comparando a saúde no brasil com os países da ocde
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Fundação Getúlio Vargas
Escola de Matemática Aplicada
Cecília Pessanha Lima
Comparando a saúde no Brasil
com os países da OCDE:
explorando dados de saúde
pública
Rio de Janeiro
2016
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen/FGV
Lima, Cecília Pessanha Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: explorando dados de
saúde pública / Cecília Pessanha Lima. – 2016. 140 f.
Dissertação (mestrado) – Fundação Getulio Vargas, Escola de Matemática Aplicada.
Orientador: Flávio Codeço Coelho. Coorientador: Renato Rocha Souza.
Inclui bibliografia.
1. Modelagem de dados (Computação). 2. Mineração de dados
(Computação). 3. Indicadores de saúde. 4. Serviços de saúde – Avaliação. 5. Saúde – Banco de
dados. I. Coelho, Flávio Codeço. II. Souza, Renato Rocha. IIII. Fundação Getulio Vargas. Escola de Matemática Aplicada. IV. Título.
CDD – 510
Cecília Pessanha Lima
Comparando a saúde no Brasil com
os países da OCDE: explorando
dados de saúde pública
Dissertação apresentada a Fundação
Getúlio Vargas, para a obtenção de
Título de Mestre em Modelagem
Matemática da Informação, na Escola
de Matemática Aplicada da Fundação
Getúlio Vargas.
Orientador: Flávio Codeço Coelho
Co-Orientador: Renato Rocha Souza
Rio de Janeiro
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Agradecimentos
Agradeço aos professores e orientadores Flávio Codeço Coelho e Renato Rocha Souza
pela confiança, incentivo e ensinamentos ao longo dos dois anos do mestrado.
Agradeço a todos os colegas de trabalho que acreditaram na importância deste
mestrado, viabilizando minha participação do início ao fim.
Agradeço à Luciana Nigri, pela disponibiliade em dividir seus conhecimentos e
experiência com as bases de dados do SUS. Sua contribuição foi muito valiosa para o
enriquecimento deste trabalho.
Agradeço aos meus pais e a meus amigos que sempre me incentivam a ir além.
Dedico este trabalho ao Henri, pelo apoio em todos os momentos, incentivo, amor e
compreensão. Sem seu apoio incondicional eu não chegaria a este momento.
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RESUMO
A atenção à saúde da população no Brasil gera um grande volume de dados sobre os
serviços de saúde prestados. O tratamento adequado destes dados com técnicas de
acesso à grande massa de dados pode permitir a extração de informações importantes
para um melhor conhecimento do setor saúde.
Avaliar o desempenho dos sistemas de saúde através da utilização da massa de dados
produzida tem sido uma tendência mundial, uma vez que vários países já mantêm
programas de avaliação baseados em dados e indicadores.
Neste contexto, A OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico, que é uma organização internacional que avalia as políticas econômicas de
seus 34 países membros, possui uma publicação bienal, chamada Health at a Glance,
que tem por objetivo fazer a comparação dos sistemas de saúde dos países membros
da OCDE.
Embora o Brasil não seja um membro, a OCDE procura incluí-lo no cálculo de alguns
indicadores, quando os dados estão disponíveis, pois considera o Brasil como uma das
maiores economias que não é um país membro.
O presente estudo tem por objetivo propor e implementar, com base na metodologia
da publicação Health at a Glance de 2015, o cálculo para o Brasil de 22 indicadores em
saúde que compõem o domínio “utilização de serviços em saúde” da publicação da
OCDE. Para isto foi feito um levantamento das principais bases de dados nacionais em
saúde disponíveis que posteriormente foram capturadas, conforme necessidade,
através de técnicas para acessar e tratar o grande volume de dados em saúde no Brasil.
As bases de dados utilizadas são provenientes de três principais fontes remuneração:
SUS, planos privados de saúde e outras fontes de remuneração como, por exemplo,
planos públicos de saúde, DPVAT e particular.
A realização deste trabalho permitiu verificar que os dados em saúde disponíveis
publicamente no Brasil podem ser usados na avaliação do desempenho do sistema de
saúde, e além de incluir o Brasil no benchmark internacional dos países da OCDE nestes
22 indicadores, promoveu a comparação destes indicadores entre o setor público de
saúde do Brasil, o SUS, e o setor de planos privados de saúde, a chamada saúde
suplementar. Além disso, também foi possível comparar os indicadores calculados para
o SUS para cada UF, demonstrando assim as diferenças na prestação de serviços de
saúde nos estados do Brasil para o setor público.
A análise dos resultados demonstrou que, em geral, o Brasil comparado com os países
da OCDE apresenta um desempenho abaixo da média dos demais países, o que indica
necessidade de esforços para atingir um nível mais alto na prestação de serviços em
saúde que estão no âmbito de avaliação dos indicadores calculados.
Quando segmentado entre SUS e saúde suplementar, a análise dos resultados dos
indicadores do Brasil aponta para uma aproximação do desempenho do setor de
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saúde suplementar em relação à média dos demais países da OCDE, e por outro lado
um distanciamento do SUS em relação a esta média. Isto evidencia a diferença no nível
de prestação de serviços dentro do Brasil entre o SUS e a saúde suplementar.
Por fim, como proposta de melhoria na qualidade dos resultados obtidos neste estudo
sugere-se o uso da base de dados do TISS/ANS para as informações provenientes do
setor de saúde suplementar, uma vez que o TISS reflete toda a troca de informações
entre os prestadores de serviços de saúde e as operadoras de planos privados de
saúde para fins de pagamento dos serviços prestados.
Palavras-chave: indicadores, bases de dados em saúde, programas de avaliação
de sistemas de saúde.
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ABSTRACT
Healthcare authorities in Brazil produces a large amount of data on health services and
use. The appropriate treatment of this data with massive data techniques enables the
extraction of important information. This information can contribute to a better
understanding of the Brazilian healthcare sector.
The evaluation of health systems performance based on the analysis of routinely
produced healthcare data has been a worldwide trend. Several countries already
maintain monitoring programs based on indicators constructed using this type of data.
In this context, the OCDE—Organization for Economic Co-operation and Development,
an international organization that evaluates the economic policies of its 34 member
countries, has a biennial publication called Health at a Glance, which aims to make the
comparison of health systems in OCDE member countries.
Although it is not a member country, OCDE seeks to include Brazil in the calculation of
some of the indicators, when the data is available, considering that Brazil is one of the
largest economies that are still not a member country.
This study aims to construct and implement, based on the methodology of Health at a
Glance 2015, the calculation in the Brazilian context of 22 indicators in the health field
“Use of Health Services.” To develop the set of indicators, first, a wide search of the
major national health databases was done to assess data availability. The available data
was then extracted using massive data techniques. Those techniques were required
because of the large volume of health data in Brazil. The datasets were extracted from
three main data sources containing health billing data: SUS, private health insurance
and other sources of billing, as public health insurances, DPVAT and private.
This work has shown that health data publicly available in Brazil can be used to evaluate
the Brazilian health system performance, and include Brazil in the international
benchmark of the OCDE countries for the 22 indicators calculated. It can also promote
the comparison of the public health sector in Brazil, SUS, and the private health
insurance sector based on the same set of indicators. It also made possible the
comparison of in each State for SUS, thus underlining the differences in the health-care
services among Brazil States for the public sector.
The analysis of the indicators showed that, in general, compared to OCDE countries,
Brazil has a below-average performance, which indicates a need for efforts to achieve
a higher level in the provision of healthcare services that are under these indicators
assessment.
When separating SUS and private health insurance, the analysis of Brazil’s indicators
shows that the private health sector performance is in the average of the OCDE
countries. On the other hand, it was observed that SUS was systematically and
significantly under the average of the OCDE countries. This highlights the inequalities in
healthcare services provision in Brazil between the SUS and private health insurance.
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The use of the TISS/ANS database as a source of information for the private health
insurance sector for the calculation of these indicators will be an improvement over the
data available at the time of this analysis. TISS includes all the information exchanged
between healthcare services providers and private health insurance operators, in order
to perform the payment of healthcare services provided.
Key words: indicators, datasets in health, health systems assessment programs.
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GLOSSÁRIO
AIH Autorização de Internação Hospitalar
AMS Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária
ANS Agência Nacional de Saúde Suplementar
APAC Autorização para Procedimentos de Alto Custo/Complexidade
BPA Boletim de Produção Ambulatorial
CADOP Sistema de Cadastro de Operadoras
CADSUS Sistema de Cadastramento de Usuários do SUS
CID -10 Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão
CIHA Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial
CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
DATASUS Departamento de Informática do SUS
DIOPS Documento de Informações Periódicas das Operadoras
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDB Indicadores e Dados Básicos para Saúde
INCA Instituto Nacional do Câncer
MS Ministério da Saúde
OPME Órteses, Próteses e Materiais Especiais
OMS Organização Mundial de Saúde
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
PNI/API Sistema de Avaliação do Programa de Imunização
PSF Programa de Saúde da Família
RAAS Registro de Ações Ambulatoriais em Saúde
RCBP Registro de Câncer de Base Populacional
RIPSA Rede Interagencial de Informações para a Saúde
RPS Sistema de Registro de Planos
SAS Secretaria de Atenção à Saúde
SCPA Sistema de Registro de Planos Antigos
SIA Sistema de Informações Ambulatoriais
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SIB Sistema de Informações de Beneficiários
SIGTAP Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos
e OPM do SUS
SIH Sistema de Informações Hospitalares
SIM Sistema de Informações de Mortalidade
SINAN Sistema de Informações de Agravos de Notificação
SINASC Sistema de Informações de Nascidos Vivos
SIP Sistema de Informação de Produtos
SUS Sistema Único de Saúde
SVS Secretaria de Vigilância à Saúde
TISS Troca de Informação em Saúde Suplementar
VIGITEL Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
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SUMÁRIO
Resumo _______________________________________________________________________________________________________ 3
Abstract _______________________________________________________________________________________________________ 5
Glossário _____________________________________________________________________________________________________ 7
1 Introdução _____________________________________________________________________________________________ 14
1.1 Contexto _________________________________________________________________________________________ 14
1.2 Justificativa _______________________________________________________________________________________ 16
1.3 Objetivos _________________________________________________________________________________________ 17
1.4 Organização do Estudo __________________________________________________________________________ 17
2 Revisão da literatura ___________________________________________________________________________________ 19
2.1 Bases de dados em saúde no brasil ____________________________________________________________ 19
2.2 Indicadores de Saúde ___________________________________________________________________________ 32
3 Metodologia ___________________________________________________________________________________________ 36
3.1 Descrição das Bases de Dados __________________________________________________________________ 36
3.2 Captura e Tratamento das Bases de Dados ____________________________________________________ 48
3.3 Cálculo dos Indicadores – Fichas Técnicas ______________________________________________________ 53
4 Resultados _____________________________________________________________________________________________ 95
5 Discussão ____________________________________________________________________________________________ 103
5.1 Benchmark ____________________________________________________________________________________ 103
5.2 Validação ______________________________________________________________________________________ 139
5.3 Vantagens e Limitações _______________________________________________________________________ 141
6 Conclusão ___________________________________________________________________________________________ 143
Referências Bibliográficas _________________________________________________________________________________ 145
ANEXOS _____________________________________________________________________________________________________ 146
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SUMÁRIO DAS TABELAS
Tabela 1 Resumo das principais características das bases de dados em saúde investigadas no estudo ... 23
Tabela 2 Resumo das Bases de Dados Transferidas ................................................................................................ 49
Tabela 3 Proposta para o cálculo do indicador de Consultas com Médicos no Brasil ..................................... 54
Tabela 4 Proposta para o cálculo do indicador de Consultas por Médico no Brasil ........................................ 56
Tabela 5 Proposta para o cálculo do indicador de Equipamentos de Tomografia Computadorizada no
Brasil ..................................................................................................................................................................................... 58
Tabela 6 Proposta para o cálculo do indicador de Exames de Tomografia Computadorizada no Brasil .... 59
Tabela 7 Proposta para o cálculo do indicador de Equipamentos de Ressonância Magnética no Brasil .... 61
Tabela 8 Proposta para o cálculo do indicador de Exames de Ressonância Magnética no Brasil ................ 62
Tabela 9 Proposta para o cálculo do indicador de Leitos Hospitalares no Brasil .............................................. 64
Tabela 10 Proposta para o cálculo do indicador de Leitos Hospitalares no Brasil ........................................... 66
Tabela 11 Proposta para o cálculo do indicador de Leitos Hospitalares no Brasil ........................................... 69
Tabela 12 Proposta para o cálculo do indicador de Altas Hospitalares no Brasil ............................................. 71
Tabela 13 Proposta para o cálculo do indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com Problemas
Circulatórios no Brasil ...................................................................................................................................................... 73
Tabela 14 Proposta para o cálculo do indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com Câncer no
Brasil ..................................................................................................................................................................................... 75
Tabela 15 Proposta para o cálculo do indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação no Brasil
............................................................................................................................................................................................... 77
Tabela 16 Proposta para o cálculo do indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação para
Parto Normal no Brasil ..................................................................................................................................................... 79
Tabela 17 Proposta para o cálculo do indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação para
Infarto Agudo do Miocárdio no Brasil........................................................................................................................... 82
Tabela 18 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia de Revascularização Coronariana no Brasil . 83
Tabela 19 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia de Angioplastia Coronariana no Brasil .......... 85
Tabela 20 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia de Quadril no Brasil............................................ 87
Tabela 21 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia de Joelho no Brasil .............................................. 88
Tabela 22 Proposta para o cálculo do indicador de Taxa de Parto Cesáreo no Brasil ..................................... 90
Tabela 23 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia Ambulatorial de Catarata no Brasil ................. 91
Tabela 24 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia Ambulatorial de Amigdalectomia no Brasil ... 93
Tabela 25 Resultados do Cálculo dos Indicadores .................................................................................................... 95
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SUMÁRIO DAS FIGURAS
Figura 1 Exemplo de conexão FTP através do Filezila para transferência das bases de dados do SIH ....... 49
Figura 2 Exemplo de conversão dos arquivos dbc para arquivos dbf através do TABWIN para as bases de
dados do SIH ...................................................................................................................................................................... 50
Figura 3 Exemplo de estrutura de dados fornecida pelo TABWIN para as bases de dados do SIH ............. 51
Figura 4 Fluxo das tarefas executadas pelo programa de leitura dos dados ..................................................... 52
SUMÁRIO DOS QUADROS
Quadro 1 Variáveis da Base de Dados de AIH Reduzida ......................................................................................... 38
Quadro 2 Variáveis da Base de Dados de AIH Serviços Profissionais .................................................................. 38
Quadro 3 Variáveis da Base de Dados de Produção Ambulatorial ....................................................................... 40
Quadro 4 Variáveis da Base de Dados do SIP ............................................................................................................ 41
Quadro 5 Variáveis da Base de Dados da CIHA ......................................................................................................... 45
Quadro 6 Variáveis da Base de Dados do CNES Equipamentos ........................................................................... 47
Quadro 7 Variáveis da Base de Dados do CNES Leitos ........................................................................................... 47
Quadro 8 Variáveis da Base de Dados do CNES Profissionais ............................................................................... 47
Quadro 9 Metodologia da OCDE para o Indicador de Consultas com Médicos ................................................ 53
Quadro 10 Metodologia da OCDE para o Indicador de Consultas por Médico ................................................ 55
Quadro 11 Metodologia da OCDE para o Indicador de Equipamentos de Tomografia Computadorizada 57
Quadro 12 Metodologia da OCDE para o Indicador de Exames de Tomografia Computadorizada ............. 59
Quadro 13 Metodologia da OCDE para o Indicador de Equipamentos de Ressonância Magnética ............ 60
Quadro 14 Metodologia da OCDE para o Indicador de Exames de Ressonância Magnética ......................... 61
Quadro 15 Metodologia da OCDE para o Indicador de Quantidade de Leitos .................................................. 63
Quadro 16 Metodologia da OCDE para o Indicador de Quantidade de Leitos por Tipo de Cuidado .......... 65
Quadro 17 Metodologia da OCDE para o Indicador de Taxa de Ocupação de Leitos de Cuidados
Curativos e Agudos ........................................................................................................................................................... 67
Quadro 18 Metodologia da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares ........................................................ 70
Quadro 19 Metodologia da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com Problemas
Circulatórios ........................................................................................................................................................................ 72
Quadro 20 Metodologia da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com Câncer .... 74
Quadro 21 Metodologia da OCDE para o Indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação .... 76
Quadro 22 Metodologia da OCDE para o Indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação para
Parto Normal ...................................................................................................................................................................... 78
Quadro 23 Metodologia da OCDE para o indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação para
Infarto Agudo do Miocárdio ............................................................................................................................................ 80
Quadro 24 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Revascularização Coronariana ............ 83
Quadro 25 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Angioplastia Coronariana ..................... 84
Quadro 26 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Quadril ...................................................... 86
Quadro 27 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Joelho ......................................................... 87
Quadro 28 Metodologia da OCDE para o Indicador de Taxa de Parto Cesáreo ................................................ 89
Quadro 29 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia Ambulatorial de Catarata ............................ 90
Quadro 30 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia Ambulatorial de Amigdalectomia .............. 92
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SUMÁRIO DOS GRÁFICOS
Gráfico 1 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Consultas com Médicos ... 104
Gráfico 2 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Consultas com Médicos ................................................................................................................................................ 104
Gráfico 3 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Consultas com Médicos ..................... 105
Gráfico 4 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Consultas por Médico ...... 105
Gráfico 5 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Exames de Tomografia
Computadorizada ........................................................................................................................................................... 106
Gráfico 6 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Exames de Tomografia Computadorizada ............................................................................................................... 106
Gráfico 7 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Exames de Tomografia
Computadorizada ........................................................................................................................................................... 107
Gráfico 8 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Exames de Ressonância
Magnética ......................................................................................................................................................................... 108
Gráfico 9 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Exames de Ressonância Magnética ........................................................................................................................... 108
Gráfico 10 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Exames de Ressonância Magnética
............................................................................................................................................................................................ 109
Gráfico 11 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Equipamentos de
Tomografia Computadorizada .................................................................................................................................... 110
Gráfico 12 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Equipamentos de Tomografia Computadorizada .................................................................................................. 110
Gráfico 13 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Equipamentos de
Ressonância Magnética ................................................................................................................................................ 111
Gráfico 14 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Equipamentos de Ressonância Magnética .............................................................................................................. 112
Gráfico 15 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Leitos Hospitalares ......... 112
Gráfico 16 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Leitos Hospitalares......................................................................................................................................................... 113
Gráfico 17 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Leitos Hospitalares ............................ 114
Gráfico 18 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Leitos Hospitalares por Tipo
de Cuidado ....................................................................................................................................................................... 115
Gráfico 19 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Leitos Hospitalares por Tipo de Cuidado ................................................................................................................. 115
Gráfico 20 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Leitos Hospitalares por Tipo de
Cuidado............................................................................................................................................................................. 116
Gráfico 21 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Taxa de Ocupação de Leitos
para Cuidados Curativos .............................................................................................................................................. 116
Gráfico 22 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Taxa de Ocupação de Leitos para Cuidados Curativos ......................................................................................... 117
Gráfico 23 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Taxa de Ocupação de Leitos para
Cuidados Curativos ........................................................................................................................................................ 117
Gráfico 24 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares ........... 119
Gráfico 25 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Altas Hospitalares ........................................................................................................................................................... 119
Gráfico 26 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Altas Hospitalares .............................. 120
Gráfico 27 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares para
Pacientes com Problemas Circulatórios ................................................................................................................... 121
Gráfico 28 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Altas Hospitalares para Pacientes com Problemas Circulatórios ....................................................................... 121
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Gráfico 29 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com
Problemas Circulatórios ............................................................................................................................................... 122
Gráfico 30 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares para
Pacientes com Câncer ................................................................................................................................................... 122
Gráfico 31 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Altas Hospitalares para Pacientes com Câncer ....................................................................................................... 123
Gráfico 32 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com
Câncer ............................................................................................................................................................................... 123
Gráfico 33 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Tempo Médio de Internação
............................................................................................................................................................................................ 125
Gráfico 34 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Tempo Médio de Internação ....................................................................................................................................... 125
Gráfico 35 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Tempo Médio de Internação .......... 126
Gráfico 36 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Tempo Médio de Internação
para Parto Normal ......................................................................................................................................................... 126
Gráfico 37 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Tempo Médio de Internação para Parto Normal ................................................................................................... 127
Gráfico 38 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Tempo Médio de Internação para
Parto Normal ................................................................................................................................................................... 127
Gráfico 39 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Tempo Médio de Internação
para Infarto Agudo do Miocárdio ............................................................................................................................... 128
Gráfico 40 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Tempo Médio de Internação para Infarto Agudo do Miocárdio ......................................................................... 128
Gráfico 41 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Tempo Médio de Internação para
Infarto Agudo do Miocárdio ......................................................................................................................................... 129
Gráfico 42 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Revascularização
Coronariana e Cirurgia de Angioplastia Coronariana ............................................................................................ 130
Gráfico 43 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Cirurgia de Revascularização Coronariana e Cirurgia de Angioplastia Coronariana ...................................... 130
Gráfico 44 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Cirurgia de Revascularização
Coronariana e Cirurgia de Angioplastia Coronariana ............................................................................................ 131
Gráfico 45 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Quadril .......... 132
Gráfico 46 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Cirurgia de Quadril ......................................................................................................................................................... 132
Gráfico 47 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Cirurgia de Quadril ............................ 133
Gráfico 48 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Joelho ............ 134
Gráfico 49 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Cirurgia de Joelho ........................................................................................................................................................... 134
Gráfico 50 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Cirurgia de Joelho .............................. 135
Gráfico 51 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Taxa de Parto Cesáreo ... 135
Gráfico 52 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Taxa de Parto Cesáreo .................................................................................................................................................. 136
Gráfico 53 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Taxa de Parto Cesáreo ..................... 136
Gráfico 54 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Catarata ........ 137
Gráfico 55 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Cirurgia de Catarata ....................................................................................................................................................... 137
Gráfico 56 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Cirurgia de Catarata .......................... 138
Gráfico 57 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Tonsilectomia
............................................................................................................................................................................................ 138
Gráfico 58 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Cirurgia de Tonsilectomia ............................................................................................................................................. 139
Gráfico 59 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Cirurgia de Tonsilectomia ................ 139
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1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTO O Sistema de saúde atualmente vigente no Brasil teve início em 1988 a partir da nova
Constituição Federal que estabeleceu o SUS – Sistema Único de Saúde como o sistema
público de saúde no Brasil. Com o SUS, a população brasileira passou a ter acesso
universal ao cuidado em saúde sem ter que pagar diretamente por isso, uma vez que
o SUS é financiado pelo orçamento do Governo Federal, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
A Constituição Federal de 1988 também permitiu a coexistência de um sistema privado
suplementar de saúde, que oferece serviços de saúde privados a seus beneficiários
mediante contratação de planos de saúde.
Portanto, toda a população do Brasil, aproximadamente 201 milhões de habitantes1,
está coberta pelo SUS, dentre os quais, aproximadamente 51 milhões2 também têm
cobertura por planos privados de saúde, o que indica que 25% da população tem
cobertura dupla (pública e privada).
A atenção à saúde da população gera um grande volume de dados sobre os serviços
de saúde prestados, sejam eles públicos ou privados. Este volume de dados
armazenado pelos diversos sistemas de informação do setor de saúde no Brasil
ultrapassa a capacidade humana de análise. No entanto, o tratamento adequado
desses dados com técnicas de acesso a grande massas de dados pode permitir a
extração de informações importantes para um melhor conhecimento do setor saúde.
"Dados são o novo petróleo. O petróleo precisa ser refinado para então se tornar útil.",
disse Andreas Weigend, ex diretor da Amazon.com.
Para quantificarmos o volume de dados em saúde, expomos os números iniciais deste
trabalho: aproximadamente 4 bilhões de atendimentos ambulatoriais e 11,2 milhões
de internações, somente no SUS para o ano de análise, 2013. Além disso, mais 72,2
milhões de serviços de saúde entre internações e procedimentos ambulatoriais, que
tiveram outras fontes de financiamento que não o SUS.
Esta massa de dados pode e deve ser usada na avaliação do desempenho do sistema
de saúde brasileiro visando à formulação de políticas de acesso aos cuidados,
adequação dos serviços e criação de estratégias que visem à melhoria da saúde da
população.
Avaliar o desempenho dos sistemas de saúde tem sido uma tendência mundial, uma
vez que vários países já mantêm programas de avaliação baseados em dados e
indicadores. Os programas de avaliação dos sistemas de saúde existentes no mundo
1 Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2 Fonte: ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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têm objetivos diversos, sejam eles: avaliar a qualidade dos cuidados hospitalares e/ou
a qualidade dos cuidados primários, avaliar o desempenho do sistema de saúde como
um todo ou avaliar partes específicas como o desempenho de programas em saúde
ou o setor de seguros privados, incrementar a qualidade dos cuidados, fomentar
políticas, alocar recursos, comparar resultados, promover a transparência e ajudar os
usuários na escolha de melhores hospitais ou planos de saúde disponíveis.
O desenvolvimento destes programas de avaliação foi acelerado a partir de uma
publicação do instituto de medicina dos Estados Unidos no ano de 2000, chamada To
Err is Human (Errar é humano), na qual era relatada insuficiência na qualidade dos
cuidados em saúde nos EUA e que entre 44 000 e 98 000 pessoas morriam por ano
em decorrência de erros nos cuidados prestados, que poderiam ser evitados. (1)
Neste contexto de avaliação dos sistemas de saúde, A OCDE – Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que é uma organização internacional que
avalia as políticas econômicas de seus 34 países membros, possui uma publicação
bienal, chamada Health at a Glance (2), que tem por objetivo fazer a comparação dos
sistemas de saúde dos países membros da OCDE. Esta publicação calcula um conjunto
de indicadores de saúde separados em 10 domínios: gastos e financiamento em saúde,
status de saúde, determinantes não médicos em saúde, força de trabalho na saúde,
utilização dos serviços de saúde, qualidade dos cuidados em saúde, qualidade dos
cuidados em saúde, tendências de gastos farmacêuticos e desafios futuros, setor
farmacêutico e envelhecimento e cuidados de longo termo e proteção social.
Embora o Brasil não seja um membro, a OCDE procura incluí-lo no cálculo de alguns
indicadores pois considera o Brasil como uma das maiores economias que não é um
país membro. Em alguns domínios há uma boa representatividade de indicadores que
já vêm sendo calculados para o Brasil, enquanto em outros ainda há muito poucos
indicadores calculados para o Brasil.
