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Como Funciona a União Europeia Guia das instituições da União Europeia União Europeia

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Como Funciona a União EuropeiaGuia das instituições da União Europeia

União Europeia

A União Europeia (UE) não é uma fede-ração como os Estados Unidos da América,nem é uma mera organização intergover-namental como as Nações Unidas. Possui,de facto, um carácter único. Os seusEstados-Membros continuam a ser naçõessoberanas e independentes, mas congre-garam as suas soberanias — ganhandoassim maior força e maior influênciacolectivas.

Tal significa a tomada de decisões comunsatravés de instituições comuns como oParlamento Europeu, o Conselho e aComissão Europeia. Mas o que faz cada

instituição? Como trabalham em conjunto? Quem é responsável por quê?

Este guia dá as respostas numa linguagem clara e simples. Apresenta igual-mente uma panorâmica geral das agências e outros organismos que partici-pam no funcionamento da União Europeia. Trata-se de um guia útil paracompreender o actual sistema de tomada de decisões na UE.

PT

NA-76-06-088-PT-C

ISBN 92-79-02237-7

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A presente brochura está igualmente disponível na Internet, juntamente com outras explicações claras e sucintas sobre a União Europeia, em: europa.eu/comm/publications

Comissão EuropeiaDirecção-Geral da Imprensa e da ComunicaçãoPublicaçõesB-1049 Bruxelles

Manuscrito concluído em Junho de 2005

Capa: Parlamento Europeu

Os dados de catalogação encontram-se no final da presente publicação

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2006

ISBN 92-79-02237-7

© Comunidades Europeias, 2006Reprodução autorizada

Printed in Germany

IMPRESSO EM PAPEL BRANQUEADO SEM CLORO

União Europeia

Estados-Membros da União Europeia

Países candidatos

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Como Funciona a União EuropeiaGuia das instituições da União Europeia

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Índice

Introdução à União Europeia

Os tratados

Processo de tomada de decisões da União Europeia

O Parlamento Europeu: a voz do povo

O Conselho da União Europeia: a voz dos Estados-Membros

A Comissão Europeia: velar pelo interesse comum

O Tribunal de Justiça: garantir o respeito da legislação

O Tribunal de Contas Europeu: fiscalizar as contas da União Europeia

O Comité Económico e Social Europeu: a voz da sociedade civil

O Comité das Regiões: a voz do poder local e regional

O Banco Europeu de Investimento: financiar projectos da UE

O Banco Central Europeu: gerir o euro

O Provedor de Justiça Europeu: investigar as queixas dos cidadãos

A Autoridade Europeia para a Protecção de Dados: salvaguardar aprivacidade dos cidadãos

As Agências

Uma perspectiva para o futuro

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Introdução à União Europeia

União Europeia (UE) é uma família de países europeus democráticos que tra-balham em conjunto para melhorar a vida dos seus cidadãos e construir ummundo melhor.

São as «querelas de família» e as crises ocasionais que fazem notícia nas primei-ras páginas dos jornais mas, longe das câmaras, a UE é, de facto, um êxito notá-vel. Em pouco mais de meio século, garantiu a paz e a prosperidade na Europa,criou uma moeda única europeia (o euro) e um «mercado único» sem fronteirasonde as pessoas, os bens, os serviços e os capitais circulam livremente. Tornou-seuma potência comercial de primeira grandeza e lidera, a nível mundial, a evolu-ção dos acontecimentos em áreas como a protecção do ambiente e a ajuda aodesenvolvimento. Não admira, portanto, que tenha passado de 6 a 25 membros eque mais países aguardem a sua vez de aderir.

O êxito da União Europeia deve-se, em larga medida, ao seu modo de funciona-mento pouco comum, já que a UE não é uma federação como os Estados Unidosda América, nem é uma mera organização de cooperação intergovernamentalcomo as Nações Unidas. Possui, de facto, um carácter único. Os países que per-tencem à UE (os «Estados-Membros») continuam a ser nações soberanas e inde-pendentes, mas congregaram as suas soberanias para ganharem uma força euma influência no mundo que nunca poderiam ter individualmente.

Congregação de soberaniassignifica, na prática, que osEstados-Membros delegamalguns dos seus poderes eminstituições comuns quecriaram, de modo a assegu-rar que os assuntos de inte-resse comum possam serdecididos democratica-mente ao nível europeu.

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Desafios como a prevenção das alterações climáticas e a protecção

do ambiente apenas podem ser enfrentados através da cooperaçãointernacional. A UE encontra-se na

vanguarda destas acções. © do

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As três principais instituições com poder de decisão são:

• o Parlamento Europeu (PE), directamente eleito, que representa os cidadãos da UE;

• o Conselho da União Europeia, que representa os Estados-Membros;

• a Comissão Europeia, que tem por missão defender os interesses de toda a União.

Este «triângulo institucional» está na origem das políticas e da legislação que seaplicam em toda a UE. Em princípio, é a Comissão que propõe a nova legislação,mas são o Parlamento e o Conselho que a adoptam.

O Tribunal de Justiça assegura o cumprimento da legislação europeia e oTribunal de Contas fiscaliza o financiamento das actividades da União.

Existem diversos outros órgãos que desempenham um papel fundamental nofuncionamento da UE:

• o Comité Económico e Social Europeu representa a sociedade civil, os empre-gadores e os trabalhadores;

• o Comité das Regiões representa as autoridades regionais e locais;

• o Banco Europeu de Investimento financia projectos de investimento da UE e ajuda as pequenas empresas através do Fundo Europeu de Investimento;

• o Banco Central Europeu é responsável pela política monetária europeia;

• o Provedor de Justiça investiga as queixas relativas a casos de má administra-ção por parte das instituições ou dos organismos da UE;

• a Autoridade Europeia para a Protecção de Dados salvaguarda a privacidadedos dados pessoais dos cidadãos.

Há ainda uma série de agências especializadas, que foram criadas para assumi-rem certas missões técnicas, científicas ou de gestão.

Os poderes e responsabilidades das instituições da UE e as regras e procedimentosque devem seguir estão consagrados nos Tratados em que se baseia a UniãoEuropeia. Os tratados são aprovados pelos presidentes e primeiros-ministros de to-dos os Estados-Membros e ratificados pelos parlamentos nacionais.

Os capítulos que se seguem descrevem os tratados e as instituições europeias, ex-plicando o que cada instituição faz e como se relacionam entre si. Apresentaigualmente uma panorâmica geral das agências e outros organismos que partici-pam no funcionamento da UE. O nosso objectivo consiste em apresentar umaimagem clara do funcionamento da União Europeia.

Como Funciona a União Europeia

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Com os três primeiros tratados foram instituí-das as três «Comunidades Europeias», isto é, osistema de tomada de decisões conjuntas nosdomínios do carvão, do aço, da energia nu-clear e outros grandes sectores das econo-mias dos Estados-Membros. As instituiçõescomunitárias — criadas para gerir o sistema —foram fundidas em 1967, sendo assim insti-tuídos um Conselho único e uma Comissãoúnica.

A CEE, para além das suascompetências em matériaeconómica, abarcou gra-dualmente uma vastagama de responsabilida-des, nomeadamente nasáreas das políticas social,ambiental e regional.Uma vez que foi deixandode ser uma comunidadeunicamente económica, oquarto tratado (Maas-tricht) atribuiu-lhe umnovo nome, passando a ser simplesmente «aComunidade Europeia»(CE).

Em Maastricht, os gover-nos dos Estados-Membrosconcordaram igualmenteem trabalhar em conjunto

nas áreas da política externa e da segurança eda «Justiça e Assuntos Internos». Ao acrescen-tar esta cooperação intergovernamental aosistema comunitário vigente, o Tratado deMaastricht criou uma nova estrutura com três«pilares», que é tanto política como econó-mica. Trata-se da União Europeia (UE).

A UE assenta em quatro tratados:

• o Tratado que institui a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), que foi assinadoem 18 de Abril de 1951, em Paris, entrou em vigor em 23 de Julho de 1952 e a sua vigênciaterminou em 23 de Julho de 2002;

• o Tratado que institui a Comunidade Económica Europeia (CEE), que foi assinado em 25 deMarço de 1957, em Roma e entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1958. É frequentemente de-signado por «Tratado de Roma»;

• o Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom), que foi assi-nado em Roma conjuntamente com o Tratado CEE;

• o Tratado da União Europeia (UE), que foi assinado em Maastricht, em 7 de Fevereiro de1992 e entrou em vigor em 1 de Novembro de 1993.

Os tratados

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A União Europeia assenta nos seus tratados. Os três «pilares» representam diferentes áreas políticas, com sistemas diferentes de tomada de decisões.

UNIÃO EUROPEIA

Domínio comu-

nitário (a maior

parte das áreas

em que existem

políticas comuns)

Política Externa

e de Segurança

Comum

Cooperação

policial e judicial

em matéria penal

OS TRATADOS

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Como Funciona a União Europeia

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Foi no dia 9 de Maio de 1950 que o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Robert Schuman, apresentoupela primeira vez publicamente as ideias que conduziram à União Europeia. Por essa razão, o dia 9 de Maio é celebrado como o aniversário da UE.

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C

Os Tratados constituem a base para tudo o quea União Europeia faz. Tiveram de ser alteradossempre que se registou a adesão de novos Esta-dos-Membros. Ocasionalmente, os Tratadostambém são alterados para atribuir à UniãoEuropeia novos domínios de responsabilidadee introduzir reformas nas suas instituições.

Estas alterações são sempre efectuadas numaconferência especial dos governos nacionaisda União Europeia («Conferência Intergover-namental» ou CIG), o que aconteceu em quatroocasiões nos últimos 20 anos, com os seguin-tes resultados:

• O Acto Único Europeu (AUE) foi assinado emFevereiro de 1986 e entrou em vigor em 1 deJulho de 1987. Alterou o Tratado CEE epreparou o terreno para a realização do mer-cado único.

• O Tratado de Amesterdão foi assinado em2 de Outubro de 1997 e entrou em vigor em1 de Maio de 1999. Alterou o Tratado CE eo Tratado da UE, passando este último aenumerar os respectivos artigos (em vez deserem indicados por letras).

• O Tratado de Nice foi assinado em 26 deFevereiro de 2001 e entrou em vigor em 1 de

Fevereiro de 2003. Voltou a alterar os ante-riores tratados, racionalizando o sistema detomada de decisões da UE, de modo apermitir um funcionamento eficaz após ogrande alargamento de 2004.

• O projecto de Tratado Constitucional foiassinado em Junho de 2004. Tem como objec-tivo simplificar a União Europeia, através dasubstituição dos actuais tratados por umaConstituição única, estabelecendo clara-mente o que é a UE, como são tomadas assuas decisões e definindo o nível de respon-sabilidades.

Contudo, não pode entrar em vigor até serratificado por todos os parlamentos nacio-nais da UE e, em alguns países, ser aprova-do através de um referendo. Nos referendosrealizados em Maio de 2005, as cidadãos deFrança e dos Países Baixos rejeitaram a Cons-tituição proposta. Por conseguinte, não épossível prever quando poderá entrar emvigor. O Conselho Europeu está actualmentea reflectir sobre as implicações deste factopara a futura direcção da UE.

Para mais informações sobre a Constituição,consultar:http://europa.eu.int/constitution/

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Três «conselhos»: quem é quem?

Não é de estranhar que exista alguma confusão acerca dos diversos órgão europeus, principal-mente porque têm designações semelhantes, nomeadamente os três «conselhos».

Conselho EuropeuTrata-se da reunião dos chefes de Estado e de Governo de todos os países da UE (isto é, presi-dentes e/ou primeiros-ministros), na qual também participa o presidente da Comissão Europeia.O Conselho Europeu reúne-se, em princípio, quatro vezes por ano, para aprovar a política globalda UE e analisar os progressos realizados. É o órgão de decisão política de mais alto nível naUnião Europeia e, por essa razão, as suas reuniões são também conhecidas por «cimeiras».

Conselho da União EuropeiaEsta instituição, que era anteriormente designada por Conselho de Ministros, reúne os minis-tros de todos os países da UE. O Conselho reúne-se periodicamente para adoptar decisões es-pecíficas e para aprovar a legislação europeia. As actividades do Conselho serão descritas maispormenorizadamente na presente publicação.

Conselho da EuropaO Conselho da Europa não é uma instituição da União Europeia. Trata-se duma organização in-tergovernamental que se destina, nomeadamente, a proteger os direitos humanos, a promover adiversidade cultural da Europa e a lutar contra determinados problemas sociais como os precon-ceitos e as intolerâncias raciais. Foi criado em 1949 e uma das suas primeiras realizações foi aelaboração da Convenção para a Protecção dos Direitos do Homem. Os cidadãos podem exerceros seus direitos ao abrigo desta Convenção, dado que, para o efeito, foi instituído o TribunalEuropeu dos Direitos do Homem. O Conselho da Europa conta actualmente com 46 Estadosmembros, incluindo os 25 países da União Europeia, e a sua sede situa-se no Palais de l’Europe,em Estrasburgo (França).

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O processo de tomada de decisões na UniãoEuropeia envolve várias instituições euro-peias, em especial:

• a Comissão Europeia;

• o Parlamento Europeu (PE);

• o Conselho da União Europeia.

Em princípio, é a Comissão Europeia quepropõe a nova legislação da UE, mas são oParlamento e o Conselho que a adoptam. Asrestantes instituições e órgãos têm tambémum papel a desempenhar.

As regras e procedimentos para a tomada dedecisões na UE estão consagrados nos trata-

dos. Todas as propostas de nova legislaçãoeuropeia devem basear-se num artigo espe-cífico do Tratado, que é designado a «basejurídica» da proposta e que determina o pro-cedimento legislativo a seguir. Os três pro-cessos principais são a «consulta», o «parecerfavorável» e a «co-decisão».

1. Consulta

No processo de consulta, o Conselho con-sulta o Parlamento, o Comité Económico eSocial Europeu (CESE) e o Comité das Regiões(CR).

Processo de tomada de decisões da União Europeia

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O Parlamento pode:

• aprovar a proposta da Comissão;

• rejeitá-la;

• ou solicitar a introdução de alterações.

Se o Parlamento solicitar a introdução de alterações, a Comissão analisa todas as alte-rações propostas pelo Parlamento. As queaceitar serão introduzidas numa proposta alterada que volta a ser transmitida aoConselho.

O Conselho examina a proposta alterada eadopta-a nos termos propostos ou volta aintroduzir alterações. Neste processo, talcomo em todos os outros, o Conselho sópode introduzir alterações numa proposta daComissão deliberando por unanimidade.

