competência dos tribunais

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 Competência dos tribunais Os tribunais exercem a função jurisdicional. A jurisdição compete a todos os órgãos juris dicio nais, conside rados no seu conjunto. Em concreto, porém, encontram-se fracionada. A competência é a fração do poder jurisdicional ue cabe a cada tribunal. O poder jur isdicional est! repartido pelos di" ers os tri bun ais segundo determinados critérios. Conflitos de jurisdição e de competência  A jurisdição constitui o poder de julgar ue é atribu#do aos tribunais considerados no seu conjunto. A competência é apenas a parcela desse poder, depois de fracionada entre os diferentes tribunais.  A import$ncia desta distinção re"ela-se uando surge conflitos ue podem ser jurisdição ou de competência. %onforme o art.&'()*& +! conflito de jurisdição uando duas ou mais autoridades, pertencentes a di"ersas ati"idades do Estado, ou dois ou mais tribunais, integrados em ordem jurisdicionais diferentes, se arrogam ou declinam o poder de con+ecer da mesma uestão. Os conflitos de jurisdição podem surgir entre duas autoridades pertencentes a diferentes ati"idades do Estado. Exemplo urge uando a ação foi proposta no tribunal c#"el e o  jui considera ue a mesma de"e correr no tribunal administrati"o por ser de naturea administrati"a a uestão em lit#gio. O con fli to di -se posit i"o se amb os se arr oga m o pod er de con+ecer da mesma uestão, e di-se negati"o, se ambos declinam esse poder /Art.&'()*&0 O conflito de competência /positi"o ou negati"o0 só pode surgir entre dois ou mais tribunais da mesma ordem jurisdicional /art.&'()*10. 2! conflito negati"o de competência uando, um ju#o c#"el e um ju#o de fam#lia de 3isboa se atribuem mutuamente a competência, negado a própria, para con+ecer de determinada uestão. e ambos se cons iderassem competen tes para con+ecer da mesma uestão, o conflito seria positi"o. Os conflitos de jurisdição são resol"idos, conforme os casos, pelo upremo 4ribunal de 5ustiça ou pelo 4ribunal dos %onflitos /art.&&')*&0. Os conflitos de competência são resol"idos pelo presidente do tribunal de menor categoria ue exerça jurisdição sobre as autoridades em conflito /Art.&& ')*10. Modalidades de competência O poder de julgar est! distribu#do entre os tribunais de acordo com di"ers os cri tér ios . 6odemo s dis tin guir a com pet ência internacional da interna.  A competência internacional atribuição do poder de julgar aos tribunais portugueses, no seu conjunto, em face dos tribunais estrangeiros. A uestão da competência internacional só surge uando a causa re"ele alguma conexão com outra ordem jur#dica estrangeira.  A competência interna repartição, entre os di"ersos tribunais portugueses, do poder de julgar, subdi"ide-se conforme resulta do art.7')*1 em 8atéria 9alor da causa 2ieraruia 4erritório Competência internacional – Noção O pro blema sur ge ua ndo a causa, atra"és de ua l u er dos seu s elemen tos , est ! em conexão com outra ordem jur #di ca, alé m da portuguesa. 4rata-se de saber se uma determinada uestão de"e ser resol"ida pelos tribunais portugueses ou pelos tribunais de um Estado estrangeiro. %ada pa#s pode fixar os elementos de conexão ue considera rele"antes para se atribuir a competência para julgar determinados lit#gios. %onforme, o art.:(), os tribunais portugueses são internacionalmente competentes uando se "eri fiue algum dos elementos de conex ão refer idos nos artigos 71) e 7;) ou uando as partes l+e ten+am atribu#do competência nos termos do art.7<). endo assim, os elementos de conexão da ação com a ordem jur#dica de diferentes pa#ses a ue de"e atender-se para

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Processo Civil I

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Competncia dos tribunaisOs tribunais exercem a funo jurisdicional. A jurisdio compete a todos os rgos jurisdicionais, considerados no seu conjunto. Em concreto, porm, encontram-se fracionada. A competncia a frao do poder jurisdicional que cabe a cada tribunal. O poder jurisdicional est repartido pelos diversos tribunais segundo determinados critrios.

