como estudam os alunos universitÁrios - avm.edu.br miranda.pdf · com o estudo desses alunos temos...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
Diretoria de Projetos Especiais
Pós-Graduação Latu Sensu
Curso de Docência do Ensino Superior
COMO ESTUDAM OS ALUNOS UNIVERSITÁRIOS
NILSON MIRANDA
Matr. nº 10773
Professor Orientador: Mestre Palmiro F. da Costa
Rio de JaneiroFevereiro/2002
NILSON MIRANDA
COMO ESTUDAM OS ALUNOS UNIVERSITÁRIOS
Monografia exigida pela disciplinaMetodologia da Pesquisa soborientação do Professor Palmiro F. daCosta, para fins de aprovação nocurso de Docência do Ensino superiorna Universidade Cândido Mendes.
Rio de JaneiroFevereiro/2002
SUMÁRIO
Pag.
Resumo
Introdução....................................................................................................... 6
Capítulo I – A Importância da Leitura............................................................. 8
1.1 - O Ato de Estudar.................................................................................. 11
1.2 - A Universidade...................................................................................... 13
1.3 - Como Melhorar o Estudo...................................................................... 19
1.4 - A Universidade como Ambiente de Educação – Métodos de Estudo... 21
1.5 - Documentação...................................................................................... 22
1.6 - Biblioteca.............................................................................................. 23
Capítulo II – Resultados e Discussões........................................................... 26
Conclusão....................................................................................................... 32
Bibliografia...................................................................................................... 33
Anexos
RESUMO
A Universidade deve estimular a criatividade, reunindo um leque de
gerações para uma reflexão inovadora e fundindo as atividades de conservação e
transmissão de conhecimentos e de investigação criadora. Ela deve estar
ideologicamente submetida ao poder e ter uma função geral de preservação da
ordem social pela difusão de uma doutrina comum, à custa de um corpo docente
organizado. É preciso que o estudante se sensibilize que doravante o resultado
do processo depende fundamentalmente dele mesmo. Seu próprio
desenvolvimento psíquico e intelectual, seja pela própria natureza do processo
educacional, as condições de aprendizagem transformam-se no sentido de exigir
do estudante maior autonomia na efetivação da aprendizagem, maior
independência em relação aos subsídios da estrutura e dos recursos institucionais
que ainda continuam sendo oferecidos. Essa pesquisa teve como objetivo
investigar um conjunto de dados que nos permitisse conhecer um pouco melhor o
aluno como o qual trabalhamos. Tendo relacionado 30 alunos universitários, do 3º
semestre do curso de Letras de ambos os sexos. Foram elaboradas perguntas
para que pudéssemos alcançar o resultado. Num primeiro momento dirigimo-nos
ao diretor do curso a fim de solicitar sua anuência para realização desta pesquisa.
Ao enfocar suas preferências, ela abriu um leque de informações que
consideramos extremamente relevante na análise de questões teóricas e práticas
envolvidas no ensino Universitário. Partindo de que a aprendizagem é uma
consequência dos efeitos interativos de diferentes tipos de alunos com diferentes
ambientes de ensino, é de especial importância estarmos alertas para os
resultados apontados neste trabalho. Não significa a adoção de uma visão
estreita de que o ambiente de ensino deva ser organizado apenas para satisfazer
características e preferências do aprendiz. O importante é conhecer as
expectativas do aluno. Embora o exame das preferências do aluno identifique
aspectos que auxiliem na compreensão das características de determinados
grupos, isso nos fornece apenas algumas pistas em relação ao ambiente de
ensino requerido em função de determinados tipos de aprendizagem.
6
INTRODUÇÃO
É grande o número de alunos universitários que apresentam
dificuldades em acompanhar seus estudos em termo de pesquisa, compreensão
de texto e elaboração de trabalho. Alguns acabam até desistindo, outros, mesmo
com dificuldades seguem em frente.
O objetivo dessa pesquisa é investigar como estudam os alunos
universitários e tentar ajudar a desvendar o porquê ocorre esse tipo de problema,
para propormos alguma solução e assim reverter essa situação. Para contribuir
com o estudo desses alunos temos como orientação o ato de estudar, o incentivo
ao hábito de leitura e o despertar do desejo de aprofundar conhecimento. Sabe-se
que estudar é um trabalho realmente difícil, então quem o faz deverá ter postura
crítica e também fazer o estudo de forma sistemática, isso implica questões
ligadas a leitura que na educação Contemporânea é tão exigida. Nesse sentido, o
problema abordado poderá ser discutido e analisado para facilitar a compreensão
de estudo, para construção do conhecimento e não memorização ou somente
estudo para prova e trabalho.
Muitos alunos caem como pára-quedas na Universidade, desde
então começam as dificuldades, alguns desses clientes da universidade se
sentem coagidos sem saber por onde começar, pois muitos trazem uma bagagem
pouco favorecida do ensino anterior como barreira para iniciar um curso superior.
O benefício será ainda maior quando se trata do aluno assumir sua
postura de escritor frente ao texto, poder se posicionar criticamente e prosseguir a
caminhada na compreensão do que ele é e do que o cerca, fazendo com que ele
se modifique ao tê-lo. Portanto é preciso que o aluno se sensibilize que doravante
7
o resultado do processo depende fundamentalmente dele mesmo, que tenha
maior autonomia na efetivação da aprendizagem, maior independência em
relação aos subsídios da estrutura do ensino e dos recursos institucionais que
ainda continua sendo oferecido. O aprofundamento da vida científica passa a
exigir do aluno uma postura de auto-atividade didática que será, sem dúvida,
crítica e rigorosa.
8
CAPÍTULO I
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
Apesar de todo o avanço tecnológico observado na área de
comunicações principalmente audiovisuais, nos últimos tempos, ainda é,
fundamentalmente, através da leitura que se realiza o processo de
transmissão/aquisição da cultura. Daí a importância capital que se atribui ao ato
de ler, enquanto habilidade indispensável, nos cursos de graduação.
