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9º SINAGEO - Simpósio Nacional de Geomorfologia 21 à 24 de Outubro de 2012 RIO DE JANEIRO / RJ COMPARTIMENTAÇÃO DO RELEVO DA REGIÃO COSTA DO DESCOBRIMENTO (BAHIA) Amorim, R.R. (UFF) RESUMO O objetivo deste trabalho é a elaboração do mapa de Compartimentação do Relevo da Região Costa do Descobrimento, adotando os três primeiros níveis taxionômicos: Domínios Morfoestruturais, Domínios Morfoesculturais e Formas Semelhantes Predominantes, nos quais destacam-se: formas de acumulação fluvial, fluviomarinha e marinha nos Depósitos Sedimentares Quaternários; os tabuleiros costeiros nos Depósitos Sedimentares Terciários e as colinas e morros nos Maciços Cristalinos Proterozóicos. PALAVRAS CHAVES Geomorfologia; Mapeamento Geomorfológico; Geotecnologias ABSTRACT The aim of this work is to elaborate a map of Relief Fragmentation of Discovery Coast (Costa do Descobrimento) Region, which uses the first three taxonomic levels: Morphostructural Domains, Morphosculptural Domains and Similar Prevailing Features, in which the fluvial, fluvial-marine and marine accumulation features are highlighted in Quaternary Sedimentary Deposits; coastal board at Tertiary Sedimentary Deposits, and mount and hill areas at the Proterozoic Crystalline Massif. KEYWORDS Geomorphology; Geomorphological Mapping; Geotechnologies INTRODUÇÃO As paisagens costeiras exibem grande complexidade, pois derivam da influência mútua de processos continentais e oceânicos. Tendo tal complexidade, é necessário analisar os processos morfogenéticos atuantes nas paisagens costeiras numa visão geossistêmica (AMORIM e OLIVEIRA, 2009). As diferentes feições morfológicas encontradas no litoral brasileiro apresentam influências dos aspectos geológicos, climáticos, hidrológicos, oceanográficos, biogeográficos e pedológicos, o que não possibilita um estudo dos Compartimentos de Relevo sem estabelecer uma relação sistêmica. Para Ross e Moroz (1997), as formas diferenciadas de relevo decorrem da atuação simultânea e desigual das atividades climáticas e da estrutura da litosfera, que apresentam modificações na sua dinâmica ao longo das diferentes Eras Geológicas. Estes elementos nos permite considerar que o relevo, como os demais componentes naturais são dinâmicos e, portanto em constante estado de evolução. As forças que agem sobre o relevo possuem duas naturezas distintas, podendo ser endógenas ou exógenas. Tendo o exposto, o objetivo deste trabalho é apresentar o Mapa de Compartimentos do Relevo da Região Costa do Descobrimento (Bahia), na escala 1:100.000 onde observa-se a relação entre os aspectos estruturais e a dinâmica climática na configuração do modelado. MATERIAL E MÉTODOS Para atender aos objetivos propostos, o trabalho foi dividido em três etapas: (a) inventário dos atributos naturais; (b) interpretação de imagens de satélite ASTER 1B do ano de 2008; (c) realização de trabalhos de campo para calibrar tais informações. Na primeira etapa realizou-se um inventário de dados topográficos que foram interpolados para gerar as Cartas Hipsométrica e de Classes de Declividade (SUDENE, 1977), além da organização das Cartas Geológica (CPRM, 2000 e CBPM, 2000), Pedológica (SEI, 2004), Rede de Drenagem e Linha de Costa (CBPM, 2000) e Cobertura vegetal natural (SEI, 2008). Tais documentos cartográficos foram organizados com uso do Software ArcGIS 9.3. Na segunda etapa, imagens ASTER 1B adquiridas pelo Núcleo de Estudos Ambientais e página 1 / 4

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9º SINAGEO - Simpósio Nacional de Geomorfologia21 à 24 de Outubro de 2012 RIO DE JANEIRO / RJ