Um dos domínios de extrema importância é o de “utilização dos serviços de saúde”,
cujos indicadores podem ser calculados para o Brasil usando as bases de dados em
saúde disponíveis. Este domínio foi escolhido prioritariamente neste trabalho por tratar
de um aspecto fundamental na área de saúde, acesso e padrão de utilização do
sistema, e atualmente há um número pequeno de indicadores já calculados para o
Brasil. Os indicadores contidos neste domínio são:
- Consultas Médicas, subdividido em: Consultas com Médicos, e Consultas por
Médico;
- Tecnologias Médicas, subdividido em: Equipamentos de Tomografia
Computadorizada, Equipamentos de Ressonância Magnética, Exames de
Tomografia Computadorizada, e Exames de Ressonância Magnética;
- Leitos Hospitalares, subdividido em: Leitos Hospitalares Global, Leitos
Hospitalares por Tipo de Cuidado e Taxa de Ocupação de Leitos para Cuidados
Curativos (Agudos);
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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- Altas Hospitalares, subdividido em: Altas Hospitalares Global, Altas Hospitalares
para Pacientes com Problemas Circulatórios e Altas Hospitalares para Pacientes
com Câncer;
- Tempo Médio de Internação, subdividido em: Tempo Médio de Internação
Global, Tempo Médio de Internação para Parto Normal e Tempo Médio de
Internação para Infarto Agudo do Miocárdio;
- Procedimentos Cardíacos, subdividido em: Cirurgia de Revascularização
Coronariana e Cirurgia de Angioplastia Coronariana;
- Substituição do Quadril e Joelho, subdividido em: Cirurgia de Quadril e Cirurgia
de Joelho;
- Taxa e Parto Cesáreo;
- Cirurgia Ambulatorial, subdividido em: Cirurgia de Catarata e Cirurgia de
Tonsilectomia (Amigdalectomia).
Do conjunto de indicadores acima o Brasil só tem atualmente calculados 4 indicadores:
Consultas com Médicos, Consultas por Médico, Leitos Hospitalares Global e Altas
Hospitalares Global. Observa-se ainda que, embora os indicadores de Consultas com
Médicos e Altas Hospitalares já sejam calculados, as fontes de dados descritas nas
fichas técnicas da OCDE mencionam o SIA/SUS – Sistema de Informações Ambulatoriais
do SUS e SIH/SUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS, respectivamente. Isto
indica que todas as consultas com médicos e altas hospitalares ocorridas fora do
âmbito do SUS estão excluídas dos indicadores, causando, portanto, uma grande
subestimação do seu valor real.
1.2 JUSTIFICATIVA Há uma tendência mundial em avaliar seus sistemas de saúde através da utilização dos
dados disponíveis. No Brasil, já existe um esforço tanto do setor público quanto do
privado em avaliar seus sistemas de saúde através de programas de indicadores. Por
exemplo, para o setor público há o programa de indicadores do IDSUS – Índice de
Desempenho do SUS (3), e para o setor de saúde suplementar há o programa de
indicadores IDSS – Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (4), que avaliam o
desempenho dos sistemas público e privado de saúde, respectivamente. Portanto, o
cálculo de indicadores reconhecidos internacionalmente como referência vai poder
contribuir para este tipo de avaliação.
Outra fonte importante de avaliação do sistema de saúde brasileiro através do cálculo
de um conjunto extenso de indicadores é o IDB – Indicadores e Dados Básicos para
Saúde no Brasil, formulado através de uma cooperação entre o Ministério da Saúde e
a OPAS – Organização Panamericana de Saúde. (5)
Além disso, no Brasil existe uma quantidade grande de dados em saúde que são
disponibilizados publicamente, principalmente os dados administrativos de
faturamento do setor público, que são disponibilizados através do DATASUS -
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Departamento de Informática do SUS, e que podem ser utilizados para avaliação do
sistema de saúde.
Através do cálculo dos indicadores o Brasil poderá ter seu sistema de saúde
comparado com outros países, apontando áreas que podem ser melhoradas. Além da
comparação com outros países, poderão ser comparados também os setores público
e privado no Brasil.
1.3 OBJETIVOS Face ao exposto, o objetivo geral deste trabalho é propor e implementar, com base na
metodologia da publicação Health at a Glance da OCDE, o cálculo de indicadores no
Brasil para o domínio “utilização de serviços em saúde”, utilizando técnicas para acessar
e tratar o grande volume de dados disponíveis em saúde no Brasil.
Este trabalho tem ainda como objetivos auxiliares fazer um levantamento dos bancos
de dados em saúde que contêm informações relevantes para o cálculo dos indicadores,
apontar para a necessidade de coleta de dados relevantes para o cálculo dos
indicadores quando estes não estiverem disponíveis nos bancos de dados existentes,
promover o benchmarking do sistema de saúde brasileiro com outros países, e
comparar, quando aplicável, os indicadores do setor de saúde público com o setor de
saúde privado no Brasil.
1.4 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO O estudo está organizado da seguinte forma:
Glossário, com a descrição de todas as siglas utilizadas ao longo do texto.
O primeiro capítulo é a Introdução, onde é apresentado um breve panorama do
sistema de saúde no Brasil e a relevância da avaliação dos sistemas de saúde através
da utilização dos dados disponíveis. Além disso, são apresentados os principais
objetivos do trabalho e a justificativa para sua execução.
O segundo capítulo apresenta a Revisão da Literatura, que apresenta os resultados de
uma busca ampla sobre as principais bases de dados em saúde existentes no Brasil,
sintetizando suas principais características. Neste capítulo também é apresentada uma
análise da metodologia dos indicadores de saúde propostos pela OCDE.
O terceiro capítulo é de Metodologia, onde são descritas as bases de dados que serão
utilizadas neste estudo, o método para captura e tratamento dos dados. É também
detalhada a metodologia para o cálculo de cada um dos indicadores.
O quarto capítulo apresenta os Resultados, onde os valores calculados dos indicadores
são expostos.
O quinto capítulo faz a Discussão dos resultados, onde é apresentada uma análise
comparativa do Brasil com outros países da OCDE. Comparações dos indicadores entre
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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as Unidades da Federação e os setores público e privado do Brasil também são feitas,
quando pertinentes. Ao final do capítulo são apresentadas as principais vantagens e
limitações do estudo, bem como é discutida a validade dos resultados encontrados.
O último capítulo é de Conclusão, onde são feitas as considerações finais sobre o tema
abordado e possíveis extensões deste trabalho.
Referências Bibliográficas, com o apontamento de todo o material consultado na
construção deste trabalho.
Anexos que contêm todos os códigos de programação utilizados na captura das bases
de dados e os códigos para tratamento e filtro nos dados para o cálculo dos
indicadores. Também são apresentados os filtros utilizados para a contrução de cada
indicador.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 BASES DE DADOS EM SAÚDE NO BRASIL Para poder calcular os indicadores, é necessário primeiramente conhecer o cenário
das bases de dados em saúde existentes no Brasil. Por este motivo, foi realizada uma
busca das principais bases de dados em saúde existentes no país, e foram investigadas
suas principais características, como: propósito da base de dados, principais variáveis,
nível de agregação dos dados, período em que as bases de dados estão disponíveis e
existência de disponibilização pública desses dados. Estas informações foram
sintetizadas em uma tabela que é apresentada no final deste capítulo.
Com base na pesquisa realizada verificou-se que o Brasil possui um grande acervo de
dados em saúde, sejam os de registros médico-administrativos sobre os serviços de
saúde prestados, quanto os dados de vigilância em saúde, estatísticas do registro civil,
cadastros como os de estabelecimentos de saúde, procedimentos e usuários do
sistema, bem como programas e pesquisas específicas que investigam tópicos
relacionados à saúde.
Será apresentado a seguir o levantamento feito neste trabalho sobre as principais
bases de dados em saúde disponíveis no Brasil, sejam elas do setor público ou privado.
Através deste levantamento prévio dos dados existentes será feito no próximo capítulo
o mapeamento das informações necessárias para o cálculo dos indicadores propostos
pela OCDE.
2.1.1 Dados do Setor Público
Para o setor público temos como principal fonte de informação as bases de dados sob
supervisão do DATASUS, que é um órgão do governo dentro do Ministério da Saúde
responsável pela coleta, processamento e análise das informações de saúde. Ao longo
dos últimos 37 anos foram armazenados em diversos sistemas sob a guarda do
DATASUS, dados sobre a saúde de mais de 200 milhões de indivíduos, nos quais
encontramos informações sobre eventos em internação hospitalar, atendimento
ambulatorial, procedimentos de alta complexidade, imunização, óbitos, nascimentos,
vigilância em saúde, entre outros.
Toda a produção em saúde realizada no país financiada pelo SUS vem sendo registrada
diariamente nos sistemas de dados médico administrativos do SUS: SIH – Sistema de
Informação Hospitalar e SIA – Sistema de Informação Ambulatorial. O SIH é o sistema
que armazena dados de todas as internações realizadas no SUS cujo instrumento de
coleta é a AIH – Autorização de Internação Hospitalar, assim como o SIA é o Sistema
que armazena dados de todos os procedimentos ambulatoriais realizados no SUS e
que tem como fonte de coleta o BPA – Boletim de Procedimento Ambulatorial, APAC –
Autorização para Procedimentos de Alta Complexidade e o RAAS – Registro de Ações
Ambulatoriais em Saúde.
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Embora os dados destes dois sistemas do SUS tenham o propósito principal de
remuneração dos prestadores de serviços de saúde, esta é a única fonte de dados que
contem toda a produção em saúde realizada no âmbito do SUS e, portanto, estas bases
de dados vêm sendo amplamente utilizadas na literatura para a avaliação do sistema
de saúde, seus gastos, oferta e demanda de serviços, cobertura, e também na
construção de indicadores.
As estatísticas do Registro Civil contam com dois principais sistemas, o SINASC, que
registra todos os nascidos vivos no Brasil, e o SIM que armazena dados sobre todos os
óbitos no país. As estatísticas do Registro Civil são de extrema importância para analisar
o perfil demográfico e epidemiológico da população e, em conjunto com os demais
dados em saúde, planejar políticas.
O DATASUS mantem alguns importantes sistemas de informação que têm objetivo
monitorar o perfil de doenças da população, como o SINAN – Sistema de Informação
de Agravos de Notificação, onde são registrados casos de doenças de notificação
compulsória, como AIDS, febre-amarela, dengue, malaria, etc. Para o monitoramento
de doenças crônicas, que não são de notificação compulsória, foi criado o VIGITEL –
Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, que acompanha o perfil social,
econômico, comportamental e político relacionados a doenças crônicas através da
realização de uma pesquisa amostral feita por telefone.
Outros grupos de interesse de acompanhamento são as doses de vacina aplicadas no
país, que são registradas no sistema PNI/API – Programa Nacional de Imunizações, e os
casos de câncer que são registrados no RCBP – Registro de Câncer de Base
Populacional sob a guarda do INCA – Instituto Nacional do Câncer.
Existem, ainda, os cadastros sob a administração do DATASUS. Todos os
estabelecimentos de saúde no país devem estar registrados no CNES – Cadastro
Nacional de Estabelecimentos de Saúde, que guarda informações de cadastro de cada
estabelecimento.
Outro cadastro é o CADSUS – Cadastro dos Usuários do SUS, que registra todos os
usuários do SUS, atribuindo um número a cada pessoa. Para que o cadastro seja amplo
e atinja a população como um todo, o Ministério da Saúde fez uma parceria com a ANS
para que usuários de planos privados de saúde recebam um número de Cartão
Nacional de Saúde ao utilizarem o plano privado de saúde, e posteriormente serem
incorporados na base do CADSUS. Por motivo de sigilo, este banco de dados não é
aberto para download.
Há ainda um sistema que registra todos os procedimentos e materiais, que é utilizada
na codificação dos serviços de saúde prestados no setor público, a SIGTAP - Sistema
de Gerenciamento da Tabela de Procedimento, Medicamentos e OPM do SUS.
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2.1.2 Dados de Fontes de Financiamento não Público
O banco de dados da CIHA - Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial foi
criado pelo Ministério da Saúde para registrar todos os dados de internações
hospitalares e atendimentos ambulatoriais que fossem realizados no país que não
tiveram financiamento pelo SUS, ou seja, englobando atendimentos a beneficiários de
planos públicos e privados de saúde, atendimentos particulares financiados
diretamente pelo paciente e DPVAT.
A intenção do Ministério da Saúde com a CIHA era de, juntamente com o SIA e SIH, ter
informação sobre todos os serviços de saúde realizados no Brasil, independentemente
da fonte de financiamento. No entanto, como o CIHA não está vinculado ao pagamento
dos serviços prestados, espera-se uma subestimação das quantidades de serviços
médicos registados em seu sistema devido à subnotificação dos mesmos, uma vez que
seu registro tem caráter apenas informativo. Muitos prestadores consideram que não
é importante enviar sua produção para CIHA já que não dependem deste registro para
receberem o pagamento pelos serviços médicos prestados.
2.1.3 Dados do Setor de Saúde Suplementar
No setor de saúde suplementar, há dados sobre os serviços médicos prestados à
população beneficiária de plano privado de saúde, bem como dados sobre o perfil
destes beneficiários. Estes dados encontram-se sob a guarda da ANS – Agência
Nacional de Saúde Suplementar, que é a agência vinculada ao Ministério da Saúde para
regular o mercado de planos privados de saúde no Brasil.
As principais bases de dados de serviços prestados na saúde suplementar vêm de dois
sistemas principais que estão sobre a guarda da ANS: SIP – Sistema de Informação de
Produtos e TISS – Troca de Informação em Saúde Suplementar. Ambos os sistemas são
alimentados pelas informações enviadas pelas operadoras de planos de saúde, que
enviam periodicamente seus dados à ANS, com a finalidade de monitoramento do
mercado.
O setor de saúde suplementar conta também com importantes cadastros: o SIB –
Sistema de Informações de Beneficiários, que registra todos os beneficiários de planos
de saúde, o CADOP – Sistema de Cadastro de Operadoras, que por sua vez registra
todas as operadoras aptas a vender planos de saúde no Brasil e o RPS - Sistema de
Registro de Planos, que é o cadastro de todos os planos de saúde oferecidos no
mercado pelas operadoras.
Existe ainda o DIOPS – Documento de Informações Periódicas das Operadoras que
registra dados sobre os planos de contas contábeis das operadoras de saúde. Este
banco é utilizado pela ANS para fazer o acompanhamento da saúde econômico
financeira das operadoras.
2.1.4 Dados de Pesquisas e Programas em Saúde
O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, desenvolve pesquisas específicas
na área de saúde como a AMS – Pesquisa de Assistência Médico Sanitário e a PNAD –
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio que inclui o suplemento saúde em
algumas de suas edições.
A PNAD tem por objetivo obter informações demográficas e socioeconômicas da
população, e ocasionalmente inclui em seu suplemento informações sobre um tópico
específico. As edições da PNAD que incluem o suplemento saúde são as de 1981, 1986,
1998, 2003 e 2008. Os módulos do suplemento saúde no ano de 2008 foram:
morbidade, cobertura de plano de saúde, acesso aos serviços de saúde, uso dos
serviços nas duas últimas semanas, internações, limitação de atividades físicas e fatores
de risco e proteção.
A AMS faz um retrato da capacidade instalada no país através de um censo nos
estabelecimentos de saúde cobrindo aspectos como número de leitos, tipos de
serviços disponíveis para cada tipo de financiamento (SUS, privado ou plano de saúde),
equipamentos em funcionamento, entre outras características dos estabelecimentos.
Através de um a cooperação do Ministério da Saúde com a OPAS – Organização Pan
Americana de Saúde foi criada a RIPSA - Rede Interagencial de Informações para a
Saúde. A RIPSA é a responsável pelo cálculo dos Indicadores do IDB - Indicadores e
Dados Básicos para Saúde que é um programa que promove a organização e
manutenção de um conjunto de indicadores no status de saúde da população e
aspectos sociais, econômicos e organizacionais que influenciam nesse status.
O quadro a seguir mostra uma síntese das principais informações sobre cada um dos
sistemas mencionados anteriormente:
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Tabela 1 Resumo das principais características das bases de dados em saúde investigadas no estudo
Base de Dados
(Sigla)
Base de Dados
(Nome)
Propósito Responsável Cobertura
Temporal
Nível de
Agregação dos
Dados
Acesso Público a
Tabulações
Acesso Público a
Banco de Dados
Tipo de
Processo
Exemplos de
Variáveis
SIP Sistema de
Informação de
Produtos
Monitoramento
dos serviços de
saúde prestados
pelas
operadoras de
planos de saúde
ANS - Agência
Nacional de
Saúde
Suplementar
desde 2002 A unidade é a
quantidade de
procedimentos
realizados
agregados pelo
tipo de
procedimento,
UF e tipo de
plano de saúde
(individual ou
coletivo)
- - Registro Médico
Administrativo
Quantidade de
procedimentos
realizados,
quantidade de
beneficiários
expostos,
Operadora,
valor da
despesa
assistencial
TISS Troca de
Informação em
Saúde
Suplementar
Pagamento dos
serviços de
saúde prestados
a beneficiários
de planos
privados de
saúde
ANS - Agência
Nacional de
Saúde
Suplementar
desde 2014
(OBS: o TISS
existe desde sss
mas a ANS so
comecou a
receber esses
dados de todas
as operadoras
em 2014)
A unidade é o
procedimento
realizado na
guia TISS
- - Registro Médico
Administrativo
Operadora,
estabelecimento
ou profissional
prestador do
serviço de
saúde, nome do
beneficiário,
procedimento
realizado, valor
pago
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Base de Dados
(Sigla)
Base de Dados
(Nome)
Propósito Responsável Cobertura
Temporal
Nível de
Agregação dos
Dados
Acesso Público a
Tabulações
Acesso Público a
Banco de Dados
Tipo de
Processo
Exemplos de
Variáveis
SIB Sistema de
Informações de
Beneficiários
Registrar todos
os beneficiários
de planos
privados de
saúde
ANS - Agência
Nacional de
Saúde
Suplementar
Desde 2003 A unidade de
registro é o
beneficiário
(quando um
indivíduo possui
2 ou mais
planos de
saúde, há 2 ou
mais registros
do mesmo
beneficiário)
http://www.ans.
gov.br/anstabne
t/#
- Cadastro Nome do
beneficiário,
nome da mãe,
data de
nascimento,
plano de saúde
contratado
CADOP Sistema de
Cadastro de
Operadoras
Registrar todas
as operadoras
de planos
privados de
saúde
ANS - Agência
Nacional de
Saúde
Suplementar
Desde 2003 A unidade de
registro é a
operadora de
plano privado
de saúde
http://www.ans.
gov.br/anstabne
t/#
- Cadastro Nome da
Operadora,
modalidade
(autogestão,
seguradora,
cooperativa
médica, etc),
endereço
DIOPS Documento de
Informações
Periódicas das
Operadoras
Monitorar a
saúde
econômico
financeira das
operadoras de
planos de saúde
ANS - Agência
Nacional de
Saúde
Suplementar
Desde 2001 A unidade de
registro é o
valor de cada
conta contábil
de cada
operadora
http://www.ans.
gov.br/anstabne
t/#
- Registro
Contábil
Valor do Ativo
Circulante, Valor
do Patrimônio
Líquido, Valor
das Provisões
Atuariais
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Base de Dados
(Sigla)
Base de Dados
(Nome)
Propósito Responsável Cobertura
Temporal
Nível de
Agregação dos
Dados
Acesso Público a
Tabulações
Acesso Público a
Banco de Dados
Tipo de
Processo
Exemplos de
Variáveis
RPS Sistema de
Registro de
Planos
Registrar todos
os planos
privados de
saúde
existentes
ANS - Agência
Nacional de
Saúde
Suplementar
Desde 2001 A unidade de
registro é o
plano privado
de saúde
http://www.ans.
gov.br/anstabne
t/#
- Cadastro Nome do Plano,
Operadora ao
qual o plano
pertence, tipo
de
cobertura(ambu
latorial,
hospitalar,
dental, etc), tipo
de contratação
(individual,
coletivo)
AMS Pesquisa de
Assistência
Médico-
Sanitária
Formar um
panorama da
capacidade
instalada e
disponibilidade
dos serviços de
saúde no Brasil
IBGE - Instituto
Brasileiro de
Geografia e
Estatística
Desde 1999 A unidade é o
estabelecimento
de saúde
http://www.data
sus.gov.br/DATA
SUS/index.php?
area=0204
http://www.ibge.
gov.br/home/est
atistica/populac
ao/condicaodevi
da/ams/2009/mi
crodados.shtm
Cadastro Caracterização
do
estabelecimento
, instalação
física, recursos
humanos,
equipamentos,
numero de
leitos
PNAD Pesquisa
Nacional por
Amostra de
Domicílio
Pesquisa
amostral de
domicílios que
visa obter
informações
sobre
características
demográficas e
socioeconomica
s
IBGE - Instituto
Brasileiro de
Geografia e
Estatística
Desde 1967 A unidade de
registro pode
ser o domicílio
ou o indivíduo
http://tabnet.dat
asus.gov.br/cgi/
deftohtm.exe?p
nad2008/pnad.d
ef
http://download
s.ibge.gov.br/do
wnloads_estatist
icas.htm?caminh
o=Trabalho_e_R
endimento/Pesq
uisa_Nacional_p
or_Amostra_de_
Domicilios_anual
/microdados/re
ponderacao_20
01_2009
Amostragem
Probabiliística
Realização de
exames,
consultas com
médicos e
dentistas, posse
de plano
privado de
saúde,
internações
realizadas,
estado de saúde
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Base de Dados
(Sigla)
Base de Dados
(Nome)
Propósito Responsável Cobertura
Temporal
Nível de
Agregação dos
Dados
Acesso Público a
Tabulações
Acesso Público a
Banco de Dados
Tipo de
Processo
Exemplos de
Variáveis
RCBP Registro de
Câncer de Base
Populacional
Monitorar os
pacientes
diagnosticados
com câncer
residentes de
áreas pré
definidas
(capitais dos
Estados e
algumas
grandes cidades
da região
Sudeste)
INCA - Instituto
Nacional do
Câncer
Desde 1967 A unidade é o
paciente
diagnosticado
com câncer
https://irhc.inca.
gov.br/RHCNet/v
isualizaTabNetE
xterno.action
https://irhc.inca.
gov.br/RHCNet/v
isualizaTabNetE
xterno.action
Registro Médico
Administrativo
Nome, sexo,
grau de
instrução, data
da primeira
consulta, data
do diagnostico,
primeiro
tratamento
recebido
IDB Indicadores e
Dados Básicos
para Saúde
Organizar e
manter
indicadores
básicos de
saúde da
população
RIPSA - Rede
Interagencial de
Informações
para a Saúde
Desde 2003 A unidade é
cada indicador
calculado por
cada Região
Geográfica
(alguns
indicadores
estão agregados
por sexo e faixa
etária também)
http://tabnet.dat
asus.gov.br/cgi/i
db2012/matriz.h
tm
- Nome do
Indicador,
numerador,
denominador,
valor do
indicador
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Base de Dados
(Sigla)
Base de Dados
(Nome)
Propósito Responsável Cobertura
Temporal
Nível de
Agregação dos
Dados
Acesso Público a
Tabulações
Acesso Público a
Banco de Dados
Tipo de
Processo
Exemplos de
Variáveis
AIH/SIH Autorização de
Internação
Hospitalar/Siste
ma
deInformações
Hospitalares
Pagamento de
internações no
SUS
Secretaria de
Atenção à
Saúde/Ministéri
o da Saúde
desde 1982 A unidade é a
internação
http://www2.dat
asus.gov.br/data
sus/index.php?a
rea=0202
http://www2.dat
asus.gov.br/data
sus/index.php?a
rea=0901&item
=1&acao=25
Registro Médico
Administrativo
Idade, Sexo,
CEP,
Identificação do
Hospital,
CID,procedimen
to realizado
APAC/SIA Autorização
para
Procedimentos
de Alta
Complexidade /
Sistema de
Informações
Ambulatoriais
Pagamento de
serviços
ambulatoriais
que requerem
autorização
prévia
Secretaria de
Atenção à
Saúde/Ministéri
o da Saúde
desde 1997 A unidade é
prodedimento
efetuado
http://www2.dat
asus.gov.br/DAT
ASUS/index.php
?area=0202
http://www2.dat
asus.gov.br/DAT
ASUS/index.php
?area=0901&ite
m=1&acao=22&
pad=31655
Registro Médico
Administrativo
Idade, Sexo,
Numero do
cartao Nacional
de Saude
(encriptado),
procedimento
realizado, valor
pago
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Base de Dados
(Sigla)
Base de Dados
(Nome)
Propósito Responsável Cobertura
Temporal
Nível de
Agregação dos
Dados
Acesso Público a
Tabulações
Acesso Público a
Banco de Dados
Tipo de
Processo
Exemplos de
Variáveis
BPA/SIA Boletim de
Produção
Ambulatorial /
Sistema de
Informações
Ambulatoriais
Pagamento de
serviços
ambulatoriais
que não
requerem
autorização
prévia
Secretaria de
Atenção à
Saúde/Ministéri
o da Saúde
desde 1994 BPA-I: a unidade
é o
procedimento
efetuado
BPA-C: a
unidade é a
quantidade de
procedimentos
realizados por
idade do
paciente e
ocupação do
profissional que
realizou o
procedimento
http://www2.dat
asus.gov.br/DAT
ASUS/index.php
?area=0202
http://www2.dat
asus.gov.br/DAT
ASUS/index.php
?area=0901&ite
m=1&acao=22&
pad=31655
Registro Médico
Administrativo
BPA-I: Idade,
sexo, Nome
(não é divulgado
publicamente),
procedimento
realizado
BPA-C:
procedimentos
realizados
agregados pela
idade do
paciente e
ocupação do
profissional que
realizou o
procedimento
RAAS/SIA Registro de
Ações
Ambulatoriais
em Saúde /
Sistema de
Informações
Ambulatoriais
Monitoramento
da atenção
psicosocial e
domiciliar
(Programa
Melhor em
Casa)
Secretaria de
Atenção à
Saúde/Ministéri
o da Saúde
desde 2012 A unidade é
prodedimento
efetuado
http://www2.dat
asus.gov.br/DAT
ASUS/index.php
?area=0202
http://www2.dat
asus.gov.br/DAT
ASUS/index.php
?area=0901&ite
m=1&acao=22&
pad=31655
Registro Médico
Administrativo
Data de
nascimento do
paciente, CID
principal, data
de início do
atendimento,
data de fim do
atendimento
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Base de Dados
(Sigla)
Base de Dados
(Nome)
Propósito Responsável Cobertura
Temporal
Nível de
Agregação dos
Dados
Acesso Público a
Tabulações
Acesso Público a
Banco de Dados
Tipo de
Processo
Exemplos de
Variáveis
CIHA Comunicação de
Informação
Hospitalar e
Ambulatorial
Monitoramento
de internações e
serviços
ambulatoriais
não financiados
pelo SUS
Secretaria de
Atenção à
Saúde/Ministéri
o da Saúde
desde 2011 A unidade é
prodedimento
efetuado
- http://www2.dat
asus.gov.br/DAT
ASUS/index.php
?area=0901&ite
m=1&acao=24
Registro Médico
Administrativo
Idade, sexo, CID-
10,
procedimento
realizado, fonte
de remuneração
CNES Cadastro
Nacional de
Estabelecimento
s de Saúde
Registrar os
estabelecimento
s de sa[ude no
Brasil
Secretaria de
Atenção à
Saúde/Ministéri
o da Saúde
Desde 2003 A unidade de
registro é o
estabelecimento
de saúde
http://www.data
sus.gov.br/DATA
SUS/index.php?
