como ter paz em contextos em que predomina a violência · pessoas ímpias, cujo prazer se encontra...

44
Como Ter Paz em Contextos em que Predomina a Violência Por Silvio Dutra Ago/2018

Upload: vandiep

Post on 26-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Como Ter Paz em Contextos em que Predomina a Violência

Por

Silvio Dutra

Ago/2018

2

A474 Alves, Silvio Dutra Como Ter Paz em Contextos em que Predomina a Violência. Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2018. 44p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Alves, Silvio Dutra. I. Título.

CDD 252

3

Um exame acurado das Escrituras é a única

coisa necessária para alcançarmos corações

sábios que compreendam, que enquanto Jesus

não voltar, a violência não cessará sua ação no

mundo; muito ao contrário, ela sempre

aumentará.

Deus é a única proteção segura para Seu povo,

para aqueles que amam a justiça e a praticam.

Todavia, muitos dos efeitos da violência,

especialmente nestes dias em todo o mundo, e

principalmente em nosso país, há de afetar de

alguma forma a perfeita paz de mente que

poderíamos ter em outro contexto, em que não

prevalecesse a violência e a iniquidade de

pessoas ímpias, cujo prazer se encontra

somente na prática do mal.

Se houvesse a condição e possibilidade de se

viver em um contexto de paz total neste mundo,

não se acharia lugar nas Escrituras para nos ser

ordenado um arrependimento constante e

universal, e muito menos que tenhamos um

coração quebrantado e contrito, que nos leve a

chorar por causa do nosso próprio pecado, e do

que se vê na face da Terra.

Tudo seria perfeita paz e alegria, caso não

houvesse o pecado. Como ele reside em todo

4

coração humano, não há o almejado lugar de paz

na Terra. Ele jamais será achado, porque a

guerra e o mal estão ligados ao próprio homem,

e somente podem ser erradicados pelo sangue

de Jesus Cristo, e não sem que haja a

permanência de resquícios de pecados, em

relação aos quais os crentes são ordenados a

mortificar continuamente.

Este é o motivo da imprecação de Jesus contra

aqueles que amam esta vida, no estado

pecaminoso em que ela existe em sua própria

essência, e riem à socapa com uma alegria

carnal e mundana, ainda que à custa da

verdadeira justiça e santidade. Destes, Ele

afirma que haverão de chorar no dia do justo

juízo de Deus.

“24 Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a

vossa consolação.

25 Ai de vós, os que estais agora fartos! Porque

vireis a ter fome. Ai de vós, os que agora rides!

Porque haveis de lamentar e chorar.

26 Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque

assim procederam seus pais com os falsos

profetas.” (Lucas 6.24-26)

5

A par de toda a iniquidade do coração humano e

todo o mal que se pratica na Terra, Deus conduz

a história e a conduzirá até o desfecho final da

restauração de todas as coisas, e o faz de forma

sobrenatural e magnifica, que não podemos

entender. Tudo faz pela Sua muita sabedoria e

poder, e nada pode lhe frustrar Seus planos

eternos. Ele tudo criou para um determinado

propósito, e o cumprirá por maior que seja a

oposição que o diabo, o pecado e o mundo

possam levantar para tentar impedi-lo.

Todo mal será por fim julgado e condenado, e

todo bem recompensado, naquele dia em que

virá para julgar vivos e mortos.

Todavia, há uma verdade que poucos

conseguem levar em conta, pois é algo que é

feito sem que haja uma declaração direta dos

motivos com que é feito, a saber, que há uma

medida de iniquidade não apenas de nações,

mas também para cada pessoa não regenerada

em particular.

Jesus diz, que todo aquele que não crê nEle

morrerá em seus pecados (João 8.24). A

referência aqui, não se aplica apenas à morte

espiritual e eterna que sucederá a qualquer que

não nascer de novo do Espírito Santo, mas

também ao fato de que há um tempo, que é dado

6

por Deus a cada pessoa para permanecer neste

mundo, e que a retirada de cada um pela morte,

no caso dos ímpios, é feita quando a medida de

iniquidade estabelecida para cada um é

completada.

A alguns é dado viverem na prática da mais

sórdida iniquidade por muitos anos seguidos, o

que servirá somente para aumentar a carga de

seus sofrimentos eternos, quando se completar

a medida da iniquidade deles e o Senhor os

remover pela morte.

Assim, a própria morte é um dos meios de

controle da iniquidade no mundo. Deus a tem

estabelecido especialmente para este fim.

É de fato um milagre, que ainda exista o homem

em prosperidade material, a par de tudo o que o

diabo e o pecado já fizeram e continuarão

fazendo com a intenção de apagar a

humanidade da face da Terra.

Milhões de vidas são ceifadas, mas as gerações

continuam se sucedendo através dos séculos. É

um fato, que a impiedade não é removida

totalmente, ao contrário, até mesmo se

multiplica, porém como a vida prossegue pelo

poder de Deus, não podemos compreender, pois

o salário do pecado é sempre a morte.

7

O Juiz de toda a Terra continua e continuará

sempre a expedir Suas sentenças

condenatórias, mas em Sua grande

longanimidade abrevia e adia Seus juízos, sem

jamais inocentar o culpado; contudo o equilíbrio

de Suas ações justas é tão perfeito, que ainda que

não deixe de visitar o mal com Seus juízos, fica

até mesmo a aparência no mundo, que tudo

segue em paz, sem que haja qualquer controle

da parte de Deus sobre todo o mal que nela se

pratica.

Mas, quando nos entregamos a fazer um exame

paciente nas Escrituras e na própria história da

humanidade, então vemos que todas as ações de

juízos executadas são de tal forma distribuídas

no tempo e em parte distintas do globo, que mal

podemos perceber que são bastante efetivas nos

propósitos divinos.

