como empreender sem capital.pdf

Upload: andromeda69

Post on 10-Oct-2015

99 views

Category:

Documents


7 download

TRANSCRIPT

  • Prof. Flvio De Almeida

  • COMO EMPREENDER SEM CAPITAL

    Copyright ' 2001Editor

    Coordenadora EditorialReviso

    Projeto Grfico e IlustraesCapaDTP

    P rof. Flvio De AlmeidaNissim YehezkelRaquel Teles YehezkelMaria de Lourdes Costa de Queiroz (Tucha)Aderivaldo SantosAderivaldo SantosAderivaldo Santos

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao

    Impresso no Brasil

    Todos os direitos reservados Editora Leitura Ltda.Rua Pedra Bonita, 870 - Barroca Cep 30430-390 - Belo Horizonte - MG - Brasil

    home-page: www.editoraleitura.com.br e-mail: [email protected]

    Nenhuma parte deste livro poder ser reproduzidasem a permisso, por escrito, da editora

    sob pena de constituir violao do Copyright (Lei 5.988).

    Almeida, Flvio DeComo empreender sem capital / Flvio De Almeida.- Belo Horizonte: Editora Leitura, 2001.

    160 p. il.

    Inclui bibliografia

    1. Empreendedorismo. 2. Admistrao de Negcios. Auto-estima.3. Negcio Prprio. 4. Empregabilidade. 5. Trabalhabilidade.6. Auto-estima. 7. Motivao. 8. Sucesso.

    CDD: 158.1CDU: 159.955

    A447c

    ISBN 85-7358-365-7

  • DD edico este livro quelesque ousaram empreenderapesar de...

  • Amistron Costa, empresrio e companheiro do Rotary;Antnio Rodrigues, advogado e amigo de faculdade;Berenice De Almeida, pedagoga e cunhada;Carlos Rubem e Rosa, consultores em franchising e casal de amigos;Carlos Wagner, economista e amigo da ps-graduao;Ceueti Nakano, engenheiro e professor;Cntia Guimares, estudante;Cirano Almeida Passos, advogado e companheiro do Rotary;Cleuma Coimbra, gerente e amiga da Fundao Dom Cabral;Clvis Vieira, empresrio, companheiro do Rotary e da FIEMG;Clvis Ta rcsio, professor universitrio e companheiro do Rotary;Cristina M. Lara, amiga da Neurolingstica;Joo Batista Melado, artista e ilustrador deste livro;Edson Negrini, administrador, amigo e vizinho;Elmo de Souza, empresrio e cunhado;Francisco Amrico Matos de Paiva, advogado e presidente da A. C. Minas;Gilman Viana, presidente do Sebrae Minas;Jean Joseph Hausemer Junior, relaes pblicas e companheiro do Rotary;Ktia Duarte, assessora do I.B.E.;Lcia Calimam, estudante de Administrao;Maria Regina de Almeida, comunicadora e irm;Noel Guimares Barbosa, administrador e amigo;Paulo Ribeiro, advogado e amigo;Paulo Roberto Parisi, engenheiro e amigo;Roberto S De Noronha, empresrio, amigo e ex-governador do Rotary;Ronaldo Perri, administrador e amigo;Ta rcsio De Almeida, engenheiro, professor universitrio, scio e irmo;Teodomiro Ribeiro, amigo;Silvino De Almeida, engenheiro, empresrio e irmo;Stefan Bogdan Salej, empresrio e presidente da FIEMG;Wagner Thoms de S, empresrio, amigo do Rotary e da A. C. Minas.

    A todos vocs, o meu eterno

    MUITO OBRIGADO!

    No poderia deixar de agradecer a todosaqueles que, de forma direta ou indireta,contriburam para a realizao desta obra.Coloquei os nomes em ordem alfabtica paraevitar injustias:

    AGRADECIMENTOSAGRADECIMENTOS

  • Ao Grande Criador que, na sua misericrdia infinita, tem me agraciado com muitomais do que mereo. Muito obrigado, Senhor!

    A Silvino Romualdo De Almeida, que soube ensinar, com seu exemplo, as lies detrabalho, honestidade e caridade. Sua defesa causa dos pobres junto SSVP motivo deorgulho para um homem que tem o privilgio de poder cham-lo de pai. Muito obriga-do, papai!

    A Maria Antnia, Miquita, a quem Deus confiou a tarefa de educadora. Dedicada eabnegada causa de compartilhar o saber. Suas correes do livro e as aulas de portugusjamais sero esquecidas. Muito obrigado, mame! Voc o mximo!

    A Aline Loreto, a quem o universo confiou a tarefa de me ensinar a verdadeira diferenaentre casa e lar. Suas sugestes para este trabalho foram de uma valia incalculvel. Vocno imagina, menina, a responsabilidade que voc tem na minha evoluo. Muito obri-gado, meu amor!

    Aos meus filhos: Dorinha, Flavinho, Gustavo, Ana Paula, Rafaela e Danielle, por meensinarem a conjugar, na prtica, o verbo compartilhar. Muito obrigado, meus filhotes!

    Ao Dr. Paulo Paiva, Ministro do Trabalho. Seu prefcio foi o coroamento deste nossoprimeiro trabalho. O seu aval contribuiu e contribuir de forma decisiva na opo demuitos de nossos leitores. Obrigado pela confiana. Muito obrigado!

    A Ailton Carneiro, administrador e companheiro do Rotary. A voc meu respeito pelonotrio saber na consultoria de treinamentos empresariais. Suas crticas e conselhos menortearam de uma forma que nem voc imagina. Muito obrigado!

    A Berenice Fersiva. Sua aula sobre misso foi uma fonte inspiradora do direcionamentoestratgico deste livro. Que o grande Criador do Universo a ilumine cada vez mais nadireo da sua belssima misso de ajudar pessoas a superar seus prprios limites eatingir o clmax da prosperidade. Muito obrigado!

    Ao Dr. David Travesso Neto, diretor superintendente do Sebrae Minas. Seu incentivoe apoio pessoal grande causa dos pequenos empreendedores mineiros so motivo deorgulho para nossa gente. Parabns pelo profissionalismo mpar. Muito obrigado!

    A Mary de S. Seus ensinamentos sobre o crebro humano e programaoneurolingstica foram de vital importncia. A voc devo o captulo Utilizando oCrebro com Inteligncia. Muito obrigado!

    Ao Dr. Louis Jacques Filion, professor da universidade de Montreal, Canad. Seusestudos de empreendedorismo so verdadeiras lies de sabedoria para a evoluo dahumanidade.

    Aos Mestres, que nem sempre so reconhecidos e tm a importantssima tarefa social detransmitir ensinamentos s geraes. A todos vocs que contriburam para a minhaformao, muito obrigado!

    AGRADECIMENTOS ESPECIAISAGRADECIMENTOS ESPECIAIS

  • ma das marcas mais profundas das ltimas d-cadas , sem dvida alguma, a transformaodo mercado de trabalho em razo dos impac-

    tos decorrentes das mudanas tecnolgicas, da gesto em-p resarial e do processo de globalizao.

    O prprio conceito de emprego tem sido discutido,graas s modificaes na intensidade, na forma e nasrelaes de trabalho. Jeremy Rifkin, em seu livro O Fimdos Empre g o s, argumenta que, com a terceira revoluo in-dustrial, as novas tecnologias de informtica e de comu-nicaes esto causando enorme impacto no mercado detrabalho. Segundo ele, milhes de trabalhadores j fo-ram definitivamente eliminados do processo econmi-co; funes e categorias de trabalho inteiras j foram re-duzidas, reestruturadas ou desapareceram.1

    Mas novas oportunidades surgem tambm no con-texto dessas transformaes. O desafio maior a buscade alternativas para sobreviver neste novo mundo, ondep revalecer o conhecimento, isto , a formao educaci-onal e a capacidade de adaptao das pessoas.

    Esta terceira revoluo industrial tem sido entendi-da por vrios estudiosos como a entrada na economiado conhecimento. Em seu livro In The Era of Human Ca-pital, Richard Crawford2 interpreta essas mudanas comoa terceira grande transformao na economia e na socie-dade ao longo dos tempos. De acordo com sua anlise, a

    1 Rifkin, Jeremy, O fim dos empre g o s. Makron Books, 1995.2 Crawford, Richard, In the era of human capital. Harper Business, 1991.

    UUPREF`CIOPREF`CIO

  • primeira foi a mudana de uma economia extrativa para uma eco-nomia agrcola, cujo principal recurso era a terra. A segunda foia mudana para uma economia industrial com base no capitalfixo. Agora ocorre uma mudana para uma economia do conhe-cimento com base no capital humano.

    A fora dessa ltima transformao o aumento da produti-vidade e o incentivo maior para a inovao tecnolgica e o lu-c ro. Desta forma, pode-se dizer que o aumento da produtivida-de uma funo da introduo de novas idias em tecnologia,o rganizao e gerncia, isto , uma funo da inovao. A deci-so de inovar depende, por seu lado, da capacidade e da deter-minao do empreendedor, que procura negcios mais eficazes,usando menos trabalho, material ou energia e mais conhecimen-to. Nesse contexto, h uma tendncia para a substituio de capi-tal fsico por capital humano.

    a que se insere o l ivro de Flvio De Almeida: COMOEMPREENDER SEM CAPITAL. O autor trata dessas questes nos diasde hoje, em nosso pas, de maneira bem didtica. Busca identifi-car os caminhos para que as pessoas possam enfrentar os desafi-os deste tempo. Flvio De Almeida tem, ele prprio, enfrenta-do, com sucesso, esses desafios. Tanto assim que seu trabalho jfoi reconhecido pelo SEBRAE, ao distingui-lo como destaquedo Prmio Excelncia Empresarial, de 1995.

    Este livro uma nova contribuio e deve ser lido por todosaqueles que acreditam que, investindo em educao, tendoautoconfiana e ousadia, com certeza, tero sucesso profissio-nal.

    Paulo PaivaMinistro do Trabalho

  • SUM`RIOSUM`RIOApresentao da Coleo ...................................................... 13

    Introduo ............................................................................. 15

    Captulo 1Misso: A chave da porta do tesouro ................................... 21

    Captulo 2Trabalho x Capital ................................................................. 31

    Captulo 3A Universidade do outro lado do rio ................................... 37

    Captulo 4Como empreendi sem capital ............................................... 45

    Captulo 5Deciso de empreender: Risco ou perigo? ........................... 65

    Captulo 6Como escolher a profisso ou o negcio certo .................... 73

    Captulo 7Criatividade: A me das grandes idias ................................. 79

    Captulo 8Liderana: A arte de motivar ................................................. 87

    Captulo 9Administrando o tempo com excelncia .............................. 97

    Captulo 10Negociao: A arte do ganha-ganha ....................................107

    Captulo 11Compartilhar: O segredo do sucesso ...................................125

    Captulo 12Capital intelectual na era do servio .....................................133

    Captulo 13Meditao .............................................................................139

  • 1 2

  • 1 3

    APRESENTAO DA COLEO

    inha vida passou por vrios momentos profissionais. Nosltimos 25 anos, exerci vrias atividades: comercirio, durante

    dez anos; representante comercial, trs anos; comerciante, quatro anos;industrial, quatro anos; consultor e professor por quatro anos.

    Como empresrio, atuei nos segmentos de servios, comrcioe indstria. Quebrei trs vezes: uma em 1987, a segunda em 1990 ea outra em 1995, sendo que na ltima perdi 2 milhes de dlares.Coincidncia ou no, em todas elas estvamos em incio de governo.Mudana de governo requer ateno redobrada, cautela, parcimniae, sobretudo, muita ateno e cuidado.