2. Parecer favorável

O processo de parecer favorável implica que oConselho tem de obter obrigatoriamente umparecer favorável do Parlamento Europeu an-tes de poder adoptar certos tipos de decisõesimportantes.

Este processo é idêntico ao de consulta, ex-ceptuando o facto de o Parlamento não poder

introduzir alterações: tem de aceitar ou rejei-tar o projecto, tal como lhe é apresentado. Oparecer favorável exige uma aprovação noParlamento por maioria absoluta dos votosexpressos.

3. Co-decisão

Trata-se do processo que é actualmente utili-zado para a maioria da legislação da UE. Noprocesso de co-decisão, o Parlamento não selimita a emitir um parecer: partilha os pode-res legislativos com o Conselho, de formaequitativa.

Caso o Conselho e o Parlamento não consi-gam chegar a acordo sobre um texto legisla-tivo proposto, este é levado a um Comité deConciliação, composto por igual número derepresentantes do Conselho e do Parlamento.Quando o Comité chega a acordo sobre umtexto, este é então transmitido ao Parlamentoe ao Conselho, para que possam finalmenteadoptá-lo enquanto acto legislativo.

O diagrama que se segue apresenta este processo com mais pormenor. Para mais informações: http://europa.eu.int/comm/codecision/index_en.htm

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Como Funciona a União Europeia

Quem trabalha nas instituições da UE?

Os funcionários que trabalham nas instituições da UE provêm de todos os Estados--Membros e de outros países. Desempenham um amplo leque de actividades e têm compe-tências variadas, desde responsáveis pela concepção das políticas e gestores, até econo-mistas, juristas, linguistas, secretários e pessoal de assistência técnica. Devem ser capazese ter vontade de trabalhar num contexto multicultural e multilingue, normalmente bas-tante afastados do seu país de origem.

Para ser funcionário da UE é necessário passar um concurso de selecção rigoroso. DesdeJaneiro de 2003, as provas são organizadas centralmente pelo Serviço Europeu deSelecção de Pessoal (EPSO).

Mais informações em: europa.eu.int/epso.

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Processo de co-decisão

1. Proposta da Comissão

4. Primeira leitura pelo Conselho

3. Proposta alterada da Comissão

1A. Parecer doCESE, parecer

do CR2. Primeira leitura pelo PE: parecer

11. Segunda leitura pelo PE

12. O PE aprova a posição comum ou não apresenta

observações

18. Segunda leitura pelo Conselho

21. O Conselho não aprova as alterações à posição comum

23. Processo de conciliação

29. O Comité de Conciliação não chegaa acordo sobre um texto comum

25. O Parlamento e o Conselho adoptam o acto de acordo com

o texto comum

27. O Parlamento e o Conselho não aprovam

o texto comum

24. O Comité de Conciliação chega a acordo sobre um texto comum

22. É convocado o Comité de Conciliação

19. O Conselho aprova a posição comum alteradaa) por maioria qualificada se a Comissão tiver emitido umparecer favorável

b) por unanimidade se aComissão tiver emitido um parecer desfavorável

14. O PE rejeita a posição comum

16. O PE propõe alterações à posição comum

17. Posição daComissão sobre as alterações do

Parlamento

5. O Conselho aprova todas as alterações do PE

6. O Conselho adopta o acto com alterações

8. Conselho podeadoptar o acto

13. O acto é conside-rado adoptado

20. O acto é adoptado tal como alterado

15. O acto é consideradonão adoptado

26. O acto é adoptado 28. O acto não é adoptado

30. O acto não é adoptado

7. O PE adoptou a proposta sem

alterações

9. Posição comumdo Conselho

10. Comunicação daComissão relativa à posição comum

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Como Funciona a União Europeia

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O Parlamento Europeu: a voz do povo

O Parlamento Europeu (PE) é eleito pelos cidadãos da União Europeia para representar os seusinteresses. As suas origens remontam aos anos 50 e aos tratados fundadores e, desde 1979, osseus deputados são eleitos directamente pelos cidadãos que representam.

As eleições para o Parlamento Europeu realizam-se de cinco em cinco anos. Têm direito a vototodos os cidadãos da UE que estejam recenseados enquanto eleitores. O Parlamento exprime,portanto, a vontade democrática dos cidadãos da União (mais de 455 milhões de pessoas) e re-presenta os seus interesses nas discussões com as outras instituições da UE. O actualParlamento, eleito em Junho de 2004, conta com 732 deputados dos 25 países da UE. Cerca deum terço dos deputados são mulheres.

Os deputados do Parlamento Europeu não estão organizados em blocos nacionais, mas sim emsete grupos políticos europeus. No seu conjunto representam todos os quadrantes de opiniãosobre a integração da Europa, desde o fortemente pró-federalista até ao abertamente «euro-céptico».

Factos essenciais

Função: Ramo legislativo da UE, directamente eleitoPróximas eleições: Junho de 2009Reuniões: Sessões plenárias mensais em Estrasburgo,

reuniões de comissões e sessões adicionais em Bruxelas

Endereço: Plateau du Kirchberg, BP 1601 L-2929 Luxembourg

Tel.: (352) 43 00-1Internet: www.europarl.eu.int

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Parli

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Os representantes directamenteeleitos dos cidadãos da UE reúnem--se em Estrasburgo para debater evotar legislação que se aplica emtoda a Europa.

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Onde é a sede do Parlamento?

O Parlamento Europeu tem três locais de tra-balho: Bruxelas (Bélgica), Luxemburgo eEstrasburgo (França).

No Luxemburgo estão sedeados os serviçosadministrativos (o «Secretariado-Geral»). Asreuniões de todo o Parlamento, designadas«sessões plenárias», realizam-se em Estras-burgo e por vezes em Bruxelas. As reuniõesdas Comissões realizam-se igualmente emBruxelas.

O que faz o Parlamento?

O Parlamento tem três funções principais:

1. Adoptar a legislação europeia (junta-mente com o Conselho, em muitos domí-nios políticos). O facto de o PE ser umainstituição directamente eleita pelos cida-dãos garante a legitimidade democráticada legislação europeia.

2. O Parlamento exerce um controlo demo-crático sobre todas as instituições da UE,especialmente da Comissão. Tem poderespara aprovar ou rejeitar as nomeações dosmembros da Comissão e tem o direito deadoptar uma moção de censura em rela-ção a toda a Comissão.

Bélgica 24República Checa 24Dinamarca 14Alemanha 99Estónia 6Grécia 24Espanha 54França 78Irlanda 13Itália 78Chipre 6Letónia 9Lituânia 13Luxemburgo 6Hungria 24Malta 5Países Baixos 27Áustria 18Polónia 54Portugal 24Eslovénia 7Eslováquia 14Finlândia 14Suécia 19Reino Unido 78Total 732

Número de mandatos por país(por ordem alfabética do nome de cada

país, na respectiva língua oficial)

Número de mandatos por grupo político, em 2 de Junho de 2005

Partido Popular Europeu(Democrata-Cristão) e Democratas EuropeusEPP-ED 268

Aliança dos Democratas e Liberaispela Europa ALDE 88

União paraEuropa dasNaçõesUEN 27

Independência/DemocraciaIND/DEM 36Verdes/Aliança

Livre EuropeiaGreens/EFA 42

Grupo socialistaPES 201

Esquerda UnitáriaEuropeia/EsquerdaNórdica VerdeGUE/NGL 41

IndependentesNI 29

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3. O poder orçamental. Partilha com oConselho a autoridade sobre o orçamentoda UE, o que significa que pode influenciaras despesas da União. No final do processoorçamental, incumbe-lhe adoptar ou re-jeitar a totalidade do orçamento.

Estas três funções são seguidamente descri-tas com mais pormenor.

1. Adopção da legislação europeia

O processo mais usual para a adopção da le-gislação da UE é o de «co-decisão» (veracima: processo de tomada de decisões daUE). Este processo coloca o ParlamentoEuropeu e o Conselho em pé de igualdade eaplica-se à legislação num amplo leque dedomínios.

Nalgumas áreas (por exemplo, agricultura,política económica, vistos e imigração), só oConselho tem poderes legislativos, mas éobrigado a consultar o Parlamento. Alémdisso, é necessário o parecer favorável doParlamento no que se refere a determinadasdecisões importantes, por exemplo a adesãode novos países à UE.

O Parlamento contribui ainda para a elabo-ração de nova legislação, dado que tem deexaminar o programa de trabalho anual daComissão, determinando quais os novos ac-tos legislativos que são necessários e solici-tando à Comissão que apresente propostas.

2. O controlo democrático

O Parlamento exerce um controlo democrá-tico sobre as outras instituições europeias.Fá-lo de diversas formas.

Quando é indigitada uma nova Comissão, osseus membros são designados pelos governosdos Estados-Membros da UE, mas não podemser nomeados sem a aprovação do Parla-mento. O Parlamento realiza audiências comcada membro individualmente, incluindocom o presidente da Comissão indigitado esubmete à votação a aprovação do conjuntoda Comissão.

Durante todo o seu mandato, a Comissãopermanece politicamente responsável pe-rante o Parlamento, que pode aprovar uma«moção de censura» que implica a demissãode toda a Comissão.

Em termos mais gerais, o Parlamento exerce oseu controlo através da análise periódica derelatórios enviados pela Comissão (RelatórioGeral anual, relatórios sobre a execução doorçamento, etc.). Além disso, os deputados doPE endereçam regularmente perguntas orais eescritas à Comissão, a que os membros daComissão são, por lei, obrigados a responder.

O Parlamento também acompanha os traba-lhos do Conselho: os deputados do PE ende-reçam regularmente perguntas orais e escri-tas ao Conselho e o presidente do Conselhoparticipa nas sessões plenárias do Parla-mento e nos debates mais importantes.

O Parlamento pode também exercer o seucontrolo democrático através da análise daspetições apresentadas por cidadãos e da ins-tituição de comissões de inquérito.

Por último, o Parlamento contribui para to-das as cimeiras da UE (as reuniões doConselho Europeu). No início de cada ci-meira, o presidente do Parlamento é convi-dado a exprimir os pontos de vista e preocu-pações do Parlamento sobre assuntosimportantes e sobre as questões que figuramna agenda do Conselho Europeu.

3. O poder orçamental

O orçamento anual da UE é aprovado con-juntamente pelo Parlamento e pelo Con-selho. O debate no Parlamento realiza-se emduas leituras sucessivas. O orçamento só en-tra em vigor após ser assinado pelo presi-dente do Parlamento.

A Comissão do Controlo Orçamental (COCOBU) do Parlamento controla a execuçãodo orçamento. Todos os anos, o Parlamentotem de decidir se aprova a forma como aComissão executou o orçamento do exercício

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Como Funciona a União Europeia

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financeiro precedente. Este processo de apro-vação tem a designação técnica de «quitação».

Como está organizado o Parlamento?

Os trabalhos do Parlamento estão repartidospor duas fases principais:

• A preparação da sessão plenária. Estapreparação é feita pelos deputados dasComissões Parlamentares especializadasnas diversas áreas de actividade da UE. Asquestões a debater são também discutidasnos grupos políticos.

• A própria sessão plenária. As sessões plenárias realizam-se normalmente em Es-trasburgo (uma semana por mês) e ocasio-nalmente em Bruxelas (apenas dois dias).Nestas sessões, o Parlamento examina aspropostas de legislação e vota as alteraçõesque pretende introduzir antes de chegar auma decisão sobre a totalidade do acto ju-rídico.

Na ordem de trabalhos podem ainda estarincluídas «comunicações» do Conselho ou daComissão ou temas relacionados com ques-tões de actualidade na União Europeia e emtodo o mundo.

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Josep Borrell Fontelles foi eleito presidente do Parlamento

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Como Funciona a União Europeia

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O Conselho da União Europeia: a voz dos Estados-Membros

O Conselho é o principal órgão de tomada dedecisões da UE. Tal como o ParlamentoEuropeu, o Conselho foi instituído pelos tra-tados fundadores na década de cinquenta.Representa os Estados-Membros e nas suasreuniões participa um ministro do governode cada um dos países da UE.

O ministro que tem de participar depende dotema a tratar. Se, por exemplo, o Conselho sedestina a tratar assuntos ambientais, partici-pam na respectiva reunião os ministros doAmbiente de todos os países da UE. Trata-seentão do Conselho «Ambiente».

As relações da UE com o resto do mundo sãotratadas no Conselho «Assuntos Gerais eRelações Externas». No entanto, o Conselho,neste tipo de configuração, tem tambémuma responsabilidade política mais genéricae, por esse motivo, nas suas reuniões podemparticipar outros ministros e secretários deEstado, consoante seja decidido pelos res-pectivos governos.

Existem nove diferentes configurações doConselho:

• Assuntos Gerais e Relações Externas

• Assuntos Económicos e Financeiros (Ecofin)

• Justiça e Assuntos Internos (JAI)

• Emprego, Política Social, Saúde e Defesado Consumidor

• Competitividade• Transportes, Telecomunicações e Energia• Agricultura e Pesca• Ambiente• Educação, Cultura e Juventude

Cada ministro que participa num Conselhotem competência para vincular o seu go-verno. Por outras palavras, a assinatura doministro obriga todo o seu governo. Alémdisso, cada ministro que participa noConselho é responsável perante o seu Parla-mento nacional e perante os cidadãos queesse Parlamento representa. Está assim asse-gurada a legitimidade democrática das deci-sões do Conselho.

Em princípio quatro vezes por ano, os presi-dentes e/ou primeiros-ministros dos Estados--Membros e o presidente da Comissão Euro-peia reúnem-se no Conselho Europeu. Estas«cimeiras» determinam as grandes políticasda UE e resolvem questões que não puderamser decididas a um nível inferior (ou seja, pe-los ministros nas reuniões normais doConselho). Dada a importância dos trabalhosdo Conselho Europeu, muitas vezes prosse-guem até de madrugada e atraem a atençãode muitos meios de comunicação social.

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Factos essenciais

Função: Ramo legislativo (nalguns casos executivo) da UE; que representa os Estados-Membros

Membros: Um ministro por cada país da UEPresidência: Rotativa de seis em seis mesesReuniões: Em Bruxelas (Bélgica), excepto em Abril, Junho e Outubro,

meses em que as reuniões se realizam no Luxemburgo Endereço: 175 Rue de la Loi/Wetstraat, B-1048 BruxellesTel.: (32-2) 285 61 11Internet: ue.eu.int

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O que faz o Conselho?