area=0204
http://www2.dat
asus.gov.br/DAT
ASUS/index.php
?area=0901&ite
m=1&acao=31&
pad=31655
Cadastro Nome do
estabelecimento
de saúde, tipo
de atendimento
prestado, tipo
de convênio
(SUS, privado,
plano, etc),
leitos,
equipamentos
SIGTAP Sistema de
Gerenciamento
da Tabela de
Procedimentos,
Medicamentos e
OPM do SUS
Codificar os
procedimentos,
OPME (órteses,
protéses e
materiais
especiais) e
medicamentos
para o SUS
Secretaria de
Atenção à
Saúde/Ministéri
o da Saúde
Desde 2008 A unidade de
registro é o
procedimento,
OPME ou
medicamento
codificado
- http://www2.dat
asus.gov.br/SIH
D/tabela-
unificada
Cadastro Nome do
procedimento,
código do
procedimento,
tipo de
complexidade,
CID-10
relacionado ao
procedimento
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília Pessanha Lima - 2016
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Base de Dados
(Sigla)
Base de Dados
(Nome)
Propósito Responsável Cobertura
Temporal
Nível de
Agregação dos
Dados
Acesso Público a
Tabulações
Acesso Público a
Banco de Dados
Tipo de
Processo
Exemplos de
Variáveis
CADSUS Sistema de
Cadastramento
de Usuários do
SUS
Registrar os
usuários do SUS
Secretaria de
Gerenciamento
Estratégico e
Participativo /
Ministério da
Saúde
A unidade de
registro é o
indivíduo
registrado no
SUS
- - Cadastro Nome, sexo,
CPF, RG,
numero do
Cartão Nacional
de Saúde, tipo
de domicílio,
esgotamento
sanitário,
estabelecimento
de saúde
cadastrador
PNI/API Sistema de
Avaliação do
Programa de
Imunização
Monitorar as
vacinas
aplicadas no
Brasil
Secretaria de
Vigilância em
Saúde /
Ministério da
Saúde
Desde 1994 A unidade é o
número de
indivíduos
vacinados por
faixa etária e
tipo de vacina
recebida
http://tabnet.dat
asus.gov.br/cgi/
deftohtm.exe?p
ni/cnv/cpniuf.def
- Registro Médico
Administrativo
Doses aplicadas
por
estabelecimento
de saúde,
Município, tipo
de vacina, dose
SIM Sistema de
Informações de
Mortalidade
Registrar os
óbitos
Secretaria de
Vigilância em
Saúde /
Ministério da
Saúde
desde 1979 A unidade é o
óbito
http://tabnet.dat
asus.gov.br/cgi/
deftohtm.exe?si
m/cnv/obt10br.
def
http://www2.dat
asus.gov.br/DAT
ASUS/index.php
?area=0901&ite
m=1&acao=26&
pad=31655
Registro Civil Idade do
falecido, sexo do
falecido, local de
nascimento,
causa principal
do óbito
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Base de Dados
(Sigla)
Base de Dados
(Nome)
Propósito Responsável Cobertura
Temporal
Nível de
Agregação dos
Dados
Acesso Público a
Tabulações
Acesso Público a
Banco de Dados
Tipo de
Processo
Exemplos de
Variáveis
SINAN Sistema de
Informações de
Agravos de
Notificação
Registrar casos
de doenças de
notificação
compulsória
Secretaria de
Vigilância em
Saúde /
Ministério da
Saúde
desde 1990 A unidade é o
paciente
portador da
doença
notificada
http://dtr2004.s
aude.gov.br/sina
nweb/
- Registro Médico
Administrativo
Sexo,
escolaridade,
raça, data dos
primeiros
sintomas,
município
SINASC Sistema de
Informações de
Nascidos Vivos
Registrar os
nascidos vivos
Secretaria de
Vigilância em
Saúde /
Ministério da
Saúde
desde 1994 A unidade é o
nascido vivo
http://tabnet.dat
asus.gov.br/cgi/
deftohtm.exe?si
nasc/cnv/nvuf.d
ef
http://www2.dat
asus.gov.br/DAT
ASUS/index.php
?area=0901&ite
m=1&acao=28&
pad=31655
Registro Civil Número da
declaração e
nascido vivo,
sexo, APGAR,
peso,
estabelecimento
de saúde, idade
da mãe,
ocupação da
mãe
VIGITEL Vigilância de
Doenças
Crônicas por
Inquérito
Telefônico
Monitorar a
magnitude de
doenças não
notificáveis
Secretaria de
Vigilância em
Saúde /
Ministério da
Saúde
desde 2006 A unidade é o
inquérito
telefônico
http://tabnet.dat
asus.gov.br/cgi/v
igitel/vigteldescr.
htm
http://svs.aids.g
ov.br/bases_vigit
el_viva/dispbd_vi
gitel.php
Amostragem
Probabiliística
Idade, consumo
de tipos de
alimento,
atividades
fisicas,
referência a
diagnóstico
médico anterior
de hipertensão
arterial, diabetes
e colesterol
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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A tabela acima é uma síntese de pontos-chave sobre as bases de dados em saúde
investigadas neste estudo. As colunas “Acesso Público à Tabulações” e “Acesso Público
ao Banco de Dados” mostram os links os quais podem ser acessados para acesso
online aos dados de interesse. É possível notar que, em termos de acesso público às
bases de dados, o DATASUS e o IBGE oferecem acesso online à maioria de suas bases,
mesmo que com algumas variáveis omitidas ou mascaradas, para preservar o sigilo de
informações médicas sobre os indivíduos.
Por outro lado as bases de dados da ANS não estão acessíveis publicamente para
download. O que poderia explicar este fato é que por conter dados do mercado de
comercialização de planos privados de saúde, essas informações abertas poderiam
privilegiar alguma parte envolvida neste mercado.
Em 2011 foi promulgada a Lei 12.527, chamada Lei de Acesso à Informação (6), que
regula o acesso às bases de dados do governo. O direito de acesso aos dados
produzidos ou armazenados por instituições públicas no Brasil é um direito
constitucional.
De acordo com a Lei de Acesso à Informação, transparência e acessibilidade são a regra
e sigilo a exceção. As maiores fontes de sigilo estão em informações de segurança
nacional, saúde pública ou informações pessoais, que ferem o direito de privacidade
também garantido pela constituição.
A Lei fala ainda que o cidadão que quiser solicitar as bases de dados não precisa expor
o motivo da solicitação e que caso a informação esteja disponível, a entidade
responsável deverá prover os dados em até 20 dias após a solicitação. A maneira de
solicitar os dados é através dos canais de acesso à informação, chamados de SIC –
Serviço de Informações ao Cidadão, presentes em cada instituição pública.
Portanto, as bases de dados que não estão disponibilizadas publicamente, e que se
fizerem necessárias no cálculo dos indicadores, poderão ser solicitadas ao órgão
público gestor da base de dados, contanto que os dados sejam estruturados de forma
a não ferir os princípios de sigilo mencionados anteriormente.
2.2 INDICADORES DE SAÚDE
2.2.1 Boas Práticas na Seleção de Indicadores
Muitos programas no mundo utilizam dados disponíveis para calcular indicadores para
medição da qualidade dos seus sistemas de saúde. Em geral, os indicadores que
compõem os programas apresentam certa homogeneidade, isto é, há um conjunto de
indicadores consagrados pela literatura internacional que são comumente
encontrados em diversos programas. O uso destes indicadores pode ser considerado
como um conjunto das melhores práticas aceitas internacionalmente no
desenvolvimento de um programa de indicadores de qualidade em saúde.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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A AHRQ é a Agência Americana para Pesquisa e Qualidade dos Serviços de Saúde que
tem a missão de produzir evidências que tornem os cuidados em saúde mais seguros,
melhorando aspectos como a qualidade, acesso e equidade dos serviços de saúde. A
AHRQ possui um extenso programa que produz e valida grupos de indicadores (7)que
são utilizados em muitos programas dos Estados Unidos. Os indicadores da AHRQ são
desenvolvidos com base em revisões da literatura e testados através de uma série de
análises empíricas.
Segundo a AHRQ, os critérios para escolha e validação de indicadores devem seguir
três critérios principais: relevância, qualidade metodológica e exequibilidade. Estes
critérios estão detalhados a seguir:
Relevância
- Para stakeholders – o indicador é importante para os stakeholders? Por
exemplo, pacientes, médicos, governo, planos de saúde, etc.
- Para a Saúde – o indicador é de interesse do ponto de vista de saúde? Por
exemplo, o aspecto de saúde do qual trata o indicador é de alta prevalência ou
incidência, e/ou há um efeito significativo na gravidade da doença.
- Potencialidade para medir a distribuição dos cuidados – o indicador pode ser
estratificado por subgrupos para averiguar onde existem disparidades nos
cuidados ou na saúde entre populações diferentes de pacientes?
- Potencialidade para aperfeiçoamento – o indicador evidencia má qualidade
geral ou variações na qualidade entre os prestadores de cuidados em saúde
que possam ser aperfeiçoadas?
- Potencialidade para influenciar o sistema dos cuidados em saúde – o
indicador está relacionado a ações ou intervenções possíveis de serem
efetuadas pelos prestadores de cuidados em saúde cujo desempenho esteja
sendo medido, de modo que eles possam melhorar seu desempenho?
Qualidade Metodológica
- Clareza da evidência - a evidência que respalda o indicador é clara?
- Força da evidência – o indicador é solidamente respaldado pela evidência, ou
seja, é de muita importância para melhorar a qualidade dos cuidados?
- Confiabilidade – os resultados do indicador são reprodutíveis
independentemente de quem ou quando eles sejam produzidos?
- Validade – o indicador mensura de fato o que ele se propõe a medir?
- Potencialidade para ajustes – se necessário, o indicador permite estratificação
ou ajuste?
- Compreensível – os resultados do indicador são compreensiveis para os
usuários?
Exequibilidade
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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- Especificação explícita de numerador e denominador – o indicador tem
descrições detalhadas e explícitas para seu numerador e denominador?
- Disponibilidade de dados – A fonte de dados necessária para implementação
do indicador está disponível e acessível?
Portanto, de acordo com a AHRQ, os critérios acima devem ser verificados
sistematicamente para se decidir sobre a inclusão de um indicador em um programa
de avaliação do sistema de saúde.
Uma caracterísitca importante do conjunto de indicadores da AHRQ é que eles são
baseados em dados administrativos, geralmente dados de faturamento, que se
encontram disponíveis na maioria dos estabelecimentos de saúde.
O uso dos dados de rotina diminui a sobrecarga de compilação e aumenta a
credibilidade das informações, uma vez que o uso de bases de dados nacionais tem a
vantagem de padronizar o processo de compilação de dados garantindo, assim, a
comparabilidade dos resultados dos indicadores. Além disso, o uso de dados de rotina
reduz a probabilidade de dados falsos, reportados visando um melhor resultado para
os indicadores.
2.2.2 Conjunto de Indicadores do Health at a Glance
O programa de indicadores da publicação Health at a Glance é focado na comparação
do desempenho dos sistemas de saúde nos diferentes países da OCDE. Ele é
destinado à transparência de informações e a auxiliar os governos na identificação
dos resultados qualitativos em seus sistemas de cuidados em saúde.
A seleção dos indicadores que compõem o programa foi feita com base na estrutura
criada pelo projeto OCDE HealthCare Quality indicators Project (8) . Este projeto se
iniciou em 2001 com o objetivo de, no longo prazo, elaborar um conjunto de
indicadores que permitisse a comparação da qualidade dos serviços de saúde providos
em diferentes países.
O processo de seleção do conjunto de indicadores foi dividido em 3 fases:
1. Definição de áreas prioritárias de interesse
2. Criação de uma primeira lista de indicadores, construída através de uma vasta
revisão da literatura especializada
3. Proposição da primeira lista de indicadores para um grupo de experts, formado
por especialistas internacionais em avaliação da qualidade
Em geral, a escolha de cada um dos indicadores observava os seguintes critérios
principais: relevância, qualidade metodológica, e exequibilidade, que seguem os
mesmos princípios de boas práticas da AHRQ.
Em relação à relevância, era verificado se o aspecto avaliado pelo indicador era
importante para o sistema de saúde, isto é, se seus resultados poderiam ser utilizados
para melhorar a qualidade dos serviços. Quando um indicador é considerado
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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relevante, ele é selecionado e colocado em uma fase de teste para verificar a qualidade
metodológica e exequibilidade.
A qualidade metodológica está relacionada à verificação dos seguintes aspectos:
evidência clínica, reprodutibilidade, validade, precisão, ajuste de risco e
comparabilidade das fontes de dados.
A exequibilidade está relacionada à disponibilidade de dados, e/ou do custo para
compilação e/ou obtenção dos dados necessários para o cálculo.
Uma vez aprovado nas 3 fases o conjunto de indicadores selecionados pela OCDE foi
apresentado ao grupo de especialistas, que validaram ou não os resultados alcançados
e decidiram se o indicador seria incluído ou excluído do programa.
Os indicadores selecionados para o Health at a Glance baseiam-se essencialmente
nos dados de rotina disponíveis regularmente (registros administrativos), podendo
algumas vezes ser complementados com pesquisas realizadas com pacientes.
Como o objetivo do programa da OCDE é comparar países, os indicadores baseiam-
se em dados que são comparáveis entre os países.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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3 METODOLOGIA
3.1 DESCRIÇÃO DAS BASES DE DADOS Considerando a revisão das bases de dados desenvolvida no capítulo anterior e a
avaliação das fichas técnicas da OCDE sobre cada indicador que será apresentada
posteriormente neste capítulo, no subitem “Cálculo dos Indicadores”, foram
selecionadas as bases de dados necessárias para o cálculo dos indicadores.
Para todos os indicadores sobre utilização de serviços em saúde foram utilizadas
amplamente as principais bases que refletem a produção de serviços em saúde no
país:
- SIA/SUS e SIH/SUS para produção ambulatorial e hospitalar, respectivamente,
no setor público
- SIP/ANS para produção ambulatorial e hospitalar no setor de saúde
suplementar
- CIHA/SUS para produção ambulatorial e hospitalar com outras fontes de
financiamento que não SUS e Saúde Suplementar
Especificamente para a Saúde Suplementar, com base no levantamento das bases de
dados existentes, inicialmente havia-se optado pela utilização do TISS/ANS ao invés do
SIP/ANS. O fato de se priorizar o TISS ao SIP se justifica pelo TISS ser o instrumento que
reflete o pagamento dos prestadores que efetuaram atendimento dos beneficiários de
planos de saúde. Já o SIP é um sistema no qual as operadoras apenas declaram para
controle da ANS as quantidades e valores totais dos serviços de saúde realizados. O
fato do SIP não estar atrelado ao pagamento pode gerar um mascaramento nos dados
enviados pelas Operadoras à ANS.
No entanto, embora a base ideal para o cálculo dos indicadores seja a do TISS, a ANS
só começou a receber os dados do TISS das operadoras a partir de setembro de 2014,
ou seja, a base do TISS não está disponível para o período de análise deste trabalho,
ano de 2013. Portanto, a base utilizada neste trabalho para extrair os dados de
produção de serviços na saúde suplementar é a do SIP.
Para os indicadores que refletem a estrutura dos estabelecimentos em saúde, bem
como quantidade de profissionais de saúde, que são informações utilizadas pelos
indicadores de leitos hospitalares, equipamentos para exames médicos e consultas por
médico, a base utilizada para extração dos dados será a do CNES/SUS. A escolha da
base de dados do CNES ao invés da base de dados da MAS/IBGE se deu pelo fato de
que a data mais recente com os dados da pesquisa da MAS é o ano de 2009, enquanto
o CNES apresenta uma série histórica que contém os registros de 2013, ano de análise
dos indicadores neste trabalho.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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Para a quantidade de habitantes, utilizada no denominador da maioria dos indicadores,
serão utilizados os dados da Projeção da População do Brasil e das Unidades da
Federação feita pelo IBGE, com base no Censo de 2010.
Para o cálculo dos indicadores referentes à saúde suplementar o denominador
considera somente os beneficiários de planos privados de saúde. Estes números foram
retirados do Sistema de Informação de Beneficiários SIB/ANS.
SIH – Sistema de Informações Hospitalares
Como visto na revisão das bases de dados em saúde no Brasil, o SIH é o sistema que
registra toda a produção de internações no âmbito do SUS com a finalidade de
remuneração dos serviços prestados.
A base de dados do SIH é alimentada por um instrumento de coleta, AIH – Autorização
de Internação Hospitalar, que é preenchido pelos estabelecimentos de saúde para
cada internação. Cada internação gera uma AIH que contem, além do número que
identifica a autorização de internação, dados de identificação do paciente, registro dos
procedimentos médicos e serviços de diagnose e terapia e código da doença
diagnosticada (CID). (9)
O DATASUS disponibiliza publicamente duas bases de dados originadas pelo SIH: base
de dados de AIH Reduzida e base de dados de AIH Serviços Profissionais.
A base de dados da AIH Reduzida, AIH RD, traz as principais informações sobre o
procedimento principal, isto é, o procedimento que gerou a internação excluindo
informações de identificação dos pacientes. Já a base de dados da AIH Serviços
Profissionais, AIH SP, traz a informação dos demais procedimentos realizados em uma
internação. A base de dados de AIH Serviços Profissionais deve conter todos os atos
médicos realizados na internação, os que precisam de pagamento ou não, pois alguns
atos médicos já têm seu pagamento vinculado ao procedimento principal que gerou a
internação. Assim como ocorre em outras bases de dados que não estão vinculadas a
pagamento, estima-se que haja subnotificação de procedimentos cujo registro seja
apenas informativo, não estando vinculado a seu pagamento.
Para o cálculo dos indicadores neste trabalho precisaremos das duas bases de dados,
tanto AIH RD quanto AIH SP, para termos acesso a todos os procedimentos realizados
durante a internação.
Abaixo são listadas as variáveis existentes nos bancos de dados disponibilizados pelo
DATASUS referentes aos arquivos do SIH.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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Quadro 1 Variáveis da Base de Dados de AIH Reduzida
UF_ZI DIAR_ACOM DIAG_PRINC INSTRU FINANC
ANO_CMPT QT_DIARIAS DIAG_SECUN CID_NOTIF FAEC_TP
MES_CMPT PROC_SOLIC COBRANCA CONTRACEP1 REGCT
ESPEC PROC_REA NATUREZA CONTRACEP2 RACA_COR
CGC_HOSP VAL_SH NAT_JUR GESTRISCO ETNIA
N_AIH VAL_SP GESTAO INSC_PN SEQUENCIA
IDENT VAL_SADT RUBRICA SEQ_AIH5 REMESSA
CEP VAL_RN IND_VDRL CBOR AUD_JUST
MUNIC_RES VAL_ACOMP MUNIC_MOV CNAER SIS_JUST
NASC VAL_ORTP COD_IDADE VINCPREV VAL_SH_FED
SEXO VAL_SANGUE IDADE GESTOR_COD VAL_SP_FED
UTI_MES_IN VAL_SADTSR DIAS_PERM GESTOR_TP VAL_SH_GES
UTI_MES_AN VAL_TRANSP MORTE GESTOR_CPF VAL_SP_GES
UTI_MES_AL VAL_OBSANG NACIONAL GESTOR_DT VAL_UCI
UTI_MES_TO VAL_PED1AC NUM_PROC CNES MARCA_UCI
MARCA_UTI VAL_TOT CAR_INT CNPJ_MANT
UTI_INT_IN VAL_UTI TOT_PT_SP INFEHOSP
UTI_INT_AN US_TOT CPF_AUT CID_ASSO
UTI_INT_AL DT_INTER HOMONIMO CID_MORTE
UTI_INT_TO DT_SAIDA NUM_FILHOS COMPLEX
Quadro 2 Variáveis da Base de Dados de AIH Serviços Profissionais
SP_GESTOR SP_ATOPROF SP_CO_FAEC
SP_UF SP_TP_ATO SP_PF_CBO
SP_AA SP_QTD_ATO SP_PF_DOC
SP_MM SP_PTSP SP_PJ_DOC
SP_CNES SP_NF IN_TP_VAL
SP_NAIH SP_VALATO SEQUENCIA
SP_PROCREA SP_M_HOSP REMESSA
SP_DTINTER SP_M_PAC SERV_CLA
SP_DTSAIDA SP_DES_HOS SP_CIDPRI
SP_NUM_PR SP_DES_PAC SP_CIDSEC
SP_TIPO SP_COMPLEX SP_QT_PROC
SP_CPFCGC SP_FINANC SP_U_AIH
Neste trabalho as principais variáveis utilizadas para o cálculo dos indicadores são:
Para a base de dados de AIH RD:
- UF_ZI – identifica a UF onde foi realizada a internação.
- IDENT – identifica o tipo de AIH, isto é, se for do tipo 5 corresponde a uma AIH
de continuidade. Esta variável é importante pois pacientes que ficam
internados por mais de 45 dias terão uma nova AIH registrada como tipo 5.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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Portanto, para evitar múltipla contagem de uma mesma internação é preciso
filtrar as AIHs que são diferentes do tipo 5, isto é, de longa duração.
- PROC_REA – identifica o procedimento principal que gerou a internação.
- DT_INTERN – identifica a data de entrada do paciente.
- DT_SAIDA – identifica a data de saída do paciente.
- DIAG_PRINC – identifica o CID-10 do diagnóstico principal do paciente.
- DIAS_PERM – identifica a quantidade de dias de permanência do paciente. Esta
variável além de ser útil na contagem do tempo de uma internação, também
identifica os casos de hospital-dia.
- COBRANCA – identifica o motivo da alta, se por morte, transferência, alta
médica, etc.
Para a base de dados de AIH SP:
- SP_UF – identifica a UF onde foi realizada a internação.
- SP_DTINTER – identifica a data de entrada do paciente.
- SP_DTSAIDA – identifica a data de saída do paciente.
- SP_ATOPROF – identifica o ato médico (procedimento) realizado.
- SP_QTD_ATO – identifica a quantidade de atos realizada.
Quando se pretende contar a quantidade de internações é importante observar o tipo
de AIH. AIHs cuja identificação (IDENT) é 1 ou 7 são utilizadas para registrar todas as
internações até o tempo máximo de 45 dias. Para pacientes que necessitem de mais
de 45 dias internados, psiquiátricos ou crônicos, além da AIH tipos 1 ou 7 preenchida,
outro tipo de AIH também deverá ser preenchida ao final dos 45 dias, o tipo 5, que é a
AIH de continuidade.
Portanto, uma AIH do tipo 5 sempre vem em seguida a uma AIH do tipo 1 ou 7, para
caracterizar que uma internação iniciada há 45 dias irá continuar. A AIH do tipo 5
contém o mesmo número e data de internação da AIH 1 ou 7 emitida para o paciente,
sua identificação e informações sobre a continuidade de seu tratamento. Dessa forma,
o número de internações realizadas por uma instituição se refere apenas às AIHs tipo
1 e 7. (10)
É importante destacar também que na base de dados da AIH Reduzida cada linha de
registro representa uma AIH, e na base de dados de AIH Serviços Profissionais cada
linha de registro representa a quantidade de procedimentos realizados que
contenham as mesmas características descritas nas demais variáveis.
Algumas particularidades do SIH a serem tratadas com cuidado (11):
- Não identifica reinternações e transferências de outros hospitais, o que pode
levar a sobrestimação da quantidade de internações
- Como a finalidade é a remuneração de serviços e as AIHs estão limitadas ao teto
financeiro do estado, há interferência deste limite nas informações
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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apresentadas. Os gestores estaduais e municipais tendem a optar por cobrar
os procedimentos mais caros, arcando com os custos dos mais baratos
3.1.1 SIA – Sistema de Informações Ambulatoriais
O SIA é o sistema de informações do SUS onde são registrados os atendimentos
ambulatoriais. Estes atendimentos são provenientes de três fontes de registro: Boletim
de Produção Ambulatorial, APAC e RAAS.
O DATASUS disponibiliza toda a Produção Amulatorial do SUS em uma única base de
dados chamada Produção Ambulatorial, que contem todas as informações referentes
aos atendimentos ambulatoriais registrados através do Boletim de Produção
Ambulatorial, APAC e RAAS.
Ao utilizar os dados do arquivo de Produção Ambulatorial podemos distinguir de qual
instrumento de registro a informação é proveniente. Dependendo do tipo do
instrumento de coleta, o registro pode ser individual ou estar agregado. Uma diferença
importante entre as informações do SIA em relação ao SIH é que no SIH temos
obrigatoriamente o CID-10 preenchido, enquanto no SIA esta informação é opcional.
Abaixo são listadas as variáveis existentes nos bancos de dados disponibilizados pelo
DATASUS referentes aos arquivos da Produção Ambulatorial:
Quadro 3 Variáveis da Base de Dados de Produção Ambulatorial
PA_CODUNI PA_AUTORIZ PA_QTDPRO
PA_GESTAO PA_CNSMED PA_QTDAPR
PA_CONDIC PA_CBOCOD PA_VALPRO
PA_UFMUN PA_MOTSAI PA_VALAPR
PA_REGCT PA_OBITO PA_UFDIF
PA_INCOUT PA_ENCERR PA_MNDIF
PA_INCURG PA_PERMAN PA_DIF_VAL
PA_TPUPS PA_ALTA NU_VPA_TOT
PA_TIPPRE PA_TRANSF NU_PA_TOT
PA_MN_IND PA_CIDPRI PA_INDICA
PA_CNPJCPF PA_CIDSEC PA_CODOCO
PA_CNPJMNT PA_CIDCAS PA_FLQT
PA_CNPJ_CC PA_CATEND PA_FLER
PA_MVM PA_IDADE PA_ETNIA
PA_CMP IDADEMIN PA_VL_CF
PA_PROC_ID IDADEMAX PA_VL_CL
PA_TPFIN PA_FLIDADE PA_VL_INC
PA_SUBFIN PA_SEXO PA_SRV_C
PA_NIVCPL PA_RACACOR
PA_DOCORIG PA_MUNPCN
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Neste trabalho as principais variáveis utilizadas para o cálculo dos indicadores são:
- PA_UFMUN – identifica a UF onde foi realizado o atendimento.
- PA_PROC_ID – identifica o procedimento realizado.
- PA_QTDPRO – identifica a quantidade de procedimentos realizados.
- PA_CBOCOD – identifica o CBO do profissional que realizou o
procedimento.
3.1.2 SIP – Sistema de Informação de Produtos
A ANS solicita que as operadoras de planos de saúde enviem trimestralmente
informações sobre a produção de serviços de saúde a seus beneficiários. Essas
informações são enviadas à ANS de forma consolidados por tipo de procedimento. Por
exemplo, para o procedimento parto cesáreo, a operadora informa a quantidade de
partos cesáreos realizados no período, o valor de sua despesa assistencial, e a
quantidade de beneficiárias mulheres da operadora que se encontravam na faixa etária
considerada fértil e que estavam cobertas para este procedimento. Portanto, temos no
SIP uma importante fonte de informação da produção de serviços em saúde para o
setor de saúde suplementar.
Diferentemente do DATASUS, que dá muitas vezes acesso público às suas bases de
dados, a ANS não disponibiliza publicamente a base de dados do SIP. No entanto, a
ANS tem uma publicação chamada “Mapa Assistencial” que divulga as informações
constantes do SIP de maneira agregada, ou seja, não são disponibilizados os bancos
de dados completos por operadora, mas temos de forma consolidada o total da
produção de serviços em saúde pelo setor de saúde suplementar.
Esta informação é bastante útil na construção dos indicadores deste trabalho pois com
os dados do Mapa Assistencial conseguimos saber o total dos números de produção
de serviços por cada tipo de procedimento.