Conflitos de jurisdio e de competnciaA jurisdio constitui o poder de julgar que atribudo aos tribunais considerados no seu conjunto. A competncia apenas a parcela desse poder, depois de fracionada entre os diferentes tribunais. A importncia desta distino revela-se quando surge conflitos que podem ser jurisdio ou de competncia.Conforme o art.109/1 h conflito de jurisdio quando duas ou mais autoridades, pertencentes a diversas atividades do Estado, ou dois ou mais tribunais, integrados em ordem jurisdicionais diferentes, se arrogam ou declinam o poder de conhecer da mesma questo.Os conflitos de jurisdio podem surgir entre duas autoridades pertencentes a diferentes atividades do Estado.Exemplo: Surge quando a ao foi proposta no tribunal cvel e o juiz considera que a mesma deve correr no tribunal administrativo por ser de natureza administrativa a questo em litgio.O conflito diz-se positivo se ambos se arrogam o poder de conhecer da mesma questo, e diz-se negativo, se ambos declinam esse poder (Art.109/1)O conflito de competncia (positivo ou negativo) s pode surgir entre dois ou mais tribunais da mesma ordem jurisdicional (art.109/2). H conflito negativo de competncia quando, um juzo cvel e um juzo de famlia de Lisboa se atribuem mutuamente a competncia, negado a prpria, para conhecer de determinada questo.Se ambos se considerassem competentes para conhecer da mesma questo, o conflito seria positivo.Os conflitos de jurisdio so resolvidos, conforme os casos, pelo Supremo Tribunal de Justia ou pelo Tribunal dos Conflitos (art.110/1). Os conflitos de competncia so resolvidos pelo presidente do tribunal de menor categoria que exera jurisdio sobre as autoridades em conflito (Art.110/2).

Modalidades de competnciaO poder de julgar est distribudo entre os tribunais de acordo com diversos critrios. Podemos distinguir a competncia internacional da interna. A competncia internacional: atribuio do poder de julgar aos tribunais portugueses, no seu conjunto, em face dos tribunais estrangeiros. A questo da competncia internacional s surge quando a causa revele alguma conexo com outra ordem jurdica estrangeira.A competncia interna: repartio, entre os diversos tribunais portugueses, do poder de julgar, subdivide-se conforme resulta do art.60/2 em: Matria Valor da causa Hierarquia Territrio

Competncia internacional NooO problema surge quando a causa, atravs de qualquer dos seus elementos, est em conexo com outra ordem jurdica, alm da portuguesa. Trata-se de saber se uma determinada questo deve ser resolvida pelos tribunais portugueses ou pelos tribunais de um Estado estrangeiro.Cada pas pode fixar os elementos de conexo que considera relevantes para se atribuir a competncia para julgar determinados litgios. Conforme, o art.59, os tribunais portugueses so internacionalmente competentes quando se verifique algum dos elementos de conexo referidos nos artigos 62 e 63 ou quando as partes lhe tenham atribudo competncia nos termos do art.64. Sendo assim, os elementos de conexo da ao com a ordem jurdica de diferentes pases a que deve atender-se para atribuir competncia internacional aos tribunais portugueses est prevista nos artigos 62 e 63.