O Conselho tem seis responsabilidades essen-ciais:

1. Adoptar a legislação europeia (juntamentecom o Parlamento Europeu, em muitosdomínios políticos).

2. Coordenar, em linhas gerais, as políticaseconómicas dos Estados-Membros.

3. Celebrar acordos internacionais entre a UEe outros países ou organizações interna-cionais.

4. Aprovar, conjuntamente com o Parla-mento Europeu, o orçamento da UE.

5. Desenvolver a Política Externa e deSegurança Comum (PESC) da UE, com baseem directrizes fixadas pelo ConselhoEuropeu (para mais informações, ver infra).

6. Coordenar a cooperação entre os tribunaise as forças policiais nacionais em matériapenal (ver adiante o capítulo sobre «Liber-dade, segurança e justiça»).

A maior parte destas responsabilidades estãorelacionadas com os domínios de actuação«comunitários» — isto é, os domínios de ac-

tuação em que os Estados-Membros decidi-ram congregar as respectivas soberanias edelegar os poderes de decisão nas institui-ções da UE. Trata-se do «primeiro pilar» daUnião Europeia.

No entanto, as duas últimas destas responsa-bilidades estão em larga medida relacionadascom domínios de actuação em que osEstados-Membros não delegaram os seus po-deres, limitando-se a cooperar. Trata-se dachamada «cooperação intergovernamental»e abrange o segundo e terceiro «pilares» daUnião Europeia.

Os trabalhos do Conselho são descritos maispormenorizadamente nos capítulos seguintes.

1. Legislação

Grande parte da legislação da UE é adoptadaconjuntamente pelo Conselho e pelo Parla-mento (ver, atrás, «Processo de tomada dedecisões da União Europeia»).

Regra geral, o Conselho só actua sob pro-posta da Comissão, e a Comissão tem nor-

Os ministros de todos os países daUE reúnem-se no Conselho para

adoptar decisões comuns acerca daspolíticas e da legislação da UE.

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malmente a responsabilidade de assegurarque a legislação da UE, após ser adoptada, é correctamente aplicada.

2. Coordenação das políticas dos Estados--Membros

Os países da UE decidiram que querem teruma política económica geral baseada numaestreita coordenação entre as respectivas po-líticas económicas nacionais. Esta coordena-ção é realizada pelos ministros da Economiae Finanças, que constituem colectivamente oConselho dos Assuntos Económicos e Finan-ceiros («Ecofin»).

Pretendem igualmente criar mais postos detrabalho e melhorar a educação, a saúde e ossistemas de segurança social. Embora cadapaís da UE seja responsável pela sua própriapolítica nestas áreas, podem chegar a acordosobre objectivos comuns e utilizar as expe-riências positivas uns dos outros. Este pro-cesso é denominado o «método aberto decoordenação» e tem lugar no Conselho.

3. Celebração de acordos internacionais

Todos os anos o Conselho «celebra» (isto é,assina oficialmente) vários acordos entre aUnião Europeia e países não pertencentes àUE, bem como com organizações internacio-nais. Estes acordos cobrem grandes áreas,como o comércio, a cooperação e o desen-volvimento, ou tratam de domínios específi-cos como os têxteis, as pescas, a ciência e atecnologia, os transportes, etc.

Além disso, o Conselho pode celebrar con-venções entre os Estados-Membros da UE emdomínios como a fiscalidade, o direito dassociedades ou a protecção consular. As con-venções podem igualmente incidir sobrequestões relacionadas com a «liberdade, a se-gurança e a justiça» (ver adiante).

4. Aprovação do orçamento da UE

O orçamento anual da UE é aprovado con-juntamente pelo Conselho e pelo ParlamentoEuropeu.

5. Política Externa e de Segurança Comum

Os Estados-Membros desenvolvem esforçosno sentido de desenvolver uma PolíticaExterna e de Segurança Comum (PESC). Noentanto, áreas como a política externa, a se-gurança e a defesa são matérias em que osgovernos nacionais mantêm um controlo in-dependente. Nestas áreas não houve congre-gação das soberanias nacionais e, por isso, oParlamento e a Comissão Europeia têm pa-péis bastante limitados. No entanto, os paí-ses da UE têm muito a ganhar se trabalharemconjuntamente nestas áreas e o Conselho é aprincipal instância em que se concretiza esta«cooperação intergovernamental».

Para que possa responder de forma mais efi-caz às crises internacionais a União Europeiacriou uma «Força de Reacção Rápida». Não setrata de um exército europeu: os efectivoscontinuam a pertencer às respectivas forçasarmadas nacionais e a permanecer sob o co-mando nacional, e a sua missão está limitadaa assegurar a ajuda humanitária, o salva-mento, a manutenção da paz e outras tarefasde gestão de crises. Em 2003, por exemplo, aUE dirigiu uma operação militar (nome decódigo «Ártemis») na República Democráticado Congo e em 2004 iniciou uma operaçãode manutenção da paz (nome de código«Althea») na Bósnia e Herzegovina.

Nestas operações, o Conselho conta com acolaboração das seguintes entidades:

• Comité Político e de Segurança (PCS);

• Comité Militar da União Europeia (CMUE);e

• Estado-Maior da União Europeia (EMUE),composto por peritos militares destacadospelos Estados-Membros para o Secretari-ado-Geral do Conselho.

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6. Liberdade, segurança e justiça

Os cidadãos da UE podem viver e trabalharem qualquer país da UE à sua escolha e, poressa razão, deviam poder beneficiar de igual-dade de acesso à justiça civil em qualquer lo-cal da União Europeia. Por conseguinte, ostribunais nacionais necessitam de trabalharem conjunto para garantir, por exemplo, queuma sentença proferida por um tribunalnum determinado Estado-Membro num pro-cesso de divórcio ou de guarda de umacriança é reconhecida em todos os outrospaíses da UE.

A liberdade de circulação na UE proporcionagrandes benefícios aos cidadãos respeitado-res da lei, mas é também explorada por cri-minosos e terroristas internacionais. Nocombate à criminalidade transfronteiras éfundamental a cooperação entre os tribunaisnacionais, as forças policiais, os funcionáriosaduaneiros e os serviços de imigração de to-dos os países da UE.

É necessário assegurar, por exemplo:

• que as fronteiras externas da UE sejam efi-cazmente policiadas;

• que os funcionários aduaneiros e policiaistroquem informações acerca da movimen-tação das pessoas suspeitas de tráfico dedroga e de seres humanos;

• que os requerentes de asilo sejam avaliadose tratados da mesma forma em toda a UE,de modo a evitar que procurem os paísesque oferecem as melhores condições.

Este tipo de questões é tratado peloConselho «Justiça e Assuntos Internos» — ouseja, os ministros da Justiça e da Adminis-tração Interna. O objectivo é criar um «es-paço de liberdade, segurança e justiça» únicodentro das fronteiras da UE.

Os litígios sobre a guarda das crianças não deviam destruir as famílias. A UE garante que as decisões dos tribunais dum Estado-Membro são respeitadas em todos os outros Estados-Membros.

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Javier Solana, enquanto responsável pela política externa da UE, actua em nome da Europa ao nível internacional.

Como está organizado o Conselho?

Coreper

Em Bruxelas, cada Estado-Membro da UEtem uma equipa permanente («representa-ção»), que representa esse país e defende osseus interesses nacionais junto da UE. Ochefe da representação permanente é, defacto, o embaixador do seu país junto da UE.

Estes embaixadores (conhecidos por «repre-sentantes permanentes») reúnem-se sema-nalmente no Comité dos RepresentantesPermanentes (Coreper). O papel deste Comitéconsiste em preparar os trabalhos doConselho, com excepção da maior parte dasquestões agrícolas, que são preparadas porum Comité Especial da Agricultura. O

Coreper é assistido por vários grupos de tra-balho compostos por funcionários das admi-nistrações nacionais.

A Presidência do Conselho

A Presidência do Conselho é objecto de rota-ção de seis em seis meses. Por outras pala-vras, cada país da UE dirige a agenda doConselho por períodos sucessivos de seis meses, assegurando a presidência das respec-tivas reuniões, promovendo a tomada de de-cisões legislativas e políticas e negociando oscompromissos necessários entre os diversosEstados-Membros.

Se, por exemplo, o Conselho «Ambiente» es-tiver programado para a segunda metade de2006, já se sabe que será presidido pelo mi-

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nistro do Ambiente finlandês, dado que aFinlândia assegurará a Presidência doConselho nesse período.

O Secretariado-Geral

A Presidência é assistida pelo Secretariado--Geral, que prepara e assegura o correctofuncionamento dos trabalhos do Conselho atodos os níveis.

Em 2004, Javier Solana foi nomeado secretá-rio-geral do Conselho e, simultaneamente,alto-representante para a Política Externa ede Segurança Comum (PESC). Nessa capaci-dade, ajuda a coordenar a acção da UE nacena mundial. Nos termos do novo TratadoConstitucional, o alto-representante serásubstituído pelo ministro dos NegóciosEstrangeiros da UE.

O secretário-geral é assistido por um secretá-rio-geral adjunto, responsável pela gestão doSecretariado-Geral do Conselho.

Quantos votos tem cada país?

As decisões do Conselho são adoptadas porvotação. Quanto maior for a população doEstado-Membro, de mais votos disporá, masos números são ponderados de modo a favo-recer os países menos populosos.

Alemanha, França, Itália e Reino Unido 29

Espanha e Polónia 27

Países Baixos 13

Bélgica, República Checa, Grécia, Hungria e Portugal 12

Áustria e Suécia 10Dinamarca, Irlanda, Lituânia, Eslováquia e Finlândia 7Chipre, Estónia, Letónia, Luxemburgo eEslovénia 4Malta 3Total 321

A votação por maioria qualificada

No entanto, nalgumas áreas particularmentesensíveis, tais como a Política Externa e deSegurança Comum, a fiscalidade e a políticaem matéria de asilo e imigração, as decisõesdo Conselho só podem ser adoptadas porunanimidade. Por outras palavras, qualquerEstado-Membro tem nestas áreas direito deveto.

Contudo, na maior parte das questões, oConselho decide por «maioria qualificada».

Para existir maioria qualificada é necessário:

• a aprovação da maioria dos Estados--Membros (nalguns casos, uma maioria dedois terços); e

• um mínimo de 232 votos a favor, o que re-presenta 72,3% do total.

Além disso, qualquer Estado-Membro poderáexigir que seja confirmado que os votos a fa-vor representam, pelo menos, 62% do totalda população da União. Caso tal não acon-teça, a decisão em causa não será adoptada.

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A Comissão é independente dos governos na-cionais. Cabe-lhe representar e salvaguardaros interesses da UE no seu todo. Elabora pro-postas de nova legislação europeia, que apre-senta ao Parlamento Europeu e ao Conselho.

É também o ramo executivo da UE (por ou-tras palavras, é responsável pela execuçãodas decisões do Parlamento e do Conselho).Tal significa assegurar a gestão corrente daUnião Europeia: executar as políticas, geriros programas e utilizar os fundos.

Tal como o Parlamento e o Conselho, aComissão Europeia foi criada nos anos cin-quenta ao abrigo dos tratados fundadores daUE.

O que é a Comissão?

O termo «Comissão» é usado em dois senti-dos. Em primeiro lugar, refere-se à equipa dehomens e mulheres (um por cada país da UE)designados para gerir a instituição e tomaras decisões da sua competência. Em segundolugar, diz respeito à instituição em si e aosseus funcionários.

Informalmente, os membros da Comissão sãoconhecidos por «comissários». Todos eles de-sempenharam cargos políticos nos seus paí-ses de origem, muitos ao nível ministerial.Contudo, enquanto membros da Comissão,estão obrigados a velar pelos interesses daUnião no seu conjunto, não recebendo ins-truções dos governos nacionais.

De cinco em cinco anos, seis meses antes daseleições para o Parlamento Europeu, é no-meada uma nova Comissão. Eis o processo:

• os governos dos Estados-Membros desig-nam por comum acordo o novo presidenteda Comissão;

• o presidente indigitado da Comissão é se-guidamente aprovado pelo Parlamento;

• o presidente indigitado da Comissão, apósdiscussão com os governos dos Estados--Membros, escolhe os restantes membrosda Comissão;

• o novo Parlamento realiza audiências comcada membro e dá o seu parecer sobre acomposição de toda a equipa. Após a apro-vação, a nova Comissão pode assumir ofi-cialmente as suas funções.

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Como Funciona a União Europeia

A Comissão Europeia: velar pelo interesse comum

Factos essenciais

Função: Ramo executivo da UE; direito de iniciativa no domínio legislativo

Membros: 25, um por cada Estado-MembroMandato: Cinco anos (2004-2009)Endereço: 200 Rue de la Loi/Wetstraat

B-1049 BruxellesTel.: (32-2) 299 11 11Internet: europa.eu.int/comm

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Existe um membro da Comissão Europeia por cada país da UE, mas actuam em total independência dos seus governos nacionais.Reúnem-se todas as quartas-feiras para discutir as políticas da UE e apresentar propostas de nova legislação europeia.

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O actual mandato da Comissão termina em31 de Outubro de 2009. O presidente é JoséManuel Barroso, de Portugal.

A Comissão responde politicamente perante oParlamento, que tem poderes para a demitir,no seu conjunto, mediante a adopção de umamoção de censura. Os membros da Comissãodevem apresentar a demissão se tal lhes forsolicitado pelo presidente, desde que os res-tantes comissários aprovem esta decisão.

A Comissão participa em todas as sessões doParlamento, durante as quais tem de explicare justificar as políticas que segue. Respondetambém regularmente às perguntas orais eescritas que lhe são endereçadas pelos depu-tados.

O trabalho corrente da Comissão é realizadopelos seus administradores, peritos, traduto-res, intérpretes e pessoal de secretariado,num total de cerca de 25 000 funcionárioseuropeus. Este número pode parecer muitoelevado, mas na realidade é inferior ao nú-mero de funcionários de qualquer das autar-quias de dimensão média da Europa.

Onde está sedeada a Comissão?

A «sede» da Comissão situa-se em Bruxelas(Bélgica). No entanto, a Comissão tem tam-bém serviços no Luxemburgo, representaçõesem todos os países da UE e delegações emmuitas capitais de todo o mundo.

O que faz a Comissão?

A Comissão Europeia tem quatro funçõesprincipais:

1. Apresentar propostas legislativas aoParlamento e ao Conselho.

2. Gerir e executar as políticas e o orçamentoda EU.

3. Garantir a aplicação do direito comunitário(em conjunto com o Tribunal de Justiça).

4. Representar a União Europeia ao nível in-ternacional, incumbindo-lhe, por exemplo,negociar acordos entre a UE e países ter-ceiros.