Para os dados do ano de 2013, existe publicamente no site da ANS a publicação do
Mapa Assistencial que contem a quantidade total realizada por cada grupo abaixo:
Quadro 4 Variáveis da Base de Dados do SIP
A. CONSULTAS MÉDICAS
1. Consultas médicas ambulatoriais
1.1 Alergia e Imunologia
1.2 Angiologia
1.3 Cardiologia
1.4 Cirurgia geral
1.5 Clínica médica
1.6 Dermatologia
1.7 Endocrinologia
1.8 Gastroenterologia
1.9 Geriatria
1.10 Ginecologia e Obstetrícia
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1.11 Hematologia
1.12 Mastologia
1.13 Nefrologia
1.14 Neurocirurgia
1.15 Neurologia
1.16 Oftalmologia
1.17 Oncologia
1.18 Otorrinolaringologia
1.19 Pediatria
1.20 Proctologia
1.21 Psiquiatria
1.22 Reumatologia
1.23 Tisiopneumologia
1.24 Traumatologia-ortopedia
1.25 Urologia
2. Consultas médicas em Pronto Socorro
B. OUTROS ATENDIMENTOS AMBULATORIAIS
1. Consultas/sessões com Fisioterapeuta
2. Consultas/sessões com Fonoaudiólogo
3. Consultas/sessões com Nutricionista
4. Consultas/sessões com Terapeuta Ocupacional
5. Consultas/sessões com Psicólogo
C. EXAMES
1. Ressonância magnética
2. Tomografia computadorizada
3. Procedimento diagnóstico em citopatologia cérvico-vaginal oncótica em mulheres de 25 a 59 anos
4. Densitometria óssea – qualquer segmento
5. Ecodopplercardiograma transtorácico
6. Broncoscopia com ou sem biopsia
7. Endoscopia digestiva alta
8. Colonoscopia
9. Holter de 24 horas
10. Mamografia convencional e digital
10.1 Mamografia em mulheres de 50 a 69 anos
11. Cintilografia miocárdica
12. Cintilografia renal dinâmica
13. Hemoglobina glicada
14. Pesquisa de sangue oculto nas fezes
15. Radiografia
16. Teste ergométrico
17. Ultra-sonografia diagnóstica de abdome total
18. Ultra-sonografia diagnóstica de abdome inferior
19. Ultra-sonografia diagnóstica de abdome superior
20. Ultra-sonografia obstétrica morfológica
D. TERAPIAS
1. Transfusão ambulatorial
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2. Quimioterapia sistêmica
3. Radioterapia megavoltagem
4. Hemodiálise aguda
5. Hemodiálise crônica
6. Implante de dispositivo intrauterino – DIU
E. INTERNAÇÕES
Tipo de Internação
1. Clínica
2. Cirúrgica
2.1 Cirurgia bariátrica
2.2 Laqueadura tubária
2.3 Vasectomia
2.4 Fratura de fêmur (60 anos ou mais)
2.5 Revisão de artroplastia
2.6 Implante de CDI (cardio desfibrilador implantável)
2.7 Implantação de marcapasso
3. Obstétrica
3.1 Parto normal
3.2 Parto cesáreo
4. Pediátrica
4.1. Internação de 0 a 5 anos de idade por doenças respiratórias
4.2 Internação em UTI no período neonatal
4.2.1 Internações em UTI no período neonatal por até 48 horas
5. Psiquiátrica
Regime de internação
1. Hospitalar
2. Hospital-dia
2.1 Hospital-dia para saúde mental
3. Domiciliar
F. CAUSAS SELECIONADAS DE INTERNAÇÃO
1. Neoplasias
1.1 Câncer de mama feminino
1.1.1 Tratamento cirúrgico de câncer de mama feminino
1.2 Câncer de colo de útero
1.2.1 Tratamento cirúrgico de câncer de colo de útero
1.3 Câncer de cólon e reto
1.3.1 Tratamento cirúrgico de câncer de cólon e reto
1.4 Câncer de próstata
1.4.1 Tratamento cirúrgico de câncer de próstata
2. Diabetes mellitus
3. Doenças do aparelho circulatório
3.1 Infarto agudo do miocárdio
3.2 Doenças hipertensivas
3.3 Insuficiência cardíaca congestiva
3.4 Doenças cerebrovasculares
3.4.1 Acidente vascular cerebral
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4. Doenças do aparelho respiratório
4.1 Doença pulmonar obstrutiva crônica
5. Causas externas
G. NASCIDO VIVO
H. DEMAIS DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES
I. PROCEDIMENTOS ODONTOLÓGICOS
1. Consultas odontológicas iniciais
2. Exames radiográficos
3. Procedimentos preventivos
3.1 Atividade educativa individual
3.2 Aplicação tópica profissional de flúor por hemi-arcada
3.3 Selante por elemento dentário (menores de 12 anos)
4. Raspagem supra-gengival por hemi-arcada (12 anos ou mais)
5. Restauração em dentes decíduos por elemento (menores de 12 anos)
6. Restauração em dentes permanentes por elemento (12 anos ou mais)
7. Exodontias simples de permanentes (12 anos ou mais)
8. Tratamento endodôntico concluído em dentes decíduos por elemento (menores de 12 anos)
9. Tratamento endodôntico concluído em dentes permanentes por elemento (12 anos ou mais)
10. Próteses odontológicas
11. Próteses odontológicas unitárias (Coroa Total e Restauração Metálica Fundida)
Dos procedimentos médicos disponíveis no SIP, para este trabalho utilizaremos os
seguintes itens:
- Consultas médicas ambulatoriais
- Consultas médicas em Pronto Socorro
- Ressonância Magnética
- Tomografia Computadorizada
- Parto Normal
- Parto Cesáreo
Nem todos os itens necessários para o cálculo dos indicadores deste trabalho estão
disponíveis no SIP. No caso da informação sobre os serviços realizados pelos planos
privados não estar disponível no SIP, foi utilizado como proxy as informações
registradas na CIHA que tiveram como fonte de remuneração planos privados.
3.1.3 CIHA - Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial
O banco de dados da CIHA - Comunicação de Informação Hospitalar e Ambulatorial foi
criado pelo Ministério da Saúde para registrar todos os dados de internações
hospitalares e atendimentos ambulatoriais que fossem realizados no país que não
tiveram financiamento pelo SUS, ou seja, engloba atendimentos a beneficiários de
planos públicos e privados de saúde, atendimentos particulares financiados
diretamente pelo paciente e DPVAT.
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A intenção do Ministério da Saúde com a criação da CIHA era de, juntamente com o SIA
e SIH, ter a informação completa sobre todos os serviços de saúde realizados no Brasil,
independentemente da fonte de financiamento.
É preciso pontuar que como o registro dos atendimentos na CIHA não está vinculado
ao pagamento dos serviços prestados, espera-se uma subestimação das quantidades
de serviços médicos registados em seu sistema devido à subnotificação dos mesmos,
uma vez que seu registro tem caráter apenas informativo. Muitos prestadores
consideram que não é importante enviar sua produção para CIHA já que não
dependem deste registro para receberem o pagamento pelos serviços médicos
prestados.
Sobrinho ET Al desenvolveu um estudo que comparava os registros de partos
informados na CIHA com os nascimentos registrados no SINASC no período entre 2006
e 2009, concluindo que a cobertura do registro dos partos na CIHA foi baixa, em torno
de 20%.(12)
No entanto, mesmo com a hipótese forte de subnotificação dos registros, esta é a única
fonte de dados na qual são registradas os atendimentos fora do SUS. Por este motivo
estes dados serão contabilizados no cálculo dos indicadores neste trabalho.
A limitação da subnotificação destes registros é levada em consideração neste trabalho
e por este motivo não é possível fazer uma análise isolada dos dados de produção de
serviços em saúde para os que tiveram fonte de financiamento fora do SUS, mas estes
números podem ser somados ao total da produção de serviços no Brasil, agregando
assim mais informação aos dados do SUS e da Saúde Suplementar.
Abaixo são listadas as variáveis existentes nos bancos de dados disponibilizados pelo
DATASUS referentes aos arquivos da CIHA:
Quadro 5 Variáveis da Base de Dados da CIHA
ANO_CMPT COBRANCA
MES_CMPT NATUREZA
ESPEC GESTAO
CGC_HOSP MUNIC_MOV
MUNIC_RES COD_IDADE
NASC IDADE
SEXO DIAS_PERM
UTI_MES_TO MORTE
UTI_INT_TO NACIONAL
PROC_REA CAR_INT
QT_PROC HOMONIMO
DT_ATEND CNES
DT_SAIDA FONTE
DIAG_PRINC MODALIDADE
DIAG_SECUN
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Neste trabalho as principais variáveis utilizadas para o cálculo dos indicadores são:
- PROC_REA – identifica o procedimento realizado.
- QT_PROC – identifica a quantidade de procedimentos realizados.
- DT_ATEND – identifica a data de atendimento do paciente.
- DT_SAIDA – identifica a data de saída do paciente para os casos de internação.
- DIAG_PRINC – identifica o CID-10 do diagnóstico principal do paciente.
- COBRANCA - identifica o motivo da alta, se por morte, transferência, alta
médica, etc. para os casos de internação.
- DIAS_PERM - identifica a quantidade de dias de permanência do paciente para
os casos de internação. Esta variável além de ser útil na contagem do tempo
de uma internação, também identifica os casos de hospital-dia.
- FONTE – identifica a fonte de financiamento do serviço prestado, se plano
público ou privado, particular ou DPVAT.
3.1.4 CNES – Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
O CNES é um cadastro de todos os estabelecimentos de saúde do país. Através das
bases de dados do CNES podemos ter a dimensão da capacidade instalada nos
estabelecimentos de saúde do país.
As bases de dados do CNES registram diferentes aspectos sobre os recursos físicos
dos estabelecimentos de saúde, como características dos estabelecimentos, tipo de
atendimentos prestado, fonte de financiamento dos serviços, leitos, equipamentos,
profissionais, entre outras.
Para a construção dos indicadores deste trabalho as seguintes bases de dados do
CNES foram utilizadas: base de dados de Equipamentos, de Leitos e de Profissionais.
Mais uma vez, é necessário apontar que no CNES também pode haver subnotificação
de registros. Isto ocorre principalmente pois como quem faz o cadastramento dos
estabelecimentos são as secretarias de saúde, é reportada pelos estabelecimentos
privados a dificuldade de conseguirem se cadastrar. Este fato pode levar a uma
subestimação da capacidade instalada nos estabelecimentos de saúde no Brasil.
No entanto, mesmo com esta limitação, esta é a fonte de dados oficial sobre os
estabelecimentos de saúde no país e será usada para a construção dos indicadores
neste trabalho.
Abaixo são listadas as variáveis existentes nos bancos de dados disponibilizados pelo
DATASUS referentes aos arquivos do CNES.
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Quadro 6 Variáveis da Base de Dados do CNES Equipamentos
CNES NIV_DEP NIV_HIER
CODUFMUN CNPJ_MAN TERCEIRO
REGSAUDE ESFERA_A TIPEQUIP
MICR_REG ATIVIDAD CODEQUIP
DISTRSAN RETENCAO QT_EXIST
DISTRADM NATUREZA QT_USO
TPGESTAO CLIENTEL IND_SUS
PF_PJ TP_UNID IND_NSUS
CPF_CNPJ TURNO_AT COMPETEN
Quadro 7 Variáveis da Base de Dados do CNES Leitos
CNES NIV_DEP NIV_HIER
CODUFMUN CNPJ_MAN TERCEIRO
REGSAUDE ESFERA_A TP_LEITO
MICR_REG ATIVIDAD CODLEITO
DISTRSAN RETENCAO QT_EXIST
DISTRADM NATUREZA QT_CONTR
TPGESTAO CLIENTEL QT_SUS
PF_PJ TP_UNID QT_NSUS
CPF_CNPJ TURNO_AT COMPETEN
Quadro 8 Variáveis da Base de Dados do CNES Profissionais
CNES CNPJ_MAN CPF_PROF VINCUL_A
CODUFMUN ESFERA_A CPFUNICO VINCUL_N
REGSAUDE ATIVIDAD CBO PROF_SUS
MICR_REG RETENCAO CBOUNICO PROFNSUS
DISTRSAN NATUREZA NOMEPROF HORAOUTR
DISTRADM CLIENTEL CNS_PROF HORAHOSP
TPGESTAO TP_UNID CONSELHO HORA_AMB
PF_PJ TURNO_AT REGISTRO COMPETEN
CPF_CNPJ NIV_HIER VINCULAC UFMUNRES
NIV_DEP TERCEIRO VINCUL_C
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Neste trabalho as principais variáveis utilizadas para o cálculo dos indicadores são:
- Para a base de dados do CNES Equipamentos:
o CODUFMUN – identifica a UF do estabelecimento.
o CODEQUIP – identifica o tipo de equipamento.
o QT_USO – identifica a quantidade de equipamentos que se encontram
em uso.
- Para a base de dados do CNES Leitos:
o CODUFMUN – identifica a UF do estabelecimento.
o CODLEITO – identifica o tipo de leito.
o QT_EXIST – identifica a quantidade de leitos existentes.
- Para a base de dados do CNES Profissionais:
o CODUFMUN – identifica a UF do estabelecimento cujo profissional está
vinculado.
o CBO – identifica o código brasileiro de ocupação, CBO, do profissional.
o CPFUNICO – identifica se o profissional está registrado em um único
registro ou em vários registros no CNES (por exemplo, mesmo
profissional pode ter mais de um vínculo de trabalho com mais de um
estabelecimento).
3.2 CAPTURA E TRATAMENTO DAS BASES DE DADOS
3.2.1 Bases de dados sob a guarda do DATASUS
3.2.1.1 Arquivos
As bases de dados sob a guarda do DATASUS utilizadas neste trabalho encontram-se
disponíveis para download na página do DATASUS no formato dbc. Arquivos do tipo
dbc são bancos de dados criados em Visual FoxPro, um aplicativo da Microsoft com
recursos de manipulação de dados. Em geral, cada arquivo dbc disponibilizado para
download corresponde a uma base de dados de uma determinada UF e mês.
3.2.1.2 Fonte
Os arquivos dbc do SUS estão armazenados em um servidor FTP - File Transfer Protocol
que é uma forma simples de se transferir arquivos de um servidor remoto. O endereço
para download das bases de dados do DATASUS é ftp://ftp.datasus.gov.br.
O servidor aceita conexão anônima, isto é, não é preciso fazer login para acessar as
bases de dados.
Os grupos de arquivos relacionados a cada um dos sistemas do SUS estão organizados
em subpastas distintas. Para download das bases de dados do ano de 2013,
necessárias para o cálculo dos indicadores, foi feita uma rotina de transferência de
arquivos através do servidor FTP.
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Tabela 2 Resumo das Bases de Dados Transferidas
Base de
Dados
Sigla
Base de Dados
Nome
Quantida
de de
arquivos
Tamanho
dos
arquivos
Endereço da pasta contendo os arquivos
RD-AIH AIH Reduzida 324 778 MB /dissemin/publicos/SIHSUS/200801_/Dados/
SP-AIH AIH Serviços
Profissionais
324 1,85 GB /dissemin/publicos/SIHSUS/200801_/Dados/
PA Produção
Ambulatorial
336 3,78 GB /dissemin/publicos/SIASUS/200801_/Dados/
CIHA Comunicação
de Informação
Hospitalar e
Ambulatorial
288 177 MB /dissemin/publicos/CIHA/201101_/Dados/
CNES EQ CNES
Equipamentos
27 53,4 MB /dissemin/publicos/CNES/200508_/Dados/
CNES PF CNES
Profissionais
27 650 MB /dissemin/publicos/CNES/200508_/Dados/
CNES LT CNES Leitos 27 4,98 MB /dissemin/publicos/CNES/200508_/Dados/
O aplicativo cliente escolhido para baixar as bases de dados foi o FileZilla, que é um
programa de código aberto para Windows, Mac e Linux de interface simples para enviar
e receber arquivos através do FTP.
Figura 1 Exemplo de conexão FTP através do Filezila para transferência das bases de dados do SIH
3.2.1.3 Conversão
A partir da captura das bases de dados do DATASUS, foi feita a conversão dos arquivos
com formato dbc para arquivos com formato dbf, com intuito de posteriormente
importá-las para um sistema de bancos de dados relacionais.
Para a conversão das bases dbc para dbf foi utilizado o auxílio do aplicativo do
DATASUS, o TABWIN. O TABWIN é um aplicativo para recuperação de informação
disponível no site do DATASUS que facilita que os usuários utilizem as bases do SUS
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através da leitura de seus dados, construção de tabelas, gráficos e mapas. Neste
trabalho o TABWIN só foi utilizado para auxílio da expansão de arquivos dbc em
arquivos dbf.
Figura 2 Exemplo de conversão dos arquivos dbc para arquivos dbf através do TABWIN para as bases de
dados do SIH
3.2.1.4 Importação
A decisão de importar os dados para um banco de dados relacional se deu pela
possibilidade de poder acessar facilmente esses bancos através de tabelas
armazenadas, utilizando para isto a linguagem Structured Query Language, ou
simplesmente SQL.
O sistema de gerenciamento de banco de dados escolhido foi o MySQL, que utiliza a
linguagem SQL como interface. A escolha do MySQL se deu pelo fato de ser um banco
de dados em código aberto, de ampla utilização por possuir consistência, alta
performance e facilidade de utilização.
O MySQL é indicado no desenvolvimento de aplicações onde a velocidade é
importante, com foco em facilidade de administração e baixo consumo de recursos
do hardware. Devido ao grande volume das bases de dados deste estudo estes foram
pontos cruciais na escolha do MySQL.
Para criar as tabelas no MySQL primeiramente foram pegas as estruturas de dados
cada um dos sistemas. Estas estruturas estão disponíveis no TABWIN, que fornece
diretamente a query que corresponde à criação da estrutura da tabela dentro do
MySQL.
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Figura 3 Exemplo de estrutura de dados fornecida pelo TABWIN para as bases de dados do SIH
Posteriormente, para importar os dados dentro das tabelas criadas no passo anterior,
foi construído um programa em PHP que simplesmente lê cada linha da base de dados
e a grava na tabela criada no MySQL. Os programas utilizados na importação de cada
base de dados encontram-se disponíveis no ANEXO B “Códigos utilizados para
importação das bases de dados”.
Como os sistemas contêm arquivos separados por mês e UF, no programa de
importação estes arquivos foram agregados em uma única tabela, facilitando assim a
manipulação dos dados para extração de informação. Apenas para as bases com uma
grande quantidade de registros, como a base de dados ambulatoriais e a de serviços
profissionais do SIH, optou-se por criar uma base de dados para cada UF.
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Figura 4 Fluxo das tarefas executadas pelo programa de leitura dos dados
3.2.1.5 Resultado
O processo de importação dos dados não foi trivial, devido ao grande volume dos
dados. Dependendo do tamanho do arquivo importado o processo levou de minutos
a até mais de um dia. Abaixo está registrado o resultado final da importação das bases
de dados, que gerou um banco de dados relacional acessado por SQL contendo as
seguintes tabelas:
- SIA – Base de Dados de Produção Ambulatorial: 244 920 784 registros
separados em 27 tabelas, uma para cada UF
- SIH – Base de Dados de AIH Serviços Profissionais: 113 472 838 registros
separados em 27 tabelas, uma para cada UF
- SIH – Base de Dados de AIH Reduzida: 11 520 837 registros em uma única
tabela
- CIHA: 11 679 320 registros em uma única tabela
- CNES – Base de Dados de Equipamentos: 566 050 registros em uma única
tabela
- CNES – Base de Dados de Leitos: 49 050 registros em uma única tabela
- CNES – Base de Dados de Serviços Profissionais: 3 027 691 em uma única
tabela
3.2.2 Bases de dados sob a guarda da ANS
A única base de dados utilizada na construção dos indicadores que não se encontra
disponível para captura é a base do SIP, que reflete a produção de serviços em saúde
no setor de saúde suplementar. Mas, como dito antes, através da publicação na ANS
chamada Mapa Assistencial é possível ter acesso aos números da base de dados do
SIP de maneira consolidada. Portanto, para captura dos números do SIP, foi utilizada a
publicação Mapa Assistencial que se encontra disponível para download no site da ANS
no link:
http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Materiais_por_assunto
/mapa_assistencial_20143012.pdf.
Leitura da pasta que contém os
arquivos de dados
• Regra geral para o nome da pasta: XXUFMMAA
Leitura da pasta que contém os
arquivos de dados
• Regra geral para o nome da pasta: XXUFMMAA
Criação da(s) Tabela(s) no MySQL (uma única tabela
ou uma tabela por
UF)
Criação da(s) Tabela(s) no MySQL (uma única tabela
ou uma tabela por
UF)
Para cada arquivo de
dados contido na
pasta:
Para cada arquivo de
dados contido na
pasta:
Leitura de cada linha do
arquivo de dados
Leitura de cada linha do
arquivo de dados
Inserção da linha lida na tabela criada
no MySQL
Inserção da linha lida na tabela criada
no MySQL
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3.3 CÁLCULO DOS INDICADORES – FICHAS TÉCNICAS Nesta seção é apresentada a metodologia proposta para calcular cada indicador,
incluindo conceito, critérios de inclusão e exclusão, numerador, denominador e
fórmula de cálculo.
Cada indicador é calculado para o Brasil considerandos três fontes de informação:
setor público, setor de saúde suplementar e demais fontes de remuneração. Quando
possível, os indicadores são calculados de forma segmentada de modo a permitir a
comparação dos resultados entre os setores. Além disso, para todos os indicadores,
foram calculados os indicadores segmentados por Unidade da Federação para o SUS
a fim de poder comparar o desempenho do SUS nos Estados.
Como a maioria dos indicadores tem o denominador baseado na população, define-se
previamente o que foi considerado como população: quantidade de habitantes em
2013 segundo a Projeção da População do Brasil e das Unidades da Federação feita
pelo IBGE, com base no Censo de 2010.
No entanto, para o cálculo dos indicadores referentes à saúde suplementar, foi
considerado como população a quantidade de beneficiários de planos de saúde no
meio do ano (junho de 2013) divulgada pela ANS com base no SIB – Sistema de
Informação de Beneficiários.
3.3.1 Indicador de Consultas Médicas
3.3.1.1 Indicador de Consulta com Médicos
Este indicador calcula, em média, quantas consultas com médicos fez cada habitante
por ano.
Quadro 9 Metodologia da OCDE para o Indicador de Consultas com Médicos
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de Consultas com Médicos durante o
ano / Número de Habitantes
Critérios de Inclusão
Consultas/visitas no consultório
Consultas/visitas na casa do paciente
Consultas/visitas nos ambulatórios dos hospitais
Critérios de Exclusão Contatos telefônicos
Visitas para testes laboratoriais prescritos
Visitas para tratamentos prescritos e agendados,
como: injeção, fisioterapia, etc
Consultas/visitas com dentistas
Consultas/visitas com enfermeiras
Este indicador já tem o valor divulgado para Brasil no programa Health at a Glance. De
acordo com a metodologia descrita pela OCDE, é utilizado como fonte de dados o
indicador de consultas médicas por habitante calculado no IDB - Indicadores e Dados
Básicos para a Saúde no Brasil, pela RIPSA.
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Na ficha técnica que descreve a metodologia de cálculo deste indicador pela RIPSA,
para obter a quantidade de consultas com médicos foram filtrados no SIA/SUS os
procedimentos referentes a consulta médica cujo CBO – Código Brasileiro de
Ocupações de quem executou o serviço fosse de médico.
Neste trabalho analisamos os códigos propostos na ficha técnica da RIPSA com a tabela
de procedimentos do SIGTAP e a tabela de CBO, e foi verificada uma discordância em
relação aos códigos de CBO que deveriam ser utilizados para filtrar os profissionais
médicos. A proposta da RIPSA indicava somente o uso do grupo 2231. No entanto os
códigos dos grupos 2251, 2252 e 2253 se tratam de médicos também. Por este motivo,
neste trabalho, estes códigos também entraram no filtro.
Embora este indicador para o Brasil já conste do programa Health at a Glance, da
maneira como ele está estruturado, só inclui as consultas médicas feitas no âmbito do
SUS, o que gera subestimação do número uma vez que não considera as consultas
financiadas por outras fontes que não o SUS, como por exemplo consultas particulares
e as de planos de saúde. Neste trabalho a proposta será de incluir também as consultas
médicas feitas fora do SUS.
Tabela 3 Proposta para o cálculo do indicador de Consultas com Médicos no Brasil
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de
Consultas com Médicos
durante o ano no
âmbito do SUS
SIA/SUS População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de
Consultas com Médicos
durante o ano no
âmbito da Saúde
Suplementar
SIP/ANS Beneficiários de Planos
Privados Médicos
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de
Consultas com Médicos
durante o ano com
outras fontes de
remuneração
CIHA/SUS População Total
Total Brasil 1 + 2 + 3 População Total
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Para a quantidade de consultas com médicos durante o ano no âmbito do SUS foi
somada a quantidade de procedimentos (PA_QTDPRO) referentes a consultas médicas
(PA_PROC_ID) que foram realizados por médicos (PA_CBOCOD) no SIA/SUS. Os códigos
utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada
variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no
ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de consultas com médicos durante o ano no âmbito da Saúde
Suplementar foi considerada a quantidade de consultas com médicos registradas em
duas contas do SIP, conforme o Mapa Assistencial publicado pela ANS: “Consultas
médicas Ambulatoriais” e “Consultas Médicas em Pronto Socorro”.
Para a quantidade de consultas com médicos durante o ano com outras fontes de
remuneração foi somada a quantidade de procedimentos referentes a consultas
médicas (PROC_REA) cuja fonte de financiamento fosse diferente de plano privado de
saúde (FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
Como a base de dados da CIHA não contem a informação sobre o CBO do profissional
que realizou o procedimento, não pode ser filtrado se a consulta foi realizada por
médico.
3.3.1.2 Indicador de Consultas por Médico
Este indicador calcula, em média, quantas consultas cada médico fez por ano.
Quadro 10 Metodologia da OCDE para o Indicador de Consultas por Médico
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de Consultas com Médicos durante o
ano / Número de Médicos
Critérios de Inclusão
Consultas/visitas no consultório
Consultas/visitas na casa do paciente
Consultas/visitas nos ambulatórios dos hospitais
Critérios de Exclusão Contatos telefônicos
Visitas para testes laboratoriais prescritos
Visitas para tratamentos prescritos e agendados,
como: injeção, fisioterapia, etc
Consultas/visitas com dentistas
Consultas/visitas com enfermeiras
Este indicador já tem o valor divulgado para Brasil no programa Health at a Glance. No
entanto, assim como o indicador de consultas médicas por habitante calculado acima,
o seu valor é subestimado pois só considera as consultas realizadas no âmbito do SUS.
Para a proposta de cálculo para o Brasil neste trabalho, utilizamos no numerador a
quantidade de consultas com médicos calculada no indicador anterior e no
denominador utilizamos a quantidade de médicos registrados no CNES.
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O Conselho Federal de Medicina também disponibiliza em sua página da internet a
quantidade de médicos em atividade no Brasil. No entanto, esta informação só está
disponível para o último período, isto é, não há uma série histórica. Portanto, para
posicionarmos a quantidade de médicos no período de cálculo do indicador
utilizamos a informação do CNES no meio do ano (junho/2013).
No CNES não há a informação sobre qual a fonte de remuneração do médico, se por
plano privado de saúde, por pagamento direto do paciente, etc. A informação que há
é se o médico atende ou não SUS. No entanto, como um mesmo médico pode
possuir diferentes tipos de vínculos com estabelecimentos diversos, optou-se por
calcular este indicador para o total de médicos, sem diferenciar entre SUS e não SUS.
