complicações decorrentes de fraturas
DESCRIPTION
A gravidade de uma fratura depende da sua localização, do número de ossos quebrados e dos danos causados ao tecido ósseo. Fraturas graves podem acarretar em complicações perigosas se não forem tratadas rapidamente. Entre as possíveis complicações nós temos os danos aos vasos sanguíneos, os danos aos nervos, as infecções do osso (osteomielite) e até o óbito, devido a grande perda sanguínea (hipovolemia) ou a presença de gordura do osso nos pulmões (embolia gordurosa). O tempo de recuperação de uma fratura varia, dependendo da idade, da saúde do paciente e do tipo de fratura. Uma fratura simples em uma criança pode ser curada dentro de poucas semanas; uma fratura grave em uma pessoa mais velha pode levar meses para se consolidar.TRANSCRIPT
FACULDADE DE MEDICINA UNINOVE
SISTEMA LOCOMOTOR
ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
PROF CAIO GONÇALVES DE SOUZA
Complicações de fraturas
Fratura
• lesão tecidual
• sangramento
• inflamação
• cirurgia
• consolidação
• remodelação
• cura
Fratura • lesão tecidual - gordura - S. embolia gordurosa
• sangramento - choque hipovolêmico
• inflamação - edema - S. compartimental
• cirurgia - infecção
• consolidação - pseudo-artrose
• consolidação - deformidade - consolidação viciosa
Síndrome da embolia gordurosa
Síndrome da embolia gordurosa
• Gordura da medula óssea intravascular
• Reação inflamatória pulmonar
• pO2 diminui
• pCO2 aumenta
• Fratura dos ossos longos 0,5% a 2% casos
• Fratura dos ossos longos + pelve 10%
• Mortalidade até 50%
Síndrome da embolia gordurosa
• Confusão mental
• Dispnéia
• Primeiras 48h após fratura
Síndrome da embolia gordurosa
• Petéquias
• Febre
• Taquicardia
• Alteração da função renal
Síndrome da embolia gordurosa
• Alteração laboratorial (hipoxemia arterial ) – pO2 < 60 mm Hg – pCO2 > 55 mm Hg
• Trombocitopenia ( 150.000 ) • RX ou TC (infiltrado pulmonar em tempestade de neve) • Alterações ao ECG (arritmias, inversão de onda t,
bloqueio de ramo)
Síndrome da embolia gordurosa
Síndrome da embolia gordurosa
• Damage Control
– Fixação precoce de todas as fraturas (antes de 24 horas)
Tratamento
• Medidas gerais de suporte
• Metilprednisolona ( 30 mg/kg - 12/12h )
• Fixação precoce das fraturas ( < 24h )
Choque hipovolêmico
Choque hipovolêmico
• hipovolêmico ( hemorrágico )
• cardiogênico
• neurogênico
• séptico
Choque hipovolêmico
• vasoconstricção cutânea, visceral, muscular
• TAQUICARDIA
• Hipotensão se mecanismos compensatórios insuficientes
Choque hipovolêmico
• Baixa perfusão tecidual
• Hipóxia tecidual
• Lesão de órgãos
Choque hipovolêmico
• Fraturas isoladas de tíbia ou úmero : 750 ml
• Fratura isolada de fêmur : 1500 ml
• Fraturas do anel pélvico estão associadas com outras lesões em mais de 90% dos casos embora sejam causa de morte em apenas 7 a 18%.
• Fratura pélvica com hematoma em retroperitôneo pode acumular vários litros.
Politrauma
• Sangramento:
– externo - fratura exposta
– interno para cavidade - pelve
– interno para tecidos moles - extremidades
Choque hipovolêmico
• Diagnóstico
• ABC do atendimento inicial
• Identificar outros locais de sangramento
• Reposição volêmica rápida: cristalóides - colóides
Choque hipovolêmico
• Reposição volêmica
• Estabilização das fraturas:
– imobilização provisória
– fixador externo
– osteossíntese definitiva
• Tratamento dos ferimentos: hemostasia
Choque hipovolêmico
Choque hipovolêmico
• Fixação externa na pelve
• Fixador externo nas outras fraturas
Choque hipovolêmico
TVP e TEP
TVP e TEP
• Trombose venosa representa a formação deste coágulo (trombo) dentro das veias
• O trombo impede a passagem e o fluxo normal do sangue naquele vaso
TVP e TEP
• Tríade de Virschow
• hipercoagulabilidade sanguínea
• lesão endotelial
• estase
TVP e TEP
• TVP Trombose Venosa Profunda
• TEP Trombo Embolismo Pulmonar
• TVP TEP
TVP e TEP • idosos, obesos
• cirurgias de grande porte
• cirurgias ortopédicas (MMII)
• Cirurgias ginecológicas e urológicas
• doenças cardiopulmonares ( IAM, ICC, DPOC )
• antecedentes de TVP, TEP
• acamados (imobilizados no leito)
TVP
• TVP pode ser assintomática
• Num estudo com 349 politraumatizados, TVP foram identificados em 58% dos pacientes, sendo que TVP proximal em18%
• 1,5% com achados típicos de TVP
TEP
• 11% não sobrevivem após 1h do início dos sintomas.
