como se deus não existisse

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Como se Deus não existisse... Uma maneira perigosa de viver. Um romance onde ação, suspense, sequestro, acidente, amor e filosofia se misturam para prender e manter a atenção do leitor. A vida antes e depois de Cristo. Uma história misteriosa e envolvente que vai transformar vidas. Autor: Eliezer Magalhães

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Page 3: Como se Deus não existisse

Copyright2012 porEliézer dos Santos Magalhães

Publicado no Brasil com a devidaautorização e com todos os direitosreservados pela

A. D. Santos EditoraAl. Júlia da Costa, 21580410-070 - Curitiba - Paraná - Brasil+55(41)[email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

MAGALHÃES, Eliézer dos Santos

Como se Deus não existisse / Eliézer dos Santos Magalhães – Curitiba:A. D. Santos Editora, 2012. 184 p.

ISBN – 978-85-7459-279-4

1. Deus, experiência humana 2. Cristianismo

3. Espiritualidade

CDD – 231.7

1ª edição: Junho / 2012 – 3.000 exemplares.

Proibida a reprodução total ou parcial,

por quaisquer meios a não ser em citações breves,

com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:

CapaIgor Braga

Editoração:Manoel Menezes

Acompanhamento Editorial:Priscila Laranjeira

Impressão e acabamento:Gráfica Exklusiva

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Prefácio

Éimpossível falar sobre o livro “Como se Deus não exis-tisse” sem falar sobre o autor, pois o mesmo é o reflexo

da preocupação para com as pessoas que, influenciadas pelasfilosofias da pós-modernidade têm assumido uma posturacética para com a existência de Deus e sua revelação, a BíbliaSagrada.

A preocupação de Eliézer Magalhães reflete a sua pró-pria jornada de vida e fé. Dono de uma mente brilhante, comgrande capacidade lógica, criado em um lar cristão com valo-res fortes, precisou responder, por si mesmo, muitas ques-tões que levanta neste romance.

Sua preocupação é responder o que grande apóstoloPedro nos ensinou em sua carta: “Tenham no coração devocês respeito por Cristo e o tratem como Senhor. Estejamsempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedirque expliquem a esperança que vocês têm.”

Apesar de ser uma ficção retrata situações que tenhovisto e ouvido, diariamente, de várias pessoas e que retratama realidade, tanto do ceticismo como de uma fé viva em Deuspessoal que se revela àqueles que o buscam com inteireza decoração.

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Assim, espero que a leitura de “Como se Deus não exis-tisse” o surpreenda e o ajude a perceber as possibilidades dopoder e da graça de Deus em sua própria vida.

Paschoal Piragine Jr.Pastor da Primeira Igreja Batista de Curitiba/Paraná

Doutor em Ministérios

Presidente da Convenção Batista Brasileira

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Índice

Capítulo 1 – O nascimento de um cético. . . . . . . . . . . . . . . . 1

Capítulo 2 – Sonhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Capítulo 3 – Reminiscência ou revelação? . . . . . . . . . . . . . . 16

Capítulo 4 – Lugar incomum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Capítulo 5 – Silêncio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

Capítulo 6 – A explosão e o poema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

Capítulo 7 – Orgulho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

Capítulo 8 – Túneis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

Capítulo 9 – De volta aos trilhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

Capítulo 10 – Criados ou evoluídos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

Capítulo 11 – Acordada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73

Capítulo 12 – De partida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76

Capítulo 13 – Invadindo e arrombando. . . . . . . . . . . . . . . . 84

Capítulo 14 – Certo ou errado? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

Capítulo 15 – Passos perigosos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

Capítulo 16 – O problema do mal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

Capítulo 17 – Desconcerto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113

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Capítulo 18 – E conhecereis a verdade . . . . . . . . . . . . . . . 116

Capítulo 19 – Entre lágrimas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124

Capítulo 20 – Antes de Cristo / Depois de Cristo. . . . . . . . 127

Capítulo 21 – Por uma porta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135

Capítulo 22 – A Bíblia no banco dos réus . . . . . . . . . . . . . . 137

Capítulo 23 – A escolha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152

Capítulo 24 – Morrer ou viver . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155

Capítulo 25 – Nos jardins de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157

Capítulo 26 – Acordado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171

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Capítulo 1

O nascimento de um cético

Ovento oriental traz consigo uma massa de ar quente vindado litoral, enquanto do sul o frio parece planar silenciosa-

mente sobre o planalto paranaense. Como de costume, o pontode encontro entre as forças da natureza se dá em Curitiba, que amil metros de altitude se revela bela e delicada, já acostumada àsinúmeras pancadas de chuva e repetidas alterações climáticasdurante o dia. O ar abafado curitibano é rapidamente substituídopor uma chuva fina e entediante, gélida, como o usual. Algo queMarcelo estava bem acostumado, pois quando este clima invadea cidade, pode levar dias para ir embora. Por isso, ele se acomodaconfortavelmente em sua cama sob dois edredons pesados, pre-parando-se para dormir.