Entre os professores universitários é generalizada a queixa: os
alunos não sabem ler! O que pode parecer um exagero tem sua explicação. Os
alunos, de modo geral, confundem leitura com a simples decodificação de sinais
gráficos, isto é, não estão habituados a encarar a leitura com o processo mais
abrangente, que envolve o leitor com o autor, não se empenham em prestar
atenção, em entender e analisar o que lêem. Tal afirmativa comprova-se com um
exemplo simples: é muito comum, em provas e avaliações, os alunos
responderem uma questão, com acerto, mas sem correspondência com o que foi
solicitado. Pergunta-se, por exemplo: - quais as influências observadas... –
esperando-se obviamente, a enumeração das influências; a resposta, muitas
vezes, aponta as que se referem essas influências e não – quais são - . Ora, por
mais correta que seja a resposta, não responde ao que foi solicitado.
Aprender a ler não é uma tarefa tão simples, pois exige uma postura
crítica, sistemática, uma disciplina intelectual por parte do leitor, e esses requisitos
básicos só podem ser adquiridos através da prática.
9
Os livros, de modo geral, expressam a forma pela qual seus autores
vêem o mundo; para entendê-los é indispensável não só penetrar em seu
conteúdo básico, mas também ter sensibilidade, espírito de busca, para
identificar, em cada texto lido, vários níveis de significação, várias interpretações
das idéias expostas por seus autores.
Já se tornou antológica e obrigatória, quando se trata de leitura, a
citação de Paulo Freire, para quem “a leitura do mundo precede a leitura da
palavra...”; contudo, torna-se necessário ir mais além:
“Refiro-me a que a leitura do mundo precede
sempre a leitura da palavra e a leitura desta
implica a continuidade da leitura daquela.
De alguma maneira, porém, podemos ir mais
longe e dizer que a leitura da palavra não é
apenas precedida pela leitura do mundo, mas por
uma certa forma de “escrevê-lo” ou de
“reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo
através de nossa prática consciente.”
(Freire, 1984, p. 22)
O processo de ler implica vencer as etapas da decodificação, da
intelecção para se chegar à interpretação e, posteriormente, à aplicação. A
decodificação é uma necessidade óbvia, tarefa que qualquer pessoa alfabetizada
pode empreender, pois consiste apenas na “tradução” dos sinais gráficos em
palavras. A intelecção remete à percepção do assunto, ao significado do que foi
lido. A interpretação baseia-se na continuidade da “leitura do mundo”, isto é, na
apreensão e interpretação das idéias, nas relações entre o texto e o contexto.
Vencidas as etapas anteriores, pode o leitor passar à aplicação do conteúdo da
leitura, de acordo com os objetivos que se propôs.
Para penetrar no conteúdo, aprender as idéias expostas e a
intencionalidade subjacente ao texto, é fundamental que o leitor estabeleça um
10
“diálogo” com o autor, que se transforme, de certa forma, em co-autor, a fim de
reelaborar o texto, ou seja, “reescrever o mundo”, como sugere Paulo Freire.
A leitura do texto, quando o leitor se transforma em sujeito ativo, é
um manancial de significações e implicações que vão sendo descobertas a cada
releitura.
“Importante é o aprendiz notar que cada nova
leitura de um texto lhe permitirá desvelar novas
significações, não detectadas nas leituras
anteriores. (...)”.
(Koche, 1993, p. 162)
Há, porém, que se considerar os tipos, as modalidades e finalidades
da leitura.
A leitura técnica de relatórios ou obras de cunho científico, implica,
muitas vezes, a habilidade de ler e interpretar tabelas e gráficos; a de informação,
como já foi referido, acha-se ligada às finalidades da cultura geral. A leitura de
higiene mental ou prazer tem por objetivo o lazer. A de estudo, que interessa mais
de perto aos objetivos, visa aquisição e ampliação de conhecimentos.
Não se pode empregar a mesma técnica e a mesma velocidade para
todas as modalidades de leitura. Não se lê um romance como um livro científico,
um livro de álgebra como um manual de literatura.
Quanto à velocidade da leitura, convém notar que este é um fator
relativo que depende não só da sua modalidade ou finalidade, mas também do
treinamento e até do temperamento do leitor.
As técnicas da chamada leitura dinâmica, que estiveram tão moda
há algum tempo, não se prestam para a leitura com finalidade de estudo. Podem,
contudo, ser aplicadas na leitura de contato ou leitura prévia.
11
A leitura pode ser oral ou silenciosa; técnica e de informação; de
estudo; de higiene mental e prazer.
Segundo Andrade, 1993, p. 19:
“Nos antigos cursos primários, que correspondem
à primeira etapa do primeiro grau atualmente, a
leitura oral era sempre precedida da leitura
silenciosa. Levando-se em conta que esta última
é a modalidade mais utilizada no mundo moderno,
justifica-se que deva ser treinada, desde os
primeiros anos escolares. Contudo, não se pode
relegar a leitura oral, que além de útil, é uma
habilidade que, como tal, não dispensa o
exercício, a prática. Tanto quanto é aborrecida
uma leitura oral malfeita, é agradável a leitura
feita com arte”.
1.1 – O Ato de Estudar
Ao dar início a essa nova etapa de sua formação escolar, do ensino
superior, o estudante dar-se-á conta de que se encontra diante de exigências
específicas para a continuidade de sua vida de estudos. Novas posturas diante de
novas tarefas ser-lhe-ão logo solicitadas. Daí a necessidade de assumir
prontamente essa nova situação e de tomar medidas apropriadas para enfrentá-
la. É claro que o processo pedagógico-didático continua, assim como a
aprendizagem que dele decorre. As suas posturas de estudo devem mudar
radicalmente, embora explorando tudo o que há de correto.
“É preciso que o estudante se sensibilize de que
doravante o resultado do processo depende
fundamentalmente dele mesmo. Seja pelo seu
12
próprio desenvolvimento psíquico e intelectual,
seja pela própria natureza do processo
educacional desse nível, as condições de
aprendizagem transformam-se no sentido de
exigir do estudante maior autonomia na efetivação
da aprendizagem, maior independência em
relação aos subsídios da estrutura do ensino e
dos recursos institucionais que ainda continuam
sendo oferecidos. O aprofundamento da vida
científica passa a exigir do estudante uma postura
de auto-atividade didática que será, sem dúvida,
crítica e rigorosa”.
(Severino, 1941)
A primeira medida a ser tomada pelo leitor é o estabelecimento de
uma unidade de leitura. Unidade é um setor do texto que forma uma totalidade de
sentido. Assim, pode-se considerar um capítulo uma seção ou qualquer outra
subdivisão. Toma-se uma parte que forme certa unidade de sentido para que se
possa trabalhar sobre ela. Dessa maneira, determinam-se os limites no interior
dos quais se processará a disciplina do trabalho de leitura e estudo em busca da
compreensão da mensagem.