    Fracassei a primeira vez no governo Sarney, a outra no governoCollor e a ltima no governo Fernando Henrique. Cheguei a pensarque era um azarado, que nunca ia conseguir fazer sucesso e manter-me nele. Sentia-me um patinho feio. Mas, a partir de 1995, comeceia me perguntar: Por que os negcios fracassam? Por que empresasvo falncia, quebram e entram em bancarrota? Confesso quebusquei a resposta em vrios credos: evanglico, budista, catlico,judeu, dentre outros. Conversei com muitos profissionais da re ade comportamento humano: psicanalistas, psiclogos e analistas. Fuiencontrar a resposta dentro de mim mesmo.

    Essa busca me levou a vrios momentos de meditao e reflexo.Numa manh de outubro de 1996, em meio a uma luz brilhante,num lugar paradisaco do lago do Hotel Fazenda Boa Esperana,uma voz me disse trs palavras: prosperar, compartilhar e empreender.Disse-me ainda que todos temos uma misso, uma finalidade, umagrande razo de existir. Comecei a observar e a perceber como anatureza sbia, harmnica, no se agride, vive a mais perfeitaserenidade. Existe um lugar para cada coisa e cada coisa tem seulugar. Ainda no encontrei uma abelha puxando carroa e nem umcavalo fazendo mel. Que coisa fantstica poder descobrir e encontrarnossa misso!

    Minha maior descoberta foi a certeza de que nasci e vim aomundo com a misso de ser professor. No um professor

    MM

  • 1 4

    profissional, mas um profissional professor, um facilitador, queprimeiro teve de passar por crises e mais crises no mundo business .Eu nem imaginava a riqueza das experincias dos fracassos queacabaram virando vivncias e que me despertaram a conscinciade que s seria realmente feliz se cumprisse minha misso naplenitude. Empunhei a caneta, peguei meu computador e pus-me aescrever e a pensar em como poderia servir ao maior nmero depessoas. Fiz meu planejamento e escrevi o primeiro livro: COMOEMPREENDER SEM CAPITAL.

    A partir das crticas e sugestes, reestruturei o trabalho, mudeia capa, retirei e introduzi captulos, refiz toda a programao visuale lancei a coleo: Negcios & Empre s a s, que conta com mais doislivros: COMO SER EMPREENDEDOR DE SUCESSO - Como fazer sua e s t r e labr i lhar e COMO MONTAR SEU NEGCIO PRPRIO - Os segredos do pro je to den e g c i o s . Cada livro, com seu foco especfico, tem uma fita de vdeocorrespondente. A coleo contar, ainda, com vrios trabalhos quesero lanados nos prximos anos: Finanas, Marketing e Vendas,Contabilidade, Informtica, Recursos Humanos, todos focados nopequeno negcio.

    S me sentirei realizado quando o desemprego no mais rondaro s l a res do Brasi l . Quando a escola no mais form a r o sdesempregados das grandes empresas. Quando a educao estivercomprometida com a formao do jovem que saiba pensar e quetenha auto-estima e energia para andar sozinho, sem necessidade demuletas. Quando o nosso povo no mais precisar se humilhar diantedos gigantes internacionais. Meu trabalho s estar completo quandoperceber que temos igualdade de oportunidades para todos e que ap rosperidade no mais um privilgio de poucos, mas um direitode todos os brasileiros. Empunho a bandeira do e m p re end edo r i smo esigo Brasil afora compartilhando e contribuindo para que esta tecnologiadidtico-pedaggica no seja apenas uma matria da grade curriculardas escolas de todos os nveis, mas que se transforme numa culturaempreendedora, capaz de formar uma nao livre e prspera, quepossa buscar e conquistar livremente seu prprio caminho.

    O autor

  • 1 5

    EE

    INTRODUOINTRODUO

    O segredo no est em fazera coisa certa

    mas em encontrar a coisacerta para fazer.

    PETER DRUCKER

    ste livro minha primeira contribuio ao universo, por gra-tido, pela prosperidade e felicidade que alcancei e tenho

    usufrudo na vida. Meu objetivo motivar voc a tornar-se um em-preendedor e a entrar para o melhor negcio do mundo: o seu! Se j empresrio, estas reflexes podero ajud-lo a manter-se empre-endendo e fazendo sucesso neste mundo bus ines s, cada vez mais com-petitivo e disputado. Leia-o de uma s vez, deixe o debate e osquestionamentos para a segunda ou a terceira leitura. Se preferir,pessoalmente, troca remos idias em nossos cursos, palestras,wo rk sh op s, seminrios, correspondncias ou via Internet.

    COMO EMPREENDER SEM CAPITAL deve ter chamado a sua aten-o porque as pessoas, em geral, pensam que os empreendedore stornam-se, automaticamente, empresrios ricos e milionrios, tra-balham pouco e pem a turma para laborar para eles, enquanto

    Capital um conjunto de bens que possuem algum valor. Ao registrar uma empresa, a sociedade obrigada a declarar ocapital inicial no contrato social. Este capital inicial pode ser composto de moeda corrente, bens mveis e imveis, patentes,acervos, domnio de alguma tecnologia, enfim, tudo aquilo que, de uma forma ou de outra, possa ser expresso por valor.

  • 1 6

    usufruem da riqueza na mordomia. Essa no a verdade nua e crua; um preconceito. Na verdade, a palavra empresrio significa: aque-le que dono de um empreendimento, de uma empresa. Esta podeser grande, mdia, pequena ou micro e, inclusive, no ter emprega-do algum. O dono de um carrinho de sorvete, um franqueado, ump rofissional liberal, um autnomo, todos so empresrios.

    Aprendemos que para ser empresrio preciso trabalho, orga-nizao e capital. Isso foi verdade no sculo passado. Hoje o merca-do est diferente: ...cada vez mais o capital perde o poder. O po-der est com as pessoas que detm o conhecimento, porque solivres..., ensina-nos o mestre Peter Drucker. Se o capital fossecondio sine qua non no existiria nenhuma empresa no mundo,pois primeiro veio o trabalho e depois o capital. O capital filhodo trabalho. Concorde voc ou no, o pai pode ser analfabeto e ofilho, presidente da Repblica, porm o pai ser sempre hierar-quicamente superior ao filho. O filho dependeu da vontade do paipara nascer. Portanto, o trabalho hierarquicamente superior aocapital.

    A globalizao econmica que j nossa velha conhecida desdeas grandes navegaes, tempo em que os portugueses buscavamespeciarias nas ndias, agora voa pelo mundo velocidade da luz. esta globalizao que vem decretando a sentena de morte das em-p resas que no conseguem ter um diferencial competitivo. S so-brevive quem consegue produzir Mais, Melhor e por Menos. Essa con-corrncia, cada vez mais acirrada e globalizada, a responsvel pelasubstituio do homem pela mquina.

    Este momento cria confuso e desespero em muitos, ao veremo avano tecnolgico pr fim s relaes formais e ortodoxas deemprego. Patro, empregado, salrio, obrigaes trabalhistas e di-reitos sociais so coisas do passado. Estamos protagonizando maisuma revoluo: a revoluo da empregabilidade. Uma era na qualestamos dando uma guinada de cento e oitenta graus nos hbitos ecostumes das relaes de emprego do homem contemporneo. Nomais teremos instituies adotando profissionais como emprega-

  • 1 7

    dos. Cada um ter de desenvolver a habilidade de vender seu pr-prio talento. O marketing pessoal e a capacidade de satisfazer ne-cessidades estaro em alta. Os profissionais devero ser capazes dever o mundo como um mercado que demanda por produtos e ser-vios. a hora e a vez da viso empreendedora do verstil especia-lista em generalidades.

    Estamos quebrando mais um paradigma. Como pode a tecno-logia, que est a servio do homem, desempregar o prprio ho-mem? Fique tranqilo! A tecnologia est acabando com o empre-go formal, mas no com o trabalho. Este nunca faltar no univer-so. O universo dispensa mo-de-obra, mas valoriza como ouro oscrebros-de-obra. Acaba-se o emprego formal e aumentam-se asoportunidades. Hoje no ganham o mercado os grandes, ganham os geis.

    Bem, se voc esse crebro-de-obra, parabns! Voc est nasua rea de excelncia. Isso significa que o elemento amor est pre-sente na sua profisso. Quando tal acontece, pode-se concluir queestamos diante de um profissional talentoso, que est focado emsua vocao, cumprindo sua verdadeira misso, tema que iremosdiscutir no prximo captulo. Aproveite sua rea de excelncia ebusque sua verdadeira oportunidade. Existe uma imensido deempresas buscando parceiros para serem terceirizadores. O merca-do est faminto por profissionais que detenham know-how e saibamproduzir com 3 M Mais, Melhor e por Menos. Quantidade, quali-dade e menor preo vieram para ficar. Existe um exrcito de consu-midores que mal compravam arroz com feijo e, aps o PlanoReal, esto saindo da marginalidade e tornando-se Sua Excelnciao consumidor. Gente simples, da classe D. Mas, ateno, elesno aceitam ser Desprezados como antes, eles agora esto com oDinheiro e demandam por produtos e servios que tenham trsB - Bom, Bonito e Barato. S no Brasil, eles ultrapassam 50 milhesde pessoas.

    No sculo XIX, a agricultura ocupava mais de 80% da mo-de-obra brasileira. No sculo XXI, apenas 2% estaro na agricultura,28% na indstria e 70% no setor de servios. No vai parar por a.

  • 1 8

    Acredito que a tecnologia se desenvolver tanto que chegaremos ater, antes do sculo XXII, mais de 90% da mo-de-obra trabalhan-do no setor de servios. Este tem sido o setor no qual, de maneirap reponderante, podemos observar a presena deste fenmeno ba-tizado por mim de empreendedores sem capital. Geralmente, soaqueles homens-chave de empresas que, conscientes de seu know-how, de sua excelncia pessoal e profissional, associam-se a amigos,vendem o carro, pegam o dinheiro do acerto da empresa da qualesto saindo, juntam pequenas economias e comeam um empreen-dimento no setor de servios, por demandar menos capital que osdemais setores.

    Imagine que este novo empreendedor seja um brilhante gerentede vendas e que saiba tudo da sua rea. Conhece a fundo os produ-tos, o segmento, o mercado fornecedor, comprador, suas manhas emalcias. Na contabilidade e na administrao financeira, ele umfiasco, um zero esquerda. to desorganizado que no sabe nemcontrolar seu canhoto do talo de cheques. Se ele no tiver a habili-dade de fazer parceria com um profissional da rea administrativa,estar fadado, rapidamente, bancarrota.

    Sucesso empresarial como ter dinheiro poupado:no se trata de ganhar muito, questo de gastar pouco.

    Negcio prprio no brincadeira, necessita de planejamentominucioso. preciso elaborar um projeto empresarial rico emdetalhes e que contemple:

    n Pesquisas de mercado, estudos diversos, localizao, custos,anlises mercadolgicas, aspectos contbeis e legais.

  • 1 9

    n Posso ser microempresa ou devo optar pelo simples?n Investimentos, bancos de fomentos, linhas de crdito dispo-

    nveis no mercado, viabilidade econmico-financeira, p a yback...

    n Estratgias comerciais e de sobrevivncia, marketing, recur-sos humanos, habilidades dos empreendedores, checklist depontos fortes, mdios e vulnerveis.

    n Anlise de questes como ter ou no scios, caractersticaspsicolgicas desses scios, percentual de cada um na socie-dade.

    n Percentagem do capital que deve ser integralizado de imedia-to, diferencial competitivo, questes relativas ao risco em-p resarial e s oportunidades de negcios.

    n Sinergia do negcio com minha misso; ou no um bomnegcio para mim.

    No livro, utilizei uma linguagem simples e acessvel, pois, tendoem vista que uma corrente forte na medida da fora do elo maisfraco, uma linguagem que no puder ser compreendida e assimiladapelas pessoas mais simples da empresa, com certeza, no ser pro-veitosa para o seu presidente. Trouxe uma proposta nova, diferen-te, numa linguagem metafrica, entusiasta, com um projeto grficorico e ilustraes bem interessantes, que lhe proporcionaro mo-mentos pitorescos de descontrao e relaxamento. Foi a forma queencontrei para falar de algo to srio como seu sucesso profissionale empresarial. Busquei, na forma criativa do livro, aguar o hemis-frio direito do seu crebro, acordar ou manter desperta esta crian-a que habita o seu interior e que ser determinante no processocriativo e inventivo, to necessrio aos empreendedores deste ter-ceiro milnio.