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1. Apresentar propostas legislativas

A Comissão tem o «direito de iniciativa». Poroutras palavras, só a Comissão pode apresen-tar as propostas de nova legislação europeia,que transmite ao Parlamento e ao Conselho.Estas propostas devem ter em conta a defesados interesses da União e dos seus cidadãos enão interesses específicos de países ou secto-res.

Antes de apresentar uma proposta, aComissão tem de ter conhecimento das no-vas situações e problemas existentes naEuropa e determinar se a legislação da UEconstitui a melhor solução para os resolver.Por essa razão, a Comissão está em contactopermanente com uma vasta gama de gruposde interesses, bem como com dois órgãosconsultivos — o Comité Económico e SocialEuropeu e o Comité das Regiões. A Comissãotambém consulta os parlamentos e os gover-nos nacionais.

A Comissão apenas propõe medidas ao nívelda UE se considerar que um determinadoproblema não pode ser solucionado de formamais eficaz ao nível nacional, regional ou lo-cal. A este princípio, que consiste em resolveros problemas ao nível mais baixo possível, dá--se o nome de «princípio da subsidiariedade».

Se, contudo, a Comissão concluir que é neces-sária legislação da UE, elabora uma propostaque, no seu entender, aborda o problema deforma adequada e satisfaz o leque mais diver-sificado possível de interesses. Para as ques-tões técnicas, a Comissão consulta peritos quese reúnem em comités e grupos de trabalho.

2. Executar as políticas e o orçamento da UE

Na sua qualidade de órgão executivo daUnião Europeia, a Comissão é responsávelpela gestão e execução do orçamento da UE.As despesas são, na sua maior parte, efectua-das pelas autoridades nacionais e locais, masa Comissão é responsável pelo seu controlo —sob o olhar atento do Tribunal de Contas. As

duas instituições procuram assegurar umacorrecta gestão financeira. O ParlamentoEuropeu só dá quitação do orçamento àComissão se considerar satisfatório o relató-rio anual do Tribunal de Contas.

A Comissão tem igualmente que gerir as po-líticas adoptadas pelo Parlamento e peloConselho, tal como a política agrícola co-mum. Um outro exemplo é a política de con-corrência, no âmbito da qual a Comissão tempoderes para autorizar ou proibir concentra-ções de empresas. A Comissão deve igual-mente certificar-se de que os países da UEnão subsidiam as suas empresas de forma aprovocar distorções da concorrência.

Os programas da UE geridos pela Comissãovão desde programas como, por exemplo, o«Interreg» e o «URBAN» (respectivamente,criação de parcerias transfronteiras entre re-giões e apoio a zonas urbanas degradadas)ou o «Erasmus», um programa de intercâmbiode estudantes em toda a Europa.

3. Garantir a aplicação do direito comunitário

A Comissão é a «guardiã dos Tratados». Talsignifica que, juntamente com o Tribunal deJustiça, a Comissão vela pela correcta aplica-ção da legislação da UE em todos os Estados--Membros.

Se concluir que um determinado país da UEnão está a aplicar correctamente uma lei eu-ropeia, não cumprindo, por conseguinte, asobrigações jurídicas que lhe competem, aComissão tomará as medidas adequadas paracorrigir a situação.

Começa por instaurar um procedimento jurí-dico denominado «procedimento por infrac-ção», que consiste em enviar ao governo dopaís em causa uma carta oficial explicandoas razões por que considera que esse paísestá a infringir a legislação da UE. Na mesmacarta, a Comissão indica um prazo para quelhe seja enviada uma resposta circunstan-ciada.

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José Manuel Durão Barroso foi nomeado presidente da Comissão Europeia em 2004.

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Se este procedimento não for suficiente pararesolver o problema, a Comissão é obrigada aremeter o caso para o Tribunal de Justiça,que tem poderes para aplicar sanções. Osacórdãos do Tribunal são vinculativos para osEstados-Membros e as instituições da UE.

4. Representar a UE ao nível internacional

A Comissão Europeia é um importante porta--voz da União Europeia na cena internacional,o que permite aos Estados-Membros falar «auma só voz» em instâncias internacionais taiscomo a Organização Mundial do Comércio.

Incumbe igualmente à Comissão negociaracordos internacionais em nome da UE. É ocaso, por exemplo, do Acordo de Cotonou,que institui uma vasta parceria de comércioe ajuda entre a UE e os países em desenvolvi-mento de África, Caraíbas e Pacífico.

Como está organizada a Comissão?

Incumbe ao presidente da Comissão decidirquais os pelouros a atribuir a cadaComissário e, se necessário, proceder a remo-delações em qualquer momento do mandatoda Comissão.

A Comissão reúne uma vez por semana, nor-malmente às quartas-feiras, em Bruxelas.Cada ponto da ordem de trabalhos é apre-sentado pelo Comissário responsável pelopelouro em causa e a equipa toma uma deci-são colectiva sobre a matéria.

Os funcionários da Comissão estão reparti-dos por departamentos, denominados «direc-ções-gerais» (DG) e «serviços» (tais como oServiço Jurídico). Cada DG é responsável poruma área política específica, sendo chefiadapor um director-geral que responde peranteo comissário competente. A coordenação ge-ral é assegurada pelo Secretariado-Geral, queorganiza igualmente as reuniões semanais da

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Como Funciona a União Europeia

Comissão. É chefiado pelo secretário-geral,que responde directamente perante o presi-dente.

Na prática, compete às DG conceber e elabo-rar as propostas legislativas da Comissão, asquais só são consideradas oficiais uma vez«adoptadas» pela Comissão na sua reuniãosemanal. O procedimento é em termos geraiso seguinte:

Imagine-se, por exemplo, que a Comissãoconsidera que é necessário adoptar legisla-ção da UE para prevenir a poluição dos riosna Europa. A Direcção-Geral do Ambienteelabora uma proposta, com base em consul-tas prévias alargadas junto de representantesda indústria e dos agricultores, bem como

dos ministérios do Ambiente dos Estados--Membros e as organizações ambientais. O projecto é igualmente objecto de discussãonoutros departamentos da Comissão e verifi-cado pelo Serviço Jurídico e pelo Secretariado--Geral.

Quando a proposta está concluída é incluídana ordem de trabalhos da reunião seguinteda Comissão. Se a proposta for aprovada por,pelo menos, 13 dos 25 comissários, consi-dera-se «adoptada» pela Comissão e contarácom o apoio incondicional de toda a equipa.O documento é seguidamente enviado aoConselho e ao Parlamento Europeu paraapreciação.

Limitar o tamanho da Comissão

Uma Comissão com um número demasiadoelevado de membros não pode funcionar efi-cazmente. Existe actualmente um comissáriopor cada país da UE. Depois da adesão daBulgária e da Roménia, a União Europeiapassará a ter 27 Estados-Membros. Nessa al-tura, o Conselho (deliberando por unanimi-dade) estabelecerá o número máximo de co-missários. O número deve ser inferior a 27 eas nacionalidades serão definidas de acordocom um sistema de rotação absolutamenteequitativo para todos os países.

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ECHO, o serviço de ajuda humanitária da UE, presta ajuda de emergência a vítimas de calamidades em todo o mundo. Funciona sob responsabilidade da Comissão Europeia.

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O Tribunal de Justiça das ComunidadesEuropeias, frequentemente designado por «OTribunal») foi criado pelo Tratado CECA em1952. Está sedeado no Luxemburgo.

A sua missão é garantir a interpretação eaplicação uniformes da legislação da UE emtodos os Estados-Membros para que a lei sejaa mesma para todos. Garante, por exemplo,que os tribunais nacionais não decidem deforma diferente sobre a mesma questão.

O Tribunal garante igualmente que osEstados-Membros e as instituições da UEcumpram a legislação. O Tribunal é compe-tente para se pronunciar sobre os litígios entreos Estados-Membros, as instituições da UE,bem como as pessoas singulares e colectivas.

O Tribunal é composto por um juiz de cadaEstado-Membro, por forma a que os 25 siste-mas jurídicos da UE estejam representados.Contudo, a fim de assegurar a eficácia dainstituição, é raro o Tribunal reunir-se com atotalidade dos seus membros. Reúne normal-mente em «Grande Secção», composta ape-nas por 13 juízes, ou em secções de três oucinco juízes.

O Tribunal é assistido por oito «advogados--gerais», aos quais incumbe apresentar, publi-camente e com imparcialidade, conclusõesfundamentadas nos processos submetidos aoTribunal.

Os juízes e os advogados-gerais oferecem to-das as garantias de imparcialidade. Possuemas qualificações ou as competências necessá-rias para exercerem as mais altas funções ju-risdicionais nos seus países de origem. Sãonomeados para o Tribunal de Justiça de co-mum acordo pelos governos dos Estados--Membros da UE. São nomeados por um pe-ríodo de seis anos e o respectivo mandatopode ser renovado.

A fim de ajudar o Tribunal de Justiça a fazerface ao elevado número de processos que lhesão submetidos e de proporcionar aos cida-dãos uma protecção jurídica mais eficaz, foicriado em 1989 um Tribunal de PrimeiraInstância. Este tribunal (que está associado aoTribunal de Justiça) tem competência paraproferir acórdãos em certas categorias de pro-cessos, em especial acções instauradas porparticulares, empresas e algumas organizaçõesou relacionadas com o direito da concorrência.

O Tribunal de Justiça: garantir o respeito da legislação

Factos essenciais

Função: proferir acórdãos nos processos que são submetidos à sua apreciação

Tribunal de Justiça: um juiz por cada país da UE; oito advogados-gerais

Tribunal dePrimeira Instância: pelo menos um juiz por cada país da UE;Mandato: os membros dos dois tribunais são designa-

dos por períodos renováveis de seis anosEndereço: 100 Boulevard Konrad Adenauer,

L-2925 LuxembourgTel.: (352) 43 03-1Internet: curia.eu.int

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O Tribunal de Justiça e o Tribunal de PrimeiraInstância têm cada um um presidente, desig-nado pelos juízes respectivos por um períodode três anos, renovável. Vassilios Skouris, da Grécia, foi eleito presidente do Tribunal deJustiça em 2003. Bo Vesterdorf, da Dinamarca,é o presidente do Tribunal de PrimeiraInstância.

Foi criado um novo órgão judicial, o Tribunalda Função Pública Europeia, com o objectivode decidir sobre os litígios entre a UniãoEuropeia e os seus funcionários e agentes.Este tribunal é composto por sete juízes eestá associado ao Tribunal de PrimeiraInstância.

O que faz o Tribunal?

O Tribunal pronuncia-se sobre os processosque são submetidos à sua apreciação. Osquatro tipos de processos mais comuns sãoos seguintes:

1. pedido de decisão prejudicial;

2. acção por incumprimento;

3. recurso de anulação;

4. acção por omissão.

Segue-se uma descrição pormenorizada decada um dos processos.

1. Pedido de decisão prejudicial

Os tribunais nacionais de cada Estado--Membro são responsáveis pelo respeito dodireito comunitário nesse país. Existe, no en-tanto, um risco de que os tribunais de algunspaíses interpretem o direito da UE de formadivergente.

Para que tal não aconteça, existe o «processode reenvio prejudicial». Assim, os tribunaisnacionais, caso tenham dúvidas quanto à in-terpretação ou a validade de uma disposiçãodo direito da UE, podem e, por vezes devem,solicitar ao Tribunal de Justiça que se pro-nuncie. A posição do Tribunal é transmitidasob a forma de «decisão a título prejudicial».

2. Acção por incumprimento

A Comissão pode intentar este tipo de acçãose considerar que um Estado-Membro nãocumpriu qualquer das obrigações que lhe in-cumbem por força do direito comunitário.Qualquer Estado-Membro pode também in-tentar uma acção por incumprimento.

Em ambos os casos, o Tribunal investiga asalegações apresentadas e profere um acór-dão. Se o Tribunal verificar que o referidoEstado-Membro não cumpriu a obrigaçãoem causa, este deve tomar as medidas neces-sárias para rectificar a situação. Se o Tribunaldeclarar verificado que o Estado-Membronão deu cumprimento ao seu acórdão, podeaplicar uma multa a esse Estado-Membro.

3. Recurso de anulação

Se um Estado-Membro, o Conselho, aComissão ou (em certas circunstâncias) oParlamento considerar que uma disposição legislativa da UE é ilegal, pode solicitar a suaanulação ao Tribunal.

Os particulares podem também interpor «re-cursos de anulação» se considerarem que umadeterminada disposição legislativa os afectadirecta e negativamente como indivíduos e sepretenderem que o Tribunal a anule.

Se o Tribunal verificar que a disposição im-pugnada não tinha sido correctamenteadoptada ou não se baseava correctamentenos Tratados, pode declará-la nula.

4. Acção por omissão

O Tratado estabelece que o ParlamentoEuropeu, o Conselho e a Comissão devem to-mar determinadas decisões em determinadascircunstâncias. Se não o fizerem, os Estados--Membros, as outras instituições comunitáriase, em certos casos, os particulares ou as em-presas podem recorrer ao Tribunal para queregiste oficialmente essa omissão.

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Como Funciona a União Europeia

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Como está organizado o Tribunal

Os processos são inscritos no registo daSecretaria do Tribunal. Para cada processosão nomeados um juiz-relator e um advo-gado-geral.

A tramitação processual no Tribunal desen-rola-se em duas fases: uma fase escrita euma fase oral.

Na primeira fase, todas as partes envolvidasapresentam alegações escritas e o juiz-rela-tor elabora um relatório que resume as ale-gações e o enquadramento jurídico do pro-cesso.

Inicia-se então a segunda fase: a audiênciapública. Consoante a importância ou a com-plexidade do processo, pode realizar-se emsecções de três, cinco ou treze juízes ou na

presença de todo o Tribunal. Na audiência, osadvogados das partes apresentam as suasalegações aos juízes e ao advogado-geral,que podem colocar as perguntas que enten-derem pertinentes. Posteriormente, o advo-gado-geral apresenta as suas conclusões aoTribunal, após o que os juízes deliberam eproferem um acórdão.

Desde 2003, os advogados-gerais só têm deapresentar conclusões quando o Tribunalconsidere que o processo em causa suscitauma nova questão de direito. O Tribunaltambém não é obrigado a seguir as conclu-sões do advogado-geral.