Fatores de atribuio da competncia internacional (art.62)A primeira alnea princpio da coincidncia. atribuda competncia internacional aos tribunais portugueses, quando a ao deva ser proposta em Portugal, segundo as regras de competncia territorial estabelecidas na lei portuguesa.Estas regras da competncia territorial encontram-se definidas nos artigos 70.ss.Verifica-se uma coincidncia entre a competncia internacional e a competncia interna territorial. Quando, de acordo com as regras da competncia territorial, a ao deva ser instaurada e Portugal, os tribunais portugueses tero competncia internacional para julgar essa ao, mesmo que existam elementos de conexo com ordens jurdicas estrangeiras.As aes relativas a direitos reais ou pessoais de gozo sobre imoveis devem ser propostas no tribunal da situao dos bens, por fora do disposto no art.70/1.Alnea b) encontra o fundamento no que poderemos designar por Princpio da causalidade. Os tribunais portugueses so internacional, entre competentes para a propositura da ao quando tiver sido praticado em Portugal o facto que serve de causa de pedir ou algum dos factos que o integram. Exemplo: ao de divrcio de um casal italiano residente em Portugal. Sabendo que nas aes constitutivas a causa de pedir o facto concreto que se invoca para o efeito pretendido (art.581/4), os tribunais portugueses so internacionalmente competentes para a ao de divrcio proposta por um dos cnjuges com fundamento na prtica de adultrio pelo outro, em territrio portugus.Na alnea c) fundamenta o critrio atributivo da competncia internacional aos tribunais portugueses no principio da necessidade. Exige-se que entre o objeto do litgio e a ordem jurdica portuguesa haja um elemento ponderoso de conexo, pessoal ou real.Segundo este princpio, a competncia atribuda aos tribunais portugueses quando o direito invocado pelo autor possa tornar-se efetivo por meio de ao proposta em Portugal. Evidencia-se a necessidade de propor a ao nos tribunais portugueses por ser o nico meio de efetivar o direito de autor. Alm disso, atribuda competncia internacional aos tribunais portugueses quando a propositura da ao no estrangeiro representaria para o autor dificuldade aprecivel.Exemplo: Conflito armado ou de corte de relaes diplomticas com o pas cujos tribunais seriam competentes.Poder dizer-se que estamos na presena de uma atitude de ltimo recurso. Pretende-se prevenir a denegao de justia que resultaria da circunstncia de no ser possvel ou ser muito difcil propor a ao no estrangeiro.

Competncia exclusiva dos tribunais portugueses (art.63)

Da competncia exclusiva dos tribunais portugueses resulta ainda uma outra consequncia. No aceitando a jurisdio portuguesa que a causa seja submetida jurisdio de outro pas, tambm no aceitar a reviso e confirmao da sentena estrangeira que ao caso diga respeito. Para que uma deciso sobre direitos privados proferidos por um tribunal estrangeiro tenha eficcia em Portugal, seja qual for a nacionalidade das partes necessrio que seja revista e confirmada por um tribunal portugus (Art.978/1). Para a reviso e confirmao competente o tribunal da Relao da rea em que esteja domiciliada a pessoa contra quem se pretende fazer valer a sentena (art.979). um dos rarssimos casos em que a ao comea no tribunal da Relao em vez de comear no Tribunal de 1Instnca.Para que a reviso e confirmao seja possvel, exige-se que a sentena no verse sobre matria da exclusiva competncia dos tribunais portugueses (Art.980 alnea c).

Competncia internaSua repartioDepois de apurada a competncia internacional dos tribunais portugueses importa determinar o tribunal competente. A competncia dos tribunais judiciais regulada conjuntamente pelo estabelecido nas leis de organizao judiciria e pelas disposies do cdigo (art.60/1).No art.60/2 a jurisdio reparte-se, pelos diferentes tribunais segundo a matria, o valor da causa, hierarquia e o territrio.Competncia em razo de matriaAssenta no princpio da especializao. Desta repartio da competncia em funo das matrias a decidir resultara necessariamente melhor qualidade e mais agilidade da atividade judicial. O poder jurisdiciona repartido pelos diversos tribunais considerados no mesmo plano. Os tribunais judiciais so rgos de soberania com competncia para administrar a justia em nome do povo (art.202/1 CRP).As decises dos tribunais so obrigatrias para todas as entidades pblicas e privadas e prevalecem sobre as de quaisquer outras autoridades (Art.205/2 CRP). So da competncia dos tribunais judiciais as causas que no sejam atribudas a outra ordem jurisdicional (art.64). Se as causas no forem atribudas por lei a alguma jurisdio especial, entende-se que so da competncia dos tribunais judiciais.As leis de organizao judiciria determinam quais as causas que, so da competncia dos tribunais e das sees dotados de competncia especializada (Art.65)

Competncia em razo do valorAs leis de organizao judiciria determinam quais as causas que, pelo seu valor se inserem na competncia da instncia central e da instncia local (art.66CPC).Com base no art.117 n1 alnea a)da Lei 62/2013, compete instncia central, a preparao e julgamento das aes declarativas cveis de processo comum de valor superior a 50 000.A incompetncia em razo do valor da causa sempre do conhecimento oficioso do tribunal, seja qual for a ao em que se suscite (art.104/n2 CPC). Compreende-se que assim seja, porque esto em causa princpios da organizao judiciria.

