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Page 1: Como manter o foco em ambientes de trabalho barulhentos · É ser capaz de retomar o foco cada vez mais rapidamente e por mais tempo. E isso você não vai aprender lutando contra

Como manter o foco em ambientes de trabalho barulhentos Retirado de magaiver.com.br

Escrito por Eduardo Fernandes em 13/08/2008 - 21:23

Neste exato momento, estou em SP, escrevendo num Starbucks. O ambiente tem todo tipo de distrações que você puder imaginar: de James Taylor cantando no rádio a vários adolescentes nas mesas ao lado. No cotidiano, vários de nós temos que conviver com locais de trabalho mais ou menos assim. Como fazer para se concentrar e dar conta das suas tarefas?

Primeiro, entender quais os tipos de distração que podemos enfrentar:

1. Distrações ruído de fundo. São as mais fáceis de lidar. Por mais incômodas que sejam, o cérebro é capaz de isolar a informação e deixar de dar significado consciente a ela. Em outras palavras, você não presta muita atenção. Se deixar de resistir, se deixar de tentar lutar contra a distração, se não der realidade demais a ela, seu cérebro rapidamente se encarregará de produzir uma concentração sem esforço. Isso é um processo tão natural que não percebemos, por exemplo, o ruído da nossa própria respiração, embora ele esteja lá o tempo todo.

2. Distrações-requisições. Acontecem quando alguém se dirige diretamente a você. Por exemplo: digamos que esteja trabalhando em casa e seus filhos queiram atenção. Muitas vezes, não é possível simplesmente ignorar situações como essa. Você vai ter que parar, ouvir e negociar quando e como vai poder atender a quem o interrompeu. Nesses momentos, a melhor saída é ter um bom sistema para anotar onde parou. Um simples bloco de notas pode ajudar. Não confie na sua memória. Você pode demorar vários minutos até lembrar o que estava fazendo antes.

3. Auto-distrações. Quando você, de alguma forma, quer ser distraído. Ou seja: começa a visitar sites aleatoriamente, procrastinar, se perder nos próprios pensamentos. Em especial, estados emocionais aflitivos podem distraí-lo completamente. Eles aparecem quando você quer martelar para si mesmo que tem a pior vida do universo, que tudo lhe dói, que o mundo é horrível etc. Ou que está atarefado demais, entediado etc. Geralmente, gostamos de fazer essas cenas em público, para que recebamos algum tipo de colo - muitas vezes totalmente imaginário, como postar uma reclamação no Twitter e pensar que alguém a leu, mesmo que não tenha recebido qualquer feedback.

As auto-distrações são as mais difíceis de evitar. Mas também são as mais reveladoras. Porque deixam claro que a distração não está exatamente no ambiente de trabalho. Mas na sua cabeça. Você pode se isolar numa caverna, fechar todos os programas divertidos do computador, mandar o universo parar de se expandir. Nada vai adiantar.

Ainda mais se você estiver envolvido no processo de criar uma tragédia pessoal. Quer dizer, um conjunto formado por um personagem e uma situação para odiar, evitar e repelir.

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Por mais estranho que pareça, isso pode ser extremamente divertido. Muita gente prefere passar o dia reclamando de si mesmo a enfrentar uma planilha supostamente chata. Quando finalmente cria coragem, vê que ela não era tão horrível assim. E, ao trabalhar nela, você acaba criando um estado de “fluxo”, no qual esquece do próprio sofrimento por alguns instantes.

Já escrevi isso antes aqui, mas não custa repetir. Concentração não é necessariamente ficar atônito, babando fixamente num só objeto ou situação. É ser capaz de retomar o foco cada vez mais rapidamente e por mais tempo. E isso você não vai aprender lutando contra o mundo, nem medindo seu “desempenho”. Vai precisar relaxar, fazer amizade consigo mesmo, ser capaz de dançar no meio das inúmeras informações que circulam pelo cérebro. Desconcentrou? Retome o foco gentilmente. Sem transformar a situação numa queda da Bastilha.