De acordo com esta orientação, a leitura de um texto, quando feita
para fins de estudo, deve ser feita por etapas, ou seja, apenas terminada a
análise de uma unidade é que se passará à seguinte. Terminado o processo, o
leitor se verá em condições de refazer o raciocínio global do livro, reduzindo-o a
uma forma sintética.
A extensão da unidade será determinada proporcionalmente a
acessibilidade do texto, a ser definida por sua natureza, assim como pela
familiaridade do leitor com o assunto tratado. O estudo da unidade deve ser feito
de maneira contínua, evitando-se intervalos de tempo muito grandes entre as
várias etapas da análise.
13
1.2 – A Universidade
A consciência de conservação e transmissão dos conhecimentos
sediada numa comunidade de sábios e estudantes data pelo menos da Idade
Média, mas só mais recentemente (Séc. XVIII e XIX) se tem teorizado ou
procurado teorizar a idéia de universidade.
Os cinco pontos de vista identificados por alguns autores se
agrupam em duas categorias: os pontos de vista “internos” ou “idealistas”, em
que a idéia de universidade se desenvolve a partir das regras próprias da
instituição, e os pontos de vista “externos” ou “funcionais” em que as regras lhe
são impostas pelo exterior e são mais orientadas por uma preocupação de
utilidade coletiva do que por exigências interiores à instituição.
“A concepção de universidade, repousa sobre a
idéia básica de que a aspiração ao saber é natural
ao ser humano e, assim, visualiza-a como um
lugar de ensino do saber universal, o que implica
que o seu objetivo primordial deve ser a difusão
do saber. Por saber deve entender-se a
compreensão generalizada da verdade das suas
ramificações, as suas inter-relações e influências
recíprocas, bem como dos respectivos valores.
Desta concepção resulta que as principais
funções da universidade são perspectivas como
sendo”.
(Finger, 1988)
Dar prioridade ao ensino sobre a investigação;
Prover uma educação universal e liberal;
14
Dar uma formação sobretudo intelectual, sem a preocupação de ser
profissionalizante.
A noção de educação universal emana da própria idéia de
universidade, o qual considerava que nesta instituição – encarada como lugar
privilegiado do saber universal – deveriam existir todos os ramos do saber por,
embora os estudantes não tenham possibilidades de abarcar todas as disciplinas
que lhes estão disponíveis, beneficiam-se do convívio com os mestres que
encarnam o círculo dos conhecimentos.
Com efeito, os mestres, eles próprios, peritos e defensores dos seus
domínios científicos, tem de acordar em conjunto as relações e eventuais
contradições; o estudante só tem a ganhar em “habitar” neste meio rico de
tradição intelectual, independente de qualquer mestre em particular que o oriente,
mesmo que, como é natural, se consegue apenas a algumas das disciplinas do
amplo conjunto oferecido, escolha aliás que, em princípio, lhe pertence.
“Nestas condições, o estudante tem possibilidade,
inserido numa comunidade de mestres e
estudantes, de compreender os grandes
contornos do saber, os princípios em que se
baseia e a dimensão e característica das suas
várias vertentes, adquirindo um hábito de espírito
e uma maneira de “estar” que persistirão durante
o resto da sua existência e que se caracterizam
pela liberdade, justiça, ponderação, moderação e
sabedoria. Mas, uma tal aprendizagem é
construída tendo por fim o próprio exercício
intelectual, sem preocupação de atingir qualquer
fim útil específico, mas antes uma sólida formação
moral e mental. Esta educação – uma educação
que se pretende para toda a vida – considera-se
liberal porque, por ela mesma, representa a
15
cultura da inteligência, sendo seu objetivo a
perfeição intelectual que habilita o indivíduo assim
educado, a enfrentar qualquer problema futuro”.
(Bamberger, 1995)
Mais recentemente, na década de setenta, tomou corpo o conceito
de organização matricial, a que na Universidade de Minho se chamou
Universidade de Grupos de Projetos e do qual se ilustra simbólica e muito
genericamente o modo de funcionamento.
“Este modelo estrutural vigente em algumas
outras universidades e instituições de
investigação estrangeiras põe o acento tônico em
projetos, isto é, nas missões que a instituição tem
de desempenhar e substitui o departamento
clássico por unidades de recursos científico-
pedagógica, com competência própria, dando-lhe
uma feição semelhante às unidades clássicas de
apoio, quer de índole cultural, quer de índole
técnico-administrativo, quer logístico. As unidades
científico-pedagógicas continuam a ser a sede
dos professores e investigadores e são
organizados também de acordo com os domínios
do saber”.
(Finger, 1988)
A estrutura do ensino na universidade brasileira decorre da
concepção e normalização contidas na reforma de 1968 (Lei 5.540, de 28/11/68).
Até então, o ensino estruturado sobre a base da identidade entre
curso e departamento. O departamento era a reunião dos professores que
ministravam as disciplinas de determinado curso. O professor de introdução à
Filosofia integraria o departamento de Filosofia se estivesse lecionando no curso
16
de Filosofia. Caso ministrasse aulas no curso de História ou de Pedagogia ou de
Psicologia, ele seria membro do departamento de História ou de Pedagogia ou de
Psicologia. Na hipótese de lecionar a referida disciplina nos quatro cursos
mencionados, ele integraria os quatro departamentos.
O ensino, era a referência básica tanto para professores como para
alunos. O professor era contratado para lecionar em determinados cursos. Em
função disso é que se definia o seu pertencimento à universidade e – se fosse o
caso, já que isso não era necessário – ao departamento. Os alunos se
matriculavam num curso a cada ano e em seqüência, numa das séries de que se
compunha o curso. Tal era a regra geral, portanto, válida para todos os cursos
quer se destinassem às profissões liberais ou técnicas, quer ao bacharelado e
licenciatura. Esta, na verdade, se constituía num mero apêndice do bacharelado
pela justaposição a este das disciplinas pedagógicas.
Com a reforma de 1968, a estrutura acima descrita é alterada. Dá-se
a separação entre curso e departamento. Este é definido como unidade básica da
universidade que congrega especialistas – de uma mesma área de conhecimento
ou de outras áreas.