Terremotos, tsunamis, furacões, tempestades,

nevascas, incêndios, pestes, enfermidades,

guerras, fome, secas, maus governantes, e tudo

o mais que venha da mão de Deus como forma

de juízo sobre a iniquidade, não somente conduz

os homens a esforços solidários para a

sobrevivência e remoção das causas malignas

que lhes têm trazido todas estas coisas, como

também marca alguma forma de temor em seus

corações, que age como um freio em toda a

8

forma de vida dissoluta incontrolável que

teriam, caso fossem deixados somente em

condições tranquilas, enquanto o pecado

grassasse em seus corações.

Pessoas também são vocacionadas para agirem

como agentes controladores da sociedade

(juízes, policiais, professores, etc.), que mesmo

agindo contra a lógica de não poderem acabar

com o mal, continuam regularmente no

exercício de suas funções, para principalmente

punirem os malfeitores.

Deus os tem chamado para o exercício de

autoridade, de modo que a vida social continue

a par de todas as vicissitudes que possam ser

encontradas.

Disto, têm dado testemunho todas as gerações,

sem qualquer exceção.

Tudo isto é feito no homem natural, de modo

que pela inscrição da lei que governa suas

consciências, Deus os conduz, mesmo quando

se declaram ateus, pois não pode ser apagado

aquilo que Deus registrou neles, para agirem

conforme à busca do bem comum, conforme a

inclinação natural que lhes foi dada pelo poder

divino.

9

Ele é o criador e tudo fez conforme lhe apraz.

Cabe destacar, que isto não é feito segundo as

leis do Reino de Deus, que são aplicáveis apenas

aos cidadãos deste reino, que nele entram

através da conversão a Cristo. Para estes há uma

lei diferente que é escrita em seus corações,

pela qual são feitos novas criaturas, adoram ao

Senhor e O amam acima de suas próprias vidas,

suportam com paciência as ofensas que

recebem, amam até mesmo seus inimigos, e

tudo o mais que lhes é ordenado por Cristo.

Não é então, por princípios judaico-cristãos que

o mundo é dirigido, mas por esta lei natural

inscrita no coração de todo homem. Se assim

não fora, o que seria o mundo islâmico, budista,

hinduísta, ateu, comunista, que não é e nunca

foi dirigido por tais princípios?

Usar o nome de Cristo e Suas leis, para impô-las

ao mundo através de ímpios, nunca foi e jamais

será o propósito de Deus, de modo que Ele

mesmo diz, que Seu reino não é deste mundo, e

uma das razões principais é esta - que Suas leis

não podem ser obedecidas por aqueles que não

O amam.

É importante lembrar, que Jesus nos advertiu

que Sua volta se daria como nos dias de Noé, e o

10

motivo do juízo pelo dilúvio foi devido ao grande

aumento da violência na Terra, exatamente o

que temos testemunhado em nossos dias.

Não há, portanto uma solução para este

problema, e seria uma vã esperança de nossa

parte pensar que ações governamentais,

policiais e militares poderão restituir paz social

à nossa sociedade, tão cheia presentemente de

toda forma de violência; não apenas das armas,

mas das drogas, do desrespeito generalizado, de

toda forma de poluição sonora, visual e moral,

pela aceitação da sociedade de práticas

abomináveis na área da música, que sequer

pode ser assim classificada, por toda a

imoralidade que há nas letras de ritmos

satânicos como o do funk e outros.

O sono é perturbado por sons produzidos no

inferno, com batidas em decibéis capazes de

enfermar nossos ouvidos, bem como

escapamentos de veículos de quatro rodas e

motocicletas, acelerados de forma estrondosa

em plena madrugada,

Assaltos, roubos, homicídios à plena luz do dia

em diversas localidades, sem qualquer motivo

que justifique tanta matança de pessoas

indefesas.

11

Não bastasse tudo isto, ainda há a

incompetência e corrupção de agentes

públicos, que agem exatamente na contramão

daquilo a que foram constituídos, que é zelar

pelo bem comum.

Deus e o evangelho têm sido blasfemados.

Nunca os crentes foram tão rejeitados e

zombados. E no outro lado, em plena aprovação

e aplauso se encontram todos aqueles que

praticam a imoralidade abertamente, ou a

aprovam em outros, quando dela se abstêm.

Há inúmeras agendas de iniquidade em pleno

curso, sendo aprovadas pelos magistrados e

poder público, fazendo com que todos aqueles

que lutam por valores e princípios se sintam

intimidados e ameaçados, por simplesmente

afirmá-los publicamente.

Dificilmente, mesmo um crente cheio do

Espírito, que viva nesta cidade, neste país, neste

mundo poderá deixar de afligir sua alma, tal

como Ló fazia diariamente em Sodoma e

Gomorra.

Recentemente, o juiz Marcelo Bretas afirmou

que as pessoas perderam a vergonha por serem

criminosas. Aqui reside o grande mal desta

época, que a torna bastante diferente de dias

12

passados. A perda da vergonha em praticar o

mal - indício de consciências cauterizadas, que

se endureceram contra os alertas naturais que

recebiam para reprovar o mal e aprovar o bem,

e inverteram seus valores de julgamento.

Se alguém consegue estar em plena alegria, paz

e sossego de alma, sem qualquer tipo de aflição

em seu espírito, ou é porque se tornou

insensível em sua consciência, ou então é um

grande ingênuo e desinformado, que não

acompanha as coisas que estão ocorrendo no

mundo.

Não padece dúvida, de que o princípio de dores

a que Jesus se referiu tem se intensificado em

nossos dias, assim como as dores das contrações

da mulher que está em trabalhos de parto.