COMPARTIMENTAÇÃO DO RELEVO DA REGIÃO COSTA DODESCOBRIMENTO (BAHIA)

Amorim, R.R. (UFF)

RESUMOO objetivo deste trabalho é a elaboração do mapa de Compartimentação do Relevo da Região Costado Descobrimento, adotando os três primeiros níveis taxionômicos: Domínios Morfoestruturais,Domínios Morfoesculturais e Formas Semelhantes Predominantes, nos quais destacam-se: formas deacumulação fluvial, fluviomarinha e marinha nos Depósitos Sedimentares Quaternários; os tabuleiroscosteiros nos Depósitos Sedimentares Terciários e as colinas e morros nos Maciços CristalinosProterozóicos.

PALAVRAS CHAVESGeomorfologia; Mapeamento Geomorfológico; Geotecnologias

ABSTRACTThe aim of this work is to elaborate a map of Relief Fragmentation of Discovery Coast (Costa doDescobrimento) Region, which uses the first three taxonomic levels: Morphostructural Domains,Morphosculptural Domains and Similar Prevailing Features, in which the fluvial, fluvial-marine andmarine accumulation features are highlighted in Quaternary Sedimentary Deposits; coastal board atTertiary Sedimentary Deposits, and mount and hill areas at the Proterozoic Crystalline Massif.

KEYWORDSGeomorphology; Geomorphological Mapping; Geotechnologies

INTRODUÇÃOAs paisagens costeiras exibem grande complexidade, pois derivam da influência mútua de processoscontinentais e oceânicos. Tendo tal complexidade, é necessário analisar os processosmorfogenéticos atuantes nas paisagens costeiras numa visão geossistêmica (AMORIM e OLIVEIRA,2009). As diferentes feições morfológicas encontradas no litoral brasileiro apresentam influênciasdos aspectos geológicos, climáticos, hidrológicos, oceanográficos, biogeográficos e pedológicos, oque não possibilita um estudo dos Compartimentos de Relevo sem estabelecer uma relaçãosistêmica. Para Ross e Moroz (1997), as formas diferenciadas de relevo decorrem da atuaçãosimultânea e desigual das atividades climáticas e da estrutura da litosfera, que apresentammodificações na sua dinâmica ao longo das diferentes Eras Geológicas. Estes elementos nos permiteconsiderar que o relevo, como os demais componentes naturais são dinâmicos e, portanto emconstante estado de evolução. As forças que agem sobre o relevo possuem duas naturezas distintas,podendo ser endógenas ou exógenas. Tendo o exposto, o objetivo deste trabalho é apresentar oMapa de Compartimentos do Relevo da Região Costa do Descobrimento (Bahia), na escala 1:100.000onde observa-se a relação entre os aspectos estruturais e a dinâmica climática na configuração domodelado.

MATERIAL E MÉTODOSPara atender aos objetivos propostos, o trabalho foi dividido em três etapas: (a) inventário dosatributos naturais; (b) interpretação de imagens de satélite ASTER 1B do ano de 2008; (c) realizaçãode trabalhos de campo para calibrar tais informações. Na primeira etapa realizou-se um inventáriode dados topográficos que foram interpolados para gerar as Cartas Hipsométrica e de Classes deDeclividade (SUDENE, 1977), além da organização das Cartas Geológica (CPRM, 2000 e CBPM,2000), Pedológica (SEI, 2004), Rede de Drenagem e Linha de Costa (CBPM, 2000) e Coberturavegetal natural (SEI, 2008). Tais documentos cartográficos foram organizados com uso do SoftwareArcGIS 9.3. Na segunda etapa, imagens ASTER 1B adquiridas pelo Núcleo de Estudos Ambientais e

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Litorâneos da Unicamp foram tratadas, processadas no software Envi 4.5. Articulando ainterpretação de tais imagens e somando aos dados inventariados dos atributos físicos naturais,possibilitou-se a Compartimentação do Relevo. Na ultima etapa, foram realizados trabalhos decampo com objetivo de calibrar o Mapa e realizar o registro fotográfico de cada uma das formas derelevo predominantes em cada compartimento mapeado.