Tal alteração foi proposta sob o argumento de que, devendo a
universidade fundar-se na unidade do ensino e da pesquisa, era necessário
desenvolver a pesquisa reunindo e conjugando os esforços dos professores
preocupados com a mesma área de conhecimento. O curso, por sua vez, é
definido pelo currículo. Entendido na prática como um elenco de disciplinas
distribuídas, via de regra, em três modalidades obrigatórias, optativas e eletivas.
Tal currículo seria definido e coordenado por um colegiado denominado
coordenação de curso. Assim, ao departamento se contrapõe a coordenação de
curso; ao chefe de departamento, o coordenador do curso. É de se notar que as
disciplinas que figuram nos currículos dos cursos são tomadas dos
departamentos, já que as disciplinas relativas a determinada área de
conhecimento integram o departamento que reúne os especialistas naquela área
de conhecimento.
17
Qual então, o sentido de separação? O que é que justifica a
autonomia do ensino em relação ao departamento se seus conteúdos são
desenvolvidos no departamento e a ele pertencem? Não se trataria de uma
desnecessária duplicação de meios?
Teoricamente, a separação foi justificada da seguinte maneira: cabe
ao curso, através de sua coordenação, definir os objetivos que ele deve atingir; a
partir e em função de seus objetivos serão definidas as disciplinas constitutivas do
currículo do referido curso e selecionados os conteúdos que devem ser
ministrados em cada disciplina. A partir desses parâmetros, a coordenação do
curso solicita aos departamentos que indiquem os professores mais adequados
para assumir as disciplinas nos termos estipulados. Tal como foi explicitado no
relatório do Grupo de Trabalho que elaborou em 1968. Tal alteração foi proposta
sob o argumento de que, devendo a universidade fundar-se na unidade do ensino
e da pesquisa, era necessário desenvolver a pesquisa reunindo e conjugando os
esforços dos professores preocupados com a mesma área de conhecimento. O
projeto de reforma do ensino de 1º e 2º grau, dir-se-ia que as matérias integram
os departamentos ao passo que as disciplinas integram os cursos: os conteúdos
desenvolvidos pelos departamentos constituíram a matéria prima, o material bruto
que trabalhado e ordenado segundo uma seqüência e dosagem adequadas aos
objetivos de determinado curso, daria origem à disciplina que passaria a fazer
parte do currículo do referido curso. Na prática, entretanto, nós sabemos que por
ter o controle dos professores e dos conteúdos e, através deles, das disciplinas,
os departamentos controlam os cursos. Nessas circunstâncias, a coordenação de
curso converte-se num organismo um tanto inócuo e, pior do que isso, em mais
uma instância burocrática a dificultar a agilização das atividades universitárias; e o
coordenador de curso, via de regra, com a possível exceção da pós-graduação,
dadas as suas peculiaridades, reduz-se a uma espécie de “moleque de recados”
dos chefes de departamento.
Na estrutura acima exposta, o curso deixa de ser a referência
básica. Para os professores, o departamento é o ponto de referência fundamental.
Todo professor, antes de mais nada, deve estar departamentalizado. E deverá
18
integrar um e apenas um departamento. Já os alunos são referidos às disciplinas.
Para estar em situação na universidade, cada aluno deverá estar matriculado em
pelo menos uma disciplina.
Através da departamentalização e da matrícula por disciplina com o
seu cotolário, o regime de créditos, generalizou-se no ensino superior a
sistemática do curso parcelado. A tentativa de transpor para a universidade o
parcelamento do trabalho introduziu nas empresas. Perpetuou-se, no ensino, a
separação entre meios e objetivos; entre conteúdos curriculares e sua finalidade
educativa; entre as formas de transmissão do saber e as formas de produção e
sistematização do saber; entre o pedagógico e o científico. Teoricamente, os
meios, os conteúdos, as formas de produção e sistematização do saber, o
aspecto científico, ficaram sob a jurisdição do departamento. Os objetivos, as
finalidades, as formas de transmissão do saber, o aspecto pedagógico, a cargo da
coordenação de curso. Paradoxalmente, acentuou-se o divórcio entre o ensino e
a pesquisa no momento mesmo em que a reforma se propunha a realizar a sua
unidade. Na prática, a dependência da coordenação de curso em relação ao
departamento, esvaziado este de preocupações pedagógicas, significou, em
termos da estrutura do ensino, a subordinação dos fins aos meios. Tal
consequência – é bom lembrar – está em perfeita consonância com a concepção
que orientou a reforma universitária, através dos princípios da racionalidade,
eficiência e produtividade. Na raiz das distorções acima apontadas, está a
preocupação com a racionalização dos custos. Tanto a departamentalização
como a matricula por disciplina/regime de créditos tinham por principal objetivo a
redução de custos. Assim, para ficarmos no exemplo anteriormente citado,
através da departamentalização evitava-se a existência de vários professores de
Introdução à Filosofia; pela matrícula por disciplina tornou-se possível oferecer
apenas uma disciplina de Introdução à Filosofia para alunos de diferentes cursos
tais como Filosofia, História, Pedagogia e Psicologia, anteriormente citados. Com
isso, em lugar de quatro turmas de cerca de 15 a 20 anos cada, era possível
programar apenas uma de sessenta a oitenta alunos.
19
Pedagogicamente, as medidas referidas acarretaram a
fragmentação do trabalho educativo gerando tal grau de dispersão,
descontinuidade e heterogeneidade que se inviabilizou a eficácia do ensino
reduzido agora, a um ritual esvaziado de conteúdo significativo. Tal situação não
é politicamente indiferente, tendo, ao contrário, acarretado a desmobilização dos
alunos que, não mais organizados por turmas que permanecem coesas durante
todo o curso ficaram impossibilitados de se constituírem em grupos de pressão
capazes de reivindicar a adequação do ensino ministrado aos objetivos do curso,
bem como a consistência e relevância dos conteúdos transmitidos.
1.3 – Como Melhorar o Estudo
Segundo Inácio (1983), na grande maioria, estudantes oriundos da
classe proletária, chegam à universidade e são rejeitados por professores, alguns
dos quais se autodenominam “progressistas” e, frequentemente, tem a mesma
origem de classe que seus alunos. Recusam-se ou não foram suficientemente
preparados para tratá-los em conformidade com sua história e a iniciar seu
trabalho didático-pedagógico e partir do nível cultural em que se encontra sua
clientela. O modelo de aluno que tais docentes desejam é o “padrão burguês”
que pode freqüentar escola privada, de boa qualidade, embora no seu discurso se
digam favoráveis à escola pública, gratuita de bom nível e universal.