Há uma criança que será dada ao mundo, o povo

do milênio está prestes a ser levantado no dia do

arrebatamento da Igreja, e tudo parece indicar

que o momento está cada vez mais próximo.

O Senhor disse que não deveríamos temer, ficar

alarmados, com nossos corações turbados, à

vista de todos estes acontecimentos,

especialmente diante de guerras e rumores de

guerras ocorrendo em todas as partes do globo.

Antes, que deveríamos nos alegrar muito com o

13

fato de estar próxima a nossa redenção, quando

todos os crentes serão completamente

aperfeiçoados para reinarem juntamente com

Ele.

Na verdade, sempre houve violência na Terra,

porque ela faz parte de todas as demais

manifestações do pecado que habita na

natureza humana, desde a queda no Éden.

O que houve e tem havido sempre é um maior

ou menor controle restringidor da parte do

Espírito Santo, impedindo que haja um avanço

generalizado que pusesse em risco a

continuidade da vida no planeta.

Quando contemplamos a história da

humanidade, percebemos que enquanto havia

guerras assoladoras em determinadas nações,

outras desfrutavam de paz.

Estas guerras, em sua grande maioria

procederam do comando do próprio Deus, como

forma de exercer juízos sobre a iniquidade e

impiedade das nações.

A própria nação eleita de Israel foi entregue por

Ele à dominação de potências estrangeiras ao

longo de quase toda a sua história no Velho

Testamento, de modo que fossem castigados,

14

sobretudo pela idolatria desenfreada a que

frequentemente se entregavam.

As próprias nações que foram a espada de Deus

para julgar Israel, também viriam a ser julgadas

posteriormente pelo Senhor, em razão da

própria impiedade delas, e isto foi feito

geralmente pela guerra, em que vemos a Assíria

e o Egito sendo assolados por Babilônia, esta

pela Média e pela Pérsia, a Pérsia pela Grécia, e

esta na ocasião oportuna também seria assolada

pela guerra depois do poder de Alexandre

Magno ter passado, com sua morte, para seus

quatro generais.

O Império Romano foi dissolvido em razão da

multiplicação da iniquidade, para nunca mais se

levantar.

O maior pecado de Roma foi a perseguição feroz

que durou mais de trezentos anos contra os

cristãos, e nada adiantou quando Constantino

declarou o Cristianismo como a religião oficial

do Estado, pois o juízo já havia sido determinado

muito antes, e esperava somente pela época

oportuna para sua execução; e o império caiu

pela pressão dos bárbaros.

Presentemente ocorre o mesmo, o juízo sobre as

nações já foi decretado por Deus, para ser

15

executado no tempo do fim, e isto pode ser visto

inclusive, em várias profecias bíblicas.

O fato de o juízo já ter sido decretado indica que

não haverá recuo na iniquidade na Terra, até

que Jesus volte; ao contrário, ela se multiplicará

conforme o próprio Senhor Jesus Cristo

profetizou.

O mistério da iniquidade, o ovo da serpente está

sendo desenvolvido e aguarda pela

manifestação do seu maior produto, que é a

víbora do Anticristo, em sua própria pessoa.

Tudo é feito neste mundo por Satanás, visando a

tal objetivo, em que exercerá o governo direto

sobre todas as nações, por possuir o Anticristo,

que tudo fará mediante o seu poder.

Em razão deste fato, as guerras são realizadas no

mundo, como vimos, em sua grande maioria

provindas da mão do próprio Deus, para gerar

temor nos corações, e que os homens desistam

da prática da violência pelos grandes estragos

que observam, como resultado destas guerras,

especialmente em perdas de patrimônio e

vidas.

16

Não se pode esquecer que a Primeira Grande

Guerra Mundial ceifou mais de 20 milhões de

vidas, e a Segunda, mais de 50 milhões.

São números assombrosos, e o tempo de

duração do conflito também assusta.

Não admira que logo após a Segunda Grande

Guerra, o mundo tenha entrado no que se

chamou de anos dourados, em que a

humanidade tinha como que realizado um pacto

silencioso e informal em favor da paz.

O tempo correu, setenta anos são cumpridos

desde o fim do conflito, e a geração que

testemunhou o mesmo, já não é predominante

no mundo, senão uma nova geração que está

sedenta de violência e não pode ter em

lembrança os horrores daqueles dias.

Alguém perguntará: “Onde fica em tudo isso, o

povo que ama a Deus e a Sua justiça e paz?”

A resposta já foi dada na Bíblia, pois Deus não

nos deixou sem revelação e resposta sobre as

coisas que haveriam de acontecer, e a forma

como Ele preservaria Seu povo.

Temos profecias diretas sobre este cuidado

providencial do Senhor, em todos os profetas,

especialmente nos Profetas Maiores, com

17

destaques em Daniel, e também no livro de

Apocalipse, sem que se exclua os demais livros.

Porventura Hamã conseguiu exterminar o povo

de Israel, conforme era o intento de Satanás, nos

dias da rainha Ester?

Hitler, em dias muito posteriores alcançou o

mesmo intento?

Antes, suas ações contribuíram para o retorno

de Israel à Palestina, e ser reconhecido como

nação soberana em 1948.

A pergunta persiste e não quer se calar:

“Mas no caso particular de um crente vir a ser

vítima desta violência; onde fica a proteção de

Deus?”

Imaginemos a situação extrema; que ela venha

a perder sua vida neste mundo de forma

violenta. Todavia a perderá no outro? Já não tem

recebido a maior proteção de todas contra a

morte, que é a fé em Cristo que lhe garante a

vida eterna?