Tabela 4 Proposta para o cálculo do indicador de Consultas por Médico no Brasil
Para a quantidade de consultas com médicos durante o ano no âmbito do SUS foi
somada a quantidade de procedimentos (PA_QTDPRO) referentes a consultas médicas
(PA_PROC_ID) que foram realizados por médicos (PA_CBOCOD) no SIA/SUS. Os códigos
utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada
variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no
ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público
Financiamento pela
Saúde Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
Total Brasil Quantidade de
Consultas com
Médicos durante o ano
SIA/SUS
SIP/ANS CIHA/SUS
Quantidade de
Médicos no meio do
ano (jun/2013)
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Para a quantidade de consultas com médicos durante o ano no âmbito da Saúde
Suplementar foi considerada a quantidade de consultas com médicos registradas em
duas contas do SIP, conforme o Mapa Assistencial publicado pela ANS: “Consultas
médicas Ambulatoriais” e “Consultas Médicas em Pronto Socorro”.
Para a quantidade de consultas com médicos durante o ano com outras fontes de
remuneração foi somada a quantidade de procedimentos referentes a consultas
médicas (PROC_REA) cuja fonte de financiamento fosse diferente de plano privado de
saúde (FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
Como a base de dados da CIHA não contem a informação sobre o CBO do profissional
que realizou o procedimento, não pode ser filtrado se a consulta foi realizada por
médico.
Para a quantidade de médicos foi contado todos os profissionais registrados no CNES
com CBO referente a médico (CBO). Como o registro no CNES é por vínculo de trabalho
com cada estabelecimento, foi utilizada a variável que distingue se o CPF é único
(CPFUNICO) para que cada médico só fosse considerado na contagem uma única vez.
Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados
em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador
encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
3.3.2 Indicador de Exames Diagnósticos
3.3.2.1 Quantidade de Equipamentos de Tomografia Computadorizada
Este indicador calcula quantidade de equipamentos de Tomografia Computadorizada
disponíveis para cada milhão de habitantes.
Quadro 11 Metodologia da OCDE para o Indicador de Equipamentos de Tomografia Computadorizada
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de Equipamentos de Tomografia
Computadorizada / Número de Habitantes x
1.000.000
Critérios de Inclusão
Equipamentos de Tomografia Computadorizada
Critérios de Exclusão -
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. Ele será calculado
neste trabalho com base na tabela de equipamentos do CNES, considerando a
quantidade de equipamentos em uso no meio do ano, junho de 2013. Existem no CNES
duas variáveis que quantificam os equipamentos: qtde_existe e qtde_uso, que se
referem à quantidade existente de equipamentos e quantidade de equipamentos em
uso, respectivamente. A opção por contar a quantidade de equipamentos em uso se
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deu pelo fato do indicador poder refletir somente os equipamentos que estão
disponíveis para realizarem exames.
O CNES engloba tanto estabelecimentos públicos quanto privados, no entanto há uma
variável que indica se o equipamento está ou não disponível para o SUS. No entanto
não há distinção se o equipamento está disponível para plano privado, ou outras fontes
de financiamento. Portanto, o indicador calculado neste trabalho só apresenta seu
valor total para o Brasil e para o SUS, não sendo calculado segmentado por plano
privado e outras fontes de financiamento.
Tabela 5 Proposta para o cálculo do indicador de Equipamentos de Tomografia Computadorizada no
Brasil
Foi contada a quantidade de equipamentos em uso (QT_USO) de Tomografia
Computadorizada (CODEQUIP) .Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-
se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado
para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o
cálculo dos indicadores”.
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público Quantidade de
Equipamentos de
Tomografia
Computadorizada
Disponíveis para o SUS
Tabela de
equipamentos do
CNES/SUS
População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
Total Brasil Quantidade de
Equipamentos de
Tomografia
Computadorizada
Tabela de
equipamentos do
CNES/SUS
População Total
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3.3.2.2 Quantidade de Exames de Tomografia Computadorizada
Este indicador calcula quantas tomografias computadorizadas foram feitas para cada
1000 habitantes durante o ano.
Quadro 12 Metodologia da OCDE para o Indicador de Exames de Tomografia Computadorizada
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de Tomografias Computadorizadas
durante o ano / Número de Habitantes x1000
Critérios de Inclusão
Exames feitos em equipamentos CT or CAT
Critérios de Exclusão -
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. Na proposta de
cálculo neste trabalho utilizam-se como fonte de informações as tomografias realizadas
no SUS em ambulatório (SIA/SUS) e as tomografias realizadas em pacientes em
hospitais. Ou seja, além dos exames realizados no SUS em regime ambulatorial ou em
ambulatórios de hospitais em pacientes não internados (registrados via SIA), serão
incluídos também os exames realizados em hospitais em pacientes internados
(registrados como procedimentos secundários na base de dados de Serviços
Profissionais do SIH).
Para o setor de saúde suplementar serão utilizados os números do SIP/ANS e para as
demais fontes de financiamento os dados da CIHA.
Tabela 6 Proposta para o cálculo do indicador de Exames de Tomografia Computadorizada no Brasil
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de
Tomografias
Computadorizadas
feitas durante o ano no
âmbito do SUS
SIA/SUS e SIH/SUS
(Arquivo de
Serviços
Profissionais)
População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de
Tomografias
Computadorizadas
feitas durante o ano no
âmbito da Saúde
Suplementar
SIP/ANS Beneficiários de Planos
Privados Médicos
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de
Tomografias
Computadorizadas
feitas durante o ano
com outras fontes de
financiamento
CIHA/SUS População Total
Total Brasil 1 + 2 + 3 População Total
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Para a quantidade de exames de tomografia computadorizada realizadas durante o
ano no âmbito do SUS foi somada a quantidade de procedimentos (PA_QTDPRO)
referentes a tomografias computadorizadas (PA_PROC_ID) registradas no SIA/SUS.
Além disso, foram somados os procedimentos secundários (SP_QTD_ATO) referentes a
tomografia computadorizada (SP_ATOPROF) registrados no arquivo de Serviços
Profissionais do SIH/SUS. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no
ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para
gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
Para a quantidade de exames de tomografia computadorizada durante o ano no
âmbito da Saúde Suplementar foi considerada a quantidade de exames registrados na
conta “Tomografia Computadorizada” do SIP, conforme o Mapa Assistencial publicado
pela ANS.
Para a quantidade de exames de tomografia computadorizada durante o ano com
outras fontes de remuneração foi somada a quantidade de procedimentos referentes
a tomografia computadorizada (PROC_REA) cuja fonte de financiamento fosse diferente
de plano privado de saúde (FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados
encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em
SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados
para o cálculo dos indicadores”.
3.3.2.3 Quantidade de Equipamentos de Ressonância Magnética
Este indicador calcula quantidade de equipamentos de ressonância magnética
disponíveis para cada milhão de habitantes.
Quadro 13 Metodologia da OCDE para o Indicador de Equipamentos de Ressonância Magnética
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de Equipamentos de Ressonância
Magnética / Número de Habitantes x 1.000.000
Critérios de Inclusão
Equipamentos de Ressonância magnética
Critérios de Exclusão -
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. Ele será calculado
neste trabalho com base na tabela de equipamentos do CNES, considerando a
quantidade de equipamentos em uso no meio do ano, junho de 2013. Existem no CNES
duas variáveis que quantificam os equipamentos: qtde_existe e qtde_uso, que se
referem à quantidade existente de equipamentos e quantidade de equipamentos em
uso, respectivamente. A opção por contar a quantidade de equipamentos em uso se
deu pelo fato do indicador poder refletir somente os equipamentos que estão
disponíveis para realizarem exames.
O CNES engloba tanto estabelecimentos públicos quanto privados, no entanto há uma
variável que indica se o equipamento está ou não disponível para o SUS. No entanto
não há distinção se o equipamento está disponível para plano privado, ou outras fontes
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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de financiamento. Portanto, o indicador calculado neste trabalho só apresenta seu
valor total para o Brasil e para o SUS, não sendo calculado segmentado por plano
privado e outras fontes de financiamento.
Tabela 7 Proposta para o cálculo do indicador de Equipamentos de Ressonância Magnética no Brasil
Foi contada a quantidade de equipamentos em uso (QT_USO) de ressonância
magnética (CODEQUIP) .Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no
ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para
gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.2.4 Quantidade de Exames de Ressonância Magnética
Este indicador calcula quantas ressonâncias magnéticas foram feitas para cada 1000
habitantes durante o ano.
Quadro 14 Metodologia da OCDE para o Indicador de Exames de Ressonância Magnética
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de Ressonâncias Magnéticas durante
o ano / Número de Habitantes x1000
Critérios de Inclusão
Exames feitos em equipamentos de ressonância
magnética
Critérios de Exclusão -
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público Quantidade de
Equipamentos de
Ressonância Magnética
Disponíveis para o SUS
Tabela de
equipamentos do
CNES/SUS
População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
Total Brasil Quantidade de
Equipamentos de
Ressonância Magnética
Tabela de
equipamentos do
CNES/SUS
População Total
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Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. Na proposta de
cálculo neste trabalho utilizam-se como fonte de informações as ressonâncias
realizadas no SUS em ambulatório e as realizadas em pacientes em hospitais. Ou seja,
além dos exames realizados no SUS em regime ambulatorial ou em ambulatórios de
hospitais em pacientes não internados (registrados via SIA), serão incluídos também os
exames realizados em hospitais em pacientes internados (registrados como
procedimentos secundários na base de dados de Serviços Profissionais do SIH).
Para o setor de saúde suplementar serão utilizados os números do SIP/ANS e para as
demais fontes de financiamento os dados da CIHA.
Tabela 8 Proposta para o cálculo do indicador de Exames de Ressonância Magnética no Brasil
Para a quantidade de exames de ressonância magnética realizadas durante o ano no
âmbito do SUS foi somada a quantidade de procedimentos (PA_QTDPRO) referentes a
ressonância magnética (PA_PROC_ID). Além disso, foram somados os procedimentos
secundários (SP_QTD_ATO) referentes a ressonância magnética (SP_ATOPROF)
registrados no arquivo de Serviços Profissionais do SIH/SUS. Os códigos utilizados nos
filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem
como o script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A
“Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de
ressonâncias
magnéticas feitas
durante o ano no
âmbito do SUS
SIA/SUS e SIH/SUS
(Arquivo de
Serviços
Profissionais)
População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de
ressonâncias
magnéticas feitas
durante o ano no
âmbito da Saúde
Suplementar
SIP/ANS Beneficiários de Planos
Privados Médicos
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de
ressonâncias
magnéticas feitas
durante o ano com
outras fontes de
financiamento
CIHA/SUS População Total
Total Brasil 1 + 2 + 3 População Total
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Para a quantidade de exames de ressonância magnética durante o ano no âmbito da
Saúde Suplementar foi considerada a quantidade de exames registrados na conta
“Ressonância Nuclear Magnética” do SIP, conforme o Mapa Assistencial publicado pela
ANS.
Para a quantidade de exames de ressonância magnética durante o ano com outras
fontes de remuneração foi somada a quantidade de procedimentos referentes a
ressonância magnética (PROC_REA) cuja fonte de financiamento fosse diferente de
plano privado de saúde (FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados
encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em
SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados
para o cálculo dos indicadores”.
3.3.3 Indicador de Leitos Hospitalares
3.3.3.1 Quantidade de Leitos
Este indicador calcula quantidade de leitos hospitalares disponíveis para cada mil
habitantes.
Quadro 15 Metodologia da OCDE para o Indicador de Quantidade de Leitos
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de Leitos Hospitalares / Número de
Habitantes x 1.000
Critérios de Inclusão
Leitos, ocupados ou não, em todos os hospitais,
incluindo hospitais gerais, psiquiátricos e outros
hospitais especializados
Critérios de Exclusão Mesas cirúrgicas, macas de recuperação ou
emergência, leitos de hospital-dia, leitos não
disponíveis por alguma razão, leitos temporários
e home care
Este indicador é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE, e tem como fonte de
informação o CNES, onde é calculada a média mensal para o ano de análises da
quantidade de leitos registrados o CNES, incluindo SUS e não SUS.
Neste trabalho o indicador será calculado também com base no CNES, no entanto,
optou-se por utilizar a quantidade de leitos no meio do ano (junho/2013) ao invés de
usar a média mensal do ano. Esta escolha é justificada pelo fato do denominador ser
representado pela quantidade de habitantes no meio do ano, e não a média mensal
de habitantes no ano. Desta forma, numerador e denominador ficam compatíveis na
mesma competência.
Para atender aos critérios de exclusão do indicador da OCDE, foram excluídos do
cálculo os leitos de hospital-dia.
O CNES engloba tanto estabelecimentos públicos quanto privados, no entanto há uma
variável que indica se o leito está ou não disponível para o SUS. No entanto não há
distinção se o leito está disponível para plano privado, ou outras fontes de
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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financiamento. Portanto, o indicador calculado neste trabalho só apresenta seu valor
total para o Brasil e para o SUS, não sendo calculado segmentado por plano privado e
outras fontes de financiamento.
Tabela 9 Proposta para o cálculo do indicador de Leitos Hospitalares no Brasil
Foi contada a quantidade de leitos existentes (QT_EXISTE) e de leitos disponíveis para
o SUS (QT_SUS) cujo tipo de leito (TP_LEITO) fosse diferente de hospital-dia .Os códigos
utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada
variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no
ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público Quantidade de Leitos
Hospitalares Disponíveis
para o SUS
Tabela de leitos do
CNES/SUS
População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
Total Brasil Quantidade Total de
Leitos Hospitalares
Tabela de leitos do
CNES/SUS
População Total
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3.3.3.2 Quantidade de Leitos por Tipo de Cuidado
Este indicador calcula quantidade de leitos hospitalares disponíveis para cada mil
habitantes segmentado pelos tipos de cuidado: psiquiátrico, longo-termo, curativo
(agudo) e outros.
Quadro 16 Metodologia da OCDE para o Indicador de Quantidade de Leitos por Tipo de Cuidado
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de Leitos Hospitalares / Número de
Habitantes x 1.000
Critérios de Inclusão
Psiquiátrico: leitos em hospitais psiquiátricos,
leitos em departamentos de psiquiatria em
hospitais gerais e especializados
Longo Termo: leitos de cuidados de longo termo
em hospitais gerais e hospitais especializados
(que não psiquiátricos), e leitos para cuidados
paliativos
Curativo: Leitos que acomodem pacientes onde o
objetivo principal seja: parto, cura de doenças
não mentais ou provimento de tratamento
definitivo, cirurgia, melhorar os sintomas de
doenças não mentais (excluindo cuidados
paliativos), redução da severidade de doenças
não mentais, proteção contra a complicação de
doenças não mentais que poderiam causar
impactos na vida ou em funções normais,
procedimentos diagnósticos ou terapêuticos
Outros: leitos para reabilitação ou outros leitos
que não foram classificados nas categorias
anteriores
Critérios de Exclusão Psiquiátrico: leitos para cuidados curativos de
doenças não mentais, leitos para cuidados de
longo têrmo de doenças não mentais, leitos para
reabilitação e leitos para cuidados paliativos
Longo Termo: leitos em hospitais psiquiátricos,
leitos para reabilitação
Curativo: leitos para outras funções: cuidados
psiquiátricos, de reabilitação, de longo termo e
paliativos, leitos em hospitais psiquiátricos
Outros: -
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE, no entanto como
há a informação do tipo de leito no CNES, isto permite o cálculo do indicador. De acordo
com os critérios de inclusão e exclusão da OCDE descritos no quadro acima,
observamos que na classificação de leitos por tipo é levado em consideração o tipo de
leito, exceto para hospitais psiquiátricos, que além de considerar leitos psiquiátricos,
inclui tambem todos os leitos em hospitais especializados em psiquiatria.
No CNES há estas duas variáveis, tipo de leito e tipo de estabelecimento, no entanto na
classificação por tipo de estabelecimento não há a categoria “Hospital Psiquiátrico”,
estando este tipo de estabelecimento classificado como “Hospital Especializado”.
Portanto não temos como distinguir dentre os hospitais especializados os que são para
cuidados psiquiátricos.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Apesar de não conseguirmos diferenciar na tabela de leitos do CNES o tipo do
estabelecimento, podemos observar diretamente na classificação dos leitos a
existência de categorias específicas para leitos psiquiátricos e saúde mental. Portanto,
na proposta de cálculo do indicador neste trabalho será levada em consideração a
classificação por tipo do leito como segue:
Psiquiátrico – leitos classificados como psiquiatria ou saúde mental, excluindo os que
são para hospital-dia.
Longo-têrmo – leitos classificados como crônicos, excluindo os leitos de hospital-dia.
Curativo – leitos de várias especialidades para procedimentos cirúrgicos e clínicos,
leitos de outras especialidades, leitos obstétricos e leitos pediátricos. São considerados
também os leitos complementares que englobam os leitos de UTI. Todos os leitos
nestas especialidades classificados como hospital-dia foram excluídos.
Outros – leitos classificados como reabilitação, unidade de isolamento ou acolhimento
noturno, excluindo os leitos de hospital-dia.
Tabela 10 Proposta para o cálculo do indicador de Leitos Hospitalares no Brasil
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público Quantidade de Leitos
Hospitalares por Tipo
Disponíveis para o SUS
Tabela de leitos do
CNES/SUS
População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
Total Brasil Quantidade Total de
Leitos Hospitalares por
Tipo
Tabela de leitos do
CNES/SUS
População Total
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Foi contada a quantidade de leitos existentes (QT_EXISTE), por código do leito
(CODLEITO) cujo tipo de leito (TP_LEITO) fosse diferente de hospital-dia .Os códigos
utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada
variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no
ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
3.3.3.3 Taxa de Ocupação de Leitos de Cuidados Curativos e Agudos
Este indicador calcula a taxa de ocupação para leitos de cuidados curativos e agudos
no ano.
Quadro 17 Metodologia da OCDE para o Indicador de Taxa de Ocupação de Leitos de Cuidados
Curativos e Agudos
Fórmula de Cálculo do Indicador Leitos-Dia para Cuidados Curativos e Agudos /
(Número de Leitos para Cuidados Curativos e
Agudos x 365)
Critérios de Inclusão
Leitos que acomodem pacientes onde o objetivo
principal seja: parto, cura de doenças não
mentais ou provimento de tratamento definitivo,
cirurgia, melhorar os sintomas de doenças não
mentais (excluindo cuidados paliativos), redução
da severidade de doenças não mentais, proteção
contra a complicação de doenças não mentais
que poderiam causar impactos na vida ou em
funções normais, procedimentos diagnósticos ou
terapêuticos
Critérios de Exclusão Curativo: leitos para outras funções: cuidados
psiquiátricos, de reabilitação, de longo termo e
paliativos, leitos em hospitais psiquiátricos
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. A taxa de ocupação
é calculada dividindo o número de leitos-dia de cuidados curativos (agudos) pelo
número de leitos de cuidados curativos (agudos) disponíveis, multiplicado por 365.
O número de leitos-dia de cada paciente significa o seu tempo médio de permanência
internado, que é contado como a data de sua alta menos a data de sua admissão. Por
exemplo, um paciente admitido no dia 25 e que teve alta no dia 26 é contado como 1
dia de permanência.
Portanto, o indicador pode ser calculado com base no indicador de Quantidade de
Leitos por Tipo de Cuidado já calculado neste trabalho, e no número de leitos-dia para
cuidados curativos e agudos.
O número de leitos-dia para cuidados curativos será retirado da base de dados da AIH
Reduzida para o SUS e da CIHA para outras fontes de financiamento que não o SUS.
Tanto na base de dados da AIH Reduzida quanto na CIHA é possível filtrar as
internações por tipo de especialidade do leito.
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Para filtrarmos as internações em leitos para cuidados curativos e agudos usamos as
seguintes categorias:
- 01-Cirúrgico
- 02-Obstétricos
- 03-Clínico
- 06-Pneumologia Sanitária (Tisiologia)
- 07-Pediátricos
- 64-Unidade Intermediária
- 65-Unidade Intermediária Neonatal
- 74-UTI I
- 75-UTI Adulto II
- 76-UTI Adulto III
- 77-UTI Infantil I
- 78-UTI Infantil II
- 79-UTI Infantil III
- 80-UTI Neonatal I
- 81-UTI Neonatal II
- 82-UTI Neonatal III
- 83-UTI Queimados
Excluimos as internações classificadas como: 04-Crônicos, 05-Psiquiatria, 08-
Reabilitação, 09-Leito Dia / Cirúrgicos, 10-Leito Dia / AIDS, 11-Leito Dia / Fibrose Cística,
12-Leito Dia / Intercorrência Pós-Transplante, 13-Leito Dia / Geriatria, 14-Leito Dia /
Saúde Mental, Não discriminado ou que não tivesse classificação da especialidade do
leito preenchida.
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Tabela 11 Proposta para o cálculo do indicador de Leitos Hospitalares no Brasil
Para quantidade de leitos-dia para cuidados curativos e agudos no âmbito do SUS
foram somados os leitos-dia das AIHs cuja especialidade do leito (ESPEC) fosse para
cuidados curativos e agudos que tiveram motivos selecionados de alta (COBRANCA).
Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados
em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador
encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de leitos-dia para cuidados curativos e agudos com outras fontes de
remuneração foram somados os leitos-dia cuja especialidade do leito (ESPEC) fosse
para cuidados curativos e agudos por motivos selecionados de alta (COBRANCA). Os
códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados
em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador
encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público Quantidade de Leitos-
Dia para cuidados
curativos e agudos para
o SUS
Tabela de leitos do
CNES/SUS
Quantidade de Leitos
disponíveis para
cuidados curativos e
agudos para o SUS
Financiamento pela
Saúde Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
Total Brasil Quantidade Total de
Leitos-Dia para
cuidados curativos e
agudos
Tabela de leitos do
CNES/SUS
Quantidade Total de
Leitos disponíveis para
cuidados curativos
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3.3.4 Indicador de Altas Hospitalares
3.3.4.1 Altas Hospitalares Global
Este indicador calcula a quantidade de altas hospitalares para cada cem mil
habitantes.
Quadro 18 Metodologia da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de altas hospitalares durante o ano /
Número de Habitantes x100 000
Critérios de Inclusão
Altas de todos os hospitais, incluindo hospitais
gerais, psiquiátricos e hospitais especializados
Mortes em hospitais
Transferências para outros hospitais
Altas de recém-nascidos
Critérios de Exclusão Transferências para outra unidade dentro do
mesmo hospital
Este indicador é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE e indica o número total
de altas hospitalares de pacientes admitidos para tratamento ou cuidado e que
permaneceram no mínimo uma noite. No entanto no valor divulgado pela OCDE só são
considerada as altas ocorridas no âmbito do SUS.
Na proposta de cálculo deste trabalho utiliza-se como fonte de informações a soma
das altas hospitalares ocorridas no SUS informadas através do SIH/SUS com as altas
hospitalares provenientes de outras fontes de informação que vêm da CIHA.
Como no SIP/ANS não temos a informação de quantidade de altas hospitalares
utilizamos como proxy as altas hospitalares informadas na CHIA que tiveram como
fonte de remuneração planos privados de saúde.
Para a AIH foram desconsideradas as altas do tipo 5 – longa permanência para evitar
dupla contagem da mesma internação, uma vez que segundo as características da base
de dados, a informação de data de entrada e saída bem como informações como o
motivo da alta encontram-se na AIH original de entrada também. Por exemplo, um
paciente admitido através de uma AIH normal e que teve uma AIH de continuidade
registrada por ter que permanecer mais tempo internado, terá no banco de dados da
AIH a informação sobre a sua alta na AIH original também, que gerou a internação.
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Tabela 12 Proposta para o cálculo do indicador de Altas Hospitalares no Brasil
Para a quantidade de altas hospitalares durante o ano no âmbito do SUS foi contada a
quantidade de AIHs de tipo diferente de continuidade (IDENT) que tiveram motivos
selecionados de alta (COBRANCA) cuja quantidade de diárias (QT_DIARIAS) fosse
superior a 1, para excluir os casos de hospital-dia. Os códigos utilizados nos filtros dos
dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o
script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL
utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de altas hospitalares durante o ano com outras fontes de
remuneração foi somada a quantidade de altas (PROC_REA) por motivos selecionados
(COBRANCA), cuja quantidade de diárias (DIAS_PERM) fosse superior a 1, para excluir
os casos de hospital-dia, e que tiveram fonte de financiamento diferente de plano
privado de saúde (FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se
no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado
para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o
cálculo dos indicadores”.
Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de Altas
Hospitalares ocorridas
durante o ano no
âmbito do SUS
SIH/SUS (base de
dados de AIH
reduzida)
População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de Altas
Hospitalares ocorridas
durante o ano no
âmbito da Saúde
Suplementar
CIHA/SUS Beneficiários de Planos
Privados Médicos
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de Altas
Hospitalares ocorridas
durante o ano com
outras fontes de
financiamento
CIHA/SUS População Total
Total Brasil 1 + 2 + 3 População Total
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suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.4.2 Altas Hospitalares para Pacientes com Problemas Circulatórios
Este indicador calcula a quantidade de altas hospitalares para pacientes com
problemas circulatórios para cada cem mil habitantes.
Quadro 19 Metodologia da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com Problemas
Circulatórios
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de altas hospitalares para pacientes
com problemas circulatórios durante o ano /
Número de Habitantes x100 000
Critérios de Inclusão
Altas de todos os hospitais, incluindo hospitais
gerais, psiquiátricos e hospitais especializados
Mortes em hospitais
Transferências para outros hospitais
Altas de recém-nascidos
Critérios de Exclusão Transferências para outra unidade dentro do
mesmo hospital
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE e indica o número
total de altas hospitalares para pacientes com problemas circulatórios admitidos para
tratamento ou cuidado e que permaneceram no mínimo uma noite. Na proposta de
cálculo deste trabalho utilizam-se como fonte de informações tanto as altas
hospitalares por diagnóstico ocorridas no SUS informadas através do SIH/SUS quanto
as altas hospitalares provenientes de outras fontes de informação que vêm da CIHA.
Como no SIP/ANS não temos a informação de quantidade de altas hospitalares
utilizamos como proxy as altas hospitalares por diagnóstico informadas na CHIA que
tiveram como fonte de remuneração planos privados de saúde.
Para a AIH foram desconsideradas as altas do tipo 5 – longa permanência para evitar
dupla contagem da mesma internação, uma vez que segundo as características da base
de dados, a informação de data de entrada e saída, bem como informações sobre o
motivo da alta encontram-se na AIH original de entrada também. Por exemplo, um
paciente admitido através de uma AIH normal e que teve uma AIH de continuidade
registrada por ter que permanecer mais tempo internado, terá no banco de dados da
AIH a informação sobre a sua alta na AIH original, que gerou a internação, também.