“À medida que a educação básica foi se
deteriorando, a elitização do ensino de 3º grau
agravou-se de forma perversa. Na década de
1980 assistimos à diminuição do número de
estudantes universitários que necessitam
trabalhar, cujas famílias não podem mantê-los na
escola. Num período que produziu uma forte
concentração da renda nacional, num sinal
evidente que estamos excluindo os de baixa
renda”. (Inácio, 1990, p. 36-44)
20
A frustração do aluno que se evade pode ser procurada no tipo de
aula que o mesmo recebe, no desempenho e qualificação do seu professor, nos
recursos materiais da instituição (laboratórios, bibliotecas etc.), quanto à
possibilidade de se obter satisfação pessoal com o curso ou formação integral
como cidadão, ainda sem esquecermos a questão da produção de novos
conhecimentos.
Tais satisfações podem resultar ainda da pequena perspectiva de se
conseguir um emprego satisfatório ao final do curso, quer pelos pequenos
salários, no caso das licenciaturas, quer pela formação inadequada, que pode ser
presenteada de modo generalizado.
A questão da formação docente está de tal forma desacreditada que
os alunos das licenciaturas não se interessam pelas disciplinas pedagógicas.
Preferem estudar o conteúdo da parte específica. Porém, quando forem
professores, provavelmente não serão brilhantes, justamente pela falta de
conhecimento das teorias de aprendizagem, da didática etc. Muitos cursos de
licenciatura são direcionados para a formação do bacharel e não do licenciado.
O vestibular não determina a qualidade do ingressante, nem é o
responsável pela elitização do ensino universitário, nem é instituição de seleção
social. A seleção é feita pelo próprio candidato, fazendo com que a elite dispute
com a elite uma vaga em cursos também de elite, como medicina e odontologia, e
da classe média para baixo dispute entre si os cursos noturnos. A disputa por
uma vaga leva à maior preparação do candidato, mas entendemos que essa
disputa leva, entre outras variáveis, à seleção dos cursos, ou melhor dizendo, à
escolha do curso pelo candidato em virtude de sua preparação, contudo, não influi
na formação propriamente dita do vestibulando. O estudante oriundo de cursos
noturnos, pelo fato de precisar trabalhar para se manter, tem no trabalho um
empecilho a uma melhor preparação, conseqüência da distribuição da renda
nacional e não de seu interesse pelo estudo.
21
A vida dos estudantes, em que pese o fato de uma parcela dos
mesmos prescindir de preocupar-se com o seu “ganha-pão”, é uma vida árdua e
de sacrifícios quando levada a sério. Não é à-toa que muitos desistem a meio
caminho. É evidente que boa parte destes, ao menos em países
subdesenvolvidos, como é o nosso caso, desistem em decorrência de fatores
extra-escolares.
“A aplicação do espírito para aprender;
conhecimentos adquiridos através de aplicação,
trabalhos que precedem a execução de um
projeto; trabalho literário ou científico acerca de
um dado assunto, exame, análise; atenção ou
cuidado especial”.
(Ferreira, 1973)
Estudar não significa apenas ler textos: livro ou artigo. Estudar é
uma atitude complexa que, passando pelos textos, relaciona-se com a biblioteca e
seu uso sistemático, em que se inclui a leitura dos clássicos, bibliografias
especializadas, catálogos de editoras... Estudar significa ainda participar de aulas,
palestras, conferências, seminários, congressos, enfim, tudo o que disser respeito
à vida da universidade.
1.4 – A Universidade como Ambiente de Educação
Métodos de Estudo
A nossa escola tem nos passado uma concepção de educação e de
estudos na qual o que importa é a memorização e não a compreensão do texto. É
o que Paulo Freire (1973) denomina educação bancária (p. 73-99). O professor é
quem sabe e o aluno é a ignorância absoluta. Esta forma de educar tem gerado
alunos acríticos que são meros recipientes para o saber do mestre, prevalecendo
a concepção medieval do magister dixit ou o argumento da autoridade: a
afirmação é verdadeira porque foi enunciada pelo professor ou por determinado
texto.
22
A reação, também acrítica diante dessa situação, acabou levando a
educação para o lado oposto, o professor não decide nada (e consequentemente
nada assume) e o aluno é quem determina como se processará ensino, posto que
seja ele o sujeito de sua própria educação, passando de sabe-nada a sabe-tudo
como num passe de mágica.
A leitura apresentada de bons textos pode produzir resultados
catastróficos. Dessa forma, em nome de uma aparente não diretividade do ensino
passa-se uma cumplicidade em que o professor finge que ensina, o aluno faz de
conta que aprende, todos são aprovados: os alunos pelas notas altas e o
professor com o seu salário e a estima dos que foram enganados.
O ato de estudar é uma atitude que posiciona perante o mundo
pelas leituras desse mundo – elaboradas por si mesmo e por outros – e orientado
por um professor não cristalizado:
Segundo Merquior (1987), nesse tipo de educação, professor e
aluno estão permanentemente atentos e não é eliminada a tarefa docente, mas
transformando-a em prática desalienadora, que se terá uma educação para a
liberdade, em vez de um adestramento para mão-de-obra. Não é uma educação
ingênua em que o aluno engole sem digerir o que leu, mas uma prática onde ele
dialoga permanentemente com o texto e com o professor. Diálogo que implica não
dois, mas três momentos: saber ouvir, saber falar e saber reformular seus
conhecimentos a partir da percepção dessa necessidade, quando o dialogar
permite avançar o saber.
1.5 – Documentação
Uma questão fundamental na vida de estudante é a disciplina. O
acadêmico que precise ser acionado dificilmente terá uma produção intelectual
condizente com sua escolha, com uma opção pelos estudos.
23
A leitura de textos deve culminar com anotações do leitor.
Dependendo de seus objetivos, faz-se anotações que correspondam a esses
anseios. Com a finalidade de iniciar-se à ciência a qual o estudioso elegeu como
ramo do conhecimento em que centrará sua dedicação; pode-se ler visando à
elaboração de algum trabalho escolar ou à formação geral e, ainda há leitura cuja
finalidade seja o lazer.