Nosso Senhor nos tem alertado, para viver sem

um coração turbado enquanto somos enviados

por Ele para o meio de lobos, ou como no dizer

do salmista, que nossa alma viva entre leões.

Nada devemos temer, conforme Ele nos tem

advertido que aqueles que matam o corpo, nada

podem fazer contra o espírito.

18

Nada sucederá ao crente, que não esteja

determinado nos conselhos eternos de Deus.

Quantos não foram destruídos nos dias da

dominação romana no coliseu?

No entanto, nenhum deles caiu sem a

permissão do Senhor, e não foi sem propósito

que morreram, pois com isto se deu o grande

testemunho que prevalece até hoje, que

preferiam a morte do que negar o Nome de Deus

e Sua Palavra.

Estes que são escolhidos por Deus para o

martírio são crentes que foram amadurecidos o

suficiente na fé, para não temerem a morte, pois

de tanto que estão familiarizados com as coisas

celestiais, espirituais e divinas, seu maior desejo

é o de partir deste mundo para as mansões do

céu.

O fraco será tornado forte pela graça do Senhor,

na hora da visitação do martírio. O propósito de

Deus é o de ser glorificado, e como isto poderia

ser obtido com um testemunho débil e covarde

pelos que são martirizados?

Em Sua grande bondade e misericórdia, no

entanto não tem permitido ao longo destes vinte

séculos de cristianismo, que o martírio seja a

regra, senão a exceção, para propósitos

definidos.

19

Seu grande desejo é que tenhamos vida quieta e

sossegada neste mundo, e para isto somos

ordenados a interceder por todos os homens,

especialmente pelos governantes do mundo (I

Timóteo 2.1-3).

Quando a violência se multiplica na Terra, na

forma de atos voltados contra a integridade

física, seja na forma de guerras convencionais,

guerrilhas urbanas ou rurais, no aumento de

crimes contra a vida de pessoas indefesas, há

uma outra forma de violência que lhe dá causa,

e geralmente não é considerada pelo juízo

comum - que está fundada na prática da

profanação, idolatria, blasfêmia, impureza,

enfim, em que a sociedade aja contra a própria

consciência colocada no homem quanto àquilo

que é certo e errado, bom e mau, aprovado e

reprovado.

O padrão do que todo homem deve ser e fazer,

enquanto ser social foi registrado por Deus em

nossa consciência. Quando esta é cauterizada e

passamos a chamar de bem, o mal, e a aprovar o

que deveria ser reprovado, caminhamos na

contramão, e o resultado é que Deus decretará

juízos conta este estado de coisas e os trará à

execução no tempo oportuno.

20

Veja o caso dos amorreus na terra de Canaã. O

juízo contra eles havia sido determinado nos

dias de Abraão, mais foi executado somente

quatrocentos anos depois, nos dias de Josué,

quando foram exterminados pelos israelitas,

uma vez que a medida da iniquidade deles havia

sido completada. Eles não recuaram em suas

práticas malignas; ao contrário foram

crescendo nelas mais e mais - e Deus, já sabendo

em Sua Onisciência que tal ocorreria,

sentenciou o juízo com antecedência.

Exemplos do mesmo tipo se multiplicam na

Bíblia, para nossa instrução, para que não

pensemos que as coisas no mundo estão

ocorrendo sem que haja qualquer controle da

parte de Deus sobre elas.

Este mundo está reservado, de há muito, para

um juízo terrível de destruição pelo fogo. Deus é

longânimo, quer que todos os eleitos sejam

salvos, e uma vez tendo sido completado o

número dos que herdarão a vida eterna, o

mundo estará pronto para o Ceifador, que

reunirá todos os escândalos da Terra, e os

queimará em fogo inextinguível.

Veja como o apóstolo Pedro profetizou sobre

estas coisas:

21

“1 Amados, esta é, agora, a segunda epístola que

vos escrevo; em ambas, procuro despertar com

lembranças a vossa mente esclarecida,

2 para que vos recordeis das palavras que,

anteriormente, foram ditas pelos santos

profetas, bem como do mandamento do Senhor

e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos,

3 tendo em conta, antes de tudo, que, nos

últimos dias, virão escarnecedores com os seus

escárnios, andando segundo as próprias paixões

4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda?

Porque, desde que os pais dormiram, todas as

coisas permanecem como desde o princípio da

criação.

5 Porque, deliberadamente, esquecem que, de

longo tempo, houve céus bem como terra, a qual

surgiu da água e através da água pela palavra de

Deus,

6 pela qual veio a perecer o mundo daquele

tempo, afogado em água.

7 Ora, os céus que agora existem e a terra, pela

mesma palavra, têm sido entesourados para

fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e

destruição dos homens ímpios.

22

8 Há, todavia, uma coisa, amados, que não

deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é

como mil anos, e mil anos, como um dia.

9 Não retarda o Senhor a sua promessa, como

alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é

longânimo para convosco, não querendo que

nenhum pereça, senão que todos cheguem ao

arrependimento.

10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do

Senhor, no qual os céus passarão com

estrepitoso estrondo, e os elementos se

desfarão abrasados; também a terra e as obras

que nela existem serão atingidas.

11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim

desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em

santo procedimento e piedade,

12 esperando e apressando a vinda do Dia de

Deus, por causa do qual os céus, incendiados,

serão desfeitos, e os elementos abrasados se

derreterão.

13 Nós, porém, segundo a sua promessa,

esperamos novos céus e nova terra, nos quais

habita justiça.” (2 Pedro 3.1-3)

“1 Assim como, no meio do povo, surgiram

falsos profetas, assim também haverá entre vós

23

falsos mestres, os quais introduzirão,

dissimuladamente, heresias destruidoras, até

ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que

os resgatou, trazendo sobre si mesmos

repentina destruição.