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Tabela 13 Proposta para o cálculo do indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com Problemas
Circulatórios no Brasil
Para a quantidade de altas hospitalares para pacientes com problemas circulatórios
durante o ano no âmbito do SUS foi contada a quantidade de AIHs de tipo diferente de
continuidade (IDENT) por diagnóstico principal (DIAG_PRINC) que tiveram motivos
selecionados de alta (COBRANCA) cuja quantidade de diárias (QT_DIARIAS) fosse
superior a 1, para excluir os casos de hospital-dia. Os códigos utilizados nos filtros dos
dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o
script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL
utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de altas hospitalares para pacientes com problemas circulatórios
durante o ano com outras fontes de remuneração foi somada a quantidade de altas
(PROC_REA) por diagnóstico principal (DIAG_PRINC) por motivos selecionados
(COBRANCA), cuja quantidade de diárias (DIAS_PERM) fosse superior a 1, para excluir
os casos de hospital-dia, e que tiveram fonte de financiamento diferente de plano
privado de saúde (FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se
no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de altas
hospitalares para
pacientes com
problemas circulatórios
ocorridas durante o ano
no âmbito do SUS
SIH/SUS (base de
dados de AIH
reduzida)
População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de altas
hospitalares para
pacientes com
problemas circulatórios
ocorridas durante o ano
no âmbito da Saúde
Suplementar
CIHA/SUS Beneficiários de Planos
Privados Médicos
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de altas
hospitalares para
pacientes com
problemas circulatórios
ocorridas durante o ano
com outras fontes de
financiamento
CIHA/SUS População Total
Total Brasil 1 + 2 + 3 População Total
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para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o
cálculo dos indicadores”.
Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.4.3 Altas Hospitalares para Pacientes com Câncer
Este indicador calcula a quantidade de altas hospitalares de pacientes com câncer
para cada cem mil habitantes.
Quadro 20 Metodologia da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com Câncer
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de altas hospitalares de pacientes
com câncer durante o ano / Número de
Habitantes x100 000
Critérios de Inclusão
Altas de todos os hospitais, incluindo hospitais
gerais, psiquiátricos e hospitais especializados
Mortes em hospitais
Transferências para outros hospitais
Altas de recém-nascidos
Critérios de Exclusão Transferências para outra unidade dentro do
mesmo hospital
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE e indica o número
total de altas hospitalares de pacientes com câncer admitidos para tratamento ou
cuidado e que permaneceram no mínimo uma noite. Na proposta de cálculo deste
trabalho utilizam-se como fonte de informações tanto as altas hospitalares ocorridas
no SUS informadas através do SIH/SUS quanto as altas hospitalares provenientes de
outras fontes de remuneração que vêm da CIHA.
Como no SIP/ANS não temos a informação de quantidade de altas hospitalares
utilizamos como proxy as altas hospitalares de pacientes com câncer informadas na
CHIA que tiveram como fonte de remuneração planos privados de saúde.
Para a AIH foram desconsideradas as altas do tipo 5 – longa permanência para evitar
dupla contagem da mesma internação, uma vez que segundo as características da base
de dados, a informação de data de entrada e saída, bem como informações sobre o
motivo da alta encontram-se na AIH original de entrada também. Por exemplo, um
paciente admitido através de uma AIH normal e que teve uma AIH de continuidade
registrada por ter que permanecer mais tempo internado, terá no banco de dados da
AIH a informação sobre a sua alta na AIH original, que gerou a internação, também.
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Tabela 14 Proposta para o cálculo do indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com Câncer no
Brasil
Para a quantidade de altas hospitalares de pacientes com câncer durante o ano no
âmbito do SUS foi contada a quantidade de AIHs de tipo diferente de continuidade
(IDENT) por diagnóstico principal (DIAG_PRINC) que tiveram motivos selecionados de
alta (COBRANCA) cuja quantidade de diárias (QT_DIARIAS) fosse superior a 1, para
excluir os casos de hospital-dia. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-
se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado
para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o
cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de altas hospitalares de pacientes com câncer durante o ano com
outras fontes de remuneração foi somada a quantidade de altas (PROC_REA) por
diagnóstico principal (DIAG_PRINC) por motivos selecionados (COBRANCA), cuja
quantidade de diárias (DIAS_PERM) fosse superior a 1, para excluir os casos de hospital-
dia, e que tiveram fonte de financiamento diferente de plano privado de saúde (FONTE).
Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados
em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador
encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de Altas
Hospitalares de
pacientes com câncer
ocorridas durante o ano
no âmbito do SUS
SIH/SUS (base de
dados de AIH
reduzida)
População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de Altas
Hospitalares de
pacientes com câncer
ocorridas durante o ano
no âmbito da Saúde
Suplementar
CIHA/SUS Beneficiários de Planos
Privados Médicos
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de Altas
Hospitalares de
pacientes com câncer
ocorridas durante o ano
com outras fontes de
financiamento
CIHA/SUS População Total
Total Brasil 1 + 2 + 3 População Total
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Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.5 Indicador de Tempo Médio de Permanência
3.3.5.1 Tempo Médio de Permanência de Internação
Este indicador calcula o tempo médio, em dias, de duração de uma internação
hospitalar.
Quadro 21 Metodologia da OCDE para o Indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de leitos-dia durante o ano/
Quantidade de altas hospitalares durante o ano
Critérios de Inclusão
Tempo médio de permanência de todos os
hospitais, incluindo hospitais gerais, psiquiátricos
e hospitais especializados
Tempo médio de permanência de recém-
nascidos
Critérios de Exclusão Hospital-dia
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE e ele verifica o
tempo médio de dias que um paciente permaneceu internado. O tempo médio de
permanência dos pacientes é calculado dividindo o número de leitos-dia pelo número
de altas hospitalares.
O número de leitos-dia de cada paciente significa o seu tempo médio de permanência
internado, que é contado como a data de sua alta menos a data de sua admissão. Por
exemplo, um paciente admitido no dia 25 e que teve alta no dia 26 é contado como 1
dia de permanência.
O número de altas utilizado no denominador deste indicador será a quantidade de
altas calculada no numerador do indicador de Altas Hospitalares.
Na proposta de cálculo do indicador para este trabalho serão utilizados os dias de
permanência do SIH para as internações do SUS e os dias de permanência da CIHA
para as internações da Saúde Suplementar e de demais fontes de remuneração. A
opção por utilizar a CIHA como proxy das internações na Saúde Suplementar se deu
pelo fato de não termos o tempo de internação no SIP.
Como visto, o SIH contém três tipos de AIH: 1,5 e 7, onde as AIHs tipo 1 e 7 são utilizadas
para registrar todas as internações até o tempo máximo de 45 dias. Para pacientes que
necessitem de mais de 45 dias internados, além da AIH tipos 1 ou 7 preenchida, a AIH
de continuidade (tipo 5) também é preenchida. Portanto, para saber o tempo total de
permanência de um paciente, foi necessário somar os dias de permanência registrados
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em cada tipo de AIH. Para somar todos os dias de permanência em uma internação foi
usada como chave o número da AIH. Somente após esta junção foram contados os
dias de permanência para cada internação.
Tabela 15 Proposta para o cálculo do indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação no
Brasil
Para o tempo de permanência de internações durante o ano no âmbito do SUS foi
somada a quantidade de dias de permanência de todas as AIHs que tiveram motivos
selecionados de alta (COBRANCA) cuja quantidade de diárias (QT_DIARIAS) fosse
superior a 1, para excluir os casos de hospital-dia. Os códigos utilizados nos filtros dos
dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o
script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL
utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para o tempo de permanência de internações durante o ano com outras fontes de
remuneração foi somada a quantidade de dias de todas internações que tiveram
motivos selecionados de alta (COBRANCA), cuja quantidade de diárias (DIAS_PERM)
fosse superior a 1, para excluir os casos de hospital-dia, e que tiveram fonte de
financiamento diferente de plano privado de saúde (FONTE). Os códigos utilizados nos
filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Tempo Total de
Permanência para
Internações ocorridas
durante o ano no
âmbito do SUS
SIH/SUS (base de
dados de AIH
reduzida)
1 - Quantidade de Altas
Hospitalares ocorridas
durante o ano no âmbito
do SUS
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Tempo Total de
Permanência para
Internações ocorridas
durante o ano no
âmbito da Saúde
Suplementar
CIHA/SUS 2 - Quantidade de Altas
Hospitalares ocorridas
durante o ano no âmbito
da Saúde Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Tempo Total de
Permanência para
Internações ocorridas
durante o ano com
outras fontes de
financiamento
CIHA/SUS 3 - Quantidade de Altas
Hospitalares ocorridas
durante o ano com
outras fontes de
financiamento
Total Brasil 1 + 2 + 3 1 + 2 + 3
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como o script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A
“Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.5.2 Tempo Médio de Permanência de Internação para Parto Normal
Este indicador calcula o tempo médio, em dias, de duração de uma internação para
parto normal.
Quadro 22 Metodologia da OCDE para o Indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação para
Parto Normal
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de leitos-dia para parto normal
durante o ano/ Quantidade de altas hospitalares
para parto normal durante o ano
Critérios de Inclusão
Altas de todos os hospitais, incluindo hospitais
gerais, psiquiátricos e hospitais especializados
Mortes em hospitais
Transferências para outros hospitais
Altas de recém-nascidos
Critérios de Exclusão Transferências para outra unidade dentro do
mesmo hospital
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE e ele verifica o
tempo médio de dias que uma paciente permaneceu internada para parto normal. O
tempo médio de permanência dos pacientes é calculado dividindo o número de leitos-
dia pelo número de altas hospitalares.
O número de leitos-dia de cada paciente significa o seu tempo médio de permanência
internado, que é contado como a data de sua alta menos a data de sua admissão. Por
exemplo, um paciente admitido no dia 25 e que teve alta no dia 26 é contado como 1
dia de permanência.
O número de altas utilizado no denominador deste indicador segirá a mesma
metodologia do numerador do indicador de altas hospitalares calculado neste
trabalho.
Embora a OCDE fale de diagnóstico, nos dados de produção de serviços em saúde no
Brasil, parto normal aparece como um procedimento. Portanto, no cálculo do indicador
foram filtradas as internações cujo procedimento principal tenha sido parto normal.
Na proposta de cálculo do indicador para este trabalho serão utilizados os dias de
permanência do SIH para as internações do SUS e os dias de permanência da CIHA
para as internações da Saúde Suplementar e de demais fontes de remuneração. A
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opção por utilizar a CIHA como proxy das internações na Saúde Suplementar se deu
pelo fato de não termos o tempo de internação no SIP.
Como visto, o SIH contém três tipos de AIH: 1,5 e 7, onde as AIHs tipo 1 e 7 são utilizadas
para registrar todas as internações até o tempo máximo de 45 dias. Para pacientes que
necessitem de mais de 45 dias internados, além da AIH tipos 1 ou 7 preenchida, a AIH
de continuidade (tipo 5) também é preenchida. Portanto, para saber o tempo total de
permanência de um paciente, foi necessário somar os dias de permanência registrados
em cada tipo de AIH. Para somar todos os dias de permanência em uma internação foi
usada como chave o número da AIH. Somente após esta junção foram contados os
dias de permanência para cada internação.
Tabela 16 Proposta para o cálculo do indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação para
Parto Normal no Brasil
Para o tempo total de permanência para parto normal durante o ano no âmbito do
SUS foram somados os leitos-dia das AIHs cujo procedimento principal (PROC_REA)
tenha sido parto normal que tiveram motivos selecionados de alta (COBRANCA) cuja
quantidade de diárias (QT_DIARIAS) fosse superior a 1, para excluir os casos de hospital-
dia. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros
aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Tempo Total de
Permanência para Parto
Normal para
Internações ocorridas
durante o ano no
âmbito do SUS
SIH/SUS (base de
dados de AIH
reduzida)
1 - Quantidade de Altas
Hospitalares para Parto
Normal ocorridas
durante o ano no âmbito
do SUS
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Tempo Total de
Permanência para Parto
Normal para
Internações ocorridas
durante o ano no
âmbito da Saúde
Suplementar
CIHA/SUS 2 - Quantidade de Altas
Hospitalares para Parto
Normal ocorridas
durante o ano no âmbito
da Saúde Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Tempo Total de
Permanência para Parto
Normal para
Internações ocorridas
durante o ano com
outras fontes de
financiamento
CIHA/SUS 3 - Quantidade de Altas
Hospitalares para Parto
Normal ocorridas
durante o ano com
outras fontes de
financiamento
Total Brasil 1 + 2 + 3 1 + 2 + 3
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numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
Para o tempo total de permanência para parto normal durante o ano com outras fontes
de remuneração foram somados os leitos-dia por diagnóstico principal (DIAG_PRINC)
por motivos selecionados de alta (COBRANCA), cuja quantidade de diárias (DIAS_PERM)
fosse superior a 1, para excluir os casos de hospital-dia, e que tiveram fonte de
financiamento diferente de plano privado de saúde (FONTE). Os códigos utilizados nos
filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem
como o script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A
“Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.5.3 Tempo Médio de Permanência de Internação para Infarto Agudo do Miocárdio
Este indicador calcula o tempo médio, em dias, de duração de uma internação
hospitalar para pacientes com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio.
Quadro 23 Metodologia da OCDE para o indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação para
Infarto Agudo do Miocárdio
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de leitos-dia para diagnóstico de
infarto agudo do miocárdio durante o ano/
Quantidade de altas hospitalares para
diagnóstico de infarto agudo do miocárdio
durante o ano
Critérios de Inclusão
Altas de todos os hospitais, incluindo hospitais
gerais, psiquiátricos e hospitais especializados
Mortes em hospitais
Transferências para outros hospitais
Altas de recém-nascidos
Critérios de Exclusão Transferências para outra unidade dentro do
mesmo hospital
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE e ele verifica o
tempo médio de dias que um paciente com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio
permaneceu internado. O tempo médio de permanência dos pacientes é calculado
dividindo o número de leitos-dia pelo número de altas hospitalares.
O número de leitos-dia de cada paciente significa o seu tempo médio de permanência
internado, que é contado como a data de sua alta menos a data de sua admissão. Por
exemplo, um paciente admitido no dia 25 e que teve alta no dia 26 é contado como 1
dia de permanência.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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O número de altas utilizado no denominador deste indicador será a quantidade de
altas calculada no numerador do indicador de Altas Hospitalares por Diagnóstico deste
trabalho.
Na proposta de cálculo do indicador para este trabalho serão utilizados os dias de
permanência do SIH para as internações do SUS e os dias de permanência da CIHA
para as internações da Saúde Suplementar e de demais fontes de remuneração. A
opção por utilizar a CIHA como proxy das internações na Saúde Suplementar se deu
pelo fato de não termos o tempo de internação no SIP.
Como visto, o SIH contém três tipos de AIH: 1,5 e 7, onde as AIHs tipo 1 e 7 são utilizadas
para registrar todas as internações até o tempo máximo de 45 dias. Para pacientes que
necessitem de mais de 45 dias internados, além da AIH tipos 1 ou 7 preenchida, a AIH
de continuidade (tipo 5) também é preenchida. Portanto, para saber o tempo total de
permanência de um paciente, foi necessário somar os dias de permanência registrados
em cada tipo de AIH. Para somar todos os dias de permanência em uma internação foi
usada como chave o número da AIH. Somente após esta junção foram contados os
dias de permanência para cada internação.
Para o tempo total de permanência de pacientes durante o ano no âmbito do SUS
foram somados os leitos-dia das AIHs com diagnóstico principal (DIAG_PRINC) de
infarto agudo do miocárdio que tiveram motivos selecionados de alta (COBRANCA) cuja
quantidade de diárias (QT_DIARIAS) fosse superior a 1, para excluir os casos de hospital-
dia. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros
aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
Para o tempo total de permanência durante o ano com outras fontes de remuneração
foram somados os leitos-dia diagnóstico principal (DIAG_PRINC) com diagnóstico de
infarto agudo do miocárdio que tiveram motivos selecionados de alta (COBRANCA), cuja
quantidade de diárias (DIAS_PERM) fosse superior a 1, para excluir os casos de hospital-
dia, e que tiveram fonte de financiamento diferente de plano privado de saúde (FONTE).
Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados
em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador
encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
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Tabela 17 Proposta para o cálculo do indicador de Tempo Médio de Permanência de Internação para
Infarto Agudo do Miocárdio no Brasil
3.3.6 Indicador de Procedimentos Cardíacos
3.3.6.1 Cirurgia de Revascularização Coronariana (Revascularização Miocárdica)
Este indicador calcula a quantidade de procedimentos cirúrgicos de revascularização
coronariana para cada 100.000 habitantes.
A cirurgia de revascularização do miocárdio, também conhecida como ponte de safena,
é um procedimento cirúrgico no qual é retirada uma parte de um vaso sanguíneo
saudável da perna, peito ou braço do paciente e o vaso é enxertado em sua artéria
coronariana.
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Tempo Total de
Permanência de
Pacientes com
Diagnóstico de Infarto
Agudo do Miocárdio
para Internações
ocorridas durante o ano
no âmbito do SUS
SIH/SUS (base de
dados de AIH
reduzida)
1 - Quantidade de Altas
Hospitalares de
Pacientes com
Diagnóstico de Infarto
Agudo do Miocárdio
ocorridas durante o ano
no âmbito do SUS
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Tempo Total de
Permanência de
Pacientes com
Diagnóstico de Infarto
Agudo do Miocárdio
para Internações
ocorridas durante o ano
no âmbito da Saúde
Suplementar
CIHA/SUS 2 - Quantidade de Altas
Hospitalares de
Pacientes com
Diagnóstico de Infarto
Agudo do Miocárdio
ocorridas durante o ano
no âmbito da Saúde
Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Tempo Total de
Permanência de
Pacientes com
Diagnóstico de Infarto
Agudo do Miocárdio
para Internações
ocorridas durante o ano
com outras fontes de
financiamento
CIHA/SUS 3 - Quantidade de Altas
Hospitalares de
Pacientes com
Diagnóstico de Infarto
Agudo do Miocárdio
ocorridas durante o ano
com outras fontes de
financiamento
Total Brasil 1 + 2 + 3 1 + 2 + 3
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Quadro 24 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Revascularização Coronariana
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de procedimentos cirúrgicos de
revascularização coronariana realizados durante
o ano / Quantidade de habitantes x100 000
Critérios de Inclusão
Procedimentos cirúrgicos realizados em caráter
de hospital-dia ou hospitalar, de emergência ou
eletivo
Critérios de Exclusão Procedimentos cirúrgicos realizados em caráter
ambulatorial
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. Na proposta de
cálculo do indicador para este trabalho serão utilizados os dados referentes às cirurgias
registradas no SIH para as internações do SUS, e as cirurgias registradas na CIHA para
as internações da Saúde Suplementar e de demais fontes de remuneração. A opção
por utilizar a CIHA como proxy das internações na Saúde Suplementar se deu pelo fato
de não termos a quantidade de cirurgias de revascularização coronariana no SIP.
Tabela 18 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia de Revascularização Coronariana no Brasil
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de
revascularização
coronariana realizados
durante o ano no
âmbito do SUS
SIH/SUS População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de
revascularização
coronariana realizados
durante o ano no
âmbito da Saúde
Suplementar
CIHA/SUS Beneficiários de Planos
Privados Médicos
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de
revascularização
coronariana realizados
durante o ano com
outras fontes de
financiamento
CIHA/SUS População Total
Total Brasil 1 + 2 + 3 População Total
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Para a quantidade de cirurgias de revascularização coronariana durante o ano no
âmbito do SUS foi contada a quantidade de AIHs de tipo diferente de continuidade
(IDENT) cujo procedimento realizado (PROC_REA) fosse revascularização coronariana.
Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados
em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador
encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de cirurgias de revascularização coronariana durante o ano com
outras fontes de remuneração foi somada a quantidade de procedimentos (QT_PROC)
de revascularização coronariana (PROC_REA) que tiveram fonte financiamento
diferente de plano privado (FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados
encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em
SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados
para o cálculo dos indicadores”.
Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.6.2 Cirurgia de Angioplastia Coronariana
Este indicador calcula a quantidade de procedimentos cirúrgicos de angioplastia
coronariana para cada 100.000 habitantes.
A angioplastia coronária consiste num procedimento médico para a abertura do
entupimento de uma artéria do coração.
Quadro 25 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Angioplastia Coronariana
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de procedimentos cirúrgicos de
angioplastia coronariana realizados durante o
ano / Quantidade de habitantes x100 000
Critérios de Inclusão
Procedimentos cirúrgicos realizados em caráter
de hospital-dia ou hospitalar, de emergência ou
eletivo
Critérios de Exclusão Procedimentos cirúrgicos realizados em caráter
ambulatorial
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. Na proposta de
cálculo do indicador para este trabalho serão utilizados os dados referentes às cirurgias
registradas no SIH para as internações do SUS, e as cirurgias registradas na CIHA para
as internações da Saúde Suplementar e de demais fontes de remuneração. A opção
por utilizar a CIHA como proxy das internações na Saúde Suplementar se deu pelo fato
de não termos a quantidade de cirurgias de angioplastia coronariana no SIP.
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Tabela 19 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia de Angioplastia Coronariana no Brasil
Para a quantidade de cirurgias de angioplastia coronariana durante o ano no âmbito
do SUS foi contada a quantidade de AIHs de tipo diferente de continuidade (IDENT) cujo
procedimento realizado (PROC_REA) fosse angioplastia coronariana. Os códigos
utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada
variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no
ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de cirurgias de angioplastia coronariana durante o ano com outras
fontes de remuneração foi somada a quantidade de procedimentos (QT_PROC) de
angioplastia coronariana (PROC_REA) que tiveram fonte financiamento diferente de
plano privado (FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no
ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para
gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de
angioplastia
coronariana realizados
durante o ano no
âmbito do SUS
SIH/SUS População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de
angioplastia
coronariana realizados
durante o ano no
âmbito da Saúde
Suplementar
CIHA/SUS Beneficiários de Planos
Privados Médicos
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de
angioplastia
coronariana realizados
durante o ano com
outras fontes de
financiamento
CIHA/SUS População Total
Total Brasil 1 + 2 + 3 População Total
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suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.7 Indicador de Substituição do Quadril e Joelho
3.3.7.1 Cirurgia de Quadril (Artroplastia de Quadril)
Este indicador calcula a quantidade de cirurgias de quadril para cada 100.000
habitantes.
Quadro 26 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Quadril
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de cirurgias de quadril realizadas
durante o ano / Quantidade de habitantes x100
000
Critérios de Inclusão
Procedimentos cirúrgicos realizados em caráter
de hospital-dia ou hospitalar, de emergência ou
eletivo
Critérios de Exclusão Procedimentos cirúrgicos realizados em caráter
ambulatorial
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. Na proposta de
cálculo do indicador para este trabalho serão utilizados os dados referentes às cirurgias
registradas no SIH para as internações do SUS, e as cirurgias registradas na CIHA para
as internações da Saúde Suplementar e de demais fontes de remuneração. A opção
por utilizar a CIHA como proxy das internações na Saúde Suplementar se deu pelo fato
de não termos a quantidade de cirurgias de quadril no SIP.
Para a quantidade de cirurgias de quadril durante o ano no âmbito do SUS foi contada
a quantidade de AIHs de tipo diferente de continuidade (IDENT) cujo procedimento
realizado (PROC_REA) fosse cirurgia de quadril. Os códigos utilizados nos filtros dos
dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o
script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL
utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de cirurgias de quadril durante o ano com outras fontes de
remuneração foi somada a quantidade de procedimentos (QT_PROC) de cirurgia de
quadril (PROC_REA) que tiveram fonte financiamento diferente de plano privado
(FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros
aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
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Tabela 20 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia de Quadril no Brasil
Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.7.2 Cirurgia de Joelho (Artroplastia de Joelho)
Este indicador calcula a quantidade de cirurgias de joelho para cada 100.000
habitantes.
Quadro 27 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Joelho
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de cirurgias de joelho realizadas
durante o ano / Quantidade de habitantes x100
000
Critérios de Inclusão
Procedimentos cirúrgicos realizados em caráter
de hospital-dia ou hospitalar, de emergência ou
eletivo
Critérios de Exclusão Procedimentos cirúrgicos realizados em caráter
ambulatorial
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de
cirurgias de quadril
realizadas durante o
ano no âmbito do SUS
SIH/SUS População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de
cirurgias de quadril
realizadas durante o
ano no âmbito da
Saúde Suplementar
CIHA/SUS Beneficiários de Planos
Privados Médicos
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de
cirurgias de quadril
realizadas durante o
ano com outras fontes
de financiamento
CIHA/SUS População Total
Total Brasil 1 + 2 + 3 População Total
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Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. Na proposta de
cálculo do indicador para este trabalho serão utilizados os dados referentes às cirurgias
registradas no SIH para as internações do SUS, e as cirurgias registradas na CIHA para
as internações da Saúde Suplementar e de demais fontes de remuneração. A opção
por utilizar a CIHA como proxy das internações na Saúde Suplementar se deu pelo fato
de não termos a quantidade de cirurgias de joelho no SIP.
Tabela 21 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia de Joelho no Brasil
Para a quantidade de cirurgias de joelho durante o ano no âmbito do SUS foi contada
a quantidade de AIHs de tipo diferente de continuidade (IDENT) cujo procedimento
realizado (PROC_REA) fosse cirurgia de joelho. Os códigos utilizados nos filtros dos
dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o
script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL
utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de cirurgias de joelho durante o ano com outras fontes de
remuneração foi somada a quantidade de procedimentos (QT_PROC) de cirurgia de
joelho (PROC_REA) que tiveram fonte financiamento diferente de plano privado
(FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros
aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de
cirurgias de joelho
realizadas durante o
ano no âmbito do SUS
SIH/SUS População Total
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de
cirurgias de joelho
realizadas durante o
ano no âmbito da
Saúde Suplementar
CIHA/SUS Beneficiários de Planos
Privados Médicos
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de
cirurgias de joelho
realizadas durante o
ano com outras fontes
de financiamento
CIHA/SUS População Total
Total Brasil 1 + 2 + 3 População Total
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numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.8 Taxa de Parto Cesáreo
Este indicador calcula o percentual de cesarianas em relação ao total de nascimentos.
Quadro 28 Metodologia da OCDE para o Indicador de Taxa de Parto Cesáreo
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de partos cesáreos durante o ano/
Quantidade de nascidos vivos durante o ano x
100
Critérios de Inclusão
Partos cesáreos
Critérios de Exclusão -
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE e ele verifica a taxa
correspondente às cesarianas realizadas em relação ao total de nascidos vivos. Neste
trabalho a proposta será de calcular a taxa de partos ceráreos em relação ao total de
partos realizados.
Os dados referentes ao cálculo subsegmentado do indicador entre SUS, saúde
suplementar e demais fontes de pagamentos virão dos seguintes sistemas,
respectivamente, SIH, SIP e CIHA.
Para a quantidade de partos cesáreos durante o ano no âmbito do SUS foi contada a
quantidade de AIHs de tipo diferente de continuidade (IDENT) cujo procedimento
realizado (PROC_REA) fosse cesariana. Os códigos utilizados nos filtros dos dados
encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em
SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados
para o cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de partos cesáreos durante o ano com outras fontes de
remuneração foi somada a quantidade de procedimentos (QT_PROC) de cesariana
(PROC_REA) que tiveram fonte financiamento diferente de plano privado (FONTE). Os
códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados
em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador
encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
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Tabela 22 Proposta para o cálculo do indicador de Taxa de Parto Cesáreo no Brasil
Para a quantidade de partos cesáreos durante o ano no âmbito da saúde suplementar
foi utilizado o número constante da conta “PARTO CESÁREO” do SIP.
3.3.9 Indicador de Cirurgia Ambulatorial
3.3.9.1 Cirurgia Ambulatorial de Catarata
Este indicador calcula a proporção de cirurgias de catarata que foram realizadas em
regime ambulatorial em relação ao total de cirurgias de catarata realizadas.