Severino (1989), recomenda-se ao estudante elaborar fichas de
documentação temática onde os conceitos e categorias fundamentais do ramo de
estudos que abraçou sejam devidamente estudados, evitando nas discussões
acadêmicas a utilização dos conceitos conforme são vistos pelo senso comum. (p.
109-119)
“As fichas de autor permitem uma visão geral
acerca das atividades das pessoas que produzem
na área escolhida pelo aluno, além dos clássicos,
os quais são indispensáveis não apenas a quem
pretende produzir conhecimentos novos – o que
deve ser objetivo de todo aquele que se propõe
ingressar numa universidade – mas também às
pessoas que desejam obter uma formação
intelectual sólida”.
(Severino, 1989, p. 109-119)
1.6 – Biblioteca
Pode-se dizer que a biblioteca é o pulmão da universidade. É por
onde ela respira e interage com o mundo. É evidente que não quero limitar essa
interação à biblioteca, mas quero dizer com isto que é nela que vamos encontrar
os registros dessa integração. É ali que vamos tomar ciência do que se produziu
ou se produz no campo de conhecimento que nos interessa mais de perto e
mesmo em outros afins. É onde se acha devidamente catalogada a produção
24
interna e o seu diálogo com a ciência do mundo. Deve ser, portanto, uma
instituição viva e não mumificada.
A biblioteca fornece-nos o material útil ao desenvolvimento da
educação crítica, onde se pode cotejar não apenas o conhecimento discutido em
sala de aula, mas também o das leituras. Qualquer que seja a área, ela requer do
estudante atividades práticas (de laboratório ou de campo), as quais fazem parte
do processo de preparação técnico-profissional. Mas, antes de se chegar aos
trabalhos práticos é fundamental adquirir um embasamento teórico, sem o qual o
ensino universitário se torna mero ensino de 3º grau. Além das aulas, em que se
processa o ensino propriamente dito, deve, necessariamente, ocorrer o estudo
pessoal, no qual a biblioteca desempenha um importante papel, pois é onde se
encontra o material bibliográfico. Deve ainda o aluno verificar o horário de
atendimento do professor e, após a consulta ao material e às anotações de aula,
se persistir alguma dúvida procurar o docente em seu local e hora de atendimento
para esclarecimentos e discussões necessários.
Segundo Ribeiro (1978, p. 25):
“todos os livros latu sensu. Geralmente três
critérios são usados nos catálogos: autor, tema ou
assunto e título. No catálogo de autores, a
procura se inicia com o sobrenome, prenome
(exemplo: COUTINHO, Eduardo), para a
localização da obra. Na pesquisa pelo título da
obra, elimina-se o artigo, definido ou indefinido,
em qualquer idioma. No catálogo de temas ou
assuntos, a localização se inicia através de fichas
do tema escolhido, cujos autores estão em ordem
alfabética. Há catálogos de livros e de periódicos
(...). O catálogo traz as fichas em ordem alfabética
pela primeira palavra da ficha. Ao lado das
informações, há na ficha um número de chamada
25
(call number), código para a rápida localização
do livro nas estantes”.
Uma biblioteca universitária permite trazer o mundo do
conhecimento para a vida acadêmica interna, sem grande ônus para os
estudantes, principalmente no que diz respeito aos periódicos estrangeiros,
realmente caros para uma população de poder aquisitivo tão baixo como a nossa,
fruto de uma das mais perversas situações de concentração de renda nacional.
Contudo, as revistas nacionais são bastante acessíveis e o estudante deve
procurar assinar e ler aquelas de sua área, bem como, desde a graduação, iniciar
a formação de uma biblioteca pessoal.
Da mesma forma que um projeto de pesquisa permite ganhar tempo
e racionalizar a investigação, a vida de estudos possibilita uma sistematização
sem a qual não apenas se perde muito tempo, mas também não se vai muito
longe. É, pois, de fundamental importância que o aluno de graduação programe
seus estudos, abra um fichário com seções temáticas, bibliográfica e de autor.
“Tais cuidados, tal sistemática de estudos, teriam
maior eficácia se os professores da escola básica,
a exemplo daqueles de países vizinhos nossos,
iniciassem seus alunos em técnicas de estudos,
em vez de pensar que sua orientação se restringe
à salas de aulas e em vez de valorizar apenas a
memorização”.
(Vega, 1977, p. 213-214)
26
CAPÍTULO II
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como podemos observar, no desenvolvimento dessa pesquisa o
número de alunos dos cursos de Licenciatura nas Universidades, já ministram
aulas no Ensino Fundamental e Ensino Médio. Objetivando analisar o cotidiano
desses alunos e para o qual o curso universitário se mostra necessário.
As tabelas 1, 2 e 3 mostra-nos um perfil dos entrevistados, sendo a
maior parte constituídos do sexo feminino, e já atuando como professores, com
uma faixa etária variando de 20 à 60 anos, de variados estados civis, procurando
assim um melhor desenvolvimento em suas performances.
Tabela 1 – Sexo
Sexo Feminino 28 93%Sexo Masculino 07 7%
Em relação a Tabela 1, encontramos 28 alunos do sexo feminino,
93,0% do total; e 07 alunos do sexo masculino, sendo 7,0% do total.
Tabela 2 – Faixa Etária
20 à 30 anos 12 40%30 à 40 anos 11 37%40 à 60 anos 07 23%
Em relação a Tabela 2, encontramos 12 alunos com idade de 20 à
30 anos, 40,0% do total; 11 anos com idade de 30 à 40 anos, 37,0% do total; e 07
alunos com idade de 40 à 60 anos, 23,0% do total.
27
Tabela 3 – Estado Civil
Casados 14 47%Solteiros 13 43%Divorciados 02 7%Viúvos 1 3%
Em relação ao estado civil dos alunos na Tabela 3, encontramos 14
alunos casados, - 47,0% do total; 13 alunos solteiros – 43,0% do total; 02 alunos
divorciados – 7,0% do total; e 01 aluno viúvo – 3,0% do total.
Nessa pesquisa foi elaborado um questionário com 13 perguntas,
sendo 11 em forma de alternativas e 2 em forma dissertiva. Em que poderemos
destacar o ponto de vista evidenciado pelo próprio aluno.
Onde o aluno nos mostra que não entra numa Universidade para
brincar, mas sim, para adquirir mais conhecimento e aperfeiçoamento para uma
área profissionalizante, onde possa entrar no mercado de trabalho com um
currículo ainda mais competitivo.