    Ficarei satisfeito se seu empreendimento gerar seu prprio tra-balho. Sentir-me-ei realizado se gerar trabalho para voc e sua fam-lia. E feliz, se gerar trabalho para duas ou mais pessoas, alm da suafamlia.

  • 2 0

  • 2 1

    MISSO:A CHAVE DA PORTA DO TESOURO

    MISSO:A CHAVE DA PORTA DO TESOURO

  • 2 2

  • 2 3

    Captulo 1

    MISSO:A CHAVE DA PORTA DO TESOURO

    OO

    Nenhum vento sopraa favor de quem no

    sabe para onde ir.

    Universo composto de vrios conjuntos de sistemas: so-l a r, ecolgico, terrestre, social, celular, etc. Cada um desses

    sistemas composto de vrios elementos com misses diferentes. a interao e a sintonia entre os vrios elementos destes sistemasque os fazem desenvolver seu papel com eficcia. Observe, porexemplo, uma clula: temos a membrana, o citoplasma e o ncleo.Cada um deles tem uma funo especfica e interdependente, de talsorte que ocorre uma interao e a conseqente formao de umsistema. to importante esse sistema chamado clula, que todosos seres vivos so compostos por elas.

    Veja o ser humano: quantos milhares de clulas se agrupam eformam sistemas para nos permitir viver? O sistema nervoso, o

  • 2 4

    respiratrio, o circulatrio, o digestivo e outros. Cada um dessessistemas composto por vrios rgos. Analise o sistema circulat-rio. Qual mais importante: o sangue ou o corao? Ns podemosviver sem corao? E sem sangue? Com certeza os dois so indis-pensveis, mas com misses distintas, sui gener is, interdependentes einterativas. Um complementa o outro na formao de um sistemacom uma misso ainda maior.

    interessante observar que todos os sistemas tm equilbrio,h a rmonia, sintonia e reciprocidade. como se todos e cada umgua rdasse em si a conscincia de que pertence a um todo, no qualtem um papel a desempenhar para o bem ou preservao dessemesmo todo. Todos os elementos e os sistemas que conhecemostm objetivos, funes e misses prprios. Ser que o homem anica exceo? Ser que ns no somos clulas integrantes de gran-des sistemas sociais ou de outros planos que desconhecemos, masque na maioria das vezes intumos?

    Com certeza, ns no viemos a este mundo a lazer. A vida como uma passagem entre dois grandes desconhecidos. Se apurar-mos nossa intuio, perceberemos que trazemos conosco uma mis-so especfica e que somente ns poderemos realiz-la. precisoencontrar a chave da porta desse tesouro o quanto antes. Somentecom a porta da nossa misso aberta que poderemos entrar emsintonia com a grande fonte da vida criadora do Universo, atingin-do o clmax da nossa auto-realizao. Nossa vida foi programadapara ser repleta de harmonia, sade, paz e prosperidade. Se nossacondio de vida tem sido uma condio de dvida, sem prazer esem felicidade, sinal de que ainda no abrimos a porta desse mara-vilhoso tesouro mental chamado misso, finalidade ou ideal.

    Descobrir a misso a chave do segredo para obter a prosperi-dade universal infinita. Quem no sabe ainda a sua verdadeira mis-so vive margem, sem poder usufruir dos verdadeiros prazere sda vida. Vira e mexe, encontramos pessoas que conseguem fazersucesso rapidamente, parecem conseguir tudo como num passe demgica. De repente, todo aquele castelo desmorona e vem abaixo

  • 2 5

    com tudo, voltando estaca zero. O que ser que aconteceu? Serque foi realmente de repente?

    No existe o de repente no Universo. Tudo ocorre pela com-posio de inmeras foras e pelo acmulo de sucessivos aconteci-mentos. a lei universal de causa e efeito na qual o alicerce, notendo uma base slida, sustentada pela verdadeira misso, no con-segue resistir e a edificao acaba caindo. Isso ocorre em todas asreas da vida: social, financeira, familiar, matrimonial, enfim, abran-ge o indivduo na sua essncia como ser humano. essa falta deconscincia da misso que se manifesta pela agitao, pelo senti-mento de culpa, de angstia, de depresso, de ansiedade, de deses-pero, de apego e de valorizao de falsos valores mundanos e noessenciais que evoluem, transformando-se em terrveis infortnios.So verdadeiras desgraas que h muito torturam a humanidade:vcios, drogas, separaes, lares desfeitos, doenas, concordatas, fa-lncias, suicdios, homicdios.

    Nossa misso a maior fonte de estabilidade e equilbrio exis-tencial. Ela garantida pela sintonia e reciprocidade entre as forasinternas individuais e as externas, universais e coletivas. Quando asforas internas despontam, so assimiladas prontamente de form ah a rmnica e recproca pelas foras externas, que aceitam e assu-mem essa expanso como fonte complementar de um sistema mui-to maior que a simples soma vetorial de tais foras.

    Dentre todos os exemplos, o melhor e mais didtico que j en-contrei para ajud-lo a abrir as portas do seu tesouro mental e des-cobrir a sua verdadeira misso foi o da abelha.

    Qual a misso da abelha? Fazer mel! Quando falamos mel,automaticamente o associamos abelha. No existe no mundoquem faa melhor mel que a abelha. Portanto, se falamos em mel,logo nos vem mente esse animal. Se falamos em abelha, logo noslembramos do mel. Na essncia, mel e abelha se fundem e se con-fundem em uma nica idia.

    A abelha, para fazer o mel, utiliza o nctar, que extrado dasflores. No ato de extrair o nctar, a abelha poliniza a flor e assim,

  • 2 6

    p romove a fecundao que garante o fruto, o qual tambm tem suamisso. Na busca de seu prazer orgsmico, cada flor procura atrairas abelhas da melhor forma: uma com seu perfume afrodisaco, outracom sua beleza exuberante e outras com o sabor irresistvel do seunctar. Cada uma procura a melhor forma de atrair as abelhas paraser polinizada, fecundada e sentir o prazer da perpetuao.

    A misso da abelha fazer mel harmnica e complementar misso maior do Universo de transformar-se e evoluir. Enquantoela fabrica seu mel, cumprindo sua misso, interage e contribui parao sucesso e para a prosperidade de outros elementos do sistema, nocaso, as flores. das flores que vm os frutos, dos frutos vm assementes e das sementes vem a multiplicao de novas plantas daespcie. E dessas novas plantas surgem novas flores com mais nc-tar para ser sugado pelas abelhas. Assim, abelha e Universo vivemsinergicamente, mutuamente se reforando, reciprocamente dandoe recebendo amor. E tudo isso, por qu? Simplesmente porque elaest cumprindo com fidelidade a misso que o Universo lhe con-fiou.

    E voc, j parou para pensar em si mesmo como integrante dasinergia do universo? Responder s perguntas seguintes o ajudar air ao encontro da felicidade universal infinita, que todos temos di-reito de usufruir e de gozar.

    QUEM SOU EU?QUAL A MINHA MISSO E MINHA FINALIDADE?

    Se ainda no conseguiu respostas para as perguntas acima, p reciso continuar se perguntando at encontr-las. Para ajudar umpouco mais, enumerei abaixo vrias dicas e pistas que esto relacio-nadas com sua verdadeira misso:

    n Sua misso sui gener is, s voc poder desempenh-la.n Sua misso tem uma relao sistmica, interativa com o Univer-

    so.

  • 2 7

    n Jamais provoca estresse, independentemente do nmero dehoras trabalhadas.

    n Tem tudo a ver com vocao, talento, aptido; algo nato.n No se trata de gostar do que faz, mas de fazer o que gosta.n uma paixo e um amor ardente e incontrolvel.n P roporciona-lhe grande harmonia, paz e auto-realizao.n uma compulso to forte que voc no consegue se segurar.n onde voc estar servindo ao maior nmero de pessoas.n Tem a ver com sua essncia como ser humano.n impossvel separar a sua essncia da sua misso.n Tudo pode mudar em voc, mesmo assim sua misso perma-

    nece.n Quando voc entra no sistema cumprindo sua misso, ele o

    reconhece.n Na misso h uma doao; voc ajuda e ajudado.n Por que existem coisas que rodam, rodam e terminam em voc?n Voc pode at no saber, mas o Universo sabe perfeitamente

    qual sua misso.n As pessoas o admiram quando voc est realizando sua mis-

    so.n com certeza o topo da sua excelncia pessoal e profissional.n O prazer e a satisfao so indescritveis.n onde voc entra em sintonia com o sucesso e prospera infi-

    nitamente.n algo que voc faria at de graa para o Universo.

    Vamos imaginar que pudssemos retirar tudo o que lhe per-tence, que mudssemos sua cor, sexo, estado civil, s t a tu s social, cor-te de cabelo, e fizssemos uma maquiagem ou plstica para mudarsua identidade. O que fica que realmente seu?

    ....................................................................................................

    ....................................................................................................

  • 2 8

    Analisando suas respostas e fazendo uma conexo entreelas, voc pode concluir que sua misso aqui na Terra

    ....................................................................................................

    ....................................................................................................

    Agora acredito que voc j sabe qual a sua misso. Se aindapairam dvidas, vou lhe dar outra dica: todos os dias, ao deitar-sequando estiver entrando em sonolncia, solicite uma manifestaodo Universo. Por meio de um sonho ou de alguma pessoa ou deuma forma inexplicvel, voc ser surpreendido com uma respostaclara e lmpida sobre quem voc e qual a sua verdadeira misso.A, sim, nunca mais ter problemas de ordem econmico-financei-ra. Viver em harmonia com tudo e todos; ter sade, dinheiro eprosperar infinitamente.

    Parabns! Agora voc tem a chave da porta do tesouro da suavida. Tudo o que fizer na direo da sua misso ser coroado dexito e sucesso. Com essa ferramenta chamada misso, voc poderser co-criador da sua existncia. Isto , no precisar contar com ofator sorte para fazer sucesso. Suas realizaes trilharo dentroda lei do menor esforo. Conseguir realizar tarefas gigantescas namaior tranqilidade. O nvel de excelncia pessoal e profissionalque alcanar ser objeto de reconhecimento das pessoas sua vol-ta. A partir de hoje, voc poder contribuir muito mais para a feli-cidade do planeta e, por conseqncia, ser mais feliz.

  • 2 9

    Te resina, 4 de novembro de 1997

    Carssimo Flvio,

    ...Pois a maioria coloca os comportamentos como causa e no meu caso omeu comportamento era, como vi aps nossa entrevista, conseqncia dodesencontro entre o meu subconsciente e o meu consciente. Por um feliz acaso,li algumas pginas de seu livro COMO EMPREENDER sEM CAPITAL. Estavap rocurando algo para ler no aeroporto de Confins e acabei folheando-o.Fiquei surpreso pela simplicidade e clareza com que voc desenvolvia ostemas abordados e, principalmente, senti que foi escrito com muito amor egratido.

    ... Em meio a um conter das lgrimas, senti a delcia suprema de poderabraar, de poder mergulhar dentro do meu ser. indescritvel a emoo dadescoberta da prpria Misso de Vida. a prpria descoberta de si mesmo, a justificativa de seu Ser. como o clarear alvo da aurora derramando-sepor sobre as sombras do obscuro e do indefinido. E as antigas perguntasPor que eu sou assim?, Para que eu existo?, encontraram finalmente, asua resposta verdadeira.

    ... Meu caro Flvio, com sua ajuda consegui chegar ao meu destino, aot e rmo desta sofrida mas maravilhosa caminhada em busca de mim mesmo.