Os acórdãos do Tribunal são decididos pormaioria e pronunciados em audiência pú-blica. Os votos contra não são divulgados pu-blicamente. Os acórdãos são publicados nodia em que são proferidos.

O Tribunal de Justiçagarante que todos sãoiguais perante o direito daUE — por exemplo, que oshomens e as mulheres recebem um salário igualpara trabalho igual. Existeum juiz por cada país da UE.

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O Tribunal de Contas, criado em 1975 e se-deado no Luxemburgo, verifica se os fundosda UE, provenientes dos contribuintes, sãocobrados de forma adequada e utilizados deacordo com a lei, de forma económica e parao fim a que se destinam. Tem o direito derealizar auditorias junto de qualquer pessoaou organização que se ocupe da gestão dosfundos da UE.

O Tribunal é composto por um membro decada país da UE, nomeado pelo Conselho porum período renovável de seis anos. Os mem-bros designam de entre si o presidente, porum período renovável de três anos. HubertWeber, da Áustria, foi eleito presidente emJaneiro de 2005.

O que faz o Tribunal?

A principal missão do Tribunal é verificar aboa execução do orçamento da UE — ou seja,examinar a legalidade e a regularidade dasdespesas e receitas e garantir a boa gestãofinanceira. O Tribunal de Contas garante,deste modo, que o orçamento da UE é geridode forma eficaz e transparente.

O trabalho de fiscalização do Tribunal é feitocom base em documentos provenientes de

qualquer pessoa ou organismo que se ocupeda gestão de receitas ou despesas da UE.Realiza também frequentemente controlosno terreno. Os resultados das auditorias sãoapresentados por escrito sob a forma de rela-tórios que levam os eventuais problemas aoconhecimento da Comissão e dos governosdos Estados-Membros.

Para que possa desempenhar as suas funçõescom eficácia, o Tribunal de Contas deve sercompletamente independente das outrasinstituições, mas manter simultaneamenteum contacto permanente com elas.

Uma das funções mais importantes doTribunal de Contas é assistir o ParlamentoEuropeu e o Conselho, apresentando-lhes umrelatório anual sobre o exercício financeiroprecedente. O Parlamento analisa pormeno-rizadamente o relatório do Tribunal antes dedecidir se aprova a forma como a Comissãoexecutou o orçamento. Quando considera ascontas correctas, o Tribunal de Contas enviaigualmente ao Conselho e ao Parlamentouma declaração de fiabilidade, certificandoque o dinheiro dos contribuintes europeusfoi bem utilizado.

Por último, o Tribunal de Contas emite pare-ceres sobre as propostas de legislação finan-

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Como Funciona a União Europeia

O Tribunal de Contas Europeu: fiscalizar as contas da União Europeia

Factos essenciais

Função: verificar se as verbas da UE são utilizadas correctamente

Membros: um de cada país da UEMandato: os membros são nomeados por um período

renovável de seis anosEndereço: 12, rue Alcide de Gasperi, L-1615 LuxembourgTel.: (352) 43 98-1Internet: www.eca.eu.int

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Uma rubrica importante do orçamento da UE destina-se a apoiar práticas agrícolas que respeitem o ambi-ente, produzam alimentos saudáveis e que tratem os animais correctamente. O Tribunal de Contas verifica se as verbas foram bem utilizadas.

ceira da UE e relativamente às acções comu-nitárias de luta contra a fraude.

Como está organizado o Tribunal deContas?

O Tribunal de Contas dispõe de cerca de 800funcionários, incluindo tradutores, adminis-tradores e auditores. Os auditores estão re-partidos por «grupos de auditoria». Compete--lhes elaborar os projectos de relatórios queservirão de base às decisões do Tribunal.

Os auditores são frequentemente chamadosa realizar missões de fiscalização nas outras

instituições da UE, nos Estados-Membros eem qualquer país do mundo beneficiário deajuda da UE. Efectivamente, embora o traba-lho do Tribunal diga respeito, em grandeparte, a verbas que são da responsabilidadeda Comissão, na prática, 90% destas receitase despesas são geridos pelas autoridades na-cionais.

O Tribunal de Contas não dispõe de poder ju-risdicional próprio. Quando os auditores de-tectam fraudes ou irregularidades, informamo Organismo Europeu de Luta Antifraude(OLAF ).

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Criado em 1957 pelo Tratado de Roma, oComité Económico e Social Europeu (CESE) éum órgão de natureza consultiva compostopelos representantes dos empregadores, sin-dicatos, agricultores, consumidores e outrosgrupos de interesses que, no seu conjunto,formam a denominada «sociedade civil orga-

nizada». O CESE apresenta os seus pontos devista e defende os seus interesses na discus-são das políticas com a Comissão, o Conselhoe o Parlamento Europeu.

O CESE é, pois, uma ponte entre a União e osseus cidadãos, promovendo, através das suas

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Como Funciona a União Europeia

O Comité Económico e Social Europeu: a voz da sociedade civil

O emprego na Europa é muito influenciado pelas políticas da UE. Através do CES, os empregadores e os sindicatos participam na elaboração dessas políticas.

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Factos essenciais

Função: representar a sociedade civil organizadaMembros: 317Mandato: quatro anosReuniões: Bruxelas, mensalmenteEndereço: Rue Belliard 99, B-1040 BruxellesTel. (32-2) 546 90 11Internet: www.esc.eu.int

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actividades, uma sociedade mais participa-tiva, mais integradora e, consequentemente,mais democrática na Europa.

O Comité faz parte integrante do processo detomada de decisões da UE, sendo obrigato-riamente consultado antes da adopção dedecisões de política económica e social. Podetambém emitir pareceres por sua iniciativa,ou a pedido de outra instituição da UE, sobreoutras matérias.

O CESE é composto por 317 membros (o nú-mero respeitante a cada país da UE reflectede forma aproximada o seu número de habi-tantes). Os membros do Comité estão distri-buídos do seguinte modo:

Alemanha, França, Itália e Reino Unido 24Polónia e Espanha 21Bélgica, República Checa, Grécia, Hungria, Países Baixos, Áustria, Portugal e Suécia 12Dinamarca, Irlanda, Lituânia, Eslováquia e Finlândia 9Estónia, Letónia e Eslovénia 7Chipre e Luxemburgo 6Malta 5Total 317

Após a adesão da Bulgária e da Roménia, oComité passará a ter 344 membros.

Os membros do Comité são nomeados pelosgovernos dos Estados-Membros da UE masexercem as suas funções com plena indepen-dência política. São nomeados por um pe-ríodo de quatro anos, podendo os mandatosser renovados.

O Comité reúne em Assembleia Plenária e osseus debates são preparados por seis subco-mités, conhecidos por «secções», especializa-dos nas diversas áreas políticas. O Comité de-signa o presidente e os vice-presidentes porum período de dois anos. Anne-MarieSigmund, da Áustria, foi designada presi-dente do CESE em Outubro de 2004.

O que faz o CESE?

O Comité Económico e Social Europeu de-sempenha três funções principais:

• dirigir pareceres ao Conselho, Comissão eParlamento Europeu, quer a pedido destes,quer por sua própria iniciativa;

• incentivar a sociedade civil a empenhar-semais nas políticas da UE;

• reforçar o papel da sociedade civil nos paí-ses terceiros, ajudando a criar nesses paísesestruturas consultivas similares.

Quem são os membros do CESE?

Os membros do Comité, que desenvolvem assuas actividades profissionais principalmentenos países de origem, estão organizados emtrês grupos que representam os empregado-res, os trabalhadores e os diversos interesseseconómicos e sociais.

O Grupo dos Empregadores é composto porrepresentantes dos sectores público e pri-vado da indústria, das pequenas e médiasempresas, das câmaras de comércio, do co-mércio grossista e retalhista, da banca e dosseguros, dos transportes e da agricultura.

O Grupo dos Trabalhadores representa todasas categorias de trabalhadores, dos manuaisaos executivos. Os seus membros são oriun-dos das organizações sindicais nacionais.

O terceiro grupo representa um leque diver-sificado de interesses: ONG, organizações deagricultores, de pequenas empresas, de arte-sanato e de profissões liberais, cooperativas eassociações sem fins lucrativos, organizaçõesde defesa dos consumidores e de protecçãodo ambiente, membros das comunidadescientífica e académica e associações de famí-lias, de mulheres, de pessoas com deficiência,etc.

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Criado em 1994 pelo Tratado da UniãoEuropeia, o Comité das Regiões (CR) é um ór-gão consultivo composto por representantesdos poderes locais e regionais da Europa. OCR tem de ser consultado antes da adopçãode decisões da UE no domínio da política re-gional, ambiente, educação e transportes —que afectam directamente os poderes regio-nais e locais.

O Comité é composto por 317 membros (o número respeitante a cada país da UE re-flecte de forma aproximada o seu número dehabitantes). Os membros do Comité estãodistribuídos do seguinte modo:

Alemanha, França, Itália e Reino Unido 24Polónia e Espanha 21Bélgica, República Checa, Grécia, Hungria, Países Baixos, Áustria, Portugal e Suécia 12Dinamarca, Irlanda, Lituânia, Eslováquia e Finlândia 9Estónia, Letónia e Eslovénia 7Chipre e Luxemburgo 6Malta 5Total 317

Após a adesão da Bulgária e da Roménia, oComité passará a ter 344 membros.

Os membros do Comité das Regiões são elei-tos dos municípios ou das regiões, muitas ve-zes líderes políticos dos governos regionaisou presidentes de câmaras. Os membros doComité são designados pelos governos dosEstados-Membros da UE, mas exercem assuas funções com plena independência polí-tica. São nomeados pelo Conselho da UniãoEuropeia por um período de quatro anos epodem ser reconduzidos nas suas funções.Devem também dispor de um mandato dasautoridades que representam ou ser peranteestas politicamente responsáveis.

O Comité das Regiões designa, de entre osseus membros, o presidente, por um períodode dois anos. Peter Straub, da Alemanha, foieleito presidente em Fevereiro de 2004.

O que faz o Comité?

A missão do Comité das Regiões consiste emapresentar os pontos de vista locais e regio-nais no que se refere à legislação da UE, atra-vés da emissão de pareceres sobre as propos-tas da Comissão.

A Comissão e o Conselho consultam obriga-toriamente o Comité das Regiões nos domí-nios que afectam directamente os podereslocais e regionais, podendo igualmente con-

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Como Funciona a União Europeia

O Comité das Regiões: a voz do poder local e regional

Factos essenciais

Função: representar os poderes locais e regionaisMembros: 317Mandato: quatro anosReuniões: Bruxelas, cinco sessões plenárias por anoEndereço: Rue Belliard 101, B-1040 BruxellesTel. (32-2) 282 22 11Internet: www.cor.eu.int

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sultar o Comité sempre que o consideraremoportuno. Por sua vez, o Comité pode adop-tar pareceres por iniciativa própria e apre-sentá-los à Comissão, ao Conselho e aoParlamento.

Como está organizado o Comité?

O Comité das Regiões realiza cinco sessõesplenárias por ano, durante as quais são defi-nidas as linhas políticas gerais e adoptadospareceres.

Os membros do Comité das Regiões estão repartidos por Comissões especializadas, cuja

função é preparar as sessões plenárias.Existem seis Comissões:

• Comissão de Política de Coesão Territorial(COTER)

• Comissão de Política Económica e Social(ECOS)

• Comissão de Desenvolvimento Sustentável(DEVE)

• Comissão de Cultura e Educação (EDUC)

• Comissão de Assuntos Constitucionais eGovernação Europeia (CONST)

• Comissão de Relações Externas (RELEX).

No Comité das Regiões, os responsáveis políticos dasregiões e das autarquias de toda a Europa participam

nas actividades da UE que afectam as regiões, comopor exemplo, os projectos de melhoramento das redes

de telecomunicações.

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Criado em 1958 pelo Tratado de Roma, oBanco Europeu de Investimento (BEI) tempor missão conceder empréstimos destinadosa projectos de interesse europeu (por exem-plo, ligações ferroviárias e rodoviárias, aero-portos ou iniciativas em matéria de am-biente), principalmente nas regiões maisdesfavorecidas, nos países candidatos e nospaíses em desenvolvimento. Fornece igual-mente crédito ao investimento para peque-nas empresas.

Philippe Maystadt, da Bélgica, foi nomeadopresidente do BEI em 1 de Janeiro de 2000.

O que faz o Banco?

Trata-se de uma instituição sem fins lucrati-vos que não aceita depósitos de poupança oucontas correntes. Tão-pouco utiliza os recur-sos orçamentais da UE. O BEI é financiadopor empréstimos contraídos nos mercados fi-nanceiros e pelos capitais dos seus accionis-tas: os Estados-Membros da União Europeia.Estes subscrevem em conjunto o capital doBanco, sendo a contribuição de cada paísproporcional ao seu peso económico naUnião.

Este apoio dos Estados-Membros permite aoBEI beneficiar da mais alta notação de crédito

nos mercados financeiros (AAA), o que por suavez permite que o Banco invista em projectosde interesse público que não obteriam por ou-tras vias o financiamento necessário ou que sóo conseguiriam através de empréstimos maisonerosos.

Os projectos financiados pelo Banco são cui-dadosamente seleccionados de acordo comos seguintes critérios:

• devem contribuir para concretizar os ob-jectivos da UE, nomeadamente o reforçoda competitividade das indústrias e das pe-quenas e médias empresas europeias; criarredes transeuropeias (transportes, teleco-municações e energia); impulsionar o sec-tor das tecnologias da informação; prote-ger o ambiente natural e urbano; melhoraros serviços da saúde e da educação;

• devem beneficiar principalmente as re-giões mais desfavorecidas;

• devem atrair outras fontes de financia-mento.

O BEI promove igualmente o desenvolvi-mento sustentável nos países doMediterrâneo, de África, das Caraíbas e doPacífico e apoia projectos na América Latinae na Ásia.

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Como Funciona a União Europeia

O Banco Europeu de Investimento: financiar projectos da UE

Factos essenciais

Função: financiar projectos da UEMembros: dos Estados-Membros

Conselho de Governadores: 26 Conselho de Administração: 9

Endereço: 100 Boulevard Konrad Adenauer,L-2950 Luxembourg

Tel.: (352) 43 79-1Internet: www.eib.eu.int

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Por último, o BEI é o accionista maioritáriodo Fundo Europeu de Investimento (FEI),juntamente com o qual forma o chamado«Grupo BEI». O FEI foi criado em 1994 parafinanciar investimentos em pequenas e mé-dias empresas (PME). Não concede emprésti-mos directamente às empresas nem realizainvestimentos directos em empresas. Operaatravés de bancos e outros intermediários fi-nanceiros, proporcionando-lhes garantiaspara cobrir os seus empréstimos às pequenasempresas.