2 E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e,

por causa deles, será infamado o caminho da

verdade;

3 também, movidos por avareza, farão comércio

de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo

lavrado há longo tempo não tarda, e a sua

destruição não dorme.

4 Ora, se Deus não poupou anjos quando

pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os

entregou a abismos de trevas, reservando-os

para juízo;

5 e não poupou o mundo antigo, mas preservou

a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas,

quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de

ímpios;

6 e, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e

Gomorra, ordenou-as à ruína completa, tendo-

as posto como exemplo a quantos venham a

viver impiamente;

24

7 e livrou o justo Ló, afligido pelo procedimento

libertino daqueles insubordinados

8 (porque este justo, pelo que via e ouvia quando

habitava entre eles, atormentava a sua alma

justa, cada dia, por causa das obras iníquas

daqueles),

9 é porque o Senhor sabe livrar da provação os

piedosos e reservar, sob castigo, os injustos para

o Dia de Juízo,” (2 Pedro 2.1-9)

Ninguém mais do que o rei Davi soube o que era

viver em um contexto de violência.

Desde a sua infância teve que enfrentar um leão,

um urso, e um gigante cruel e blasfemo. Ele teve

que fazer uso da sua espada por quase toda a sua

vida, para enfrentar os violentos e profanos que

eram inimigos declarados do Deus de Israel.

Ele não morreu sob a espada de nenhum deles,

mas em ditosa velhice, porque Deus mostrou,

através da sua vida, o Seu grande poder para

livrar aqueles que nEle confiam, e guardam os

Seus mandamentos.

A melhor forma para se ter paz em contextos em

que predomina a violência, temos no exemplo

de Davi, por sua vida piedosa, pois os que assim

25

vivem estão sob os olhos atentos do Senhor para

serem livrados do mal.

Veja como Ló foi livrado antes dele, e como

Pedro se refere a ele como sendo o exemplo do

que sucede a todos aqueles que vivem de modo

fiel ao Senhor.

Não admira que sejam tantos os “não temas”

que encontramos na Bíblia, que é aplicável não

somente ao que não devemos ter em relação aos

violentos, mas a todas as formas de expressão do

mal, pois Jesus venceu o mundo, e pela fé nEle,

nós também o venceremos

Devemos apenas ser pacientes nas tribulações,

e suportar as provações da nossa fé, através das

quais o Senhor está procurando glória para Si,

pela firmeza que demonstrarmos nelas, não

recuando em seguir ao Senhor, à Sua Palavra, à

Sua vontade.

O profeta Daniel é outro exemplo que temos, de

quem foi maravilhosamente livrado, não

somente da boca dos leões na cova, mas dos

leões humanos que tantas vezes intentaram

contra sua vida. Ele serviu a ninguém menos, do

que o cruel Nabucodonosor, e prevaleceu sobre

ele, ainda que na condição de um servo na sua

coorte. Pelo testemunho de sua vida piedosa e

26

santa foi-lhe concedido interpretar sonhos e

visões, e receber profecias acerca de todas as

coisas que haveriam de suceder até a

consumação de todas as coisas.

O grande alvo destas profecias que lhe foram

dadas pelo Senhor, parte das quais já tiveram

cabal cumprimento cerca de três séculos depois

do profeta, era o de consolar o povo de Deus

quanto a que, ainda que estivessem sob o

domínio de nações perversas e injustas, o

Senhor seria a proteção segura deles, portanto

nada deveriam temer.

Os próprios ímpios são empregados pelo Deus

Todo-Poderoso, para estarem a Seu serviço, não

em projetos espirituais e santos, mas na

execução de Seus juízos e proteção de Seu povo.

Veja o caso do rei Ciro, que subjugaria Babilônia

cerca de duzentos anos depois de Isaías ter

profetizado acerca dele, dando-lhe inclusive o

nome, e o que ele deveria fazer em favor de

Israel a mando do Senhor. Deus o chama de

“meu servo”, não por ser um eleito da salvação

eterna, mas por estar a serviço dEle nas coisas

que havia determinado fazer em favor de Israel,

e contra Babilônia.

27

Digamos com o salmista: A quem temerei? O

Senhor é a minha luz e a minha salvação, o que

poderá me fazer o homem?

“9 Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas

tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se

declaram judeus e não são, sendo, antes,

sinagoga de Satanás.

10 Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis

que o diabo está para lançar em prisão alguns

dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis

tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-

te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2.9,10)

“7 Chamou Moisés a Josué e lhe disse na

presença de todo o Israel: Sê forte e corajoso;

porque, com este povo, entrarás na terra que o

SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus

pais; e tu os farás herdá-la.

8 O SENHOR é quem vai adiante de ti; ele será

contigo, não te deixará, nem te desamparará;

não temas, nem te atemorizes.” (Deuteronômio

31.7,8)

“8 Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes,

medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado

de fazer segundo tudo quanto nele está escrito;

28

então, farás prosperar o teu caminho e serás

bem-sucedido.

9 Nãoto mandei eu? Sê forte e corajoso; não

temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu

Deus, é contigo por onde quer que andares.”

(Josué 1.8,9)

“Disse o SENHOR a Josué: Não temas, não te

atemorizes; toma contigo toda a gente de

guerra, e dispõe-te, e sobe a Ai; olha que

entreguei nas tuas mãos o rei de Ai, e o seu povo,

e a sua cidade, e a sua terra.” (Josué 8.1)

“15 Tendo-se levantado muito cedo o moço do

homem de Deus e saído, eis que tropas, cavalos

e carros haviam cercado a cidade; então, o seu

moço lhe disse: Ai! Meu Senhor! Que faremos?