Competncia em razo da hierarquiaOs tribunais encontram-se hierarquizados para efeito de recurso das suas decises. Existem tribunais judiciais de 1 instncia (base), tribunais de relao e o supremo tribuna de justia (vrtice da pirmide).Aos tribunais 1 instncia, estando situados na base de pirmide, cabe-lhes o julgamento de todas as questes, qualquer que seja o valor da ao. Quando valor da ao ultrapassa a sua alada, ser possvel interpor recurso das suas decises para o tribunal de relao, que julgar em 2instncia. Se a ao tiver um valor superior ao da alada do tribunal de Relao, a deciso deste pode ainda ser objeto de recurso para o STJ. H aes que admitem sempre recurso, independentemente do seu valor (art.629/2/3).A hierarquia traduz-se no poder conferido aos tribunais superiores de, pela via do recurso, revogarem ou alterarem as decises dos tribunais inferiores. Conforme dispe o art.203CRP, os tribunais so independentes e apenas esto sujeitos lei. Ver artigos: 67 ao 69.

Competncia em razo do territrio (art.70)Resulta da atribuio a cada tribunal de uma certa circunscrio territorial, situando em cada uma das circunscries as vrias causas, atravs de um elemento de conexo que a ei considera decisivo.A competncia territorial para uma causa determina-se em funo de dois parmetros.Por um lado, a circunscrio territorial correspondente ao tribunal e, por outro lado, o elemento de conexo de cada tipo de aes com a circunscrio.Entre os elementos de conexo, podemos referir o foro do ru, o foro real ou da situao dos bens, o foro obrigacional, o foro do autor, e o foro sucessrio.O foro do ru, constitui a regra geral. Quando no exista disposio especial para a atribuio da competncia territorial, competente para a ao o tribunal do domiclio do ru. Procura a lei facilitar a defesa do ru.O foro real ou da situao dos bens, devem ser propostas no tribunal da situao dos bens as aes referentes a direitos reais ou pessoais de gozo sobre imveis, a ao de diviso de coisa comum (art.925), de despejo, de preferncia (art.1028) e de execuo especfica (art.830CC), e ainda reforo, substituio, reduo ou expurgao de hipotecas (art.991 a 1007).Os nmeros 2 e 3 do art.70 contemplam casos especiais do foro da situao dos bens.Foro obrigacional o lugar onde deve ser cumprida a obrigao. Porm no disposto do art.71/1, a ao destinada a exigir o cumprimento de obrigaes, a indemnizao pelo no cumprimento ou pelo cumprimento defeituoso e a resoluo do contrato por falta de cumprimento proposta no tribunal do domiclio do ru, podendo o credor optar pelo tribunal do lugar em que a obrigao deveria ser cumprida, quando o ru seja pessoa coletiva ou quando, situando-se o domicilio do credor na rea metropolitana de Lisboa ou Porto, o ru tenha domiclio na mesma rea metropolitana.Se a ao se destinar a efetivar a responsabilidade civil baseada em fato ilcito ou fundada no risco, o tribunal competente o correspondente ao lugar onde o fato ocorreu (art.71/2).Entende-se que o tribunal do lugar onde ocorreu o fato pode dispor dos elementos sem necessidade de os solicitar a outro tribunal e, est em melhor posio para a boa administrao da justia. Assim, as aes emergentes de acidente de viao devem ser propostas no tribunal do lugar onde ocorreu o acidente.Foro do autor o lugar do seu domiclio ou residncia. Para as aes de divrcio e de separao de pessoas e bens competente o tribunal do domiclio ou residncia do autor (art.71).