O FEI desenvolve as suas actividades nosEstados-Membros da União Europeia e naBulgária, Roménia, Turquia e três países daEFTA (Islândia, Listenstaine e Noruega).

Como está organizado o Banco?

O BEI é uma instituição autónoma, o que lhepermite tomar as suas decisões no que res-peita à actividade creditícia unicamente emfunção dos méritos dos projectos e das opor-tunidades oferecidas pelos mercados finan-ceiros. O Banco apresenta todos os anos umrelatório com um balanço completo das suasactividades.

O Banco colabora com as instituições da UE.Os seus representantes podem, por exemplo,participar nos trabalhos de certas comissõesdo Parlamento Europeu e o presidente do BEIpode assistir a reuniões do Conselho.

As decisões do Banco são tomadas pelos se-guintes órgãos:

• O Conselho de Governadores constituídopelos ministros dos Estados-Membros, ge-ralmente os ministros das Finanças.Compete-lhe definir as linhas gerais da po-lítica de crédito, aprovar o balanço e o re-latório anual, autorizar o Banco a financiarprojectos fora da União e decidir sobre osaumentos de capital.

• O Conselho de Administração aprova asoperações de contracção e concessão deempréstimos e vela pela boa gestão do BEI.É composto por 26 directores (um no-meado por cada um dos Estados-Membrose um nomeado pela Comissão).

• O Comité Executivo é o órgão executivo atempo inteiro do Banco. Compete-lhe as-segurar a gestão corrente do BEI e é com-posto por nove membros.

O BEI financia uma vasta gama de projectos, incluindo novas ligações rodoviárias e ferroviárias para melhoraras redes de transportes na Europa.

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Como Funciona a União Europeia

O Banco Central Europeu (BCE) foi instituídoem 1998 pelo Tratado da União Europeia etem a sua sede em Francoforte (Alemanha).Compete-lhe gerir o euro, a moeda única daUE. O BCE é igualmente responsável pela de-finição e execução da política económica emonetária da UE.

Para o desempenho das suas atribuições, oBCE trabalha em conjunto com o «SistemaEuropeu de Bancos Centrais» (SEBC), que en-globa os 25 países da UE. Porém, até ao mo-mento, só 12 países adoptaram o euro. Oconjunto destes 12 países constitui a «zonaeuro» e os respectivos bancos centrais, junta-mente com o Banco Central Europeu, for-mam o denominado «Eurossistema».

O BCE funciona com total independência. OBCE, os bancos centrais nacionais doEurossistema e os membros dos respectivosórgãos de decisão não podem solicitar ou re-ceber instruções de qualquer outro órgão. Asinstituições da UE e os governos dos Estados--Membros devem respeitar este princípio enão procurar influenciar o BCE ou os bancoscentrais nacionais.

O BCE, em estreita colaboração com os ban-cos centrais, prepara e executa as decisõestomadas pelos órgãos de decisão do Euros-

sistema: o Conselho do BCE, a Comissão Exe-cutiva e o Conselho Geral.

Jean-Claude Trichet, da França, foi nomeadopresidente do BCE em Novembro de 2003.

O que faz o Banco?

Uma das missões mais importantes do BCE é amanutenção da estabilidade dos preços nazona do euro, para que o poder de compra doeuro não seja afectado pela inflação. O BCEesforça-se por assegurar que o aumento anualdos preços no consumidor seja inferior a 2%.

Fá-lo de duas formas:

• em primeiro lugar, controla a massa mo-netária. Se esta for excessiva em relação àoferta de bens e serviços, há o risco de in-flação;

• em segundo lugar, acompanha a evoluçãodos preços e avalia os riscos que estes re-presentam para a estabilidade dos preçosna zona euro.

Controlar a massa monetária implica, entreoutras medidas, fixar as taxas de juro paratoda a zona euro, provavelmente a activi-dade mais conhecida do Banco.

O Banco Central Europeu: gerir o euro

Factos essenciais

Função: gerir o euro e a política monetária da UEMembros: Conselho do BCE: 18

Conselho Geral: 27Comissão Executiva: 6

Endereço: Kaiserstrasse 29D-60311 Frankfurt am Main

Tel.: (49) 691 34 40Internet: www.ecb.int

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Como está organizado o Banco?

As actividades do Banco Central Europeu sãoexecutadas pelos seguintes órgãos de deci-são.

A Comissão Executiva

A Comissão Executiva é constituída pelo pre-sidente do BCE, pelo vice-presidente e porquatro vogais nomeados, de comum acordo,pelos presidentes ou primeiros-ministros dospaíses da zona euro. Os membros daComissão Executiva são nomeados por umperíodo não renovável de oito anos.

A Comissão Executiva é responsável pelaexecução da política monetária, tal como de-finida pelo Conselho do BCE (ver abaixo), epela emissão das instruções necessárias aosbancos centrais nacionais. Além disso, aComissão Executiva prepara as reuniões doConselho do BCE e é responsável pela gestãodas actividades correntes do Banco.

O Conselho do BCE

O Conselho do BCE é o órgão de decisão má-ximo do Banco Central Europeu. É compostopelos seis membros da Comissão Executiva epelos governadores dos 12 bancos centraisda zona euro. É presidido pelo presidente doBCE. A sua principal missão é a definição dapolítica monetária da zona euro, em especiala fixação das taxas de juro a que os bancoscomerciais podem obter fundos junto doBanco Central.

O Conselho Geral

O Conselho Geral é o terceiro órgão de deci-são do BCE. É constituído pelo presidente epelo vice-presidente do BCE e pelos governa-dores dos bancos centrais nacionais dos 25Estados-Membros da UE. O Conselho Geralparticipa nos trabalhos de consulta e coorde-nação do BCE e ajuda a preparar o futuroalargamento da zona euro.

O euro facilita as viagens e as comprasem toda a Europa. O BCE garante a

estabilidade dos preços na zona do euro.

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A função de Provedor de Justiça Europeu foiinstituída pelo Tratado da União Europeia(Maastricht, 1992). O Provedor de Justiça ac-tua como mediador entre os cidadãos e a ad-ministração da UE. Tem competência para re-ceber e investigar queixas apresentadas porqualquer cidadão, empresa ou instituição daUE ou qualquer pessoa singular ou colectivaque resida ou tenha a sua sede num país daUE.

O Provedor de Justiça é eleito peloParlamento Europeu por um período renová-vel de cinco anos, que corresponde a uma le-gislatura do Parlamento Europeu. NikiforosDiamandouros, anterior Provedor de Justiçada Grécia, assumiu as funções de Provedorde Justiça Europeu em Abril de 2003 e foireeleito em Janeiro de 2005 para um man-dato de cinco anos.

O que faz o Provedor de Justiça?

O Provedor de Justiça contribui para detec-tar casos de má administração nas institui-ções europeias e outros organismos da UE.Má administração significa uma administra-ção deficiente ou inoperante, ou seja,quando uma instituição da UE não actua emconformidade com a lei, não respeita os

princípios da boa administração ou cometeuma violação dos direitos do Homem. Trata--se, por exemplo, das seguintes situações:

• injustiça;

• discriminação;

• abuso de poder;

• falta ou recusa de acesso a informações;

• atrasos desnecessários;

• procedimentos incorrectos.

O Provedor de Justiça procede a inquéritospor sua própria iniciativa ou com base emqueixas. O Provedor de Justiça exerce as suasfunções com plena independência e impar-cialidade e não solicita nem aceita instruçõesde nenhum governo ou organismo.

Como se apresenta uma queixa aoProvedor de Justiça?

Se pretende apresentar uma queixa relativa-mente a uma situação de má administraçãopor parte de uma instituição ou órgão da UE,a primeira coisa a fazer é contactar essa ins-tituição ou órgão através das vias adminis-trativas habituais e tentar que corrijam a situação.

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Como Funciona a União Europeia

O Provedor de Justiça Europeu: investigar as queixas dos cidadãos

Factos essenciais

Função: detectar os casos de má administração e propor soluções

Mandato: cinco anos, renovávelEndereço: 1, avenue du Président Robert Schuman,

BP 403, F-67001 StrasbourgTel. (33) 3 88 17 23 13Internet: www.euro-ombudsman.eu.int

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No caso de esta diligência falhar, pode apre-sentar uma queixa ao Provedor de JustiçaEuropeu.

A queixa deve ser apresentada ao Provedorde Justiça no prazo de dois anos a contar dadata em que o queixoso tomou conheci-mento da situação de má administração. Daqueixa devem constar claramente a identi-dade do queixoso, qual a instituição ou ór-gão objecto da queixa e qual o problema,embora possa ser requerido o tratamentoconfidencial da queixa.

Para mais informações práticas sobre as dili-gências a seguir na apresentação de uma

queixa pode ser consultado o sítio Internetdo Provedor de Justiça Europeu: www.euro-ombudsman.eu.int

Que resultados se podem obter?

Se o Provedor de Justiça não puder tratar daqueixa — por exemplo, se já foi objecto deum processo no Tribunal — envidará todos osesforços para aconselhar o queixoso a diri-gir-se a outra autoridade. Contudo, se pudertratar da queixa, fá-lo-á.

Para resolver o problema, o Provedor deJustiça pode simplesmente ter de informar ainstituição ou órgão em causa. Se o pro-blema não ficar resolvido durante as suas in-vestigações, o Provedor de Justiça tentaráencontrar uma solução amigável que corrijaa situação e dê satisfação ao queixoso.

Se tal não for suficiente, o Provedor deJustiça pode emitir recomendações no sen-tido de resolver o problema. Se a instituiçãoem causa não aceitar as recomendações, oProvedor de Justiça pode elaborar um relató-rio especial dirigido ao Parlamento Europeu,para que este tome as medidas políticas ne-cessárias.

O Provedor de Justiça apresenta anualmenteao Parlamento Europeu um relatório das suasactividades.

P. Nikiforos Diamandouros assumiu as funções de Provedor de Justiça em Abril de 2003 e foi reeleito em Janeiro de 2005.

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A função de Autoridade Europeia para aProtecção de Dados (AEPD) foi criada em2001. A AEPD tem por missão garantir quetodas as instituições e órgãos da UE respei-tam o direito à privacidade dos cidadãosquando processam os seus dados pessoais.

O que faz a AEPD?

Quando as instituições ou órgãos da UE pro-cedem ao tratamento de dados pessoais deuma pessoa identificável, devem respeitar oseu direito à privacidade. A AEDP garanteque tal acontece e presta aconselhamentosobre todos os aspectos do tratamento dosdados pessoais.

O «tratamento» cobre nomeadamente as se-guintes actividades: recolher, registar e ar-mazenar informações, recuperá-las paraconsulta e enviá-las ou disponibilizá-lasjunto de terceiros de informações e tambémbloquear, apagar ou destruir dados.

Estas actividades são regidas por regras rigo-rosas em matéria de privacidade. Por exem-plo, as instituições e órgãos da UE não estãoautorizados a tratar dados pessoais que reve-lem a raça ou origem étnica, opiniões políti-cas, convicções religiosas ou filosóficas ouadesão a sindicatos. Não podem tambémprocessar dados sobre a saúde ou vida sexual,excepto se tais dados forem necessários paraefeitos de cuidados de saúde. Mesmo neste

caso, os dados devem ser tratados por umprofissional da área da saúde ou outra pessoavinculada ao segredo profissional.

A AEDP colabora com os responsáveis pelaprotecção dos dados em cada instituição ouórgão da UE para garantir a aplicação das re-gras em matéria de privacidade.

Em 2004, Peter Johan Hustinx foi nomeadopara exercer as funções de AutoridadeEuropeia para a Protecção de Dados, tendoJoaquín Bayo Delgado sido nomeado assis-tente.

Como é que a AEPD o pode ajudar?

Se tem razões para crer que o seu direito àprivacidade foi violado por uma instituiçãoou órgão da UE, que utilizam de forma abu-siva os seus dados pessoais, deve apresentaruma queixa junto da Autoridade Europeiapara a Protecção de Dados. A Autoridade in-vestigará a sua queixa e informá-lo-á o maisrapidamente possível se concorda ou nãocom as suas alegações e, em caso afirmativo,indicar-lhe-á a forma de corrigir a situação.Pode, por exemplo, ordenar à instituição ouórgão em causa que corrija, bloqueie, apagueou destrua os seus dados pessoais que foramilegalmente processados.

Se não estiver de acordo com a decisão daAutoridade, pode apresentar o assunto aoTribunal de Justiça.

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Como Funciona a União Europeia

Autoridade Europeia para a Protecção de Dados: salvaguardar a privacidade dos cidadãosFactos essenciais

Função: salvaguardar a privacidade dos dados dos cidadãos

Mandato: cinco anos, renovávelEndereço: Rue Wiertz 60,

B-1047 Bruxelles Tel.: (32-2) 283 19 00Internet: www.edps.eu.int

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Academia Europeia de Polícia

A Academia Europeia de Polícia (CEPOL) éuma academia que se ocupa da formaçãoprofissional de funcionários dos serviços depolícia de grau médio e superior. Tem pormissão colaborar com as forças policiais na-cionais da UE na luta contra a criminalidade,principalmente a criminalidade transfrontei-ras. Tem vindo a ministrar cursos de forma-ção relativos à actividade policial europeiadesde 2001.

O principal objectivo da CEPOL consiste emaprofundar os conhecimentos dos funcioná-rios dos serviços de polícia em domínios comoos diversos sistemas policiais ou as modalida-des de cooperação policial transfronteiras.

A Academia da Polícia pode cooperar com asinstituições nacionais de formação policialde países fora da União Europeia. Em espe-cial, as suas instalações encontram-se à dis-posição dos altos funcionários dos serviçosde polícia dos países candidatos, da Islândia eda Noruega.

A CEPOL terá a sua sede permanente emBramshill, no Reino Unido.

Para obter mais informações, consultar:www.cepol.net.

Agência Europeia do Ambiente

A Agência Europeia do Ambiente (AEA), quefoi criada em 1990, tem a sua sede emCopenhaga, na Dinamarca.

A sua missão consiste em recolher e divulgarinformações sobre a situação e a evolução doambiente na Europa. A Agência está aberta àparticipação de países não pertencentes àUE: a Islândia, o Listenstaine e a Noruega sãopaíses membros da Agência desde a sua fun-dação. A AEA coopera activamente com or-ganizações e organismos internacionais daárea do ambiente.