• 8% morrem apesar da terapia anticoagulante
• 30% morrem se o diagnóstico não for feito e nenhuma terapêutica for estabelecida.
PREVENÇÃO DO TROMOEMBOLISMO PULMONAR É FUNDAMENTAL
TVP e TEP
• 15 a 25% dos cirurgiões não fazem profilaxia em pacientes submetidos à cirurgia do quadril
• 5 a 10% nunca usaram qualquer forma de profilaxia
• Trombose pode ocorrer durante o procedimento cirúrgico
Prevenção
• Heparina de baixo peso molecular injetável
• Compressão pneumática externa
• Filtro de Greenfield
Síndrome compartimental
Síndrome compartimental • Compartimento:
– músculos
– vasos
– nervos
– envolvidos pela fáscia muscular
Síndrome compartimental
EDEMA
AUMENTO DE PRESSÃO
ISQUEMIA
NECROSE
FRATURA
Síndrome compartimental
• dor à extensão passiva dos dedos
• cianose
• palidez
• parestesias
• paralisias
• ausência de pulsos
• contratura isquêmica de Volkmann
• Diagnóstico clínico
– DOR desproporcional, não cede com analgésicos comuns
– É o sintoma mais precoce e importante
– Todos os outros sinais são tardios
Síndrome compartimental
• Confirmação do diagnóstico
– medida da pressão do compartimento
Síndrome compartimental
• Tratamento
– Diminuir a pressão do compartimento
– Compressão interna:
• abrir a fáscia - FASCIOTOMIA
Síndrome compartimental
Infecção Óssea (Osteomielite)
Infecção Óssea
• Porta de entrada
– Infecção prévia na corrente sanguínea
– fratura exposta
– tratamento cirúrgico da fratura
Osteomielite
• Processo supurativo do osso causado por organismos piogênicos
– Hematogênica
– Contiguidade
– Inoculação direta
• Partes moles
• Osso
– pouco vascularizado
– implante
– baixa penetração de antibióticos
Infecção
• Quadro clínico
– eritema
– calor local
– febre
– dor
– secreção purulenta
Infecção
• Tratamento
– antibioticoterapia
– desbridamento
– implante
• manter se fixação estável
• retirar se instável
Infecção
• Agente mais comum
– Staphylococcus aureus
• Antibioticoterapia: vancomicina
• Profilaxia já foi feita com cefazolina
Infecção
Infecção
Infecção
• Osteomielite
• Aguda
– 6 semanas de antibióticos
• Crônica
– 6 meses de antibióticos
Infecção
Pseudoartrose
Pseudoartrose
• Falha da consolidação óssea após 6 meses do trauma
• Motivo da falha:
– Imobilização inadequada
– Vascularização insuficiente
Pseudoartrose
Imobilização insuficiente
=
Falha na consolidação
Pseudoartrose • Vascularização inadequada:
– varia com o tipo de osso
– pobre: colo do fêmur, escafóide, tálus
• Alteração da vascularização sistêmica:
– doenças: Diabetes, aterosclerose, vasculites
– trauma: alta energia, fratura cominuta
– tabagismo
• Hipertrófica ou Vascular
– Imobilização insuficiente - calo ósseo presente mas não forma uma ponte óssea - pseudo-artrose hipertrófica
• Atrófica ou Avascular
– Vascularização deficiente - não forma calo ósseo - pseudo-artrose atrófica
Classificação
Classificação
Pseudo-artrose
• Hipertrófica = proporcionar estabilidade
– melhorar osteossíntese
• Atrófica = estímulo biológico
– enxerto ósseo
– retalhos
Tratamento
Consolidação viciosa
Consolidação viciosa
• Consolidação com desvios incompatíveis com uma boa função
• Desvios:
– encurtamento / alongamento
– angulares
– rotacionais
– translacionais
Consolidação viciosa
Consolidação viciosa
• Diafisária
• Articular
Consolidação viciosa
• Diafisária:
– deformidade
– desalinhamento articular
– perda de força muscular
Consolidação viciosa
• Articular
– restrição de movimentos
– artrose precoce
Consolidação viciosa
• Prevenção:
– redução adequada
– tratar no momento correto
– estabilização suficiente
Consolidação viciosa
• Tratamento:
– corrigir a deformidade
– osteotomia
– nova fixação
Consolidação viciosa
Consolidação viciosa
DÚVIDAS?