Competncia convencional (art.94 e 95)Tratam da modificao da competncia. A competncia que normalmente seria atribuda a um tribunal para dirimir um litgio modificada por conveno das partes. Se a conveno tem por fim afastar as regras que regulam a competncia internacional dos tribunais competentes (Art.62) toma a designao de pato privativo ou atributivo de jurisdio, previsto no art.94.Se a conveno entre as partes tem em vista a alterao das regras da competncia interna, trata-se da competncia convencional prevista no art.95.O art.95 veda s partes a possibilidade de afastarem as regras de competncia em razo da matria, da hierarquia e do valor da causa.Porm, o preceito permite s partes afastar, por conveno expressa, a aplicao das regras de competncia em razo do territrio, salvo nos casos a que se refere o art.104. Pode dizer-se, que se trata de um pacto de aforamento, segundo o qual dada s partes a possibilidade de escolher o foro, ou seja, o tribunal territorialmente competente para conhecer certos litgios. O tribunal escolhido por conveno das partes tem competncia exclusiva. Os requisitos de forma exigidos para a conveno sobre a competncia em razo do territrio so os previstos no n2 art.95. A designao das questes abrangidas pelo acordo pode ser feita pela especificao do facto jurdico suscetvel de as originar (art.95/4). Outro dos requisitos a sua reduo a escrito. A competncia resultante da conveno das partes to vinculativa como a que deriva da lei (art.95/3).

Modalidades de IncompetnciaAntes de propor a ao deve o autor procurar saber qual o tribunal competente para a mesma. Deve apurar se a ao tem conexo com a jurisdio de outros pases. Se tiver, ter de averiguar da competncia internacional dos tribunais portugueses. Se no tiver, no suscitada a questo.Constatada a competncia dos tribunais portugueses, chegado o momento de saber qual deles tem competncia para decidir a ao, considerando os critrios da competncia interna j enunciados.Atualmente j no ter de se preocupar com a forma de processo comum porque agora, nos termos do disposto do art.548. o processo comum de declarao segue forma nica.Em primeiro lugar, deve averiguar qual o tribunal de 1instancia territorialmente competente.Se, no forem respeitadas as regras da competncia, as consequncias que da derivam dependem do tipo de violao. A lei distingue entre incompetncia absoluta e incompetncia relativa.A incompetncia absoluta corresponde violao de normas de interesse e ordem pblica e a incompetncia relativa violao de meras normas de interesse e ordem particular. O regime de incompetncia absoluta tem um tratamento mais severo do que o correspondente incompetncia relativa.