RESULTADOS E DISCUSSÃONos Compartimentos de Relevo possibilitou individualizar três Domínios Morfoestruturais: DepósitosSedimentares Quartenários (DSQ), Depósitos Sedimentares Terciários (DST) e Maciços CristalinosProterozóicos (MCP). Nos DSQ encontra-se a Planícies Costeira, constituídas por depósitos marinhostransicionais, origem continental e recifes de coral e ocupa as áreas mais baixas da zona costeira,bordejando a linha de costa e adentrando os grandes vales escavados nos Tabuleiros Costeiros. Essaé subdividida em três áreas com formas derivadas de processos deposicionais, decorrentes da açãofluvial, marinha e de processos conjuntos da ação fluvial e marinha. As Planícies Fluviaiscorrespondem a áreas planas ou levemente inclinadas contendo sedimentos de textura,permeabilidade e coesão variáveis. Essas abrangem uma área de 1.092,387 km² (15% da área). OsTerraços Marinhos apresentam área de 240,00 km², (3,5% da área) divididos em Holocênicos ePleistocênicos. Os primeiros estão situados entre 4,5 e 5 m. Tais Terraços podem fazer limite com osTM Pleistocênicos ou acham-se separados destes por zonas deprimidas, antigamente lagunares. OsTM Pleistocênicos, situados entre 6 e 8 metros, tem sua origem marinha assegurada pela presençade tubos fossilizados de Callichirus, cuja zona de vida, no caso da espécie encontrada (Callichirusmajor), corresponde à zona da maré baixa. Esta origem é também confirmada por estruturassedimentares singenéticas, tais como as estratificações cruzadas de baixo ângulo e espinha-de-peixe. Não foram encontradas conchas de moluscos preservadas nesses sedimentos, emconsequência da dissolução dessas pelos ácidos húmicos (SUGUIO e MARTIN, 1976). As PlaníciesFluviomarinhas (Afm) correspondem às acumulações de origem Fluviomarinha que compõem asfeições morfológicas características da faixa litorânea e que englobam os Complexos Deltaicos eEstuarinos, em algumas áreas mantendo contato direto com falésias. A ação das ondas, correntes emarés provocam uma intensa abrasão e inundações nas áreas deltaicas (BRASIL, 1987). As Afmcorrespondem a 64,751 km². (cerca de 1% da área). Nos DST, a feição geomorfológica predominantesão os Tabuleiros Costeiros. Estes são as áreas emissoras de matéria e energia, pois a maior partedos canais de primeira ordem nasce nos topos planos dos Tabuleiros, e também nas áreastransmissoras de matéria e energia, pois os sedimentos do Grupo Barreiras (Tb) depositam-se nosfundo de vale, na porção interior, e na linha de costa, nas áreas de falésias ativas. Corresponde a5.029,339 km² (quase 67% da área). Os Tabuleiros Costeiros coincidem com os sedimentos do Tb,constituídos de areias e argilas variadas com eventuais linhas de pedra, dispostas em camadas comespessura variável de conformidade com as ondulações do substrato rochoso, que ocasionalmenteafloram influenciando nas formas do modelado (TRICART e SILVA, 1968). Nos MCP as formaspredominantes neste complexo litológico são as colinas e os morrotes, que fazem limite com áreasserranas e com vales escavados pela ação da drenagem, onde, por consequência da dissecação domodelado, ocorrem afloramentos nas escarpas e nos fundos de vale. As encostas mostram-segeralmente convexas, apresentando declividades em torno de 2 a 11%, acusando índices maisfortes em torno de 24% e até áreas mais elevadas, onde os entalhes são mais profundos.Entremeando-se a estas feições, ocorrem formas aguçadas, resultantes de dissecação diferencial,relacionadas às rochas do embasamento, que ocasionalmente afloram em alguns trechos próximosdas drenagens e nos pontões, linhas de cumeadas e cristas, que se destacam das elevaçõesresiduais. Sua origem deve-se provavelmente à remobilização do material de alteração das rochasdo embasamento, cuja deposição é supostamente anterior ao escavamento dos vales, constituindoainda colúvios de cor avermelhada sobre a rocha alterada, apresentando geralmente linhas deseixos na base. (BRASIL, 1987).