    ... Estou hoje, graas aos efeitos de nosso encontro, pronto para empre-ender outra viagem para fora, a minha frutificao ou autodoao, distribu-indo os frutos que o Criador me incumbiu de carre g a r, a todos que encontrarao longo do meu caminho. A longa espera, atracado ao cais terminou afinal.Minhas velas esto cheias e esticadas pelo vento da vida. Parto, pois asamarras foram desfeitas.

    Agora me lembro de um ditado que diz que as pessoas so conhecidaspelo que fazem: o engenheiro Fulano, o doutor Sicrano, o motorista Beltrano...So os diversos papis desempenhados que definem as pessoas para o mun-do e a sua intrnseca Misso de Vida que define o indivduo para simesmo.

    Muito obrigado,Paulo Roberto Parisi de Carvalho

    Transcrevo, agora, trechos de uma carta recebida:

  • 3 0

  • 3 1

    TRABALHO x CAPITALTRABALHO x CAPITAL

  • 3 2

  • 3 3

    Captulo 2

    TRABALHO x CAPITAL

    uem veio primeiro: o capital ou o trabalho? Claro que otrabalho o pai do capital! Mas o trabalho, sozinho, noconsegue gerar um grande capital. Ele precisa ser combina-

    do a um conjunto de habilidades, conhecimentos tericos, prticos,empricos e intuitivos que denominamos de tecnologia. Se o traba-lho fosse o principal gerador de riqueza, ns no encontraramosuma srie de operrios que trabalham cerca de dez a doze horas por diae que, aps trinta anos, aposentam-se ganhando um msero salrio.

    A humanidade viveu a maior parte do tempo em funo da agri-cultura, seja ela extrativista ou cultivvel, e no se deu importncia tecnologia. Apenas o trabalho era considerado importante. Ganha-

    Cada vez mais o capitalperde o poder. O poderest com as pessoas quedetm o conhecimento,

    porque so livres.

    PETER DRUCKER

    QQ

  • 3 4

    va a guerra o exrcito que detivesse o maior nmero de soldados.Ganhava dinheiro a famlia que tivesse o maior nmero de mem-bros, mais mo-de-obra. Nesse contexto, o poder estava na mo dequem detinha grandes extenses de terra, os coronis, que manda-ram e desmandaram at meados do sculo XVIII.

    Em 1850, aproximadamente, surge na Inglaterra o que conhe-cemos como Revoluo Industrial. A mquina a vapor destrona otrabalho e lana a tecnologia como baluarte do poder econmico.

    Lembre-se da teoria do famoso Thomas Maltus que assustoutoda a humanidade ao dizer: O alimento cresce em progressoaritmtica; a populao, em progresso geomtrica. Essa teorialevou muitos governos a ficar apavorados com o medo da fome.Segundo Maltus, faltaria alimento na mesa da humanidade, que cres-cia mais que a capacidade de produzi-lo. Naquela poca, mais de90% da populao mundial concentrava-se nos campos; infelizmente,Maltus no considerou o avano da tecnologia para aumentar a pro-dutividade agrcola.

    Ele nunca imaginou que o homem desenvolveria uma tecnologiaque permitisse cultivar os terrenos desrticos, como estamos vendona China; o cerrado, em pleno nordeste brasileiro, e vrias outrasregies onde a tecnologia de irrigao, correo dos solos e tantosoutros avanos mais parecem mgica.

    Hoje, no Brasil, j prevemos que no sculo XXI apenas 3% dapopulao estar envolvida com a atividade agrcola. Nem por issofaltaro alimentos. J existe um excedente de 20% na produo dealimentos, alm de estarmos quebrando o recorde na produo degros a cada ano. A tecnologia faz a produtividade crescer de form afantstica.

    A escravido da humanidade, num primeiro momento, foi raciale socioreligiosa. Hoje, ela tecnolgica; os povos que no apossurem sero escravos dos tecnologicamente poderosos.

    esse fenmeno chamado tecnologia que explica o fato de oJapo ser uma grande potncia econmica apesar de ser to pequeno

  • 3 5

    e assolado por tantas intempries, alm das duas bombas atmicasdurante a Segunda Guerra Mundial. O mundo nos julga peloresultado e no pelo esforo.

    O homem mais rico do mundo, segundo a revista Fo rb e s, BillGates, americano de 40 anos, dono da Microsoft. Gates tem umafortuna pessoal avaliada em 18 bilhes de dlares. Na dcada de 70,este adolescente idealista e empreendedor, contrariando os papascibernticos, resolveu quebrar o paradigma do mercado. Opresidente da ento poderosa DEC, concorrente da IBM, fabricantede computadores de grande porte, pronunciou:

    No existe nenhuma razo para algum ter um computadorem casa.

    E, na sua viso do futuro, Gates resolveu investir seu tempo esua sabedoria j que no tinha capital na busca de solues emsof twares para PC, computadores pessoais. Foi buscandopopularizar, viabilizar e desmistificar o computador que Gatesconseguiu fazer sucesso.

    A tecnologia em uso parece milagre. s vezes, desafia o poder,a razo e a prpria inteligncia do homem, quebrando paradigmase lanando paradoxos. Abre verdadeiras clareiras no horizonte dahumanidade. E, nesta busca de solues para tornar a vida maisprtica, longa e prazerosa, a tecnologia desvenda um leque deoportunidades para os empreendedores sem capital que estodispostos a percorrer caminhos virgens, escuros, longos e estreitos,onde s temos uma certeza:

    No existe nada certo e muito menos errado.A esses empreendedores e idealistas fica reservado o p o d i u m do

    sucesso e os louros da vitria, nos quais se colhe, em abundncia, osfrutos do xito. preciso criatividade, habilidade e f ee l ing para farejarnegcios e oportunidades. Foi assim que os tigres asiticos saramdo ostracismo e da marginalidade. Na dcada de 90, despontaramcomo potncias mundiais, dominando mercados, exportandop rodutos de alta qualidade e tecnologia de ltima gerao.

  • 3 6

    Faamos uma retrospectiva rpida e observemos o t u rn o v e r nopoder econmico. Roma, Pennsula Ibrica, Inglaterra, Alemanha,Estados Unidos, Japo, Banco Econmico, Banco Nacional,Matarazzo, Mendes Jnior, Magalhes Pinto, Calmon de S, essesso pases, empresas e pessoas, respectivamente, num sobe e descef rentico e dinmico. essa dinmica que nos permitir ver aascenso da China, da ndia, do Brasil, dos Bill Gates da vida, asua, a nossa...

    Acredite, voc pode fazer como muitos: substituir o capital pelaidia e tornar-se um empresrio de sucesso, chegando aonde vocdesejar e conseguir imaginar-se.

  • 3 7

    A UNIVERSIDADEDO OUTRO LADO DO RIO

    A UNIVERSIDADEDO OUTRO LADO DO RIO

  • 3 8

  • 3 9

    A UNIVERSIDADE DOOUTRO LADO DO RIO

    Captulo 3

    o meu objetivo desenvolver um tratado sobre Adminis-trao de Empresas. Pretendo discordar de alguns mestre s

    da administrao que, no limiar do sculo XXI, continuam pre-gando teorias do sculo XIX. Uma empresa, para ser fundada, ne-cessita de Trabalho, Organizao e Capital?

    Estamos em plena revoluo da informao. Acabou aqueleBrasil de JK, que buscava, por meio de seu plano de metas, substi-tuir as importaes atraindo gigantescas multinacionais. Logo aps,com a ditadura militar, tivemos a criao de estatais nos setores deinfra-estrutura: energia, siderurgia, telecomunicaes, petroqumica.

    NN

    ...No conheo detalhes sobreas universidades brasileiras, mas

    nos Estados Unidos elas estoentre as instituies mais lentasa reconhecer as mudanas em

    curso no mundo do trabalho...

  • 4 0

    A maior meta de um jovem de classe mdia era deixar a universida-de e buscar um bom emprego, com um bom salrio, numa grandeempresa multinacional ou estatal.

    Hoje, no temos mais o muro de Berlim, a URSS foi para oespao, o socialismo deixou como maior legado as conquistas soci-ais dos trabalhadores do capitalismo. Presenciamos cair por terra amscara do Estado, com seu peso de elefante e velocidade de tarta-ruga.

    A incompetncia nas gestes provoca um grande movimentoestatizante que se alastra pelo mundo. A globalizao econmicainteressa aos pases ricos e desenvolvidos, que seguem buscandonovos mercados. Hoje, j se come em McDonalds e j se bebe Coca-Cola at na China comunista. A globalizao obriga as empresas abuscar a excelncia. S sobreviver quem conseguir produzir com3 M: Mais, Melhor e por Menos. Essa concorrncia acirrada exigep rofissionais bem formados e treinados, capazes de propor solu-es criativas e inteligentes.

    A reengenharia, a terceirizao, os programas de qualidade total e aautomao de processos vm cortando custos, cargos, funes e em-p regos formais, apavorando muitos com a to alardeada c r i s e.

    Apesar desse quadro, as universidades brasileiras, do outro ladodo rio, insistem em formar profissionais despreparados e desem-p regados para as grandes empresas. Precisamos mudar o sistemaeducacional para que formemos profissionais com capacidade ehabilidade para criar e gerir pequenos negcios. Nossa educaoprivilegia o desenvolvimento do hemisfrio cerebral esquerdo, que o responsvel pelas habilidades matemticas, verbais, analticas,racionais. Essas so sempre cobradas no processo de avaliao es-colar, ficando pouco estimulado o desenvolvimento do hemisfriod i reito, que o criativo, imaginoso, artstico.

    O consultor americano William Bridges,3 autor do bes t - se l l e rTransitions Making Sense of Lifes Changes, traa o perfil dos no-vos executivos empreendedores e de suas habilidades bsicas:

    3 Revista Exame, n. 604, p. 60 Entrevista com o Dr. William Bridges

  • 4 1

    ...As pessoas tero de ser capazes de ver o mundo como ummercado e enxergar pessoas sua volta como clientes que precisamde produtos e servios. Deve-se, portanto, desenvolver uma cons-tante viso de marketing. Ser tambm preciso desenvolver um sen-so muito aguado do que empregados tradicionais tinham sobre oque se pode oferecer a um cliente. Outro requisito a habilidade decombinar aquilo que o mercado precisa com o que se oferece. Almdisso, recomendo aos executivos pensar na vida e na carreira comose estivessem administrando um pequeno negcio prprio...

    A frustrao de um jovem idealista, recm-formado, aluno bri-lhante, dedicado, cheio de idias tericas ao buscar uma disputa-dssima vaga no mercado de trabalho, descobrir que sem experi-ncia no ter um lugar ao sol. Desiludido, ele volta universidadepara fazer sua ps-graduao. Ao terminar, continua faltando-lhe oconhecimento prtico, o que acaba por lev-lo a se tornar um pro-fessor universitrio. Vtimas do sistema, continuaro ensinando oque leram nos livros e o que ouviram falar. Assim, a universidadesegue sozinha, do outro lado do rio, formando desempregados efrustrados das grandes empresas. E a juventude, que antes era a es-perana do futuro, agora se torna problema social.

    Educar ensinar a pensar. claro que eu reconheo: a universi-dade objetiva educar e alicerar o acadmico para o treinamento,que hoje buscado fora dela. Ser, com certeza, medida de econo-mia e inteligncia conseguir educar e treinar simultaneamente. Issopodemos chamar de formao, ou seja, prover o indivduo de re-cursos de forma que ele possa entrar em ao.

    Justia seja feita, j existem algumas universidades buscando in-tegrar empresa-escola justamente para distorcer essa miopia,embora ainda seja muito tmida tal iniciativa. O salrio de professore a proposta arcaica desmotivam os melhores, que poderiam con-tribuir mais. Estes acabam sendo absorvidos pela iniciativa privadaou deixando nosso Brasil em busca de novas oportunidades empases do Primeiro Mundo.