Para obter mais informações, consultar: www.eea.eu.int.

As Agências

As agências não são instituições da UE: são organismos criados pela UE para realizarem umadeterminada missão. Nem todas têm a designação de «agência» no seu nome oficial: há agên-cias que são designadas por Centro, Instituto, Fundação, Observatório ou Autoridade, etc.

Três delas — Agência Europeia de Defesa (AED), Instituto de Estudos de Segurança da UniãoEuropeia (IESUE) e Centro de Satélites da União Europeia (CSUE) — levam a cabo tarefas noâmbito da Política Externa e de Segurança Comum (o «segundo pilar» da União Europeia).Quatro outras — Agência Europeia para a gestão da coordenação operacional nas fronteiras ex-ternas dos Estados-Membros da EU (AMOCEB), Academia Europeia de Polícia (CEPOL), ServiçoEuropeu de Polícia (Europol) e Eurojust — colaboram na coordenação da cooperação policial ejudicial em matéria penal (o terceiro pilar da União Europeia), incluindo a gestão das fronteirasexternas da UE.

As restantes agências desempenham funções no âmbito do «primeiro pilar» da UE — o chamado«domínio comunitário».

Seguidamente são dadas informações acerca das actividades de cada uma das agências.

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Como Funciona a União Europeia

Agência Europeia de DefesaA AED foi criada em 2004 e terá a sua sedeem Bruxelas. Tem por missão colaborar comos Estados-Membros para reforçar a capaci-dade de defesa e de gestão das crises naEuropa e para apoiar a política europeia desegurança e defesa.

Fá-lo-á garantindo uma abordagem maiscoordenada no domínio da produção e ob-tenção de armas e de equipamento de defesae da investigação e desenvolvimento tecno-lógico no domínio da defesa.

Para obter mais informações, consultar:www.eda.eu.int.

Agência Europeia para a gestão da coordenação operacional nas fronteirasexternas dos Estados--Membros da UEA decisão de criação desta agência (conhecidapela sigla AMOCEB) foi tomada em Outubrode 2004. A agência terá sede em Varsóvia.

Tem por missão auxiliar os Estados-Membrosda UE a aplicar as regras comunitárias emmatéria de controlo nas fronteiras externas ede regresso dos cidadãos de países terceirosaos seus países de origem. É óbvio que com-pete a cada Estado-Membro controlar assuas próprias fronteiras, mas a Agência con-tribuirá para garantir que todos o farão como mesmo nível elevado de eficácia.

As principais missões da Agência são as se-guintes:

• colaborar com os Estados-Membros na for-mação profissional dos seus guardas defronteira;

• avaliar riscos;• desenvolver a investigação em novas tec-

nologias de vigilância;• coordenar a cooperação entre os países da

UE no domínio do repatriamento dos imi-grantes ilegais.

Agência Europeia de Avaliação dos Medicamentos

A Agência Europeia de Avaliação dosMedicamentos (EMEA), que foi criada em1993, tem a sua sede em Londres, no ReinoUnido. A Agência, que contribui para a pro-tecção e a promoção da saúde na Europaatravés da avaliação dos medicamentos,tanto para uso humano como para uso vete-rinário, associa capacidades científicas de to-dos os países da UE.

Alguns tipos de produtos medicinais deriva-dos da biotecnologia só podem ser vendidosna União Europeia após avaliação cuidadapor parte da EMEA. Se a Agência considerarque o produto é seguro e de boa qualidade, aComissão Europeia pode autorizar a suavenda em todos os países da UE. Qualquerpessoa que queira comercializar outros tiposde produtos medicinais inovadores podetambém solicitar este tipo de autorização.

A autorização dos medicamentos mais con-vencionais é da responsabilidade de cadaEstado-Membro da UE. A EMEA ajuda a gerirum sistema de reconhecimento mútuo des-tas autorizações nacionais.

Para obter mais informações, consultar:www.emea.eu.int.

Agência Europeia de Reconstrução

A Agência Europeia de Reconstrução (AER),que foi criada em 2000, tem a sua sede emSalonica, na Grécia, e centros operacionaisem Belgrado, Pristina, Podgorica e Skopje.

A sua missão é gerir os principais programasda UE de ajuda à reconstrução, num valor decerca de 2 mil milhões de euros ao ano, dospaíses da região dos Balcãs afectados pelasguerras da década de 90.

Para obter mais informações, consultar:www.ear.eu.int.

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Agência Europeia para a Segurança da Aviação

A Agência Europeia para a Segurança daAviação (AESA) foi criada em 2002 e tem asua sede em Colónia, na Alemanha.

A sua missão consiste em ajudar a UE a ela-borar legislação e normas em matéria de se-gurança aérea e colaborar com a Comissãona fiscalização da aplicação das normas daUE. A Agência prestará ainda assistência téc-nica a organizações internacionais responsá-veis pela segurança da aviação civil e pelaprotecção ambiental. Por último, colaborarácom as autoridades aeronáuticas de paísesterceiros.

A AESA tem competência para tomar certasdecisões, tais como a emissão de certificadospara os produtos aeronáuticos.

Para obter mais informações, consultar:easa.eu.int.

Agência Europeia da Segurança Marítima

A Agência Europeia da Segurança Marítima(AESM) foi criada em 2002. Tem sede provi-sória em Bruxelas, na Bélgica, e terá a suasede definitiva em Lisboa, Portugal.

A sua missão é contribuir para melhorar ofuncionamento do sistema de segurança ma-rítima da UE, reduzindo os riscos de acidentesmarítimos, de poluição marinha causada pelosnavios e de perdas de vidas humanas no mar.

A Agência fornece pareceres técnicos e cien-tíficos destinados a melhorar a legislação daUE sobre a segurança marítima e a prevençãoda poluição causada por navios. Além disso,colabora com a Comissão no acompanha-mento das medidas adoptadas pelos paísesda UE e pelos países candidatos e prestaaconselhamento aos seus governos.

De entre as várias tarefas que a AESM irá de-sempenhar, destacam-se o desenvolvimento

de uma metodologia comum a toda a UEpara a investigação de acidentes marítimos ea criação de um sistema de informação sobreo tráfego marítimo, a nível europeu.

Para obter mais informações, consultar:emsa.eu.int

Agência Europeia para a Segurança das Redes e da InformaçãoA Agência Europeia para a Segurança dasRedes e da Informação (ENISA) foi criada em2004. Tem sede provisória em Bruxelas, naBélgica, e terá a sua sede definitiva emHeráclion, na Grécia (Creta).

A ENISA tem por funções garantir um ele-vado nível de segurança nas redes de infor-mação e nos respectivos dados. Esta acçãoproporcionará vantagens para os cidadãos,consumidores, empresas e organizações dosector público em toda a União Europeia.

As funções da Agência incluirão a recolha dedados, a análise de riscos, acções de sensibili-zação e a promoção das melhoras práticas degestão de risco.

Para obter mais informações, consultar:enisa.eu.int.

Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no TrabalhoA Agência Europeia para a Segurança e a Saúdeno Trabalho (EU-OSHA), que foi criada em1994, tem a sua sede em Bilbau, em Espanha.Nenhum país pode tratar isoladamente a vasta gama de questões relacionadas coma segurança e a saúde no trabalho que se colocam actualmente na Europa. Por esse mo-tivo, foi criada esta Agência que visa reunir ovasto fundo de conhecimentos e informaçõesnestas áreas existente na Europa, especial-mente em matéria de medidas de prevenção.

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Como Funciona a União Europeia

Além de estar a desenvolver uma vasta redede sítios Internet sobre questões de segu-rança e saúde, a EU-OSHA tem um programade publicações muito activo, que produztodo o tipo de documentos, desde relatóriosde informação especializados até materiaisde campanhas.

A EU-OSHA é dirigida por um Conselho deAdministração em que estão representados ossindicatos, as organizações de empregadores,os governos nacionais e a Comissão Europeia.

Para obter mais informações, consultar:agency.osha.eu.int.

Agência Ferroviária Europeia

A decisão de criar uma Agência FerroviáriaEuropeia (AFE) foi tomada em Abril de 2004.A sede da Agência ficará instalada emLille/Valenciennes, França. A sua missão con-siste em reforçar a segurança e a interopera-bilidade dos caminhos-de-ferro da Europa,para que possa vir a ser gradualmente criado

um «espaço ferroviário europeu integrado».Para obter mais informações, consultar:europa.eu.int/comm/transport/rail/era/index_en.htm.

Autoridade Europeia para a Segurança dos AlimentosA Autoridade Europeia para a Segurança dosAlimentos (EFSA), que começou a funcionarem 2002, tem a sua sede provisória emBruxelas, na Bélgica, e terá a sua sede defini-tiva em Parma, na Itália.

A sua principal missão consiste em fornecerpareceres científicos independentes sobretodas as questões relacionadas com a segu-rança dos alimentos. A Autoridade avalia osriscos que se colocam à cadeia alimentar eprocede a avaliações científicas sobre qual-quer questão susceptível de afectar a segu-rança dos alimentos na Europa.

As actividades da Autoridade abrangem todoo processo de produção «desde o campo até

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A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos contribui para garantir a segurança de todo o processode produção dos alimentos — «desde o campo até à mesa».

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à mesa» — ou seja, desde a produção primária(incluindo a segurança das rações para ani-mais) até ao fornecimento dos alimentos aoconsumidor. A EFSA colige informações pro-venientes de todo o mundo e acompanhaatentamente a evolução da ciência. As suasconclusões são divulgadas tanto junto dosespecialistas e responsáveis políticos comodo público em geral.

Para obter mais informações, consultar:www.efsa.eu.int

Autoridade EuropeiaSupervisora do SistemaGlobal de Navegação por Satélite

A Autoridade Europeia Supervisora doSistema Global de Navegação por Satélite foicriada em 2004, não tendo ainda sido deci-dido onde se situará a sua sede.

Tem por missão garantir a defesa e a repre-sentação adequadas dos interesses públicosfundamentais no âmbito dos programas eu-ropeus de navegação por satélite (Galileu eEGNOS). O objectivo do programa Galileuconsiste em proporcionar uma alternativaeuropeia moderna ao sistema americano GPS.

A Agência é responsável pela gestão e con-trolo da utilização dos fundos do programa.Colaborará com a Comissão Europeia no quese refere a todas as questões relacionadascom a rádio navegação por satélite.

Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação ProfissionalO Centro Europeu para o Desenvolvimentoda Formação Profissional (Cedefop), que foicriado em 1975, tem a sua sede em Salónica,na Grécia.

A sua missão consiste em analisar e fornecerinformações acerca dos sistemas, das políti-

cas, da investigação e das práticas em maté-ria de formação profissional. Esta actividadedestina-se a apoiar os especialistas de toda aUE a desenvolverem e melhorarem a forma-ção profissional na Europa.

O Cedefop dispõe dum sítio Internet interac-tivo, designado «European Training Village»,acessível em www.trainingvillage.gr.

O Cedefop é dirigido por um Conselho deAdministração em que estão representados ossindicatos, as organizações de empregadores,os governos nacionais e a Comissão Europeia.

Para obter mais informações, consultar:www.cedefop.eu.int.

Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças

A decisão de criar o Centro Europeu dePrevenção e Controlo das Doenças (CEPCD)foi tomada em Março de 2004. Terá a suasede em Estocolmo, Suécia, e deverá iniciaros seus trabalhos em 2005.

O CEPCD colaborará com a UE no combate àsdoenças transmissíveis e outras ameaças gra-ves para a saúde. Será responsável, nomea-damente, pelo funcionamento de redes delaboratórios e pela gestão de um sistema dealerta rápido e resposta. Poderá, por exem-plo, enviar uma equipa de especialistas da UEpara estudar surtos de doenças desconheci-das em qualquer país europeu.

Para mais informações: europa.eu.int/comm/health/ph_overview/strategy/ecdc/ecdc_en.htm.

Centro de Satélites da União EuropeiaO CSUE foi criado em 2002 e tem sede emTorrejón de Ardoz, Espanha.

Analisa dados e imagens provenientes de sa-télites de observação terrestre e utiliza essas

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Como Funciona a União Europeia

informações para auxiliar a União Europeia atomar decisões no âmbito da sua PolíticaExterna e de Segurança Comum (PESC).

O centro dirige igualmente projectos de in-vestigação e desenvolvimento e fornece for-mação a especialistas no domínio dos siste-mas digitais de informações geográficas e daanálise de imagens.

Para obter mais informações, consultar:www.eusc.org.

Centro de Tradução dos Organismosda União Europeia

O Centro de Tradução (CdT), que foi criadoem 1994, tem a sua sede no Luxemburgo.

O Centro, que é um organismo que se autofi-nancia, foi criado para dar resposta às necessi-dades de tradução das outras agências des-

centralizadas da UE. No âmbito de acordos decooperação, fornece também serviços a outrasinstituições da UE e a outros organismos quetêm os seus próprios serviços de tradução.

Para obter mais informações, consultar:www.cdt.eu.int.

Eurojust

A Eurojust foi criada em 2002 e tem sede naHaia, Países Baixos. Compete-lhe ajudar asautoridades responsáveis pela acção penaldos países da UE a colaborarem na luta con-tra a grande criminalidade transfronteiras,nomeadamente a criminalidade informática,a fraude e a corrupção, o branqueamento decapitais e os crimes contra o ambiente.

Cumpre-lhe, por exemplo, facilitar o inter-câmbio de informações entre as autoridadesnacionais, a prestação de assistência jurídicamútua e a extradição de pessoas procuradaspela justiça.

A Eurojust é composta por um procurador,magistrado ou agente de polícia destacadopor cada Estado-Membro que formam o«Colégio» (ou seja, o conselho de administra-ção) da organização, e elegem entre si umpresidente, por um período de três anos. OColégio é assistido por um secretariado, porfuncionários da UE e por peritos nacionaisdestacados.

Uma vez que as suas atribuições implicam amanutenção de ficheiros sobre os criminosossuspeitos, a Eurojust dispõe de um responsá-vel pela protecção dos dados pessoais, cujamissão consiste em garantir que tais fichei-ros estão correctamente protegidos e sãotratados em conformidade com a lei.Qualquer pessoa tem o direito de saber quaisos dados a seu respeito que a Eurojust detém ede solicitar à Eurojust a rectificação ou a eli-minação de dados incorrectos ou incompletos.

Para mais informações, consultar: www.eurojust.eu.int.A Agência Europeia de Avaliação dos Medicamentos

avalia se os medicamentos que utilizamos são seguros.