Tabela 4 – O que é Estudo Universitário?
Adquirir conhecimento 16 alunos 53%Convívio social 0 --------Preenchimento de tempo ocioso 0 --------Profissionalização 14 alunos 47%
Em relação a Tabela 4, referente a pergunta: “O que é Estudo
Universitário”, obtivemos as seguintes respostas: 16 alunos – “Adquirir
conhecimento”- 53,0% do total; 14 alunos – “Profissionalização” – 47,0% do total;
e com 0% “Convívio social” e “Preenchimento de tempo ocioso”.
28
Tabela 5 – Qual a Função da Universidade para com os Alunos?
Preparar o indivíduo para o exercício da cidadania 10 alunos 33%Tornar o aluno crítico 05 alunos 17%Dar “Status” 0 -------Ter fácil acesso para o mercado de trabalho 14 alunos 47%Ser diferente dos outros 01 aluno 3%
A Tabela 5 nos mostra como o aluno vê a função da universidade,
deixando ainda mais claro que ao ingressar em uma universidade seus objetivos
já estão traçados, sendo que as respostas referentes a pergunta “Qual a função
da Universidade para com os alunos?” 10 alunos, ou seja, 33,0% do total,
responderam que é para “Preparar o indivíduo para o exercício da cidadania”; 05
alunos – “Tornar o aluno crítico”- 17,0% do total; 14 alunos responderam “Ter fácil
acesso para o mercado de trabalho” – 47,0% do total; 01 aluno responde “Ser
diferente dos outros”- 3,0% do total; e 0% - “Dar “Status”.
Tabela 6 – Como Estudam os Alunos Universitários?
Anota tudo o que foi falado na sala 21 alunos 70%“Cola” dos colegas 0 -------Só se preocupa com a avaliação 06 alunos 20%Tira cópias dos cadernos de outros colegas 03 alunos 10%
A Tabela 6 mostra-nos que os alunos adotam vários métodos de
estudo. 21 alunos, sendo 70,0% do total preocupam-se em colher o maior número
de dados – “Anota tudo o que foi falado na sala”. Tendo assim, mais
esclarecimento da matéria dada pelos professores; 06 alunos, 20,0% do total, só
se preocupam com a avaliação; 03 alunos, 10,0% do total, mostram-se bastante
desinteressados – “Tira cópias dos cadernos de outros colegas”; e 0% - “Cola”
dos colegas”.
29
Tabela 7 – O que leva os Alunos Universitários a Ficarem Apreensivos em
dia de Avaliação?
Não ter os textos nas mãos 03 alunos 10%A maneira de ser avaliado 12 alunos 40%Não ter domínio do que foi estudado 13 alunos 43%Não estudar em casa 0 -------Necessidade de notas 02 alunos 7%
Em relação a Tabela 7, sobre a pergunta “O que leva os Alunos
Universitários a Ficarem Apreensivos em dia de Avaliação?”, 03 alunos, ou
10,0% do total responderam – “Não ter os textos nas mãos”; 12 alunos – 40,0%
do total – “A maneira de ser avaliado”; 13 alunos – 43,0% do total responderam
“Não ter domínio do que foi estudado”; 02 alunos, sendo 7,0% do total –
“Necessidade de notas”; e 0% - “Não estudar em casa”.
Tabela 8 – Qual a Importância da Leitura?
Adquirir informações 18 alunos 60%Passar o tempo 0 -------Cultura 12 alunos 40%Tornar-se um intelectual 0 -------
O enfoque geral mostra que a maioria dos alunos não tem o hábito
de leitura. 18 alunos – 60,0% do total, responderam “Adquirir informações”; 12
alunos – 40,0% do total – “Cultura”; e 0% - “Passar o tempo” e “Tornar-se um
intelectual”.
Tabela 9 – Para que Serve Biblioteca Universitária?
Reflexão 01 aluno 3%Bate-Papo 01 aluno 3%Pesquisa 28 alunos 93%Paquera 0 ------
Em relação a Tabela 9, perguntamos “Para que Serve Biblioteca
Universitária?”. 01 aluno – 3,0% do total respondeu “Reflexão”; 01 aluno – 3,0%
30
do total para “Bate-Papo”; 28 alunos – 93,0% do total, responderam que serve
para “Pesquisa”; e 0% - “Paquera”.
Tabela 10 – Como é Feito o Trabalho Universitário?
Vai atrás – Pesquisa 26 alunos 85%Paga para o colega fazer 01 aluno 3%Faz cópias (xerox) 01 aluno 3%Fica em um bom grupo 03 alunos 9%
Em relação a Tabela 10, perguntou-se “Como é Feito o Trabalho
Universitário?”. 26 alunos – 85,0% do total – “Vai atrás – Pesquisa”; 01 aluno –
3,0% do total – “Paga para o colega fazer”; 01 aluno – 3,0% do total – “Faz
cópias (xerox)”; 03 alunos – 9,0% do total – “Fica em um bom grupo”.
Tabela 11 – Os Alunos Universitários têm dificuldade com a leitura. Por quê?
Falta de tempo 04 alunos 13%Não tem hábito de ler 12 alunos 40%Não usa dicionário 0 ------Leitura não trabalhada nos cursos anteriores 14 alunos 47%
Em relação a Tabela 11, esta nos mostra as dificuldades
encontradas pelos alunos no ato de ler. 04 alunos – 13,0% do total – “Falta de
tempo”; 12 alunos – 40,0% do total – “Não tem hábito de ler”; 14 alunos – 47,0%
do total – “Leitura não trabalhada nos cursos anteriores”; e 0% - “Não usam
dicionário”.
Tabela 12 – Qual a Dificuldade que os Alunos Universitários Encontram para
fazer Pesquisa?
Falta de tempo 17 alunos 56%Falta de hábito 11 alunos 37%Falta de explicação do professor 02 alunos 7%
Em relação a Tabela 12, a dificuldade que os alunos encontram em
fazer pesquisa foi a seguinte: 17 alunos – 56,0% do total – “Falta de tempo”; 11
31
alunos – 37,0% do total – “Falta de hábito”; e 02 alunos – 7,0% do total – “Falta de
explicação do professor”.
Tabela 13 – O que Faz os Alunos Universitários não Prestarem Atenção às
Aulas?