    Temos uma iniciativa pioneira implantada no Sebrae-Minas peloempresrio Stefan Bogdan Salej. Antecipando o futuro, ele buscou

  • 4 2

    na ` ustria uma parceria: fundou e implantou a Escola Tcnica deFormao Gerencial (ETFG), objetivando formar empreendedo-res, isto , educar e treinar simultaneamente. Ao trmino de quatroanos, o jovem sai com habilidades para assumir, com eficcia ep rofissionalismo, as funes executivas gerenciais, alm de falar flu-entemente ingls e espanhol. So atitudes como essa que fazem umaeconomia de escala, pois educam e treinam o aluno simultaneamen-te.

    Agora eu quero falar com voc, meu jovem, que pertence se-leta elite dos brasileiros formada em curso superior. Ser que voc noest saindo da universidade em busca de um emprego onde possa ficarescorado? Por que no sair em busca de um empreendimento capazde gerar empregos para um contingente cada vez maior de pessoascomuns que no tiveram as mesmas oportunidades de fazer um cursosuperior como voc?

    Ns, os formados, precisamos fazer alguma coisa em favor da comuni-dade. Mas, se estudamos em universidade pblica, nossa obrigaomoral retribuir os investimentos pagos com o dinheiro do povo.

  • 4 3

    O BARQUEIRO e o PROFESSOR AUTOR DESCONHECIDO

    Era uma vez... um brilhante professor, muito culto e estudioso,admirado pela comunidade universitria pelo seu douto saber. Um dia,ao sair da universidade, ele precisou atravessar o rio. Ento, chamou obarqueiro que ali ganhava a vida transportando pessoas de um lado parao outro do rio. O professor perguntou o preo, pagou e entrou na pequenabarca. Mal se assentou, puxou conversa com aquele homem simples quese punha a remar em direo da outra margem:

    O senhor est sabendo das ltimas novidades da ciberntica? No, Sinh. Nunca ouvi falar nessa tal ciberntica que o Sinh t

    falando! O senhor est sabendo das ltimas novidades da engenharia gentica,

    onde um cientista conseguiu fazer um clone de uma ovelha? Eu no sei o que clone e tambm nunca ouvi falar em tal coisa! E sobre a telefonia celular, o senhor j ouviu falar? No, sinh, eu nunca ouvi falar nesta tal de dona telefonia celular! Mas o senhor no sabe nada. Est no mundo apenas de corpo

    presente. um ignorante. preciso ler, estudar, inteirar-se da realidade,seno o senhor ficar alienado, sem conhecimento e o ignorante no vive:vegeta.

    Oia Profess, eu nunca ouvi falar em nada disso que o sinh tfalando, eu trabaio desde menino e nunca alisei banco de escola. Eu aprendia plantar, a pescar, a remar, a nadar e mais um monte de outras coisas,mas foi tudo na escola da vida.

    Cuiiidaaaado?! Puft!O barco bateu numa ponta de pau, teve o fundo furado e comeou

    a se encher de gua. Sem sucesso, o barqueiro tentou tirar a gua de dentrodo barco, mas, quando percebeu que no conseguiria, pois a embarcaoj comeava a afundar, perguntou apavorado:

    Profess, o sinh sabe nadar? No, eu no sei nadar! respondeu apavorado. Ento, eu lamento... Tibuuuumm.

  • 4 4

  • 4 5

    COMO EMPREENDI SEM CAPITALCOMO EMPREENDI SEM CAPITAL

  • 4 6

  • 4 7

    COMO EMPREENDI SEM CAPITALCaptulo 4

    Trabalhar, onde possa ser til aomaior nmero de pessoas.

    LEI DA PROSPERIDADE

    O PRIMEIRO NEGCIO AOS SETE ANOS DE IDADE

    ilho de famlia numerosa, papai militar e mame professoraprimria, tive o trabalho srio e honesto como exemplo de

    dignidade e profissionalismo. Insatisfeito em depender de meus paispara obter aquele dinheirinho extra de que toda criana gosta, aossete anos me aventurei a vender laranjas, balas, verduras e pipas naperiferia de Belo Horizonte, Minas Gerais. Lembro-me de mamesendo interpelada pelo papai:

    O que o povo vai pensar destes meninos, vendendo laranjasno campo de futebol?

    FF

  • 4 8

    Silvino, no se oponha. Ns poderemos estar castrando odesenvolvimento profissional deles; deixe que faam o que quise-rem, qualquer trabalho honesto dignifica o homem.

    A partir da, tivemos o maior apoio do papai. Todo sbado,comprvamos laranjas no mercado central e ele nos ajudava atransport-las na Kombi verde oliva, carro da famlia. Foi ele quemnos fez o emprstimo para comprar as primeiras laranjas. claro,ns lhe pagamos na primeira semana de negcios.

    Flvio, eu no estou entendendo nada. Voc falou em empre-ender sem capital? Que histria esta de pagar a seu pai o emprs-timo que ele lhe fez? Se houve emprstimo, ento no sem capital.Assim dirigiu-se a mim uma jovem estudante de Administrao deEmpresas, durante uma palestra numa faculdade em Belo Horizon-te.

    Sim, sem capital prprio! Todo negcio necessita de aportede capital, ainda que em pequena quantia. A grande jogada que ocapital financeiro passa a no ser condio sine qua non. O mais im-portante passa a ser o know-how, a criatividade e as habilidades hu-manas e profissionais do empreendedor, que ter vrias alternativaspara conseguir o capital necessrio para decolar e manter o giro doempreendimento.

    O dinheiro mais barato do mundo o dinheiro do cliente. recebido por antecipao. Esse dinheiro vem a custo zero, sem ju-ros e correo monetria e, alm disso, com margem de lucro.

    Logo aps, vem o dinheiro do fornecedor que, geralmente, temuma taxa de juros embutida no preo da mercadoria. Essa umaboa maneira de captar recursos financeiros tambm, pois o forne-cedor, at por inteligncia, tem de ser seu parceiro. Essa relao decumplicidade vai aumentando cada vez mais porque o sucesso deledepende do seu. Ele est envolvido no seu negcio. como se eleestivesse na garupa da sua moto; ele necessita torcer para que tudocorra bem.

    Depois, dependendo da taxa de juros, vem o dinheiro de amigoque, se bem negociado, pode ser bem interessante. Vai depender da

  • 4 9

    sua capacidade de barganha e credibilidade. Esse assunto, vamosdiscuti-lo com detalhes no captulo de negociao.

    Por ltimo, vem o mais caro e arriscado do mundo, o dinheirodas instituies financeiras. No Brasil, temos as taxas campes domundo porque o mercado, depois de quase vinte anos de inflaogalopante, est se adaptando s novas regras da estabilidade econ-mica do Real. Dependendo da linha de crdito, h bancos pratican-do taxas que podem chegar at cento e cinqenta por cento ao ano.Comparadas ao mercado internacional, essas taxas so cerca de atmil por cento mais caras. As taxas no caem porque o mercado estinadimplente e por isso, segundo os banqueiros, o banco necessitade um s p re a d para suportar os possveis calotes. O governo, por seulado, adota uma poltica de juros altos como ferramenta para con-ter o consumo, a inflao e manter a estabilidade econmica. Quan-to mais rpido consolidarmos nossa estabilidade, mais seremos atra-tivos ao mercado financeiro mundial, que lanar seus olhos para omercado das micro e pequenas empresas. Logo que isso ocorre r, astaxas de juros sero, automaticamente, planificadas e igualadas sdo mercado internacional. Muita ateno ao fazer emprstimos combancos. Pode ser o incio do fim. Se voc no tem habilidade commatemtica financeira, consulte um especialista. As taxinhas deque lhe fala o gerente do banco podem virar uma bola de neveimpagvel num abrir e fechar de olhos.

    Com o lucro das laranjas, montamos uma pequena granja defrangos de corte e venda de ovos caipira. Vendamos frangos e ovosde porta em porta. Conquistamos uma clientela que nos compravasemanalmente e nos pagava no fim do ms. Que saudade daqueletempo da caderneta de fiado! Era s anotar e pronto. No final doms, o pagamento era lquido e certo. Alm disso, construmos umviveiro mvel que foi colocado estrategicamente na rua principaldo conjunto Celso Machado, no Bairro Serrano, aos sbados e do-mingos. Ali havia tambm uma feira l ivre, onde se vendiahortifrutigranjeiros. Dessa granja, minha melhor memria foi o ape-lido colocado pelo nosso professor Joo Lage, do Polivalente da

  • 5 0

    Ressaca, Escola Estadual Prof. Alisson Pereira Guimares:Frango seis e quinhentos.Naquela poca, no havia inflao galopante. O preo do fran-

    go ficou estabilizado em seis e quinhentos por muito tempo, nome lembro qual era a moeda brasileira na poca. Aproveitei o ape-lido para faturar. Toda vez que eu ouvia:

    , fraaangoo seis e quinheeeentos! Tem frango por seis e quinhentos, ovos caipira e verdura fres-

    quinha. Tudo baratinho e de tima qualidade. Ns entregamos nasua casa para pagar no fim do ms.

    Moral da histria: o apelido no pegou e eu aumentei as minhasvendas.

    Por que ser que ovo de galinha vende-se mais que ovo de pata? s observar o que acontece aps elas botarem o ovo. A pata

    fica em silncio e se confina pelos cantos. A galinha apronta o maiorberreiro e gritaria:

    C c ri c, c c ri c...

    Cinco anos depois, Ta rcsio, meu irmo e scio, foi fazer o cursotcnico de mecnica no Cefet, antiga Escola Tcnica Federal deMinas Gerais. Nessa poca, contratamos nosso primeiro empregado.At ento, eu cuidava da horta e do galinheiro de manh e o Ta rcsio, tarde, revezando-nos conforme nosso horrio de aula. No Cefet,ele estudava em tempo integral. Nosso primeiro empregado ficavaresponsvel por substitu-lo nos afazeres, tarde. Mas no havia

    Propaganda a alma do negcio.

  • 5 1

    aquele profissionalismo na nossa relao. Na verdade ele era umamigo de infncia. E, dessa forma, os descuidos e mazelascomearam a ocorre r. A horta no era molhada nem capinada acontento, os frangos e os pintinhos ficavam com sede e fome porfalta de cuidado. Conseqentemente, comearam a morrer com maisf reqncia, alm de constatarmos uma reduo na produo de ovose uma baixa produtividade da horta.

    Fomos obrigados a fechar a granja porque o prejuzo rondavapor falta de tecnologia e, at mesmo, de interesse na continuidadedos negcios.

    Hoje, tenho certeza de que, na verdade, aquele negcio tinhacumprido seu objetivo: ajudar-nos a comprar nossas bicicletas epermitir-nos algum dinheiro no bolso para as despesas extras. Sgostaria de lembrar que uma bicicleta era muito cara custava cer-ca de mil dlares. isso a, meu jovem, o Brasil est evoluindo eglobalizando, inclusive seus preos.

    MEU PRIMEIRO E LTIMO EMPREGO

    Aos treze anos, fui trabalhar com meu papai na Loja do Tric,pequeno comrcio recm-empreendido por ele para complemen-tar seu salrio de militar reformado. Que escola maravilhosa! Passeipor todas as funes: servios gerais, ajudante, o ff i c e -boy, auxiliar deescritrio, caixa, balconista, vendedor, supervisor e gerente.

    Trabalhando e estudando noite, fiz o curso de 2 grau chuta-do. Isso me custou dois anos de patinao no vestibular. A pressa,muitas vezes, inimiga da perfeio.

    Aos dezenove anos, eu j possua moto, carro e comprava meuapartamento. A moto era uma CG-125 Honda, de segunda mo; ocar ro, um fusquinha j bem usado, e o apartamento era mesmo umapertamento de quarenta e cinco metros quadrados na periferia,financiado em vinte e cinco anos pelo extinto, Banco Nacional daHabitao (BNH).