A cortina aberta à sua frente revela um céu negro, porémsem estrelas. Após ajeitar a cabeça no travesseiro, observa atra-vés da janela as imensas nuvens cinza a deslizar vagarosamentena imensidão. Ouve o vento frio assoviando entre as árvores, e alua crescente que entre uma nuvem e outra se revela intocável.

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Imagens e sons que transportam seus pensamentos a umamemória longínqua de sua infância.

Marcelo se recorda de estar deitado sobre a relva do quin-tal, ao lado de seu pai, observando o céu estrelado que se descor-tinava de um ponto ao outro da imensidão. Tempos muito feli-zes de sua infância. Seu pai lhe dizia: “Nunca duvide que Deus oama, meu filho, ainda que possa parecer o contrário! – Respirouprofundamente e apontou para o “Cruzeiro do Sul” – “Olhepara as estrelas! Mesmo quando as nuvens não nos deixamvê-las, sabemos que ainda assim estão lá”. Seu pai abaixou o bra-ço, envolvendo-o – “O amor de Deus por você, meu filho, écomo as estrelas. Muitas vezes, certas nuvens em nossa vida difi-cultam a visão, e não conseguimos enxergar o seu amor. Os pro-blemas e as dificuldades são como estas nuvens que passam emnossa vida tentando ofuscar o amor de Deus. Mas, a verdade,meu filho, é que o amor dele está sempre lá. Não esqueça disso”.Seu pai o abraçava forte, e Marcelo sentia-se seguro. Um senti-mento que ficaria impresso em sua memória por toda a vida.

Uma semana depois, numa madrugada fria de junho, suamãe sai aflita de casa após receber uma ligação misteriosa. Apósvárias horas esperando na casa do vizinho, sua mãe retorna aoamanhecer com a feição de quem tinha chorado muito, deixan-do claro para o pequeno Marcelo que algo terrível havia aconte-cido. Seu pai havia morrido abruptamente num acidente de car-ro. Seria golpe do destino ou má sorte? Marcelo não sabia o quepensar naquela idade. A tristeza e o desalento de perder um paitão cedo na vida foram como uma punhalada em seu coração.De certa forma, para Marcelo era como se também tivessemorrido com ele.

Com o tempo acabou desenvolvendo uma personalidadeintrospectiva e ao crescer foi aos poucos se convencendo de quetalvez seu pai estivesse profundamente equivocado, pois jamais

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existiria um Deus num mundo como o nosso; não um que deixa-ria um pai de família morrer de maneira tão súbita deixando aesposa e um filho pequeno. Este “Deus de amor” que seu paicostumava falar quando pequeno parecia agora um personagemde historinha infantil. Um conto de fadas! Um conto de terror!

Após tantas lembranças, algumas boas e outras doloridas,o cansaço finalmente venceu seus olhos, que se renderam aosono.

Marcelo é um homem inteligente e culto, sempre atento aquase tudo quanto pode estar. Lê o seu jornal diariamente, suasrevistas quinzenais, além de ler em média dois livros por mês, oque acha pouco, pois vive se cobrando por uma maior disciplinade leitura. Para ele a leitura é o alimento da mente.

Com seus trinta e dois anos, Marcelo tem duas faculdadescursadas e um mestrado em andamento. Cursou Direito e Filo-sofia, e agora faz um mestrado na área de direito tributário.Estudou num colégio público quando criança, e precisou seesforçar muito para chegar aonde chegou. Sua mãe, comoempregada doméstica, precisou trabalhar duro para sustentá-lo.Marcelo é muito grato a ela, pois se não fosse seu esforço jamaisconseguiria ter entrado numa universidade.

Marcelo ama seus livros, faz coleção de miniaturas de car-ros, e adora comprar filmes antigos. Excentricidades que se dáao direito de ter pelo fato de não possuir vícios, diz a si mesmo.Sempre que pode Marcelo foge para o cinema, mesmo que sozi-nho, pois não abre mão de um bom lançamento! Já chegou aassistir três sessões seguidas em sexta-feira de múltiplas estreias.Ele não é apenas um cinéfilo de carteirinha, para Marcelo, ocinema é o seu refúgio. Sua igreja!

Mas, o que Marcelo mais ama no mundo é a sua namorada,a bela e inteligente Kelly. Ele havia namorado inúmeras mulhe-

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res antes, mas nenhuma chegou a mexer tanto com sua cabeçaquanto ela. Havia algo em sua voz que o conquistou desde a pri-meira vez que a ouviu. Como se o timbre levemente rouco desuas cordas vocais o houvesse enfeitiçado. Uma suavidade docee tão feminina que prendia totalmente a atenção enquanto Kellyfalava.