16 Ele respondeu: Não temas, porque mais são os

que estão conosco do que os que estão com

eles.” (1 Reis 17.15,16)

“5 Foram, pois, os servos do rei Ezequias a ter

com Isaías;

6 Isaías lhes disse: Dizei isto a vosso Senhor:

Assim diz o SENHOR: Não temas por causa das

palavras que ouviste, com as quais os servos do

rei da Assíria blasfemaram de mim.

29

7 Eis que meterei nele um espírito, e ele, ao

ouvir certo rumor, voltará para a sua terra; e

nela eu o farei cair morto à espada.” (2 Reis 19.5-

7)

“12 Que o SENHOR te conceda prudência e

entendimento, para que, quando regeres sobre

Israel, guardes a lei do SENHOR, teu Deus.

13 Então, prosperarás, se cuidares em cumprir

os estatutos e os juízos que o SENHOR ordenou

a Moisés acerca de Israel; sê forte e corajoso,

não temas, não te desalentes.” (1 Crônicas

22.12,13)

“Disse Davi a Salomão, seu filho: Sê forte e

corajoso e faze a obra; não temas, nem te

desanimes, porque o SENHOR Deus, meu Deus,

há de ser contigo; não te deixará, nem te

desamparará, até que acabes todas as obras para

o serviço da Casa do SENHOR.” (1 Crônicas

28.20)

“23 Então, andarás seguro no teu caminho, e não

tropeçará o teu pé.

24 Quando te deitares, não temerás; deitar-te-

ás, e o teu sono será suave.

25 Não temas o pavor repentino, nem a

arremetida dos perversos, quando vier.

30

26 Porque o SENHOR será a tua segurança e

guardará os teus pés de serem presos.”

(Provérbios 3.23-26)

“23 Então, andarás seguro no teu caminho, e não

tropeçará o teu pé.

24 Quando te deitares, não temerás; deitar-te-

ás, e o teu sono será suave.

25 Não temas o pavor repentino, nem a

arremetida dos perversos, quando vier.

26 Porque o SENHOR será a tua segurança e

guardará os teus pés de serem presos.” (Isaías

10.24-26)

“9 Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe a

um monte alto! Tu, que anuncias boas-novas a

Jerusalém, ergue a tua voz fortemente; levanta-

a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aí está

o vosso Deus!

10 Eis que o SENHOR Deus virá com poder, e o

seu braço dominará; eis que o seu galardão está

com ele, e diante dele, a sua recompensa.

11 Como pastor, apascentará o seu rebanho;

entre os seus braços recolherá os cordeirinhos

e os levará no seio; as que amamentam ele

guiará mansamente.” (Isaías 40.9-11)

31

“9 Tu, ó Sião, que anuncias boas-novas, sobe a

um monte alto! Tu, que anuncias boas-novas a

Jerusalém, ergue a tua voz fortemente; levanta-

a, não temas e dize às cidades de Judá: Eis aí está

o vosso Deus!

10 Eis que o SENHOR Deus virá com poder, e o

seu braço dominará; eis que o seu galardão está

com ele, e diante dele, a sua recompensa.

11 Como pastor, apascentará o seu rebanho;

entre os seus braços recolherá os cordeirinhos

e os levará no seio; as que amamentam ele

guiará mansamente.” (Isaías 41.8-15)

“1 Mas agora, assim diz o SENHOR, que te criou,

ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas,

porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu

és meu.

2 Quando passares pelas águas, eu serei contigo;

quando, pelos rios, eles não te submergirão;

quando passares pelo fogo, não te queimarás,

nem a chama arderá em ti.

3 Porque eu sou o SENHOR, teu Deus, o Santo de

Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate

e a Etiópia e Sebá, por ti.

32

4 Visto que foste precioso aos meus olhos, digno

de honra, e eu te amei, darei homens por ti e os

povos, pela tua vida.

5 Não temas, pois, porque sou contigo; trarei a

tua descendência desde o Oriente e a ajuntarei

desde o Ocidente.” (Isaías 43.1-5)

O Senhor Deus eterno que tem feito estas

promessas e muitas outras, terá dito e não

cumprirá?

É Ele como o homem, para que minta?

Há nEle qualquer engano?

Quem entre os Seus servos pode dizer que foi

desapontado, ou desamparado por Ele?

Quando foi que deixou que a confiança e a fé que

têm depositado nEle fossem frustradas?

Grande é a paz dos que nEle confiam, mesmo

quando se encontram sob as mais terríveis

circunstâncias, porque recebem a graça que é

suficiente para sustentá-los com firmeza em

seus corações.

Sabendo o Senhor por quantas tribulações

passariam os Seus servos neste mundo,

antecipou-se dando-lhes várias promessas na

33

Sua Palavra, para que se fortaleçam na fé através

das mesmas - para que confiem inteiramente no

Deus que lhes deu a vida e há de cuidar dela até

o fim, quando os receber em plena segurança no

lar celestial.

“1 Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, ó Israel,

a quem escolhi.

2 Assim diz o SENHOR, que te criou, e te formou

desde o ventre, e que te ajuda: Não temas, ó Jacó,

servo meu, ó amado, a quem escolhi.

3 Porque derramarei água sobre o sedento e

torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu

Espírito sobre a tua posteridade e a minha

bênção, sobre os teus descendentes;

4 e brotarão como a erva, como salgueiros junto

às correntes das águas.” (Isaías 44.1-5)

Deus permite que o mal exista em todo o

mundo, enquanto Seus servos se encontram

aqui embaixo, para que eles testemunhem não

somente o Seu grande poder para livrá-los,

como também para purificá-los, santificá-los,

através das tribulações que os chama a

experimentar.