  • 5 2

    Era tudo muito simples, mas comprado com meu dinheiro esacrifcio. Eu no precisava do dinheiro de ningum para nada. Sem-pre fui muito independente e audaz.

    Foi pensando assim que eu cheguei concluso de que, depoisda moto, do carro e do apartamento, s faltava a esposa.

    J casado, determinei-me a fazer o curso de Direito. Foram seismeses sem sbado, domingo e feriado. Levantava-me s seis horaspara pegar o nibus e abrir a loja s oito. Dormia meia-noite emeia, ao chegar do cursinho. Quem planta colhe! Fui aprovado naUniversidade Catlica e na Federal!...

    Minha vida seguia na normalidade. Trabalhava das oito s de-zoito horas, como gerente da loja de varejo, comandando cerca detrinta funcionrios. Cursava Direito na Universidade Federal deMinas Gerais (UFMG) noite. No pouco tempo que me sobrava,curtia meu primognito, enquanto espervamos pela chegada donosso segundo filho.

    Havia muito trabalho e pouco dinheiro, como em todo incio.O almoo era nos bandejes, no Sesc ou no restaurante da Faculda-de de Engenharia. O fusca s rodava aos sbados e domingos por-que teria de pagar estacionamento para deix-lo perto da loja. Da,a opo: ou comprava gasolina ou pagava o estacionamento. Noconseguiria, com meu salrio, pagar os dois. Ento optei por andarde nibus durante a semana e usar o fusca s no final de semana.

    O lazer era divertido e econmico. Alugvamos uma casa numadas praias capixabas e dividamos entre trs ou quatro famlias asdespesas. Os carros andavam abarrotados. Eram velhos e muitorodados, viajando superlotados. Algum deles sempre apresentavadefeito mecnico durante a viagem. No era problema, porque abordo sempre havia farofa e mais alguma coisa para forrar o es-tmago. Era a verdadeira turma de farofeiros, como so conhe-cidos em Minas aqueles que fazem esse tipo de turismo. Nada areclamar; eu no tinha acesso a outras formas de lazer, seria impos-svel comparar.

  • 5 3

    MARKETING DE REDE, MINHA MAIOR ESCOLA

    Por onde passava, sempre cultivei as amizades e procurei mant-las. Um dia, meu amigo Ageu Coelho, representante comercial deum grande fornecedor da loja que eu gerenciava, me props:

    Voc gostaria de conhecer uma oportunidade para ganhardinheiro em horas livres?

    Naquela altura do campeonato, de dinheiro ns no estvamosp recisando, estvamos necessitando. S no havia horas livres, masfomos conhecer a tal oportunidade para ganhar dinheiro.

    Eu e minha esposa ficamos encantados ao conhecer aquela opor-tunidade. Era uma empresa de marketing de rede, ne two rk, que nosoferecia a possibilidade de montar uma franquia pessoal dentro dacompanhia.

    Quando acabamos de participar daquela reunio na qual foiexposto o plano de marketing, havia muita confuso e, ao mesmotempo, entusiasmo. S conseguimos entender os detalhes no outrodia, quando retornamos e fizemos uma entrevista pessoal. Havianecessidade de um investimento para recebermos um kit de produ-tos, material de apoio e treinamentos. Logo observei que o investi-mento no tinha risco, pois, se algo desse errado, venderamos ouusaramos o produto e recuperaramos o investimento.

    Era, realmente, a nossa oportunidade! Mas no possuamos odinheiro para fazer o investimento inicial, apenas algumas dvidasde cheque especial, carns e carto de crdito. Aquela era a nossaoportunidade. No tnhamos dinheiro, porm contvamos com cr-dito e coragem. Pegamos firme. Decidi trancar matrcula na univer-sidade. Busquei o dinheiro em sete fontes diferentes: papai, mame,Adilson (cunhado), Geraldo (sogro), Ta rcsio (irmo), no BancoReal e na Financeira Fininvest.

    Comeamos a trabalhar. Eu disse a minha esposa: Vamos nos dar um ano para depois medir o resultado. Sere-

    mos assduos aos treinamentos e atividades e seguiremos as orien-taes. Depois de um ano, faremos um balano econmico-finan-ceiro.

  • 5 4

    No incio, o entusiasmo era to grande que acabamos por as-sustar vrias pessoas. O sucesso no veio na hora, tivemos de convi-dar trinta e trs pessoas para que consegussemos engrenar a pri-meira em nossa equipe. Tambm pudera, estvamos fazendo tudoerrado, ou melhor, do nosso jeito, sem ouvir o que nos era ensinadonos treinamentos. Depois que tivemos a humildade, ou talvez a in-teligncia, de ouvir o que as pessoas que estavam nos liderando nosensinavam, o negcio comeou a funcionar. As vendas, ento, co-mearam a ser realizadas. Montamos uma organizao pessoal commais de duzentas pessoas.

    Um ano depois, em agosto de 1984, fizemos um balano denossas atividades e conclumos que estvamos ganhando mais emhoras livres do que no meu trabalho prioritrio como gerente daLoja do Tric. Fui promovido a gerente e aceitei o desafio de im-plantar a companhia em Braslia-DF.

    Naquele dia, jurei para mim mesmo que o que quer que aconte-cesse eu nunca mais trabalharia como empregado de algum, minhacarteira de trabalho seria um objeto de recordao que pertenceriaao passado.

    Era um trabalho muito agradvel e entusiasmante, ganhando evendo pessoas ganharem. A liderana vinha sendo lapidada e trei-nada para assumir riscos e gerir negcios. Chegamos a liderar cerc ade quinhentos distribuidores simultaneamente. Onze meses depois,j tnhamos aberto trs filiais, duas em Braslia e uma na cidade-satlite de Taguatinga. Como recompensa, veio minha promoo adiretor regional. Sabe quando eu seria diretor de alguma empresacom vinte e trs anos sem curso superior? Nunca!

    Acreditamos e trabalhamos por nossa oportunidade. Em ape-nas um ano e onze meses, cheguei diretoria . muitorecompensador ser valorizado e reconhecido pelo esforo. Os ne-gcios caminhavam, mas havia algumas divergncias administrati-vas. Um dia, elas comearam a ferir meus valores. No pensei duasvezes. Fiz uma carta para meu chefe, demitindo-me de form a

  • 5 5

    irrevogvel e irretratvel. No era o dinheiro nem muito menos os ta tus do cargo. Era algo que o dinheiro no compra minha paz deconscincia e esprito.

    GRUPO TAFFAX: PRODUTOS TXTEIS

    Sa da companhia com uma bagagem indita. Estava energizadopara assumir riscos, tinha uma f e uma autoconfiana incrveis. Abagagem e o kn ow - h ow que possua aos vinte e cinco anos coloca-vam-me numa situao de privilgio empresarial. Em 1986, duran-te vigncia do Plano Cruzado plano de reformas monetriasimplementado pelo presidente Sarney , com o congelamento dep reos e salrios comeou a faltar tudo, inclusive peas e acessriospara mquinas de tric, ramo de negcios em que meu pai atuava.

    Resolvi voltar para Belo Horizonte e dar incio a uma socieda-de comercial com meu irmo Ta rcsio, que comeava uma indstriametalrgica, objetivando o desenvolvimento de produtosmetalplsticos para o segmento txtil, alm da fabricao de ferra-mentas e moldes em geral. Ta rcsio, como engenheiro mecnico, jera muito respeitado e acabava de ser contratado como professorda Faculdade de Engenharia da PUC-MG. Dessa forma, ele era odiretor tcnico da nossa indstria, e eu, o comercial.

    Quando cheguei, a empresa j havia sido transferida do fundodo quintal da nossa casa. Isso mesmo, no galinheiro desativado co-meamos a fabricar as primeiras mesas para mquinas de tric.Quando ligava a mquina de solda, a chave do relgio de luz desli-gava. A Cemig foi chamada e recusou-se a ligar energia trifsica emresidncia. Obrigou-nos, dessa forma, a procurar um local para re-gistrar e comear o negcio efetivamente. Assim, nascia mais umaempresa sem capital, numa loja alugada de vinte e quatro metrosquadrados, na periferia da cidade.

    Minha primeira viagem no novo negcio foi para a capital nacio-nal do tric, Monte Sio-MG. Visitei trs mecnicos de mquinasde tric. Vendi algumas poucas peas que produzamos e busquei

  • 5 6

    bater papo com vrias pessoas sobre este ramo de negcios. Nessaocasio fiquei conhecendo o Sr. Raimundo, que me perguntou:

    O Senhor conhece a mquina de tric Passap, importada daSua?

    No. Eu nunca ouvi falar nesta marca! Por qu? Porque me fizeram uma oferta para ser representante desta

    mquina aqui para a regio, mas eu acho que no um bom neg-cio!

    No um bom negcio, como assim? Sei no. Mquina importada... pode faltar peas de reposio,

    o governo probe a importao da noite para o dia, e minha cliente-la e eu ficaremos a ver navios.

    Ento no lhe interessa nem ver este negcio da tal mquinasua?

    Eu j estive l em So Paulo, no escritrio do importador.Assisti a uma demonstrao da mquina, vi todas as possibilidadesmas no me interessei. Prefiro no arriscar e continuar com o queeu j sei fazer; mais garantido e no d dor de cabea! Se o senhorquiser, eu lhe passo um prospecto com todos os dados...

    Combinamos tudo, e noite ele me entregou a papelada. Muito obrigado, senhor Raimundo, eu viajo amanh, direto

    para So Paulo. Depois lhe darei notcias a respeito dessa negocia-o.

    Desci no terminal rodovirio do Tiet e telefonei para o escri-trio do importador. Conversamos rapidamente e marcamos umareunio para dali a uma hora.

    Como bom mineiro, peguei o metr e desci na estao errada.Tomei um txi para chegar a tempo reunio.

    Muito prazer: Flvio De Almeida. Castro. O prazer todo meu. Fez boa viagem? Graas a Deus, fiz tima viagem! Tirando os desencontro s

    das informaes dentro do metr, o restante est tudo cem porcento.

    P rocurei entrar em r a p p o r t com o Sr. Castro, gerente da impor-tadora. Logo percebi que estvamos afinados. Ele me bombardeou

  • 5 7

    de perguntas, quis saber sobre minha vida pessoal, profissional, comoeu havia tomado conhecimento da mquina sua, checou meu co-nhecimento do mercado de malharia, enfim, foi uma sabatina geral.

    Conheci a mquina, as revistas, os catlogos e todas as informa-es que julguei necessrias. Ao final, aps o almoo, fechamos onegcio: tornei-me representante da mquina para o Estado de Mi-nas Gerais.

    Sa de So Paulo no nibus das vinte e duas horas, pois haviavendido meu carro para investir na indstria. Abri uma empresa decomrcio e importao. Aluguei a sala 1212 do edifcio Lavalle, naRua Curitiba esquina de Rua Tupinambs, para sede da Maquitex.

    A mquina de demonstrao era cedida pela Brasportex, em-presa da qual eu era representante. Os mveis foram comprados naTopa Tudo, loja de mveis usados na Avenida Te resa Cristina, emtrs pagamentos sem juros.

    E comeamos para ser lder de mercado. Busquei contratar pro-fissionais competentes e de futuro. Investi a maior parte do meutempo em treinamentos e orientao dessa equipe. Negociei com amesma participao de dez por cento nos lucros da empresa. Paraconseguir recursos financeiros, todo cliente que comprasse a m-quina deveria adiantar vinte por cento a ttulo de sinal. Dessa for-ma, conseguia o capital de giro necessrio para alavancar outrosnegcios. Comeamos um comrcio de mquinas de tric e costu-ra, novas e usadas. Anuncivamos no jornal comprando mquinasusadas, reformvamos e vendamos. Como diferencial, dvamos ocurso de manejo e de confeco inteiramente grtis.