CONSIDERAÇÕES FINAISNa área, predominam as feições de relevo vinculadas aos DST, que nos topos apresentam feiçõesaplainadas com declividades inferiores a 2%, intercalados por vales encaixados. A presença de

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paleofalésias diretamente associadas aos Terraços Marinhos apresentam em suas escarpas ravinas evoçorocas. Em Prado e Porto Seguro, as falésias evidenciam os processos de solapamento de baseassociados a ação marinha. Nas planícies é possível identificar a ação antropogênica na morfologiados canais, como no caso do baixo curso do Rio Jequitinhonha. A retificação do canal deu-se em1989, ocasionando alterações na sua morfologia à jusante, que foi constatada com a interpretaçãodas fotografias aéreas de 1974 e das imagens de satélite de 2008. Outra evidencia é a presença debancos de areia decorrentes do assoreamento dos canais. Nas áreas de morros e colinas, acobertura vegetal natural foi substituída por culturas e pastagens, o que desencadeou processoserosivos laminares.

AGRADECIMENTOSFundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAAMORIM, R. R.; OLIVEIRA, R. C. Análise Geoambiental dos setores de encosta da área urbana de SãoVicente-SP. Sociedade e Natureza. Ano 19, n. 37. 19-40p. 2007.

BRASIL. Folha SE 24 Rio Doce: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, uso potencial daterra. IBGE. Rio de Janeiro, 1987.

CBPM. Companhia Baiana de Recursos Minerais. Projeto Costa do Descobrimento. Salvador: CBPM,2000. (CD-ROM).

CPRM. Companhia Brasileira de Recursos Minerais. Projeto Porto Seguro – Santa Cruz Cabrália.Brasília: Serviço Geológico do Brasil, 2000. v. 1-8.

ROSS, J. L. S. O Registro Cartográfico dos Fatos Geomórficos e a Questão da Taxonomia do Relevo.In: Revista do Departamento de Geografia. n° 06, FFLCH/USP. São Paulo, 1992

ROSS, J.L.S. ; MOROZ I. C.. Mapas geomorfológicos do estado de São Paulo. 1997.

SEI. Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Mapas digitalizados do Estado daBahia: base de dados. Salvador: SEI, 2004. (CD-ROM).

SEI. Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia. Uso e ocupação das Terras dasbacias do Jequitinhonha e Extremo Sul da Bahia. Salvador: SEI, 2008. (CD-ROM).

SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Santo André (SG 23-V-A-III-2).Bahia, SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Canavieiras (SD-24-Z-C-IV).Bahia, SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Guaratinga (SE-24-VB-V). Bahia,SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Itamaraju (SE-24-VD-II). Bahia,SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Mascote (SD-24-Y-DVI). Bahia,SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Monte Pascoal (SE-24-V-B-VI).Bahia, SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

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SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Porto Seguro (SE-24-V-B-III).Bahia, SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Potiraguá (SD-24-YD-V2). Bahia,SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Prado (SE-24-V-DIII). Bahia,SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Salto da Divisa (SE-24-V-B-II).Bahia, SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

SUDENE. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Folha Santo André (SE-24-X-A-I). Bahia,SUDENE, 1977. Escala 1:100.000.

SUGUIO, K., MARTIN, L. Brazilian Coastline Quaternary formations – the states of São Paulo and Bahialittoral zone evolutive schemes. Anais da Academia Brasileira de Ciências. Rio de Janeiro, v.48, p.325-334, 1976. Suplemento.

TRICART, J.; SILVA, T. C. Estudos de Geomorfologia da Bahia e Sergipe. Salvador: Fundação para oDesenvolvimento da Ciência da Bahia, 1968.

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