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Fundação Europeia para a FormaçãoA Fundação Europeia para a Formação (FEF),criada em 1990, tem a sua sede em Turim,Itália.

A FEF contribui para o aperfeiçoamento da for-mação profissional em países não pertencentesà UE, principalmente situados em regiões vizi-nhas, como o Norte de África, o Médio Oriente,os Balcãs e a ex-União Soviética.

A Fundação oferece a estes países conheci-mentos, saber-fazer e experiência nas áreasda formação para novos empregos e do de-senvolvimento de programas de formação aolongo de toda a vida.

Para obter mais informações, consultar:www.etf.eu.int.

Fundação Europeia para a Melhoria das Condiçõesde Vida e de TrabalhoA Fundação Europeia para a Melhoria dasCondições de Vida e de Trabalho (Eurofound),que foi criada em 1975, tem a sua sede emDublim, na Irlanda.

A sua missão é a seguinte:

• aconselhar os responsáveis pelas políticassociais;

• avaliar e analisar as condições de vida e detrabalho;

• apresentar relatórios de análise da situaçãoe sua evolução;

• contribuir para a melhoria da qualidade devida.

A Eurofound é dirigida por um conselho deadministração em que estão representadosos sindicatos, as organizações de emprega-dores, os governos nacionais e a ComissãoEuropeia.

Para obter mais informações, consultar:www.eurofound.eu.int.

Instituto Comunitário das Variedades VegetaisO Instituto Comunitário das VariedadesVegetais (ICVV), tem a sua sede em Angers, naFrança. Foi criado em 1994, e a sua missãoconsiste em administrar um sistema de direitospara as variedades vegetais — uma forma dedireito de propriedade industrial nesta área.

O Instituto trabalha nos mesmos termos queo Instituto de Harmonização do MercadoInterno: atribui direitos de protecção de pro-priedade industrial para novas variedadesvegetais, que são válidos por um período de25 ou 30 anos.

Para obter mais informações, consultar:www.cpvo.eu.int.

Instituto de Estudos de Segurança da UniãoEuropeiaO IES foi criado em 2001 e tem sede em Paris,França. Tem por objectivo contribuir para acriação de uma cultura de segurança na Europae promover a segurança em toda a União.

Colabora para o desenvolvimento da PolíticaExterna e de Segurança Comum, através dasseguintes acções:

• investigação e debate de temas importan-tes na área da segurança e defesa;

• análise prospectiva destinada ao Conselhoe ao alto-representante;

• desenvolvimento do diálogo transatlânticono que se refere a todas as questões de se-gurança entre a Europa, o Canadá e osEstados Unidos.

Para obter mais informações, consultar:www.iss-eu.org.

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Instituto de Harmonizaçãodo Mercado Interno (mar-cas, desenhos e modelos)O Instituto de Harmonização do MercadoInterno (IHMI), que foi criado em 1994, tema sua sede em Alicante, Espanha.

A sua missão consiste em efectuar os proce-dimentos de registo das marcas, desenhos emodelos comunitários.

O sistema da «marca comunitária» simplificaas operações e reduz os custos das empresaseuropeias. Qualquer fabricante que queiraproteger a sua marca na Europa já não pre-cisa de registar marcas idênticas em cada umdos países da UE. Através do IHMI pode agorasolicitar uma marca «comunitária», que lhedá o direito de proibir as outras empresas deutilizarem uma marca idêntica ou similar emtoda a UE.

Para obter mais informações, consultar:oami.eu.int.

Observatório Europeu da Drogae da ToxicodependênciaO Observatório Europeu da Droga e daToxicodependência (OEDT), que foi criado em1993, tem a sua sede em Lisboa, em Portugal.

A missão do Observatório consiste em reco-lher e divulgar informações objectivas, credí-veis e comparáveis acerca da droga e da toxi-codependência na Europa. O OEDT trabalhaem parceria com países não pertencentes àUE e também com organismos internacio-nais, tais como o Programa das NaçõesUnidas para o Controlo Internacional daDroga (PNUCID), a Organização Mundial deSaúde (OMS), o Grupo Pompidou do Conse-lho da Europa, a Organização Mundial dasAlfândegas (WCO), a Organização Interna-cional de Polícia Criminal (Interpol) e oServiço Europeu de Polícia (Europol).

Para obter mais informações, consultar:www.emcdda.org.

Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia

O Observatório Europeu do Racismo e daXenofobia (OERX), que foi criado em 1997,tem a sua sede em Viena, na Áustria.

A principal missão do Observatório consisteem fornecer à UE e aos seus Estados-–Membros dados objectivos, credíveis e com-paráveis acerca do racismo, da xenofobia edo anti-semitismo na Europa e em conceberestratégias aplicáveis em toda a UE paracombater estes fenómenos.

O OERX, que estuda a extensão e a evoluçãodo racismo e da xenofobia e analisa as suascausas, consequências e efeitos, tambémidentifica e divulga exemplos de boas práti-cas na integração de populações migrantes ede minorias étnicas e religiosas.

A principal actividade do Observatório é aRede de Informação Europeia sobre Racismoe Xenofobia (RAXEN), com «pontos focais na-cionais» (um em cada Estado-Membro) querecolhem, organizam e divulgam informa-ções acerca do racismo e da xenofobia norespectivo país.

Para obter mais informações, consultar:www.eumc.eu.int.

Serviço Europeu de Polícia

O Serviço Europeu de Polícia (Europol), foiinstituído em 1992 para tratar as informa-ções sobre a criminalidade de nível europeu.Tem sede na Haia, nos Países Baixos, e os seusefectivos provêm dos serviços nacionais res-ponsáveis pela aplicação da lei (polícia, al-fândegas, serviços de imigração, etc.).

O objectivo da Europol consiste em prestarapoio aos Estados-Membros da UniãoEuropeia para cooperarem de forma mais es-treita e eficaz na prevenção e luta contra o

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Como Funciona a União Europeia

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crime internacional organizado, nomeada-mente:

• tráfico de droga;

• redes de imigração;

• tráfico de veículos;

• tráfico de seres humanos, incluindo a por-nografia infantil;

• falsificação de moeda e de outros meios depagamento;

• tráfico de substâncias radioactivas e nucleares;

• terrorismo.

Uma das missões da Europol consiste em criare alimentar um sistema informatizado quepermite a introdução, o acesso e a análise dedados. Um órgão de fiscalização comum,constituído por dois especialistas na área daprotecção de dados de cada Estado-Membro,controla o conteúdo e a utilização de todos osdados pessoais detidos pela Europol.

A Europol é responsável perante o Conselho«Justiça e Assuntos Internos», que reúne os

ministros da Justiça e Assuntos Internos detodos os Estados-Membros. O Conselho deAdministração da Europol é constituído porum representante por Estado-Membro.

Para obter mais informações, consultar:www.europol.eu.int

Outras agências estão actualmente a ser pla-neadas ou criadas. Nomeadamente:

• Agência Comunitária de Controlo das Pescas

• Agência Europeia dos Direitos Fundamen-tais

• Agência Europeia dos Produtos Químicos

• Agência de Execução relativa à Educação,ao Audiovisual e à Cultura

• Agência Executiva para a Energia Inteli-gente

• Agência Executiva para o programa desaúde pública

• Instituto Europeu da Igualdade entreHomens e Mulheres.

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Os agentes dos polícias da UE lutam contra as redes internacionais de falsificação do euro através da Europol.

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Como Funciona a União Europeia

Uma perspectiva para o futuroO sistema de tomada de decisões da UE temevoluído ao longo de mais de meio século. Mas,inicialmente foi concebido para uma comuni-dade de apenas seis nações. A União tem agora25 Estados-Membros e o número de partici-pantes irá aumentar nos próximos anos. Porconseguinte, o seu sistema de tomada de deci-sões necessita de ser simplificado e ajustado.Para evitar o risco de paralisia, a maior partedas decisões deverão passar a ser tomadas por«maioria qualificada», deixando de ser necessá-rio que todos os países estejam de acordo.

Há questões mais amplas sobre o futuro daUE para as quais são necessárias respostas. Eisalgumas:

• quais são os fins e os objectivos da Uniãoalargada? (Por outras palavras, o que é queos Estados-Membros querem alcançar con-juntamente no futuro?)

• quais as políticas comuns que serão neces-sárias para alcançar tais objectivos?

• o que é que deve ser decidido a nível da UEe o que é que deve ser resolvido pelas auto-ridades nacionais ou regionais?

• qual o papel que devem desempenhar osparlamentos nacionais no processo de to-mada de decisões da UE?

Resumindo, quem deve ser responsável porfazer o quê e como devem ser tomadas as de-cisões democráticas numa União com 25 oumais países e com cerca de 500 milhões dehabitantes?

A proposta de Constituição relativamente àqual o Conselho Europeu chegou a acordo em2004 destina-se a abordar todas estas ques-tões. Apresenta muito mais claramente doque os anteriores tratados aquilo que a UniãoEuropeia é e qual a via que pretende seguir.Prevê igualmente novas regras para um pro-cesso de tomada de decisão mais eficaz.

A Constituição pretende tornar a UE maisaberta e mais democrática. Por exemplo,obriga os ministros da UE a realizar publica-mente os seus debates relativos à legislação eproporciona aos cidadãos o direito de apre-

sentarem uma petição solicitando à ComissãoEuropeia que proponha nova legislação. Poroutro lado, atribui aos Parlamentos nacionaisum papel mais importante no controlo daspropostas da Comissão.

Pretende igualmente que a União Europeia seafirme de modo mais efectivo nas instânciasmundiais, ao criar o lugar de ministro dosNegócios Estrangeiros da UE, encarregado detodos os aspectos das suas relações externas.

A nova Constituição mantém o equilíbrio ac-tual entre os interesses nacionais e o interessegeral europeu, e entre os interesses dos pe-quenos e dos grandes países.

Antes de entrar em vigor, a Constituição temde ser ratificada pelos 25 parlamentos nacio-nais e, nalguns países, tem de ser aprovadaatravés de um referendo.

Para mais informações sobre a Constituição,consultar: http://europa.eu.int/constitution/.

A UE só existe para servir os seus cidadãos. É fundamental que os cidadãos compreen-dam e estejam plenamente envolvidos no sis-tema de tomada de decisões. Mas a União ne-cessita igualmente de instituições eficientes,abertas e responsáveis, capazes de enfrentaros grandes desafios do século XXI.

Numa Europademocrática,o futuro daUE está nasmãos dosseuscidadãos —principal-mente dosjovens.

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A União Europeia (UE) não é uma federação como os Estados Unidos da América, nem é umamera organização intergovernamental como as Nações Unidas. Possui, de facto, um carácterúnico. Os seus Estados-Membros continuam a ser nações soberanas e independentes, mas con-gregaram as suas soberanias — ganhando assim maior força e maior influência colectivas.

Tal significa a tomada de decisões comuns através de instituições comuns como o ParlamentoEuropeu, o Conselho e a Comissão Europeia. Mas o que faz cada instituição? Como trabalhamem conjunto? Quem é responsável por quê?

Este guia dá as respostas numa linguagem clara e simples. Apresenta igualmente uma panorâ-mica geral das agências e outros organismos que participam no funcionamento da UniãoEuropeia. Trata-se de um guia útil para compreender o actual sistema de tomada de decisõesna UE.

Comissão Europeia

Como Funciona a União EuropeiaGuia das instituições da União Europeia

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias

2006 — 50 p. — 16,2 x 22,9 cm

ISBN 92-79-02237-7

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REPRESENTAÇÃO DA COMISSÃO EUROPEIA

Representação em PortugalLargo Jean Monnet, 1-10.°P-1269-068 LisboaTel.: (351) 213 50 98 00Internet: europa.eu.int/portugal/index.htmE-mail: [email protected]

GABINETE DO PARLAMENTO EUROPEU

Gabinete em PortugalLargo Jean Monnet, 1-6.°P-1269-070 LisboaTel.: (351) 213 57 80 31/213 57 82 98Fax: (351) 213 54 00 04Internet: www.parleurop.ptE-mail: [email protected]

Mais informações sobre a União Europeia

Na Internet, através do servidor Europa (http://europa.eu.int),podem ser obtidas informações em todas as línguas oficiais da União Europeia.

Existem centenas de centros locais de informação da UE espalhados por toda a Europa. Podeencontrar o endereço do centro mais próximo em: europa.eu.int/comm/relays/index_pt.htm.

EUROPE DIRECT é um serviço que responde às suas questões sobre a União Europeia. Pode contactar o serviço telefonando para o número verde único 00 800 6 7 8 9 10 11[ou, se estiver fora da UE, para o (32-2) 299 96 96] ou enviando uma mensagem electrónica via europa.eu.int/europedirect.

Existem representações ou gabinetes da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu em todos os Estados-Membros da União Europeia. Noutros países do mundo existem delegações da Comissão Europeia.

Para obter informações e publicações em língua portuguesa sobre a União Europeia, pode contactar:

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A presente brochura está igualmente disponível na Internet, juntamente com outras explicações claras e sucintas sobre a União Europeia, em: europa.eu/comm/publications

Comissão EuropeiaDirecção-Geral da Imprensa e da ComunicaçãoPublicaçõesB-1049 Bruxelles

Manuscrito concluído em Junho de 2005

Capa: Parlamento Europeu

Os dados de catalogação encontram-se no final da presente publicação

Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2006

ISBN 92-79-02237-7

© Comunidades Europeias, 2006Reprodução autorizada

Printed in Germany

IMPRESSO EM PAPEL BRANQUEADO SEM CLORO

União Europeia

Estados-Membros da União Europeia

Países candidatos

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Como Funciona a União EuropeiaGuia das instituições da União Europeia

União Europeia

A União Europeia (UE) não é uma fede-ração como os Estados Unidos da América,nem é uma mera organização intergover-namental como as Nações Unidas. Possui,de facto, um carácter único. Os seusEstados-Membros continuam a ser naçõessoberanas e independentes, mas congre-garam as suas soberanias — ganhandoassim maior força e maior influênciacolectivas.

Tal significa a tomada de decisões comunsatravés de instituições comuns como oParlamento Europeu, o Conselho e aComissão Europeia. Mas o que faz cada

instituição? Como trabalham em conjunto? Quem é responsável por quê?

Este guia dá as respostas numa linguagem clara e simples. Apresenta igual-mente uma panorâmica geral das agências e outros organismos que partici-pam no funcionamento da União Europeia. Trata-se de um guia útil paracompreender o actual sistema de tomada de decisões na UE.

PT

NA-76-06-088-PT-C

ISBN 92-79-02237-7

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