Falta de motivação por parte do professor 20 alunos 67%Cansaço físico 07 alunos 23%Falta de interesse (aluno ocioso) 03 alunos 10%
Em relação a Tabela 13, a pergunta “O que Faz os Alunos
Universitários não Prestarem Atenção às Aulas?”, 20 alunos, sendo 67,0% do
total – “Falta de motivação por parte do professor”; 07 alunos – 23,0% do total –
“Cansaço físico”; e 03 alunos – 10,0% do total – “Falta de interesse (aluno
ocioso)”.
32
CONCLUSÃO
Depois de feita a pesquisa e realizada a reflexão sobre os dados
obtidos, pode-se concluir que a pesquisa revela que há uma deficiência por parte
dos alunos universitários em torno do ato de estudar, visto que em suas falas
percebe-se contradição, isso possibilita afirmar que a maioria faz leitura para
memorização e por obrigatoriedade (prova e trabalho).
Retoma-se a idéia do ato de estudar ser uma ação que exige
pressupostos (orientação), sistematização, disciplina, envolvimento com o texto,
curiosidade e busca, e que o estudo mecânico é aquele feito para cumprir
exigências, não necessitando reflexão, crítica, comparação e/ou questionamento.
Verificou-se que a maioria dos alunos entrevistados faz um estudo mecânico,
insiste na memorização para realização de provas e trabalhos. Porém, os dados
também mostraram que há uma consciência sobre a importância em torno do ato
de estudar. Sendo assim, registra-se aqui o desafio de tentar resolver os
problemas da prática diária com relação ao estudo, visto que este é
imprescindível para a vida contemporânea.
Portanto, a pesquisa traz pelo menos um elemento bastante
importante para reflexão a aproximação dos pressupostos que o aluno teve com a
utilização destas orientações na sua prática de estudo, se interessa realmente à
universidade formar cidadãos críticos que possam intervir na sociedade, refletindo
e praticando, praticando e refletindo.
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Maria Margarida. (1986/1993). Introdução à Metodologia doTrabalho Científico. São Paulo. Atlas.
BAMBERGER, Richard. (1995). Como Incentivar o Hábito de Leitura. Ed. Ática.6ª ed.
D’ANTOLA, Arlete. ((1997). Prática Docente na Universidade.
FINGER, Paulo Almeida. (1988). Universidade/Organização, Planejamento eGestão. Florianópolis/UFSC/CPGA/NUPEAU.
FREIRE, Paulo. (1982). A Importância do Ato de Ler em Três Artigos que seCompletam. São Paulo. ED. Autores Associados.
GADOTTI, Moacir (1991). Educação e Poder: Introdução à Psicologia doConflito. 10ª ed. São Paulo. Cortez Autores Associados.
INÁCIO, Geraldo Filho. (1995). A Monografia na Universidade, ColeçãoMagistério. Formação e Trabalho Pedagógico. Papirus. Campinas-SP.
KOCHE, José Carlos. (1984). Fundamentos de Metodologia Científica. 7ª ed.Porto Alegre. Vozes.
LEITE, Denise B. C. e MOROSINI, Marília. (1997). Coleção Magistério.Formação e Trabalho Pedagógico. Papirus. Campinas-SP.
MERQUIOR, Guilherme. (1987). Educação e Luta de Classe. 6ª ed. São Paulo.Cortez Autores Associados.
RIBEIRO, Darcy. (1978). A Educação Contra a Educação. 5ª ed. Rio de Janeiro.Paz e Terra.
SEVERINO, Antônio Joaquim (1993). Metodologia do Trabalho Científico. 19ªed. São Paulo. Cortez.
SEVERINO, Antônio Joaquim (1991). Métodos de Estudo para o 2º Grau. 4ª ed.São Paulo. Cortez.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. (1979). Os Dez Caminhos da Escola.Traumatismos Educacionais.
VEGA, C. (1977). Método Científico. Teoria e Prática. São Paulo. Haper.
WITER, Geraldina Porto. (1997). Psicologia, Leitura & Universidade. Ed.Alínea.
34
35
ANEXO I
Este questionário é parte integrante de um trabalho de pesquisa
intitulado “Como Estudam os Alunos Universitários”.
Por tratar-se de dados mensuráveis, portanto, de caráter
quantitativo, não existe necessidade de identificação, estando garantido o sigilo
do sujeito investigado.
Agradeço sua colaboração e lembro-o que suas informações são de
grande importância para o desenvolvimento do referido trabalho.
Parte I
1. Sexo: F ( ) M ( )
2. Idade: ______ anos.
3. Estado Civil: _________________
4. O que é Estudo Universitário?
( ) adquirir conhecimento
( ) convívio social
( ) preenchimento de tempo ocioso
( ) profissionalização
36
5. Qual a função da Universidade para com os Alunos?
( ) preparar o indivíduo para o exercício da cidadania moderna
( ) tornar o aluno crítico
( ) dar “status”
( ) ter fácil acesso para o mercado de trabalho
( ) ser diferente dos outros
6. Como Estudam os Alunos Universitários?
( ) anota tudo o que foi falado na sala
( ) “cola” dos colegas
( ) só se preocupa com a avaliação
( ) tira cópia dos cadernos de outros colegas
7. O que leva os Alunos Universitáriosa ficarem apreensivos em dia deAvaliação?
( ) não ter os textos nas mãos
( ) a maneira de ser avaliado
( ) não ter domínio do que foi estudado
( ) não estudar em casa
( ) necessidade de notas
8. Qual a Importância da Leitura?
( ) adquirir informação
( ) passatempo
( ) cultura
( ) tornar-se um intelectual
9. Para que serve a Biblioteca Universitária?
( ) reflexão
( ) bate-papo
( ) pesquisa
( ) paquera
37
10. Como é feito o Trabalho Universitário?
( ) vai atrás (pesquisa)
( ) paga para o colega fazer
( ) faz cópias (xerox)
( ) fica em um bom grupo
11. Os alunos Universitários têm dificuldade em Leitura. Por quê?
( ) falta de tempo
( ) não têm hábito de ler
( ) não usa dicionário
( ) leitura não trabalhada nos cursos anteriores
12. Qual a dificuldade que os Alunos Universitários encontram para
fazer Pesquisa?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
13. O que fazem os Alunos Universitários não prestarem atenção na
aula?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________