Incompetncia absolutaCorresponde infrao das regras da competncia em razo da matria e da hierarquia, das regras de competncia internacional e ainda no caso em que a ao foi proposta no tribunal comum quando devia ter sido no tribunal arbitral. A incompetncia absoluta pode ser arguida pelas partes () art,97/1.Tem legitimidade para arguir a incompetncia absoluta do tribunal qualquer das partes, o que significa que pode ser arguida pelo prprio autor, que foi quem a ocasionou. Deve ser, conhecida oficiosamente pelo prprio tribunal, exceto se resultar da violao do pacto privativo de jurisdio ou de preterio do tribunal arbitral voluntrio. Tudo isto s pode ter lugar enquanto no houver trnsito em julgado sobre o mrito da causa.A arguio ou o conhecimento oficioso pela 1vez tanto pode verificar-se no tribunal de 1instancia como no tribunal de recurso.A violao das regras da competncia em razo da matria que apenas respeitem aos tribunais judiciais s pode ser arguida at ser proferido despacho saneador, ou no havendo lugar a este, at ao incio da audincia final (art.97/2).Por exemplo: podemos apontar o caso da ao que foi proposta num tribunal de competncia genrica em vez de o ter sido num tribunal de competncia especializada, como seja o tribunal de famlia.Se a ao tiver sido proposta num tribunal judicial em vez de ser num tribunal no judicial, a incompetncia considerada mais grave e, por isso, a lei dilata o prazo da sua arguio, que ser o previsto no art.97/1.Conforme o disposto no art.99/1, a verificao da incompetncia absoluta implica a absolvio do reu da instncia ou o indeferimento em despacho liminar, quando o processo o comportar. O processo comporta o indeferimento liminar quando a citao depender de prvio despacho judicial (art.226/4).Quando no depende de prvio despacho judicial, (art.226/1) o juiz ter o primeiro contacto com o processo j depois dos articulados. Conhecer o vcio no momento de proferir o despacho saneador (art,595/1 a)). Neste caso, ao conhecer da incompetncia absoluta, tem de limitar-se a absolver o ru da instncia. Na verdade, o juiz depara com uma exceo dilatria (art.577/1; art.278/1 alnea a) o que ter como consequncia a absolvio do reu da instncia por fora do disposto do art.576/1/2.Se a incompetncia for arguida antes de ser proferido o despacho saneador, pode conhecer-se dela (.) art.98.Se a incompetncia s for decretada depois de findos os articulados, podem estes aproveitar-se, desde que o autor requeira, no prazo de 10 dias () art.99/2Se no for requerida pelo autor a remessa do processo para o tribunal onde a ao devia ter sido proposta, a incompetncia absoluta leva a que sejam inutilizados todos os atos praticados.A deciso que determine a incompetncia absoluta do tribunal embora, transite em julgado () art.100.A lei estabelece uma exceo, permitindo que o STJ ou Tribunal de Conflitos, conforme os casos, decida, de forma definitiva, atravs de recurso interposto do acrdo do Tribunal da Relao, qual o tribunal competente, em razo da matria ou da hierarquia para julgar a ao (art.101/1/2) sempre admissvel recurso, independentemente do valor da causa, se tiver por fundamento a violao das regras de competncia internacional, em razo da matria ou da hierarquia ou a ofensa de caso julgado (art.629 n2 alnea a).

Incompetncia relativaCorresponde infrao das regras de competncia fundadas no valor da causa, na diviso judicial do territrio ou decorrentes do estipulado na conveno prevista no art.95 - art.102-A incompetncia relativa pode ser arguida pelo ru, sendo o prazo () art.103/1. O conhecimento da incompetncia relativa est dependente da sua arguio pelo ru e este deve faz-lo dentro do prazo fixado para a sua defesa. A arguio no pode partir do autor.Sendo a incompetncia arguida pelo ru,() art.103/2O art.104 estabelece vrias excees ao determinar, no seu n1, que a incompetncia em razo do territrio deve ser conhecida oficiosamente pelo tribunal, sempre que os autos fornecerem os elementos necessrios, nos casos seguintes: alneas (a,b,c do 140)O juiz deve conhecer oficiosamente da incompetncia em razo do territrio sempre que os autos fornecerem os elementos necessrios para o efeito. Significa que o juiz s pode servir-se dos elementos contidos nos autos.Para compreender o alcance da alnea b), basta ter em conta que nos casos a previstos, se ao juiz no fosse dada a possibilidade de conhecer oficiosamente da incompetncia, esta nunca poderia ser conhecida antes de proferida a deciso.A exceo prevista na alnea c), encontra a sua razo de ser na vantagem que resulta da apensao de processos. Como exemplo, de uma causa que corre por apenso, pode ser referido o processo de incidente de habilitao de sucessores, no caso de ter falecido uma das partes art.352/2A incompetncia relativa sempre de conhecimento oficioso quando resultar da infrao das regras da competncia que dizem respeito ao valor da causa, seja qual for a ao em que se suscite (art.104/2).Quando arguida pelo ru, produzidas as provas indispensveis respetiva apreciao, o juiz decide qual o tribunal competente para a ao (art.105/1).Se a exceo for julgada procedente, por o tribunal ser considerado incompetente, o processo remetido para o tribunal competente. Se for julgada improcedente, o processo seguir normalmente para o tribunal onde se encontra pendente. claro que a remessa da ao para o tribunal competente ou o seu prosseguimento no tribunal onde foi proposta s se verificaro depois de ter transitado em julgado o despacho que apreciou a exceo de incompetncia relativa (art.105/3).