    Em um ano, j ocupvamos quatro salas, tnhamos oito funcio-nrios e estvamos s voltas com problemas administrativos, porfalta de controle. Nesse momento, tivemos a idia de procurar oSebrae, que se chamava Ceag. Ele fez um levantamento e propsum trabalho de consultoria e assessoria. Esse trabalho culminou comuma srie de mudanas, inclusive a de endereo. Mudamo-nos parauma loja no trreo na Avenida Olegrio Maciel, 180, alm de con-tratarmos como gerente o consultor que estava nos ajudando.

  • 5 8

    Em cinco anos, havamos aberto cinco lojas: a matriz, a da Ave-nida Amazonas, as das Ruas Tamios e Ituiutaba e outra em MonteSio, no sul de Minas. Tivemos muitos acertos e erros, principal-mente por estarmos afoitos, ansiosos e exigindo resultados, semaquela viso duradoura de mdio e longo prazos. Com o PlanoCollor I, em 1990, tivemos uma exploso de consumo. Apostamosno crescimento da economia informal, timo negcio para nossoramo que alicerado neste t a rg e t de mercado.

    O presidente Collor disse para a Nao que tinha apenas umtiro em sua espingarda. Ele foi to forte que, alm de matar a pul-ga, matou tambm o cachorro. Foram mandos e desmandosque balanavam e surpreendiam o Pas de norte a sul. O elementosurpresa estava presente em todas as novas medidas governamen-tais. Isso provocava mudanas bruscas nas regras do jogo, sobretu-do nas relaes de Comrcio Exterior, o que dificultava cada vezmais a vida dos importadores, obrigando-os a fazer manobras peri-gosas e arriscadas. Assim, o Brasil assistiu a uma srie de planoseconmicos malsucedidos e de atos de corrupo que culminaramem seu impeachment.

    Para suportar e sobreviver, fomos obrigados a encolher nossaestrutura. Ficamos ento com uma loja de varejo e a metalrgica,onde fizemos uma mudana no m i x de fabricao. Tiramos toda alinha de acessrios e peas para mquinas de tric e passamos afabricar gabinetes e mveis para mquinas de costura.

    Nosso carro-chefe, eram os gabinetes para mquinas de costu-ra. Passvamos, em 1991, por uma recesso econmica bem pesa-da. As vendas estavam muito difceis e a inadimplncia campeava.Havia muita incerteza no mercado. Os juros ficaram insuportveis eos bancos, ariscos com o mercado.

    Quando comeamos nesse novo segmento, fui a So Paulo portrs vezes consecutivas sem conseguir fazer nenhum negcio. Naverdade, eu no conseguia sequer falar com o comerciante. s ve-zes, nem com o gerente. O prprio vendedor atendia-me e dispen-sava-me logo na identificao, alegando que o mercado estava mui-

  • 5 9

    to parado e que as compras estavam suspensas. Eu insistia para,pelo menos, que ele me deixasse mostrar ao comerciante o produtoque fabricvamos e acabava ouvindo um sonoro no. Deixava ape-nas meu carto, na certeza de que ele iria mesmo para a cesta de lixo.O mercado de So Paulo representava 40% das vendas, e se l noconseguamos vender, imagine em outras localidades.

    Foi a que tive um insight: Se os comerciantes no querem comprar, porque esto es-

    tocados. Estocados, o que eles mais querem vender e, com certe-za, estaro dispostos a baixar a margem de lucro vendendo produ-tos mais baratos. E mais, se esses comerciantes importam oscabeotes da China, eles precisam do gabinete para vend-los. certo que existe um grande filo para nossos produtos; basta fazer-mos uma parceria.

    Dito e feito. Viajei para So Paulo e fui visitar os maiores im-portadores de mquinas de costura e de overlock do Brasil. Chegueicomo cliente, perguntei por preos, modelos, condies especiaispara compras no atacado.

    No, meu jovem, seu preo est muito caro! Eu quero com-prar umas cem ou duzentas unidades para revender!

    Bom, isso no comigo. O senhor vai falar com o Fulano deTal, que nosso diretor e proprietrio da empresa.

    Logo depois, tinha rompido meu primeiro obstculo estavana mesa de quem realmente tinha poder de deciso. A, comeva-mos a negociao e, aperta daqui, aperta dali, acabava por tirar todaa gordura dos preos e conseguir um valor bastante razovel.Feito isso, eu dizia ao comerciante:

    Eu quero comprar todas estas mquinas, mas a moeda que eutenho para lhe pagar chama-se gabinete.

    Comeava outra negociao. Alguns no queriam naquele mo-mento, outros no gostavam do nosso produto. Outros estavamestocados e vrios queriam fazer negcios, uns agora, outros de-pois.

    Dessa forma, fizemos grandes parceiros de negcios. Eles im-portavam os cabeotes e ns fabricvamos os gabinetes. Fizemos

  • 6 0

    muito escambo. Chegava um caminho de cabeotes e voltava abar-rotado de gabinetes. Chegamos a fazer escambo de at 150 mil d-lares de uma s vez. O mais interessante de tudo isso que nsramos fornecedores, clientes e concorrentes simultaneamente.Acontecia de nos encontrarmos na ante-sala do escritrio de umcliente para vender o mesmo produto. Era at divertido. s vezes,demandava muita habilidade para no batermos de frente e preju-dicarmos nossa relao de parceiros. O escambo tem sido respon-svel por um bom nmero de empregos em vrios segmentos domercado e tem proporcionado bons resultados para todos aquelesque sabem realmente o verdadeiro significado da palavra parceria.

    Todo o nosso trabalho foi coroado numa festa de reconheci-mento, quando recebemos do Ministro do Trabalho, Dr. Paulo Paiva,o prmio Sebrae Minas de destaque em Excelncia Empresarial 1995,na categoria de indstria.

    Com o Plano Real, abriram-se de vez as portas do mercadobrasileiro. A indstria brasileira no estava preparada para enfren-tar a concorrncia internacional. O dump i n g da China, no segmentotxtil e caladista, foi muito pesado e provocou uma verdadeiradesordem. O governo brasileiro s se deu conta da cratera que ha-via aberto cerca de um ano e meio depois, quando aumentou aalquota do imposto de importao para os produtos txteis a fimde proteger a indstria nacional. S para se ter uma idia, o produ-to que fabricvamos por dez, a China conseguia vender, no Brasil,por apenas dois, com todos os impostos e despesas de importao.

    Nossa estratgia estava errada. Apostamos num crescimentodo mercado popular de mquinas profissionais e domsticas, mas omercado de produtos de consumo popular cresceu verticalmente, eo mercado de bens de capital, exatamente o inverso. As confecespassaram a demandar por mquinas automticas e de ltima gera-o, como alternativa para aumentar a produtividade.

    No final de 1995, estvamos s voltas com um mercadorecessivo, enfrentando a concorrncia dos produtos chineses e umadvida crescente junto rede bancria. Acabamos vendendo a em-

  • 6 1

    p resa para no termos um prejuzo ainda maior. Em um ano, per-demos quase 2 milhes de dlares.

    Sempre fui conferir todas as oportunidades que surgiram nomeu caminho. Nunca parei de ler bons livros e revistas, visitar fei-ras, participar de palestras e/ou treinamentos. Fiz minha graduaoe ps-graduao, apesar dos inmeros compromissos e viagens na-cionais e internacionais.

    A atividade social e sindical sempre foi uma constante: noDiretrio Acadmico da Faculdade de Direito Milton Campos, naCmara de Dirigentes Lojistas (CDL), na Associao Comercial deMinas (AC Minas), na Federao das Indstrias de Minas Gerais(Fiemg) e no Rotary Club. Dessa forma, estava sempre bem infor-mado dos eventos e oportunidades que surgiam.

    A vida empresarial uma verdadeira gangorra, ora em cima,ora embaixo. preciso criatividade e energia para no ser engolidoe devorado. Contam-se no as vezes que voc cai, mas sim asvezes que voc se levanta. Vale mesmo o prazer da caminhada,e no a monotonia da chegada.

    Hoje, considero-me um possuidor da empregabilidade! Sinto-me vontade para trabalhar em pelo menos cinco profisses oufunes, sem nenhum constrangimento. E realizo-as com eficcia ep rofissionalismo. Atualmente sou presidente do Instituto Brasileirode Empreendedorismo (IBE), alm de exercer outras atividades,como empresrio, advogado, professor e consultor. Estou cada vezmais feliz e realizado, desenvolvendo e aprimorando meus dons nocumprimento do meu projeto de vida, que est totalmente sintoni-zado com minha verdadeira misso. Descobri que o maior segredoda prosperidade e do sucesso estar trabalhando onde se possaservir ao maior nmero de pessoas. O resto apenas conseqncia.

    No dia 28 de julho de 1981, meus sete irmos e eu recebemosum presento do papai e da mame. bem provvel que estacarta possa explicar de forma prtica a importncia de uma verda-deira famlia na vida de um ser humano.

  • 6 2

    CARTA ABERTA

    Querido Flvio,

    Todo amor nasce de um olhar. O nosso tambm nasceu assim, aquecidopelos clidos raios de sol de um Domingo de Ramos.

    Poucos encontros e algum tempo foram o bastante para percebermos quepoderamos embarcar na aventura de uma vida a dois.

    28 de julho de 1956!... Cercados de parentes e amigos, na potica capelinhade So Vicente de Paulo, juramos amor eterno. Fundamos um lar!...

    Dentro do 1o ano de casados veio dar-nos as primeiras alegrias de pais, oFbio, numa noite fria de junho. Sua chegada foi o clmax de nossa vida.

    Tantas alegrias como esta aconteceram durante seis anos consecutivos:Beatriz, Ta rcsio, Lourdinha, voc, Regina e Hortncia.

    Com que carinho e amor aguardamos a sua chegada. Seus olhinhos seabriram luz deste mundo no Hospital Felcio Rocho. Com que orgulho Papaisegurava aquele Tiquinho de Gente nas suas mos grandes para o banho dosprimeiros dez dias de vida!

    Logo foram batizados. Trabalhamos para que no segundo ano de casamentotivssemos uma casa. A natureza lhes foi oferecida numa residncia espaosa doBairro Serrano, onde puderam brincar com gua, terra, areia, ver animais ecuidar deles. Ter horta e quintal, vivendo a vida de livres filhos das montanhas.Quatorze anos passamos esquecidos do mundo l fora, vivendo no ReinoEncantado da Branca de Neve, o Prncipe e os Sete Anezinhos. Foram anos

  • 6 3

    inesquecveis de luta, de f, de trabalho, de estudos, alegrias, sacrifcios, abnegaese renncias, s ns o sabemos!...

    Ao declinar o ano de 1971, quando o sol descia com a glria rubra de ummonarca que tomba e com a tristeza de um poeta que morre, cedendo lugar luacom seu squito de estrelas, um astro de raro fulgor veio brilhar no nosso cu. Foivoc, Silvino Mrcio, o nosso canto do cisne. Voc completou a nossa felicidade.

    Filhos queridos, ns os vimos fazer a 1a Eucaristia, no Grupo de Jovens,nos Encontros do Noviciado e Cenculo, nos Crculos Bblicos, no Revenso, no1o grau, no 2o grau e na faculdade, numa ascenso de esforo prprio, no mundomaravilhoso do saber. Como foi gratificante cri-los!...

    Cada vez que amadurecemos na vida, as palavras vo adquirindo persona-lidade. Pronunciamo-las sentindo seu sabor, seu contedo, seu significado. As-sim muitas palavras nos trazem sabor

    de eternidade, de divino,de imensurvel, de indefinvel,de fantstico, de apotetico.

    Filho uma destas palavras.Por voc sentimos em cada manh a mesma disposio para o trabalho;

    para vocs no h cansao, para vocs a saudade vem antes da partida, o perdoantes da ofensa. Vocs so as crianas que deram

    sentido nossa vida,presena nossa solido,poesia ao nosso romance,f s nossa dvidas,fora s nossas fraquezas,lenitivo s nossas lgrimas,coragem para crescermos.