Marcelo era totalmente apaixonado por ela! Amava suapele morena e cabelos castanhos, uma textura rara e inconfundí-vel que só Kelly possuía. Seus olhos verdes contrastavam em seurosto feminino de uma maneira tão graciosa que era impossívelnão chamar a atenção das pessoas quando ela passava. Marcelosabia que era uma garota preciosa demais para ser tratada comomais uma.

Kelly também costumava surpreender Marcelo com suasideias, e não muito raramente o deixava de queixo caído comconclusões excepcionais. Para Marcelo ela é uma “mulher paracasar, pois é linda e possui conteúdo”, dizia orgulhoso aos seusamigos.

Só havia um problema com Kelly, dizia Marcelo. Com seismeses de namoro ela começou a frequentar uma igreja evangéli-ca, convidada por uma amiga. Aos poucos se tornou uma fre-quentadora assídua, e foi aí que os problemas começaram paraMarcelo. Kelly começou a levar muito a sério os assuntos daIgreja e da Bíblia, e Marcelo havia se tornado mais ateu que qual-quer pessoa que ela conhecia. O Cristianismo dela era comouma pedra no seu sapato, da mesma forma que o seu ateísmo setornava uma pedra no dela!

No início era difícil para Marcelo ter que ouvir repetida-mente de sua namorada, frases como: “Deus fez isso”, ou “Deuso abençoe”. É claro que o desejo de estar com ela era tão grandeque valia à pena suportar estes pequenos inconvenientes! Ele aachava linda, e acima de tudo sentia-se muito bem ao seu lado.

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Porém, chegou uma altura do namoro que um simples: “se Deusquiser”, lhe fazia ter calafrios, e foi quando tiveram a primeira, etambém a última briga a respeito de Deus. Marcelo despejoupalavras e conceitos filosóficos a respeito do que, em suas pala-vras, era a “maior farsa de todos os tempos”. Recitou calma-mente Nietzsche, Marx, lembrou palavras de Sartre, e terminouseu discurso de desabafo com a teoria evolucionista de Darwin.Suas concepções estavam profundamente enraizadas e emboraKelly soubesse desde o início do namoro que ele não cria naexistência de Deus, não sabia que possuía tamanha aversão efundamentação a qualquer referência a Ele. Ficou tão surpresaque se calou em todo o discurso. Marcelo não sabia se o silêncioera por falta de argumentação, ou simplesmente por ela estarchocada com o que ouvia. Na verdade ele estava tão transtorna-do que enquanto não terminasse de despejar sua raiva guardadacontra Deus e toda aquela situação não pararia para ouvir Kelly.

A “conversa” terminou seca e o silêncio durou duas sema-nas. Depois de tentar contatá-la inúmeras vezes, foi ela quemtelefonou, dizendo que estava profundamente transtornadacom o que havia ouvido, mas que iria respeitar sua posição a res-peito de Deus se ele fizesse o mesmo para com ela. Kelly falouque daria apenas uma chance ao relacionamento dos dois, e casoeste tipo de conversa acontecesse novamente, ela terminaria onamoro, pois jamais abandonaria Deus e a igreja. Somente assimpoderiam continuar namorando. Ela disse: “vou continuar oran-do por você”, e ele deu de ombros fingindo não ter ouvido. Mar-celo não poderia tentar convencê-la a sair de sua igreja, o queMarcelo obviamente aceitou sem reclamar.

Algum tempo depois estavam aparentemente tão bemquanto antes. Como um oceano mítico, que por fora aparentacalmaria, mas que no profundo esconde os mais terríveis eassustadores monstros marinhos, assim havia se tornado o rela-

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cionamento dos dois. Embora soubesse que para Kelly era umincômodo namorar um ateu, para ele agora, dizia não haver maisproblema algum namorar uma cristã. Afinal, “se faz bem paraela, que mal deve haver?”, falava a si mesmo e aos amigos.

Tiveram várias conversas a respeito de Deus após a briga,porém sempre se lembravam do compromisso que haviam feitode não brigarem mais, pois respeitariam um ao outro. De vez emquando Kelly ainda repetia a Marcelo que continuava a orar porele, e como de costume as palavras pareciam entrar por um ouvi-do e sair pelo outro. Marcelo ignorava, esperando que um diaKelly entendesse que na verdade Deus jamais ouviria oraçãoalguma, pois para ele não existia Deus algum. Kelly, no entantorespondia sempre com uma pergunta: “Mas, e se Deus existir?”

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