Quadro 29 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia Ambulatorial de Catarata
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de cirurgias de catarata realizadas
em regime ambulatorial durante o ano /
Quantidade total de cirurgias de catarata
realizadas durante o ano
Critérios de Inclusão
Cirurgias realizadas em ambulatórios de hospitais
Cirurgias realizadas em departamentos de
emergência
Cirurgias realizadas fora de hospitais
(ambulatórios)
Critérios de Exclusão Cirurgias realizadas em regime de hospital-dia
Cirurgias realizadas em regime de internação
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 – Quantidade de
partos cesáreos
ocorridos durante o ano
no âmbito do SUS
SIH/SUS 1 - Quantidade total de
partos ocorridos durante
o ano no âmbito do SUS
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de
partos cesáreos
ocorridos durante o ano
no âmbito da Saúde
Suplementar
CIHA/SUS 2 - Quantidade total de
partos ocorridos durante
o ano no âmbito da
Saúde Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de
partos cesáreos
ocorridos durante o ano
com outras fontes de
financiamento
SIP/ANS 3 - Quantidade total de
partos ocorridos durante
o ano com outras fontes
de financiamento
Total Brasil 1 + 2 + 3 1 + 2 + 3
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Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. Na proposta de
cálculo do indicador para este trabalho serão utilizados os dados referentes às cirurgias
de catarata registradas no SIH (cirurgias realizadas em regime de internação ou
hospital-dia) e as cirurgias de catarata registradas no SIA (cirurgias realizadas em
regime ambulatorial) para o SUS.
Também será utilizada a CIHA para as cirurgias de catarata da Saúde Suplementar e de
demais fontes de remuneração. A opção por utilizar a CIHA como proxy das cirurgias
na Saúde Suplementar se deu pelo fato de não termos a quantidade de cirurgias de
catarata no SIP.
Tabela 23 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia Ambulatorial de Catarata no Brasil
Para a quantidade de cirurgias de catarata durante o ano no âmbito do SUS foi contada
a quantidade de AIHs de tipo diferente de continuidade (IDENT) cujo procedimento
realizado (PROC_REA) fosse cirurgia de catarata (para pacientes internados), somadas
à quantidade de cirurgias registradas no SIA cujo prodecimento realidado
(PA_PROC_ID) fosse cirurgia de catarata (pacientes ambulatoriais). Os códigos utilizados
nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados em cada variável”,
bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador encontra-se no ANEXO A
“Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de catarata
realizados em regime
ambulatorial durante o
ano no âmbito do SUS
SIH/SUS 1 - Quantidade total de
procedimentos cirúrgicos
de catarata realizados
durante o ano no âmbito
do SUS
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de catarata
realizados em regime
ambulatorial durante o
ano no âmbito da
Saúde Suplementar
CIHA/SUS 2 – Quantidade total de
procedimentos cirúrgicos
de catarata realizados
durante o ano no âmbito
da Saúde Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de catarata
realizados em regime
ambulatorial durante o
ano com outras fontes
de financiamento
CIHA/SUS 3 - Quantidade total de
procedimentos cirúrgicos
de catarata realizados
durante o ano com
outras fontes de
financiamento
Total Brasil 1 + 2 + 3 1 + 2 + 3
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Para a quantidade de cirurgias de catarata durante o ano com outras fontes de
remuneração foi somada a quantidade de procedimentos (QT_PROC) de cirurgia de
catarata (PROC_REA) que tiveram fonte financiamento diferente de plano privado
(FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros
aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
3.3.9.2 Cirurgia Ambulatorial de Amigdalectomia
Este indicador calcula a proporção de cirurgias de amigdalectomia que foram
realizadas em regime ambulatorial em relação ao total de cirurgias de amigdalectomia
realizadas.
Quadro 30 Metodologia da OCDE para o Indicador de Cirurgia Ambulatorial de Amigdalectomia
Fórmula de Cálculo do Indicador Quantidade de cirurgias de amigdalectomia
realizadas em regime ambulatorial durante o ano
/ Quantidade total de cirurgias de
amigdalectomia realizadas durante o ano
Critérios de Inclusão
Cirurgias realizadas em ambulatórios de hospitais
Cirurgias realizadas em departamentos de
emergência
Cirurgias realizadas fora de hospitais
(ambulatórios)
Critérios de Exclusão Cirurgias realizadas em regime de hospital-dia
Cirurgias realizadas em regime de internação
Este indicador não é atualmente calculado para o Brasil pela OCDE. Na proposta de
cálculo do indicador para este trabalho serão utilizados os dados referentes às cirurgias
de amigdalectomia registradas no SIH (cirurgias realizadas em regime de internação ou
hospital-dia) e as cirurgias de amigdalectomia registradas no SIA (cirurgias realizadas
em regime ambulatorial) para o SUS.
Também será utilizada a CIHA para as cirurgias de amigdalectomia da Saúde
Suplementar e de demais fontes de remuneração. A opção por utilizar a CIHA como
proxy das cirurgias na Saúde Suplementar se deu pelo fato de não termos a quantidade
de cirurgias de amigdalectomia no SIP.
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Tabela 24 Proposta para o cálculo do indicador de Cirurgia Ambulatorial de Amigdalectomia no Brasil
Para a quantidade de cirurgias de amigdalectomia durante o ano no âmbito do SUS foi
contada a quantidade de AIHs de tipo diferente de continuidade (IDENT) cujo
procedimento realizado (PROC_REA) fosse cirurgia de amigdalectomia (para pacientes
internados), somadas à quantidade de cirurgias registradas no SIA cujo prodecimento
realidado (PA_PROC_ID) fosse cirurgia de amigdalectomia (pacientes ambulatoriais). Os
códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C “Filtros aplicados
em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o numerador
encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores”.
Para a quantidade de cirurgias de amigdalectomia durante o ano com outras fontes de
remuneração foi somada a quantidade de procedimentos (QT_PROC) de cirurgia de
amigdalectomia (PROC_REA) que tiveram fonte financiamento diferente de plano
privado (FONTE). Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO
C “Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
Segmento
Numerador
Medida
Fonte
Denominador
Financiamento Público 1 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de
amigdalectomia
realizados em regime
ambulatorial durante o
ano no âmbito do SUS
SIH/SUS 1 - Quantidade total de
procedimentos cirúrgicos
de amigdalectomia
realizados durante o ano
no âmbito do SUS
Financiamento pela
Saúde Suplementar
2 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de
amigdalectomia
realizados em regime
ambulatorial durante o
ano no âmbito da
Saúde Suplementar
CIHA/SUS 2 – Quantidade total de
procedimentos cirúrgicos
de amigdalectomia
realizados durante o ano
no âmbito da Saúde
Suplementar
Demais Fontes de
Financiamento
3 - Quantidade de
procedimentos
cirúrgicos de
amigdalectomia
realizados em regime
ambulatorial durante o
ano com outras fontes
de financiamento
CIHA/SUS 3 - Quantidade total de
procedimentos cirúrgicos
de amigdalectomia
realizados durante o ano
com outras fontes de
financiamento
Total Brasil 1 + 2 + 3 1 + 2 + 3
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Para saúde suplementar também foram utilizados os mesmos filtros na CIHA descritos
acima com exceção do tipo de financiamento que considerou somente a saúde
suplementar. Os códigos utilizados nos filtros dos dados encontram-se no ANEXO C
“Filtros aplicados em cada variável”, bem como o script em SQL utilizado para gerar o
numerador encontra-se no ANEXO A “Códigos SQL utilizados para o cálculo dos
indicadores”.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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4 RESULTADOS
Os valores calculados para cada indicador, bem como o numerador e denominador
que o compõe, são apresentados nesta seção.
Posteriormente, no capítulo de discussão dos resultados, cada indicador calculado
para o Brasil terá seu valor comparado com os outros países da OCDE assim como,
quando aplicável, será feita a comparação dos indicadores calculados para o Brasil
segmentados pela forma de financiamento e comparação entre as Unidades da
Federação para o setor público.
A tabela abaixo mostra o valor calculado para cada indicador, e seus respectivos
numerador e denominador, segmentado pela fonte de financiamento: público, plano
privado ou demais fontes de financiamento.
Por exemplo, para o indicador de consultas com médicos foi calculado para a fonte de
financiamento público 2,75 consultas por habitante, 5,40 consultas por habitante em
planos privados e 0,02 consultas por habitante para demais fontes. Os valores deste
indicador foram encontrados usando no numerador a quantidade de consultas com
médicos: 553 645 026 consultas no setor público, 261 733 938 consultas em planos
privados e 4 192 766 consultas em outras fontes de financiamento, dividido pelo
denominador que é a quantidade de habitantes (201 032 714) no caso de
financiamento público ou demais fontes. Para planos privados o denominador
considerada a quantidade de beneficiários de planos médicos de saúde (48 432 584).
O total destas três fontes de financiamento gera o indicador para o Brasil, de 4,08
consultas com médicos por habitante, resultado da divisão das 819 571 730 consultas
pelo número de habitantes, 201 032 714.
Tabela 25 Resultados do Cálculo dos Indicadores
Indicador Fonte de
Financiamento
Numerador Denominador
Consultas com
médicos (por
habitante)
2,75 Público quantidade
de consultas
com médicos
553 645 026 habitantes 201 032 714
5,40 Plano Privado 261 733 938 beneficiários
de planos
privados
48 432 584
0,02 Demais
Fontes
4 192 766 habitantes 201 032 714
4,08 Total 819 571 730 habitantes 201 032 714
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
96 / 149
Indicador Fonte de
Financiamento
Numerador Denominador
Consultas por
médico (por
médico)
Público
Plano Privado
Demais
Fontes
2 587 Total quantidade
de consultas
com médicos
819 571 730 quantidade
de médicos
316 859
Equipamentos de
Ressonância
Magnética (por
milhão de
habitantes)
3,00 Público quantidade
de
equipamentos
604 habitantes 201 032 714
Plano Privado
Demais
Fontes
7,48 Total quantidade
de
equipamentos
1 503 habitantes 201 032 714
Equipamentos de
Tomografia
Computadorizada
(por milhão de
habitantes)
8,24 Público quantidade
de
equipamentos
1 656 habitantes 201 032 714
Plano Privado
Demais
Fontes
16,38 Total quantidade
de
equipamentos
3 292 habitantes 201 032 714
Exames de
Ressonância
Magnética
(por 1 000
habitantes)
4,55 Público quantidade
de exames
914 303 habitantes 201 032 714
103,30 Plano Privado 5 003 174 beneficiários
de planos
privados
48 432 584
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
97 / 149
Indicador Fonte de
Financiamento
Numerador Denominador
0,26 Demais
Fontes
52 563 habitantes 201 032 714
29,70 Total 5 970 040 habitantes 201 032 714
Exames de
Tomografia
Computadorizada
(por 1 000
habitantes)
22,62 Público quantidade
de exames
4 547 641 habitantes 201 032 714
107,92 Plano Privado 5 227 013 beneficiários
de planos
privados
48 432 584
1,10 Demais
Fontes
221 338 habitantes 201 032 714
49,72 Total 9 995 992 habitantes 201 032 714
Quantidade de
Leitos
(por 1 000
habitantes)
1,71 Público Quantidade
de leitos
344 272 habitantes 201 032 714
Plano Privado
Demais
Fontes
2,47 Total Quantidade
de leitos
495 562 habitantes 201 032 714
Quantidade de
Leitos por Tipo de
Cuidado -
Curativos
(por 1 000
habitantes)
1,47 Público Quantidade
de leitos
296 520 habitantes 201 032 714
Plano Privado
Demais
Fontes
2,15 Total Quantidade
de leitos
432 757 habitantes 201 032 714
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
98 / 149
Indicador Fonte de
Financiamento
Numerador Denominador
Quantidade de
Leitos por Tipo de
Cuidado -
Psiquiátricos
(por 1 000
habitantes)
0,17 Público Quantidade
de leitos
34 125 habitantes 201 032 714
Plano Privado
Demais
Fontes
0,22 Total Quantidade
de leitos
45 094 habitantes 201 032 714
Quantidade de
Leitos por Tipo de
Cuidado - Longo
Termo
(por 1 000
habitantes)
0,04 Público Quantidade
de leitos
8 977 habitantes 201 032 714
Plano Privado
Demais
Fontes
0,06 Total Quantidade
de leitos
11 517 habitantes 201 032 714
Quantidade de
Leitos por Tipo de
Cuidado - Outros
(por 1 000
habitantes)
0,02 Público Quantidade
de leitos
4 650 habitantes 201 032 714
Plano Privado
Demais
Fontes
0,03 Total Quantidade
de leitos
6 194 habitantes 201 032 714
Taxa de Ocupação
de Leitos
Curativos (Agudos)
(em %)
40,18 Público Leitos-Dia 43 485 130 Quantidade
de leitos
296 520
Plano Privado
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
99 / 149
Indicador Fonte de
Financiamento
Numerador Denominador
Demais
Fontes
33,37 Total Leitos-Dia 52 704 592 Quantidade
de leitos
432 757
Altas Hospitalares
Global
(por 1 000
habitantes)
52,84 Público quantidade
de altas
hospitalares
10 623 218 habitantes 201 032 714
30,54 Plano Privado 1 478 960 beneficiários
de planos
privados
48 432 584
2,73 Demais
Fontes
548 031 habitantes 201 032 714
62,93 Total 12 650 209 habitantes 201 032 714
Altas Hospitalares
para Pacientes
com Problemas
Circulatórios
(por 1 000
habitantes)
5,23 Público quantidade
de altas
hospitalares
selecionadas
por
diagnóstico
1 050 607 habitantes 201 032 714
0,00 Plano Privado - beneficiários
de planos
privados
48 432 584
0,00 Demais
Fontes
- habitantes 201 032 714
5,23 Total 1 050 607 habitantes 201 032 714
Altas Hospitalares
para Pacientes
com Câncer
(por 1 000
habitantes)
3,21 Público quantidade
de altas
hospitalares
selecionadas
por
diagnóstico
644 648 habitantes 201 032 714
1,48 Plano Privado 71 473 beneficiários
de planos
privados
48 432 584
0,18 Demais
Fontes
35 311 habitantes 201 032 714
3,74 Total 751 432 habitantes 201 032 714
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
100 / 149
Indicador Fonte de
Financiamento
Numerador Denominador
Tempo Médio de
Permanência de
Internação Global
(em dias)
4,44 Público Quantidade
de leitos-dia
47 154 749 quantidade
de altas
hospitalares
10 623 218
4,66 Plano Privado 6 889 887 1 478 960
4,25 Demais
Fontes
2 329 575 548 031
4,46 Total 56 374 211 12 650 209
Tempo Médio de
Permanência de
Internação para
Parto Normal
(em dias)
2,14 Público Quantidade
de leitos-dia
por
procedimento
selecionado
2 388 748 quantidade
de altas
hospitalares
1 114 460
2,13 Plano Privado 43 498 20 427
1,82 Demais
Fontes
7 517 4 128
2,14 Total 2 439 763 1 139 015
Tempo Médio de
Permanência de
Internação para
Infarto Agudo do
Miocárdio
(em dias)
6,02 Público Quantidade
de leitos-dia
por
diagnóstico
selecionado
448 454 quantidade
de altas
hospitalares
74 439
7,30 Plano Privado 53 161 7 287
6,32 Demais
Fontes
16 307 2 581
6,14 Total 517 922 84 307
Cirurgia de
Revascularização
Coronariana
(por 100 000
habitantes)
11,62 Público quantidade
de cirurgias
por
procedimento
selecionado
23 368 habitantes 201 032 714
4,10 Plano Privado 1 987 beneficiários
de planos
privados
48 432 584
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
101 / 149
Indicador Fonte de
Financiamento
Numerador Denominador
0,34 Demais
Fontes
677 habitantes 201 032 714
12,95 Total 26 032 habitantes 201 032 714
Cirurgia de
Angioplastia
Coronariana
(por 100 000
habitantes)
35,06 Público quantidade
de cirurgias
por
procedimento
selecionado
70 474 habitantes 201 032 714
21,46 Plano Privado 10 394 beneficiários
de planos
privados
48 432 584
1,91 Demais
Fontes
3 847 habitantes 201 032 714
42,14 Total 84 715 habitantes 201 032 714
Cirurgia de
Quadril
(por 100 000
habitantes)
11,00 Público quantidade
de cirurgias
por
procedimento
selecionado
22 116 habitantes 201 032 714
10,79 Plano Privado 5 224 beneficiários
de planos
privados
48 432 584
1,01 Demais
Fontes
2 022 habitantes 201 032 714
14,61 Total 29 362 habitantes 201 032 714
Cirurgia de Joelho
(por 100 000
habitantes)
3,88 Público quantidade
de cirurgias
por
procedimento
selecionado
7 805 habitantes 201 032 714
14,52 Plano Privado 7 031 beneficiários
de planos
privados
48 432 584
0,98 Demais
Fontes
1 976 habitantes 201 032 714
8,36 Total 16 812 habitantes 201 032 714
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
102 / 149
Indicador Fonte de
Financiamento
Numerador Denominador
Taxa de Parto
Cesáreo
(para cada 100
partos)
41,01 Público quantidade
de partos
cesáreos
776 897 quantidade
total de
partos
1 894 324
84,61 Plano Privado 453 227 535 675
94,27 Demais
Fontes
69 061 73 260
51,90 Total 1 299 185 2 503 259
Cirurgia
Ambulatorial de
Catarata
(em %)
92,15 Público quantidade
de cirurgias
ambulatoriais
de catarata
486 492 quantidade
total de
cirurgias de
catarata
527 944
0,03 Plano Privado 8 27 379
0,00 Demais
Fontes
- 21 513
84,34 Total 486 500 576 836
Cirurgia
Ambulatorial de
Tonsilectomia
(em %)
2,45 Público quantidade
de cirurgias
ambulatoriais
de
tonsilectomia
946 quantidade
total de
cirurgias de
tonsilectomia
38 604
0,00 Plano Privado - 17 402
0,00 Demais
Fontes
- 5 710
1,53 Total 946 61 716
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
103 / 149
5 DISCUSSÃO
Neste trabalho foram capturadas algumas das maiores bases de dados em saúde do
Brasil, disponíveis publicamente para download pelo DATASUS, ou quando a base não
estava completamente disponível, foram usados números constantes de publicações
oficiais das entidades responsáveis pela guarda das bases.
A escolha dessas bases é resultado de uma ampla pesquisa das bases de dados em
saúde existentes no Brasil, realizada neste trabalho. A partir da captura dessas bases e
construção de um banco de dados em MySQL, foi feita exploração dos dados com
objetivo de calcular os indicadores de saúde constantes da dimensão “Utilização de
Serviços de Saúde” da publicação Health at a Glance da OCDE.
O objetivo da publicação da OCDE é de promover o benchmark de diversos países em
relação a seus sistemas de saúde. Portanto, com os resultados deste trabalho foi
possível incluir o Brasil na comparação com outros países no que se refere à utilização
de serviços de saúde.
Além do benchmark internacional, também foram feitas, quando aplicável,
comparações entre planos privados de saúde e SUS, e comparação das UFs do Brasil
no âmbito do SUS.
5.1 BENCHMARK
5.1.1 Consultas com Médicos
O primeiro gráfico inclui o Brasil no benchmark internacional, onde observamos que a
média brasileira de 4,1 consultas com médicos por habitante por ano se encontra
abaixo da média dos países da OCDE, que é de 6,6 consultas.
No segundo gráfico posicionamos o Brasil segmentado pela forma de financiamento
das consultas realizadas, isto é, 2,8 consultas por habitante pelo SUS e 5,4 consultas
por beneficiário entre as pessoas que possuem planos privados de saúde. Embora haja
uma diferença significativa no número de consultas por habitante entre o SUS e a
saúde suplementar, nenhum dos dois alcança a média dos países da OCDE, de 6,6
consultas por ano.
O último gráfico abre a informação do SUS entre as UFs do país para que se mostre
por Estado a quantidade média de consultas por habitante por ano.
Vale destacar que este indicador já é divulgado para o Brasil pela OCDE, com valor de
2,7. No entanto, de acordo com a metodologia de cálculo descrita na ficha técnica da
OCDE, eles somente consideram as consultas realizadas no SUS, o que gera uma
subestimação grande do total de consultas realizadas no Brasil, além da informação
estar defasada de três anos, pois eles utilizam os dados do SUS de 2010.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
104 / 149
Gráfico 1 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Consultas com Médicos
Gráfico 2 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Consultas com Médicos
14
,61
2,9
11
,71
1,1
11
10
,59
,98
,28
,17
,77
,47
,47
,17
,16
,86
,86
,66
,56
,56
,46
,46
,26
,26
,26
5 4,7
4,7
4,2
4,1
4,1
4 3,9
3,8
3,7
3,3
2,9
2,8
2,6
2,5
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2,9
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1,1
11
10
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,28
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,77
,47
,47
,17
,16
,86
,86
,66
,56
,56
,46
,46
,26
,26
,26 5,4
5 4,7
4,7
4,2
4,1
4 3,9
3,8
3,7
3,3
2,9
2,8
2,8
2,6
2,5
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
105 / 149
Gráfico 3 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Consultas com Médicos
5.1.2 Consultas por Médico
O gráfico inclui o Brasil no benchmark internacional, aonde quantidade de consultas
por médico por ano chega a um total de 2 587, acima da média dos países da OCDE,
de 2 227.
Este indicador já é divulgado para o Brasil pela OCDE, com valor de 1 470. No entanto,
de acordo com a metodologia de cálculo descrita na ficha técnica da OCDE eles
somente consideram as consultas realizadas no SUS, o que gera uma subestimação
grande do total de consultas realizadas no Brasil, além da informação estar defasada
de 3 anos, pois eles utilizam os dados do SUS de 2010.
Gráfico 4 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Consultas por Médico
3,3
3,3
3,2
3,2
2,9
2,9
2,9
2,9
2,8
2,8
2,8
2,7
2,7
2,7
2,7
2,5
2,5
2,5
2,5
2,4
2,3
2,3
2,3
2,3
2,2
2,2
2,0
1,9
SP
RS
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67
32
56
33
46
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36
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34
07
32
44
31
68
30
76
30
10
27
27
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25
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72
24
42
22
77
21
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21
45
20
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19
49
19
43
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30
19
23
18
94
18
94
18
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17
94
16
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13
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12
98
12
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
106 / 149
5.1.3 Exames de Tomografia Computadorizada
O primeiro gráfico posiciona o Brasil no benchmark internacional, onde observamos
que a média brasileira de 49,7 exames de tomografia computadorizada para cada mil
habitantes por ano é um valor bem inferior a dos outros países, só estando acima da
Finlândia que apresenta 31,7 exames.
No segundo gráfico, quando olhamos para os números do Brasil segmentados entre
SUS e Saúde Suplementar, vemos uma enorme diferença no padrão de realização de
exames de tomografia computadorizada. Enquanto a média para as pessoas que
possuem plano privado é de 107,9 para o SUS é de 22,6.
O último gráfico abre a informação do SUS entre as UFs do país para que se mostre
por Estado como se dá a variação na quantidade de tomografias computadorizadas
realizadas.
Gráfico 5 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Exames de Tomografia
Computadorizada
Gráfico 6 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Exames de Tomografia Computadorizada
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
107 / 149
Gráfico 7 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Exames de Tomografia
Computadorizada
5.1.4 Exames de Ressonância Magnética
O primeiro gráfico posiciona o Brasil no benchmark internacional, onde observamos
que a média brasileira de 29,7 exames de ressonância magnética para cada mil
habitantes por ano está abaixo da média dos países da OCDE, que é de 51,7.
No segundo gráfico, quando olhamos para os números do Brasil segmentados entre
SUS e Saúde Suplementar, vemos uma diferença ainda maior do que a observada nos
exames de tomografia computadorizada. O padrão de realização de exames de
ressonância magnética para as pessoas que possuem planos privados de saúde está
entre os mais altos do mundo, com 103,3 exames em média, ficando apenas atrás da
Turquia e Estados Unidos. Por outro lado para a população que realiza o exame pelo
SUS esta média cai para 4,5, o que representa a mais baixa média de realização deste
exame dentre todos os países incluídos no benchmark.
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
108 / 149
O último gráfico abre a informação do SUS entre as UFs do Brasil para que se mostre
por Estado como se dá a variação na quantidade de ressonâncias magnéticas
realizadas, onde se destaca que o Amapá não apresentou nenhuma ressonância
magnética durante o ano inteiro de 2013.
Gráfico 8 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Exames de Ressonância
Magnética
Gráfico 9 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Exames de Ressonância Magnética
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
109 / 149
Gráfico 10 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Exames de Ressonância Magnética
5.1.5 Equipamentos de Tomografia Computadorizada
O primeiro gráfico mostra que o Brasil possui uma média de 16,38 equipamentos de
tomografia computadorizada para cada milhão de habitantes, enquanto a média de
OCDE é de 24,43. Em comparação com o indicador apresentado anteriormente, de
quantidade de exames de tomografia computadorizada, é possível verificar que países
com uma média de equipamentos por habitante inferior a do Brasil conseguem realizar
um número maior de exames por habitante. Talvez este fato esteja relacionado à
existência de equipamentos subutilizados, ou equipamentos que não estão disponíveis
para o SUS, onde a quantidade média de exames por habitante foi mostrada bem
inferior a da população com planos de saúde.
O segundo gráfico confirma a hipótese apresentada acima, de que existe uma
quantidade bem inferior de equipamentos disponíveis para o SUS, de 8,24
equipamentos para cada milhão de habitantes.
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
110 / 149
Gráfico 11 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Equipamentos de Tomografia
Computadorizada
Gráfico 12 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Equipamentos de Tomografia Computadorizada
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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5.1.6 Equipamentos de Ressonância Magnética
O primeiro gráfico mostra que o Brasil possui uma média de 7,48 equipamentos de
ressonância magnética para cada milhão de habitantes, enquanto a média de OCDE é
de 14,09. Em comparação com o indicador apresentado anteriormente, de quantidade
de exames de ressonância magnética, é possível verificar que países com uma média
de equipamentos por habitante inferior a do Brasil conseguem realizar um número
maior de exames por habitante. Levantamos a mesma hipótese, assim como quando
analisamos os equipamentos de tomografia computadorizada, de subutilização de
equipamentos ou equipamentos que não estão disponíveis para o SUS.
O segundo gráfico confirma que a quantidade de equipamentos é bem inferior no SUS,
de 3 equipamentos de ressonância magnética para cada milhão de habitantes.
Gráfico 13 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Equipamentos de
Ressonância Magnética
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Gráfico 14 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Equipamentos de Ressonância Magnética
5.1.7 Leitos Hospitalares
O primeiro gráfico inclui o Brasil no benchmark internacional dos países da OCDE em
relação à quantidade leitos por 1 000 habitantes, o Brasil apresenta em média 2,47
leitos para cada 1 000 habitantes, sendo o 7º país com a relação leito/habitante mais
baixa.
No segundo gráfico mostramos somente os leitos disponíveis para o SUS, o que indica
que há apenas 1,71 leitos SUS para cada 1 000 habitantes.
Por fim, o terceiro gráfico abre a quantidade de leitos SUS disponíveis por UF, onde
vemos que a variação é de 2,26 leitos no Piauí até 1,4 leitos para cada 1 000 habitantes
no Sergipe.