    Estamos felizes e gratificados em nossa Bodas de Prata, esta festa que nossa e muito mais de vocs. Ela s acontece porque vocs existem para dar

  • 6 4

    sentido a ela. Sentido de f, esperana, amor, alegria e coragem. Cada casal temos filhos que merece! Ns somos sujeitos nossa prpria felicidade. A nossa sereflete em vocs. como o espelho que recebe o foco de luz e o reflete para osoutros. O amor a felicidade na medida que vem de Deus, ungido

    pela F que cr,pela F que espera,pela F que ama.

    Somos pais, hoje e sempre, e vocs sero, eternamente, nossos filhos queridos.Pela vida que nos resta estaremos felizes medida que vocs forem autnticos,

    responsveis, amigos, unidos, honestos, cultos, alegres e educados.Deus o abenoe, querido Flvio, pela felicidade que nos deu.

    Abraam-no, ternamente,Mame e Papai.

  • 6 5

    DECISO DE EMPREENDER:RISCO OU PERIGO?

    DECISO DE EMPREENDER:RISCO OU PERIGO?

  • 6 6

  • 6 7

    DECISO DE EMPREENDER:RISCO OU PERIGO?

    Captulo 5

    Tomar uma deciso simples: s decidir e pronto. Duro mant-la. Quando a deciso vestir esta ou aquela roupa, comprareste ou aquele sapato, est tudo bem. Porm isso se torna comple-xo, quando a deciso passa a ser: qual curso fazer, qual carreira abra- a r, namorar, noivar, casar, montar ou no um negcio prprio,qual negcio montar, enfim, o dia D chega e preciso dizer simou no.

    Por que as pessoas tm medo de tomar decises?Decidir uma habilidade humana que podemos desenvolver

    ...Mais valem as lgrimasde no ter vencido,

    ao sentimento covarde denunca ter lutado...

  • 6 8

    com treinamento. Durante a infncia, foram introduzidas em nossocrebro, lingisticamente, informaes:

    Isto voc no pode! Isto no para voc! Isto complicado!Fique no seu lugar. No diga isto! Cale a boca! Voc no sabe nadada vida! J lhe falei, isto complicado! Deixe de ser teimoso! Vocno vai conseguir! Voc no capaz! Isso perigoso! Cuidado, issotambm muito perigoso!

    Foram tantos nos, complicado, perigoso, cuidadoque o nosso subconsciente acabou gravando estas palavras assassi-nas da criatividade e da auto-iniciativa.

    Foram pessoas que, por amor e nsia de nos ajudar, acabaramnos prejudicando de forma inconsciente. A ignorncia emneurolingstica e psicologia infantil nos transformou em grandesindecisos e medrosos.

    Hoje, temos tecnologia e tratamentos eficazes para desgravar esubstituir esses comandos por: Voc pode! Voc capaz! Voc corajoso! V em frente! Voc vai conseguir! Voc o maior milagredo Universo!

    Para tomar uma boa deciso, so necessrias trs premissas b-sicas: cincia, conscincia e segurana.

    n Cincia o conhecimento objetivo do fato ou ao, objeto dadeciso.

    n Conscincia o conhecimento subjetivo, interno e externo,observando a relao de causa e efeito projetados no tempo e nas reas de congruncia com a deciso.

    n Segurana a sensao de vantagem ou benefcio que senti-mos por tomar esta ou aquela deciso, naquele momento.

    Na hora de tomar a deciso de montar nosso prprio negcio,nossa memria , automaticamente, consultada para sabermos acerc ade nossas habilidades, crenas, valores, grau de risco. E por falar emrisco, o que risco para a maior parte da populao mundial?

    Risco sinnimo de perigo! Certo?! No, errado! Risco algocalculvel, previsvel, mensurvel matematicamente, uma possibi-lidade de perigo. Perigo uma circunstncia que prenuncia ou an-tecede um mal para algum. Ex.: dirigir um automvel a 80 km/h,

  • 6 9

    nas estradas brasileiras, um risco. Mas dirigi-lo a 150 km/h umperigo.

    Imagine voc, quando fui montar meu primeiro negcio, resol-vi consultar alguns parentes e amigos. Sabe o que ouvi?

    Olha... pensa bem... Voc j pensou, se no der certo... Seino, mas se fosse voc, eu ficava onde est... Cuidado, isto muitoperigoso. Eu conheo um caso igualzinho ao seu, deu tudo errado eo Fulano de Tal perdeu tudo e se arrebentou todo.

    Muitos seres humanos so fracassados. Vivem conformados,como podem e no como querem. Muitos tm seu subconscienteimpregnado de gravaes pessimistas e negativas desde a infncia.Raramente voc encontrar pessoas que lhe diro:

    V em frente! Voc pode! Voc capaz! Voc merece umavida mais feliz! Acredite, s depende de voc!

    E por que a maioria dos seres humanos fracassa? Por medo!Medo um sentimento de grande inquietao ante a noo de

    um perigo real ou imaginrio, de uma ameaa, susto, pavor, temorou terror, segundo Aurlio Buarque de Holanda.

    O medo muito, muito mais forte, n vezes mais forte que acoragem. Por isso, encontramos mais de 90% da populao mundi-al recalcada pelo fracasso, carregando o medo estampado e incrus-tado em suas vidas. Veja a hierarquia e a descrio dos seis medosbsicos que mais afetam o ser humano, segundo Napoleon Hill, emseu livro Pense e Enriquea:

    1 ) medo da pobreza;2 ) medo da crtica;3 ) medo de doenas;4 ) medo da perda do amor de algum;5 ) medo da velhice;6 ) medo da morte.

    ...O medo paralisa a razo, destri a imaginao, mata aautoconfiana, desencoraja a iniciativa, leva incerteza de objetivo,

  • 7 0

    estimula a procrastinao, seca a motivao e torna impossvel oautocontrole. Tira o encanto da personalidade, destri a possibili-dade de pensamento exato, desvia a concentrao do esforo, ven-ce a persistncia, emascula a fora de vontade, mata a ambio, tur-va a memria e, de todas as formas concebveis, convida o fracassoa entrar: mata o amor e assassina as emoes mais delicadas docorao, desestimula a amizade e corteja o desastre em centenas deformas diferentes, provoca insnia, sofrimento e infelicidade...

    Para empreender preciso deixar a criatividade fluir, navegar emguas nunca navegveis; preciso sonhar e sentir-se l, mesmo estandoaqui. Quantas vezes voc j ouviu alguma destas frases?

    15 FRASES ASSASSINAS DE EMPREENDEDORES

    1 Ns j tentamos isto!2 Nossa empresa diferente!3 Isto no de nossa responsabilidade.4 uma mudana muito radical.5 Ns nunca fizemos isto antes.6 Por que mudar, se est funcionando?7 Ns no estamos prontos para isto.8 No se pode ensinar truques novos para cachorro velho.9 Todo mundo vai gozar a gente.

    10 Onde que voc foi desenterrar isto?11 Fomos muito bem sem isto at hoje.12 Quem afoito come cru.13 Voc conhece algum que tenha feito isto?14 No nosso ramo no vai dar certo.15 Fica frio, voc muito apressadinho!

    Em todas as grandes decises, sempre surgem dois caminhos:um largo, calmo, tranqilo, que no demanda sacrifcio, nada exige,s vezes, basta ficar como estamos; e um outro, totalmente inverso,que exigir mudanas, renncias, coragem, garra, fibra, persistncia,opinio prpria, trabalho e, principalmente, disciplina. Infelizmen-te a maioria das pessoas prefere o caminho mais largo, mais calmo,

  • 7 1

    com menos trabalho. uma pena que, no final da vida, este cami-nho que parecia folgado se aperta e se estreita. O que parecia mel,na verdade, era fel. Descobre-se, ento, que o salrio da aposenta-doria mal d para comprar os remdios para amenizar a dor davelhice. Os amigos desaparecem. As portas no querem mais se abrirporque as foras diminuem e no se consegue empurr-las. Nessahora nos tornamos presidente do famoso clube do se eu tivesse.

    Voc est vendo aquela transportadora, com uma frota enormede caminhes e carretas com filiais em vrios Estados brasileiros...Pois , quando, h trinta anos, o Sr. Jos estava pensando em come- a r, ele me convidou para entrar de scio. Na poca, eu ganhava umbom salrio, tinha uma funo invejada por muitos. O investimentoera at pequeno e eu poderia arrumar o dinheiro, mas eu fiquei commedo. No acreditei que o negcio iria decolar dessa forma. Ah! Seeu tivesse...

    Sabe aquela franquia com filiais, inclusive no exterior? Fui con-vidado e tive oportunidade de comear e poder ser um dos primei-ros franquiados. Na poca, se eu vendesse meu carro, poderia fazero investimento. Preferi nem pensar na idia. Hoje, se eu tivesse odinheiro de dez carros, no conseguiria comprar uma franquia. Ah!Se eu tivesse...

    Voc est vendo aquela avenida movimentada, lotada de lojas,bancos e edifcios comerciais? Quarenta anos atrs, fui um dos queficou rindo, na roda de boteco, dos idiotas que estavam comprandolote no brejo. Aquilo ali est bom para criar sapos e pere recas.Mas eu no imaginava que esta avenida sanitria iria ser construdaali, muito menos que a cidade fosse crescer tanto para aquele lado., mas agora tarde. Ah! Se eu tivesse...

    ...Ah, se eu ouvisse o que mame dizia, hoje eu no sofria...Um filho no se educa com menos de vinte anos. Um profissio-

    nal s se forma aps dezoito a vinte anos de estudos. Uma carre i rap rofissional construda ao longo de quinze a vinte anos de traba-lho. Uma fazenda s se forma depois de vinte anos de muito traba-lho, f e dedicao. Uma empresa no pode ser diferente, no se

  • 7 2

    constri da noite para o dia. preciso tambm quinze ou vinteanos para transform-la numa verdadeira oportunidade empresari-al.

    Empreender parar de reclamar, de resmungar. criar, plane-jar e comear a fazer alguma coisa em prol do Universo, em prol dasociedade. Enfim, empreender , sobretudo, ter a coragem de tiraralgo do papel e levar para a vida prtica, correndo riscos e assumin-do responsabilidades, mas tambm colhendo os frutos e louros davitria.

    Aqueles que optaram pelo caminho estreito, apertado, cheio deincertezas, trabalho, sacrifcio, estudo, falta de tempo, cansao emedo comeam a v-lo alargar-se. A rotina do trabalho comea aser quebrada pelo conforto de sua residncia. A dor nos ps podeser atenuada com uma boa hidromassagem naquela suite encanta-dora. O calor da tarde de volta para casa amenizado pelo ar con-dicionado daquele carro luxuoso. O estresse da labuta pode ser su-avizado por viagens nacionais e internacionais, visitando lugares pi-torescos, histricos e fantsticos. Agora sim, voc pode curtir umestilo de vida reservado para as estrelas, rodeado de amigos e desua famlia.

    V em frente, o momento agora! Voc pode! Voc capaz degrandes realizaes. Tenha certeza, o Universo reserva as melhore srecompensas para os corajosos e ousados que sabem a hora de se-mear boas sementes. Mesmo dando trabalho, o fazem com amor esabedoria.

    O sol nasceu paratodos e a sombra

    para os que trabalham.

  • 7 3

    COMO ESCOLHER A PROFISSOOU O NEGCIO CERTO

    COMO ESCOLHER A PROFISSOOU O NEGCIO CERTO

  • 7 4

  • 7 5

    COMO ESCOLHER A PROFISSOOU O NEGCIO CERTO

    Captulo 6

    segredo no est em fazer a coisa certa, mas em encon-trar a coisa certa para fazer, ensina-nos o grande PeterDrucker. Infelizmente, ele no disse como encontrar esta

    tal coisa certa. Os meus estudos levaram-me convico de que anica pessoa que pode dizer qual a coisa certa para fazer vocmesmo. O autoconhecimento passa a ser o calcanhar de