34

“33 Os sábios entre o povo ensinarão a muitos;

todavia, cairão pela espada e pelo fogo, pelo

cativeiro e pelo roubo, por algum tempo.

34 Ao caírem eles, serão ajudados com pequeno

socorro; mas muitos se ajuntarão a eles com

lisonjas.

35 Alguns dos sábios cairão para serem

provados, purificados e embranquecidos, até ao

tempo do fim, porque se dará ainda no tempo

determinado.” (Daniel 11.33-35)

Esta profecia de Daniel já teve um cumprimento

parcial nos dias de Antíoco Epifânio, no período

Interbíblico, o qual foi um tipo do Anticristo, no

tempo de quem esta profecia será plenamente

cumprida. Aqui se destaca que a prevalência

temporária que lhes foi dada sobre os santos foi

permitida por Deus, para o bem deles, para que

sejam purificados.

Especialmente aqueles que se encontram a

serviço do Senhor, nada devem temer da parte

dos violentos deste mundo, porque Deus os

preservará para cumprirem a missão que lhes

deu, como foi o caso com o profeta Jeremias, que

serviu a Deus em dias muito conturbados:

35

“7 Mas o SENHOR me disse: Não digas: Não

passo de uma criança; porque a todos a quem eu

te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar

falarás.

8 Não temas diante deles, porque eu sou contigo

para te livrar, diz o SENHOR.” (Jeremias 1.7,8)

A Ezequiel que foi contemporâneo de Jeremias,

e cujo ministério se estendeu em Babilônia, foi

feita a mesma promessa de segurança:

“5 Eles, quer ouçam quer deixem de ouvir,

porque são casa rebelde, hão de saber que

esteve no meio deles um profeta.

6 Tu, ó filho do homem, não os temas, nem

temas as suas palavras, ainda que haja sarças e

espinhos para contigo, e tu habites com

escorpiões; não temas as suas palavras, nem te

assustes com o rosto deles, porque são casa

rebelde.

7 Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer

ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.”

(Ezequiel 2.5-7)

A Daniel, que também foi contemporâneo de

ambos foi feita a mesma promessa:

36

“11 Ele me disse: Daniel, homem muito amado,

está atento às palavras que te vou dizer; levanta-

te sobre os pés, porque eis que te sou enviado.

Ao falar ele comigo esta palavra, eu me pus em

pé, tremendo.

12 Então, me disse: Não temas, Daniel, porque,

desde o primeiro dia em que aplicaste o coração

a compreender e a humilhar-te perante o teu

Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por

causa das tuas palavras, é que eu vim.” (Daniel

10.11,12)

Temos vivido em dias muito semelhantes aos

que antecederam e se seguiram ao cativeiro

babilônico de Israel, em que havia grande

iniquidade na Terra, e esta foi a causa do

cativeiro. Assim como viveram Jeremias,

Ezequiel e Daniel, também deverão viver

aqueles que estiverem a serviço de Deus,

fazendo-o de modo fiel como eles, pois contarão

com a proteção divina especial que lhes será

concedida para sobreviverem em tais dias

violentos.

Deus sempre encorajará os Seus servos para

executarem a Sua vontade em meio às

circunstâncias difíceis em que estiverem

vivendo, como fez em relação ao próprio

37

apóstolo Paulo, que tal como nós necessitava

também deste encorajamento:

“9 Teve Paulo durante a noite uma visão em que

o Senhor lhe disse: Não temas; pelo contrário,

fala e não te cales;

10 porquanto eu estou contigo, e ninguém

ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta

cidade.” (Atos 18.9,10)

“23 Porque, esta mesma noite, um anjo de Deus,

de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo,

24 dizendo: Paulo, não temas! É preciso que

compareças perante César, e eis que Deus, por

sua graça, te deu todos quantos navegam

contigo.

25 Portanto, Senhores, tende bom ânimo! Pois

eu confio em Deus que sucederá do modo por

que me foi dito.” (Atos 27.23-25)

Voltamos a Davi, que especialmente nos Salmos

deixou registrado para nós, por inspiração do

Espírito Santo, o seu próprio exemplo pessoal de

como exercia confiança total em Deus nos

grandes e muitos perigos que estava destinado a

enfrentar pelo bem de Israel.

38

“47 Vive o SENHOR, e bendita seja a minha

Rocha! Exaltado seja o meu Deus, a Rocha da

minha salvação!

48 O Deus que por mim tomou vingança e me

submeteu povos;

49 o Deus que me tirou dentre os meus

inimigos; sim, tu que me exaltaste acima dos

meus adversários e me livraste do homem

violento.

50 Celebrar-te-ei, pois, entre as nações, ó

SENHOR, e cantarei louvores ao teu nome.

51 É ele quem dá grandes vitórias ao seu rei e usa

de benignidade para com o seu ungido, com

Davi e sua posteridade, para sempre.” (II Samuel

22.47-51, estas palavras constam também do

Salmo 18)

“3 Sondas-me o coração, de noite me visitas,

provas-me no fogo e iniquidade nenhuma

encontras em mim; a minha boca não

transgride.

4 Quantoàs ações dos homens, pela palavra dos

teus lábios, eu me tenho guardado dos

caminhos do violento.

39

5 Os meus passos se afizeram às tuas veredas, os

meus pés não resvalaram.” (Salmo 17.3-5)

” Ó Deus, salva-me, pelo teu nome, e faze-me

justiça, pelo teu poder.

2 Escuta, ó Deus, a minha oração, dá ouvidos às

palavras da minha boca.

3 Pois contra mim se levantam os insolentes, e

os violentos procuram tirar-me a vida; não têm

Deus diante de si.

