sintomas de AN.

    grupos. Por esse motivo, questionrios que identifquesintomas tm sido utilizados para localizar grupos de riscopara o desenvolvimento de AN11.

    De acordo com estudo realizado no Rio de Janeiro,com estudantes de nutrio do sexo eminino, 14% dasalunas apresentaram sintomas de AN15. Este estudo encon-

    trou resultados semelhantes ao observado no presente,no que se re ere a estudantes do sexo eminino de nutri-o (14,6%).

    Con orme estudo de Furlan16, que avaliou 45 alunas deeducao sica de uma universidade de Sorocaba/SP, ne-nhuma apresentou sintomas de AN. Estes resultados diver-gem dos encontrados no presente estudo que verifcou que16,6% das alunas do curso de educao sica apresentavamcomportamento e risco para a AN.

    O presente trabalho mostrou que o sexo emininoapresentou maiores propores de sintomas de AN, emambos os cursos, concordando com os dados encontra-dos na literatura15.

    Consoante a Sociedade Brasileira de Psiquiatria Cl-nica (SBPC), a cada ano, aumenta o nmero de pessoasque desenvolve graves transtornos do comportamen-to alimentar. A maior parte, mais de 90%, composta deadolescentes e mulheres jovens17. Os TA so bem menos

    reqentes nos homens, por essa razo, o universo mas-culino tem sido relativamente negligenciado e ignoradopelos especialistas18.

    Atualmente as descries de TA no sexo masculino soescassas19. No entanto, os resultados do presente estudomostraram comportamento de risco para AN, entre os ho-mens de ambos os cursos.

    Resultado interessante oi visto em relao aos sinto-mas de AN com o decorrer do curso. Estudantes de nu-trio tendem a reduzir o comportamento de risco paraanorexia com o transcorrer do curso, enquanto alunos docurso de educao sica apresentam comportamentocontrrio. Esse resultado pode estar relacionado ao atode que com o passar dos anos, os alunos de nutrio ad-quirem conhecimentos mais amplos sobre alimentaoe tendem a reduzir os riscos de transtornos e os alunosde educao sica passam, cada vez mais, a se preocuparcom a orma corporal.

    A imagem corporal a maneira pela qual o corpo seapresenta para si prprio. A indstria cultural, pelos meiosde comunicao, encarrega-se de criar desejos e re orarimagens padronizando corpos20.

    No presente estudo, ao avaliar a imagem corporal, hou-ve tendncia do curso de educao sica apresentar pro-pores mais elevadas de insatis ao corporal (78,2%),quando comparado ao curso de nutrio (75,8%). Essa insa-tis ao corporal oi vista, especialmente, entre os alunos dosexo masculino da educao sica.

    f a 4.Distribuio percentual quanto percepo cor-poral dos estudantes.

    Baixo peso Normais

    %

    Sobrepeso ObesoPercepo corporal

    0,6

    40,9

    1,3

    47,4 44,3

    14,1

    39,7

    12,8

    100

    80

    60

    40

    20

    0

    Nutrio Ed. sica

    p > 0,05, segundo teste binomial.

    f a 5.Distribuio percentual quanto ao desejo corporaldos estudantes.

    Perder peso Manter o peso Ganhar peso

    %

    Desejo corporal

    0,6

    76,5

    *

    1,3

    48,7

    *

    *

    24,1

    51,3

    100

    8060

    40

    20

    0

    Nutrio Ed. sica

    * p < 0,05, segundo teste binomial.

    tab a 1. Relao entre insatis ao corporal e a presena de sin-tomas de anorexia nervosa.

    Sintomas de anorexia nervosaInsatisfao corporal

    Nutrio Educao fsicaSim No Sim No

    Sim 20 1 8 0

    No 93 35 53 17

    p > 0,05, segundo teste binomial.

    Discusso

    Os TA so cada vez mais ocos da ateno dos profssionaisda rea da sade por apresentarem signifcativos graus demorbimortalidade13. Vitoloet al .14, verifcaram que a popula-o universitria pode ser oco de estudos que propiciemmaiores esclarecimentos sobre os TA.

    A taxa de prevalncia de AN em torno de 1% na popu-lao geral, com 90% dos casos em mulheres3. E seu diag-nstico exige entrevista clnica, tornando mais di cil avaliar

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    0 Gonalves TDet al. Artigo originAl

    Estudo de Russo20, ao analisar a percepo corporal deestudantes educao sica, de ambos os sexos, de uma ci-dade de So Paulo, concluiu que h di erenas em relao insatis ao corporal entre os sexos, e que no somen-te o sexo eminino apresenta distrbios estimulados pelacultura, como tambm os homens esto apresentandopreocupao excessiva em fcar orte a todo custo. Issoexplica os resultados encontrados no presente estudo, noqual estudantes do curso de educao sica apresentarammaior desejo em aumentar de peso. J nos estudantes denutrio, a proporo de alunos com desejo de ser nor-mais oi maior (76,5%) do que entre os alunos de educao

    sica (48,7%) (p < 0,05).Na AN, h preocupao excessiva com o peso e a or-

    ma corporal, e a imagem corporal o ator de risco parao desenvolvimento de TA21. Entretanto, no presente traba-lho, no houve associao entre insatis ao corporal epresena de comportamento anorxico. So necessriosmais estudos nessa rea, a im de se obter maiores escla-recimentos sobre esse distrbio que vm aumentando emnossa sociedade.

    O presente estudo demonstrou que o curso de nutrioapresentou tendncia maior de comportamento de riscopara o desenvolvimento de AN, em relao ao curso de edu-cao sica, com predominncia no sexo eminino.

    Alm disso, os resultados encontrados evidenciarampropores elevadas de insatis ao com a imagem cor-poral, em ambos os cursos e desejo de alter-la para ade-quar-se aos padres sociais vigentes. Estes resultados so

    preocupantes, tendo em vista que so uturos pro essoresde educao sica e nutricionistas que possuem papelundamental na deteco e, no caso do nutricionista, no

    manejo destes distrbios.

    concluso

    imprescindvel que continuem as pesquisas no sentido demais bem entender os distrbios alimentares e sua ligaocom os profssionais da rea da sade, uma vez que estesesto sujeitos a presses da sociedade.

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