Gráfico 15 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Leitos Hospitalares
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Gráfico 16 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Leitos Hospitalares
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
114 / 149
Gráfico 17 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Leitos Hospitalares
5.1.8 Leitos Hospitalares por Tipo de Cuidado
Os gráficos abaixo mostram a distribuição percentual dos leitos existentes por tipo de
cuidado: curativos, psiquiátricos, longo termo e outros. A ordem dos países obedece à
quantidade de leitos por habitante calculada no indicador anterior.
Portanto, no primeiro gráfico identificamos que o Brasil possui uma proporção maior
de leitos para cuidados curativos, quando comparados com países que possuem mais
leitos por habitante. Uma baixa relação leito por habitante demonstra que os países
como o Brasil acabam priorizando ter leitos de cuidados curativos a detrimento de
leitos para cuidados psiquiátricos e de longo termo. A mesma análise se mantém para
os gráficos 2 e 3, onde há um predomínio de leitos para cuidados curativos no SUS em
detrimento de leitos para cuidados psiquiátricos e de longo termo. No gráfico 3
observamos ainda que Rio de Janeiro e São Paulo são os estados que mantêm uma
menor proporção de leitos para cuidados curativos em relação às demais UFs,
apresentando assim um a maior proporção de leitos para cuidados psiquiátricos para
o SUS.
2,2
6
2,0
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Pessanha Lima - 2016
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Gráfico 18 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Leitos Hospitalares por Tipo
de Cuidado
Gráfico 19 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Leitos Hospitalares por Tipo de Cuidado
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Curativos Psiquiátricos Longo termo Outros
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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Gráfico 20 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Leitos Hospitalares por Tipo de
Cuidado
5.1.9 Taxa de Ocupação de Leitos para Cuidados Curativos (Agudos)
O primeiro gráfico inclui o Brasil no benchmark dos países da OCDE em relação à taxa
de ocupação dos leitos para cuidados curativos. O Brasil apresenta a menor taxa de
ocupação dentre todos os países da OCDE, de apenas 33,4% de ocupação. Quando
analisamos o gráfico 2, vemos que para os leitos SUS a taxa de ocupação é um pouco
mais elevada, 40,2%, mas mesmo assim está bem abaixo da taxa de ocupação dos
leitos de cuidados curativos em outros países.
Dentre as UFs do Brasil, a que mais se aproxima da média da OCDE para ocupação do
leitos, de 77,3%, é o Distrito Federal que tem uma taxa de ocupação para os leitos SUS
de 56,7%.
Gráfico 21 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Taxa de Ocupação de Leitos
para Cuidados Curativos
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Curativos Psiquiátricos Longo termo Outros
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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Gráfico 22 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Taxa de Ocupação de Leitos para Cuidados Curativos
Gráfico 23 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Taxa de Ocupação de Leitos para
Cuidados Curativos
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
118 / 149
5.1.10 Altas Hospitalares (Global)
O primeiro gráfico mostra que a quantidade de altas hospitalares no Brasil para cada
1 000 habitantes é de 62,9, número bem inferior à média dos países de OCDE, que é
de 155,5.
No segundo gráfico, segmentando as altas no Brasil entre SUS e saúde suplementar,
temos 52,8 e 30,5 altas, respectivamente.
No útimo gráfico abrimos as altas hospitalares do SUS pelas UFs do Brasil e vemos que
o intervalo de variação entre as Ufs vai de 36,1 no Rio de Janeiro até 67,4 no Piauí.
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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Gráfico 24 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares
Gráfico 25 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Altas Hospitalares
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
120 / 149
Gráfico 26 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Altas Hospitalares
5.1.11 Altas Hospitalares para Pacientes com Problemas Circulatórios
O primeiro gráfico mostra que a quantidade de altas hospitalares para pacientes com
problemas circulatórios no Brasil para cada 1 000 habitantes é de 5,2, número bem
inferior à média dos países de OCDE, que é de 19,3, só estando o Brasil acima do
México que possui 2,4 altas para cada 1 000 habitantes.
No segundo gráfico, segmentando as altas para pacientes com problemas circulatórios
no Brasil entre SUS e saúde suplementar, temos 5,2 altas para o SUS e nenhuma alta
informada para a saúde suplementar, o que aponta grave inconsistênia na base de
dados da CIHA, fonte dos dados da saúde suplementar para este indicador.
No útimo gráfico abrimos as altas hospitalares para pacientes com problemas
circulatórios do SUS pelas UFs do Brasil e vemos que o intervalo de variação entre as
Ufs vai de 2,2 em Roraima até 8,1 no Paraná.
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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Gráfico 27 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares para
Pacientes com Problemas Circulatórios
Gráfico 28 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Altas Hospitalares para Pacientes com Problemas Circulatórios
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
122 / 149
Gráfico 29 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com
Problemas Circulatórios
5.1.12 Altas Hospitalares para Pacientes com Câncer
O primeiro gráfico inclui o Brasil no benchmark dos países da OCDE em relação às altas
hospitalares para pacientes com câncer, onde observamos que o indicador calculado
para o Brasil, de 3,7 altas para cada mil habitantes, é a segunda menor taxa entre todos
os países, só ficando acima do México, que teve indicador calculado de 3,0.
No segundo gráfico percebemos que quando segmentamos o Brasil entre SUS e saúde
suplementar, temos 3,2 e 1,5 altas respectivamente, o que são valores bem baixos em
relação aos países da OCDE.
No útimo gráfico abrimos as altas hospitalares para pacientes com câncer do SUS pelas
UFs do Brasil e vemos que o intervalo de variação entre as UFs vai de 1,2 no Pará até
4,8 no Rio Grande do Sul.
Gráfico 30 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Altas Hospitalares para
Pacientes com Câncer
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
123 / 149
Gráfico 31 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Altas Hospitalares para Pacientes com Câncer
Gráfico 32 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Altas Hospitalares para Pacientes com
Câncer
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
124 / 149
5.1.13 Tempo Médio de Internação (Global)
O primeiro gráfico mostra que o tempo médio para uma internação hospitalar no Brasil
é de 4,5 dias quando a média dos demais países da OCDE é de 8,1 dias, chegando ao
máximo de 17,2 dias no Japão.
No segundo gráfico, segmentando as internações no Brasil entre SUS e saúde
suplementar, o tempo médio das internações não é muito diferente entre eles, 4,4 dias
para o SUS e 4,7 dias para a saúde suplementar.
No útimo gráficos abrimos as internacões do SUS pelas UFs do Brasil e vemos que o
estado que vem apresentando um maior tempo médio de internação é o Rio de Janeiro,
com 6,2 dias.
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
125 / 149
Gráfico 33 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Tempo Médio de Internação
Gráfico 34 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Tempo Médio de Internação
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
126 / 149
Gráfico 35 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Tempo Médio de Internação
5.1.14 Tempo Médio de Internação para Parto Normal
O tempo médio de internação para parto normal para os países de OCDE é de 2,9 dias,
e o Brasil apresenta uma média de 2,1 dias de internação, como podemos ver no
primeiro gráfico. Este tempo médio de 2,1 dias é o mesmo tanto para o SUS quanto
para a saúde suplementantas, conforme mostrado no segundo gráfico.
O último gráfico mostra os dias de internação para parto normal no SUS por UF,
apresentado variação desde 1,6 dias no Sergipe até 2,9 dias no Distrito Federal.
Gráfico 36 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Tempo Médio de Internação
para Parto Normal
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Gráfico 37 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Tempo Médio de Internação para Parto Normal
Gráfico 38 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Tempo Médio de Internação para
Parto Normal
5.1.15 Tempo Médio de Internação para Infarto Agudo do Miocárdio
O primeiro gráfico mostra que o tempo médio de internação para infarto agudo do
miocárdio no Brasil está próximo à média dos países da OCDE, 6,1 e 6,8 dias,
respectivamente.
Quando segmentamos o Brasil entre SUS e planos privados vemos que a diferença
aumenta, sendo 6 dias a média de internação para o SUS e de 7,3 dias para a saúde
suplementar, conforme o gráfico 2. Cabe destacar que a média apresentada pela saúde
suplementar neste caso está acima da média dos países da OCDE, de 6,8 dias.
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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O último gráfico mostra que há uma grande variação na quantidade de dias de
internação para infarto agudo do miocárdio entre as UFs do Brasil. Enquanto Distrito
Federal e Rio de Janeiro apresentam 13,7 e 10,2 dias, respectivamente outras UFs têm
uma permanência bem menor, chegando ao mínimo de 3,4 dias no Paraná.
Gráfico 39 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Tempo Médio de Internação
para Infarto Agudo do Miocárdio
Gráfico 40 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Tempo Médio de Internação para Infarto Agudo do Miocárdio
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
129 / 149
Gráfico 41 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Tempo Médio de Internação para
Infarto Agudo do Miocárdio
5.1.16 Cirurgia de Revascularização Coronariana e Cirurgia de Angioplastia
Coronariana
O primeiro gráfico inclui o Brasil no benchmark dos países da OCDE em relação à
quantidade de cirurgias de angioplastia coronariana e cirurgias de revascularização do
miocárdio para cada 100 mil habitantes. Em comparação com os demais países, o Brasil
apresenta uma quantidade de cirurgias relativamente pequena, em torno de 50 para
cada 100 mil habitantes, sendo este o segundo menor número, só ficando na frente do
México.
O segundo gráfico abre a informação do Brasil entre SUS e planos privados, onde
observamos que a grande maioria das cirurgias realizadas e registradas nos sistemas
de informação se dão no SUS.
O último gráfico abre a informação do SUS entre as UFs do Brasil, e percebemos que
alguns Estados sequer informaram em um ano inteiro qualquer realização de cirurgias
deste tipo, como é o caso do Acre e Roraima.
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
130 / 149
Gráfico 42 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Revascularização
Coronariana e Cirurgia de Angioplastia Coronariana
Gráfico 43 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Cirurgia de Revascularização Coronariana e Cirurgia de Angioplastia Coronariana
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Angioplastia Coronariana Revascularização do Miocárdio
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Angioplastia Coronariana Revascularização do Miocárdio
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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Gráfico 44 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Cirurgia de Revascularização
Coronariana e Cirurgia de Angioplastia Coronariana
5.1.17 Cirurgia de Quadril
Os gráficos a seguir mostram a quantidade de cirurgias de quadril para cada 100 mil
habitantes. No primeiro gráfico observamos que em comparação com os países da
OCDE, o Brasil possui uma quantidade de cirurgias de quadril bastante baixa, 14,6
cirurgias para cada 100 mil habitantes, sendo este número bastante inferior à média
dos demais países que é de 161,2 cirurgias para cada 100 mil habitantes.
Quando abrimos no segundo gráfico os números do Brasil entre SUS e saúde
suplementar vemos que esta baixa quantidade de cirurgias de quadril está dividida
quase que igualmente entre SUS e saúde suplementar, com 11 e 10,8,
respectivamente.
No último gráfico observamos que no SUS, o Estado brasileiro que apresenta uma
maior quantidade de cirurgias é o Rio Grande do Sul, com 23 cirurgias para cada 100
mil habitantes.
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Angioplastia Coronariana Revascularização do Miocárdio
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
Pessanha Lima - 2016
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Gráfico 45 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Quadril
Gráfico 46 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Cirurgia de Quadril
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Gráfico 47 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Cirurgia de Quadril
5.1.18 Cirurgia de Joelho
O primeiro gráfico inclui o Brasil no benchmark dos países da OCDE em relação às
cirurgias de joelho realizadas no ano de análise, onde observamos que o indicador
calculado para o Brasil, de 8,4 cirurgias de joelho para cada 100 mil habitantes, é a
segunda menor taxa entre todos os países, só ficando acima do México, que teve
indicador calculado de 3,3.
No segundo gráfico percebemos uma grande diferença entre SUS e saúde suplementar
em realção às cirurgias de joelho, com indicadores calculados de 3,9 para o SUS e 14,5
para a saúde suplementar. Embora a quantidade de cirurgias na saúde suplementar
seja mais que o triplo do SUS, ainda assim os números do Brasil estão bem abaixo da
média dos países da OCDE que é de 120,6 cirurgias para cada 100 mil habitantes.
No último gráfico observamso que as cirurgias de joelho pelo SUS são realizadas muito
pouco na maioria dos estados do Brasil, exceto em Roraima e Sergipe que apresentam
indicadores calculados de 216,2 e 84,2 respectivamente. O padrão de cirurgias de
joelho nestes estados difere bastante dos demais estados do Brasil.
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Gráfico 48 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Joelho
Gráfico 49 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Cirurgia de Joelho
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Gráfico 50 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Cirurgia de Joelho
5.1.19 Taxa e Parto Cesáreo
Os gráfcos a seguir mostram a proporção de cesarianas em relação a todos os partos
ocorridos. No primeiro gráfico, em comparação aos demais países da OCDE, o Brasil é
o primeiro país em cesarianas, apresentando uma taxa de 51,9%, enquanto a média
dos países é de 27,6%.
Quando segmentamos no segundo gráfico o Brasil em SUS e saúde suplementar
observamos que a situação da saúde suplementar é ainda pior, pois esta apresenta a
mais elevada taxa de cesárea dentre todos os países, de 84,6%. O SUS apresenta uma
taxa de cesárea de 41%, o que o faz estar abaixo de alguns países como Chile, México
e Turquia, mas ainda assim o SUS possui uma taxa mais alta do que média dos países
da OCDE.
No terceiro gráfico, abrindo os números do SUS dentre os Estados do Brasil,
observamos que Maranhão, Amapá, Rio de Janeiro, Roraima e Sergipe apresentaram
taxa de cesárea inferior à média dos países da OCDE.
Gráfico 51 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Taxa de Parto Cesáreo
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Gráfico 52 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Taxa de Parto Cesáreo
Gráfico 53 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Taxa de Parto Cesáreo
5.1.20 Cirurgia de Catarata
Os gráficos a seguir apresentam a proporção de cirurgias de catarata realizadas em
ambulatório em relação ao total das cirurgias de catarata realizadas. No primeiro
gráfico observamos que no Brasil 84,3% das cirurgias de catarata realizadas são em
ambulatório, o que é uma proporção bem próxima da média dos países da OCDE, de
83,4%.
No segundo gráfico quando segmentamos o Brasil entre SUS e saúde suplementar
observamos que a grande maioria das cirurgias de catarata realizadas no SUS se dão
em ambulatório, 92,1%, o que mostra uma realidade completamente diferente dos
dados da saúde suplementar onde esta taxa é zerada, ou seja, na saúde suplementar
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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as cirurgias de catarata não são realizadas em ambulatório, ou esta infomação não é
bem preenhida nos bancos de dados.
No último gráfico observamos que no SUS uma grande parte dos estados só realiza
este tipo de cirugia em ambulatório, com taxas de 100%, e que a maioria dos estados
apresenta taxa acima de 80%, com exceção do Mato Grosso do Sul e Tocantins.
Gráfico 54 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Catarata
Gráfico 55 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Cirurgia de Catarata
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Gráfico 56 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Cirurgia de Catarata
5.1.21 Cirurgia de Tonsilectomia (Amigdalectomia)
Diferentemente da cirurgia de catarata, os gráficos abaixo mostram que a cirurgia de
amigdalas quase não é realizada em ambiente ambulatorial no Brasil. No primeiro
gráfico vemos que a proporção de cirurgias de amigdala realizadas em ambulatório
para o Brasil é de 1,5% enquanto a média dos países da OCDE é de 34,1%.
O segundo gráfico mostra que no SUS 2,5% das cirurgias de amigdala são realizadas
em ambulatório e na saúde suplementar este tipo de cirurgia não é realizada em
ambiente ambulatorial.
Quando abrimos o SUS entre as UFs do Brasil vemos que a grande maioria dos estados
não realiza este tipo de cirurgia em ambulatório, com exceção dos estados do Rio
Grande do Sul, São Paulo e Paraná.
Gráfico 57 Benchmark do Brasil com os Países da OCDE para o Indicador de Cirurgia de Tonsilectomia
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Gráfico 58 Benchmark do Brasil por fonte de financiamento com os Países da OCDE para o Indicador de
Cirurgia de Tonsilectomia
Gráfico 59 Comparação entre as UFs do Brasil para o Indicador de Cirurgia de Tonsilectomia
5.2 VALIDAÇÃO Em relação à validação interna foi verificado se a aquisição das bases de dados foi
adequada e se o processo de cálculo dos indicadores refletiu os dados resgistrados
nestas bases.
Para verificar se a aquisição das bases de dados foi adequada, durante o processo de
captura das bases do DATASUS e sua importação para o SQL, foi confirmado que as
bases de dados importadas para o SQL continham a totalidade dos registros e das
variáveis das bases originais do DATASUS.
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Para verificar se as queries para cálculo dos indicadores refletiam os dados registrados
nas bases, quando possível os valores calculados para os numeradores e
denominadores dos indicadores eram comparados com as tabelas extraídas no
tabulador online do DATASUS, o TABNET para verificar se os números eram coerentes.
Na data de importação dos dados usada neste trabalho, esta verificação se mostrou
coerente para todos os indicadores testados.
Em relação à validação externa foi verificado se os indicadores calculados neste
trabalho faziam sentido no contexto do benchmark dos países criado pela OCDE. O
processo de validação foi feito da seguinte maneira:
Caso o indicador já tivesse sido calculado para o Brasil no programa de indicadores da
OCDE, o valor calculado neste trabalho era comparado com o valor divulgado pela
OCDE. Este tipo de verificação foi possível para os indicadores
Consultas com médicos: valor divulgado para o Brasil pela OCDE foi de 2,7, que
representam as consultas por habitante no SUS em 2010. Neste trabalho, calculamos
para o ano de análise, 2013, 2,75 consultas por habitante no SUS.
Consultas por medico: foi divulgada pela OCDE uma quantidade de 1 470 consultas por
ano por médico, levando em consideração as consultas do SUS para o ano de 2010.
Neste trabalho o cálculo do indicador não foi segmentado entre SUS e não SUS pois as
informações foram extraídas do CNES, que não há a informação sobre qual a fonte de
remuneração do médico, se por plano privado de saúde, por pagamento direto do
paciente, etc. A informação que há é se o médico atende ou não SUS. Portanto, como
um mesmo médico pode possuir diferentes tipos de vínculos com estabelecimentos
diversos, o indicador calculado neste trabalho é de 2 587 que representa o total de
consultas por médico no Brasil para o ano de 2013.
Leitos Hospitalares: o valor divulgado para o Brasil pela OCDE é de 2,32 leitos para
cada mil habitantes para o ano de 2012, fazendo a mádia mensal da quantidade de
leitos ao longo do ano registrados no CNES. Neste trabalho foi calculado o valor de 2,47
leitos para cada mil habitantes considerando a quantidade de leitos registrada no CNES
no meio do ano de análise, junho de 2013.
Altas hospitalares: a OCDE divulga para o Brasil o valor de 56 altas para cada mil
habitantes no ano de 2012. Este valor só representa as altas ocorridas no âmbito do
SUS. Neste trabalho, calculamos para o SUS 52,84 altas para cada mil habitantes para
o ano de análise, 2013.
Caso o indicador não tivesse seu valor calculado para o Brasil no programa da OCDE, o
indicador calculado neste trabalho era comparado com os indicadores calculados para
os demais países da OCDE e era verificado se os números do Brasil estavam dentro de
um intervalo coerente que não tornasse seus resultados discrepantes dos demais
países.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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5.3 VANTAGENS E LIMITAÇÕES Este trabalho contribuiu para incluir o Brasil no ranking internacional da OCDE sobre a
utilização de serviços de saúde em vários países. Os indicadores para o Brasil só
puderam ser calculados devido ao grande volume de dados em saúde que há
disponível no Brasil, principalmente os dados do setor público de saúde, o SUS.
No entanto, alguns limites devem ser observados na interpretação dos resultados
encontrados:
- As fichas técnicas de definição dos indicadores da OCDE nem sempre são
exatas quanto à classificação de categorias de doença ou procedimento que se
deseja medir com o indicador. Este fato se deve à codificação de procedimentos
e doenças não ser uniforme em todos os países. Portanto, por vezes, a escolha
dos códigos a serem incluídos ou excluídos em cada indicador pode gerar
diferenças na apuração de seu resultado.
- Os registros contidos nas bases de dados utilizadas podem estar enviesados
por estarem atrelados ao pagamento ou podem estar subnotificados
justamente pelo contrário, isto é, não precisarem de seu registro para
remuneração da assistência prestada. Subnotificação, ou notificação enviesada,
nas bases de dados utilizadas pode gerar distorções nos valores dos
indicadores. No entanto, estas são as bases de dados oficiais existentes no
Brasil e vêm sendo usadas para avaliação do sistema de saúde brasileiro em
diversos estudos e trabalhos técnicos.
- O fato de ainda não se ter uma série completa de um ano do TISS prejudicou o
cálculo dos indicadores para a saúde suplementar. Embora o SIP seja uma fonte
de dados oficial sobre a produção de serviços pelo setor de saúde suplementar,
como os dados são enviados à ANS já agregados, e apenas para
monitoramento, as informações nele contidas têm maior chance de ter viéses.
Por outro lado, caso fosse possível utilizar o TISS neste trabalho, teríamos
acesso a um banco de dados que reflete a cobrança dos serviços prestados, o
que traria maior confiabilidade além de podermos trabalhar com o universo de
todos os procedimentos realizados, e não com o recorte dos procedimentos
selecionados pelo SIP.
- Outra limitação relacionada aos dados da saúde suplementar é que nem todos
os indicadores presentes neste trabalho tinham fonte de informação no SIP.
Para todos estes casos, a informação referente aos serviços prestados a
beneficiários de planos de saúde foram retiradas da CIHA. A informação na CIHA
não pode ser considerada confiável por se tratar de um banco de dados
formada por registros que não estão vinculados ao pagamento, portanto com
muita subnotificação. No entanto, sendo esta a única informação disponível, a
CIHA foi usada nestes casos.
- Sendo o SUS o sistema público universal do Brasil, por definição ele cobre toda
a população. Por este motivo, todos os denominadores dos indicadores
calculados neste trabalho para o SUS contêm toda a população. No entanto,
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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podemos pensar que a população que possui plano de saúde privado não
busca serviços do SUS, mas sim de sua rede contratada através do plano, para
a maioria dos serviços de saúde. O fato de termos optado por não excluir os
beneficiários de planos privados de saúde da população total pode estar
subestimando os valores dos indicadores do SUS cujo denominador deriva da
população.
Apesar do cuidado que se deve ter ao analisar os resultados, os mesmos são válidos,
provêm de bases dados oficiais do país, que são fontes de dados administrativas que
contêm o universo da produção dos estabelecimentos de saúde, e não resultado de
pesquisas, estimativas ou recortes pontuais. Além disso, todas as bases estavam
disponíveis para o ano de análise recomendado pela OCDE para a publicação, o ano de
2013.
Ter incluído no cálculo dos indicadores do Brasil os serviços de saúde que tiveram
outras fontes de remuneração que não o SUS, isto é, saúde suplementar e demais
fontes de financiamento, enriquece os resultados divulgados para o Brasil na
publicação da OCDE. Os resultados alcançados neste trabalho mostram que os
indicadores que já estavam sendo divulgados pela OCDE para o Brasil estão com seus
valores subestimados, uma vez que só estão incorporados os números do SUS.
Para todas as informações utilizadas, com exceção do SIP, elas são provenientes de
bases de dados completas, o que permite uma maior gerência sobre os dados, e
possibilitou mais poder, flexibilidade e controle na exploração dos dados para
apuração dos resultados dos indicadores.
Por fim, o banco de dados construído neste trabalho para o cálculo dos indicadores
representa uma possibilidade de acesso a dados completos de produção de serviços
em saúde no país e pode ser usado para outras análises.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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6 CONCLUSÃO
O estudo teve por objetivo propor e implementar, com base na metodologia da
publicação Health at a Glance da OCDE, o cálculo para o Brasil de 22 indicadores em
saúde que compõem o domínio “utilização de serviços em saúde” da publicação da
OCDE.
Para isto foi feito um levantamento das principais bases de dados nacionais em saúde
disponíveis que posteriormente foram capturadas conforme necessidade através de
técnicas para acessar e tratar o grande volume de dados em saúde no Brasil.
A realização deste trabalho permitiu verificar que os dados em saúde disponíveis
publicamente no Brasil podem ser usados na avaliação do desempenho do sistema de
saúde, e desta forma contribuir para o controle dos processos e implementação de
políticas de saúde visando melhoria geral na qualidade da prestação dos serviços de
saúde à população.
O trabalho permitiu além de incluir o Brasil no benchmark internacional dos países da
OCDE para os 22 indicadores calculados, promover a comparação destes indicadores
entre o setor público de saúde do Brasil, o SUS, e o setor de planos privados de saúde,
a chamada saúde suplementar. Além disso, também foi possível comparar os
indicadores calculados para o SUS para cada UF, demonstrando assim as diferenças na
prestação de serviços de saúde nos estados do Brasil para o setor público.
A análise dos resultados dos indicadores calculados para o Brasil demonstrou que, em
geral, o Brasil comparado com os demais países da OCDE apresenta um desempenho
abaixo da média dos demais países da OCDE, o que indica necessidade de esforços
para atingir um nível mais alto na prestação de serviços em saúde que estão no âmbito
de avaliação dos indicadores calculados.
Quando segmentado entre SUS e saúde suplementar, a análise dos resultados dos
indicadores do Brasil aponta para uma aproximação do desempenho do setor de
saúde suplementar em relação à média dos demais países da OCDE, e por outro lado
um distanciamento do SUS em relação a esta média. Isto evidencia a diferença no nível
de prestação de serviços dentro do Brasil entre o SUS e a saúde suplementar. No
entanto, esta análise foi prejudicada para alguns indicadores cuja fonte de informação
não pôde vir da base de dados oficial da ANS, o SIP/ANS, por se tratarem de
informações não disponíveis neste sistema. Para estes casos, a informação sobre a
utilização dos serviços de saúde do setor saúde suplementar veio da base de dados da
CIHA, que é reconhecidamente uma base onde há grande subnoticação devido à
natureza de seus registros não estarem vinculados à remuneração dos serviços
prestados.
Uma proposta de melhoria na qualidade dos resultados obtidos neste estudo é o uso
da base de dados do TISS/ANS para as informações provenientes do setor de saúde
suplementar. O TISS reflete toda a troca de informações entre os prestadores de
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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serviços de saúde e as operadoras de planos privados de saúde para fins de
pagamento dos serviços prestados. Portanto, analogamente às bases de dados do SUS
que refletem a produção de serviços no setor público, O SIH/SUS e SIA/SUS, para o
setor de saúde suplementar toda a informação de pagamento dos serviços prestados
aos beneficiários de planos de saúde está contida na base de dados do TISS/ANS. No
presente estudo não foi possível a utilização do TISS/ANS pois no período de avaliação,
o ano de 2013, esta base de dados ainda não existia na ANS.
Por último, como aprimoramento e ampliação deste trabalho recomenda-se que para
a próxima edição do Health at a Glance, prevista para 2017 e portanto usando dados
de 2015, sejam calculados os indicadores da dimensão “Produção de serviços de
saúde” considerando-se como fonte exclusiva de informações para a saúde
suplementar a base de dados do TISS/ANS, bem como também avaliar a viabilidade de
expansão de cálculo dos indicadores para o Brasil em outras dimensões da publicação.
Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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Comparando a saúde no Brasil com os países da OCDE: Explorando Dados de Saúde Pública - Cecília
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ANEXOS
A – Códigos SQL utilizados para o cálculo dos indicadores
B – Códigos utilizados para importação das bases de dados
C – Filtros Aplicados em Cada Variável