4 Eis que Deus é o meu ajudador, o SENHOR é

quem me sustenta a vida.

5 Ele retribuirá o mal aos meus opressores; por

tua fidelidade dá cabo deles.” (Salmo 54.1-5)

“12 Dar-te-ei graças, Senhor, Deus meu, de todo

o coração, e glorificarei para sempre o teu

nome.

13 Pois grande é a tua misericórdia para comigo,

e me livraste a alma do mais profundo poder da

morte.

14 Ó Deus, os soberbos se têm levantado contra

mim, e um bando de violentos atenta contra a

minha vida; eles não te consideram.

40

15 Mas tu, Senhor, és Deus compassivo e cheio

de graça, paciente e grande em misericórdia e

em verdade.

16 Volta-te para mim e compadece-te de mim;

concede a tua força ao teu servo e salva o filho da

tua serva.

17 Mostra-me um sinal do teu favor, para que o

vejam e se envergonhem os que me aborrecem;

pois tu, SENHOR, me ajudas e me consolas.”

(Salmo 86.12-17)

“1 Livra-me, SENHOR, do homem perverso,

guarda-me do homem violento,

2 cujo coração maquina iniquidades e vive

forjando contendas.

3 Aguçam a língua como a serpente; sob os

lábios têm veneno de áspide.

4 Guarda-me, SENHOR, da mão dos ímpios,

preserva-me do homem violento, os quais se

empenham por me desviar os passos.

5 Os soberbos ocultaram armadilhas e cordas

contra mim, estenderam-me uma rede à beira

do caminho, armaram ciladas contra mim.

41

6 Digo ao SENHOR: tu és o meu Deus; acode,

SENHOR, à voz das minhas súplicas.

7 Ó SENHOR, força da minha salvação, tu me

protegeste a cabeça no dia da batalha.

8 Não concedas, SENHOR, ao ímpio os seus

desejos; não permitas que vingue o seu mau

propósito.” (Salmo 140.1-8)

“31 Não tenhas inveja do homem violento, nem

sigas nenhum de seus caminhos;

32 porque o SENHOR abomina o perverso, mas

aos retos trata com intimidade.

33 A maldição do SENHOR habita na casa do

perverso, porém a morada dos justos ele

abençoa.

34 Certamente, ele escarnece dos

escarnecedores, mas dá graça aos humildes.”

(Provérbios 3.31-34)

“9 Eis que vem o Dia do SENHOR, dia cruel, com

ira e ardente furor, para converter a terra em

assolação e dela destruir os pecadores.

10 Porque as estrelas e constelações dos céus

não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se

42

escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua

luz.

11 Castigarei o mundo por causa da sua maldade

e os perversos, por causa da sua iniquidade; farei

cessar a arrogância dos atrevidos e abaterei a

soberba dos violentos.

12 Farei que os homens sejam mais escassos do

que o ouro puro, mais raros do que o ouro de

Ofir.” (Isaías 13.9-12)

“4 Habitem entre ti os desterrados de Moabe,

serve-lhes de esconderijo contra o destruidor.

Quando o homem violento tiver fim, a

destruição for desfeita e o opressor deixar a

terra,

5 então, um trono se firmará em benignidade, e

sobre ele no tabernáculo de Davi se assentará

com fidelidade um que julgue, busque o juízo e

não tarde em fazer justiça.” (Isaías 16.4,5)

“19 Portanto, assim diz o SENHOR: Se tu te

arrependeres, eu te farei voltar e estarás diante

de mim; se apartares o precioso do vil, serás a

minha boca; e eles se tornarão a ti, mas tu não

passarás para o lado deles.

20 Eu te porei contra este povo como forte muro

de bronze; eles pelejarão contra ti, mas não

43

prevalecerão contra ti; porque eu sou contigo

para te salvar, para te livrar deles, diz o SENHOR;

21 Arrebatar-te-ei das mãos dos iníquos, livrar-

te-ei das garras dos violentos.” (Jeremias 15.19-

21)

“5 O SENHOR põe à prova ao justo e ao ímpio;

mas, ao que ama a violência, a sua alma o

abomina.

6 Fará chover sobre os perversos brasas de fogo

e enxofre, e vento abrasador será a parte do seu

cálice.

7 Porque o SENHOR é justo, ele ama a justiça; os

retos lhe contemplarão a face.” (Salmo 11.5-7)

Em face de todo este testemunho da verdade,

devemos viver em toda prudência, conforme

nos é recomendado pelo Senhor, mas com toda

a ousadia de fé, ainda que seja como a da

simplicidade da pomba, que a ninguém faz mal,

e não teme a morte.

Não há evidências de melhoras para este mundo

de trevas, como nunca houve, na verdade, pois

está cheio de perigos visíveis e invisíveis, e

parece que aqueles que são silenciosos e visam

à corrupção do coração são os mais violentos e

perigosos, pois podem nos afastar da comunhão

44

com Deus, e manter a muitos em um

endurecimento que lhes impeça de conhecer a

Cristo e a salvação.

Um Refúgio seguro e sempre presente nos foi

dado por Deus, para que corramos para Ele em

busca de salvação e proteção. O modo de fazê-lo

é vivendo em santidade - quem vive buscando o

pecado à procura do mal, não pode contar com

esta bênção, que está reservada somente para os

justos.

Aos justos o Senhor tem prometido jamais lhes

abandonar ou desamparar (Hebreus 13.5), de

modo que podem ter a certeza de contar com

Seu cuidado em tudo o que fizerem, desde que

não coloquem o Senhor à prova, tentando-O,

andando por onde não deveriam andar, ou

fazendo aquilo que não deveriam fazer.